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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTU SENSU CURSO DE DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA ELISABETE DE MARCO ORNELAS EFEITOS DO TREINAMENTO RESISTIDO ASSOCIADO À DIETA COM PROTEÍNA DE ORIGEM ANIMAL OU VEGETAL NO TECIDO ADIPOSO VISCERAL DE RATAS IDOSAS OVARIECTOMIZADAS São Paulo 2016

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO STRICTU SENSU

CURSO DE DOUTORADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

ELISABETE DE MARCO ORNELAS

EFEITOS DO TREINAMENTO RESISTIDO ASSOCIADO À DIETA

COM PROTEÍNA DE ORIGEM ANIMAL OU VEGETAL NO TECIDO

ADIPOSO VISCERAL DE RATAS IDOSAS OVARIECTOMIZADAS

São Paulo

2016

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ELISABETE DE MARCO ORNELAS

EFEITOS DO TREINAMENTO RESISTIDO ASSOCIADO À DIETA COM

PROTEÍNA DE ORIGEM ANIMAL OU VEGETAL NO TECIDO

ADIPOSO VISCERAL DE RATAS IDOSAS OVARIECTOMIZADAS

Tese apresentada ao Programa de Doutorado

em Educação Física da Universidade São

Judas Tadeu para a obtenção do título de

Doutor em Educação Física.

Área de Concentração: Escola, Esporte,

Atividade Física e Saúde.

Linha de Pesquisa: Atividade Física e

Disfunções Orgânicas

Orientadora: Profª. Drª Laura Beatriz Mesiano

Maifrino.

São Paulo

2016

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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio

convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca

da Universidade São Judas Tadeu Bibliotecária: Daiane Silva de Oliveira - CRB 8/8702

Ornelas, Elisabete de Marco

O74e Efeitos do treinamento resistido associado à dieta com proteína de

origem animal ou vegetal no tecido adiposo visceral de ratas idosas

ovariectomizadas/ Elisabete de Marco Ornelas. - São Paulo, 2016.

84 f.: il.; 30 cm.

Orientadora: Laura Beatriz MesianoMaifrino.

Tese (doutorado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2016.

1. Dieta - Estresse. 2. Exercício. 3. Menopausa. I. Maifrino, Laura Beatriz

Mesiano. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação

Stricto Sensu em Educação Física. III. Título

CDD 22 – 613.713

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a generosidade de pessoas que Deus colocou em meu

caminho chamado FAMÍLIA.

A minha mãe Maria Estela, que me ensinou que a teimosia aplicada

positivamente no que se quer nos impulsiona a vencer e não desistir.

A Sueli minha irmã, que me encoraja fazendo com que eu acredite em mim,

sempre positiva, cuidando de tudo a minha volta para que eu não perdesse o foco.

Ao meu sobrinho Eduardo que com o seu jeito individual de ser me estimula a

focar no que quero e seguir em frente com altivez.

Ao meu sobrinho Bruno que me ensina todos os dias a superar limites e a

vencer com garra e otimismo.

A minha Prima Lucia Ornelas pelo apoio e dedicação em todas as fases da

minha vida acadêmica.

A minha irmã do coração Dra SanleiPaleari (Advogada), presente de corpo e

alma atuando de forma significativa em suporte as minhas dificuldades.

Ao meu pai Ferdinando (Em Memória), que traduz todo o significado da

palavra amor.

E ao meu irmão Claudio (Em memória) que esteve parte desse caminho ao

meu lado torcendo pelas minhas conquistas e que fez sua viajem ao chamado de

Deus deixando em mim saudades e coragem para prosseguir.

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AGRADECIMENTOS

Nesta vida existem pessoas aladas, que como anjos, são postas em nosso

caminho para ajudar-nos a transpor dificuldades e não desistir de nossas metas até

que sejam concluídas, mesmo quando tudo conspira contra nossos planos de vitória.

Estes anjos se posicionam ao longo do caminho estendendo suas mãos

dadivosas para que cada tropeço que dei pudesse levantar e continuar o caminho

escolhido a princípio.

Se hoje estou aqui muito devo a essas pessoas que quando eu não podia mais

caminhar pelas adversidades impostas a mim pela vida, formaram uma corrente de

elos fortes onde pude me apoiar até chegar ao fim e concluir meu objetivo, em mais

uma etapa vitoriosa de minha jornada acadêmica. Agradeço hoje cada elo dessa

corrente que me trouxe até aqui.

A minha orientadora Profª. Drª Laura Beatriz Mesiano Maifrino que me

apontou o caminho a seguir e com atitudes maternas me conduziu no

desenvolvimento desse trabalho. Com críticas construtivas, me fez ser objetiva e

adquirir autoconfiança em todos os aspectos de minha vida. Corrigindo meus erros

me insinuou que tudo na vida requer olhar atento e existem diversas possibilidades e

que ouvir conselhos é uma delas. Obrigado por compartilhar de sua sabedoria,

disponibilidade e confiança.

Ao Prof. Dr. Fernando Luiz Affonso Fonseca e sua atenciosa e prestativa

equipe do laboratório de análises clínica da Faculdade de Medicina ABC (FMABC),

pelo engajamento na realização do trabalho.

A Drª Lucila Simardi do laboratório de anatomia patológica do Hospital Arthur

Ribeiro de Saboya por viabilizar o uso dos equipamentos e dependências bem como

o auxílio nas análises.

As professoras, Profª Drª Cláudia Borim da Silva, Profª Drª Eliane Florêncio

Gama e Profª. Drª. Rita de Cássia Aquino pelas contribuições valiosas aplicadas

nesse trabalho.

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Ao grupo “LAURITAS” pela cumplicidade, organização e dedicação em todas

as etapas da pesquisa, em especial a Glaucia Figueiredo Braggion, Gabriela

Bexiga e Ledimar Brianezi pelo apoio e incentivo, a Nathália Edwiges Alves de

Lima por toda assistência e companheirismo no desenvolvimento da pesquisa e

Jurema Carmona Sattin pelo cuidado, carinho e pelo compartilhamento de seus

conhecimentos durante todo o processo da pesquisa.

Aos funcionários responsáveis pelos laboratórios de Análises Clínicas e biotério

da Universidade São Judas Tadeu, pela atenção e disponibilidade no

desenvolvimento do projeto.

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―Se minha mente consegue imaginar então eu consigo realizar‖

(Napoleon Hill)

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RESUMO

ORNELAS EM. Efeitos do treinamento resistido associado à dieta com proteína de

origem animal ou vegetal no tecido adiposo visceral de ratas idosas

ovariectomizadas [tese]. Curso de Doutorado da Universidade São Judas Tadeu.

São Paulo; 2016.

Estudos apontam que mulheres na menopausa apresentam maior deposição de

gordura corporal, alterações no perfil lipídico, redução da capacidade oxidativa,

aumento das concentrações de marcadores inflamatórios e de doenças

cardiovasculares. Intervenções não farmacológicas como atividade física e dieta

podem atenuar esse quadro. Dessa forma o objetivo do presente estudo foi avaliar

os efeitos do treinamento resistido associado a fontes de proteínas de diferentes

origens, no tecido adiposo visceral, em ratas idosas ovariectomizadas. Foram

utilizadas 64 ratas Wistar adultas, divididas em 8 grupos (n = 8): Controle Vegetal

Sedentário (CVS), Controle Vegetal Treinado (CVT), Vegetal Ovariectomizado

Sedentário (VOS), Vegetal Ovariectomizado Treinado (VOT), Controle Animal

Sedentário (CAS), Controle Animal Treinado (CAT), Animal Ovariectomizado

Sedentário (AOS) e Animal Ovariectomizado Treinado (AOT). Os grupos treinados

foram submetidos ao protocolo de exercício resistido em escada 3x por semana

durante 12 semanas. Após o término do protocolo, os animais foram eutanasiados,

coletado sangue, para análises bioquímicas, e o tecido adiposo visceral, para

análises histomorfométricas, estereológicas e moleculares. Os resultados foram

tratados e comparados estatisticamente pelo teste de análise de variância two way

(ANOVA) e post-hoc (Tukey’stest) com nível de significância de p<0,05. Os

resultados obtidos mostraram que a ovariectomia promoveu aumento das massas

corporal e do tecido adiposo visceral independente da dieta, e que o treinamento

não reverteu esse resultado. Nos parâmetros bioquímicos estudados, as

concentrações glicêmicas foram mais elevadas nos grupos ovariectomizados

sedentários; e o treinamento mostrou-se eficaz no ajuste desse índice independente

da dieta. A lipoproteína de alta densidade (HDL-c) apresentou aumento em sua

concentração, nos grupos ovariectomizados tanto sedentário como treinado. A

Homocisteína apresentou-se elevada em ambas as dietas, nos grupos treinados,

sem intervenção da ovariectomia. A análise dos aspectos morfométricos, evidenciou

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um aumento na área e no diâmetro dos adipócitos induzido pela ovariectomia e o

treinamento proporcionou uma redução nesses parâmetros tanto na dieta com

proteína vegetal como na dieta com proteína animal. Ao analisarmos os parâmetros

de densidade numérica de adipócitos e capilares, os grupos de controle treinado

apresentaram um aumento e os grupos ovariectomizados uma diminuição; e o

treinamento não promoveu alterações nestes parâmetros. Na dieta com proteína

vegetal observamos que o treinamento apresentou redução na densidade de volume

dos adipócitos e aumento nos capilares e interstício, e a ovariectomia não produziu

alterações. Na dieta com proteína animal o treinamento não apresenta alterações e

a ovariectomia apresenta aumento na densidade de volume de adipócitos e

diminuição nos capilares e interstício, e essa diminuição foi maior no grupo que

ingeriu dieta com proteína animal. Analisando as variáveis de expressão gênica

(glutationa isoformas1 e 4-Gpx, catalase – CAT e superóxido dismutase - SOD)

verificamos que tanto o treinamento quanto a dieta apresentaram diferença na

expressão de Gpx4 na SOD. Os resultados desse trabalho revelaram que ambas as

dietas com proteína vegetal e/ou animal associadas ao treinamento resistido sobre

os parâmetros estudados podem ser um vantajoso tratamento não farmacológico

para mulheres menopausadas uma vez que, diminui o tamanho dos adipócitos, o

nível de glicemia e influencia a expressão dos genes do sistema antioxidante GPX4

e SOD.

PALAVRA-CHAVE: dieta, estresse, menopausa, exercício.

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ABSTRACT

Ornelas In: Effect of resistance training associated with animal or vegetable source

protein diet on the visceral adipose tissue of old ovariectomized rats [Ph.D. thesis]

Ph.D. Course of São Judas Tadeu University. São Paulo; 2016.

Studies indicate that women during menopause show higher body fat deposition,

altered lipid profile, reduced oxidative capacity, an increase in the concentration of

inflammatory markers and cardiovascular diseases. Nonpharmacological

interventions as physical activity and diet may attenuate this condition. Therefore, the

aim of this study was to evaluate the effects of resistance training associated with

different sources of protein in the visceral adipose tissue of old ovariectomized rats.

64 adult Winstar rats were used and divided into groups (n = 8): Sedentary Vegetable

Protein Diet Control (CVS), Trained Vegetable Protein Diet Control (CVT),Sedentary

Ovariectomized Vegetable Protein Diet Control (VOS), Trained Ovariectomized

Vegetable Protein Diet Control (VOT), Sedentary Animal Protein Diet Control (CAT),

Trained Animal Protein Diet Control (CAT), Sedentary Ovariectomized Animal Protein

Diet (AOS) and Trained Ovariectomized Animal Protein Diet (AOT). The trained

groups were submitted to a resistance training exercise protocol on a staircase for 3x

a week during 12 weeks. After the protocol was finished, the animals were

euthanized, had blood collected for biochemical analysis and also its visceral adipose

tissue for histomorphometric, stereological and molecular analysis. The results were

treated and statistically compared by the two-way analysis of variance test (ANOVA)

and post-hoc (Tukey's test) with a significance level of p<0,05. The obtained results

showed that the ovariectomy has produced an increase in the body and visceral

adipose tissue masses regardless of the diet, and the training has not reverted this

result. On the biochemical parameters studied, the glycemic index concentration was

high on the sedentary-ovariectomized groups and the training proved efficient on the

adjustment of this index regardless of the diet. The High-density lipoprotein (HDL-c)

presented in the ovariectomized groups,whether sedentary or trained,had an

increase in its concentration level. The Homocysteine had high levels in both diets in

all the trained groups without ovariectomy intervention. The analysis of the

morphometric aspects indicated an increase in the area and diameters of the

adipocytes induced by ovariectomy and the training provided a reduction of these

parameters on both vegetable and animal-source protein diets. In the analysis of the

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adipocytes and capillaries volume density numbers, the trained control groups

showed an increase whereas the ovariectomized groups a decrease and the training

performed no alteration in these parameters. In the animal protein diet the training did

not present any alteration and the ovariectomy indicates an increase in the volume

density of adipocytes, and a decrease in the capillaries and interstice and this

decrease was higher in the group that had animal-source protein diet.Analyzing the

variant gene expression (Isoform glutathione 1-4 Gpx, catalase – CAT and

Superoxide dismutase-SOD) was verified that both training and diet presented

differences on the Gpx4 and SOD expression. The results of this work reveal that

either vegetable or animal protein diets associated with resistance training under the

studied parameters may be an advantageous nonpharmacological treatment for

menopausal women once it decreases the size of the adipocytes, the glycemic index

level and it influences the GPX4 and SOD antioxidant system genes expression.

KEYWORDS: diet, stress, menopause, exercise.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Constituição do tecido Adiposo. ............................................................. 18

Figura 2– Localização do tecido adiposo no corpo humano. ................................... 19

Figura 3– Biotério USJT ......................................................................................... 29

Figura 4 – Procedimento da ovariectomia ................................................................31

Figura 5 – Equipamentos utilizados no protocolo de treinamento resistido.. ............ 33

Figura 6 – Adaptação e Treinamento. ..................................................................... 35

Figura 7 – Ração. .................................................................................................... 37

Figura 8–Captação de imagem. .............................................................................. 40

Figura 9–Imagem dos adipócitos: grid utilizado para contagem dos adipócitos, vasos

e interstício, com auxílio do software ImageJ. .......................................................... 41

Figura 10 - Fotomicrografia do tecido adiposo visceral mostrando a mensuração da

área do adipócito. .................................................................................................... 42

Figura 11 – Fotomicrografia do tecido adiposo visceral mostrando a contagem da

densidade numérica dos adipócitos e capilares. ...................................................... 43

Figura 12– Fotomicrografia do tecido adiposo visceralmostrando o sistema teste

(Grid) aplicado para a contagem da densidade de volume dos adipócitos, capilares e

interstício. ................................................................................................................ 44

Figura 13 – Variação da massa corporal após 8 meses de ovariectomia. ............... 49

Figura 14 – Percentual da massa de tecido adiposo dos grupos estudados que

ingeriram dieta com proteína vegetal e animal.. ....................................................... 51

Figura 15–Fotomicrografia do tecido adiposo visceral mostrando a variação no

tamanho dos adipócitos, nos diferentes grupos de animais com ingestão de dieta

com proteína de origem vegetal. .............................................................................. 56

Figura 16 - Fotomicrografia do tecido adiposo visceral mostrando a variação no

tamanho dos adipócitos, capilares, interstícioe núcleo nos diferentes grupos de

animais com ingestão de dieta com proteína de origem animal. .............................. 57

Figura 17– Área dos adipócitos (µm2) e diâmetro maior (µm) dos grupos que

ingeriram dieta com proteína vegetal e animal.. ....................................................... 58

Figura 18– Densidade numérica de adipócitos e capilares por área dos grupos

estudados. . ............................................................................................................. 59

Figura 19– Densidade de volume dos adipócitos, capilares e interstício dos grupos

estudados. .............................................................................................................. 60

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Divisão dos animais por grupo. ............................................................. 30

Quadro 2 – Progressão de carga de treinamento resistido dos grupos CAT, CVT,

AOT, VOT ................................................................................................................ 34

Quadro 3 – Comparação dos ingredientes das dietas animal e vegetal oferecidas

aos animais. ............................................................................................................. 36

Quadro 4–Composição centesimal das rações do estudo por kg de produto. ......... 36

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Sequência dos primers. ......................................................................... 46

Tabela 2 – Variáveis biométricas (massas corporal e tecido adiposo visceral) dos

animais que ingeriram dieta com proteína de origem vegetal e animal. ................... 52

Tabela 3 - Variáveis bioquímicas dos animais que ingeriram dieta com proteína

vegetal e animal nos grupos estudados. Comparação das dietas. ........................... 53

Tabela 4–Variáveis morfométricas dos animais que ingeriram dieta com proteína

vegetal e animal nos grupos estudados. Comparação das dietas. ........................... 62

Tabela 5 - Estimativa pontual e estimativa intervalar entre tipo de dieta, atividade

física e expressão dos genes glutationa (Gpx-1 e Gpx-4), catalase (CAT) e

superóxido dismutase (SOD). .................................................................................. 63

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LISTA DE SIGLAS

A.A. Áreas dos Adipócitos

AGL Ácidos Graxos Livres

AGRP Agoutirelatedpetide

AOS Animal Ovariectomizado Sedentário

AOT Animal Ovariectomizado Treinado

CAS Controle Animal Sedentário

CAT Controle Animal Treinado

CVS Controle Vegetal Sedentário

CVT Controle Vegetal Treinado

Dma Diâmetro maior

DVC Doença Cardiovascular

EPM Erro Padrão da Média

ERO Espécies Reativas de Oxigênio

FSH Hormônios do folículo estimulante

GPx GlutationaPeroxidase

HDL HightDensityLipoprotein

IL-6 Interleucina 6

IMC Índice de Massa Corpórea

LDL LowDensityLipoprotein

LH Hormônio Luteinizante

MCF-17 Massa Corporal Final aos 17 meses

MCI-14 Massa Corporal Inicial aos 14 meses

Nv[A] Densidade Numérica de Adipócitos

Nv[cap] Densidade Numérica de Capilares

OMS Organização Mundial de Saúde

PCR-us Proteína C reativa ultrassensível

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PNAD Pesquisa Nacional de Amostra por Domicilio

qPCR PCR em Tempo Real

SOD Superóxido dismutase

TA Tecido Adiposo

TAB Tecido Adiposo Branco

TAM Tecido Adiposo Marrom

TNF-α Fator de Necrose Tumoral Alfa

TRH Terapêuticos de Reposição Hormonal

USP Universidade de São Paulo

VLDL VeryLowDensityLipoprotein

VOS Vegetal Ovariectomizado Sedentário

VOT Vegetal Ovariectomizado Treinado

Vv[A] Densidade de volume dos Adipócitos

Vv[cap] Densidade de volume dos capilares

Vv[int] Densidade de volume do interstício

Δ% Delta Percentual de Massa Corporal

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Sumário

Resumo

Abstrat

1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................13

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................................16

2.1 MENOPAUSA ........................................................................................................................................ 16

2.2 TECIDO ADIPOSO .................................................................................................................................... 18

2.2.1Tecido Adiposo: inflamação e estresse oxidativo ........................................................................ 21

2.4 DIETA .................................................................................................................................................. 23

2.5 EXERCÍCIO ............................................................................................................................................ 24

3. OBJETIVOS .................................................................................................................................27

3.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................................................................... 27

3.2 OBJETIVOSESPECÍFICOS ........................................................................................................................... 27

4. MATERIAIS E MÉTODOS ...........................................................................................................29

4.1. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ............................................................................................................... 29

4.1.1. Formações dos Grupos ............................................................................................................. 30

4.1.2 Ovariectomia e Colpocitologia ................................................................................................... 30

4.2 TRATAMENTO APLICADO ......................................................................................................................... 32

4.3TREINAMENTO RESISTIDO ......................................................................................................................... 33

4.3.1 Equipamento ............................................................................................................................. 33

4.3.2 Adaptação ................................................................................................................................. 33

4.3.3 Treinamento .............................................................................................................................. 34

4.4 DIETA .................................................................................................................................................. 35

4.4.1 Consumo Alimentar ................................................................................................................... 37

4.5 EUTANÁSIA DOS ANIMAIS ........................................................................................................................ 37

4.6 ANÁLISES DO MATERIAL .......................................................................................................................... 38

4.6.1 Análise Bioquímica .................................................................................................................... 38

4.6.2Procedimentos Histológicos ....................................................................................................... 39

4.6.2.1 Análise Morfoquantitativa ...................................................................................................... 40

4.6.3 Extração do RNA/PCR em tempo Real ........................................................................................ 45

4.7ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................................................................... 48

5. RESULTADOS .............................................................................................................................49

5.1 AVALIAÇÃO DO PERFIL BIOMÉTRICO DAS RATAS ............................................................................................. 49

5.1.1 Início do Protocolo..................................................................................................................... 49

5.1.2 Término do Protocolo ................................................................................................................ 50

5.2 BIOQUÍMICA ......................................................................................................................................... 53

5.3 MORFOLOGIA ....................................................................................................................................... 56

6. DISCUSSÃO ................................................................................................................................64

7. CONCLUSÃO ..............................................................................................................................71

8. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................73

9. ANEXOS ......................................................................................................................................84

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I n t r o d u ç ã o | 1 3

1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento da população é um fenômeno de amplitude mundial.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 1970 e 2025 espera-se um

crescimento de 223% no número de pessoas com mais de 60 anos. O

envelhecimento de uma população está relacionado diretamente à redução no

número de crianças e jovens e ao aumento na proporção de pessoas com 60 anos

ou mais. É previsto que em 2025 o Brasil será o sexto país do mundo em número de

idosos (OMS, 2010).

Dados divulgados pelo IBGE (2012) baseados na Pesquisa Nacional de

Amostra por Domicilio (PNAD) de 2011 mostram que a população da terceira idade

aumentou 7,6% se comparados com 2009. É sabido que a mulher, em média, vive

mais que o homem e isto se devem a vários fatores, principalmente pela proteção

cardiovascular dada pelos hormônios femininos.

O envelhecimento caracteriza uma etapa da vida em que ocorrem modificações

psicológicas, morfológicas, funcionais e bioquímicas, em consequência da ação do

tempo. Essas alterações podem dar origem a doenças múltiplas e crônicas que

afetam progressivamente todos os órgãos (LIMA-COSTA et al, 2003).

Dentre os declínios funcionais do processo de envelhecimento, a menopausa,

caracterizada pela diminuição na produção do estrogênio, é um fator que influencia a

redistribuição de gordura corporal e o metabolismo das lipoproteínas circulantes, e

isso faz das mulheres uma população especialmente suscetível e de grande

interesse para a saúde pública (GRACIA et al., 2005; ALDRIGHI et al., 2005; OMS,

2010).

Estudos realizados por Lins &Sichieri (2001) mostram que durante o processo

de envelhecimento, as mulheres sofrem alterações no perfil metabólico resultando

em modificações na composição e distribuição do tecido adiposo, que favorece não

somente o aumento como também a progressão de eventuais processos

ateroscleróticos.

O tecido adiposo (TA) tem sido identificado nos últimos anos como um órgão

secretor, pois produz e libera vários fatores peptídicos e não peptídicos

denominados adipocinas.

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I n t r o d u ç ã o | 1 4

As adipocinas permitem aos adipócitos iniciar potentes ações de feedback, a

nível da regulação do apetite, ingestão alimentar, utilização da glicose e dispêndio

energético. Contudo a produção destas adipocinas é afetada pela obesidade,

estando relacionada, muito provavelmente, a complicações como a insulino-

resistência, alterações da homeostasia energética, da coagulação e hipertensão

arterial (ARNER, 2001). Cada adipócito produz uma pequena quantidade destas

substâncias (adipocinas), porém, como o tecido adiposo pode ser considerado o

maior órgão do corpo, o pool desses fatores produz um grande impacto nas funções

corporais (FRÜHBECK et al., 2001; TSCHOP & MORRISON, 2001; HAVEL, 2004;

FONSECA-ALANIZ & LIMA, 2006).

É fato que, atualmente a obesidade é considerada um problema de saúde

pública, na maioria dos países economicamente desenvolvidos, estando associada a

uma redução na expectativa de vida. Quanto maior é o grau de obesidade maior o

risco de doenças como diabetes do tipo 2 e doenças cardiovasculares (SHIWAKU et

al., 2004).

Estimativas sugerem que 7 em cada 10 adultos são inativos ou apresentam

falta de condicionamento físico combinado com dieta inadequada, contribuindo para

a epidemia mundial de obesidade (MANSON et al., 2004).

A nutrição é um dos fatores ambientais mais importantes para garantir o bem

estar das pessoas, onde a saúde do indivíduo está estreitamente relacionada aos

seus hábitos alimentares (OMS, 2010; VISSER et al., 2002).

O consumo de proteína de soja em substituição a proteína animal foi descrito

como capaz de reduzir as concentrações séricas de colesterol total, lipoproteínas de

baixa densidade (LDLs), e triglicérides (LARSSON et al., 1978). Evidências

sustentam a teoria de que as proteínas do leite, incluindo as proteínas do soro, além

de seu alto valor biológico, possuem peptídeos bioativos, que atuam como agentes

antimicrobianos, anti-hipertensivos, reguladores da função imune, assim como

fatores de crescimento (SIU & ALWAY et al., 2006). A importância das proteínas do

soro no controle da hipertensão tem sido foco de inúmeras pesquisas.

Estudos demonstram que o treinamento físico pode diminuir os fatores de

riscos associados à doença cardiovascular, como por exemplo, melhora no perfil

lipídico (OLIVEIRA, 2013; MARCHON et al., 2015), na sensibilidade à

insulina(BARBATO et al., 2006;MORVAN et al., 2013; AMARAL et al., 2015), na

intolerância à glicose, no aprimoramento da captação da glicose

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muscular(HOLLOSZY et al., 1986; MORGADO & SCHNEIDER, 1991) e na redução

dos níveis pressóricos em indivíduos obesos e hipertensos (PAFFENBARGER, Jr. et

al., 1991, MARCHON et al., 2015).

O exercício resistido tem sido adotado para populações especiais como,

hipertensos, cardiopatas, diabéticos e indivíduos obesos. No Brasil 10% da

população feminina vive um terço ou mais do total de anos de vida após a

menopausa, e a meta de assistência a essa parcela inclui medidas com foco na

mudança comportamental e investimento de longo prazo na saúde (MS, 1994;

ACSM, 2009; BRAGGION et al, 2016).

Sabendo que a menopausa diminui a disponibilidade de óxido nítrico pela

perda da proteção antioxidante do estrogênio, que a dieta alimentar de acordo com a

origem da fonte proteica consumida está estreitamente relacionado com a saúde do

indivíduo, e que o treinamento físico vem sendo considerada uma importante

intervenção não farmacológica na diminuição dos riscos das DCV’s, a importância

deste trabalho está em analisar o tecido adiposo visceral frente a estes fatores, no

intuito de verificar os efeitos que o mesmo sofre.

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R e v i s ã o d e L i t e r a t u r a | 1 6

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Menopausa

A menopausa é definida como o ponto em que a menstruação cessa

permanentemente em consequência da perda da atividade dos folículos ovarianos.

A transição entre a fase reprodutiva para a fase não reprodutiva é conhecida como

climatério, caracterizado por mudanças biológicas, endócrinas e clínicas, ocorre

normalmente dos 45 aos 60 anos (PEDRO et al., 2003).

Esse evento decorre de alterações nos níveis dos hormônios sexuais

femininos, como a diminuição dos níveis circulantes de estrogênio e progesterona,

concomitante à elevação dos hormônios do folículo estimulante (FSH) e luteinizante

(LH) e é geralmente confirmada quando a mulher não teve um período menstrual por

12 meses consecutivos e na ausência de qualquer outra causa óbvia biológica ou

fisiológica. A menopausa pode ocorrer naturalmente ou ser induzida; a menopausa

natural ocorre como parte do processo de envelhecimento e a menopausa induzida

ocorre como resultado de intervenções médicas, como ovariectomia bilateral ou

danos nos ovários (NAMS, 2000).

Essas alterações endócrinas e sistêmicas ocorrem neste período provocando

diversas modificações psíquicas e físicas na mulher (FERNANDES et al., 2004).

Estas alterações afetam diretamente as funções dos tecidos reprodutivos, assim

como diversos tecidos periféricos que possuem receptores alfa e beta de estrogênio

tais como: tecido adiposo (TA), ossos, músculos esqueléticos e cardíacos e sistema

nervoso central (TSAI et al., 2007; FORYST-LUDWIG & KINTSCHER, 2010).

O declínio nos níveis de estrogênios da mulher no período pós-menopausa

somado a alterações no metabolismo lipídico (ESHTIAGHI, ESTEGHAMATI,

NAKHJAVANI, 2010; OLIVEIRA & MANCINI FILHO, 2015),acentua o aumento da

adiposidade central e o desenvolvimento da obesidade (ORSATT et al., 2008), a

qual atualmente é identificada como fator de risco cardiovascular independente

(HASLAM & JAMES, 2005).

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Na menopausa, a obesidade precipita ou intensifica morbidades como doença

cardiovascular, hipertensão arterial, diabetes mellitus, câncer de mama e de

endométrio.

Segundo pesquisas do IBGE (2012) a obesidade tem aumentado

significativamente ao longo das últimas décadas, com maior prevalência nas

mulheres com idade entre 45 e 64 anos. Esse aumento do peso corporal, após a

menopausa, leva a um redirecionamento dos depósitos de gorduras subcutâneos

para viscerais, estando associado ao aumento do risco de distúrbios metabólicos

(DAVIS et al., 2012; SPRITZER& OPPERMANN, 2013).

Estudos epidemiológicos demonstram que mulheres pós-menopausadas,

quando comparadas aos homens da mesma idade somados a outros fatores de

risco, tem maior prevalência de desenvolver doenças cardíacas (STAMPFER et

al.,1991;PERELLA et al. 2003).

É importante a avaliação da obesidade central ou intra-abdominal, observada

nessa fase de vida, porque está relacionada a alterações metabólicas como

hiperlipidemia e hiperinsulinemia. Acredita-se que a inversão na relação

cintura/quadril decorra de um perfil hormonal androgênico condicionado pelo

hipoestrogenismo próprio da menopausa (NAHAS et al., 1998; DAVIS et al., 2012;

SPRITZER & OPPERMANN, 2013).

Sabe-se que os níveis plasmáticos de estrógeno endógeno alteram os níveis

das lipoproteínas circulantes. Os mecanismos que levam a essa diminuição ainda

não são completamente conhecidos. A concentração sanguínea de lipídios está

associada ao advento do climatério, ao índice de massa corpórea (IMC) e a idade.

Estudos mostram que da pré-menopausa para a pós-menopausa, os níveis séricos

de colesterol total, colesterol LDL e triglicerídeos, podem aumentar (RASKIN DB et

al., 2003; DE LORENZI et al., 2005; OLIVEIRA et al., 2008).

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2.2 Tecido adiposo

O tecido adiposo (TA) num indivíduo eutrófico representa cerca de 20% do seu

peso corpóreo (8 – 18% nos homens e 14 – 28% nas mulheres), constituído por

adipócitos (50%), uma matriz de tecido conjuntivo (fibras colágenas e reticulares),

tecido nervoso, nódulos linfáticos, células imunes (leucócitos e macrófagos), células

do mesênquima, fibroblastos e pré-adipócitos (células precursoras dos adipócitos)

(CINTI, 1999; AHIMA & FILER, 2000). Figura 1

Figura 1 – Constituição do tecido Adiposo.

Fonte: NatureReiews/Immunology1 (Modificado e Traduzido pela autora)

Existem duas variedades de tecido adiposo nos mamíferos apresentando

estrutura fisiológica e patológica diferentes: o tecido adiposo marrom (TAM) e o

tecido adiposo branco (TAB). O tecido adiposo marrom nos primeiros anos de vida

está presente em abundância nas áreas do pescoço, tecido perirrenal e glândulas

suprarrenais. Durante o desenvolvimento do ser humano ocorre uma diminuição

sendo observada na região cervical, paravertebral e subclavicular. Este tecido é

capaz de rápida liberação de energia parecendo ser importante na manutenção da

temperatura do corpo possuindo uma quantidade maior de mitocôndrias e de Ferro

que dá a aparência mais ocre (JUNQUEIRA, 2004; ENERBÄCK, 2009).

1 Disponível em:<http://www.nature.com/nri/journal/v11/n2/fig_tab/nri2921_F2.html#figure-title.

Matriz Extracelular

Adipócitos

Capilar

Pré-Adipócitos

Células T

Macrófagos

Lúmen

do Vaso

Sanguíneo

Vaso

Sanguíneo Fibroblasto

Células

Endoteliais

Células de

Músculo Liso

VascularFONTE: Nature Revieus| Immunology-modificado pela autora.

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R e v i s ã o d e L i t e r a t u r a | 1 9

O tecido adiposo branco se localiza anatomicamente entre o compartimento

subcutâneo e visceral, no tórax (mediastínico) e no abdome (omental, mesentérico,

perirrenal, retroperitoneal, parametrial, periovárico e epididimal). Figura 2

Figura 2– Localização do tecido adiposo no corpo humano.

Fonte: NatureReiews/Immunology2 (Traduzido pela autora)

É o maior e principal reservatório energético do organismo capaz de

armazenar, fornecer energia e auxiliar na proteção mecânica e na termogênese. Nos

últimos 15 anos vem sendo reconhecido como um órgão multifuncional que tem uma

importante função endócrina, produzindo hormônios envolvidos no balanço

energético, nomeado de leptina, secretando fatores envolvidos em uma série de

processos fisiológicos e metabólicos. Desses fatores alguns estão implicados nas

patologias associadas à obesidade, particularmente a resistência à insulina e a

síndrome metabólica (RAJALA & SCHERER, 2003; TRAYHUM, 2004).

Até recentemente, o tecido adiposo era considerado apenas um tecido passivo

para o armazenamento de excesso de energia na forma de gordura, no entanto

2 Disponível em:<HTTP://WWW.nature.com/nri/journal/v11/n2fig_tab/nri2921_F1.html

Tecido Adiposo Medula Óssea

Tecido Adiposo Periadventicial

Tecido Adiposo Perirenal

Tecido Adiposo Epicardico

Tecido Adiposo Subcutâneo

Tecido Adiposo Visceral

Tecido Adiposo Pulmonar

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R e v i s ã o d e L i t e r a t u r a | 2 0

novas pesquisas demonstram que os adipócitos agem como células endócrinas, que

secretam uma multiplicidade de proteínas denominadas atualmente de

ADIPOCINAS, termo universal adotado para descrever a proteína que é secretada e

sintetizada pelo tecido adiposo, sendo esta proteína uma citocina ou não

(TRAYHURN &WOOD, 2004). Atualmente existe mais de 50 adipocinas diferentes

agindo segundo efeitos parácrinos, autócrinos e endócrinos, influenciando o

metabolismo lipídico e a homeostase glicêmica, aumentando os fatores de risco que

levam a doenças cardiovasculares como hipertensão, bem como em alguns

processos trombóticos, inflamatório e aterosclerótico (FANTUZZI, 2005, FONSECA-

ALANIZ et al., 2006).

Dentre as relacionadas com o processo pró-inflamatórias e antiinflamatórias

destacam-se as adipocinas leptina, adiponectina, resistina, e visfatina, bem como

citocinas e quimiocinas, tais como fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), Interleucina

6 (IL-6), proteína quimiotática de monócitos 1 (MCP-1), entre outras (FANTUZZI,

2005).

O aumento do TA na obesidade contribui diretamente para um aumento

da inflamação sistêmica, vários estudos têm estabelecido uma relação entre o

aumento do índice de massa corporal (IMC) e o nível de determinadas proteínas

inflamatórias (BERG & SCHERER, 2005).

Estudos sugerem que os adipócitos hipertrofiados comprimem a vasculatura do

tecido reduzindo a chegada de oxigênio levando à hipóxia e desta forma

contribuindo com a inflamação crônica de baixa intensidade e hipoadiponectinemia,

estimulando a produção de citocinas pró-inflamatórias a fim de aumentar a

angiogênese e o fluxo sanguíneo (TRAYHURN & WOOD, 2004; YE et al., 2007).

Quando comparado o tecido adiposo de indivíduos magros com indivíduos

obesos verificou-se que este expressa aumento da quantidade de proteínas pró-

inflamatórias, como TNF-α, IL-6, iNOS, TGF-β1, proteína C-reativa, ICAM e proteína-

1 quimiotática de monócitos (MCP-1) (HOTAMISLIGIL et al., 1993; SARTIPY, 2003)

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2.2.1Tecido Adiposo: inflamação e estresse oxidativo

O tecido adiposo caracteriza-se como pouco vascularizado e a proporção do

fluxo sanguíneo encontra-se ainda mais reduzida em indivíduos obesos. Com o

processo de expansão do TA que ocorre na obesidade, vários adipócitos tendem a

se afastar dos vasos sanguíneos tornando-se hipóxicos. Esse evento pode levar à

morte dos mesmos por um processo diferenciado que não corresponde inteiramente

nem à necrose, nem a apoptose (CINTI et al., 2005; TRAYHURN e WOOD, 2005).

A hipóxia representa um fator crítico na evolução do estado inflamatório que

ocorre associado à obesidade. É conhecida por atrair e reter macrófagos,

particularmente em tumores e no processo aterosclerótico (CANCELLO et al., 2005).

O aumento do número de macrófagos no TA, geralmente observado na

obesidade, resulta de uma maior infiltração de monócitos circulantes no tecido que

leva à conversão dos pré-adipócitos residentes em macrófagos (CHARRIERE et al.,

2003).

Os macrófagos apresentam estados funcionais que variam de acordo com as

condições do ambiente que os rodeia, podendo manifestar característica pró-

inflamatória (M1) ou antiinflamatória (M2). Assim, macrófagos residentes no TA de

indivíduos obesos encontram-se num estado M1 têm como característica principal a

produção de citocinas pró-inflamatórias como IL-12, IL-6, TNF-α, iNOS, TGF-β,

proteína C reativa, ICAM solúvel e MCP-1(PERREAULT e MARETTE, 2001;

SARTIPY e LOSKUTOFF, 2003; CLÉMENT at. al., 2004).

A alta expressão dessas citocinas resulta em efeitos no metabolismo como, a

produção de TNF-α que diminui diretamente a sensibilidade à insulina e aumenta a

lipólise nos adipócitos (ZHANG et al., 2002).

O TNF-α é um marcador inflamatório associado à adiposidade e a fatores de

risco cardiovascular, sendo produzido pelos adipócitos e por macrófagos existentes

no tecido adiposo (DE FERRANTI e MOZAFFARIAN, 2008).

A IL-6 leva à hipertrigliceridemia in vivo por estimular a lipólise e a secreção de

triglicerídeos hepáticos. As concentrações plasmáticas aumentadas de IL-6

observadas em indivíduos obesos estão positivamente correlacionadas com níveis

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elevados de massa gorda e com o índice de massa corporal (CANCELLO et al.,

2005; LAFONTAN, 2005).

Uma possível redução na quantidade de TA pode levar à diminuição na

ativação dos macrófagos M1 fazendo com que haja redução no processo de

inflamação do TA que ocorre naturalmente no obeso (CLÉMENT at. al., 2004)

A pequena relação que existe entre o aumento do peso corporal com aumento

no processo inflamatório e no estresse oxidativo tem sido amplamente estudada.

Furukawa e colaboradores (2004) observaram que, com o aumento do peso

corporal, ocorrem alterações tais como, aumento da expressão da NADPH oxidase,

aumento na produção de ERO no tecido adiposo e diminuição da expressão de

enzimas antioxidantes.

No desenvolvimento da obesidade, outro fator importante é a formação de

espécies reativas de oxigênio (ERO), o aumento da produção local de citocinas pró-

inflamatórias que ocorrem pela ação de células inflamatórias como neutrófilos e

macrófagos no tecido adiposo de animais e humanos obesos elevam

concomitantemente a produção de ERO. Sendo assim, o estresse oxidativo e a

inflamação no tecido adiposo levam a mudanças importantes no metabolismo

lipídico, no conteúdo do adipócito e na expressão gênica do adipócito (ESPIRITU e

MAZZONE, 2008).

Muitos processos metabólicos celulares aeróbicos produzem ERO, tais como o

superóxido e o peróxido de hidrogênio que reagem com diferentes alvos

intracelulares, incluindo DNA, proteínas e lipídeos (CERUTTI, 1985).

Os efeitos biológicos das ERO são dependentes do aumento e da

concentração dos níveis destas espécies presentes durante o estresse oxidativo. As

células contêm um grande número de antioxidantes para prevenir ou reparar os

danos causados pelas ERO (SHIBANUMA et al., 1988). Níveis baixos são

necessários para o ajuste de vários mecanismos fisiológicos importantes, como a

apoptose, a proliferação celular e a diferenciação celular, enquanto que níveis

aumentados são citotóxicos podendo resultar em danos como aberrações

cromossômicas, carcinogênese, mutações e morte celular. (ALLEN e BALON, 1989;

HOCKENBERY et al., 1993; FINKEL e HOLBROOK, 2000).

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Os antioxidantes encontram-se sob a forma de compostos enzimáticos que

inclui superóxido dismutase (SOD), a catalase, glutationa peroxidase (GPX),

glutationa redutase e glutationa S-transferase, e compostos não enzimáticos que

são adquiridos diretamente da dieta como, por exemplo, Vitamina E (α-tocoferol),

Vitamina A (β-caroteno ), Vitamina C (ácido ascórbico ), polifenóis, selênio e zinco(

LUZet al., 2011)

Na obesidade o consumo inadequado de antioxidantes provenientes da dieta e

a diminuição das defesas antioxidantes dos tecidos podem ser um dos fatores que

alteram a capacitação oxidante dos tecidos em obesos, promovendo estresse

oxidativo e aumento na sensibilidade a peroxidase lipídica quando comparados a

indivíduos saudáveis (FRANÇA, 2013).

2.4 Dieta

A nutrição desempenha papel importante no que diz respeito ao

desenvolvimento de doenças relacionadas ao envelhecimento, com consequências

impactantes na saúde pública, por estarem associadas a uma maior morbidade e

mortalidade. Uma alimentação equilibrada associada ao exercício físico é essencial

para um envelhecimento saudável. Neste processo do envelhecimento os hábitos

alimentares podem afetar o funcionamento de vários órgãos e tecidos influenciando,

favorável ou desfavoravelmente, mudanças na estrutura do organismo (VELLAS,

2009).

Para uma dieta saudável a proteína, macromoléculas formadas por

aminoácidos importantes do organismo, além de atuar como principal componente

estrutural dos músculos e outros tecidos agem como catalisadores biológicos e

hormonais, participam da função imunológica e transporte de substâncias

(hemoglobina), regulam o desenvolvimento celular e são fontes de energia. Ela é um

componente primordial, sendo amplamente estimulado o consumo de dietas

proteicas, nas diferentes fases da vida (HOFFMAN & FALVO 2004; NUNES et al.,

2002).

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Fatores decisivos da qualidade nutricional da proteína de um determinado

alimento são a digestibilidade, que se refere à facilidade do organismo humano em

conseguir digerir a proteína e absorvê-la adequadamente, e a biodisponibilidade,

refere-se à quantidade de aminoácidos efetivamente aproveitada pelo organismo

após a digestão e absorção da proteína (PIRES et al., 2005).

De acordo com Silva Júnior (2015), a paridade da qualidade proteica indicada

por diferentes métodos de avaliação para proteína animal (por exemplo, a do leite de

vaca) e vegetal (por exemplo, a de soja) demonstra notável coerência quando se

trata de atender às necessidades de aminoácidos essenciais nas diferentes etapas

da vida (CALBET E HOLST, 2004).

Em indivíduos que baseiam sua alimentação em proteínas de origem vegetal

em geral possuem um índice de massa corporal inferior e praticam mais exercício.

Isso se deve a diminuição na ingestão de colesterol e gordura saturada, com uma

proporção superior de ácidos graxos poliinsaturados, afetando diretamente o perfil

lipídico desses indivíduos. Os valores séricos do colesterol total e LDL são

sistematicamente inferiores aos de pessoas que tem outro tipo de dieta. Tais hábitos

levam a uma taxa reduzida de mortalidade (COUCEIRO et al., 2008).

As proteínas de origem animal, em destaque as proteínas do leite, incluindo

as proteínas do soro, possuem alto valor biológico e peptídeos bioativos, que atuam

como agentes anti-hipertensivos, antimicrobianos, antioxidantes, reguladores da

função imune, anticancerígenos assim como supressores do crescimento tumoral,

entre outras funções (PARODI, 2007; SAITO, 2008; KORHONEN, 2009; PINA &

ROQUE, 2009).

2.5 Exercício

Atualmente é reconhecida a importância da atividade física para a promoção de

saúde geral e bem-estar nas populações urbanas modernas, particularmente

durante o envelhecimento (CIOLAC et al., 2010).

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Devido aos seus benefícios cardiovasculares e metabólicos, o exercício físico

vem sendo considerado como uma conduta não farmacológica importante no

tratamento de diferentes patologias (NEGRÃO et al.,1998). Pesquisas envolvendo

diferentes tipos de exercício físico têm apresentado modificações benéficas sobre a

composição corporal, o perfil lipídico, a resistência cardiorrespiratória e a diminuição

de risco de doenças crônicas como obesidade, hipertensão, doenças cardíacas,

câncer e diabetes (NIEMAN, 1999; SABIA et al., 2004; FERNANDEZ et al., 2004;

MEDIANO et al., 2005, MARCHON et al., 2013).

Os efeitos benéficos do exercício resistido no sistema músculo-esquelético

podem contribuir para a manutenção das habilidades funcionais e prevenir dores

lombares, osteoporose, sarcopenia que acompanha as quedas, fraturas e

deficiências físicas (FLECK & KRAEMER 1999; WINETT, 2001, BRAGGION, et al.,

2016)

O exercício resistido consegue aumentar o gasto energético basal, o gasto

energético diário total e o gasto energético diário em atividades físicas gerais,

mesmo em pessoas idosas, resultando no aumento da oxidação diária de lipídeos

(HAUSER et al., 2004; FARR et al., 2010).

A perda de peso em pacientes obesos pode melhorar ou prevenir muitos

fatores de risco cardíacos ligados à obesidade. O treinamento com exercícios

resistidos é uma alternativa viável e eficaz para controle de peso, por aumentar a

massa muscular, manter ou aumentar o gasto energético diário e controlar a gordura

corporal, principalmente a gordura visceral mais associada com a síndrome

metabólica (SCHMITZ KH et al., 2003).

Estudos apontam que mulheres na menopausa apresentam redução da massa

mineral óssea e sarcopenia, maior deposição de gordura corporal, alterações no

perfil lipídico, reduzida capacidade oxidativa, aumento da resistência à insulina,

aumento das concentrações de marcadores inflamatórios e de doenças

cardiovasculares (CHAGAS et al., 2015, BRAGGION et al., 2016 ).

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Intervenções não farmacológicas como atividade física podem atenuar esse

quadro, evitando a terapia hormonal substitutiva que pode levar a um aumento do

risco de desenvolvimento de câncer.

A proposta do estudo é investigar os efeitos de diferentes dietas proteicas de

origem animal e vegetal, associadas ao exercício resistido no tecido adiposo visceral

de ratas idosas ovariectomizadas.

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O b j e t i v o s | 2 7

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

O objetivo geral do presente estudo foi investigar os efeitos do treinamento

resistido no tecido adiposo visceral em ratas idosas ovariectomizadas submetidas a

diferentes dietas com proteína de origem vegetal e animal através de análises

bioquímicas, morfoquantitativas e moleculares.

3.2 ObjetivosEspecíficos

Analisar os efeitos da dieta e do treinamento físico resistido nos adipócitos,

interstícios e capilares de ratas Wistar ovariectomizadas sobre os seguintes

parâmetros:

1. Biométricos

Massa corporal dos animais;

Massa do tecido adiposo visceral;

2. Bioquímicos

Glicemia;

Proteínas Totais e Frações;

Triglicérides;

Colesterol total e frações;

Homocisteina;

Proteína C reativa-ultrassensível;

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3. Morfoquantitativas.

Tecido adiposo visceral

Área dos adipócitos;

Diâmetro maior e menor dos adipócitos;

Densidade numérica de adipócitos e capilares;

Densidade de volume dos adipócitos, capilares, interstício.

4. Expressão Gênica para estresse oxidativo

Análise através de Enzimas antioxidativas (Catalase; Glutationa Peroxidase e

Superoxi de Dismutase).

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M a t e r i a i s e M é t o d o s | 2 9

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Delineamento Experimental

O Projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São

Judas Tadeu e aprovado pelo parecer nº A-00610/ 2010 (Anexo).

Para o desenvolvimento dessa pesquisa foram selecionadas 80ratas (Rattus

norvegicus albinus – Rodentia Mammalia), linhagem Wistar, de aproximadamente 20

dias de vida, oriundas do Biotério Central do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB)

da Universidade São Paulo (USP).Todos os animais da pesquisa receberam

cuidados segundo as Normas Nacionais de Vivisseção Animal do Colégio Brasileiro

de Experimentação Animal (COBEA) e em consonância com a Lei Federal n° 11.794

de 8 de Outubro de 2008 em relação à utilização de animais para ensino e pesquisa.

Este estudo foi desenvolvido no biotério da Universidade São Judas Tadeu

(USJT). Os animais foram alojados em caixas coletivas de polipropileno (quatro

animais em cada caixa) providas de bebedouro e comedouro forradas de serragem

estéril (Figura 3). Os animais foram mantidos sob condições ambientais controladas

de temperatura (23°C) e iluminação (ciclo claro/escuro de 12 horas) e tiveram livre

acesso à dieta tradicionalmente oferecida para animais de laboratório (NUVILAB

CR1, NUVITAL Nutrientes LTDA, Curitiba, PR), compostas por proteína

exclusivamente de fontes vegetais. Os animais receberam alimentação e água ad

libitum sem restrições desde o desmame até os 14 meses de idade.

Figura 3–Biotério USJT – Os animais foram acondicionados em caixas coletivas com sistema de

Touch Slim Line interligadas por uma unidade de ventilação Touch Slim.

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M a t e r i a i s e M é t o d o s | 3 0

4.1.1. Formações dos Grupos

A partir dos 6 meses de idade os animais foram divididos em 2 grupos,

ovariectomizados e não ovariectomizados, e aos 14 meses em 8 grupos (8 animais

por grupo) como mostra o quadro a baixo.

Quadro 1 – Divisão dos animais por grupo.

Fonte: Elaborado pela autora

4.1.2 Ovariectomia e Colpocitologia

Para estabelecer a condição de menopausa, 32 ratas foram submetidas ao

processo de ovariectomia.

O procedimento foi realizado aos 6 meses de idade. Inicialmente, todos os

animais foram pesados (balança Ohauss com precisão de 10g). No ato cirúrgico

cada animal dos grupos experimentais foi pesado, anestesiado com uma injeção

xilazina e quetamina (1:1) na proporção 0,20 ml/kg da massa corporal do animal e,

em decúbito lateral, foi realizada a tricotomia. Após a aplicação do álcool iodado no

local, duas pequenas incisões laterais na região do abdome, foram realizadas para

localização dos ovários, ovarioductos e vasos sanguíneos. Estes foram tracionados

GRUPOS

DIE

TA

Não Ovariectomizado ovariectomizado

(n=32) (n=32)

C14M Controle 14 meses CO14M Controle Ovariectomizado 14 meses

Pro

teín

aV

eg

etal

CVS Controle Vegetal Sedentário VOS Vegetal Ovariectomizado Sedentário

CVT Controle Vegetal Treinado VOT Vegetal Ovariectomizado Treinado

Pro

teín

a A

nim

al

CAS Animal Sedentário AOS Animal Ovariectomizado Sedentário

CAT Animal Treinado AOT Animal Ovariectomizado Treinado

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para fora com uma pinça, através da abertura realizada, e com um fio de nylon tech-

lon 4-0, as estruturas foram isoladas, amarradas e removidas bilateralmente. Após a

pele e a parede muscular foram suturadas com fio de nylon tech-lon* 4-0, em

seguida foi aplicado álcool iodado na cicatriz e uma injeção de Benzetacil (1mg/kg)

para evitar riscos de infecção.

As ratas foram deixadas livres em caixas de polipropileno individuais, providas

de bebedouro e comedouro, e mantidas em condições ambientais controladas para

observação por um período de quatro dias (OLSON et al.,1986) como mostra a

figura 4.

Figura 4 – Procedimento da ovariectomia: (a) anestesia, (b) tricotomia e teste de sensibilidade, (c)

incisão lateral na região do abdome, (d) ovário tracionado com pinça e retirado, (e) sutura da

musculatura e da pele, (f) recuperação pós-cirúrgica

A citologia vaginal foi avaliada em duas etapas, antes e 20 dias após a

ovariectomia. A coleta do lavado vaginal da rata foi realizada com o auxílio de uma

micropipeta com solução salina (NaCl a 0,9%), colocado em uma lâmina e

observado em microscópio de luz em aumento de 400X.Foi caracterizado

menopausa quando observado o padrão de células epiteliais (fase diestro)

(MARCONDES et al., 2002; VILELA et al., 2007).

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4.2 Tratamento Aplicado

20

dia

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M a t e r i a i s e M é t o d o s | 3 3

4.3Treinamento Resistido

4.3.1 Equipamento

O equipamento utilizado para a realização do programa de treinamento

resistido foi uma escada vertical confeccionada em madeira com de graus de ferro,

com altura de 110 cm e inclinação de 80° (DUCAN et al., 1998). No topo do

equipamento há uma caixa revestida de jornal para a acomodação dos animais. A

sobrecarga foi realizada por meio de pesos de chumbo fixados à base da cauda do

animal por meio de fita adesiva (Figura 5).

Figura 5 – Equipamentos utilizados no protocolo de treinamento resistido: (a) escada de madeira com

degraus de ferro, (b) pesos de chumbo, (c) agrupamento do peso e fixação à base da cauda do

animal por meio de fita adesiva.

4.3.2 Adaptação

Passado um período de 8 meses após a ovariectomia, que corresponde aos 14

meses de idade, foi iniciado a adaptação prévia ao protocolo de treinamento com

a b

c

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M a t e r i a i s e M é t o d o s | 3 4

duração de uma semana. Nessa etapa, todas as ratas escalaram o equipamento

sem carga, com o objetivo de alcançar a área de descanso no topo da escada. O

procedimento foi repetido 6 vezes por sessão, sendo 3 sessões na semana em dias

intercalados, no final da tarde (adaptado de Lee et al., 2004).

4.3.3 Treinamento

Os animais dos grupos sedentários (CVS, VOS, CAS e AOS) realizaram os

exercícios uma vez por semana sem sobrecarga até sua eutanásia, com o objetivo

de provocar um estresse parecido aos dos grupos treinados (CVT, VOT, CAT e

AOT). O programa de treinamento dos grupos foi baseado no princípio da

sobrecarga com números de repetições e descanso que mais se aproximam do

treinamento em seres humanos. Portanto, a cada duas semanas foi adicionada uma

sobrecarga à sua cauda com os pesos de chumbo.

A sobrecarga inicial foi estabelecida a partir de um percentual (75%) do peso

corporal de cada animal. Semanalmente, os animais foram pesados para correção

da carga inicial caso houvesse alteração no peso animal. O reajuste de incremento

das cargas iniciais para promover a progressão do treinamento foi feito

quinzenalmente, mantendo sempre 75% do peso atualizado tendo sido acrescidas

de mais 10% a cada 2 semanas, como forma de provocar um incremento

progressivo na carga de treino como mostra o quadro 2 (adaptado de Lee et al.,

2004).

Quadro 2 – Progressão de carga de treinamento resistido dos grupos AT, VT, AOT,

VOT.

Fonte: Elaborado pela autora

SEMANAS 1 - 2 3 - 4 5 - 6 7 - 8 9 - 10 11 - 12

PESAGEM Peso 2 Peso 3 Peso 4 Peso 5 Peso 6 Peso Final

INCREMENTO 0 + 10% + 10% + 10% + 10% + 10%

CARGA75% do

peso inicial85% do peso 2

95% do peso 3

105% do peso 4

115% do peso 5

125% do peso 6

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M a t e r i a i s e M é t o d o s | 3 5

Os animais foram treinados 3 vezes por semana, durante 12 semanas. Cada

animal subiu a escada até atingir o topo6 vezes a cada dia de treinamento (Figura

6). A característica do treinamento resistido foi de intensidade moderada (55 a 70%)

do peso corporal.

Figura 6 – Adaptação e Treinamento: (a) adaptação, (b) área de descanso, (c) treinamento.

4.4 Dieta

Os animais foram mantidos desde o desmame até os 14 meses de idade

ingerindo ração adequada, de acordo com as normas do biotério, específica para

ratos de laboratório (seguindo as recomendações do National Research Council e

National Instituteof Health – USA - NRC, 2011) da marca Nuvital (NUVILAB CR1,

Nuvital Nutrientes LTDA, Curitiba, PR).

A partir dos 14 meses de idade, os grupos CVS, CVT, VOS e VOT mantiveram

a mesma ração e os grupos CAS, CAT, AOS e AOT receberam ração à base de

proteína animal da marca Rhoster (AIN-93, Rhosterlab – RhosterLtda), cuja

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composição foi adaptada e especialmente formulada para o presente estudo. As

comparações dos ingredientes das duas dietas e as composições centesimais das

rações encontram-se descritas nos quadros 3 e 4.

Quadro 3 – Comparação dos ingredientes das dietas animal e vegetal oferecidas

aos animais.

Quadro 4–Composição centesimal das rações do estudo por kg de produto.

A ração à base de proteína animal foi introduzida na rotina dos animais

simultaneamente ao início do treinamento resistido, em substituição à ração da

Nuvilab com proteínas vegetais.

Proteína Vegetal* Proteína Animal**

Farelo de milho Milho moído

Farelo de soja Farelo de soja

Farelo de trigo Farelo de trigo

Caseína láctea

Farelo de arroz

Carbonato de cálcio, Fosfato bicálcico Calcário

Melaço em pó

Óleo de soja Óleo de soja

Cloreto de sódio Sal

Sacarose

Premix Vitamínico Mineral, Metionina e Lisina Premix Vitamínico Mineral

FONTE: *Nuvital. Colombo, PR. CNPJ 77 043 511/0001-15; **Rhoster Ind e Com Ltda, Araçoiaba da serra, SP. CNPJ 00 984 201/0001-04

Proteína Vegetal*(%)

Proteína Animal**(%)

Umidade (Máx.) 12,50 7,60

Proteína Bruta (Mín.) 22,00 22,50

Extrato Etéreo (Máx.) 4,00 4,80

Fibra Bruta (Máx.) 8,00 2,76

Matéria Mineral (Máx.) 9,00 7,32

Cálcio (Mín.) 1,40 1,40

Fósforo (Mín.) 0,80 0,80

FONTE: *Nuvital. Colombo, PR. CNPJ 77 043 511/0001-15; **Rhoster Ind e Com Ltda, Araçoiaba da serra, SP. CNPJ 00 984 201/0001-04

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As rações NUVILAB CR1(vegetal) e AIN-93 (animal) contêm em sua

composição 52% de carboidratos, 21% de proteínas e 4% de lipídeos e a ração AIN-

93 é feita à base de proteína de leite de vaca (caseína).

4.4.1 Consumo Alimentar

A alimentação se deu conforme as recomendações do National Research

Council e National Institute of Health – USA, por meio da administração à vontade

através de comedouros suspensos (Figura 7). O consumo alimentar foi controlado

por meio da pesagem semanal da ração ofertada aos animais e, ao final de uma

semana, foi pesado o excedente que ficou na gaiola; sendo o valor consumido

dividido pelo número de animais alojados em cada caixa e pelo número de dias da

semana (7) para ser considerado, então, como média de consumo alimentar em

gramas por animal por dia.

Figura 7 – Ração: (a) proteína animal (AIN-93), (b) comedouro suspenso, (c) proteína vegetal

(NUVILAB CR1).

4.5 Eutanásia dos Animais

Ao término do protocolo experimental os animais foram mantidos em jejum de

doze horas. Os procedimentos foram realizados no período da manhã, sendo os

animais pesados e eutanasiados por decapitação. O procedimento foi realizado no

a cb

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Biotério da USJT seguindo normas de higiene e cuidados para evitar o estresse dos

animais.

O sangue foi coletado com o auxílio de um funil em tubo seco, centrifugado,

aliquotado em eppendorf e armazenado em freezer -80C, para posteriores análises.

Foi realizada uma incisão toraco-abdominal, retirado o tecido adiposo visceral

(perigonadal, retroperitoneal e mesentérico), pesado e colocado em formaldeído

10% tamponado por 24 horas para fixação. Após esse período o material foi

colocado em álcool 70% para conservação do mesmo.

4.6 Análises do Material

4.6.1 Análise Bioquímica

O soro obtido após centrifugação foi utilizado para análise dos parâmetros

bioquímicos dos animais em estudo segundo técnicas tradicionais utilizadas em

laboratórios de Análises Clínicas (MOLINARO, 2010).

Para análise da glicemia foi utilizado método da glicose oxidase, Proteínas

Totais pelo método do biureto modificado, a concentração de albumina pelo método

do verde bromocresol e a globulina calculada pela formula: Proteínas Totais –

Albumina = Globulina. Foram utilizados kits comerciais (Doles Reagentes) e as

leituras obtidas no analisador semi automático BIO-2000 (BIOPLUS) seguindo as

recomendações dos fabricantes. Realizadas no laboratório de análises clínicas do

Núcleo de Estudos Farmacêuticos – 3 (NEF-3) da USJT.

As dosagens de Triglicérides, Colesterol total, HDL-c e gama-glutamil

transferase (Gama-GT) foram realizadas utilizando kits comerciais ELITech EL200

(ELITechGroup vital ® científico) em analisador automatizado FLEXOR-EL200

(ELITechGroup vital ® científico) seguindo as recomendações do fabricante. O VLDL

calculado pela formula: VLDL = triglicérides /5 e o não-HDL-c pela formula: não-

HDL-c = Colesterol Total – HDL-c.

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A Dosagem de Homocisteína e Proteína C Reativa Ultrassensível (PCR-us)

pelo método quimioluminescente utilizando kits comerciais IMMULITE 1000 (DPC)

em analisador automático IMMULITE 1000 (Siemens) seguindo as recomendações

do fabricante. Realizadas no laboratório de análises clínicas da Faculdade de

medicina do ABC (FMABC).

4.6.2Procedimentos Histológicos

Com objetivo de avaliar a morfologia do tecido adiposo visceral, amostras do

tecido foram seccionadas e fixadas em formol tamponado a 10%. Após 24 horas o

tecido foi transferido para uma solução de álcool etílico 70%. Após os tecidos foram

desidratados em sequência crescente de etanol (60%, 70%, 80%, 90%, 3x

absoluto), diafanizados em xilóis (2x) e embebidos em parafina (2x), em seguida

inclusos em parafina.

Foram realizados cortes não seriados de 5μm de espessura dos tecidos em

micrótomo (LUPE) e montagem em lâminas de vidro. Cada lâmina recebeu um total

de 6 cortes. Os cortes de tecido adiposo visceral e do fígado foram corados pelos

métodos da Hematoxilina-Eosina (BEHMER et al., 1975). Foram realizadas análises

da área e diâmetro dos adipócitos, densidades numéricas e de volume de capilares,

adipócitos e interstício. As lâminas coradas foram analisadas em microscópio de luz.

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4.6.2.1 Análise Morfoquantitativa

A captação de imagem foi realizada através de um sistema digital de

processamento e análise de imagens, ao qual está acoplada uma microcâmera de

vídeo Sony que capta as imagens das lâminas histológicas, e as transmite para um

computador equipado com processador Pentium IV e software específico para

análises quantitativas (Axio Vision, Zeiss) (Figura 8).

Figura 8–Captação de imagem: (a) computador acoplado a microcâmera de vídeo Sony; (b) software

Axio Vision Zeiss.

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A morfometria foi realizada através das imagens digitalizadas de maneira semi-

automática, com o referido programa de análise. Para a realização da estereologia

(MANDARIM-DE-LACERDA, 2003), as imagens capturadas foram convertidas para

arquivos JPEG e analisadas com o auxílio do software Image J (versão1. 47 –

National Intitutesof Health) (COLLINS, 2007) (Figura 9).

Figura 9–Imagem dos adipócitos, onde foi sobreposto o grid utilizado para contagem dos adipócitos,

vasos e interstício, com auxílio do software ImageJ.

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Tecido Adiposo

Área (AA) e Diâmetro maior (Dma) dos Adipócitos

A área dos adipócitos (µm2) e diâmetro maior (µm) de cada campo fotográfico

(Figura 10) foram analisados em aumento de 100x, através de fotomicrografias,

sendo seus valores anotados para posteriormente serem utilizados nos tratamentos

estatísticos.

Figura 10 - Fotomicrografia do tecido adiposo visceral do grupo AOS mostrando a mensuração da

área do adipócito. HE, X100Barra: 100 µm.

Densidade Numérica de Adipócitos (Nv[A]) e Capilares (Nv[cap] ) por área

Para a obtenção das densidades numéricas dos adipócitos (Nv[A]) e capilares

(Nv[cap]), foi realizada a contagem direta nas imagens digitalizadas numa área

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delimitada por 4 linhas constituindo um paralelogramo, com lados de 6,0 cm por 4,0

cm, totalizando 24,0 cm2. Foram consideradas as chamadas ―linhas proibidas‖, ou

seja, estruturas que tocavam a linha superior e lateral direita, não eram

consideradas, e as que tocavam a linha inferior e lateral esquerda eram contadas

(GUNDERSEN, 1977). Figura 11

Figura 11 – Fotomicrografia do tecido adiposo visceral do grupo AOS, mostrando a contagem da

densidade numérica dos adipócitos e capilares. X = adipócitos e + = capilares HE, X100.

Densidades de Volume de Adipócitos (Vv[A]), capilares (Vv[cap]) e interstício

(Vv[int]).

A densidade de volume dos adipócitos (Vv[A]), capilares (Vv[cap]) e interstício

(Vv[int]) deve expressar a fração do volume ocupado pelas estruturas em relação ao

volume total da imagem analisada (Figura 12). Para esta análise foi utilizado o

sistema teste, com um total de 130 pontos, que corresponde a 100% da imagem.

Para expressar as densidades de volume de adipócitos, capilares e interstício, as

X

X

X

X

X

XX

X

X

XX

X

XX

++

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M a t e r i a i s e M é t o d o s | 4 4

análises foram realizadas através das contagens dos pontos que coincidam sobre as

estruturas analisadas, sendo os valores apresentados em percentagem

(MANDARIM-DE-LACERDA, 2003).

Figura 12– Fotomicrografia do tecido adiposo visceral do grupo AOS, mostrando o sistema teste

(Grid) aplicado para a contagem da densidade de volume dos adipócitos, capilares e interstício. O =

mostra ponto no interstício, O = mostra ponto no capilar e O = mostra ponto no adipócito. HE, X100.

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M a t e r i a i s e M é t o d o s | 4 5

4.6.3 Extração do RNA/PCR em tempo Real

Preparação das amostras

Inicialmente foi utilizado 0,5mg de tecido adiposo, macerado com o auxílio de

um bastão, e transferido para um tubo tipo ―eppendorf‖ estéril 100mg de tecido

adiposo para 1mL de reagente TRIzol©, que consiste em uma solução monofásica

de fenol e guanidina isotiocianato que rompem as células e mantém a integridade do

RNA.

Seguindo o protocolo do fabricante, o material foi incubado por 5 minutos a

temperatura ambiente e acrescido de 200 mcL de clorofórmio e homogeneizado

vigorosamente (VORTEX). Incubado a temperatura ambiente por mais 3 minutos e

centrifugado em centrifuga refrigerada (-4°C) por 15 minutos a 10.000 rpm. A parte

aquosa foi transferida (RNA) para outro eppendorf e foram acrescentados 500 mcL

de isopropanol. A nova solução foi homogeneizada por inversão e colocada na

geladeira por 30 minutos. Passado esse período novamente ocorreu uma

centrifugação por 10 minutos a 10.000 rpm em centrifuga resfriada (-4°C). O

sobrenadante foi descartado por inversão do tubo tomando o cuidado para não se

perder o pellet. A esse foi acrescentado 1000 mcL de etanol 70% resfriado,

homogeneizado por inversão para desprender o pellet do fundo do tubo, novamente

centrifugado por 5 minutos a 5.000 rpm em centrífuga refrigerada (-4°C). Desprezou-

se o sobrenadante por inversão e retirou-se o excesso de etanol. Por fim, o material

foi secado em centrifuga de ―VÁCUO‖ por 2 minutos. Acrescentou-se 25 mcL de

água Miliq/DEPC. O conteúdo final foi homogeneizado e a concentração de RNA foi

realizada com espectrofotômetro. Após determinação das concentrações, o material

foi armazenado a -800 até o momento das avaliações propostas.

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Síntese de cDNA

As amostras de RNA (1µg inicial) foram convertidas em cDNA utilizando SSIII

FirstStrandqPCRSupermix (Invitrogen, cat no 11752050), segundo o protocolo do

fabricante.

qtRT-PCR:

A expressão dos genes SOD, CAT, PGx 1 e PGx 4 foi avaliada por PCR em

tempo real (qPCR). Os primers específicos para cada gene selecionado foram

desenhados com o auxílio do programa Primer3 Input 0.4.0 software

(http://frodo.wi.mit.edu/primer3/) e as sequências de primers, assim desenhadas,

foram checados quanto a sua especificidade pelo programa Primer-BLAST

(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/tools/primer-blast).

A sequência dos primers desenhados e características de seus amplicons

encontram-se descritos na tabela abaixo:

Tabela 1 – Sequência dos primers.

Tamanho

amplicom

SOD1-F 5' GCGTCATTCACTTCGAGCAG 3'

SOD1-R 5' CCTCTCTTCATCCGCTGGAC 3'191bp

CAT-F 5' GCGGATTCCTGAGAGAGTGG 3'

CAT-R 5' GAGGGTCACGAACTGTGTCA 3'188 bp

GPx1-F 5' CCCGGGACTACACCGAAATG 3'

GPx1-R 5' GTAAAGAGCGGGTGAGCCTT 3'222 bp

GPx4-F 5' CCTCGCAATGAGGCAAAACC 3'

GPx4-R 5' CCCTTGGGCTGGACTTTCAAT 3'249bp

Primes Sequências

SOD - Superóxido dismutase; CAT - Catalase; GPx1 - Glutationa peroxidase-1; GPx4 - Glutationa peroxidase-4; F - sense primer; R - antisense primer.

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M a t e r i a i s e M é t o d o s | 4 7

Para a normalização da expressão relativa dos genes-alvo, serão utilizados

valores de expressão do gene referência GAPDH (gliceraldeído-3-fosfato

desidrogenase).

A padronização inicial das amplificações por PCR em tempo real ocorreu em

um termociclador Applied Biosystems 7500 Real Time PCR Systems (Applied

Biosystems, Foster City, CA, EUA) em um volume final de 15 µL contendo: 1X SYBR

Green mix (Quantitec SYBR Green PCR kit, QIAGEN cat. no. 204054), 10 pmol de

cada primers específico e 2μL cDNA (diluídos inicialmente 10X). Os parâmetros

cíclicos iniciais serão de um passo inicial dehot starta 95 ºC for 10 min, seguido por

40 repetições de 95 ºC por 15 sec e 60 ºC por 25 sec.

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M a t e r i a i s e M é t o d o s | 4 8

4.7Análise Estatística

Para análise estatística todos os resultados foram inicialmente submetidos aos

testes de homogeneidade (teste de Levine) e normalidade. Foi aplicado o teste de

análise de variância (ANOVA) Two-way e post-hoc (Tukey’stest) para as variáveis

com distribuição normal com nível de significância de p<0,05. Foi utilizado o teste de

Kruskal-Wallis quando não foi atendido o pressuposto da homogeneidade (para as

variáveis sem distribuição normal). O nível de confiança adotado foi de 95%. O

programa estatístico utilizado foi o SPSS 21(Statistcal Package for the Social

Sciences – versão 21®). Todos os dados foram expressos pela média acompanhada

do erro padrão da média (Média±EPM).

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R e s u l t a d o s | 4 9

5. RESULTADOS

5.1 Avaliação do perfil biométrico das ratas

5.1.1 Início do Protocolo

Para análise da massa corporal média dos animais ovariectomizados (CO) e

não ovariectomizados (C), foram realizadas pesagem quinzenais, no início do

protocolo (6 meses de idade), até 14 meses de idade.Os resultados obtidos estão

apresentados na figura 13.

Figura 13 – Variação da massa corporal após 8 meses de ovariectomia nos grupos estudados.

Controle 6 meses (C6M), Controle 14 meses (C14M) e Controle ovariectomizado 14 meses (CO14M).

Valores representam média ± erro padrão da média (EPM). ap<0.05 vs C6M;

bp< 0.05 vs C14M.

Ao analisarmos a massa corporal média dos animais, verificamos que o grupo

Controle de 14 meses (C14M) apresentou aumento significante de +11,3%, índice

concordante ao desenvolvimento do animal considerando o período de 8 meses,

muito embora os indivíduos ovariectomizados (CO14M) tenham apresentado nesse

mesmo intervalo um incremento significante de +38,3%, determinando dessa forma

240267

332

0

50

100

150

200

250

300

350

400

C 6M C14M CO14M

Mas

sa C

orp

ora

l (g

)

Meses

Grupos Ovariectomizados e Não Ovariectomizados

a

ab

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R e s u l t a d o s | 5 0

um aumento significante de +24,5% em relação aos animais não ovariectomizados

de 14 meses (C14M). Tais dados indicam a influência da intervenção da

ovariectomia, e, portanto, da depleção hormonal em relação ao incremento médio da

massa corporal dos indivíduos.

Os protocolos de intervenção de ingestão de dietas com proteínas de origem

vegetal ou animal, bem como os de treinamento resistido propostos, foram iniciados

aos 14 meses e findaram aos 17 meses, em todos os grupos experimentais.

5.1.2 Término do Protocolo

As tabelas seguintes apresentam os resultados dos parâmetros estudados nos

vários grupos de animais, sendo seus valores representados pela média e erro

padrão da média.

Massa Corporal

Analisando-se os resultados apresentados na Tabela 2 observamos que, tanto

o grupo de dieta com proteína vegetal como o de dieta com proteína animal

apresentaram redução significante no Δ de massa corporal dos indivíduos CVT e

CAT em relação aos seus pares. Na comparação entre as dietas não houve

diferença significante observada.

Esses dados com relação a essa variável propõem que a intervenção do

treinamento foi eficiente nos animais ovariectomizados que consumiram dieta com

proteína de origem vegetal, e não estabeleceu impacto nos animais

ovariectomizados de dieta com proteína animal, porém foi significante nesse grupo

em relação aos seus controles.

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R e s u l t a d o s | 5 1

Massa tecido adiposo visceral (TAV)

Quanto à massa do tecido adiposo, houve uma tendência ao aumento desse

parâmetro no grupo VOS e VOT quando comparados aos respectivos controles e

aumento significante nos grupos experimentais AOS e AOT quando comparados aos

respectivos controles CAS e CAT, apontando a interferência da ovariectomia sobre

esse aumento, e a ineficácia do treinamento na reversão dessa condição entre os

animais de mesma dieta. (Tabela 02)

Da mesma forma, na comparação entre os diferentes grupos de dieta com

proteína vegetal e/ou animal, embora a ausência de diferenças significantes em

relação a esse parâmetro verificou-se que a ovariectomia promoveu aumento da

massa do tecido adiposo visceral e o treinamento não reverteu esse quadro. (Figura

14)

Figura 14 – Percentual da massa de tecido adiposo g/100g de massa corporal dos grupos

estudados que ingeriram dieta com proteína vegetal e animal. CVS= controle vegetal

sedentário, CVT= controle vegetal treinado, VOS= vegetal ovariectomizado sedentário e

VOT= vegetal ovariectomizado treinado e CAS= controle animal sedentário, CAT= controle

animal treinado, AOS= animal ovariectomizado sedentário e AOT= animal ovariectomizado

treinado Valores representam média ± erro padrão da média (EPM).‡p<0.05 vs CAS, #p<

0.05 vs CAT.

0

2

4

6

8

10

12

CVS CVT VOS VOT CAS CAT AOS AOT

Teci

do

Ad

ipo

so %

Dieta Vegetal Dieta Animal

Massa de Tecido Adiposo g/ 100g de Massa Corporal

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R e s u l t a d o s | 5 2

Tabela 2 – Variáveis biométricas (massas corporal e tecido adiposo visceral) dos animais que ingeriram dieta com proteína de origem vegetal e animal.

MCI-14 (g) 263 ± 6,63 262 ± 7,52 311 ± 13,17 342 ± 11,58 b 277 ± 6,44 266 ± 16,69 340 ± 15,76 ‡ # 332 ± 18,56 #

MCF-17 (g) 304 ± 7,48 260 ± 14,83 316 ± 18,93 341 ± 15,20 b 300 ± 8,22 256 ± 13,17 342 ± 16,57 329 ± 17,72 #

MCF-17 - MCI-14 (g) 41,00 ± 7,97 -2,00 ± 9,43 a 5,00 ± 8,51 a -1,00 ± 6,20 23,00 ± 7,18 -10,00 ± 3,54 ‡ 1,67 ± 4,77 -3,33 ± 2,79

∆% MASSA 15,77 ± 3,09 -0,98 ± 3,65 a 1,36 ± 2,88 a 0,39- ± 1,83 8,39 ± 2,74 -3,47 ± 1,13 ‡ 0,49 ± 1,44 -0,92 ± 0,77

Massa Tecido Adiposo (g) 11,12 ± 1,95 7,58 ± 1,95 23,42 ± 5,67 23,15 ± 3,74 11,56 ± 2,15 11,07 ± 2,35 31,58 ± 4,46 33,71 ± 3,75

Adiposo g/100g massa corporal (%) 3,65 ± 0,61 2,82 ± 0,68 7,09 ± 1,42 6,66 ± 0,70 3,85 ± 0,70 4,21 ± 0,74 9,09 ± 0,89 ‡ # 10,06 ± 0,72 ‡ #

MCI-14: Massa Corporal Inicial 14 meses; MCF-17: Massa Corporal Final 17 meses.

∆% : Delta Percentual da Massa Corporal.

a p <0.05 vs CVS; b p < 0.05 vs CVT; ‡ p <0.05 vs CAS; # p < 0.05 vs CAT.

(n=8) (n=8) (n=8) (n=8)(n=8) (n=8) (n=8) (n=8)

Valores representam média ± erro padrão da média (EPM)

DIETA DE PROTEÍNA VEGETAL

CVS CVT VOS VOT CAS CAT AOS AOT

GRUPOS

DIETA DE PROTEÍNA ANIMAL

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R e s u l t a d o s | 5 3

5.2 Bioquímica

O perfil bioquímico plasmático dos grupos experimentais de dietas com proteína de origem vegetal e animal está

representado na tabela 3.

Tabela 3 - Variáveis bioquímicas dos animais que ingeriram dieta com proteína vegetal e animal nos grupos estudados. Comparação das dietas.

Glicose (mg/dL) 91 ± 2,06 100 ± 18,88 109 ± 12,49 73 ± 8,97 91 ± 2,29 99 ± 2,74 109 ± 15,02 67 ± 4,77

Proteinas Totais (g/dL) 7,51 ± 0,14 7,24 ± 0,42 7,67 ± 0,29 7,70 ± 0,19 7,65 ± 0,14 8,00 ± 0,58 7,84 ± 0,28 7,79 ± 0,20

Albumina (g/dL) 4,41 ± 0,10 4,01 ± 0,23 3,20 ± 0,23 a 4,35 ± 0,13 c 4,79 ± 0,12 3,51 ± 0,10 ‡ C 4,41 ± 0,27 4,51 ± 0,11

Globulina (g/dL) 3,10 ± 0,23 3,23 ± 0,33 4,47 ± 0,35 a 3,35 ± 0,17 c 2,86 ± 0,14 4,47 ± 0,32 C 3,43 ± 0,22 3,28 ± 0,18

Triglicérides (mg/dL) 92 ± 3,57 89 ± 11,11 82 ± 6,12 110 ± 11,76 97 ± 3,12 97 ± 6,98 101 ± 8,67 99 ± 12,58

VLDL (mg/dL) 18,44 ± 0,71 17,72 ± 2,22 16,37 ± 1,22 22,06 ± 2,35 19,36 ± 0,62 19,40 ± 1,40 20,14 ± 1,73 19,72 ± 2,52

Colesterol Total (mg/dL) 72,60 ± 4,89 75,40 ± 10,98 69 ± 6,49 75,14 ± 8,37 72 ± 3,22 94,25 ± 27,01 85,57 ± 8,84 69,38 ± 4,90

HDL-col (mg/dL) 32,20 ± 2,22 27,00 ± 4,85 51,71 ± 5,51 50,10 ± 6,67 b 29,80 ± 1,46 29,50 ± 6,74 55,79 ± 3,12 41,85 ± 4,50

NHDL-col (mg/dL) 40,40 ± 3,34 48,40 ± 9,35 17,29 ± 2,46 25,04 ± 3,76 42,20 ± 2,13 64,75 ± 20,86 29,79 ± 7,37 27,53 ± 4,95 #

Gama-GT (U/L) 46,60 ± 11,07 42,60 ± 17,81 53,67 ± 20,17 55,8 ± 22,00 55,60 ± 10,41 37,00 ± 9,75 34,17 ± 9,84 13,67 ± 3,67

Homocisteina (µmol/L) 11,16 ± 0,71 21,04 ± 2,58 a 8,043 ± 0,74 9,76 ± 1,24 b 12,3 ± 0,46 22,25 ± 2,01 ‡ 8,99 ± 0,68 10,56 ± 0,48 #

PCR-us (mg/L) 0,54 ± 0,24 0,30 ± 0,00 0,30 ± 0,00 0,30 ± 0,00 0,55 ± 0,24 0,30 ± 0,00 0,30 ± 0,00 0,30 ± 0,00

Valores representam média ± erro padrão da média (EPM)

HDL: High density Lipoprotein ; CPK: Creatinofosfoquinase; Gama-GT: Gama-glutamil transferase; PCR-us: Proteina C reativa ultra-sensível.

a p <0.05 vs CVS; b p < 0.05 vs CVT; c p < o.05 vs VOS; ‡ p <0.05 vs CAS; # p < 0.05 vs CAT.

C p <0.05 vs VOS.

GRUPOS

DIETA DE PROTEÍNA VEGETAL DIETA DE PROTEÍNA ANIMAL

CVT VOS VOT CAS CAT AOS AOTCVS

(n=8) (n=8) (n=8)(n=8) (n=8)(n=8) (n=8) (n=8)

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R e s u l t a d o s | 5 4

Glicose

Os dados referentes aos índices glicêmicos nos grupos estudados revelaram

uma tendência ao aumento de seus níveis nos animais sedentários submetidos à

ovariectomia nas duas dietas. Embora não tenha havido diferenças significantes com

relação a esse parâmetro na comparação entre as duas dietas, a intervenção do

treinamento mostrou-se eficaz no ajuste desses índices nos grupos VOT e AOT.

Assim, o treinamento apresentou-se benéfico para os animais

ovariectomizados independentemente da dieta consumida, quanto ao ajuste do perfil

glicêmico.

Proteínas Totais e Frações

Os índices de proteínas totais apresentaram similaridade entre os grupos.

Com relação aos níveis de albumina, verificamos que a ovariectomia no grupo

de dieta com proteína vegetal (VOS) apresentou diminuição significante quando

comparado ao seu controle (CVS) e o treinamento foi eficiente no ajuste dessa

variável.

No grupo com proteína animal (CAT) os níveis de albumina mostraram-se

significantemente reduzidos quando comparado ao grupo sedentário (CAS).

Observou-se que entre as diferentes dietas, os níveis de albuminano grupo

AOS manteve-se na normalidade e no grupo VOS constatou-se redução significante

neste parâmetro.

Perfil Lipídico

Com relação ao perfil lipídico, os valores das concentrações plasmáticas de

colesterol total,triglicéridese VLDL apresentam similaridade entre os grupos

estudados. A fraçãoHDL-c no grupo VOT apresentou aumento,e a NHDL-c no grupo

AOT, diminuição (p<0,05) quando comparados aos seus controles.

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R e s u l t a d o s | 5 5

Gama-GT, Hcy e PCR-us

As concentrações plasmáticas de gama-glutamiltransferase (Gama-GT) nos

animais ovariectomizados treinados de dieta com proteína animal apresentou

tendência à diminuição quando comparado ao seu controle.

Em relação aos níveis de homocisteína, o treinamento, no grupo controle (CVT

e CAT) promoveu aumento significante, quando comparado aos grupos CVS e

CAS,respectivamente.

Não houve diferença significativa entre os grupos no parâmetro de PCR-us,

porém observa-se uma tendência a aumento nos grupos CVS e CAS.

Ao analisarmos os níveis de Gama-GT, Homocisteína e PCR-us não

verificamos entre as dietas, diferenças significantes do ponto de vista estatístico

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R e s u l t a d o s | 5 6

5.3 Morfologia

Área (µm²) ediâmetromaior (µm) dos adipócitos

Os componentes morfológicos do tecido adiposo visceral dos animais

estudados estão representados nas figuras15 e16.

Figura 15–Fotomicrografia do tecido adiposo visceral mostrando a variação no tamanho dos

adipócitos, nos diferentes grupos de animais com ingestão de dieta com proteína de origem vegetal.

Capilares (seta azul), Interstício (seta vermelha) e núcleo (seta verde) HE, X100.Barra: 100 µm

Ao analisarmos os animais controle que ingeriram dieta com proteína vegetal,

verificamos que o treinamento promoveu no grupo controle treinado (CVT) uma

redução significante na área e nodiâmetro maior dos adipócitos quando comparado

ao grupo controle sedentário (CVS), e que a ovariectomia induziu aumento

significante na área e no diâmetro dos adipócitos, quando comparado ao grupo CVS.

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R e s u l t a d o s | 5 7

Observamos também que o treinamento resistido nos animais ovariectomizados

(VOT) proporcionou uma redução significante tanto na área quanto no diâmetro dos

adipócitos, quando comparado ao grupo VOS (Tabela 4, Figuras15, 16 e17).

Figura 16 - Fotomicrografia do tecido adiposo visceral mostrando a variação no tamanho

dos adipócitos, capilares (seta azul), interstício (seta vermelha) e núcleo (seta verde) nos

diferentes grupos de animais com ingestão de dieta com proteína de origem animal. HE,

X100. Barra: 100 µm

Ao avaliarmos os animais que ingeriram dieta com proteína animal, verificamos

que a área e o diâmetro maior dos adipócitos apresentaram comportamentos

semelhantes aos animais que ingeriram dieta com proteína vegetal, isto é, aumento

dos parâmetros citados na ovariectomia e diminuição, dos mesmos no treinamento,

quando comparado aos seus pares (Tabela 4, Figuras 16 e 17).

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R e s u l t a d o s | 5 8

Figura 17– (A) Área dos adipócitos (µm2) e (B) diâmetro maior (µm) dos grupos que ingeriram dieta com

proteína vegetal e animal. CVS= controle vegetal sedentário, CVT= controle vegetal treinado, VOS= vegetal

ovariectomizado sedentário e VOT= vegetal ovariectomizado treinado e CAS= controle animal sedentário, CAT=

controle animal treinado, AOS= animal ovariectomizado sedentário e AOT= animal ovariectomizado treinado

Valores representam média ± erro padrão da média (EPM).

ap<0.05 vs CVS, bp< 0.05 vs CVT, cp< 0.05 vs VOS, ‡p<0.05 vs CAS, #p< 0.05 vsCAT,+p< 0.05 vs AOS.

Ap<0.05 vs CVS, Bp< 0.05 vs CVT, Dp< 0.05 vs VOT

500,00

1500,00

2500,00

3500,00

4500,00

5500,00

6500,00

7500,00

CVS CVT VOS VOT CAS CAT AOS AOT

ÁR

EA (µ

m2

)

ÁREA DOS ADIPÓCITOS

a

ab c

A

B

# *

D

A

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

CVS CVT VOS VOT CAS CAT AOS AOT

DIÂ

MET

RO

MA

IOR

(µm

)

GRUPOS

DIÂMETRO MAIOR DOS ADIPÓCITOS

A

B

D

a

a

b c

# *

B

Dieta Vegetal Dieta Animal

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R e s u l t a d o s | 5 9

Densidades numérica de adipócitos (Nv[A]) e capilares (Nv[CAP]) por

área

Ao analisarmos os parâmetros densidades numérica de adipócitos e capilares

por área, verificamos que o treinamento resistido, no grupo de dieta com proteína

vegetal, promoveu aumento significante tanto no número de capilares quanto no

número de adipócitos, quando comparados ao grupo CVS. A ovariectomia promoveu

redução significante no número de adipócitos e capilares, quando comparado a seus

pares e o treinamento não promoveu alteração nestes parâmetros. (Tabela 4 e

Figura 18)

Figura 18– Densidade numérica de adipócitos e capilares por área dos grupos estudados. CVS=

controle vegetal sedentário, CVT= controle vegetal treinado, VOS= vegetal ovariectomizado

sedentário e VOT= vegetal ovariectomizado treinado e CAS= controle animal sedentário, CAT=

controle animal treinado, AOS= animal ovariectomizado sedentário e AOT= animal ovariectomizado

treinado Valores representam média ± erro padrão da média (EPM).

ap<0.05 vs CVS, bp< 0.05 vs CVT, cp< 0.05 vs VOS, ‡p<0.05 vs CAS, #p< 0.05 vsCAT,+p< 0.05 vs

AOS.Ap<0.05 vs CVS, Bp< 0.05 vs CVT, Cp< 0.05 vs VOS

a

a b ‡#

a

a b‡ # *

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

CVS CVT VOS VOT CAS CAT AOS AOT

De

nsi

dad

e N

um

éri

ca/Á

rea

GRUPOS

Densidade Numérica de Adipocitos e Capilares por Área

Adipócitos Capilares

AB

B C

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R e s u l t a d o s | 6 0

Verificou-se que a ovariectomia no grupo dieta com proteína animal (AOS)

promoveu redução na densidade numérica de adipócitos e capilares, quando

comparado ao grupo controle (CAS), e que o treinamento (AOT) promoveu aumento

significante no número de capilares.

Ao compararmos as dietas observamos que a dieta com proteína vegetal, no

grupo controle, apresentou aumento significante no número de adipócitos e capilares

quando comparado à dieta animal e que a ovariectomia, em ambas as dietas,

promoveu diminuição significante no número de adipócitos. Verificamos também que

os animais ovariectomizados com dieta animal reduziram significativamente a

densidade numérica de capilares ao compararmos aos animais com dieta com

proteína vegetal. (Tabela 4 e Figura 18)

Densidadesde volume dos adipócitos, capilares e interstício (%)

Figura 19– Densidade de volume dos adipócitos, capilares e interstício dos grupos estudados. CVS=

controle vegetal sedentário, CVT= controle vegetal treinado, VOS= vegetal ovariectomizado

sedentário e VOT= vegetal ovariectomizado treinado e CAS= controle animal sedentário, CAT=

controle animal treinado, AOS= animal ovariectomizado sedentário e AOT= animal ovariectomizado

treinado. Valores representam média ± erro padrão da média (EPM).

a p<0.05 vs CVS, b p< 0.05 vs CVT, ‡ p<0.05 vs CAS, # p< 0.05 vs CAT,+ p< 0.05 vs AOS.A p<0.05

vs CVS, B p< 0.05 vs CVT, C p< 0.05 vs VOS; D p< 0.05 vs VOT

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

CVS CVT VOS VOT CAS CAT AOS AOT

De

nsi

dad

e d

e V

olu

me

%

GRUPOS

Densidades de volume dos adipócitos, capilares e interstício

ADIPOSO CAPILAR INTERSTICIO

a b BC

D

D

# *

# *

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R e s u l t a d o s | 6 1

Ao analisarmos os animais que ingeriram dieta com proteína vegetal

verificamos que o treinamento, no grupo CVT, promoveu uma redução significante

na densidade de volume dos adipócitos (-7%) e aumento significante nos capilares

(+94%) e interstício (+37%), quando comparados ao grupo CVS. Verificamos

também que a ovariectomia (VOS) não produziu alterações nestes parâmetros.

Quanto aos animais que receberam dieta com proteína animal, observamos

que o treinamento (CAT) não promoveu alterações significantes na densidade de

volume dos adipócitos, interstício e capilares, quando comparados ao grupo CAS.

Observamos entretanto que a ovariectomia (AOS) promoveu aumento

significante na densidade de volume de adipócitos (+7%) e diminuição nos capilares

(-63%) e no interstício (-32%), quando comparados ao grupo CAS. Quanto ao

treinamento (AOT) não foram observadas alterações significantes nas densidades

de volume dos adipócitos, capilares e interstício quando comparados ao grupo AOS,

(Tabela 4 e Figura 19).

Ao compararmos as dietas verificamos que na dieta com proteína animal,

tanto a ovariectomia quanto o treinamento, promoveramaumento na densidade de

volume de adipócitos e redução de capilares e intersticio quando comparado com a

dieta vegetal.

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Tabela 4–Variáveis morfométricas dos animais que ingeriram dieta com proteína vegetal e animal nos grupos estudados. Comparação das dietas.

Ao compararmos as dietas estudadas verificamos que a ovariectomia, em ambas as dietas,promoveu aumento na área e no

diâmetro maior dos adipócitos, diminuição nas densidades numéricas dos adipócitos e capilares, sendo estes resultados mais

acentuados na dieta com proteína de origem animal, e que o treinamento teve maior sucesso na dieta de origem animal do que na

vegetal(Tabela 4 figura 18 e 19).

AA (µm2) 4537,23 ± 51,99 3128,25 ± 33,61 a 6828,29 ± 109,46 a 6451,35 ± 125,37 b c A 5697,42 ± 79,65 B 4579,85 ± 69,77 ‡ 7095,47 ± 138,09 ‡ D 5616,66 ± 88,56 # +

Dma (µm) 86,50 ± 0,54 71,85 ± 0,42 a 107,55 ± 1,25 a 101,81 ± 1,06 b c A 97,18 ± 0,77 B 87,45 ± 0,69 ‡ 110,08 ± 1,16 ‡ D 96,45 ± 0,82 # +

Nv[A]/área 17,42 ± 0,36 19,05 ± 0,47 a 11,85 ± 0,34 a 11,20 ± 0,44 b A 13,55 ± 0,38 B 15,07 ± 0,50 11,06 ± 0,38 ‡ 12,68 ± 0,49 #

Nv[cap]/área 2,26 ± 0,09 3,86 ± 0,17 a 1,52 ± 0,08 a 1,74 ± 0,09 b 2,00 ± 0,11 B 2,40 ± 0,13 C 0,68 ± 0,10 ‡ 1,40 ± 0,10 # +

Vv[A] (%) 86,53 ± 0,34 80,63 ± 0,49 a 87,50 ± 0,33 86,00 ± 0,43 b A 83,92 ± 0,51 B 84,72 ± 0,45 C 89,63 ± 0,34 ‡ D 89,37 ± 0,37 #+

Vv[cap] (%) 1,64 ± 0,12 3,18 ± 0,20 a 1,47 ± 1,13 1,55 ± 0,13 b 1,90 ± 0,15 B 1,73 ± 0,20 C 0,71 ± 0,10 ‡ 1,25 ± 0,11

Vv[int] (%) 11,82 ± 0,29 16,19 ± 0,39 a 11,03 ± 0,31 12,45 ± 0,39 b A 14,18 ± 0,46 B 13,55 ± 0,44 C 9,66 ± 0,34 ‡ D 9,40 ± 0,37 #

Valores representam média ± erro padrão da média (EPM).

AA: Área do Adipócito; Dma: Diâmetro Maior do Adipócito; Nv[A]: Densidade Numérica dos Adipócitos; Nv[cap]: Densidade Numérica de Capilares; Vv[A]: Densidade de Volume dos Adipócitos;

Vv[cap]: Densidade de Volume dos Capilares; Vv[int]: Densidade de Volume de Interstício. Área = 24 cm2

a p <0.05 vs CVS; b p < 0.05 vs CVT; c p < o.05 vs VOS; ‡ p <0.05 vs CAS; # p < 0.05 vs CAT; + p< 0.05 vs AOS

A p <0.05 vs CVS; B p < 0.05 vs CVT; C p < 0.05 vs VOS; D p < 0.05 vs VOT.

(n = 05) (n = 05) (n = 05)(n = 05) (n = 05) (n = 05) (n = 05) (n = 05)

GRUPOS

DIETA DE PROTEÍNA VEGETAL DIETA DE PROTEÍNA ANIMAL

CVS CVT VOS VOT CAS CAT AOS AOT

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Variáveis analisadas por qtRT-PCR (expressão gênica)

Ao analisar a associação entre tipo de dieta, variáveis de expressão gênica

(glutationa isoformas 1 e 4 – Gpx, catalase – CAT e superóxido dismutase - SOD) e

atividade física verificamos que há diferenças na expressão de glutationa isoforma 4

(Gpx4) tanto em relação ao treinamento quanto ao tipo de dieta (p=0.007) e há

também em relação a expressão de superóxido dismutase (SOD) (p=0.008). A

tabela 5 a seguir mostra os resultados obtidos em relação às expressões gênicas

com tipo de treinamento e dieta.

Tabela 5 - Estimativa pontual e estimativa intervalar entre tipo de dieta, atividade física e expressão dos genes glutationa (Gpx-1 e Gpx-4), catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD).

IC95%: Intervalo de 95%. * Kruskal-Wallis

Variáveis

Treinamento

p*Sedentário Treinado

Vegetal Animal Vegetal Animal

Mediana (IC95%)

Gpx4 31,42 (29,18 – 33,18) 26,85 (25,12-28,73) 31,35 (27,2 – 35,03) 28,71 (26,54 – 32,02) 0,007

Gpx1 29,96 (29,10 – 32,70) 27,10 (25,32 – 31,14) 31,46(26,14 – 36,29) 28,03 (26,13 -30,84) 0,107

CAT 26,76 (24,46 – 29,01) 22,65(21,44 – 24,97) 25,74 (21,55 – 35,95) 24,87 (21,82 – 27,62) 0,079

SOD 29,31 (26,45 – 31,40) 25,43 (24,82-26,89) 30,22(26,29 – 37,68) 27,03 (25,35 -31,40) 0,008

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6. DISCUSSÃO

Parâmetros Biométricos

Massa corporal e tecido adiposo visceral

O aumento da massa corporal, registrado nos estudos com idosos de

Campos et al. (2006) e Mazo et al. (2007) e na revisão realizada por Woodrow

(2009), é apontado como alteração de importância na análise da composição

corporal no envelhecimento e suas consequências para a saúde.

As modificações na composição corporal de mulheres na menopausa são

atribuídas tanto às alterações endócrinas causadas pelo declínio da atividade

ovariana (CARR, 2003) quanto a idade, apesar de dados controversos na literatura

(TREMOLLIERES et al., 1996; DOUCHI et al., 2002), é citada, também, como fator

importante na variação da composição corporal desta população.

Similarmente aos resultados obtidos por Douchi et al. (2002), nossos dados

mostraram a idade como importante variável no aumento e redistribuição da gordura

corporal, e que o incremento na massa corporal se apresentou mais efetivo nos

animais submetidos à ovariectomia, sugerindo dessa maneira a influência da

depleção hormonal sobre essa variável, resultado também verificado nos estudos de

Lins &Sichieri (2001) e de Donato et al. (2006) em pesquisa de corte transversal com

mulheres pós-menopausadas. Os autores relacionaram a baixa produção dos

hormônios ovarianos no estabelecimento da menopausa, ao ganho de massa

corporal.

O envelhecimento também é atrelado ao comprometimento funcional

decorrente das alterações da massa corporal relacionadas à força e à potência

muscular, como destacaram Andrade & Matsudo (2010) em estudo com população

feminina.

Em estudo na musculatura esquelética de animais ovariectomizados com

modelo dieta/exercício, Braggion et al. (2016) sugeriram que o aumento da massa

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corporal poderia estar associado também a alterações no arranjo das fibras

musculares esqueléticas condicionada pelo envelhecimento, fonte de proteína e

exercício.

Recente pesquisa com mulheres brasileiras na pós-menopausa realizada por

Steiner et al. (2015), e estudos de Herbert et al. (2003) em mulheres americanas

entre 50 e 79 anos, apontam que o sobrepeso se mostrou inversamente

proporcional ao consumo de proteínas.

Tal fato reporta ao trabalho de Gordon et al. (2008) ao submeter mulheres

obesas pós-menopausadas a dietas hipo e hiperproteicas demonstrando que,

embora não tenha havido diferenças em relação à perda de peso entre elas, o grupo

que consumiu mais proteína apresentou menor perda de massa magra.

Messier et al. (2011) também analisou as alterações no perfil biofísico

feminino pós-menopausa exibidas pela redução dos componentes da massa isenta

de gordura, assim como o aumento nos níveis de adiposidade total, revelado por

Kuczmarski et al. (2010) em seu artigo de revisão.

Esses dados da literatura ajustam-se diretamente aos nossos resultados, uma

vez que houve aumento de massa corporal e do tecido adiposo visceral dos animais

ovariectomizados nas duas dietas, embora tenha sido mais efetivo nos indivíduos

submetidos à dieta com proteína animal.

Parâmetros Bioquímicos

As alterações na composição corporal, associadas à idade, contribuem

efetivamente para o processo de dislipidemia (CABRERA 2001; GOBAL and MEHTA

2010), que de acordo coma Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC (2001)

enfoca quatro situações distintas que são: aumento nos níveis do colesterol total

(hipercolesterolemia), aumento nos níveis dos triglicerídeos (hipertrigliceridemia

isolada), aumento nos níveis do colesterol total e dos triglicerídeos (hiperlipidemia

mista), diminuição do HDL isoladamente ou com associação ao aumento do LDL

e/ou dos triglicerídeos.

Dessa maneira, o acompanhamento desses valores no organismo idoso

torna-se fundamental, já que a baixa concentração de HDL-c, assim como a alta

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concentração de LDL-c são consideradas fatores de risco para o desenvolvimento

da aterosclerose e doenças cardiovasculares (BREWER, 2011).

Sabe-se que os níveis de lipoproteínas plasmáticas podem ser influenciados

por modificações na composição corporal, níveis hormonais, dieta e pela atividade

física, sendo que níveis mais elevados de atividade física estão associados a um

menor perfil aterogênico de lipoproteínas (COUILLARD et al., 2001; KRAUS et al.,

2002; SONDERGAARD et al., 2011; THANASSOULIS, et al., 2012).

Rodrigues & Chagas (2015) analisando a relação entre a composição corporal

e o perfil lipídico - glicêmico de mulheres sedentárias na pós–menopausa, sugerem

que o envelhecimento seja o fator de maior impacto sobre as alterações nos níveis

lipídicos dessa população. Nesse sentido, estudos de Janssen et al (2008), Cho et

al. (2009) e de Eshtiaghi et al. (2010) apontaram a menopausa como preditor

independente para a síndrome metabólica, fato reforçado pela análise de vários

estudos sobre a prevalência dessas alterações na transição menopáusica presente

na revisão sistemática de Mendes et al. (2012).

Em nosso trabalho, os resultados bioquímicos apontaram aumento na

glicemia nas ratas idosas ovariectomizadas sedentárias, concordando com os

autores supracitados, e ajustada com a intervenção do treinamento, corroborando

com as pesquisas de Roussel et al. (2009), Bateman et al. (2011), Gremeaux et al.

(2012) e Choi (2012) que mensuraram o impacto do exercício físico em mulheres

menopausadas sedentárias sobre as variáveis metabólicas plasmáticas.

A literatura aponta que a elevação das concentrações sanguíneas de glicose

caracteriza-se por ser um fator de risco independente para os eventos

cardiovasculares (SPOSITO et al., 2007) assim, intervenções como o exercício e a

dieta parecem contribuir para a minimização desse panorama.

O efeito deletério da menopausa sobre as variáveis hemodinâmicas também

foi apontado nos trabalhos de Fahlman et al. (2002); Correa et al. (2014) e de

Chagas et al. (2015), antagonicamente aos nossos resultados onde os níveis de

HDL-col mostraram-se significantemente aumentados nos indivíduos

ovariectomizados tanto sedentários, como treinados.

Nossos dados mostraram aumento da homocisteína no grupo de animais de

controle treinado, diferentemente dos resultados mostrados nos trabalhos de Vincent

et al. (2006) e Okura et al. (2007), que associaram o efeito benéfico do exercício

físico à redução dos níveis de homocisteína no sangue.

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Tais resultados divergentes da literatura consultada podem estar relacionados

ao modelo proposto, uma vez que os autores trabalharam com mulheres idosas e

menopausadas, enquanto que em nosso estudo foi utilizado um modelo animal com

indução da menopausa pela ovariectomia. Outro fator que pode ter interferido foi o

tipo de exercício aplicado e o tempo de intervenção que também foram diferentes

nos trabalhos consultados.

Quanto às demais variáveis bioquímicas analisadas, triglicérides, colesterol

total, NHDL-col, PCR-us não foram registradas variações significantes.

Importantes estudos têm dado ênfase aos efeitos positivos do exercício

sobre os parâmetros biométricos e bioquímicos no envelhecimento, como o de

Martins et al. (2010) envolvendo homens e mulheres idosos sedentários em um

programa de treinamento aeróbico e de força por um período de 16 semanas que

obteve benefícios significativos nos indicadores de saúde desse grupo. Bateman et

al. (2011) estabelecendo a comparação entre a eficácia do treinamento aeróbico em

relação ao treinamento resistido, e ainda sua combinação em indivíduos dos dois

gêneros entre 18 e 70 anos de idade, apontou a maior eficiência do treinamento

aeróbico na melhoria da saúde cardiometabólica. Estudo realizado com 15 mulheres

idosas com idade entre 70-87 anos utilizando exercícios resistidos para demonstrar

a melhora no perfil lipídico durante 10 semanas pode confirmar um aumento do

colesterol HDL e diminuição de triglicerídeos e menor colesterol LDL e colesterol

total em comparação com o grupo controle (FAHLMAN et al., 2002), indicando que

os exercícios resistidos também atuam positivamente sobre o perfil lipídico.

Wang et al. (2014) aplicando exercícios de resistência em mulheres

menopausadas durante 12 semanas, verificaram melhora significante nos resultados

obtidos em relação às variáveis biométricas e bioquímicas.Seguindo o mesmo

raciocínio, Friedenreich et al. (2015) observaram a eficácia do exercício aeróbico

moderado e vigoroso na gordura corporal de indivíduos femininos na menopausa.

A integração da dieta pode potencializar os inegáveis benefícios do

treinamento, como sugeriu Lavoie et al. (2013) em trabalho com mulheres

menopausadas quanto ao controle do risco cardiometabólico, que revelou a atuação

positiva dessas duas intervenções associadas.

Tal integração de dieta e exercício mostrou-se igualmente relevante no

trabalho de Braggion et al. (2016) sobre a musculatura estriada esquelética e foi

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confirmado pelos nossos grupos treinados pois, os animais ovariectomizados

treinados exibiram melhores ajustes glicêmicos independentes da dieta consumida.

Expressão gênica

Em relação aos parâmetros de expressão gênica avaliados nesse estudo,

verificamos que tanto a dieta com proteína animal quanto a dieta com proteína

vegetal são capazes de alterar a expressão de glutationa isoforma 4 (Gpx4) e

superóxido dismutase (SOD). Isso ocorre na ausência e na presença do protocolo de

exercício físico entre os animais estudados. A verificação de que diferentes dietas

podem atuar na função enzimática do sistema antioxidante foi verificada na literatura

(VAZQUEZ et al., 2011). Interessantemente, os autores relatam a influência tanto da

dieta ovo-láctea-vegetariana quanto do exercício na atividade das enzimas SOD e

catalase

A importância de se diminuir o estresse oxidativo a partir de uma dieta

combinada com exercício físico pode ser alvo de estudos que envolvam a fadiga

muscular e a gênese de diversas patologias como as cardiovasculares e vários tipos

de cânceres, além da aceleração do envelhecimento (DIVISI et al., 2006)

Dessa maneira, nossos achados podem contribuir para avaliação da

combinação dieta e exercícios no sistema antioxidante.

O estresse oxidativo ocorre, entre outras causas, quando o sistema de defesa

antioxidante não é capaz de neutralizar a ação das espécies reativas de oxigênio,

seja por sua depleção ou por sua deficiência. Como consequência, os sistemas

biológicos expostos ao estresse oxidativo podem sofrer citotoxicidade, mutações e

aberrações cromossômicas, entre outros efeitos. Para manter a homeostase

oxidativa, o organismo desenvolve mecanismos de defesa antioxidantes endógeno,

tais como as enzimas catalase, superóxido dismutase e glutationa peroxidase.

(SKJELBRED et al., 2007)

Nossos resultados verificaram que, além da superóxido dismutase, também a

GPX4 sofrem influência em suas expressões quando combinamos exercício e dieta.

Talvez, o maior ganho dessa associação seja verificado quando se propõem avaliar

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o sistema antioxidante a partir da regulação gênica e não somente pela atividade

enzimática. A maioria dos trabalhos relatados mostra a ação supracitada na

atividade da enzima que compõem o esquema antioxidante. Muito pouco é relatado

na modulação gênica da expressão do complexo enzimático.

Análises morfoquantitativas

Os adipócitos são constituídos por um núcleo localizado na periferia da célula,

em uma gota lipídica (triacilglicerol) contida no interior do citoplasma, ocupando

cerca de 85 - 90% do citoplasma. Desta forma o tamanho (área e diâmetro) e

número de adipócitos podem variar dependendo da quantidade de TG armazenado

na célula.

Ao avaliarmos as diferentes dietas proteicas estudadas, verificamos que, em

ambas, a ovariectomia (VOS e AOS) induziu aumento de massa de tecido adiposo e

consequentemente hipertrofia dos adipócitos (aumento da área e diâmetro dos

adipócitos), quando comparado ao grupo controle e que o treinamento (VOT e AOT)

mostrou-se efetivo na redução destes parâmetros.

Corroboram com nossos resultados, Domingos e colaboradores (2012),

estudando ratas ovariectomizadas que realizaram exercício resistido, onde os

autores relacionaram a redução do tamanho dos adipócitos e do estoque de gordura

abdominal visceral com a supressão da síntese dos ácidos graxos do tecido adiposo

visceral e melhora de sua oxidação. Dados semelhantes foram encontrados por

Guerra (2004), em ratos adultos normais e hipercolesterolêmicos que realizaram

exercício contínuo moderado.

Weyer (2000), estudando adipócitos de humanos com tolerância a glicose e

diabetes, observou através de eletronmicrografias, que o tamanho dos adipócitos

nos indivíduos com diabetes era 19% maior quando comparados aos indivíduos que

não apresentavam tolerância à glicose ou diabetes.

Nossos estudos também observaram diminuição nas densidades numérica e

de volume de adipócitos e capilares na ovariectomia, sendo estes resultados mais

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acentuados na dieta com proteína animal e que o treinamento reverteu o processo,

tendo maior sucesso na dieta com proteína animal do que na dieta com proteína

vegetal.

Dados semelhantes foram encontrados em estudos com ratos obesos, onde

os autores sugerem que os adipócitos hipertrofiados comprimem a vasculatura do

tecido reduzindo a chegada de oxigênio levando à hipóxia e desta forma

contribuindo com a inflamação crônica de baixa intensidade e hipoadiponectinemia,

estimulando a produção de citocinas pró-inflamatórias a fim de aumentar a

angiogênese e o fluxo sanguíneo (TRAYHURN & WOOD, 2004; YE et al., 2007).

Esses achados vãos de encontro a diversos estudos que relacionam as

mudanças hormonais decorrentes da menopausa associadas a ganho de peso,

especialmente de tecido adiposo visceral (MALTAIS et al., 2009; CAROSIO et al.,

2011; KIM et al., 2012).A privação dos hormônios ovarianos associado ao aumento

do depósito de tecido adiposo visceral leva a hipertrofia dos adipócitos, hipóxia,

morte celular, infiltração de células imunes e alteração no metabolismo e estoque de

ácidos graxos, consequentemente, aumento da expressão de IL-6, IL-8, MCP-1,

(STRISSEL et al., 2010) e secreção de adipocinas, associadas a diversas doenças,

tais como diabetes tipo 2 e resistência à insulina(WEYER, 2000; PEREIRA et al.,

2003)

Sabe-se que o tecido adiposo visceral apresenta capacidade de adaptação

frente à restrição ou aumento de nutrientes. Esta flexibilidade caracteriza-se na

hipertrofia e hiperplasticidade dos adipócitos determinando sua saúde metabólica

(VIRTUE & VIDAL-PUIG, 2008).

SKURK et al. (2007), estudando a relação entre tamanho dos adipócitos e

expressão e secreção de adipocinas, revelaram que na hipertrofia a secreção de

adipocinas encontra-se diminuída, favorecendo o processo inflamatório no tecido

adiposo em humanos.

No envelhecimento vários fatores como obesidade, aumento de tecido adiposo

visceral, infecções, inatividade física, declínio de hormônios sexuais e alterações na

interação hospedeiro-microbiota ao nível do intestino, podem influenciar, de forma

negativa, os níveis de mediadores inflamatórios circulantes (CANDORE et al., 2006;

KRABBE & BRUUNSGAARD, 2004).

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7. CONCLUSÃO

Osresultados obtidos neste trabalho mostram que:

1- Na ausência dos hormônios ovarianos, a massa corporal em ambas as dietas,

aumentou significantemente e o treinamento foi eficiente na redução da

massa corporal nos animais que consumiram dieta com proteína vegetal e

não estabeleceu impacto nos animais de dieta com proteína animal,

2- A ovariectomia promoveu, no grupo de animais que ingeriram proteína animal,

aumento significante do tecido adiposo visceral e uma tendência ao aumento

nos grupos com ingestão de proteína vegetal, quando comparados aos seus

pares e o treinamento foi ineficaz na reversão dessa condição,entre os

animais de mesma dieta,

3- Quanto aos parâmetros bioquímicos verificamos que a ovariectomia mostrou

uma tendência ao aumento nos níveis glicêmicos em ambas as dietas e que o

treinamento mostrou-se eficaz no ajuste desses índices, quanto às demais

variáveis bioquímicas analisadas, triglicérides, colesterol total, NHDL-col,

PCR-us, não foram registradas variações significantes,

4- Ambas as dietas influenciaram aumento da expressão dos genes do sistema

antioxidante GPX4 e SOD.

5- Quanto à morfologia do tecido adiposo verificamos uma hipertrofia dos

adipócitos mais acentuada na dieta com proteína animal.Ao compararmos as

dietas verificamos que na dieta com proteína animal, tanto a ovariectomia

quanto o treinamento, promoveram aumento na densidade de volume de

adipócitos e redução de capilares e intersticio quando comparado com a dieta

vegetal.

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6- Sumarizando

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R e f e r ê n c i a s 7 3

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9. ANEXOS

ANEXO 1 - Parecer de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa