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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS RENATO NEDER APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL, ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM E GESTÃO DO CONHECIMENTO: inter-relações, fronteiras e frentes de pesquisa São Paulo - SP 2016

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

RENATO NEDER

APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL, ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM E

GESTÃO DO CONHECIMENTO: inter-relações, fronteiras e frentes de pesquisa

São Paulo - SP

2016

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RENATO NEDER

APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL, ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM E

GESTÃO DO CONHECIMENTO: inter-relações, fronteiras e frentes de pesquisa

Tese de doutorado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Administração de Empresas

da Universidade Presbiteriana Mackenzie como

requisito para a obtenção do título de Doutor em

Administração de Empresas.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Diógenes de Souza Bido

São Paulo - SP

2016

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N371a Neder, Renato

Aprendizagem organizacional, organizações que aprendem

e gestão do conhecimento: inter-relações, fronteiras e frentes

de pesquisa / Renato Neder - 2016.

151 f: il. ; 30 cm

Tese (Doutorado em Administração de Empresas)

Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2016.

Orientação: Prof. Dr. Diógenes de Souza Bido

Bibliografia: f. 97-102

1. Aprendizagem organizacional. 2. Gestão do

conhecimento. 3. Organizações que aprendem. 4. Análises de

redes semânticas. 5. Frentes emergentes de pesquisa. I. Título.

CDD 658.3

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RENATO NEDER

APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL, ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM E

GESTÃO DO CONHECIMENTO: inter-relações, fronteiras

e frentes de pesquisa

Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Administração de Empresas da

Universidade Presbiteriana Mackenzie como

requisito para a obtenção do título de Doutor em

Administração de Empresas.

Orientador: Prof. Dr. Diógenes de Souza Bido

Aprovado em

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________________________

Prof. Dr. Diógenes de Souza Bido

Universidade Presbiteriana Mackenzie

_____________________________________________________________________

Prof. Dr. Silvio Popadiuk

Universidade Presbiteriana Mackenzie

____________________________________________________________________

Prof. Dr. Antônio Carlos de Oliveira Barroso

Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares

_____________________________________________________________________

Prof. Dr. Wesley Mendes-Da-Silva

Fundação Getúlio Vargas

_____________________________________________________________________

Prof. Dr. Jorge Flávio Ferreira

Universidade Presbiteriana Mackenzie

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, minha esposa e minha irmã.

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AGRADECIMENTOS

Ao instituto presbiteriano Mackenzie, entidade educacional voltada ao

desenvolvimento cientifico e tecnológico, que por intermédio do fundo de pesquisa Mackenzie

de pesquisa, me concedeu bolsa na modalidade taxa.

À equipe do programa de pós-graduação em administração.

Ao orientador Prof. Dr. Diógenes de Souza Bido, pela paciência, presteza e pelo

auxilio nesta caminhada.

Aos colegas de doutorado, pelos bons momentos que passamos juntos e pelas

amizades que fizemos.

Aos meus colegas da UFMT, pela convivência, ajuda e apoio.

Aos membros da banca de qualificação, pelos apontamentos e sugestões levantadas

durante e após a banca.

Ao Me. Marcos França, pelo apoio técnico e pela presteza em nos ajudar.

À minha prima Cibele Neder e à sua família, por me acolherem tão bem durante

minha estada em São Paulo.

Aos pais e à família da minha esposa, por sua compreensão e apoio incondicional aos

nossos sonhos.

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RESUMO

Esta tese tem como objetivo central caracterizar os conteúdos específicos dos campos de

conhecimento da Aprendizagem Organizacional, Gestão do Conhecimento e Organizações que

Aprendem suas inter-relações e fronteiras, além de buscar a identificação de frentes de pesquisa

que têm potencial para se destacar nos campos estudados. Para atingir esses objetivos, foi

desenvolvido um percurso metodológico exploratório e longitudinal que teve como base as

análises de redes semânticas. Foram utilizados 10.480 artigos da base de dados Web of Science.

Os resultados apontam possíveis contribuições da pesquisa em duas principais vertentes. A

primeira vertente de contribuição é teórica, uma vez que a apreciação dos dados assinala frentes

de pesquisa que potencialmente podem se destacar nas áreas de Aprendizagem Organizacional,

Gestão do Conhecimento e Organizações que Aprendem. Além disso a teoria desenvolvida

auxilia na explicação das inter-relações entre estas áreas. A segunda vertente é metodológica,

uma vez que a forma como foram usadas as análises de redes semânticas permitiu a

compreensão das relações entre redes de documentos científicos, a metodologia utilizada teve

como principais atributos a escalabilidade, a amplitude e o potencial de fazer inferências

temporais.

Palavras-chave: Aprendizagem Organizacional. Gestão do Conhecimento. Organizações que

Aprendem. Análises de Redes Semânticas. Frentes Emergentes de Pesquisa.

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ABSTRACT

This thesis has the objective to characterize the specifics contents of the Organizational

Learning field, Knowledge Management and Learning Organization in terms of their inter-

relationships and its boundaries, as well as identifying research fronts that have the potential to

excel in these fields. Therefore, was developed a exploratory and longitudinal methodological

method which were based on social networks analysis and more specifically, the semantic

networks. 10.480 articles from the Web of Science data base were used for the analysis. The

results show possible contributions in two main areas. The first one refers to the methodology,

once the semantic networks analysis allow the comprehension of the structures and contents of

scientific articles, having as main attribute the scalability, extension and potential to achieve

temporal inference. The second contribution is theoretical, since the assessment of the data

signalizes research fronts that potentially can stand out in the Organizational Learning,

Knowledge Management and Learning Organization areas. The research outcome orientates to

the development of dynamic theories which, in opposition of the static models, traditionally

established, enable explain the inter-relationships between areas without obliterate the temporal

dimension.

Palavras-chave: Learning Organization. Knowledge Management. Organizational Learning.

Semantic Network Analises. Emerging Research Fronts.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1- Relação entre as áreas. Ocorrência de termos em comum por período. ................. 77

Gráfico 2- Evolução da centralidade para o termo, Knowledge Management nas redes de

Organizational Learning, a partir do ano de 2005. .................................................................. 78

Gráfico 3- Evolução da centralidade para o termo Learn Organization nas redes de

Organizational Learning, a partir do ano de 2005. .................................................................. 78

Gráfico 4- Evolução da centralidade para o termo Organizational Learn nas redes de

Knowledge Management, a partir do ano de 1974. .................................................................. 79

Gráfico 5- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Management nas redes de

Learning Organization, a partir do ano de 1979. ..................................................................... 80

Gráfico 6- Evolução da centralidade para o termo Organizational Learn nas redes de Learning

Organization, ............................................................................................................................ 80

Gráfico 7- Evolução da centralidade para o termo Innonation Performance nas redes de

Aprendizagem Organizacional, a partir do ano de 2010. ......................................................... 83

Gráfico 8- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Management nas redes de

Aprendizagem Organizacional, a partir do ano de 2010. ......................................................... 84

Gráfico 9- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Application nas redes de

Knowledge Management, a partir do ano de 2010. .................................................................. 87

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Relações entre AO, OA e GC.................................................................................. 21

Quadro 2- Algumas diferenças entre Organizações que Aprendem e Aprendizagem

Organizacional. ......................................................................................................................... 32

Quadro 3- Gerações da Gestão do Conhecimento. ................................................................... 40

Quadro 4. Glossário de redes. ................................................................................................... 46

Quadro 5- Memória de Cálculo da Estratégia de Busca. .......................................................... 63

Quadro 6- Memória de Cálculo de Precisão e Revocação. ...................................................... 64

Quadro 7- Resultados da estratégia. ........................................................................................ 65

Quadro 8- Atributos disponíveis nos textos. ............................................................................ 66

Quadro 9- Vinte termos com centralidade mais alta para as redes de GC, OA e AO. ............. 73

Quadro 10- Relações entre as áreas de AO, OA e GC (1965-2000). ...................................... 75

Quadro 11- Relações entre as áreas de AO, OA e GC (2001-2005). ....................................... 75

Quadro 12- Relações entre as áreas de AO, OA e GC (2006-2010). ....................................... 76

Quadro 13- Relações entre as áreas de AO, OA e GC (2011-2015). ....................................... 76

Quadro 14- Tendências para os termos de Aprendizagem Organizacional.............................. 82

Quadro 15- Tendências para os termos de Organizações que Aprendem. ............................... 85

Quadro 16- Tendências para os termos de Gestão do Conhecimento. ..................................... 86

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- AO, GC e OA em relação a processo, conteúdo, teoria e prática. ............................ 20

Figura 2- Relações de interseções entre as áreas. ..................................................................... 23

Figura 3- Fragmento de uma rede semântica da OL. ............................................................... 44

Figura 4- Estruturas de comunidades. ...................................................................................... 50

Figura 5- Estratégia .................................................................................................................. 58

Figura 6- Relações de interseções entre as áreas. ..................................................................... 74

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AB – Abstract (resumo de artigo)

AO – Aprendizagem Organizacional

ARS – Análise de Redes Sociais

ARSe – Análise de Redes Semânticas

CR – Citation References (referências de citação)

GC – Gestão do Conhecimento

KM – Knowledge Management

Manag and Bus – Restrição para artigos apenas das áreas de management and business na base

de daddos Web of Science

NKM – Não são textos de Knowledge Management

RERE – Referencias Relevantes Existentes

OA – Organizações que Aprendem

SI – Sistemas de Informação

SNA – Social Network Analysis (Analise de Redes Sociais)

TI – Tecnologia da Informação

TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 15

1.1 PROBLEMA, QUESTÕES, OBJETIVOS E CONTRIBUIÇÕES ................................. 22

2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 25

2.1 APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL .................................................................... 25

2.1.1 Perspectiva psicológica ................................................................................................. 26

2.1.2 Perspectiva da ciência da Administração ................................................................... 27

2.1.3 Perspectiva sociológica e Teoria Organizacional ....................................................... 28

2.1.4 Perspectiva antropológica cultural ............................................................................. 29

2.1.5 Perspectiva estratégica ................................................................................................. 30

2.2 ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM .......................................................................... 31

2.3 GESTÃO DO CONHECIMENTO .................................................................................. 34

2.3.1 Conversão de conhecimento ......................................................................................... 37

2.4 REDES ............................................................................................................................ 41

2.5 TOPOLOGIA DAS REDES ............................................................................................ 45

2.6 ANÁLISES DE REDES SOCIAIS ................................................................................. 46

2.6.1 Transitividade ou agrupamento ................................................................................... 47

2.6.2 Resiliência de rede ......................................................................................................... 48

2.6.3 Estruturas de comunidade ou clusters ......................................................................... 48

2.7 REDES SEMÂNTICAS .................................................................................................. 50

3 METODOLOGIA........................................................................................................... 53

3.1 PESQUISA EXPLORATÓRIA ....................................................................................... 54

3.2 ESTRATÉGIAS DE PESQUISA EM BASES DE DADOS ........................................... 54

3.3 A ESCOLHA PELO ARTIGO CIENTÍFICO.................................................................. 56

3.4 EXPLICITANDO A ESTRATÉGIA ............................................................................... 60

3.4.1 A busca inicial dos termos-chave ................................................................................. 60

3.4.2 Testando a relevância dos termos-chave ..................................................................... 60

3.4.3 Testando a estratégia com especialistas ....................................................................... 61

3.4.4 Calculando a precisão ................................................................................................... 61

3.4.5 Calculando a revocação ................................................................................................ 62

3.5 LIMPEZA E MINERAÇÃO DOS DADOS ................................................................... 66

3.6 AMEAÇAS À VALIDADE ............................................................................................ 68

3.7 MÉTRICAS ..................................................................................................................... 69

3.7.1 Centralidade ................................................................................................................... 69

3.7.2 Modularidade ................................................................................................................. 70

3.7.3 Clusterização .................................................................................................................. 70

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS .................................................................... 72

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4.1 RELAÇÕES ENTRE ÁREAS ........................................................................................ 74

4.1.1 Primeiro período (1965-2000) ....................................................................................... 75

4.1.2 Segundo período (2001-2005) ....................................................................................... 75

4.1.3 Terceiro período (2006-2010) ....................................................................................... 76

4.1.4 Quarto período (2011-2015) .......................................................................................... 76

4.2 TENDÊNCIAS E PADRÕES ......................................................................................... 81

4.2.1 Tendências em Aprendizagem Organizacional .......................................................... 82

4.2.2 Tendências em Organizações que Aprendem ............................................................. 84

4.2.3 Tendências em Gestão do Conhecimento .................................................................... 86

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................................. 88

5.1 CRÍTICA AO MODELO EASTERBY-SMITH PARA APRENDIZAGEM

ORGANIZACIONAL ..................................................................................................... 89

5.2 CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DO MODELO DE GERAÇÕES PARA GESTÃO

DO CONHECIMENTO .................................................................................................. 90

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 94

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 97

APÊNDICES ................................................................................................................ 103

APÊNDICE A- RESULTADOS DAS ESTRATÉGIAS DE CONSULTA EM BASES DE

DADOS. ........................................................................................................................ 104

APÊNDICE B- RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS

ESPECIALISTAS. ........................................................................................................ 111

APENDICE C- GRÁFICOS DE TENDÊNCIA AO. .................................................... 133

APÊNDICE D- GRÁFICOS DE TENDÊNCIA GC. .................................................... 140

APENDICE E- GRÁFICOS DE TENDÊNCIA OA. .................................................... 146

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1 INTRODUÇÃO

A presente tese está inserida nos domínios científicos da Administração, mais

especificamente nas áreas de Aprendizagem Organizacional, Gestão do Conhecimento e

Organizações que Aprendem. A reflexão teórico-metodológica apresentada integra parte dos

estudos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa Aprendizagem Individual e Coletiva nas

Organizações, do Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas da Universidade

Presbiteriana Mackenzie.

A principal contribuição da tese foi o aprofundamento teórico nas áreas de

Aprendizagem Organizacional (AO), Organizações que Aprendem (OA) e Gestão do

Conhecimento (GC), em termos de suas inter-relações e potencialidades. Também teve a

intenção de contribuir metodologicamente com o desenvolvimento de estudos nesses campos

de conhecimento.

Para tanto, foi desenvolvida uma pesquisa exploratória quantitativa e bibliométrica,

utilizando as metodologias de Análises de Redes Semânticas (ARSe). Foi analisado um

conjunto de 10.480 artigos disponíveis na base de dados Web of Science, o que permitiu uma

visão ampliada sobre as inter-relações entre os campos estudados e possíveis tendências nas

áreas de Aprendizagem Organizacional, Organizações que Aprendem e Gestão do

Conhecimento.

Parte da importância desta tese é que a mesma oportuniza a superação de algumas

dificuldades e problemas inerentes às pesquisas nas áreas, dentre as quais cabe destacar: a

quantidade crescente de textos científicos; a dificuldade de analisar essa diversificada produção

por meio das metodologias comumente utilizadas nas áreas; a dificuldade de compreender as

complexas relações que se fazem presentes nesse aglomerado de textos científicos; a defasagem

dos textos e das teorias que tentam explicar as relações entre elas.

A tese também possibilita aos pesquisadores das áreas: terem acesso às agendas de

pesquisa de seus colegas de área ou de campos e ciências afins; ampliarem suas percepções a

respeito dos caminhos que as áreas têm percorrido ou que podem vir a percorrer; entenderem

melhor as fronteiras dos campos de estudo e sua interdisciplinaridade.

Em consideração às análises individuais de cada área, as metodologias propostas

permitiram: identificar tendências de cada área individualmente mediante as tendências de

crescimento de suas subáreas; mapear novas frentes de pesquisa, que são subáreas que surgiram

há pouco tempo nas redes de textos das áreas, mas apresentam uma importância crescente.

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Estudos nas áreas de Aprendizagem Organizacional, Organizações que Aprendem e

Gestão do Conhecimento são fundamentais devido à importância crescente do conhecimento

na Administração. Todavia, são inúmeras as maneiras de conceituar os campos de AO, OA e

GC.

Easterby-Smith e Lyles (2011), por exemplo, se referem à Aprendizagem

Organizacional como o estudo dos processos de aprendizagem no âmbito organizacional e que,

na maioria das vezes, são pensados sob um ponto de vista acadêmico.

Takahashi (2015), propõe que a aprendizagem organizacional ocorre quando estímulos

externos levam a organização a reconfigurar seus comportamentos.

Já os textos de Organizações que Aprendem, para Takahashi (2015), se diferenciam

dos textos de AO devido ao seu caráter prescritivo, são mais voltados para a ação e procuram,

na maior parte das vezes, desenvolver modelos, normas e metodologias que permitam a criação

de mudança nas organizações.

Voltando a Easterby-Smith e Lyles (2011), as OA podem ser definidas como

organizações que têm a capacidade efetiva de aprender e de prosperar com a aprendizagem.

Continuando com os autores, quem escreve sobre organizações que aprendem se preocupa

principalmente com entender de que forma criar e expandir essa capacidade de aprendizagem das

organizações.

Alguns autores da Gestão do Conhecimento, por sua vez, adotam uma concepção

filosófica do conhecimento na tentativa de compreender e conceituar a natureza do

conhecimento no âmbito organizacional (EASTERBY-SMITH E LYLES 2011).

Frequentemente buscam estratégias que permitam utilizar o conhecimento como forma de

adquirir vantagens competitivas na organização.

Apesar de serem áreas aparentemente diversas, entrelaçam-se e por vezes se agregam,

em outras se segregam, dividindo fronteiras, recursos, pesquisadores e objetos de estudo. Por

causa desta dinâmica entre áreas, as inter-relações entre Aprendizagem Organizacional (AO),

Gestão do Conhecimento (GC) e Organizações que Aprendem (OA) têm sido foco de pesquisas

e questionamentos no mundo científico.

A respeito do estudo das relações entre as áreas de AO, OA e GC, pode-se inferir que

as mesmas já são investigadas em estudos organizacionais desde os anos 1999. Observa-se,

contudo, que o estudo destas relações se dá, prioritariamente, a partir do estudo individual de

documentos, na “perspectiva tradicional”.

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A seguir, serão apresentadas, com mais ênfase, algumas destas referências e uma breve

discussão a respeito do contexto em que a pesquisa está inserida, além de objetivos, problemas

e questões abordadas na tese.

As relações entre AO e GC são particularmente interessantes. Ao pesquisar as

conexões existentes entre estas áreas, Allee (1997) sugeriu que cada aspecto do conhecimento

tem uma atividade de aprendizagem correspondente que lhe dá suporte. Assim, o conhecimento

e a aprendizagem dificilmente podem ser pensados separadamente.

Partindo desta premissa, Loermans (2002) propõe que a criação do conhecimento é

resultado do processo de aprendizagem e, inversamente, a aprendizagem ocorre quando se trata

da criação, compartilhamento e uso do conhecimento, apontando para uma ligação entre o

conhecimento e o processo de aprendizagem, pelo menos, em um nível individual.

Alguns autores trazem as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) como um

background comum à GC e à AO. Para Bennet e Tomblin (2006), por exemplo, as TIC são um

suporte para a Gestão do Conhecimento e para a Aprendizagem Organizacional, pois estas

tecnologias permitem às organizações: responderem com maior rapidez a estímulos externos,

serem mais eficientes, melhor coordenadas e criarem mais links entre os colaboradores e o

conhecimento.

Outros autores defendem a necessidade de um modelo integrado para GC e sua relação

com AO. Irani, Sharif e Love (2009), ao fazê-lo, destacam questões comportamentais e

processos que permeiam os referidos campos. Apontam ainda que, embora em essência o

contexto organizacional de aprendizagem seja impulsionado pela dinâmica de transferência de

conhecimento e discurso, em um sentido social, o conceito de Aprendizagem Organizacional,

em relação à Gestão do Conhecimento, centra-se na capacidade de uma empresa para se adaptar

às mudanças e pressões de conhecimento.

Liao e Wu (2010) propõem uma relação positiva entre GC e AO. Para os autores, a

Gestão do Conhecimento, pensada sob a perspectiva da prática, está positivamente relacionada

com a Aprendizagem Organizacional. Isto significa que as empresas que têm processos

eficientes de Gestão do Conhecimento mostram capacidade superior na melhoria da

Aprendizagem Organizacional, e vice-versa. Os autores concluem apontando que os resultados

dos seus estudos mostram que a Gestão do Conhecimento é um insumo importante para as

organizações e a Aprendizagem Organizacional é um fator necessário para a GC.

Para Firestone e McElroy (2004), a relação de AO e GC é íntima. A terminologia pode

variar, mas as preocupações de ambos os campos são praticamente as mesmas. Os autores

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fazem então a seguinte pergunta: por que são campos que, em alguns momentos, parecem viajar

em caminhos separados? Atribuem como resposta a esta questão uma forma “estreita” de GC,

que denominam primeira geração, centrada principalmente nas tecnologias da informação. Em

grande parte, foca-se sobretudo na captura, entrega e uso do conhecimento. Desta forma, a

primeira geração da GC não tem relações claras com estudos de Aprendizagem Organizacional.

Para os mesmos autores, hoje, pratica-se uma forma mais “ampla” de GC denominada

segunda geração. Nela, pergunta-se: como o conhecimento é produzido, testado, avaliado e

integrado? É a segunda geração que leva a GC diretamente para os domínios da AO e vice-

versa? Parte-se, então, de uma visão técnica e informacional do conhecimento para um olhar

mais sociológico e antropológico sobre este constructo, o que possivelmente é um fator que

aproxima a AO dos domínios da GC.

A respeito das relações entre Organizações que Aprendem e a Gestão do

Conhecimento, Loermans (2002) propõe que, ao elevar o nível de aprendizagem e geração de

conhecimento dentro de uma organização, as sinergias entre as OA e a GC se tornam mais

claras. Para o mesmo autor, enquanto as OA geram novos conhecimentos, a organização que é

hábil em GC os gerencia de forma eficiente e eficaz. Se uma OA deseja continuar a aprender,

então ela certamente precisa gerir eficazmente o conhecimento. Por outro lado, a organização

que está focada na gestão do seu conhecimento deve manter o apoio para o ambiente que o gera.

Chinowsky e Carrillo (2007), ao pesquisarem as relações entre Gestão de

Conhecimento e Organizações que Aprendem, deixam claro que a estrutura necessária para a

GC pode ser prioritária para a empresa se transformar em uma organização que aprende.

Nota-se que uma parte dos pesquisadores de Organizações que Aprendem tem seu foco

na estrutura necessária à organização para que esta se torne um ambiente propício à

aprendizagem e ao conhecimento e a GC também se preocupa com questões estruturais,

principalmente no que tange a questões do conhecimento.

Selen (2000), com estudos a respeito das inter-relações entre GC e OA, aponta que o

conhecimento tácito pode residir nas mentes dos funcionários, fornecedores e clientes; é

também conhecido como capital humano. Capitais humanos e estruturais compõem o capital

intelectual da organização. Para o autor, o capital intelectual deve ser promovido e desenvolvido

nas Organizações que Aprendem.

Loermans (2002) faz a seguinte pergunta: promover e apoiar uma Organização que

Aprende é o mesmo que apoiar a Gestão do Conhecimento em um nível organizacional? No

processo de responder a esta pergunta, o autor se propõe a fornecer uma explicação da relação entre

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Aprendizagem Organizacional, Organizações que Aprendem e Gestão do Conhecimento. Para ele,

a AO e as OA podem ser percebidas como entidades da disciplina GC. Ainda segundo o mesmo

autor, as pesquisas em OA têm crescido devido a um aumento acentuado nas investigações em GC.

Isso levanta outra questão: as investigações em GC estão se expandindo e assumindo os espaços da

AO e da OA?

Para Davenport (1999), parece que este é o caso. O autor afirma que a GC está se

expandindo gradualmente, consumindo não só as áreas de AO e de OA, mas também outros

conceitos emergentes. Ainda, segundo seu raciocínio, a mudança de ênfase da AO e da OA para

GC está ligada tanto a uma diminuição acentuada de temas ligados à gestão de pessoas como a

um aumento no número de artigos que tratam de SI / TI e capital intelectual. Esta percepção,

de certa forma, faz um caminho inverso à concepção de Firestone e McElroy (2004) apresentada

anteriormente. Relembrando, os autores apontavam a existência de duas gerações da GC. A

primeira mais antiga, técnica e voltada para as Tecnologias da Informação e a segunda mais

contemporânea, sociológica e antropológica.

Rowley (2001), ao tentar diferenciar a AO da GC, afirma que a primeira faz parte da

área de estudo dos autores de Gestão em Comportamento Organizacional, Aprendizagem

Organizacional e outras disciplinas. Já a Gestão do Conhecimento preocupa-se com os

processos e as estruturas que as organizações utilizam para criar, armazenar, compartilhar e

disseminar o conhecimento. A mesma autora aponta para a natureza eclética e transdisciplinar

da Gestão do Conhecimento, como uma grande força. Completa seu raciocínio ao externar que

não há perigo na “Torre de Babel”, que surge a partir de diferentes comunidades disciplinares

e profissionais que utilizam a mesma língua. Pelo contrário, para ela, é essa pluralidade que dá

vigor à área, embora torne mais complexa a sua compreensão.

Afirma ainda que, embora seja possível criticar a literatura de Aprendizagem

Organizacional por sua falta de referência ao que foi aprendido, ou seja, o conhecimento,

também é verdade que grande parte da literatura de Gestão do Conhecimento é notavelmente

desprovida de referências à aprendizagem.

Rowley (2000) procurou, também, estabelecer uma ligação entre aprendizagem e

conhecimento. Para a autora, uma gama de definições ou descrições das Organizações que

Aprendem e da Aprendizagem Organizacional é retirada da literatura da GC. Ela argumenta

que a criação de conhecimento não leva necessariamente à Aprendizagem Organizacional,

porém o conhecimento não é algo que pode ser visto como neutro no processo de

aprendizagem.

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A figura 1 representa a relação entre as áreas de AO, OA e GC na visão de Easterby-

Smith e Lyles (2011):

Figura 1- AO, GC e OA em relação a processo, conteúdo, teoria e prática.

Fonte: Easterby-Smith e Lyles (2011).

A figura 1 representa a AO mais voltada para teoria e processo (4), enquanto OA está

mais voltada para a prática e o processo (1), e a GC para o conteúdo e a prática (4).

O quadro 1 demonstra, de maneira resumida, as perspectivas e abordagens dos autores

trabalhados até aqui:

Organizações

que Aprendem

Aprendizagem

Organizacional

Conhecimento

Organizacional

Gestão do

Conhecimento

Processo

Prática

Conteúdo

Teoria 1

2 3

4

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Quadro 1- Relações entre AO, OA e GC.

REFERÊNCIAS ABORDAGEM

Easterby, Smith e Lyles

(2011) AO, OA e GC em relação a processo, prática, teoria e conteúdo

Liao e Wu (2010) Relação positiva entre GC e AO

Irani, Sharif, e Love (2009) Modelo integrado para GC e sua relação com AO

Chinowsky e Carrillo (2007) A estrutura necessária para a GC pode ser prioritária para a empresa se

transformar em uma que OA

Bennet e Tomblin (2006) AO e GC ligadas pelo conceito de conhecimento.

Firestone e McElroy (2004) Preocupações de AO e GC são praticamente as mesmas

Loermans (2002) Enquanto as OA geram novos conhecimentos, a organização que é hábil em

GC gerencia de forma eficiente e eficaz o conhecimento criado.

Rowley (2000) Estabelece uma ligação entre aprendizagem e conhecimento.

Davenport (1999) Afirma que a GC está se expandindo gradualmente no espaço, consumindo

não só a AO e as OA, mas também outros conceitos emergentes.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Os múltiplos autores e abordagens, a defasagem temporal dos textos e as metodologias

utilizadas, que não levam em conta o contexto de produção científica em larga escala, dificultam

o desenvolvimento de teorias que expliquem as áreas de Aprendizagem Organizacional,

Organizações que Aprendem e Gestão do Conhecimento, individualmente e em suas inter-

relações.

Um dos principais desafios encontrados é que o volume de informações representado

pelas produções científicas das referidas áreas é extenso e suas relações complexas, o que

dificulta e, por vezes, até impossibilita um estudo aprofundado da GC, da OA e da AO e de

suas relações interdisciplinares por meio da análise de pequenos grupos de artigos.

Para se ter uma ideia do problema, quando pesquisados os termos “organizational

learning”, “knoweledge management” e “learning organization”, no portal de periódicos da

CAPES em 15/02/2016, foram encontrados, respectivamente, 7.432, 29.010 e 2.575

documentos, somando um total de 39.017. A mesma pesquisa, no Google acadêmico, apresenta

os seguintes resultados: “organizational learning”: 444.000, “knoweledge management”:

904.000 e “learning organization”: 135.000, totalizando 1.483.000 itens.

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Na atualidade, o desenvolvimento e a circulação de informações crescem

exponencialmente e as relações entre ciências, campos científicos e áreas do conhecimento

estão cada vez mais dinâmicas e plurais. Desta forma, compreender como se dá a organização

da produção científica se mostra uma tarefa cada vez mais intrincada, porém relevante e

necessária.

Neste sentido, Groh e Fuchs (2011) apontam que a vasta quantidade de literatura

existente, os diversos canais disponíveis e as inúmeras maneiras de publicar os trabalhos como

livros, revistas, conferências, workshops, simpósios e páginas da web, entre outras, fazem com

que seja cada vez mais difícil aos pesquisadores ficarem em contato com grande parte dos

resultados das investigações em curso.

Fujita et al. (2014) acrescentam que os métodos tradicionais, em que os pesquisadores

fazem análises individuais dos textos, não têm capacidade para lidar com os números crescentes

de documentos e pesquisadores ou, ainda, são muito dispendiosos em termos de tempo e custos

empregados. Desta forma, é naturalmente difícil para os pesquisadores detectarem e

compreenderem as relações que se fazem presentes nestes aglomerados de estudos, artigos e

outros textos.

Para Shibata e Kajikawa (2011), a quantidade de conhecimento acadêmico está

aumentando tão rapidamente que as abordagens tradicionais não têm a capacidade de capturar

a estrutura inteira de um domínio de conhecimento específico. Como alternativa, indicam

recentes esforços que usam metodologias baseadas em computação para “capturar” e analisar

grandes quantidades de conhecimento. Para eles, estas metodologias não são apenas escaláveis,

mas também podem proporcionar estruturas comuns de pesquisa em várias frentes.

As múltiplas abordagens e perspectivas, aliadas ao contexto de produção científica em

larga escala da contemporaneidade, dificultam o desenvolvimento de teorias que sejam

amplamente aceitas entre os pesquisadores das três áreas, fator que justifica, em parte, as

pretensões desta tese.

1.1 PROBLEMA, QUESTÕES, OBJETIVOS E CONTRIBUIÇÕES

Como visto até aqui e sintetizado no quadro 1, as áreas de Aprendizagem

Organizacional, Gestão do Conhecimento e Organizações que Aprendem são campos da

Administração que estão em constante inter-relacionamento. A figura 1 representa as inter-

relações entre as áreas que esta tese se propõe a analisar:

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Figura 2- Relações de interseções entre as áreas.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Estes relacionamentos, aliados ao contexto global de produção científica, deixam cada

vez mais complexo o estudo desta produção por meio de abordagens de pesquisa que têm como

objetos de estudo pequenos grupos de documentos científicos. Para lidar com tamanha

complexidade, existem métodos e técnicas de análises de redes que permitem processar e analisar

esse volume de informação de uma maneira mais eficiente. Esta tese utiliza, então, as Análises

de Redes Sociais e Semânticas como forma de lidar com esta crescente complexidade.

Foram estabelecidos os seguintes problemas de pesquisa: Como se dão as relações entre

as áreas de GC, AO e AO? Qual são as prováveis tendências de futuro para cada uma das áreas?

Como objetivo geral, propõe-se compreender melhor as áreas de Aprendizagem

Organizacional, Organizações que Aprendem e Gestão do Conhecimento, e suas relações.

As questões mais específicas para o estudo foram:

Quais as relações entre as estruturas semânticas dos resumos dos textos

encontrados, nas três áreas?

Quais frentes de pesquisa têm potencial para se destacar nas três áreas?

Quais as subáreas em comum nos resumos dos textos de AO, OA e GC?

Como se dão as relações entre as subáreas estudadas ao longo do tempo?

No intuito de tentar responder a esses questionamentos, além de outros que surgiram

durante a execução da pesquisa, fez-se necessário compreender as relações semânticas entre os

resumos e títulos de Aprendizagem Organizacional, Organizações que Aprendem e Gestão do

AO

GCOA

01

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Conhecimento publicados desde o ano 1965 até 2015 e disponíveis na base de dados Web of

Science.

Para tanto, propuseram-se os seguintes objetivos específicos:

Identificar frentes promissoras de pesquisa nas áreas de AO, OA e GC;

Identificar as possíveis convergências de conteúdo existentes entre as áreas de AO,

OA e GC; e

No aspecto metodológico, o estudo desenvolveu uma metodologia de pesquisa que

permite aos pesquisadores das ciências sociais analisarem, além da estrutura das redes, seus

conteúdos.

Como possíveis vantagens desta abordagem, indica-se:

Possibilidade de se trabalhar com grandes volumes de dados;

Estudar relações semânticas entre áreas de conhecimento; e

Analisar a forma, a estrutura e os conteúdos das redes de produção científica.

Para o alcance dos objetivos, esse estudo foi dividido em quatro capítulos. O primeiro

traz a Introdução, as Justificativas e Objetivos da pesquisa, conforme apresentado. O segundo

propõe um referencial teórico das áreas e das abordagens de pesquisa. O terceiro capítulo

apresenta as metodologias e estratégias propostas. Por fim, o último capítulo congrega os

resultados, as análises e as considerações a respeito dos dados obtidos.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O conhecimento tem se tornado um conceito fundamental na Administração, nas suas

disciplinas e em outras ciências, uma vez que, a partir de meados do século XX e início do

século XXI, este constructo tem competido em importância com o próprio capital financeiro.

Bennet e Tomblin (2006) afirmavam que, devido ao crescente reconhecimento da

importância do conhecimento como recurso estratégico para as organizações modernas, não é

de se estranhar que muitas áreas da Administração e de outras ciências se concentrem em sua

criação, transformação, aprendizagem, uso e gestão.

Na Administração e em suas disciplinas, ao menos três áreas têm relação direta com

as questões do conhecimento: a AO, as OA e a GC. Para este estudo, apesar da amplitude de

conceitos e definições, buscamos trabalhar alguns importantes aos objetivos da tese.

2.1 APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL

A literatura em Aprendizagem Organizacional (AO) é dinâmica e multifacetada. São

diversas abordagens do tema que envolvem dimensões distintas, como: psicológica,

sociológica, cultural, histórica, metodológica, além da gestão propriamente dita (ANTONELO;

GODOY, 2010).

Na mesma linha, Bido e Felix (2011) indicam que a Aprendizagem Organizacional

tem sido pesquisada sob diversos enfoques: psicológico, sociológico, das ciências da

Administração etc. Segundo os autores, sua definição varia de acordo com o enfoque adotado,

o que é observado, de modo mais concreto, nos referenciais teóricos escolhidos pelos

pesquisadores. Os autores afirmam ainda que, apesar das abordagens diferirem entre si, pode-

se identificar uma certa sobreposição de definições constitutivas e operacionais para o conceito

de Aprendizagem Organizacional.

Easterby-Smith (1997) traz seis perspectivas acadêmicas que entende terem potencial

para explicar, em parte, a AO. São elas: Psicologia, ciências da Administração, Estratégia,

Administração da Produção, Sociologia e Antropologia Cultural. Nesta tese, tanto as

perspectivas da Administração, da Produção e das ciências da Administração foram

consideradas perspectivas das ciências da Administração e as perspectivas política e cultural

foram apresentadas em conjunto.

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2.1.1 Perspectiva psicológica

Segundo Ellström (2001), a Aprendizagem Organizacional pode ser definida como

mudanças nas práticas da organização (incluindo rotinas e procedimentos, estruturas,

tecnologias, sistemas, e assim por diante), mediadas por meio

da aprendizagem individual ou de processos. Assim, a aprendizagem individual é vista

como uma condição necessária, mas não suficiente, para a Aprendizagem Organizacional

ocorrer.

Desta maneira, na abordagem psicológica, o olhar sobre a Aprendizagem

Organizacional se lança primeiro sobre o indivíduo, suas relações cognitivas, seu contato com

outros indivíduos e com o meio, para só depois se expandir para a organização.

Para Bastos, Gondim e Loiola (2004), a aprendizagem ocupa um lugar de destaque nas

teorias psicológicas e constitui um processo amplo e complexo, pois está intimamente

relacionada, em uma abordagem cognitivista, a fatores intra e interpsíquicos. Para os autores,

esta é uma abordagem teórica que explora o tema a partir do entendimento de que aprender é

uma mudança comportamental e de atitude que envolve os planos afetivo, motor e cognitivo.

Para Easterby-Smith (1997), em um primeiro momento, há a noção de aprendizagem

como algo que pode ser organizado em uma hierarquia. Aprender nesta concepção envolve a

simples aquisição de informações ou a resposta direta a um estímulo. A aprendizagem, como

tal, implica escolha e mudança de comportamento dentro de um contexto que parece ser

constante.

Em um segundo momento, a aprendizagem concentra-se nos processos cognitivos. O

autor aponta que os indivíduos constroem mapas cognitivos em seus contextos de trabalho, e

que eles podem modificar esses mapas à luz da experiência, ou seja, quando o contexto muda.

É a partir destes mapas individuais que as estruturas de significado coletivo podem ser

construídas no nível organizacional. Nesta perspectiva, o conhecimento é, primeiro, individual

e, em um segundo momento, pode ou não ser compartilhado na organização.

Em um terceiro momento, o autor traz a noção de aprendizagem experiencial, ou seja,

etapas sucessivas na aprendizagem individual que começam com a experiência concreta e

depois passam para observação reflexiva, conceituação, abstração e experimentação. Este

modelo pode ser entendido como um ciclo de Aprendizagem Organizacional em que a

informação é gerada através da experiência direta de funcionários, compartilhada e interpretada

em conjunto.

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Por fim, a quarta perspectiva trabalha com o argumento de que os indivíduos têm

preferências naturais para formas distintas de aprendizagem, e que estas devem ser

reconhecidas como um prelúdio para ampliar repertórios individuais.

Ao dialogar sobre a faceta psicológica da AO, Lipshitz, Popper e Friedman (2002)

afirmam que o aprendizado organizacional produtivo é bastante raro, porque requer dois estados

psicológicos que são difíceis de manter. O primeiro estado é a segurança psicológica, sem a

qual as pessoas relutam em assumir os riscos necessários à aprendizagem. O segundo estado é

o comprometimento organizacional, sem o qual as pessoas ficam relutantes em compartilhar

informações e conhecimentos com outros indivíduos.

Para Bastos, Gondim e Loiola (2004), a Psicologia e suas disciplinas têm contribuído

para as discussões que estão sendo desenvolvidas em Aprendizagem Organizacional. Contudo,

um dos grandes desafios com que os interessados da área se deparam é a adequada transposição

de conhecimentos produzidos na psicologia individual para o contexto organizacional.

Pensar aprendizagem sob uma perspectiva psicológica permite aos pesquisadores

compreender nuances dos indivíduos no processo de aprendizagem, trazendo abordagens

cognitivistas e comportamentais.

Por fim, Easterby-Smith (1997) traz a concepção de que, embora muitas vezes as

pessoas afirmem ter aprendido novas ideias e práticas, isto não se manifesta frequentemente em

seu comportamento e atribui esta condição às rotinas defensivas. Algumas características desta

abordagem, segundo o autor, são:

Existem diferentes níveis de aprendizagem individual;

Reconhecimento da importância do contexto;

Reconhecimento que ideias sobre aprendizagem individual podem ser ajustadas

para a aprendizagem organizacional;

Reconhecimento da importância cognitiva; e

Reconhecimento da inter-relação entre pensamento e ação.

2.1.2 Perspectiva da ciência da Administração

Esta abordagem traz a importância da informação para o contexto da AO. Para um

indivíduo ou grupo tomar uma decisão de maneira eficiente, devem ter condições de armazenar

e tratar estas informações.

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Huber e March (1991) propõem quatro construções relacionadas com Aprendizagem

Organizacional. São elas: aquisição de conhecimento, distribuição de informação, interpretação

da informação e memória organizacional.

Vê-se uma aproximação dos conceitos da Aprendizagem Organizacional com os

conceitos da Gestão do Conhecimento, uma vez que a relação entre aprendizagem e

conhecimento é tratada nesta perspectiva: primeiro, o conhecimento deve ser adquirido, para

depois ser repassado para toda a organização. Esta distribuição pode levar ao desenvolvimento

de novos conhecimentos, perspectiva que aproxima a AO das ciências da informação, uma vez

que traz a informação e seus sistemas para o cerne das discussões de AO.

A própria relação entre dados, informações e conhecimento tem tido uma importância

relativa nesta perspectiva, uma vez que são conceitos que parecem se confundir em

determinados momentos.

Em síntese, as principais contribuições desta perspectiva, segundo Easterby-Smith

(1997), são:

Criação e difusão de informações e do conhecimento;

Noção de conhecimento organizacional;

Níveis de aprendizagem progressivamente desejáveis; e

Informatização.

2.1.3 Perspectiva sociológica e Teoria Organizacional

A aprendizagem, segundo esse enfoque, é construída nas relações entre pessoas e

grupos. Segundo Antonelo e Godoy (2010, p. 314), “nesta dimensão os aspectos situacionais

da aprendizagem têm papel central, enquanto os princípios psicológicos da cognição social e

individual são considerados processos secundários”.

Pode-se, então, compreender aprendizagem como processo social. Desta forma, os

indivíduos ou grupos nunca aprendem sozinhos; na verdade, nunca estão sozinhos, mas em

constante relação dialógica. Estudar aprendizagem a partir desta perspectiva é analisar as

relações.

Easterby-Smith (1997) propõe que esta abordagem pode ser dividida em quatro temas:

funcionalista, de contingência, construtivista e crítica.

A abordagem funcionalista parte da premissa de que os aspectos estruturais,

especialmente onde eles mais se aproximam do modelo burocrático, são fatores que podem

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dificultar ou facilitar a aprendizagem. Além da estrutura, dimensões políticas, culturais e

hierárquicas influem no processo de Aprendizagem Organizacional.

A visão da contingência, segundo Easterby-Smith (1997), sugere que a Aprendizagem

Organizacional significa coisas diferentes e opera de maneiras díspares, de acordo com a

natureza da organização. A aprendizagem é reconhecida como um processo que se passa dentro

da organização e torna-se propriedade de todos os seus membros.

A abordagem construtivista sugere que a aprendizagem informal está em oposição à

formal. Na análise de Nicolini e Meznar (1995), o construtivismo tem uma perspectiva mais

ampla. Para eles, o conhecimento é construído e reconstruído seguindo descontinuidades

percebidas no funcionamento organizacional. Tais descontinuidades resultam de pressões

internas e externas e levam ao aprendizado. A aprendizagem é, portanto, concebida como o

processo e o resultado da construção social.

Já a visão crítica faz uma contribuição distinta focando diferenças sobre a capacidade

dos indivíduos para apresentar o conhecimento como algo válido e útil dentro da organização.

As contribuições desta perspectiva, segundo Easterby-Smith (1997), são:

Chamar a atenção para a política, conflito e poder como realidades normais de todas

as organizações; e

Levantar a questão sobre quais interesses são servidos pela Aprendizagem

Organizacional.

2.1.4 Perspectiva antropológica cultural

Esta visão aponta a cultura como algo importante no processo de Aprendizagem

Organizacional. A cultura organizacional é fator determinante em vários processos e as relações

serão estabelecidas através da cultura.

Sobre a faceta cultural da Aprendizagem Organizacional, Friedman, Lipahitz e Popper

(2005) identificam cinco normas que são susceptíveis de produzir informações válidas, além de

um compromisso com a ação corretiva: transparência, integridade, issue orientation, inquiry, e

accountability. Estas normas são as manifestações observadas em um conjunto de valores

comuns que constituem uma cultura organizacional propícia à aprendizagem produtiva.

Para o autor, a transparência é definida como expor seus pensamentos e ações para os

outros, a fim de receber feedback. A integridade é definida pela disponibilização de informação,

independentemente de suas implicações. Issue orientation é definida como a relevância da

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informação para as questões, independentemente das posições social, do destinatário ou da

fonte. Inquiry, questionamento, é definido como a persistência na investigação até que a plena

compreensão seja alcançada. Accountability é definida como assumir a responsabilidade pelo

que foi aprendido.

Entre as discussões culturais, cabe apresentar também a abordagem política da AO.

Lipshitz, Popper e Friedman (2002) apresentam esta face e indicam os passos formais e

informais tomados pela administração para promover a Aprendizagem Organizacional. Como

o nome indica, esta abordagem se faz perceber através de políticas, normas, orçamentos e

procedimentos de uma organização. Três políticas são particularmente importantes para a

facilitação da aprendizagem organizacional: compromisso com a aprendizagem, tolerância com

o erro e comprometimento com a força de trabalho.

A abordagem cultural trata de uma forma de pensar em que a Aprendizagem

Organizacional tem forte ligação com a perspectiva sociológica, uma vez que a cultura

representa uma sociedade e os grupos sociais.

Algumas contribuições desta perspectiva são:

Chamar a atenção para a importância da cultura, valores e crenças;

Mostrar que a cultura afeta tanto o processo como a natureza da Aprendizagem

Organizacional; e

Questionar se algumas culturas podem ser consideradas superioras a outras, em

relação à facilitação da aprendizagem.

2.1.5 Perspectiva estratégica

A aprendizagem nesta perspectiva pode ser pensada a partir de sua relação com a

aquisição de vantagens competitivas, ou seja, a Aprendizagem Organizacional é um dos fatores

que alinha a organização e o ambiente interno e externo. A aprendizagem pode, então, ser

pensada como uma dentre as formas que a organização possui de se diferenciar de sua

concorrência de maneira estratégica.

Para Levinthal e March (1993), o aprendizado tem sido “descoberto” pelo mundo da

prática e do campo acadêmico da gestão estratégica. Como os pesquisadores têm considerado

a estabilidade das diferenças de desempenho da empresa face à mudança de ambientes de

negócios, muitos passaram a ver a capacidade de aprender como um importante fator; em alguns

casos, a única fonte sustentável de vantagem competitiva.

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Algumas das principais contribuições desta perspectiva, segundo Easterby-Smith

(1997), são:

As vantagens competitivas podem ser obtidas a partir de uma aplicação dos

princípios da Aprendizagem Organizacional;

As organizações são capazes de se adaptar à evolução das circunstâncias ambientais;

A experiência direta e o conhecimento tácito são importantes.

Como já exposto, a Aprendizagem Organizacional é uma área multifacetada, fator

que, se por um lado dinamiza o campo, por outro dificulta sua compreensão. Isto, aliado a

um contexto complexo, torna a tarefa de pesquisar a área um trabalho cada vez mais árduo.

2.2 ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM

Senge (1991) define organização que aprende como aquela que possui não só uma

capacidade de adaptação, mas também de “generatividade”, que pode ser considerada como a

capacidade de criar futuros alternativos.

A respeito das OA e da AO, Bastos et al. (2004) levantam questões importantes: Quem

é o sujeito da aprendizagem? Quem é que aprende: os indivíduos na organização ou a própria

organização? Para os autores, essa talvez seja a principal tensão teórica nas vertentes de Apren-

dizagem Organizacional e Organizações que Aprendem. Uma posição mais crítica nega à

organização esse poder de aprender, pois ela não seria um ser humano.

Na verdade, a expressão aprendizagem organizacional é uma metáfora, recurso da

linguagem que permite antropomorfizar as organizações, atribuindo-lhes

propriedades humanas. [...] Trata-se de uma metáfora que problematiza a relação entre

organização e conhecimento, entre organização e processamento social e cognitivo do

conhecimento e, finalmente, entre ação organizacional e construção de sua realidade

social (Bastos et al., 2004, p. 224).

Ao que parece, o próprio conceito de Organizações que Aprendem parece surgir de

uma visão exacerbada desta antropomorfização.

O quadro 2 aponta algumas das diferenças entre os estudos em AO e em OA. Dele,

pode-se aferir que, enquanto a AO está relacionada mais com teorias decisórias da

administração, a OA está mais voltada para a estratégia

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Quadro 2-Algumas diferenças entre Organizações que Aprendem e Aprendizagem Organizacional.

Organizational Learning Learning Organization

Resultado Mudança organizacional Melhoria organizacional

Motivo Evolução organizacional Vantagem competitiva

Escritos Descritiva Prescritiva

Objetivos Construção de teoria Intervenção

Estímulo Emergente Planejado

Audiência Acadêmica Prática

Base científica Teorias decisórias

Estudos organizacionais

Desenvolvimento organizacional

Administração estratégica

Fonte: Adaptado de Huysman (2000).

Como exposto, as OA são centradas em uma perspectiva mais estratégica das

organizações, que se preocupa principalmente com meios e formas de se estabelecer vantagens

competitivas sustentáveis e percebe a “estrutura” da organização como um fator determinante

em seu processo de aprendizagem.

Na tentativa de conceitualizar Organizações que Aprendem, Bastos, Gondim e Loiola

(2004) apresentam a noção de que as OA estão se tornando um guarda-chuva conceitual que

ajuda a dar sentido a um conjunto de valores e ideias que buscam tornar as organizações mais

responsaveis e ágeis no atendimento das necessidades de seus consumidores. Para os autores,

esta é a base para os inúmeros textos que discutem como construir tais organizações.

[...] todos claramente dominados por uma lógica prescritiva, com parcos fundamentos

sólidos, e redigidos para fornecer modelos bem-sucedidos aos gestores. Ainda dentro

dessa vertente, há um grupo de pesquisadores preocupados em descrever organizações

que foram bem-sucedidas nos seus processos de mudança e ajustes (BASTOS;

GONDIM; LOIOLA, 2004, p. 222).

Segundo esses teóricos, enquanto a Aprendizagem Organizacional surge em um ambiente

mais acadêmico e descritivo, as Organizações que Aprendem partem de uma perspectiva mais

prática e prescritiva, muito mais próxima do mercado e das consultorias do que da academia.

[...] o olhar de acadêmicos e pesquisadores volta-se para a construção de teorias sobre o

fenômeno, apoiando-se em investigação empírica, privilegiando o rigor metodológico

de forma a descrever como as organizações estão aprendendo e os fatores associados a

tal processo. Os gestores e consultores, por outro lado, oferecem sua contribuição, a

partir de suas experiências práticas bem-sucedidas, que, ao serem generalizadas para

qualquer contexto, normalizam e prescrevem o que as organizações devem fazer para

aprender (BASTOS; GONDIM; LOIOLA, 2004, p. 222).

Ainda a respeito das OA, Levitt e March (1988) baseiam-se em três observações

clássicas tiradas de estudos de comportamento das organizações. A primeira é que o

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comportamento de uma organização é baseado em rotinas. A ação decorre de uma lógica de

adequação ou legitimidade, mais do que de uma lógica de consequência ou intenção. Trata-se

de procedimentos e situações, e nem tanto de cálculos e escolhas.

A segunda observação é que as ações organizacionais são dependentes da história. As

rotinas são mais focadas em interpretações do passado do que em antecipações do futuro.

A terceira observação proposta pelos autores é que as organizações são orientadas por

metas. O seu comportamento depende da relação entre os resultados que almejam e as

aspirações que têm. Desta forma, pode-se fazer uma comparação entre uma organização e uma

pessoa (antropomorfização). Se uma organização se comporta de determinada maneira, esta

pode mudar o seu comportamento através de um processo de aprendizagem semelhante ao

humano.

Em um sentido antropomórfico, Rauliuc e Bratianu (2005) explicam as OA como

organizações que devem ser capazes de pensar e criar o seu próprio futuro. Estas instituições

devem ter uma visão do que gostariam de se tornar em um futuro desejável e para isso elas

deveriam ser capazes de desenvolver seus recursos estratégicos e capacidades dinâmicas

necessárias através da aprendizagem, para gerar uma vantagem competitiva sustentável.

Os autores ainda afirmam que uma das capacidades mais importantes é a

Aprendizagem Organizacional, que significa a competência de integrar o aprendizado

individual de todos os funcionários em um processo organizacional, compartilhando a mesma

visão e valores culturais. Através da aprendizagem, cria-se uma atmosfera na organização que

concorre para que os cumprimentos de seus objetivos sejam compartilhados e os requisitos de

negócio externos sejam alcançados.

Como explanado, alguns autores da OA atribuem comportamentos e capacidades dos

seres humanos às organizações. Sob este ponto de vista, uma organização é capaz de aprender

com sua história, interações e inter-relações.

Examinando-se as áreas de AO e OA, Bastos, Gondim e Loiola (2004) inferem que as

mesmas se diferenciam nas formas como a aprendizagem organizacional, em especial pela

diversidade de seus públicos (acadêmicos e gestores), se constitui. Partem de perspectivas

muitas vezes antagônicas: compreender e analisar versus mudar e prescrever.

As duas áreas deparam-se com questões específicas, complexas, cujo equacionamento

demanda esforço continuado de pesquisa e diálogo intra e inter campos. Para os autores, em

ambas as áreas, alguns aspectos relacionados ao processo de produção de conhecimento

ganham importância, por mostrarem lacunas ou desafios a serem enfrentados.

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Yang, Watkins e Marsick (2004) conceituam as OA sob três perspectivas: a primeira

é da aprendizagem. Nesta abordagem, eles definem as OA como organizações que facilitam a

aprendizagem de todos os seus membros e se transformam continuamente, a fim de cumprir os

seus objetivos estratégicos.

Os autores identificaram sub-áreas da aprendizagem onde isso ocorre: Estratégia,

políticas participativas, informatização, contabilidade formativa e controle, troca interna,

aprendizagem interorganizacional, aprendizagem climática, autodesenvolvimento, etc. Os

elementos tradicionais da gestão são incorporados para apoiar a aprendizagem. Propõem,

contudo, que as áreas identificadas podem estar conceitualmente sobrepostas.

A segunda perspectiva é a estratégica. De acordo com esta abordagem, a Organização

que Aprende requer uma compreensão das estratégias internas necessárias para a construção de

capacidade de aprendizagem. Para Yang, Watkins e Marsick (2004), a perspectiva estratégica

da organização de aprendizagem postula que certas práticas gerenciais ou blocos estratégicos

de construção são pré-requisitos para uma organização de aprendizagem. Segundo os teóricos,

estes blocos estratégicos de construção podem servir como diretrizes para a prática operacional

e gerencial.

A terceira perspectiva é a integrativa, o que, segundo Yang, Watkins e Marsick (2004),

fornece um modelo integrador para a organização de aprendizagem. O modelo proposto integra

pessoas e estrutura, que são igualmente vistos como componentes interativos de mudança e

desenvolvimento organizacional.

Além da AO, outra área da Administração que está em constante relacionamento como

as OA é a Gestão do Conhecimento.

2.3 GESTÃO DO CONHECIMENTO

Sobre a gênese da área de Gestão do Conhecimento (GC), Wiig (1997) afirma que, em

meados da década de 1980, indivíduos e organizações começaram a vislumbrar o papel cada

vez mais importante do conhecimento no ambiente competitivo. Neste contexto, a competição

internacional foi mudando para enfatizar cada vez mais produtos e serviços de qualidade,

diversidade e personalização.

Segundo o mesmo autor, a gestão sistemática de conhecimento assume nova

importância com a atual realidade econômica, em que o conhecimento é um fator de

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diferenciação competitiva para indivíduos, empresas e nações. Essa realidade é a força motriz,

porque traz ampla adoção e continuado desenvolvimento de métodos e ferramentas para

gerenciar o conhecimento.

Assim sendo, algumas organizações foram buscar no conhecimento o “norte” para a

melhoria da sua gestão. Esta tendência é lembrada pelo autor ao observar que, no período de

1986 em diante, inúmeros relatos científicos apareceram, tratando de questões relacionadas com

a forma de gerir o conhecimento.

Como a Aprendizagem Organizacional não é a simples soma das aprendizagens

individuais, o conhecimento organizacional não é uma simples soma do conhecimento

individual. Para Bhatt (2001), o conhecimento organizacional é formado por padrões únicos de

interações entre tecnologias, técnicas e pessoas. E essas interações são moldadas pela história

e cultura única da organização.

Embora alguns autores da Administração estejam cientes do potencial existente entre

os recursos de conhecimento, não há um consenso sobre suas características e formas.

Para Bhatt (2001), pesquisadores e acadêmicos tomaram diferentes perspectivas sobre

a Gestão do Conhecimento, que vão desde soluções tecnológicas às comunidades de prática.

Para este autor, as tecnologias e os sistemas sociais são igualmente importantes na GC. A

conversão entre informação e conhecimento é melhor realizada através de atores sociais, mas

estes são lentos, em comparação aos sistemas informacionais.

Ao que parece, a tríade formada pelos conceitos de dado, informação e conhecimento

causa certa confusão na área da GC, uma vez que o conhecimento pode ser confundido com

dados e informação. Bhatt (2001) argumenta que dados e informações são distinguidos com

base em sua “organização”, enquanto informação e conhecimento são diferenciados com base

na “interpretação”.

Como exemplo, pode-se pensar nos seguintes dados de maneira aleatória: (01/01/2015,

35, RN). Estes dados sem contexto não têm nenhuma representatividade, contudo, se

adicionarmos um contexto, eles se tornam informação: (Data de nascimento = 01/01/2015;

Idade = 35; Sigla do Nome = RN). Os dados aleatórios não têm sentido, mas passam a ter,

quando corretamente estruturados. Podem finalmente ser interpretados por alguém que

compreenda o código adotado.

No mesmo sentido, Alavi e Leidner (2001) apontam que o conhecimento é informação

existente na mente de indivíduos: é informação personalizada (que pode ou não ser nova,

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original, útil, ou precisa) relacionada com fatos, procedimentos, conceitos, interpretações,

ideias, observações e julgamentos.

Para os autores, o conhecimento é, portanto, o resultado do processamento cognitivo

desencadeado pelo ingresso de novos estímulos. Pode-se pensar que a informação é convertida

em conhecimento, uma vez que é processada na mente dos indivíduos. E o conhecimento se

torna informação, pois é articulado e apresentado sob a forma de texto, gráficos, palavras ou

outras formas simbólicas.

Para Alavi e Leidner (2001), uma implicação importante deste ponto de vista do

conhecimento é que, para indivíduos diferentes chegarem à mesma compreensão dos dados ou

informações, eles devem compartilhar uma certa base de conhecimento.

Todavia, não existe uma única abordagem geral para a Gestão do Conhecimento. Por

isso, Wiig (1997) traz três noções que se mostram importantes para entendê-la:

A primeira trata da gestão explícita do conhecimento com abordagens técnicas e se

concentra, principalmente, no conhecimento adquirido das pessoas, em bases de conhecimento,

em sistemas baseados em conhecimento, e no conhecimento disponibilizado através de redes

tecnológicas. É uma noção informacional do conhecimento.

A segunda noção centra-se na gestão de capital intelectual, nas formas de capital

estrutural e capital humano das pessoas.

A terceira noção tem foco mais amplo para incluir todos os aspectos relacionados com

o conhecimento que afetam a viabilidade e o sucesso empresarial. A discussão engloba as

noções acima para incluir também a maioria das outras práticas e atividades da empresa.

Wiig (1997) aponta ainda cinco estratégias que considera importantes para

compreender o conhecimento em um ambiente organizacional:

1. Conhecimento como estratégia de negócio – Foca-se na captura, organização,

renovação, partilha e utilização de informações, com o intuito de ter o melhor conhecimento

possível disponível;

2. Estratégia de gestão de ativos intelectuais – Foca-se em conhecimento de gestão

de nível empresarial dos bens intelectuais específicos, tais como patentes, tecnologias, práticas

operacionais e de gestão, relacionamento com clientes, organização e outros ativos de

conhecimento;

3. Estratégia de responsabilidade de ativos – Foca-se no conhecimento pessoal,

inovações e o estado competitivo, renovação, uso efetivo, e disponibilidade a outros dos ativos

de conhecimento dentro de cada área;

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4. Foco na aprendizagem do conhecimento básico – Foca-se na pesquisa,

desenvolvimento e motivação dos colaboradores, o que levará à inovação e melhoria da

competitividade; e

5. Estratégia de transferência de conhecimento – Foca-se em abordagens sistemáticas

para obter, organizar, reestruturar, armazenar ou memorizar o conhecimento, para sua

implantação e distribuição.

Outra percepção amplamente aceita no universo da GC é encontrada no trabalho de

Nonaka, Toyama e Byosiere (1996), que classificam o conhecimento bipartindo-o em explícito

e tácito, como a chave para entender o que é e como se dissemina.

2.3.1 Conversão de conhecimento

Para Nonaka, Toyama e Byosiere (1996), existem dois tipos de conhecimento:

explícito e tácito. O conhecimento explícito pode ser expresso em linguagem formal e

sistemática, e compartilhado na forma de dados, fórmulas científicas, especificações, manuais,

e assim por diante. Ele pode ser facilmente “processado”, transmitido e armazenado. O

conhecimento implícito ou tácito, por outro lado, é muito pessoal e difícil de formalizar. Está

profundamente enraizado na ação, procedimentos, rotinas, compromissos, ideais, valores e

emoções. Além disso, reside muitas vezes em um contexto específico, prático, de tempo e

espaço. Entender a relação entre estes dois tipos de conhecimento é considerado pelos autores

como ponto chave para compreender a dinâmica do conhecimento dentro das organizações.

Para melhor compreensão desta dinâmica, será apresentada a teoria da Socialização,

Externalização, Combinação e Internalização (SECI), que se pauta na distinção entre

conhecimento tácito e explícito e sugere padrões básicos para a criação e compartilhamento do

conhecimento em qualquer organização.

Segundo Nonaka, Toyama e Byosiere (1996), a Socialização é o processo de trazer o

conhecimento tácito em conjunto com a experiência. Uma vez que o conhecimento tácito é

específico para cada um, é difícil de formalizar. A chave para a aquisição de conhecimento

tácito é compartilhar a mesma experiência através de atividades conjuntas. A Socialização é

difícil de ser gerenciada, porque se pauta na conversão do conhecimento tácito, a fim de

promover seu compartilhamento.

A Externalização é o processo de articular o conhecimento tácito como conhecimento

explícito. Dos quatro modos de conversão do conhecimento, a Externalização é a chave para a

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criação do conhecimento, porque cria novos conceitos, explicitando o conhecimento tácito.

Quando isso ocorre, o conhecimento torna-se cristalizado. Neste ponto, ele pode ser

compartilhado, tornando-se base para a criação de novos conhecimentos. A conversão bem-

sucedida do conhecimento tácito em explícito depende do uso de metáforas, analogias e

modelos.

A Combinação é o processo de conexão de elementos discretos do conhecimento

explícito no conjunto do conhecimento explícito, mais complexo e sistemático do que qualquer

uma de suas partes. O conhecimento é trocado pela combinação de meios, tais como

documentos, reuniões, conversas telefônicas e redes informáticas de comunicação. A

reconfiguração do conhecimento existente através de uma triagem, acrescentando combinação

e categorização, pode criar novos conhecimentos. Na prática, a Combinação compreende três

processos. Em primeiro lugar, os conhecimentos explícitos são recolhidos de dentro ou de fora

das organizações e então combinados. Em segundo lugar, o novo conhecimento explícito é

disseminado entre os membros da organização. Em terceiro lugar, o conhecimento é editado ou

processado na organização, a fim de torná-lo mais utilizável. O uso criativo de redes de

informação e de comunicação e bancos de dados pode facilitar esse modo de conversão do

conhecimento.

Por fim, a Internalização pode ser compreendida como o processo de incorporar o

conhecimento explícito como conhecimento tácito. É usada para alargar, ampliar e reformular

o conhecimento tácito dos membros da organização e está intimamente relacionada com a

aprendizagem pela prática. Através de Interiorização, o conhecimento criado é compartilhado

com toda a organização.

Na prática, a Internalização implica duas dimensões: primeiro, o conhecimento

explícito deve ser incorporado na ação e na prática; segundo, o processo de internalizar o

conhecimento explícito atualiza conceitos sobre estratégias, tática, inovação ou melhoria.

Nonaka, Toyama e Byosiere (1996) ainda afirmam que os conhecimentos são criados

através de uma interação contínua e dinâmica entre o conhecimento tácito e explícito. Essa

interação é moldada pelo processo SECI, ou seja, através das mudanças de um modo de

conversão do conhecimento para o próximo.

Também para Grover e Davenport (2001), a investigação do domínio da GC parece

fragmentada. Para eles, diversos conceitos, como teoria baseada em recursos, capacidade de

absorção, capacidades dinâmicas, e assim por diante, têm enriquecido o campo. Outros autores,

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como Bhatt (2001), se referem à gestão do conhecimento como um processo de criação,

validação, apresentação, distribuição e aplicação do conhecimento.

Alguns trabalham com uma divisão da GC em duas gerações distintas, como é caso de

Mcelroy (2002). Para o autor, ao contrário da primeira geração de GC, em que a tecnologia e a

informação parecem sempre dar as respostas, o pensamento de segunda geração é abrangente e

se relaciona mais com os recursos humanos, processos e iniciativas sociais. O autor afirma

ainda que, enquanto os profissionais de primeira geração de GC tendem a começar com a

suposição bastante conveniente de que o conhecimento já existe, os praticantes da segunda

geração, em vez disso, assumem a posição de que o conhecimento é algo produzido em sistemas

sociais humanos.

Para Mcelroy (2002), o conhecimento de segunda geração é dinâmico. De acordo com

esta interpretação, o conhecimento consiste em formulações mentais e linguísticas em

afirmações sobre o mundo. Quando pode ser expresso, normalmente, assume as formas de

afirmações, proposições, hipóteses, argumentos, alegações, e outros modos de reivindicações

linguísticas sobre o mundo. Para o autor, todas essas reivindicações, por sua vez, estão sujeitas

à análise, refutação, avaliação, e até mesmo falseabilidade.

Enquanto as Organizações que Aprendem e a Aprendizagem Organizacional são

classificadas principalmente pelas perspectivas científicas em que foram feitas as pesquisas, os

estudos meta-teóricos em Gestão do Conhecimento geralmente categorizam-nas em gerações.

Além das duas gerações propostas por Mcelroy (2002), Ferguson, Mchombu e

Cummings (2008) apresentam mais duas gerações, conforme demonstra o quadro 3:

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Quadro 3- Gerações da Gestão do Conhecimento.

Autores

PALAVRAS-CHAVE

1ª Geração 2ª Geração 3ª Geração 4ª Geração

Huysman

et al.

(2007)

Objetivismo;

determinismo;

tecnologia da

informação.

Enraizamento social;

imersão na prática;

comunidades de

prática.

x x

Ferguson e

Cummings

(2007)

Conhecimento

enquanto

mercadoria;

bases de dados.

Compartilhamento do

conhecimento; estudos

de caso; ‘melhores

práticas’.

Centrado em pessoas, abordagem baseada na prática;

comunidades de prática interorganizacional.

x

Castro,

Laszlo e

Laszlo

(2002)

Distribuição do

conhecimento

organizacional,

através de uma

tecnologia;

concentra-se em

normas e padrões

de referência.

Criação do

conhecimento para

satisfazer as

necessidades

organizacionais;

aprendizagem

organizacional e

criação de valor.

O “conhecimento da evolução”;

conhecimentos relacionados com

a cidadania corporativa e seu

impacto no

desenvolvimento mundial;

formas participativas de engajar-

se em criação de significado.

x

Snowden

(2002)

Estruturação da

informação para a

tomada de decisão;

computadorização

dos processos de

negócio.

Tacit-explicit

knowledge

conversion.

Contexto, narrativa, histórias,

conteúdo, gestão;

baseia-se na complexidade e em

sistemas adaptativos.

x

Koenig

(2005)

Codificação do

capital intelectual

centrado em TI;

internet e intranets;

melhores práticas.

Introdução da

dimensão humana e

cultural; Organizações

que Aprendem;

conhecimento tácito;

comunidades de

prática

intraorganizacional.

Administração de conteúdo e taxonomias.

A importância das

fontes extraorganizacionais;

conhecimento situado no contexto;

comunidades de prática

interorganizacional.

Fonte: Adaptado de Ferguson, Mchombu e Cummings (2008, p. 12).

Pode-se tentar fazer uma analogia entre as gerações e as abordagens apresentadas no item

2.1 desta tese. A primeira geração da GC centra-se principalmente em uma abordagem técnica-

informacional. A segunda geração se aproxima das abordagens culturais, enquanto a terceira e a

quarta estão mais voltadas para as abordagens antropológica, cultural, sociológica e estratégica.

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41

2.4 REDES SOCIAIS

As redes potencializam a forma como os humanos produzem e compreendem a

circulação de produtos, conhecimento, dados, informações etc. Como exemplo, pode-se

apresentar a internet, redes neurais, redes de comunicação e de distribuição, e as redes sociais.

Pode-se definir rede social como toda estrutura que tem nas relações sociais os fatores

que a determinam. Estudar as redes, no lugar de entidades isoladas, pode permitir aos

pesquisadores uma noção mais ampla das estruturas e das relações que permeiam qualquer

relação social.

Uma visão compartimentada de uma área ou ciência pode não apresentar todas as

características necessárias à sua compreensão. Já uma visão complexa leva a pensar nas relações

entre os saberes, às áreas e as ciências. Nesta visão, o todo complexo representa mais que a

soma das partes. Desta forma, para se compreender a gênese, as relações ou os caminhos que

as ciências e áreas do conhecimento percorrem a metáfora das redes é recomendada.

Kadushin (2012) aponta que as redes sociais estão no cerne das sociedades desde que

os humanos eram “caçadores-coletores”. Para o autor, as pessoas estão conectadas por suas

relações e suas dependências desde tempos passados, quando ligações familiares e tribais

ditavam valores e comportamentos da sociedade.

As diferenças principais, entre o passado e a contemporaneidade, são que na atualidade

o local e o regional se tornam global através das redes de comunicação, além disto, as novas

tecnologias e linguagens provêm novas e dinâmicas formas de interação social.

Segundo Borgatti, Everett e Johnson (2013), o que acontece com indivíduos ou grupos

é, em grande parte, função da estrutura de rede onde se encontram e de suas conexões. Os

autores afirmam que as redes são abstrações que permitem estudar sistemas sociais complexos

através da atenção dada às entidades do sistema e às relações entre elas. Estas entidades são

geralmente denominadas nós ou vértices e têm características distintas que os autores

denominam atributos. As relações denominadas arestas laços ou links também apresentam

características passíveis de serem estudadas.

Segundo Wijk, Bosch e Volberda (1999), os conceitos de redes sociais têm origem na

sociologia e na antropologia e estão alicerçados no pensamento que qualquer organização social

pode ser representada por uma rede. Pode-se, então, compreendê-las como todas as redes onde

seus vértices e arestas são representações de organismos, organizações ou interações sociais.

Newman (2003), ao apresentar a sua concepção de redes, traz as seguintes estruturas

básicas: Os vértices e as arestas. Os vértices são a unidade fundamental de uma rede, também

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chamado de nó na informática, ou de ator na sociologia. A aresta é a representação da linha

que conecta dois vértices. Também chamada de uma ligação na física, link na informática e

fluxo na sociologia.

Os nós ou vértices de uma rede social podem representar qualquer ator social, desde

indivíduos a grupos, passando por objetos a conjuntos de objetos. Desta forma, pensar a

produção científica como uma representação social permite utilizar a metáfora da rede para seu

estudo e compreensão.

Esta analogia pode então ser aplicada à produção e publicação de documentos

científicos, uma vez que estes podem ser representados por uma estrutura de rede. Nesta teia,

os vértices podem ser representados, seja pelos documentos, pelos autores, por palavras, por

conceitos, pelos coautores, por revistas, etc. As arestas, por sua vez, representam as relações

que podem ser de citação, de coautoria, de conteúdo semântico, de paradigmas de pesquisa,

podem ser ainda geográficas, culturais, políticas, entre outras.

Esta forma de estruturar os textos científicos e suas relações é denominada como

perspectiva de redes sociais. Nesta concepção, as redes de textos científicos não são fixas e

acabadas, mas sim algo em constante relação com o passado, com o presente e com o futuro de

determinado campo ou ciência. Ao estudar um agrupamento de textos científicos, o pesquisador

pode ter uma visão mais ampla do seu objeto de estudo e perceber relações imperceptíveis a

outras abordagens de pesquisa.

Para Newman (2006), o estudo dos sistemas em rede tem uma história que é antiga,

mas passa por uma onda de interesse na última década, especialmente nas ciências matemáticas.

Isto se deve em parte como resultado do aumento da disponibilidade de dados precisos em

grande escala. A análise estatística destes dados, segundo o autor, revela características

estruturais que podem ser estudadas pelas técnicas contemporâneas de pesquisa, sobretudo

através de softwares.

Ao analisar a produção científica sob a metáfora da rede, o escopo de investigação se

amplia, permitindo às ciências redefinirem suas bases paradigmáticas teóricas e lógicas, o que,

no contexto desta “nova forma de pensar as ciências”, permite aos pesquisadores trabalharem

com a complexidade.

Na pesquisa referenciada nesta tese, foi proposta a análise da produção científica das áreas

de AO, OA e GC, a partir da perspectiva das redes, no intuito de abranger esta complexidade. Parte-

se, então, de uma perspectiva que trata o conhecimento e as ciências não como blocos fixos e

isolados, mas sim com uma compreensão do conhecimento enquanto rede. Numa estrutura, nada é

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fixo; tudo está em constante reorganização. Desta forma, não existem centros fixos, as fronteiras

estão em amplo movimento. Definir ou tentar compreender os caminhos que essas redes irão seguir,

suas fronteiras e relações, é um exercício que extrapola a lógica científica tradicional.

A figura 3 apresenta um fragmento de rede semântica que são as estruturas utilizadas nas

análises da tese.

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Figura 3- Exemplo de rede semântica da OL.

Fonte: Dados da pesquisa.

Nota: Exemplo de rede semântica agrupada por Modularidade de Newman. A figura faz parte dos textos de OL no ano de 2001 e demonstra a esfera de influência dos

bigramas Colletive Learn, Competitive Advantage e Business Process.

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Nesta tese, os textos científicos, resumos, títulos, palavras e bigramas são alguns dos

vértices ou nós de uma rede, os fluxos ou arestas são determinados pelas relações semânticas.

Para analisar estas redes, faz-se necessário compreender sua topologia.

2.5 TOPOLOGIA DAS REDES

Por topologia pode-se entender os modelos matemáticos que regem as figuras

geométricas. As redes, como figuras geométricas, seguem determinados princípios importantes

para este trabalho. Pode-se sucintamente definir a rede como uma estrutura geométrica formada

por um conjunto de vértices ou nós interligados por linhas ou arestas, cuja estrutura pode ser

representada por um grafo.

Um vértice, segundo Nooy, Mrvar e Vladimir (2005), é a menor unidade em uma rede

e, na análise de redes sociais, representa um ator social, que pode ser um indivíduo em uma sala

de aula, um país em suas relações comerciais, ou ainda uma palavra em um texto, um conjunto

de textos em uma ciência ou área do conhecimento.

Uma linha representa as ligações entre dois vértices quaisquer. Para Nooy, Mrvar e

Vladimir (2005), uma linha tem potencial para representar quaisquer interações sociais. Ainda

segundo estes autores, um loop é um tipo especial de linha que conecta um vértice a ele mesmo.

Para eles, uma linha pode ser direta ou indireta. Uma ligação direta é denominada arco,

enquanto uma ligação indireta é denominada aresta.

Um grafo pode ser denominado direto ou dígrafo, quando contém um ou mais arcos.

Já uma relação social “sem direção” é representada por uma aresta, pois ambos os vértices têm

função similar na relação. Um grafo indireto não contém arcos.

Para Kadushin (2012), uma rede pode conter mais de um tipo de relação. Por exemplo,

tem-se um conjunto de artigos científicos e podem-se demonstrar, através das arestas, tanto as

relações de citação quanto as relações semânticas entre eles. Este tipo de grafo é denominado

rede de múltiplas relações ou ainda multiplex networks.

No quadro 4, encontra-se o glossário de alguns termos utilizados no estudo de redes.

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Quadro 4. Glossário de redes.

Fonte: Adaptado de Newman (2003).

Para Newman (2003), o estudo de redes na forma de Teoria dos Grafos matemáticos é

um dos pilares fundamentais da Matemática discreta e é amplamente utilizado também na Física

e em outras ciências consideradas exatas. Nos últimos anos, porém, tem-se visto a aplicação

das teorias das redes também nas Ciências Sociais.

O autor vislumbra um novo movimento, que tem se tornado substancial em pesquisas

de rede e redes complexas. Para ele, o foco mudou da análise individual de pequenos grafos e

das propriedades dos vértices ou arestas para a análise de propriedades estatísticas de grande

escala. Esta “nova” abordagem tem sido impulsionada, em grande parte, pela disponibilidade

de computadores e redes de comunicação que permitem coletar, processar e analisar dados em

uma escala muito maior do que era possível anteriormente.

Costumava-se olhar para redes de dezenas ou, em casos extremos, centenas de vértices;

agora, não é raro estudar redes com milhares, milhões ou até bilhões de vértices, continua

Newman (2003). Esta alteração de escala causou uma mudança correspondente na abordagem

analítica. A mais utilizada para pesquisar estas redes sociais é a Análise de Redes Sociais.

2.6 ANÁLISES DE REDES SOCIAIS

Determinar o conceito de Análise de Redes Sociais (ARS) não é uma tarefa fácil, pois

esta abordagem consiste de um somatório de perspectivas. Prell (2012), ao dialogar sobre a

história das redes sociais, argumenta que a mesma tem como precursora a Sociometria,

desenvolvida, em meados de 1925, por Jacob Moreno, um estudante de Psiquiatria de Viena.

A autora afirma que, além da Psicologia social, a social Antropologia também tem

uma grande influência nas origens da ARS e indica o antropólogo britânico Radcliffe Brown

Vértice: Unidade fundamental de uma rede, também chamada de nó na Informática, ou de ator na Sociologia.

Linha: Linha que conecta dois vértices, também chamada de ligação na Física, de link na Informática, ou

de empate na Sociologia. Uma aresta pode ser dirigida / não dirigida: é dirigida se tem uma única direção

(como uma estrada de mão única entre dois pontos); e não dirigida quando é executada em ambas as

direções. Arestas dirigidas, às vezes chamadas de arcos, podem ser pensadas como setas indicando a

orientação. Um grafo é dirigido se todas as suas arestas são dirigidas.

Caminho geodésico: É o caminho mais curto de um vértice para outro.

Diâmetro: O diâmetro de uma rede é o comprimento (em número de arestas) da trajetória geodésica mais

longa entre dois vértices quaisquer. Alguns autores também têm utilizado este termo para significar a distância

média geodésica em um gráfico, embora estritamente as duas quantidades sejam bastante distintas.

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como um dos precursores. Este pensador estudava relações sociais e a sua estrutura, o que mais

tarde se denominaria Estrutural Funcionalismo.

A corrente sociológica, segundo Prell (2012), não teve impacto significativo sobre a

ARS até 1950; ela indica o artigo escrito por White, em 1976, como a primeira contribuição

substancial da área.

Pode-se compreender ARS como uma perspectiva distinta de pesquisa em Ciências

Sociais e do Comportamento. Wasserman e Faust (1994) atribuem esta distinção ao fato de que

as ARS se baseiam na suposição da importância dos relacionamentos entre as unidades estudadas.

Para esses teóricos, a perspectiva das redes sociais engloba teorias, modelos e aplicações que são

expressos em termos de conceitos relacionais ou processos, ou seja, as relações definidas por links

entre unidades são um componente fundamental das teorias de rede.

Wasserman e Faust (1994) afirmam ainda que, conforme a perspectiva das redes

sociais foi ganhando força, também a abordagem Social Network Analysis (SNA) ou, em

português Analises de Redes Sociais. Nooy, Mrvar e Vladimir (2005) definem pesquisa

exploratória em redes sociais como um tipo de pesquisa que não possui hipóteses

preestabelecidas sobre a estrutura das redes que serão encontradas.

No intuito de compreender melhor as redes, buscaram-se algumas de suas propriedades

que permitem compreender melhor seu comportamento e a sua estrutura, como seguem.

2.6.1 Transitividade ou agrupamento

Newman (2003) aponta que um desvio do comportamento dos gráficos aleatórios pode

ser visto na propriedade de transitividade da rede, por vezes também denominado agrupamento.

Para o autor, em muitas redes, verifica-se que se o vértice A está ligado ao vértice B e

o vértice B ao vértice C; então, existe uma probabilidade elevada de que o vértice A também

esteja diretamente conectado ao vértice C.

Na linguagem das redes sociais, o amigo de seu amigo é provavelmente seu amigo.

Em termos da topologia da rede, transitividade significa a presença de um número elevado de

triangulações, conjuntos de três vértices em que cada um deles está ligado a cada um dos outros.

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2.6.2 Resiliência de rede

A maior parte das redes depende da sua conectividade, isto é, a existência de caminhos

entre pares de vértices. Segundo Newman (2003), se os vértices de uma rede qualquer começam

a ser removidos, o comprimento desses caminhos irá aumentar. Em última análise, se a ligação

entre os vértices for continuamente desligada, logo a comunicação entre eles através da rede se

tornará impossível.

As redes variam em seu nível de resiliência para tal remoção de vértices. Há uma

variedade de maneiras diferentes com que os vértices podem ser removidos, e redes diferentes

mostram diferentes graus de resistência. Por exemplo, podem-se remover os vértices de forma

aleatória a partir de uma rede, ou pode-se atingir uma classe específica de vértices.

Newman (2003) propõe que a resiliência da rede é de particular importância nas

Ciências Médicas, sobretudo na Epidemiologia, onde remover vértices em uma rede de contatos

pode corresponder à vacinação das pessoas contra doenças. Esta vacinação não só impede que

os indivíduos imunizados contraiam a doença, mas também pode destruir caminhos entre

pessoas por onde a doença poderia se espalhar.

2.6.3 Estruturas de comunidade ou clusters

É claro que as redes sociais demonstram frequentemente estruturas de comunidade, ou

seja, grupos de vértices que têm uma alta densidade de arestas dentro deles, com uma menor

densidade de arestas entre os grupos. É uma questão de experiência comum que as pessoas se

dividam em grupos ao longo das linhas de interesse, Análise de Redes Sociais (ARS) foi se

tornando uma espécie de consenso sobre os princípios que regem a perspectiva das redes

sociais.

Para Prell (2012), a abordagem ARS envolve conceitos, métodos e técnicas de análise

para descortinar e compreender as redes sociais através de suas relações, da estrutura destas

relações e de como são influenciadas por comportamentos, crenças, atitudes e conhecimento.

Knoke e Yang (2008) afirmam que a ARS se diferencia de outras abordagens em

Ciências Sociais, pois se distancia de uma visão individual dos fenômenos sociais. Para eles, é

ponto central da ARS identificar, mensurar e/ou testar hipóteses sobre as formas e os conteúdos

que existem nos relacionamentos entre os diferentes atores sociais. A ARS assume que os atores

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sociais estão sempre conectados uns com os outros, o que influencia de maneira significante o

comportamento de todos os envolvidos nas relações sociais.

Outra descrição da ARS pode ser vista em Wasserman e Faust (1994), que a define

como parte de um processo de desenvolvimento de modelos, especificações e testes para

expressar conceitos teóricos, fornecendo definições formais, medidas e descrições, o que

permite avaliar modelos e teorias em que os principais conceitos e proposições são expressos

como processos relacionais ou estruturais, ou, ainda, para fornecer análises estatísticas de

sistemas multirrelacionais.

A ARS pode ainda ser um importante instrumento para se fazer pesquisa exploratória

em Ciências Sociais., ocupação, idade, e assim por diante.

Para Newman (2003), na literatura de redes sociais, o agrupamento de rede tem sido

discutido em grande medida no contexto dos chamados modelos de bloco que são apenas as

divisões de redes em comunidades ou blocos, de acordo com um critério ou outro.

Newman (2006) propõe que a detecção e caracterização de estruturas de comunidades

em redes, ou seja, o surgimento de grupos densamente conectados de vértices, com ligações

apenas esparsas entre si, tem recebido grande atenção. Esta capacidade de detectar grupos pode

ser de importância prática significativa. Por exemplo, grupos dentro da rede mundial de

computadores podem corresponder a conjuntos de páginas da web sobre temas relacionados e

grupos dentro de redes sociais podem corresponder a unidades sociais ou comunidades.

Trazendo para o escopo da tese, os clusters podem advir de conceitos que têm relação

em uma mesma área do conhecimento, autores se referenciando ou, ainda, termos científicos

relacionados.

A figura 4 representa estruturas de comunidades em redes sociais:

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Figura 4- Estruturas de comunidades.

Fonte: Newman (2006).

Nota: Em muitas redes, os vértices caem naturalmente em grupos ou comunidades. No interior do conjunto de

vértices (sombreado) existem muitas arestas, com apenas um pequeno número delas entre os vértices de diferentes

grupos.

As análises tradicionais de redes sociais geralmente se concentram nos membros de

grupos como uma fonte primária para a interpretação; já o foco em grupos ou clusters pode

melhorar a compreensão da natureza de uma frente de pesquisa e da sua base intelectual.

2.7 REDES SEMÂNTICAS

Um braço da ARS que vem se destacando no ambiente acadêmico é a Semantic

Network Analysis, em português, Análise de Redes Semânticas (ARSe). Segundo Atteveldt

(2008), pode-se definir ARSe como uma análise de conteúdo temático, onde as mensagens são

decompostas em unidades semânticas que, por sua vez, são diluídas em uma ou mais variáveis

que, depois, são recompostas através de técnicas de combinação e agregação.

Já Sowa (1991) considera redes semânticas como estruturas de representação do

conhecimento que são formadas por vértices e arestas. Para o autor, os primeiros registros de

redes semânticas remontam à década de 1960 e estavam relacionados principalmente às

Ciências da Computação.

Pode-se, então, pensar em uma rede semântica como uma rede formada por frases,

palavras, bigramas e n-gramas que têm conteúdo semântico, “significado”. As relações entre

estas frases ou palavras podem, a exemplo da ARS, ser analisadas quanto à sua estrutura,

diferindo da ARS quanto ao seu conteúdo.

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A ARSe surgiu nas últimas duas décadas com a preocupação de estudar grandes

volumes de textos. Esta forma de interpretação textual consiste em representar o conteúdo de

uma mensagem na forma de uma rede de objetos. Várias têm sido as pesquisas em redes

semânticas. A seguir, serão apresentados alguns autores que se utilizam delas.

Para Lee et al. (2013), a rede semântica é um gráfico de conceitos. Já a Análise de

Redes Semânticas é uma filial das análises de rede que exploram as relações entre significados,

compartilhados em configurações linguísticas sociais. A ARSe pode, a exemplo da ARS, ser

feita por várias métricas como, por exemplo: a densidade da rede, a centralidade da rede, o grau

de centralidade, betweenness centralidade, eigenvector centralidade, comprimento de caminho,

entre outras.

Segundo Gloor et al. (2009), a ARSe faz o cálculo temporal de medidas de centralidade

da rede, a visualização de redes sociais, além de um processo semântico da mineração, limpeza

e análise de grandes quantidades de texto com base em análise de redes sociais, análise de

sentimento e métodos de filtragem de informação.

Já Hyun Kim (2012) utiliza a ARSe para estudar os conteúdos de sites de

nanotecnologia.

Jamali e Abolhassani (2006) fazem um levantamento dos trabalhos realizados na ARS

que vão desde análises matemáticas puras em gráficos à web semântica. O objetivo principal

dos autores é fornecer um roteiro para os investigadores que trabalham com diferentes aspectos

da Análise de Redes Sociais.

Sousa et al. (2009) analisam as redes semânticas construídas a partir dos títulos de

artigos na área de Educação Matemática.

Sevin (2014) defende a viabilidade de utilizar ARS e ARSe em conjunto. Para tanto,

um conjunto de dados de amostra é criado com base em tweets sobre a cidade de Boston e Nova

York.

Neste trabalho, propôs-se pesquisar as relações semânticas entre conjuntos de artigos

científicos mediante a análise de seus títulos e respectivos resumos. Isto funcionou como um

importante instrumento que permitiu identificar possíveis frentes de pesquisa que têm potencial

para se destacar nos campos estudados, além de permitir visualizar algumas relações

importantes entre as áreas do conhecimento AO, OA e GC.

A perspectiva de redes e as abordagens ARS e ARSe tem sido amplamente aplicada

na Bibliometria, em sistemas de informação, na Medicina e em outras áreas do conhecimento.

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Na Administração, as pesquisas em redes sociais, ou que utilizam metodologias baseadas nestas

redes, ainda são pouco utilizadas.

Até o presente momento, não foi encontrada nenhuma pesquisa que utiliza as ARS

nem a ARSe para tratar, em conjunto, das três áreas delimitadas neste trabalho, o que serviu,

também, de motivação para a pesquisa, pois as relações de conteúdo entre as áreas podem ser a

chave para a compreensão das complexas relações que se fazem presentes entre os textos de

AO, OA e GC.

As escolhas metodológicas desta tese se dão, então, em função das ARS e ARSe, pois

esse tipo de perspectiva, por estudar grandes volumes de informação necessita de estratégias

escaláveis que permitam lidar com a crescente complexidade presente nos agrupamentos de

textos científicos.

A seguir, serão discutidas e apresentadas algumas estratégias metodológicas para

pesquisar redes semânticas de artigos científicos.

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3 POCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Compreende-se metodologia como a maneira, estratégia, formas e caminhos que os

pesquisadores adotam para seus procedimentos de pesquisa.

Destaca-se que o método é quantitativo, bibliométrico e exploratório.

Uma técnica quantitativa é aquela em que o investigador usa primariamente alegações

pós-positivistas para desenvolvimento de conhecimento (ou seja, raciocínio de causa

e efeito, redução de variáveis específicas e hipóteses e questões, uso de mensuração e

observação e teste de teorias), emprega estratégias de investigação (como

experimentos, levantamentos e coleta de dados, instrumento predeterminados que

geram dados estatísticos) (CRESWEll, 2007, p. 35).

A opção pela análise bibliométrica deveu-se ao fato de a pesquisa utilizar dados

bibliográficos secundários no intuito de estudar as relações entre estes dados.

Para Araújo (2006, p. 12) a utilização de métodos quantitativos na busca por uma

avaliação objetiva da produção científica é o ponto central da bibliometria. Sobre sua história

o autor discorre:

Inicialmente voltada para a medida de livros (quantidade de edições e exemplares,

quantidade de palavras contidas nos livros, espaço ocupado pelos livros nas

bibliotecas, estatísticas relativas à indústria do livro), aos poucos foi se voltando para

o estudo de outros formatos de produção bibliográfica, tais como artigos de periódicos

e outros tipos de documentos, para depois ocupar-se, também, da produtividade de

autores e do estudo de citações (ARAÚJO, 2006, p. 12).

Hackett e Borgman (1992), ponderando a respeito dos métodos bibliométricos,

afirmam que os mesmos podem ser utilizados no estudo da comunicação científica, assinalam

que são métodos pelos quais as atividades de comunicação podem ser explicadas e

interpretadas, considerando os objetos, agentes, eventos, produtos, e contextos de tal atividade

como entidades a serem contadas, medidas ou quantificadas.

Continuando, Hackett e Borgman (1992) indicam em bibliometria que as medidas ou

métricas derivadas são tipicamente a contagem das frequências com que os eventos são

observados, o que (uma vez expressos como razões de o número total de eventos observados)

podem ser considerados como estimativas de ocorrência. As distribuições de probabilidade que

são assim formadas são conhecidas como as distribuições, bibliométricas.

Os bibliometristas têm tradicionalmente concentrado seus esforços em rastrear

indicadores altamente objetivos e visíveis de atividade acadêmica, mais notavelmente,

publicações e citações. “Técnicas bibliométricas podem, naturalmente, ser aplicada a muitos

outros insumos, produtos, processos e artefatos associados com a conduta da ciência, conforme

indica”. (CRONIN, 2001, p. 1).

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3.1 PESQUISA EXPLORATÓRIA

Para Hair Jr. et al. (2005), a pesquisa exploratória não tem a intenção de testar

hipóteses ou preposições antes estabelecidas. Ela parte de um princípio em que o pesquisador

busca através da observação científica explorar a área pesquisada. Segundo os autores, esta é

uma técnica útil quando o pesquisador não sabe muito, ou seja, está orientado para a descoberta,

não tem a intenção de testar hipóteses ou modelos preestabelecidos.

O estudo é longitudinal, pois busca, através do tempo, perceber como as redes

semânticas têm se comportado. Hair Jr. et al. (2005) apontam que investigações longitudinais

são importantes para observar tendências temporais, pois a dinâmica da pós-modernidade,

aliada à produção e à circulação de um grande volume de produção científica, deixa as análises

atemporais estáticas e obsoletas.

O período de tempo investigado vai do ano de 1965 a 2015, pois o documento mais

antigo encontrado na base de dados é de 1965.

A dimensão tempo é fundamental para esse tipo de pesquisa, uma vez que a

estruturação da rede de artigos nessa dimensão pode permitir aos pesquisadores fazerem

inferências, buscarem padrões e compreenderem a evolução histórica das áreas estudadas. Além

de permitir estimar tendências a partir da evolução de algumas métricas ao longo do tempo.

3.2 ESTRATÉGIAS DE PESQUISA EM BASES DE DADOS

Como exposto na Introdução, a produção de documentos científicos na Administração

e outras ciências tem crescido muito nas últimas décadas. Além disto, o desenvolvimento e

posterior popularização das bases de dados de pesquisa contribuíram para a expansão do acesso

a estes documentos. O problema é que, devido a dificuldades de indexação relativas ao aumento

da oferta de documentos, localizar conjuntos de artigos que sejam relevantes tem se tornado

uma tarefa cada vez mais difícil.

No intuito de solucionar ou ao menos amenizar o problema, propôs-se o

desenvolvimento de uma nova estratégia de busca que seja funcional, mensurável e escalável

para aplicá-la nas áreas de Gestão do Conhecimento, Aprendizagem Organizacional e

Organizações que Aprendem como forma de garantir a confiabilidade e abrangência dos dados

analisados nesta tese.

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Qualquer que seja o método empregado, a área ou a ciência, os pesquisadores têm na

construção do referencial teórico um dos seus principais pilares. Desta forma, tornam-se

necessárias estratégias e técnicas de pesquisa em bases de dados acadêmicos que garantam a

relevância e a abrangência deste referencial, ou que ao menos permita estimar o erro das

consultas em bases de dados de pesquisa com o intuito de tentar minimiza-lo. Já nas pesquisas

quantitativas bibliométricas e cientométricas em que os documentos científicos extrapolam a

função de referencial tornando-se também os objetos da pesquisa, a qualidade da estratégia de

busca pode ser a diferença entre a “verdade” cientifica e o erro.

Estratégia de busca pode ser definida, segundo Lopes (2002) como uma técnica ou

conjunto de regras que tornam possível o encontro entre uma pergunta formulada e a

informação armazenada em uma base de dados. O autor argumenta que para alcançar a resposta

pretendida pelo pesquisador, fazem-se necessárias as execuções de movimentos, operações

lógicas e táticas. Ora restringindo os resultados alcançados, ora ampliando-os para a obtenção

de informação relevante para a pesquisa.

A pesquisa contemporânea em bases de dados se deve, em parte, ao trabalho de Eugene

Garfield, que, segundo Wormell (1998), propôs a criação dos índices de citação. Tinha como

objetivo melhorar a forma como acontecia à recuperação da informação científica. Além disso,

esses índices permitiriam o desenvolvimento de novas alternativas para analisar artigos

científicos o que criaria, mais tarde, alternativas às tradicionais formas de representação da

informação baseadas na linguística e na indexação. Garfield tinha então contribuído com o

desenvolvimento das bases de uma nova forma de pensar e fazer a ciência que culminaria na

bibliometria e na cientometria.

Continuando com a autora, havia, à época, uma insatisfação com os serviços de

indexação organizados a partir das disciplinas tradicionais. Nas palavras dela “Todos eram

publicados com excesso de atraso, a indexação era inconsistente e descoordenada, as políticas

de seleção deixavam grandes falhas na sua cobertura” (WORMELL, 1998, p. 210).

Com o avanço dos processos de indexação da informação surgiram às bases de dados

de pesquisa e programas de computador que permitem aos usuários fazer consultas estruturadas

em grandes volumes de dados. O que ocorre é que junto com os artigos pertinentes geralmente

existe uma parte que não têm relação direta com a pesquisa pretendida ou, ainda, a consulta não

abrange todo o universo. Assim, foi desenvolvida uma estratégia de busca que permitiu testar

a relevância e a abrangência dos dados recuperados.

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3.3 A ESCOLHA PELO ARTIGO CIENTÍFICO

Na pesquisa, foram considerados apenas artigos científicos publicados em periódicos

e disponíveis na Base de Dados Web of Science, que têm relação com a gestão do conhecimento,

aprendizagem organizacional e organizações que aprendem.

A respeito dos artigos científicos, Carey (2014) propõe que, à medida que a retórica

do discurso científico evoluiu ao longo do tempo, um formato altamente estável surgiu como

estrutura predominante para a divulgação de estudos científicos, os periódicos e os artigos

científicos. Tendência que perdura até a atualidade.

Continuando com Carey (2014), o aparecimento dos periódicos ajudou a mudar a

cultura científica, já que estas publicações exibiam em forma impressa o internacionalismo, a

civilidade, procedimentos rigorosos de avaliação por pares, os ideais de objetividade e

cientificidade, características da comunidade científica, do Iluminismo à Pós Modernidade.

A necessidade de demonstrar os progressos científicos incentivou o surgimento de

periódicos e ajudou a criar um clima em que nenhum trabalho fora considerado

verdadeiramente completo até que os resultados fossem referendados e publicados, isto é,

partilhados (CAREY, 2014).

Na modernidade, os textos científicos, principalmente os artigos, permitiram

dinamizar alguns processos, sobretudo, no que tange à qualidade dos documentos, comunicação

e socialização de dados, métodos, referenciais etc.

Na pós-modernidade, as técnicas e tecnologias contemporâneas podem permitir a

recuperação eficaz e posterior utilização de um grande volume de informação, para tanto é

necessário que se estruturem os caminhos, as opções metodológicas e as estratégias que irão

balizar as consultas em bases de dados de artigos científicos.

A coleção de dados utilizada para este trabalho foi provida por fontes eletrônicas. Para

Borgatti e Foster (2003) existe um incontável número de dados que pode ser minerado em

fontes eletrônicas como; E-mail, sites de redes sociais, bancos de dados de filmes, livros,

páginas da web, além é claro dos artigos científicos.

A quantidade de artigos científicos encontrados nas bases de dados deixa complexa a

procura por informações relevantes. Desta forma, faz-se necessário que se pensem estratégias

que podem servir como balizadoras da pesquisa. Wormell (1998) afirma, então, que é

necessário aprender a explorar bases de dados on-line não somente para ter acesso a documentos

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ou a fatos, mas também para traçar as tendências para o desenvolvimento da sociedade, das

disciplinas científicas e das áreas de produção e consumo.

Para Wormell (1998, p. 210), “Esse tipo de informação encontrado em bases de dados,

entretanto, é visível somente para o pesquisador perspicaz e para aqueles que aprenderam a ler

nas entrelinhas da informação eletrônica”.

Já Innocentini et al. (2014) propõem que, entre as variáveis que mais influenciam a

qualidade das pesquisas, a estratégia de busca empregada na recuperação do conjunto de dados

é fundamental. Para eles, uma amostra ideal deve ser ampla o suficiente para descrever o

assunto de interesse e, ao mesmo tempo, conter o mínimo de registros irrelevantes, que teriam

o poder de distorcer a análise final.

Como já afirmado, é cada vez mais necessário que os pesquisadores tenham estratégias

bem delineadas que permitam que os mesmos acessem informações relevantes e concisas.

Considerando essas informações, foram efetuados os passos representados na figura 5.

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Figura 5- Estratégia para desenvolvimento da lista de termos para as buscas

O que? Como?

Fonte: Elaborado pelo autor.

1. Estabelecer um glossário de termos-chave com base na literatura da área

pesquisada.

Neste intuito, foram estabelecidos como documentos centrais para pesquisa os

hankbooks de Clyde W. Holssaple, Mark Easterby-Smith e Marjorie A. Lyles. Como

documentos secundários, foram consultados artigos de review das três áreas. Por fim, foi feita

uma consulta nos registros das palavras-chave do banco de dados de teste.

Estabelecer um glossário de

termos-chave para cada uma

das áreas: AO, AO, GC.

Consulta a artigos

de rewiew

Consulta à base de

dados de teste

Consulta a

Handbooks

Testar os termos que mais

retornaram registros

Teste de revocação

Teste individual de

precisão

Teste individual

com especialistas

Lista com:

- 06 termos para AO

- 02 termos para OA

- 08 termos para GC

> 70%

> 70%

> 50%

Lista com:

- 24 termos para AO

- 14 termos para OA

- 25 termos para GC

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Ficou claro o caráter subjetivo da escolha dos termos de pesquisa, mas tentativas

puramente quantitativas, como estimar as frequências de palavras-chave que ocorriam nos

textos de AO, OA e GC, foram testadas e o resultado não foi satisfatório.

No caso de AO, por exemplo, dentre os termos com maior frequência existem termos

de outras áreas e termos muito genéricos para delimitar um domínio de conhecimento

específico.

Porter et al. (2008) estabeleceram três critérios fundamentais para a inclusão de termos

de pesquisa: (1) Associados com uma quantidade considerável de artigos enquanto ao mesmo

tempo são relevantes para o domínio (2) Os pesquisadores devem ser capazes de determinar o

quão bem um tema de interesse é coberto pela pesquisa; e (3) Elasticidade, os termos devem

ser fáceis para adicionar / remover / modificar no intuito de atender diferentes interesses de

pesquisa. Quanto ao último ponto, os autores sugerem que pode-se acompanhar o surgimento

de novos termos ao longo do tempo e ajustar os algoritmos de busca dinamicamente.

2. Com os termos estabelecidos foi feita a consulta de cada termo para cada área no

intuito de estabelecer, no máximo, 25 termos que mais retornaram registros por área, pois a

consulta da base Web of Science só permite estabelecer 25 restrições simultaneas.

3. Foi feita uma consulta com especialistas das três áreas identificados no banco de

dados de teste (banco de dados gerado por meio da consulta do termo que denomina cada área

por exemplo “knowledge Managment”), através do e-mail foi enviado um questionário,

solicitando que cada autor tentasse estabelecer a relação entre os termos e ás áreas de AO, OA

e GC (o resultado do questionário está apensado a tese).

4. Cada termo chave foi testado individualmente: Foi calculada uma estimativa da

quantidade de artigos pertinentes (precisão) para cada termo a partir da leitura do resumo e do

título de uma amostra de 5% dos arquivos recuperados.

Innocentini et al. (2014) apontam que a precisão pode ser medida pela equação 1:

Equação 1

Precisão = N° de referências relevantes recuperadas

N° de referêcias recuperadas pelo termo

Fonte: Innocentini et al. (2014).

Utilizando-se essa equação, se a precisão fosse 70% ou mais, o temo era incluído na

pesquisa, senão incluía-se uma nova restrição, trazendo apenas artigos da área de management

and business. Calcula-se novamente a quantidade de artigos pertinentes, se o resultado fosse

maior que 70%, incorporava-se o termo à pesquisa, senão descartava-se o termo.

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5. Foi feito também o cálculo da revocação da estratégia: Essa medida permite aos

pesquisadores compreenderem a exatidão e a abrangência da pesquisa. Innocentini et al. (2014)

trazem que a (revocação) pode ser medida pela equação 2:

Equação 2:

Revocação = N° de referências relevantes recuperadas

N° de referêcias relevantes existentes na base

Fonte: Innocentini et al. (2014).

O desafio de utilizar a equação 2 em bases de artigos científicos é que nunca se sabe

ao certo quantas referências relevantes existem no sistema, para tanto foi desenvolvida uma

estratégia que buscou estimar esse valor, que é explicada na seção 3.4.4 e 3.4.5.

Se o resultado das estratégias 3, 4 e 5 combinadas foi satisfatório o termo foi agregado

ao algoritmo de busca.

3.4 EXPLICITANDO A ESTRATÉGIA

Como já exposto anteriormente, a estratégia de busca se deu, portanto, em cinco

momentos básicos:

3.4.1 A busca inicial dos termos-chave

A opção por utilizar handbooks e artigos de review como fonte para encontrar os

termos chaves da área de GC, AO e de OA se justifica por alguns fatores:

O primeiro é o tempo, pois dessa maneira a pesquisa por artigos importantes na área

já foi feita pelos organizadores dos handbooks ou pelos autores dos artigos o que poupou um

esforço considerável de leitura e triagem.

O segundo é o custo, pois uma abordagem utilizando especialistas da área seria cara e

demorada o que provavelmente inviabilizaria a pesquisa. Em terceiro a escalabilidade, pois

desta forma a estratégia encontrada pode ser facilmente replicada na mesma área ou em outras.

3.4.2 Testando a relevância dos termos-chave

Paralelamente, foi feita uma busca quantitativa nos registros do banco de dados de

teste que foi criado através da consulta dos termos “organizational learning”, “learning

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61

organization” e “knowledge management” foram pesquisados os seguintes campos dos artigos:

Título, resumo, palavras-chave, keywords plus. Por fim, foi feita a mesma busca em revistas

especificas que representavam as três áreas para estabelecer termos iniciais da estratégia:

Dos termos chave encontrados para Gestão do Conhecimento, selecionou-se os 25 que

trouxeram o maior número de registros. Para OL e LO, o número de termos encontrados foi

respectivamente 24 e 14. A quantidade máxima de 25 termos se justifica pela restrição de

consulta da base Web of Science que permite apenas este número de restrições.

Com os termos escolhidos, foi realizada uma consulta do primeiro termo sem

restrições e, em seguida, foram feitas as consultas de cada termo separadamente restringindo os

outros. Por exemplo: "Knowledge Transfer*" not Knowledge management not "Tacit

Knowledge"… Essa restrição é importante para que as consultas não retornem registros

repetidos, as aspas identificam que a pesquisas consulta apenas o termo como está dentro das

aspas e não separadamente.

3.4.3 Testando a estratégia com especialistas

No intuito de testar os termos com especialistas das áreas foi desenvolvido um

questionário com os 64 termos encontrados na consulta aos textos e na base de dados de teste e

foi enviado para os e-mails dos autores contidos no banco de dados de teste, o questionário

solicitava que o especialista relacionasse cada termo à sua área de conhecimento os termos que

eram reconhecidos por 50% ou mais dos especialistas como sendo de determinada área foram

agregados à consulta. Os resultados estão apresentados no quadro 7.

3.4.4 Calculando a precisão

Para testar a quantidade de artigos para cada termo que possivelmente eram da área,

foi escolhida a seguinte estratégia: Foram lidos os títulos e os resumos de 5% do total de artigos

recuperados para cada termo. Quando este número era menor que 10, foram lidos os títulos e

os resumos de 10 artigos. Desta forma, foi estimada a quantidade de artigos que provavelmente

tinham relação com as áreas de GC, AO e AO.

Se a porcentagem de artigos encontrada fosse maior que 70%, e se a porcentagem de

especialistas que relacionava o termo à área também fosse maior que 70% os dados da consulta

daquele termo foram agregados à estratégia, senão foi feita uma nova restrição buscando apenas

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62

os artigos que pertencessem as subáreas do Web of Science de management and business. O

resultado foi novamente testado e se o resultado foi maior que 70%, a restrição foi agregada a

consulta, senão o termo foi descartado.

No caso de um termo pesquisado retornar mais registros que o apresentado na consulta

do termo principal que denominava a área, este termo foi desconsiderado. Como, por exemplo,

no caso do termo “exploration” foram encontrados: 98.750 artigos. Este número demonstra o

caráter genérico do termo. Quando se restringiu só os campos que pertencem às áreas

management and business (subáreas do web of Science) o número caiu para 2.395 e, mesmo

assim, só aproximadamente 5% dos artigos deste universo demonstraram alguma relação com

a aprendizagem organizacional, por isso, o termo foi descartado.

3.4.5 Calculando a revocação

Como apresentado, o problema de aplicar o coeficiente de revocação ao universo de

artigos científicos presentes em bases de dados de pesquisa consiste em saber previamente a

quantidade de Referências Relevantes Existentes no Sistema (RERE).

Como esse é um número que só seria possível saber ao certo lendo o texto completo

de todos os artigos presentes na base, optou-se por estimar o indicador da forma demonstrada

no quadro 5, da área de Gestão do Conhecimento.

Desta forma, para calcular a revocação, foram somados os valores da coluna RERE

(Referências Relevantes Existentes), como evidenciado no quadro 5, que demonstra os cálculos

na área de Gestão do Conhecimento2.

2 Os cálculos de Aprendizagem Organizacional e de Organizações que Aprendem estão apensados na tese

(Apêndice A).

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63

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: Coluna KM são os artigos de Knowledge Management; a coluna NKM são os artigos que não são de Knowledge Management;

a coluna RERE são as Referências Relevantes Existentes.

Quadro 5- Memória de Cálculo da Estratégia de Busca.

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64

A estratégia de busca se mostrou eficiente para o universo pesquisado. Graças à sua

escalabilidade, também pode ser utilizada como modelo para pesquisas em outras áreas e em

outras ciências. Os resultados das estimativas de precisão e revocação do conjunto de artigos

utilizados na tese estão representados no quadro 6.

Quadro 6- Memória de Cálculo de Precisão e Revocação.

OA AO GC

RRS 690.00 1985.00 6973.00

RRR 575.07 1514.50 5279.86

RERE 636.38 2604.60 6757.72

Revocação 0.90 0.58 0.78

Precisão 0.83 0.76 0.75

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: Valores de precisão e revocação por área pesquisada.

Na pesquisa, foi assumido que os valores de precisão e revocação da consulta deviam ser

iguais ou superiores a 0.7, o que não ocorreu no caso específico de Organizational Learning.

Como estratégia para aumentar a abrangência da consulta, foram recuperados os

artigos da pesquisa “Organizational Learning”, sem as restrições Management and Business, o

que garantiu os seguintes resultados de precisão e revocação, respectivamente: 69% e 76%

Apesar de uma diminuição da precisão (o que já era esperado), a revocação aumentou

consideravelmente, o que melhorou a abrangência da busca.

Ficou claro que a implantação de estratégias de pesquisa em bases de dados são um

fator importante, sobretudo quando se trata de pesquisas que necessitam abordar um grande

número de documentos científicos, garantindo sua abrangência e precisão.

Na estratégia com os especialistas retornaram 35 respostas aos 6000 questionários

enviados por email.

O quadro 7 demonstra os resultados das estratégias aplicadas nas áreas de

Aprendizagem Organizacional, Gestão do Conhecimento e Organizações que Aprendem3.

3 Os quadros completos estão apensados à tese (apêndice A).

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65

Quadro 7- Resultados da estratégia de busca.

Fonte: Elaborado pelo autor..

Nota: Os termos foram encontrados principalmente nas seguintes fontes: Aprendizagem Organizacional: Argote,

Miron-Spektor (2011), Conlon (2004), Crossan et al. (2011), Easterby-Smith (2000), Hotho et al. (2015), Levitt e

March (2014), Smith e Lyles (2011), e Smith (2000); Gestão do Conhecimento: Alavi e Leidner (2001), Authors

(2014), Fahay e Prusak (1998), Garlattir (2015), Holsapple (2003), Lee e Chen (2012), Liao (2003), Mariano e

Walter (2015), Martensson (2000), Nonaka (2000), e Wiig (1997); Organizações que Aprendem: Fulmer e Keys

(1995), Garvin, Edmondson e Gino (2008), James (2003), Örtenblad (2004), Rauliuc e Bratianu (2005), Senge

(1991), e Yang, Watkins e Marsick (2004). Além das fontes elencadas, foram feitas consultas nos registros do

banco de dados de teste com o intuito de verificar as palavras-chave dos artigos das três áreas.

O download dos dados foi realizado em dezembro de 2015. O quadro 8 exemplifica os

dados utilizados na pesquisa a partir de um artigo de AO e de alguns de seus atributos.

APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL

“Organizational Learning” (%)

“Organisational Learning” (%)

“Collective Learning” (%)

“*Loop Learning” (%)

“Operational Learning” (%)

“Team Learning” (%)

GESTÃO DO CONHECIMENTO

“Knowledge Management” (%)

“Tacit Knowledge” (%)

“Generate* Knowledge” (%)

“Transfer* Knowledge” (%)

“Extracting Knowledge” (%)

“Knowledge Application” (%)

“Knowledge-based View” (%)

“Knowledge Capture” (%)

-

ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM

“Learning Organization*” (%)

“Learning Organisation*” (%)

Organisation*”

-

Especialistas: AO:93.9

OA:36.4

GC:15.2

Dados tese:

AO:64

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:93.9

OA:27.3

GC:18.2

Dados tese:

AO:81.97

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:66.7

OA:63.6

GC:18.2

Dados tese:

AO:70

Resultado:

Incluir

Especialistas:

AO:72.7

OA:39.4

GC:12.1

Dados tese:

AO:80

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:57.6

OA:34.4

GC:12.1

Dados tese:

AO:80

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:90.9

OA:60.6

GC:36.4

Dados tese:

AO:90

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:21.2

OA:18.2

GC:97

Dados tese:

GC:77.4

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:36.4

OA:24.2

GC:78.8

Dados tese:

GC:71.4

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:36.4

OA:24.2

GC:78.8

Dados tese:

GC:70

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:30.3

OA:33.3

GC:87.9

Dados tese:

GC:80

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:21.2

OA:18.2

GC:87.9

Dados tese:

GC:77.4

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:27.3

OA:27.3

GC:84.8

Dados tese:

GC:70

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:15.2

OA:18.2

GC:87.9

Dados tese:

GC:77.4

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:30.3

OA:21.2

GC:66.7

Dados tese:

GC:70

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO: 36.4

OA:97

GC:12.1

Dados tese:

OA:86.20

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:39.4

OA:90.9

GC:21.2

Dados tese:

OA:70

Resultado:

Incluir

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66

Quadro 8- Atributos disponíveis nos textos.

FN Thomson Reuters Web of Science™

VR

1 J

U Boussebaa,M

Sturdy,A

Morgan, G

F Boussebaa,Mehdi

Sturdy,Andrew

Morgan, Glenn

I Learning from the world? Horizontal knowledge flows and geopolitics in international

consulting firms

O INTERNATIONAL JOURNAL OF HUMAN RESOURCE MANAGEMENT

A English

T Article

D PROFESSIONAL SERVICE FIRMS; MULTINATIONAL-CORPORATIONS;

ORGANIZATIONAL PRACTICES; MANAGING KNOWLEDGE; MANAGEMENT;

SUBSIDIARIES; PERSPECTIVE; STICKINESS; FRAMEWORK; CONTEXT

AB This paper examines the nature of the contemporary multinational corporation (MNC)

through a study of the use of knowledge management systems (KMS) in four major

international consulting firms. In particular, we explore whether and how such systems

facilitate horizontal (inter-subsidiary) flows of knowledge, as described in the network

view of the MNC. Our analysis reveals the presence of horizontal flows within the four

firms, but flows that are contextually constrained and partly shaped by geopolitical power

relations. Thus, our study gives some support to the image of the MNC as a network

whilst highlighting the contextual limits of horizontal knowledge transfer and,

importantly, the geopolitical conditions under which such knowledge transfer takes place.

At the same time, it challenges the claim that consulting firms are model organizations in

the area of knowledge management as well as the more negative view that questions the

ability of KMS to facilitate knowledge transfer.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: Para as análises de redes semânticas, só os atributos demarcados foram levados em consideração que

correspondem ao título e ao resumo dos artigos.

Após fazer o download dos 10.480 artigos, estruturaram-se três bancos de dados

denominados “AO, OA e GC” com as informações representadas no quadro 8, o que permitiu

consultar e buscar as relações necessárias para a pesquisa.

Posteriormente, este banco de dados foi agrupado por relações semânticas, o que

permitiu gerar as redes que foram analisadas na pesquisa.

3.5 LIMPEZA E MINERAÇÃO DOS DADOS

A limpeza dos dados foi executada por meio do software Automap

(http://www.casos.cs.cmu.edu) que permitiu excluir a pontuação, caracteres especiais,

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67

pronomes, letras avulsas, preposições, números, datas e trazer os verbos para o infinitivo, além

disso, o software permitiu ainda gerar listas de deleção (delete list) e listas de bigrama.

Os passos da limpeza foram desenvolvidos pelo autor e são os seguintes:

1. Com os textos já baixados foi criado um documento do Excel que continha todos os

textos das três áreas, os textos foram desmembrados por área e por ano e por fim foi gerado um

documento de texto (formato *.txt) para cada registro do banco de dados contendo o título e o

resumo do artigo.

2. Isso feito os registros foram carregados em grupos de cinco anos para a limpeza e

mineração no Automap, foram feitos os procedimentos padrão de limpeza do software. No

menu preprocess foram escolhidas as funções Perform All Cleaning e Perform All Preparation.

Estas funções excluíram os verbos de ligação, artigos, preposições, a pontuação, caracteres

especiais, etc.

Com a limpeza padrão efetuada foi utilizada a ferramenta Apply Stemming e a

ferramenta Convert to Uppercase do menu Text Refinement que respectivamente trouxe os

verbos para o infinitivo e converteu os caracteres para maiúsculo.

3. Com a limpeza inicial efetuada foi gerada uma lista de deleção inicial, para tanto foi

gerada uma lista de conceitos Concept List no menu Generate/Concept List se estes conceitos

não apareciam em pelo menos 1% dos registros as palavras eram excluídas através da criação

de uma lista de deleção com estes termos. A lista de deleção foi então aplicada através do menu

Apply Delete List. Foi convencionado que se determinada palavra não aparecesse em ao menos

1% dos textos a mesma não era de interesse para as análises.

4. O próximo passo foi gerar uma lista de bigramas (junção de duas palavras que

comumente aparecem juntas nos textos, por exemplo “knowledge management”). Menu

Generate/Generalization Thesauro/Bigrams, o que permitiu identificar todos os bigramas

contidos nos registros. Eram excluídos da lista todos os bigramas que não estivessem em ao

menos 1% dos artigos e os bigramas foram gerados através do comando Apply Generalization

Thesauro (converte palavras separadas no texto em bigramas). Foi convencionado que se o

bigrama não estava em ao menos 1% dos textos não era de interesse para as análises.

5. Foi gerada outra lista de bigramas com o intuito de gerar trigramas que ocorressem

em pelo menos 1% dos artigos do período. Foi convencionado que se o trigrama não estava em

ao menos 1% dos textos não era de interesse para as análises.

6. Por fim foi gerada e executada uma lista de deleção com todos os termos que não

eram bigrama e nem trigrama. A opção de analisar as relações apenas de bigramas e trigramas

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se deu, pois, uma palavra avulsa na maioria das vezes não se configura como uma unidade de

sentido e geralmente sua ocorrência é muito superior aos bigramas o que traria ruídos

indesejados para a análise. Como exemplo temos a palavra knowledge que foi uma das que mais

ocorreu nas redes de gestão do conhecimento, porém a palavra avulsa não faz sentido para as

análises, em compensação o bigrama “knowledge share” por exemplo é importante para as

análises.

Por fim foram criadas redes semânticas que puderam então se analisadas em outro

software denominado ORA (http://www.casos.cs.cmu.edu).

3.6 AMEAÇAS À VALIDADE

Segundo Creswell (2007), há várias ameaças à validade que levantam potenciais

questões quanto à capacidade do pesquisador de determinar que a intervenção afeta o resultado.

Para Creswell (2007), os pesquisadores precisam identificar ameaças à validade interna e

externa do experimento e relacioná-las ao tipo de projeto proposto.

Ameaças à validade interna são procedimentos experimentais, tratamentos ou

experiências dos participantes que ameaçam a capacidade dos pesquisadores de fazer

inferências corretas a partir dos dados em um experimento. Ameaças à validade externa surgem

quando os experimentadores fazem inferências incorretas a partir dos dados da amostra, outros

ambientes e situações passadas ou futuras (CRESWEll, 2007).

A respeito das ameaças à validade interna, garantiu-se a confiabilidade dos dados e

das análises descrevendo detalhadamente as etapas de limpeza e formação dos bigramas e

trigramas e submetendo a busca de artigos a uma estratégia que permitiu atestar a confiabilidade

destes dados.

Sobre a validade externa, buscou-se a garantia da validade através da utilização de

100% dos artigos levantados na base de dados Web of Science.

A principal limitação apresentada na pesquisa foi em relação à quantidade de artigos

externos à base de dados consultada, pois um conjunto de 10.480 artigos é pequeno em relação

à quantidade da produção científica que tem relação com AO, OA e GC. Para se ter uma ideia,

quando se investiga apenas a área de GC no portal de periódicos da CAPES/MEC, o total de

registros encontrados é 29.010.

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69

Para calcular a importância dos termos chave encontrados em cada uma das áreas foi

utilizada uma métrica especifica de centralidade (betweenness centrality), porém outras

métricas são indiretamente importantes para a tese por isso serão abordadas.

3.7 MÉTRICAS

3.7.1 Centralidade

Para Chen et al. (2010), a métrica centralidade pode ser definida para cada nó da rede,

sendo medida a partir do grau em que o nó está no meio do percurso que o liga aos outros

vértices desta rede.

Newman (2005) assinala que betweenness é uma medida da centralidade de um nó em

uma rede normalmente calculada como a fração de caminhos mais curtos entre pares de nós

que passam pelo nó de interesse.

É, em certo sentido, uma medida da influência que um nó tem sobre a disseminação

da informação ou de outros conteúdos através da rede. Valores altos para essa métrica, segundo

Chen et al. (2010), podem identificar publicações científicas potencialmente revolucionárias,

bem como gatekeepers em redes sociais. Por exemplo, se um nó proporciona a única conexão

entre dois grupos grandes, mas de outra forma não relacionados, esse nó teria um valor muito

elevado de centralidade.

Pode-se definir centralidade como a propriedade de um nó ou de um grupo de nós que

dizem respeito à sua posição em uma rede (BORGATTI; EVERETT; JOHNSON, 2013). Para

os autores, pensar centralidade, significa tentar compreender a contribuição que um nó ou

conjunto de nós fazem à estrutura desta rede, ou seja, a centralidade é o grau de importância

estrutural de um nó em relação à rede.

Um nó pode ser importante para a estrutura da rede de diferentes formas. Por exemplo:

quando, ao removê-lo, se desconectam partes da rede. Um nó pode ser importante também

quando um grande número de laços o envolve. Essa diferenciação culminou no

desenvolvimento de diversas métricas de centralidade, como:

Degree Centrality;

Eingenvector Centrality;

Beta Centrality;

Closeness Centrality;

K-Step Reach Centrality; e

Betweenness Centrality.

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70

Nesta tese, a métrica de centralidade utilizada foi a Betweenness Centrality, pois

segundo Chen et al. (2010), ela tem potencial para indicar vértices importantes para as redes e

esse grau de importância, medido ao longo do tempo, permite a estimativa de suas tendências.

Além das métricas de centralidade, outra métrica importante é a modularidade.

3.7.2 Modularidade

Apesar de não ser analisada diretamente nesta tese, a modularidade é base para a

formação das redes e, consequentemente, para o cálculo de suas métricas.

A modularidade mede o grau em que uma rede pode ser dividida em blocos ou módulos

independentes. A pontuação da modularidade varia de 0 a 1. Segundo Chen et al. (2010), uma

baixa modularidade sugere uma rede que não pode ser reduzida a clusters com limites claros,

enquanto uma alta modularidade pode implicar uma rede bem estruturada.

Na Bibliometria, uma baixa modularidade pode dificultar as análises das redes, pois

tornaria difícil encontrar padrões para o estudo, ou ainda indicaria que os textos não fazem parte

da mesma área científica.

Segundo Newman (2006), a modularidade é um multiplicativo constante do número

de arestas de determinado grupo, menos o número esperado de uma rede equivalente com os

vértices colocados de forma aleatória.

A modularidade pode ser positiva ou negativa, sendo os valores positivos indicativos

de possível presença de estruturas de comunidade. Assim, é possível procurar divisões de uma

rede olhando as que possuem valores positivos de modularidade.

3.7.3 Clusterização

Clusters são conjuntos de dados agrupados por determinados fatores. Chen et al. (2010)

afirmam que as análises dos clusters nas redes sociais permitem aos pesquisadores o estudo das

relações entre grupos distintos como, por exemplo, autores que trabalham juntos, textos

agrupados por temas, grupos de referências, entre outras dimensões.

Para Borgatti, Everett e Johnson (2013), as análises de clusters são um conjunto de

técnicas que permitem atribuir itens em grupos ou classes levando em consideração

similaridades ou distâncias entre estes itens.

As análises tradicionais de redes sociais geralmente se concentram nos membros de grupos

como uma fonte primária para a interpretação, porém o foco em clusters pode melhorar a

compreensão da natureza de uma frente de pesquisa e da sua base intelectual.

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71

A seguir, serão apresentados alguns resultados da pesquisa e suas possíveis reverberações nas

áreas estudadas

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4 RESULTADOS

Na análise dos dados, foram utilizados 6.993 artigos de Gestão do Conhecimento, 2.896

artigos de Aprendizagem Organizacional e 591 artigos de Organizações que Aprendem,

totalizando um universo de 10.480 artigos.

Foram geradas redes ano a ano, redes de períodos de tempo que continham o somatório

dos artigos que pertenciam aos anos dos períodos, e redes acumuladas que continham o

somatório dos artigos dos anos anteriores.

O quadro 9 apresenta os 20 termos com centralidade mais alta para as redes de GC, OA

e AO para a rede criada com todos os artigos de todos os anos.

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Quadro 9- Vinte termos com centralidade mais alta para as redes de GC, OA e AO.

GESTÃO DO

CONHECIMENTO

ORGANIZAÇÕES QUE

APRENDEM

APRENDIZAGEM

ORGANIZACIONAL

Termos comuns às três áreas

knowledgexcreation knowledgexcreation knowledgexcreation

Termos comuns a GC e OA

knowledgexshare knowledgexshare x

organizationalxlearn organizationalxlearn x

intellectualxcapital intellectualxcapital

Termos comuns a GC e AO

businessxprocess x businessxprocess

organizationalxknowledge x organizationalxknowledge

productxdevelopment x productxdevelopment

Termos comuns AO e OA

x competitivexadvantage competitivexadvantage

x humanxresource humanxresource

x knowledgexmanagement knowledgexmanagement

x learnxprocess learnxprocess

x organizationalxchange organizationalxchange

x organizationalxculture organizationalxculture

x organizationalxperformance organizationalxperformance

x organizationalxstructure organizationalxstructure

Termos exclusivos de cada área

decisionxmake

domainxknowledge

explicitxknowledge

knowledgexacquisition

knowledgexasset

knowledgexbase

knowledgexmanagementxsystem

knowledgextransfer

knowledgexworker

managementxsystem

managexknowledge

supportxknowledge

tacitxknowledge

learnxculture

organizationalxcommitment

organizationalxdevelopment

organizationalxlevel

publicxsector

qualityximprovement

sharedxvision

systemsxthink

absorptivexcapacity

firmxperformance

learnxcapability

learnxorganization

organizationalxcontext

organizationalxlearnxprocess

supplyxchain

teamxlearn

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: Resultados obtidos a partir das análises dos artigos das três áreas em todos os períodos (1964-

2015).

A leitura do quadro 9 apresenta uma boa noção do que é importante para as áreas ao

longo do tempo, também os termos em comum e os termos exclusivos para cada área. Percebe-

se, contudo, que a análise dos resultados desta rede não demonstra a importância de um termo

no presente, pois, se um termo tinha a centralidade muito alta em algum período de tempo, isso

acabou refletindo nos períodos posteriores.

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A análise das relações entre áreas também fica comprometida no quadro 9 pois os termos

em comum podem estar temporalmente separados.

4.1 RELAÇÕES ENTRE ÁREAS

Com o intuito de compreender as relações entre as áreas estudadas, buscou-se analisar

os termos coincidentes em períodos pré-selecionados. A relação entre áreas e entre ciências se

dá, entre outras maneiras, pela convergência de conteúdos. Desta forma, compreender estas

relações pode permitir aos pesquisadores solucionar questionamentos que se apresentam entre

áreas e campos científicos.

A relação entre as áreas foi analisada em quatro períodos de tempo distintos. O

primeiro período tem como data de início o artigo mais antigo da base de cada área estudada e

a data final foi o ano 2000 inclusive. Os períodos seguintes são de cinco anos.

Assim, foram analisados quatro períodos distintos de tempo: (1965-2000), (2001-

2005), (2006-2010), (2011-2015), ou seja, foi criada uma rede para cada área por período.

A figura 4 tem a função de facilitar o entendimento dos resultados que serão

relacionados nos quadros 9, 10, 11 e 12, a seguir.

Figura 6- Relações de interseções entre as áreas.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: Os números nas intersecções são apenas para identificar as comparações.

Para as análises demonstradas nos quadros 10, 11, 12 e 13, foram levados em

consideração apenas os 30 termos com Betweenness Centrality mais alta.

AO

GCOA

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75

4.1.1 Primeiro período (1965-2000)

Como se pode observar, na intersecção 01, não foram encontrados termos em comum

entre os 30 termos com maior Betweenness Centrality. Na intersecção 02, foi encontrado

apenas um termo. Na terceira intersecção, foram encontrados sete termos comuns. Na quarta,

apenas um termo.

Quadro 10- Relações entre as áreas de AO, OA e GC (1965-2000).

INTERSECÇÃO ÁREAS OCORRÊNCIAS

01 (AOxOAxGC) Não existiram termos em comuns entre os termos das três áreas

simultaneamente.

02 (OAxGC) Organizational Process. N° de ocorrências = 1.

03 (AOxOA)

Business Process, Business Strategy, Individual Learn,

Knowledge Management, Management Practice,

Organizational Process, System Think.

N° de ocorrências = 7.

04 (AOxGC) System Development. N° de ocorrências = 1.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: Foram levados em consideração apenas os 30 termos com maior Betweenness Centrality.

No primeiro período pesquisado, notam-se relações principalmente entre as áreas de

AO e OA, o que demonstra intersecções principalmente entre duas áreas. O total de termos

em comum encontrados no período foi nove.

4.1.2 Segundo período (2001-2005)

No segundo período, é possível perceber um aumento das relações entre AO e GC e

entre AO e GC em relação ao primeiro período analisado.

Quadro 11- Relações entre as áreas de AO, OA e GC (2001-2005).

INTERSECÇÃO ÁREAS OCORRÊNCIAS

01 (AOxOAxGC) Best Practice. N° de ocorrências = 1.

02 (OAxGC) Best Practice, Product Development, Lesson Learn. N° de

ocorrências = 3.

03 (AOxOA) Best Practice, Empirical Study, Knowledge Creation,

Management Practice, Organizational Context, Strategic

management, Tacit Knowledge. N° de ocorrências = 7.

04 (AOxGC) Best Practice, Decision Make, Knowledge Management

System, Knowledge Share, Management System. N° de

ocorrências = 5.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: Foram levados em consideração apenas os 30 termos com maior Betweenness Centrality.

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76

Na primeira intersecção, foi encontrado um termo em comum; na segunda, três termos;

na terceira, sete termos; e na quarta intersecção cinco termos, totalizando dezesseis termos em

comum.

4.1.3 Terceiro período (2006-2010)

No terceiro período, o fato que chama a atenção é a diminuição das relações entre AO

e OA apresentado pela queda de sete ocorrências no segundo período para apenas uma

ocorrência no terceiro período.

Quadro 12- Relações entre as áreas de AO, OA e GC (2006-2010).

INTERSECÇÃO ÁREAS OCORRÊNCIAS

01 (AOxOAxGC) Não existiram termos em comum entre as três áreas

simultaneamente. N° de ocorrências = 0.

02 (OAxGC): Construction Industry. N° de ocorrências = 1.

03 (AOxOA): Team Learn. N° de ocorrências = 1.

04 (AOxGC)

Human Resource, Knowledge Acquisition, Knowledge Share,

Knowledge Transfer, product Development. N° de ocorrências =

5.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: Foram levados em consideração apenas os 30 termos com maior Betweenness Centrality.

Percebe-se também uma queda nas intersecções 01 e 02. Foram zero ocorrências na

primeira intersecção, uma ocorrência na segunda e na terceira intersecção e continuaram cinco

ocorrências na quarta intersecção.

4.1.4 Quarto período (2011-2015)

Quadro 13- Relações entre as áreas de AO, OA e GC (2011-2015).

INTERSECÇÃO ÁREAS OCORRÊNCIAS

01 (AOxOAxGC) Não existiram termos em comum. N°0

02 (OAxGC) Não existiram termos em comum. N°0

03 (AOxOA) Não existiram termos em comum. N°0

04 (AOxGC) Competitive Advantage, Human Resource, Organizational

Knowledge. N°3

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: Foram levados em consideração apenas os 30 termos com maior Betweenness Centrality.

Por fim, o quarto período apresenta apenas relações entre AO e GC, totalizando três

comunalidades entre os termos com maior Betweenness Centrality, fato que parece demonstrar

que as preocupações dos três campos têm uma tendência a se distanciar.

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77

O distanciamento entre as áreas é evidente e aparenta estar aumentando desde o

terceiro período (2006-2010), o que pode ser demonstrado através das tendências apontadas no

gráfico 1.

Gráfico 1- Relação entre as áreas. Ocorrência de termos em comum por período.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: Ocorrências de termos em comum por períodos de tempo. Para esta análise, foram levados em consideração

apenas os 30 termos com maior Betweenness Centrality. A linha azul indica os termos em comum para as três

áreas, a linha vermelha os termos em comum para OA e GC, a linha verde para AO e OA, e a linha roxa para AO

e GC.

O gráfico 1 demonstra uma tendência de distanciamento entre as áreas estudadas, pelo

menos ao que se refere aos 30 termos com maior Betweenness Centrality comumente utilizados

nas áreas. O segundo período (2001-2005) apresentou o mais alto número de termos em comum,

e o período com menor número de termos em comum foi o quarto (2011-2015).

Ainda em relação à inter-relação entre as áreas, pode-se aferir que a importância do

termo que dá nome aos campos estudados (Knowledge Managment e Organizational Learning)

em relação à métrica Betweenness Centrality perdeu importância na rede de artigos de

Aprendizagem Organizacional, conforme demonstram os gráficos 2 e 3:

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Gráfico 2- Evolução da centralidade para o termo, Knowledge Management nas redes de Organizational Learning,

a partir do ano de 2005.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: A linha vermelha evidencia a Betweenness Centrality do termo na rede semântica dos anos acumulados (do

ano respectivo ao mais antigo). A linha azul evidencia a Betweenness Centrality do termo em questão para redes ano

a ano.

O termo Knowledge Management apresenta uma tendência de diminuição da

importância em relação à rede de Aprendizagem Organizacional, o que corrobora os dados

apresentados até o momento, que indicam um distanciamento entre as áreas de Gestão do

Conhecimento e Aprendizagem Organizacional.

Gráfico 3- Evolução da centralidade para o termo Learn Organization nas redes de Organizational Learning, a

partir do ano de 2005.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: A linha vermelha evidencia a Betweenness Centrality do termo na rede semântica dos anos acumulados (do

ano respectivo ao mais antigo). A linha azul evidencia a Betweenness Centrality do termo em questão para redes ano

a ano.

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No mesmo sentido, percebe-se que o termo Learn Organization tem demonstrado uma

tendência descendente na rede de textos de Aprendizagem Organizacional ano a ano, o que

também corrobora a tese de afastamento entre as áreas de AO e OA.

Nas redes de Gestão do Conhecimento, não se observa o termo Learn Organization e

o termo Organizational Learn tem uma tendência de estabilidade nas redes ano a ano (linha

azul), enquanto nas redes acumuladas (linha vermelha) a tendência é descendente, conforme

demonstra o gráfico 4:

Gráfico 4- Evolução da centralidade para o termo Organizational Learn nas redes de Knowledge Management, a

partir do ano de 1974.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: A linha vermelha evidencia a Betweenness Centrality do termo na rede semântica dos anos acumulados(do ano

respectivo ao mais antigo). A linha azul evidencia a Betweenness Centrality do termo em questão para redes ano a

ano.

A área de Organizações que Aprendem é a única a mostrar uma tendência de

crescimento de ascensão dos termos que identificam as áreas de Gestão do Conhecimento e

Aprendizagem Organizacional, como se pode verificar nos gráficos 5 e 6:

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80

Gráfico 5- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Management nas redes de Learning Organization, a

partir do ano de 1979.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: A linha vermelha evidencia a Betweenness Centrality do termo na rede semântica dos anos acumulados (do

ano respectivo ao mais antigo). A linha azul evidencia a Betweenness Centrality do termo em questão para redes ano

a ano.

Tanto o termo Knowledge Management quanto o termo Organizational Learn

apresentam tendências crescentes para a métrica Betweenness Centrality nas redes ano a ano e

nas redes acumuladas.

Gráfico 6- Evolução da centralidade para o termo Organizational Learn nas redes de Learning Organization, a

partir do ano de 1979.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: A linha vermelha evidencia a Betweenness Centrality do termo na rede semântica dos anos acumulados(do ano

respectivo ao mais antigo). A linha azul evidencia a Betweenness Centrality do termo em questão para redes ano a

ano.

A seguir, serão apresentadas as estimativas de tendência de crescimento da métrica

Betweenness Centrality para as redes semânticas de cada uma das áreas estudadas.

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81

4.2 TENDÊNCIAS

Como exposto durante todo o percurso da tese, encontrar padrões que permitam

demonstrar ou ao menos estimar o desenvolvimento de determinada área ou ciência pode

permitir aos pesquisadores, grupos, agências de fomento, governos etc. tomarem decisões, com

base em informação referenciada, sobre a melhor maneira de se aplicar seus recursos de

pesquisa, além de permitir a melhor compreensão de uma área de conhecimento através de suas

tendências.

Para tanto, foi desenvolvido um percurso metodológico que permitiu organizar a

produção cientifica das áreas de AO, GC E OA alocada na base de dados Web of Science, com

o intuito de analisar suas redes semânticas em busca de padrões que nos permitiram estimar o

futuro das áreas através das tendências de crescimento das métricas de seus termos.

A análise permitiu, ainda, estimar possíveis tópicos emergentes em duas das áreas

estudadas, Aprendizagem Organizacional e Gestão do Conhecimento. Considerou-se tópicos

emergentes termos que surgiram na rede há pouco tempo, mas que já possuem uma

centralidade alta em relação a outros termos.

As análises são longitudinais. No caso específico das análises de AO, o período inicia

no ano de 1965; no caso de GC, o período inicia no ano de 1974; e, no caso das OA, o ano de

início é 1979. Todas as análises findam em 2015.

Para fins de comparação dos textos das áreas, foram escolhidos os bigramas e os

trigramas com maior Betweenness Centrality (por área). Para tanto, foram criadas três redes

semânticas que continham exclusivamente os textos dos últimos dois anos de cada uma das

áreas estudadas.

Os bigramas/trigramas encontrados na rede foram então comparados com os

bigramas/trigramas das redes de cada área. Geraram-se redes semânticas de duas formas: na

primeira, para cada ano, era criada uma rede independente dos outros anos; na segunda, cada

rede continha uma acumulação dos anos anteriores.

Foi gerada uma curva logarítmica de tendência que permite estimar o progresso de

cada termo analisado nos anos subsequentes.

A seguir, o quadro 14 apresenta os resultados e tendências da AO, KM e GC,

respectivamente.

Quando as duas tendências são positivas, pode-se aferir que a tendência geral de

ampliação da métrica Betweenness Centrality ao longo do tempo também é positiva. Da

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mesma forma, quando as duas tendências se apresentam negativas, afere-se que a tendência

geral é negativa. Os outros casos são de tendências neutras, quando as duas tendências

permanecem estáveis, ou não são passíveis de serem estimadas (uma tendência positiva e outra

negativa) com os métodos e técnicas escolhidos nesta tese.

4.2.1 Tendências em Aprendizagem Organizacional

Quadro 14- Tendências para os termos de Aprendizagem Organizacional.

Termos Learning Organization Ocorrência Tendência

acumulada

Tendência ano a

ano

Tópicos emergentes

Innovation Performance 5 anos ou menos Ascendente Ascendente

Organizational learn Culture 5 anos ou menos Ascendente Ascendente

Tendências positivas

Organizational Learn Theory 6 anos ou mais Ascendente Ascendente

Absorptive Capacity 6 anos ou mais Ascendente Ascendente

Supply Chain 6 anos ou mais Ascendente Ascendente

Knowledge Share 6 anos ou mais Ascendente Ascendente

Firm Performance 6 anos ou mais Ascendente Ascendente

Team Learn 6 anos ou mais Ascendente Ascendente

Organizational Performance 6 anos ou mais Ascendente Ascendente

Knowledge Transfer 6 anos ou mais Ascendente Ascendente

Organizational Innovation 6 anos ou mais Ascendente Ascendente

Social Capital 6 anos ou mais Ascendente Ascendente

Organizational Culture 6 anos ou mais Ascendente Ascendente

Organizational Learn Literature 6 anos ou mais Ascendente Ascendente

Organizational level 6 anos ou mais Ascendente Ascendente

Tendências descendentes

Learn Organization 6 anos ou mais Descendente Descendente

Tendências indefinidas ou estáveis

Product Development 6 anos ou mais Estável Estável

Knowledge Management 6 anos ou mais Estável Estável

Learn Process 6 anos ou mais Estável Descendente

Competitive Advantage 6 anos ou mais Ascendente Descendente

Organizational Learn Process 6 anos ou mais Ascendente Descendente

Knowledge Creation 6 anos ou mais Estável Estável

Performance Improvement 6 anos ou mais Ascendente Estável

Market Orientation 6 anos ou mais Ascendente Estável

Learn Theory 6 anos ou mais Estável Ascendente

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: Tendências para os termos de Aprendizagem Organizacional: a coluna Tendência Acumulada apresenta a

curva de tendência para a métrica Betweenness Centrality, para redes formadas através do acúmulo dos anos

anteriores; já a coluna de Tendência Ano a Ano demonstra a tendência através de redes independentes por ano. Os

gráficos que representam a evolução de cada um dos termos estão apensados a esta tese (Apêndice C).

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Os gráficos 7 e 8 apresentam, respectivamente, as curvas de tendência dos termos

Innovation Pertformance e Organizational Learning Culture. Eles foram destacados, pois,

apesar do seu relativo pouco tempo figurando nas redes semânticas de Aprendizagem

Organizacional, mostram-se importantes para as mesmas, o que pode ser aferido pela métrica

Betweenness Centrality. Este conjunto de fatores pode ser importante para identificar o

surgimento de novos tópicos de pesquisa.

A seguir, são apresentados os gráficos de evolução da métrica Betweenness Centrality

ao longo do tempo para os termos destacados.

Gráfico 7- Evolução da centralidade para o termo Innonation Performance nas redes de Aprendizagem

Organizacional, a partir do ano de 2010.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: A linha vermelha evidencia a Betweenness Centrality do termo na rede semântica dos anos acumulados (do

ano respectivo ao mais antigo). A linha azul evidencia a Betweenness Centrality do termo em questão para redes ano

a ano.

O tópico de pesquisa foi considerado “novo” quando figurava há cinco anos ou menos

entre os 25 termos com maior Betweenness Centrality nas redes semânticas da área. A linha

azul diz respeito à rede ano a ano e a linha vermelha às redes acumuladas:

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Gráfico 8- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Management nas redes de Aprendizagem

Organizacional, a partir do ano de 2010.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: A linha vermelha evidencia a Betweenness Centrality do termo na rede semântica dos anos acumulados (do

ano respectivo ao mais antigo). A linha azul evidencia a Betweenness Centrality do termo em questão para redes ano

a ano.

Porém, se analisarmos só os últimos dois anos, o termo Innovation Performance

apresenta uma tendência de queda, enquanto o termo Organizational Learn Culture demonstra

uma tendência positiva em relação à métrica Betweenness Centrality.

4.2.2 Tendências em Organizações que Aprendem

O quadro 15 apresenta a tendência dos 18 termos com maior Betweenness Centrality

para as áreas de Organizações que Aprendem.

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Quadro 15- Tendências para os termos de Organizações que Aprendem.

Termos Organizational Learning Ocorrência Tendência

acumulada

Tendência ano a

ano

Tendências positivas

Knowledge Management 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Organization Performance 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Learning Process 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Intelectual Capital 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Organizational Culture 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Health Systems 9 anos Ascendente Ascendente

Clinical Practice 9 anos Ascendente Ascendente

Change Management 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Learning Culture 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Organizational Learning 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Tendências indefinidas ou estáveis

Organizational Change 10 anos ou mais Estável Ascendente

Quality Improvement 10 anos ou mais Estável Ascendente

Organizational Level 9 anos Ascendente Descendente

Health Services 10 anos ou mais Estável Ascendente

Public Setor 10 anos ou mais Ascendente Estável

Organizational Climate 10 anos ou mais Estável Estável

Competitive Advantage 10 anos ou mais Descendente Ascendente

Learning Approach 10 anos ou mais Ascendente Estável

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: Tendências para os termos de Organizações que Aprendem: a coluna Tendência Acumulada apresenta a

curva de tendência para a métrica Betweenness Centrality, para redes formadas através do acúmulo dos anos

anteriores; já a coluna de Tendência Ano a Ano demonstra a tendência através de redes independentes por ano. Os

gráficos que representam a evolução de cada um dos termos estão apensados a esta tese (Apêndice D).

As redes ano a ano dos termos de Organizações que Aprendem não se mostraram

muito efetivas para determinar tendências na área, pois o número de artigos por ano para textos

de OA é relativamente baixo para a técnica de pesquisa empregada nesta tese. A sugestão é

que, quando o universo de artigos pesquisados for pequeno (menos de 100 por ano), os

pesquisadores podem usar somente as redes acumuladas.

Quando o universo de artigos for pequeno (menor que 500), sugere-se a utilização de

métodos tradicionais de pesquisa, pois os mesmos podem trazer informações mais completas

a respeito dos artigos estudados.

Devido, em parte, às limitações apresentadas, não foram encontrados novos tópicos

de pesquisa na área, porém é possível verificar algumas tendências, sobretudo nas redes

acumuladas.

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4.2.3 Tendências em Gestão do Conhecimento

Quadro 16- Tendências para os termos de Gestão do Conhecimento.

Termos Learning Organization Ocorrência Tendência

acumulada

Tendência ano a

ano

Tópicos emergentes

Knowledge Application 5 anos Ascendente Ascendente

Tendências positivas

Knowledge Acquisition 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Absorptive Capacity 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Suply Chain 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Decision Make 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Knowledge Exchange 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Social Network 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

External Knowledge 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Organizational Performance 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Knowledge Creation 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Software Development 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Support Knowledge 10 anos ou mais Ascendente Ascendente

Tendências descendentes

Knowledge Managment System 10 anos ou mais Descendente Descendente

Tacit Knowledge 10 anos ou mais Descendente Descendente

Tendências indefinidas ou estáveis

Knowledge Share 10 anos ou mais Estável Ascendente

Organizational Learn 10 anos ou mais Descendente Estável

Knowledge Transfer 10 anos ou mais Estável Ascendente

Competitive Advantage 10 anos ou mais Estável Ascendente

Knowledge Management Process 10 anos ou mais Estável Ascendente

Knowledge Based View 10 anos ou mais Ascendente Descendente

Knowledge Worker 10 anos ou mais Estável Estável

Best Practice 10 anos ou mais Estável Estável

Product Development 10 anos ou mais Estável Estável

Knowledge Source 10 anos ou mais Ascendente Estável

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: Tendências para os termos de Gestão do Conhecimento: a coluna Tendência Acumulada apresenta a curva

de tendência para a métrica Betweenness Centrality, para redes formadas através do acúmulo dos anos anteriores;

já a coluna de Tendências Ano a Ano demonstra a tendência através de redes independentes por ano. Os gráficos

que representam a evolução de cada um dos termos estão apensados a esta tese (Apêndice E).

Todos os termos e tendências apresentados nos quadros 14, 15 e 16 estão apresentados

de forma gráfica e individual no apêndice desta tese, e sua análise pode permitir estimar

tendências em outros recortes temporais.

O gráfico 9 apresenta a curva de tendência do termo Knowledge Application:

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Gráfico 9- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Application nas redes de Knowledge Management,

a partir do ano de 2010.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: A linha vermelha evidencia a Betweenness Centrality do termo na rede semântica dos anos acumulados(do ano

respectivo ao mais antigo). A linha azul evidencia a Betweenness Centrality do termo em questão para redes ano a

ano.

Esse termo foi destacado, pois tem potencial para ser um tópico emergente na área de

GC, uma vez que, apesar de figurar nas redes de GC há pouco tempo, apresenta valores de

centralidade altos em relação aos outros termos das redes.

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5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Na Introdução da tese foram apresentados autores que, no passado, acreditavam em

uma relação positiva e crescente entre as áreas de AO, OA e GC. Na contemporaneidade pode

se notar inverso. Os resultados indicam um distanciamento entre as áreas, o que é demonstrado

por um decréscimo dos termos em comum.

O quadro 17 demonstra as teorias que a tese se pautou para estudar as relações entre

as áreas e os resultados alcançados. É preciso levar em consideração a temporalidade das

pesquisas estudadas.

Quadro 17-Relações entre AO, OA e GC.

REFERÊNCIAS ABORDAGENS RESULTADOS ALCANÇADOS

Bennet e

Tomblin (2006)

AO e GC ligadas pelo conceito de

conhecimento.

Áreas ligadas pelos seguintes conceitos: System Development, Best Practice, Decision

Make, Knowledge Management System,

Management System Human Resource,

Knowledge Acquisition, Knowledge Share,

Knowledge Transfer, product Development,

Competitive Advantage, Organizational

Knowledge (Gráfico 1 e quadros 9,10, 11 e 12)

Firestone e

McElroy (2004)

Preocupações AO e GC são

praticamente as mesmas

Não parecem ser as mesmas nos últimos anos

pois apresentaram apenas três termos em

comum:

Competitive Advantage, Human Resource,

Organizational Knowledge

(Gráfico 1 e quadros 9,10, 11 e 12)

Irani, Sharif, e

Love (2009)

Modelo integrado para GC e sua

relação com AO

Não parece possível um modelo que integre as

duas áreas pois as relações tem mudado muito

ao longo dos anos. (Gráfico 1)

Liao e Wu (2010) Relação positiva entre GC e AO A relação entre GC e AO está dando sinais de

diminuir ao longo do tempo. (Gráfico 1)

Chinowsky e

Carrillo (2007)

A estrutura necessária para a GC

pode ser prioritária para a empresa

se transformar em uma que OA

Não foi possível perceber essa relação pois a

os temos em comum entre as áreas são poucos:

Organizational Process Best Practice, Product

Development, Lesson Learn Construction

Industry, Paper Propose. (Gráfico 1 e quadros

9,10, 11 e 12)

Davenport (1999)

Afirma que a GC está se

expandindo gradualmente no

espaço, consumindo não só a AO e

as OA, mas também outros

conceitos emergentes.

Não foi possível perceber essa relação pois os

termos em comum estão diminuindo, conforme

indícios apresentados no (Gráfico 1).

Easterby-Smith e

Lyles (2011)

AO, OA e GC em relação a

processo, prática, teoria e conteúdo

Não foi possível aferir esta relação com os

resultados alcançados na tese.

(Gráfico 1 e quadros 9,10, 11 e 12)

Fonte: Elaborado pelo autor.

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89

Retoma-se o quadro 17, adaptado do quadro 1, com o intuito de comparar as

abordagens apresentadas por alguns autores que estudam as relações entre a Aprendizagem

Organizacional, as Organizações que Aprendem e a Gestão do Conhecimento sob uma

perspectiva tradicional de pesquisa e os resultados obtidos com a análise das redes semânticas

desta tese.

Ao que parece, as abordagens anteriormente demonstradas pelos autores acima

relacionados apresentam-se defasadas, o que se dá possivelmente por dois motivos: 1° A

perspectiva tradicional de análise de artigos não parece ser satisfatória quando o universo a ser

pesquisado é grande e heterogêneo, pois oferece uma visão fragmentada de uma estrutura

complexa. 2° A dinâmica das ciências modernas não permite mais teorias estáticas que

representem áreas, ciências e suas relações como blocos fixos, imutáveis e indiferentes ao longo

do tempo e do espaço. As ciências modernas são dinâmicas e multidisciplinares, suas relações

e sua estrutura mudam com o tempo de uma maneira cada vez mais drástica.

5.1 DISCUÇÃO DO MODELO EASTERBY-SMITH PARA APRENDIZAGEM

ORGANIZACIONAL

A abordagem de Easterby-Smith (1997) traz seis perspectivas acadêmicas que,

segundo o autor, tinham potencial, na época, para explicar a AO: Psicologia, ciências da

Administração, Estratégia, Administração da Produção, Sociologia e Antropologia Cultural. Na

contemporaneidade, não parece mais suficiente para categorizar a área.

Por exemplo, se analisam os 18 termos mais importantes da rede de AO segundo sua

Betweenness Centrality nos anos de 2014-2015, quadro 18, poucas são as relações que se

consegue fazer. É interessante aferir que o termo Knowledge Management ainda figura entre as

primeiras posições da rede dos últimos dois anos de Aprendizagem Organizacional, mesmo

tendo aparentemente perdido importância nos últimos anos.

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Quadro 18- Termos de Aprendizagem Organizacional com maior Betweenness Centrality para a rede de AO, nos

anos de 2014-2015.

ITEM BETWEENNESS CENTRALITY RELAÇÃO COM AS

ABORDAGENS

knowledgexmanagement 0.044350687 ?

learnxprocess 0.035226688 sociologia

organizationalxlearnxtheory 0.03473871 ?

absorptivexcapacity 0.033501275 ?

supplyxchain 0.026429176 administração da produção

knowledgexshare 0.025487661 ?

firmxperformance 0.024386678 estratégia

teamxlearn 0.023942728 sociologia

organizationalxperformance 0.022119654 sociologia

productxdevelopment 0.019348808 ?

knowledgextransfer 0.019182064 ?

learnxorganization 0.018155478 ?

organizationalxinnovation 0.017491924 ?

socialxcapital 0.01617189 ?

innovationxperformance 0.015462698 ?

organizationalxculture 0.015430016 antropologia cultural

competitivexadvantage 0.013795803 estratégia

organizationalxlearnxculture 0.013206095 antropologia cultural

Fonte: Elaborado pelo autor.

Nota: 18 termos com maior centralidade na rede dos últimos dois anos de Aprendizagem Organizacional.

Pode-se identificar, através do quadro 18, que o modelo proposto por Easterby-Smith

em 1997 é incompleto para os dias de hoje. Para atualizá-lo seria necessário, por exemplo,

incluir perspectivas que abarquem textos de AO que têm relação com Inovação, Gestão do

Conhecimento etc.

5.2 CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DO MODELO DE GERAÇÕES PARA GESTÃO DO

CONHECIMENTO

Tampouco as abordagens que definem a Gestão do Conhecimento por meio de

gerações, apresentado no quadro 03 do referencial teórico, parecem fazer sentido quando as

comparadas com os resultados das Análises de Redes Semânticas para a área de Gestão do

Conhecimento, apresentadas no quadro 19.

Ao se fazer um apanhado dos teóricos apresentados no quadro 03, percebe-se uma

relação da 1ª geração com tecnologias da informação, o que pode ser caracterizado pelos

termos: Tecnologia da Informação; bases de dados; distribuição do conhecimento

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organizacional através de uma tecnologia; estruturação da informação para a tomada de decisão;

codificação do capital intelectual centrado em TI; internet e intranets.

Um levantamento dos termos-chave citados na segunda geração do quadro 03 traz os

seguintes resultados: enraizamento social; imersão na prática; compartilhamento do

conhecimento; criação do conhecimento; tacit-explicit knowledge conversion; introdução da

dimensão humana e cultural; Organizações que Aprendem.

A terceira geração apresentada no quadro 03 do referencial traz os seguintes termos-

chave: abordagem baseada na prática; conhecimentos relacionados com a cidadania corporativa

e seu impacto no desenvolvimento mundial; contexto, narrativa, histórias, conteúdo, gestão;

baseia-se na complexidade sistemas adaptativos teoria; administração de conteúdo e

taxonomias.

A quarta geração apresentada no quadro 03 traz os seguintes termos-chave: a

importância das fontes extraorganizacionais; conhecimento situado no contexto; comunidades

de prática interorganizacional.

O quadro 19 demonstra os 20 termos com Betweenness Centrality mais alto, por

períodos de tempo, o que permite fazer um comparativo com o quadro 03. A comparação entre

os quadros não parece suficiente para organizar a área de Gestão do Conhecimento, pois não é

possível identificar gerações bem delineadas no conjunto de termos encontrados.

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92

Quadro 19- Termos de Gestão do Conhecimento classificados por Betweenness Centrality ao longo da história.

1974-2000 2001-2005 2006-2010 2011-2015

Expert knowledge

Expert system

Intelectual property

Knowledge flow

Learn organization

Lesson learn

SystemDevelopment:

1°geração?

Best Practice 2° ou 3° geração?

Business Process

Conceptual Model

Decision Support

Development process

Explicit knowledge: 2°Geração?

Knowledge management system

Management system - 1°geração?

Paper Examine

Software engineer

Business process

Conceptual framework

Effective knowledge

Knowledge resource

Social Network: 2°

geração

Absorptive capacity

Knowledge

acquisition

Organizational

performance

Supply chain

Termos em comum para os quatro períodos

KM system

1°geração?

KM system

1°geração?

KM system

1°geração?

KM system

1°geração?

Knowledge share Knowledge Share Knowledge share Share knowledge

Transfer knowledge Knowledge Transfer Knowledge transfer Knowledge transfer

Organizational learn Organizational learn Organizational

Learn 2°Geração?

Organizational

Learn 2°Geração?

Tacit Knowledge

2°geração? Tacit Knowledge 2°geração?

Tacit Knowledge

2°geração?

Tacit knowledge:

2°geração?

Organizational

knowledge

Organizational

Knowledge

Organizational

knowledge

Organizational

knowledge

Termos em comum para dois ou mais períodos

Manage knowledge Manage Knowledge Manage knowledge

Competitive

advantage

Competitive

advantage

Competitive

advantage

Knowledge Base

1°geração?

Knowledge base

1°geração?

Knowledge worker Knowledge worker Knowledge worker

Product development Product development Product development

Decision Make Decision make Decision make

Intelectual capital Intelectual capital

Knowledge asset Knowledge asset

Knowledge

management process

Knowledge

management process Design methodology

approach

Design methodology

approach

Human Resource:

3°geração?

Human resource

Knowledge creation Knowledge

Creation: 2°Geração?

Fonte: Dados da pesquisa.

Nota: Os termos em destaque foram selecionados, pois têm alguma relação com as teorias que categorizam a

Gestão do Conhecimento em gerações apresentadas no quadro 03 do Referencial.

Buscar a relação das teorias que organizam a Gestão do Conhecimento em gerações

distintas através dos termos-chave encontrados nas redes de GC é um exercício vago, uma vez

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93

que a maior parte dos termos não pode ser classificado nas gerações, conforme as teorias

apresentadas no quadro 3.

Mesmo a teoria mais simples de Huysman et al. (2007), que divide a área em apenas

duas apresentando a primeira geração da GC mais determinista e objetiva e a segunda mais

social, é difícil de ser confirmada, conforme os dados apresentados no quadro 19.

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94

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma rede semântica formada por mais de 10.480 artigos científicos, onde só suas

relações de conteúdo apresentam algumas centenas de milhares de arestas e muitos milhares de

vértices, pode parecer, à primeira vista, um emaranhado confuso e não inteligível de relações.

Porém, as análises de redes sociais e semânticas funcionam como uma bússola, o que permitem

descobrir tendências e caminhos, traçar rotas e corrigir percursos.

Em um universo com centenas de milhares de artigos científicos, pesquisas

tradicionais, onde dezenas ou no máximo poucas centenas de artigos científicos são levados em

consideração, demonstram fragilidade, uma vez que a análise de poucos textos pode não

apresentar nuances importantes para a compreensão das áreas.

Portanto, a utilização de metodologias escaláveis, baseadas em tecnologias da

informação que permitam analisar grandes quantidades de dados, são importantes para tentar

compreender a complexidade das ciências e de seus campos de estudo. Convém explanar

também que até a data de finalização da pesquisa 01/04/2016 não tinha sido encontrada, no

Brasil e no Mundo, nenhuma pesquisa que se utiliza das áreas e dos métodos propostos nesta

tese.

Desta forma, foi possível atingir os objetivos propostos, que eram explorar as redes de

Organizações que Aprendem, Gestão do Conhecimento e Aprendizagem Organizacional

apontando as fronteiras entre as áreas, suas intersecções e ainda estimar tendências nos campos

estudados.

Quanto aos questionamentos apresentados, os mesmos foram amplamente

respondidos:

1° Quais as relações entre as redes semânticas dos resumos dos textos encontrados,

nas três áreas? As análises apresentadas apontam para um distanciamento entre as áreas de

Aprendizagem Organizacional, Gestão do Conhecimento e Organizações que Aprendem, o que

pode ser percebido pela diminuição dos termos comumente encontrados nas áreas, o que pode

ser verificado nos quadros 10, 11, 12 e 13.

2° Quais frentes de pesquisa têm potencial para se destacar nas três áreas? Foram

encontradas frentes de pesquisa que estão em uma curva de ascendente em cada uma das áreas

estudadas, como pode ser visto nos quadros 14, 15 e 16. Além disso, foram apresentados os

termos Innovation Performance e Organizational Learn Culture para as redes de AO, e o termo

Knowledge Application para as redes de Gestão do Conhecimento, como possíveis tópicos

emergentes para as respectivas áreas.

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95

3° Há áreas de fronteira entre a AO, OA e a GC? Se existem, quais são? Foram

encontradas diversas áreas de fronteira ao longo do tempo, como evidenciado nos quadros 10,

11, 12 e 13, e no gráfico 1.

4° Como se dão as relações entre as áreas estudadas ao longo do tempo? Estas relações

tendem a diminuir, pelo menos quando levamos em consideração os termos com maior

Betweenness Centrality para cada área pesquisada, como evidenciado nos quadros 10, 11, 12,

13, e no gráfico 1.

Quanto aos objetivos, todos foram alcançados, como se pode observar:

1° Identificar frentes promissoras de pesquisa nas áreas de AO, OA e GC. As análises

apresentaram tópicos em ascensão nas três áreas pesquisadas, o que permitiu identificar quais

termos têm possibilidade de ampliar sua importância em cada uma das áreas (quadros 14, 15 e

16).

2° Identificar as possíveis convergências (conteúdo semântico) existentes entre as

áreas de AO, OA e GC. Foram encontradas diversas áreas de convergência, sobretudo quando

se tratava dos três primeiros períodos estudados. No quarto período existe uma tendência de

distanciamento que deve ser verificada de novo no futuro (gráfico 1).

3° Propor um modelo que explique as relações entre AO, OA e GC. Não há indícios

de ser possível o desenvolvimento de um modelo estático que demonstre as relações entre as

áreas, tampouco que explique cada área individualmente, contudo é possível estimar tendências

nas redes de artigos científicos que podem servir como o norte na tentativa de compreender as

áreas e suas relações (quadros 14, 15 e 16).

Em relação às possíveis contribuições acadêmicas e teóricas da pesquisa, pode-se dizer

que as áreas de Aprendizagem Organizacional, Organizações que Aprendem e Gestão do

Conhecimento não são estanques, uma vez que estão em constantes relações com diversas áreas

da Administração e com outras ciências.

De qualquer forma, a pesquisa conseguiu relacionar as múltiplas áreas do

conhecimento por seus conteúdos semânticos, o que tem potencial para ser um dos passos para

a compreensão destas e de outras relações complexas entre campos científicos e até ciências.

A constante inter-relação entre áreas e ciências não deve ser visto como um problema,

pois leva os pesquisadores a trabalharem em áreas de fronteira, o que, se por um lado deixa a

compreensão das áreas estudadas cada vez mais complexa e heterogênea, por outro dinamiza a

AO, OA e a GC.

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96

Foi aferido, contudo, que as áreas estudadas parecem estar em um processo de

distanciamento, o que nos permite fazer uma analogia com a formação de nosso sistema solar,

que em seu início proporcionava muitas trocas entre os corpos celestiais e agora, em sua

maturidade, parece muito mais calmo e estável. Nas relações entre Aprendizagem

Organizacional, Organizações que Aprendem e Gestão do Conhecimento, esta analogia parece

verdadeira, uma vez que, no início e nos anos intermediários das áreas, as interações e trocas

eram mais constantes e efetivas, e agora mais brandas.

A respeito das contribuições metodológicas, as estratégias empregadas nesta tese se

mostraram úteis e importantes para se trabalhar com pesquisa social em Administração e em

outras ciências, sobretudo quando o universo de dados for extenso e complexo.

O recorte temporal permitiu estimar tendências, apontar possíveis frentes de pesquisa

e assim traçar caminhos plausíveis que as áreas podem vir a percorrer. A metodologia

demonstrou ainda ser relevante para analisar relações entre áreas diferentes do conhecimento.

As contribuições práticas apontam para a utilização das técnicas, metodologias e

resultados desta tese como forma de balizar pesquisadores, instituições, grupos de pesquisa e

agências de fomento na alocação de seus recursos.

Quanto as limitações da pesquisa, aponta-se que, apesar de ela se referir ao estudo das

relações de 10.480 artigos científicos, a amostra ainda é limitada, uma vez que a pesquisa em

conjunto dos termos Knowledge Management and Learning Organization soma mais de

3.800.000 registros encontrados no Google acadêmico. Sabe-se que este conteúdo encontrado

no Google não tem a qualidade dos dados utilizados na tese, mesmo assim o número é muito

superior. Como forma de mitigar esta limitação, sugerem-se novas pesquisas nas áreas de AO,

OA e GC utilizando ferramentas de web semântica, o que pode permitir a ampliação do universo

pesquisado.

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103

APÊNDICES

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104

APÊNDICE A- RESULTADOS DAS ESTRATÉGIAS DE CONSULTA EM BASES DE

DADOS.

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105

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106

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ferência

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stratégia d

e Busca

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107

Quad

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2.M

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No

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108

Quadro 23. Resultados da estratégia.

Gestão do conhecimento

“Knowledge management”

"Knowledge Transfer*"

"Tacit Knowledge"

"Explicit Knowledge"

"Knowledge work*"

"Knowledge Economy"

"Manage* Knowledge"

"Acquire Knowledge"

"Intellectual capital"

"Generat* Knowledge"

"Transfer* Knowledge"

"Knowledge resources"

"Creat* Knowledge"

"Knowledge Needs"

"Extracting Knowledge"

"Knowledge application"

"Knowledge-based view"

"Store* Knowledge"

"Knowledge Assets"

"Knowledge share*"

"Knowledge Repository"

"Knowledge capture"

"Combine Knowledge"

"Knowledge repositories"

Especialistas: AO:21.2%

OA:18.2%

GC:97%

Dados tese:

GC:77.4%

Resultado:

Incluir

Especialistas:

AO:39.4 OA: 30.3 GC:90.9

Dados tese:

GC:46.15%

Resultado:

Excluir

Especialistas:

AO:36.4 OA:24.2 GC:78.8

Dados tese:

GC:71.4%

Resultado:

Incluir

Especialistas:

AO:39.4 OA:21.2 GC:87.9

Dados tese:

GC:3.7%

Resultado:

Excluir

Especialistas: AO:30.3

OA:24.2

GC:81.8

Dados tese:

GC:4.65%

Resultado:

Excluir

Especialistas: AO:24.2

OA:15.2

GC:78.8

Dados tese:

GC:8.1%

Resultado:

Excluir

Especialistas: AO:12.1

OA:9.1

GC:93.9

Dados tese:

GC:53.5%

Resultado:

Excluir

Especialistas: AO:36.4

OA:24.2

GC:78.8

Dados tese:

GC:7.1%

Resultado:

Excluir

Especialistas: AO:42.4

OA:27.3

GC:66.7

Dados tese:

GC:14.29%

Resultado:

Excluir

Especialistas: AO:36.4

OA:24.2

GC:78.8

Dados tese:

GC:70%

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:30.3

OA:33.3

GC:87.9

Dados tese:

GC:80%

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:33.3

OA:36.4

GC:87.9

Dados tese:

GC:33.33%

Resultado:

Excluir

Especialistas: AO:5.6

OA:42.4

GC:69.7

Dados tese:

GC:8.3%

Resultado:

Excluir

Especialistas: AO:42.4

OA:27.3

GC:72.7

Dados tese:

GC:0%

Resultado:

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Especialistas: AO:21.2

OA:18.2

GC:87.9

Dados tese:

GC:77.4%

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:27.3

OA:27.3

GC:84.8

Dados tese:

GC:70%

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:30.3

OA:21.2

GC:66.7

Dados tese:

GC:70%

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:18.2

OA:18.2

GC:84.8

Dados tese:

GC:0%

Resultado:

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Especialistas: AO:36.4

OA:27.3

GC:84.8

Dados tese:

GC:20%

Resultado:

Excluir

Especialistas: AO:33.3

OA:24.2

GC:81.8

Dados tese:

GC:10%

Resultado:

Excluir

Especialistas: AO:15.2

OA:18.2

GC:87.9

Dados tese:

GC:10%

Resultado:

Excluir

Especialistas: AO:15.2

OA:18.2

GC:87.9

Dados tese:

GC:77.4%

Resultado:

Incluir

Especialistas: AO:36.4

OA:24.2

GC:78.8

Dados tese:

GC:0%

Resultado:

Excluir

Especialistas: AO:30.3

OA:24.2

GC:90.9

Dados tese:

GC:10%

Resultado:

Excluir

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109

Aprendizagem organizacional

“Organizational Learning”

“Organisational Learning”

“individual learning”

“Collective learning”

“Social Learning Theory”

“cognitive learning”

“Behavioural learning”

“Experential Learning”

“exploration”

“exploitation”

“* loop learning”

“heterogenous learning”

“deutero learning”

“strategic learning”

“tactical learning”

“operational learning”

“Team learning"

“unlearning”

“Acquisition learning”

“informal learning”

“learning at work”

“Continual learning at work”

“Group learning”

“participation Learning”

Especialistas: AO:93.9 OA:36.4 GC:15.2

Dados tese:

AO:64.

Resultado:

Incluir

Especialistas:

AO:93.9 OA:27.3 GC:18.2

Dados tese:

AO:81.97%

Resultado:

Incluir

Especialistas:

AO:60.6 OA:39.4 GC:39.4

Dados tese:

AO:0%

Resultado:

Excluir

Especialistas:

AO:66.7 OA:63.6 GC:18.2

Dados tese:

AO:70%

Resultado:

Incluir

Especialistas:

AO:54.5 OA:36.4 GC:27.3

Dados tese:

AO:17.2%

Resultado:

Excluir

Especialistas:

AO:57.6 OA:42.4 GC:21.2

Dados tese:

AO:0%

Resultado:

Excluir

Especialistas:

AO:63.6 OA:33.3 GC:18.2

Dados tese:

AO:0%

Resultado:

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Especialistas:

AO:72.7 OA:51.5 GC:33.3

Dados tese:

AO:2.46%

Resultado:

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Especialistas:

AO:57.6 OA:30.3 GC:36.4

Dados tese:

AO:-

Resultado:

Excluir

Especialistas:

AO:48.5 OA:27.3 GC:42.4

Dados tese:

AO:-%

Resultado:

Excluir

Especialistas:

AO:72.7 OA:39.4 GC:12.1

Dados tese:

AO:80%

Resultado:

Incluir

Especialistas:

AO:72.7 OA:30.3 GC:24.2

Dados tese:

AO:10%

Resultado:

Excluir

Especialistas:

AO:36.4 OA:21.2 GC:12.1

Dados tese:

AO:25%

Resultado:

Excluir

Especialistas:

AO:39.4 OA:33.3 GC:27.3

Dados tese:

AO:20%

Resultado:

Excluir

Especialistas:

AO:54.5 OA:45.5 GC:30.3

Dados tese:

AO:0%

Resultado:

Excluir

Especialistas:

AO:57.6 OA:34.4 GC:12.1

Dados tese:

AO:80%

Resultado:

Incluir

Especialistas:

AO:90.9 OA:60.6 GC:36.4

Dados tese:

AO:90%

Resultado:

Incluir

Especialistas:

AO:51.5 OA:24.2 GC:27.3

Dados tese:

AO:90%

Resultado:

Excluir

Especialistas:

AO:45.5 OA:33.3 GC:24.2

Dados tese:

AO:0%

Resultado:

Excluir

Especialistas:

AO:75.8 OA:36.4 GC:27.3

Dados tese:

AO:60%

Resultado:

Incluir

Especialistas:

AO:66.7 OA:39.4 GC:33.3

Dados tese:

AO:50%

Resultado:

Excluir

Especialistas:

AO:66.7 OA:45.5 GC:30.3

Dados tese:

AO:50%

Resultado:

Excluir

Especialistas:

AO:84.8 OA:45.5 GC:21.2

Dados tese:

AO 12.5%

Resultado:

Excluir

Especialistas:

AO:63.6 OA:39.4 GC:27.3

Dados tese:

AO:0%

Resultado:

Excluir

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110

Fonte:Dados da pesquisa.

Nota: Os termos foram encontrados principalmente nas seguintes fontes respectivamente:(ALAVI; LEIDNER,

2001; AUTHORS, 2014; FAHAY; PRUSAK, 1998; GARLATTIR, 2015; HOLSAPPLE, 2003; LEE; CHEN,

2012; LIAO, 2003; MARIANO; WALTER, 2015; MARTENSSON, 2000; NONAKA, 2000; WIIG, 1997),

(ARGOTE; MIRON-SPEKTOR, 2011; CONLON, 2004; CROSSAN et al., 2011; EASTERBY-SMITH, 2000;

HOTHO et al., 2015; LEVITT; MARCH, 2014; SMITH; LYLES, 2011; SMITH, 2000), (Fulmer & Keys, 1995;

Garvin, Edmondson, & Gino, 2008; James, 2003; Örtenblad, 2004; Rauliuc & Bratianu, 2005; Senge, 1990; Yang,

Watkins, & Marsick, 2004). Além das fontes elencadas, foram feitas consultas nos registros do banco de dados de

teste com o intuito de verificar as palavras chave dos artigos das três áreas.

Organizações que aprendem

“Learning Organization*”

“Learning Organisation*” Organisation*”

“learning portifolio”

“Action Learn*”

“learning impact*”

“Systems think*”

"Knowledge learning"

"adaptive learning"

“learning at work”

“Organizational Memory”

“TheFifth Discipline”

“on-the-job learning”

“learning structure”

“learning processes”

Especialistas:

AO: 36.4 OA:97 GC:12.1

Dados tese:

OA:86.20%

Resultado:

Incluir

Especialistas:

AO:39.4 OA:90.9 GC:21.2

Dados tese:

OA:70%

Resultado:

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Especialistas:

AO:43.8 OA:50 GC:28.1

Dados tese:

OA:0%

Resultado:

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Especialistas:

AO:60.6 OA:45.5 GC:18.2

Dados tese:

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Especialistas:

AO:57.6 OA:36.4 GC:33.3

Dados tese:

OA:0%

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Especialistas:

AO:30.3 OA:42.4 GC:24.2

Dados tese:

OA:3.2%

Resultado:

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Especialistas:

AO:42.4 OA:36.4 GC:45.5

Dados tese:

OA:0%

Resultado:

Excluir

Especialistas:

AO:63.6 OA:33.3 GC:18.2

Dados tese:

OA:0%

Resultado:

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Especialistas:

AO:66.7 OA:39.4 GC:33.3

Dados tese:

OA:0%

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Especialistas:

AO:60.6 OA:36.4 GC:51.5

Dados tese:

OA:0%

Resultado:

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Especialistas:

AO:27.3 OA:42.4 GC:12.1

Dados tese:

OA:100%

Resultado:

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Especialistas:

AO:69.7 OA:33.3 GC:27.3

Dados tese:

OA:0%

Resultado:

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Especialistas:

AO:54.5 OA:57.6 GC:21.2

Dados tese:

OA:0%

Resultado:

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Especialistas:

AO:78.8 OA:48.5 GC:33.3

Dados tese:

OA:0%

Resultado:

Excluir

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111

APÊNDICE B- RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ESPECIALISTAS.

Gráfico 10- Áreas em que faz pesquisa.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 11- Learning Portifolio.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 12- Creat Knowledge.

Fonte: Dados da pesquisa.

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112

Gráfico 13- Experential Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 14- Team Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 15- Knowledge Capture.

Fonte: Dados da pesquisa.

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113

Gráfico 16- Knowledge Repositories.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 17- Wnowledge Assets.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 18- Deutero Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

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114

Gráfico 19- Store Knowledge.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 20- Heterogenous Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 21- Double Loop Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

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115

Gráfico 22. Behavioral Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 23. Adaptative Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 24- Exploitation.

Fonte: Dados da pesquisa.

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116

Gráfico 25- Knowledge Resources.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico26- Knowledge Application.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 27- Knowledge Based View.

Fonte: Dados da pesquisa.

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117

Gráfico 28- Action Learn.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico29- Transfer Knowledge.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 30- Exploration.

Fonte: Dados da pesquisa.

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118

Gráfico 31- Cognitive Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 32- Operational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 33- Learning Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

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119

Gráfico 34- Knowledge Needs.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 35- Knowledge Economy.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 36- Informal Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

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120

Gráfico 37- Participation Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 38- Learning Impact.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 39- Knowledge Share.

Fonte: Dados da pesquisa.

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121

Gráfico 40- Manage Knowledge.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 41- Sistem Think.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 42- Knowledge Repository.

Fonte: Dados da pesquisa.

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122

Gráfico 43- Learning Impact.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 44- Extracting Knowledge.

Fonte: Dados da pesquisa.

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123

Gráfico 45- Explicit Knowledge.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 46- Social Learn Theory.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 47- Knowledge Transfer.

Fonte: Dados da pesquisa

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124

Gráfico 48- Combine Knowledge.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 49- Learning at Work.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 50- Organizational Memory.

Fonte: Dados da pesquisa.

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125

Gráfico 51- Individual Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 52- Group Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 53- Unlearning.

Fonte: Dados da pesquisa.

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126

Gráfico 54- Tacit Knowledge.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 55- Generate Knowledge.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 56- Knowledge Culture.

Fonte: Dados da pesquisa.

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127

Gráfico 57- Learning Processes.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 58- Learning Structure.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 59- Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

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128

Gráfico 60- Acquisition Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 61- Estrategic Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 62- The Fifth Discipline.

Fonte: Dados da pesquisa.

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129

Gráfico 63- Tactical Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 64- Knowledge Work.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 65- Learning Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

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130

Gráfico 66- Knowledge Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 67- Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 68- Learning Climate.

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131

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 69- Single Loop Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 70- Intellectual Capital.

Fonte: Dados da pesquisa.

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132

Gráfico 71- Collective Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 72- Acquire Knowledge.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 73- Organisational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

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133

Gráfico 74- Continual Learning at Work.

Fonte: Dados da pesquisa.

APENDICE C- GRÁFICOS DE TENDÊNCIA AO.

Gráfico 75- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Management nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

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134

Gráfico 76- Evolução da centralidade para o termo Learn Process nas redes de Organizational

Learning.

Fonte: Dados da pesquisa

Gráfico 77- Evolução da centralidade para o termo Organizational Learn Theory, nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 78- Evolução da centralidade para o termo Absortive Capacity nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 79- Evolução da centralidade para o termo Supply Chain nas redes de Organizational

Learning.

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135

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 80- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Share nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 81- Evolução da centralidade para o termo Firm Performance, nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 82- Evolução da centralidade para o termo Team Learn nas redes de Organizational

Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 83- Evolução da centralidade para o termo Organizational Performance nas redes de

Organizational Learning.

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136

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 84- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Transfer nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 85- Evolução da centralidade para o termo Product Development nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 86- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Transfer nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

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137

Gráfico 87- Evolução da centralidade para o termo Learn Organization nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 88- Evolução da centralidade para o termo Organizational Innovation nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 89- Evolução da centralidade para o termo Social Capital nas redes de Organizational

Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 90- Evolução da centralidade para o termo Innovation Performance nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

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138

Gráfico 91- Evolução da centralidade para o termo Organizational Culture nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 92- Evolução da centralidade para o termo Competitive Advantage nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 93- Evolução da centralidade para o termo Organizational Learn Culture nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 94- Evolução da centralidade para o termo Organizational Learn Process nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

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139

Gráfico 95- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Creation nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 96- Evolução da centralidade para o termo Organizational Learn Literature nas redes

de Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 97- Evolução da centralidade para o termo Learn Theory nas redes de Organizational

Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 98- Evolução da centralidade para o termo Performance Improvement nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

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140

Gráfico 99- Evolução da centralidade para o termo Market Orientation nas redes de

Organizational Learning.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 100- Evolução da centralidade para o termo Organizational Level nas redes de

Organizational Learning

Fonte: Dados da pesquisa.

APÊNDICE D- GRÁFICOS DE TENDÊNCIA GC.

Gráfico 101- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Share, nas redes de Knowledge

Management.

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141

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 102- Evolução da centralidade para o termo Organizational Learn, nas redes de

Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 103- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Management System, nas

redes de Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 104- Evolução da centralidade para o termo Competitive Advantage, nas redes de Knowledge

Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 105- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Acquisition, nas redes de

Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

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142

Gráfico 106- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Transfer, nas redes de

Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 107- Evolução da centralidade para o termo Absorptive Capacity, nas redes de

Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 108- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Management Process, nas

redes de Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 109- Evolução da centralidade para o termo Tacit Knowledge, nas redes de

Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

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143

Gráfico 110- Evolução da centralidade para o termo Supply Chain, nas redes de Knowledge

Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 111- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Based View, de Knowledge

Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 112- Evolução da centralidade para o termo Decision Make, nas redes de Knowledge

Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 113- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Change, nas redes de

Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

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144

Gráfico 114- Evolução da centralidade para o termo Social Network, nas redes de Knowledge

Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 115- Evolução da centralidade para o termo External Knowledge, nas redes de

Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 116- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Worker, nas redes de

Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 117- Evolução da centralidade para o termo Organizational Performance, nas redes

de Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

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145

Gráfico 118- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Creation, nas redes de

Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 119- Evolução da centralidade para o termo Best Practice, nas redes de Knowledge

Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 120- Evolução da centralidade para o termo Product Development, nas redes de Knowledge

Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 121- Evolução da centralidade para o termo Software Development, nas redes de

Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

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146

Gráfico 122- Evolução da centralidade para o termo Support Knowledge, nas redes de

Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 123- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Source, nas redes de

Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 124- Evolução da centralidade para o termo Knowledge Application, nas redes de

Knowledge Management.

Fonte: Dados da pesquisa.

APENDICE E- GRÁFICOS DE TENDÊNCIA OA.

Gráfico 125. Evolução da centralidade para o termo Knowledge Management, nas redes de

Learning Organization.

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147

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 126. Evolução da centralidade para o termo Organizational Performance, nas redes de

Learning Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 127. Evolução da centralidade para o termo Learning Process, nas redes de Learning

Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 128. Evolução da centralidade para o termo Organizational Change, nas redes de

Learning Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 129. Evolução da centralidade para o termo Quality Improvement, nas redes de

Learning Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

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148

Gráfico 130. Evolução da centralidade para o termo Intellectual Capital, nas redes de Learning

Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 131. Evolução da centralidade para o termo Organizational Culture, nas redes de

Learning Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 132. Evolução da centralidade para o termo Heath Systems, nas redes de Learning Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 133. Evolução da centralidade para o termo Organizational Level, nas redes de

Learning Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

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149

Gráfico 134. Evolução da centralidade para o termo Heath Services, nas redes de Learning

Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 135. Evolução da centralidade para o termo Public Sector, nas redes de Learning

Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 136. Evolução da centralidade para o termo Organizational Climate, nas redes de

Learning Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 137. Evolução da centralidade para o termo Competitive Advantage, nas redes de

Learning Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

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150

Gráfico 138. Evolução da centralidade para o termo Clinical Practice, nas redes de Learning

Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 139. Evolução da centralidade para o termo Change Management, nas redes de

Learning Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 140. Evolução da centralidade para o termo Learning Culture, nas redes de Learning

Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

Gráfico 141. Evolução da centralidade para o termo Organizational Learn, nas redes de

Learning Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.

Page 151: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE …tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/2945/5/Renato Neder.pdf · redes semânticas. 5. Frentes emergentes de pesquisa. I. Título. CDD 658.3

151

Gráfico 142. Evolução da centralidade para o termo Learning Approach, nas redes de Learning

Organization.

Fonte: Dados da pesquisa.