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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE ALINE BERNARDES DE SOUZA SÍNDROME DE DOWN: CORRELAÇÕES ENTRE HABILIDADES MANUAIS, COMPOSIÇÃO CORPORAL E LATERALIDADE FUNCIONAL SÃO PAULO 2015

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

ALINE BERNARDES DE SOUZA

SÍNDROME DE DOWN: CORRELAÇÕES ENTRE HABILIDADES MANUAIS,

COMPOSIÇÃO CORPORAL E LATERALIDADE FUNCIONAL

SÃO PAULO

2015

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ALINE BERNARDES DE SOUZA

SÍNDROME DE DOWN: CORRELAÇÕES ENTRE HABILIDADES MANUAIS,

COMPOSIÇÃO CORPORAL E LATERALIDADE FUNCIONAL

Tese de Doutorado apresentada como exigência parcial

para a obtenção do título de Doutor em Distúrbios do

Desenvolvimento.

ORIENTADORA: Profa. Dra. Silvana Maria Blascovi de Assis.

SÃO PAULO

2015

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S729s Souza, Aline Bernardes de.

Síndrome de Down : correlações entre habilidades manuais,

composição corporal e lateralidade funcional. / Aline Bernardes de

Souza. – 2015.

85 f. : il. ; 30 cm.

Tese (Doutorado em Distúrbios do Desenvolvimento) -

Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2015.

Referências bibliográficas: f. 63-72.

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A todos que, de alguma maneira, conseguem manter o brilho nos olhos

quando buscam o conhecimento para o desenvolvimento da

humanidade e,

À população com síndrome de Down no intuito de contribuir com o seu

universo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, acima de tudo, a força e o desejo imenso que possuo de me aprimorar e atingir essa

qualificação, me permitindo notar que tudo é possível. Sinto-me extremamente realizada com

essa conquista!

Agradeço a Deus por ter iluminado o meu caminho com sabedoria e benevolência me

permitindo a realização de um sonho.

Agradeço, imensamente, aos meus familiares, à minha mãe, ao meu irmão e à Nina, por todo

companheirismo, apoio e carinho concedido em todos esses anos de convivência.

Agradeço à minha querida e amada professora e orientadora Silvana Maria Blascovi de Assis

por ter acreditado em mim e em meus potenciais, por ter me apoiado em todos esses anos,

pelas inúmeras oportunidades oferecidas, pela sabedoria, pelos bons momentos de

convivência e de aprendizado e, por ser quem é. Muito obrigada por tudo!

Agradeço à querida professora Maria Olga Fernandes Vasconcelos e a Universidade do Porto,

Portugal, por terem me recebido tão bem e me tratado com tanto carinho durante a minha

estada em seu país. Obrigada por todo aprendizado e conhecimento, pela possibilidade de

experimentar diferentes métodos e formas de trabalho que me deixaram mais apaixonada pela

vida acadêmica. Desejo, sinceramente, que a nossa parceria e amizade continuem!

Agradeço ao meu colega e amigo José Renato Campanelli Ferreira dos Santos por todo

aprendizado, apoio, companheirismo e amizade durante essa jornada.

Agradeço aos membros da Banca, professora Dra. Rosana Farah Simony, professora Dra.

Alessandra Gotuzo Seabra, professora Dra. Fátima Aparecida Caromano e professor Dr. José

Renato Campanelli Ferreira dos Santos, e os suplentes, professor Dr. Elizeu Coutinho de

Macedo e professora Dra. Graciele Massoli Rodrigues, por terem gentilmente aceitado o

convite para avaliação deste estudo e cujas contribuições enriqueceram a minha tese.

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Agradeço a todas as Instituições e seus funcionários, aos pais e responsáveis de todos os

sujeitos e os participantes desta pesquisa por terem contribuído para o sucesso do meu estudo.

A todos o meu sincero agradecimento, sem vocês esse estudo não seria possível.

Agradeço a todos os colegas e amigos que de alguma forma me ajudaram e me incentivaram a

concluir essa etapa.

Agradeço a todos os professores e colegas da Universidade Presbiteriana Mackenzie por todos

os ensinamentos repassados e por estimularem a formação de profissionais cada vez mais

capacitados.

Agradeço à Universidade e ao Instituto Presbiteriano Mackenzie e a Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) por todo apoio a mim oferecido.

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“A persistência é o caminho do êxito”.

(Charles Chaplin)

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi verificar a correlação entre as variáveis de composição corporal,

habilidades manuais e lateralidade funcional em pessoas com síndrome de Down (SD) e

compará-las a um grupo controle (GC). Contou-se com a participação de 30 pessoas com SD

e 30 indivíduos sem alterações no desenvolvimento, com idades entre 11 a 14 anos, de ambos

os sexos. Para tal, foram aferidas as seguintes medidas: força de preensão palmar (FPP) pelo

dinamômetro Jamar®; composição corporal e estado nutricional por meio do índice de massa

corporal (IMC), percentagem de gordura (PG), circunferência muscular do braço (CMB) e

circunferência de antebraço (CA); desempenho funcional manual verificado pelo Teste de

Caixa e Blocos (TCB) e o protocolo de sete tarefas de Jebsen-Taylor. A dominância lateral

(DL) foi avaliada pelo protocolo de Negrine e a preferência manual (PM) analisada pelo

protocolo de Van Strien. Para análise dos resultados foram utilizados os testes de Wilcoxon

para a comparação entre médias e o teste de correlação de Spearman. Os resultados

demonstraram maior percentagem de indivíduos sinistros no grupo com SD, GSD, (33,3%) do

que no GC (13,3%), além de maior preferência manual à direita tanto no GC como GSD. O

GC apresentou melhor desempenho do que o GSD em todas as tarefas, observando-se

melhores resultados com a mão preferida (MP) para GC. A FPP apresentou correlação com a

CA e com algumas tarefas do Jebsen – Taylor em ambos os grupos, porém não houve

correlação estatisticamente significante com o TCB tanto para GSD como GC. A correlação

entre PG e CA foi estatisticamente significante para o GC e o GSD e entre a PG e três das sete

tarefas manuais avaliadas. Não houve diferença estatística significante entre a PG aferida nos

hemi corpos para ambos os grupos. Este estudo traz como diferencial o uso do Teste de

Jebsen-Taylor na população com SD, que se mostrou sensível a ele além, da verificação da

correlação da composição corporal com a coordenação motora em indivíduos com alteração

no desenvolvimento. As diferenças no desenvolvimento e desempenho da pessoa com SD

merecem maiores investigações para que o conhecimento sobre as suas peculiaridades seja

ampliado buscando assim, novas formas de avaliação e intervenção que possam melhorar o

seu desempenho, minimizando o atraso já esperado.

Palavras-chave: síndrome de Down; força da mão; destreza manual; composição corporal;

lateralidade funcional.

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ABSTRACT

The objective of this study was to investigate the correlation between the variables of body

composition, hand ability and functional laterality in people with Down syndrome (DS) and

compare them to a control group (CG). It had the participation of 30 people with DS and 30

individuals without developmental changes, aged 11-14 years old, of both sexes. To this end,

the following measurements were taken: hand grip strength (HGS) by Jamar® dynamometer;

body composition and nutritional status through the body mass index (BMI), body fat

percentage (BFT), arm muscle circumference (AMC) and forearm circumference (FC);

manual functional performance verified by Box and Blocks Test (BBT) and the seven tasks

protocol by Jebsen-Taylor. The lateral domain (LD) was evaluated by Negrine protocol and

preference manual (PM) analyzed by Van Strien protocol. To analyze the results we used the

Wilcoxon test to compare the means and the Spearman correlation test. The results showed

higher percentage of individuals left-handed in group with DS, GDS, (33.3%) than in the CG

(13.3%), and beside biggest preference manual to right as CG as GDS. The CG showed better

performance than the GDS in all tasks, observing better results with the preferred hand for

CG. The HGS correlated with FC and with some Jebsen-Taylor tasks in both groups, but there

was no statistically significant correlation with the BBT as GDS as CG. The correlation

between BFT and FC was statistically significant for the CG and the GDS and between BFT

and three of the seven assessed manual tasks. There was not statistically significant difference

between the BFT measured in hemi bodies for both groups. This study provides a differential

use of the Jebsen-Taylor protocol in people with DS, who was sensitive to it than verification

of the correlation of body composition with motor coordination in individuals with abnormal

development. The differences in the development and performance of the person with DS

deserve further investigation so that the knowledge of its peculiarities is amplify thus seeking

new forms of assessment and intervention that may improve its performance, minimizing the

delay to be expected.

Keywords: Down syndrome; hand strengh; motor skill; body composition; functional

laterality.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Balança mecânica do tipo Filizola................................................... 36

Figura 2: Estadiômetro portátil da marca Seta................................................ 36

Figura 3: Compasso para dobras cutâneas...................................................... 37

Figura 4: Fita métrica flexível e não elástica................................................. 40

Figura 5: Posicionamento do avaliado com o dinamômetro Jamar....................... 41

Figura 6: Tarefa de virar cartas.......................................................................... 42

Figura 7: Tarefa de pegar pequenos objetos................................................... 43

Figura 8: Simulação de alimentação .............................................................. 44

Figura 9: Empilhar damas............................................................................... 44

Figura 10: Movimentar objetos leves............................................................. 45

Figura 11: Movimentar objetos pesados........................................................ 45

Figura 12: Teste de Caixa e Blocos................................................................ 46

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LISTA DE TABELAS

Quadro 1 –Pontos de corte de IMC por idade segundo a classificação da .......

OMS (2007)

28

Quadro 2 – Pontos de corte de peso por idade segundo a classificação de ......

Cronk et al. (1988)

28

Quadro 3- Fórmula adaptada de percentagem de gordura................................ 39

Tabela 1 – Participantes por faixa etária........................................................... 32

Tabela 2 – Preferência manual nos grupos aferida pela versão curta do .........

protocolo de Van Strien (2002)

47

Tabela 3 – Tempo médio em segundos para as tarefas do teste Jebsen-Taylor

de acordo com a PM

48

Tabela 4 – Classificação nutricional do GC pelo IMC por idade segundo a

classificação da OMS (2007)

53

Tabela 5 – Classificação nutricional do GSD por peso e idade segundo a

classificação de Cronk et al.(1988)

53

Tabela 6 – Tempo médio em segundos para as tarefas do teste Jebsen-Taylor

de acordo com a DL

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABD Dobra Cutânea Abdominal

AM Dobra Cutânea Axilar Média

AMC Arm Muscle Circunference

BBT Box and Blocks Test

BFT Body Fat Percentage

BI Dobra Cutânea Bicipital

BMI Body Mass Index

CA Circunferência de Antebraço

CAAE Certificação de Apresentação para Apreciação Ética

CB Circunferência de Braço

CG Control Group

CM Centímetro (s)

CMB Circunferência Muscular de Braço

CNS Conselho Nacional de Saúde

CX Dobra Cutânea Coxa

DC Dobras Cutâneas

DEXA Absortometria Radiológica de Dupla Energia

DL Dominância Lateral

DP Desvio Padrão

DS Down syndrome

ED Empilhar Damas

EUA Estados Unidos da América

FC Forearm Circunference

FPP Força de Preensão Palmar

G Grama (s)

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GC Grupo de pessoas com desenvolvimento típico/ Grupo controle

GSD Grupo de pessoas com síndrome de Down

GDS Group with Down syndrome

HGS Hand Grip Strength

IMC Índice de Massa Corporal

Kg Quilograma (s)

Kg/f Quilograma/ Força

KTK Korperkoordinationtest fur Kinder

LD Lado Dominante/ Lateral Domain

LND Lado Não Dominante

MM Milímetro (s)

MNP Mão Não Preferida

MOL Movimentar Objetos Leves

MOP Movimentar Objetos Pesados

MP Mão Preferida

PC Paralisia Cerebral

PG Percentagem de Gordura

PM Preferência Manual/ Preference Manual

PPO Pegar Pequenos Objetos

PT Dobra Cutânea Peitoral

PTM Dobra Cutânea Panturrilha Média

SA Simular Alimentação

SD Síndrome de Down

SE Dobra Cutânea Subescapular

SI Dobra Cutânea Supra ilíaca

SPSS Statistical Package for Social Sciences

SW Síndrome de Willians

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TCB Teste de Caixa e Blocos

TR Dobra Cutânea Tricipital

VC Virar Cartas

% MG Percentagem de Massa Gorda

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 18

1.1 Características Clínicas................................................................ 19

1.2 Lateralidade Funcional..................................................................... 22

1.3 Composição Corporal....................................................................... 26

2 OBJETIVOS......................................................................................... 31

2.1 Objetivo Geral................................................................................... 31

2.2 Objetivos Específicos........................................................................ 31

3 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................ 32

3.1 Participantes...................................................................................... 32

3.1.1 Procedimentos Éticos...................................................................... 33

3.2 Local................................................................................................... 33

3.3 Materiais............................................................................................ 34

3.4 Procedimentos................................................................................... 34

3.4.1 Avaliação da Dominância Lateral.................................................. 34

3.4.2 Averiguação da Preferência Manual............................................. 35

3.4.3 Índice de Massa Corporal (IMC).................................................... 35

3.4.4 Composição Corporal...................................................................... 37

3.4.5 Mensuração da Circunferência Muscular do Braço.....................

e Antebraço

40

3.4.6 Avaliação da Força de Preensão Palmar...................................... 41

3.4.7 Desempenho Funcional Manual................................................... 42

3.5 Análise de Dados................................................................................ 46

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................ 47

4.1 Estudo 1: Análise da força de preensão palmar, da...........................

preferência manual e do desempenho funcional da mão

47

4.2 Estudo 2: Análise da correlação entre a força de preensão................

palmar, a percentagem de gordura, a circunferência muscular do braço,

a circunferência do antebraço e a dominância lateral

52

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4.3 Estudo 3: Análise da correlação entre a percentagem de...................

gordura, o desempenho funcional da mão e a dominância lateral 58

5 CONCLUSÃO...................................................................................... 62

REFERÊNCIAS...................................................................................... 63

ANEXO A................................................................................................ 74

ANEXO B................................................................................................. 77

ANEXO C................................................................................................ 80

ANEXO D................................................................................................ 81

ANEXO E................................................................................................. 82

ANEXO F................................................................................................. 83

ANEXO G................................................................................................ 84

ANEXO H................................................................................................ 85

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1 INTRODUÇÃO

A Síndrome de Down (SD) é considerada a mais antiga e comum anomalia

cromossômica associada à deficiência mental (DEVLIN; MORRISON, 2004, KORENBERG

et al., 1994), que gera indivíduos com características típicas de fácil reconhecimento logo

após o nascimento, numa prevalência de 1:700 crianças nascidas vivas.

Ela foi descrita inicialmente por John Langdon Down, em 1866, como um quadro

caracterizado pelo déficit intelectual e por características fenotípicas típicas e, somente foi

relacionada a uma causa genética em 1959, a partir dos estudos do francês Jérôme Lejeune.

O erro genético que ocorre na divisão celular durante a formação embrionária traz

como resultado um indivíduo que, ao invés de apresentar 46 cromossomos divididos em 23

pares, apresenta 47 cromossomos, estando o cromossomo extranumerário ligado ao par 21

(em grande parte dos casos). A presença desse cromossomo extra acaba por desequilibrar a

função reguladora que os genes possuem sobre a síntese proteica e a cadência do

desenvolvimento e das funções celulares (FIDLER, 2005).

Esta alteração pode ocorrer de três formas: 1) trissomia livre em todas as células do

indivíduo, ocorrendo em aproximadamente 96% dos casos; 2) translocação cromossômica ou

gênica quando o cromossomo extra se encontra ligado ao par 14 e; 3) trissomia livre em parte

das células do indivíduo, denominado mosaicismo, onde somente algumas células são

afetadas (BISSOTO, 2005).

Apesar da vasta investigação sobre essa síndrome, ainda não se descobriu o que

provoca esse erro genético, mas sabe-se que ela está associada à idade materna avançada,

acima dos 35 anos e, a exposição a radiações e infecções durante o processo gestacional

(CARVALHO; ALMEIDA, 2008). O seu diagnóstico pode ser confirmado por exames como

a amniocentese, cordocentese, vilo corial, ou translucência nucal e por suas características

fenotípicas (PINTO JUNIOR, 2002).

De maneira geral, os fetos trissômicos apresentam um elevado risco de aborto, o

desenvolvimento de várias patologias e, uma expectativa média de vida que vem aumentando

com o passar dos anos em virtude das novas tecnologias e do atendimento terapêutico

precoce, sendo superior a 55 anos.

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1.1 Características Clínicas

A SD está associada a mais de 80 características clínicas, com gravidade fenotípica

variável entre os indivíduos envolvidos (SOMMER; HENRIQUE-SILVA, 2008), que têm em

comum somente a deficiência mental e hipotonia muscular. Estes correspondem a

aproximadamente 18% do percentual de deficientes mentais nas instituições especializadas

(MOREIRA; EL-HANI; GUSMÃO, 2000).

Comumente apresentam: cabeça levemente menor e arredondada, braquicefalia,

ossos faciais pouco desenvolvidos, nariz pequeno, boca pequena e geralmente aberta, língua

protrusa, defeito cardíaco congênito, mãos e pés pequenos e grossos estando o quinto dedo

aduzido, pele áspera e com manchas, problemas de audição e visão, alterações na tireóide e no

sistema endócrino, obesidade, anomalias esqueléticas e imunológicas, envelhecimento

precoce, entre outras características (KORENBERG et al., 1994, KORENBERG; BRADLEY;

DISTECHE, 1992).

Seu crescimento caracteriza-se por uma "precocidade no início do estirão de

crescimento e velocidade reduzida de crescimento linear", gerando "indivíduos de estatura

mais baixa em relação à população geral". Estas alterações influenciam no excesso de peso, já

que estes acabam por apresentar necessidades energéticas reduzidas, proporcionando,

consequentemente, um agravamento nas enfermidades existentes como as cardiopatias,

distúrbios metabólicos e hipotonia muscular (LOPES et al., 2008).

Myrelid, Gustafsson e Annerén (2002) comentam que a baixa estatura presente

nestes indivíduos inicia-se no período intrauterino a partir de um atraso no crescimento, tendo

uma velocidade de crescimento reduzida após o nascimento, principalmente entre os 6 meses

a 3 anos.

Alguns autores mencionam que os indivíduos com SD apresentam uma maior

predisposição ao sobrepeso e a obesidade do que a população adulta saudável, para a qual

45% dos homens e 56% das mulheres possuem um excesso ponderal quando classificados

pelo Índice de Massa Corpórea (IMC) além de um índice de massa muscular e densidade

mineral óssea inferior aos indivíduos normais (MENDONÇA; PEREIRA, 2008, NETO;

PONTES; FILHO, 2010). O excesso de peso nas crianças com SD está associado ao

hipometabolismo e a hipoatividade decorrentes da patologia (HUSAIN, 2003).

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A presença de alterações hormonais como o hipogonodismo e a diminuição dos

níveis do hormônio de crescimento vem sendo relatada em alguns estudos nestes indivíduos

assim como as alterações da tireoide estando o hipotireoidismo presente nas diversas faixas

etárias. A presença de alterações cardiovasculares como os defeitos cardíacos congênitos

também são condições comuns nestes e apresentam uma possível relação com a altura, sendo

que as crianças que apresentam doenças cardiovasculares severas ou moderadas tendem a ser

significativamente menores do que as que não apresentam cardiopatias ou possuem

cardiopatias discretas (SCHWARTZMAN, 2003).

A hipotonia muscular é uma condição que está presente desde o nascimento, estando

altamente correlacionada aos atrasos no desenvolvimento, na motricidade fina e global, na

aquisição da fala e no progresso cognitivo (TECKLIN, 2002).

A combinação entre a frouxidão ligamentar e a hipotonia muscular impede a

estabilização articular dinâmica favorecendo o aparecimento das deformidades

musculoesqueléticas, onde os movimentos são compensados para realizar e manter uma

atividade (GALLI et al., 2008).

A instabilidade atlanto-axial é uma das principais alterações ortopédicas encontradas

nos indivíduos com SD, numa prevalência de 22,5%, decorrendo de uma hipermobilidade da

articulação C1-C2 em virtude da redução do tônus muscular e da frouxidão ligamentar

generalizada que está presente em 61,2% dos casos de SD (MATOS, 2005).

Os atrasos nas aquisições de marcos motores básicos nestas crianças em relação à

criança normal são de um ano a um ano e meio, ocorrendo principalmente no período da

primeira infância, apresentando um desempenho funcional inferior e dependente de ajuda

externa (MANCINI et al., 2003). Características típicas da própria síndrome como o baixo

tônus muscular, a obesidade, as alterações no crescimento físico, o déficit no equilíbrio e os

demais comprometimentos cardíacos, esqueléticos e perceptivos, também vem sendo

relacionados como fatores responsáveis pelo atraso no desenvolvimento destes (PRIOSTI,

2009).

Block (1991) relata que a hipotonia muscular, o aumento da amplitude articular

decorrente da frouxidão ligamentar, a baixa resistência articular aos movimentos passivos e a

postura incomum estão relacionados com o atraso no desenvolvimento motor da SD.

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A lentidão na execução de tarefas motoras também é observada nestas crianças

quando comparadas àquelas com desenvolvimento típico, tendo uma baixa eficiência na

manipulação de objetos caracterizada pelo déficit de atenção, falta de equilíbrio,

hipotonicidade dentre outras características típicas (SOUSA, 2009).

Sabe-se que as habilidades manuais e a força de preensão nas crianças se

desenvolvem de acordo com as necessidades individuais de cada um e que as mesmas podem

ser "indicadores da presença ou não de alterações neurológicas relacionadas à aprendizagem

motora e à percepção" (ESTEVES et al., 2005, p.70).

A mensuração de força durante o manuseio de objetos pertencentes às atividades de

vida diária tem sido muito utilizada para avaliar a capacidade funcional do membro superior

nos processos de reabilitação que envolve o déficit motor em atividades de vida diária

(SAGAWA JR et al., 2007) e como um indicador funcional das alterações clínicas do

indivíduo cuja a perda funcional diagnostica a desnutrição ou a perda de massa magra

(SCHLÜSSEL; ANJOS; KAC, 2008). Figueiredo et al. (2007) também mencionam que a

aferição da preensão manual é um parâmetro importante para a análise da função manual, para

o acompanhamento de tratamentos cirúrgicos e terapêuticos e para o desenvolvimento

científico.

Sousa (2009) comenta, também, que a mão tem um importante papel na interação do

indivíduo com o ambiente e na "exteriorização do comprometimento assimétrico", e que o

pequeno tamanho das mãos e dos dedos pode interferir nas habilidades motoras e

manipulativas das crianças (EISCHSALDT; KALAKIAN, 1987 apud NABIEIRO, 1993).

Esteves et al. (2005) realizaram uma pesquisa com crianças saudáveis sobre a força

de preensão, lateralidade e sexo, e notaram que o tamanho da mão pode modificar a pegada e

a força de preensão e, que há um predomínio de maior força de preensão nos homens em

relação às mulheres.

Em uma pesquisa realizada por Souza et al. (2013) com crianças e jovens com

desenvolvimento típico e com SD, de 7 a 14 anos, notou-se que o crescimento do tamanho da

mão ocorre nos dois grupos de formas distintas. No grupo com SD este crescimento ocorre

mais tardiamente do que no grupo controle, crescendo mais em comprimento do que largura.

A correlação com a força de preensão palmar se mostrou positiva em ambos os grupos. O

estudo mostrou ainda, que a largura da mão também está correlacionada com a destreza

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manual nos indivíduos com SD, assim como a largura e o comprimento estão correlacionados

com o melhor desempenho nas atividades de autocuidado para os grupos controle e SD.

Indivíduos com SD, de ambos os sexos, com idades entre 14 e 44 anos, foram

avaliados por Silva et al. (2009) a partir da dinamometria handgrip, demonstrando que os

homens apresentam valores de força isométrica de preensão manual superior ao sexo

feminino independente do lado aferido.

Em um estudo envolvendo crianças com SD e crianças com desenvolvimento típico,

de 7 a 9 anos, por Priosti et al. (2013), verificaram que os indivíduos com SD apresentam

déficit de força de preensão e destreza manual em relação ao grupo típico e que fatores como

estado nutricional, déficit intelectual, hipotonia e alteração no crescimento físico podem ter

influenciado no resultado destes testes. O mesmo resultado foi encontrado em indivíduos de 7

a 14 anos por Souza et al. (2012), para os quais a força de preensão evoluiu com o passar dos

anos, sendo sempre inferior. O estudo demonstrou também que as atividades de autocuidado,

analisadas pelo Inventário de Avaliação Pediátrica - PEDI, como o uso do banheiro, o vestir

uma roupa e o transporte de um copo de água apresentam uma correlação com a força

preensão manual do indivíduo.

A diferença da força de preensão entre a mão preferida e a não preferida para pessoas

sem alterações clínicas vem sendo relatada por Schlüssel, Anjos e Kac (2008) como sendo de

aproximadamente 5-10%. Não foi encontrada na literatura percentual relativo às pessoas com

SD.

A preferência lateral de um membro em relação ao outro durante o desempenho

motor geralmente ocorre pelo hábito, confiança e conforto que este proporciona numa tarefa

resultando numa ação motora mais precisa, rápida e com maior força. Este processo está

interligado a uma predisposição genética associada a um aperfeiçoamento ambiental de

acordo com a complexidade da tarefa e sua capacidade intelectual o que resulta num melhor

desempenho da tarefa por um membro do que pelo outro (SOUSA, 2009).

1.2 Lateralidade Funcional

Lateralidade funcional, definida pelos Descritores em Ciências da Saúde - DeCS

(BIREME, 2015), corresponde às "manifestações comportamentais da dominância cerebral

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em que há um uso preferencial e um funcionamento superior do lado esquerdo ou direito,

como no uso preferencial da mão direita ou do pé direito". Quando relacionada ao membro

superior, pode ser chamada de preferência manual, cuja definição mencionada por

Vasconcelos (2006), está relacionada ao uso preferido ou escolha de uma das mãos em

situações em que apenas uma delas deverá ser utilizada no cumprimento de determinada

tarefa.

Acredita-se que ela esteja relacionada "à aceleração do processo de maturação dos

centros sensório-motores de um dos hemisférios cerebrais" (LE BOULCH, 1988) e à

consciência corporal, auxiliando na percepção de movimentos no espaço e tempo dos

indivíduos (SERAFIN; PERES; CORSEUIL, 2000).

Para Negrine (1986) o lado dominante define-se no momento em que a mão, o pé e o

olho seguem a dominância funcional de um hemisfério cerebral sobre o outro. Quando ocorre

uma discordância em pelo menos um órgão, temos a dominância lateral cruzada e, a

dominância lateral não definida quando não há uma dominância estabelecida em um mesmo

órgão. As alterações na lateralidade podem gerar desequilíbrios e perturbações na composição

do indivíduo gerando problemas na aprendizagem de leitura, por exemplo.

Os termos dominância e preferência são similares quando averiguamos o uso

preferido de um dos membros ou dos órgãos dos sentidos durante uma determinada tarefa, e

podem ser usados com o mesmo significado, de acordo com a opção de terminologia referida

pelo autor. Negrine (1986) utiliza o termo dominante e Van Strien (2002) o termo preferência.

A organização motora se encontra relacionada com a dominância hemisférico-

cerebral, onde a motricidade espontânea é baseada em fatores de decisão e iniciativa motora.

O tônus, em função da utilização do corpo, adquire uma especialização unilateral em conexão

com a estruturação progressiva do cérebro (FONSECA, 1988).

A indefinição da lateralidade pode estar associada as alterações no desenvolvimento

representadas por “dificuldades instrumentais caracterizadas por sinais de imperfeição e

lentidão motora, dislexia, disortografia, gagueira, problemas de estruturação temporal e

espacial", entre outras.

Toda uma desorganização motora poderá ser desencadeada por uma insuficiente

determinação lateral implicando em problemas próximos interdependentes do esquema

corporal regulados pela função tônica além de " (FONSECA, 1983).

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A preferência manual surge com mais clareza a partir dos três anos, quando o controle

postural e os movimentos de membros superiores estão mais estabelecidos (BOTTESINI;

SILVA; TUDELLA, 2010) e se estabiliza por volta dos 6 aos 8 anos de idade (KISELEV;

EPSY; SCHEFFIEL, 2009). A sua determinação está relacionada a genética do indivíduo e

pode manifestar-se precocemente durante o desenvolvimento (WILLEMS; HAGOORT,

2009).

Quando se trata da investigação da lateralidade funcional em pessoas com SD, alguns

autores apontam diferenças no estabelecimento das preferências, indicando que a intensidade

dessa manifestação é mais fraca nestes (SILVA; VASCONCELOS, 2011).

A associação entre as habilidades cognitivas e a preferência manual foi estudada por

Groen et al. (2008) com 43 crianças e jovens sem alterações no desenvolvimento e 29 com

SD, de 7 a 13 anos. Os autores observaram uma maior porcentagem de indivíduos com

predominância manual esquerda no grupo com SD (17,3%) do que no grupo controle (9,3%),

além de uma maior tendência ao ambidestrismo (31% grupo com SD e 4,7% grupo controle).

A possível relação entre a habilidade cognitiva e a preferência manual mostrou-se positiva

para o grupo com SD, uma vez que, indivíduos na qual a mão dominante era a de maior força

apresentavam maiores pontuações nas habilidades verbais e de memorização.

A preferência manual em indivíduos com deficiência intelectual demonstra-se

atrasada perante a normalidade, com dificuldades no cruzamento da linha média pela mão

dominante, durante a realização de uma atividade, além da preferência em utilizar a mão de

menor força muscular. Acredita-se que isto ocorra por uma baixa assimetria corporal existente

oriunda da capacidade cognitiva inferior ou por uma redução de força manual (FONSECA,

1983).

A assimetria motora funcional definida por Teixeira e Paroli (2000) como a melhor

atuação de um lado em relação ao outro está associada à dinâmica dos fatores genéticos e

ambientais e a complexidade da tarefa, sendo a consequência de uma ação natural, rápida e

eficiente de um membro em relação ao outro em uma determinada atividade.

Gérard-Desplanches et al. (2006) ao avaliarem 62 indivíduos com SD, 39 pessoas

com síndrome de Willians (SW) e 184 com desenvolvimento típico (GC) observaram que os

sujeitos com SD apresentavam uma maior frequência de preferência manual à esquerda do

que os demais (SD: 17,27%; SW: 12,8%; GC: 11,4% avaliados pelo Preference Inventory)

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além de uma alta porcentagem de preferência manual mista (SD: 66,1%; SW: 46,2%; GC:

29,9% avaliados pelo Preference Inventory). O grupo com SD apresentou também uma

inconsistência manual nas tarefas sendo que o participante, em vários momentos, não

escolheu a mesma mão para realizar uma mesma ação em duas tentativas quando comparado

com os sujeitos com desenvolvimento típico. A dificuldade no alcance de objetos no

hemisfério contralateral também foi observada nos dois grupos com distúrbios do

desenvolvimento.

Já Sousa (2009) ao avaliar a preferência lateral e a assimetria motora funcional

(manual e pedal) em adultos com e sem deficiência intelectual, incluindo pessoas com SD e

com desenvolvimento atípico, notou que todos os participantes tiveram uma maior frequência

para a lateralização à direita, sem especificar diferenças percentuais na manifestação da

preferência à direita ou à esquerda entre os grupos.

O desempenho manual destes indivíduos vem sendo intensamente investigado na

população brasileira pela avaliação das habilidades de força e destreza. Guimarães, Blascovi-

Assis e Macedo (2012) avaliaram a destreza manual em 50 crianças e adolescentes com SD de

7 a 9 anos e de 14 a 15 anos com uso do Teste de Caixa e Blocos comparando-as com

indivíduos típicos na mesma faixa etária. O resultado encontrado foi um baixo desempenho

em ambas as mãos quando comparado ao grupo controle, transferindo menos blocos por

minuto que seus pares sem alteração no desenvolvimento. A melhor atuação de uma mão em

relação à outra foi observada nos indivíduos típicos, sendo a mão dominante a que mais

transferiu blocos por minuto. O mesmo não foi observado na população com SD.

A força de preensão e a destreza manual também foi avaliada por Souza et al. (2012)

na população com SD de 7 a 14 anos, verificando que os mesmos possuem um baixo

desempenho nestas atividades quando comparados ao grupo controle. O desempenho da

destreza manual se manteve constante nas faixas etárias avaliadas demonstrando uma possível

estabilidade desta habilidade quando avaliada pelo Teste de Caixa e Blocos. O mesmo

resultado também foi encontrado nos estudos de Priosti et al. (2013) e Guimarães e Blascovi-

Assis (2012). A força de preensão demonstrou uma correlação linear e positiva com as

atividades de autocuidado integrantes do Inventário de Avaliação Pediátrica – PEDI,

indicando que o incremento da força pode facilitar as tarefas funcionais.

A preferência lateral, de acordo com os vários estudos, parece não estar bem definida

nos indivíduos com SD gerando uma desorganização motora observada na assimetria

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funcional da mão. Esta pode estar relacionada à função tônica do corpo já que segundo

Fonseca (1988) alterações na lateralidade podem desencadear atraso e imperfeição motora. A

investigação desta correlação se faz necessária para que se possa ter uma visão melhor das

características e interações biológicas e funcionais da população com SD.

1.3 Composição Corporal

A avaliação da composição corporal tem sido vastamente utilizada pelos

profissionais de saúde na verificação dos padrões de crescimento e desenvolvimento bem

como a quantidade de gordura corporal presente nas crianças, com vistas à investigação de

fatores ligados à redução da obesidade infantil, prevenção de complicações cardiovasculares e

à promoção de saúde.

Uma revisão sistemática desenvolvida por Bertapelli et al. (2011) demonstrou a

atuação do dismorfismo sexual na composição corporal dos indivíduos com SD tendo o sexo

feminino uma maior concentração de gordura corporal e de massa magra na região de tronco e

um menor índice de massa magra e gorda em membros inferiores quando comparadas aos

seus pares com desenvolvimento típico. Já o sexo masculino apresenta um maior índice de

massa gorda e um baixo indicador de massa magra em membros inferiores e superiores

quando comparados a indivíduos do mesmo sexo típicos. O sexo feminino, portanto,

apresenta um maior índice de massa gorda com uma baixa quantidade de massa magra em

relação ao sexo masculino na SD.

A baixa quantidade de massa magra reduz a capacidade funcional do indivíduo

durante suas atividades de vida diária estando relacionada à baixa quantidade de tecido

musculoesquelético e a dificuldade de seu consumo máximo de oxigênio (GONZÁLES-

AGUERO et al., 2011).

Um estudo realizado por Monteiro et al. (2010) buscou determinar as variáveis

socioculturais e biológicas preditoras da coordenação motora em crianças e adolescentes de

10 a 14 anos, não praticantes de atividade física extraescolar, utilizando o Índice de Massa

Corpórea (IMC), a percentagem de massa gorda (%MG), um questionário sociocultural e o

Korperkoordinationtest fur Kinder (teste KTK) para avaliação da coordenação motora e

demonstrou que: 50% do quociente motor total é resultado da interação de componentes

biológicos e socioculturais dos indivíduos sendo o fator biológico o maior responsável pelo

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desempenho motor; a alta percentagem de massa gorda no sexo feminino decorrente da maior

produção de estrógenos faz com que estas tenham maior dificuldade de transporte do corpo e

consequentemente menor coordenação; os meninos, por apresentarem uma elevada produção

de testosterona e um aumento de massa muscular, apresentam maiores níveis de força e

coordenação em algumas tarefas.

Ávila e Pérez (2008) buscaram avaliar a relação entre a composição de massa gorda

e a coordenação motora em 41 escolares de 11 e 12 anos utilizando a percentagem de gordura

corporal pelas pregas cutâneas e a competência motora pelo Movement ABC e, notaram que os

indivíduos que apresentavam maior incoordenação motora eram obesos.

A associação entre o IMC e a coordenação motora mensurada pelo KTK em 794

escolares, de ambos os sexos, de 6 a 9 anos foi também avaliada por Melo e Lopes (2013)

demonstrando a existência de uma correlação moderada e negativa entre as variáveis, que

aumentam durante a infância, sendo os indivíduos obesos e com sobrepeso mais

incoordenados do que os normoponderais.

De acordo com estes estudos as habilidades motoras parecem estar relacionadas com

a composição corporal do indivíduo. Vários métodos têm sido utilizados para a avaliação da

composição corporal como as técnicas diretas (dissecação física ou físico-química de

cadáveres), as técnicas indiretas como a pesagem hidrostática, hidrometria, plestimografia e

absortometria radiológica de dupla energia (DEXA) que são precisas, mas de alto custo; a

bioimpedância elétrica, a antropometria, o IMC entre outros métodos (SANT´ANNA;

PRIORE; FRANCESCHINI, 2009).

A bioimpedanciometria, o IMC e as medidas de prega cutânea são os métodos mais

indicados e utilizados na avaliação da composição corporal em crianças. O IMC é o quociente

da divisão entre o peso corporal, em quilogramas, e a altura ao quadrado, em metros. Este é

internacionalmente sugerido como preditor do diagnóstico individual e coletivo das alterações

nutricionais na adolescência, que corresponde a idade de 10 a 19 anos (BRASIL, 2011).

O IMC adicionado a idade do indivíduo transforma-se num indicador validado de

gordura corporal total nos percentis superiores, proporcionando a continuidade de sua

utilização em adultos. Além do IMC por idade recomenda-se, também, a utilização do índice

de estatura por idade para a avaliação do crescimento linear dos indivíduos.

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O valor do IMC por idade corresponde a um percentil de acordo com o seu sexo,

conforme os Anexos A e B, resultando num diagnóstico nutricional conforme o quadro

abaixo:

Quadro 1 - Pontos de corte de IMC por idade segundo a classificação da OMS (2007)

Valores Críticos Diagnóstico Nutricional

< Percentil 0,1 < Escore-z -3 Magreza acentuada

≥Percentil 0,1 e < Percentil 3 ≥ Escore-z -3 e < Escore-z -2 Magreza

>Percentil 3 e < Percentil 85 ≥ Escore-z -2 e ≤ Escore-z + 1 Eutrofia

>Percentil 85 e ≤ Percentil 97 ≥ Escore-z +1 e < Escore-z +2 Sobrepeso

>Percentil 97 e ≤ Percentil 99,9 ≥ Escore-z +2 e ≤ Escore-z +3 Obesidade

>Percentil 99,9 > Escore-z +3 Obesidade grave

Fonte: BRASIL, 2011.

Os gráficos de crescimento também são importantes ferramentas na clínica médica

para o atendimento de crianças. Cronk et al. (1988) validaram um gráfico de crescimento de

indivíduos com SD americanos, de um mês a 18 anos de idade, que vem sendo utilizado nos

estudos que envolvem o desenvolvimento na SD (Anexo C). Esta curva difere daquela

adotada para indivíduos com desenvolvimento normal e foi criada a partir de estudos sobre o

crescimento em escolares por Berkey e Reed (1987). Diversos estudos atuais, no Brasil e em

outros países, têm feito uso dessa curva, reduzindo assim os percentuais elevados de

obesidade na classificação de crianças, jovens e adultos com SD (PRADO et al., 2009,

SZINWELSKI; CASSOL; WAGNER, 2013, PAEZ et al., 2013). Esta classifica o estado

nutricional dos mesmos, por percentil, de acordo com as medidas peso por idade

considerando, conforme demonstra o quadro 2 abaixo:

Quadro 2 - Pontos de corte de peso por idade segundo a classificação de Cronk et al. (1988)

Percentil Classificação

< P5 Baixo peso ou baixo para a idade

P5 – P95 Eutrofia

> P95 Excesso de peso ou alto para a idade

Fonte: Prado et al. (2009).

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As medidas de prega ou dobra cutânea são um método de baixo custo que ao serem

equalizadas fornecem um dado do percentual de gordura do indivíduo (REZENDE et al.,

2006). Este método já foi utilizado na população brasileira com SD por alguns autores.

Betapelli et al. (2013) estudaram crianças e adolescentes com SD entre 6 a 19 anos avaliando

as pregas tricipital, bicipital, subescapular, supra-ilíaca, abdominal, coxa e perna. Os autores

observaram que a maioria dos avaliados possuía um excesso de gordura, sendo o sexo

feminino o maior responsável por este quadro. A concentração de gordura foi mais evidente

na região de coxa e menos comum no bíceps.

As medidas de circunferência também auxiliam na aferição da composição corporal

dos indivíduos e a sua combinação com a dobra cutânea acaba por fornecer dados sobre área

muscular local e a desnutrição do indivíduo.

Mesmo não havendo um amparo científico o hemi corpo direito vem sendo adotado

como padrão de referência nas mensurações antropométricas de composição corporal por

muitos avaliadores. Estes se baseiam em dois pressupostos: avaliação deve ser realizada no

membro dominante, sendo considerado o lado direito já que a maioria da população é destra e

que, é no lado direito que são feitas as mensurações para as principais equações de estimativa

corporal pela aferição de dobras cutâneas e, que se realizada no membro esquerdo os valores

gerados poderiam alterar os modelos matemáticos vigentes (CYRINO et al., 2009). Contudo,

alguns trabalhos fazem a avaliação comparativa das dobras.

Cyrino et al. (2009) avaliaram 76 adultos ativos fisicamente, de ambos os sexos,

buscando comparar os níveis de adiposidade subcutânea entre os hemi corpos direito e

esquerdo e seu impacto na composição corporal por meio de sete medidas de dobras cutâneas:

abdominal, supra ilíaca, subescapular, tricipital, bicipital, axilar média e perna medial.

Estatisticamente não se encontrou nenhuma diferença nos valores de dobra cutânea entre os

lados direito e esquerdo tanto no sexo feminino como no sexo masculino. O mesmo resultado

foi observado na determinação da percentagem de gordura corporal.

Pessoas com alterações neuromusculares, como os hemiplégicos, apresentam

assimetrias musculares nos hemi corpos o que gera uma composição corporal irreal ao ser

calculada desta maneira, sendo necessária a aferição individual em cada lado, direito e

esquerdo. Macedo et al. (2008) compararam as medidas de dobra cutânea e de percentagem

de gordura entre o lado dominante e não dominante de indivíduos com paralisia cerebral (PC)

espástica hemiplégica de 16 a 40 anos e em um grupo controle, sem alteração no

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desenvolvimento. Para o grupo controle o lado dominante foi definido pela preferência

manual para a escrita e para o grupo com PC o lado dominante condizia com o lado sem

alteração neuro-funcional. Diferenças significativas estatisticamente entre as aferições de

dobras cutâneas e a percentagem de gordura foram encontradas no grupo com

desenvolvimento típico entre o lado dominante e não dominante. O grupo com PC também

apresentou diferenças significantes estatisticamente entre as aferições de prega cutânea e

percentagem de gordura nos hemi corpos, demonstrando que déficits musculares podem

alterar os depósitos de gordura na região afetada.

Não foram encontrados na literatura pesquisada estudos com SD que investigassem

as possíveis diferenças entre os hemi corpos de variáveis como a hipotonia generalizada, a

lateralidade e a composição corporal bem como formas de avaliação padronizadas de

atividades relacionadas ao desempenho das habilidades manuais. Também não foram

encontradas referências sobre estudos que utilizassem o protocolo de Jebsen-Taylor na

população com SD. Diante dessas constatações torna-se relevante investigar tais variáveis

para que se possa conhecer detalhadamente essas características na população com SD e

fundamentar com um maior rigor científico propostas de programas de avaliação e

intervenção terapêutica nesta população.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral: verificar a correlação entre as variáveis de composição corporal,

habilidades manuais e lateralidade funcional em pessoas com síndrome de Down (SD) e

compará-las a um grupo controle (GC).

2.2 Objetivos Específicos:

Avaliar e correlacionar as habilidades manuais de força de preensão palmar e

desempenho funcional e a preferência manual no grupo com SD (GSD) e no

grupo controle (GC);

Mensurar e correlacionar a força de preensão palmar, a composição corporal e a

dominância lateral em GSD e GC;

Avaliar e correlacionar a habilidade manual de desempenho funcional, a

percentagem de gordura, e a dominância lateral em GSD e GC.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo caracteriza-se como descritivo e correlacional, do tipo transversal. A

coleta de dados ocorreu em um único momento, nos meses de julho a dezembro de 2013.

3.1 Participantes

Participaram deste estudo 30 crianças e jovens com SD, sendo 14 indivíduos do sexo

masculino (46,7% do grupo) e 16 do sexo feminino (53,3% do grupo), com idades

equivalentes ao ensino fundamental, 11 a 14 anos (média de 12,4 anos, DP +/- 0,97) que

constituíram o grupo com SD (GSD). O grupo estudado representa uma amostra de

conveniência e não probabilística, selecionada de acordo com a disponibilidade de

participantes na faixa etária estipulada nas Instituições colaboradoras. No Brasil, dois estudos

com 15 (FONSECA, 2005 apud BERTAPELLI et al.,2011) e 30 participantes (MARQUES,

2007 apud BERTAPELLI et al., 2011), sem cálculo amostral estatístico, foram destacados em

revisão sistemática sobre composição corporal e SD.

Contou-se, também, com a cooperação de 30 crianças e jovens com desenvolvimento

típico, da mesma faixa etária (média de 12,4 anos, DP +/- 1,3), sendo 12 sujeitos do sexo

masculino (40% do grupo) e 18 do sexo feminino (60% do grupo) que constituíram o grupo

controle (GC).

O número de participantes por faixa etária pode ser visualizado na tabela 1.

Tabela 1 – Participantes por faixa etária e grupo

IDADE

GC GSD

11 ANOS 11 5

12 ANOS 7 13

13 ANOS 2 7

14 ANOS 10 5

TOTAL 30 30

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Foram incluídos no grupo SD indivíduos do sexo masculino e feminino, com

diagnóstico clínico da síndrome e que frequentasse instituições de atendimento especializado

à pessoa com SD e/ou instituições de ensino público regular. O critério de exclusão ocorreu

pela presença de diagnósticos associados à SD referentes a alterações ortopédicas e

neurológicas (lesões do sistema nervoso central ou periférico), cardiopatias congênitas não

corrigidas e/ou problemas sensoriais (surdez, cegueira) que pudessem interferir na realização

dos testes.

O GC compôs-se de indivíduos com desenvolvimento típico, de ambos os sexos, que

não possuíssem alterações ortopédicas e/ou neurológica, que interferissem na execução dos

procedimentos avaliatórios.

3.1.1 Procedimentos Éticos:

Os procedimentos éticos seguiram os preceitos da Declaração de Helsinque e do

Código de Nuremberg, respeitando as normas de pesquisa com Seres Humanos do Conselho

Nacional de Saúde (Resolução CNS 466/12). A todos os pais ou responsáveis dos

participantes bem como aos participantes foi entregue o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (anexo D e E) que foi assinado antes do início da coleta de dados, sendo

informados os riscos mínimos e os benefícios com esta pesquisa, bem como a garantia da não

identificação dos sujeitos e o sigilo das informações. O presente estudo foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer 343.289/ CAAE 11719212.5.0000.0084.

3.2 Local

A pesquisa com o GSD ocorreu em instituições de atendimento especializado em

cidades do interior do Estado de São Paulo (Carapicuíba, Itu, Itupeva, Salto, Sorocaba e Porto

Feliz) e em estabelecimentos escolares nas regiões de Barueri, Itatiba e Jundiaí. Os dados do

GC foram coletados em escolas da rede pública na região de Jundiaí.

Foi entregue ao representante de cada instituição a Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (anexo F), que foi assinado firmando a parceria com o estudo, antes do

desenvolvimento da pesquisa.

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3.3 Materiais

As avaliações foram realizadas com a aplicação dos seguintes instrumentos, nesta

respectiva ordem:

Avaliação da dominância lateral pelo Protocolo de Negrine (Anexo G);

Averiguação da preferência manual pelo Protocolo de Van Strien (Anexo H);

Estadiômetro portátil da marca Seta e balança mecânica Filizola;

Compasso de dobras cutâneas (marca Lange);

Fita métrica flexível e não elástica da marca Cardiomed;

Dinamômetro Jamar®;

Teste de Função Manual de Jebson-Taylor e o Teste de Caixa e Blocos.

3.4 Procedimentos

Todas as avaliações foram realizadas de forma individualizada, com duração de

aproximadamente 1 hora e 30 minutos cada e a presença de dois pesquisadores devidamente

capacitados para tal.

3.4.1 Avaliação da Dominância Lateral:

A verificação da dominância lateral foi realizada pelo protocolo proposto por

Negrine (1986) que se constitui de nove tarefas que analisam a dominância lateral manual,

pedal e ocular por meio da simulação de atividades gestuais (Anexo G), registrando o

segmento utilizado na realização das tarefas. Estas não devem ser demonstradas ao

participante evitando o direcionamento de respostas ou a imitação.

Como os indivíduos com SD apresentam dificuldades em entender e simular as

atividades foi dado aos participantes os objetos condizentes as tarefas e pedido para que os

mesmos mostrassem como se desempenhava a atividade.

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3.4.2. Averiguação da Preferência Manual:

A preferência manual (PM) foi avaliada pelo protocolo de Van Strien de 2002,

versão curta (GOMES, 2012). Este se compõe de dez atividades sobre o uso da mão que

devem ser simuladas pelo participante (Anexo H). Para tal, verifica-se qual a mão utilizada

para realizar a tarefa e anota-se no protocolo. Posteriormente, verifica-se qual foi a mão mais

utilizada nas tarefas e definisse, então, a preferência manual do indivíduo.

O protocolo propõe, também, que cada item seja codificado com valor de -1 a 1,

sendo que, a tarefa realizada com a mão esquerda recebe o valor de -1, a atividade

desenvolvida com a mão direita o valor de 1 e, a tarefa desempenhada com ambas as mãos

(ambidestro) o valor de 0. Posteriormente somam-se os valores e classifica o indivíduo de

acordo com a consistência de sua PM: -8 a-10 sinistrómano fortemente lateralizado, 8 a 10

destrímano fortemente lateralizado, -3 a 3 ambidestro, -7 a -4 sinistrómano fracamente

lateralizado e, 4 a 7 destrímano fracamente lateralizado. Esta classificação não fez parte do

estudo uma vez que a diferença da consistência da PM dos indivíduos avaliados não era

objetivo da pesquisa.

Da mesma forma como na avaliação da dominância lateral, os objetos referentes às

tarefas a serem simuladas foram disponibilizados aos sujeitos da pesquisa para que

realizassem as atividades propostas.

3.4.3 Índice de Massa Corpórea (IMC):

O IMC constitui-se no resultado do processo de divisão entre o peso corporal e a

estatura do indivíduo ao quadrado. O peso corporal foi aferido com uso de uma balança

mecânica do tipo Filizola (Figura 9), com registro em Kilogramas (Kg), de carga máxima

igual a 150 kg e uma precisão de 100 g (gramas). O participante foi avaliado em posição

ereta, com o mínimo de roupas possíveis e sem sapato.

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Figura 1: Balança mecânica do tipo Filizola

Fonte: A autora.

A verificação da estatura ocorreu de forma vertical com auxílio de um estadiômetro

portátil da marca Seta (figura 10). Para tal, o participante retirou seus calçados e manteve-se

ereto junto a uma parede onde estava acoplado o estadiômetro numa distância de dois metros

do solo. Com o indivíduo posicionado abaixo do estadiômetro, foi aferido a sua altura,

deslocando a haste móvel do instrumento até a parte mais alta de sua cabeça.

Figura 2: Estadiômetro portátil da marca Seta.

Fonte: A autora.

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3.4.4 Composição Corporal:

A composição corporal foi analisada pelo método de percentagem de gordura com

aferição das dobras cutâneas.

A aferição das dobras cutâneas (DC) foi realizada com o auxílio de um compasso, da

marca Lange (Figura 12), com escala de 0 a 60mm (milímetros), em ambos os lados do

sujeito, direito e esquerdo. As mensurações foram repetidas por três vezes em cada local,

sendo aferidas todas as nove dobras em cada lado e repetida, posteriormente, a aferição por

mais duas vezes conforme o protocolo utilizado por Sichieri, Fonseca e Lopes (1999). Como

dado estatístico foi considerado a média numérica de cada dobra aferida.

Figura 3: Compasso para dobras cutâneas

Fonte: A autora.

Os pontos anatômicos foram assimilados através da apalpação e demarcados com uma

caneta dermatográfica antes do início da aferição. A região aferia estava despida no momento

da avaliação.

Durante a mensuração o indivíduo permaneceu em pé, na posição ortostática com as

pernas afastadas na largura dos ombros e o peso igualmente distribuído entre as duas pernas.

A musculatura avaliada manteve-se relaxada para que a dobra cutânea fosse destacada entre o

polegar e o indicador, sob a pressão dos dedos do avaliador, destacando das estruturas mais

profundas uma completa camada dupla de pele e os tecidos subcutâneos adjacentes,

realizando, em seguida a aferição.

A mensuração foi realizada dois segundos após a liberação total do gatilho do

compasso que coincidiu com o momento em que o ponteiro parou ou reduziu

significativamente sua velocidade (HARRISON et al., 1991).

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Foram aferidas nove medidas de dobra cutânea segundo o protocolo de mensuração do

estudo de revisão de Machado (2008):

Dobra Cutânea Tricipital (TR) - Medida no ponto meso-umeral do braço, na região

posterior, com o compasso na posição vertical.

Dobra Cutânea Bicipital (BI) - Medida na linha média do ponto meso-umeral do

braço, na região anterior, com o compasso posicionado verticalmente.

Dobra Cutânea Subescapular (SE) - Medida imediatamente abaixo do ângulo

inferior da escápula. Neste, a aferição pelo compasso foi realizada em um ângulo de

aproximadamente 45º.

Dobra Cutânea Peitoral (PT) - Medida correspondente ao ponto médio entre a linha

axilar anterior e o mamilo, para o sexo masculino e, a 1/3 desta linha para o sexo

feminino. Mensuração realizada no plano diagonal.

Dobra Cutânea Axilar Média (AM): Medida referente a junção da linha média

axilar com o processo xifoide. Neste, a aferição pode ser vertical, oblíquo ou

horizontal.

Dobra Cutânea Supra ilíaca (SI) - Medida imediatamente acima da crista-ilíaca

superior, na linha imaginária horizontal que passa pela cicatriz umbilical e a linha

axilar média, pinçada com o compasso em 45°.

Dobra Cutânea Abdominal (ABD) - Medida a três centímetros da borda direita e um

centímetro abaixo da cicatriz umbilical, mensurada de forma horizontal ou vertical.

Dobra Cutânea da Coxa (CX) - Medida no ponto médio entre a dobra inguinal, no

ponto mais inferior da crista ilíaca anterior, e a borda proximal da patela. Esta dobra

foi mensurada verticalmente e o avaliado permaneceu com o joelho semi flexionado e

o peso corporal sobre a perna contralateral.

Dobra Cutânea Panturrilha Média (PTM): Medida no ponto medial de maior

circunferência da perna. Neste, o indivíduo é avaliado sentado com o compasso em

posição vertical.

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Posteriormente calculou-se a densidade corporal dos sujeitos de acordo com a

fórmula de Jackson e Pollock (1985) que utiliza sete dobras cutâneas (Peitoral / Axilar Média

/ Tríceps / Subescapular / Abdominal / Supra Ilíaca / Coxa):

Para o sexo masculino a equação: 1,112 - 0,00043499 (Soma das 7 Dobras

Cutâneas) + 0,00000055 (Soma das 7 Dobras Cutâneas)2 - 0,00028826

(Idade);

Para o sexo feminino a fórmula: 1,097 - 0,00046971 (Soma das 7 Dobras

Cutâneas) + 0,00000056 (Soma das 7 Dobras Cutâneas)2 - 0,00012828

(Idade).

Posteriormente a densidade corporal foi convertida em percentagem corporal de

acordo com as fórmulas abaixo adaptadas de Heyward e Stolarczyk (1996):

Quadro 3 – Fórmula adaptada de percentagem de gordura.

POPULAÇÃO IDADE SEXO % de GORDURA*

Americana India 18 – 60

Feminino (4,81/Dc)-4,34

Negra 18 – 32

Masculino (4,37/Dc)-3,93

24 – 79

Feminino (4,85/Dc)-4,39

Hispânica 20 – 40

Feminino (4,87/Dc)-4,41

Japonesa Nativa 18 – 48

Masculino (4,97/Dc)-4,52

Feminino (4,76/Dc)-4,28

61 - 78

Masculino (4,87/Dc)-4,41

Feminino (4,95/Dc)-4,50

Branca 7 - 12

Masculino (5,30/Dc)-4,89

Feminino (5,35/Dc)-4,95

13 - 16

Masculino (5,07/Dc)-4,64

Feminino (5,10/Dc)-4,66

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17 - 19

Masculino (4,99/Dc)-4,55

Feminino (5,05/Dc)-4,62

20 - 80

Masculino (4,95/Dc)-4,50

Feminino (5,01/Dc)-4,57

* O Percentual de Gordura Corporal é obtido multiplicando-se o valor calculado a partir da equação

por 100.

A avaliação do estado nutricional dos indivíduos pertencentes ao GC foi mensurada

de acordo com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde – OMS (BRASIL, 2011) e dos

participantes do GSD conforme as curvas antropométricas de Cronk e colaboradores.

3.4.5 Mensuração da Circunferência Muscular do Braço e Antebraço

Para aferição desta variável foi mensurada a circunferência do braço (CB) associada

à dobra cutânea tricipital (TR) com o auxílio de uma fita métrica não flexível da marca

Carciomed (Figura13).

Figura 4: Fita métrica flexível e não elástica

Fonte: A autora.

O ponto de referência a ser demarcado para CB foi obtido a partir da flexão de

cotovelo a 90° e da palma da mão voltada para o tórax do indivíduo, no ponto médio do

braço, entre o processo acromial e o olecrano. A mensuração foi feita com o braço estendido

ao longo do corpo, no ponto demarcado anteriormente, conforme as instruções de Machado,

Coelho e Coelho (2010).

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Posteriormente, esta medida foi inserida na equação de Frisancho (1981 apud

MACHADO; COELHO; COELHO, 2010) para se obter o valor exato da circunferência

muscular do braço (CMB): CMB = CB - (3,14 * TR).

Para coleta da medida de circunferência de antebraço (CA) foi adotado o

procedimento de Pompeu (2004), com o participante na posição ortostática, braços estendidos

ao lado do corpo, e aferindo-se o ponto a cinco centímetros da prega do cotovelo.

3.4.6 Avaliação da Força de Preensão Palmar:

Para esta mensuração foi utilizado o dinamômetro Jamar®, equipamento

recomendado pela Sociedade Americana dos Terapeutas da Mão, que apresenta um sistema

hidráulico de aferição de tensão, de uso simples, leitura rápida e direta, no qual o sujeito

aperta suas barras, fazendo com que se dobrem, ocasionando uma alteração na resistência dos

aferidores, gerando uma alteração na produção de voltagem. Esta é diretamente proporcional

à força exercida pelas mãos.

A escala de força é descrita em até 200 libras/polegadas e/ou 90 quilogramas/força

(kg/f).

Para realizar o teste o participante permaneceu sentado, com os pés apoiados no

chão, joelho e quadril flexionados a 90 graus e antebraço neutro conforme a figura 1. A barra

do dinamômetro foi ajustada na posição 2. O dinamômetro foi sustentado pelo avaliador

durante a execução do teste.

Este procedimento foi realizado por três vezes com cada mão, sendo considerado o

melhor resultado em cada mão para análise de dados.

Figura 5: Posicionamento do avaliado com o dinamômetro Jamar

Fonte: A autora.

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3.4.7 Desempenho Funcional Manual:

Para a análise do desempenho funcional manual dos membros superiores foi utilizado

o teste de função manual de Jebsen-Taylor que avalia o uso funcional da mão, documentando

sua habilidade em cada categoria analisada. As funções avaliadas compõem-se de sete tarefas:

escrita, virar cartas, pegar pequenos objetos, simulação de alimentação, empilhar blocos,

pegar objetos leves e pesados. Os escores consistem na mensuração do tempo, em segundos,

utilizado em cada atividade (RODRIGUES et al., 2007).

O procedimento foi iniciado com a mão não preferida (MNP) ou com a mão

relacionada ao lado não dominante (LND) do indivíduo e posteriormente executado com a

mão preferida (MP) ou com a mão do lado dominante (LD), seguindo as recomendações de

Jebsen et al. (1969). A mão utilizada para a tarefa deve estar posicionada sobre a mesa antes

de iniciar a execução.

Para a atividade de escrita foi solicitado que o participante escrevesse uma sentença de

24 letras, previamente repassada ao sujeito, como preconiza o teste.

A tarefa de virar cartas (VC) foi feita da seguinte maneira: cinco cartas de 3x5

polegadas foram colocadas horizontalmente sobre a mesa numa distância de 2 polegadas entre

si. As cartas foram posicionadas verticalmente numa distância de 5 polegadas da borda da

mesa. O indivíduo teve que virar a carta da direita para a esquerda com a mão esquerda e, da

esquerda para a direita com a mão direita, conforme figura 2. A atividade foi iniciada quando

o pesquisador disse a palavra "já" e terminada quando o participante virou a última carta.

Figura 6: Tarefa de virar cartas

Fonte: A autora.

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A função de pegar pequenos objetos (PPO) foi realizada da seguinte forma: uma lata

de café foi posicionada, sobre a mesa, à frente do participante. Seis objetos foram dispostos

horizontalmente ao lado da lata sendo: dois clipes (em posição vertical), duas tampas de

garrafas e duas moedas, nesta respectiva ordem, numa distância de 2 polegadas entre si. A lata

e os seis objetos estavam a uma distância de 5 polegadas da borda da mesa. Os seis objetos

deveriam ser colocados o mais rápido possível, um de cada vez, dentro da lata. Ao realizar a

tarefa com a mão direita os objetos foram posicionados, nesta ordem, da extrema direita para

extrema esquerda. E, quando realizado com a mão esquerda, posicionados da extrema

esquerda para a extrema direita, conforme figura 3. A execução foi iniciada com a palavra

“já” do instrutor e terminada com a colocação do último objeto.

Figura 7: Tarefa de pegar pequenos objetos.

Fonte: A autora.

A simulação de alimentação (SA) foi feita com 5 feijões de 5/8 polegadas de

comprimento cada, posicionados sobre uma prancha, encostados no seu anteparo. A prancha

foi posicionada numa distância de 5 polegadas da borda da mesa, a frente do participante. Os

feijões foram alocados horizontalmente numa distância de 2 polegadas entre si. O indivíduo

teve que pegar os feijões, um de cada vez, com uma colher e colocá-los numa lata de café

vazia centralizada a frente do indivíduo, como pode ser visto na figura 4. Ao realizar o teste

com a mão direita iniciando com o feijão da extrema direita e da extrema esquerda quando

realizá-lo com a mão esquerda. A execução foi feita o mais rápido possível e iniciada com o

dizer "já" pelo pesquisador.

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Figura 8: Simulação de alimentação.

Fonte: A autora.

O ato de empilhar damas (ED) foi realizado com 4 damas vermelhas de 1-1/4

polegadas de diâmetro colocadas a frente de uma a prancha que estava a uma distância de 5

polegadas da borda da mesa, de acordo com a figura 5. Quando realizado a tarefa com a mão

esquerda, o participante colocou a dama da extrema esquerda sobre a prancha e as demais

damas sobre a primeira, o mais rápido possível, assim que o instrutor disse "já". A mesma

atividade foi realizada com a mão direita iniciando a tarefa com a dama da extrema direita.

Figura 9: Empilhar damas

Fonte: A autora.

A tarefa de movimentar objetos leves (MOL) foi feita com cinco cilindros vazios

posicionados paralelamente em frente a prancha que estava a uma distância de 2 polegadas

entre eles e a 5 polegadas de distância da borda da mesa, conforme a figura 6. O indivíduo

teve que passar cada cilindro para cima da prancha, iniciando da direita para a esquerda ao

usar a mão direita e da esquerda para a direita com a mão esquerda. O tempo foi contabilizado

a partir da fala "já" do instrutor até a passagem do último cilindro.

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Figura 10: Movimentar objetos leves

Fonte: A autora.

O ato de movimentar objetos pesados (MOP) foi realizado da mesma forma que a

tarefa anterior, porém os cilindros dessa atividade pesavam 0,5 kg, conforme a figura 7

abaixo.

Figura 11: Movimentar objetos pesados

Fonte: A autora.

Foi utilizado também a avaliação da destreza manual com o uso do Teste de Caixa e

Blocos (Figura 8) desenvolvido por Mathiowetz et al. (1985), que avalia a habilidade e a

destreza dos indivíduos em levar a maior quantidade de cubos presente num compartimento

da caixa para outro compartimento, um de cada vez, não soltando o cubo até seus dedos

encostarem-se à caixa, por um minuto. Este instrumento já foi utilizado em outras pesquisas,

como a de Souza et al. (2012), Priosti (2013) e Guimarães e Blascovi-Assis (2012), para a

população com SD mostrando-se sensível para essa população.

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Figura 12: Teste de Caixa e Blocos

Fonte: A autora.

Ambos os testes foram realizados por três vezes com cada mão, alternando a

execução entre elas. Para efeito de dado estatístico foi considerado a maior transferência de

blocos no Teste de Caixa e Blocos e o menor tempo para a execução de cada atividade no

Jebsen-Taylor.

3.5 Análise dos Dados

Para análise estatística dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS – Statistical

Package for Social Sciences para o Windows, versão 18, que proporciona o cálculo e as

informações estatísticas (BISQUERRA; SARRIERA; MARTINEZ, 2007).

Como os dados deste estudo não apresentaram uma distribuição normal pelo teste de

Kolmogorov – Smirnov, utilizou-se, então, a estatística não-paramétrica para análise de todos

os dados. Esta se conceitua como “o conjunto de provas que se aplicam sem a necessidade de

fazer qualquer tipo de suposições sobre as distribuições, origem das variáveis que estão sendo

estudadas” (BISQUERRA; SARRIERA; MARTINEZ, 2007, p. 169).

Assim, para a análise que verificam a comparação de médias em indivíduos do

mesmo grupo utilizou-se o teste de Wilcoxon e para correlação entre as médias das variáveis

avaliadas no mesmo grupo o teste de correlação de Spearman, ambos num nível de 5% de

significância estatística.

Por não ser possível equiparar o número da amostra por faixa etária e sexo entre os

grupos utilizou-se a média de cada grupo na análise estatística.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Diante das avaliações e das análises realizadas os resultados estão apresentados no

formato de 3 estudos, para facilitar a compreensão e discussão dos dados obtidos:

Análise da força de preensão palmar, da preferência manual e do desempenho

funcional da mão;

Análise da correlação entre a força de preensão palmar, a percentagem de gordura,

a circunferência muscular do braço, a circunferência do antebraço e a dominância

lateral;

Análise da correlação entre a percentagem de gordura, o desempenho funcional da

mão e a dominância lateral.

4.1 Estudo 1: Análise da força de preensão palmar, da preferência manual e do

desempenho funcional da mão

Os estudos sobre a função manual na SD ainda são escassos e algumas características sobre a

força muscular dos membros superiores, da preferência manual e do desempenho funcional da

mão podem ser analisadas para que algumas correlações possam ser estabelecidas

posteriormente. Embora a literatura traga alguns dados sobre essas variáveis, poucos estudos

caracterizam a população brasileira e discutem as diferenças desses aspectos com a população

sem a síndrome.

Portanto, nesse estudo, a avaliação da PM tanto para o GC como para o GSD

demonstrou os seguintes resultados:

Tabela 2 – Preferência manual nos grupos aferida pela versão curta do protocolo de Van Strien (2002)

GRUPO/

PM

GC

(n=30)

GSD

(n=30)

DIREITA 86,7% 60%

ESQUERDA 13,3% 33,3%

AMBIDESTRA 0,0% 6,7%

TOTAL 100% 100%

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Nota-se que a maioria dos indivíduos, em ambos os grupos, teve uma PM à direita.

Para efeito de enquadramento e comparação entre a mão preferida (MP) e a mão não

preferida (MNP) a PM ambidestra do GSD foi considerada direita, para este estudo, por ser a

predominância do grupo.

A força de preensão palmar (FPP) na MP dos indivíduos pertencentes ao GC

apresentou um valor médio de 23,83 kg/f (+/- 6,33) e na MNP uma média de 21,16 kg/f (+/-

6,02). Segundo o teste de Wilcoxon, houve diferença estatística significante entre os

resultados da MP e da MNP (p=0,001).

Já o GSD apresentou uma média de FPP na MP de 13,38 kg/f (+/- 5,60) e um valor

médio de FPP na MNP de 12,93 kg/f (+/- 6,33). O teste de Wilcoxon não demonstrou

diferença estatística significante entre as variáveis envolvidas (p= 0,225).

A destreza manual avaliada pelo Teste de Caixa e Blocos (TCB) no GC apresentou

um média de 75,33 (+/- 12,78) blocos transferidos por minuto pela MP e uma média de 73,76

(+/- 9,35) blocos por minuto com a MNP. Já o GSD obteve uma média de 24,66 (+/- 9,39)

blocos deslocados por minuto com a MP e uma média de 24,00 (+/- 10,68) com a MNP. O

teste de Wilcoxon não demonstrou uma diferença significante entre as médias de blocos

transferidos entre a MP e a MNP no GSD (p=0,482). Já no GC pode-se observar essa

diferença (p=0,014).

Já as tarefas relacionadas ao teste de função manual de Jebsen-Taylor para o GC e

para o GSD mostraram os seguintes tempos médios (segundos) como resultados:

Tabela 3 – Tempo médio em segundos para as tarefas do teste Jebsen-Taylor de acordo com a PM

TAREFA/ PM MP

GC

DP MNP

GC

DP MP

GSD

DP MNP

GSD

DP

VC 4,76 1,20 4,77 1,01 13,13 5,85 13,37 6,46

PPO 5,82 0,79 5,83 0,72 13,63 4,15 13,41 3,73

ED 1,34 0,32 1,45 0,35 4,19 1,53 4,66 1,88

SA 10,21 1,86 11,87 1,90 19,37 9,33 24,57 15,12

MOL 3,53 0,42 3,72 0,37 7,76 2,20 7,87 2,21

MOP 3,97 0,54 4,07 0,61 9,29 3,50 10,38 3,58

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O teste de escrita foi desconsiderado nesse estudo uma vez que o GSD não conseguiu

cumprir a tarefa.

A diferença estatística analisada através do teste de Wilcoxon, entre a MP e a MNP

nas tarefas de Jebsen-Taylor, para o GC foi, significativa ao nível de 5%, para a simulação da

alimentação (p=0,01) e para a movimentação de objetos leves (p=0,030). Nas demais tarefas

obtiveram-se os seguintes resultados: virar cartas (p=0,762), pegar pequenos objetos

(p=0,762), empilhar damas (p=0,54) e movimentar objetos pesados (p= 0,173). Já para o GSD

houve diferença estatisticamente significante entre a MP e a MNP na tarefa de empilhar

damas (p= 0,016), simular alimentação (p= 0,018) e movimentar objetos pesados (p=0,011).

As demais tarefas apresentaram as seguintes diferenças: virar cartas (p=0,517), pegar

pequenos objetos (p= 0,510) movimentar objetos leves (p= 0,918).

A correlação estatística, através da correlação de Spearman, entre as variáveis FPP e

TCB, no GC, apresentou os seguintes resultados: MP (p= 0,849, rho= 0,36) e MNP (p= 0,556,

rho= 0,112), não ocorrendo, portanto, correlação estatisticamente significativa ao nível de 5%

entre as variáveis. O mesmo resultado encontrou-se para o GSD: FPP x TCB com MP: p=

0,881, rho= 0,028 e FPP x TCB com MNP: p= 0,140, rho= 0,276.

Já a correlação estatística pelo teste de Spearman entre as seis tarefas realizadas pela

MP e a FPP foi significante ao nível de 5%, no GC, somente para FPP x MOP: p= 0,026, rho=

0,407. Para a MNP, houve, somente, uma correlação negativa, significativa ao nível de 5%,

para FPP x ED: p= 0,050, rho= -0,361.

Para o GSD houve correlação significativa ao nível de 5% nas aferições com a MP

com as seis tarefas entre FPP x ED: p= 0,011, rho= -0,456, sendo esta correlação negativa.

Para as aferições com a MNP não houve correlações estatisticamente significativas ao nível

de 5%.

Diante dos resultados apresentados podemos observar que o GSD teve um maior

número de indivíduos com preferência manual à esquerda (33,3%) quando comparado com

GC (13,3%). A presença de indivíduos ambidestros, sem uma preferência lateral definida,

também foi notada em 6,7% do GSD.

Essa tendência entre os indivíduos com SD de apresentar um maior número de

sujeitos com preferência manual à esquerda já vem sendo mencionada pela literatura nos

estudos de Silva e Vasconcelos (2011) e Batheja e McManus (1985). Alguns autores

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acreditam que ela possa estar relacionada a um processo de desorganização cerebral, a um

atraso neuro maturacional próprio da síndrome, ou, ainda, a alguma ocorrência no hemisfério

esquerdo que provoque a preferência lateral esquerda.

Em todas as avaliações realizadas pode-se notar que os resultados apresentados pelo

GSD foram inferiores ao GC, esse fato pode estar relacionado às características típicas da SD

como a hipotonia muscular, o atraso no desenvolvimento neuro motor e na motricidade global

e fina, a baixa eficiência na manipulação de objetos, o pequeno tamanho das mãos, a

hipermobilidade articular, o déficit intelectual, a dificuldade de atenção e concentração na

realização das tarefas (SOUSA, 2009, TECKLIN, 2002), como já observado em estudos

anteriores (PRIOSTI et al., 2013, SOUZA et al., 2013, SOUZA et al., 2012).

Os resultados inferiores nos testes de função manual pelo GSD demonstram também

as dificuldades no controle e planejamento motor, na percepção ocular e na integração visuo

motora que estes indivíduos apresentam (JOVER et al., 2010).

De maneira geral, os dois grupos apresentaram melhores resultados, em todos os

testes, com a MP do que com a MNP, embora nem sempre com significância estatística. Este

fato relaciona-se aos fundamentos da lateralidade que supõem que as atividades sejam

realizadas com uma força, exatidão, preferência, destreza e coordenação superior com a MP

quando comparada com a MNP, sendo estes fatores fundamentais para a aprendizagem

escolar (LINARES, 1993).

O GSD, diferentemente do GC, não apresentou diferenças estatísticas na FPP e no

TCB entre a MP e a MNP demonstrando, assim, uma possível tendência a simetria motora e

um déficit na especialização unilateral do corpo. A hipotonia generalizada somada à

dificuldade da consistência da dominância lateral pode estar correlacionada a este dado.

Diferenças na atuação da mão dominante versus mão não dominante em indivíduos

com SD também não foram observadas por Guimarães, Blascovi-Assis e Macedo (2012) ao

avaliar 50 sujeitos com SD de 7 a 9 anos e de 14 a 15 anos através do TCB.

Da mesma forma como descrito por Priosti et al. (2013) o GSD não apresentou

correlação estatística entre as variáveis FPP e TCB em ambas as mãos. Todavia, os mesmos

autores encontraram esta correlação para o GC por eles estudado, o que não ocorreu no

presente estudo. Tal fato merece ser melhor explorado em estudos futuros.

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A prática do protocolo proposto por Jebsen-Taylor para avaliar o desempenho

funcional manual nos indivíduos com SD mostrou-se sensível a estes uma vez que os mesmos

conseguiram executar as tarefas sugeridas pelo o autor com exceção da primeira atividade que

se refere à escrita.

Durante a prática da tarefa de escrita, tentou-se, inicialmente, que os sujeitos com SD

redigissem uma frase simples com 24 letras, da mesma forma que o GC, mas os mesmos não

conseguiram. Experimentou-se, então, a descrição do seu nome em uma folha em branco.

Esta, também não foi possível para todos os avaliados. Decidiu-se por fim eliminar esta tarefa

do conjunto de avaliações.

Essa dificuldade pode estar relacionada, entre outras variáveis, às questões de

consistência da lateralização uma vez que estudos como os de Guardiolla, Ferreira e Rota

(1998) e Corballis, Hattil e Fletcher (2008) em escolares mostram que a preferência lateral

mal definida apresenta uma relação significativa com as funções corticais e a alfabetização.

Lima, Francisco e Freitas (2012) aplicaram o protocolo de Jebsen-Taylor em um

grupo de 36 adultos jovens sadios e optaram pela eliminação da prova de escrita considerando

que as frases propostas originalmente estavam em inglês. Porém uma adaptação desta tarefa

poderá ser futuramente proposta e estudada para sua aplicação às pessoas com SD.

As demais ações foram executadas pelo GSD de maneira mais lenta do que o GC

como visualizado nos resultados apresentados. Pelo teste apresentar seis tarefas, com exceção

da escrita, estes se apresentavam cansados e desestimulados ao realizar o teste com a MP e a

MNP por três vezes, sendo necessário, muitas vezes, insistir para que completassem todo o

protocolo proposto para esse estudo.

Durante a tarefa de virar cartas muitos sujeitos do GSD tentavam utilizar a mão

contralateral a que estava executando o teste para virar a próxima carta.

Ao longo da tarefa de pegar pequenos objetos alguns demonstraram dificuldades em

retirar o objeto de cima da superfície mesmo realizando o movimento de pinça com os dedos

de forma correta.

Na simulação da alimentação estes possuíam dificuldade em conseguir encaixar a

colher em baixo dos feijões e, nas tarefas de movimentar objetos leves e pesados muitos não

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52

conseguiam transportá-las ordenadamente sendo, às vezes, necessária a orientação verbal e

manual do avaliador para a realização correta do procedimento.

Nas tarefas propostas pelo teste Jebsen-Taylor ocorreram diferenças estatísticas entre

as MP e MNP nos dois grupos, sendo no GC nas atividades de simular alimentação e

movimentar objetos leves e, no GSD, nas ações de empilhar damas, simular alimentação e

movimentar objetos pesados. A disparidade na simulação da alimentação justifica-se, talvez,

por ser essa uma tarefa corriqueira e que exige o uso e a especialização de um membro ao ser

realizada com uma colher não sendo necessária realizá-la com o auxílio do membro

contralateral.

A tarefa de empilhar blocos e construir um traço na vertical foi verificada por

Coppede et al. (2012) em indivíduos com SD de idade escolar. Os autores observaram que os

mesmos apresentavam um desempenho inferior quando comparado com o grupo controle e

relacionaram esta atividade à coordenação olho mão e ao controle dos dedos sendo a base

para o desenvolvimento das habilidades motoras finas complexas.

Diferentemente do que se esperava, a correlação entre FPP e MOP, no GC, se

mostrou positiva demonstrando que quanto maior FPP, maior o tempo de execução da tarefa

de MOP. Já a correlação estatística entre FPP e ED se apresentou negativa tanto para o GC

para MP e para o GSD para a MNP demonstrando que quanto maior a FPP menor o tempo de

execução da tarefa de ED.

A partir desses achados pode-se considerar que existem diferenças nas habilidades

manuais entre os grupos, com desvantagem para GSD, com maior evidência de desempenho

entre MP e MNP para o GC. Constatou-se ainda que tanto o TCB como teste de Jebsen Taylor

podem ser utilizados para a população com SD, com execção da tarefa de escrita.

4.2 Estudo 2: Análise da correlação entre a força de preensão palmar, a composição

corporal e a dominância lateral

Para este estudo pode-se contar com a participação de 12 indivíduos do sexo

masculino (40%) e 18 do sexo feminino (60%), pertencentes ao GC, com idade média de 12,3

anos. Já no GSD contou-se com a participação de 28 indivíduos dos 30 participantes iniciais.

Dois participantes foram excluídos da amostra pela dificuldade de aferição em algumas

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dobras cutâneas. Dos 28 participantes, 13 são do sexo masculino (46,43%) e 15 do sexo

feminino (53,57%) com idade média também de 12,3 anos.

De acordo com o protocolo de Negrine (1986), dos 30 indivíduos pertencentes ao

GC, 28 se classificaram com dominância lateral à direita e 2 à esquerda. Já o GSD apresentou

2 sujeitos com lateralidade não definida, 9 com dominância lateral à esquerda e 17 à direita.

Os indivíduos com lateralidade não definida foram enquadrados no grupo com dominância

lateral à direita, para este estudo, uma vez que a indefinição encontrada foi referente à

reprodução de tarefas para pés e olhos. Nas tarefas manuais os dois sujeitos apresentaram

dominância manual à direita.

A Tabela 4 ilustra a classificação do estado nutricional do GC, segundo as diretrizes

da Organização Mundial de Saúde (BRASIL, 2011):

Tabela 4: Classificação nutricional do GC pelo IMC por idade segundo OMS (2007)

CLASSIFICAÇÃO/ SEXO FEMININO MASCULINO

MAGREZA 2 1

EUTRÓFICO 10 8

SOBREPESO 6 1

OBESIDADE 0 2

TOTAL 18 12

A classificação do estado nutricional do GSD encontra-se na Tabela 5. Os índices

foram obtidos pelas curvas antropométricas propostas por Cronk et al. (1988).

Tabela 5: Classificação nutricional do GSD por peso e idade segundo Cronk et al. (1988)

CLASSIFICAÇÃO/ SEXO FEMININO MASCULINO

BAIXO PESO 1 1

EUTRÓFICO 11 12

EXCESSO DE PESO 3 0

TOTAL 15 13

A percentagem de gordura (PG) no GC apresentou um valor médio de 13,49% (+/-

12,11) quando aferidas as DC do lado dominante (LD) e uma média de 8,29% (+/-14,53) na

mensuração das DC do lado não dominante (LND), apresentando uma diferença de 5,2% na

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aferição entre os dois lados, descritivamente. Já o GSD apresentou um valor médio de 19,01%

(+/-10,63) para a PG mesurada pelas DC no LD e uma média de 18,38% (+/-11,61) quando

aferida as DC do LND, demonstrando uma diferença de 0,63% entre os valores de PG,

descritivamente.

A comparação das nove DC entre o LD e LND, pelo teste de Wilcoxon, não

demonstrou diferença significativa em ambos os grupos, bem como a aferição da percentagem

de gordura (p=0,206 para GC e p=0,855 para GSD). A média descritiva de todas as DC, tanto

do LD como no LND, foi maior no GSD do que no GC.

A mensuração em milímetros da média das DC foi maior no LD do que no

contralateral na aferição da prega tricipital, axilar média, peitoral, supra ilíaca e abdominal

tanto para o GC como para o GSD, porém não estatisticamente significante.

A circunferência muscular de braço (CMB) no GC apresentou um valor médio de

8,13 cm (+/- 5,51) no LD e 8,39 cm (+/- 5,82) no LND e no GSD uma média de 18,07 cm (+/-

5,15) no LD e 19,23 (+/- 3,35) cm no LND. Não houve diferença estatística significante na

aferição entre os dois lados tanto para o GC (p= 0,491) como para o GSD (p= 0,325)

analisado pelo teste de Wilcoxon.

O GC obteve um valor médio de circunferência de antebraço (CA) de 21,90 cm (+/-

2,14) no hemi corpo dominante e uma média de 21,40 cm (+/- 1,98) no hemi corpo

contralateral, ocorrendo, portanto, uma diferença estatística significante a nível de 5% na

aferição entre os dois lados (p=0,001), segundo o teste de Wilcoxon. Já o GSD apresentou um

valor médio de CA de 23,63 cm (+/- 3,05) no LD e de 23,93 cm (+/- 2,96) no LND, não

ocorrendo diferenças estatísticas significantes entre os membros (p= 0,182) na comparação de

Wilcoxon.

Já a FPP no LD do GC apresentou um valor médio de 23,86 kg/f (+/- 6,32) e no LND

uma força média de 21,16 kg/f (+/- 6,02). A comparação entre as médias, pelo texto de

Wilcoxon, entre os LD e LND mostrou-se significativa estatisticamente (p= 0,001). Para o

GSD a média da FPP no LD foi de 13,51 kg/f (+/- 5,24) e de 14,16 kg/f (+/- 5,86), não

apresentando diferenças estatísticas significantes ao nível de 5% entre as médias (p=0,329)

pelo teste de Wilcoxon.

A correlação entre as variáveis, pelo o teste de Spearman, para o GC, se mostrou

estatisticamente significante para: CMB X CA/LD: rho= 0,562 (p=0,001) e CMB X CA/LND:

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rho= 0,565 (p=0,001); CMB x PG/LD: rho=0,631 (p<0,001); CMB x PG/LND: rho= 0,513

(p=0,004); FPP x CA/LD: rho= 0,660 (p<0,001); FPP x CA/LND: rho= 0,544 (p= 0,002); CA

x PG/LD: rho= 0,433 (p=0,017) e CA x PG/LND: rho= 0,422 (p= 0,020). E no GSD entre as

seguintes variáveis: CA X PG/LD: rho= 0,501 (p=0,007); CA x PG/LND: rho= 0,416

(p=0,028); CMB x CA/LD: rho= 0,836 (p< 0,001); CMB x CA/LND: rho= 0,534 (p=0,003);

FPP x CA/LD: rho= 0,643 (p< 0,001); FPP x CA/LND: rho= 0,609 (p= 0,001); CMB x

FPP/LD rho= 0,516 (p= 0,005). Nas demais correlações não houve significância estatística.

Destaca-se aqui, o fato de algumas variáveis apresentarem uma forte correlação

significativa entre si (rho= 0,6 a 0,9), segundo o nível de intensidade de correlação

demonstrada por Costa (2012), como para o GC: CMB x PG/LD: rho=0,631 (p<0,001); FPP x

CA/LD: rho= 0,660 (p<0,001) e para o GSD: CMB x CA/LD: rho= 0,836 (p< 0,001); FPP x

CA/LD: rho= 0,643 (p< 0,001); FPP x CA/LND: rho= 0,609 (p= 0,001).

Os dados apresentados demonstram uma maior percentagem de indivíduos com

dominância lateral à esquerda no GSD (32,14%) do que no GC (6,66%). Essa maior

concentração de sinistralidade em indivíduos com alterações no desenvolvimento vem sendo

mencionada em alguns estudos sobre a lateralidade como o de Silva e Vasconcelos (2011)

que, ao avaliarem a preferência manual, podal e visual em sujeitos com SD e com

desenvolvimento normal notaram uma maior percentagem de indivíduos sinistros no GSD.

A presença de sujeitos ambidestros também foi encontrada no GSD, numa

percentagem inferior que as demais dominâncias (7,14%). Esse fato sugere que as questões

relacionadas à dominância e organização cerebral, especialização unilateral e tônica ainda não

estão totalmente estabelecidas nestes indivíduos. A relação do desempenho funcional em

indivíduos lateralmente simétricos e não simétrico é algo que poderia ser estudado e

verificado futuramente.

Para a correta verificação da dominância lateral dos indivíduos envolvidos nesse

estudo foi necessária uma adaptação no protocolo utilizado, fornecendo objetos condizentes

às simulações a serem desenvolvidas pelos participantes, facilitando a sua realização já que o

GSD apresentou dificuldades de simulação sem os mesmos.

Não foi possível verificar a relação da dificuldade de compreensão desta tarefa com o

nível intelectual dos indivíduos do GSD, uma vez que os mesmos não foram avaliados por um

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profissional capacitado para tal e as Instituições participantes não dispunham de registros

sobre o déficit intelectual dos seus frequentadores.

A aferição das DC na população com SD também apresentou algumas dificuldades,

que podem estar relacionadas ao nível de compreensão de cada participante, uma vez que os

mesmos apresentavam certa relutância na mensuração de algumas pregas cutâneas,

principalmente aquelas que não conseguiam visualizar, como a DC subescapular. Muitos

demonstravam-se receosos com a realização do procedimento mesmo após a sua

demonstração nos avaliadores.

A mensuração das DC na população com SD parece ser uma prática comum já que

muitos estudos como o de Paez et al. (2013), Soares et al. (2010) e Silva, Santos e Martins

(2006), porém em nenhum dos estudos consultados referiu-se a algum tipo de relato sobre as

dificuldades de avaliação nesse grupo. Sugere-se que em outros estudos a verificação da

percentagem de gordura possa ser realizada a partir de fórmulas que exijam a mensuração de

um número menor de DC na tentativa de reduzir a perda amostral.

O comportamento impaciente e receoso de alguns sujeitos com SD pode estar

relacionado às características temperamentais de um subgrupo específico dessa população

como mencionado por Angélico e Del Prette (2011) na revisão de seu estudo, no qual nem

todos apresentam características amistosas, cooperativas e dóceis.

Os resultados do presente estudo não apresentaram diferenças estatísticas

significantes na aferição das DC e de PG em ambos os lados, nos dois grupos avaliados,

condizendo, portanto, com a literatura científica de que a aferição das DC realizada no lado

dominante ou não dominante não apresenta diferenças estatísticas nos dados finais.

Macedo et al. (2008), compararam as DC e a PG, em ambos os lados, em indivíduos

normais e com hemiplegia espástica por paralisia cerebral (PC), com idades de 19 a 34 anos e

notaram diferenças significativas estatisticamente na PG e em 7 DC nos sujeitos normais e em

6 DC nos indivíduos com PC. Diante disto, os autores tendem a acreditar que existam

assimetrias corporais e que fatores como o déficit muscular, presente em alterações

neurológicas, pode afetar o depósito de gordura em algumas áreas do corpo, inviabilizando a

mensuração da PG total do indivíduo através da aferição das DC de um único hemi corpo.

A população com SD aqui estudada apresenta como prinicipal característica a

hipotonia generalizada e sobrepeso em alguns casos, contudo, foram encontrados resultados

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similares, sem diferenças estatísticas significantes nos valores de FPP, CA e CMB nos lados

dominante e não dominante. As características peculiares da SD apontadas não interferiram na

diferenciação dos depósitos de gordura no corpo dos participantes desde estudo. De acordo

com os estudos de Berpatelli et al. (2011), existe uma distribuição distinta de massa gorda e

magra entre os sexos, sendo assim seria interessante verificar a diferença dos valores das DC

em homens e mulheres com SD bem como a PG na avaliação do lado dominante e não

dominante destes.

Chipkevitch (2201) ressalta a classificação proposta por Tanner em 1962, que

apresenta os estágios de maturação sexual referentes ao estadiamento da puberdade, os quais

podem influenciar em medidas de crescimento nos períodos de estirão para os sexos. Barbosa,

Franceschini e Priore (2006) chamam a atenção para as possíveis modificações

antropométricas e de composição corporal relacionadas ao processo da puberdade, em função

do crescimento acelerado, que ocasiona intensas modificações corporais. Diante dessas

constatações, pode-se dizer que, variações nos percentuais de gordura e na quantidade de

massa magra nos adolescentes podem sofrer alterações esperadas nos períodos críticos, visto

que a maturação obedece a mecanismos hormonais e genéticos para cada indivíduo.

O GSD apresentou uma diferença descritiva inferior a 1% (0,63%) já o GC um valor

de 5,2% para a PG. Esta diferença numérica dos hemi corpos avaliados nos dois grupos

podem estar relacionados às características clínicas e físicas do GSD como a hipotonia

muscular e a baixa consistência na intensidade da preferência lateral, que muitos indivíduos

tendem a apresentar, conforme mencionam Silva e Vasconcelos (2011).

Este estudo demonstrou, também, que há correlação entre as variáveis: CMB X CA,

CMB X PG, CA x PG e FPP x CA, nos indivíduos pertencentes ao GC em ambos os lados. E

no GSD a correlação foi encontrada para CA x PG, CMB X CA, FPP X CA, em ambos os

lados e, FPP x CA no LD. Estas correlações demonstram que estas variáveis interagem em

conjunto, ou seja, quanto maior o valor de uma variável maior o valor da outra. Parece que a

CMB em nada influência na FPP nos indivíduos do GC, interagindo, somente, na FPP no LD

do GSD. Talvez, isto ocorra como uma compensação muscular na tentativa de um melhor

desempenho funcional do membro superior dominante em realizar tarefas.

Diferenças na composição corporal entre o GSD e o GC foram evidenciadas pelas

medidas de PG nos grupos, com valores maiores e estatisticamente significantes para o GSD,

embora na classificação do estado nutricional tenha se encontrado mais sujeitos com

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sobrepeso no GC. Neste caso, foram utilizados referenciais diferentes para os grupos, ou seja,

OMS e as curvas antropométricas de Cronk et al. (1988). Este último traz os referenciais para

a SD considerando as características dessa população. Mais estudos devem ser realizados para

discutir as consequências da aplicação desses parâmetros na saúde do indíviduo. Diferenças

significativas da FPP nos lados dominte e não dominante foram encontradas apenas para o

GC. Observou-se ainda que as medidas da circunferência de antebraço mostraram-se

correlacionadas com a FPP para ambos os grupos.

4.3 Estudo 3: Análise da correlação entre a percentagem de gordura, o desempenho

funcional da mão e a dominância lateral

Este estudo contou com a colaboração de 12 indivíduos do sexo masculino (40%) e

18 do sexo feminino (60%), pertencentes ao GC, com idade média de 12,3 anos e, apenas 28

indivíduos dos 30 participantes iniciais pertencentes ao GSD. Dois participantes foram

excluídos por dificuldades na mensuração de DC. Portanto, dos 28 sujeitos, 13 indivíduos são

do sexo masculino (46,43%) e 15 do sexo feminino (53,57%), com idade média 12,3 anos.

Segundo o protocolo de Negrine (1986), dos 30 indivíduos pertencentes ao GC, 28 se

classificaram com dominância lateral à direita e 2 à esquerda. Já o GSD apresentou 2 sujeitos

com lateralidade não definida, 9 com dominância lateral à esquerda e 17 à direita. Os

indivíduos com lateralidade não definida foram enquadrados no grupo com dominância lateral

à direita, para este estudo, uma vez que a indefinição encontrada foi referente à reprodução de

tarefas para pés e olhos. Nas tarefas manuais os dois sujeitos apresentaram dominância

manual à direita.

A PG no GC apresentou um valor médio de 13,49% (+/-12,11) quando aferidas as

DC do lado dominante (LD) e uma média de 8,29% (+/-14,53) ao mensurar as DC do lado

não dominante (LND), apresentando uma diferença de 5,2% na aferição entre os dois lados. Já

o GSD apresentou um valor médio de 19,01% (+/-10,63) para a PG mesurada pelas DC no

LD e uma média de 18,38% (+/-11,61) quando aferida as DC do LND, demonstrando uma

diferença de 0,63% entre os valores de PG. Não houve diferença estatística significante ao

nível de 5% pelo teste de Wilcoxon entre a PG nos lados dominante e não dominante em

ambos os grupos.

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O TCB no GC apresentou um valor médio de 75,33 (+/- 12,78) blocos transferidos por

minuto com o LD e 73,76 (+/- 9,35) com o LND. Já o GSD apresentou uma média de 24,42

blocos transferidos por minuto com o LD e 23,75 com o LND.

As tarefas de Jebsen-Taylor apresentaram as seguintes médias no GC e no GSD:

Tabela 6: Tempo médio em segundos para as tarefas do teste Jebsen-Taylor de acordo com a DL

TAREFA/ LD LD

GC

DP LND

GC

DP LD

GSD

DP LND

GSD

DP

VC 4,79 12,78 4,77 1,01 12,87 5,83 13,59 5,96

PPO 5,86 0,78 5,83 0,72 12,78 4,46 12,98 3,37

ED 1,36 0,31 1,45 0,35 6,02 7,23 5,29 2,42

SA 10,27 1,82 11,87 1,90 17,67 8,42 19,94 9,12

MOL 3,59 0,39 3,72 0,37 7,96 2,52 7,81 2,24

MOP 3,96 0,54 4,07 0,61 10,04 4,03 10,10 3,28

Somente o GC apresentou diferenças estatísticas significantes pelo teste de Wilcoxon

entre o LD e o LND no TCB (p= 0,482) e nas tarefas de Jebsen-Taylor na tarefa de SA (p=

0,001) e MOL (p= 0,002).

A PG apresentou correlação negativa pelo teste de Spearman somente no LND do

GC na tarefa de MOP, p= 0,025 e rho= -0,408 e, no GSD, no LD, no TCB: p= 0,029 e rho=

-0,414 e na tarefa de ED: p= 0,029 e rho= -0,414.

Os resultados deste estudo confirmam a existência de atraso motor dos indivíduos com

SD (BLOCK, 1991, TECKLIN, 2002, MANCINI et al., 2003), reforçando, assim, os achados

literários sobre estes em relação a alteração no desenvolvimento neuro motor, a hipotonia

muscular, ao baixo desempenho funcional da mão e ao déficit na coordenação olho mão

(MOREIRA; EL-HANI; GUSMÃO, 2000, KORENBERG, BRADLEY; DISTECHE, 1992,

SOUZA et al., 2013), características próprias da síndrome.

A maior presença de indivíduos destros no GC vem ao encontro dos conhecimentos

científicos veiculados na literatura sobre a população com desenvolvimento típico, nos quais

muitos teóricos acabam por considerar o lado direito como lado dominante dos indivíduos,

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como CYRINO et al. (2009), utilizando-o como referência corporal na aferição de medidas

corporais.

A presença de indivíduos sinistros em maior número no GSD, também condiz com

achados científicos que mencionam a tendência de indivíduos com alteração no

desenvolvimento em estabelecer uma predominância lateral à esquerda (SILVA;

VASCONCELOS, 2011).

A diferença de blocos transferidos por minuto foi, aproximadamente, três vezes maior

no GC quando comparado ao GSD tanto para o LD e o LND. Já os indivíduos com SD

demonstraram uma simetria na destreza manual quando aferida no LD e LND, apresentando

uma diferença de 0,67 blocos a mais transferidos pelo LD.

Essa tendência à uniformidade na função manual também se apresentou nas tarefas de

Jebsen-Taylor nas quais os indivíduos com SD não demonstraram diferenças estatísticas na

execução das seis tarefas com o LD e LND.

Essa melhor atuação do GC em comparação com o GSD na destreza manual também

já foi verificada em outros estudos como o de Souza et al., (2012), Guimarães e Blascovi-

Assis (2012), Guimarães, Blascovi-Assis e Macedo (2012), Souza et al. (2013) e Priosti et al.

(2013).

A presença de um maior percentual de gordura também foi notada no GSD quando

comparado ao GC em ambos os lados bem como a simetria dos valores. Esse dado vem ao

encontro da literatura quando se fala que os indivíduos com SD possuem uma tendência ao

sobrepeso e obesidade (KORENBERG; BRADLEY; DISTECHE, 1992).

Alguns estudos como o de Albuquerque-Filho et al. (2013), Arruda et al. (2010) e de

Melo e Lopes (2013) encontraram uma correlação entre a composição corporal dos indivíduos

e o desempenho motor de escolares diferentemente do que foi observado neste estudo, onde

os escolares pertencentes ao GC apresentaram uma correlação negativa entre a PG e a MOP

no LND e os indivíduos com SD entre a PG e a tarefa de ED e TCB no LD, demonstrando

que quando uma variável aumenta a outra diminui e vice-versa. Essa diferença de resultados

pode ter ocorrido pela diferença de atividades desempenhadas nos testes, já que os referidos

estudos avaliaram tarefas que envolvem atos motores como o sentar, alcançar objetos, testes

de velocidade e suspensão em barra, entre outros.

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Os resultados apresentados mostram que a PG se relacionou com três tarefas de

desempenho funcional da mão, avaliadas pelo TCB e pelo Jebsen-Taylor para os grupos

estudados. Essa correlação, que foi negativa, demonstra que quanto maior a PG no GC menos

tempo o sujeito levará para executar a tarefa de MOP e que, quanto menor a PG no GSD mais

blocos serão transferidos por minuto pelo TCB e menor será o tempo de realização da tarefa

de ED.

Algumas limitações devem ser aqui registradas com o intuito de contribuir para futuros

estudos. A não caracterização do nível intelectual dos participantes e não comparação dos

dados obtidos por sexo pela amostra foram algumas das lacunas que não puderam ser

preenchidas nesse trabalho.

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5 CONCLUSÃO

Os objetivos gerais e específicos estabelecidos para esse estudo foram alcançados. As

diferenças no desempenho motor dos indivíduos com SD nas atividades manuais, quando

comparados aos sujeitos sem alteração no desenvolvimento, foram confirmadas, reforçando a

literatura nacional e estrangeira que apontam o atraso no desenvolvimento para essas pessoas.

Observou-se que o GC apresentou diferença de desempenho entre MP e MNP na FPP

e no TCB enquanto que o GSD mostrou desempenho semelhante entre os lados. No teste

Jebsen-Taylor o comportamento dos grupos foi mais similar, havendo diferença de

desempenho entre MP e MNP em algumas tarefas para ambos. A sinistralidade, pouco

descrita em trabalhos nacionais para a SD, mostrou-se presente em percentual maior para a

SD, conforme a literatura internacional vem apontando. O teste de Jebsen-Taylor foi avaliado

como sensível para essa população, sendo aplicado originalmente neste estudo para pessoas

com SD. A FPP não mostrou correlação no TCB para nenhum dos grupos, porém

correlacionou-se com algumas tarefas do Jebsen-Taylor.

Não foram observadas diferenças nos percentuais de gordura e nem nas medidas de

CMB entre LD e LND para ambos os grupos. A FPP e a medida de CA foram diferentes

estatisticamente para LD e LND no GC, não ocorrendo o mesmo para o GSD. Não foram

constatadas diferenças estatísticas entre CA, CMB e FPP, sugerindo simetria para essas

variáveis para o GSD.

A PG relacionou-se com algumas atividades do desempenho manual em algumas

tarefas para os dois grupos, sempre do LD, na tarefa de MOP para GC e na tarefa de ED e no

TCB para GSD.

A literatura traz unanimamente a informação sobre as diferenças no desenvolvimento

e desempenho nos diversos campos para a pessoa com SD, porém algumas áreas merecem

maiores investigações a fim de que se possa conhecer cada vez mais as peculiaridades da

síndrome, buscando formas de avaliação e intervenção que possam melhorar o desempenho

dessa população minimizando o atraso já esperado. Considerando que o envelhecimento

populacional tem se apresentado como uma perspectiva de futuro, os profissionais das áreas

de educação e saúde devem preparar-se para direcionar seus trabalhos para o desenvolvimento

de maior autonomia e qualidade de vida dessa população.

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ANEXOS

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ANEXO A – IMC (kg/m2) por idade (meses) para o sexo masculino

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ANEXO B - IMC (kg/m2) por idade (meses) para o sexo feminino

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FONTE: BRASIL, 2011.

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ANEXO C - CURVA DE CRESCIMENTO - SÍNDROME DE DOWN

FONTE: Cronk et al., 1988.

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ANEXO D - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

PAIS ou RESPONSÁVEIS pelo Sujeito de Pesquisa

Gostaríamos de convidá-lo a participar do projeto de pesquisa Síndrome de Down:

correlações entre habilidades manuais, composição corporal e lateralidade funcional que

se propõe avaliar a correlação das habilidades manuais com a lateralidade funcional e a

composição corporal de pessoas com Síndrome de Down. Os dados para o estudo serão

coletados através do dimanômetro Jamar, da bioimpedância corporal, do Teste de Caixa e

Blocos, da avaliação funcional de Jebson-Taylor e do protocolo de Dominância Lateral de

Negrine. Os instrumentos de avaliação serão aplicados pelo Pesquisador Responsável e tanto

os instrumentos de coleta de dados quanto o contato interpessoal oferecem riscos mínimos aos

participantes.Em qualquer etapa do estudo você terá acesso ao Pesquisador Responsável para

o esclarecimento de eventuais dúvidas (no endereço abaixo), e terá o direito de retirar a

permissão para participar do estudo a qualquer momento, sem qualquer penalidade ou

prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em conjunto com a de outros

participantes e será garantido o sigilo, a privacidade e a confidencialidade das questões

respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes (apenas o Pesquisador Responsável

terá acesso a essa informação), bem como a identificação do local da coleta de dados. Caso

você tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da pesquisa, poderá entrar

em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Presbiteriana

Mackenzie - Rua da Consolação, 896 - E. João Calvino - 1º andar. Desde já agradecemos a

sua colaboração.

Declaro que li e entendi os objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive foram

esclarecidas pelo Pesquisador Responsável. Estou ciente que a participação é voluntária, e

que, a qualquer momento tenho o direito de obter outros esclarecimentos sobre a pesquisa e

de retirar a permissão para participar da mesma, sem qualquer penalidade ou prejuízo.

Nome do Responsável pelo Sujeito de Pesquisa:

Assinatura do Responsável pelo Sujeito de Pesquisa:

Declaro que expliquei ao Responsável pelo Sujeito de Pesquisa os procedimentos a serem

realizados neste estudo, seus eventuais riscos/desconfortos, possibilidade de retirar-se da

pesquisa sem qualquer penalidade ou prejuízo, assim como esclareci as dúvidas apresentadas.

São Paulo, de de 2013.

nome e assinatura do Pesquisador Responsável: Aline Bernardes de Souza.

nome e assinatura do Orientador: Silvana Maria Blascovi de Assis.

Nome da Instituição: Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Endereço: Rua da Consolação, 896 - Consolação - São Paulo -SP.

Telefone e e-mail para contato: (11) 96395-8283 / [email protected]

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ANEXO E - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

SUJEITO DE PESQUISA

Gostaríamos de convidá-lo a participar do projeto de pesquisa Síndrome de Down:

correlações entre habilidades manuais, composição corporal e lateralidade funcional que

se propõe avaliar a correlação das habilidades manuais com a lateralidade funcional e a

composição corporal de pessoas com Síndrome de Down. Os dados para o estudo serão

coletados através do dimanômetro Jamar, da bioimpedância corporal, do índice de massa

corporal, das dobras cutâneas, do Teste de Caixa e Blocos, da avaliação funcional de Jebson-

Taylor e do protocolo de Dominância Lateral de Negrine e de Van Strien. Os instrumentos de

avaliação serão aplicados pelo Pesquisador Responsável e tanto os instrumentos de coleta de

dados quanto o contato interpessoal oferecem riscos mínimos aos participantes. Em qualquer

etapa do estudo você terá acesso ao Pesquisador Responsável para o esclarecimento de

eventuais dúvidas (no endereço abaixo), e terá o direito de retirar-se do estudo a qualquer

momento, sem qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas

em conjunto com a de outros participantes e será garantido o sigilo, a privacidade e a

confidencialidade das questões respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes

(apenas o Pesquisador Responsável terá acesso a essa informação), bem como a identificação

do local da coleta de dados. Caso você tenha alguma consideração ou dúvida sobre os

aspectos éticos da pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Presbiteriana Mackenzie - Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - 1º

andar.

Desde já agradecemos a sua colaboração.

Declaro que li e entendi os objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive foram

esclarecidas pelo Pesquisador Responsável. Estou ciente que a participação é voluntária, e

que, a qualquer momento tenho o direito de obter outros esclarecimentos sobre a pesquisa e

de retirar-me da mesma, sem qualquer penalidade ou prejuízo.

Nome do Sujeito de Pesquisa:

Assinatura Sujeito de Pesquisa:

Declaro que expliquei ao Sujeito de Pesquisa os procedimentos a serem realizados neste

estudo, seus eventuais riscos/desconfortos, possibilidade de retirar-se da pesquisa sem

qualquer penalidade ou prejuízo, assim como esclareci as dúvidas apresentadas assim como

esclareci as dúvidas apresentadas.

São Paulo, de de 2013.

nome e assinatura do Pesquisador Responsável: Aline Bernardes de Souza.

nome e assinatura do Orientador: Silvana Maria Blascovi de Assis.

Nome da Instituição: Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Endereço: Rua da Consolação, 896 - Consolação - São Paulo - SP.

Telefone e e-mail para contato: (11) 96395-8283 / [email protected]

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ANEXO F - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO -

INSTITUIÇÃO

Gostaríamos de convidar a sua Instituição a participar do projeto de pesquisa Síndrome de

Down: correlações entre habilidades manuais, composição corporal e lateralidade

funcional que se propõe a avaliar a correlação das habilidades manuais com a lateralidade

funcional e a composição corporal de pessoas com Síndrome de Down. Os dados para o

estudo serão coletados através do dimanômetro Jamar, da bioimpedância corporal, do Teste

de Caixa e Blocos, da avaliação funcional de Jebson-Taylor e do protocolo de Dominância

Lateral de Negrine. Os instrumentos de avaliação serão aplicados pelo Pesquisador

Responsável e tanto os instrumentos de coleta de dados quanto o contato interpessoal

oferecem riscos mínimos aos participantes. Em qualquer etapa do estudo os participantes e a

Instituição terão acesso ao Pesquisador Responsável para o esclarecimento de eventuais

dúvidas (no endereço abaixo), e terão o direito de retirar-se do estudo a qualquer momento,

sem qualquer penalidade ou prejuízo. As informações coletadas serão analisadas em conjunto

com a de outros participantes e será garantido o sigilo, a privacidade e a confidencialidade das

questões respondidas, sendo resguardado o nome dos participantes (apenas o Pesquisador

Responsável terá acesso a essa informação), bem como a identificação do local da coleta de

dados. Caso a Instituição tenha alguma consideração ou dúvida sobre os aspectos éticos da

pesquisa, poderá entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

Presbiteriana Mackenzie - Rua da Consolação, 896 - Ed. João Calvino - 1º andar. Assim,

considerando-se o exposto, solicitamos o consentimento desta Instituição para o contato com

os Sujeitos de Pesquisa. Desde já agradecemos a sua colaboração. Declaro que li e entendi os

objetivos deste estudo, e que as dúvidas que tive foram esclarecidas pelo Pesquisador

Responsável. Estou ciente que a participação da Instituição e dos Sujeitos de Pesquisa é

voluntária, e que, a qualquer momento ambos tem o direito de obter outros esclarecimentos

sobre a pesquisa e de retirar-se da mesma, sem qualquer penalidade ou prejuízo.

Nome do Representante Legal da Instituição:

Assinatura do Representante Legal da Instituição:

Declaro que expliquei ao Responsável pela Instituição os procedimentos a serem realizados

neste estudo, seus eventuais riscos/desconfortos, possibilidade de retirar-se da pesquisa sem

qualquer penalidade ou prejuízo, assim como esclareci as dúvidas apresentadas.

São Paulo, de de 2013.

nome e assinatura do Pesquisador Responsável: Aline Bernardes de Souza.

nome e assinatura do Orientador: Silvana Maria Blascovi de Assis.

Nome da Instituição: Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Endereço: Rua da Consolação, 896 - Consolação - São Paulo - SP.

telefone e e-mail para contato: (11) 96395-8283 / [email protected]

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ANEXO G - AVALIAÇÃO DA DOMINÂNCIA LATERAL

AVALIAÇÃO DA DOMINÂNCIA LATERAL

Dominância Manual:

1. "Escrever o nome ou fazer um determinado desenho no espaço"

2. "Simular o arremesso de uma pedra o mais longe possível"

3. "Simular que está se penteando"

Dominância Pedal:

1. "Simular que está chutando uma bola com força"

2. "Simular chutes num balão sem deixá-lo tocar no solo"

3. ‘Simular a condução de uma bola com um único pé até determinado local"

Dominância Ocular:

1. "Simular que está olhando um monóculo"

2. "Simular que está olhando através de um buraco de fechadura"

3. "Fechar um olho e deixar o outro aberto"

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ANEXO H - AVALIAÇÃO DA PREFERÊNCIA MANUAL

Mão Direita Esquerda Qualquer

1- Qual das mãos prefere para pegar no lápis quando desenha?

2- Qual das mãos prefere para segurar a escova quando lava os dentes?

3- Qual das mãos prefere para desenroscar a tampa de uma garrafa?

4- Qual das mãos prefere para lançar uma bola?

5- Qual das mãos prefere para dar as cartas de um baralho?

6- Qual das mãos prefere para pegar numa raquete?

7- Qual das mãos prefere para abrir a tampa de uma caixa?

8- Qual das mãos prefere para pegar numa colher quando come sopa?

9- Qual das mãos prefere para apagar com uma borracha?

10- Qual das mãos prefere para abrir uma porta com uma chave?