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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
MESTRADO PROFISSIONAL EM
ENGENHARIA DE MATERIAIS
SÃO PAULO
2016
MIGUEL SANCHEZ JUNIOR
OBTENÇÃO DE NANOCRISTAIS DE CELULOSE A PARTIR DE FONTES ALTERNATIVAS
MIGUEL SANCHEZ JUNIOR
SÃO PAULO
2016
OBTENÇÃO DE NANOCRISTAIS DE CELULOSE A PARTIR DE FONTES
ALTERNATIVAS
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Materiais da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre.
ORIENTADOR: PROF. DR. MAURO CESAR TERENCE
MIGUEL SANCHEZ JUNIOR
S211o Sanchez Junior, Miguel Obtenção de nanocristais de celulose a partir de fontes alternativas / Miguel Sanchez Junior - 2016.
63f.: il., 30 cm
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Materiais) Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2016. Orientação: Prof. Dr. Mauro Cesar Terence
Bibliografia: f. 60-63
1. Grafeno. 2. Óxido de grafeno. 3. Nano cristais de celulose. 4. Eucalipto Grandis. 5. Meio ambiente. 6. Concentração de carbono. 7. Indústria moveleira. 8.
Calcinação. 9. Hidrólise ácida. I. Título.
CDD 620.5
MIGUEL SANCHEZ JUNIOR
MIGUEL SANCHEZ JUNIOR
Aos meus filhos e minha neta por terem compreendido e me apoiado durante
elaboração deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Dedico meus agradecimentos ao estimado Prof. Dr. Mauro Cesar Terence por
sua orientação, contribuição e estímulo para a elaboração e conclusão deste trabalho.
Agradeço também ao Prof. Dr. Juan Alfredo Guevara Carrió por suas
orientações recebidas na condução das pesquisas.
Agradeço a Professora Doutora Leila Figueiredo de Miranda por sua
orientação para a elaboração do projeto desta Dissertação.
Agradeço a Professora Doutora Yara Maria Botti Mendes de Oliveira pelo seu
apoio e incentivo.
A todos os professores do curso de Mestrado Profissional em Engenharia de
Materiais que foram responsáveis pela construção da minha base de conhecimentos
necessários para obtenção do grau de Mestre.
Agradeço aos meus colegas de classe pelo companheirismo e apoio nos
estudos.
Agradeço a paciência e dedicação dos técnicos de laboratório Abner Cabral
Neto, Maria Lioba Luciancencov, Mauro Cardoso Alves, Rogério Aparecido Lopes da Silva e
Amarildo Soares que me apoiaram em todos os momentos da realização da pesquisa.
Agradeço também a Butzke Importação e Exportação Ltda. na pessoa de seus
diretores Srs. Guido Otte e Michel Otte, fornecedores da matéria prima da minha pesquisa.
Agradeço, por fim, ao apoio financeiro recebido de MACKPESQUISA.
A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o
plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada descoberta.
Isaac Newton
RESUMO
A indústria moveleira no Brasil é composta de aproximadamente 17.000 empresas das quais
96% são micro ou pequenas empresas, com até 99 empregados. O principal insumo é a
madeira natural ou processada obtida em vários Estados Brasileiros, em geral de florestas
nativas ou plantadas. Da área total do território nacional 62% (520 milhões de ha) são
cobertos por florestas naturais, o que representa um estoque de 62.607 bilhões de toneladas de
carbono. As sobras de madeira da indústria moveleira nem sempre são descartadas de forma
adequada infringindo perdas ao meio ambiente. Este trabalho teve como principal objetivo a
pesquisa de obtenção de óxido de grafeno e nanocristais de celulose a partir de um tipo de
madeira utilizada comumente na indústria moveleira. Objetivou-se encontrar um processo que
conferisse às madeiras descartadas maior valor agregado. Das mais de 20 espécies de madeira
utilizadas na indústria moveleira a presente pesquisa escolheu a espécie Eucalipto Grandis
para obtenção do óxido de grafeno e nanocristais de celulose por esta espécie apresentar alta
concentração de celulose em sua constituição. A presente pesquisa pretende com isso limitar o
descarte de madeira no meio ambiente pela possível valorização dos resíduos da citada
indústria. Inicialmente analisamos uma amostra de Eucalipto Grandis por Análise Térmica
Diferencial de forma a avaliar as alterações das propriedades físicas que pode sofrer em
função da elevação de temperatura. Os resultados coincidiram com os apresentados na
literatura. Outras amostras de Eucalipto Grandis foram obtidas em dois processos distintos,
por calcinação em forno mufla, com temperatura e atmosfera controlada e por hidrólise ácida.
Os corpos de provas resultantes dos dois processos foram analisados por Difratometria de
raios X, Espectroscopia Raman e Microscópio Eletrônico de Varredura, todos pertencentes a
Universidade Presbiteriana Mackenzie. As amostras obtidas por calcinação em forno mufla
não indicaram a presença suficiente de óxido de grafeno que permitisse sua quantificação e
avaliação qualitativa. As amostras tratadas por hidrólise ácida resultaram na obtenção de
nanocristais de celulose com bom grau de cristalização, ao redor de 80%, de acordo com a
literatura atual.
Palavras-chave: Grafeno. Óxido de grafeno. Nano cristais de celulose. Eucalipto Grandis.
Meio ambiente. Concentração de carbono. Indústria moveleira. Calcinação. Hidrólise ácida
ABSTRACT
The furniture industry in Brazil consists of approximately 17,000 companies of which 96%
are micro or small enterprises with up to 99 employees. The main raw material is natural
wood or processed obtained in several Brazilian states, usually native or planted forests. Of
the total country area 62% (520 million hectares) are covered by natural forests, representing
a stock of 62,607 billion tons of carbon. The wooden remains of the furniture industry are not
always disposed properly breaking losses to the environment. This work had as main
objective the search for obtaining graphene oxide and cellulose nanocrystals from a type of
wood commonly used in furniture industry. The objective was to find a process that would
provide the woods discarded higher added value. Of the more than 20 species of wood used in
the furniture industry this research chose Eucalyptus Grandis species for obtaining graphene
oxide and cellulose nanocrystals by this high concentration of cellulose in its constitution.
This research aims to thereby limit the wood disposal in the environment by the possible
recovery of waste of said industry. Initially we analyzed a sample of Eucalyptus Grandis by
Differential Thermal Analysis to assess the changes in physical properties may suffer due to
the temperature rise. The results coincided with those reported in the literature. Others
Eucalyptus Grandis samples were obtained in two processes, calcination in a muffle furnace
with controlled temperature and atmosphere and by acid hydrolysis. The samples resulting
from both processes were analyzed in Diffractometer X-ray, Raman Spectroscopy and
Scanning Electron Microscope, all belonging to the Mackenzie Presbyterian University. The
sample obtained by calcination in the muffle oven does not indicate the presence of graphene
oxide which permits quantification and qualitative evaluation. The samples treated by acid
hydrolysis resulted in obtaining cellulose nanocrystals with a good degree of crystallization,
around 80%, according to current literature.
Keywords: Graphene. Graphene oxide. Nanocellulose crystals. Eucalyptus Grandis.
Environment. Carbon concentration. Furniture industry. Calcination. Acid hydrolysis
FIGURAS
Figura 1 - Mono camada de grafeno ......................................................................................... 17
Figura 2 - Óxido de grafeno...................................................................................................... 17
Figura 3 - Eucalipto Grandis..................................................................................................... 20
Figura 4 - Selo do FSC ............................................................................................................. 21
Figura 5 - Fibras de celulose..................................................................................................... 22
Figura 6 - Peça de Eucalipto Grandis ....................................................................................... 24
Figura 7 - Estrutura monoclínica .............................................................................................. 25
Figura 8 - Monômero de celulose ............................................................................................. 25
Figura 9 - Estrutura monoclínica com cristais de celulose ....................................................... 25
Figura 10 - Termogravímetro ................................................................................................... 26
Figura 11 - Termogravímetro aberto ........................................................................................ 26
Figura 12 - cadinho ................................................................................................................... 27
Figura 13 - forno mufla............................................................................................................. 27
Figura 14 - amostra calcinada ................................................................................................... 27
Figura 15 - amostra 3 calcinada moída ..................................................................................... 27
Figura 16 - Forno Jung ............................................................................................................. 28
Figura 17 - Forno Jung aberto .................................................................................................. 28
Figura 18 - Navículas................................................................................................................ 28
Figura 19 - Navícula após tratamento....................................................................................... 28
Figura 20 - Estufa ..................................................................................................................... 30
Figura 21 - Eucalipto natural moído ......................................................................................... 30
Figura 22 - Hidrólise ácida ....................................................................................................... 31
Figura 23 - Filtragem a vácuo................................................................................................... 31
Figura 24 - Nanocristais de celulose dessecados ...................................................................... 32
Figura 25 - Espectrofotômetro Raman ..................................................................................... 34
Figura 26 – Microscópio eletrônico de varredura..................................................................... 35
Figura 27 - Difratômetro de Raios X ........................................................................................ 36
Figura 28 - Análise térmica da amostra 1 ................................................................................. 38
Figura 29 - Análise térmica da amostra 2 ................................................................................. 38
Figura 30 - amostra 11 - nanocristais de celulose..................................................................... 39
Figura 31 - Fotomicrografia amostra 3 - 650°C e ar natural – x100 ........................................ 40
FIGURAS
Figura 32 - Fotomicrografia amostra 3 - 650°C e ar natural - x1.000 ...................................... 40
Figura 33- Fotomicrografia amostra 5 - 600°C e argônio ........................................................ 40
Figura 34 - Fotomicrografia amostra 7 - 650°C e nitrogênio ................................................... 40
Figura 35 - Fotomicrografia amostra 9 - 450°C e ar natural .................................................... 40
Figura 36 - Fotomicrografia amostra 9 - 450°C e ar natural .................................................... 40
Figura 37 - Fotomicrografia amostra 11 - nanocristais de celulose......................................... 41
Figura 38 - Amostra 11 - nanocristais de celulose ................................................................... 41
Figura 39 – Fotomicrografia da amostra 3 – local da análise ................................................... 42
Figura 40 – Espectrograma da amostra 3 ................................................................................. 42
Figura 41 - Espectroscopia Raman ........................................................................................... 43
Figura 42 - Espectroscopia Raman ........................................................................................... 43
Figura 43 – Espectroscopia Raman do Óxido de grafeno ........................................................ 44
Figura 44 - Fotomicrografia amostra 7 – pontos da análise ..................................................... 44
Figura 45 – Espectrograma da amostra 7 ................................................................................. 45
Figura 46 - Espectrograma da amostra 7 .................................................................................. 45
Figura 47 – Espectrograma da amostra 7 ................................................................................. 45
Figura 48 – Espectrograma da amostra 7 ................................................................................. 46
Figura 49 – Fotomicrografia da mostra 8 - pontos da análise .................................................. 46
Figura 50 – Espectrograma da amostra 8 ................................................................................. 47
Figura 51 – Espectrograma da amostra 8 ................................................................................. 47
Figura 52 - Fotomicrografia da amostra 9 - pontos de análise ................................................. 47
Figura 53 - Espectrograma da amostra 9 .................................................................................. 48
Figura 54 - Espectrograma da amostra 9 .................................................................................. 48
Figura 55 - Espectrograma da amostra 9 .................................................................................. 48
Figura 56 - Fotomicrografia da amostra 10 - pontos de análise ............................................... 49
Figura 57 - Espectrograma da amostra 10 ................................................................................ 49
Figura 58 - Espectrograma da amostra 10 ................................................................................ 50
Figura 59 - Espectrograma da amostra 10 ................................................................................ 50
Figura 60 - Difratograma da amostra 3..................................................................................... 51
Figura 61 - Difratograma da amostra 4..................................................................................... 52
Figura 62 - Difratograma da amostra 5..................................................................................... 52
Figura 63 - Difratograma da amostra 6..................................................................................... 52
FIGURAS
Figura 64 - Difratograma da amostra 1 - Eucalipto Grandis moído ......................................... 53
Figura 65 - Difratograma da amostra 11 - nanocristais de celulose ......................................... 54
Figura 66 - Difratograma da amostra 12 – nanocristais de celulose......................................... 54
Figura 67 - Difratograma da amostra 13 – nanocristais de celulose......................................... 55
Figura 68 - Difratograma comparado das amostras 11, 12 e 13 – nanocristais de celulose ..... 55
Figura 69- Determinação do índice de cristalinidade (IC) ....................................................... 56
Figura 70 - Fotomicrografia de nanocristais de celulose - amostra 11 ..................................... 57
Figura 71 - Fotomicrografia amostra 12 – NCC....................................................................... 58
Figura 72 - Fotomicrografia amostra 12 - NCC ....................................................................... 58
Figura 73 - Fotomicrografia amostra 13 - NCC ....................................................................... 58
Figura 74 - Fotomicrografia amostra 13 - NCC ....................................................................... 58
TABELAS
Tabela 1 - Lote de peças de Eucalipto Grandis ........................................................................ 25
Tabela 2 – Amostras após tratamento térmico, atmosfera de gás argônio ............................... 28
Tabela 3 - Amostras obtidas em atmosfera de gás nitrogênio .................................................. 29
Tabela 4 - Rendimento da Hidrólise ......................................................................................... 31
Tabela 5 - Relação das amostras............................................................................................... 32
Tabela 6 - Bandas D e G - razão das intensidades.................................................................... 50
Tabela 7 - Índice de cristalinidade (ICr) ................................................................................... 57
LISTA DE SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRAF Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas
CNT Nano tubo de carbono
DRX Difratômetro de Raios X
FAO Food and Agriculture Organization of the United Nations
HNO3 Ácido Nítrico
MEV Microscopia Eletrônica de Varredura
MEV Microscópio Eletrônico de Varredura
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
Raman Espectroscopia Raman
TG Termogravimétrica
UPM Universidade Presbiteriana Mackenzie
USP Universidade de São Paulo
LISTA DE SÍMBOLOS
% Porcentagem
Ar Argônio
CO2 Gás carbônico
g grama
H Hidrogênio
ID Intensidade da banda D do grafeno
ID/IG
NCC
Relação entre intensidades das bandas D e G
Nanocristal de celulose
IG Intensidade da banda G do grafeno
L Litros
mg miligrama
mL mililitro
N2 Nitrogênio
nm nanômetro
º C Grau Celsius
O2 Oxigênio
OG Óxido de grafeno
pH Potencial hidrogeniônico
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................16
1.1 OBJETIVO GERAL...........................................................................................18
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..............................................................................18
1.3 JUSTIFICATIVA................................................................................................18
1.4 METODOLOGIA...............................................................................................19
2 REVISÃO DA LITERATURA........................................................................20
3 EXPERIMENTAL............................................................................................24
3.1 MATERIAIS.......................................................................................................24
3.2 MÉTODOS.........................................................................................................26
Preparação de amostras para obtenção de óxido de grafeno........................26 3.2.1
Preparação de amostras - obtenção dos nanocristais de celulose.................30 3.2.2
Identificação das amostras...............................................................................32 3.2.3
Caracterização de Amostras............................................................................33 3.2.4
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................37
4.1 TERMOGRAVIMETRIA...................................................................................37
Amostras 1 e 2 – Eucalipto Grandis moído manualmente............................37 4.1.1
Amostra 11 – Hidrólise ácida – nanocristal de celulose (NCC)....................39 4.1.2
4.2 MICROSCÓPIO ELETRÔNICO DE VARREDURA (MEV)..........................40
4.3 ESPECTROSCOPIA RAMAN..........................................................................41
Amostra 3 – Calcinação a 650ºC e atmosfera de ar natural.........................42 4.3.1
Amostra 7 – Calcinação a 650ºC e atmosfera de nitrogênio.........................44 4.3.2
Amostra 8 – Calcinação a 650ºC, atmosfera de ar natural...........................46 4.3.3
Amostra 9 – Calcinação a 450ºC e atmosfera de ar natural.........................47 4.3.4
Amostra 10 – Calcinação a 400ºC e atmosfera de ar natural.......................49 4.3.5
4.4 DIFRATOMETRIA DE RAIOS X (DRX)........................................................51
Amostra 3 – Calcinação a 650ºC e atmosfera de ar natural.........................51 4.4.1
Amostras 4, 5 e 6 – Calcinação em atmosfera de gás argônio......................52 4.4.2
Amostra 1 – Eucalipto Grandis moído manualmente...................................53 4.4.3
Amostras 11, 12 e 13 – Hidrólise ácida - nanocristais de celulose (NCC)....54 4.4.4
5 CONCLUSÃO...................................................................................................59
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS................................................................................................60
16
1 INTRODUÇÃO
Os principais componentes da madeira são a celulose, com 40 a 45% da
matéria seca. Em seguida temos as hemiceluloses com 20 a 35% em média e finalmente as
ligninas com 29 a 31% (PEREIRA; CARNEIRO; CARVALHO et al., 2013). A celulose é o
componente orgânico mais abundante na natureza, formatando a estrutura da parede celular
dos vegetais. As fibras de celulose são feixes de microfibrilas compostas de cadeias longas de
celulose. Tais cadeias apresentam regiões amorfas e regiões cristalinas. Com a eliminação da
parte amorfa da celulose, por hidrólise ácida, obtemos nanocristais de celulose (NCC)
(POTULSKI, 2012).
O Brasil é um país florestal com florestas plantadas e naturais, representando a
segunda maior área de florestas do mundo, superado apenas pela Rússia, o que representa um
estoque de 62.607 milhões de toneladas de carbono (FAO, 2011).
Carbono (C) é a matéria prima para a vida e a base de toda a química orgânica
(CASTRO NETO, 2009).
Grafita é a forma alotrópica tridimensional (3D) do carbono, encontrada na
natureza e conhecida desde a invenção do lápis, em 1564 (CASTRO NETO, 2009).
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de grafite. Em 2013 extraiu
91.908 mil toneladas e exportou 20.311 toneladas. As reservas do Brasil são estimadas em
72,1 milhões de toneladas (BRASIL, 2014)
A produção brasileira de grafita natural é feita por moagem e peneiramento
para recuperar flocos grosseiros e por flotação para grafita fina. O minério de grafite natural
depois de extraído é concentrado em produtos cujo teor de carbono fixo varia de 87,68% a
94,00%, e se dividem, quanto à granulometria, em três tipos: grafita granulada (lump), grafita
de granulometria intermediária e grafita fina. A utilização da grafita para a produção do
grafeno e óxido de grafeno ainda é muito pequena, não se dispondo de dados estatísticos
(BRASIL, 2014).
O grafeno, um dos alótropos do carbono, é o nome dado à mono camada
bidimensional (2D) de átomos de carbono firmemente agrupados em uma rede formada por
hexágonos que contém um carbono em cada vértice (GEIM; NOVOSELOV, 2007), conforme
apresentado na Figura a seguir (Figura 1):
17
Figura 1 - Mono camada de grafeno
Fonte: (GEIM; NOVOSELOV, 2007)
Figura 2 - Óxido de grafeno
Fonte: (LERF; KLINOWSKI; HE et al.,
1998)
As propriedades do grafeno são todas superlativas. É o mais fino material no
universo e o mais forte nunca antes medido. Suas cargas elétricas apresentam extrema
mobilidade à temperatura ambiente, resultando em uma corrente elétrica com densidade seis
vezes maior que no cobre (GEIM, 2009).
O grafeno tem potencial para um grande número de aplicações, desde sensores
químicos a transistores. Pode ser quimicamente ou estruturalmente modificado para alterar
suas funcionalidades e ampliar o potencial de suas aplicações. Além disso, o grafeno pode ser
facilmente obtido da grafita, um material abundante na superfície da terra (CASTRO NETO,
2009).
O óxido de grafeno (Figura 2) é um dos caminhos possíveis para a obtenção do
grafeno, por meio de processo de redução química. Uma das características importante do
óxido de grafeno (GO) é sua característica hidrofílica o que permite estáveis suspensões
coloidais em água. (STANKOVICH; DIKIN; PINER et al., 2007).
O carbono também pode ser encontrado em fonte natural renovável como a
madeira. O processo de crescimento vegetal, especificamente neste caso, as árvores, inicia-se
com a absorção do gás carbônico (CO2) atmosférico e posterior sequestro do carbono em
processos de fotossíntese. A absorção de água e sais minerais do solo completa o processo de
crescimento vegetal (ROBERTO, 2013).
18
1.1 OBJETIVO GERAL
Obter nanocristais de celulose de Eucalipto moído por hidrólise ácida e óxido
de grafeno via calcinação de amostras de Eucalipto moído, que é fonte renovável de carbono,
identificando a contribuição que a madeira do tipo Eucalipto Grandis possa dar à sua
obtenção.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Caracterizar a madeira Eucalipto (Eucalypthus) do tipo Grandis certificada
pelo Forest Stewardship Council (FSC) por Análise Térmica Diferencial.
Obter, por pirólise, óxido de grafeno da amostra de Eucalipto tipo Grandis e
caracterizar em Espectroscópio Raman, Difratômetro de Raios - X (DRX) e Microscópio
Eletrônico de Varredura (MEV).
Obter, por hidrólise ácida, nanocristais de celulose e analisa-los por
Difratometria de Raios - X (DRX) e Análise Térmica Diferencial.
1.3 JUSTIFICATIVA
São gerados anualmente cerca de 41 milhões de toneladas de resíduos
madeireiros provindos da indústria de processamento de madeira e da colheita florestal
(ABRAF, 2013), com prejuízos ao meio ambiente e a ecologia, visto que esse material é
descartado.
As florestas naturais ou plantadas são responsáveis pelo sequestro do gás
carbônico que é nocivo a atmosfera por causar efeito estufa (CAMPOS; ABREU;
FRANCELIN et al., 2014). O crescimento das árvores ocorre com a transformação do gás
carbônico existente na atmosfera em celulose e demais componentes da madeira como a
hemicelulose e a lignina. Existem no Brasil 7,8 milhões de hectares certificados pelo FSC, em
101 regiões (FSC, 2014). Dessa forma, as madeiras são uma das maiores fontes naturais e
renováveis de celulose.
19
As aplicações de nanocristais de celulose ou whiskers como são reportadas na
literatura (SILVA; D'ALMEIDA, 2009), são estudadas em segmentos da indústria da
construção civil como reforço estrutural, em embalagens onde as fibras podem conferir maior
resistência à tração, sistemas de proteção ao calor, telas flexíveis para equipamentos
eletrônicos e reforço na estrutura de polímeros (DUFRESNE, 2015). Algumas indústrias já
utilizam os nanocristais de celulose em larga escala como a do cimento, indústria automotiva,
filtros de papel, enchimento de embalagens, substituição de plásticos de embalagem, produtos
de higiene e absorventes, tecidos para confecção de roupas (SHATKIN; WEGNER; BILEK et
al., 2014)
O uso de fibras naturais na indústria automotiva, além das melhorias nas
propriedades físicas como resistência mecânica, menor densidade, tem gerado mais empregos
nas regiões mais carentes, fornecedoras das fibras naturais (SILVA; D'ALMEIDA, 2009).
Alem dos nanocristais de celulose, as fibras naturais são fontes alternativas para a obtenção de
grafeno e óxido de grafeno.
Atualmente, o meio científico investe fortemente em pesquisas sobre a
produção e aplicação do grafeno e óxido de grafeno em áreas como telecomunicações,
compósitos, membranas eletricamente condutoras e resistentes ao desgaste bem como em
fibras ópticas.
1.4 METODOLOGIA
Os estudos foram realizados utilizando-se madeira certificada pelo FSC, do
tipo Eucalipto Grandis. Os corpos de prova foram obtidos por processos de calcinação,
hidrólise ácida, filtragem e dessecagem. As análises foram realizadas por Análise Térmica
Diferencial, Difratometria de Raios – X, Espectroscopia Raman e Microscópio Eletrônico de
Varredura, todos de propriedade da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
20
2 REVISÃO DA LITERATURA
A matéria prima básica deste experimento é a madeira da espécie Eucalyptus
Grandis (Eucalipto Grandis) da qual obtivemos celulose necessária para a obtenção de
nanocristais de celulose por hidrólise ácida e carbono, após calcinação das amostras de
madeira, para a tentativa de obtenção do óxido de grafeno. Foram utilizadas amostras da
espécie Eucalipto Grandis cultivado no Brasil (Figura 3) e cuja produção é certificada pelo
Forest Stewardship Council (FSC) (FSC, 2014). A utilização de madeira certificada garante a
reprodução dos experimentos subsequentes sempre com as mesmas características físicas da
amostra inicial.
Figura 3 - Eucalipto Grandis
Fonte - (FSC, 2014)
O FSC foi criado em 1993, como resposta às preocupações sobre o
desmatamento global e o destino das florestas mundiais. Já naquela época, os desmatamentos
na Amazônia e em outras florestas tropicais atraíam a atenção da mídia internacional. O
conceito da certificação surgiu então como uma forma de controle das práticas produtivas
21
florestais, por meio da valorização, no mercado, dos produtos originados de manejo
responsável das florestas. Um grupo formado por empresas e organizações sociais e
ambientais do mundo todo iniciou as negociações para a criação de uma entidade
independente que estabelecesse princípios universais para garantir o bom manejo florestal.
Toda madeira certificada pode levar impressa o selo do FSC (FSC, 2012) (Figura 4)
Figura 4 - Selo do FSC
Fonte - (FSC, 2012)
O Eucalipto Grandis é nativo da costa leste da Austrália. É uma das espécies
florestais principais na Austrália, de Queensland onde cresce 43-55 m de altura e 122-183 cm
de diâmetro. Sua forma é excelente, com troncos altos e retos, limpos de buracos de até dois
terços da altura total.
O Eucalipto Grandis é um dos eucaliptos comerciais mais importantes, com
mais de meio milhão de hectares plantados em áreas tropicais e subtropicais, em quatro
continentes. Programas de plantio maciços foram realizados na República da África do Sul e
Brasil, e há plantações substanciais em Angola, Argentina, Índia, Uruguai, Zaire, Zâmbia e
Zimbabwe. Ele foi testado com sucesso para produção de celulose e combustível; e sua
madeira tem grande potencial na indústria moveleira (MESKIMEN; FRANCIS, s.d).
Em todo o território nacional 62% (520 milhões de ha) são cobertos por
florestas naturais, o que coloca o Brasil como a segunda maior área de florestas do mundo,
superado apenas pelas Rússia e representa um estoque de 62.607 bilhões de toneladas de
carbono (FAO, 2011).
A calcinação da madeira é um processo físico-químico que ocorre quando a
amostra é aquecida até 900ºC, resultando em resíduo sólido, rico em carbono (ANTAL JR.,
22
2003). Referido resíduo foi utilizado como matéria prima para a tentativa de obtenção de
óxido de grafeno nesta pesquisa.
O Eucalipto Grandis, por ser fonte renovável natural de celulose, foi utilizado
nesta pesquisa do para a obtenção dos nanocristais de celulose por hidrólise ácida. A celulose,
isolada pela primeira vez há 170 anos (FECHINE, 2013), é o principal constituinte da madeira
com participação de 40 a 45%. Outras fontes de fibras naturais, além do Eucalipto são o sisal,
curaua, bamboo, balsa, licuri e piaçava (PEREIRA, 2015).
As fibras de celulose (Figura 5) possuem componentes amorfo e cristalino
(SILVA; HARAGUCHI; MUNIZ et al., 2009) e (SILVA; D'ALMEIDA, 2009). A eliminação
seletiva da parte amorfa das fibras com a utilização de ácidos fortes libera os cristais de
celulose (parte cristalina) (DUFRESNE, 2013). Tais domínios cristalinos são importantes não
só pelas características físicas de rigidez, de espessura e também de comprimento, como
também elétrica, óptica, magnética, ferromagnética e de condutividade (SILVA;
D'ALMEIDA, 2009).
Figura 5 - Fibras de celulose
Fonte - (SILVA; HARAGUCHI; MUNIZ et al., 2009)
Em 2009 a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação
(FAO – ONU) declarou que aquele ano seria o ano internacional das fibras naturais (SILVA;
HARAGUCHI; MUNIZ et al., 2009). As fibras de origem natural apresentam grande
variedade e baixo custo de produção. Podem ser aplicados em filtros para água, para ar,
23
modificadores de viscosidade, em cosméticos como esfoliantes ou como substitutos de
plásticos para embalagens (SHATKIN; WEGNER; BILEK et al., 2014).
A nanotecnologia tem apresentado ótima contribuição aos produtos florestais e
com benefícios a sociedade na medida em que agrega técnicas novas de produção
(SHATKIN; WEGNER; BILEK et al., 2014). Outros setores como o automotivo, construção
civil, embalagens, papeis especiais, indústrias têxteis e aeroespaciais começam a receber
benefícios das pesquisas recentes com cristais de celulose. Outras como a farmacêutica,
eletrônica e fotônica também estão colhendo subsídios com os estudos referentes aos cristais
de celulose (SHATKIN; WEGNER; BILEK et al., 2014).
24
3 EXPERIMENTAL
Este capítulo apresenta o detalhamento dos materiais empregados para a
obtenção dos corpos de prova bem como os métodos de análise empregados para a realização
deste trabalho.
3.1 MATERIAIS
As amostras de Eucalipto tipo Grandis foram retiradas de um lote certificado
pelo FSC (FSC, 2014) fornecida pela empresa Butzke Importação e Exportação Ltda., com
sede em Timbó, Santa Catarina, com 18 anos de idade. O lote é composto de cinco (5) peças
(Figura 6) descritas na Tabela 1, com registro FSC-C022463.
Os corpos de provas deste trabalho, para a obtenção do óxido de grafeno, foram
obtidos de amostras de Eucalipto tipo Grandis, certificado pelo FSC (FSC, 2014) e calcinadas
em temperatura e atmosferas controladas de ar natural, argônio (Ar) e nitrogênio (N). Outros
corpos de provas, para a obtenção dos nanocristais de celulose, foram obtidos de amostra
moída manualmente de Eucalipto tipo Grandis, dessecada a 110ºC durante 24 horas em estufa
de laboratório e posteriormente submetidas à hidrólise ácida.
Figura 6 - Peça de Eucalipto Grandis
Fonte – O autor (2014)
25
Tabela 1 - Lote de peças de Eucalipto Grandis
peças Massa
(g)
Medidas (mm) volume
(mm3) altura largura comprimento
1 553 43 52 402 899
2 542 43 52 401 897
3 542 43 52 401 897
4 517 43 52 403 901
5 603 43 52 405 906
Fonte – O autor (2014)
A celulose nativa de plantas e árvores é formada principalmente de celulose Iβ,
de estrutura cristalina monoclínica (SILVA; D'ALMEIDA, 2009) (Figuras 7, 8 e 9).
A madeira do tipo Eucalipto Grandis é composta principalmente de 48,2 % de
celulose, 22,0% de hemiceluloses e 29,8% de lignina (PEREIRA; CARNEIRO; CARVALHO
et al., 2013).
Figura 7 - Estrutura monoclínica
Figura 8 - Monômero de
celulose
Figura 9 - Estrutura monoclínica com cristais de celulose
Fonte – (CALLISTER, 2015) Fonte – (MOON; MARTINI;
NAIRN et al., 2010)
Fonte – (WAGNER; MOON,
2011)
26
3.2 MÉTODOS
Foram obtidos treze corpos de provas adequados a cada etapa de análise
requerida neste trabalho. Eucalipto moído manualmente ou em pequenos pedaços foi utilizado
em análise térmica, hidrólise ácida ou calcinados em temperatura controlada e atmosferas de
ar natural, argônio e nitrogênio.
Preparação de amostras para obtenção de óxido de grafeno 3.2.1
A preparação dos corpos de prova para as análises neste trabalho teve como
princípio básico o aproveitamento da celulose contida nas amostras de Eucalipto Grandis e
obedeceu às seguintes etapas:
a) Duas amostras de Eucalipto Grandis moídas manualmente e sem tratamento prévio,
amostra um com 26,9 mg e amostra dois com 50,9 mg, foram separadas para Análise Térmica
Diferencial em Termogravímetro NETZSCH modelo 449 Júpiter 3 de propriedade da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, equipamento que registra com precisão a variação da
massa com a elevação da temperatura em atmosfera neutra controlada (Figuras 10 e 11).
Figura 10 - Termogravímetro
Fonte – O autor (2014)
Figura 11 - Termogravímetro aberto
Fonte – O autor (2014)
b) Outra amostra de Eucalipto Grandis, em pequenos pedaços sólidos de 50 por 40 mm, foi
distribuída em dois cadinhos de porcelana. O primeiro cadinho (Figura 12) com 40,64g e o
27
segundo cadinho com 40,47g. As duas amostras foram calcinadas em mufla de laboratório
(Figura 13) a 650ºC e em atmosfera de ar natural. As amostras calcinadas (Figura 14) foram
moídas juntas, manualmente, dando origem a amostra número três (Figura 15), com 7,994g.
Figura 12 - cadinho
Fonte – O autor (2014)
Figura 13 - forno mufla
Fonte – O autor (2014)
Figura 14 - amostra calcinada
Fonte – O autor (2014)
Figura 15 - amostra 3 calcinada moída
Fonte – O autor (2014)
c) Outras três amostras de Eucalipto Grandis, moídas manualmente, foram calcinadas em
forno Jung (Figuras 16 e 17) em ambiente inerte, obtido com fluxo contínuo de gás Argônio
(Ar). Para tanto, o tubo cerâmico, original do forno, foi substituído por tubo de quartzo de
mesmas dimensões, para evitar contaminações. As amostras foram acondicionadas em
navículas (Figura 18) para permitir a inserção e retirada das amostras de dentro do tubo de
quartzo (Figura19). As amostras quatro, cinco e seis foram calcinadas respectivamente a 500
28
ºC, 600 ºC e 700 ºC e mantidas por uma hora na temperatura final. A taxa de aquecimento foi
de 4ºC. min-1 e gás Argônio com vazão de 2,0 L.min-1.
Figura 16 - Forno Jung
Fonte – O autor (2014)
Figura 17 - Forno Jung aberto
Fonte – O autor (2014)
Tabela 2 – Amostras após tratamento térmico, atmosfera de gás argônio
Amostras Massa antes do
aquecimento
Massa após o aquecimento
Amostra 4 – 500ºC 0,8787g ±0,152 g
Amostra 5 – 600ºC 1,7514 g ±0,123 g
Amostra 6 - 700ªC 1,0065 g ±0,146 g
Fonte – O autor (2014)
Figura 18 - Navículas
Fonte – O autor (2014)
Figura 19 - Navícula após tratamento
Fonte – O auto (2014)
29
d) Em Termogravímetro Netzsch modelo Júpiter, quatro porções de Eucalipto Grandis
natural, moído manualmente, a primeira com ±0,1062 mg, a segunda com ±0,0954 mg, a
terceira com ±0,1045 mg e a quarta com ±0,0249mg foram calcinadas de forma idêntica a
650ºC e em atmosfera de gás nitrogênio. Após o tratamento foram misturadas de forma a se
obter amostra homogênea com ±0,096 mg numerada como sete.
Tabela 3 - Amostras obtidas em atmosfera de gás nitrogênio
Amostra Massa em
miligramas (mg)
antes do
tratamento
Massa em
miligramas (mg)
depois do
tratamento
Porção 1 0,1062 ±0,0254
Porção 2 0,0954 ±0,0253
Porção 3 0,1045 ±0,0230
Porção 4 0,1065 ±0,0249
Amostra 7 ---------- ±0,0986
Fonte – O autor (2014)
e) Em cadinho de porcelana amostra com ±52,396g de Eucalipto Grandis natural, moída
manualmente, foi calcinada em mufla de laboratório em temperatura controlada de 650ºC,
com atmosfera de ar natural. Após o termino da calcinação obtivemos 10,60g de material
calcinado para análise. Esta amostra recebeu o número oito.
f) Em um segundo cadinho de porcelana com amostra de ±59,936g de Eucalipto Grandis,
moída manualmente, foi calcinada em mufla com temperatura controlada de 450ºC e
atmosfera de ar natural, por uma hora. Após o termino da calcinação obtivemos ±47,104g de
material para análise. Esta amostra recebeu o número nove.
g) Em outro cadinho de porcelana com ±51,687g de Eucalipto Grandis natural, moído
manualmente foi calcinado a temperatura controlada de 400ºC em mufla de laboratório e em
atmosfera de ar natural, mantida por uma hora. Após o termino da calcinação obtivemos
±45,551g de material para análise. Esta amostra recebeu o número dez.
30
Preparação de amostras - obtenção dos nanocristais de celulose 3.2.2
Em estufa com temperatura controlada de 110ºC (Figura 20) foram
desidratados ±11,566 g de Eucalipto Grandis, moído manualmente (Figura 21), por 24h. Após
a desidratação foram separadas três amostras, uma com 3,0g, numerada como onze e duas
outras com 1,5g numeradas como doze e treze. Estas amostras foram tratadas por hidrólise
ácida objetivando-se obter nanocristais de celulose (NCC) ou whiskers como também são
conhecidos na literatura, (SILVA; D'ALMEIDA, 2009), (SILVA; HARAGUCHI; MUNIZ et
al., 2009), (TEODORO; TEIXEIRA; CORRÊA et al., 2011)
Figura 20 - Estufa
Fonte – O autor (2015)
Figura 21 - Eucalipto natural moído
Fonte – O autor (2015)
As amostras onze e doze foram tratadas com solução 2,5 mol. L-1 de ácido
nítrico, sob refluxo a 70 ºC (±5) e agitação magnética por 300 minutos (Figura 22)
A amostra treze foi tratada com solução de ácido nítrico, 5,0 mol. L-1 nas
mesmas condições das amostras onze e doze (Figura 22). Ao final desse período procedeu-se
a filtragem do material remanescente, sob vácuo de 350 mmHg e lavagens com água
deionizada até que o pH do líquido filtrado fosse neutro (Figura 23).
31
Figura 22 - Hidrólise ácida
Fonte – O autor (2015)
Figura 23 - Filtragem a vácuo
Fonte – O autor (2015)
Como elemento filtrante foi utilizada membrana de PVDF (fluoreto de
polivinilideno) por sua alta resistência química, com porosidade de 0,45µm e diâmetro de
0,47mm. Para suportar a membrana filtrante e facilitar a retirada do filtrado utilizamos funil
de Hirch. Os filtrados foram dessecados em estufa, por duas horas, a 100ºC. A Tabela 4
mostra o rendimento do processo.
Tabela 4 - Rendimento da Hidrólise
Amostra Massa inicial (g) Massa final (g) Rendimento (%)
11 3,0 1,217 40,6
12 1,5 0,660 44.0
13 1,5 0,605 40,3
Fonte – O autor (2016)
32
A Figura 24 mostra os nanocristais de celulose dessecados da amostra doze.
Figura 24 - Nanocristais de celulose dessecados
Fonte – O autor (2015)
Identificação das amostras 3.2.3
A tabela a seguir (Tabela 5) relaciona as amostras preparadas para as análises
necessárias nesta Dissertação. Todas as análises foram realizadas em equipamentos da
Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).
Tabela 5 - Relação das amostras
Amostra Preparo da amostra – obtenção de óxido de grafeno
1 26,9 mg de Eucalipto Grandis moído manualmente
2 50,9 mg de Eucalipto Grandis moído manualmente
3 7,994 g obtida por calcinação a 650ºC e atmosfera de ar natural
4 0,152 g obtida por calcinação a 500ºC e atmosfera de Argônio
5 0,123 g obtida por calcinação a 600ºC e atmosfera de Argônio
6 0,146g obtida por calcinação a 700ºC e atmosfera de Argônio
7 0,096g obtida por calcinação a 650ºC e atmosfera de Nitrogênio
8 10,60g obtida por calcinação a 650ºC e atmosfera de ar natural
9 47,10g obtida por calcinação a 450ºC e atmosfera de ar natural
10 45,55g obtida por calcinação a 400ºC e atmosfera de ar natural
Amostra Preparo da amostra – obtenção de nanocristais de celulose
11 3,0g de Eucalipto moído hidrolisado com Ácido Nítrico 2,5 mol. L-1
12 1,5g de Eucalipto moído hidrolisado com Ácido Nítrico 2,5 mol. L-1
13 1,5g de Eucalipto moído hidrolisado com Ácido Nítrico 5,0 mol. L-1
Fonte – O autor (2015)
33
Caracterização de Amostras 3.2.4
Neste trabalho, as seguintes técnicas foram empregadas para analisar as treze
Amostras descritas no item anterior 3.2.3: Análise Térmica Diferencial, Espectroscopia
Raman, Difratometria de Raios – X e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV).
3.2.4.1 Análise Térmica Diferencial
As Amostras 1 e 2 foram caracterizadas em Termogravímetro NETZSCH,
modelo STA 449 F3 Júpiter (Figura 10).
A Termogravimetria ou Análise Térmica Diferencial (MOTHÉ; AZEVEDO,
2009) permite registrar as mudanças de propriedades físicas de uma amostra, como
evaporação, condensação ou químicas, degradação, decomposição, em função do tempo e da
temperatura aplicada ao corpo de prova, que pode ter pequena massa, da ordem de alguns
miligramas (mg). A diferença de temperatura observada entre a amostra e um material de
referência, inerte termicamente, pode ser observada e medida uma vez que ambos os cadinhos
são submetidos a mesmas condições de temperatura e atmosfera controlada
(CANEVAROLO, 2004). A técnica utilizada neste trabalho é chamada termografia dinâmica,
onde a amostra é aquecida em ambiente inerte e com temperatura de aquecimento final
programada, em velocidade linear. O resultado das curvas da variação da massa da amostra
com a variação da temperatura é chamada curva termogravimétrica ou TG. Para a correta
análise da variação da massa com a variação da temperatura, o software do equipamento
utilizado gera também a derivada primeira da curva TG, designada como DTG, com isto, uma
série de picos pode ser observada no lugar da curva degrau, onde a área dos picos é
proporcional ao total da massa perdida pela amostra. Avanços importantes nessa área de
pesquisa têm sido acompanhados pela Associação Brasileira de Análise Térmica e
Calorimetria (MOTHÉ; AZEVEDO, 2009).
34
3.2.4.2 Espectroscopia Raman
A análise por espectroscopia Raman foi descoberta experimentalmente em
1928, por Chandrasekhara Venkata Raman, na Índia. Baseia-se no espalhamento inelástico de
uma radiação monocromática quando esta incide sobre uma amostra que se quer analisar
(SALA, 2008). Dessa forma, a frequência da luz espalhada é diferente da luz incidente, e é
característica de transições na molécula da amostra em análise. Assim, dada uma frequência
incidente f a frequência do espalhamento será f + f’ onde f’ corresponde a frequência
vibracional característica da molécula na amostra em análise (EISBERG; RESNICK, 1979). É
uma das técnicas mais importantes, não destrutiva, para a caracterização do grafeno e óxido
de grafeno (NASCIMENTO, 2013) e (MOREIRA.; PIMENTA; DRESSELHAUS et al.,
2009).
As análises deste trabalho foram realizadas em Espectrofotômetro Raman
Vitec α300 Confocal, com laser em 532nm, 1,0mW de potência e objetiva de 10X (Figura
25).
Figura 25 - Espectrofotômetro Raman
Fonte – O autor (2014)
35
O espectrograma dos materiais derivados do carbono apresenta uma banda
denominada G na frequência (~ 1580 cm-1) , uma banda denominada D ( ~1.350 cm-1) e uma
banda G’ (~2.700 cm-1) que é o modo de vibração de 2a ordem da banda D, associada aos
defeitos da estrutura grafítica podendo indicar a existência de camadas de grafeno ou óxido de
grafeno na amostra (DRESSELHAUS; JORIO; HOFMANN et al., 2010). Alguns autores
designam esta banda como D’ (MALARD; PIMENTA; DRESSELHAUS et al., 2009). A
razão da intensidade das bandas D e G é utilizada como uma medida da cristalinidade de
materiais grafíticos. A relação ID/IG aumenta com o aumento dos defeitos (NASCIMENTO,
2013).
3.2.4.3 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)
O microscópio eletrônico de varredura, MEV como normalmente nos referimos
a ele, diferentemente dos microscópios ópticos que utilizam luz para formação da imagem, o
MEV utiliza feixe de elétrons, dessa forma as imagens capturadas são de alta profundidade e
tridimensionais (CANEVAROLO, 2004). Em materiais não condutores a preparação da
amostra requer o seu revestimento por um metal bom condutor, como o ouro ou paládio
(CANEVAROLO, 2004). A fotografia (Figura 26) ilustra o MEV modelo JSM – 6510 com o
qual elaboramos as análises descritas neste trabalho.
Figura 26 – Microscópio eletrônico de varredura
Fonte – O autor (2015)
36
3.2.4.4 Difração de Raios – X
A difração de Raios X utiliza a técnica de espalhamento coerente da radiação X
pelos cristais – estruturas organizadas dos materiais. A técnica de difração viabiliza a
identificação das células unitárias e é fundamental para a determinação da cristalinidade de
um polímero (CANEVAROLO, 2004). Um feixe de raios X dirigido sobre um material
cristalino é difratado pelos planos dos átomos dentro da amostra. A difração depende do
comprimento de onda dos raios X e das distâncias planares da estrutura cristalina. O software
que acompanha os difratômetros de Raios X compara os resultados da difratometria da
amostra com uma base de dados de difratometria de substâncias conhecidas permitindo com
isso identificar a amostra bem como sua cristalinidade (VLACK, 2000).
Nas análises elaboradas neste trabalho foi utilizado um Difratômetro de Raios
X modelo Rikaku Inc. MiniFlex II (Figura 27) que trabalha com a radiação Kα do cobre e de
λ = 0,1540596 nm. Foi ajustado para o ângulo inicial 2ϴ de 5º e final de 90º, passos de 0,01º,
tempo de contagem de 1 segundo, voltagem 30 kV, corrente de 15 mA.
Figura 27 - Difratômetro de Raios X
Fonte – O autor (2014)
37
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste trabalho, diferentes técnicas de análise foram empregadas para
caracterizar amostras de Eucalipto Grandis moído tratadas termicamente em atmosferas de ar
natural, nitrogênio e argônio, óxido de grafeno bem como nanocristais de celulose obtidos por
hidrólise ácida. Os seguintes equipamentos foram utilizados: Termogravímetro para Análise
Térmica Diferencial que reporta a variação da massa da amostra com a variação controlada da
elevação da temperatura, podendo-se aferir se a amostra de fato corresponde às descritas na
literatura; Microscópio Eletrônico de Varredura, que por utilizar feixe de elétrons para varrer
a amostra permite imagens de alto contraste e medidas precisas das dimensões das partículas
na amostra; Espectroscópio Raman, que é uma das técnicas mais importantes, não destrutiva,
para a caracterização de óxido de grafeno; Difratômetro de Raios X, técnica de difração que
viabiliza a identificação das células unitárias e é fundamental para a determinação da
cristalinidade da amostra.
4.1 TERMOGRAVIMETRIA
O objetivo da realização das análises térmicas das amostras de Eucalipto
Grandis, moído manualmente, foi o de certificar que a variação de massa das amostras com a
variação da temperatura, controlada linearmente, está de acordo com o que a literatura indica
para a espécie do Eucalipto utilizado nas etapas de preparação dos corpos de prova deste
trabalho.
Amostras 1 e 2 – Eucalipto Grandis moído manualmente 4.1.1
As amostras um e dois de Eucalipto Grandis, foram colocadas em capsula
aberta de alumina e analisadas em Termogravímetro NETZSCH. As análises foram realizadas
em atmosfera neutra de gás nitrogênio (N), a uma vazão constante de 50 mL.min-1. As curvas
termogravimétricas foram traçadas, para a amostra 1, de 50ºC até 600ºC, com taxa de
aquecimento de 10ºC.min-1 e para a amostra 2, de 50ºC até 450ºC, com taxa de aquecimento
de 10ºC.min-1. As Figuras 28 e 29 apresentam os resultados obtidos:
38
Figura 28 - Análise térmica da amostra 1
Fonte – O autor (2014)
Figura 29 - Análise térmica da amostra 2
Fonte – O autor (2014)
As curvas termogravimétricas (TG) obtidas indicam a variação da massa da
amostra em função da elevação da temperatura. A derivada primeira da curva TG, a DTG,
indica a perda de massa. Observamos três regiões de degradação térmica: a primeira, relativa
à secagem da madeira, situa-se por volta de 100ºC, a segunda faixa corresponde à degradação
das hemiceluloses, entre 250 a 300ºC e finalmente a degradação da celulose entre 350ºC e
Cur
va T
erm
ogr
avim
étr
ica
- T
G
Curv
a T
erm
ogra
vim
étr
ica d
eri
vada -
DT
G
Cur
va T
erm
ogr
avim
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ica
- T
G
Curv
a T
erm
ogra
vim
étr
ica d
eri
vada -
DT
G
39
400ºC. Os valores coincidem com a literatura (PEREIRA; CARNEIRO; CARVALHO et al.,
2013). As amostras analisadas apresentaram as mesmas curvas de TG e DTG, não se
observando diferenças entre as duas análises. Esta análise indica que a amostra utilizada é de
Eucalipto tipo Grandis, de acordo com a literatura (PEREIRA; CARNEIRO; CARVALHO et
al., 2013).
Amostra 11 – Hidrólise ácida – nanocristal de celulose (NCC) 4.1.2
A amostra onze, produzida por hidrólise ácida foi analisada em
Termogravímetro com o resultado da análise mostrado na figura a seguir (Figura 30).
Figura 30 - amostra 11 - nanocristais de celulose
Fonte – O autor (2014)
Os resultados observados na curva termogravimétrica (TG) indicam, em torno
de 86,4°C, perda de água da amostra. Próximo a 341ºC vemos a degradação dos nanocristais
de celulose consistente com a literatura (TEODORO; TEIXEIRA; CORRÊA et al., 2011) e
(TEIXEIRA; OLIVEIRA; MATTOSO et al., 2010). Pode-se observar que a degradação
térmica dos nanocristais de celulose ocorre em temperatura menor que a degradação das
amostras de Eucalipto devido a eliminação das hemiceluloses e lignina pela hidrólise ácida.
Perda de água
86,4ºC
Degradação
341,3ºC
40
4.2 MICROSCÓPIO ELETRÔNICO DE VARREDURA (MEV)
As fotomicrografias das amostras calcinadas três, cinco, sete e nove podem ser
vistas nas Figuras 31 a 36 a seguir. Como se observa, a calcinação das amostras, em diferentes
temperaturas e atmosferas, manteve a estrutura das fibras de celulose, eliminando os
componentes voláteis da madeira Eucalipto, como se esperava. Os canais da estrutura
celulósica são vistos com nitidez nas imagens:
Figura 31 - Fotomicrografia amostra 3 - 650°C e ar natural – x100
Fonte – O autor (2015)
Figura 32 - Fotomicrografia amostra 3 - 650°C e ar natural - x1.000
Fonte – O autor (2015)
Figura 33- Fotomicrografia amostra 5 - 600°C e argônio X 1.000
Fonte – O autor (2015)
Figura 34 - Fotomicrografia amostra 7 - 650°C e nitrogênio X 1.000
Fonte – O autor (2015)
Figura 35 - Fotomicrografia amostra 9 - 450°C e ar natural X 500
Fonte – O autor (2015)
Figura 36 - Fotomicrografia amostra 9 - 450°C e ar natural X 100
Fonte – O autor (2015)
As fotomicrografias (Figuras 37 e 38) mostram o aspecto dos nanocristais de
celulose da amostra 11. Para obtenção de adequado contraste na fotomicrografia nº 36 os
nanocristais de celulose foram cobertos com ouro. Este procedimento permite perfeita
observação dos contornos dos nanocristais. Já na fotomicrografia seguinte nº 37 os
nanocristais estão na sua forma obtida após a hidrólise, onde podemos observar suas
transparências.
41
Figura 37 - Fotomicrografia amostra 11 - nanocristais de celulose
Fonte – O autor (2016) Figura 38 - Amostra 11 - nanocristais de celulose
Fonte – O autor (2016)
4.3 ESPECTROSCOPIA RAMAN
O mais importante aspecto da espectroscopia Raman do grafeno ou do óxido de
grafeno é a identificação das bandas D em ~ 1.350 cm-1, G em ~1.582 cm-1 e a banda G’ em
~2.700 cm-1, esta última associada a informação dos defeitos existentes no grafeno ou óxido
de grafeno (MALARD; PIMENTA; DRESSELHAUS et al., 2009). A banda D indica a
cristalinidade da amostra grafítica (LIOU; HUANG, 2013) e a razão da intensidade das
bandas D e G (ID/IG) aumenta com o aumento dos defeitos presentes na amostra.
42
Amostra 3 – Calcinação a 650ºC e atmosfera de ar natural 4.3.1
O resultado da análise da amostra 3 (Figura 39) pode ser visto na Figura 40,
onde identificamos a banda D em ~1368 cm-1 e a banda G em ~1596 cm-1 (SANCHEZ;
TERENCE; CARRIÓ, 2016).
Figura 39 – Fotomicrografia da amostra 3 – local da análise
Fonte – O autor (2014)
Figura 40 – Espectrograma da amostra 3
Fonte – O autor (2014)
A literatura indica que o resultado da Espectroscopia Raman da amostra 3,
(Figura 40), sugere a presença de óxido de grafeno na amostra, mesmo com alta relação entre
43
as bandas D e G (ID/IG = 0,97). Trabalhos como o de (CHEN; SHI, 2013) (Figura 41),
(STANKOVICH; DIKIN; PINER et al., 2007) (Figura 42) e (TRINDADE; F.VIEIRA;
H.VESPÚCIO et al., 2014) (Figura 43) suportam esta conclusão.
Figura 41 - Espectroscopia Raman
Fonte - (CHEN; SHI, 2013)
Figura 42 - Espectroscopia Raman
Fonte - (STANKOVICH; DIKIN; PINER et al., 2007)
44
Figura 43 – Espectroscopia Raman do Óxido de grafeno
Fonte - (TRINDADE; F.VIEIRA; H.VESPÚCIO et al., 2014)
Amostra 7 – Calcinação a 650ºC e atmosfera de nitrogênio 4.3.2
A amostra sete foi analisada por espectrometria Raman em quatro diferentes
pontos conforme se observa na fotomicrografia seguinte (Figura 44). Foram obtidos
espectrogramas nos pontos marcados.
Figura 44 - Fotomicrografia amostra 7 – pontos da análise
Fonte – O autor (2015)
Nas figuras 45 a 48 são apresentados os resultados das análises de espectroscopia Raman nos pontos marcados:
45
Figura 45 – Espectrograma da amostra 7
Fonte – O autor (2015)
Figura 46 - Espectrograma da amostra 7
Fonte – O autor (2015)
Figura 47 – Espectrograma da amostra 7
Fonte – O autor (2015)
Não foi possível a identificação da banda G’ nos pontos azul e verde da
amostra indicando um número expressivo de defeitos.
46
Figura 48 – Espectrograma da amostra 7
Fonte – O autor (2015)
Amostra 8 – Calcinação a 650ºC, atmosfera de ar natural 4.3.3
Os pontos de análise na amostra 8 podem ser vistos na Figura 49.
Figura 49 – Fotomicrografia da mostra 8 - pontos da análise
Fonte – O autor (2015)
As Figuras n° 50 e 51 apresentam os resultados da espectroscopia Raman obtido nos pontos marcados.
47
Figura 50 – Espectrograma da amostra 8
Fonte – O autor (2015)
Figura 51 – Espectrograma da amostra 8
Fonte – O autor (2015)
Amostra 9 – Calcinação a 450ºC e atmosfera de ar natural 4.3.4
Os pontos das análises obtidas na amostra 9 são mostradas na Figura 52. Os
respectivos pontos analisados estão marcados em vermelho, azul e verde.
Figura 52 - Fotomicrografia da amostra 9 - pontos de análise
Fonte – O autor (2015)
48
As Figuras de números 53 a 55 apresentam os resultados da espectroscopia
Raman dos pontos marcados.
Figura 53 - Espectrograma da amostra 9
Fonte – O autor (2015)
Figura 54 - Espectrograma da amostra 9
Fonte – O autor (2015)
Figura 55 - Espectrograma da amostra 9
Fonte – O autor (2015)
49
Amostra 10 – Calcinação a 400ºC e atmosfera de ar natural 4.3.5
Os pontos das análises na amostra 10 são mostrados na fotomicrografia a
seguir (Figura 56). Os pontos analisados estão marcados em vermelho, verde e preto.
Figura 56 - Fotomicrografia da amostra 10 - pontos de análise
Fonte – O autor (2015)
Os resultados das análises são mostrados respectivamente nas figuras números 57 a 59:
Figura 57 - Espectrograma da amostra 10
Fonte – O autor (2015)
50
Figura 58 - Espectrograma da amostra 10
Fonte – O autor (2015)
Figura 59 - Espectrograma da amostra 10
Fonte – O autor (2015)
A tabela a seguir (Tabela 6) lista os resultados encontrados para a razão das
intensidades das bandas D e G, obtidas por espectroscopia Raman. Destacamos que para uma
mesma amostra obtivemos diferentes espectrogramas em diferentes pontos de coletas. O
melhor resultado foi obtido com a amostra 7, calcinada a 650°C em atmosfera de nitrogênio,
que apresentou o valor de 0,85.
Tabela 6 - Bandas D e G - razão das intensidades
Amostra ID/IG
3 0,97 _ _ _
7 0,91 0,85 0,92 0,85
8 0,98 0,98 _ _
9 0,93 0,93 0,94 _
10 0,96 0,97 0,97 _
Fonte – O autor (2016)
51
Em todas as amostras calcinadas a espectroscopia Raman sugere que é possível
pequena presença de óxido de grafeno, mas não foi possível isolar impedindo a quantificação.
4.4 DIFRATOMETRIA DE RAIOS X (DRX)
Todas as difratometrias de Raios X obtidas das amostras a seguir foram
processadas com software Origin 8.
Amostra 3 – Calcinação a 650ºC e atmosfera de ar natural 4.4.1
A amostra 3, obtida por calcinação em mufla de laboratório com temperatura
controlada de 650ºC e atmosfera de ar natural, foi caracterizada por difratometria de Raios X
(Figura 60).
Figura 60 - Difratograma da amostra 3
Fonte – O autor (2014)
Observamos pequeno grau de grafitização da amostra 3 em 2θ ~ 42° - 43°,
indicando a formação de micro cristais de grafite. Este pico é atribuído ao plano
cristalográfico (101), consistente com a literatura (LIOU; HUANG, 2013).
(
(101)
52
Amostras 4, 5 e 6 – Calcinação em atmosfera de gás argônio 4.4.2
As amostras 4, 5 e 6 obtidas respectivamente a 500ºC, 600ºC e 700ºC em
atmosfera controlada de gás argônio, portanto não oxidante, foram analisadas por
difratometria de Raios X. As figuras números 61 a 63 apresentam os resultados obtidos:
Figura 61 - Difratograma da amostra 4
Fonte – O autor (2015)
Figura 62 - Difratograma da amostra 5
Fonte – O autor (2015)
Figura 63 - Difratograma da amostra 6
Fonte – O autor (2015)
53
A calcinação das amostras 4, 5, e 6 em ambiente inerte de gás argônio
evidencia a grafitização crescente das amostras observadas em 2θ ~ 42° - 43°. Nos
difratogramas das amostras, figuras 61 a 63, observamos a evolução do pico em 2 θ ~ 42° -
43°, em decorrência da formação de micro cristais de grafite, atribuído ao plano (101) do
cristal de grafite, consistente com a literatura (LIOU; HUANG, 2013). Este resultado indica
que com a aplicação de temperaturas crescentes em atmosfera inerte podemos obter melhores
cristais de grafite.
Amostra 1 – Eucalipto Grandis moído manualmente 4.4.3
A amostra de Eucalipto Grandis moído manualmente, uma vez que a dimensão
das partículas não era crítica para a análise por Raios X, apresentou o seguinte resultado
(Figura 64), onde observamos baixo índice de cristalinidade na amostra uma vez que é
formada por celulose, hemiceluloses e lignina, componentes naturais da madeira. Os picos
observados em 2 θ ~15º e ~22,5° indica a presença de celulose, segundo a literatura, o que é
consistente uma vez que a amostra é de Eucalipto, uma fonte natural e renovável de celulose.
Figura 64 - Difratograma da amostra 1 - Eucalipto Grandis moído
Fonte – O autor (2016)
54
Amostras 11, 12 e 13 – Hidrólise ácida - nanocristais de celulose (NCC) 4.4.4
As amostras 11, 12 e 13 de nanocristais de celulose (NCC) obtidas por
hidrólise ácida, depois de dessecadas em estufa por 24 horas, foram analisadas por
difratometria de Raios X. As Figuras de números 65 a 68 apresentam os difratogramas
obtidos. Os picos em 2ϴ ~ 15°, ~22,7º e ~35º indicam a presença de nanocristais de celulose
(TEIXEIRA; OLIVEIRA; MATTOSO et al., 2010) e (BORYSIAK; GARBARCZYK, 2003).
Figura 65 - Difratograma da amostra 11 - nanocristais de celulose
Fonte – O autor (2016)
Figura 66 - Difratograma da amostra 12 – nanocristais de celulose
Fonte – O autor (2016)
55
Figura 67 - Difratograma da amostra 13 – nanocristais de celulose
Fonte – O autor (2016)
Figura 68 - Difratograma comparado das amostras 11, 12 e 13 – nanocristais de celulose
Fonte – O autor (2016)
Os difratogramas das amostras 11, 12 e 13 de nanocristais de celulose, quando
comparadas (Figura 68), indicam diferenças entre as amostras. Tais diferenças são atribuídas
à variação de temperatura da solução ácida, concentração molar do ácido nítrico utilizado e a
massa de madeira de Eucalipto moída empregada. Todavia, ainda na mesma Figura de
número 68 da difratometria comparada, podemos observar que a difratometria das amostras
12 e 13 são praticamente idênticas, quase integralmente sobrepostas, indicando que a
concentração do ácido empregado na hidrólise não afetou a cristalinidade das amostras. A
elevação da cristalinidade se deveu a maior massa de celulose empregada na hidrólise.
56
O grau de pureza dos nanocristais de celulose é avaliado pelo índice de
cristalinidade (ICr). Autores como (SEGAL; CREELY; A. E. MARTIN et al., 1959), (PARK;
BAKER; HIMMEL et al., 2010) e (MUKWAYA; YU; ASAD et al., 2015) indicam, como
formula de cálculo, a relação percentual entre a máxima intensidade (I), em unidades
arbitrárias (ua), na posição 2ϴ = 22º - 24º, atribuída ao plano cristalino (002), que
corresponde a fração cristalina mais a fração amorfa da celulose, e a intensidade (Iam) em 2ϴ
= 16º - 19º, também em unidades arbitrárias (Figura 69), que corresponde a fração amorfa da
celulose:
Figura 69- Determinação do índice de cristalinidade (IC)
Fonte - (PARK; BAKER; HIMMEL et al., 2010)
Para as amostras 11, 12 e 13 de nanocristais de celulose obtivemos os seguintes
valores de Índice de Cristalinidade (ICr), apresentados na Tabela 7:
57
Tabela 7 - Índice de cristalinidade (ICr)
AMOSTRA I(002) (ua) I(am) (ua) ICr (%)
11 1.669 303 81,8
12 1.485 299 79,8
13 1504 305 79,7
Fonte – O autor (2016)
O valor médio do ICr encontrado neste trabalho é de 80,4% e é consistente
com a literatura (TEODORO; TEIXEIRA; CORRÊA et al., 2011) e (TEIXEIRA; OLIVEIRA;
MATTOSO et al., 2010), mas superando os valores médios desses experimentos que
obtiveram, respectivamente 67,3% e 70,0%. As figuras de números 70 a 74 apresentam os
nanocristais de celulose obtidos por hidrólise ácida:
Figura 70 - Fotomicrografia de nanocristais de celulose - amostra 11
Fonte – O autor (2016)
58
Figura 71 - Fotomicrografia amostra 12 – NCC
Fonte – O autor (2016)
Figura 72 - Fotomicrografia amostra 12 - NCC
Fonte – O autor (2016)
Figura 73 - Fotomicrografia amostra 13 - NCC
Fonte – O autor (2015)
Figura 74 - Fotomicrografia amostra 13 - NCC
Fonte – O autor (2015)
O rendimento observado no processo de hidrólise das amostras 11, 12 e 13 foram respectivamente: 40,6; 44,0 e 40,3%
59
5 CONCLUSÃO
O objetivo deste trabalho foi o de pesquisar a obtenção de nanocristais de
celulose e óxido de grafeno, produtos que podem agregar maior valor às madeiras descartadas
por vários tipos de indústrias, reduzindo possivelmente tais práticas.
Dois processos foram analisados, um por hidrólise ácida de amostras de
madeira do gênero Eucalipto Grandis, certificado pelo FSC do mesmo material e outro por
calcinação de amostras da mesma madeira. O fato de utilizarmos material certificado garantiu
a obtenção de vários corpos de prova sempre com as mesmas características físicas iniciais.
Assim, foi assegurado que as transformações ocorridas nas amostras se deveram apenas às
condições dos experimentos.
As várias análises dos corpos de prova calcinados indicaram a possibilidade de
algum traço de óxido de grafeno nas amostras, que pelo seu volume aparente não permitiu sua
quantificação e perfeita identificação, apesar de haver pesquisas semelhantes indicadas na
bibliografia.
O processo de hidrólise ácida por sua vez resultou em nanocristais de celulose
com índice de cristalinidade de 80,4%, superior à média encontrada na literatura consultada,
que está ao redor de 70,0%. Os nanocristais de celulose têm ampla aplicação em diversas
indústrias, como a automobilística, eletrônica, papeis de segurança, reforços para a construção
civil, filtros ou isolantes térmicos, reforços de polímeros, entre outros. Nestas áreas ainda há
muito por pesquisar e com certeza estes processos podem agregar valor às madeiras
descartadas sem controle no meio ambiente, reduzindo seguramente este descarte.
60
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