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UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ-REITORIA ACADÊMICA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO ESTER FERNANDES CARVALHO O COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR DAS DOCEIRAS DA REGIÃO DO SERIDÓ NO RIO GRANDE DO NORTE NATAL 2017

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UNIVERSIDADE POTIGUAR

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

ESTER FERNANDES CARVALHO

O COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR DAS DOCEIRAS DA REGIÃO DO

SERIDÓ NO RIO GRANDE DO NORTE

NATAL

2017

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ESTER FERNANDES CARVALHO

O COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR DAS DOCEIRAS DA REGIÃO DO

SERIDÓ NO RIO GRANDE DO NORTE

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação Scricto Sensu em Administração, da Universidade Potiguar, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração na Área de concentração em Gestão de Negócios, na linha de pesquisa: Gestão Estratégica de Pessoas. Orientadora: Profª. Dra. Nilda Maria de Clodoaldo P. Guerra Leone.

NATAL

2017

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FICHA CATALOGRÁFICA

Catalogação de Publicação na Fonte AACR2 – Anglo-American Cataloguing Rules 2.

Zora Yonara Cândido Duarte dos Santos Bibliotecária

CRB 15ª REGIÃO – 457

C257o Carvalho, Ester Fernandes.

O comportamento empreendedor das doceiras da região do Seridó no Rio Grande do Norte / Ester Fernandes Carvalho.___Natal, 2017.

114f.: il.

Orientador: Nilda Maria de Clodoaldo P. Guerra Leone. Dissertação (Mestrado em Administração). – Universidade Potiguar.

Pró-Reitoria Acadêmica – Núcleo de Pós-Graduação. Referências: f. 98-101.

1. Empreendedorismo - Dissertação. 2. Estratégias. 3. Feminino. 4. Doceiras. I. Título.

CDU 005.91:045

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ESTER FERNANDES CARVALHO

O COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR DAS DOCEIRAS DA REGIÃO DO

SERIDÓ NO RIO GRANDE DO NORTE

Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Potiguar, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre no Programa de Pós-graduação em Administração na área de concentração Gestão Estratégica de Pessoas.

Aprovado em: / /

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________

Profª. Drª. Nilda Maria de Clodoaldo P. Guerra Leone

Orientadora

Universidade Potiguar – UnP

___________________________________________________

Profª. Dra. Laís Karla da Silva Barreto

Examinador Interno

Universidade Potiguar – UnP

___________________________________________________

Profº. Dr. PhD Ramsés Nunes e Silva

Examinador Externo

Universidade Estadual da Paraíba - UEPB

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Dedico esse trabalho aos meus pais, Elpídio e Socorro, professores aposentados,

que me alimentam todos os dias com o desejo de aprender e crescer sempre

mais. E a minha mestre da doçaria brasileira, Chef Lúcia Soares que fez florescer

em mim a valorização da arte do doce artesanal, sua cultura e das mulheres que

dele vivem.

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AGRADECIMENTOS

Tanto a agradecer, tantos a agradecer... porque a vida é assim, somos

frutos de tantas pessoas e de tantas oportunidades. E não há como não começar

de outra maneira, sim, sempre em primeiro lugar a Ele, Deus, o nosso pai, o meu

pai, a quem sou grata por ter a família que tenho. Se eu sou o que sou é graças a

vocês Elpídio, Socorro, Vinícius e Karla, a quem amo infinitamente e quem sinto

como um ser só: vocês fazem parte de mim e eu de vocês. Meus pais, seus

exemplos de ética, dedicação e estudo, garra para enfrentar os problemas, suas

experiências como professores, seus incentivos me trouxeram até aqui.

E esse até aqui não foi nada fácil, ter a experiência de fazer um mestrado e

trabalhar em uma instituição de ensino superior que cada vez mais exige de nós,

coordenadores, um alto desempenho acadêmico e de gestão, consiste em um

desafio diário. Na verdade, três desafios durante esses dois anos, o ser

coordenadora de curso de uma instituição de nível superior, o ser professora de

confeitaria e o ser mestranda. Muitas vezes me senti como uma equilibrista de

circo, correndo de um lado para o outro tentando manter girando no ar esses três

papeis, sem permitir que nada caísse e quebrasse, ou seja, para que conseguisse

atingir todos os objetivos. E garanto, apesar de tentar é impossível conseguir ir

tão longe sem a ajuda de muitas pessoas que são de extrema importância para

chegar à reta final.

Meus queridos colegas de trabalho, professores do CST em Gastronomia

da Faculdade Internacional da Paraíba, quantas vezes eu disse: “segurem as

pontas aí, enquanto eu vou em Natal ou mesmo me dedico a elaboração dessa

dissertação”? Não consigo contar! Obrigada por cuidarem de tudo enquanto eu

estava ausente na missão de mestranda.

A Rosa Morais, minha chefe nacional que não mediu forças para conseguir

incentivos para que eu pudesse realizar esse sonho que é ter o título de mestre.

Aos meus diretores Clay Matozzo e Silvio Rossi, que sempre me

incentivaram e mostraram a importância para minha carreira profissional de um

título de mestre, além de darem a oportunidade de fazer um mestrado fora da

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minha cidade e muitas vezes me fazer ausente das obrigações do trabalho para

poder cumprir com minhas atividades do mestrado.

Meus queridos alunos, quantas vezes a aflição de vocês para concluir uma

atividade, um evento, ou mesmo o temor em realizar uma apresentação de

trabalho refletiu em mim as minhas mesmas situações no mestrado. Mas a força,

a garra, o brilho no olhar de vocês me serviram como norte e incentivo para

continuar nessa batalha. Muito obrigada, vocês me inspiram e são o grande

motivo de querer sempre aprender, mais e mais.

Aos meus colegas coordenadores, em especial a Martins, Gentil e Marcos

Jesus, que tiveram a oportunidade de viver essa experiência antes de mim, por

me indicarem os caminhos para seguir sempre em frente. E a Bárbara, minha

confidente e ombro amigo, com quem divido diariamente as angústias e conflitos

de ser coordenadora e que também está no caminho do mestrado. Força amiga!

Da mesma maneira que contei com você, saiba que você conta comigo.

A minha querida amiga Hedja Lanna. Nos conhecemos no mestrado, e logo

nos identificamos, talvez por não sermos da área de administração. Isso nos fez

unir forças para atravessarmos as disciplinas, os trabalhos, as apresentações. Te

levo para vida minha amiga! Seu sorriso, nossas conversas, sua perspicácia, sua

simplicidade e capacidade de comunicação. Todo o mestrado foi mais leve por

poder ter tido a oportunidade de compartilhar esse caminho com você. Muito

obrigada de coração!

A Karol e a todos os meus amigos que sempre estiveram ao meu lado, me

incentivando, em muitos momentos cuidando de mim para que eu tivesse força e

foco para concluir esse trabalho. Que entenderam as ausências, o cansaço e

muitas vezes a minha impaciência. Sou feliz por ter vocês ao meu lado, sou mais

forte, sou mais determinada, e principalmente, sou uma pessoa melhor por ter

vocês ao meu lado. Meu muito obrigada com a certeza que estarei cada dia mais

perto de vocês.

À Glícia, nossa secretária do mestrado, que nos acolhe sempre para tentar

fazer da nossa tarefa um fardo menos pesado. Que muitas vezes nos mostra a

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luz no fim do túnel. Muito obrigada pelas palavras sempre gentis e pelo seu

acolhimento. Muito obrigada por tanta gentileza!

Aos mestre que ministraram aula no mestrado. Sábios que não mediram

esforços em dividir conhecimentos, compartilhar experiências e nos incentivar a

buscar sempre mais e mais dados, informações, novos autores, novos estudos. À

vocês todo meu agradecimento.

A minha grande mestre nesse caminho, Professora Nilda Leone, que

mesmo passando por momentos de saúde complicados nunca mediu esforços e

nunca deixou de me atender, abrindo as portas do seu apartamento em João

Pessoa para as orientações. Me incentivando, e principalmente iluminando meu

caminho. Professora Nilda, a você meu obrigada mais especial!

As doceiras pesquisadas na elaboração dessa dissertação, mulheres como

eu, como Nilda, como Lúcia, como Laís, como Lyêda, como Lydia, como Glícia,

como minha mãe Socorro, como Karla, como Lanna, como Bárbara, como Karol,

iguais a todas as mulheres. Doceiras que procuram na luta do dia a dia um

caminho de igualdade e respeito. Nossas lutas, nossas derrotas, nossas vitórias

serão uma constante na nossa vida. Que não nos falte força! Obrigada por me

receberem em seus lares, disponibilizarem seu tempo e suas experiências para

que esse trabalho pudesse ser realizado. Meu muito obrigada mais carinhoso.

A todos que de maneira indireta contribuíram para a realização desse

trabalho, minhas orações mais silenciosas e meu mais respeitoso obrigada!

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Minhas mãos doceiras... jamais ociosas.

Fecundas. Imensas e ocupadas.

Mãos laboriosas. Abertas sempre para

dar, ajudar, unir e abençoar.”

Estas mãos – Cora Coralina.

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RESUMO

A mulher empreendedora no nordeste vem assumindo de forma abrangente o mercado de trabalho e uma nova posição, mas na região do Seridó/RN, e arredores, são muitas as mulheres que desenvolvem a atividade artesanal da produção de doces, inclusive, muitas na área rural, mas até o momento não é uma atividade reconhecida mesmo entre as doceiras. Esse estudo teve como objetivo Identificar características do comportamento empreendedor presentes nas mulheres doceiras da região pesquisada. Nos estudos realizados e apresentados no referencial teórico, o modelo de McClelland e Winter (1971) apresenta as características do comportamento empreendedor. E foi baseado nesse estudo e no questionário por ele apresentado que 46 doceiras foram pesquisadas sobre seus comportamentos empreendedores e também quanto ao perfil sociodemográfico. Para a análise dos dados utilizou-se o software Statistica SPSS, versão 2.0 e análises estatísticas aplicadas, descritivas e comparativas. Como resultado, obteve-se que o perfil sociodemográfico dominante é composto por mulheres com idade acima de 60 anos, casada, com grau de escolaridade do ensino fundamental, que possuem de 1 a 5 filhos, que possui uma renda entre 1 a 2 salários mínimos, e que desenvolve a atividade profissional de doceiras entre 6 a 10 anos. As características que se destacaram percentualmente por ter maior força foram: Comprometimento; Busca de Informações; Planejamento e Monitoramento Sistemáticos; e Independência e Autoconfiança. Já as características que se destacaram como ausentes ou fracas foram: Correr Riscos Calculados; Estabelecimento de Metas; e Persuasão e Rede de Contatos. A comparação do perfil sociodemográfico das pesquisadas em relação as categorias Desejo de Realização, Planejamento e Resolução de Problemas, e Poder, obtive como resultados que na dimensão Busca de Informações, as gestoras solteiras buscam mais informações. Para as demais variáveis não há evidências de diferença estatística. Quanto ao objetivo geral as características Comprometimento e Busca de Oportunidades e Iniciativa possuem maior pontuação, enquanto que a Persuasão e Rede de Contatos apresentaram a menor pontuação. E com relação as dimensões verifica-se que as categorias Desejo de Realização e Planejamento apresentaram maiores pontuações e o Poder com menor pontuação.

Palavras-chaves: Empreendedorismo feminino. Comportamento. Doceiras. Seridó.

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ABSTRACT

The entrepreneurial woman in the Northeast has been assuming a comprehensive job market and a new position, but in the region of Seridó / RN, there are many women who carry out the artisanal production of sweets, including , many in the rural area, but to date it is not an acknowledged activity even among the sweet shops. This study aimed to identify characteristics of the entrepreneurial behavior present in sweet women in the region surveyed. In the studies carried out and presented in the theoretical framework, the McClelland and Winter (1971) model presents the characteristics of entrepreneurial behavior. And it was based on this study and on the questionnaire that he presented that 46 candy shops were researched on their entrepreneurial behaviors and also on the sociodemographic profile. Statistica SPSS software, version 2.0 and applied, descriptive and comparative statistical analyzes were used to analyze the data. As a result, it was obtained that the dominant sociodemographic profile is composed of women over 60 years of age, married, with elementary school education, who have between 1 and 5 children, who have an income between 1 and 2 minimum wages , And that develops the professional activity of sweet shops between 6 and 10 years. The characteristics that stood out percentage for having greater strength were: Commitment; Information Search; Systematic Planning and Monitoring; And Independence and Self-confidence. Already the features that stood out as absent or weak were: Running Calculated Risks; Setting goals; And Persuasion and Networking. The comparison of the sociodemographic profile of the respondents in relation to the categories of Desire for Realization, Planning and Problem Solving, and Power, had obtained results that in the Search for Information dimension, single managers seek more information. For the other variables there is no evidence of statistical difference. Regarding the general objective the Commitment and Search for Opportunities and Initiative characteristics have higher scores, while Persuasion and Network of Contacts presented the lowest score. And with respect to the dimensions it is verified that the Desire of Realization and Planning categories presented higher scores and the Power with lower score. Keywords: Female entrepreneurship. Behavior. Doceiras. Seridó.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Dona Titica........................................................................................... 28

Figura 2 - Mapa do Estado do Rio Grande do Norte com destaque para a

Região do Seridó................................................................................. 42

Figura 3 - Foto de Mãe Quininha com sua família ................................................43

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Comparativo entre as Influências sobre indivíduo (McClelland, 1972) e

Manifestações Comportamentais (Leite, 2012) das necessidades motivacionais

sobre um indivíduo.................................................................................................35

Quadro 2 - Características Comportamentais Empreendedoras ..........................36

Quadro 3 - Variáveis Analíticas ............................................................................52

Quadro 4 - Objetivos da Pesquisa x Questões no Instrumento X Técnica

estatística utilizada.................................................................................................53

Quadro 5 - Análise estatísticas utilizadas ............................................................57

Quadro 6 - Síntese do perfil sociodemográfico das pesquisadas......................... 61

Quadro 7 - Síntese das dimensões avaliadas com relação à categoria desejo

de realização..........................................................................................................63

Quadro 8 - Síntese das dimensões avaliadas com relação à categoria

Planejamento e Resolução de Problemas............................................................. 65

Quadro 9 - Síntese das dimensões avaliadas com relação à categoria poder......68

Quadro 10 - Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à

característica Busca de oportunidade e iniciativa..................................................78

Quadro 11 - Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à

característica correr riscos calculados...................................................................80

Quadro 12 - Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à categoria

exigência de qualidade e eficiência.......................................................................81

Quadro 13 - Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à

característica de persistência.................................................................................83

Quadro 14 - Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à categoria

comprometimento...................................................................................................84

Quadro 15 - Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à categoria

busca de informação..............................................................................................86

Quadro 16 - Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à categoria

correr riscos calculados..........................................................................................87

Quadro 17 - Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à categoria

planejamento e monitoramento sistemático ..........................................................89

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Quadro 18 - Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à categoria

persuasão e rede de contatos.................................................................................90

Quadro 19 - Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à categoria

independência e autoconfiança..............................................................................92

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Teste Estatístico Cronbach´s Alpha para o questionário de McCland e

Winter.....................................................................................................................55

Tabela 2 - Teste de Kolmogorov Smirnov..............................................................56

Tabela 3 - Perfil das entrevistadas.........................................................................60

Tabela 4 - Comparação das características avaliadas por idade..........................70

Tabela 5 - Comparação das dimensões avaliadas por Estado Civil .....................71

Tabela 6 - Comparação das dimensões avaliadas por possuir filhos ou não…….73

Tabela 7 - Comparação das dimensões avaliadas por grau de escolaridade…....74

Tabela 8 - Comparação das dimensões avaliadas por renda familiar…………….75

Tabela 9 - Comparação das dimensões avaliadas por tempo de serviço no ramo

…………………………………………………………………………………………….76

Tabela 10 - Comparação da classificação da busca de oportunidades e iIniciativa

com o perfil das entrevistadas ………………………………………..……………….77

Tabela 11 - Comparação da característica de correr riscos calculados com o perfil

sociodemográfico das entrevistadas …………………..……………………………..79

Tabela 12 - Comparação da característica da exigência de qualidade e eficiência

com o perfil das entrevistadas ………………….……………………………………..80

Tabela 13 - Comparação da característica da persistência com o perfil das

entrevistadas.…………………………………………………………………………….82

Tabela 14 - Comparação da classificação comprometimento com o perfil das

entrevistadas ………...………………………………………………………………….83

Tabela 15 - Comparação da característica da Busca de informações com o perfil

das entrevistadas ……………………………………………………………….………85

Tabela 16 - Comparação da característica de estabelecimento de metas com o

perfil das entrevistadas..........................................................................................86

Tabela 17 - Comparação da característica de planejamento e monitoramento

sistemático com o perfil das entrevistadas…………………………………………...88

Tabela 18 - Comparação da classificação da persuasão e rede de contatos com o

perfil das entrevistadas…………………………………………………………………89

Tabela 19 - Comparação da característica Independencia e autoconfiança com o

perfil das entrevistadas..........................................................................................91

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Tabela 20 - Distribuição de frequência das dimensões avaliadas..........................93

Tabela 21 - Comparação das dimensões...............................................................93

Tabela 22 - Estatística das dimensões McClelland e Winter ................................94

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Mulheres: oportunidades/necessidade em (%) ..................................23

Gráfico 2 - Distribuição de frequência das dimensões avaliadas com relação à

desejo de realização..............................................................................................63

Gráfico 3 - Distribuição de frequência das dimensões avaliadas com relação à

categoria planejamento e resolução de problemas...............................................64

Gráfico 4 - Distribuição de frequência das dimensões avaliadas com relação à

categoria poder .....................................................................................................67

Gráfico 5 - Teste de Tukey das dimensões McClelland........................................95

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LISTA DE SIGLAS

CCEs Características Comportamentais empreendedoras

EMPRETEC Programa de Formação de Empresários e Empreendedores

EnANPAD Encontro da Associação Nacional de Pós-graduação e

Pesquisa em Administração

GEM Global Entrepreneurship Monitor

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 22

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO................................................................................... 24

1.2 PROBLEMA DA PESQUISA.......................................................................... 26

1.3 OBJETIVOS.................................................................................................... 26

1.3.1 Geral ............................................................................................................26

1.3.2 Específicos .................................................................................................26

1.4 JUSTIFICATIVA............................................................................................... 26

1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO...................................................................28

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................30

2.1 EMPREENDEDORISMO................................................................................. 30

2.2 EMPREENDEDORISMO FEMININO..............................................................32

2.3 A TEORIA MOTIVACIONAL DE MCCLELLAND.............................................34

2.4 O MODELO ADOTADO...................................................................................36

2.5 A HISTÓRIA DO AÇÚCAR ............................................................................. 37

2.6 A PRODUÇÃO DO DOCE E AS MULHERES.................................................40

2.7 A MULHER DO SERIDÓ POTIGUAR..............................................................43

2.8 ESTUDOS PERTINENTES AO TEMA.............................................................48

3 METODOLOGIA.................................................................................................50

3.1 TIPO DE PESQUISA....................................................................................... 50

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA DA PESQUISA.......................................................50

3.3 OPERACIONALIZAÇÃO DA COLETA DE DADOS........................................ 51

3.3.1 Instrumento de Pesquisa: Questionário ...................................................51

3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS...................................................... 51

3.4.1 Variáveis Analíticas ..................................................................................52

3.4.2 Tratamento dos Dados................................................................................53

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS....................................... 55

4.1 CONFIABILIDADE DOS DADOS ....................................................................55

4.2 ANÁLISES ESTATÍSTICAS UTILIZADAS........................................................56

4.3 CONSISTÊNCIA E FIDEDIGNIDADE DOS DADOS ...................................... 57

4.3.1 Metodologia Aplicada..................................................................................58

4.3.1.1 Metodologia Computacional ......................................................................58

4.3.1.2.Teste Qui-Quadrado ..................................................................................58

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4.3.1.3 Teste t do Student.......................................................................................59

4.3.1.4 Análise de Variância (ANOVA) .................................................................59

4.3.1.5 Análise Multivariada de Variância (MANOVA) ...........................................59

4.3.1.6 Teste de Tukey ..........................................................................................59

4.3.1.7 Correlação de Pearson ..............................................................................60

4.4 OBJETIVO ESPECÍFICO 1: Caracterizar o perfil das doceiras da Região do

Seridó/RN através das variáveis sociodemográficas.............................................60

4.4.1 Síntese do perfil sociodemográfico das entrevistadas ........................ 61

4.5 OBJETIVO ESPECÍFICO 2: Identificar às características do comportamento

empreendedor das pesquisadas com relação à categoria desejo de

realização...............................................................................................................62

4.5.1 Síntese dimensões avaliadas com relação à característica Desejo de

realização .............................................................................................................63

4.6 OBJETIVO ESPECÍFICO 3: Identificar às características do comportamento

empreendedor das pesquisadas com relação à categoria planejamento e resolução

de problemas..........................................................................................................64

4.6.1 Síntese da dimensão avaliada com relação à planejamento e resolução de problemas........................................................................................................65

4.7 OBJETIVO ESPECÍFICO 4: Identificar às características do comportamento

empreendedor das pesquisadas com relação à categoria poder...........................67

4.7.1 Síntese dimensões avaliadas com relação à categoria poder..............67

4.8 OBJETIVO ESPECÍFICO 5: Comparar o perfil sociodemográfico das

pesquisadas em relação as categorias desejo de realização, planejamento e

resolução de problemas e poder…........................................................................69

4.8.1 Tabela comparativa das características avaliadas em relação a variável

sociodemográfica da idade.................................................................................69

4.8.2 Tabela comparativa das características avaliadas em relação a variável

sociodemográfica do Estado Civil......................................................................70

4.8.3 Tabela comparativa das características avaliadas em relação a variável

sociodemográfica de possuir filhos ou não......................................................72

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4.8.4 Tabela comparativa das características avaliadas em relação a variável

sociodemográfica do Grau de Escolaridade......................................................74

4.8.5 Tabela comparativa das características avaliadas em relação a variável

sociodemográfica da renda familiar...................................................................75

4.8.6 Tabela comparativa das características avaliadas em relação a variável

sociodemográfica do tempo de serviço no ramo..............................................76

4.9 COMPARAR ÀS DIMENSÕES DO COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR

EM RELAÇÃO AO PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO ............................................77

4.9.1 Comparação da característica busca de oportunidades e iniciativa em

relação perfil sociodemográfico…………………………………………………….77

4.9.1.1 Síntese da comparação da característica busca de oportunidades e

inciativa e com o perfil sociodemográfico..............................................................78

4.9.2 Comparação da característica correr riscos calculados em relação perfil

sociodemográfico……………………………………………………………………...79

4.9.2.1 Síntese da comparação da característica correr riscos calculados com o

perfil sociodemográfico...........................................................................................79

4.9.3 Comparação da característica exigência de qualidade e eficiência em

relação perfil sociodemográfico…………………………………………………….80

4.9.3.1 Síntese da comparação da característica exigência de qualidade e eficiência

e do perfil sociodemográfico..................................................................................81

4.9.4 Comparação da característica persistência em relação perfil

sociodemográfico……………………………………………………………………...81

4.9.4.1 Síntese da comparação da característica persistência e do perfil

sociodemográfico...................................................................................................81

4.9.5 Comparação da característica comprometimento em relação perfil

sociodemográfico……………………………………………………………………...82

4.9.5.1 Síntese das dimensões avaliadas com relação à característica

comprometimento e ao perfil sociodemográfico.....................................................84

4.9.6 Comparação da característica busca de informações em relação perfil

sociodemográfico……………………………………………………………………...84

4.9.6.1 Síntese das dimensões avaliadas com relação à característica busca de

informações e ao perfil sociodemográfico..............................................................85

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4.9.7 Comparação da característica estabelecimento de metas em relação

perfil sociodemográfico………………………………………………………………86

4.9.7.1 Síntese das dimensões avaliadas com relação ao perfil sociodemográfico e

à característica estabelecimento de metas............................................................87

4.9.8 Comparação da característica planejamento e monitoramento

sistemáticos em relação perfil sociodemográfico……………………………….87

4.9.8.1 Síntese das dimensões avaliadas com relação à característica

planejamento e monitoramento sistemático e ao perfil sociodemográfico.............88

4.9.9 Comparação da característica persuação e rede de contados em relação

perfil sociodemográfico………………………………………………………………89

4.9.9.1Síntese das dimensões avaliadas com relação à característica persuasão e

rede de contatos e ao perfil sociodemográfico......................................................90

4.9.10 Comparação da característica independência e autoconfiança em

relação perfil sociodemográfico…………………………………………………….90

4.9.10.1 Síntese da comparação do perfil sociodemográfico e da característica

independência e autoconfiança.............................................................................91

4.10 OBJETIVO GERAL: Identificar características do comportamento

empreendedor presentes nas mulheres doceiras da região do Seridó/RN...........92

5 CONCLUSÃO................................................................................................96

REFERÊNCIAS ....................................................................................................99

ANEXOS..............................................................................................................103

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22

1 INTRODUÇÃO

A difusão frenética das novas tecnologias de comunicação e da informação, o

início da modernidade, a expansão dos valores e do individualismo, fez surgir o

empreendedorismo.

O termo empreendedor entrepreneur é oriundo da França e tem como

significado aquele que assume riscos e recomeça. Já entrepreneurship é a versão em

inglês referido ao empreendedor frequentemente usado para indicar pesquisas,

atividades, origens e tudo que respeito ao estudo e à prática do empreendedorismo.

(BRANCHER; OLIVEIRA; RONCON, 2012).

Apesar de o empreendedorismo ser um tema enfocado em algumas ciências,

como Administração, Economia e Ciências Contábeis, ainda são encontrados poucos

estudos que considerem uma perspectiva de gênero em relação à figura do

empreendedor, visto que as características empreendedoras podem ser verificadas

tanto em homens quanto em mulheres.

Pensando nisso, este estudo será trabalhado a partir da definição quando

Baron (2007) atribui ao empreendedor, considerando-o como qualquer indivíduo que,

diante de uma oportunidade de negócio, consegue desenvolver e implementar

soluções que supram alguma necessidade percebida no mercado, abrangendo

qualquer pessoa ou negócio, independente de gênero.

Reconhecida a relação entre o empreendedorismo (aqui em destaque a partir

da atuação de micro empresas) e o desenvolvimento da economia de um país,

ressalta-se que, no crescimento acentuado da ação empreendedora, a participação

da mulher no mercado de trabalho mostra-se em plena ascensão. A principal pesquisa

sobre empreendedorismo realizada no mundo, a Global Entrepreneurship Monitor –

GEM de 2015, realizada em cerca de 80 países incluindo o Brasil, destaca que aqui

as mulheres são mais ativas que os homens em termos de atividade como

“empreendedores novos” (indivíduos que possuem um negócio com até 3,5 anos). O

percentual apresentado foi de 14,7% para o gênero masculino e de 15,1% para o

gênero feminino (GEM, 2015). Ou seja, ocorreu um movimento de maior entrada de

mulheres em atividades empreendedoras nos últimos anos. Outro destaque

apresentado foi o percentual de mulheres que empreendem por oportunidade ou por

necessidade.

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De acordo como o gráfico abaixo apresentando na pesquisa do GEM (2015),

houve uma mudança considerável de comportamento, pois as mulheres passaram a

empreender mais por necessidade (54%) do que por oportunidade (45%). A pesquisa

aponta a desaceleração da economia, como também a necessidade de complemento

de renda como fatores determinantes para esse acontecimento.

Gráfico 1 – Mulheres: oportunidades/necessidade em (%).

No GEM 2014, especificamente na Região Nordeste, a taxa de

empreendedorismo inicial do gênero feminino (17,6%) é praticamente idêntica à do

Brasil (17,5%). Ou seja, a mulher empreendedora no Nordeste vem assumindo de

forma abrangente o mercado de trabalho e uma nova posição, mas vale salientar que

nem por isso, abandonam ou delegam a outrem o cuidado com suas casas e famílias.

Sabe-se também que não é fácil iniciar o próprio negócio e manter-se no

mercado, levando-se em conta as exigências impostas pelas leis e impostos no Brasil,

como também o acesso a recursos financeiros (GEM, 2015). É necessário, nesse

caso, refletir sobre como esses processos estão impactando os desejos das mulheres

em empreender.

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1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

A história do açúcar traz consigo muitas outras histórias, como por exemplo,

a do café, dos chás e do chocolate. Especiaria árabe difundida pela mundo pelos

árabes na idade média. A princípio utilizado como medicamento que reestabelecia a

energia, era vendido em Boticários. Mas seu sabor foi utilizado para adoçar as bebidas

amargas, e daí foram desenvolvidos também molhos adocicados na elaboração de

pratos à base de carnes.

O gosto pela especiaria se espalhou pela Europa e para satisfazer esse

mercado cada vez mais pungente, as refinarias se espalharam nas planícies costeiras

da região da Sicília, Itália. A demanda pela cana de açúcar aumentou o que levou os

espanhóis e portugueses a investir no negócio, espalhando plantações por todos os

territórios conquistados.

Já no Brasil, os portugueses descobriram solo fértil e ideal para a plantação

de mais cana de açúcar. E foi em Pernambuco que foram plantados os primeiros

canaviais brasileiros.Com a mão de obra dos negros, logo o açúcar se tornou riqueza

nacional, o ouro branco, só comparável nos tempos coloniais ao outro e às pedrarias,

deixando na culinária nordestina e brasileira sua marca inconfundível (CAVALCANTI,

2007).

Além do sabor, o açúcar também tem outra característica que o distingue de

outras especiarias, ele serve para conservar os alimentos. No Brasil colonial não havia

eletricidade e muito menos refrigeração, e o açúcar fazia durar nos doces as frutas

que só davam na sua estação, como também o leite de gado, que virava coalhada,

mas também doce.

Açúcar bruto, rapadura, mascavo ou branco ninguém poderá compreender os

nordestinos e seu amor por essa especiaria versátil. E nas mãos das portuguesas e

africanas que vieram para o Brasil com suas receitas tradicionais, suas técnicas e

muitas horas de trabalho nos tachos e panelas para preparar os doces para suas

famílias, e juntamente com o cravo e a canela da Índia, foi onde o paladar do

nordestino pelo doce foi sendo apurado e daí nasceu uma cultura do doce. Doce de

caju, de abóbora, de banana, de mamão, filhós, bolos, pudins, e até licores.

Muitas negras começaram a vender seus doces para comprar sua liberdade

e com a abolição da escravatura seus doces de tabuleiros eram vendidos para poder

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sobreviver, e hoje encontramos no Brasil vários exemplos desse hábito que se

popularizou entre várias mulheres, independentemente de raça e cor.

Os tipos dos doces também mudaram pela influência de novos povos que

trouxeram receitas mais requintadas a base de amêndoas, chocolate, embora os

doces tradicionais resistam até hoje, como os de goiaba, os de jaca, e nos trazem a

memória lembranças especiais como a de uma avô ou uma mãe, ou madrinha e seu

tacho/panela de doce caseiro. E essas receitas eram passadas de geração para

geração de mulheres, e se transformou em arte. Arte dominada pelas mulheres, já

que era delas a função de alimentar a família. E assim, de geração em geração de

mulheres foi transmitida a arte de se fazer doces.

Na região do Seridó no Rio Grande do Norte, essa tradição persiste até os

dias atuais. A região é tradicionalmente conhecida pela carne e queijo de excelente

qualidade, e também pelos bordados feitos delicadamente pelas mãos das mulheres

seridoenses. A comida também é destaque, são tidas como quituteiras de “mãos

cheias”.

Entre os quitutes comercializados em Caicó, os biscoitos e doces ganham

destaque. Tanto a produção de biscoitos como a de doces são conduzidas por

mulheres, com suas receitas e modos de preparo como herança dos tempos coloniais

que chegaram as gerações atuais. Mas hoje essa produção vem acompanhada da

necessidade de aumento de renda, já que muitas mulheres fazem esses doces não

somente para agradar o paladar da família, mas também para vender nas

quermesses, em feiras de artesanato ou ainda em sua própria residência. Pois, como

ainda é tradição que a mulher cuide de sua casa e família, a produção de doces traz

a possibilidade de desenvolver uma atividade dentro de casa e que gere renda.

Em Caicó, principal cidade da região do Seridó, e arredores, são muitas as

mulheres que desenvolvem essa atividade, inclusive, muitas na área rural, mas até o

momento não é uma atividade reconhecida mesmo entre as doceiras. E por mais que

elas se conheçam e comercializem seus doces em conjunto não existe nenhuma

organização estruturada, ou seja, uma cooperativa ou associação que as mobilize na

busca de transformar seus doces caseiros em um negócio mais lucrativo, valorizado

e reconhecido. Mas para que isso ocorresse seria necessário que essas mulheres

tivessem características de um comportamento empreendedor.

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1.2 PROBLEMA DA PESQUISA

Com base neste contexto, o presente estudo busca identificar um entendimento

sobre as características empreendedoras das mulher doceiras da região do

Seridó/RN, e constitui o problema central deste estudo a seguinte questão: as

mulheres doceiras da região do Seridó/RN possuem características do

comportamento empreendedor?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Geral

Identificar características do comportamento empreendedor presentes nas

mulheres doceiras da região do Seridó/RN.

1.3.2 Específicos

Caracterizar o perfil das doceiras da Região do Seridó Norte-rio-grandense

através das variáveis sociodemográficas;

Identificar as características do comportamento empreendedor das

pesquisadas com relação à categoria desejo de realização;

Identificar as características do comportamento empreendedor das

pesquisadas com relação à categoria planejamento e resolução de problemas;

Identificar as características do comportamento empreendedor das

pesquisadas com relação à categoria poder;

Comparar o perfil sociodemográfico das pesquisadas em relação às categorias

realização, planejamento e poder.

1.4 JUSTIFICATIVA

Para a academia o empreendedorismo feminino no Brasil é uma área de

estudos nova em administração de empresas e que recebe pouca atenção, quando

se trata de publicações nacionais (TANURE, 2014). Sendo assim, há necessidade do

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desenvolvimento e do despertar para o empreendedorismo feminino nos mais

diversos segmentos da sociedade, e a doçaria é uma delas.

Socialmente o nordeste é uma região de muitas possibilidades, em especial a

região potiguar do Seridó, cercado de muitas tradições culinárias, herança deixada

pelos colonizadores. E muitas são as mulheres que vivem da comercialização e

vendas dos doces nessa região, mas onde não há uma organização empresarial das

mesmas.

O fortalecimento dessa atividade culinária, além de gerar emprego e renda,

fortalecerá a imagem da cidade de Caicó como polo da culinária da região do Seridó.

Com o intuito de analisar a possibilidade de ampliação e legalização do

comércio desses doces tradicionais como negócio, e dessa maneira contribuir com a

geração de mais renda, será possível elevar a autoestima dessas doceiras. Doceiras

que muitas vezes não tem consciência da importância do seu trabalho para elas

mesmas. Mulheres como D. Titica, que é conhecida em Caicó por fazer o melhor doce

de *caju ameixa (doce feito retirando o sumo do caju e cozinhando em uma calda de

açúcar, até que ele reduza e murche, ficando parecido com uma ameixa em calda),

que começou a fazer doces para complementar a renda familiar, para ajudar a criar

seus filhos.

Mesmo com dificuldade de mobilidade motora nas pernas, ama o que faz.

Passa horas em cima de suas panelas para extrair os melhores sabores e os pontos

corretos.

Mas seu trabalho nunca teve o reconhecimento merecido, pois é uma arte, feita

com as próprias mãos, ou seja, produzido artesanalmente, feito um a um, não

controlado por máquinas, mas pelo conhecimento popular, que foi passado de

geração em geração. Os tachos de doces são mexidos e remexidos pelas suas mãos

doceiras, suportando o calor e o borbulhar das caldas de açúcar e frutas. D. Titica,

como outras doceiras da região, só quer fazer seus doces e ir para a feira vendê-los.

Olhando para essas mulheres e sua arte, se vê o quanto de potencial gerador

de renda se move por esse país. Parecem pequenas formigas na natureza, há quem

não é dado o devido valor, que parecem quase invisíveis, mas que estão lá, dia após

dia trabalhando, incansáveis, construindo um futuro melhor para sua família e para o

Brasil.

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Figura 1 – D. Titica

Fonte: acervo particular.

E para a autora do trabalho é uma oportunidade de, como pesquisadora e

professora de confeitaria, contribuir para a valorização do trabalho de doçaria

brasileira, muitas vezes tratada como subemprego, para o reconhecimento da mulher

como força de mudança e desenvolvimento, e para a preservação cultural da arte de

doçaria brasileira.

1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Este trabalho é composto de 5 capítulos, distribuídos da seguinte forma: O

primeiro capítulo, a Introdução, traz os conceitos iniciais que serão tratados sobre o

assunto e contextualiza o problema.

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Já no segundo capítulo, é exposto o referencial teórico, que está dividido entre

os temas de empreendedorismo, empreendedorismo feminino, além da Teoria de

McClelland e Winter (1971), que foi utilizada para determinar o comportamento

empreendedor das mulheres que pesquisadas. Na sequência é abordado o negócio

do açúcar, trazendo a história desse ingrediente e a maneira na qual ele mudou a

produção de doces no mundo e de que forma as mulheres se aproximaram dele para

produzir doces e gerar renda.

No terceiro capítulo foram abordados a tipologia, o universo e amostra, os

procedimentos e instrumentos de coleta de dados, as variáveis que foram analisadas

e o tratamento de dados.

O quarto capítulo consta dos resultado obtidos na pesquisa de campo e sua

análise. Foram detalhados nos subcapítulos os resultado obtidos que se relacionam

aos objetivos geral e específicos através de tabelas e gráficos. E por fim, apresenta-

se a conclusão do trabalho.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 EMPREENDEDORISMO

Empreendedorismo é um tema que vem sendo amplamente abordado

juntamente às comunidades acadêmicas e empresariais nos últimos tempos. Segundo

Schumpeter (1947), é o papel da inovação no processo empreendedor que resultam

na criação de novos métodos de produção, novos produtos e novos mercados:

Marco Polo foi o precursor, propiciou o uso do termo empreendedorismo pois

montou uma rota comercial com destino ao Oriente, no intuito de negociar as

mercadorias de um homem que dispunha de dinheiro para vender os produtos deles

(DORNELAS, 2008).

Na transição do século XIX para XX, os empreendedores foram confundidos

com administradores, ou seja, ocorreu um equívoco quanto à verdadeira função do

empreendedor. Eles eram vistos como o indivíduo que planeja, dirige, controla a

empresa, mas com a concepção de que o capitalista era quem designava o que

deveria ser executado ou não. “O empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e

processos que, em conjunto, levam a transformação de ideias em oportunidades,

mostra que gerar oportunidades é o verdadeiro foco do empreendedorismo”

(DORNELAS, 2008, p.39).

Diante disso, percebe-se que o empreendedor se define como aquele que cria

e acha oportunidades, estar antenado com as tendências do mercado, encontra

possibilidades de se destacar entre os concorrentes e busca incessantemente agregar

conhecimento e informações. Nesta esfera, a chance do empreendimento prosperar

se torna maior.

Empreendedor para Rimoli et al. (2004) significa o fator preponderante e

adequado para provocar resultados efetivos independente do campo da atividade

humana e este é caracterizado por vários fatores determinantes: prontidão, visão do

futuro, capacidade de assumir riscos, conhecimento suficiente, criatividade,

motivação, firmeza, determinação.

Existe também o posicionamento de especialistas como professores e

consultores em universidades em cursos de pós-graduação que enxergam o

empreendedorismo como uma disciplina, um âmbito de estudo da arte da ciência

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gerencial, sendo seu foco de atuação voltado para profissionais na formação de novos

empreendedores e o desenvolvimento de atividades empreendedoras inovadoras.

Nesta perspectiva, o empreendedorismo é considerado como um artifício da ação do

governo, da empresa e da comunidade proporcionando uma ferramenta para o

desenvolvimento social e econômico local.

Com relação ao espírito empreendedor, Souza e Serralvo (2008) descrevem

que consiste em uma gama de aspectos e qualidades que estão completamente

atreladas, ou seja, inovação, espírito criativo e pesquisador, disposição para assumir

riscos são características básicas do espírito empreendedor. Ainda sobre esta

temática Drucker (2003) discorre que o empreendedor sempre está buscando a

mudança, reage a ela, e a explora como sendo uma oportunidade. A inovação é o eixo

central do espírito empreendedor, o instrumento específico. O conhecimento é

considerado um aspecto do espírito empreendedor, pois permite ampliar a inovação.

O empreendedorismo é considerado primeiramente como um processo de

mudança que emerge, cria novo valor, além de transformar o indivíduo. Ao traçar o

comportamento empreendedor surge uma interpretação análoga baseada em

Davidsson (2005) que aborda que o mercado direciona o empreendedorismo,

caracterizado nos seguintes modos:

Oferecer aos consumidores novas escolhas alternativas;

Incentivar os atores responsáveis à aplicar melhorias nas ofertas de

mercados;

Se equiparar aos novos concorrentes no mercado com o intuito de estimular

pressões competitivas para melhorar a eficiência e efetividade.

Para Davidsson (2005) as definições sobre empreendedorismo referem-se a

duas realidades sociais relativamente distintas. A primeira realidade é o fenômeno em

que algumas pessoas, como funcionários cancelam o contrato de emprego e tornam-

se autônomos ou gerentes-proprietários de um negócio independente. Quando isso

ocorre, conteúdos como emprego-próprio, administração de pequena empresa,

modelos de desenvolvimento, e assuntos empresariais familiares vinculam-se ao

empreendedorismo. A segunda realidade social relata que o desenvolvimento e

renovação de qualquer sociedade, economia ou organização demandam que gestores

de micro empresas tenham a iniciativa e persistência para fazer as mudanças

acontecerem. Desta forma, se incluem os novos entrantes e os criadores de valor.

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Shane e Venkataraman (2000) acreditam que há influência das situações e do

ambiente em que as características pessoais se encontram para que o

empreendedorismo possa acontecer.

Shane (2003) propõe um modelo de processo empreendedor, envolvendo:

a) características dos indivíduos: fatores psicológicos e demográficos;

b) ambiente: macro e micro econômico;

c) oportunidades empreendedoras;

d) descoberta de oportunidades;

e) exploração de oportunidades;

f) execução do empreendimento: reunião de recursos, desenho organizacional e

estratégia.

Uma ação empreendedora está relacionada à inovação de alguma coisa. Para

isso, é preciso que a organização disponha de traços peculiares, como a criação de

algo inovador induzindo valor ao consumidor.

Inovação é fazer algo novo como uma ideia, produto, serviço, mercado ou

tecnologia em uma organização nova ou já estabelecida (GARTNER, 1985).

Enquanto Gartner (1990) ressalta a inovação, a criação de valor e de novas

organizações, já Davidsson (2005) relata que uma análise de empreendedorismo não

deve apenas estudar o surgimento de novas organizações, mas também de novos

mercados (bens e serviços) por diferentes modos de exploração, tanto inovadores

como imitativos. Para este último autor, sempre que houver reação no mercado é

possível configurar a atitude empreendedora.

2.2 EMPREENDEDORISMO FEMININO

A luta da mulher pelo seu espaço no mundo dos negócios é um fenômeno que

se vem observando no mundo inteiro. Segundo Leite (2012), estamos vivendo a

revolução feminina. As representantes do chamado sexo frágil estão estudando e

trabalhando mais e melhor do que os homens e se adaptando, com mais facilidade do

que eles, às grandes transformações pelas quais o mundo vem passando.

Segundo Carreira et al. (2001), dois fenômenos econômicos criaram

possibilidades de mulheres inserirem-se no mercado na condição de empresárias.

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O primeiro foi o crescimento considerável do setor de serviços, o que levou muitas

mulheres a lançarem-se como empresárias de pequenas empresas para explorar as

oportunidades do setor (lavanderias, serviços de comida congelada, escolas e cursos

de recreação, etc.). O segundo fenômeno que ampliou o batalhão de mulheres

atuando em micro empreendimento foi a terceirização.

Segundo Gomes (2004), em geral, dentro das próprias casas, tanto na periferia

das grandes cidades, como na zona rural, mulheres têm-se tornado

microempreendedoras. Nesse caso, áreas como a produção direcionada à indústria,

ao pequeno comércio, à alimentação, ao artesanato, ao vestuário e a alguns tipos de

serviços estão entre as mais relevantes para a atuação feminina. Tanto um como outro

vêm gerando oportunidades de trabalho por conta própria para muitas mulheres.

Essas mudanças sociais associadas ao fato de que as pequenas e médias

empresas constituem uma fonte importante de empregos, inovação e

desenvolvimento econômico têm estimulado vários países a fomentar o

empreendedorismo feminino. Para Gomes (2004), a importância da atuação das

mulheres no contexto atual, portanto, é de caráter econômico - gerando ocupações

para elas e outras pessoas; social - possibilitando o equilíbrio trabalho e família; e

político - aumentando a sua autonomia. E a medida que mais pesquisas forem

desenvolvidas sobre o assunto, mais se poderá fazer pelas mulheres

empreendedoras como, a implantação de políticas públicas de apoio ao fomento e

desenvolvimento dos seus negócios, disseminação de uma cultura empreendedora,

facilitação ao acesso de linhas de crédito, formação/capacitação de pessoal,

promoção e acesso a novas tecnologias, etc.

Boas e Diehl (2014), por sua vez, contribuem com esse posicionamento ao

buscar uma resposta para "o que é o empreendedorismo feminino? O conjunto dos

negócios fundados e geridos por mulheres? Não o negócio em si, mas o segmento de

atuação? Talvez o estilo de administração?". Quanto as respostas, sinalizam que não

há uma definição clara, mas trata-se de um conjunto de todas essas questões que, ao

final, indicarão uma tipologia, um estilo, um modelo, ou seja, todo um universo que

envolverá a mulher à frente de seu empreendimento.

Ainda sobre este aspecto, o empreendedorismo, na sociedade global, é tido

não mais como uma alternativa devido à falta de emprego, mas, na estrutura atual

apresenta-se como uma opção profissional, independente do gênero. Todavia, o

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histórico profissional da mulher, revela que ainda hoje existem as disparidades entre

essas relações, fazendo do empreendedorismo, de fato ser uma opção para a

realização profissional e pessoal (DORNELAS, 2014).

Segundo Bedê (2013), estudos recentes realizados pelo SEBRAE mostram que

existem 7 milhões de mulheres administrando um negócio próprio, em funcionamento.

Nesse caso, tem realce atividades profissionais voltadas para saúde, ensino, beleza,

alimentação, vestuário, venda por catálogos, silvicultura e avicultura. O setor de

serviços está em ascensão e é formado, em sua maior parte, por dirigentes mulheres.

2.3 A TEORIA MOTIVACIONAL DE MCCLELLAND

O pesquisador David McClelland define como empreendedor “alguém que

exerce certo controle sobre os meio de distribuição e produz mais do que pode

consumir, com o objetivo de vende-lo para obter uma renda individual”.

(MCCLELLAND, 1961).

Nessa perspectiva comportamental, também chamada de behaviorista, seus

estudos centram no indivíduo. Segundo Barbosa (2016), McClelland encontra e isola

na literatura a existência de civilizações grandiosas um importante elemento: a

presença de heróis, que serviriam de exemplos para gerações seguintes que

tenderiam a imitar seu comportamento, e sob essa influência desenvolvia grande

necessidade de realização e associava essa necessidade aos heróis.

Para McClelland, psicologicamente, a sociedade pode ser dividida em dois

grandes grupos, no que diz respeito à percepção e ao enfrentamento de desafios e

oportunidades. O primeiro grupo corresponde a uma minoria da população que se

sente disposta a enfrentar desafios e, consequentemente, a empreender um novo

negócio; o segundo grupo equivale à imensa maioria que não se dispõe a correr riscos

dessa natureza.

McClelland proporcionou contribuições às discussões sobre o tema, pois tentou

mostrar que os seres humanos tendem a repetir seus modelos de referência, o que,

em muitos casos, tem influência na motivação para alguém ser empreendedor. Uma

das conclusões que se pôde tirar de seus estudos é que quanto mais o sistema de

valores de uma sociedade distingue positivamente a atividade empreendedora, maior

é o número de pessoas que tendem a optar por empreender (GOMES, 2004).

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McClelland em seus estudos desenvolveu a teoria motivacional que tem em

sua fundamentação três necessidades básicas: a de realização, poder e afiliação,

conforme apresentado no quadro 1.

Quadro 1 – Comparativo entre as Influências sobre indivíduo (McCLELLAND, 1972) e Manifestações Comportamentais (LEITE, 2012) das necessidades motivacionais sobre um

indivíduo.

NECESSIDADE INFLUÊNCIA SOBRE INDIVÍDUO

(McCLELLAND, 1972)

MANIFESTAÇÕES COMPORTAMENTAIS

(LEITE, 2012)

Realização

Leva o empreendedor a agir conforme padrões de excelência, buscando sempre o melhor e com grande desejo de sucesso.

Extrema independência e autoconfiança, fixação de altos padrões de realização e visão voltada à centralização das atividades.

Poder

Fazer as tarefas quando e como se quer, liderando a equipe em prol de um objetivo, procurando influenciar, persuadir e argumentar.

Choques interpessoais, por autoridade e por controle percebidos e ênfase nos símbolos, status e ganho de status pessoal.

Afiliação

Coloca-se o bem estar do todo à frente do individual, preocupando-se mais com o elemento humano do que com as tarefas e a produção.

Desejo de estar próximo a outras pessoas e alegra-se em relacionar-se com outros indivíduos.

Fonte: Barbosa, 2016. (Elaborado a partir de McClelland, 1972 e Leite, 2012).

A necessidade de realização dirige a atenção de um indivíduo para que este

execute, da melhor forma possível, suas tarefas, de forma que possa atingir seus

objetivos e seja eficaz naquilo que se propõe a fazer. Quanto à necessidade de

afiliação, essa expressa o desejo de se estar próximo a outras pessoas, alegrar-se

em relacionar-se com outros indivíduos e procurar construir sólidas amizades,

edificando bons relacionamentos interpessoais. E quanto à necessidade de poder,

essa é aquela que pessoas têm de dominar ou influenciar outras (LEITE, 2012).

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2.4 O MODELO ADOTADO

Segundo Brancher, Oliveira e Roncon (2012) em seu levantamento sobre o

comportamento empreendedor, em um estudo bibliométrico da produção nacional e a

influência de referencial teórico internacional, na análise de artigos apresentados

durante o EnANPAD, o trabalho mais citado e tido como pioneiro nos artigos

analisados foi o de David McClelland. Nos estudos realizados por McClelland e Winter

(1971) e McClelland (1972), são descritos três grupos de competência e suas

principais características comportamentais, descritas no Quadro 2.

Quadro 2 – Características Comportamentais Empreendedoras - CCEs

CATEGORIA: DESEJO DE REALIZAÇÃO

Busca de

Oportunidades e

Iniciativa

O indivíduo faz as coisas antes de ter sido solicitado, ou antes

de ser forçado pelas circunstâncias; expande os negócios para

novas áreas de atuação; aproveita realmente as oportunidades

que surgem.

Correr Riscos

Calculados

Avalia e discute as alternativas; procura manter sempre o

controle da situação para reduzir riscos; envolve-se em

situações de riscos moderados.

Exigência de

Qualidade e

Eficiência

Procura novas formas de fazer melhor as coisas, de fazer mais

rápido ou mais barato; faz as coisas de forma que supere os

padrões de excelência; assegura que o seu trabalho será feito

no tempo e com a qualidade combinados.

Persistência Enfrenta os desafios das mais variadas formas e quantas vezes

forem necessárias para superar os obstáculos.

Comprometimento Sacrifica-se e faz qualquer esforço para completar uma tarefa;

está sempre colaborando com os empregados para que o

trabalho seja terminado; faz qualquer coisa para manter o

cliente.

Fonte: McClelland e Winter (1971) e McClelland (1972).

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CATEGORIA: PLANEJAMENTO E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

Estabelecimento de

Metas

Os objetivos são desafiantes e têm um significado pessoal; as

metas são claras e objetivas e definidas no longo prazo; as

metas de curto prazo são mensuráveis.

Busca de

Informações

Procura pessoalmente todas as informações possíveis sobre o

ambiente em que está inserido; busca auxílio de especialistas

para obter assessoria técnica ou comercial.

Planejamento e

Monitoramento

Sistemáticos

Divide as tarefas de grandes porte em subtarefas com prazos

definidos; está sempre revisando os seus planos, observando

as diversas variáveis que possam influenciar; faz uso de

registros financeiros para a tomada de decisões.

CATEGORIA: INFLUÊNCIA (OU PODER, CAPACIDADE DE SE RELACIONAR COM

PESSOAS)

Persuasão e Rede

de Contatos

Discute estratégias antecipadamente para influenciar e

persuadir os outros; utiliza-se de pessoas-chave para atingir os

próprios objetivos; está sempre desenvolvendo e mantendo

relações comerciais.

Independência e

Autoconfiança

Busca autonomia sobre normas e controles de outros; mesmo

diante de resultados adversos mantém seu ponto de vista;

demonstra confiança em sua própria capacidade.

Fonte: McClelland e Winter (1971) e McClelland (1972).

Vale ressaltar que o modelo acima é utilizado, desde 1989, no SEBRAE na

metodologia do Programa de Formação de Empresários e Empreendedores –

EMPRETEC. O Empretec é uma metodologia vivencial para desenvolver ou aprimorar

os 10 (dez) comportamentos empreendedores, e é aplicada em todos os estados

brasileiros.

2.5 A HISTÓRIA DO AÇÚCAR

Há quem diga que a cana de açúcar foi entregue aos persas como uma

oferenda dos deuses.

McGee (2014) destaca que os registros antigos mostram é que a cana de

açúcar e a técnica para a extração do açúcar surgem do sudoeste asiático. Por volta

do século IV, tanto o açúcar como a técnica pra obtenção do açúcar já haviam cruzado

o delta do Indico e chegado ao Golfo Pérsico, na foz do Tigre e do Eufrates, onde os

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persas transformaram o açúcar num dos ingredientes mais apreciados de sua alta

culinária.

Devido as invasões e com a conquista da Pérsia pelos árabes, açúcar de

cana, simples curiosidade exótica na Antiguidade, foi levado e difundido no mundo

mediterrâneo, no decorrer da idade média (FLANDRIN, 2007).

No início os europeus tratavam o açúcar como especiaria e consideram-no

um tempero ou remédio. Até os dias das nossas mães e avós ainda era comum

ouvirmos que se alguém passasse mal, fosse feita uma mistura de açúcar e água para

repor as energias.

Além disso, a solidez da massa fundida permitia-lhe liberar o medicamento de

modo mais lento e estimulava o corpo a quebrar os efeitos de outros alimentos e

auxiliar o processo digestivo. Acredita-se que o primeiro confeito sem ação medicinal

foi feito por volta de 1200 por uma farmacêutico francês, que revestiu amêndoas com

açúcar. As bebidas como o café, o chá e o chocolate também impulsionaram o

consumo de açúcar, pois por se tratar de bebidas amargas, a introdução do açúcar

em suas composições tornaram as bebidas mais palatáveis e com isso o aumento no

consumo (McGEE, 2014).

Porém, ainda segundo McGee (2014) a história do açúcar não é feita somente

de luz e doçura. Seus atrativos foram uma força destrutiva na história da África e das

Américas, cujos povos foram escravizados para matar a fome de açúcar dos

europeus.

Na época colonial, os espanhóis e portugueses, por volta de 1550, já haviam

ocupado muitas ilhas caribenhas e os litorais da África Ocidental, do Brasil e do

México, e produziam açúcar em quantidades significativas, e com isso a explosão do

consumo do açúcar ocorreu na Europa no século XVIII (McGEE, 2014).

Mas para essa produção ocorresse em quantidades suficientes, os africanos

foram escravizados para ser mão de obra na plantação, corte e transformação do

caldo em açúcar.

Em Portugal, para Saldanha (2015), o açúcar proveniente da Ilha da Madeira

e de outras ilhas do Atlântico, onde a cana era cultivada por determinação do infante

D. Henrique, encontrou o caminho dos mosteiros cujas religiosas conquistaram a fama

de exímias doceiras. O açúcar, juntamente com os ovos e as amêndoas, deu início à

arte da doçaria conventual. Arte que foi difundida e até hoje produz roteiros turísticos.

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Um deles é uma visita para conhecer a confeitaria Pastéis de Belém, que desde 1837

produzem pastéis a partir da receita do Mosteiro dos Jerônimos. Além dos pastéis de

Belém foram criados vários outros doces típicos portugueses. E as freiras se

inspiravam em nomes religiosos para batizá-los, como por exemplo, o toucinho do

céu, pastel de Santa Clara, pudim abade de prisco, dentre outros.

Para Flandrin (2007) diante de tal crescimento da demanda, não é

surpreendente que um dos primeiros cuidados dos descobridores da América foi levar,

para o Novo Mundo, mudas de cana-de-açúcar, assim como material e técnicos

destinados à fabricação dessa mercadoria.

Publicado em Berlim em 1732, Kochduch Brandeburguese [Livro de Cozinha

brandegurguesa] foi o primeiro livro de culinária escrito por uma mulher, Maria Sophia

Schelhammer, e traz técnicas já muito avançadas para a época. (PERRELLA;

PERRELLA, 2016).

Com a descoberta do Brasil, em 1500, os portugueses multiplicaram, a partir

de 1530, a plantação de cana de açúcar nesse território (FLANDRIN, 2007). Com tanto

açúcar à disposição, as ordens religiosas portuguesas incorporaram a fabricação dos

doces para aproveitar a sobra das gemas que ocorriam por utilizarem as claras para

engomar e produzir as hóstias.

Para Cascudo (2004) é óbvio que os conventos não tiveram o monopólio

exclusivo da doçaria e fora deles sempre se fazia doces nas aldeias e vilas, nas

cidades e quitas. A doçaria conventual ganhou notoriedade e hoje faz parte da cultura

portuguesa por suprir a necessidade de um volume maior porque podia ser vendida

nas portarias.

No Brasil, por ordem do rei D. Manoel, a cana de açúcar foi introduzida

oficialmente na Capitania de São Vicente pelo governador-geral Martin Afonso de

Souza, em 1532, tornando-se a primeira atividade agrícola no país.

Segundo Saldanha (2015) foi no Nordeste, onde encontrou solo fértil e clima

favorável, que a lavoura da cana se expandiu com sucesso.

A tradição doceira e boleira de Portugal foi facilmente e profundamente

plantada no Brasil, servindo-se dos ingredientes locais, utilizando produtos europeus,

e desde o primeiro século da colonização se fez presente em todos os povoados

(CASCUDO, 2004).

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A mão de obra africana também foi utilizada no Brasil. Os índios que aqui

viviam eram arredios e indomáveis. Com isso, chegaram levas enormes de escravos

vindos nos navios portugueses. Com eles também vieram suas tradições e culturas

no modo de preparo dos alimentos, suas crenças e ingredientes. A elevada procura

pelo açúcar rendeu a ele o título de ouro branco, pelo valor de mercado que ele

alcançou.

2.6 A PRODUÇÃO DE DOCES E AS MULHERES

Com o desenvolvimento do plantio da cana de açúcar, havia abundância de

matéria prima para a produção de doces, e assim como em Portugal, era uma

atividade restrita às mulheres.

Para Saldanha (2015), as técnicas e segredos das sinhás, somados a

abundância do açúcar e de frutas tropicais, e à mão de obra escrava, deram origem

aos primeiros doces genuinamente brasileiros.

Para o historiador da alimentação brasileira, Câmara Cascudo (2004), toda

mulher portuguesa faz três doces, ensina cinco e opina sobre dez. Era dever das

mulheres portuguesas saber fazer um bom bolo e doce, e até pouco tempo, esse

critério era genérico e inevitável na educação feminina brasileira.

Sem a escravidão não se explica o desenvolvimento, no Brasil, de uma arte

de doce, de uma técnica de confeitaria, de uma estética de mesa, de sobremesa e de

tabuleiro tão cheias de complicações e até de sutilezas e exigindo tanto vagar, tanto

lazer, tanta demora, tanto trabalho no preparo e no enfeite dos doces, dos bolos, dos

pratos, das toalhas, das mesas.

Freyre (2012) destaca só com o grande lazer das sinhás ricas e o trabalho

fácil das negras das antigas famílias das casas-grandes e dos sobrados é que se

desenvolveram receitas quase impossíveis para os dias de hoje.

As negras doceiras viviam nas cozinhas da casa grande, orgulho dos amos,

soberanas das cozinhas senhoriais, sobre os olhares atentos das senhoras,

fiscalizando e provando o ponto dos doces. E as escravas que tinham fama de

quituteiras eram emprestadas para as ocasiões festeiras.

Segundo Cascudo (2014), o comum era fazer com as próprias mãos e essas

tarefas mantiveram a tradição dos bolos e doces de casa.

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Aos poucos os doces mais baratos e populares começaram a ser

comercializados nos Brasil e viraram os doces de tabuleiro, vendidos nas feiras, pátios

das igrejas em noite de novena e festas (CASCUDO, 2004).

E esses doces ou quitutes de tabuleiro foram os preparados e enfeitados pelas

negras forras, em tabuleiros enormes, forrados de toalhas alvas como pano de missa.

Freyre (2007) destaca que algumas com ponto fixo, outras em uma esquina

ou pátio de igreja. Seus tabuleiros repousavam sobre armações de pau escancaradas

em X.

A capitania de Pernambuco foi um dos grandes produtores de açúcar, por ser

generosa os engenhos foram tomando o lugar da Mata Atlântica, nas várzeas dos rios.

O açúcar recortou o Nordeste, e a cozinha das casas grandes pernambucanas pode-

se dizer que se desenvolveu com o canavial sempre de lado a lhe oferecer açúcar em

abundância (FREYRE, 2007).

Segundo Gomes (2004), a região do Seridó no Rio Grande do Norte, onde

fica localizado a cidade de Caicó, foi adentrado pelos povos vindos do Pernambuco e

da Paraíba, trazendo consigo, suas tradições e principalmente o açúcar, e com isso a

arte de fazer doces pelas mãos femininas.

É famosa a boa mão das mulheres da região do Seridó no fazer de seus

produtos culinários. São dezenas de doces, biscoitos e bolos produzidos. Alguns

adaptados ao paladar local e outros que ainda seguem sua receita original.

Entre os doces se destaca o filhós. Iguaria trazida pelos portugueses que tem

seu maior consumo durante o período de carnaval. Mas é na festa de Sant´Ana que

as sobremesas e doces finos se fazem presentes com mais notoriedade na mesa dos

caicoenses para receber os amigos e parentes.

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Figura 2 – Mapa do Estado do Rio Grande do Norte com destaque para a Região do Seridó

Fonte: https://carnaubanoticias.blogspot.com.br

Outro doce que merece destaque, tanto pelo seu ingrediente principal ser

bastante peculiar, o sangue de porco, como pelo seu preparo, que envolve toda a

família, amigos e vizinhos, e leva o dia todo, é o chouriço. Segundo a pesquisadora

do IFRN, Maria Isabel Dantas, sua realização acontece em meio a uma festa,

conhecida como a matança do porco.” Essa atividade é sempre supervisionada pelas

senhoras de idade que detém o conhecimento da feitura de um doce tão particular.

Ainda segundo Isabel, são necessárias várias horas de cozimento do sangue

em fogo baixo, o que é tempo ideal para reunir parentes e amigos e festejar. A comida

externa um sentimento de fraternidade e relacionamento com seu lugar e cultura. E

são esses laços familiares e de amizade que mantiveram esse saber-fazer culinário

no Seridó. E muitas famílias criaram seus cadernos de receitas.

A pesquisadora ressalta também que em suas pesquisas percebeu que

existem muitas famílias do Seridó que têm a produção de doces como meio de vida,

de renda, sendo uma a produção doméstica na produção e comercialização de doces,

biscoitos e bolos. Um exemplo dessas mulheres que sustentou a família com a venda

de doces foi Joaquina Dantas Gurgel, também conhecida como “Mãe Quininha”, pois

assistia as gestantes como parteira, mas não cobrava por isso. E além dos doces,

vendia furtas, verdura e legumes que eram produzidos na fazenda.

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Figura 3 – Foto de Mãe Quininha com sua família

Fonte: Revista Bucho Cheio

E um traço marcante na venda dos doces é que esta depende da confiança do

consumidor na doceira. E são muitos os doces. Além dos tradicionais, outros como

doce de gogóia, de canela de viado, e beijo caboclo também são produzidos. Outros

tantos bolos e biscoitos fazem das doceiras de Caicó e região ter destaque pela

vocação doceira das mulheres da região.

2.7 A MULHER DO SERIDÓ POTIGUAR

Vale salientar que não é só no doce que as mulheres da região do Seridó

Norteriograndese tem destaque. A jornalista e escritora Júlia Medeiros foi uma das

figuras femininas mais marcantes da região.

“Sob os secos sertões da Fazenda Umari [...], no raiar da aurora do último

século do segundo milênio do calendário Cristão nascia, quem sabe a mulher do

século de Caicó” (GUERRA FILHO, 2002, p. 2). Júlia Medeiros nasceu no dia 28 de

agosto de 1896, no árido sertão norte-rio-grandense, na zona rural de Caicó. A família

Medeiros oriunda de Portugal, e, em consonância com aquele país e a Europa,

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imprimia, entre os seus descendentes, brasileiros, a preocupação com o saber sem

distinção de sexo, por isso Júlia teve acesso a mais refinada educação tanto em Caicó

como na Capital, Natal, onde deu continuidade aos seus estudos para se tornar

professora.

Seria o início de uma longa carreira que se estenderia até, aproximadamente,

o ano de 1951, quando se afastou de suas funções de professora para exercício do

cargo de vereadora, por dois mandatos consecutivos (1951- 1954 e 1954-1958).

Inicia-se, assim, uma história de respeito e dedicação.

Falar da história das mulheres no Seridó na década de 1920 é lembrar de uma

época em que eram submissas ao homem. Elas não podiam expressar suas opiniões,

ações, pensamentos. Preservava-se o paradigma positivista. A figura feminina é

omitida, ficando sempre em segundo plano. (FÉLIX; MOREIRA; FREIRE, 1997).

Considerada excelente oradora, fruto de sua formação intelectual, sempre que

alguma personalidade política estadual ou nacional visitava a cidade, era por ela

saudada, como foi com Getúlio Vargas, Bertha Lutz e tantos outros.

Segundo Félix, Moreira e Freire (1997) apesar de sua colaboração na revista

educativa Pedagogium, foi no Jornal das Moças juntamente com outas grandes

mulheres como Georgina Pires e Dolores Diniz, que a professora Júlia Medeiros

exerceu a função de colaboradora e redatora. É unânime a opinião dos seus ex-alunos

e conterrâneos sobre o grau de inteligência e dedicação de Júlia Medeiros à educação

Norte-rio-grandense e ao jornalismo.

Além disso o comportamento peculiar dessa professora foge à regra da

configuração social da cidade, gerando, em decorrência disso, polêmica e reprovação

no contexto dos padrões sociais estabelecidos para as mulheres nos anos de 1920.

Para Moteiro (1999) diferenciava-se das demais mulheres pela sua ousadia e

irreverência. Como por exemplo, dirigir um automóvel e ir de Natal a Caicó, dirigindo

o seu próprio veículo.

Em relação ao casamento, Júlia Medeiros não acreditava que o mesmo seria

sua realização pessoal, como era comum às moças do sertão daquele tempo.

Parafraseando Félix, Moreira e Freire (1997), Júlia Medeiros chegou a ser pedida em

casamento mas recusou o convite. Segundo Rocha Neto (2002), sua opção de ser

solteira desafiava as normas, pois, na maioria das vezes, restava às solteiras cuidar

dos sobrinhos, ficar para titia.

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Além disso Júlia Medeiros foi a primeira mulher de Caicó a se alistar como

eleitora. Segundo Rodrigues (2003), a professora Júlia Medeiros tornou-se eleitora

em Caicó, e desse modo, uma das poucas mulheres no Brasil que possuía esse

direito, àquela época.

Julia Medeiros reivindicou instrução para a mulher, e a ampliação da

participação da mulher no mundo moderno, sem prejuízos para célula da família na

sociedade. Para ela, a família e a educação para ambos os sexos eram o caminho

para uma sociedade mais justa e igualitária (SOLANO et al., 2008).

A mulher do Seridó também se destaca pela produção dos bordados. Bordar é

a arte de ornar desenhos à base de linha e agulha, normalmente em tecidos, usando

a criatividade para combinação de cores e formas. A prática do bordado é artesanal,

normalmente realizada em casa e em sua maioria por mulheres. Esse tipo de

atividade, muito antes de seu aspecto econômico e de ser meramente uma fonte de

renda e de sustento para uma família, é antes de tudo uma forte expressão cultural e

social.

O oficio de bordar é acompanhado de experiências estéticas e cria uma classe

específica de trabalhadores: as bordadeiras que é uma prática de suma importância

para a vida local, envolvendo cerca de 20% das mulheres que se dedicam a sua

produção como trabalho e geração de renda, de acordo com os dados da Associação

das Bordadeiras.

No Seridó, como atividade complementar à pecuária, desenvolveu-se a

cotonicultura. Agregando à paisagem caicoense, o branco do algodão (MORAIS,

2005; MACÊDO, 2004). A produção algodoeira foi estimulada pelos governos e

grandes proprietários de indústrias de tecelagem, apresentando-se como uma

alternativa às graves secas que dizimaram rebanhos inteiros e pelo desenvolvimento

e modernização da tecelagem. Esses dois elos produtivos permaneceram

característicos da cidade até as décadas de 1960 e 1970, definindo tanto a produção

econômica quanto as relações de trabalho e as representações sociais (MORAIS,

2005; MACÊDO, 2004).

Segundo Brito (2011) apesar do ciclo do algodão ter sido economicamente

representativo para a projeção da cidade para circuitos mais distantes, foi algo de

breve duração. Em menos de uma década, a produção seridoense perdeu espaço no

mercado. O estado de São Paulo estruturou uma produção regular e "já em 1936, era

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responsável por 50% da produção algodoeira no país" (MORAIS, 2004, p. 164).

Curiosamente, nessa fase de crise econômica é que se encontram os primeiros

relatos sobre uso do bordado como mercadoria. Assim, o que até então era uma

prenda doméstica, toma-se, por meio de Maria do Vale Monteiro, uma modista da

região, fonte de renda. E juntamente com a filha, Eunice do Vale Monteiro, professora,

formam o primeiro grupo de mulheres que se dedicavam, de modo coletivo, à feitura

do bordado à mão. O grupo de bordadeiras funcionava na casa da modista, na década

de 1930. Elas foram responsáveis por adaptar os bordados, outrora realizados

unicamente para a composição de enxovais, aos vestidos de noiva e para a alta-

costura. Com o tempo, o grupo de bordadeiras se ampliou, assim como as

encomendas e a crise no campo.

Brito (2011) destaca que o Grupo Escolar Senador Guerra recebeu o grupo de

bordadeiras de Eunice do Vale que, por sua vez, adequou-se, perfeitamente, ao

modelo pedagógico da "Escola Nova" que visava construir um cidadão apto para o

trabalho, estabelecendo ofícios femininos para a cidadania, o trabalho e a família.

Hoje, o ensino do bordado se atualizou na Escola Profissional de Caicó e na

Associação das Bordadeiras do Seridó; e a história de Maria do Vale Monteiro é

frequentemente acionada pelas bordadeiras, principalmente, pelo grupo que participa,

de alguma forma, da ABS – uma vez que emerge como uma referência de coragem e

de empreendedorismo que sinaliza, portanto, um caminho para ser seguido.

Iracema Batista é uma referência para as bordadeiras da cidade. Destacada

por Brito (2011) sua trajetória sinaliza um movimento comum de muitas mulheres da

região que descobriram no bordado uma possibilidade de "alçar vôos mais altos", de

"ir além de seu destino". Nascida na zona rural, de acordo com seu relato, “lida na

roça era um destino natural para si”, no entanto,” ainda menina, incomodava-se com

um destino já formado e, ao mesmo tempo, via que uma de suas vizinhas bordava

muito bem”. Conta que ficava à espreita, “observando como fazia a bordadeira. Em

casa, tentava repetir os pontos”. Dessa forma, segundo ela, “foi imitando e ajudando

a esta senhora nos processos mais simples como recortes, arremates e engoma que

aprendeu a bordar.

Aos 15 anos comprou a sua máquina que ainda hoje a acompanha no seu

cotidiano”. Assim, “livrou-se do trabalho pesado da lavoura e da dependência da

chuva para fazer frutífera a terra. Pôde, assim, garantir o sustento e cooperar

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financeiramente com sua família. Ensinou o oficio às suas irmãs e à sua mãe”. Além

disso, conta que “com os bordados, pôde, ainda, estudar”. É historiadora e

restauradora, ensinou alunos do colégio à Universidade e, ainda hoje, colabora com

o Museu do Seridó, instituição ligada a UFRN. Quando se aposentou, há pouco mais

de três anos, “resolveu abrir a sua loja de bordados” (atualmente, enfrenta as

dificuldades de ser uma pequena empresária, como lidar com as dificuldades do

mercado, da produção e da circulação). Sua loja revela uma parcela representativa

dos bordados que são feitos em Caicó: enxovais e roupas repletos de matizes e de

bordados em richelieu. A história de Iracema, ainda que contada superficialmente e

entremeada com algumas de suas frases, narra experiências vividas por uma mulher

que não apenas bordou, mas que refez a sua própria história a partir das agulhas e

das linhas, construindo o bordado como eixo para a organização da vida.

Essa história mostra, brevemente, que é possível observar que o bordado fala

mais do que um exercício feminino, delicado e útil para o adorno da casa. Fala sobre

a apropriação da territorialidade doméstica que envolve a casa com uma "aura" de

feminilidade, das possibilidades de geração de renda para além do modelo rural, por

meio de uma trajetória pessoal diante das leituras acerca das alterações econômicas

e sociais diante de modelos econômicos.

São esses bordados são considerados um dos mais chiques do Rio Grande do

Norte e do Brasil, pois a fama das bordadeiras de Caicó se espalhou pelo país e fazem

parte do enxoval (colchas de cama, toalhas de mesa, panos de bandeja, dentre outros)

de toda a noiva que tenha apreço por peças bonitas e de gosto. Vale salientar que

pelo tempo e dedicação exigidos na elaboração dessas peças e do material de

qualidade que é utilizado para essa elaboração, o preço é bastante expressivo.

E são essas toalhas bordas pelas mãos das bordadeiras de Caicó e região que

são utilizadas para forrar as mesas de quitutes e doces produzidos pelas doceiras que

serão o foco desse trabalho.

Sejam jornalistas, bordadeiras, doceiras, a mulher seridoense desde muito

tempo e através dos exemplo aqui abordados trazem na força do seu trabalho

destaque na produção e no desenvolvimento da economia potiguar.

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2.8 ESTUDOS PERTINENTES AO TEMA.

Vários foram os estudos contribuíram para a concepção desse estudo. Que

acrescentaram informações, dados e análises de outras pesquisas para que fosse

possível aprofundar a pesquisa.

Para Barbosa et al. (2001), em seu trabalho intitulado Empreendedorismo

Feminino e Estilo de Gestão Feminina, o objetivo do trabalho era conhecer o estilo da

gestão feminina das empreendedoras, além de traças seu comportamento e procurar

identificas os motivas que as levam a empreender. Ainda investigou seus múltiplos

papéis e os conflitos decorrentes destes, apontando os desafios enfrentados por

essas mulheres em seus negócios na cidade de Aracajú no estado de Sergipe.

O comportamento empreendedor e a redefinição do perfil do profissional

farmacêutico no novo mercado foram abordados no trabalho de Barbosa (2016), que

analisa as características do comportamento empreendedor presentes nos

profissionais farmacêuticos. O estudo utilizou a teoria e o questionário elaborado por

Winter e McClelland (1971) e obteve como resultados que indicaram que os

farmacêuticos possuem todas as características comportamentais.

Já no estudo de Oliveira (2016) que estudou as novas perspectivas no

comportamento gerencial da mulher empreendedora, os objetivos foram identificar as

características empreendedoras presentes no modo de gerenciar da presidente da

Associação Mãos que se ajudam. O comportamento empreendedor de uma mulher

gestora obteve como resultado que o planejamento estratégico destacou-se a

inovação. Referente ao processo decisório, as decisões são sempre compartilhadas.

No tocante aos aspectos organizacionais, a estrutura é simples com baixo formalismo

e flexível. Em relação aos aspectos institucionais, a importância das políticas públicas

para as decisões da empresa é baixo.

Analisar o perfil empreendedor as mulheres em Fortaleza de acordo com a

visão da teoria de Dornelas (2008), foi o estudo de Damasceno (2010), que teve como

tema o Empreendedorismo Feminino: um estudo das mulheres empreendedoras

como modelo proposto por Dornelas. E conclui-se que as mulheres possuem muitas

características similares de acordo com a visão do autor, e que encaram o mercado

competitivo com muito otimismo, garra, paixão pelo que fazer e com o jeito feminino

de ser. Visto que suas maiores dificuldades são suas culpas e cobranças por estarem

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ausentes na vida familiar, porém, mesmo assim, conseguem se mulheres de sucesso

como empreendedoras.

Para Santos e Sousa (2015), o tema do estudo é o perfil socioeconômico das

empreendedoras da cidade de Juazeiro no estado da Bahia. Analisar o perfil das

mulheres empreendedoras do município e sua influência no sucesso das micro e

pequenas empresas criadas e administradas por elas é o objetivo principal. Os

principais achados da pesquisa evidenciaram que as mulheres não apenas são

responsáveis pela administração de seus negócios, como empreende na busca de

alternativa de renda, pois ficou evidente através da pesquisa que a mulher baiana

responde por uma significante parcela da renda familiar independentemente da sua

escolaridade.

Os estudos na área do comportamento empreendedor feminino tem avançado,

mas são muitas as áreas onde a mulher atua que ainda merece um olhar mais atento

e pesquisas profundas para que se tenha um panorama mais cada vez mais completo

do universo feminino no meio empresarial.

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3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

Para a classificação da pesquisa, tomou-se como base a taxionomia

apresentada por Vergara (2014), que qualifica em relação a dois critérios: quanto aos

fins e quanto aos meios.

A abordagem dessa pesquisa quanto aos fins é descritiva. Descritiva porque se

propõe expor características de determinada população, podendo estabelecer

correlações entre variáveis e definir sua natureza.

Como técnica de busca foi utilizada a bola de neve, na qual o pesquisador tem

acesso as pessoas e grupos, ou seja, ao sujeito de pesquisa, seguindo as indicações

de outro participante (VERGARA, 2014). Pois as doceiras residem espalhas pela

região do Seridó, em Caicó e muitas delas no meio rural, onde não há um endereço

fácil de ser mapeado.

Quanto aos meios, a investigação foi empírica realizada no local onde

trabalham as doceiras e dispõe de questionários a serem aplicados a estas, logo trata-

se de uma pesquisa de campo.

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA DA PESQUISA

A delimitação do universo e amostra desta pesquisa segue taxionomia de

Vergara (2014).

O universo da pesquisa de campo foi de mulheres doceiras que produzem seus

doces de maneira artesanal e que residem na cidade de Caicó, Currais Novos e no

meio rural da região do Seridó no Rio Grande do Norte.

A amostra foi definida pelo critério de acessibilidade, que não teve como base

procedimentos estatísticos, mas seleciona os elementos pela facilidade de acesso a

eles. Com isso, chegou-se a aplicar o questionário a 45 doceiras.

Não há no município e nem na região nenhum registro da quantidade de

mulheres que fabricam seus doces artesanalmente. Mesmo em visita ao Sebrae de

Caicó, maior cidade da Região do Seridó, não há registro dessa atividade

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especificamente, muito menos da quantidade de mulheres que utilizam a produção de

doces artesanais como fonte de renda ou completo de renda.

3.3 OPERACIONALIZAÇÃO DE COLETA DE DADOS

Para obter as informações sobre as características do comportamento

empreendedor presente nas mulheres doceiras esta pesquisa aplicou o questionário

de Winter e McClelland (1991) e a coleta desses dos foi feita de forma presencial. A

observação foi, segundo Vergara (2014), simples, sem interação com o respondente.

3.3.1 Instrumento de Pesquisa: Questionário

O instrumento de pesquisa é composto de um questionário fechado,

estruturado, que está dividido em duas partes. Parte I com questões sócio

demográficas e Parte II com 55 questões retiradas do modelo utilizado por McClelland

e Winter (1971).

As 7 questões da Parte I servirão para caracterizar o comportamento sócio

demográfico das doceiras.

As 55 questões na Parte II permitem a identificação de dez características

comportamentais empreendedoras a partir de uma escala somativa de quatro

perguntas e uma diminutiva para cada uma das características propostas por

McClelland (1972). As respostas serão atribuídas em escala de Likert (1979) de 1 a 5

para cada afirmação e o respondente obterá uma pontuação que irá variar de 3 a 15.

A presença de uma característica é definida pela pontuação mínima de 15 pontos por

comportamento.

3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

Com os dados recolhidos através dos questionários aplicados, a próxima etapa

foi o tratamento e análise dos dados de onde foram extraídas as informações para

atingir os objetivos desse estudo.

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3.4 .1 Variáveis Analíticas

No presente trabalho foi feita a associação entre as variáveis

sociodemográficas à incidência de características de comportamento empreendedor,

segundo Winter e McClelland (1971) e McClelland (1972).

Quadro 3 - Variáveis Analíticas

Variáveis do perfil sociodemográfico

Parte I, Questões:

1 - Idade:

2 - Estado Civil:

3 - Escolaridade:

5 – Número de filhos:

6 - Renda Familiar

7 - Tempo de Serviço na Produção de

Doces

Variáveis de caracterização do

comportamento empreendedor

Parte II, Questões:

1, 12, 23, 34 e 45. Busca de oportunidades

e iniciativa;

2, 13, 24, 35 e 46. Persistência;

3, 14, 25, 36 e 47. Comprometimento;

4, 15, 26, 37 e 48. Exigência de Qualidade

e Eficiência;

5, 16, 27, 38 e 49. Correr Riscos

Calculados;

6, 17, 28, 39 e 50. Estabelecimento de

metas;

7, 18, 29, 40 e 51. Busca de informações;

8, 19, 30, 41 e 52. Planejamento,

Monitoramento Sistemático;

9, 20, 31, 42 e 53. Persuasão e Rede de

Contatos;

10, 21, 32, 43 e 54. Independência e

Autoconfiança.

11, 22, 33, 44 e 55. Fator de Correção

Page 54: UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ-REITORIA …§ão...Identificar características do comportamento empreendedor presentes nas mulheres doceiras da região pesquisada. Nos estudos realizados

53

3.4.2 Tratamento dos Dados

Para o tratamento de dados foi utilizada a análise descritiva, detalhada por

Spiegel (1993, p.2) como “uma parte da estatística que procura somente descrever e

analisar um certo grupo, sem tirar quaisquer conclusões ou inferências sobre um

grupo maior.”

Quadro 4 – Objetivos da Pesquisa x Questões no Instrumento X Técnica estatística utilizada.

Objetivos da Pesquisa Questões no

instrumento

Técnica estatística

Objetivo Geral

Identificar características

do comportamento

empreendedor presentes

nas mulheres doceiras da

região do Seridó/RN.

Parte II

Questões 1 a 55

Estatística Descritiva e

Comparativa.

Objetivo Específico I

Caracterizar o perfil das

doceiras da região do

Seridó/RN através das

variáveis

sociodemográficas;

Parte I

Questões 1 a 7.

Estatística Descritiva e

Comparativa.

Objetivo Específico II

Identificar às

características do

comportamento

empreendedor das

pesquisadas com relação

à categoria desejo de

realização;

Questões 1, 12, 23, 34 e

45 Busca de

oportunidade e iniciativa;

Questões 2, 13, 24, 35 e

46 Persistência;

Questões 3, 14, 25, 36 e

47 Comprometimento;

Questões 4, 15, 26, 37 e

48 Exigência de

Qualidade e Eficiência;

5, 16, 27, 38 e 49 Correr

riscos calculados.

Estatística Descritiva e

Comparativa.

Objetivo Específico III

Identificar as

características do

comportamento

empreendedor das

pesquisadas com relação

à categoria planejamento

e resolução de problemas;

Questões 6, 17, 28, 39 e

50 Estabelecimento de

metas;

Questões 7, 18, 29, 40 e

51 Busca de

informações;

Questões 8, 19, 39, 41 e

52 Planejamento,

Estatística Descritiva e

Comparativa.

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54

Monitoramento

sistemático.

Objetivo Específico IV

Identificar as

características do

comportamento

empreendedor das

pesquisadas com relação

à categoria poder.

Questões 9, 20, 31, 42 e

53 Persuasão e Redes

de contatos;

Questões 10, 21, 32, 43

e 54.

Estatística Descritiva e

Comparativa.

Objetivo Específico V

Comparar o

comportamento

sociodemográfico das

pesquisadas em relação

às categorias realização,

planejamento e poder.

Parte I

Questões 1 a 7.

e

Parte II

Questões 1 a 55

Estatística Descritiva e

Comparativa.

No quadro acima são apresentados os objetivos a serem alcançados, e

detalhado qual ou quais as questões do questionário que serão utilizadas para

responder os objetivos, como também a técnica estatística utilizada.

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55

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Após da coleta dos dados foi realizado o tratamento dos dados. A seguir são

apresentados as estatísticas utilizadas e os resultados obtidos na pesquisa. No

quadro 6 é apresentado o demonstrativo das estatísticas utilizada para a análise dos

dados.

4.1 CONFIABILIDADE DOS DADOS

A através do teste estatístico Cronbach's Alpha, que verifica a confiabilidade

dos dados, pode-se observar que todas as dimensões avaliadas sobre o questionário

de McClelland obteve um alfa de Cronbach's acima de 0,75. Ou seja, consistência dos

dados classificada como satisfatória no instrumento de pesquisa.

Tabela 1 - Teste Estatístico Cronbach´s Alpha para o questionário de McCland e Winter.

Descrição Alpha de

Cronbach's

Questionário geral 0,81

Busca de oportunidades e iniciativa 0,79

Persistência 0,79

Comprometimento 0,78

Exigência de qualidade e eficiência 0,81

Correr riscos calculados 0,78

Estabelecimento de metas 0,78

Busca de informações 0,77

Planejamento e monitoramento sistemático 0,79

Persuasão e rede de contatos 0,79

Independência e autoconfiança 0,80

Fator de correção 0,80

Fonte: Pesquisa 2017.

A seguir foi aplicado o teste de Kolmogorov Smirnov, para verificar se os dados

em estudo são provenientes de uma distribuição normal, onde a hipótese nula (H0) é

que os dados possuem distribuição normal e a hipótese alternativa (H1) é que os

dados não possuem distribuição normal. Rejeita-se H0 se o valor - p < 0,05.

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56

Tabela 2 - Teste de Kolmogorov Smirnov

Dimensões Valor-p

Realização 0,609

Busca de oportunidades e iniciativa 0,609

Persistência 0,567

Comprometimento 0,123

Exigência de qualidade e eficiência 0,363

Correr riscos calculados 0,798

Planejamento 0,876

Estabelecimento de metas 0,782

Busca de informações 0,437

Planejamento e monitoramento sistemático 0,533

Poder 0,630

Persuasão e rede de contatos 0,404

Independência e autoconfiança 0,683

Fonte: Pesquisa 2017 ** Valor - p < 0,01 *Valor - p < 0,05

Através do teste de Kolmogorov Smirnov, para um nível de significância de 5%,

temos evidências estatísticas que as dimensões estudadas possuem distribuição de

normal. Portanto, sendo viável aplicação de testes estatísticos paramétricos.

4.2 ANÁLISES ESTATÍSTICAS UTILIZADAS

Foram utilizadas diversas análises estatísticas para obtenção dos resultados.

Na sequência essas estatísticas são apresentadas, com o objetivo da análise e a

técnica utilizada.

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57

Quadro 5 – Análise estatísticas utilizadas.

Análise Nome da

análise Objetivo da análise Técnica utilizada

1 Alfa de

Cronbach

Testar consistência interna

dos questionários Análise de Confiabilidade

2 Análise

descritiva

Medidas de tendência,

dispersão dos dados e

distribuição de frequência

Frequência absoluta,

Percentual, Mínimo, máximo,

1º quartil, mediana, 3º

quartil, média, desvio padrão

e coeficiente de variação

3 Teste de

Kolmogorov Smirnov

Verificar se os dados possuem distribuição

normal

Teste de normalidade dos dados

4 Teste t independente

Comparar duas variáveis independentes

normalmente distribuídas Teste de médias paramétrico

5 Anova

seguido por Turkey

Análise de variância para testar diferenças entre três

variáveis independentes em um único teste

Análise de variância paramétrica

6

Teste de

Correlação de

Pearson

Verificar correlação entre variáveis contínuas

Análise de correlação

7 Teste Qui-

quadrado Verificar associação entre

as variáveis analisadas Cruzamento de variáveis

Fonte: Pesquisa 2017.

Como se pode observar foram utilizados diversas análises e testes para

obtenção dos dados e posterior análise dos mesmos.

4.3 CONSISTÊNCIA E FIDEDIGNIDADE DOS DADOS

Para a correta análise dos dados foram aplicadas metodologias que conferem

legitimidade aos resultados encontrados.

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58

4.3.1 Metodologias Aplicadas

4.3.1.1 Metodologia Computacional

O banco de dados foi construído em formato EXCEL, versão 2010, para realização

das tabelas descritivas e aplicação de testes estatísticos utilizou-se o software

Statistica SPSS, versão 20.0.

4.3.1.2 Teste Qui-Quadrado

O Teste Qui-Quadrado permite avaliar se as variáveis estão relacionadas com

determinado nível de significância.

Hipóteses a serem testadas:

Hipótese Nula (H0): As variáveis não estão relacionadas (as variáveis são

independentes).

Hipótese Alternativa (H1): As variáveis estão relacionadas (as variáveis são

dependentes).

A hipótese de nulidade pode ser testada por:

2)1k(

k

1i i

ii2cal

E

²EO

Onde Oi = n° de casos observados classificados na categoria i;

Ei = n° de casos esperados classificados na categoria i, sob H0.

Assim, Rejeitamos H0, se ²cal ²(k – 1, ), ou se a probabilidade associada

à ocorrência, sob H0, do valor obtido do ²cal com (k - 1) g.l. não superar o valor de

alfa, ou seja, P[²k - 1 ²cal] for significativo (menor que alfa).

g.l: Graus de Liberdade;

: Nível de significância.

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59

4.3.1.3 Teste t do Student

É um teste paramétrico usado para verificar se existe uma diferença

significativa entre as médias.

H0: Não há diferença entre as variáveis estudadas.

H1: Há diferença entre as variáveis estudadas.

4.3.1.4 Análise de Variância (ANOVA)

A análise de variância (ANOVA) é um teste paramétrico usado para verificar se

existe uma diferença significativa entre as médias e se os fatores estão influenciando

na variável resposta. Dessa forma, esta técnica estatística permite que vários grupos

sejam comparados, esses fatores podem ser classificados como qualitativa ou

quantitativa, mas a variável resposta sempre tem que ser contínua.

- Hipóteses a serem testadas: H0: µi= µi, Para todo i, j = 1,..,n.

H1: µi ≠ µj, Para pelo menos duas das médias i, j = 1,..n.

Ou seja,

H0: Não há diferença entre as variáveis estudadas.

H1: Há diferença entre as variáveis estudadas.

4.3.1.5 Análise Multivariada de Variância (MANOVA)

Análise multivariada da variância é uma forma generalizada dos métodos

de Análise de variância (ANOVA) para abranger os casos em que exista mais de uma

variável dependente.

4.3.1.6 Teste de Tukey

O Teste de Tukey, nomeado em seguida John Tukey, é um teste estatístico

usado geralmente quando análise de variância (ANOVA) é significativo, com isso

torna-se necessário verificar em que fatores está ocorrendo essa diferença

significativa. A comparação de todos os pares possíveis dos fatores é baseada na

distribuição q que é similar a distribuição t.

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60

4.3.1.7 Correlação de Pearson

Correlação de Pearson (r): é a medida de relação linear entre duas variáveis

numéricas, com escala entre -1 e 1. Onde uma correlação positiva, significa que à

medida que uma variável aumenta, a outra tende aumentar também. Enquanto na

correlação negativa, à medida que uma variável aumenta, a outra tende diminuir. A

seguir temos uma classificação de coeficiente de correlação:

Acima de 0,70 (positivo ou negativo), indica correlação forte;

Entre 0,30 a 0,70 (positivo ou negativo), indica correlação moderada;

De 0 a 0,30 (positivo ou negativo), temos uma correlação fraca.

4.4 OBJETIVO ESPECÍFICO 1: Caracterizar o perfil das doceiras da região do

Seridó/RN através das variáveis sociodemográficas.

Abaixo, na tabela 3 são apresentados os dados obtidos na pesquisa para

caracterizar o perfil sociodemográfico das pesquisadas.

Tabela 3 – Perfil das entrevistadas

Perfil do entrevistado Frequência absoluta

%

Idade

30 a 40 anos 5 11,11

40 a 50 anos 13 28,89

Acima de 50 anos 27 60,00

Estado civil Casada 29 64,44

Solteira 16 35,56

Grau de escolaridade

Sem escolaridade 2 4,44

Ensino fundamental 35 77,78

Ensino médio 8 17,78

Número de filhos

Nenhum 6 13,33

1 a 5 34 75,56

5 a 10 5 11,11

Renda familiar 1 a 2 salários mínimos 37 82,22

2 a 4 salários mínimos 8 17,78

Tempo de serviço na produção de doces

6 a 10 anos 22 48,88

11 a 20 anos 16 35,56

Acima de 20 anos 7 15,56

Total 45 100,00

Fonte: Pesquisa 2017

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61

Temos assim que 60,00% possuem idade acima de 50 anos e 11,11%, 28,89%

com faixa etária de 30 a 40 anos e 40 a 50 anos, respectivamente. No estado civil,

64,44% são casadas, 35,56% solteiras.

No grau de escolaridade, temos o seguinte resultado: sem instrução (4,44%),

ensino fundamental (77,78%) e ensino médio (17,78%). 13,33% não possuem filhos,

75,56% têm 1 a 5 filhos e 11,11% acima de 5 filhos. 82,22% possuem renda familiar

entre 1 a 2 salários mínimos 82,22% e 17,78% entre 2 a 4 salários mínimos. Por

último, no tempo de serviço na produção de doces, temos o seguinte resultado: 6 a

10 anos (48,88%), 11 a 20 anos (35,56%) e acima de 20 anos (15,56%).

4.4.1 Síntese do Perfil Sociodemográfico das Entrevistadas

Diante dos resultados encontrados podemos elaborar um quadro com uma

síntese do perfil sociodemográfico das doceiras entrevistadas. Segue abaixo essa

caracterização.

Quadro 6 – Síntese do perfil sociodemográfico das pesquisadas

Variáveis Características do Perfil %

Idade Acima de 50 anos 60,00

Estado Civil Casada 64,55

Grau de escolaridade Ensino Fundamental 77,78

Número de filhos 1 a 5 filhos 75,56

Renda familiar 1 a 2 salários mínimos 82,22

Tempo de serviço na

produção de doces

6 a 10 anos 48,88

Fonte: Pesquisa 2017.

No Quadro 6 podemos ter uma definição mais clara que o perfil

sociodemográfico dominante das doceiras da região do Seridó no Rio Grande do

Norte é composto por mulheres com idade acima de 50 anos, casada, com grau de

escolaridade do ensino fundamental, que possuem de 1 a 5 filhos, que possuem uma

renda entre 1 a 2 salários mínimos, e que desenvolve a atividade profissional de

doceiras entre 6 a 10 anos.

Quanto à idade e o tempo de serviço relacionado a produção dos doces, a

realidade encontrada condiz com a perspectiva de tempo defendida por Angerami

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62

(2012) ao afirmar que a cada faixa de idade a mulher busca um novo referencial a

cada ciclo/faixa de idade, podendo esse ser vinculado à questões profissionais e/ou

pessoais. Neste estudo a faixa apresentada faz referência a essa linha do tempo de

novas buscas profissionais.

Já com relação ao nível de escolaridade, de acordo com Mayer e Mariano

(2011), o nível de formação quanto as características são resultados das dimensões

regionais. Os dados ao revelar essa variação quanto a escolaridade das respondentes

na verdade transmitem o reflexo do seu contexto (AVENI, 2014).

Em relação ao número de filhos os dados revelam que mulheres casadas e que

têm filhos, a empresa e família aconteceram em sua vida ao mesmo tempo, situação

essa característica do empreendedorismo feminino, como verificado em Boas e Diehl

(2014) que destacam que o empreendedorismo possibilita a mulher, flexibilizar seu

tempo para acompanhar o desenvolvimento dos filhos e administrar seu lar, sendo

esse um dos motivos revelados por elas como fatores para empreender.

Além disso, o relatório do GEM 2015 aponta que as mulheres passaram a

empreender mais por necessidade do que por oportunidade. Tendo um número de

filhos elevado e com o percentual de 1 a 2 salários mínimos em 82,22% das mulheres

aponta para uma necessidade real e latente de necessidade de complementação de

renda para poder ajudar nas necessidades da família.

4.5 OBJETIVO ESPECÍFICO 2: Identificar às características do comportamento

empreendedor das pesquisadas com relação à categoria desejo de realização.

Avaliando a distribuição de frequência relativa, na busca de oportunidades e

iniciativa (Gráfico 2), temos o seguinte resultado: fraca (11,11%), moderada (31,11%)

e forte (57,78%). Na persistência, 6,67% classificou-se em ausente, 15,56% em fraca,

20,00% como moderada e 57,77% sendo forte. Quanto ao comprometimento, temos

o respectivo resultado: fraca (2,22%), moderada (4,44%) e forte (93,34%). Já na

exigência de qualidade e eficiência, ausente, fraca, moderada e forte, apresentaram

o respectivo percentual: 8,89%, 31,11%, 22,22% e 37,78%. Por último, temos o

seguinte resultado quanto correr riscos calculados: ausente (28,89%), fraca (26,67%),

moderada (33,33%) e forte (11,11%).

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63

Gráfico 2 - Distribuição de frequência das dimensões avaliadas com relação à Desejo de Realização.

Fonte: Pesquisa 2017

4.5.1 Síntese dimensões avaliadas com relação à característica Desejo de

Realização.

No quadro abaixo é apresentada uma síntese das dimensões avaliadas com

relação à categoria Desejo de Realização.

Quadro 7 – Síntese das dimensões avaliadas com relação à categoria Desejo de Realização.

Característica % Faixa

Comprometimento 93,34 Forte

Correr riscos calculados 28,89 Ausente

Fonte: Pesquisa 2017.

A pesquisa apresenta claramente que na dimensão desejo de realização a

característica que apresentou maior percentual foi a de Comprometimento, com

93,34% de força. E a característica de Correr Riscos Calculados, com 28,89% a que

apresentou a característica com maior índice de ausência.

No estudo desenvolvido por Pachêco (2017) que também identificou as

características do comportamento empreendedor das mulher do ramo da beleza, o

Comprometimento foi a dimensão com maior percentual e Correr Riscos Calculados

a de menor percentual. O estudo também foi realizado em uma cidade no interior do

0

25

50

75

100

Busca deoportunidades e

iniciativa

Persistência Comprometimento

Exigência dequalidade eeficiência

Correr riscoscalculados

Ausente 6,67 8,89 28,89

Fraca 11,11 15,56 2,22 31,11 26,67

Moderada 31,11 20,00 4,44 22,22 33,33

Forte 57,78 57,77 93,34 37,78 11,11

%

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64

Estado do Rio Grande do Norte, e para essa categoria, o resultado obtidos foram os

mesmos.

Esses dados são visualizados quando percebe-se que o tempo de serviço das

mulheres na atividade é de 6 a 10 anos. Para permanecer em uma atividade por tanto

tempo é preciso ter comprometimento com o negócio.

E a dimensão de correr riscos calculados como mais fraco é fácil de ser

verificada já que nenhuma delas sinaliza para o crescimento ou visualiza a produção

de doces como um negócio. Para elas é uma simples complementação de renda.

Com base nos parâmetros dos estudos de McClelland e Winter (1971) e

McClelland (1972), a característica Correr Riscos Calculados deve ser a categoria

indicada para treinamento e possível desenvolvimento entre as empreendedoras

pesquisadas.

4.6 OBJETIVO ESPECÍFICO 3: Identificar às características do comportamento

emprendedor das pesquisadas em relação à categoría Planejamento e Resolução de

Problemas.

No gráfico 3 abaixo é apresentada a frequência das dimensões avaliadas com

relação à categoria Planejamento e Resolução de Problemas para identificas as

características do comportamento empreendedor.

Gráfico 3 - Distribuição de frequência das dimensões avaliadas com relação à categoria Planejamento e Resolução de Problemas.

Fonte: Pesquisa 2017

0

10

20

30

40

Estabelecimentode metas

Busca deinformações

Planejamento emonitoramento

sistemático

Ausente 15,56 11,11 8,89

Fraca 31,11 8,89 11,11

Moderada 28,89 40,00 40,00

Forte 24,44 40,00 40,00

%

Page 66: UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ-REITORIA …§ão...Identificar características do comportamento empreendedor presentes nas mulheres doceiras da região pesquisada. Nos estudos realizados

65

No estabelecimento de metas, temos o seguinte resultado: ausente (15,56%),

fraca (31,11%), moderada (28,89%) e forte (24,44%). Na busca de informação,

11,11% classificou-se em ausente, 8,89% em fraca, 40,00% como moderada e

40,00% sendo forte. Por último, temos o seguinte resultado quanto persistência:

ausente (8,89%), fraca (11,11%), moderada (40,00%) e forte (40,00%).

4.6.1 Síntese da dimensão avaliada com relação à planejamento e resolução de problemas.

No Quadro 8 é apresentada uma síntese das dimensões avaliadas com relação

à categoria planejamento e resolução de problemas.

Quadro 8 – Síntese das dimensões avaliadas com relação à categoria planejamento e resolução

de problemas.

Característica % Faixa

Busca de Informações 40,00 Forte e

Moderada

Planejamento e Monitoramento sistemáticos 40,00 Forte e

Moderada

Estabelecimento de metas 31,11 Fraca

Fonte: Pesquisa 2017.

Nas características avaliadas com relação a categoria Planejamento e

Resolução de Problemas, temos um empate na faixa de forte em duas características

com percentual de 40%, sendo elas a Busca de Informações e Planejamento e o

Monitoramento Sistemáticos. Na pesquisa de Oliveira, Silva e Araujo (2014) os

resultados apontam positividade nessas mesmas características. Os autores afirmam

que o empresário analisa criteriosamente as vantagens e as desvantagens de

diferentes alternativas antes de executar uma tarefa e recorre a outro método para

solucionar um problema, caso o método usado não apresente os resultados

esperados. Todavia, alertam que o empresário, ao planejar um projeto grande, divide-

o em tarefas mais simples.

Em Pachêco (2017) observa-se que a característica mais representativa entre

as empreendedoras na dimensão forte também foi o Planejamento e o Monitoramento

Sistemático, assemelhando-se aos resultados deste estudo.

Page 67: UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ-REITORIA …§ão...Identificar características do comportamento empreendedor presentes nas mulheres doceiras da região pesquisada. Nos estudos realizados

66

A maioria dessas mulheres moram na zona rural e tem pouco acesso a

informações e tem apenas o nível escolar do ensino fundamental. Por isso qualquer

informação que venha a contribuir para seu trabalho diário é bem-vindo.

A produção de doces artesanais é uma atividade que necessita de um

constante planejamento e monitoramento sistemáticos. Primeiramente é necessário

obter a fruta, mas para isso se acompanha a sazonalidade da safra e com isso o valor

cobrado pela mesma. Depois, já com a fruta é feita a lavagem e pré-preparo das

mesmas, retirando a castanha, limpando ou cortando conforme o doce a ser

preparado. Após esse momento se calcula a quantidade de açúcar que também varia

dependendo da acidez da fruta e por fim, se adiciona a água. E então é que se inicia

a fase de cocção e observação, muitas vezes mexendo a panela sem parar até que

se chegue ao ponto correto do doce. Esse detalhamento do processo de elaboração

do doce faz parte do dia a dia da produção. Por isso não surpreende que a dimensão

de planejamento e monitoramento sistemáticos seja uma característica forte nessas

mulheres que diariamente divide a tarefa de elaborar o doce em subtarefas,

observando as variáveis como a sazonalidade e o preço das frutas para poder tomar

as decisões de fazer ou não o doce, ou mesmo de calcular o valor a ser cobrado pelo

mesmo.

No estudo de Pachêco (2017) a categoria Estabelecimento de Metas foi a que

apresentou o maior índice de ausência, que também condiz com este estudo que

apresenta o Estabelecimento de Metas com percentual mais fraco de 31%, na faixa

de fraca. De acordo com os estudos de McClelland e Winter (1971) e McClelland

(1972) seria a CCE que merece maior atenção em nível de treinamento.

Quanto ao estabelecimento de metas ter obtido a classificação de fraco reflete

a realidade de vida delas. Viver na zona rural, sem ter concluído o ensino médio,

casada, com filhos, com renda de 1 a 2 salários mínimos no interior potiguar é uma

situação que não abre oportunidades a serem conquistadas, muito pelo contrário. O

que essas mulheres estabelecem como metas é vender seus doces para ter renda

para necessidades básicas, como simplesmente ter o que comer.

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67

4.7 OBJETIVO ESPECÍFICO 4: Identificar às características o comportamento

emprendedor das pesquisadas em relação à categoría Poder.

O gráfico 4 as dimensões avaliadas com relação a categoria Poder é

apresentado com a distribuição das frequência.

Gráfico 4 - Distribuição de frequência das dimensões avaliadas com relação a Poder.

Fonte: Pesquisa 2017

Na persuasão e rede de contatos, temos o seguinte resultado: ausente

(24,44%), fraca (46,67%), moderada (22,22%) e forte (6,67%). Na independência e

autoconfiança, 8,89% classificou-se em ausente, 17,78% em fraca, 42,22% como

moderada e 31,11% sendo forte.

4.7.1 Síntese dimensões avaliadas com relação à categoria Poder.

No Quadro 9 é apresentada uma síntese das dimensões avaliadas com relação

à categoria Poder.

0

10

20

30

40

50

Persuasão e rede decontatos

Independência eautoconfiança

Ausente 24,44 8,89

Fraca 46,67 17,78

Moderada 22,22 42,22

Forte 6,67 31,11

%

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Quadro 9 – Síntese das dimensões avaliadas com relação à categoria Poder.

Característica % Faixa

Independência e autoconfiança 42,22 Moderada

Persuasão e Rede de Contatos 24,44 Ausente

Fonte: Pesquisa 2017.

Com relação a categoria poder, se destacam as variáveis Independência e

Autoconfiança na faixa de moderada com 42,22% e a de Persuasão e Rede de

Contatos com 24,44% de ausência.

No estudo de Pachêco (2017) analisou-se que as duas características

presentes na categoria Poder apresentaram percentuais próximos à dimensão forte.

Porém, com a ressalva que a característica Persuasão e Rede de Contatos

apresentou índice de ausência superior em relação à Independência e Autoconfiança

entre as pesquisadas, repetindo os resultados encontrados nas doceiras do Seridó

Potiguar. As distâncias e o isolamento da zona rural não contribuem para que se

estabeleça uma rede de contatos entre as doceiras ou mesmo entre outras pessoas.

Outro obstáculo é que apesar do celular e outras tecnologias como a internet derrubar

distâncias, nessa região, e mais pontualmente no meio rural o sinal das operadoras

ainda é muito fraco ou inexistente. Ou seja, além das distâncias físicas, a distância

tecnológica ainda é muito presente o que dificulta o estabelecimento de uma rede de

contatos.

A independência e a autoconfiança aparecem na faixa de moderada, ou seja,

na categoria poder não há nenhuma característica na faixa de forte. No site da ONU

Mulher o empoderamento feminino é tido como “Empoderar mulheres e promover a

equidade de gênero em todas as atividades sociais e da economia são garantias para

o efetivo fortalecimento das economias, o impulsionamento dos negócios, a melhoria

da qualidade de vida de mulheres, homens e crianças, e para o desenvolvimento

sustentável” (ONU Mulher).

Essas mulheres estão longe de ter o reconhecimento de sua atividade como

doceiras. Numa região onde as tradições e o conservadorismo ainda são muito

presentes ainda é muito difícil de se falar em equidade de gênero, e muito menos

ainda em poder.

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69

4.8 OBJETIVO ESPECÍFICO 5: Comparar o perfil sociodemográfico em relação às

categorías desejo de realização; planejamento, resolução de problemas e poder.

O objetivo específico 5 compara o perfil sociodemográfico em relação as 3

categorias pesquisadas que são o Desejo de Realização, Planejamento e Resolução

de Problemas e o Poder. Abaixo são apresentadas as tabelas de acordo com cada

variável sociodemográfica pesquisada.

4.8.1 Comparativo das características avaliadas em relação a variável

sociodemográfica da Idade.

Na tabela 4 é apresentada a comparação das características do

comportamento empreendedor em relação a variável sociodemográfica da Idade.

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70

Tabela 4 – Comparação das características avaliadas por Idade.

Itens

Até 50 anos Acima de 50 anos

Valor-p

Média Desvio padrão Média Desvio padrão

Realização 20,09 2,60 20,64 2,90 0,515

Busca de Oportunidades e

Iniciativa

21,28 3,72 21,44 3,24 0,874

Persistência 20,28 4,00 21,04 3,83 0,525

Comprometimento 23,78 2,67 23,44 3,02 0,706

Exigência de Qualidade e Eficiência

18,78 4,01 19,74 3,51 0,399

Correr Riscos Calculados

16,33 3,11 17,56 3,77 0,260

Planejamento 19,28 3,60 19,07 3,01 0,838

Estabelecimento de Metas

17,72 3,79 17,96 3,64 0,832

Busca de Informações

20,06 4,50 19,41 3,27 0,579

Planejamento e Monitoramento

Sistemático

20,06 3,76 19,85 3,75 0,859

Poder 17,61 3,70 17,65 2,03 0,966

Persuasão e Rede de Contatos

16,22 4,37 15,89 2,36 0,770

Independência e Autoconfiança

19,00 3,82 19,41 3,07 0,694

Fonte: Pesquisa 2017 *Valor - p < 0,05

Através do teste t de Student, para um nível de significância de 5%, não temos

evidências de diferença estatística da idade com as dimensões de McClelland e

Winter (1971).

4.8.2 Comparativo das características avaliadas em relação a variável

sociodemográfica do Estado Civil.

Na tabela 5 é apresentada a comparação das características do

comportamento empreendedor em relação a variável sociodemográfica da Estado

Civil.

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71

Tabela 5 – Comparação das dimensões avaliadas por Estado Civil

Fonte: Pesquisa 2017 *Valor - p < 0,05

Através do teste t de Student, para um nível de significância de 5%, temos

evidências de diferença estatística do estado civil com a dimensão Busca de

Informações, onde as solteiras buscam mais informações.

No objetivo específico 5 que compara o perfil sociodemográfico em relação às

categorias Desejo de Realização; Planejamento e Resolução de Problemas, e Poder,

o única variável que apresenta um nível de significância é a variável estado civil, onde

as mulheres solteiras são as que buscam mais informações. Esse dado traz à tona

Itens Casado Solteiro

Valor-p Média Desvio padrão Média Desvio padrão

Realização 20,10 2,94 21,01 2,39 0,292

Busca de Oportunidades e

Iniciativa 20,83 3,45 22,38 3,16 0,146

Persistência 20,31 4,20 21,50 3,16 0,329

Comprometimento 23,10 3,14 24,44 2,06 0,135

Exigência de Qualidade e Eficiência

19,28 3,68 19,50 3,86 0,849

Correr Riscos Calculados

16,97 3,67 17,25 3,38 0,799

Planejamento 18,62 2,99 20,13 3,49 0,135

Estabelecimento de Metas

17,66 3,55 18,25 3,94 0,607

Busca de Informações

18,59 3,52 21,63 3,52 0,009*

Planejamento e Monitoramento

Sistemático 19,62 3,54 20,50 4,07 0,453

Poder 17,43 2,93 18,00 2,53 0,517

Persuasão e Rede de Contatos

15,66 3,43 16,69 2,96 0,316

Independência e Autoconfiança

19,21 3,70 19,31 2,73 0,921

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72

algumas questões sociais. As mulheres solteiras não tem as mesmas “obrigações” do

lar que as casadas possuem, ou seja, têm mais tempo para se dedicar a sua atividade

e a escassez de informação presente onde elas moram faz com que elas tenha ânsia

de buscar mais informações para incrementar suas vendas.

4.8.3 Comparativo das características avaliadas em relação a variável

sociodemográfica de possuir filhos ou não.

Na tabela 6 é apresentada a comparação das características do

comportamento empreendedor em relação a variável sociodemográfica da Possuir

filhos ou não.

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73

Tabela 6 – Comparação das dimensões avaliadas por Possuir Filhos ou Não

Itens

Sim Não Valor-

p

Média Desvio padrão Média Desvio padrão

Realização 20,31 2,70 21,13 3,33 0,505

Busca de oportunidades e

iniciativa 21,28 3,39 22,00 3,74 0,636

Persistência 20,74 3,91 20,67 3,93 0,966

Comprometimento 23,51 2,74 24,00 3,79 0,702

Exigência de qualidade e eficiência

19,05 3,62 21,33 3,98 0,163

Correr riscos calculados

16,97 3,51 17,67 3,98 0,660

Planejamento 19,10 3,26 19,50 3,23 0,782

Estabelecimento de metas

17,87 3,64 17,83 4,17 0,981

Busca de informações

19,51 3,73 20,67 4,27 0,492

Planejamento e monitoramento

sistemático 19,92 3,85 20,00 2,97 0,963

Poder 17,35 2,77 19,50 2,26 0,077

Persuasão e rede de contatos

15,82 3,35 17,33 2,58 0,297

Independência e autoconfiança

18,87 3,25 21,67 3,27 0,056

Fonte: Pesquisa 2017 *Valor - p < 0,05

Através do teste t de Student, para um nível de significância de 5%, não temos

evidências de diferença estatística da afirmação de possuir filho ou não com as

dimensões de McClelland e Winter(1971).

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74

4.8.4 Comparativo das características avaliadas em relação a variável

sociodemográfica do grau de escolaridade.

Na tabela 7 é apresentada a comparação das características do

comportamento empreendedor em relação a variável sociodemográfica da Grau de

Escolaridade

Tabela 7 – Comparação das dimensões avaliadas por Grau de Escolaridade

Fonte: Pesquisa 2017 *Valor - p < 0,05

Itens

Sem instrução/Ensino fundamental

Ensino médio

Valor-p

Média Desvio padrão Média Desvio padrão

Realização 20,54 2,86 19,88 2,33 0,543

Busca de oportunidades e

iniciativa 21,59 3,58 20,38 2,33 0,364

Persistência 20,78 4,06 20,50 3,07 0,853

Comprometimento 23,65 3,03 23,25 1,98 0,725

Exigência de qualidade e eficiência

19,59 3,64 18,25 4,06 0,358

Correr riscos calculados

17,08 3,67 17,00 3,02 0,954

Planejamento 18,88 3,26 20,42 2,86 0,226

Estabelecimento de metas

17,51 3,75 19,50 2,88 0,166

Busca de informações

19,16 3,75 22,00 3,16 0,053

Planejamento e monitoramento

sistemático 19,97 3,76 19,75 3,73 0,880

Poder 17,70 2,85 17,31 2,58 0,723

Persuasão e rede de contatos

16,00 3,30 16,13 3,36 0,923

Independência e autoconfiança

19,41 3,48 18,50 2,73 0,495

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75

Através do teste t de Student, para um nível de significância de 5%, não temos

evidências de diferença estatística do grau de escolaridade com as dimensões de

McClelland.

4.8.5 Comparativo das características avaliadas em relação a variável

sociodemográfica da Renda Familiar.

Na tabela 8 é apresentada a comparação das características do

comportamento empreendedor em relação a variável sociodemográfica da Renda

Familiar.

Tabela 8 – Comparação das dimensões avaliadas por Renda Familiar

Itens 1 - 2 salários mínimos 3 - 4 salários mínimos

Valor-p

Média Desvio padrão Média Desvio padrão

Realização 20,70 2,66 19,15 3,05 0,153

Busca de oportunidades e

iniciativa 21,59 3,18 20,38 4,41 0,364

Persistência 21,14 3,68 18,88 4,42 0,136

Comprometimento 23,78 2,94 22,63 2,39 0,303

Exigência de qualidade e eficiência

19,62 3,87 18,13 2,70 0,306

Correr riscos calculados

17,35 3,43 15,75 3,96 0,249

Planejamento 19,32 3,05 18,42 4,09 0,480

Estabelecimento de metas

17,89 3,53 17,75 4,46 0,922

Busca de informações

20,05 3,30 17,88 5,41 0,141

Planejamento e monitoramento

sistemático 20,00 3,60 19,63 4,47 0,799

Poder 17,84 2,80 16,69 2,64 0,294

Persuasão e rede de contatos

16,38 3,31 14,38 2,67 0,117

Independência e autoconfiança

19,30 3,26 19,00 4,00 0,823

Fonte: Pesquisa 2017 *Valor - p < 0,05

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76

Através do teste t de Student, para um nível de significância de 5%, não temos

evidências de diferença estatística da renda familiar com as dimensões de McClelland.

4.8.6 Comparativo das características avaliadas em relação a variável

sociodemográfica do Tempo de Serviço no Ramo.

Na tabela 9 é apresentada a comparação das características do

comportamento empreendedor em relação a variável sociodemográfica do Tempo de

Serviço no Ramo.

Tabela 9 – Comparação das dimensões avaliadas por Tempo de Serviço no Ramo.

Itens Até 10 anos Acima de 10 anos

Valor-p

Média Desvio padrão Média Desvio padrão

Realização 20,85 3,11 20,02 2,38 0,321

Busca de oportunidades e

iniciativa 21,41 3,26 21,35 3,60 0,953

Persistência 21,23 3,94 20,26 3,83 0,409

Comprometimento 23,95 3,17 23,22 2,54 0,393

Exigência de qualidade e eficiência

20,14 3,78 18,61 3,55 0,170

Correr riscos calculados 17,50 4,14 16,65 2,87 0,427

Planejamento 19,74 2,73 18,59 3,60 0,236

Estabelecimento de metas

18,59 3,30 17,17 3,92 0,198

Busca de informações 20,59 2,99 18,78 4,28 0,109

Planejamento e monitoramento

sistemático 20,05 3,02 19,83 4,34 0,846

Poder 17,64 2,23 17,63 3,28 0,994

Persuasão e rede de contatos

15,50 2,69 16,52 3,74 0,300

Independência e autoconfiança

19,77 2,76 18,74 3,83 0,307

Fonte: Pesquisa 2017 *Valor - p < 0,05

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77

Através do teste t de Student, para um nível de significância de 5%, não temos

evidências de diferença estatística do tempo de atividade no ramo com as dimensões

de McClelland.

4.9 COMPARAR ÀS DIMENSÕES DO COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR EM

RELAÇÃO AO PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO.

Na pesquisa também foi possível realizar a análise comparativa das

características do comportamento empreendedor em relação ao perfil

sociodemográfico.

4.9.1 Comparação da característica Busca de Oportunidades e Iniciativa em

relação perfil sociodemográfico.

Na Tabela 10 é apresentada a comparação da característica Busca de

Oportunidade e Iniciativa com o perfil das doceiras potiguares da região do Seridó.

Tabela 10 – Comparação da classificação da Busca de Oportunidades e Iniciativa com o perfil das entrevistadas.

Perfil do entrevistado Fraca Moderada Forte Total Valor – p

Idade Até 50 anos 11,11% 33,33% 55,56% 100,00%

0,964 Acima de 50 anos 11,11% 29,63% 59,26% 100,00%

Estado civil Casada 10,34% 44,83% 44,83% 100,00%

0,025* Solteira 12,50% 6,25% 81,25% 100,00%

Tem filhos Sim 12,82% 30,77% 56,41% 100,00%

0,646 Não 0,00% 33,33% 66,67% 100,00%

Grau de escolaridade

Sem instrução/Fundamental

10,81% 32,43% 56,76% 100,00% 0,918

Ensino médio 12,50% 25,00% 62,50% 100,00%

Renda familiar

1 - 2 salários mínimos 8,11% 32,43% 59,46% 100,00% 0,385

3 - 4 salários mínimos 25,00% 25,00% 50,00% 100,00%

Tempo de atividade no

Ramo

Até 10 anos 9,09% 31,82% 59,09% 100,00%

0,915 Acima de 10 anos 13,04% 30,43% 56,53% 100,00%

Fonte: Pesquisa 2017 *Valor - p < 0,05

Page 79: UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ-REITORIA …§ão...Identificar características do comportamento empreendedor presentes nas mulheres doceiras da região pesquisada. Nos estudos realizados

78

Através do teste Qui-quadrado (X2), para um nível de significância de 5%,

temos evidências de diferença estatística entre a classificação da busca de

oportunidades com o estado civil. Onde as solteiras apresentaram maior intensidade

de busca de oportunidades e iniciativa. Ou seja, mais uma vez as solteiras

demonstram interesse em busca de novas oportunidade e iniciativa. Sendo assim, o

início de um trabalho de conscientização e empoderamento dessas doceiras poderia

ser iniciado com as mulheres solteiras que buscas oportunidade e possuem iniciativa,

além de serem as que buscam mais informações.

4.9.1.1 Síntese da comparação da característica Busca de Oportunidades e Inciativa

e com o perfil sociodemográfico.

Para uma melhor visualização do perfil encontrado, é apresentado abaixo um

quadro com uma síntese comparativa da classificação da Busca de Oportunidades e

Iniciativa com o perfil sociodemográfico das entrevistadas.

.

Quadro 10 – Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à característica Busca de oportunidade e Iniciativa.

Perfil %

Idade Acima de 50 anos 59,26

Estado Civil Casada 81,25

Tem filhos Não 66,67

Grau de Escolaridade Ensino médio 62,50

Renda familiar 1 a 2 salários mínimos 59,46

Tempo de atividade no ramo Até 10 anos 59,09

Fonte: Pesquisa 2017.

De acordo como a síntese apresentada no quadro acima, fica claro que as

doceiras com perfil sociodemográfico com idade acima de 50 anos, casadas, que não

tem filhos, que possuem ensino médio, que possuem renda familiar entre 1 a 2 salários

mínimos e que tem como tempo de atividade no ramo de até 10 anos são as que

possuem um maior desejo de realização profissional.

Page 80: UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ-REITORIA …§ão...Identificar características do comportamento empreendedor presentes nas mulheres doceiras da região pesquisada. Nos estudos realizados

79

4.9.2 Comparação da característica correr riscos calculados em relação perfil

sociodemográfico.

Na Tabela abaixo é apresentada a comparação da característica Correr Riscos

Calculados com o perfil das doceiras da região do Seridó norte-rio-grandense.

Tabela 11 – Comparação da característica de Correr Riscos Calculados com o perfil sociodemográfico das entrevistadas.

Perfil do entrevistado Ausente Fraca Moderada Forte Total Valor - p

Idade Até 50 anos 33,33% 22,22% 44,45% 0,00% 100,00%

0,181 Acima de 50 anos 25,93% 29,62% 25,93% 18,52% 100,00%

Estado civil Casada 31,03% 31,03% 24,15% 13,79% 100,00%

0,346 Solteira 25,00% 18,75% 50,00% 6,25% 100,00%

Tem filhos Sim 28,20% 30,77% 30,77% 10,26% 100,00%

0,447 Não 33,33% 0,00% 50,00% 16,67% 100,00%

Grau de escolaridade

Sem instrução/Fundamental 29,73% 27,03% 29,73% 13,51% 100,00% 0,582

Ensino médio 25,00% 25,00% 50,00% 0,00% 100,00%

Renda familiar

1 - 2 salários mínimos 24,32% 27,03% 37,84% 10,81% 100,00% 0,424

3 - 4 salários mínimos 50,00% 25,00% 12,50% 12,50% 100,00%

Tempo de atividade no

ramo

Até 10 anos 31,82% 18,18% 31,82% 18,18% 100,00% 0,354

Acima de 10 anos 26,09% 34,78% 34,78% 4,35% 100,00%

Fonte: Pesquisa 2017 *Valor - p < 0,05

Através do teste Qui-quadrado (X2), para um nível de significância de 5%, não

temos evidências de diferença estatística entre correr riscos calculados com o perfil

do entrevistado.

4.9.2.1 Síntese da comparação da característica Correr Riscos Calculados com o

perfil sociodemográfico.

Apesar de não haver evidências de diferenças estatísticas entre a característica

Correr Riscos Calculados com o perfil das entrevistadas, no quadro 12 é apresentada

a síntese dos percentuais obtidos mais expressivos.

Page 81: UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ-REITORIA …§ão...Identificar características do comportamento empreendedor presentes nas mulheres doceiras da região pesquisada. Nos estudos realizados

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Quadro 11 – Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à característica Correr Riscos Calculados.

Perfil %

Idade Acima de 50 anos 18,52

Estado Civil Casada 13,79

Tem filhos Não 16,67

Grau de Escolaridade Sem

instrução/Fundamental

13,51

Renda familiar 3 a 4 salários mínimos 12,50

Tempo de atividade no ramo Até 10 anos 18,18

Fonte: Pesquisa 2017.

Assim é observado que o perfil das doceiras com relação a Característica

Correr Riscos Calculados é definido pelas que possuem idade acima de 50 anos,

casada, sem filhos, sem grau de instrução ou ensino fundamental, com renda familiar

de 3 a 4 salários mínimos e com até 10 anos de serviços na arte de fazer doces.

4.9.3 Comparação da característica Exigência de Qualidade e Eficiência em

relação perfil sociodemográfico.

Na Tabela 12 é apresentada a comparação da característica de Exigência de

Qualidade e Eficiência com o perfil das doceiras da região do Seridó/RN.

Tabela 12 – Comparação da característica da Exigencia de Qualidade e Eficiência com o perfil das

entrevistadas.

Perfil do entrevistado Ausente Fraca Moderada Forte Total Valor – p

Idade Até 50 anos 16,67% 27,78% 22,22% 33,33% 100,00%

0,511 Acima de 50 anos 3,70% 33,33% 22,22% 40,75% 100,00%

Estado civil Casada 10,34% 31,03% 24,14% 34,49% 100,00%

0,905 Solteira 6,25% 31,25% 18,75% 43,75% 100,00%

Tem filhos Sim 7,69% 35,90% 23,08% 33,33% 100,00%

0,236 Não 16,67% 0,00% 16,67% 66,66% 100,00%

Grau de escolaridade

Sem instrução/Fundamental

8,11% 27,03% 24,32% 40,54% 100,00% 0,553

Ensino médio 12,50% 50,00% 12,50% 25,00% 100,00%

Renda familiar

1 - 2 salários mínimos 10,81% 24,32% 21,62% 43,25% 100,00% 0,131

3 - 4 salários mínimos 0,00% 62,50% 25,00% 12,50% 100,00%

Tempo de atividade no

ramo

Até 10 anos 9,09% 27,27% 18,18% 45,46% 100,00%

0,755 Acima de 10 anos 8,70% 34,78% 26,09% 30,43% 100,00%

Fonte: Pesquisa 2017 *Valor - p < 0,05

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Através do teste Qui-quadrado (X2), para um nível de significância de 5%, não

temos evidências de diferença estatística entre a Exigência de Qualidade e Eficiência

com o perfil das entrevistadas.

4.9.3.1 Síntese da comparação da característica Exigência de Qualidade e Eficiência

e do perfil sociodemográfico.

Apesar de não haver evidências de diferenças estatísticas entre a característica

da Exigência de Qualidade e Eficiência como perfil das entrevistadas, abaixo é

apresentada no Quadro 12 os percentuais obtidos mais expressivos.

Quadro 12 – Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à categoria Exigência de Qualidade e Eficiência.

Perfil %

Idade Acima de 50 anos 40,75

Estado Civil Solteira 43,75

Tem filhos Sim 66,66

Grau de Escolaridade Sem

instrução/Fundamental

40,54

Renda familiar 1 a 2 salários mínimos 43,25

Tempo de atividade no ramo Até 10 anos 45,46

Fonte: Pesquisa 2017.

Os percentuais que se destacam em relação a característica Exigência de

Qualidade e Eficiência versus o perfil sociodemográfico, é que a idade é acima de 50

anos, são solteiras, com filhos e renda familiar de 1 a 2 salários mínimos e com tempo

de atividade de até 10 anos.

4.9.4 Comparação da característica persistência em relação ao perfil

sociodemográfico.

Na Tabela 13 é apresentada a comparação da característica de persistência

com o perfil das doceiras potiguares da região do Seridó.

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Tabela 13 – Comparação da característica da persistência com o perfil das entrevistadas.

Perfil do entrevistado Ausente Fraca Moderada Forte Total Valor -

p

Idade Até 50 anos 11,11% 11,11% 27,78% 50,00% 100,00%

0,477 Acima de 50 anos 3,70% 18,52% 14,82% 62,96% 100,00%

Estado civil Casada 10,34% 13,79% 24,15% 51,72% 100,00%

0,386 Solteira 0,00% 18,75% 12,50% 68,75% 100,00%

Tem filhos Sim 5,13% 17,95% 17,95% 58,97% 100,00%

0,423 Não 16,67% 0,00% 33,33% 50,00% 100,00%

Grau de escolaridade

Sem instrução/Fundamental

8,11% 13,51% 18,92% 59,46% 100,00% 0,699

Ensino médio 0,00% 25,00% 25,00% 50,00% 100,00%

Renda familiar

1 - 2 salários mínimos 5,41% 10,81% 21,62% 62,16% 100,00% 0,215

3 - 4 salários mínimos 12,50% 37,50% 12,50% 37,50% 100,00%

Tempo de atividade no

ramo

Até 10 anos 9,09% 9,09% 22,73% 59,09% 100,00% 0,635

Acima de 10 anos 4,35% 21,74% 17,39% 56,52% 100,00%

Fonte: Pesquisa 2017 *Valor - p < 0,05

Através do teste Qui-quadrado (X2), para um nível de significância de 5%, não

temos evidências de diferença estatística entre a classificação da persistência com o

perfil do entrevistado.

4.9.4.1 Síntese da comparação da característica Persistência e do perfil

sociodemográfico.

Apesar de não haver evidências de diferenças estatísticas entre a característica

da persistência como perfil das entrevistadas, más para que se dê uma melhor

visualização dos percentuais obtidos, é apresentado no Quadro 13 a síntese com os

percentuais mais expressivos.

.

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Quadro 13 – Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à característica de Persistência.

Perfil %

Idade Acima de 50 anos 62,96

Estado Civil Solteira 68,75

Tem filhos Sim 58,97

Grau de Escolaridade Sem instrução/Fundamental 59,46

Renda familiar 1 a 2 salários mínimos 62,16

Tempo de atividade no ramo Até 10 anos 59,09

Fonte: Pesquisa 2017.

Vale salientar que em relação a categoria persistência, o perfil que obtive maior

percentual foram as doceiras com idade acima de 50 anos, solteiras, que possuem

filhos, sem grau de instrução ou somente com ensino fundamental, que possuem

renda familiar de 1 a 2 salários mínimos e com tempo de atividade no ramo de até 10

anos.

4.9.5 Comparação da característica comprometimento em relação perfil

sociodemográfico.

Os dados obtidos na comparação da característica Comprometimento com o

perfil sociodemográfico com a são apresentados na Tabela 14.

Tabela 14 – Comparação da classificação Comprometimento com o perfil das entrevistadas.

Perfil do entrevistado Fraca Moderada Forte Total Valor - p

Idade Até 50 anos 0,00% 5,56% 94,44% 100,00%

0,686 Acima de 50 anos 3,70% 3,70% 92,60% 100,00%

Estado civil Casada 3,45% 6,90% 89,65% 100,00%

0,412 Solteira 0,00% 0,00% 100,00% 100,00%

Tem filhos Sim 2,56% 2,56% 94,88% 100,00%

0,279 Não 0,00% 16,67% 83,33% 100,00%

Grau de escolaridade

Sem instrução/Fundamental 2,70% 5,41% 91,89% 100,00% 0,706

Ensino médio 0,00% 0,00% 100,00% 100,00%

Renda familiar

1 - 2 salários mínimos 2,70% 2,70% 94,60% 100,00% 0,433

3 - 4 salários mínimos 0,00% 12,50% 87,50% 100,00%

Tempo de atividade no

ramo

Até 10 anos 0,00% 4,55% 95,45% 100,00% 0,613

Acima de 10 anos 4,35% 4,35% 91,30% 100,00%

Fonte: Pesquisa 2017 *Valor - p < 0,05

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Através do teste Qui-quadrado (X2), para um nível de significância de 5%, não

temos evidências de diferença estatística entre a classificação do comprometimento

com o perfil do entrevistado.

4.9.5.1 Síntese das dimensões avaliadas com relação à característica

Comprometimento e ao perfil sociodemográfico.

Apesar de não haver nível de significância em relação a diferença estatística

entre o Comprometimento e o perfil sociodemográfico, é destacado no quadro abaixo

os percentuais obtidos como forte.

Quadro 14 – Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à categoria Comprometimento. Perfil %

Idade Até 50 anos 94,44

Estado Civil Solteira 100,00

Tem filhos Sim 94,88

Grau de Escolaridade Ensino Médio 100,00

Renda familiar 1 a 2 salários mínimos 94,60

Tempo de atividade no ramo Até 10 anos 95,45

Fonte: Pesquisa 2017.

De acordo com o quadro acima é percebido que na característica

Comprometimento, é obtido o perfil de idade até 50 anos com 94,44%, estado civil de

solteira com 100,00%, que possui filhos com 94,88%, com grau de escolaridade de

ensino médio em 100,00%, como renda familiar de 1 a 2 salários mínimos com

94,60%, e tempo de atividade no ramo de doçaria de até 10 anos com 95,45%.

4.9.6 Comparação da característica Busca de Informações em relação perfil

sociodemográfico.

Os dados obtidos na comparação da característica Busca de Informações e do

perfil sociodemográfico com são apresentados na tabela a seguir.

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Tabela 15 – Comparação da característica da Busca de Informações com o perfil das entrevistadas.

Fonte: Pesquisa 2017 *Valor - p < 0,05

Através do teste Qui-quadrado (X2), para um nível de significância de 5%, não

temos evidências de diferença estatística entre a busca de informações com o perfil

do entrevistado.

4.9.6.1 Síntese das dimensões avaliadas com relação à característica Busca de

Informações e ao perfil sociodemográfico.

No Quadro 15 é apresentado uma síntese dos percentuais que foram

apontados como fortes na comparação entre o perfil sociodemográfico e a

característica Busca de Informações.

Perfil do entrevistado Ausente Fraca Moderada Forte Total Valor

- p

Idade

Até 50 anos 16,67% 0,00% 27,78% 55,55% 100,00%

0,092

Acima de 50 anos 7,41% 14,81% 48,15% 29,63% 100,00%

Estado civil

Casada 13,79% 13,79% 44,83% 27,59% 100,00%

0,096

Solteira 6,25% 0,00% 31,25% 62,50% 100,00%

Tem filhos

Sim 10,26% 10,26% 41,03% 38,45% 100,00%

0,787

Não 16,67% 0,00% 33,33% 50,00% 100,00%

Grau de escolaridade

Sem instrução/Fundamental

13,51% 10,81% 40,54% 35,14% 100,00%

0,363

Ensino médio 0,00% 0,00% 37,50% 62,50% 100,00%

Renda familiar

1 - 2 salários mínimos 8,11% 8,11% 40,54% 43,24% 100,00%

0,495

3 - 4 salários mínimos 25,00% 12,50% 37,50% 25,00% 100,00%

Tempo de atividade no

ramo

Até 10 anos 4,55% 4,55% 45,45% 45,45% 100,00%

0,358

Acima de 10 anos 17,39% 13,05% 34,78% 34,78% 100,00%

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Quadro 15 – Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à categoria Busca de Informação.

Perfil %

Idade Até 50 anos 55,55

Estado Civil Solteira 62,50

Tem filhos Não 50,00

Grau de Escolaridade Ensino Médio 62,50

Renda familiar 1 a 2 salários mínimos 43,23

Tempo de atividade no ramo Até 10 anos 45,45

Fonte: Pesquisa 2017.

O resultado obtido na comparação do perfil sociodemográfico na característica

Riscos Calculados destaca idade até 50 anos, solteira, que não possui filhos, como

ensino médio e 1 a 2 salários mínimos e com tempo de atividade de até 10 anos.

4.9.7 Comparação da característica estabelecimento de metas em relação perfil

sociodemográfico.

É apresentado na Tabela 16 os dados obtidos na comparação entre o perfil

sociodemográfico das entrevistadas com a característica de Estabelecimento de

Metas.

Tabela 16 – Comparação da característica de Estabelecimento de Metas com o perfil das entrevistadas.

Perfil do entrevistado Ausente Fraca Moderada Forte Total Valor - p

Idade Até 50 anos 22,22% 22,22% 27,78% 27,78% 100,00

% 0,622 Acima de 50 anos 11,11% 37,04% 29,63% 22,22% 100,00

%

Estado civil Casada 17,24% 34,48% 24,14% 24,14% 100,00

% 0,780 Solteira 12,50% 25,00% 37,50% 25,00% 100,00

% Tem filhos

Sim 15,38% 30,77% 30,77% 23,08% 100,00% 0,897

Não 16,67% 33,33% 16,67% 33,33% 100,00%

Grau de escolaridade

Sem instrução/Fundament

al

18,92% 32,43% 29,73% 18,92% 100,00

% 0,233

Ensino médio 0,00% 25,00% 25,00% 50,00% 100,00%

Renda familiar

1 - 2 salários mínimos

13,51% 29,73% 35,14% 21,62% 100,00

% 0,243

3 - 4 salários mínimos

25,00% 37,50% 0,00% 37,50% 100,00

%

Tempo de atividade no

ramo

Até 10 anos 4,55% 36,36% 27,27% 31,82% 100,00% 0,192

Acima de 10 anos 26,09% 26,09% 30,43% 17,39% 100,00

% Fonte: Pesquisa 2017 *Valor - p < 0,05

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Através do teste Qui-quadrado (X2), para um nível de significância de 5%, não

temos evidências de diferença estatística entre estabelecimento de metas com o perfil

do entrevistado.

4.9.7.1 Síntese das dimensões avaliadas com relação ao perfil sociodemográfico e à

característica Estabelecimento de Metas.

É apresentado no Quadro 16 os percentuais mais significativos com relação a

característica Estabelecimento de Metas apesar de não se ter obtido um nível de

significância considerável.

Quadro 16 – Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à categoria Correr Riscos Calculados.

Perfil %

Idade Até 50 anos 27,78

Estado Civil Solteira 25,00

Tem filhos Não 33,33

Grau de Escolaridade Ensino Médio 50,00

Renda familiar 3 a 4 salários mínimos 37,5

Tempo de atividade no ramo Até 10 anos 31,82

Fonte: Pesquisa 2017.

Se tem como perfil sociodemográfico na característica Riscos Calculados uma

doceira com até 50 anos, solteira, que não possui filhos, com ensino médio e renda

de 3 a 4 salários mínimos e com até 10 anos trabalhando nesse ramo de atividade.

4.9.8 Comparação da característica planejamento e monitoramento sistemáticos

em relação perfil sociodemográfico.

Os dados obtidos na comparação do perfil sociodemográfico com a

característica Planejamento e Monitoramento Sistemáticos são apresentados na

tabela a seguir.

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Tabela 17 – Comparação da característica de planejamento e monitoramento sistemático com o perfil das entrevistadas.

Perfil do entrevistado Ausente Fraca Moderada Forte Total Valor - p

Idade Até 50 anos 5,56% 16,66% 38,89% 38,89% 100,00%

0,747 Acima de 50 anos 11,11% 7,41% 40,74% 40,74% 100,00%

Estado civil Casada 10,34% 6,90% 44,83% 37,93% 100,00%

0,560 Solteira 6,25% 18,75% 31,25% 43,75% 100,00%

Tem filhos Sim 10,26% 7,69% 43,59% 38,46% 100,00%

0,186 Não 0,00% 33,33% 16,67% 50,00% 100,00%

Grau de escolaridade

Sem instrução/Fundamental 10,81% 5,41% 45,95% 37,83% 100,00% 0,059

Ensino médio 0,00% 37,50% 12,50% 50,00% 100,00%

Renda familiar

1 - 2 salários mínimos 8,11% 10,81% 40,54% 40,54% 100,00% 0,979

3 - 4 salários mínimos 12,50% 12,50% 37,50% 37,50% 100,00%

Tempo de atividade no

ramo

Até 10 anos 4,55% 13,63% 40,91% 40,91% 100,00% 0,758

Acima de 10 anos 13,04% 8,70% 39,13% 39,13% 100,00%

Fonte: Pesquisa 2017 *Valor - p < 0,05

Através do teste Qui-quadrado (X2), para um nível de significância de 5%, não

temos evidências de diferença estatística entre o Planejamento e Monitoramento

Sistemático com o perfil do entrevistado.

4.9.8.1 Síntese das dimensões avaliadas com relação à característica Planejamento

e Monitoramento Sistemático e ao perfil sociodemográfico.

Apesar de não haver nível de significância em relação a diferença estatística

entre o Planejamento e Monitoramento Sistemático, é destacado no Quadro 17 os

percentuais obtidos no perfil sociodemográfico como forte.

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Quadro 17 – Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à categoria Planejamento e Monitoramento Sistemático.

Perfil %

Idade Acima de 50 anos 40,74

Estado Civil Solteira 43,75

Tem filhos Não 50,00

Grau de Escolaridade Ensino Médio 50,00

Renda familiar 1 a 2 salários mínimos 40,54

Tempo de atividade no ramo Até 10 anos 40,91

Fonte: Pesquisa 2017.

De acordo com o quadro acima é percebido que na característica Planejamento

e Monitoramento Sistemático, é obtido o perfil de idade acima de 50 anos como

40,74%, estado civil de solteira com 43,75%, que não possui filhos com 50,00%, com

grau de escolaridade de ensino médio em 50,00 também, como renda familiar de 1 a

2 salários mínimos com 40,54%, e tempo de atividade no ramo de doçaria de até 10

anos com 40,91%.

4.9.9 Comparação da característica persuação e rede de contados em relação

perfil sociodemográfico.

Os dados obtidos na comparação com a característica Persuasão e Rede de

Contatos e o perfil sociodemográfico são apresentados na tabela 18.

Tabela 18 – Comparação da classificação da persuasão e rede de contatos com o perfil das entrevistadas.

Perfil do entrevistado Ausente Fraca Moderada Forte Total Valor - p

Idade Até 50 anos 27,78% 44,44% 11,11% 16,67% 100,00%

0,096 Acima de 50 anos 22,22% 48,15% 29,63% 0,00% 100,00%

Estado civil Casada 31,03% 48,28% 17,24% 3,45% 100,00%

0,299 Solteira 12,50% 43,75% 31,25% 12,50% 100,00%

Tem filhos Sim 28,21% 43,59% 23,08% 5,12% 100,00%

0,331 Não 0,00% 66,66% 16,67% 16,67% 100,00%

Grau de escolaridade

Sem instrução/Fundamental

24,32% 45,95% 24,32% 5,41% 100,00% 0,817

Ensino médio 25,00% 50,00% 12,50% 12,50% 100,00%

Renda familiar

1 - 2 salários mínimos 18,92% 48,65% 24,32% 8,11% 100,00% 0,280

3 - 4 salários mínimos 50,00% 37,50% 12,50% 0,00% 100,00%

Tempo de atividade no

ramo

Até 10 anos 27,27% 50,00% 18,18% 4,55% 100,00% 0,837

Acima de 10 anos 21,74% 43,47% 26,09% 8,70% 100,00%

Fonte: Pesquisa 2017 *Valor - p < 0,05

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Através do teste Qui-quadrado (X2), para um nível de significância de 5%, não

temos evidências de diferença estatística entre a Persuasão e Rede de Contatos com

o perfil do entrevistado.

4.9.9.1 Síntese das dimensões avaliadas com relação à característica Persuasão e

Rede de Contatos e ao perfil sociodemográfico.

Os percentuais mais significativos, ou seja, que possuem os índices mais

fortes, obtidos quanto a característica Persuasão e Rede de Contatos se encontram

em destaque no Quadro 18.

Quadro 18 – Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à categoria Persuasão e Rede de Contatos.

Perfil %

Idade Até 50 anos 16,67

Estado Civil Solteira 12,50

Tem filhos Não 16,67

Grau de Escolaridade Ensino Médio 12,50

Renda familiar 1 a 2 salários mínimos 8,11

Tempo de atividade no ramo Acima de 10 anos 8,70

Fonte: Pesquisa 2017.

Os percentuais que mais se destacam como forte são os de idade até

50 anos, solteira, que não possui filhos, que possui ensino médio, que tem renda

familiar de 1 a 2 salários mínimos e acima de 10 anos no ramo de doçaria.

4.9.10 Comparação da característica independência e autoconfiança em relação

perfil sociodemográfico.

A apresentação dos resultados obtidos com relação a característica

Independência e Autoconfiança, é exposto na Tabela 19.

Page 92: UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ-REITORIA …§ão...Identificar características do comportamento empreendedor presentes nas mulheres doceiras da região pesquisada. Nos estudos realizados

91

Tabela 19 – Comparação da característica Independencia e Autoconfiança com o perfil das

entrevistadas.

Fonte: Pesquisa 2017 *Valor - p < 0,05

Através do teste Qui-quadrado (X2), para um nível de significância de 5%, não

temos evidências de diferença estatística entre a independência e autoconfiança com

o perfil do entrevistado.

4.9.10.1 Síntese da comparação do perfil sociodemográfico e da característica

independência e autoconfiança.

Apesar de não haver evidências de diferenças estatísticas entre a característica

da Independência e Autoconfiança com o perfil das entrevistadas, abaixo é retratado

em uma tabela, a síntese com os percentuais obtidos mais expressivos.

Perfil do entrevistado Ausente Fraca Moderada Forte Total Valor

- p

Idade Até 50 anos 11,11% 16,67% 50,00% 22,22% 100,00%

0,710 Acima de 50 anos 7,41% 18,51% 37,04% 37,04% 100,00%

Estado civil Casada 10,34% 17,24% 41,38% 31,04% 100,00%

0,974 Solteira 6,25% 18,75% 43,75% 31,25% 100,00%

Tem filhos Sim 10,26% 20,51% 41,03% 28,20% 100,00%

0,437 Não 0,00% 0,00% 50,00% 50,00% 100,00%

Grau de escolaridade

Sem instrução/Fundamental 8,11% 18,92% 37,84% 35,13% 100,00% 0,508

Ensino médio 12,50% 12,50% 62,50% 12,50% 100,00%

Renda familiar

1 - 2 salários mínimos 8,11% 18,92% 43,24% 29,73% 100,00% 0,925

3 - 4 salários mínimos 12,50% 12,50% 37,50% 37,50% 100,00%

Tempo de atividade no

ramo

Até 10 anos 4,55% 9,09% 54,55% 31,81% 100,00% 0,231

Acima de 10 anos 13,04% 26,10% 30,43% 30,43% 100,00%

Page 93: UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ-REITORIA …§ão...Identificar características do comportamento empreendedor presentes nas mulheres doceiras da região pesquisada. Nos estudos realizados

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Quadro 19 – Síntese das dimensões avaliadas como forte em relação à categoria Independência e Autoconfiança.

Perfil %

Idade Acima de 50 anos 37,04

Estado Civil Solteira 31,25

Tem filhos Não 50,00

Grau de Escolaridade Sem

instrução/Fundamental

35,13

Renda familiar 3 a 4 salários mínimos 37,50

Tempo de atividade no ramo Até 10 anos 31,81

Fonte: Pesquisa 2017

.

Na característica Independência e Autoconfiança temos que 37,04% tem idade

acima de 50 anos, que em 31,25% são solteiras, que 50% não tem filhos. Ainda se

apresentam sem grau de instrução ou fundamental em 35,13%, com renda familiar de

3 a 4 salários mínimos em 37,50% e com 31.81% em até 10 anos de tempo no ramo

de atividade de doçaria.

4.10 OBJETIVO GERAL: Identificar características do comportamento empreendedor

presentes nas mulheres doceiras da região do Seridó Norte riograndense.

As características do comportamento empreendedor podem ser observadas na

tabela 20, onde estão distribuídas as frequências obtidas em cada uma das

dimensões pesquisadas.

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Tabela 20 – Distribuição de frequência das dimensões avaliadas.

Dimensões Freq. Ausente Fraca Moderada Forte Total

Busca de oportunidades e

iniciativa

n --- 5 14 26 45

% --- 11,11 31,11 57,78 100,00

Persistência

n 3 7 9 26 45

% 6,67 15,56 20,00 57,77 100,00

Comprometimento n --- 1 2 42 45

% --- 2,22 4,44 93,34 100,00

Exigência de qualidade e eficiência

n 4 14 10 17 45

% 8,89 31,11 22,22 37,78 100,00

Correr riscos calculados

n 13 12 15 5 45

% 28,89 26,67 33,33 11,11 100,00

Estabelecimento de metas

n 7 14 13 11 45

% 15,56 31,11 28,89 24,44 100,00

Busca de informações

n 5 4 18 18 45

% 11,11 8,89 40,00 40,00 100,00

Planejamento e monitoramento

sistemático

n 4 5 18 18 45

% 8,89 11,11 40,00 40,00 100,00

Persuasão e rede de contatos

n 11 21 10 3 45

% 24,44 46,67 22,22 6,67 100,00

Independência e autoconfiança

n 4 8 19 14 45

% 8,89 17,78 42,22 31,11 100,00

Fonte: Pesquisa 2017.

E na sequência, na tabela 4, é apresentada a comparação das características

do comportamento empreendedor.

Tabela 21 – Comparação das Dimensões

Dimensão Mínimo Máximo 25% Mediana 75% Média DP CV Valor - p

(1) Busca de oportunidades e iniciativa

15,00 29,00 19,00 21,00 23,00 21,38 3,40 15,90

< 0,001

(2) Persistência 12,00 30,00 18,00 21,00 23,00 20,73 3,87 18,66

(3) Comprometimento 17,00 31,00 22,00 24,00 25,00 23,58 2,86 12,11

(4) Exigência de qualidade e eficiência

12,00 27,00 16,00 19,00 23,00 19,36 3,71 19,15

(5) Correr riscos calculados 11,00 26,00 14,00 17,00 19,00 17,07 3,53 20,69

(6) Estabelecimento de metas

8,00 25,00 15,00 18,00 20,00 17,87 3,66 20,48

(7) Busca de informações 8,00 26,00 18,00 20,00 22,00 19,67 3,78 19,21

(8) Planejamento e monitoramento sistemático

12,00 29,00 18,00 20,00 22,00 19,93 3,71 18,63

(9) Persuasão e rede de contatos

8,00 27,00 15,00 16,00 18,00 16,02 3,27 20,42

(10) Independência e autoconfiança

12,00 29,00 17,00 19,00 21,00 19,24 3,35 17,42

Fonte: Pesquisa 2017 DP: Desvio Padrão CV: Coeficiente de Variação

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Através do teste de Análise de Variância Multivariada (MANOVA), para um nível

de significância de 5%, temos evidências de diferença estatística entre as dimensões.

Onde por meio do teste de Tukey, notou-se que as dimensões Comprometimento e

Busca de Oportunidades e Iniciativa possuem maior pontuação, enquanto que a

Persuasão e Rede de Contatos apresentaram a menor pontuação.

No estudo de Barbosa (2016) que analisou as Características

Comportamentais do Empreendedor em outro setor econômico, os resultados

comprovaram a presença de todas as características nas entrevistadas, distanciando-

se significativamente dos resultados encontrados neste estudo, que, por sua vez,

apresentaram ausência de comportamento empreendedor em algumas

características analisadas.

Já no estudo de Pachêco (2107) as carcterísticas Busca de Oportunidade e

Iniciativa se mantém a mais presente, apresentando o mesmo resultado as doceiras

seridoenses e a característica mais ausente são Persuasão e Rede de Contatos e

Persistência. Neste estudo, a Persuasão e Rede de Contatos também se apresenta

como uma das mais ausentes. Porém a Persistência se apresenta como uma das mais

fortes.

Já tabela 22 apresenta os percentuais estatísticos obtidos com relação as

categorias Desejo de Realização, Planejamento e Poder.

Tabela 22 – Estatística das dimensões McClelland e Winter

Categorias Mínimo Máximo 25% Mediana 75% Média DP CV Valor-p

Realização 16,00 27,60 18,60 20,00 21,80 20,42 2,76 13,53

< 0,001 Planejamento 11,00 25,33 17,33 18,67 21,00 19,16 3,22 16,81

Poder 12,50 28,00 16,00 17,50 19,00 17,63 2,78 15,77

Fonte: Pesquisa 2017 DP: Desvio Padrão CV: Coeficiente de Variação *Valor - p < 0,05

Através do teste de Análise de Variância Multivariada (MANOVA), para um nível

de significância de 5%, temos evidência de diferença estatística entre as dimensões

de McClelland, onde por meio do teste de Tukey (Gráfico 5) verifica-se que as

categorias Desejo de Realização e Planejamento apresentaram maiores pontuações

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e o Poder com menor pontuação, reforçando os resultados obtidos com relação as

características empreendedoras.

Gráfico 5 - Teste de Tukey das dimensões McClelland

Fonte: Pesquisa 2017 1: Realização 2: Planejamento 3: Poder

No teste de Tukey vale ressaltar que a verificação de diferença estatística é

observada do seguinte modo: quando a linha de comparação entre as sub-escala for

incluída o “Zero”, temos evidências estatísticas que a comparação desses dois efeitos

é igual, caso contrário, existe diferença estatística entre os efeitos.

De acordo com os estudos de McClelland e Winter (1971) e McClelland (1972),

identificamos quais as categorias são menos presentes e com maior indicação de

necessidade de treinamento, para inseri-las no perfil das doceiras.

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5 CONCLUSÃO

Nos últimos anos o gênero feminino tem buscado cada vez mais seu espaço

no mundo dos negócios. Essa busca é sempre acompanhada de fatores culturais e

sociais do mundo contemporâneo. No Brasil, foco desse trabalho, as mulheres

culturalmente ainda são motivadas a investir nos trabalhos domésticos, em ter uma

família e a cumprir com o nascimento de uma nova geração. São poucas as que

quebram as regras culturais que as limitam dentro de um padrão conservador.

O empreendedorismo feminino rompe com esse padrão. A dedicação a um

negócio ainda é vista em alguns caso como uma subatividade, para as mulheres

realizarem quando tiver tempo, entre uma atividade e outra do lar. Sim, é verdade que

essa realidade vem mudando, que o Brasil e o mundo vivem um momento onde os

estudos estão cada vez mais caminhando para buscar a valorização da posição

feminina nos negócios.

Este estudo foi realizado para responder se as doceiras da Região do Seridó

no Rio Grande do Norte tinha características do comportamento empreendedor. E,

após um estudo da fundamentação teórica, para essa identificação foi utilizado como

instrumento o questionário de McClelland e Winter (1971).

Aplicadas as estatísticas apresentadas nas metodologia e na análise e

tratamentos dos dados, os objetivos gerais e específicos foram respondidos no que

diz respeito ao perfil sociodemográfico e as dimensões de Desejo de Realização,

Planejamento e Resolução de Problemas, e Poder.

No objetivo 1 foi traçado o perfil sociodemográfico dominante das doceiras da

região do Seridó no Rio Grande do Norte, onde é composto por mulheres com idade

acima de 50 anos, casada, com grau de escolaridade do ensino fundamental, que

possuem de 1 a 5 filhos, que possui uma renda entre 1 a 2 salários mínimos, e que

desenvolve a atividade profissional de doceiras entre 6 a 10 anos.

A seguir, apresentamos os resultados obtidos nos objetivos 2, 3 e 4, que

identificam as características do comportamento empreendedor das pesquisadas com

relação as dimensões Desejo de Realização, Planejamento e poder:

A pesquisa apresenta claramente que na dimensão Desejo de Realização a

característica que apresentou maior percentual foi a de Comprometimento, com

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93,34% de força. E a característica de Correr Riscos Calculados, com 28,89% a que

apresentou a característica com maior índice de ausência.

Já nas características avaliadas com relação a categoria Planejamento e

Resolução de Problemas, temos um empate na faixa de forte em duas características

com percentual de 40%, sendo elas a Busca de Informações e Planejamento e o

Monitoramento Sistemáticos. Já na categoria Estabelecimento de Metas, temos o

percentual mais fraco de 31,11% na faixa de fraca.

Com relação a categoria Poder, se destacam as variáveis Independência e

Autoconfiança na faixa de moderada com 42,22% e a de Persuasão e Rede de

Contatos com 24,44% de ausência.

Ou seja, as características que se destacaram percentualmente por ter maior

força foram: comprometimento, busca de informações, planejamento e monitoramento

sistemáticos e independência e autoconfiança.

Já as características que se destacaram como ausentes ou fracas foram: correr

riscos calculados, estabelecimento de metas e persuasão e rede de contatos.

Quanto ao objetivo 5, que compara o perfil sociodemográfico das pesquisadas

em relação as categorias Desejo de Realização, Planejamento e Resolução de

Problemas, e Poder, os resultados obtidos foram que através do teste t de Student,

para um nível de significância de 5%, temos evidências de diferença estatística do

estado civil com a dimensão busca de informações, onde as gestoras solteiras

buscam mais informações. E para as demais variáveis através do teste t de Student,

para um nível de significância de 5%, não temos evidências de diferença estatística

com as dimensões de McClelland e Winter(1971). Além de se atingir o objetivo

específico 5 foi possível também fazer um comparativo inverso, ou seja, da cada

característica com o perfil sociodemográfico, e mais uma vez as solteiras obtiveram

destaque, pois através do teste Qui-quadrado (X2), para um nível de significância de

5%, temos evidências de diferença estatística entre a classificação da busca de

oportunidades com o estado civil. Onde as solteiras apresentaram maior intensidade

de busca de oportunidades e iniciativa.

Quanto ao objetivo geral deste trabalho que é o de identificar as características

do comportamento empreendedor presentes nas mulheres doceiras da região do

Seridó/RN, os resultados obtidos apresentaram que há evidências de diferença

estatística entre as dimensões. E notou-se que as características comprometimento e

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busca de oportunidades e iniciativa possuem maior pontuação, enquanto que a

Persuasão e Rede de Contatos apresentaram a menor pontuação. E com relação as

dimensões verifica-se que as categorias Desejo de Realização e Planejamento

apresentaram maiores pontuações e o Poder com menor pontuação.

A identificação das características do comportamento emprendedor das

doceiras da região do Seridó no Rio Grande do Norte se fez necessária para que se

fosse possível entender a atual situação em que elas se encontram e também para,

através dessa identificação fomentar não só o desenvolvimento de um negócio que já

se encontra em pleno funcionamento e que só necessita de apoio para seu

crescimento, mas também e principalmente, fomentar nessas mulheres a valorização

de si e do seu trabalho, como também do poder que elas possuem de contribuir para

a sociedade.

Como recomendação, um exemplo de organização, desenvolvimento e

crescimento é o projeto denominado Doceiras do RN. O projeto dirigido pela secretaria

da Mulher do Partido Solidariedade iniciou em 2014 e tem se expandido por todo o

estado. O principal foco é fomentar nas doceiras o comportamento empreendedor, e

principalmente a visão de expansão de acordo com o mercado de cada região, através

de iniciativas próprias, e a valorização de seu trabalho. O projeto conta com uma

nutricionista que passa informações sobre a área de higiene, manipulação e

conservação dos alimentos, como também composição nutritiva dos doces. Em cada

localidade se tem a presença de uma coordenadora local, responsável pela busca de

doceiras para integrar o projeto e também que cuida de todas as atividades do projeto

e serve como um elo de ligação entre a direção do projeto e as doceiras. As

participantes recebem as embalagens e etiquetas que padronizam e dão ao volume e

notoriedade ao projeto.

Esse exemplo traz um modelo de uma nova realidade que pode ser

apresentada as doceiras do Seridó, onde a arte passou a ser valorizada, as doceiras

se sentem estimuladas, envaidecidas e empoderadas, e o negócio passou a ter mais

impulso, com o aumento da venda dos doces, e dão a essas mulheres e suas famílias

um pouco mais de renda para crescerem como cidadãos.

Esse estudo se soma a outros que foram e estão sendo desenvolvidos sobre o

empreendedorismo feminino na busca por mais espaço e reconhecimento da força do

trabalho da mulher na sociedade.

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ANEXOS

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ANEXO A – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

Parte 1 – Características socioemográficas

Questionário dirigido as mulheres doceiras da Região do Seridó/RN

Orientações sobre as questões:

A - Não é necessário se identificar, porém, os dados abaixo são importantes para a

realização desta pesquisa:

1 - Idade:

( ) até 30 anos ( ) de 30 a 40 anos ( ) de 40 a 50 anos ( ) mais de 50 anos

2 - Estado Civil:

( ) solteira ( ) casada ( ) viúva ( ) divorciada ( ) outros

3 - Escolaridade:

( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior

( ) Pós-Graduação.

5 – Número de filhos:

( ) Nenhum ( ) 1 a 5 filhos ( ) 5 a 10 filhos ( ) mais de 10

6 - Renda Familiar: SM vigente R$ 880,00

( ) 1 a 2 SM

( ) 2 a 4 SM

( ) mais de 4 SM

7 - Tempo de Serviço na Produção de Doces:

( ) de 2003 a 2005

( ) de 2005 a 2010

( ) de 2010 a 2015

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Parte 2 – Questionário McClelland para comportamento empreendedor

Orientações sobre as questões:

A. Este questionário se constitui de 55 afirmações breves. Leia cuidadosamente cada

afirmação e decida qual descreve você da melhor forma (considere como você é hoje,

e não como gostaria de ser). Seja honesta consigo mesma. Lembre-se de que

ninguém faz tudo corretamente, nem mesmo é desejável que se saiba fazer tudo.

B. Selecione o número correspondente à afirmação que a descreve:

1 = Nunca 2 = Raras vezes 3 = Algumas vezes 4 = Usualmente 5 = Sempre

C. Anote o número selecionado na linha à direta de cada afirmação. Eis aqui um

exemplo: Mantenho-me calmo em situações tensas 2. A pessoa que respondeu neste

exemplo selecionou o número “2” acima para indicar que a afirmação a descreve

apenas em raras ocasiões.

D. Algumas afirmações podem ser similares, mas nenhuma é exatamente igual.

E. Favor designar uma classificação numérica para todas as afirmações.

F. Este questionário se constitui de diferentes etapas em sequência. Leia atentamente

as instruções.

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Questionário McClelland para o

comportamento empreendedor

Nu

nc

a

Rara

s

Ve

ze

s

Alg

um

as

Ve

ze

s

Usu

al-

me

nte

Se

mp

re

(1) (2) (3) (4) (5)

1. Esforço-me para realizar as coisas que devem ser feitas.

2. Quando me deparo com um problema difícil, levo muito tempo para encontrar a solução.

3. Termino meu trabalho a tempo.

4. Aborreço-me quando as coisas não são feitas devidamente.

5. Prefiro situações em que posso controlar ao máximo o resultado final.

6. Gosto de pensar no futuro.

7. Quando começo uma tarefa ou projeto novo, coleto todas as informações possíveis antes de dar prosseguimento a ele.

8. Planejo um projeto grande dividindo-o em tarefas mais simples.

9. Consigo que os outros me apoiem em minhas recomendações.

10. Tenho confiança que posso estar bem sucedido em qualquer atividade que me proponha executar.

11. Não importa com quem fale, sempre escuto atentamente.

12. Faço as coisas que devem ser feitas sem que os outros tenham que me pedir.

13. Insisto várias vezes para conseguir que as outras pessoas façam o que desejo.

14. Sou fiel às promessas que faço.

15. Meu rendimento no trabalho é melhor do que o das outras pessoas com quem trabalho.

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16. Envolvo-me com algo novo só depois de ter feito o possível para assegurar seu êxito.

17. Acho uma perda de tempo me preocupar com o que farei da minha vida.

18. Procuro conselhos das pessoas que são especialistas no ramo em que estou atuando.

19. Considero cuidadosamente as vantagens e desvantagens de diferentes alternativas antes de realizar uma tarefa.

20. Não perco muito tempo pensando em como posso influenciar as outras pessoas.

21. Mudo a maneira de pensar se os outros discordam energicamente dos meus pontos de vista.

22. Aborreço-me quando não consigo o que quero.

23. Gosto de desafios e novas oportunidades.

24. Quando algo se interpõe entre o que eu estou tentando fazer, persisto em minha tarefa.

25. Se necessário não me importo de fazer o trabalho dos outros para cumprir um prazo de entrega.

26. Aborreço-me quando perco tempo.

27. Considero minhas possibilidades de êxito ou fracasso antes de começar atuar.

28. Quanto mais especificas forem minhas expectativas em relação ao que quero obter na vida, maiores serão minhas possibilidades de êxito.

29. Tomo decisões sem perder tempo buscando informações.

30. Trato de levar em conta todos os problemas que podem se apresentar e antecipo o que eu faria caso sucedam.

31. Conto com pessoas influentes para alcançar minhas metas.

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32. Quando estou executando algo difícil e desafiador, tenho confiança em seu sucesso.

33. Tive fracassos no passado.

34. Prefixo executar tarefas que domino perfeitamente e em que me sinto seguro.

35. Quando me deparo com sérias dificuldades, rapidamente passo para outras atividades.

36. Quando estou fazendo um trabalho para outra pessoa, me esforço de forma especial para que fique satisfeita com o trabalho.

37. Nunca fico realmente satisfeito com a forma como são deitas as coisas. Sempre considero que há uma maneira melhor de fazê-las.

38. Executo tarefas arriscadas.

39. Conto com um plano claro de vida.

40. Quando executo um projeto para alguém, faço muitas perguntas para assegurar-me de que entendi o que quer.

41. Enfrento os problemas na medida em que surgem, em vez de perder tempo, antecipando-os.

42. Para alcançar minhas metas, procuro soluções que beneficiem todas as pessoas envolvidas em um problema.

43. O trabalho que realizo é excelente.

44. Em algumas ocasiões obtive vantagens de outras pessoas.

45. Aventuro-me a fazer coisas novas e diferentes das que fiz no passado.

46. Tenho diferentes maneiras de superar obstáculos que se apresentam para a obtenção de minhas metas.

47. Minha família e vida pessoal são mais importantes para mim do que as datas de entregas de trabalho determinadas por mim mesmo.

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48. Encontro a maneira mais rápida de terminar os trabalhos, tanto em casa quanto no trabalho.

49. Faço coisas que as outras pessoas consideram arriscadas.

50. Preocupo-me tanto em alcançar minhas metas semanais quanto minhas metas anuais.

51. Conto com várias fontes de informação ao procurar ajuda para a execução de tarefas e projetos.

52. Se determinado método para enfrentar um problema não der certo, recorro a outro.

53. Posso conseguir que pessoas com firmes convicções e opiniões mudem seu modo de pensar.

54. Mantenho-me firme em minhas decisões, mesmo quando as outras pessoas se opõem energicamente.

55. Quando desconheço algo, não hesito em

admiti-lo.

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ANEXO B – AVALIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO

Ficha de Avaliação do Questionário McClelland

Folha de avaliação do questionário padrão de auto avaliação das CCEs.

Instruções:

1. Anote os valores que aparecem no questionário de acordo com os números entre

parênteses. Observe que os números são consecutivos nas colunas. Ou seja, a

resposta nº 2 encontra-se logo abaixo da resposta nº 1, e assim sucessivamente.

2. Atenção: faça as somas e subtrações designadas em cada fileira para poder

completar a pontuação de cada CCE.

3. Suas pontuações podem necessitar de correção. Verifique as últimas instruções.

Avaliação das Afirmações Pontuação CCEs.

Busca de oportunidades e iniciativa

______ +______ +______ +______-______ + 6 =______

( 1 ) (12) (23) (34) (45)

Persistência

______+______+______-_____+_______ + 6 = ______

( 2 ) (13) (24) (35) (46)

Comprometimento

______+______+______+______-______ + 6 = ______

( 3 ) (14) (25) (36) (47)

Exigência de Qualidade e Eficiência

______ +______ +______ +______ +______ + 6 =______

( 4 ) (15) (26) (37) (48)

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Correr Riscos Calculados

______ +______ +______ +______ - ______ + 6 = ______

( 5 ) (16) (27) (38) (49)

Estabelecimento de metas

______ +______ +______ +______ - ______ + 6 = ______

( 6 ) (17) (28) (39) (50)

Busca de informações

______ +______ +______ +______ - ______ + 6 = ______

( 7 ) (18) (29) (40) (51)

Planejamento, Monitoramento Sistemático

______ +______ +______ +______ - ______ + 6 = ______

( 8 ) (19) (30) (41) (52)

Persuasão e Rede de Contatos

______ +______+______ +______ - ______ + 6 = ______

( 9 ) (20) (31) (42) (53)

Independência e Autoconfiança

______ +______ +______ +______ - ______ + 6 = ______

(10) (21) (32) (43) (54)

Fator de Correção

______ +______+______+______ - ______ + 6 = _______

(11) (22) (33) (44) (55)

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FOLHA PARA CORRIGIR A PONTUAÇÃO

Instruções

1. O Fator de Correção (que é igual à soma das respostas 11, 22, 33, 44 e 55) é

utilizado para determinar se a pessoa tentou apresentar uma imagem altamente

favorável de si mesma. Se o total dessa soma for igual ou maior a 20, então o total da

pontuação das 10 CCEs deve ser corrigido para poder dar uma avaliação mais precisa

da pontuação das CCEs do indivíduo.

2. Empregue os seguintes números para fazer a correção da pontuação:

Se o total do Fator de Correção for: Diminua o número abaixo da pontuação

de todas as CCEs

24 ou 25 7

22 ou 23 5

20 ou 21 3

19 ou menos 0

3. A seguir você poderá fazer as correções necessárias.

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FOLHA DE PONTUAÇÃO CORRIGIDA

Pontuação - Fator de = Total Corrigido

Original Correção

Busca de Oportunidade e Iniciativa __________ - __________ =__________

Persistência __________ - __________ =__________

Comprometimento __________ - __________ =__________

Exigência de Qualidade e Eficiência __________ - __________ =__________

Correr Riscos Calculados __________ - __________ =__________

Estabelecimento de Metas __________ - __________ =__________

Busca de Informações __________ - __________ =__________

Planejamento e Monitoramento Sistemático

__________ - __________ =__________

Persuasão e Rede de Contatos __________ - __________ =__________

Independência e Auto confiança __________ - __________ =__________