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UNIVERSIDADE PARANAENSE UNIPAR Curso de Engenharia Civil - Campus Umuarama TFC 2017 TRABALHO FINAL DE CURSO 1 ESTUDO DE PATOLOGIAS EM RESIDÊNCIAS UNIFAMILIARES NAS CIDADES DE UMUARAMA E FRANCISCO ALVES STUDY OF PATHOLOGIES IN UNIFAMILIARY RESIDENCES IN THE TOWNS OF UMUARAMA AND FRANCISCO ALVES Fernanda Tamazia Macedo; Helena Cristina Sabino Israel; Everlei Câmara RESUMO O aumento no número de residências unifamiliares de pequeno porte é notável em todo Brasil. Isso se deve a crescente facilidade no financiamento e cartas de crédito, especialmente por meio de programas governamentais, que têm beneficiando famílias de classes baixa e média, ou seja, monetariamente desprivilegiadas. No entanto, essas construções de pequeno porte, leia-se residências, na maioria das vezes são tratadas com descaso e construídas de maneira inadequada, a fim de diminuir custos. Por esse motivo, o número de patologias (nome dado quando a estrutura ou parte dela não está desempenhando sua real função por algum motivo) tem aumentado significativamente. Devido às constantes queixas e transtornos a partir desses relatos, despertou-se o interesse por estudar os motivos que fazem com que essas manifestações patológicas apareçam, para que assim possam ser apresentados métodos de prevenção e reparo das mesmas. Após o estudo, notou-se que a patologia mais encontrada são as trincas, as quais serão apresentadas ao longo desse trabalho final de curso. Palavras-chave: Patologias, residências. ABSTRACT The increase in the number of small unifamiliares residences is remarkable in all Brazil. This is due to the increasing ease in financing and credit cards, especially through government programs, which have benefited of lower and middle class families, that is, disadvantaged monetarily. However, these small buildings, read residences, most often are treated with case and constructed inadequately in order to decrease costs. For this reason, the number of pathologies (name given when the structure or part of it isn’t performing its real function for some reason) has increased significantly. Due to the constant complaints and disorders from these reports, it has aroused the interest in studying the reasons why these pathological manifestations appear, so that methods of preventing and repairing them can be presented. After the study, it was noticed that the most considered pathology they are the cracks, what they will be presented along this final work of course Keywords: Pathologies; residences.

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    Curso de Engenharia Civil - Campus Umuarama

    TFC 2017 – TRABALHO FINAL DE CURSO 1

    ESTUDO DE PATOLOGIAS EM RESIDÊNCIAS UNIFAMILIARES NAS CIDADES DE UMUARAMA E FRANCISCO ALVES

    STUDY OF PATHOLOGIES IN UNIFAMILIARY RESIDENCES IN THE TOWNS OF UMUARAMA AND FRANCISCO ALVES

    Fernanda Tamazia Macedo; Helena Cristina Sabino Israel; Everlei Câmara

    RESUMO O aumento no número de residências unifamiliares de pequeno porte é notável em todo Brasil. Isso se deve a crescente facilidade no financiamento e cartas de crédito, especialmente por meio de programas governamentais, que têm beneficiando famílias de classes baixa e média, ou seja, monetariamente desprivilegiadas. No entanto, essas construções de pequeno porte, leia-se residências, na maioria das vezes são tratadas com descaso e construídas de maneira inadequada, a fim de diminuir custos. Por esse motivo, o número de patologias (nome dado quando a estrutura ou parte dela não está desempenhando sua real função por algum motivo) tem aumentado significativamente. Devido às constantes queixas e transtornos a partir desses relatos, despertou-se o interesse por estudar os motivos que fazem com que essas manifestações patológicas apareçam, para que assim possam ser apresentados métodos de prevenção e reparo das mesmas. Após o estudo, notou-se que a patologia mais encontrada são as trincas, as quais serão apresentadas ao longo desse trabalho final de curso. Palavras-chave: Patologias, residências.

    ABSTRACT The increase in the number of small unifamiliares residences is remarkable in all Brazil. This is due to the increasing ease in financing and credit cards, especially through government programs, which have benefited of lower and middle class families, that is, disadvantaged monetarily. However, these small buildings, read residences, most often are treated with case and constructed inadequately in order to decrease costs. For this reason, the number of pathologies (name given when the structure or part of it isn’t performing its real function for some reason) has increased significantly. Due to the constant complaints and disorders from these reports, it has aroused the interest in studying the reasons why these pathological manifestations appear, so that methods of preventing and repairing them can be presented. After the study, it was noticed that the most considered pathology they are the cracks, what they will be presented along this final work of course Keywords: Pathologies; residences.

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    1 Introdução

    Nota-se que o número de pequenas residências tem aumentado em grande proporção. Isso se deve ao fato de que as famílias de classes baixa e média tem tido mais facilidade e acesso a financiamentos, especialmente aos disponibilizados pelo Governo. No entanto, com o aumento do número dessas residências, aumentaram também as reclamações feitas pelos proprietários e inquilinos dessas obras, e isso pode ser verificado nos registros do Código de Defesa do Consumidor (CDC) por meio da Lei 8078 de 1990 (SANTOS et al., 2014). Segundo Santos et al. (2014), para uma obra ter boa qualidade é necessário seguir parâmetros de organização e correta execução, seguindo o controle de qualidade do projeto preliminar, até o projeto final. A fundação, por exemplo, é um momento que exige muita atenção e nela, devem-se seguir as seguintes etapas: Planejamento, que consiste em avaliar o tipo do solo e da construção; Projeto, onde se faz o dimensionamento segundo a ABNT NBR 6122 (2010) - Projeto e Execuções de Fundações, com estudo de como o solo e a estrutura vão interagir e o entendimento das variáveis do solo e sua estabilidade; Materiais, onde há a necessidade da especificação e suas devidas propriedades, como resistência, durabilidade e controle de qualidade; Execução, que segundo Ripper (1996) é o principal item causador de patologias, necessitando de mão de obra qualificada, manutenção de espaçamentos entre as armaduras, cobrimento e resistência do concreto, obedecendo aos padrões estipulados no projeto; Uso, onde é fundamental que a vistoria da fundação seja realizada de seis em seis meses. O processo construtivo também é fundamental para o bom funcionamento da estrutura, em que se faz necessário um planejamento adequado, para que não ocorram falhas na construção. Isso é muito comum em pequenas obras, pois muitas vezes elas não são executadas de maneira correta, justamente por serem pequenas (SANTOS et al., 2014). Percebe-se também que, na etapa da fundação, é comum ocorrer patologias em obras dos terrenos vizinhos, sendo o arquiteto e/ou o engenheiro civil da construção, que está sendo realizada, responsabilizado pelos danos causados (PINHO, 2012). Ripper (1996) aponta que, esses erros inatos do mercado da construção civil, acontecem por falhas na execução, ou seja, devido a falta de mão de obra especializada para o serviço em questão, ocorrendo devido as empresas negarem-se a disponibilizar treinamento aos funcionários, a fim de diminuir custos. O sonho da casa própria está perto de muitos que pouco sonharam com isso, porém, vale se perguntar se o produto final a ser entregue será realmente o esperado a curto e longo prazo, já que Santos et al. (2014) diz que, a qualidade da maioria das residências unifamiliares de pequeno porte, não é satisfatória. Sendo assim, esse trabalho tem como objetivo estudar as principais patologias encontradas em residências unifamiliares de pequeno porte, detectando seus tipos e causas, assim como visa apontar métodos para a prevenção e reparo, a fim de proporcionar melhor qualidade de vida e satisfação aos moradores.

    2 Revisão Bibliográfica

    Segundo Lichtenstein (1985), patologia na construção civil é o estudo de origens, causas, descrição de mecanismo, situações e consequências. Logo, patologia é quando a estrutura, ou parte dela, não apresenta o comportamento mínimo estabelecido. Ou seja, quando a estrutura, ou partes isoladas têm um desempenho baixo ou inexistente. Vale

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    lembrar que, patologias também estão relacionadas à estética, durabilidade e funcionalismo (RIPPER, 1996). Existem muitos estudos que mostram as origens patológicas em construções, que são variadas, originando assim, uma extensa lista de causas. A figura 1 mostra, em percentual, as causas que acarretam as patologias mais frequentes encontradas no Brasil.

    Figura 1: Percentual das causas de patologias mais frequentes (adaptado de Ripper, 1996).

    Patologias são encontradas em diversos tipos de obras, porém em algumas são mais comuns, como nas de pequeno porte. Abaixo, segue tabela 1, que apresenta as patologias mais comuns, suas causas e origens.

    Tabela 1 - Exemplos de termos ligados à patologia das construções (adaptado de FRANÇA et al. (2011))

    Manifestação Patológica Causa Origem

    Fissuras/Trincas

    • Retração do concreto

    • Problemas com as fundações

    • Espessura do revestimento

    • Aberturas de esquadrias

    • Cura mal feita

    • Variação de temperatura

    • Umidade

    • Projeto

    • Execução

    • Materiais

    Bolor/Mofo • Infiltrações

    • Vazamentos

    • Projeto

    • Execução

    • Uso

    Eflorescências

    • Porosidade excessiva

    • Presença de água

    • Cal livre presente no cimento

    • Pressão hidrostática

    • Execução

    • Materiais

    Patologia mais comum em obras de pequeno porte, as fissuras têm causas certas de acontecimentos. Nota-se que não se dá a devida importância a esse fato, porque na maioria dos casos, implica apenas em danos estéticos. Mas, podem vir a acarretar

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    maiores perdas. Noal (2016) explica que as fissuras acontecem, na maioria das vezes, quando as tensões suportadas pelo material que é utilizado são menores que as deformações solicitadas por esse mesmo material. A liberação dessa tensão gera um alívio do sistema, dando características assim, às fissuras. Na NBR 9575 (2003), norma de projeto de impermeabilização, as fissuras e as trincas são classificadas de acordo com sua espessura. As microfissuras, por exemplo, possuem aberturas menores que 0,05mm. Já as fissuras têm aberturas com até 0,5mm, e as trincas variam de 0,5mm a 1,0mm de abertura. De acordo com Corsini (2010), as trincas são divididas em passivas e ativas. As passivas (mortas) são consideradas estabilizadas e então, não mudam no decorrer do tempo com a variação da temperatura. Já as ativas (vivas), mudam com a variação higrotérmica, que é a ação simultânea de retração e dilatação, provocada pela variação de temperatura e a absorção de água. Mesmo comuns, as fissuras são, segundo Zatt (2000), consideradas manifestações patológicas particulares das estruturas de concreto, de causas difíceis de identificar e diagnósticos complicados de serem realizados. Elas se originam em diferentes fases da edificação, desde a concepção do projeto arquitetônico, até na fase de utilização. As fissuras podem ocorrer por diversos motivos. Um deles é a retração hidráulica, que ocorre pela cura malfeita do concreto, conforme mostra a figura 2.

    Figura 2: Fissuração mapeada causada por retração hidráulica (AOKI; MEDEIROS (2010)).

    Esses tipos de fissuras acontecem quando se perde água durante o processo de amassamento, como aponta Marcelli (2007). Certifica-se, nesse caso, que não há a quantidade necessária de água para que a cura aconteça do modo correto, causando assim, retrações que geram tensões no concreto. E o processo termina em o concreto não resistir a essas tensões, e o resultado, são fissuras que parecem mapas geográficos, sem direção definida. Para que esse tipo de fissura possa ser evitado, é necessário haver a cura apropriada na fase de execução. Porém, se o problema já existir, é necessário fazer o selamento no elemento estrutural com o intuito de proteger a armação da oxidação, que é quando a armadura da peça entra em contato com a água (THOMAS, 2003). As fissuras também podem ser ocasionadas devido às variações dimensionais no concreto, que são causadas pela mudança de temperatura. Quando a estrutura é impedida de se movimentar, ocorrem as fissuras devido à variação térmica. Figura 3 ilustra essa patologia.

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    Figura 3: Fissura devido à variação térmica (DOS SANTOS (2014)).

    Cada material possui um coeficiente de variação térmica. Nas paredes de vedação, por exemplo, a alvenaria não vai se deformar como a estrutura de concreto, gerando fissuras nesses encontros. O que comprova os estudos de Marcelli (2007), que diz que esse tipo de fissura ocorre com mais facilidade em peças esbeltas e longas. O projetista estrutural deve sempre levar em conta a variação térmica na concepção de seus projetos, de acordo com o que a NBR 6118 (2014) - Projeto de estruturas de concreto, sugere. Marcelli (2007), diz que os projetistas não levam esse fator em consideração, e pouco se preocupam em fazer com que esses efeitos diminuam o que faz com que a variação de temperatura ocorra em todas as edificações, tornando esse um problema crônico, de difícil correção. Para diminuir as tensões, Thomaz (2003) sugere que nos primeiros dias de cura ocorra uma proteção térmica. Outro tipo de abertura é a causada pela grossa espessura do revestimento, se houver a necessidade de uma camada mais espessa é correto aplicar camadas sucessivas com menos de 2cm e respeitar o tempo de endurecimento de cada camada como forma de prevenir as trincas (MARCELLI,2007). Já quando a trinca tem ligação com a aplicação do revestimento, nota-se que antes da aplicação, deve-se analisar a rugosidade da superfície onde será aplicado o revestimento. Pois, uma má aderência acarretará em um deslocamento do revestimento, como se pode observar na figura 4.

    Figura 4: Trincas mapeadas devido a grossa aplicação do revestimento (MARCELLI, (2007)).

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    Essas trincas mapeadas podem ser evitadas respeitando as recomendações de dosagem e o controle da espessura durante a aplicação do revestimento de argamassa, o qual não pode ultrapassar 2cm. Em situações que as fissuras apresentem pequenas aberturas, a solução para esse tipo de trinca é uma renovação da pintura. Quando se tratar de uma falha maior indica-se refazer todo o revestimento. Um dos problemas mais comuns para as edificações de pequeno porte são as trincas ocasionadas devido ao recalque das fundações. Marcelli (2007) aponta que isso ocorre por haver muitas falhas na investigação do subsolo e também na escolha do tipo adequado de fundação, que precisa ser repensada para cada tipo de terreno, como mostra a figura 5.

    Figura 5: Trincas devido ao recalque diferencial das fundações (MARCELLI (2007)).

    Ressalta-se que para identificar onde está o problema de fundação, basta analisar para onde a trinca está apontando: geralmente em 45º, já que elas miram com maior abrangência para o pilar que está recalcando. No caso de acomodação de aterro, além do recalque, há uma movimentação horizontal que provoca rachaduras. As causas variam de acordo com a idade da obra. Em obras recém-construídas, por exemplo, pode-se dizer que se trata de uma fundação inadequada para o solo local, e no caso de edificações antigas, deve-se verificar possíveis causas como: vazamentos em tubulações hidráulicas enterradas, obras novas nas proximidades, escavações, interferência de árvores próximas, rebaixamento do lençol freático, etc. Para evitar essas trincas, deve-se fazer uma sondagem minuciosa do subsolo e consultar um engenheiro qualificado para que ele projete a fundação mais adequada e econômica para a edificação. Para cada tipo de

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    caso, as soluções são analisadas e estudadas pelo engenheiro calculista, juntamente com o arquiteto. Já as trincas recorrentes de aberturas de esquadrias, são trincas que aparecem nos cantos das aberturas de portas e janelas das alvenarias. Elas são causadas por uma concentração de tensões que surgem nesses vértices. E podem ser evitadas construindo-se vergas e contra vergas, ou seja, fazendo uma amarração na parte superior e inferior da abertura. Quando isso não ocorre, as trincas aparecem na construção geralmente em 45º, como apresenta a figura 6.

    Figura 6: Trincas em alvenaria devido à abertura de esquadrias (MARCELLI (2007)).

    Um problema que afeta grande parte das construções e causa transtornos, são as patologias ocasionadas pela presença da umidade. Umidade significa “qualidade do que é ou está úmido, quantidade de líquido no organismo”, ou seja, dentro da construção civil, tem como significado “estado úmido, molhado”. Quando presentes nas edificações necessitam de soluções caras, já que degradam rapidamente o local em que se encontram. Uma consequência desse problema, segundo Marcelli (2007) são as trincas devido à umidade, muito comuns de se encontrar em alvenarias, devido à falha no sistema de impermeabilização do respaldo inferior e nas proximidades do piso, que são pontos em que ocorre a infiltração de água, e se espalha por quase toda parede por capilaridade. Para evitá-las, deve-se executar um revestimento, seguindo as recomendações especificadas no traço, espessura e aplicação das argamassas, e observar a impermeabilização no respaldo da fundação, para que não ocorra uma infiltração de umidade vinda do solo ou do piso externo, conforme esboça a figura 7.

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    Figura 7: Impermeabilização no respaldo das fundações (MARCELLI (2007)).

    Discute-se uma forma de correção para esse tipo de trincas, que é criar uma barreira com injeção de produtos químicos na base da parede. Porém, é uma solução de custo elevado e eficiência duvidosa. Ainda de acordo com Marcelli (2007), esses tipos de trincas podem também ocorrer devido à deficiência na estanqueidade da argamassa de revestimento, por falta de pintura ou devido à existência de fissuras causadas por outros motivos, que permita com que a infiltração de umidade aconteça através de águas pluviais, que no caso, são corrigidas refazendo-se a pintura com tinta acrílica para fachadas, ou até mesmo trocando o revestimento, se o caso for mais crítico. Outro exemplo de patologia ocasionada pela umidade é o bolor ou mofo, que segundo Alucii & Flauzino & Milano (1988), o surgimento do mesmo causa um grande problema, o qual ocorre frequentemente em regiões tropicais. O bolor é caracterizado como uma patologia que altera a superfície, havendo a necessidade de recuperação, ou, em alguns casos, refazer o revestimento, gerando gastos extras. O surgimento do bolor se deve a presença de umidade, sendo ela no local onde o bolor está, ou presente no ar. É comum o surgimento do bolor em paredes com infiltrações ou paredes com vazamento na tubulação. A figura 8 ilustra essa patologia.

    Figura 8: Bolor em alvenaria e rodapé (GAZETA DO POVO (2016)).

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    Para evitar o bolor é preciso tomar algumas medidas já no projeto. Ambientes arejados, com iluminação e insolação considerável são fundamentais para que o bolor não apareça. Outra forma que diminui a possibilidade de infiltrações nos ambientes através do piso, paredes e teto é a impermeabilização dos mesmos (Alucci et al, 1988). Outro dano causado pela umidade é a eflorescência que, segundo Uemoto (1985), consiste em um depósito salino sobre superfície de alvenaria, o que acontece pela mesma estar exposta a intempéries, exemplificado na figura 9.

    Figura 9: Eflorescência em piso (SAGI CONSTRUTORA (2014)).

    Essa patologia é formada por três componentes: teor de sais presentes em cada material, presença de água e pressão hidrostática. Se faltar algum desses três elementos, essa patologia não existirá. Para se reparar essa patologia, recomenda-se usar uma escova de aço e água abundante, também podendo ser utilizado alguns elementos químicos. Porém, no caso dos elementos químicos, é necessário que os mesmos passem por uma avaliação antes de serem aplicados, pois alguns podem causar danos à estrutura. Contudo, em determinadas ocasiões, elas aparecem em edificações recém-terminadas e em área externa, pois reações ainda estão acontecendo, provavelmente desaparecendo naturalmente, com a água da chuva.

    3 Metodologia

    Baseadas na revisão bibliográfica apresentada foram feitas visitas in loco para identificar as patologias mais encontradas em residências unifamiliares de pequeno porte em duas cidades do noroeste do Paraná, a fim de analisar e detectar suas possíveis causas, como evitá-las e preveni-las. Foram visitadas 15 casas no total, sendo 07 no município de Francisco Alves-PR e 08 no município de Umuarama-PR, que apresentaram algum tipo de anomalia, dando prioridade às obras com pouca idade, ou que foram construídas em pouco tempo. Na abordagem, foram realizadas entrevistas com os proprietários para obter informações como, há quanto tempo às patologias existem e qual seu suposto grau de avanço, se os mesmos já procuraram o responsável da obra para reclamações, e qual a satisfação com sua residência.

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    TFC 2017 – TRABALHO FINAL DE CURSO 10

    Na vistoria foram realizados levantamentos visuais das patologias, medições de áreas afetadas, determinação de espessuras para caracterização das anomalias, registros fotográficos e avaliação do entorno. Os dados dos tipos de patologias mais encontradas e as causas das mesmas serão apresentados em forma de gráficos estatísticos. Após os dados e registros coletados, é apresentada a caracterização de cada patologia, sugerindo algum modo de corrigi-las e como evitá-las. Por fim, foi realizado um levantamento de quais patologias foram encontradas com mais frequência na região, o porquê de isso acontecer, e um modo de fazer com que as mesmas não ocorram mais, se possível, ou ao menos que sejam controladas, para uma melhor satisfação dos moradores.

    4 Resultados e Discussão

    Após a realização das vistorias nas residências unifamiliares, que foram escolhidas com base em critérios já citados, constatou-se que uma quantidade significativa de patologias é devida há inúmeros motivos, como falhas de execução de projeto (quando há a existência do mesmo), utilização, entre outros. Notou-se que o número de patologias encontradas, na maioria das vezes, são aberturas oriundas da falta de vergas e contravergas nas esquadrias, ou devido ao recalque de fundação e patologias causadas pela presença de umidade. Percebeu-se também, como a falta de correção dessas patologias, desde o início de seu surgimento pode se agravar, deixando a residência com aspecto ruim, como mostra a figura 10 abaixo, em que se nota várias manifestações patológicas, como aberturas, manchas e bolores em uma mesma parede de alvenaria em uma residência de 93m² e 9 anos de idade.

    Figura 10: Parede em alvenaria com várias patologias presentes (AUTORES (2017)).

    Inúmeros são os motivos que originam o surgimento das patologias, alguns deles são apresentados abaixo.

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    4.1 Abertura por recalque de fundações

    A abertura por recalque de fundações é uma patologia muito encontrada em residências de pequeno porte, devido à falta de um projeto de fundação adequado para o tipo de subsolo presente no local da construção. Isso se deve pela falta de responsabilidade dos construtores, ou até mesmo do próprio dono da obra, quando o mesmo se recusa a pagar por tal projeto de fundação, optando por uma mais barata e inadequada. Trata-se de uma patologia perigosa, uma vez que as espessas aberturas podem danificar a estrutura da obra, como mostra a figura 11.

    Figura 11: Abertura devido ao recalque da fundação (AUTORES (2017)).

    Neste caso, a fenda de 4,5mm de espessura e 1,6m de comprimento na diagonal, localizada na sala de uma residência unifamiliar de 120m² e 6 anos de idade, aconteceu pelo uso de uma fundação inadequada para o terreno. Um modo para prevenção é a análise do terreno através da sondagem no subsolo, e então assim sendo possível escolher uma fundação adequada para o mesmo. Para que essa abertura seja corrigida e não apareça mais, recomenda-se que se faça uma sapata de reforço no pilar que está recalcando, sendo o mesmo para onde a abertura aponta em 45º, e em seguida o acabamento com reboco, massa corrida e pintura.

    4.2 Abertura por acomodação do terreno

    No caso de acomodação de aterro, além do recalque, há também uma movimentação horizontal que provoca aberturas horizontais, que geralmente são passivas (não aumentam com o tempo). É uma patologia que acontece logo nos primeiros anos de vida da obra, e não tem perigo de desabamento, como mostra a figura 12 abaixo.

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    TFC 2017 – TRABALHO FINAL DE CURSO 12

    Figura 12: Abertura por acomodação do terreno (AUTORES (2017)).

    A figura acima apresenta uma rachadura de 1,2mm de espessura e 0,8m de comprimento, localizada em uma residência unifamiliar de 120m² e 8 anos de idade. Para que esse tipo de abertura seja evitado, há a necessidade de uma fundação apropriada para o terreno, que foi aterrado pouco tempo antes da obra ser construída. Como se trata de uma abertura passiva, para repará-la basta refazer o acabamento.

    4.3 Abertura em esquadrias

    Uma patologia que afeta grande número de residências, principalmente as de pequeno porte, são as aberturas em esquadrias. Isso acontece devido à falha na execução dessas obras, onde não são utilizadas as vergas e contravergas (pequenas vigas que ajudam a evitar as trincas nos vãos de portas e janelas) o que ocasiona uma concentração de tensões nesses vértices, dando origem as trincas, como mostra a figura 13 abaixo:

    Figura 13: Abertura de esquadria (AUTORES, (2017)).

    Na figura acima, a fenda de 1,6mm de espessura e 1,4m de comprimento, em uma residência unifamiliar de 120m² e 8 anos de idade, foi causada pela ausência de verga e contraverga. Para que essas tensões não causem aberturas, é necessário que se façam

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    TFC 2017 – TRABALHO FINAL DE CURSO 13

    amarrações, nas partes superior e inferior da janela, conhecidas como verga (amarração superior) e contraverga (amarração inferior). Para que se corrija essa patologia, é necessária a remoção da esquadria para fazer a verga e contraverga.

    4.4 Abertura por variação térmica

    Em uma construção há vários elementos com características diferentes. Dentre essas características há o coeficiente de dilatação, ou seja, a capacidade que aquele material tem de se dilatar (aumentar seu volume) e retrair (diminuir seu volume). O que faz com que esses materiais aumentem ou diminuam é a variação de temperatura. Quando todos esses materiais estão juntos para formação de um elemento, eles dilatam de forma diferente, acontecendo as aberturas devido a variação térmica.

    Figura 14: Abertura causada pela retração devido à variação térmica (AUTORES (2017)).

    Na imagem acima, encontra-se um tipo de abertura que ocorre pela mudança de temperatura em um determinado elemento, causando aberturas que lembram mapas geográficos. Neste caso, trata-se de uma parede em alvenaria, presente em uma residência unifamiliar de 100m² e 9 anos de idade com 3.5m² afetados pela patologia. Este problema é de difícil correção, pois cada material tem seu coeficiente de dilatação diferente. Para que essa patologia não ocorra, é necessário fazer uma proteção térmica nos primeiros dias de cura. Se a patologia já apareceu é necessário refazer o revestimento seguido da proteção correta.

    4.5 Bolor/Mofo

    O bolor/mofo é uma patologia comum em todo tipo de residência, e é encontrada em ambientes com presença de umidade, seja ela por vazamentos e infiltrações, ou por umidade presente no ar. Isso se deve à falta de um projeto mais elaborado, com ambientes arejados, insolação e iluminação adequada ao local, e também pela falta de execução de impermeabilização, ou nas lajes expostas. Essa falta de atenção, ou erros de projeto, causa manifestações patológicas que, além de deixar o ambiente desagradável, pode também ser prejudicial à saúde de quem convive com ela, como mostra a figura 15:

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    TFC 2017 – TRABALHO FINAL DE CURSO 14

    Figura 15: Bolor/Mofo (AUTORES (2017)).

    A patologia mostrada acima, encontrada em residência de 100m² e 9 anos de idade, que abrange 1m², é o bolor/mofo causado pela presença de umidade. No caso mostrado, ele foi causado por uma infiltração por um problema na calha, falta de limpeza e manutenção, assim danificando parte da laje. Para que esse problema não ocorra é importante que todas as partes das estruturas sejam executadas corretamente, assim como sua impermeabilização seja feita corretamente. Neste caso é necessário que se corrija o problema da calha e que se faça a limpeza sempre que necessário, e posteriormente, refaça o revestimento da área afetada, com a devida impermeabilização.

    4.6 Bolhas e descascamento da pintura

    Além do mofo/bolor, a umidade também pode causar patologias como bolhas e descascamento da pintura, que podem ser ocasionadas por motivos diversos, tais como: vazamentos de tubulações hidráulicas, infiltrações de águas pluviais, entre outros. Esse tipo de patologia não compromete a estrutura da obra, porém essa manifestação patológica deixa a obra com aspecto ruim, de velha e descuidada, como apresenta a figura 16.

    Figura 16: Bolhas e descascamento da pintura (AUTORES (2017)).

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    TFC 2017 – TRABALHO FINAL DE CURSO 15

    Na foto acima, pode-se notar a grande presença de umidade na residência unifamiliar de 115m² e 7 anos de idade, que resultou em bolhas, descascamento da pintura e descolamento da moldura de gesso. O problema aconteceu devido à calha mal dimensionada, que não venceu a vazão da água, nos períodos mais chuvosos, fazendo com essa água pluvial se acumulasse na laje, bem como se infiltrasse na alvenaria, gerando todo esse problema. Para que essa patologia possa ser evitada, é necessário que se faça o dimensionamento correto da calha através da NBR 10844 (1989) - Instalações Prediais de Águas Pluviais, e nesse caso, um modo de repará-la é substituir a calha existente por outra que se adeque as exigências da norma, e em seguida refazer os acabamentos necessários, como pintura e gesso.

    4.7 Considerações Gerais

    Após visitas feitas e com o conjunto de informações coletadas, são apresentados os resultados no gráfico da figura 17, que mostra, em porcentagem, as patologias mais encontradas nas residências analisadas.

    Figura 17: Principais patologias encontradas (AUTORES (2017)).

    Percebe-se que as patologias mais encontradas foram as aberturas em esquadrias, em segundo lugar as aberturas causadas por recalque de fundação, em seguida, as patologias causadas pela presença de umidade, e por fim, retração devido a variação térmica.

    5 Conclusão

    Conclui-se, a partir da pesquisa de campo apresentada nesse trabalho, que a patologia mais frequente em residências unifamiliares de pequeno porte, no noroste do estado do Paraná, são as trincas causadas pela ausência de verga e contraverga, o que confirma o gráfico de Ripper (2009) apresentado na revisão bibliográfica, em que o principal item causador de patologias são os erros de execução (no caso, falta de vergas e contra vergas).

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    Posteriormente a essa, a patologia mais encontrada é a abertura devido ao recalque diferencial de fundações, ou seja, por não ter havido um projeto de fundação adequado para o solo a ser utilizado, o que também confirma Ripper (2009), em que aponta que a falha de concepção e projeto ocupa o segundo lugar de seu gráfico. Por último, Ripper (2009) afirma que a terceira maior causa de patologias é proveniente da má utilização da obra. Isso também foi confirmado na pesquisa de campo com as patologias devido à umidade, causadora de manifestações patológicas de diversos aspectos, principalmente pela falta de manutenções, como por exemplo, a limpeza de calhas e impermeabilizações quando necessárias, já que essas têm seu tempo de validade. Logo, percebe-se a necessidade de profissionais capacitados e conscientes quanto à construção dessas obras, assim como um maior comprometimento da parte dos moradores proprietários, que possuem além de residências ou o sonho da casa própria, mas também merecem a despreocupação com danos maiores.

    6 Referências

    ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 9575: Impermeabilização e seleção de projetos. Rio de Janeiro, 2010.

    ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 10844: Instalações Prediais de Águas Pluviais. Rio de Janeiro, 1989. ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 6122: Projeto e Execução de Fundações. Rio de Janeiro, 2010. ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto–Procedimento. Rio de Janeiro, 2014. ALUCCI, M. P., FLAUZINO, W. D., MILANO, S. Bolor em edifícios: causas e recomendações. Tecnologia de Edificações, São Paulo. Pini, 1988.

    AOKI, J.; MEDEIROS, G. Retração – Redução de Efeito e Compensação. 2010. Disponível em:. Acesso em: 27 jun. 2017.

    BRASIL. Código de Defesa do Consumidor.

    CORSINI, R. Trinca ou fissura? : Como se originam, quais os tipos, as causas e as técnicas mais recomendadas de recuperação de fissuras. São Paulo: Téchne, 2010. Disponível em: . Acesso em: 15 maio 2017. DOS SANTOS, S.B. Fissuras no concreto podem ser decorrentes do calor. 2010. Disponível em: . Acesso em: 17 maio 2017.

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    TFC 2017 – TRABALHO FINAL DE CURSO 17

    LICHTENSTEIN, N. B. Patologia das Construções: procedimento para formulação do diagnóstico de falhas e definição de conduta adequada à recuperação de edificações. São Paulo: Escola Politécnica da USP. Tese de M. Sc., Universidade de São Paulo, 1985. MARCELLI, M. Sinistros na construção civil: Causas e soluções para danos e prejuízos em obras. São Paulo: Pini, 2007. NOAL, B. Entendendo as trincas e fissuras. 2016. Disponível em: . Acesso em: 27 jun. 2017. PINHO, G. Incidências de manifestações patológicas causadas por construções nas edificações vizinhas no município de Vitória-ES. 2012. Disponível em: . Acesso em: 08 jun. 2017. RIPPER, E. Como evitar erros na construção. São Paulo: Pini, 1996. SANTOS, W.; ROSSI, C.; CARVALHO, C; ALVARENGA, R.; SILVA, R. Prescrições para construções de edificações residenciais multifamiliares com base nas patologias identificadas na cidade de Viçosa-MG. Minas Gerais: Revista de Engenharia e Tecnologia, 2014. THOMAZ, E. Trincas em Edifícios: Causas, prevenção e recuperação. São Paulo: Pini, 2003. UEMOTO, K. L. Patologia: Danos causados por eflorescência. São Paulo: Pini, 1985. ZATT, P.J. Um estudo sobre fissuras em concreto armado, 2000.

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    ANEXO

    Acervo fotográfico das edificações visitadas

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    R1- residência unifamiliar de 120m² e 7anos de idade.

    R2 - residência unifamiliar de 70m² com 4 anos de idade.

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    R3- residência unifamiliar de 75m² e 8 anos de idade.

    R4- residência unifamiliar de 140m² e 10 anos de idade.

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    TFC 2017 – TRABALHO FINAL DE CURSO 21

    R5- residência unifamiliar de 110m² e 4 anos de idade.

    R6- residência unifamiliar de 70m² e 5 anos de idade.

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    TFC 2017 – TRABALHO FINAL DE CURSO 22

    R7- residência unifamiliar com 70m² e 6 anos de idade.

    R8- residência unifamiliar com 89m² e 7anos de idade.

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    TFC 2017 – TRABALHO FINAL DE CURSO 23

    R9- residência unifamiliar com 93m² e 9 anos de idade.

    R10- residência unifamiliar com 79m² e 6 anos de idade.

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    TFC 2017 – TRABALHO FINAL DE CURSO 24

    R11- residência unifamiliar com 95m² e 3 anos de idade.

    R12- residência unifamiliar com 98m² e 4 anos de idade.

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    TFC 2017 – TRABALHO FINAL DE CURSO 25

    R13- residência unifamiliar com 102m² e 7 anos de idade.

    R14- residência unifamiliar com 100m² e 9 anos de idade.

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    TFC 2017 – TRABALHO FINAL DE CURSO 26

    R15- residência unifamiliar com 80m² e 8 anos de idade.