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UNIVERSIDADE PARANAENSE – UNIPAR
ELEN THAYS GOUVEIA SANTOS
MODIFICAÇÕES NO BENEFÍCIO DA PENSÃO POR MORTE: retrocesso social e
afronta às disposições constitucionais
Umuarama
2016
ELEN THAYS GOUVEIA SANTOS
MODIFICAÇÕES NO BENEFÍCIO DA PENSÃO POR MORTE: retrocesso social e
afronta às disposições constitucionais
Artigo apresentado ao curso de Direito, como
exigência parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Direito.
Orientadora: Profª Elirani de Sousa Chinaglia
Umuarama
2016
Autora:
Nome: ELEN THAYS GOUVEIA SANTOS
Curso: Direito RA: 01051453
CPF: 082.553.109-83 RG: 10.839.684-9 SSP/PR
End. Res.: Rua Gilio Furlaneto, 397 – Centro – CEP: 87.560-000 – Iporã-PR
Fone: (44) 9922-5580 E-mail: [email protected]
Professora Orientadora:
Nome: ELIRANI DE SOUSA CHINAGLIA
Titulação: Especialista em Direito Civil e Processual Civil; Especialista em Direito
Previdenciário
End. Res.: Avenida Paraná, 5636 – CEP: 87.502-000 – Umuarama-PR
Fone: (44) 9967-0324 E-mail: [email protected]
FICHA DE AVALIAÇÃO DO TRABALHO DE CURSO
Critérios:
Considerando que a supressão da apresentação oral do Trabalho de Curso (TC)
não significa critérios aleatórios para atribuição da nota pelo Professor Orientador, relaciona-
se as questões de avaliação de acordo com o Art. 18 do Regulamento Geral das Atividades
de Elaboração do Trabalho de Curso do Curso de Graduação em Direito, as quais
deverão servir de parâmetros orientadores para atribuição da nota.
I Etapa - análise do levantamento bibliográfico (mínimo de cinco obras) realizado pelo aluno
em consonância com o tema proposto e discutido com o Professor Orientador, com peso de
até 1,0 (um vírgula zero) na composição da nota final;
II Etapa - linhas gerais do desenvolvimento do trabalho com base no levantamento
bibliográfico, elaboração do Resumo Expandido e apresentação na Mostra de Trabalhos
Científicos do Curso de Direito, com peso de até 3,0 (três vírgula zero) na composição da nota
final;
III Etapa - término do desenvolvimento do trabalho conforme item anterior, com peso de até
2,0 (dois vírgula zero) na composição da nota final;
IV Etapa - introdução e conclusão do trabalho, com peso de até 2,0 (dois vírgula zero) na
composição da nota final;
V Etapa - análise geral do trabalho: conteúdo e apresentação escrita (organização seqüencial,
relevância do tema e correção gramatical) do trabalho, de acordo com as normas para
publicação, com peso de até 2,0 (dois vírgula zero) na composição da nota final;
UNIVERSIDADE PARANAENSE
Curso de Direito – Umuarama – Unidade - Sede
NOTA FINAL DO TC
APROVADA
REPROVADA
TÍTULO DO
ARTIGO
MODIFICAÇÕES NO BENEFÍCIO DA PENSÃO POR MORTE:
RETROCESSO SOCIAL E AFRONTA ÀS DISPOSIÇÕES
CONSTITUCIONAIS
O trabalho será encaminhado para publicação pela
professora orientadora?
SIM
NÃO
ACADÊMICA: ELEN THAYS GOUVEIA SANTOS
R.A. 01051453 SÉRIE
4º B
PERÍODO NOTURNO
ORIENTADORA: ELIRANI DE SOUSA CHINAGLIA
Observações:
Umuarama, 10/11/2016.
_______________________________
ELIRANI DE SOUSA CHINAGLIA
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço à Deus pelo dom da vida, por nunca ter me desamparado
e por ter me permitido chegar até aqui.
Aos meus pais e ao meu namorado por todo o apoio, incentivo e por sempre terem
acreditado em mim.
Aos meus amigos pelas alegrias, dores e tristezas compartilhadas.
À Universidade Paranaense e todo seu corpo docente pela oportunidade de
realizar este curso e por contribuírem para minha formação profissional.
Agradeço especialmente à minha Professora Elirani de Sousa Chinaglia por todo
carinho, dedicação e empenho a mim ofertados. Foi uma satisfação imensa a ter como
orientadora.
E a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a elaboração do presente
trabalho, meu muito obrigada.
MODIFICAÇÕES NO BENEFÍCIO DA PENSÃO POR MORTE: RETROCESSO
SOCIAL E AFRONTA ÀS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
RESUMO: Este trabalho teve como objetivo analisar aspectos da Medida Provisória nº 664,
de dezembro de 2014, que trouxe modificações consideráveis no que concerne ao benefício de
pensão por morte, analisando-os à luz das disposições constitucionais, uma vez que tais
alterações restringem os direitos sociais por meio da ampliação dos requisitos necessários à
concessão do benefício em comento. Neste contexto, são indicados e discutidos os principais
aspectos que cingem as novas regras introduzidas para concessão deste benefício. Dentre as
principais alterações, pode-se citar as situações que acarretam à perda do benefício e a
necessidade de se ter vertido 24 prestações à autarquia para gozo do benefício. Ainda merece
destaque a minoração do valor mensal e a exigência de um tempo mínimo de casamento ou
união estável anterior à morte do segurado. Além da diminuição do prazo de recebimento da
pensão por morte para o cônjuge supérstite e a não manutenção da cota ao filho universitário
maior de vinte e um anos. Cotejando esses aspectos, é apresentado a inconformidade com as
disposições constitucionais e o retrocesso social trazidos por tais alterações. Para a realização
deste trabalho, utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica com a utilização de
material específico em publicações de artigos científicos, monografias, dissertações e livros,
sendo este último a principal fonte referencial.
PALAVRAS-CHAVE: Direitos Sociais; Retrocesso Social; Benefício Previdenciário;
Inconstitucionalidade.
MODIFICATIONS TO THE BENEFIT OF THE DEATH PENSIONS: SOCIAL
SETBACK AND AFFRONT TO CONSTITUTIONAL PROVISIONS
ABSTRACT: This study aimed to analyze aspects of provisional measure No. 664,
December 2014, which brought considerable changes in the pension benefit for death,
analyzing them in light of the constitutional provisions, since these amendments restrict the
social rights through the expansion of the requirements necessary for the granting of the
discussed benefit. In this context, are indicated and discussed the main aspects that affect the
new rules introduced to grant this benefit. Among the main changes, one can cite the
situations that entail the loss of the benefit and the need of having poured 24 benefits the
municipality for enjoyment of the pension. Even the mitigation of monthly value and the
requirement for a minimum time of marriage or stable union prior to the death of the insured.
In addition to the reduction in the period of receipt of death benefits to the surviving spouse
and the termination of the share for the son at the university older than twenty-one years. By
matching these aspects are the non-conformity with the constitutional provisions and the
social backlash brought by such changes. For this study, it was used the methodology of
bibliographical research with the use of specific material in publications of scientific articles,
monographs, dissertations and books, the latter being the main reference source.
KEYWORDS: Social Rights; Social Backlash; Pension Benefit; Unconstitutionality.
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1 INTRODUÇÃO
Em dezembro de 2014, com a edição da Medida Provisória nº 664 pela Presidente
da República, houve redução na cobertura e alterações nos requisitos para gozo de benefícios
previdenciários, dentre eles a pensão por morte.
O presente trabalho irá fazer uma análise acerca dessas modificações introduzidas
pela Medida Provisória nº 664 no concernente ao benefício da pensão por morte sob o viés da
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Em nosso país, a Seguridade Social é instituída pela Constituição Federal e tem o
condão de proteger a população contra riscos sociais que possam causar transtorno e
intranquilidade social, conferindo assim maior segurança à população. Esse sistema é formado
por regime não contributivo, qual seja, a saúde pública e a assistência social e pelo regime
contributivo: previdência social.
O benefício previdenciário da pensão por morte encontra-se inserido no regime
contributivo e visa proteger os dependentes do segurado, sendo tratado na Constituição
Federal como um “risco social”, denominação inclusive questionada por muitos
doutrinadores, os quais preferem o chamar de “necessidade social”.
Tal benefício é abordado nos artigos 74 a 79 da Lei 8.213/91; nos artigos 105 a
115 Decreto nº 3.048, de 06 de maio de 1999 e, nos artigos 364 a 380 da Instrução Normativa
do INSS nº 77, de 21 de janeiro de 2015.
O Direito Previdenciário possui seus princípios próprios, como Universalidade da
cobertura e do atendimento, Irredutibilidade do valor dos subsídios, Precedência da Fonte de
Custeio, dentre outros, além de ser norteado por vários Princípios Constitucionais Gerais.
Desta feita, neste trabalho, num primeiro momento será explanado acerca da
Seguridade Social e os Princípios Constitucionais Gerais aplicados ao Direito Previdenciário.
A seguir será feita uma conceituação do benefício da pensão por morte, além da
indicação dos dependentes e dos documentos necessários à comprovação da condição de
dependente.
Por fim, será feita uma análise acerca da inconstitucionalidade e retrocesso social
trazidos pelas modificações introduzidas pela Medida Provisória 664/2014, adotando-se como
método de trabalho a revisão bibliográfica e entendimentos jurisprudenciais.
Neste sentido, o presente artigo visa agregar valor às reflexões acerca do tema,
oferendo subsídios para uma interpretação crítica.
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2 DA SEGURIDADE SOCIAL
A Seguridade Social consiste em um conjunto integrado de ações de iniciativa dos
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social, nos termos do artigo 194 da Constituição Federal de 1988.
A natureza jurídica da Seguridade Social, Amado (2016) diz que ela ostenta
simultaneamente a natureza jurídica de direito fundamental de 2º e 3º dimensões, vez que tem
natureza prestacional positiva (direito social) e possui caráter universal (natureza coletiva).
Todavia, a respeito da responsabilidade do Estado no que se refere à Seguridade
Social, Ibrahim (2015) diz ser obrigatória a intervenção estatal por meio de ação direta ou
controle, a qual deve atender a toda e qualquer demanda referente ao bem-estar da pessoa
humana. Complementando este entendimento, ele assim dispõe:
Para uma completa compreensão da seguridade social, é necessário vislumbrar-se a
importância e alcance dos valores do bem-estar e justiça sociais, os quais são, de
fato, bases do Estado brasileiro, assim como diretrizes de sua atuação. A seguridade
social é então meio para atingir-se a justiça, que é o fim da ordem social. Ibrahim,
(2015 apud BALERA, 2004, p. 15)
Primando pelo bem estar e a justiça social, a Constituição previu a intervenção do
Poder Público nas mais diversas áreas, reunidas no Título da Ordem Social, sendo desse modo
os direitos à previdência, à assistência social e à saúde, considerados direitos sociais.
Desse modo, por abranger direitos sociais, que são aqueles que têm o fito de
garantir ao indivíduo a usufruir de seus direitos e garantias fundamentais, garantindo-lhes uma
vida digna, a Seguridade Social é regida por disposições e princípios constitucionais.
2.1 Princípios Gerais aplicáveis à Seguridade Social
O Direito Previdenciário, como ramo autônomo do Direito, possui seus princípios
próprios, porém diversos outros princípios gerais são aplicáveis à Seguridade Social. Dentre
esses podemos citar os Princípios da Igualdade, do Direito Adquirido, da Dignidade da Pessoa
Humana e o Princípio do não retrocesso social.
Segundo Amado (2016) é possível definir os princípios como espécie de normas
jurídicas com maior carga de abstração, generalidade e indeterminação que as regras, haja
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vista não disciplinarem por via direta as condutas humanas, dependendo de uma
intermediação valorativa do exegeta para a sua aplicação.
Assim, tais princípios devem ser seguidos como ideias orientadoras pelo
legislativo a respeito de elaboração das leis para devida proteção à Seguridade Social.
O Princípio da Igualdade está expressamente previsto no caput do art. 5º da
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e, segundo Ibrahim (2015) a
igualdade aqui tratada não é mera isonomia formal, mas sim a material ou geométrica, no qual
os iguais são tratados de modo igual e os desiguais de modo desigual.
Complementando este entendimento, assim preleciona Alexandre de Moraes
(2016):
O que se veda são as diferenciações arbitrárias, as discriminações absurdas, pois, o
tratamento desigual dos casos desiguais, na medida em que se desigualam, é
exigência tradicional do próprio conceito de Justiça, pois o que realmente protege
são certas finalidades, somente se tendo por lesado o princípio constitucional quando
o elemento discriminador não se encontra a serviço de uma finalidade acolhida pelo
direito. A igualdade se configura como uma eficácia transcendente, de modo que
toda situação de desigualdade persistente à entrada em vigor da norma
constitucional deve ser considerada não recepcionada, se não demonstrar
compatibilidade com os valores que a Constituição, como norma suprema.
(MORAES, 2016. p. 137 )
A Constituição Federal do Brasil não define o que vem a ser o Princípio do direito
adquirido, porém este instituto é um direito fundamental previsto no inciso XXXVI, do art. 5º
da Carta Magna. No entanto, Gilmar Mendes (2016) afirma que o conceito de direito
adquirido ajusta-se à concepção que lhe dá o próprio legislador ordinário, a quem assiste a
prerrogativa de definir, normativamente, o conteúdo evidenciador da ideia de situação jurídica
definitivamente consolidada.
A corroborar com este ensinamento, veja-se o que preceitua outro consagrado
doutrinador:
Constitui-se num dos recursos de que se vale a Constituição para limitar a
retroatividade da lei. Com efeito, está em constante mutação; o Estado cumpre o seu
papel exatamente na medida em que atualiza as suas leis. No entretanto, a utilização
da lei em caráter retroativo, em muitos casos, repugna porque fere situações
jurídicas que já tinham por consolidadas no tempo, e esta é uma das fontes
principais da segurança do homem na terra. (BASTOS, 1994. p.43)
Já o Princípio do não retrocesso social vem a complementar o Princípio do Direito
Adquirido, tendo em vista que ele tem como escopo resguardar um estado de coisas já
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conquistadas, proibindo a sua restrição ou supressão. Nas palavras de Canotilho (2003), assim
é conceituado este princípio:
O núcleo essencial dos direitos sociais já realizado e efetivado através de medidas
legislativas deve considerar-se constitucionalmente garantido, sendo
inconstitucionais quaisquer medidas estaduais que, sem a criação de outros
esquemas alternativos ou compensatórios, se traduzam na prática numa “anulação”,
“revogação” ou “aniquilação” pura e simples desse núcleo essencial.
(CANOTILHO, 2003, p. 87)
Por fim, o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, conforme Alexandre de
Moraes (2016) menciona, “[...] é o princípio basilar da República [...]”, ou seja, por este
princípio é possível inferir que qualquer que seja o ato ou a lei que se edite deve ser levado
em consideração o oferecimento de condições mínimas para que o indivíduo tenha uma vida
digna.
Todavia, recentemente, com a edição da Medida Provisória 664/2014 em
dezembro de 2014 vários desses postulados constitucionais acima foram violados.
3 BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DA PENSÃO POR MORTE
O benefício da pensão por morte é tratado nos artigos 74 a 79 da Lei 8.213/91
com as alterações introduzidas pela Lei 13.135, de 17 de junho de 2015; nos artigos 105 a 115
do Regulamento da Previdência Social – Decreto nº 3.048, de 06 de maio de 1999 e, nos
artigos 364 a 380 da Instrução Normativa do INSS nº 77, de 21 de janeiro de 2015.
3.1 Conceito
A pensão por morte, como o próprio nome aduz, é um benefício devido aos
dependentes do segurado no caso da morte deste, ou, que em caso de desaparecimento, tenha
sua morte presumida declarada judicialmente, sendo ele aposentado ou não.
O objetivo original desse benefício previdenciário foi possibilitar aos dependentes
uma maneira de garantia para suprimento de sua existência, tendo caráter substitutivo
impróprio, pois não visa substituir uma renda que o segurado viria a conquistar, mas sim a
substituir uma renda anteriormente existente.
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A Lei 8.213/91, em seu artigo 74 e incisos dispõe acerca da legitimidade assim
como do marco inicial da concessão do benefício, veja-se:
Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado
que falecer, aposentado ou não, a contar da data:
I - do óbito, quando requerida até noventa dias depois deste;
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso anterior;
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. (BRASIL, 1991)
Conforme visto, para o gozo do benefício, dentre outras exigências, há a
necessidade do fator gerador principal, qual seja, o óbito. A morte pode ser comprovada
através de certidão de óbito expedida pelo Cartório de Registro Civil. Porém, a legislação
previdenciária admite ainda a morte presumida – aquela pautada em hipóteses e/ou suposições
– para fins de concessão do benefício.
Leitão (2015) preceitua que se admitem duas espécies de morte presumida: por
ausência e pelo desaparecimento do segurado em consequência de desastre, catástrofe ou
acidente.
Sendo por ausência, a morte é declarada pela autoridade judicial competente,
depois de 6 (seis) meses da ausência do segurado; e na situação de desaparecimento do
segurado em consequência de desastre, catástrofe ou acidente independe de declaração
judicial e do prazo de 6 (seis) meses.
Todavia, por óbvio, o §2º do artigo 78 da Lei 8.213/91 dispõe que caso o segurado
reapareça, cessará imediatamente o pagamento da pensão, sendo, porém, desobrigados os
dependentes a restituição dos valores que tenham percebido, salvo se tiverem agido de má-fé.
Além, obviamente, do evento morte, outros aspectos devem ser observados na
concessão do benefício, tais como: os legitimados à percepção do benefício; qualidade de
segurado do “de cujus”, consoante se verá a seguir.
3.2 Dependentes
O benefício previdenciário da pensão por morte será pago aos dependentes do
segurado que falecer. Não é o segurado que indica quem serão seus dependentes. A própria
legislação previdenciária já prevê e indica taxativamente quem tem direito ao benefício.
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Nesse sentido, os dependentes estão listados no art. 16 da Lei nº 8.213/91 e são
divididos em três classes:
1ª CLASSE: Cônjuge; Companheiro (a); Filho menor de 21 (vinte e um) anos,
desde que não emancipado; e Filho inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou
deficiência grave, que o torne relativamente incapaz, declarado judicialmente (neste caso, não
importa a idade).
2ª CLASSE: Os pais do segurado
3ª CLASSE: Irmão menor de 21 (vinte e um) anos, desde que não emancipado;
Irmão inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, que o
torne relativamente incapaz, declarado judicialmente (nesta situação também não há limite de
idade).
O mesmo artigo ainda aduz expressamente que a existência de qualquer das
classes exclui o direito das demais ao percebimento do benefício.
Outrossim, os dependentes da 1ª Classe possuem dependência econômica
presumida, enquanto das demais classes para fazerem jus ao recebimento da pensão morte
necessário se faz que se prove esta dependência.
Ainda, o enteado e o menor tutelado serão equiparados a filhos do segurado,
desde que o mesmo assim os declare e contanto que seja comprovada a existência de
dependência econômica através de documentos.
A autarquia dispõe ainda que com relação à incapacidade e invalidez do filho,
enteado ou irmão maior de 21 (vinte e um anos) do segurado, deverá tal situação ser
comprovada por avaliação médico-pericial do INSS que avaliará os seguintes critérios:
Se a incapacidade para o trabalho é total e permanente; se a invalidez é anterior à
eventual causa de emancipação civil ou anterior à data em que completou 21 anos; se a
invalidez manteve-se de forma ininterrupta até o preenchimento de todos os requisitos de
elegibilidade ao benefício; se a invalidez seja anterior ou simultânea ao óbito do segurado.
Contudo, será considerado companheiro aquele que, não sendo casado, mantém
união estável com o segurado.
Os doutrinadores pátrios, como Washington de Barros Monteiro (2004) e Silvio
Rodrigues (2004), por exemplo, salientam que a união estável só é reconhecida em
relacionamentos mostrados à sociedade, sem qualquer clandestinidade.
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Atualmente não é mais requisito o relacionamento por mais de cinco anos e a
concepção de filhos para que se configure a união estável. O artigo 1723 do Código Civil
suprimiu qualquer fixação de tempo, bastando apenas o relacionamento “público, contínuo e
duradouro” para a caracterização da união estável.
Desse modo, havendo litígio, caberá ao juiz exercer um juízo de valor ao caso
concreto para certificar se a duração da relação foi ou não suficiente para configuração da
união estável. São aplicáveis ainda à união estável os dispositivos que versam sobre o
casamento, tais como a necessidade de capacidade civil e os impedimentos previstos no art.
1521, incisos I a V e VII.S Sobre a capacidade civil, eis as brilhantes palavras do respeitável
doutrinador Washington de Barros Monteiro (2004):
Em se falando de capacidade civil, a união estável só é válida quando a
pessoa atinge a idade núbil, sendo que essa não pode ser suprida por
autorização dos pais ou responsáveis nem tampouco pela decisão emanada
pelo Poder Judiciário. (MONTEIRO, 2004, p.33)
Assim, a partir de dezembro de 2010, com a edição da Portaria 513/2010 pelo
Ministério da Previdência Social integrou-se no rol de dependentes o companheiro ou
companheira do mesmo sexo com quem o segurado manteve união estável, desde que
comprovada tal relação, passando a concorrer juntamente com os demais dependentes
previstos.
Por fim, de acordo com a Instrução Normativa nº 77/2015 do Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS), fará jus ao recebimento da pensão por morte o cônjuge separado de
fato, divorciado ou separado judicialmente, desde que beneficiário de pensão alimentícia,
mesmo que este benefício já tenha sido requerido e concedido à companheira ou ao
companheiro.
3.3 Da inscrição e dos documentos comprobatórios à condição de dependente
Assim, os dependentes da Classe 1 não necessitam provar dependência
econômica, tendo em vista que neste caso, tal dependência já é presumida. Porém ao solicitar
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a sua inscrição como dependente junto ao INSS, basta a apresentação dos seguintes
documentos:
Para os dependentes preferenciais, ou seja, cônjuge e filhos, necessário se faz a
juntada de certidões de casamento e de nascimento.
No caso de companheira ou companheiro é preciso a certidão de casamento com
averbação da separação judicial ou divórcio, quando um dos companheiros ou ambos já
tiverem sido casados, ou de óbito, se for o caso e, ainda documentos comprobatórios da união
estável.
Ainda no caso de indivíduo equiparado a filho deve-se apresentar certidão judicial
de tutela e, em se tratando de enteado, certidão de casamento do segurado e de nascimento do
dependente. Deverá ainda comprovar a dependência econômica e apresentar declaração de
que não é emancipado, além de declaração escrita do segurado falecido manifestando a
intenção de equiparação, no caso de pensão por morte.
Entretanto, em se tratando da Classe 2, qual seja, os pais, deve-se oferecer
certidão de nascimento do segurado e no caso da 3ª Classe, o dependente deve apresentar a
sua certidão de nascimento a fim de que comprove que eram irmãos.
As duas últimas classes deverão também apresentar declaração firmada perante o
INSS de inexistência de dependentes preferenciais, bem como documentação probatória de
dependência econômica.
Todavia, para a comprovação da união estável ou da dependência econômica, a
legislação previdenciária requisita a apresentação de no mínimo 3 (três) dos documentos a
seguir listados:
Certidão de nascimento de filho havido em comum; Certidão de casamento
religioso; Declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como
seu dependente; Disposições testamentárias; Declaração especial feita perante tabelião;
Prova de mesmo domicílio;
Também é válido a Prova de encargos domésticos evidentes e existência de
sociedade ou comunhão nos atos da vida civil; Procuração ou fiança reciprocamente
outorgada; Conta bancária conjunta; Registro em associação de qualquer natureza, onde
conste o interessado como dependente do segurado; Anotação constante de ficha ou livro de
registro de empregados; Apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do
seguro e a pessoa interessada como sua beneficiária;
Além de também formarem o rol de documentos probatórios a Ficha de
tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como
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responsável; Escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente;
Declaração de não emancipação do dependente menor de 21 (vinte e um) anos; ou
Quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar.
Não havendo possibilidade de o dependente apresentar 3 (três) dos documentos
acima elencados e desde que haja pelo menos 1 (um) documento consistente, deverá ser
oportunizado o processamento de Justificação Administrativa para tal comprovação.
3.4 Procedimento da Justificação Administrativa (JA)
O conceito do procedimento da Justificação Administrativa (JA) vem
expressamente disposto no art. 142 do Decreto 3048/99 onde preleciona que tal instituto
constitui recurso utilizado para suprir a falta ou insuficiência de documento ou produzir prova
de fato ou circunstância de interesse dos beneficiários, perante a previdência social.
Embora trate de um procedimento administrativo com suas características
próprias, o §2º do artigo supracitado veda a tramitação da justificação administrativa como
processo autônomo, exigindo que seja parte do processo antecedente. Como principais
requisitos para a JA estão a existência de ao menos início de prova material e indicação de no
mínimo três e no máximo seis testemunhas, não sendo permitido, no entanto, prova
exclusivamente testemunhal. O início de prova material diz respeito ao fato de que é
necessária a existência de provas documentais, que embora por si só não comprovem a
existência do vínculo ao qual se pretende provar, corroborem os fatos alegados pelas
testemunhas.
Conforme os juristas Carlos Alberto Ferreira de Castro e João Batista Lazzarin
(2013), a prova material seria a prova documental contemporânea ao fato alegado, ou seja,
indícios (um ou mais) como marco inicial, e marco final, que possam levar a convicção do
que se pretende comprovar.
Entretanto, a exceção da exigência de apresentação de início de prova material se
perfaz no §2º do art. 143 do Decreto acima citado, os quais enquadram ocorrência notória, tais
como incêndio, inundação ou desmoronamento devendo ser comprovada mediante registro da
ocorrência policial feito em época própria ou apresentação de documentos contemporâneos
dos fatos. As testemunhas indicadas pelo interessado devem ser ouvidas separadamente, de
modo que nenhuma delas tenha acesso ao depoimento das outras. Essas testemunhas ainda
são advertidas de que serão enquadradas nas penas previstas no art. 299 do Código Penal, no
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caso de falso testemunho. O procedimento da JA depende de requerimento da parte
interessada, não podendo ser processada de ofício, ou seja, o requerente deve requerer e expor
claramente os pontos que deseja justificar.
Por fim, o INSS ainda sustenta que não será admitido nova convocação
das testemunhas ou um novo pedido de JA para o mesmo objeto, quando a anterior já tiver
sido analisada e concluída com o devido parecer conclusivo e, que em hipótese alguma,
caberá recurso de tal decisão conclusiva.
4 MEDIDA PROVISÓRIA
A medida provisória é um instrumento inserido em nosso Sistema Constitucional,
consagrado no artigo 62, da Constituição Federal, nas quais o Presidente em condições de
relevância e urgência pode expedi-la, quando tal situação não pode ser sanada por outros
mecanismos jurídicos. Tal artifício tem força de lei, em sentido formal, porém para ser
convertida em lei depende de aprovação do Poder Legislativo. A medida provisória perderá
sua eficácia se não convertida em lei dentro do prazo estabelecido pela Constituição.
Há uma grande discussão com relação à natureza jurídica da medida provisória.
Alguns defendem que por integrar o rol do art. 59 da Constituição Federal, o qual disciplina
as espécies normativas e ainda por ela ter força de lei, deve ser considerada um ato normativo.
Porém, doutrinadores como Marco Aurélio Grego (1991) e Ivo Dantas (1991) defendem que
ela não é um ato legislativo tendo em vista que uma norma jurídica com força de lei não é o
mesmo que lei.
Celso Bandeira de Melo (1998) faz parte desta mesma corrente que não vê a
medida provisória como lei, onde assim dispõe:
As medidas provisórias são formas excepcionais de regular determinados
assuntos, enquanto que as leis são vias normais de discipliná-los. No caso de
não conversão da medida provisória, a mesma perde sua eficácia ex tunc. A
lei, em contra partida, nessas condições, perde sua eficácia ex nunc. As
medidas provisórias só podem ser expedidas se estiverem presentes a
urgência e a relevância. Para a produção de uma lei, determinados
pressupostos não são uma condição. (MELO, 1998. p. 77-78)
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José Celso de Mello Filho (1990) defende que a justificativa da medida provisória
é a existência de um estado de necessidade. Onde sustenta que há momentos em que é
necessário adotar providências legislativas imediatas, inalcançáveis através do processo
legislativo ordinário.
Em que pese tais posicionamentos, a doutrina majoritária entende assim como
Jose Afonso da Silva (1995) e Pontes de Miranda que essa espécie normativa é uma espécie
de lei sob condição resolutiva.
5 MODIFICAÇÕES INTRODUZIDAS PELA MEDIDA PROVISÓRIA 664/2014
A Medida Provisória nº 664/2014, de 30 de dezembro de 2014, trouxe várias
modificações nas regras para concessão de benefícios previdenciários, dentre os quais trouxe
significativas alterações para concessão do benefício de pensão por morte.
Essas mudanças, contudo, acabaram por restringir direitos anteriormente
conquistados, trazendo assim maior dificuldade à concessão do benefício previdenciário e
fazendo-se necessários requisitos antes inexistentes.
Entre as alterações trazidas pela Medida Provisória 664/2014 merecem destaque
as situações de perda do benefício, o período de carência, o valor mensal do benefício, a
duração do casamento ou da união estável para que se possa gozar do benefício e a duração do
recebimento do benefício.
5.1 Perda do benefício
Foi implementado através da Medida Provisória os casos de perda do benefício
previdenciário da pensão por morte. O primeiro deles diz respeito ao companheiro ou a
companheira que use de simulação ou fraude no casamento ou na união estável com o fim
exclusivo de constituir benefício previdenciário, sendo tal situação apurada em processo
judicial.
A outra situação é relativa ao dependente que tenha dolosamente provocado a
morte do segurado, após ser condenado por sentença judicial com trânsito em julgado. Essa
situação enquadraria, por exemplo casos como o de Suzane Von Richthofen.
18
5.2 Carência
A Medida Provisória introduziu um período de carência para a concessão do
benefício, onde determinou que para gozo da pensão por morte há a necessidade de se ter
vertido 24 contribuições à autarquia, excetuando-se os casos em que o segurado estiver
fruindo de auxilio doença, aposentadoria por invalidez ou que a morte advenha de acidente de
trabalho ou doença profissional. Carência é um tempo mínimo de contribuição que o
trabalhador precisa ter vertido à autarquia para ter direito ao percebimento de um benefício.
Na letra do artigo 24 da Lei 8.213/91 a carência é definida como o número
mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício,
consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências.
Nessa perspectiva, Amado (2016) assim assevera:
Esse conceito legal é incompleto, tendo em vista que ainda será preciso que as
contribuições previdenciárias sejam pagas tempestivamente para fins de carência,
sendo imprestáveis as recolhidas com atraso. Ou seja, a carência se realizará não
apenas como o pagamento das contribuições previdenciárias, mas também com o
seu recolhimento em dia. (AMADO, 2016. p. 345)
Ademais, os recolhimentos não podem ocorrer após a morte do segurado,
conforme pode ser observado nos entendimentos jurisprudenciais:
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. CONCESSÃO. QUALIDADE DE
SEGURADO DO "DE CUJUS". NÃO COMPROVAÇÃO. CONTRIBUINTE
INDIVIDUAL. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. REGULARIZAÇÃO
APÓS A MORTE. IMPOSSIBILIDADE.
1. A concessão do benefício de pensão por morte depende da ocorrência do evento
morte, da demonstração da qualidade de segurado do de cujus e da condição de
dependente de quem objetiva a pensão.
2. Não será concedida a pensão aos dependentes do instituidor que falecer após a
perda da qualidade de segurado, salvo se preenchidos, à época do falecimento, os
requisitos para obtenção da aposentadoria segundo as normas então em vigor.
3. Hipótese em que não restou caracterizado o cumprimento dos requisitos legais
para concessão da pensão morte, uma vez que o falecido não mais ostentava a
qualidade de segurado na data do óbito.
4. Se o contribuinte individual não houver efetuado o recolhimento de ditas
contribuições relativas ao período imediatamente anterior ao óbito - ônus que lhe
competia, conforme o art. 30, inciso II, da Lei de Custeio - perdeu a qualidade de
segurado e, em consequência, não se cumpriu um dos requisitos necessários ao
deferimento da pensão por morte a seus dependentes (conforme art. 74, caput, da Lei
de Benefícios), salvo em duas hipóteses: a) quando o óbito houver ocorrido durante
o chamado período de graça, previsto no art. 15 da Lei n.º 8.213/91; b) se
preenchidos os requisitos para a obtenção de qualquer aposentadoria, segundo a
legislação em vigor à época em que foram atendidos, nos termos dos parágrafos 1º e
19
2º do art. 102 desta última Lei e da Súmula 416 do STJ. (TRF-4 – APELAÇÃO
CÍVEL - AC 50522757220134047100 RS 5052275-72.2013.404.7100, Relator:
Rogério Favreto, Data do Julgamento: 14/07/2015, Quinta Turma, Data da
Publicação: D.E. 16/07/2015).
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. SEGURADO OBRIGATÓRIO.
CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS.
RECOLHIMENTO POST MORTEM. IMPOSSIBILIDADE.
1. Para a concessão do benefício de pensão por morte, faz-se necessária a
comprovação da condição de dependente de quem o requer, bem como da qualidade
de segurado do instituidor ao tempo do óbito, sendo, na hipótese de contribuinte
individual, imprescindível o recolhimento das contribuições previdenciárias
respectivas pelo próprio segurado. Não há, por conseguinte, espaço para inscrição ou
recolhimento das referidas contribuições post mortem.
2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça que foi firmada no sentido da
impossibilidade de recolhimento, pelos dependentes, para fins de concessão do
benefício de pensão por morte, de contribuições vertidas após o óbito do instituidor,
no caso de contribuinte individual. Precedentes. Agravo Regimental improvido.
(STJ – Agravo Regimental no AREsp 636048 PR 2014/0312132-1, Relator:
Ministro Humberto Martins, Data do Julgamento: 19/05/2015, Segunda Turma, Data
da Publicação: DJe 26/05/2015).
Contudo, à luz do artigo 27, II da lei supracitada, se forem contribuições
recolhidas em atraso após a inscrição e a primeira paga em dia, estas são consideradas para
integralização do período de carência, sendo necessário não ter havido a perda da qualidade
de segurado.
Nesse sentido a Turma Nacional de Uniformização (TNU) assim pacificou o
entendimento:
PREVIDENCIÁRIO. CARÊNCIA. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL.
RECOLHIMENTO COM ATRASO DAS CONTRIBUIÇÕES POSTERIORES À
PRIMEIRA. AUSÊNCIA DE PERDA DA QUALIDADEDE SEGURADO.
POSSIBILIDADE DE CÔMPUTO DAS CONTRIBUIÇÕES ATRASADAS. 1.
Devem ser consideradas, para efeito de carência as contribuições previdenciárias
recolhidas com atraso, desde que posteriores à primeira paga sem atraso. 2. A
possibilidade do cômputo, para efeito de carência, dessas contribuições recolhidas
em atraso decorre diretamente da interpretação do disposto no art. 27, II, da Lei nº
8.213/91. Importa, para que esse pagamento seja considerado, que não haja perda da
qualidade de segurado. Precedente do STJ. (TNU - IUJ: 200772500000920 SC,
Relator: JUIZ FEDERAL DERIVALDO DE FIGUEIREDO BEZERRA FILHO,
Data de Julgamento: 21/11/2008, Turma Nacional de Uniformização, Data de
Publicação: DJ 09/02/2009)
Diga-se que, tal alteração traz um retrocesso social, tendo em vista que a data do
fenômeno morte é imprevisível. Aliás, o artigo 226 da Carta Magna confere proteção à
entidade familiar.
20
Assim, não há que se falar que esta proteção constitucional foi resguardada, pois
no caso de o trabalhador não ter vertido o número mínimo de contribuições seus dependentes
não farão jus ao benefício e a família se encontrará totalmente desamparada.
5.3 Valor mensal do benefício
Outra alteração considerável diz respeito ao valor mensal do benefício que de cem
por cento, passou a ser de 50% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou que
tivesse direito caso estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, com
acréscimo de cotas individuais de 10% por dependente, não ultrapassando o valor de 100%.
Tal medida fere o disposto no artigo 195, §5º, que preleciona que nenhum
benefício previdenciário pode ser extinto ou minorado, sem a correspondente diminuição na
contribuição previdenciária vertida. Nesse sentido, Amado (2016) afirma que [...] este
princípio não poderá ser excepcionado nem em hipóteses anormais, pois a Constituição é
taxativa.
Silva (2015) declara que a “Medida Provisória 664/2014 reduziu benefícios,
todavia deixou incólume a contribuição que recebe dos segurados, ocasionando, por
conseguinte, um inconstitucional desequilíbrio no sistema”.
Desse modo, o Princípio da Prévia Fonte do Custeio, previsto na Constituição
Federal de 1988, não foi respeitado, tendo em vista que houve minoração no benefício, mas
não houve diminuição no valor de arrecadação.
5.4 Duração do casamento ou da união estável
Passou-se a exigir para percebimento do benefício que o casamento ou a união
estável tenha ocorrido há pelo menos 2 (dois) anos anteriores a morte do segurado.
Conforme já mencionado, para a configuração da união estável, o artigo 1723 do
Código Civil indica que há a necessidade de um relacionamento “público, contínuo e
duradouro”.
No entanto, esse conceito de “duradouro” é aberto, tendo em vista que havendo
litígio, caberá ao juiz analisar o caso concreto para certificar se a duração da relação foi ou
não suficiente para caracterização da união estável.
21
Tal modificação procurou resguardar pessoas mal intencionadas que tentassem
burlar a lei. Porém, com a inserção desse caráter limitador prejudicou pessoas dignas e
honestas, onde seria muito mais fácil fiscalizar e punir aqueles que agissem de má fé a
restringir os direitos daquelas.
5.5 Prazo de duração do recebimento do benefício
a) Para o filho
O filho tem direito ao recebimento de sua cota até complementar 21 (vinte e um)
anos de idade, com exceção dos casos em que ele for inválido ou tiver deficiência intelectual
ou mental ou deficiência grave, conforme assevera o inciso II, do parágrafo §2, º do artigo 77,
da Lei 8.213/91.
Essa situação não é inovação introduzida pela Medida Provisória, a modificação
consiste na situação de o filho ao completar vinte e um anos de idade sua cota cessar e não ser
transferida e rateada aos demais dependentes. Na contemporaneidade, é possível constatar que
muitos filhos com essa idade ainda estão estudando e na maioria das vezes ainda estão
morando com os pais, situação na qual ainda dependem economicamente de seus genitores.
A esse respeito, a jurisprudência já se posicionou:
PENSÃO POR MORTE – FILHO MAIOR DE 21 ANOS – UNIVERSITÁRIO. O §
4º do artigo 16 da Lei nº 8.213/91 versa sobre uma presunção relativa,
estabelecendo, assim, a dependência econômica como requisito para que alguém
receba um benefício da Previdência Social na qualidade de dependente, ou seja, o
fator preponderante não é a idade ou o grau de parentesco e sim a dependência
econômica, razão pela qual a apreciação deste fato é imprescindível para a adequada
interpretação do aludido dispositivo legal. No direito de família, a jurisprudência é
pacífica no sentido de que a pensão alimentícia é devida ao alimentando
universitário até que ele complete 24 anos de idade ou conclua seu curso superior,
não se justificando, assim, que o filho universitário de um segurado do INSS seja
considerado dependente no âmbito cível e até tributário (depende do imposto de
renda), mas não seja considerado dependente para fins previdenciários. (TRF-3ª
Região – Ap. Civ. 1053377 – 10ª Turma – Rel. Des. Galvão Miranda – Publ. Em 13
set.-2006).
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO CIVIL. PENSÃO POR MORTE. FILHO
MAIOR DE 21 ANOS. UNIVERSITÁRIO.
I - Filho universitário de segurado da Previdência Social faz jus à pensão por morte
até vinte e quatro anos de idade, ou até a conclusão do curso superior, desde que
comprovado o ingresso em universidade.
II - A Lei nº 9.250/95 que regula o imposto de renda das pessoas físicas, dispõe que
os filhos, poderão ser considerados dependentes quando maiores até 24 anos de
22
idade, se ainda estiverem cursando estabelecimento de ensino superior ou escola
técnica de segundo grau (artigo 35, inciso III, parágrafo 1º).
III - O benefício deverá ser restabelecido a contar da data em que o demandante
completou 21 anos de idade, momento no qual se verificou a cessação da pensão por
morte em apreço, devendo o benefício ser mantido até que complete 24 anos de
idade ou que conclua o curso universitário, evento que ocorrer primeiro.
IV - Apelação do autor provida. (TRF-3 - APELAÇÃO CÍVEL: AC 6063 SP
0006063-90.2012.4.03.6114, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL SERGIO
NASCIMENTO, Décima Turma, Data do Julgamento: 16/04/2013).
AGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO.
PENSÃO POR MORTE. FILHO MAIOR DE 21 ANOS UNIVERSITÁRIO.
DEPENDÊNCIA PRESUMIDA.
1. O pedido de concessão de pensão por morte formulado por filho de segurado da
Previdência Social, maior de 21 (vinte e um) anos, que cursa o ensino superior e não
exerce atividade remunerada, induz à presunção de dependência econômica,
justificando a manutenção do benefício até os 24 (vinte e quatro) anos de idade ou a
conclusão do curso de graduação.
2. Tal entendimento encontra-se em sintonia com a disciplina trazida pelo
art.35, III, § 1º, da Lei n.º 9.250/95, e com o entendimento jurisprudencial
consolidado na esfera estadual cível (art. 1.694 do Código Civil), no sentido de que
se consideram dependentes os filhos maiores com até 24 (vinte e quatro anos) que
estejam matriculados em curso de ensino superior ou em curso técnico de segundo
grau.
3. Considerando ainda a natureza alimentar do benefício em comento, que constitui
no caso dos autos o risco de dano irreparável ou de difícil reparação, impõe-se o
deferimento da antecipação da tutela pleiteada. (TRF-3 - AGRAVO DE
INSTRUMENTO: AI 2013 SP 0002013-93.2013.4.03.0000, Relator: JUIZ
DOUGLAS GONZALES, Sétima Turma, Data do Julgamento: 17/06/2013).
Guimarães (2009) assevera que “não há argumento que justifique conferir à
pensão por morte uma aplicação diversa da que é atribuída aos alimentos advindos da relação
de parentesco, regulada pelo Direito Civil.”
Complementando este entendimento, a mesma autora assim aduz:
É preciso considerar o caráter assecuratório do benefício, para o qual o segurado
contribuiu durante a sua vida com vistas a garantir, no caso de seu falecimento, o
sustento e o pleno desenvolvimento profissional de seus descendentes que, se vivo
fosse, manteria com o resultado de seu trabalho, por meio do salário ou da
correspondente pensão. (GUIMARÃES, 2009. p. 09)
A inconstitucionalidade e o retrocesso aqui encontrados dizem respeito a não
proteção da entidade familiar ao cessar a cota devida àquele dependente e o não rateio entre
os demais nas situações em que aquele filho ainda se encontra em situação de dependência
econômica.
Todavia, necessário seria a inserção de um dispositivo no qual houvesse a ressalva
de que haveria o rateio da cota entre os demais dependentes no caso de o indivíduo ao
23
completar a idade prevista em lei comprovar documentalmente sua dependência econômica,
pois assim continuaria, de modo indireto, se beneficiando de sua cota, além de ter a proteção
constitucional de sua família garantida.
b) Para o cônjuge sobrevivente
Outra significativa mudança implementada é no que tange a duração de
recebimento do benefício, que antes era vitalício, agora é proporcional ao período de
sobrevida do companheiro ou cônjuge supérstite a contar do momento do óbito.
A expectativa de sobrevida foi baseada em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística). Assim, transcorridos os períodos estabelecidos no artigo 77, §2º, V,
“c” o benefício cessará para o cônjuge sobrevivente, conforme tabela constante da Medida
Provisória:
Expectativa de sobrevida à idade x do
cônjuge, companheiro ou companheira,
em anos (E(x))
Duração do benefício de pensão por morte
(em anos)
55 < E (x) 3
50 < E (x) ≤ 55 6
45 < E (x) ≤ 50 9
40 < E (x) ≤ 45 12
35 < E (x) ≤ 40 15
E (x) ≤ 35 Vitalícia
Fonte: Medida Provisória nº 664/2014
De modo mais específico, pode-se afirmar que de acordo com a expectativa de
sobrevida do IBGE do ano de 2015, o cônjuge sobrevivente que na data do óbito tiver até
vinte e um anos receberá o benefício por apenas 3 anos; o que tiver idade compreendida entre
vinte e um e vinte e seis anos receberá por seis anos; o dependente que tiver de vinte e sete
a vinte e nove anos receberá a pensão por dez anos; o que tiver entre trinta e quarenta anos
irá receber por quinze anos; os de idade compreendida entre onze e quarenta e três anos
receberão por vinte anos e os que possuírem quarenta e quatro anos ou mais o benefício será
vitalício.
24
Essa modificação acabou por trazer um retrocesso social, haja vista que o
legislador ao conceder o benefício temporariamente contraria a cobertura securitária garantida
em letra expressa de nossa Carta Magna.
6 A LEI 8.213/91 APÓS AS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEI 13.135/2015
Conforme já exposto, a Medida Provisória se não convertida em lei dentro do
prazo estabelecido pela Constituição Federal perde a sua eficácia. Tendo em vista isso, a
Medida Provisória 664/2014 foi convertida na Lei 13.135/2015 que trouxe algumas alterações
à Lei 8.213/91, que versa sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social.
Entretanto, haja vista as inconstitucionalidades e retrocesso social que permearam
essa Medida Provisória, nem todas as alterações foram consideradas para a sua conversão em
Lei. Em primeiro lugar, destaca-se o período de carência, no qual a Medida Provisória previa
a necessidade de se ter vertido vinte quatro contribuições à autarquia para se ter gozo do
benefício. Contudo, tal alteração não foi acatada, mantendo desse modo a independência de
carência para a concessão do benefício.
No que tange ao valor do benefício, a medida provisória também foi derrogada.
Os dependentes do benefício previdenciário da pensão por morte terão direito a 100% (cem
por cento) do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se
estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento.
Neste diapasão, Soares (2015) faz o seguinte comentário:
Qualquer diminuição que se dê aos direitos sociais implicará, em algum momento,
em violação aos direitos individuais, sobretudo se forem considerados os grandes
índices de desigualdade social e de pobreza que marcam o nosso país. Colocar os
problemas orçamentários como limitadores à efetivação é frustrar a vontade do
constituinte, contribuindo para tornar nossa Carta Magna “letra morta”. (SOARES,
2015, p. 166)
Porém, às situações de perda da pensão por morte, à duração do casamento ou da
união estável e do prazo de recebimento do benefício para filhos e cônjuge sobrevivente as
alterações introduzidas pela Medida Provisória foram mantidas.
Apesar de não haver carência, após a conversão da medida provisória em lei, ficou
instituído que a cota do cônjuge cessará em meses se o óbito ocorrer sem que o segurado
25
tenha vertido dezoito contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem sido
iniciados em menos de dois anos antes do óbito do segurado.
Além do mais, caso o segurado tenha vertido as dezoito contribuições e o
casamento ou união estável ocorrido há mais de dois anos antes do óbito, o prazo de
recebimento do benefício para o cônjuge fica como sendo aquele instituído pela Medida
Provisória.
Conforme já dito, esse prazo para o gozo do benefício leva em consideração o
período de sobrevida do cônjuge sobrevivente. Todavia, essa restrição não afeta em nada a
cota dos demais dependentes, ou seja, é aplicável somente ao cônjuge.
7 CONCLUSÃO
Nota-se que as modificações introduzidas pela Medida Provisória suprimiram e
restringiram direitos mínimos do segurado, prejudicando a entidade familiar, o que não se
coaduna com as premissas da Carta Magna.
Foi possível constatar o retrocesso e inconstitucionalidades que permearam tal
medida, tendo em vista que nem todas as alterações foram convertidas pelo preceito citado no
corpo deste trabalho. Assim, necessário se faz mudar o enfoque das reformas onde os cortes
orçamentários sejam feitos em setores que realmente sejam necessários e não nos direitos
mínimos dos cidadãos, uma vez que isso só tende a aumentar as desigualdades sociais.
Pelo que foi analisado pode-se concluir que, tal medida deve ser repudiada seja no
diz respeito à minoração e restrição dos direitos fundamentais dos indivíduos, seja pelo
aspecto de proteção à entidade familiar de modo a proporcionar a todo e qualquer cidadão um
vida digna.
26
É nesse âmbito que a Previdência Social deve atuar, trazendo à tona seu papel
fundamental que é o de proteger o segurado e seus dependentes dos riscos sociais que vierem
a ocorrer em suas vidas.
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