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MAIO/18 PIB do agronegócio BRASILEIRO Brazilian Agribusiness Cepea Report BOLETIM

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MAIO/18

PIB do agronegócioBRASILEIRO

Brazilian Agribusiness Cepea Report

BOLETIM

do Agronegócio BrasileiroBRAZILIAN AGRIBUSINESS CEPEA REPORT

O Boletim PIB do Agronegócio Brasileiro é uma publicação mensal, elaborada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), que aborda aspectos da conjun-tura e da estrutura do agronegócio brasileiro sob diferentes óticas, oferecendo um panorama completo a respeito do desempenho do setor. Em todas as suas edições mensais são apre-sentadas as mais recentes perspectivas e análises a respeito do PIB do agronegócio brasileiro. O agronegócio, setor foco deste boletim, é entendido como a soma de quatro segmentos: insumos para a agropecuária, produção agropecuária bási-ca, ou primária, agroindústria (processamento) e agrosserviços. A análise des-se conjunto de segmentos é feita também para o ramo agrícola e para o pecuário. Especificamente em relação ao PIB do Agronegócio Brasileiro, trata-se de resultado de pesquisa realizada em parceria entre o CEPEA e a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Pelo critério metodológico do Cepea, o PIB do agronegócio é medido pela ótica do produto, ou seja, pelo Valor Adicionado total deste setor na economia, a preços de mercado. O PIB do agronegócio brasileiro refere-se, portanto, ao produto gerado de forma sistêmica na produção de insumos para a agropecuária, na produção primária e se estendendo a todas as demais atividades que processam e distribuem o produto ao destino final. Para a análise do PIB do setor, o Cepea calcula e analisa diferentes indicadores, que retratam o com-portamento do setor por diferentes óticas: o PIB-volume Agronegócio, que é produto medido pelo critério de preços constantes; o Deflator do PIB do Agronegócio, ou índice de inflação do setor; o PIB-renda Agronegócio, que reflete a renda real do setor, sendo consideradas no cálculo variações de volume e de preços reais; e os Preços relativos, que relacionam os de-flatores do agronegócio e seus segmentos com o deflator do PIB nacional. Destaca-se que as taxas calculadas para cada período consideram o mesmo momento do ano anterior como base, exceto para as quantidades referentes às safras agrícolas, para as quais computa-se a previsão de safra para o ano (frente ao ano anterior). Importante também destacar que cada relatório considera os dados disponíveis – preços e produções observadas e estimativas anuais de produção – até o seu fechamento. Em edições futuras, ao serem agregadas informações mais atualizadas, é possível, portanto, que os resultados sejam alterados. Para detalhamento metodológico, acessar material completo: http://www.cepea.esalq.usp.br/br/metodologia.aspx.

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA (CEPEA). BOLETIM CEPEA DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO. PIRACICABA, V.2, N.5, 2018.

EQUIPE RESPONSÁVEL: Coordenação Geral: Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, Ph.D, Pesquisador Chefe/Coordenador Científico do Cepea/ Esalq/USP;Equipe técnica: Dra. Nicole Rennó Castro, MSc. Leandro Gilio, Dra. Adriana Ferreira Silva, Dr. Arlei Luiz Fachinello, Bel. Ana Carolina de Paula Morais e Bel. Marcello Luiz de Souza Junior.

Notas Metodológicas - BOLETIM CEPEA

PIB DO AGRONEGÓCIO

PIB do Agronegócio Brasil | MAIO/18

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

BAIXOS PREÇOS AGROPECUÁRIOS SEGUEM LIMITANDO A RENDA DO AGRONEGÓCIO

O agronegócio brasileiro deve crescer 1,9% em PIB-volume em 2018, conforme dados de ja-

neiro a maio de 2018, analisados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confe-deração da Agricultura e Pecuária do Brasil). A projeção de crescimento do agronegócio para o ano foi reduzi-da com relação à divulgação anterior (com dados até abril), devido, princi-palmente, ao menor crescimento esti-mado para a agroindústria em 2018.

A agroindústria brasileira vem apresentando evolução desde o se-gundo semestre de 2017. Porém, a economia brasileira mostra sinais muito modestos de recuperação, in-feriores às expectativas do merca-do no início de 2018, com demanda seguindo enfraquecida, o que tem prejudicado a reação agroindus-trial – sobretudo para setores mais dependentes do mercado interno. Como se observa na Tabela 1, para o segmento de insumos, esti-ma-se crescimento de 1,7% no ano,

Notas Metodológicas - BOLETIM CEPEA

PIB DO AGRONEGÓCIO

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PIB do Agronegócio Brasil | MAIO/18

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

No segmento primário do agro-negócio, estima-se alta ponde-rada em termos de volume, de

1,2%, o que reflete os bons desem-penhos em produção anual observa-do principalmente no ramo pecuário e também de produtos importantes para a geração de valor do agronegó-

cio, como a soja, o algodão e o café. Quantos aos preços relativos do agro-negócio, o que permite realizar uma avaliação sobre a renda, as estimati-vas atuais apontam para uma perda de 8,4%, indicando que os produtos do setor estão se desvalorizando fren-te à média da economia brasileira.

Tabela 1 - PIB do Agronegócio: variação anual 2018/2017

Fonte: Cepea/Esalq-USP e CNA. *Relação entre os deflatores do agronegócio e de seus

segmentos e o deflator do PIB Nacional.

PIB DO AGRONEGÓCIO - Taxas anuais de crescimento 2018/2017 (dados até maio/18)

Ramos Segmentos PIB-volumePreços

RelativosPIB-renda

Ramo agrícola

Insumos 3,4% 1,3% 4,8%

Primário -1,0% -13,0% -13,9%

Indústria 1,7% 0,6% 2,3%

Agro-serviços 1,6% -1,5% 0,1%

Ramo agrícola total 1,1% -3,4% -2,3%

Ramo pecuário

Insumos -1,4% -7,6% -8,9%

Primário 5,5% -14,9% -10,2%

Indústria 2,9% -19,9% -17,5%

Agro-serviços 3,3% -23,2% -20,7%

Ramo pecuário total 3,6% -19,4% -16,5%

AGRONEGÓCIO

Insumos 1,7% -1,8% -0,1%

Primário 1,2% -13,7% -12,6%

Indústria 2,0% -4,0% -2,1%

Agrosserviços 2,2% -8,9% -6,9%

Agronegócio 1,9% -8,4% -6,7%

e para a agroindústria, de 2,0%. En-tre as agroindústrias acompanhadas no PIB do agronegócio, destacam-se os crescimentos de produtos e mó-veis de madeira, papel e celulose, biocombustíveis, café, conservas de

frutas e legumes e óleos e gorduras vegetais. Para o segmento de agros-serviços, estima-se expansão de 2,2% em 2018, o que reflete a quantidade de serviços necessários para o trans-porte e comercialização (Tabela 1).

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PIB do Agronegócio Brasil | MAIO/18

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

Assim como observado em 2017, a pressão baixista da média de preços relativos dos produtos do agronegó-cio vem suprimindo a evolução em termos de volume de produção e, com isso, estima-se queda de 6,7% no PIB-renda anual do setor para 2018. Entre os segmentos, a redução do PI-B-renda é pressionada especialmen-te pelo primário, para o qual o recuo é estimado em 13,1% (Tabela 1). Um aspecto importante acer-ca desta variação de preços estimada deve ser ressaltado. Como a variação é calculada a partir da comparação entre os preços dos primeiros cinco meses de 2018 com o mesmo período de 2017, a expressiva queda atrela-se também ao fato de que esse período foi o de preços mais altos em 2017. En-tão, à medida que a comparação anual passe a incluir mais meses (nas próxi-mas estimativas do PIB), avalia-se que a taxa negativa terá sua magnitude amenizada, tendo em vista o baixo pa-tamar de preços agrícolas avaliado ao final de 2017, devido à alta produção. Porém, cabe destacar que pos-sibilidade de resiliência de um cená-rio de preços do agronegócio abai-xo da média da economia brasileira, aliado ao aumento dos custos que pode ser originado da política de ta-belamento de fretes, deve pressionar a renda do setor. Segundo cálculos

do Cepea, com base nas matrizes insumo-produto do IBGE, o agrone-gócio é o setor mais vulnerável ao tabelamento de fretes na economia brasileira, frente à possibilidade de elevação dos custos e a ineficiências na precificação, dado que consome cerca de 42% de todos os serviços de transporte do País (saiba mais sobre este estudo: https://bit.ly/2L8gnuW). Levando-se essa perspectiva para a ponta final da cadeia, reforça--se, ainda, que o impacto da imple-mentação do tabelamento de fretes deverá recair diretamente sobre a po-pulação brasileira, já que, assim como tende a reduzir o preço ao produtor rural, a política deve levar a aumentos de preços no varejo. Tendo-se em men-te que o agronegócio é o setor poten-cialmente mais vulnerável à política, o peso elevado dos alimentos e bebidas na cesta de consumo do brasileiro (aproximadamente 25% do IPCA), e o fato de que, inevitavelmente, o ônus da política acaba sendo partilhado com o consumidor final, pode-se in-ferir acerca do seu possível impacto negativo sobre o bem-estar sobretudo da população de menor renda no País. Veja relatório completo do PIB do Agronegócio: https://bit.ly/2w02jtX.

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