universidade nove de julho programa de...

114
i UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM ADMINISTRAÇÃO ALEXANDRE DA COSTA GOULARTE INFLUÊNCIA DE FATORES CULTURAIS SOBRE O USO DE SERVIÇOS DE MOBILE BANKING: TESTE DE UM MODELO São Paulo 2016

Upload: others

Post on 12-Oct-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

i

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM ADMINISTRAÇÃO

ALEXANDRE DA COSTA GOULARTE

INFLUÊNCIA DE FATORES CULTURAIS SOBRE O USO DE SERVIÇOS DE

MOBILE BANKING: TESTE DE UM MODELO

São Paulo

2016

Page 2: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

ii

ALEXANDRE DA COSTA GOULARTE

INFLUÊNCIA DE FATORES CULTURAIS SOBRE O USO DE SERVIÇOS DE

MOBILE BANKING: TESTE DE UM MODELO

INFLUENCE OF CULTURAL FACTORS ON USAGE OF MOBILE BANKING

SERVICES: A MODEL TEST

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Administração da Universidade Nove

de Julho – UNINOVE, como requisito parcial para

obtenção do grau de Mestre em Administração.

ORIENTADORA: PROFa. DRa. SILVIA NOVAES

ZILBER

São Paulo

2016

Page 3: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

iii

FICHA CATALOGRÁFICA

Goularte, Alexandre da Costa.

Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile

banking: teste de um modelo./ Alexandre da Costa Goularte. 2016.

114 f.

Dissertação (mestrado) – Universidade Nove de Julho - UNINOVE,

São Paulo, 2016.

Orientador (a): Prof. Dr. Silvia Novaes Zilber.

1. Adoção. 2. Dimensões culturais. 3. Inovação. 4. Mobile banking. 5.

UTAUT2.

I. Zilber, Silvia Novaes. II. Titulo

CDU 658

Page 4: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

iv

INFLUÊNCIA DE FATORES CULTURAIS SOBRE O USO DE SERVIÇOS DE

MOBILE BANKING: TESTE DE UM MODELO

Por

Alexandre da Costa Goularte

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Administração – PPGA, da

Universidade Nove de Julho – UNINOVE, como

requisito parcial para obtenção do título de Mestre

em Administração, sendo a banca examinadora

formada por:

_______________________________________________________________________

Presidente: Prof. Dra. Silvia Novaes Zilber (Orientadora) – Universidade Nove de Julho

_______________________________________________________________________

Membro: Prof. Dra. Melby Karina Zuniga Huertas – Centro Universitário da FEI

_______________________________________________________________________

Membro: Prof. Dr. Evandro Luiz Lopes – Universidade Nove de Julho

São Paulo, 30 de março de 2016.

Page 5: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

v

Dedico a Gil, Thiago, Lívia, Pedro e

Vítor, pelas horas sacrificadas para que

este trabalho fosse concluído.

Vocês são o melhor de mim!

Page 6: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

vi

AGRADECIMENTO

Meu primeiro agradecimento é a instituição Universidade Nove de Julho, que

proporcionou a oportunidade de meu enganjamento no mundo das Ciências. O pensamento

científico constituiu uma visão diferente do mundo, como o conhecia até então, e fez-me sentir

mais preparado.

Meu segundo agradecimento é ao professor Dr. Emerson Maccari, que mostrou desde

o início do meu curso o espírito de liderança quanto a fazer Ciência e, sem dúvida, uma

referência importante para mim, como aluno do Mestrado.

De fundamental importância, mas que só tive a real clareza disso ao final do curso, foi

o papel de minha orientadora, professora Dra. Silvia Novaes Zilber. Orientar uma pessoa sem

vivência científica, porém com bastante experiência corporativa, sem dúvida foi um desafio

para ela. Algumas pedras precisaram ser quebradas ao longo do caminho. Meu muito obrigado,

Professora!

Embora não seja aparente para a maior parte das pessoas, inclusive para mim, ao

ingressar no Mestrado, combinar o papel de pai de quatro filhos, empregado de uma corporação

exigente, marido e aluno de um curso de strictu sensu, constitui um enorme desafio, ao menos

para um homem comum. A superação deste desafio somente aconteceu porque, além do apoio

da família, algumas pessoas ajudaram-me, em diferentes momentos do curso, e gostaria de citá-

las, não necessariamente por ordem de importância: ao professor Dr. Evandro Luiz Lopes, não

somente por sua orientação na análise estatística da pesquisa, mas por ser uma pessoa motivada

e inspiradora, fato que notei no meu primeiro dia de Mestrado, quando todos os professores

apresentaram-se aos novos alunos; à professora Dra. Cristiane Drebes Pedron, por motivar-me

em momentos importantes ao longo do curso e por ser uma importante referência em

metodologia científica; aos colegas Alexsandro Carvalho, Jailson Souza, Eliana Gonçalves e

Fernanda Sobral, por importantes trocas de ideias – ao menos para mim – que tivemos ao longo

do curso e, em especial, na viagem a Grenoble e Paris.

Agradeço ao carinho insuperável de Valmir, Marilda, Karla, Patrícia, Vanise, Vanessa,

Veraldo, Edison, Jerry, Felipe, Arthur, Henrique, Yasmin, Carol, Lucas e Gabriel.

Por fim, a Deus, por abençoar-me com esta missão a ser cumprida!

Page 7: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

vii

“Nem cora o livro de ombrear co’o sabre… Nem cora o sabre de chamá-lo irmão…”

Extraído do poema Espumas Flutuantes, de Castro Alves.

“Stay hungry, stay foolish.”

Extraído de discurso de Steve Jobs na Universidade de Stanford, em 2005.

“We are convinced that any business needs its wild ducks.”

Thomas Watson, Jr.

Page 8: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

viii

RESUMO

A tecnologia baseada em mobilidade tem afetado a forma como compram-se bens e serviços, o

modo de comunicação entre as pessoas e, quiçá, a maneira de utilizar-se os serviços dos bancos,

instituições que já trilham um caminho de transformação digital no Brasil. A combinação da

tecnologia da informação, da internet e dos dispositivos móveis resultou em inovações

tecnológicas, permitindo que a maior parte das transações bancárias seja realizada, de forma

segura, por meio de smartphones e tablets. Porém, os dados do segmento bancário e da pesquisa

científica mostram pouca adesão a esse serviço inovador – o mobile banking. Neste contexto, o

objetivo desta pesquisa foi entender quais fatores culturais afetam o uso do mobile banking em

um país emergente da América Latina. Utilizando modelagem por equações estruturais sobre

um modelo que combina a teoria de UTAUT2 e as dimensões culturais de Hofstede, confirmou-

se que Individualismo/Coletivismo e Orientação por Longo Prazo são dimensões culturais que

afetam a escolha pelo uso de mobile banking, não havendo suporte para as dimensões de

Aversão à Incerteza, Masculinidade/Feminilidade e Distância de Poder.

Palavras-chave: adoção de inovação, dimensões culturais, mobile banking, UTAUT2.

Page 9: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

ix

ABSTRACT

Mobility-based technology is affecting the way people buy goods and services, how people

communicate among themselves and even the way to use services provided by banks,

institutions that already tread a digital transformation path in Brazil. Combination of

information technology, internet and mobile devices has resulted in technological innovations,

allowing most of the banking transactions to be carried out safely through smartphones and

tablets. However, data from the banking industry and scientific research show little adherence

to that innovative service: mobile banking. In this context, the objective of this research was to

understand what cultural factors affect mobile banking usage in an emergent country from Latin

America region. Applying structural equation modeling on a model that combines UTAUT2

theory and cultural dimensions of Hofstede, research confirms that Individualism / Collectivism

and Long Term Orientation effectivelly affect mobile banking adoption. However, three other

cultural dimensions do not support it: Uncertainty Avoidance, Masculinity/Femininity and

Power Distance.

Keywords: innovation adoption, cultural dimensions, mobile banking, UTAUT2.

Page 10: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

x

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Modelo UTAUT. ....................................................................................................... 31 Figura 2. Modelo UTAUT2. ..................................................................................................... 36 Figura 3. Modelo Analítico. ..................................................................................................... 41 Figura 4. Modelo de Mensuração. ............................................................................................ 63 Figura 5. Modelo Analítico Final. ........................................................................................ 7071

Page 11: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

xi

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Serviços em Mobile Banking. ................................................................................. 27 Quadro 2. Hipóteses do Modelo Replicado .............................................................................. 48 Quadro 3. Escalas de Mensuração ............................................................................................ 53 Quadro 4. Resultados das Análises de Hipóteses. ................................................................ 7475 Quadro 5. Comparação dos Resultados. ............................................................................... 8485 Quadro 6. Formulário de Autopreenchimento para Coleta de Dados .............................. 110111

Page 12: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Perfil da Amostra ...................................................................................................... 58 Tabela 2. Teste Kolmogorov-Smirnov ..................................................................................... 59 Tabela 3. Teste F de Levene ..................................................................................................... 60 Tabela 4. Multicolinearidade ................................................................................................ 6162 Tabela 5. Variância Média Extraída ..................................................................................... 6465 Tabela 6. Validade Discriminante ........................................................................................ 6566 Tabela 7. Cargas Cruzadas ................................................................................................... 6667 Tabela 8. Coeficiente de Determinação R2 ........................................................................... 6768 Tabela 9. Bootstraping (sem Moderações) ........................................................................... 6869 Tabela 10. Bootstraping (Variáveis Moderadoras)............................................................... 6970

Page 13: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

xiii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 14 1.1 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA E DA QUESTÃO DE PESQUISA ............................................................ 14 1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................................................... 19 1.2.1 GERAL ............................................................................................................................................................. 19 1.2.2 ESPECÍFICOS .................................................................................................................................................... 20 1.3 JUSTIFICATIVA PARA O ESTUDO DO TEMA .................................................................................... 20 1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ............................................................................................................ 24

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................................................... 25 2.1 MOBILE BANKING ..................................................................................................................................... 25 2.2 USO E INTENÇÃO DE USO DE INOVAÇÕES ...................................................................................... 28 2.3 UTAUT2 – MODELO TEÓRICO DE ACEITAÇÃO E USO ................................................................. 28 2.3.1 APRESENTANDO O MODELO UTAUT ......................................................................................................... 29 2.3.2 A EVOLUÇÃO PARA O MODELO UTAUT2 .................................................................................................. 34 2.4 FATORES CULTURAIS EM ADOÇÃO DE INOVAÇÃO ................................................................ 3637

3 MODELO CONCEITUAL E AS HIPÓTESES DE PESQUISA ........................................................... 40 3.1 MODELO CONCEITUAL ................................................................................................................................... 40 3.2 HIPÓTESES ....................................................................................................................................................... 41

4 MÉTODO E TÉCNICAS DE PESQUISA .............................................................................................. 50 4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ........................................................................................................... 50 4.2 UNIVERSO DE PESQUISA ................................................................................................................................ 50 4.3 AMOSTRA DE PESQUISA ................................................................................................................................. 51 4.4 TAMANHO MÍNIMO DA AMOSTRA ..................................................................................................... 52 4.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS ................................................................................... 52 4.6 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE DADOS ...................................................................................... 56

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ...................................................................... 58 5.1 PERFIL DA AMOSTRA ............................................................................................................................... 58 5.2 TESTE DE NORMALIDADE ..................................................................................................................... 59 5.3 ANÁLISE DE OUTLIERS ........................................................................................................................... 59 5.4 HOMOSCEDASTICIDADE ........................................................................................................................ 60 5.5 MULTICOLINEARIDADE ......................................................................................................................... 61 5.6 MODELAGEM POR EQUAÇÕES ESTRUTURAIS .............................................................................. 62 5.6.1 TESTES DE VALIDADE E CONFIABILIDADE DO MODELO DE MENSURAÇÃO ....................... 6263 5.6.2 ANÁLISE DO MODELO ESTRUTURAL POR MEIO DE PLS ...................................................... 6768 5.6.3 RESULTADOS DOS TESTES DAS HIPÓTESES ........................................................................................ 7172 5.6.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ....................................................................................................... 7576 5.6.4.1 RESULTADOS SOBRE OS CONSTRUCTOS DO MODELO UTAUT2 ........................................... 7577 5.6.4.2 RESULTADOS SOBRE AS DIMENSÕES CULTURAIS ............................................................................ 8081 5.6.4.3 TABELA COMPARATIVA DO IMPACTO DAS DIMENSÕES CULTURAIS ...................... 8485

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS, LIMITAÇÕES DA PESQUISA E RECOMENDAÇÕES DE PESQUISAS FUTURAS .............................................................................................................................. 8586

6.1 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ........................................................................................................................ 8687 6.2 SUGESTÕES DE PESQUISAS FUTURAS ...................................................................................................... 8687

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 8990

APÊNDICE A – FORMULÁRIO PARA COLETA DE DADOS ........................................................110111

Page 14: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

14

1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA E DA QUESTÃO DE PESQUISA

Ao longo das últimas décadas, organizações têm investido significativos recursos em

tecnologia da informação (TI), mirando a obtenção de vantagens competitivas e a descoberta de

novas formas para atrair clientes (Oliveira et al., 2014). Os resultados de tais investimentos

materializam-se como avanços tecnológicos que exercem importante papel na iniciação, no

direcionamento e em dar forma às inovações nos mais variados segmentos de indústria, inclusive

na indústria de serviços financeiros (Liu et al., 2015).

As inovações tecnológicas provenientes de TI têm revolucionado a forma com que os

serviços bancários são entregues aos clientes (Al-Jabri & Sohail, 2012) e como as transações

financeiras são realizadas nos dias de hoje (Oliveira et al., 2014). A despeito de tal revolução,

saliente-se que são incomuns, entretanto, inovações disruptivas no segmento dos bancos, visto que

as inovações tecnológicas de uma instituição financeira são rapidamente copiadas por seus

concorrentes. Isto pode ser ilustrado em casos como a criação do cartão de crédito, em 1946, a

introdução dos ATM (automated teller machines), em 1967, e, mais recentemente, os serviços de

internet banking (Staykova & Damsgaard, 2015), um canal alternativo criado pelas instituições

financeiras e que ficou conhecido também pela alcunha de banco eletrônico (Yu, 2014).

A importância maior deposita-se, então, sobre as inovações incrementais, que são mais

comuns por serem desenvolvidas em cima das tecnologias dominantes (Hommels et al., 2007). São

incrementos que se revelam por meio de mudanças em produtos e serviços existentes,

influenciando o comportamento dos clientes no sentido de motivá-los a consumir tais novos

produtos e serviços (Ratten, 2014). Esta motivação dos clientes, tanto os existentes quanto os

potenciais, pode ser mais bem compreendida se for aprofundado o conhecimento de quais fatores

facilitam a adoção e o uso pelos consumidores (Lin, 2011).

A adoção de inovação, por sinal, é um passo bastante crítico no processo de

implementação das inovações (Rogers, 1995) e, de acordo com Song (2014), entender a

complexidade do fenômeno que envolve usuários, tecnologias e parâmetros sociais é o principal

Page 15: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

15

valor da pesquisa sobre adoção de inovações. Aperfeiçoar o entendimento da aceitação e do uso de

produtos e serviços ajuda as organizações a melhor projetá-los e comercializá-los, independente de

seu estágio na curva de uso (Venkatesh et al., 2012).

Ao buscar entender o que se tem estudado sobre o tema de adoção e uso de inovações,

observa-se que as pesquisas prévias sobre o tema têm-se concentrado em produtos e serviços

relacionados à área de tecnologia da informação (Song, 2014). Vê-se isto principalmente nas

organizações nas quais a TI é ferramenta útil para aumentar a produtividade e efetividade dos seus

empregados (Venkatesh & Brown, 2001). Os estudos, entretanto, não ficam circunscritos ao

ambiente corporativo e a seus colaboradores, posto que a pesquisa da adoção de produtos e serviços

de TIC (tecnologias da informação e comunicações), sob o ponto de vista dos consumidores finais,

também apresenta insights valorosos para o entendimento de por que e como as pessoas tomam

decisões pela adoção de tecnologias (Lee et al., 2013).

Já as teorias que apoiam os estudos sobre a aceitação e o uso de inovações não são,

necessariamente, recentes; algumas vêm-se desenvolvendo há mais de quatro décadas, sendo a

referência inicial o seminal trabalho de Rogers (1962), que trata da teoria da difusão da inovação

(innovation diffusion theory ou IDT). Esta teoria é amplamente utilizada para explicar a adoção e

a difusão de inovações tecnológicas, inclusive com trabalhos recentes (Al-Jabri & Sohail, 2012;

Kim & Ammeter, 2014; Arvidsson, 2014). Ato contínuo ao trabalho de Rogers (1962), no entanto,

várias outras teorias e modelos conceituais para explicar o fenômeno da aceitação e do uso de

inovação por indivíduos e organizações foram desenvolvidos, com destaque ao modelo Technology

Acceptance Model (TAM) (Davis, 1989) e à teoria Unified Theory of Acceptance and Use of

Technology (UTAUT) (Venkatesh et al., 2003).

Observando especialmente essa última teoria, percebe-se na literatura que o modelo

resultante da UTAUT guarda importante complexidade, tendo sido construído a partir de análises

e testes feitos por Venkatesh et al. (2003) sobre 8 outros modelos ou teorias, dentre elas o próprio

modelo TAM, de Davis (1989), e a IDT, de Rogers (1962). A pesquisa resultou em um modelo

integrado para explicar a adoção e o uso de inovações tecnológicas (Martins et al., 2014).

A pesquisa recente também mostra que a adoção de inovações tecnológicas está

relacionada à rapidez com que as tecnologias de informação e de comunicações têm evoluído, em

um fenômeno de escala global (Song, 2014). A internet, plataforma essencial à evolução

Page 16: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

16

tecnológica atual e que conta atualmente com 3.2 bilhões de usuários, cresceu 8% ao ano em 2013

e em 2014, números estes notáveis quando consideramos que em 1995 menos de 1% da população

mundial acessava a rede mundial de computadores (“Internet Live Stats”, 2015). Outro exemplo

emblemático do desenvolvimento tecnológico baseado em TIC: no mundo inteiro já se

contabilizam mais telefones móveis do que contas bancárias (Chauhan, 2015).

Foi sob esse contexto de evolução tecnológica que acabou por ser derrubada importante

restrição de acesso à internet imposta pelas linhas telefônicas fixas, alguns anos atrás, tornando os

dispositivos móveis não mais meros aparelhos para serviços de voz, mas também para o

envio/recebimento de dados e a possibilidade da realização de transações comerciais (Koenig-

Lewis et al., 2010). A convergência entre telefones móveis e a internet mostrou-se importante em

um mundo que privilegia a urgência e a conveniência (Barnes & Corbitt, 2003). Nesta trilha de

desenvolvimento tecnológico, smartphones e tablets entraram na vida dos consumidores e afetaram

tanto a forma como se usam serviços básicos de mobilidade (voz e SMS) quanto os serviços mais

sofisticados, como e-mail, aplicativos e redes sociais (Nikou & Mezei, 2013).

O progresso tecnológico baseado na TI também acelerou a transição entre serviços

financeiros da internet fixa para a móvel, de tal forma que permitiu o início da migração de usuários

dos serviços de internet banking para a plataforma de mobile banking (Yu, 2014). Entende-se por

mobile banking a realização de transações bancárias via dispositivos móveis, como telefones

celulares, smartphones e tablets (Lin, 2011).

A compreensão das respostas dos consumidores às inovações tecnológicas é uma condição

necessária, já que o sucesso – e a comercialização – de tais inovações depende de sua aceitação

pelos clientes (Song, 2014). Neste sentido, para as organizações financeiras o mobile banking é um

exemplo representativo deste tipo de inovação (baseada em TI), que permite a criação de valor de

e para os clientes (Baptista & Oliveira, 2015). Mais: pelo fato de que as inovações baseadas em TI

estão sendo utilizadas em vários países, o impacto gerado pela cultura de cada país sobre a adoção

de tais tecnologias inovadoras precisa também ser compreendido (Im et al., 2011).

Observa-se, entretanto, que mesmo com o avanço tecnológico e com teorias e modelos

que suportem a pesquisa sobre adoção e uso de inovações tecnológicas, o mobile banking, uma

inovação importante para instituições financeiras e seus clientes (Lee et al., 2015; Giovanis et al.,

2012), ainda possui baixa adoção (Lin, 2011). Dentre as teorias usadas para se entender a adoçao

Page 17: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

17

de mobile banking, destaca-se a UTAUT, que teve considerável uso por pesquisadores interessados

em entender esse tipo de adoção de inovação tecnológica (Alwahaishi & Snasel, 2013). Os autores

desta teoria unificada, entretanto, viram oportunidade de aperfeiçoamento do modelo conceitual

para que tivesse um foco específico em consumidores finais, ao invés de restrito a colaboradores

de organizações, dando origem ao modelo conceitual definido como UTAUT2 (Venkatesh et al.,

2012).

Alguns estudos apontam para o fato da baixa adoção de mobile banking, procurando

explicações teóricas ou aperfeiçoamento de modelos conceituais que respondam a tal constatação

(Malaquias & Hwang, 2016; Yu, 2012; Zhou et al., 2010). A recente revisão bibliométrica sobre o

tema executada por Shaikh & Karjaluoto (2015) mostra uma enormidade de variantes possíveis de

teorias, modelos e combinações de constructos preditores com a finalidade de descrever a adoção

e o uso de mobile banking. Alguns autores, como Mortimer et al. (2015) e Nistor et al. (2014), no

entanto, apontam críticas à aplicação das teorias e dos modelos conceituais mais comuns nas

pesquisas sobre adoção e uso de inovações tecnológicas, como é o caso do mobile banking.

Explicam que são teorias e modelos com foco em drivers funcionais ou psicológicos, dando pouca

atenção aos aspectos culturais ou sociais envolvidos no processo de adoção e uso das inovações

tecnológicas.

Pensar em aspectos culturais nesse contexto parece razoável, visto que a cultura influencia

a forma de pensar, sentir e agir das pessoas, bem como exerce papel ativo sobre decisões

individuais (Hofstede et al., 2010). Hofstede et al. (2010) definem cultura como um fenômeno

coletivo que estabelece uma programação mental em cada indivíduo de um grupo e que o distingue

de outros grupos. Aplicando-se tal conceito ao contexto de adoção e uso de uma inovação como o

mobile banking, Mortimer et al. (2015) notaram que a cultura pode moderar a decisão pela adoção

e o uso de tecnologias.

Percebe-se, então, um gap na pesquisa de adoção e uso de inovações tecnológicas, em

específico de serviços de mobile banking, que não considera fatores culturais como influenciadores

no processo (Mortimer et al., 2015; Nistor et al., 2014). Também observa-se que os principais

modelos ou teorias de adoção (UTAUT2, TAM ou IDT) são pouco analisados em outras culturas,

que não as das grandes economias ocidentais ou asiáticas (Ashraf et al., 2014). Isto não chega a ser

Page 18: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

18

uma supresa, pois Mortimer et al. (2015) confirmam que é limitada a quantidade de pesquisas sobre

adoção e uso de tecnologia em economias emergentes.

Adicionalmente, não se pode deixar de observar que os fatores determinantes explicitados

pelos principais modelos teóricos (UTAUT2, TAM ou IDT) em estudos realizados nas grandes

economias do planeta talvez não tenham a mesma efetividade quando aplicados em economias em

desenvolvimento (Song, 2014). O trabalho seminal de Venkatesh et al. (2012) indica claramente

que o modelo teórico UTAUT2 deve ser testado em diferentes países, pois a aplicação pode-se

alterar em países com níveis diversos de avanço tecnológico do que Hong-Kong, onde a pesquisa

original foi realizada.

Nesse contexto, o presente trabalho propõe como principal contribuição entender o

impacto de fatores culturais no uso de mobile banking em uma economia emergente, com uma

cultura diferente de países desenvolvidos da América do Norte, da Europa ou mesmo da Ásia. Em

termos de bases teóricas que sustentam o presente estudo, tem-se a combinação do modelo

conceitual UTAUT2, que trata da adoção de inovação por indivíduos, com as dimensões culturais

definidas por Hofstede et al. (2010). Estes autores apresentam as diretrizes mais sólidas sobre

estudos de cultura em Ciências Sociais (Harzing, 2007; Hung & Chou, 2013; Im et al., 2011) e são

a base para entender a influência dos fatores culturais sobre a adoção e o uso de mobile banking

em uma economia emergente.

Caminho similar, combinando UTAUT2 e as dimensões culturais de Hofstede, foi adotado

por Baptista & Oliveira (2015). Estes pesquisadores portugueses realizaram um estudo sobre a

adoção e uso de mobile banking em Moçambique, país de um continente que é importante

referência quanto à inovação baseada em tecnologias móveis. O resultado de sua pesquisa

apresentou a relevância de quatro dimensões culturais para o uso de mobile banking:

Individualismo/Coletivismo, Aversão à Incerteza, Orientação a Longo Prazo e Distância de Poder.

Apesar das conclusões de Baptista & Oliveira (2015), sabe-se que a velocidade de adoção

de inovações tecnológicas varia de país a país, assim como a influência dos aspectos culturais sobre

a decisão pelo uso das inovações (Im et al., 2011). Desta forma, os resultados de Baptista & Oliveira

(2015), embora significativos, não podem ser automaticamente aplicados a outros países

emergentes, com diferentes elementos culturais, motivo pelo qual optou-se por replicar o referido

estudo em outro país emergente: o Brasil. A replicação de um experimento possibilita demonstrar

Page 19: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

19

que os resultados podem ser obtidos em qualquer outro lugar ou por outros pesquisadores,

comprovando-os como conhecimento científico e não como circunstâncias específicas que não se

repetem (Schmidt, 2009).

Neste sentido, a principal contribuição desta pesquisa é ampliação da aplicação das

dimensões culturais de Hofstede como fatores que afetam a decisão pelo uso de mobile banking,

testando modelos teóricos já estabelecidos – por meio de réplica – em uma cultura diferente. É a

pesquisa original sendo aplicada por um pesquisador diferente e em uma cultura relevante,

permitindo que os resultados da pesquisa sejam verificados outras vezes, ganhando estabilidade,

previsibilidade e relevância contextual (Allen & Preiss, 1993).

Portanto, considerando o problema de pesquisa apresentado, onde o fator cultural não

tenha sido explorado devidamente em modelos de aceitação e uso de mobile banking em países

emergentes latino-americanos, com cultura distinta de países desenvolvidos ou de outros países

emergentes, coloca-se a seguinte questão de pesquisa: quais fatores culturais afetam o uso de

mobile banking em uma economia emergente de uma país latino-americano?

Para responder a essa pergunta de pesquisa, os objetivos da pesquisa estão enumerados a

seguir.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 GERAL

Identificar e analisar fatores de natureza cultural que levam ao uso de mobile banking em

um país emergente da América Latina. Para isto, foi utilizado um modelo aceito e validado de

adoção da inovação (UTAUT2), moderado pelas variáveis relativas às dimensões culturais, como

proposto em Hofstede et al. (2010), replicando estudo realizado por Baptista & Oliveira (2015) em

um país emergente do continente africano: Moçambique.

Page 20: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

20

1.2.2 ESPECÍFICOS

(1) Incluir as variáveis moderadoras relativas às dimensões culturais em um modelo

maduro de adoção de inovação, tendo o mobile banking como alvo do estudo,

replicando estudo realizado por Baptista & Oliveira (2015).

(2) Testar o modelo apresentado, verificando se efetivamente há efeito dos fatores

culturais sobre a adoção de mobile banking num país emergente latino-americano.

1.3 JUSTIFICATIVA PARA O ESTUDO DO TEMA

As inovações tecnológicas, calcadas em TIC, vêm crescendo a uma taxa sem precedentes

(Chen & Chan, 2014) e tornando-se parte da vida das pessoas, que as adotam de forma seletiva e

com foco em melhorar a qualidade de suas vidas (Magsamen-Conrad et al., 2015). É este uso de

inovações baseadas em TI que tem revolucionado a forma como os indivíduos conduzem suas

atividades cotidianas, de como atingem seus objetivos pessoais ou mesmo realizam seus desejos

(Shaikh & Karjaluoto, 2015).

Uma das referidas inovações tecnológicas é o mobile banking, tendo-se mostrado

abrangente em alguns países do mundo, como aponta, por exemplo, o estudo anual do governo

americano sobre serviços financeiros móveis aos consumidores daquele país (Board of Governors

of the Federal Reserve System, 2015). São apresentados importantes números sobre a penetração

das tecnologias móveis sobre os serviços financeiros: 87% dos americanos adultos possuem

telefones móveis, sendo 67% de smartphones; 39% dos adultos com uma conta bancária usaram o

seu telefone móvel para fazer alguma transação financeira no último ano; em relação a usuários de

smartphones, o percentual sobe para 52%.

Em outra pesquisa, desta vez no Reino Unido, evidencia-se que 46% dos adultos

proprietários de dispositivos móveis acessam seu banco via mobile banking de uma a três vezes

por mês (comScore Inc, 2011). Na China, por sua vez, onde tem-se o maior mercado de

comunicação móvel do planeta (Song, 2014), apenas 7,1% utilizava o mobile banking há alguns

poucos anos (Zhou, 2011).

Page 21: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

21

Em regiões menos desenvolvidas do globo, pesquisas mostram, por exemplo, que na

América Latina, 9 entre 10 pessoas que realizam atividades on-line usam dispositivos móveis

(comScore Inc, 2015). Tal realidade latino-americana é liderada pelo Brasil, apesar de que, neste

caso, o uso de mobile banking restringe-se a somente 12% das transações com contas correntes de

bancos brasileiros (FEBRABAN, 2014). Este percentual de adoção de mobile banking é baixo,

quando comparado com países desenvolvidos ou quando comparado com outros canais dos bancos,

como internet banking ou ATM (automated teller machines, popularmente conhecidos “caixas

eletrônicos”) (Shaikh & Karjaluoto, 2015; Zhou, 2012; Akturan & Tezcan, 2012). A adoção de

tecnologias é a principal razão para países em desenvolvimento continuem com o mesmo status de

emergente, visto que o uso de velhas tecnologias significa gerar menor volume de produtos e

serviços, com pior qualidade e de menor duração (Dauda & Lee, 2015).

Os estudos que confirmam a baixa adoção de mobile banking não explicam por que isso

acontece em um país como o Brasil e se há características culturais que o país pode carregar e que

expliquem essa baixa adoção. Trata-se de um país que possui 130 milhões de usuários de telefonia

celular (IBGE, 2013) e representa 40% da população que acessa a internet na América Latina, uma

região em que os internautas passam, em média, mais horas por mês conectados do que regiões

como a Ásia, a África ou o Oriente Médio (Fosk, 2014).

Eventualmente, pode-se questionar se não se trata o mobile banking de um mero modismo

(Moser, 2015) ou se ainda está-se na fase inicial de adoção pelos early adopters (Rogers, 1995).

Por ser considerado modelo que substituirá o internet banking (Lee et al., 2015), neste estudo não

se trata o mobile banking como um modismo, mas como um tema relevante para a pesquisa, cujos

resultados podem suportar a melhoria no desenho dos serviços e aplicativos financeiros móveis

para seus clientes (Al-Jabri & Sohail, 2012).

A pesquisa sobre adoção e uso de mobile banking pode ajudar a entender a resistência em

adotar mobile banking (Shaikh & Karjaluoto, 2015). Este tópico deve ser compreendido pelas

organizações interessadas, como os bancos, que precisam mover seus clientes para canais

eletrônicos (caso do mobile banking), obtendo reduções de custos operacionais (Montazemi &

Saremi, 2014) e a melhoria na qualidade dos serviços, por meio de maior personalização aos seus

clientes (Moser, 2015).

Page 22: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

22

Para as instituições financeiras, a projeção de futuro está intimamente ligada a novas

tecnologias que tornem em realidade o cenário de banco digital, com uso extensivo de mobile

banking (FEBRABAN, 2013), serviço considerado relevante por ser a próxima fronteira de

serviços financeiros, em substituição ao internet banking (Lee et al., 2015). Não são, entretanto,

somente os bancos que se podem beneficiar de estudos sobre aceitação e uso de mobile banking.

Em verdade, mobile banking está inserido em um modelo de serviços convergentes, cujo uso pode

aumentar também as receitas de empresas operadoras de telefonia e de internet (Lee et al., 2015).

Para as instituições financeiras que desejam manter sua competitividade, devem

considerar e entender os aspectos culturais importantes para seus clientes (Yuen et al., 2015) e

mesmo para os não-clientes, pois existe possibilidade de estender os serviços de mobile banking

para unbanked adults (Tobbin, 2012), principalmente no caso de economias em desenvolvimento

e que têm ainda faixa importante da população desbancarizada (Bryson et al., 2015). Exemplos

importantes podem ser encontrados nos sistemas ALW, da India, ou Mpesa, do Quênia, que dão

acesso a serviços financeiros por meios dos dispositivos móveis, inclusive com a participação dos

usuários na criação dos serviços, em um fenômeno também conhecido por inovação frugal (Van

der Boor et al., 2014).

A literatura recente aponta para a necessidade de combinar estudos de adoção e uso de

inovações tecnológicas com pesquisas sobre aspectos culturais. Vê-se isto na revisão de

Hanafizadeh et al. (2014), que sugere que regiões menos desenvolvidas do planeta e com aspectos

culturais diferenciados, como América do Sul, África e Ásia Ocidental, sejam pesquisadas no que

diz respeito a adoção de inovações tecnológicas. Um dos idealizadores da teoria UTAUT

(Venkatesh et al., 2003) realizou estudo posterior à criação de seu modelo UTAUT, porém anterior

ao do modelo UTAUT2, investigando diferenças culturais da aplicação do modelo em duas culturas

diferentes: a americana e a chinesa (Venkatesh & Zhang, 2010).

Pode-se também argumentar que a pesquisa sobre aceitação e uso de inovações

tecnológicas, principalmente focadas em TI, seja uma das linhas mais maduras de pesquisa no

campo de sistemas de informação (Parameswaran et al., 2015). Venkatesh et al. (2012), no entanto,

aponta que há relevância em testar modelos teóricos em diferentes países, culturas, grupos etários

ou com outras tecnologias, de forma a levar à identificação de fatores que confirmem e ampliem a

teoria. Apesar disto, não há frequência significativa de pesquisas sobre a influência de fatores

Page 23: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

23

culturais combinada com os modelos téoricos de adoção de inovações tecnológicas (Nistor et al.,

2014). E este é o ponto crucial para a relevância da pesquisa apresentada neste trabalho: testar um

modelo teórico maduro (UTAUT2) em um país de economia emergente (Brasil), com aspectos

culturais diversos da pesquisa original e em uma inovação tecnológica (mobile banking) também

diferente da pesquisa original, como o fizeram Baptista & Oliveira (2015) em Moçambique, com

intuito de fortalecer o campo teórico.

A concepção derivada da referida combinação, UTAUT2 e dimensões culturais de

Hofstede, entretanto, não é inédita, pois Baptista & Oliveira (2015) já a aplicaram em outra

economia em desenvolvimento (Moçambique). Para responder à questão de pesquisa proposta

nesta dissertação, então, foi aplicado estudo similar no Brasil – uma replicação da pesquisa de

Baptista & Oliveira (2015).

A fundamentação para a replicação da pesquisa surge, primeiramente, da necessidade em

expandir os testes do UTAUT e UTAUT2, conforme recomendação de Venkatesh et al. (2012) em

testar a teoria em diferentes culturas. Em segundo lugar, a adoção de mobile banking, como uma

forma de mobile commerce, difere de país a país (Chung & Holdsworth, 2012), uma vez que o teste

em um determinado país emergente, como Moçambique, não explica a adoção em outro país

emergente, caso do Brasil.

Um motivo final para a replicação pode ser compreendido quando se compara o escore de

cada dimensão de cultura nacional dos dois países (Hofstede, 2016), Brasil e Moçambique, e nota-

se que, apesar de serem emergentes (International Monetary Fund, 2015), há diferenças

consideráveis nas dimensões mensuradas. Em uma escala de 0 a 100, por exemplo, a dimensão

Distância de Poder tem um escore de 69 no Brasil e de 85 em Moçambique, mostrando que em

ambos os países a população aceita mais facilmente as diferenças sociais, porém no segundo país

a diferença é mais acentuada.

Quanto ao Individualismo, ambas as nações são – de fato – coletivistas, mas o coletivismo

é melhor percebido em Moçambique, que tem um escore 15, contra um escore de 38 do Brasil

(Hofstede, 2016). Os dois países também possuem um escore baixo na dimensão de Masculinidade,

sendo 49 para o Brasil e 38 para Moçambique, caracterizando-se por serem culturas em que se

valoriza mais o cuidado com as pessoas e a qualidade de vida, do que a competitividade e o sucesso.

Ainda assim, o Brasil tem um grau 20% maior que o de Moçambique.

Page 24: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

24

Em termos de Aversão à Incerteza, o Brasil apresenta-se com grande grau de Aversão à

Incerteza (escore igual a 76), comum a países da América Latina (Hofstede, 2016). De forma

adversa, Moçambique tem baixa Aversão à Incerteza (escore igual a 44). A diferença acentuada

entre os países também é notada na dimensão de Orientação a Longo Prazo, em que ambos os

países comportam-se de forma imediatista (curto prazo), com escore de 44 para o Brasil e somente

de 11 para Moçambique.

A replicação da pesquisa de Baptista & Oliveira (2015) aqui proposta fundamenta-se na

proposição de que o conhecimento científico deve calcar-se na replicação. Apesar de tal afirmação,

constata-se um baixo número de replicações em estudos de ciências gerenciais (Evanschitzky et

al., 2007) ou ciências sociais (Schmidt, 2009). Esta replicação, para as Ciências Sociais, enriquece

a pesquisa ao trazer a validação externa apregoada por Easley et al. (2000).

1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho está organizado em seis diferentes capítulos, além de um apêndice. O

primeiro capítulo, a Introdução, contextualiza o tema de adoção de mobile banking, apresenta o

problema e a questão de pesquisa, além dos objetivos e a justificativa para o referido estudo. O

capítulo 2 apresenta o Referencial Teórico sobre o tema, aprofundando o entendimento sobre

mobile banking, seguindo a discussão sobre a teoria UTAUT2 e, ao final, discorrendo sobre as

dimensões culturais (Hofstede et al., 2010). O ápice do segundo capítulo acontece – em verdade –

no capítulo 3, onde é apresentado o modelo conceitual replicado e as hipóteses de pesquisa.

O capítulo 4 descreve os métodos de pesquisa e no capítulo 5 os dados resultantes da

amostra de pesquisa são validados e analisados, culminando com a aplicação do PLS, com objetivo

de avaliação das hipóteses do modelo apresentado no capítulo 3. Os resultados do PLS sobre cada

hipótese e constructo são analisados à luz da teoria ao final do capítulo 5. Por fim, o capítulo 6

conclui a pesquisa, expõe as limitações e recomenda futuras pesquisas sobre o tema. Um apêndice,

ao final, mostra o questionário aplicado na survey proposta.

Page 25: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

25

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A pesquisa recente vem tratando a questão da aceitação e do uso do mobile banking por

meio da proposição de modelos teóricos que expliquem o que é importante (e o que não é) para

quem usa (e para quem ainda não usa) os serviços de mobile banking (Shaikh & Karjaluoto, 2015).

Após conceituar e identificar as características fundamentais do mobile banking, e para apresentar

o modelo teórico testado e analisado na pesquisa ora apresentada, este capítulo delinea os aspectos

mais significativos da teoria que embasam o modelo. Mais especificamente, tratando da teoria do

modelo UTAUT2 (Venkatesh et al., 2012) e da teoria relacionada às dimensões culturais definidas

por Hofstede et al. (2010). A combinação de UTAUT2 e das dimensões culturais resulta em um

modelo conceitual apresentado originalmente por Baptista & Oliveira (2015) e testado em outra

economia em desenvolvimento (Moçambique).

2.1 MOBILE BANKING

Inovações representam importante condutor para o desenvolvimento de países e

organizações (Schumpeter, 1934) e o mobile banking é considerado uma inovação em serviços, por

tratar-se de evolução do internet banking e por caracterizar-se como um canal adicional e

transformador para os bancos e seus clientes (Zhou et al., 2010).

Mobile banking, às vezes chamado de m-banking, mbanking ou SMS banking, permite

que transações específicas, como consultas a saldos e extratos, transferência de fundos e

pagamentos de contas, sejam realizadas por dispositivos móveis (Lin, 2013) como smartphones e

tablets. Em parte, mobile banking compara-se a uma extensão de internet banking, já que ambos

têm propósitos similares, porém mostram-se diferentes, visto que o acesso ao primeiro dá-se por

dispositivos sem fio conectados à internet e sem restrições de tempo, lugar ou espaço (ChauShen

Chen, 2013, p. 411), enquanto o último é acessado por computadores com acesso à rede mundial

(Yu, 2014).

Em termos acadêmicos, o acesso a serviços bancários por meio de um laptop é

categorizado como internet banking por Shaikh & Karjaluoto (2015, p.131). O mesmo artigo

considera a seguinte definição para m-banking: “Um produto ou serviço oferecido por um banco,

Page 26: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

26

uma instituição financeira (baseada em modelo de banco) ou uma operadora de serviços móveis

(MNO ou Mobile Network Operator) para conduzir transações financeiras e não-financeiras

usando um dispositivo móvel, especificamente um telefone celular, um smartphone ou um tablet”.

Os bancos consideram m-banking como um canal adicional (Shanmugam et al., 2014) e

transformacional (Mishra & Bisht, 2013, p. 504) de relacionamento com seus clientes. Movimentar

clientes para esse tipo de canal ou atingir novos clientes por meio dele, portanto, é estratégia

importante para as instituições financeiras (Wonglimpiyarat, 2014, p. 124), pela redução de custos

operacionais proporcionada (Baptista & Oliveira, 2015) e, em específico para o Brasil, pela

aderência à estratégia de digitalização dos bancos (Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária

2013, 2014, pp. 46–67).

Em países não desenvolvidos, o mobile banking também pode ser considerado um canal

adicional e transformacional de relacionamento, já que por meio dele é possível atingir a população

dita unbanked (sem acesso a bancos ou contas bancárias) (Tobbin, 2012), em um fenômeno

chamado de inclusão financeira (Mishra & Bisht, 2013, p. 504). Isto é possível por conta dos

obstáculos que o m-banking elimina em relação ao internet banking: mobile banking quebra as

barreiras de espaço e tempo, ou seja, os serviços podem ser acessados a qualquer momento e de

qualquer lugar que possua a infraestrutura de redes de dados sem fio, trazendo conveniência aos

usuários (Zhou, 2012). Ao conceito de ubiquidade, cunhado por Weiser (1999) e aplicável aos

dispositivos móveis (Mishra & Bisht, 2013, p. 503), somam-se as características de flexibilidade e

mobilidade, formando os diferenciais do m-banking, em comparação aos canais tradicionais (Lin,

2013).

Ao tratar de mobile banking, não se imagine, no entanto, que seja composto de um único

serviço financeiro. Shaikh & Karjaluoto (2015) mostram em sua revisão sistemática sobre o tema

que há uma miríade de serviços financeiros e não-financeiros em m-banking (Quadro 1).

Page 27: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

27

Quadro 1. Serviços em Mobile Banking.

SERVIÇOS FINANCEIROS SERVIÇOS NÃO-FINANCEIROS

Pagamentos de contas Consulta a extrato

Transferência entre contas Consulta a saldo

Transferência de fundos Mudança de PIN

Remittance (envio de dinheiro por compra

de algum produto) Pedidos de talões de cheque

Compras e doações Alertas de pagamentos

Mobile balance recharge (recarga de celular) Localização de ATMs

Fonte: Shaikh & Karjaluoto (2015).

O mobile banking constitui-se, em verdade, em um serviço com duas importantes

características, conforme cita Bouwman et al. (2008): (i) os serviços são produzidos e consumidos

praticamente ao mesmo tempo; e (ii) os consumidores participam, junto com os produtores, da

geração e uso do serviço. Pode-se inferir que não há serviço de mobile banking sem a interação

com seus clientes (Wonglimpiyarat, 2014, p. 124), dispostos a consumir tais serviços. Além de

serviço, o mobile banking é considerado uma inovação em serviços, conforme determina a obra

seminal de Schumpeter (1934), servindo para criar riqueza por meio do atendimento das

necessidades dos clientes (Bouwman et al., 2008, p. 10).

Sob a perspectiva de sistemas de informação, o mobile banking é uma inovação

tecnológica para as instituições financeiras (Baptista & Oliveira, 2015). Lin (2013) explica que o

mobile banking é uma forma de inovação em serviço ao permitir a expansão do acesso a transações

bancárias por meio de dispositivos móveis. Isto acontece por ser um serviço inerentemente

independente de espaço ou tempo, pois o cliente cria valor sem estar amarrado a locais ou

momentos específicos (Baptista & Oliveira, 2015), o que materializa outra característica de

inovação em m-banking.

Page 28: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

28

2.2 USO E INTENÇÃO DE USO DE INOVAÇÕES

A teoria sobre o tema de aceitação de inovações tecnológicas trata Uso (usage) e Intenção

de Uso (intention to use) como variáveis dependentes (AbuShanab & Pearson, 2007). São esses os

constructos que aparecem nos principais modelos teóricos, inclusive no modelo analítico descrito

neste estudo. Entretanto, a literatura por vezes também utiliza os termos adoção e aceitação de

inovações tecnológicas. Por conta disto, este tópico esclarece os conceitos de Intenção de Uso,

Uso, Aceitação e Adoção de inovações tecnológicas.

Intenção de Uso (intention to use ou behavioral intention) pode ser entendida como a

medida de quanto um indivíduo deseja fazer algo, sendo normalmente determinada pela Atitude

(attitude) e pela Norma Subjetiva em relação a tal comportamento (Min et al., 2008). Já a Atitude

é definida a partir das crenças (beliefs) individuais que se tem em relação ao resultado que se obterá

a partir de um dado comportamento (Fishbein & Ajzen, 1975). A Norma Subjetiva trata da

importância que se tem para uma pessoa sobre o que outras pessoas pensam por ela ter um

determinado comportamento (Min et al., 2008).

Aceitação (acceptance) e Intenção de Uso são tratados como sinônimos neste trabalho.

Aceitação pode ser considerada como pré-adoção (Shaikh & Karjaluoto, 2015). Quanto a Intenção

de Uso (intention to use), tenha-se claro que ela difere e, neste contexto, é melhor empregada do

que o constructo Intenção Inicial (initial usage), pois mede a intenção dos usuários em continuar

usando uma inovação tecnológica e não somente a disposição inicial (Yuen et al., 2015). Já o termo

Adoção (adoption) é a decisão por fazer uso efetivo de uma inovação (Al-Jabri & Sohail, 2012) e

é tratada como sinônimo de Uso (usage) nesta pesquisa. Para Rogers (1995), adoção é a decisão de

se fazer uso de uma inovação tecnológica da melhor forma possível.

2.3 UTAUT2 – MODELO TEÓRICO DE ACEITAÇÃO E USO

UTAUT2 (Venkatesh et al., 2012) é um dos pilares teóricos desta pesquisa e é apresentado

neste trabalho de forma intercalada, às vezes como teoria, como o próprio nome salienta (Unified

Theory of Acceptance and Use of Technology), outras vezes pelo modelo analítico (Malhotra,

2012) que a representa (Figura 2). A UTAUT2 representa a evolução da UTAUT (Figura 1) e tem

Page 29: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

29

o melhor potencial para explicar a adoção de serviços móveis de internet (Rondan-Cataluña et al.,

2015) e de e-banking (Hoehle et al., 2012), estendendo a teoria original (Venkatesh et al., 2003)

para o contexto de consumidores, em vez de manter-se somente no contexto dos colaboradores das

organizações. É um dos 3 principais modelos teóricos, junto com TAM e IDT, para explicar a

aceitação e adoção de mobile banking (Shaikh & Karjaluoto, 2015), mas não se calca somente nos

constructos de atitude descritos no modelo TAM (Davis, 1989) ou nas características das inovações

discutidas pela IDT (Rogers, 1995).

Neste tópico, inicialmente apresenta-se o modelo UTAUT e depois explica-se o modelo

resultante UTAUT2, pois os trabalhos seminais assim o fazem, não sendo possível usar somente o

trabalho de Venkatesh et al. (2012), sem revisitar também o original de Venkatesh et al. (2003).

Naturalmente tais pesquisas são bastante citadas neste estudo, entretanto não se deixou de

considerar revisões mais recentes, realizadas por outros pesquisadores nos últimos anos,

permitindo ter-se maior consistência na revisão teórica ora apresentada.

2.3.1 APRESENTANDO O MODELO UTAUT

Em 2003, foi publicado um trabalho (Venkatesh et al., 2003) em que se avaliou, teórica e

empiricamente, oito diferentes modelos de aceitação e uso de tecnologia e o objetivo dos autores

foi de ter uma visão unificada (Williams et al., 2015), o que acabou originando a teoria que encerra

o modelo UTAUT. Grosso modo, a base teórica vem da Psicologia Social (Tate et al., 2015), tendo

como carro-chefe a TRA ou Theory of Reasoned Action (Fishbein & Ajzen, 1975), teoria que

advoga que o comportamento humano pode ser previsto com base em suas intenções (Min et al.,

2008).

A principal motivação da pesquisa de Venkatesh et al. (2003) surgiu da importância do

tema para as organizações, já que a aceitação e o uso de tecnologias por empregados de uma

organização aumentam a sua produtividade. Especificamente, o foco foi na aceitação e no uso de

sistemas de TI por indivíduos das organizações, ou como diz-se em Venkatesh et al. (2012), o

objetivo de explicar a adoção de tecnologia por empregados. Nenhum outro modelo teórico

anterior, de acordo com Pascual-Miguel et al. (2015), tinha a visão ampla oferecida pelo modelo

UTAUT.

Page 30: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

30

Como primeiro passo do trabalho de Venkatesh et al. (2003), foram revisados oito

modelos ou teorias: TRA ou theory of reasoned action (Fishbein & Ajzen, 1975), TAM ou

technology adoption model (Davis, 1989), MM ou motivational model (Davis et al., 1992), TPB

ou theory of planned behavior (Ajzen, 1991), C-TAM-TPB ou combined TAM-TPB (Taylor &

Todd, 1995), MPCU ou model of PC utilization (Thompson et al., 1991), IDT ou innovation

diffusion theory (Rogers, 1995) e SCT ou social cognitive theory (Compeau et al., 1999). Todas

estas teorias e modelos citados já haviam sido testados e considerados relevantes em estudos

prévios de adoção de inovações tecnológicas (Williams et al., 2015).

No segundo passo do estudo, Venkatesh et al. (2003) elaborou o modelo UTAUT (Unified

Theory of Acceptance and Use of Technology) com base em um conjunto de quatro constructos e

quatro variáveis moderadoras (Figura 2). Há que se dizer, inclusive, que a inserção das variáveis

moderadoras foi significativa, já que os modelos anteriores não tratavam variáveis demográficas

como Gênero ou Idade, por exemplo, como fatores influenciadores na intenção ou no uso.

Page 31: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

31

Figura 1. Modelo UTAUT.

Fonte: Adaptado de Venkatesh et al. (2003).

Expectativa de Performance (performance expectancy) é a primeira variável independente

do modelo, um constructo que simboliza o grau em que um indivíduo acredita que usar um sistema

o ajudará a atingir seus objetivos de performance em seu ofício (Venkatesh et al., 2003). Em outras

palavras, trata-se da medida do quanto a produtividade individual pode melhorar ao usar-se

determinado sistema (Yuen et al., 2015). Para Dwivedi et al. (2011), ela é similar ao conceito de

Utilidade Percebida (perceived usefulness), do modelo TAM (Davis, 1989), e Arpaci (2015)

equipara-a ao conceito de Vantagem Relativa (relative advantage) da IDT (Rogers, 1995). Tendo

como base este constructo – Expectativa de Performance – Venkatesh et al. (2003) hipotetizaram

que ele influencia a Intenção de Uso, sendo moderado por Gênero e Idade dos indivíduos. Os

resultados do estudo de tais autores confirmaram a referida hipótese, dando ênfase ao efeito da

moderação mais forte no caso de indivíduos do sexo masculino e de pessoas mais jovens.

Expectativa de Performance

(EP)

Expectativa de Esforço (EE)

Influência Social (IS)

Intenção de Uso (IU)

Condições Facilitadoras

(CF)

Comportamento de Uso (CS)

Idade (ID)

Gênero (GN)

Experiência (EX)

Voluntariedade (VL)

Page 32: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

32

O segundo constructo do modelo, também variável independente, é a Expectativa de

Esforço (effort expectancy) e pode ser compreendido como o grau de facilidade de uso associado

a um sistema (Venkatesh et al., 2003). Ele mede o quanto de esforço reduz-se ao se usar um

determinado sistema (Yuen et al., 2015). De acordo com Dwivedi et al. (2011), equipara-se ao

constructo Facilidade de Uso Percebida (perceived easy of usefulness) apresentado por Davis

(1989). Quanto mais fácil for usar a inovação, menor a Expectativa de Esforço (Arpaci, 2015). Na

hipótese original (Venkatesh et al., 2003), a Expectativa de Esforço, moderada por Idade, Gênero

e Experiência, afeta positivamente a Intenção de Uso, o que – de fato – foi confirmado pelos

resultados da sua pesquisa, particularmente com maior força em mulheres, em pessoas mais velhas

e indivíduos com experiência limitada.

Influência Social (social influence) é o terceito constructo do modelo e mensura o grau ao

qual um indivíduo percebe que seja importante que outros acreditem que ele ou ela usam o novo

sistema (Venkatesh et al., 2003). É uma variável independente que mede a influência de amigos,

família, colegas e gestores sobre a intenção do indivíduo (Yuen et al., 2015). Outras pesquisas

confirmam que a Influência Social, de alguma forma, molda a Intenção de Uso de uma inovação

tecnológica por indivíduos (Wang & Wang, 2010). E esta foi a hipótese original aventada por

Venkatesh et al. (2003), especificamente de que a Influência Social afeta a Intenção de Uso,

moderada por Idade, Gênero, Experiência e Voluntariedade, a qual foi confirmada pelos resultados

da pesquisa, deixando patente que o efeito é maior em mulheres, em indivíduos de maior idade, em

pessoas com experiência limitada e em situações de uso mandatório.

Condições Facilitatoras (facilitating conditions) é o quarto constructo do modelo e indica

o grau em que um indivíduo acredita que uma organização e a infraestrutura técnica existam para

suportar o uso do novo sistema (Venkatesh et al., 2003). É a percepção da disponibilidade de

hardware, software, infraestrutura tecnológica e documentação que suportem a adoção de uma

inovação tecnológica (Yuen et al., 2015). O significado de Condições Facilitadoras é de que os

consumidores têm os recursos e o conhecimento necessário para usar uma determinada inovação

tecnológica (Alwahaishi & Snášel, 2013). No trabalho seminal que concebeu a teoria UTAUT,

duas hipóteses foram testadas em relação a Condições Facilitadoras (Venkatesh et al., 2003): (i) a

primeira, não confirmada, de que Condições Facilitadoras afeta a Intenção de Uso; e (ii) a outra é

de que Condições Facilitadoras, moderada por Idade e Experiência, influencia o Comportamento

Page 33: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

33

de Uso, esta confirmada, com maior efeito em pessoas de mais idade e também em indivíduos mais

experientes.

O modelo analítico da UTAUT também mostra que Intenção de Uso (IU), ou behavioral

intention, é hipotetizada como tendo influência positiva sobre o constructo Comportamento de Uso

(CS), que se configura no efetivo uso de novas tecnologias (Venkatesh et al., 2003), como o mobile

banking. Esta hipótese origina-se de teorias da psicologia, que afirmam que o comportamento

individual pode ser previsto e influenciado pela intenção individual (Yu, 2012). A pesquisa original

confirma essa influência direta da Intenção de Uso no Comportamento de Uso (Venkatesh et al.,

2003).

De maneira geral, UTAUT é tida como uma teoria robusta, já tendo sido testada por

inúmeras vezes (Lee et al., 2015). Há pesquisas que a utilizam para avaliar a aceitação de

tecnologias e serviços móveis, como pode-se ver nos estudos de Yu (2012) e Zhou et al. (2010),

que analisam a adoção de mobile banking, ou na pesquisa de Magsamen-Conrad et al. (2015), que

investiga a adoção de tablets. Ainda assim, a teoria original apresenta importantes restrições como

apontam Negahban & Chung (2014), dentre elas a questão de tratar somente indivíduos dentro de

uma organização e não considerar os consumidores (Venkatesh et al., 2012), bem como não avaliar

o impacto de fatores culturais (Im et al., 2011).

UTAUT tampouco é considerada uma teoria completa. Por exemplo, podemos ver um

estudo recente (Oliveira et al., 2014) que busca ser mais abrangente ao combinar o modelo UTAUT

com o Task Technology Fit, ou TTF, e o Initial Trust Model, ou ITM, para explicar os efeitos da

confiança (trust) inicial, da atitude e das características tecnológicas na adoção do mobile banking.

Outra combinação do modelo UTAUT está em Alwahaishi & Snasel (2013), onde junta-se à Flow

Theory para explicar a aceitação e o uso de internet móvel em um contexto de consumidor.

Em Chen & Chan (2014), a combinação entre UTAUT e TAM é apresentada com objetivo

de explicar os fatores de aceitação de tecnologias por pessoas idosas e mostra conclusões

importantes sobre a reduzida força de constructos como perceived usefulness, perceived ease of

use e atitude. A maior força, porém, é de atributos pessoais como technology self-efficacy, anxiety

e facilitating conditions perante outros, como perceived benefits. O estudo de Lee et al. (2015)

combina o modelo UTAUT com aspectos da teoria da motivação para entender a aceitação de TIC

e confirma que há um significativo relacionamento entre ambas as teorias. UTAUT, por vezes,

Page 34: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

34

sofre críticas por ser considerado um modelo de extrema complexidade, devido à enorme

quantidade de hipóteses e constructos envolvidos (Tate et al., 2015).

2.3.2 A EVOLUÇÃO PARA O MODELO UTAUT2

Apesar de eventuais discordâncias da teoria de Venkatesh et al. (2003), a evolução da

teoria que embasa o modelo UTAUT levou ao modelo teórico UTAUT2. O trabalho seminal

descrito em Venkatesh et al. (2012) trata o modelo teórico desenvolvido em Venkatesh et al. (2003)

no contexto de consumidores, em vez do contexto organizacional. Nele, os autores identificam

constructos e relacionamentos adicionais que são integrados ao modelo UTAUT. Tais constructos

e relacionamentos são extraídos da literatura sobre comportamento do consumidor e da pesquisa

em IS (information systems).

O estudo desenvolvido para o UTAUT2 teve foco no mercado consumidor, que é

bilionário, dado o número de dispositivos eletrônicos, aplicações e serviços direcionados aos

consumidores de todo o mundo, conforme afirma Venkatesh et al. (2012). A figura 2 mostra o

modelo teórico UTAUT2 com algumas modificações no modelo UTAUT, pois segundo os autores

tais alterações cobrem gaps do modelo original, desenvolvido em Venkatesh et al. (2003).

O primeiro constructo adicionado ao modelo analítico desenvolvido pela teoria do

UTAUT2 foi a Motivação Hedônica (hedonic motivation), uma variável independente importante

nos estudos sobre uso de produtos ou tecnologias por indivíduos, conforme Brown & Venkatesh

(2005) e Nysveen et al. (2005). A adição do constructo complementa o modelo UTAUT, que

originariamente prioriza a utilidade (extrinsic motivation) como a mais forte influência na previsão

da aceitação e do uso (Holbrook & Hirschman, 1982). A hipótese original, testada e suportada por

Venkatesh et al. (2012), indica que Motivação Hedônica influencia positivamente a Intenção de

Uso, moderada por Idade, Gênero e Experiência, com ênfase para indivíduos do sexo masculino,

pessoas mais jovens e aqueles com menor experiência com a tecnologia.

O Valor do Preço (price value) é o segundo constructo adicionado por Venkatesh et al.

(2012) e que pode dominar as decisões dos consumidores, como se vê em Brown & Venkatesh

(2005). A referência a Valor do Preço é definida por meio dos benefícios percebidos de uma

aplicação e o custo monetário para utilizá-la (Dodds et al., 1991) ou, em outras palavras, o valor

Page 35: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

35

do preço é positivo quando os benefícios da adoção da tecnologia são maiores que o custo associado

(Baptista & Oliveira, 2015). O conceito é similar ao de Valor Percebido, definido como a utilidade

percebida de uma inovação com base no que se recebe e o que se dá, em termos de custo (Wang &

Wang, 2010). A hipótese defendida e suportada por Venkatesh et al. (2012) é de que o Valor do

Preço afeta a Intenção de Uso, moderada por Idade e Gênero, com maior força em mulheres mais

velhas.

O terceiro constructo inserido no modelo por Venkatesh et al. (2012) é o Hábito (habit),

tendo como intenção desafiar o papel de Intenção de Uso (behavioral intention) como key predictor

do uso da inovação tecnológica, conforme detalham Kim et al. (2007) e Kim & Malhotra (2005).

Hábito pode ser entendido como o grau de automaticidade de um comportamento individual,

eventualmente decorrente de aprendizado específico (Venkatesh et al., 2012). No trabalho seminal

de concepção do UTAUT2, o Hábito foi hipotetizado como variável independente tanto para a

Intenção de Uso quanto para o Comportamento de Uso, sendo moderada por Idade, Gênero e

Experiência. Ambas as relações foram confirmadas por Venkatesh et al. (2012), tendo maior força

em indivíduos do sexo masculino, mais velhos e em pessoas com maiores níveis de experiência

com tecnologia.

Em específico à relação entre Condições Facilitadoras e Intenção de Uso, hipotetizada

porém não confirmada em Venkatesh et al. (2003), na concepção do UTAUT2 houve nova hipótese

de que Condições Facilitadoras influenciam positivamente a Intenção de Uso, moderada por Idade,

Gênero e Experiência. A motivação disso é explicada pelos autores pelo fato de que as condições

mudam consistentemente de um ambiente organizacional, foco do UTAUT, para o ambiente de

consumo individual, objetivo do UTAUT2. Os resultados mostram que a hipótese foi confirmada

parcialmente, pois a moderação da Experiência não foi suportada nos testes realizados por

Venkatesh et al. (2012).

A influência das variáveis moderadoras é tomada como relevante tanto na concepção da

UTAUT (Venkatesh et al., 2003) quanto da UTAUT2 (Venkatesh et al., 2012). Gênero (gender)

(Wang & Wang, 2010), Idade (age) e Experiência (experience) são as variáveis moderadoras

comuns a ambas as teorias, consistentes com a literatura de adoção de tecnologia, como em Morris

& Venkatesh (2000), Venkatesh & Morris (2000) ou em Alafeef et al. (2012). Pesquisa recente e

específica sobre a influência da Idade aponta para a possibilidade de divisão digital entre as pessoas

Page 36: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

36

mais velhas e as mais jovens quanto à adoção de inovações tecnológicas (Magsamen-Conrad et al.,

2015). O Gênero também é apontado como constructo influenciador na adoção de inovações do

porte do mobile banking (Riquelme & Rios, 2010).

O modelo original (UTAUT) também cita Voluntariedade como variável moderadora,

mas no modelo UTAUT2 esta variável moderadora é descartada por não ter sentido em um

ambiente de consumo individual livre (Venkatesh et al., 2012).

Figura 2. Modelo UTAUT2.

Fonte: Adaptado de Venkatesh et al. (2012).

2.4 FATORES CULTURAIS EM ADOÇÃO DE INOVAÇÃO

A adoção dos serviços de mobile banking varia de país a país (Chemingui & Lallouna,

2013). Em verdade não se trata somente de mobile banking, pois outras tecnologias também tem

Expectativa de Performance

(EP)

Expectativa de Esforço (EE)

Influência Social (IS)

Intenção de Uso (IU)

Condições Facilitadoras

(CF)

Motivação Hedônica (MH)

Comportamento de Uso (CS)

Idade (ID)

Gênero (GN)

Valor do Preço (VP)

Hábito (HB)

Experiência (EX)

Page 37: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

37

uma penetração variada, dependendo do país e de fatores locais como política governamental,

mercado interno e indústria local (Im et al., 2011). A cultura nacional influencia a adoção de

inovações (Lee et al., 2013) (Choe, 2004), embora precise ser melhor compreendida em como tal

influência acontece (Ashraf et al., 2014), caso a caso. O modelo UTAUT, testado em outros países,

apresenta similaridades e diferenças para cada uma das culturas (Venkatesh & Zhang, 2010).

Conceitualmente, cultura pode ser entendida como uma espécie de programação mental

coletiva que distingue um grupo de indivíduos (seres humanos) de outro grupo (Hofstede, 1984).

Um conjunto de valores e crenças compartilhadas que são manifestadas na forma de pensar, sentir

e manifestar-se, influenciando o comportamento humano, inclusive o consumo (Ladhari et al,

2015). Um processo mental que as pessoas de um grupo compartilham, resultando em crenças,

valores e normas similares (Mortimer et al., 2015). Padrões culturais podem ser compartilhados

em nível de nação, de grupo étnico, de profissão ou de organização (Nistor et al., 2014), mas neste

contexto de pesquisa, examina-se a cultura em nível nacional (país).

Hofstede (1984) realizou um trabalho extenso para a compreensão do impacto da cultura

sobre o comportamento dos indivíduos e definiu dimensões para descrever a influência da cultura

(em nível nacional). Desde seu surgimento, as dimensões culturais de Hofstede são debatidas,

porém há uma enorme quantidade de estudos suportando o modelo (Mortimer et al., 2015), sendo

a forma mais popular entre acadêmicos para a definição e estudo da cultura nacional (Venkatesh

& Zhang, 2010). A aplicação conceitual de cultura nas pesquisas em Ciências Sociais Aplicadas,

especificamente as diretrizes teóricas mais sólidas sobre cultura, vem do trabalho de Gert Hofstede,

com foco no entendimento e impacto das dimensões da cultura nacional (Hofstede & Bond, 1984).

Geert Hofstede elaborou uma forma de mensurar a orientação cultural (Hassan et al.,

2011) por meio da definição de 4 dimensões culturais (Hofstede, 1984):

Individualismo/Coletivismo, Aversão à Incerteza, Feminilidade/Masculinidade e Distância de

Poder. Ao longo do tempo houve uma evolução, sendo inserida uma quinta dimensão, a Orientação

de Longo Prazo (Merkin, 2006), e já existe uma sexta dimensão, a indulgência (Hofstede, 2016).

Esta pesquisa considera as cinco dimensões iniciais, similar ao modelo elaborado por Baptista &

Oliveira (2015) e replicado nesta pesquisa.

Individualismo/coletivismo é a primeira dimensão de cultura nacional, definida como o

grau ao qual um indivíduo comporta-se, dando maior ênfase a suas necessidades individuais ou às

Page 38: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

38

necessidades do grupo a que pertence (Hofstede, 1984). O conceito mede o quanto um indivíduo

está integrado à sociedade (Yuen et al., 2015) e, segundo Lee et al. (2013), em culturas mais

individualistas as pessoas tendem a buscar as informações sobre inovações diretamente nas fontes

formais e tendem a tomar decisões por si. Já os indivíduos das culturas coletivistas confiam mais

na avaliação subjetiva e na de outros indivíduos com os quais tenham linhas de pensamento

similares – homofilia, conforme Rogers (1983), tomando decisões como grupo e não como

indivíduos (Arpaci, 2015).

A segunda dimensão cultural é a Aversão à incerteza e representa o nível de risco que um

indivíduo aceita tomar, principalmente em situações de ambiguidade, onde pode-se sentir

ameaçado (Hofstede, 1984). Em culturas de alta aversão à incerteza, indivíduos tendem a ser

conservadores (Hung & Chou, 2013) e a ter um grau de imitação maior, o que significa, em outras

palavras, que uma vez que uma tecnologia é entendida como livre de riscos, ela é rapidamente

adotada (Lee et al., 2013) pelos late adopters, utilizando a terminologia de (Rogers, 1962). Esta

dimensão de cultura nacional mede a reação das pessoas de uma sociedade em relação às situações

imprevistas (Yuen et al., 2015) e refere-se à tolerância das pessoas à ambiguidade das situações

(Arpaci, 2015).

A orientação por gênero definida na dimensão Feminilidade/Masculinidade trata das

diferenças de comportamento entre indivíduos que tenham maior orientação por fatores

relacionados com uma atmosfera amigável, por ambiente confortável, por qualidade de vida e por

relacionamentos mais agradáveis (relação com Feminilidade) e os indivíduos orientados por fatores

como ganhos, avanços, competitividade, performance e assertividade (relação com Masculinidade)

(Hofstede, 1984). Este constructo sugere que a característica da Masculinidade domina a estrutura

de poder da sociedade, enquando a Feminilidade apresenta menor grau de assertividade e

competitividade (Chung & Holdsworth, 2012).

A quarta dimensão cultural é a Distância de Poder (power distance) e representa o grau

em que os indivíduos aceitam diferenças de poder ou desigualdades entre indivíduos de forma mais

natural (Hofstede, 1984). Ela mede a distribuição do status hierárquico em uma sociedade (Yuen

et al., 2015), incluindo o nível de desigualdade social, incluindo a relação dos indivíduos com

autoridade (Minkov & Hofstede, 2011). Por desigualdade social entenda-se um determinado grau

de desigualdade, que varia de cultura para cultura, e que é considerado como normal em cada país

Page 39: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

39

(Takieddine & Sun, 2015; Straub et al., 1997). Em outras palavras, Distância de Poder representa

o quanto pessoas de menor poder em uma sociedade aceitam que o poder seja distribuído de forma

desigual aos demais (Hofstede & Bond, 1984).

Orientação de Longo Prazo (long-term orientation) é a quinta dimensão elaborada pelo

trabalho de Geer Hofstede e significa o grau em que indivíduos de uma sociedade abraçam valores

de longo prazo, normalmente pessoas mais tradicionais. Enxergar o tempo de modo holístico,

valorizando o passado e o futuro e não somente o aqui e o agora é também uma forma de conceituar

esta dimensão cultural (Hassan et al., 2011). Em culturas com pouca orientação a longo prazo, os

indivíduos valorizam mais a estabilidade individual, o grau de aceitação a inovações é alto, porém

o fator de imitação é baixo (Lee et al., 2013). Esta dimensão enfatiza paciência e tolerância,

importantes em decisões como poupar dinheiro para o futuro ou investir na compra de um imóvel

(Hung & Chou, 2013).

Fatores culturais afetam o uso de inovações tecnológicas (Lee et al., 2013; Nistor et al.,

2013) e este é o princípio básico para que Baptista & Oliveira (2015) tenham sugerido a inserção

das dimensões de cultura nacional no modelo UTAUT2. Há que se dizer que, embora a teoria de

UTAUT2 inclua a Influência Social como variável independente, tal constructo trata somente da

crença dos usuários de tecnologia sobre o que pensam as pessoas que lhe são importantes sobre o

indivíduo usar determinada tecnologia. É diferente do conceito de cultura aqui apresentado (Nistor

et al., 2014).

Page 40: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

40

3 MODELO CONCEITUAL E AS HIPÓTESES DE PESQUISA

Este capítulo delinea o modelo analítico a ser testado na pesquisa proposta e descreve em

detalhes cada uma das hipóteses aventadas, replicando a combinação dos trabalhos de Venkatesh

et al. (2012) e Hofstede et al. (2010) realizada por Baptista & Oliveira (2015).

3.1 MODELO CONCEITUAL

O modelo conceitual a ser testado e analisado nesta pesquisa combina a UTAUT2

(Venkatesh et al., 2012) com as dimensões de cultura nacional apresentadas por Hofstede (Hofstede

et al., 2010). Originalmente concebido por Baptista & Oliveira (2015), o modelo analítico

resultante da referida combinação de teorias foi testado em Moçambique, país de um continente

que se destaca pela inovação em serviços móveis financeiros para seus cidadãos (Anderson, 2010;

Berger & Nakata, 2013; Jack & Suri, 2014; Tobbin, 2012).

A junção do UTAUT2 definido por Venkatesh et al. (2012) e das dimensões de cultura

nacional defendidas por Hofstede et al. (2010) culmina em um modelo cuja representação gráfica

pode ser vista na Figura 3. As hipóteses do modelo são extraídas ipsis litteris de Venkatesh et al.

(2012) e Baptista & Oliveira (2015), porém fez-se um ajuste ao reinserir-se as variáveis

moderadoras Gênero, Idade e Experiência, constantes no modelo original de Venkatesh et al.

(2012), e que foram consideradas pouco significativas por Baptista & Oliveira (2015), não

aparecendo, inclusive, na representação gráfica do modelo teórico daquele estudo.

A replicação é considerada relevante neste estudo para responder a questão de pesquisa.

Não é aplicada, entretanto, apenas como um processo de duplicação, mas como extensão de um

estudo (Easley & Madden, 2013), almejando a confirmação ou a ampliação das conclusões

originais. Quando uma replicação confirma o modelo original, amplia-se a validade do modelo,

porém quando a replicação diverge da teoria prévia, é clara indicação de que mais pesquisa é

requerida (Hubbard & Armstrong, 1994). Ainda por ser uma replicação e extensão de pesquisa

prévia, as hipóteses do modelo analítico são apresentadas a seguir, exatamente iguais às hipóteses

dos trabalhos originais de Venkatesh et al. (2012) e Baptista & Oliveira (2015).

Page 41: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

41

Figura 3. Modelo Analítico.

Fonte: Adaptado de Venkatesh et al. (2012) e (Baptista & Oliveira (2015).

3.2 HIPÓTESES

Expectativa de Performance reflete a percepção de uma pessoa sobre o quanto seu

desempenho pode melhorar por utilizar uma inovação como o mobile banking (Zhou et al., 2010).

Em testes com internet banking, por exemplo, observou-se que para altos níveis de Expectativa de

Performance revelaram-se maiores intenções de utilizar-se o internet banking (AbuShanab &

Pearson, 2007). Magsamen-Conrad et al. (2015) consideram a Expectativa de Performance como

o constructo mais forte em termos de prever a intenção de uso, independente de ser voluntário ou

mandatório. Para Yu (2012), Expectativa de Performance afeta significativamente a intenção

individual de usar uma inovação tecnológica, como mobile services.

Para AbuShanab & Pearson (2007), Gênero, Idade e Experiência moderam

significativamente a relação de Expectativa de Performance (EP) e Intenção de Uso (IU).

Expectativa de

Performance

(EP)

Expectativa de

Esforço (EE)

I nfluência

Social (I S)

I ntenção de Uso

(I U)

Condições

Facilitadoras

(CF)

Motivação

Hedônica (MH)

Comportament

o de Uso (CS)

I ndividualismo/

Coletivismo

(I C)

Aversão à

I ncerteza (AI )

Orientação de

Longo Prazo

(LC)

Distância do

Poder (DP)

I dade(I D)

Gênero (GN)

Valor do Preço

(VP)

Hábito

(HB)

Experiência

(EX)

Masculinidade/

Feminilidade

(MF)

Page 42: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

42

Particularmente, a percepção individual de Expectativa de Performance difere, dependendo da

faixa etária (Magsamen-Conrad et al., 2015). Assim, em torno do constructo Expectativa de

Performance e sua influência sobre a Intenção de Uso, a hipótese formulada e confirmada por

Venkatesh et al. (2003) é replicada no presente estudo conforme a seguir:

H1: A influência da Expectativa de Performance (EP) sobre a Intenção de Uso (IU) de

Mobile Banking é positiva, sendo moderada por Gênero e Idade, e particularmente mais forte

em homens jovens.

Constructos do tipo effort-oriented, caso da Expectativa de Esforço, tendem a ser mais

salientes nos estágios iniciais de um comportamento de uso e depois tendem a ser sobrepostos por

preocupações sobre a instrumentalidade técnica (Venkatesh et al., 2003). A Expectativa de Esforço

representa a percepção do usuário de quão difícil é usar o mobile banking (Zhou et al., 2010) e ela

influencia positivamente a Intenção de Uso de mobile banking (Yu, 2012). Aqui também, nos testes

com feitos com internet banking, pode-se observar que clientes com menores níveis de Expectativa

de Esforço têm maiores intenções de utilizar internet banking (AbuShanab & Pearson, 2007).

Os autores de AbuShanab & Pearson (2007) consideram que Gênero, Idade e Experiência

moderam significativamente a relação de Expectativa de Esforço e Intenção de Uso. A percepção

individual sobre a Expectativa de Esforço difere de acordo com a idade do indivíduo (Magsamen-

Conrad et al., 2015). Do modelo primeiro – UTAUT, concebido por Venkatesh et al. (2003), o

constructo Expectativa de Esforço e sua relação com a Intenção de Uso é replicada nesta pesquisa

por meio da seguinte hipótese:

H2: A influência da Expectativa de Esforço (EE) sobre a Intenção de Uso (IU) de

mobile banking é positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e

particularmente mais forte em mulheres mais jovens e nos estágios iniciais da experiência.

O efeito da opinião de familiares, amigos e pessoas do círculo profissional ou social

representa o conceito de Influência Social (Zhou et al., 2010). Embora haja similaridades, ela tem

maior força que o conceito de Norma Subjetiva, originário da Psicologia Social (Fishbein & Ajzen,

1975), por também considerar os efeitos das network externalities adotadas como importante pelo

economistas quando o tema é comportamento de adoção de tecnologias (Kim & Park, 2011). Yu

(2012) e AbuShanab & Pearson (2007) confirmam que a Influência Social afeta positivamente a

Intenção de Uso de inovações tecnológicas, em especial, mobile banking e internet banking. A

Page 43: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

43

percepção individual sobre a Influência Social também difere de acordo com a idade das pessoas

(Magsamen-Conrad et al., 2015). Proveniente do modelo original do UTAUT, o constructo

Influência Social, relacionado com a Intenção de Uso, é replicado e avaliado neste estudo por meio

da seguinte hipótese replicada de Venkatesh et al. (2003):

H3: A influência da Influência Social (IS) sobre a Intenção de Uso (IU) de mobile

banking é positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e particularmente mais

forte em mulheres mais velhas e nos estágios iniciais da experiência.

O modelo analítico (Figura 3) mostra Condições Facilitadoras como variável

independente que antecede o Uso (ou Comportamento de Uso) de uma inovação tecnológica,

inclusive mobile banking (Yu, 2012), assim como também antecede a Intenção de Uso. Condições

Facilitadoras representa o conhecimento, as habilidades e os recursos que um usuário tem a sua

diposição (Zhou et al., 2010) e é postulada como influenciadora positiva sobre a Intenção de Uso

(Verdegem & De Marez, 2011) e Comportamento de Uso. A percepção individual sobre o efeito

das Condições Facilitadoras também varia, dependendo da idade dos indivíduos (Magsamen-

Conrad et al., 2015). Estudos como o de Yu (2012) e Martins et al. (2014) confirmam que Idade e

Gênero moderam a relação entre Condições Facilitadoras (CF) e Intenção de Uso (IU).

Neste contexto, as duas hipóteses oriundas de UTAUT (Venkatesh et al., 2003) e

UTAUT2 (Venkatesh et al., 2012), que relacionam Condições Facilitadoras com Intenção de Uso

e Comportamento de Uso, são replicadas na pesquisa ora apresentada:

H4a: A influência de Condições Facilitadoras (CF) sobre a Intenção de Uso (IU) de

mobile banking é positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e

particularmente mais forte em mulheres mais velhas e nos estágios iniciais da experiência.

H4b: A influência de Condições Facilitadoras (CF) sobre o Comportamento de Uso

(CS) de mobile banking é positiva, sendo moderada por Idade e Experiência, e

particularmente mais forte em pessoas mais velhas e com experiência crescente.

Conceitua-se a Motivação Hedônica, que em IS (information systems) é conhecida pelo

termo perceived enjoyment, como a diversão ou o prazer derivado do uso de uma tecnologia

(Venkatesh et al., 2012). A hipótese do modelo teórico de Venkatesh et al. (2012) é de que a relação

entre Motivação Hedônica e Intenção de Uso é moderada por Idade, Gênero e Experiência, de tal

forma que o efeito é mais forte entre homens jovens e com pouca experiência.

Page 44: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

44

Estudos apontados por Pascual-Miguel et al. (2015) concluem, por meio de conceitos

similares como enjoyment ou perceived playfulness, que a Motivação Hedônica de fato influencia

a intenção dos indivíduos em aceitar um produto ou serviço. Entende-se, então, como importante

fator de aceitação de tecnologia por usuários (Baptista & Oliveira, 2015). A partir deste

desenvolvimento teórico, a hipótese que relaciona Motivação Hedônica e Intenção de Uso,

originalmente desenvolvida na UTAUT2 (Venkatesh et al., 2012), é replicada no estudo sobre

adoção e uso de mobile banking como segue:

H5: A influência de Motivação Hedônica (MH) sobre a Intenção de Uso (IU) de

mobile banking é positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e

particularmente mais forte em homens mais jovens e nos estágios iniciais da experiência.

Valor percebido é um conceito que abrange quatro dimensões: (i) valor é preço baixo; (ii)

valor é o que se deseja; (iii) valor é qualidade comparada com preço; e (iv) valor é o que se recebe

versus o que se dá (Laukkanen & Lauronen, 2005). O modelo teórico da UTAUT2 hipotetiza que

Idade e Gênero moderam o efeito do Valor do Preço sobre a Intenção de Uso, sendo que o efeito é

mais forte quando se trata de mulheres mais velhas (Venkatesh et al., 2012), pois elas atêm-se mais

a detalhes como o preço da inovação tecnológica.

Para a inovação tecnológica alvo desta pesquisa pode-se argumentar que usuários de

internet não precisam incorrer em custos adicionais (Yu, 2012) para ter acesso ao mobile banking

e, por isso, o constructo Valor do Preço não deveria ser considerado no modelo de aceitação e uso

aplicável a mobile banking. Percebe-se, no entanto, que a definição descrita no início deste

parágrafo deixa claro que Valor do Preço envolve benefícios percebidos e não somente valor

financeiro. Replicando, então, a hipótese originalmente elaborada na UTAUT2 para esta pesquisa

sobre adoção e uso de mobile banking, postula-se o seguinte:

H6: A influência do Valor de Preço (VP) sobre a Intenção de Uso (IU) de mobile

banking é positiva, sendo moderada por Gênero e Idade, e particularmente mais forte em

mulheres mais jovens.

Hábito é conceituado como o grau em que as pessoas tendem a ter comportamentos de

forma automática, por conta de treinamento, aprendizado, educação (Limayem et al., 2007).

Podendo também ser considerado sinônimo de automaticidade, resultado das constantes repetições

com sucesso de um determinado comportamento (Kim et al., 2007). A frequência de um

Page 45: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

45

determinado comportamento passado é tratada como determinante do comportamento no presente

(Baptista & Oliveira, 2015).

O modelo teórico desta pesquisa (Figura 3) hipotetiza que Hábito tem relação tanto com

a Intenção de Uso quanto com o Uso efetivo, sendo ambas moderadas por Idade, Gênero e

Experiência, com maior força em homens mais velhos e experientes no uso de tecnologia. É, no

fundo, a replicação das hipóteses que envolvem o constructo Hábito na concepção do UTAUT2

(Venkatesh et al., 2012):

H7a: A influência do Hábito (HB) sobre a Intenção de Uso (IU) de mobile banking é

positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e particularmente mais forte em

homens mais velhos e com altos níveis de experiência (Venkatesh et al., 2012).

H7b: A influência do Hábito (HB) sobre o Comportamento de Uso (CS) de mobile

banking é positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e particularmente mais

forte em homens mais velhos e com altos níveis de experiência (Venkatesh et al., 2012).

Tanto a UTAUT (Venkatesh et al., 2003) quanto a UTAUT2 (Venkatesh et al., 2012)

suportam a hipótese de que um Comportamento de Uso pode ser determinado com base na Intenção

de Uso (Baptista & Oliveira, 2015). A literatura mostra que a crescente Experiência permite aos

consumidores ter mais oportunidades para encontrar melhor forma de ter um determinado

Comportamento de Uso (Alwahaishi & Snášel, 2013). A consistência a ser mantida (Martins et al.,

2014) com o estudo replicado nesta pesquisa, também baseado na UTAUT2 (Venkatesh et al.,

2012), sobre a influência positiva acerca do uso das inovações tecnológicas (Comportamento de

Uso) leva ao teste da hipótese a seguir:

H8: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de

mobile banking é positiva, sendo moderada por Experiência, e particularmente mais forte em

pessoas com menos experiência.

Existe um determinado nível, para cada cultura, em que cada pessoa pertencente àquela

cultura prefere atuar de forma individual ou em grupo (Straub et al., 1997). Quanto maior o grau

de individualismo, menor a comunicação e a interação entre o indivíduo e outras pessoas que

possam ter adotado uma inovação tecnológica (Lee et al., 2013). Em culturas coletivistas o

compartilhamento da informação é maior, gerando efeito sobre a adoção e o uso de novas

tecnologias (Im et al., 2011).

Page 46: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

46

A pesquisa elaborada em Moçambique por Baptista & Oliveira (2015) explora o papel

moderador da dimensão Individualismo/Coletivismo sobre o Comportamento de Uso. Esta

condição é testada nesta pesquisa para um país emergente da América Latina com um alto fator de

Coletivismo (Hofstede, 2016) e por meio da hipótese a seguir:

H9: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de

mobile banking é positiva, sendo moderada por Individualismo/Coletivismo (IC), e

particularmente mais forte em pessoas com cultura coletivista.

A Aversão à Incerteza é o risco que um indivíduo aceita como normal (Lee et al., 2013),

ao deparar-se com situações desconhecidas. O quanto as pessoas sentem-se confortáveis ou

nervosas em casos desestruturados ou não claros (Merkin, 2006). Pessoas oriundas de culturas com

maior grau de Aversão à Incerteza tem menor probabilidade em efetivamente usar uma inovação

tecnológica (Im et al., 2011). A Aversão à Incerteza, determinada como moderadora na relação

entre Intenção de Uso e Comportamento de Uso no modelo de Baptista & Oliveira (2015), é

replicada no teste apresentado nesta pesquisa por meio da seguinte hipótese:

H10: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de

mobile banking é positiva, sendo moderada por Aversão à Incerteza (AI), e particularmente

mais fraca em pessoas com altos níveis de Aversão à Incerteza.

A Orientação de Longo Prazo é um conceito originado da cultura chinesa, relacionando-

se ao respeito a tradições, à harmonia entre as pessoas e ao pensar no futuro (Hassan et al., 2011).

Um escore baixo na dimensão de cultura nacional de Orientação de Longo Prazo (Hofstede et al.,

2010), caso do Brasil (Hofstede, 2016), indica maior orientação para o curto prazo (Baptista &

Oliveira, 2015), significando pouco valor às tradições, pouco interesse em guardar para o futuro e

também no foco em atingir resultados rápidos (Hofstede et al., 2010). No caso de Moçambique,

alvo do estudo de Baptista & Oliveira (2015), o escore é sensivelmente diferente do Brasil,

reforçando a ideia da replicação do estudo, para avaliar potenciais diferenças na hipótese aventada

por aqueles autores:

H11: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de

mobile banking é positiva, sendo moderada por Orientação de Longo Prazo (LC), e

particularmente mais fraca em pessoas com cultura de longo prazo (Baptista & Oliveira,

2015).

Page 47: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

47

Algumas características como assertividade, performance, sucesso e competição

prevalecem, em culturas masculinistas, sobre aspectos como qualidade de vida, cuidado com os

mais fracos ou relacionamentos amenos entre as pessoas (Straub et al., 1997). Embora existam

estudos que tratam a Masculinidade/Feminilidade como variável que modera a influência sobre a

Intenção de Uso (Srite & Karahanna, 2006), sabe-se que as dimensões culturais, incluindo

Masculinidade/Feminilidade moderam o Comportamento de Uso (Arpaci, 2015). Seguindo esta

linha, o modelo proposto por Baptista & Oliveira (2015) é replicado nesta pesquisa e trata a

moderação da Masculinidade/Feminilidade sobre o Comportamento de Uso na seguinte hipótese:

H12: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de

mobile banking é positiva, sendo moderada por Masculinidade/Feminilidade (MF), e

particularmente mais forte em pessoas com valores culturais de masculinidade.

O grau de desigualdade que a população de uma determinada cultura tem como aceitável

é como pode-se entender o conceito de Distância do Poder (Straub et al., 1997). O Brasil, país

emergente da América Latina, é caracterizado como uma cultura de alto nível de Distância do

Poder (Hofstede, 2016), o que favoreceria um grau menor de adoção de inovações tecnológicas

(Arpaci, 2015), como o mobile banking. A replicação do modelo de Baptista & Oliveira (2015),

principalmente no que se relaciona a dimensões culturais, proposta para o Brasil buscou endereçar

a confirmação da moderação por meio da seguinte hipótese:

H13: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de

mobile banking é positiva, sendo moderada por Distância do Poder (DP), e particularmente

mais forte em pessoas com maior valor cultural de distância do poder.

Page 48: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

48

Quadro 2. Hipóteses do Modelo Replicado

Hipótese Referência

H1: A influência da Expectativa de Performance (EP) sobre a Intenção de Uso (IU) de Mobile

Banking é positiva, sendo moderada por Gênero e Idade, e particularmente mais forte em homens

jovens.

(Venkatesh et al., 2003)

H2: A influência da Expectativa de Esforço (EE) sobre a Intenção de Uso (IU) de mobile banking é

positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e particularmente mais forte em

mulheres mais jovens e nos estágios iniciais da experiência.

(Venkatesh et al., 2003)

H3: A influência da Influência Social (IS) sobre a Intenção de Uso (IU) de mobile banking é

positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e particularmente mais forte em

mulheres mais velhas e nos estágios iniciais da experiência.

(Venkatesh et al., 2003)

H4a: A influência de Condições Facilitadoras (CF) sobre a Intenção de Uso (IU) de mobile

banking é positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e particularmente mais forte

em mulheres mais velhas e nos estágios iniciais da experiência.

(Venkatesh et al., 2003)

H4b: A influência de Condições Facilitadoras (CF) sobre o Comportamento de Uso (IU) de mobile

banking é positiva, sendo moderada por Idade e Experiência, e particularmente mais forte em

pessoas mais velhas e com experiência crescente.

(Venkatesh et al., 2012)

H5: A influência de Motivação Hedônica (MH) sobre a Intenção de Uso (IU) de mobile banking é

positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e particularmente mais forte em homens

mais jovens e nos estágios iniciais da experiência.

(Venkatesh et al., 2012)

H6: A influência do Valor de Preço (VP) sobre a Intenção de Uso (IU) de mobile banking é

positiva, sendo moderada por Gênero e Idade, e particularmente mais forte em mulheres mais

jovens.

(Venkatesh et al., 2012)

H7a: A influência do Hábito (HB) sobre a Intenção de Uso (IU) de mobile banking é positiva,

sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e particularmente mais forte em homens mais

velhos e com altos níveis de experiência.

(Venkatesh et al., 2012)

H7b: A influência do Hábito (HB) sobre o Comportamento de Uso (IU) de mobile banking é

positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e particularmente mais forte em homens

mais velhos e com altos níveis de experiência.

(Venkatesh et al., 2012)

H8: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de mobile banking

é positiva, sendo moderada por Experiência, e particularmente mais forte em pessoas com menos

experiência.

(Venkatesh et al., 2012)

H9: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de mobile banking

é positiva, sendo moderada por Individualismo/Coletivismo (IC), e particularmente mais forte em

pessoas com cultura coletivista.

(Baptista & Oliveira,

2015)

H10: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de mobile banking

é positiva, sendo moderada por Aversão à Incerteza (AI), e particularmente mais fraca em pessoas

com altos níveis de Aversão à Incerteza.

(Baptista & Oliveira,

2015)

Page 49: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

49

Hipótese Referência

H11: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de mobile banking

é positiva, sendo moderada por Longo/Curto Prazo (LC), e particularmente mais fraca em pessoas

com cultura de longo prazo (Baptista & Oliveira, 2015).

(Baptista & Oliveira,

2015)

H12: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de mobile banking

é positiva, sendo moderada por Masculinidade/Feminilidade (MF), e particularmente mais forte em

pessoas com valores culturais de masculinidade.

(Baptista & Oliveira,

2015)

H13: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de mobile banking

é positiva, sendo moderada por Distância do Poder (DP), e particularmente mais forte em pessoas

com maior valor cultural de distância do poder.

(Baptista & Oliveira,

2015)

Fonte: o autor.

A visão resumida de todas as hipóteses testadas por meio da pesquisa proposta é

apresentada no Quadro 2, acima.

Page 50: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

50

4 MÉTODO E TÉCNICAS DE PESQUISA

A definição detalhada e os procedimentos utilizados para a execução do estudo científico

proposto para responder a questão de pesquisa são descritos neste capítulo. Na primeira parte, onde

delinea-se a pesquisa, descreve-se o método utilizado, o universo considerado no estudo e justifica-

se a amostra de pesquisa escolhida. Em seguida explica-se como coletaram-se os dados e a forma

com que foram analisados, explicitando eventuais limitações causadas pelos procedimentos aqui

citados.

4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

A pesquisa proposta foi concebida, usando a classificação proposta por Malhotra (2010),

como: conclusiva, descritiva e transversal. Conclusiva, pois seu objetivo é avaliar hipóteses e

relações específicas descritas no modelo analítico, em vez de estabelecer-se um estudo

exploratório, que visa buscar maior compreensão sobre determinado problema de pesquisa ainda

não completamente entendido (Malhotra, 2010, p. 59).

Optou-se também pelo modelo de pesquisa descritiva (e quantitativa) pois o objetivo é

entender e analisar o relacionamento entre duas ou mais variáveis (Bickman & Rog, 1998, p. 14),

sem a necessidade de manipular variáveis independentes para entender seu impacto sobre as

dependentes – típico de pesquisas causais. O planejamento da pesquisa considerou que os dados

seriam coletados da população somente uma vez – um estudo transversal único (Malhotra, 2010,

p. 62), por conta de restrições de tempo e orçamento que seriam demandadas caso fosse escolhido

um estudo longitudinal (Cooper & Schindler, 2001, p. 130).

4.2 UNIVERSO DE PESQUISA

O universo da pesquisa foi definido pela seguinte composição, similares àquelas definidas

por Baptista & Oliveira (2015): (i) indivíduos residentes em um país definido como emergente, (ii)

que sejam proprietários de um telefone celular, smartphone ou tablet e (iii) possuam conta corrente

(ou poupança) ativa nos principais bancos do país. A seleção dos indivíduos nascidos e residentes

Page 51: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

51

no Brasil, o primeiro item do critério que definiu o universo de pesquisa, buscou assegurar que se

pudesse avaliar as dimensões cuturais específicas do Brasil, o país emergente (International

Monetary Fund, 2015) escolhido para a pesquisa proposta.

O segundo critério que definiu o universo de pesquisa foram os indivíduos proprietários

de dispositivos do tipo telefone celular, smartphone ou tablet, equipamentos dotados de tecnologia

wi-fi que permitem acesso à internet por meio de provedores pagos ou mesmo por meio de acesso

gratuito à internet, em redes wi-fi públicas ou rede privadas sem restrição de acesso. O acesso à

internet por meio de tais equipamentos móveis é significativo no país, utilizado por pessoas em

cerca de 60% dos domicílios brasileiros (IBGE, 2013).

O terceiro critério, utilizado de forma combinado com os dois supracitados, buscou atingir

os chamados adultos bancarizados (FEBRABAN, 2014), com foco nos cinco principais bancos do

país (“Top 50 Banks in Brazil”, 2014): Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú-Unibanco,

Bradesco e Santander. Este critério assegura que o universo de pesquisados conta com pessoas que

utilizam serviços bancários em instituições que disponibilizam aplicativos de mobile banking a

seus clientes.

4.3 AMOSTRA DE PESQUISA

Pela magnitude que um determinado universo de pesquisa pode ter, é mais conveniente

que se trabalhe com uma amostra representativa desse universo, permitindo chegar-se às

conclusões, sem necessidade de pesquisar todo o universo (COOPER & Schindler, 2003). Dois

tipos de amostras podem ser utilizados em projetos de pesquisa: probabilística e não-probabilística

(Hair et al., 2014, p. 145). Na amostra do tipo probabilístico, cada integrante da população-alvo

pode ser selecionado, com probabilidade conhecida e maior que zero. Já nas amostras não-

probabilísticas, a probabilidade de seleção de um elemento da população-alvo é desconhecida,

assim como o erro de amostragem.

Na pesquisa aqui apresentada, utilizou-se amostragem não-probabilística de conveniência

(Hair et al., 2014, p. 151), realizando a pesquisa com uma amostra de 400 indivíduos integrantes

do universo de pesquisa citado no item anterior, sem nenhum tipo de restrição quanto a gênero,

idade, grau de escolaridade, grupo étnico/religioso ou categoria profissional.

Page 52: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

52

4.4 TAMANHO MÍNIMO DA AMOSTRA

Utilizando um método de modelagem de equações estruturais (MEE), a definição do

tamanho mínimo da amostra de pesquisa segue duas proposições de Hair et al. (2009, p. 147): a

primeira proposição é de que o tamanho da amostra afeta o poder estatístico do teste de

significância e a segunda proposição é de que o tamanho da amostra tem influência sobre a

generalização dos resultados.

A recomendação utilizada nesta pesquisa é de um poder (1 - β) de teste estatístico de 80%

para atingir-se um nível de significância (α) de 5% e um tamanho de efeito (f2) de 0,35, conforme

sugerido por Hair et al. (2009, p. 31). Tais parâmetros, quando aplicados à ferramenta G*Power

(Faul et al., 2007), conforme recomendado por Oura (2014), e considerando também que há no

máximo 7 variáveis independentes em um um constructo no modelo conceitual aqui apresentado,

resultam em um tamanho mínimo de amostra para regressão múltipla de 49.

Considerando um critério alternativo, o tamanho da amostra é tratado como suficiente por

ter tamanho maior do que dez vezes a quantidade máxima de caminhos direcionados a qualquer

constructo do modelo (Baptista & Oliveira, 2015, p. 423).

4.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS

A coleta dos dados deu-se por meio de survey auto-administrada via internet, executada

por uma empresa especializada em pesquisas (Conecta, 2016), possibilitando maior cobertura

geográfica e maior rapidez no retorno das respostas (Cooper & Schindler, 2001, p. 261). Survey

auto-administrada é a forma mais comum de coleta de dados em pesquisas de adoção e uso de

mobile banking (Shaikh & Karjaluoto, 2015), tendo sido adotada também pelos trabalhos

científicos (Baptista & Oliveira, 2015; Venkatesh et al., 2012) que embasaram o modelo teórico

testado nesta pesquisa.

O formulário de autopreenchimento aplicado na coleta de dados foi construído com base

nas escalas apresentadas (Quadro 3), as mesmas utilizadas e testadas por Baptista & Oliveira

(2015). Cada constructo, como em Song (2014), foi medido por meio da escala Likert, variando de

1 (discorda totalmente) até 5 (concorda totalmente), conforme Malhotra (2010, p. 221), permitindo

Page 53: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

53

que se mensurasse o grau de intensidade das respostas dos participantes (Hair et al., 2013, p. 166).

As perguntas finais, que envolvem frequência de uso de determinados aplicativos, foram

elaboradas considerando escalas de diferencial semântico de 7 pontos (Malhotra, 2010, p. 223).

Especificamente, a definição de Experiência (variável moderadora no modelo conceitual)

no formulário de autopreenchimento seguiu o modelo de autodeclaração ou expertise subjetiva.

Uma alternativa a este critério seria o de que os menos experientes são aqueles cuja experiência é

menor que a média da experiência da amostra de pesquisa utilizada (Bryson et al., 2015), mas que

não foi adotado neste estudo.

Os itens das escalas foram traduzidos do original, em inglês, para o português por meio

de software tradutor automático. Como forma de validação da tradução, as frases traduzidas foram

ressubmetidas ao mesmo tradutor, desta vez do português para o inglês, comparando-as com a

versão original, em inglês, de forma a certificar de que não foi perdido o sentido original. Eventuais

dúvidas sobre o sentido de determinadas palavras no inglês foram sanadas com o apoio de

dicionário específico (“Dictionary.com”, 2015).

Quadro 3. Escalas de Mensuração

Constructo Item Referência

1. Expectativa de

Performance

EP1. Eu acho que a internet móvel é útil no meu dia a dia.

(Venkatesh et al.,

2012)

EP2. (removido da escala)

EP3. Usar internet móvel ajuda-me a fazer as coisas mais rapidamente.

EP4. Usar internet móvel aumenta a minha produtividade.

2. Expectativa de Esforço

EE1. Aprender a usar a Internet móvel é fácil para mim.

(Venkatesh et al.,

2012)

EE2. Minha interação com a internet móvel é clara e compreensível.

EE3. Eu acho fácil usar internet móvel.

EE4. É fácil para mim ficar mais habilidoso no uso de Internet móvel.

3. Influência Social

IS1. As pessoas que são importantes para mim pensam que eu deveria

usar a internet móvel.

(Venkatesh et al.,

2012)

IS2. As pessoas que influenciam meu comportamento acham que eu

deveria usar internet móvel.

IS3. Pessoas cujas opiniões eu valorizo preferem que eu use a internet

móvel.

4. Condições Facilitadoras

CF1. Eu tenho os recursos necessários para usar a internet móvel.

(Venkatesh et al.,

2012)

CF2. Eu tenho o conhecimento necessário para usar a internet móvel.

CF3. Internet móvel é compatível com outras tecnologias que eu uso.

CF4. Eu consigo obter ajuda de outras pessoas quando tenho

dificuldades em utilizar a internet móvel.

Page 54: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

54

Constructo Item Referência

5. Motivação Hedônica

MH1. Usar a internet móvel é divertido.

(Venkatesh et al.,

2012) MH2. Usar a internet móvel é agradável.

MH3. Usar a internet móvel é muito interessante.

6. Valor do Preço

VP1. A internet móvel tem um preço razoável.

(Venkatesh et al.,

2012) VP2. A internet móvel vale o preço pago.

VP3. Ao preço atual, a internet móvel fornece um bom valor.

7. Hábito

HB1. O uso de internet móvel tornou-se um hábito para mim.

(Venkatesh et al.,

2012)

HB2. Eu sou viciado em usar internet móvel.

HB3. Eu tenho que usar a internet móvel.

HB4. (removido da escala)

8. Intenção de Uso

IU1. Eu tenho a intenção de continuar utilizando a internet móvel no

futuro. (Venkatesh et al.,

2012) IU2. Eu sempre vou tentar usar a internet móvel em minha vida diária.

IU3. Eu pretendo continuar usando a internet móvel com freqüência.

9. Individualismo

/Coletivismo

IC1. Ser aceito como membro de um grupo é mais importante do que ter

autonomia e independência.

(Srite &

Karahanna, 2006)

IC2. Ser aceito como um membro de um grupo é mais importante do que

ser independente.

IC3. O sucesso do grupo é mais importante do que o sucesso individual.

IC4. Ser leal a um grupo é mais importante do que ter um ganho

individual.

IC5. Recompensas individuais não são tão importantes quanto o bem-

estar do grupo.

IC6. É mais importante que um gerente incentive a lealdade e um senso

de dever em seus subordinados do que encorajar a iniciativa individual.

10. Aversão à Incerteza

AI1. Regras e regulamentos são importantes porque informam os

trabalhadores o que a organização espera deles.

(Srite &

Karahanna, 2006)

AI2. Ordem e estrutura são muito importantes em um ambiente de

trabalho.

AI3. (removido da escala)

AI4. (removido da escala)

AI5. (removido da escala)

AI6. (removido da escala)

11. Orientação de Longo

Prazo

OP1. Respeito às tradições é importante para você (Tradição).

(Bearden et al.,

2006)

OP2. Você planeja-se para o futuro (Planejamento).

OP3. Herança familiar é importante para você (Tradição).

OP4. Você tem um elo forte com o passado (Tradição).

OP5. Você trabalha duro para o sucesso no futuro (Planejamento).

OP6. Você não se importa em abrir mão de divertir-se no presente para

ter sucesso no futuro (Planejamento).

OP7. Valores tradicionais são importante para você (Planejamento).

Page 55: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

55

Constructo Item Referência

OP8. Persistência é importante para você (Planejamento).

12. Masculinidade/

Feminilidade

MF1. É preferível ter um homem em uma posição de nível alto, do que

ter uma mulher.

(Srite &

Karahanna, 2006)

MF2. (removido da escala)

MF3. É mais importante para o homen ter uma carreira profissional do

que para a mulher.

MF4. Resolver problemas de uma organização exige uma abordagem

ativa e convincente, que é típica dos homens.

MF5. (removido da escala)

13. Distância do Poder

DP1. Gestores devem tomar a maioria das decisões sem consultar seus

subordinados.

(Srite &

Karahanna, 2006)

DP2.Gestores não devem pedir conselhos a seus subordinados, porque

eles podem parecer menos poderosos.

DP3. O poder de tomar decisão deve ficar com a gestão que está no topo

de uma organização e não ser delegada a funcionários de nível inferior.

DP4. Empregados não deveriam questionar as decisões de seus gerentes.

DP5. (removido da escala)

DP6. (removido da escala)

DP7. (removido da escala)

14. Uso

Por favor, indique com que frequência usa cada um dos seguintes

serviços em dispositivos móveis:

a) SMS

b) MMS

c) Download de ringtones / logotipos

d) Jogos

e) Navegador de internet

f) e-mail

(Venkatesh et al.,

2012)

Fonte: Baptista & Oliveira (2015).

É possível notar, no Quadro 3, que alguns itens das escalas originais não foram aplicados

neste estudo (aparecem com o texto “removido da escala”). São itens testados nos dois estudos

apresentados no artigo de Srite & Karahanna (2006) e eliminados por fraca propriedade

psicométrica. Esta dissertação assume que o referido estudo, publicado em importante journal de

pesquisa em Administração e citado por 527 outros trabalhos (“Google Scholar”, 2015), deve ser

levado em consideração e, por consequência, os mesmos itens também não são utilizados na escala

aqui apresentada.

Para o pré-teste realizado com o formulário de autopreenchimento, 10 pessoas

responderam às perguntas via formulário criado em website especializado em pesquisas

Page 56: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

56

(“SurveyMonkey”, 2016), provendo feedbacks que permitiram ajustes no formulário final,

principalmente quanto às instruções para preenchimento. A elaboração do questionário também foi

suportada pelo conhecimento especializado da empresa de pesquisas contratada, sendo que o

resultado final pode ser visto no Apêndice A – Formulário para Coleta de Dados.

O período de coleta de dados aconteceu entre 11 e 22 de janeiro de 2016, ao final do qual

a empresa contratada enviou planilhas Excel com as respostas codificadas de cada uma das

questões do formulário de autopreenchimento.

4.6 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE DADOS

Uma vez estando os dados de pesquisa disponíveis, partiu-se para o exame dos mesmos,

permitindo uma visão mais crítica dos dados, que é um requisito para uma análise multivariada de

dados sustentável (Hair et al., 2009). Um passo consistiu, já considerando que a amostra tem um

tamanho superior a 50, na aplicação do teste de Kolmogorov-Smirnof para testar-se a aderência à

distribuição normal (Silva, 2014, p. 5). O passo seguinte foi a análise de outliers, com objetivo de

identificar-se observações atípicas nos dados (Corrar et al., 2014). O terceiro estágio no exame dos

dados foi a multicolinearidade. E, por fim, testou-se a homoscedasticidade.

Para um modelo complexo, com muitas questões interrelacionadas, como o testado nesta

pesquisa, foi necessário o uso da modelagem de equações estruturais (structural equation modeling

ou SEM), técnica propícia para estimar as relações de dependência entre vários constructos

integrados em um único modelo (Malhotra, 2010, p. 549). Por SEM pode-se entender um conjunto

vasto de modelagens estatísticas (Raykov & Marcoulides, 2006, p. 2), mas duas técnicas são as

mais aceitas: a primeira, baseada em covariância, e a segunda, baseada em variância (Baptista &

Oliveira, 2015).

No caso da pesquisa em questão, considerou-se mais adequada a técnica baseada em

variância chamada partial least squares (PLS) (Oliveira et al., 2014). A não-aderência dos dados

da amostra de pesquisa à distribuição normal, conforme sinalizado por meio do teste de

Kolmogorov-Smirnov, indicou que a maneira adequada de analisar os dados seria por meio de

estatística não-paramétrica, como o PLS, técnica também utilizado por Baptista & Oliveira (2015).

Page 57: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

57

Page 58: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

58

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

5.1 PERFIL DA AMOSTRA

Com o auxílio do software Excel (Microsotf Excel for Mac, 2011), foi possível

esquadrinhar o perfil da amostra em relação às variáveis demográficas (Idade e Gênero) do modelo

testado.

Tabela 1. Perfil da Amostra

Fonte: o autor.

A amostra foi selecionada a partir de bases de dados da empresa de coleta de dados,

demonstrando um certo grau de equilíbrio em termos de gênero e de faixas etárias pesquisadas,

embora a representatividade em termos de classe social não mostre esse equilíbrio, visto não haver

representante algum das classes D e E (Tabela 1).

Frequência N

Gênero Feminino 52% 210

Masculino 48% 190

Idade 18 a 24 anos 22% 87

25 a 29 anos 11% 42

30 a 34 anos 17% 69

35 a 39 anos 12% 46

40 a 44 anos 8% 31

45 a 49 anos 12% 49

50 anos ou + 18% 76

Classe Social A 13% 50

B 58% 232

C 29% 118

D 0% 0

E 0% 0

Page 59: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

59

5.2 TESTE DE NORMALIDADE

O teste de Kolmogorov-Smirnof avaliou a normalidade univariada das variáveis

dependentes (Hair et al., 2009) e os resultados são mostrados na Tabela 2.

Tabela 2. Teste Kolmogorov-Smirnov

Fonte: o autor.

Vê-se, pela tabela acima, que a totalidade das variáveis testadas tem p-valor < 0,01, o que

caracterizou a não-aderência à distribuição normal.

5.3 ANÁLISE DE OUTLIERS

A identificação de outliers por meio da medida de D2 de Mahalanobis (Hair et al., 2009,

pp. 72–73), construída considerando as variáveis independentes e com o suporte do software SPSS

(SPSS Statistics, 2016), levou a 35 ocorrências atípicas na amostra de pesquisa (p<0,001). Em

todos os casos em que foram encontrados outliers, não foi identificado nenhum caso de erro de

procedimento ou de ocorrência extraordinária inexplicável, conforme classificação de Corrar et al.

(2014, p. 28). Nenhuma observação extrema em uma quantidade grande de variáveis de forma que

I tem média desvio-padrão Kolmogorov-Smirnov Z p-valor

Intenção de Uso (IU)

IU1 4,0950 0,9661 4,667 < 0,01

IU2 3,9175 1,0066 4,853 < 0,01

IU3 3,9873 0,9694 4,703 < 0,01

Comportamento de Uso (CS)

CS1 6,3175 1,2492 8,152 < 0,01

CS2 5,8050 1,8549 6,856 < 0,01

CS3 6,3350 1,2930 8,180 < 0,01

CS4 5,3075 1,7895 3,985 < 0,01

CS5 4,1850 1,9661 2,233 < 0,01

CS6 5,9100 1,4857 5,918 < 0,01

CS7 5,9150 1,5045 5,892 < 0,01

CS8 2,2875 1,9607 6,986 < 0,01

Page 60: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

60

pudesse ser considerada como não representativa na amostra de pesquisa da população (Hair et al.,

2009).

5.4 HOMOSCEDASTICIDADE

A análise de homoscedasticidade foi realizado por meio do teste estatístico de Levene,

que é o mais comumente usado para este tipo de avaliação (Hair et al., 2009, p. 79).

Homoscedasticidade é uma característica desejada por denotar que, na relação entre variável

dependente e independente, a variância é bem similar e constante ao longo de todo domínio (Corrar

et al., 2014, p. 45). Uma condição fundamental para a análise multivariada aplicada nesta pesquisa.

Tabela 3. Teste F de Levene

Fonte: o autor.

Levene Statistic df1 df2 Sig.

EP1 ,990 1 398 ,320

EP2 1,178 1 398 ,278

EP3 1,327 1 398 ,250

EE1 ,333 1 398 ,564

EE2 1,414 1 398 ,235

EE3 ,008 1 398 ,928

EE4 ,167 1 398 ,683

IS1 ,029 1 398 ,864

IS2 ,032 1 398 ,858

IS3 ,046 1 398 ,829

CF1 ,614 1 398 ,434

CF2 1,379 1 398 ,241

CF3 ,081 1 398 ,776

CF4 ,226 1 398 ,635

MH1 2,763 1 398 ,097

MH2 13,872 1 398 ,000

MH3 9,642 1 398 ,002

VP1 4,113 1 398 ,043

VP2 4,435 1 398 ,036

VP3 3,023 1 398 ,083

HB1 1,823 1 398 ,178

HB2 ,324 1 398 ,569

HB3 1,440 1 398 ,231

IU1 ,012 1 398 ,914

IU2 4,467 1 398 ,035

IU3 ,120 1 398 ,729

Page 61: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

61

Com base no software SPSS (SPSS Statistics, 2016), produziu-se o relatório da Tabela 3,

no qual observa-se que as variáveis MH2 e MH3, representantes de Motivação Hedônica,

apresentaram resultado muito parecido. Apesar disto, foram deixadas na amostra, mediante

avaliação conjunta da multicolinearidade, que não apresentou nenhuma anormalidade nessas duas

variáveis.

5.5 MULTICOLINEARIDADE

A avaliação de multicolinearidade foi realizada entre as variáveis independentes, com

intuito de identificar correlação significativa entre tais variáveis, o que poderia causar efeitos

negativos importantes na análise de regressão (Malhotra, 2010, p. 438). Utilizando os índices de

Fator de Variância de Inflação, ou Variance Inflation Factor (VIF) (Cooper & Schindler, 2001, p.

458), os quais foram calculados com o intuito de identificar-se casos em que o VIF fosse superior

a 10, denotando alta correlação entre as variáveis (Cooper & Schindler, 2001; Hair et al., 2009).

Tabela 4. Multicolinearidade

Standardized

Coefficients

B Std. Error Beta Zero-order Partial Part Tolerance VIF

(Constant) 52,154 3,900 13,374 ,000

EP1 -2,797 1,563 -,177 -1,789 ,074 -,158 -,092 -,087 ,240 4,164

EP2 ,153 1,604 ,010 ,096 ,924 -,133 ,005 ,005 ,207 4,839

EP3 1,825 1,242 ,133 1,469 ,143 -,107 ,076 ,071 ,288 3,470

EE1 -,944 1,493 -,066 -,632 ,528 -,121 -,033 -,031 ,215 4,648

EE2 2,094 1,526 ,159 1,372 ,171 -,093 ,071 ,067 ,175 5,715

EE3 ,322 1,746 ,023 ,184 ,854 -,112 ,010 ,009 ,149 6,723

EE4 ,125 1,263 ,009 ,099 ,921 -,111 ,005 ,005 ,276 3,623

IS1 ,085 1,195 ,007 ,071 ,943 -,101 ,004 ,003 ,214 4,667

IS2 -,124 1,290 -,011 -,096 ,924 -,104 -,005 -,005 ,173 5,775

IS3 ,673 1,141 ,061 ,590 ,555 -,106 ,031 ,029 ,221 4,530

CF1 ,770 1,428 ,052 ,539 ,590 -,159 ,028 ,026 ,250 3,999

CF2 -1,890 1,343 -,138 -1,408 ,160 -,176 -,073 -,068 ,247 4,054

CF3 -,640 1,111 -,049 -,576 ,565 -,189 -,030 -,028 ,331 3,024

CF4 -1,150 ,706 -,108 -1,630 ,104 -,170 -,084 -,079 ,533 1,877

MH1 1,004 ,991 ,081 1,014 ,311 -,096 ,052 ,049 ,373 2,685

MH2 -1,249 1,315 -,090 -,950 ,343 -,169 -,049 -,046 ,261 3,829

MH3 ,964 1,159 ,072 ,832 ,406 -,120 ,043 ,040 ,318 3,141

VP1 -,475 1,235 -,038 -,385 ,701 -,155 -,020 -,019 ,238 4,207

VP2 2,638 1,436 ,219 1,838 ,067 -,147 ,095 ,089 ,166 6,011

VP3 -3,296 1,324 -,270 -2,488 ,013 -,209 -,128 -,121 ,200 4,999

HB1 -1,630 1,002 -,144 -1,627 ,105 -,217 -,084 -,079 ,302 3,312

HB2 -,930 ,828 -,093 -1,123 ,262 -,198 -,058 -,054 ,345 2,902

HB3 -1,118 ,919 -,107 -1,217 ,224 -,213 -,063 -,059 ,302 3,311

IU1 1,563 1,470 ,118 1,063 ,288 -,153 ,055 ,052 ,191 5,236

IU2 ,166 1,349 ,013 ,123 ,902 -,171 ,006 ,006 ,209 4,787

IU3 -,098 1,514 -,007 -,065 ,948 -,179 -,003 -,003 ,179 5,586

1

Model

Unstandardized Coefficients

t Sig.

Correlations Collinearity Statistics

Page 62: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

62

Fonte: o autor.

Por meio do software SPSS (SPSS Statistics, 2016), a multicolinearidade foi testada para

as variáveis independentes, como mostrado na Tabela 4, sem encontrar ocorrência de VIF superior

a 10, o que indica ausência de multicolinearidade.

5.6 MODELAGEM POR EQUAÇÕES ESTRUTURAIS

Pelos testes realizados anteriormente, a opção pela aplicação da técnica de PLS (Partial

Least Squares) foi confirmada e seguiu-se para a validação do modelo analítico de pesquisa, um

processo de dois passos: (i) o teste de confiabilidade e validade do modelo de mensuração foi o

primeiro estágio (Malhotra, 2010, p. 554); e a análise do modelo estrutural, em si, o segundo estágio

(Baptista & Oliveira, 2015).

5.6.1 TESTES DE VALIDADE E CONFIABILIDADE DO MODELO DE MENSURAÇÃO

A validação do modelo de mensuração teve foco em verificar a relação entre os

constructos e suas variáveis de mensuração, o que permitiu a avaliação da qualidade dos dados

coletados da amostra da pesquisa, por meio de testes de validade e confiabilidade (Litwin, 1995).

O modelo de mensuração foi representado (Figura 4) com apoio do software SmartPLS 3 (Ringle

et al., 2016).

Como primeiro passo, realizou-se a análise de validade convergente, com suporte do

SmartPLS 3 (Ringle et al., 2016), buscando identificar – para as variáveis independentes – as

variâncias médias extraídas (VME) que fossem menor que 0,5 (Hair et al., 2009). Nenhum caso foi

encontrado (Tabela 5), mantendo, em princípio, o modelo integralmente válido, indicando que os

constructos explicam mais da metade da variação de seus indicadores (Oura, 2014).

O passo seguinte referiu-se à análise das cargas fatoriais, buscando entender a

importâncias das cargas para cada constructo (Tabela 5): cargas superiores a 0,7 são adequadas e

relevantes; cargas inferiores a 0,4 não são adequadas e devem ser removidas (Hair et al., 2009).

Cargas fatoriais que variam entre 0,4 e 0,7 podem representar problemas ao modelo, se a VME for

inferior a 0,5 (Oura, 2014), caso que aconteceu na variável dependente Comportamento de Uso,

Page 63: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

63

com VME igual a 0,370 e um dos seus itens (CS8) com carga a 0,269. Tal item foi retirado do

modelo (Chin, 1998) e novamente foi rodado o PLS, mas a VME do Comportamento de Uso

permaneceu baixa (0,416). Um a um foi sendo retirado o item de menor carga fatorial e observando-

se o comportamento da VME. Foram retirados os itens CS2, CS3, CS4 e CS8, ficando o modelo

de mensuração conforme mostra a Figura 4.

Figura 4. Modelo de Mensuração

Fonte: o autor.

Page 64: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

64

No estágio posterior, passou-se à análise da validade discriminante, ainda utilizando o

SmartPLS 3 (Ringle et al., 2016) para a geração dos dados da análise. Os dados para a análise da

validade discriminante aparecem na Tabela 6, que contém, em negrito e na diagonal, os valores da

raíz quadrada das VME de cada constructo. Por meio do critério de Fornell-Larcker, buscou-se

confirmar que a raíz quadrada da VME é maior que a relação com os constructos (Fornell & Larker,

1981), como a referida Tabela 6 mostra, denotando a validade discriminante do modelo (Baptista

& Oliveira, 2015). Ou, em outras palavras, confirmando que cada conjunto de itens mede seu

próprio constructo (Oura, 2014).

Tabela 5. Variância Média Extraída

Fonte: o autor.

Construto VME CR Alfa de Cronbach Item Carga Fatorial

Expectativa de Performance (EP) 0,860 0,949 0,919 EP1 0,929

EP2 0,944

EP3 0,909

Expectativa de Esforço EE) 0,853 0,959 0,942 EE1 0,914

EE2 0,936

EE3 0,949

EE4 0,894

Influencia Social (IS) 0,893 0,962 0,940 IS1 0,940

IS2 0,954

IS3 0,941

Condicoes Facilitadoras (CF) 0,695 0,899 0,846 CF1 0,896

CF2 0,899

CF3 0,889

CF4 0,615

Motivação Hedônica (MH) 0,811 0,928 0,884 MH1 0,860

MH2 0,930

MH3 0,911

Valor do Preço (VP) 0,892 0,961 0,939 VP1 0,932

VP2 0,958

VP3 0,943

Habito (HB) 0,767 0,908 0,850 HB1 0,865

HB2 0,854

HB3 0,908

Intenção de Uso (IU) 0,890 0,961 0,938 IU1 0,940

IU2 0,936

IU3 0,955

Comportamento de Uso (CS) 0,507 0,804 0,705 CS5 0,755

Page 65: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

65

Tabela 6. Validade Discriminante

Fonte: o autor.

Um teste adicional da validade discriminante foi feito pelo método de análise das cargas

cruzadas (cross-loadings), geradas por meio do SmartPLS 3 (Ringle et al., 2016). A Tabela 7

resume os valores de cargas cruzadas para o modelo. Nela pode-se perceber que, em cada

constructo, as cargas fatoriais de seus itens são sempre maiores do que em outros constructos,

novamente reforçando a validade discriminante.

Com relação à confiabilidade, a Tabela 5 também mostra o valor do CR (Composite

Reliability ou Confiabilidade Composta) e do Alfa de Cronbach. Com o valor de CR de cada

constructo superior a 0,7 tem-se confirmada a confiabilidade das variáveis. Já o Alfa de Cronbach

superior a 0,7 valida a consistência da escala utilizada, reforçando a confiabilidade dos constructos

(Straub et al., 1997).

Construto CS CF EE EP HB IS IU MH VP

Comportamento de Uso (CS) 0,712

Condições Facilitadoras (CF) 0,371 0,834

Expectativa de Esforço 0,382 0,761 0,923

Expectativa de Performance 0,394 0,736 0,747 0,928

Hábito 0,437 0,564 0,560 0,530 0,876

Influência Social 0,312 0,452 0,490 0,413 0,496 0,945

Intenção de Uso 0,450 0,691 0,647 0,691 0,788 0,461 0,944

Motivação Hedônica 0,354 0,599 0,662 0,560 0,693 0,501 0,647 0,901

Valor do Preço 0,302 0,496 0,505 0,426 0,558 0,523 0,509 0,563 0,944

Page 66: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

66

Tabela 7. Cargas Cruzadas

Fonte: o autor.

Condições Facilitadoras (CF)

Expectativa de Esforço (EE)

Expectativa de Performance (EP)

Habito (HB)Influência Social (IS)

Intenção de Uso (IU)

Motivação Hedônica (MH)

Valor do Preço (VP)

CF1 0,896 0,675 0,707 0,509 0,335 0,663 0,537 0,405

CF2 0,899 0,715 0,677 0,443 0,293 0,601 0,496 0,384

CF3 0,889 0,665 0,671 0,500 0,402 0,610 0,494 0,463

CF4 0,615 0,448 0,332 0,440 0,561 0,390 0,491 0,428

EE1 0,680 0,914 0,684 0,497 0,427 0,568 0,581 0,459

EE2 0,685 0,936 0,652 0,538 0,455 0,586 0,620 0,474

EE3 0,731 0,949 0,718 0,531 0,441 0,617 0,628 0,464

EE4 0,710 0,894 0,703 0,500 0,485 0,616 0,613 0,469

EP1 0,678 0,682 0,929 0,452 0,380 0,630 0,491 0,372

EP2 0,686 0,692 0,944 0,501 0,369 0,650 0,530 0,383

EP3 0,683 0,705 0,909 0,520 0,400 0,643 0,535 0,430

HB1 0,637 0,599 0,598 0,865 0,380 0,778 0,628 0,533

HB2 0,364 0,386 0,321 0,854 0,459 0,558 0,598 0,443

HB3 0,446 0,457 0,435 0,908 0,476 0,702 0,592 0,479

IS1 0,451 0,492 0,414 0,462 0,940 0,438 0,471 0,492

IS2 0,402 0,430 0,364 0,453 0,954 0,398 0,463 0,501

IS3 0,432 0,463 0,389 0,488 0,941 0,464 0,486 0,490

IU1 0,689 0,638 0,668 0,720 0,392 0,940 0,625 0,484

IU2 0,608 0,589 0,638 0,764 0,480 0,936 0,592 0,471

IU3 0,657 0,605 0,650 0,745 0,432 0,955 0,615 0,487

MH1 0,460 0,541 0,423 0,595 0,495 0,502 0,860 0,480

MH2 0,601 0,629 0,560 0,652 0,423 0,637 0,930 0,527

MH3 0,547 0,612 0,516 0,622 0,449 0,597 0,911 0,511

VP1 0,467 0,506 0,414 0,527 0,471 0,482 0,578 0,932

VP2 0,469 0,473 0,411 0,528 0,506 0,479 0,518 0,958

VP3 0,472 0,453 0,381 0,527 0,505 0,482 0,498 0,943

Page 67: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

67

5.6.2 ANÁLISE DO MODELO ESTRUTURAL POR MEIO DE PLS

Tendo como pressuposto a validade convergente e discriminate, o estágio seguinte foi a

análise dos caminhos estruturais ou PLS – Path Analysis. Pela característica do modelo analítico

da pesquisa, que possui uma quantidade significativa de caminhos estruturais e também de

moderações, decidiu-se por quebrar a análise dos caminhos estruturais em duas partes: (i)

inicialmente analisou-se somente os caminhos estruturais que representam as relações entre

variáveis independentes e variáveis dependentes; e (ii) na segunda parte analisou-se as moderações

existentes no modelo. Ao final, cada uma das hipóteses, incluindo as moderações, foi analisada, à

luz dos resultados aqui apresentados e também da teoria sobre o tema.

Antes da análise dos caminhos estruturais, porém, partiu-se para a avaliação do coeficiente

de determinação (R2), definido como um índice que varia entre 0 e 1 e representa a variância de

cada variável dependente com relação à média explicada pelas variáveis independentes (Hair et al.,

2009, p. 132). A análise do coeficiente de determinação faz parte do estudo de Venkatesh et al.

(2012) e embora não tenha sido aplicada por Baptista & Oliveira (2015), base para a replicação ora

apresentada, optou-se pelo rigor dos idealizadores da UTAUT/UTAUT2. A Tabela 8 mostra os

valores de R2 para as duas variáveis dependentes do modelo, calculado por meio do SmartPLS 3

(Ringle et al., 2016). Utilizando as classificações apresentadas por Oura (2014), a Intenção de Uso

tem um coeficiente de determinação substancial e o Comportamento de Uso tem um coeficiente

médio.

Tabela 8. Coeficiente de Determinação R2

Fonte: o autor.

A análise de caminhos estruturais foi realizada a partir de dados produzidos a partir do

SmartPLS 3 (Ringle et al., 2016). Utilizando a técnica do bootstraping (Hair et al., 2009) apoiada

pelo referido software, obteve-se os resultados mostrados na Tabela 9, onde vê-se o valor de t para

cada um dos caminhos estruturais e observa-se um conjunto de 5 caminhos sem significância, mas

Construto R quadrado

Intenção de Uso 0,740

Comportamento de Uso 0,226

Page 68: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

68

os demais caminhos apresentam-se como significantes. O bootstraping foi realizado para 500

subamostras e com nível de significância de 0,05.

Tabela 9. Bootstraping (sem Moderações)

Fonte: o autor.

O passo posterior à analise dos caminhos estruturais, conforme descrito no início deste

item, foi a análise das moderações, também baseando-se em bootstraping e apoiado no Smart PLS

3. Analisando as moderações das variáveis demográficas (Idade e Gênero), da moderação por

Experiência e também das moderações das dimensões culturais no modelo analítico (Figura 5), e

utilizando os mesmos parâmetros de 500 subamostras e nível de significância igual a 0,05, os

resultados obtidos aparecem na Tabela 10.

Caminho EstruturalAmostra Original

Média das Amostras

Desvio-padrão teste t Significância

Valor do Preço -> Intenção de Uso -0,067 -0,002 0,040 0,052 não há

Motivação Hedônica -> Intenção de Uso 0,052 0,030 0,053 0,481 não há

Intenção de Uso -> Comportamento de Uso 0,102 0,209 0,090 2,326 p < 0,05

Influência Social -> Intenção de Uso 0,025 -0,007 0,044 0,144 não há

Hábito -> Intenção de Uso 0,465 0,529 0,049 10,922 p < 0,01

Hábito -> Comportamento de Uso 0,174 0,213 0,081 2,610 p < 0,01

Expectativa de Performance -> Intenção de Uso 0,232 0,261 0,053 4,923 p < 0,01

Expectativa de Esforço -> Intenção de Uso -0,039 -0,002 0,063 0,009 não há

Condições Facilitadoras -> Intenção de Uso 0,112 0,188 0,057 3,273 p < 0,01

Condições Facilitadoras -> Comportamento de Uso 0,068 0,115 0,068 1,576 não há

Page 69: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

69

Tabela 10. Bootstraping (Variáveis Moderadoras)

(*1) Moderação não válida para teste no SmartPLS.

Fonte: o autor.

Poucas moderações apresentaram-se como significantes e uma delas não pode ser testada

no SmartPLS por problema de dados na realização do bootstraping. O SmartPLS apresentou uma

mensagem de erro (Singular Matrix Problem) na moderação de Gênero sobre a relação de

Condições Facilitadoras e Comportamento de Uso (Tabela 10).

Caminho Estrutural Moderado porAmostra Original

Média das Amostras

Desvio-padrão teste t Significância

Expectativa de Performance -> Intenção de Uso

Idade

0,003 -0,005 0,044 0,144 Não há

Expectativa de Esforço -> Intenção de Uso 0,067 0,052 0,048 1,189 Não há

Influência Social -> Intenção de Uso 0,090 0,092 0,037 2,738 p < 0,01

Motivação Hedônica -> Intenção de Uso -0,099 -0,066 0,050 1,436 Não há

Valor do Preço -> Intenção de Uso -0,052 -0,064 0,040 1,658 p < 0,10

Hábito -> Intenção de Uso 0,037 0,031 0,049 0,623 Não há

Condições Facilitadoras -> Comportamento de Uso 0,064 0,067 0,057 1,103 Não há

Hábito -> Comportamento de Uso 0,038 0,021 0,042 0,550 Não há

Expectativa de Performance -> Intenção de Uso

Gênero

0,034 0,042 0,044 0,908 Não há

Expectativa de Esforço -> Intenção de Uso 0,043 0,049 0,053 0,951 Não há

Influência Social -> Intenção de Uso 0,001 0,036 0,038 0,766 Não há

Condições Facilitadoras -> Intenção de Uso -0,005 -0,021 0,055 0,533 Não há

Motivação Hedônica -> Intenção de Uso -0,053 -0,062 0,052 1,063 Não há

Valor do Preço -> Intenção de Uso -0,005 -0,016 0,040 0,264 Não há

Condições Facilitadoras -> Comportamento de Uso (*1) (*1) (*1) (*1) (*1)

Hábito -> Comportamento de Uso 0,034 0,051 0,051 1,014 Não há

Expectativa de Esforço -> Intenção de Uso

Experiência

0,054 0,031 0,065 0,211 Não há

Influência Social -> Intenção de Uso -0,027 -0,051 0,050 1,037 Não há

Condições Facilitadoras -> Intenção de Uso -0,028 -0,042 0,051 0,825 Não há

Motivação Hedônica -> Intenção de Uso -0,117 -0,074 0,052 1,366 Não há

Valor do Preço -> Intenção de Uso 0,063 0,092 0,049 2,065 p < 0,05

Hábito -> Intenção de Uso 0,041 0,035 0,053 0,837 Não há

Condições Facilitadoras -> Comportamento de Uso 0,069 0,061 0,068 0,917 Não há

Hábito -> Comportamento de Uso 0,120 0,131 0,072 1,854 p < 0,10

Intenção de Uso -> Comportamento de Uso -0,108 -0,092 0,094 0,934 Não há

Intenção de Uso -> Comportamento de Uso Individualismo/Coletivismo 0,139 0,121 0,074 1.888 p < 0,10

Intenção de Uso -> Comportamento de Uso Aversão à Incerteza 0,026 0,042 0,061 0,430 Não há

Intenção de Uso -> Comportamento de Uso Longo/Curto Prazo -0,109 -0,116 0,061 1.795 p < 0,10

Intenção de Uso -> Comportamento de Uso Masculinidade/Feminilidade -0,018 -0,004 0,095 0,190 Não há

Intenção de Uso -> Comportamento de Uso Distância de Poder -0,089 -0,070 0,102 0,874 Não há

Page 70: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

70

Figura 5. Modelo Analítico Final

Fonte: o autor.

O modelo analítico original ajustado (Figura 5), com a retirada de variáveis não validadas

pelo SmartPLS (Ringle et al., 2016), e aplicado na análise de PLS – Path Analysis descrita neste

capítulo.

Page 71: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

71

5.6.3 RESULTADOS DOS TESTES DAS HIPÓTESES

A análise de cada hipótese apresentada no capítulo 3, calcada em PLS – Path Analysis,

permitiu identificar cada hipótese suportada (ou não) na pesquisa proposta. Este item apresenta os

resultados de forma detalhada, inicialmente, e os consolida em uma tabela ao final.

Teste da Hipótese H1

A hipótese H1 diz que a influência da Expectativa de Performance (EP) sobre a Intenção

de Uso (IU) de mobile Banking é positiva, sendo moderada por Gênero e Idade, e particularmente

mais forte em homens jovens. Com apoio dos dados de bootstraping do caminho estrutural EP x

IU (Tabela 10), tem-se o valor de β = 0,232 e a significância de p < 0,01 confirmando a influência

positiva. Gênero e Idade, no entanto, não demonstraram significância (Tabela 10) como

moderadoras na referida relação entre Expectativa de Performance e Intenção de Uso, para a

amostra pesquisada.

Teste da Hipótese H2

Já a hipótese H2 preconiza que a influência da Expectativa de Esforço (EE) sobre a

Intenção de Uso (IU) de mobile banking é positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e

Idade, e particularmente mais forte em mulheres mais jovens e nos estágios iniciais da experiência.

Neste caso, os dados de bootstraping das Tabelas 9 e 10 não demonstraram nenhuma significância,

para a amostra pesquisada, tanto na relação de EP x IU, quanto nas moderações.

Teste da Hipótese H3

A terceira hipótese do modelo propõe que a influência da Influência Social (IS) sobre a

Intenção de Uso (IU) de mobile banking seja positiva, moderada por Gênero, Experiência e Idade,

e particularmente mais forte em mulheres mais velhas e nos estágios iniciais da experiência. A

relação IS x IU não apresentou significância para a amostra pesquisada.

Teste das Hipóteses H4

Duas hipóteses que têm Condições Facilitadoras como variável independente compõem

as hipóteses H4. A hipótese H4a determina que a influência de Condições Facilitadoras (CF) sobre

a Intenção de Uso (IU) de mobile banking é positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e

Idade, e particularmente mais forte em mulheres mais velhas e nos estágios iniciais da experiência.

Page 72: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

72

O valor de β = 0,112 e a significância p < 0,01 confirmaram, para a amostra pesquisada, a relação

positiva entre CF e IU, porém, novamente, Gênero, Idade e Experiência não aparecem como

significantes na moderação da relação CF x IU.

A outra hipótese – H4b – dispõe que a influência de Condições Facilitadoras (CF) sobre

o Comportamento de Uso (IU) de mobile banking seja positiva, moderada por Idade e Experiência,

e particularmente mais forte em pessoas mais velhas e com experiência crescente. A amostra

pesquisada não mostrou significância para esta hipótese, inclusive nas moderações.

Teste da Hipótese H5

A hipótese H5 afirmou que a influência de Motivação Hedônica (MH) sobre a Intenção

de Uso (IU) de mobile banking é positiva, com moderação por Gênero, Experiência e Idade dos

indivíduos, e particularmente mais forte em homens mais jovens e nos estágios iniciais da

experiência. O valor de β = 0,052, porém com significância p > 0,10, não confirmou esta hipótese,

tampouco as moderações por Gênero, Experiência e Idade.

Teste da Hipótese H6

A hipótese H6 determina que o Valor de Preço (VP) tem influência positiva sobre a

Intenção de Uso (IU) de mobile banking, sendo moderada por Gênero e Idade, e particularmente

mais forte em mulheres mais jovens. Observando-se a Tabela 9, percebe-se que o valor de β

negativo em 0,067 não tem significância. A moderação por Idade aparece como significância fraca

(p < 0,010) na relação VP x IU. Gênero não apresenta significância como variável moderadora, ao

contrário de Experiência, que é significativa (p < 0,05).

Teste das Hipóteses H7

Considerando Hábito como variável preditora, duas hipóteses forem aventadas. Na

primeira, H7a, diz-se que o Hábito (HB) tem influência positiva sobre a Intenção de Uso (IU) de

mobile banking, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e particularmente mais forte em

homens mais velhos e com altos níveis de experiência (Venkatesh et al., 2012). A segunda hipótese

envolvendo Hábito é a H7b, que determina que a influência do Hábito (HB) sobre o

Comportamento de Uso (CS) de mobile banking é positiva, sendo moderada por Gênero,

Experiência e Idade, e particularmente mais forte em homens mais velhos e com altos níveis de

experiência (Venkatesh et al., 2012).

Page 73: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

73

Em ambas as hipóteses acima, os valores de β apresentados na Tabela 9, respectivamente

0,465 e 0,174, são significativos (p < 0,01) e confirmam a influência positiva nas relações HB x IU

e HB x CS. Quanto às moderações, a Tabela 10 mostra valores sem significância para Idade e

Gênero, embora mostra significância, mesmo que fraca, na moderação de Experiência na relação

entre Hábito e Comportamento de Uso.

Teste da Hipótese H8

A hipótese H8, que trata da influência positiva da Intenção de Uso (IU) sobre o

Comportamento de Uso (CS) de mobile banking, com moderação por Experiência, e

particularmente mais forte em pessoas com menos experiência, apresentou β = 0,105 e teste de

significância p < 0,05. Tais dados confirmam a influência positiva IU x CS, porém quando se

analisa a Tabela 10 não se confirma a moderação por Experiência.

Teste da Hipótese H9

A hipótese H9 é a primeira que trata da moderação por dimensões culturais. Ela pondera

que a influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de mobile banking

é positiva, como já confirmado na hipótese H8, porém sendo, desta vez, moderada por

Individualismo/Coletivismo (IC), e particularmente mais forte em pessoas com cultura coletivista.

Indo diretamente à moderação por Individualismo/Coletivismo, a amostra pesquisada

confirma a moderação positiva (β = 0,139 e p < 0,010) e, considerando que o Brasil é um país

Coletivista (Hofstede, 2016), esta hipótese H8 confirma-se integralmente.

Teste das Hipóteses H10, H12 e H13

A hipótese H10, que dita que a influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento

de Uso (CS) de mobile banking é positiva, sendo moderada por Aversão à Incerteza (AI), e

particularmente mais fraca em pessoas com altos níveis de Aversão à Incerteza, não se confirmou

na amostra pesquisada. Em outras palavras, embora a relação IU x CS esteja confirmada, a

moderação por Aversão à Incerteza não mostrou significância (Tabela 10).

Quando se observam as hipóteses H12 e H13, respectivamente moderadas por Distância

do Poder (DP) e Masculinidade/Feminilidade (MF), a conclusão é idêntica pois também não há

significância na amostra pesquisada (Tabela 10).

Teste da Hipótese H11

Page 74: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

74

A hipótese H11 trata da influência positiva da Intenção de Uso (IU) sobre o

Comportamento de Uso (CS) de mobile banking, moderada por Orientação de Longo Prazo (LC),

e particularmente mais fraca em pessoas com cultura de longo prazo. Repetindo o que foi visto na

hipótese H8, a relação IU x CS existe e é positiva. A moderação, com β = -0,109, p < 0,10 e

concebendo-se o Brasil como país de orientação de curto prazo (Hofstede, 2016), confirma-se

parcialmente pois para Baptista & Oliveira (2015) ela deveria ser positiva para países de cultura de

longo prazo e, neste caso, demonstra-se como positiva em uma cultura de curto-prazo (o que é

explicado pelo β negativo).

Resumo das Hipóteses Testadas

As hipóteses testadas na replicação proposta por esta pesquisa foram consolidadas no

Quadro 4. De uma maneira geral, os resultados diferem da pesquisa original de Venkatesh et al.

(2012) e de Baptista & Oliveira (2015).

Quadro 4. Resultados das Análises de Hipóteses.

Hipótese Suportada?

H1: A influência da Expectativa de Performance (EP) sobre a Intenção de Uso (IU) de

mobile Banking é positiva, sendo moderada por Gênero e Idade, e particularmente mais

forte em homens jovens.

Suportada.

Moderação por Idade e Gênero não

confirmadas.

H2: A influência da Expectativa de Esforço (EE) sobre a Intenção de Uso (IU) de mobile

banking é positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e particularmente

mais forte em mulheres mais jovens e nos estágios iniciais da experiência.

Não suportada.

H3: A influência da Influência Social (IS) sobre a Intenção de Uso (IU) de mobile banking

é positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e particularmente mais forte

em mulheres mais velhas e nos estágios iniciais da experiência.

Não suportada.

H4a: A influência de Condições Facilitadoras (CF) sobre a Intenção de Uso (IU) de

mobile banking é positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e

particularmente mais forte em mulheres mais velhas e nos estágios iniciais da experiência.

Suportada.

Moderação por Idade e Gênero não

confirmadas.

H4b: A influência de Condições Facilitadoras (CF) sobre o Comportamento de Uso (IU)

de mobile banking é positiva, sendo moderada por Idade e Experiência, e particularmente

mais forte em pessoas mais velhas e com experiência crescente.

Não suportada.

H5: A influência de Motivação Hedônica (MH) sobre a Intenção de Uso (IU) de mobile

banking é positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e particularmente

mais forte em homens mais jovens e nos estágios iniciais da experiência.

Não suportada.

H6: A influência do Valor de Preço (VP) sobre a Intenção de Uso (IU) de mobile banking

é positiva, sendo moderada por Gênero e Idade, e particularmente mais forte em mulheres

mais jovens.

Não suportada.

H7a: A influência do Hábito (HB) sobre a Intenção de Uso (IU) de mobile banking é

positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e particularmente mais forte

em homens mais velhos e com altos níveis de experiência.

Suportada.

Moderação por Idade e Gênero não

confirmadas.

H7b: A influência do Hábito (HB) sobre o Comportamento de Uso (CS) de mobile

banking é positiva, sendo moderada por Gênero, Experiência e Idade, e particularmente

mais forte em homens mais velhos e com altos níveis de experiência.

Suportada.

Moderação por Idade e Gênero não

confirmadas. Já a Experiência foi

confirmada.

H8: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de mobile

banking é positiva, sendo moderada por Experiência, e particularmente mais forte em

pessoas com menos experiência.

Suportada.

Page 75: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

75

Hipótese Suportada?

H9: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de mobile

banking é positiva, sendo moderada por Individualismo/Coletivismo (IC), e

particularmente mais forte em pessoas com cultura coletivista.

Suportada.

H10: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de

mobile banking é positiva, sendo moderada por Aversão à Incerteza (AI), e

particularmente mais fraca em pessoas com altos níveis de Aversão à Incerteza.

Não suportada.

H11: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de

mobile banking é positiva, sendo moderada por Longo/Curto Prazo (LC), e

particularmente mais fraca em pessoas com cultura de longo prazo (Baptista & Oliveira,

2015).

Suportada.

H12: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de

mobile banking é positiva, sendo moderada por Masculinidade/Feminilidade (MF), e

particularmente mais forte em pessoas com valores culturais de masculinidade.

Não suportada.

H13: A influência do Intenção de Uso (IU) sobre o Comportamento de Uso (CS) de

mobile banking é positiva, sendo moderada por Distância do Poder (DP), e

particularmente mais forte em pessoas com maior valor cultural de distância do poder.

Não suportada.

Fonte: o autor.

As hipóteses confirmadas e aquelas não confirmadas são discutidas na próxima seção, à

luz da revisão teórica realizada, gerando recomendações, em alguns casos.

5.6.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A proposição desta pesquisa foi a avaliação do papel das dimensões culturais (Hofstede

et al., 2010) na adoção de inovações tecnológicas, em especial os serviços de mobile banking. Em

vez de criar um modelo a partir da revisão da literatura, o propósito desta pesquisa foi o de replicar

um modelo existente (Baptista & Oliveira, 2015), porém em um país – o Brasil – com diferentes

parâmetros cuturais do país originalmente pesquisado (Hofstede, 2016). Os itens a seguir discutem

os resultados da referida replicação, quebrando-a em duas partes: a parte referente aos constructos

que pertencem originalmente ao modelo UTAUT2; e a segunda parte, específica das dimensões

culturais como moderadoras na relação entre Intenção de Uso e Comportamento de Uso.

5.6.4.1 RESULTADOS SOBRE OS CONSTRUCTOS DO MODELO UTAUT2

Para cada uma das variáveis envolvidas no modelo UTAUT2, que é parte integrante do

modelo replicado nesta pesquisa, discorre-se, a seguir, sobre os findings da análise de PLS – Path

Analysis executada neste estudo. Uma parte importante das hipóteses foi confirmada, embora

Page 76: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

76

tenham-se encontrados constructos que não suportaram a Intenção de Uso e o Comportamento de

Uso, o que também deu-se com a grossa parte das moderações.

Expectativa de Performance

A influência da Expectativa de Performance sobre a Intenção de Uso foi suportada neste

estudo, corroborando a hipótese original de Venkatesh et al. (2012) e também quando comparada

à mesma hipótese testada no estudo base desta replicação (Baptista & Oliveira, 2015).

A aplicação do modelo UTAUT2 pode apresentar diferentes resultados, para a maior parte

das hipóteses testadas, entretanto a que relaciona Expectativa de Performance e Intenção de Uso é

confirmada em muitos estudos, como vê-se nos recentes Dwivedi et al. (2015), Morosan &

DeFranco (2016) e Nair et al. (2015). Entende-se que é a manifestação da utilidade como fator

importante na adoção de inovações (Hew et al., 2015), inclusive para mobile banking (Baptista &

Oliveira, 2015).

Expectativa de Esforço

Expectativa de Esforço, considerado por Venkatesh et al. (2012) como preditor de adoção

de inovações por consumidores finais, não mostrou ter efeito relevante. Efeito similar também foi

encontrado em Baptista & Oliveira (2015), que explanam este ponto por meio da alta frequência

de uso de telefones celulares pela população pesquisada. Acoplado a isso, Ain et al. (2015)

explicam que a população pode não achar os sistemas complexos, por seguirem um certo conjunto

de padrões já conhecidos pelos usuários. Outra visão é de que os consumidores estão dispostos a

aprender a usar o sistema de mobile banking, independente da complexidade, por conta do ganho

em performance ao utilizar a referida inovação (Morosan & DeFranco, 2016).

Influência Social

O trabalho seminal de Venkatesh et al. (2012) apontou a Influência Social como um

construtor antecedente à Intenção de Uso, ressaltando a influência de familiares, amigos e círculo

social na intenção de uso de uma inovação tecnológica. De maneira adversa a Venkatesh et al.

(2012), este estudo concluiu sobre a não significância de Influência Social sobre a Intenção de Uso

de mobile banking. Também a pesquisa de Baptista & Oliveira (2015) chegou ao mesmo termo,

assim como Mortimer et al. (2015).

Page 77: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

77

Uma explicação para a dita não significância é que, diante de outros fatores, a Influência

Social parece não ter poder de impacto suficiente (Cohen et al., 2013) sobre a adoção de mobile

banking. Pessoas do convívio do consumidor não exercem influência significativa na adoção de

mobile banking (Hew et al., 2015), quanto parece acontecer em outras inovações (Faqih, 2016; Gao

et al., 2015; Morosan & DeFranco, 2016).

Entretanto, uma pesquisa feita em outro país africano, a Tunísia, aponta para inferências

mais consistentes, ao concluir pela inexistência de impacto significativo e direto da Influência

Social sobre a intenção de adoção, neste caso, de internet banking (Chaouali et al., 2016). Citando

a conclusão tirada por (Lu et al., 2005), aquela pesquisa explica que a Influência Social tem efeito

direto sobre a Utilidade Percebida (neste trabalho, entenda-se como sendo a Expectativa de

Performance) e sobre a Facilidade de Uso Percebida (neste trabalho, entenda-se como sendo a

Expectativa de Esforço), mas não há influência direta da Influência Social sobre a Intenção de Uso.

Condições Facilitadoras

O resultado desta pesquisa aceitou o constructo Condições Facilitadoras como um preditor

à Intenção de Uso de mobile banking, confirmando a hipótese original de Venkatesh et al. (2012).

A moderação com o Comportamento de Uso, no entanto, não foi confirmada. Baptista & Oliveira

(2015) chegaram a uma conclusão exatamente oposta em relação a Intenção de Uso e

Comportamento de Uso.

A disponibilidade de recursos técnicos e de suporte ao consumidor afeta a sua intenção

em adotar o mobile banking (Hew et al., 2015). Um indivíduo ter capacidade para usar mobile

banking e possuir conhecimento e recursos para adotar a inovação é um importante preditor para a

adoção de mobile banking (Bryson et al., 2015). As condições facilitadoras, como habilidades

cognitivas e intelectuais dos indivíduos, ajudam a aprender a usar a tecnologia e a afetar a adoção

(Magsamen-Conrad et al., 2015).

Motivação Hedônica

Motivação Hedônica não foi validada como um constructo preditor da Intenção de Uso de

mobile banking nesta pesquisa. A falta de significância desta variável no estudo indica que as

Page 78: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

78

pessoas pesquisadas não percebem que possa haver sensações de prazer ou divertimento ao utilizar

os serviços de mobile banking em um smartphone ou tablet (Ain et al., 2015).

A Motivação Hedônica, não só em Venkatesh et al. (2012) mas em publicações mais

recentes, aparece como um constructo preditor de Intenção de Uso de inovações (Gao et al., 2015;

Hew et al., 2015; Krishnaraju et al., 2013; Nair et al., 2015). Talvez por ser um sistema orientado

a tarefas, não dando oportunidades aos usuários a procurar por novidades (Ain et al., 2015), o

mobile banking não cause a percepção de divertimento ou prazer nos consumidores brasileiros

pesquisados. No estudo sobre os indivíduos de Moçambique, aparentemente o apelo utilitário do

mobile banking contribui para a sensação de prazer das pessoas (Baptista & Oliveira, 2015).

Aprofundamento neste ponto por pesquisas futuras pode eesclarecer se há relação entre o uso

realizado por obrigação e a falta de motivação hedônica.

Valor do Preço

Valor do Preço não foi validado como antecedente da Intenção de Uso neste trabalho. Para

Baptista & Oliveira (2015), que encontraram o mesmo resultado, explica-se pelo fato de que o uso

do mobile banking não implicar em custo adicional aos usuários. O custo de transação, se for alto,

é uma barreira à expansão de uma inovação como o mobile banking (Jack & Suri, 2014), mas isto

não é uma realidade nos bancos brasileiros, que incentivam o uso da inovação, para reduzir seus

custos (FEBRABAN, 2014).

De fato, o custo percebido pelo usuário não influencia a Intenção de Uso, principalmente

porque as pessoas não conseguem distinguir o custo real do mobile banking contra o custo das

transações bancárias que realizam (Koenig‐ Lewis et al., 2010) ou mesmo em relação ao custo de

internet móvel (Ramirez-Correa et al., 2015), que é condição para poder-se utilizar o mobile

banking.

Hábito

Hábito apareceu na pesquisa realizada por este projeto como o mais forte preditor da

Intenção de Uso e de Comportamento de Uso, em linha com a pesquisa de Venkatesh et al. (2012)

Page 79: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

79

e de Baptista & Oliveira (2015). Quanto maior o Hábito, maior a Intenção de Uso e o

Comportamento de Uso (Nair et al., 2015).

A presença cada vez mais penetrante de computadores e de software, principalmente na

forma de aplicativos, no dia-a-dia das pessoas, faz-lhes inconscientemente ganhar confiança no uso

dos aplicativos móveis (Hew et al., 2015). Baseando-se na automaticidade das atividades, o Hábito

prevê o uso repetitivo da inovação tecnológica, ou seja, quanto mais se utiliza, maior a intenção de

continuar usando (Morosan & DeFranco, 2016).

Idade

Quanto à moderação por Idade apontada por Venkatesh et al. (2012), tanto o trabalho aqui

apresentado, quanto o de Baptista & Oliveira (2015), concluíram que Idade não têm efeito

moderador no modelo UTAUT2. Esta é uma questão interessante, pois a revisão sobre a literatura

mostrou trabalhos como de Bryson et al. (2015) e Magsamen-Conrad et al. (2015), atestando a

importância de Idade na adoção de tecnologias, além de Koenig-Lewis et al. (2010), que afirma

que os jovens esperam que o mobile banking seja compatível com seu cotidiano e seu estilo de

vida. Eles não conseguem imaginar suas vidas sem os smartphones e, no futuro, os jovens sem seus

smartphones sentir-se-ão isolados de seus recursos financeiros. Segundo Malaquias & Hwang

(2016), os jovens brasileiros tendem mais a confiar no mobile banking.

A despeito disso, a pesquisa mostrou que Idade não tem efeito significativo sobre a relação

entre os constructos preditores de Intenção de Uso e a própria Intenção de Uso, ou na relação com

o Comportamento de Uso, como em Lewis et al. (2013) e Baptista & Oliveira (2015).

Gênero

Assim como Idade, Gênero também foi uma variável moderadora que não mostrou

significância em amplificar ou reduzir o efeito dos constructos preditores do modelo analítico sobre

a Intenção de Uso ou sobre o Comportamento de Uso. Outros estudos corroboram este resultado,

como Magsamen-Conrad et al. (2015) e Hew et al. (2015), parecendo comprovar que, quando se

trata de comércio eletrônico, onde se inserem também o m-commerce e o mobile banking, as

diferenças de gênero têm cada vez menor importância na adoção e no uso de inovações nesta área

(Pascual-Miguel et al., 2015).

Experiência

Page 80: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

80

Nesta pesquisa, Experiência aparece como moderadora somente na relação entre Hábito e

o Comportamento de Uso, porém não modera nenhuma das outras relações existentes na UTAUT2

(Venkatesh et al., 2012). Já Baptista & Oliveira (2015) não encontraram nenhuma moderação

significativa por Experiência nas relações delineadas no modelo analítico da pesquisa.

A única relação moderada por Experiência, Hábito e Comportamento de Uso, confirma a

visão dada por Venkatesh et al. (2012), de que quanto maior a experiência, reforça-se o Hábito e

com isso há mais oportunidades para descobrir formas melhores de usar a inovação, neste caso o

mobile banking.

Intenção de Uso

A influência resultante da Intenção de Uso sobre o Comportamento de Uso deu positiva

na pesquisa, confirmando o que se vê em inúmeros estudos sobre a aplicação do modelo UTAUT2

(Ain et al., 2015; Dwivedi et al., 2015; Lewis et al., 2013; Nair et al., 2015; Pascual-Miguel et al.,

2015) em inovações tecnológicas. Apesar disto, o estudo de Baptista & Oliveira (2015) não

confirma esta relação e sugere que novos constructos ligados a risco e confiança devam ser

inseridos no modelo para explicar a relação entre intenção e uso efetivo. Uma exceção.

5.6.4.2 RESULTADOS SOBRE AS DIMENSÕES CULTURAIS

As dimensões culturais (Hofstede et al., 2010) foram representadas no modelo analítico

como moderações na relação entre a Intenção de Uso e o Comportamento de Uso. Cada uma das

moderações foi analisada por meio da técnica de bootstraping e os resultados das moderações

podem ser visualizados na Tabela 10.

Neste item, sob a luz da teoria, analisa-se o resultado da pesquisa, no que se refere aos

fatores culturais testados na adoção e uso de mobile banking.

Individualismo/Coletivismo

A primeira dimensão cultural foi confirmada como moderadora por esta pesquisa, de

maneira similar à conclusão de Baptista & Oliveira (2015). No Brasil, um país de cutura coletivista,

as pessoas são mais dependentes da convivência em grupos sociais, então a decisão pelo uso de

Page 81: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

81

mobile banking é moderada pela forma se dá a relação de pertencimento entre um indivíduo e o

grupo social onde está inserido (Arpaci, 2015).

Este resultado poderia ser sintoma de uma importante contradição, já que é suposta a

existência de uma relação entre a dimensão de Coletivismo e o constructo Influência Social (Nistor

et al., 2013), que não foi confirmada pelos dados coletados e analisados, como em Mortimer et al.

(2015). O estudo mostrou significância na moderação por Coletivismo, mas não mostrou na

influência de Influência Social sobre a Intenção de Uso. Entretanto, como visto na explicação sobre

Influência Social, ela influencia a Expectativa de Performance e de Expectativa de Esforço (Lu et

al., 2005). A Expectativa de Performance, por sua vez, influencia a Intenção de Uso (Venkatesh et

al., 2003).

Para Lee et al. (2013), o efeito da imitação é maior em culturas coletivistas, em que a

adoção acontece mais por efeito da influência social, como a norma subjetiva ou o boca-a-boca

(word-of-mouth). A adoção inicial é baixa e, em determinado momento, o efeito imitação faz com

que a adoção cresça bastante.

Aversão à Incerteza

O Brasil, com relação à dimensão de Aversão à Incerteza, aparece como uma cultura de

com um índice elevado nesta dimensão, diferente de Moçambique (Hofstede, 2016). E como existe

uma relação entre Aversão à Incerteza e aversão a risco, esperar-se-ia que esta variável moderasse

o Comportamento de Uso, já que risco afeta negativamente a adoção de uma tecnologia (Koenig‐

Lewis et al., 2010).

É possível, no entanto, que a referida relação entre incerteza e risco não se manifeste

quanto à adoção de mobile banking, como o resultado desta pesquisa mostra e como também é

sugerido por Kaur & Quareshi (2015), que não achou diferença em percepção de riscos para países

com alta ou com baixo índice de Aversão à Incerteza.

Quando se analisa o conceito de Aversão à Incerteza, que em culturas como o Brasil

significa a forma como a sociedade lida com situações incertas (Hofstede et al., 2010), a suspeita

é de que o mobile banking não necessariamente seja considerada uma situação incerta pela amostra

pesquisada, como já não o é o internet banking, conforme alto nível de uso no país (FEBRABAN,

2014).

Page 82: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

82

Orientação de Longo Prazo

A moderação da relação entre Intenção de Uso e Comportamento de Uso pela dimensão

cultural de Orientação de Longo Prazo acontece na pesquisa para o Brasil, porém com efeito

negativo. Em outras palavras, para o Brasil, um país que valoriza mais o curto prazo (Hofstede,

2016), a moderação poderia ser reescrita da seguinte forma: a Orientação de Curto Prazo modera a

relação entre Intenção de Uso e o Comportamento de Uso. Tal conclusão também foi obtida por

Baptista & Oliveira (2015) para o caso de Moçambique.

A moderação pela Orientação de Longo Prazo aparece também no trabalho de Hung &

Chou (2013), porém afetando a Intenção de Uso. E Lee et al. (2013) explica que culturas com

orientação por curto prazo tem uma taxa maior de adoção de novas tecnologias, principalmente se

tiverem baixo grau de Aversão à Incerteza.

Masculinidade/Feminilidade

Masculinidade/Feminilidade, a quarta dimensão cultural, não foi confirmada como

moderadora na pesquisa. A este mesmo resultado chegaram Baptista & Oliveira (2015), que

entendem que os serviços de mobile banking não necessariamente criam meios para que os valores

relacionados à Feminilidade, caso de Moçambique e do Brasil, sejam atingidos pelos indivíduos,

quais sejam: igualdade, solidariedade e qualidade de vida.

Outra leitura apresentada trata da relação entre culturas de alto índice de masculinidade e

a inovação, porém tal relação é suportada em alguns países, como nos Estado Unidos, mas não

suportada em outros, como a Bélgica (Rhyne et al., 2002)

Em verdade, o constructo Masculinidade/Feminilidade apresenta relação com a

Expectativa de Performance (Nistor et al., 2014) e com o Individualismo (Barry III, 2014). A

moderação, no entanto, não se confirma, seja na Intenção de Uso (Capece et al., 2013), seja no

Comportamento de Uso (Nistor et al., 2013) (Srite & Karahanna, 2006).

Distância de Poder

Diferentemente dos estudos originais de Venkatesh et al. (2012) e Baptista & Oliveira

(2015), esta pesquisa não concluiu por suportar a moderação de Distância de Poder. O Brasil tem

um índice alto de Distância de Poder (Hofstede, 2016), assim como Moçambique, porém está

Page 83: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

83

dimensão não apareceu como significante na decisão pelo uso de mobile banking, denotando que

as possíveis distâncias na hierarquia social não afetam a escolha dos consumidores.

Estudos mais antigos atestam que em condições de Distância de Poder baixa, a adoção de

tecnologias acompanha e também é baixa (Straub et al., 1997), no entanto há casos em que a adoção

é alta, mesmo com alto índice de Distância de Poder (Lee et al., 2013), pois a decisão do usuário

final independe dessa relação top-down estabelecida pela dimensão cultural de Distância de Poder.

Page 84: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

84

5.6.4.3 TABELA COMPARATIVA DO IMPACTO DAS DIMENSÕES CULTURAIS

Para facilitar a comparação entre o estudo realizado neste projeto e aquele executado por

Baptista & Olivera (2015), o Quadro 5 resume como cada uma das pesquisas avaliou a moderação

das dimensões culturais de Hofstede e as explicações para os resultados encontrados.

Quadro 5. Comparação dos Resultados.

Dimensão

Cultural

Suportada por

Esta Pesquisa?

Suportada por

Baptista &

Oliveira (2015)?

Motivos encontrados.

Individualismo/

Coletivismo (IC) Sim Sim

Ambos os países são coletivistas. A relação de pertencimento entre as

pessoas e os grupos em que convivem, de fato, modera a decisão pelo

uso de mobile banking.

Aversão à

Incerteza (AI) Não Sim

Brasil tem alta Aversão à Incerteza, ao contrário de Moçambique. No

Brasil a Aversão à Incerteza não demonstrou capacidade moderadora por

não ser mais, o mobile banking, tratado como condição incerta para os

pesquisados.

Orientação por

Longo Prazo (LC) Sim Sim

Brazil é orientado para o curto prazo, situação na qual o uso do mobile

banking é moderado por esta dimensão cultural.

Masculinidade/

Feminilidade

(MF)

Não Não

Em ambos os países, com maior índice de Feminilidade, a moderação

não se confirmou, entendendo os autores que os fatores que importam

para a amostra pesquisada não são atingidos por meio do uso de mobile

banking.

Distância do

Poder (DP) Não Sim

Não existe, no Brasil, influência moderadora a diferença na hierarquia

social entre mais ricos e mais pobres. As pessoas optam pelo uso de

mobile banking, independente da distância de poder.

Fonte: o autor.

A comparação entre os dois estudos revela que, em três dimensões

(Individualismo/Coletivismo, Orientação por Longo Prazo e Masculinidade/Feminilidade), Brasil

e Moçambique têm resultados similares em termos de moderação de uso de mobile banking.

Page 85: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

85

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS, LIMITAÇÕES DA PESQUISA E RECOMENDAÇÕES

DE PESQUISAS FUTURAS

O objetivo da pesquisa proposta e apresentada neste trabalho foi de entender quais fatores

culturais afetam a aceitação e o uso de mobile banking em uma economia emergente de um país

latino-americano.

Para atender a esse objetivo, o presente trabalho replicou a pesquisa realizada por Baptista

& Oliveira (2015), que combinaram o modelo UTAUT2 com as variáveis de Hofstede sobre fatores

culturais. Dado que Baptista & Oliveira (2015) aplicaram seu modelo em um país em

desenvolvimento do continente africano e a presente pesquisa aplicou o mesmo modelo num país

latino americano, a replicação serviu como uma forma de consolidar a pesquisa prévia.

Os resultados coletados e analisados por meio de PLS – Path Anaysis confirmaram alguns

constructos como preditores da Intenção de Uso e Comportamento de Uso de mobile banking no

Brasil: Expectativa de Performance, Condições Facilitadoras, Hábito e a própria Intenção de Uso.

A pesquisa também concluiu que duas dimensões culturais (Hofstede, 2016) têm papel

significativo na moderação relação entre Intenção de Uso e Comportamento de Uso: Coletivismo

e Orientação por Curto Prazo. Isto confirma uma das premissas desta pesquisa, de que a cultura

afeta a decisão pelo uso de inovações tecnológicas por consumidores, em especial pelo uso de

mobile banking, embora nem todas as dimensões culturais tenham significância na decisão.

Outras variáveis do modelo UTAUT2 não foram suportadas nesta pesquisa: Expectativa

de Esforço, Influência Social, Valor do Preço, Motivação Hedônica, assim como as moderações

por Idade, Gênero e Experiência. De maneira similar, as dimensões culturais

Masculinidade/Feminilidade, Aversão à Incerteza e Distância de Poder não se apresentaram como

significativas no papel de moderação decisão pelo uso de mobile banking pelos pesquisados.

Masculinidade/Feminilidade já não havia sido suportada por Baptista & Oliveira (2015). Quanto à

Aversão à Incerteza, confirmada no estudo de Moçambique, para o Brasil mostrou-se que o uso de

mobile banking não se constitui em situação desconhecida pelos pesquisados, embora ainda com

baixa taxa de adoção. A Distância de Poder, especificamente no uso de mobile banking, não

demonstrou significância, dando ênfase à percepção de que, pobre ou rico, os indivíduos podem

decidir por usar o mobile banking, sem a preocupação com diferenças na hierarquia social.

Page 86: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

86

Analisando, por um momento, somente a parte UTAUT2 do modelo replicado, observa-

se algumas diferenças: na pesquisa realizada em Moçambique, a Motivação Hedônica apareceu

como importante antecedente, o que não aconteceu no Brasil; já o estudo feito em nosso país,

mostrou que Condições Facilitadoras é um preditor de Intenção de Uso, o que não se viu na

pesquisa realizada pelos autores portugueses. Aqui é importante considerar a visão de Dwivedi et

al. (2015), que realizaram uma meta-análise sobre as pesquisas que tratam a teoria UTAUT e

concluíram que a performance do modelo não é tão boa em estudos posteriores do que a

performance do trabalho original. Isto pode explicar o caso em que parte dos constructos do

UTAUT2 não se confirmem na pesquisa realizada, assim como no estudo de Baptista & Oliveira

(2015).

6.1 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

O estudo foi conduzido com a ciência de que importantes limitações existiam, algumas já

haviam sido apontadas por Baptista & Oliveira (2015). Em primeiro lugar, a cultura nacional pode

variar bastante, mesmo dentro dos limites de um país, especialmente em países de grandes

dimensões como o Brasil (Hofstede et al., 2010; Nistor et al., 2014). Por isso este trabalho

recomenda a realização de pesquisas considerando as dimensões culturais em nível regional do

Brasil, um país de dimensões continentais.

Embora não tratado neste estudo, já existe uma existe uma sexta dimensão cultural, a

Indulgência (Hofstede, 2016), que não é tratada nesta pesquisa, por questões práticas e por

existência de material amplo sobre o tema nos repositórios de trabalhos científicos.

6.2 SUGESTÕES DE PESQUISAS FUTURAS

Os resultados apresentados por esta pesquisa nem sempre tiveram o poder de explicação

pleno sobre determinados constructos que, à luz da revisão teórica preparatória à pesquisa,

deveriam ter papel significativo na adoção e uso de mobile banking. Além do trabalho de Baptista

& Oliveira (2015), entretanto, os referidos constructos não foram testados – especificamente e

Page 87: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

87

estensivamente – quanto à aceitação e uso de mobile banking por outras pesquisas de forma

profunda.

Influência Social é um desses constructos, que se considerarmos Kim & Park (2011) e o

próprio Venkatesh et al. (2012), a expectativa era de que tivesse significância como antecedente de

Intenção de Uso, mas os dados não mostraram isso. Embora o capítulo anterior apresente

explicações de outros autores, sugere-se que sejam estudados especificamente para a realidade

brasileira os motivos que levam a Influência Social a não ter peso na adoção e uso de mobile

banking. O mesmo racional acontece para a dimensão Aversão à Incerteza, que é relacionada com

confiança (trust) e risco (risk) na literatura, mas não encontrou abrigo nos dados da pesquisa.

Entender por que isso acontece é recomendação de pesquisa futura.

Por fim, o entendimento de por que Idade e Gênero não se apresentam como variáveis

moderadoras, conforme proposto por Venkatesh et al. (2012), é outra proposta de pesquisa futura,

já que foram encontradas pesquisas que tratam Idade e Gênero como importantes fatores (Akturan

& Tezcan, 2012; Chung & Holdsworth, 2012; Koenig-Lewis et al., 2010; Pascual-Miguel et al,

2015).

Além dos pontos acima, ao longo da pesquisa e da revisão teórica que embasou este

trabalho, por vezes surgiram temas relacionados à adoção e ao uso de mobile banking que merecem

a recomendação de pesquisas futuras. Estão listados a seguir.

Influência da Cultura sobre a Intenção de Uso

As dimensões de cultura nacional também podem ter influência sobre a intenção de uso e

não somente sobre o Comportamento de uso (Nistor et al., 2014), por isso realizar testes

considerando a influência sobre a intenção de uso é sugestão de pesquisa futura no Brasil. O

trabalho de Choi et al. (2014) é um exemplo em que as dimensões culturais moderam a relação de

variáveis independentes como Influência Social (enjoyment) e Atitude. Outros exemplos são

Chung & Holdsworth (2012) e Hung & Chou (2013). Srite & Karahanna (2006) definem que as

variáveis de dimensões culturais moderam a Intenção de Uso e não o Comportamento de Uso.

Pesquisa Longitudinais

Page 88: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

88

Estudo longitudinal, em vez de transversal, pode acompanhar a dinâmica das mudanças

que acontecem na população pesquisada e ampliar o poder de resposta do estudo (Magsamen-

Conrad et al., 2015).

Mobile Banking em Áreas Rurais e Carentes

Em outros países, os serviços de mobile banking são relativamente populares em áreas

rurais (Oliveira et al., 2014) e carentes. Neste estudo não se analisa a aceitação e o uso em tais áreas

(Tobbin, 2012), concentrando a pesquisa em consumidores das áreas urbanas brasileiras. A

ubiquidade da tecnologia pode ter importante impactos em consumidores das referidas áreas.

Page 89: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

89

REFERÊNCIAS

Referências criadas no padrão APA e usando o software Zotero.

AbuShanab, E., & Pearson, J. M. (2007). Internet banking in Jordan: The unified theory of

acceptance and use of technology (UTAUT) perspective. Journal of Systems and

Information Technology, 9(1), 78–97. http://doi.org/10.1108/13287260710817700

Ain, N., Kaur, K., & Waheed, M. (2015). The influence of learning value on learning

management system use: An extension of UTAUT2. Information Development, 1(16).

http://doi.org/10.1177/0266666915597546

Ajzen, I. (1991). Theory of Planned Behavior. Retrieved February 1, 2016, from

http://people.umass.edu/aizen/tpb.html

Akturan, U., & Tezcan, N. (2012). Mobile banking adoption of the youth market: Perceptions and

intentions. Marketing Intelligence & Planning, 30(4), 444–459.

http://doi.org/10.1108/02634501211231928

Alafeef, M., Singh, D., & Ahmad, K. (2012). The Influence of Demographic Factors and User

Interface on Mobile Banking Adoption: A Review. Journal of Applied Sciences, 12(20),

2082–2095. http://doi.org/10.3923/jas.2012.2082.2095

Al-Jabri, I. M., & Sohail, M. S. (2012). Mobile Banking Adoption: Application of Diffusion of

Innovation Theory. Journal of Electronic Commerce Research, 13(4), 379–391.

Allen, M., & Preiss, R. (1993). Replication and Meta-Analysis: A Necessary Connection. Journal

of Social Behavior and Personality, 8(6), 9–20.

Alwahaishi, S., & Snasel, V. (2013). Consumers’ Acceptance and Use of Information and

Communications Technology: A UTAUT and Flow Based Theoretical Model. Journal of

Page 90: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

90

Technology Management & Innovation, 8(2), 61–73. http://doi.org/10.4067/S0718-

27242013000200005

Anderson, J. (2010). M‐ banking in developing markets: competitive and regulatory

implications. Info, 12(1), 18–25. http://doi.org/10.1108/14636691011015358

Arpaci, I. (2015). A comparative study of the effects of cultural differences on the adoption of

mobile learning. British Journal of Educational Technology, 46(4), 699–712.

http://doi.org/10.1111/bjet.12160

Ashraf, A. R., Thongpapanl, N., & Auh, S. (2014). The Application of the Technology

Acceptance Model Under Different Cultural Contexts: The Case of Online Shopping

Adoption. Journal of International Marketing, 22(3), 68–93.

http://doi.org/10.1509/jim.14.0065

Baptista, G., & Oliveira, T. (2015). Understanding mobile banking: The unified theory of

acceptance and use of technology combined with cultural moderators. Computers in

Human Behavior, 50, 418–430. http://doi.org/10.1016/j.chb.2015.04.024

Barnes, S. J., & Corbitt, B. (2003). Mobile banking: Concept and potential. INTERNATIONAL

JOURNAL OF MOBILE COMMUNICATIONS, 1(3), 273–288.

http://doi.org/10.1504/IJMC.2003.003494

Barry III, H. (2014). Proximity of Paired Nations Reveals Correlation of Masculinity With

Individualism. Journal of Cross-Cultural Psychology, 0022022114557480.

http://doi.org/10.1177/0022022114557480

Bearden, W. O., Money, R. B., & Nevins, J. L. (2006). A measure of long-term orientation:

Development and validation. Journal of the Academy of Marketing Science, 34(3), 456–

467. http://doi.org/10.1177/0092070306286706

Page 91: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

91

Berger, E., & Nakata, C. (2013). Implementing Technologies for Financial Service Innovations in

Base of the Pyramid Markets. Journal of Product Innovation Management, 30(6), 1199–

1211. http://doi.org/10.1111/jpim.12054

Bickman, L., & Rog, D. J. (1998). Handbook of Applied Social Research Methods. SAGE.

Board of Governors of the Federal Reserve System. (2015). Consumers and Mobile Financial

Services.

Bouwman, H., De Vos, H., & Haaker, T. (2008). Mobile Service Innovation and Business

Models. Berlin: Springer Berlin Heidelberg.

Brown, S. A., & Venkatesh, V. (2005). Model of Adoption of Technology in Households: A

Baseline Model Test and Extension Incorporating Household Life Cycle. MIS Quarterly,

29(3), 399–426.

Bryson, D., Atwal, G., Chaudhuri, H., & Dave, K. (2015). Understanding the Antecedents of

Intention to Use Mobile Internet Banking in India: Opportunities for Microfinance

Institutions. Strategic Change, 24(3), 207–224. http://doi.org/10.1002/jsc.2005

Chaouali, W., Yahia, I. B., & Souiden, N. (2016). The interplay of counter-conformity

motivation, social influence, and trust in customers’ intention to adopt Internet banking

services: The case of an emerging country. Journal of Retailing and Consumer Services,

28, 209–218. http://doi.org/10.1016/j.jretconser.2015.10.007

Chauhan, S. (2015). Acceptance of mobile money by poor citizens of India: integrating trust into

the technology acceptance model. Info, 17(3), 58–68. http://doi.org/10.1108/info-02-

2015-0018

Page 92: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

92

ChauShen Chen. (2013). Perceived risk, usage frequency of mobile banking services. Managing

Service Quality: An International Journal, 23(5), 410–436. http://doi.org/10.1108/MSQ-

10-2012-0137

Chemingui, H., & Lallouna, H. B. (2013). Resistance, motivations, trust and intention to use

mobile financial services. International Journal of Bank Marketing, 31(7), 574–592.

http://doi.org/10.1108/IJBM-12-2012-0124

Chen, K., & Chan, A. H. S. (2014). Predictors of gerontechnology acceptance by older Hong

Kong Chinese. Technovation, 34(2), 126–135.

http://doi.org/10.1016/j.technovation.2013.09.010

Chian-Son Yu. (2014). Consumer Switching Behavior from Online Banking to Mobile Banking.

International Journal of Cyber Society & Education, 7(1), 1–28.

http://doi.org/10.7903/ijcse.1108

Chin, W. (1998). Issues and Opinion on Structural Equation Modeling. Management Information

Systems Quarterly, 22(1). Retrieved from http://aisel.aisnet.org/misq/vol22/iss1/3

Choe, J. (2004). The Consideration of Cultural Differences in the Design of Information Systems.

Inf. Manage., 41(5), 669–684. http://doi.org/10.1016/j.im.2003.08.003

Choi, J., Lee, H. J., Sajjad, F., & Lee, H. (2014). The influence of national culture on the attitude

towards mobile recommender systems. Technological Forecasting and Social Change, 86,

65–79. http://doi.org/10.1016/j.techfore.2013.08.012

Chung, K., & Holdsworth, D. K. (2012). Culture and behavioural intent to adopt mobile

commerce among the Y Generation: comparative analyses between Kazakhstan, Morocco

and Singapore. Young Consumers, 13(3), 224–241.

http://doi.org/10.1108/17473611211261629

Page 93: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

93

Cohen, J., Bancilhon, J.-M., & Jones, M. (2013). South African physicians’ acceptance of e-

prescribing technology: an empirical test of a modified UTAUT model. South African

Computer Journal, 50(1). http://doi.org/10.18489/sacj.v50i1.175

Compeau, D., Higgins, C. A., & Huff, S. (1999). Social Cognitive Theory and Individual

Reactions to Computing Technology: A Longitudinal Study. MIS Quarterly, 23(2), 145–

158. http://doi.org/10.2307/249749

comScore, Inc. (2011). Mobile Usage Behaviours and Trends: The who, what, when, why & how

of mobile consumers. Retrieved from www.comscore.com

comScore Inc. (2015). comScore / IMS Mobile in LatAm Study.

Conecta. (2016). Retrieved from http://conecta-i.com/

COOPER, D., & Schindler, P. S. (2003). Metodos de Pesquisa Em Administracao. Bookman

Companhia Ed.

Corrar, L. J., Paulo, E., & Dias Filho, J.M. (Eds.). (2014). Análise Multivariada para os Cursos de

Administração, Ciências Contábeis e Economia. São Paulo: Atlas.

preference on future online banking services. Information Systems, 53, 1–15.

http://doi.org/10.1016/j.is.2015.04.006

Davis, F. D. (1989). Perceived Usefulness, Perceived Ease of Use, and User Acceptance of

Information Technology. MIS Quarterly, 13(3), 319–340.

Davis, F. D. (1989). Perceived Usefulness, Perceived Ease of Use, and User Acceptance of

Information Technology. MIS Q., 13(3), 319–340. http://doi.org/10.2307/249008

Davis, F. D. (1989). Perceived usefulness, perceived ease of use, and user acceptance of

information technology. MIS Quarterly, 13(3), 319–340.

Page 94: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

94

Davis, F. D., Bagozzi, R., & Warshaw, P. R. (1992). Extrinsic and Intrinsic Motivation to Use

Computers in the Workplace1. Journal of Applied Social Psychology, 22(14), 1111–1132.

http://doi.org/10.1111/j.1559-1816.1992.tb00945.x

Dictionary.com. (2015). Retrieved May 12, 2015, from http://dictionary.reference.com/

Dodds, W. B., Monroe, K. B., & Grewal, D. (1991). Effects of Price, Brand, and Store

Information on Buyers’ Product Evaluations. Journal of Marketing Research, 28(3), 307–

319. http://doi.org/10.2307/3172866

Dwivedi, Y. K., Rana, N. P., Chen, H., & Williams, M. D. (2011). A Meta-analysis of the

Unified Theory of Acceptance and Use of Technology (UTAUT). In Governance and

Sustainability in Information Systems. Managing the Transfer and Diffusion of IT (pp.

155–170). Springer Berlin Heidelberg. Retrieved from

http://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-642-24148-2_10

Dwivedi, Y. K., Shareef, M. A., Simintiras, A. C., Lal, B., & Weerakkody, V. (2015).

Generalised adoption model for services: A cross-country comparison of mobile health

(m-health). Government Information Quarterly. Retrieved from

http://dx.doi.org/10.1016/j.giq.2015.06.003

Easley, R. W., & Madden, C. S. (2013). Replication revisited: Introduction to the special section

on replication in business research. Journal of Business Research, 66(9), 1375–1376.

http://doi.org/10.1016/j.jbusres.2012.05.001

Easley, R. W., Madden, C. S., & Dunn, M. G. (2000). Conducting Marketing Science: The Role

of Replication in the Research Process. Journal of Business Research, 48(1), 83–92.

http://doi.org/10.1016/S0148-2963(98)00079-4

Page 95: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

95

Evanschitzky, H., Baumgarth, C., Hubbard, R., & Armstrong, J. S. (2007). Replication research’s

disturbing trend. Journal of Business Research, 60(4), 411–415.

http://doi.org/10.1016/j.jbusres.2006.12.003

Faqih, K. M. S. (2016). An empirical analysis of factors predicting the behavioral intention to

adopt Internet shopping technology among non-shoppers in a developing country context:

Does gender matter? Journal of Retailing and Consumer Services, 30, 140–164.

Faul, F., Erdfelder, E., Buchner, A.-G., & Lang, A. (2007). G*Power 3: A flexible statistical

power analysis program for the social, behavioral, and biomedical sciences. Behavior

Research Methods, 39(2), 175–191.

FEBRABAN. (2013). Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2013. Retrieved from

www.febraban.org.br

FEBRABAN. (2014). Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária.

Fishbein, M., & Ajzen, I. (1975). Belief, Attitude, Intention, and Behavior: An Introduction to

Theory and Research. Reading, MA: Addison-Wesley. Retrieved from

http://people.umass.edu/aizen/f&a1975.html

Fornell, C., & Larker, D. F. (1981). Evaluating Structural Equation Models With Unobservable

Variable Sand Measurement Error. Journal of Marketing Research, 18(1), 39–50.

http://doi.org/10.2307/3151312

Fosk, A. (2014, August). LATAM Digital Future in Focus 2014. Presented at the 2014 Latin

America & U.S. Hispanic Digital Summit.

Francisco Javier Rondan-Cataluña, Jorge Arenas-Gaitán, & Patricio Esteban Ramírez-Correa.

(2015). A comparison of the different versions of popular technology acceptance models.

Kybernetes, 44(5), 788–805. http://doi.org/10.1108/K-09-2014-0184

Page 96: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

96

Gao, Y., Li, H., & Luo, Y. (2015). An empirical study of wearable technology acceptance in

healthcare. Industrial Management & Data Systems, 115(9), 1704–1723.

Giovanis, A. N., Binioris, S., & Polychronopoulos, G. (2012). An extension of TAM model with

IDT and security/privacy risk in the adoption of internet banking services in Greece.

EuroMed Journal of Business, 7(1), 24–53. http://doi.org/10.1108/14502191211225365

Google Scholar. (2015). Retrieved from https://scholar.google.com.br/

Hair, J. F., Black, B., Babin, B., Anderson, R. E., & Tatham, R. L. (2009). Análise Multivariada

de Dados (6th ed.). Porto Alegre: Bookman Companhia Editora.

Hair, J. F., Celsi, M. W., Ortinau, D. J., & Bush, R. P. (2013). Fundamentos de Pesquisa de

Marketing (3rd ed.). AMGH Editora.

Hanafizadeh, P., Keating, B. W., & Khedmatgozar, H. R. (2014). A systematic review of Internet

banking adoption. Telematics and Informatics, 31(3), 492–510.

http://doi.org/10.1016/j.tele.2013.04.003

Harzing, A. W. (2007). Publish or Perish. Retrieved from www.harzing.com/pop.htm

Hassan, L. M., Shiu, E., & Walsh, G. (2011). A multi‐ country assessment of the long‐ term

orientation scale. International Marketing Review, 28(1), 81–101.

http://doi.org/10.1108/02651331111107116

Hew, J.-J., Voon-Hsien, L., Keng-Boon, O., & June, W. (2015). What catalyses mobile apps

usage intention: an empirical analysis. Industrial Management & Data Systems, 115(7),

1269–1291. http://doi.org/10.1108/IMDS-01-2015-0028

Hoehle, H., Scornavacca, E., & Huff, S. (2012). Three decades of research on consumer adoption

and utilization of electronic banking channels: A literature analysis. Decision Support

Systems, 54(1), 122–132. http://doi.org/10.1016/j.dss.2012.04.010

Page 97: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

97

Hofstede, G. (1984). Culture’s Consequences: International Differences in Work-Related Values.

SAGE.

Hofstede, G. (2016). Cultural Insights - Geert Hofstede. Retrieved January 9, 2016, from

http://geert-hofstede.com/

Hofstede, G., & Bond, M. H. (1984). Hofstede’s Culture Dimensions: An Independent Validation

Using Rokeach’s Value Survey. Journal of Cross-Cultural Psychology, 15(4), 417–433.

http://doi.org/10.1177/0022002184015004003

Hofstede, G., Hilal, A. V. G., Malvezzi, S., Tanure, B., & Vinken, H. (2010). Comparing

Regional Cultures Within a Country: Lessons From Brazil. Journal of Cross-Cultural

Psychology, 41(3), 336–352. http://doi.org/10.1177/0022022109359696

Hofstede, G., Hofstede, G. J., & Minkov, M. (2010). Cultures and Organizations: Software of the

Mind (3rd ed.). McGraw Hill Professional.

Holbrook, M. B., & Hirschman, E. C. (1982). The Experiential Aspects of Consumption:

Consumer Fantasies, Feelings, and Fun. Journal of Consumer Research, 9(2), 132–140.

Hommels, A., Peters, P., & Bijker, W. E. (2007). Techno therapy or nurtured niches? Technology

studies and the evaluation of radical innovations. Research Policy, 36(7), 1088–1099.

http://doi.org/10.1016/j.respol.2007.04.002

Hubbard, R., & Armstrong, J. S. (1994). Replications and extensions in marketing: Rarely

published but quite contrary. International Journal of Research in Marketing, 11(3), 233–

248. http://doi.org/10.1016/0167-8116(94)90003-5

Hung, C., & Chou, J. C. (2013). Examining the cultural moderation on the acceptance of mobile

commerce. International Journal of Innovation and Technology Management, 11(02),

1450010. http://doi.org/10.1142/S0219877014500102

Page 98: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

98

IBGE. (2013). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: Acesso à Internet e à Televisão e

Posse de Telefone Móvel Celular para Uso Pessoal.

Im, I., Hong, S., & Kang, M. S. (2011). An international comparison of technology adoption:

Testing the UTAUT model. Information & Management, 48(1), 1–8.

http://doi.org/10.1016/j.im.2010.09.001

International Monetary Fund. (2015). World Economic Outlook: Adjusting to Lower Commodity

Prices.

Internet Live Stats. (2015). Retrieved October 7, 2015, from

http://www.internetlivestats.com/internet-users/#trend

Jack, W., & Suri, T. (2014). RISK SHARING AND TRANSACTION COSTS: EVIDENCE

FROM KENYA’S MOBILE MONEY REVOLUTION. American Economic Revie,

104(1).

Kaur, G., & Quareshi, T. K. (2015). Factors obstructing intentions to trust and purchase products

online. Asia Pacific Journal of Marketing and Logistics, 27(5), 758–783.

http://doi.org/10.1108/APJML-10-2014-0146

Kim, D., & Ammeter, T. (2014). Predicting personal information system adoption using an

integrated diffusion model. Information & Management, 51(4), 451–464.

http://doi.org/10.1016/j.im.2014.02.011

Kim, H.-W., Chan, H. C., & Gupta, S. (2007). Value-based Adoption of Mobile Internet: An

empirical investigation. Decision Support Systems, 43(1), 111–126.

http://doi.org/10.1016/j.dss.2005.05.009

Page 99: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

99

Kim, S., & Park, H. J. (2011). Effects of social influence on consumers’ voluntary adoption of

innovations prompted by others. Journal of Business Research, 64(11), 1190–1194.

http://doi.org/10.1016/j.jbusres.2011.06.021

Kim, S. S., & Malhotra, N. K. (2005). A Longitudinal Model of Continued IS Use: An

Integrative View of Four Mechanisms Underlying Postadoption Phenomena. Management

Science, 51(5), 741–755. http://doi.org/10.1287/mnsc.1040.0326

Koenig‐ Lewis, N., Palmer, A., & Moll, A. (2010). Predicting young consumers’ take up of

mobile banking services. International Journal of Bank Marketing, 28(5), 410–432.

http://doi.org/10.1108/02652321011064917

Krishnaraju, V., Mathew, S., & Sugumaran, V. (2013). Role of Web Personalization in Consumer

Acceptance of E-Government Services. AMCIS 2013 Proceedings. Retrieved from

http://aisel.aisnet.org/amcis2013/eGovernment/GeneralPresentations/2

Ladhari, R., Souiden, N., & Choi, Y. (2015). Culture change and globalization: The unresolved

debate between cross-national and cross-cultural classifications. Australasian Marketing

Journal, 23, 235–245.

Laukkanen, T., & Lauronen, J. (2005). Consumer value creation in mobile banking services.

International Journal of Mobile Communications, 3(4), 325–338.

http://doi.org/10.1504/IJMC.2005.007021

Lee, H., Harindranath, G., Oh, S., & Kim, D.-J. (2015). Provision of mobile banking services

from an actor–network perspective: Implications for convergence and standardization.

Technological Forecasting and Social Change, 90, Part B, 551–561.

http://doi.org/10.1016/j.techfore.2014.02.007

Page 100: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

100

Lee, S.-G., Trimi, S., & Kim, C. (2013). The impact of cultural differences on technology

adoption. Journal of World Business, 48(1), 20–29.

http://doi.org/10.1016/j.jwb.2012.06.003

Lee, S., Trimi, S., & Kim, C. (2013). Innovation and imitation effects’ dynamics in technology

adoptionnull. Industrial Management & Data Systems, 113(6), 772–799.

http://doi.org/10.1108/IMDS-02-2013-0065

Lee, Y., Lee, J., & Hwang, Y. (2015). Relating motivation to information and communication

technology acceptance: Self-determination theory perspective. Computers in Human

Behavior, 51, Part A, 418–428. http://doi.org/10.1016/j.chb.2015.05.021

Lewis, C. C., Fretwell, C. E., Ryan, J., & Parham, J. B. (2013). Faculty Use of Established and

Emerging Technologies in Higher Education: A Unified Theory of Acceptance and Use

of Technology Perspective. International Journal of Higher Education, 2(2).

http://doi.org/10.5430/ijhe.v2n2p22

Limayem, M., Hirt, S. G., & Cheung, C. M. K. (2007). How Habit Limits the Predictive Power of

Intention: The Case of Information Systems Continuance. MIS Q., 31(4), 705–737.

Lin, H. (2011). An empirical investigation of mobile banking adoption: The effect of innovation

attributes and knowledge-based trust. International Journal of Information Management,

31(3), 252–260. http://doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2010.07.006

Lin, H.-F. (2013). Determining the relative importance of mobile banking quality factors.

Computer Standards & Interfaces, 35(2), 195–204.

http://doi.org/10.1016/j.csi.2012.07.003

Litwin, M. S. (1995). How to Measure Survey Reliability and Validity. SAGE Publications.

Page 101: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

101

Liu, J., Kauffman, R. J., & Ma, D. (2015). Competition, cooperation, and regulation:

Understanding the evolution of the mobile payments technology ecosystem. Electronic

Commerce Research and Applications. http://doi.org/10.1016/j.elerap.2015.03.003

Lu, J., Yao, J. E., & Yu, C.-S. (2005). Personal innovativeness, social influences and adoption of

wireless Internet services via mobile technology. The Journal of Strategic Information

Systems, 14(3), 245–268. http://doi.org/10.1016/j.jsis.2005.07.003

Magsamen-Conrad, K., Upadhyaya, S., Joa, C. Y., & Dowd, J. (2015). Bridging the divide:

Using UTAUT to predict multigenerational tablet adoption practices. Computers in

Human Behavior, 50, 186–196. http://doi.org/10.1016/j.chb.2015.03.032

Malaquias, R., & Hwang, Y. (2016). An empirical study on trust in mobile banking: A

developing country perspective. Computers in Human Behavior, 54, 453–461.

http://doi.org/10.1016/j.chb.2015.08.039

Malhotra, N. K. (2010). Pesquisa de Marketing: uma Orientação Aplicada (6th ed.). Porto Alegre:

Bookman.

Martins, C., Oliveira, T., & Popovic, A. (2014). Understanding the Internet banking adoption: A

unified theory of acceptance and use of technology and perceived risk application.

International Journal of Information Management, 34.

Merkin, R. (2006). Uncertainty avoidance and facework: A test of the Hofstede model.

International Journal of Intercultural Relations, 30(2), 213–228.

http://doi.org/10.1016/j.ijintrel.2005.08.001

Microsotf Excel for Mac. (2011). (Version 14.5.9). Microsoft.

Minkov, M., & Hofstede, G. (2011). The evolution of Hofstede’s doctrine. Cross Cultural

Management: An International Journal, 18(1), 10–20.

http://doi.org/10.1108/13527601111104269

Page 102: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

102

Min, Q., Ji, S., & Qu, G. (2008). Mobile Commerce User Acceptance Study in China: A Revised

UTAUT Model. Tsinghua Science & Technology, 13(3), 257–264.

http://doi.org/10.1016/S1007-0214(08)70042-7

Mishra, V., & Singh Bisht, S. (2013). Mobile banking in a developing economy: A customer-

centric model for policy formulation. Telecommunications Policy, 37(6–7), 503–514.

http://doi.org/10.1016/j.telpol.2012.10.004

Montazemi, A. R., & Saremi, H. Q. (2014). Factors Affecting Adoption of Online Banking: A

Meta-Analytic Structural Equation Modeling Study. Information &amp; Management,

52(2). http://doi.org/10.1016/j.im.2014.11.002

Morosan, C., & DeFranco, A. (2016). It’s about time: Revisiting UTAUT2 to examine

consumers’ intentions to use NFC mobile payments in hotels. International Journal of

Hospitality Management, 53, 17–29.

Morris, M. G., & Venkatesh, V. (2000). Age Differences in Technology Adoption Decisions:

Implications for a Changing Work Force. Personnel Psychology, 53(2), 375–403.

http://doi.org/10.1111/j.1744-6570.2000.tb00206.x

Mortimer, G., Neale, L., Hasan, S. F. E., & Dunphy, B. (2015). Investigating the factors

influencing the adoption of m-banking: a cross cultural study. International Journal of

Bank Marketing, 33(4), 545–570. http://doi.org/10.1108/IJBM-07-2014-0100

Moser, F. (2015). Mobile Banking: A fashionable concept or an institutionalized channel in

future retail banking? Analyzing patterns in the practical and academic mobile banking

literature. International Journal of Bank Marketing, 33(2), 162–177.

http://doi.org/10.1108/IJBM-08-2013-0082

Nair, P. K., Ali, F., & Leong, L. C. (2015). Factors affecting acceptance & use of ReWIND:

Validating the extended unified theory of acceptance and use of technology. Interactive

Page 103: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

103

Technology and Smart Education, 12(3), 183–201. http://doi.org/10.1108/ITSE-02-2015-

0001

Negahban, A., & Chung, C.-H. (2014). Discovering determinants of users perception of mobile

device functionality fit. Computers in Human Behavior, 35, 75–84.

http://doi.org/10.1016/j.chb.2014.02.020

Niklas Arvidsson. (2014). Consumer attitudes on mobile payment services – results from a proof

of concept test. International Journal of Bank Marketing, 32(2), 150–170.

http://doi.org/10.1108/IJBM-05-2013-0048

Nikou, S., & Mezei, J. (2013). Evaluation of mobile services and substantial adoption factors

with Analytic Hierarchy Process (AHP). Telecommunications Policy, 37(10), 915–929.

http://doi.org/10.1016/j.telpol.2012.09.007

Nistor, N., Göğüş, A., & Lerche, T. (2013). Educational technology acceptance across national

and professional cultures: a European study. Educational Technology Research and

Development, 61(4), 733–749. http://doi.org/10.1007/s11423-013-9292-7

Nistor, N., Lerche, T., Weinberger, A., Ceobanu, C., & Heymann, O. (2014). Towards the

integration of culture into the Unified Theory of Acceptance and Use of Technology.

British Journal of Educational Technology, 45(1), 36–55. http://doi.org/10.1111/j.1467-

8535.2012.01383.x

Nysveen, H. (2005). Intentions to Use Mobile Services: Antecedents and Cross-Service

Comparisons. Journal of the Academy of Marketing Science, 33(3), 330–346.

http://doi.org/10.1177/0092070305276149

Oliveira, T., Faria, M., Thomas, M. A., & Popovič, A. (2014). Extending the understanding of

mobile banking adoption: When UTAUT meets TTF and ITM. International Journal of

Information Management, 34(5), 689–703. http://doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2014.06.004

Page 104: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

104

Oura, M. M. (2014). O IMPACTO DA CAPACIDADE DE INOVAÇÃO E DA EXPERIÊNCIA

INTERNACIONAL NO DESEMPENHO EXPORTADOR DE PMES INDUSTRIAIS

BRASILEIRAS. Universidade Nove de Julho, São Paulo.

Parameswaran, S., Kishore, R., & Li, P. (2015). Within-study measurement invariance of the

UTAUT instrument: An assessment with user technology engagement variables.

Information & Management, 52(3), 317–336. http://doi.org/10.1016/j.im.2014.12.007

Pascual-Miguel, F. J., Agudo-Peregrina, Á. F., & Chaparro-Peláez, J. (2015). Influences of

gender and product type on online purchasing. Journal of Business Research, 68(7),

1550–1556. http://doi.org/10.1016/j.jbusres.2015.01.050

Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2013. (2014).

Peter Tobbin. (2012). Towards a model of adoption in mobile banking by the unbanked: a

qualitative study. Info, 14(5), 74–88. http://doi.org/10.1108/14636691211256313

Ramirez-Correa, P. E., Rondan-Cataluña, F. J., & Arenas-Gaitán, J. (2015). Predicting behavioral

intention of mobile Internet usage. Telematics and Informatics, 32(4), 834–841.

http://doi.org/10.1016/j.tele.2015.04.006

Ratten, V. (2014). Behavioral Intentions to Adopt Technological Innovations:: The Role of Trust,

Innovation and Performance. International Journal of Enterprise Information Systems,

10(3), 1–12. http://doi.org/10.4018/ijeis.2014070101

Raykov, T., & Marcoulides, G. A. (2006). A First Course in Structural Equation Modeling (2ed

ed.). New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates.

Ringle, C. M., Wende, S., & Becker, J.-M. (2016). SmartPLS 3.0 (Version 3). Bönningstedt.

Retrieved from http://www.smartpls.de

Page 105: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

105

Riquelme, H. E., & Rios, R. E. (2010). The moderating effect of gender in the adoption of mobile

banking. International Journal of Bank Marketing, 28(5), 328–341.

http://doi.org/10.1108/02652321011064872

Rogers, E. M. (1962). Diffusion of innovations. New York: Free Press of Glencoe.

Rogers, E. M. (1983). Diffusion of Innovations, 3rd Edition. The Free Press.

Rogers, E. M. (1995). Diffusion of innovations. New York: Free Press of Glencoe.

Schmidt, S. (2009). Shall we really do it again? The powerful concept of replication is neglected

in the social sciences. Review of General Psychology, 13(2), 90–100.

http://doi.org/10.1037/a0015108

Schumpeter, J. A. (1934). The Theory of Economic Development. Retrieved June 9, 2015, from

http://www.hup.harvard.edu/catalog.php?isbn=9780674879904

Serra, F., & Ferreira, M. P. (2015). O Desafio de Preparar a Introdução de um Artigo Acadêmico.

Iberoamerican Journal of Strategic Management (IJSM), 14(2), 01–07.

http://doi.org/10.5585/ijsm.v14i2.2227

Shaikh, A. A., & Karjaluoto, H. (2015). Making the most of information technology & systems

usage: A literature review, framework and future research agenda. Computers in Human

Behavior, 49, 541–566. http://doi.org/10.1016/j.chb.2015.03.059

Shaikh, A. A., & Karjaluoto, H. (2015). Mobile banking adoption: A literature review.

Telematics and Informatics, 32(1), 129–142. http://doi.org/10.1016/j.tele.2014.05.003

Shanmugam, A., Savarimuthu, M. T., & Wen, T. C. (2014). Factors Affecting Malaysian

Behavioral Intention to Use Mobile Banking With Mediating Effects of Attitude.

Academic Research International, 5(2).

Silva, D. (2014). Testes de Aderência à Distribuição Normal ou de Gaus (Notas de Aula -

PPGA/Uninove).

Page 106: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

106

Song, J. (2014). Understanding the adoption of mobile innovation in China. Computers in Human

Behavior, 38, 339–348. http://doi.org/10.1016/j.chb.2014.06.016

SPSS Statistics. (2016). (Version 23). IBM. Retrieved from http://www-

01.ibm.com/software/analytics/spss/products/statistics/

Srite, M., & Karahanna, E. (2006). The Role of Espoused National Cultural Values in

Technology Acceptance. Management Information Systems Quarterly, 30(3). Retrieved

from http://aisel.aisnet.org/misq/vol30/iss3/8

Staykova, K. S., & Damsgaard, J. (2015). The race to dominate the mobile payments platform:

Entry and expansion strategies. Electronic Commerce Research and Applications.

http://doi.org/10.1016/j.elerap.2015.03.004

Straub, D., Keil, M., & Brenner, W. (1997). Testing the technology acceptance model across

cultures: A three country study. Information & Management, 33(1), 1–11.

http://doi.org/10.1016/S0378-7206(97)00026-8

SurveyMonkey. (2016). Retrieved January 12, 2016, from

https://pt.surveymonkey.com/user/sign-in/?ep=%2Fhome%2F

Takieddine, S., & Sun, J. (2015). Internet banking diffusion: A country-level analysis. Electronic

Commerce Research and Applications, 14(5), 361–371.

http://doi.org/10.1016/j.elerap.2015.06.001

Tao Zhou. (2011). An empirical examination of initial trust in mobile banking. Internet Research,

21(5), 527–540. http://doi.org/10.1108/10662241111176353

Tate, M., Evermann, J., & Gable, G. (2015). An integrated framework for theories of individual

attitudes toward technology. Information & Management, 52(6), 710–727.

http://doi.org/10.1016/j.im.2015.06.005

Page 107: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

107

Taylor, S., & Todd, P. A. (1995). Understanding Information Technology Usage: A Test of

Competing Models. Information Systems Research, 6(2), 144–176.

http://doi.org/10.1287/isre.6.2.144

Thompson, R., Higgins, C., & Howell, J. (1991). Personal Computing Toward a Conceptual

Model of Utilization. Management Information Systems Quarterly, 15(1). Retrieved from

http://aisel.aisnet.org/misq/vol15/iss1/7

Tobbin, P. (2012). Towards a model of adoption in mobile banking by the unbanked: a

qualitative study. Info, 14(5), 74–88. http://doi.org/10.1108/14636691211256313

Top 50 Banks in Brazil. (2014). Retrieved December 1, 2016, from

http://www4.bcb.gov.br/top50/ingl/top50-i.asp

Van der Boor, P., Oliveira, P., & Veloso, F. (2014). Users as innovators in developing countries:

The global sources of innovation and diffusion in mobile banking services. Research

Policy, 43(9), 1594–1607. http://doi.org/10.1016/j.respol.2014.05.003

Venkatesh, V., & Brown, S. A. (2001). A Longitudinal Investigation of Personal Computers in

Homes: Adoption Determinants and Emerging Challenges. MIS Quarterly, 25(1), 71–102.

Venkatesh, V., & Morris, M. (2000). Why Don’t Men Ever Stop to Ask for Directions? Gender,

Social Influence, and Their Role in Technology Acceptance and Usage Behavior.

Management Information Systems Quarterly, 24(1). Retrieved from

http://aisel.aisnet.org/misq/vol24/iss1/5

Venkatesh, V., Morris, M. G., Davis, G. B., & Davis, F. D. (2003). User Acceptance of

Information Technology: Toward a Unified View. MIS Quarterly, 27(3), 425–478.

Venkatesh, V., Thong, J. Y. L., & Xu, X. (2012). Consumer Acceptance and Use of Information

Technology: Extending the Unified Theory of Acceptance and Use of Technology (SSRN

Page 108: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

108

Scholarly Paper No. ID 2002388). Rochester, NY: Social Science Research Network.

Retrieved from http://papers.ssrn.com/abstract=2002388

Venkatesh, V., & Zhang, X. (2010). Unified Theory of Acceptance and Use of Technology: U.S.

Vs. China. Journal of Global Information Technology Management, 13(1), 5–27.

http://doi.org/10.1080/1097198X.2010.10856507

Verdegem, P., & De Marez, L. (2011). Rethinking determinants of ICT acceptance: Towards an

integrated and comprehensive overview. Technovation, 31(8), 411–423.

http://doi.org/10.1016/j.technovation.2011.02.004

Wang, H., & Wang, S. (2010). User acceptance of mobile internet based on the Unified Theory

of Acceptance and Use of Technology: Investigating the determinants and gender

differences. Social Behavior and Personality, 38(3), 415–426.

http://doi.org/10.2224/sbp.2010.38.3.415

Weiser, M. (1999). The Computer for the 21st Century. ACM SIGMOBILE Mobile Computing

and Communications Review, 3(3).

Williams, M. D., Rana, N. P., & Dwivedi, Y. K. (2015). The unified theory of acceptance and use

of technology (UTAUT): a literature review. Journal of Enterprise Information

Management, 28(3), 443–488. http://doi.org/10.1108/JEIM-09-2014-0088

Wonglimpiyarat, J. (2014). Competition and challenges of mobile banking: A systematic review

of major bank models in the Thai banking industry. The Journal of High Technology

Management Research, 25(2), 123–131. http://doi.org/10.1016/j.hitech.2014.07.009

Yu, C. (2012). Factors affecting individuals to adopt mobile banking: empirical evidence from

the UTAUT model. Journal of Electronic Commerce Research, 13(2).

Page 109: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

109

Yu, C.-S. (2014). Consumer Switching Behavior from Online Banking to Mobile Banking.

International Journal of Cyber Society and Education, 7(1), 1–28.

http://doi.org/10.7903/ijcse.1108

Yuen, Y. Y., Yeow, P. H. P., & Lim, N. (2015). Internet banking acceptance in the United States

and Malaysia: a cross-cultural examination. Marketing Intelligence & Planning, 33(3),

292–308. http://doi.org/10.1108/MIP-08-2013-0126

Zhou, T. (2012). Understanding users’ initial trust in mobile banking: An elaboration likelihood

perspective. Computers in Human Behavior, 28(4), 1518–1525.

http://doi.org/10.1016/j.chb.2012.03.021

Zhou, T., Lu, Y., & Wang, B. (2010). Integrating TTF and UTAUT to explain mobile banking

user adoption. Computers in Human Behavior, 26(4), 760–767.

http://doi.org/10.1016/j.chb.2010.01.013

Page 110: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

110

APÊNDICE A – FORMULÁRIO PARA COLETA DE DADOS

O Quadro 6 apresenta o formulário de autopreenchimento utilizado na coleta de dados.

Trata-se de um conjunto formal de perguntas con objetivo de obter informações dos entrevistados

de forma padronizada e comparável entre si (Malhotra, 2012). As respostas, em sua maioria

intervalares, usam a escala de Likert, com cinco categorias de resposta, que variam de “discordo

totalmente” até “concordo totalmente” (Malhotra, 2010, p. 221). Para a última pergunta do

questionário, utiliza-se uma escala de diferencial semântico de 7 pontos (Malhotra, 2010, p. 223),

tendo como extremos “nunca” e “várias vezes ao dia”, conforme utilizado em Venkatesh et al.

(2012).

Quadro 6. Formulário de Autopreenchimento para Coleta de Dados

SOMENTE RESPONDA a este questionário se você possui CONTA CORRENTE ou CONTA POUPANÇA em um destes BANCOS: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander, Itaú Unibanco. NÃO RESPONDA o questionário SE VOCÊ NÃO POSSUI um celular, smartphone ou tablet.

Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino

Idade ( ) 18 a 24

anos ( ) 25 a 29

anos ( ) 30 a 34

anos ( ) 35 a 39

anos ( ) 40 a 44

anos ( ) 45 a 50

anos

( ) Mais de 50 anos

Eu sei acessar o aplicativo do meu banco no celular, smartphone ou tablet.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

LEIA ANTES DE RESPONDER: MOBILE BANKING significa usar NO CELULAR, SMARTPHONE ou TABLET o aplicativo do banco onde você tem conta corrente ou conta poupança para fazer qualquer transação bancária (exemplos: consultar saldo, fazer transferência entre contas, DOC, TED, pagamento de contas, consulta a investimentos). LAPTOP NÃO CONTA. Para cada uma das questões a seguir, marque a opção que mais se aproxima da sua forma de pensar e agir.

1) Eu acho que o mobile banking é útil no meu dia a dia.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

2) Usar mobile banking ajuda-me a fazer as coisas mais rapidamente.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

3) Usar mobile banking aumenta a minha produtividade.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

4) Aprender a usar o mobile banking é fácil para mim.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

5) Minha interação com o mobile banking é clara e compreensível.

Page 111: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

111

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

6) Eu acho fácil usar o mobile banking.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

7) A cada nova interação, torna-se mais fácil usar o mobile banking.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

8) As pessoas que são importantes para mim pensam que eu deveria usar o mobile banking.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

9) As pessoas que influenciam meu comportamento acham que eu deveria usar o mobile banking.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

10) Pessoas cujas opiniões eu valorizo preferem que eu use o mobile banking.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

11) Eu tenho os recursos necessários para usar o mobile banking.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

12) Eu tenho o conhecimento necessário para usar o mobile banking.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

13) Mobile banking é compatível com outras tecnologias que eu uso.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

14) Eu consigo obter ajuda de outras pessoas quando tenho dificuldades em utilizar o mobile banking.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

15) Usar o mobile banking é divertido.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

16) Usar o mobile banking é agradável.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

17) Usar o mobile banking é muito interessante.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

18) O mobile banking tem um preço razoável.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

19) O mobile banking vale o preço pago.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

20) Ao preço atual, o mobile banking fornece um bom valor.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

21) O uso de mobile banking tornou-se um hábito para mim.

Page 112: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

112

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

22) Eu sou viciado em usar o mobile banking.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

23) Eu tenho que usar o mobile banking.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

24) Eu tenho a intenção de continuar utilizando o mobile banking no futuro.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

25) Eu sempre vou tentar usar o mobile banking em minha vida diária.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

26) Eu pretendo continuar usando o mobile banking com freqüência.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

Responda as perguntas a seguir escolhendo a opção que mais se aproxima da sua forma de pensar e agir.

27) Ser aceito como membro de um grupo é mais importante do que ter minha autonomia e independência.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

28) Ser aceito como um membro de um grupo é mais importante do que ser uma pessoa independente.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

29) O sucesso do grupo é mais importante do que o sucesso individual.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

30) Ser leal a um grupo é mais importante do que atingir uma conquista individual.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

31) Recompensas individuais não são tão importantes quanto o bem-estar do grupo.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

32) É mais importante que um gerente incentive a lealdade e a obediência de seus subordinados do que encorajar que tenham iniciativa individual.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

33) Regras e regulamentos são importantes porque informam os trabalhadores o que a organização espera deles.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

34) Ordem e organizarão são muito importantes em um ambiente de trabalho.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

35) Respeito às tradições é importante para você.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

Page 113: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

113

36) Você planeja-se para o futuro.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

37) Herança familiar é importante para você.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

38) Você tem um elo forte com o passado.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

39) Você trabalha duro para o sucesso no futuro.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

40) Você não se importa em abrir mão de divertir-se no presente para ter sucesso no futuro.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

41) Valores tradicionais são importante para você.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

42) Persistência é importante para você.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

43) É preferível ter um homem em uma posição de nível alto, do que ter uma mulher.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

44) É mais importante para o homem ter uma carreira profissional do que para a mulher.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

45) Resolver problemas de uma organização exige uma abordagem ativa e convincente, que é típica dos homens.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

46) Gestores devem tomar a maioria das decisões sem consultar seus subordinados.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

47) Gestores não devem pedir conselhos a seus subordinados, porque eles podem parecer menos poderosos.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

48) O poder de tomar decisão deve ficar com a gestão que está no topo de uma organização e não ser delegada a funcionários de nível inferior.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

49) Empregados não deveriam questionar as decisões de seus gerentes.

( ) 1 - Discordo totalmente ( ) 2 - Discordo ( ) 3 - Não concordo, nem discordo ( ) 4 - Concordo ( ) 5 - Concordo

totalmente

50) Por favor, em uma escala que varia entre “Nunca” e “Várias vezes por dia”, indique com um “X” COM QUE FREQUÊNCIA você USA cada um dos seguintes serviços NO CELULAR, SMARTPHONE ou TABLET:

a) Navegador de internet:

Nunca :-----:-----:-----:-----:-----:-----:-----: Muitas vezes por dia

b) Redes sociais (Facebook, Tweeter, Instagram, etc)

Page 114: UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE ...bibliotecatede.uninove.br/bitstream/tede/1515/2/Alexandre...Influência de fatores culturais sobre o uso de serviços de mobile banking: teste

114

Nunca :-----:-----:-----:-----:-----:-----:-----: Muitas vezes por dia

c) Troca de mensagens (whatsapp, sms)

Nunca :-----:-----:-----:-----:-----:-----:-----: Muitas vezes por dia

d) Portal de notícias

Nunca :-----:-----:-----:-----:-----:-----:-----: Muitas vezes por dia

e) Mobile Banking

Nunca :-----:-----:-----:-----:-----:-----:-----: Muitas vezes por dia

f) e-mail

Nunca :-----:-----:-----:-----:-----:-----:-----: Muitas vezes por dia

g) Buscadores (ex.: Google)

Nunca :-----:-----:-----:-----:-----:-----:-----: Muitas vezes por dia

Fonte: o autor.