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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA PRISCILA DA SILVA LOPES PEREIRA OS REGISTROS DAS ATAS DO COMITÊ DE ÓBITO MATERNO DO MUNICIPIO DE NITERÓI NITERÓI 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA

PRISCILA DA SILVA LOPES PEREIRA OS REGISTROS DAS ATAS DO COMITÊ DE ÓBITO MATERNO DO

MUNICIPIO DE NITERÓI

NITERÓI

2016

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PRISCILA DA SILVA LOPES PEREIRA

OS REGISTROS DAS ATAS DO COMITÊ DE ÓBITO MATERNO DO MUNICIPIO DE NITERÓI

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Coordenação do Curso de Graduação em

Enfermagem da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal

Fluminense como requisito parcial para obtenção

do grau de bacharel em Enfermagem.

Orientadora: Profa. Dra. Helen Campos Ferreira

Niterói, RJ

2016

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PRISCILA DA SILVA LOPES PEREIRA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Coordenação do Curso de

Graduação em Enfermagem e

Licenciatura da Escola de Enfermagem

Aurora de Afonso Costa da Universidade

Federal Fluminense, como requisito

parcial para obtenção do Título de

Enfermeiro e Licenciado em

Enfermagem.

Aprovada em

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________________

Profa. Dra. Helen Campos Ferreira – EEAAC/UFF - Orientadora

______________________________________________________________________ Profa. Me. Marcia Rocha da Silva Alves – HUAP/UFF – 1ª

Examinadora

______________________________________________________________________ Profa. Me. Elizabeth Aquilino Bacchi – EEAAC/UFF – 2ª Examinadora

Niterói

2016

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Dedico esta pesquisa a Coordenação do Comitê

de Morte Materna do Município de Niterói,

pelas contribuições de forma solicita, agregando

conhecimento a comunidade acadêmica de

enfermagem.

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v

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me dar saúde e resilência para chegar nessa etapa de vida

tão importante.

Agradeço aos meus pais em especial a minha mãe minha razão de viver.

A minha avó emprestada Maria de Lourdes Viegas por ter me incentivado durante toda essa

minha existência a estudar e dar valor a todas as oportunidades que me foram dadas.

A minha amiga/irmã loira Luiza Marques Nolasco que durante todos esses anos de amizade

nunca saiu do meu lado e sempre me deu total apoio em tudo que precisei. Agradeço aos meus

cachorros por me fazerem sorrir quando eu chorava e por serem meus companheiros durante a

escrita dessa pesquisa.

Agradeço à Universidade Federal Fluminense pelos diversos campos de atuação que pude me

inserir ao longo da Graduação me possibilitando adquirir todo o conhecimento vasto que

tenho deixando-me mais capacitada para atuar na minha profissão tão amada.

À professora Dra. Helen Campos Ferreira pela excelente profissional que acima de tudo me

deu forças e carinho para me ajudar a está aqui finalizando está pesquisa. Sua amizade e

companheirismo jamais serão esquecidos.

Ao Núcleo de Ensino e Pesquisa em Urgência e Emergência da UFF (NEPUr) Prof. Mestre

Andreia Pereira Escudeiro, ao Centro de Controle de Intoxicações Dra Ana Claudia, Dra Lilia

Guerra e Dra Ana Tinoco, a Coordenação de Vigilância Epidemiológica Dra Ana Eppinghaus.

Quando achei que estava sozinha na faculdade encontrei amigas que me deram os ombros

para deitar, descansar, chorar ou rir. Obrigada a vocês: Karine do Nascimento Mesquita,

Eloah Shalom Pereira Silva, Rita de Cassia e Aguimar Buzon, eternas amigas, amo vocês!

Ainda teria muitos nomes para eu escrever, mas todos que tenho carinho guardo no coração e

quando posso dou um enorme abraço. Obrigada a todos! Vocês são luz na minha vida!

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EPÍGRAFE

A resiliência, a capacidade de lidar com

problemas e superar obstáculos, são o que

preenche os homens em momentos de sofrimentos

inevitáveis. Como diz um provérbio japonês:

"cair sete vezes e levantar oito".

Raimundo Grossi

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RESUMO

A redução da mortalidade materna é um importante indicador quando se trata da saúde da

mulher, mas é também indicador da saúde da população e de incentivo à promoção da saúde.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, em 2010 foram computados 870 óbitos maternos.

Preliminarmente temos uma razão de 63 mortes por 100.000 nascidos vivos maiores que a

queda registrada desde 2002. E, em 2011 ocorreram 705 mostrando a redução nesse período,

registrando-se queda de 19% na taxa de mortalidade materna. Busca-se compreender como

se dá a investigação das mortes maternas ocorridas no Município de Niterói, através dos

registros das atas do Comitê de Mortalidade Materna do Município de Niterói; Levantar os

dados de mortalidade materna do Comitê de Morte Materna do Município de Niterói e

Discutir as ações do Comitê de Mortalidade Materna, correlacionando o registro das atas do

CMMNT como os dados do SIM/WEB dos anos de 2009 a 2013 sobre a Vigilância do Óbito

Materno Declarado e dos Óbitos de Mulheres em Idade Fértil (MIF). O presente trabalho

caracteriza-se por tipo de pesquisa exploratória, descritiva, transversal, de análise

documental, das atas do Comitê de morte materna do Municipio de Niteroi de 2003 a 2013,

cuja população foram mulheres munícipes ou não que morreram no Município de Niterói.

Fez-se análise quantitativa na qual evidenciaram-se: o percentual de Óbitos Maternos

Declarados (OMD) com ficha-síntese digitada; o percentual de ficha-síntese digitadas dos

óbitos de Mulheres em Idade Fértil (MIF) e Maternos Declarados (OMD); o percentual dos

óbitos de Mulher em Idade Fértil (MIF), exceto os Óbitos Maternos Declarados (OMD),

com ficha-síntese digitadas; o percentual dos óbitos de Mulher em Idade Fértil (MIF) e

Maternos Declarados (OMD), notificados dentro do prazo; o percentual dos óbitos de

Mulher em Idade Fértil (MIF) e Maternos Declarados (OMD), digitadas dentro do prazo.

Conclui-se que as atas apresentam um hiato cronológico de ações do CMMNT; Nem todos

os óbitos são investigados, as ações ficam prejudicadas pelo índice de absenteísmos das

entidades que compõem o CMMNT e as recomendações aos serviços de atenção primária e

hospitalar dizem respeito ao processo de assistência oferecida, à desvalorização dos registros

em prontuários e a ausência de informações contidas nos registros. Os dados do SIM/WEB e

do CMM possibilitaram verificar como o município de Niterói vem atuando para reduzir os

índices de mortes de gestantes e puérperas contribuindo assim para alcançar a 5° meta do

Objetivo de Desenvolvimento do Milênio.

Palavras-chaves: Óbito materno; Vigilância Epidemiológica; Comitê de Mortalidade

materna

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AVE Acidente Vascular Encefálico

AVC Acidente Vascular Cerebral

BCF Batimento Cardio-Fetal

CIVD Coagulação Intravascular Disseminada

CTI Centro de Tratamento Intensivo

CMM. Comitê de Mortalidade Materna

CNS. Conselho Nacional de Saúde

CODIM Coordenadoria de Política e Direitos da Mulher

COREN Conselho Regional de Enfermagem

COOBS. Coordenação do Observatório de Saúde

COVIG. Coordenação de Vigilância Epidemiológica

CREMERJ Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro

DESUM. Departamento de Supervisão Técnico Metodológico

DO. Declaração de Óbito e Diário Oficial

EEAC Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa

FMS. Fundação Municipal de Saúde

HELLP. H - Hemólise EL - Enzimas hepáticas elevadas LP - Baixa contagem

de plaquetas

HEAL Hospital Estadual Azevedo Lima

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HUAP . Hospital Universitário Antônio Pedro

LDNC. Lista de Doenças de Notificação Compulsória

MIF. Mulher em idade Fértil

MS. Ministério da Saúde

ODM. Objetivos de Desenvolvimento do Milénio

OMD. Óbito Materno Declarado

OMS. Organização Mundial de Saúde

PMF. Posto Médico de Família

PAISM. Política de Assistência Integral a Saúde da Mulher

SEC. Secretária Estadual de Cultura

SIM. Sistema de Informação sobre Mortalidade

SUS. Sistema Único de Saúde

SVS. Secretaria de Vigilância em Saúde

UF. Universidade Federal

VIPACAF. Vice Presidência de Atenção Coletiva, Ambulatorial e da Família

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SUMÁRIO

1-INTRODUÇÃO, p. 15

1.1- OBJETIVO, p.18

1.1.1- OBJETIVO GERAL, p.18

1.1.2- OBJETIVO ESPECÍFICO, p.18

1.1.3- JUSTIFICATIVA, p.18

2 - REVISÃO DE LITERATURA, p.20

2.1- VIGILÂNCIA DO ÓBITO MATERNO p.20

2.2 - COMITÊ DE MORTALIDADE MATERNA (CMM) p.21

2.3- FLUXO DE INFORMAÇÃO DO ÓBITO MATERNO NO MUNICIPIO DE NITERÓI

p. 25

3- METODOLOGIA , p. 26

3.1 - TIPO DE ESTUDO, p. 27

3.2 - POPULAÇÃO DE ESTUDO, p.27

3.3 - VARIAVÉIS DE ESTUDO, p.27

3.4- PROCEDIMENTOS DE TABULAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE, p.28

3.5 - OS ASPECTOS ÉTICOS, p.29

4- RESULTADOS, p. 17

4.1 DADOS HISTORICOS DO COMITÊ DE MORTALIDADE MATERNA DE NITERÓI

p.17

4.1.1 CRIAÇÃO DO COMITÊ E SUAS REUNIÕES, p.17

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5-DISCUSSÃO E CORRELAÇÃO DOS DADOS COM O BANCO DE DADOS DA

SIM/WEB, p 47

6- CONCLUSÃO, p. 56

7- BIBLIOGRAFIA, p. 58

7.1 OBRAS CITADAS, p.58

7.2 OBRAS CONSULTADAS, p.60

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1- INTRODUÇÃO

A redução da mortalidade materna é um indicador sobre como está à atenção a saúde

da mulher em determinada população, mas também é indicador da saúde da população

(LAURENTI, 2004), pois apresenta o incentivo que determinada população e seus gestores de

produção de saúde dão ao que se refere promoção da saúde da mulher no período do ciclo

grávido puerperal. Dessa forma, o número de mortes maternas reflete a realidade social do

país e está inversamente relacionado ao grau de desenvolvimento humano daquela sociedade.

No cenário mundial realizaram-se estudos em 141 países e demonstrou-se que nos

desenvolvidos há uma média de sete mortes materna, com variação de quatro a quatorze, para

cada 100.000 nascidos vivos. Na Ásia, América Latina e África as médias foram,

respectivamente, de 37, 71 e 498 (ALENCAR JUNIOR, 2006).

Em revisão sistemática da Organização Mundial de Saúde (OMS) verificou-se que na

Ásia e África as maiores causas de mortes foram de quadros hemorrágicos. Na America

Latina e Caribe alto índice de mortes por hipertensão (KHAN1, apud ALENCAR JÚNIOR,

2006).

Por questões de morbimortalidade, entre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

(ODM), a 5° meta é reduzir em três quartos a taxa de mortalidade materna, entre 1990 e 2015,

em valor igual ou inferior a 35 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos. Desde o final da

década de 1980, iniciativas vêm sendo desenvolvidas com o propósito de melhorar a

cobertura e a qualidade das informações sobre mortes maternas. Entre estas, vale ressaltar a

implantação e estruturação de Comitês de Mortalidade Materna e a institucionalização da

vigilância do óbito materno (BRASIL, 2007).

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde (MS), em 2010 foram computados 870

óbitos maternos. Preliminarmente temos uma razão de 63 mortes por 100.000 nascidos vivos

maiores que a queda registrada desde 2002. E, em 2011 ocorreram 705 mostrando a redução

nesse período, registrando-se queda de 19% na taxa de mortalidade materna. Essa redução se

dá diante das melhores condições de atendimento a saúde da mulher e gestante, conforme

dados do Ministério da Saúde (JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO, 2012).

1KHAN KS, WOJDYLO D, Say L, et al.. WHO analysis of causes of maternal death: a systematic review. Lancet.

2006; 367(9516): pág. 1066-74.

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Dois informes da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o Brasil e mais

dez países latino-americanos conquistaram avanços significativos na redução de mortes

relacionadas à gravidez ou parto de 1990 a 2013. Mundialmente, taxas também estão em

queda, embora doenças crônicas e outras condições médicas preexistentes ainda sejam um

problemas graves.

O Brasil reduziu sua taxa de mortes maternas em 43% desde a década de 90. Outros

países mencionados pelo relatório são Peru (64%), Bolívia e Honduras (61% cada), República

Dominicana (57%), Barbados (56%), Guatemala (49%), Equador (44%), Haiti (43%), El

Salvador (39%) e Nicarágua (38%). A OMS alerta que, ainda assim, nenhum dos países da

região tem condições de alcançar meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM)

de reduzir 75% a taxa mortalidade materna até 2015 (BRASIL, 2014).

São grandes os esforços para alcançar a 5° meta do ODM de redução de mortalidade

materna na qual o Brasil se comprometeu: (a) alcançar cobertura adequada da atenção ao pré-

natal, parto e puerpério; (b) melhorar a qualidade da atenção à gestação, parto e puerpério; (c)

diminuir as complicações decorrentes da gravidez indesejada, por meio de uma política

adequada de planejamento reprodutivo; (d) incentivar o parto normal e redução da cesárea

desnecessária; (e) fortalecer institucional e, politicamente, os Comitês de Prevenção da Morte

Materna e Infantil (SES CEÁRA, 2013).

A Organização Mundial de Saúde – OMS classifica morte materna como:

[...] na Classificação Internacional de Doenças- 10ª Revisão (CID-10)1, como a morte

de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término

da gestação, independente da duração ou da localização da gravidez, devido a

qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação

a ela, porém não devida a causas acidentais ou incidentais (OMS)

Além do conceito de morte materna há outras definições pela OMS (2007) que dizem:

“a morte materna tardia é a morte de uma mulher por causas obstétricas diretas ou indiretas

mais de 42 dias, menos de um ano após o término da gravidez” [...] “Morte relacionada à

gestação: morte relacionada à gestação é a morte de uma mulher enquanto grávida ou dentro

de 42 dias do término da gravidez, qualquer que tenha sido a causa da morte”.

As subdivisões conceituais também são importantes para se compreender a resultante

das mortes. Estas podem ocorrer devido a complicações da gravidez ou a patologias previas.

Sendo assim, o Ministério da Saúde, do Brasil, define:

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Morte materna obstétrica direta:

[...] Morte materna obstétrica direta é aquela que ocorre por complicações obstétricas

durante gravidez, parto ou puerpério devido a intervenções, omissões, tratamento

incorreto ou a uma cadeia de eventos resultantes de qualquer dessas causas.

Morte materna obstétrica indireta:

Morte materna obstétrica indireta é aquela resultante de doenças que existiam antes da

gestação ou que se desenvolveram durante esse período, não provocadas por causas

obstétricas diretas, mas agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez.

Morte materna não obstétrica:

Morte materna não obstétrica é a resultante de causas incidentais ou acidentais não

relacionadas à gravidez e seu manejo. Também chamada por alguns autores, como

morte não relacionada. Estes óbitos não são incluídos no cálculo da razão de

mortalidade materna

Morte Materna Tardia:

Morte materna tardia é a morte de uma mulher, devido a causas obstétricas diretas ou

indiretas, que ocorre num período superior a 42 dias e inferior a um ano após o fim da

gravidez (CID O96).

Morte Materna Declarada:

A morte materna é considerada declarada quando as informações registradas na

declaração de óbito (DO) permitem classificar o óbito como materno

Morte Materna não Declarada:

A morte materna é considerada como não declarada quando as informações

registradas na DO não permitem classificar o óbito como materno. Apenas com os

dados obtidos na investigação é que se descobre tratar-se de morte materna

(BRASIL, 2007).

Diante dos incentivos traçados nas políticas públicas de saúde oferecida pela OMS

pergunta-se: Por que se observa, ainda, elevada razão de mortalidade materna no país? Como

a Vigilância Epidemiológica e o Comitê do Óbito Materno se articulam para atuar diante dos

casos de mortalidade materna e, qual a contribuição para redução dos casos?

A partir dessas interrogativas esse trabalho visa descrever a atuação do Comitê de

Morte Materno do Município de Niterói através dos registros das atas de reuniões, tendo em

vista que a Universidade Federal Fluminense tem assentos nesse Comitê, que está localizada

neste município.

De acordo como o Guia de Vigilância do Óbito Materno a Vigilância Epidemiológica

é parte do campo de atuação do Sistema Único de Saúde – SUS, em consonância com a Lei

Orgânica 8080 no seu art. 6°, Parágrafo 2°, que diz:

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Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o

conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores

determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de

recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos

(BRASIL, 1990).

É de grande relevância avaliar os índices de mortalidade materna, visto ser excelente

indicador de qualidade de saúde do grupo social reprodutivo. Assim, o presente trabalho tem

como objeto de estudo: Os registros das atas das reuniões do Comitê de Mortalidade Materna

do Município de Niterói, situado no Estado do Rio de Janeiro Comitê de Morte,

compreendendo as ações e a influência deste no curso das melhorias da atenção à saúde da

população munícipe.

1.1- OBJETIVO

1.1.1 - GERAL

Busca-se compreender como se dá a investigação das mortes maternas ocorridas no

Município de Niterói, através dos registros das atas do Comitê de Mortalidade Materna do

Município de Niterói.

1.1.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Levantar os dados de mortalidade materna do Comitê de Morte Materna do Município

de Niterói;

Discutir as ações do Comitê de Mortalidade Materna, correlacionando o registro das

atas do CMMNT como os dados do SIM/WEB dos anos de 2009 a 2013 sobre a

Vigilância do Óbito Materno Declarado e dos Óbitos de Mulheres em Idade Fértil

(MIF).

1.1.3 - JUSTIFICATIVA

Este estudo se justifica pela importância e relevância que o assunto nos remete,

coletando, quantificando e refletindo a respeito da mortalidade materna no cenário

selecionado para o estudo. E dessa maneira pensar estratégias para a redução dos índices que

serão apresentados nessa discussão.

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Também contribuirá para a compreensão da necessidade do controle de óbito materno

com intervenções assistenciais desempenhados pela equipe multidisciplinar, na qual a

enfermagem se insere, para diminuir a quantidade de mortes maternas, no que se refere à

prevenção na atenção primária.

Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), a atenção pré-natal e puerperal deve

ser prestada pela equipe multiprofissional de saúde. De acordo com a Lei de Exercício

Profissional de Enfermagem- Decreto nº 94.406/87 -, o pré-natal de baixo risco pode ser

inteiramente acompanhado pelo enfermeiro (generalista).

A relevância deste estudo está em intervir junto aos acadêmicos de enfermagem, a

cerca da importância das orientações que devem ser oferecidas às mulheres no ciclo

gestacional para a concretude de ações de saúde que promovem alcançar a redução da

mortalidade materna no município de Niterói.

Esta proposta de pesquisa se insere no Grupo de Pesquisa CNPq “Saúde Integral da

Mulher e do Recém Nascido”, do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e

Psiquiátrica da EEAAC/UFF, na linha de pesquisa de no 1 - Atenção à saúde dos seres

humanos, no ciclo vital, nas dimensões do cuidar /cuidado na saúde, cujo Lider é a Dra Helen

Campos Ferreira.

Nesta linha propõe-se a interdisciplinaridade na atenção à saúde da pessoa, família e

comunidade, nas diversidades dos saberes e práxis do cuidar. O processo do cuidar a partir do

uso de tecnologias que gerem produção de conhecimento e promoção da saúde. Com este

estudo permite-se uma assistência sistematizada e mais digna para a sociedade, melhorando a

relação profissional-cliente com relação à produção de saúde a mulher em seu ciclo grávido

puerperal.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 - VIGILÂNCIA DO ÓBITO MATERNO

Quando mencionamos investigar óbitos, encontramos dois conceitos: o de mortes

maternas e o de mortes de mulheres em idade fértil, estratégia importante para qualificar os

dados sobre mortalidade materna, que tornou-se obrigatória no Brasil em 2008 (BRASIL

2008).

Segundo a Portaria GM n° 1119de 05/06/2008:

Art. 2° Estabelecer que os óbitos maternos e os óbitos de mulheres em idade fértil

independente da causa declarada, são considerados eventos de investigação

obrigatória, visando levantar fatores determinantes, possíveis causas, assim como

subsidiar a adoção de medidas que possam evitar eventos semelhantes.

Na realidade analisar todas as mortes de mulheres em idade fértil no país não é tarefa

fácil. Visto que, há uma alta taxa de mortalidade de mulheres em idade fértil em média 65.000

por ano. O que deveria ser enfatizado é o preenchimento correto da ficha de declaração de

óbitos, preenchida por profissionais médicos, cujos campos 43 e 44 determinam ser ou não

um óbito materno (JORGE et al, 2010).

Foi criado em 1975 pelo MS/DATSUS, o Sistema de Informação sobre Mortalidade

(SIM), para que se pudesse obter, controlar e arquivar os dados sobre mortalidade no país. A

partir da criação do SIM foi possível a captação de dados sobre mortalidade, de forma

abrangente, para subsidiar as diversas esferas de gestão na saúde pública. Com base nessas

informações é possível realizar análises de situação, planejamento e avaliação das ações e

programas na área (BRASIL, 2001, p. 7).

Em 1992 o SIM teve uma versão desenvolvida para microcomputadores

proporcionando a produção de estatísticas de mortalidade e a construção dos principais

indicadores de saúde. A análise dessas informações permite estudos não apenas do sob o

ponto de vista estatístico e epidemiológico, mas também sócio-demográfico (BRASÍLIA,

2001, p.7 ).

Já em 1995 o Brasil adotou, diante da recomendação da Organização Mundial de

Saúde, a inclusão nas declarações de óbito (DO) questões específicas sobre a gravidez atual

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da mulher ou ano que antecedeu a morte dela (campos 43 e 44), variáveis de preenchimento

obrigatório nos óbitos de mulheres de 10 a 49 anos de idade (LAURENTI2 ano, 2000 apud

RIBEIRO ano 2012)

As DOs são coletadas pelas Secretarias Municipais ou Estaduais de Saúde em

hospitais e cartórios, sendo então transcritas para um sistema informatizado. A codificação e

seleção das causas de morte obedecem ao disposto internacionalmente pela Organização

Mundial da Saúde, por meio da Classificação Internacional de Doenças, atualmente em sua

10ª Revisão (CID-10). (OMS, 1995)

A finalidade da investigação do óbito é de qualificar a informação com o objetivo de

buscar compreender a causa morte (JOHANSSON3 apud JORGE et al, 2010), em sua tese de

doutorado, defendida na Universidade de Upsalla, Suécia, em 2008, comenta que "... embora

não sejam as únicas estatísticas médicas disponíveis, os dados de mortalidade são largamente

usados em pesquisas médicas, monitoramento da saúde pública e planejamento e seguimento

da assistência à saúde”.

2.2 - COMITÊ DE MORTALIDADE MATERNA (CMM)

Grandes mudanças nas décadas finais do século XX proporcionaram avanços na saúde

a ponto de tornar inadmissível que o processo de reprodução cause danos à mulher a ponto de

levá-la a morte. Assim sendo, o Ministério da Saúde adotou uma série de medidas a fim de

melhorar a qualidade de atenção a gestante e a mulher, incluindo a atenção obstétrica

(BRASIL, 2007).

Os CMMs agregam instituições governamentais e da sociedade civil cuja área de

atuação é a saúde da mulher. Tem como objetivo de identificar a magnitude da mortalidade

materna, suas causas e fatores que condicionam a morte. Portanto, propõe medida que

previnam a ocorrência de novas mortes. Há contribuição também na questão da informação,

ponto no qual se tem diversas falhas que prejudicam a analise dos dados. Dessa forma o

CMM contribui na melhoria da informação resultando em melhor assistência a gestante

(BRASIL, 2007, MS).

2 Laurenti R, Buchalla CM, Lólio CA, Santo AH, Mello Jorge MHP. Mortalidade de mulheres em idade fértil no

Município de São Paulo (Brasil), 1986: I - Metodologia e resultados gerais. Rev Saúde Pública [periódico na

Internet] 1990 ; 24(2): 128-133. Disponível em: http:// www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-

89101990000200008&lng=en. doi: 10.1590/S0034- 89101990000200008 [Acessado em 04 de julho de 2010]. 3 JOHANSSON LA. Targeting non-obvious errors in death certificates 2008. Dissertation presented at Uppsala

University, Department of Public Health and Caring Sciences. Uppsala Science Park, Uppsala University,

Uppsala, Sweden.

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No Brasil, dois fatores dificultam o real monitoramento do nivel da tendência da

mortalidade materna: a subinformação e o sub-registro das declarações das causas de óbito. A subinformação resulta do preenchimento incorreto das declarações de óbito,

quando se omite que a morte teve causa relacionada a gestação, ao parto ou ao

puerpério. Isso ocorre pelo desconhecimento dos médicos quanto ao correto

preenchimento da declaração de óbito e quanto à relevância desse documento como

fonte de dados de saúde. [...] (BRASIL, 2007, MS 8 p.).

O Ministério da Saúde delineou em 1984, a implantação dos CMMs estaduais como

estratégia da Política de Assistência Integral a Saúde da Mulher (PAISM). As instituições

ligadas a saúde da mulher em todo o país foram mobilizadas e de 1993 a 1996 o MS

conseguiu implementar os comitês em todos os estados federados.

A assessoria técnica foi dada pelo Ministério para a definição de planos de ação, a

captação de recursos financeiros, e para sensibilização de autoridades sanitárias para a adoção

de medidas de prevenção às mortes maternas.

A finalidade principal do CMM é realizar a investigação dos óbitos maternos nas

localidades onde o setor de Vigilância Epidemiológica da Secretária de Saúde não está

capacitado. Realizam a triagem dos óbitos declaradamente maternos, dos não maternos e dos

presumíveis óbitos maternos e, o preenchimento da ficha de investigação; a investigação de

todos os óbitos de mulher em idade fértil para identificação de mortes não declaradas; a

verificação das condições de assistência a mulher; a identificação das características da

estrutura social (família e comunidade).

A escolha dos membros dos comitês de morte materna depende das características das

instituições e da população de cada região. É fundamental que sejam constituídos por

representantes das diversas instituições relacionadas com o atendimento à mulher e o

registro de eventos vitais ou, ainda, que tenha capacidade técnica para desempenhar a

referida função. [...] A representação da Ministério Público nos comitês é da maior relevância pra definir formas inovadoras de garantir a implementação das medidas

preventivas pelos comitês ( BRASIL, p. 22-23.).

Ao ser definida pela Portaria nº 1.119, de 5 de junho de 2008 a regulamentação da

vigilância de óbitos maternos ocorreu a indicação e consideração como uma meta a ser

alcançada até 2015 como o 5º objetivo do ODM, estabelecendo compromissos em reduzir em

¾ a razão de mortalidade materna. Ações de saúde e de controle social têm repercutido na

formação de profissionais para capacitação específica na atuação no ciclo grávido puerperal

com vistas a essa proposição.

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9

O real dimensionamento do óbito materno no Brasil é dificultado pelo sub-registro de

óbitos e pela sub-enumeração da morte materna. Portanto, essa portaria define no parágrafo 3°

Art 4º os instrumentos que servirão de roteiro para os Comitês:

Os padronizados pela UF obrigatoriamente devem incluir os quesitos constantes no

formulário padronizado conforme disposto no Anexo III a esta Portaria ; Manual dos Comitês de Mortalidade Materna do Ministério da Saúde (fichas B, C e

D)

Os recomendados pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS).

Conforme o Manual dos Comitês de Mortalidade Materna do MS, a composição

destes depende das características das instituições e da população de cada região. É

fundamental que diversas instituições relacionadas com o atendimento à mulher façam parte

da constituição do Comitê.

A participação das sociedades científicas, entidades de classe, entidades de defesa dos

direitos das mulheres, dos representantes do movimento de mulheres e feministas, e

instituições de ensino tem se mostrado fundamental na análise dos óbitos, definição de

medidas e implementação destas medidas. (BRASIL, p. 22-23.).

Os CMMs podem ser compostos por representantes das seguintes instituições:

Secretarias de saúde (Área Técnica de Saúde da Mulher, Vigilância Epidemiológica,

Programas Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde);

Conselho Regional de Medicina;

Conselho Regional de Enfermagem;

Sociedades científicas (ginecologia e obstetrícia, pediatria e enfermagem obstétrica,

entre outras);

Movimento de mulheres;

Movimento de mulheres negras e índias;

Faculdades de medicina, enfermagem e saúde pública; Conselhos de saúde;

Ministério Público;

Secretarias, coordenadorias ou conselhos de defesa dos direitos da mulher.

Os municípios que têm parteiras devem contemplar sua representação no comitê.

Ainda, se tratando de comissão ou comitês de estudo dos óbitos hospitalares,

recomenda-se a seguinte composição: chefe da obstetrícia, chefe da enfermagem, enfermeiros

e demais categorias profissionais envolvidas com a atenção ao parto.

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A Portaria n° 1.172/GM, de 15 de junho de 2004, regulamenta as competências da

União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, na área de vigilância em Saúde,

entre elas a de investigar óbitos maternos.

Segundo o parágrafo 3, no Art. 5° as declarações de óbito com informação sobre óbito

materno declarado bem como os óbitos de mulher em idade fértil, nos termos do artigo 3°,

deverão seguir fluxo e prazos especiais, constantes no Anexo II (do Manual de CMM) ou o

fluxo existente em cada Unidade Federada (UF), desde que obedecidos os prazos

estabelecidos, para o cumprimento da Portaria.

Os prazos estão descrito no parágrafo 3 Art 5°:

§ 1° O prazo para o serviço ou profissional de saúde informar o óbito com o envio da 1ª via da

DO é de, no máximo, 48 (quarenta e oito) horas a contar da data da ocorrência.

§ 2° O prazo para a Secretaria Estadual de Saúde disponibilizar o registro via SIM para o

Ministério da Saúde, é de, no máximo, 30 (trinta) dias a contar da data da ocorrência.

§ 3° O prazo para a equipe de vigilância de óbito materno responsável concluir o levantamento

dos dados que compõem a investigação, enviar o material ao comitê de morte materna de

referência e enviar a ficha-síntese da investigação epidemiológica (Anexo III) ao gestor do SIM é de, no máximo, 120 (cento e vinte) dias a contar da data da ocorrência.

§ 4° O prazo para o gestor do SIM providenciar a alimentação do módulo de investigação de

óbitos maternos com os dados da ficha-síntese da investigação epidemiológica (Anexo III) é

de, no máximo, 7 (sete) dias a contar do seu recebimento.

§ 5° O prazo para atualizar o SIM, com os dados oriundos da ficha síntese da investigação

epidemiológica, incluindo alterações da causa do óbito devidamente recodificada e

reselecionada quando cabível, bem como a transferência do registro alterado e a sua

disponibilização para o Ministério da Saúde, é de 30 (trinta dias) após a conclusão da

investigação de que trata o § 3°.

2.3 - FLUXO DE INFORMAÇÃO DO ÓBITO MATERNO NO MUNICIPIO DE NITERÓI

A Coordenação de Vigilância Epidemiológica (COVIG) é a instância da Fundação

Municipal de Niterói (FMN) responsável pela vigilância dos óbitos maternos, que ocorre da

seguinte maneira: a partir da ocorrência do óbito, o médico responsável preenche a declaração

do óbito (DO). Uma via é entregue à família da falecida, que leva ao Cartório, e este emite a

Certidão de Óbito, necessária para realizar o sepultamento da cidadã.

Semanalmente, a Coordenação do Observatório de Saúde (COOBS) recolhe todas as

DO nos cartórios de Niterói e insere os mesmos no Sistema de Informação de Mortalidade

(SIM). Os óbitos vão então constar no módulo de investigação de óbito materno,

possibilitando à COVIG iniciar a investigação dos óbitos de mulheres em idade fértil (MIF).

Os óbitos maternos declarados deveriam ser notificados em até 24 horas de sua

ocorrência à COVIG, pois fazem parte da Lista de Doenças de Notificação Compulsória

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(LDNC). Portanto, a COOBS envia esses óbitos para a COVIG imediatamente após tomarem

conhecimento dos mesmos.

A COVIG organiza visitas às unidades de saúde hospitalares onde ocorreram os óbitos

e que não dispõem de Serviço de Vigilância Epidemiológica. Nessas visitas a figura de um

profissional de saúde investigador fará a apuração nos prontuários das falecidas e,

consequente preenchimento das Fichas de Investigação de óbitos da MIF e óbitos maternos.

Para desenvolver as atividades de Vigilância Epidemiológica os enfermeiros devem ter

conhecimentos específicos de: epidemiologia, controle de doenças e agravos à saúde, gerência

de programas (planejamento, avaliação e coordenação), orientação técnica das ações de

Vigilância Epidemiológica necessitando qualificação específica em Saúde Pública.

(PEDERSOLI et al, 1998 p.104)

Observa-se ainda predomínio do enfermeiro na Vigilância Epidemiológico que se dá

pela necessidade de um profissional com conhecimentos mais especializados, formação mais

abrangente, desenvolvimento de habilidades técnicas de enfermagem, maior capacitação,

conhecimento de medidas de controle (prevenção) [...] (PEDERSOLI et al, 1998 p.104).

Óbito Materno

Secretaria Estadual

disponibilizar o

registro via SIM para o

MS que é de 30 dias

1° via da DO é de no

máximo 48 horas

após ocorrência

O prazo para Atualizar

o SIM é de 30 dias

após a conclusão da

investigação para

assim ser

disponibilizado ao MS

O gestor do SIM tem

no máximo 7 dias para

alimentar o módulo de

investigação com os

dados da ficha-síntese

Equipe de Vigilância

do óbito materno tem

120 dias para enviar

ficha-síntese para o

gestor do SIM

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3- METODOLOGIA

3.1 - TIPO DE ESTUDO

O presente trabalho caracteriza-se por tipo de pesquisa exploratória, descritiva, por

análise documental do livro de atas do CMMNT, com abordagem quantitativa.

Diante da questão problema levantada o esclarecimento pode ser dado na perspectiva

quantitativa, o que favorece o cruzamento das informações e dá à pesquisa maior

confiabilidade em suas conclusões à medida que amplia o horizonte do objetivo de estudo.

A pesquisa exploratória, segundo Gil (2007, p.41) é aquela que: “têm como objetivo

proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a

constituir hipóteses.”

Desta forma, pode-se dizer que elas têm como objetivo principal o aprimoramento de

idéias ou a descoberta de intuições sobre o que se deseja pesquisar. O que se aplica a este

estudo no sentido de trazer descobertas a fatos que ocorrem no cotidiano que não se justifica a

correição (ato de corrigir) dos mesmos.

Ainda Gil (2007, p.41) afirma que: “o planejamento desta pesquisa é, portanto,

bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos

ao fato estudado”

Nesse sentido, ao final deste estudo pensa-se ser possível que os profissionais que

compõe o CMMNT, estarão atentos a um novo ponto de vista assistencial mais observador,

no que se refere ao registro de suas ações, relacionando-os a atenção à Vigilância

Epidemiológica, naquilo que se pode conferir como ações de um grupo consultivo da atenção

obstetrica.

Os dados obtidos para a pesquisa foram coletados na COVIG e no CMM da Fundação

Municipal de Saúde (FMS), instituindo-se a característica de pesquisa documental. O exame

de materiais que ainda não receberam um tratamento analítico com dados que a serem

examinados foram descritos e elencados de maneira cronológica para facilitar a leitura.

Para Bailey, em várias situações de investigação, a pesquisa documental se mostra

pertinente e vantajosa. Uma das vantagens básicas desse tipo de pesquisa é que permite o

estudo de pessoas às quais não temos acesso físico, porque não estão mais vivas ou por

problemas de distância.

Foram consultas as seguintes bases bibliográficas: MEDLINE, via biblioteca Virtual

de Saúde; LILACS e SCIELO. No MEDLINE foram utilizados os descritores: Mortalidade

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(descritor de assunto) and vigilância (palavras) and Materna (palavras) na BVS foram

encontrados 43 resultados.

O período de publicação foi de 1995 a de 2013, sem restrição de idioma. Tal período

foi definido porque a implantação dos CMMs iniciou-se na década de 80. Foram incluídos

estudos descritivos ou analíticos, dos quais fosse possível retirar dados qualitativos sobre

mortalidade materna, suas causas básicas, determinantes e como se dá a vigilância do óbito

materno e a influência dos comitês de mortalidade materna. Excluíram-se relatos de casos,

teses e relatórios.

As medidas citadas fazem referência a Vigilância Epidemiológica, mortalidade

materna e os dados que aqui serão apresentados foram retirados do SIM/WEB e faz referência

ao Município de Niterói no período de 2009 a 2013.

3.2 - POPULAÇÃO DE ESTUDO

A população motivo do estudo foram as mulheres munícipes de Niteroi e as não

residentes que morreram no Município de Niterói. Após ir ao campo para a pesquisa foi

possível verificar nos instrumentos de pesquisa, ata e dados de SIM/WEB, que ainda estão

sujeitos a alterações, que tais dados se confirmaram. Foram avaliados casos de mulheres que

se enquadravam nessa situação o que deu confiabilidade a essa pesquisa, estando suas mortes

investigadas pelo CMM de Niterói, como óbitos maternos declarados, no período temporal de

2003 a 2013..

3.3 - VARIAVÉIS DE ESTUDO

O Guia de Vigilância Epidemiológica do Óbito Materno caracteriza os conceitos de

morte materna, cujo instrumento além de orientar a notificação do óbito possibilita estabelecer

dentro das variadas definições quais dizem respeito ao período de gravidez, parto e puerpério.

Desta forma, foi utilizado para filtrar no banco de dados SIM/WEB, aquelas informações

pertinentes à pesquisa.

As variáveis utilizadas foram:

Percentual de Óbitos Maternos Declarados (OMD) com ficha-síntese digitada;

percentual de ficha-síntese digitadas dos óbitos de Mulheres em Idade Fértil

(MIF) e Maternos Declarados (OMD);

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Percentual dos óbitos de Mulher em Idade Fértil (MIF), exceto os Óbitos

Maternos Declarados (OMD), com ficha-síntese digitadas;

Percentual dos óbitos de Mulher em Idade Fértil (MIF) e Maternos Declarados

(OMD), notificados dentro do prazo;

Percentual dos óbitos de Mulher em Idade Fértil (MIF) e Maternos Declarados

(OMD), digitadas dentro do prazo;

Utilizada ata do Comitê de Mortalidade Materna do Município de Niterói

como fonte de dados que constitui a história do Comitê com registro de todas

as reuniões e ficha-síntese do histórico de cada paciente que foi a óbito no

Município, mesmo as que não são munícepes.

As causas das mortes maternas são as especificadas no Capítulo XV do Código

Internacional de Doenças 2010 (CID 10), enquanto que as mortes maternas são aquelas, por

essas causas, ocorridas até 42 dias após o término da gestação. Levou-se em consideração os

casos pesquisados no SIM/WEB que tiveram sua investigação concluída como sendo morte

de mulher em idade fértil por causas maternas e as mortes maternas declaradas, nas quais os

campos 42 e 43 da ficha de investigação foram assinalados pelo médico que constatou o

óbito.

Foi levada em consideração, a questão do local de residência do óbito. Analisou-se as

mortes que ocorreram no Município de Niterói de residentes e não residentes que estavam

registradas no livro de atas do CMMNT, cujo quantitativo se deu no período de estudo

delimitado, correlacionando à época em que a Vigilância de Epidemiológica de Niterói passou

a investigar os óbitos maternos.

3.4- PROCEDIMENTOS DE TABULAÇÃO DOS DADOS E ANÁLISE

Utilizaram-se dados secundários da base de dados do Sistema de Informações em

Saúde disponível no Departamento de Informática do SUS – DATASUS. Dentre esses bancos

de dados, extraiu-se os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Foi

utilizado o SIM/WEB através da Coordenação de Vigilância do Município de Niterói

(COVIG).

Para análise dos dados quantitativos lançou-se mão do Programa Excel 2010, como

entrada de dados e ferramenta de apoio para trabalhar os dados, bem como realizar cálculos

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estatísticos e visualização do conteúdo em tabelas, apoiado em estatística descritiva quanto ao

numero de casos e seus percentuais em relação ao universo da população do estudo.

Em relação as atas este estudo limitou-se a fazer leituras sínteses das atas do CMMNT,

no sentido de observar o discurso dos pareceristas imbricados na conclusão dos casos de óbito

materno em relação e às conclusões que fizeram sobre os casos discutidos. Tais leituras

tiveram a finalidade de compreender como se dá a investigação das mortes maternas ocorridas

no Município de Niterói, através dos registros das atas do Comitê de Mortalidade Materna do

Município de Niterói.

Ao analisar as atas da CMMNT verificou-se que após a classificação do óbito pela

comissão há descrito os pontos críticos encontrados nos dados estudados, como por exemplo:

acompanhamento tardio da gestação; não valorização do quadro clínico e não utilização de

meios diagnósticos adequados; intervalo entre consultas é longo; não valorização dos

prontuários entre outros. E logo após são discutidos e registrados as recomendações que serão

feitas aos locais de atendimento as gestantes como: mais atenção ao atendimento, em relação

aos protocolos clínicos e também HIV/AIDS; aprazamento adequado de consultas;

valorização dos prontuários; controle de absenteísmo com busca ativa etc.

3.5 - OS ASPECTOS ÉTICOS

O desenvolvimento desta pesquisa não pretendeu apresentar nenhum risco aos

envolvidos no âmbito físico, psicológico, social e econômico visto que foi pesquisa

documental pós-facto que se desenvolveu através da leitura documental das atas e relatórios

do CMM e COVIG da FMS/NT. Contudo, caso houvesse qualquer necessidade de ação

resolutiva sob quaisquer aspectos que os funcionários considerassem risco para si, o problema

seria encaminhado à Coordenação da COVIG e ao presidente do CMMNT, no sentido de

favorecer a atenção específica ao caso quando coubesse.

Os benefícios dessa pesquisa são válidos na medida em que permitirá levantar a partir

da leitura documental a compreensão de como se dá a investigação das mortes maternas

ocorridas no Município de Niterói, através das ações desenvolvidas pelo Comitê de

Mortalidade Materna do Município de Niterói, buscando o sentimento de responsabilidade,

nas ações de saúde a serem realizadas junto ás mulheres no ciclo grávido puerperal.

Caberá ao pesquisador o encargo de preservar os dados da pesquisa por um período de

cinco anos, sendo que durante o desenvolver da pesquisa os sujeitos deverão ser mantidos no

anonimato. Este também será responsável pela divulgação dos resultados da pesquisa em

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eventos científicos de modo a gerar conhecimento sem que ocorra degradação da imagem

instituição envolvida na pesquisa. Conforme as leis do país este pesquisador deverá conduzir

sua pesquisa de acordo com a resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS),

que no presente momento só atende ao rito acadêmico pois está inscrita no CEP no CAAE

48553915700005243, aguardando aprovação para divulgação.

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4- RESULTADOS

4.1 DADOS HISTORICOS DO COMITÊ DE MORTALIDADE MATERNA DE NITERÓI

4.1.1 Criação do comitê e suas reuniões

A ata é uma certificação ou testemunho escrito em que se apresenta o que aconteceu,

tratado ou acordado no momento de qualquer circunstância que justifique, tais como a

reunião, a escolha de uma pessoa para uma posição que pode ser pública ou privada, a reunião

do conselho de uma empresa ou organização, a prova de nascimento ou qualquer outro evento

que exija a certificação legal de algo que ocorreu pela importância e porque no futuro, de

mediar à necessidade, pode servir como prova em um julgamento em algum processo. Nela há

um conjunto de dados que servirão de base de pesquisas científicas e etc.

(http://www.queconceito.com.br/ata, acessado em 20/03/2015).

As atas descritas fazem parte do livro de atas do Comitê de Mortalidade Materna do

Município de Niterói e sinalizam as entidades participantes das diversas reuniões assim como

as discussões dos óbitos averiguados. Conforme orientação do CEP utilizou-se nomes de

flores para não colocar os nomes das gestantes objetos dos registros.

Em 12 de dezembro de 2003 consta ser a primeira ata da reunião do Comitê de

Mortalidade Materna de Niterói, pela Fundação Municipal de Saúde, na qual forma discutidas

as atribuições e as funções do mesmo. Tal reunião foi composta de 7 entidades de diversas

áreas, a saber:

Representantes:

Departamento de Supervisão Técnico Metodológico/ Fundação Municipal de Saúde

(DESUM/FMS);

Coordenação do Observatório de Saúde (COOBS);

Conselho Regional de Enfermagem (COREN- RJ) e suplente;

Responsável técnica pela área de saúde, Coordenadoria de Política e Direitos da Mulher (CODIM);

Secretaria Municipal, CODIM-Nit;

Secretaria Municipal, Fundação Municipal de Educação;

Coordenadora da Política de Atenção integral a Saúde da Mulher (PAISM),

DESUM/FMS.

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Consta escrito que:

A “Dra. X da Secretária Estadual de Saúde PAISMCA e membro do Comitê Estadual

falaram sobre a metodologia de trabalho e investigação feita por ficha própria que as

unidades hospitalares e ambulatórias preencheram ao notificar o óbito”. [...] “O prontuário

médico também seria utilizado, quando fornecido para esclarecer a causa do óbito, ou

completar dados não especificados na ficha síntese”. Nesse mesmo momento foi apresentado

o Manual do Ministério da Saúde do Comitê de Mortalidade Materna onde há todas as

informações para o trabalho do comitê Municipal (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.1

verso).

A reunião do dia 24 de março de 2004 ocorreu com na presença de 13 entidades. Em

destaque as entidades de outras instituições que não foram citadas anteriormente:

Secretária Estadual de Saúde do Rio de Janeiro;

Vice-presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de

Janeiro (SGORJ);

Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP);

COVIG/VIPACAF/FMS – Niterói;

I Conselho Tutelar de Niterói.

Em ata consta inscrito:

Iniciada a investigação do um óbito materno ocorrido em 22/06/2003, Petunia, 25

anos, causas do óbito acidente vascular cerebral hemorrágico (AVC) e síndrome Hellp com

Doença Hipertensiva da Gestação. Estabeleceu-se a causa do óbito, a classificação, e houve

discussão sobre os pontos críticos no atendimento a essa gestante. Entre os pontos críticos

citados: “Ambos os prontuários (pré-natal e internação) com fichas de preenchimento,

registro de prescrições discordantes, com falta de carimbo de médico ou assinatura, horários

discordantes; não houve rotina para eclampsia do Ministério da Saúde (sulfatação tardia e

não concordante com o protocolo)”.

Foram recomendados:

Valorização do prontuário médico em ambos as unidades de saúde com

preenchimento correto e completo;

Seguimento da rotina para eclampsia do Ministério da Saúde;

Referência para pré-natal de alto-risco no momento do aparecimento deste;

“Busca domiciliar nas gestantes de risco.” (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.2

verso).

A rotina para eclampsia do Manual do Ministério da Saúde é clara quanto o inicio da

sulfatação:

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A conduta conservadora pode ser adotada em mulheres com pré-eclâmpsia grave com

idade gestacional entre 24 e 33:6 semanas, através de monitoração maternofetal

rigorosa, uso de sulfato de magnésio e agentes anti- hipertensivos. As gestantes nessas

condições devem ser admitidas e observadas por 24 horas para determinar

aelegibilidade para a conduta e nesse período serão manejadas como se segue:

• Administração de sulfato de magnésio;

• Uso de corticoide (betametasona 12mg, a cada 24 horas, 2 aplicações IM);

• Administração de anti-hipertensivos de ação rápida (Hidralazina ou Nifedipina) [...].

(GESTAÇÃO DE ALTO RISCO. MANUAL TÉCNICO, BRASIL, 2012, p, 32).

O comitê se reuniu no dia 07 de maio de 2004 com a participação de 11 participantes.

Em destaque:

Membro da Seccional Conselho Regional de Médicina do Rio de Janeiro –

CREMERJ

Consta escrito:

Iniciaram a reunião com a discussão do caso descrito anterior. Foi também exposto à

eleição do Dr. X como o presidente do Comitê. O Dr. Y (SEC: Niterói- CREMERJ)

como vice- presidente e a Dra. Z. (DESUM- FMS) como secretária executiva.

Foi decidido notificar todos os casos em ordem cronológica, sendo o primeiro caso averiguado de uma gestante que faleceu no Município de Niterói 27/01/2004 que

não será investigado a princípio, pois, não houve pré-natal dessa gestante.

A Coordenação de Vigilância (COVIG) continuará recebendo a notificação dos

óbitos e as fichas de investigação do hospital e/ou ambulatório (pré-natal e parto).

“Os prontuários servirão de estudo dos casos solicitados às unidades de saúde e

hospitais.” (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.5 e 5 verso).

Na reunião do dia 18 de junho de 2004 teve 7 entidades presentes em destaque:

Posto Médico de Família de Niterói (PMF-Nit);

Vice Presidência de Atenção Coletiva, Ambulatorial e da Família VIPAHE-

DISRE;

Consta escrito em ata:

Está reunião teve como tema discutir mais um óbito materno:

- Causas do óbito: Choque séptico e embolia pulmonar? Tipo de óbito materno: direta

Morte evitável; Responsabilidade: profissional e institucional.

- Os pontos críticos no atendimento foram relatados como os seguintes: Demora no

diagnóstico; Acompanhamento deficiente na enfermaria de alto risco e no pré-parto; falta

de histopatológico da placenta; Falta de cuidados especiais no pós-parto imediato; Falta de

vaga no CTI.

- Recomendações: Valorização do prontuário; Acompanhamento das pacientes com maior

sequencia durante todo o período de internação; Placenta deve ser levada ao

histopatológico (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.6 e 6 verso).

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Na reunião dia 02 de julho de 2004 compareceram 7 entidades de diversos setores da

área de saúde. Discutiram sobre o regimento interno e houve algumas modificações, sendo

sugerido enviar antes de cada reunião os casos a serem discutidos em próxima reunião para

que houvesse tempo de seus entidades estudarem o caso mais a fundo. (LIVRO DE ATAS

DO CMM-MNT, p.7 e 7 verso).

O Regimento Interno do Comitê Municipal de Prevenção e Controle da Morte Materna

ficou colado nas páginas 10 e 11 verso do livro de atas do CMMNT.

Em de agosto de 2004 com participação de 4 entidades consta o registro de: [...]

“Devido ao comparecimento de poucos representantes não continuaram a discutir o

regimento interno. Foi sugerido um parágrafo sobre as ausências consecutivas. Três faltas

consecutivas à instituição a qual o participante representa será notificada”. No relato foi

verificado que algumas entidades estavam com dificuldade de estarem presentes nas reuniões

nas sextas-feiras, portanto foi sugerida a data de terça-feira dia 31 de agosto de 2004 e a

secretária que compunha o Comitê ficou de enviar então oficio com essa nova data aos demais

participantes faltosos. (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.9).

Em 31 de agosto de 2004 compareceram 13 entidades e nessa se insere a representante

da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa UFF, profa. Dra. Helen Campos Ferreira

como membro Titular e Valdecir Herdy como suplente. Em ata segue escrito:

Houve as últimas alterações do Regimento Interno como cópia em anexo; Ficou decidido que se a entidade não se fizer representar por 3 reuniões consecutivas

será notificada por escrito (oficio);

Informado a todos que somente agora (ultima semana) recebemos todos os ofícios de

entidades nomeando seus representantes que serão enviados para a Secretária

Municipal de Saúde publique em Diário Oficial;

Definidas as datas das novas reuniões que seguiram esquema de rodízio dos dias das

semanas (sempre tentar a ultima semana do mês): setembro 27 (seg); outubro: 26 (ter)

e dezembro 01 (qua). Será enviado ofício com as datas marcadas para cada entidade;

Não serão discutidos casos até a publicação em Diário Óficial;

Próxima reunião será discutida a ficha de investigação (LIVRO DE ATAS DO CMM-

MNT, p.10 verso).

Em reunião de 27 de setembro de 2004 comparecimento de 9 entidades, na qual houve

descrição dos nomes das pacientes, da idade, da data da morte, da causa mortis, do local de

onde veio e em qual hospital faleceu. (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.12).

Na data de 01 de dezembro de 2004 compareceram 7 entidades á reunião e houve

discussão sobre o novo protocolo para diagnóstico e tratamento da DHEG. Ficou decidido

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iniciarem a capacitação dos profissionais da FMS, HUAP, Maternidade Municipal e Hospital

Estadual Azevedo Lima a partir de março de 2005 em 5 momentos diferentes, a saber: 27 de

janeiro de 2005 quintas-feiras; 25 de fevereiro de 2005 sextas-feiras e 28 de março de 2005

segundas-feiras.

Foram propostos que na primeira reunião de 2005 seriam avaliados todos os casos de

2004 para decidir qual deles será discutido no Comitê. (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT,

p.12 verso).

Neste ano ocorreu incremento do Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva

que lançou o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal e reconheceu a

importância da vigilância do óbito materno, por intermédio da organização da investigação

dos óbitos de mulheres em idade fértil e da criação dos Comitês de Mortalidade Materna,

como uma estratégia fundamental para o alcance dos seus objetivos (BRASIL, 2009. p.6).

Em reunião de 27 de janeiro de 2005:

Casos de morte materna ocorridos em 2004:

Allium, 39 anos, óbito 27/01, Choque séptico/sepse abdominal/infecção

uterina, São Gonçalo, Hospital Estadual Azevedo Lima;

Anemona, 26 anos, óbito 22/01, Parada cardiorrespiratória, São Gonçalo,

Hospital Universitário Antônio Pedro;

Alpinea, 31 anos, óbito 05/03, Choque séptico/embolia aminiótica/parada

cardiorrespiratória, Niterói, HUAP,

Astromélia, 41 anos, óbito 29/09/2003, Insuficiência Pulmonar/ embolia

pulmar/ tumor metastático, Rio de Janeiro, HUAP;

Antúrio, 53 anos, óbito 31/03, Choque séptico/ pneumonia/AIDS, Niterói,

Hospital de Clinicas de Niterói;

Bouvardia, 36 anos, óbito 13/04, causas indeterminadas, São Gonçalo, HEAL;

Celósia, 43 anos, óbito 04/06, parada cardiorrespiratória/ discrasia sanguínea/

hemorragia puerperal/ HAS (s/n/do hospital);

Centáurea, 16 anos, óbito 10/06, assistólia/ Insuficiência Renal Aguda/

embolia aminiótica/ cardiopatia. São Gonçalo, HUAP;

Cerejeira, 32 anos, óbito 17/06, choque séptico/ insuficiência pulmonar/

síndrome miastêmica;

Copo de Leite, 31 anos, óbito 14/09, Síndrome HELP/ eclampsia/ gestose

hipertensiva, Niterói, Hospital Santa Martha,

Chuva de prata, 30 anos, óbito 16/11, hemorragia subracnóide, Rio de

Janeiro, HEAL.

Decidiram em ata que seriam estudados os casos de munícipes de Niterói. Um dos

casos já foi discutido em 18/06/2004 caso da paciente Jasmin, (p. 6, 6 verso e sete da ata). [...]

“Os casos que serão discutidos na próxima reunião Celósia e Chuva de Prata. Os óbitos de

2005 serão discutidos à medida que chegarem as notificações” (LIVRO DE ATAS DO

CMM-MNT, p.13 e 13verso).

Na reunião de 25 de fevereiro de 2005 comparecimento de 8 entidades.

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- Discussão do caso de óbito as p. 14 verso e 15: Celósia. - Classificação do óbito.

Causa do óbito: CIVD + anemia aguda + choque hipovolêmico + atonia uterina;

Tipo de óbito materno: direta; Morte evitável: sim; Responsabilidade: profissional e

institucional.

- Pontos críticos: Não foram feitas investigação de Diabetes Melitus e Hipertensão

Arterial; Preenchimento inadequado do prontuário ambulatorial e hospitalar; Não

realizada propedêutica fetal adequada para o pré-natal de alto risco; Não seguimento

do protocolo para HAS na gestação; Paciente não acompanhada no 4 º período do

parto; Falta de vaga no CTI; Abandono da paciente entre as 23h00min horas até as

07h30minh.

- Recomendações: Capacitação profissional para o pré-natal e assistência hospitalar;

Valorização do prontuário; Ampliação de vagas no CTI (LIVRO DE ATAS DO

CMM-MNT, p.14).

Em reunião de 28 de março de 2005 com comparecimento de 10 entidades e

discutiram o caso de:

Leitura da ficha de investigação do óbito ocorrido em 08/02/2005 no Hospital Santa

Cruz.. Cravina, solicitando investigação domiciliar em Itaboraí para saber mais

detalhes da história pregressa da mulher.

Decidido às próximas datas de reuniões: 26 de abril (ter); 25 de maio (qua); 30 de

junho (qui); será encaminhado oficio para as entidades informando as datas.

(LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.14 verso).

Nas páginas 15 e 15 verso verifica-se anexo e colado os casos das pacientes que

tiveram avaliação após consulta dos dados das mesmas nos prontuários dentre outros

documentos.

No dia 26 de abril de 2005 comparecimento de 8 entidades e não houve nenhuma

discussão de casos. Aguardando o Dr M com os dados para concluir o caso da paciente do

Hospital Santa Martha (paciente Chuva de prata) (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.16).

Em reunião do dia 30 de junho de 2005 compareceram 4 entidades. E, no registro

temos: “Não houve reunião por falta de quorum. Próxima reunião marcada para 29 de julho

de 2005” (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.16 verso).

No dia 29 de julho de 2005 a reunião foi composta com 8 entidades. Foi discutido o

caso da paciente Cravo, óbito em domicílio em 23 de junho de 2005. Faltaram dados para que

fosse discutido todo o caso. A próxima reunião foi marcada para 02 de setembro de 2005,

sexta-feira às 14 horas (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.17).

Na data de 02 de setembro de 2005 a reunião foi composta por 11 entidades.

“Recomeçamos a discussão do caso da paciente Cravo, porém não recebemos laudo do IML

e relato do atendimento do SAMU, adiamos a conclusão do caso para a próxima reunião

(28/09/05 quarta-feira às 14 horas)”. E, “Fomos informados do óbito ocorrido no Hospital

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São Paulo em 23 de agosto, paciente Crisantemo, não sabemos se foi notificado à COVIG.

Estamos investigando esse caso” (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.17 verso).

Em reunião 06 de dezembro de 2005 comparecimento de 8 entidades com o seguinte

registro:

Finalização da discussão do caso da paciente Cravo:

- Causa do óbito: Hemorragia intracraniana; Tipo de óbito materno: indireto; Morte

evitável: sim; Responsabilidade: sócia; Óbito Materno declarado: sim;

- Pontos críticos: Não valorização do risco social (não houve maios monitoramento); Intervalo entre as consultas muito longas; Falta de intervenção adequada em relação

à anemia; Falta de atendimento médico adequado em 14 de junho (a paciente foi

apenas referenciada e não recomendada para o HUAP); Não valorização do

prontuário médico, com informações conflitantes. Relato incompleto do atendimento

domiciliar no momento da constatação do óbito; Falta de mobilização para o uso de

programas ou projetos sociais;

- Recomendações: Valorização do prontuário; Articulação da assistência médica

com programas e projetos sociais; Melhor avaliação do estado mental; Valorização

do risco social realizando acompanhamento diferenciado e integralidade buscando

envolvimento da comunidade.

Na próxima reunião dia 11 de janeiro de 2006 será discutido o caso ocorrido no HUAP que o Dr L.

No próximo dia 09 de dezembro de 2005, nos seminário do Comitê Estadual de

Prevenção e Controle de Mortalidade Materna, estaremos apresentando os dados do

comitê de Niterói (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.18 e 18 verso).

Em reunião de 11 de janeiro de 2006 compareceram 8 entidades. Registra-se:

“Iniciamos a discussão do óbito da paciente Celósia ocorrido em 04/06/2005 no HUAP. Para

finalizarmos a classificação do óbito procuraremos o prontuário do CPN onde a paciente

fazia o acompanhamento. A próxima reunião será realizada em 09/02/2006 às 13h30minh.”

(LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.20).

Na data de 09 de fevereiro de 2006 estiveram presentes 6 entidades.

Reavaliamos o caso da paciente Cravo já discutido (p. 17, 18 e 19).

Ao revermos o caso percebemos que o laudo do IML da à causa do óbito como acidental ou incidental, portanto trata-se de óbito materno não obstétrico.

- Nova classificação: Causa: hemorragia intracraniana; Tipo: não obstétrico;

Responsabilidade: social; Óbito materno declarado: não.

O relato desta reunião será encaminhado para o PAISMCA/ CEPCMM/ SES”

(LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p. 20 verso).

Na data de 24 de março de 2006 participação de 7 entidades. “Iniciamos a reunião

pelo estudo do caso da paciente Delfim, após leitura do prontuário do CPN onde fazia

acompanhamento no setor de SIDA” (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.22 e 22

verso).

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- Classificação: Causa do óbito: Choque séptico/ pneumonia comunitária grave/

SIDA; Tipo: indireto; Responsabilidade: da comunidade/ da mulher/ do profissional/

instituição social e institucional; Morte evitável? Inevitável; Óbito Materno

declarado: sim;

- Pontos críticos: Início tardio do acompanhamento pré-natal; Não valorização do

quadro clínico e não utilização de meios de diagnóstico adequado; Intervalos entre

as consultas muito longos; Não há relatos no prontuário de evoluções no dia 02 de

junho de 2005 à tarde; Interrupção do uso de antirretroviral; Não valorização do

prontuário; Pouca Vinculação ao serviço de HIV/AIDS.

- Recomendações: Mais atenção ao atendimento, em relação aos protocolos clínicos

e tambpem por ser adolescente também HIV/AIDS; Aprazamento adequado de consultas; Valorização do prontuário; Maior vínculo com o serviço de HIV/AIDS

(maior controle do absenteísmo com busca ativa).

E, ainda nessa reunião foi discutido o caso do óbito da gestante Dendron, relato nas

p.22 e 22 verso, 23 e 23 verso; 24 e 24 verso (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.21 e 21

verso).

Na data de 24 de abril de 2006 compareceram 7 entidades. No registro tem-se: [...]

“Não conseguimos trazer prontuários para discussão hoje”. E, “Comparamos as fichas de

investigação do Manual do Ministério (a que usamos atualmente) e a nova ficha do SES,

decidimos continuar usando a mesma. Foi decidido mandar novo ofício para as Instituições

que não tem vindo às reuniões. Próximas datas: 31/05/2006 1ª seminário de Investigação

com (169) toda a rede e hospitais; 2ª reunião: 27/06/2006 – 13h30minh – SEC Regional /

27/07/2006 13h30minh – SEC Regional” (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.25).

Na reunião dia 31 de maio de 2006 compareceram 8 entidades.

Discutimos o caso de Copo de Leite, que faleceu no Hospital Santa Cruz em

22/10/2005, porém nos relatos do prontuário não havia qualquer registro de

gestação.

Iniciamos pela discussão do caso da paciente Eremuru

- Classificação: Causa do óbito: Indeterminada; Tipo de óbito materno: direto;

Morte evitável: inconclusiva; Responsabilidade: inconclusivo; Óbito materno

declarado: sim; - Pontos críticos: Demora do diagnóstico de desproporção céfalo-pelvica; Não

diagnóstico do sofrimento fetal; Demora em resolução do parto; Não há registro de

ausculta de BCF na sala de parto; Indicada equivocadamente de analgotócia? Co-

diagnóstico de parada de progressão; Prontuários incompletos não fornecendo

informações necessárias para o caso.

- Recomendação: Melhora do preenchimento do prontuário com mais informações e

detalhes de todas os procedimentos executados; Melhora da resistência ao longa do

trabalho de parto e parto.

[...] Ainda nessa reunião discutiram o caso de LACA nas p. 27 verso.

Caso Estrelícia

- Classificação: Causa do óbito: hemorragia cerebral, púrpura e LES; Tipo de óbito

materno: indireto; Morte evitável: não; Responsabilidade: não se aplica; Óbito

materno declarado: sim;

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- Pontos Críticos; Prontuário incompleto não fornecendo informações necessárias

para análise do caso;

- Recomendações: Melhora do preenchimento do prontuário com mais informações

e detalhes de todas os procedimentos executados (LIVRO DE ATAS DO CMM-

MNT, p.25 verso e 26 e 26 verso).

Em 27 de julho de 2006 compareceram 7 entidades. Consta: “Iniciamos a discussão

do caso da paciente Fenaelopolis óbito em 25 de junho de 2006. Por falta de prontuário do

pré-natal não encerramos o caso, prevista para a próxima reunião. Data da próxima reunião

23/08/06” (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.28).

Na reunião dia 23 de agosto de 2006 comparecimento de 6 entidades, com o seguinte

registro:

Encerrado o caso de Gardênia p. 29 e 29 verso

- Classificação: Causa do Óbito: Choque hemorrágico/coagulopatia/Síndrome HELP; Tipo de óbito materno: direto; Responsabilidade: profissional/ institucional;

Morte Evitável: sim;

- Pontos críticos: Prontuário incompleto; Falta de vaga no CTI; Não

acompanhamento com suporte intensivo.

- Recomendações: Seguimento dos protocolos assistenciais; Vagas no CTI

Valorização do prontuário.

Dando continuidade à reunião nós discutimos o caso de Gerbera

Caso Gérbera (p. 30 verso e 31)

- Classificação: Causa do óbito AVE Hemorrágico – Síndrome HELLP; Tipo de óbito

materno: direto; Morte evitável: não; Responsabilidade: não se aplica; Óbito

materno declarado: sim; - Pontos Críticos: Falta de anotações adequadas no prontuário; Poucas informações

sobre o pré-natal; Recusa do prontuário de pré-natal na Unidade de Saúde de São

Gonçalo;

“Próxima reunião marcada para 29/09/2006, às 13h30minh, na sala de Secretária

Regional.” (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.28 verso).

Na data de 29 de setembro de 2006 consta inscrito a participação de 6 entidades na

reunião.

Caso Girassol (p. 32).

- Classificação: Causa do óbito: insuficiência respiratória/sepse/inicio hemorrágico;

Tipo de óbito materno: não foi possível classificar em óbito obstétrico indireto ou

direto; Morte evitável: Não; Responsabilidade: não se aplica; Óbito materno

declarado: sim;

- Pontos Críticos: Falta de informações sobre História Patológica Pregressa. Se

houve assistência pré-natal;

- Recomendações: Investigar história Patológica Pregressa e se houve assistência

pré-natal na cidade de origem (Arraial do Cabo). Próxima reunião 01/11/2006

(LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.31 verso).

Na data de 01 de novembro de 2006 consta inscrito o comparecimento de 12 entidades

na reunião.

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“Foi entregue ofício solicitando novas indicações dos representantes institucionais

para o CMPCMM a nova portaria deve ser publicada em dezembro, já que a atual se

extingue nesta data. E, a Dra. P. será a nova secretária executiva na próxima composição do

CMPCMM”. Próxima reunião com os novos representantes em 05/12/2006, 13h30min

(LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.33 verso).

Em 11 de dezembro de 2006 com o comparecimento de 5 entidades na reunião. Está

registrado: “Não houve reunião por falta de quorum. Devido à nova publicação de uma nova

portaria em dezembro, visto que, a atual se extinguirá. Convocada uma reunião

extraordinariamente para dia 13 de dezembro de 2006 as 13h30minh. Informamos no ofício a

importância do comparecimento das representações das entidades” (LIVRO DE ATAS DO

CMM-MNT, p.33 verso).

Na data de 10 de janeiro de 2007 com o comparecimento de 9 entidades registro em

destaque: “Elegemos o Dr Z (Fac. De Medicina UFF) como presidente do Comitê e a Dra.

(PMF) como vice-presidente e a Dra. (DESUM) como secretária-executiva do CMMNT. A

próxima reunião foi marcada para 01/03/2007 as 13:30h neste período de tempo

encaminharemos o ofício para a publicação da nova portaria”. (LIVRO DE ATAS DO

CMM-MNT, p.34)

No dia 01 de março de 2007 consta escrito em ata comparecimento de 10 entidades.

“Em virtude da portaria não ter sido publicada, o grupo não pôde iniciar a investigação dos

casos: Marcamos nova reunião para 02 de abril de 2007 (Segunda-feira 13h30minh), que

ficará condicional à publicação da portaria. OBS.: A minuta da portaria encontra-se na

Subsecretária VIPACAF” (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.34 verso).

Na reunião 15 de maio de 2007 consta que a portaria da CMPCM foi publicada no

Diário Oficial em 14 de maio de 2007. Na ata: “Abreviaremos a nova reunião para

reiniciarmos as atividades. Fomos informados do seminário de prevenção e controle de

mortalidade materna e perinatal do Estado do Rio de Janeiro, que será realizado no dia

28/05/2007. Deverá haver apresentação do Comitê de 15 min. sobre experiência do mesmo.

OBS.: o próximo caso a ser investigado já foi selecionado. Solicitamos à COVIG a

investigação também no domicílio (além dos dados do pré-natal), visto que, no prontuário

hospitalar não há nenhuma dessas informações” (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.35).

Na data de 18 de junho de 2007 ocorreu o Comparecimento de 8 entidades. Assim,

registraram: “Foi entregue a cópia de portaria do CMPCMM a cada membro. Discutimos e

ficou acertado que as reuniões serão realizadas sempre na 3° semana de cada mês, no turno

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da tarde, e sempre em dia de semana à frente. Analisamos o caso selecionado previamente,

pois, ainda não recebemos a ficha de investigação domiciliar/ cópia do prontuário solicitado

à COVIG (CI de 16/04/2007/ e pessoalmente)”. E, “Decidimos separar outro caso para as

próximas, reunião para evitar que vire frequência não avançar nas atividades”. “Além disso,

ficou acordado que haverá uma reunião com o COOBS para a elaboração de um fluxograma

e orientação sobre a rotina desde a unidade hospitalar até a informação chegar ao Comitê,

referente ao óbito materno”. Próxima reunião será no dia 17/07/2007 13h30minh na PESP

(sala multimídia) (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.35 verso)

Em reunião 17 de julho de 2007 houve o comparecimento de 6 entidades.

Caso Gloriosa (p.36 verso) - Classificação: Causa do óbito: Choque séptico/insuficiência de múltiplos órgãos;

Tipo de Óbito materno: direto; Morte evitável: inconclusivo; Responsabilidade: não

se aplica; Óbito materno declarado: sim;

- Pontos Críticos: Registro incompleto no prontuário de pré-natal, sem evidência de

aplicação do protocolo de hipertensão;

- Recomendação: Valorização do prontuário; Seguimento do protocolo de

hipertensão arterial na gravidez. Próxima reunião data: 16/08/2007. (LIVRO DE

ATAS DO CMM-MNT, p.36 e 36 verso e 37)

Em 16 de agosto de 2007 consta inscrito em ata participação de 9 entidades.

Caso Lisianto (p. 38)

- Classificação: Causa do óbito: Descolamento de placenta prévia + coagulopatia; Tipo do óbito materno: direto; Morte evitável: sim; Responsabilidade: inconclusivo;

Óbito materno declarado: sim;

- Pontos Críticos: Ausência de informações referentes ao pré-natal; Registro

incompleto no prontuário; Sem evidência de aplicação do protocolo de hipertensão.

- Recomendações: Valorização do prontuário: Seguimento do protocolo de

hipertensão arterial na gravidez (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.37 verso e

38).

Começamos o estudo do caso de JPS, contudo ainda não recebemos a cópia do

prontuário da paciente da Maternidade Alzira Reis, e após estudarmos os dados

provenientes do HEAL (internação CTI), concluímos que serão fundamentais as

informações da maternidade. O grupo concluiu que, no que se refere ao HEAL, ficou claro a valorização do

prontuário pelos profissionais que acompanharam a paciente. Já, a maternidade

Municipal Alzira Reis não aprece ter feito o resumo da internação da paciente, ao

transferi-la para o HEAL.

Próxima reunião será 21/09/2007, 13h30minh local ainda a definir. OBS A Dra. L

comunicou sua saída do Comitê. (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.38 verso).

Em reunião dia 20 de setembro de 2007compareceram 7 entidades.

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Caso Lirio

- Classificação: Causa do óbito: Infecção pulmonar/ choque séptico/ atonia uterina/

hemorragia puerperal; Tipo de óbito materno: direto; Morte evitável: sim;

- Pontos Críticos: Falta de atendimento da paciente no HUAP (onde procurou

primeiro, por ser encaminhada ao pré-natal de alto risco); Não houve tentativa da

maternidade Alzira Reis (na internação); Negligência ao 4° período do parto:

Prontuário incompleto; Não seguimento dos protocolos assistenciais.

- Recomendações: Seguimento dos protocolos assistenciais; Valorização do

prontuário; Criar mecanismos de controle do atendimento e de construção do mesmo

(LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.39 e 39 verso, 40 e 40 verso).

Em reunião do dia 08 de outubro de 2008 houve participação de 8 entidades do

comitê. Na ata consta: “Solicitado que se faça o desligamento da frequência dos

representantes ao comitê, com sugestão de desligamento dos representantes institucionais;

Elaborar um documento com as recomendações do comitê; Solicitar os prontuários de todos

os óbitos maternos confirmados ou indeterminados; Enviar comunicado as maternidades

ratificando a obrigatoriedade da notificação compulsória via telefone/fax em até 24 horas

dos óbitos maternos e posterior encaminhamento da cópia do prontuário em até 15 dias,

ficando a instituição sujeita, caso não cumpra as determinações, a ser notificada ao CRM.

Próxima reunião dia 06/11/2008 às 14 horas (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.41)”.

No dia 06 de novembro de 2008 com participação de 9 entidades.

Caso de Narciso (p. 42 verso e 43)

- Classificação: Morte Evitável: sim; Causa do óbito: LES; Tipo de óbito: indireto;

Responsabilidade: Inconclusivo por ausência de informações anteriores a internação;

Óbito materno declarado: não;

- Pontos Críticos: Ausência de dados anteriores à internação de informações

anteriores a internação da paciente (HPP, história social). Faltou a anamnese

completa;

- Recomendação: Valorização do Prontuário; OBS.: Paciente residia em Cabo Frio.

“Estudo de caso Protea, a discussão continuará na próxima reunião para 05/12/08

(6°feira) às 14h00minh” (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.42 e 42 verso, 43).

Em reunião 05 de dezembro de 2008 não houve reunião por falta de quórum, pois

apenas 3 entidades compareceram (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.43 verso).

Não há registro de ausências de entidades nas reuniões no período de janeiro de 2009

até abril de 2011. E não foram encontrados registros no livro de atas referente ao motivo que

levou não haver reuniões. Não se pode inferir qualquer interpretação sobre o que ocorreu.

Na data de 17 de maio de 2011 as 14h00min horas houve reunião do Comitê

Municipal de Prevenção e Controle da Mortalidade Materna na qual estiveram presentes 9

entidades com destaque:

Residente de Enf. Saúde Coletiva;

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Maternidade Municipal Alzira Reis, MMAR;

COVIG/FMS Niterói

Consta escrito: “Iniciamos a reunião com a leitura das 2 ultimas reuniões com

discussão sobre a não notificação por parte das Unidades de Saúde, com a apresentação,

uma vez que as discussões giravam em torno dos pontos abordados nesta apresentação.

Sugeriu-se que a disponibilizem o Manual de Investigação de 2009 para as entidades do

Comitê. Discutiu-se a importância da notificação em 24 horas e conclui-se necessário por

facilitar a investigação o contato com familiares e profissionais de saúde. Realizou-se uma

apresentação com os esclarecimentos conceituais e dados epidemiológicos da notificação”

(LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.43 verso).

Na data de 28 de junho de 2011 na reunião estiveram presentes 9 entidades. Na ata não

há nada escrito quanto ao estudo ou tema de discussão dessa reunião. (LIVRO DE ATAS DO

CMM-MNT, p.44).

Em 19 de dezembro de 2011 as 14 horas NEEP- FMS/Niterói estiveram presentes

sete entidades do comitê nesta reunião. “A reunião teve início com o Sr T, pedindo renuncia

ao cargo de presidente do Comitê perante os demais presidentes e o mesmo se retirou da

reunião logo em seguida. Foi marcada a nova data de reunião do comitê para compor

novamente todo o comitê: data 02/02/2012”.

Foi feito a discussão e desfecho do caso:

Rosa amarela, óbito em 23/05/2011 no HEAL.

- Classificação: Óbito materno tardio; Causa do óbito: AVC isquêmico e doença

reumática mitral; Morte evitável? : sim; Óbito materno declarado? Sim;

- Sugestão: Monitoramento cardíaco no pós-parto e após a primeira internação;

Gestação evitável através do planejamento familiar; Interrupção da gestação –

Cogitada no 1° trimestre (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.44 verso).

Em reunião de 12 de março de 2012 estiveram presentes 10 entidades. Nesse dia não

houve secretária para fazer as anotações quanto ao tema e dinâmica da reunião. (LIVRO DE

ATAS DO CMM-MNT, p.45 verso).

Na reunião 24 de abril de 2012 com participação de 8 entidades não houve secretária

para fazer anotação no livro ata. Consta escrito somente assinatura dos participantes como na

reunião anterior. (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.46).

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Na data de 30 de maio de 2012 estiveram presentes 10 entidades. Nesse dia também

não houve secretária para fazer as anotações quanto ao tema e dinâmica da reunião (LIVRO

DE ATAS DO CMM-MNT, p.47 verso).

Contudo, na reunião 02 de agosto de 2012 as 14 horas NEEP – FMS/ Niterói em

presença de 10 entidades do consta escrito:

Caso Rosa azul

- Classificação: Morte evitável? : sim; Causa do óbito: Choque séptico + CIVD;

Tipo de óbito: obstétrico direto; Óbito materno declarado? Não; A assistência no

parto ou aborto foi adequada?: Inconclusivo. Não havia registro de exames laboratoriais (hemograma completo) no 1° atendimento no HEAL – 08/03/2012

- Recomendações: Maior atenção no preenchimento da DO, principalmente no item

referente à possibilidade da mulher está ou não em idade fértil; Quanto à assistência

hospitalar, recomenda-se uma maior velocidade e investigação dos sintomas das

pacientes pós-curetagem;

Ao final da reunião a sugerido pelo Comitê a criação, digo, o envio de um

documento (Ofício) para os Hospitais de Niterói enfatizando a importância do

preenchimento completo da DO a fim de facilitar a identificação dos óbitos

maternos no município. O documento será construído e enviado. Próxima reunião

14/09/2012 10 horas (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.48 verso).

Na data de 14 de setembro de 2012 estiveram presentes 6 entidades.

Caso da paciente Crista de Galo, sem a DO em mãos, na maternidade São Francisco.

- Causa do óbito: AVC hemorrágico, síndrome Help e eclampsia; Classificação do

óbito: Obstétrico direto; Óbito declarado? Sim; Óbito evitável? Inevitável;

Assistência ao pré-natal foi adequada? Pelos dados do pré-natal sim, porém faltam

dados da investigação ambulatorial. A assistência no parto ou aborto foi adequada?

Sim.

Durante a reunião não houve sugestão diante da conduta tomada pelo hospital. E

também não houve sugestão das entidades do Comitê em relação à abordagem clinica tomada

pela equipe médica. Na ata consta inscrito que a investigação foi realizada a partir dos dados

referentes à assistência hospitalar. A paciente residia em São Gonçalo e não foi possível ter

acesso aos dados da assistência ambulatorial do pré-natal. Próxima reunião foi agendada para

08/10/12. (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.48 verso).

Nesse dia estiveram presentes 6 entidades de classe diferentes.

Discussão do caso Tulipa, 22 anos, óbito no dia 03/07/2012 HEAL, consta: “Feito à

leitura do auto de exame cadavérico do IML de Niterói, não foi possível preenchimento da

ficha de investigação, pois a policlínica a qual a paciente pertencia (PCCAS) ainda não

havia disponibilizado os dados referentes ao pré-natal. Conclusão da investigação na

dependência dos dados citados acima. Feito contato com o PCCAS que informou que irá

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31

providenciar e enviar os dados o mais breve possível.” (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT,

p. 49).

Na reunião do dia 05 de novembro de 2012 compareceram 5 entidades. Não há relato

do tema da reunião e nem do que foi discutido na mesma. (LIVRO DE ATAS DO CMM-

MNT, p.49).

No dia 05 de dezembro de 2012 devido ao número reduzido de participante somente

dois (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.49 verso).

Na data de 26 de abril de 2013 9 horas compareceram 5 entidades. Há relatos de

estudo do caso de Tango, 27 anos, óbito do dia 04/03/2013 às 14h50min h.

Causa do óbito: Choque séptico, sepse pulmonar nasocomial, coma e hemorragia

subaracnóide – Fisher IV (Parte I), doença hipertensiva específica da gravidez e

hipertensão arterial sistêmica puerperal (PE).

- Classificação do óbito: obstétrico direto; Óbito declarado? Sim; Óbito evitável?

provavelmente evitável; Assistência ao pré-natal foi adequada? Não houve

assistência e acompanhamento pré-natal, pois, não havia diagnóstico de gestação. A

assistência ao parto foi adequada? : sim; A assistência ao puerpério foi adequada? : sim; Fatores de evitabilidade: Comunidade/ família/ gestante e intituional.

- Recomendações do Comitê: Assistência hospitalar – melhora a qualidade dos

registros no prontuário.

- Fontes de dados consultadas: Entrevista domiciliar; Registros ambulatoriais;

Prontuários hospitalares; Entrevista com os profissionais de saúde (LIVRO DE

ATAS DO CMM-MNT, p.49 verso).

Na reunião de 21 de maio de 2013 compareceram 10 entidades. Nessa reunião ocorreu

alteração na dinâmica dos registros das atas. Até aquele momento os casos eram divulgados

por correio eletrônico, mas um membro pegava a documentação, fazia uma sumula e

apresentava em reunião. A partir dessa data Residente, do programa de Especialização em

Saúde Coletiva da EEAAC/UFF, passa a ser responsabilizado para fazer os resumos e o

parecer do Comitê, registro da ficha resumo passa a ser anexadas no livro de atas.

Então apenas para efeito didático, fizemos reprodução desses registros, colocando traja

negra nos nomes das mulheres que vieram a óbito. Então a dinâmica atual ainda é enviar o

relato sinopse do caso das clientes, encaminhar por correio eletrônico, não há mais relatores

dos casos, então todos discutem e dão o parecer.

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Folha seguinte o caso

Figura 1:

Caso 1: Açafrão

Fonte: (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.50).

Figura 1: Açafrão

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Na reunião 28 de junho de 2013 com o comparecimento de 8 entidades não há registro

na ata sobre o tema da reunião (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.50 verso).

Em reunião dia 23 de julho de 2013 estiveram presentes 8 entidades.

Figura 2:

Caso: Acómito

Fonte: (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p. 51 e 51 verso).

Figura 2: Acómito

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No dia 14 de agosto de 2013 com composição de 6 entidades. Consta inscrito:

Figura 3:

Caso: Adónis

Fonte: (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p. 52 e 52 verso).

Figura 3: Adónis

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Em reunião dia 05 de setembro de 2013 foi composta por 10 entidades. Em ata consta

anexo a DO da paciente que não será divulgada nessa monografia. A ficha síntese do caso

discutido segue abaixo:

Figura 4:

Caso: Agerato

Fonte (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p. 52 e 52 verso 53 e 53 verso 54).

Figura 4: Agerato

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No dia 23 de outubro de 2013 a reunião foi composta por 7 entidades e ficou decidido

que “Próxima reunião foi marcada para dia 13/11/13 e serão discutidos os óbitos de

Stephanotis e Tritoma” Nessa reunião foi lido e discutido o relato do parto a partir do

prontuário digitado. O óbito ocorreu no Hospital Santa Martha. “Decidiram que na próxima

reunião seria discutido: O relato de atendimento no Procordis (na data do óbito); Do

atendimento nas consultas de pré-natal com o obstetra particular. O caso da paciente

Stephanotis será discutido na reunião dia 13/11/13” (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.

54 verso).

Em reunião 13 de novembro de 2013 com o comparecimento e 11 entidades ocorreu

discussão.

Figura 5:

Caso: Stephanotis

Fonte: (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p. 55 e 55 verso com DO anexada).

Figura 5: Stephanotis

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Na data de 02 de dezembro de 2013 compareceram 7 entidades. Em ata consta escrito:

“Nessa reunião foi discutido o caso da paciente Tritoma, com data do óbito em

31/05/2013. Ficou decidido que a Unidade Cantagalo fará contato com familiares (mãe ou

padrasto) da paciente para esclarecer dúvidas entre o período de consulta ambulatorial e o

início da internação. Próxima reunião dia 07/01/2014”.

Figura 6:

Caso: Tritoma

Fonte: (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p. 56 DO anexada 56 verso ficha síntese).

Figura 6: Tritoma

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Consta escrito:

Virburnum 37 anos, 3° gestação, houve um parto e um aborto, 9 consultas de pré-

natal, iniciado o pré-natal no mês de julho de 2013, idade gestacional 38 semanas

óbito 27/02/2013;

Fonte de dados consultada: Prontuário e resumo do pré-natal;

- Classificação: Causa do óbito na DO: Atonia uterina cód. 0622 - parte I; Na DO o campo 43 e 44 foi preenchido? Sim; Causa básica do óbito corrigido? : não; Na

opinião do comitê a assistência pré-natal foi adequada? Sim A assistência no parto

foi adequada? Sim A assistência no puerpério foi adequada? Não porque houve

demora na assistência médica diante o quadro de sangramento volumoso no pós-

parto. Isso pode ser constatado ao se analisar os horários registrados no prontuário;

Fatores de evitabilidade: Provavelmente evitável; Classificação do óbito: óbito

materno obstétrico direto Óbito materno declarado? Sim

- Recomendações: Assistência hospitalar (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.

57e 57 verso com DO anexada).

Na data de 17 de setembro de 2014 ocorreu apenas o comparecimento de 3 membros

do comitê Pauta: Óbito materno da paciente: Avenca Nessa reunião o referido óbito não foi

discutido. Não houve quórum o suficiente para avaliar o óbito. A participação das diversas

especialidades na avaliação dos dados e de suma importância. Entre as participante houve

uma discussão quanto as gestantes que moram em outro município e que morrem no

município de Niterói, isso é, os óbitos das não residentes, ficaram no aguardo da resposta do

COOBS. Foi sugerida a possibilidade de rodízio de locais para realização das reuniões,

contemplando as instituições componentes do comitê, PESP. Próxima reunião dia 15 de

outubro de 2014 as 09h30minh na sala de multimídia, PESP. (LIVRO DE ATAS DO CMM-

MNT, p. 58)

Em reunião dia 15 de outubro de 2014 estiveram presentes na reunião 4 entidades

Estudo do óbito: Bromélia foi solicitada pelos participantes um resumo do caso para que o

mesmo seja enviado aos membros do comitê. As representantes da EEAAC/UFF e a

representante da Coordenação da Rede Básica da FMN se ofereceram para fazê-lo e

agendaram a reunião para a semana posterior. Foi realizado o resumo e enviado aos membros

do comitê via e-mail. (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p. 58 verso).

Na data de 27 de novembro de 2014 em presença de dois membros do Comitê para a

reunião com justificativa de outras 3 entidades. “Pauta da reunião: Fechamento do caso

Bromélia; Deliberação sobre análise de óbito materno de não Munícipes; Nova composição

do comitê; Sugestão de calendário para o ano de 2015; Criação de equipe (s) rotativa(s)

para o resumo dos casos; Acompanhamento das anotações. Não houve reunião análise do

caso por falta de quórum. Será enviado e-mail para a próxima reunião, enfatizando a

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necessidade de ser concluída a análise desse caso” (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.

59).

Em 16 de dezembro de 2014 com presença de 5 entidades, avaliaram o caso Bromélia

preencheram a ficha do controle de óbito do comitê de morte materna. Preenchido por Helen

C. Ferreira. Óbito materno, direto, evitável e obstétrico indireto (LIVRO DE ATAS DO

CMM-MNT, p. 59 verso).

Na data de 8 de abril de 2015 em presença de 5 entidades, eles analisaram o caso

Babosa, que não foi concluído, pois ainda não havia sido terminado o processo de visita

domiciliar, não havia a D.O, e ainda faltavam os dados de acompanhamento do pré-natal

(LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.60).

Em reunião do dia 7 de maio de 2015, compareceram 8 entidades:

Figura 7:

Caso: Altéia

Fonte: (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.60 verso).

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Figura 8:

Continuação caso Altéia

Fonte: (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.61).

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Figura 9:

Continuação caso Altéia

Fonte: (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.61 verso).

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Figura 10:

Continua...

Fonte: (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.62).

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Figura 11

Continuação caso Altéia

Fonte: (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.62 verso e 63).

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Figura 12

Continuação caso Altéia

Consta escrito na ata: “Concluído o caso Babosa sem alteração da DO, sendo considerada

uma morte materna provavelmente evitável. Próxima reunião marcada, com intenção de

discutir o caso da paciente Costela de Adão. Chegou-se a conclusão de que o caso da

paciente I, residente de São Gonçalo não será discutido devido à carência de informações.”

(LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.63 verso).

Em 09 de junho de 2015 houve reunião do Comitê com participação de 8 entidades.

Discutido o caso de Costela de Adão que segue a ficha síntese abaixo:

Figura 13:

Caso: Costela de Adão

Fonte: (LIVRO DE ATAS DO CMM-MNT, p.64 a 67 verso).

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Figura 14

Continuação caso Costela de Adão

Consta inscrito em ata: “Os componentes do comitê questionaram e sugeriram diálogo com a

rede sobre os problemas de preenchimento da ficha de investigação domiciliar a fim de que

as informações sejam detalhadas para que seja possível a discussão adequada dos casos. A

representante da COVIG, no entanto, remeteu ai grupo que os profissionais da rede que

preencheram a ficha se queixaram de várias dificuldades para a coleta de dados

domiciliares, como local de endereço de moradia informado errado e indisponibilidade dos

familiares”.

Caso Croton 28 anos residente em Cabo Frio, data do óbito 26/10/2014.

OBS: Foi feito a analise do caso e decidido enviar, por falta de registro de pré-natal, para ao Município de residência para que o mesmo conclua o caso. “

Não será anexada a ficha-síntese. A mesma está com dados descritos que não

manteriam o sigilo da paciente, portanto será redigitado:

Croton, 28 anos, gestação 5, aborto 3, 1 gestação em curso;

- Fonte de dados: Registros hospitalares;

- Classificação: Causa do óbito na declaração original, se houver: (1) Choque

séptico refratário; (2) Câncer gástrico avançado; Os campos 43 e 44 não foram

preenchidos da Declaração de Óbito; Causa básica do óbito corrigida? Não corrigida

Na opinião do comitê, a assistência ao pré-natal foi adequada? Inconclusivo; Se

inconclusivo, por quê? Sem documentação de pré-natal; Na opinião do comitê, as

assistências ao parto ou aborto foram adequadas? Sim; Na opinião do comitê, a

assistência no puerpério foi adequada? Inconclusivo; Se inconclusivo, por quê? Paciente faleceu ainda gestante; Evitabilidade: Inviável; Classificação do óbito: Não

obstétrico; Óbito materno: Não relacionado à gravidez; Óbito materno: Declarado

Correção da DO: parte I não corrigido; parte II não corrigido; Assistência hospitalar:

tratamento hospitalar adequado; Assistência ao pré-natal: sem informação; (LIVRO

DE ATAS DO CMM-MNT, p.64 a 67 verso).

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Observa-se que ao longo dos anos tenta-se manter o CMMNT ativo, persistindo

numa unicidade de registros nas atas, porém ainda não valorizado pelas instituições que por

ausência inviabilizam as atividades do CMMNT.

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5-DISCUSSÃO E CORRELAÇÃO DOS DADOS COM O BANCO DE DADOS DA

SIM/WEB

Muito embora se desejasse fazer uma leitura e extração de dados desde 2003 até 2013,

só foram disponibilizados, para a autora, os dados de 2009 a 2013. Entretanto, esse é o

período no qual há um hiato de registros do livro de atas do CMMNT, pois não há registros de

05 de dezembro de 2008 até 17 de maio de 2011.

O sistema SIM/WEB apresenta na tabela abaixo a relação dos óbitos ocorridos no

municipio de Niterói indepedente do municipio de sua residencia observe:

2009 2010 2011 2012 2013

OMD com ficha-síntese digitada 9 2 3 3 12

Total de óbitos maternos declarados 13 2 3 3 13

% de OMD com ficha-síntese digitada 69,23 100 100 100 92,31

Fonte: Dados extraídos do SIM/WEB no dia 01/04/2014

Dados sujeitos a revisão

Tabela 1 - Distribuição do Percentual de Óbitos Maternos Declarados (OMD) com ficha-síntese digitada,

ocorridos no Município de Niterói, por ano de ocorrência, no período de 2009 a 2013

ANO DE OCORRÊNCIA

Evidencia-se na tabela 1 que dentre os óbitos maternos declarados no período de 2010

a 2012, 100% foram investigados pela COVIG. Nos anos de 2009 e 2013, em que foi

registrado um maior número de casos. Foram investigados 69,23% e 92,31% respectivamente.

Interessante que no livro de atas do CMMNT, não encontramos registro do Comitê nos anos

de 2009 e 2010 investigados pelo Comitê. E, especificamente em 2010, apenas dois óbitos

maternos são declarados, mas não investigados pelo CMMNT.

Nessa tabela observa-se a série histórica que de 2009 a 2013 houve aproximadamente

100% dos óbitos de munícipes investigadas. Há uma discrepância no ano de 2009, neste ano,

foi introduzida a metodologia de investigação, assim sendo assim obteve-se 69,23% de OMD

com ficha-síntese digitada. O ano de 2013 apresenta percentual de 92,31% devido o prazo não

ter se esgotado ainda, sendo assim os dados estão sujeitos à revisão.

No ano de 2013, com a nova dinâmica das reuniões (colagem da ficha síntese do

parecer) quatro casos foram analisados dos doze casos digitados, só foram analisados 9.

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Mesmo assim, dado a ausência das entidades participantes ás reuniões, alguns óbitos de 2013

só foram analisados no ano de 2014.

Se fizermos uma correlação com o total de óbitos de mulheres em idade fértil

verificaremos que os OMD, são em tese menos que 1% do total de óbitos de mulheres em

idade fértil.

2009 2010 2011 2012 2013

Óbitos de MIF (exceto OMD) com ficha-síntese da

investigação276 320 242 237 226

Total de óbitos de MIF (exceto OMD) 159 252 164 125 152

% de Óbitos de MIF (exceto OMD) com ficha-síntese da

investigação57,61 78,75 67,77 52,74 67,26

Fonte: SIM/WEB no dia 10/04/2014

Dados sujeitos a revisão

ANO DE OCORRÊNCIA

Tabela 2 - Distribuição do Percentual dos óbitos de Mulher em Idade Fértil (MIF), exceto os Óbitos Maternos

Declarados (OMD), com ficha-síntese digitadas de ocorrência no Município de Niterói por ano de ocorrência no

período de 2009 a 2013

Observa-se na tabela 2 que em nenhum ano obteve-se 100% de casos investigados. No

ano de 2010 obteve-se um maior número de óbitos ocorridos e que coincidiu com o maior

percentual de casos de OMD. Entretanto, não temos registro dessa análise pelo CMMNT. De

2011 a 2013 a relação de investigação de casos nesse período flutuou entre 52,74% a 67,26%.

Ainda assim, se observarmos o numero de OMD, veremos que quase a totalidade deles 92,31 a

100% poderiam ter sido investigados. Com isso não podemos apontar uma diminuição ou

aumento da potencia investigativa da vigilância e nem da abrangência da analise do CMMNT.

Ao comparar o percentual dos óbitos de Mulheres em Idade Fértil (MIF) e óbitos

Maternos Declarados (OMD) notificados dentro do prazo, ocorridos no Município de Niteroi,

por ano de ocorrência, nota-se que o número de notificações dentro do prazo tem baixo

percentual. Existe uma tendência ao aumento até o ano de 2012, voltando a cair no ano 2013

dessas porcentagens, mas considerando que o trabalho de investigação de casos permeia a

notificação, o baixo percentual de notificações impede parcialmente a investigação de Óbitos

Maternos.

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2009 2010 2011 2012 2013

Total de OMD 13 2 3 3 13

Total de MIF 276 320 242 237 226

Total de óbitos notificados (MIF + OMD) 289 322 245 240 239

Número de óbitos (MIF + OMD) notificados dentro do prazo 0 8 41 58 45

% de óbitos (MIF + OMD) notificados oportunamente 0 2,48 16,73 24,17 18,83

Fonte: SIM/WEB no dia 10/04/2014

Dados sujeitos a revisão

ANO DE OCORRÊNCIA

Tabela 3 - Distribuição do percentual dos óbitos de Mulheres em Idade Fértil (MIF) e Maternos Declarados

(OMD) notificados dentro do prazo, ocorridos no Município de Niterói, por ano de ocorrência no período de 2009

a 2013

Na tabela 4 (abaixo) verifica-se que ocorreu um crescimento no percentual de

digitação das fichas-síntese dentro do prazo, mesmo com a oscilação na quantidade do total de

óbitos notificados (MIF + OMD). Esse percentual de até 50,21%, maior registrado nessa série

de 2009 a 2013, mostra que mesmo a investigação tendo poucos anos de curso está avançando

na questão do prazo. Isso facilita a análise das informações pelo CMMNT.

O total de óbitos maternos declarados em 2009 e 2010 oscila, devido às equipes de

saúde ainda estarem habituando-se a preencher a Declaração de Óbito, principalmente no que

se refere aos campos 43 e 44 “Condições e causas do óbito: destacam-se os diagnósticos que

levaram à morte, ou contribuíram para mesma, ou estiveram presentes no momento do óbito.

Dar especial atenção a óbitos de mulheres em idade fértil ao preencher os campos

respectivos (43 e 44 do modelo vigente), visando estudos sobre mortalidade materna. ( A

declaração de Óbito, MS, 2007 p.14)”

O total de MIF durante os anos mesmo com o pico de 2010, demonstrou

posteriormente queda. O que chama atenção é a porcentagem de notificações oportunas que

ainda é baixa por conta das dificuldades que as equipes de saúde encontram em ter acesso aos

prontuários com informações e registros de qualidade que favoreçam a coleta de dados

importantes para a classificação adequada e assim prosseguir a notificação corretamente.

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2009 2010 2011 2012 2013

Total de OMD 13 2 3 3 13

Total de MIF 276 320 242 237 226

Total de óbitos notificados (MIF + OMD) 289 322 245 240 239

Número de óbitos (MIF + OMD) com ficha-sintese de

investigação digitada dentro do prazo 0 122 103 96 120

% de óbitos (MIF + OMD) com ficha-síntese da investigação

digitada dentro do prazo0 37,89 42,04 40 50,21

Fonte: SIM/WEB no dia 10/04/2014

Dados sujeitos a revisão

Tabela 5 - Distribuição do percentual dos óbitos de Mulheres em Idade Fértil (MIF) e Maternos Declarados

(OMD) com ficha-síntese da investigação digitada dentro do prazo, ocorridos no Município de Niterói, por ano de

ocorrência no período de 2009 a 2013

ANO DE OCORRÊNCIA

Sabe-se que o controle da investigação inicia-se na digitação da ficha-síntese da

investigação de óbito. Na tabela 5 na série histórica há uma oscilação nos percentuais de

ficha-síntese de investigação digitada de MIF e OMD.

O número de óbitos com ficha-síntese digitadas dentro do prazo, apesar de ter

oscilado no ano de 2012 manteve-se com alto índice, demonstrando que as equipes de

Vigilância em Saúde estão em plena atividade para investigar de modo conciso e dentro do

prazo os casos ocorridos no município.

Não houve em nenhum ano descrito 100% do quantitativo de óbitos totais

investigados, conforme demonstrado na tabela 6 (abaixo). É relevante observar que no ano de

2010 onde o número de óbitos totais foi alto identifica-se também maior percentual, 78,88%,

de ficha-síntese de investigação digitada, mas não há registro de analise pelo CMMNT.

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2009 2010 2011 2012 2013

Nº de óbitos (MIF + OMD) com ficha-síntese

da investigação digitada168 254 167 130 167

Total de óbitos (MIF + OMD) notificados 289 322 245 240 239

% de ficha-síntese de investigação digitadas dos óbitos de MIF

+ OMD58,13 78,88 68,16 54,17 69,87

Fonte: SIM/WEB no dia 06/05/2014

Dados sujeitos a revisão

ANO DE OCORRÊNCIA

Tabela 6 - Distribuição da percentual de ficha-síntese digitadas dos óbitos de Mulheres em Idade Fértil (MIF) e

Maternos Declarados (OMD) ocorridos no Município de Niterói, segundo ano de ocorrência no período de 2009 a

2013

Em relação aos registros de óbitos das atas do CMMNT Registro dos óbitos ocorrido

Município de Niterói, isto é: os óbitos que foram discutidos nas reuniões do Comitê de Óbito

Materno. Verifica-se a tabela 7 abaixo:

Na tabela 7 há oscilação no número de óbitos maternos discutido durante cada ano.

Todos os casos de óbito ocorreram no Município de Niterói, são de usuárias munícipes e não

munícipes. De todos os óbitos avaliados grande porcentagem foi de óbitos maternos

declarados, um foi de não gestante e outro foi de um óbito materno não declarado. O único

caso não declarado demonstrado no ano de 2012 decorreu de uma mulher em idade fértil que

2003 2004 2005 2006 2007 2011 2012 2013

Quantidade de óbitos maternos

discutidos nas reniões 1 4 4 2 3 1 3 8

Óbitos maternos declarados 1 2 3 2 3 1 2 8

Óbitos maternos não declarado 0 2 0 0 0 0 1 0

Não gestante 0 0 1 0 0 0 0 0

Nota: Não há registro de casos discutidos no lapso temporal de 2008 a 2010. Não há referências do motivo desse ocorrido em ata.

Fonte: Ata de reuniões do Comitê de Mortalidade Materna de Niterói

Tabela 7: Registro da quantidade de óbitos maternos discutidos por ano no Comitê de Óbito Materna de

Niterói de 2003 a 2015 incluindo os óbitos declarados e os não declarados.

ANOS DE OCORRÊNCIA

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foi a óbito, porém não ha relato nos prontuários se a mesma encontrava-se gestante e se morte

decorreu devido a complicações no aborto.

O Brasil ainda enfrenta um dos seus maiores desafios à redução da mortalidade

materna nos estados e municípios. No município de Niterói não é diferente. Conseguir reduzir

a quantidade de casos de óbitos por causas maternas diretas ou indiretas requer medidas

drásticas como a busca ativa das gestantes de alto risco e identificação precoce de alterações

fisiológicas graves que a gestação pode causar subitamente e levar a paciente a óbito em

pouco tempo.

Nesse estudo a partir de dados recentes do município de Niterói, mesmo com as

dificuldades encontradas no âmbito da saúde do Estado, os profissionais vêm se esforçando

para alcançar a 5° meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio que é reduzir em 75%

a taxa de mortalidade materna no Brasil. E pelos resultados demonstrados alcançou-se uma

redução dos números de casos de óbitos maternos.

Pelo observado e descrito mediante os registros das atas do CMMNT, ainda não se

tem um modelo instituído das análises realizadas. Opta-se pela colagem dos itens do parecer a

fim de se dar uma unicidade ao relato das reuniões. Contudo, os casos das usuárias que foram

a óbito, gestantes ou puérperas, alguns pontos críticos levantados demonstram necessidade de

melhoria na atenção do pré-natal, detecção precoce de risco, principalmente relacionado ao

acolhimento no pré-natal que ainda é um desafio o registro das consultas, as orientações e

terapias realizadas.

Durante a vivência da graduação, relacionada ao ambiente hospitalar e do atendimento

ambulatorial (Posto de saúde e Posto Médico de Família) pode-se verificar que muitas

gestantes não sabem para onde se encaminhar para realizar seu parto ou mesmo dar

continuidade à investigação laboratorial especializada, deixando assim, a gestação descoberta

de atendimento médico e de busca ativa por doenças e agravos e se pondo sob risco

obstétrico, o que agrava seu estado e influencia em complicações que possam surgir no

puerpério.

A Vigilância Epidemiológica junto às demais instâncias de investigação

principalmente o Comitê de Óbito Materno tem papel fundamental ao investigar as causas

mortis das gestantes e puérperas imediatas ou tardias. Desse modo, não só verifica problemas

ocorridos, como pode se traçar soluções e estratégias que minimizem falhas ocorridas no

atendimento obstétrico, por qualquer profissional. Assim sendo, o CMMNT pode contribuir

para melhorar a assistência ambulatorial e hospitalar através de suas recomendações.

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Quando não há clareza do caso, deve haver analise dos registros ambulatoriais e

hospitalares cuja solução ou proposta estará presente no processo de trabalho visando a

melhoria da qualidade de saúde de qualquer população. Com a parceria da Vigilância

Epidemiológica é possível admitir que resultados sejam alcançados em tempo real. A união de

diversas entidades, não somente discutem as causas das mortes, mas propõem recomendações

pertinentes a cada caso de acordo com suas linhas de ações.

O ponto crítico listado às avaliações realizadas, em cada investigação, é um alerta para

qualidade dos registros de atendimento hospitalar e ambulatorial. O ponto crítico que mais se

destacou foi à falta de preenchimento adequado dos prontuários seja ele ambulatorial ou

hospitalar. Desse modo, verifica-se uma desvalorização dos registros tanto médicos nas

questões de diagnóstico precoce quanto dos registros de enfermagem primordiais para

demonstrar a evolução do quadro de saúde e assim, uma melhor assistência na estabilização

do paciente.

Destaca-se também nessa discussão a não valorização do risco social de cada usuária.

As equipes de atendimento em nível ambulatorial devem checar o histórico social de suas

pacientes de modo que haja identificação de algum acometimento mental como depressão,

tristeza, maus tratos e a necessidade de um acompanhamento mais próximo para orientação ao

pré-natal de forma adequada.

A população de baixa escolaridade ou nível social precário, por falta de acolhimento e

má prestação das informações terão mais dificuldade de acesso adequado aos exames e

acabam deixando de ir às consultas mensais preconizadas pelo Ministério da Saúde.

As reuniões relatadas nas atas do Comitê não valorizam somente a crítica. Propõe

recomendações a cada falha identificada que seja em qualquer âmbito. Recomendações que se

destacam são relacionadas à valorização dos prontuários e dados da assistência; orientação

adequada para a gestante retornar ao atendimento médico e assistência de enfermagem pelo

menos uma vez ao mês com no mínimo de 7 consultas; atenção maior das equipes de saúde ao

puerpério imediato relacionado ao alto índice de sangramento volumoso pós parto; orientação

para gestante hipertensa para acompanhamento no pré-natal de alto risco; orientação quanto a

reserva de vagas de CTI destinada a maternidade de modo a estabilizar quadros de

agravamento severo que a gestante venha sofrer.

A pesquisa documental nesse estudo demonstrou e reafirmou o objetivo desse

trabalho, fortalecendo a justificativa que prioriza a compreensão, a importância do papel

multidisciplinar nas investigações e a melhora da assistência pré-natal e puerperal,

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priorizando os protocolos de assistência de alto e baixo risco disponibilizados pelo Ministério

da Saúde.

Com relação às notificações dos óbitos maternos o que mais prevaleceu nessa pesquisa

foi à notificação de óbito materno declarado. Esses deveram ser notificados em até 24 horas

para a COVIG, pois fazem parte da lista de notificações compulsórias.

Sabe-se que devido os fatores relacionados à má prestação de atendimento nas nossas

unidades de saúde por falta de condições de trabalho, de remuneração, de insumos e de

material humano fica difícil encontrar prontuários preenchidos adequadamente, registro de

condutas médicas adequadas, diagnóstico rápido e preciso o que leva a demora da constatação

de que se trata ali de um óbito materno. Assim, o óbito não será considerado materno e após a

investigação realizada descobre-se que essa mulher em idade fértil faleceu gestante,

reafirmando o quanto é importante investimentos nos Comitês de Óbito Materno no país.

De acordo com os dados apresentado de óbitos de residentes no município de Niterói

verifica-se que durante o período descrito houve quantidade de casos ocorridos superiores aos

casos discutidos, mediante o lapso temporal que se destaca de 2009 a 2011, anos que podem

ser comparados em ambas às tabelas. Isso demonstra que o CMM não conseguiu ter acesso a

todos os casos ocorridos por causas já especificadas acima, uma delas, a principal, é a falta de

informações nos registros de atendimento que compromete a investigação e o correto

diagnóstico apresentado pela usuária.

A presente pesquisa foi abrangente ao aprofundar o conhecimento de como funciona a

integralização das equipes multidiciplinares que compõe o Comitê de Óbito Materno de NT e

como se dá a investigação dos casos. Mostrou as dificuldades de composição dos casos pelos

registros obtidos e, até mesmo, para se reunirem de modo a compor um grupo de discussão

coerente e pró-ativo, devido a ser um acréscimo nas atividades profissionais que são em

sobrecarga da dinâmica assistencial.

Nesta perspectiva, faz-se necessário para a evitabilidade de mortes maternas precoces

um bom pré-natal e acolhimento para diminuição dos índices, que nesse estudo foram

descrito, para tanto mais uma vez se discute a necessidade da implementação de tais ações a

seguir:

Acolhimento a gestante;

Melhor implantação do pré-natal nas Unidades Básicas de Saúde com

orientações básicas explicitadas de maneira simples e que valorizem o

momento pelo qual elas estão passando;

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Implantação concisa de grupos de gestante para abordagem da vida

social de cada uma, e assim, identificar riscos;

Encaminhamento das gestantes de alto risco para o atendimento

terciário;

Tratá-las de maneira igualitária sem preconceitos, respeitando as

decisões e vontades de cada uma.

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6- CONCLUSÃO

A atenção à mulher grávida inclui a prevenção de doenças e agravos, à promoção da

saúde e o tratamento dos problemas ocorridos durante o período gestacional até o pós-parto,

tanto da mulher quanto do bebê. Por isso, a assistência deve considerar os aspectos

biopsicossociais, não mais se concebendo a assistência baseada nos modelos biomédicos.

Devem ser considerados os sentimentos da mulher em suas múltiplas dimensões, visto que a

gestação é um momento único e singular da vida das mulheres (DUARTE e ANDRADE,

2006).

Ao investigar as mortes maternas do Municipio de Niterói através das atas e

SIM/WEB contribui para a identificação do número de óbitos maternos, à medida que permite

a identificação daqueles que não foram informados corretamente e os que não têm declarações

de óbitos registradas ou não entraram.

Desse modo, aprofundar o estudo baseado no levantamento dos dados do SIM/WEB e

nos registros históricos do CMM possibilitou verificar como o município de Niterói vem

atuando para reduzir os índices de mortes de gestantes e puérperas contribuindo assim para

alcançar a 5° meta do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio. Esse estudo possibilitou que

fossem comparados dados que mostram ainda que muito deve ser feito para que todas as

investigações e soluções para velhos problemas sejam tomados.

Essa pesquisa contribui para que seja esclarecido como funciona o CMM integrado a

Vigilância epidemiológica e ao COOBS detalhando como é importante a

multidisciplinariedade ao abordar fatos tão complexos como nos casos avaliados nos

resultados aqui apresentados. Para sugestões futuras sugere-se que todos os pontos críticos e

as principais sugestões feitas após as investigações sejam disponibilizadas em forma de

cartilha, treinamentos ou protocolos para dentro das instituições de saúde, principalmente as

maternidades como forma de educação continuada a fim de sugestão de melhoria dos

atendimentos a gestação, parto e puerpério.

A participação do enfermeiro dentro do CMM é fundalmental visto que, durante a

análise dos casos de óbito materno indentifica-se pontos críticos com relação ao

preenchimento do prontuário do paciente. A equipe multidiciplinar e principamente de

enfermagem não se preocupa com as informações ali escritas, e com ausencia de alguns

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dados, de saúde do paciente, fica prejudicada a avaliação do estado do mesmo que pode no

futuro ser motivo de pesquisa ou mesmo processo judicial.

A luz de Mesquita, o prontuário do paciente é um meio de comunicação escrita

elaborado por uma equipe multidisciplinar facilitando a coordenação e a continuidade do

planejamento da saúde (MESQUITA, 2010).

Ao analisar todos os dados das atas do CMM têm-se uma dimensão da necessidade de

uma melhora no pré-natal no ambito da atenção primária pois é, nesse momento que verifica-

se as necessidades básicas da gestante e se há algum acometimento de saúde que possa

agravar o parto e puerpério da mesma. Vale ressaltar que, o cuidado pré-natal é

multidiscilplinas e interdisciplinar onde o enfermeiro está inserido.

Fica claro, que o profissional de enfermagem é um grande contribuidor no que se

refere à equidade e integralidade da assistência em especial ao materno-infantil. Desse modo,

a assistência pre-natal bem realizada aumenta os indicadores de saúde, diminui as taxas de

mortalidade.

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7- BIBLIOGRAFIA

7.1- OBRAS CITADAS

BRASIL, Ministério da Saúde, folha de São Paulo. Acessado em: 20/04/2014

http://www.indicadorbrasil.com.br/2012/02/mortalidade-materna-no-brasil-cai-19-em-2011/

BRASIL, Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, Brasil Setembro de 2007

BRASIL, Ministério da Saúde, Manual dos Comitês de Mortalidade Materna. Secretaria de

Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília DF 2007. 2-

104 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 1119 de 05 de junho de 2008. Regulamenta a

vigilância dos óbitos maternos.

BRASIL, Guia de Vigilância do Óbito Materno, 2009.

BRASIL. Presidência da República Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em 24 de abril de 2014.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE GOVERNO FEDERAL

http://www.brasil.gov.br/saude/2014/05/oms-brasil-reduz-mortalidade-materna-em-43-de-

1990-a-2013 acessado em 15/12/2015

DUARTE, Sebastião Junior Henrique; ANDRADE, Sônia Maria Oliveira de. Assistência pré-

natal no Programa Saúde da Família, 2006.

FIGUEIREDO, Antônio Macena e SOUZA, Soraia Riva Goudinho. Livro: Projetos,

Monografias, Dissertação e Teses. Da Redação Científica à A apresentação do Texto Final.

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INFORME EPIDEMIOLÓGICO DE MORTALIDADE MATERNA, Governo do Estado do

Ceará, 6 de Setembro de 2013. 2 -24 p.

JORGE, Maria Helena P. de Mello; LAURENTI, Ruy; DI, Heloisa Brunow V. N. O óbito e

sua investigação. Reflexões sobre alguns aspectos relevantes. Revista Brasileira de

Epidemiologia 2010; 13 (4), 561-76 p.

JÚNIOR, Carlos Augusto A. Os elevados índices de mortalidade materna no Brasil: razões

para sua permanência. Editorial 2006.

LAURENTI, Ruy; JORGE, Maria Helena P. de M.; GOTLIEB, Sabina L. D. ; A mortalidade

materna nas capitais brasileiras: algumas características e estimativa de um fator de ajuste.

Revista Brasileira de Epidemiologia 2004; 7(4) . 449 – 460 p.

MESQUITA, Amo, DESLANDES Sf. A construção dos prontuários como expressão da

prática dos profissionais de saúde. Saúde Soc. 2010;19(3), 664-673p.

RIBEIRO, Caroline Madalena; COSTA, Antônio Jose L., et al Estratégia Para Seleção E

Investigação de Óbitos de Mulheres em Idade Fértil. Revista Brasileira Epidemiologia ano

2012; 15(4): 725-36 p.

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7.2- OBRAS CONSULTADAS

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação Estatística Internacional de

Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10ª Revisão. São Paulo: Centro Brasileiro de

Classificação de Doenças; 1995 (Vols. 1 e 2).

MANUAL DE PROCEDIMENTOS DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE

MORTALIDADE BRASÍLIA, FUNASA, Brasília agosto 2001. 7 a 31 p.