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Anais Universidade Federal Fluminense Campus Gragoatá Niterói-RJ www.uff.br/jornadabotanica2013/ 11 a 14 de setembro de 2013

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Anais

Universidade Federal Fluminense

Campus Gragoatá

Niterói-RJ

www.uff.br/jornadabotanica2013/

11 a 14 de setembro de 2013

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 4

A JORNADA FLUMINENSE DE BOTÂNICA ......................................................................... 4

HOMENAGEADO E PLANTA SÍMBOLO .............................................................................. 5

COMISSÃO ORGANIZADORA ................................................................................................ 6

COMISSÃO CIENTÍFICA ......................................................................................................... 7

COMISSÃO DE APOIO........................................................................................................... 8

PROGRAMAÇÃO .................................................................................................................. 9

RESUMOS DE PALESTRAS E MESAS REDONDAS (P1-P4) ....................................................... 13

MINI-CURSOS .................................................................................................................... 18

OFICINA DE ENSINO E EXTENSÃO ....................................................................................... 19

APRESENTAÇÕES ORAIS (O1-013) ....................................................................................... 20

APRESENTAÇÕES PAINÉIS (P1-P106) ................................................................................... 35

BIOQUÍMICA, FITOQUÍMICA E FISIOLOGIA .................................................................... 35

BOTÂNICA ESTRUTURAL E GENÉTICA ............................................................................. 36

EDUCAÇÃO AMBIENTAL, ECOTURISMO, GERENCIAMENTO AMBIENTAL E

CONSERVAÇÃO DA NATUREZA ....................................................................................... 37

BOTÂNICA APLICADA E ETNOBOTÂNICA ........................................................................ 38

ECOLOGIA E BIOLOGIA DA REPRODUÇÃO ...................................................................... 38

ENSINO DA BOTÂNICA, HISTÓRIA DE BOTÂNICA, HERBÁRIO E TEMAS CORRELATOS ... 39

FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA .................................................................................... 40

SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO DE CRIPTÓGAMAS .............................................................. 41

SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO DE FANERÓGAMAS ............................................................ 41

*Clique sobre o tópico para ir para a página desejada. **Para realizar busca pelo nome do autor ou palavra chave use a ferramenta “Localizar” do Adobe Acrobat.

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INTRODUÇÃO

A JORNADA FLUMINENSE DE BOTÂNICA

A Jornada Fluminense de Botânica é um evento tradicional no estado do Rio de

Janeiro que acontece desde 1980, sendo promovida pela Sociedade Botânica do Brasil

– diretoria Rio de Janeiro – e sediada a cada ano por uma instituição de ensino e/ou

pesquisa. Este ano, a XXXII JFB está sendo realizada na Universidade Federal

Fluminense, no município de Niterói e terá com tema “A Botânica num cenário

multidisciplinar”. A botânica é uma ciência que permeia diversas áreas do

conhecimento e tem trazido importantes contribuições na compreensão de processos

biológicos e na preservação dos recursos naturais. A XXXII Jornada Fluminense de

Botânica promove o encontro de botânicos de diversas áreas e estimula a troca de

informações e discussões nesse contexto multidisciplinar.

Antes da XXXII Jornada Fluminense de Botânica a UFF sediou outras três, a

primeira realizada em 1995 teve como tema “Plantas medicinais”, a segunda realizada

em 1998, “Estrutura e Conservação da Vegetação de Afloramentos Rochosos” e a

terceira realizada em 2000, “A flora do estado do Rio de Janeiro: situação atual e

perspectivas”. Após treze anos o Setor de Botânica da UFF se propõe novamente a

organizar esse importante evento.

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HOMENAGEADO E PLANTA SÍMBOLO

A XXXII Jornada Fluminense de Botânica homenageia o Dr. Jorge Pedro Pereira

Carauta, que foi o idealizador e organizador da primeira jornada, realizada em 1980.

Pedro Carauta, como é conhecido, é um importante botânico do estado. Ele graduou-

se em História Natural na UERJ em 1956, fez mestrado em Ciências Biológicas

(Botânica) pelo Museu Nacional/UFRJ (1977) com a dissertação intitulada "Dorstenia L.

(Moraceae) do Brasil e Países Limítrofes" e doutorado pela Universidade Presbiteriana

Mackenzie (1988) com a tese intitulada "Ficus (Moraceae) no Brasil: Conservação e

Taxonomia". Trabalhou como Analista de Ecossistemas, no Herbário Alberto

Castellanos (GUA), atualmente do Serviço de Ecologia Aplicada do INEA, onde se

aposentou em 2000. Atualmente é professor Associado do Departamento de Botânica

do Museu Nacional/UFRJ, Fellow da Linnaean Society e editor chefe da revista Albertoa

desde 1984. Devido a sua importante contribuição na botânica, foi homenageado com

numerosos epítetos em seu nome (p. ex. Cleistes carautae Tocano & Leoni, Couepia

carautae Prance, Dorstenia carautae C.C. Berg., Epidendrum carautaense Hágsater & L.

Sánchez, Ficus carautana L.J. Neves & Emygdio, Panicum carautae Renvoize, Serjania

carautae Somner, Solanum carautae Carvalho, Sorocea carautana M.D.M.Vianna,

Carrijo & Romaniuc; Stigmaphyllon carautae C.E. Anderson, Stylogyne carautae Carrijo

& M.F. Freitas, Telminostelma carautanum Fontella & E.A. Schwarz). Devido a isso, a

planta símbolo escolhida para a XXXII Jornada Fluminense de Botânica foi a

"Brilhantina-de-Arraial": Pilea carautae M.D.M. Vianna & R.J.V.Alves, descrita em

homenagem a Pedro e Endêmica do Centro de Diversidade Cabo Frio.

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Arno Fritz das Neves Brandes –UFF (Coordenador Geral)

Adriana Quintella Lobão –UFF

Alessandra Leda Valverde –UFF

Ana Joffily Coutinho –UFF

Claudia Franca Barros –JBRJ

Dulce Gilson Mantuano –UFRJ

Janie Garcia da Silva –UFF

Lana da Silva Sylvestre –UFRJ

Leonardo Bona do Nascimento –UFF

Maria Carolina Anholeti –UFF

Mariana Machado Saavedra –UFRJ

Odara Horta Boscolo –UFF

Selma Ribeiro Paiva –UFF

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COMISSÃO CIENTÍFICA

Alphonse Germaine Albert Charles Kelecon –UFF

Ana Angélica Monteiro de Barros – UERJ

Ana Joffily –UFF

Ariane Luna Peixoto – JBRJ

Cecília Gonçalves Costa – JBRJ

Claudia Franca Barros – JBRJ

Elsie Franklin Guimarães – JBRJ

Janie Garcia da Silva –UFF

Jerônimo Boelsums Barreto Sansevero – JBRJ

João Marcelo Alvarenga Braga – JBRJ

Lana da Silva Sylvestre –UFRJ

Marcelo Dias Machado Vianna Filho – MN-UFRJ

Maria Auxiliadora Coelho Kaplan –UFRJ

Mariana Machado Saavedra –UFRJ

Odara Horta Boscolo –UFF

Rejan Rodrigues Guedes Bruni – JBRJ

Ricardo Cardoso Vieira –UFRJ

Selma Ribeiro Paiva –UFF

Shaula Vicentini de Sampaio –UFF

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COMISSÃO DE APOIO

Carolina Marques Ramos de Moraes –UFF

Claudio Cruz Guimarães –UFF

Daniel Vargas de Sá –UFF

Daniella Senos Lopes –UFF

Elizabeth Corrêa –UFF

Fernanda Moreira do Amaral –UFF

Gabrielle Gonçalves Teixeira –UFF

Igor Lins da Silva Freire –UFF

Juliana da Conceição Peres Leitão –UFF

Lanuzia Grandini Quintanilha –UFF

Lidiane da Silva Nascimento –UFF

Lucas César Oliveira de Andrade –UFF

Paolo Massoni –UFF

Rafael Perpetuo Albuquerque –UFF

Renata Sirimarco da Silva Ribeiro –UFF

Rogério Jotobá Figueiredo Jr –UFF

Sara Christina Pádua de Souza –UFF

Stella Matta de Lara Rocha –UFF

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PROGRAMAÇÃO

11/09/2013 – Quarta-feira

08:00 às 10:00 h - Minicursos Campus Valonguinho

08:00 às 16:00 h - Oficina de educação e extensão

Educação ambiental – Dra. Shaula Vicentini de Sampaio (UFF) Aprendendo com as plantas – Profas. Helena Regina Pinto Lima, Ionice de Oliveira M. Cardoso, Maria

Mercedes Teixeira da Rosa e Maria Veronica L. Pereira Moura (UFRRJ) Artesanato com plantas – Prof. João Victor Garcia (UFF)

15:00 às 17:00 h – Inscrições e entrega de material Secretaria - Bloco F - Campus Gragoatá

17:00 às 19:00 h – Abertura solene Auditório Moacyr de Carvalho Gama - Bloco F- Campus Gragoatá

Cerimônia de abertura

Homenagem ao Botânico Dr. Pedro Carauta - Palestra Dra. Ariane L. Peixoto (JBRJ)

19:00 às 20:00 h – Coquetel de confraternização Bloco F- Campus Gragoatá

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12/09/2013 - Quinta-feira

08:00 às 10:00 h – Inscrições, entrega de material e fixação de painéis Secretaria - Bloco F- Campus Gragoatá

08:00 às 9:30 h - Minicursos Campus Valonguinho

Auditório Moacyr de Carvalho Gama Bloco F - Campus Gragoatá

Auditório Florestan Fernandes Bloco D - Campus Gragoatá

10:00 às 11:00 h – Palestra 1

Conceito de espécie e a sistemática moderna Dr. Marcelo Trovó (UFRJ)

10:00 às 11:00 h – Palestra 2

Desafios do Ensino de Botânica na escola básica

Dra. Mariana Lima Vilella (UFF)

11:00 às 11:20 h - Coffee break

11:20 às 12:20 h – Palestra 3

Flora do Rio de Janeiro Dr. José Fernando A. Baumgratz (JBRJ)

11:20 às 12:20 h – Palestra 4

Alelopatia: interação química vegetal Dra. Helena Pinto Lima (UFRRJ)

12:20 às 14:00 h - Almoço

14:00 às 16:00 h – Mesa redonda 1:

Abordagens etnobotânicas em plantas alimentícias Dra. Lucia Regina Fernandes (INPI)

Dr. Valdely Ferreira Kinupp (IFAM-CMZL) Dra. Viviane Stern da Fonseca Kruel (JBRJ) Mediadora: Dra. Odara Horta Boscolo (UFF)

14:00 às 16:00 h – Mesa redonda 2:

Biogeografia e filogenia Dra. Maria Beatriz B. de Barros Barreto (UFRJ)

Dr. Pedro Fiaschi (UFSC) Dr. Guilherme Brito (MN-UFRJ)

Mediadora: Dra. Adriana Lobão (UFF)

16:00 às 16:30 h - Coffee break

16:30 às 17:30 h – Apresentações orais Auditório Florestan Fernandes - Bloco D / Auditório Moacyr de Carvalho Gama - Bloco F

Campus Gragoatá

16:30 às 18:30 h – Apresentação de painéis Bloco F- Campus Gragoatá

17:30 às 18:30 h – Reunião SBB Auditório Florestan Fernandes - Bloco D - Campus Gragoatá

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13/09/2013 – Sexta-feira

08:00 às 9:30 h - Minicursos Campus Valonguinho

Auditório Moacyr de Carvalho Gama Bloco F - Campus Gragoatá

Auditório Florestan Fernandes Bloco D - Campus Gragoatá

10:00 às 11:00 h – Palestra 5

Diversidade Funcional e Filogenética no Estudo de Estrutura de Comunidades e Funcionamento de

Ecossistemas Dr. Bruno Rosado (UERJ)

10:00 às 11:00 h – Palestra 6

Biologia da secreção: Dinâmica do processo secretor em coléteres de Rubiaceae

Dra. Maura Cunha (UENF)

11:00 às 11:20 h - Coffee break

11:20 às 12:20 h – Palestra 7

Interações entre pteridófitos e animais Dr. Marcelo Guerra (UERJ)

11:20 às 12:20 h – Palestra 8

A madeira e o registro das mudanças do clima Dra. Cátia Callado (UERJ)

12:20 às 14:00 h – Almoço

14:00 às 16:00 h – Mesa redonda 3

Perspectivas atuais em restauração ecológica de ecossistemas terrestres

Dra. Marcia Cristina Mendes Marques (UFPR) Dr. Luiz Fernando Duarte de Moraes (EMBRAPA) Dr. Jerônimo Boelsums Barreto Sansevero (JBRJ)

Mediador: Dr. Luiz Roberto Zamith Coelho Leal (UFF)

14:00 às 16:00 h – Mesa redonda 4

Controle de qualidade de produtos naturais Dra. Neusa Tamaio (JBRJ)

Dr. Davyson de Lima Moreira (FIOCRUZ) Dra. Luciana Chedier (UFJF)

Mediadora: Dra. Ana Joffily (UFF)

16:00 às 16:30 h - Coffee break

16:30 às 17:30 h – Apresentações orais Auditório Florestan Fernandes - Bloco D / Auditório Moacyr de Carvalho Gama - Bloco F

Campus Gragoatá

16:30 às 18:30 h – Apresentação de painéis Bloco F - Campus Gragoatá

18:30 às 19:30 h – Cerimônia de encerramento Auditório Moacyr de Carvalho Gama - Bloco F- Campus Gragoatá

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14/09/2013 - Sábado

08:00 às 15:00 h – Excursão científica 1 Serra da Tiririca - Alto Mourão

Saída do oníbus - Portão principal - Campus Gragoatá

08:00 às 15:00 h – Excursão científica 2 Serra da Tiririca - Costão e Bananal

Saída do oníbus - Portão principal - Campus Gragoatá

08:00 às 15:00 h – Excursão científica 3 Serra da Tiririca - Comunidades tradicionais

Saída do oníbus - Portão principal - Campus Gragoatá

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RESUMOS DE PALESTRAS E MESAS REDONDAS (P1-P4)

PA1 Boscolo, O. H. ABORDAGENS ETNOBOTÂNICAS EM PLANTAS ALIMENTÍCIAS

PA2 Marques, M. C. M. LIMITAÇÕES AO SUCESSO DA RESTAURAÇÃO PASSIVA E ATIVA DA

FLORESTA ATLÂNTICA

PA3 Moreira, D. L. ASPECTOS QUÍMICOS DO CONTROLE DA QUALIDADE DE DROGAS

VEGETAIS E FITOTERÁPICOS

PA4 Zamith, L. R. PERSPECTIVAS ATUAIS EM RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA DE

ECOSSISTEMAS TERRESTRES

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ABORDAGENS ETNOBOTÂNICAS EM PLANTAS ALIMENTÍCIAS

Boscolo, O.H.

Professora Doutora, Universidade Federal Fluminense, Departamento de Biologia Geral, Setor

de Botânica ([email protected])

A perda de biodiversidade vem acelerando nos últimos anos. Nossos ancestrais conheciam e

usavam cerca de 5.000 tipos de vegetais e atualmente são utilizadas apenas 130 espécies, 95%

das nossas exigências alimentares são cobertas por apenas 30 vegetais e mais da metade dos

nutrientes vem do milho, arroz e trigo. Ao reduzir esta questão à tamanha limitação de

variedades, nos damos conta do empobrecimento alimentar a que estamos submetidos.

Perde- se não só as espécies domesticadas como também seus parentes silvestres devido a

devastação dos ecossistemas naturais. A importância da biodiversidade para a segurança

alimentar mundial vem sendo crescentemente reconhecida, ao mesmo tempo em que sua

perda tem sido motivo de preocupação. È preciso que nos voltemos para as nossas espécies já

esquecidas e pouco conhecidas. Nossa biodiversidade tem um grande potencial de uso

alimentar a ser pesquisado para o enriquecimento dos cardápios, para a regionalização da

alimentação e para diversificar a matriz agrícola. A seleção de variedades conduzida pelos

agricultores e comunidades tradicionais promove um intercâmbio de saberes agrícolas e

sementes, práticas tão antigas quanto a própria agricultura. A grande diversidade de plantas

cultivadas e ecossistemas agrícolas existentes no mundo, deve-se a tais práticas locais e

tradicionais. Mas a forte pressão para aumentar a produção de alimentos para atender ao

crescimento da população mundial, gera: má distribuição dos alimentos, uso indevido, grandes

desperdícios, negligência do uso ou subutilização de espécies com potencial para

complementação alimentar, diversificação do cardápio e fonte de renda familiar. Então é de

fundamental importância conservar tanto o conhecimento quanto a vegetação nativa e exótica

introduzida no passado. Temos a necessidade urgente de domesticar espécies de uso

reconhecido popular, recuperar áreas degradadas e racionalizar o uso de nossos biomas.

Proteger a biodiversidade implica em reconhecer sua complexidade, onde o homem não pode

ser visto apenas como elemento de pressão antrópica, mas também como elemento criativo.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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LIMITAÇÕES AO SUCESSO DA RESTAURAÇÃO PASSIVA E ATIVA DA FLORESTA ATLÂNTICA

Marques, M.C.M.

Universidade Federal do Paraná

A restauração passiva (regeneração natural) e ativa (plantio de mudas) são duas técnicas não-

excludentes para regiões tropicais de restauração, que envolvem diferentes esforços de

manejo e custos. Experimentos que testam as vantagens de usar uma ou outra técnica, são

importantes para orientar grandes projetos de restauração e, além disso, são uma

oportunidade para testar teorias ecológicas em sistemas naturais e artificiais. A Mata Atlântica

no sul do Brasil é caracterizada por uma paisagem florestal onde grandes áreas foram usadas

para pastagens e posteriormente abandonadas. Nesta região realizamos vários experimentos,

procurando verificar as possíveis restrições do usode técnicas passivas e ativas de restauração.

Nossas principais conclusões são: 1) a chegada de semente não limita a restauração passiva, 2)

estabelecimento de plântulas é o gargalo para a restauração passiva; 3) condições de solo

(excesso de água) é o fator mais importante que influencia o desempenho de mudas na

restauração ativa e passiva, 4) a competição com gramíneas tem um papel secundário no

crescimento de mudas, e 5) a restauração ativa e passiva não diferem em riqueza de espécies,

mas a acumulação de biomassa pode ser excessivo na restauração ativa. Iremos discutir os

resultados, a fim de subsidiar futuros projetos de restauração de pastagens abandonadas em

regiões dominadas por florestas secundárias.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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ASPECTOS QUÍMICOS DO CONTROLE DA QUALIDADE DE DROGAS VEGETAIS E

FITOTERÁPICOS

Moreira, D.L.

Farmanguinhos/ Fiocruz

As plantas são usadas desde a antiguidade por suas propriedades alimentícias, terapêuticas ou

tóxicas. Estas propriedades foram descritas em tratados na antiga Grécia, Egito, e no início da

Era Cristã. Levantamentos científicos mostram que na China antiga, por volta de 2000 a.C., já

se investigava o valor medicinal de centenas de ervas. Entre as 365 drogas mais usadas

durante essa época citam-se podofilo, ruibarbo, ginseng, estramônio, cinamomo e efedra.

Muitas dessas plantas são usadas ainda hoje. Após um período de estagnação, na segunda

metade do Século XX, a busca por substâncias naturais com atividade biológica ganhou grande

impulso devido ao desenvolvimento de modernas técnicas de separação, purificação e análise,

tais como, cromatografia em fase gasosa de alta resolução (CGAR), cromatografia em fase

líquida de alta eficiência (CLAE), espectrometria de massas (EM) e ressonância magnética

nuclear (RMN). Essas diferentes técnicas permitiram não somente desvendar o conteúdo de

extratos vegetais mas, também, determinar a proporção de cada substância que compõe a

mistura. Atualmente, tem sido possível efetuar análise de substâncias mesmo em micro escala,

com o emprego de modernas técnicas de extração e separação, como micro extração em fase

sólida (SPME) e micro extração líquido-líquido (LLME). Com base nos princípios pela busca de

medicamentos de origem vegetal sedimentados nos preceitos da eficácia e da segurança, a leis

brasileiras evoluíram e se consolidaram. Atualmente, de acordo com a legislação em vigor e as

normatizações para o setor ditadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),

todos os produtos fitoterápicos ou aqueles obtidos de drogas vegetais devem passar por um

rigoroso controle da qualidade, incluindo o químico. O controle químico ajudará a garantir

medicamentos mais seguros e que atendam aos anseios da sociedade.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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PERSPECTIVAS ATUAIS EM RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA DE ECOSSISTEMAS TERRESTRES

Marques, M.C.M.1; Moraes, L.F.D.2; Sansevero, J.B.B.3, Zamith, L.R.4

1Departamento de Botânica, Universidade Federal do Paraná. 2Centro Nacional de Pesquisas

em Agrobiologia, Embrapa, 3Instituto Internacional para Sustentabilidade, 4Universidade

Federal Fluminense.

A restauração ecológica visa a recuperação da saúde e integridade de um ecosisstema que foi

destruído, degradado ou danificado, tornando-o autossustentável. Estas ações buscam o

restabelecimento de processos, e não o retorno de um sistema com estrutura pré-

estabelecida, e devem ser construídas a partir de um sólido embasamento teórico, associados

aos princípios da sucessão ecológica, diversidade funcional, interações flora-fauna e da

ecologia do solo. A restauração passiva (regeneração natural) e ativa (plantio de mudas) são

técnicas não-excludentes com diferentes esforços de manejo e custos. Grandes áreas da Mata

Atlântica do Brasil foram usadas para pastagens e posteriormente abandonadas. Experimentos

mostraram que a chegada de semente não limita a restauração passiva, sendo o

estabelecimento de plântulas seu principal gargalo. A competição com gramíneas tem um

papel secundário no crescimento de mudas, e as condições do solo são os fatores que mais

influenciam o desempenho de mudas. Ações de restauração ativa em restingas no Rio de

Janeiro têm mostrado grande diferença na sobrevivência e no crescimento das espécies. Tanto

em restinga arbustiva fechada como em floresta periodicamente inundável poucas são as

espécies com atributos que as capacitam para os plantios iniciais nestas áreas degradadas,

freqüentemente colonizadas por exóticas invasoras. Algumas catalisam avanços em diferentes

processos ecossistêmicos, e por esta ação facilitadora são consideradas espécies-chave na

restauração. A elevada biodiversidade nos trópicos é uma barreira para a caracterização das

trajetórias sucessionais e avaliação dos projetos de restauração. A abordagem funcional é uma

saída para estas limitações. A partir de medidas dos atributos funcionais das espécies é

possível a classificação em grupos funcionais, verificar os efeitos de filtros ambientais e

interações bióticas, assim como quantificar a estrutura, redundância e diversidade funcional

das comunidades. O papel desempenhado pelas espécies permite o desenvolvimento de

modelos de restauração.

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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MINI-CURSOS

1. A botânica no licenciamento ambiental

Dra. Dulce Mantuano (UFRJ)

2. Anatomia de lianas

Dra. Neusa Tamaio (JBRJ)

3. Biologia reprodutiva: O que acontece depois da polinização?

Dra. Denise Klein (UNIRIO)

4. Métodos em filogenia

Dra. Maria Beatriz Barbosa de Barros Barreto (UFRJ)

5. Quimiossistemática

Msc. Maria Carolina Anholeti (UFF)

6. Sistemática de Leguminosas

Dra. Fabiana Filardi (JBRJ)

7. Sistemática e taxonomia das Myrtaceae brasileiras

Dr. Marcelo da Costa Souza (UFRJ-MN)

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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OFICINA DE ENSINO E EXTENSÃO

Oficina 1 – “Educação ambiental”

Responsável: Dra. Shaula Vicentini de Sampaio (UFF);

Será desenvolvida uma oficina de curta duração com alunos do ensino fundamental tendo

como tema geral a educação ambiental. Como mote para as atividades desenvolvidas, será

utilizado um vídeo intitulado “Das crianças ikpeng para o mundo”, que consiste numa vídeo-

carta em que as crianças dessa etnia narram a sua vida. A partir disso, faremos um debate,

abordando as diferenças entre o cotidiano das crianças mostradas no vídeo e o cotidiano dos

alunos participantes da oficina. Para culminar a atividade, será pedido que os participantes da

oficina redijam uma carta em que contam como é a sua vida, com ênfase para as relações que

estabelecem com o ambiente onde vivem.

Oficina 2 – “Aprendendo com as plantas”

Responsáveis: Profas. Helena Regina Pinto Lima, Ionice de Oliveira M. Cardoso, Maria

Mercedes Teixeira da Rosa e Maria Veronica L. Pereira Moura (UFRRJ);

Esta oficina englobará atividades que buscam o melhor entendimento da importância das

plantas para o homem, noções de morfologia vegetal interna e externa, além de abordar

aspectos da conservação dos recursos naturais. Serão confeccionados modelos didáticos de

célula vegetal, cartazes, marcadores de livro, blocos e cartões com partes vegetais. As

atividades propostas serão desenvolvidas pela equipe do subprojeto PIBID-Ciências Biológicas

da UFRRJ (CAPES).

Oficina 3 – “Artesanato com plantas”

Responsáveis: Prof. Dra. Ana Joffily e Prof. João Victor Garcia (UFF);

Nesta atividade os alunos farão artesanatos (pulseiras, colares, outros objetos) com estruturas

vegetais (sementes, frutos, madeira, folhas), desta maneira serão debatidos aspectos do uso

tradicional das plantas e do uso na sociedade moderna, assim como conceitos relacionados a

sistemática, morfologia e fisiologia das plantas.

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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APRESENTAÇÕES ORAIS (O1-013)

O1

Ludmila de

Souza Varejão

Marinho

ESPÉCIES VEGETAIS ALIMENTÍCIAS NOS TRABALHOS ETNOBOTÂNICOS

DA REGIÃO FLUMINENSE, BRASIL

O2 Alphonse

Kelecom

MUDANÇAS DE PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO SÉCULO

XXI

O3

Nathalia

Ferreira da

Cunha

DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL PELO ENSINO DA

BOTÂNICA: PROPOSTAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDAS

EM RIO DAS OSTRAS/RJ

O4 Cleber Vinicius

Vitorio da Silva

UTILIZAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS FITOSSOCIOLÓGICAS E

BIOINDICADORAS NO MONITORAMENTO AMBIENTAL E AVALIAÇÃO

DE IMPACTO NAS BACIAS DO RIO GUANDU-RJ

O5 Kelly Antunes FLORESTAS SUBTERRÂNEAS: UM TIPO RARO E AMEAÇADO DE

VEGETAÇÃO

O6 Samuel Coelho

ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO ARBÓREA NATIVA DE UMA UNIDADE DE

CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL NO MUNICÍPIO DE

SOROCABA, SP

O7 Fábio São

Pedro da Silva

SELEÇÃO DE GENES RESPONSIVOS A SECA EM COFFEA CANEPHORA

USANDO FERRAMENTAS DE BIOINFORMÁTICA

O8

Kathlyn

Vasconcelos

Gevú

IMPLICAÇÕES FILOGENÉTICAS DOS ELEMENTOS DE VASO EM

ZINGIBERACEAE MARTINOV

O9

Rodrigo

Barbosa Braga

Feitoza

CARACTERIZAÇÃO MORFOANATÔMICA DA RAIZ DE CALOPOGONIUM

MUCUNOIDES DESV. SOB O EFEITO DE ALELOQUÍMICOS

O10

Cilene Mara

Jordão de

Mattos

INFORMATIZAÇÃO DA COLEÇÃO DO HERBÁRIO DIDÁTICO DA

UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO - UNIGRANRIO, DUQUE DE CAXIAS, RJ

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

21

O11

Clara de

Carvalho

Machado

LEMBRANÇAS ESCOLARES DE BOTÂNICA

O12 Dilma Melo da

Silva

DUAS NOVAS OCORRÊNCIAS DE ESPÉCIES DE ASTERACEAE PARA ILHA

GRANDE, RJ

O13

Felipe Fajardo

Villela Antolin

Barberena

Marini

A SUBTRIBO ZYGOPETALINAE (ORCHIDACEAE) NO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

22

ESPÉCIES VEGETAIS ALIMENTÍCIAS NOS TRABALHOS ETNOBOTÂNICOS DA REGIÃO

FLUMINENSE, BRASIL

Marinho, L.S.V.1,2; Boscolo, O.H.1,3

1Universidade Federal Fluminense, Departamento de Biologia Geral, Setor de Botânica. 2Mestre. 3Professora Adjunta. ([email protected])

Conceitualmente, plantas alimentícias são aquelas que possuem uma ou mais partes, ou

produtos derivados que podem ser utilizados na alimentação humana. O objetivo deste estudo

foi realizar um levantamento bibliográfico das publicações científicas referentes aos estudos

etnobotânicos realizados no estado do Rio de Janeiro, com o intuito de conhecer as espécies

alimentícias mencionadas pelos moradores das comunidades tradicionais. O levantamento da

literatura foi realizado em sites especializados em busca de bibliografia científica e em

consultas às bibliotecas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) e do Museu Nacional

(UFRJ) e reuniu arquivos referentes aos estudos etnobotânicos que abordassem as plantas

utilizadas como alimentos pelas comunidades tradicionais do estado e seu redor. Com base

nos 14 trabalhos avaliados, foi criada uma tabela classificatória, que tornou possível analisar a

variedade de plantas, os órgãos vegetais utilizados como alimento, o percentual de espécies

exóticas e nativas e as formas de obtenção das espécies alimentícias utilizadas pelas

comunidades estudadas. Foram levantadas 360 espécies vegetais distribuídas em 71 famílias

botânicas, sendo as famílias Myrtaceae (40) e Lamiaceae (21) as mais representativas em

número de espécies. Os frutos, e as folhas foram as partes dos vegetais mais utilizadas na

alimentação. Cerca de 43% das plantas citadas são nativas da Mata Atlântica ou do Brasil,

entretanto a obtenção dos recursos alimentícios nas comunidades estudadas se dá

principalmente através do cultivo (38%), seguido da coleta de espécies espontâneas (35%). De

forma geral, os resultados demonstram que as comunidades habitantes do estado do Rio de

Janeiro apresentam um elevado conhecimento sobre a vegetação circundante; e que a ampla

variedade de espécies citadas revelam a heterogeneidade das condições ambientais do bioma

Mata Atlântica na região. Percebe-se também que o significativo percentual de espécies

nativas ocorre devido ao expressivo número de trabalhos analisados realizados em áreas de

restinga.

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MUDANÇAS DE PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO SÉCULO XXI

Kelecom, A.C.1; Silva, J. G2; Araujo, J.3

1Prof. Titular Depto de Biologia Geral/UFF e Coordenador do Curso de Pós-Graduação em

Ciência Ambiental. 2Prof. Associado IV do Depto de Biologia Geral/UFF, do Programa de Pós-

Graduação em Ciência Ambiental e Coordenadora do Laboratório Horto-Viveiro. 3Prof.

do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental. ([email protected])

Inicialmente, a relação do homem com a natureza era equilibrada. O crescimento da

população sobre o planeta Terra levou à adoção de formas de consumo que, progressivamente

dissociaram-se dos padrões de produção. O homem passou a usar a natureza para suprir suas

necessidades sem se considerar parte dela, acreditando que os recursos naturais eram

renováveis e inesgotáveis. Ao longo dos séculos, os problemas ambientais acentuaram-se.

Percebeu-se que este modelo era incompatível com a manutenção das condições mínimas

para sobrevivência da vida em equilíbrio no planeta, esgotando os recursos naturais em um

tempo não muito distante. Na década de 1960, inúmeros movimentos sociais surgem a favor

da preservação ambiental. Não se falava em cidadania. Era uma visão naturalista e biológica. A

temática foi considerada urgente no setor educacional. Inúmeros encontros/eventos passaram

a discutir a importância da Educação voltada à discussão ambiental. Na década de 1990, o MEC

adotou a Educação Ambiental no ensino formal, tendo como diretriz a abordagem transversal

e interdisciplinar. Atualmente, há discussões em redes sociais, onde o campo educativo busca

novas leituras do ambiente, debatendo-se as profundas crises civilizatórias, o crescimento

populacional, o modelo de produção e consumo desiguais. A revisão deste modelo vem sendo

considerada cada vez mais urgente na visão dos alunos do Programa de Pós Graduação em

Ciência Ambiental da UFF. Independente do segmento social acredita-se que uma educação

com princípios éticos deve ser inserida nas práticas pedagógicas, onde um conjunto de valores

deve ser revisto, rompendo-se o modelo de desenvolvimento socioeconômico. Propostas

voltadas à inserção da educação ambiental devem perpassar por diferentes áreas de

conhecimento, independente do grau de instrução e da classe social buscando a formação do

sujeito cidadão e sua inserção dentro de uma sociedade que deve repensar seus modelos sob

pena de comprometer no futuro sua qualidade de vida e das gerações futuras.

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DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL PELO ENSINO DA BOTÂNICA: PROPOSTAS DE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDAS EM RIO DAS OSTRAS/RJ

Cunha, N.F.¹,²

¹Graduanda de Licenciatura em Pedagogia. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

²Auxiliar Administrativo. Secretaria do Ambiente, Sustentabilidade, Agricultura e Pesca

([email protected].)

O Ensino de Botânica, ainda hoje, ainda é muito teórico, pouco prático e desestimulante em

todos os níveis de ensino. O município de Rio das Ostras contempla quatro Unidades de

Conservação municipais situadas em área urbana. O principal objetivo deste trabalho foi

trabalhar o despertar da consciência ambiental acerca do assunto, ressaltando as belezas

naturais da vegetação típica de restinga encontrada na região. A atividade desenvolveu-se

através de atividades de visitação diversas realizadas nestas Unidades de Conservação,

destacando aos seus visitantes a importância da vegetação local, suas peculiaridades e

adaptações para viver em um ambiente tão complexo. Os resultados obtidos nessas

expedições são diferenciados daqueles em que o enfoque é dado apenas para o panorama

geral dessas unidades de conservação, pois muitos dos alunos tem algum relato para passar

referente à alguma planta que conhecem, passam a destacar curiosidades e observações

acerca da planta observada, bem como demonstram interesse pelo assunto. Logo, observa-se

que a abordagem botânica para a realidade da unidade na qual se desenvolve as atividades de

educação ambiental refletem positivamente quanto ao tema como tornam o assunto mais

prazeroso para os alunos e pessoas que estejam participando da atividade.

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UTILIZAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS FITOSSOCIOLÓGICAS E BIOINDICADORAS NO

MONITORAMENTO AMBIENTAL E AVALIAÇÃO DE IMPACTO NAS BACIAS DO RIO GUANDU-RJ

Silva, C.V.V.1,3; Silva, L.M.S.1,3; Tavares, R.1,3; Silva, W.S.1,3; Francisco, F.C.2,3

1Estudante de graduação ([email protected]). 2Professor/pesquisador. 3Laboratório

de Mapeamento Geotécnico, Desastres Naturais e Sustentabilidade Ambiental. Departamento

de Geociências. Instituto de Agronomia. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Monitoramento ambiental é a utilização sistemática de organismos vivos ou suas respostas

para determinar a qualidade ambiental. O rio Guandu é responsável pelo abastecimento da

região metropolitana do Rio de Janeiro. São massivos os empreendimentos na bacia e

consequentemente o impacto na mesma. É possível, utilizar os parâmetros e estimativas

fitossociológicas, como ferramentas de investigação na avaliação do impacto dentro do

ecossistema. A área de estudo está localizada nos municípios de Seropédica em dois pontos (S

22° 48' 42.3’’/ W 43° 37' 44.9’'; S 22° 45' 08.5''/ W 43° 38' 41.6") e Nova Iguaçu (S 22° 50'

12.2''/ W 43° 38' 09.5''). Para o monitoramento ambiental com base nas características

fitossociológicas foram estabelecidos 15 pontos quadrantes, a distância média entre os pontos

foi de 7,21m. Nas unidades amostrais foram mensurados os indivíduos arbóreos com

circunferência a altura do peito ≥ 16.0m e altura total. A composição foi de 55 indivíduos, com

riqueza de 20 espécies, distribuídas em 9 famílias. Das 20 espécies analisadas tivemos 60%

pioneiras e 70% zoocóricas. A porcentagem de indivíduos bifurcados foi de 61,82%, a

cobertura absoluta total foi de 0,4744, os índices de Shannon (H‟) e Equabilidade de Pielou

(J‟), apresentaram 2,63 nats/indivíduo e 0,66, respectivamente. As espécies que apresentaram

maior Valor de Importância (VI) foram: Mimosa caesalpiniaefolia (51,37), Schefflera

morototoni (31,40), Tabernaemontana catharinensis (30,29) e Inga sessilis (26,26). A

bifurcação acentuada indica áreas de constantes queimadas, com muita influência luminosa

que lentifíca o estabelecimento de espécies sucessionais secundárias. O índice de Shannon

apresenta-se baixo e a Equabilidade de Pielou indica que as espécies não possuem uma

distribuição homogênea nos fragmentos. As espécies que apresentaram maiores VI não são

características da Mata Atlântica ou de vegetação ciliar. Analisando a área e seus aspectos

florísticos e estruturais constatamos que se trata de uma área antropizada e descaracterizada.

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FLORESTAS SUBTERRÂNEAS: UM TIPO RARO E AMEAÇADO DE VEGETAÇÃO.

Alves, R.J.V.1, Silva, N.G.2, Guimarães, A.R.3, Antunes, K.4, Fernandes-Júnior A.5

1Professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, Departamento de

Botânica. 2,3Doutorando em Botânica, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 4Mestrando em

Botânica, Universidade Federal do Rio de Janeiro ([email protected]). 5Doutorando no

Programa de Pós Graduação em Botânica, Instituto de Botânica de São Paulo.

Árvores subterrâneas são uma forma de crescimento, conhecida de savanas Brasileiras e

Africanas com secas sazonais e fogo periódico. Entretanto, florestas subterrâneas com até dez

espécies simpátricas dessa forma de crescimento como dominantes eram desconhecidas. A

longevidade de uma das espécies de árvore subterrânea, a Jacaranda decurrens Cham.

(Bignoniaceae), foi recentemente comprovada, mas a composição da vegetação de uma

floresta subterrânea inteira e aspectos de sua fenologia nunca foram descritos. Neste estudo

reportamos aspectos estruturais da vegetação de florestas subterrâneas usando a metodologia

de Braun-Blanquet. Relevés foram levantados em junho-agosto (estação seca), outubro (início

das chuvas) e dezembro (pico das chuvas) no período de 2009-2013 na Serra do Ouro Grosso e

na Serra de Carrancas, ambos no Sul de Minas Gerais.Foram encontradas dez espécies

simpátricas de árvores subterâneas: Anacardium humile, Andira humilis, Byrsonima

subterranea, Cordiera humilis, Duguetia furfuracea, Erythroxylum deciduum, Eugenia

punicifolia, Jacaranda decurrens, Ouratea floribunda e Psidium cf. australe. Das espécies

lenhosas na vegetação, 65% tinham sistemas subterrâneos como xilopódios. Árvores eretas

cobrem menos de 5% da área. O estrato arbustivo cobre de 5 a 25%. O estrato herbáceo, com

92 espécies, é o mais rico e apresentou a maior variação sazonal de cobertura. Com base nas

escavações, estimamos que a fitomassa subterrânea dessa formação representa>90% do total,

apesar dos solos serem muito rasos.A floresta subterrânea que ora descrevemos se encontra

seriamente ameaçada por uma mineradora de areia que avança rapidamente em sua direção e

pela pecuária.

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ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO ARBÓREA NATIVA DE UMA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DE

PROTEÇÃO INTEGRAL NO MUNICÍPIO DE SOROCABA, SP

Coelho, S.¹; Cardoso-Leite, E.²; Castello, A.C.D.³

¹Mestrando, PPGSGA, Universidade Federal de São Carlos, campus Sorocaba

([email protected]). ²Professor adjunto, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar),

campus Sorocaba. ³Mestranda, PPGDBC, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus

Sorocaba.

Com uma área de 62,42 hectares, o Parque Natural Municipal Corredores da Biodiversidade

(PNMCBio) localiza-se em Sorocaba, São Paulo, Brasil. Esta Unidade de Conservação abrigaum

remanescente de Floresta Estacional Semidecidual de aproximadamente 20 ha e possui uma

área de preservação permanente por circundar o córrego Campininha, um afluente do rio

Sorocaba.Pela carência de estudos sobre a composição e estrutura da vegetação da área e de

fragmentos na região,o objetivo foi analisar a estrutura da vegetação arbórea do

remanescente no PNMCBio, fornecendo dados que auxiliem a gestão nas ações de

conservação, recuperação e manejo da área.Foram alocadas 64 parcelas de 10x10m

distribuídas aleatoriamente, sendo medidos e coletados todos os indivíduos com

circunferência a altura do peito igual ou superior a 15cm. Os parâmetros fitossociológicos de

densidade, frequencia e dominância (absolutos e relativos), além dos valores de cobertura e

importância, foram calculados com o uso do software FITOPAC 2.1 (Shepherd, 2009). Foram

identificadas 80 espécies,distribuídas em 29 famílias e 54 gêneros, sendo Lonchocarpus

subglaucescens Mart. ex Benth., Cupania vernalisCambess., Casearia sylvestris Sw.,

Machaerium stipitatum(DC.) Vogel e Platypodium elegansVogel as espécies que tiveram maior

representatividade quanto aos parâmetros fitossociológicos. Com 45,6% (36) das espécies

consideradas não pioneiras e, 40,5% (32), pioneiras, a área encontra-se em estádio

intermediário de sucessão econtém uma riqueza responsável por abrigar e alimentar algumas

espécies animais silvestres, permitindo as interações ecológicas entre essas espécies. Mesmo

com tamanho reduzido e em um contexto industrial, a área cumpre com alguns objetivos de

sua criação, possuindo uma representatividade florística que contribui para a manutenção de

habitats, da diversidade e para a conectividade entre remanescentes no âmbito regional,

sendo de suma importância a sua manutenção e manejo. (Toyota do Brasil Ltda.)

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SELEÇÃO DE GENES RESPONSIVOS À SECA EM COFFEA CANEPHORA USANDO FERRAMENTAS

DE BIOINFORMÁTICA

Silva, F.S.P.1, Almeida, L.C.S.2, Santos, P.N.2, Loh, R.K.T. M.2, Alves-Ferreira, M2, Patreze,

C.M.1

1Instituto de Biociências, Departamento de Botânica, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

UERJ ([email protected]) 2Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O Brasil responde por mais de um terço da produção e exportação mundial do café, uma

planta que tem sido melhorada geneticamente com características importantes como floração,

tamanho de semente, resistência a doenças e à seca. Como o sequenciamento do genoma do

café está em andamento, a identificação de novos genes relacionados a características

importantes, como a resistência à seca, pode ser feita por meio da bioinformática, com

posterior validação experimental. O objetivo deste trabalho foi a identificação de genes

responsivos a seca em Coffea canephora, usando o banco de dados de bibliotecas de cDNAs

disponível no Brazilian Coffee Genomic Project, para posterior análises da expressão gênica em

plantas em situação de estresse hídrico. Todas as seqüências dos genes C-bindind factor-CBF,

Dehydration responsive element binding protein 2-DREB2, NAC domain proteins e Responsive

to dessication 22-RD22, escolhidos a partir da literatura em estudos com Arabidopsis thaliana,

planta modelo em biologia molecular vegetal, foram recuperadas no banco de dados TAIR (The

Arabidopsis Information Resource) e usadas para gerar uma sequência consenso (cobbler)

entre elas. Tal sequência consenso foi utilizada como isca para recuperar sequências de café

no usando a ferramenta tBLASTn. Todas as sequências com e-value< 10-5 foram recuperadas. A

sequência cobbler foi utilizada também no banco de dados Phytozome, para recuperar genes

de Vitis vinifera, Populus trichocarpa e Oryza sativa, que são outras espécies já sequenciadas,

considerando um e-value<10-5. Os domínios de todas as sequências também foram

recuperados e foram construídas duas árvores para cada gene, uma com as seqüências

completas e outra com os domínios. Contigs de café foram selecionados para o desenho dos

primers. Para a validação dos resultados estão sendo realizados experimentos de qPCR em

amostras de C. canephora estressadas por déficit hídrico e amostras controle.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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IMPLICAÇÕES FILOGENÉTICAS DOS ELEMENTOS DE VASO EM ZINGIBERACEAE

Gevú, K.V.1,4; Da Cunha, M.2; Barros, C.F.;, Pereira, S.M.1,5; Lima, H.R.P.1,6

1Departamento de Botânica, Instituto de Biologia, Universidade Federal Rural do Rio de

Janeiro, UFRRJ ([email protected]) 2Professor/Pesquisador - Laboratório de

Biologia Celular e Tecidual, Universidade Estadual do Norte Fluminense, UENF. 3Professor/Pesquisador, Laboratório de Botânica Estrutural, Instituto de Pesquisas Jardim

Botânico do Rio de Janeiro, IPJBRJ. 4Estudante de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, UERJ. 5Estudante de Graduação do Curso de Engenharia Florestal. 6Professor/Pesquisador

Zingiberaceae é um clado monofilético dentro das monocotiledôneas. Diversos caracteres

morfológicos têm sido utilizados para a construção de árvores filogenéticas e esses em

conjunto com os dados moleculares têm possibilitado a distinção em diversos níveis

hierárquicos. O presente trabalho tem como objetivo incorporar os caracteres estruturais dos

elementos de vaso das raízes de espécies de Zingiberaceae, à árvores filogenéticas pré-

estabelecidas, a fim de verificar quais caracteres podem auxiliar na compreensão das relações

entre às tribos Alpinieae e Zingibereae. As dez espécies estudadas provêm de áreas protegidas

da Mata Atlântica e de cultivos particulares. As raízes foram processadas de acordo com as

técnicas usuais de microscopia óptica e eletrônica de varredura. Os caracteres estruturais dos

elementos de vasos selecionados para esse estudo abrangem o tipo, o número de barras e a

inclinação da placa de perfuração e o tipo espessamento parietal. Na tribo Alpinieae, os

elementos de vaso do metaxilema apresentam espessamento parietal escalariforme,

reticulado e parcialmente pontoado. As espécies de Etlingera e Alpinia purpurata

apresentaram placa de perfuração simples, enquanto que em Renealmia chrysotricha foi

observado apenas placas de perfuração escalariforme. Os elementos de vaso do metaxilema

das espécies da tribo Zingibereae são longos e estreitos, em sua grande maioria, apresentando

placas de perfuração escalariforme, portando número variado de barras de acordo com o

gênero. O clado Alpinia Eubractea, no qual está inserido Alpinia purpurata, é grupo irmão do

gênero Etlingera de acordo com dados moleculares. Os táxons estudados apresentam

caracteres comuns. Os gêneros da tribo Zingibereae, Curcuma, Zingiber e Hedychium, estão

relacionados filogeneticamente e compartilham caracteres mais derivados. Os caracteres

estruturais dos elementos de vaso auxiliaram na diagnose e no estabelecimento de parentesco

entre as tribos estudadas.

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CARACTERIZAÇÃO MORFOANATÔMICA DA RAIZ DE CALOPOGONIUM MUCUNOIDES DESV

(FABACEAE ) SOB O EFEITO DE ALELOQUÍMICOS

Feitoza, R.B.B. 1,3, Ribeiro, R.C. 4, Carvalho, M.G. 2,4, Lima, H.R.P. 2,3

1Bacharel em Ciências Biológicas. 2Professor Associado/Pesquisador. 3Instituto de Biologia,

Departamento de Botânica, UFRRJ. 4Instituto de Ciências Exatas, Departamento de Química,

UFRRJ. ([email protected])

Alelopatia é o processo de produção e liberação de metabólitos secundários de origem vegetal

que, através de interferências na divisão celular, respiração, fotossíntese e na permeabilidade

da membrana celular, afetam o desenvolvimento de outras plantas. Os flavonoides e o ácido

cinâmico são exemplos de aleloquímicos, sendo encontrados, por exemplo, em Brachiaria

humidicola, gramínea utilizada na composição de pastagens. O objetivo desse trabalho foi

analisar as características morfoanatômicas de C. mucunoides após tratamento com

aleloquímicos. Sementes de C. mucunoides foram germinadas em caixas do tipo gerbox, com

fundo de papel filtro embebido com água destilada (controle), solução de ácido trans-cinâmico

ou mistura de flavonoides (quercetina, rutina, canferol e canferol 3-α-ranminosídeo). Após 10

dias de tratamento as raízes foram mensuradas, descritas e processadas segundo as técnicas

usuais em anatomia vegetal, para análise estrutural. Observou-se que as plântulas crescidas

em ácido cinâmico e na mistura de flavonoides apresentaram menores comprimentos total e

radicular, com ramificação de raízes laterais junto ao ápice radicular, ou com ápice

frequentemente atrofiado. A estrutura interna do C. mucunoides controle apresenta rizoderme

com pelos absorventes, córtex com endoderme diferenciada, e xilema tetrarco. Nas plântulas

crescidas em ácido cinâmico a endoderme é indistinta, há um número maior de elementos de

vaso nos pólos. Nas demais tratadas com flavonoides, ocorre divisão periclinal das células da

endoderme e do periciclo, e proliferação de elementos do floema e do xilema, esses últimos

formam um cilindro, com medula desenvolvida. Tais alterações podem estar associadas com a

interação desses aleloquímicos com fitormônios que regulam a divisão e a diferenciação

celular, como por exemplo, as auxinas e citocininas. Os resultados sugerem que tais

substâncias alelopáticas afetam o desenvolvimento e a estrutura radicular de C. mucunoides.

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INFORMATIZAÇÃO DA COLEÇÃO DO HERBÁRIO DIDÁTICO DA UNIVERSIDADE DO GRANDE

RIO - UNIGRANRIO, DUQUE DE CAXIAS, RJ.

Araújo, M.S.1,2,5, Mattos, C.M.J.1,3, Nunes, P.V.D.1,2, Miguel, J.R.1,4

1Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO). 2Bióloga. 3Acadêmica do Curso de Ciências

Biológicas. 4Professor Doutor do Curso de Ciências Biológicas e da Pós-graduação.

([email protected])

Herbários constituem uma coleção de plantas e fungos de essencial importância para estudos

científicos. A informatização de um herbário é fundamental para o melhor gerenciamento de

seu acervo e para auxiliar na divulgação de dados. O Herbário Didático da Universidade do

Grande Rio (UNIGRAN) surgiu como resultado do projeto “Inventário Florístico da Estação

Ecológica Estadual do Paraíso do Estado do Rio de Janeiro”, iniciado em 2006 com apoio da

FAPERJ. Como primeiro passo para a reestruturação do Herbário UNIGRAN, este trabalho tem

o objetivo de informatizar sua coleção botânica, buscando facilitar a administração do mesmo

e a disponibilização de informações aos pesquisadores e estudantes desta e de outras

instituições. O programa BRAHMS foi utilizado para incorporação dos registros presentes nas

exsicatas. Os nomes científicos foram corrigidos de acordo com a bibliografia especializada. Os

espécimes coletados em campo e seu habitat foram registrados em máquina digital e todas as

exsicatas serão fotografadas, para posterior inclusão no banco de dados. Atualmente, o

UNIGRAN possui 751 exemplares, sendo 381 angiospermas. Já estão identificados em nível de

família 684 espécimes. Até o presente momento, 66% do acervo foi informatizado, permitindo

verificar que as famílias mais representativas são Piperaceae (106 exemplares), Bromeliaceae

(22) e Polypodiaceae (22). Ao final da informatização, o número de tombo será atribuído para

cada espécime. Posteriormente, pretende-se iniciar a coleção de fungos e briófitas, além da

montagem da carpoteca. Espera-se que a informatização do UNIGRAN, além de facilitar a

consulta e manutenção de seu acervo, propicie intercâmbios de materiais com outros

institutos, contribua com os projetos de pesquisa realizados na própria universidade e em

parcerias com outros estabelecimentos de pesquisa e ensino e permita, futuramente, o

cadastramento do herbário e do seu curador à Rede Brasileira de Herbários, fazendo com que

a instituição seja mais participativa junto à comunidade cientifica.

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LEMBRANÇAS ESCOLARES DE BOTÂNICA

Machado, C.C.¹, Amaral, M.B.²

1Estudante; Universidade Federal Fluminense. ([email protected]). 2Professora e

Pesquisadora; Faculdade de Educação; Universidade Federal Fluminense.

Os vegetais estão presentes no nosso cotidiano dentro de nossas casas, na alimentação,

mobília, roupas, e também nas ruas, no combustível para o carro, nos medicamentos, etc.

Apesar da nossa convivência diária com esses seres, ainda é notável a precariedade no

processo de ensino-aprendizagem na área de botânica. Os motivos que apontam para esta

precariedade no ensino são recorrentes na literatura: a falta de contextualização do tema e de

interesse dos alunos, os temas priorizados no currículo, a difícil linguagem científica, as

imagens estrangeiras nos livros didáticos e a forma conteudista do ensino. Apesar de

recorrentes, estes motivos não são suficientes, sendo necessária uma reflexão mais

aprofundada sobre a falta de contextualização de um tema tão cotidiano em nossas vidas. A

separação entre a produção científica da área das Ciências Naturais e das questões culturais

tem sido incorporada "naturalmente" pela escola. Os currículos apresentam a ciência de forma

independente do contexto cultural que a originou. Neste trabalho, foram aplicados

questionários para 95 alunos da Universidade Federal Fluminense, dos cursos de Pedagogia e

Ciências Biológicas. As seis perguntas procuraram investigar e despertar lembranças sobre o

ensino de botânica tanto da escola quanto da universidade. Os resultados encontrados

sugerem a carência de aulas práticas com interação com as plantas e a falta de aulas sobre o

tema no período escolar como as memórias mais destacadas. O presente trabalho pretende

discutir criticamente os resultados encontrados, problematizando o discurso corrente sobre as

aulas práticas apontada pelos alunos e a falta de contextualização do ensino de botânica por

parte da literatura.

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DUAS NOVAS OCORRÊNCIAS DE ESPÉCIES DE ASTERACEAE PARA ILHA GRANDE, RJ

Silva, D.M.1, Esteves, R.L.2

1Dissertação de Mestrado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro ([email protected]). 2Professor Adjunto do Departamento de Biologia Vegetal, Universidade do Estado do Rio de

Janeiro.

A vegetação da Ilha Grande faz parte do Bioma Floresta Atlântica, que possui altos índices de

biodiversidade e cobre amplas regiões de zonas climáticas e formações vegetacionais tropicais

a subtropicais. No Brasil, estende-se numa estreita faixa ao longo de quase toda a costa

atlântica e interioriza-se atingindo parte da Argentina e do Paraguai. Asteraceae é a terceira

maior família em número de espécies na Floresta Atlântica. Assim, buscou-se conhecer a

representatividade dessa família na Ilha Grande, objetivando contribuir com a política de

preservação e manutenção de seus ecossistemas. Nesse contexto, promoveu-se um

levantamento bibliográfico, consultas a herbários e excursões periódicas de coleta em campo.

O material coletado foi depositado no herbário da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

(HRJ). Registraram-se na área de estudo 67 espécies subordinadas a 37 gêneros. Destacam-se

nesse levantamento, Mikania campanulata Gardner e Struchium sparganophorum (L.) Kuntze.

Mikania campanulata é abrigada na tribo Eupatorieae, a espécie costuma ser confundida com

M. hastato-cordata Malme. Struchium sparganophorum pertence à tribo Vernonieae, possui

corola com três pétalas, característica rara na família. Ambas as espécies são novas ocorrências

para o Estado do Rio de Janeiro, o que leva a supor que, futuros inventários botânicos em

locais menos visitados da Ilha, possam acrescentar um número substancial de novos táxons da

família para a Ilha Grande.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

34

A SUBTRIBO ZYGOPETALINAE (ORCHIDACEAE) NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

Barberena, F.F.V.A.1,4, Meneguzzo, T.E.C.2,5, Baumgratz, J.F.A.3,5

1Doutorando. 2Mestrando. 3Professor/pesquisador. 4Programa de Pós-Graduação em Ciências

Biológicas (Botânica), Museu Nacional. Universidade Federal do Rio de Janeiro.

([email protected]). 5Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

A família Orchidaceae apresenta importância ornamental e expressiva representatividade no

Brasil, particularmente na Floresta Atlântica. Integrado nesse domínio fitogeográfico, o estado

do Rio de Janeiro abriga 775 espécies, correspondendo a cerca de um terço das orquídeas

brasileiras. Na última década, inventários florísticos englobando Orchidaceae tornaram-se

frequentes nas Unidades de Conservação do estado. Dentro do projeto Flora do RJ, os dados

disponíveis foram recém-sistematizados. Assim, no contexto estadual, propõe-se analisar a

diversidade da subtribo Zygopetalinae, que representa cerca de 5% das orquídeas brasileiras e

apresenta endemismos no país. Foram consultadas 70 referências bibliográficas, incluindo

obras clássicas, revisões taxonômicas e floras locais, e 10 herbários das Regiões Sudeste e Sul.

Confeccionou-se uma chave para a identificação das espécies. A subtribo Zygopetalinae está

representada por 10 gêneros e 28 espécies, sendo Dichaea Lindl. e Zygopetalum Hook., os

gêneros mais numerosos com sete espécies cada. Seis gêneros estão representados somente

por uma espécie. Características morfológicas dos pseudobulbos, folhas, inflorescência,

bractéolas, sépalas, pétalas, labelo, coluna e antera mostraram-se diagnósticas para

identificação dos gêneros da subtribo. Todas as espécies ocorrem em uma ou mais Unidades

de Conservação, exceto Promenaea lentiginosa (Lindl.) Lindl. e Promenaea malmquistiana

Schltr., que também não são recoletadas há mais de 40 anos. Dichaea cogniauxiana Schltr. é a

espécie que ocorre em maior número de Unidades de Conservação (6), todas de Proteção

Integral. O Parque Nacional da Serra dos Órgãos é o que abriga o maior número de espécies da

subtribo (16). Warczewiczella wailesiana (Lindl) E.Morren (como Cochleanthes wailesiana

(Lindl.) R.E.Schult. & Garay) é a única espécie incluída na lista de espécies ameaçadas da flora

brasileira, porém, classificada como DD (dados deficientes). Evidencia-se assim a importância

dos estudos taxonômicos com Orchidaceae nas Unidades de Conservação do estado e a

necessidade contínua de preservação desses refúgios florestais para a conservação das

espécies de Zygopetalinae.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

35

APRESENTAÇÕES PAINÉIS (P1-P106)

BIOQUÍMICA, FITOQUÍMICA E FISIOLOGIA

P1 Alexandre Paiva

Castro

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DOS

ÓLEOS ESSENCIAIS DE MANEKIA OBTUSA MIQ. (PIPERACEAE)

P2 Ana Beatriz Romana

Viveiros

EFEITO ALELOPÁTICO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS SCHINUS

TEREBINTHIFOLIUS RADDI EM ESPÉCIES DE RESTINGA

P3 Anna Flavia Rodrigues

Mortani Vilardo

ESTUDOS VISANDO À CONSERVAÇÃO IN VITRO POR

CRIOPRESERVAÇÃO DE CLEOME SPINOSA JACQ

P4 Bruna Barros Froés AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE DE EXTRATOS DE PETIVERIA

ALLIACEA DE CAMPO E IN VITRO

P5 Bruno Rocha Silva

Setta

ESTUDOS EXPERIMENTAIS SOBRE A PRODUÇÃO DE BIOMASSA E

ACUMULAÇÃO DE LIPÍDIOS POR UMA CIANOBACTÉRIA

POTENCIALMENTE ÚTIL PARA A PRODUÇÃO DE

BIOCOMBUSTÍVEL.

P6 David Wilson Pereira

de Lucena Filho

MORFOGÊNESE IN VITRO DE CLEOME DENDROIDES SCHULT. &

SCHULT. F.

P7 Davyson de Lima

Moreira

ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA POR CLAE-DAD-UV DE

FRAÇÃO APOLAR BIOATIVA DE PIPER CABRALANUM C.DC.

(PIPERACEAE)

P8 Dayana Palmeira da

Silva Rosa

CONTRIBUIÇÕES CIENTÍFICAS PARA O CONHECIMENTO DA

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE ESPÉCIES VEGETAIS DO ESTADO DO

RIO DE JANEIRO, PARTE II

P9 Gabriel Casimiro

Lopes Silva Santos

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM EXTRATOS DE PLANTAS IN VITRO

E CALOS DE ARACHIS VILLOSULICARPA HOEHNE

P10 Hania Cristina Rosado

Silveira

EFEITO DE EXTRATOS APOLARES DE ESPÉCIES DE CLUSIA

HILARIANA SOBRE INSETOS: DYSDERCUS PERUVIANUS E

ONCOPELTUS FASCIATUS

P11 João Pedro Furtado

Pacheco

AVALIAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DE ZANTHOXYLUM

TINGOASSUIBA (RUTACEAE) SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE

DYSDERCUS PERUVIANUS (PYRRHOCORIDAE) E ONCOPELTUS

FASCIATUS (LYGAEIDAE)

P12 Lorena Rodrigues

Riani

ÓLEOS ESSENCIAIS E IDIOBLASTOS SECRETORES DE FOLHAS

MADURAS E FOLHAS JOVENS DE PIPER CHIMONANTHIFOLIUM

KUNTH.

P13 Luana Brito do

Nascimento

ESTUDO DA CITOTOXICIDADE DO EXTRATO ETANÓLICO DE

CALOS DE HOVENIA DULCIS THUNBERG

P14 Marcelo Guerra PERFIL QUÍMICO DE TECIDOS GALHADOS E NÃO GALHADOS DE

MICROGRAMA VACCINIIFOLIA (LANGSD. & FISCH.) COPEL.

P15 Maria Carolina

Anholeti da Silva

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E DOSEAMENTO DE

FLAVONÓIDES EM EXTRATOS DE CLUSIA LANCEOLATA

CAMBESS. (CLUSIACEAE).

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

36

P16 Mariana Pimenta

Soares Gonçalves

MULTIPLICAÇÃO IN VITRO DE PETIVERIA ALLIACEA L. SOB

EFEITO DE DIFERENTES FITORREGULADORES

P17 Matheus da Silva

Tirado

CULTURA DE TECIDOS NA PRODUÇÃO DE RAÍZES ADVENTÍCIAS

DE PERESKIA ACULEATA MILL.

P18 Sandra Zorat Cordeiro

MORFOLOGIA FOLIAR COMPARADA DE MANDEVILLA

GUANABARICA (APOCYNACEAE) DE CAMPO E CULTIVADA IN

VITRO

P19 Simone Cristina de

Moura Lima

ATIVIDADE LEISHMANICIDA DE AURELIANA FASCICULATA

(VELL.) SENDTNER VAR. FASCICULATA

P20 Taiane Santos de

Carvalho

PERFIL QUÍMICO DA FASE DICLOROMETÂNICA DE

INFLORESCÊNCIAS DE EUPATORIUM ODORATUM (ASTERACEAE)

P21 Thiago José de Souza

Barboza

GERMINAÇÃO IN VITRO DE ANNONA MUCOSA (JACQ.) -

ANNONACEAE

P22 Vanessa Baptista

Moss

CULTIVO IN VITRO DE KALANCHOE PINNATA (LAM.) PERS.

VISANDO À PRODUÇÃO DE SUBSTÂNCIAS BIOATIVAS

BOTÂNICA ESTRUTURAL E GENÉTICA

P23 Aliny Férras Peçanha

DIVERSIDADE MORFOLÓGICA DA CÉLULA EPIDÉRMICA DA

PÉTALA ESTANDARTE DE ESPÉCIES DE DIOCLEA KUNTH.

(LEGUMINOSAE-PAPILIONOIDEAE-DIOCLEINAE)

P24 Andressa Silva Silva PERSEA AMERICANA MILL. - LAURACEAE: UMA ESPÉCIE DE

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA, NUTRICIONAL E MEDICINAL

P25 Andressa Silva Silva

ANATOMIA FOLIAR DE VRIESEA LINDL. (TILLANDSIOIDEAE,

BROMELIACEAE).

P26 Anna Carina Antunes

e Defaveri

MICROMORFOLOGIA FOLIAR DE ALLAGOPTERA ARENARIA

(GOMES) KUNTZE, ARECACEAE

P27 Arthur Rodrigues

Lourenço

ANATOMIA FOLIAR DE DALECHAMPIA PENTAPHYLLA LAM.

(EUPHORBIACEAE)

P28 Bruna Nunes de Luna

ONTOGENIA DAS ESTRUTURAS SECRETORAS FOLIARES E

COMPOSIÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DE MYRSINE CORIACEA

(SW.) R.BR. EX ROEM. & SHULT E MYRSINE VENOSA A. DC.

(MYRSINOIDEAE - PRIMULACEAE)

P29 César dos Prazeres

Silva

ANATOMIA FLORAL DE CLUSIA FLUMINENSIS PLANCH. &

TRIANA (CLUSIACEAE)

P30 Gabrielle Reboredo

Menezes Vieira

PALINOTAXONOMIA DE ESPÉCIES DA FAMÍLIA EUPHORBIACEAE

JUSS. OCORRENTES NAS RESTINGAS DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

P31 Gabrielle Reboredo

Menezes Vieira

PALINOTAXONOMIA DE ESPÉCIES DA FAMÍLIA RUBIACEAE JUSS.

OCORRENTES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

P32 Hian Carlos Ferreira

de Sousa

DIVERSIDADE DA SEXINA NOS GRÃOS DE PÓLEN DE ESPÉCIES DE

CUCURBITACEAE JUSS.

P33 Isabella Verissimo

Nader Haddad

ORGANOGÊNESE FLORAL EM MAYTENUS OBTUSIFOLIA MART.

(CELASTRACEAE, CELASTRALES)

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

37

P34 Leonardo Bona do

Nascimento

IDENTIFICAÇÃO ANATÔMICA DE MADEIRAS COMERCIAIS NO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO

P35 Marcelle Paes Barreto ANATOMIA DAS FLORES PERFEITAS DE KIELMEYERA

MEMBRANACEAE CASAR. (CALOPHYLLACEAE)

P36 Márcia Maria da

Rocha

ANATOMIA DAS FLORES PISTILADAS DE TOVOMITOPSIS

PANICULATA (SPRENG.) PLANCH. & TRIANA (CLUSIACEAE)

P37 Nathane Berg COLÉTERES: UM NOVO CARÁTER ANATÔMICO PARA

MYRTACEAE JUSS.

P38 Nattacha dos Santos

Moreira

MUDANÇAS NO PERFIL FENÓLICO E INDUÇÃO DE TECIDO DE

PROTEÇÃO EM FOLHAS DE KALANCHOE PINNATA (LAMARCK)

PERSOON (CRASSULACEAE), A FOLHA-DA-FORTUNA, POR

RADIAÇÃO UV-B

P39 Pablo Cavalcanti CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA E HISTOQUIMICA DAS FOLHAS

DE ALLAMANDA CATHARTICA L. (APOCYNACEAE)

P40 Rodrigo Ribeiro

Tarjano Leo

ANÁLISE MORFOLÓGICA E PADRÃO DE NERVAÇÃO FOLIAR DE

CYRTOPODIUM SP.

P41 Warlen Silva da Costa PONTOAÇÕES GUARNECIDAS EM MACHAERIUM PERS.: UM

CARÁTER DE VALOR DIAGNÓSTICO NO XILEMA SECUNDÁRIO

P42 Wellington Souza de

França

MORFOLOGIA DO ESTIGMA DE UMA ESPÉCIE DE VRIESEA LINDL.

(TILLANDSIOIDEAE - BROMELIACEAE)

EDUCAÇÃO AMBIENTAL, ECOTURISMO, GERENCIAMENTO AMBIENTAL E CONSERVAÇÃO DA NATUREZA

P43 Aline de Jesus Correia

HORTO BOTÂNICO: COMO TORNA-LO MAIS ACESSÍVEL À

POPULAÇÃO E PROMOVER A PRESERVAÇÃO E A

CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL

P44 Aline Miranda Alves

EFEITOS DE MÉDIO PRAZO DA ADUBAÇÃO, PERÍODO DE

INUNDAÇÃO E PORTE INICIAL DA MUDA NA SOBREVIVÊNCIA E

CRESCIMENTO DE CINCO ESPÉCIES EM PLANTIO DE

RESTAURAÇÃO DE FLORESTA DE RESTINGA PERIODICAMENTE

INUNDÁVEL

P45 Aline Miranda Alves APORTE DE SERAPILHEIRA NA AVALIAÇÃO DE PLANTIOS DE

RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA

P46 Ariane Cardoso Costa

A IMPORTÂNCIA DO SETOR DE AGROECOLOGIA NAS PRÁTICAS

DE ENSINO DO INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO -

CAMPUS DE ALEGRE.

P47 Ariane Cardoso Costa HORTA SUSPENSA: INCENTIVO PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

NO ESPAÇO ESCOLAR.

P48 Bruno Moraes e Silva LAHVI: DIFUSÃO DE CONHECIMENTOS E AÇÕES DE EDUCAÇÃO

AMBIENTAL

P49 Lilian de Andrade

Brito

VIVA A ÁRVORE: CONTRUINDO UMA ÁRVORE COM PARTES

VEGETAIS

P50 Ray Luiz Babilon

Carreço

SETOR AGROECOLÓGICO: VANTAGENS PARA A EDUCAÇÃO

SUSTENTÁVEL, ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E PESQUISAS

CIENTÍFICAS.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

38

P51 Ray Luiz Babilon

Carreço

USO DO LIXO ORGÂNICO COMO COMPOSTO PARA PRODUÇÃO

DE HORTALIÇAS.

P52 Rodrigo dos Santos

Diaz

ABUNDÂNCIA DE MACROALGAS EM COSTÕES ROCHOSOS

LOCALIZADOS A DIFERENTES DISTÂNCIAS DA CIDADE DE ANGRA

DOS REIS, BAÍA DA ILHA GRANDE, RJ.

P53 Vanessa Regina dos

Santos

FUNGOS MICORRÍZICOS: UMA FERRAMENTA NA EDUCAÇÃO

BÁSICA

P106 Lucas Alves Franco PERCEPÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO AMBIENTE PARA

ELABORAÇÃO DE TRILHAS ECOLÓGICAS NO LAHVI

BOTÂNICA APLICADA E ETNOBOTÂNICA

P54 Gabrielle Gonçalves

Teixeira

SELEÇÃO DO POTENCIAL ALIMENTÍCIO DO GÊNERO DIOSCOREA

L.

P55 Indira Lopes Emérito ESPÉCIES NATIVAS DO CERRADO: UMA ABORDAGEM SOBRE O

POTENCIAL ECONÔMICO

P56 Luany Karem de

Oliveira de Sousa

ANALISE DE SANIDADE DE SEMENTES DE GENIPA AMERICANA L.

E CEDRELA ODORATA L. MANTIDAS EM ARMAZENAMENTO

P57 Odara Horto Boscolo PLANTAS QUE CURAM O CORPO E A ALMA

P58 Rubia Patzlaff

FITOSSOCIOLOGIA E ANTRACOLOGIA EM CARVOARIAS

HISTÓRICAS: DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA DE

CAMPO

P59 Tiago de Paula Pilla

SELEÇÃO DAS ESPÉCIES PRIORITÁRIAS PARA A FORMAÇÃO DE

CORREDORES FLORESTAIS NA FAZENDA DO INSTITUTO VITAL

BRAZIL EM CACHOEIRAS DE MACACU

ECOLOGIA E BIOLOGIA DA REPRODUÇÃO

P60 Aline Christine Ribeiro

Peixoto SINCRONIA DE FLORES EM ESPÉCIES DE INSELBERG

P61 Carolina Montenegro

Mendonça

CHUVA DE SEMENTES NA AVALIAÇÃO DE PLANTIOS DE

RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA

P62 Inara Carolina da Silva SISTEMA REPRODUTIVO DE LOPHOGYNE LACUNOSA

(PODOSTEMACEAE)

P63 Indira Lopes Emérito SINDROME DE DISPERSÃO EM UMA ÁREA DE CERRADÃO, PIAUÍ,

BRASIL

P64 Liliane Ramos da

Fonseca

ESTUDO DESCRITIVO DO ESTRATO INFERIOR DE COMUNIDADES

FITOBENTÔNICAS COMO BASE PARA A AVALIAÇÃO DO

IMPACTO DA CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO

(RIO DE JANEIRO, BRASIL)

P65 Ludmila Moreira

Costa

ASSOCIAÇÕES AMBIENTAIS ENTRE A FAMÍLIA IRIDACEAE E OS

CAMPOS MONTANOS

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

39

P66 Marcelo Guerra

FREQUENCIA DE HEMIBELESIA PALMAE (HEMIPTERA,

DIASPIDIDAE) EM FOLHAS DE ASPLENIUM SERRATUM L.

(ASPLENIACEAE)

P67 Maria Branco Braz

Pinto de Mendonça

ALTERNATIVAS BIOLÓGICAS PARA RESTAURAÇÃO DE SÍTIO

DEGRADADOS À MARGEM DO RIO DOS MACACOS

MINIMIZANDO A LIXIVIAÇÃO DE SEDIMENTOS – RESULTADOS

PRELIMINARES

P68 Ricardo Carelli Araujo

MARCAÇÃO DE MATRIZES FLORESTAIS NATIVAS, COLETA E

BENEFICIAMENTO DE SEMENTES PARA RESTAURAÇÃO DO

CAMPUS FIOCRUZ DA MATA ATLÂNTICA, JACARREPAGUÁ, RJ.

P69 Stella Mata de Lara

Rocha

RECUPERAÇÃO DE UM TRECHO DAS MARGENS DO RIO DOS

MACACOS (JBRJ) COM ESPÉCIES DE FRUTEIRAS SILVESTRES DA

FLORA DA MATA ATLÂNTICA

P70 Thais do Nascimento

Lopes

FENOLOGIA REPRODUTIVA E POLINIZAÇÃO DE CORDIA

SUPERBA CHAM. (BORAGINACEAE) NA RESTINGA DE GRUMARI,

RIO DE JANEIRO, RJ.

P71 Thalita Gabriella

Zimmermann

AVALIAÇÃO DO EFEITO ALELOPÁTICO DO SOLO NAS ÁREAS

COM INVASÃO DA ESPÉCIE EXÓTICA INVASORA CASUARINA

EQUISETIFOLIA L.

P72 Thalita Gabriella

Zimmermann

AVALIAÇÃO DO EFEITO FÍSICO E QUÍMICO DA SERAPILHEIRA DE

CASUARINA EQUISETIFOLIA L. NA EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS

DE CLUSIA HILARIANA SCHLTDL.

P73 Vinícius Andrade de

Melo

A GERAÇÃO DE SERVIÇOS AMBIENTAIS A PARTIR DA

RESTAURAÇÃO DA MATA CILIAR NO JARDIM BOTÂNICO DO RIO

DE JANEIRO

ENSINO DA BOTÂNICA, HISTÓRIA DE BOTÂNICA, HERBÁRIO E TEMAS CORRELATOS

P74 Antonio Campos

Rocha Neto

IMPLANTAÇÃO DA CARPOTECA DO HERBÁRIO HPL - HERBÁRIO

DO JARDIM BOTÂNICO PLANTARUM

P75 Antonio Campos

Rocha Neto

TIPOS NOMENCLATURAIS DO HERBÁRIO DO JARDIM BOTÂNICO

PLANTARUM (HPL) - ARECACEAE

P76 Cacilda de Novaes

Pereira

DIVULGAÇÃO DA FLORA DO JARDIM BOTÂNICO DA UFRRJ

ATRAVÉS DA REDE SOCIAL ONLINE

P77 Carolina Marques

Ramos de Moraes

ELABORAÇÃO DE UMA APOSTILA FOTOGRÁFICA DE

CLASSIFICAÇÃO FLORAL E AUMENTO DA COLEÇÃO BOTÂNICA

DIDÁTICA DA UFF

P78 Fábio de França

Moreira

HERBÁRIO DIDÁTICO - COLÉGIO UNIVERSITÁRIO GERALDO REIS

- COLUNI/UFF

P79 Felipe Fajardo Villela

Antolin Barberena

A SUBTRIBO ZYGOPETALINAE (ORCHIDACEAE) EM HERBÁRIOS

DO LESTE DO BRASIL: DIAGNÓSTICO DAS COLEÇÕES.

P80 Fernanda Stefany

Nunes Costa

AS PERCEPÇÕES DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

(9°ANO) SOBRE BOTÂNICA

P81 Júlia Maria Correia

Gaspar HERBIE FÉE: A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DE UMA COLEÇÃO

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

40

P82 Karla Cristina Garcia

dos Reis PEDRO CARAUTA - NATURALISTA E BOTÂNICO

P83 Lais Mendonça

Batista COLEÇÃO DE LÍQUENS DO HERBÁRIO DO MUSEU NACIONAL

P84 Ludmila de Andrade

Santos

A FAMÍLIA ALISMATACEAE VENT. NO HERBÁRIO DO MUSEU

NACIONAL (R): INFORMATIZAÇÃO, DIVERSIDADE E RELEVÂNCIA.

P85 Luísa Lima Leal UM ESPAÇO COM AMBIENTE AQUÁTICO INTEGRANDO ENSINO,

PESQUISA E EXTENSÃO NA UNIRIO

P86 Rafael Perpetuo

Albuquerque

MODELOS DIDÁTICOS TRIDIMENSIONAIS REALÍSTICOS PARA

ENSINO DE ANATOMIA DA MADEIRA

FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA

P87 Ana Elena Muler LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DE UMA ÁREA RESTAURADA NO

MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO/RJ.

P88 Caroline Nunes Luiz EFEITO DA CONECTIVIDADE NA REGENERAÇÃO NATURAL DE

UM FRAGMENTO FLORESTAL DE MATA ATLÂNTICA

P89 Diana Kelly Dias

Caldas

FLORA DO SÍTIO 13 NO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA

TAQUARA, DUQUE DE CAXIAS, RJ – PRIMEIROS RESULTADOS.

P90 Flávia Regina Baptista

Barcelos FLORA DO RIO DE JANEIRO: POTAMOGETONACEAE

P91 Igor Schumann

Seabra Martins

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DO MUSEU ANTÔNIO PARREIRAS,

NITERÓI, RJ

P92 Isis de Melo Rollim A FAMILIA CAMPANULACEAE NO PARQUE NACIONAL DE

ITATIAIA, RJ.

P93 Janie Garcia da Silva LEVANTAMENTO FLORÍSTICO NA FAZENDA DO INSTITUTO VITAL

BRAZIL EM CACHOEIRAS DE MACACU

P94 João Victor Garcia

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E FISIONÔMICO NO VALE DOS

DEUSES, PARQUE ESTADUAL DOS TRÊS PICOS, NOVA FRIBURGO,

RJ

P95 Lanuzia Grandini

Quintanilha

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO NO NÚCLEO EXPERIMENTAL

IGUABA GRANDE, IGUABA GRANDE, RIO DE JANEIRO.

P96 Letícia Maria Souto

Silva

ASPECTOS ESTRUTURAIS DA CHUVA DE SEMENTES DE UM

TRECHO DA FLORESTA DE ENCOSTA DA ILHA DA MARAMBAIA,

RJ

P97 Letícia Maria Souto

Silva

COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DA VEGETAÇÃO DE UM

TRECHO DA FLORESTA ATLÂNTICA DA ILHA GRANDE, RJ

P98 Lucas Spindola

Florêncio da Silva

A FAMÍLIA ERIOCAULACEAE NAS RESTINGAS DO RIO DE

JANEIRO

P99 Marília Suzy Wängler ORCHIDACEAE: DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DAS EPÍFITAS NA APA

PALMARES, PATY DO ALFERES, RJ.

P100 Nílber Gonçalves da

Silva FLORA VASCULAR ATUALIZADA DA ILHA DA TRINDADE, BRASIL

P101 Samuel Coelho SIMILARIDADE FLORÍSTICA ENTRE FRAGMENTOS DE FLORESTA

NO SUDESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

41

P102 Yasmin de Mello

Canalli

FLORA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: MAYACACEAE E

TYPHACEAE

SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO DE CRIPTÓGAMAS

P103 Larissa de Oliveira

Valadares

ESTUDOS TAXONÔMICOS DE HYPNEA J.V. LAMOUROX

(GIGARTINALES, RHODOPHYTA) ATRAVÉS DE MORFOLOGIA E

DADOS MOLECULARES DE ESPÉCIES DO LITORAL DO RIO DE

JANEIRO

SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO DE FANERÓGAMAS

P104 Kelly Antunes NOVIDADES TAXONÔMICAS PARA A FAMÍLIA MYRTACEAE,

SUDESTE - BRASIL

P105 Michel Ribeiro ESTADO DO CONHECIMENTO DE LECYTHIDACEAE NO ESPÍRITO

SANTO, BRASIL

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

42

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE

MANEKIA OBTUSA MIQ. (PIPERACEAE)

Castro, A.P.1, Marques, A.M.2, Moraes, Daniel C.3, Silva, E.P.4, Guimarães, E.F.5, Soares,

R.M.A.2 e Kaplan, M.A.C.1

1Graduando. Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais (NPPN), Universidade Federal do Rio

de Janeiro/UFRJ. ([email protected]). 2Pesquisador/Pesquisador. Núcleo de

Pesquisas de Produtos Naturais (NPPN), Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ. 3Aluno

de Pós-graduando. Laboratório de Microbiologia dos Protistas, Universidade Federal do Rio de

Janeiro/UFRJ. 4Pesquisador/Pesquisador. Laboratório de Microbiologia dos Protistas,

Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ.

A família Piperaceae é composta dos gêneros Piper, Peperomia, Manekia e Zipelia

compreendendo cerca de 2000 espécies amplamente distribuídas em regiões tropicais e

subtropicais do planeta. A espécie Manekia obtusa foi escolhida como objetivo de estudo por

ser uma espécie brasileira com raros estudos sobre a composição química descrita na

literatura especializada. As folhas e caules de M. obtusa tiveram seus óleos essenciais

extraídos por hidrodestilação e analisados por CG/EM. Os constituintes δ-3-careno (55,3%), α-

pineno (5,9%), δ-cadineno (2,9%), β-pineno (2,7%) e α-cadinol (2,5%) foram identificados como

os principais componentes presentes no óleo essencial obtido das folhas, enquanto o óleo

essencial proveniente do caule apresentou o δ-3-careno (46,2%), seguido por safrol (9,3%), α-

cadinol (3,5%), β-pineno (3,2%) e α-pineno (3,1%) como componentes majoritários. O

monoterpeno δ--3-careno foi caracterizado como o marcador químico do óleo essencial dessa

espécie. Para verificar a atividade antifúngica dos óleos essenciais de caule e de folhas de M.

obtusa, realizou-se o crescimento de cepas de Candida albicans em placas de Petri contendo

meio sólido Sabouraud Dextrose. Adicionou-se 0,5 µL dos óleos em diferentes regiões das

placas, que em seguida foram incubadas durante 48 horas a 37 °C. Observou-se a formação de

halos de inibição para ambos os óleos, em todas as cepas utilizadas. Este resultado sugere

potencial capacidade destes óleos essenciais de inibir o crescimento dos microrganismos

testados.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

43

EFEITO ALELOPÁTICO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE SCHINUS TEREBINTHIFOLIUS RADDI EM

ESPÉCIES DE RESTINGA

Viveiros, A.B.R.1, 3, 4, Andrade, A.C.S.2, 3

1Estudante de pós-graduação. 2Pesquisador/professor. 3Laboratório de Sementes do Instituto

de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 4Universidade do Estado do Rio de Janeiro

(UERJ). ([email protected])

Schinus terebinthifolius Raddi é uma planta nativa da América do Sul, muito comum em

restingas, destacando-se por sua agressividade, plasticidade ecologia e potencial alelopático.

Libera compostos voláteis que podem agir como aleloquímicos, influenciando o

desenvolvimento de espécies vizinhas. Esse fenômeno nunca foi estudado em espécies nativas

do Brasil, sobretudo em restingas, onde as condições climáticas podem aumentá-lo. O objetivo

do trabalho foi avaliar o potencial alelopático dos óleos essenciais de S. terebinthifolius em

uma espécie teste (alface), uma espécie de restinga (Pilosocereus arrabidae) e nela própria

(autoalelopatia). As folhas foram coletadas na restinga de Massambaba e seus óleos foram

extraídos através de hidrodestilação em Clevenger por 4h. As sementes e plântulas de cada

espécie-alvo foram semeadas em placas de petri contendo água destilada, onde, no topo de

cada placa foi anexado um algodão umedecido com 0,1 mL de óleo. Como condição controle,

foi utilizada apenas água destilada. Foram avaliadas a porcentagem e velocidade de

germinação (P e VG), crescimento aéreo e radicular, condutividade elétrica e massa seca das

plântulas. Os dados foram analisados através de teste de Dunnet (P < 0,05). Os parâmetros

mais afetados foram o crescimento, sobretudo o crescimento radicular, a massa seca e a

condutividade elétrica, onde todas as espécies foram significativamente inibidas em relação ao

controle. Para a germinação, a VG foi mais afetada do que a P, e as sementes de sua própria

espécie não foram inibidas. Conclui-se que S. terebinthifolius produz compostos voláteis

capazes de inibir a germinação e crescimento de espécies vizinhas de restinga, apresentando

uma autoalelopatia em menor escala.

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

44

ESTUDOS VISANDO À CONSERVAÇÃO IN VITRO POR CRIOPRESERVAÇÃO DE CLEOME

SPINOSA JACQ.

Vilardo, A.F.R.M.1; Albarello, N.2,4; Simões-Gurgel, C.3,4

1Aluna de mestrado do Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal/UERJ. 2Professora

adjunta. 3Bióloga. 4Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Núcleo de Biotecnologia

Vegetal. ([email protected]).

Sistemas baseados na cultura de tecidos vegetais são uma excelente alternativa para a

produção de metabólitos secundários e conservação do germoplasma. Entretanto, a

manutenção do material in vitro depende de frequentes subcultivos que tornam o processo

suscetível à contaminação e à perda do potencial morfogenético. Sendo assim, faz-se

necessário investir em processos que visem à conservação vegetal em longo prazo, tais como a

criopreservação. O presente trabalho objetivou avaliar a criopreservação de Cleome spinosa,

espécie da família Cleomaceae que possui amplo uso medicinal no Nordeste do Brasil. Plantas

propagadas in vitro foram utilizadas como fonte de explantes de ápices caulinares (2 mm) e

segmentos de caule (2 mm). Foi avaliada a eficiência de recuperação após pré-tratamento com

solução contendo alta concentração de sacarose (0,3 M) por diferentes períodos (16 e 24

horas), com subsequente exposição à solução crioprotetora PVS2 (15, 30, 45 ou 60 minutos)

antes do congelamento em nitrogênio líquido. Após o descongelamento, o material foi

transferido para meio MS sem adição de fitorreguladores (MS0) ou suplementado com 0,5

mg.L-1de BAP. Explantes submetidos ao pré-tratamento apresentaram taxas de recuperação de

100%, independentemente do período de exposição. Segmentos de caule não mostraram

recuperação após o descongelamento, apresentando oxidação. Ápices caulinares

criopreservados submetidos a PVS2 por 15 ou 30 minutos e, posteriormente inoculados em

MS0 não apresentaram recuperação. Por outro lado, quando inoculados em meio contendo

0,5 mg.L-1 de BAP, foram alcançadas taxas de recuperação de 20% e 10%, respectivamente. A

exposição ao PVS2 por 45 ou 60 minutos acarretou na hiperhidricidade das plantas

desenvolvidas a partir dos ápices criopreservados. Estes resultados demonstraram que o

tratamento de ápices caulinares com os menores tempos de exposição ao PVS2 e, após

descongelamento, inoculação em meio contendo 0,5 mg.L-1 de BAP foram as melhores

condições avaliadas para a criopreservação de C. spinosa. (Apoio Financeiro: FAPERJ, CAPES,

CNPq)

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AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE DE EXTRATOS DE PETIVERIA ALLIACEA DE CAMPO E IN

VITRO

Fróes, B.B.1,2; Nascimento, L.B.1,2; Lima, G.O.1; Cruz, L.O.1; Soares, B.O.3; Gagliardi, R.F. 3; De

Mattos, J.C.P.1; Caldeira-de-Araujo, A.1; Dantas, F.J.S.1

1Laboratório de Radio e Fotobiologia,Universidade do Estado do Rio de Janeiro/ UERJ.

([email protected]). 2Graduação. Faculdades Integradas Maria Thereza. 3Núcleo

de Biotecnologia Vegetal, Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UFRJ

Os princípios ativos vegetais fornecem a matéria-prima utilizada pela indústria na obtenção de

fármacos. Com isso, vários estudos têm sido desenvolvidos para garantir a segurança e eficácia

no uso de plantas medicinais como, por exemplo Petiveria alliacea. Para esta espécie foi

descrita uma atividade antineoplásica, atribuída aos polissulfetos derivados do metabolismo

secundário.O objetivo deste trabalho foi avaliar a citotoxicidade dos extratos de P.alliacea de

campo e in vitro sobre uma linhagem de adenocarcinoma de pulmão (A549).As folhas de

plantas de campo e plantas cultivadas in vitro por 24 meses foram tratadas com etanol (100%)

e em seguida, o extrato foi submetido à rotaevaporação. As células A549 foram distribuídas

em placas de 24 poços com meio de cultura F12 e incubadas em estufa a 37ºC em atmosfera

de 5% de CO2, por 24h. Após esse período, foram lavadas com tampão fosfato, sendo

adicionado o meio F12 e os extratos vegetais. As células foram novamente incubadas em

estufa por 24h e submetidas à solução de Tripsina-EDTA (0,1 e 0,01%). Posteriormente, as

células foram coradas com Azul de Trypan e contadas em Câmara de Neubauer para avaliação

da viabilidade celular. As células A549 tratadas com os extratos de P.alliacea apresentaram

uma redução na taxa de sobrevivência em relação ao controle e entre os diferentes extratos,

sendo observada uma maior citotoxicidade nos extratos de plantas de campo, quando

comparados aos extratos de plantas in vitro.

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ESTUDOS EXPERIMENTAIS SOBRE A PRODUÇÃO DE BIOMASSA E ACUMULAÇÃO DE LIPÍDEOS

POR UMA CIANOBACTÉRIA POTENCIALMENTE ÚTIL PARA A PRODUÇÃO DE

BIOCOMBUSTÍVEIS

Setta, B.R.S,¹; Lourenço, S.O.², Barbarino, E.²

1Estudante de graduação, Laboratório de Fisiologia e Cultivo de Algas, Departamento de

Biologia Marinha, Instituto de Biologia, Universidade Federal Fluminense.

([email protected]) 2Pesquisador, Laboratório de Fisiologia e Cultivo de Algas,

Departamento de Biologia Marinha, Instituto de Biologia, Universidade Federal Fluminense.

A busca por microalgas para produção de biocombustíveis representa, atualmente, uma

verdadeira corrida internacional. O Brasil possui tradição na produção de biocombustíveis,

grande massa crítica científica no setor agrícola e detém o mais bem-sucedido programa

nacional de produção de bioetanol. A presente pesquisa envolveu a avaliação dos efeitos da

disponibilidade de CO2 e da redução de disponibilidade de nitrogênio sobre o crescimento e a

composição química da cianobactéria Synechococcus subsalsus. A cianobactéria Synechococcus

subsalsus foi cultivada em balões com 5,0 l de meio Conway (Walne, 2006), em triplicata (n =

3), em cultivos estanques, sob irradiância de 350 µE m-2 s-1, por 12 dias, em três condições

experimentais: (1) controle (cultivado com aeração simples); (2) aeração simples mais adição

de CO2; e (3) aeração simples com renovação dos nutrientes, exceto nitrogênio, a partir do 7º

dia de cultivo. Diariamente foram realizadas medições de biovolumes celulares, pH, nutrientes

dissolvidos e contagem celulares. Nas amostragens (6° e 12° dias) a biomassa celular foi

concentrada, através de centrifugação ou filtração, em função das análises química

subseqüentes. Os carboidratos apresentaram uma variação significativa nas amostragens do

tratamento controle, sendo observada a mesma tendência nos experimentos com adição de

CO2 e com redução de nitrogênio no meio de cultura (P < 0,0001). O conteúdo lipídico não

apresentou variação significativa nas amostragens do tratamento controle (P = 0,43) nem no

experimento com redução de nitrogênio (P = 0,24), porém apresentou uma variação relevante

(P = 0,0009) no experimento com adição de CO2. A redução de nitrogênio no cultivo acarretou

acumulação de carboidratos e não induziu a produção de lipídeos. A microalga apresenta baixo

potencial à produção de biodiesel, dadas as suas baixas concentrações de lipídeos. As altas

concentrações de carboidratos apontam para o uso potencial desta espécie como matéria-

prima em possíveis processos biotecnológicos de geração de bioetanol.

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MORFOGÊNESE IN VITRO DE CLEOME DENDROIDES SCHULT. & SCHULT. F. (CLEOMACEAE)

Castro, T.C.1, Lucena, D.W.P.F.2, Assunção, M.F.S.3, Simões-Gurge,l C.4, Albarello N.5

1Aluna de doutorado do Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal/UERJ. 2Bolsista

EIC/UERJ. ([email protected]). 3Bolsista Proatec/UERJ. 4Bióloga. 5Professora

Adjunta - Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ

Cleome dendroides é uma espécie endêmica de regiões litorâneas de Mata Atlântica do Estado

do Rio de Janeiro, áreas de intensa atividade antrópica, havendo iminente ameaça à sua

preservação. Considerando que técnicas de cultivo in vitro permitem a conservação de

germoplasma vegetal, este trabalho objetivou a proliferação de brotos a partir de explantes

hipocotiledonares de C. dendroides. Explantes hipocotiledonares (1cm) obtidos de plântulas

germinadas in vitro foram inoculados em meio MS contendo BAP (0,5 a 3mg.L-1), isolado ou em

combinação com AIA (0,1 a 0,3mg. L-1). As culturas foram mantidas a 26±2ºC e fotoperíodo de

16h. Após um mês, os brotos regenerados foram excisados e subcultivados em meios de igual

composição, com avaliação da frequência de regeneração (FR), número (NMB) e tamanho

médio (TMB) dos brotos. A seguir, foram realizadas três subculturas mensais, com avaliação da

frequência de proliferação (FP), NMB e TMB. A indução de gemas ocorreu após 10 dias do

início do experimento, com regeneração de brotos em todos os meios testados. Os brotos

surgiram, principalmente, do ápice dos explantes, os quais apresentavam calos, geralmente,

compactos na base. As FR variaram de 56 a 100% e o NMB, de 1,0 a 3,0. Os três parâmetros

avaliados aumentaram ao longo das subculturas, obtendo-se os melhores resultados em meios

suplementados com 2mg. L-1 BAP (FP= 100; 100 e 100%; NMB = 5,4; 9,2 e 3,6 e TMB = 0,8; 0,8

e 1,0, nas sucessivas subculturas). Os meios contendo 3mg.L-1 BA isolado ou em combinação

com AIA induziram à hiperhidricidade. Meios suplementados com BA em combinação com AIA

(0,1 a 0,3mg. L-1) promoveram organogênese direta e indireta. A metodologia empregada

mostrou-se adequada à produção de brotos a partir de explantes hipocotiledonares da

espécie. (Agradecimentos: FAPERJ, CNPq e CAPES)

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Análise Qualitativa e Quantitativa por CLAE-DAD-UV de Fração Apolar Bioativa de Piper

cabralanum C.DC. (Piperaceae)

Ribeiro, S.1; Jesus, L.N.1; Borborema, M.1; Macedo, J.1; Siqueira, M.1; Machado, T.1,2; Moreira,

D.1,2

1Laboratório de Toxicologia Ambiental, Escola Nacional de Saúde Pública, Fiocruz/ RJ. 2Departamento de Produtos Naturais, Farmanguinhos, Fiocruz/ RJ.

([email protected]).

A família Piperaceae é representada por plantas herbáceas, arbustos e, raramente, árvores e

conta com cerca de 3000 espécies, quase todas incluídas em Piper e Peperomia. Recentemente,

extratos e frações de Piper cabralanum C.DC. foram submetidas a ensaios para verificação de

atividade leishmanicida e antileucêmica. A fração apolar do extrato mostrou-se ativa nos dois

ensaios. O objetivo deste trabalho foi estabelecer uma rotina analítica para quantificar um

derivado de ácido cinâmico presente na fração ativa. Folhas e caules de P. cabralanum foram

coletados próximos a Teresópolis/ RJ. As folhas trituradas e secas foram extraídas com

metanol. O extrato obtido foi concentrado em evaporador rotatório e purificado por partição

líquido-líquido com n-hexano, diclorometano, acetato de etila e butanol. O extrato bioativo

obtido em n-hexano (16g) foi cromatografado em coluna de gel de silica. As substâncias

isoladas foram analisadas por CG-EM e por RMN de 1H e 13C. O estudo fitoquimico da fração

apolar de P. cabralanum permitiu o isolamento e a identificação de 3,4-dimetoxi-

benzenopropionato de metila. Esta substância foi quantificada na fração bioativa empregando-

se CLAE com detector de ultravioleta. Utilizou-se nas análises um cromatógrafo da marca

Shimadzu, equipado com uma coluna Lichrospher RP18 (250mmx4mmx5μm). As análises

foram feitas com detecção em 270nm e temperatura de 35oC. O padrão purificado da fração

bioativa foi preparado em diferentes concentrações para se estabelecer uma curva analítica. A

fase móvel foi composta de mistura de acetonitrila e água (Milli-Q), acidificada com ácido

acético glacial (pH 3,5). Utilizou-se o modo em gradiente de eluição, com tempo total de

análise de 35 minutos. A metodologia empregada permitiu boa separação dos componentes

da fração bioativa, bem como, excelente precisão e exatidão para quantificação da substância

padrão. As análises demonstraram que a substância encontra-se em pequena concentração na

fração bioativa (5,83mg/g extrato - 0,58%).

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CONTRIBUIÇÕES CIENTÍFICAS PARA O CONHECIMENTO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE

ESPÉCIES VEGETAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, PARTE II

Rosa, D.P.S.1, Cruz, A.V.M.4, Lima, H.R.P.2, Kaplan, M.A.C.4, Silva, A.J.R.4, Garay, I.G.6, Curcino,

I.J5, Filho, R.B.3, Carvalho, M.G.3

1Bacharel em Ciências Biológicas. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de

Biologia, Departamento de Botânica. 2Professor Associado/Pesquisador. Universidade Federal

Rural do Rio Janeiro, Instituto de Biologia, Departamento de Botânica. 3Professor

Associado/Pesquisador. Universidade Federal Rural do Rio Janeiro, Instituto de Ciências Exatas,

Departamento de Química. 4Professor Associado/Pesquisador. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais. 5Professor Associado/Pesquisador.

Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Centro de Ciências Exatas e

Tecnologia, Laboratório de Ciências Químicas. 6Professor Associado/Pesquisador. Universidade

Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia ([email protected]).

O Brasil, um país de megadiversidade biológica, ocupa o primeiro lugar com relação a sua

reserva vegetal. Por isso, esse projeto apresenta uma proposta pluridisciplinar para a

descoberta de novos metabólitos especiais a fim de promover o uso sustentável e

desenvolvimento econômico. Vários pesquisadores vêm desenvolvendo trabalhos fitoquímicos

visando a averiguação da diversidade química e dos aspectos medicinais de espécies vegetais

da Mata Atlântica do Estado Rio de Janeiro. A pesquisa tem como objetivo identificar as classes

químicas ocorrentes em espécies coletadas no nosso Estado, a fim de ampliar o conhecimento

sobre a química micromolecular e nortear estudos relativos a atividades biológicas e

farmacológicas dessas espécies. Para realização desse trabalho foi feito um levantamento em

bancos de teses, na área de química e farmacologia, existentes nas seguintes Instituições: UFRJ

em 46 teses e 43 dissertações e na UFRRJ em 8 teses e 18 dissertações. A partir dos dados

obtidos foram calculados os números de ocorrência e gerados gráficos em que constam os

valores relativos aos metabolitos especiais nas famílias estudadas. As análises relativas ao

levantamento realizado mostram que as famílias Solanaceae, Piperaceae, Euphorbiaceae,

Asteraceae, Apocynaceae, Myrtaceae e Leguminosae foram as mais pesquisadas até o

momento. As classes químicas predominantes nessas famílias foram terpenoides, flavonoides,

esteroides e alcaloides. Dentre os alcaloides encontrados em Solanaceae estão os

glicoalcaloides, principalmente no gênero Solanum, que possuem uma potencial toxidez

relacionada a efeitos de desordem neurológica e gastrointestinal. Os monoterpenos e

sesquiterpenos, que constituem os óleos essenciais, estão presentes nessas famílias estudadas

e possuem alto valor biológico. Já os flavonoides, abundantes em Leguminosae, apresentam

grande diversidade estrutural, e atividades biológicas relevantes como a antitumoral e

antiinflamatória. Os resultados químicos obtidos norteiam os estudos farmacológicos e

orientam os estudos de conservação das espécies utilizadas na medicina popular.

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ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM EXTRATOS DE PLANTAS IN VITRO E CALOS DE ARACHIS

VILLOSULICARPA HOEHNE

Casimiro, G.1, Garcia, R.2; Pacheco, G.3, Mansur, E.3

1Estudante de Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal. Universidade do Estado do Rio de

Janeiro/UERJ. ([email protected]). 2Pesquisadora. Laboratório de Micropropagação e

Transformação de Plantas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ. 3Professora.

Laboratório de Micropropagação e Transformação de Plantas. Universidade do Estado do Rio

de Janeiro/UERJ

Arachis villosulicarpa é uma espécie de amendoim encontrada naturalmente somente no

estado do Mato Grosso, cultivada pelos índios Nambikwara. Tendo em vista as diferentes

substâncias antioxidantes já encontradas em A. hypogaea, a espécie mais cultivada do gênero,

A. villosulicarpa também pode apresentar constituintes com função semelhante. Entretanto,

quando produzidas in vivo, essas substâncias podem apresentar variações na qualidade e no

tipo, devido à sazonalidade, variações na luminosidade e disponibilidade de nutrientes. O

desenvolvimento de técnicas de cultivo in vitro permite contornar essas questões. O objetivo

deste trabalho foi avaliar a atividade antioxidante de extratos de plantas in vitro e calos de A.

villosulicarpa. Segmentos internodais, nodais e foliolares de plantas in vitro foram cultivados

em meio MS suplementado com 6-benzilaminopurina (BAP) ou tidiazuron (TDZ) e incubados a

25ºC ou 30ºC, para a indução de calos. No preparo dos extratos, o material vegetal foi seco em

estufa, triturado e macerado em etanol 80% por 120 minutos. O extrato obtido foi filtrado,

concentrado em rotaevaporador e ressuspenso em etanol 80% (10 mg/ml). A atividade

antioxidante foi determinada pela percentagem de captura do radical DPPH. Extratos de raízes

e partes aéreas de plantas in vitro apresentaram a maior atividade antioxidante (81,01±3,20%

e 78,69±4,42%, respectivamente). Extratos de calos obtidos em resposta a BAP apresentaram

atividades mais elevadas (34,34±4,08%) do que aqueles provenientes de calos formados em

resposta a TDZ (24,52±2,19%). O tipo de explante também influenciou os resultados, de forma

que extratos de calos derivados de segmentos foliolares cultivados na presença de BAP 22μM

apresentaram maior atividade antioxidante (34,34±4,08%) do que os oriundos de segmentos

internodais (27,52±2,08%). Os resultados foram similares aos encontrados em um trabalho

anterior com extratos de acerola (26,37%). Etapas futuras incluem a avaliação do efeito de

elicitores e de metodologias de extração para a obtenção de substâncias antioxidantes. (Apoio

financeiro: FAPERJ e CNPq)

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EFEITO DE EXTRATOS APOLARES DE CLUSIA HILARIANA SOBRE INSETOS: DYSDERCUS

PERUVIANUS E ONCOPELTUS FASCIATUS

Silveira, H.C.R.1,2,3, Anholeti, M.C.2, Figueiredo, M.R.4, Paiva, S.R.2 , Gonzalez, M.S.1, Mello,

C.B.1, Feder, D.1

1Laboratório de Biologia de Insetos - LABI, GBG, Universidade Federal Fluminense.

([email protected]). 2Setor de Botânica, GBG, Universidade Federal Fluminense. 3Departamento de Biologia Celular e Molecular, Instituto de Biologia, Universidade Federal

Fluminense. 4Laboratório de Química de Produtos Naturais, Far-Manguinhos, Fiocruz.

As plantas representam uma enorme fonte de substâncias, muitas com potencial

farmacológico. O Brasil abriga uma diversidade de insetos pragas agrícolas e atualmente há a

necessidade de métodos mais seguros no controle desses insetos. O gênero Clusia (Clusiaceae)

é bem representativo no Brasil e apresenta-se caracterizado pela presença de benzofenonas,

terpenoides e flavonoides. O presente trabalho avaliou a ação inseticida de extratos apolares

de Clusia hilariana frente aos insetos Dysdercus peruvianus e Oncopeltus fasciatus.Partes

vegetativas e reprodutivas de indivíduos masculinos e femininos de Clusia hilariana foram

secas em estufa e submetidas à extração com hexano. Após evaporação do solvente foram

obtidos os seguintes extratos: 1) Indivíduo masculino – folhas (CHMFOH), caules (CHMCAH),

flores (CHMFLH); 2) Indivíduo feminino – Folhas (CHFFOH) e caules (CHMCAH). Para análise da

atividade inseticida, ninfas do 4º estágio foram separadas e aplicado na cutícula ventral de

cada inseto 1µL de uma solução 1 mg/mL dos extratos obtidos.Para Dysdercus peruvianus, a

mortalidade em 24 horas foi maior para os insetos tratados com o extrato hexânico das flores

do indivíduo masculino (CHMFLH), com taxa de 4,43%. Em 30 dias, as taxas de mortalidade dos

insetos tratados com CHFCAH e CHMCAH foram superiores (27,77% e 52,23%,

respectivamente). Em relação à mortalidade de Oncopeltus fasciatus em 24 horas, os

resultados constataram que os insetos tratados com CHFCAH e CHMFOH atingiram taxas de

5,57% e 4,47% respectivamente, que foram superiores quando comparados aos controles

positivo e negativo. Os melhores resultados em Oncopeltus fasciatus foram obtidos com o

tratamento com o CHMCAH e com o CHFCAH, com taxa de mortalidade superior em relação

aos demais tratamentos no período de 24 horas e 30 dias. Clusia hilariana demonstrou

potencial como provável alternativa para o controle dos insetos fitófagos. (Agradecimentos:

FAPERJ/ CNPq/ PROPPI (UFF).

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AVALIAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DE ZANTHOXYLUM TINGOASSUIBA (RUTACEAE) SOBRE O

DESENVOLVIMENTO DE DYSDERCUS PERUVIANUS (PYRRHOCORIDAE) E ONCOPELTUS

FASCIATUS (LYGAEIDAE)

Pacheco, J.P.F.1, Nogueira, J.2, Dolabela, I.2, Mourão, S.C.3, Guerra, M.4, Neto, C.B.M.1, Rocha,

L.2, Gonzalez, M.S.1 e Feder D.1

1Laboratório de Biologia de Insetos/GBG - Universidade Federal Fluminense. 2Laboratório de

Tecnologia de Produtos Naturais, Departamento de Tecnologia Farmacêutica, Universidade

Federal Fluminense. 3Departamento de Tecnologia Farmacêutica, Universidade Federal

Fluminense. 4Departamento de Ciências, Faculdade de Formação de Professores, Universidade

Estadual do Rio de Janeiro. ([email protected])

Estudos com fisiologia de insetos e química de plantas revelaram estratégias defensivas das

plantas contra os insetos que não implicam em toxicidade intrínseca dos metabólitos

secundários produzidos. Assim, o presente estudo visa rastrear e avaliar a atividade do óleo

essencial (OE) de Zanthoxylum tingoassuiba (Rutaceae) sobre o desenvolvimento e

mortalidade dos insetos hemípteras: Oncopeltus fasciatus e Dysdercus peruvianus. O OE puro

bem como diluições do OE de 500 mg/ml e 250 mg/ml foram testados através da aplicação

tópica de 1µl no dorso do abdome de ninfas de 4º instar de ambas espécies de hemíptera.

Foram avaliados o período de muda, morte em 24 horas, mortalidade total e o surgimento de

deformidades. Os ensaios realizados com o OE puro e a diluição do óleo essencial de Z.

tingoassuiba na concentração de 500 mg / ml mostram 100 % de mortalidade em até uma

hora após a aplicação em D. peruvianus e o tratamento com a diluição de 250 mg / ml nesta

mesma espécie de inseto causou uma taxa de mortalidade que atingiu 42,5 % em 24 horas e

de 86 % no 28º dia após o tratamento, tendo algumas destas mortes ocorrido durante a ecdise

com insetos mortos confinados na cutícula. O referido tratamento também induziu o

surgimento de uma ninfa extranumerária (0,8 %) em D. peruvianus. Com relação a O.

fascicatus os primeiros resultados para os efeitos da aplicação do OE de Z. tingoassuiba puro e

das diluições de 500 mg / mL e 250 mg/ mL mostraram 100% de mortalidade em até uma hora

após o tratamento. A partir dos resultados apresentados, pode-se propor que o OE de Z.

tingoassuiba é um candidato promissor ao estudo da atividade inseticida e utilização no

controle ambientalmente adequado de insetos.

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ÓLEOS ESSENCIAIS E IDIOBLASTOS SECRETORES DE FOLHAS COMPLETAMENTE EXPANDIDAS

E JOVENS DE Piper chimonanthifolium KUNTH.

Riani, L.R.1,3, Abrão, M.M.1, Ferrari, F.B.2,3, Chedier, L.M.2,3, Pimenta, D.S.2,3

1Estudantes de graduação 2Pesquisadores. 3Laboratório de Fitoquímica, Departamento de

Botânica, Instituto de Ciências Biológicas Universidade Federal de Juiz de Fora.

([email protected])

O gênero Piper é o mais representativo da família Piperaceae e suas espécies são amplamente

utilizadas comercialmente como condimento e na medicina popular por apresentarem

constituintes químicos com diversas funções biológicas. Óleos essenciais estão relacionados às

bioatividades citadas para espécies de Piper, tornando-se relevante o estudo de idioblastos

secretores (IS) como marcadores anatômicos. Piper chimonanthifolium Kunth é uma espécie

com escassez de estudos químicos e farmacológicos. O objetivo deste trabalho é comparar

folhas completamente expandidas (FE) e folhas jovens (FJ) de P. chimonanthifolium quanto à

quantidade de IS de óleos essenciais e suas constituições químicas. Foram utilizados 50 g (peso

fresco) de FE e FJ, obtendo-se óleos essenciais por hidrodestilação em clevenger modificado,

que foram caracterizados quimicamente por CG-EM. Concomitante, folhas foram clarificadas

em hipoclorito 20%, lavadas em água destilada e coradas com Sudam III. Lâminas foram

montadas em água glicerinada e observadas frontalmente em microscópio de luz, sendo

quantificados os IS, com total de 10 repetições para FE e FJ, sendo cinco leituras realizadas

pela face adaxial e cinco pela face abaxial. Pela visualização da face abaxial foram observados

mais IS, FE apresentaram mais IS, ambos valores significativos. A análise do óleo essencial

mostrou semelhança química para as folhas nas diferentes fases de desenvolvimento, com

destaque para os monoterpenos majoritários silvestreno, piperitona e -pineno. Os IS,

importantes marcadores anatômicos, aumentam seu número acompanhando o

desenvolvimento foliar.

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ESTUDO DA CITOTOXICIDADE DO EXTRATO ETANÓLICO DE CALOS DE HOVENIA DULCIS

THUNBERG.

Nascimento, L.B.1,2 ; Fróes, B.B.1,2; Lima, G.O.1; Cruz, L.O.1 ; Ribeiro, I.G. 3; Albarello, N.

(pesquisador)3; De Mattos, J.C.P.1; Caldeira-de-Araujo, A.1 ; Dantas, F.J.S.1

1Laboratório de Radio e Fotobiologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2Faculdades

Integradas Maria Thereza. 3Núcleo de Biotecnologia Vegetal, Universidade do Estado do Rio de

Janeiro. ([email protected])

Nas últimas décadas, os produtos naturais têm atraído atenção como agentes

quimiopreventivos e terapêuticos no combate ao câncer. Hovenia dulcis é uma planta com

potencial medicinal pela constatação de sua atividade antineoplásica assim como em outras

espécies da família Rhamnaceae. O objetivo desse trabalho foi avaliar a citotoxicidade do

extrato etanólico de calos de H. dulcis produzidos biotecnologicamente em uma linhagem de

adenocarcinoma pulmonar. A linhagem A549 foi cultivada em garrafas de cultura com meio

F12, em estufa a 37°C, em atmosfera de 5% de CO2. Para o preparo do extrato, foram utilizadas

amostras de calos compactos propagados in vitro. O material foi seco em estufa a 45oC por 24

h e triturado, as amostras foram imersas em etanol durante duas semanas, sob agitação, após

filtração os extratos foram submetidos a rotaevaporação. As culturas da linhagem A549 foram,

então, plaqueadas e levadas à estufa por 24h em atmosfera com 5% de CO2. Após 24h, foram

tratadas com os extratos e incubadas por 24 horas, nas mesmas condições anteriores. A

viabilidade foi avaliada pela técnica de exclusão de Azul de Trypan uma vez que as células

viáveis excluem o corante e as inviáveis permanecem coradas. As células A549 tratadas com

extrato etanólico de calos de H. dulcis, apresentaram uma menor taxa de sobrevivência em

relação ao controle. A maior diferença foi observada após o tratamento com a concentração

de 100g/ml, onde ocorre a morte celular de mais de 60% das células (p<0.05).

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PERFIL QUÍMICO DE TECIDOS GALHADOS E NÃO GALHADOS DE MICROGRAMMA

VACCINIIFOLIA (LANGSD. & FISCH.) COPEL.

Santos, M.G.1, Oliveira, B.H.F.2, Rocha, L.3, Tietbohl, L.A.C.4

1Professor/Pesquisador, Faculdade de Formação de Professores-UERJ. 2Estudante de

Graduação, Faculdade de Formação de Professores-UERJ. 3Professor/Pesquisador, Laboratório

de Tecnologia de Produtos Naturais, Universidade Federal Fluminense. 4Estudante de Pós-

graduação, Universidade Federal Fluminense. ([email protected])

Microgrammavacciniifolia(Langsd. &Fisch.) Copel. é uma samambaia epífita e seu caule pode

ser galhado por um Diptera - Cecidomyiidae (Primadiplosismicrogrammae) ou por

ummicrolepdóptero (Tortrimosaicapolypodivora). O presente trabalho tem como objetivo

analisar o perfil químico de tecidos galhados e não galhados de M. vacciniifolia.O material

botânico foi coletado na restinga da Área de Proteção Ambiental de Maricá, Rio de Janeiro. Os

extratos foram obtidos de caules galhados e caules adjacentes não galhados. Os extratos

foram obtidos a quente (60°C) na proporção de 1:10 em agitador magnético por 5min. O perfil

cromatográfico foi avaliado em CLAE. O perfil químico do caule não galhado e do caule galhado

pelo Diptera não sofreu alteração, entretanto houve mudança na concentração das

substâncias majoritárias produzidas pela samambaia, com aumento da concentração das

substâncias com tempo de retenção 41.12, 43.53, 50.32 e diminuição do sinal que era

majoritário no caule não galhado com tempo de retenção 34.35. Quando a galha induzida pelo

Diptera é atacada por parisitóides, a substância majoritária (com tempo de retenção 34.35)

permanece a mesma encontrada nos caules não galhados. Observa-se também, o aumento da

concentração das substâncias com tempo de retenção em 9.56 e 11.37 e a diminuição da

concentração da substância com tempo de retenção 50.32. O microlepidópterogalhador, além

de não influenciarno perfil químico do caule, também não alterou a produção das substâncias

majoritárias com tempo de retenção de 29.04, 34.34, 41,17, 43.53. Comparando os sinais

apresentados nos cromatogramas dos caules galhados por Diptera e microlepidóptero, as

substâncias majoritárias são as mesmas, sendo elas as com tempo de retenção de 34.34,

41,17, 43.53, exceto a substância com tempo de retenção 29.04, que permanece em níveis

mais elevados no caule galhado pelo microlepidóptero. Diversos autores tem sugerido que as

substâncias produzidas no tecido galhado são diferentes daquelas do tecido não galhado e que

os indutores de galhas promovem alterações espécie-específico na composição química do

tecido galhado.

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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E DOSEAMENTO DE FLAVONÓIDES EM EXTRATOS

DE Clusia lanceolata CAMBESS. (CLUSIACEAE).

Silva, K.M.M.1, Anholeti, M.C.1,2, Figueiredo, M.R.3, Kaplan, M.A.C.2, Paiva, S.R.1

1Universidade Federal Fluminense. 2Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais / Universidade

Federal do Rio de Janeiro. 3Farmanguinhos / Fiocruz

A produção de radicais livres tem sido relacionada ao envelhecimento celular e a doenças

degenerativas associadas a ele. Atualmente, têm-se estudado substâncias naturais que podem

agir como antioxidantes, evitando eventuais danos provocados por esses radicais. Clusia

lanceolata Cambess. pertence à família Clusiaceae e é encontrada na costa litorânea do Rio de

Janeiro e Espírito Santo. Apesar de sua importância ecológica e indicações de uso medicinal

das espécies pertencentes à família Clusiaceae, existem poucos estudos químicos e biológicos

envolvendo C. lanceolata, o que justifica sua investigação. Este trabalho teve como objetivo a

avaliação da atividade antioxidante (AAT) e o doseamento de flavonoides (DF), expressos

como flavonas e flavonóis, em extratos de C. lanceolata, além da investigação de uma possível

correlação entre estes dois parâmetros. Partes vegetativas e reprodutivas da espécie foram

coletadas no Parque Municipal de Marapendi, RJ. O material vegetal foi adequadamente

processado, sendo posteriormente submetido à extração por maceração estática com os

solventes etanol e acetona, seguido de evaporação dos solventes sob pressão reduzida para

obtenção dos extratos brutos. A AAT dos extratos brutos de C. lanceolata foi determinada

através do sequestro do radical livre DPPH. O DF foi realizado através de método colorimétrico

envolvendo cloreto de alumínio. Os extratos mostraram cinética rápida na reação com o DPPH,

e o extrato etanólico do caule feminino demonstrou a melhor atividade antioxidante, com o

menor valor de EC50 (1,30 ± 0,14 g extrato/g DPPH), sendo este valor estatisticamente

equivalente ao EC50 obtido para o padrão butil-hidroxi-tolueno. Este extrato apresentou

também a menor concentração de DPPH remanescente nas concentrações de 125 e 250

μg/mL (4% em ambas). O extrato etanólico dos frutos apresentou o maior percentual de

flavonóides (9,33 ± 0,24%). Testes estatísticos não mostraram uma correlação positiva entre a

atividade antioxidante dos extratos e o percentual de flavonoides encontrados nestes. (Apoio:

CAPES)

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MULTIPLICAÇÃO IN VITRO DE PETIVERIA ALLIACEA L. SOB EFEITO DE DIFERENTES

FITORREGULADORES

Pimenta, M.S.G.¹, Soares, B.O.2, Petinelli, J.A.4, Miguel, N.N.3 Gagliardi, R.F.4

1Estudante de Graduação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 2Estudante de Pós

Graduação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 3Estudante de Graduação, Universidade

Castelo Branco. 4Profissional, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Petiveria alliacea L., conhecida no Rio de Janeiro como guiné, é intensamente utilizada pela

população, devido a seus efeitos medicinais. O objetivo desse trabalho foi a multiplicação in

vitro dessa espécie. As amostras foram doadas por proprietários de diferentes regiões do Rio

de Janeiro: Marechal Hermes (MH), Niterói (NT), Vila Isabel (VI) e Magé (MG). As sementes

foram descontaminadas e germinadas in vitro. Para a multiplicação, ápices caulinares (0,5 cm)

das plantas germinadas in vitro foram inoculados em meio MS suplementado com diferentes

concentrações de benzilaminopurina (BAP 1 - 3 – 5uM), ácido naphtalenoacético (ANA 0,1 –

0,3 – 0,5uM) e thidiazuron (TDZ 0,1 - 0,3 e 0,5uM). As culturas foram incubadas a 30±2°C, sob

intensidade luminosa de 46umol.m-2.s-1 e fotoperíodo de 16h. Após 60 dias de cultura, o BAP

proporcionou o aparecimento de múltiplos brotos nos explantes de todas as origens, em todas

as concentrações testadas. O fitorregulador ANA a 0,1uM induziu a expansão foliar nas

culturas MG e MH. O aumento da concentração desse regulador para 0,3uM promoveu o

aparecimento de raízes nessas culturas. O TDZ causou alongamento nas folhas da cultura MG,

originando plantas deformadas nas concentrações mais baixas (0,1 e 0,3uM). Este

fitorregulador induziu a produção média de 12 brotos/explante na cultura MH, mas os

explantes formaram aglomerados de brotos de difícil individualização. Após a quantificação,

todos os brotos foram transferidos para meio MS0 suplementado com AIA 0,6 uM, onde o

desenvolvimento de calos friáveis foi observado em todas as amostras. Estes resultados

indicam que, apesar da influência genotípica observada, BAP e TDZ são fitorreguladores

adequados à multiplicação de P. alliacea L. (APOIO: Faperj e CNPq)

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CULTURA DE TECIDOS NA PRODUÇÃO DE RAÍZES ADVENTÍCIAS DE PERESKIA ACULEATA MILL.

Tirado, M. S.1,4; Lage, D. A.2,4; Vanicore, S. R.1,4; Albarello, N.3,4

1Estudante de Graduação IBRAG/UERJ. 2Estudante de Doutorado PGBV/UERJ. 3Professor

Adjunto IBRAG/UERJ. 4Laboratório de Biotecnologia de Plantas (LABPLAN). Instituto de Biologia

Roberto Alcantara Gomes. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

([email protected])

É crescente o número de substâncias metabolizadas naturalmente em plantas que despertam

interesse econômico para produção de medicamentos fitoterápicos, suplementos alimentares,

cosméticos entre outros. Protocolos de cultivo in vitro surgem como mecanismos facilitadores,

visando potencializar a extração destes metabolitos sem causar danos à estrutura populacional

das espécies. Pereskia aculeata Mill., conhecida como ora-pro-nóbis, é um cacto de folhas

carnosas, que é utilizado devido ao seu alto valor protéico e suas propriedades medicinais. O

objetivo deste estudo foi estabelecer um protocolo de produção in vitro de raízes de P.

aculeata. Raízes adventícias desenvolvidas a partir de plantas micropropagadas mantidas em

meio básico MS, solidificado com ágar (8 g.L-1) e sem fitorreguladores, foram usadas como

fonte de explantes. Os segmentos radiculares (0,5cm) foram inoculados em frascos erlenmeyer

contendo meio de cultura MS líquido suplementado com diferentes concentrações de AIB (5;

10; 20; 30 M) e/ou KIN (0,5; 1; 2; 3 M). As culturas foram mantidas em câmara de

crescimento, em mesa agitadora (100 rpm), a 26±2ºC, em presença de luz e sob fotoperíodo

de 16h. A produção de raízes foi avaliada a partir da aferição do peso de matéria fresca e seca

das raízes. A maior produção de biomassa foi observada nas culturas mantidas em meio

contendo AIB e KIN, principalmente na associação entre 20 M de AIB e 3 M de KIN, onde as

raízes mostravam-se finas e de coloração branca, após seis semanas de cultivo. Os resultados

deste estudo representam os primeiros dados sobre a multiplicação in vitro das raízes de P.

aculeata e servirão de base para futuros testes de otimização da produção de biomassa. Novos

ensaios serão conduzidos visando á análise fitoquímica e farmacológica das raízes produzidas

in vitro.

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MORFOLOGIA FOLIAR COMPARADA DE MANDEVILLA GUANABARICA (APOCYNACEAE) DE

CAMPO E CULTIVADA IN VITRO

Cordeiro, S.Z.1; Simas, N.K.2 & Sato, A.3

1Bióloga - Departamento de Botânica. Universidade Federal do Estado do Rio de

Janeiro/UNIRIO. ([email protected]). 2Professora - Departamento de Alimentos e

Produtos Naturais. Faculdade de Farmácia. Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ. 3Professora - Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais. Departamento de Botânica.

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/UNIRIO.

O desenvolvimento e as características morfológicas de um organismo estão intimamente

associados a sua adaptação ao ambiente. O estudo da morfologia foliar in vitro facilita a

análise funcional das plantas cultivadas, permitindo o aperfeiçoamento de suas aplicações

biotecnológicas e promovendo o desenvolvimento de eficientes protocolos de aclimatização.

Neste trabalho, foram estabelecidas as diferenças morfológicas foliares entre plantas de

campo e plantas in vitro de Mandevilla guanabarica Casar. ex M.F. Salles, Kin.-Gouv. & A.O.

Simões (Apocynaceae), uma trepadeira considerada em perigo pela distribuição restrita às

restingas do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Por possuir potencial farmacológico e ornamental

ainda inexplorados, vem sendo objeto de estudos em cultura de tecidos para produção de

mudas, estudos fitoquímicos e produção de metabólitos secundários. As folhas de campo,

coletadas na APA de Maricá (RJ) e as cultivadas in vitro, em meio salino Murashige e Skoog,

foram submetidas à diafanização e dissociação de epiderme para análise por microscopia

ótica, e preparadas para análise através de microscopia eletrônica de varredura. As análises

morfológicas e de ultraestrutura revelaram diferenças marcantes entre folhas regeneradas in

vitro e folhas desenvolvidas no campo. As folhas de campo apresentaram superfície glabra,

bordas lisas, sistema vascular bem desenvolvido e homogêneo, e estômatos paracíticos apenas

na face abaxial. As folhas cultivadas in vitro apresentaram tricomas no ápice, bordas e nervura

central da face abaxial, estômatos paracíticos apenas na face adaxial, sistema vascular pouco

desenvolvido, hidatódio na região apical e alta concentração de drusas e cristais na região

basal. Por ser oriunda de ambientes xeromórficos, as adaptações das folhas ao ambiente in

vitro estão intimamente ligadas às relações hídricas da planta, cujo entendimento é

fundamental para assegurar uma fase de aclimatização com alto percentual de sobrevivência.

(Agradecimentos: CAPES e FAPERJ).

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ATIVIDADE LEISHMANICIDA DE AURELIANA FASCICULATA (VELL.) SENDTNER VAR.

FASCICULATA

Lima S.C.M. 1, Marques A.M.2, Almeida-Lafetá R.C.3, Barreto, A.L.S.4; Soares R.M.A.5, Kaplan

M.A.C.6, Figueiredo, M.R.2

1Estudante de Pós-Graduação, Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais Walter Mors (IPPN),

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ([email protected]). 2Pesquisador,

Laboratório de Química de Produtos Naturais (Farmanguinhos), Fundação Oswaldo Cruz

(FIOCRUZ). 3Pesquisador, Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro

(FAETEC). 4Estudante de Pós-Graduação, Instituto de Microbiologia Paulo Góes, Universidade

do Rio de Janeiro. 5Pesquisador, Instituto de Microbiologia Paulo Góes, Universidade do Rio de

Janeiro. 6Pesquisador, Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais Walter Mors (IPPN),

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A leishmaniose é uma doença que aflige milhões de pessoas em zonas tropicais de todo

mundo. A escassez de medicamentos contra a leishmaniose impulsiona novas pesquisas

relacionadas à descoberta de fármacos com origem natural. Aureliana fasciculata (Vell.)

Sendtner var. fasciculata é uma espécie da família Solanaceae. A partir dos extratos

metanólicos de folhas, de caules e de frutos foram realizadas partições líquido-líquido com

solventes de crescentes polaridades. A fração diclorometânica de folhas forneceu, após

fracionamentos cromatográficos, duas substâncias identificadas como vitanolidos 1 e 2. As

frações diclorometânicas de folhas, de caules e de frutos; os vitanolidos isolados e a mistura

dos vitanolidos foram analisadas para a avaliação da atividade leishmanicida utilizando os

parasitas Leishmania amazonensis e L. chagasi. As frações exibiram efeitos inibitórios menos

pronunciados quando testadas separadamente. A mistura das substâncias 1 e 2 apresentou os

menores valores de MIC (437 ± 0,12; 363 ± 0,05) e de IC50 (238 ± 0,12; 177 ± 0,07) em µg/mL

para L. amazonensis e L. chagasi, respectivamente. A fração mais ativa observada foi a fração

diclorometânica de folhas, provavelmente em razão da maior concentração de vitanolidos.

Todavia, o efeito inibitório dessa fração foi menor em relação à amostras contendo vitanolidos

em mistura ou isolados. O estudo fitoquímico de A. fasciculata var. fasciculata resultou no

isolamento e caracterização estrutural de dois vitanolidos e possibilitou a avaliação do

potencial biológico dessas substâncias para os parasitos L. amazonensis e L. chagasi.

(Agradecimentos à CAPES e CNPQ pelo apoio financeiro.)

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PERFIL QUÍMICO DA FASE DICLOROMETÂNICA DE INFLORESCÊNCIAS DE EUPATORIUM

ODORATUM (ASTERACEAE)

Carvalho, T. S.1, Oliveira,T. B.2, Souza, S. P.3, Valverde, S. S.2

1Estudante de Graduação do Instituto Federal do Rio de Janeiro/IFRJ

([email protected]). 2Pesquisador do Laboratório de Química de Produtos

Naturais/ Instituto de Tecnologia em Fármacos - FarManguinhos/FIOCRUZ. 3Doutoranda do

Instituto Militar de Engenharia/IME

Eupatorium odoratum é uma espécie da família Asteraceae, nativa da América Central e do Sul

distribuída nas áreas tropicais e subtropicais do mundo. E. odoratum é uma perene herbácea

cujos ramos ficam emaranhados com altura entre 1,5-2,0m. Suas inflorescências nascem em

corimbos terminais com 20-60 capítulos florais em todos os galhos e são brancas ou lilazes

claras que formam uma grande massa cobrindo toda a superfície do arbusto. No Brasil, a

Chromolaena odorata, como também é chamada, está distribuída em todas as regiões do país.

Na medicina tradicional, possui propriedades antibacteriana, antiespasmódica,

antitripanossomal, antifúngica, anti-hipertensiva, anti-inflamatória, diurética, adstringente,

contra protozoários e agentes hepatotrópicos. As ações farmacológicas de E. odoratum são

atribuídas principalmente pela presença de flavonoides, alcaloides, taninos e compostos

fenólicos. Este trabalho tem como objetivo obter o perfil químico por CG/EM de extratos de

inflorescências de E. odoratum coletada no município de Santa Maria Madalena (RJ) e

comparar os resultados obtidos com os dados já descritos na literatura científica e com outras

espécies de arnica estudadas pelo nosso grupo. As inflorescências da planta em estudo foram

mondadas, secas em estufa a 40o C e depois, submetidas às etapas de pulverização e extração

por maceração dinâmica com etanol. Os extratos obtidos, após redução sob pressão reduzida

em evaporador rotatório, foram submetidos à extração líquido-líquido com solventes de

polaridade crescente, são eles: Hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol. A fase

diclorometânica do extrato etanólico foi submetida à CG/EM e a análise de seu cromatograma

permitiu a identificação de: 1S, cis-calameleno (2,35%); ácido hexadecanóico (4,81%); diidro-

cis-α-copaen-8-ol (1,75%); (-) – óxido de cariofileno (2,92%); giberelina A3 (ácido giberélico)

(0,34%).

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GERMINAÇÃO IN VITRO DE ANNONA MUCOSA (JACQ.) – ANNONACEAE

Barboza, T.J.S.1, Souza, C.A. 2, Lage, D.A.1, de Castro, T.C. 1, Albarello,N.3

1Doutorando. Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal. Universidade do Estado do

Rio/UERJ ([email protected]). 2Graduanda. Universidade do Estado do Rio de

Janeiro /UERJ. 3Professor Adjunto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ

Annona mucosa é conhecida popularmente como biribá, espécie arbórea de importância

econômica devido aos seus frutos comestíveis, possuindo também interesse medicinal. A

germinação in vitro tem sido amplamente empregada para o estabelecimento de culturas

livres de contaminantes, sobretudo no caso de espécies arbóreas, que oferecem maiores

dificuldades no controle da descontaminação e da oxidação, sendo muitas espécies

consideradas recalcitrantes para a morfogênese in vitro, devido à liberação de compostos

fenólicos. Este é o primeiro trabalho sobre a germinação in vitro de A. mucosa e objetivou

avaliar diferentes tratamentos e substratos no estabelecimento de plântulas axênicas. As

sementes foram desinfestadas por imersão em NaOCl e embebidas em água destilada ou

solução de GA3, seguida da inoculação em meio MS sólido ou líquido, na presença ou ausência

de PVP, GA3, BAP ou ANA. O uso de vermiculita estéril regada com meio MS líquido também

foi avaliado. A germinação sob condições in vitro foi observada a partir do 20º dia após a

semeadura no substrato vermiculita, alcançando taxa de 80%. Tendo em vista o êxito

alcançado na obtenção de plântulas estéreis, o material será utilizado como fonte de explantes

visando à produção in vitro de metabólitos de interesse medicinal. (Agradecimentos: Faperj,

Cnpq e Capes).

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CULTIVO IN VITRO DE KALANCHOE PINNATA (LAM.) PERS. VISANDO À PRODUÇÃO DE

SUBSTÂNCIAS BIOATIVAS

Moss, V.B.1, Barboza, T.J.S.2, Vilardo, A.F.R.M.3, Albarello , N.4

1Graduanda em Ciências Biológicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de

Biologia Roberto Alcantara Gomes. 2Doutorando. Programa de Pós-graduação em Biologia

Vegetal. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 3Mestranda. Programa de Pós-graduação

em Biologia Vegetal. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 4Professor Adjunto.

Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento de Biologia Vegetal.

([email protected])

Kalanchoe pinnata é uma Crassulaceae conhecida e usada popularmente sob o nome de saião

roxo, apresentando potencial antitumoral e antiparasitário; Estudos fitoquímicos com a

espécie indicam a presença de alcalóides e flavonóides. Tais aspectos, associados à presença

de gemas competentes no bordo das folhas, justificam os estudos de cultura de tecidos

visando à produção de plantas e metabólitos. O objetivo deste trabalho foi o estudo do cultivo

in vitro da espécie, ainda inédito, visando à propagação de plantas e a cultura de raízes, para a

posterior investigação de substâncias bioativas. Foram utilizadas como fonte de explantes,

folhas de K. pinnata cultivada in vivo. Após desinfestação com hipoclorito de sódio, segmentos

foliares (0,5cm2) contendo gemas foram excisados sob condições assépticas e cultivados em

meio nutritivo MS na ausência ou presença da citocinina BAP e mantidos a 26±2ºC, sob

fotoperíodo de 16 h, com luminosidade de 45 µmol m-2s-1. Folhas e raízes obtidas in

vitro foram inoculadas em meio de cultivo líquido ou sólido MS na ausência ou presença das

auxinas picloram, ANA e 2,4-D. Após 30 dias de cultivo para cada experimento, foi feita

avaliação. A maior proliferação de brotos foi observada no cultivo em meio MS sólido na

ausência de fitorreguladores. A presença da auxina picloram induziu à produção de alta

densidade de raízes em meio sólido, e em meio líquido foi responsável pela maior produção de

raízes e brotos em explantes foliares de brotos obtidos in vitro. A formulação do meio MS

forneceu nutrientes adequados ao desenvolvimento in vitro de gemas pré-existentes em K.

pinnata, enquanto a adição de auxina se mostrou eficiente no aumento da produção de raízes.

Os resultados viabilizam o fornecimento de material para estudos fitoquímicos e do potencial

medicinal da espécie. (Agradecimentos: às instituições de fomento Faperj, Cnpq e Capes).

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DIVERSIDADE MORFOLÓGICA DA CÉLULA EPIDÉRMICA DA PÉTALA ESTANDARTE DE ESPÉCIES

DE DIOCLEA KUNTH. (LEGUMINOSAE-PAPILIONOIDEAE-DIOCLEINAE)

Peçanha1, A.F., Queiroz2, L.P., Lima3, H.C., Costa3, C.G., De Toni3, K.L.G e Barros3, C.F.

1Aluna de pós-graduação (doutorado) JBRJ/ENBT ([email protected]). 2Professor adjunto

UEFS. 3Pesquisador JBRJ

Nas Papilionoideae uma característica exclusiva e de valor adaptativo é a ocorrência de células

epidérmicas morfologicamente diferentes em diferentes regiões de uma pétala. Nas Dioclea a

pétala estandarte compõe-se de uma lâmina expandida para atração visual e na região basal

uma calosidade que reforça a arquitetura e permite o acesso do polinizador. Apesar das

funções atribuídas na literatura a anatomia dessa estrutura é desconhecida. Pretende-se

descrever e comparar as células epidérmicas (face adaxial) do terço médio e da base da pétala

através da microscopia óptica e eletrônica de varredura. Foram selecionadas onze espécies

(três seções), processadas de acordo com técnicas usuais de anatomia vegetal. A terminologia

utilizada para descrição das células e da cutícula (nos campos anticlinal e central) seguiu a

literatura específica. As células são distintas nas regiões do terço médio (convexa) e do calo

(tabular). Duas formas ocorreram nas células convexas: cúpula (Platylobium) e papila

(Pachylobium e Dioclea), assim como dobras cuticulares nos campos central e anticlinal da

célula. No campo central as dobras sinuosas delimitam um lúmen não esculturado

(Platylobium), esculturado (Pachylobium), podem ser livres e sobrepostas formando um cume

(Dioclea) ou irregulares (Pachylobium). No campo anticlinal as dobras se irradiam do campo

central e podem ser paralelas e longas dispostas em regiões não esculturadas (Platylobium),

sob dobras concêntricas (Pachylobium); sinuosas e curtas dispostas em região não esculturada

(Dioclea) ou dispersas (Pachylobium). As células tabulares podem ser poligonais (Platylobium e

Dioclea) ou poligonais alongadas (Platylobium e Pachylobium), com dobras cuticulares sinuosas

irregulares (Platylobium, Dioclea e Pachylobium) ou paralelas (Pachylobium e Dioclea). A

presença de células epidérmicas convexas e tabulares com cutícula ornamentada sugere as

funções previamente estabelecidas e os seus caracteres corroboramas seções tradicionais e

formam dois grupos (Platylobium) e (Dioclea e Pachylobium) definidos pela forma das células e

esculturação da cutícula no terço médio.

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PERSEA AMERICANA MILL. - LAURACEAE: UMA ESPÉCIE DE IMPORTÂNCIA ECONÔMICA,

NUTRICIONAL E MEDICINAL

Silva, A.S.1,2, Santos, A.A.L.1 Militão, C.M.1, Ribeiro, M. Dep1., Santos, R. R1, Donato, A. M2,

Vasconcellos, T.J.2

1Estudante de Graduação. Universidade do Estado do Rio de Janeiro / Instituto de Biologia

Roberto Alcântara Gomes. 2Universidade do Estado Rio de Janeiro / Instituto de Biologia

Roberto Alcântara Gomes / Departamento de Biologia Vegetal. Laboratório de Anatomia

Vegetal. Departamento de Biologia Vegetal. Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes.

([email protected])

O abacateiro, Persea americana, originário da América Central e México, pertencente à família

Lauraceae, apresenta diversas variedades botânicas, podendo ser citadas a Persea americana

var. americana, Persea americana var. guatemalensis e Persea americana var. drymifolia. No

Brasil, esta árvore frutífera é amplamente cultivada. O país é considerado o quarto maior

produtor mundial de abacate. Seu cultivo vai desde regiões com clima semelhante àquele

encontrado em sua área de origem,tropical,até regiões de clima frio, como o sul do Brasil. Seu

alto potencial econômico pode ser explicado devido à sua utilização em diferentes setores,

como, medicinal, estético e alimentício. Apresenta propriedades medicinais e, tanto a polpa do

fruto quanto a semente e a folha são utilizadas. O óleo extraído da polpa do fruto é rico β-

sitosterol e ácido oléico previne doenças cardiovasculares. A folha é conhecida por apresentar

propriedades diuréticas e carminativas e a semente é utilizada para combater a diarréia e

disenteria. Já na indústria cosmética, a estrutura vegetal mais utilizada é o fruto, isso porque o

óleo extraído da sua polpa possui um alto teor de vitaminas A e E, que são poderosos

antioxidantes, auxiliando na diminuição dos sinais de envelhecimento. A polpa ainda é

utilizada para fazer máscaras hidratantes para o cabelo e para a face. O fruto é muito

recomendado na alimentação, devido seu alto valor nutricional. O presente trabalho visa

apresentar características anatômicas da espéciereferentes à folha, fruto e semente. Foram

realizados testes histoquímicos, que evidenciaram a presença de amido, óleos e compostos

fenólicos nas regiões estudadas. Em virtude da escassez de literatura relacionada a estudos

anatômicos e histoquímicos dessa espécie, espera-se contribuir para o conhecimento botânico

deste importante recurso da economia.

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ANATOMIA FOLIAR DE VRIESEA LINDL. (TILLANDSIOIDEAE, BROMELIACEAE)

Silva, A.S1,3,4, Donato, A.M 2,4., Costa, A.F2,3

1Estudante de graduação. 2Professor/pesquisador. 3Laboratório de Sistemática de

Angiospermas. Departamento de Botânica. Museu Nacional. 4Laboratório de Anatomia

Vegetal. Departamento de Biologia Vegetal. Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes.

([email protected])

Vriesea é o terceiro maior gênero da família Bromeliaceae atualmente composto por cerca de

260 espécies subordinadas a duas secções, sendo o mais rico no Domínio Atlântico. Caracteres

anatômicos têm auxiliado na identificação do relacionamento filogenético entre as espécies e

gêneros da família, além de contribuir solucionando problemas taxonômicos. Neste contexto,

o presente trabalho objetiva estudar a anatomia foliar de doze espécies representantes das

duas seções e de diferentes grupos morfológicos. Foram utilizadas lâminas foliares plenamente

expandidas e fixadas em solução de FAA, e conservadas em etanol 70%. Foram feitos cortes

transversais à mão livre do terço mediano da folha (bordo e região intercostal). Os cortes

foram clarificados em hipoclorito de sódio 50%, neutralizados com ácido acético 1% e lavados

com água destilada. Em seguida, foram corados com Safrablau e montados entre lâmina e

lamínula em glicerina 50%. Seções do material não fixado foram tratadas com Sudam

IV,floroglucinol, lugol e vermelho de rutênio, para identificação de lipídeos, lignina, grãos de

amido e mucilagem. A documentação foi feita através de imagens obtidas ao fotomicroscópio

Olympus BX51 da Zeiss com o software Image Pro Express. As espécies analisadas apresentam

a estrutura foliar básica descrita para a família e o gênero.Epiderme simples, com as células

fortemente lignificadas e com escamas que variam em forma e quantidade. O mesofilo é

dorsiventral e apresenta hipoderme mecânica e aquífera em ambas as faces. O parênquima

clorofiliano é formado por células isodiamétricas a alongadas e células braciformes, que

delimitam canais de aeração, intercalados pelos feixes vasculares. As espécies variam entre si

na forma das células do parênquima clorofiliano, no grau de lignificação das fibras

perivasculares e na forma do bordo.

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MICROMORFOLOGIA FOLIAR DE ALLAGOPTERA ARENARIA (GOMES) KUNTZE, ARECACEAE

Defaveri, A.C.A.1, Arruda, R.C.O.2, Barros, C.F.3, Sato, A.4

1Estudante de Pós-Graduação do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal,

Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. ([email protected]). 2Professora do

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS. 3Professora do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 4Professora do

Instituto de Biociências, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO.

Allagoptera arenaria (Gomes) Kuntze (Arecaceae), popularmente conhecida como guriri, é

uma palmeira endêmica das restingas da costa brasileira, com ocorrência registrada de

Pernambuco até Paraná. Em função de sua morfologia e do aspecto brilhante de suas folhas

esta é uma espécie comumente empregada em projetos de paisagismo. O objetivo deste

trabalho foi a descrição da micromorfologia foliar de A. arenaria. Para tanto, foram retiradas

amostras de segmentos foliares de 10 indivíduos ocorrentes na restinga de Grumari, localizada

na Área de proteção Ambiental de Grumari, no Rio de Janeiro. A micromorfologia foi descrita

com base em secções transversais e longitudinais realizadas em material fresco e fixado, sendo

utilizadas técnicas de microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura. Foi observado

que os segmentos foliares de A. arenaria possuem epiderme uniestratificada, seguida por dois

estratos de hipoderme na face adaxial e apenas um na face abaxial. O mesofilo é constituído

por aproximadamente seis camadas de células paliçadas. Os feixes vasculares da região

intercostal ocorrem na porção inferior do mesofilo, sendo regularmente espaçados e do tipo

colateral. A nervura principal é proeminente na face adaxial. Escamas são observadas nessa

região, na face abaxial. Inclusões de sílica foram detectadas em diversos tecidos,

especialmente na epiderme e na hipoderme. Uma peculiaridade foi observada na secção

transversal da margem: embora com aspecto semelhante, as margens de um mesmo

segmento foliar são proeminentes em diferentes superfícies foliares. No entanto, a

característica mais marcante da micromorfologia de A. arenaria foi a presença de uma espessa

camada de ceras epicuticulares revestindo ambas as superfícies dos segmentos foliares. Dessa

forma, embora este não seja o primeiro relato sobre a micromorfologia da espécie, este

trabalho é o primeiro a destacar a presença das ceras epicuticulares, as quais deverão passar

por investigação mais aprofundada acerca da sua composição.

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ANATOMIA FOLIAR DE DALECHAMPIA PENTAPHYLLA LAM. (EUPHORBIACEAE)

Lourenço, A.R.1, Santos, V.C.R.M.2

1Graduando das Faculdades Integradas Maria Thereza ([email protected]). 2Professora Assistente das Faculdades Integradas Maria Thereza.

Dalechampia pentaphylla é uma espécies de liana, exclusiva da floresta pluvial da costa

atlântica, espécie esciófita e seletiva higrófita, pouco freqüente, desenvolvem-se no interior da

floresta primária, principalmente, na orla da mata e nas capoeiras. Popularmente conhecida

como: Pó de mico, cipó urtiga, urtiga de boi. O objetivo deste estudo foi contribuir para um

melhor conhecimento morfológico interno desta espécie. A coleta foi realizada no Parque

Nacional Serra dos Órgãos, Teresópolis, RJ e o material foi fixado em álcool 70ºGL. Foram

realizados cortes histológicos à mão livre em diferentes regiões do pecíolo, peciólulo e lâmina

foliar. Os cortes foram descolorados em hipoclorito de sódio à 50%, posteriormente coloridos

com safrablau e montados entre lâminas e lamínulas com glicerina a 50%. A documentação

anatômica foi feita por fotografias em câmara digital. A anatomia foliar apresentou epiderme

uniestratificada de células justapostas com tricomas simples unicelulares e urticantes em

menor freqüência. Células de idioblastos com cristais em drusas de oxalato de cálcio são

encontrados tanto no colênquima quanto nos parênquimas cortical e medular. O colênquima é

do tipo angular e os feixes vasculares do tipo colateral fechado. O pecíolo nas regiões,

proximal, mediana e distal, apresenta abaixo da epiderme colênquima seguido de parênquima

cortical em camadas variadas. O Peciólulo apresenta colênquima de 6-9 camadas e feixe

vascular em um cilindro quase totalmente fechado. O Folíolo mediano apresenta na nervura

mediana, feixe vascular dividido em dois, um maior próximo a epiderme abaxial e um feixe

menor (satélite) próximo a epiderme adaxial. Mesofilo com parênquima paliçádico em uma

camada e parênquima lacunoso de 3 a 4 camadas. Bordo foliar levemente fletido para baixo,

com um parênquima fundamental. O presente estudo mostrou estruturas de revestimento,

vascular e preenchimento típica de vegetação de mata mesófila.

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ONTOGENIA DAS ESTRUTURAS SECRETORAS FOLIARES E COMPOSIÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL

DE MYRSINE CORIACEA (SW.) R.BR. EX ROEM. & SHULT. E M. VENOSA A. DC. (MYRSINOIDEAE

– PRIMULACEAE).

Luna, B.N.1; Freitas, M.F.1; Defaveri, A.C.A.2; Sato, A.2,3, Bizzo, H.R.4; Barros, C.F.1

1Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. ([email protected]). 2PBV-

Universidade Federal do Rio de Janeiro. 3IBIO-Universidade Federal do Estado do Rio de

Janeiro. 4Embrapa Agroindústria de Alimentos

Primulaceae, caracterizada pela presença de cavidades secretoras, que secretam substâncias

resiníferas e hidroxibenzoquinonas, apresenta um clado monofilético subdividido em

Primuloideae, circunscrevendo Primula, gênero sem cavidades secretoras e Myrsinoideae, que

engloba Lysimachia e Myrsine, com espécies que apresentam cavidades secretoras. Estudos

recentes indicam o potencial farmacológico do exsudado em Myrsine, popularmente

conhecida como capororoca, mas pouco se conhece a respeito da estrutura que o produz. O

objetivo deste trabalho foi esclarecer o processo de desenvolvimento das estruturas

secretoras e caracterizar quimicamente a fração volátil da secreção, a fim de ampliar o

conhecimento acerca dos seus aspectos morfológicos e químicos. Para a análise anatômica e

ontogenética das estruturas secretoras, folhas e primórdios foliares de M. coriácea e M.

venosa foram coletados, fixados e submetidos aos procedimentos usuais em microscopia

óptica e microscopia eletrônica de varredura. O óleo essencial das folhas secas foi extraído por

hidrodestilação em aparelho de Clevenger e sua composição foi avaliada por meio de CG-AR e

CG-EM aliadas à comparação com os índices de retenção da literatura. Secções transversais de

folhas frescas foram submetidas à testes histoquímicos. As estruturas secretoras encontradas

em M. coriacea são os tricomas pluricelulares ramificados, tricomas peltados e cavidades

secretoras e em M. venosa são as cavidades e ductos secretores e os tricomas peltados. Os

tricomas peltados e os pluricelulares ramificados originam-se de células protodérmica e

distribuem-se por toda a lâmina foliar, nervura mediana e pecíolo. As cavidades e ductos

secretores esquizógenos originam-se de células do meristema fundamental. As estruturas

secretoras secretam compostos fenólicos, proteínas e substâncias lipofílicas. Os componentes

principais do óleo essencial de M. coriácea foram o β–elemeno, germacreno-D,

biciclogermacreno e T-muurolol, e os de M. venosa foram γ – muuroleno, biciclogermacreno, δ

– cadineno e β – cariofileno. A análise ontogenética e química das estruturas secretoras

permitiu a inferência dos seus mecanismos de desenvolvimento, e da natureza química das

substâncias secretadas. (CNPq, FAPERJ, CAPES, IPJBRJ, Embrapa)

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ANATOMIA FLORAL DE CLUSIA FLUMINENSIS PLANCH. & TRIANA (CLUSIACEAE)

Silva, C.P. 1,4; Sá-Haiad, B. 2,4; Santiago-Fernandes, L.D.R.3,4

1Estagiário de Iniciação Científica. 2Pesquisadora Colaboradora. 3Professora Associada. 4Laboratório de Anatomia Vegetal, Departamento de Botânica, Universidade Federal do Rio de

Janeiro/Museu Nacional. ([email protected])

Clusiaceae é um grupo particularmente interessante para o estudo da diversificação floral

exibindo grande variedade de formas florais e modos de polinização. Clusia fluminensis,

espécie arbustiva dióica nativa do Brasil e ocorrente nos Estados da Bahia, Espírito Santo e Rio

de Janeiro (domínio fitogeográfico Mata Atlântica), possui flores resiníferas, unissexuais, e

polinizadas por abelhas. O presente estudo tem como objetivo descrever estruturalmente suas

flores estaminadas e pistiladas. Flores coletadas na Restinga da APA de Maricá, RJ, foram

fixadas e processadas para estudos ao microscópio de luz, segundo técnicas usuais. As flores

são pediceladas, actinomorfas, diclamídeas, heteroclamídeas, dialissépalas, dialipétalas, com

rudimento do sexo oposto. Sépalas e pétalas são hipoestomáticas, apresentam epiderme

uniestratificada, parênquima regular, feixes vasculares colaterais, e idioblatos drusíferos.

Espaços secretores de resina, presentes em todas as peças florais, são especialmente

abundantes no androceu. Os filetes apresentam epiderme uniestratificada e parênquima

regular com idioblastos drusíferos e feixes vasculares colaterais dispostos em anel

interrompido e ocupando a posição central. As anteras são ventrifixas, extrorsas, bitecas,

tetrasporangiadas e rimosas. Apresentam epiderme uniestratificada e até três estratos de

endotécio com espessamento em barra. O tapete encontra-se degenerado. A região do

conectivo e o septo interlocular são formados por estratos de parênquima cujas células

apresentam paredes com espessamento semelhante ao das células do endotécio. Aí estão

presentes inúmeros idioblastos drusíferos. Os grãos de pólen são tri-aperturados. A deiscência

da antera ocorre com o rompimento do estômio. O septo interlocular permanece íntegro. Os

estaminódios diferem dos estames pela não produção de grãos de pólen e indeiscência das

anteras. Flores estaminadas possuem pistilódio ocupando posição central, não havendo

diferenciação de septo ovariano, placenta ou óvulos. Flores pistiladas apresentam ovário

sincárpico, súpero, 5-locular, com 4-6 óvulos por lóculo, estiletes curtos e cinco estigmas

papilosos e subsséseis. Estes resultados contribuirão para estudos sistemáticos e ecológicos

em Clusiaceae.

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PALINOTAXONOMIA DE ESPÉCIES DA FAMÍLIA EUPHORBIACEAE JUSS. OCORRENTES NAS

RESTINGAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Dias, L.A.M.1, Gonçalves-Esteves, V.L.2, Mendonça, C.F.B.3, Reboredo-Vieira, G.M. 4

1Aluna de Ensino Médio Colégio Pedro II e Iniciação Junior do Programa Jovens Talentos

(FAPERJ). 2Professor Associado Museu Nacional-UFRJ - Bolsista de produtividade CNPq. 3Professor Adjunto Museu Nacional-UFRJ. 4Aluna de Mestrado da Pós-Graduação em Biologia

Vegetal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro –UERJ ([email protected])

A família Euphorbiaceae é uma das famílias mais amplas e expressivas no mundo e forma um

dos grupos taxonômicos mais diversos e complexos morfologicamente. No Brasil ocorrem

cerca de 72 gêneros e 1100 espécies, sendo cerca de 25 gêneros e 64 espécies encontrados

nas restingas do estado do Rio de Janeiro. Este estudo faz parte do catálogo polínico das

restingas do Estado do Rio de Janeiro, para o qual foram analisadas, até o momento, 4

espécies de Euphorbiaceae: Euphorbia cyatophora, E. heterophylla, Manihot tripartita e

Sebastiana brasiliensis. A análise palinológica foi realizada através de microscopia em luz

branca transmitida, em aumentos de 400x e 1000x. Para tais análises, foram mensurados 25

grãos de pólen tomados ao acaso de um espécime padrão e de três espécimes para

comparações, sendo 10 grãos de pólen tomados ao acaso. Os resultados foram tratados

estatisticamente. Os grãos de pólen foram analisados, descritos e fotomicrografados. Para a

análise em microscopia eletrônica de varredura, os grãos de pólen não acetolisados foram

espalhados sobre fita de carbono dupla-face e em seguida metalizados em ouro por cerca de 1

min. Os grãos de pólen Euphorbia foram pequenos, isopolares, subprolatos, tricolporados,

colpos longos, endoabertura lalongada, sexina microrreticulada, os grãos de Manihot tripartita

muito grandes, apolares, esferoidais, oblato esferoidais, pantoporados, sexina padrão-croton,

enquanto que Sebastiana brasiliensis apresentou grãos de pólen médios, isopolares,

subprolatos, 3- colporados, colpos curtos, endoabertura lalongada e ornamentação

microrreticulada. Pode-se concluir que os grãos de pólen das espécies da família

Euphorbiaceae apresentaram diferenças quanto tamanho, a forma, tipo de ornamentação da

sexina, o que torna uma possível separação polínica dos gêneros, permitindo que sejam usadas

como auxílio a taxonomia da família. (Agradecimentos: FAPERJ)

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PALINOTAXONOMIA DE ESPÉCIES DA FAMÍLIA RUBIACEAE JUSS. OCORRENTES NO ESTADO

DO RIO DE JANEIRO

Reboredo-Vieira, G.M.1, Pirone, I.O.2, Mendonça C.F.B.3 & Gonçalves-Esteves V. L.4

1Aluna de Mestrado da Pós-Graduação em Biologia Vegetal da Universidade do Estado do Rio

de Janeiro – UERJ ([email protected]). 2Aluno de Ensino Médio Colégio Pedro II e

Iniciação Junior do Programa Jovens Talentos (FAPERJ). 3Professor Adjunto Museu Nacional-

UFRJ. 4Professor Associado Museu Nacional-UFRJ - Bolsista de produtividade CNPq.

Rubiaceae. é a quarta maior família das fanerógamas que está distribuída em: Cinchonoideae,

Ixoroideae e Rubioideae. No Brasil, inclui 118 gêneros e 1347 espécies. O objetivo do trabalho

foi analisar palinologicamente espécies das 3 subfamílias. Para isso, foram analisadas as

espécies: Chioccoca alba,, Coccocypselum condalia, Guettarda virbunoides, Mitracarpus

frigidus, Pentondon pentandrus, Psychotria bahiensis, P. barbiflora, P. carthaginensis, Randia

armata. e Tocoyena bullata. O material botânico utilizado foi obtido de exsicatas depositadas

em herbários fluminenses. No laboratório, os grãos de pólen foram acetolisados, mensurados,

fotomicrografados (ML e MEV) e os dados quantitativos, submetidos a tratamento estatístico.

Foram encontrados grãos de pólen em mônades na maioria das espécies e em tétrades em

Randia armata, tamanho pequeno em Chiococca alba, médio em Guettarda viburnoides,

Pentondon pentandrus, Psychotria bahiensis, Tocoyena bullata, grande nas demais espécies,

apolares e esferoidais em Psychotria bahiensis, P. barbiflora e isopolares nas demais espécies,

oblato-esferoidais em Chiococca alba, Coccocypselum condalia, prolato-esferoidais em

Tocoyema bullata, suboblatos nas demais espécies, em relação a abertura foram encontrados,

3-colpados em C. condalia, 3-4-colpados em P. carthaginensis, 3-colporados em Pentondon

pentandrus, Chiococca alba, inaperturados em Psychotria bahiensis, P. barbiflora, 3-porados

em Guettarda viburnoides, Randia armata, Tocoyena bullata, área polar pequena em

Chiococca alba, área polar muito grande na maioria das espécies, a ornamentação da sexina

foi granulada em Chiococca alba, Guettarda viburnoides, , microrreticulada em P. Barbiflora e

em Randia armata, reticulada com grânulos na interseção dos muros em P. carthaginensis, em

P. Bahiensis, reticulada heterobrochada nas demais espécies. Pode-se concluir que há

diferença na morfologia polínica o que classifica a família como euripolínica, corroborando

com a taxonomia do grupo.

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DIVERSIDADE DA SEXINA NOS GRÃOS DE PÓLEN DE ESPÉCIES DE CUCURBITACEAE

Sousa, H.C.F.1; Leal I.A.B.2; Gomes-Klein V.L.3; Mendonça C.F.B.4; Gonçalves-Esteves V.5

1Estudante de Graduação, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

([email protected]). 2Estudantede Pós-Graduação, Universidade Federal de

Goiás. 3Professor Associado Universidade Federal de Goiás. 4Professor Adjunto Museu

Nacional-UFRJ. 5Professor Associado Museu Nacional-UFRJ - Bolsista de produtividade CNPq.

A família Cucurbitaceae apresenta distribuição tropical e subtropical, no Brasil ocorrem

aproximadamente 30 gêneros e 200 espécies. Vários estudos têm revelado que a morfologia

do grão de pólen é uma característica útil para a taxonomia da família. O objetivo do presente

estudo foi analisar a ornamentação dos grãos de pólen, bem com avaliar a importância desse

atributo na taxonomia da família. Foram analisados os grãos de pólen de seis espécies

ocorrentes no Distrito Federal: Cayaponia espelina (Silva Manso) Cogn., Momordica charantia

L., Melothria cucumis (Vell.) Cogn., Melothria pendula L., Sicyos polyacanthus Cogn. e

Wilbrandia hibiscoides Silva Manso. O material botânico foi retirado de material herborizado e,

posteriormente, tratado pelo método da acetólise. Para análise em MEV, as anteras foram

rompidas e os grãos de pólen, não acetolisados foram espalhados em suportes fixados em fita

dupla face de carbono. O conjunto foi metalizado com ouro sendo, posteriormente

eletromicrografado. A análise da ornamentação dos grãos de pólen mostrou que em C.

espelina a sexina foi espinhosa com grânulos dispersos em toda superfície, seus espinhos

possuem ápice agudos e obtusos; em Melothria a ornamentação foi microrreticulada, porém

M. cucumis apresentou perfurações esparsas sobre os muros e lúmens diminuindo de

tamanho em direção as aberturas enquanto que em M. pendula pôde-se observar espículos

sobre o muro; a sexina em M. charantia foi reticulada com muros sinuosos e grânulos no

interior dos lúmens; em S. polyacanthus a sexina foi espinhosa com retículos, estes chegando a

cobrir a metade dos espinhos e seus espinhos apresentaram ápice agudo; em W. hibiscoides a

sexina foi rugulada com muros largos, perfurações esparsas sobre os muros e grânulos no

interior dos lúmens. Conclui-se que o padrão de ornamentação da exina é de grande

importância para taxonomia da família, sendo possível para separar os táxons com base nessa

característica.

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ORGANOGÊNESE FLORAL EM MAYTENUS OBTUSIFOLIA MART. (CELASTRACEAE,

CELASTRALES)

Haddad, I.V.N.1, Santiago-Fernandes, L.D.R.2

1Aluna de Pós-graduação (Doutorado), Departamento de Botânica, Museu Nacional, UFRJ

([email protected]). 2Professora Associada, Departamento de Botânica, Museu

Nacional, UFRJ.

Maytenus obtusifolia Mart. é uma espécie litorânea, abundante em restingas, principalmente

no estado do Rio de Janeiro. Populações na restinga de Maricá são ginodióicas, formadas por

indivíduos femininos com flores pistiladas e hermafroditas com flores perfeitas. As flores

pistiladas possuem gineceu bem desenvolvido e estaminódios. As flores perfeitas têm gineceu

de proporções variadas e estames férteis. O objetivo deste trabalho foi descrever a

organogênese floral. Inflorescências foram coletadas na restinga de Maricá/RJ, fixadas em

formaldeído 4% + glutaraldeído 2,5% em tampão fosfato de sódio 50mM pH 7,2, emblocadas

em Historesina, seccionadas em micrótomo rotativo com navalha de vidro e coradas com Azul

de Toluidina. O surgimento dos verticilos é centrípeto e sequencial. O domo meristemático

floral dá origem a primórdios de sépalas. Concomitantemente ao seu alongamento, há

aumento do mesofilo e o meristema inicia a formação das pétalas. Paralelamente, placas

metafásicas em células da L3 e do meristema em costela indicam alongamento do eixo floral e

estabelecimento do procâmbio. Os estames têm origem a partir do aumento nas células da L1

por meio de divisões anticlinais. Nestes primórdios, a L2 e L3 iniciam divisões, estabelecendo

uma região afilada, correspondente ao filete, e outra mais volumosa, correspondente à antera.

Os carpelos iniciam-se a partir do alongamento de algumas células da L1, acompanhadas por

divisões anticlinais destas e periclinais e anticlinais da L2 e L3. Sucessivas divisões levam ao

aumento dos carpelos, que fusionam seus ápices e margens. Posteriormente, no local da fusão

há a diferenciação do procâmbio e divisões promovem a intrusão dessas margens e formação

do septo. Estigma e estilete diferenciam-se e divisões nas paredes do ovário elevam o número

de estratos. Maytenus obtusifolia segue o padrão de diferenciação centrípeta de Celastrales e

apresenta desenvolvimento de feixes vasculares no local de fusão dos carpelos, como comum

em Celastraceae.

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IDENTIFICAÇÃO ANATÔMICA DE MADEIRAS COMERCIAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Nascimento, L.B.1, Albuquerque, R.P.1, Tamaio, N.2, Brandes, A.F.N.3

1Estudante de graduação-Universidade Federal Fluminense. ([email protected]). 2Pesquisadora - Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 3Professor adjunto –

Universidade Federal Fluminense

A análise macroscópica da anatomia de madeiras é uma ferramenta funcional na identificação

de táxons. Estudos mostram a existência de problemas na comercialização de madeiras, entre

eles: erros de identificação e comércio de espécies ameaçadas. Uma das principais causas de

erros de identificação é devido à análise exclusiva por características organolépticas e ao uso

de nomes populares, os quais nem sempre designam uma espécie. Para se ter precisão

nomenclatural é necessário utilizar a nomenclatura científica, na qual um nome designa

apenas uma espécie, porém essa não é aplicada no comércio. O presente trabalho tem a

proposta de identificar, através da análise anatômica macroscópica de madeiras coletadas pelo

INEA em visitas a estabelecimentos comerciais do estado do Rio de Janeiro, e avaliar se o

nome popular usado no comércio é adequado. Cento e quarenta e oito amostras de madeiras

foram coletadas em trinta e quatro empresas. Até o presente momento oitenta e oito

amostras foram analisadas. As amostras foram processadas seguindo métodos convencionais

de anatomia de madeiras. Foram identificadas trinta e duas espécies sendo comercializadas

nesses estabelecimentos. Dezesseis estabelecimentos comerciais utilizavam nomes populares

inapropriados para as espécies identificadas, totalizando vinte e oito amostras com nomes

inapropriados. Sete empresas usaram de forma errada um nome popular, seis usaram dois

nomes errados e três usaram mais de dois nomes errados. Conclui-se que há erros no uso de

nomes no comércio madeireiro e esses problemas podem ser constatados pelo uso da análise

macroscópica da anatomia das madeiras, além disso, o número de espécies identificadas neste

estudo é pequeno comparado ao grande número de espécies madeireiras comercializadas no

Brasil.

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ANATOMIA DAS FLORES PERFEITAS DE KIELMEYERA MEMBRANACEAE CASAR.

(CALOPHYLLACEAE)

Barreto, M.P.1,5, Leal, D.O.2,5, Sá-Haiad, B.3,5, Santiago-Fernandes, L.D.R.4,5

1Estudante de Graduação. 2Aluno de Pós-graduação (Doutorado). 3Pesquisadora Colaboradora. 4Professora Associada. 5Laboratório de Anatomia Vegetal. Departamento de Botânica.

Universidade Federal do Rio de Janeiro / Museu Nacional. ([email protected])

Calophyllaceae apresenta cerca de 15 gêneros e 500 espécies, de distribuição pantropical,

sendo bem representada no Brasil por sete gêneros e 81 espécies. O gênero Kielmeyera é

endêmico da América do Sul, apresentando 47 espécies, sendo 45 nativas do território

brasileiro. Kielmeyera membranaceae, espécie nativa e endêmica do Brasil, ocorre nos Estados

da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo (domínio fitogeográfico de Mata Atlântica).

Objetivou-se conhecer estruturalmente as flores perfeitas da espécie e assim contribuir para

estudos sistemáticos e ecológicos. Flores perfeitas foram coletadas em uma população

andromonóica no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Macaé (RJ), fixadas em

formaldeído 4% + glutaraldeído 2,5% em tampão fosfato de sódio 0,05M pH 7,2, emblocadas

em Historesin® Leica, seccionadas com navalha de vidro, coradas com Azul de Toluidina e

observadas em microscópio Olympus BX-51. As flores são pediceladas, actinomorfas,

heteroclamídeas, dialissépalas, com cinco sépalas verdes, dialipétalas, com cinco pétalas alvas

e numerosos estames livres. Sépalas e pétalas são hipoestomáticas, apresentam epiderme

uniestratificada, mesofilo composto por parênquima regular, espaços secretores, feixes

vasculares e idioblastos drusíferos. Os filetes apresentam epiderme uniestratificada, três a

quatro estratos de parênquima regular e um feixe vascular bicolateral central. As anteras são

dorsifixas, bitecas, rimosas com epiderme uniestratificada e endotécio com espessamento em

barra. No ápice da antera observa-se a presença de glândula. O ovário é súpero, sincárpico,

trilocular, pluriovulado por lóculo. Os óvulos são anátropos e bitégmos. O estilete é tão longo

quanto os estames, que são ultrapassados pelos três estigmas papilosos. Estes resultados,

somados àqueles a serem obtidos para a flor estaminada, possibilitarão a correta

interpretação das estruturas reprodutivas da espécie. (CNPq)

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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ANATOMIA DAS FLORES PISTILADAS DE TOVOMITOPSIS PANICULATA (SPRENG.) PLANCH. &

TRIANA (CLUSIACEAE)

Rocha, M.M.1,5, Leal, D.O.2,5, Sá-Haiad, B.3,5, Santiago-Fernandes, L.D.R.4,5

1Estagiária de Aperfeiçoamento. 2Aluno de Pós-graduação (Doutorado). 3Pesquisadora

Colaboradora. 4Professora Associada. 5Laboratório de Anatomia Vegetal. Departamento de

Botânica. Universidade Federal do Rio de Janeiro / Museu Nacional. Quinta da Boa Vista, s/n,

Rio de Janeiro, RJ, Brasil. ([email protected])

Clusiaceae apresenta cerca de 14 gêneros e 600 espécies, de distribuição pantropical, sendo

bem representada no Brasil por 11 gêneros e 120 espécies. Tovomitopsis paniculata, uma das

três espécies deste gênero endêmico brasileiro, é dioica, oferece resina como recurso floral e

ocorre nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (domínio fitogeográfico Mata

Atlântica). Objetivou-se conhecer estruturalmente as flores pistiladas da espécie e assim

contribuir para estudos sistemáticos e ecológicos. Flores pistiladas foram coletadas na ReBio

de Poço das Antas, Silva Jardim (RJ), fixadas em formaldeído 4% + glutaraldeído 2,5% em

tampão fosfato de sódio 0,05M pH 7,2, emblocadas em Historesin®, seccionadas com navalha

de vidro, coradas com Azul de Toluidina e observadas em microscópio Olympus BX-51. As

flores são pediceladas, com quatro sépalas verdes, quatro pétalas alvas e 18 a 22

estaminódios. Sépalas e pétalas são hipoestomáticas, apresentam epiderme uniestratificada,

mesofilo composto por parênquima regular, espaços secretores, feixes vasculares e idioblastos

drusíferos. Os filetes apresentam epiderme uniestratificada e mesofilo com 20 a 25 camadas

de parênquima regular, espaços secretores voltados para a face abaxial e feixe vascular para a

face adaxial. As anteras são dorsifixas, bitecas, rimosas, com epiderme uniestratificada e um a

dois estratos parietais; o endotécio não foi observado. Restos celulares preenchem o lóculo da

antera. Os estigmas são subsésseis e papilosos. O ovário é súpero, sincárpico, 4-locular e

uniovulado por lóculo. Os óvulos são anátropos, tenuinucelares, bitégmos apresentando

projeção calazal que dará origem ao arilo das sementes. O saco embrionário é formado por

quatro células e cinco núcleos. O aparato fibrilar é evidente nas sinérgides. A oosfera

apresenta núcleo conspícuo e um grande vacúolo contendo grãos de amido está presente na

célula média. Estes resultados, somados àqueles a serem obtidos para a flor estaminada,

possibilitarão a correta interpretação das estruturas reprodutivas da espécie. (CNPq)

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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COLÉTERES: UM NOVO CARÁTER ANATÔMICO PARA MYRTACEAE JUSS.

Cardin, N.B., Pimentel, R.R., Santiago-Fernandes L.D.R1.

1Professora Associada. Laboratório de Anatomia Vegetal. Departamento de Botânica.

Universidade Federal do Rio de Janeiro / Museu Nacional. ([email protected])

Myrtaceae é uma família que abrange um grande número de espécies representativas da flora

brasileira, como a jabuticabeira, a goiabeira e a pitangueira. A família é caracterizada pela

presença de estruturas secretoras que estão envolvidas na fabricação de perfumes, temperos

e chás medicinais como a pitanga e o cravo-da-índia e a goiabeira. Uma das estruturas

secretoras recentemente descritas para as espécies de Myrtaceae são os coléteres, estruturas

secretoras multicelulares especializadas na secreção de uma substância viscosa constituída por

uma mistura de mucilagem, substâncias lipofílicas e/ou proteínas. Estruturalmente os

coléteres podem se apresentar como escamas, tricomas secretores, emergências ou glândulas

encontradas em estípulas, pecíolos, lâmina foliar, brácteas, brectéolas, cálice e corola; tendo

como provável função resguardar o desenvolvimento meristemático. O trabalho objetiva

descrever a presença, estrutura e histoquímica dos coléteres nas flores de Psidium cattleianum

e Psidium guineense. O material foi coletado no PARNA da Restinga de Jurubatiba, e no

município de Piraí respectivamente. As amostras foram fixadas, processadas e emblocadas em

Historesin® (Leica). Para os testes histoquímicos foram utilizados Sudan IV para a detecção de

lipídeos; dicromato de potássio para detectar compostos fenólicos; Vermelho de Rutênio para

substâncias pécticas; Reagente de Fehling para açúcares redutores; Xylidine Ponceau para

detecção de proteínas; Lugol para amido e Ácido periódico/Reagente de Schiff (PAS) para

polissacarídeos neutros. Os coléteres foram encontrados na base dos profilos e possuem

origem protodermica. Na maturidade são formados por células alongadas que diminuem em

quantidade à medida que se aproximam do ápice, caracterizando o tipo filiforme. Algumas das

células se afastam deixando um espaço que é preenchido por mucilagem. Os testes

histoquímicos revelaram a presença de substâncias fenólicas, lipídeos e de polissacarídeos

neutros e ácidos nas células dos coléteres. Durante o processo de senescência há um acúmulo

gradual de substâncias fenólicas nestas estruturas.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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MUDANÇAS NO PERFIL FENÓLICO E INDUÇÃO DE TECIDO DE PROTEÇÃO EM FOLHAS DE

KALANCHOE PINNATA (LAMARCK) PERSOON (CRASSULACEAE), A FOLHA-DA-FORTUNA, POR

RADIAÇÃO UV-B

Moreira, N.S.1,4, Nascimento, L.B.S.2,4, Leal-Costa M.V.3,5, Coutinho, M.A.S.2,6, Costa, S.S.3,6,

Tavares, E.S.3,4

1Bióloga. ([email protected]). 2Estudante de pós-graduação. 3Professor/pesquisador. 4Laboratório de Anatomia Vegetal. Departamento de Botânica.

Instituto de Biologia. UFRJ. 5Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense,

Campos dos Goytacazes Rio de Janeiro. 6Laboratório de Produtos Naturais Bioativos. Núcleo de

Pesquisas de Produtos Naturais. UFRJ.

A radiação UV-B provoca diversos efeitos nas plantas, geralmente ligados à geração de

espécies reativas de oxigênio. Dentre as respostas estruturais induzidas por tal radiação,

encontram-se decréscimo da área foliar, mudanças na composição da cera epicuticular,

diminuição do número de estômatos, e espessamento da epiderme e mesofilo. Alterações no

metabolismo secundário também são induzidas, principalmente ligadas à biossíntese de

substâncias fenólicas. Kalanchoe pinnata, a folha-da-fortuna, apresenta diversas atividades

biológicas comprovadas, com destaque para a atividade antileishmaniose. Com o objetivo de

aumentar a biossíntese de substâncias fenólicas bioativas da espécie, 22 plantas foram

cultivadas em condições controladas: 11 plantas sob luz branca (controle) e 11 sob luz branca

suplementada com radiação UV-B. Folhas foram utilizadas na obtenção de extratos aquosos

nos tempos 0 (prévio ao experimento), 5 e 10 (cinco e dez dias de experimento), analisados

por cromatografia em camada delgada. Os cromatogramas foram visualizados sob luz

ultravioleta (254 e 365 nm) e revelados com NP/PEG. Nos extratos de plantas crescidas sob

radiação suplementar UV-B (tempos 5 e 10) observou-se uma banda de Rf 0,81, ausente nos

demais extratos. Ainda, o extrato UV-B tempo 5 apresentou uma banda de Rf 0,27, alaranjada

quando revelada com NP/PEG, demonstrando tratar-se de uma substância de caráter

flavonoídico. As folhas das plantas cultivadas sob a radiação UV-B desenvolveram uma

coloração pardacenta na face adaxial. Para elucidar tal alteração, folhas foram coletadas e

preparadas segundo técnicas usuais de anatomia vegetal. Nas regiões de coloração

pardacenta, houve a formação de um tecido de proteção, próximo a face adaxial. Este tecido

se desenvolveu por volta do 7º dia de exposição à radiação UV-B e estava presente apenas em

regiões diretamente expostas a ela. Desta forma, verificou-se que K. pinnata quando exposta a

suplementação de radiação UV-B apresenta respostas químicas e anatômicas a este tipo de

radiação. (CNPq, FAPERJ)

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CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA E HISTOQUIMICA DAS FOLHAS DE ALLAMANDA CATHARTICA

L. (APOCYNACEAE)

Cavalcanti, P1,4, Silva, A.S1,3, Donato, A.M2,3.

1Estudante de graduação. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Biologia

Roberto Alcântara Gomes. 2Professor/pesquisador. 3Laboratório de Anatomia Vegetal.

Departamento de Biologia Vegetal. Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes. 4Laboratório de Diagnóstico por DNA. Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes.

([email protected])

O emprego de plantas na medicina remonta aos primórdios da humanidade. Há muito tempo o

homem percebeu que algumas plantas possuem poder curativo e desde então estas são

usadas na medicina. Diversos estudos têm sido feitos com a finalidade de comprovar as

características curativas das plantas e muitos deles têm comprovado suas propriedades

medicinais. Alguns governos inclusive têm, cada vez mais, incluído o uso de plantas medicinais

no sistema público de saúde, bem como outras terapias alternativas. É comum encontrar

plantas medicinais sendo vendidas sob diversas formas, fragmentos secos, extratos, tinturas,

etc. Entretanto, ainda não existem mecanismos de fiscalização e de controle de qualidade

eficientes nesta área e o reconhecimento de tais espécies fica a cargo de pessoas que, na

maior parte das vezes, não possui conhecimentos botânicos adequados para realizar a

identificação vegetal, o que pode levar a efeitos colaterais adversos em caso de uso

equivocado. A literatura cita o emprego das folhas, casca e do látex de Allamanda cathartica

na medicina popular. Atribui-se à espécie propriedades anti-neoplásicas devido à presença de

allamandina em sua composição química. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi

caracterizar a anatomia e a presença de compostos químicos nas folhas de Allamanda

cathartica. Foram utilizadas amostras provenientes do 5º ao 9º nós, que passaram por

diferentes tratamentos, utilizando-se corantes e reagentes específicos. Foram feitas lâminas

semipermanentes e realizados dissociação epidérmica e testes histoquímicos. A lâmina foliar

em secções transversais foi classificada como hipoestomática, com tricomas tectores abaxiais

esparsos, parênquima paliçádico unisseriado, parênquima lacunoso braciforme com 8 a 10

camadas de células, cutícula delgada e mesofilo dorsiventral. Os testes histoquímicos

indicaram grande concentração de lipídeos (Sudam III) e de mucilagem (vermelho de rutênio).

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ANÁLISE MORFOLÓGICA E PADRÃO DE NERVAÇÃO FOLIAR DE CYRTOPODIUM SP.

Ammann, E.1; Macedo, A.F.2; Salgueiro, F.2; Leo, R.R.T.2

1Aluna de iniciação científica do Curso de Graduação em Biologia licenciatura da Universidade

Federal do Estado do Rio de Janeiro. ([email protected]). 2Professor Adjunto do Dept.

Botânica da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Cyrtopodium R Br é um Gênero de Orchidaceae ocorrente no Estado do Rio de Janeiro, com

representantes vegetando tanto em restingas quanto costões rochosos muito próximos dos

grandes centros urbanos. O principal centro de diversidade desse gênero é o Cerrado.

Cyrtopodium é reconhecido pelo seu valor ornamental e etnofarmacológico, comprovado pela

atividade antiinflamatória de sua glucomanana. Isso explica o uso popular de algumas espécies

desse Gênero. A demanda por vegetais de uso medicinal vem aumentando com o crescimento

da fitoterapia. As resoluções RDC 10/2010 e 17/2010 determinam que as matérias primas

vegetais destinadas a fitoterápicos e drogas vegetais tenham controle de qualidade, para

garantia da eficácia e segurança no uso dessas plantas. Entre os testes de controle de

qualidade estão as análises microscópicas. Fragmentos foliares de indivíduos de Cyrtopodium

ocorrentes no Morro da Urca e Morro da Boa vista, ambos na cidade do Rio de Janeiro e no

Morro de Itacoatitara, em Niterói, foram diafanizados segundo as recomendações de

Strittmater (1973, Nueva técnica de diafanización. Boletin de la Sociedad Arentina de Botânica.

n. 15, vol. 1, p. 126-129.). Para a descrição dos aspectos morfológicos e de nervação das folhas

foi utilizado o Manual of Leaf Architecture (1999, Leaf Architecture Working Group.

Smithsonian Institution, 65p.).Na análise da morfologia foi visto que as folhas são simples, de

filotaxia alterna, sésseis, classificadas como mesófilas, simétricas, elípticas e de consistência

membranácea. Possuem o ápice agudo e a base cuneada com margens inteiras e não lobada.

Na análise das nervuras foi visto que as folhas são classificadas como paralelódromas, com

nervuras de segunda ordem do tipo interior e irregulares. Além disso foram observadas

areolações. Concluindo, nervuras de segunda ordem interiores e irregulares juntamente com

padrões de areolações podem ser utilizadas como ferramentas úteis para o controle de

qualidade (Apoio financeiro: Faperj)

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PONTOAÇÕES GUARNECIDAS EM Machaerium PERS.: UM CARÁTER DE VALOR DIAGNÓSTICO

NO XILEMA SECUNDÁRIO

Costa, W.S.1, Barros, C.F.2, Lima, H.C.2, Filardi, F.L.R., Dacunha, M.4

1Aluno de mestrado do Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal/ UERJ,

([email protected]). 2Pesquisador do JBRJ. 3Bolsista do Projeto REFLORA

JBRJ/CNPq. 4Professora associada da UENF.

Machaerium (Leguminosae-Papilionoideae) reúne cerca de 130 espécies com distribuição

neotropical. Anatomicamente Leguminosae se caracteriza por possuir placas de perfuração

simples, pontoações intervasculares alternas, pequenas, guarnecidas, dentre outros

caracteres. A co-ocorrência de pontoações guarnecidas e placas de perfuração simples, bem

como a sua maior frequência em ambientes tropicais sujeitos à déficit hídrico,sugerem um

mecanismo de segurança hidráulica, atuando na redução da pressão nas membranas das

pontoações de vasos adjacentes, diminuindo os efeitos de embolia. Além disso, as

ornamentações têm sido utilizadas como um caráter de valor diagnóstico para diversos grupos

taxonômicos. O presente estudo objetivou caracterizar as pontoações intervasculares de nove

espécies de Machaerium e testar o seu potencial como caráter diagnóstico. O estudo envolveu

espécies arbóreas coletadas através de método não destrutivo e processadas de acordo com a

metodologia utilizada em estudos de microscopia eletrônica de varredura. As pontoações

intervasculares de Machaerium são alternas, pequenas ou médias e apresentam

ornamentações ramificadas e não ramificadas na câmara, ao redor do canal e na abertura da

pontoação. O padrão de distribuição das ornamentações na câmara da pontoação separam as

espécies estudadas em dois grupos distintos, no primeiro as ornamentações estão restritas ao

redor do canal da pontoação (M. villosum, M. stipitatum, M. acutifolium, M. obovatum, M.

incorruptibile, M. leucopterum) e no segundo as ornamentações se distribuem ao longo de

toda a câmara da pontoação (M. scleroxylon, M. hirtum, M. nyctitans). A diferença observada

contribuiu como um caráter diagnóstico para a identificação de espécies anatomicamente

semelhantes, como Machaerium scleroxylon (ornamentações em toda câmara) e Machaerium

leucopterum (ornamentações ao redor do canal). A projeção ou não das ornamentações em

direção ao lúmen dos vasos também foi importante para caracterizar respectivamente M.

incorruptibile e M. obovatum. Dessa forma,os resultados obtidos evidenciaram o potencial da

arquitetura das ornamentações como um caráter diagnóstico em Leguminosae.

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MORFOLOGIA DO ESTIGMA DE UMA ESPÉCIE DE VRIESEA LINDL. (TILLANDSIOIDEAE -

BROMELIACEAE)

França, W.S.¹, Costa, A.F.², De Toni K.L.G.³:

1Aluno de graduação em ciências biológicas da Universidade do Grande Rio/UNIGRANRIO.

([email protected]). 2Pesquisar do Museu Nacional/UFRJ. 3Pesquisador do

JBRJ.

Bromeliaceae consiste em cerca de 58 gêneros e 3.300espécies. A subfamília Tillandsioideae é

uma das mais diversas, inclui dez gêneros divididos em 1.300 espécies e possui uma grande

diversidade morfológica. Vriesea conta com a maior riqueza dentre os gêneros de

Tillandsioideae, porém apresenta limitação com relação a circunscrição genérica e específica.

Dentre os caracteres florais, a análise morfológica e do desenvolvimento dos estigmas possui

grande relevância para compreensão da evolução do gênero. Visando caracterizar e descrever

os padrões de desenvolvimento dos estigmas de Vriesea, este estudo tem por objetivo analisar

e classificar o tipo estigmático de uma espécie de Vriesea recém descoberta pela ciência. Para

tanto foram coletados botões florais em diferentes estágios do desenvolvimento, os quais

foram fixados em glutaraldeído 2,5% em tampão fosfato de sódio 0,01M, pH7,2. Para

observação em microscópio eletrônico de varredura o material foi desidratado em ponto

crítico, montado em suportes metálicos e em seguida metalizados com fina camada de ouro

com cerca de 20nm de espessura. O material foi observado em microscópio EVO40 sob

voltagem de 15kV. No botão floral, em estágios precoces do desenvolvimento, o gineceu

súpero inicia-se com o estabelecimento simultâneo dos primórdios dos três carpelos, que

inicialmente mostram-se fusionados na porção basal. A porção apical de cada carpelo

corresponde ao estilete e estigma. Com a maturação dos carpelos os lobos estigmáticos

mostram-se livres e eretos e adquirem características particulares do tipo lâmina-convoluta,

ou seja, apresentam crescimento irregular das margens estigmáticas, nas quais há projeções

da face abaxial do estigma. Ainda neste estágio torna-se evidente o surgimento de papilas nas

margens dos lobos estigmáticos, as quais tornam-sesignificativamente alongadas. De acordo

com a literatura o estigma do tipo lâmina-convoluta apresenta três subdivisões, e a espécie

aqui estudada enquadra-se no subtipo 2. Este caracteriza-se pelo alto grau de fusão entre os

lobos estigmáticos e pela grande quantidade de papilas alongadas nassuas margens.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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HORTO BOTÂNICO: COMO TORNÁ-LO MAIS ACESSÍVEL À POPULAÇÃO E PROMOVER A

PRESERVAÇÃO E A CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL

Correia, A.J.1,6; Salles, J.S.F.2,6; Miranda, A.S.3,6; Koschnitzke, C.4,6; Barros, E.M.5,6

1,2Graduando em Ciências Biológicas. 3,5Biólogo. 4Docente. 6Departamento de Botânica. Museu

Nacional/UFRJ.

O Horto Botânico do Museu Nacional é uma das poucas áreas verdes do bairro de São

Cristóvão, possui uma coleção viva de espécies introduzidas da flora brasileira de diversos

ecossistemas e também de espécies exóticas. Atualmente está vinculado principalmente ao

ensino e a pesquisa universitária. Entretanto, entre 1997 e 1999, houve um Projeto de

Educação Ambiental onde visitas guiadas foram realizadas para alunos do ensino fundamental,

grupos de 3a idade da UNATI-UERJ e grupos de deficientes visuais e auditivos. O Horto Botânico

tem potencial educacional podendo ser um instrumento para a conscientização ambiental.

Com o objetivo de fazer com que o Horto Botânico tenha seu espaço mais utilizado e seja mais

acessível à população, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, ocorrida em

outubro de 2012, foram realizadas visitas monitoradas. Os visitantes foram levados pelos

monitores a percorrerem as trilhas do Horto passando próximo a plantas de interesse, das

quais se abordou aspectos econômicos, sociais e culturais, além de se ressaltar o problema

daquelas espécies vegetais ameaçadas de extinção. A transmissão das informações técnico-

científicas numa linguagem compreensível ao público facilita o entendimento e torna possível

a sensibilização do visitante, por isso um bom treinamento de monitores se faz importante.

Além disso, foi realizada durante a visita uma oficina sobre a produção de tinta a base de solo,

direcionada principalmente ao público infantil, que além de aprender sobre os benefícios e

sobre como confeccionar as tintas, puderam se divertir pintando desenhos sobre temas

relacionados a práticas sustentáveis de uso dos recursos naturais. Os resultados desta

experiência com o público durante Semana Nacional de Ciência e Tecnologia nos estimularam

a promover visitas monitoradas ao Horto Botânico regularmente durante todo o ano de 2013.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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EFEITOS DE MÉDIO PRAZO DA ADUBAÇÃO, PERÍODO DE INUNDAÇÃO E PORTE INICIAL DA

MUDA NA SOBREVIVÊNCIA E CRESCIMENTO DE CINCO ESPÉCIES EM PLANTIO DE

RESTAURAÇÃO DE FLORESTA DE RESTINGA PERIODICAMENTE INUNDÁVEL

Alves, A.M1,2.; Américo, L.2; Mendonça, C.M.2; Zamith, L.R.3

1Bolsista PIBIC/UFF ([email protected]). 2Aluno de graduação em Ciências Biológicas da

Universidade Federal Fluminense. 3Professor e pesquisador Laboratório de Ecologia Animal e

Vegetal (LEAV) – Departamento de Biologia Geral - Universidade Federal Fluminense.

Em 2002 foi implantado no Parque Natura Municipal de Marapendi, Rio de Janeiro, um

experimento de restauração de floresta de restinga periodicamente inundável, onde os efeitos

da adição de matéria orgânica, do tempo de inundação e do porte das mudas no momento do

plantio na sobrevivência e no crescimento foram testados em nove espécies. Os resultados de

curto prazo obtidos três anos após o plantio mostraram que o plantio em pequenas elevações,

e a conseqüente redução do período de inundação, favoreceu a sobrevivência e o crescimento

das mudas, o plantio de mudas maiores favoreceu a sobrevivência e a adição de matéria

orgânica aumentou o crescimento das mudas. Este trabalho avaliou novamente este

experimento, dez anos após o plantio inicial, para verificar se os resultados de médio prazo

confirmam ou não os resultados obtidos em curto prazo. Os parâmetros de crescimento

medidos foram o diâmetro basal, a altura e a área da projeção da copa e para a comparação

entre as espécies foi obtida a taxa de crescimento relativo de cada indivíduo. A avaliação de

médio prazo mostrou que as mudas plantadas com maior altura apresentaram maior

sobrevivência e a adição de matéria orgânica resultou em maior crescimento, corroborando a

relevância destes tratamentos. Após 10 anos, este plantio propiciou a erradicação quase

completa das gramíneas invasoras, principal obstáculo para a regeneração natural, e está

permitindo a regeneração das espécies plantadas e de várias outras espécies nativas,

indicando a ação de dispersores e o avanço da trajetória sucessional. Das nove espécies

testadas, apenas Myrsine rubra, espécie-chave para a reestruturação deste ecossistema em

restauração, Tabebuia cassinoides e Calyptranthes brasiliensis devem ser utilizadas nas etapas

inicias de restauração ecológica de florestas de restinga periodicamente inundáveis (Apoio

Faperj Processo: E-26/110.421/2011).

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APORTE DE SERAPILHEIRA NA AVALIAÇÃO DE PLANTIOS DE RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA

Alves, A.M.1,2; Almeida, V.M.2; Nicoli, J.S.2; Pereira, J.G.2; Rodrigues, F.B.2 & Zamith, L.R.3

1Bolsista PIBIC/UFF ([email protected]); 2Alunos de graduação em Ciências Biológicas da

Universidade Federal Fluminense. 3Professor e pesquisador Laboratório de Ecologia Animal e

Vegetal (LEAV) – Departamento de Biologia Geral - Universidade Federal Fluminense.

O plantio de mudas nativas é uma das estratégias utilizadas para a restauração ecológica

quando o ambiente foi degradado e perdeu sua capacidade de regeneração natural. É

esperado que um ecossistema restaurado seja autossustentável, resiliente às perturbações e

com seus processos ecológicos funcionando adequadamente. Um destes processos é a

ciclagem de nutrientes que envolve a transferência dos minerais acumulados na biomassa

vegetal para o solo, através da queda de resíduos da parte aérea, formando a serapilheira que,

com sua decomposição, libera nutrientes que serão reabsorvidos pelas plantas. O objetivo

deste trabalho foi a revisão da literatura sobre o aporte da serapilheira em florestas em

estágio sucessional avançado, em regeneração natural ou em restauração. A maioria dos

estudos utilizou coletores de 0,25m2 de área e o período de coletas variou de 1 a 2 anos. Em

floresta atlântica baixo montana não ocorreram diferenças significativas entre interior e borda

dos fragmentos (8,90 e 8,76 Mg.ha-1.ano-1). Valores um pouco maiores foram encontrados

para floresta estacional decidual (9,2 Mg.ha-1.ano-1) e floresta ombrófila mista (10,3 Mg.ha-

1.ano-1). Plantios de restauração de floresta ombrófila densa com 3 anos apresentaram aporte

3,02 Mg.ha-1.ano-1, bem menor que áreas secundárias com 20 anos (5,74 Mg.ha-1.ano-1) e com

40 anos (6,87 Mg.ha-1.ano-1). O aumento do aporte de serapilheira ao longo da sucessão

possibilita sua utilização como indicador da trajetória de um ecossistema, sendo um atributo

adequado para a avaliação de plantios de restauração ecológica. O aporte de serapilheira será

um dos indicadores utilizados para a avaliação dos plantios de restauração de florestas

inundáveis de restinga realizados no município do Rio de Janeiro a cerca de 15 anos e que

estão sendo estudados pelo Laboratório de Ecologia Animal e Vegetal da UFF (Apoio Faperj

Processo: E-26/111.822/2010).

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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A IMPORTÂNCIA DO SETOR DE AGROECOLOGIA NAS PRÁTICAS DE ENSINO DO INSTITUTO

FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - CAMPUS DE ALEGRE

Costa, A.C.1; Souza, M.S.P.1; Carreço, R.L.B.1; Lima, W.L.2

1Acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Instituto Federal do Espírito Santo

- Campus de Alegre, ES, Brasil. Bolsistas do Ifes/CAPES. ([email protected]) 2Prof. Dr. do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) - Campus de Alegre, ES, Brasil.

O Setor de Agroecologia do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) - Campus de Alegre

compreende diversas metodologias de ensino, o que possibilita a interação dos alunos com as

práticas agrícolas sustentáveis e de manejos agroecoambientais. O objetivo do trabalho é

demonstrar como as práticas realizadas no setor podem ser empregadas no ensino de

botânica do Campus. Utilizou- se as metodologias de ensino-pesquisa-produção empregadas

no campo experimental do Setor de Agroecologia nas aulas práticas do Curso Técnico em

Agropecuária, com o intuito de ensinar sobre a sustentabilidade na agricultura, da

convencional para a orgânica, na preservação do meio ambiente. Os alunos vivenciaram as

práticas agroecológicas no campo, aprenderam a reutilização de resíduos orgânicos (dejetos

bovinos e podas de jardim), como cenário a compostagem, e a aplicação do produto

compostado (fertilizante orgânico) na nutrição e produção vegetal. Observaram a mudança do

local, de um ambiente degradado para uma horta com princípios agroecológicos, e a visão

ecossistêmica do setor como redutor do impacto antrópico-ambiental, utilizado como modelo

para o Campus, aos produtores locais e às regiões adjacentes. As práticas didático-pedagógicas

voltadas para a educação ambiental é de suma importância para o Ensino Técnico

Agropecuário, e aumenta o interesse dos alunos de diversos cursos, técnicos e superiores, e da

comunidade em geral, visando à sustentabilidade ambiental. Os alunos podem desenvolver no

setor temas relacionados com a botânica, quando se trata de melhoramento e produção

vegetal, além de pesquisas voltadas para o uso de inseticidas botânicos, por exemplo.

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

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HORTA SUSPENSA: INCENTIVO PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ESPAÇO ESCOLAR

Costa, A.C.1; Souza, M.S.P.1; Carreço, R.L.B.1; Lima, W.L.2

1Acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Instituto Federal do Espírito Santo

- Campus de Alegre, ES, Brasil. Bolsistas do Ifes/CAPES. ([email protected]) 2Prof. Dr. do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) - Campus de Alegre, ES, Brasil.

A horta suspensa como forma de Educação Ambiental contribui para mudança de valores e

atitudes, colaborando para a formação de um sujeito ecológico. No Instituto Federal do

Espirito Santo – Campus de Alegre, no setor de agroecologia se desenvolveu um trabalho de

pesquisa titulado como “Cultivando um mundo sustentável” que teve como objetivo a criação

de uma horta suspensa para incentivar práticas de educação ambiental através do cultivo

agroecológico de hortaliças, estimulando os alunos envolvidos na prática a reaproveitarem

materiais como as garrafas descartáveis, ao invés de serem depositadas em lixões e aterro

sanitários, como forma de obter alimentos de maneira sustentável e ecológica e também

aproveitar resíduos orgânicos que são obtidos por meio de restos de alimentos, dejetos de

animais e poda de jardim compostado para fazer o plantio das culturas. A horta suspensa

proporcionou aos alunos envolvidos a possibilidade da adoção de atitudes pessoais voltadas

para uma vida saudável contribuindo com o meio ambiente. A integração dos alunos

envolvidos na atividade resultou em momentos de socialização, troca de experiências e

informações entre todos envolvidos. Foi despertado em alguns alunos o interesse em produzir

e cultivar esse meio sustentável de horta em suas residências sem a necessidade de muito

espaço, sendo uma forma prática e eficaz na produção de hortaliças, além do uso da horta

suspensa para ornamentação de janelas, por exemplo. Com a prática foi possível promover

estudos, pesquisas, debates e atividades sobre as questões ambientais, tornando a atividade

importante meio para a educação ambiental, se trabalhando temas como o reaproveitamento

do lixo e a alimentação saudável.

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LAHVI: DIFUSÃO DE CONHECIMENTOS E AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Silva, B.M¹, Capossi, V.S.², Silva, J.G.³

1Estagiário do LAHVI e estudante de graduação do curso de Desenho Industrial/UFF e Bolsista

PROEX/UFF. 2Estagiário do LAHVI e estudante de graduação do curso de Biblioteconomia e

Documentação/UFF e Bolsista PROEX. 3Prof. Associado IV do Depto de Biologia Geral/UFF e do

Programa de Pós Graduação em Ciência Ambiental e Coordenadora do LAHVI (Av. Litorânea no

s/no. Boa Viagem - Niterói/RJ) ([email protected]).

O Laboratório Horto-Viveiro (LAHVI), situado em Niterói/RJ no Campus da Praia Vermelha e

inaugurado em 5 de junho de 1998, começou como um projeto lançado em 1995 para fornecer

infraestrutura ao ensino de Botânica a diversos cursos oferecidos pela UFF, à pesquisa e a

projetos de extensão. Após 10 anos, os avanços dos recursos de mídia possibilitaram a

construção e manutenção de um site para divulgar suas ações, A descontinuidade de bolsistas

de monitoria desde 2011, dificultou sua atualização periódica. Em 2013, a repaginação do site

no sentido ergonômico e estético, propõe evidenciar o que é o LAHVI, o que se fez ao longo de

16 anos de existência, as atividades no espaço e a atualização de acontecimentos ocorrentes,

em uma comunicação de fácil acesso, destacada por textos, fotos, vídeos, matérias e eventos

realizados regularmente. A difusão de conhecimentos de educação ambiental (oficinas, trilhas

ecológicas, plantios, palestras e exposições) é voltada a um público diversificado quanto à faixa

etária e grau de instrução. A transmissão do conteúdo objetivado com maior acessibilidade e

um toque a mais da natureza junto à tecnologia, amplia a visibilidade das ações acadêmicas.

Essa interface com a comunidade busca trazer um efeito multiplicador, transparente e

harmônico através do convívio com a natureza.

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

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VIVA A ÁRVORE: CONSTRUINDO UMA ÁRVORE COM PARTES VEGETAIS

Brito, L.A.1; Gomes, D.M.S 2; Lima, H.R.P.2; Moura, M.V.L.P.2; Rosa, M.M.T.2

1Bolsista PIBID/CAPES-UFRRJ; Subprojeto Aprendendo com as Plantas, UFRRJ

([email protected]); 2Docente do Departamento de Botânica e Coordenadora

do PIBID/CAPES-UFRRJ, Subprojeto Aprendendo com as Plantas, UFRRJ.

É possível elaborar atividades simples e educativas com materiais de baixo custo, sendo uma

excelente estratégia para abordar conteúdos de Botânica, além de serem utilizadas em

comemorações de preservação ambiental tais como o "Dia da árvore". Os objetivos da

atividade envolveram as temáticas de morfologia vegetal e preservação, destacando a

importância das árvores para o homem e para o meio ambiente. Para a realização dessa

atividade, elaborou-se uma oficina utilizando papel reciclado, diferentes folhas desidratadas,

cascas de árvore, papel 40 Kg, cola branca, cola quente, giz de cera e canetas coloridas. A

turma trabalhou em equipe para a construção de sua árvore, sendo que cada aluno decalcou

com giz de cera colorido uma ou mais folhas secas no papel reciclado. Depois de prontas,

todas as imagens foram recortadas e coladas na região da copa de um grande desenho de

árvore previamente feito na folha de papel 40 Kg. Neste desenho também foram fixadas, com

cola quente, as cascas de árvore na região que representava o seu tronco. Ao término da

atividade cada grupo denominou sua árvore com nomes de espécies de sua preferência, sendo

as mais escolhidas por eles o pau-brasil e o ipê. Os trabalhos foram levados para as escolas,

onde foram fixados e expostos. Esta estratégia de ensino foi aplicada na Escola Municipal

Olavo Bilac (Seropédica, RJ) durante as atividades da Semana Verde e no Parque Natural

Municipal dos Pássaros (Rio das Ostras, RJ), para alunos de cinco escolas públicas, como parte

da programação da XXXI Jornada Fluminense de Botânica. A oficina foi bastante instrutiva e

estimulante, e foi aceita com entusiasmo por boa parte dos alunos. (Agradecimentos: CAPES)

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SETOR AGROECOLÓGICO: VANTAGENS PARA A EDUCAÇÃO SUSTENTÁVEL, ALIMENTAÇÃO

SAUDÁVEL E PESQUISAS CIÊNTIFICAS

Carreço, R.L.B.1; Costa, A.C.1; Souza, M.S.P.1; Lima, W.L.2.

1Acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Instituto Federal do Espírito Santo

- Campus de Alegre, ES, Brasil. Bolsistas do Ifes/CAPES. ([email protected]). 2Prof. Dr. do

Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) - Campus de Alegre, ES, Brasil.

A agroecologia consiste em uma proposta alternativa de agricultura, economicamente viável

e ecologicamente sustentável. As práticas agroecológicas podem ser vistas como práticas de

resistência da agricultura familiar, perante o processo de exclusão no meio rural e de

homogeneização das paisagens de cultivo. Essas práticas se baseiam na pequena propriedade

em sistemas produtivos complexos e diversos, adaptados às condições locais e ligados a redes

regionais de produção e distribuição de alimentos. No Instituto Federal do Espirito Santo -

Campus de Alegre foi fundado o setor de Agroecologia, que inicialmente foi implantado em

uma área degrada com o intuito de transformá-la em um campo experimental, de referência,

em cultivo agroecológico de hortaliças. No setor desenvolveram-se projetos para

reaproveitamento do lixo orgânico produzido no Campus e projetos voltados educação

ambiental e conservação do meio ambiente. Atualmente o setor cultiva diversas espécies de

hortaliças e frutas, como: alface, cebolinha, couve, chuchu, quiabo, jiló, mamão e banana. A

qualidade dos alimentos é altamente nutricional e todos são produzidos sem uso de pesticidas

e herbicidas, que prejudicam a saúde. A produção é destinada ao refeitório do Campus e a 11

instituições localizadas no Município de Alegre – ES. O cultivo agroecológico proporcionou

novas experiências de produção e de cultivos uma vez que, na instituição, já existia um setor

de cultivo convencional de hortaliças. O Setor de Agroecologia tem colaborado: para utilização

dos resíduos orgânicos (compostagem), como local de ensino e de pesquisas (desenvolvimento

de dissertações de mestrado, monografias de especialização e trabalhos de conclusão de curso

de graduação). A problemática que um setor agroecológico enfrenta é diversa, porém as

vantagens de se trabalhar com grande potencial de produção e pesquisa é favorável, devido às

disponibilidades da matéria prima, os fatores bióticos e abióticos e as interações ecológicas

pertencentes a esta área de produção.

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USO DO LIXO ORGÂNICO COMO COMPOSTO PARA PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS

Carreço, R.L.B.1; Costa, A.C.1; Souza, M.S.P.1; Lima, W.L.2

1Acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Instituto Federal do Espírito Santo

- Campus de Alegre, ES, Brasil. Bolsistas do Ifes/CAPES. ([email protected]). 2Prof. Dr. do

Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) - Campus de Alegre, ES, Brasil.

Sabe-se que aproximadamente 50 % do total de lixo gerado é degradável, este lixo pode ser

destinado a compostagem, ou seja, ele pode ser transformado em adubo orgânico para ser

utilizado em hortas agroecológicas e jardins. Nesta perspectiva o setor de Agroecologia do

Instituto Federal do Espírito Santo - Campus de Alegre criou uma alternativa viável e barata de

produzir adubo orgânico a partir do lixo orgânico do próprio Campus. Utilizou-se de

metodologia para a formação dos montes de compostagem utilizando o lixo vegetal (podas de

jardins, resto de culturas) e dejetos de animais (bovinos, caprinos e de aves), esses resíduos

passaram por uma triagem e foram amontoados em leiras horizontais, em camadas

sobrepostas de 20 cm cada uma. As leiras foram reviradas com intervalos de 20 dias até a

estabilização do material, conhecido como processo de compostagem, obtendo ao final um

produto de alto valor agronômico. O composto produzido a partir desse lixo foi utilizado na

produção de hortaliças cultivadas no setor de Agroecologia. O reaproveitamento do lixo

orgânico, a partir da experiência, pode ser considerado uma alternativa de economizar em

adubos comercializados, produzindo um alimento de qualidade superior aos que são

comercializados em supermercados de forma mais barata. O composto passou a beneficiar no

cultivo das hortaliças e a iniciativa foi favorável para a redução do volume de lixo e dejetos

lançados em rios e outros locais indevidos. A ideia pode ser usada para a redução do volume

de lixo depositado nos lixões e aterros sanitários, diminuindo o impacto ambiental causado

quanto às questões sanitárias. A prática ainda foi utilizada como método para o ensino

ambiental e conservação do meio ambiente, mostrando aos alunos que é possível reutilizar

para produzir.

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ABUNDÂNCIA DE MACROALGAS EM COSTÕES ROCHOSOS LOCALIZADOS A DIFERENTES

DISTÂNCIAS DA CIDADE DE ANGRA DOS REIS, BAÍA DA ILHA GRANDE, RJ

Diaz, R.S.1, Freitas, T.R.S.2, Paranhas, R.3, Széchy, M.T.M.4

1,2Mestrando do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas (Botânica) do Museu

Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. ([email protected]). 3Professor

Departamento de Biologia Marinha, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de

Janeiro. 4Professora Departamento de Botânica, Instituto de Biologia, Universidade Federal do

Rio de Janeiro

A sensibilidade das assembleias de macroalgas à poluição orgânica vem sendo amplamente

investigada, contudo a maior parte dos estudos emprega amostragens muito próximas às

saídas de esgoto, fazendo com que o efeito da poluição seja confundido com outros fatores

abióticos que interferem no desenvolvimento das macroalgas. Este estudo objetiva comparar a

abundância de macroalgas de costões rochosos, localizados a diferentes distâncias da cidade

de Angra dos Reis, Baía da Ilha Grande, RJ. A Praia Tanguazinho, pertencente à uma unidade

de conservação, foi selecionada como local de referência; e Costeirinha, como local de

impacto. Amostragens aleatórias não destrutivas foram realizadas durante o verão de 2013

(n=3 campanhas), usando 10 quadrados de 900cm2 ao longo de uma tralha de 25m, estendida

a cerca de 2m de profundidade, para estimar cobertura de espécies . Amostras de água (n=3)

foram coletadas quinzenalmente em cada local, duas vezes ao dia, para análise de variáveis

relacionadas à poluição orgânica, como compostos nitrogenados e fosforados. Os dados foram

ordenados por meio do Escalonamento Multidimensional não-Métrico (nMDS); diferenças

entre locais e campanhas foram testadas através do ANOSIM. Diferenças significativas (p<0,01)

foram observadas entre os dois locais, sugerindo o efeito da poluição orgânica sobre as

macroalgas; e entre as diferentes campanhas, provavelmente relacionadas a outros fatores

que atuaram na escala temporal do estudo, como a pluviosidade. Filamentosas foram mais

abundantes na Costeirinha (47,9314,84) do que no Tanguazinho (1,932,54%); e Sargassum

foi mais abundante no Tanguazinho (69,6624,27%) do que na Costeirinha (0,060,21%),

conforme o esperado. Foram identificadas 27 espécies na Costeirinha e 15 no Tanguazinho;

esta menor riqueza de espécies pode ser explicada pela eficiência de Sargassum como

competidor por espaço. Recomenda-se o monitoramento contínuo da área para melhor

compreensão da interferência da poluição orgânica nos processos de reprodução,

recrutamento e crescimento das macroalgas desta região dos costões rochosos.

(Apoio: CNPq e FAPERJ)

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FUNGOS MICORRÍZICOS: UMA FERRAMENTA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Santos, V.R.¹, Viana, T.V.¹, Lemos, P.C.¹, Santos, R.A.¹, de Souza, F.A.², de Barros-Barreto,

M.B.B.3

1Estudante de Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal do Rio de Janeiro,

Instituto de Biologia, 2Pesquisador, Embrapa Milho e Sorgo, 3Professor, Universidade Federal

do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia, Departamento de Botânica.

([email protected])

Este trabalho visa apresentar os resultados obtidos na abordagem lúdico-pedagógica de uma

oficina que teve como objetivo buscar as inteligências múltiplas proposto pelo psicólogo

Howard Gardner e os estágios de desenvolvimento cognitivo proposto por Jean Piaget. A partir

disso despertamos o interesse para as questões ambientais, com ênfase na interação entre

fungos e plantas. Com enfoque na educação básica, a oficina foi dividida em três etapas. A

primeira com duas atividades: uma caixa, simulando um vaso de planta com endomicorriza,

com o cartaz “pega na micorriza”. Na segunda caixa, havia uma câmara escura com fotos de

fungosmicorrízicos, estimulando a fase operatório concreto proposto por Piaget. Na segunda

etapa, visando o operatório formal, disponibilizamos um microscópio óptico com uma raiz com

micorriza e um microscópio estereoscópico apresentando um esporo germinado. Na terceira

etapa, com enfoque nos estágios sensório motor e pré-operacional para os alunos da

educação infantil, criamos um mascote chamado “Glominhomicorriza” a fim de aproximar a

realidade infantil. O nome “Glominho” teve como modelo o nome do filo

Glomeromycota, este filo engloba os fungos micorrízicosarbusculares. A proposta, da oficina

nesta etapa, era estimular com que as crianças com idade inferior a 10 anos pudessem

concretizar (sedimentar/fixar) tudo que havia aprendido e desta forma as crianças eram

desafiadas a montar um desenho (ou em massa de modelar ou no papel) de uma árvore com o

fungo. A oficina com jogo da memória e quebra-cabeça ajudavam as crianças a assimilarem o

conteúdo ministrado de forma que os nomes mencionados estavam dispostos como peças do

jogo. Todos os resultados esperados foram vistos ao longo da exposição do trabalho.

Conseguimos utilizar os métodos de estágios de desenvolvimento cognitivo proposto por Jean

Piaget, mostrando a importância da educação ambiental.

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SELEÇÃO DO POTENCIAL ALIMENTÍCIO DO GÊNERO DIOSCOREA L.

Teixeira, G.G.¹; Boscolo, O.H.²; Couto, R.S.³

1Graduanda em Ciências Biológicas nas Faculdades Integradas Maria Thereza (FAMATH). 2Professora Adjunta, Universidade Federal Fluminense-Departamento de Biologia geral/Setor

de Botânica. 3Doutorando, Museu Nacional, UFRJ. ([email protected])

O Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta e muitas espécies ainda são desconhecidas

para a Ciência. Apesar desta riqueza, a maior parte das atividades econômicas nacionais se

baseia em espécies exóticas. Existem poucos estudos a respeito das espécies vegetais

ocorrentes no país, um exemplo é a família Dioscoreaceae (R. Br.) Lindley, que possui cerca

400 espécies com distribuição pantropical e com algumas espécies da região temperada.

Especificamente o gênero Dioscorea, ocorre em cerca de 25% do total das espécies da família

nas Américas e 50% deste gênero ocorrem no Brasil com 130 espécies. Conhecidas

popularmente como cáras ou inhames, as plantas dessa família apresentam um grande

potencial econômico ainda pouco explorado, além de um nutritivo sistema subterrâneo que é

utilizado como fonte de alimento por boa parte da população. Este trabalho teve o objetivo de

selecionar espécies da família Dioscoreaceae que possuam potencial alimentício. Para isso foi

realizada uma pesquisa bibliográfica em trabalhos etnobotânicos e taxonômicos que

continham citações sobre a família Dioscoreaceae. Após este procedimento foram

selecionadas 15 espécies: D. bulbifera, D. campestris, D. cinnamomifolia, D. coronata, D.

dodecaneura, D. laxiflora, D. leptostachya, D. monadelpha, D. olfersiana, D. ovata, D.

piperifolia, D. sinuata, D. stegelmanniana, D. substrata e D. therezopolensis. Estas espécies

apresentaram tamanho e peso dentro da faixa de tubérculos tipo exportação, que consiste em

tubérculos com tamanho entre 20 e 30 cm, pesando entre 1,5 e 2,0 kg. Estas espécies estão

sendo plantadas e seu ciclo sendo observado, posteriormente serão submetidas a exames

fitoquímicos e bromatológicos que ratifiquem seu potencial alimentício.

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ESPÉCIES NATIVAS DO CERRADO: UMA ABORDAGEM SOBRE O POTENCIAL ECONÔMICO

Emérito, I.L1, Azevedo, J.C.B.T2 , Almeida, L.C2, Macedo, L.B2, Paiva, D.C2, Santos, N.A2

1Estudante de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução (PPGEE),

Laboratório de Ecologia Vegetal (LEV), Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes (IBRAG),

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). 2Estudante de Graduação em Ciências

Biológicas, Laboratório de Ecologia Vegetal (LEV), Instituto de Biologia Roberto Alcântara

Gomes (IBRAG), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

([email protected])

O bioma Cerrado é reconhecido por sua elevada diversidade de espécies vegetais e possui

elevado potencial econômico, embora informações sobre a utilização dessas espécies ainda

sejam escassas. Esse potencial econômico do aparece sob a perspectiva de potencial

alimentar, madeireiro, forrageiro, medicinal, ornamental e combustível. O conhecimento do

potencial das espécies nativas é um aspecto fundamental ao planejamento de ações de

conservação da biodiversidade e extrativismo vegetal sustentável. O Parque Nacional de Sete

Cidades (PN7C) possui 6.221,48 hectares e localiza-se na área dos biomas avaliados pelo

Workshop sobre Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade do Cerrado e do

Pantanal, como uma das áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade. Foram

realizadas 77 entrevistas semiestruturadas, através da aplicação de formulários aos residentes

das comunidades locais situadas na área de Cerrado no entorno do PN7C (04º 02’- 08’S e 41º

40’ - 45’W) no município de Brasileira, Piauí, com objetivo de contribuir para a diminuição da

carência de dados locais e subsidiar o manejo sustentável local. Com as informações obtidas

identificou-se a categoria de uso de cada uma das espécies nativas citadas. Das 41 espécies, 20

foram indicadas como utilizadas na alimentação humana, 19 espécies foram citadas para a

categoria de uso medicinal, cinco espécies para a categoria alimentícia animal e quatro para a

categoria madeireira, sendo que uma mesma espécie nativa pôde ser citada para mais de um

uso. Esta ampla utilização das espécies nativas destaca a necessidade de um maior

conhecimento sobre sua biodiversidade, para ser utilizada a contento pelas comunidades

locais, e da importância da preservação de áreas naturais, antes que o desmatamento finalize

o processo de degradação corrente no Cerrado. Dessa maneira, pretende-se aqui colaborar

para a preservação desse bioma, contribuir para melhorar a qualidade de vida da população

local e reforçar a fixação do homem no campo.

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ANALISE DE SANIDADE DE SEMENTES DE GENIPA AMERICANA L. E CEDRELA ODORATA L.

MANTIDAS EM ARMAZENAMENTO.

Vilela, A.C.M.1,4, Sousa, L.K.O.2,4, Carvalho, A.A.J3,4, Andrade, A.C.S.3,5

1Bióloga/Mestranda. 2Bióloga. 3Professor/pesquisador. 4Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

do Rio de Janeiro. Laboratório de Micologia. 5Laboratório de Semente.

([email protected])

Com o aumento das áreas degradadas devido à exploração humana, políticas de restauração

da vegetação vêm sendo implantadas e, para isso, há necessidade de oferta de sementes e

mudas saudáveis, viáveis e sem a presença de organimos patogênicos. As especies Cedrela

odorata L. (cedro rosa) e Genipa americana L. (Jenipapo) são amplamente utilizadas em

projetos de restauração devido a seu potencial comercial e rápido crescimento das mudas. A

análise sanitária de sementes armazenadas são fundamentais, pois a adequada conservação ex

situ das espécies também depende de sementes livres de patógenos. Com o objetivo de

determinar o seu estado sanitário, sementes armazenadas por um ano no Banco de Sementes

do JBRJ foram distribuidas em recipientes desinfestados, 10 réplicas de 10 sementes de C.

odorata, e quatro réplicas de 25 sementes de G. Americana. O substrato utilizado foi de papel

mata-borrão (duas folhas) embebecido em água destilada esterilizada. As sementes foram

incubadas por sete dias em câmara de germinação com temperatura de 25ºC e fotoperíodo de

12 horas. Os resultados demonstraram as seguintes espécies de fungos e suas respectivas

porcentagens de contaminação: Penicillium spp. (73%), Cladosporium sp. (48%),

Macrophomina sp. (23%), Pestalotia sp. (16%), Phoma sp. (11%), Curvularia lunata (4%),

Phomopsis sp.(5%), Aspergilus sp. (4%), Alternaria alternata (3%) e Pithomyces sp. (1%) em C.

odorata e Penicillium sp (96%) e Chaetomium sp. (1%) em sementes de G. americana. Conclui-

se que as sementes de G. americana não apresentam fungos além dos de armazenamento e

que as sementes de C. odorata apresentam uma variedade de fungos de tanto tipicamente de

campo quanto de armazenamento, alguns potencialmente patogênicos a espécie.

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PLANTAS QUE CURAM O CORPO E A ALMA

Boscolo, O.H.1, Rocha, J.A. 2

1Professora adjunta. Universidade Federal Fluminense–Departamento de Biologia Geral/Setor

de Botânica. 2Professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro/IFRJ.

([email protected])

A utilização de plantas combina uma série de fatores, mostrando a interdependência entre o

homem biológico, social e cultural. Estudos etnobotânicos enfrentam a difícil tarefa de

organizar as informações sobre o uso de plantas, por comunidades tradicionais, em categorias

com base nas referências culturais das próprias comunidades. Para algumas comunidades a

distinção entre corpo e alma não existe e uma linha tênue é desenhada entre a categoria

medicinal e a espiritual, como visto na comunidade tradicional do Quilombo São José da Serra.

O objetivo deste trabalho é apontar a importância da valorização da abordagem êmica quando

se trata da categorização de uso das plantas. O Quilombo São José da Serra é uma das mais

antigas comunidades quilombolas do Estado do Rio de Janeiro/Brasil. Para obtenção dos dados

acerca das plantas por eles indicadas como medicinais foram executadas técnicas usuais em

etnobotânica. Foram citadas 125 plantas, para as quais as categorias êmicas de tratamento

“banho”, “defumador”, “benzer” e “simpatia” foram uma constante, e equivaleram a 28% das

indicações medicinais. Algumas plantas foram referenciadas como para “tirar a energia

espiritual ruim”, tendo essa indicação uma relação com, por exemplo, “cansaço”, “mau

olhado”, “inveja” e “dor no corpo”, ou seja, indistintamente, tratar o corpo e a alma, para essa

comunidade, faz parte da mesma cosmologia. Para as comunidades de religião afro-brasileiras,

as plantas são instrumentos de cura utilizados pelos guias espirituais. Tanto o guia trabalha

com suas ervas específicas, quanto o paciente é atendido de acordo com seu estado

físico/espiritual geral. A ambiguidade das utilizações para fins medicinais e espirituais mostra a

complexidade das categorias nativas. Apesar dos avanços científicos, essas categorias, que

fazem parte das estruturas de crenças e representações dessas comunidades, não

desaparecem. São necessários estudos mais aprofundados sobre a classificação dessas

categorias e seus significados, para maior valorização de suas potencialidades.

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FITOSSOCIOLOGIA E ANTRACOLOGIA EM CARVOARIAS HISTÓRICAS: DESENVOLVIMENTO DE

UMA METODOLOGIA DE CAMPO

Patzlaff, R.G.1,2, Oliveira, R.R.3, Scheel-Ybert, R.1,4, Araujo, D.S.S.5

1Laboratório de Arqueobotânica e Paisagem, Departamento de Antropologia, Museu Nacional,

Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em

Ciências Biológicas, Botânica, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro

([email protected]). 3Professor e Pesquisador, Programa de Pós-Graduação em Geografia

PUC-Rio. 4Professora e Pesquisadora, Programa de Pós-Graduação em Arqueologia, Museu

Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 5Professora e Pesquisadora, Programa de

Pós-Graduação em Botânica, Escola Nacional de Botânica Tropical, Jardim Botânico do Rio de

Janeiro.

O carvão vegetal é uma das principais evidências da alteração de paisagens por populações

humanas e seu estudo é o objetivo da antracologia. Em regiões tropicais ainda são poucas as

pesquisas envolvendo a análise antracológica de carvoarias como fonte de dados

paleoecológicos para a reconstituição da história das florestas modernas. As carvoarias são

consideradas adequadas para a reconstituição ambiental sendo a premissa básica que permite

essa interpretação a coleta exaustiva e não-seletiva de madeira na área da carvoaria: os

carvoeiros costumam abater todas as espécies lenhosas acessíveis nas proximidades da

carvoaria, inclusive as que são valorizadas para outros fins. Trabalhos recentes sugerem que no

Rio de Janeiro houve uma intensa e contínua produção de carvão, desde, pelo menos, o início

do século XVIII até a década de 1940, sendo sítios de carvoarias históricas bem comuns nas

encostas florestadas. Para compreender a influência da produção histórica de carvão sobre a

formação das florestas foi necessário o desenvolvimento de um método de amostragem

fitossociológica para a vegetação atual sob influência das carvoarias, a fim de comparar essas

espécies com aquelas encontradas nas análises antracológicas. O método foi baseado em

informações sobre a forma de trabalho dos carvoeiros no Maciço da Pedra Branca disponíveis

na tradição oral e nos poucos trabalhos disponíveis: assumiu-se que uma área com 0,56ha em

semicírculo, com raio de 60m, cujo centro corresponde à carvoaria, localizado a montante da

mesma (muitas carvoarias encontradas localizam-se no eixo de drenagem), seria suficiente

para a extração de madeira. Neste semicírculo, foi amostrada uma área total de 0,15ha,

aproximadamente 26,8% da área máxima explorada pelos carvoeiros, através da instalação de

15 parcelas (100m² cada). Espera-se que a amostragem fitossociológica conseguida através da

aplicação deste método seja representativa da área explorada pelos carvoeiros, para que os

resultados sejam efetivamente comparados com os resultados antracológicos.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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SELEÇÃO DAS ESPÉCIES PRIORITÁRIAS PARA A FORMAÇÃO DE CORREDORES FLORESTAIS NA

FAZENDA DO INSTITUTO VITAL BRAZIL EM CACHOEIRAS DE MACACU

Pilla, T.P.¹, Silva, J.G.2, Cunha, L.E.R.³, Soares Filho, J.M.4, Lemos, B.L.5

1Biólogo, Instituto Vital Brazil. 2Prof. Associado IV, Depto de Biologia Geral/UFF e

Coordenadora do Laboratório Horto-Viveiro. 3Médico Veterinário, Diretor Científico/IVB. 4Engenheiro Florestal, INEA/DIBAP/GESEF. 5Biólogo, INEA/DIBAP/GESEF/SEADA.

([email protected])

A Fazenda Vital Brazil encontra-se no Km 35 da estrada RJ-122, na localidade de Lugarejo

Ambrósio/Cachoeiras de Macacu, entre as coordenadas 22°30'42.86"S 42°42'51.27"O.

Inaugurada em 28 de abril de 2010, seu principal objetivo é a criação de equinos utilizados no

processo da obtenção de plasmas como insumo farmacêutico ativo (IFA) à produção de soros

hiperimunes. Possui 17 alqueires (79 ha), sendo 20 ha de mata preservada na vertente

atlântica da Serra do Mar, dentro da Floresta Ombrófila densa (stricto sensu), em um relevo

variando de 30 a 110 m.n.m., com pequenas elevações tipo meia laranja. Segundo a

classificação de Köppen, enquadra-se no clima do tipo Af (tropical úmido). Encontra-se

próximo a importantes unidades de conservação (Reserva Ecológica de Guapiaçu, Parque

Estadual dos Três Picos). O objetivo do trabalho é a seleção de espécies prioritárias à

recuperação de áreas degradadas e de preservação permanente na formação de corredores

florestais ligando os principais fragmentos de mata da região. Foram selecionados 16 ha para

recuperação, incluindo as áreas de preservação permanente (mata ciliar, topo de morro,

encosta e nascente) para formar 5 corredores e ligar 4 fragmentos no entorno da fazenda,

contemplando diversas situações ecológicas e níveis de degradação observados. Com base em

conceitos de restauração ecológica de ecossistemas, adaptados às condições e recursos locais,

foram adotados diversas técnicas respeitando a sua capacidade de resiliência, distribuindo as

espécies por nucleação ou enriquecimento, associadas à transposição de serrapilheira. Foram

selecionadas 60 espécies para uso conforme suas necessidades ecológicas (solo, umidade,

luminosidade) e síndrome de dispersão (anemo-zoo-autocórica), distribuídas em diversos

grupos sucessionais (pioneira, secundarias e climácicas) conforme a Resolução CONAMA no

06/94. Priorizaram-se as espécies “bagueiras” (atrativas a fauna), de grande plasticidade

ecológica ou ameaçada de extinção. Foi identificado uma diversidade expressiva de espécies

dos diversos estágios de regeneração, potenciais a restauração de áreas antropizadas.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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SINCRONIA DE FLORES EM ESPÉCIES DE INSELBERG

Peixoto, A.C.R.1,3, Klein, D.E.2,3

1Estudante de graduação. 2Professora. 3Depto de Botânica/ IBIO /Universidade Federal do

Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). ([email protected])

Existem poucos trabalhos que avaliam aspectos reprodutivos das plantas sob as condições

desafiantes em inselbergs. O objetivo deste estudo foi observar se houve sincroniaem termos

da presençade flores em diferentes espéciesna borda de moitas de inselberg do morro da

Urca. O trabalho de campo foi realizado entre novembro de 2012 e julho de 2013, na pista

Claudio Coutinho e no Costão do Pão de Açúcar, Urca, RJ.As moitas analisadas estão

distribuídas em 13 áreas. Nestas áreas foiverificada,uma a duas vezes por mês(ao todo foram

15 visitas) a fenologia de floração para as12 espécies mais frequentes.A presença de flores foi

usada para o cálculo do índiceda sincronia(Z) na amostragem da população, proposto por

Auspurger. Foi observada a presença constante de flores em todas as visitas ao campo, nas

quais apenas uma área não exibiu flores em somente um dia de visita. As análises fenológicas

indicam que: cinco das 12 espécies apresentaram flores em todas as observações;seis

possuíam flores entre 14-7 dias; e uma apresentou flores em apenas quatro dias. As quatro

espécies com o maior índice de sincronia estão entre as que exibiram flores em todas as visitas

(Z entre 0,78 e 0,9). As sete espécies que apresentaram índices medianos de Z (entre 0,34 e

0,64) exibiram flores entre 15-7 dias. A única espécie com valor de Z próximo de zero(Z=0,02)

exibiu flores em apenas quatro dias. Os dados obtidos indicam que há uma relação, ainda que

não seja direta, entre o número de dias em que cada espécie exibiu flores e a sincronia da

presença de flores entre as áreas amostradas. As 12 espécies acompanhadas pertencem a

diferentes grupos taxonômicos, de forma que variações nos aspectos fenológicos podem ter

relação com a evolução dos diferentes grupos.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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CHUVA DE SEMENTES NA AVALIAÇÃO DE PLANTIOS DE RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA

Mendonça, C.M.1,2, Ferreira, L.A.2, Carrião, J.S.2, Oliveira, J.S.2, Silva, J.P.2, Zamith, L.R.3

1Bolsista FAPERJ (E-26/100.798/2013) ([email protected]). 2Alunos de graduação em

Ciências Biológicas da Universidade Federal Fluminense. 3Professor e pesquisador - Laboratório

de Ecologia Animal e Vegetal (LEAV) – Departamento de Biologia Geral - Universidade Federal

Fluminense

A chuva de sementes é um dos processos ecológicos que garantem a futura regeneração

natural numa comunidade vegetal e a proporção entre as síndromes de dispersão e a

similaridade entre as espécies de dossel e da chuva de sementes são alguns dos atributos

utilizados para avaliar seu estágio sucessional. Foi realizado um levantamento bibliográfico de

artigos sobre a chuva de sementes em florestas com os objetivos de caracterizar os métodos

comumente empregados; sistematizar os resultados obtidos principalmente levando em conta

os atributos de densidade de sementes, riqueza de espécies, representatividade das síndromes

de dispersão e dos diferentes grupos sucessionais. A maioria dos estudos teve a duração de

um ano, sendo as sementes coletadas mensalmente. Foram comparadas florestas em estágio

sucessional avançado e clareiras com diferentes idades após a ocorrência do distúrbio, área de

pastagem, borda e fragmentos florestais, fragmentos de diferentes tamanhos e plantios de

restauração com diferentes idades e com diferentes espécies. A riqueza e densidade de

espécies na chuva de sementes variaram bastante nos diferentes estudos (19 – 61 espécies

amostradas e 67,4 – 1670 sementes.m-².ano-1). A densidade da chuva de sementes foi maior

em áreas recentemente perturbadas devido ao maior aporte de sementes anemocóricas,

porém a riqueza destas áreas tende a ser mais baixa. Sementes de espécies arbóreas

predominaram, porém este resultado pode ter sido influenciado pela utilização de malhas de

cerca de 1 mm nos coletores, o que não retém sementes de gramíneas e herbáceas. Foi

observado um maior número de espécies zoocóricas em áreas de estágio sucessional avançado

e em plantios de restauração com mais idade. Sementes de espécies pioneiras foram mais

abundantes. Os padrões observados possibilitam a utilização da chuva de sementes como um

dos processos ecológicos a serem investigados na avaliação do sucesso de plantios de

restauração ecológica.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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SISTEMA REPRODUTIVO DE LOPHOGYNE LACUNOSA (PODOSTEMACEAE)

Silva, I.C.¹, Koschniztke, C.², Bove, C.P.²

1Mestranda do Programa em Pós-graduação em Ciências Biológicas (Botânica) - Museu

Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2Professora do Departamento de Botânica -

Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro. ([email protected]).

Lophogyne lacunosa é endêmica do domínio Mata Atlântica e restrita ao Espírito Santo, Minas

Gerais e Rio de Janeiro. Suas flores são solitárias com 2-5 tépalas, os estames variam de 1-4,

apresentam dois estigmas planos e livres com margem irregularmente dentada. O estudo foi

realizado no Rio São Pedro, Frade, Macaé-RJ, nos meses de junho a agosto/2012. Para os

experimentos do sistema reprodutivo, cada rocha foi considera um indivíduo e os tratamentos

que exigiram ensacamento foram realizados com sacos plásticos de 100L e mantidos até o final

da antese. Foram realizados cinco tratamentos: controle (n=20); autopolinização manual

(n=22); polinização cruzada manual (n=42); apomixia (26) e polinização cruzada natural (n=51),

onde as anteras foram retiradas e o indivíduo não foi ensacado. Os frutos resultantes foram

quantificados e são apresentados em porcentagem. As flores de Lophogyne lacunosa

apresentam protoginia incompleta, isto é, os estigmas estão receptíveis antes da abertura das

anteras e se mantém assim durante toda a fase masculina. A autopolinização espontânea

ocorre com o início da deiscência das anteras devido à proximidade com um dos estigmas.

Subtraindo-se a porcentagem de frutos formados pela polinização cruzada natural (12%) e do

controle (78%), obtém-se 66% de frutos, sendo a maioria deles provavelmente provenientes

de autopolinização natural. No tratamento de polinização cruzada a porcentagem de frutos

formados (57%) foi maior que na autopolinização manual (31%). Ressaltando que a apomixia

existe (31%), é provável que todos os resultados dos outros tratamentos apresentem

sementes apomíticas. A autopolinização natural predomina no sistema reprodutivo de

Lophogyne lacunosa e a polinização cruzada natural ocorre, porém é inexpressiva. A produção

de frutos por apomixia é maior do que a por polinização cruzada natural. (Agradecimentos:

CAPES e CNPq)

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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SÍNDROME DE DISPERSÃO EM UMA ÁREA DE CERRADÃO, PIAUÍ, BRASIL

Lima, A.S1; Emérito, I.L2; Azevedo, J.C.B.T 3; Almeida, L.C 3; Macedo, L.B3 ; Paiva, D.C3; Santos,

N.A2

1Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Universidade Federal do Piauí (UFPI). 2Estudante de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução (PPGEE),

Laboratório de Ecologia Vegetal (LEV), Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes (IBRAG),

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). 3Estudante de Graduação em Ciências

Biológicas, Laboratório de Ecologia Vegetal (LEV), Instituto de Biologia Roberto Alcântara

Gomes (IBRAG), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

([email protected])

O cerrado apresenta elevada diversidade vegetal, entretanto, constitui em um dos Biomas

mais ameaçados do mundo. Para tanto se faz necessário estudos que visam os aspectos

ecológicos deste tipo de vegetação. A análise de síndrome de dispersão é de fundamental

importância no planejamento para a conservação, sendo um dos aspectos que influenciam a

probabilidade de uma espécie colonizar um determinado ambiente. Para a análise das

síndromes de dispersão utilizou-se um levantamento florístico realizado na Fazenda Campeira

(07°02’ S e 43° 39’ W), inserida no município de Jerumenha, pertencente à microrregião de

Floriano. A vegetação analisada foi caraterizada como cerradão. Para a classificação das

síndromes da flora encontrada foi utilizada a terminologia de van der Pijl (1982), na qual as

espécies podem ser enquadradas em zoocóricas (dispersão por vertebrados), anemocóricas

(dispersão por vento) e autocóricas (autodispersão) de acordo com os dados disponíveis na

literatura. Foram analisada 54 espécies, destas apenas duas não forma classificadas de acordo

com a literatura Vitex sp e Pterodon abruptus (Moric.) Benth. A maior parte das espécies

apresentou a dispersão zoocórica, este é um padrão observado em áreas de cerrado. Ainda

ressalta-se que o elevado número de espécies com este padrão revela a estreita relação entre

plantas e animais, através da influencia destes sobre a flora local. A proporção de espécies

anemocóricas está dentro do intervalo encontrado para áreas de cerrado 26,7% a 38,7%.

Destacam-se as famílias Bignoniaceae e Fabaceae, neste estudo como as de maior número de

espécies com este tipo de dispersão. Apenas duas espécies deste levantamento foram

caracterizadas como autocóricas (Dimorphandra gardneriana Tul., Stryphnodendron coriaceum

Benth.). A pequena ocorrência de espécies autocóricas no cerrado já era esperada, por ser

umas das síndromes de dispersão. Destaca-se a importância da avaliação das síndromes com a

perspectiva de conservação, uma vez que os animais são os dispersores se maior ocorrência na

área, revelando que a conservação da flora refletirá na conservação da fauna local.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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ESTUDO DESCRITIVO DO ESTRATO INFERIOR DE COMUNIDADES FITOBENTÔNICAS COMO

BASE PARA A AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO

ALBERTO (RIO DE JANEIRO, BRASIL)

Fonseca, L.R.1, Széchy, M.T.M.2

1Estudante de graduação. 2Professora Associada. Departamento de Botânica do Instituto de

Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. ([email protected])

Comunidades fitobentônicas são amplamente utilizadas na avaliação da qualidade do

ambiente marinho costeiro. Geralmente é enfocado o estrato superior destas comunidades.

Na Baía da Ilha Grande (BIG), em comunidades da região sublitorânea, o estrato superior é

comumente dominado pela alga parda Sargassum, considerada espécie engenheira. Com a

crescente interferência antropogênica no ambiente marinho da BIG, é necessário o

conhecimento sobre a estrutura das assembleias de macroalgas do estrato inferior, que

poderá passar a dominar se o estrato superior diminuir em função da poluição. Este trabalho

visou descrever o estrato inferior em comunidades do costão rochoso de dois locais da BIG:

Ponta do Arame (I), (n=5), submetido ao efluente líquido da Central Nuclear Almirante Álvaro

Alberto (CNAAA) e Ilha de Itanhangá (R), (n=5), não submetido a este efluente. As amostras

foram obtidas no verão de 2008 através da raspagem de quadrados (30x30 cm), dispostos

aleatoriamente ao longo de 10 m, a cerca de 2 m de profundidade. As amostras foram triadas

à lupa; as macroalgas foram separadas e agrupadas por tipo morfológico; identificadas e a

frequência relativa das espécies calculada. Foram identificadas 44 espécies (7 Chlorophyta, 8

Phaeophyceae e 29 Rhodophyta) em I e 34 espécies (5 Chlorophyta, 7 Phaeophyceae e 22

Rhodophyta) em R. A maior homogeneidade com relação a composição de espécies ocorreu

em I. O grupo morfológico com maior riqueza de espécies foi o das filamentosas, sendo o

grupo das macrófitas coriáceas o de menor riqueza de espécies. Amphiroa fragilissima, Jania

adhaerens, J. capillacea, Asparagopsis taxiformis e Ceratodictyon variabile foram as mais

frequentes nos dois locais. O grupo das calcárias articuladas apresentou o maior número de

espécies com frequência relativa igual a 100%, e representa o mais importante formador de

habitat no estrato inferior. A maior riqueza de espécies em I concorda com a Hipótese do

Distúrbio Intermediário. (Apoio financeiro: FAPERJ)

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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ASSOCIAÇÕES AMBIENTAIS ENTRE A FAMÍLIA IRIDACEAE E OS CAMPOS MONTANOS

Costa, L.M.¹,², Medeiros, D.1,3 , Senna-Valle, L.1,4

1Laboratório de Taxonomia e Etnobotânica, Departamento de Botânica – Museu

Nacional/UFRJ. 2Mestranda – Museu Nacional/UFRJ. 3Pesquisadora Colaboradora – Museu

Nacional/UFRJ; Pós-Doutoranda – Universidade Federal de Goiás (UFG). 4Professora Associada

– Museu Nacional/UFRJ ([email protected])

Iridaceae Juss. possui distribuição cosmopolita, com cerca de 70 gêneros e 1.750 espécies, com

grande representação em regiões tropicais e subtropicais, sendo o sul da África o maior centro

de diversidade, seguido pela América do Sul. No Brasil ocorrem 19 gêneros e cerca de 160

espécies, sendo dois gêneros endêmicos, Pseudotrimezia R.C.Foster e Pseudoiris Chukr & A.Gil.

A família destaca-se em três regiões para distribuição de espécies: a Floresta Atlântica, o

Cerrado e os campos do sul. Um levantamento bibliográfico sobre a família e sobre

ecossistemas montanos foi realizado utilizando literatura especializada, em sites de busca de

artigos on-line e sites específicos de taxonomia com o objetivo de obter dados de fatores

bióticos e abióticos relevantes para o estudo. O exame dos materiais de herbário são aqueles

provenientes do acervo dos herbários HB, R, RB, RFA. Foram comparadas sete áreas de campo

de altitude e seis de campo rupestre em relação à altitude, precipitação, temperatura e tipo de

solo. De acordo com o levantamento feito, a média de temperatura é bem similar, em torno de

18C°, e a precipitação das áreas de campo de altitude é maior, com média de 2500 mm/ano.

Seis áreas apresentam quatro gêneros da família, e nas outras áreas o número varia de 2 a 6

gêneros. O número de espécies é bem variável, ficando entre duas ou 18 espécies. O tipo de

solo parece não influenciar a maior parte das espécies ocorrentes, pois a maioria ocorre nos

dois ambientes. A família se limita na maioria das vezes a altitudes acima de 800 metros e sua

floração em grande parte das espécies ocorre no verão, o que demonstra uma homogeneidade

em Iridaceae. São necessários mais estudos sobre a família que possui grande potencial

ornamental não explorado nas espécies nativas, principalmente em ambiente montanos, ainda

pouco estudados. (CAPES)

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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FREQUENCIA DE HEMIBELESIAPALMAE (HEMIPTERA, DIASPIDIDAE) EM FOLHAS DE

ASPLENIUM SERRATUM L. (ASPLENIACEAE)

Santos, M.G.1, Barreto, M.B.2, Coutinho, R.L.M.2, Ribeiro, G.M.2, Wolff, V.R.S.3

1Professor/Pesquisador, Faculdade de Formação de Professores-UERJ. 2Estudante de

Graduação, Faculdade de Formação de Professores-UERJ. 3Pesquisadora, Laboratório e Museu

de Entomologia, Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária – FEPAGRO, Rio Grande do Sul.

([email protected])

As interações entre insetos e samambaias são relativamente menos estudadas se comparadas

com as interações entre insetos e angiospermas. Os insetos popularmente conhecidos como

cochonilhas se alimentam sugando a seiva de plantas. Hemibelesia palmae (Cockerell, 1893) é

um Diaspididaepolífago que ocorre em 119 hospedeiros, sendo esse o primeiro registro em

uma espécie de samambaia – Asplenium serratum L. (Aspleniaceae). O objetivo do trabalho foi

avaliar a frequência de H. palmaeem diferentes estágios foliares de A. serratum. Folhas férteis

e estéreis (FE) foram coletadas no Parque Estadual da Serra da Tiririca. As folhas férteis foram

divididas em relação ao seu grau de desenvolvimento em folhas férteis com esporângio no

início do desenvolvimento (FFID), folhas férteis com esporângios maduros e moderada

liberação de esporos (FFLM) e folhas férteis com esporângios maduros e intensa liberação de

esporos (FFLI). A área foliar foi determinada por meio de regressão linear. Todas as

cochonilhas foram contabilizadas, sendo anotadas a sua localização na folha (soro ou fora do

soro). As exsicatas foram depositadas no Herbário da Faculdade de Formação de Professores

da UERJ (RFFP) e as lâminas permanentes de Coccoidea foram depositadas no Museu de

Entomologia da FEPAGRO – Rio Grande do Sul. A média de cochonilhas nos soros foi de zero

(FFID), 28±2,5 (FFLM) e 998±48,23 (FFLI). A densidade de cochonilhas por soros foi de 0 (FFID),

0,069±0,246 (FFLM) e 8,754±24,11 (FFLI). O número médio de cochonilhas fora do soro foi de

0,142±0,349 (FFID), 25±1,04 (FFLM) e 129±6,33 (FFLI). A densidade de cochonilhas por área

foliar (cm2) foi de zero (FE), 0,0002±0,0005 (FFID), 0,002±0,006 (FFLM) e 0,031±0,094 (FFLI).

Os resultados indicam que as cochonilhas tempreferência em ocupar as folhas com

esporângios maduros e intensa liberação de esporos (FFLI). A coloração dos soros das folhas

nesse estágio de desenvolvimento é muito parecida com a escama das fêmeas de H. palmae,

sugerindo uma possível cripticidadedas cochonilhas.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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ALTERNATIVAS BIOLÓGICAS PARA RESTAURAÇÃO DE SÍTIOS DEGRADADOS À MARGEM DO

RIO DOS MACACOS MINIMIZANDO A LIXIVIAÇÃO DE SEDIMENTOS – RESULTADOS

PRELIMINARES.

Mendonça, M.B.B.P.¹, Macedo, J.R.², Pereira, T.S.3

1Graduando em Ciências Biológicas – UFF-IPJBRJ- IC-FAPERJ ([email protected]). 2Pesquisador - EMBRAPA Solos. 3Pesquisador Titular - Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

do Rio de Janeiro – IPJBRJ

A Mata Atlântica no Rio de Janeiro se restringe hoje a 17% da cobertura original. Encravado

neste remanescente está o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Dois importantes cursos d’água

atravessam o Instituto de Pesquisas do JBRJ: o riacho Iglesias e o Rio dos Macacos. Esse

trabalho objetiva estudar alternativas para remediar a erosão nas margensdo Rio dos

Macacos, para deter a vazão dos sedimentos que são lixiviados pela ação das águas do rio, em

decorrência da falta da vegetação marginal. Calathea cylindrica (Roscoe) K.Schum.

(Maranthaceae), planta herbácea nativa da Mata Atlântica,foi escolhida para o estudo devido

ao habito cespitoso, formando touceiras. Utilizou-se método do perfilhômetro para avaliar a

perda de solo pela ação das chuvas, combinados aseis parcelas permanentes de 6 m²

instaladas em calhas naturais de escoamento da água da chuva, no talude e no plano,na

margem do rio,onde 72 mudas foram plantadas;nestas o acúmulo de sedimento é

registrado,após a cada evento pluviométrico. As mudas estão sendo avaliadas, quanto à

sobrevivência e ao crescimento, a cada três meses. Como resultado preliminar,foi possível

observarque as mudas tiveram um melhor desenvolvimento notalude que no plano, o que

indica que a espécie parece se desenvolver melhor nos terrenos mais bem drenados a pleno

sol, como os do talude,evidenciado pelo maior crescimento das mudas e maior

desenvolvimento das touceiras. A precipitação foi muito baixa durante as mensurações, o que

explica a pouca variação nas leituras e a impossibilidade de ter resultados mais concretos. Os

resultados da análise granulométrica demonstram não haver diferenças, em termos de

proporção de areia, silte e argila entre as três parcelas para perda de solo.É possível ter uma

indicação, ainda que preliminar,da eficiência da espécie Calathea cylindrica à retenção de

sedimentos e diminuição de erosão. (Apoio: FAPERJ Nº de Processo APQ1E-26/110.384/2012)

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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MARCAÇÃO DE MATRIZES FLORESTAIS NATIVAS, COLETA E BENEFICIAMENTO DE SEMENTES

PARA RESTAURAÇÃO DO CAMPUS FIOCRUZ DA MATA ATLÂNTICA, JACARREPAGUÁ, RJ.

Araujo, R.C.1,2, Andrade, L.G.1,2, Rajão, P.H.M., Abreu, A.V.G.1, Figueiredo, P.H.A.3; Martins,

M.S.F.1, Vanini, A.1; Sanmartin-Gajardo, I.1; Andrade, A.C.S.²

1Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 2Instituto de pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

(JBRJ). 3Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). ([email protected]).

A sustentabilidade de um projeto de restauração ecológica está diretamente relacionada à

origem das sementes e à produção de mudas de boa qualidade e alta variabilidade genética.

Nesse contexto, a FIOCRUZ e o Laboratório de Sementes do JBRJ vêm desenvolvendo o

trabalho de marcação, coleta e beneficiamento de sementes florestais nativas. Essas sementes

são utilizadas para o abastecimento do Horto-Escola, visando à restauração da vegetação local

e o desenvolvimento de pesquisas. O projeto acontece no Campus Fiocruz da Mata Atlântica

(CFMA), localizado em Jacarepaguá, RJ. As áreas são visitadas semanalmente para seleção de

matrizes arbóreas, que são marcadas após avaliação das características de fuste, altura, DAP e

fitossanidade. Os indivíduos são georreferenciados, plaqueteados, e suas exsicatas

depositadas no Herbário do JBRJ (RB). Para as espécies selecionadas, pesquisas relativas às

melhores práticas de coleta, beneficiamento, conservação, características físicas e de

germinação estão em andamento. Foram marcadas cerca de 120 matrizes, sendo as mais

abundantes Euterpe edulis Mart., Tovomita leucanta (Schltdl.) Planch. & Triana e Coussarea sp.

Aubl. Cerca de 70% das matrizes apresentam altura superior 20m, o que exige o uso de

técnicas acrodendrológicas, além do uso de podões e lonas. A grande variação no tamanho e

formato dos frutos e sementes exigiu adaptação de técnicas para a sua coleta e

beneficiamento. Quando necessário, a embebição em água quente e a escarificação mecânica

foram os tratamentos mais usados para superação de dormência de sementes. Os resultados

demonstram que a baixa frequência de indivíduos adultos de espécies importantes para

restauração refletem o histórico de ocupação e a necessidade de proteção desta floresta

urbana. As informações produzidas estão sendo utilizadas na restauração da vegetação do

campus, nos projetos de produção de mudas e de semeadura direta, em desenvolvimento no

CFMA (Apoio: BNDES Mata Atlântica).

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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RECUPERAÇÃO DE UM TRECHO DAS MARGENS DO RIO DOS MACACOS (JBRJ) COM ESPÉCIES DE

FRUTEIRAS SILVESTRES DA FLORA DA MATA ATLÂNTICA.

Mata, S.L.R.¹, Souza, U.C.2, Pereira, T.S.3

1Graduando em Ciências Biológicas – UFF- PIBIC JBRJ ([email protected]) 2Educador/ Centro

de Responsabilidade Socioambiental - Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro –

IPJBRJ 3Pesquisador Titular - Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro/ IPJBRJ.

Tendo em vista o cenário social e ambiental da região ao entorno do Rio dos Macacos, onde áreas

de importância ecológica foram desmatadas para construção de moradias acarretando danos a

biodiversidade, exposição do solo e desabamentos, foi observada a importância de um trabalho

de restauração da mata ciliar ali existente. O trabalho objetiva a recuperação da vegetação de um

trecho da mata ciliar na margem do Rio dos Macacos, através do plantio em quincôncio e

utilização de covas invertidas nas áreas de alagamento em uma área de 836m² contígua ao Horto

Florestal, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Para o plantio em quincôncio, utilizamos o

palmito, Euterpe edulis Mart. (Arecaceae), que vem se mostrando adequado para o

enriquecimento em áreas de vegetação secundária, e por se tratar de uma espécie de sombra,

será plantada no centro, sendo tutorada por mudas de fruteiras silvestres da Floresta Atlântica,

escolha feita por ser uma área de inclusão da comunidade do Horto. O plantio é de 1,5m entre

linhas e a 1,5m entre plantas de distância entre si. As covas invertidas, de maneira a proteger o

desenvolvimento das mudas do excesso de água, foram feitas pela mistura de areia e húmus com

30 cm de altura do solo e 60 cm de diâmetro nas regiões encharcadas. Pela observação do índice

de sobrevivência, feito semanalmente e registrado através de fotografias e contagens, vimos que

de 115 mudas de fruteiras plantadas antes do palmito, somente duas mudas (araçá e araticum)

sofreram avarias e morreram em 30 dias após o plantio, indicando um resultado favorável quanto

à utilização das covas invertidas, que apresentaram 100% de sobrevivência. Podendo se verificar

uma indicação de sucesso para o início da recuperação da mata ciliar da área utilizando os

métodos citados, o que nos leva a prosseguir com os mesmos. (Apoio: PIBIC – JBRJ e FAPERJ Nº de

Processo APQ1E-26/110.384/2012)

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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FENOLOGIA REPRODUTIVA E POLINIZAÇÃO DE CORDIA SUPERBA CHAM. (BORAGINACEAE)

NA RESTINGA DE GRUMARI, RIO DE JANEIRO, RJ

Lopes, T.N.¹, Verçoza, F.C.²

1Aluna de graduação do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estácio de Sá, Rio de

Janeiro ( [email protected]). 2 Professor da Universidade Estácio de Sá.

Boraginaceae possui 130 gêneros e 2.500 espécies distribuídas nas regiões tropicais. O gênero

Cordia L. é o mais numeroso, contendo cerca de 400 espécies (100 ocorrentes no Brasil).

Cordia superba Cham. é uma espécie arbustiva ocorrente nos Estados de Minas Gerais, Rio de

Janeiro e São Paulo, habitando florestas ombrófilas e restingas. Este trabalho objetivou

estudar a fenologia reprodutiva e a polinização de C. superba na Restinga de Grumari, Rio de

Janeiro, RJ. A pesquisa foi iniciada em fevereiro de 2012 e teve duração de um ano. Foram

selecionados seis indivíduos adultos com uma distância mínima de dois metros entre eles. As

observações fenológicas foram realizadas em intervalos quinzenais. Dez flores foram

examinadas para obtenção de dados morfométricos. O comportamento dos visitantes florais

foi observado em campo em diferentes horários do dia (esforço amostral de 260h). A espécie

apresentou floração contínua, anual e com duração prolongada, com maior intensidade nos

meses de janeiro a maio. De junho a novembro houve diminuição no número de botões florais

e flores, em contrapartida, esse foi o período em que apresentou frutos maduros. As flores

são diurnas, brancas e nectaríferas, medem cerca de 6 cm de comprimento e 4,8 cm de

diâmetro. Recebem unicamente visitas de insetos, sendo três espécies de abelhas e três de

borboletas. A abelha Bombus morio Swederus e as borboletas Phocides polybius Fabricius e

Urbanus dorantes Stoll se destacaram como polinizadores efetivos devido à intensidade de

visitas e em função da eficiência na deposição de pólen nos estigmas. As visitas autênticas

realizadas por esses animais caracterizam uma polinização entomófila para C. superba na área

estudada.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

112

AVALIAÇÃO DO EFEITO ALELOPÁTICO DO SOLO NAS ÁREAS COM INVASÃO DA ESPÉCIE

EXÓTICA INVASORA CASUARINA EQUISETIFOLIA L.

Zimmermann, T.G.1,4, Leal, L.L.2,4, Andrade, A.C.S.3,4

1Doutoranda do PPG em Botânica – Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

(JBRJ). 2Estudante de graduação de Ciências Ambientais (UNIRIO). 3Pesquisador JBRJ. 4Laboratório de Sementes do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

([email protected])

Este estudo teve como objetivo avaliar se o solo nas áreas com invasão da espécie exótica

Casuarina equisetifolia apresenta compostos alelopáticos que interferem na emergência e no

crescimento das espécies nativas. A espécie Clusia hilariana foi testada por ser uma planta

nativa da restinga, ecossistema em que ocorre grande invasão de C. equisetifolia. O

experimento foi montado em casa de vegetação e as sementes de C. hilariana foram semeadas

em caixas plásticas em três tipos de substrato: (i) solo de uma área com invasão de C.

equisetifolia; (ii) solo de uma área com invasão de C. equisetifolia com adição de carbono

ativado; (iii) solo de restinga no interior das moitas de vegetação. O carbono ativado foi

utlizado porque tem a função de remover compostos fenólicos e outros metabólitos

secundários. Cada tratamento teve cinco repetições com 25 sementes. A avaliação da

emergência da parte aérea foi realizada semanalmente durante dez semanas, e foi calculado a

porcentagem e a velocidade de emergência. Na décima semana foi medido o tamanho da

parte aérea e da raiz de 30 plântulas de cada tratamento. Foi utilizado o delineamento

inteiramente casualizado, com as médias comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05). Não houve

diferença na percentagem e na velocidade de emergência entre os tratamentos. Já o

comprimento das plântulas do solo com casuarina foi menor significativamente em relação ao

solo com casuarina com adição de carbono ativado e solo de moita, assim, sugere-se que

algum composto químico possa ser o responsável por esta inibição. A parte aérea das plântulas

do solo de moita foram maiores significativamente que as plântulas do solo com casuarina e

do solo com casuarina com adição de carbono ativado. Desse modo, acredita-se que existam

compostos alelopáticos no solo das áreas com C. equisetifolia que possam afetar

negativamente o crescimento das espécies nativas.

Palavras-chave: espécie invasora, alelopatia, solo.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

113

AVALIAÇÃO DO EFEITO FÍSICO E QUÍMICO DA SERAPILHEIRA DE CASUARINA EQUISETIFOLIA

L. NA EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS DE CLUSIA HILARIANA SCHLTDL.

Zimmermann, T.G. 1,4, Leal, L.L. 2,4, Andrade, A.C.S. 3,4

1Doutoranda do PPG em Botânica – Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

(JBRJ). 2Estudante de graduação de Ciências Ambientais (UNIRIO). 3Pesquisador JBRJ. 4Laboratório de Sementes do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

([email protected])

Casuarina equisetifolia é uma espécie invasora nas restingas, onde a baixa riqueza e densidade

de espécies nativas em seu subdossel pode estar realacionada a densa camada de serapilheira

depositada sob os seus indivíduos. As questões desse estudo foram: (i) a serapilheira de C.

equisetifolia afeta a emergência de plântulas das espécies nativas? (ii) se o efeito da

serapilheira na regeneração natural for inibitório, sua origem é física e/ou química? Clusia

hilariana foi testada por ser uma espécie nativa que apresenta alto valor de importância na

restinga. Sementes de C. hilariana foram semeadas em caixas plásticas com substrato

vermiculita. Os tratamentos foram a adição de: (i) 69g e (ii) 138g de serapilheira; (iii) 69g e (iv)

138g de cerdas plásticas (efeito físico); extrato aquoso de serapilheira em (v) baixa

concentração (10%), (vi) alta concentração (20%) (efeito químico) e (vii) alta concentração com

carbono ativado; (viii) controle. Cada tratamento teve cinco repetições com 25 sementes. Cada

repetição foi umedecida semanalmente com 170 mL de extrato aquoso da serapilheira ou

água destilada, para tentar simular a umidade do solo encontrada na restinga. A emergência

da parte aérea foi avaliada semanalmente durante dez semanas, e foi calculada a porcentagem

e a velocidade de emergência. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com as

médias comparadas pelo teste de Dunnett (p<0,05). A emergência do controle (73,6±12,8%)

foi significativamente maior em relação a serapilheira e cerdas plásticas com 138g (53,6±16,9 e

55,2±8,7%, respectivamente), mas em relação aos tratamentos com extratos aquosos não

houve diferença significativa. A velocidade de emergência em todos os tratamentos com

serapilheira e cerdas plásticas foi significativamente menor que o controle. Assim, o efeito

inibitório da serapilheira de C. equisetifolia na percentagem e na velocidade de emergência de

plântulas de C. hilariana é principalmente físico, sendo uma barreira mecânica ao

recrutamento das plântulas nativas.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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A GERAÇÃO DE SERVIÇOS AMBIENTAIS A PARTIR DA RESTAURAÇÃO DA MATA CILIAR NO

JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO.

Melo, V.A.¹, Pereira, T.S. 2

1Mestrado Profissional Biodiversidade em Unidades de Conservação - Escola Nacional de

Botânica Tropical - IPJBRJ ([email protected]) 2Pesquisador Titular - Instituto de Pesquisas

Jardim Botânico do Rio de Janeiro - IPJBRJ.

Na Mata Atlântica (MA), no decorrer da colonização e exploração econômica, foram destruídas

extensas áreas da sua cobertura vegetal. Atualmente, desde ações antrópicas até as mudanças

climáticas, entre outros fatores, continuam a ameaçar a manutenção da sua biodiversidade.

Apenas cerca de 20% da área original da MA ainda estão cobertas com remanescentes de

vegetação nativa, mas apenas 7,3% destes fragmentos florestais possuem mais de 100 ha e se

encontram bem conservados. A restauração da MA tem importante papel sendo uma das

possibilidades de manejo, que pode minimizar os processos de degradação/fragmentação da

paisagem que afetam diretamente a biodiversidade, levando a melhoria dos serviços

ecossistêmicos. Projetos de pagamento por serviços ambientais vêm se difundindo

rapidamente no Brasil e muitas são as lições aprendidas por parte dos implementadores.

Serviços ambientais/ecossistêmicos são benefícios viabilizados para a sociedade, que resultam

do bom funcionamento dos ecossistemas, e podem ser: culturais, reguladores, de provisão ou

de suporte. Em uma área urbana, durante a restauração de um trecho degradado de mata

ciliar nos domínios do Jardim Botânico do Rio de Janeiro foram realizadas cinco ações de

manejo envolvendo 39 espécies nativas: plantio, replantio, enriquecimento e duas

semeaduras diretas (Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr.). O

recobrimento/sombreamento (74%) da área antes degradada, explícita a prestação de serviços

reguladores e de suporte deste experimento. Serviços culturais são somados quando cerca de

80 aprendizes do Centro Socioambiental, estiveram envolvidos com as ações desse projeto,

durante os três anos, desenvolvendo sua capacitação através de atividades, que envolveram

desde a semeadura direta até os censos trimestais das mudas, fazendo da área do plantio uma

extensão da sala de aula. A restauração em áreas urbanas deve ser explorada em toda a sua

amplitude como ferramenta excepcional para provisão da melhoria dos serviços

ecossistêmicos. (Apoio: FAPERJ Nº de Processo APQ1 E-26/110.384/2012)

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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IMPLANTAÇÃO DA CARPOTECA DO HERBÁRIO HPL – HERBÁRIO DO JARDIM BOTÂNICO

PLANTARUM

Campos-Rocha, A.1

1Estudante de Pós-graduação, Biologia Vegetal, Unicamp; Biólogo, Jardim Botânico Plantarum.

([email protected])

As carpotecas são coleções biológicas que representam importante suporte para as pesquisas

em diversas áreas da botânica, sendo especialmente úteis no registro, identificação e

caracterização de espécies. Significam também um valioso recurso para outras áreas da

ciência, como nos trabalhos de interação ecológica, antropologia ou arqueologia, destacando-

se também como ferramenta de apoio nos programas de educação ambiental. Estabelecida no

ano de 2011, a carpoteca do Jardim Botânico Plantarum é uma coleção associada ao herbário

HPL, cujo principal propósito é disponibilizar de maneira didática frutos de espécies arbóreas

nativas da flora brasileira. Os frutos secos que já se encontravam depositados no acervo do

herbário HPL foram identificados e etiquetados, e acondicionados em caixas de madeira de

diferentes tamanhos, conforme sua quantidade e dimensão. Nas caixas foi fixada uma etiqueta

com a identificação científica e o nome popular, acompanhados pelo número de tombamento.

Todas as amostras foram registradas em um banco de dados informatizado, e associadas a seu

número de tombo, constam informações como procedência, data de coleta, dados do coletor,

além de eventuais observações sobre a planta. Para os frutos coletados posteriormente

procurou-se constituir uma exsicata correspondente a ser depositada no herbário HPL.

Atualmente, a carpoteca dispõe de um acervo de 441 exemplares, pertencentes a 395

espécies, sendo mais de 95% (376) nativas. As famílias mais representativas são Fabaceae e

Bignoniaceae, em conjunto respondendo por aproximadamente 20% dos cadastros. Destes,

cerca de 75% (303) está identificado ao nível de espécie, porém pouco mais de 10% (40)

apresenta uma exsicata relacionada. A carpoteca, além de tornar viável o armazenamento de

material do Herbário HPL, em particular frutos e infrutescências coletados em larga

quantidade, excessivamente grandes ou pesados, já contribui com um grande número de

projetos de pesquisa e atividades educacionais desenvolvidas pela equipe do Jardim Botânico

Plantarum.

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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TIPOS NOMENCLATURAIS DO HERBÁRIO DO JARDIM BOTÂNICO PLANTARUM (HPL) –

ARECACEAE

Campos-Rocha, A.1

1Estudante de Pós-graduação, Biologia Vegetal, Unicamp; Biólogo, Jardim Botânico Plantarum.

([email protected])

Tipos nomenclaturais são exsicatas utilizadas na descrição original de um táxon e selecionadas

pelo autor como sua permanente referência. Assim, tornam-se de grande importância para a

Botânica, sobretudo em áreas como a Taxonomia ou Sistemática. O herbário do Jardim

Botânico Plantarum (HPL) foi fundado em 2002 e atualmente conta com 13142 exsicatas

cadastradas, sendo 566 pertencentes à família Arecaceae. Realizou-se o levantamento e a

classificação dos seus tipos nomenclaturais com o objetivo de auxiliar na sua localização e

conservação, além de contribuir com estudos afins através de sua divulgação. Foram

levantadas as exsicatas de Arecaceae que apresentavam alguma observação informando

representar um tipo nomenclatural. Também foram selecionadas como possíveis tipos as

exsicatas coletadas anteriormente à data de publicação de seu táxon. Todo exemplar separado

teve seu status confirmado em sua obra princeps. Os tipos foram classificados com base na

respectiva obra princeps e segundo o Código Internacional de Nomenclatura Botânica. O

levantamento indicou a existência de 57 tipos nomenclaturais, dos quais 25 são holótipos, 22

parátipos e 10 isótipos, distribuídos em cinco gêneros e 27 espécies. São estes: Acrocomia

glaucescens, Butia catarinensis, B. lepidotispatha, B. matogrossensis, B. pubispatha, B. witeckii,

Geonoma bondariana, G. conduruensis, G. littoralis, G. meridionalis, G. telesana, Lytocaryum

itapebiensis, Syagrus allagopteroides, S; angustifolia, S. caerulescens, S. cerqueirana, S. deflexa,

S. evansiana, S. gouveiana, S. itacambirana, S. kellyana, S. longipedunculata, S. lorenzoniorum,

S. minor, S. pleiocladoides, S. procumbens e S. rupicola. Entre os táxons identificados com

holótipo (25), 10 dispõem de isótipo e 12 também de parátipo. Dois táxons contam apenas

com parátipo – Butia witeckii e Syagrus kellyana. A pesquisa sobre os tipos nomenclaturais de

Arecaceae ampliou em oito o número desses exemplares no acervo do Herbário HPL,

demonstrando também a relevância de sua coleção tanto quanto a necessidade de estudos

mais completos e aprofundados.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

117

DIVULGAÇÃO DA FLORA DO JARDIM BOTÂNICO DA UFRRJ ATRAVÉS DA REDE SOCIAL ONLINE

Pereira, C.N.1, Pereira-Moura, M.V.L.2

1Bolsista de Apoio Técnico-Acadêmico JB/UFRRJ, Discente do Curso de Ciências Biológicas,

UFRRJ ([email protected]). 2Docente do Departamento de Botânica, UFRRJ.

O Jardim Botânico da UFRRJ está localizado no campus universitário, no município de

Seropédica, na zona oeste do Rio de Janeiro, compreendendo uma área de 16,5ha

predominantemente composta por espécies arbóreas na maioriarepresentantes do bioma

Mata Atlântica. A divulgação científica ou popularização da ciência tem sido um dos temas que

vêm se destacando nas pesquisas na atualidade. Dessa maneira, este trabalho teve como

objetivo utilizar a rede social online (Facebook) como ferramenta para divulgação da flora do

JardimBotânico. Há cerca de um ano, as espécies estão sendo coletadas, de acordo com as

técnicas usuais; identificadas, através de bibliografias especializadas e dos

exemplaresdepositados na coleção do herbário RBE; descritas morfologicamente; registradas

através de fotografias e posteriormente postadas no Facebook.Além das descrições são

divulgadas informações sobre a família, distribuição geográfica, usos, nomes populares,

período de floração/frutificaçãoe número de exemplares existentes na área do Jardim

Botânico.Até o momento, foram postadas na rede social 17 espécies. As famílias mais

representativas em número de espécies foram Malvaceae, Fabaceae e Lecythidaceae.Espera-

se, através desta ferramenta de divulgação, alcançar ummaior acesso de pessoas (usuários) de

diferentes lugares, visando à socialização eampliaçãodo conhecimento produzido e também

fazer com que o público conheça o Jardim Botânico.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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ELABORAÇÃO DE UMA APOSTILA FOTOGRÁFICA DE CLASSIFICAÇÃO FLORAL E AUMENTO DA

COLEÇÃO BOTÂNICA DIDÁTICA DA UFF

Moraes, C.M.R.1, Lobão, A.Q.2, Boscolo, O.H. 2

1Graduanda em Ciências Biológicas, Universidade Federal Fluminense

([email protected]). 2Docente, Universidade Federal Fluminense.

Organografia é uma das bases da botânica para compreender e classificarvegetais. Devido a

desenhos mal elaborados ou fotografias pouco elucidativas dos livros, é importante auxiliar a

abordagem do tema para os alunos, facilitando o aprendizado. Logo, foi confeccionada uma

apostila fotográfica de morfologia floral contendo as estruturas e conceitos; fazendo parte da

elaboração de uma série de apostilas. Estruturas florais foram fotografadas, e os termos

botânicos utilizados foram os mais usuais escolhidos a partir de livros e chaves de identificação

de famílias botânicas. A apostila apresentaas partes constituintes da flor. O material foi

coletado nos seguintes locais:Campus do Valonguinho da UFF; Jardim Botânico (RJ); Parque

Estadual dos Três Picos, em Nova Friburgo; As fotos foram tiradas, as coletas identificadas,

prensadas e desidratadas em estufa. Exsicatas foram confeccionadas, aumentando a coleção

botânica didática da UFF; sendo utilizadas nas aulas práticas, caso alguma estrutura precisasse

ser visualizada e não tivessematerial fresco; ou para auxiliar a identificação novas coletas

através da comparação. As câmeras utilizadas foram Coolpix S3100 da Nikon e Sony Cyber Shot

DSC W130, as fotos foram tratadas no Adobe Photoshop CS5.1, sem alterar a imagem, e o

Power Point, para organização das fotos e descrições.Foram depositadas 160 espécimes na

coleção e 19 flores foram fotografadas.A avaliação do uso da apostila foi realizada na disciplina

Vegetais Superiores de 2012durante as aulas práticas e em uma gincana fotográfica dentro do

campus. A atividade motivou os alunos que precisaram fotografar diferentes estruturas,

auxiliando o reconhecimento e identificação das estruturas pedidas.Assim, a importância deste

trabalho foi perceptível para o auxílio e entendimento do conteúdo, pois as imagens

aproximaram os conceitos vistos em aula teórica com o material da aula prática, sendo

possível assimilar o conteúdo de maneira prática e fácil, cumprindo, então, com o objetivo da

mesma.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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HERBÁRIO DIDÁTICO - COLÉGIO UNIVERSITÁRIO GERALDO REIS – COLUNI/UFF

Moreira, F.F.1, Moreira, C.S.2, Silva, P.H.2

1 Professor do Colégio Universitário Geraldo Reis COLUNI/UFF ([email protected]), 2

Aluno(a) do Colégio Universitário Geraldo Reis COLUNI/UFF.

O Colégio Universitário Geraldo Reis (COLUNI/UFF) é uma unidade acadêmica ligada a Pró-

Reitoria de Graduação (PROGRAD) da Universidade Federal Fluminense (UFF), e se destina ao

atendimento da demanda de Educação Básica. Um herbário representa um conjunto de

espécimes vegetais que, prensados e secos, são dispostos obedecendo algum critério de

classificação e podem ser utilizados como referência para diversos estudos científicos. O

herbário didático é um laboratório multidisciplinar onde os alunos aprendem técnicas de

coleta, prensagem, secagem e montagem das amostras botânicas. O presente trabalho teve

como objetivo criar uma coleção de espécimes vegetais desidratados para proporcionar uma

maior interação entre os alunos e a disciplina de ciências biológicas no que tange a botânica,

complementando assim o processo de ensino aprendizagem. Os espécimes foram coletados no

campus do COLUNI e no entorno da referida unidade educacional, sendo posteriormente

submetidos às técnicas usuais de herborização. Todo material montado foi acondicionado em

sacos plásticos com pastilhas de cânfora para evitar ataque de insetos. As exsicatas foram

organizadas em ordem alfabética de espécie, visando facilitar a manipulação das mesmas

pelos alunos. Foram montadas 46 exsicatas de espécies exóticas (65%) e, nativas (45%) da flora

brasileira. O maior percentual é de plantas conhecidas popularmente como medicinais, cerca

de 80%, com destaque para o gênero Ocimum com duas espécies. Dos táxons coletados 90%

possuíam hábito herbáceo e eram cultivados nos quintais da vizinhança. Foi desenvolvida uma

tabela com o uso medicinal de algumas espécies, utilizando o conhecimento popular local e

bibliografia pertinente. A criação do herbário escolar proporcionou maior reconhecimento da

vegetação local, identificação dos benefícios das plantas para a sociedade enfatizando os

serviços medicinais e motivação da atividade prática ao ensino da botânica.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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A SUBTRIBO ZYGOPETALINAE (ORCHIDACEAE) EM HERBÁRIOS DO LESTE DO BRASIL:

DIAGNÓSTICO DAS COLEÇÕES.

Barberena, F.F.V.A.1,4, Meneguzzo, T.E.C.2,5, Baumgratz, J.F.A.3,5

1Doutorando. ([email protected]) 2Mestrando. 3Professor/pesquisador. 4Programa

de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Botânica). Museu Nacional. Universidade Federal do

Rio de Janeiro. 5Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

As coleções botânicas são a principal fonte para estudos sobre diversidade vegetal, pois

revelam informações primárias sobre dados de campo, possibilitando a sistematização de

dados biológicos e geográficos. O Brasil é um país megadiverso em orquídeas e mais de 50%

das espécies ocorre na Floresta Atlântica. Zygopetalinae é neotropical, com dois centros de

diversidade: os Andes-Mesoamérica e o leste do Brasil. Para este país são registrados 23

gêneros e 113 espécies dessa subtribo, que ocorrem em todos os domínios fitogeográficos,

exceto Pantanal e Pampas. Considerando-se que as coleções botânicas são fundamentais para

trabalhos taxonômicos, filogenéticos e voltados para conservação, analisa-se a

representatividade qualiquantitativa das coleções de Zygopetalinae em herbários do leste do

Brasil e a importância para avaliação de grau de ameaça dos táxons. Realizou-se o

levantamento de 22 herbários das Regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Analisaram-se 957

espécimes de 17 gêneros e 63 espécies. Zygopetalum, Dichaea e Promenaea são os gêneros

mais representativos em herbários e Zygopetalum maculatum (Kunth) Garay é a espécie mais

coletada. Hoehneella, Pabstia e Neogardneria, gêneros endêmicos do Brasil e da Floresta

Atlântica, são pouco amostrados. 80% das espécies ocorrem na Mata Atlântica, enquanto a

Amazônia, o Cerrado e a Catinga abrigam apenas 46%. O herbário SP documenta a maior e

mais diversa coleção de Zygopetalinae, com 17 gêneros e 185 espécimes. De modo geral, 10%

dos exemplares permanecem identificados somente em nível genérico, pois se encontram em

estado vegetativo ou em fruto. A maioria dos herbários concentra uma representatividade de

amostras relativas ao estado onde estão localizados. Este diagnóstico permite identificar,

ainda, vários endemismos e a maior densidade de ocorrência na Mata Atlântica. Entretanto,

mostra a necessidade de estudos nos demais domínios fitogeográficos, visando à conservação

dos táxons e o estabelecimento de áreas prioritárias para estudos florísticos e taxonômicos e

alocação de recursos financeiros.

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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AS PERCEPÇÕES DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL (9°ANO) SOBRE BOTÂNICA

¹Macedo, M.C.G.², Costa, F.S.N.

¹Biólogo, Professor. ²Acadêmica da Faculdades Integradas Maria Thereza - FAMATh.

([email protected])

No processo de formação dos cidadãos, tanto intelectualmente como em seu

desenvolvimento, é notória a importância dos conteúdos escolares. Tendo em vista essa

perspectiva do ensino de Ciências no contexto escolar, as aulas de botânica são consideradas

desinteressantes. Neste trabalho, temos como objetivo descrever a percepção dos alunos nas

atividades relacionadas à botânica. A pesquisa foi realizada em dez escolas da Rede Privada e

Pública, nos Municípios de São Gonçalo e São João de Meriti do Estado do Rio de Janeiro, com

perguntas conceituais sobre o reino Plantae, onde foi investigado em turmas do 9°ano do

Ensino Fundamental o seu aprendizado através da aplicação de um questionário com 10

perguntas discursivas. Desta forma, foi possível avaliar e identificar o nível de aprendizado e

conhecimento dos alunos. Suas respostas comprovaram o quão distante estão da Botânica, ou

seja, demonstraram pouco domínio sobre reino Vegetal. Grande parte das respostas foi

inadequada, algumas corretas, porém respondidas do mesmo modo que escrito nos textos

impressos ou apontamentos durante as aulas, o que de fato nos mostra a realidade do ensino.

Portanto, concluímos que para um aprendizado eficaz são necessárias iniciativas criativas de

aulas práticas na área de Botânica para que a mesma torne-se um instrumento que desperte

interesse na formação e construção do conhecimento dos alunos.

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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HERBIE FÉE: A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DE UMA COLEÇÃO

Gaspar, J.M.C.1, Heizer, A.L.2

1Estudante de graduação em história, UFRJ; bolsista PIBIC - JBRJ ([email protected]), 2pesquisadora, Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Este projeto tem como objetivo analisar a trajetória histórica de uma coleção, HerbiéFée. Tal

coleção foi organizada por Antoine Laurent Apollinaire Fée (1789-1874), importante

farmacêutico e botânico francês de seu tempo, e que esteve em constante ligação com outros

naturalistas de renome que viviam aqui no Brasil como, por exemplo, Auguste Glaziou (1705-

1784). A coleção reunida pelo botânico é considerada uma das coleções fundadoras do

herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A “HerbiéFée” foi adquirida pelo Imperador D.

Pedro II (1825-1891) durante uma visita ao naturalista em 1871 e posteriormente doada ao

botânico João Barbosa Rodrigues (1842-1909). Para circunstanciar o naturalista, realizamos

leituras e discussão textuais sobre práticas colecionistas, além disso, utilizamos obras

publicadas por Apollinaire Fée, disponibilizadas tanto na Biblioteca Nacional (RJ) quanto no site

Enciclopédia Virtual Gallica. Para investigar a visita feita por D. Pedro II ao botânico, foram

analisados os registros dos portos localizados no Arquivo Nacional e fontes secundárias, como

artigos e teses.Pode-se concluir que Auguste Glaziou foi de extrema importância na criação da

coleção Fée, pois o mesmo lhe enviou espécimes da flora brasileira para que o naturalista

francês as classificasse, este ainda foi quem introduziu, por meio de uma carta, o botânico

Féea D. Pedro II, o que foi fundamental para compreendermos a criação e o percurso da

coleção, do campo ao herbário. Após análise de documentação disponível em instituições de

pesquisas do Rio de Janeiro, foi possível identificar a importância de Glaziou para a criação da

coleção Herbie Fée e a centralidade de Estrasburgo como um polo de produção de

conhecimento.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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PEDRO CARAUTA –NATURALISTA E BOTÂNICO

Reis, K.C.G.¹, Paiva, V.F.¹

1Estagiárias do Museu Nacional/UFRJ. ([email protected])

Este trabalho busca abordar a importância da trajetória de Jorge Pedro Pereira Carauta,

Marechal Hermes, RJ, 1930, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, possui

mestrado em Ciências Biológicas pelo Museu Nacional/UFRJ e doutorado pela Universidade

Presbiteriana Mackenzie. Trabalhou como geólogo, zoólogo, botânico, ecólogo e professor.

Mesmo aposentado continua atuando como Professor Associado ao Departamento de

Botânica do Museu Nacional/UFRJ. Daremos, neste trabalho, ênfase às coletas deste

importante naturalista, buscando dados em herbários. Até o momento foram contabilizadas

2.980 coletas, sendo 76 tipos. Os espécimes estão distribuídos em 164 famílias botânicas,

estando classificados como: Fungos (1), Briófitas (3),Licófitas e Samambaias(284),

Gimnospermas (2) e Angiospermas (2690). Deste último grupo, são 146 Angiospermas Basais,

356 Monocotiledôneas e 2.188 Eudicotiledôneas. Moraceae, família à qual deu ênfase a seus

estudos, foi a com maior número de coletas, com 538 exemplares. Dentre as inúmeras

contribuições para a ciência, publicou 28 artigos, sete livros e recebeu até o momento 32

prêmios e títulos. Pela sua importânciano meio acadêmico, foi homenageado com mais de dez

epítetos com seu nome.

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COLEÇÃO DE LÍQUENS DO HERBÁRIO DO MUSEU NACIONAL

Batista, L.M.¹, Barbosa, R.S.², Martins, V.L.C.³, Paiva, V.F.4, Oliveira, M.C.5, Faria, E.5,

Menezes,M.6

1Estudante de graduação ([email protected]); ²Bolsista AT do CNPq; ³Bióloga; 4Bolsista

DTI do CNPq; 5Técnicos em Herbário 6Professora. Museu Nacional/UFRJ

A Coleção de Líquens ou Fungos liquenizados do Herbário do Museu Nacional reúne em seu

acervo cerca de 2.700 exemplares coletados por naturalistas estrangeiros como Malme,

Santesson e Regnell, durante o século XIX. O acervo possui coletas realizadas tanto no Brasil,

quanto em outros países como Argentina, Chile, Equador, França e Austrália. Dentre o acervo

destacam-se as coleções históricas: Lichenes Austroamericani ex Herbario Regnelliano

distribuídos em 18 fascículos e o Lyceu de Goyas. Em Setembro de 2012 iniciou-se o processo

de organização e informatização do acervo, procedendo-se, então, a reorganização das

exsicatas e a digitação dos dados contidos nas exsicatas em planilha Excel. Até o momento

foram digitados 1.651 exemplares divididos em 53 famílias das quais 30,8% pertencentes à

famíliaParmeliaceae, 11,1% a Lobariaceae, 8% a Roccellaceae, 7,3% a Ramalinaceae, 5,8% a

Physciaceae, 3,8% a Cladoniaceae e Peltigeraceae, 3,5% a Teloschistaceae e 8.1% sem

identificação. Do total de exemplares até agora examinado, 150 são “tipos”. Os resultados

obtidos até agora demonstraram a necessidade de uma revisão taxonômica do acervo, assim

como a restauração das coleções históricas de maneira geral e a divulgação dos dados de

maneira livre e aberta à comunidade. (Apoio INCT- Herbário Virtual, CNPq.)

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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A FAMÍLIA ALISMATACEAE VENT. NO HERBÁRIO DO MUSEU NACIONAL (R):

INFORMATIZAÇÃO, DIVERSIDADE E RELEVÂNCIA

Santos, L.A.¹, Bove, C.P.²

1Estudante de Graduação, Museu Nacional/UFRJ ([email protected]). 2Professor

Associado, Museu Nacional/UFRJ.

Alismataceae é uma família de monocotiledônea pertencente à ordem Alismatales. São ervas

rizomatosas amplamente distribuídas em lagoas de água doce, brejos, lagos, rios e riachos.

Possui 16 gêneros, dos quais no Brasil ocorrem,Echinodorus Rich. (25 spp.), Hydrocleys Rich. (5

spp.), Limnocharis Bonpl. (2 spp.) e Sagittaria L. (6 spp.), totalizando 38 espécies. A família está

presente nas cinco regiões, em todos os domínios fitogeográficos. A metodologia consistiu na

restauração das exsicatas com a troca de camisas e saias, atualização de nomenclatura através

de consulta a sites especializados e informatização dos dados contidos nas etiquetas no

programa Microsoft Excel.O Herbário do Museu Nacional (R) conta com 376 registros,

distribuídos nos gêneros mencionados acima, além dos alóctones, Alisma L., Baldellia

Parl.,Caldesia Parl. e Damasonium Mill, totalizando uma diversidade de 47 espécies e 17

espécimes não identificados. Contamos também com muitas exsicatas de grande valor

histórico, coletadas no século XIX e no início do séc. XX, por botânicos de renome internacional

(e.g. Hoehne, Luetzelburg, Lutz e Ule), além do holótipo de E. glaucus Rataj. Todos os registros

foram restaurados e informatizados para a disponibilização na rede SpeciesLink. Comparando-

se às espécies registradas para a família na Lista do Brasil, com as representadas nos herbários

brasileiros, o Herbário do Museu Nacional (R), possui a maior diversidade (26 spp.), seguido

pelos herbários RB (21 spp.), BHCB (20 spp.), CPAP e EAC (18 spp.). Dos herbários estrangeiros

destaca-se o MOBOT com 19spp. Constatou-se que dentro dos domínios fitogeográficos,17

espécies das 22encontradas no Cerrado, 16 das 17 da Mata Atlântica, 13 das 16 da Caatinga,

13 das 17 da Amazônia, 7 das 10 do Pantanal e todas as 3 espécies encontradas no Pampa,

estão representadas. Nota-se quea maioria das espécies ocorre em mais de um domínio.

(FAPERJ e CNPq)

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UM ESPAÇO COM AMBIENTE AQUÁTICO INTEGRANDO ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NA

UNIRIO

Leal, L.L.1,4, Moura, Alves, T.P.1,4, Cavalcanti, L.G.F.2,4, Pernas, J.W.2,4, Conceição, P.F.1,4,

Martins, J.A.B.2,4, Patreze, C.M3,4

1Graduando em Ciências Ambientais ([email protected]); 2Graduando em Ciências

Biológicas; 3Docente do Instituto de Biociências, Departamento de Botânica; 4Universidade

Federal do Estado do Rio de Janeiro.

O espaço com ambiente aquático faz parte de um jardim didático, um projeto de extensão

universitária criado em 2010 no Instituto de Biociências da UNIRIO, que tem a finalidade de

auxiliar o ensino de graduação e oferecer visitas guiadas à comunidade. Neste espaço,

denominado “lago didático” há o cultivo de algas macro e microscópicas e animais de pequeno

porte, formando um ecossistema. A manutenção deste ambiente aquático envolve a pesquisa

e dedicação de alunos bolsistas e voluntários do projeto, além do mesmo estar disponível para

pesquisas científicas. Este espaço é associado ao ensino, pois é utilizado em disciplinas

curriculares, envolvendo também discentes na atividade de monitoria. O trabalho de

monitoria tem como objetivo desenvolver atividades para formação, incentivar a interação

entre alunos e o professor e auxiliar na compreensão da disciplina. Para preparar as aulas

práticas ou evidenciar os organismos durante as visitas guiadas, amostras da água do lago e

das plantas dos canteiros do jardim foram coletadas. As amostras retiradas da água foram

recolhidas e armazenadas em potes plásticos e, posteriormente, levadas ao laboratório, onde

foram preparadas lâminas para a observação em microscópios. Plantas do filo Bryophyta e

Pterophyta também foram recolhidas do jardim e levadas para observação. Dentre os

espécimes recolhidos tanto do lago, quanto dos canteirosforam observadas algas do

gêneroStaurastrum e Volvox (filo Clorophyta), e Aulacoseira (filo Bacillariophyta), por exemplo,

além de protozoários do gênero Vorticella (filo Ciliophora).Desta maneira, apesar de

inicialmente ser um projeto vinculado ao ensino da botânica, o lago é um ecossistema com

diversos organismos integrados. A utilização do jardim e do lago na monitoria e nas visitas

guiadas auxilia numa melhor compreensão das estruturas e funcionamento dos organismos

integrando ensino, pesquisa e extensão.(PROExC – UNIRIO)

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MODELOS DIDÁTICOS TRIDIMENSIONAIS REALÍSTICOS PARA ENSINO DE ANATOMIA DA

MADEIRA

Albuquerque, R.P.¹, Nascimento, L.B.¹, Brandes, A.F.N.², Joffily, A.²

1Estudante de graduação. Universidade Federal Fluminense

([email protected]) 2Professor adjunto. Universidade Federal Fluminense.

Durante o processo de ensino-aprendizado de anatomia vegetal é comum os alunos

encontrarem dificuldades na compreensão da organização do xilema secundário. O xilema

secundário, também chamado de madeira, é muito utilizado em estudos ecológicos e na

identificação de espécies. Por ser um tecido composto por diferentestipos celulares

organizados num sistema axial e radial, realizar uma visualização cautelosaé imprescindível

para compreensão de como essas células estão distribuídas no tecido. Uma habilidade

fundamental para alunos que estudam botânica é oentendimento da anatomia vegetalem três

dimensões. Durante observações em anatomia geralmente são analisadas lâminas ou planos,

ou seja, o aluno tem uma visãobidimensionaldos tecidos, estruturas e órgãos. A partir dessas

observações o aluno deve fazer uma reconstrução e ter um entendimento tridimensional.

Contudo,frequentemente isso não acontece e eles cometem erros quanto àinterpretação da

forma geométrica.Para suprir essa carência de entendimento tridimensional e para facilitar os

apontamentos, foram elaborados oito modelos didáticos. Esses modelos foram construídos

com cubos de MDF e sobre eles coladas fotos dos planos: transversal, longitudinal radial e

longitudinal tangencial. Foi utilizada para a obtenção das imagens uma câmera digital acoplada

a um microscópio estereoscópico. As espécies utilizadas para a elaboração dos modelos

foram:Cedrelafissilis(Meliaceae);Hymenaeacourbaril(Leguminosae);Erismauncinatum(Vochysia

ceae); Hymenolobium petraeum(Leguminosae); Amburana cearenses(Leguminosae);

Couratarisp.(Lecythidaceae); Ocotea porosa(Lauraceae);Cordiasp. (Boraginaceae).Essas

espécies foram selecionadas porquepermitem observarvariações em características

relacionadas a: elementos de vaso;parênquima axial; raios; fibras e outras estruturas da

madeira. A aplicação dos modelos em aulas de anatomia vegetal na graduação e na pós-

graduação permitiu detectar que modelos facilitam a visualização de diferenças na

organização das células que compõem o lenho, como se estivessem sendo observadas com um

equipamento óptico, ou seja, possibilitaram uma visualização realística do xilema secundário.

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LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DE UMA ÁREA RESTAURADA NO MUNICÍPIO DO RIO DE

JANEIRO/RJ

Muler, A.E¹. & Braga, J.M.A.2

1Aluna de mestrado no programa de Pós-Graduação do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico

do Rio de Janeiro ([email protected]). 2Pesquisador do Instituto de Pesquisas Jardim

Botânico do Rio de Janeiro.

O levantamento florístico pode contribuir de diversas maneiras para a conservação de espécies

e biomas. Neste estudo, o levantamento florístico colaborou para o monitoramento de uma

área de Mata Atlântica urbana restaurada e, neste contexto, inventariou 55 hectares de

floresta urbana restaurada com idade de 20 anos e que teve 75 espécies implementadas no

município do Rio de Janeiro. Objetivou avaliar a estrutura da floresta. Para isso foram alocadas

30 parcelas de 10x10m na área restaurada e todos os indivíduos com DAP ≥ 5cm (DAP =

diâmetro à altura do peito - 1,3m do solo) foram incluídos. Na área foi registrado um total de

264 indivíduos, sendo 62 espécies pertencentes a 18 famílias. As famílias mais abundantes

foram: (1) Fabaceae com 168 indivíduos; (2) Bignoniaceae com 19; e (3) Myrtaceae com 16. As

espécies mais abundantes foram: (1) Mimosa caesalpiniifolia com 63 indivíduos; (2)

Anadenanthera colubrina com 27; e (3) Piptadenia gonoacantha com 19. O Índice de

Diversidade de Shannon foi de H’=3,238 enquanto o de Equabilidade de Pielou foi de J’=0,784.

Dessa forma, a área já apresenta uma estrutura arbórea florestal com, pelo menos, 73% da

riqueza de espécies implantadas, no entanto, caracterizou-se por apresentar poucas espécies

dominantes e um grande número de espécies raras. Assim, se fazem necessários estudos que

verifiquem a chegada de novas espécies na regeneração para que se avalie o futuro da floresta

quanto à riqueza, diversidade e, consequentemente, o futuro da sucessão florestal. (Apoio

Capes e FAPERJ)

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EFEITO DA CONECTIVIDADE NA REGENERAÇÃO NATURAL DE UM FRAGMENTO FLORESTAL DE

MATA ATLÂNTICA.

Luiz, N.C.1, Souto, M.L.1, Uzêda, C.M.2

1Estudante de graduação de Engenharia Florestal, UFRRJ. ([email protected]). 2Pesquisadora, EMBRAPA Agrobiologia.

O isolamento de fragmentos pequenos compromete o processo de regeneração levando ao

predomínio de espécies pioneiras que amplificam o efeito de borda para todo o fragmento.

Este trabalho teve como objetivo caracterizar a dinâmica de regeneração de um fragmento

pequeno estruturalmente conectado a um maciço florestal a partir do monitoramento do

seubanco de plântulas. O fragmento estudado tem 1 ha e está localizado em São José do Vale

do Rio Preto, no estado do Rio de Janeiro. Para execução do trabalho foram estabelecidos

conjuntos de 9 parcelas de 2X 1m ao longo do gradiente borda-interior do fragmento (15, 25 e

50 m). Nessas parcelas a avaliação dariqueza e a abundância de indivíduos do banco de

plântulas ocorreuao fim da estação chuvosa.As plântulas foram identificadas em nível de

espécie e foram caracterizadas quanto ao estágio sucessional e síndrome de dispersão. No

total foram encontradas 18 famílias, 30 gêneros e 43 espécies. As famílias com maior riqueza

de espécies foram: Fabaceae com 8 espécies, seguida de Lauraceae e Rubiaceae, ambas com4

espécies cada.As parcelas estabelecidas a 15 e 25 m do início do fragmento apresentaram uma

dominância de indivíduos de espécies pioneiras (65,9 % e 58,2% respectivamente),

contrastando com as parcelas estabelecidas a 50 m cuja dominância é de espécies secundárias

iniciais. A variação da composição da comunidade indica que a conexão do fragmento avaliado

com o maciçoauxilia na manutenção da dinâmica do processo regenerativo.

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FLORA DO SÍTIO 13 NO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA TAQUARA, DUQUE DE CAXIAS, RJ –

PRIMEIROS RESULTADOS.

Macedo, M.C.G.¹, Caldas, D.K.D.²

¹Biólogo, Professor. ²Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas, Unigranrio.

([email protected])

O levantamento de plantas da Mata Atlântica indica que muitas espécies vegetais são

utilizadas para atividades econômicas. Mostra também a importância de se desenvolver o

manejo das plantas, para garantir a sustentabilidade das espécies nas áreas de conservação.

No estado do Rio de Janeiro, o Município de Duque de Caxias possui o Parque Natural

Municipal da Taquara (PNMT), uma unidade de Mata Atlântica entre a Área de Proteção

Ambiental de Petrópolis e a Reserva Biológica do Tinguá, formando um corredor ecológico.

Possui grande diversidade de flora e fauna. Devido a estas características, torna-se uma

unidade de interesse biológico. O objetivo do trabalho é reconhecer a diversidade da flora

ocorrente na região do Sitio 13 no Parque Natural Municipal da Taquara e fornecer subsídios

para estudos futuros sobre a conservação da área, visto que esta se encontra em região de

preservação permanente, considerando que os resultados do estudo fornecem dados de

conhecimento taxonômico e sustentável. As coletas de dados foram obtidas através do

método do caminhamento, os espécimes coletados foram herborizados segundo técnicas

usuais e depositadas em herbários de referência, a identificação foi feita com base em

bibliografia específica. Foram coletados 70 indivíduos, pôde-se observar predominância de

indivíduos das famílias Dryopteridaceae, Rubiaceae, Piperaceae e Melastomataceae.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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FLORA DO RIO DE JANEIRO: POTAMOGETONACEAE

Barcelos, F.R.B.1,2, Bove, C.P.1,3

1Laboratório de Plantas Aquáticas. Depto de Botânica, Museu Nacional/Universidade Federal

do Rio de Janeiro. 2bolsista PIBIC/CNPq ([email protected]). 3Professora Associada.

A família Potamogetonaceae (Lilianae, Alismatales) é composta por plantas de grande

importância para a fauna aquática, por servir-lhes de alimento e abrigo. São ervas submersas

fixas, flutuantes fixas e emergentes, de distribuição subcosmopolita, com a maioria das

espécies encontradas em ambientes temperados. São constituídas por quatro gêneros:

Groenlandia, Potamogeton, Stuckenia e Zannichellia e cerca de 100 espécies. No Brasil a

família é representada por três gêneros e 11 espécies. Este estudo teve como objetivo realizar

o levantamento das espécies de Potamogetonaceae encontrados no Estado do Rio de Janeiro.

Foi realizada a revisão bibliográfica, levantamento e análise das exsicatas registradas nos

principais herbários do estado (HB, R, RB, e RFFP), descrições das espécies e elaboração de

uma chave dicotômica para reconhecimento dos táxons. No Estado do Rio de Janeiro há

registro apenas de Potamogeton, representado por quatro espécies nos biomas de formações

pioneiras, floresta ombrófila densa de terras baixas e ombrófila densa montana; distribuídos

em sete municípios (Cabo Frio, Carapebus, Itatiaia, Jacarepaguá, Macaé, São João da Barra e

Teresópolis): P. illinoensis são ervas submersas fixas e/ou flutuantes fixas, com folhas

submersas elípticas, obovadas a oblanceoladas, sésseis ou curto pecioladas, curvinérveas e

folhas emersas lineares. Pode ser encontrada em água doce ou salobra e alcalina, em

ambientes lênticos ou lóticos. Potamogeton montevidensis são ervas submersas fixas,

flutuantes fixas e/ou emergentes, com folhas submersas lineares a linear-lanceoladas, sésseis,

paralelinérveas e folhas emersas lanceoladas. Podem ser encontradas em lagoas e rios de água

doce. Potamogeton polygonus são ervas submersas fixas, pouco ou não ramificadas no ápice,

com folhas submersas lineares, entrenós curtos e folhas emersas ausentes. Potamogeton

pusillus são ervas submersas fixas, de rizomas ausentes, muito ramificadas no ápice, com

folhas submersas lineares, entrenós longos e folhas emersas ausentes; geralmente possuem

duas glândulas oleíferas, vermelhas, translúcidas na região dos nós. (CNPq)

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LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DO MUSEU ANTÔNIO PARREIRAS, NITERÓI, RJ

Martins, I.S.S.1, Fevereiro, P.C.A.2

1Técnico em Assuntos Educacionais, UFRJ ([email protected]). 2Professor, UFF.

O levantamento florístico é uma importante etapa no estudo de uma comunidade vegetal,

pois permite o conhecimento do grau de potencialidade da área e fornece informações básicas

para subsidiar estudos futuros. O levantamento pode revelar espécies de interesse econômico,

de uso tradicional das comunidades e auxiliar na definição de estratégias de manejo da flora e

conservação ambiental. Este trabalho objetivou identificar as espécies de pteridófitas,

gimnospermas e angiospermas do jardim do Museu Antônio Parreiras localizado no Bairro do

Ingá, em Niterói, RJ. O levantamento é relevante, pois servirá de base para projetos de

reformulação e manutenção do jardim. A identificação das espécies foi realizada através de

consultas à literatura e às chaves taxonômicas e por comparações entre amostras colhidas no

local de estudo e amostras existentes no herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Foram

encontrados 106 táxons específicos, distribuídos em 97 gêneros e 50 famílias, dos quais 99

(93,40%) foram identificados em nível específico, 3 (2,83%) identificados em nível de gênero e

4 (3,77%) em nível de família. Das 99 espécies identificadas, 60 (60,61%) são nativas do Brasil e

39 (39,39%) são de origem exótica, sendo 55 (55,55%) espécies de plantas com potencial

ornamental, 9 (9,09%) de árvores frutíferas, 14 (14,14%) de plantas daninhas e 21 (21,21%) de

árvores nativas da mata atlântica. Foram elaborados álbuns contendo exsicatas da maioria das

espécies visando facilitar o reconhecimento e a localização dos exemplares no jardim. Como

93,40% das espécies encontradas foram identificadas em nível específico, o levantamento foi

considerado eficiente e preciso.

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A FAMÍLIA CAMPANULACEAE NO PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA, RJ

Rollim, I.M.1, Trovó, M. 2

1Estudante de graduação, Universidade Federal do Rio de Janeiro ([email protected]). 2Professor Adjunto, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Campanulaceae compreende 2.400 espécies distribuídas em 84 gêneros. Caracteriza-se pela

presença de estilete sem indúsio e com pelos coletores, androceu isostêmone com cinco

estames, anteras introrsas e sistema lactífero bem desenvolvido. Possui distribuição

cosmopolita, ocorrendo em diversos habitats. O Parque Nacional do Itatiaia apresenta relevo

bastante acidentado com diferentes habitats e consequente riqueza biológica. Toda a área

encontra-se no bioma Mata Atlântica, que atualmente está ameaçado, apresenta elevada

biodiversidade e ocorrência de numerosas espécies endêmicas. O objetivo deste trabalho é

realizar o tratamento florístico das espécies de Campanulaceae na área do Parque, detalhando

sua morfologia e distribuição geográfica, contribuindo assim para a conservação das espécies e

do habitat que ocupam. Para coleta de material foram realizadas até o momento duas

expedições, uma no verão e outra no inverno. Para complementar as descrições e os dados de

distribuição das espécies, foram analisados materiais depositados em coleções botânicas

relevantes. Foi construída uma chave de identificação para todos os gêneros e espécies da

família encontrados nas expedições. As descrições das espécies são baseadas na morfologia

externa de todo material coletado, como também no material depositado nos herbários

consultados. Para a região do Itatiaia são citadas duas espécies do gênero Lobelia L. e quatro

espécies do gênero Siphocampylus Pohl. Até o momento foi coletada apenas uma espécie do

gênero Lobelia: L. camporum Pohl; e três espécies do gênero Siphocampylus: S. duploserratus

Pohl, S. longepedunculatus Pohl e S. westinianus (Thunb.) Pohl. Alguns indivíduos estudados

não possuem flores, sendo difícil a determinação correta. As espécies foram encontradas

majoritariamente na parte alta do Parque, estão distribuídas principalmente nos campos de

altitude, em meio a gramíneas e arbustos. Até o momento não foi possível detectar a presença

de espécies endêmicas ou raras, sendo necessário um estudo maior da região.

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LEVANTAMENTO FLORÍSTICO NA FAZENDA DO INSTITUTO VITAL BRAZIL EM CACHOEIRAS DE

MACACU

Silva, J.G.¹, Pilla, T.P.¹,²

1Prof. Associado, Universidade Federal Fluminense ([email protected]). 2Biólogo, Instituto

Vital Brazil, IVB.

A Fazenda Vital Brazil encontra-se no Km 35 da estrada RJ-122, na localidade de Lugarejo

Ambrósio/Cachoeiras de Macacu, entre as coordenadas 22°30'42,86"S 42°42'51,27"O.

Inaugurada em 28 de abril de 2010, seu principal objetivo é a criação de equinos utilizados no

processo da obtenção de plasmas como insumo farmacêutico ativo (IFA) à produção de soros

hiperimunes. Possui 17 alqueires (79 ha), sendo 20 ha de mata preservada na vertente

atlântica da Serra do Mar, dentro da Floresta Ombrófila densa (stricto sensu), em um relevo

variando de 30 a 110 m.n.m., formado por pequenas elevações tipo meia laranja. Segundo a

classificação de Köppen, enquadra-se no clima do tipo Af (tropical úmido). Encontra-se

próximo a importantes unidades de conservação (Reserva Ecológica de Guapiaçu, Parque

Estadual dos Três Picos). O objetivo do trabalho é o levantamento florístico das principais

espécies nativas ocorrentes dentro e no entorno da fazenda. Em campo, foi usado o método

de caminhamento, reconhecendo-se in loco arbóreas, arbustivas, herbáceas, lianas e epífitas,

por turnês guiadas e entrevistas abertas com funcionários antigos. Amostras férteis foram

coletadas, fotografadas e preparadas para herborização. A identificação botânica foi

confirmada, pelo exame detalhado do material fotográfico e de exsicatas, com o auxílio da

literatura taxonômica baseada no Sistema APG III. Como resultado, foi elaborada uma lista

preliminar de espécies com 224 espécies, pertencentes a 53 famílias e 134 gêneros. As famílias

mais representativas em número de espécies foram Leguminosae, Lauraceae, Euphorbiaceae e

Meliaceae para as arbóreas e Rubiaceae, Piperaceae e Melastomataceae para espécies

arbustivas e herbáceas do sub-bosque. Os principais fragmentos florestais tem estratificação

vertical bem estruturada, com um estrato dominante de 20 a 25 metros de altura, com

madeiras nobres e uma diversidade expressiva de formas de vida com elementos que atestam

um bom estado de conservação.

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LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E FISIONÔMICO NO VALE DOS DEUSES, PARQUE ESTADUAL

DOS TRÊS PICOS, NOVA FRIBURGO, RJ

Garcia, J.V.¹,³, Lobão, A.Q.²,³

¹Estudante de Graduação ([email protected]). ²Professor/pesquisador. ³Universidade Federal

Fluminense.

Atualmente, o estado do Rio de Janeiro abriga 16,73% do total restante da Mata Atlântica,

sendo um importante refugio desse bioma, que é considerado um dos 34 hotspots existentes

no planeta. O Parque Estadual dos Três Picos (PETP), Nova Friburgo, localizado nesse Estado,

ainda possui fragmentos de Mata Atlântica, em especial, de vegetação de altitude, tais como

Floresta Ombrófila Densa Montana e Alto Montana. Entretanto, tal vegetação vem sendo alvo

de diversas ações antrópicas que põe em risco a alta diversidade local. Tendo em vista que

para se preservar é fundamental que se conheça a região, o objetivo do trabalho foi o

levantamento florístico e fisionômico no Vale dos Deuses, PETP, Nova Friburgo. Para tal foram

realizadas excursões semestrais. O material coletado, depois de processado, foi depositado no

herbário do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB), com duplicatas

enviadas a Universidade Federal Fluminense (UFF). A identificação foi feita através de chaves,

comparação e ajuda de especialistas. Foram coletados 161 espécies, distribuídas em 86

gêneros e 59 famílias, distribuídas em quatro fisionomias distintas que chamamos de área

alagada, campo, floresta e campo de altitude. A família com maior riqueza específica foi

Asteraceae com 19 espécies (11% do total), seguida por Melastomataceae com 15; Solanaceae

com 10; Orchidaceae com oito, Myrtaceae e Verbenaceae, sete cada; Bromeliaceae,

Lamiaceae e Leguminosae, cinco cada e Rubiaceae, quatro. Os gêneros Baccharis (Asteraceae)

e Leandra (Melastomataceae) foram os que mais se destacaram com cinco espécies cada.

Verificou-se a presença de três espécies ameaçadas de extinção e seis espécies endêmicas do

Rio de Janeiro. A área estudada estásofrendo com presença constante do gado. Assim, para

que o Vale dos Deuses mantenha sua importante flora,é necessáriaa retirada imediata do gado

e o aumento do rigor na fiscalização local. (Financiamento: FAPERJ)

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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LEVANTAMENTO FLORÍSTICO NO NÚCLEO EXPERIMENTAL IGUABA GRANDE, IGUABA

GRANDE, RIO DE JANEIRO

Quintanilha, L.G.1,3, Lobão, A.Q.2,3

1Estudante de graduação2 ([email protected]). Professor /orientador. 3Universidade Federal Fluminense.

No estado do Rio de Janeiro as restingas ocupam cerca de 1.200 km2, ou aproximadamente

2,8%, da área total do Estado, possuindo alto potencial biológico por abrigar espécies

endêmicas, desempenhando papel na preservação da morfologia costeira e na configuração

paisagística. Entretanto, essa vegetação, principalmente na região dos lagos, norte do Rio de

Janeiro, ainda é pouco estudada. Sendo assim, a realização de inventários destas formações

vegetais é extremamente importante, pois somente com o conhecimento das espécies e

avaliação de seu estado de conservação é possível conservá-las. O objetivo do presente

trabalho foi fazer o levantamento florístico de uma área de restinga arbustiva fechada e

arbórea no Núcleo Experimental de Iguaba Grande em Iguaba Grande, Estado do Rio de

Janeiro pertencente à Universidade Federal Fluminense. Para tal, foram realizadas excursões a

campo mensalmente para coleta de material fértil, através de caminhadas livres. O material

coletado foi prensado e processado seguindo as técnicas usuais e depositado no herbário do

Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB) com duplicatas enviadas a Universidade Federal

Fluminense. A identificação das espécies foi feita através de chaves e comparação com

material do RB e ajuda de especialistas. Como resultado, foram coletadas 107 espécies

distribuídas em 70 gêneros e 37 famílias. A Família Euphorbiaceae possui o maior número de

espécies com 11 espécies, seguida de Leguminosae com 10 espécies. As espécies endêmicas às

restingas encontradas são: Anthurium harrisii, Baccharis bifrons, Machaerium obovatum,

Trichilia casaretti e Zanthoxylum tingoassuiba. Destaca-se Dasyphyllum sp. como espécie nova

que será ainda descrita. Dodonaea viscosa é uma espécie rara nas restingas do Rio de Janeiro e

segundo Somner (com. pess.) não vem sendo coletada desde inicio dos anos 2000. Pouteria

psammophila, Swartzia glazioviana e Machaerium obovatum estão na lista de espécies

ameaçadas de extinção. Tais dados sugerem que a área é bastante importante floristicamente

merecendo ser conservada.

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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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ASPECTOS ESTRUTURAIS DA CHUVA DE SEMENTES DE UM TRECHO DA FLORESTA DE

ENCOSTA DA ILHA DA MARAMBAIA, RJ.

Silva, L.M.S.1,3, Conde, M.M.S2,3

1Estudante de graduação ([email protected]). 2Professor/pesquisador.

Departamento de Botânica. Instituto de Biologia3. Universidade Federal Rural do Rio de

Janeiro.

A Floresta Atlântica da Ilha da Marambaia encontra-se relativamente bem preservada, pois

vem sofrendo pouca pressão antrópica, desde o estabelecimento da Marinha do Brasil a cerca

de 50 anos. Foram realizados vários estudos de florística e estrutura das várias formações

vegetacionais da Marambaia, no momento que os estudos avançaram houve a necessidade de

entender como se dão os processos de regeneração nesta floresta. Sabe-se que o principal

meio de regeneração das espécies tropicais é através da chuva de sementes, do banco de

sementes, do banco de plântulas e da formação do sub-bosque. O estudo da chuva de

sementes é essencial para compreender o recrutamento e distribuição espacial das espécies,

bem como analisar a interação animal-planta. O objetivo deste trabalho foi o reconhecimento

e análise estrutural das espécies que são trazidas pela chuva de sementes. Foram utilizados 60

coletores de 1,75 m de circunferência, perfazendo um total de 164,8 m2 amostrados. Foram

distribuídos três coletores para cada um dos 20 transectos permanentes (2,0 x 50,0m). Foram

analisados 6009 diásporos, pertencentes a 78 espécies de 37 famílias. As famílias que mais

contribuíram em número de diásporos foram: Asteraceae (N=2640), Melastomataceae

(N=881) e Apocynaceae (N=637), sendo: Piptocarphabrasiliana (894), Miconiaprasina (841),

Forsteronia pilosa (625) como as espécies mais representativas do total de diásporos

amostrados. Com relação à freqüência e densidade relativas, constatamos que

Piptocarphabrasiliana segue na frente, pois além de contribuir com o maior número de

diásporos é bem distribuída ocupando todas 19, das 20 linhas analisadas. Com relação ao Valor

de Importância, em primeiro lugar temos Piptocarphabrasiliana (VI=29,49), seguidas por

Miconiaprasina (VI=20,15) e Forsteronia pilosa (VI= 13,09). O Índice de Diversidade de

Shannon (H‟) para as espécies foi de 2,27nats/indivíduo. Com relação aEquabilidade de Pielou

(J‟), a Ilha da Marambaia apresentou um valor de J‟= 0,62. (Agradecimento: programa de

Iniciação cientifica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/ PROIC)

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DA VEGETAÇÃO DE UM TRECHO DA FLORESTA ATLÂNTICA

DA ILHA GRANDE, RJ.

Tavares, R.1,3, Silva, C.V.V.1,3, Silva, L.M.S.1,3, Francisco, F.C.2,3

1Estudante de graduação ([email protected]). 2Professor/pesquisador. 3Laboratório

de Mapeamento Geotécnico, Desastres Naturais e Sustentabilidade Ambiental. Departamento

de Geociências. Instituto de Agronomia. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

A região da Ilha Grande é ocupada por populações tradicionais, denominados caiçaras, tendo

estes, como meio de subsistência, baseada na pesca e em roçados. O sistema de plantio

utilizado pelos caiçaras, chamado de roça de toco ou coivara, trata-se de uma herança

indígena. Este método é baseado de espécies, assim como para implementação de medidas

conservacionistas. O objetivo do trabalho foi realizar a análise estrutural da vegetação em

estudo visando compreender se ações antrópicas ocorridas interferem na estrutura da

vegetação. A área de estudo está localizada na Ilha Grande, município de Angra dos Reis, RJ,

entre as coordenadas 23º8’26” S e 44º14’50” W. Foram estabelecidas 29 parcelas de 10 x 5 m.

Em cada unidade amostral foram mensurados os indivíduos arbóreos com circunferência a

altura do peito ≥ 16.0m e altura total. Foi amostrado um total de 212 indivíduos na derrubada

e queima da mata. Neste contexto, levantamentos florísticos e análises estruturais da

vegetação nessas áreas são condições essenciais para o conhecimento de sua composição e

riqueza pertencentes a 44 espécies distribuídas em sete famílias. A área basal total foi de 47,14

m²/ha. As espécies de maiores valores de área basal foram Anadenanthera colubrina (9,40

m²/ha), a espécie indeterminada (9,12m²/ha) e Tabernaemontana laeta (3,95m²/ha). A

espécie Anadenanthera colubrina possui indivíduos de grande porte, o que pode ser verificado

por apresentar a maior área basal, apesar de possuir apenas seis indivíduos. O índice de

diversidade encontrado foi de 3,34, nats/ind. Pode-se concluir, pelos resultados e análises

estruturais, que o fragmento em estudo, encontra-se num processo de sucessão secundária, o

que é muito comum nesta região, devido a prática das populações tradicionais que ali se

encontram. A curva do coletor mostrou-se comportamento ascendente. Dessa forma o espaço

amostral não foi suficiente para representar significativamente a diversidade da flora na área

de estudo.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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A FAMÍLIA ERIOCAULACEAE NAS RESTINGAS DO RIO DE JANEIRO

Silva, L.E.F.1, Trovó, M.2

1Estudante de graduação, Universidade Federal do Rio de Janeiro ([email protected]). 2

Professor Adjunto, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Eriocaulaceae possui cerca de 1.200 espécies distribuídas em 10 gêneros e, segundo

estimativas recentes, 630 espécies ocorrem no Brasil. A família é caracterizada pelas

inflorescências do tipo capítulo. A maioria das espécies ocorrem em solos arenosos úmidos ou

secos, de pH ácido. As restingas caracterizam-se justamente por serem depósitos arenosos

paralelos à linha da costa. Nela encontram-se diferentes comunidades que recebem influência

marinha e que respondem também ao substrato e ao clima. Este trabalho compreende o

levantamento de todas as espécies de Eriocaulaceae ocorrentes nas restingas do estado do Rio

de Janeiro. São apresentadas chaves de identificação para os gêneros e para as espécies,

descrições, ilustrações e comentários sobre distribuição geográfica e habitat. Além disso,

espera-se que os dados gerados nesse trabalho possam contribuir com a conservação destas

espécies e do habitat que ocupam. Para coleta de material, foram realizadas até o momento

duas expedições, uma no verão e outra no inverno. Para complementar as descrições e os

dados de distribuição das espécies, estão sendo analisados materiais depositados em coleções

botânicas relevantes. As descrições das espécies são baseadas na morfologia externa de todo

material coletado, como também no material depositado nos herbários consultados. Até o

momento foram encontradas em campo somente 4 espécies: Paepalanthus tortilis (Bong.)

Mart ex Koern, Leiothrix rufula (A.St.-Hil.) Ruhland, Leiothrix flavescens(Bong.) Ruhland,

Comanthera nivea (Bong.) L.R.Parra & Giul. A grande maioria das espécies foi encontrada em

locais secos e arenosos com pouca vegetação ao redor. Apenas Paepalanthus tortilis foi

encontrado em local úmido e com muita vegetação. Quase todas as espécies possuem ampla

distribuição geográfica, ocorrendo disjuntamente em áreas de restinga e campos rupestres.

Paepalanthus klotzschianus e S. restingensis são espécies endêmicas de restingas.

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ORCHIDACEAE: DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DAS EPÍFITAS NA APA PALMARES, PATY DO

ALFERES, RJ.

Wängler, M.S.1, Barberena, F.F.A.V.2, Lopes, R.C.3

1Mestre, Instituto Pé de Planta (ONG) ([email protected].). 2Doutorando, Museu

Nacional/UFRJ. 3Professora e Pesquisadora, Universidade Federal do Rio de Janeiro,

Laboratório Integrado de Sistemática Vegetal, IB, Depto de Botânica.

Orchidaceae representa 45,9% de espécies epífitas em Floresta Ombrófila Densa e contribui

para a diversificação de nichos, disponibilidade de alimento, aumento do espaço físico e

refúgio para animais, além de auxiliar nas atividades biológicas através da captura de umidade

e fixação de nitrogênio nas copas. Objetivando enriquecer os dados disponíveis para a Floresta

Atlântica e da necessidade de estudos com orquídeas epífitas em regiões não amostradas do

Rio de Janeiro, realizou-se o levantamento e análise da distribuição de orquídeas epífitas nos

forófitos na Zona de Vida Silvestre da APA Palmares. Foram realizadas 83 expedições de

julho/2010 a fevereiro/2012, em 23 parcelas (4.500 m2). Orquídeas epífitas foram observadas,

georeferenciadas, registradas em caderneta e fotografadas. Das 19 espécies registradas, 17

são epífitas verdadeiras, uma epífita facultativa (Catasetum cernuum (Lindl.) Rchb.f.) e uma

hemiepífita secundária (Vanilla organensis Rolfe). Capanemia thereziae Barb. Rodr. é a única

espécie na copa externa. A maioria (63%) colonizou a copa interna, favorecidas pela umidade e

nutrientes retidos nesta parte do forófito (Baptistonia cruciata (Rachb.f.) V.P. Castro & Chiron,

Baptistonia truncata (Rchb.f.) Chiron & V.P.Castro, Brasilidium praetextum (Rchb.f.) Campacci;

Catasetum cernuum, Dichaea cogniauxiana Schltr., Dichaea pendula (Aubl.) Cogn., Epidendrum

ecostatum Pabst; Epidendrum filicaule Lindl.; Epidendrum pseudodifforme Hoehne & Schltr.,

Grobya amherstiae Lindl.; Polystachya estrellensis Rchb.f. e Zygopetalum maxillare Lodd.). A

parte média do fuste, segundo maior agrupamento de epífitas (21%), sugere que estas

espécies são menos dependentes de água e necessitam de maior luminosidade

(Campylocentrum linearifolium Cogn.; Eurystyles actinosophila (Barb. Rodr.) Schltr.; Gomesa

laxiflora (Lindl.) Rchb.f. e Gomesa recurva R. Br.). No fuste baixo, a presença de Bifrenaria

tetragona (Lindl.) Schltr. e V. organensis sugere que necessitam da umidade retida pelo solo. O

conhecimento a respeito das estratégias ecológicas relativo aos nichos em fragmentos de

Floresta Atlântica auxilia na compreensão da estrutura funcional, fornecendo subsídios para

ações conservacionistas.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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FLORA VASCULAR ATUALIZADA DA ILHA DA TRINDADE, BRASIL.

Silva N.G.1,4*, Alves R.J.V.1,5, Silvestre L.S.2,5, Antunes K.1,6, Santos R.B.3,7

1Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2Instituto de Biologia, Universidade

Federal do Rio de Janeiro. 3Marinha do Brasil. 4Doutorando ([email protected]). 5Professor. 6Mestranda. 7Pesquisador.

A Ilha da Trindade é um Território Federal no Atlântico Sul, a cerca de 1.140 Km da costa do ES.

Os primeiros registros de flora vieram após a devastação da vegetação, então dominada por

Colubrina glandulosa, por cabras. A espécie foi reintroduzida em 1998, mas juntamente com

dezenas de espécies exóticas. O primeiro inventário de flora foi feito em 1998, com 113

espécies de plantas vasculares, e revisto em 2006, aumentando para 129 espécies, quando três

espécies endêmicas foram consideradas extintas e um total de 67 exóticas assinaladas. Em

2005 as cabras foram eliminadas e a vegetação rapidamente começou a regenerar. As listas

foram conferidas e tiveram seus nomes atualizados. Dez expedições foram realizadas e todas

as espécies vasculares encontradas foram coletadas e classificadas quanto à origem. Foram

registradas 73 novas ocorrências, totalizando uma lista de 202 spp., com 69 Nativas-

Naturalizadas. Destas, 15 são endêmicas (43% das nativas), duas anteriormente consideradas

extintas e duas novas espécies. As exóticas foram 132, das quais cinco invasoras. As

pteridófitas representaram 23%. Um total de 31 spp. Exóticas foram eliminadas e nove

desapareceram. Um número crescente de plantas vem sendo introduzido nas adjacências dos

alojamentos, mas não estão se expandindo, com poucas exceções. A eliminação de espécies

invasoras deve ser encarada como prioridade, visto que em ilhas estas são a principal causa de

extinções. O número de espécies na ilha flutua ao longo dos anos, com novas introduções de

plantas úteis com simultâneos desaparecimentos. Porém, a lista de espécies crescendo de

forma natural é relativamente estável. (Agradecimentos: CNPq; CAPES; Marinha do Brasil)

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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SIMILARIDADE FLORÍSTICA ENTRE FRAGMENTOS DE FLORESTA NO SUDESTE DO ESTADO DE

SÃO PAULO

Kortz, A.R.¹, Coelho, S.², Cardoso-Leite, E.³, Koch, I.³

¹Doutoranda, University of St Andrews, Escócia. ²Mestrando, PPGSGA, Universidade Federal de

São Carlos, campus Sorocaba ([email protected]). ³Professor adjunto, Universidade

Federal de São Carlos, campus Sorocaba.

Em decorrência do elevado desmatamento, a vegetação da Mata Atlântica encontra-se

bastante fragmentada e, ainda assim, os remanescentes de vegetação secundária são

importantes para a manutenção das funções ecológicas e microclimáticas regionais. A área

deste estudo é composta por floresta estacional semidecidual com elementos de cerrado,

localizada no município de Sorocaba, SP. O objetivo foi realizar o levantamento florístico das

espécies arbóreas desta área remanescente e verificar a similaridade florística com outras

áreas do estado de São Paulo. Foram incluídos os indivíduos lenhosos com pelo menos 15 cm

de CAP, amostrados em 15 parcelas de 10 x 10 m em diferentes trechos da vegetação, além de

caminhadas a esmo pela área e coletados os indivíduos em estado reprodutivo. Foram

encontradas 115 espécies, distribuídas em 93 gêneros e 36 famílias. A similaridade foi testada

com estudos de composição e/ou estrutura da vegetação envolvendo 11 trabalhos científicos

desenvolvidos na região sudeste do estado, com formações vegetais prioritariamente de FES e

FOD. Para o cálculo da similaridade florística foi utilizado o índice de similaridade de Jaccard,

sendo também elaborado um dendrograma a partir do método de UPGMA. Os resultados

apontaram baixa similaridade entre as áreas, indicando alta diversidade em termos de

composição entre formações de transição.O dendrograma mostrou a separação das áreas em

dois grandes grupos. Um deles concentrou principalmente as áreas com formações de FES,

sendo que as espécies comuns entre estas áreas são amplamente distribuídas, ocorrendo em

ambientes diversos. O outro grupo arranjou principalmente áreas formadas por FOD.

Diferente do esperado, a distância geográfica não foi o fator mais importante para agrupar as

áreas, devendo ser considerados outros fatores, como a formação vegetacional, a altitude e o

tipo de solo, o que fez agrupar a área foco de estudo com áreas mais distantes do que com

áreas mais próximas.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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FLORA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: MAYACACEAE E TYPHACEAE

Canalli, Y.M.1,2, Moreira, A.D.R.1,3, Bove, C.P.1,4

1Laboratório de Plantas Aquáticas. Depto de Botânica, Museu Nacional/Universidade Federal

do Rio de Janeiro. 2bolsista PIBIC/CNPq ([email protected]). 3Aluna de doutorado. 4Professora Associada.

O Estado do Rio de Janeiro é composto exclusivamente por Mata Atlântica. Este é um dos

biomas mais ricos em biodiversidade do mundo e apesar da sua importância é um dos mais

degradados do Brasil. As famílias Mayacaceae e Typhaceae são ervas aquáticas encontradas

em diversos ambientes de águas doces e salobras no estado do Rio de Janeiro. Mayacaeae

possui distribuição neotropical com uma espécie na África e Typhaceae é cosmopolita, ambas

monotípicas. No Brasil Mayaca está representada por quatro espécies e Typha por três

espécies. O objetivo deste trabalho foi realizar o levantamento das espécies nativas das

famílias Mayacaceae e Typhaceae ocorrentes no estado do Rio de Janeiro, como uma

ferramenta para subsidiar políticas públicas para futuros projetos de conservação da Floresta

Atlântica brasileira. Foram visitados os herbários HB, R, RB, RBR, RFFP, e realizadas coletas em

lagoas e alagados temporários (Macaé, Nilópolis, Paracambi, Rio das Ostras) em 2012, e

depositados no herbário do Museu Nacional/UFRJ (R). Foram analisadas 52 exsicatas. Os

espécimes foram identificados, elaboradas descrições, ilustrações e chaves de identificação.

Foram encontradas no Rio de Janeiro duas espécies de Mayaca, Mayaca madida (= M.

sellowiana) e M. fluviatilis; e uma espécie de Typha(T. domingensis). Ambas espécies de

Mayaca são ervas emergentes a submersas, de folhas triangular-alongadas dispostas em

espiral com flores arroxeadas e brancas na região proximal. São distintas pela deiscência da

antera, que em M. madida é por poro em um tubo apical e em M. fluviatilis é por fenda apical.

Typhadomingensis é uma erva emergente, rizomatosa, acaule, possui inflorescência monóica

em espiga com porção superior masculina cônica e brácteas foliáceas caducas separadas por

ráquis secundária da porção feminina cilíndrica. São utilizadas na alimentação, fabricação de

artesanato, biocombustível e possui propriedades medicinais. (CNPq/PROTAX)

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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ESTUDOS TAXONÔMICOS DE HYPNEA J.V. LAMOUROX (GIGARTINALES, RHODOPHYTA)

ATRAVÉS DE MORFOLOGIA E DADOS MOLECULARES DE ESPÉCIES DO LITORAL DO RIO DE

JANEIRO

Valadares, L.O.1, Silva, B.M.2 , Moura-Neto, R.S.3, Barros-Barreto, M.B.B.B.3

1Estudante de Graduação em Biologia Marinha, Faculdades Integradas Maria Thereza

([email protected]) 2Estudante de Graduação em Ciências Biológicas, UFRJ 3Professor, Departamento de Botânica, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, UFRJ.

O litoral do estado do Rio de Janeiro possui uma grande diversidade de habitats que

favorecem o desenvolvimento de muitas espécies de macroalgas, exibindo uma grande

diversidade ficológica. Atualmente existem inúmeras dificuldades de se identificar espécies de

macroalgas marinhas devido a sua grande plasticidade fenotípica e características de seu ciclo

de vida. O presente estudo visa a análise dos caracteres morfológicos empregados na

identificação do gênero Hypnea (Rhodophyceae) através de estudos taxonômicos e a

comparação, desta análise com dados moleculares, utilizando como DNA barcode o gene

mitocondrial cox1. Foram coletados indivíduos de diversos pontos do litoral do Rio de Janeiro.

As amostras foram separadas em duas partes, uma delas foi armazenada em formol 4%, para

análise morfológica, e outra parte em sílica gel, para análise molecular. Estes tiveram seu DNA

extraído, amplificado e sequenciado. Após o sequenciamento iniciaram-se as etapas de

bioinformática com a edição e montagem de sequências e alinhamento. As relações

filogenéticas foram inferidas utilizando-se o método de distância (NJ) e de máxima

verossimilhança (ML). As análises bayesianas foram implementadas no MrBayes 3.1. Além

disso, foram comparadas com as presentes no GeneBank. Dentre as 71 amostras coletadas, 50

tiveram seu DNA extraído e amplificado. Das 15 amostras sequenciadas, apenas 10 mostraram

bom resultado. A análise filogenética para o marcador cox1 foi realizada utilizando 34

amostras, com 24 retiradas do GenBank e 10 geradas neste estudo. Foram formados 3

agrupamentos na árvore com altos valores de Boostrap e probabilidade posterior. Das

amostras coletadas, 18 tiveram sua análise morfológica feita e desta forma foi possível separar

4 espécies, sendo estas Hypnea musciformis, Hypnea spinella, Hypnea cervicornis e Hypnea sp.

(FAPERJ)

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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NOVIDADES TAXONÔMICAS PARA A FAMÍLIA MYRTACEAE, SUDESTE – BRASIL.

Antunes, K.1, Alves, R.J.V.2, Sobral, M.3

1,2Mestranda e Professor do Museu Nacional – Universidade Federal do Rio de Janeiro

([email protected]). 3Professor do DCNAT – Universidade Federal de São João del-Rei.

Myrtaceae é uma família bem delimitada, com 132 gêneros e 5671 espécies, com distribuição

pantropical. Na flora brasileira, a família apresenta 23 gêneros e 977 espécies, sendo uma das

famílias mais representativas na maioria das formações vegetais, com destaque para a Floresta

Atlântica, para a Floresta de Restinga e os Campos Rupestres. O levantamento da família

Myrtaceae vem sendo realizado na Serra Negra-MG desde o ano de 2003. A Serra Negra

possui porções territoriais nos municípios mineiros de Lima Duarte, Olaria, Santa Bárbara do

Monte Verde e Rio Preto, é contígua à APA da Mantiqueira, a oeste, onde faz divisas com as

Serras de Bom Jardim de Minas e Aiuruoca. O presente trabalho visa ampliar o conhecimento

sobre a Flora de Minas Gerais com ênfase na taxonomia, distribuição geográfica e conservação

da família Myrtaceae para Serra da Mantiqueira. O material coletado encontra-se depositado

nos herbários CESJ e R. A partir destes, estão sendo feitas descrições taxonômicas, chaves para

identificação, ilustrações e comentários sobre a distribuição geográfica, importância

econômica, ameaças de extinção e endemismos. Foram encontrados 12 gêneros e 42 espécies

de Myrtaceae até o momento. Dentre estas a distribuição geográfica de três espécies foi

ampliada para o estado de Minas Gerais: Calyptranthes angustifolia Kiaersk., Eugenia handroi

(Mattos) Mattos e Myrceugenia pilotantha (Kiaersk.) Landrum. Foi também encontrada uma

nova espécie de Plinia que está sendo publicada, Plinia delicata Antunes, Salimena & Sobral.

Levantamentos florísticos com tratamento taxonômico para a família Myrtaceae são

extremamente necessários considerando a representatividade da família em todas as

formações vegetacionais, assim como a dificuldade na identificação, na delimitação genérica e

filogenética para os grupos infrafamiliares. Além disto, as Myrtaceae de áreas serranas são

pouco conhecidas biogeografica e taxonomicamente, revelando novidades importantes

quando trabalhadas.

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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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ESTADO DO CONHECIMENTO DE LECYTHIDACEAE NO ESPÍRITO SANTO, BRASIL

Ribeiro, M.¹, Alves-Araújo, A.², Peixoto, A.L.³

¹Estudante de pós-graduação em Botânica, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de

Janeiro ([email protected]). ²Professor do Centro Universitário Norte do Espírito

Santo/UFES. ³Pesquisador associado, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

O Espírito Santo, totalmente incluído no Domínio da Mata Atlântica, possui diversos tipos de

ambientes: as florestas de encosta, em terrenos do Pré-Cambriano, as florestas de tabuleiro,

nos Tabuleiros Terciários e as restingas na Planície Quaternária. Lecythidaceae, com centro de

diversidade na região Amazônica e Guianas, engloba 17 gêneros e 300 espécies das quais 118

representadas no Brasil. A Mata Atlântica, com 19 espécies (60% endêmicas deste Domínio), é

um centro secundário de diversidade da família que engloba árvores de folhas alternas, com

casca fibrosa (embira), muitas das quais com valor econômico e exploradas comercialmente. A

pesquisa teve como objetivo inventariar as Lecythidaceae ocorrentes no Espírito Santo,

partindo de dados de coleções de herbários disponíveis na rede SpeciesLink/CRIA. Os três

herbários capixabas (MBML, CVRD, VIES) têm suas coleções disponíveis nesta rede, bem como

grandes herbários da região sudeste. Foram encontrados 294 registros representando 12

espécies em quatro gêneros. Não identificados em nível específico, são 18% dos registros. Dos

78 municípios do estado, 41 não possuem um único registro. Por outro lado, o município

Linhares agrega 47% dos registros, representados predominantemente por coletas na Reserva

Natural da Vale. As coletas estão concentradas nos municípios litorâneos e poucos registros

nas regiões noroeste, central e sul. A floresta de tabuleiro teve a maior riqueza de espécies

(12) e mais coletas, seguida da floresta de encosta (6) e restinga (1). Em apenas 12 das 76 UCs

do estado encontram-se documentadas espécimes de Lecythidaceae. Conclui-se que a família

é pouco amostrada no Espírito Santo, possivelmente devido ao grande porte dos espécimes

que desencoraja e dificulta a coleta e a equivocada concepção que o grupo é suficientemente

conhecido. Portanto, é necessário enriquecer as coleções especialmente visando ampliar a

acurácia da distribuição geográfica, ecologia e taxonomia do grupo para subsidiar sua

conservação. (Agradecimento ao projeto Sisbiota/CNPq, JBRJ e Ceunes/UFES)

Page 147: Universidade Federal Fluminense Campus Gragoatá Niterói-RJ

XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ

11 a 14 de setembro de 2013 Sumário

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PERCEPÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO AMBIENTE PARA ELABORAÇÃO DE TRILHAS ECOLÓGICAS

NO LAHVI

Franco, L.A1,; Abreu, T.F.2; Silva, J.G.3

1Estagiário do LAHVI, Estudante de graduação do curso de Ciências Biológicas/UFF; Bolsista

PROGRAD. 2Estagiário do LAHVI e Estudante de graduação do curso de Ciências Biológicas/UFF. 3Prof. Associado IV do Depto de Biologia Geral/UFF e do Programa de Pós Graduação em

Ciência Ambiental; Coordenadora do LAHVI - Laboratório Horto-Viveiro.

([email protected])

Percepção ambiental refere-se à forma como o indivíduo percebe o seu meio, estando

intrínsecos os laços entre ele e o ambiente, sua visão de mundo e a resposta dos sentidos aos

estímulos externos. Requer a produção de conhecimento que pode partir de pequenas

experiências ou atividades propositais onde certos fenômenos são claramente registrados.

Muitas vezes, o auxílio de terceiros favorece o desenvolvimento desta percepção, para que

não se torne mera informação e a compreensão do espaço onde se vive propicie uma melhor

qualidade de vida. Alunos de graduação de diferentes cursos atuam nos projetos de extensão

em ações de Educação Ambiental do Laboratório Horto Viveiro. Entre elas, a trilha ecológica é

uma que requer treinamento de seus ministrantes para levar a comunidade a perceber e

interpretar o ambiente de forma mais coesa. O levantamento de pré-concepções do que os

estudantes de biologia envolvidos no projeto entendem por percepção ambiental, antecede o

embasamento teórico pesquisado na literatura. Observações, anotações, gravações auditivas e

fotos indicam pontos de maior interesse no planejamento e execução da trilha, assim como

aspectos positivos e negativos para auxiliar futuras modificações ou enriquecimentos. Parte

desse conhecimento é usado em roteiros das trilhas oferecidas especialmente a alunos da rede

municipal de ensino durante a Semana do Meio Ambiente, da Primavera e Semana Nacional

de Ciência e Tecnologia. Mesmo sendo uma cobertura vegetal em recuperação e estando em

meio à Universidade, o LAHVI se mostra um excelente local para trilhas ecológicas, onde é

possível realizar ações de educação ambiental possibilitando à comunidade o contato e a

integração com a natureza. Para os alunos de graduação, tal atividade oferece campo para o

levantamento de questões e dúvidas que posteriormente são sanadas, possibilitando o

surgimento de ideias que aguçam seu treinamento profissional e produzem uma bagagem

para a vida.