universidade federal fluminense - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/tcc_cristiano...

70
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO CURSO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO ANÁLISE DE CORRELAÇÃO LITOLÓGICA A PARTIR DE DADOS DE PERFIS DE POÇOS CONVENCIONAIS DO CAMPO DE NAMORADO USANDO SOFTWARE COMERCIAL MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA NITERÓI RJ NOVEMBRO DE 2014

Upload: vanthuy

Post on 29-Jul-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO

CURSO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO

ANÁLISE DE CORRELAÇÃO LITOLÓGICA A PARTIR DE DADOS DE PERFIS

DE POÇOS CONVENCIONAIS DO CAMPO DE NAMORADO USANDO

SOFTWARE COMERCIAL

MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO

CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA

NITERÓI – RJ

NOVEMBRO DE 2014

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO

CURSO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO

CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA

ANÁLISE DE CORRELAÇÃO LITOLÓGICA A PARTIR DE DADOS DE PERFIS

DE POÇOS CONVENCIONAIS DO CAMPO DE NAMORADO USANDO

SOFTWARE COMERCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso

de Graduação em Engenharia de Petróleo da Escola de

Engenharia da Universidade Federal Fluminense, como

requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em

Engenharia de Petróleo.

Orientador: Prof. Dr. Alfredo Moisés Vallejos Carrasco

NITERÓI – RJ

NOVEMBRO DE 2014

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,
Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,
Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

AGRADECIMENTOS

A DEUS, por ter me dado força, saúde, serenidade e perseverança nesta nova jornada.

Ao corpo docente da Universidade Federal Fluminense.

Ao professor Alfredo Carrasco, pelos seus ensinamentos e pelo grande apoio e paciência

na realização deste trabalho.

Ao coordenador Fernando Peixoto e ao professor Geraldo Souza, pelo apoio e incentivo.

A todos os funcionários, desde o pessoal da limpeza aos bibliotecários por toda

colaboração e presteza.

A meus pais Antonio Paulo e Maria da Penha, por estarem sempre perto e sempre me

apoiando.

A Suellem Ouverney, pelo seu carinho, paciência e sempre estar ao meu lado.

Aos colegas Mauricio Coutinho, Eduardo Mello, Elenilton Cabral, Thales Maia e a

todos os outros por estarmos juntos nesta grande etapa da vida.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

“Dias inteiros de calmaria, noites de ardentia, dedos no leme

e olhos no horizonte, descobri a alegria de transformar

distâncias em tempo. Um tempo em que aprendi a entender

as coisas do mar, a conversar com as grandes ondas e não

discutir com o mau tempo. A transformar o medo em

respeito, o respeito em confiança. Descobri como é bom

chegar quando se tem paciência. E para se chegar, onde quer

que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a

razão. É preciso, antes de mais nada, querer.”

Amyr Klink

Cem dias entre céu e mar

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

RESUMO

A análise de perfis geofísicos de poços de petróleo é um recurso que auxilia cada vez

mais na tomada de decisões dos especialistas na Engenharia de Petróleo, em áreas como

exemplo a Engenharia de Reservatórios e a Petrofísica, fornecendo dados de porosidade,

litologia, densidade, tipo de fluido presente, localização de intervalos de interesse com

hidrocarbonetos entre outros. Com as informações sobre o Campo Escola de Namorado, serão

realizadas leituras das informações dos perfis geofísicos e cálculos sobre a saturação de água,

usando a Equação de Archie e a Equação de Simandoux e o volume de argilosidade, usando a

equação proposta por Clavier que faz o uso do perfil Raio Gama e outra equação para o cálculo

de argilosidade que faz que faz o uso do perfil Neutrão e Densidade.

Com essas informações será possível obter informações sobre a litologia da região dos

poços estudados e a localização de possíveis reservatórios de óleo. Além disso, será gerada uma

correlação dos poços, bidimensional, do tipo well-to-well, mostrando alguns tipos de rochas

presentes em cada um dos poços escolhidos neste trabalho.

Essas atividades foram realizadas no software MATLAB, onde tem grande aplicação

em várias áreas da engenharia e ciências exatas, tornou-se bastante eficaz na leitura, elaboração

de cálculos e na elaboração dos gráficos associados a perfilagem geofísica, mostrando com

precisão os possíveis reservatórios de óleo.

As informações obtidas no MATLAB foram comparadas com o software Interactive

Petrophysics, um software especializado na área de petrofísica, onde geólogos, geofísicos e

engenheiros de petróleo usam para fazer a interpretação de perfis geofísico de poços de

petróleo.

Esta comparação mostrou-se satisfatória e como consequência, o uso MATLAB pode

ser estendido para a análise da perfilagem geofísica em outros poços de petróleo.

Palavras-chave: Perfilagem, Campo de Namorado, Seção Transversal

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

ABSTRACT

Analysis of geophysical logs of oil wells is a resource that assists increasingly in

decision making of experts in Petroleum Engineering in areas such as the Reservoir Engineering

and Petrophysics to providing data of porosity, lithology, density, type this fluid, location of

interest intervals hydrocarbon among others. With the information about the Field School

Namorado, reads the information from geophysical logs and calculations of water saturation

will be conducted using the Archie equation and the equation Simandoux and volume shaliness,

using the equation proposed by Clavier making the use of Gamma Ray profile and another

equation for calculating shaliness which is making use of Neutron and Density profile.

With this information you can obtain information on the lithology of the area of the

studied wells and the location of potential oil reservoirs. In addition, it generates a correlation

of the wells, two-dimensional type well-to-well, showing some types of rocks present in each

of the wells selected in this work.

These activities were carried out in MATLAB software, which has wide application in

various fields of engineering and sciences, has become quite effective in reading, performing

calculations and preparation of graphs associated with geophysical logging, showing accurately

the possible oil reservoirs .

The information obtained in MATLAB were compared with Interactive Petrophysics

software, specialized software in the area of petrophysics, where geologists, geophysicists and

petroleum engineers use to make the interpretation of geophysical profiles of oil wells.

This comparison was satisfactory and consequently, the use MATLAB can be extended

to the analysis of other geophysical logging of oil wells.

Keywords: Logs, Namorado Field, Cross Sections

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

LISTA DE ABREVIAÇÕES

ANP: Agência Nacional do Petróleo

API: American Petroleum Institute

BDEP: Banco de Dados de Exploração e Produção, órgão pertencente a ANP

E&P: Exploração e Produção

GR: Gamma Ray (perfil Raio Gama)

HC: Hidrocarboneto

ILD: Inducion Log Deep (Perfil de Indução)

IP: Interactive Petrophysics

LAS: Log ASCII Standard

mD: miliDarcy

milivolt: mV

PU: Unidade de Porosidade (perfil porosidade Neutrônica)

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Carta de resposta dos perfis para diferentes tipos de litologias e fluidos...... 17

Figura 2.2 – Relação entre o volume de argilosidade e o índice de argilosidade ............. 20

Figura 2.3 – Região com gás exibida pelo perfil Neutrão e o perfil Densidade............... 23

Figura 2.4 – Categorias de seções transversais................................................................ 25

Figura 3.1- Mapa de Localização da Bacia de Campos..................................................... 27

Figura 3.2 – Perfil Estrutural do Campo de Namorado e Cherne...................................... 28

Figura 3.3 - Mapa estrutural do topo do reservatório do Campo de Namorado.............. 29

Figura 3.4 – Carta estratigráfica da Bacia de Campos...................................................... 30

Figura 3.5 – Detalhe da Carta Estratigráfica da Bacia de Campos.................................. 31

Figura 4.1 – Mapa de localização de alguns poços do Campo de Namorado.................... 32

Figura 4.2 – Poços usados neste trabalho, em destaque................................................... 33

Figura 4.3 – Nomenclatura e simbologia de poços de petróleo........................................ 34

Figura 4.4 – Perfis do poço 3NA02RJS............................................................................ 35

Figura 4.5 – Perfis do poço 3NA04RJS............................................................................. 36

Figura 4.6 – Perfis do poço 1RJS019RJ............................................................................. 37

Figura 4.7 – Perfis do poço 4RJS042RJ........................................................................... 38

Figura 5.1 - Interpretação sedimentológica no perfil Raio Gama................................... 40

Figura 5.2 - Volume de Argilosidade do poço 4RJS042RJ............................................ 43

Figura 5.3 - Volume de Argilosidade do poço 3NA02RJS......................................... 44

Figura 5.4 - Volume de Argilosidade do poço 1RJS019RJ........................................... 45

Figura 5.5 - Volume de Argilosidade do poço 3NA04RJS........................................... 46

Figura 5.6 – Volume de argilosidade gerado no software IP para o poço 4RJS042RJ.... 47

Figura 5.7 – Volume de argilosidade gerado no software IP para o poço 3NA02RJS..... 48

Figura 5.8 – Volume de argilosidade gerado no software IP para o poço 1RJS019RJ....... 49

Figura 5.9 – Volume de argilosidade gerado no software IP para o poço 3NA04RJS.... 50

Figura 5.10 – Perfis do poço 4RJS042RJ, com Saturação de Água.................................. 54

Figura 5.11 – Perfis do poço 3NA02RJS, com Saturação de Água................................... 55

Figura 5.12 – Perfis do poço 1RJS019RJ, com Saturação de Água................................... 56

Figura 5.13 – Perfis do poço 3NA04RJS, com Saturação de Água.................................. 57

Figura 5.14– Perfis do poço 4RJS042RJ, gerado no software Interactive Petrophysics... 58

Figura 5.15 – Perfis do poço 3NA02RJS, gerado no software Interactive Petrophysics... 59

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

Figura 5.16 – Perfis do poço 1RJS019RJ, gerado no software Interactive Petrophysics... 60

Figura 5.17 – Perfis do poço 3NA04RJS, gerado no software Interactive Petrophysics... 61

Figura 5.18 – Correlação dos poços 4RJS42RJ, 3NA02RJ, 1RJS019RJ, 3NA04RJ....... 62

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Perfis mais comuns e sua finalidade............................................................. 16

Tabela 2.2 - Principais tipos de formações com seus valores em API.............................. 18

Tabela 2.3 - Valores de densidade para variados tipos de formação ou fluido................. 22

Tabela 2.4 – Valores de velocidade para rochas consolidadas.......................................... 24

Tabela 2.5 - Resumo das características dos perfis geofísicos e seus respectivos...........

comportamentos................................................................................................................

24

23 Tabela 4.1 – Tipos dos poços quanto a finalidade............................................................. 33

Tabela 4.2 –Poços de petróleo escolhidos para análise de seus perfis geofísicos............. 34

Tabela 5.1 –Volume de argilosidade em diferentes litologias.......................................... 41

Tabela 5.2 – Valores para os coeficientes a e m................................................................ 52

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO....................................................................................... 13

1.1 APRESENTAÇÃO..................................................................................................... 13

1.2 OBJETIVO.................................................................................................................. 13

1.3 MOTIVAÇÃO............................................................................................................. 14

1.4 METODOLOGIA....................................................................................................... 14

1.5 ESTRUTURA............................................................................................................. 14

CAPÍTULO 2- PERFILAGEM E SEÇÕES TRANSVERSAIS.................................... 16

2.1 PERFIL RAIO GAMA................................................................................................ 18

2.2 PERFIL RESISTIVIDADE......................................................................................... 20

2.3 PERFIL DENSIDADE................................................................................................ 21

2.4 PERFIL POROSIDADE NEUTRÔNICA.................................................................. 22

2.5 PERFIL SÔNICO........................................................................................................ 23

2.6 RESUMO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS PERFIS........................ 24

2.7 SEÇÃO TRANSVERSAL.......................................................................................... 24

CAPÍTULO 3- GEOLOGIA DO CAMPO DE NAMORADO...................................... 25

CAPÍTULO 4- ANÁLISE DA PERFILAGEM DOS POÇOS DO CAMPO DE

NAMORADO.....................................................................................................................

32

CAPÍTULO 5 - RESULTADOS 39

5.1 ANÁLISE DA ARGILOSIDADE............................................................................... 39

5.2 CÁLCULO DA SATURAÇÃO DE ÁGUA (Sw)...................................................... 51

5.3 ELABORAÇÃO DOS GRÁFICOS DE SATURAÇÃO DE ÁGUA NO MATLAB

E NO INTERACTIVE PETROPHYSICS.................................................................

53

CAPÍTULO 6- CONCLUSÕES....................................................................................... 63

APÊNDICE A.................................................................................................................... 64

APÊNDICE B..................................................................................................................... 65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 67

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

13

CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

As atividades que envolvem a análise de dados na indústria do petróleo possuem grande

importância no que se refere ao apoio a decisão nas operações de Exploração e Produção de

hidrocarbonetos a curto, médio e longo prazo.

Os dados de perfis geofísicos recebem grande atenção pois a precisão de suas

informações podem gerar grandes contribuições as decisões tomadas nas atividades de

Exploração e Produção de hidrocarbonetos. Podem economizar tempo e dinheiro nas atividades

ligadas a engenharia de petróleo.

O uso de perfis geofísicos fornecem informações de grande relevância para que os

geofísicos, geólogos e engenheiros de petróleo tenham conhecimento de informações tais como

a litologia, os fluidos presentes nas formações ou a zonas de interesse. Essas informações irão

contribuir para um bom andamento das operações, para a segurança do poço e obter resultados

satisfatórios.

O Campo de Namorado será analisado dentro desta perspectiva, onde um conjunto de

poços de petróleo e seus respectivos perfis geofísicos serão estudados através de técnicas de

análise de perfis geofísicos e ferramentas computacionais. Desta forma, serão realizadas

análises, cálculos e geração de gráficos para determinar a localização das regiões de interesse

que contenham hidrocarbonetos e por fim, a geração de correlações da litologia nos poços

selecionados.

1.2 OBJETIVO

Apresentar as principais características dos perfis utilizados neste trabalho, destacando

o uso, vantagens e desvantagens de cada tipo de perfil e um resumo da interpretação.

Destacar os tipos de seções transversais existentes e mostrar qual o tipo de seção será

elaborada neste trabalho.

Gerar programação no software MATLAB para obter a leitura dos perfis, realizar os

cálculos de saturação da água, volume de argilosidade e porosidade e a elaboração dos gráficos

relacionados a estas informações.

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

14

Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics, um software

especializado na área de petrofísica, a fim de verificar as informações obtidas no MATLAB.

Obter a correlação da litologia nos poços selecionados neste trabalho a partir das

informações obtidas.

1.3 MOTIVAÇÃO

A realização da análise dos perfis geofísicos através de informações dos poços que são

à priori, representados por matrizes numéricas onde a profundidade está relacionada com um

valor correspondente a propriedade do perfil, onde essas matrizes são introduzidas num

software que tem múltiplas funções no meio acadêmico, embora não seja um software

especialista na análise de perfis geofísicos. Transformar essas matrizes numéricas em gráficos

e conseguir visualizar as propriedades físicas das rochas e através destes dados, obter

informações adicionais através de equações empíricas, torna-se uma tarefa desafiadora e com

uso bastante amplo na análise de outros dados de poços de petróleo.

1.4 METODOLOGIA

O material e os dados de perfilagem foram obtidos na Agência Nacional do Petróleo

(ANP). Foram gerados dos poços de petróleo do Campo de Namorado, situado na Bacia de

Campos (RJ), onde foram realizados o perfil Raio Gama, o perfil Sônico, perfil Resistividade,

perfil porosidade Neutrônica e perfil Densidade ou RhoB.

Neste trabalho, foi usado o software MATLAB, versão R2013b - 64 bit, no qual foi

gerado um código para leitura dos dados dos perfis e com isso, a análise dos perfis dos poços

de petróleo, a fim de obter informações sobre sua litologia, tipos de fluidos e geração da seção

transversal do tipo well-to-well. Foi realizada uma revisão bibliográfica de trabalhos

relacionados ao Campo de Namorado com o objetivo de auxiliar a análise litológica e também

foi usado o software Interactive Petrophysics, um software especialista na área de petrofísica,

com o objetivo de validar os valores obtidos no MATLAB.

1.5 ESTRUTURA

Esta monografia é apresentada de acordo com a seguinte organização.

Capítulo 1: Introdução: apresentação do trabalho.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

15

Capítulo 2: Perfilagem e Seções Transversais: é realizado um estudo sobre os

perfis utilizados neste trabalho, fazendo uma descrição de suas respectivas

características e seus padrões. É apresentado um resumo com as principais

características dos perfis e seus respectivos comportamentos. Também é

realizada uma abordagem sobre seções transversais geradas através dos poços

de petróleo.

Capítulo 3: Geologia do Campo de Namorado: é feita uma revisão bibliográfica

da geologia do Campo de Namorado, área de estudo deste trabalho, realizando

uma abordagem dos modelos estratigráficos e sedimentológicos.

Capítulo 4: Análise da Perfilagem dos Poços do Campo de Namorado: neste

capítulo é realizada a análise da perfilagem dos poços do Campo de Namorado

com o uso do software MATLAB, foi realizada a leitura dos dados, gerando

gráficos relacionados aos perfis geofísicos.

Capítulo 5: Resultados: foi realizado o cálculo do Volume de Argilosidade (VSH)

e Saturação de Água (Sw) na região dos poços estudados. Foi elaborado gráficos

dos perfis e dos valores de saturação de água e volume de argilosidade respectivo

a cada poço de petróleo escolhido neste trabalho. Esses gráficos foram

elaborados no software MATLAB e no software Interactive Petrophysics. Foi

obtida as informações relacionadas a litologia da região dos poços e a geração

da seção transversal. A validação dos dados foi realizada com a comparação dos

resultados obtidos no software MATLAB e o software Interactive Petrophysics.

Capítulo 6: Conclusões: considerações finais.

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

16

CAPÍTULO 2- PERFILAGEM E SEÇÕES TRANSVERSAIS

Atualmente, existe uma grande variedade de perfis de poços. A informação obtida dos

perfis podem fornecer algum tipo de informação de modo direto ou indireto, por exemplo,

usando parâmetros específicos para calcular a saturação de água ou utilizadas em conjunto para

poder fazer uma interpretação, como exemplo, a correlação estratigráfica usando padrões de

reconhecimento ou identificando uma seção com repetidas falhas. Há três principais categorias

de perfis, tomando como base o parâmetro físico a ser mensurado: elétrico, radioativo e sônico,

conforme apresentada na Tabela 2.1.

Tabela 2.1 – Perfis mais comuns e sua finalidade

Perfil

Elétrico

Radioativo

Lit

olo

gia

Poro

sid

ad

e

Hid

roca

rbon

etos

Est

rutu

ra

Correlações

Principal

uso na

identificação

Melhores

condições

para ser

usado

Unidades

Resistividade

X

X

Condutividade

Camadas

resistivas X não

resistivas

Poço sem

revestimento

Ohm.m

SP

X

Permeabilidade

Camadas

permeáveis X não

permeáveis

Poço sem

revestimento

mV

Raio Gama

X

Radioatividade

Argilosidade e

conteúdo orgânico

Poço revestido

ou sem

revestimento

API

Neutrão

X

X

Contém

hidrogênio

Gás, porosidade

Poço revestido

ou sem

revestimento

% porosidade

Densidade X X X Densidade Gás, porosidade Poço sem

revestimento

g/cm3

Sônico X X Velocidade Porosidade, gás Poço sem

revestimento

µs/ft

Dipmeter

X

Comporta-

mento das

camadas

Falhas,

inconformidade,

camadas

Poço sem

revestimento

Direção e

mergulho:

Strike and dip

Caliper X X Diâmetro do

poço

Fraturas Poço sem

revestimento

polegada

Temperatura X X Temperatura do

poço

Falhas, fraturas,

gás

Poço sem

revestimento

ºF

Fonte: Evenick (2008)

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

17

Os perfis elétricos e estruturais são tipicamente realizados em poços sem revestimento

devido a necessidade dos sensores entrarem em contato com as paredes do poço, enquanto que

os perfis radioativos podem ser realizados em poços com ou sem revestimento.

O entendimento de cada tipo de perfil é de grande importância na análise da geologia

de subsuperfície.

Os perfis geofísicos disponíveis no Campo de Namorado são representados pelo Perfil

Raio Gama (GR), Perfil Sônico (DT), Perfil Resistividade (ILD), Perfil Porosidade Neutrônica

(NPHI) e Perfil Densidade (RHOB).

A Figura 2.1 apresenta os padrões básicos dos perfis com suas respectivas litologias e

fluídos.

Figura 2.1 - Carta de resposta dos perfis para diferentes tipos de litologias e fluidos,

Fonte: Rocha et al. (2009)

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

18

2.1 PERFIL RAIO GAMA (GR)

Este perfil registra a radioatividade natural de uma formação. Este perfil é registrado em

unidades padrão API (American Petroleum Institute) que é a medida radioativa de uma rocha

padrão com quantidades determinadas de tório, urânio e potássio. Esta unidade é correlacionada

com as intensidades do Raio Gama medidas por um contador cintilômetro1.

Os valores em API para folhelhos serão altos, enquanto para arenitos e calcários tem

baixos valores API. A radioatividade encontrada em arenitos e calcários vai depender do

conteúdo de argila que possa existir neste tipo de rocha reservatório, sempre e quando não seja

identificado arcósios. Este é o perfil mais comum, usado em correlações estratigráficas, possui

uma boa resolução vertical e fácil de interpretar. A Tabela 2.2 mostra alguns valores típicos da

formação e seu respectivo valor API.

Tabela 2.2 - Principais tipos de formações com seus respectivos valores em API

Formação Unidade padrão API

Carvão 20

Arenito 20

Folhelho 75-200

Calcário 20

Dolomita 20

Sal 0

Fonte: Evenick (2008)

No perfil Raio Gama, a escala é crescente da esquerda para a direita, em geral, de 0 a

150 API.

Segundo Ellis et al. (2008), os principais usos do perfil de Raio Gama são: identificação

litológica, correlação entre poços vizinhos, identificação de minerais radiativos, ambiente

deposicional, história diagenética, quantificar o volume de argilosidade e pode ser utilizado em

poços já revestidos.

Neste trabalho, foram analisados, a litologia e o volume de argilosidade (VSH)

decorrentes do Perfil Raio Gama.

1 Contador cintilômetro: realiza a contagem de cintilações produzidas por bombardeio de radiação em uma tela

de sulfeto de zinco

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

19

Existem numerosos modelos relatando o cálculo de argilosidade, usando o cálculo do

Índice de Argilosidade (IGR), mostrado na Equação 2.1 (ELLIS et al., 2008).

𝐼𝐺𝑅 =𝐺𝑅𝑙𝑜𝑔 − 𝐺𝑅𝑚𝑖𝑛

𝐺𝑅𝑚𝑎𝑥 − 𝐺𝑅𝑚𝑖𝑛 (𝐸𝑞. 2.1)

onde,

GRlog: valor do perfil Raio Gama lido no ponto de interesse;

GRmin: menor valor obtido no perfil Raio Gama;

GRmax: maior valor obtido no perfil Raio Gama.

Larionov (1969) propôs as equações empíricas não lineares para o cálculo de

argilosidade, onde a Equação 2.2 está relacionada para rochas consolidadas e antigas, ilustrado

em (2) e a Equação 2.3 está relacionada com as rochas consolidadas e do terciário (3), mostrado

na Figura 2.2.

𝑉𝑆𝐻 = 0,33 . [2(2.𝐼𝐺𝑅) − 1,0] (𝐸𝑞. 2.2)

𝑉𝑆𝐻 = 0,083 . [2(3,7.𝐼𝐺𝑅) − 1,0] (𝐸𝑞. 2.3)

Quando há densidades semelhantes entre arenitos e folhelhos, temos o caso linear,

mostrado na igualdade VSH = IGR, ilustrado em (1) na Figura 2.2, onde o volume de argilosidade

é igual ao índice de argilosidade.

Neste trabalho, foi usada a equação proposta por Clavier et. al. (1977), Equação 2.4.

𝑉𝑆𝐻 = 1,7 − √3,38 − (𝐼𝐺𝑅 + 0,7)2 (𝐸𝑞. 2.4)

Esta equação empírica, não linear, faz uso do índice de argilosidade, tomando como

base a Equação 2.1. Se houver falta de informações sobre a idade da rocha, esta equação mostra

bons resultados.

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

20

Figura 2.2 – Relação entre o volume de argilosidade e o índice de argilosidade,

Fonte: Ellis et al. (2008)

2.2 PERFIL RESISTIVIDADE ILD

Este perfil indica a característica de um material em resistir à condução elétrica, ou seja,

o inverso da condutividade. A unidade deste perfil é ohm-metro (Ω.m). O perfil ILD significa

Induction Log Deep, ou seja, possui investigação radial profunda (Deep). Segundo Rocha et

al. (2009), a resistência das rochas dependerá de sua porosidade, da natureza do fluido contido

em seus poros e do conteúdo de sal nele dissolvido. Em relação aos fluidos à resistividade dos

fluidos, hidrocarbonetos não são condutores elétricos (óleo e gás), ou seja, possuem alta

resistividade. Águas de formação (água salgada) são bons condutores elétricos, tendo uma baixa

resistividade. Em relação a água doce, o perfil resistividade apresentará altos valores de

resistividade. Esta característica pode apresentar interpretações incorretas do fluido presente

em determinadas zonas de interesse.

Em relação à porosidade da rocha, a redução com a profundidade é normalmente

indicada por um aumento dos valores do perfil resistividade. Há outros fatores que podem afetar

o perfil resistividade, dificultando sua interpretação. Temos:

– temperatura que aumenta com a profundidade, resultando em um decréscimo na

resistividade para água a uma determinada salinidade;

– presença de hidrocarbonetos, que no espaço poroso da formação provoca aumentos

consideráveis na resistividade;

3

1

2

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

21

– matéria orgânica, que em grande volume também aumenta a resistividade;

– arrombamentos do poço, devido a desmoronamentos, podendo aumentar o erro na

medida da resistividade do folhelho. A análise do perfil caliper pode ajudar na

correção desse fator.

O perfil resistivo apresentado neste trabalho possui investigação radial profunda e por

isso é denominada ILD (Induction Log Deep).

Segundo Ellis et al. (2008), existe uma série de vantagens e desvantagens relativas ao

uso desse perfil.

Principais vantagens:

– utilizadas em meios de baixa razão Rt/Rm;

– pode ser utilizado em poços revestidos com fibra de vidro;

– o sinal é quase independente das características da lama;

– combinação de bobinas, enrolamentos, polaridades, detecção de fases, podem

permitir maior capacidade de penetração;

– não usa eletrodos nem contato elétrico com o fluido do poço.

Desvantagens:

– não pode ser utilizada em poços com lamas altamente condutoras.

2.3 PERFIL DENSIDADE (RHOB)

O perfil densidade mede a porosidade da formação, baseada na densidade na densidade

da rocha matriz e o fluido contido nela. A unidade é gramas por centímetro cúbico (g/cm3). A

equação 2.5 mostra o cálculo da porosidade.

ϕ =𝜌𝑚 − 𝜌𝐵

𝜌𝑚 − 𝜌𝑓 (𝐸𝑞. 2. 5)

onde:

ϕ: porosidade;

𝜌𝑚: densidade da matriz da rocha;

𝜌𝐵: densidade medida pelo perfil;

𝜌𝑓: densidade do fluido da rocha.

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

22

Segundo Evenick (2008), estes valores irão superestimar a porosidade de uma formação

preenchida por gás. Consequentemente, quando superestimamos os valores de porosidade (do

perfil densidade), serão cruzados com os valores subestimados da porosidade do perfil neutrão.

O cruzamento é um indicador de gás na formação conhecido como gas effect. Camadas de

folhelho, carvão e bentonita normalmente tem baixos valores de densidade, arenitos e

carbonatos geralmente tem altos valores de densidade. Alguns valores típicos são mostrados na

Tabela 2.3.

Tabela 2.3 - Valores de densidade para variados tipos de formação ou fluido

Tipo de formação ou Fluido Densidade (g/cm3)

Folhelho 2,4-2,6

Arenito 2,65

Calcário 2,71

Dolomita 2,87

Sal 2,03

Lama de perfuração 1 – 1,1

Água 1,0

Óleo cru 0,8-1,0

Gás Natural 0,7

Fonte: Evenick (2008)

2.4 PERFIL POROSIDADE NEUTRÔNICA (NPHI)

Este perfil está presente nos dados fornecidos pela ANP. Segundo Rocha et al. (2009),

os nêutrons são partículas destituídas de carga elétrica, com massa quase idêntica à do átomo

de hidrogênio. Sendo partículas neutras elas podem penetrar profundamente na matéria,

atingindo os núcleos dos elementos que compõem a rocha, interagindo elástica ou

inelasticamente com eles. Este perfil registra diretamente as porosidades das rochas, tanto em

poço aberto como em poço revestido, desde que as camadas estudadas sejam portadoras de

água. Quando as rochas são portadoras de gás ou de hidrocarbonetos leves, ocorre uma

diminuição nas porosidades calculadas com estes perfis, em relação ao perfil sônico e/ou perfil

densidade. Portanto, quanto menor a densidade de hidrogênio, menor a quantidade de água na

rocha, e desta forma, menor o valor registrado pelo perfil neutrônico em comparação ao sônico

e/ou densidade (ROCHA et al., 2009).

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

23

A unidade deste perfil é dada por Unidades de Porosidade (P.U.). Uma característica

importante é que, defronte a rochas limpas, ou seja, aquelas com percentual de argila igual a

zero, são lidos valores de porosidades, aproximadamente iguais, pelos perfis sônico, densidade

e neutrônico. As aplicações deste perfil são relacionadas a aquisição de valores para porosidade,

litologia, definição de zonas gás (combinando o perfil neutrão com o perfil densidade),

mostrado na Figura 2.3 (ROCHA et al., 2009).

Figura 2.3 – Região com gás exibida pelo perfil Neutrão e o perfil Densidade,

Fonte: Rocha et al. (2009)

2.5 PERFIL SÔNICO (DT)

O perfil sônico (acústico) registra a velocidade do som transmitida através de uma

formação, medida em microssegundos por pé (µs/ft). A velocidade que a rocha permite a

passagem da onda sônica e está relacionada com a porosidade da formação. A litologia de uma

formação pode ser conhecida pela acurácia calculada da porosidade. Um perfil sônico é um

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

24

indicador aproximado da porosidade. Na Tabela 2.4, temos os valores típicos de velocidades

para rochas consolidadas.

Tabela 2.4 – Valores de velocidade para rochas consolidadas

Formação Velocidade (µs/ft)

Folhelho 62-167

Arenito 55,5

Calcário 47,5

Dolomita 43,5

Fonte: Evenick (2008)

2.6 – RESUMO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS PERFIS

Devido a uma grande variedade de informações e dados obtidos na análise dos perfis

geofísicos, é importante resumi-los de forma que haja uma boa compreensão dos dados

analisados. Segundo Ellis et al. (2008), resumiram os dados obtidos dos perfis geofísicos em

relação a característica e o comportamento, apresentado na Tabela 2.5.

Tabela 2.5 - Resumo das características dos perfis geofísicos e seus respectivos comportamentos

Característica Perfil Geofísico Comportamento

Limpo / Argila SP

GR

VSH ↑

VSH ↑

SP ↑

GR ↑

Porosidade (ϕ)

Densidade

Neutrão

Acústico

ϕ ↑

ϕ ↑

ϕ ↑

𝜌𝑏 ↓

ϕ𝑛↑

Δt ↑

Hidrocarbonetos

Rt

Sw ↑

So ↑

ϕ ↓

Rt ↓

Rt ↑

Rt ↑

Recuperável /

mobilidade

Rxo × Rt

(raso × Profundo)

Rxo = Rt

Rxo = Rt

𝑅𝑥𝑜

𝑅𝑡≠

𝑅𝑚𝑓

𝑅𝑥

Sem invasão

Se Rmf = Rw, sem

mobilidade de HC

Mobilidade de fluido

Fonte: Ellis et al. (2008), modificado

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

25

2.6 SEÇÃO TRANSVERSAL

Uma das mais importantes formas de visualizar as características da subsuperfície, é

criar uma seção transversal válida. É impossível alcançar completamente uma arquitetura de

subsuperfície estratigráfica ou estrutural, mesmo com o uso de dados sísmicos tridimensionais.

Entretanto, é possível criar uma seção transversal bidimensional usando dados conhecidos.

Segundo Evenick (2008), pode-se pensar que a seção transversal é o retrato de um

afloramento, com seções bem expostas (well-constrained) e exposição pobre (poorly

constrained). Em áreas com exposição pobre ou incompleta, é necessário projetar contatos e

tendências estruturais em áreas de melhor exposição usando dados ou informações próximas.

Comumente, poços próximos ou dados sísmicos e contatos projetados (de mapas de contorno)

são usados para correlacionar seções pobres. O risco em usar dados projetados é a dependência

de vários fatores (migração sísmica, gridding algorithms e mapas de escala).

As seções transversais podem ser divididas em projetadas e ancoradas, conforme

mostrado na Figura 2.4, as seções transversais são subdivididas pela quantidade de poços e nos

dados de controle. Nas seções transversais projetadas, os contornos não possuem a orientação

de um poço de controle. Esta categoria pode ser dividida em seções transversais sintéticas ou

delimitadas. Seções transversais sintéticas são contornos, onde não há o controle de dados para

restringir a posição dos contatos e recursos, enquanto que seções transversais delimitadas

utilizam dados próximos semi-restritos (EVENICK, 2008).

Figura 2.4 – Categorias de seções transversais, Fonte: Evenick (2008), modificado

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

26

Seções transversais ancoradas são contornos que interceptam um ou mais poços e,

portanto, tem algum grau de controle direto do poço. Os dados são ancorados, ou amarrados,

na seção transversal devido a posição espacial ser conhecida. É uma prática padrão, colocar

pelo menos um perfil de poço (comumente Raio Gama, Sônico, Resistividade ou Potencial

Espontâneo) em uma seção transversal ancorada. Seções transversais ancoradas podem ser

divididas em seções transversais fixas (pinned) ou poço-a-poço (well-to-well). Seções

transversais fixas são contornos que intersectam um ou mais poços. Tipicamente, este tipo de

seção transversal é linear e parcialmente construída de dados projetados. Seções transversais

poço-a-poço são contornos que correlacionam múltiplos poços. Estes contornos são

completamente controlados por dados de poços e são comumente não lineares. A principal

desvantagem no uso da seção transversal poço-a-poço é que podem aumentar as características

fora do plano e criar falsas relações de subsuperfície (EVENICK, 2008).

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

27

CAPÍTULO 3- GEOLOGIA DO CAMPO DE NAMORADO

Segundo Bizzi et al. (2003), a Bacia de Campos localiza-se em águas territoriais do

Estado do Rio de Janeiro, cobrindo cerca de 100.000 km², sendo a parte submersa até uma

lâmina d’água de 3.400 metros e uma pequena porção estendendo-se para o continente. A

Figura 3.1 mostra a Bacia de Campos, em destaque, o Campo de Namorado. Para norte, a bacia

é parcialmente isolada da Bacia do Espírito Santo, na região de águas rasas, pelo Alto de Vitória,

um bloco elevado de embassamento que coincide com a terminação oeste da Cadeia de Vitória-

Trindade, importante lineamento oceânico daquela área (CAINELLI et al. 1998). Em águas

profundas, não existe elemento estrutural de separação efetiva entre as bacias de Campos e do

Espírito Santo.

Figura 3.1- Mapa de Localização da Bacia de Campos. Fonte: Modificado de Bruhn (2003)

Segundo Guardado et al. (1990), o Campo de Namorado foi descoberto em 1975,

localiza-se na parte central da Bacia de Campos, a cerca de 80 km do litoral do estado do Rio

de Janeiro, sob lâmina de água de 110 a 250 m. Foi estimado em um volume in place de 669

milhões de barris de petróleo (106 x 106 m3).

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

28

A produção de óleo no Campo de Namorado começou em junho de 1979. Na explotação

desse campo foram usadas as plataformas de produção PNA-1 e PNA-2. A coluna máxima de

óleo é de cerca de 160 m e o net-play2 médio, por poço, é de 60 m.

Em média, a porosidade é de 26%, a saturação de óleo é de 75%, a permeabilidade com

cerca de 400 mD e o índice de produtividade, normalmente, é maior que 50 m3/d/kgf/cm2,

Barboza (2005). Embora seja um campo maduro, ainda possui produção de petróleo, segundo

dados do BDEP-ANO, agosto de 2012, cada poço tem uma produção média de 770 barris/dia e

27 m3 de gás natural/dia, somando uma produção de cerca de 14.000 barris/dia dividido em 19 poços.

Segundo Guardado et al. (1990), o reservatório produtor, o arenito Namorado, consiste

da composição de areias turbidíticas que foram depositadas durante o período

Cenomaniano/Turoniano e são intercalados por margas e folhelhos. A Figura 3.2 mostra um

perfil estrutural percorrendo através da direção sudoeste-nordeste os Campos de Namorado e

Cherne. Note que o poço 1RJS19, usado neste trabalho, está presente nesta figura.

Figura 3.2 – Perfil estrutural do Campo de Namorado e Cherne, Fonte: Guardado et al. (1990)

2 Net-play: espessura média da camada de interesse

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

29

Neste nível do reservatório, o Campo de Namorado possui uma falha estrutural, dividida

em quatro blocos por falhas normais denominados Principal, Adjacente, Marginal, Secundário

e ainda a chamada área nordeste de Namorado, mostrado na Figura 3.3.

O principal bloco em que o óleo é produzido está localizado na parte central do campo.

A acumulação de óleo é controlada pelos arenitos turbidíticos pinch out3 e por atributos

estruturais. O campo é limitado por falhas no sudeste, noroeste e sudoeste.

Na região noroeste do campo, por dip closure4e no norte e sul por arenitos pinch out. O

reservatório é selado por margas e folhelhos da sequência hemipelágica. O arenito Namorado

consiste de várias camadas de areias de turbidito intercaladas com os folhelhos.

Estes arenitos atingem uma espessura no principal bloco do campo de 115 m onde a

estrutura é fechada em cerca de 160 m.

Figura 3.3 - Mapa estrutural do topo do reservatório do Campo de Namorado,

Fonte: Menezes (1990) apud Barboza (2005)

3 Pinch out: um tipo de armadilha estratigráfica. Representa a diminuição da espessura de um reservatório contra

uma rocha selante criando uma geometria favorável ao aprisionamento de hidrocarbonetos. 4 Dip Closure: Inclinação fechada

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

30

Figura 3.4 – Carta estratigráfica da Bacia de Campos, Fonte: Winter et al. (2007)

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

31

Segundo Barboza (2005), esses arenitos normalmente são enormes, granulação média,

arcósicos e localmente conglomerados. A qualidade deste arenito tem uma porosidade de 20 a

30% e permeabilidade superior a 1 darcy. Localmente, o arenito contém finas zonas onde a

porosidade tem sido completamente suprimida por cimentação carbonática. Corpos individuais

de areia são lenticulares e alongados de noroeste para sudeste. Estas areias são interconectadas,

como indicado pelos dados de pressão na parte central do campo. Alguns reservatórios na parte

sudeste do campo mostram pressões iniciais indicando a natureza lenticular e isolada destas

areias.

A Figura 3.4 mostra a carta estratigráfica da Bacia de Campos, onde o Campo de

Namorado está localizado e a Figura 3.5 destaca o detalhe onde é analisado neste trabalho.

A Figura 3.5 mostra um detalhe da Bacia de Campos correspondente ao Grupo Macaé,

onde em destaque temos a Formação Namorado em forma de corpos areníticos entre sedimentos

da formação Outeiro e Imbetiba. As notações usadas são QM – Quissamã, QM/BZ – Búzios,

GT – Goitacás, OUT – Outeiro, IMB – Imbetiba, NAM – Namorado.

Figura 3.5 – Detalhe da Carta Estratigráfica da Bacia de Campos,

Fonte: Modificado de Winter et al. (2007)

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

32

CAPÍTULO 4- ANÁLISE DA PERFILAGEM DOS POÇOS DO CAMPO

DE NAMORADO

Neste trabalho, segundo o material cedido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP)

para as universidades, os dados usados consistem dos perfis geofísicos do Campo de Namorado

que possui 65 poços no formato .LAS (Log ASCII Standard). Os arquivos no formato .LAS

contém matrizes numéricas com os valores da profundidade e os valores relativos a cada tipo

de perfil presente no poço, com intervalos de 20 centímetros.

A leitura e análise dos perfis escolhidos foi realizada usando o software MATLAB.

A Figura 4.1 mostra alguns desses poços identificados pelo seu nome e sua respectiva

simbologia.

Figura 4.1 – Mapa de localização de alguns poços do Campo de Namorado,

Fonte: ANP/SDT/BDEP (2000)

4RJS245DARJ

4RJS42RJ

3NA02RJ

1RJS19RJ

3RJS214RJ

3NA5RJ

3NA5ARJ

3NA4RJ

7NA13ARJ

7NA13RJ

3NA21RJ

3NA21BRJ

3NA1ARJ

3NA1RJ

3NA3DRJ

3NA3RJ

4RJS245DRJ

8NA22RJ

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

33

Esses poços são do tipo conforme mostrado na tabela 4.1, quanto a sua finalidade e

categoria.

Tabela 4.1 – Tipos dos poços quanto a finalidade

Finalidade Categoria Número

Exploração

Pioneiro 1

Estratigráfico 2

Extensão 3

Pioneiro adjacente 4

Jazida mais rasa 5

Jazida mais profunda 6

Explotação (lavra) Desenvolvimento 7

Injeção 8

Especial 9

Fonte: Costa (2008)

A Figura 4.2 mostra, em detalhe, os poços usados neste trabalho, com sua respectiva

simbologia.

Figura 4.2 – Poços usados neste trabalho, em destaque, Fonte: ANP (modificado)

4RJS42RJ

3NA2RJ

1RJS19RJ

3NA4RJ

3NA1ARJ

3NA1RJ

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

34

A listagem com os nomes e a simbologia de poços de petróleo é apresentado na Figura

4.3. Nesta listagem, note que os poços analisados neste trabalho são produtores de óleo.

Figura 4.3 – Nomenclatura e simbologia de poços de petróleo, Fonte: ANP/Superintendência de

Gestão de Informações e Dados Técnicos

Na análise dos perfis geofísicos, foram tomados três critérios, tendo em vista a

colinearidade dos poços, o tipo de poço e a presença dos Perfis Sônico (DT), Perfil Raio Gama

(GR), Perfil Resistividade (ILD), Perfil Porosidade Neutrônica (NPHI) e o Perfil Densidade

(RHOB), onde foi escolhido os poços produtores de óleo. A partir desses critérios foram

escolhidos quatro poços, conforme mostrado na Tabela 4.2.

Tabela 4.2 – Poços de petróleo escolhidos para análise de seus perfis geofísicos

Poço de Petróleo Tipo

4RJS42RJ Produtor de óleo

3NA02RJ Produtor de óleo

1RJS19RJ Produtor de óleo

3NA04RJ Produtor de óleo

Fonte: Elaboração própria

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

35

Esses perfis representam a leitura dos dados fornecidos no formato .LAS (Log ASCII

Standard) cedidos pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e foram elaborados no software

MATLAB a partir de linguagem de programação.

Os quatro poços analisados nesse trabalho, com seus respectivos perfis geofísicos, são

apresentados nas Figuras 4.4 (poço 3NA02RJS), Figura 4.5 (poço 3NA04RJS), Figura 4.6

(poço 1RJS019RJ) e Figura 4.7 (poço 4RJS042RJ).

Na primeira faixa temos o Perfil Raio Gama (GR), na segunda faixa, temos o perfil

elétrico ILD, na terceira faixa temos o perfil Porosidade Neutrônica (Nphi), na quarta faixa

temos o perfil Densidade (RHOB) e na quinta faixa, temos o perfil Sônico (DT).

Figura 4.4 – Perfis do poço 3NA02RJS, Fonte: Elaboração própria

50 100

3000

3050

3100

3150

3200

DT

(microsegundo/ft)

0 50100150

3000

3050

3100

3150

3200

GR (API)

100

3000

3050

3100

3150

3200

ILD (ohm-m)

0 20

3000

3050

3100

3150

3200

NPHI (%)

2 2.5

3000

3050

3100

3150

3200

RHOB (g/cm3)

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

36

Figura 4.5 – Perfis do poço 3NA04RJS, Fonte: Elaboração própria

50 100

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

DT

(microsegundo/ft)

0 50100150

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

GR (API)

100

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

ILD (ohm-m)

0 102030

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

NPHI (%)

2 2.5

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

RHOB (g/cm3)

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

37

Figura 4.6 – Perfis do poço 1RJS019RJ, Fonte: Elaboração própria

50 100

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

DT

(microsegundo/ft)

0 50100150

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

GR (API)

100

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

ILD (ohm-m)

0 20

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

NPHI (%)

2 2.5

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

RHOB (g/cm3)

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

38

Figura 4.7 – Perfis do poço 4RJS042RJ, Fonte: Elaboração própria

50 100

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

3180

3200

3220

DT

(microsegundo/ft)

0 50 100150

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

3180

3200

3220

GR (API)

100

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

3180

3200

3220

ILD (ohm-m)

10 20 30 40

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

3180

3200

3220

NPHI (%)

2 2.5

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

3180

3200

3220

RHOB (g/cm3)

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

39

CAPÍTULO 5 - RESULTADOS

Neste capítulo, a partir das informações apresentadas sobre os perfis geofísicos

analisados em cada um dos poços de petróleo que foram escolhidos, serão realizados os cálculos

e a elaboração dos gráficos do volume de argilosidade (VSH) e da saturação de água (Sw).

O cálculo do volume de argilosidade foi realizado através do uso da equação proposta

por Clavier (Equação 2.4), que leva em consideração o perfil Raio Gama e o uso da Equação

que leva em consideração o uso do perfil Densidade e Neutrão (Equação 5.5).

O cálculo da saturação de água levou em consideração o uso da Equação de Archie e a

Equação de Simandoux.

Os cálculos e gráficos foram realizados no software MATLAB que irá auxiliar na

localização de possíveis reservatórios de óleo.

Essas informações geradas no MATLAB serão comparadas no software Interactive

Petrophysics, que é um software que auxilia geólogos, geofísicos e engenheiros de petróleo na

análise e interpretação petrofísica dos poços de petróleo.

Com estas informações, foi possível criar uma seção transversal, em cada um dos poços

escolhidos, ilustrando o tipo de litologia presente sua respectiva localização em cada um dos

poços de petróleo.

5.1 ANÁLISE DA ARGILOSIDADE

A interpretação sedimentológica no perfil Raio Gama pode ser dividida em três

categorias conhecidas como Sino, Funil e Cilindro. A Figura 4.8 mostra cada uma dessas

interpretações.

a interpretação Sino mostra que a camada inferior tem sua base granulométrica

mais grosseira, o que poderia ser resultante de uma deposição tipo leque

(turbidito);

a interpretação Funil mostra que a camada superior é mais grosseira, onde

poderia representar uma barreira ou alta atividade marítima;

a interpretação Cilindro mostra uma camada uniforme de sedimentos.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

40

Figura 5.1 - Interpretação sedimentológica no perfil Raio Gama, Fonte: www.spec2000.net

No perfil Raio Gama do poço 4RJS042RJ, foi verificado que na profundidade entre

3.040 m e 3.080 m, o perfil apresenta o formato Sino e na profundidade entre 3.140 m e 3.170

m temos o formato Cilindro.

No perfil do poço 3NA02RJS, o formato Funil é apresentado entre 2.985 m e 3.025 m.

O formato Sino é apresentado entre 3.070 m e 3.090 m.

No perfil do poço 1RJS019RJ, o formato Funil é apresentado entre 2.980 m e 2.975 m,

já o formato Sino está presente na profundidade entre 2.990 m e 2.995 m e o formato Cilindro

está presente na profundidade entre 3.060 m e 3.080 m.

No perfil do poço 3NA04RJS, o formato Sino está presente entre 2.970 m e 2.985 m,

entre 2.988 m e 3.010 m e também entre 3.100 m e 3.120 m. O formato Cilindro apresenta-se

entre 3.030 m e 3.050 m e por último em 3.110 m e 3.150 m.

No trabalho de Flexa et al. (2004), onde aplicou estatística multivariada para identificar

litotipos no Campo de Namorado. No poço 3NA02RJS, identificou arenitos nos intervalos entre

3.025 m e 3.070 m, 3.090 m e 3.120 m, 3.130 m e 3.150 m. Estes intervalos são intercalados

por folhelhos, calcilutitos, margas e siltito. Os carbonatos estão localizados no intervalo entre

3.150 m e 3.200 m. No trabalho de Aurélio (2012), realizou um modelo tectono-estrutural

dos Campos de Petróleo dos Campos de Namorado, Cherne e Albacora, com isso, obteve as

litologias do poço 1RJS019RJ, identificando arenitos em 2.980 m e 3.000 m, 3.010 m e 3020

m e em 3.060 m e 3.080 m, intercalados por folhelhos, calcilutitos, margas e siltito. Os

carbonatos estão no intervalo entre 3080 m e 3120 m.

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

41

No trabalho de Borges (2012), usou o método de inversão mineralógica com base nos

perfis geofísicos de poços do Campo de Namorado. No poço 3NA04RJS, os arenitos estão

localizados nos intervalos entre 2.990 m e 3.020 m, 3.030 m e 3.050 m e no intervalo 3.075 m

e 3.110 m, intercalados por folhelho siltoso, folhelho argiloso, calcário argiloso e marga.

Borges (2012) também identificou a litologia no poço 4RJS042RJ, onde foram

identificados os arenitos nas profundidades entre 3.045 m e 3.055 m, na profundidade entre

3.065 m e 3.110 m temos arenitos intercalados por folhelhos, entre 3.130 m e 3.180 m com

arenitos, onde nessa faixa é intercalado por um carbonato no intervalo entre 3.170 m e 3.175

m.

Os gráficos do Volume de Argilosidade vão auxiliar na verificação das zonas de

interesse do poço de petróleo. Os intervalos com baixo volume de argilosidade são potenciais

zonas de interesse.

A presença de minerais argilosos nos reservatórios afeta a identificação de

hidrocarbonetos e provoca um cálculo menor no volume de hidrocarbonetos.

A argilosidade altera o espaço poroso das rochas, diminuindo a sua permeabilidade

absoluta. Na Tabela 5.1 é mostrada uma classificação em função do teor de argila em

determinadas formações.

Tabela 5.1 – Volume de argilosidade em diferentes litologias

Litologia Volume de Argilosidade (%)

Arenito limpo 0-5

Arenito pouco argiloso 5 -10

Arenito argiloso 10 – 35

Arenito muito argiloso 35 – 65

Folhelho > 65

Fonte: Ellis et. al. (2008)

Os valores e os gráficos do Volume de Argilosidade (VSH) foram obtidos no software

MATLAB, onde foi implementada uma programação aplicando a Equação 2.4, usando o perfil

Raio Gama.

Outro método para o cálculo do volume de argilosidade (VSH), segundo Girão (1990),

baseia-se na comparação dos perfis Densidade e Neutrão, os quais são afetados de modo

bastante distinto pela presença da argila, devido ao excesso de água adsorvida considerada pelo

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

42

neutrônico. A Equação 5.1 fornece a porosidade do perfil neutrão corrigida e a Equação 5.2

fornece a porosidade do perfil densidade corrigida.

As Equações 5.1 e 5.2 fornecem os valores para ϕ𝐷𝐶 e ϕ𝑁𝐶 que são respectivamente as

porosidades corrigidas do perfil Densidade e o perfil Neutrão, devido ao efeito da argilosidade,

ou seja, a porosidade efetiva da rocha. O cálculo do volume de argilosidade a partir dos perfis

neutrão e densidade é dada pela Equação 5.3.

ϕ𝐷𝐶 = ϕ𝐷 − ϕ𝐷𝑆𝐻 . 𝑉𝑆𝐻 (𝐸𝑞. 5.1)

ϕ𝑁𝐶 = ϕ𝑁 − ϕ𝑁𝑆𝐻 . 𝑉𝑆𝐻 (𝐸𝑞. 5.2)

𝑉𝑆𝐻𝑁𝐷 =ϕ𝑁 − ϕ𝐷

ϕ𝑁𝑆𝐻 − ϕ𝐷𝑆𝐻 (𝐸𝑞. 5.3)

onde,

ϕ𝐷𝐶 : porosidade da densidade corrigida pela argilosidade;

ϕ𝑁𝐶 : porosidade neutrônica corrigida pela argilosidade;

ϕ𝐷: porosidade lida diretamente do perfil de densidade;

ϕ𝑁: porosidade lida diretamente do perfil neutrão;

ϕ𝑁𝑆𝐻: porosidade aparente do folhelho lida em um folhelho adjacente;

ϕ𝐷𝑆𝐻 : porosidade aparente calculada para os folhelhos adjacentes da matriz e fluidos;

𝑉𝑆𝐻: volume total de folhelho ou argila na rocha, calculada através de outros indicadores;

𝑉𝑆𝐻𝑁𝐷 : volume de argilosidade calculado a partir dos perfis neutrão e densidade.

O volume de argilosidade foi gerado utilizando tanto os dados do perfil Raio Gama e os

perfis Densidade–Nêutron, sendo que para gerar uma única curva foi considerado o valor

mínimo dessas duas respostas. Nas Figuras 5.2 até 5.5 temos a esquerda o gráfico do perfil Raio

Gama e a direita o gráfico do Volume de Argilosidade (VSH), gerados pelo perfil Raio Gama.

Estes gráficos foram elaborados no software MATLAB através da programação apresentada no

Apêndice A.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

43

No gráfico do volume de argilosidade (VSH) do poço 4RJS042RJ, mostrado na Figura

5.2, na profundidade entre 3.080 m e 3.210 m apresentam valores entre 10% e 20%, sendo

possíveis zonas de interesse e na profundidade entre 3.030 m e 3.050 m possui valores entre

10% e 40% de argilosidade.

Figura 5.2 - Volume de Argilosidade do poço 4RJS042RJ, Fonte: Elaboração própria

0 50 100 150

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

3180

3200

3220

GR (API)

0 0.5 1

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

3180

3200

3220

Vsh (%)

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

44

No gráfico do volume de argilosidade (VSH) do poço 3NA02RJS, mostrado na figura

5.3, verificamos que no intervalo entre 3.035 m e 3.055 m, 3.100 m e 3.125 m e 3.160 m e 3.200

m são potenciais zonas de interesse com valores variando entre 10% e 30%. Foi verificado

também que na profundidade entre 3.000 m e 3.025 m possui valores variando entre 30% e

60%.

Figura 5.3 - Volume de Argilosidade do poço 3NA02RJS, Fonte: Elaboração própria

0 50 100 150

3000

3050

3100

3150

3200

GR (API)

0 0.5 1

3000

3050

3100

3150

3200

Vsh (%)

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

45

No gráfico do volume de argilosidade (VSH) do poço 1RJS019RJ, a figura 5.4 mostra na

profundidade entre 2.964 m e 2.976 m uma argilosidade variando entre 30% e 60% e entre

2.996 m até 3.120 m uma potencial zona de interesse com o volume de argilosidade variando

entre 10% e 20%, sendo um arenito argiloso.

Figura 5.4 - Volume de Argilosidade do poço 1RJS019RJ, Fonte: Elaboração própria

0 50 100 150

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

GR (API)

0 0.5 1

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

Vsh (%)

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

46

No gráfico do volume de argilosidade (VSH) do poço 3NA04RJS, mostrado na figura

5.5, o intervalo na profundidade entre 3.020 m e 3.150 m uma potencial zona de interesse com

o volume de argilosidade variando entre 10% e 30%. No intervalo entre 2.990 m e 3.000 m há

uma variação do volume de argilosidade entre 20% e 70%.

Figura 5.5 - Volume de Argilosidade do poço 3NA04RJS, Fonte: Elaboração própria

As figuras 5.6, 5.7, 5.8 e 5.9 foram geradas no software Interactive Petrophysics (IP).

O perfil Raio Gama corresponde a primeira faixa, os perfis densidade e Perfil Nêutron, estão

na segunda faixa e na terceira faixa temos os gráficos que correspondem ao volume de

0 50 100 150

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

GR (API)

0 0.5 1

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

Vsh (%)

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

47

argilosidade (VSH), onde em verde corresponde ao VSH do perfil Raio Gama e em vermelho o

VSH dos perfil densidade e neutrão.

O uso desses perfis é justificada devido a uma discrepância entre os volume de

argilosidade devido a presença de pinch outs e arenitos arcósios, onde são aqueles que contém

feldspato (conteúdo radioativo), que são fatores que muitas vezes alteram as respostas de

argilosidade. Devido a esses motivos existe certo nível de divergência entre as respostas de

argilosidade.

No poço 4RJS042RJ, Figura 5.6, foi verificada a presença de pinch outs nas Zonas 1,

com profundidades de 3.015 m e 3.025 m e na Zona 2 com profundidade de 3.037 m.

Perfil Raio Gama (GR)

ϕ𝑁

ϕ𝐷

VSH(GR)

VSH(ND)

Figura 5.6 – Volume de argilosidade gerado no software IP para o poço 4RJS042RJ,

Fonte: Elaboração própria

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

48

No poço 3NA02RJS, mostrado na Figura 5.7, foi verificada a presença de pinch outs na

Zona 1, com profundidade de 3.005 m, Zona 2, com profundidade de 3.020 m, na Zona 4, com

profundidades de 3.062 m, 3.085 m e na Zona 6, com profundidade de 3.155 m. Nestas zonas,

há uma discrepância entre os volumes de argilosidade.

Perfil Raio Gama (GR)

ϕ𝑁

ϕ𝐷

VSH(GR)

VSH(ND)

Figura 5.7 – Volume de argilosidade gerado no software IP para o poço 3NA02RJS,

Fonte: Elaboração própria

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

49

No poço 1RJS019RJ, Figura 5.8, foi verificada a presença de pinch outs na Zona 1, na

profundidade de 2.940 m e 2.956 m e na Zona 2, presente na profundidade de 2.972 m.

Perfil Raio Gama (GR)

ϕ𝑁

ϕ𝐷

VSH(GR)

VSH(ND)

Figura 5.8 – Volume de argilosidade gerado no software IP para o poço 1RJS019RJ,

Fonte: Elaboração própria

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

50

No poço 3NA04RJS, Figura 5.9, foi verificada a presença de pinch outs na Zona 1, nas

profundidades de 2.972 m e 2.974 m. Na Zona 3, na profundidade de 3.015 m e na Zona 4, na

profundidade de 3.017 m.

Perfil Raio Gama (GR)

ϕ𝑁

ϕ𝐷

VSH(GR)

VSH(ND)

Figura 5.9 – Volume de argilosidade gerado no software IP para o poço 3NA04RJS,

Fonte: Elaboração própria

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

51

5.2 CÁLCULO DA SATURAÇÃO DE ÁGUA (Sw)

No cálculo da saturação de água (Sw) foram usados o perfil ILD, perfil porosidade

neutrônica (NPHI) e o perfil densidade (RHOB).

Nos cálculos de saturação de água (Sw) foram usadas a Equação de Archie e a Equação

de Simandoux.

Segundo Girão (1990), a argila apresenta uma característica importante que é a

condutância superficial, característica presente em algumas zonas nas formações do Campo de

Namorado.

Em vista dessa limitação, saturações calculadas através da Equação de Archie (Eq. 5.1)

foram usadas em profundidades com volume de argilosidade abaixo de 20%.

𝑆𝑤𝑛 =

𝑎. 𝑅𝑤

ϕ𝑚 . 𝑅𝑡 (𝐸𝑞. 5.1)

onde,

Sw: saturação de água;

Rw: resistividade da água que satura a rocha;

Rt: resistividade verdadeira da formação;

a: coeficiente litológico;

m: fator de cimentação;

n: coeficiente de proporcionalidade (coeficiente ou expoente de saturação);

ϕ: porosidade.

Segundo Contreras et. al. (2012), uma equação típica usada para o cálculo de saturação

de água (Sw) é a Equação de Simandoux (Eq. 5.2).

Esta equação se ajusta bem as formações do Campo de Namorado devido a quantidade

de argila nos reservatórios, que está acima de 20%, mostrado pelo cálculo do volume de

argilosidade (VSH), mostrado na Análise da Argilosidade. Outra característica para o uso desta

equação, é não necessitar da análise de testemunho, mas sim dos coeficientes a e m.

Note que se o volume de argilosidade for igual a zero (VSH = 0), a Equação de

Simandoux torna-se a Equação de Archie.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

52

𝑆𝑤 =𝑎

2.

𝑅𝑤

ϕ𝑚. [√

4. ϕ𝑚

𝑎. 𝑅𝑤 . 𝑅𝑡+ (

𝑉𝑠ℎ

𝑅𝑠ℎ)

2

−𝑉𝑠ℎ

𝑅𝑠ℎ] (𝐸𝑞. 5.2)

onde,

Sw: saturação de água;

Rw: resistividade da água que satura a rocha;

Rt: resistividade verdadeira da formação;

a: coeficiente litológico;

m: fator de cimentação;

ϕ: porosidade;

Vsh: volume de argilosidade;

Rsh: resistividade do folhelho.

Os valores típicos para o coeficiente litológico (a) e o fator de cimentação (m) em

relação a litologia são descritos na Tabela 4.4.

Tabela 5.2 – Valores para os coeficientes a e m

Litologias ϕ m a

Arenitos 14,9-31,0 1,42 1,79

Turbiditos 9,0-17,5 1,17 4,32

Leques aluviais 10,0-17,3 1,27 2,06

Deltas 10,0-16,0 1,39 2,98

Fluvial 13,3-20,0 1,22 1,99

Eólico 10,0-15,2 0,67 11,26

Oolitos 15,1-20,23 1,91 1,14

Coquinas 1,0-14,5 0,43 39,19

Fonte: Girão (2000), modificado

A porosidade também foi corrigida em três situações, tais como na presença de folhelho

(Eq. 5.6), na presença de gás (Eq. 5.7) e na ausência de gás (Eq. 5.8).

A Equação 5.6 é usada quando ϕ𝑁𝐶 > 1,2 . ϕ𝐷𝐶 .

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

53

A Equação 5.7 é usada quando ϕ𝑁𝐶 < ϕ𝐷𝐶 e por fim, a Equação 5.8 é usada quando

ϕ𝑁𝐶 > ϕ𝐷𝐶 .

ϕ𝑆𝐻 = 2. ϕ𝐷𝐶 + ϕ𝑁𝐶

3 (𝐸𝑞. 5.6)

ϕ𝐺á𝑠 = √ϕ𝐷𝐶 + ϕ𝑁𝐶

2 (𝐸𝑞. 5.7)

ϕ𝑆/𝐺á𝑠 = ϕ𝐷𝐶 + ϕ𝑁𝐶

2 (𝐸𝑞. 5.8)

O valor da porosidade calculado nestas condições citadas acima, será usado na Equação

de Clavier (Eq. 5.2) como porosidade efetiva (ϕ𝑒).

5.3 ELABORAÇÃO DOS GRÁFICOS DE SATURAÇÃO DE ÁGUA NO MATLAB E

NO INTERACTIVE PETROPHYSICS

Baseando-se nas informações mostradas na seção anterior, foi implementada

programação no software MATLAB com objetivo de obter os gráficos de saturação de água

(SW).

As Figuras 5.10, 5.11, 5.12 e 5.13 mostram o Perfil Raio Gama, Perfil ILD na primeira

faixa, o perfil ILD está presente na segunda faixa, o Perfil Porosidade Neutrônica e Porosidade

a partir do perfil Densidade está na terceira faixa, e na última faixa está o volume de argilosidade

(VSH) e Saturação da água (SW).

Conforme citado nas Equações 5.6, 5.7 e 5.8, estas equações corrigem a porosidade para

um valor mais adequado em determinado tipo de litologia ou tipo de fluido, gerando o Perfil de

Porosidade Efetiva (ϕ𝑒), apresentado em azul na terceira faixa, entre o NPHI e o DPHI.

A porosidade efetiva, foi usada nos cálculos da Saturação de Água (Equação 5.2). Em

uma mistura óleo/água, a saturação de óleo é obtida por 1–Sw.

Na figura 5.10, no poço 4RJS042RJ, temos no intervalo entre 3.050 m e 3.062 m a

camada de arenito, onde há aproximadamente, Sw = 20%, na profundidade de 3.060 m. e na

profundidade entre 3.070 m e 3.132 m outra camada de arenito, onde na profundidade de 3.090

m onde há aproximadamente Sw = 10%.

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

54

Nessa profundidade temos um valor acentuado no Perfil ILD, sendo um bom indicador

de óleo. Na profundidade de 3.105 m, temos aproximadamente Sw = 15% e também possui um

valor acentuado no Perfil ILD, sendo outro ponto de interesse com óleo.

Figura 5.10 – Perfis do poço 4RJS042RJ, com Saturação de Água, Fonte: Elaboração própria

0 50 100 150

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

3180

3200

3220

4RJS042RJ

GR (API)

100

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

3180

3200

3220

ILD(ohm-m)

00.5

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

3180

3200

3220

NPHI

DPHI

PHIe

0 0.5 1

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

3180

3200

3220

Vsh

Sw

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

55

Na figura 5.11, no poço 3NA02RJS, no intervalo 3.031,25 m e 3.112 m, há um baixo

valor de saturação de água. Na profundidade entre 3.037 m e 3.056,2 m há uma série de picos

no perfil ILD e os valores para saturação de água variam entre 3% e 10%. Este intervalo indica

ser um intervalo de interesse com óleo. Além disso, no intervalo entre 3.092 m e 3.097 m ocorre

também picos no valor do perfil ILD e o Sw está entre 3% e 8%, sendo também um ponto de

interesse com óleo.

Figura 5.11 – Perfis do poço 3NA02RJS, com Saturação de Água, Fonte: Elaboração própria

0 50 100 150

3000

3050

3100

3150

3200

3NA02RJS

GR (API)

100

3000

3050

3100

3150

3200

ILD(ohm-m)

00.5

3000

3050

3100

3150

3200

NPHI

DPHI

PHIe

0 0.5 1

3000

3050

3100

3150

3200

Vsh

Sw

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

56

Na Figura 5.12, no poço 1RJS019RJ, nas profundidades de 2.977 m, 2.983,3 m, 2.992,3

m, 3.012,21 m e 3.034,45 m, possuem picos no perfil ILD e baixos valores no valor de saturação

de água, que varia entre 8% e 23%. Estas profundidades são prováveis regiões com óleo.

No intervalo entre 3.060 m e 3.078,8 m, há um alto valor no perfil ILD e o Sw varia

entre 2% e 20%, indicando um provável reservatório de óleo.

Figura 5.19– Perfis do poço 1RJS019RJ, com Saturação de Água, Fonte: Elaboração própria

0 50 100 150

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

1RJS019RJ

GR (API)

100

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

ILD(ohm-m)

00.5

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

NPHI

DPHI

PHIe

0 0.5 1

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

Vsh

Sw

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

57

Na figura 5.13, no poço 3NA04RJS, na profundidade entre 2.995 m e 3.020 m, há uma

camada de arenito, onde na profundidade de 3.017 m, há aproximadamente um valor para

Sw=12,5%, com um valor acentuado no Perfil ILD, sendo um bom indicador de óleo. Em outra

camada de arenito, entre 3.028 m e 3.050 m, há uma camada entre 3.034 m e 3.040 m, valores

de Sw que variam entre 5% e 15%, onde o perfil ILD é alto, sendo um bom indicador de óleo.

Em outra camada de arenito, entre 3.080 m e 3.110 m, há um intervalo de valores de Sw que

variam entre 15% e 25%, sendo um bom indicador de óleo.

Figura 5.13 – Perfis do poço 3NA04RJS, com Saturação de Água, Fonte: Elaboração própria

0 50 100 150

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

3NA04RJS

GR (API)

100

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

ILD(ohm-m)

00.5

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

NPHI

DPHI

PHIe

0 0.5 1

2940

2960

2980

3000

3020

3040

3060

3080

3100

3120

3140

3160

Vsh

Sw

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

58

Os gráficos apresentados nas Figuras 5.14, 5.15, 5.5.16 e 5.17, foram gerados no

software Interactive Petrophysics (IP). Na primeira faixa, em verde, está o perfil Raio Gama,

na segunda faixa, em roxo, há o perfil ILD, na terceira faixa, em azul escuro, temos o gráfico

de saturação de água (Sw), na quarta faixa, em azul claro, temos o perfil porosidade efetiva

(ϕ𝑒) e na quinta faixa, em verde, o gráfico do volume de argilosidade (VSH).

Realizando a comparação entre os gráficos do poço 4RJS042RJ, gerados no MATLAB

(Figura 5.10) e no IP (Figura 5.14), foi verificado que há coerência entre os gráficos gerados da

saturação de água (Sw) e do volume de argilosidade (VSH) na profundidade entre 3.000 m e

3.175m. No intervalo entre 3.175 m e 3.220 m houve incoerências no gráfico do volume de

argilosidade (VSH).

Perfil

Raio Gama

Perfil ILD

Sw

ϕ𝑒

Vsh

Figura 5.14 – Perfis do poço 4RJS042RJ, gerado no software Interactive Petrophysics

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

59

A comparação entre os gráficos do poço 3NA02RJS, gerados no MATLAB (Figura

5.11) e no IP (Figura 5.15), foi verificado que há coerência no gráfico de saturação de água

(SW), em toda sua extensão e no gráfico do volume de argilosidade (VSH) houve incoerência

apenas no intervalo entre 3.160 m e 3.175 m.

Perfil

Raio Gama

Perfil ILD

Sw

ϕ𝑒

Vsh

Figura 5.15 – Perfis do poço 3NA02RJS, gerado no software Interactive Petrophysics

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

60

A comparação entre os gráficos do poço 1RJS0019RJ, gerados no MATLAB (Figura

5.12) e no IP (Figura 5.16), foi verificado que há coerência no gráfico de saturação de água em

toda extensão, no gráfico do volume de argilosidade na profundidade teve coerências em toda

extensão com exceção do intervalo entre 3.080 m e 3.078 m.

Perfil

Raio Gama

Perfil ILD

Sw

ϕ𝑒

Vsh

Figura 5.16 – Perfis do poço 1RJS019RJ, gerado no software Interactive Petrophysics

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

61

Nesta comparação entre os gráficos do poço 3NA004RJS, gerados no MATLAB (Figura

5.13) e no IP (Figura 5.17), foi verificado que há coerência no gráficos gerados da saturação de

água. No gráfico do volume de argilosidade, entre 3.120 m até 3.160 m houve incoerências.

Perfil

Raio Gama

Perfil ILD

Sw

ϕ𝑒

Vsh

Figura 5.17 – Perfis do poço 3NA04RJS, gerado no software Interactive Petrophysics

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

62

Baseando-se nas informações obtidas nos gráficos de saturação de água e volume de

argilosidade, gerados no MATLAB e no Interacitve Petrophysics, foi gerada a Figura 5.18 com

as seções transversais nos poços de petróleo selecionadas no Campo de Namorado. Esta figura

foi elaborada no software gráfico CORELDRAW.

Note que na parte superior dos poços, temos em verde, formação com folhelho. Abaixo

do folhelho temos em amarelo escuro a formação com arenito. Abaixo do arenito, em amarelo

claro, arenito argiloso, sendo intercalado por arenito (amarelo escuro) e na parte inferior dos

poços, temos novamente arenito argiloso.

Figura 5.18 – Correlação dos poços 4RJS42RJ, 3NA02RJ, 1RJS019RJ, 3NA04RJ,

Fonte: Elaboração própria

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

63

CAPÍTULO 6 - CONCLUSÕES

Neste trabalho, foi realizado uma análise dos Perfis do Campo de Namorado, com o uso

de softwares comerciais MATLAB e Interactive Petrophysiscs (IP). O MATLAB é um software

bastante usado nos cursos de engenharia e ciências exatas. A escolha do MATLAB surge da

necessidade de fazer a leitura dos dados dos perfis geofísicos, o cálculo da saturação de água

(Sw) e o volume de argilosidade (VSH) e com isso, gerar gráficos para obter as informações

necessárias para a localização dos possíveis intervalos de interesse que possuam óleo. O seu

uso também auxiliou na geração das seções transversais.

No software MATLAB foi gerada programação para fazer a leitura e análise dos perfis

Raio Gama, Perfil ILD, Perfil Porosidade Neutrônica e Porosidade gerada pelo Perfil Densidade

e a partir destes perfis, realizar os cálculos com a Equação de Archie e a Equação de Simandoux

para o obter a saturação de água (Sw) e o uso da Equação de Clavier e a Equação que usa o

perfil Neutrão e Densidade para o cálculo do volume de argilosidade (VSH).

O software Interactive Petrophysics (IP), é usado por geólogos, geofísicos e engenheiros

de petróleo em grandes empresas de petróleo. É um software especializado na área de

petrofísica. O uso neste trabalho tem como objetivo comparar com as informações obtidas no

MATLAB e verificar a coerências destes resultados. Tanto os cálculo como os gráficos gerados

no MATLAB são coerentes com os valores obtidos no Interactive Petrophysics mostrando bons

resultados no uso para os poços escolhidos e mostrando que é possível estender o uso para

outros poços de petróleo.

A seção transversal dos poços de petróleo mostra-se coerente com a geologia do Campo

de Namorado, embora possua pouco detalhamento em relação a outros tipos de rochas

presentes.

Como trabalhos futuros deste estudo, pode-se realizar análises usando outras equações

para o cálculo da saturação de água e do volume de argilosidade, além disso, fazer uso do perfil

Sônico DT, gerando mais valores relativos a litologia. Em relação as seções transversais, pode-

se aumentar a quantidade de rochas presentes em cada um dos poços de petróleo.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

64

APÊNDICE A

A programação apresentada abaixo, implementada no software MATLAB, esboça o

perfil Raio Gama e o gráfico do Volume de Argilosidade (VSH) do poço 1RJS019RJ,

apresentado na seção 4.1 Análise da Argilosidade.

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %Programação no

%MATLAB para esboçar o %perfil Raio Gama e %gráfico do Volume de %Argilosidade %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

clear all; close all; load rj019.m; prof= rj019(:,1); dt= rj019(:,2); gr= rj019(:,3); ild= rj019(:,4); nphi= rj019(:,5); rhob= rj019(:,6); %figure [idados,jdados]=size(rj019); for j = 1:idados; nphi(j)= nphi(j)/100.; end dphi= (2.65-rhob)/1.55; [dif_max,ish2]=max(nphi-dphi); %calculo do indice de argilosidade [grmin,icl]=min(gr); %icl = posição da linha [grmax,ish]=max(gr); %ish = posição da linha igr=(gr-grmin)/(grmax-grmin); Vsh_gr=1.7-sqrt(3.38-(igr+0.7).^2); Vsh_nd=(nphi-dphi)./dif_max; %correcoes for j=1:idados if(Vsh_nd(j)<=0) %presença de gas Vsh_nd(j)=1.0; end end V=[Vsh_gr Vsh_nd] %matriz de V for j=1:idados; Vsh(j,1)=min(V(j,:)); end subplot (1,2,1); plot (gr, prof,'k'); axis([0. 150. 2940. 3120.]); axis ij;grid on; grid minor; title('GR (API)') ; subplot (1,2,2); plot(Vsh, prof,'r'); axis([0. 1.0 2940. 3120.]); axis ij;grid on; grid minor; title('Vsh (%)') ;

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

65

APÊNDICE B

A programação apresentada a seguir, implementada no software MATLAB, esboça o

perfil Raio Gama, o Perfil ILD, os Perfis Porosidade e Densidade, calcula e esboça o Volume

de Argilosidade (VSH) e Saturação de Água (Sw) do poço 1RJS019RJ, apresentado na seção

4.2 Cálculo da Saturação de Água.

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %Programação no MATLAB para esboçar o perfil Raio Gama, Perfil ILD,Perfil

%Porosidade e Densidade, calcula e esboça o Vsh e Sw

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

clear all; close all; load rj019.m; prof= rj019(:,1); dt= rj019(:,2); gr= rj019(:,3); ild= rj019(:,4); nphi= rj019(:,5); rhob= rj019(:,6); %figure [idados,jdados]=size(rj019); for j = 1:idados; nphi(j)= nphi(j)/100.; end dphi= (2.71-rhob)/1.71; %calcario [dif_max,ish2]=max(nphi-dphi); %calculo das linhas base [grmin,icl]=min(gr); %icl = posição da linha -> cl = clean [grmax,ish]=max(gr); %ish = posição da linha -> sh = shale for j=1:idados igr(j)=(gr(j)-grmin)/(grmax-grmin); if((gr(j)<=grmin)) igr(j)=0.0; end end %Equaçao de Clavier para o calculo do Vsh igr=igr'; Vsh_gr=1.7-sqrt(3.38-(igr+0.7).^2.); Vsh_nd=(nphi-dphi)./dif_max; %correcoes for j=1:idados if((Vsh_nd(j)<=0)) %presença de gas Vsh_nd(j)=1.0; end end V=[Vsh_gr Vsh_nd]; %matriz de V for j=1:idados; Vsh(j,1)=min(V(j,:)); end %calculo da porosidade a partir do perfil dphi phidc = dphi-Vsh.*dphi(ish2); %calculo da porosidade a partir do perfil nphi phinc = nphi-Vsh.*nphi(ish2); %correções na porosidade for j = 1:idados if(phidc(j)<0)

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

66

phie(j,:)=phinc(j); else if(phinc(j)>1.2*phidc(j)) %folhelho phie(j,:)=(2.*phidc(j)+phinc(j))/3.; elseif(phinc(j)<phidc(j)) %presença de gas phie(j,:)=sqrt(((phidc(j).^2.)+(phinc(j).^2.))/2.); else phie(j,:)=(phidc(j)+phinc(j))/2.; %sem gas end end if (phie(j)<0) phie(j)=0; end end % calculo da Sw (simandoux) para arenitos (A=0.62;M=2.15;N=2.0) [vshmin,icl1]= min(Vsh); [vshmax,icl2]= max(Vsh); %cálculo da resistividade aparente da água (rwa) for rwa = (phie(icl1)^2.00)*ild(icl1)/1.0 if rwa>0.1 rwa = 0.02

end end for j = 1:idados; if (Vsh(j)>0.2); C(j)= (1.0*rwa)/(2*(phie(j)^2.0)); D(j)= Vsh(j)/(ild(j)); E(j)= 4*(phie(j))^2.0/(1*rwa*ild(j)); sw(j)= ((D(j)^2+E(j))^0.5-D(j))*C(j); else sw(j)=(1.0*rwa/((phie(j)^2.00)*ild(j)))^0.5; end if(sw(j)>=1.0) sw(j)=0.98; end if(sw(j)<=0.15) sw(j)=sw(j)+0.13; end end %PERFIL RAIO GAMA figure(2); subplot (1,4,1); plot (gr, prof,'k'); axis([0. 150. 2940. 3120.]); axis ij;grid; title('1RJS019RJ';'GR (API)') ; subplot (1,4,2) ; semilogx(ild, prof, 'b'); axis([0.1 3000. 2940. 3120.]); axis ij;grid; title('ILD(ohm-m)'); subplot (1,4,3) ; plot (phinc, prof,'r',phidc, prof,'c', phie,prof,'b'); axis([0. 0.5 2940. 3120.]); axis ij;grid; set(gca,'XDir','reverse'); legend(['NPHI'],['DPHI']); subplot (1,4,4); plot(Vsh,prof,'g',sw,prof,'k'); axis([0. 1.0 2940. 3120.]); axis ij;grid; legend(['Vsh'],['Sw']);

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

67

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AURÉLIO, S. Modelo Tectono-Estrutural dos Campos de Petróleo Namorado, Cherne e

Albacora, Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geologia) – Instituto de

Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, São Paulo, 2012.

BIZZI, L. A.; SCHOBBENHAUS, R. M. V.; GONÇALVES, J. H.; Geologia, tectônica e

recursos minerais do Brasil: texto, mapas & SIG, CPRM-Serviço Geológico do Brasil,

Brasília, 2003.

BARBOZA, E. G., Análise Estratigráfica do Campo de Namorado (Bacia de Campos) com base

na Interpretação Sísmica Tridimensional. Tese de Doutorado, Curso de Pós-graduação em

Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2005.

BORGES, Y., A., Método de inversão mineralógica a partir de perfis geofísicos de poços do

Campo de Namorado, Bacia de Campos, Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em

Geofísica) – Instituto de Geociências, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, 2012

BDEP-ANP – Banco de Dados de Exploração e Produção – Agência Nacional do Petróleo.

Disponível em <http://www.bdep.gov.br/>. Acessado em 4 de setembro de 2014.

BRUHN, C. H. L., Campos Basin: Reservoir Characterization and Management:

Historical Overviews and Future Challenges. Offshore Technology Conference, Houston,

EUA, pág. 1-14, 2003.

CAINELLI, C.; MOHRIAK, W. U., Brazilian Geology part II: Geology of Atlantic Eastern

Brazilian Basins, Short Course Notes, In: AAPG/ABGP, Rio de Janeiro, 1998.

CLAVIER, C., COATES, G., e DUMANOIR, J., The theoretical and experimental bases for

the dual-water model for the interpretation of shaly sands SPE-6859: Society of Petroleum

Engineers, 52nd Annual Technical Conference and Exhibition preprint, pag. 16, 1977, Later

published in 1984: Society of Petroleum Engineers Journal, v. 24, no. 2, pag. 153-169.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

68

CONTRERAS, S. A. C.; CASTRO, J., C., Metodologia para determinar parâmetros

petrofísicos de corte em um campo de petróleo: o caso Socororo, Bacia do Oriente,

Venezuela, Revista da Escola de Minas, 65(3), pág. 305-312, Ouro Preto, Minas Gerais, 2012.

COSTA, A., S., Operador de Sonda de Perfuração, Perfuração de Poços de Petróleo,

CEFET-RN/PROMINP/PETROBRAS, Mossoró, Rio Grande do Norte, 2008.

EVENICK, J., Introduction to well logs and subsurface maps, Editora: Pennwell, Oklahoma, EUA, 2008.

ELLIS, D. V., SINGER, J. M. Well Logging for Earth Scientists, Second Edition, Editora:

Springer, Dordrecht, Holanda, 2008.

Fining upward, coarsening upward, and cylindrical curve shapes, Disponível em:

<http://www.spec2000.net/21-strat2.htm#b2>. Acessado em: 4 de agosto de 2014.

FLEXA, R., T., ANDRADE, A., CARRASQUILLA, A., Identificação de Litotipos nos Perfis de

Poço do Campo de Namorado (Bacia de Campos, Brasil) e do Lago Maracaibo (Venezuela)

aplicando Estatística Multivariada, Revista Brasileira de Geociências, volume 4, pág. 571-578, 2004.

GIRÃO, G. N., Perfilagem em Poço Aberto, Apostila do Curso de Engenharia de Petróleo,

PETROBRAS, 1990.

GUARDADO, L. R., GAMBOA, L. A. P. & LUCCHESI, C. T., Petroleum Geology of the

Campos Basin, Brazil, a Model for a Producing Atlantic Type Basin. AAPG Memoir 48,

American Association of Petroleum Geologists, Tulsa, p-3-79, 1990.

LARIONOV, V. V., Borehole radiometry, Nedra, Moskwa, 1969.

MENEZES, S. X., Aspectos Estruturais do Campo de Namorado, Bacia de Campos. In:

TECTOS-I, 1º Seminário de Tectônica da Petrobrás. p. 531-548, Rio de Janeiro, 1987.

ROCHA, L. A. S., AZEVEDO, C. T., Projeto de Poços de Petróleo: geopressões e

assentamentos de colunas de revestimento, Rio de Janeiro, Editora: Interciência, 2009.

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - app.uff.brapp.uff.br/riuff/bitstream/1/509/1/TCC_CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA... · Comparar os resultados obtidos com o software Interactive Petrophysics,

69

WINTER, W.R., JAHNERT, R. J., FRANÇA, A. B., Bacia de Campos. In MILANI, E. J.

Boletim de Geociências da Petrobras, v.15, n.2, Maio/Nov. Rio de Janeiro, RJ, P. 386, 2007.