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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL ADUBAÇÃO VERDE E ADUBAÇÃO MINERAL NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO NA VÁRZEA DO TOCANTINS ANDRÉ FRÓES DE BORJA REIS GURUPI-TO DEZEMBRO DE 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI

MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL

ADUBAÇÃO VERDE E ADUBAÇÃO MINERAL NA CULTURA DO ARROZ

IRRIGADO NA VÁRZEA DO TOCANTINS

ANDRÉ FRÓES DE BORJA REIS

GURUPI-TO

DEZEMBRO DE 2012

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ANDRÉ FRÓES DE BORJA REIS

ADUBAÇÃO VERDE E ADUBAÇÃO MINERAL NA CULTURA DO ARROZ

IRRIGADO NA VÁRZEA DO TOCANTINS

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós Graduação em Produção Vegetal da

Universidade Federal do Tocantins, como parte

das exigências para a obtenção do título de

Mestre em Fitotecnia.

GURUPI-TO

DEZEMBRO DE 2012

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Trabalho realizado junto ao curso de Mestrado em Produção Vegetal da Universidade Federal

do Tocantins, sob a orientação do Profº Dr. Aloísio Freitas Chagas Júnior, com o apoio

financeiro do Conselho Nacional de Pesquisa Científica (CNPq).

Banca examinadora:

________________________________________

Prof. Dr. Aloísio Freitas Chagas Júnior -

Universidade Federal do Tocantins (Orientador)

_________________________________________

Dr. Nand Kumar Fageria - Embrapa Arroz e

Feijão (Co-orientador)

_________________________________________

Prof. Dr. Gil Rodrigues dos Santos -

Universidade Federal do Tocantins (Examinador)

_________________________________________

Prof. Dr. Saulo de Oliveira Lima - Universidade

Federal do Tocantins (Examinador)

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À Luiz Vicente de Souza Queiróz,

e a todos aqueles que sob seu nome construíram o legado,

e que me ensinaram a minha mais importante missão...

OFEREÇO

Aos meus pais Théo de Borja Reis Jr. e Maria Regina Briza Fróes.

A minha irmã Cristina Fróes de Borja Reis e meu sobrinho Alexandre.

Com todo o meu amor e agradecimento por uma vida de realizações.

DEDICO

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5

AGRADECIMENTOS:

Ao programa de pós-graduação em produção vegetal da Universidade Federal do

Tocantins pela oportunidade.

Aos meus orientadores: professor Dr. Aloísio Freitas Chagas Júnior pela

autonomia, amizade, confiança e orientação. Ao Dr. Nand Kumar Fageria, da Embrapa

Arroz Feijão, pela co-orientação, ensinamentos e exemplo de pesquisa.

A Impar Consultoria no Agronegócio na pessoa de meu amigo e gestor Raphael

Gregolin Abe pelos ensinamentos e liderança durante os últimos cinco anos de trabalho.

O apoio da Impar foi imprescindível para a realização do curso de mestrado. Agradeço

por terem permitido minha dedicação e ausência das atividades profissionais, mesmo

sabendo que seria um caminho sem volta. E ao final dessa etapa e com olhar adiante,

tenho comigo que a formação de engenheiro agrônomo consultor que adquiri através do

trabalho e convívio com as pessoas dessa empresa, seguirá comigo durante o restante da

minha carreira.

A Fazenda Dois Rios Ltda. nas pessoas de Auke Dijkstra, Josnei Spinardi da

Rosa e Anilton Bardini de Souza. Agradeço pelo suporte e apoio financeiro das

pesquisas desenvolvidas, e mais do que isso, pelo reconhecimento e confiança no meu

trabalho como engenheiro agrônomo. As alterações no sistema de produção de arroz

irrigado em várzea tropical que realizamos com sucesso nos últimos anos são frutos do

dia-a-dia comprometido com as atividades de campo, e mais do que isso, de uma

relação de trabalho e amizade. Obrigado a todos.

A Cristina Fróes de Borja Reis, minha querida irmã, pelo incentivo. Suas

atitudes, realizações acadêmicas e pessoais foram e sempre serão, exemplos a serem

seguidos. Aos meus pais, Théo de Borja Reis Jr. e Maria Regina Briza Fróes, pelo amor

incondicional. Vocês são as pessoas mais importantes e que estão sempre no centro das

minhas decisões.

Aos colegas de trabalho da Impar Tocantins: Solano Colodel e Valdir Pires da

Costa, cujas ajudas foram essenciais na condução dos experimentos, coleta e

processamento das amostras. Obrigado pelo comprometimento e companheirismo.

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Aos amigos da turma de pós-graduação Aline Torquato Tavares, André

Henrique Gonçalves, Luis Paulo Figueredo Benício e Anielli Souza Pereira. O convívio,

amizade e ajuda acadêmica foram de grande importância.

Aos amigos graduandos em engenharia agronômica da UFT – Gurupi: Renato

Jales e Paulo Henrique Lopes pela ajuda na coleta de dados.

Ao Dr. João Kluthcouski pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão por ter sido o

primeiro o me incentivar a ingressar na vida acadêmica.

Aos professores da ESALQ / USP: Dr. José Laércio Favarin, Dr. Durval

Dourado Neto e Dr. Geraldo Dario, pelo incentivo e ensinamentos durante e após o

período de graduação.

A vida em república, cujas amizades e o intenso convívio contrapõem e

enriquecem a formação acadêmica. Obrigado república Arado da ESALQ / USP e

república Tapera Véia da UFT / Gurupi.

E por fim o agradecimento mais importante é para Aquele que criou na mais

completa perfeição e complexidade, todos os processos químicos, físicos e biológicos

que compõe as relações da natureza e que tanto me encantam. Deus está presente na

germinação de uma semente, na chuva caindo sobre as plantas, e no sol aquecendo o

solo e desprendendo maravilhosas térmicas para um voo a vela. Agradeço a Ele por

permitir que eu viva em conjugação com a natureza e fazer da minha vida uma

constante oração.

Obrigado a todos.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ vi

LISTA DE TABELAS.............................................................................................. viii

HIPÓTESES E OBJETIVOS ................................................................................... 13

RESUMO GERAL ................................................................................................... .15

GENERAL ABSTRACT .......................................................................................... 17

INTRODUÇÃO GERAL .......................................................................................... 19

CAPÍTULO I – Adaptabilidade de diferentes espécies de adubação verde e as

alterações químicas e físicas no solo de várzea tropical no estado do Tocantins.

RESUMO .................................................................................................................. 23

ABSTRACT .............................................................................................................. 24

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 25

MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 26

RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................31

CONCLUSÕES ......................................................................................................... 45

CAPÍTULO II – Efeitos nos teores foliares e parâmetros produtivos da cultura do

arroz irrigado cultivado em sucessão a diferentes espécies de adubo verde e

manejo.

RESUMO .................................................................................................................. 47

ABSTRACT .............................................................................................................. 48

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 49

MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 51

RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 53

CONCLUSÕES ......................................................................................................... 65

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CAPÍTULO III – Resposta à doses de nitrogênio, fósforo e potássio na

produtividade e nos teores foliares de macro e micro nutrientes do arroz irrigado

em várzea tropical

RESUMO .................................................................................................................. 67

ABSTRACT .............................................................................................................. 68

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 69

MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 70

RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 73

CONCLUSÕES ......................................................................................................... 85

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................... 86

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO I

Figura 1. Temperatura Mínima, Média e Máxima durante os meses de junho a outubro

de 2011, Lagoa da Confusão - TO. .............................................................................. 27

Figura 2: Precipitação e comprimento de dia por decêndio em 2011, Lagoa da

Confusão - TO. ........................................................................................................... 27

Figura 3: Valores médios da resistência a Penetração (Mpa) de plintossolo háplico

cultivado sob diferentes espécies de espécie de adubação verde em sistema de plantio

direto e convencional, Lagoa da Confusão 2011... ....................................................... 44

CAPÍTULO III

Figura 4: Influência da adubação de nitrogênio no estande inicial (plantas m-1

),

perfilhamento (perfilho planta-1

), altura (cm), material seca da parte aérea (MSPA kg

ha-1), massa de panícula (g) e rendimento de grãos (kg ha

-1), Lagoa da Confusão, 2012.

. .................................................................................................................................. 76

Figura 5: Influência da adubação de fósforo e potássio em área de fertilidade corrigida

na altura de plantas (cm), perfilhamento (perfilho planta-1

), massa de panícula (g) e

rendimento de grãos (kg ha-1

) do arroz irrigado, Lagoa da Confusão, 2012. ........... 80

Figura 6: Influência da adubação de fósforo e potássio em área de baixa fertilidade na

altura de plantas (cm), perfilhamento (perfilho planta-1

), massa de panícula (g) e

rendimento de grãos (kg ha-1

) do arroz irrigado, Lagoa da Confusão, 2012. ........... 84

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO I

Tabela 1. Orientação de plantio das espécies de adubo verdes plantas na época seca na

Lagoa da Confusão, Tocantins 2011. ........................................................................... 27

Tabela 2. Produção de matéria seca da parte aérea (MSPA), matéria seca da raiz

(MSR), matéria seca total (MST), dias para o florescimento e rendimento de grãos de

espécies de adubo verde, Lagoa da Confusão 2011. ..................................................... 32

Tabela 3. Teores de Nitrogênio Total (N total), Nitrogênio Amoniacal (N NH4+) e

Nitrogênio Nitrato (N NO3-) no solo em função de espécies de adubo verde e manejo de

solo, Lagoa da Confusão 2011. ................................................................................... 36

Tabela 4. Teores de nutrientes do solo na análise de rotina em função da espécie de

adubo verde utilizada, Lagoa da Confusão 2011. ......................................................... 38

Tabela 5. Densidade (DS), Macroporosidade (MAC), Microporosidade (MIC) e

Porosidade Total (PT) de um plintossolo háplico cultivados com diferentes espécies de

adubação verde e preparo convencional para o cultivo do arroz em sucessão, Lagoa da

Confusão 2011. ........................................................................................................... 39

Tabela 6. Correlação de Pearson entre Densidade (DS), Macroporosidade (MAC),

Microporosidade (MIC) e Porosidade Total (PT). ....................................................... 42

CAPÍTULO II

Tabela 7. Quadro da análise de variância de teor de nutriente foliar de arroz irrigado em

função da espécie de adubação verde cultivada em antecessão, tipo de manejo adotado e

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nível de adubação nitrogenada dispostos em parcelas sub-subdividada, Lagoa da

confusão 2012. ............................................................................................................ 54

Tabela 8. Teores de macronutrientes foliares de plantas de arroz em função das espécies

de adubação verde cultivadas em antesseção, tipo de manejo e nível de nitrogênio,

Lagoa da Confusão 2012. ............................................................................................ 55

Tabela 9. Correlação entre nitrogênio no solo e teores de nutrientes foliares em função

das espécies de coberturas utilizada em antecessão ao cultivo do arroz.. ...................... 57

Tabela 10. Desdobramento das interações dos teores de macronutrientes foliares do

arroz em função do tipo de manejo e nível de nitrogênio, Lagoa da Confusão 2012.. ... 58

Tabela 11. Contagem de estande inicial aos 15 dias após o plantio do arroz irrigado em

função das espécies de adubos verdes utilizadas em antecessão e tipo de manejo, Lagoa

da Confusão 2012. ...................................................................................................... 59

Tabela 12. Parâmetros morfológicos e rendimento de grão na colheita do arroz irrigado

em função das espécies de adubação de cobertura utilizadas em antesseção, Lagoa da

Confusão 2012. ........................................................................................................... 60

Tabela 13. Correlação entre os componentes da produção e os teores de nutrientes

foliares em função das espécies de coberturas utilizada em antecessão ao cultivo do

arroz.. ......................................................................................................................... 62

Tabela 14. Desdobramento das interações dos parâmetros morfológicos e rendimento

de grão na colheita cultura do arroz em função do tipo de manejo e nível de nitrogênio,

Lagoa da Confusão 2012. ............................................................................................ 63

CAPÍTULO III

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Tabela 15. Análise de solo das áreas antes da instalação dos ensaios de P x K, Lagoa da

Confusão, 2011, Lagoa da Confusão 2012................................................................... 72

Tabela 16. Concentração de N, P, K, Ca, Mg e S (g kg-1

) e B, Cu, Fe, Mn e Zn (mg kg-

1) em folhas de arroz irrigado influenciados pelas doses de adubação de N (kg ha

-1),

Lagoa da Confusão, 2011, Lagoa da Confusão 2012. .................................................. 74

Tabela 17. Relação entre dose de nitrogênio e concentração de nutrientes foliares na

cultura do arroz (n=6). Lagoa da Confusão 2012. ........................................................ 75

Tabela 18. Concentração de N, P, K, Ca, Mg e S (g kg-1

) e B, Cu, Fe, Mn e Zn (mg kg-

1) em folhas de arroz irrigado influenciados pelas doses de adubação de P e K (kg ha

-

1), em área de fertilidade corrigida, Lagoa da Confusão 2012. ..................................... 77

Tabela 19. Relação entre doses de fósforo e potássio e concentração de nutrientes

foliares do arroz em área de fertilidade corrigida (n=6). Lagoa da Confusão 2012. ...... 78

Tabela 20. Concentração de N, P, K, Ca, Mg e S (g kg-1

) e B, Cu, Fe, Mn e Zn (mg kg-

1) em folhas de arroz irrigado influenciados pelas doses de adubação de P e K (kg ha

-

1), em área de baixa fertilidade, Lagoa da Confusão 2012. ........................................... 81

Tabela 21. Relação entre doses de fósforo e potássio e concentração de nutrientes

foliares do arroz em área de baixa fertilidade (n =6). Lagoa da Confusão 2012............ 82

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HIPÓTESE 1:

A utilização de espécies de adubação verde durante o cultivo da época seca em

várzea tropical, e diferentes forma de manejo do resíduo de cobertura trazem benefícios

agronômicos para o sistema de produção e o cultivo do arroz irrigado em sucessão.

Objetivo geral:

Determinar e mensurar quais são as alterações proporcionadas pelo uso de

espécies de adubo verde, manejadas em plantio direto ou plantio convencional, e seus

benefícios ao solo e na cultura do arroz em sucessão.

Objetivos específicos:

Capítulo: 1

Observar quais espécies de adubação verde são possíveis de serem plantadas na

condição de várzea durante a época seca, medir a alteração química decorrente do uso

destas espécies em relação ao resíduo de nitrogênio deixado no solo, bem como os

demais macro nutrientes e atributos da análise de solo de rotina.

Determinar se existe alteração física nos parâmetros de porosidade total, macro e

micro porosidade, densidade do solo e resistência a penetração.

Capítulo: 2

Avaliar alterações no estado nutricional do arroz cultivado em sucessão, em

função das espécies de adubação verde cultivada em antecessão e do manejo utilizado,

através de análise do tecido das folhas de arroz Estabelecer as alterações morfológicas

da cultura do arroz e definir qual espécie de adubo verde, e sistema de manejo,

propiciam melhor perfilhamento, crescimento, e rendimento de grãos.

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HIPÓTESE 2:

Existem respostas diferenciadas a aplicação de adubação de nitrogênio, fósforo e

potássio no estado nutricional, parâmetros morfológicos e no rendimento de grão

quando o arroz é cultivada em diferentes níveis de fertilidades em solos de várzea.

Objetivo geral:

Determinar o comportamento de resposta do arroz irrigado em função da

aplicação de nitrogênio, fósforo e potássio e definir melhores doses de adubação em

diferentes níveis de fertilidade de solo.

Objetivos específicos:

Capítulo: 3

Avaliar as curvas de resposta do arroz irrigado ao nitrogênio, fósforo e potássio, e

suas alterações no estado nutricional através de análise de teores foliares de macro e

micro nutrientes. Observar os aspectos morfológicos dos componentes de produtividade

como altura de plantas, perfilhamento, comprimento de ciclo, peso de panícula e

produtividade.

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ADUBAÇÃO VERDE E ADUBAÇÃO MINERAL NA CULTURA DO ARROZ

IRRIGADO NA VÁRZEA DO TOCANTINS

RESUMO

A presente dissertação teve como objetivo estudar o uso e manejo da adubação

verde e adubação mineral na cultura do arroz irrigado em solos de várzea no estado do

Tocantins. Foram realizados dois experimentos distintos. O primeiro se referiu na

utilização de adubação verde com as espécies Crotalaria juncea, Crotalaria spectabilis,

mucuna Preta (Mucuna aterrina), feijão de porco (Canavalia ensiformis), feijão guandú

(Cajanus cajan), nabo forrageiro (Raphanus sativus) e feijão caupí (Vigna unguiculata)

cultivados durante a época seca de junho a setembro de 2011 irrigados na condição de

sub-irrigação. As avaliações de adaptabilidade consistiram na produção de fitomassa

seca de parte aérea, fitomassa seca de raiz, ciclo de florescimento e rendimento de

grãos. Após o encerramento do ciclo foi medido as alterações proporcionadas nos

atributos químicos e físicos do solo em manejo convencional e de plantio direto. Houve

alteração no teor de nitrogênio total, nitrogênio nítrico e nitrogênio amoniacal, bem

como nos teores de cálcio, magnésio, potássio, matéria orgânica e V% na análise de

solo de rotina. Não houve relevantes alterações nos atributos físicos, a não ser na

macroporosidade quando adotado o plantio convencional. O arroz cultivado em

sucessão foi implantado no inicio da estação chuvosa da safra de 2011/2012 em manejo

de plantio direto e plantio convencional e submetido a adubação de cobertura com alto e

baixo nitrogênio. O uso da adubação verde em antecessão bem como o tipo de manejo

também proporcionaram diferenças nos teores foliares de N, P, K, Ca e S, além de

diferenças nos paramentos morfológicos de altura de plantas, perfilhamento, número de

panículas e rendimento de grãos. O segundo experimento consistiu na elaboração de

curva de resposta do arroz irrigado a adubação de N, P e K durante a safra 2011/12. O

ensaio de nitrogênio foi instalado em somente um local e utilizadas as doses de 0, 40,

80, 120, 160 e 200 kg ha-1

de N aplicados em pré plantio incorporado. Para fósforo e

potássio os ensaios foram instalados em dois locais distintos sendo o primeiro em área

de primeiro ano de cultivo em várzea recém sistematizada, e o segundo em área com

histórico de quatro safras e nível de fertilidade considerados adequados. Foram

utilizadas 0, 30, 60, 90, 120 e 150 kg ha-1

de P205 e K20 em esquema fatorial 6 x 6.

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16

Foram realizadas as análises foliares de macro e micronutrientes bem como avaliação

dos parâmetros morfológicos de altura de plantas, perfilhamento, peso de panículas e

rendimento de grão. Foram observadas alterações nos teores foliares em função das

doses de N, P e K além de respostas quadráticas dos parâmetros produtivos para

aplicação de N. A dose máxima de N foi de 159 kg ha-1

que proporcionou rendimento

de grãos de 8640 kg ha-1

. Para fósforo e potássio os parâmetros produtivos se

comportaram diferentemente nas áreas de alta e baixa fertilidade sendo a resposta ao K

mais significante de fertilidade corrigida e com resposta de rendimento de grãos com

comportamento linear e diretamente proporcional a dose de K aplicada. e a resposta ao

P mais significante na área de baixa fertilidade com dose máxima de 160 kg ha-1

.

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17

GREEN MANURING AND MINERAL FERTILIZATION ON LOWLAND RICE

CROP AT TOCANTINS

ABSTRACT

The objective of this study was to use and management of green and mineral

fertilizer on irrigated rice in soils of floodplain in Tocantins State, Brazil. Two separate

experiments were conducted. In the first experiment the usage of green fertilizer

constituted by the species sunhemp (Crotalaria juncea), Crotalaria spectabilis, velvet

bean (mucuna aterrina), jackbean (Canavalia ensiformis), pigeon bean (Cajanus cajan),

japanese radish (Raphanus sativus) and cowpea bean (Vigna unguiculata) grown during

the dry season in June/September 2011, irrigated sub surface irrigation. The adaptability

of the green manuring cover crop were evaluated, taking into account the production of

dried aboveground phytomass, dried root phytomass, cycle of flowering and grain yield.

At physiological maturity were measured changes in the chemical and physical

attributes of the soil in till and no-tillage systems. The results shows changes in the

contents of total nitrogen, nitrogen oxide and ammonia, as well as in calcium,

magnesium, potassium, organic matter and bases saturations (V%) in routine soil

analysis. There were no relevant changes in physical attributes, except in the

macroporosity adopted in the conventional tillage. The rice grown in succession was

shown at the beginning of the rainy season in 2011/2012 in no-tillage and conventional

planting system. In this experiment low and high rates of nitrogen was used. The use of

green manure in no till e tillage cropping system was observed by differences in foliar

concentrations of N, P, K, Ca, and S, as well as differences in morphological parameters

as plant height, tillering, number of panicles and grain yields. Second experiment was

conducted with objective to determine the irrigated rice's response curve to fertilization

of N, P and K during the 2011/12 season. The nitrogen experiment was conducted at

one local and N rates used were 0, 40, 80, 120, 160 and 200 kg ha-1

applied in pre-

planting incorporated. For phosphorus and potassium experiments were conducted of

two different places. One area was the first year of cultivation in newly systematized

lowland, and the second in an area where there were adequate fertility levels for 4

consecutive years. The P rates used were 0, 30, 60, 90, 120 and 150 kg ha-1

of P205 and

K20 in factorial 6 x 6. Plant tissues analyses were done of macro and micronutrients, as

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well as evaluation of morphological parameters of plants such as heights, tillering,

weight of panicles and grain yield. Changes were observed in plant tissues analyses

depending on treatments of N, P and K as well as quadratic responses of productive

parameters for the application of N. The maximum yield of 8640 kg ha-1

was achieved

with N rate of 159 kg ha-1

. For phosphorus and potassium production, parameters

behaved differently in the areas of high and low fertility levels being the response to K

the most significant in the old area with positive linear behavior and the response to P

was more significant in new areas with maximum yield achieved at rate of 160 kg ha-1

.

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19

INTRODUÇÃO GERAL

O estado do Tocantins possui uma área potencial de irrigação da ordem de 4400

km 2 abrange 30,4% da região norte e 15% do total do Brasil (Christofidis, 2002).

Estudos recentes apontam, somente no vale do Araguaia, mas especificamente à

margem leste do rio Javáes, braço menor do rio Araguaia, a existência de 1 200 000 ha

de várzeas tropicais planas, com alto teor de matéria orgânica e em condições de serem

usadas para a irrigação (Tocantins, 2008). Uma vez sistematizadas, por apresentarem

inverno seco e com baixa umidade relativa do ar, estas áreas podem ser intensivamente

cultivadas durante os doze meses do ano, com a utilização dos distintos métodos de

irrigação.

O principal cultivo da época chuvosa é o arroz irrigado, por apresentar adaptação

a ambientes alagados, e que durante essa estação ocorre a formação de lâmina de água

natural devido ao elevado regime de pluviosidade. E durante o inverno são cultivados

espécies como a soja, feijão, milho, algodão e curcubitáceas através de irrigação por

capilaridade.

Atualmente essa região possui aproximadamente 80000 ha de áreas

sistematizadas, compreendendo os municípios de Cristalândia, Dueré, Formoso do

Araguaia, Lagoa da Confusão e Pium (IBGE, 2011).

A planície de inundação do rio Araguaia consiste em mais de 90 % por

sedimentos consolidados e inconsolidados, enquanto as áreas de cerrado alto ao redor

são constituídas por rochas pertencentes ao Grupo Tocantins, na forma de quartzos

ferruginosos, muscovita, quartzitos, clorita, xistos, filitos, calcários e mármores. Este

grupo é composto por rochas sedimentares e quanto metamórficas com baixo grau de

metamorfismo, de idade pré cambriana (FARACO, et al., 2004)

Já a área de várzea em si é caracterizada por uma planície fluviolacustre, com

inúmeras lagoas e canais intermitentes que apresentam padrão de drenagem

anastomosado, e sujeitos e inundação na estação chuvosa. Seus sedimentos são mais

antigos e menos sujeitos a retrabalhamentos que os aluviões holocênicos formadores de

planícies aluviais de outros rios da região (ARAÚJO & CARNEIRO, 1977).

A planície do Araguaia é uma unidade geomorfológica que se constitui em uma

ampla faixa disposta em relação ao curso do rio Araguaia e seus afluentes. Os

sedimentos que recobrem esta unidade apresentam uma distribuição espacial em forma

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afunilada para o norte, com uma porção mais larga voltada para o sul (ARAÚJO &

CARNEIRO, 1977; BRASIL, 1981).

São dois os elementos característicos dessa formação: 1) Planície fluvial –

corresponde a faixa de sedimentos marginais nas principais drenagens da área (rios,

lagos de barragens, lagos de meandros, e diques fluviais); 2) Área de acumulação

inundáveis – correspondem as porções mais rebaixadas do terreno sujeito a inundações

periódicas, que assume o aspecto peculiar de não possuir rede de drenagem e pouca ou

nenhuma declividade.

Os solos predominantes na Planície do Araguaia são os Plintossolos e Gleissolos.

Os Plintossolos: são solos que apresentam horizonte diagnóstico B plíntico, e que tem

como característica terem sido formados em terrenos com lençol freático alto ou que

pelo menos apresente restrição temporária à percolação da água. Regiões de clima

quente e úmido, com relevo plano a suave ondulado, de áreas baixas como depressões,

baixadas, terços inferiores de encostas e áreas de surgente das regiões quente e úmidas

favorecem o desenvolvimento de horizonte plíntico, por permitir que o terreno

permaneça saturado com água, pelo menos, uma parte do ano e sujeito a flutuações do

lençol freático (EMBRAPA, 2005).

O horizonte B plíntico caracteriza-se pela presença de plintita em quantidade igual

ou superior a 15% (por volume) e espessura de pelo menos 15 cm. A plintita são

conglomerados de óxidos de ferro e alumínio de coloração avermelhadas e bruno-

avermelhadas. São macias e plásticas quando úmidas, porém duras e indeformáveis

quando secas. Destacam-se da matriz do solo e possuem distribuição variegada

(EMBRAPA, 1999).

Compreendem os solos de textura franco arenosa ou mais fina, moderadamente

ácidos e com argila de baixa atividade Ta. Caracterizam por apresentar cores de redução

devido a oscilação do lençol freático (EMBRAPA, 1999).

Apresentam seqüência de horizontes A, E e B, sendo o horizonte A comumente de

cor escura devido ao acúmulo de matéria orgânica. O horizonte E é albico com cromas

inferiores a 3. Apresenta perda de argila, com migração para o horizonte B plintico e

sua textura normalmente consistem em uma proporção de areia e silte (EMBRAPA,

1999).

Gleissolos são caracterizados por redução de ferro e a prevalência do estado

reduzido, no todo ou em parte, devido principalmente à água estagnada, como

evidenciado por cores neutras ou próximas de neutras na matriz do horizonte, com ou

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sem mosqueados de cores mais vivas. Trata-se de horizonte fortemente influenciado

pelo lençol freático e regime de umidade redutor, virtualmente livre de oxigênio

dissolvido em razão da saturação por água durante todo o ano, ou pelo menos por um

longo período, associado à demanda de oxigênio pela atividade biológica. EMBRAPA,

2005). Na região da planície do bananal sua ocorrência é nos diques marginais e áreas

adjacentes a corpo d’água, assim como a formação planície aluvial.

No estado do Tocantins o clima está condicionado a ampla extensão latitudinal,

abrangendo no extremo norte latitude de S 5° e ao sul S 13°, sendo influenciado por

movimentos atmosféricos oriundos da região amazônica e também da região sudeste.

Por essas características, essa região é chamada de zona de convergência intertropical, e

confere uma maior variabilidade de pluviometria e temperatura ao longo dos anos. O

estado apresenta predominantemente clima tropical, com duas estações bem definidas,

sendo uma chuvosa de outubro a abril, e outra seca de maio a setembro. A precipitação

pluvial no estado do Tocantins é caracterizada por ser crescente do sul para o norte e de

leste para oeste (SEPLAN, 2005).

Especificamente o Vale do Araguaia apresenta classificação segundo Koppen

Awi – megatérmico (tropical úmido) com temperatura média do mês mais frio acima de

18 °c. Denominado clima de savanas, com inverno seco e chuvas máximas no verão, e

isotérmico – diferença entre temperaturas médias do mês mais quente e mais frio

inferior a 5 °c. O clima nessa região está condicionado fundamentalmente pelas baixas

altitudes (cerca de 200m) e latitude aproximadamente de S 12°. As temperaturas médias

diurnas e noturnas são altas tanto na estação seca quanto na estação úmida, sendo os

meses mais quentes agosto e setembro e os mais amenos junho e julho (SEPLAN,

2005).

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Capítulo I

Adaptabilidade de diferentes espécies de adubação verde

e as alterações químicas e físicas no solo de várzea tropical no

estado do Tocantins

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ADAPTABILIDADE DE DIFERENTES ESPÉCIES DE ADUBAÇÃO VERDE E

AS ALTERAÇÕES QUÍMICAS E FÍSICAS NO SOLO DE VÁRZEA TROPICAL

NO ESTADO DO TOCANTINS

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a adaptabilidade e utilização de

espécies de adubação verde na rotação de culturas e nas alterações químicas do solo na

condição de várzea tropical. As espécies utilizadas foram Crotalaria juncea, Crotalaria

spectabilis, mucuna preta (mucuna aterrina), feijão de porco (Canavalia ensiformis),

feijão guandú (Cajanus cajan), nabo forrageiro (Raphanus sativus) e feijão caupí

(Vigna unguiculata) durante a época seca cultivadas na condição de sub-irrigação.

Foram avaliadas a produção de fitomassa seca de parte aérea, fitomassa seca de raiz,

ciclo de florescimento e rendimento de grãos. Após o encerramento do ciclo das

espécies foi procedido a incorporação dos resíduos ou dessecação, e avaliadas as

alterações proporcionadas nos atributos químicos e físicos do solo em manejo

convencional e de plantio direto. Dentre as espécies de adubação verde a maioria

apresentou redução de ciclo e nem todas terminaram o ciclo de desenvolvimento. Houve

alteração no teor de nitrogênio total, nitrogênio nítrico e nitrogênio amoniacal no solo,

bem como nos teores de cálcio, magnésio, potássio, matéria orgânica e V% na análise

de solo de rotina. As alterações nos atributos físicos ocorreram na macroporosidade

quando adotado o plantio convencional e em diferentes resistências a penetração.

Palavras Chaves: Nitrogênio no solo, Análise de rotina, Macroporosidade, Resistência

a penetração.

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ADAPTABILITY OF DIFFERENT SPECIES OF GREEN MANURING AND

CHEMICAL AND PHYSICAL CHANGES ON LOWLAND TROPICAL SOIL

IN TOCANTINS STATE.

ABSTRACT

This paper has as an objective to assess the adaptability and usage of some green

fertilizer in in crop rotation in tropical lowland conditions. Species tested were sunhemp

(Crotalaria juncea), Crotalaria spectabilis, velvet bean (Mucuna aterrina), jackbean

(Canavalia ensiformis), pigeon bean (Cajanus cajan), japanese radish (Raphanus

sativus) and cowpea bean (Vigna unguiculata) during the dry season in June/September

2011, grown in sub-irrigation conditions. It were assessed the production of dried

aboveground phytomass, dried root phytomass, cycle of flowering and grain yield.

After the closure of the cycle of the species, residues or desiccation were processed.

There was an evaluation of the changes in chemical and physical attributes of the soil in

conventional tillage and no-till. Among the species of green manure, most had a

decrease in its cycle and not all completed the cycle its development. There was change

in the contents of total nitrogen, nitric nitrogen and ammonia in the soil, as well as in

the levels of calcium, magnesium, potassium, and organic matter V% in soil analysis

routine. Changes in physical attributes occurred in the macroporosity when

conventional planting was adopted and in different resistances to penetration.

Keywords: Nitrogen in soil, Chemical analysis, Macroporosity, Penetration resistance.

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INTRODUÇÃO

A várzea tropical do Rio Araguaia possui 500.000 hectares de extensão e é

considerada a maior área contínua passível de irrigação por inundação do mundo

(COELHO et al., 2006). Nesse ambiente predominam solos hidromórficos, com

horizonte subsuperfical raso ou com elevação temporária do lençol freático, que

restringem a percolação da água e estão sujeitos ao excesso de umidade (EMBRAPA

1999). Em decorrência da maior instabilidade do ecossistema várzea, o uso de

tecnologias inadequadas pode acarretar maiores riscos para os produtores. Informações

disponíveis em alguns projetos de arroz irrigado, como o antigo Jari – PA, e Rio

Formoso – TO, mostram que com o tempo de cultivo a produtividade de arroz cai

significativamente. Um dos principais fatores que contribui para este fato é a

degradação física e química do solo, principalmente a qualidade da matéria orgânica.

Portanto, é fundamental o conhecimento sobre a classificação destes solos e suas

propriedades físicas e químicas para que se imprima um manejo apropriado da

fertilidade (FAGERIA, AIDAR & BARBOSA FILHO, 2002).

A adubação verde é definida como prática conservacionista pelas quais certas

espécies de plantas são cultivadas, e posteriormente incorporadas ou mantidas na

superfície do terreno, em determinado estádio fenológico, com a finalidade de assegurar

ou aumentar a capacidade produtiva do solo (CALEGARI et al., 1993). Quando essas

plantas são incorporadas ao sistema de produção, elas atuam como condicionadores

físicos, químicos e biológicos. A adubação verde também é consonante com o Sistema

de Plantio Direto, já que a produção de palhada e a sua manutenção na superfície do

solo são prerrogativas para a proteção e conservação contra erosão e degradação física.

Espécies de adubação verde podem ser do tipo leguminosas, cereais, gramíneas e

brassicas, entretanto elas devem apresentar algumas características desejáveis como

efeitos benéficos a cultura de sucessão e que se reverta em viabilidade econômica

(FAGERIA et al., 2005) O uso de leguminosas é uma prática para o desenvolvimento de

uma agricultura sustentável. O uso dessas espécies na rotação de cultura tem como

beneficio principal a adição de nitrogênio ao sistema de produção, além de colaborarem

no manejo integrado de pragas, doenças e ervas daninhas (FAGERIA et al, 2005).

Leguminosas também podem influenciar a capacidade de armazenamento de água no

solo e diminuir as perdas de carbono e nitrogênio de sistemas intensificados

(DRINKWATER, et al. 1998). As principais características desejáveis a espécie de

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adubação verde são: baixo custo de implantação, facilidade de manejo, ciclo de

crescimento curto com elevada produção de fitomassa, eficiência ao uso da água,

supressão de ervas daninhas entre outros (BALIGAR & FAGERIA, 2007).

No entanto os benefícios da utilização da adubação verde podem variar conforme

o tipo de manejo que se é empregado. Em várias outras condições edafoclimáticas a

adubação verde tem sido relatado associada a incorporação dos resíduos em preparo

convencional (HERRERA et al., 1996; SODRÉ FILHO et al., 2004; FAGERIA &

SOUZA, 1995; CARVALHO et al., 2004). No entanto o não revolvimento do solo é

descrito como prática conservacionista e que associado a rotação de culturas e

manutenção da palha na superfície do solo se estabelece o sistema de plantio direto com

inúmeros benefícios para o desenvolvimento dos cultivos. (FANCELLI & FAVARIN,

1989)

O objetivo desse trabalho foi avaliar quais espécies de adubação verde são

adaptáveis ao cultivo na condição de várzea tropical, e quais são os benefícios químicos

e físicos proporcionados ao solo quando utilizado o preparo convencional ou plantio

direto.

MATERIAL E MÉTODOS:

A instalação das espécies de adubo verde:

O trabalho foi realizado na Fazenda Dois Rios, no município da Lagoa da

Confusão – TO, sob as coordenadas geográficas 10°49'34.78"S e 49°54'0.33"O e 180 m

de altitude. O clima na região é classificado de acordo com Koppen (1948) como Awi,

tropical úmido de savana com as médias da temperatura dos meses mais frios acima de

18°C e a diferença de temperatura entre o mês mais frio e o mês mais quente inferior a

5°C, sendo a precipitação máxima no verão e inverno seco.

As espécies de adubo verde foram instaladas em 10 de julho de 2011 em

PLINTOSSOLO HAPLICO de 5 anos de cultivo de sucessão arroz irrigado / soja em

plantio convencional. As espécies de adubos verdes escolhidas foram a Crotalaria

juncea, Crotalaria spectabilis, mucuna Preta (Mucuna aterrina), feijão de porco

(Canavalia ensiformis), feijão guandú (Cajanus cajan), nabo forrageiro (Raphanus

sativus) e feijão caupí (Vigna unguiculata). Os materiais foram plantados de acordo

com as populações da Tabela 1. Cada espécie de cobertura consistiu em um tratamento,

além da testemunha que foi mantida em pousio. O experimento foi instalado através do

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delineamento de blocos ao acaso com 8 tratamentos e 3 repetições. Cada parcela era

composta por uma área total de 400 m2.

Antes do plantio, devido a desuniformidade da superfície do solo decorrente da

colheita do arroz, o terreno foi preparado convencionalmente com 2 operações de grade

niveladora de 22” e rolo compactador com intuito de deixar a superfície do solo

nivelada. O plantio foi realizado mecanicamente através de semeadora, depositando as

sementes das espécies em uma profundidade média de dois a quatro centímetros e as

cobrindo com uma camada homogenia de solo. Após o plantio e antes da emergência

das plântulas foi realizado dessecação química com herbicida glifosato na dose de 720 g

ha-1

para garantir uma menor competição inicial com ervas daninhas.

Tabela 1. Orientação de plantio das espécies de adubo verdes plantas na época seca na

Lagoa da Confusão, Tocantins 2011.

Espécies Densidade de Plantio Estande

Nome Comum Nome Científico Sementes ha-1

Espaçamento Semente m-1

kg ha -1

C. juncea Crotalaria juncea 500000 45 cm 23 25

C. spectabilis Crotalaria spectabilis 650000 45 cm 29 12

feijão de porco Canavalia ensiformis 100000 45 cm 5 100

feijão guandú Cajanus cajan 390000 45 cm 18 30

mucuna Preta mucuna aterrina 80000 45 cm 4 60

nabo forrageiro Raphanus sativus 1000000 17 cm 17 12

feijão caupí vigna unguiculata 24000 45 cm 12 40

Durante o ciclo de desenvolvimento das espécies de adubo verde, a demanda

hídrica das culturas foi suprida através de irrigação por elevação de lençol freático, já

que durante essa época do ano, não há precipitação pluviométrica suficiente para

garantir o desenvolvimento das plantas. O inverno seco da região propicia temperaturas

adequadas para o desenvolvimento de espécies tropicais conforme Figuras 1 e 2. A

irrigação foi conduzida através de controle de cota do canal controlada por régua de

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nível, onde manteve-se o solo saturado do horizonte B plintico até 15 cm de

profundidade, e na capacidade de campo na camada de 0 – 15 cm.

Figura 1. Temperatura Mínima, Média e Máxima durante os meses de junho a outubro

de 2011, Lagoa da Confusão - TO.

Figura 2. Precipitação e comprimento de dia por decêndio em 2011, Lagoa da

Confusão - TO.

Foram realizadas aplicações de inseticida cipermetrina 3 g i.a. ha-1

aos 30 e 50

dias após a emergência das espécies, sempre que constatado ataque de Cerotoma sp

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apresentando dano de desfolha acima de 10%. Nenhum outro trato cultural foi realizado

em pós-emergência nas espécies de adubação verde durante seu desenvolvimento.

Analises dos Componentes da Produção:

Aos 60 dias após o plantio foram determinadas fitomassa seca da parte aérea e

matéria seca da raiz e matéria seca total das espécies. Foram colhidos material fresco

correspondente a 2 m2

por parcela, e secados em estufa de circulação forçada de ar com

temperatura de 65 °C durante 72 horas até atingirem massa constante. Nessa ocasião

também foram definidos o número de dias para o florescimento, cujo parâmetro

considerado foi 50 % das gemas reprodutivas com flores abertas. A matéria seca da raiz

foi determinada através da coleta de 10 plantas inteiras em duas linhas de dois metros

com auxilio do enxadão. As raízes foram lavadas para retirada do solo e secadas até

atingirem massa constante.

Para determinação de rendimento de grãos das espécies de adubação verde, as

parcelas foram conduzidas com irrigação suficiente até os 110 dias após o plantio

quando tiveram suas estruturas reprodutivas colhidas. A amostragem aconteceu com

duas subamostras para cada repetição, as quais foram consideradas as médias para

compor o valor de um tratamento. Cada parcela foi composta de dois pontos de

amostragem de 1 m de largura x 2 m de comprimento, perfazendo um total de 2 m2. As

estruturas foram secas em estufa de circulação de ar forçada com temperatura de 65°C

por 50 horas até estarem estáveis para o armazenamento. Os materiais foram trilhados e

a massa medida com balança de amostra e a umidade corrigida para 13%.

Após o encerramento do ciclo da maioria das espécies de cobertura, foram

realizadas operação de manejo visando o plantio da cultura do arroz irrigado em

sucessão. As parcelas de cada uma das espécies que correspondiam a um tratamento

foram divididas em outras duas subparcelas, cada qual recebeu uma segunda fonte de

variação. A primeira, que corresponderia ao plantio convencional., recebeu duas

operações de grade média de 28’’ com o objetivo de incorporar a palhada produzida

pelas espécies de cobertura, e a segunda, que corresponderia ao plantio direto,

procedeu-se a dessecação com 960 g ia ha-1

de glifosato e posterior tombamento da

palhada e sua manutenção na superfície do solo.

Análises Físicas:

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As avaliações das alterações dos atributos físicos do solo foram realizadas 25 dias

após o manejo da palhada com o intuito de medir a macroporosidade, microporosidade,

porosidade total e resistência do solo a penetração. O delineamento experimental foi o

de parcelas subdivididas, em duas profundidades (0-10 e 10-20 cm) com cinco

repetições. Os tratamentos das parcelas foram as espécies de adubo verde em plantio

direto e o tratamento plantio convencional., e as subparcelas as duas profundidades,

totalizando 90 unidades experimentais.

Para a avaliação da densidade utilizou-se amostragem através de anéis

volumétricos de 50 cm³ e de peso conhecido, onde foram obtidas amostras

indeformadas do solo. As amostras foram pesadas no momento da coleta para que não

ocorresse perda da umidade, e em seguida telas de nylon foram presas ao fundo de cada

anel. Os anéis foram colocados em uma bandeja contendo 1 cm de lâmina d’agua, até

que atingissem a saturação. O solo saturado foi submetido à uma mesa de tensão com

pressão correspondente a 60 cm de lâmina de água (6 Kpa), seguindo metodologia

descrita por Embrapa (2007). Depois da mesa de tensão, os anéis foram encaminhados

para estufa de circulação de ar forçada em temperatura de 105 °C durante 24h, onde foi

determinada a umidade por diferença de peso seco e úmido, e a densidade através da

relação massa/volume. Para a determinação da resistência a penetração foi utilizado um

Penetrômetro de impacto modelo IAA / Planalsucar-Stolf. Foram realizadas 5 repetições

por unidade experimental até a profundidade de 30 cm, seguindo metodologia descrita

por Stolf (1991).

Análises Químicas:

As amostras de solo para análise de Nitrogênio foram coletadas dia 15 de

novembro de 2011, vinte dias após o preparo do solo nos tratamentos de plantio

convencional ou dessecação para os tratamentos de plantio direto. As coletas foram

realizadas na profundidade de 0-10 cm, e mantidas em temperaturas abaixo de 0°C e

enviadas ao laboratório de análise de solo do Departamento de Ciência do Solo da

ESalQ / USP. O Nitrogênio total foi determinado a partir de digestão com ácido

sulfúrico e água oxigenada, seguida de destilação de Kjeldahl, conforme método

descrito por Tedesco et al. (1995), sendo o N-NO3- quantificado por colorimetria, de

acordo com Yang et al. (1998). O N-NH4+ foi quantificado por colorimetria, pelo

método descrito por Kempers & Zweers (1986).

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Também foram coletadas e encaminhadas amostras para análises dos atributos

químicos de rotina. As análises foram realizadas no laboratório de solos do campus

universitário de Gurupi da Universidade Federal do Tocantins – UFT. Os métodos de

extração e determinação foram: pH em H2O na relação 1:2,5 (solo:água) e os teores de

Al trocável (extraído com KCl 1 mol L-1

e analisado por titulometria com NaOH 0,025

mol L-1

), Ca e Mg trocáveis (extraídos com KCl 1 mol L-1

e determinados por

titulometria com EDTA 0,0125 mol L-1

) conforme metodologia descrita em EMBRAPA

(1997)

Todos os resultados foram submetidos a analise de variância pelo teste F, através

do software ASSISTAT, versão 7.6 beta (SILVA & AZEVEDO, 2002), e as médias

submetidas ao teste de Scott-Knot a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram observadas diferenças significativas na análise de variância entre produção

de fitomassa seca da parte aérea, fitomassa seca de raiz, fitomassa seca total, rendimento

de grãos e dias para o florescimento das espécies avaliadas, o que significa diferentes

potencialidades de uso dessas espécies quando implantados na condição de várzea

tropical, (Tabela 1).

A maior fitomassa da parte aérea produzida foi no tratamento Crotalaria

spectabilis com 3814 kg ha-1

, seguida de Crotalaria juncea 2861 kg ha-1

, que significa

rendimento 25% inferior. feijão de porco, feijão caupi e feijão guandú tiveram

rendimentos equivalentes entre si de acordo com o teste de Scott-knott, mas com

desempenho inferior a Crotalaria juncea. A mucuna preta e nabo forrageiro tiveram a

menor produção de fitomassa seca da parte aérea, com produção equivalente a 45% e

34% da Crotalaria spectabilis, respectivamente (Tabela 2).

Outros trabalhos trazem informações a respeito da produção de fitomassa em

função das espécies de adubo verde, e os resultados variam de acordo com as condições

ambientais de cada experimento. Amabile et al., (2000) demonstraram que C. juncea,

guandú e mucuna preta apresentaram fitomassas diferentes entre si inclusive quando

plantadas em épocas de semeadura e espaçamentos diferentes, sendo a C. juncea mais

produtiva do que a mucuna preta em todas as épocas avaliadas. Alvarenga et al., (1995)

concluíram que o feijão guandú, C. juncea, mucuna preta, feijão de porco e feijão caupi

produziram 17, 16, 9, 5 e 4 t ha-1

respectivamente, de fitomassa seca da parte aérea

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quando plantados em novembro em Viçosa, MG. No entanto, as espécies de adubação

verde quando plantadas fora do inicio da safra tradicional (outubro a dezembro)

apresentam produção de fitomassa seca mais próximas dessas observadas no presente

trabalho. Sodré Filho et al., (2004) observaram 2,5; 2,28; 1,8 t ha-1

de mucuna, C.

juncea, e feijão guandú quando as espécies foram instaladas em safrinha no mês de

abril. Para o nabo forrageiro, é descrito na literatura produtividades médias de 2,9 t ha-1

(CRUSCIOL et al., 2005), podendo variar de 2,0 t ha-1

a 6 t ha-1

(DERPSCH &

CALEGARI, 1992; CALEGARI, 1998).

A C. spectabilis e C. juncea foram aquelas que apresentaram maior fitomassa seca

de raiz com 751 e 706 kg ha-1

, respectivamente. O feijão guandú e o nabo forrageiro

foram inferiores as espécies de crotalária, porém superiores aos demais tratamentos,

apresentando respectivamente 613 e 582 kg ha-1

. A mucuna preta e feijão de porco

foram os que apresentaram menor desenvolvimento radicular sendo que ambos não

ultrapassaram 220 kg ha-1

de matéria seca de raiz (Tabela 2).

Maiores índices de desenvolvimento radicular podem ser encontrados em outros

trabalhos quando as espécies são cultivas em condição de solo profundo. A C. juncea

pode apresentar de 1800 kg ha-1

a 3750 kg ha-1

de matéria seca de raiz em um Latossolo

argiloso (GARCIA & ROSOLEM, 2011). No caso de solo de várzea desse estudo,

nenhuma espécie seguiu o padrão normal de crescimento, tendo a raiz pivotante

limitada aos primeiros 10 cm de solo. Tal comportamento corrobora com observação de

Alvarenga (1995) que observou desvios de crescimento na raiz principal e excesso de

produção de raízes laterais quando mucuna Preta, Crotalária, feijão de porco e feijão

caupí foram cultivados em solos com horizonte B textural argiloso.

A saturação do solo com água é relatado como estresse fisiológico e condição de

restrição de crescimento radicular para espécies não adaptadas. A diminuição no teor de

O2 provoca desordens metabólicas na planta pela diminuição, ou até parada total da

atividade respiratória das raízes. Menores taxas metabólicas diminuem a eficiência de

utilização de carbono, aumentando a produção de etanol e lactato (MARSCHNER,

1995). A deficiência de O2 também prejudica a síntese de fito-hormônios como

giberelinas e citocininas (SMIT et al., 1990). E além desse efeito direto, pode ser

observado a produção compostos tóxicos por bactérias e outros micro-organismos do

solo em condição anaerobiose (JACKSON, 1985).

A fitomassa seca das raízes representaram em média 17,5% da matéria seca total

das plantas. No caso do nabo forrageiro, foi o tratamento que maior apresentou

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participação da fitomassa seca da raiz, correspondendo 30% da fitomassa seca total.,

Em condições sem impedimento físico e químico, o nabo forrageiro a participação da

raiz representa no máximo 20 % da fitomassa seca total (MULLER et al.,2001).

Considerando a fitomassa seca total das espécies a C. spectabilis foi superior as

demais espécies com 4565 kg ha-1

. E o nabo forrageiro, feijão de porco e mucuna Preta

apresentaram-se equivalentes entre si e inferiores aos demais tratamentos (Tabela 2).

Tabela 2. Produção de matéria seca da parte aérea (MSPA), matéria seca da raiz

(MSR), matéria seca total (MST), dias para o florescimento e rendimento de grãos de

espécies de adubo verde, Lagoa da Confusão 2011.

Espécie MS Parte Aérea MS Raiz MS Total Florescimento Rendimento

--------------------- Kg ha

-1---------------- --- nº dias --- Kg ha

-1

C. juncea 2861 b 706 a 3567 b 66 c 793,2 a

C. spectabilis 3814 a 751 a 4565 a 67 c 719,0 a

Mucuna preta 1728 d 119 d 1848 d 104 a 0,000 c

Feijão de porco 2080 c 218 d 2298 d 91 b 441,7 b

Feijão guandú 2330 c 613 b 2944 c 68 c 552,1 b

Nabo forrageiro 1314 d 582 b 1897 d 38 d 510,1 b

Feijão Caupí 1867 c 454 c 2322 d 64 c 740,0 a

Testemunha - - - - -

C.V. (%) 13.95 17,49 11,74 21,00 3,64

F 27.152 ** 31,570 ** 37,127 ** 23,071 ** 268,17 **

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si para o teste Scott-Knott (P<0,05). *,** e

ns: significativo (P<0,05);(P<0,01) e não significativo para o teste F.

O ciclo de desenvolvimento das espécies até o florescimento também apresentou

diferenças significativas de acordo com o teste F. O nabo forrageiro apresentou

comportamento de maior precocidade atingindo 50% do florescimento aos 38 dias de

emergido. O feijão guandú, feijão caupí, C. juncea e C. spectabilis floresceram todos

próximo aos 65 dias. O feijão de porco floresceu aos 91 dias, e a mucuna preta

apresentou o ciclo mais tardio do experimento, florescendo aos 104 dias (Tabela 2).

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34

Durante o período do experimento, o comprimento do dia não foi superior a 11,8

horas de luz por dia (Figura 2). A C. juncea é sensível ao fotoperíodo e comporta-se

como planta de dias curtos (PURSEGLOVE, 1968). O feijão guandú possui acessos

sensíveis ou não ao fotoperíodo, e quando sensíveis também são estimulados ao

florescimento com o fotoperíodo do ambiente inferior ao seu fotoperíodo crítico

(SUMMERFILED & ROBERTS, 1985). A mucuna Preta é relatada como espécie

insensível ao comprimento do dia (SABADIN, 1984). O nabo forrageiro tem sido

relatado com desenvolvimento em ambas as condições de dias longos e dias curtos

(ERWIN et al., 2002; NEIL & BIBLE, 2006) e também observado seu florescimento

quando cultivado em safrinha no cerrado (SAMINÊZ, 2007; SPEHAR & TRECENTI,

2011).

As espécies sensíveis ao fotoperiodo foram aquelas que tiveram maio redução de

ciclo em comparação a resultados de trabalhos plantados no período tradicional de safra

(de outubro a maio). Amabile et al., (2000) relataram a diminuição do ciclo e

consequentemente da produtividade quando as espécies C. juncea e feijão guandú foram

plantados em novembro, janeiro e março, sendo que em março a C. juncea teve um

ciclo de 67 dias até o florescimento e de 118 quando plantada em novembro. A

produção de fitomassa seca da parte aérea também está correlacionada, tendo o plantio

de novembro produção 3 vezes superior que o plantio de março. Saminez (2007)

observou aproximadamente 120 dias para o florescimento de mucuna Preta e 38 dias

para o nabo forrageiro quando plantados no inverno e em condição de irrigação por

aspersão no Distrito Federal, ciclos esses parecidos com os observados nesse

experimento.

Para o rendimento de grãos ao final do ciclo das espécies de adubo verde a C.

juncea, feijão caupí e C. spectabilis foram as que atingiram maior produtividade com

793, 740 e 719 kg ha-1

de massa de grãos. Feijão de porco, feijão guandú e nabo

forrageiro foram equivalentes entre si, porém com médias abaixo das crotalárias e do

feijão caupí. A mucuna preta não completou o ciclo até a data da coleta das

produtividades, demonstrando ciclo acima de 140 dias conforme descrito na literatura.

(PEREIRA, 1982; PEREIRA, 1988).

Os rendimentos de grãos observados demonstram diferentes viabilidades de

utilização dessas espécies em produção de semente na condição de várzea tropical., e

que o fator de maior influencia na adaptação desses materiais é principalmente a reação

ao fotoperíodo de cada espécie / acesso. Aquelas que demonstraram redução de

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35

produção de fitomassa e redução de ciclo em decorrência do plantio nessa época do ano,

a exemplo das crotalárias, também demonstraram redução na produtividade de grãos,

quando comparadas a resultados obtidos em outras regiões e plantadas no período

tradicional de safra (de outubro a maio) (PEREIRA, et al., 2005; AMABILE et al.,

2000; SAMINEZ, 2007; ALVARENGA et al., 1995 ; SODRÉ FILHO et al., 2004). No

entanto o rendimento de grãos obtidos para todas espécies, com exceção da mucuna

preta, seriam suficientes para atingir a viabilidade de produção, caso os grãos sejam

comercializados como sementes (Tabela 2).

Alterações Químicas

Os tratamentos nas parcelas (espécies de adubos verdes) tiveram diferença

estatística nos teores de nitrogênio total., nitrogênio amoniacal e nitrogênio nítrico de

acordo com a análise de variância e diferiram nas subparcelas (manejo da palhada) para

nitrogênio total e nitrogênio amoniacal (Tabela 3). O nitrogênio total foi superior em

todas as espécies de leguminosas e inferior e equivalente entre si para os tratamentos

testemunha e nabo forrageiro. A fixação biológica do nitrogênio proporcionada pela

relação simbiótica das leguminosas com bactérias proporciona o incremento de

nitrogênio ao solo assim como descrito por Miyasaka et al., (1983); Suhet et al., (1985);

Boodey et al., (2007) e Fageria & Santos (2007). A disponibilização do N no solo é

realizada, principalmente através da mineralização da matéria orgânica através da

atividade microbiana do solo, que converte N orgânico em íon amônio (NH4+) com

posterior oxidação para nitrato (NO3-) (MARY et al., 1996; GIL & FICK, 2001).

Portanto o incremento dos teores de Nitrogênio do solo apresentado pelas espécies de

leguminosas na condição de várzea tropical corrobora com resultados obtidos em outras

condições edáficas.

Quando separamos o nitrogênio total das formas minerais (amoniacal e nítrica) é

possível observar participações diferenciadas em cada uma das formas. Primeiramente é

notável que os teores de nitrogênio total do solo são muito superiores do que as formas

minerais. Tal fato foi descrito por Mclaren & Cameron (1996) que estimaram que mais

de 94% do nitrogênio do solo está nas formas orgânicas em restos vegetais, massa

microbiana e húmus do solo.

O teor de nitrogênio amoniacal foi superior em ambas as crotalárias, mucuna preta

e feijão caupi, e inferiores no feijão de porco, feijão guandú, nabo forrageiro e

testemunha. Para nitrogênio nítrico o comportamento foi semelhante ao teor de

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nitrogênio total, sendo as leguminosas superiores nos teores, e o nabo forrageiro e a

testemunha apresentando os valores mais baixos (Tabela 3). Em todos os tratamentos os

níveis de amônio foram superiores ao nível de nitrato no solo. Tal observação pode ser

explicada pelo fato que as bactérias do gênero Nitrossomas e Nitrobacter, que são as

responsáveis pelo processo de oxidação de amônia em nitrito e posteriormente em

nitrato, são favorecidas pela correção do pH do solo e aeração (POUDEL et al., 2002;

THONISSEN et al., 2000). Solos com pH abaixo de 5,0 apresentam o processo de

transformação de amônio em nitrato em níveis reduzidos (SILVA et al., 2004).

No tratamento atribuído nas subparcelas, o manejo de plantio direto ou plantio

convencional influenciaram estatisticamente os teores de nitrogênio total e nitrogênio

amoniacal, porém não foram significativos para o teor de nitrato, Tabela 3. Em ambos

os casos de nitrogênio total e nitrogênio amoniacal o tratamento de plantio direto

apresentou valor superior ao tratamento plantio convencional. O preparo convencional

com a incorporação dos resíduos acelera substancialmente a decomposição da matéria

orgânica (BRODER & WAGNER; 1988; VARCO et al., 1989; THONNISSEN et al.,

2000). Como resultado, a maior parte do N é liberada durante o início da decomposição,

o que pode coincidir com a baixa demanda em N pela cultura em desenvolvimento. Se o

N mineral estiver disponível precocemente, poderão ocorrer perdas do nutriente por

lixiviação de NO3- (ROSECRANCE et al., 2000).

Tabela 3. Teores de Nitrogênio Total (N total), Nitrogênio Amoniacal (N NH4+) e

Nitrogênio Nitrato (N NO3-) no solo em função de espécies de adubo verde e manejo de

solo, Lagoa da Confusão 2011.

Espécie N total N NH4+ N NO3

-

----------------------------- mg / kg -----------------------------

Crotalária juncea 4535 a 32,5 a 16,0 a

Crotalária spectabilis 4446 a 30,8 a 15,6 a

Mucuna preta 4522 a 31,2 a 15,3 a

Feijão de porco 3927 a 27,2 b 13,5 a

Feijão guandú 3820 a 26,0 b 13,0 a

Testemunha 2983 b 20,5 b 9,6 b

Nabo forrageiro 2944 b 23,2 b 10,6 b

Feijão caupí 4156 a 29,8 a 14,8 a

C.V. (%) 15,89 16,93 19,36

F 6,445 ** 4,887 ** 4,833 **

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----------------------------- mg / kg -----------------------------

Plantio Direto 4123 a 29,29 a 14,12

Plantio Convencional 3710 b 26,00 b 13,01

C.V. (%) 9,37 12,77 13,27

F 15,220 ** 10,4365 ** 4,333 ns

F int (esp)x(manejo) 2,386 ns

1,228 ns

1,271 ns

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si para o teste Scott-Knott (P<0,05). *,** e

ns: significativo (P<0,05);(P<0,01) e não significativo para o teste F.

A análise química de rotina demonstrou que houve alteração significativa para os

níveis de Cálcio, Potássio, Soma de Bases, CTC, Matéria Orgânica e saturação de bases

em função do tratamento espécies de adubo verde, e alteração significativa somente

para saturação de bases no tratamento de subparcela tipo de manejo. A interação espécie

de cobertura e tipo de manejo não foi significativa para nenhuma combinação (Tabela,

4).

Os teores de cálcio e potássio foram superiores quando cultivados com nabo

forrageiro em relação a todos os outros tratamentos, e que foram equivalentes entre si.

De acordo com Crusciol, (2005), o nabo é capaz de acumular na parte aérea 57,2, 15,3,

85,7, 37,4, 12,5 e 14,0 kg ha-1

, respectivamente, de N, P, K, Ca, Mg e S. E aos 30 dias

após o manejo da fitomassa o Ca já liberou 80% e K do acumulado na palhada

(CRUSCIOL, 2005). O nabo possui baixa relação C/N e portanto uma palhada de rápida

decomposição. É descrito na literatura relação C/N de 11,0 quando cultivado em

condições de cerrado (CARNEIRO et al., 2008) As demais espécies dos tratamentos,

possuí relações C/N de 20,2; 23,0; 28; 25,9, 21; 13,9 , respectivamente para C. juncea,

C. spectabilis, mucuna Preta, feijão de porco, feijão guandú, feijão caupí (CLEMENT et

al., 2008; CARNEIRO, et Al, 2008). Como o nabo forrageiro foi dentre as espécies de

cobertura aquela que teve o ciclo mais precoce (Tabela 4) é possível concluir que

mesmo antes do manejo, as plantas já estavam em senescência e, portanto com grande

parte de sua fitomassa já em processo de decomposição. Assim, os nutrientes

absorvidos pela fitomassa retornaram ao solo antes dos demais tratamentos.

No entanto a CTC do solo no tratamento nabo foi significativamente superior aos

demais tratamentos, apresentando em média CTC 32 % acima dos demais.

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Tabela 4. Teores de nutrientes do solo na análise de rotina em função da espécie de adubo

verde utilizada, Lagoa da Confusão 2011.

Espécie Ca Mg Al K CTC P MO V% pH

-----------------------cmolc dm3--------------- ----- mg / kg ---- -- % - CaCl2

C. juncea 3,61 b 1,1 0 0,12 b 8,4 b 90,0 6,48 a 55 a 4,72

C. spectabilis 3,16 b 1,6 0 0,09 b 8,5 b 40,2 7,06 a 57 a 4,76

Mucuna preta 2,93 b 1,61 0 0,10 b 8,7 b 76,1 6,78 a 52 a 4,63

Feijão de porco 2,63 b 1,22 0 0,09 b 8,1 b 65,5 6,81 a 53 a 4,89

Feijão guandú 4,01 b 1,75 0 0,14 b 9,5 b 21,1 6,40 a 61 a 4,88

Testemunha 3,74 b 1,51 0 0,13 b 9,1 b 23,7 5,46 b 59 a 4,94

Nabo forrageiro 6,14 a 1,55 0 0,22 a 11,5 a 30,5 7,20 a 68 a 4,71

Feijão caupí 3,3 b 1,48 0 0,13 b 8,8 b 26,8 6,73 a 55 a 4,88

C.V. (%) 28,32 28,14 303,17 41,12 9,97 80,89 9.97 12,82 3,89

F 7,471

** 0,832 ns

1,202 ns

3,767 * 11,901

* 1,840 ns 4,55 ** 3,129 *

2,196 ns

Plantio Direto 3,95 1,623 0 0,14 9,1 68,6 6,49 61 a 4,76

Plantio Conv. 3,45 1,442 0 0,12 9,0 41,03 6,78 55 b 4,86

C.V. (%) 24,79 33,55 303,17 39,26 17,2 81,06 17,51 13,78 3,34

F 3,034

ns 1,303 ns

4,569 ns

3,071ns 0,070 ns 4,033 ns 0,685

ns

5,631

*

4,440 ns

F int (esp x

man) 2,029

ns 1,257 ns

1,202 ns

1,099 ns 0,687 ns 0,723 ns 0,344

ns 2,644ns

1,376 ns

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si para o teste Scott-Knott (P<0,05). *,** e ns: significativo (P<0,05);(P<0,01) e não significativo para o teste F.

O teor de matéria orgânica do solo foi alterado igualmente por todas as espécies

de cobertura utilizadas e que foram superiores à testemunha. A melhoria desse atributo

na analise de rotina normalmente é difícil de observar em curto prazo, como o período

de um ciclo de desenvolvimento, e que outros indicadores são mais facilmente sensíveis

para inferir sobre alteração na matéria orgânica (CARTER, 2002; RASMUSSEN &

COLLINS; 1991). Kitamura et al., (2008) não observaram diferença estatística na

matéria orgânica quando utilizou de feijão de porco em LATOSSOLO VERMELHO

DISTRÓFICO no cerrado. No referido trabalho a produção de fitomassa do feijão de

porco foi inferior aquela observada na condição de várzea. Assim como Nascimento et

al. (2003), em um Luvissolo na região do semi-árido utilizando as espécies feijão

guandú, mucuna preta, C. juncea, feijão de porco, entre outras. No entanto, Mandal et

al. (2003) em solo mal drenado na Índia, cultivado no sistema arroz-trigo por longo

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período, observaram alteração no nível de matéria orgânica quando inseridos resíduos

de leguminosas Sesbania rostrata e Sesbania aculeata, principalmente no período

inicial de desenvolvimento do arroz cultivado em sucessão.

A provável resposta do incremento de matéria orgânica observado nesse trabalho

é que a metodologia de determinação de matéria orgânica das amostras consiste na

oxidação total da matéria orgânica do solo, seja ela material macro-orgânico de baixa

densidade derivada de tecidos vegetais, biomassa microbiana, (CARTER, 2002) ou

elementos estabilizados como ácidos húmicos ou fúlvicos. A porcentagem de matéria

orgânica é calculada multiplicando-se o resultado do carbono orgânico por 1,724. Este

fator é utilizado em virtude de se admitir que, na composição média do húmus, o

carbono participa com 58% (EMBRAPA, 1997).

Nos tratamentos submetidos as subparcelas, o saturação de bases foi 10,5%

superior no plantio direto do que no plantio convencional, Apesar de não haver

diferença estatística nos teores de Ca, Mg e K, os resultados numéricos para esses

parâmetros foram maiores no plantio direto, e por serem os componentes de formação

do V% (EMBRAPA, 1997), quando somados produziram diferenças suficientes para

validar o teste F. De acordo com Tomé Júnior (1997) este parâmetro fornece

informações sobre o total de cargas negativas existentes no solo e também apresenta

uma referência da proporção ocupada pelos cátions Ca++

, Mg++

e K+, servindo como

base para a avaliação da fertilidade do solo. Vários são os trabalhos que descrevem os

benefícios químicos ao solo da adoção do sistema de plantio direto em relação ao

plantio convencional (TESTA et al., 1992; CALEGARI et al., 1993; RIBEIRO, 1996;

NASCIMENTO et al., 2003). De acordo com Alcantara (2000), a manutenção da

palhada de adubação verde sobre o solo, ao invés da incorporação, proporciona aumento

de CTC efetiva, V% e teores de Mg, Ca e K até 120 dias depois do manejo, na camada

de 0-10 cm do solo, resultando na mesma observação realizada no presente trabalho em

condição de várzea.

Alterações Físicas

Na Tabela 5 encontram-se os atributos físicos do solo DS, MAC, MIC e PT após

o cultivo das plantas de cobertura em duas profundidades. Para a densidade do solo a

espécie que proporcionou menor densidade do solo após seu cultivo foi a mucuna preta,

porém esta não diferiu das demais espécies cultivadas. Estes resultados mostram que o

cultivo de destas espécies tendem a reduzir a DS, deixando-o em boas condições para o

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cultivo. Reichert et al., (2003) propuseram densidade do solo crítica para algumas

classes texturais: 1,30 a 1,40 Mg m-3

para solos argilosos, 1,40 a 1,50 Mg m-3

para os

franco-argilosos e de 1,70 a 1,80 Mg m-3

para os franco-arenosos. Já Argenton et al.,

(2005) e Klein (2006) propuseram e que os limites de densidade são aceitáveis até a

faixa de 1,30 Mg m-³. Os valores obtidos estão bem abaixo dos limites encontrados na

literatura, o que reforça a teoria que a utilização destas espécies podem trazer melhorias

em atributos físicos do solo. Já para as profundidades a DS apresentou efeito

significativo (P<0,01), onde a camada 0-15 cm apresentou uma menor DS o que era

esperado. Tal observação ocorre pelo fato da zona radicular dos cultivos explorar a

camada mais superficial e dessa forma diminuir a densidade do solo pelos canais

deixados no desenvolvimento do sistema radicular (REINERT et al., 2008).

Para a MAC os tratamentos apresentaram efeito significativo (P<0,01) onde o

cultivo de feijão caupí proporcionou a maior macroporosidade, seguido pelo nabo

forrageiro, mucuna preta e pelo plantio convencional., Os demais tratamentos

apresentaram um volume de macroporos bem inferior aos tratamentos superiores. Esses

resultados são diferentes dos encontrados por Borges & Souza (2011), onde o cultivo de

feijão caupí foi o que proporcionou uma maior redução na quantidade de MAC. Ainda

segundo os mesmos autores os valores aceitáveis de MAC para que não haja limitação

no desenvolvimento das plantas estão acima de 10%. Diante disto somente o feijão

caupí apresentaram resultados satisfatórios. Quanto as profundidades avaliadas, não

houve diferenças entre elas.

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Tabela 5. Densidade (DS), Macroporosidade (MAC), Microporosidade (MIC) e

Porosidade Total (PT) de um PLINTOSSOLO HÁPLICO cultivados com diferentes

espécies de adubação verde e preparo convencional para o cultivo do arroz em sucessão,

Lagoa da Confusão 2011.

DS MAC MIC PT

Mg cm

-3 ---------------------cm

3 cm

-3 --------------------

Crotalária juncea 1,017 6,12 b 44,094 50,21

Crotalária spectabilis 0,939 6,49 b 46,365 52,85

Mucuna preta 0,923 7,67 a 45,605 53,27

Feijão de porco 1,071 5,49 b 42,811 48,31

Feijão guandú 1,037 4,78 b 44,615 49,39

Testemunha 0,995 4,21 b 44,414 48,63

Nabo forrageiro 0,978 8,36 a 41,025 49,38

Feijão caupí 0,997 13,19 a 41,06 54,25

Plantio convencional 0,965 7,63 b 42,231 49,86

CV (%) 10,11 55,6 13,29 9,85

F 2,166 ns 4,55 ** 1,0871 ns 1,9197 ns

Camada 0-15 cm 0,96 b 6,6 44,06 50,67 a

Camada de 15-30 cm 1,02 a 7,6 43,09 50,70 a

CV (%) 8,61 67,83 12,56 10,53

F 12,21 ** 0,967 ns 0,7060 ns 0,0007 *

F int (espécie x camada) 2,032 ns 1,448 ns 1,53 ns 0,6387 ns

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si para o teste Scott-Knott (P<0,05). *,** e

ns: significativo (P<0,05);(P<0,01) e não significativo para o teste F.

Para a MIC e PT, os tratamentos não apresentaram diferenças significativas entre

si, indicando que para estes atributos o tipo de espécie de adubação verde utilizada não

interfere nos parâmetros. Nestes dois atributos também não houve diferenças entre as

profundidades avaliadas.

A correlação de Pearson apresentada na Tabela 6, mostra que todos os atributos

físicos avaliados tem uma correlação significativa entre si. A DS tem correlação

negativa (P<0,05) com a MAC e (P<0,01) com MIC e PT, comprovando o que já é

esperado, onde o aumento da DS reduz o espaço poroso do solo, o que dependendo do

tamanho dessa redução do espaço poroso, ocorre uma limitação no desenvolvimento das

plantas cultivadas nesta área. A pressão mecânica exercida sobre os agregados pela

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compactação provoca a sua ruptura, facilitando a aproximação das partículas, cuja

conseqüência imediata é redução da porosidade total., pela diminuição dos poros

maiores (STONE et al., 2002). Trabalhos têm mostrado que, quando a macroporosidade

do solo é reduzida o crescimento das raízes é prejudicado (Meredith & Patrick Jr., 1961;

Cintra et al., 1983).

Tabela 6. Correlação de Pearson entre Densidade (DS), Macroporosidade (MAC),

Microporosidade (MIC) e Porosidade Total (PT).

DENSIDADE MAC MIC PT

DENSIDADE --- --- --- ---

MAC -0,225* --- --- ---

MIC -0,351** -0,536** --- ---

PT -0,602** 0,370** 0,585** ---

*Significativo a 5% pelo teste t ** Significativo a 1% pelo teste t

A MAC apresentou correlação negativa (P<0,01) com a MIC, e positiva (P<0,01)

com a porosidade total. Mais uma vez estes resultados apresentados são os esperados, o

aumento da MAC ocasiona a redução da MIC, e o aumento dos poros maiores

proporciona um aumento na porosidade total dos solo. Esses resultados em parte estão

de acordo com os encontrados por Lima et al., (2011) em diferentes sistemas de manejo.

Segundo Dias Jr. & Pierce (1996), a macroporosidade é o atributo que sofre maiores

alterações em função do manejo ou cultura utilizadas.

A PT apresentou correlação com todos os outros atributos, sendo elas negativa

para a DS e positivas para MIC e MAC, ambos os três (P<0,01). Isso é um

comportamento esperado, já que como citado anteriormente o aumento da DS ocorre em

função da diminuição do espaço poroso do solo. E o aumento da porosidade reflete

diretamente no aumento dos poros maiores e menores.

Na Figura 3, encontram se os resultados dos testes de resistência a penetração

(RP). Nele pode-se observar que os tratamentos com feijão caupi, nabo forrageiro e a

testemunha foram às áreas que apresentaram maiores RP até aproximadamente 20 cm,

onde a partir desta profundidade reduziram sua RP aproximando-se dos demais

tratamentos. A camada adensada encontrada nestes tratamentos pode ser gerada por

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diferentes causas, o adensamento pode ser causado pelo tráfego de maquinas, ou este

aumento na densidade pode ser uma característica pedogenética. Tormena et al., (1998),

encontraram um aumento de 10% em média na microporosidade do solo em áreas com

tráfego e sem trafego de máquinas, mostrando que o adensamento natural foi

equivalente. A densidade do solo diminui com o revolvimento do solo, ou operação de

escarificação, porém esta propriedade tende a voltar a situação original com o passar do

tempo, em razão do adensamento natural das partículas (Marcolan et al., 2007).

Em todos os tratamentos exceto mucuna nota-se que ha presença de uma camada

adensada na faixa de 10 a 20 cm de profundidade. A provável causa do tratamento com

mucuna ter apresentado uma menor resistência a penetração nesta faixa pode estar

relacionada com seu sistema radicular. Reinert et al., (2008), cultivando mucuna,

crotalária, feijão guandú e feijão de porco, verificaram que a mucuna foi a cobertura que

proporcionou uma menor RP na faixa de 25 a 40 cm de profundidade. De acordo com

os autores o crescimento do sistema radicular exerce uma pressão sobre os poros do

solo, aumentando assim sua RP. Os mesmos autores ainda relatam que mucuna possui

um crescimento radicular superficial., assim os poros na camada mais profunda estariam

com menor efeito da resistência oferecida pelas raízes.

O tratamento plantio convencional na faixa de 15 a 30 cm sofre um grande

aumento em sua RP. A presença desta camada adensada em áreas de plantio

convencional são comuns em virtude do efeito causado pelo arado de disco. Segundo

Bauder et al., (1981) e Tormena & Roloff (1996), os efeitos do constante trabalho do

solo no sistema convencional provocaram o aparecimento de camadas mais

compactadas (“pé de grade”) em torno de 0,20 m de profundidade.

Segundo Reinert et al., (2008) valores de RP acima de 1,75 Mpa em solos

arenosos são considerados críticos para o desenvolvimento radicular das plantas. Neste

trabalho pode-se observar que apenas nas áreas cultivadas com feijão caupi, nabo

forrageiro e na testemunha estes valores foram excedidos na camada superficial.,

provavelmente pelo grande volume radicular dessas plantas nessa camada, o que pode

aumentar a RP como citado anteriormente.

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PRO

FUN

DID

AD

E (c

m)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

30

RESITÊNCIA (MPa)

0 1 2 3 4 5 6 7

CROTALÁRIA JUNCEA

CROTALÁRIA SPECTABILIS

MUCUNA

FEIJÃO DE PORCO

FEIJÃO GUANDU

TESTEMUNHA NABO FORRAGEIRO FEIJÃO CAUPI PLANTIO CONVENCIONAL

Figura 3. Valores médios da resistência a Penetração (Mpa) de plintossolo háplico

cultivado sob diferentes espécies de espécie de adubação verde em sistema de plantio

direto e convencional, Lagoa da Confusão 2011.

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CONCLUSÕES

Todas as espécies de adubos verdes avaliadas, com exceção da mucuna preta,

apresentam adaptabilidade e potencial de produção de grãos na condição de várzea do

Tocantins. A Crotalaria. Juncea, Crotalaria spectabilis e o feijão caupí são as espécies

que mais se destacam quando considerado os desempenhos de produção de matéria,

ciclo e rendimento de grãos.

O uso das espécies de adubos verde proporciona positivas alterações químicas no

solo. O nitrogênio total é superior em todas as leguminosas e não sofre alteração com o

nabo forrageiro e testemunha. O nitrogênio amoniacal aumentou pelas espécies de

leguminosas a C. Juncea, C. spectabilis e mucuna preta e feijão caupí, e o nitrogênio

nítrico aumentou por todas as espécies, com exceção do nabo forrageiro. O plantio

direto proporciona maiores índices de nitrogênio total e nitrogênio amoniacal do que o

plantio convencional.

A análise de rotina demonstra que a utilização de adubos verdes não altera os

níveis no solo de Mg2+

, Al3+

, Fósforo e pH. Porém Ca2+

, K+ e CTC são influenciados

positivamente pelo nabo forrageiro. A matéria Orgânica é superior em todos os

tratamentos em relação à testemunha. O plantio direto proporciona maior V% do que o

plantio convencional.

Não há alterações físicas significativas pela adoção da adubação verde, e somente

a macroporosidade foi alterada em plantio convencional. A densidade do solo é superior

na camada de 15-30 cm. A resistência penetração é maior nos tratamentos feijão caupi,

nabo forrageiro e a testemunha.

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Capítulo II

Efeitos nos teores foliares e parâmetros produtivos da

cultura do arroz irrigado cultivado em sucessão a

diferentes espécies de adubo verde e manejo.

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EFEITOS NOS TEORES FOLIARES E PARAMETROS PRODUTIVOS DA

CULTURA DO ARROZ IRRIGADO CULTIVADO EM SUCESSÃO A

DIFERENTES ESPECIES DE ADUBO VERDE E MANEJO.

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo avaliar as alterações nutricionais,

parâmetros morfológicos e componentes de produtividade do arroz irrigado em várzea

tropical cultivado em sucessão as espécies Crotalaria juncea, Crotalaria spectabilis,

mucuna preta (Mucuna aterrina), feijão de porco (Canavalia ensiformis), feijão guandú

(Cajanus cajan), nabo forrageiro (Raphanus sativus) e feijão caupí (Vigna unguiculata),

associados ao preparo convencional ou plantio direto e dose diferenciada de nitrogênio

em cobertura. As espécies de cobertura foram cultivadas na época seca irrigadas por

sub-superfície e o arroz irrigado durante a estação chuvosa e irrigado por inundação.

Foram avaliados os teores foliares de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e

enxofre, bem como altura das plantas de arroz, perfilhamento, massa de panícula e

rendimento de grãos. O uso da adubação verde em antecessão bem como o manejo

diferenciado entre plantio direto e convencional, e dose de nitrogênio mineral

proporcionaram diferenças nos teores foliares de N,P,K,Ca e S, além de diferenças nos

paramentos morfológicos de altura de plantas, perfilhamento, número de panículas e

rendimento de grãos.

Palavras Chaves: Nitrogênio, plantio direto, várzea tropical.

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EFFECTS IN FOLIAR LEVELS AND YIELD PARAMETERS OF LOWLAND

RICE CROPPED AFTER DIFFERENT SPECIES OF GREEN MANURING

AND MANAGEMENT.

ABSTRACT

This study was to assess the nutritional variations, morphological parameters and

productivity indexes in irrigated rice in tropical lowland. The following species were

cultivated in sucession: sunhemp (Crotalaria juncea), Crotalaria spectabilis, velvet

bean (Mucuna aterrina), jackbean (Canavalia ensiformis), pigeon bean (Cajanus

cajan), japanese radish (Raphanus sativus) and cowpea bean (Vigna unguiculata),

associated with conventional tillage or no till and different covering nitrogen rates. The

species of green manuring were grown in irrigated dry season by sub-surface and

irrigated rice during the rainy season and irrigated by flooding. It were evaluated foliar

levels of nitrogen, phosphorus, potassium, calcium, magnesium and sulfur, as well as

the height of rice plants, tilling, panicle and grain yield. The use of green manure in

before rice crop as well as the differentiated management of no-till and till, and rate of

mineral covering nitrogen changed foliar content of us differences were N, P, K, Ca,

and S, as well as differences in morphological plant height vestments, tillering, number

of panicles and grain yield

Keywords: Nitrogen, No till, tropical lowland.

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INTRODUÇÃO

O arroz no Brasil é cultivado em dois ambientes distintos: em condição de várzea

e na condição de sequeiro em terras altas, e que pelas particularidades edáfoclimática de

cada um dos ambientes possuem sistemas de produção diferentes. São

aproximadamente 15 milhões de hectares aptos para produção agrícola em ambiente de

várzea (SANTOS, 1999). A várzea tropical do Rio Araguaia possui 500.000 hectares de

extensão e é considerada a maior área contínua passível de irrigação por inundação do

mundo (COELHO et al., 2006). Nesse ambiente predominam solos hidromórficos, com

horizonte subsuperfical raso ou com elevação temporária do lençol freático, que

restringem a percolação da água e estão sujeitos ao excesso de umidade (EMBRAPA

1999). Dessa forma, essa região apresenta potencial para o cultivo do arroz irrigado por

inundação na estação chuvosa, e vem sendo explorada através dessa atividade desde

meados da década de 1970.

A adubação verde é uma prática antiga de manejo de solo assim como aplicação

de compostos orgânicos, rotação de culturas e cultivo intercalar, técnicas essas que eram

largamente usadas no período que antecedeu a revolução verde. Porém nos últimos 30

anos, com o avanço de tecnologias de irrigação, fertilizantes, mecanização e

intensificação de cultivos, entre outras, a adubação verde foi cada vez menos utilizadas

em detrimento de outras tecnologias (FAGERIA, 2002). Porém nos últimos anos, esse

cenário tem demonstrado sinais de mudança em função dos altos custos energéticos

necessários para a utilização de fertilizantes químicos e também pela preocupação dos

impactos ecológicos e ambientais da população que procura consumir alimentos

produzidos de forma mais racional (AYOUB, 1999; FAGERIA, 2002 ; RAIJ, 1991).

Vários são os benefícios relatados com o uso da adubação verde. A incorporação

de adubo verde promove, ao longo dos anos, aumento no conteúdo de matéria orgânica

do solo (VENTURA & WATANABE, 1993). Também tem benefícios na conservação

do solo e da água, promovendo, principalmente, a melhoria da estrutura que favorece a

aeração e a infiltração de água no solo, permitindo uma maior penetração das raízes

(LAL, 1986). Além disso, propicia melhor aproveitamento de adubos químicos e

redução nos custos com adubação mineral, uma vez que promove aumento da atividade

biológica do solo (HERNANI et al., 1995).

No entanto um dos benefícios mais relevantes é o incremento de nitrogênio no

sistema de produção através do uso de espécies de leguminosas. A fixação simbiótica de

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nitrogênio em leguminosas é decorrente da formação de nódulos eficientes nas raízes

das plantas. A fixação biológica do nitrogênio varia da capacidade da planta de

estimular e manter a relação simbiótica, das condições ambientais, práticas de manejo e

das espécies em questão (STUTE & POSNER, 1993; FAGERIA & BALIGAR, 2005).

O nitrogênio é componente de compostos estruturais e funcionais em diversos

processos metabólicos nas plantas e sua disponibilidade está correlacionada com o

aumento da área foliar da planta, a qual aumenta a eficiência na interceptação da

radiação solar e a taxa fotossintética e, consequentemente, a produtividade de grãos

(FAGERIA & STONE, 2003). O nitrogênio é relatado como o principal fator limitante à

produtividade, e o custo do fertilizante nitrogenado constitui relevante fração do custo

total de produção (DE DATTA et al., 1991). Desta forma, o uso racional da adubação

nitrogenada é fundamental, não só para aumentar a produtividade da cultura e diminuir

o custo de produção, mas também minimizar os riscos de poluição ambiental

(FAGERIA & STONE, 2003).

O uso da ferramenta análise foliar como critério de diagnóstico e baseia-se no

princípio de existir relação entre o suprimento de nutrientes pelo solo e os seus teores na

planta e que aumentos ou decréscimos nas concentrações dos nutrientes se relacionam

com produções mais altas ou mais baixas, respectivamente (EVENHUIS & WAARD,

1980). Na análise do material vegetal são quantificados os teores totais dos nutrientes

absorvidos pelas plantas, os quais dependem de vários fatores como teor no solo,

umidade do solo, acidez do solo, desenvolvimento do sistema radicular, antagonismo

entre nutrientes, variedade cultivada, condições climáticas, tipo de fertilizante

empregado, atividade microbiana, mineralização da matéria orgânica, tratos culturais,

incidência de pragas e doenças (OLIVEIRA, 2004).

O objetivo do trabalho foi mensurar as alterações nutricionais, através da análise

foliar, e as alterações nos parâmetros morfológicos e componentes da produtividade na

cultura do arroz irrigado em função da utilização de espécies de adubos verdes em

antecessão.

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MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado na Fazenda Dois Rios, no município da Lagoa da

Confusão – TO, sob as coordenadas geográficas 10°49'34.78"S e 49°54'0.33"O e 180 m

de altitude. O clima na região é classificado de acordo com Koppen como Awi, tropical

úmido de savana com as médias da temperatura dos meses mais frios acima de 18°C e a

diferença de temperatura entre o mês mais frio e o mês mais quente inferior a 5°C,

sendo a precipitação máxima no verão e inverno seco. O regime pluviométrico e médias

de temperatura do local estão ilustradas nas Figuras 1 e 2 do capítulo 1.

A instalação da cultura do arroz aconteceu em 02/11/2011 através de plantio

mecanizado com semeadora de plantio direto com espaçamento entre linhas de 17 cm.

Foi utilizado material genético Irga 424 de ciclo estimando de 117 dias. A quantidade

de sementes usada foi de 85 kg / ha o que significou a distribuição de 45 sementes por

metro. As sementes foram tratadas com fungicida carboxina na dose de 40 g de i.a. 100

kg de semente-1

e thiram 40 g de i.a.100 kg de semente -1

.

A área foi dessecada 15 dias antes da semeadura do arroz com herbicidas glifosato

960 g de i.a. ha-1

e 2,4-D amina 640 g de i.a. ha-1

Após a semeadura foi realizada a

operação de rolo compactador para conferir germinação e emergência uniforme das

sementes de arroz, além de proporcionar um micro relevo plano para facilitar o manejo

da irrigação. Após dois dias da semeadura foram aplicados herbicidas pré-emergentes

clomazone 250 g de i.a. ha-1

e Oxifluorfem 240 g de i.a. ha-1

com objetivo de permitir

uma emergência e estabelecimento inicial da cultura sem competição com ervas

daninhas.

O delineamento experimental consistiu em blocos casualizados em esquema de

parcelas sub-subdividas com 4 repetições. A fonte de variação atribuída as parcelas foi a

espécie de adubação verde cultivada durante o período da época seca, em antecessão ao

estabelecimento da cultura do arroz. As espécies utilizadas foram Crotalaria juncea,

Crotalaria spectabilis, Mucuna preta (Mucuna aterrina), Feijão de porco (Canavalia

ensiformis), Feijão guandú (Cajanus cajan), Nabo forrageiro (Raphanus sativus), Feijão

Caupi (Vigna unguiculata) e testemunha. Os tratamentos de subparcela foram o tipo de

manejo para a implantação da cultura do arroz, sendo eles em modalidade de plantio

direto e plantio convencional, sendo cada subparcela constituída de 160 m2. E

finalmente, os tratamentos de sub-subparcela constituíram-se na aplicação de duas doses

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de nitrogênio na cultura do arroz, alto N com 40 kg ha-1

e baixo N com 10 kg ha-1

,

sendo as sub-subparcelas de tamanho der 80 m2.

A adubação de plantio seguiu a recomendação de Embrapa, (2006) com aplicação

de 90 kg ha-1

de P2O5 na linha de plantio e 70 kg ha-1

de K2O sendo um terço na linha de

plantio e o restante em cobertura aos 40 dias após a emergência. Também foram

realizados manejo químico de ervas na pós-emergência com aplicação de fenoxaprope-

P-etílico 70 g de i.a. ha-1

, bentazon 650 g de i.a. ha-1

e bispiribaque-sódico 42 g de i.a.

ha-1

aos 25 após a emergência. Além da aplicação para o controle de Pyricularia grisea

e Bipolaris oryzae através de triciclazol 190 g de i.a. ha-1

e Tebuconazole 160 g de i.a.

ha-1

, aos 70 e 85 dias respectivamente.

A instalação das espécies de adubação verde cultivados em antecessão ocorreu no

dia 10 de julho de 2011, e os parâmetros de instalação e condução estão descritos na

Tabela 1 do capítulo 1. Para subparcelas o tratamento plantio convencional foi realizado

dia 22/11/2011, 11 dias antes da instalação da cultura. Foi utilizada grade niveladora

com discos de 22’’ que incorporou os resíduos orgânicos até 10 cm de profundidade no

perfil do solo. Para o tratamento plantio direto não foi realizado nenhum revolvimento

do solo até o momento da semeadura. Após o plantio ambos tratamentos receberam o

rolo compactador. O cultivo das espécies da adubação verde resultaram em alterações

químicas no solo de nitrogênio (N-total, N-amoniacal e N-nítrico) cálcio, potássio,

CTC, matéria orgânica e V% conforme descritos nas Tabelas 3 e 4 do capítulo 1.

Para as sub-subparcelas os tratamentos alto e baixo nitrogênio consistiram em

doses diferenciadas de nitrogênio na cobertura. O plantio para ambos tratamentos

conteve 10 kg ha-1

, sendo essa a dose total do tratamento baixo nitrogênio. O tratamento

alto nitrogênio recebeu cobertura de 30 kg ha-1

, através de ureia, aos 40 dias após a

emergência da cultura na fase de diferenciação do primórdio floral.

Aos 15 dias após a emergência foi realizada contagem de estande inicial levando

em consideração 3 metros em 5 linhas de plantio para cada sub-parcelas.

Aos 80 dias após a emergência foi coletado as amostras para realização das

analises de teor de nutrientes foliares. A amostragem consistiu na coleta de 50 folhas-

bandeira (última folha expandida adjacente a panícula) de cada repetição. O material fo i

seco em estufa de circulação de ar forçada a 75°C até atingir massa constante, e após

processados em moinho de wiley. A material foi submetido a digestão nitroperclórica

(SARRUGE & HAAG, 1974) e o fósforo determinado por colorimetria, cálcio e

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magnésio por espectrofotometria de absorção atômica, potássio fotometria de emissão

de chama e enxofre por turbidimetria.

Aos 115 dias na ocasião da maturação fisiológica foi medida a altura de plantas do

solo até o ultimo nó da panícula e o número de perfilho por planta (IRRI, 1996). Foram

determinadas também a densidade de panículas m2 através de contagem. A colheita

consistiu no corte de 3m2 centrais de cada sub-subparcela e as plantas trilhadas em caixa

de trilha manual e abanadas para retirada de impurezas. O material recolhido foi pesado

em balança eletrônica e amostras retiradas para medir o teor de umidade, sendo a massa

corrigida para 13%. Os dados dos parâmetros morfológicos e rendimento de grãos

foram submetidos a análise de variância pelo teste F, através do software ASSISTAT,

versão 7,6 beta (SILVA & AZEVEDO, 2002), e as médias submetidas ao teste de Scott-

Knot a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

A análise de teor de nutriente foliar demonstrou significância nos tratamentos das

parcelas, cuja a fonte de variação tratava-se das espécies de adubação verde cultivadas

em antecessão, para os nutrientes nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, e enxofre, sendo

somente não significativo para o magnésio. O tratamento de subparcelas “tipo de

manejo” influenciou significativamente os teores foliares de nitrogênio, fósforo,

potássio. Na avaliação das sub-subparcela referente ao “nível de nitrogênio”

demonstrou-se significância somente para o teor de nitrogênio, fósforo, e enxofre

(Tabela 7). Também foram observadas algumas interações significativas entre os

tratamentos, sendo que para interação entre espécie de cobertura vs. tipo de manejo

(AxB) foi observado significância somente para o teor de nitrogênio. Entre espécies de

cobertura vs. nível de nitrogênio (AxC) houve diferença para nitrogênio e fósforo. A

interação manejo vs. nível de nitrogênio (BxC) apresentou significância para os teores

de nitrogênio, fósforo, cálcio e enxofre. E finalmente houve a interação de todos os

tratamentos (AxBxC) nitrogênio e fósforo, conforme descrito no quadro da análise de

variância na Tabela 7.

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Tabela 7. Quadro da análise de variância de teor de nutriente foliar de arroz irrigado em

função da espécie de adubação verde cultivada em antecessão, tipo de manejo adotado e

nível de adubação nitrogenada dispostos em parcelas sub-subdividada, Lagoa da

confusão 2012.

Fonte de Variação

Nitrogênio Fósforo Potássio Calcio Magnésio Enxofre

G.L. QM F QM F QM F QM F QM F QM F

Espécie (A) 7 42,47 18,86 ** 0,084 6,035 ** 4,551 3,535* 1,200 6,020 ** 0,057 2,020 ns 0,062 6,115 **

Resíduo A 16 2,251

0,014

1,287

0,199

0,028

0,010

Preparo (B) 1 110,2 50,19 **

0,191 10,15 **

21,22 15,41 ** 0,036 0,050 ns

0,167 3,764 ns

0,025 2,211 ns

Inter. A x B 7 8,055 3,669 * 0,039 2,094 ns 1,932 1,242 ns 1,328 1,831 ns 0,057 1,290 ns 0,005 0,409 ns

Resíduo B 16 2,195

0,019

1,377

0,725

0,044

0,012

Nitrogênio (C) 1 14,53 4,510 * 0,284 17,80 ** 3,683 2,606 ns 0,089 0,192 ns 0,027 0,961 ns 0,080 8,603 **

Inter. A x C 7 34,43 10,68 ** 0,063 3,952 ** 0,709 0,502 ns 0,640 1,380 ns 0,380 1,937 ns 0,019 2,042 ns

Inter. B x C 1 29,80 9,253 ** 0,075 4,711 * 0,114 0,081 ns 4,739 10,21 ** 0,000 0,019 ns 0,042 4,543 *

Inter. A x B x C 7 9,205 2,858 * 0,038 2,361 * 0,547 0,387 ns 0,838 1,806 ns 0,446 2,275 ns 0,010 1,080 ns

Resíduo C 32 3,220

0,016

1,413

0,464

0,028

0,009

* significativo a 1%, ** significativo a 5% e ns não significativo;

No que se refere à parcela, o nível de nitrogênio nas folhas foi influenciado pelas

espécies de adubação verde cultivadas em antecessão. Os maiores teores foliares desse

nutriente foi encontrado nas parcelas cuja as espécies de cobertura foram C. spectabilis,

mucuna preta e feijão guandú com teores de 20,41, 19,61, 18,86 g kg-1

respectivamente.

C. Juncea, feijão caupí e nabo foram equivalentes entre si, porém com menor teor foliar

do que a C. spectabilis, mucuna preta e feijão guandú. A testemunha foi inferior a todos

os tratamentos apresentando nível aproximadamente 25% inferior a C. spectabilis

(Tabela 8).

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Tabela 8. Teores de macronutrientes foliares na cultura do arroz em função das espécies

de adubação verde cultivadas em antesseção, tipo de manejo e nível de nitrogênio,

Lagoa da Confusão 2012.

Nitrogênio Fósforo Potássio Cálcio Magnésio Enxofre

-------------------------------------- g kg-1------------------------------------------------

C. Juncea 17,58 b 1,01 b 8,16 a 5,69 b 1,16 0,61 a

C. spectabilis 20,41 a 1,15 a 9,03 a 5,97 b 1,21 0,68 a

Mucuna preta 19,61 a 1,12 a 8,28 a 5,82 b 1,05 0,53 b

Feijão de porco 17,31 b 0,96 b 8,05 a 6,29 a 1,22 0,52 b

Feijão guandú 18,86 a 1,09 a 7,79 a 6,46 a 1,18 0,54 b

Testemunha 14,79 c 0,92 b 8,22 a 6,18 a 1,29 0,45 b

Nabo Forrageiro 16,43 b 0,97 b 7,65 a 6,63 a 1,12 0,6 a

Feijão Caupi 16,23 b 0,99 b 6,87 a 6,23 a 1,16 0,64 a

P. Convencional 16,58 b 0,98 b 7,49 b 6,18 1,13 0,55

P. Direto 18,72 a 1,07 a 8,42 a 6,14 1,21 0,59

Baixo N 17,26 b 0,97 b 7,81 a 6,19 1,19 0,54 b

Alto N 18,04 a 1,086 a 8,11 a 6,13 1,16 0,6 a

Médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente pelo teste de Scott-

Knott a 0,01 ≤ p < 0,05.

O fósforo, potássio, cálcio e enxofre também apresentaram significância na

parcela. O teor de fósforo nas folhas foi de 1,15, 1,12 e 1,09 g kg-1

nas parcelas

cultivadas com C. spectabilis, mucuna preta e feijão guandú, respectivamente, sendo

esses resultados equivalentes entre si e superiores aos demais tratamentos. C. juncea,

feijão caupí, nabo, feijão de porco e testemunha apresentaram teor de fósforo inferior,

sendo a aquela com menor valor de fósforo com aproximadamente 15 % a menos que a

C. spectabilis.

O teor de potássio apesar de apresentar significância pelo teste F as médias foram

classificados como sendo todas de mesmo nível de acordo com o teste de Scott-Knott,

não divergindo entre si. O maior valor numérico foi encontrado na C. spectabilis com

9,06 g kg-1

de potássio no tecido e o menor valor no Feijão Caupi com 6,23 g kg-1

(Tabela 8).

O teor de cálcio no tecido do arroz foi maior nos tratamentos nabo forrageiro 6,63

g kg-1

, feijão guandu 6,46 g kg-1

, feijão de porco 6,29 g kg-1

, feijão caupi 6,23 g kg-1

e

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testemunha 6,18 g kg-1

. Os demais tratamentos apresentaram teores inferiores variando

entre C. spectabilis 5,97 g kg-1

, mucuna preta 5,82 g kg-1

, e C. juncea 5,69 g kg-1

.

De acordo com Oliveira, (2004) citando Malavolta, et al., (1997); Malavolta

(1992); Raij et al., (1996) os níveis críticos de macronutrientes para a cultura do arroz

estão na faixa entre 27-35 g kg-1

para N, 1,8-30 g kg-1

para P, 13-30 g kg-1

para K, 2,5-

10 g kg-1

para Ca, 1,0-5,0 g kg-1

para Mg e 1,5 a 3,0 g kg-1

para S em folhas coletadas

na fase de emborrachamento ou pré-exerção da panícula, valores que corroborão com

Zanão Junior (2009). No caso específico de arroz irrigado de várzea através de análise

do Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS) que leva e consideração o

balanço proporcional entre os teores na planta, o ponto de equilíbrio do nutriente na

folha é de 26 g kg-1

para N, 2,0 g kg-1

para P, 12,5 g kg-1

para K, 2,9 g kg-1

para Ca, 1,5

para Mg e 1,8 g kg-1

para S (Guindani et al., 2009), e portanto que corroboram, no

presente trabalho, somente para os teores de Ca e Mg. O nitrogênio, fósforo, potássio e

enxofre são nutrientes móveis na planta (Malavolta, 1980) e os compostos

fotossintéticos são translocados para os grãos de arroz entre a floração e maturação

fisiológica (Fageria & Stone, 2003). O Ca e Mg são menos móveis e portanto tendem a

apresentar valores menos dinâmicos durante coletas de tecidos em diferentes fase

desenvolvimento da cultura.

A ordem decrescente de teor foliar observada na analise de tecido foi N > K > Ca

> Mg > S g kg-1

diferindo de Fageria & Baligar (1996) e Fageria & Santos (2007)

somente na posição do potássio, que para esses autores o potássio é o nutriente que se

apresenta em maior concentração na parte aérea da cultura do arroz.

Outro aspecto a se destacar é que o nabo forrageiro mesmo não sendo uma espécie

de leguminosa teve o teor de nitrogênio no arroz cultivado superior do que na

testemunha. Na Tabela 3 do capitulo 1, o teor de nitrogênio no solo não foi alterado

pelo cultivo de nabo forrageiro apresentando teores equivalente a testemunha e inferior

as todas demais espécies. Entretanto espécies de adubos verdes como as crucíferas,

embora não tragam contribuição adicional de N no solo atuam na ciclagem do N

mineral do solo, reduzindo os riscos de lixiviação (AMADO et al., 2002; AITA et al.,

2004).

De acordo com a Tabela 3 do capitulo 1, houve incremento significativo do

nitrogênio total no solo em função das espécies de adubos verdes utilizadas, e

comparado com a correlação entre os teores de nutrientes foliares da Tabela 8 pode-se

afirmar que o aumento de nitrogênio total do solo foi o responsável pelo aumento do

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57

teor de nitrogênio na folha, bem como incremento do teor de fósforo, e enxofre. Os

teores de cálcio e magnésio também tiveram correlação, porém com incremento

inversamente proporcional ao incremento de nitrogênio no solo (Tabela 9).

Tabela 9. Correlação entre nitrogênio no solo e teores de nutrientes foliares em função

das espécies de coberturas utilizada em antecessão ao cultivo do arroz.

1 2 3 4 5 6 7

1 - N Total (Solo) - 0,4909** 0,3578** ns - 0,2775* - 0,1559* 0,2784 *

2 - N foliar

- 0,7514** 0,3492** ns ns 0,4792**

3 - P foliar

- 0,4389 ** ns ns 0,4538**

4 - K foliar

- ns 0,5373** Ns

5 - Ca foliar

- 0,3997** Ns

6 - Mg foliar

- Ns

7 - S foliar

-

*,** e ns. Significativo a 1%, 5% de probabilidade e não significativo pelo teste t.

É interessante notar que na análise de nitrogênio total no solo (Tabela 3, capítulo

1) o nabo forrageiro foi aquele que apresentou menor teor de nitrogenio, sendo

equivalente somente a testemunha. E na análise de rotina (Tabela 4 capítulo 1) a parcela

cultivada com nabo foi o tratamento que apresentou maior teor de cálcio no solo,

diferenciando-se dos demais tratamentos. Portanto a correlação negativa apresentada

entre Ca vs. N total na Tabela 9 está coerente com ambos os resultados. Para o

macronutriente enxofre os maiores teores foram encontrados nas parcelas de C.

spectabilis (0,68 g kg-1

), feijão caupi (0,6 g kg-1

), C. Juncea (0,61 g kg-1

) e nabo

forrageiro (0,60 g kg-1

). Os demais tratamentos apresentaram teores abaixo sendo feijão

guandú (0,54 g kg-1

), mucuna preta 0,53 g kg-1

, feijão de porco (0,52 g kg-1

) e

testemunha (0,45 g kg-1

).

Para fonte variação da subparcela o tipo de manejo influenciou significativamente

o teor foliar de todos os macronutrientes primários, apresentando em plantio direto teor

12,9 % superior para nitrogênio, 9,1 % para fósforo e 12,4 % para potássio (Tabela 8).

Os macronutrientes secundários cálcio, magnésio e enxofre não tiveram diferença

significativa. Para a fonte de variação da sub-subparcela o nível de adubação

nitrogenada em cobertura também demonstrou alteração nos macronutrientes primários

e enxofre, sendo todos os valores superiores quando aplicado maior dose de nitrogênio.

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58

O teor de nitrogênio foliar foi 4,5 %, fósforo 11,9 %, potássio 3,8 % e enxofre 11%

superiores nos tratamentos de Alto N.

Os tratamentos de subparcela e sub-subparcela demonstraram interação

significativa nos nutrientes nitrogênio, fósforo, cálcio e enxofre nos diferentes

combinações entre manejo e aplicação de nitrogênio (Tabela 7). O teor de nitrogênio

foliar foi significativamente inferior as demais combinações no arranjo plantio

convencional e baixo N. Porém o aporte de N proporcionado pelo plantio direto não

permitiu que houvesse diferença significativa nas sub-subparcelas alto N e baixo N, e

dessa forma conclui-se que o aporte de N proporcionado pelo tratamento plantio direto

foi suficiente para suprimir a resposta a adubação mineral no experimento. A interação

também suprimiu os efeitos da sub-subparcela Alto N no plantio direto para o fósforo e

enxofre, comportamento semelhante ao nitrogênio, sendo assim diferindo os teores

somente em plantio convencional. O teor foliar de cálcio apresentou comportamento

singular, não apresentando resposta em plantio convencional no tratamento de sub-

subparcela alto e baixo N e tendo efeito de diminuição de teor da cálcio na folha no

plantio direto e alto N (Tabela 10).

Tabela 10. Desdobramento das interações dos teores de macronutrientes foliares na

cultura do arroz em função do tipo de manejo e nível de nitrogênio, Lagoa da Confusão

2012.

Nitrogênio Fósforo Cálcio Enxofre

Baixo N Alto N Baixo N Alto N Baixo N Alto N Baixo N Alto N

------------------------------------------- g kg-1-----------------------------------------

P. Convencional 15,6 bB 17,5 aA 0,9 bB 1,1 aA 6,0 bA 6,4 aA 0,5 bB 0,6 aA

P. Direto 18,8 aA 18,5 aA 1,1 aA 1,1 aA 6,4 aA 5,9 bB 0,6 aA 0,6 aA

Médias maiúsculas na linha e minúsculas na coluna seguidas da mesma letra não

diferem significativamente pelo teste de Scott-Knott a 0,01 ≤ p < 0,05.

No estabelecimento inicial da cultura do arroz, o estande avaliado aos 15 DAE,

também foi demonstrado diferença estatística em função das espécies de adubação

verdes usadas em antecessão, o tipo de manejo de plantio e a interação entre eles.

Quando se tratou da sub-parcela plantio convencional os tratamentos feijão de porco, C.

juncea, C. spectabilis e mucuna preta apresentaram 35,0 ; 34,1 ; 32,7 ; e 30,1 sementes

metro-1

, respectivamente, sendo equivalente entre si e inferiores a feijão guandú,

testemunha, nabo forrageiro e feijão caupí que apresentaram respectivamente 43,2;

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59

41,2; 40,8; 39,5 sementes metro-1

. Na subparcela plantio direto a testemunha e o nabo

forrageiro proporcionaram os maiores estandes com 45,7 e 45,5 sementes metro-1

,

respectivamente, sendo superiores aos demais tratamentos, e seguido de feijão guandú

40 sementes metro-1

. O feijão de porco apresentou estande com 25,1 sementes metro-1

sendo inferior aos demais tratamentos. Em relação as parcelas o plantio direto foi

superior ao plantio convencional nos tratamentos de C. juncea, feijão de porco e feijão

caupí e equivalentes nos tratamentos C. spectabilis, mucuna preta, feijão guandú, e

testemunha. O plantio direto só foi superior ao plantio convencional no tratamento com

nabo forrageiro, Tabela 11.

TABELA 11. Contagem de estande inicial aos 15 dias após o plantio da cultura do

arroz irrigado em função das espécies de adubos verdes utilizadas em antecessão e tipo

de manejo, Lagoa da Confusão 2012.

Espécie Plantio Convencional

Plantio Direto

--------- sementes metro

-1 ---------

Crotalária juncea 34,1 bA 25,0 dB

Crotalária spectabilis 32,7 bA 33,6 cA

Mucuna preta 30,1 bA 33,6 cA

Feijão de porco 35,0 bA 25,1 dB

Feijão guandú 43,2 aA 40,0 bA

Testemunha 41,2 aA 45,7 aA

Nabo forrageiro 39,5 aB 45,5 aA

Feijão caupí 40,8 aA 34,4 cB

C.V. espécie (%) 10,9

F espécie 14,04**

C.V. Manejo (%) 7,41

F manejo 4,80 *

Int. esp x man 8,25 **

Médias maiúsculas na linha e minúsculas na coluna seguidas da mesma letra não

diferem significativamente pelo teste de Scott-Knott a 0,01 ≤ p < 0,05.

Com os resultados do estande inicial, pode-se concluir que a diferença entre os

tratamentos de espécie em antecessão é menor em plantio convencional e maior em

plantio direto, já que o teste de média classificou os valores em somente 2 níveis no

plantio convencional e 4 níveis no plantio direto, além de demonstrar uma tendência dos

melhores estandes em plantio convencional serem aqueles que a adubação verde

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60

acumulou menor volume de massa seca, Tabela 3 cap1. Wu et al., (1998) colocam que

cada genótipo tem determinada capacidade de perfilhamento sendo esta associada à

plasticidade de resposta ao espaçamento entre linhas e à densidade de semeadura

interferindo na relação entre população de plantas e rendimento de grãos. Outro fator

capaz de alterar o perfilhamento das plantas e conseqüentemente a produtividade da

cultura é a disponibilidade de nutrientes, principalmente o nitrogênio (GHOBRIAL,

1983). De acordo com Borja Reis, et al., (2011) o arroz de variedade Irga 424 na

condição de várzea do Tocantins apresenta caráter compensatório e estabilidade de

produtividade em ampla faixa de densidade de semeadura entre 30 a 150 kg de semente

ha-1

, sendo assim a diferença de estande inicial não influenciará o resultado final de

rendimento de grão.

Os parâmetros morfológicos e os componentes da produtividade estão

apresentados na Tabela 12. Na análise de variância constataram-se diferenças

significativas para os tratamentos em altura de plantas, perfilhamento, massa de

panícula e rendimento de grãos, e interação significativa somente para os tratamentos de

subparcela manejo vs Adubação nitrogenada na variável altura de plantas.

Tabela 12. Parâmetros morfológicos e rendimento de grão na colheita da cultura do

arroz irrigado em função das espécies de adubação de cobertura utilizadas em

antesseção, Lagoa da Confusão 2012.

Espécie Altura de Plantas Perfilhamento Massa de

Panícula

Rendimento de

Grãos

----- cm ----- nº de perfilhos ----- g ----- - kg ha -1

-

C. juncea 64,25 a 4,9 a 190 a 7397 a

C. spectabilis 65,37 a 5,2 a 190 a 7381 a

Mucuna preta 63,00 a 4,2 c 184 a 7167 a

Feijão de porco 61,00 b 3,9 c 183 a 6898 a

Feijão guandú 64,81 a 4,2 c 177 a 7137 a

Testemunha 60,87 b 3,3 d 145 b 6559 b

Nabo

forrageiro 62,56 b 4,6 b 169 a 5654 b

Feijão Caupi 63,37 a 5,0 a 192 a 7476 a

C.V. (%) 5.94 10,79 13,14 16,09

F 3,1072 * 28,6753** 7,05 ** 4,699**

Médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente pelo teste de Scott-

Knott a 0,01 ≤ p < 0,05.

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61

Entre os parâmetros morfológicos, a altura de plantas foi influenciada

significativamente pela espécie de adubação verde cultivada em antecessão. C.

spectabilis apresentou altura do arroz aproximadamente 7% superior do que a

testemunha, e foi equivalente aos tratamentos feijão guandu, C. juncea, feijão caupí e

mucuna preta. O feijão de porco e nabo forrageiro apresentaram altura 4,5 % e 6%

inferior a c. spectabilis, respectivamente, e foram equivalentes a testemunha. Cazetta et

al., (2008) relata aumento na estatura do arroz em função do plantio das espécies adubos

verdes em antecessão quando utilizado mucuna preta, c. juncea, e feijão guandu. O

aumento da disponibilidade de nitrogênio a planta influencia positivamente a altura de

plantas (ARF,1993; LOPES, 1996).

O maior perfilhamento foi observado quando o arroz foi antecedido pelas espécies

de C. juncea, feijão caupi, e C. spectabilis com 5,2, 5,0 e 4,9 perfilhos, respectivamente.

A testemunha foi o tratamento com menor perfilhamento com número médio de 3,3

perfilhos por planta. O perfilhamento é um dos principais componentes da

produtividade quando não há estresse ambiental (MILLER et al,. 1996; ZENG &

SHANON, 2000) e o nitrogênio é relatado com o principal nutriente capaz de

influencia-lo, apresentando correlação com a produtividade (FAGERIA & BALIGAR,

2001). Entretanto Borja Reis, et al. (2012) observaram resposta do perfilhamento do

arroz em função do incremento da disponibilidade de fósforo, porém em menor nível

daquelas observadas ao nitrogênio. O componente da produtividade massa de panícula

também foi influenciado pelos adubos verdes sendo o feijão caupi o que o obteve a

maior média, com 192g, seguido pelas C. juncea 190g, C. spectabilis 190g, mucuna

preta 184g, feijão de porco 183g, feijão guandú 177g e nabo forrageiro 169g. Apesar da

diferença entre feijão cupi e do nabo ser da ordem 12 % todos eles são equivalentes

entre si. Somente a testemunha teve a média diferida dos demais tratamentos.

O rendimento de grãos também foi influenciado pelas espécies de adubação verde.

O tratamento com feijão caupi alcançou 7476 kg ha-1

, seguido de C. juncea 7397 kg ha-

1, C. spectabilis 7381 kg ha

-1, mucuna preta 7167 kg ha

-1, feijão guandú 7137 kg ha

-1,

feijão de porco 6898 kg ha-1

, todos eles equivalentes entre si. A testemunha 6559 kg ha-1

e o nabo forrageiro com 5654 kg ha-1

foram inferiores aos demais tratamentos.

Observações de melhoria no rendimento de espécies de gramíneas em função da

adubação verde também são observadas por outros autores na cultura do trigo

(MIRANDA, 1994; ARF et al., 1999) e na cultura do milho (CERETTA, 1994;

CARVALHO et al., 2004a), porém não significativas para a cultura do algodão e soja

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(CARVALHO et al., 2004b CARVALHO et al., 2004c). Para a cultura do arroz irrigado

na mesma condição de várzea. Fageria & Santos (2007) observaram que a adubação

verde associada a adubação química proporcionam incrementos nos componentes da

produção quando utilizada mucuna cinza.

De acordo com analise de correlação o rendimento de grãos e a massa de

panículas tem relação direta com o teor de N, P e S foliar. O perfilhamento responde

positivamente somente ao incremento de nitrogênio, e negativamente ao cálcio. O

rendimento de grãos está diretamente associado ao perfilhamento e a massa de panícula

asssim com descrito por Fageria & Baligar (1996); Fageria et al., (2003), (Tabela 13).

Tabela 13. Correlação entre os componentes da produção e os teores de nutrientes

foliares em função das espécies de coberturas utilizada em antecessão ao cultivo do

arroz.

1 2 3 4 5 6 7 8 9

1-Rendimento - 0,259* 0,281* 0,332** 0,447** ns ns ns 0,355**

2-Perfilhamento

- ns 0,409** ns ns -0,046* ns ns

3-Massa de pan.

- 0,303** 0,358** ns ns ns 0,367**

4-N folha

- 0,751** 0,349** ns ns 0,479**

5-P folha

- 0,439 ** ns ns 0,453**

6-K folha

- ns 0,537** ns

7-Ca folha

- 0,399** ns

8-Mg folha

- ns

9-S folha -

*,** e ns. Significativo a 1%, 5% de probabilidade e não significativo pelo teste t.

O tipo de manejo e aplicação de nitrogênio também influenciaram os parâmetros

morfológicos e o rendimento de grãos, sendo que apresentaram interação significativa

somente para a altura de plantas. O plantio direto proporcionou altura de plantas 6,6 %

superior do que o plantio convencional na condição de baixo N e não apresentou

diferença estatística na condição de alto N apesar de numericamente o plantio

convencional ser 1 cm superior. O tratamento de sub-subparcela alto N apresentou

altura 8,6 % superior do que o baixo N na condição de plantio convencional e alturas

estatisticamente iguais na condição de plantio direto (Tabela 14).

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63

Os demais componentes também sofreram influência em função do tipo de

manejo e/ou dose de N, porém sem interação significativa. O perfilhamento não

apresentou significância em função do tipo de manejo, porém observaram-se na média

1,0 perfilho a mais por planta no tratamento alto N em relação ao baixo N. A massa de

panículas foi 40 e 20 gramas superior no plantio direto do que no convencional na

condição de baixo N e alto N, respectivamente, e 30 e 10 gramas superior em alto N do

que em baixo N na condição de plantio convencional e direto, respectivamente (Tabela

14).

Tabela 14. Desdobramento das interações dos parâmetros morfológicos e rendimento

de grão na colheita cultura do arroz em função do tipo de manejo e nível de nitrogênio,

Lagoa da Confusão 2012.

Altura de Plantas

Perfilhamento Massa de Panícula

Rendimento de Grãos

-- (cm)-- nº de perfilhos ----- g ----- ------ kg ha -1 -------

Baixo

N Alto

N Baixo

N Alto

N Baixo

N Alto

N Baixo

N Alto

N Plantio Convenc.

59,5 bB 65,1 aA 4,0 B 4,9 A 150 bB 180 bA 5940 bB 6981 bA

Plantio Direto 63,7 aA 64,1 aA 3,8 B 4,8 A 190 aB 200 aA 7298 aB 7617 aA

C.V. manejo (%) 5,34 17,06 15,19 15,86

F manejo 7,706 1,9636 ns 28,42** 26,066 **

C.V. dose N(%) 4,96 20,38 15,26 17,35

F dose N 29,351 ** 36,72 ** 13,14** 10,151 **

Int. man x nitro 21,939 ** 0,3439 ns ns 2,866 ns

Médias maiúsculas na linha e minúsculas na coluna seguidas da mesma letra não

diferem significativamente pelo teste de Scott-Knott a 0,01 ≤ p < 0,05.

O rendimento de grãos também foi influenciado pelo tipo de manejo e dose de N e

sem interação significância. A maior produtividade foi alcançada na combinação plantio

direto e alto N com 7617 kg ha-1

estatisticamente superior as demais combinações. O

plantio direto em baixo N atingiu 7298 kg ha-1

, ou 4,3 % superior do que o plantio

convencional com alto N. O plantio convencional e baixo N apresentou média de 5940

7617 kg ha-1

e foi a menor média dentre as combinações. O melhor desempenho dos

parâmetros morfológicos e da produtividade em plantio direto do que em plantio

convencional não corrobora com Kluthcouski et al. (2000); Carvalho et al.,( 2004a),

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64

Carvalho et al, (2004c) que observaram menor produtividade do milho e feijão, milho, e

soja, respectivamente, em plantio direto do que convencional. O arroz é reportado como

uma cultura altamente sensível às condições de porosidade do solo (SEGUY et al.,

1989; SEGUY & BOUZINAC, 1992) e Kluthcouski e al (2000) na condição de terras

altas definiu o arroz como uma cultura pouco adaptada ao plantio direto. No entanto a

condição de alagamento conferido ao arroz na condição de várzea pode mudar a

resposta a adaptação ao plantio direto já que a lâmina de água e a condição anaeróbica

alteram a estrutura e permeabilidade do solo (FAGERIA & SANTOS, 2003).

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CONCLUSÕES

A utilização de adubação verde no sistema de produção de arroz irrigado na

condição de várzea tropical do estado do Tocantins traz alterações nos teores foliares de

nutrientes no arroz cultivado em sucessão bem como nas características morfológicas e

componentes da produtividade.

As espécies C. spectabilis, mucuna preta e feijão guandú são aquelas que

proporcionam maiores teores foliares de nitrogênio e fósforo ao arroz, e o sistema de

plantio direto proporciona melhores teores de nitrogênio, fósforo e potássio. O maior

teor de N-total no solo propiciado pelas espécies de adubação verde é diretamente

proporcional aos teores de nitrogênio, fósforo, e enxofre na analise de tecido do arroz, e

inversamente proporcional aos teores de cálcio e magnésio.

O manejo plantio direto é superior ao manejo plantio convencional em conferir ao

arroz maiores teores de nitrogênio, fósforo e enxofre e igualmente eficiente a adubação

de cobertura de nitrogênio mineral.

O estabelecimento da cultura do arroz, através de semeadora mecanizada,

apresenta em plantio convencional estandes superiores ou equivalentes daqueles

observados em plantio direto, porém dentro de uma faixa de compensação da cultura do

arroz.

As plantas de arroz apresentam maior altura, perfilhamento, massa de panícula e

rendimento de grãos quando cultivadas em sucessão a feijão caupí, C. juncea e C.

spectabilis apresentando produtividade, em média, 859 kg ha-1

superior do que a

testemunha. O rendimento de grãos é superior em plantio direto do que em plantio

convencional, bem como a adubação com alto nitrogênio em relação a baixo nitrogênio

mineral.

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66

Capítulo III

Resposta à doses de nitrogênio, fósforo e potássio na

produtividade e nos teores foliares de macro e micro

nutrientes em arroz irrigado em várzea tropical

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67

RESPOSTA À DOSES DE NITROGÊNIO, FÓSFORO E POTÁSSIO NA

PRODUTIVIDADE E NOS TEORES FOLIARES DE MACRO E MICRO

NUTRIENTES EM ARROZ IRRIGADO EM VÁRZEA TROPICAL

RESUMO

Foram conduzidos três experimentos distintos para ajuste de curva de resposta a

adubação de N, P e K, na cultura do arroz irrigado em condição de várzea tropical no

Tocantins. O nitrogênio foi conduzido em somente um local, enquanto que o P e K

foram estabelecidas em dois locais distintos de fertilidade considerada alta e baixa. As

doses utilizados foram de 0, 40, 80 120,160 e 200 kg ha-1

de nitrogênio em esquema de

blocos casualizados e 4 repetições e 0, 30, 60, 90, 120 e 150 kg ha-1

de K2O, e 0, 30, 60,

90, 120 e 150 kg ha-1

de P205, em esquema fatorial 6 x 6 em blocos casualizados de 3

repetições. Foram avaliados os teores foliares na análise de tecido, além de estande

inicial, altura de plantas, perfilhamento, fitomassa seca da parte aérea, massa de

panícula e rendimento de grãos. Foram observadas alterações nos teores foliares em

função das doses de N, P e K além de respostas quadráticas dos parâmetros produtivos

para aplicação de N. A dose máxima de N foi de 159 kg ha-1

que proporcionou

rendimento de grãos de 8640 kg ha-1

. Para fósforo e potássio os parâmetros produtivos

se comportaram diferentemente nas áreas de alta e baixa fertilidade sendo a resposta ao

K mais significante de fertilidade corrigida e com resposta de rendimento de grãos com

comportamento linear e diretamente proporcional a dose de K aplicada. e a resposta ao

P mais significante na área de baixa fertilidade com dose máxima de 160 kg ha-1

.

Palavras-Chave: Rendimento de grãos; Fertilidade; Adubação.

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68

RESPONSE OF NITROGEN, PHOSPHORUS AND POTASSIUM RATES IN

YIELD AND FOLIAR MACRO AND MICRO NUTRIENT LEVELS ON

TROPICAL LOWLAND RICE CROP

ABSTRACT

Three separate experiments were conducted to adjust the response curve of

fertilizer N, P and K, in irrigated rice cultivation in tropical lowland condition in

Tocantins. The nitrogen test was installed in only one place and used doses of 0, 40, 80,

120, 160 and 200 kg ha-1 of N applied in pre-planting incorporated. For phosphorus and

potassium rehearsals were installed in two different places. One area was the first year

of cultivation in newly systematized lowland, and the second in an area where there

were adequate fertility levels for 4 consecutive years. It were used 0, 30, 60, 90, 120 and

150 kg ha-1

of P205 and k20 in factorial 6 x 6. Foliar analyses were undertaken of macro

and micronutrients, as well as evaluation of morphological parameters of plants’

heights, tillering, weight of panicles and grain yield. Changes were observed in plant

tissues analyses depending on treatments of N, P and K as well as quadratic responses

of productive parameters for the application of N. The maximum yield of 8640 kg ha-1

was achieved with N rate of 159 kg ha-1

. For phosphorus and potassium production,

parameters behaved differently in the areas of high and low fertility levels being the

response to K the most significant in the old area with positive linear behavior and the

response to P was more significant in new areas with maximum yield achieved at rate of

160 kg ha-1

.

Keywords: Grain yield; Fertility; Fertilization.

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69

INTRODUÇÃO

A adubação mineral é um dos insumos mais utilizados, e com grande participação

no custo da produção, em sistemas agrícolas desenvolvidos na região dos cerrados

brasileiros. Tal fato é ocasionado pela baixa fertilidade natural dos solos da região que

necessitam de adequada correção química e aportes anuais de N, P e K para atingirem

patamares de produtividade economicamente viáveis (SILVA et al. 2001.; SOUZA et

al. 2006; VILELA et al. 2006; . No entanto a utilização da adubação mineral dever ser

feita de forma criteriosa, com doses, épocas de aplicação ajustadas, afim de

proporcionar menores riscos ambientais de contaminação de solo e água e inviabilidade

do sistema produtivo (BERTON, 1992).

O cultivo de arroz irrigado em várzea tropical na região da bacia do Araguaia

abrange aproximadamente 70 000 ha na safra 2011 (IBGE, 2011) e está inserida num

ecossistema complexo que apresenta solos hidromórficos com restrição temporária a

percolação de água, intensa pluviosidade na estação chuvosa, formação natural de

lamina de água e drenagem superficial em abundância (EMBRAPA, 2006). E que,

devido as particularidades desse ambiente de produção necessita de profundo

entendimento para o estabelecimento de uma agricultura de baixo impacto ambiental.

O arroz inundado apresenta eficiência de recuperação de N em torno de 40%, em

solo de várzea (FAGERIA & BALIGAR, 2001). Sendo assim, o comportamento da

adubação nitrogenada tona-se um fator de necessário entendimento, não somente para

aumentar a eficiência de recuperação, mas também para aumentar a produtividade da

cultura, e minimizar os riscos de poluição ambiental, bem como ajustar o custo de

produção. A eficiência de utilização de N pode ser melhorada com o uso de dose

adequada, tipo de fonte e época de aplicação apropriada (FAGERIA et al., 2003).

Para a utilização de fósforo, resultados apresentados por Fageria et al. (1997)

demonstram que a dose depende do teor do nutriente no solo, e a recomendação varia de

150 kg ha-1

para solos com níveis baixos (até 2,6 mg dm-3

de P) até 50 kg ha-1

de P205

em solos com níveis considerados altos (acima de 150 mg dm-3

de P). Para o potássio,

dados experimentais de Fageria et al. (1990) em experimento conduzido em Gleissolo

pouco húmico, os autores determinaram uma relação quadrática, em que a dose

adequada para produção máxima foi, em média, 110 kg ha-1

de K2O em 4 anos de

ensaio numa mesma condição. Porém para Borja Reis et al. (2011) não foram

observadas respostas significativas a aplicação de potássio na condição de várzea. A

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70

eficiência agronômica do uso de fósforo e potássio varia entre as diferentes cultivares de

arroz, devido ao potencial produtivo de cada cultivar (Fageria, 2000) e também ao nível

de fertilidade do solo.

Dobermann et al. (1998) realizaram estudos sobre utilização de P e K em 10

locais diferentes na Ásia, entre eles Filipinas, China, Índia, Vietnã e observaram que

em apenas 7 locais houveram respostas superiores a 5 % de produtividade para

aplicação de fósforo e em 3 locais resposta superior a 5% à aplicação de potássio.

Ainda, neste estudo o intervalo de resposta ficou entre 5 a 35 kg ha-1

de P205 e entre 30

a 250 kg ha-1

de K2O.

Com a elevação da produtividade de arroz e a necessidade de sua manutenção,

resultado do nível de tecnologia adotado pelos produtores e o elevado custo dos

fertilizantes, demandas sobre o conhecimento da nutrição mineral dessa cultura

passaram a ser evidenciadas. Assim, técnicas de avaliação do estado nutricional das

mesmas passaram a constituir ferramentas potenciais para o monitoramento da oferta e

do equilíbrio entre nutrientes (GUINDANI, 2008). O uso da análise foliar como critério

de diagnóstico baseia-se na premissa de existir relação entre o suprimento de nutrientes

pelo solo e os seus níveis na planta e que aumentos ou decréscimos nas concentrações

dos nutrientes se relacionam com produções mais altas ou mais baixas, respectivamente

(EVENHUIS & WAARD, 1980).

Considerando que os resultados obtidos são diversos, deve-se assumir a premissa

que a orientação técnica sobre o manejo de adubação no arroz, nas condições

edafoclimáticas regionais, demanda conhecimentos em relação ao potencial produtivo

material genético, bem como a capacidade de resposta em função do nível de fertilidade

do solo. Portanto presente estudo teve como objetivo determinar a curva de resposta

para a dose de nitrogênio, e as curvas de fósforo e potássio em solos em condições de

alta e baixa fertilidade, além de verificar o comportamento de macro e micronutrientes

na análise foliar na cultura do arroz irrigado em várzea tropical do Tocantins.

MATERIAL E MÉTODOS

Os experimentos foram realizados na Fazenda Dois Rios, no município da Lagoa

da Confusão – TO sob as coordenadas geográficas 10°49'34.78"S e 49°54'0.33"O e 180

m de altitude durante a safra de 2011-2012. O clima na região é classificado de acordo

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71

com Koppen como Awi, tropical úmido de savana com as médias da temperatura dos

meses mais frios acima de 18°C e a diferença de temperatura entre o mês mais frio e o

mês mais quente inferior a 5°C, sendo a precipitação máxima no verão e inverno seco.

O regime pluviométrico e as médias de temperatura do local estão ilustras nas Figuras 1

e 2 do capítulo 1. O solo é classificado como PLINTOSSOLO HÁPLICO (EMBRAPA

1999) com históricos de utilização distintos.

Experimento Nitrogênio:

O ensaio consistiu na utilização de 6 doses de nitrogênio 0, 40, 80, 120, 160 e 200

kg ha-1

aplicados via uréia e incorporada com grade niveladora na profundidade de 5 cm

na véspera de plantio. O experimento foi instalado em blocos inteiramente casualizados

e quatro repetições, totalizando 24 unidades experimentais de 68 m2 cada uma.

O cultivar de arroz BRS.SCS Piracema foi plantado no dia 09/12/2011 através de

semeadora mecanizada com espaçamento entre linhas de 17 cm, e consumo de semente

de 80 kg ha-1

. As sementes foram tratadas com fungicida carboxina na dose de 40 g de

i.a. 100 kg de semente-1

e thiram 40 g de i.a.100 kg de semente -1

. Na adubação de base

foram utilizados 90 e 80 kg ha-1

, de P205 e K2O, respectivamente, conforme

recomendação Embrapa (2006). Aos 45 dias após o plantio foi estabelecida a lâmina de

água e o solo mantido saturado até a colheita. As aplicações para manejo de ervas

daninhas e doenças seguiram recomendação conforme descrito no capítulo 2.

As avaliações consistiram ma contagem de estande inicial aos 15 dias após a

emergência em 4 linhas e 4 metros em cada parcela. Aos 60 dias após a emergência fo i

realizada coleta de matéria seca da parte aérea através da coleta plantas em 1 m2. O

material fresco colhido foi encaminhado para e secagem em estufa de circulação forçada

de ar com temperatura de 65 °C durante 72 horas até atingirem massa constante.

Aos 80 dias após a emergência foram coletadas as amostras para realização das

análises de teor de nutrientes foliares. A amostragem consistiu na coleta de 50 folhas-

bandeira (última folha expandida adjacente a panícula) de cada parcela. O material foi

seco em estufa de circulação de ar forçada a 75°C até atingir massa constante, e após

processados em moinho de wiley. A metodologia de análise está descrita no capitulo 2.

Aos 115 dias na ocasião da maturação fisiológica foi medida a altura de plantas do

solo até o ultimo nó da panícula e número de perfilho por planta (IRRI, 1996). Foram

determinadas também a densidade de panículas m2. A colheita consistiu no corte de 3m

2

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72

centrais de cada sub-subparcela e as plantas trilhadas em caixa de trilha manual e

abanadas para retirada de impurezas. O material recolhido foi pesado em balança

eletrônica e amostras retiradas para medir o teor de umidade, sendo a massa corrigida

para 13%.

Experimento Fósforo e Potássio:

Foram considerados dois locais distintos para a instalação dos experimentos. A

primeira área consistiu-se de uma parcela de quatro anos de cultivo com 2 safras anuais

em sucessão arroz / soja irrigada e com nível de fertilidade corrigido (SOUZA, 2004). A

segunda área tratava-se uma área recém convertida de pastagem natural para tabuleiro

sistematizado, e que após a aplicações de 4 Mg ha-1

de calcário dolomítico, 3 meses

antes do plantio, apresentava os seguintes teores de nutrientes: (Tabela 15).

Tabela 15. Análise de solo das áreas antes da instalação dos ensaios de P x K, Lagoa da

Confusão 2011.

Ca Mg Al K CTC P MO V% pH

------------------cmolc dm3------------- ----- mg / kg ---- -- % -- CaCl2

Fertilidade corrigida 4,49 3,36 0,1 0,22 11,77 13 6,2 68,6 6,1

Fertilidade baixa 0,88 0,45 0,48 0,01 5,14 3,1 6,1 5,14 5

Os experimentos foram instalados em cada uma das áreas com aplicação de seis

doses de K2O (0, 30, 60, 90, 120 e 150 kg ha-1

) e seis doses de P2O5 (0, 30 60, 90, 120 e

150 kg ha-1

) utilizando-se delineamento experimental em blocos ao acaso em esquema

fatorial 6x6 e três repetições, totalizando 108 unidades experimentais de 4m2. Para o

suprimento de P e K foram utilizadas as fontes de superfosfato triplo e cloreto de

potássio, respectivamente. O potássio foi aplicado incorporado um dia antes da

semeadura e o fósforo aplicado no sulco de plantio na ocasião da semeadura

transversalmente a aplicação do potássio.

O cultivar de arroz Irga 424 foi plantado nos dias 06 e 12/12/2011, na área de

fertilidade corrigida e de fertilidade baixa respectivamente, através de semeadora

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mecanizada com espaçamento entre linhas de 17 cm, e consumo de semente de 80 kg

ha-1

. As sementes foram tratadas com fungicida carboxina na dose de 40 g de i.a. 100 kg

de semente-1

e thiram 40 g de i.a.100 kg de semente -1

. A adubação nitrogenada de

cobertura consistiu na aplicação de 90 kg ha-1

de N parcelado aos 20 e 35 dias após a

emergência para todos os tratamentos. Aos 45 dias após o plantio foi estabelecida a

lâmina de água a mantido o solo saturado até a colheita. As aplicações para manejo de

ervas daninhas e doenças seguiram recomendação conforme descrição no capítulo 2.

Aos 80 dias após a emergência foi coletado as amostras para realização das

analises de teor de nutrientes foliares. A amostragem consistiu na coleta de 50 folhas-

bandeira (última folha expandida adjacente a panícula) de cada parcela. O material foi

seco em estufa de circulação de ar forçada a 75°C até atingir massa constante, e após

processados em moinho de wiley. A metodologia de análise está descrita no cápitulo 2.

Aos 115 dias na ocasião da maturação fisiológica foi medida a altura de plantas do

solo até o ultimo nó da panícula e número de perfilho por planta (IRRI, 1996). Foram

determinadas também a densidade de panículas m2. A colheita consistiu no corte de 3m

2

centrais de cada parcela e as plantas trilhadas em caixa de trilha manual e abanadas para

retirada de impurezas. O material recolhido foi pesado em balança eletrônica e amostras

retiradas para medir o teor de umidade, sendo a massa corrigida para 13%.

Os dados referentes a todos os ensaios foram submetidos à análise de variância a

pelo teste F p < 0,1 e a determinadas as equações de regressão, através do software

ASSISTAT, versão 7,6 beta (SILVA & AZEVEDO, 2002).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise de concentração de nutrientes no tecido demonstrou que as doses de

nitrogênio aplicadas ao solo influenciaram significativamente, pelo teste f, os níveis de

nitrogênio e fósforo e magnésio nas folhas (Tabela 16).

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Tabela 16. Concentração de N, P, K, Ca, Mg e S (g kg-1

) e B, Cu, Fe, Mn e Zn (mg kg-

1) em folhas de arroz irrigado influenciados pelas doses de adubação de N (kg ha

-1),

Lagoa da Confusão, 2012.

N (kg ha-1

) N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn

0 10,1 0,77 8,80 6,34 1,08 0,52 13,9 1,63 65,3 609 58,4

40 11,3 0,82 9,18 6,01 1,00 0,55 12,8 1,38 56,6 433 42,7

80 11,4 0,89 10,4 6,29 1,13 0,63 14,0 1,95 72,0 428 83,6

120 11,6 0,82 8,80 6,25 1,15 0,58 12,2 1,73 63,8 453 64,8

160 12,1 0,81 8,80 6,84 1,63 0,63 14,5 1,80 64,8 445 68,9

200 10,1 0,72 8,61 6,34 1,53 0,53 16,5 1,93 70,9 473 66,0

F teste

(linear)

6.48

*

3,20

*

0,56 ns

0,57 ns

6,3

**

2,1 ns

0,80 ns

0,82 ns

1,70 ns

2.24 ns

2.04 ns

*,** e ns. Significativo a 1%, 5% de probabilidade e não significativo pelo teste f.

No entanto as equações de regressão foram mais ajustadas e demonstraram

significância no modelo linear para o Mg e Mn, e no modelo quadrático para nitrogênio

fósforo e enxofre. As concentrações de magnésio foliar aumentaram conforme

aumentou-se a dose de nitrogênio sem atingir ponto de inflexão nas doses testadas, e a

relação do Mn foi de concentração inversamente proporcional, sendo menor quanto

maior a dose de N aplicada. Os teores de N, P e S, que tiveram comportamento

quadrático, apresentaram teores máximos nas folhas de N (11,32), P (0,87); S (0,60) g

kg-1

nas doses de 85, 89 e 82 kg ha-1

de N, respectivamente. Os nutrientes K, Ca, B, Cu,

Fe e Zn não sofreram alterações (TABELA 17).

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Tabela 17. Relação entre dose de nitrogênio e concentração de nutrientes foliares na

cultura do arroz (n=6). Lagoa da Confusão, 2012.

Variável Equação de Regressão R2

Dose de N vs teor de N Y = 10,02 + 0,034X - 0,0002X2 77,6

**

Dose de N vs teor de P Y = 0,7662 + 0,0021X -0,00001X2 89,5 **

Dose de N vs teor de. K Y = 8,9 + 0,0125X - 0,00007X2 44,3

ns

Dose de N vs teor de Ca Y = 6,192 + 0,0009X + 0,000004X2 23,7

ns

Dose de N vs teor de Mg Y = 0,9661 + 0,00283X 69,1 *

Dose de N vs teor de S Y = 0,5101 + 0,0018X - 0,000008X2 68,1 *

Dose de N vs teor de B Y = 14,024 - 0,0328X + 0,0002X2 76,1

ns

Dose de N vs teor de Cu Y = 1,5438 + 0,0021X -0,0000016X2 40,8

ns

Dose de N vs teor de Fe Y = 63,376 - 0,0047X + 0,0002X2 20,1

ns

Dose de N vs teor de Mn Y = 586,27 - 0,8037X 47,3 *

Dose de N vs teor de Zn Y = 52,117 + 0,2561X - 0,0009X2 24,4

ns

*,** e ns. Significativo a 1%, 5% de probabilidade e não significativo pelo teste f.

Os parâmetros morfológicos de perfilhamento, altura de plantas, matéria seca da

parte aérea e rendimento de grãos sofreram influencia significante em função das doses

de nitrogênio aplicadas sendo de comportamento linear para perfilhamento e matéria

seca da parte aérea e de comportamento quadrático para alturas de plantas e

rendimentos de grãos. Estande inicial e massa de panículas não sofreram alterações

significantes (FIGURA 4). A altura de plantas máxima determinada através da equação

foi de 69 cm, e rendimento de grãos máximo de 8640 kg ha-1

quando utilizadas a dose

de 159 kg ha-1

de nitrogênio.

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DOSE DE N (Kg ha-1)

Figura 4. Influência da adubação de nitrogênio no estande inicial (plantas m-1

),

perfilhamento (perfilho planta-1

), altura (cm), fitomassa seca da parte aérea (MSPA kg

ha-1

), massa de panícula (g) e rendimento de grãos (kg ha-1

), Lagoa da Confusão, 2012.

Vários são os trabalhos que relatam resposta da cultura do arroz a adubação de N

(FAGERIA et al., 2007; FAGERIA & BALIGAR, 2001; DE DATTA et al., 1988;

SINGH et al., 1998; KINIRY et al., 2001; FAGERIA et al., 2003; FAGERIA &

BALIGAR, 2005). Os resultados aqui apresentados corroboram com outros resultados

estabelecidos na condição de várzea como Fageria et al., (2007) que encontraram

comportamento quadrático na dose máxima de 151 kg ha-1

e produtividade de 5077 kg

ha-1

na média de 12 cultivares diferentes. Fageria e Baligar, 2001 determinaram faixa de

resposta com comportamento quadrático entre 0 a 210 kg ha-1

, em três anos de

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experimento, e Dobermann et al. (2000) conduzindo ensaios no IRRI (Filipinas)

relataram incremento de produtividade em com doses de até 150 kg ha-1

de N.

Em relação aos ensaios de P x K na área de fertilidade corrigida houve resposta

significativa a somente ao teor P foliar em função dos 36 tratamentos de acordo com o

teste F (TABELA 18), porém as curvas de regressão demonstraram significância de

resposta as doses crescentes de P nos teores de P, Ca, Mg, Fe e Mn. Os teores de P, Ca e

Mg tiverem a equação de regressão melhor ajustadas no comportamento linear sendo

diretamente proporcionais ao acréscimo das doses de P. E o teor de Mn demonstraram

comportamento quadrático apresentando as maiores concentrações no tecido de 468 mg

kg-1

na dose de fósforo de 101 kg ha-1

. Já em função das doses de potássio, os teores

foliares de N, P e Zn demonstraram significância na regressão e assumindo modelo

linear sendo diretamente proporcionais para N e P e inversamente proporcionais no caso

do Zn. (TABELA 19).

Tabela 18. Concentração de N, P, K, Ca, Mg e S (g kg-1

) e B, Cu, Fe, Mn e Zn (mg kg-

1) em folhas de arroz irrigado influenciados pelas doses de adubação de P e K (kg ha

-1)

em área de fertilidade corrigida, Lagoa da Confusão, 2012.

P (kg ha-1

) N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn

0 19 1,1 7,4 5,8 0,9 0,6 9,1 4,8 51 357 23

30 18 1,0 8,0 5,9 0,9 0,5 8,8 4,7 42 417 26

60 19 1,0 6,8 5,5 0,9 0,5 8,5 4,8 47 489 25

90 18 1,1 7,4 6,0 1,0 0,6 8,8 4,8 43 461 24

120 20 1,2 6,7 6,1 1,0 0,6 8,9 4,8 46 479 26

150 20 1,1 7,2 6,1 1,1 0,6 8,5 4,8 55 466 25

K (kg ha-1

)

0 17,8 1,0 7,4 5,9 0,9 0,5 8,7 4,7 47,3 430 27,4

30 18,6 1,1 7,5 6,2 1,0 0,5 9,1 5,1 51,0 458 25,6

60 19,1 1,1 6,9 5,8 0,9 0,6 8,5 4,9 53,3 461 25,5

90 19,2 1,1 6,9 5,8 1,0 0,6 9,2 4,4 42,3 460 26,0

120 20,2 1,1 7,3 5,8 1,0 0,6 8,6 4,7 43,5 445 25,3

150 20,7 1,2 7,4 5,9 1,0 0,6 8,4 4,9 48,7 415 22,8

F teste

(linear)

1.17n

s

2.87*

*

0.88n

s

1,21n

s

0.94n

s

1.29n

s

0,75n

s

1,20n

s

1.18n

s

1.53n

s

1.10n

s

*,** e ns. Significativo a 1%, 5% de probabilidade e não significativo pelo teste f.

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Tabela 19. Relação entre doses de fósforo e potássio e concentração de nutrientes

foliares na cultura do arroz em área de fertilidade corrigida (n=6). Lagoa da Confusão,

2012.

Variável Equação de Regressão R2

Dose de P vs teor de N Y = 18,733 + 0,0015X + 0,00005X2 51,5 ns

Dose de P vs teor de P Y = 1,0258 + 0,0008X 31,0 *

Dose de P vs teor de. K Y = 7,6326 - 0,0081X + 0,00003X2 26,8 ns

Dose de P vs teor de Ca Y = 5,6901 + 0,0027X 37, 8 **

Dose de P vs teor de Mg Y = 0,9183 + 0,0008X 75,8 *

Dose de P vs teor de S Y = 0,5351 + 0,0003X + 0,0000003X2 21,0 ns

Dose de P vs teor de B Y = 9,0469 - 0,0075X + 0,00003X2 45,6 ns

Dose de P vs teor de Cu Y = 4,7936 - 0,0011X + 0,000008X2 17,3 ns

Dose de P vs teor de Fe Y = 45,4476 - 0,0295X 11,3 ns

Dose de P vs teor de Mn Y = 360,7 + 2,3956X - 0,0115X2 90,0 **

Dose de P vs teor de Zn Y = 24,548 + 0,0265X - 0,0001X2 22,3 ns

Dose de K vs teor de N Y = 17,89 + 0,0184X 96,3 **

Dose de K vs teor de P Y = 1,0118 + 0,001X 84,5 **

Dose de K vs teor de. K Y = 7,4936 - 0,0124X + 0,00008X2 61,2 ns

Dose de K vs teor de Ca Y = 6,0202 - 0,0034X + 0,00002X2 17,1 ns

Dose de K vs teor de Mg Y = 0,9657 - 0,0006X + 0,000006X2 29,3 ns

Dose de K vs teor de S Y = 0,522 + 0,0007X - 0,000002X2 72,8 ns

Dose de K vs teor de B Y = 8,7538 + 0,0065X - 0.00006X2 33,7 ns

Dose de K vs teor de Cu Y = 4,8974 - 0,0048X + 0,00003X2 11,9 ns

Dose de K vs teor de Fe Y = 49,78 - 0,0353X + 0,00006X2 11,6 ns

Dose de K vs teor de Mn Y = 432,57 + 0,9474X -0,0071X2 98,4 ns

Dose de K vs teor de Zn Y = 27,114 - 0,022X 70,3 *

*,** e ns. Significativo a 1%, 5% de probabilidade e não significativo pelo teste f.

Os parâmetros morfológicos de perfilhamento, altura de plantas, massa de

panícula e rendimento de grãos não sofreram influencia significante em função das

doses de fósforo utilizadas. Entretanto as aplicações de potássio demonstrarão equações

de regressão ajustadas linearmente e sendo diretamente proporcionais as doses de

potássio aplicadas. No entanto o perfilhamento apresentou comportamento

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79

inversamente proporcional, sendo menor quanto maior foi a dose de potássio aplicada

(FIGURA 5).

Fageria (2000), trabalhando com arroz de terras altas em Latossolo no cerrado,

observou que a reposta a aplicação de potássio foi significativa em alguns cultivares e

não significativa em outros. Ele observou influencia do potássio no rendimento de

grãos, altura da planta e número de panículas, e que a eficiência de utilização depende

do material genético. A reposta da adubação ao potássio não é tão significante quanto

aquelas obtidas a outros nutrientes, e não existe resposta da cultura do arroz a adubação

em situações com teores a partir de 50 mg dm-3 de potássio na análise de solo

(FAGERIA 2006). Entretanto o teor de potássio do solo correspondente a área de alta

fertilidade é superior a 50 mg dm-3 e foram observadas respostas nesse trabalho, e da

mesma forma que Zaratin et al,. (2004) observaram influência da adubação potássica

nos componentes da produtividade e rendimento de grãos em solo de cerrado com teor

de K no solo de 0,21 cmolc dm-3

.

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80

DOSE DE P2O5 (Kg ha-1) DOSE DE K2O (Kg ha-1)

Figura 5. Influência da adubação de fósforo e potássio em área de fertilidade corrigida

na altura de plantas (cm), perfilhamento (perfilho planta-1

), massa de panícula (g) e

rendimento de grãos (kg ha-1

) na cultura do arroz irrigado, Lagoa da Confusão, 2012.

Em relação às de P x K na área de baixa fertilidade em área recém sistematizada

houve resposta significativa aos teores de N, P, Ca, Mg, S, Cu, Fe, Mn e Zn foliar em

função dos 36 tratamentos de acordo com o teste F (TABELA 20).

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Tabela 20. Concentração de N, P, K, Ca, Mg e S (g kg-1

) e B, Cu, Fe, Mn e Zn (mg kg-

1) em folhas de arroz irrigado influenciados pelas doses de adubação de P e K (kg ha

-1)

em área de baixa fertilidade, Lagoa da Confusão, 2012.

P (kg ha-1

) N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn

0 21 0,9 8,9 2,8 0,7 0,7 19,0 6,6 45 110 20

30 22 1,2 9,6 4,2 1,0 0,7 23,5 7,4 51 270 19

60 24 1,4 9,7 4,5 1,4 0,8 24,8 7,9 50 397 22

90 24 1,4 7,9 4,7 1,3 0,7 20,2 7,6 59 400 19

120 25 1,6 8,1 4,9 1,5 0,7 24,1 7,3 57 496 21

150 25 1,7 7,8 5,4 1,5 0,7 22,2 7,3 59 501 21

K (kg

ha-1

)

0 24 1,3 9,0 4,4 1,3 0,7 23,2 7,4 54 316 20

30 24 1,3 8,8 4,3 1,2 0,7 22,6 7,4 54 366 20

60 23 1,3 7,9 4,5 1,3 0,7 23,5 7,5 53 376 21

90 24 1,4 8,6 4,5 1,2 0,7 21,0 7,3 56 384 20

120 24 1,3 8,8 4,3 1,2 0,7 21,5 7,2 51 382 20

150 23 1,4 8,1 4,5 1,3 0,7 22,0 7,4 54 350 21

F teste

(linear)

2,99*

*

13,5*

* 1,47

ns

13,7*

*

8.62*

*

2.20*

* 0.90

ns

2.38*

*

1.51ns

7.47**

2.33

**

*,** e ns. Significativo a 1%, 5% de probabilidade e não significativo pelo teste f.

As equações de regressão somente demonstraram significância para as doses de

fósforo, demonstrando comportamento linear e diretamente proporcional pra os teores

foliares de nitrogênio e comportamento quadrático positivo para P, Ca, Mg, Cu, Fe e

Mn. Os teores de nenhum nutriente demonstram resposta para as doses de potássio. A

concentração máxima de P, Ca, Mg, Cu, Fe, e Mn foram de 1,84, 5,31, 1,58 g kg-1

8,3,

58,8 e 498 mg kg-1

respectivamente, quando aplicadas as doses de 215, 152, 146, 125,

166, 146 kg ha-1

de fósforo (TABELA 21).

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Tabela 21. Relação entre doses de fósforo e potássio e concentração de nutrientes

foliares na cultura do arroz em área de baixa fertilidade (n=6). Lagoa da Confusão,

2012.

Variável Equação de Regressão R2

Dose de P vs teor de N Y = 21,596 + 0,0246X 92,1**

Dose de P vs teor de P Y = 0,9194 + 0,0086X - 0,00002X2 95,7**

Dose de P vs teor de. K Y = 9,2537 + 0,002X - 0,00009X2 59,5

ns

Dose de P vs teor de Ca Y = 2,9865 + 0,0305X - 0,0001X2 92,7**

Dose de P vs teor de Mg Y = 0,7275 + 0,0117X - 0,00004X2 92,2**

Dose de P vs teor de S Y = 0,6702 + 0,0009X - 0,000004X2 21,2

ns

Dose de P vs teor de B Y = 20,117 + 0,0752X - 0,0004X2 29,8

ns

Dose de P vs teor de Cu Y = 6,6851 + 0,0252X - 0,0001X2 80,9**

Dose de P vs teor de Fe Y = 45,093 + 0,1659X - 0,0005X2 88,1**

Dose de P vs teor de Mn Y = 120,95 + 5,1719X - 0,0177X2 97,3**

Dose de P vs teor de Zn Y = 19,226 + 0,0174X - 0,00005X2 16,7

ns

Dose de K vs teor de N Y = 23,531 + 0,001X - 0,00002X

2 19,2

ns

Dose de K vs teor de P Y = 1,3251 - 0,0001X + 0,000005X2 72,8

ns

Dose de K vs teor de. K Y = 8,8778 - 0,0089X + 0,00004X2 24,8

ns

Dose de K vs teor de Ca Y = 4,3375 + 0,0016X – 0,000007X2 13,8

ns

Dose de K vs teor de Mg Y = 1,2932 - 0,0012X + 0,000006X2 60,1

ns

Dose de K vs teor de S Y = 0,7412 - 0,0008X + 0,000004X2 73,8

ns

Dose de K vs teor de B Y = 23,349 - 0,0228X + 0,00008X2 43,7

ns

Dose de K vs teor de Cu Y = 7,3915 - 0,001X + 0,000004X2 6,32

ns

Dose de K vs teor de Fe Y = 54,03 - 0,0013X - 0,00005X2 10,3

ns

Dose de K vs teor de Mn Y = 318,81 + 1,5942X - 0,0092X2 96,2*

Dose de K vs teor de Zn Y = 19,997 + 0,0014X + 0,0000004X2 2,95

ns

*,** e ns. Significativo a 1%, 5% de probabilidade e não significativo pelo teste f.

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Os parâmetros morfológicos de perfilhamento, altura de plantas, massa de

panícula e rendimento de grão sofreram influencia significativa em função das doses de

fósforo utilizadas, entretanto não demonstraram nenhuma relação significante em

função das doses de potássio. Para todos os parâmetros avaliados as regressões se

ajustaram com maior adequação nos modelos quadráticos. A altura de plantas atingiu

altura máxima de 64 cm quando na dose de 146 kg ha-1

, o perfilhamento foi máximo

2,12 perfilhos planta-1

na dose de 172 kg ha-1

de fósforo, a massa de panícula 2 g na

dose de 121 kg ha-1

e o rendimento de grãos máximo foi de 6757 kg ha-1

na dose de 162

kg ha-1

de fósforo.

A resposta do arroz a adubação de fósforo em condição de várzea é amplamente

descrita na literatura. (PATELLA, 1976; FAGERIA (1980; 1989; 1999); FAGERIA &

BALIGAR, 1996; FAGERIA & ZIMMERMANN, 1996, FAGERIA et al., 2000,

BORJA REIS et. al, 2011). A produtividade relativa do arroz é de 90% do potencial

produtivo quando o nível crítico de fósforo no solo é de 15 mg dm-3

e não há resposta a

aplicação de adubação de fosfatada (BEEGLE et al, 1998). Para Fagera & Baligar 1997,

na condição de várzea o arroz não apresenta incremento de produtividade quando o

nível de P no solo é superior a 13 15 mg dm-3

. Ambos os trabalhos corroboram com os

resultados aqui apresentados já que a resposta a aplicação adubação fosfatada não foi

significativa em solo com nível de P de 13 mg dm-3

e foi significativa em solo com P de

6 mg dm-3

.

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DOSE DE P2O5 (Kg ha-1) DOSE DE K2O (Kg ha-1)

FIGURA 6. Influência da adubação de fósforo e potássio em área de baixa fertilidade

na altura de plantas (cm), perfilhamento (perfilho planta-1

), massa de panícula (g) e

rendimento de grãos (kg ha-1

) na cultura do arroz irrigado, Lagoa da Confusão, 2012.

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CONCLUSÕES

O fornecimento de nitrogênio em pré-plantio proporciona incremento nos

parâmetros morfológicos de perfilhamento, matéria seca da parte aérea, altura de plantas

e rendimentos de grãos. A melhor dose de N ajustada na equação de regressão é de 159

kg ha-1

que proporcionou rendimento máximo de 8640 kg ha-1

. A adubação nitrogenada

interfere nos teores foliares de nitrogênio, fósforo, magnésio, enxofre, e manganês.

A adubação de fósforo obtém respostas significativas somente em área de

fertilidade baixa, havendo resposta nos teores foliares de N, P. Ca, Mg, Cu, Fe, Mn, e

incremento na altura de plantas, perfilhamento, e rendimento de grãos. A melhor dose

de P ajustada na regressão é de 160 kg ha-1

que proporcionou rendimento máximo 6757

kg ha-1.

Não há resposta significativa a adubação de fósforo na área de fertilidade

corrigida.

A adubação de potássio proporciona respostas somente nas áreas de fertilidade

corrigida, com influência nos teores foliares de N, P e Zn. Há incremento na massa de

panícula e rendimento de grãos em comportamento linear e diretamente proporcional a

dose aplicada.

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