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1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência Filosofia Resenhas 2010

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    Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

    Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – Filosofia

    Resenhas 2010

  • 2

    Sumário

    Artur Bezzi Günther, resenha da obra Uma breve introdução à filosofia de

    Thomas Nagel ............................................................................................................

    3

    Daiane Cristina Faust, resenha da obra Existo, logo penso: filósofos respondem às

    suas perguntas sobre o amor, o nada e tudo o mais de Alexander George .............

    5

    Denise Maria Rosa dos Santos, resenha da obra Filosofia na educação infantil:

    fundamentos, métodos e propostas de José Auri Cunha ...........................................

    7

    Eduardo Antonielo de Avila, resenha da obra Apresentação da filosofia de André

    Comte-Sponville ........................................................................................................

    9

    Isabel Cristina Dalmoro, resenha da obra Simplicidades Insolúveis: 39 histórias

    filosófica de Roberto Casati e Achille Varzi .............................................................

    11

    Márcia Luísa Tomazzoni, resenha da obra Que quer dizer tudo isto? Uma

    iniciação à Filosofia de Thomas Nagel .....................................................................

    13

    Maria Eugênia Zanchet Bordignon, resenha da obra Ética e Cidadania: Caminhos

    da Filosofia do Grupo de Estudos sobre o Ensino de Filosofia (Gesef) sob a

    coordenação de Sílvio Gallo ......................................................................................

    15

    Mateus Rocha, resenha da obra Aprendendo a Filosofar em 25 lições de Nicholas

    Fearn ..........................................................................................................................

    17

    Roberson Rosa dos Santos, resenha da obra Filosofando na escola: como

    transformar o potencial crítico dos alunos em pensamento filosófico de Ani

    Bustamante ................................................................................................................

    19

    Rodrigo de Ulhôa Canto Reis, resenha da obra Metodologia Filosófica de

    Dominique Folscheid e Jean-Jacques Wunenburger ................................................

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  • 3

    Artur Bezzi Günther

    1. Ficha catalográfica

    1.1 Obra: Uma breve introdução à filosofia.

    1.2 Autor: Thomas Nagel.

    1.3 Editora: Martins Fontes, 2ª Edição – 2007, 107 páginas.

    1.4 Tema: Filosofia.

    1.5 ISBN: 8533623720 – ISBN-13: 9788533623729.

    1.6 Livro em português, em brochura.

    2. Descrição:

    2.1 Situação comercial: O livro em questão encontra-se em catálogo custando cerca

    de vinte e cinco reais. Ele não é um livro didático, entretanto, serve como um apoio

    ao professor.

    2.2 Classificação: Ele é destinado àqueles que buscam uma introdução à filosofia,

    não há restrição quanto à idade, contudo, sua leitura será melhor aproveitada no

    Ensino Médio.

    2.3 Abordagem: Nele, se encontra um apanhado das principais temáticas abordadas

    pela Filosofia trabalhadas de maneira simples, sutil, direta e argumentada.

    2.4 Outros: O livro não contém atividades.

    2.5 Apresentação: Uma Breve Introdução à Filosofia é o nome de um perspicaz

    livro introdutório escrito por Thomas Nagel. Nele, se encontra um apanhado das

    principais temáticas abordadas pela Filosofia trabalhadas de maneira simples, sutil,

    direta e argumentada. A obra é distribuída em 10 capítulos. O autor, após uma breve

    apresentação do livro, passa direto ao tema inicial: “Como sabemos alguma coisa?”.

    Ele não dá margem para rodeios, passa direto à argumentação, apresenta diversas

    perspectivas sobre o tema explicitando suas pressuposições e suas implicações. Isso

    sem se importar muito com referências ou contextualizações que geralmente

    atravancam a leitura, o foco principal é dado aos problemas filosóficos, às teses que

    procuram responde-los e aos argumentos que sustem as teses. A visão panorâmica

    proporcionada por essa abordagem é rara e deveras preciosa para uma compreensão

    da questão como um todo.

    2.6 Índice:

    Introdução.

    Como sabemos seja o que for?

    Outras mentes.

    O problema mente-corpo.

    O significado das palavras.

    Livre-arbítrio.

    Certo e errado.

    Justiça.

    Morte.

    O sentido da vida.

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    3. Comentário acerca da obra:

    A abordagem estritamente temática da obra é a sua principal virtude, entretanto, ao

    mesmo tempo, é a sua mais evidente fraqueza. Isso porque a obra, quando lida

    desprevenidamente, carece de uma diretriz. Pela escassez de um capítulo introdutório

    apropriado, o leitor fica destituído de orientação durante a leitura da obra. Ela não

    antecipa o que é relevante, não apresenta a “moral da história”, o que para um leitor

    desatento é provável que seja perdido.

    Mais concretamente, no primeiro capítulo, por exemplo, o autor apresenta o problema

    do conhecimento, em seguida ele apresenta a argumentação das diversas teses que

    visam responder a esse problema. Desse modo, é como exigir que alguém aprenda a

    construir um instrumento musical apenas observando um luthier fazê-lo, é uma tarefa

    possível, contudo, pode ser muito facilitada. Enfim, há um grande esforço do autor

    em realizar uma explanação rigorosamente argumentada, contudo, esse aspecto

    argumentativo nunca é tematizado ou justificado.

    Nesse ponto entra o Professor. O proveito da leitura do livro acompanhada por um

    Professor de Filosofia é consideravelmente maior. Em tal situação as carências da

    obra são supridas pelo professor o qual é munido de um instrumento de alta

    qualidade. “Uma Breve Introdução à Filosofia” quando utilizada como apoio textual

    em uma aula é uma ferramenta esplêndida: o professor orientando a leitura possui, em

    um único texto, um conteúdo em linguagem acessível apresentando os principais

    temas tratados pela filosofia rigorosamente argumentados caracterizando uma

    genuína atividade filosófica.

    Nesse sentido, o livro é recomendado principalmente como apoio às aulas

    introdutórias de filosofia. Nesse contexto suas virtudes saltam aos olhos enquanto

    suas fraquezas são suplantadas. O professor da universidade de Nova York, assim,

    oferece nessa obra uma oportunidade singular de reflexão qualificada sobre os temas

    mais recorrentes da Filosofia.

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    Daiane Cristina Faust

    1. Ficha catalográfica:

    1.1 Obra: Existo, logo penso: filósofos respondem às suas perguntas sobre o amor, o

    nada e tudo o mais. Título original: What Would Socrates Say? Philosophers answer

    your questions about Love, nothingness and everything else.

    1.2 Autor/organizador: Alexander George – Amherst College.

    1.3 Colaboradores: Amy Kind – Claremont McKenna College; Daniel J. Velleman –

    Amherst College; David Brink – Universidade da Califórnia; Gabriel Segal – King’s

    College; Joseph G. Moore – Amherst College; Jyl Gentsler – Amherst College;

    Louise Antony – Universidade de Massachusetts; Marc Lange – Universidade da

    Carolina do Norte; Mark Crimmins – Universidade de Stanford; Mark Sprevak –

    Universidade de Cambridge; Matthew Silverstein – Universidade de Michigan;

    Mitchell S. Green – Universidade da Virgínia; Nalini Bhushan – Smith College;

    Nicolas D. Smith – Lewis and Clark College; Oliver Leaman – Universidade de

    Kentucky; Peter Lipton – Universidade de Cambridge; Peter S. Fosl – Universidade

    da Transilvânia; Richard Heck – Universidade Brown; Sean Greenberg –

    Universidade Johns Hopkins; Sharon Street – Universidade de Nova York; Thomas

    Pogge – Universidade de Colúmbia.

    1.4 Tradução: Bruno Casotti.

    1.5 Editora: Objetiva Ltda., Rio de Janeiro/RJ, 2008.

    1.6 Primeira Edição, 276 p.

    2. Descrição:

    2.1 Situação comercial: Consta em catálogo

    2.2. Classificação: Direcionado para todos os públicos.

    2.3. Abordagem: Temática.

    2.4. Outros: Não possui sugestão de atividades.

    2.5. Apresentação: Existo, logo penso trata-se de uma seleta coleção de perguntas e

    respostas de caráter filosófico extraídas no site askphilosophers.org. Professores e

    pesquisadores de filosofia desempenham um serviço voluntário através do site,

    esclarecendo dúvidas e estimulando novas discussões filosóficas ao público em geral.

    O propósito é atenuar um paradoxo muito conhecido: “a filosofia está tanto em todos

    os lugares quanto em lugar nenhum”. Alexander George, fundador do site e

    criador/organizador do livro, é professor de Filosofia na Universidade de Amherst,

    nos EUA.

    2.6. Índice: As perguntas e suas respectivas respostas extraídas do site foram

    organizadas no livro em tópicos temáticos. Estes tópicos foram, por sua vez,

    agrupados em quatro partes, cada qual correspondente a uma das quatro perguntas

    centrais para a filosofia de Immanuel Kant:

    O que posso saber?

    O que devo fazer?

    O que eu posso esperar?

    O que é o homem?

  • 6

    3. Comentário acerca da obra:

    3.1 Clareza: a adaptação do conteúdo do site para o formato de livro contou com um

    rigoroso processo de triagem dos temas, perguntas e respostas. Todavia, esse

    processo não acarretou em modificações consideráveis na estrutura lingüística

    utilizada anteriormente, isto é, manteve-se a clareza e até certo tom de informalidade,

    já que o serviço voluntário dos professores e dos pesquisadores de filosofia

    envolvidos no projeto é direcionado para o público em geral, pessoas leigas e

    profissionais da área.

    3.2 Aplicabilidade: considerando que a maioria dos alunos da Educação Básica no

    Brasil vem a ter seu primeiro contato com a Filosofia somente no Ensino Médio, cabe

    aos professores de Filosofia do Ensino Secundário a busca de recursos que possam

    facilitar o aprendizado do aluno. Nessa direção, Existo, logo penso apresenta um

    aspecto positivo: as dúvidas enviadas pelos leitores/seguidores do site são

    respondidas (mas não definitivamente caladas) por profissionais (filósofos) que

    respeitam o contexto do qual elas emergem; não há apelo para termos tecnicamente

    filosóficos. Os exemplos utilizados pelos pensadores também foram selecionados

    com cautela, retratam situações cotidianas, vividas por eles próprios e que poderiam

    ser aplicadas a qualquer um. A estrutura “pergunta – respostas/comentários” é ainda

    um ponto favorável para a utilização do livro no Ensino de Filosofia: a reprodução

    desses pequenos diálogos transmite uma idéia de dinamismo, onde o leitor se

    identifica com o questionador e realiza a leitura das respostas dadas a ele tomando-as

    para si, como se fizesse de fato parte da discussão. O livro pode ser utilizado em sala

    de aula para, por exemplo, suscitar uma discussão. Outra alternativa é estimular os

    estudantes à elaboração de perguntas e, dependendo do resultado obtido, enviar ao

    site algumas delas para que sejam respondidas pelos filósofos colaboradores (a

    tradução português/inglês – inglês/português fica a cargo do professor).

  • 7

    Denise Maria Rosa dos Santos

    1. Ficha catalográfica:

    1.1 Obra: Filosofia na educação infantil: fundamentos, métodos e propostas.

    1.2 Autor: José Auri Cunha.

    1.3 Edição: Editora Alínea, Campinas, SP. 2ª edição, 2005.

    2. Descrição:

    2.1 Situação comercial: Em catálogo.

    2.2 Classificação: Livro de apoio ao professor e destinado aos alunos do Ensino

    Fundamental.

    2.3 Abordagem: Temática.

    2.4 Outros: Possui sugestões de atividades.

    2.5 Apresentação: O livro mostra que podemos desenvolver estratégias e recursos

    metodológicos para o ensino de filosofia com crianças e métodos de trabalho em sala

    de aula incentivando a cultura do pensamento nelas, valendo-se da curiosidade

    própria da fase e desenvolvendo, segundo o autor, habilidades do pensamento crítico

    e criativo. Coloca que o professor deve abordar as questões filosóficas por meio de

    histórias e dinâmicas, empregando vocabulário ao nível dos alunos, levantando

    palavras-geradoras escolhidas pelo grupo de alunos e desequilibrando as

    conversações (pensamentos divergentes) a fim de estabelecer um diálogo entre

    emoções e razões. O autor defende uma educação para autonomia e liberdade

    investindo no diálogo (pensamento convergente), onde os alunos devem refletir,

    investigar e deliberar diante de histórias contadas pelo professor com temática

    apropriada a cada faixa etária. Ele propõe que o professor, ao preparar suas aulas,

    desenvolva perguntas bases para não desviar o assunto e com o mesmo propósito

    deixar que a turma escolha uma palavra-geradora que estimule as crianças a

    participarem. Segundo José Auri Cunha “é justamente a reconstrução mental do que

    intriga e encanta as crianças que cria os contextos de reflexão filosófica”.

    José Auri Cunha é professor e pesquisador em Filosofia, atuando desde 1986 no

    ensino médio e superior. Graduado em Matemática e em Ciências Sociais pela

    UNICAMP, iniciou sua formação filosófica no mestrado em Lógica e Filosofia dessa

    universidade. Atualmente, conclui seu doutorado na USP em Filosofia da Educação e

    é diretor do Centro de Filosofia para Crianças e Jovens em Campinas-SP.

    2.6 Índice:

    1. A Filosofia e a criança: a formação de atitudes filosóficas.

    2. A Filosofia na infância e a formação de professores.

    3. Filosofia: o pensamento rigoroso consigo mesmo.

    4. Filosofar: a prática do perguntar para melhor forma do pensar.

    5. Bases da atitude filosófica: aprender a aprender, aprender a automotivar-se para as

    regras, aprender a dialogar.

    6. Bases da educação para o pensamento rigoroso: o pensamento do cuidado,

    mediador do pensamento crítico e do criativo.

    7. Pedagogia filosófica: pedagogia da pergunta e pedagogia do diálogo.

  • 8

    8. Competências, temas e habilidades filosóficas.

    9. Estrutura curricular de filosofia na Educação Infantil: recursos didáticos, campos

    temáticos, programas de habilidades.

    10. A aula de Filosofia na Educação Infantil.

    11. A escolha de temas para a conversação filosófica.

    12. A intervenção da professora nas conversações.

    13. A ambientação socioemocional.

    14. Operadores e ferramentas de conversação.

    15. O exercício do diálogo investigativo, reflexivo e deliberativo.

    16. A avaliação de aprendizagem: quanto a atitudes, compreensão temática e graus de

    habilidades.

    17. A prática do filosofar e o cultivo de atitudes democráticas.

    3. Comentário acerca da obra:

    Esta obra é bem esquematizada e valiosa para o professor, pois possui métodos e

    propostas para a prática docente que podem a meu ver funcionar muito bem em sala

    de aula. Mostra histórias que podem ser contadas para crianças de três a sete anos de

    idade, porém penso que seja difícil a realização de deliberações com um grupo de

    crianças nessa faixa de idade, visto que elas ainda não têm uma percepção consistente

    dos diferentes modos de pensar e cabe apenas ao professor ser um bom mediador

    nessas circunstâncias. A tarefa pode ser difícil, mas creio ser um bom método para o

    respeito ao pensamento dos seus colegas, saber que há pessoas que pensam diferente

    de você é importante desde cedo. Essa é a pedagogia da pergunta filosófica de

    Matthew Lipman1 que de acordo com Auri Cunha funciona na prática no momento

    que estimula a discordância do grupo sobre suas investigações no que tange escolher

    esta ou aquela resposta, transformando a sala de aula em uma comunidade de

    investigação (metodologia de Lipman). Filosofia na educação infantil é um livro com

    passos importantes para o trabalho do professor, incluindo o ambiente adequado para

    dar início à aula, as habilidades a serem desenvolvidas nos alunos, exemplos de

    temáticas a serem trabalhadas, como o professor deve se portar diante dos diálogos e

    como avaliar a aprendizagem dos alunos.

  • 9

    Eduardo Antonielo de Avila

    1. Ficha catalográfica:

    1.1 Obra: Apresentação da filosofia. Título original: Présentations de la philosophie.

    1.2 Coleção: Mesmo que o céu não exista.

    1.3 Autor: André Comte-Sponville.

    1.4 Tradução: Eduardo Brandão.

    1.5 Revisão gráfica: Sandra Regina de Souza e Ivete Batista dos Santos.

    1.6 Produção gráfica: Geraldo Alves.

    1.7 Editora: Martins Fontes, 2009, 2ª edição, 165 p.

    2. Descrição:

    2.1 Situação comercial: Consta em catálogo.

    2.2 Classificação: Direcionado para o público em geral.

    2.3 Abordagem: Temática.

    2.4 Outros: Não possui sugestão de atividades.

    2.5 Apresentação: O livro é resultado de uma serie de publicações chamadas

    “cadernos de filosofia”, com a finalidade de servir de iniciação a temas importantes

    da filosofia. No total foram publicados 12 cadernos sobre diversos assuntos, que

    viraram o livro “apresentação da filosofia”. O livro busca mostrar para o leitor

    despreparado filosoficamente que o trabalho de iniciar uma interrogação séria e

    honesta sobre questões filosóficas depende exclusivamente dele mesmo, é que essa é

    realmente uma tarefa árdua, e, por isso mesmo, podemos e, principalmente, devemos

    buscar nos pensadores do passado, que já exploraram essas mesmas questões, as

    ferramentas para essa tarefa, mas sem nunca esquecer ou deixar de lado nossa

    responsabilidade pessoal perante esse trabalho.

    Ao descrever sua intenção com o livro, o autor apresenta, no inicio da obra, que tinha

    em mente como publico alvo os adolescentes, mas que não queria restringir o livro

    somente aos estudantes, sendo assim, o livro não tem caráter pedagógico, nem mesmo

    utiliza uma didática escolar ao apresentar o conteúdo, o que lhe permitiu tratar e

    expor os temas da maneira menos formal, pois ele acredita que os jovens, mais que

    qualquer outro, precisam ser acompanhados no inicio de seus estudos filosóficos.

    Tendo o intuito de seguir com a obra sem dar-lhe um caráter formal, o autor apresenta

    e defende suas crenças adquiridas ao longo dos seus estudos, tomando o cuidado de

    informar autores, obras e fazendo uso de citações sempre que é conveniente, mas

    mantendo o cuidado de apresentar qual sua intenção com a citação, o que facilita a

    compreensão. Sem se aprofundar em algum filosofo especificamente, ao longo do

    texto o leitor entra em contato com Platão, Aristóteles, pascal, Descartes, Hume,

    Kant, Montaigne, Hegel, e esses são somente alguns filósofos que aparecem no

    decorrer dos capítulos. O aspecto positivo dessa forma de apresentação é que o autor

    apresenta, dentro de cada tema, o que há de mais relevante, o que permite o leitor

  • 10

    conhecer, de maneira geral, o que foi e o que está sendo discutido acerca de um

    determinado assunto.

    2.6 Índice: O livro é estruturado por capítulos, sendo cada um deles uma apre-

    sentação dos problemas e pressupostos envolvidos naquele tema. Os capítulos são:

    Capítulo 1: A moral

    Capítulo 2: A política

    Capítulo 3: O amor

    Capítulo 4: A morte

    Capítulo 5: O conhecimento

    Capítulo 6: A liberdade

    Capítulo 7: Deus

    Capítulo 8: O ateísmo

    Capítulo 9: A arte

    Capítulo 10: O tempo

    Capítulo 11: O homem

    Capítulo 12: A sabedoria

    3. Comentário acerca da obra:

    3.1 Clareza: Permanecendo sempre com uma linguagem acessível, e quase nenhum

    requisito técnico. A linguagem empregada é simples e a ocorrência de termos

    técnicos utilizados na filosofia é acompanhada de explicação; a abordagem dos

    problemas é apresentada, quando possível, com exemplos do cotidiano, mostrando as

    diferentes posições que podem ser tomadas acerca das questões, bem como as

    objeções pertinentes. Desta forma a obra propicia uma maior clareza e compreensão

    dos problemas apresentados, tanto para o leitor que já possui algum conhecimento em

    filosofia, mas também para os que estão iniciando.

    3.2 Aplicabilidade: Pensando na perspectiva do professor de filosofa, o livro parece

    útil justamente por conter informações que permitem uma apresentação geral de cada

    tema, por exemplo, se um professor resolve discutir com seus alunos sobre moral, ele

    poderá usar o capitulo que trata sobre Moral nas primeiras aulas em que for abordar o

    tema, utilizando o livro como panorama geral, um instrumento de apresentação

    daquele conteúdo, aplicando ao livro justamente o molde que o autor escolheu para a

    obra. Por outro lado, o livro também pode ser pensado de outra maneira, pois que não

    há no livro capítulos gerais, como Metafísica, Ética, Epistemologia, mas estes temas

    certamente estão presentes, divididos nos 12 capítulos que compõem o livro. Se a

    proposta de discussão em aula for Metafísica, por exemplo, o professor se valerá do

    capitulo que trata sobre o tempo, ou então do capitulo sobre Deus, a morte, etc.

    Poderá fazer ligações entre esses temas para dar o panorama geral não mais de um

    determinado assunto, mais sim de uma área da filosofia, permanecendo sempre com

    uma linguagem acessível.

  • 11

    Isabel Cristina Dalmoro

    1. Ficha catalográfica:

    1.1 Obra: Simplicidades Insolúveis: 39 histórias filosóficas.

    1.2 Autores: Roberto Casati e Achille Varzi.

    1.3 Companhia das Letras, 188p. São Paulo, 2005.

    2. Descrição:

    2.1 Situação comercial: Em catálogo.

    2.2 Classificação: Livro direcionado ao professor.

    2.3 Abordagem: temática.

    2.4 Outros: Não possui atividades.

    2.5 Apresentação: Dividido em oito capítulos mais o CODA, a seção conclusiva,

    Simplicidades Insolúveis traz trinta e nove histórias filosóficas, apresentadas através

    de curtos e divertidos diálogos. São histórias ficcionais que mostram como é possível

    conciliar o cotidiano com a Filosofia. Bastando para isso observar fenômenos

    corriqueiros, como as estações do ano, relação espaço-tempo, o limite entre o sono e a

    vigília, conceitos relacionados à linguagem. Tudo isso ligado ao raciocínio lógico.

    Roberto Casati é pesquisador do Instituto Jean Nicod, nas áreas de Filosofia,

    Psicologia da Percepção e Representação Espacial. Achille Varzi é professor do

    Departamento de Filosofia da Universidade Columbia em Nova York e editor do The

    Journal of Philosophy.

    2.6 Índice: As trinta e nove histórias: Um: Quarto 88- De um projeto inútil- O

    artista quando jovem- A cadeia que leva ao gol- Dois: Sonífero Zumbi SPA- Amnésia

    Parcial- Transplante de pessoa- Os sabores do sorvete- Três: O jogo da loto na

    cidade do Avesso- Os números da sorte- A desordem invisível- Quatro: Missiva do

    Vale Final sobre o tempo- Bolhinhas- Datas de nascimento- A ilha das quatro

    estações- Uma viagem cancelada- Hic sunt leones- Reflexões- Cinco: O último caso

    do presidente das Amebas- A estátua escondida- A credência despedaçada- Holter

    Monitor- Fila Treze- Trem cancelado- Os novos satélites- Seis: Ao pé da letra- O

    Dicionário Inteligente- Pictolivro para turistas- Marcas de tinta- Sete: Escolha

    obrigatória- O que quer a maioria- A regra número 1- Oito: Congratulações aos

    terceiros- Efeito placebo- Interessante!- A auto-referência se explica por si- Uma

    visita imprevisível- A torta enfeitiçada- CODA: Ácido Universal. Apêndice.

    3. Considerações acerca da obra:

    O Livro Simplicidades Insolúveis com suas 39 histórias filosóficas possui linguagem

    acessível. São histórias, de caráter ficcional, ligadas ao cotidiano das pessoas. Através

    dessas situações chega-se sempre ao paradoxo, método utilizado para investigar

    temas complexos da Filosofia. Cito a última história do livro, como exemplo

    característico de paradoxo: Ácido Universal. Um dos departamentos de uma grande

    empresa de pesquisa e desenvolvimento cria um ácido universal. Surge então o

    problema técnico em como comercializar esse ácido, tendo em vista que ele corrói

    tudo. Outro departamento cria então o invólucro universal, que por sua vez não

    corroído por nenhum produto. Situações colocadas, basta saber como resolvê-la. Eis

  • 12

    que surge o raciocínio lógico proposto pelo personagem Abelhudo, que intervém em

    várias histórias do livro, fazendo aparecer o paradoxo das situações, deixando pronto

    o tema para ser discutido.

    A partir da leitura dos contos, individuais ou em grupos, pode servir como introdução

    aos conceitos filosóficos.

  • 13

    Márcia Luísa Tomazzoni

    1. Ficha catalográfica:

    1.1 Obra: Que quer dizer tudo isto? Uma iniciação à Filosofia. Título original:

    What does it all mean?: A very short introduction to Philosophy.

    1.2 Autor: Thomas Nagel.

    1.3 Tradução: Teresa Marques.

    1.4 Revisão do texto: José Soares de Almeida.

    1.5 Revisão científica: Desidério Murcho.

    1.6 Editora Gradiva – Lisboa, Portugal. 1ª edição, 92 p., 1995.

    2. Descrição:

    2.1 Situação comercial: Consta em catálogo.

    2.2 Classificação: Direcionado para todos os públicos.

    2.3 Abordagem: Temática.

    2.4 Outros: Não possui sugestão de atividades.

    2.5 Apresentação: O livro é apresentado, em sua sobrecapa, como sendo a obra

    inaugural da Coleção Filosofia Aberta, que pretende ser uma contribuição para que a

    filosofia assuma o seu papel crítico fundamental na sociedade portuguesa e recupere

    no sistema de ensino e particularmente entre os jovens o fascínio que lhe é próprio. A

    obra apresenta uma introdução aos principais problemas filosóficos, dando ênfase ao

    exercício da capacidade crítica da razão. Nagel o faz sem mencionar nomes de

    filósofos em qualquer momento e destaca que cada um dos problemas pode ser

    entendido por si mesmo, sem referência à história do pensamento e aos escritos dos

    grandes filósofos. A ênfase na capacidade crítica é evidenciada pela forma como o

    autor conduz os textos, traçando distinções, formulando hipóteses, colocando

    objeções, levantando questões, deixando os problemas filosóficos em aberto para

    provocar e estimular o leitor a levar adiante suas reflexões. Na introdução, o autor

    defende abertamente a ideia de que a melhor forma de iniciar o estudo de filosofia é

    pensando diretamente sobre os problemas filosóficos, pois uma vez que

    compreendamos as questões envolvidas nestes problemas, estaremos melhor

    preparados para compreender e avaliar o trabalho de outras pessoas que tentaram

    solucioná-los. Thomas Nagel é professor de Filosofia e Direito na Faculdade de

    Direito da Universidade de Nova Iorque e seus trabalhos se concentram em Filosofia

    da mente, Filosofia política e Ética.

    2.6 Índice: A obra é estruturada em dez capítulos, com uma introdução seguida de

    nove capítulos que correspondem a nove problemas tipicamente filosóficos:

    1. Introdução.

    2. Como sabemos seja o que for?

    3. Outras mentes.

    4. O problema mente-corpo.

    5. O significado das palavras.

    6. Livre-arbítrio.

    7. Certo e errado.

  • 14

    8. Justiça.

    9. Morte.

    10. O sentido da vida.

    3. Comentário acerca da obra:

    A linguagem empregada é simples e a ocorrência de termos técnicos utilizados na

    filosofia são acompanhados de explicação; a abordagem dos problemas é rica em

    exemplos cotidianos, mostrando as diferentes posições que podem ser tomadas acerca

    das questões, bem como as objeções pertinentes. Deste modo, a obra propicia uma

    maior clareza e compreensão dos problemas apresentados, seja o leitor leigo ou já

    possua algum contato com a disciplina filosófica.

    No que diz respeito à sua aplicabilidade em sala de aula, os conteúdos tratados são

    alguns dos temas centrais da Filosofia, portanto, indispensáveis para o currículo da

    disciplina. Neste sentido, a obra pode ser utilizada como uma das referências para

    elaborar um plano de ensino pela via temática. Sua aplicação em sala de aula é

    adequada como uma introdução geral para apresentar os problemas filosóficos e,

    dependendo da pertinência, poderá ser ou não seguida de um aprofundamento nas

    teorias e filósofos envolvidos na discussão de cada questão.

    Ainda que não haja a indicação de atividades e exercícios, há a possibilidade de se

    trabalhar os capítulos separadamente (dado o número reduzido de páginas),

    utilizando-os para realizar trabalhos com os alunos ou simplesmente para propor uma

    discussão. Alguns capítulos são finalizados com indagações em aberto, instigando o

    leitor a levar adiante as reflexões. Pelas razões expostas, podemos dizer que a obra

    representa uma boa ferramenta para estimular o desenvolvimento da capacidade

    reflexiva e crítica nos alunos, uma vez que mostra como utilizar os instrumentos

    críticos na discussão filosófica.

  • 15

    Maria Eugênia Zanchet Bordignon

    1. Ficha catalográfica:

    1.1 Obra: Ética e Cidadania: Caminhos da Filosofia.

    1.2 Autores: Grupo de Estudos sobre o Ensino de Filosofia (Gesef) sob a

    coordenação de Sílvio Gallo.

    1.3 Editora: Papirus Editora – Campinas/SP.

    1.4 13ª edição, 2005.

    2. Descrição:

    2.1 Situação comercial: Em catálogo.

    2.2 Classificação: Livro didático direcionado ao Ensino Médio.

    2.3 Abordagem: Temática.

    2.4 Outros: Possui atividades.

    2.5 Apresentação: Através de breves historietas que relacionam-se com aconte-

    cimentos corriqueiros, a obra pretende aproximar dos alunos a Filosofia. Ela toma

    temas comuns aos jovens como um gancho para apresentação de questões e temáticas

    filosóficas, a fim de despertar o interesse do aluno na forma de um convite despojado

    para o exercício da crítica e análise de eventos que ocupam, despercebidos, o dia-a-

    dia dos jovens.

    2.6 Índice: Apresentação para quem ensina filosofia: Ensinar a Filosofar.

    Apresentação para quem estuda filosofia: A Juventude e a Filosofia.

    Unidades:

    1. A Filosofia e o Conhecimento

    2. Política e Cidadania

    3. Ideologia

    4. Alienação: (Des)Humanização do Homem no Trabalho

    5. Ética e Civilização

    6. O Corpo

    7. Sexualidade: O Nome da coisa

    8. A Liberdade

    9. Estética: Arte e a Vida Cotidiana

    10. Estética de Si

    11. Ética e Cidadania na Sociedade Tecnológica

    3. Comentário acerca da obra:

    Por ser uma obra que se propõe a ser aplicada em sala de aula, Ética e Cidadania, já

    pode ser considerada minimamente aplicável. Ela traz propostas, sugestões e atividades

    que só tendem a complementar a atividade em sala de aula – e enriquecer a obra.

    A análise do conteúdo se restringe à bem estruturada tentativa de aproximar o aluno e a

    filosofia. Para realizar tal tarefa, a obra faz uso de textos elaborados pelos professores

    com linguagem simples e de fácil entendimento acerca do panorama filosófico dos

    temas propostos. Além disso, artimanhas como o uso de ilustrações, estórias breves do

  • 16

    cotidiano comum e clara diagramação com caixas de texto em destaque, agem como

    facilitadores do contato aluno-livro didático.

    Dentro das atividades complementares, as propostas são extremamente interessantes.

    Entre elas, acho justo destacar entrevistas com professores de outras disciplinas,

    discussões acerca de filmes, letras de músicas ou poemas relacionando-os sempre com o

    que foi estudado na unidade, pesquisas de campo, elaboração de vídeos curtos a fim de

    ilustrar o tema proposto, redações de cartas, organização de júris simulados, etc.

    Finalmente, a obra pode ser facilmente aplicada aos ensinos fundamental e médio. Se

    não em forma de livro didático de uso do aluno, como um caderno – de uso do

    professor, de ideias e abordagens contextualizadas sobre assuntos cotidianos. Acredito

    que o uso desta obra apenas para ministrar as aulas de filosofia, é insuficiente para uma

    abrangente formação filosófica do aluno no ensino médio. Contudo, em termos de

    conjunturas da relação do aluno com a percepção filosófica da realidade, julgo Ética e

    Cidadania uma obra que cumpre a finalidade sob a qual foi redigida e, além de tudo,

    acerca dos temas propostos, um excelente incentivo ao desenvolvimento das

    capacidades reflexivas do aluno.

  • 17

    Mateus Rocha

    1. Ficha catalográfica:

    1.1 Obra: Aprendendo a Filosofar em 25 lições.

    1.2 Autor: Nicholas Fearn.

    1.3 Editora: Zahar, 2001.

    2. Descrição:

    2.1 Situação comercial: Em catálogo.

    2.2 Classificação: Livro de apoio ao professor.

    2.3 Abordagem: Temática.

    2.4 Outros: Não possui atividades.

    2.5 Apresentação: Cada capítulo da obra apresenta uma pequena história. Essas

    histórias demonstram como as teses que virão a ser apresentadas, no capítulo em

    questão, podem ser usadas numa situação cotidiana. Desse modo, o autor aproxima as

    teses filosóficas da realidade do leitor.

    2.6 Índice: A obra é composta de 25 capítulos e aborda 24 filósofos, sendo eles:

    Tales de Mileto, Protágoras, Zenão, Sócrates, Platão, Aristóteles, Lucrécio,

    Guilherme de Occam, Maquiavel, Francis Bacon, Descartes, David Hume, Thomas

    Reid, Jean-Jacques Rosseau, Immanuel Kant, Jeremy Bentham, Georg Hegel,

    Friedrich Nietzsche, Ludwig Wittgenstein, Karl Popper, Gilbert Ryle, Alan Turing,

    Richard Dawkins, Jacques Derrida.

    3. Comentário acerca da obra:

    O livro Aprendendo a Filosofar em 25 lições usa de uma linguagem simples e

    objetiva, os termos técnicos apresentados no livro são previamente explicados no

    mesmo, não sendo necessário conhecimento prévio dos mesmos anteriormente a

    leitura.

    Apesar de o autor não classificar o livro como um livro didático, a obra tem um

    caráter fortemente introdutório o que faz com que seus textos se encaixem nas salas

    de aula. A idéia principal do livro é trazer o pensamento do filosofo para perto das

    pessoas. Para isso o autor não se limita a explicar as teses defendidas pelos filósofos,

    mas também demonstra detalhadamente como e através de que sistema filosófico o

    filósofo chegou a essa conclusão. Esses sistemas foram chamados de ferramentas

    pelo autor. Através de pequenas histórias, fatos mundialmente famosos ou fatos

    cotidianos, o autor demonstra em que situações e como devem ser aplicadas essas

    ferramentas filosóficas.

    A obra pode ser esclarecedora para aquelas pessoas que pensam que a filosofia é algo

    transcendental ou algo difícil demais para ser compreendido.

  • 18

    Roberson Rosa dos Santos

    1. Ficha catalográfica:

    1.1 Obra: Filosofando na escola: como transformar o potencial crítico dos alunos

    em pensamento filosófico

    1.2 Autor: Ani Bustamante.

    1.3 Editora: Vozes, 103 p., 2009.

    1.4 Assunto: Ensino de Filosofia.

    1.5 ISBN: 978-85-326-3902-8

    1.6 Livro em português e em brochura.

    2. Descrição:

    2.1 Situação comercial: O livro Filosofando na escola: como transformar o

    potencial crítico dos alunos em pensamento filosófico de Ani Bustamante, encontra-

    se em catálogo. É uma obra de apoio ao professor de ensino médio.

    2.2 Classificação: A obra é indicada para profissionais que buscam formas de

    trabalhar filosofia com adolescentes. É um livro que trata das possíveis relações entre

    adolescência e filosofia.

    2.3. Abordagem: O livro apresenta a adolescência como um bom lugar de encontro

    entre o jovem e o filósofo. Ele aproxima as possíveis reflexões advindas da

    adolescência com o pensar filosófico.

    2.4. Outros: No final de cada capítulo a autora apresenta orientações e propostas para

    realização de oficinas de filosofia com adolescentes e no fim do livro uma lista de

    livros recomendados para adolescentes.

    2.5. Apresentação: O livro Filosofando na escola: como transformar o potencial

    crítico dos alunos em pensamento filosófico de Ani Bustamante é uma obra que

    propõe uma relação fundamental entre adolescência e filosofia. Neste livro a

    adolescência é vista como um “lugar” onde nos deparamos com o conflito entre o

    surgimento do novo e as antigas formas de ver a vida. A autora apresenta a atitude

    crítica e questionadora do adolescente como possível “elo” com a filosofia.

    A obra trata do pensamento adolescente através de situações do cotidiano. A autora

    apresenta exemplos de casos onde a filosofia serviu como instrumento de apoio para

    adolescentes. Neste sentido, o livro propõe ao profissional que trabalha com o ensino

    de filosofia no ensino médio que as incertezas e angústias advindas da adolescência

    podem ser uma interessante porta de entrada para o ensino de filosofia.

    2.6 Índice:

    Prefácio – O filósofo como adolescente.

    Introdução.

    O adolescente e o filósofo.

    Adolescência e Pós-modernidade.

    O pensamento e suas vicissitudes.

    A linguagem como lugar onde se constrói a identidade.

    Solidões contemporâneas.

    Angústia e limites: delineando um mapa existencial.

  • 19

    As marcas de Carolina e Gonçalo.

    Livros recomendados para adolescente.

    Bibliografia.

    3. Comentário acerca da obra:

    A proposta de aproximação entre o adolescente e o filósofo é o foco principal da obra,

    que desenvolve questões clássicas da filosofia a partir de temas do cotidiano

    adolescente. Dessa forma, parece fundamental esse tratamento diferenciado para o

    ensino de filosofia para adolescentes.

    No entanto, a proposta da autora não é claramente desenvolvida em suas sugestões de

    oficinas de filosofia. As orientações para o desenvolvimento das oficinas parecem

    superficiais e pouco consistentes em alguns capítulos.

    Na tentativa de aproximar adolescente e filósofo, a obra acaba se aproximando muito

    mais da adolescência do que da filosofia, apresentando a filosofia como simples

    instrumento ilustrativo para o desenvolvimento da adolescência. Mesmo assim,

    acredito que a obra aponta para uma questão fundamental do ensino de filosofia no

    ensino médio, que é a influência do contexto e a importância de um método adequado

    de ensino para o público adolescente.

  • 20

    Rodrigo de Ulhôa Canto Reis

    1. Ficha catalográfica:

    1.1 Obra: Metodologia Filosófica.

    1.2 Autores: Dominique Folscheid e Jean-Jacques Wunenburger.

    1.3 Tradução: Paulo Neves.

    1.4 Revisão da tradução: Eduardo Brandão.

    1.5 Editora: Martins Fontes. São Paulo, SP. 3ª edição, 394 p., 2006.

    2. Descrição:

    2.1 Situação comercial: Consta em catálogo.

    2.2 Classificação: Direcionado aos estudantes universitários e de cursos preparatórios

    a certas faculdades na França

    2.3 Abordagem: Análise e redação de textos filosóficos.

    2.4 Outros: O livro inclui exercícios e sugestões de atividade.

    2.5 Apresentação: Metodologia Filosófica pretende ser como uma teorização

    acabada de toda atividade de leitura e composição das ideias filosóficas. O objetivo

    deste livro é fazer com que o estudante iniciante adquira, por sua própria conta, os

    mecanismos e os hábitos necessários para conduzir qualquer reflexão em filosofia.

    Para tanto, o livro procura detalhar o procedimento de leitura e escrita filosófica por

    meio de exemplos de análise de alguns textos clássicos. Além disso, Metodologia

    Filosófica é um livro que possui uma série exercícios, conselhos práticos,

    observações técnicas e de cunho cultural, demonstrando, assim, uma abordagem

    ampla que procura dar conta de várias dimensões da formação do estudante.

    2.6 Índice: O livro é dividido em quatro partes:

    1. Os textos filosóficos:

    Seção I – Abordagem teórica: a leitura dos textos; a explicação de texto; a comentário

    de texto.

    Seção II – Exercícios práticos: um clássico conhecido, demasiado conhecido

    (Descartes, Discurso do Método, primeira parte); exercitar-se no discernimento

    (Descartes, Discurso do Método, quarta parte); um texto clássico, mas antigo

    (Aristóteles, Ética a Nicômaco, §§15-18); um diálogo (Platão, Teeteto, 150a-c); O

    obstáculo da transparência (Rousseau, Discurso sobre a origem da desigualdade,

    2ªparte); fichas rápidas.

    2. A dissertação filosófica:

    Seção I – Abordagem teórica: definição do exercício; a preparação de uma

    dissertação; a realização da dissertação.

    Seção II – Exercícios práticos: uma citação familiar (Não entre aqui quem não for

    geômetra!); uma definição de noção (O que é um mestre?); um problema já explícito

    (A imaginação pode ser definida como uma faculdade de antecipação?); uma questão

    implícita (O fim do Estado).

  • 21

    3. Outros exercícios:

    Seção I – Contração e síntese de textos: a contração de texto; a síntese de textos

    (Soljenitsin, J.–P. Sartre, R. Escarpit).

    Seção II – As provas orais: os textos na prova oral; a lição.

    4. Instrumentos de trabalho:

    Léxico (análise, argumentação, conceito, conclusão, crítica, dedução, definição, de-

    senvolvimento, exemplo, interpretação, introdução, noção, plano, problema/solução,

    pergunta/resposta, referência, sentido/significado, tema, tese); orientações biblio-

    gráficas (instrumentos de trabalho, textos fundamentais de história da filosofia, obras

    de aprofundamento da cultura filosófica); Índice remissivo; Índice sinóptico.

    3. Comentário acerca da obra:

    3.1 Clareza: A sistematização do conteúdo em tópicos e o detalhamento do método

    pelo qual se faz uma análise de um texto filosófico são importantes características do

    formato geral do livro que contribuem para o esclarecimento dos passos a serem

    dados no estudo da filosofia. Nota-se, além disso, uma preocupação especial com a

    identificação dos argumentos, dos exemplos, dos problemas e teses. Nesse sentido,

    tanto a maneira que o conteúdo é exposto ao longo do livro, quanto a atenção em

    relação aos argumentos, são como guias que clareiam o percurso do estudante ao

    longo da obra.

    3.2 Aplicabilidade: a tarefa de selecionar um livro que possa ter utilidade numa aula

    de Filosofia no Ensino Médio deve levar em conta as circunstâncias atuais do ensino

    desta disciplina. Por meio de uma observação das condições da filosofia no ensino

    médio pode-se perceber um problema de fundo que não diz respeito apenas a essa

    disciplina, mas também outras, a saber, a dificuldade não somente dos alunos, mas até

    mesmo dos professores, de lidar adequadamente com a leitura e a escrita, ferramentas

    sem as quais não se pode desenvolver um consistente aprendizado, sobretudo na

    filosofia. Para analisarmos um problema filosófico ou científico precisamos de uma

    leitura que vise à compreensão do problema. Se essa leitura é mal feita, a

    interpretação e compreensão do texto são prejudicadas por consequência. E se a

    argumentação apresenta erros lógicos, conceituais, ou sequer se apresenta como um

    argumento, isto é, oferece somente conclusões sem o apoio de pelo menos uma

    premissa que a justifique, então não há motivos para se considerar uma ideia, uma

    vez que ela é exposta de modo vago, arbitrário e inconsistente. A atividade da leitura,

    assim como da escrita, constituem o exercício pelo qual podemos chegar a uma

    compreensão mais próxima de um determinado problema. Metodologia Filosófica é

    um livro destinado aos estudantes de universidade e de cursos preparatórios a certas

    faculdades na França. Porém, me parece que este livro poderia ser utilizado já no

    Ensino Médio brasileiro. Mas não exatamente pelos estudantes, na verdade, porém, o

    livro poderia contribuir bastante nas mãos de um professor. Tanto em sua prática de

    sala de aula, quanto em sua própria formação filosófica. Com as diversas formulações

    sistemáticas das técnicas intelectuais mais requisitadas para o aprendizado e atividade

    filosófica, o professor do ensino médio poderia, acompanhando a exposição do livro,

    mostrar para o aluno o quanto pode ser interessante a leitura e a interpretação de uma

    obra clássica da Filosofia.