universidade federal do rio grande do norte (ufrn) eixo...

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1 A Atuação da CPA/UFRN na Autoavaliação Institucional Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Eixo Temático II – Indicadores e instrumentos de autoavaliação Francisco de Assis Medeiros da Silva (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) Renata Archanjo (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) Mariana Oliveira Cedraz (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) Resumo Este trabalho apresenta um recorte de parte das avaliações realizadas no processo de autoavaliação institucional da UFRN, executada pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) da instituição. Na UFRN, a CPA tem participado ativamente das dez dimensões da avaliação institucional, destacando-se as avaliações da docência na graduação sob a ótica do aluno, do ensino a distância, das residências profissionais em saúde, do atendimento nos ambulatórios, da qualidade de vida e saúde no trabalho do servidor, de algumas atividades de extensão e da gestão. A avaliação da docência, tanto a presencial quanto a distância é feita semestralmente em todas as turmas, on-line, no momento da matrícula. Nessa avaliação consta a atuação didática e postura profissional do professor, a autoavaliação do aluno, a autoavaliação do professor, a turma sob a ótica do professor e a infraestrutura disponível para o ensino. O resultado – que tem posicionado a maioria dos docentes entre bons e excelentes – é disponibilizado para cada professor, chefes de departamento e diretores de centro no início do período letivo seguinte. Além disso, é feita uma análise geral anual, que é apresentada num fórum formado pelos representantes de toda a comunidade universitária: pró-reitores, membros dos Colegiados Superiores e da CPA, diretores de Centro, chefes de Departamento, Coordenadores de curso e representantes dos alunos. Na extensão, a avaliação está em execução, por meio de questionários preenchidos por coordenadores de projetos e bolsistas e sob a ótica do público alvo de um dos principais programas, “Trilhas Potiguares”, realizado em diversos municípios do RN. Os resultados iniciais mostram os benefícios para os municípios participantes. A gestão é avaliada a cada dois anos, tendo a última mostrado uma aprovação de mais de 70% de alunos, servidores docentes e servidores técnico-administrativos. O impacto da ação da UFRN no interior do estado, sob a ótica da população da região beneficiada, obteve ótimos resultados. A avaliação das residências em saúde, segundo residentes e preceptores, detalha a atuação da UFRN nessa área, assim como uma pesquisa realizada sobre o atendimento nos ambulatórios dos hospitais da UFRN, onde a maioria se diz satisfeita com o serviço prestado. Da mesma forma, uma avaliação da Qualidade de Vida e Saúde do Servidor, que ensejou a criação do programa Viver em Harmonia, implantado na UFRN e direcionado para todos os servidores. Palavras-chave: Avaliação da docência na UFRN, Autoavaliação da UFRN

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A Atuação da CPA/UFRN na Autoavaliação Institucional

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Eixo Temático II – Indicadores e instrumentos de autoavaliação

Francisco de Assis Medeiros da Silva (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

Renata Archanjo (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

Mariana Oliveira Cedraz (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

Resumo

Este trabalho apresenta um recorte de parte das avaliações realizadas no processo de autoavaliação institucional da UFRN, executada pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) da instituição. Na UFRN, a CPA tem participado ativamente das dez dimensões da avaliação institucional, destacando-se as avaliações da docência na graduação sob a ótica do aluno, do ensino a distância, das residências profissionais em saúde, do atendimento nos ambulatórios, da qualidade de vida e saúde no trabalho do servidor, de algumas atividades de extensão e da gestão. A avaliação da docência, tanto a presencial quanto a distância é feita semestralmente em todas as turmas, on-line, no momento da matrícula. Nessa avaliação consta a atuação didática e postura profissional do professor, a autoavaliação do aluno, a autoavaliação do professor, a turma sob a ótica do professor e a infraestrutura disponível para o ensino. O resultado – que tem posicionado a maioria dos docentes entre bons e excelentes – é disponibilizado para cada professor, chefes de departamento e diretores de centro no início do período letivo seguinte. Além disso, é feita uma análise geral anual, que é apresentada num fórum formado pelos representantes de toda a comunidade universitária: pró-reitores, membros dos Colegiados Superiores e da CPA, diretores de Centro, chefes de Departamento, Coordenadores de curso e representantes dos alunos. Na extensão, a avaliação está em execução, por meio de questionários preenchidos por coordenadores de projetos e bolsistas e sob a ótica do público alvo de um dos principais programas, “Trilhas Potiguares”, realizado em diversos municípios do RN. Os resultados iniciais mostram os benefícios para os municípios participantes. A gestão é avaliada a cada dois anos, tendo a última mostrado uma aprovação de mais de 70% de alunos, servidores docentes e servidores técnico-administrativos. O impacto da ação da UFRN no interior do estado, sob a ótica da população da região beneficiada, obteve ótimos resultados. A avaliação das residências em saúde, segundo residentes e preceptores, detalha a atuação da UFRN nessa área, assim como uma pesquisa realizada sobre o atendimento nos ambulatórios dos hospitais da UFRN, onde a maioria se diz satisfeita com o serviço prestado. Da mesma forma, uma avaliação da Qualidade de Vida e Saúde do Servidor, que ensejou a criação do programa Viver em Harmonia, implantado na UFRN e direcionado para todos os servidores.

Palavras-chave:

Avaliação da docência na UFRN, Autoavaliação da UFRN

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INTRODUÇÃO

O ato de avaliar é uma prática que todo ser humano executa ao longo de sua vida. Sob diferentes formas, emitimos opiniões, juízos de valor, apreciações, em tudo e para tudo. Contamos, medimos, classificamos, categorizamos o que fazemos, o que sentimos, o que fazem os outros e o que sentem os outros. Avaliamos qualitativamente e quantitativamente nossas ações, comportamentos, sentimentos, com o nobre objetivo (na maioria das vezes) de conhecer para melhorar, cada vez mais. É próprio do ser humano e é verdade, quase sempre, quando nos referimos ao outro. Em um nível mais elaborado, o ser humano não somente avalia o que lhe é externo, mas avalia o que vem de si e com isso passa a ser capaz de assumir processos internos de mudança, cujos impactos podem ir bem além de seu mundo interior. Essas avaliações nos conferem parâmetros para o passo seguinte.

No mundo do trabalho, não se concebe avanço sem avaliação. No mundo da educação, tampouco. Afinal, se o processo educativo se dá em um continuum, para saber como, em que medida e de que forma virá o passo seguinte, é preciso ter os parâmetros certos para conseguir a necessária informação. A avaliação serve a esse objetivo.

Para além da avaliação da aprendizagem, objetivo por excelência do processo de ensino, a gestão da atividade educacional necessita, igualmente, de avaliação rigorosa e contínua para que possa conhecer seu universo, traçar metas, planejar ações e acompanhar a prática com o objetivo de melhorar e avançar em qualidade. Circunscrevendo o universo desta pesquisa em particular, vamos nos centrar nos processos de avaliação do sistema de educação superior no Brasil, o qual ensaia suas primeiras experiências a partir dos anos 70. Cursos e programas de pós-graduação têm seus processos de avaliação implementados em 1976 pela CAPES1; o Programa de Avaliação da Reforma Universitária (PARU) surge em 1983; o Grupo Executivo para a Reforma da Educação Superior (GERES) é criado em 1985 e o Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB) implementado em 1993 (SINAES, 2007).

Este último programa, concebido a partir de uma proposta de avaliação institucional da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – ANDIFES, enriquecida por consultas institucionais junto às universidades brasileiras, apresentou-se como uma proposta política de avaliação formativa, promotora de reflexão crítica e ancorada nos estudos da própria comunidade acadêmica de referência. Em sua metodologia, o PAIUB defendia a autoavaliação como mecanismo legítimo de conhecimento da realidade das instituições (TRINDADE, 1996). Inicialmente, um programa de adesão voluntária, o PAIUB perdeu força e articulação em âmbito nacional um ano depois de sua implementação. Mesmo com a mudança da política de avaliação do MEC, a partir de 1995, quando foi instituído o Exame Nacional de Cursos e a Avaliação das Condições de Oferta dos cursos, a UFRN, assim como algumas poucas IFES2 no país, decidiram manter seu programa de avaliação institucional nos moldes delineados pelo PAIUB.

Considerando a avaliação institucional uma atividade estratégica para a melhoria de sua qualidade acadêmica, a UFRN dá continuidade ao trabalho de avaliação assumindo a atividade como necessária para o planejamento de suas ações e implementação de suas políticas. Em 2004, quando, em nível nacional, o Ministério da

1 CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 2 IFES – Instituições Federais de Ensino Superior

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Educação lança o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior – SINAES, promulgado pela Lei Federal Nº 10.861, de 14 de abril de 2004, posteriormente regulamentada pela Portaria MEC Nº 2.051, de 09 de julho de 2004, exigindo a adequação das instituições de ensino superior no Brasil a seu sistema avaliativo, na UFRN essa prática já se encontrava integrada à agenda da instituição. A implementação do SINAES acontece de forma tranquila e a Comissão de Avaliação Institucional, que vinha desenvolvendo o trabalho de autoavaliação nas diversas esferas acadêmica e administrativa da UFRN, é formalmente transformada em Comissão Própria de Avaliação – CPA, atendendo às determinações da Lei.

Neste trabalho, vamos apresentar um recorte de algumas das avaliações internas realizadas na UFRN pela CPA, nos últimos cinco anos, apresentando a metodologia de trabalho adotada, com o objetivo de discutir, do ponto de vista metodológico, os desafios e a complexidade do trabalho de autoavaliação para garantir, por um lado, o atendimento das dez dimensões determinadas pela Lei do SINAES e, por outro lado, para abarcar a diversidade e a complexidade de instituições de ensino do porte da UFRN, cujos números (de cursos, alunos, pessoal, pesquisa, extensão, acordos, convênios, infraestrutura, e outros) não param de crescer. O PROJETO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA UFRN

Uma vez constituída, a CPA elabora o projeto de autoavaliação da Instituição, considerando as dez dimensões avaliativas constantes no Art.3º da Lei Nº 10.861 (SINAES). O projeto é posteriormente aprovado pela Resolução Nº 079/2004, do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONSEPE da UFRN.

Tendo em vista seus princípios e objetivos, o projeto de autoavaliação da UFRN caracteriza-se por:

a) Ser uma atividade intrínseca ao processo de planejamento; b) Ser um processo contínuo, geral, específico, que busca integrar ações; c) Fazer a crítica de suas ações e dos resultados obtidos; d) Procurar conhecer e registrar as limitações e possibilidades do trabalho avaliado; e) Ser democrático, apresentando, a priori, os aspectos a serem avaliados e

envolvendo a participação de sujeitos; f) Ser transparente quanto aos seus fundamentos, seu enfoque e, principalmente, no

que se refere à utilização dos seus resultados (RIO GRANDE DO NORTE, 2004, p.17). Esses objetivos demonstram uma concepção de avaliação institucional que, de

forma democrática e transparente, promove a reflexão crítica acerca das práticas da instituição, na busca constante e contínua pela melhoria da qualidade das ações que desenvolve, seja no campo acadêmico, administrativo ou no campo político. A base dessa concepção assenta-se no princípio maior de que a avaliação institucional é um veículo que “ajuda a elaborar e tomar decisões” (DIAS SOBRINHO, 1996). Princípios Teórico-metodológicos

Três grandes princípios teórico-metodológicos nortearam a concepção deste

projeto de autoavaliação: o princípio da globalidade, que envolve todas as dimensões da instituição; o princípio da legitimidade, que significa o reconhecimento da pertinência da avaliação por parte da comunidade universitária; e o princípio do respeito à diversidade, que democratiza instrumentos, informações e amplia o diálogo, visando a troca de saberes e de alternativas para o aperfeiçoamento institucional.

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Consoante esses princípios norteadores e buscando eficácia e efetividade no atendimento às determinações de avaliação periódica das dez dimensões do SINAES, foi estabelecido nos termos do projeto que, para cada uma das dimensões a ser avaliada, seria criada uma subcomissão com a participação de um ou mais membros efetivos da CPA e composta por representantes docentes, discentes e técnico-administrativos envolvidos na matéria em questão, nomeados por portaria do/a reitor/a. Os componentes se integrariam ao trabalho da subcomissão por tempo determinado, segundo previsão de duração da referida avaliação. Assim sendo, cada uma dessas subcomissões, à luz das diretrizes do SINAES e seguindo as orientações do Projeto de Avaliação da UFRN, planeja a sua avaliação, adotando a investigação participativa como fio condutor para o desenvolvimento dos trabalhos.

O reconhecimento da pertinência da autoavaliação no âmbito institucional se dá, particularmente, no esforço empreendido pela CPA e subcomissões, conduzindo os trabalhos de forma participativa, tanto na sua organização interna, incluindo professores, alunos e pessoal técnico-administrativo, quanto pelo envolvimento da comunidade universitária no desenvolvimento do processo (elaboração, preenchimento de questionários e discussão dos resultados nos fóruns acadêmicos, visando à superação de fragilidades e aperfeiçoamento da qualidade institucional). Após os resultados das avaliações, os encaminhamentos são feitos aos respectivos setores e à Pro-Reitoria de Planejamento para análise das sugestões e, posteriormente, à Administração Central para tomada de medidas específicas em cada situação.

A sistematização das autoavaliações nas dez dimensões definidas pelo SINAES, culmina com a elaboração de relatórios parciais, tendo como foco central a consolidação da autoavaliação, cujo relatório final tem como referências o Projeto de Autoavaliação da UFRN, aprovado pelo CONSEPE e a concepção e as orientações do SINAES. São também incorporadas as informações das dimensões avaliadas, consubstanciadas nos relatórios parciais. Após a conclusão do relatório final são realizadas ações, já mencionadas neste relatório tais quais: apresentação do processo de auto-avaliação e seus resultados à comunidade universitária; divulgação dos resultados da auto-avaliação da UFRN à sociedade em geral; discussão e aprovação das proposições de políticas institucionais e medidas para aperfeiçoamento do Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI.

Em síntese, a metodologia adotada na autoavaliação da UFRN, conforme preconiza o SINAES, busca, em seu desenvolvimento, atingir todos os segmentos, formados por alunos, servidores docentes e servidores técnico-administrativos, de forma global e integrada, caracterizando-se, ainda, como um processo de apreensão do conhecimento, diálogo entre saberes e atores e de intervenção na realidade. RECORTES DE AVALIAÇÕES QUE INTEGRAM A AUTOAVALIAÇÃO

Nos últimos cinco anos, a CPA acumulou um banco de dados proveniente de avaliações que integram a autoavaliação da UFRN, as quais possibilitam apresentar um panorama bastante fiel da instituição. Os tópicos, a seguir, são recortes de algumas dessas avaliações, considerando o momento atual, no qual o Instrumento de Avaliação Institucional Externa acaba de ser revisto e modificado pelo CONAES / INEP / DAES, apresentando uma reorganização das dez dimensões do SINAES nos cinco eixos a seguir: Planejamento e Avaliação Institucional; Desenvolvimento Institucional; Políticas Acadêmicas; Políticas de Gestão; e Infraestrutura. As avaliações exemplificadas a seguir contemplam alguns desses eixos.

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A docência no ensino presencial A avaliação da docência ocorre ao final de cada período letivo, utilizando o Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA), estendendo-se até o último dia da rematrícula referente ao semestre seguinte, contemplando a atuação didática e postura profissional do professor sob a ótica do aluno, a autoavaliação do aluno e do professor, a turma, sob a ótica do professor e a infraestrutura da UFRN para o ensino de graduação. Os resultados são disponibilizados para consultas on-line, onde cada professor vê apenas seus dados em detalhes, os chefes de departamento e diretores de centro veem os dos seus docentes e os alunos têm acesso à média geral de cada docente. A cada ano é feito um relatório disponibilazado na página da UFRN, podendo ser visualizado por toda a comunidade. Um resumo dessa avaliação é apresentada no gráfico 01, onde podemos observar a grande concentração de notas excelentes – entre 9 e 10 – atribuídas pelos alunos aos docentes na sua atuação didática e postura profissional em 2012, enquanto no gráfico 02 vemos que todos os itens do instrumento de avaliação mostram médias crescentes atribuídas pelos alunos aos professores no período de 2009 a 2012.

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Gráfico 1 – Atuação didática e postura profissional do professor, segundo o aluno, em 2012 (Percentual do número de notas)

Legenda: 1.1 - Comparecimento às aulas; 1.2 - Cumprimento do horário das aulas do início ao fim; 1.3 - Cumprimento do programa da disciplina; 1.4 - Clareza na apresentação do conteúdo; 1.5 - Utilização de metodologias que facilitem o aprendizado; 1.6 - Incentivo à participação dos alunos nas aulas; 1.7 - Coerência entre o nível exigência nas avaliações e o conteúdo dado; 1.8 - Disponibilidade para atender aos alunos fora do horário das aulas; 1.9 - Disponibilidade para tirar dúvidas dos alunos durante as aulas

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Gráfico 2 – Evolução das médias atribuídas pelos alunos à atuação didática e postura profissional do professor, período 2009-12

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A infraestrutura da graduação presencial

Alunos e professores são questionados sobre a infraestrutura dos setores de aula, na pesquisa para avaliação da gestão, tendo 52,6% dos professores e 60,3% dos alunos considerando-a ótima/boa, conforme mostra o gráfico 3. No instrumento de avaliação da docência são apresentados cinco itens para melhoria da infraestrutura de ensino, conforme se visualiza no gráfico 4. Os resultados apresentados referem-se ao período de 2009 a 2012, onde observamos que a prioridade dos professores é por melhoria das salas de aula, enquanto os alunos optam por ampliação do acervo da biblioteca.

Gráfico 3 – Infraestrutura dos setores de aula, segundo docentes e discentes

Gráfico 4 – Prioridade para melhorias na infraestrutura ligada ao ensino de graduação, segundo docentes e discentes da UFRN (%)

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Atuação do Centro Regional de Ensino Superior do Seridó (CERES)

Na pesquisa realizada com o objetivo de nortear ações no interior do estado, a UFRN pretendia obter informações por meio de três questões básica: o que a UFRN trouxe de benefícios para a região do Seridó, o que a UFRN traz de benefícios e o que ela ainda pode trazer. O recorte limitou-se à primeira pergunta, cuja resposta dá conta de uma população extremamente satisfeita com as ações da UFRN na região. Especificamente, por oferecer cursos de Licenciatura em Matemática e Pedagogia, o maior benefício apontado pela população foi para a Educação Infantil e o ensino fundamental e médio da região, como mostra o gráfico 5. Gráfico 5 - Principal benefício que o CERES trouxe para a região do Seridó, segundo a população da região – (%)

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O ensino a distância No ensino a distância o aluno avalia o tutor presencial, o tutor a distância, o professor, a infraestrutura do polo, o ambiente virtual, o material didático disponibilizado para cada disciplina e se autoavalia, também utilizando o SIGAA3. Da mesma forma, os professores e tutores também avaliam e se autoavaliam, embora a avaliação dos tutores ainda esteja em processo de implantação. Uma amostra do resultado é visualizada no gráfico 6, que apresenta uma análise geral feita pelos alunos, em 2011, onde vemos um destaque na média da postura profissional dos tutores presenciais e uma certa preocupação com resultado obtido pela infraestrutura do polo que obteve a menor média, segundo os alunos.

Gráfico 6 – Médias das notas atribuídas pelos alunos aos principais componentes do

Ensino a Distância da UFRN, no Rio Grande do Norte, em 2011

3 SIGAA – Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas

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A pesquisa

A avaliação da pesquisa é realizada pelos bolsistas e alunos envolvidos e especialmente pelos líderes de grupos de pesquisa, também por meio do SIGAA, sendo os instrumentos preenchidos por quase todos os envolvidos, num período de aproximadamente três meses. As avaliações são feitas sem uma periodicidade fixa, podendo ser de dois ou três anos entre uma e outra avaliação. Alguns resultados, sob a ótica dos líderes de grupo, são visualizados nos gráficos 7, 8, 9 e 10, onde podemos observar que o nível de satisfação é baixo. Esses destaques são articulação entre a pesquisa ensino e extensão” (28,8% de satisfação); incentivo à publicação de trabalhos científicos (33,5%); relação entre a pesquisa e o ensino de pós-graduação (12,8%); e valorização do pesquisador no âmbito da UFRN (21,3%). Gráfico 7 – Articulação entre a pesquisa, ensino e extensão, segundo líderes de grupos de pesquisa

Gráfico 8 – Incentivo à publicação de trabalhos científicos, segundo líderes de grupos de pesquisa

Gráfico 9 – Relação entre a pesquisa e o ensino de pós-graduação da UFRN, segundo líderes de grupos de pesquisa

Gráfico 10 – Valorização do pesquisador no âmbito da UFRN, segundo líderes de grupos de pesquisa

Legenda: 1 – Totalmente satisfatório 2 – Satisfatório

3 – Não conhece ou tem dúvidas 4 – Insatisfatório 5 – Totalmente insatisfatório

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Residências multiprofissionais em saúde

A avaliação das residências em saúde foi um trabalho bastante difícil, pois envolvia residências multiprofissionais e a prática era realizada nos quatro hospitais da UFRN e hospitais do estado. O gráfico 11 mostra que a infraestrutura não está consolidada como a ideal, haja vista a quantidade de itens avaliados com médias muito baixas como condições de repouso durante o plantão, alojamento para repouso, salas para estudo individual, laboratório de habilidades, salas para estudo em grupo, biblioteca especializada e instrumental médico. Gráfico 11 - Média das notas atribuídas pelos residentes à infraestrutura disponível para o exercício das atividades do programa de residências em saúde na UFRN, em 2012

7,0

6,9

6,2

5,0

5,5

4,9

5,1

7,8

7,4

7,5

4,4

4,3

Ambiente para aulas, estudos e discussões

Recursos tecnológicos

Instrumental médico

Laboratório de habilidades

Biblioteca especializada na área da saúde

Salas para estudo individual na biblioteca

Salas para estudo em grupo na biblioteca

Acesso à internet

Facilidade de acesso a biblioteca virtual

Acesso ao portal da CAPES

Alojamento para repouso

Condições de repouso durante o plantão

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Qualidade do atendimento nos ambulatórios dos hospitais da UFRN

Com o objetivo de mensurar o nível de satisfação com o atendimento e demais itens relacionados à prestação do serviço ambulatorial realizado por alunos da UFRN, devidamente orientados pelos professores, a CPA também coordenou uma pesquisa nesse sentido, por meio de uma pesquisa com os pacientes. Os resultados foram muito gratificantes, pois mostra que mais de 85% estão satisfeitos com o atendimento e com quem os atendeu, embora nem todos demonstrem plena satisfação com a limpeza e higiene, conforto e comodidade e aparência geral dos ambulatórios, conforme observamos no gráfico 12. Gráfico 12 – Nível de satisfação dos pacientes com o atendimento nos ambulatórios dos hospitais da UFRN – (%)

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Extensão

A Extensão está em processo de avaliação, de duas formas: uma, contando com a participação dos alunos bolsistas – voluntários ou não – e dos coordenadores de cada ação, que atuaram em 2012, consistindo no preenchimento de um instrumento disponibilizado no SIGAA e que no momento está em processo de análise. A outra forma, é por meio da avaliação realizada com o público-alvo do maior programa de Extensão da UFRN, o “Trilhas Potiguares”, que atua no período das férias escolares em vários municípios do Rio Grande do Norte, atuando em diversas áreas e levando conhecimento e experiência para a população. O gráfico 13 mostra o quanto a população está satisfeita com as ações desenvolvidas. Gráfico 13 – Avaliação dos benefícios que as ações do Programa de Extensão “TRILHAS POTIGUARES” trouxeram para os municípios participantes, sob a ótica do público alvo, segundo as áreas contempladas pela ação

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Gestão

Para o planejamento e o estabelecimento de políticas, uma avaliação da gestão é feita periodicamente, de forma presencial, por amostragem, envolvendo alunos, servidores docentes e servidores técnico-administrativos. A última, realizada em 2010, demonstra um elevado nível de aceitação nos três segmentos pesquisados, com destaque para professores, com 94,4% de aceitação, conforme se visualiza no Gráfico 14. Por outro lado, o gráfico 15 mostra que a segurança na UFRN é uma séria fragilidade, o que ensejou a realização de uma pesquisa (em fase de planejamento) para detectar causas das fragilidades e propor medidas para a superação das mesmas. Gráfico 14 - Avaliação geral da gestão da UFRN por alunos, servidores docentes e servidores técnico-administrativos, em 2010

Gráfico 15 - Avaliação da segurança no Campus por alunos, servidores docentes e servidores técnico-administrativos, em 2010

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Instrumento de avaliação do desempenho dos servidores técnico-administrativos

O principal objetivo dessa avaliação foi precisar o quanto o instrumento de avaliação estava realmente sendo útil para a finalidade para a qual foi criado e se os resultados estavam proporcionando alguma melhoria no trabalho desenvolvido em cada setor. O resultado mais expressivo obtido em cada questionamento foi que poucos conheciam os resultados e em quase nada estava melhorando o desempenho, conforme mostra o gráfico 16.

Gráfico 16 – O resultado prático do processo de avaliação de desempenho dos servidores técnico-administrativos possibilitou alguma melhoria do trabalho no seu setor? (%)

9 ,7

2 9 ,0

2 4 ,2

3 7 ,1

N a m a i o r ia d a s v e z e s

À s v e z e s N u n c a N ã o c o n h e ç o o r e s u lta d o

Qualidade de vida e saúde no trabalho

A pesquisa sobre qualidade de vida e saúde no trabalho tinha como principal objetivo verificar até que ponto o servidor estava satisfeito com a sua qualidade de vida e o que a UFRN poderia fazer em seu benefício nesse sentido. Um dos questionamentos, visualizado no gráfico 17 mostra que uma grande parcela dos servidores afirma ter uma boa qualidade de vida em seu trabalho. Outra parcela não se mostra tão convicta a esse respeito.

Gráfico 17 - O quanto o servidor concorda que tem qualidade de vida e saúde no seu trabalho (%)

19,8

45,0

23,9

7,8

3,3

0,2

Concorda totalmente

Concorda parcialmente

Indiferente Discorda parcialmente

Discorda totalmente

NA

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Assumir um compromisso com a autoavaliação implica no desenvolvimento de uma cultura de avaliação. Essa cultura é algo que se conquista e não se impõe. Leva tempo e se faz com a adesão responsável de cada ator participante do processo, desde as mais altas esferas administrativas da instituição até seu mais desconhecido colaborador. É uma construção à qual estamos nos dedicando, na UFRN, há vários anos, por meio de diversas ações.

Cabe destacar neste contexto a transparência das ações conduzidas pela CPA que em seu portal público4 disponibiliza todas as informações sobre as avaliações realizadas e em curso, bem como relatórios, resultados e medidas tomadas. Ademais, consoante o que se encontra registrado no projeto de Autoavaliação da UFRN (2006), bem como nas resoluções que regulamentam a atividade na instituição, os resultados das avaliações são apresentados e discutidos em fóruns gerais e específicos. Nessas ocasiões, os encaminhamentos feitos, com críticas, sugestões ou elogios são sempre reavaliados no âmbito interno da comissão para orientar a continuidade do trabalho. A avaliação institucional, como qualquer atividade desenvolvida por sujeitos para sujeitos, é uma construção social carregada de valores (ARCHANJO, 2013). Sendo institucional, os valores em jogo são tanto aqueles dos indivíduos que integram a comunidade, quanto os da própria instituição como entidade. Ambos devem ser respeitados e levados em consideração naquilo que têm de particular e de global. A avaliação institucional deve buscar a qualidade. Mas, para além da qualidade medida e atestada por indicadores quantitativos, a qualidade deve ser promotora de transformação em busca da instituição que se quer ter, do ensino que se quer oferecer, do trabalho que se quer desenvolver, da identidade que se quer assumir. A avaliação institucional deve ser formadora. E como todo processo de formação deve ser contínua. Deve conhecer o passado e não condená-lo, agir no presente de forma ética e responsável para buscar construir, para o futuro, a qualidade que buscamos no presente.

4 http://www.avaliacao.ufrn.br/

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARCHANJO, Renata. A Avaliação da Docência na Universidade Federal do Rio Grande Do Norte (UFRN): 8 anos depois. Docência Universitária: Lições da Experiência. Coleção Pedagógica. Natal: EDUFRN, 2013. DIAS SOBRINHO, José. Avaliação institucional: marcos teóricos e políticos. Avaliação (Campinas) [online]. 1996, vol.01, n.01, pp. 15-24. ISSN 1414-4077. Disponível em http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-40771996000100003&lng=pt&nrm=iso Acesso em 30 jun. 2012. ENGERS, M.E.A. & MOROSINI, M.C. (Orgs.). Pedagogia Universitária e Aprendizagem. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007. 153-165. ISAIA, Silvia Maria de Aguiar. Aprendizagem docente como articuladora da formação e do desenvolvimento profissional dos professores da educação superior. In: SINAES – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior: da concepção à regulamentação. 4ª ed., ampliada. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira- Inep, 2007. 224 p. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Plano de Desenvolvimento Institucional: 2010-2019. Natal, RN: EDUFRN, 2010. 92 p. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Novas Conquistas: Plano de Gestão 2011-2015. Natal, RN: EDUFRN, 2012. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Resolução Nº131/2008 – CONSEPE. TRINDADE, Hélgio. A avaliação institucional das universidades federais: resistência e construção. Avaliação (Campinas) [online]. 1996, vol.01, n.01, pp. 09-14. ISSN 1414-4077. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Comissão Própria de Avaliação. Projeto de Autoavaliação da UFRN. Natal, RN: EDUFRN, 2006. 77 p.