universidade federal do rio grande do norte … · sobre a origem da energia eólica, bem como...

50
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA GERALDO ALVES DE SOUSA JÚNIOR ENERGIA RENOVÁVEL: O POTENCIAL EÓLICO COMO ALTERNATIVA NA MATRIZ ENERGÉTICA NO RIO GRANDE DO NORTE. NATAL (RN) 2015

Upload: lamthuan

Post on 14-Dec-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

GERALDO ALVES DE SOUSA JÚNIOR

ENERGIA RENOVÁVEL: O POTENCIAL EÓLICO COMO ALTERNATIVA NA

MATRIZ ENERGÉTICA NO RIO GRANDE DO NORTE.

NATAL (RN)

2015

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Sousa Júnior, Geraldo Alves de.

Energia renovável: o potencial eólico como alternativa na matriz energética no Rio

Grande do Norte / Geraldo Alves de Sousa Júnior. - Natal, RN, 2014.

47 f.

Orientador: Prof. Dr. Zivanilson Silva.

Monografia (Graduação em Economia) - Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Economia. Curso de

Graduação em Ciências Econômicas.

1. Economia - Monografia. 2. Energia Eólica – Brasil (RN) - Monografia. 3.

Energia renovável – Aspecto econômico – Monografia. I. Silva, Zivanilson. II.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/BS/CCSA CDU 330.35:621.548

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

GERALDO ALVES DE SOUSA JÚNIOR

ENERGIA RENOVÁVEL: O POTENCIAL EÓLICO COMO ALTERNATIVA NA

MATRIZ ENERGÉTICA NO RIO GRANDE DO NORTE.

Monografia apresentada ao Departamento de Economia da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(DEPEC/UFRN) como parte dos requisitos para obtenção

do título de Bacharel em Ciências Econômicas.

Orientador: Prof. Doutor Zivanilson Teixeira e Silva

NATAL (RN)

2015

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

GERALDO ALVES DE SOUSA JÚNIOR

ENERGIA RENOVÁVEL: O POTENCIAL EÓLICO COMO ALTERNATIVA NA

MATRIZ ENERGÉTICA NO RIO GRANDE DO NORTE

Monografia apresentada ao DEPEC/UFRN como parte dos requisitos para obtenção do titulo

de Bacharel em Ciências Econômicas.

Aprovada em: _____/______/_______

______________________________________

Professor Doutor Zivanilson Teixeira e Silva

Orientador/DEPEC UFRN

_______________________________________

MSc. Francisco de Assis Pedroza

Examinador Externo

NATAL (RN)

2015

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

DEDICATÓRIA

A todos aqueles que de algum modo contribuíram para que eu obtivesse êxito nesta tão

demorada e sofrida graduação; agradeço a Deus pela presença em minha vida, a minha esposa

e filhos e aos meus pais, pelos esforços sem precedentes na minha formação pessoal; aos

professores que direta ou indiretamente me ajudaram a concluir este curso.

Ao meu orientador Professor Dr. Zivanilson Silva, pela oportunidade de crescimento e pela

dedicação e competência com que orientou este trabalho.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por proporcionar a minha existência e permitir este valioso momento,

que muitos gostariam de passar, mas que por falta de condições, não tiveram essa

oportunidade.

Aos professores desta Universidade, que com grande capacidade, profissionalismo e

dedicação que estes possuem, me proporcionaram a aquisição de novos conhecimentos, que

terão grande valia em minha vida pessoal e profissional.

Aos meus familiares que nunca deixaram de me apoiar nos momentos mais difíceis na

elaboração e escrita desta monografia de conclusão de curso.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Funcionamento de um moinho de vento persa ............................................................ 18

Figura 2 - Principais marcos do desenvolvimento da Energia Eólica - Século XI ao XIX ................ 19

Figura 3 – Atlas do Potencial Eólico Brasileiro .......................................................................... 25

Figura 4 – Energia Eólica no Brasil .......................................................................................... 25

Figura 5 – Potencial Eólico da Região Nordeste ......................................................................... 26

Figura 6 – Como funciona a energia eólica ................................................................................ 28

Figura 7 – Funcionamento Técnico de Turbina Eólica ................................................................. 29

Figura 8 - Potencial Eólico Nordeste ......................................................................................... 29

Figura 9 – Turbina Energia Eólica ............................................................................................ 31

Figura 10 –Estrutura de custos de uma central eólica .................................................................. 33

Figura 11 - Aerogerador .......................................................................................................... 34

Figura 12 – Perfil eletro energético na América Latina ................................................................ 35

Figura 13 – Potencial eólico na América Latina ......................................................................... 35

Figura 14 – Revolução Energética ............................................................................................ 38

Figura 15 – Plano de expansão ................................................................................................. 39

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição da área de cada continente segundo a velocidade média do vento ................ 30

Tabela 2 - Usinas Eólicas em Operação ..................................................................................... 36

Tabela 3 - Usinas Eólicas em Fase de Construção ....................................................................... 36

Tabela 4 - Empreendimentos em Operação ................................................................................ 37

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

RESUMO

O objetivo do presente trabalho é discutir a utilização da energia eólica como uma nova

alternativa energética viável no estado do Rio Grande do Norte. Na atualidade, as principais

fontes de energia utilizadas no Brasil e no mundo continuam sendo as que provêm de recursos

fósseis não renováveis. Após a crise energética no final dos anos 1990, o país implementou

políticas de investimentos em pesquisas e desenvolvimento de novas fontes de geração de

energia, com a finalidade de modificar a matriz energética brasileira. Nesse contexto, foram

investidos recursos direcionados para diversas fontes energéticas renováveis, tais como a

energia fotovoltaica, hidráulica e a eólica. Pesquisas mostraram que o Nordeste é um campo

fértil para a produção de energia eólica, cujos complexos vêm se expandindo na região. No

Rio Grande do Norte, os municípios de João Câmara, Parazinho e Pedra Grande, localizados

na região do Mato Grande, apresentam um grande potencial para a implementação da energia

eólica, como uma fonte alternativa no processo de geração de energia elétrica no estado do

Rio Grande do Norte.

Palavras chaves: Energias Renováveis. Energia Eólica. Rio Grande do Norte.

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

ABSTRACT

The purpose of this paper is to discuss the use of wind energy as a viable new alternative

energy in the state of Rio Grande do Norte. Currently, the main sources of energy used in

Brazil and in the world are still those from non-renewable fossil resources. After the energy

crisis in the late 1990s, the country has implemented investment policies in research and

development of new sources of power generation, in order to modify the Brazilian energy

matrix. In this context, investments earmarked funds for various renewable energy sources

such as photovoltaics, hydro and wind. Research has shown that the Northeast is fertile

ground for wind energy production, whose complex are expanding in the region. In Rio

Grande do Norte, the João Câmara of municipalities, Parazinho and Pedra Grande, located in

the Mato Grande region, show great potential for the implementation of wind power as an

alternative source in the electricity generation process in Rio state Grande do Norte.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

SUMÁRIO

CAPÍTULO I _______________________________________________________ 12

1.1. INTRODUÇÃO ___________________________________________________ 12

CAPÍTULO II ______________________________________________________ 15

A ORIGEM DA ENERGIA EÓLICA E A TEORIA DO DECRESCIMENTO ________ 15

2.1 - Desafio do Decrescimento: a Energia Eólica seria uma espécie de decrescimento? ___ 15

2.2 – Origem Histórica da Energia Eólica _____________________________________ 17

CAPÍTULO III _____________________________________________________ 20

A IMPLEMENTAÇÃO DE COMPLEXOS EÓLICOS NO BRASIL _______________ 20

3.1. Energias Renováveis e Não Renováveis ____________________________________ 21

3.2. Energias Eólicas no Brasil e Nordeste _____________________________________ 22

3.3. Potencial Eólico no Brasil ______________________________________________ 24

3.4. Potencial Eólico no Nordeste ____________________________________________ 26

3.5. Energia Eólica e Meio Ambiente _________________________________________ 26

CAPÍTULO IV ______________________________________________________ 28

OS IMPACTOS DA GERAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA _______________________ 28

4.1. Dados Técnicos a respeito da geração de Energia Eólica _____________________ 28

4.2. Aproveitamento ___________________________________________________ 30

4.3. Energia Eólica: Aspectos Econômicos ___________________________________ 31

4.4. Energia Eólica: Custos de Estrutura ____________________________________ 32

4.5. Perfil Eletro Energético na América Latina ______________________________ 35

4.6. Potencial Eólico na América Latina ____________________________________ 35

4.7. Fontes Eólicas em uso e em construção no Brasil __________________________ 36

4.8. Vantagens da Energia Eólica _________________________________________ 37

4.9. Revolução Energética _______________________________________________ 38

4.10. Plano de Expansão _______________________________________________ 39

CAPITULO V ______________________________________________________ 40

1. Apêndice A _____________________________________________________ 42

2. Apêndice B _____________________________________________________ 48

3. Apêndice B _____________________________________________________ 50

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

12

CAPÍTULO I

1.1. INTRODUÇÃO

A sociedade contemporânea necessita cada vez mais de fontes de energia para

manter, prolongar e tornar mais confortável seu estilo de vida, manipulando-as, através do

tempo. Para esclarecimentos sobre os tipos de energias que dispomos atualmente, as mesmas

são divididas basicamente em dois tipos de acordo com as suas fontes.

Uma delas é a energia de fonte não renovável, que são aquelas que se encontram na

natureza em quantidades limitadas e se extinguem com a sua utilização como, por exemplo,

os combustíveis fósseis (carvão, petróleo bruto e gás natural) e o urânio, que é a matéria-

prima necessária para obter a energia resultante do processo de fusão nuclear.

O outro tipo de energia utilizada em larga escala é a energia renovável, em que não é

possível estabelecer um fim temporal para a sua utilização como, por exemplo, o calor

emitido pelo sol, a existência do vento, das marés ou dos cursos de água sendo assim

consideradas, justamente, inesgotáveis, mas limitadas em termos da quantidade de energia

que é possível extrair em cada momento.

Para justificar o desenvolvimento de energias do tipo “renováveis” podemos analisar,

primeiramente, a atual dependência que temos de recursos energéticos não-renováveis que

pela estimativa se pode prever a futura escassez que haverá dos mesmos. Outro fator

importante é a busca permanente de novas opções tecnológicas energéticas que não geram

degradação da atmosfera, do solo, de recursos hídricos e do meio ambiente de uma maneira

geral, sempre levando em conta as fontes de energia intermináveis que temos no planeta.

Denomina-se energia eólica a energia cinética contida nas massas de ar em

movimento (vento). Seu aproveitamento ocorre por meio da conversão da energia cinética de

translação em energia cinética de rotação, com o emprego de turbinas eólicas, também

denominadas aerogeradores, para a geração de eletricidade, ou cataventos (e moinhos), para

trabalhos mecânicos como bombeamento d’água. Assim como a energia hidráulica, a energia

eólica é utilizada há milhares de anos com as mesmas finalidades, a saber: bombeamento de

água, moagem de grãos e outras aplicações que envolvem energia mecânica. Para a geração

de eletricidade, as primeiras tentativas surgiram no final do século XIX, mas somente um

século depois, com a crise internacional do petróleo (década de 1970), é que houve interesse e

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

13

investimentos suficientes para viabilizar o desenvolvimento e aplicação de equipamentos em

escala comercial.

1.2. OBJETIVOS GERAIS E ESPECIFÍCOS

1.2.1. OBJETIVO GERAL

Analisar o potencial eólico como alternativa na matriz energética no estado do Rio

Grande do Norte.

1.2.2. OBJETIVOS ESPECIFÍCOS

Demonstrar a grande quantidade de Parques Eólicos em alguns municípios da região do

Mato Grande; tendo como exemplo as cidades de: João Câmara, Parazinho e Pedra Grande; e

averiguar a implantação, construção e ampliação no Rio Grande do Norte, tendo como

amostragem as citadas cidades localizadas na região do Mato Grande.

O aproveitamento deste tipo de energia decorrente dos avanços de instalações na

região Nordeste, bem como o favorecimento geográfico do Rio Grande do Norte, e pelo fato

de estar atuando especificamente na área de Eólica. Com isso, o foco desta pesquisa é mostrar

a importância do uso da energia renovável no início do século 21 e demonstrar as vantagens

da produção de energia proveniente dos ventos, tendo como exemplos os municípios de João

Câmara, Parazinho e Pedra Grande, localizados próximos à capital Natal, onde atualmente

concentra-se a maior parte dos complexos eólicos instalados e em fase de construção do

estado.

Para tanto, além desta introdução, o presente trabalho é composto pelo primeiro

capítulo onde consta uma breve introdução. Em seguida, no segundo capitulo que discorre

sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema

“decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo, será demostrada a trajetória histórica da

energia eólica no Brasil, citando-se as vantagens do Rio Grande do Norte em relação aos

demais estados brasileiros, além das formas de energias renováveis, destacando as eólicas no

Brasil e Nordeste e a relação da energia eólica e o meio ambiente. No quarto capítulo serão

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

14

demostrados os dados técnicos a respeito da geração da energia eólica, seu aproveitamento,

aspectos econômicos e custos de infraestrutura. Por fim, no capitulo cinco será apresentada as

considerações finais, seguidas das referências bibliográficas utilizadas para elaboração deste

trabalho.

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

15

CAPÍTULO II

A ORIGEM DA ENERGIA EÓLICA E A TEORIA DO DECRESCIMENTO

2.1 - Desafio do Decrescimento: a Energia Eólica seria uma espécie de decrescimento?

O Brasil é um país rico em recursos energéticos renováveis e nas ultimas três décadas

o mundo tem convivido com alterações significativas no clima, e é consenso entre os

especialistas que elas são provocadas por ações antropogênicas atribuídas principalmente à

queima de combustíveis fósseis e aos desmatamentos.

Tendo-se em vista o fenômeno conhecido como “aquecimento global”, bem como a

necessidade de preservação ambiental, são empreendidos estudos que visam verificar a

viabilidade da substituição da matriz energética, baseada em hidrocarbonetos, por fontes

outras, ecologicamente sustentáveis.

Os governos de muitos países vêm juntando seus esforços com a finalidade de

diminuir cada vez mais o “efeito estufa”. A União Europeia, por exemplo, estabeleceu metas

para aumentar a participação de energias renováveis na matriz energética no ano de 2020 para

o percentual de 20%. Assim procuram oferecer e/ou criar incentivos às fontes renováveis, em

particular às “novas fontes renováveis”. Em geral, visa atender objetivos estratégicos

relacionados com maior ou menor ênfase, dependendo do país, à segurança energética, à

redução dos gases de efeito estufa e à geração de emprego e renda.

Em seu livro “O desafio do decrescimento”, Serge Latouche (2006) cita o consumismo

desenfreado como sendo um dos pontos que está levando ao crescimento desordenado. De

acordo com o autor, são necessários oito passos para uma mudança concreta na sociedade

atual, que precisa aprender a reavaliar, reconceitualizar, reestruturar, realocar, redistribuir,

reduzir, reutilizar e reciclar.

A necessidade de respeitar a biosfera e consumir com respeito poderá ser um dos

fatores necessários à readequação da sociedade para a criação de novos meios de progresso

menos poluentes e destruidores. Contudo, para se chegar a tais níveis, passa pela vontade

politica e se faz necessário investir, no sentido de criar uma sociedade sustentável, pois:

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

16

Na ótica da construção de uma sociedade de decrescimento, o problema não é mudar

o padrão de medida para transformar a sociedade, mas sim começar por

mudar os valores e tirar as consequências disso para os conceitos. A reavaliação

precede a reconceptualização. É porque se produziu uma mudança das

mentalidades que os indicadores de riqueza (ou de pobreza) já não são adequados

(LATOUCHE, 2006, p. 80).

Defender a evolução para uma desaceleração progressiva e racional do crescimento

material, com condições sociais especificas, é o ponto inicial ou a primeira etapa para o

decrescimento de todas as formas de produção devastadoras e predadoras existentes

atualmente.

Nesses termos, será a produção de Energia Eolica aqui estudada um dos meios para se

conseguir um decrescimento?

Ainda em seu livro, Latouche (2006) é bastante feliz em enfatizar a necessidade da

busca por tecnologias menos poluentes e mais rentáveis para os proprietários e para a

sociedade. O autor faz a definição do termo “decrescimento”, contudo deixa claro que em

uma sociedade capitalista atual é praticamente impossível crescer e ser corretamente

sustentável. Fazendo uma referencia ao “inferno do crescimento” ele cita que a sociedade

ligou seu destino a uma organização baseada na acumulação ilimitada, bem como que “um

crescimento infinito é incompatível com um planeta finito”.

Por isso, é importante ressaltar que para Latouche (2006), a atual economia vive um

dilema: crescer e ser sustentável inclusive voltado para a eficiência ecológica. Para o autor, o

problema é que o atual modelo de crescimento seguido até hoje pela maioria dos países é

fundamentalmente não sustentável.

Daí a importância deste trabalho, é justamente mostrar que a energia renovável através

dos ventos é economicamente viável e atende aos princípios de uma economia sustentável,

pois atualmente o que acelera a nossa economia moderna é a utilização maciça de fontes de

energia fóssil dentre outras não renováveis.

O termo “decrescimento” tem seu uso muito recentemente no debate econômico das

economias mundiais.

Correndo o risco de decepcioná-los, esclarecemos imediatamente que o decrescimento

não é um conceito, mas no sentido tradicional do termo, e que não se deve propriamente falar

de “teoria do decrescimento”, como alguns economistas puderam falar das teorias do

crescimento. Não se trata do “simétrico” do crescimento.

O decrescimento levanta duas grandes questões: por que e como.

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

17

O eterno desenvolvimento sustentável não será a boa solução ou pelo menos outro

nome mais simpático para designar os mesmos objetivos.

Outro importante autor Nicholas Georgescu-Roegen (2012), em sua obra intitulada de

“O decrescimento: entropia, ecologia, economia”, diz que não é mais possível tratar

“decrescimento durável” nem mesmo “crescimento zero” ou de Estado “estacionário”, mas

que agora para assegurar uma (sobre) vivência durável da humanidade na biosfera de nosso

planeta terra, o “decrescimento” é inelutável.

É necessário que enxerguemos que a natureza também tem um papel importante no

processo econômico e na formação do valor econômico. Com a degradação do meio

ambiente, é de fácil visualização que, uma temperatura alta ou baixa demais pode ser

incompatível com a sua (nossa) existência.

Com a preocupação de produzirmos bens melhores e maiores, é necessário

observamos que também iremos gerar resíduos melhores e maiores. Assim, é necessário que

nós economistas reconhecermos que a lei da entropia está na origem da escassez econômica.

2.2 – Origem Histórica da Energia Eólica

Fazendo uma retrospectiva histórica acerca da origem da energia eólica no mundo,

Montezano (2007) explica que, à medida que a agricultura evoluía, novas ferramentas e

métodos eram necessários serem criados e/ou aperfeiçoados com a finalidade de auxiliar as

diversas etapas do trabalho. Atividades como a moagem de grãos e o bombeamento de água

exigiam cada vez mais trabalho humano e animal, fator que restringia o desenvolvimento

agrícola. Para o autor

Isso conduziu ao desenvolvimento de uma forma primitiva de moinho de vento,

utilizada no beneficiamento de produtos agrícolas, que consistia de um eixo vertical

acionado por uma longa haste presa a ela, movida pela força de homens ou animais

caminhando numa trajetória circular. Houve também outra tecnologia em que uma

gaiola cilíndrica era conectada a um eixo horizontal e a força motriz (homens ou

animais) caminhava no seu interior, utilizada no beneficiamento agrícola (DUTRA,

2001 apud MONTEZANO, 2007).

Tal sistema foi aperfeiçoado com a utilização de cursos d’água como força motriz,

que ficou conhecido como roda d’água. Historicamente, o uso das rodas d’água precede a

utilização dos moinhos de ventos devido a sua concepção mais simplista de utilização de

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

18

cursos naturais de rios como força motriz. Segundo Dutra (2001), como não havia

disponibilidade de rios em todos os lugares para o aproveitamento em rodas d’água, a

percepção do vento como fonte natural de energia permitiu o surgimento de moinhos de

ventos substituindo a força motriz humana ou animal em atividades agrícolas.

O primeiro registro histórico da utilização da energia eólica para bombeamento de

água e moagem de grãos através de cata-ventos é datado por volta de 200 A.C, na Pérsia.

Tratava-se de um cata-vento de eixo vertical como mostrado na figura 2.1. Esse tipo de

moinho de eixo vertical difundiu-se pela região islâmica sendo utilizado por diversos

séculos. Existem indícios que levam a crer que antes da invenção dos cata-ventos na Pérsia,

a China (2000 A.C.) e o Império Babilônico (1700 A.C.) também utilizavam cata-ventos

rústicos para irrigação (SHEFHERD, 1994 apud MONTEZANO, 2007)

Figura 1 – Funcionamento de um moinho de vento persa

(a) a pedra do moinho está abaixo do rotor e as velas estão fixadas nas palhetas, (b) vista

geral da parede sul do moinho, (c) vista ampliada das velas da palheta

(Fonte: MONTEZANO, 2007).

Apesar da baixa eficiência devido a suas características, os cata-ventos primitivos

apresentavam vantagens importantes para o desenvolvimento das necessidades básicas de

bombeamento d’água ou moagem de grãos, substituindo a força motriz humana e animal. É

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

19

pouco conhecido o desenvolvimento e uso dos cata-ventos primitivos da China e Oriente

Médio como também dos cata-ventos surgidos no Mediterrâneo, porém um importante

desenvolvimento da tecnologia primitiva foram os primeiros modelos a utilizarem velas de

sustentação em eixo horizontal encontrados nas ilhas gregas do Mediterrâneo.

O primeiro moinho de vento utilizado para a produção de óleos vegetais foi

construído em 1582. Com o surgimento da imprensa e o rápido crescimento da demanda

por papel, foi construído, em 1586, o primeiro moinho de vento para fabricação de papel.

Ao fim do século XVI, surgiram moinhos de vento para acionar serrarias para processar

madeiras provenientes do Mar Báltico. Em meados do século XIX, aproximadamente 9000

moinhos de vento existiam em pleno funcionamento na Holanda. Montezano (2007) explica

que número de moinhos de vento na Europa nesse período mostra a importância do seu uso

em diversos países como a Bélgica (3000 moinhos de vento), Inglaterra (10000 moinhos de

vento) e França (650 moinhos de vento na região de Anjou).

Figura 2 - Principais marcos do desenvolvimento da Energia Eólica - Século XI ao XIX

Fonte: DUTRA, 2001

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

20

CAPÍTULO III

A IMPLEMENTAÇÃO DE COMPLEXOS EÓLICOS NO BRASIL

No Brasil, os primeiros anemógrafos computadorizados e sensores especiais para

energia eólica foram instalados no Ceará e em Fernando de Noronha (PE), no início dos anos

1990. Os resultados dessas medições possibilitaram a determinação do potencial eólico local e

a instalação das primeiras turbinas eólicas do Brasil

Já no Rio Grande do Norte, o primeiro parque eólico foi instalado na cidade de Macau

e foi fundado no ano 2004, sendo a primeira usina eólica implantada pela Petrobras no Rio

Grande do Norte. O campo de produção possui três aerogeradores com potência de 600 KW

cada. A energia total gerada neste empreendimento é de 1.8 MW de potência, suficiente para

abastecer uma cidade com 10 mil habitantes.

No entanto, a energia produzida é utilizada pela Petrobras, através de um cabo elétrico

submarino, onde é transferida para duas Plataformas. O projeto piloto em Macau é o primeiro

de uma série de projetos que estão sendo desenvolvidos pela gerência de energia renovável,

da área de gás e energia da Petrobras.

Atualmente o Brasil destaca-se na produção de energia renovável. Isto se deve por

apresentar um vasto território produtivo que permite ampliar dentre outras a produção da

biomassa da cana de açúcar. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética no ano de

2011, “o percentual de participação do conjunto das forças renováveis de energia (hidráulica,

eólica, etanol, biomassa entre outras), vai aumentar a matriz energética brasileira nos

próximos dez anos”.

Recentemente, com a evolução tecnologia, a sociedade necessita cada vez mais de

energia, em todas as suas formas. Com tudo isso, cresce a necessidade de continuar crescendo

economicamente, mas também surge a preocupação com o meio ambiente, logo se busca um

crescimento sustentável e ecologicamente correto.

A atual utilização de fontes energéticas fósseis responde por aproximadamente cerca

de 97% da energia consumida pelo planeta.

Nos dias atuais é possível observar o rápido desenvolvimento tecnológico que nos

cerca, levando cada vez mais a busca por novas fontes de energia e principalmente que sejam

não poluentes.

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

21

A busca por uma economia sustentável é cada vez mais difundida e defendida pelos

economistas que acreditam que o crescimento sustentável é algo utópico para se alcançar. As

energias renováveis, além de serem fontes de energia de menor custo e menos poluentes, são

fontes de geração de energias infinitas, principalmente as eólicas cuja matéria-prima é o

vento.

O Rio Grande do Norte é o primeiro estado a ultrapassar a barreira dos 2GW eólicos.

Segundo o diretor de energia eólica do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia

(Cerne), Milton Pinto, esse fato coloca o estado em uma posição ímpar, além de ter a maior

matriz eólica estadual do Brasil, conforme reportagem no jornal Tribuna do Norte (2015). Até

2017, estima-se que a as atividades no setor eólico sejam responsáveis pela geração de 30 mil

empregos diretos ou indiretos. Apesar de ser uma atividade com uma mão de obra bastante

restrita na operacionalização dos parques, durante a construção dos equipamentos, o número

de pessoas envolvidas é bastante superior e prioritariamente local. Atualmente o estado já

conta com capacitação mais técnica, como um curso de graduação em energias renováveis no

campus do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) no pólo

de João Câmara, e cursos de pós-graduação na Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN).

Além disso, o Estado vem trabalhando nos últimos sete anos e se tornado um

destaque nacional. Entre 2009 e 2014 o Rio Grande do Norte conquistou o primeiro lugar

nacional em novos leilões federais envolvendo fontes renováveis de energia. Nos últimos

cinco anos, passou da condição de importador do recurso para provedor regional. A

autossuficiência no setor representa investimentos e uma situação de tranquilidade energética,

que facilita a atração de outras cadeias produtivas.

Atualmente nos municípios analisados neste trabalho, a quantidade de parques em

atividades está assim distribuída: o município de João Câmara possui um total de 22 usinas,

enquanto Parazinho aparece com 18 usinas, seguido de Pedra Grande, com seis.

3.1. Energias Renováveis e Não Renováveis

Para esclarecimentos sobre os tipos de energias que dispomos atualmente, as mesmas

são divididas basicamente em dois tipos de acordo com as suas fontes.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

22

Como citado anteriormente, uma é a energia de fonte não renovável que se encontram

na natureza em quantidades limitadas e se extinguem com a sua utilização como, por

exemplo, os combustíveis fósseis (carvão, petróleo bruto e gás natural) e o urânio, material

necessário para obtenção da energia nuclear.

O outro tipo de energia utilizada em larga escala é a energia renovável, que se

caracteriza pela impossibilidade de ser estabelecer um fim temporal para a sua utilização.

Nesse tipo, pode-se citar o calor emitido pelo sol, a existência do vento, das marés ou dos

cursos de água sendo assim consideradas, justamente, inesgotáveis, mas limitadas em termos

da quantidade de energia que é possível extrair em cada momento.

Para justificar o desenvolvimento de energias do tipo “renováveis” podemos analisar,

primeiramente, a atual dependência que temos de recursos energéticos não renováveis que

pela estimativa se pode prever a futura escassez que haverá dos mesmos.

Outro fator importante é a busca permanente de novas opções tecnológicas

energéticas que não geram degradação da atmosfera, do solo, de recursos hídricos e do meio

ambiente de uma maneira geral, sempre levando em conta as fontes de energia intermináveis

que temos no planeta.

Apesar desses fatores, as fontes de energia renováveis ainda são pouco utilizadas

devido aos custos de instalação, à inexistência de tecnologias e redes de distribuição

experimentadas e, em geral, ao desconhecimento e falta de sensibilização para o assunto por

parte dos consumidores e dos municípios.

Na atualidade utiliza-se a energia eólica para mover aerogeradores, grandes turbinas

colocadas em lugares de muito vento. Essas turbinas têm a forma de um cata-vento ou um

moinho. Esse movimento, através de um gerador, produz energia.

No Brasil, os períodos de menor capacidade dos reservatórios das hidrelétricas,

coincidem exatamente com os períodos de maiores ventos e, portanto, de maior geração de

energia nas usinas eólicas. Essa complementaridade já comprovada entre as fontes eólicas em

nosso país potencializa uma maior confiabilidade e estabilidade do Sistema Elétrico Brasileiro

3.2. Energias Eólicas no Brasil e Nordeste

A energia eólica começou no Brasil em meados de 1992 com o início da operação

comercial do primeiro aerogerador instalado no Brasil, que foi resultado de uma parceria entre

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

23

o Centro Brasileiro de Energia Eólica e a Companhia Energética de Pernambuco (CELPE).

Essa parceria só foi possível através de um financiamento do instituto de pesquisas

Dinamarquês “Folkecenter”.

No Brasil, podemos destacar a usina de energia eólica de Taíba, no Ceará – a primeira

do mundo construída sobre dunas de areia. A capacidade instalada do complexo, inaugurado

em 1999, é de 5 MW.

Contudo, o Rio Grande do Norte não fica atrás. Estrategicamente posicionado na

chamada “esquina do continente”, o estado é responsável pela maior produção de energia

eólica do Brasil, pouco mais de 30% do total, mas ainda “patina” nas tentativas de aproveitar

todo o seu potencial e colocar a eletricidade gerada a partir dos ventos como alternativa real

no país.

No estado, destaca-se a cidade de Parazinho, localizada na região do Mato Grande,

que é considerada a cidade número um do Brasil em potência eólica já instalada.

Os parques construídos advêm da participação espetacular do RN nos leilões federais

de energia de 2009 e 2010, quando superou todos os estados brasileiros em energia eólica

ofertada e vencedora.

A energia disponível varia conforme as estações e as horas do dia. O relevo influencia

na distribuição e frequência dos ventos, bem com sua velocidade em um determinado local,

dependendo, além disso, para o aproveitamento da energia eólica numa região, das

características de desempenho, altura de operação e espaçamento horizontal dos sistemas de

conversão. A avaliação do potencial de vento de uma região é fundamental e primeiro passo

de análise para a utilização do recurso eólico

Em países como o Brasil, onde existe uma grande malha hidrográfica, a energia eólica

pode se tornar importante no futuro e uma saída ideal no presente, porque ela não consome

água, que é um bem cada vez mais escasso e que também vai ficar cada vez mais controlado.

Em países com uma malha hidrográfica pequena, a energia eólica passa a ter um papel

fundamental já nos dias atuais, como talvez a única energia limpa e eficaz nesses locais.

De acordo com a ANEEL, atualmente possuímos 285 usinas instaladas no Brasil, com

a potência outorgada instalada de 6.477.333 kW, e a potência fiscalizada de 6.455.397, o que

significa uma redução de CO2 (T/ano) de 12.036.013.

Segundo as perspectivas do setor, a fonte eólica deve atingir cerca de 27 GW de

potencia instalada em 2023.

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

24

O Fator de Capacidade das Usinas Eólicas em regiões de ventos médios anuais

superiores a 8m/s, atinge 40% e, em alguns locais como no litoral do nordeste do Brasil, em

alguns meses chega a atingir até 60%.

No Brasil, assim como em várias partes do mundo, quase não existem dados de vento

com qualidade para uma avaliação do potencial eólico. Os primeiros sensores especiais para

energia eólica, como já aventamos foram instalados no Ceará e em Fernando de Noronha, no

estado de Pernambuco, no início dos anos 1990. Os bons resultados obtidos com aquelas

medições favoreceram a determinação precisa do potencial de energia eólica daqueles locais e

a instalação de aerogeradores. Vários estados brasileiros seguiram os passos de Ceará e

Pernambuco e iniciaram programas de levantamento de dados de vento

Também possuímos um dos maiores potenciais para aproveitamento eólico em todo o

mundo, já comprovado em diversos Estados, bem como pelo desempenho e produção das

Usinas Eólicas de Taíba, Prainha e Mucuripe (Ceará), Palmas (Paraná) e Bom Jardim da Serra

(Santa Catarina).

No Brasil, os períodos de menor capacidade dos reservatórios das hidrelétricas,

coincidem exatamente com os períodos de maiores ventos e, portanto de maior geração de

energia nas Usinas Eólicas. Essa complementaridade já comprovada entre as fontes eólicas

em nosso país potencializa uma maior confiabilidade e estabilidade do Sistema Elétrico

Brasileiro, mesmo assim, o Brasil possui uma produção de energia eólica muito pequena em

relação a sua capacidade, dos quais (91%), operam comercialmente desde o início de 1999.

No caso da energia eólica, o local de maior exploração desse tipo de fonte no Brasil é

o litoral do Nordeste.

3.3. Potencial Eólico no Brasil

No Brasil, o potencial eólico é abundante, o que nos faz refletir o porquê do não

investimento nesta viável, barata e abundante fonte de energia renovável.

Os especialistas e instituições ainda divergem na estimativa do potencial brasileiro,

devido à falta de dados e divergências metodológicas. Estudos efetuados na região Nordeste,

principalmente no Ceará e em Pernambuco, e por possibilitaram a primeira versão do Atlas

Eólico da Região Nordeste, e estudos posteriores resultaram no Mapa do Potencial Eólico

Brasileiro, apresentando uma estimativa da ordem de 143 GW.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

25

Figura 3 – Atlas do Potencial Eólico Brasileiro

Conforme figura abaixo, a energia eólica ainda possui um crescimento pífio em

relação a outros tipos de energia, tanto hídrica quanto solar. A proveniente das hidro ainda

possui maior expressão no âmbito nacional.

Figura 4 – Energia Eólica no Brasil

Fonte: Eletrobrás

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

26

3.4. Potencial Eólico no Nordeste

O Nordeste apresenta mais da metade do potencial eólico brasileiro, com um total na

ordem de 75 GW, disponível no Brasil, e que equivale a aproximadamente quatro usinas

Itaipus. Esse potencial está localizado tanto na faixa litorânea quanto no interior da região, o

que possibilita uma melhor distribuição dos parques eólicos.

Já no Rio Grande do Norte, segundo a ANEEL, existem 80 usinas do tipo EOL, com

uma potência instalada de 1.216.216 kW, atualmente o estado é responsável por 34% de toda

energia eólica produzida no País. Conforme a Associação Brasileira de Energia Eólica, o

estado potiguar possui uma capacidade atual de sete gigawatts (GW), de capacidade instalada,

o que equivale na matriz energética brasileira uma participação de 5%, 285 parques eólicos

distribuídos por 11 Estados e aproximadamente 12 milhões de residências abastecidas com

essa fonte de energia.

Figura 5 – Potencial Eólico da Região Nordeste

3.5. Energia Eólica e Meio Ambiente

Os recursos energéticos são de extrema importância para o ser humano. Cientistas

calculam que o Sol envia para a Terra energia equivalente a cerca de 10 mil vezes o consumo

mundial de energia bruta. Todas as fontes renováveis de energia, exceto a geotérmica

(atividade vulcânica), derivam da energia solar.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

27

Os recursos energéticos são divididos em fontes primárias e secundárias. As

primárias, supridas pela natureza, são subdivididas em duas categorias: renováveis e não

renováveis.

Dentre as renováveis, encontram-se, além do Sol, as originadas de hidroelétricas,

biomassa, ventos (eólica), marés, etc. Petróleo, carvão mineral e gás natural são fontes

consideradas não renováveis, ou fósseis.

As fontes de energia secundárias são as que chegam até o usuário final, como

eletricidade, gasolina, álcool, etc. Desta forma, uma mesma fonte de energia secundária pode

ser obtida de modo renovável ou não renovável (fóssil).

É evidente que existem vantagens e desvantagens neste tipo de geração de energia

renovável. A elétrica por meio de turbinas eólicas constitui uma alternativa para diversos

níveis de demanda, sendo considerada a energia mais limpa do planeta, disponível em

diversos lugares e em diferentes intensidades, uma boa alternativa às energias não renováveis.

As pequenas centrais podem suprir pequenas localidades distantes da rede, contribuindo para

o processo de universalização do atendimento. Quanto às centrais de grande porte, estas têm

potencial para atender uma significativa parcela do Sistema Interligado Nacional (SIN) com

importantes ganhos: (a) contribuindo para a redução da emissão, pelas usinas térmicas, de

poluentes atmosféricos, (b) diminuindo a necessidade da construção de grandes reservatórios.

Apesar de não queimarem combustíveis fósseis e não emitirem poluentes, centrais

eólicas não são totalmente desprovidas de impactos ambientais. Entre os principais impactos

socioambientais negativos das usinas eólicas destacam-se os sonoros e os visuais. Os

impactos sonoros são devidos ao ruído dos rotores e variam de acordo com as especificações

dos equipamentos.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

28

CAPÍTULO IV

OS IMPACTOS DA GERAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA

4.1. Dados Técnicos a respeito da geração de Energia Eólica

De acordo com o Atlas de energia elétrica no Brasil, para que exista a geração de

energia eólica, e assim seja considerada tecnicamente aproveitável, é necessário que sua

densidade seja maior ou igual a 500 W/m2, a uma altura de 50 m, o que requer uma

velocidade mínima do vento de 7 a 8 m/s (GRUBB; MEYER, 1993 apud ANEEL, 2006). Isso

porque,

Segundo a Organização Mundial de Meteorologia, em apenas 13% da superfície

terrestre o vento apresenta velocidade média igual ou superior a 7 m/s, a uma altura

de 50 m. Mesmo assim, estima-se que o potencial eólico bruto mundial seja da

ordem de 500.000 TWh por ano. Devido, porém, a restrições socioambientais,

apenas 53.000 TWh (cerca de 10%) são considerados tecnicamente aproveitáveis.

Ainda assim, esse potencial líquido corresponde a cerca de quatro vezes o consumo

mundial de eletricidade (ANEEL, 2005, p. 94).

A seguir demostramos como é feita a geração dos ventos em um aerogerador e o

funcionamento da turbina, pás e o funcionamento em relação vento/sustentação.

Figura 6 – Como funciona a energia eólica

Fonte: http://ambientehsw.uol.com.br

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

29

Figura 7 – Funcionamento Técnico de Turbina Eólica

Fonte: CRESESB 2009

Figura 8 - Potencial Eólico Nordeste

Fonte CRESESB

Os rotores giram, principalmente, pelo efeito das forças de sustentação, que

permitem aproveitamento maior da potência que são provenientes do arrasto, para uma

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

30

mesma velocidade de vento. São necessários mecanismos para permitir que o disco, varrido

pelas pás, mantenha sempre uma posição perpendicular ao vento. Esses rotores são

constituídos: de uma pá (fan and conter weight) e contrapeso; ou de duas pás, ou de três pás;

ou, ainda, de múltiplas pás (multivane fans). As pás podem ter várias formas e serem de

diversos materiais. As mais utilizadas são as pás rígidas: de madeira, alumínio ou fibra de

vidro reforçada.

A energia disponível varia conforme as estações e as horas do dia. O relevo

influencia na distribuição e frequência dos ventos, bem com sua velocidade em um

determinado local, dependendo, além disso, para o aproveitamento da energia eólica numa

região, das características de desempenho, altura de operação e espaçamento horizontal dos

sistemas de conversão. A avaliação do potencial de vento de uma região é fundamental e

primeiro passo de análise para a utilização do recurso eólico.

Tabela 1 - Distribuição da área de cada continente segundo a velocidade média do vento

Velocidade do Vento (m/s) a 50 m de Altura

Região/Continente 6,4 a 7,0 7,0 a 7,5 7,5 a 11,9

(10 ³KM ²) (%) (10 ³KM ²) (%) (10 ³KM ²) (%)

África 3.750 12 3.350 11 200 1

Austrália 850 8 400 4 550 5

América do Norte 2.550 12 1.750 8 3.350 15

América Latina 1.400 8 850 5 950 5

Europa Ocidental 345 8,6 416 10 371 22

Europa Ocidental & ex URSS 3.377 15 2.260 10 1.146 5

Ásia (excluindo ex-URSS) 1.550 6 450 2 200 5

Mundo 13.650 10 9.550 7 8.350 6

Fonte: GRUBB.MJ.MEYER. N.I. Wind enerav: resourses, systems and regional strategies. In JO-HANSSON. T.B

4.2. Aproveitamento

O aproveitamento da força dos ventos é feito pela conversão da energia cinética,

através do giro das pás de uma turbina eólica em um sistema constituído por vários

componentes. A mensuração das condições climáticas, localização e destinação, propiciam

um melhor rendimento final. Para uma visão global da conversão da energia dos ventos em

eletricidade, devemos considerar os principais componentes, a seguir:

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

31

Turbina

Gerador

Caixa Multiplicadora

Sistemas de Controle

Torre

Turbina – Eixo Horizontal

Figura 9 – Turbina Energia Eólica

Fonte: Wobben Windpower/ENERCON

4.3. Energia Eólica: Aspectos Econômicos

Do ponto de vista econômico, a instalação de Parques Eólicos no Nordeste do Brasil,

tem impulsionado não só a economia local, mas também a nível de Brasil. No primeiro

semestre de 2015 a geração de usinas eólica no país cresceu aproximadamente 114% ante o

mesmo período de 2014, para uma média de 1.840 megawatts, segundo a CCEE (Câmara de

Comercialização de Energia Elétrica).

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

32

Segundo essa mesma fonte, o Estado do Rio Grande do Norte foi o líder na geração

eólica, com 651 megawatts médios de energia entregues no período, uma elevação de 142,6

%, seguido pelo estado da Bahia, com 406 megawatts em média e pelo Estado vizinho do

Ceará, com 363 megawatts em média.

No entanto, a base para todas as considerações econômicas no que tange ao

aproveitamento da energia solar, mais especificamente de uma de suas formas que é a energia

eólica, é o custo de fabricação do equipamento, no caso os aerogeradores.

Economicamente falando, não se está melhor devido a inexistência de linhas de

transmissão para a distribuição da energia gerada.

O atraso crônico na construção das linhas de transmissão tem custado bilhões ao

consumidor de energia. Para se ter ideia, em 2012, quando os primeiros projetos eólicos

ficaram prontos para entrar em operação, as linhas chegaram a atrasar até dois anos, o que

adiou o inicio da operação dessas usinas para junho de 2014.

Não podemos deixar de lado os custos para implantação destas centrais eólicas. No

presente estão disponíveis no mercado aerogeradores com potência unitária que alcançaram o

patamar de 6.000 kW. Durante aproximadamente duas décadas houve um enorme progresso

no sentido de reduzir os custos dos aerogeradores. Atualmente os aerogeradores estão sendo

comercializados a preços inferiores a 1.000 US$/kW. Este custo já permite a operação

econômica dos aerogeradores em relação a algumas fontes convencionais, mesmos em locais

com regime de ventos menores.

4.4. Energia Eólica: Custos de Estrutura

De acordo com Fadigas (2011), considera-se como custo da turbina de energia eólica

o custo de sua aquisição, incluindo o custo do transporte até o local de instalação, além de

custos adicionais associados com a planta instalada e a conexão desta com a rede elétrica,

entre outros. A figura abaixo mostra a estrutura de custos necessária para a implantação de

uma central eólica.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

33

Figura 10 - Estrutura de custos de uma central eólica

ESTRUTURA DE CUSTOS DE UMA CENTRAL EÓLICA

Custo total de Investimento

Custo da turbina eólica

Custo de instalação

Custos diversos

Custo de operação e

manutenção Produção de energia

(MWh)

Custo da produção de energia R$/MWh

Segundo explica a autora,

O custo de um aerogerador interage com os custos de operação e manutenção e com

o desempenho da planta de uma maneira complexa. Por exemplo, uma turbina de

duas pás terá um desempenho ligeiramente menor do que uma turbina de três pás

que utiliza mecanismos complexos, tais como mecanismo de controle do passo das

pás. No entanto, esta última terá um custo maior de operação e manutenção e seu

fator de disponibilidade poderá ser menor (FADIGAS, 2011, p. 225).

Normalmente, considera-se como custo total de investimento o custo chave na mão

(turn-key) de uma central eólica, ou seja, o custo da central instalada, pronta para entrar em

operação (FADIGAS, 2011). Esse custo pode ser dividido em:

Custo do Aerogerador (incluindo o transporte);

Custo do sítio e instalação da central;

Custos diversos: financeiros, planejamentos, engenharia.

Uma estrutura de custos de aerogeradores em vários projetos pode ser visto do

seguinte modo

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

34

Turbina de 30 kW - Controle de passo - Diâmetro de 12 m; 15 m de torre

Figura 11 - Aerogerador

Os valores para a instalação, no mercado mundial, estão entre US$ 1000 a US$ 1400,

o KW de potência instalada. Esses valores podem ser alterados em função de:

Tamanho

Capacidade

Distância

Topografia – linhas de transmissão

Terreno – custo e características,

Transporte

Montagem

Mão de obra

Incentivos fiscais.

Existe também o custo de geração, que varia em função da velocidade média dos

ventos. Este valor está entre US$ 35/MWh (ventos > 10m/s) e US$ 90/MWh (ventos 5,5m/s).

Para fazer frente ao custo, a remuneração, em regra, é bem mais cara do que a gerada

por hidrelétricas. Em um leilão do PROINFA – Programa de Incentivo à Geração de

Eletricidade por Fontes Alternativas, a remuneração do MWh (megawatt-hora), para o parque

Eólico de Osório, foi de R$ 231,00, enquanto o MWh de fonte hídrica (PCHs) ficou entre R$

110,00 e R$ 114,00.

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

35

4.5. Perfil Eletro Energético na América Latina

Conforme a figura 12, apesar de sermos considerados um país em fase de crescimento

econômico, estamos bem em pé de igualdade em relação aos demais países da América

Latina.

Figura 12 – Perfil eletro energético na América Latina

4.6. Potencial Eólico na América Latina

A figura 13 mostra a estimativa de capacidade instalada da eólica, que serão instalados

na América Latina até 2015. É possível observar que os aerogeradores com potencial nominal

entre 2MW e 2,5MW serão mais utilizados seguidos dos aerogeradores com potencial

nominal entre 1,5MW e 2 MW. Espera-se que aerogeradores com potencial maior que 3MW

sejam os mais utilizados a partir de 2021.

Figura 13 – Potencial eólico na América Latina

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

36

4.7. Fontes Eólicas em uso e em construção no Brasil

Atualmente no Brasil, existe em operação cerca de 281 parques eólicos, o que

representa um percentual de 4,55%, conforme a tabela abaixo:

Tabela 2 - Usinas Eólicas em Operação

Fontes utilizadas no Brasil - Fase: Operação

Origem Quantidade Potência Outorgada (kW) Potência Fiscalizada (kW) %

Fóssil 2234 27.114.132 26.522.492 19,05

Biomassa 508 13.812.927 12.971.239 9,71

Nuclear 2 1.990.000 1.990.000 1,4

Hídrica 1182 92.886.861 90.303.111 65,28

Eólica 281 6.477.333 6.455.397 4,55

Solar 25 15.236 11.236 0,01

Total 4216 142.296.489 138.253.475 100

Fonte ANEEL

No mesmo montante, atualmente no Brasil estão em fase de construção 114 parques

eólicos, o que representa um percentual de 13,06%. Apesar da crise e escassez hidríca, o

goversno insiste em investir na matriz hidrica.

Tabela 3 - Usinas Eólicas em Fase de Construção

Fontes utilizadas no Brasil - Fase: Construção

Origem Quantidade Potência Outorgada (kW) %

Fóssil 5 752.722 3,5

Biomassa 15 881.917 4,11

Nuclear 1 1.350.000 6,28

Hídrica 47 15.692.465 73,04

Eólica 114 2.806.682 13,06

Total 182 21.483.786 100

Fonte ANEEL

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

37

4.8. Vantagens da Energia Eólica

São inúmeras as vantagens da energia eólica, que vão desde a sua inesgotável fonte,

a não emissão de gases poluentes, não gerando resíduos na sua fabricação e diminui a emissão

de gases que causam o efeito estufa.

Para a comunidade as vantagens é que apesar da implantação das torres eólicas, o

terreno é utilizado para criação de gado e agricultura, também é fonte geradora de empregos o

que faz com que as cidades onde são instalados venham a gerar renda e uma transformação

dos tradicionais fazendeiros para os “fazendeiros de vento”.

E para o Estado, quais seriam as vantagens? Bom do ponto de vista estratégicos,

pode reduzir a dependência energética do exterior, gera poupança devido a aquisição de

direitos de emissão de CO2 por cumprir o protocolo de Quioto e diretivas comunitárias e

menores penalizações por não cumprir, sem citar que é uma das fontes mais baratas de

energia, podendo competir em termos de rentabilidade com as fontes de energias tradicionais.

Atualmente o consumo de energia no Brasil apresenta o seguinte panorama:

Tabela 4 - Empreendimentos em Operação

Tipo Quantidade Potência Outorgada

(kW)

Potência

Fiscalizada (kW)

%

CGH 525 368.382 370.259 0,27

EOL 273 6.667.533 6.629.397 4,78

PCH 468 4.834.723 4.821.485 3,48

UFV 27 25.236 21.236 0,02

UHE 198 87.701.249 85.203.663 61,42

UTE 2.775 40.991.172 39.684.962 28,61

UTN 2 1.990.000 1.990.000 1,43

Total 4268 142.578.295 138.721.002 100

Fonte: Aneel em 23/09/2015

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

38

4.9. Revolução Energética

Recentemente foi realizado no Rio de Janeiro, “Brazil Wind Power 2015”, onde foi

tratado os diversos aspectos da energia eólica no Brasil, as sua perspectivas, impactos, custos

e a passagem da revolução energética no mundo. Na figura 14 poderá ser observado que,

levando em conta o cenário atual em relação ao cenário da revolução energética, o que mais

teve uma queda foi às hidrelétricas.

Apesar de não haver um plano nacional do governo federal para 2050, os

pesquisadores consideraram as previsões oficiais para os próximos anos para elaborar um

cenário de referência. E compararam com a chamada revolução energética.

Se o modelo brasileiro seguir no ritmo atual, as hidrelétricas responderiam por 54,4%;

as termelétricas a gás natural por 23%, as eólicas por 7,6% e a solar não chegaria a 2%.

Aproveitando melhor o potencial para as renováveis, a participação das hidrelétricas poderia

cair para 39,6%; a das eólicas subir para 21,1%; a da solar para 23% e a das térmicas cair para

6,5%.

Figura 14 – Revolução Energética

Fonte: EPE

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

39

4.10. Plano de Expansão

Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2024 incorpora uma visão integrada

da expansão da demanda e da oferta de diversas fontes energéticas no período de 2015 a 2024.

Cumpre ressaltar sua importância como instrumento de planejamento para o setor energético

nacional, contribuindo para o delineamento das estratégias de desenvolvimento do país a

serem traçadas pelo governo Federal. O PDE 2024 se apresenta, portanto, como importante

instrumento para a delimitação do cenário de mitigação, uma vez que incorpora medidas que,

em conjunto, contribuem para que o país continue se desenvolvendo com baixas emissões de

carbono. Dentre as medidas incorporadas a esse plano podem ser citados o aumento da

eficiência energética e o incremento do parque instalado de fontes renováveis de energia

elétrica.

No que concerne ao setor elétrico, o presente plano incorpora os resultados dos

leilões de energia nova realizados até abril de 2015. A potência total dos projetos que

comercializaram energia em 2014 foi de, aproximadamente, 7.600 MW, correspondendo a

uma energia de aproximadamente 3.900 MW médios para o Sistema Interligado Nacional -

SIN. Está incluída nesse total, a geração de origem solar fotovoltaica, com uma potência total

de cerca de 900 MW. Foi também dado prosseguimento ao processo das licitações de

empreendimentos de transmissão, tendo sido licitado em 2014, em três leilões, um total da

ordem de 5.800 km de linhas de transmissão e 14.700 MVA de transformação.

Figura 15 – Plano de expansão

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

40

CAPITULO V

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chegamos ao final deste trabalho, e as conclusões poderiam ser melhores, porem,

devido às forças e intervenções politicas e influências externas ainda ficamos a mercê do

poder politico de nosso país.

O Rio Grande do Norte entra nesse cenário com alguns privilégios devido a sua

localização. Situado na “esquina do continente” o estado recebe em boa parte do seu território

ventos regulares, pois é importante que esses ventos não possuam variações bruscas em

frequência e velocidade e temos também um ambiente naturalmente adequado a esse tipo de

atividade. Também possuímos condições propicias para chegar a ser um grande, se não o

primeiro produtor nacional de energia eólica no Brasil.

Se não fosse bastante tudo isso, o estado vem trabalhando nos últimos sete anos e se

tornado um destaque nacional.

É claro que em termos de logística ainda é necessária uma boa melhoria nas vias de

circulação, acesso e movimentação das cargas, que são extremamente grandes e perigosas.

No Rio Grande do Norte, existe ainda uma vasta região para ser explorada e

aproveitada para energia eólica, bem como a energia solar que também é abundante em nosso

estado.

Pois o nosso estado é o melhor em qualidade dos ventos para o aproveitamento em

energia eólica, e mesmo assim ainda perdemos para as construções de hidrelétricas; o que vale

uma reflexão: será que esse fato se deve por ser o nordeste a região mais pobre do Brasil? Ou

será porque é mais fácil realizar desvios nas construções faraônicas das hidrelétricas?

Dessa maneira, espera-se que este trabalho tenha demostrado o potencial energético

de nossa região, com a implantação de novos empreendimentos eólicos e que venha a

contribuir para o crescimento da nossa economia e proporcionar uma melhor qualidade de

vida para as pessoas que estão próximas as áreas onde deverão ser instalados os parques

eólicos aqui no Rio Grande do Norte.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

41

REFERÊNCIAS

ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica. Atlas de energia elétrica do Brasil. 2. ed. –

Brasília: ANEEL, 2005.

FADIGAS, Eliane A. Faria Amaral. Energia Eólica. Barueri, Manole, 2011.

GEORGESCU-ROEGEN, Nicholas. O decrescimento: entropia, ecologia, economia. São

Paulo: Senac, 2012.

LATOUCHE, Serge. O desafio do decrescimento. Lisboa: Instituto Piaget, 2006.

MONTEZANO, Bruno E. Moreira. Modelo dinâmico de visualização de um aerogerador com

velocidade de rotação variável e controle de passo em VRML. 137 f. Monografia (Graduação

em Engenharia Elétrica) – Curso de Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 2007.

SMIL, Vaclav. A longa e certa ascensão da energia solar, eólica. Scientific Americans: Fev.

2014 – nº 141, pp 48-53.

REFERÊNCIAS DIVERSAS

http://www.domtotal.com/noticias/detalhes.php?notId=901627

http://www.cresesb.cepel.br/atlas_eolico_ brasil/atlas-web.htm

http://www.portalabeeolica.org.br

http://www.aneel.gov.br

http://www.exame.com.br

http://www.abeeolica.com.br

http://paje.fe.usp.br/~mef-pietro/mef2/app.upload/7/_mefmi_003-05.pdf

http://ambiente.hsw.uol.com.br/energia-eolica1.htm

http://www.cdcc.sc.usp.br/escolas/juliano/eolica.html

http://www.solenerg.com.br/files/tccfernandodelgado.pdf

Brazil Wind Power 2015

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

42

1. Apêndice A

USINAS do tipo EOL em Operação

CEG Usina Data

Operação

Potência

Outorgada

(kW)

Potência

Fiscalizada

(kW)

Destino

da

Energia

Proprietário Município

EOL.CV.RN.028424-

6.01

RN 15 - Rio

do Fogo

15/07/2006 49.300 49.300 PIE 100% para Energias

Renováveis do Brasil

S.A.

Rio do Fogo - RN

EOL.CV.RN.028443-

2.01

Alegria II 30/12/2011 100.650 100.650 PIE

100% para New Energy

Options Geração de Energia S.A

Guamaré - RN

EOL.CV.RN.028444-

0.01

Alegria I 30/12/2010 51.000 51.000 PIE

100% para New Energy

Options Geração de Energia S.A

Guamaré - RN

EOL.CV.RN.028787-

3.01

Macau - 1.800 1.800 REG 100% para Petróleo

Brasileiro S/A

Macau - RN

EOL.CV.RN.030121-3.01

Aratuá I 31/01/2012 14.400 14.400 PIE

100% para Brasventos

Aratuá 1 Geradora de

Energia S.A

Guamaré - RN

EOL.CV.RN.030281-

3.01

Mangue

Seco 3

26/08/2011 26.000 26.000 PIE

100% para Eólica Mangue

Seco 3 – Geradora e

Comercializadora de Energia Elétrica S.A.

Guamaré - RN

EOL.CV.RN.030284-

8.01

Mangue

Seco 2

24/09/2011 26.000 26.000 PIE

100% para Eólica Mangue

Seco 2 – Geradora e

Comercializadora de Energia Elétrica S.A.

Guamaré - RN

EOL.CV.RN.030285-

6.01

Mangue

Seco 1

30/09/2011 26.000 26.000 PIE

100% para Eólica Mangue Seco 1 – Geradora e

Comercializadora de

Energia Elétrica S.A.

Guamaré - RN

EOL.CV.RN.030290-

2.01

Mangue

Seco 5

01/11/2011 26.000 26.000 PIE

100% para Eólica Mangue Seco 4 – Geradora e

Comercializadora de

Energia Elétrica S.A.

Guamaré - RN

EOL.CV.RN.030292-9.01

Santa Clara I 29/03/2014 30.000 30.000 PIE

100% para Santa Clara I

Energias Renováveis

Ltda.

Parazinho - RN

EOL.CV.RN.030293-7.01

Santa Clara III

29/03/2014 30.000 30.000 PIE

100% para Santa Clara III

Energias Renovaveis

Ltda

Parazinho - RN

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

43

USINAS do tipo EOL em Operação

CEG Usina Data

Operação

Potência

Outorgada

(kW)

Potência

Fiscalizada

(kW)

Destino

da

Energia

Proprietário Município

EOL.CV.RN.030300-3.01

Morro dos Ventos VI

29/03/2014 28.800 28.800 PIE 100% para Desa Morro

dos Ventos VI S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030301-1.01

Morro dos Ventos I

29/03/2014 28.800 28.800 PIE 100% para Desa Morro

dos Ventos I S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030302-

0.01

Morro dos

Ventos IX

29/03/2014 30.000 30.000 PIE 100% para Desa Morro

dos Ventos IX S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030304-6.01

Santa Clara VI

29/03/2014 30.000 30.000 PIE

100% para Santa Clara VI

Energias Renovaveis

Ltda.

Parazinho - RN

EOL.CV.RN.030307-0.01

Santa Clara IV

29/03/2014 30.000 30.000 PIE

100% para Santa Clara IV

Energias Renovaveis

Ltda.

Parazinho - RN

EOL.CV.RN.030308-

9.01

Santa Clara

II

29/03/2014 30.000 30.000 PIE 100% para Santa Clara II

Energias Renovaveis

Ltda.

Parazinho - RN

EOL.CV.RN.030310-0.01

Morro dos Ventos III

29/03/2014 28.800 28.800 PIE 100% para Desa Morro

dos Ventos III S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030311-9.01

Morro dos Ventos IV

29/03/2014 28.800 28.800 PIE 100% para Desa Morro

dos Ventos IV S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030333-

0.01

Parque Eólico

Cabeço

Preto

04/05/2012 19.800 19.800 PIE 100% para Gestamp

Eólica Baixa Verde S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030339-9.01

Miassaba 3 01/02/2014 68.470 68.470 PIE

100% para Brasventos

Miassaba 3 Geradora de

Energia S.A

Macau - RN

EOL.CV.RN.030340-

2.01

Areia Branca 18/02/2014 27.300 27.300 PIE

100% para Eólica Bela Vista Geração e

Comercialização de

Energia S.A

Areia Branca - RN

EOL.CV.RN.030351-

8.01

Eurus VI 29/03/2014 8.000 8.000 PIE 100% para Eurus VI Energias Renováveis

Ltda

Parazinho - RN

EOL.CV.RN.030370-

4.01

Miassaba II 22/12/2011 14.400 14.400 PIE 100% para MIASSABA GERADORA EÓLICA

S.A.

Guamaré - RN

EOL.CV.RN.030378-

0.01

Santa Clara

V

29/03/2014 30.000 30.000 PIE

100% para Santa Clara V

Energias Renovaveis

Ltda.

Parazinho - RN

EOL.CV.RN.030389-

5.01

Mar e Terra 18/02/2014 23.100 23.100 PIE

100% para Eólica Mar e

Terra Geração e

Comercialização de Energia S.A

Areia Branca - RN

EOL.CV.RN.030416-6.01

Rei dos Ventos 1

01/02/2014 58.450 55.110 PIE

100% para Brasventos

Eolo Geradora de Energia

S.A

Galinhos - RN

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

44

USINAS do tipo EOL em Operação

CEG Usina Data

Operação

Potência

Outorgada

(kW)

Potência

Fiscalizada

(kW)

Destino

da

Energia

Proprietário Município

EOL.CV.RN.030417-

4.01

Rei dos

Ventos 3

01/02/2014 60.120 60.120 PIE 100% para Rei dos

Ventos 3 Geradora de

Energia S.A

Galinhos - RN

EOL.CV.RN.030454-

9.01

Mel 02 19/02/2013 20.000 20.000 PIE 100% para Mel 2 Energia

Renovável S.A

Areia Branca - RN

EOL.CV.RN.030497-

2.01

Renascença

V

01/01/2015 30.000 30.000 PIE

100% para Renascença V

Energias Renováveis S.A

Parazinho - RN

EOL.CV.RN.030498-0.01

Asa Branca IV

06/12/2014 32.000 32.000 PIE

100% para Asa Branca IV

Energias Renováveis

Ltda

Parazinho - RN

EOL.CV.RN.030499-9.01

Eurus II 01/01/2015 30.000 30.000 PIE

100% para Eurus II

Energias Renováveis

S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030500-

6.01

Campo dos

Ventos II

04/12/2014 30.000 30.000 PIE 100% para Campo dos

Ventos II Energias

Renováveis S/A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030501-

4.01

Parque

Eólico

Cabeço Preto IV

04/05/2012 19.800 19.800 PIE 100% para Gestamp

Eólica Moxotó S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030502-2.01

Farol 25/02/2015 20.000 20.000 PIE 100% para GE Farol S.A

São Bento do Norte

- RN

EOL.CV.RN.030503-

0.01

Eurus I 03/12/2014 30.000 30.000 PIE 100% para DESA Eurus I

S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030504-

9.01

Eurus III 03/12/2014 30.000 30.000 PIE 100% para DESA Eurus

III S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030505-7.01

Asa Branca I 05/08/2015 27.000 27.000 PIE

100% para Nova Asa

Branca I Energias

Renováveis S.A

Parazinho - RN

EOL.CV.RN.030507-

3.01

Asa Branca

V

06/12/2014 32.000 32.000 PIE 100% para Asa Branca V

Energias Renováveis

S.A.

Parazinho - RN

EOL.CV.RN.030508-

1.01

Asa Branca

VIII

06/12/2014 32.000 32.000 PIE 100% para Asa Branca

VIII Energias Renováveis

Ltda

Parazinho - RN

EOL.CV.RN.030512-0.01

Dreen Boa Vista

25/02/2015 14.000 14.000 PIE 100% para GE Boa Vista

S.A

Pedra Grande - RN

EOL.CV.RN.030513-

8.01

Asa Branca

VII

06/12/2014 32.000 32.000 PIE

100% para Asa Branca

VII Energias Renováveis Ltda

Parazinho - RN

EOL.CV.RN.030514-

6.01

Ventos de

São Miguel

24/12/2014 30.000 30.000 PIE

100% para Energisa

Geração – Central Eólica

Ventos de São Miguel S.A

Parazinho - RN

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

45

USINAS do tipo EOL em Operação

CEG Usina Data

Operação

Potência

Outorgada

(kW)

Potência

Fiscalizada

(kW)

Destino

da

Energia

Proprietário Município

EOL.CV.RN.030515-4.01

Renascença I 24/12/2014 30.000 30.000 PIE

100% para Energisa

Geração – Central Eólica

Renascença I S.A

Parazinho - RN

EOL.CV.RN.030516-2.01

Renascença II

24/12/2014 30.000 30.000 PIE

100% para Energisa

Geração – Central Eólica

Renascença II S.A

Parazinho - RN

EOL.CV.RN.030520-

0.01

Asa Branca

VI

06/12/2014 32.000 32.000 PIE

100% para Asa Branca VI

Energias Renováveis

Ltda

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030527-

8.01

Renascença

III

24/12/2014 30.000 30.000 PIE 100% para Energisa

Geração – Central Eólica

Renascença III S.A

Parazinho - RN

EOL.CV.RN.030536-7.01

Dreen São

Bento do

Norte

25/02/2015 30.000 30.000 PIE 100% para GE São Bento

do Norte S.A

São Bento do Norte

- RN

EOL.CV.RN.030549-

9.01

Dreen Olho

D Água

25/02/2015 30.000 30.000 PIE 100% para GE Olho

D´Água S.A

São Bento do Norte

- RN

EOL.CV.RN.030551-0.01

Renascença IV

24/12/2014 30.000 30.000 PIE

100% para Energisa

Geração - Central Eólica

Renascença IV S.A

Parazinho - RN

EOL.CV.RN.030553-7.01

Ventos do Brejo A-6

- 6 6 REG não identificado Brejinho - RN

EOL.CV.RN.030562-

6.01

União dos

Ventos 1

05/04/2014 22.400 22.400 PIE

100% para Energia

Potiguar Geradora Eólica S.A

Pedra Grande - RN

EOL.CV.RN.030563-4.01

União dos Ventos 2

05/04/2014 22.400 22.400 PIE

100% para Torres de

Pedra Geradora Eólica

S.A

Pedra Grande - RN

EOL.CV.RN.030564-2.01

União dos Ventos 3

08/04/2014 22.400 22.400 PIE

100% para Ponta do

Vento Leste Geradora

Eólica S.A

Pedra Grande - RN

EOL.CV.RN.030565-

0.01

União dos

Ventos 4

08/04/2014 11.200 11.200 PIE 100% para Torres de São Miguel Geradora Eólica

S.A

Pedra Grande - RN

EOL.CV.RN.030566-

9.01

União dos

Ventos 5

08/04/2014 24.000 24.000 PIE 100% para Morro dos

Ventos Geradora Eólica

S.A

São Miguel do

Gostoso - RN

EOL.CV.RN.030567-

7.01

União dos

Ventos 6

05/04/2014 12.800 12.800 PIE 100% para Canto da Ilha

Geradora Eólica S.A

São Miguel do

Gostoso - RN

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

46

USINAS do tipo EOL em Operação

CEG Usina Data

Operação

Potência

Outorgada

(kW)

Potência

Fiscalizada

(kW)

Destino

da

Energia

Proprietário Município

EOL.CV.RN.030568-

5.01

União dos

Ventos 7

05/04/2014 14.400 14.400 PIE 100% para Campina

Potiguar Geradora Eólica

S.A

São Miguel do

Gostoso - RN

EOL.CV.RN.030569-

3.01

União dos

Ventos 8

05/04/2014 14.400 14.400 PIE

100% para Esquina dos

Ventos Geradora Eólica S.A

Pedra Grande - RN

EOL.CV.RN.030570-

7.01

União dos

Ventos 9

05/04/2014 11.200 11.200 PIE

100% para Ilha dos

Ventos Geradora Eólica S.A

Pedra Grande - RN

EOL.CV.RN.030571-5.01

União dos Ventos 10

05/04/2014 14.400 14.400 PIE

100% para Pontal do

Nordeste Geradora Eólica

S.A

Pedra Grande - RN

EOL.CV.RN.030622-3.01

Arizona 1 01/10/2013 28.000 28.000 PIE 100% para Arizona 1

Energia Renovável S.A

Rio do Fogo - RN

EOL.CV.RN.030660-

6.01

Juremas 05/12/2014 16.100 16.100 PIE 100% para SPE Juremas

Energia S.A.

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030661-4.01

Macacos 11/12/2014 20.700 20.700 PIE 100% para SPE Macacos

Energia S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030671-1.01

Pedra Preta 03/12/2014 20.700 20.700 PIE 100% para SPE Pedra

Preta Energia S.A.

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030672-

0.01

Costa

Branca

03/12/2014 20.700 20.700 PIE 100% para SPE Costa

Branca Energia S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030787-4.01

Modelo I 25/10/2014 30.550 30.550 PIE

100% para Enel Green

Power Modelo I Eólica

S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030788-2.01

Modelo II 23/10/2014 25.850 25.850 PIE

100% para Enel Green

Power Modelo II Eólica

S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030828-

5.01

Ventos de

Santo Uriel

22/05/2015 16.200 16.200 PIE 100% para Ventos de

Santo Uriel S.A.

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030832-

3.01

Carcará I 24/03/2015 30.000 30.000 PIE 100% para Usina de

Energia Eólica Carcará I

Ltda.

Areia Branca - RN

EOL.CV.RN.030834-

0.01

Santa Helena 06/05/2015 29.700 29.700 PIE

100% para Santa Helena

Energias Renováveis S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030864-

1.01

SM 23/04/2015 29.700 29.700 PIE

100% para Santa Maria

Energias Renováveis S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030870-

6.01

Riachão I 27/06/2015 29.700 29.700 PIE 100% para Central Eólica

Acari Ltda

Ceará-Mirim - RN

EOL.CV.RN.030871-4.01

Riachão II 01/06/2015 27.000 27.000 PIE 100% para Central Eólica

Albuquerque Ltda

Ceará-Mirim - RN

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

47

USINAS do tipo EOL em Operação

CEG Usina Data

Operação

Potência

Outorgada

(kW)

Potência

Fiscalizada

(kW)

Destino

da

Energia

Proprietário Município

EOL.CV.RN.030872-2.01

Riachão VI 01/06/2015 29.700 29.700 PIE 100% para Central Eólica

Apeliotes Ltda

Ceará-Mirim - RN

EOL.CV.RN.030873-0.01

Riachão VII 01/06/2015 29.700 29.700 PIE 100% para Central Eólica

Arena Ltda

Ceará-Mirim - RN

EOL.CV.RN.030874-

9.01

Riachão IV 01/06/2015 29.700 29.700 PIE 100% para Central Eólica

Anemoi Ltda

Ceará-Mirim - RN

EOL.CV.RN.030889-

7.01

Morro dos

Ventos II

16/04/2015 29.160 29.160 PIE 100% para Desa Morro

dos Ventos II S.A

João Câmara - RN

EOL.CV.RN.030897-

8.01

Carcará II 09/12/2014 30.000 30.000 PIE

100% para Usina de

Energia Eólica Carcará II

S.A.

Areia Branca - RN

EOL.CV.RN.030898-

6.01

Terral 24/03/2015 30.000 30.000 PIE 100% para Usina de

Energia Eólica Terral

S.A.

Areia Branca - RN

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

49

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema “decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo,

50

3. Apêndice B