universidade federal do rio grande do norte … · sobre a origem da energia eólica, bem como...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
GERALDO ALVES DE SOUSA JÚNIOR
ENERGIA RENOVÁVEL: O POTENCIAL EÓLICO COMO ALTERNATIVA NA
MATRIZ ENERGÉTICA NO RIO GRANDE DO NORTE.
NATAL (RN)
2015
Catalogação da Publicação na Fonte.
UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA
Sousa Júnior, Geraldo Alves de.
Energia renovável: o potencial eólico como alternativa na matriz energética no Rio
Grande do Norte / Geraldo Alves de Sousa Júnior. - Natal, RN, 2014.
47 f.
Orientador: Prof. Dr. Zivanilson Silva.
Monografia (Graduação em Economia) - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Economia. Curso de
Graduação em Ciências Econômicas.
1. Economia - Monografia. 2. Energia Eólica – Brasil (RN) - Monografia. 3.
Energia renovável – Aspecto econômico – Monografia. I. Silva, Zivanilson. II.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/BS/CCSA CDU 330.35:621.548
GERALDO ALVES DE SOUSA JÚNIOR
ENERGIA RENOVÁVEL: O POTENCIAL EÓLICO COMO ALTERNATIVA NA
MATRIZ ENERGÉTICA NO RIO GRANDE DO NORTE.
Monografia apresentada ao Departamento de Economia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(DEPEC/UFRN) como parte dos requisitos para obtenção
do título de Bacharel em Ciências Econômicas.
Orientador: Prof. Doutor Zivanilson Teixeira e Silva
NATAL (RN)
2015
GERALDO ALVES DE SOUSA JÚNIOR
ENERGIA RENOVÁVEL: O POTENCIAL EÓLICO COMO ALTERNATIVA NA
MATRIZ ENERGÉTICA NO RIO GRANDE DO NORTE
Monografia apresentada ao DEPEC/UFRN como parte dos requisitos para obtenção do titulo
de Bacharel em Ciências Econômicas.
Aprovada em: _____/______/_______
______________________________________
Professor Doutor Zivanilson Teixeira e Silva
Orientador/DEPEC UFRN
_______________________________________
MSc. Francisco de Assis Pedroza
Examinador Externo
NATAL (RN)
2015
DEDICATÓRIA
A todos aqueles que de algum modo contribuíram para que eu obtivesse êxito nesta tão
demorada e sofrida graduação; agradeço a Deus pela presença em minha vida, a minha esposa
e filhos e aos meus pais, pelos esforços sem precedentes na minha formação pessoal; aos
professores que direta ou indiretamente me ajudaram a concluir este curso.
Ao meu orientador Professor Dr. Zivanilson Silva, pela oportunidade de crescimento e pela
dedicação e competência com que orientou este trabalho.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por proporcionar a minha existência e permitir este valioso momento,
que muitos gostariam de passar, mas que por falta de condições, não tiveram essa
oportunidade.
Aos professores desta Universidade, que com grande capacidade, profissionalismo e
dedicação que estes possuem, me proporcionaram a aquisição de novos conhecimentos, que
terão grande valia em minha vida pessoal e profissional.
Aos meus familiares que nunca deixaram de me apoiar nos momentos mais difíceis na
elaboração e escrita desta monografia de conclusão de curso.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Funcionamento de um moinho de vento persa ............................................................ 18
Figura 2 - Principais marcos do desenvolvimento da Energia Eólica - Século XI ao XIX ................ 19
Figura 3 – Atlas do Potencial Eólico Brasileiro .......................................................................... 25
Figura 4 – Energia Eólica no Brasil .......................................................................................... 25
Figura 5 – Potencial Eólico da Região Nordeste ......................................................................... 26
Figura 6 – Como funciona a energia eólica ................................................................................ 28
Figura 7 – Funcionamento Técnico de Turbina Eólica ................................................................. 29
Figura 8 - Potencial Eólico Nordeste ......................................................................................... 29
Figura 9 – Turbina Energia Eólica ............................................................................................ 31
Figura 10 –Estrutura de custos de uma central eólica .................................................................. 33
Figura 11 - Aerogerador .......................................................................................................... 34
Figura 12 – Perfil eletro energético na América Latina ................................................................ 35
Figura 13 – Potencial eólico na América Latina ......................................................................... 35
Figura 14 – Revolução Energética ............................................................................................ 38
Figura 15 – Plano de expansão ................................................................................................. 39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição da área de cada continente segundo a velocidade média do vento ................ 30
Tabela 2 - Usinas Eólicas em Operação ..................................................................................... 36
Tabela 3 - Usinas Eólicas em Fase de Construção ....................................................................... 36
Tabela 4 - Empreendimentos em Operação ................................................................................ 37
RESUMO
O objetivo do presente trabalho é discutir a utilização da energia eólica como uma nova
alternativa energética viável no estado do Rio Grande do Norte. Na atualidade, as principais
fontes de energia utilizadas no Brasil e no mundo continuam sendo as que provêm de recursos
fósseis não renováveis. Após a crise energética no final dos anos 1990, o país implementou
políticas de investimentos em pesquisas e desenvolvimento de novas fontes de geração de
energia, com a finalidade de modificar a matriz energética brasileira. Nesse contexto, foram
investidos recursos direcionados para diversas fontes energéticas renováveis, tais como a
energia fotovoltaica, hidráulica e a eólica. Pesquisas mostraram que o Nordeste é um campo
fértil para a produção de energia eólica, cujos complexos vêm se expandindo na região. No
Rio Grande do Norte, os municípios de João Câmara, Parazinho e Pedra Grande, localizados
na região do Mato Grande, apresentam um grande potencial para a implementação da energia
eólica, como uma fonte alternativa no processo de geração de energia elétrica no estado do
Rio Grande do Norte.
Palavras chaves: Energias Renováveis. Energia Eólica. Rio Grande do Norte.
ABSTRACT
The purpose of this paper is to discuss the use of wind energy as a viable new alternative
energy in the state of Rio Grande do Norte. Currently, the main sources of energy used in
Brazil and in the world are still those from non-renewable fossil resources. After the energy
crisis in the late 1990s, the country has implemented investment policies in research and
development of new sources of power generation, in order to modify the Brazilian energy
matrix. In this context, investments earmarked funds for various renewable energy sources
such as photovoltaics, hydro and wind. Research has shown that the Northeast is fertile
ground for wind energy production, whose complex are expanding in the region. In Rio
Grande do Norte, the João Câmara of municipalities, Parazinho and Pedra Grande, located in
the Mato Grande region, show great potential for the implementation of wind power as an
alternative source in the electricity generation process in Rio state Grande do Norte.
SUMÁRIO
CAPÍTULO I _______________________________________________________ 12
1.1. INTRODUÇÃO ___________________________________________________ 12
CAPÍTULO II ______________________________________________________ 15
A ORIGEM DA ENERGIA EÓLICA E A TEORIA DO DECRESCIMENTO ________ 15
2.1 - Desafio do Decrescimento: a Energia Eólica seria uma espécie de decrescimento? ___ 15
2.2 – Origem Histórica da Energia Eólica _____________________________________ 17
CAPÍTULO III _____________________________________________________ 20
A IMPLEMENTAÇÃO DE COMPLEXOS EÓLICOS NO BRASIL _______________ 20
3.1. Energias Renováveis e Não Renováveis ____________________________________ 21
3.2. Energias Eólicas no Brasil e Nordeste _____________________________________ 22
3.3. Potencial Eólico no Brasil ______________________________________________ 24
3.4. Potencial Eólico no Nordeste ____________________________________________ 26
3.5. Energia Eólica e Meio Ambiente _________________________________________ 26
CAPÍTULO IV ______________________________________________________ 28
OS IMPACTOS DA GERAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA _______________________ 28
4.1. Dados Técnicos a respeito da geração de Energia Eólica _____________________ 28
4.2. Aproveitamento ___________________________________________________ 30
4.3. Energia Eólica: Aspectos Econômicos ___________________________________ 31
4.4. Energia Eólica: Custos de Estrutura ____________________________________ 32
4.5. Perfil Eletro Energético na América Latina ______________________________ 35
4.6. Potencial Eólico na América Latina ____________________________________ 35
4.7. Fontes Eólicas em uso e em construção no Brasil __________________________ 36
4.8. Vantagens da Energia Eólica _________________________________________ 37
4.9. Revolução Energética _______________________________________________ 38
4.10. Plano de Expansão _______________________________________________ 39
CAPITULO V ______________________________________________________ 40
1. Apêndice A _____________________________________________________ 42
2. Apêndice B _____________________________________________________ 48
3. Apêndice B _____________________________________________________ 50
12
CAPÍTULO I
1.1. INTRODUÇÃO
A sociedade contemporânea necessita cada vez mais de fontes de energia para
manter, prolongar e tornar mais confortável seu estilo de vida, manipulando-as, através do
tempo. Para esclarecimentos sobre os tipos de energias que dispomos atualmente, as mesmas
são divididas basicamente em dois tipos de acordo com as suas fontes.
Uma delas é a energia de fonte não renovável, que são aquelas que se encontram na
natureza em quantidades limitadas e se extinguem com a sua utilização como, por exemplo,
os combustíveis fósseis (carvão, petróleo bruto e gás natural) e o urânio, que é a matéria-
prima necessária para obter a energia resultante do processo de fusão nuclear.
O outro tipo de energia utilizada em larga escala é a energia renovável, em que não é
possível estabelecer um fim temporal para a sua utilização como, por exemplo, o calor
emitido pelo sol, a existência do vento, das marés ou dos cursos de água sendo assim
consideradas, justamente, inesgotáveis, mas limitadas em termos da quantidade de energia
que é possível extrair em cada momento.
Para justificar o desenvolvimento de energias do tipo “renováveis” podemos analisar,
primeiramente, a atual dependência que temos de recursos energéticos não-renováveis que
pela estimativa se pode prever a futura escassez que haverá dos mesmos. Outro fator
importante é a busca permanente de novas opções tecnológicas energéticas que não geram
degradação da atmosfera, do solo, de recursos hídricos e do meio ambiente de uma maneira
geral, sempre levando em conta as fontes de energia intermináveis que temos no planeta.
Denomina-se energia eólica a energia cinética contida nas massas de ar em
movimento (vento). Seu aproveitamento ocorre por meio da conversão da energia cinética de
translação em energia cinética de rotação, com o emprego de turbinas eólicas, também
denominadas aerogeradores, para a geração de eletricidade, ou cataventos (e moinhos), para
trabalhos mecânicos como bombeamento d’água. Assim como a energia hidráulica, a energia
eólica é utilizada há milhares de anos com as mesmas finalidades, a saber: bombeamento de
água, moagem de grãos e outras aplicações que envolvem energia mecânica. Para a geração
de eletricidade, as primeiras tentativas surgiram no final do século XIX, mas somente um
século depois, com a crise internacional do petróleo (década de 1970), é que houve interesse e
13
investimentos suficientes para viabilizar o desenvolvimento e aplicação de equipamentos em
escala comercial.
1.2. OBJETIVOS GERAIS E ESPECIFÍCOS
1.2.1. OBJETIVO GERAL
Analisar o potencial eólico como alternativa na matriz energética no estado do Rio
Grande do Norte.
1.2.2. OBJETIVOS ESPECIFÍCOS
Demonstrar a grande quantidade de Parques Eólicos em alguns municípios da região do
Mato Grande; tendo como exemplo as cidades de: João Câmara, Parazinho e Pedra Grande; e
averiguar a implantação, construção e ampliação no Rio Grande do Norte, tendo como
amostragem as citadas cidades localizadas na região do Mato Grande.
O aproveitamento deste tipo de energia decorrente dos avanços de instalações na
região Nordeste, bem como o favorecimento geográfico do Rio Grande do Norte, e pelo fato
de estar atuando especificamente na área de Eólica. Com isso, o foco desta pesquisa é mostrar
a importância do uso da energia renovável no início do século 21 e demonstrar as vantagens
da produção de energia proveniente dos ventos, tendo como exemplos os municípios de João
Câmara, Parazinho e Pedra Grande, localizados próximos à capital Natal, onde atualmente
concentra-se a maior parte dos complexos eólicos instalados e em fase de construção do
estado.
Para tanto, além desta introdução, o presente trabalho é composto pelo primeiro
capítulo onde consta uma breve introdução. Em seguida, no segundo capitulo que discorre
sobre a origem da energia eólica, bem como realiza uma abordagem acerca do tema
“decrescimento”. Em seguida, no terceiro capitulo, será demostrada a trajetória histórica da
energia eólica no Brasil, citando-se as vantagens do Rio Grande do Norte em relação aos
demais estados brasileiros, além das formas de energias renováveis, destacando as eólicas no
Brasil e Nordeste e a relação da energia eólica e o meio ambiente. No quarto capítulo serão
14
demostrados os dados técnicos a respeito da geração da energia eólica, seu aproveitamento,
aspectos econômicos e custos de infraestrutura. Por fim, no capitulo cinco será apresentada as
considerações finais, seguidas das referências bibliográficas utilizadas para elaboração deste
trabalho.
15
CAPÍTULO II
A ORIGEM DA ENERGIA EÓLICA E A TEORIA DO DECRESCIMENTO
2.1 - Desafio do Decrescimento: a Energia Eólica seria uma espécie de decrescimento?
O Brasil é um país rico em recursos energéticos renováveis e nas ultimas três décadas
o mundo tem convivido com alterações significativas no clima, e é consenso entre os
especialistas que elas são provocadas por ações antropogênicas atribuídas principalmente à
queima de combustíveis fósseis e aos desmatamentos.
Tendo-se em vista o fenômeno conhecido como “aquecimento global”, bem como a
necessidade de preservação ambiental, são empreendidos estudos que visam verificar a
viabilidade da substituição da matriz energética, baseada em hidrocarbonetos, por fontes
outras, ecologicamente sustentáveis.
Os governos de muitos países vêm juntando seus esforços com a finalidade de
diminuir cada vez mais o “efeito estufa”. A União Europeia, por exemplo, estabeleceu metas
para aumentar a participação de energias renováveis na matriz energética no ano de 2020 para
o percentual de 20%. Assim procuram oferecer e/ou criar incentivos às fontes renováveis, em
particular às “novas fontes renováveis”. Em geral, visa atender objetivos estratégicos
relacionados com maior ou menor ênfase, dependendo do país, à segurança energética, à
redução dos gases de efeito estufa e à geração de emprego e renda.
Em seu livro “O desafio do decrescimento”, Serge Latouche (2006) cita o consumismo
desenfreado como sendo um dos pontos que está levando ao crescimento desordenado. De
acordo com o autor, são necessários oito passos para uma mudança concreta na sociedade
atual, que precisa aprender a reavaliar, reconceitualizar, reestruturar, realocar, redistribuir,
reduzir, reutilizar e reciclar.
A necessidade de respeitar a biosfera e consumir com respeito poderá ser um dos
fatores necessários à readequação da sociedade para a criação de novos meios de progresso
menos poluentes e destruidores. Contudo, para se chegar a tais níveis, passa pela vontade
politica e se faz necessário investir, no sentido de criar uma sociedade sustentável, pois:
16
Na ótica da construção de uma sociedade de decrescimento, o problema não é mudar
o padrão de medida para transformar a sociedade, mas sim começar por
mudar os valores e tirar as consequências disso para os conceitos. A reavaliação
precede a reconceptualização. É porque se produziu uma mudança das
mentalidades que os indicadores de riqueza (ou de pobreza) já não são adequados
(LATOUCHE, 2006, p. 80).
Defender a evolução para uma desaceleração progressiva e racional do crescimento
material, com condições sociais especificas, é o ponto inicial ou a primeira etapa para o
decrescimento de todas as formas de produção devastadoras e predadoras existentes
atualmente.
Nesses termos, será a produção de Energia Eolica aqui estudada um dos meios para se
conseguir um decrescimento?
Ainda em seu livro, Latouche (2006) é bastante feliz em enfatizar a necessidade da
busca por tecnologias menos poluentes e mais rentáveis para os proprietários e para a
sociedade. O autor faz a definição do termo “decrescimento”, contudo deixa claro que em
uma sociedade capitalista atual é praticamente impossível crescer e ser corretamente
sustentável. Fazendo uma referencia ao “inferno do crescimento” ele cita que a sociedade
ligou seu destino a uma organização baseada na acumulação ilimitada, bem como que “um
crescimento infinito é incompatível com um planeta finito”.
Por isso, é importante ressaltar que para Latouche (2006), a atual economia vive um
dilema: crescer e ser sustentável inclusive voltado para a eficiência ecológica. Para o autor, o
problema é que o atual modelo de crescimento seguido até hoje pela maioria dos países é
fundamentalmente não sustentável.
Daí a importância deste trabalho, é justamente mostrar que a energia renovável através
dos ventos é economicamente viável e atende aos princípios de uma economia sustentável,
pois atualmente o que acelera a nossa economia moderna é a utilização maciça de fontes de
energia fóssil dentre outras não renováveis.
O termo “decrescimento” tem seu uso muito recentemente no debate econômico das
economias mundiais.
Correndo o risco de decepcioná-los, esclarecemos imediatamente que o decrescimento
não é um conceito, mas no sentido tradicional do termo, e que não se deve propriamente falar
de “teoria do decrescimento”, como alguns economistas puderam falar das teorias do
crescimento. Não se trata do “simétrico” do crescimento.
O decrescimento levanta duas grandes questões: por que e como.
17
O eterno desenvolvimento sustentável não será a boa solução ou pelo menos outro
nome mais simpático para designar os mesmos objetivos.
Outro importante autor Nicholas Georgescu-Roegen (2012), em sua obra intitulada de
“O decrescimento: entropia, ecologia, economia”, diz que não é mais possível tratar
“decrescimento durável” nem mesmo “crescimento zero” ou de Estado “estacionário”, mas
que agora para assegurar uma (sobre) vivência durável da humanidade na biosfera de nosso
planeta terra, o “decrescimento” é inelutável.
É necessário que enxerguemos que a natureza também tem um papel importante no
processo econômico e na formação do valor econômico. Com a degradação do meio
ambiente, é de fácil visualização que, uma temperatura alta ou baixa demais pode ser
incompatível com a sua (nossa) existência.
Com a preocupação de produzirmos bens melhores e maiores, é necessário
observamos que também iremos gerar resíduos melhores e maiores. Assim, é necessário que
nós economistas reconhecermos que a lei da entropia está na origem da escassez econômica.
2.2 – Origem Histórica da Energia Eólica
Fazendo uma retrospectiva histórica acerca da origem da energia eólica no mundo,
Montezano (2007) explica que, à medida que a agricultura evoluía, novas ferramentas e
métodos eram necessários serem criados e/ou aperfeiçoados com a finalidade de auxiliar as
diversas etapas do trabalho. Atividades como a moagem de grãos e o bombeamento de água
exigiam cada vez mais trabalho humano e animal, fator que restringia o desenvolvimento
agrícola. Para o autor
Isso conduziu ao desenvolvimento de uma forma primitiva de moinho de vento,
utilizada no beneficiamento de produtos agrícolas, que consistia de um eixo vertical
acionado por uma longa haste presa a ela, movida pela força de homens ou animais
caminhando numa trajetória circular. Houve também outra tecnologia em que uma
gaiola cilíndrica era conectada a um eixo horizontal e a força motriz (homens ou
animais) caminhava no seu interior, utilizada no beneficiamento agrícola (DUTRA,
2001 apud MONTEZANO, 2007).
Tal sistema foi aperfeiçoado com a utilização de cursos d’água como força motriz,
que ficou conhecido como roda d’água. Historicamente, o uso das rodas d’água precede a
utilização dos moinhos de ventos devido a sua concepção mais simplista de utilização de
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cursos naturais de rios como força motriz. Segundo Dutra (2001), como não havia
disponibilidade de rios em todos os lugares para o aproveitamento em rodas d’água, a
percepção do vento como fonte natural de energia permitiu o surgimento de moinhos de
ventos substituindo a força motriz humana ou animal em atividades agrícolas.
O primeiro registro histórico da utilização da energia eólica para bombeamento de
água e moagem de grãos através de cata-ventos é datado por volta de 200 A.C, na Pérsia.
Tratava-se de um cata-vento de eixo vertical como mostrado na figura 2.1. Esse tipo de
moinho de eixo vertical difundiu-se pela região islâmica sendo utilizado por diversos
séculos. Existem indícios que levam a crer que antes da invenção dos cata-ventos na Pérsia,
a China (2000 A.C.) e o Império Babilônico (1700 A.C.) também utilizavam cata-ventos
rústicos para irrigação (SHEFHERD, 1994 apud MONTEZANO, 2007)
Figura 1 – Funcionamento de um moinho de vento persa
(a) a pedra do moinho está abaixo do rotor e as velas estão fixadas nas palhetas, (b) vista
geral da parede sul do moinho, (c) vista ampliada das velas da palheta
(Fonte: MONTEZANO, 2007).
Apesar da baixa eficiência devido a suas características, os cata-ventos primitivos
apresentavam vantagens importantes para o desenvolvimento das necessidades básicas de
bombeamento d’água ou moagem de grãos, substituindo a força motriz humana e animal. É
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pouco conhecido o desenvolvimento e uso dos cata-ventos primitivos da China e Oriente
Médio como também dos cata-ventos surgidos no Mediterrâneo, porém um importante
desenvolvimento da tecnologia primitiva foram os primeiros modelos a utilizarem velas de
sustentação em eixo horizontal encontrados nas ilhas gregas do Mediterrâneo.
O primeiro moinho de vento utilizado para a produção de óleos vegetais foi
construído em 1582. Com o surgimento da imprensa e o rápido crescimento da demanda
por papel, foi construído, em 1586, o primeiro moinho de vento para fabricação de papel.
Ao fim do século XVI, surgiram moinhos de vento para acionar serrarias para processar
madeiras provenientes do Mar Báltico. Em meados do século XIX, aproximadamente 9000
moinhos de vento existiam em pleno funcionamento na Holanda. Montezano (2007) explica
que número de moinhos de vento na Europa nesse período mostra a importância do seu uso
em diversos países como a Bélgica (3000 moinhos de vento), Inglaterra (10000 moinhos de
vento) e França (650 moinhos de vento na região de Anjou).
Figura 2 - Principais marcos do desenvolvimento da Energia Eólica - Século XI ao XIX
Fonte: DUTRA, 2001
20
CAPÍTULO III
A IMPLEMENTAÇÃO DE COMPLEXOS EÓLICOS NO BRASIL
No Brasil, os primeiros anemógrafos computadorizados e sensores especiais para
energia eólica foram instalados no Ceará e em Fernando de Noronha (PE), no início dos anos
1990. Os resultados dessas medições possibilitaram a determinação do potencial eólico local e
a instalação das primeiras turbinas eólicas do Brasil
Já no Rio Grande do Norte, o primeiro parque eólico foi instalado na cidade de Macau
e foi fundado no ano 2004, sendo a primeira usina eólica implantada pela Petrobras no Rio
Grande do Norte. O campo de produção possui três aerogeradores com potência de 600 KW
cada. A energia total gerada neste empreendimento é de 1.8 MW de potência, suficiente para
abastecer uma cidade com 10 mil habitantes.
No entanto, a energia produzida é utilizada pela Petrobras, através de um cabo elétrico
submarino, onde é transferida para duas Plataformas. O projeto piloto em Macau é o primeiro
de uma série de projetos que estão sendo desenvolvidos pela gerência de energia renovável,
da área de gás e energia da Petrobras.
Atualmente o Brasil destaca-se na produção de energia renovável. Isto se deve por
apresentar um vasto território produtivo que permite ampliar dentre outras a produção da
biomassa da cana de açúcar. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética no ano de
2011, “o percentual de participação do conjunto das forças renováveis de energia (hidráulica,
eólica, etanol, biomassa entre outras), vai aumentar a matriz energética brasileira nos
próximos dez anos”.
Recentemente, com a evolução tecnologia, a sociedade necessita cada vez mais de
energia, em todas as suas formas. Com tudo isso, cresce a necessidade de continuar crescendo
economicamente, mas também surge a preocupação com o meio ambiente, logo se busca um
crescimento sustentável e ecologicamente correto.
A atual utilização de fontes energéticas fósseis responde por aproximadamente cerca
de 97% da energia consumida pelo planeta.
Nos dias atuais é possível observar o rápido desenvolvimento tecnológico que nos
cerca, levando cada vez mais a busca por novas fontes de energia e principalmente que sejam
não poluentes.
21
A busca por uma economia sustentável é cada vez mais difundida e defendida pelos
economistas que acreditam que o crescimento sustentável é algo utópico para se alcançar. As
energias renováveis, além de serem fontes de energia de menor custo e menos poluentes, são
fontes de geração de energias infinitas, principalmente as eólicas cuja matéria-prima é o
vento.
O Rio Grande do Norte é o primeiro estado a ultrapassar a barreira dos 2GW eólicos.
Segundo o diretor de energia eólica do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia
(Cerne), Milton Pinto, esse fato coloca o estado em uma posição ímpar, além de ter a maior
matriz eólica estadual do Brasil, conforme reportagem no jornal Tribuna do Norte (2015). Até
2017, estima-se que a as atividades no setor eólico sejam responsáveis pela geração de 30 mil
empregos diretos ou indiretos. Apesar de ser uma atividade com uma mão de obra bastante
restrita na operacionalização dos parques, durante a construção dos equipamentos, o número
de pessoas envolvidas é bastante superior e prioritariamente local. Atualmente o estado já
conta com capacitação mais técnica, como um curso de graduação em energias renováveis no
campus do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) no pólo
de João Câmara, e cursos de pós-graduação na Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN).
Além disso, o Estado vem trabalhando nos últimos sete anos e se tornado um
destaque nacional. Entre 2009 e 2014 o Rio Grande do Norte conquistou o primeiro lugar
nacional em novos leilões federais envolvendo fontes renováveis de energia. Nos últimos
cinco anos, passou da condição de importador do recurso para provedor regional. A
autossuficiência no setor representa investimentos e uma situação de tranquilidade energética,
que facilita a atração de outras cadeias produtivas.
Atualmente nos municípios analisados neste trabalho, a quantidade de parques em
atividades está assim distribuída: o município de João Câmara possui um total de 22 usinas,
enquanto Parazinho aparece com 18 usinas, seguido de Pedra Grande, com seis.
3.1. Energias Renováveis e Não Renováveis
Para esclarecimentos sobre os tipos de energias que dispomos atualmente, as mesmas
são divididas basicamente em dois tipos de acordo com as suas fontes.
22
Como citado anteriormente, uma é a energia de fonte não renovável que se encontram
na natureza em quantidades limitadas e se extinguem com a sua utilização como, por
exemplo, os combustíveis fósseis (carvão, petróleo bruto e gás natural) e o urânio, material
necessário para obtenção da energia nuclear.
O outro tipo de energia utilizada em larga escala é a energia renovável, que se
caracteriza pela impossibilidade de ser estabelecer um fim temporal para a sua utilização.
Nesse tipo, pode-se citar o calor emitido pelo sol, a existência do vento, das marés ou dos
cursos de água sendo assim consideradas, justamente, inesgotáveis, mas limitadas em termos
da quantidade de energia que é possível extrair em cada momento.
Para justificar o desenvolvimento de energias do tipo “renováveis” podemos analisar,
primeiramente, a atual dependência que temos de recursos energéticos não renováveis que
pela estimativa se pode prever a futura escassez que haverá dos mesmos.
Outro fator importante é a busca permanente de novas opções tecnológicas
energéticas que não geram degradação da atmosfera, do solo, de recursos hídricos e do meio
ambiente de uma maneira geral, sempre levando em conta as fontes de energia intermináveis
que temos no planeta.
Apesar desses fatores, as fontes de energia renováveis ainda são pouco utilizadas
devido aos custos de instalação, à inexistência de tecnologias e redes de distribuição
experimentadas e, em geral, ao desconhecimento e falta de sensibilização para o assunto por
parte dos consumidores e dos municípios.
Na atualidade utiliza-se a energia eólica para mover aerogeradores, grandes turbinas
colocadas em lugares de muito vento. Essas turbinas têm a forma de um cata-vento ou um
moinho. Esse movimento, através de um gerador, produz energia.
No Brasil, os períodos de menor capacidade dos reservatórios das hidrelétricas,
coincidem exatamente com os períodos de maiores ventos e, portanto, de maior geração de
energia nas usinas eólicas. Essa complementaridade já comprovada entre as fontes eólicas em
nosso país potencializa uma maior confiabilidade e estabilidade do Sistema Elétrico Brasileiro
3.2. Energias Eólicas no Brasil e Nordeste
A energia eólica começou no Brasil em meados de 1992 com o início da operação
comercial do primeiro aerogerador instalado no Brasil, que foi resultado de uma parceria entre
23
o Centro Brasileiro de Energia Eólica e a Companhia Energética de Pernambuco (CELPE).
Essa parceria só foi possível através de um financiamento do instituto de pesquisas
Dinamarquês “Folkecenter”.
No Brasil, podemos destacar a usina de energia eólica de Taíba, no Ceará – a primeira
do mundo construída sobre dunas de areia. A capacidade instalada do complexo, inaugurado
em 1999, é de 5 MW.
Contudo, o Rio Grande do Norte não fica atrás. Estrategicamente posicionado na
chamada “esquina do continente”, o estado é responsável pela maior produção de energia
eólica do Brasil, pouco mais de 30% do total, mas ainda “patina” nas tentativas de aproveitar
todo o seu potencial e colocar a eletricidade gerada a partir dos ventos como alternativa real
no país.
No estado, destaca-se a cidade de Parazinho, localizada na região do Mato Grande,
que é considerada a cidade número um do Brasil em potência eólica já instalada.
Os parques construídos advêm da participação espetacular do RN nos leilões federais
de energia de 2009 e 2010, quando superou todos os estados brasileiros em energia eólica
ofertada e vencedora.
A energia disponível varia conforme as estações e as horas do dia. O relevo influencia
na distribuição e frequência dos ventos, bem com sua velocidade em um determinado local,
dependendo, além disso, para o aproveitamento da energia eólica numa região, das
características de desempenho, altura de operação e espaçamento horizontal dos sistemas de
conversão. A avaliação do potencial de vento de uma região é fundamental e primeiro passo
de análise para a utilização do recurso eólico
Em países como o Brasil, onde existe uma grande malha hidrográfica, a energia eólica
pode se tornar importante no futuro e uma saída ideal no presente, porque ela não consome
água, que é um bem cada vez mais escasso e que também vai ficar cada vez mais controlado.
Em países com uma malha hidrográfica pequena, a energia eólica passa a ter um papel
fundamental já nos dias atuais, como talvez a única energia limpa e eficaz nesses locais.
De acordo com a ANEEL, atualmente possuímos 285 usinas instaladas no Brasil, com
a potência outorgada instalada de 6.477.333 kW, e a potência fiscalizada de 6.455.397, o que
significa uma redução de CO2 (T/ano) de 12.036.013.
Segundo as perspectivas do setor, a fonte eólica deve atingir cerca de 27 GW de
potencia instalada em 2023.
24
O Fator de Capacidade das Usinas Eólicas em regiões de ventos médios anuais
superiores a 8m/s, atinge 40% e, em alguns locais como no litoral do nordeste do Brasil, em
alguns meses chega a atingir até 60%.
No Brasil, assim como em várias partes do mundo, quase não existem dados de vento
com qualidade para uma avaliação do potencial eólico. Os primeiros sensores especiais para
energia eólica, como já aventamos foram instalados no Ceará e em Fernando de Noronha, no
estado de Pernambuco, no início dos anos 1990. Os bons resultados obtidos com aquelas
medições favoreceram a determinação precisa do potencial de energia eólica daqueles locais e
a instalação de aerogeradores. Vários estados brasileiros seguiram os passos de Ceará e
Pernambuco e iniciaram programas de levantamento de dados de vento
Também possuímos um dos maiores potenciais para aproveitamento eólico em todo o
mundo, já comprovado em diversos Estados, bem como pelo desempenho e produção das
Usinas Eólicas de Taíba, Prainha e Mucuripe (Ceará), Palmas (Paraná) e Bom Jardim da Serra
(Santa Catarina).
No Brasil, os períodos de menor capacidade dos reservatórios das hidrelétricas,
coincidem exatamente com os períodos de maiores ventos e, portanto de maior geração de
energia nas Usinas Eólicas. Essa complementaridade já comprovada entre as fontes eólicas
em nosso país potencializa uma maior confiabilidade e estabilidade do Sistema Elétrico
Brasileiro, mesmo assim, o Brasil possui uma produção de energia eólica muito pequena em
relação a sua capacidade, dos quais (91%), operam comercialmente desde o início de 1999.
No caso da energia eólica, o local de maior exploração desse tipo de fonte no Brasil é
o litoral do Nordeste.
3.3. Potencial Eólico no Brasil
No Brasil, o potencial eólico é abundante, o que nos faz refletir o porquê do não
investimento nesta viável, barata e abundante fonte de energia renovável.
Os especialistas e instituições ainda divergem na estimativa do potencial brasileiro,
devido à falta de dados e divergências metodológicas. Estudos efetuados na região Nordeste,
principalmente no Ceará e em Pernambuco, e por possibilitaram a primeira versão do Atlas
Eólico da Região Nordeste, e estudos posteriores resultaram no Mapa do Potencial Eólico
Brasileiro, apresentando uma estimativa da ordem de 143 GW.
25
Figura 3 – Atlas do Potencial Eólico Brasileiro
Conforme figura abaixo, a energia eólica ainda possui um crescimento pífio em
relação a outros tipos de energia, tanto hídrica quanto solar. A proveniente das hidro ainda
possui maior expressão no âmbito nacional.
Figura 4 – Energia Eólica no Brasil
Fonte: Eletrobrás
26
3.4. Potencial Eólico no Nordeste
O Nordeste apresenta mais da metade do potencial eólico brasileiro, com um total na
ordem de 75 GW, disponível no Brasil, e que equivale a aproximadamente quatro usinas
Itaipus. Esse potencial está localizado tanto na faixa litorânea quanto no interior da região, o
que possibilita uma melhor distribuição dos parques eólicos.
Já no Rio Grande do Norte, segundo a ANEEL, existem 80 usinas do tipo EOL, com
uma potência instalada de 1.216.216 kW, atualmente o estado é responsável por 34% de toda
energia eólica produzida no País. Conforme a Associação Brasileira de Energia Eólica, o
estado potiguar possui uma capacidade atual de sete gigawatts (GW), de capacidade instalada,
o que equivale na matriz energética brasileira uma participação de 5%, 285 parques eólicos
distribuídos por 11 Estados e aproximadamente 12 milhões de residências abastecidas com
essa fonte de energia.
Figura 5 – Potencial Eólico da Região Nordeste
3.5. Energia Eólica e Meio Ambiente
Os recursos energéticos são de extrema importância para o ser humano. Cientistas
calculam que o Sol envia para a Terra energia equivalente a cerca de 10 mil vezes o consumo
mundial de energia bruta. Todas as fontes renováveis de energia, exceto a geotérmica
(atividade vulcânica), derivam da energia solar.
27
Os recursos energéticos são divididos em fontes primárias e secundárias. As
primárias, supridas pela natureza, são subdivididas em duas categorias: renováveis e não
renováveis.
Dentre as renováveis, encontram-se, além do Sol, as originadas de hidroelétricas,
biomassa, ventos (eólica), marés, etc. Petróleo, carvão mineral e gás natural são fontes
consideradas não renováveis, ou fósseis.
As fontes de energia secundárias são as que chegam até o usuário final, como
eletricidade, gasolina, álcool, etc. Desta forma, uma mesma fonte de energia secundária pode
ser obtida de modo renovável ou não renovável (fóssil).
É evidente que existem vantagens e desvantagens neste tipo de geração de energia
renovável. A elétrica por meio de turbinas eólicas constitui uma alternativa para diversos
níveis de demanda, sendo considerada a energia mais limpa do planeta, disponível em
diversos lugares e em diferentes intensidades, uma boa alternativa às energias não renováveis.
As pequenas centrais podem suprir pequenas localidades distantes da rede, contribuindo para
o processo de universalização do atendimento. Quanto às centrais de grande porte, estas têm
potencial para atender uma significativa parcela do Sistema Interligado Nacional (SIN) com
importantes ganhos: (a) contribuindo para a redução da emissão, pelas usinas térmicas, de
poluentes atmosféricos, (b) diminuindo a necessidade da construção de grandes reservatórios.
Apesar de não queimarem combustíveis fósseis e não emitirem poluentes, centrais
eólicas não são totalmente desprovidas de impactos ambientais. Entre os principais impactos
socioambientais negativos das usinas eólicas destacam-se os sonoros e os visuais. Os
impactos sonoros são devidos ao ruído dos rotores e variam de acordo com as especificações
dos equipamentos.
28
CAPÍTULO IV
OS IMPACTOS DA GERAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA
4.1. Dados Técnicos a respeito da geração de Energia Eólica
De acordo com o Atlas de energia elétrica no Brasil, para que exista a geração de
energia eólica, e assim seja considerada tecnicamente aproveitável, é necessário que sua
densidade seja maior ou igual a 500 W/m2, a uma altura de 50 m, o que requer uma
velocidade mínima do vento de 7 a 8 m/s (GRUBB; MEYER, 1993 apud ANEEL, 2006). Isso
porque,
Segundo a Organização Mundial de Meteorologia, em apenas 13% da superfície
terrestre o vento apresenta velocidade média igual ou superior a 7 m/s, a uma altura
de 50 m. Mesmo assim, estima-se que o potencial eólico bruto mundial seja da
ordem de 500.000 TWh por ano. Devido, porém, a restrições socioambientais,
apenas 53.000 TWh (cerca de 10%) são considerados tecnicamente aproveitáveis.
Ainda assim, esse potencial líquido corresponde a cerca de quatro vezes o consumo
mundial de eletricidade (ANEEL, 2005, p. 94).
A seguir demostramos como é feita a geração dos ventos em um aerogerador e o
funcionamento da turbina, pás e o funcionamento em relação vento/sustentação.
Figura 6 – Como funciona a energia eólica
Fonte: http://ambientehsw.uol.com.br
29
Figura 7 – Funcionamento Técnico de Turbina Eólica
Fonte: CRESESB 2009
Figura 8 - Potencial Eólico Nordeste
Fonte CRESESB
Os rotores giram, principalmente, pelo efeito das forças de sustentação, que
permitem aproveitamento maior da potência que são provenientes do arrasto, para uma
30
mesma velocidade de vento. São necessários mecanismos para permitir que o disco, varrido
pelas pás, mantenha sempre uma posição perpendicular ao vento. Esses rotores são
constituídos: de uma pá (fan and conter weight) e contrapeso; ou de duas pás, ou de três pás;
ou, ainda, de múltiplas pás (multivane fans). As pás podem ter várias formas e serem de
diversos materiais. As mais utilizadas são as pás rígidas: de madeira, alumínio ou fibra de
vidro reforçada.
A energia disponível varia conforme as estações e as horas do dia. O relevo
influencia na distribuição e frequência dos ventos, bem com sua velocidade em um
determinado local, dependendo, além disso, para o aproveitamento da energia eólica numa
região, das características de desempenho, altura de operação e espaçamento horizontal dos
sistemas de conversão. A avaliação do potencial de vento de uma região é fundamental e
primeiro passo de análise para a utilização do recurso eólico.
Tabela 1 - Distribuição da área de cada continente segundo a velocidade média do vento
Velocidade do Vento (m/s) a 50 m de Altura
Região/Continente 6,4 a 7,0 7,0 a 7,5 7,5 a 11,9
(10 ³KM ²) (%) (10 ³KM ²) (%) (10 ³KM ²) (%)
África 3.750 12 3.350 11 200 1
Austrália 850 8 400 4 550 5
América do Norte 2.550 12 1.750 8 3.350 15
América Latina 1.400 8 850 5 950 5
Europa Ocidental 345 8,6 416 10 371 22
Europa Ocidental & ex URSS 3.377 15 2.260 10 1.146 5
Ásia (excluindo ex-URSS) 1.550 6 450 2 200 5
Mundo 13.650 10 9.550 7 8.350 6
Fonte: GRUBB.MJ.MEYER. N.I. Wind enerav: resourses, systems and regional strategies. In JO-HANSSON. T.B
4.2. Aproveitamento
O aproveitamento da força dos ventos é feito pela conversão da energia cinética,
através do giro das pás de uma turbina eólica em um sistema constituído por vários
componentes. A mensuração das condições climáticas, localização e destinação, propiciam
um melhor rendimento final. Para uma visão global da conversão da energia dos ventos em
eletricidade, devemos considerar os principais componentes, a seguir:
31
Turbina
Gerador
Caixa Multiplicadora
Sistemas de Controle
Torre
Turbina – Eixo Horizontal
Figura 9 – Turbina Energia Eólica
Fonte: Wobben Windpower/ENERCON
4.3. Energia Eólica: Aspectos Econômicos
Do ponto de vista econômico, a instalação de Parques Eólicos no Nordeste do Brasil,
tem impulsionado não só a economia local, mas também a nível de Brasil. No primeiro
semestre de 2015 a geração de usinas eólica no país cresceu aproximadamente 114% ante o
mesmo período de 2014, para uma média de 1.840 megawatts, segundo a CCEE (Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica).
32
Segundo essa mesma fonte, o Estado do Rio Grande do Norte foi o líder na geração
eólica, com 651 megawatts médios de energia entregues no período, uma elevação de 142,6
%, seguido pelo estado da Bahia, com 406 megawatts em média e pelo Estado vizinho do
Ceará, com 363 megawatts em média.
No entanto, a base para todas as considerações econômicas no que tange ao
aproveitamento da energia solar, mais especificamente de uma de suas formas que é a energia
eólica, é o custo de fabricação do equipamento, no caso os aerogeradores.
Economicamente falando, não se está melhor devido a inexistência de linhas de
transmissão para a distribuição da energia gerada.
O atraso crônico na construção das linhas de transmissão tem custado bilhões ao
consumidor de energia. Para se ter ideia, em 2012, quando os primeiros projetos eólicos
ficaram prontos para entrar em operação, as linhas chegaram a atrasar até dois anos, o que
adiou o inicio da operação dessas usinas para junho de 2014.
Não podemos deixar de lado os custos para implantação destas centrais eólicas. No
presente estão disponíveis no mercado aerogeradores com potência unitária que alcançaram o
patamar de 6.000 kW. Durante aproximadamente duas décadas houve um enorme progresso
no sentido de reduzir os custos dos aerogeradores. Atualmente os aerogeradores estão sendo
comercializados a preços inferiores a 1.000 US$/kW. Este custo já permite a operação
econômica dos aerogeradores em relação a algumas fontes convencionais, mesmos em locais
com regime de ventos menores.
4.4. Energia Eólica: Custos de Estrutura
De acordo com Fadigas (2011), considera-se como custo da turbina de energia eólica
o custo de sua aquisição, incluindo o custo do transporte até o local de instalação, além de
custos adicionais associados com a planta instalada e a conexão desta com a rede elétrica,
entre outros. A figura abaixo mostra a estrutura de custos necessária para a implantação de
uma central eólica.
33
Figura 10 - Estrutura de custos de uma central eólica
ESTRUTURA DE CUSTOS DE UMA CENTRAL EÓLICA
Custo total de Investimento
Custo da turbina eólica
Custo de instalação
Custos diversos
Custo de operação e
manutenção Produção de energia
(MWh)
Custo da produção de energia R$/MWh
Segundo explica a autora,
O custo de um aerogerador interage com os custos de operação e manutenção e com
o desempenho da planta de uma maneira complexa. Por exemplo, uma turbina de
duas pás terá um desempenho ligeiramente menor do que uma turbina de três pás
que utiliza mecanismos complexos, tais como mecanismo de controle do passo das
pás. No entanto, esta última terá um custo maior de operação e manutenção e seu
fator de disponibilidade poderá ser menor (FADIGAS, 2011, p. 225).
Normalmente, considera-se como custo total de investimento o custo chave na mão
(turn-key) de uma central eólica, ou seja, o custo da central instalada, pronta para entrar em
operação (FADIGAS, 2011). Esse custo pode ser dividido em:
Custo do Aerogerador (incluindo o transporte);
Custo do sítio e instalação da central;
Custos diversos: financeiros, planejamentos, engenharia.
Uma estrutura de custos de aerogeradores em vários projetos pode ser visto do
seguinte modo
34
Turbina de 30 kW - Controle de passo - Diâmetro de 12 m; 15 m de torre
Figura 11 - Aerogerador
Os valores para a instalação, no mercado mundial, estão entre US$ 1000 a US$ 1400,
o KW de potência instalada. Esses valores podem ser alterados em função de:
Tamanho
Capacidade
Distância
Topografia – linhas de transmissão
Terreno – custo e características,
Transporte
Montagem
Mão de obra
Incentivos fiscais.
Existe também o custo de geração, que varia em função da velocidade média dos
ventos. Este valor está entre US$ 35/MWh (ventos > 10m/s) e US$ 90/MWh (ventos 5,5m/s).
Para fazer frente ao custo, a remuneração, em regra, é bem mais cara do que a gerada
por hidrelétricas. Em um leilão do PROINFA – Programa de Incentivo à Geração de
Eletricidade por Fontes Alternativas, a remuneração do MWh (megawatt-hora), para o parque
Eólico de Osório, foi de R$ 231,00, enquanto o MWh de fonte hídrica (PCHs) ficou entre R$
110,00 e R$ 114,00.
35
4.5. Perfil Eletro Energético na América Latina
Conforme a figura 12, apesar de sermos considerados um país em fase de crescimento
econômico, estamos bem em pé de igualdade em relação aos demais países da América
Latina.
Figura 12 – Perfil eletro energético na América Latina
4.6. Potencial Eólico na América Latina
A figura 13 mostra a estimativa de capacidade instalada da eólica, que serão instalados
na América Latina até 2015. É possível observar que os aerogeradores com potencial nominal
entre 2MW e 2,5MW serão mais utilizados seguidos dos aerogeradores com potencial
nominal entre 1,5MW e 2 MW. Espera-se que aerogeradores com potencial maior que 3MW
sejam os mais utilizados a partir de 2021.
Figura 13 – Potencial eólico na América Latina
36
4.7. Fontes Eólicas em uso e em construção no Brasil
Atualmente no Brasil, existe em operação cerca de 281 parques eólicos, o que
representa um percentual de 4,55%, conforme a tabela abaixo:
Tabela 2 - Usinas Eólicas em Operação
Fontes utilizadas no Brasil - Fase: Operação
Origem Quantidade Potência Outorgada (kW) Potência Fiscalizada (kW) %
Fóssil 2234 27.114.132 26.522.492 19,05
Biomassa 508 13.812.927 12.971.239 9,71
Nuclear 2 1.990.000 1.990.000 1,4
Hídrica 1182 92.886.861 90.303.111 65,28
Eólica 281 6.477.333 6.455.397 4,55
Solar 25 15.236 11.236 0,01
Total 4216 142.296.489 138.253.475 100
Fonte ANEEL
No mesmo montante, atualmente no Brasil estão em fase de construção 114 parques
eólicos, o que representa um percentual de 13,06%. Apesar da crise e escassez hidríca, o
goversno insiste em investir na matriz hidrica.
Tabela 3 - Usinas Eólicas em Fase de Construção
Fontes utilizadas no Brasil - Fase: Construção
Origem Quantidade Potência Outorgada (kW) %
Fóssil 5 752.722 3,5
Biomassa 15 881.917 4,11
Nuclear 1 1.350.000 6,28
Hídrica 47 15.692.465 73,04
Eólica 114 2.806.682 13,06
Total 182 21.483.786 100
Fonte ANEEL
37
4.8. Vantagens da Energia Eólica
São inúmeras as vantagens da energia eólica, que vão desde a sua inesgotável fonte,
a não emissão de gases poluentes, não gerando resíduos na sua fabricação e diminui a emissão
de gases que causam o efeito estufa.
Para a comunidade as vantagens é que apesar da implantação das torres eólicas, o
terreno é utilizado para criação de gado e agricultura, também é fonte geradora de empregos o
que faz com que as cidades onde são instalados venham a gerar renda e uma transformação
dos tradicionais fazendeiros para os “fazendeiros de vento”.
E para o Estado, quais seriam as vantagens? Bom do ponto de vista estratégicos,
pode reduzir a dependência energética do exterior, gera poupança devido a aquisição de
direitos de emissão de CO2 por cumprir o protocolo de Quioto e diretivas comunitárias e
menores penalizações por não cumprir, sem citar que é uma das fontes mais baratas de
energia, podendo competir em termos de rentabilidade com as fontes de energias tradicionais.
Atualmente o consumo de energia no Brasil apresenta o seguinte panorama:
Tabela 4 - Empreendimentos em Operação
Tipo Quantidade Potência Outorgada
(kW)
Potência
Fiscalizada (kW)
%
CGH 525 368.382 370.259 0,27
EOL 273 6.667.533 6.629.397 4,78
PCH 468 4.834.723 4.821.485 3,48
UFV 27 25.236 21.236 0,02
UHE 198 87.701.249 85.203.663 61,42
UTE 2.775 40.991.172 39.684.962 28,61
UTN 2 1.990.000 1.990.000 1,43
Total 4268 142.578.295 138.721.002 100
Fonte: Aneel em 23/09/2015
38
4.9. Revolução Energética
Recentemente foi realizado no Rio de Janeiro, “Brazil Wind Power 2015”, onde foi
tratado os diversos aspectos da energia eólica no Brasil, as sua perspectivas, impactos, custos
e a passagem da revolução energética no mundo. Na figura 14 poderá ser observado que,
levando em conta o cenário atual em relação ao cenário da revolução energética, o que mais
teve uma queda foi às hidrelétricas.
Apesar de não haver um plano nacional do governo federal para 2050, os
pesquisadores consideraram as previsões oficiais para os próximos anos para elaborar um
cenário de referência. E compararam com a chamada revolução energética.
Se o modelo brasileiro seguir no ritmo atual, as hidrelétricas responderiam por 54,4%;
as termelétricas a gás natural por 23%, as eólicas por 7,6% e a solar não chegaria a 2%.
Aproveitando melhor o potencial para as renováveis, a participação das hidrelétricas poderia
cair para 39,6%; a das eólicas subir para 21,1%; a da solar para 23% e a das térmicas cair para
6,5%.
Figura 14 – Revolução Energética
Fonte: EPE
39
4.10. Plano de Expansão
Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2024 incorpora uma visão integrada
da expansão da demanda e da oferta de diversas fontes energéticas no período de 2015 a 2024.
Cumpre ressaltar sua importância como instrumento de planejamento para o setor energético
nacional, contribuindo para o delineamento das estratégias de desenvolvimento do país a
serem traçadas pelo governo Federal. O PDE 2024 se apresenta, portanto, como importante
instrumento para a delimitação do cenário de mitigação, uma vez que incorpora medidas que,
em conjunto, contribuem para que o país continue se desenvolvendo com baixas emissões de
carbono. Dentre as medidas incorporadas a esse plano podem ser citados o aumento da
eficiência energética e o incremento do parque instalado de fontes renováveis de energia
elétrica.
No que concerne ao setor elétrico, o presente plano incorpora os resultados dos
leilões de energia nova realizados até abril de 2015. A potência total dos projetos que
comercializaram energia em 2014 foi de, aproximadamente, 7.600 MW, correspondendo a
uma energia de aproximadamente 3.900 MW médios para o Sistema Interligado Nacional -
SIN. Está incluída nesse total, a geração de origem solar fotovoltaica, com uma potência total
de cerca de 900 MW. Foi também dado prosseguimento ao processo das licitações de
empreendimentos de transmissão, tendo sido licitado em 2014, em três leilões, um total da
ordem de 5.800 km de linhas de transmissão e 14.700 MVA de transformação.
Figura 15 – Plano de expansão
40
CAPITULO V
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final deste trabalho, e as conclusões poderiam ser melhores, porem,
devido às forças e intervenções politicas e influências externas ainda ficamos a mercê do
poder politico de nosso país.
O Rio Grande do Norte entra nesse cenário com alguns privilégios devido a sua
localização. Situado na “esquina do continente” o estado recebe em boa parte do seu território
ventos regulares, pois é importante que esses ventos não possuam variações bruscas em
frequência e velocidade e temos também um ambiente naturalmente adequado a esse tipo de
atividade. Também possuímos condições propicias para chegar a ser um grande, se não o
primeiro produtor nacional de energia eólica no Brasil.
Se não fosse bastante tudo isso, o estado vem trabalhando nos últimos sete anos e se
tornado um destaque nacional.
É claro que em termos de logística ainda é necessária uma boa melhoria nas vias de
circulação, acesso e movimentação das cargas, que são extremamente grandes e perigosas.
No Rio Grande do Norte, existe ainda uma vasta região para ser explorada e
aproveitada para energia eólica, bem como a energia solar que também é abundante em nosso
estado.
Pois o nosso estado é o melhor em qualidade dos ventos para o aproveitamento em
energia eólica, e mesmo assim ainda perdemos para as construções de hidrelétricas; o que vale
uma reflexão: será que esse fato se deve por ser o nordeste a região mais pobre do Brasil? Ou
será porque é mais fácil realizar desvios nas construções faraônicas das hidrelétricas?
Dessa maneira, espera-se que este trabalho tenha demostrado o potencial energético
de nossa região, com a implantação de novos empreendimentos eólicos e que venha a
contribuir para o crescimento da nossa economia e proporcionar uma melhor qualidade de
vida para as pessoas que estão próximas as áreas onde deverão ser instalados os parques
eólicos aqui no Rio Grande do Norte.
41
REFERÊNCIAS
ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica. Atlas de energia elétrica do Brasil. 2. ed. –
Brasília: ANEEL, 2005.
FADIGAS, Eliane A. Faria Amaral. Energia Eólica. Barueri, Manole, 2011.
GEORGESCU-ROEGEN, Nicholas. O decrescimento: entropia, ecologia, economia. São
Paulo: Senac, 2012.
LATOUCHE, Serge. O desafio do decrescimento. Lisboa: Instituto Piaget, 2006.
MONTEZANO, Bruno E. Moreira. Modelo dinâmico de visualização de um aerogerador com
velocidade de rotação variável e controle de passo em VRML. 137 f. Monografia (Graduação
em Engenharia Elétrica) – Curso de Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 2007.
SMIL, Vaclav. A longa e certa ascensão da energia solar, eólica. Scientific Americans: Fev.
2014 – nº 141, pp 48-53.
REFERÊNCIAS DIVERSAS
http://www.domtotal.com/noticias/detalhes.php?notId=901627
http://www.cresesb.cepel.br/atlas_eolico_ brasil/atlas-web.htm
http://www.portalabeeolica.org.br
http://www.aneel.gov.br
http://www.exame.com.br
http://www.abeeolica.com.br
http://paje.fe.usp.br/~mef-pietro/mef2/app.upload/7/_mefmi_003-05.pdf
http://ambiente.hsw.uol.com.br/energia-eolica1.htm
http://www.cdcc.sc.usp.br/escolas/juliano/eolica.html
http://www.solenerg.com.br/files/tccfernandodelgado.pdf
Brazil Wind Power 2015
42
1. Apêndice A
USINAS do tipo EOL em Operação
CEG Usina Data
Operação
Potência
Outorgada
(kW)
Potência
Fiscalizada
(kW)
Destino
da
Energia
Proprietário Município
EOL.CV.RN.028424-
6.01
RN 15 - Rio
do Fogo
15/07/2006 49.300 49.300 PIE 100% para Energias
Renováveis do Brasil
S.A.
Rio do Fogo - RN
EOL.CV.RN.028443-
2.01
Alegria II 30/12/2011 100.650 100.650 PIE
100% para New Energy
Options Geração de Energia S.A
Guamaré - RN
EOL.CV.RN.028444-
0.01
Alegria I 30/12/2010 51.000 51.000 PIE
100% para New Energy
Options Geração de Energia S.A
Guamaré - RN
EOL.CV.RN.028787-
3.01
Macau - 1.800 1.800 REG 100% para Petróleo
Brasileiro S/A
Macau - RN
EOL.CV.RN.030121-3.01
Aratuá I 31/01/2012 14.400 14.400 PIE
100% para Brasventos
Aratuá 1 Geradora de
Energia S.A
Guamaré - RN
EOL.CV.RN.030281-
3.01
Mangue
Seco 3
26/08/2011 26.000 26.000 PIE
100% para Eólica Mangue
Seco 3 – Geradora e
Comercializadora de Energia Elétrica S.A.
Guamaré - RN
EOL.CV.RN.030284-
8.01
Mangue
Seco 2
24/09/2011 26.000 26.000 PIE
100% para Eólica Mangue
Seco 2 – Geradora e
Comercializadora de Energia Elétrica S.A.
Guamaré - RN
EOL.CV.RN.030285-
6.01
Mangue
Seco 1
30/09/2011 26.000 26.000 PIE
100% para Eólica Mangue Seco 1 – Geradora e
Comercializadora de
Energia Elétrica S.A.
Guamaré - RN
EOL.CV.RN.030290-
2.01
Mangue
Seco 5
01/11/2011 26.000 26.000 PIE
100% para Eólica Mangue Seco 4 – Geradora e
Comercializadora de
Energia Elétrica S.A.
Guamaré - RN
EOL.CV.RN.030292-9.01
Santa Clara I 29/03/2014 30.000 30.000 PIE
100% para Santa Clara I
Energias Renováveis
Ltda.
Parazinho - RN
EOL.CV.RN.030293-7.01
Santa Clara III
29/03/2014 30.000 30.000 PIE
100% para Santa Clara III
Energias Renovaveis
Ltda
Parazinho - RN
43
USINAS do tipo EOL em Operação
CEG Usina Data
Operação
Potência
Outorgada
(kW)
Potência
Fiscalizada
(kW)
Destino
da
Energia
Proprietário Município
EOL.CV.RN.030300-3.01
Morro dos Ventos VI
29/03/2014 28.800 28.800 PIE 100% para Desa Morro
dos Ventos VI S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030301-1.01
Morro dos Ventos I
29/03/2014 28.800 28.800 PIE 100% para Desa Morro
dos Ventos I S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030302-
0.01
Morro dos
Ventos IX
29/03/2014 30.000 30.000 PIE 100% para Desa Morro
dos Ventos IX S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030304-6.01
Santa Clara VI
29/03/2014 30.000 30.000 PIE
100% para Santa Clara VI
Energias Renovaveis
Ltda.
Parazinho - RN
EOL.CV.RN.030307-0.01
Santa Clara IV
29/03/2014 30.000 30.000 PIE
100% para Santa Clara IV
Energias Renovaveis
Ltda.
Parazinho - RN
EOL.CV.RN.030308-
9.01
Santa Clara
II
29/03/2014 30.000 30.000 PIE 100% para Santa Clara II
Energias Renovaveis
Ltda.
Parazinho - RN
EOL.CV.RN.030310-0.01
Morro dos Ventos III
29/03/2014 28.800 28.800 PIE 100% para Desa Morro
dos Ventos III S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030311-9.01
Morro dos Ventos IV
29/03/2014 28.800 28.800 PIE 100% para Desa Morro
dos Ventos IV S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030333-
0.01
Parque Eólico
Cabeço
Preto
04/05/2012 19.800 19.800 PIE 100% para Gestamp
Eólica Baixa Verde S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030339-9.01
Miassaba 3 01/02/2014 68.470 68.470 PIE
100% para Brasventos
Miassaba 3 Geradora de
Energia S.A
Macau - RN
EOL.CV.RN.030340-
2.01
Areia Branca 18/02/2014 27.300 27.300 PIE
100% para Eólica Bela Vista Geração e
Comercialização de
Energia S.A
Areia Branca - RN
EOL.CV.RN.030351-
8.01
Eurus VI 29/03/2014 8.000 8.000 PIE 100% para Eurus VI Energias Renováveis
Ltda
Parazinho - RN
EOL.CV.RN.030370-
4.01
Miassaba II 22/12/2011 14.400 14.400 PIE 100% para MIASSABA GERADORA EÓLICA
S.A.
Guamaré - RN
EOL.CV.RN.030378-
0.01
Santa Clara
V
29/03/2014 30.000 30.000 PIE
100% para Santa Clara V
Energias Renovaveis
Ltda.
Parazinho - RN
EOL.CV.RN.030389-
5.01
Mar e Terra 18/02/2014 23.100 23.100 PIE
100% para Eólica Mar e
Terra Geração e
Comercialização de Energia S.A
Areia Branca - RN
EOL.CV.RN.030416-6.01
Rei dos Ventos 1
01/02/2014 58.450 55.110 PIE
100% para Brasventos
Eolo Geradora de Energia
S.A
Galinhos - RN
44
USINAS do tipo EOL em Operação
CEG Usina Data
Operação
Potência
Outorgada
(kW)
Potência
Fiscalizada
(kW)
Destino
da
Energia
Proprietário Município
EOL.CV.RN.030417-
4.01
Rei dos
Ventos 3
01/02/2014 60.120 60.120 PIE 100% para Rei dos
Ventos 3 Geradora de
Energia S.A
Galinhos - RN
EOL.CV.RN.030454-
9.01
Mel 02 19/02/2013 20.000 20.000 PIE 100% para Mel 2 Energia
Renovável S.A
Areia Branca - RN
EOL.CV.RN.030497-
2.01
Renascença
V
01/01/2015 30.000 30.000 PIE
100% para Renascença V
Energias Renováveis S.A
Parazinho - RN
EOL.CV.RN.030498-0.01
Asa Branca IV
06/12/2014 32.000 32.000 PIE
100% para Asa Branca IV
Energias Renováveis
Ltda
Parazinho - RN
EOL.CV.RN.030499-9.01
Eurus II 01/01/2015 30.000 30.000 PIE
100% para Eurus II
Energias Renováveis
S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030500-
6.01
Campo dos
Ventos II
04/12/2014 30.000 30.000 PIE 100% para Campo dos
Ventos II Energias
Renováveis S/A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030501-
4.01
Parque
Eólico
Cabeço Preto IV
04/05/2012 19.800 19.800 PIE 100% para Gestamp
Eólica Moxotó S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030502-2.01
Farol 25/02/2015 20.000 20.000 PIE 100% para GE Farol S.A
São Bento do Norte
- RN
EOL.CV.RN.030503-
0.01
Eurus I 03/12/2014 30.000 30.000 PIE 100% para DESA Eurus I
S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030504-
9.01
Eurus III 03/12/2014 30.000 30.000 PIE 100% para DESA Eurus
III S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030505-7.01
Asa Branca I 05/08/2015 27.000 27.000 PIE
100% para Nova Asa
Branca I Energias
Renováveis S.A
Parazinho - RN
EOL.CV.RN.030507-
3.01
Asa Branca
V
06/12/2014 32.000 32.000 PIE 100% para Asa Branca V
Energias Renováveis
S.A.
Parazinho - RN
EOL.CV.RN.030508-
1.01
Asa Branca
VIII
06/12/2014 32.000 32.000 PIE 100% para Asa Branca
VIII Energias Renováveis
Ltda
Parazinho - RN
EOL.CV.RN.030512-0.01
Dreen Boa Vista
25/02/2015 14.000 14.000 PIE 100% para GE Boa Vista
S.A
Pedra Grande - RN
EOL.CV.RN.030513-
8.01
Asa Branca
VII
06/12/2014 32.000 32.000 PIE
100% para Asa Branca
VII Energias Renováveis Ltda
Parazinho - RN
EOL.CV.RN.030514-
6.01
Ventos de
São Miguel
24/12/2014 30.000 30.000 PIE
100% para Energisa
Geração – Central Eólica
Ventos de São Miguel S.A
Parazinho - RN
45
USINAS do tipo EOL em Operação
CEG Usina Data
Operação
Potência
Outorgada
(kW)
Potência
Fiscalizada
(kW)
Destino
da
Energia
Proprietário Município
EOL.CV.RN.030515-4.01
Renascença I 24/12/2014 30.000 30.000 PIE
100% para Energisa
Geração – Central Eólica
Renascença I S.A
Parazinho - RN
EOL.CV.RN.030516-2.01
Renascença II
24/12/2014 30.000 30.000 PIE
100% para Energisa
Geração – Central Eólica
Renascença II S.A
Parazinho - RN
EOL.CV.RN.030520-
0.01
Asa Branca
VI
06/12/2014 32.000 32.000 PIE
100% para Asa Branca VI
Energias Renováveis
Ltda
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030527-
8.01
Renascença
III
24/12/2014 30.000 30.000 PIE 100% para Energisa
Geração – Central Eólica
Renascença III S.A
Parazinho - RN
EOL.CV.RN.030536-7.01
Dreen São
Bento do
Norte
25/02/2015 30.000 30.000 PIE 100% para GE São Bento
do Norte S.A
São Bento do Norte
- RN
EOL.CV.RN.030549-
9.01
Dreen Olho
D Água
25/02/2015 30.000 30.000 PIE 100% para GE Olho
D´Água S.A
São Bento do Norte
- RN
EOL.CV.RN.030551-0.01
Renascença IV
24/12/2014 30.000 30.000 PIE
100% para Energisa
Geração - Central Eólica
Renascença IV S.A
Parazinho - RN
EOL.CV.RN.030553-7.01
Ventos do Brejo A-6
- 6 6 REG não identificado Brejinho - RN
EOL.CV.RN.030562-
6.01
União dos
Ventos 1
05/04/2014 22.400 22.400 PIE
100% para Energia
Potiguar Geradora Eólica S.A
Pedra Grande - RN
EOL.CV.RN.030563-4.01
União dos Ventos 2
05/04/2014 22.400 22.400 PIE
100% para Torres de
Pedra Geradora Eólica
S.A
Pedra Grande - RN
EOL.CV.RN.030564-2.01
União dos Ventos 3
08/04/2014 22.400 22.400 PIE
100% para Ponta do
Vento Leste Geradora
Eólica S.A
Pedra Grande - RN
EOL.CV.RN.030565-
0.01
União dos
Ventos 4
08/04/2014 11.200 11.200 PIE 100% para Torres de São Miguel Geradora Eólica
S.A
Pedra Grande - RN
EOL.CV.RN.030566-
9.01
União dos
Ventos 5
08/04/2014 24.000 24.000 PIE 100% para Morro dos
Ventos Geradora Eólica
S.A
São Miguel do
Gostoso - RN
EOL.CV.RN.030567-
7.01
União dos
Ventos 6
05/04/2014 12.800 12.800 PIE 100% para Canto da Ilha
Geradora Eólica S.A
São Miguel do
Gostoso - RN
46
USINAS do tipo EOL em Operação
CEG Usina Data
Operação
Potência
Outorgada
(kW)
Potência
Fiscalizada
(kW)
Destino
da
Energia
Proprietário Município
EOL.CV.RN.030568-
5.01
União dos
Ventos 7
05/04/2014 14.400 14.400 PIE 100% para Campina
Potiguar Geradora Eólica
S.A
São Miguel do
Gostoso - RN
EOL.CV.RN.030569-
3.01
União dos
Ventos 8
05/04/2014 14.400 14.400 PIE
100% para Esquina dos
Ventos Geradora Eólica S.A
Pedra Grande - RN
EOL.CV.RN.030570-
7.01
União dos
Ventos 9
05/04/2014 11.200 11.200 PIE
100% para Ilha dos
Ventos Geradora Eólica S.A
Pedra Grande - RN
EOL.CV.RN.030571-5.01
União dos Ventos 10
05/04/2014 14.400 14.400 PIE
100% para Pontal do
Nordeste Geradora Eólica
S.A
Pedra Grande - RN
EOL.CV.RN.030622-3.01
Arizona 1 01/10/2013 28.000 28.000 PIE 100% para Arizona 1
Energia Renovável S.A
Rio do Fogo - RN
EOL.CV.RN.030660-
6.01
Juremas 05/12/2014 16.100 16.100 PIE 100% para SPE Juremas
Energia S.A.
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030661-4.01
Macacos 11/12/2014 20.700 20.700 PIE 100% para SPE Macacos
Energia S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030671-1.01
Pedra Preta 03/12/2014 20.700 20.700 PIE 100% para SPE Pedra
Preta Energia S.A.
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030672-
0.01
Costa
Branca
03/12/2014 20.700 20.700 PIE 100% para SPE Costa
Branca Energia S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030787-4.01
Modelo I 25/10/2014 30.550 30.550 PIE
100% para Enel Green
Power Modelo I Eólica
S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030788-2.01
Modelo II 23/10/2014 25.850 25.850 PIE
100% para Enel Green
Power Modelo II Eólica
S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030828-
5.01
Ventos de
Santo Uriel
22/05/2015 16.200 16.200 PIE 100% para Ventos de
Santo Uriel S.A.
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030832-
3.01
Carcará I 24/03/2015 30.000 30.000 PIE 100% para Usina de
Energia Eólica Carcará I
Ltda.
Areia Branca - RN
EOL.CV.RN.030834-
0.01
Santa Helena 06/05/2015 29.700 29.700 PIE
100% para Santa Helena
Energias Renováveis S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030864-
1.01
SM 23/04/2015 29.700 29.700 PIE
100% para Santa Maria
Energias Renováveis S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030870-
6.01
Riachão I 27/06/2015 29.700 29.700 PIE 100% para Central Eólica
Acari Ltda
Ceará-Mirim - RN
EOL.CV.RN.030871-4.01
Riachão II 01/06/2015 27.000 27.000 PIE 100% para Central Eólica
Albuquerque Ltda
Ceará-Mirim - RN
47
USINAS do tipo EOL em Operação
CEG Usina Data
Operação
Potência
Outorgada
(kW)
Potência
Fiscalizada
(kW)
Destino
da
Energia
Proprietário Município
EOL.CV.RN.030872-2.01
Riachão VI 01/06/2015 29.700 29.700 PIE 100% para Central Eólica
Apeliotes Ltda
Ceará-Mirim - RN
EOL.CV.RN.030873-0.01
Riachão VII 01/06/2015 29.700 29.700 PIE 100% para Central Eólica
Arena Ltda
Ceará-Mirim - RN
EOL.CV.RN.030874-
9.01
Riachão IV 01/06/2015 29.700 29.700 PIE 100% para Central Eólica
Anemoi Ltda
Ceará-Mirim - RN
EOL.CV.RN.030889-
7.01
Morro dos
Ventos II
16/04/2015 29.160 29.160 PIE 100% para Desa Morro
dos Ventos II S.A
João Câmara - RN
EOL.CV.RN.030897-
8.01
Carcará II 09/12/2014 30.000 30.000 PIE
100% para Usina de
Energia Eólica Carcará II
S.A.
Areia Branca - RN
EOL.CV.RN.030898-
6.01
Terral 24/03/2015 30.000 30.000 PIE 100% para Usina de
Energia Eólica Terral
S.A.
Areia Branca - RN
48
2. Apêndice B
FIGURAS
49
50
3. Apêndice B