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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

LARGO DA AMIZADE Uma proposta de requalificação sob o ponto de vista do usuário

ALINNE ALESSANDRA COSTA DA SILVA

Natal, 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

LARGO DA AMIZADE Uma proposta de requalificação sob o ponto de vista do usuário

ALINNE ALESSANDRA COSTA DA SILVA

Trabalho Final de Graduação

apresentado à banca examinadora do

curso de Arquitetura e Urbanismo da

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, como requisito para a obtenção

do grau em Arquiteta e Urbanista.

Orientadora: Prof. Dra. Gleice

Azambuja Elali

Natal, 2016

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ALINNE ALESSANDRA COSTA DA SILVA

LARGO DA AMIZADE

Uma proposta de requalificação sob o ponto de vista do usuário

Trabalho Final de Graduação apresentado

à banca examinadora do curso de

Arquitetura e Urbanismo da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como

requisito para a obtenção do grau em

Arquiteta e Urbanista.

Aprovação em 14 de junho de 2016.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Prof. Dra. Gleice Azambuja Elali

Orientadora

__________________________________________

Prof. Amadja Borges

Avaliador interno-UFRN

__________________________________________

Vinicius Pessoa Albino

Avaliador externo –Arquiteto e Urbanista

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Aos meus pais, Arlindo e Vania.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, pelo amor incondicional e por todos os esforços que

fizeram para eu chegar até aqui. Devo tudo o que conquistei e o que

sou a vocês.

Ao meu avô Cícero, homem forte e bondoso. Sempre o terei na minha

memória e, principalmente no meu coração.

À Josi, a irmã que a vida me deu.

À Professora Gleice, por ter aceitado me orientar, pela paciência e

apoio ao longo desse semestre.

Aos Boêmios, minha turma do coração, por nossos momentos de zueira

e aperreio. O percorrer do curso se tornou mais leve com nossas histórias.

A Txos, Guiga e Lulu, minhas eternas companheiras de grupo e de vida.

Com vocês me tornei uma pessoa melhor.

A Eri e ao Candy, meus parceiros de risadas e presepadas. A vida

encontrou um tom bem melhor com a chegada de vocês.

A Vale e ao Imigris, meus irmãos irlandeses, por vivenciarem não só o

sonho de morar em Waterford, mas por todos os outros lugares que

percorremos juntos. Nossas histórias sempre irão por um sorriso no meu

rosto.

À Babina, por ter me ajudado com a parte gráfica do trabalho. Sem sua

ajuda, eu não teria conseguido.

À Raísa, minha amiga parceira. Obrigado pelos carões, conselhos e

incentivos.

À Topety, pela amizade sincera e por se fazer sempre presente.

À Toby, por sempre me alegrar com apenas uma balançadinha de

rabo.

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RESUMO

O objeto de estudo deste Trabalho Final de Graduação é desenvolver uma

proposta de requalificação do Largo da Amizade, localizado no Conjunto

Potilândia em Lagoa Nova, Natal, RN, através de uma metodologia na qual

o usuário participa do processo de concepção projetual. Sendo assim,

utilizou-se uma metodologia de interação social e inclusiva com o intuito de

compreender as necessidades reais de quem utiliza o espaço. A intenção é

fazer com que o ponto de vista do usuário sirva como principal referência

para criar um espaço condizente com os valores e necessidades da

comunidade.

Palavras-chaves: Conselho comunitário, comunidade, metodologia

participativa.

ABSTRACT

The study object of this graduation final work is to develop a requalification

proposal of the Largo da Amizade, located at the Conjunto Potilândia in

Lagoa Nova, Natal, RN, through a methodology on which the user

participates in the projectual concept process. This way, a social and inclusive

interaction methodology was used with the purpose of comprehending the

real needs of who uses the space. The intention is that the user point of view

serves as main reference to create a space suitable to the values and needs

of the community.

Keywords: Community board, community, participatory methodology.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1Bairro de Lagoa Nova, sua localização em Natal/RN, e destaque do

Conjunto Potilândia (sem escala) ........................................................................ 31

Figura 2 Praça da Amizade .................................................................................. 34

Figura 3 Conselho Comunitário ............................................................................. 35

Figura 4 Planta baixa esquemática do Conselho Comunitário de Potilândia

................................................................................................................................... 35

Figura 5 Cortes AA e BB da sede atual do Conselho Comunitário de Potilândia

................................................................................................................................... 36

Figura 6 Salão do Clube de mães ........................................................................ 36

Figura 7 Hall de entrada do salão e banheiro do Clube de Mães ................. 37

Figura 8 Cozinha ...................................................................................................... 37

Figura 9 Setor administrativo e banheiro ............................................................. 38

Figura 10 A.B) Salão C.D.E) Cozinha e depósito F)Banheiro ............................. 39

Figura 11– Apresentação do trabalho e das oficinas ....................................... 47

Figura 12Aplicação da oficina individualmente ................................................ 48

Figura 13Aplicação da oficina com a Turma da Zumba, Turma de Jiu-Jitsu e

Grupo Espírita ........................................................................................................... 49

Figura 14 Centro de Assistência e Desenvolvimento Infantil de Nicoya ......... 66

Figura 15 Planta baixa do pavimento térreo ...................................................... 67

Figura 16 Fachada leste e detalhes estruturais .................................................. 68

Figura 17 Ateliê Acaia ............................................................................................ 69

Figura 18 Planta baixa Térreo ................................................................................ 69

Figura 19 Planta baixa do primeiro pavimento .................................................. 70

Figura 20 Corte Transversal e Detalhes da Cobertura ....................................... 70

Figura 21 Centro Cultural Auneau ........................................................................ 71

Figura 22 Planta de Implantação ......................................................................... 71

Figura 23 Planta baixa do térreo........................................................................... 72

Figura 24 Planta baixa do primeiro pavimento, Fachada Frontal e Detalhe da

Esquadria .................................................................................................................. 73

Figura 25 Planta baixa do segundo pavimento ................................................. 73

Figura 26 Implantação do Conselho de moradores de Candelária-

CONACAN ............................................................................................................... 74

Figura 27 Galpão principal e anexo ..................................................................... 75

Figura 28 Secretaria ................................................................................................ 75

Figura 29 Galpão em desuso, área de churrasqueira, piscina e campo de

futebol ....................................................................................................................... 76

Figura 30 Sede da AMPA ....................................................................................... 77

Figura 31 Implantação da AMPA ......................................................................... 77

Figura 32 Instalações do AMPA ............................................................................. 78

Figura 33 Área da piscina ...................................................................................... 79

Figura 34 Instalações do Clube de Mães ............................................................ 80

Figura 35 Localização da Praça da Amizade e as ruas do seu entorno........ 83

Figura 36 Mapa de uso do solo ............................................................................. 84

Figura 37 Gabarito do entorno ............................................................................. 84

Figura 38 Carta Solar e Rosa dos Ventos de Natal/RN ...................................... 85

Figura 39 Carta Sola sobre o terreno .................................................................... 86

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Figura 40 Rosa dos Ventos sobre terreno ............................................................. 86

Figura 41 Medidas mínimas para sanitário acessível .......................................... 92

Figura 42 Medidas mínimas de sanitário acessível em caso de edificação

existente ou reforma ................................................................................................ 92

Figura 43 Fotos da infância da autora ................................................................. 98

Figura 44 Zoneamento vertical da proposta 01 ................................................ 100

Figura 45 Planta baixa esquemática do térreo da proposta 01 .................... 101

Figura 46 Planta baixa esquemática do primeiro pavimento da proposta 01

.................................................................................................................................. 101

Figura 47 Estudo volumétrico da proposta 01 ................................................... 102

Figura 48 Zoneamento vertical da proposta 02 ................................................ 103

Figura 49 Planta baixa esquemática do térreo da proposta 02 .................... 103

Figura 50 Planta baixa esquemática do primeiro pavimento da proposta 02

.................................................................................................................................. 104

Figura 51 Perspectivas da proposta para o Conselho Comunitário ............. 105

Figura 52 Implantação da proposta para a Praça da Amizade ................... 108

Figura 53 Estacionamento .................................................................................... 108

Figura 54 Tipo de piso Intertravado ..................................................................... 110

Figura 55 Tipo de piso Intertravado ..................................................................... 111

Figura 56 Playground ............................................................................................. 111

Figura 57 Quiosque ................................................................................................ 111

Figura 58 Grelha para Árvores ............................................................................. 112

Figura 59 Modelo de banco e Lixeira ................................................................. 113

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Costuma utilizar o conselho ............................................................. 52

Gráfico 2 Atividades Realizadas ....................................................................... 52

Gráfico 3 Satisfação em relação a Praça da Amizade e do Conselho

Comunitário ......................................................................................................... 53

Gráfico 4 Justificativa para a não satisfação em relação a Praça da Amizade

e do Conselho Comunitário .............................................................................. 53

Gráfico 5 Justificativa para a satisfação em relação a Praça da Amizade e

do Conselho Comunitário .................................................................................. 53

Gráfico 6 Pontos positivos da Praça da Amizade .......................................... 54

Gráfico 7 Pontos negativos da Praça da Amizade ....................................... 54

Gráfico 8 Pontos negativos do edifício Conselho Comunitário ................... 55

Gráfico 9 Pontos negativos do edifício do Conselho Comunitário ............. 55

Gráfico 10 Avaliação do edifício do Conselho Comunitário ....................... 56

Gráfico 11 Índice de uso dos salões do Conselho Comunitário .................. 57

Gráfico 12 Atividades realizadas em uma das salas do Conselho Comunitário

............................................................................................................................... 57

Gráfico 13 Avaliação do Salão 01 (Salão de festas) ..................................... 58

Gráfico 14 Avaliação do Salão 02 (Clube de Mães) .................................... 59

Gráfico 15 Índice de observância de ruído .................................................... 60

Gráfico 16 Nível de intensidade do ruído ........................................................ 60

Gráfico 17 Origem do ruído ............................................................................... 60

Gráfico 18 Melhorias para o edifício do Conselho Comunitário ................. 61

Gráfico 19 Melhorias para a Praça da Amizade ........................................... 61

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Conhecendo os problemas-Clube de Mães ................................ 50

Quadro 2 Poema dos Desejos-Clube de Mães .............................................. 50

Quadro 3 Conhecendo os problemas- Turma de Zumba ............................ 50

Quadro 4 Poema dos Desejos- Turma de Zumba .......................................... 51

Quadro 5 Conhecendo os problemas - Turma de Jiu-Jitsu .......................... 51

Quadro 6 Poema dos Desejos-Turma de Jiu-Jitsu .......................................... 51

Quadro 7 Conhecendo os problemas-Grupo espírita .................................. 51

Quadro 8 Poema dos desejos- Grupo Espírita ................................................ 52

Quadro 9 Lei complementar nº 055/00 – anexo III – relação das edificações

que geram tráfego. ............................................................................................ 87

Quadro 10 Programa necessidades ................................................................ 99

Quadro 11 Programa necessidades da Praça da Amizade ...................... 107

Quadro 12 Informações urbanísticas da Praça da Amizade..................... 107

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 21

2.CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL ............................................................................ 27

3.CONHECENDO O LARGO DA AMIZADE ........................................................... 30

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO CONJUNTO ................................................. 33

3.2 A PRAÇA DA AMIZADE ........................................................................ 33

3.3 O CONSELHO COMUNITÁRIO ............................................................ 34

4. CONTATO COM A COMUNIDADE ................................................................... 43

4.1 O PLANEJAMENTO DA PESQUISA ...................................................... 45

4.1.1A OFICINA ..................................................................................................45

4.1.2 QUESTIONÁRIOS .......................................................................................46

4.2 RESULTADOS .......................................................................................... 47

4.2.1 OFICINAS ..................................................................................................47

4.2.2 QUESTIONÁRIOS .......................................................................................52

4.2.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................61

5. REFERÊNCIAS PROJETUAIS ................................................................................ 65

5.1 ESTUDOS INDIRETOS ............................................................................. 66

5.1.1 CENTRO DE ASSISTÊNCIA E DESENVOLVIMENTO INFANTIL DE

NICOYA ..............................................................................................................66

5.1.2 ATELIÊ ACAIA ............................................................................................68

5.1.3 CENTRO CULTURAL AUNEAU ..................................................................71

5.2 ESTUDOS DIRETOS ................................................................................. 74

5.2.1 CONACAN ...............................................................................................74

5.2.2 AMPA E O CLUBE DE MÃES ....................................................................76

6. CONDICIONANTES PROJETUAIS ....................................................................... 83

6.1 CARACTERÍSTICAS DO TERRENO ........................................................ 83

6.2 ANÁLISE BIOCLIMÁTICA ...................................................................... 85

6.3 CONDICIONANTES LEGAIS ................................................................. 87

6.3.1 CÓDIGO DE OBRAS ................................................................................87

6.3.2 PLANO DIRETOR DE NATAL .....................................................................88

6.3.3 NBR 9050 ...................................................................................................89

6.3.4 CÓDIGO DE SEGURANÇA E PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO ........93

7. PROPOSTA ARQUITETÔNICA E URBANÍSTICA .................................................. 97

7.1.CONCEITO E PARTIDO ......................................................................... 97

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7.2 O CONSELHO COMUNITÁRIO .............................................................99

7.2.1 PROGRAMA NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO ................... 99

7.2.2 EVOLUÇÃO DA PROPOSTA .................................................................. 100

7.2.2.1 PROPOSTA 01 ................................................................................. 100

7.2.2.2 PROPOSTA 02 ................................................................................. 102

7.2.3 MEMORIAL DESCRITIVO ........................................................................ 104

7.2.1.1PERFIL DO EMPREENDIMENTO: ...................................................... 104

7.2.1.2SISTEMA CONSTRUTIVO .................................................................. 105

7.2.1.3 ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS ................................................... 106

7.3 A PRAÇA DA AMIZADE ..................................................................... 107

7.3.1PROGRAMA NECESSIDADES ................................................................. 107

7.3.2 A PROPOSTA .......................................................................................... 108

7.3.3 MEMORIAL DESCRITIVO DA PRAÇA DA AMIZADE ............................ 109

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 114

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ............................................................................ 116

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1.INTRODUÇÃO

Este Trabalho Final de Graduação em Arquitetura e Urbanismo apresenta a

proposta de um anteprojeto de requalificação do Largo da Amizade,

conjunto composto pela Praça da Amizade e pelo Conselho Comunitário de

Potilândia, equipamento inserido na praça.

A observação decorrente da vida cotidiana no conjunto Potilândia,

proporcionou uma visão geral sobre o funcionamento do seu Conselho

Comunitário e da Praça da Amizade. Dentro desse contexto, nota-se que

apesar de apresentar uso para algumas atividades de caráter esportivo,

recreativo e cultural pela comunidade, o edifício tem deficiências em sua

infraestrutura física e em relação a organização espacial. Já a Praça da

Amizade é alvo de constantes reinvindicações de melhorias também em

relação a infraestrutura oferecida.

Sendo assim, esse TFG se propõe a dialogar com a comunidade a fim de criar

uma proposta de requalificação do Largo da Amizade. Entende-se que o

ambiente de um conselho comunitário e de uma praça pública são um

importante espaço de cultura e lazer para a população, além de influenciar

as relações interpessoais entre moradores. A proposta, em sua etapa inicial

(reconhecimento do problema e definição do programa) foi desenvolvida

com a participação dos usuários.

Na concepção projetual, a participação dos usuários é um dos grandes

desafios de um arquiteto, por se tratar de um processo que requer um diálogo

com as pessoas que vão usufruir do espaço, o que exige metodologias que

permitam conhecer melhor suas necessidades e comportamentos.

O objetivo principal do TFG foi elaborar um anteprojeto de requalificação de

um Conselho Comunitário e o estudo preliminar da Praça da Amizade por

meio de processo participativo. Mais especificamente, busca-se:

compreender a dinâmica das relações entre a comunidade e o Conselho

Comunitário; fazer um acervo de referências projetuais semelhantes;

identificar os diversos grupos que utilizam o local; propor uma intervenção

que atenda as melhorias identificadas pelos usuários.

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A motivação deste trabalho partiu da minha vivência dentro do Conjunto

Potilândia como moradora, que me proporcionou a observação de como os

habitantes se comportam e suas necessidades em relação ao Conselho

Comunitário. Também, tive a oportunidade de perceber que a comunidade

é bastante ativa, sempre realizando atividades no Conselho e na praça,

envolvendo os campos cultural, esportivo, e social.

Apesar de todas essas atividades, a temática se justifica pela carência de

infraestrutura condizente, de modo que o novo projeto pretende melhorar o

espaço para atender a demanda já existente, deixando mais prazeroso o seu

uso e atrair novos usuários.

Para que se atinja os objetivos determinados para este trabalho, foi

necessário seguir alguns procedimentos e técnicas. Primeiramente, foi feita

uma revisão bibliográfica, com o intuito de compreender como um projeto

participativo atua e sua contribuição na concepção de uma proposta que

agrade ao público que irá utilizar o espaço. Em paralelo, foi realizado um

estudo do Largo da Amizade e seu entorno, sendo analisados usos do solo,

gabarito das edificações, tipologias edilícias e aspectos climáticos. Tais

dados foram obtidos através da observação da área, registros fotográficos e

entrevistas com moradores. Também foram realizados estudos de projetos e

edificações que serviram de referências para auxiliar na concepção estético-

formal da proposta.

Finalmente, a consulta à comunidade aconteceu por meio de oficinas e

questionários que influenciaram a elaboração do programa necessidades.

Seguiu-se o pré-dimensionamento dos espaços, realização de zoneamentos

e estudos volumétricos, os quais posteriormente se consolidaram no desenho

técnico.

Para apresentar o produto final do trabalho realizado, este texto , além desta

introdução, está dividido em sete capítulos, sendo o segundo para revisão

bibliográfica sobre o objeto de estudo, o terceiro para entendimento da

situação atual do conselho comunitário e da praça, o quarto contendo o

estudo sobre a metodologia participativa e como ela foi aplicada para este

trabalho, o quinto para os estudos de referência, e os dois últimos voltados

para o projeto em si, abordando condicionantes do projeto arquitetônico e

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desenvolvimento da proposta. As pranchas do desenho técnico encontram-

se no apêndice.

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2.CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL

omunidade é um conceito que não possui definição hegemônica,

uma vez que a sociedade vive em constante mudança quanto aos

seus valores e vivências. Segundo Bauman (2003 apud PERUZZO e

VOLPATO 2009), a palavra comunidade traz consigo uma

conotação boa/positiva devido aos significados que a palavra carrega: é a

segurança em meio à hostilidade.

Mocellim (2011, p.106), descreve comunidade como “...lugar onde as

pessoas podem se reunir e compartilhar valores e visões de mundo, bem

como apoio para problemas que possam estar ocorrendo”. Além disso, o

dicionário Michaellis (2016), define o termo como “população que vive em

determinado local ou região, ligada por interesses comuns.” Assim, traçando

uma relação entre essas definições, comunidade pode ser entendida como

um meio, onde as pessoas convivem devido a existência de afinidades, o

que leva ao compartilhamento de valores e experiências.

Portanto, ao tratarmos do tema Centro ou Conselho Comunitário, ou até

mesmo um Centro Social, podemos entender que trata-se de um

equipamento público criado para tornar-se palco de trocas sociais, onde os

moradores de um determinado lugar se encontrem e, em função de suas

relações desenvolvam o sentimento “comunidade”.

Institucionalmente, os Conselhos Comunitários são equipamentos públicos

que representam um bairro ou um setor da cidade, usados pelos habitantes

daquela área para reuniões, nas quais podem ser discutidas desde questões

políticas até atividades de recreação.

O centro comunitário surge como uma estrutura,

onde se desenvolvem ações tão diversificadas

quanto as necessidades sentidas pela

população, não sendo apenas o somatório das

atividades dirigidas a pessoas e grupos de

diversas faixas etárias, mas uma modalidade

integrada e global de responder aos problemas

das pessoas e das famílias. (BONFIM et al., 2000)1

1 Texto adaptado do português escrito em Portugal.

C

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28

Como um local de encontro, o centro comunitário pode favorecer a

sociabilidade entre os cidadãos, auxiliando-os a tornarem-se um grupo social

mais unido em busca de seus interesses. Para entender tal função é

necessário olhar o passado e ver como se deu sua origem.

O trabalho comunitário no Brasil tem seu início nas décadas de 40 e 50 a partir

de algumas práticas pastorais da Igreja Católica, que atuava em regiões

periféricas dos centros urbanos e em zonas rurais de grande pobreza, nas

quais apenas o engajamento da comunidade poderia suprir as necessidades

encontradas. Primeiramente tal movimento era de cunho aclassista, porém,

com o passar dos anos, o envolvimento de intelectuais e técnicos, em

conjunto das lideranças comunitárias, fez com que passasse a assumir um

tom mais crítico (GHISLANDI, 1991, p.16-19).

Segundo Damiani (1993), no Brasil os edifícios designados como centros

comunitários surgiram na época da ditadura militar, financiados pelo Banco

Nacional de Habitação (BNH), e entendidos como espaços de caráter

público fornecidos aos moradores dos conjuntos habitacionais. No contexto

das décadas de 1960 e 1970 “a política habitacional aparece como um dos

sustentáculos da ditadura militar. Às camadas órfãs, a casa. À classe

trabalhadora, o emprego na construção civil” (p.75).

Segundo dados de Informativo Técnico do Serviço Social do Comércio de

São Paulo (SESC, 1976), naquele período os centros comunitários foram

implantados nos conjuntos habitacionais, pois eles eram considerados áreas

de “instabilidade social”, sendo necessário suprir algumas de suas

necessidades básicas a fim de torná-las locais capazes de, não apenas

captar tensões sociais, mas sobretudo, promover integração entre os

moradores.

Todos esses programas reforçam a prevenção à

deterioração dos conjuntos habitacionais e seu

entorno, e a redução dos índices de

inadimplência, com a “maior integração do

homem urbano nas suas condições societárias”

(Processo Interno nº 030/77, COHAB-SP apud

DAMIANI, 1993, p. 53).

Nessa fase inicial, centros correspondiam a uma área de pequena extensão

e espaços multiusos, que serviriam para diversas atividades. Ou seja, embora

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29

o programa de necessidades não fosse complexo, os ambientes deveriam

ser capazes de acomodar atividades das mais diversas naturezas, dando

apoio aos habitantes da região.

Jacob A Corch descreve para mim o processo

nesses termos: “Tem dois tipos de equipamentos:

um tipo comércio, e centro comunitário. Centro

comunitário, nesta época (déc.70), a própria

empreiteira que fazia, sem cobrar nada, ficava

por conta do preço total da obra. As empreiteiras

que fazem mais de 500 unidades habitacionais

estavam obrigadas a construir um centro

comunitário – desde a administração Jânio, não

é mais necessário. Era coisa de 300m, era

pequeno, mas servia como lugar de encontro da

comunidade. Servia para fazer reuniões, às vezes,

filmes, missas, palestras, bailes, etc. existiam os

comércios, tinha uma linha de financiamento do

BNH a juros baixos, para as COHABs construírem

os comércio, tipo, lojas e escritórios (...). E existe

um outro tipo de unidade, que é o poder público

que constrói. É escola, creche, posto de

saúde...são áreas institucionais” (DAMIANI, 1993,

p. 136)

Esse modelo foi implantado em todo o país a partir da atuação do BNH, por

meio das COHABs e INOCOOPs, e se repete ainda hoje, quando o programa

básico de empreendimentos habitacionais do tipo Minha Casa, Minha Vida

– MCMV indica o conselho comunitário como um espaço a ser construído.

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30

3.CONHECENDO O LARGO DA AMIZADE

omo comentado, denominamos Largo da Amizade ao espaço

formado pela Praça da Amizade e o Conselho Comunitário de

Potilândia. Logo, para entender melhor o local, é necessário

compreender o Conjunto Potilândia, que segundo a Secretaria Municipal de

Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB), é parte integrante do bairro de Lagoa

Nova, na Zona Administrativa Sul da cidade de Natal/Rio Grande do Norte

(Figura 1).

De acordo com Itamar de Souza (2008), o bairro de Lagoa Nova iniciou a

expansão urbana da cidade de Natal para a Zona Sul, uma vez que recebeu

investimentos públicos entre os anos de 1960 e 1980. As áreas onde se

localizavam granjas, casas de campo e sítios foram substituídos por conjuntos

habitacionais. Foram construídos no bairro 25 conjuntos, sendo Potilândia o

percursor, também considerado o segundo mais antigo aglomerado

residencial planejado para a cidade (o primeiro foi o Conjunto Residencial

da Cidade da Esperança, na zona oeste).

O conjunto Potilândia, cuja área é de 428.487m², tem como delimitação

territorial o polígono formado ao norte pela Avenida Norton Chaves, ao sul

pelas Ruas da Bronzita e do Tório, as Ruas do Antinômio e a Monasita, a Rua

da Granada, além da Avenida Capitão Mor Gouveia; e a leste pela Rua

Djalma Maranhão e a oeste pelaa Avenida Senador Salgado Filho e Rua da

Granada.

C

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31

Figura 1Bairro de Lagoa Nova, sua localização em Natal/RN, e destaque do Conjunto

Potilândia (sem escala)

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32

O conjunto foi projetado pelo arquiteto Ubirajara Galvão, o mesmo autor do

Conjunto da Cidade da Esperança2, e a obra realizada com financiamento

do Instituto de Previdência e de Assistência dos Servidores do Estado (IPASE),

hoje incorporado ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), por

iniciativa do então presidente do IPASE Tarcísio Maia. Segundo o engenheiro

Kléber de Carvalho Bezerra, fiscal do batalhão e responsável por escolher o

terreno, as 768 casas foram construídas pelo 3º Batalhão de Engenharia do

Exército, instalado em Nova Descoberta (SOUZA,2008). Tal obra foi chamada

de conjunto Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara, sendo a primeira etapa

entregue no dia 01 de abril de 1967 e a última etapa em 1971, abrigando

uma população de aproximadamente 4800 habitantes (SOUZA, 2008;

MORAES, 1992). Ainda de acordo com Moraes (1992), as unidades

residenciais foram vendidas exclusivamente para funcionários públicos civis e

militares, embora hoje sejam ocupadas também por trabalhadores de

setores privados e profissionais liberais.

Em 1967 o conjunto foi registrado como bairro pelo prefeito em exercício

Ernani Alves da Silveira, mas posteriormente perdeu esta posição, e passou a

integrar o atual bairro de Lagoa Nova (ALBINO, 2010).

Vale ressaltar que o nome do conjunto vem da antiga Granja Potilândia, está

localizada no terreno que abrigou a construção das casas.

Além disso, durante algum tempo Potilândia sediou o “Arraiá da Esmeralda”,

famoso festejo junino que ocorria na Rua da Esmeralda, onde se encontra o

Conselho Comunitário e a Praça da Amizade, atraindo pessoas de toda a

cidade.

2 Informação cedida em entrevista aos pesquisadores Frederico Augusto Luna Tavares

(Doutorando PPGAU/UFRN) e Luiza Medeiros de Lima (Mestranda PPGAU/UFRN) em 18 de

agosto de 2014.

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33

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO CONJUNTO

Atualmente o Conjunto Potilândia dispõe de energia elétrica, água

encanada, rede telefônica, ruas calçadas e pavimentadas e saneamento

básico. A drenagem insuficiente faz com que em período de chuvas surjam

alagamentos nas áreas mais baixas. A coleta de lixo é regular, às segundas,

terças e quartas-feiras, entretanto, também nota-se lixo e entulho

acumulados em espaços públicos como praças e canteiros.

Quanto ao transporte público, poucas linhas de ônibus percorrem o interior

do conjunto, precisamente cortando a Avenida Mor Gouveia em sentido ao

Campus Central da Universidade Federal do Rio do Norte (UFRN). Nos deias

de semana este transporte funciona regularmente, entretanto aos sábados e

domingos a frequência de veículos é menor, fazendo com que os moradores

optem por esperar os ônibus na Avenida Senador Salgado Filho, onde eles

passam com maior assiduidade e as paradas são menos visadas para

assaltos, devido ao maior tráfego de pessoas.

O comércio na área se caracteriza por atender às primeiras necessidades

dos moradores, como mercearias, padarias, armarinhos, bares e açougues,

que funcionam sem horário específico.

O conjunto possui Conselho Comunitário dos Moradores, criado em 1975

(MORAES, 1992), cujas reuniões ocorrem em um edifício localizado na Praça

da Amizade.

3.2 A PRAÇA DA AMIZADE

A Praça da Amizade (Figura 2) é a mais conhecida do conjunto,

provavelmente por acolher o Conselho Comunitário. Ela possui área de

aproximadamente 2347,04 m², está localizada próximo à Avenida Salgado

Filho e a Br-101 e, além do conselho abriga dois quiosques, um fechado e

outro funcionando como bar.

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Figura 2 Praça da Amizade

Fonte: Elaborada pelo autora a partir de imagens aéreas do google.maps.com

A praça possui alguns bancos que, além de serem poucos, não têm

manutenção, um playground, uma academia da terceira idade (ATI), e

perímetro dotado de calçada com irregularidades, utilizada pelos usuários-

moradores para prática de caminhadas e corridas.

Verifica-se a presença de fachadas ativas em todo o perímetro, totalizando

26 terrenos privados, todas elas afastadas da praça por vias locais de 6

metros.

A apropriação da área pelos moradores é visível, sobretudo pela inserção de

bancos e mesas para um melhor conforto, levados para o local a fim de suprir

a falta de outros equipamentos, para dar suporte à conversa.

3.3 O CONSELHO COMUNITÁRIO

Segundo Moraes (1992), o Conselho Comunitário do conjunto Potilândia foi

criado em 1975 como uma tentativa de promover a integração e

organização dos moradores locais, constituindo seu representante no

encaminhamento de reinvindicações aos órgãos públicos nas três esferas e

à iniciativa privada. Suas reuniões ocorrem no edifício localizado na Praça da

Amizade. (Figura 3)

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Figura 3 Conselho Comunitário

No local são realizadas atividades culturais, esportivas e sociais, que variam

dependendo da época, tais como: clube de mães, aulas de artesanato,

música, jiu-jitsu, zumba, reuniões religiosas e festas. Em linhas gerais tais

atividades indicam o conselho comunitário como catalisador de convivência

dentre os moradores.

Entretanto, ao analisar sua infraestrutura notamos que o edifício não

acomoda adequadamente tais funções, uma vez que corresponde a

apenas um galpão dividido pelo local onde deveria funcionar a

administração, mas hoje abriga um depósito (Figura 4 e 5).

Figura 4 Planta baixa esquemática do Conselho Comunitário de Potilândia

Fonte: Acervo Pessoal

Fonte:Acervo Pessoal

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Figura 5 Cortes AA e BB da sede atual do Conselho Comunitário de Potilândia

Fonte: Elaborado pela autora.

Um dos salões recebe o Clube de Mães, e também acomoda as reuniões da

comunidade. Ele está em bom estado de conservação, com pintura recente

e limpeza adequada, mostrando cuidado das principais usuárias, embora

não seja adaptado para pessoas com dificuldades de locomoção, o que é

inadequado para o perfil dessas usuárias, senhoras com mais de 50 anos de

idade: no acesso ao espaço há degrau de 14 cm de altura, e o único

banheiro disponível possui degrau de 12 cm de altura para o acesso ao vaso

sanitário. (Figura 6 e 7).

Figura 6 Salão do Clube de mães

Fonte: Acervo Pessoal

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Neste salão existe, ainda, uma cozinha para a guarda ou preparo de lanches.

Como mobiliário fixo há um armário embutido que serve para guardar

materiais que são usados nas oficinas de artesanato (Figura 8)

Figura 8 Cozinha

Fonte:Acervo Pessoal

Figura 7 Hall de entrada do salão e banheiro do Clube de Mães

Fonte: Acervo Pessoal

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O local que deveria funcionar como administração do conselho hoje tem

função de depósito. Vale ressaltar que não recebe somente objetos utilizados

para atividades do próprio conselho, mas também atividades de moradores

e trabalhadores locais (como exemplo, o sapateiro que trabalha na Praça

da Amizade utiliza as dependências do conselho para guardar seus

equipamentos). O setor administrativo conta com um banheiro em mau

estado de conservação: há mofo nas paredes, problemas de infiltração, e a

porta está danificada (Figura 9).

Figura 9 Setor administrativo e banheiro

Fonte: Acervo Pessoal

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O segundo salão abriga atividades como aulas (de zumba, jiu-jitsu e

capoeira), festas em geral e eventos (como bazar de roupas, adoção de

animais, etc). O espaço não conta com mobiliário fixo, tornando-se multiuso

(Figuras 10.a e 10.b). Como forma de apoio, há uma cozinha em mau estado

de conservação, cujas as paredes apresentam infiltração; e uma despensa,

que hoje abriga diversos tipos de material (Figuras 10.c 10.d e 10.e). Também

há um banheiro não adaptado a portadores com deficiência, cujo o acesso

se dá através de um degrau de 22 cm de altura. As paredes estão com mofo

e infiltrações (Figura 10.f).

Figura 10 A.B) Salão C.D.E) Cozinha e depósito F)Banheiro

Fonte: Acervo Pessoal

a

b

c

d

e

f

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40

É importante ressaltar que o edifício como um todo apresenta cobogós em

grande parte das suas fachadas, o que favorece a iluminação natural, mas

não necessariamente a ventilação. Em determinadas horas do dia é preciso

usar cortinas improvisadas, já que os raios solares acabam incomodando os

usuários em suas atividades. Quanto ao seu conforto térmico, o local mostra-

se abafado em quase todas as horas do dia, exigindo o uso de ventiladores.

Portanto, ao relacionarmos a edificação do conselho comunitário com o

referencial teórico, percebe-se que o programa de necessidades hoje

vigente está de acordo com a época em que foi concebido, mas o edifício

em si deixa muito a desejar, sendo necessário reestruturá-lo a fim de torná-lo

mais funcional e eficiente em termos de conforto físico e ambiental.

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4. CONTATO COM A COMUNIDADE

proposta de realizar a requalificação do Largo da Amizade

através de um diálogo direto com a comunidade a fim de atender

aos seus anseios, me fez optar pelo “processo participativo” como

modelo de metodologia projetual.

Esse método requer um diálogo do autor do projeto com as pessoas que irão

usufruir dele, correspondendo a procedimentos que possibilitem entender

melhor as necessidades e comportamentos dos usuários.

De acordo com Sanoff (1992) participação é “uma interação face a face de

indivíduos, os quais compartilham um número de valores importantes para

todos, isto é, uma razão para estarem juntos” (p.35).3 Para Almeida (2009),

“participação é uma fonte de informações sobre as condições locais,

necessidades e atitudes, e portanto, melhora a eficácia do processo

decisório” p.36). Logo, trata-se de uma forma de abordagem inclusiva, que

busca ouvir grupos que normalmente são ignorados, favorecendo a troca de

informações entre projetista e usuário, o que acaba por colaborar na

resolução de conflitos.

E é a possibilidade de transformação de saberes,

de sensibilidades e de motivações populares em

nome da transformação da sociedade desigual,

excludente e regida por princípios e valores do

mercado de bens e de capitais, eram em nome

da humanização da vida social, que os

conhecimentos de uma pesquisa participante

devem ser produzidos, lidos e integrados como

uma forma alternativa emancipatória de saber

popular. (BRANDÃO; BORGES, 2007, p.55).

A metodologia participativa objetiva conhecer o cotidiano, o

comportamento, as motivações e desejos do grupo social envolvido, a fim

de oferecer um projeto que atenda aos anseios da comunidade. Segundo

Liberalino (2007), “o projeto participativo é um método de atuação eficaz e

3 Tradução livre da autora, do original em inglês: “Participation define it as face-to-face

interaction of individuals who share a number of values important to all,that is to say a purpose

for them being together”.

A

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44

divertido, que favorece o consenso entre os participantes e assim, rende um

melhor retorno” (p.37).

O envolvimento da comunidade nas decisões projetuais acaba por

possibilitar o atendimento mais satisfatório às suas necessidades, uma vez que

as pessoas tem possibilidade de expor interesses e manter-se envolvidas com

o processo projetual. Sendo assim, a edificação passa a ter maior significado

para aqueles que a irão utilizar, pois estes se sentem responsáveis pelo

espaço e pelas ações executadas nele, o que estimula sentimento de

pertencimento.

A comunicação cara a cara é fundamental para

estabelecer uma interação eficaz e fluxos de

informação apropriados, base a partir da qual a

cooperação é possível. (SANOFF,2000, p.32)4

Para que o processo participativo obtenha o resultado almejado, é

necessário planejar as ações a serem tomadas, considerando os objetivos do

projeto. Deste modo, o primeiro passo é determinar os objetivos e por

conseguinte, as etapas essenciais para seu sucesso, dentre as quais

destacam-se:

1. Identificar os indivíduos ou grupos que

irão (ou poderão) ser envolvidos nas atividades

participativas.

2. Decidir em qual momento do processo

de planejamento os participantes deverão ser

envolvidos (no desenvolvimento,

implementação, evolução ou em todos estes).

3. Planejar as atividades de acordo com o

recursos temporais e financeiros disponíveis.

4. Selecionar um método apropriado para

ser usado no alcance de cada objetivo

específico.

5. Implementar as atividades de

participação escolhidas.

6. Avaliar os métodos implementados a fim

de verificar se os objetivos e metas almejados

foram alcançados. (ROSNER, 1978 apud SANOFF,

1992, p.59).5

4 Tradução livre da autora, do original em inglês: “Face-to-face communication is pivotal in

estabilishing effective interaction and appropriate flows of informations, the foudation from

which cooperation is possible”. 5 Tradução livre da autora, do original em inglês: “1Identify the individuals or groups who will or

should be involved in the participation activity being planned. 2Decide where in the planning

process the participants should be involved; that is in development, implemetation, evaluation

or some combination thereof. 3Articulate the participation objectives in the terms of the

resources available. 4 Select an appropiate method to be used inte the achievement of

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De acordo com Sanoff (1992), várias técnicas podem ser aplicadas, mas irão

depender dos objetivos a serem alcançados, do tempo e recursos financeiros

disponíveis destinados ao processo.

4.1 O PLANEJAMENTO DA PESQUISA

No planejamento da atividade no Conselho Comunitário de Potilândia,

objetivou-se que o programa de necessidades deveria ser construído a partir

das indicações dos usuários.

Para alcançar tal objetivo, foram definidas duas etapas: oficinas com os

participantes de atividades no conselho e questionários a serem aplicados

com a população do entorno.

4.1.1A OFICINA

O primeiro passo foi o contato com a então presidente do Conselho

Comunitário para determinar o grupo de pessoas que estariam envolvidas no

processo, sendo definido que seriam feitas reuniões com cada grupo que

exercem atividade no local: Clube de Mães, que se reúne duas vezes na

semana no turno vespertino; a turma de zumba e a turma de jiu-jitsu, os quais

se reúnem três vezes por semana no período noturno; e o grupo religioso

espírita, o qual tem suas reuniões à noite uma vez por semana. As atividades

foram planejadas para ocorrerem no próprio Conselho.

A oficina foi composta por duas atividades: conhecendo os problemas e o

poema dos desejos.

Atividade 1: Conhecendo os problemas

Tempo estimado: 20 minutos

Material necessário: lápis/caneta

Procedimento: Propor aos participantes escrever ou desenhar os pontos

negativos e positivos do conselho comunitário.

specified objectives. 5 Implement chosen participation activities. 6 Evaluate the implemented

methods to see to what extent they achived the desired goals and objectives.”

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Atividade 2: Poema dos Desejos6

Tempo estimado: 10 minutos

Material necessário: Lápis/ Caneta e papel ofício.

Procedimento: Entregar um papel com a frase “Gostaria que o Conselho

comunitário.”, sendo solicitado ao participante que respondesse da forma

que se sentisse a vontade, sendo por desenho ou texto.

Embora no momento inicial tenha sido planejado uma segunda oficina, na

qual aconteceria um trabalho com a maquete da área de estudo, ela não

aconteceu devido ao tempo reduzido para elaboração do TFG.

4.1.2 QUESTIONÁRIOS

Foram elaborados questionários a serem aplicados em um raio de 200m com

relação a praça com a intenção de entender o uso do conselho comunitário

e da praça pelos moradores.

Considerando o tipo de ocupação do entorno, composto por habitações

unifamiliares, estima-se que comporte 180 casas e uma população em torno

de 820 moradores7.

Assim, entendendo-se um universo de 180 unidades de moradia, com base

nas indicações da Avaliação Pós-Ocupação (APO-ORSTEIN,1992), a amostra

foi definida como casual simples, com grau de confiança de 95%, e margem

de êxito de 10%, o que indicou a necessidade da aplicação de 50

questionários.

O questionário (Apêndice) foi composto por 12 perguntas, das quais 10

abertas, em que o entrevistado detém a liberdade de responder com suas

próprias palavras, e dessa forma esse método fornece respostas espontâneas

e não induzidas, e 2 com escalas avaliativas tipo Likert.

6 O poema dos desejos, trata-se de um instrumento de pesquisa em que os, usuários declaram

de forma verbal, escrita ou por meio de desenhos como seria o ambiente ideal para ele, a

partir de uma sentença previamente proposta “Eu gostaria que o edifício...”. Sua elaboração

e aplicação ocorrem de forma rápida, e é capaz de fornecer um rico conteúdo de resposta

por ser um método que se baseia na espontaneidade das respostas.

7 Segundo Censo 2010 do IBGE, a família natalense média tem 4,56 membros.

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4.2 RESULTADOS

4.2.1 OFICINAS

As oficinas foram iniciadas pelo Clube de Mães, com o auxílio de uma pessoa

para distribuir o material e registrar fotograficamente o momento.

Primeiramente, foi apresentada a atividade e os resultados esperados (Figura

11).

Figura 11– Apresentação do trabalho e das oficinas

Fonte: Acervo Pessoal

De início, a recepção foi boa, mas ao longo dos primeiros 15 minutos ficou

evidente a dispersão de atenção das senhoras e sua dificuldade para

trabalhar em grande grupo. Diante disso foi alterada a estratégia de

funcionamento e os instrumentos de pesquisa foram aplicados

individualmente, o que aumentou a duração da atividade, que acabou

tendo que acontecer em mais de um dia (Figura 12).

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Figura 12Aplicação da oficina individualmente

Fonte:Acervo Pessoal

Apesar da estratégia ter sido mudada, foi interessante ver o debate que era

gerado a partir do momento em que uma usuária respondia aos

questionamentos, pois as senhoras que estavam próximas interagiam e

relatavam suas opiniões e histórias.

Como resultado, dessa primeira experiência optou-se por seguir a mesma

linha de aplicação para os demais grupos (Figura 13).

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Figura 13Aplicação da oficina com a Turma da Zumba, Turma de Jiu-Jitsu e Grupo Espírita

Fonte: Acervo Pessoal.

Ao final da realização das Oficinas, os dados obtidos foram processados por

meio de categorização de temas das respostas. Os resultados mostram que

os principais desejos resumem-se a ter uma melhor fachada; salas separadas

para atividades esportivas; mais banheiros, incluindo chuveiros; uma

recepção; melhoria no conforto térmico; acessibilidade; uma cozinha mais

funcional e conservada; e melhoria na segurança.

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CLUBE DE MÃES

-Atividade 01: Conhecendo os problemas (Quadro 1)

Quadro 1 Conhecendo os problemas-Clube de Mães

PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS A reunião e m si Cozinha

Salão onde ocorre o encontro Banheiro

Paisagismo Conforto térmico (quente)

Aula de esportes Fachada

Secretaria fechada (uso do sapateiro)

Insegurança

Caixa d’agua

Falta de manutenção dos canteiros Fonte: Elaborado pela autora

- Atividade 02: Poema dos Desejos (Quadro 2)

Quadro 2 Poema dos Desejos-Clube de Mães

“GOSTARIA QUE O CONSELHO COMUNITÁRIO...”

Fosse mais organizado

Tivesse mais salas para separar as atividades

Tivesse primeiro andar

Melhorasse o conforto térmico

Fosse acessível Fonte: Elaborado pela autora

TURMA DE ZUMBA

-Atividade 01: Conhecendo os problemas (Quadro 3)

Quadro 3 Conhecendo os problemas- Turma de Zumba

PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS

Atividades esportivas Poucos banheiros

Salão Falta chuveiros

Capacidade para realizar

Eventos/Festas

Sala de aula específica para a

prática de esportes

Clube de Mães Conforto térmico

“Nenhum” Manutenção

- Segurança

- Acessibilidade

- Cozinha

- Falta ventiladores Fonte: Elaborado pela autora

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- Atividade 02: Poema dos Desejos (Quadro 4)

Quadro 4 Poema dos Desejos- Turma de Zumba

“GOSTARIA QUE O CONSELHO COMUNITÁRIO...”

Fosse mais organizado

Tivesse mais salas para separar as atividades

Melhorasse a fachada

Fosse mais bonito

Tivesse uma sala separada para os encontros religiosos

Fosse acessível Fonte: Elaborado pela autora

TURMA DE JIU-JISTU

-Atividade 01: Conhecendo os problemas (Quadro 5)

Quadro 5 Conhecendo os problemas - Turma de Jiu-Jitsu

PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS

Atividades esportivas Banheiros

- Falta chuveiros

- Manutenção

- Segurança

- Acessibilidade Fonte: Elaborado pela autora

- Atividade 02: Poema dos Desejos (Quadro 6)

Quadro 6 Poema dos Desejos-Turma de Jiu-Jitsu

“GOSTARIA QUE O CONSELHO COMUNITÁRIO...”

Tivesse mais banheiros

Tivesse chuveiros

Melhorasse a fachada

Tivesse uma recepção

Tivesse uma sala separada para esportes Fonte: Elaborado pela autora

GRUPO RELIGIOSO ESPÍRITA

-Atividade 01: Conhecendo os problemas (Quadro 7)

Quadro 7 Conhecendo os problemas-Grupo espírita

PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS

Local para reunião Banheiros

- Manutenção

- Segurança

- Acessibilidade

Fonte: Elaborado pela autora

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- Atividade 02: Poema dos Desejos (Quadro 8)

Quadro 8 Poema dos desejos- Grupo Espírita

“GOSTARIA QUE O CONSELHO COMUNITÁRIO...”

Tivesse mais ventiladores

Melhorasse a fachada

Tivesse uma recepção

Tivesse uma sala separada para esportes

Fonte: Elaborado pela autora

4.2.2 QUESTIONÁRIOS

A média de idade das pessoas que responderam corresponde a 32 anos,

sendo em sua maioria (79%) do sexo feminino.

Sobre o uso do conselho comunitário, 47 pessoas responderam que

costumam utilizar, enquanto que 3 pessoas disseram não ter esse hábito

(Gráfico 1).

Gráfico 1 Costuma utilizar o conselho

Fonte: Elaborado pela autora.

Das que responderam sim, 41 pessoas disseram que usam raramente e 4

pessoas disseram que utilizam poucas vezes por mês e 2 pessoa usa uma vez

por semana. Quanto as atividades realizadas por esses usuários 39 pessoas

utilizam para festas/aniversários, 6 na época de eleições, 1 para prática de

judô e 1 participa do clube de mães (Gráfico 2).

Gráfico 2 Atividades Realizadas

Fonte: Elaborado pela autora.

47

3

SIM

NÃO

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

CLUBE DE MÃES

ANIVERSÁRIOS/FESTAS

JUDÔ

ELEIÇÃO

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

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Outro ponto abordado foi a satisfação em relação a Praça da Amizade e ao

Conselho Comunitário. Destes 14 pessoas disseram estarem satisfeitos contra

36 pessoas que responderam não (Gráfico 3). Em relação aos que

responderam não, 27 justificaram ser devido a infraestrutura precária e 9

disseram ser por conta da limpeza (Gráfico 4). As pessoas que responderam

sim (Gráfico 5), justificaram sua importância para atividades físicas (8

pessoas), lazer e reuniões (6 pessoas).

Gráfico 3 Satisfação em relação a Praça da Amizade e do Conselho Comunitário

Fonte: Elaborado pela autora.

Gráfico 4 Justificativa para a não satisfação em relação a Praça da Amizade e do Conselho

Comunitário

Fonte: Elaborado pela autora.

Gráfico 5 Justificativa para a satisfação em relação a Praça da Amizade e do Conselho

Comunitário

Fonte: Elaborado pela autora.

SIM

NÃO

0 5 10 15 20 25 30 35 40

INFRAESTRUTURA PRECÁRIA

LIMPEZA

0 5 10 15 20 25 30

LOCAL PARA REUNIÃO/LAZER

LOCAL PARA ATIVIDADES FÍSICAS

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

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A seguir foi solicitado a indicação de três pontos positivos e três pontos

negativos em relação a Praça da Amizade. Como resultado em relação a

primeira categoria foi apontado o espaço para caminhada (50 pessoas), o

playground (50 pessoas) e a academia da terceira idade (3 pessoas) (Gráfico

6). Quanto aos pontos negativos, os mais citados foram paisagismo,

segurança, poucos bancos, iluminação e limpeza (Gráfico 7).

Gráfico 6 Pontos positivos da Praça da Amizade

Fonte: Elaborado pela autora.

Gráfico 7 Pontos negativos da Praça da Amizade

Fonte: Elaborado pela autora.

Também foi solicitado o posicionamento sobre os aspectos positivos (Gráfico

8) e negativos (Gráfico 9) do edifício do conselho comunitário. Para o

primeiro foram citados a localização, os ambientes separados, por ser um

ACADEMIA DA TERCEIRA IDADE

PLAYGROUND

ESPAÇO PARA CAMINHADA

0 10 20 30 40 50 60

LIMPEZA

ILUMINAÇÃO

POUCOS BANCOS

SEGURANÇA

PAISAGISMO

0 10 20 30 40 50 60

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local para eventos e esportes para a comunidade. O fato curioso em relação

a esse tópico foi o registro de muitos terem respondido “nenhum”, mostrando

descontentamento com a sede atual. Os pontos negativos citados nessa

questão foram as poucas salas, a fachada do edifício, o paisagismo, a

limpeza, a acessibilidade e o conforto térmico.

Gráfico 8 Pontos negativos do edifício Conselho Comunitário

Fonte: Elaborado pela autora.

Gráfico 9 Pontos negativos do edifício do Conselho Comunitário

Fonte: Elaborado pela autora.

Nenhum

Local para esportes

Local para eventos

Ambientes separados

Localização

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

CONFORTO TÉRMICO

ACESSIBILIDADE

LIMPEZA

PAISAGISMO

FACHADA

POUCAS SALAS

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

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Quanto à avaliação do prédio do conselho sob os aspectos: limpeza,

segurança contra acidentes, segurança quanto a terceiros (roubos),

localização dos banheiros, quantidade de salas e estrutura física (Gráfico 10),

os pontos que obtiveram uma melhor avaliação foram a localização e a

quantidade de banheiros, e a dimensão dos cômodos, sendo este o único

item que recebeu ótimo como avaliação. Já a acessibilidade, a segurança

contra acidentes e aparência externa foram um dos que tiveram a pior

avaliação.

Gráfico 10 Avaliação do edifício do Conselho Comunitário

Fonte: Elaborado pela autora.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Estrutura física

Aparência externa

Dimensão dos cômodos

Acessibilidade para pessoas com deficiência

Quantidade de salas

Quantidade de banheiros

Localização dos banheiros

Dimensão dos banheiros

Segurança quanto a terceiros (roubos)

Segurança contra incêndios

Segurança contra acidentes

Abastecimento de água

Limpeza

PÉSSIMO RUIM BOM ÓTIMO

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Também foi questionado se havia o hábito de utilizar algum dos salões, sendo

que 36 responderam afirmativamente (Gráfico 11), dos quais 34 apontaram

que usavam o salão destinados a festas/eventos, enquanto que 02 pessoa

utilizavam o clube de mães (Gráfico 12).

Gráfico 11 Índice de uso dos salões do Conselho Comunitário

Fonte: Elaborado pela autora.

Gráfico 12 Atividades realizadas em uma das salas do Conselho Comunitário

Fonte: Elaborado pela autora.

A partir destas repostas, foi feita avaliação de cada salão. O ambiente onde

são realizados as festas, nomeado neste TFG como salão 01, teve como

destaque positivo a sua dimensão, a iluminação artificial e natural. Já como

avaliação negativa destacou-se a acessibilidade, a segurança contra

acidentes e incêndio, e a limpeza (Gráfico 13).

0 5 10 15 20 25 30 35 40

SIM

NÃO

0 10 20 30 40

SALÃO DE FESTAS/ESPORTES

SALA DO CLUBE DE MÃES

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Gráfico 13 Avaliação do Salão 01 (Salão de festas)

Fonte: Elaborado pela autora.

O salão 02, local onde ocorrem as reuniões do clube de mães, teve a

dimensão, a iluminação artificial e a limpeza como principais destaques na

avaliação positiva. Como aspectos negativos ressalta-se a segurança contra

incêndio, acidentes e roubos (Gráfico 14).

0 5 10 15 20 25 30 35

Dimensão

Iluminação natural

Iluminação artificial

Temperatura

Ventilação natural

Acessibilidade para pessoas com deficiência

Uso dos espaços por pessoas com deficiência

Segurança contra terceiros (roubos)

Segurança contra incêndio

Segurança contra acidentes

Limpeza

PÉSSIMO RUIM BOM ÓTIMO

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59

Gráfico 14 Avaliação do Salão 02 (Clube de Mães)

Fonte: Elaborado pela autora.

Em relação a acústica dos salões (Gráfico 15), todos os usuários já tinham

percebido ruídos oriundos de dentro do próprio conselho, da área externa ou

vizinha, e classificaram o nível de intensidade como suportável (Gráfico 16).

A origem do ruído também foi especificada mostrando que são oriundos das

0 0,5 1 1,5 2 2,5

Dimensão

Iluminação natural

Iluminação artificial

Temperatura

Ventilação natural

Acessibilidade para pessoas com deficiência

Uso dos espaços por pessoas com deficiência

Segurança contra terceiros (roubos)

Segurança contra incêndio

Segurança contra acidentes

Limpeza

PÉSSIMO RUIM BOM ÓTIMO

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vias de circulação, das áreas de lazer da praça, das moradias do entorno e

de outras atividades que ocorrem no próprio conselho (Gráfico 17).

Gráfico 15 Índice de observância de ruído

Fonte: Elaborado pela autora.

Gráfico 16 Nível de intensidade do ruído

Fonte: Elaborado pela autora.

Gráfico 17 Origem do ruído

Fonte: Elaborado pela autora.

Por fim, foi solicitado que fossem citadas melhorias tanto para o conselho e

para a praça. Para o primeiro foram citadas uma sala específica para as

reuniões do grupo religioso espírita, criação de um depósito para a

comunidade, sala para administração, melhor dimensionamento das salas,

0 10 20 30 40 50 60

SIM

NÃO

RUÍDO

0 10 20 30 40 50 60

Suportável

Insuportável

0 5 10 15 20 25 30 35

De outras atividades de dentro do próprioconselho

Das moradias do entorno

Das áreas de lazer da praça

Das vias de circulação

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melhoria do conforto térmico e acessibilidade, sala para esportes e vestiários

(Gráfico 18).

Gráfico 18 Melhorias para o edifício do Conselho Comunitário

Fonte: Elaborado pela autora.

Para a praça da amizade foi indicado a melhoria da iluminação, mobiliário,

paisagismo e limpeza, instalação de cobertura para a academia da terceira

idade e mais lixeiras (Gráfico 19).

Gráfico 19 Melhorias para a Praça da Amizade

Fonte: Elaborado pela autora.

4.2.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desses resultados compreende-se a insatisfação dos usuários quanto

a infraestrutura tanto da praça quanto da sede do conselho comunitário. No

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

VESTIÁRIO

SALA DE ESPORTES

ACESSIBILIDADE

MELHORAR CONFORTO TÉRMICO

MELHOR DIMENSIONAMENTO DAS SALAS

SALA PARA ADMINISTRAÇÃO

ALMOXARIFADO PARA COMUNIDADE

SALA PARA REUNIÕES RELIGIOSAS

0 5 10 15 20 25 30 35 40

MOBILIÁRIO

PAISAGISMO

LIMPEZA

LIXEIRAS

COBERTURA PARA A ACADEMIA DA TERCEIRA…

ILUMINAÇÃO

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geral, entende-se que as principais reivindicações para a Praça da Amizade

são:

Melhoria da iluminação, que geraria uma maior sensação de

segurança dos usuários;

Troca do mobiliário para uma melhor experiência durante o uso;

Cuidado com o paisagismo, incluindo a poda das árvores existentes

que, segundo relato dos entrevistados, à noite, geram áreas

sombreadas devido à iluminação artificial;

Instalação de uma cobertura para a ATI;

Manutenção do playground.

Com relação ao conselho, as principais reivindicações são:

Acessibilidade;

Criação de vestiários para atender a demanda de quem prática

esportes;

Melhoria dos banheiros;

Distribuição de salas para determinados tipos de uso;

Tratamento da fachada.

Tais indicações foram diretamente rebatidas no programa da intervenção

proposta nesse TFG

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5. REFERÊNCIAS PROJETUAIS

este capítulo são apresentados projetos arquitetônicos com

funções semelhantes ao projeto proposto, tendo sido selecionados

pata os estudos de referência, com o objetivo de embasar

aspectos como funcionalidade, humanização, estética e estrutura

a partir da análise destas referências. Os estudos são categorizados de duas

formas: indiretos e diretos.

Os estudos indiretos foram realizados através de pesquisas em meios

eletrônicos, sendo escolhidos o Centro de Assistência e Desenvolvimento

Infantil de Nicoya, localizado na Costa Rica; Ateliê Acaia, situado em São

Paulo; e Centro Cultural Auneau, na França. As escolhas do primeiro e do

segundo foram motivadas pela afinidade de uso e programa arquitetônico

em relação ao Conselho Comunitário, podendo ser observadas

especificidades de edifícios de uso comunitário que seriam de grande valia

para o desenvolvimento projetual. Já o Centro Cultural Auneau foi escolhido

pelo seu programa arquitetônico e por também estar implantado em uma

praça, fato que se assemelha com o conselho comunitário estudado nesse

TFG.

Os estudos diretos referem-se a projetos visitados in-loco, que no caso desse

trabalho serviram para entender o funcionamento de um conselho

comunitário, tendo contribuído bastante para conhecer a relação entre o

edifício e o seus usuários e ajudar na concepção do programa arquitetônico.

Sendo assim, foram escolhidos o Conselho de Moradores do Candelária

(CONACAN) e a Associação dos Moradores dos Parques Residenciais Ponta

Negra e Alagamar (AMPA), ambos localizados em Natal.

N

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66

5.1 ESTUDOS INDIRETOS

5.1.1 CENTRO DE ASSISTÊNCIA E DESENVOLVIMENTO INFANTIL DE

NICOYA

Projeto do escritório Por Entre Nos Atelier, o Centro de Assistência e

Desenvolvimento Infantil de Nicoya, se situa na província de Guancaste,

Costa Rica e faz parte de um programa costa-riquenho, que buscar prover

Centros de Assistências e Desenvolvimento Infantil (CEDUCI) para crianças

entre 01 e 02 anos em comunidades com recursos escassos e/ou em situação

vulnerável (Figura 14).

Figura 14 Centro de Assistência e Desenvolvimento Infantil de Nicoya

Fonte:www.archdaily.com.br/br/758699/centro-de-assistencia-e-desenvolvimento-infantil-de-

nicoya-entre-nos-atelier/546ab5dbe58ece7d250000d8

O projeto deste centro foi iniciativa da Fundação Holcim (Instituto Holcim

Costa Rica), e o Entre Nos Atelier desenvolveu o projeto com base em um

manual contendo trabalhos, critérios e opiniões de diferentes instituições.

O CEDUCI tem como função servir de sede para a assistência às crianças;

local de reunião para a comunidade, intercâmbio e convivência,

estimulando projetos que deverão ter uma autogestão comunitária. Seu

programa arquitetônico consiste em área administrativa, refeitório e salas

com divisões retráteis que podem ser integradas, formando um grande salão

(Figura 15).

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Figura 15 Planta baixa do pavimento térreo

Fonte: www.archdaily.com.br/br/758699/centro-de-assistencia-e-desenvolvimento-infantil-de-

nicoya-entre-nos-atelier

A modulação estrutural foi feita abaixo do padrão das medidas

convencionais de materiais de construção com o intuito de fazer um uso

eficiente dos recursos, tornando fácil sua aplicação. Em um clima quente e

seco, a lógica funcional da “integração modular” pretende conter espaços

semiabertos com fechamentos porosos de “estrutura pré-fabricada”, assim

favorecendo a ventilação cruzada. Além disso, foram inseridos beirais

generosos para garantir sombreamento a um segundo nível aberto que serve

de colchão de ar para amortecimento térmico nas horas de pico, e também

forma colocadas lonas sobre as coberturas com a função de “guarda-sol”

(Figura 16).

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Figura 16 Fachada leste e detalhes estruturais

Fonte:www.archdaily.com.br/br/758699/centro-de-assistencia-e-desenvolvimento-infantil-de-

nicoya-entre-nos-atelier

5.1.2 ATELIÊ ACAIA

O projeto do Ateliê Acaia (Figura 16), do escritório Una Arquitetos, teve como

responsabilidade criar um espaço para atender a demanda de uma

Organização Não Governamental (ONG) que atende jovens e crianças,

moradores do entorno do CEAGES (antigo CEASA) na região metropolitana

de São Paulo.

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Figura 17 Ateliê Acaia

Fonte : www.unaarquitetos.com.br/site/projetos/fotos/9/atelie_acaia

O projeto buscou manter a ideia da antiga instalação, que era um galpão

aberto, produzindo um espaço de trabalho que oferecesse um clima

despojado capaz de criar laços afetivos entre os usuários. O programa

arquitetônico contempla ambientes capazes de absorver atividades como

marcenaria, costura, tecelagem, teatro, vídeo, música, capoeira, dança e

culinária. Para tanto, foi projetado um grande bloco longilíneo de alvenaria

em um prédio de dois pavimentos, que no térreo acomoda oficinas, cozinha,

área administrativa e vestiários (Figura 18) e no primeiro pavimento tem a sala

de vídeos e jogos, biblioteca e um terraço (Figura 19).

Figura 18 Planta baixa Térreo

Fonte:www.unaarquitetos.com.br/site/projetos/desenhos/9/atelie_acaia

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70

Figura 19 Planta baixa do primeiro pavimento

Fonte: www.unaarquitetos.com.br/site/projetos/desenhos/9/atelie_acaia

A cobertura curva é feita em madeira com larguras distintas, apoiadas em

vigas maciças de jatobá. Sua projeção forma um grande pátio multiuso

(Figura 20).

Figura 20 Corte Transversal e Detalhes da Cobertura

Fonte: Fonte: www.unaarquitetos.com.br/site/projetos/desenhos/9/atelie_acaia

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5.1.3 CENTRO CULTURAL AUNEAU

Projetada pelo arquiteto Patrick Mauger, o Centro Cultural Auneau (Figura

21) se situa ao norte da França, e a inspiração para o construção vem dos

mercados gauleses próximos. O edifício contém espaços diversificados, onde

ocorrem atividades culturais e comunitárias e está inserido em uma praça

pública, dialogando diretamente com o entorno através de suas fachadas

envidraçadas, que o torna convidativo para os transeuntes (Figura 22).

Figura 21 Centro Cultural Auneau

Fonte: www.inhabitat.com/auneau-cultural-center-in-france-mimics-local-covered-market/

Figura 22 Planta de Implantação

Fonte: www.inhabitat.com/auneau-cultural-center-in-france-mimics-local-covered-market/

O térreo possui estacionamento, um grande lobby, sala de reuniões, e salas

individualizadas para a terceira idade e para os jovens da região (Figura 23).

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Figura 23 Planta baixa do térreo

Fonte: www.inhabitat.com/auneau-cultural-center-in-france-mimics-local-covered-market/

O primeiro pavimento contém um generoso pé direito, uma biblioteca

multimídia com áreas de estudos, escritórios e salas de reuniões. A fachada

frontal em vidro segue a angulação da cobertura, emoldurando a vista para

a cidade a partir da sala de leitura. Vale salientar que um grande beiral se

estende por essa fachada, sombreando o edifício e parte da praça, criando

uma área de transição e abrigo (Figura 24). No último andar localiza-se a área

esportiva com vestiários, salas para aulas de ginásticas e danças, sendo

abertas para o uso da população local. (Figura 25).

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Figura 24 Planta baixa do primeiro pavimento, Fachada Frontal e Detalhe da Esquadria

Fonte: www.inhabitat.com/auneau-cultural-center-in-france-mimics-local-covered-market/

Figura 25 Planta baixa do segundo pavimento

Fonte: www.inhabitat.com/auneau-cultural-center-in-france-mimics-local-covered-market/

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5.2 ESTUDOS DIRETOS

5.2.1 CONACAN

A sede do conselho de moradores do Candelária (CONACAN) está

localizada R. Frei Henrique de Coimbra, 3346, no bairro de Candelária,

funcionando de segunda à sexta. Fundado no dia 22 de janeiro de 1976, o

CONACAN teve início a partir das Cooperativas Habitacionais COHABIPE,

COHANINPS e Reis Magos que, juntas, construíram o conjunto habitacional e,

por sua vez, cederam alguns terrenos que foram, incorporados ao patrimônio

do conselho.

O entorno é composto predominantemente por edificações residenciais, em

sua maioria com um pavimento, embora exista a presença de edifícios de

grande porte na área. Não há rotas de ônibus próximas ao local.

Quanto à implantação, o CONACAN possui grandes recuos e boa

quantidade de áreas verdes ou permeáveis. O formato do lote é triangular

(Figura 26).

Figura 26 Implantação do Conselho de moradores de Candelária- CONACAN

Fonte: Elaborada pelo autora a partir de imagens aéreas do google.maps.com

A entrada de pedestres é marcada por um recuo no lote, e dá acesso a área

de galpões onde se realizam a maior parte das atividades do conselho. No

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galpão principal ocorrem as aulas de dança e ballet, as reuniões do clube

de mães, e as festas (desde que alugado previamente). Em um anexo na

lateral deste galpão, funciona o Centro de Inclusão Digital, inaugurado em

2011, onde acontecem aulas gratuitas de informática para a população de

Candelária. (Figura 27)

Figura 27 Galpão principal e anexo

Fonte: Acervo Pessoal.

A secretaria funciona vizinho ao galpão principal, contando com uma

recepção sala para administração e sala para o presidente do conselho,

além de banheiros. (Figura 28)

Figura 28 Secretaria

Fonte: Acervo Pessoal.

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Há ainda um galpão e um prédio que hoje se encontram sem uso (antigo

espaço do tênis de mesa e academia); a área de churrasqueira que serve

para ser alugada para eventos; a área da piscina, onde ocorrem aulas de

natação e hidroginástica; e o campo de futebol, onde se realizam aulas para

crianças e também pode ser alugado para outros usos (Figura 29).

Figura 29 Galpão em desuso, área de churrasqueira, piscina e campo de futebol

Fonte: Acervo Pessoal

Desta forma, vemos que o CONACAN tem um espaço bastante amplo, mas

que suas atividades ocorrem basicamente em um edifício composto por um

grande salão capaz de abrigar inúmeras atividades.

5.2.2 AMPA E O CLUBE DE MÃES

A AMPA localiza-se na Rua Praia de Itamaracá, S/N, no bairro de Ponta

Negra, com funcionamento de segunda a sábado. Foi fundada em 26 de

janeiro de 1979, e tem por característica ser uma forma de associação de

direito privado, sem fins lucrativos (Figura 30).

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Figura 30 Sede da AMPA

Fonte: Acervo pessoal.

O edifício está inserido na Praça Presidente Tancredo Neves, tendo seu

entorno caracterizado por ter predominantemente edifícios residenciais com

gabarito de um pavimento. Vale ressaltar que ao lado da AMPA localiza-se

a Paróquia de Santa Rita de Cássia dos Impossíveis e o Clube de Mães, todas

com administrações independentes (Figura 31).

Figura 31 Implantação da AMPA

Fonte:Elaborada pelo autora a partir de imagens aéreas do google.maps.com

A AMPA funciona em dois galpões pré-moldados interligados, que

acomodam as salas da secretaria e do presidente do conselho; banheiros

feminino e masculino, contando com dois sanitários e um chuveiro cada,

além de um banheiro adaptado para pessoas com necessidades especiais;

uma sala para o curso de informática; uma sala onde o grupo da “melhor

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idade” se reúne uma vez por semana; uma biblioteca; duas copas de apoio,

sendo uma para o uso dos funcionários e a outra para quando há eventos

na associação; e o grande salão, onde ocorrem práticas esportivas como

jiu-jistu, karatê, ginástica, aulas de dança, e pilates, além de servir para festas

e eventos que devem ser previamente agendados junto a administração e

só podem ocorrer nos finais de semana (Figura 32).

Figura 32 Instalações do AMPA

Fonte: Acervo pessoal.

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Na parte posterior do edifício encontra-se a piscina, onde ocorrem as aulas

de hidroginástica e uma área coberta com churrasqueira, que pode ser

alugada para eventos e onde também ocorrem as aulas de crochê (Figura

33).

Figura 33 Área da piscina

Fonte: Acervo pessoal.

O clube de mães que já funcionou na AMPA, hoje ocupa uma edificação

próxima. O edifício, se resume a um grande salão; banheiros feminino e

masculino; uma copa de apoio com despensa; um depósito, onde guardam

as mesas e cadeiras que não estão em uso; uma sala para reuniões; duas

salas para administração, sendo uma diretoria e outra para a secretaria

(Figura 34). Vale ressaltar que mesmo com um espaço bem estruturado com

boa manutenção e conservação, as senhoras apenas se reúnem duas vezes

por semana, nas segundas e quartas, e o local permanece ocioso no tempo

restante.

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Figura 34 Instalações do Clube de Mães

Fonte: Acervo Pessoal

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6. CONDICIONANTES PROJETUAIS

ste capítulo apresenta os aspectos urbanísticos e ambientais que

incidem sobre o terreno onde está implantado a praça e o conselho

comunitário. Estas características influenciaram diretamente as

decisões projetuais iniciais, como o zoneamento, acessos, programa de

necessidades e volumetria.

6.1 CARACTERÍSTICAS DO TERRENO

O Largo da Amizade, onde se encontra a Praça da Amizade e o Conselho

Comunitário fica localizado no conjunto Potilândia, que segundo a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo - SEMURB é parte integrante do

bairro de Lagoa Nova na Zona Administrativa Sul da cidade de Natal/Rio

Grande do Norte (Figura 35). O acesso a praça se dá pelas vias locais: Rua

da Sheelita, Rua da Gipsita, Rua da Columbita e Rua da Esmeralda sendo

essas duas últimas asfaltadas, enquanto as outras possuem calçamento em

paralelepípedo com pouco volume de tráfego, além de fluxo que varia de

veículos de passeio à caminhões de pequeno porte.

Figura 35 Localização da Praça da Amizade e as ruas do seu entorno

Fonte: Elaborada pelo autora a partir de imagens aéreas do google.maps.com

E

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84

Os transportes públicos passam com frequência na marginal da BR-101 e na

Avenida Capitão Mor-Gouveia, locais bem próximos ao Conselho

Comunitário, o que acaba por se tornar rota para os moradores que utilizam

esse meio de transporte, gerando um fluxo intenso em determinadas horas

do dia.

O entorno se caracteriza por ser predominantemente residencial contendo

também alguns serviços e comércios (mercadinhos e restaurante)(Figura 36).

O gabarito predominante é de 1 pavimento (Figura 37).

Figura 36 Mapa de uso do solo

Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 37 Gabarito do entorno

Fonte: Elaborado pela autora.

Quanto às condicionantes físicas do terreno, a Praça da Amizade possui

formato retangular com área de superfície de aproximadamente 2347 m². A

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topografia do lote é um pouco acentuada, três curvas de nível, com a

declividade no sentido diagonal norte sul. As fachadas principais do edifício

estão voltadas predominantemente para nordeste e sudoeste.

6.2 ANÁLISE BIOCLIMÁTICA

Objetivando adequar o edifício às questões de conforto ambiental é

necessário avaliar os fatores que exercem influência sobre os aspectos

luminosos, térmicos e acústicos, uma vez que irão direcionar decisões ao

longo do processo projetual (Figura 38).

Figura 38 Carta Solar e Rosa dos Ventos de Natal/RN

Fonte: A) Software Solar Tool, elaborado pela autora; B) Software Vasari, elaborado

pela autora.

De acordo com a carta solar de Natal nota-se que as testadas leste e oeste

são as que mais necessitam de proteções durante os turnos da manhã e

tarde. Em relação as fachadas norte e sul, o sol incide durante todo o dia.

No solstício de verão a sul fica mais exposta e no de inverno a norte. Caso

seja necessário, é de grande importância considerar o controle da

iluminação direta incidente na edificação e o sombreamento da mesma

(Figura 39).

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Figura 39 Carta Sola sobre o terreno

Fonte: Elaborado pela autora.

Em relação à ventilação natural, a rosa dos ventos mostra que os ventos

predominantes ocorrem variavelmente entre as direções leste e sul, sendo

com maior intensidade e velocidade variável do sudeste-leste. Assim, as

fachadas que estão nessas direções necessitam ter aberturas que permitam

a entrada e circulação do vento (Figura 40).

Figura 40 Rosa dos Ventos sobre terreno

Fonte: Elaborado pela autora.

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6.3 CONDICIONANTES LEGAIS

De acordo com Laert Neves (1998), o conhecimento da legislação pertinente

à área de intervenção e a avaliação do grau de influência que ela exerce

na concepção projetual, que comumente é restritiva e condicionante, é

essencial no processo de criação do partido arquitetônico. Sendo assim,

estabelecidos padrões mínimos de condições ambientais para se obter uma

qualidade de vida satisfatória. Dessa forma, para este trabalho foi necessária

a análise do Código de Obras e Edificações da Município de Natal; o Plano

Diretor de Natal, a NBR 9050:2015 (Norma Brasileira de Acessibilidade a

edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos) e o Código de

Segurança e Prevenção contra Incêndio e Pânico do Estado do Rio Grande

do Norte.

6.3.1 CÓDIGO DE OBRAS

O Código de Obras de Natal, instituído pela Lei Complementar Nº 055, de 27

de Janeiro de 2004, afirma que toda e qualquer obra de construção,

ampliação, reforma ou demolição depende de prévio licenciamento por

parte do Município, que segue esse Código. As diretrizes que irão interferir na

intervenção serão:

Todo projeto deve prever áreas destinadas ao estacionamento ou à

guarda de veículos, cobertas ou não;

Por ser um edifício de uso para reuniões, deve-se obter o número de

vagas, conforme tabela a seguir. Os índices estão relacionados a

hierarquia das vias de acesso a cada terreno.

Quadro 9 Lei complementar nº 055/00 – anexo III – relação das edificações que geram

tráfego.

Empreendimento Interv

alo Via Arterial Via Coletora

Via

Local Exigências

13 – Local de

reuniões, igrejas,

cinema, teatro,

auditório, velório,

cemitério e similares.

Sem

interv

alo

1 vaga /

30m²

1 vaga /

40m²

1 vaga /

50m²

Embarque e

desembarq

ue, lixo

Fonte: Código de Obras de Natal (2004).

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Podem ser admitidas dimensões mínimas de 2,40m de largura e 4,50m

de comprimento para a vaga de estacionamento;

Todos os logradouros públicos e edificações públicas ou de uso

coletivo devem garantir o acesso, circulação e utilização por pessoas

portadoras de deficiências ou com mobilidade reduzida;

As portas de acesso aos edifícios públicos e privados devem ter um

vão livre mínimo de 0,80 m;

Toda calçada deve possuir faixa de, no mínimo, um metro e vinte

centímetros de largura, para circulação de pedestres – passeios – com

piso contínuo sem ressaltes ou depressões, antiderrapante, tátil,

indicando limites e barreiras físicas;

Toda edificação deve ser projetada com a observância e orientação

dos pontos cardeais, atendendo, sempre que possível, aos critérios

mais favoráveis de ventilação, insolação e iluminação;

Todo mobiliário urbano edificado em calçada e local de uso coletivo

deve atender as exigências contidas nas NBR's especificas, quanto ao

seu uso, instalação e sinalização.

São dispensados de iluminação e ventilação direta e natural os

ambientes que se destinam a corredores e halls de área inferior a cinco

metros quadrados (5,00m²); compartimentos que pela sua utilização

justifiquem a ausência dos mesmos, conforme legislação própria, mas

que disponham de iluminação e ventilação artificiais.

A superfície da abertura voltada para o exterior, destinada a

insolação, iluminação ventilação, não pode ser inferior a um sexto

(1/6) da área do compartimento, quando se tratar de ambientes de

uso prolongado e um oitavo (1/8) quando se tratar de ambientes de

uso transitório.

6.3.2 PLANO DIRETOR DE NATAL

O Plano Diretor da Cidade do Natal é a ferramenta básica da política de

desenvolvimento urbano sustentável da cidade. Desta forma, orienta o

desempenho dos agentes públicos e privados atuantes na produção e

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gestão do espaço urbano, objetivando assim o pleno desenvolvimento das

funções sociais, e ambientais da cidade e da propriedade. (Natal, 2007)

De acordo com o macrozoneamento do Município de Natal estabelecida

pela Lei Complementar nº 082 de 21 de Junho de 2007, temos que o bairro

de Lagoa Nova é caracterizado como uma Zona Adensável. Além disso, um

polígono de determinação legal formado pela Rua Norton Chaves e

prolongamento, Avenida Engenheiro Roberto Freire, Parque das Dunas e

Avenida Senador Salgado Filho, delimita uma altura máxima para o gabarito

de até 6 metros.

6.3.3 NBR 9050

Dentro das exigências da NBR 9050:2015 da ABNT, podemos levar em

consideração para o projeto:

Considera-se o módulo de referência a projeção de 0,80 m por 1,20 m

no piso, ocupada por uma pessoa utilizando cadeira de rodas;

A largura mínima necessária para a transposição de obstáculos

isolados com extensão de no máximo 0,40 m deve ser de 0,80 m. A

largura mínima para a transposição de obstáculos isolados com

extensão acima de 0,40 deve ser de 0,90 m;

As medidas necessárias para a manobra de cadeira de rodas sem

deslocamento são:

- para rotação de 90º = 1,20 m x 1,20 m;

- para rotação de 180º = 1,50 m x 1,20 m;

- para rotação de 360º = diâmetro de 1,50 m.

Objetos tais como corrimãos e barras de apoio, entre outros, devem

ter seção circular com diâmetro entre 30 mm e 45 mm, ou seção

elíptica, desde que a dimensão maior seja de 45 mm e a menor de 30

mm. e devem estar afastados no mínimo 4,0 cm da parede ou outro

obstáculo;

As rotas de interligação às funções do edifício, devem ser acessíveis.

Os pisos devem ter superfície regular, firme, estável e não trepidante

para dispositivos com rodas e antiderrapante, sob qualquer condição

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(seco ou molhado). Admite-se inclinação transversal da superfície até

2% para pisos internos e 3% para pisos externos e inclinação máxima

de 5%;

Desníveis de qualquer natureza devem ser evitados em rotas

acessíveis. Eventuais desníveis no piso de até 5 mm não demandam

tratamento especial. Desníveis superiores devem ser tratados em

forma de rampa, com inclinação máxima de 1:2 (50%). Desníveis

superiores a 5 mm até 20 mm devem possuir inclinação máxima de 1:2

(50 %). Desníveis superiores a 15mm devem ser considerados como

degraus;

A largura livre mínima recomendável para as rampas em rotas

acessíveis é de 1,50, sendo o mínimo admissível 1,20 m;

As dimensões dos pisos e espelhos devem ser constantes em toda a

escada ou degraus isolados. Para o dimensionamento, devem ser

atendidas as seguintes condições:

 a) 0,63 m ≤ p + 2e ≤ 0,65 m;

 b) pisos (p): 0,28 m ≤ p ≤ 0,32 m;

c) espelhos (e): 0,16 m ≤ e ≤ 0,18 m;

Os corrimãos podem ser acoplados aos guarda-corpos e devem ser

construídos com materiais rígidos. Devem ser firmemente fixados às

paredes ou às barras de suporte, garantindo condições seguras de

utilização.

Os corrimãos laterais devem ser contínuos, sem interrupção nos

patamares das escadas ou rampas; devem prolongar-se pelo menos

30 cm antes do início e após o término da rampa ou escada, sem

interferir as áreas de circulação ou prejudicar a vazão. Em edificações

existentes, onde for impraticável promover o prolongamento do

corrimão no sentido do caminhamento, este pode ser feito ao longo

da área de circulação ou fixado na parede adjacente;

Para degraus isolados e escadas, a altura dos corrimãos deve ser de

0,92 m do piso, medidos de sua geratriz superior. Para rampas e

opcionalmente para escadas, os corrimãos laterais devem ser

instalados a duas alturas: 0,92 m e 0,70 m do piso, medidos da geratriz

superior;

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A plataforma elevatória deve vencer desníveis de até 9,0 m em

edificações de uso público ou coletivo, somente com caixa

enclausurada (percurso fechado);

Os corredores devem ser bem dimensionados de acordo com o fluxo

de pessoas, assegurando uma faixa livre de barreiras ou obstáculos. As

larguras mínimas para os corredores em edificações e equipamentos

urbanos são:

- 0,90 m para corredores de uso comum com extensão até 4,00

m;

- 1,50 m para corredores de uso público;

- maior que 1,50 m para grandes fluxos de pessoas;

As portas, quando abertas, devem ter um vão livre, de no mínimo 0,80

m de largura e 2,10 m de altura. Em portas de duas ou mais folhas, pelo

menos uma delas deve ter o vão livre de 0,80 m.

A largura da calçada pode ser dividida em três faixas de uso:

 a) faixa de serviço: serve para acomodar o mobiliário, os canteiros, as

árvores e os postes de iluminação ou sinalização. Nas calçadas a

serem construídas, recomenda-se reservar uma faixa de serviço com

largura mínima de 0,70 m;

 b) faixa livre ou passeio: destina-se exclusivamente à circulação de

pedestres, deve ser livre de qualquer obstáculo, ter inclinação

transversal até 3 %, ser contínua entre lotes e ter no mínimo 1,20 m de

largura e 2,10 m de altura livre;

 c) faixa de acesso: consiste no espaço de passagem da área pública

para o lote. Esta faixa é possível apenas em calçadas com largura

superior a 2,00 m. Serve para acomodar a rampa de acesso aos lotes

lindeiros sob autorização do município para edificações já construídas.

Em espaços de uso público ou uso coletivo que apresentem unidades

autônomas de comércio ou serviços, deve ser previsto no mínimo um

sanitário por pavimento, localizado nas áreas de uso comum do

andar.

As medidas mínimas de um sanitário acessível devem seguir o exemplo

abaixo (Figura 41):

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Figura 41 Medidas mínimas para sanitário acessível

Fonte: NBR 9050:2105

Em edificações existentes ou em reforma, quando não for possível

atender às medidas mínimas de sanitário da Figura 42, serão admitidas

as medidas mínimas.

Figura 42 Medidas mínimas de sanitário acessível em caso de edificação existente ou reforma

Fonte: NBR 9050:2105

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6.3.4 CÓDIGO DE SEGURANÇA E PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO

Segundo o Código de Segurança e Prevenção contra Incêndio e Pânico do

Estado do Rio Grande do Norte, o edifício se caracteriza por ser de

“ocupação reunião pública”, desta forma devendo “atender as exigências

de dispositivos de proteção contra incêndio de acordo com a área

construída e altura da edificação”. Assim, como o conselho possui uma altura

inferior a quinze metros e área construída inferior a 750 metros quadrados,

deve atender as especificações de prevenção móvel – extintores de

incêndio; dispor de renovação de ar ambiente através de ventilação natural;

edificações com mais de um pavimento terão escadas com largura mínima

de um metro e sessenta centímetros (1,60m), para público de até 200

pessoas; e utilização de guarda-corpo nas sacadas, rampas e escadas, em

material resistente, evitando-se quedas acidentais; e instalação de hidrante

público.

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7. PROPOSTA ARQUITETÔNICA E URBANÍSTICA

proposta de intervenção no Largo da Amizade tem como objetivo

principal requalificar o espaço visando proporcionar uma melhor

experiência para os usuários. É importante destacar que o objetivo

inicial seria mostrar a proposta para a comunidade antes de ter o projeto

definitivo para a banca final do TFG, entretanto por uma questão de tempo

a pré-banca indicou que seria melhor dedicar-se ao desenvolvimento do

projeto e ter esse diálogo com a comunidade após conclusão do curso na

continuidade do trabalho.

A representação gráfica do projeto está dividida em 11 pranchas que serão

apresentadas no apêndice deste volume, as primeiras pranchas contendo o

diagnóstico feito na área por meio de levantamento, e as finais

apresentando a proposta em si.

7.1.CONCEITO E PARTIDO

Desde o início entendeu-se que para o desenvolvimento da proposta, o

elemento central seria a integração entre os espaços, do conselho

comunitário e da praça. Tal integração não deveria se limitar apenas ao fato

do Conselho estar locado na praça da Amizade, mas também deveria

permitir um diálogo direto entre ambos, de forma que em determinados

momentos a praça funcionasse como uma extensão do edifício ou o inverso.

Desta forma, o conceito vem do nome da praça, “Amizade”, que pretende

transportar para o projeto a sensação de ligação e conexão que a palavra

transfere.

Nessa perspectiva, o partido arquitetônico adotado foi o uso de elementos

retilíneos que se cruzam formando conexões, o que pode ser visto na

paginação de piso da praça e nos elementos de fachada do edifício. Além

disso, buscou-se uma forma de integrar o conselho e a praça fisicamente

através de um ambiente que pudesse se abrir para o externo, criando uma

sensação de amplitude.

A

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98

Outro elemento do partido arquitetônico vem do uso de venezianas como

elemento de fachada tanto para proteção quanto nas esquadrias, oriundas

de memórias afetivas ligadas aos anos de vivência no conjunto. Ao me

lembrar da infância na casa dos avós, tenho como principal referência as

janelas desse tipo, que marcavam visualmente as fachadas das casas

originais, e ainda hoje estão presentes em residências que não sofreram

reforma (Figura 43).

Figura 43 Fotos da infância da autora

Fonte: Acervo Pessoal.

Por fim, procurou-se realizar a manutenção das árvores existentes na praça,

além da conservação da área atual do contexto urbano.

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7.2 O CONSELHO COMUNITÁRIO

As informações coletadas com os usuários aliadas aos estudos referenciais

diretos e indiretos, mostraram a necessidade de melhorias no conselho

quanto a adequação dos ambientes em relação aos usos e até mesmo a

criação de novos para suprir as necessidades dos usuários; quanto ao

conforto térmico; e bem como a aspiração por uma nova fachada para

edifício. Assim, a proposta do projeto foi realizada de modo que pudesse

suprir essas carências. Vale ressaltar que houve duas propostas de projeto

arquitetônico (que serão mostradas a seguir), a segunda realizada após a

avaliação da pré-banca.

7.2.1 PROGRAMA NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO

A ideia inicial para a proposta seria criar ambientes de acordo com os usos

estabelecidos através do reconhecimento da área que está sofrendo

intervenção e dos resultados colhidos através das oficinas e questionários.

Desta forma estruturou-se o seguinte programa necessidades, que foi dividido

pelos setores que constituem o projeto, sendo estes: administração, social-

cultural, esportivo, serviços. O quadro a seguir apresenta a listagem dos

principais ambientes propostos para o projeto (Quadro 10).

Quadro 10 Programa necessidades

SETOR AMBIENTE

Administrativo

Secretaria

Financeiro

Recepção

Social cultural

Clube de mães

Sala para eventos religiosos

Copa de apoio

Salão multiuso

Banheiros

Esportivo Sala flexível (aulas de dança e jiu-jitsu)

Vestiário

Serviço Estacionamento

Caixa d’agua Fonte: Elaborado pela autora.

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Baseando-se no programa de necessidades apresentado, foi elaborado o

pré-dimensionamento dos ambientes. Este apresenta a área de determinado

ambiente, a quantidade e a área total, além das observações, quando

necessárias.

7.2.2 EVOLUÇÃO DA PROPOSTA

7.2.2.1 PROPOSTA 01

A separação dos ambientes por setores facilitou o zoneamento, permitindo

que os serviços de atendimento ao público em geral (recepção, tesouraria e

secretaria) estivessem próximos e voltados para a praça, que seria o local da

entrada principal. Além disso, era intenção que salão multiuso estivesse em

bloco que funcionasse como anexo. O setor esportivo deveria ficar no

pavimento superior bem como a sala para eventos religiosos, de modo que

eles pudessem ficar “separados” dos outros ambientes. E por fim, o clube de

mães deveria ficar no pavimento térreo, pela característica das usuárias, e

além disso por estarem mais próximas da entrada/saída do edifício, evitando

grandes deslocamentos (Figura 44).

Figura 44 Zoneamento vertical da proposta 01

Fonte: Acervo Pessoal

A partir do zoneamento foram elaboradas as plantas-baixas do edifício, em

que o térreo abrigaria a recepção com pé direito duplo, secretaria,

tesouraria, banheiros acessíveis, clube de mães contendo um armário fixo

para guardar os materiais das senhoras e copa de apoio. A circulação

vertical ficaria na recepção contando cum uma escada e uma plataforma

elevatória, este para garantir a mobilidade de pessoas com necessidades

especiais. No “anexo” teríamos o salão multiuso com banheiros acessíveis

uma copa de apoio com armário fixo. A casa do lixo e o almoxarifado, este

com funcionamento para a comunidade mediante aluguel, também ficaria

nesse setor (Figura 45).

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Figura 45 Planta baixa esquemática do térreo da proposta 01

Fonte: Acervo Pessoal

No primeiro pavimento teríamos o mezanino, sala para os religiosos, banheiros

com chuveiros. Também teria a sala de esportes com armários fixos para

guardar o material das aulas como, por exemplo, colchonetes, piso de

tatame emborrachado, assim atendendo uma demanda vista nas visitas in

loco (Figura 46).

Figura 46 Planta baixa esquemática do primeiro pavimento da proposta 01

Fonte: Acervo Pessoal

Para a proteção da incidência solar nas fachadas seria utilizado uma

estrutura com função de brise amadeirado, trabalhando como uma

segunda pele. Sua forma remeteria ao partido arquitetônico das formas

retilíneas, além das venezianas que permitiriam a ventilação cruzada. Na

fachada principal também teria o tratamento das formas retas. Além disso,

as esquadrias seriam do tipo veneziana (Figura 47).

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Figura 47 Estudo volumétrico da proposta 01

Fonte: Elaborado pela autora.

7.2.2.2 PROPOSTA 02

Com a avaliação da pré-banca e entendendo os apontamentos feitos pelos

examinadores, buscou-se uma nova solução projetual a partir de uma nova

disposição dos ambientes, mas procurando manter os princípios da primeira

fase.

A principal mudança aconteceu no zoneamento, pois a recepção e o setor

administrativo no pavimento térreo trocaram de lugar, voltando-se para a

Rua da Columbita. Além disso, foi criado dois salões multiuso, sendo que um

deles tem pé direito duplo e se abre para a praça. O setor esportivo foi todo

locado no pavimento superior. Outra decisão projetual foi manter o prédio

como um bloco uniforme, sem jogo de volume da primeira proposta (Figura

48).

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Figura 48 Zoneamento vertical da proposta 02

Fonte: Elaborado pela autora.

Na proposta final o pavimento térreo está dividido em dois setores, sendo que

o primeiro abriga a entrada principal do edifício, com acesso pela Rua da

Columbita, que direciona o usuário a recepção e ao setor administrativo,

além de um banheiro unissex acessível com as dimensões mínimas permitidas

em caso de reformas e edificações existentes, seguindo as normas da NBR

9050:2015. Ainda nesta zona temos a circulação vertical composta por

escada e plataforma elevatória localiza no hall de entrada (Figura 49).

Figura 49 Planta baixa esquemática do térreo da proposta 02

Fonte: Elaborado pela autora.

Já o segundo setor tem sua entrada pela rua da Esmeralda, marcado por

uma marquise que dá acesso ao hall de entrada. Este ambiente abriga três

banheiros, sendo um destes unissex e acessível aos usuários portadores de

necessidades especiais; e acesso aos salões multiuso por meio de portas do

tipo camarão, escolhidas para que caso haja necessidade de mais espaço

como em eventos festivos, por exemplo, elas possam ser abertas criando um

ambiente único. Além disso, o salão 01 tem pé direito duplo para dar

sensação de amplitude e suas portas voltadas para a praça também são do

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tipo camarão, tornando o espaço público uma extensão do edifício quando

abertas. O salão 02 é composto com uma copa de apoio que serviria tanto

para encontro semanais dos grupos que usufruem do ambiente, como para

o caso de eventos no conselho. Por fim ainda temos locação dos depósitos

que serviriam para ser alugados para comunidade, gerando lucro para a

administração, e da casa de lixo com acesso pela Rua da Gipsita.

Por sua vez, o primeiro pavimento é composto basicamente pelo setor

esportivo, abrigando uma ampla sala destinada a esse uso com armários fixos

para o armazenamento de materiais como piso de tatame emborrachado

usado nas aulas de jiu-jitsu e colchonetes (Figura 50).

Figura 50 Planta baixa esquemática do primeiro pavimento da proposta 02

Fonte: Acervo Pessoal

Esse pavimento também contém dois banheiros com chuveiros e bacias

sanitárias acessíveis ao para dar suporte aos alunos após a prática de

esportes.

7.2.3 MEMORIAL DESCRITIVO

7.2.1.1PERFIL DO EMPREENDIMENTO:

O conselho comunitário de Potilândia através da reforma será capaz de

abrigar diversos usos na área esportiva, com aulas de zumba, jiu-jitsu e outros.

Na área social, reuniões da comunidade para debates em geral e de grupos

já existentes, como por exemplo o clube de mães e grupo espírita, poderão

ser realizadas, além de poder receber eventos com maior porte tendo uma

melhor infraestrutura e maior comodidade. No âmbito cultural terá a

capacidade de abrigar oficinas de estudos e artesanato, além de outras

atividades que possam aparecer ao longo do tempo (Figura 51).

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Figura 51 Perspectivas da proposta para o Conselho Comunitário

Fonte: Elaborado pela autora.

7.2.1.2SISTEMA CONSTRUTIVO

Por se tratar de reforma, primeiro temos que entender que a edificação

existente foi construída utilizando como método a alvenaria estrutural. Assim,

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para reformar e ampliar o espaço serão necessários a inserção de novas

vigas e pilares para sustentação da nova estrutura. Dessa maneira, o

sistema estrutural adotado para a requalificação será em concreto

armado, com vigas, pilares e lajes formando pórticos. A nova laje será de

concreto pré-moldado com altura de aproximadamente 15cm; os pilares

tem dimensão aproximada de 0,15m x 0,30m; e as vigas terão

aproximadamente 0,50m de altura. A vedação será de tijolo furado,

devido a rapidez na sua execução, preço acessível. A cobertura será em

telha fibrocimento Eternit sobre a laje com inclinação de 9%, ocultada na

fachada por platibanda em alvenaria. Os brises deverão ser construídos

em concreto armado tendo seu contraventamento direto no edifício do

conselho, além de ter venezianas em madeira fazendo uma composição

na fachada, promovendo a livre circulação da ventilação.

7.2.1.3 ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS

- Piso: Para o piso das áreas molhadas indica-se o piso MAXIGRES FORMA

BRANCO BR 60 x 60 cm. Nas demais áreas recomenda-se o piso cerâmico

MAXIGRES FORMA BRANCO AC 60 x 60 cm.

-Paredes: Para o revestimento das paredes indica-se para áreas molhadas

MAXIGRES FORMA BRANCO BR 60 x 60 cm. Para os demais ambientes internos

recomenda-se que a parede seja emassada e pintada com tinta acrílica

lavável com cor a definir. As paredes externas deverá ser texturizados com

concreto aparente.

-Teto: No teto deverá ser revestido com forro de gesso acartonado que

deverá ser parafusado em estrutura metálica.

-Plataforma elevatória: Modelo PL240 com capacidade de 1 cadeirante ou

2 passageiros ou 1 cadeirante + 1 acompanhante. Rebaixo exigido do piso

(poço) de 12cm ou rampa de embarque.

-Corrimões: Deverão ser em aço inox Ø 30 mm com alturas correspondentes

as normas de acessibilidade NBR 9050:2015.

-Esquadrias: indica-se janelas em madeira MDF e vidro na cor natural com

dimensões indicadas no quadro de esquadrias. Quanto as portas, também

indica-se o uso de madeira MDF em cor natural, tendo o tipo e dimensão

conforme o quadro de esquadrias.

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-Granitos: Indica-se o granito cinza Ocre Itabira para bancadas das áreas

molhadas e divisórias de banheiros.

-Elemento de proteção da fachada: Deverão ser construídos em concreto

armado e texturizado com concreto aparente. Além disso, deverá ser

composto por venezianas em madeira.

7.3 A PRAÇA DA AMIZADE

Para a Praça da Amizade foi realizado apenas o estudo preliminar, relativo à

segunda proposta, só iniciada após a pré-banca, devido ao tempo

necessário ao desenvolvimento e aplicação do processo participativo.

7.3.1PROGRAMA NECESSIDADES

Hoje, a praça possui uma aleatória disposição dos equipamentos, os quais

não possuem diálogo entre si e nem com o entorno. Sendo assim, elaborou-

se uma proposta que criasse uma conexão entre o urbano e o conselho.

Desta forma, o programa foi montado a partir dos equipamentos existentes,

adicionando o espaço para atividade comunitária, deste modo os eventos

podem sair de dentro do edifício e abraçar o espaço público (Quadro 11).

Quadro 11 Programa necessidades da Praça da Amizade

SETOR AMBIENTE

Social cultural

Espaço para atividade comunitária

Quiosque

Playground

Esportivo Academia da terceira idade (ATI)

Serviço Estacionamento Fonte: Acervo Pessoal

O terreno da praça da Amizade, onde está locado o conselho Comunitário

localiza-se entre as Ruas Esmeralda, Columbita, Gipsita e Castanheiras no

bairro de Lagoa Nova, Zona Sul de Natal/RN. De acordo com o Código de

Obras do Município de Natal, tais vias, para efeitos de cálculo, são

consideradas como locais. A partir desse dado atrelado ao tipo de uso já

explicado nas condicionantes urbanísticas, temos que o empreendimento

necessita de 10 vagas. Esses dados e demais informações urbanísticas estão

apresentados no Quadro 12 a seguir:

Quadro 12 Informações urbanísticas da Praça da Amizade

Área do terreno 2263,38 m²

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Área construída 580,30m²

Área útil 465,42m²

Área de cobertura 290,15m²

Número de vagas de

estacionamento

10

Fonte: Acervo Pessoal

7.3.2 A PROPOSTA

O zoneamento da proposta teve como objetivo reorganizar os usos existentes

e criar novos. Primeiramente houve uma extensão da calçada do conselho

em direção a praça, criando um largo de integração entre essa área e o

edifício. Devido a topografia local, se fez necessário a implantação de uma

escada e rampa para permitir o fluxo entre esses setores (Figura 52).

Figura 52 Implantação da proposta para a Praça da Amizade

Fonte: Elaborado pela autora

Também, houve a eliminação do quiosque sem uso e o remanejamento do

outro para uma área próxima Rua da Castanheira na porção mais baixa da

praça. Além disso, optou-se por locar 4 vagas das 10 que são exigidas para

o Conselho Comunitário pelo Código de Obras de Natal, instituído pela Lei

Complementar Nº 055, de 27 de Janeiro de 2004, também nessa região. As

outras 6 vagas exigidas ficaram contempladas pelo local já existente de

estacionamento locado próximo a Capela de Nossa Senhora da Conceição

(Figura 53).

Figura 53 Estacionamento

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Fonte: Elaborado pela autora

O playground e a Academia da Terceira Idade (ATI) também foram

implantadas nessa região, facilitando o acesso ao público. Ademais, a praça

tem como objetivo ser um espaço multifuncional para que as pessoas se

sintam livres para apropriarem da maneira que lhes convier.

7.3.3 MEMORIAL DESCRITIVO DA PRAÇA DA AMIZADE

Em linhas gerais, para a proposta do projeto da praça buscou-se adotar

materiais de fácil execução e que fossem duráveis, visto que devem suportar

intempéries. Houve uma preocupação de usar materiais que mantivessem

um diálogo entre si e entre o edifício do conselho, para assim manter uma

proposta que fosse integradora.

Vale ressaltar, que a proposta projetual para a praça foi pensada seguindo

a NBR 9050:2015. Dessa maneira, considera-se que haverá sinalização

horizontais e verticais. Para o piso foi adotado o piso tátil cimentícIo na cor

cinza para indicar a mudança de nível ou direção. Nos locais que se

mostrarem necessários haverá piso direcional marcando rotas importantes.

Além disso, a praça possui desníveis, sendo necessário a instalação de

guarda-corpo em aço inox Ø 3 mm com altura correspondentes as normas

de acessibilidade nas áreas mais elevadas.

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A característica mais marcante da proposta é o padrão de piso trabalhado,

criando um traçado peculiar, de forma a gerar caminhos que podem ser

escolhidos livremente pelos usuários. Assim, para a pavimentação da praça

adotou-se piso intertravado bicolor feito com placas de concreto drenante,

em cinza escuro e cinza claro (Figura 54).

Figura 54 Tipo de piso Intertravado

Fonte: www.rhinopisos.com.br

Estes deverão ser aplicadas diretamente no solo para aumentar a

capacidade de absorção de água. Para a ATI deverá ser utilizado, seguindo

as diretrizes de Patricia Cipriani (2013) em seu TFG nomeado “Acessibilidade

espacial do idoso ao espaço público: o caso das ATIs em Natal-RN”, piso

intertravado emborrachado com cor diferenciada, nesse caso vermelho

(Figura 55) e para sua delimitação deverá ser usado piso tátil cimentíceo na

cor cinza. Ainda sobre a ATI, seguindo as diretrizes de Cipriani (2013) e as

solicitações dos usuários, deverá ser instalado um caramanchão para gerar

sombra sobre os equipamentos, gerando maior conforto na hora do uso.

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Figura 55 Tipo de piso Intertravado para a ATI

Fonte: Elaborado pela autora

O playground a ser instalado deverá ser em madeira tratada (Figura 56). Um

novo quiosque deverá ser construído, seguem o mesmo padrão estético do

prédio do conselho comunitário, ou seja, utiliza-se de concreto aparente e

madeira na sua composição (Figura 57). Além disso, ele deverá contar com

um banheiro acessível unissex, que servirá para quem tiver frequentando a

praça.

Figura 56 Playground

Fonte: Elaborado pela autora

Figura 57 Quiosque

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Fonte: Elaborado pela autora.

Parte das áreas verdes foram mantidas e outras criadas formando pequenos

jardins que proporcionarão sombra aos usuários. Para este trabalho, a

proposta se limita a indicar que apenas em estágio de projeto executivo seria

capaz de se determinar as espécies que deveriam ser implantadas. Dessa

maneira, sugere-se que a escolha da vegetação acompanhe o tipo e escala

das que já são existentes na praça, e deverão produzir sombra em qualquer

época do ano. No caso das árvores que terão pavimentação ao seu redor,

indica-se a instalação de grelhas para permitir a drenagem e passagem de

água para irrigação das mesmas (Figura 58).

Figura 58 Grelha para Árvores

Fonte: www.archiproducts.com.br

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O acesso a praça se dará por rampas com 8,33% de inclinação que atende

ao disposto na Norma Brasileira de acessibilidade – NBR 9050 de 11 de

setembro de 2015.

Quanto ao mobiliário, foi pensando o uso de bancos em madeiras que

ficariam próximos as áreas de canteiros para aproveitar a sombra gerada

pela vegetação. Junto a estes bancos estarão as lixeiras, elementos não

existentes hoje, que deverão ser de material metálico (Figura 59).

Figura 59 Modelo de banco e Lixeira

Fonte: Elaborado pela autora

Em relação a iluminação, alguns postes foram relocados e outros

implantados sendo o mais alto com 6,00m de altura para uma iluminação

mais geral, e perto dos equipamentos recreativos e do quiosque optou-se por

um poste em menor dimensão (3,00m) para iluminação próxima ao pedestre,

porém de maneira indireta.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este TFG teve por objetivo propor a requalificação do Largo da Amizade com

a participação dos usuários. Primeiramente, buscou-se entender as

definições de comunidade e conselho comunitário. Em paralelo, estudou-se

o que seria o processo participativo e como ele deveria ser aplicado.

Somente após os primeiros encontro com os usuários percebeu-se o quão

complexo pode ser a sua aplicação, A medida que se avançava, percebeu-

se que apesar de todo um pré-planejamento de ações, a realidade não foi

condizente com a expectativa esperada, obrigando-me a rever o trabalho

feito até então. Trabalhar diretamente com pessoas pode ser bastante difícil,

uma vez que elas podem tomar atitudes inesperadas, como se negar a

participar de alguma oficina, ou responder a perguntas de um questionário.

Acredito, que o principal motivo de algumas pessoas se negarem a participar

seja a descrença de que algo possa melhorar, como senti em diversas

justificativas, apesar de elas perceberem e reclamarem da situação atual.

Nessas idas e vindas, o cronograma acabou sendo alterado, reduzindo

significadamente o tempo previsto para elaboração dos projetos, o que

acarretou na mudança de estratégia quanto a volta à comunidade com o

projeto para discutí-lo e fazer as mudanças necessárias. Ouvindo os

conselhos da pré-banca, optou-se por deixar esse encontro para após a

apresentação do TFG. De qualquer forma, apesar dos contratempos pode-

se considerar o resultado final apresentando neste volume como satisfatório

em relação ao que se pretendia e ao que se pôde cumprir. Além do mais, foi

interessante ter tido oportunidade de trabalhar diretamente com a

comunidade no último trabalho da graduação em Arquitetura e Urbanismo.

Ao final deste trabalho, acredita-se que este contribuiu para compreender

um pouco mais sobre o processo participativo, uma metodologia trabalhosa

e com resultados a longo prazo, mas capaz de contribuir enormemente para

a aceitação e satisfação dos usuários. Resta refletir sobre a necessidade de

aplicá-la e ponderar seriamente sobre o tempo que terá disponível e os

resultados obtidos.

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Mesmo assim, entendendo o projeto arquitetônico como um processo

dinâmico, e na condição de moradora de Potilândia e cidadã interessada

na melhoria da qualidade de vida no Largo da Amizade, o próximo passo,

na contribuição desse TFG, em proposta aquela comunidade, é discutir com

ela a situação econômica e os caminhos para concluir o trabalho aqui

iniciado.

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116

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QUESTIONÁRIO PARA PESSOAS QUE ESTEJAM NO ENTORNO

DO CONSELHO COMUNITÁRIO DO CONJUNTO POTILÂNDIA Número: __________ Data: _____________

IDENTIFICAÇÃO DO PARTICIPANTE

Gênero: ( )FEMININO ( ) MASCULINO

Idade: __________________________ anos

Ocupação: ________________________________________________

1– Você ou alguém da sua família costuma utilizar o conselho?

[ ] Sim [ ] Não

Em caso positivo, com que frequência?

[ ] Diariamente [ ] Uma ou duas vezes por semana

[ ] Poucas vezes por mês [ ] Raramente ou nunca

Nessas ocasiões, o que costuma fazer no conselho?

[ ] Participação em grupos, qual (is)? ___________________________________________

[ ] Realização de exercícios ou esporte, qual (is)?

_______________________________

[ ] Outro:

________________________________________________________________________

2- Na sua opinião o conselho comunitário e a praça onde se encontra satisfazem

aos desejos dos moradores do conjunto?

[ ] Sim [ ] Não

Justifique:

3- Indique os três aspectos positivos da praça.

a) ___________________________________________________________

b) ___________________________________________________________

c) __________________________________________________________

4– Indique os três aspectos negativos da praça.

a) ___________________________________________________________

b) ___________________________________________________________

c) __________________________________________________________

5- Indique os três aspectos positivos do prédio do conselho.

a) ___________________________________________________________

b) ___________________________________________________________

c) __________________________________________________________

6– Indique os três aspectos negativos do prédio do conselho.

a) ___________________________________________________________

b) ___________________________________________________________

c) __________________________________________________________

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7– Avalie o prédio do Conselho Comunitário quanto aos itens a seguir:

ÓTIMO BOM RUIM PÉSSIMO JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA

Estrutura física

Aparência externa

Dimensão dos cômodos

Acessibilidade para pessoas

com deficiência

Quantidade de salas

Quantidade de banheiros

Localização dos banheiros

Dimensão dos banheiros

Segurança quanto a

terceiros (roubos)

Segurança contra incêndios

Segurança contra acidentes

Abastecimento de água

Limpeza

8 – Você costuma utilizar alguma das salas do Conselho Comunitário?

[ ] Não [ ] Sim, Qual? __________________________________________________

9– Avalie a sala indicada na questão 8:

ÓTIMO BOM RUIM PÉSSIMO JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA

Dimensão

Iluminação natural

Iluminação artificial

Temperatura

Ventilação natural

Acessibilidade para pessoas

com deficiência

Uso dos espaços por

pessoas com deficiência

Segurança contra terceiros

(roubos)

Segurança contra incêndio

Segurança contra acidentes

Limpeza

10– Em suas atividades no conselho você já observou algum tipo de barulho

vindo de dentro do próprio conselho comunitário ou de áreas externas ou

mesma vizinhas? [ ] Sim [ ] Não

Em caso de sim, como você o considera?

[ ] Insuportável [ ] Suportável

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De onde vem o barulho que lhe perturba?

[ ] De outras atividades de dentro do próprio conselho

[ ] Das moradias do entorno

[ ] Das áreas de lazer da praça

[ ] Das vias de circulação

[ ] outro: ________________________________________________

11 – O que você faria para deixar o Conselho Comunitário melhor para a

comunidade.

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________

12 – O que você faria para deixar a praça melhor para a comunidade?

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Agradecemos sua colaboração.

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OFICINA 01 – Conhecendo os problemas – data: _____________

IDENTIFICAÇÃO DO PARTICIPANTE

Gênero: ( )FEMININO ( ) MASCULINO

Ocupação: ________________________________________________

Idade: __________________________ anos

Indique, no quadro a seguir, os principais pontos positivos e negativos do Conselho

Comunitário de Potilandia.

Pontos Positivos Pontos Negativos

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OFICINA 02 – Poema dos Desejos - data: __________________

Complete a sentença a seguir usando texto ou desenho:

Gostaria que o Conselho Comunitário de Potilândia fosse...