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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA RESPOSTAS NEUROMUSCULARES E BIOQUÍMICAS ENTRE INDIVÍDUOS COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) E SAUDÁVEIS NATÉRCIA FERREIRA DE QUEIROZ NATAL/RN 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

RESPOSTAS NEUROMUSCULARES E BIOQUÍMICAS ENTRE INDIVÍDUOS

COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) E

SAUDÁVEIS

NATÉRCIA FERREIRA DE QUEIROZ

NATAL/RN

2017

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NATÉRCIA FERREIRA DE QUEIROZ

RESPOSTAS NEUROMUSCULARES E BIOQUÍMICAS ENTRE INDIVÍDUOS

COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) E

SAUDÁVEIS

Orientadora: Patrícia Angélica de Miranda Silva Nogueira

Natal/RN

2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

RESPOSTAS NEUROMUSCULARES E BIOQUÍMICAS ENTRE INDIVÍDUOS

COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) E

SAUDÁVEIS

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia:

Profº. Drº. Álvaro Campos Cavalcante Marciel

Natal/RN

2017

4

5

RESUMO

Objetivo: Comparar as respostas neuromusculares e bioquímicas do dano e

fadiga muscular do quadríceps femoral entre indivíduos com DPOC e

saudáveis. Métodos: Tratou-se de um estudo observacional, transversal e

comparativo. A amostra foi composta por 18 indivíduos alocados em dois

grupos distintos: Grupo DPOC (GD) e Grupo Saudáveis (GS) que foram

avaliados através da função pulmonar; do desempenho neuromuscular do

quadríceps; os marcadores bioquímicos do dano e fadiga muscular;

fatigabilidade e dor muscular. Os dados foram analisados com o software

Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0 com nível de

significância de 5%. Resultados: Observou-se diferença estatisticamente

significante na potência entre o GD e GS (99,0 vs 145,1; p=0,02) e uma

tendência à diferença no trabalho total, respectivamente (1.035,5 vs 1.671,5;

p=0,06) entre os grupos. Na análise do marcador bioquímico, o LDH, para

fadiga muscular foi observado diferença significativa entre os grupos

imediatamente após o teste isocinético no quadríceps (402,3 vs 289,4; p=0,03).

Conclusões: As respostas neuromusculares e bioquímicas do dano e fadiga

muscular do quadríceps femoral no DPOC apresentam-se diminuída na

população estudada.

Palavras-chave: DPOC. Isocinético. Fadiga Muscular.

6

Abstract

Objective: To compare neuromuscular and biochemical responses of femoral

quadriceps muscle damage and fatigue among COPD and healthy individuals.

Methods: This was an observational, cross-sectional and comparative study.

The sample consisted of 18 individuals allocated to two distinct groups: COPD

Group (GD) and Healthy Group (GS) who were evaluated through lung function;

of the neuromuscular performance of the quadriceps; The biochemical markers

of muscle damage and fatigue; fatigue and muscle pain. Data were analyzed

using Statistical Package for Social Sciences (SPSS) version 20.0 with a

significance level of 5%. Results: There was a statistically significant difference

in the power between GD and GS (99.0 vs 145.1; p = 0.02) and a tendency to

the difference in total work, respectively (1,035.5 vs 1,671.5; p = 0.06) between

groups. In the analysis of the biochemical marker, LDH, for muscle fatigue was

observed a significant difference between the groups immediately after the

isokinetic test in the quadriceps (402.3 vs 289.4; p = 0.03). Conclusions: The

neuromuscular and biochemical responses of femoral quadriceps muscle

damage and fatigue in COPD are diminished in the study population.

Keywords: COPD; Isokinetic; Muscular Fatigue.

7

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................

2. OBJETIVOS ...........................................................................................

3. HIPÓTESES ...........................................................................................

4. MATERIAIS E MÉTODOS .....................................................................

4.1 DELINEAMENTOE LOCAL DA PESQUISA .........................................

4.2 ASPECTOS ÉTICOS ............................................................................

4.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ....................................................

4.4 INSTRUMENTOS .................................................................................

4.5 PROCEDIMENTOS ..............................................................................

4.5.1 PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO ................................................

4.5.1.1 Espirometria ....................................................................................

4.5.1.2 Coleta de Amostra Sanguínea ........................................................

4.5.1.3 Avaliação do Desempenho Isocinético ...........................................

4.5.1.4 Avaliação da Fatigabilidade Percebida ...........................................

4.5.2 ESCLARECIMENTOS SOBRE A PATOLOGIA ................................

4.6 FLUXOGRAMA .....................................................................................

4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA .......................................................................

5. RESULTADOS .......................................................................................

6. DISCUSSÃO ...........................................................................................

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................

REFERÊNCIAS ..........................................................................................

APÊNDICES ...............................................................................................

APÊNDICE 1: Carta de Apresentação aos Participantes ...........................

APÊNDICE 2: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .....................

APÊNDICE 3: Carta de anuência ...............................................................

APÊNDICE 4: Declaração ..........................................................................

APÊNDICE 5: Ficha de Avaliação ..............................................................

ANEXOS .....................................................................................................

ANEXO 1: Escala Modificada de Borg ........................................................

ANEXO 2: Escala Visual Analógica ............................................................

ANEXO 3: Escala de Fatigabilidade Percebida ..........................................

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1. INTRODUÇÃO

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma importante causa de

morbidade crônica e de mortalidade em todo o mundo, que se caracteriza por

limitação do fluxo de ar que não é inteiramente reversível. Esta limitação é

geralmente progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal

do pulmão a partículas ou gases nocivos (1).

Embora a DPOC comprometa os pulmões, ela também produz

consequências sistêmicas significativas(2), como a disfunção muscular

periférica, representada pela redução da massa, resistência e força muscular;

deficiência na oxigenação(3-7); redistribuição de fibras musculares (baixa

proporção de fibras oxidativas e alta proporção de glicolíticas)(3,5-9); mudança

no perfil bioenergético (diminuição da capacidade aeróbia, predominância do

metabolismo glicolítico e rápido acúmulo de lactato)(3,5,10) e redução da ativação

hormonal como por exemplo, do fator de crescimento semelhante à insulina

(IGF) que contribui para a sarcopenia(10,11).

Essas diferentes alterações morfológicas e fisiológicas no músculo

esquelético isoladamente ou combinadas contribuem para o surgimento

precoce do dano e fadiga muscular(12,13), sendo esta definida como a

incapacidade do músculo de gerar ou manter níveis suficientes de força

contrátil para um determinado esforço fisico(14).

Os reais mecanismos responsáveis particularmente pela fadiga muscular

não estão totalmente esclarecidos. No entanto, a explicação tradicional para o

seu surgimento é o acúmulo de íons hidrogênio (H+), subproduto da respiração

celular, com redução do fornecimento de energia (ATP) pela mitocôndria para

as fibras musculares(3).

Explicações alternativas têm considerado os efeitos diretos ou indiretos

das alterações iônicas sobre o potencial de ação ou função contrátil, como o

acúmulo do fosfato inorgânico (Pi) e íons de magnésio(Mg2+), a falta do Ca2+ ou

de sua liberação por diversos mecanismos, bem como, os efeitos das espécies

reativas de oxigênio (ERO`s) também conhecidos como radicais livres, além da

diminuição de fontes energéticas como o glicogênio e a fosfocreatina(15,16).

9

Além da fadiga muscular, os pacientes com DPOC desenvolvem dispneia

precocemente e esses sintomas são os principais determinantes da diminuição

do desempenho nas atividades de vida diária, no trabalho e na qualidade de

vida relacionada à saúde(17).

Vários estudos mostram que essa fadiga e dispneia são os principais

limitantes da atividade física, um dos componentes mais importante da

reabilitação pulmonar, prejudicando a saúde(18-20).

Por estas razões, a avaliação de biomarcadores do dano e/ou fadiga dos

músculos periféricos, pode necessitar de uma atenção minuciosa, pois

entender como ela se comporta é a chave para uma resposta na intervenção e

tratamento de pacientes com DPOC(21).

Portanto, o propósito primário desse estudo foi comparar as respostas

neuromusculares e bioquímicas do dano e fadiga muscular do quadríceps

femoral entre pacientes com DPOC e indivíduos saudáveis.

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Comparar as respostas neuromusculares e bioquímicas do dano e fadiga

muscular do quadríceps femoral entre pacientes com DPOC e indivíduos

saudáveis.

2.2 Objetivos específicos

Analisar o desempenho isocinético no quadríceps femoral (pico de

torque, trabalho total, potência e índice de fadiga) em pacientes com DPOC e

pessoas saudáveis;

Analisar as respostas de fatigabilidade e dor muscular do quadríceps

femoral em todos os indivíduos antes, imediatamente após e 24hs após o teste

isocinético;

10

Verificar o comportamento bioquímico (nível sanguíneo da enzima

creatina quinase (CK) e lactato desidrogenase (LDH)) em todos os indivíduos

antes, imediatamente após e 24hs após o teste isocinético.

3. HIPÓTESES

H0: Não terá diferença no desempenho isocinético do quadríceps e/ou

níveis sanguíneos de CK e LDH em ambos os grupos.

H1: Terá diferença no desempenho isocinético do quadríceps e/ou níveis

sanguíneos de CK e LDH em ambos os grupos.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 DELINEAMENTO E LOCAL DA PESQUISA

Trata-se de um estudo observacional de corte transversal e caráter

comparativo realizado, no laboratório de práticas terapêuticas do Departamento

de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Os voluntários foram recrutados do serviço de pneumologia de um

hospital universitário de alta complexidade. Foram incluídos no estudo sujeitos

do sexo masculino, com idade entre 45 e 80 anos, diagnosticados com DPOC

por um médico, de acordo com os critérios definidos pelo comitê cientifico da

GOLD3.

4.2 ASPECTOS ÉTICOS

Essa pesquisa está regulamentada de acordo com as determinações da

Declaração de Helsinki, e foi analisada e aprovada pelo Comitê de Ética da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o parecer nº 1.323.824, e

seguindo as recomendações da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de

Saúde (CNS).

11

.

Os indivíduos que concordaram em participar voluntariamente do estudo

após ler a carta de apresentação aos participantes (Apêndice 1), assinaram um

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Apêndice 2) com

informações sobre os propósitos, riscos e benefícios da pesquisa.

4.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A amostra foi constituída por 20 indivíduos de ambos os sexos,

recrutados de forma não probabilística, por conveniência, por meio de

divulgação eletrônica e/ou contato pessoal. Em seguida, os voluntários foram

alocados em dois grupos distintos: Grupo DPOC (GD) composto por 11

indivíduos (2 mulheres e 9 homens) com diagnóstico de DPOC e Grupo

Saudáveis (GS), composto por 09 indivíduos saudáveis (2 mulheres e 7

homens) que atenderam aos mesmos critérios de elegibilidade do grupo

anterior, com exceção do diagnóstico da doença. Para serem incluídos no

estudo, os participantes passaram por uma triagem e deveriam atender aos

seguintes critérios de elegibilidade:

Grupo DPOC (GD): apresentar diagnóstico de DPOC, segundo o GOLD(1)

e a Sociedade Brasileira de Pneumologia de 2004(2); apresentar faixa etária

entre 45 e 80 anos; altura entre 155 e 190 cm; aceitar participar do estudo; ter

diagnóstico de DPOC com grau de obstrução leve (VEF1/ CVF< 70% e VEF1≥

80% do previsto), moderado (VEF1/ CVF< 70% e 50% ≤ VEF1< 80% do

previsto) e grave (VEF1/ CVF< 70% e VEF< 30% do previsto)(1,2,23); apresentar

estabilidade clínica, com medicação otimizada, estar livre de infecção pulmonar

no momento de iniciar o protocolo, sem períodos de agudização da doença há

pelo menos um mês; não apresentar doenças associadas como cardiopatias,

doenças ortopédicas ou neuromusculares.

Grupo Saudáveis (GS): os indivíduos deveriam ser irregularmente ativos e

atender a mesma faixa etária e características antropométricas do GD.

Por outro lado, foram excluídos do estudo os voluntários que se

recusaram a realizar algum procedimento de avaliação ou intervenção do

estudo; apresentaram alguma instabilidade clínica (dispneia excessiva – Borg>

12

8 (0 – 10), SpO2< 88%, dor muscular insuportável, frequência cardíaca maior

ou igual que 80% da sua frequência máxima prevista) durante a realização de

algum procedimento experimental; ou não completaram a realização de algum

procedimento do estudo (algum dado não registrado adequadamente).

Foram coletados 11 sujeitos com DPOC, mas foram excluídos 2 por não

completarem todas as etapas da pesquisa.

4.4 INSTRUMENTOS

Para avaliar a curva espirométrica volume-tempo na DPOC foi utilizado

um espirômetro modelo Koko Digidoser (Spide, Longmont, USA).

Para a análise do desempenho neuromuscular do Quadríceps foi utilizado

um dinamômetro isocinético computadorizado (BiodexMulti-Joint System 3 pro,

USA).

Para análise da concentração plasmática da CK e LDH foi utilizado um

equipamento semi-automatizado (Bioplus modelo Bio-2000®) a partir de

métodos cinéticos utilizando kits Labtest®.

Para a análise da dor do quadríceps foi utilizada a escala visual analógica

da dor de 0 a 10, sendo 0 (zero) ausência de dor e 10 (dez) dor máxima.

A Escala de Borg modificada foi utilizada para graduar a percepção da

dispneia e o esforço percebido antes, durante e após alguns procedimentos do

estudo. Esta escala de 12 pontos modificados é graduada (0,1-10), cujos

valores maiores refletem a maior sensação de falta de ar (anexo 1)(24) .

Para análise da fadiga relatada antes, imediatamente após e 24h após o

teste isocinético foi utilizado o questionário de fatigabilidade(25).

Outros instrumentos como esfigmomanômetro (marca - Eternum),

frequencímetro (marca polar), oxímetro de pulso (marca - Geratherm-

OxyControl) foram utilizados para monitoramento da pressão arterial,

frequência cardíaca e saturação periférica de oxigênio, respectivamente.

4.5 PROCEDIMENTOS

13

Após a aprovação do projeto pelo CEP/UFRN, os voluntários que

atenderam aos critérios de inclusão preconizados e que concordaram participar

do estudo foram esclarecidos e orientados quanto à natureza e importância do

estudo proposto e assinaram o TCLE.

Num primeiro momento (Visita 1), foi preenchida uma ficha de avaliação

geral contendo informações relativas aos dados sociodemográficos e

antropométricos, estado clínico e prova de função pulmonar (espirometria)

(Apêndice 3).

Em seguida, os indivíduos foram submetidos aos procedimentos na

seguinte ordem:

1) Avaliação da dispneia e esforço percebido através da escala de Borg

(Anexo1), aplicação dos questionários de dor - EVA (escala visual analógica -

(Anexo 2) e fatigabilidade (Anexo 3);

2) Coleta de sangue para análise posterior da enzima CK e LDH;

3) Avaliação do desempenho neuromuscular (isocinético) do quadríceps

do lado dominante;

4) Coleta de sangue (CK e LDH);

5) Avaliação da dispneia e esforço percebido (escala de Borg),

questionários de dor e fatigabilidade.

Após 24h ao primeiro momento inicial (Visita 2), os indivíduos retornaram

ao laboratório para coleta de sangue visando a dosagem da CK e LDH,

aplicação da escala de Borg e dos questionários de dor e fatigabilidade.

Todos os procedimentos foram realizados no mesmo período do dia

(diurno) e envolveram os mesmos avaliadores devidamente treinados para os

procedimentos de avaliação ou intervenção (1 e 2).

4.5.1 PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO

4.5.1.1 ESPIROMETRIA

A espirometria permite quantificar o volume de ar inspirado e expirado, e

os fluxos respiratórios, sendo principalmente utilizado para análise dos dados

procedidos da manobra expiratória forçada.

14

A espirometria permite avaliar, portanto, a CVF (capacidade vital forçada),

VEF1 (volume expiratório forçado no primeiro segundo) e a relação

VEF1/CVF(2). Dessa forma, se o paciente apresentasse VEF1 pós

broncodilatador ≤ a 80% do previsto e a relação VEF1/CVF 70% seria

considerado estágio leve da doença; e se o VEF1 pós broncodilatador 80% e

50% do previsto e a relação VEF1/CVF 70% seria considerado estágio

moderado; e grave VEF1/CVF 70% e VEF1 30% do previsto seria

considerado grave(32).

Essa medida foi realizada no primeiro dia (visita 1) apenas para verificar e

classificar a severidade da obstrução do paciente com DPOC e, assim,

estabelecer como critério de inclusão do paciente no estudo.

Durante o esclarecimento dos procedimentos, os pacientes foram

orientados a evitar a ingestão de bebidas alcoólicas e que continham cafeína,

bem como, evitar refeições volumosas uma hora antes do teste. Antes de

iniciar a avaliação, os voluntários permaneceram em repouso por um período

de 5 a 10 minutos. Em seguida, foi colocado um clip nasal e orientado a

importância de se evitar vazamentos em torno da peça bucal quando fosse

dado o comando para realizar uma inspiração máxima seguida de uma

expiração rápida e sustentada até ser ordenado pelo examinador a sua

interrupção.

Esse procedimento foi realizado na postura sentada com a coluna e

cabeça em posição neutra e o avaliador fez estímulos vigorosos para o

paciente realizar um esforço eficaz na inspiração e outro na expiração levando

o indivíduo a manter o empenho pelo tempo necessário.

Foram realizados no mínimo 3 manobras e no máximo 8, com 3 curvas

aceitáveis e 2 reprodutíveis seguindo as recomendações das Diretrizes para

Testes de Função Pulmonar da SBPT(30). Foram analisadas as seguintes

variáveis espirométricas: capacidade vital forçada (CVF), volume expiratório

forçado num segundo (VEF1), e o índice de Tiffenau (VEF1/CVF).

4.5.1.2 AVALIAÇÃO DOS MARCADORES BIOQUÍMICOS

15

A avaliação da atividade da CK e LDH foram extraídas amostras de

sangue venoso (5ml) dos pacientes por uma equipe do Departamento de

Farmácia da UFRN, durante a visita 1 e antes de qualquer procedimento, nos

momentos antes, imediatamente após o teste isocinético e 24h após (visita 2).

Essa avaliação 24h após foi realizada já que é o período de pico da

concentração sanguínea da CK após esforço muscular.

Para essa análise, o sangue foi centrifugado a 2000 rpm por 10 minutos

em temperatura ambiente para separar o plasma. A atividade plasmática foi

realizada a partir de um kit enzimático (Labtest®, Brasil) tomando por base as

recomendações do fabricante por meio de um aparelho semi-automático,

modelo Bioplus Bio-2000 para leitura das amostras, cujo examinador não teve

conhecimento de qual grupo é cada amostra. As análises foram realizadas no

mesmo dia das coletas.

4.5.1.3 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO NEUROMUSCULAR

(ISOCINÉTICO) DO QUADRÍCEPS

Antes do início do teste isocinético, os voluntários realizaram um

aquecimento durante 5 minutos em um ciclo ergômetro com carga mínima (15

watts). Em seguida, o voluntário foi devidamente posicionado na cadeira do

dinamômetro isocinético com o quadril e joelho à 90º de flexão com a fossa

poplítea a uma distância aproximada de 5 cm do assento e estabilizado por

meio de cintos no tronco e na pelve para minimizar os eventuais movimentos

compensatórios durante a coleta dos dados. O epicôndilo lateral do fêmur foi

tomado como referência para marcar o centro de rotação do joelho que foi

ajustado com o centro de rotação do dinamômetro e o apoio do braço de

alavanca foi posicionado a três centímetros do maléolo lateral para permitir a

dorsiflexão do tornozelo. Essa avaliação foi realizada por um único avaliador,

treinado para esta função.

Durante todo o teste, os sujeitos foram orientados a segurar os apoios

laterais do assento, no intuito de manter a estabilização corporal. Os ajustes da

gravidade foram realizados com o joelho em 30º de flexão e calculados pelo

próprio software do dinamômetro.

16

Após esse período inicial de aquecimento, posicionamento e estabilização

do paciente foi permitida a familiarização com o procedimento de coleta por

meio de 3 contrações submáximas de flexo-extensão de joelho.

A avaliação isocinética seguiu o seguinte protocolo:

Foram realizadas 20 contrações voluntárias máximas (CVM) concêntricas

de flexão/extensão do joelho a uma velocidade constante de 120º/s para

registro do pico de torque, trabalho total, potência e índice de fadiga do

quadríceps do lado dominante(24).

Durante as avaliações foram fornecidos comando verbal padronizado

para encorajamento do voluntário e feedback visual pelo monitor do

dinamômetro isocinético.

Os testes foram monitorados pré e pós- teste isocinético pela aplicação

da escala modificada de Borg para analise do esforço percebido e dispnéia;

escala de fatigabilidade para análise da fadiga percebida, além da frequência

cardíaca.

Figura1: Posicinamento do voluntário no aparelho isocinético Fonte: http://worksteps-vm.com/product/isokinetic-testing-biodex-multi-joint-systems-system-3-pre-owned-call-for-price/

17

4.5.1.4. AVALIAÇÃO DA FATIGABILIDADE PERCEBIDA

Antes da realização do teste isocinético os voluntários foram

questionados sobre seu nível de energia naquele momento, através de uma

escala numérica que indica o nível de cansaço do individuo. Esta escala varia

de 1 “Extremamente disposto” à 7 “Extremamente cansado”(25).

Um escore de 4 reflete em nenhuma mudança na percepção do nível

energético. Se os voluntários reportassem menor ou maior nível de energia,

eles seriam questionados quão mais ou menos cansados estariam de acordo

com a escala de fadiga.

Essa medida de fatigabilidade percebida foi mensurada a partir da

mudança do auto relato do nível de fadiga após o teste isocinético.

4.5.2. ESCLARECIMENTOS SOBRE A PATOLOGIA

Nesse momento específico foram tratados assuntos como o autocuidado

e as estratégias para enfrentar as exacerbações da DPOC. Foram entregues

folhetos resumindo os tópicos abordados como forma de suplemento,

fornecendo uma base de informações que o paciente pode consultar durante e

após o período de intervenção.

18

4.6. FLUXOGRAMA

10

Figura 2: Fluxograma.

4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados foram analisados com o software Statistical Package for the

Social Sciences (SPSS) versão 20.0 para Windows. Em toda análise estatística

foi considerada um intervalo de confiança (IC) de 95% e nível de significância

de 5%.

Os dados foram apresentados por meio de medidas de tendência central

e dispersão para variáveis quantitativas, e frequências absolutas e relativas

para as variáveis qualitativas. A distribuição dos dados foi verificada por meio

do teste Shapiro-Wilk. O teste T-student para amostras independentes foi

utilizado para comparação das variáveis obtidas. Para comparar os níveis dos

09 pacientes com DPOC

(visita2 - 24h)

Bioquímica (CK e LDH)

Borg, EVA, Fatigabilidade

Espirometria (visita 1)

Bioquímica (CK, LDH e LACTATO)

Borg, EVA, Fatigabilidade

Teste Isocinético (desempenho

neuromuscular)

Bioquímica (CK, LDH e LACTATO)

Borg, EVA, Fatigabilidade

09 indivíduos saudáveis

19

marcadores bioquímicos, bem como os valores obtidos na EVA, escala

modificada de Borg e fatigabilidade foi realizado o teste ANOVA seguido do

teste post-hoc de Tukey para análise de variância.

.

5. RESULTADOS

Foram incluídos no estudo 11 sujeitos no GD, mas 2 foram excluídos

durante o estudo: 1 por falta de compreensão para realizar avaliação do

desempenho neuromuscular (isocinético) e 1 por não completar todas as

avaliações. Portanto, fizeram parte do presente estudo 9 indivíduos com DPOC

(7 homens e 2 mulheres) e 9 saudáveis (7 homens e 2 mulheres).

As características dos 18 sujeitos avaliados no presente estudo estão

apresentadas na Tabela 1. De acordo com o GOLD1, o GD foi caracterizado

pela VEF1/CVF< 70% e o GS VEF1/CVF> 70%; e a gravidade da doença pelo

VEF1 em leve (VEF1≥80%), moderado (50% ≤ VEF180%), grave (30% ≤

VEF150%), e muito grave (VEF1 <30%).

Tabela 1 - Características da amostra estudada. GD

n= 9 GS

n= 9 p valor

Dados Antropométricos Idade (anos) 63,4 ± 8,5 59,4 ± 6,9 0,29 Mulheres (%) 2 (22,2%) 2 (22,2%)

Peso (Kg) 69,4 ± 13,1 78,3 ± 16,6 0,22 IMC (Kg/m2) 25,4 ± 4,5 26,7 ± 3,6 0,52

Severidade da Doença Anos/maço* 69,4±27,8 - 0,000

VEF1 (% predito) 31,1 ± 21,2 93,0 ± 10,5 VEF1 (L) 1,1 ± 0,5 3,2 ± 0,6 0,000

CVF (% predito) 62,2 ± 20,8 92,7 ± 8,9 CVF (L) 2,2 ± 0,6 3,9 ± 0,7 0,000

VEF1/CVF (% predito) 61,0 ± 13,7 101,1 ± 5,3 VEF1/CVF 0,4 ± 0,1 0,8 ± 0,05

GOLD 1, n (%) 1 (11,1) - GOLD 2, n (%) 4 (44,4) - GOLD 3, n (%) 3 (33,3) - GOLD 4, n (%) 1 (11,1) -

Fonte: Dados da pesquisa, 2017. Legenda: GD: Grupo Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); GS: Grupo saudáveis; n= número; %: porcentagem; Kg: quilograma; IMC: índice de massa corpórea; Kg/m

2: quilograma por metro ao quadrado; Anos/maço*= número de

anos de fumo × número médio de cigarros fumados por dia/20; VEF1:, volume expiratório forçado em 1 segundo; CVF: capacidade vital forçada; VEF1/CVF: relação entre o volume expiratório forçado em 1 segundo e a capacidade vital forçada; GOLD: Iniciativa Global para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica; GOLD 1:leve; GOLD 2: moderada; GOLD 3: grave; GOLD 4: muito grave.

20

A tabela 2 mostra a comparação do desempenho isocinético no

quadríceps a 120º/s entre os grupos estudados. Observa-se diferença

estatisticamente significante na potência (p=0,02) e uma tendência à diferença

no trabalho total (p=0,06) entre os grupos.

Tabela 2 - Comparação do desempenho isocinético do quadríceps femoral.

Variáveis GD n= 9

GS n= 9

p valor

Pico de torque (Nm) 85,7 ± 24,4 104,4 ± 31,0 0,17 Pico de torque (% predito) 62,9 ± 9,6 66,3 ± 8,8 0,45

Trabalho total (J) 1.305,5 ± 329,9 1.671,5 ± 444,5 0,06 Indice de fadiga (%) 29,0 ± 13,2 36,5 ± 7,8 0,16

Potência (W) 99,9 ± 21,0 145,1 ± 51,5 0,02

Fonte: Dados da pesquisa, 2017. Legenda: GD: Grupo DPOC; GS: Grupo saudáveis; Nm: newtons por metro; %: porcentagem; J: Joules; W: watts; índice de fadiga (em porcentagem) em uma série de 20 repetições concêntrica/excêntrica cada, à velocidade angular de 120

0 .

Na análise do marcador bioquímico, o LDH, para fadiga muscular foi

observado diferença significativa entre os grupos imediatamente após o teste

isocinético no quadríceps (p=0,03). Na comparação das respostas de

fatigabilidade não houve diferença entre os grupos estudados. Entretanto, na

avaliação da dor muscular do quadríceps por meio da EVA verifica-se diferença

entre os grupos no repouso (p=0,00) e 24h após o teste isocinético (p=0,04),

conforme a tabela 3.

Tabela 3 - Análise do LDH, fatigabilidade e dor muscular do quadríceps femoral Variáveis GD

n= 9 GS

n= 9 p valor

LDH Basal 399,6±31,3 262,3 ±31,3 0,07 LDH Imediato 402,3±33,6 289,4 ±33,6 0,03 BORG Basal MMII 1,1±1,7 1,2±1,2 0,87 BORG Imediato MMII 4,4±3,3 4,1±1,5 0,79 BORG Basal Respiratório 1,4±1,7 0,6±0,8 0,24 BORG Imediato Respiratório 6,1±3,1 3,8±1,9 0,08 Fatigabilidade basal 2,8±1,4 2,0±1,6 0,82 Fatigabilidade imediato 4,5±2,5 3,8±1,9 0,15 Eva basal 1,5±2,4 0,1±0,3 0,00 Eva imediato 3,1±3,5 2,3±2,0 0,13 Eva 24h 2,0±2,8 0,7±0,7 0,04 Fonte: Dados da pesquisa, 2017. Legenda: LDH: Lactato desidrogenase; GD: Grupo DPOC; GS: Grupo saudável; BORG: percepção de esforço; MMII: membros inferiores; Fatigabilidade: escala subjetiva de fadiga; EVA: Escala Visual Analógica; h: horas.

21

O gráfico 1 mostra as respostas dos níveis séricos de CK entre os

grupos GD e GS. Observou-se um aumento da CK em média de 67,02% no

GD após 24h ao teste isocinético em relação ao grupo saudável. Entretanto, na

normalização da CK pela avaliação basal percebeu-se que não houve

interação tempo-grupo.

GRÁFICO 1 - Análise dos níveis séricos da CK em 3 momentos distintos.

Fonte: Dados da pesquisa, 2017.

Legenda:Média (± desvio padrão) da concentração de CK normalizada pela avaliação de base CK

imediato (p=0,36) e CK 24h (p=0,51).

6. DISCUSSÃO

Os dados obtidos no presente estudo comparando as respostas

neuromusculares e bioquímicas do dano e fadiga muscular entre o GD e GS

sugere que o declínio relativo na potência foi semelhante em ambos os grupos;

no entanto, como o GD atingiu uma potência de pico muito menor em

comparação aos saudáveis, leva a entender que os indivíduos com DPOC

apresentam menor capacidade em executar a atividade em relação aos GS26.

Além disso, podemos perceber que mesmo a potência sendo reduzida,

ela foi suficiente para o GD realizar a tarefa de forma satisfatória. Observamos

que a potencia é menor 31,15% do que o GS, provavelmente refletindo perda

0

4,6

37

0 -0,2

24,8

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

ck basal ck imediato relacao ck 24 relacao

[CK

]

TEMPO

DPOC

Saudável

22

de massa muscular, infiltração fibrótica e/ou gordura intramuscular27 neste

grupo. No entanto, Richardson et al.28 afirmam que essa redução também pode

ser referente à limitação ventilatória, hiperinsuflação dinâmica ou aumento do

trabalho do músculo respiratório, ao invés de uma incapacidade do grupo

muscular avaliado de produzir a potência requerida pela tarefa e de apresentar

uma reserva metabólica nos músculos esqueléticos na DPOC.

Em estudo realizado por Robles et al.27 com o objetivo de quantificar a

qualidade do músculo dos membros inferiores e sua relação com a força

muscular e a capacidade de caminhar na DPOC, observou-se que a má

qualidade muscular do DPOC está melhor relacionada com a fraqueza

muscular apresentada pelo pico de torque no dinamômetro isocinético em

comparação a saudáveis27.

Apesar de não ter sido encontrada diferença estatisticamente significativa

no pico de torque no presente estudo, os resultados apontam uma relevância

clinica, pois a média no GD foi menor em 18% quando comparada ao GS. Uma

provável explicação para essa redução deve-se a anormalidade no

metabolismo muscular, o qual apresenta menor atividade oxidativa29. Além de

fatores como a redução da força muscular, a diminuição da capacidade

aeróbia, a dependência do metabolismo glicolítico e o acúmulo rápido de

lactato durante o exercício, podem ser responsáveis pela fadiga muscular

precoce nesses indivíduos28,29.

Por conseguinte, os valores obtidos no teste isocinético referente ao

índice de fadiga, mostrou que o GS fadigou mais em relação ao GD em torno

de 20,5%. De uma forma geral, a avaliação dessa variável no dinamômetro

isocinético parece ser protocolo dependente, sendo recomendado utilizar

velocidades angulares mais elevadas envolvendo um número maior de

repetições com objetivo de mensurar com mais propriedade a incapacidade de

manter o desempenho (fadiga muscular)30.

Pelo fato dos indivíduos com DPOC gerarem menor torque, eles tendem a

mantê-lo numa mesma zona de desempenho, diferente de indivíduos que

geram níveis mais elevados de torque no início do teste e naturalmente exibem

redução ao longo das repetições, como os sujeitos saudáveis. Por isso, se faz

23

necessário o uso de instrumentos e protocolos específicos e sensíveis para as

diferentes variáveis e populações a serem avaliadas30.

É sabido que os principais determinantes dos danos musculares incluem

a intensidade, a duração do exercício e o tipo de contração muscular. Desta

forma, o aumento da sobrecarga imposta ao aparelho locomotor induz ao dano

muscular e à dor resultante31.

Deste modo, a análise do dano muscular pode ser obtida por métodos

indiretos através dos marcadores bioquímicos, CK e LDH. São os mais

utilizados nos estudos em função da facilidade de coleta e, sobretudo, pelo

baixo custo quando comparado aos métodos diretos31.

Os níveis aumentados da CK e da LDH no soro ocorrem quando as fibras

musculares são metabolicamente exauridas devido ao esforço, apresentando

uma diminuição na resistência da membrana, ou mesmo uma interrupção do

citoesqueleto e sarcolema, permitindo a liberação dessas enzimas para o

soro32.

Os dados bioquímicos nos mostra que a atividade enzimática do LDH

imediatamente após o protocolo do teste isocinético foi muito maior no GD em

relação ao GS. Lehninger et al.33 mostra que em situações anaeróbicas o

piruvato pode ser convertido em lactato por meio da fermentação lática. Esse

processo envolve a conversão de NADH em NAD+ e é catalisada pela enzima

LDH. Dessa forma, podemos inferir que há maior produção de lactato após o

protocolo de avaliação muscular no isocinético pela alta concentração da

enzimática.

Logo, a atividade CK no sangue está intimamente relacionada com o

processo de dano muscular após alta intensidade de contrações musculares.

Felismino et al34 mostrou que o pico de atividade de CK ocorre entre 72 e 120 h

após os danos musculares induzidos pelo exercício, e Glasgow et al35 referem

picos de CK em cerca de 24 h após.

Mesmo não apresentando diferenças intergrupos, observou-se um

aumento da CK imediatamente após a avaliação isocinética atingindo seu pico

24h após nos dois grupos em relação à avaliação de base36,37. Apesar da

variabilidade entre os sujeitos para o exercício que induziu o dano muscular, a

atividade CK é um forte indicador para a magnitude do dano muscular34,38.

24

De acordo com alguns autores, danos musculares é uma ocorrência

comum durante o exercício prolongado e/ou de alta intensidade32. Além disso,

as contrações excêntricas contribuem ativamente para danos musculares

maiores quando comparada às contrações concêntricas32,39. Dessa forma, é

provável que o fato de que o protocolo utilizado no presente estudo ter sido

concêntrico/concêntrico e de curta duração, não foi suficiente para gerar um

dano muscular importante ao ponto de elevar de forma significativa os níveis

dos marcadores bioquímicos no soro dos indivíduos avaliados.

No que diz respeito à sensação de fadiga em MMII relatada pelos

indivíduos por meio da escala de Borg e fatigabilidade, evidenciamos que não

houve diferença basal e imediatamente após o teste isocinético entre os

grupos. Porém, em relação à dispnéia (avaliada pela escala de Borg), os dados

nos mostram que, por mais que não tenha apresentado diferença

estatisticamente significativa, os valores são mais discrepantes, principalmente

em relação ao momento imediatamente após a realização do protocolo,

179,4% a mais comparado aos saudáveis.

Tal comportamento se deve ao fato de que a realização de exercícios leva

a uma maior ativação da musculatura respiratória devido à necessidade do

aumento ventilação pulmonar, gerando, portanto, maior sensação de dispnéia

em pacientes com DPOC40, podendo ser possivelmente um sintoma limitante

ao exercício.

Durante a avaliação da escala de fatigabilidade, tanto o GD como o GS

estão próximo do escore 4, que não reflete em nenhuma mudança na

percepção do nível energético25.

Durante a avaliação subjetiva da Escala Visual Analógica foi encontrado

diferença significativa tanto nos valores basais como 24 horas após o protocolo

utilizado. Isso mostra que provavelmente o individuo com DPOC apresenta dor

muscular em repouso maior que indivíduos saudáveis com as mesmas

características antropométricas. É possível que o GD apresente tal dor basal

por alterações na tipagem de fibra muscular, na qual ocorre um aumento do

número de fibras glicolíticas e redução de fibras oxidativas, gerando,

consequentemente, maior dano muscular para o mesmo estímulo que os GS.

25

Isto também pode explicar o fato de 24h após também apresentar uma

diferença significativa3,5.

Algumas limitações metodológicas podem afetar as implicações

decorrentes deste estudo. O tamanho modesto da amostra deve ser

considerado quando se aplicam os resultados à população mais ampla de

DPOC.

Outra limitação do estudo encontra-se no protocolo proposto no

isocinético de forma concêntrica/concêntrica, pois a excêntrica tornar um

estímulo maior ao dano muscular em ambos os grupos.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As respostas neuromusculares, bioquímicas do dano e fadiga muscular

do quadríceps femoral no DPOC apresentam-se diminuída. No que se refere à

força e potência, seus valores menores no GD em comparação com GS

propicia ao individuo com DPOC apresentar maior fadiga e cansaço referido

pelo mesmo. Assim, tornar-se importante avaliar a força e a potência muscular

do quadríceps nessa população. Os achados sugerem que novos estudos com

diferentes protocolos de treino isocinético seja empregado a fim de selecionar a

proposta mais adequada na DPOC. Além de programas mais abrangentes de

treinamento físico visando o melhor desempenho físico nesta população.

26

REFERÊNCIAS 1. Vogelmeier CF, Criner GJ, Martinez FJ, et al. Global Strategy for the Diagnosis, Management, and Prevention of Chronic Obstructive Lung Disease 2017 Report. GOLD Executive Summary. Am J Respir Crit Care Med 2017; 195: 557-582. 2. Sociedade Brasileira de Pneumologia. II Consenso Brasileiro de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC. Jornal Brasileiro de Pneumologia 2004; 30: S1-S52.

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7. Miranda EF, Oliveira LV, Antonialli FC, et al. Phototherapy with combination of super-pulsed laser and light-emitting diodes is beneficial in improvement of muscular performance (strength and muscular endurance), dyspnea, and fatigue sensation in patients with chronic obstructive pulmonary disease. Lasers Med Sci. 2014; 30:437-443. 8. Gosker HR, Van MH, Van DPJ, et al. Skeletal muscle fibre-type shifting and metabolic profile in patients with chronic obstructive pulmonary disease. Eur Respir J 2002, 19:617–625.

9. Miranda EF, Malaguti C, Marchetti PH, Dal Corso S. Upper and lower limb muscles in patients with copd: similarities in muscle efficiency but differences in fatigue resistance. Respiratory Care 2013, 59: 62-69.

10. Wagner PD: Skeletal muscles in chronic obstructive pulmonary disease: Deconditioning, or myopathy? Respirology 2006, 11: 681-686.

27

11. Debigare R, Marquis K, Coté CH, et al. Catabolic/Anabolic Balance and Muscle Wasting in Patients With COPD. Chest 2003, 124:83-89.

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22. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Diretrizes para teste de função pulmonar da SBPT. J. Pneumol 2002, 28:S1-S238.

23. Vieira WH, Ferraresi C, Perez SE, et al. Effects of low-level laser therapy (808 nm) on isokinetic muscle performance of young women submitted to endurance training: a randomized controlled clinical trial. Lasers Med Sci 2012, 27:497-504.

28

24. Buchowiski MS; Simmons SF; Whitaker LE, et al. Fatigability as a function of physical activity energy expenditure in older adults. Age (Dordr) 2013, 35:179-187. 25. Cannon DT, Coelho AC, Cao R, et al. Skeletal muscle power and fatigue at the tolerable limit of ramp-incremental exercise in COPD. Journal of Applied Physiology 2016, 121: 1365-1373.

26. Robles PG, Sussman MS, Naraghi A, et al. Intramuscular Fat Infiltration Contributes to Impaired Muscle Function in COPD. Med Sci Sports Exerc. 2015, 47:1334-1341.

27. Richardson RS, Sheldon J, Poole DC, et al. Evidence of skeletal muscle metabolic reserve during whole body exercise in patients with chronic obstructive pulmonary disease. Am J Respir Crit Care Med 1999, 159:881-885. 28. Miranda EF, Malaguti C, Corso SD. Disfunção muscular periférica em DPOC: membros inferiores versus membros superiores. J. bras. pneumol 2011, 37: 380-388. 29. Terreri ASAP, Greve JMD, Amatuzzi MM. Avaliação isocinética no joelho do atleta. Revista Brasileira de Medicina do Esporte 2001, 7:170-174. 30. Foschini D, Prestes J, Charro MA. Relação entre exercício físico, dano muscular e dor muscular de início tardio. Rev. bras. cineantropom. desempenho hum 2007, 9:101-106. 31. Nelson D, Cox M, Lehninger A, Termignoni C. Principios de Bioquimica de Lehninger. 4th ed. São Paulo: Sarvier; 2006. 32. Felismino A, Costa E, Aoki M, et al. Effect of low-level laser therapy (808 nm) on markers of muscle damage: a randomized double-blind placebo-controlled trial. Lasers in Medical Science 2013, 29:933-938. 33. Glasgow P, Ferris R, Bleakley C. Cold water immersion in the management of delayed-onset muscle soreness: Is dose important? A randomised controlled trial. Physical Therapy in Sport. 2014, 15:228-233. 34. Takeda M, Sato T, Hasegawa T, Shintaku H, Kato H, Yamaguchi Y et al. The Effects of Cold Water Immersion after Rugby Training on Muscle Power and Biochemical Markers. Journal of Sports Science and Medicine 2014, 13:616-623. 35. Jakeman J, Macrae R, Eston R. A single 10-min bout of cold-water immersion therapy after strenuous plyometric exercise has no beneficial effect on recovery from the symptoms of exercise-induced muscle damage. Ergonomics 2009, 52:456-460.

29

36. Nosaka K, Newton M, Sacco P. Delayed-onset muscle soreness does not reflect the magnitude of eccentric exercise-induced muscle damage. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports 2002, 12:337-346. 37. Camillo C, Burtin C, Hornikx M, Demeyer H, De Bent K, van Remoortel H et al. Physiological responses during downhill walking. Chronic Respiratory Disease 2015, 12:155-164. 38. Probst V. Cardiopulmonary stress during exercise training in patients with COPD. European Respiratory Journal 2006, 27:1110-1118.

30

APÊNDICES

31

APÊNDICE 1: Carta de apresentação aos participantes

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

Senhores (a),

Sou aluna da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e

estou fazendo um trabalho sobre “RESPOSTAS NEUROMUSCULARES E

BIOQUÍMICAS ENTRE INDIVÍDUOS COM DOENÇA PULMONAR

OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) E SAUDÁVEIS”. Para fazer esse trabalho

preciso contar com sua ajuda para saber se haverá melhora no tempo de

recuperação de uma atividade física que exija grandes esforços além da

melhora do desempenho cardiopulmonar.

Para isso preciso que o senhor (a) compareça no Departamento de

Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em três dias para

ser avaliado o seu grau de obstrução e capacidade pulmonar, a força máxima

que exerce seu quadríceps e a fadiga do mesmo. Caso concorde com a

participação assine o papéis que estão junto dessa carta. Nesses papéis tem

tudo explicado sobre o trabalho.

Se tiver alguma dúvida pode ligar para o número abaixo.

Obrigada pela ajuda,

Aluno(a) ___________________________ (084) __________

Professora: Patrícia Angélica de Miranda Silva Nogueira.

32

APÊNDICE 2: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

Esclarecimentos

Este é um convite para você participar da pesquisa: sobre “RESPOSTAS

NEUROMUSCULARES E BIOQUÍMICAS ENTRE INDIVÍDUOS COM

DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) E

SAUDÁVEIS”.,que tem como pesquisador responsável a professora Dra.

Patrícia Angélica de Miranda Silva Nogueira.

Esta pesquisa pretende Investigar os efeitos imediatos da LED sobre a

função muscular durante exercício isocinético em pacientes com doença

pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é verificar, através dos

marcadores bioquímicos ( exame de sangue) se a luz LED que será aplicada

na coxa, pode influenciar na resistência a fadiga em pacientes portadores de

DPOC.

Caso você decida participar, você deverá Num primeiro momento

(VISITA 1), você preencherá inicialmente uma ficha de avaliação geral

contendo informações relativas a identificação, dados antropométricos, estado

clínico e função respiratória (teste de espirometria) dos participantes.

Num segundo momento (VISITA 2) que ocorrerá 2 a 3 dias após o

primeiro momento, você será submetido ao procedimento na seguinte ordem:

(1) aplicação dos questionários de dor - EVA (escala visual analógica e

33

Fatigabilidade; (2) Coleta de sangue (5 ml) para análise posterior da enzima CK

, PCR, LDH e lactato ( marcadores bioquímicos); (3) avaliação do desempenho

isocinético da coxa do lado dominante; (4) irradiação da manta de LED com

50 pontos do ventre da coxa. (5) intervalo de uma hora após o protocolo de

intervenção, período no qual serão fornecidos uma cartilha e esclarecimentos

sobre a patologia do paciente; (6) desempenho da coxa no equipamento

isocinético; (7) questionários de dor e fatigabilidade ; (8) coleta de sangue (CK,

PCR-hs e lactato).

Num terceiro momento (VISITA 3) que ocorrerá 48h após o segundo

momento inicial você retornará para coleta de sangue visando a dosagem da

CK e PCR-hs e aplicação dos questionários de dor e fatigabilidade.

Durante a realização do estudo, previsão de riscos é mínima, ou seja, o

risco que você corre é semelhante àquele sentido num exame físico ou

psicológico de rotina como aparecimento de hematomas no local da coleta

sanguínea. Pode acontecer também, um desconforto como sensação de

tontura, dor de cabeça, ficar com o rosto vermelho, palpitação, desmaio, dores

musculares nos membros inferiores ou cansaço pelo treino exaustivo, que será

minimizado pelos cuidados de profissionais capacitados e todo o ambiente no

qual será realizada a pesquisa será adequado para evitar acidentes. e você

terá como benefício laudos do rendimento da musculatura dos membros

inferiores relacionada com a DPOC.

Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a

pesquisa, você terá direito a assistência gratuita que será prestada pelo médico

responsável.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas

ligando para Prof (a) Patrícia Angélica de Miranda Silva Nogueira pelo número

08498877-7454 ou para a Mestranda Natércia Ferreira de Queiroz pelo número

08498831-6823. Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu

consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para

você.

Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão

divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo

divulgação de nenhum dado que possa lhe identificar.

34

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa

pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele

será assumido pelo pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta

pesquisa, você será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o

Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, telefone 3215-3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a

outra com o pesquisador responsável a Prof(a) Patrícia Angélica de Miranda

Silva Nogueira.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como

os dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos,

desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os

meus direitos, concordo em participar da pesquisa sobre “RESPOSTAS

NEUROMUSCULARES E BIOQUÍMICAS ENTRE INDIVÍDUOS COM

DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) E SAUDÁVEIS”, e

autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou

publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Impressão datiloscópica do

participante

35

Como pesquisador responsável pelo estudo sobre “RESPOSTAS

NEUROMUSCULARES E BIOQUÍMICAS ENTRE INDIVÍDUOS COM

DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) E SAUDÁVEIS”.

declaro que assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os

procedimentos metodologicamente e direitos que foram esclarecidos e

assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e

confidencialidade sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora

assumido estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução

466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas

envolvendo o ser humano.

Natal______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável

36

APÊNDICE 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

CARTA DE ANUÊNCIA

Por ter sido informado verbalmente e por escrito sobre os objetivos e

metodologia da pesquisa sobre “RESPOSTAS NEUROMUSCULARES E

BIOQUÍMICAS ENTRE INDIVÍDUOS COM DOENÇA PULMONAR

OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) E SAUDÁVEIS”., coordenada pelo(a) Prof(a)

Patrícia Angélica de Miranda Silva Nogueira, concordo em autorizar a realização da(s)

etapa(s) que correspondem a preenchimento de fichas, analise bioquímicas e analise da

função muscular no equipamento isocinético nesta Instituição que represento.

Esta autorização está condicionada à aprovação prévia da pesquisa acima citada por

um Comitê de Ética em Pesquisa e ao cumprimento das determinações éticas propostas na

Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS.

O descumprimento desses condicionamentos assegura-me o direito de retirar minha

anuência a qualquer momento da pesquisa.

Natal

____________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

Assinatura e carimbo do diretor ou vice-diretor da Instituição

37

APÊNDICE 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

DECLARAÇÃO

Eu, Patrícia Angélica de Miranda Silva Nogueira, lotado no

Departamento de Fisioterapia do CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, declaro que a coleta de

dados da pesquisa intitulada sobre “RESPOSTAS NEUROMUSCULARES E

BIOQUÍMICAS ENTRE INDIVÍDUOS COM DOENÇA PULMONAR

OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) E SAUDÁVEIS”., sob minha coordenação,

não foi iniciada.

____________________ ____ / ____ / ______ Local Data

____________________________________________________________________________

Assinatura e carimbo do pesquisador responsável

38

APÊNDICE 6:

FICHA DE AVALIAÇÃO

1- IDENTIFICAÇÃO Data da Avaliação Inicial:____/____/____

Nome:____________________________________________________________________________Sexo: ( )M - ( )F

Endereço:______________________________________________Bairro:_____________Cidade:_____________UF:___

Data de Nascimento:____/____/______ Idade:______ Grau de instrução:_________________ Profissão:____________________________ Telefone: (84)__________________ Membro dominante: ( )E ( )D

Medicamentos: ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Peso: __________ Altura: ____________ Registro no Isocinético: ____________

2- Sinais Vitais de Repouso

- PA:

- FC:

- FR:

- SpO2:

- Borg:

3- Análise Bioquímica ( ) ok 4- Espirometria ( ) ok

6- Dinamômetro

- 1ª medida:

- 2ª medida:

- 3ª medida:

- Maior medida: _______________

7- Manovacuometria

PImáx PEmáx

- 1ª medida: - 1ª medida:

- 2ª medida: - 2ª medida:

- 3ª medida: - 3ª medida:

- 4ª medida: - 4ª medida:

- 5ª medida: - 5ª medida:

- 6ª medida: - 6ª medida:

- 7ª medida: - 7ª medida:

- 8ª medida: - 8ª medida:

39

- Maior medida: _________________________________________

8- Isocinético

Variavéis Pré-Intervenção Pós-Intervenção

-Deslocamento da cadeira: -Trabalho:

-Altura do Acessório: -Potência

-Deslocamento da Cadeira: -Índice de Fadiga:

-Profundidade do Assento:

Sinais Vitais pré-intervenção INICIAL Sinais Vitais pré-intervenção FINAL

- PA:

- FC:

- FR:

- SpO2:

- Borg:

Sinais Vitais PÓS-intervenção INICIAL

Sinais Vitais PÓS-intervenção FINAL

- PA:

- FC:

- FR:

- SpO2:

- Borg:

*No 2º Isocinético após a intervenção

OBS:

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_______________________________________________________________

Avaliador:

_____________________________________________________________________

40

ANEXOS

41

ANEXO 1: ESCALA MODIFICADA DE BORG.

42

ANEXO2: ESCALA VISUAL ANALÓGICA

43

ANEXO3: ESCALA DE FATIGABILIDADE PERCEBIDA

7 Extremamente cansado

6 Razoavelmente cansado

5 Um pouco cansado

4 Nem disposto, nem cansado

3 Um pouco disposto

2 Razoavelmente disposto

1 Extremamente disposto