universidade federal do rio grande do norte(padre fabio de melo) dedico essa tese à minha família,...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS TESE DE DOUTORADO SÍNTESE DE HIDRÓXIDO DE ÍNDIO (III) SUBSTITUÍDO PARCIALMENTE POR Zn +2 COM PROPRIEDADES FOTOCATALÍTICAS E Ag + COM PROPRIEDADES BACTERICIDAS MARA TATIANE DE SOUZA TAVARES Orientadora: Fabiana Villela da Motta Coorientador: Mauricio Roberto Bomio Delmonte Tese n° 176/PPgCEM Natal/RN Julho de 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E

ENGENHARIA DE MATERIAIS

TESE DE DOUTORADO

SÍNTESE DE HIDRÓXIDO DE ÍNDIO (III) SUBSTITUÍDO PARCIALMENTE POR

Zn+2 COM PROPRIEDADES FOTOCATALÍTICAS E Ag+ COM PROPRIEDADES

BACTERICIDAS

MARA TATIANE DE SOUZA TAVARES

Orientadora: Fabiana Villela da Motta

Coorientador: Mauricio Roberto Bomio Delmonte

Tese n° 176/PPgCEM

Natal/RN

Julho de 2016

MARA TATIANE DE SOUZA TAVARES

SÍNTESE DE HIDRÓXIDO DE ÍNDIO (III) SUBSTITUÍDO PARCIALMENTE POR

Zn+2 COM PROPRIEDADES FOTOCATALÍTICAS E Ag+ COM PROPRIEDADES

BACTERICIDAS

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Ciência e Engenharia de Materiais da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como

parte dos requisitos para a obtenção do título de

Doutor em Ciência e Engenharia de Materiais.

Orientadora: Profa. Dra. Fabiana Villela da Motta

Coorientador: Prof. Dr. Mauricio R. Bomio Delmonte

Natal/RN

Julho de 2016

Catalogação da Publicação na Fonte Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Sistema de Bibliotecas

Biblioteca Central Zila Mamede / Setor de Informação e Referência

Tavares, Mara Tatiane de Souza. Síntese de Hidróxido de Índio (III) substituído parcialmente por Zn+2

com propriedades fotocatalíticas e Ag+ com propriedades bactericidas / Mara Tatiane de Souza Tavares. – 2016.

106 f.: il. Tese (doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

Centro de Ciências Exatas e da Terra, Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais. Natal, RN, 2016.

Orientadora: Profa. Dra. Fabiana Villela da Motta. Coorientador: Prof. Dr. Maurício Roberto Bomio Delmonte.

1. Compostos inorgânicos - Tese. 2. Zinco – Tese. 3. Prata - Tese. 4.

Atividade fotocatalítica - Tese. 5. Bactericidas - Tese. I. Motta, Fabiana Villela da. II. Delmonte, Maurício Roberto Bomio. III. Título. Semicondutores – Tese

RN/UF/BCZM CDU 620.1

“Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que

você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que

você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita

futura”

(Padre Fabio de Melo)

Dedico essa tese à minha família, pais, irmãos,

esposo e sobrinhas, que sempre me apoiaram em

todos os momentos e nunca me deixaram

sozinha!!

Amo vocês.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por me dar forças, determinação e sabedoria para chegar

até aqui, e pelo dom da vida, pois sou o que sou pela graça de Deus.

Aos meus orientadores Profa. Dra. Fabiana Villela da Motta e o Prof. Dr.

Maurício Roberto Bomio Delmonte pela oportunidade, atenção, confiança,

conhecimentos passados, telefonemas e e-mails atendidos, tornando, assim,

possível a realização deste trabalho.

Agradeço aos meus pais Edmilson Dias Tavares e Maria José de Souza

Tavares, irmãos Maíra Ticiane de Souza Tavares e Edmilson Dias Tavares Filho, as

sobrinhas lindas Maria Claudia Tavares do Nascimento e Isabela Cristina Tavares

do Nascimento e ao meu marido e companheiro Tarcísio Morais da Silva pelo amor

e carinho dedicados a mim.

A todos do laboratório de síntese química de materiais por me proporcionarem

a infra-estrutura necessária para o desenvolvimento deste trabalho, em especial aos

amigos Raquel Guilherme Carvalho, Laurenia Martins Pereira, Patrícia Neves de

Medeiros, Maxymme Mendes de Melo, Laura Ximena Lovisa, Viviane da Sila

Pinheiro Dantas, Raimison Bezerra de Assis, Girlene Gonçalves Do Nascimento,

Eduardo de Oliveira Gomes, Tharsia Cristiany de Carvalho Costa, Vinicius Dantas de

Araújo, Ednaldo Silva Fernandes e Misael Pegado Oliveira da Silva.

As amigas especiais Katijany Vidal e Neuma Vidal, por sempre estarem comigo

e apoiarem minhas escolhas.

Ao Laboratório Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica (LIEC) da UFSCar

pelas medidas realizadas de reflectância no UV-Visível.

Aos meus alunos e corpo docente do IFBA por torcerem pela minha conquista.

Ao CNPq pela disposição da bolsa de doutorado.

A todos que me apoiaram de alguma forma, e contribuíram para construção

deste trabalho.

Muito obrigada a todos!

TRABALHOS PUBLICADOS

Artigos em Periódicos

Tavares, M.T.S.; Lovisa, L.X.; Araújo, V.D.; Longo, E.; Li, M.S.; Nascimento, R.M.;

Paskocimas, C.A.; Bomio, M.R.D.; Motta, F.V. Fast photocatalytic degradation of na

organic dye and photoluminescent properties of Zn doped In(OH)3 obtained by the

microwave-assisted hydrothermal method. Materials Science in Semiconductor

Processing, v. 27, p. 1036-1041, 2014.

Motta, F.V.; Marque, A.P.A.; Araújo, V.D.; Tavares, M.T.S.; Bomio, M.R.D.,

Paskocimas, C.A.; Li, M.S.; Nascimento, R.M.; Longo, E. Optical characterization of

europium-doped indium hydroxide nanocubes obtained by microwave-assisted

hydrothermal method. Materials Research, v. 17, p. 933-939, 2014.

Melo, M.M.; Tavares, M.T.S.; Motta, F.V.; Bomio, M.R.D.; Almeida, M.C.D.; Melo,

A.S.P.; Paskocimas, C.A. The addition of urea in the ultrasonic spray pyrolysis

process and its influence on the morphology of the obtained. International Jornal od

Science and Advanced Technology, v. 4, p. 1-5, 2014.

Melo, M.M.; Tavares, M.T.S.; Motta, F.V.; Bomio, M.R.D.; Almeida, M.C.D.; Melo,

A.S.P.; Melo, M.M.; Paskocimas, C.A. Influence of the precursor solution

concentration in the particle size obtained by the ultrasonic spray pyrolysis method.

International Jornal od Science and Advanced Technology, v. 4, p. 16-22, 2014.

Tavares, M.T.S.; Melo, M.M.; Araújo, V.D.; Tranquilin, R.L.; Almeida, C.R.R.;

Paskocimas, C.A.; Bomio, M.R.D.; Longo, E.; Motta, F.V. Enhancement of the

photocatalytic activity and White emission of CaIn2O4 nanocrystal, Journal of Alloys

and compounds, v. 658, p. 316-323, 2016.

Artigos submetidos

Tavares, M.T.S.; Sales, A.I.L.; Lima, L.F.A.; Longo, E.; Paskocimas, C.A.; Bomio,

M.R.D.; Motta, F.V.; Characterization and antibacterial properties of silver doped

indium hydroxide synthesized by microwave-assisted hydrothermal method,

submetido a Materials Research, n° ref. MR 2015-0467.R2.

Carvalho R.G.; Tavares, M.T.S.; Paskocimas, C.A.; Bomio, M.R.D.; Longo, E.;

Motta, F.V. Preparation and Photocatalytic Properties of ZnO:Sm3+ by Microwave-

Assisted Hydrothermal Method, submetido a Materials Science

in Semiconductor Processing, n° ref. MSSP-D-16-00579.

RESUMO

Atualmente vem sendo investigada uma nova classe de materiais inorgânicos

que surgem como uma opção promissora com alto desempenho em diferentes

aplicações, tais como fotocatalíticas e bactericidas. O Hidróxido de Índio (III) é um

semicondutor que apresenta bom desempenho em propriedades óticas e têm

gerado intensas investigações para compreensão de novas aplicações. A dopagem

de semicondutores com diferentes elementos é conhecida por afetar grandemente

muitas das suas propriedades básicas. Para obter as propriedades desejadas,

atualmente muitos pesquisadores estudam síntese de semicondutores puros e

dopados, em uma grande variedade de materiais. Neste trabalho, estruturas

cristalinas de hidróxido de índio puro e dopado com íons de zinco e íons de prata

foram sintetizadas pelo método hidrotérmico assistido por micro-ondas (HM)

utilizando patamar de tratamento hidrotérmico de 30 minutos. As amostras foram

caracterizadas por difração de raios-X (DRX), microscopia eletrônica de varredura

com emissão de campo (MEV-FEG), fotoluminescência (FL) e espectroscopia UV-

visível (UV-vis). Para verificar a aplicabilidade foram realizados nas amostras de In1-

x(OH)3Znx teste fotocatalítico e nas amostras de In1-x(OH)3Agx teste bactericida. Os

resultados de difração de raios-X confirmaram a formação da fase cúbica de

In(OH)3, mesmo com o teor máximo de dopantes (0,04 de Zn+2 e 0,04 de Ag+).

Imagens de MEV mostraram que as amostras de In(OH)3 puro exibe morfologia na

forma de cubos com diferentes tamanhos de partículas, já nas amostras dopadas

com íons de Zn+2 e Ag+ houve alterações significativas na morfologia apresentando

compostos agregadas com diferentes tamanhos de partículas. Os espectros de

fotoluminescência apresentaram diminuição na intensidade com o aumento da

concentração de íons de Zn+2 na matriz hospedeira, já as amostras dopadas com

0,02 e 0,04 de íons de Ag+ apresentam um desvio para o vermelho. Os espectros de

reflectância de UV-vis indicaram que a dopagem com íons de Zn+2 e Ag+ causaram

uma diminuição na banda de gap com o aumento da dopagem de 0 para 0,04 de

Zn+2/Ag+. No teste fotocatalítico das amostras de In1-x(OH)3Znx (x=0,04) o corante

rodamina B (RhB) degradou em apenas 16 minutos sob irradiação UV. As amostras

do In(OH)3 puro degradaram o corante após 30 minutos sob irradiação UV. Estes

resultados indicaram que, mesmo sem qualquer dopagem, a eficiência desse

semicondutor na fotodegradação do rodamina B (RhB) é alta. A atividade bactericida

das amostra de In1-x(OH)3Agx foi avaliada utilizando bactérias Gram negativa

(Escherichia coli) e bactérias Gram positivas (Staphylococcus aureus). A presença

de uma zona de inibição indica claramente o efeito antibacteriano das amostras

dopadas com Ag+ para ambos os tipos de bactérias (E. coli e S. aureus), enquanto

as amostras de In(OH)3 puro não apresentam qualquer efeito antibacteriano.

Palavras-chaves: Hidróxido de índio (III), zinco, prata, atividade fotocatalítica,

atividade bactericida, micro-ondas.

ABSTRACT

Currently is being investigated a new class of inorganic materials occurring as a

promising option with high performance in different applications, such as

photocatalytic and bactericidal. The Hydroxide of Indium (III) is a semiconductor that

performs well in optical properties and have generated intense research to

understand new applications. The doping of semiconductors with different elements

is known to greatly affect many of their basic properties. To obtain the desired

properties, currently many researchers study synthesis of pure semiconductors and

doped, in a the wide variety of materials. In this work, crystal structures of pure

indium hydroxide and doped zinc ions and silver ions were synthesized by

hydrothermal method assisted by microwave (MAH) using hydrothermal treatment

level of 30 minutes. The samples were characterized by X-ray diffraction (XRD),

scanning electron microscopy, with field emission (SEM-FEG), photoluminescence

(PL) and UV-visible (UV-vis). To verify the applicability were conducted on samples

In1-x(OH)3Znx photocatalytic test and samples the In1-x(OH)3Agx bactericidal test. The

results of X-ray diffraction confirmed the formation of cubic phase of In(OH)3 even

with the maximum level of doping (0,04 Zn2+ and 0,04 Ag+). SEM pictures showed

that the samples of pure In(OH)3 exhibits morphology in the form of cubes with

different sizes of particles, since at the samples doped with Zn2+ and Ag+ ions were

no significant changes in morphology compounds having aggregate with different

sizes of particles. The photoluminescence spectra show decrease in intensity with

increased concentration of Zn2+ ions in the host matrix, since the samples doped with

0,02 and 0,04 Ag+ ions have a redshift. The reflectance spectra of UV-vis indicated

that doping with Zn2+ and Ag+ ions caused a decrease in the band gap with

increasing doping of 0 to 0,04 Zn2+/Ag+. In the photocatalytic test sample of In1-

x(OH)3Znx (x=0,04) the rhodamine dye (RhB) degraded in about 16 minutes under

UV irradiation. The samples pure In(OH)3 dye degraded after 30 minutes under UV

irradiation. These results indicated that even without doping, the efficiency of this

semiconductor in photodegradation of rhodamine B (RhB) is high. The bactericidal

activity of the sample In1-x(OH)3Agx was evaluated using Gram negative bacteria

(Escherichia coli) and Gram positive (Staphylococcus aureus). The presence of a

zone of inhibition clearly shows the antibacterial effect of Ag+ doped samples for both

types of bacteria (E. coli and S. aureus), while samples of pure In(OH)3 show no

antibacterial effect .

Keywords: Indium hydroxide (III), zinc, silver, photocatalytic activity, bactericidal

activity, microwave.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Estrutura tridimensional de c-In(OH)3 25

Figura 2 Diferentes morfologias de hidróxido de índio 26

Figura 3 Quantidade de Ag contida em diferentes produtos biocidas

versus a quantidade de liberação de Ag+

30

Figura 4 Tipos de defeitos estruturais pontuais 32

Figura 5 Exemplo de dopagem de semicondutor, e a variação de

energia em função da concentração de dopante

34

Figura 6 Semicondutor tipo p e tipo n, (a) formação eletrônica da

estrutura de semicondutores, diagrama do nível de energia

do semicondutor (b) tipo n, (c) tipo p

36

Figura 7 Direção do fluxo de calor no aquecimento do método

hidrotérmico (a) por micro-ondas e (b) convencional

40

Figura 8 Transições eletrônicas para um sistema contendo elétrons

do tipo 𝛔, π e n

42

Figura 9 Na transição 7F6 -> 5D4, a polaridade (𝛔 e π) depende na

mudança de estrutura r: romboédrica e m: monoclínica (a), a

porcentagem de dopantes não é parâmetro para p

deslocamento das bandas (b).

43

Figura 10 Representação esquemática do Modelo de Banda Larga,

onde BV é a banda de valência e BC a banda de condução

45

Figura 11 Mecanismo para a fotoativação de partícula semicondutora 46

Figura 12 Micrografias das bactérias antes (a) e depois (b) a ação das

partículas de ZnO/Ag

50

Figura 13 Fluxograma da metodologia experimental adotada neste

trabalho

53

Figura 14 Caixa de fotocatálise utilizada nas degradações do corante

rodamina B, com o In1-x(OH)3:Znx como catalisador

58

Figura 15 Difratogramas das partículas de (i) In1-x(OH)3:Znx e

(ii) In1-x(OH)3:Agx, (a) 0, (b) 1, (c) 2, (d) 4 mol%. A mudança

do plano (200) com a dopagem de Zn+2 e Ag+ são mostrados

62

Figura 16 Relação do tamanho médio do cristalito em relação ao teor

do dopante

64

Figura 17 Imagens de MEV-FEG das partículas de In1-x(OH)3:Znx e In1-

x(OH)3:Agx, (a) x=0, (b) x=0,01 Zn, (c) x=0,02 Zn, e (d)

x=0,04 Zn, (e) x=0,01 Ag, (f) x=0,02 Ag e (g) x=0,04 Ag.

66

Figura 18 Espectros de EDS da amostra In0,96(OH)3:Zn0,04 67

Figura 19 Mapeamento dos elementos por EDS da amostra

In0,96(OH)3:Ag0,04

67

Figura 20 Espectros de absorbância x energia (eV) do “Gap” óptico

experimental obtidos pelo método de Wood e Tauc das

partículas de In(OH)3 puro

68

Figura 21 Espectros de absorbância x energia (eV) do “Gap” óptico

experimental obtidos pelo método de Wood e Tauc das

partículas de In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx.

69

Figura 22 Espectros de emissão das partículas de In(OH)3 puro 70

Figura 23 Espectros de emissão das partículas de In1-x(OH)3:Znx e

In1-x(OH)3:Agx

71

Figura 24 Comparação dos espectros de emissão das partículas de

In(OH)3 puro e dopado com 4 mol% de Zn+2

73

Figura 25 Comparação da degradação fotocatalítica do corante

rodamina B em relação ao tempo sob irradiação UV para as

amostras de In(OH)3 puro e In1-x(OH)3:Znx.

74

Figura 26 Eficiência da fotodegradação do corante rodamina em

função do tempo de irradiação para as amostras de In(OH)3

(a), (b) comparação dos catalizadores, e (c) rodamina

76

Figura 27 Eficiência da fotodegradação do corante rodamina em

função do tempo de irradiação para as amostras de

In0,99(OH)3:Zn0,01 (a), In0,98(OH)3:Zn0,02 (b) e In0,96(OH)3:Zn0,04

(c).

77

Figura 28 Resultados obtidos das constantes de velocidade (k) para:

In(OH)3 e In1-x(OH)3:Znx

79

Figura 29 Fotos de placas de ágar inoculadas com bactérias (a) E. coli

e (b) de S. aureus, com diferentes concentrações de Ag.

80

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Dados cristalográficos da fase c-In(OH)3 25

Tabela 2 Denominação, fórmula química, fabricante e pureza dos reagentes

utilizados na síntese de In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx

52

Tabela 3 Dados cristalográficos obtidos pelos espectros de DRX das

partículas de In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx

63

Tabela 4 Valores das constantes de velocidade de degradação das

amostras de In(OH)3 puro e In1-x(OH)3:Znx

78

Tabela 5 Resultado do teste da zona de inibição In1-x(OH)3:Agx. 81

LISTA DE ABREVIATURAS

In(OH)3 Hidróxido de índio

Zn Zinco

Ag Prata

DRX Difração de raios-X

MEV-FEG Microscopia eletrônica de varredura com emissão de campo

Eg/eV Energia de gap

OH• Radical Hidroxila

BV Banca de Valência

BC Banda de Condução

KOH Hidróxido de Potássio

pH Potencial hidrogeniônico

HC Método hidrotérmico convencional

HMTA Hexametilrnotetramina

HM Método hidrotérmico assistido por micro-ondas

FL Fotoluminescência

hkl Índices de Müller

FWHM Largura máxima a meia altura

RPSL Ressonância de plasmon de superfície localizada

e- Elétron

h+ Buracos eletrônicos

EF/eV Energia de Fermi

UV-Vis Espectroscopia de absorção na região do UV-Vis

CO2 Dióxido de carbono

Θ Unidade de medida de ângulo (Teta)

u.a Unidades arbitrárias

D/nm Tamanho médio do cristalito

k/min-1 Constante específica da cinética de velocidade

∆S Multiplicidade de Spin

UFC Unidade de formação de colônias

DP Desvio Padrão

RhB Rodamina B

LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 Equação de Debye-Scherrer 54

Equação 2 Parâmetro β 55

Equação 3 Comportamento da absorção óptica em função do

comprimento de onda

56

Equação 4 Relação entre a concentração em determinado t e

concentração inicial

78

Equação 5 Formação de clusters de [In(OH)3]x ordenados e

desordenados a partir de defeitos

82

Equação 6 Formação de clusters distorcidos localizados perto da

BV e são clusters ordenados situados nos níveis

intermediários de energia abaixo da BC

82

Equação 7 Geração de numa espécie de prata quimicamente ativa 82

Equação 8 A reatividade da molécula de oxigênio com o complexo

de clusters [Ag4]•

83

Equação 9 A reatividade da molécula de oxigênio com o complexo

de clusters [Ag4]•

83

Equação 10 Interação de clusters com água 83

Equação 11 Geração de radicais hidroxilas e hidrogênio 83

Equação 12 Produção do peróxido de hidrogênio 83

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 19

1.1 OBJETIVOS 21

1.1.1 Objetivo Geral 21

1.1.2 Objetivos Específicos 21

2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA 23

2.1 NANOTECNOLOGIA 23

2.2 HIDRÓXIDO DE ÍNDIO In(OH)3 24

2.3 ZINCO (Zn) 28

2.4 PRATA (Ag) 29

2.5 DEFEITOS ESTRUTURAIS 31

2.6 DOPAGEM DE SEMICONDUTORES 33

2.7 SEMICONDUTORES TIPO p E TIPO n 36

2.8 MÉTODOS DE SÍNTESE PARA OBTENÇÃO DO HIDRÓXIDO DE

ÍNDIO In(OH)3

38

2.8.1 Método hidrotermal assistido por micro-ondas 39

2.9 PROPRIEDADES ÓTICAS DO In(OH)3 41

2.9.1 Teoria de transições eletrônicas permitidas e não permitidas 41

2.9.2 Fotoluminescência (FL) 44

2.10 PROPRIEDADES FOTOCATALÍTICAS 46

2.11 PROPRIEDADES BACTERICIDAS 47

3 MATERIAIS E MÉTODOS 52

3.1 MATERIAIS 52

3.2 MÉTODOS 52

3.3 TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS 54

3.3.1 Difração de raios-X (DRX) 54

3.3.1.1 Determinação do tamanho de cristalito e parâmetros de rede 54

3.3.2 Microscopia eletrônica de varredura com canhão de emissão por

campo induzido (MEV-FEG)

55

3.3.2.1 Espectroscopia de raios X por dispersão de energia (EDS) 56

3.3.3 Espectroscopia na região do UV-Visível (UV-Vis) 56

3.3.3.1 Cálculo do “Band Gap” Óptico 56

3.3.4 Fotoluminescência 57

3.3.5 Atividade fotocatalítica das amostra de In1-x(OH)3:Znx 57

3.3.6 Atividade bactericida das amostra de In1-x(OH)3:Agx 58

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 61

4.1 DIFRAÇÃO DE RAIOS X (DRX) 61

4.2 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV-FEG) 65

4.3 ESPECTROSCOPIA NA REGIÃO DO UV-VISÍVEL (UV-VIS) 68

4.4 MEDIDAS DE FOTOLUMINESCÊNCIA (FL) 70

4.5 ATIVIDADE FOTOCATALÍTICA DO In1-x(OH)3:Znx 74

4.6 ATIVIDADE BACTERICIDA DO In1-x(OH)3:Agx 80

5 CONCLUSÕES 85

6 REFERÊNCIAS 88

Capítulo I

INTRODUÇÃO

19

1 INTRODUÇÃO

A nanotecnologia envolve o estudo e a manipulação da matéria em uma escala

muito pequena, caracterizada pela utilização das propriedades de materiais em

nanoescala que diferem das propriedades dos átomos individuais, moléculas e da

matéria a granel, para criar melhores materiais, dispositivos e sistemas que

exploram essas novas propriedades (DURÁN et al, 2006). Os materiais

nanoparticulados vêm sendo anunciado como uma nova revolução tecnológica que,

de tão profunda, irá atingir todos os aspectos da sociedade humana.

Nanoestruturas de hidróxido de índio (III), com tamanho e forma de partícula

uniforme têm gerado intensas investigações, devido à sua contribuição para

compreensão de novas propriedades físicas e diversas aplicações em vários

campos, tais como eletrônica, armazenamento de informações, catálise, sensores e

células solares (JIANG et al., 2001; HUANG et al., 2001, WANG et al., 2005;

REYES-GIL et al., 2007; PINNA et al., 2004; NERI et al., 2005; KATOH et al., 2004).

O hidróxido de índio tem atraído atenção devido a suas propriedades

semicondutoras e ópticas, com gap estimado em 5,15 eV a partir da espectroscopia

de reflectância difusa (AVIVI et al., 2000; ISHIDA e KUWABARA, 1989). A

condutividade dos filmes de In(OH)3 varia no intervalo de 10-7-10-3 S/cm2, resultados

típicos de semicondutores de banda de gap larga (ZHU, et al, 2004).

Dopagem de semicondutores com diferentes elementos é conhecido por afetar

grandemente muitas das suas propriedades físicas básicas (por exemplo, suas

propriedades ópticas, magnéticas e elétricas) que são cruciais na maioria das

aplicações práticas (YOUSEFI et al., 2013). A eficiência do elemento dopante

depende da carga do íon e raio iônico, que é também fortemente influenciado pelo

método de síntese (CIMITAN et al., 2009). Para obter as propriedades desejadas,

atualmente muitos pesquisadores estudam síntese de semicondutores

nanocristalinos dopados e puros, tais como In(OH)3 (MOTTA et al., 2013), ZnO (BAE

et al., 2005; JUNG et al., 2009; PÁL et al., 2009; JUNG etal., 2009; YOUSEFI et al.,

2012; XU et al., 2007; BARICK et al., 2010), TiO2 (ASAHI et al., 2001; IRIE et al.,

2003; YU etal., 2002) e In2O3 (DUTTA et al., 2008).

Dentre a grande variedade de materiais, o zinco (Zn) e a prata (Ag) apresentam

destaque, o íon Zn+2 por suas propriedades físicas peculiares, que podem ser

empregadas em dispositivos eletrônicos, optoeletrônicos, sensores e catalise (Kamal

20

et al., 2015; LI et al., 2014), e o íon Ag+ por apresentar desempenho nas áreas de

componentes químicos, elétricos, óticos, magnéticos (WHITESIDES, 2005) e pode

ser utilizada para ativar as propriedades bactericidas com diferentes modificações

(GUZMAN et al., 2012; STENSBERG et al., 2011; DEVI et al., 2014). Entretanto,

todas essas aplicações dependem do método de fabricação para produzir

eficientemente partículas com propriedades diferenciadas. Os métodos de síntese

ainda influenciam na forma, tamanho e distribuição de tamanho das partículas que

são fatores cruciais para se obter um semicondutor (NARAYANASWAMY et al.,

2006)

O método hidrotérmico assistido por micro-ondas (HM) tem vantagens únicas,

tais como, o aquecimento rápido, uniforme e volumétrico. Em comparação aos

outros métodos tem sido utilizado de forma eficiente para preparação de materiais

inorgânicos (HU et al., 2010). Além disso, esse método pode reduzir

significativamente o patamar de tratamento hidrotérmico mesmo utilizando

temperaturas baixas, promovendo a rápida cristalização no processo de preparação

de nanopartículas (MA et al., 2010; LI et al., 2014; LI e WANG et al. 2014; MOTTA et

al, 2014; HOSTETKER et al., 2014). Recentemente, o método HM foi utilizado com

sucesso para obtenção de estruturas de In(OH)3, porém não há relatos na literatura

de trabalhos que analisem o método HM para obtenção do In(OH)3 dopado com íons

de Zn+2 e íons de Ag+, envolvendo aplicações desses materiais em fotocatálise e

bactericida (MOTTA et al., 2013; KOGA e KIMIZU, 2008; MOTTA et al., 2010).

Neste estudo foi investigada a síntese do In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx (x= 0,

0,01, 0,02 e 0,04) por intermédio do método hidrotérmico assistido por micro-ondas

a uma baixa temperatura (140°C) por 30 minutos. Para verificar a aplicabilidade

foram investigados nas amostras de In1-x(OH)3Znx teste fotocatalítico e nas amostras

de In1-x(OH)3Agx teste bactericida.

21

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Este trabalho teve como objetivo principal analisar as propriedades

fotocatalíticas do In1-x(OH)3:Znx e atividade bactericida do In1-x(OH)3:Agx. Com base

neste contexto foram definidos os seguintes objetivos específicos.

1.1.2 Objetivos Específicos

Investigar os parâmetros utilizados na síntese do hidróxido de índio III pelo

método hidrotérmico assistido por micro-ondas;

Caracterizar as partículas pelas técnicas de difração de raios-X (DRX),

microscopia eletrônica de varredura (MEV-FEG);

Analisar a propriedade óptica por fotoluminescência-FL e UV-Vis dos

semicondutores;

Analisar a atividade fotocatalítica do In1-x(OH)3:Znx por intermédio de

degradação UV.

Analisar a atividade bactericida do In1-x(OH)3:Agx por intermédio do método de

difusão em disco.

Capítulo II

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

23

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 NANOTECNOLOGIA

A nanotecnologia surgiu no final do século XX como uma nova promessa de

rápidos avanços e profundos impactos sobre a vida humana futura. De fato, a

capacidade técnica de manipular a matéria na dimensão de seus átomos e

moléculas está revelando novas propriedades de materiais já conhecidos, permitindo

a produção de dispositivos e compostos novos, cujas aplicações se concretizadas,

incrementariam quase todo tipo de produção tecnológica atual (RAL, 2011,

JACKSON et al., 2015;).

Essa nova tecnologia refere-se ao estudo de estruturas que apresentam

tamanho muito reduzido representada por uma unidade equivalente a um

bilionésimo do metro, o nanômetro, bem como a aplicação tecnológica para

produção de novos materiais, proporcionando inovações significativas na ciência e

na engenharia (TOMA, 2004).

Como resultados da interação dos conhecimentos da física quântica, biologia

molecular, eletrônica, química e engenharia de materiais, a nanotecnologia estuda e

explora as propriedades dos materiais quando manipulados em nível atômico e

molecular (BUZEA et al., 2007; BHATTACHARYYA et al., 2009). Com a redução do

tamanho das partículas é possível alterar as propriedades macroscópicas do

material, aprimorando e criando novas aplicações. Deste modo, as propriedades

gerais destes materiais podem ser otimizadas através da variação do tamanho das

partículas, tornando-os elementos a serem utilizados tecnologicamente em

dispositivos magnéticos, ópticos, bem como em catalisadores (GOUVEIA et al.,

2005). Essas novas propriedades são objeto de interesse de diversas áreas, como

informática, aeronáutica, química, energia, e quase todos os ramos de indústrias de

alta tecnologia atual (KOSTOFF et al., 2008). A pesquisa sobre aspectos técnicos e

científicos da nanotecnologia recebe crescentes investimentos e alguns produtos já

chegam ao consumidor, como medicamentos, cosméticos e vestimentas (TOMA,

2004).

A síntese de nanopartículas surgiu como um avanço nas pesquisas científicas

nessa área e passou a ser empregada na fabricação de diversos tipos de materiais.

24

Entre essas pesquisas, cabe destacar as descobertas químicas sobre as diversas

possibilidades de ligação entre dois átomos de carbono adjacentes. Entre os

nanomateriais de carbono, destacam-se os fulerenos (KROTO et al., 1985), os

nanotubos de carbono (IIJIMA, 1991) e o grafeno (GEIM e NOVOSELOV, 2004).

Com essas descobertas, ocorreu um aumento significativo nas pesquisas do campo

científico-tecnológico, na produção de diversos tipos de nanopartículas, que

passaram a ser incorporadas a uma grande variedade de produtos disponíveis no

mercado, levando essa área ao topo no contexto histórico atual. Dessa forma, a

nanotecnologia atravessa nosso dia-a-dia, uma vez que as novas tecnologias

chegam à sociedade sem que a maioria das pessoas tenha conhecimento a seu

respeito.

A grande área específica das nanopartículas garante, em muitos casos,

excelentes propriedades de adsorção de metais e substâncias orgânicas. As

propriedades redox e/ou de semicondutor de nanopartículas podem ser aproveitadas

em processos de tratamento de efluentes industriais, águas e solos contaminados

baseados na degradação química ou fotoquímica de poluentes orgânicos (QUINA,

2004).

Atualmente, o desenvolvimento dos nanomateriais baseados em hidróxido de

índio III tem sido estudado, com as vantagens de apresentarem maiores valores de

área específica e maior reatividade (CHANG, 2014). Na forma nanoestruturada esse

semicondutor apresenta propriedades distintas. A melhoria destas características é

devido ao efeito causado pelo elevado valor da razão superfície/volume, o que

pressupõe um excesso de átomos na superfície do material em relação a seu

volume estendido, diminuindo a quantidade de energia necessária na superfície para

que ocorra transformações físico-químicas. Além disso, são parâmetros de suma

importância para que as propriedades ópticas, elétricas e magnéticas sejam

alteradas.

2.2 HIDRÓXIDO DE ÍNDIO III (In(OH)3)

Compostos de índio, tais como hidróxido de índio (In(OH)3) (CHANG, 2014;

KIM et al., 2014), oxi-hidróxido de índio (InOOH) (MURUGANANDHAM et al., 2013;

ZHAO et al., 2013) e óxido de índio (In2O3) (PARK e KIM, 2015; JEON e KANG,

2008; MOHAGHEGHI et al., 2009) foram investigados intensivamente durante a

25

última década, por causa das suas propriedades óticas e elétricas surgindo como

um novo potencial em diversas aplicações (LIU et al., 2008; SENTHILKUMAR e

VICKRAMAN, 2010, CARVALHO et al., 2008; LEE et al., 2006, ZHUANG et al.,

2007). As fases cristalinas comuns desses semicondutores são: cúbica (In(OH)3),

ortorrômbica (InOOH), hexagonal e cúbica (In2O3) (EPIFANI et al., 2004). A Figura 1

representa a estrutura tridimensional de c-In(OH)3 (MIEHE et al., 2013).

Figura 1: Estrutura tridimensional de c-In(OH)3.

Fonte: (Adaptado: MIEHE et al., 2013).

Os dados cristalográficos da fase cristalina c-In(OH)3 são resumidos da Tabela

1. A fase apresenta simetria cúbica com parâmetro de rede a = 7,97Å e volume de

célula 507,98 Å. Shi et al (2008) obtiveram resultados equivalentes utilizando o

método hidrotérmico convencional empregando temperatura de 180 °C e patamar de

24 horas.

Tabela 1: Dados cristalográficos da fase c-In(OH)3.

Estrutura cristalográfica

Simetria Eixo

a=b=c Volume de

célula

c-In(OH)3 Cúbica (CCC) 7,97 Å 507,98 Å

O In(OH)3 apresenta propriedades ópticas, características de um semicondutor

importante, com fase cúbica (CCC) (LI et al, 2010) e um gap de banda larga. Dessa

forma, possui propriedades elétricas intermediárias entre os metais e os materiais

26

isolantes. Os metais possuem concentração de elétrons livres de aproximadamente

1022-1023 cm-3 enquanto que os semicondutores possuem 1013-1017 cm-3 (LEI et al.,

2006). Todavia, o número de portadores pode ser alterado pelo aquecimento do

material ou mesmo pela inserção de defeitos estruturais.

Nos últimos anos, o estudo do In(OH)3 com diferentes estruturas e morfologias,

como cubos (ZHU et al., 2004; LIU et L., 2008), flores (ZHU et al., 2008), bastões

(LIN et al., 2006), microcristais poliédricas truncadas (SHI et al., 2008), esferas (LI et

al., 2006) foram sintetizadas (Figura 2).

Figura 2: Diferentes morfologias de Hidróxido de índio.

Fonte: (Adaptado: LI et al., 2006; ZHU et al., 2008; LIU et L., 2008; SHI et al., 2008; MIEHE et al.,

2013).

Chang (2014), sintetizou nanocubos de In(OH)3 utilizando variações na

concentração de surfactante (hexametilenotetramina). A concentração de

hexametilenotetramina (HMTA) desempenha um papel crucial para controlar o

crescimento das partículas e direção da morfologia das nanoestruturas de hidróxido

de índio. A pesquisa confirma que o processo de evolução morfológica depende da

concentração de surfactante. As amostras foram examinadas por MEV para análise

do tamanho das partículas, os nanocubos variam de tamanho entre 100-500 nm em

concentrações mais baixas de surfactante e em concentrações mais altas o tamanho

27

variam entre 50-150 nm. Também foram analisadas as espessuras dos nanocubos

de In(OH)3 que apresentaram tamanhos inferiores a 100 nm com orientações

aleatórias. Além disso, em concentração baixas os comprimentos e larguras das

nanopartículas foram variados. O fenômeno é atribuído porque à menor

concentração de HMTA é incapaz de fornecer ajuste para morfologia.

Estudos reportam que as propriedades físicas e químicas destes compostos

são influenciadas pela forma, tamanho e distribuição de tamanho das partículas que

são fatores que dependem dos métodos utilizados para síntese destes pós

(NARAYANASWAMY et al., 2006). Murali e colaboradores (2001), observaram que a

propriedade fotoluminescente à temperatura ambiente de um semicondutor

apresenta alterações quanto a morfologia e tamanho das partículas.

O hidróxido de índio apresenta um grande potencial em aplicações como

dispositivos eletrônicos, fotocatálise, campos de energia solar, entre outros (LEI

etal., 2006; BAYÓN et al., 1999; BAYÓN e HERRERO, 2001). Especialmente, o

In(OH)3 tem grande potencial em fotocatálise, com a fotodegradação de poluentes

atmosféricos por causa da forte capacidade redox da banda de condução (BC) e

banda de valência (BV) (KRESGE et al., 1992; WANG et al., 2008). O potencial da

banda de condução do In(OH)3 é mais negativo do que a energia (CO2 / CH4), o que

significa que o In(OH)3 também pode ser utilizado para redução fotocatalítica de

CO2. Além disso, uma vez que a foto-redução do CO2 exige tecnologias tanto para

capturar CO2 da atmosfera e convertê-lo em combustível, dessa forma o gás de

adsorção também deve ser considerado. Como se sabe, os hidróxidos de camada

dupla, exibem uma elevada adsorção de CO2 (AHMED et al., 2011), por causa das

pontes O-O estarem cercadas de grupos hidroxilas (HIYOSHI et al., 2008; WANG et

al., 2008). Isso induz que o In(OH)3, seja também vantajoso para a adsorção de

CO2.

Afim de melhorar a eficiência desses semicondutores na área de fotocatálise,

está sendo estudada uma série de compostos formados de semicondutores

utilizando-se diferentes formas modificadas que elevam a sua atividade

fotocatalítica. Normalmente, dopagem com íons de carga semelhante, ativa a

atividade fotocatalítica eficientemente na luz visível, uma outra estratégia é reduzir o

gap dos fotocatalisadores. Dopando o In(OH)3 com diferentes elementos, novas

características podem ser obtidas, tais como propriedades ópticas estáveis.

28

2.3 ZINCO (Zn)

O zinco é um metal encontrado principalmente combinado com enxofre e

oxigênio, sob a forma de sulfeto e óxido, associado a chumbo, cobre, prata e ferro.

O sulfeto de zinco (ZnS), também conhecido como blenda de zinco ou esfalerita,

ocorre principalmente em rochas calcárias. Outros importantes minérios de zinco são

willemita (Zn2SiO4), smithsonita (ZnCO3), calamina ou hemimorfita (Zn4Si3O(OH)2),

wurtzita (ZnFeS), franklinita (ZnMnO.Fe2O3), hidrozincita (2ZnO3.3Zn(OH)2) e zincita

(ZnO). O Zn é um metal de transição usado por mais de um século na galvanização

de telhas de ferro e aço. Recentemente estudos atribuem ao metal um papel

importante como antioxidante celular (POWELL, 2000). Quando em forma de metal,

reage rapidamente com o oxigênio, formando óxido de zinco, por ser bastante

reativo, não reage apenas com o ar, mas também com outros elementos,

possibilitando a formação de diversos compostos (GRAY, 2006). O nitrato de zinco é

a principal fonte de Zn+2, sal altamente solúvel em água e por isso é utilizado quando

se necessita de íons de zinco na solução.

Araújo colaboradores (2007) substituíram íons de cálcio por diversos metais,

como ferro (Fe+3), zinco (Zn+2), manganês (Mn+2), cromo (Cr+3), promovendo

mudanças nas propriedades estruturais, na cristalinidade e morfologia, além de

mudanças nos parâmetros de rede. As mudanças nos parâmetros de rede e volume

de célula unitária geralmente estão relacionadas ao tamanho do raio iônico do cátion

comparado ao do Ca+2 (LEGEROS et al., 1980).

A absorção do UVB (290-320 nm) ao UVA (320-400 nm) do carbonato de

cálcio, a hidroxiapatita e o fosfato tricálcio pode ser obtida pela introdução de Zn+2,

Mn+2 ou Fe+3 como dopantes desses materiais. Além disso, esses íons apresentam

baixa toxicidade e boa biocompatibilidade, para aplicações desses materiais em filtro

solar. Os carbonatos de cálcio e fosfatos de cálcio dopados com Zn+2 que absorvem

na região do UV podem ser parte ativa na produção de produtos fotoprotetores

(ARAÚJO E SOUZA, 2008).

Brezová et al (1995), estudaram o efeito da presença de íons metálicos (Ca+2,

Mg+2, Zn+2, Ni+2, Mn+2, Co+2, Cu+2, Cr+3 e Fe+3) dissolvidos na degradação

fotocatalítica de fenol em suspensões de TiO2 saturadas de oxigênio, observaram o

mesmo efeito utilizando Fe+3 e Zn+2, enquanto que os íons Cr+3 inibiram fortemente a

decomposição a fotocatalítica do fenol.

29

Liu e colaboradores (2009), sinterizaram TiO2 dopado com Zn+2 pelo método

hidrotérmico convencional a uma temperatura de 130°C por 2 horas com posterior

calcinação a 600°C por 2 horas. Os autores verificaram que ocorreu um aumento na

atividade fotocatalítica nas amostras dopadas com Zn+2, atribuindo ao efeito

sinergético das nanopartículas de óxido de zinco com os nanotubos de titanato.

Observaram também um deslocamento da curva de absorção para a região do

visível para as amostras dopadas em relação às sem dopagem, causando uma

diminuição no valor de Eg das amostras dopadas, efeito também analisado por Zhu

el al. (2005) utilizando ouro como dopante.

2.4 PRATA (Ag)

A prata ocorre na natureza como minério de prata frequentemente associado

com depósitos de ouro e cobre, o principal uso industrial da prata ocorre em

indústrias de halogeneto de prata e indústrias fotográficas, outros usos são em joias,

moedas e utensílios domésticos. A prata pode existir no ambiente em quatros

estados de oxidação: Ag0, Ag+, Ag+2 e Ag+3. Sendo a prata livre Ag+ o estado mais

abundante, encontrado no ambiente associado a sulfito, bicarbonato, sulfato ou com

cloretos e sulfatos adsorvidos em material particulado na fase aquosa (WHO, 2002).

Aditivos de prata são primariamente diferenciados pelo modo como íons são

armazenados no produto. Produtos comuns de prata variam entre aditivos que

podem ser armazenados em cerâmica ou matriz de vidro e liberam baixa quantidade

de íons de prata (Ag+), por exemplo o zeolito, até produtos que armazenam íons de

prata como sais de prata (cloreto de prata) ou prata elementar (prata metálica em

nanoescala). O nitrato de prata (altamente solúvel) e sais de prata são utilizados

como anti-sépticos e adstringentes, muito embora o uso desses compostos tenha

diminuído de maneira significativa a partir da década de 1940 com o advento de

outros antibióticos, como a penicilina (MASSARO, 1997). Assim, o potencial biocida

do composto é diretamente proporcional à capacidade de liberar íons Ag+. No caso

de nanoAg, a grande proporção entre a área especifica e o volume das partículas

aumenta a capacidade de liberação de Ag+. Dessa forma, a proporção

superfície/volume é uma característica importante, quanto maior a proporção, maior

será a exposição da prata e interface com o sítio alvo (VONACK et al., 2011).

30

O surgimento de bactérias resistentes a diversos antibióticos fez retomar o

interesse pela prata, que dentre os metais estudados apresenta a maior atividade

contra diversos micro-organismos. Os mecanismos de ação contra esses micro-

organismos, tanto dos sais de prata, quanto de sua forma metálica nanoestruturada

foram apenas parcialmente elucidados, e aparentam ser múltiplos. Apesar disso, foi

observado o mesmo efeito para a prata iônica Ag+ e a reduzida Ag0 das

nanoparticulas, sendo diferentes apenas nas concentrações mínimas de inibição

(AGNIHOTRI et al., 2014). No caso, da ordem de micromolar para o nitrato de prata

e nanomolar para nanopartículas de cerca de 10 nm de diâmetro em estudos

realizados com a bactéria Gram negativa E. coli, não apresentando razões

satisfatórias diferentes para ser levada em consideração em estudos encontrados na

literatura. A liberação de Ag+ pode ser observada em diferentes produtos na Figura

3.

Figura 3: Quantidade de Ag contida em diferentes produtos biocidas versus a quantidade de

liberação de Ag+.

Fonte: (NOWACK, et al, 2011).

Angioletto (2003) desenvolveu um material cerâmico com propriedades

bactericidas que utiliza processo de troca iônica entre Ag+ e Na+, como fonte de Ag

foi utilizado o AgNO3, este material foi triturado e incorporado em um esmalte

cerâmico. As análises microbiológicas mostraram excelentes resultados em relação

31

a propriedades bactericidas do vidro puro e com o esmalte a base de Ag. O autor

relata a importância do uso de processos de troca iônica incorporando Ag+ em

estruturas de vidro. Um importante problema, enfrentado, nestes métodos é a

incorporação de espécies de metal no estado iônico, em que ocorre o máximo de

eficiência biocida. A incorporação de íons de Ag+ produz materiais bactericidas não

fungicidas, esses íons são utilizados para fins biocidas. A característica principal

para efetuar o processo é que íons de Ag+ e Na+ possuem um raio iônico

semelhantes e valência equivalente.

Ko e colaboradores (2010) analisaram a deposição de prata em nanotubos de

dióxido de titânio. No processo de síntese utilizaram uma solução aquosa de 15

mmol L-1 de AgNO3 na presença de nanotubos. A mistura foi deixada exposta a

lâmpada UV durante 5 horas, promovendo a fotoredução do nitrato de prata na

superfície dos nanotubos, após essa etapa identificaram uma boa distribuição das

partículas de Ag com tamanho menor do que 3 nm na forma de Ag0 e Ag2O de

acordo com o resultado de XPS. Além disso os íons de prata adotaram um papel de

aceptor de elétrons, evitando a recombinação entre as cargas geradas, aumentando

assim a atividade fotocatalítica das amostras dopadas.

2.5 DEFEITOS ESTRUTURAIS

Muitas propriedades estão relacionadas com a inserção de íons dopantes em

uma rede cristalina, provocando defeitos pontuais na estrutura. Como exemplo, a

propriedade fotoluminescência e a propriedade fotocatalítica. A justificativa para a

existência dos defeitos pontuais está relacionada com os princípios da

termodinâmica. A presença dos defeitos pontuais aumenta a entropia

configuracional do sólido, diminuindo a energia livre total do sistema (RHODES,

2012).

Defeitos pontuais estão localizados num cristal de tal forma que uma ou mais

células unitárias, contendo o defeito pontual, podem ser virtualmente substituídas

por células elementares perfeitas, resultando num cristal sem imperfeições. O que

significa, por exemplo, que uma célula cúbica não se transformará em outra

estrutura devido à presença de defeitos pontuais. Estes defeitos incluem sítios

normalmente ocupados que se encontram vazios, chamados de vacâncias, e

átomos que ocupam uma posição não esperada na célula unitária, se este átomo

32

ocupa um interstício da rede cristalina, então o átomo é chamado de intersticial, ou

substitucional se ocupa um sítio normalmente ocupado por outra espécie de átomo,

como ilustrado na Figura 4. A inserção de íons dopantes em uma rede cristalina

poderá provocar dois tipos de defeitos pontuais, segundo o raio iônico do dopante:

intersticial ou substitucional (XUE, 1988).

Figura 4: Tipos de defeitos estruturais pontuais.

Átomos intersticiais e substitucionais podem ou não pertencer à fórmula

química do material. Caso não pertençam e a presença seja proposital estes átomos

são denominados de dopantes, se a introdução destes átomos é acidental então são

chamados de impurezas. A partir destes defeitos pontuais elementares, vacâncias,

átomos intersticiais e substitucionais e átomos dopantes/impurezas intersticiais e

substitucionais, grupos de defeitos pontuais podem ser formados, por exemplo,

vacâncias duplas e vacância combinada com átomo dopante.

A formação de defeitos pontuais nos óxidos pode ocorrer através de

diferentes mecanismos. No caso de óxidos não estequiométricos puros, os defeitos

são formados na superfície do cristal, em consequência de uma reação de oxidação

ou redução entre o sólido e a atmosfera. A concentração desses defeitos depende

da temperatura e da pressão parcial de oxigênio. Já em óxidos estequiométricos

puros, os defeitos são formados no cristal, em consequência da agitação térmica,

como nos casos dos defeitos de Frenkel e de Schottky. Estes defeitos são

denominados defeitos intrínsecos e a sua concentração depende apenas da

temperatura. Estes dois tipos de defeitos, Frenkel e Schottky, são considerados os

mais importantes encontrados em óxidos. O defeito Schottky é a formação

33

simultânea das vacâncias catiônicas e aniônicas no composto. Esse tipo de defeito é

criado pela difusão de um cátion e de um ânion da rede cristalina para a superfície

externa do cristal. O defeito Frenkel envolve um par constituído por uma vacância de

cátion e um cátion intersticial. Pode ser considerado como sendo formado por um

cátion que deixa a sua posição regular na rede cristalina e se move para um sítio

intersticial (RHODES, 2012).

2.6 DOPAGEM DE SEMICONDUTORES

O desenvolvimento de semicondutores de alto desempenho tem estimulado o

avanço de pesquisas em dopagem de materiais inorgânicos. A dopagem de

semicondutores é um processo de manipulação da densidade de portadores de

carga e condutividade, e que representa uma tecnologia nova para dispositivos

eletrônicos (SZE e LEE 2002). Dopagem convencional é geralmente obtida através

do bombardeio de semicondutores com íons energéticos (os dopantes), seguido por

tratamento térmico. Essa técnica permite a interação dos átomos de impureza

externos (dopantes) com propriedades adequadas para serem incorporadas na rede

hospedeira do semicondutor. Dependendo do seu número de elétrons na camada

de valência, o dopante pode doar elétrons como portadores de carga livres

negativos para a banda de condução dos semicondutores (tipo n), ou pode aceitar

elétrons adicionais de circundantes átomos para completar a ligação química

covalente, deixando buracos carregados positivamente como portadores de carga

na banda de valência dos semicondutores (tipo p) (CHEN et al., 2009).

A Figura 5 exemplifica como é realizada a dopagem em semicondutores,

apresentando átomos de boro ligados covalentemente como dopantes em uma

matriz hospedeira de silício cristalino gerando orifícios móveis no semicondutor

inorgânico e mostra também o diagrama esquemático do nível de energia para a

dopagem de semicondutores em função da concentração de dopante, relacionando

a concentração de dopantes com a concentração de portadores de energia livre e a

posição do nível de Fermi nos semicondutores. Todos os estados eletrônicos

disponíveis são ocupados de acordo com estatísticas de Fermi. Essencialmente,

cada átomo dopante é ionizado à temperatura ambiente e, assim, doa um buraco

móvel para o semicondutor. Com o aumento da carga dopante, o nível de Fermi (EF)

é deslocado de forma contínua na direção da extremidade da banda de valência dos

34

semicondutores, até que, a níveis mais elevados de dopagem, eventualmente,

atravessa-se a banda de valência. É importante ressaltar que as concentrações

baixas de dopantes são globais na utilização de aplicações práticas de

semicondutores inorgânicos e fundamentais para manter uma mobilidade alta nas

cargas de portadores (SALZMANN e HEIMEL, 2015).

Figura 5: Exemplo de dopagem de semicondutor, e a variação de energia em função da

concentração de dopante.

Fonte: (SALZMANN e HEIMEL, 2015).

Dopagem com metais de transição, tais como Fe+3, Co+2, Ni+2, Cu+2, Zn+2, V+4 e

Cr+3 tem sido amplamente utilizada a fim de melhorar a atividade fotocatalítica do

TiO2 sob irradiação da luz visível (DHOLAM et al., 2009; WU e LEE, 2004; ZHANG

et al., 2011). Esses estudos indicam que os fotocatalisadores dopados com íons de

metais de transição podem ser promissores para nova geração tecnológica.

Recentemente, o In(OH)3 apresentou aplicações promissoras em fotocatálise para

degradação de matéria orgânica (LEI et al., 2006; LI et al., 2007; LI et al., 2008).

Os íons de Zn+2 e Ag+ são materiais que podem ser utilizados na dopagem de

semicondutores. De acordo com a literatura, dopagem com íons podem reduzir o

tamanho das partículas e tornar a área específica maior, que são benéficos para

utilização em fotocatálise, e melhorar ou ativar a propriedade bactericida de alguns

materiais (BECHAMBIA et al., 2015).

O raio iônico do In+3 é 0,81 Å, do Zn+2 é 0,74 Å e da Ag+ 1,15 Å (ZHANG et al,

2012). Como o raio iônico do Ag+ é maior que o raio iônico do In+3, espera-se uma

solubilidade ainda menor para Ag+ na matriz In(OH)3. Assim, ainda que uma

35

porcentagem de íons Ag+ possa estar em posição substitucional a In+3, não há

dúvidas que esta limitação do raio iônico leva também a uma contribuição efetiva de

íons localizados no contorno das partículas, elevando a atividade bactericida das

amostras. A dopagem com íons (Zn+2/Ag+) pode desempenhar um papel na

estabilização da rede cristalina, apresentando uma boa cristalinidade.

Estudos recentes têm utilizado os íons de Zn+2 e Ag+ como material dopante e

vêm apresentando resultados relevantes. Dominguez e colaboradores (2015),

sintetizaram nanopartículas de TiO2 dopado com Zn+2 pelo método de

microemulssão e a sua utilização para a fotodegradação do fenol usando lâmpadas

UV de baixa potência. De acordo com os difratogramas, não identificou nenhuma

reflexão correspondendo as fases de ZnO, confirmando a possível dopagem das

nanopartículas TiO2 com íons de Zn+2. Recentemente pesquisadores sintetizam

nanoestruturas de SnO2 dopado com Zn+2 por diversos métodos e observam o

surgimento de melhores propriedades quando comparado com o SnO2 puro (SONG

et al., 2012; SUN et al., 2012; HUANG et al., 2012; WANG et al, 2012; WANG e

ROGACH, 2014; JIA et al., 2014). Bechambia e colaboradores (2015), realizaram a

dopagem de ZnO com íons de Ag+ pelo método hidrotérmico convencional seguido

de calcinação (400°C/7h). Os resultados de DRX mostraram que em baixas

percentagens de Ag+ (0,5-1mol%), não foi detectada pico relacionado a impurezas,

tais como Ag metálica e Ag2O. No entanto, com porcentagens elevadas de Ag+ (2-

4mol%) é observada a presença de Ag metálica.

Para obter as propriedades desejadas, estudos vêm sendo realizados no

sentido de investigar diferentes métodos de síntese com ou sem dopagem de

materiais. Por intermédio das sínteses químicas estes materiais são sintetizados em

condições controladas. Esse controle é importante do ponto de vista da engenharia

dos materiais, uma vez que o desempenho dos materiais produzidos está fortemente

ligado a estas características. É bem conhecido que vários parâmetros

experimentais, tais como a temperatura, pressão, concentração do reagente, e o

tempo de reação, podem influenciar a fase cristalina, tamanho e forma das

partículas (MURUGANANDHAM et al., 2012; MURUGANANDHAM et al., 2012a;

MILCHERT et al., 2012; MURUGANANDHAM et al., 2009).

A dopagem é uma das formas conhecidas de modificar a concentração de

portadores e consequentemente a posição do nível de Fermi (CALLISTER, 2008).

Esta modificação pode se dar de duas maneiras independentes. A primeira é

36

aumentar o número de elétrons na banda de condução e a segunda é aumentar o

número de buracos ou lacunas na banda de valência. Desta forma, são obtidos os

semicondutores dopados tipo n ou tipo p, respectivamente.

2.7 SEMICONDUTORES TIPO p E TIPO n

Os materiais semicondutores mais simples são constituídos de átomos de um

único elemento químico com quatro elétrons na camada de valência. Dois átomos,

tetravalentes, bastante utilizados em materiais semicondutores são o germânio (Ge)

e silício (Si). Em um cristal semicondutor a dopagem é geralmente realizada para

alterar suas propriedades, obtendo materiais com alto desempenho. O número de

elétrons de valência do elemento dopante, pode ser maior ou menor do que a matriz

hospedeira e definirá o tipo de portador majoritário no material, seja o tipo p ou tipo

n. Isto leva à formação de uma configuração eletrônica com uma camada de

elétrons resistente, isto é, uma região semicondutora de tipo n. A adsorção de aníon

de oxigênio em óxidos semicondutores tipo p forma uma camada de buracos perto

da superfície do material, devido à interação eletrostática entre espécies de cargas

opostas, que por sua vez estabelece a configuração de núcleo isolado, tornando-o

mais resistente (Figura 6a) (KIM e LEE, 2014).

Figura 6: Semicondutor tipo p e tipo n, (a) formação eletrônica da estrutura de

semicondutores, diagrama do nível de energia do semicondutor (b) tipo n, (c) tipo p.

Fonte: (Adaptado, KIM e LEE, 2014).

37

Um semicondutor do tipo n é feito, por exemplo, pela troca de um átomo de

silício ou germânio por átomos do grupo V tal como fósforo (P) ou arsênio (As).

Ambos com cinco elétrons na camada de valência. Quatro destes cinco elétrons do

átomo pentavelente ficam presos ao reticulado cristalino por ligação covalente, o

quinto elétron se dirige para um nível de energia imediatamente inferior à base da

banda de condução do semicondutor com impurezas do grupo V (ZABUSKY e

KRUSKAL, 1965). Essas impurezas introduzem um novo nível de energia bem

abaixo do fundo da banda de condução, dessa forma é necessária uma pequena

energia para transferir elétrons deste nível para a banda de condução, então, em

temperatura ambiente quase todos os elétrons são doados para a banda de

condução, sendo chamados de impurezas doadoras.

Quando o material é aquecido entre 100 e 500°C, as moléculas de oxigênio

adsorvida sobre as superfícies dos semicondutores do tipo n, tais como óxido de

SnO2 e de ZnO, ioniza espécies tais como O2, O-, e O-2 tomando os elétrons, mas

perto das superfícies dos semicondutores (PARK e AKBAR, 2003; BARSAN e

WEIMER, 2001). Esses elétrons localizados na banda de condução não foram

gerados pela criação de pares de elétron-buracos, então não há buracos na banda

de valência que correspondem a estes elétrons, portanto o número de elétrons

excede o número de buracos. Os elétrons em semicondutores do tipo n são

chamados portadores majoritários e os buracos portadores minoritários, como

ilustrado na Figura 6b.

Em um semicondutor do tipo p alguns átomos de silicio ou germânio são

substituidos por átomos do grupo III, por exemplo boro (B), alumínio (Al) ou gálio

(Ga). Os elementos do grupo III têm somente três elétrons na camada de valência,

onde teremos então a falta de um elétron no retículo cristalino para cada átomo de

impureza, existinto um buraco que pode se mover de lado para outro. Similarmente

ao semicontudor do tipo n, os burados não são gerados pela criação de pares

elétron-buraco, então não há elétrons na banda de condução que correspondam a

estes buracos, portanto o número de buracos é maior que o de elétrons. Neste caso,

os buracos são chamados portadores majoritários, e os elétrons de minoritários,

conforme a Figura 6c.

Nas últimas décadas, o desenvolvimento de métodos adequados para a

produção de materiais semicondutores tem sido de grande importância, uma vez

que as propriedades principais de uma cerâmica dependem, em grande parte, das

38

características originais desses semicondutores. Essas características e

determinadas propriedades são afetadas pelos métodos utilizados na obtenção

desses materiais (COSTA et al., 2006).

2.8 MÉTODOS DE SÍNTESE PARA OBTENÇÃO DO HIDRÓXIDO DE ÍNDIO

(In(OH)3)

Diversos métodos têm sido utilizados na preparação de partículas de In(OH)3,

tais como, sol-gel (REY et al., 2005), hidrólise de nitrato de índio (ZHANG at el.,

2003; MIEHE et al, 2013), decomposição térmica (ZHOU et al., 1999), hidrotérmico

convencional (ZHU et al., 2004; YAN et al., 2008; LI et al., 2006; CHANG, 2014),

spray pirólise (PRINCE et al., 2002), entre outros. Os métodos químicos permitem

um controle estequiométrico dos reagentes, produzindo materiais mais homogêneos.

(SEN et al., 2005; HE et al, 2015; COSTA et al, 2015).

No entanto, a síntese baseada no método hidrotérmico vem sendo

desenvolvida com êxito em muitos trabalhos para obtenção de In(OH)3. Esse método

tem se mostrado interessante por ser um processo que facilita o controle e ajuste de

parâmetros experimentais, tais como temperatura, pressão, patamar de tratamento

térmico e o valor do pH da solução, que são fatores cruciais para definir tamanho e

morfologia das partículas, microestrutura e composição das fases (SU et al., 2006;

ZAHRAEI et al, 2015). A síntese hidrotérmica é amplamente aplicada para a

preparação de vários materiais inorgânicos e nanocristalinos (BYRAPPA e

YOSHIMURA, 2001; ZAHRAEI et al, 2015; SONG et al, 2015). Neste processo a

solução é aquecida indiretamente e a energia é transferida por transmissão de calor,

existindo um gradiente de temperatura (KRIEDEMANN et al, 2015)

A síntese hidrotérmica apresenta vantagens tais como: o baixo custo, a

velocidade de reação aumenta com um pequeno aumento de temperatura de

síntese, pode ser formado novo produto metaestável, a síntese ocorre em um

sistema fechado diminuindo a poluição e os reagentes podem ser reaproveitados. O

tratamento hidrotérmico além de produzir material na escala nanométrica, consegue

aumentar a purificação do precursor (KOMAMENI, 2003; SUCHANEK e RIMAN,

2006).

Estudos reportam que o hidróxido de índio é sucessivamente sintetizado pelo

método hidrotérmico (YAN et al., 2006; LI et al., 2006). Pál e colaboradores (2012)

39

sintetizaram um nanocompósito ZnO-In(OH)3 usando o tratamento hidrotérmico

convencional durante 3h, os resultados mostraram que a luminescência do

nanocompósito dopado com 1% de In(OH)3 mostrou melhores propriedades em

relação a matriz de ZnO puro. Também foram observadas duas bandas de emissão

azul adicionais com um máximo de 421 nm e 440 nm.

Uma variação deste método, é o método hidrotérmico assistido por micro-

ondas, que foi utilizado na obtenção do hidróxido de índio (MOTTA et al, 2013;

MOTTA et al, 2014; MOTTA et al, 2010) apresentando a vantagem de curtos tempos

de processamento e nucleação uniforme (VOLANTI et al., 2007; KOGA e KIMIZU,

2008; SCZANCOSKI et al., 2008).

2.8.1 Método hidrotérmico assistido por micro-ondas

Na área de química e de ciências dos materiais, a aplicação da tecnologia de

micro-ondas tem despertado especial interesse na síntese de compostos orgânicos

e inorgânicos e no tratamento térmico de muitos materiais em escala laboratorial e

industrial. O uso da energia de micro-ondas para o processamento de materiais

possui potencial para oferecer vantagens quanto à redução do tempo de

processamento e economia de energia (VOLANTI et al., 2007; PERIYAT et al.,

2010). No sistema hidrotérmico irradiado por micro-ondas, o aquecimento da

solução é direto. O gradiente térmico quase não existe, ocorrendo assim uma

nucleação homogênea e um crescimento de partículas uniformes. Assim, a síntese

hidrotérmica assistida por micro-ondas proporciona rápido tratamento térmico, que

envolve mecanismo de polarização iônica e dipolar, onde a energia de micro-ondas

é transmitida diretamente ao material através de interações moleculares com o

campo eletromagnético (THOSTENSON e CHOU, 1999).

Algumas características devem ser analisadas no tratamento por micro-ondas,

tais como: as propriedades do campo eletromagnético, a composição química do

material a ser processada, as mudanças estruturais que ocorrem durante o

processamento, o tamanho e formato do material a ser aquecido, e a física das

interações entre o material e as micro-ondas (KOGA e KIMIZU, 2008). Durante a

síntese, o aquecimento se dá no interior do material, e dele é transferido para as

vizinhanças. Neste caso, o material susceptível contribui com o aumento da

temperatura do sistema. Enquanto que no método de síntese hidrotérmica

40

convencional a energia é transferida ao material por meio dos processos de

convecção, condução e radiação do calor a partir da superfície do material (Figura 7)

(LONGO et al., 2007).

Figura 7: Direção do fluxo de calor no aquecimento do método hidrotérmico (a) por micro-

ondas e (b) convencional.

Fonte: (LONGO et al, 2007).

O método hidrotérmico assistido por micro-ondas tem vantagens únicas de

aquecimento uniforme, rápido e volumétrico, quando comparado ao convencional e

tem sido utilizado com eficiência na preparação de materiais inorgânicos (HU et al.,

2010; PERIYAT et al., 2010). Além disso, o método pode reduzir significativamente o

tempo de reação, assim como temperatura elevada, levando à cristalização rápida e

simplificação no processo de preparação de nanopartículas (HUANG et al., 2011).

Qi et al (2006) analisaram e compararam o comportamento e forma que as

partículas apresentaram, quando se utiliza o método hidrotérmico convencional e o

método hidrotérmico assistido por micro-ondas, resultando na diminuição da

quantidade de aglomerados em materiais de nanoescala, além da aceleração do

processo. Esse processo além de diminuir o tempo de reação, apresentando

economia de energia ainda contribui na formação de partículas regulares e em

escala nanométricas, possibilitando melhoria nas propriedades desses materiais.

Motta e colaboradores (2013) sintetizaram nanopartículas de In(OH)3 dopado

com Tb+3 usando o método HM a uma baixa temperatura de 140°C durante 30

minutos e a propriedade fotoluminescente foi investigada. A partir dos resultados foi

observado uma eficiente emissão verde quando a matriz de In(OH)3 foi dopado com

41

Tb+3 se demostrando um potencial fósforo verde para aplicações em

nanodispositivos luminescentes.

Motta e colaboradores (2014) sintetizaram estruturas de In(OH)3 dopado com

Eu+3 pelo método HM, os resultados de DRX mostraram que as fases obtidas foram

a fase cúbica como fase majoritária e uma segunda fase o InOOH com estrutura

ortorrômbica. As intensidades relativas da emissão de fotoluminescência aumentam

à medida que a concentração de íons aumenta de 1% para 8% de Eu+3. Estas

propriedades óticas sugerem que este material é um candidato muito promissor para

aplicações fotoluminescentes.

2.9 PROPRIEDADES ÓPTICAS DO In(OH)3

O hidróxido de índio é um semicondutor importante que apresenta um grande

potencial em aplicações óticas (LIU, 2008). O avanço dos materiais semicondutores

com propriedades ópticas, tais como fotoluminescência (FL), proporciona o

desenvolvimento de novos dispositivos com melhores desempenhos. A propriedade

fotoluminescente de um material pode ser potencializada pela presença de

determinados dopantes ou pela existência de defeitos estruturais, como vacâncias e

impurezas.

2.9.1 Teoria de transições eletrônicas permitidas e não permitidas

As transições eletrônicas em que o elétron realiza entre orbitais é possível e

ocorre com absorção ou emissão de luz na região do ultravioleta, visível e

infravermelho, na região próximo do espectro eletromagnético, essas transições

podem ser permitas ou não permitas conforme as regras de seleção. As transições

se diferenciam em relação a quantidade de energia necessária e em intensidade, os

estados de maior energia são chamados de estados excitados (EE, representados

por *) e os estados de menor energia de estado fundamental (EF), exemplo as

transições π --> π* requerem menos energia quando comparados com as transições

do tipo 𝛔 – 𝛔*, a energia fornecida para excitação dos elétrons deve ser liberada

para que o átomo retorne ao estado fundamental. As transições π --> π* os fótons

estão na faixa do visível apresentando energia de gap entre 1,5 e 3,5 eV, materiais

que apresente essa característica são aplicados em áreas em que deseja obter

42

emissão luminosa, essa emissão pode ser a região do ultravioleta ou na região do

infravermelho. Na Figura 8 são apresentadas as possíveis transições eletrônicas

para cada tipo de elétron em relação à energia necessária para cada tipo de

transição (GLOGAUER, 2004).

Figura 8: Transições eletrônicas para um sistema contendo elétrons do tipo 𝛔, π e n.

Fonte: (Adaptado, GLOGAUER, 2004).

Todas as transições seguem regras preestabelecidas, conhecida como regras

de seleção. As regras de seleção surgiram a partir de uma lei básica da física, a

conservação do momento angular. O fóton é uma onda eletromagnética e possui

componentes magnética e elétrica. Para que a molécula interaja com o campo

elétrico do fóton é necessário que exista um estado polarizado, ou seja, que os

estados fundamental e excitado formem um dipolo, apresentando simetrias

diferentes. A força de transição depende da força do dipolo, quando mais forte for

essa força, mais permitida a transição será. A regra de Laporte é considerada uma

regra mais específica. Segundo a regra, somente quando houver mudança na

paridade (g ou u) haverá transição. Quando uma molécula tem paridade g possui um

centro simétrico, já quando apresenta paridade u o centro da molécula não será

simétrico. Uma segunda regra importante é a variação no spin do elétron com a

interação com o campo elétrico do fóton. Uma transição permitida é aquela em que

não há mudança na orientação no spin do elétron, em que a multiplicidade de spin

(∆S) é igual a zero, como os fótons não tem spin não podem induzir transições que

envolvam a mudança de spin, dessa forma uma transição de um elétron de estado

onde os spins estão emparelhados para um outro estado, onde os spins não estão

43

emparelhados não é permitida. O tempo de vida da molécula no estado eletrônico

excitado é menor quanto mais permitida for a transição (BREHM e MULLIN,1989).

Lengyel e colaboradores (2016), sintetizaram estruturas de GdAl3(BO3)4

dopadas com Eu+3 e Tb+3, observaram que as transições eletrônicas 7F6 --> 5D4

referentes ao dopante Tb+3 são dependentes a fase cristalina (monoclínica ou

romboédrico), pois a mudança da intensidade das bandas para ambas as

polarizações (π e 𝛔) são decorrentes da mudança de fase cristalina, como pode-se

observar na Figura 9.

Figura 9: Na transição 7F6 -> 5D4, a polaridade (𝛔 e π) depende na mudança de estrutura r: romboédrica e m: monoclínica (a), a porcentagem de dopantes não é parâmetro para p deslocamento das bandas (b).

44

2.9.2 Fotoluminescência (FL)

A propriedade fotoluminescente (FL) sempre despertou o interesse da

comunidade científica, principalmente a partir da descoberta da fotoluminescência a

temperatura ambiente, o que favorece as aplicações tecnológicas como em diodos

emissores de luz (LED), lasers na região da luz visível e componentes de fibra ótica

(FIGUEIREDO, 2007).

Recentemente muitos estudos têm sido realizados na área de

fotoluminescência a temperatura ambiente em materiais com diferentes tamanhos e

morfologias de partículas (YANG et al., 2009; CHEN et al., 2008). O

desenvolvimento de materiais semicondutores com propriedades óticas ativas tais

como fotoluminescência, eletroluminescência e propriedades óticas não-lineares,

pode levar ao desenvolvimento de novos dispositivos com desempenho superior.

Pesquisadores têm investigado a fotoluminescência a temperatura ambiente

do In2O3 puro, sob fonte de excitação do fóton de 260 nm (CHEN et al., 2008). Liu e

colaboradores (2008) sintetizaram via método hidrotérmico convencional,

microcubos de In2O3 e observaram uma alta emissão FL de banda larga quando o

material foi excitado a 290 nm.

Mazzera e colaboradores (2007), investigaram a FL do In2O3 em diferentes

temperaturas. Foi verificado que na temperatura ambiente os espectros

apresentaram uma banda larga de 320 a 800 nm, com um pico máximo na região do

vermelho (~630 nm). Os autores utilizaram uma função Gaussiana para fazer as

deconvoluções das curvas de FL. Com este tratamento pode-se atribuir o quanto

cada cor contribui na emissão FL.

Chang (2014) analisou o efeito do tratamento hidrotérmico a 180°C durante 16h

e 18h nos espectros de FL. Os resultados mostraram que o In(OH)3 tem uma ampla

faixa de onda luminosa entre 415 nm a 550 nm, todos exibem um pico de emissão

localizada a 496,6 nm nos tempos de tratamentos estudados, indicando que a

permanência não irá interferi nas emissões de FL, e que ambos irão ser

interessantes na aplicação de materiais óticos.

O modelo de FL utilizado por Wide Band Model (Figura 10) (ORHAN et al.,

2004; ORHAN et al., 2005; LONGO et al., 2004), caracteriza a fotoluminescência

como ocorrência de defeitos estruturais que por sua vez geram estados

intermediários na região do “gap”. Esses novos estados possibilitam a transferência

45

dos elétrons da banda de valência para a banda de condução após a excitação

fotônica. Devido aos estados intermediários, juntamente com a descontinuidade

local de cargas gerada pela desordem, leva a geração de pares elétron/buraco

possibilitando a emissão de FL, portanto, a emissão está intimamente ligada aos

defeitos estruturais que provocam a desordem no material. Mas que isso, um

material totalmente ordenado estruturalmente não apresenta emissão FL, por isso

uma mínima desordem estrutural é necessária para que o material apresente

emissão FL (LONGO et al., 2004). Sendo assim, é importante conhecer o grau de

organização estrutural de um material.

Figura 10: Representação esquemática do Modelo de Banda Larga (Wide Band Model), onde

BV é a banda de valência e BC a banda de condução

BC

BV BV BV

BC BCBCBC

BV BV BV

BC BCBC

Fonte: (LONGO et al., 2008).

Grande parte dos modelos presentes na literatura concorda que existem

estados intermediários dentro do “gap” de um sólido devido à presença da desordem

estrutural (LONGO et al., 2007; LONGO et al., 2008). Os vários estados de energia

presentes dentro do “gap” são provocados pela desordem gerada pela presença de

diferentes defeitos estruturais, tais como vacâncias de oxigênio e distorções locais

na estrutura cristalina. Cada defeito estrutural é responsável por produzir emissões

FL com comprimentos de onda diferentes.

A dopagem gera desordem em um material, o que provoca a formação de

vários níveis de energia dentro do “gap” (intervalo entre a banda de valência e a

banda de condução) que são fundamentais no processo de emissão FL. Os níveis

intermediários podem ser utilizados na recombinação do par elétron-buraco

responsável pela emissão fotoluminescente, e pela geração do mecanismo

necessário para formação de reações fotocatalíticas.

46

2.10 PROPRIEDADES FOTOCATALÍTICAS

O termo fotocatálise (fotoquímica + catálise) pode ser definido como a

aceleração de uma fotorreação pela presença de um catalisador (semicondutor). De

maneira geral o mecanismo da fotocatálise heterogênea é baseado na irradiação de

um fotocatalisador (semicondutor inorgânico) que absorve energia do fotón maior ou

igual à energia da banda de gap (quantidade mínima de energia requerida para

excitar o elétron), possibilitando transições eletrônicas. A absorção deste fóton

provoca a excitação de um elétron da banda de valência (BV) para a banda de

condução (BC), gerando uma lacuna (h+) na banda de valência e elétrons livres (e-)

na banda de condução, a formação desses sítios oxidantes e redutores catalisam

reações químicas, oxidando compostos orgânicos até CO2 e H2O, e reduzindo

metais dissolvidos ou outras espécies presentes (CABRERA et al., 1997), como

ilustrado na Figura 11.

Figura 11: Mecanismo para a fotoativação de partícula semicondutora.

Fonte: (SPASIANO et al., 2015).

As reações químicas fotoativadas são caracterizadas por um mecanismo de

radicais livres, as quais são iniciadas pela interação dos fótons de um nível de

47

energia apropriado com as moléculas da espécie química em solução. Os radicais

livres são formados pelo mecanismo fotocatalítico, que acontece na superfície dos

semicondutores, aumentando substancialmente a taxa de formação destes radicais

e, consequentemente, as velocidades de degradação (MAZZARION e PICCINI,

1999).

Recentemente, o In(OH)3 foi demonstrado ser um material sensível a atmosfera

de amoníaco e tem aplicação promissora como detector de gás (ZHU et al., 2008).

Yan e colaboradores (2008) sintetizaram nanocristais de In(OH)3 e analisaram a

aplicação com um fotocatalisador ativo para a oxidação de benzeno.

Yan et al (2010), sintetizaram In(OH)3 e estudaram sistematicamente a

praticabilidade como fotocatalisador aplicado para tratamento no escape de gases

(acetona, benzeno e tolueno). Resultados indicaram que os nanocristais de In(OH)3

desempenharam uma excelente atividade fotocatalítica e durabilidade para o

degradação dos vários compostos orgânicos voláteis e tem superioridade

significativa mais que o TiO2 comercial. Dessa forma o In(OH)3 pode ser utilizado em

tratamento ambiental, especialmente para tratamento no escape de gases contendo

benzeno.

A construção de materiais mesoporosos é uma abordagem versátil e

promissora para promover a eficiência das fotocatalisadores para fotoredução de

CO2. Guo et al. (2013), estudaram a construção de materiais mesoporosos

estruturados de In(OH)3 que se mostrou eficiente na captura e redução do CO2,

confirmando que o hidróxido de índio é o semicondutor promissor para aplicações

fotocatalíticas.

As propriedades dos fotocatalisadores utilizados nas reações fotocatalíticas

são fortemente dependentes do método de preparação dos mesmos. Mudanças na

atividade, cristalinidade e na seletividade são observadas quando os catalisadores

são preparados por diferentes métodos (ALONSO et al., 2004). Suas propriedades

tornam-se superiores em escala nanométrica, com alta homogeneidade e fase com

composição química estável (TANG et al., 2002).

2.11 PROPRIEDADES BACTERICIDAS

Nos últimos anos, trabalhos relatam que os diferentes tipos de fontes

alimentares e ambientais abrigam bactérias que são resistentes a um ou mais

48

antibióticos (SCHROEDER, et al, 2004). Portanto, qualquer pesquisa de novos

métodos que minimize ou elimine a contaminação dos alimentos irá ter um impacto

significativo sobre a incidência de doenças veiculadas por alimentos (PENNINGTON,

1997). Uma abordagem possível é a utilização de materiais nanopartículados para

reduzir a contaminação microbiana na superfície dos alimentos e em ambientes de

preparação de alimentos. Os nanomateriais são eficientes, uma vez que eles são

capazes de prender mais cópias de colônias e células microbianas (LUO e

STUTZENBERGER, 2008).

As propriedades bactericidas de nanopartículas metálicas são classificadas

quanto ao efeito antimicrobiano frente a bactérias, vírus e outros organismos

eucarióticos em: Ag > Hg > Cu> Cd > Cr > Pb > Co > Au > Zn > Fe > Mn > Mo > Sn

(ZHAO E STEVENS, 1998). A prata nanoparticulada apresenta maior atividade

bactericida que os íons de prata e sais de prata (ANSARI, et al., 2011).

A atividade antimicrobiana de óleos essenciais de orégano, tomilho,

manjericão, manjerona, capim cidreira, gengibre e cravo, foram investigadas contra

linhagens Gram-positivas (Staphylococcus aureus e Listeria monocytogenes) e

Gram-negativas (Escherichia coli e Salmonella Enteritidis), por Barbosa et al. (2009).

Os valores da concentração inibitória mínima de 90% foram testados contra

bactérias inoculadas experimentalmente em carne moída irradiada e contra

microbiota natural (mesófilos e bactérias psicrotróficas) encontrada no alimento.

Concentração inibitória mínima 90% variaram de 0,05% v/v (óleo de capim cidreira)

a 0,46% v/v (óleo de manjerona) para bactérias Gram-positivas e de 0,10% v/v (óleo

de cravo) para 0,56% v/v (óleo de gengibre) para linhagens Gram-negativas. No

entanto, a concentração inibitória mínima de 90% avaliada sobre a carne moída,

com patógenos ou microbiota natural, não mostrou a mesma eficácia 1,3 e 1,0

UFC/g foram os maiores valores de redução contra os microrganismos testados.

A composição química e o arranjo estrutural da superfície celular do

microorganismo são muito complexos, devido à presença de uma grande variedade

de grupos químicos. As espécies bacterianas pertencentes aos microorganismos

procariotas podem ser divididas em dois grupos diferentes, através da reação Gram.

Esta classificação advém do nome do patologista Danés Gram, que em 1884,

encontrou um método para distinguir as diversas estruturas das membranas

celulares das bactérias, o qual distingue as paredes celulares das bactérias Gram-

positiva e Gram-negativa.

49

A bactéria Gram-negativa normalmente tem uma parede celular bem definida,

composta por peptidoglicano e uma bicamada de fosfolipídios abaixo da membrana

ciplasmática. Ao contrário, a bactéria Gram-positiva tem uma camada fina de 1-2 nm

de espessura e uma camada alternada de peptidiglicano entre a parte interna e

externa da membrana citoplasmática. A superfície é formada por proteínas e ácidos

lipoteicóico, bem como cápsulas ricas de polissacarídeos encontradas na superfície

mais externa da parede celular da bactéria, o qual provavelmente determina a

energia superficial e as outras propriedades superficiais da bactéria (MONTEIRO, et

al., 2009).

Bokare et al (2013), sintetizaram estruturas de TiO2 dopado com Ag+ e

analisaram o desempenho antibacteriano em função de suas características

estruturais e morfológicas, como o tamanho das partículas e a área especifica bem

como a capacidade absorvente de luz visível. A atividade bacteriana dessas

nanopartículas em luz visível demonstraram bom desempenho para a

fotodegradação das bactérias Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Wei et al

(2014), preparam partículas SiO2/Ag pelo método de redução química. Os resultados

mostram que presença da Ag aumenta o desempenho antibacteriano, expandindo

significativamente a aplicação dos produtos de sílica dopado com prata.

Zhang e colaboradores (2014), sintetizaram estruturas de ZnO/Ag e

analisaram a atividade bactericidas das amostras contra bactérias Gram negativa

Escherichia coli (ATCC 25922) e bactérias Gram positiva Staphylococcus aureus

(ATCC 25923), a inibição contras esses tipos de bactérias foi grandemente

melhorados nas amostras da mistura de ZnO/Ag. Foi verificado principalmente um

aumento nas espécies oxidativas reativas (especialmente superóxido) e o aumento

do dano do plasmídeo de DNA das bactérias. Os autores analisaram as colônias de

bactérias por MEV antes e após a ação da estrutura de ZnO/Ag, observaram que as

células bacterianas nativas têm parede de células lisas (Figura 12a). No entanto,

após a incubação e ação ZnO/Ag, a superfície das bactérias parece mais áspera do

que a de que os não tratados, entretanto, algumas partículas de ZnO/Ag agregadas

na vizinhança das ambas bactérias E. coli e S. aureus (Figura 12b), o que indica

uma grande afinidade entre as partículas e as bactérias.

50

Figura 12: Micrografias das bactérias antes (a) e depois (b) a ação das partículas de ZnO/Ag.

Fonte: (Zhang et al, 2014).

Capítulo III

MATERIAIS E MÉTODOS

52

3 MATERIAIS E MÉTODOS

No presente capítulo, serão apresentados os materiais de partida utilizados nas

rotas de síntese para obtenção das partículas de In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx. Em

seguida será feita a descrição da metodologia adotada e aparato experimental

empregado para caracterização desse material.

3.1 MATERIAIS

Os reagentes e materiais utilizados nas rotas de síntese são apresentados na

Tabela 2.

Tabela 2: Denominação, fórmula química, fabricante e pureza dos reagentes utilizados na

síntese de In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx.

Denominação Fórmula Química Fabricante dos

reagentes Pureza

Nitrato de Índio (III)

Monohidratado In(NO3)3∙H2O Alfa Aesar 99%

Nitrato de Zinco

Monohidratado Zn(NO3)2∙H2O Fluka 99%

Nitrato de Prata AgNO3 Fluka 99%

Hidróxido de

Potássio KOH Synth 99%

3.2 MÉTODOS

A Figura 13 ilustra o procedimento experimental utilizado neste trabalho.

Inicialmente foi dissolvido o nitrato de índio monohidratado na água destilada, após 5

minuto em agitação foi adicionada a massa do nitrato de zinco monohidratado na

síntese 1 e na síntese 2 foi adicionado o nitrato de prata nas seguintes

porcentagens: 1, 2 e 4 mol% em relação a massa molar do nitrato de índio. Essa

solução ficou em agitação por 15 minutos, posteriormente foi ajustado o pH

53

adicionando KOH até que chegasse a pH=11. Após agitação por 20 minutos a

solução foi transferida para uma autoclave revestida por teflon e iniciada o

tratamento hidrotérmico irradiado por micro-ondas (2,45 GHz e uma potência

máxima de 800 W) a 140 °C durante 30 minutos com uma taxa de aquecimento fixa

em 25 °C por minuto, a pressão da autoclave foi estabilizada em 3,0 atm. Após o

resfriamento, o precipitado formado foi centrifugado e lavado com água destilada e

etanol. Esse procedimento foi repetido três vezes para neutralizar a solução. Em

seguida foi seco em temperatura ambiente. Esse mesmo procedimento foi utilizado

para síntese de In(OH)3 puro, posteriormente utilizado como material referência nas

caracterizações. As amostras foram nomeadas In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx, em

que x= 0, 0,01, 0,02 e 0,04.

Figura 13: Fluxograma da metodologia experimental adotada neste trabalho.

54

3.3 TÉCNICAS DE CARACTERIZAÇÃO DAS PARTÍCULAS

As partículas de In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx foram caracterizadas utilizando

diferentes técnicas, descritas a seguir. Todas as medidas foram realizadas a

temperatura ambiente. Para análise de aplicabilidade desses semicondutores foram

realizados o teste fotocatalítico do In1-x(OH)3:Znx e o teste bactericida do

In1-x(OH)3:Agx.

3.3.1 Difração de raios X (DRX)

Na técnica de DRX, os raios X penetram no material e são difratados pelos

átomos. Dessa forma pode-se determinar os parâmetros cristalográficos e os

arranjos dos átomos na rede cristalina. Os materiais cerâmicos apresentam,

normalmente, microestruturas, podendo ser caracterizadas por tamanho médio de

cristalitos, quantidades de fases cristalinas presentes, a existência de fases amorfas

e orientação. A difração de raios-X (DRX) é um método que permite caracterizar as

fases cristalinas específicas presentes no material e para o estudo de análises

estruturais de materiais policristalinos.

Neste trabalho, as partículas de In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx foram

caracterizadas quanto à sua fase cristalina por DRX e as medidas foram realizadas

em um difratômetro Shimadzu/XRD-7000, radiação CuKα (λ= 1,54 Å), com 40 kV e

30 mA e 2θ de 5° a 70°, passo angular de 0,020°, velocidade de varredura de 5° por

minuto. Os ensaios de difração de raios-X (DRX) foram realizados em amostras na

forma de pó.

3.3.1.1 Determinação do tamanho médio de cristalito e parâmetro de rede

A análise do tamanho de cristalito Dhkl

para cada direção cristalográfica [hkl] foi

realizada pelo uso da equação de Debye-Scherrer (Equação 9) (IKEZAWA e

HOMYARA, 2001).

Equação 1 Dhkl = kλ

βcosθ

55

Em que, k é o coeficiente de forma do ponto da rede recíproca (0,9), λ é o

comprimento de onda da radiação a ser utilizada (1,54 Å), β é a largura a meia altura

dos picos (FWHM) e θ o ângulo de difração. O parâmetro β é calculado utilizando a

seguinte equação:

Equação 2

Em que, βinst

é a largura instrumental extraída de um pó padrão que tenha um

tamanho de partícula muito grande (∼6μm), o material utilizado como padrão foi o

silício, e βexp

é a largura experimental da amostra a ser analisada.

Os parâmetros de rede foram calculados a partir do programa UnitCell – 97

(UNITCELL; 1997), a partir dos dados da difração de raios X das partículas.

3.3.2 Microscopia eletrônica de varredura com canhão de emissão por campo

induzido (MEV-FEG)

A morfologia do In(OH)3 apresenta várias formas e estruturas como visto no

capítulo 2, com o objetivo de obter informações a respeito da morfologia e tamanho

médio das partículas, as amostras foram submetidas à análise de microscopia

eletrônica de varredura (MEV-FEG - Gemini-Zeiss modelo Supra35), visto que esta

técnica é visualizar a morfologia, topografia e o aspecto da superfície das partículas

de In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx.

A região da amostra a ser analisada é irradiada por um feixe de elétrons,

resultando desta interação uma série de radiações emitidas pela superfície da

amostra, entre outras, elétrons secundários e retroespalhados. A morfologia das

amostras selecionadas foi obtida utilizando-se um microscópio eletrônico de alta

resolução (FEG). Os pós das amostras foram dispersos em acetona e em seguida

depositadas sobre um substrato de silício monocristalino.

β = √β²exp - β²inst

56

3.3.2.1 Espectroscopia de raios X por dispersão de energia (EDS)

A espectroscopia de raios X por dispersão de energia (EDS) é uma técnica de

caracterização usada para análise elementar e determinação química de uma

amostra. É uma técnica derivada da espectroscopia por fluorescência de raios X,

baseada na averiguação dos elementos químicos por intermédio das interações

entre radiação eletromagnética ou partícula e matéria, através de raios X emitidos

pela superfície da amostra como resposta a incidência de elétrons. Sendo

caracterizados através dos raios X específicos de cada elemento, sendo, portanto

identificados.

A análise por EDS das amostras de In1-x(OH)3:Znx foram realizadas com o

auxílio do equipamento MEV Hitachi – modelo TM 3000- EDS Swift ED 700, e as

amostra de In1-x(OH)3:Agx foram realizadas a análise por intermédio de mapeamento

utilizando o equipamento MEV-FEG - Gemini-Zeiss modelo Supra 35.

3.3.3 Espectroscopia na região do UV-Visível (UV-Vis)

As análises de espectroscopia na região do ultravioleta-visível (UV-Vis) das

partículas de In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx foram realizadas com um equipamento

da marca NIR Cary, modelo 5G, com um comprimento de onda na faixa de 200 a

800 nm e programado para o modo de refletância difusa. A partir dos resultados

obtidos dos espectros de reflectância dos partículas de In1-x(OH)3:Znx e

In1-x(OH)3:Agx foi possível estimar o valor de energia do “band gap” óptico desses

materiais. Todas as medidas foram realizadas em temperatura ambiente.

3.3.3.1 Cálculo do “Band Gap” Óptico

O “band gap” direto (Egap) foi calculado pelo método de Wood e Tauc (1974).

Esse método Egap está relacionado com a absorbância do material e a energia dos

fótons incidentes e tem sido largamente empregado no estudo de novos compostos.

As equações utilizadas para o cálculo estão descritas abaixo.

αh = A( h-Eg)1/2 Equação 3

57

Em que, A, ℎ, Eg e α representam: uma constante de proporcionalidade,

energia do fóton incidente, energia do “band gap” óptico e coeficiente de absorção,

respectivamente.

Portanto, ao ser traçado um gráfico de (αℎ)1/2 versus ℎ será possível estimar

o valor de Eg direto por intermédio da extrapolação da região linear da curva de

absorção, ou seja, quando (αℎ)1/2 é igual a 0.

3.3.4 Fotoluminescência (FL)

As medidas de emissão fotoluminescentes das amostras In1-x(OH)3:Znx e

In1-x(OH)3:Agx foram realizadas utilizando um comprimento de onda de excitação de

350 nm. A técnica de fotoluminescência é utilizada para analisar a distribuição

espectral da radiação emitida por uma amostra após excitá-la com feixe de luz

monocromático, geralmente um laser. Com o uso dessa técnica obtem-se

informações sobre níveis eletrônicos e sobre a qualidade cristalina da amostra.

Todavia, a técnica apresenta também uma alta sensibilidade que resulta do fato de

que os fótons emitidos da amostra são observáveis diretamente, e um grande

número de detectores, incluindo o olho humano, pode responder a um pequeno

número de fótons. Experimentalmente, os espectros de fotoluminescência foram

obtidos a temperatura ambiente em um monocromador Monospec 27 (Thermal Jarrel

Ash, USA) acoplado a uma fotomultiplicadora R446 (Hanramatsu, Japan) com um

laser de Argônio (Coherent Innova 90 K, USA).

3.3.5 Atividade fotocatalítica das amostra de In1-x(OH)3:Znx

As amostras de In1-x(OH)3:Znx foram consideradas nesse experimento como

agente catalisador para degradação do corante rodamina B (RhB), fórmula

molecular [C28H31ClN2O3]. O corante foi dissolvido em água destilada obtendo uma

solução aquosa com quantidade de matéria de 1x10-5 mol, o catalisador foi disperso

na solução do corante. Estas suspensões foram colocadas no ultrassom durante

15 minutos para melhorar a dispersão das partículas e interação entre as moléculas,

em seguida foi armazenada no escuro durante 5 minutos para permitir a absorção

saturada do corante sobre o catalisador. A solução do corante com catalisador foi

58

colocada em um foto-reator a uma temperatura controlada de 20 °C, sob agitação

magnética, e foram iluminadas por seis lâmpadas UVC (TUV Philips, 15 W, com

intensidade máxima a 254 nm) como ilustrado na Figura 14. Em intervalos de dois

minutos, uma alíquota de 3 ml foi coletada. As alíquotas foram centrifugadas a

9000 rpm durante 5 minutos para remover as partículas em suspensão. Finalmente,

as variações da banda de absorção máxima de cada alíquota foram monitoradas por

UV-Vis de absorbância com medições de espectros usando um equipamento de

espectroscopia UV-Vis NIR Cary, modelo 5G.

Figura 14: Caixa de fotocatálise utilizada nas degradações do corante rodamina B, com o

In1-x(OH)3:Znx como catalisador.

Fonte: (TRANQUILIN, 2013).

3.3.6 Atividade bactericida das amostra de In1-x(OH)3:Agx

O teste de atividade bactericida foi realizado pelo método de difusão em disco

(SRISITTHIRATKUL, et al., 2011). Para tanto, foi utilizado Staphylococcus

aureus (ATCC) e Escherichia coli (DH5 alpha) como linhagens

bacterianas representativas de Gram positivos e Gram negativos, respectivamente.

As duas linhagens foram semeadas em placas de petri contendo meio LB-ágar.

Após 24 horas uma colônia de cada linhagem foi transferida para meio LB–líquido

até atingir uma concentração de aproximadamente 108 UFC/mL (BAUER, et

al. 1966), estas culturas foram semeadas com swab em placas de petri

contendo meio LB-ágar, garantindo a cobertura total da placa com o microrganismo.

59

Em seguida, foram colocadas 3 pastilhas de cada amostra In1-x(OH)3:Agx (x=0, 0,01,

0,02 e 0,04) em cada placa contendo as linhagens de S. aureus ou E.coli e estas

placas foram incubadas em estufa microbiológica a 37°C. A leitura foi realizada após

24 horas de incubação através da medição com régua dos halos formados ao redor

de cada pastilha. A ausência da zona inibitória implica em nenhuma

atividade bactericida.

Capítulo IV

RESULTADOS E DISCUSSÕES

61

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo serão apresentados, o conjunto de resultados e as caracterizações

realizadas no desenvolvimento deste trabalho, de acordo com as atividades descritas

no capítulo 3.

4.1 DIFRAÇÃO DE RAIOS-X

As amostras foram sintetizadas pelo método hidrotérmico assistido por micro-

ondas, descrito no capítulo 3. As figuras 15 (i-ii) ilustram os difratogramas de raios-X do

In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx (x = 0, 0,01, 0,02 e 0,04). De acordo com os

difratogramas, observa-se que todos os picos de difração são referentes à fase

cristalina cúbica e foram indexados conforme a carta JCPDS N° ICSD 73-1810. A

estrutura cúbica é confirmada pelos picos de difração nos ângulos 2θ de 22,3°, 32,7°,

35,6°, 39,1°, 45,5°, 51,2° e 56,67°, como reportado pela literatura (YAN et al., 2010; LI

et al., 2010). Não foram detectados picos característicos de impurezas ou fases

secundárias como ZnO e Ag2O, sugerindo a formação de solução sólida, com os íons

de Zn+2 e Ag+ incorporados na rede do In(OH)3 de forma substitucional.

Guo e colaboradores, analisaram amostras de In(OH)3 por DRX sintetizadas pelo

método hidrotérmico convencional na temperatura de 180°C por 36 horas de

tratamento. Os resultados identificaram a fase cristalina cúbica com pico principal em

2θ=22,3°, tempo e temperatura superiores aos utilizados nesse trabalho, demonstrando

a eficiência do método hidrotérmico assistido por micro-ondas quando se pretende

reduzir o tempo de tratamento hidrotérmico.

De acordo com os difratogramas, foi observado um deslocamento dos picos do

In(OH)3 dopado com Zn+2 e Ag+ em comparação com o In(OH)3 puro. A fim de observar

a mudança dos picos de forma mais clara, foi ampliado o pico máximo (200) de

difração das amostras e inseridos na Figura 15 (i-ii). A literatura reporta que existem

dois modos de dopagem, modo intersticial e modo substitucional (ZENG et al, 2014;

GUAN et al, 2011). Quando os íons do dopante (Zn+2 e Ag+) forem introduzidos de

forma intersticial, um átomo do dopante irá adotar hibridação sp2 para conectar-se com

três átomos de O-2 formando uma estrutura planar, resultando num aumento dos

parâmetros de rede e o volume da célula unitária, correspondente a um deslocamento

para ângulos de difração menores (CIMITAN et al, 2009). No caso do modo de

62

substituição, os íons do dopante (Zn+2 e Ag+) irão substituir íons da matriz ou de O-2 na

estrutura cristalina, levando à uma diminuição dos parâmetros de rede e volume da

célula unitária. Ao mesmo tempo, os picos de DRX apresentam o deslocamento para

ângulos de difração maiores (ZHAO et al., 2015). De acordo com a literatura pode-se

concluir que íons de Zn+2 e Ag+ são dopados na matriz In(OH)3 de modo substitucional,

pelos resultados obtidos.

Figura 15: Difratogramas das partículas de (i) In1-x(OH)3:Znx e (ii) In1-x(OH)3:Agx, (a) 0, (b) 1, (c) 2,

(d) 4 mol%. A mudança do plano (200) com a dopagem de Zn+2 e Ag+ são mostrados.

63

A Tabela 3 mostra os valores do parâmetro de rede, volume da célula unitária e

tamanho médio de cristalito das amostras de In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx. Os valores

estimados dos tamanhos de cristalitos, foram calculados pela equação de Scherrer

(IKEZAWA e HOMYARA, 2001), e a largura meia altura dos picos foram observadas de

cada difratograma mostrado na Figura 16. Os picos que caracterizam as amostras

foram representados pelos índices de Müller (200), (220), (013), (222), (400), (420),

(422) e (440), que caracterizam a estrutura cúbica da fase cristalina de In(OH)3.

Tabela 3: Dados cristalográficos obtidos pelos espectros de DRX das partículas de In1-x(OH)3:Znx

e In1-x(OH)3:Agx.

a(Å) V(Å3) D(nm)

In(OH)3 puro

7,970 ± 0,002 505,93 ± 0,07 3,20 ± 0,03

In1-x(OH)3:Znx

x=0,01 7,968 ± 0,002 503,21 ± 0,07 3,30 ± 0,03

x=0,02 7,954 ± 0,002 502,21 ± 0,07 3,61 ± 0,03

x=0,04 7,944 ± 0,002 501,31 ± 0,07 3,64 ± 0,03

In1-x(OH)3:Agx

x=0,01 7,956 ± 0,002 503,70 ±0,07 2,94 ± 0,03

x=0,02 7,945 ± 0,002 503,09 ±0,07 1,93 ± 0,03

x=0,04 7,936 ± 0,002 501,51 ±0,07 1,85 ± 0,03

Valores encontrados da literatura (SHI et al, 2008)

7,97 507,98

a: parâmetros de rede; V: volume da célula unitária; D: tamanho médio de cristalito.

Observa-se um aumento no tamanho médio do cristalito com o aumento do teor

dos íons de Zn+2, indicando a total substituição dos íons de Zn+2 na matriz do In(OH)3

por apresentaram um raio iônico menor (0,74 Å) quando comparado ao In+3.

64

Comportamento diferente foi verificado nas amostras dopadas com Ag+, que

apresentou uma redução no tamanho médio do cristalito com o aumento dos íons de

Ag+.

Essas modificações estão associadas ao aumento da desordem na estrutura

cristalina do In(OH)3 pelos defeitos causados devido à incorporação de íons com maior

raio iônico (In+3=0,81 Å; Ag+=1,15 Å) sugere que os picos apresentam uma largura

maior de acordo com a equação de Scherrer. Com o aumento do teor do dopante Ag+

inibiu o crescimento do tamanho do cristal, essa redução do tamanho do cristal também

pode estar atribuída à formação de produtos In-O-Ag na superfície do In1-x(OH)3:Agx,

que inibem o crescimento do cristal (ANANDAN et al, 2007) (Figura 16). Efeito inibitório

semelhante também foi observado por Zhou et al (2009) na dopagem de ZnO com íons

de terras raras.

Os parâmetros de rede e o volume da célula unitária (Tabela 3), diminuem com o

aumento do teor de ambos os dopantes (Zn+2; Ag+), os quais pode estar relacionados

com a substituição dos íons de In+3 pelos os íons de Zn+2 e Ag+ (SHANNON, 1976).

Sena e colaboradores (2015) mostram que os parâmetros de rede obtidos a partir da

dopagem com íons metálicos (Fe+3, Co+2, Ni+2) na matriz de In2O3 à temperatura

ambiente diminui. Os valores calculados foram aFe=10,108 Å, aCo=10,110 Å, e

aNi=10,117 Å, para dopagem com Fe+3, Co+2, Ni+2, respectivamente, e que In2O3 puro

apresentou valores de parâmetros de rede a=10,151Å um pouco maior que as

amostras dopadas (aFe <aCo <aNi <aIn2O3 puro).

Figura 16: Relação do tamanho médio do cristalito em relação ao teor do dopante.

65

4.2 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV-FEG)

A morfologia das partículas foi caracterizada por MEV-FEG. As Figuras 17a-g

ilustram as micrografias das amostras obtidas pelo método hidrotérmico assistido por

micro-ondas. A figura 17a indica que as partículas de In(OH)3 puro é composta

principalmente de microcubos de estruturas com forma e tamanho irregular. No entanto

uma diferença na morfologia é aparente quando os íons de Zn+2 e Ag+ foram

introduzidos na matriz do In(OH)3 (Figura 17b-g). Houve o aparecimento de partículas

dispersas de forma e tamanho indefinidos em torno dos cubos. As amostras dopadas

são compostas de partículas agregadas com diminuição de tamanho médio e

morfologia irregular. O procedimento experimental utilizado na síntese de In1-x(OH)3:Znx

e In1-x(OH)3:Agx resultou em mudanças na formação e morfologia dos materiais, devido

ao aumento da cinética de cristalização (aumento da velocidade de nucleação)

promovido pelo processamento hidrotérmico assistido por micro-ondas (LUO et al,

2008; CAMEIRÃO et al, 2008), porém como desvantagem pode resultar na formação

de pós constituídos por partículas de natureza aglomerada e polidispersa. No entanto,

quando se adicionou 1 mol% de Zn+2 ou Ag+ (Figura 17b e 17e), pode ser visto o

princípio do mecanismo de cristalização, em que as estruturas de cubos de In(OH)3

dissolve-se e recristaliza em uma morfologia diferente devido à presença de Zn+2 e Ag+

na estrutura cristalina. À medida que a concentração do dopante aumenta, observa que

a morfologia cúbica do In(OH)3 começa a desaparecer e resultar em crescimento

anisotrópica e a formação de uma morfologia irregular. O aumento da porcentagem de

dopante contido no arranjo pode causar uma distorção da rede cúbica, provocando

uma variação na morfologia, como é observada. Na literatura, os pesquisadores (LIN e

WEI, 2006; SHI et al., 2008; ZHU et al., 2004) relataram a síntese de partículas de

In(OH)3 com morfologia em forma de cubos obtidos com diferentes tamanhos por meio

de tratamentos hidrotérmicos convencionais. Neste estudo, a mesma morfologia em

forma de cubo foi obtida em um tempo de reação curto (30 minutos), o que demonstra

a elevada capacidade do método hidrotérmico assistido por micro-ondas na obtenção

de partículas de In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx em forma de cubo.

66

Figura 17: Imagens de MEV-FEG das partículas de In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx, (a) x=0, (b)

x=0,01 Zn, (c) x=0,02 Zn, e (d) x=0,04 Zn, (e) x=0,01 Ag, (f) x=0,02 Ag e (g) x=0,04 Ag.

67

A composição elementar das amostras de In0,96(OH)3:Zn0,04 e In0,96(OH)3:Ag0,04

foram investigadas por intermédio do EDS. A Figura 18 mostra a análise química semi-

quantitativa das amostras de In0,96(OH)3:Zn0,04, em que apresentou os picos

correspondentes aos elementos In e Zn, comprovando a presença os íons de Zn+2 nas

amostras.

Figura 18: Espectros de EDS da amostra In0,96(OH)3:Zn0,04.

A Figura 19 mostra a análise do mapeamento de elementos na borda Kα por EDS

das amostras de In0,96(OH)3:Ag0,04 com o propósito de observar a dispersão dos íons

de Ag na matriz de In(OH)3, onde constata-se uma lata dispersão de íons de Ag na

matriz de In(OH)3, evidenciando em parte a homogeneidade do processo de difusão

dos íons dopantes da matriz comprovado pelo resultado de DRX que apresentou a

formação de fase única.

Figura 19: Mapeamento dos elementos por EDS da amostra In0,96(OH)3:Ag0,04.

68

4.3 ESPECTROSCOPIA NA REGIÃO DO ULTRAVIOLETA VISÍVEL (UV-VÍS)

Foram realizadas medidas de reflectância difusa na região UV-visível das

partículas In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx nas diferentes porcentagens de dopagem de

Zn+2 e Ag+. Os dados de reflectância foram convertidos para absorbância, obtendo-se

então o gráfico de absorbância versus energia (eV). A “band gap” óptico (Egap) foi

estimada pelo método de Wood e Tauc (1974), os valores (Egap) para das amostras

In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx foram calculados extrapolando a região linear da curva.

A Figura 20 mostra o valor de gap óptico estimado para das amostras de In(OH)3

puro obtido pelo método hidrotérmico assistido por micro-ondas. O resultado estimado

da energia de gap direto das amostras In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx em função da

concentração de Zn+2 foram 5,08, 5,18 e 4,96 eV, em relação a concentração de Ag+

foram 5,24, 5,20 e 5,17 eV para 1, 2 e 4 mol%, respectivamente, são mostrados na

Figura 21. Na própria literatura está bem definido que os valores correspondentes a

Egap estão associados à presença de níveis intermediários de energia dentro da banda

de gap dos materiais (AFANASIEV, 2007). Esses níveis de energia são dependentes

do grau de ordem e desordem na sua rede.

Figura 20: Espectros de absorbância x energia (eV) do “Gap” óptico experimental obtidos pelo

método de Wood e Tauc das partículas de In(OH)3 puro.

69

Figura 21: Espectros de absorbância x energia (eV) do “Gap” óptico experimental obtidos pelo

método de Wood e Tauc das partículas de In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx.

70

Comparando os valores do gap do In(OH)3 puro (5,30 eV) com In0,96(OH)3:Zn0,04

(4,96 eV) e In0,96(OH)3:Ag0,04 (5,17 eV), observa-se que o aumento da porcentagem de

íons de Zn+2 e Ag+ provoca uma redução no valor na energia de gap. Isso pode ser

atribuído aos defeitos e impurezas causados pela dopagem que causa o aumento de

níveis de energia e eleva os intervalos entre as bandas permitindo transições em

valores de energia menores (MAZZERA et al., 2007), ainda pode ser atribuído ao

aumento de vazios de oxigênio para assegurar a neutralidade de elétrons devido à

substituição de íons de In+3 por Zn+2 ou Ag+, aumentando assim a quantidade de

defeitos na amostra que podem levar à diminuição da banda de gap.

4.4 MEDIDAS DE FOTOLUMINESCÊNCIA (FL)

A propriedade fotoluminescente das amostras foi investigada de acordo com

influência da variação da concentração do dopante (Zn+2 e Ag+) na matriz hospedeira

In(OH)3. Utilizando o método gaussiana, curvas foram decompostas em bandas que se

referem à região do espectro visível em que evidencia intensidade máxima do pico. As

Figuras 22 e 23 mostram as curvas de FL das amostras de In(OH)3 puro, In1-x(OH)3:Znx

e In1-x(OH)3:Agx, analisadas em temperatura ambiente com um comprimento de onda

de excitação de 350 nm.

Figura 22: Espectros de emissão das partículas de In(OH)3 puro.

71

Figura 23: Espectros de emissão das partículas de In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx

72

As curvas de FL mostradas na Figura 22 são compostas de quatro bandas: banda

azul (~ 450 nm), banda verde (~ 512 nm), banda amarela (~ 570 nm) e uma banda

laranja (~ 623 nm), com a intensidade máxima na região azul localizada em 450 nm.

Yan e colaboradores (2008) demonstraram uma ampla emissão FL na região azul e

verde a 480 nm, em nanocubos de In(OH)3 sintetizados pelo método hidrotérmico

convencional utilizando uma temperatura de 120°C e patamar de reação de 12 horas,

tempo superior utilizado nesse trabalho. As amostras dopadas com Zn+2 apresentaram

comportamento semelhante às amostras de In(OH)3 puro (Fig. 23 - esquerda). Já as

curvas de FL das amostras dopadas com Ag+ (Fig. 23 - direita) são decompostas em

cinco bandas: banda azul (~ 450 nm), banda verde (~ 512 nm), banda amarela (~ 570

nm), banda laranja (~ 623 nm) e uma banda vermelha (~700).

Todas as bandas são especificas à região onde a intensidade máxima do

componente aparece, em quantidades menores de dopante a banda predominante é a

de cor azul (1 mol%), nas amostras dopadas com 2 mol% e 4 mol% ocorre o aumento

na intensidade das bandas na região da cor amarela e laranja, com desvio semelhante

para região do vermelho, no entanto, as bandas atingiram uma emissão máxima em

536 e 593 nm, respectivamente, que é atribuída à presença de Ag+ nas amostras

(ZHOU et al, 2016).

Gonçalves e colaboradores (2009), relatam que o comportamento óptico do

material é sensivelmente afetado por dois fatores, concentração do dopante e

tratamento térmico, uma vez que, de forma direta, interfere na cristalinidade das

amostras. A fotoluminescência é atribuída principalmente às vacâncias de oxigênio ou

defeitos de oxigênio intersticiais (Navío et al., 2001).

Todas as amostras de In1-x(OH)3:Znx, obtidas pelo método HM, foram cristalinas

na ordem de longo alcance comprovado pelas análises de DRX. No entanto,

apresentam diferenças entre os máximos de emissão FL das amostras obtidas, a

literatura relata que essas diferenças ocorrem em materiais sintetizados pelo método

HM, criando níveis adicionais acima da banda de valência (BV) e abaixo da banda de

condução (BC). Esses mecanismos podem conduzir à formação de níveis

intermediários de energia (defeitos superficiais e profundos) dentro do “band gap”, que

são basicamente compostos pelos orbitais 2p do oxigênio (acima da banda de

valência) e dos orbitais 4d5s5p do índio e 4s4p do zinco (perto da banda de condução).

Durante o processo de excitação à temperatura ambiente, alguns elétrons localizados

nos níveis inferiores de energia intermediária (orbitais 2p do oxigênio) perto da banda

73

de valência absorvem a energia do fóton (hv) neste comprimento de onda. Como

consequência desse fenômeno, os elétrons são promovidos para os níveis mais

elevados de energia intermediária (orbitais 4d5s5p do índio e 4s4p do zinco),

localizados perto da banda de condução. Quando os elétrons voltam a baixar seu

estado de energia, novamente por intermédio de processos de retorno radiativo, as

energias decorrentes destas transições eletrônicas são convertidas em fótons (hv’)

(ZHANG, et al, 2012). Essas transições eletrônicas diretas no “gap” ocorrem em uma

mesma região da zona de Brillouin entre os estados de máxima energia e próximas aos

estados de mínimo de energia, este comportamento pode ser relacionado com a

redução dos valores de banda de energia, In(OH)3 puro 5,30 eV e In0,96(OH)3:Zn0,04

4,96 eV, bem como a diminuição na intensidade da banda principal, depois da

dopagem, indicando a substituição por íons de Zn+2. Por outro lado, criando pares de

elétron-buracos mais estáveis diminuindo a intensidade FL nas amostras dopadas (ver

Figura 24).

Figura 24: Comparação dos espectros de emissão das partículas de In(OH)3 puro e dopado com 4

mol% de Zn+2.

Resultados da emissão de FL é resultante da recombinação de portadores de

cargas livres. Geralmente uma intensidade mais fraca de FL implica uma taxa de

recombinação elétron-buraco superior e corresponde à maior atividade fotocatalítica

(LIU et al., 2011). A partir dos resultados das propriedades ópticas das amostras foi

74

feito um estudo da atividade fotocatalítica de In1-x(OH)3:Znx. Os resultados obtidos após

degradação sob a luz UV, são listados a seguir.

4.5 ATIVIDADE FOTOCATALÍTICA DO In1-x(OH)3:Znx

As partículas de In(OH)3 puro e In1-x(OH)3:Znx sintetizadas neste trabalho foram

submetidas a testes de fotocátalise para que suas propriedades fossem avaliadas

utilizando o corante rodamina B sobre iluminação ultravioleta (UV), em que foi medida a

taxa de degradação do mesmo em relação ao tempo de exposição à luz. As medidas

foram realizadas a cada 2 minutos num período de 30 minutos. Resultados recentes

mostraram que o In(OH)3 puro e dopado apresentam, ambos, excelentes atividades

catalíticas para a fotodegradação de poluentes orgânicos, sob irradiação UV e luz

visível, respectivamente (YAN et al., 2008; LI et al., 2007). A Figura 25 apresenta o

progresso da degradação fotocatalítica do corante rodamina B (RhB) a relação ao

tempo de exposição a iluminação UV das amostra de In(OH)3 puro e In1-x(OH)3:Znx.

Figura 25: Comparação da degradação fotocatalítica do corante rodamina B em relação ao tempo

sob irradiação UV para as amostras de In(OH)3 puro e In1-x(OH)3:Znx.

A absorbância de todas as amostras diminuiu após 30 minutos sob irradiação UV.

A maior redução foi detectada nas amostras dopadas com 4mol% de Zn+2, em que a

concentração do corante diminui rapidamente quando exposto à irradiação UV

75

(16 minutos). De acordo com a literatura, os defeitos afetam de forma favorável as

propriedades fotocatalíticas, pode-se dizer que quando a luz com uma energia superior

ou igual ao gap é irradiado para a superfície do semicondutor, por um fóton-excitado,

um elétron é promovido da BV para a BC e deixa para trás um buraco na BV criando

pares de elétron-buraco que são eficientemente separados pelo grande campo elétrico

antes da recombinação e provoca uma menor intensidade da emissão FL, bem como

um aumento na eficiência da atividade fotocatalítica (KUMAR e OJHA, 2015). Em

seguida, defeitos beneficiam a separação eficiente da geração desses pares de

elétrons-buracos, o que promove a formação de radicais hidroxilas (OH•) e radicais

superóxido (O2-•). Estes radicais são espécies oxidantes em processos de oxidação

fotocatalítica. Durante o processo fotocatalítico, o radical hidroxila é reconhecido como

as espécies oxidantes mais poderosas (HERDERSON, 2011; LAM et al., 2008; BOMIO

et al., 2013) que podem atacar poluentes orgânicos perto da superfície do

fotocatalisador e podem transformá-los em água. Uma elevada taxa de separação de

cargas é benéfica para a formação do radical hidroxila que favorece a descoloração do

RhB.

A descoloração do corante RhB ocorre devido a um ataque oxidativo por uma

das espécies de oxigênio ativo no grupo N-etílico (ZHAO et al, 2007). Nenhum

deslocamento na absorção máxima foi verificado no espectro, o que sugere que não há

a formação de produtos secundários durante o processo de fotodegradação, tais como:

Trietil rodamina (λ=539 nm), dietil rodamina (λ=522 nm), N-etil rodamina (λ=510 nm)

e a Rodamina (λ= 498 nm) (WU et al, 1998).

A Figura 26a ilustra a degradação do corante rodamina B em relação ao tempo

de exposição UV nas amostras de In(OH)3 puro, bem como fotos do corante

fotodegradado. A Figura 26b mostra a relação da concentração do corante em relação

ao tempo das amostras de In(OH)3 puro, In0,96(OH)3:Zn0,04 e o corante rodamina. O

progresso da degradação das bandas do corante sem catalizador é mostrado na Figura

26c. Com base nos resultados obtidos através da cinética de degradação fotocatalítica

da rodamina B (RhB) e pela razão (C/C0) em que C0 é a concentração inicial (0 min) do

corante RhB na solução aquosa e C é a concentração de RhB na solução aquosa por

diferentes tempos (min = 2, 4, 6, 8 ...), observou-se que as partículas In(OH)3 puro têm

uma elevada porcentagem para a degradação do corante rodamina B (RhB) após um

período de 30 minutos exposto a iluminação UV. Este resultado indica que, mesmo

76

sem qualquer dopagem, a eficiência desse semicondutor na fotodegradação do RhB é

alta. Por outro lado, para a amostra dopada com 4 mol% Zn+2, a taxa de

fotodegradação do corante RhB foi maior do que In(OH)3 puro, devido à ação de

defeitos na rede cristalina causados pelo dopagem, que promoveu mudanças notáveis

na degradação do corante RhB, a Figura 27 (a-c) ilustra a fotodegradação de todas as

amostras de In1-x(OH)3:Znx.

Figura 26: Eficiência da fotodegradação do corante rodamina em função do tempo de irradiação

para as amostras de In(OH)3 (a), (b) comparação dos catalizadores, e (c) rodamina.

77

Figura 27: Eficiência da fotodegradação do corante rodamina em função do tempo de irradiação

para as amostras de In0,99(OH)3:Zn0,01 (a), In0,98(OH)3:Zn0,02 (b) e In0,96(OH)3:Zn0,04 (c).

78

Para compreender a reação cinética, foi utilizado, para a degradação da

rodamina B (RhB), a pseudo constante de velocidade (k) de primeira ordem

(MALAGUTTI et al, 2009) que é expressa pela seguinte equação:

ln = -k∙t Equação 4

Em que C0 é a concentração inicial (0 min) do RhB na solução aquosa e C é a

concentração do RhB na solução aquosa por diferentes tempos sobre a irradiação

ultravioleta, t é o tempo e k é a pseudo constante de velocidade (k) de primeira ordem,

respectivamente. Geralmente, essa equação é utilizada para os processos de

degradação fotocatalítica, onde se encontram concentrações de poluente inferior a

1x10-5 mol/L (BI et al, 2009). De acordo com a Equação 4, quando a mesma é plotada

em um gráfico em função de t, deve-se obter uma linha reta em que a inclinação é k

(min-1). Os resultados obtidos com desvio padrão (DP) mostraram bons valores

estatísticos, e também uma elevada taxa de degradação para a rodamina B (RhB) num

curto período de tempo independente da dopagem. A Figura 28 ilustra os resultados

obtidos das constantes de velocidade (k) para In(OH)3 puro e In1-x(OH)3:Znx, o rodamina

B (RhB) sem catalisador foi utilizado como referência. Pode-se notar que para a

rodamina B (RhB) a taxa de degradação é muito pequena, revelando que o corante

praticamente não se degrada após 30 minutos sob iluminação ultravioleta. Tanto o

In(OH)3 puro quanto o In1-x(OH)3:Znx exibiram valores de constantes de degradação (k)

com desvio padrão relativamente baixo, e também uma elevada taxa de degradação da

rodamina B num curto período de tempo quando se utilizou as partículas de

In0,96(OH)3:Zn0,04 como catalisador. Os valores das constantes de velocidades de

degradação são relatados na Tabela 4.

Tabela 4. Valores das constantes de velocidade de degradação das amostras de In(OH)3

puro e In1-x(OH)3:Znx

Sample Constante de Degradação k (min-1)

In(OH)3 1,1 x 10-1

In0,99(OH)3:Zn0,01 1,3 x 10-1

In0,98(OH)3:Zn0,02 1,4 x 10-1

In0,96(OH)3:Zn0,04 3,3 x 10-1

79

Figura 28: Resultados obtidos das constantes de velocidade (k) para: In(OH)3 e In1-x(OH)3:Znx.

80

4.6 ATIVIDADE BACTERICIDA DO In1-x(OH)3:Agx

A atividade bactericida das amostras de In1-x(OH)3:Agx foi testada contra bactérias

Gram negativa (E. coli) e bactérias Gram positivas (S. aureus) utilizando o método de

difusão em disco. As Figuras 29(a-b) ilustram fotografias do teste bactericida e os

resultados obtidos encontra-se resumidos na Tabela 5. A presença de uma zona de

inibição indica claramente o efeito antibacteriano das amostras dopadas com Ag+ para

ambos os tipos de bactérias (E. coli e S. aureus), enquanto as amostras do In(OH)3

puro não apresentaram qualquer efeito antibacteriano.

Figura 29: Fotos de placas de ágar inoculadas com bactérias (a) E. coli e (b) de S. aureus, com

diferentes concentrações de Ag.

81

Tabela 5: Resultado do teste da zona de inibição In1-x(OH)3:Agx.

In1-x (OH)3:Agx E. coli S. aureus

x:0 Sem inibição Sem inibição

x:0,01 16,0 mm 12,3 mm

x:0,02 12,0 mm 11,0 mm

x:0,04 14,0 mm 13,3 mm

De acordo com a literatura (ZHANG e ZHANG 2010) a baixa taxa de

recombinação entre elétrons e buracos fotogerada sobre a superfície do material é o

fator chave para uma boa propriedade bactericida. Assim, os buracos (h•) gerado pelos

“clusters” de Ag [Ag4]x podem fornecer condições favoráveis para os eventos de

recombinação, elétron (e′)/buraco (h•). A prata tem a capacidade de transferir elétrons e

82

buracos, produzindo radicais de oxigênio e peróxidos, pela quebra das moléculas de

água, produzindo um radical hidróxido.

Clusters de prata têm oscilações coletivas de seus elétrons na banda de

condução, que são conhecidos como ressonância de plasmon de superfície localizada

(RPSL) (EROLA et al., 2015), propriedade eletrônica dos metais nobres, que se

manifesta na região visível do espectro eletromagnético, portanto, também pode ser

considerada uma propriedade óptica. Os defeitos nas partículas de [In(OH)3]d formam

uma associação com os clusters [Ag4]x, ou seja, associação entre In(OH)3 e a Ag+. Esta

associação com clusters de metais nobres muda a ação antibacteriana.

No modelo de associação do plasmon com o semicondutor, o evento mais

importante ocorre nas superfícies das RPSLs, que é um processo de transferência de

elétrons entre o metal e o semicondutor. Neste caso, os elétrons são transferidos para

o semicondutor, restando buracos no metal que podem contribuir para a atividade

biológica e desempenham um papel importante na determinação da reatividade e

estabilidade dos clusters.

O mecanismo de ativação dos complexos de clusters [Ag4]x e a ativação de

[In(OH)3]d com oxigênio dependem essencialmente dos complexos de clusters com a

formação do peróxido e/ou radical hidroxila.

Tanto os [In(OH)3 (clusters ordenados)/[In(OH)3 (clusters desordenados)

quanto o [AgO4 podem criar radicais hidroxilas (OH•) e o radical superóxido (O2-•) por

meio de reações elétrons/buraco que facilitam a inativação de proteínas e eventuais

células. Além disso, uma separação de carga eficaz requer um campo elétrico entre a

massa da amostra e a superfície celular. Consequentemente, o efeito das propriedades

da superfície sobre o desempenho da reação elétrons/buraco deve ser considerado em

termos do seguinte:

[In(OH)3]d [In(OH)3 + [In(OH)3 Equação 5

[In(OH)3 + [In(OH)3 [In(OH)3 + [In(OH)3 Equação 6

[In(OH)3 +[Ag4]x [In(OH)3 +[Ag4]• Equação 7

Onde [In(OH)3 são clusters distorcidos localizados nos níveis intermediários de

energia perto da banda de valência (BV) e [In(OH)3 são clusters ordenados situados

83

nos níveis intermediários de energia abaixo da banda de condução. A reatividade da

molécula de oxigênio com o complexo de clusters [Ag4]• resulta numa espécie de prata

de superfície quimicamente ativa, consequentemente incorporação do oxigênio na

rede:

[Ag4]• + O2 [Ag]•…O2 (adsorvido) Equação 8

[Ag]• …O2 (adsorvido) + [In(OH)3 [Ag]•… (adsorvido) + [In(OH)3 Equação 9

Os clusters formados pelo complexo de prata também interage com água e

divide-se em radicais hidroxilas e hidrogênio, de acordo com as reações seguintes:

[Ag4]• + H2O [Ag4]• …H2O(adsorvida) Equação 10

[Ag4]• … H2O(adsorvida) [Ag4]• … OH• (adsorvida) + H Equação 11

Os produtos da reação de oxidação parcial entre água e o complexo de clusters

[Ag4]• são radicais hidroxilas (OH•), e hidrogênio. Estes radicais exibem poder de

oxidação elevada (produtos que mineralizam os microrganismos em água, Eq. 11). A

reação principal é a formação de uma espécie de superóxido [AgO4]• ... . Estas

espécies, em seguida, reagem com H• e produzem os radicais de peróxido de

hidrogênio (O2H•) por meio da seguinte reação:

[AgO4]• … (adsorvido) + H•

[AgO4]• + O2H• Equação 12

Estes ciclos de formação de radicais OH• e O2H• continuam ocorrendo enquanto

reagem com as células bacterianas que finalmente resulta na sua oxidação.

Apesar de os dados obtidos mostram que todas as amostras dopadas com Ag

apresentam maior atividade antibacteriana contra bactérias E. coli (Gram negativas),

quando comparado com S. aureus (Gram positivas), esta diferença não é significativa.

Portanto as partículas de In1-x(OH)3:Agx podem ser úteis e eficazes em aplicações

bactericidas, e apresentaria uma alternativa razoável para o desenvolvimento de novos

agentes antibacterianos.

Capitulo V

CONCLUSÕES

85

5 CONCLUSÕES

Com base nos procedimentos adotados e nos resultados obtidos, podem ser

feitas as seguintes conclusões:

O método hidrotérmico assistido por micro-ondas foi eficiente para sintetizar

as partículas de In1-x(OH)3:Znx e In1-x(OH)3:Agx (x= 0, 0,01, 0,02 e 0,04).

Todas as amostras apresentaram fase cristalina cúbica referente a In(OH)3

confirmada com a difração por raios-X comprovando a eficiente dopagem

utilizado neste método de síntese.

As partículas apresentam, formas de microcubos nas amostra de In(OH)3

puro, já as amostras dopadas apresentam morfologia em forma de cubos com

alguns aglomerados sem morfologia definida. A medida que as porcentagens

de Zn+2 e Ag+ aumentam, se evidencia um aumento desses aglomerados nas

micrografias.

Os valores do gap calculados do In(OH)3 (5,30 eV), In0,96(OH)3:Zn0,04 (4,96

eV) e In0,96(OH)3:Ag0,04 (5,17 eV), indicaram que o aumento da percentagem

de íons de Zn+2 e de íons de Ag+ provoca uma redução no gap, atribuído

pelos defeitos e desordem da estrutura cristalina das amostras dopadas.

De acordo com o espectro de emissão FL para todas amostras, foi observada

uma banda larga entre 400-650 nm. No entanto, existe diferenças entre os

máximos de emissão FL das amostras obtidas, consequência da dopagem na

matriz hospedeira de In(OH)3 por íons de Zn+2.

Os espectros de FL das amostras dopadas com Ag+ são decompostas em 5

bandas e apresentaram um desvio para a região do vermelho, atingindo uma

emissão máxima característica da presença de Ag+ nas amostras.

Para In(OH)3 puro, o corante RhB foi totalmente fotodegradados em apenas

30 minutos, sob irradiação da luz UV, exibindo uma constante de velocidade

de 1,1x10-1 min-1. Este resultado indicou que, mesmo sem qualquer dopagem,

este semicondutor apresenta fotodegradação do RhB alta. Para a amostra

dopada com 4 mol% de Zn+2, a taxa de fotodegradação do corante RhB foi

maior do que In(OH)3 puro, apresentando uma constante de velocidade de

degradação mais elevada (3,3x10-1min-1), devido à ação de defeitos na rede

86

cristalina causados pela dopagem, que promoveu mudanças na degradação

do corante RhB.

Os resultados obtidos mostram que todas as amostras dopadas com Ag+

apresentam maior atividade antibacteriana contra bactérias Gram negativas

(E. coli), quando comparado com S. aureus (Gram positivas), embora não

seja uma significativa.

Capítulo VI

REFERÊNCIAS

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