universidade federal do rio grande do norte · lista de siglas e abreviaÇÕes emg –...

76
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA AVALIAÇÃO DOS EFEITOS AGUDOS DE DIFERENTES INTENSIDADES DE PEP SOBRE O PADRÃO RESPIRATÓRIO E VOLUMES OPERACIONAIS DE PACIENTES COM PARKINSON MURILLO FRAZÃO DE LIMA E COSTA NATAL 2013

Upload: others

Post on 10-Mar-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS AGUDOS DE DIFERENTES INTENSIDADES DE PEP

SOBRE O PADRÃO RESPIRATÓRIO E VOLUMES OPERACIONAIS DE

PACIENTES COM PARKINSON

MURILLO FRAZÃO DE LIMA E COSTA

NATAL

2013

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS AGUDOS DE DIFERENTES INTENSIDADES DE PEP

SOBRE O PADRÃO RESPIRATÓRIO E VOLUMES OPERACIONAIS DE

PACIENTES COM PARKINSON

Orientador: Prof. Dr. Guilherme Augusto de Freitas Fregonezi

NATAL

2013

Dissertação apresentada à Universidade

Federal do Rio Grande do Norte –

Programa de pós-graduação em

Fisioterapia, para obtenção do título de

Mestre em Fisioterapia

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

3

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

5

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS AGUDOS DE DIFERENTES INTENSIDADES DE PEP

SOBRE O PADRÃO RESPIRATÓRIO E VOLUMES OPERACIONAIS DE

PACIENTES COM PARKINSON

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Guilherme Augusto de Freitas Fregonezi (Presidente) - UFRN

Prof. Dra. Selma Sousa Bruno - UFRN

Prof. Dra. Shirley Lima Campos - UFPE

Aprovada em 28/03/2013

III

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia

Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro

II

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

6

DEDICATÓRIA

Dedico a todos voluntários que participaram desta pesquisa, contribuindo para

o aprofundamento científico e desenvolvimento de terapias para o tratamento de

pacientes com Doença de Parkinson.

IV

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

7

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por nunca me deixar fraquejar em momentos

difíceis;

Agradeço à minha esposa Wanessa por todo o apoio despendido ao longo do

mestrado;

Agradeço à minha irmã Cybelle, minha mãe Ivanice, minha prima Rossana e minha

tia Divanira por todas experiências em mestrados e doutorados repassadas a mim;

Agradeço a meu pai Djalma por toda força e incentivos dados desde o início;

Agradeço a meu orientador Guilherme Fregonezi por sempre me mostrar o caminho

correto;

Agradeço a todos que de alguma forma me ajudaram no desenvolvimento desta

pesquisa, em especial aos componentes do Laboratório 6: Vanessa, Elis, Ana

Tereza, Elis, Sílvia, Bárbara, Bruno, Rodrigo, Rêncio, Ana clara, Íllia e Janaína e a

todos demais que porventura não tenham sido citados.

Por fim agradeço a todos os funcionários da UFRN que proporcionam o excelente

funcionamento desta instituição.

V

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

8

SUMÁRIO

Dedicatória .......................................................................................................IV

Agradecimentos ................................................................................................V

Lista de Figuras ...............................................................................................VII

Lista de Siglas e Abreviações ........................................................................VIII

Resumo ............................................................................................................XI

Abstract ...........................................................................................................XII

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................14

1.1. Doença de Parkinson ...............................................................................15

1.2. Função Pulmonar na Doença de Parkinson .............................................17

1.3. Fisioterapia na Doença de Parkinson .......................................................19

1.4. Pressão Expiratória Positiva .....................................................................21

1.5. Pletismografia Optoeletrônica ...................................................................23

1.6. Objetivos ...................................................................................................26

1.6.1. Geral ......................................................................................................27

1.6.2. Específicos ............................................................................................27

2. MATERIAIS E MÉTODOS ..........................................................................28

2.1. Tipo de Estudo ..........................................................................................29

2.2. Amostra ...................................................................................................29

2.2.1. Critérios de Inclusão ..............................................................................29

2.2.2. Critérios de Exclusão .............................................................................29

2.3. Local do Estudo ........................................................................................29

2.4. Aspectos Éticos ........................................................................................29

2.5. Procedimentos ..........................................................................................30

2.5.1. Avaliação Antropométrica ......................................................................32

2.5.2. Prova de Função Pulmonar ...................................................................33

2.5.3. Força Muscular Respiratória ..................................................................34

2.5.4. Pletismografia Optoeletrônica ................................................................36

2.5.5. Avaliação dos volumes pulmonares durante o uso da PEP ..................38

2.6. Análise estatística .....................................................................................40

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................41

4. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................60

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

9

5. REFERÊNCIAS ...........................................................................................62

APÊNDICES ....................................................................................................69

VII

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

10

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fluxograma do estudo ...............................................................................31

Figura 2: Balança WELMY® modelo 110 FF..............................................................32

Figura 3: Espirômetro DATOSPIR 120 .....................................................................34

Figura 4: Manovacuômetro digital MICRO RPM .......................................................35

Figura 5: Plestismógrafo Optoeletrônico ...................................................................37

Figura 6: Disposição geral dos marcadores. Vista anterior, lateral e posterior ........38

Figura 7: Posicionamento do paciente com a máscara de EPAP e válvula de PEP

ajustável ....................................................................................................................39

Figura 8: Análise dos dados através do sotfware DIAMOV ......................................40

VIII

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

11

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

EMG – Eletromiografia

PEmax - Pressão Expiratória Máxima

PImax - Pressão Inspiratória Máxima

VVM - Ventilação Voluntária Máxima

CVF - Capacidade Vital Forçada

PEP - Pressão Expiratória Positiva

POE - Pletismografia Optoeletrônica

HUOL – Hospital Universitário Onofre Lopes

UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

TCLE - Termo de Consentimento Livre Esclarecido

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

VEF1 - Volume expiratório forçado no 1º segundo

FEF25-75% - Fluxo Expiratório Forçado entre 25-75%

PFE - Pico de Fluxo Expiratório

VEF1/CVF - Índice de Tiffenau

SNIP - Pressão Inspiratória Nasal

CRF - Capacidade Residual Funcional

RCp - Caixa Torácica Pulmonar

RCa - Caixa Torácica Abdominal

AB - Região Abdominal

Vt - Volume Corrente da Parede Torácica

Vt rcp - Volume Corrente da Caixa Torácica Pulmonar

Vt rca - Volume Corrente Caixa Torácica Abdominal

Vt ab - Volume Corrente da Região Abdominal

Vt rcp% - Porcentagem de Contribuição da Caixa Torácica Pulmonar

Vt rca% - Porcentagem de Contribuição da Caixa Torácica Abdominal

Vt ab% - Porcentagem de Contribuição da Região Abdominal

EELV - Volume Pulmonar Final Expiratório

EILV - Volume Pulmonar Final Inspiratório

IX

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

12

Vee cw - Volume Pulmonar Final Expiratório da Parede Torácica

Vee rcp - Volume Pulmonar Final Expiratório da Caixa Torácica Pulmonar

Vee rca - Volume Pulmonar Final Expiratório da Caixa Torácica Abdominal

Vee ab - Volume Pulmonar Final Expiratório da Região Abdominal

Vei cw - Volume Pulmonar Final Inspiratório da Parede Torácica

Vei rcp - Volume Pulmonar Final Inspiratório da Caixa Torácica Pulmonar

Vei rca - Volume Pulmonar Final Inspiratório da Caixa Torácica Abdominal

Vei ab - Volume Pulmonar Final Inspiratório da Região Abdominal

Ttot - Tempo Total

Tins - Tempo Inspiratório

Texp - Tempo Expiratório

VM - Volume Minuto

DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

X

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

13

RESUMO

Objetivo: Determinar os efeitos agudos de diferentes intensidades de pressão

expiratória positiva sobre o padrão respiratório e volumes operacionais de pacientes

com doença de Parkinson. Métodos: Foram eleitos para o estudo 23 pacientes em

estágios II ou III da doença, estando na condição “ON”, sendo 8 excluídos, e 15

controles saudáveis. Os indivíduos foram submetidos a uma avaliação inicial,

constando de dados gerais, avaliação antropométrica, função pulmonar e força

muscular respiratória. Após esta etapa inicial, realizou-se a avaliação dos volumes

pulmonares com pletismografia optoeletrônica associado a utilização de pressão

expiratória positiva (PEP) em três intensidades de pressão positiva, 10 cmH2O, 15

cmH2O e 20 cmH2O em ordem aleatória. Resultados: O grupo Parkinson

apresentou valores espirométricos e de força muscular respiratória

significativamente menores que o grupo controle (p<0.01). Houve diferença nos

valores de volume corrente (Vt) do grupo Parkinson em relação ao grupo controle na

respiração tranqüila (p<0.001) e aumento no Vt do grupo Parkinson com uso das

três intensidades de PEP (p<0.001), sem diferenças estatisticamente significativas

entre as intensidades e com diferença na distribuição compartimental do Vt entre os

grupos (p<0.001). O fluxo inspiratório médio e o volume minuto do grupo Parkinson

foram menores em relação ao grupo controle na respiração tranqüila (p<0.001) e

aumentaram com o uso das três intensidades de PEP (p<0.001), sem diferenças

estatisticamente significativas entre as intensidades. Houve diferença na variação

dos volumes operacionais entre os grupos em todas as intensidades de PEP (p <

0.001). O volume pulmonar expiratório final não aumentou no grupo Parkinson com

uso de PEP. O volume pulmonar inspiratório final aumentou no grupo Parkinson em

todas intensidades de PEP (p < 0.001), não havendo diferenças entre as

intensidades. Conclusão: Os pacientes com doença de Parkinson apresentam

alterações em diferentes componentes do padrão respiratório e a terapia com PEP

determina modificações clinicamente importantes nos volumes pulmonares,

considerando a intensidade de 10 cmH2O suficientes para este objetivo terapêutico.

Palavras-Chaves: Parkinson; Pressão Positiva; Pletismografia Optoeletrônica.

XI

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

14

ABSTRACT

Objective: To determine the acute effects of different intensities of positive

expiratory pressure on breathing pattern and operational lung volumes of patients

with Parkinson disease. Methods: We elected to study 23 patients with stage II and

III disease, being in the condition “ON”, 8 excluded, and 15 healthy controls. The

subjects underwent a baseline evaluation, in which general information,

anthropometric, lung function and respiratory muscle strength. After this initial stage,

there was the evaluation of optoelectronic plethysmography with lung volumes

associated with the use of positive expiratory pressure (PEP) in three intensities of

positive pressure 10 cmH2O, 15 cmH2O and 20 cmH2O in random order. Results:

The Parkinson's group showed values of spirometry and respiratory muscle strength

significantly lower than the control group (p <0:01). There were differences in levels

of tidal volume (Vt) of the Parkinson group compared to the control group in quiet

breathing (p <0.001) and increased Vt Parkinson group with use of the three

intensities of PEP (p <0.001), without statistically significant differences between the

intensities. There was a Vt compartmental distribution difference between the groups

(p <0.001). The mean inspiratory flow and minute volume of the Parkinson's group

were lower compared to the control group in quiet breathing (p <0.001) and

increased with the use of three intensities of PEP (p <0.001), without statistically

significant differences between the intensities. There was a difference in the variation

of operating lung volumes between groups in all intensities of PEP (p <0.001). The

end-expiratory lung volume did not increase in the Parkinson's group with PEP use.

The end-inspiratory lung volume increased in Parkinson's group in all intensities of

PEP (p <0.001), with no difference between the intensities. Conclusion: Patients

with Parkinson's disease show changes in different components of the breathing

pattern and PEP therapy provides clinically important changes in lung volumes,

considering the intensity of 10 cmH2O sufficient for therapeutic goal.

Key Words: Parkinson; Positive Pressure; Optoelectronic Plethysmography.

XII

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

15

1. INTRODUÇÃO

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

16

1.1. Doença de Parkinson

Parkinson é uma doença neurodegenerativa crônica e progressiva,

caracterizada por perda de neurônios dopaminérgicos na substância negra1 e a

presença de inclusão intracitoplasmática de eosinófilos (corpos de Lewy) nos

neurônios dopaminérgicos restantes2. Atribui-se a gênese da doença de Parkinson a

uma combinação de fatores genéticos e ambientais, mas o mecanismo exato do

desenvolvimento não foi completamente elucidado3. Adicionalmente, não existem

testes específicos de bioquímica ou genética para auxiliar no diagnóstico da doença

de Parkinson e apesar dos avanços tecnológicos dos exames de imagem, a

exemplo de ressonância magnética ou tomografia computadorizada, eles não tem

qualquer papel no diagnóstico da doença de Parkinson, mas podem ser útil para

excluir outras doenças como doenças cerebrovasculares, hidrocefalia e doença de

Wilson, em alguns casos selecionados.

Em relação ao diagnóstico da doença de Parkinson, ele permanece sendo

realizado através de avaliação clínica, com a presença dos três sinais clássicos:

tremor distal de repouso com frequência de 3 a 6 hertz, rigidez articular e

bradicinesia4. Outros sinais característicos se apresentam com a progressão da

doença, a exemplo da instabilidade postural. Sintomas não motores, tais como

hipomimia, apatia, depressão e distúrbio comportamental do sono REM podem

preceder o início dos sintomas motores5,6.

Em relação aos três sinais clássicos da doença de Parkinson, o tremor é bem

observado durante o repouso, principalmente nas mãos, com movimentos

denominados “rolar pílulas”. A bradicinesia, outro sinal característico, pode iniciar-se

como dificuldade em movimentar as mãos durante realização de atividades de vida

diária ou redução do balanço dos braços durante a marcha. A rigidez articular é

caracterizada por uma resistência ao teste de alongamento, podendo ser em cano

de chumbo (contínua) ou roda denteada (alternada). Os pacientes apresentam ainda

postura congelada, com dificuldade para iniciar a marcha, perda do balanço

harmônico e redução da distância dos passos denominada de marcha festinada7.

Devido às alterações no controle motor, os indivíduos com doença de

Parkinson apresentam dificuldades na realização de movimentos multi-articulares.

Previamente os autores Sande de Souza et al8 publicaram um trabalho que teve

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

17

como objetivo determinar se a lentidão dos movimentos era causada pela geração

de trajetórias não-lineares e / ou por uma redução / deficiência na modulação da

atividade elétrica do músculo avaliado pela eletromiográfia (EMG). Estes autores

avaliaram pacientes com doença de Parkinson, que realizaram movimentos multi-

articulares envolvendo cotovelo e ombro com reversão para três alvos no plano

sagital.

Os autores demonstraram que os pacientes com doença de Parkinson

apresentaram menor velocidade linear dos movimentos. Outro interessante achado

foi o padrão de atividade elétrica muscular observado na EMG. Os pacientes com

Parkinson mostraram uma dificuldade em modular a atividade de músculos

agonistas e antagonistas durante as fases de movimento diferentes. Os movimentos

de baixa velocidade foram atribuíveis à baixa atividade eletromiográfica e dificuldade

em modular as explosões de atividades musculares. O tremor foi o sinal que

dominou a atividade muscular, sendo resultado de uma contração muscular com

frequência de ativação de unidades motoras irregular, que pode ser considerado um

fator importante para a fraqueza muscular. Nestes pacientes o pico de torque e a

atividade elétrica analisada pela EMG estão reduzidos em 25% e 30%,

respectivamente9.

Outro importante achado nos pacientes com doença de Parkinson é a

diminuição da rotação do tronco assim como mudança de torque no tornozelo,

consistente com uma resposta de enrijecimento articular. Algumas evidencias

sugerem que a rigidez poderia ser causada pela ação combinada de fatores como a

co-contração, que interfere especialmente nas respostas assimétricas fisiológicas

nos músculos do tronco e nas amplitudes de resposta maior nos músculos agonistas

e antagonistas. A maior instabilidade postural nos pacientes com Parkinson ocorre

na perturbação do equilíbrio com deslocamento do corpo para trás10. Problemas

ósseos e articulares são comuns na doença de Parkinson, repercutindo na

diminuição da mobilidade, na postura anormal e no aumento do risco de quedas,

que pode estar relacionados a lesões no sistema músculo-esquelético. A

instabilidade no sistema músculo-esquelético está relacionada a evidências que

demonstram um maior risco dos pacientes com Parkinson sofrerem fraturas11.

Para avaliação da evolução funcional da doença de Parkinson, Hoehn e

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

18

Yarh12 desenvolveram uma escala que avalia a disfunção motora provocada pela

doença, sendo composta por 5 estágios, onde no estágio 1 o paciente apresenta

compromentimento unilateral, geralmente com mínima ou nenhuma alteração

funcional, no estágio 2 o paciente apresenta comprometimento bilateral sem déficit

de equilíbrio equilíbrio, no estágio 3 o paciente apresenta doença bilateral leve a

moderada, alguma instabilidade postural, mas com independência física, no estágio

4 o paciente apresenta incapacidade física grave, porém ainda é capaz de caminhar

ou permanecer em pé sem ajuda e no estágio 5 o paciente apresenta confinamento

à cama ou cadeira de rodas, a não ser que receba ajuda.

Estudos de incidência da doença de Parkinson são importantes para o

planejamento de cuidados de saúde e investigação epidemiológica. Em artigo de

revisão, Twelves et al13, analisaram a incidência da doença de Parkinson, em

diferentes países e encontraram uma variação de 16-19/100000/ano e

8.4/100000/ano, dependendo do país estudado. Cinco estudos encontraram

incidência significativamente maior nos homens. Esta revisão destaca as

dificuldades na realização de estudos de boa qualidade para avaliar incidência.

Em geral, a literatura relata uma incidência na população de 8.4-19 por

100.000 habitantes por ano, com uma prevalência aproximada de 120 por 100.000

habitantes5. No estudo de Rotterdam14, uma coorte prospectiva de base populacional

em individuos com idade superior ou igual a 55 anos, foram avaliadas a idade e as

taxas de incidência sexo-específicas de Parkisonismo e doença de Parkinson em

6.839 participantes que estavam livres de qualquer sinal da doença no início do

estudo. Após um período médio de acompanhamento de 5.8 anos, 132 indivíduos

com parkinsonismo incidente foram identificados, dos quais 67 indivíduos (51%)

desenvolveram doença de Parkinson. A incidência de parkinsonismo e doença de

Parkinson aumentou com a idade, com taxas de incidência crescente de 0.3/1000

indivíduos-ano em indivíduos com idades entre 55 e 65 anos, para 4,4/1000

indivíduos-ano para aqueles com idade maior ou igual a 85 anos. A incidência global

ajustada por idade de qualquer parkinsonismo não foi diferente em homens e

mulheres, mas os homens parecem ter maior risco para o desenvolvimento da

doença de Parkinson. Os pesquisadores concluíram que as taxas de incidência de

parkinsonismo e doença de Parkinson encontradas no estudo foram superiores às

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

19

relatadas pela maioria da literatura, possivelmente devido a triagem inicial e

acompanhamento cuidadoso da amostra. Não foram encontrados dados

epidemiológicos sobre a doença de Parkinson no Brasil.

Em relação ao tratamento farmacológico, a Levodopa é o mais eficiente

fármaco para diminuir e minimizar os sintomas da doença, especialmente a

bradicinesia e rigidez, com grau elevado de evidência nível A2. O tratamento com

Levodopa é particularmente eficaz em controlar bradicinesia e rigidez articular, no

entanto, as respostas do fármaco na fala, reflexos posturais e alterações na marcha

são menos propensas a acontecer15.

1.2. Função Pulmonar na Doença de Parkinson

As alterações no desempenho muscular também afetam o sistema

respiratório, com frequência sem sinais clínicos evidentes. Os pacientes com doença

de Parkinson apresentam frequentemente doença restritiva no sistema respiratório

associado à redução das pressões expiratória (PEmax) e inspiratória máximas

(PImax), redução do pico de fluxo expiratório e inspiratório16.

Os estudos sobre as alterações da função respiratória na doença de

Parkinson vêm merecendo destaque ao longo do tempo, embora não haja

unanimidade quanto aos fatores de comprometimento nem em relação à limitação

funcional imposta aos pacientes pelas alterações respiratórias. Foi demonstrado que

há presença de alteração da respiração nos portadores da doença de Parkinson, por

diminuição da amplitude do tórax e dos volumes pulmonares17. A complacência

pulmonar diminui pela limitação na extensão de tronco e limitação na amplitude

articular do tórax e na coluna vertebral. As alterações de amplitude articular do tórax

e na coluna vertebral são secundárias a artrose e outras alterações torácicas como a

cifoescoliose18,19 ou fibrose pleural20. Portanto, a amplitude torácica diminuída em

decorrência da postura em flexão do tronco e a degeneração ósteo-articular, altera o

eixo da coluna vertebral, o que repercute na mecânica da respiração21.

As alterações pulmonares estão associadas à diminuição das habilidades

motoras nos pacientes com Parkinson, tendo impacto direto na qualidade de vida. A

restrição pulmonar e suas consequências na mecânica respiratória influenciam

negativamente o desempenho das atividades do dia a dia, a exemplo de vestir

roupas, segurar objetos e cuidados de higiene pessoal22.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

20

As complicações respiratórias são consideradas umas das principais causas

de morte de pacientes com Parkinson. Alguns estudos demonstraram que estes

pacientes apresentam diferentes alterações de função respiratória, com presença de

padrão respiratório restritivo e diminuição da amplitude de mobilidade torácica23,24,

outros autores observaram presença de obstrução de vias aéreas superiores neste

tipo de paciente16,25, com alterações da curva fluxo-volume18,26. Há ainda relatos de

redução da ventilação voluntária máxima (VVM) e força muscular respiratória (PImax

e PEmax)27. A redução da VVM e do pico de fluxo expiratório deve-se à menor

coordenação e menor força de explosão muscular, resultando em pior desempenho

e redução na eficiência muscular durante atividades motoras, em parte explicadas

pela atividade anormal da musculatura agonista/antagonista28.

Em estudo realizado com pletismografia por indutância elétrica29, foi

investigada uma correlação entre a mobilidade toracoabdominal e a função

pulmonar em sete pacientes com doença de Parkinson e quatorze saudáveis

controles. Os autores também avaliaram a capacidade vital e capacidade vital

forçada (CVF). Foram encontradas diminuições na mobilidade torácica e na

mobilidade abdominal, o que permitiu os autores concluírem que a redução da

capacidade vital estava associada à redução da mobilidade torácia e à redução da

CVF estava relacionada à redução da mobilidade abdominal, apesar das poucas

relações de causa e efeito e da baixa capacidade do equipamento utilizado em

analisar disfunções do movimento no complexo toracoabdominal. Em outro estudo,

também com pletismografia por indutância elétrica, foi observada uma diminuição

significativa do volume corrente, da ventilação minuto e do fluxo inspiratório médio,

quando comparados com um grupo pareado de idosos saudáveis30.

Portanto a literatura evidencia que os pacientes com doença de Parkinson

apresentam fraqueza na musculatura respiratória, repercutindo com uma redução da

mobilidade torácica e abdominal, o que reduz a complacência do sistema

respiratório e a capacidade vital. Pode-se sugerir então a necessidade de

intervenções especificas no processo de reabilitação respiratória para prevenção

das alterações respiratórias que se instalam de forma progressiva e manutenção dos

volumes pulmonares adequados.

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

21

1.3. Fisioterapia na Doença de Parkinson

As evidências científicas sobre a Fisioterapia aplicada no tratamento da

doença de Parkinson tem aumentado relativamente, especialmente nos últimos

cinco anos, devido ao grande número de ensaios clínicos publicados, em sua grande

maioria abordando as disfunções motoras da doença31.

Os pesquisadores Ellis et al.32, através de um estudo randomizado, controlado

e cross-over, analisaram os efeitos de 12 sessões de Fisioterapia, consistindo de 5

minutos de aquecimento, 15 minutos de alongamento, 15 minutos de treinamento

funcional, 15 minutos de treino de equilíbrio e jogos recreativos. Neste estudo

observaram aumento da mobilidade da velocidade de caminhada e melhora no

desempenho das atividades de vida diária, concluindo que estes pacientes já se

beneficiam de programas curtos de fisioterapia.

Em outro estudo randomizado e controlado, Fisher et al.33 analisaram os

efeitos da Fisioterapia no desempenho de atividades motoras. Os participantes

foram divididos em três grupos de tratamento com duração de 8 semanas. O

primeiro grupo realizou treinamento em esteira ergométrica com suporte de peso. O

segundo grupo realizou sessões de alongamento, treinamento resistido e de

marcha. O terceiro grupo realizou apenas atividades educativas. Todos os grupos

apresentaram melhoras nos parâmetros de marcha, porém os pacientes que

treinaram em alta intensidade apresentaram melhoras mais significativas na

velocidade auto-selecionada de marcha e comprimento dos passos. Todos os

grupos apresentaram redução do tempo para sentar e levantar, porém quando

analisada a assimetria de distribuição do peso corporal, apenas os pacientes

treinados em alta intensidade apresentaram redução de assimetria, enquanto que os

demais apresentaram aumento.

Em relação à melhora de equilíbrio, Goodwin et al34 avaliaram os efeitos de

treinamento de equilíbrio, num estudo randomizado e controlado composto por 130

participantes durante 10 semanas. O protocolo consistia de caminhada lateral,

treinamento com steps, treinamento com tornozeleiras unilaterais, treinamento de

sentar e levantar com redução de suporte. Os resultados apontaram uma melhora

nos valores da escala de equilíbrio de Berg além do receio que o paciente tinha em

cair.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

22

No campo da Fisioterapia Respiratória, Burini et al.35, analisaram os efeitos do

treinamento aeróbico em pacientes com doença de Parkinson, através de um estudo

randomizado, controlado e cross-over. Os participantes do estudo realizaram 20

sessões de treinamento em cicloergômetro por 7 semanas, consistindo em 10

minutos de aquecimento a baixa intensidade, 30 minutos de treinamento em

intensidade entre 50% e 60% da frequência cardíaca máxima e mais 10 minutos de

resfriamento em baixa intensidade. Após o treinamento aeróbico houve aumento no

teste de caminhada de seis minutos e no pico de consumo de oxigênio.

Quanto ao treinamento muscular respiratório, Saleen et al.36, analisaram os

efeitos de um programa longo de treinamento da musculatura expiratória de

pacientes com doença de Parkinson através de equipamento de pressure threshold.

O protocolo de treinamento consistiu em 20 semanas de treinamento, onde a carga

de treinamento era aumentada semanalmente. Na quarta semana de protocolo os

pacientes já apresentavam aumento de 50% da pressão expiratória máxima e ao

final das 20 semanas o aumento foi de 126%. Os autores relataram que estas

adaptações fisiológicas na força muscular respiratória se assemelhavam a

adaptações musculares. Em outro estudo Inzelberg et al.37, analisaram os efeitos de

um programa específico de treinamento muscular inspiratório. No estudo, 20

pacientes com doença de Parkinson foram divididos em grupo tratamento e placebo.

O grupo tratamento recebeu treinamento específico por 12 semanas, sendo 6

sessões de 30 minutos cada por semana, iniciando com 15% de carga da pressão

inspiratória máxima e acrescentando 5% a 10% de carga a cada sessão. O grupo

placebo recebeu o mesmo tempo de treinamento, porém teve a pressão de

treinamento fixada em 7 cmH2O. Ao final do estudo, os pacientes do grupo

tratamento apresentaram aumento da pressão inspiratória máxima, aumento da

resistência muscular inspiratória e redução da percepção de dispnéia.

Portanto, tanto em relação à Fisioterapia Motora como à Fisioterapia

Respiratória existem evidências sobre a eficiência do tratamento utilizado. Apesar

dos resultados observados em vários estudos no âmbito da Fisioterapia Respiratória

seria bastante interessante a implementação de tratamentos que fossem além de

eficientes, de baixo custo e grande aplicabilidade.

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

23

1.4 Pressão Expiratória Positiva

A terapia por pressão expiratória positiva (PEP) foi desenvolvida pela

primeira vez na Dinamarca na década de 70, como um sistema de baixa pressão. A

terapia de PEP por alta pressão foi desenvolvida na Áustria, como um complemento

ou suplemento aos tradicionais métodos de desobstrução das vias aéreas, e o

tratamento usual era por máscaras facias38.

O dispositivo consiste em uma válvula unidirecional que proporciona a

geração de pressão positiva pela aplicação de força sobre uma área de superfície da

membrana diafragma39. O retardo do fluxo expiratório resulta em aumento da

pressão na boca, que é transmitida às vias aéreas, prevenindo o fechamento

prematuro das mesmas, mantendo-as abertas durante a expiração40.

O uso da PEP demonstrou ser eficiente em reduzir atelectasias através deste

retardo expiratório durante uma respiração normal, o que mantém os volumes

pulmonares aumentados, alongando a fase expiratória41. O benefício teórico da

terapia por PEP é aumentar a pressão intratorácica e, pela ventilação colateral,

aumentar a capacidade residual funcional42 e capacidade vital forçada43.

O Tratamento Fisioterapêutico com uso de PEP tem seu papel bem definido

em diversas doenças respiratórias, cardíacas e neuromusculares. Recentemente foi

publicada uma revisão sistemática44 que analisou o uso desta forma terapêutica no

pós operatório de cirurgias abdominais e torácicas. Tanto a sedação necessária para

o procedimento cirúrgico, quanto à restrição de mobilidade abdominal e torácica

causadas pela dor e cicatriz cirúrgica no pós operatório diminuem o recrutamento de

unidades alveolares e favorecem a formação de áreas de atelectasias. O aumento

da pressão alveolar causado pela PEP promove a reabertura destas unidades

alveolares e reversão das áreas de atelectasias, aumentando os volumes

pulmonares e promovendo uma melhora da relação ventilação/perfusão pulmonar. A

melhora da relação ventilação/perfusão pulmonar aumenta a oxigenação sanguínea

por redução do gradiente alvéolo arterial44.

No tratamento da Fibrose Cística, Mortensen et al.45 estudaram os efeitos da

PEP de 10 cmH2O a 20 cmH2O associada à expiração forçada para higiene

brônquica, utilizando a técnica de inalação de radioaerosol para determinar a

quantidade de secreção retida nas vias aéreas. Em sessões de 20 minutos estes

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

24

autores observaram um aumento da limpeza traqueobrônquica, com aumento do

volume de secreção expectorada, e redução na retenção de secreção

traqueobrônquica por períodos de até 3 horas, tanto em regiões pulmonares centrais

quantos em regiões pulmonares periféricas. Em outro estudo, Placidi et al.46

relataram que além do benefício de aumentar o volume de secreção expectorada, os

pacientes com Fibrose Cística apresentam maior frequência de tosse espontânea

com o uso da PEP. Adicionalmente, outros autores como Darbee et al.40 relataram

que as vias aéreas de pequeno calibre destes indivíduos são extremamente

instáveis, sendo facilmente comprimidas e colapsadas e que a terapia com PEP

estabiliza estas pequenas vias aéreas, melhorando a mecânica do fluxo expiratório,

aumentando o FEF25-75% (marcador de obstrução de vias aéreas periféricas) e VEF1

(marcador de obstrução de vias aéreas centrais). A redução desta obstrução permite

também uma redução no volume residual, acarretando aumento do volume corrente,

e maior remoção de secreção. A soma de todos os efeitos fisiológicos determina

uma melhor distribuição da ventilação.

Em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) a terapia

com PEP é frequentemente utilizada para reduzir a hiperinsuflação pulmonar, o que

melhora o desempenho ventilatório dos pacientes, principalmente aqueles

exacerbados que se encontram respirando num ponto perto da capacidade

pulmonar total47. Devido à redução do recuo elástico pulmonar provocado pela

DPOC, o ponto de igual pressão (ponto onde a pressão alveolar se iguala à pressão

pleural) ocorre em vias aéreas distais, o que favorece o colabamento das vias

aéreas. A PEP desloca o ponto de igual pressão, que ao invés de ocorrer em vias

aéreas distais de pouca estabilidade, passa a ocorrer em áreas mais centrais e

estáveis, evitando o aprisionamento de ar48. Na DPOC a eliminação de secreção

pode ser favorecida pela mudança dos volumes pulmonares e aumento do fluxo

expiratório causados pela PEP, assim como a hipercapnia durante a exarcebação da

doença pode ser minimizada com o aumento do volume corrente em decorrência da

redução da hiperinsuflação pulmonar49.

No tratamento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, Plebani et al.50

utilizaram a PEP em 8 crianças infectadas pelo vírus HIV, que apresentavam

recorrentes infecções pulmonares bacterianas. Após o uso por 12 meses (2 vezes

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

25

ao dia), houve uma redução do número de infecções pulmonares e necessidade de

tratamento com antibióticos. Os autores atribuíram os resultados favoráveis à maior

remoção de secreção pulmonar e otimização da ventilação.

1.5. Pletismografia Optoeletrônica

A Pletismografia Optoeletrônica (POE) é um instrumento capaz de medir

respiração a respiração mudanças do volume total da parede torácica e de seus

diferentes compartimentos (caixa torácica pulmonar, caixa torácica abdominal e

abdome) a partir de medidas ópticas de um número finito de deslocamentos de

pontos posicionados na superfície externa da parede torácica. É um método não

invasivo, não assume qualquer pressuposto do número de graus de liberdade da

parede torácica, não requer uso de bocal, clipe nasal ou qualquer dispositivo

acoplado ao indivíduo sendo estudado e apresenta um procedimento de calibração

relativamente simples, sem o uso de manobras respiratórias que necessitem da

cooperação do sujeito51.

O desenvolvimento da POE ocorreu a partir da década de 90, com o

aprimoramento tecnológico do processamento de imagens, protocolos experimentais

e métodos computadorizados que contribuíram para o aprimoramento de sistemas

optoeletrônicos para a análise de movimento de múltiplos pontos posicionados na

superfície corporal. Ferrigno et al.52, realizaram o primeiro estudo para avaliação de

parâmetros ventilatórios. Neste trabalho eles utilizaram 32 marcadores reflexivos

hemisféricos, que foram distribuídos em linhas verticais e horizontais na parede

torácica do indivíduo e o cálculo do volume pulmonar foi realizado através de um

modelo geométrico baseado em 54 tetraedros, porém os resultados obtidos

divergiam dos valores espirométricos.

Para melhorar a precisão de aferição, Cala et al.53 utilizaram um número

maior de marcadores, distribuindo 42 marcadores anteriores, 34 posteriores e 10

laterais, totalizando 86 marcadores. Os marcadores foram distribuídos em um

sistema de grades constituído por sete linhas horizontais, dispostas

circunferencialmente entre o nível das clavículas e as espinhas ilíacas ântero-

superiores. Ao longo das linhas horizontais, os marcadores foram distribuídos

anterior e posteriormente em cinco colunas verticais, havendo ainda duas colunas

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

26

nas linhas axilares médias. Os volumes de parede torácica foram calculados através

da triangulação dos pontos, sendo acrescentados 2 pontos virtuais para facilitar a

triangulação. Os volumes pulmonares obtidos tiveram uma correlação bem próxima

com os obtidos na espirometria.

Posteriormente, Gorini et al.54, acrescentaram mais 2 marcadores, utilizando

então 89 marcadores, distribuídos em sete linhas horizontais, cinco verticais, duas

médio-axilares e sete marcadores extras, dispostos em estruturas anatômicas entre

a fúrcula esternal e as clavículas até o nível da crista ilíaca ântero-superior, sendo

37 marcadores anteriores, 42 posteriores e dez laterais. Esta conformação permitiu

uma medida mais acurada dos volumes pulmonares ao serem comparados com os

valores obtidos pela espirometria e também permitiu a divisão anatômica da parede

torácica em três compartimentos55 conferindo as características da POE utilizada

atualmente.

Através do software da POE é possível medir as mudanças da forma

complexa da parede torácica durante a respiração, modelando a superfície

toracoabdominal. O movimento dos 89 marcadores (que são passivos e compostos

de uma fina película de papel reflectivo em hemisférios de plático com diâmetro de

5-10mm) na superfície toracoabdominal são captados automaticamente pelo sistema

analisador. Câmeras especiais de TV, que operam acima 100 quadros por segundo,

são sincronizadas com luzes de LED infravermelhas e um processador paralelo,

executa em tempo real algoritmos de reconhecimento e calcula com alta precisão as

coordenadas tridimensionais dos diferentes marcadores. Uma vez que as

coordenadas tridimensionais dos pontos pertencentes à superfície da parede

torácica tenham sido adquiridas, o volume da superfície fechada é calculada através

da ligação dos pontos para formar triângulos. A partir dos pontos medidos, um

modelo especial geométrico da parede torácica foi desenvolvido para descrever a

superfície da parede torácica total e dos seus compartimentos distintos.

Considerando o modelo geométrico do conjunto da superfície do tronco é possível a

obtenção das variações de volume da parede torácica, e, além disso, a contribuição

dos diferentes compartimentos para alteração de volume total56.

A eficácia e utilidade da POE já foi demonstrada em diversas circunstâncias:

os autores Vogiatzis et al.57 utilizaram a POE para identificar o padrão de resposta

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

27

dos volumes da parede torácia durante o exercício incremental máximo em

pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, identificando diferentes

padrões de comportamento do volume pulmonar expiratório final ou de

hiperinsuflação dinâmica. Nos hiperinsufladores dinâmicos precoces ocorre um

aumento progressivo do volume pulmonar expiratório final durante todo o exercício e

nos hiperinsufladores dinâmicos tardios o volume pulmonar expiratório final

permanece inalterado até 66% do pico de carga de trabalho e só à partir deste ponto

ocorre o aumento do volume pulmonar expiratório final.

Na terpaia intensiva, Aliverti et al.58 utilizaram a POE para analisar os efeitos

de diferentes ajustes de ventilação mecânica por pressão de suporte no padrão

ventilatório e cinemática da parede torácica de pacientes com lesão pulmonar

aguda/síndrome do desconforto respiratório agudo. O estudo determinou que em

diversas intensidades de pressão de suporte o volume minuto permaneceu

constante, havendo uma larga variação da frequência respiratória e volume corrente.

Pressões de suporte abaixo de 15 cm H2O promoveram uma maior contribuição da

caixa torácica no volume corrente.

Na análise de exercícios respiratórios, Bianchi et al.59 utilizaram a POE para

determinar se a cinemática da parede torácica pode contribuir para identificar as

rasões de alguns pacientes se beneficiarem da respiração com freno labial. Este

estudo demonstrou dois padrões distintos: no primeiro, a respiração com freno labial

reduziu os volume pulmonar final expiratório da parede torácica e do abdomen e

aumentou os volume pulmonar final inspiratório da parede torácica e caixa torácica,

onde a desinsuflação do abdomen e insuflação da caixa torácica contribuiram para o

aumento do volume corrente. No segundo, a respiração com freno labial aumentou o

volume pulmonar final expiratório da parede torácia e caixa torácia, aumentou

volume pulmonar final inspiratório da caixa torácica e abdomen, resultando em

redução do volume corrente.

No âmbito da Reabilitação Pulmonar, Georgiadou et al.60 utilizaram a POE

para determinar a regulação dos volumes compartimentais e de parede torácica

durante o exercício em pacientes com DPOC. O estudo concluiu que após a

Reabilitação Pulmonar houve redução na ventilação minuto, frequência respiratória,

volume pulmonar final expiratório e volume pulmonar final inspiratório da parede

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

28

torácica, acarretando aumento da reserva inspiratória.

Não há, portanto, na literatura científica informações sobre alterações de

padrão respiratório e volumes operacionais na doença de Parkinson, assim como

efeitos da PEP sobre estas alterações, avaliados através de POE. Devido às

características da doença respiratória restritiva que progressivamente se instala nos

pacientes com Parkinson, a utilização de um dispositivo como a PEP, eficiente em

melhorar a ventilação e os volumes pulmonares de baixo custo e grande

aplicabilidade domiciliar poderia auxiliar no tratamento e prevenção das

complicações respiratórias. O presente estudo se justifica por permitir uma melhor

compreensão destas alterações, assim como o seu tratamento.

1.6. Objetivos

1.6.1. Geral

Determinar os efeitos agudos de diferentes intensidades de PEP sobre o

padrão respiratório e volumes operacionais em pacientes com doença de Parkinson.

1.6.2. Específicos

Comparar os valores de função pulmonar e força muscular respiratória dos

pacientes com doença de Parkinson e sujeitos saudáveis;

Avaliar os efeitos agudos de diferentes intensidades de PEP sobre o volume

corrente de parede torácica e de todos os compartimentos em pacientes com

Parkinson e sujeitos saudáveis;

Avaliar os efeitos agudos de diferentes intensidades de PEP sobre a

frequência respiratória, fluxos respiratótios, volume minuto e tempo do ciclo

respiratório em pacientes com Parkinson e sujeitos saudáveis;

Avaliar os efeitos agudos de diferentes intensidades de PEP sobre os volumes

pulmonares finais inspiratórios e expiratórios de parede torácica e de todos os

compartimentos em pacientes com Parkinson e sujeitos saudáveis.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

29

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

30

2.1. Tipo de estudo

Trata-se de um estudo comparativo, analítico e de caráter transversal.

2.2. Amostra

O estudo foi realizado com uma amostra de conveniência, composta por 23

pacientes diagnosticados com doença de Parkinson encaminhados do ambulatório

de Neurologia do Hospital Universitário Onôfre Lopes (HUOL - UFRN) e 15 sujeitos

controles saudáveis, pareados por idade, gênero e índice de massa corporal.

2.2.1. Critérios de inclusão

Foram incluídos no estudo, (1) pacientes com diagnóstico de doença de

Parkinson, em estágios 2 ou 3 da doença, segundo escala de Hoehn and Yahr12,

estando na condição “ON”, ou seja, durante os efeitos da Levodopa e (2) não

apresentassem desordens cognitivas que impossibilitassem realização do protocolo.

2.2.2. Critérios de exclusão

Foram excluídos do estudo, (1) os pacientes que apresentaram alterações

pulmonares, além das causadas pela doença de Parkinson, (2) apresentaram

desconforto devido à aplicação da máscara (sensação de sufocamento, tontura ou

vertigens) e (3) desistiram de participar do estudo.

2.3. Local do Estudo

A pesquisa foi realizada no Laboratório de Desempenho

PneumoCardioVascular e Músculos Respiratórios do Departamento de Fisioterapia

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

2.4. Aspectos éticos

Todos os princípios éticos, dispostos na resolução no 196/96 do Conselho

Nacional de Saúde e na Declaração de Helsinki, a respeito de pesquisa clínica

envolvendo seres humanos, foram respeitados acerca da autonomia,

confidencialidade dos dados pessoais e garantia de que em qualquer momento da

pesquisa o voluntário estaria livre para interromper sua participação, sem nenhum

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

31

prejuízo ao mesmo. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

(CEP) do Hospital Universitário Onôfre Lopes sob o parecer no 063/2011

(APÊNDICE 1) e todos os pacientes assinaram o Termo de Consentimento Livre

Esclarecido – TCLE (APÊNDICE 2).

2.5. Procedimentos

Após os devidos esclarecimentos sobre os objetivos e métodos a serem

utilizados na pesquisa e a assinatura do TCLE foi realizada a avaliação inicial com

ficha própria elaborada pelos pesquisadores (APÊNDICE 3). Todos os pacientes e

sujeitos da pesquisa foram avaliados em relação a dados gerais, antropométricos,

função pulmonar e força muscular respiratória. Depois da etapa inicial, os

pacientes/sujeitos incluídos no estudo foram avaliados em relação ao uso da PEP

concomitantemente com a avaliação dos volumes pulmonares através da POE. Os

procedimentos foram realizados por um único avaliador, sendo executados todos no

mesmo dia. Abaixo na figura 1, observa-se o fluxograma do estudo.

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

32

Avaliados para elegibilidade (n = 23)

Figura 1: Fluxograma do estudo

Inclusão Excluídos (n = 8) Desistiram de participar do estudo

(n = 5) Apresentaram outras alterações pulmonares

(n = 1) Apresentaram desconforto com a máscara

(n = 2)

Grupo Parkinson (n = 15) Grupo controle (n = 15)

Avaliação inicial, antropométrica, função pulmonar e força muscular respiratória

Avaliação inicial, antropométrica, função pulmonar e força muscular respiratória

Randomização das intensidades de PEP (10, 15 e 20 cmH2O)

Randomização das intensidades de PEP (10, 15 e 20 cmH2O)

Respiração tranquila inicial Respiração tranquila inicial

Respiração na primeira intensidade de PEP Respiração na primeira intensidade de PEP

Recuperação Recuperação

Respiração na segunda intensidade de PEP Respiração na segunda intensidade de PEP

Recuperação Recuperação

Respiração na terceira intensidade de PEP Respiração na terceira intensidade de PEP

Recuperação Recuperação

P

O

E

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

33

2.5.1. Avaliação antropométrica

Os dados antropométricos foram mensurados através de uma balança

WELMY® modelo 110 FF (WELMY®, Santa Barbara do Oeste, Paraná, Brasil)

(Figura 2), calibrada por técnico do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e

Qualidade Industrial (INMETRO). A pesagem dos pacientes/sujeitos foi realizada

com os indivíduos com calcanhares unidos, panturrilhas, nádegas, dorso e região

occipital em contato com a régua antropométrica e a cabeça alinhada pelas mãos do

examinador. O índice de massa corporal foi determinado pela divisão do peso em

quilogramas pelo quadrado da altura em metros e classificado de acordo com a

Organização Mundial de Saúde em baixo quando menor que 20 Kg/m2, normal

quando entre 20 e 25 Kg/m2, sobrepeso quando entre 25,1 e 30 Kg/m2 e obesidade

quando acima de 30 Kg/m2.

Figura 2: balança WELMY® modelo 110 FF (WELMY®, Santa Barbara do Oeste,

Paraná, Brasil)

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

34

2.5.2. Prova de função pulmonar

O procedimento técnico, os critérios de aceitabilidade, reprodutibilidade,

valores de referências e interpretativos bem como a padronização e do equipamento

seguiram as recomendações da Sociedade Brasileira de Pneumologia61.

Resumidamente, cada paciente realizou o teste na posição sentada numa cadeira

confortável usando um clipe nasal e previamente à realização do teste, eles foram

instruídos detalhadamente de todos os procedimentos. Os pacientes respiraram

através de um bucal de papelão descartável colocado entre seus dentes e

assegurado que não havia vazamentos durante a respiração. A seguir, foi solicitado

que eles fizessem uma inspiração máxima (próximo à capacidade pulmonar total)

seguida de uma expiração máxima (próximo ao volume residual). Foram realizados

no máximo oito testes em cada paciente e considerados os três melhores sendo que

a variabilidade entre eles seja inferior a 5% ou 200mL. Foram considerados o

volume expiratório forçado no 1º segundo (VEF1), a capacidade vital forçada (CVF),

fluxo expiratório forçado entre 25-75% (FEF25-75%), pico de fluxo expiratório (PFE) e o

índice de Tiffenau (VEF1/CVF), sendo os maiores valores espirométricos

considerados para análise e comparados com os valores de referência validados

para a população brasileira62. O equipamento utilizado foi o DATOSPIR 120

(SibelMed Barcelona, Espanha) (Figura 3) acoplado a microcomputador e calibrado

diariamente.

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

35

Figura 3: Espirômetro DATOSPIR 120 (SibelMed Barcelona, Espanha).

2.5.3. Força muscular respiratória

A força dos músculos respiratórios foi avaliada utilizando-se um

manovacuômetro digital MICRO RPM (Micro Medical Ltd., Kent, Inglaterra) (Figura

4). Os testes foram realizados com os pacientes sentados e imediatamente após a

realização da prova de função pulmonar, porém respeitando um período de

descanso entre os testes. Antes de cada teste, os pacientes foram detalhadamente

orientados sobre os procedimentos e os resultados obtidos foram avaliados nos

seus valores absolutos e relativos. Para obtenção da força muscular expiratória, foi

solicitado aos pacientes que realizassem uma inspiração máxima (próxima a

capacidade pulmonar total), em seguida acoplassem a boca no aparelho e

realizassem uma expiração máxima. Para obtenção da força muscular inspiratória,

foi solicitado aos pacientes que realizassem uma expiração máxima (próxima ao

volume residual), em seguida acoplassem a boca no aparelho seguida e realizassem

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

36

inspiração máxima. Para cada avaliação, foi considerado o valor máximo obtido em,

no máximo cinco provas, desde que este valor não seja superior a 5% entre as três

melhores provas. Os valores obtidos foram comparados com uma curva de

normalidade previamente descrita61. O SNIFF teste, feito para a obtenção da

pressão inspiratória nasal (SNIP), foi realizado solicitando ao paciente que realize

uma expiração seguida de uma inspiração máxima, com uma fossa nasal aberta. A

máxima SNIFF (inspiração pelo nariz) foi obtida pela fossa nasal contralateral à

aberta, através de um plug com um orifício de aproximadamente 1mm, acoplado a

um cateter conectado ao manovacuômetro digital. O SNIFF teste foi realizado em 10

medidas separadas por um período de repouso de 30 segundos e foi realizado

desde a Capacidade Residual Funcional (CRF)63, utilizando-se as equações

descritas previamente64 para a obtenção dos valores de referência. Todas as

medidas foram registradas na ficha individual do paciente e foi escolhida a manobra

ou o resultado de maior valor.

Figura 4: Manovacuômetro digital MICRO RPM (Micro Medical Ltd., Kent, Inglaterra)

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

37

2.5.4. Pletismografia Optoeletrônica

Os volumes pulmonares foram avaliados através de um pletismógrafo

optoeletrônico (BTS – Bioengeneering, Milano, Itália) (Figura 5). Através deste

equipamento a cinemática e os volumes do complexo tóraco abdominal e de seus

compartimentos, caixa torácica pulmonar (RCp), caixa torácica abdominal (RCa) e

região abdominal (AB), divisão proposta por Aliverti et al.56. Antes do inicio de cada

avaliação, o avaliador realizou os ajustes das câmeras e a calibração do

equipamento. A técnica detalhada foi descrita em estudo previo53.

Brevemente, o sistema permite a análise cinemática computacional em três

dimensões do complexo tóraco abdominal através de 89 sensores ópticos aplicados

na superfície do complexo tóraco-abdominal captados através de câmeras infra-

vermelha56. Os sensores, pequenos hemisférios (6 mm de diâmetros) cobertos por

substância fixado no tórax dos pacientes/sujeitos através de adesivo dupla-face

antialérgico, foram colocados nas três regiões horizontais do complexo tóraco-

abdominal entre as clavículas e a espinha ilíaca ântero-superior dispostos em sete

linhas horizontais. Ao longo dessas linhas os marcadores foram posicionados na

região anterior (42), região posterior (37) e região lateral (10) em cinco colunas

verticais na região anterior e posterior e em duas colunas verticais adicionais na

linha axilar média (figura 6). Esta configuração proposta por Aliverti et al.56 é usada

para melhorar a precisão na avaliação do volume e definir anatomicamente as três

regiões ou compartimentos tóraco-abdominal: caixa torácica pulmonar, caixa

torácica abdominal e região abdominal como largamente descrito em diversos

estudos57,58,59,60.

As coordenadas dos sensores foram avaliadas usando um sistema de

configuração cinemática em seis câmaras com sensores fotossensível (três na

região anterior e três na região posterior) com uma frequência de aquisição de

imagens de 60 Hz. A partir das imagens captadas pelos sensores, os volumes do

complexo tóraco-abdominal foram computados por uma superfície de triangulação52.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

38

Figura 5: Plestismógrafo Optoeletrônico (BTS – Bioengeneering, Milano, Itália).

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

39

Figura 6: Disposição geral dos marcadores. Vista anterior, lateral e posterior

2.5.5. Avaliação dos volumes pulmonares durante o uso da PEP

Os pacientes/sujeitos foram sentados em banco sem encosto, onde

permaneceram com o tórax exposto, e posicionados entre as 6 câmeras do POE.

Todos foram orientados a repousar as mãos sobre as pernas e respirar normalmente

enquanto eram coletados os valores de respiração tranqüila inicial, por 200

segundos. Em seguida foi sorteada a ordem do uso da intensidade de pressão

positiva (10 cmH2O, 15 cmH2O e 20 cmH2O), sendo a sequência aleatorizada à fim

de evitar qualquer efeito residual. Todos os voluntários foram informados da ordem

selecionada. Após o sorteio, foram realizadas as avaliações dos volumes

pulmonares em cada intensidade de PEP. A PEP foi aplicada por mascara de EPAP

(Vital Signs, Atlanta, USA) e válvula de PEP ajustável (Vital Signs Inc., Totowa, NJ,

Estados Unidos) (Figura 7), sendo informado aos voluntários que haveria uma

resistência à expiração e que contraíssem a musculatura abdominal, caso

necessário. Cada intensidade de PEP foi aplicada por 200 segundos. Imediatamente

após aplicação de cada intensidade de PEP foram coletados os valores de

respiração em recuperação, também com duração de 200 segundos. Foram

analisadas as variáveis de tempo; volume corrente da parede torácica (Vt); volume

corrente da caixa torácica pulmonar (Vt rcp), volume corrente caixa torácica

abdominal (Vt rca), volume corrente da região abdominal (Vt ab), porcentagem de

contribuição de cada compartimento (Vt rcp%, Vt rca%, Vt ab%) no Vt, volume

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

40

pulmonar expiratório final da parede torácica (Vee,cw); volume pulmonar expiratório

final da caixa torácica pulmonar (Vee rcp), volume pulmonar expiratório final da caixa

torácica abdominal (Vee rca), volume pulmonar expiratório final da região abdominal

(Vee ab), volume pulmonar inspiratório final da parede torácica (Vei,cw); volume

pulmonar inspiratório final da caixa torácica pulmonar (Vei rcp), volume pulmonar

inspiratório final da caixa torácica abdominal (Vei rca), volume pulmonar inspiratório

final da região abdominal (Vei ab), tempo total respiratório (Ttot), tempo inspiratório

(Tins), tempo expiratório (Texp), freqüência respiratória, volume minuto (VM), fluxos

inspiratório e expiratório. As avaliações foram realizadas por um período de 200

segundos cada, através do software OEP- capture (BTS- Bioengeneering, Milano,

Itália). Para análise foram descartados os 30 segundos iniciais e finais de cada

coleta e analisada a média dos 30 segundos mais homogêneos dos 140 segundos

restantes através do software DIAMOV (Figura 8).

Figura 7: Posicionamento do paciente com a mascara de EPAP (Vital Signs, Atlanta,

USA) e válvula de PEP ajustável (Vital Signs Inc., Totowa, NJ, Estados Unidos)

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

41

Figura 8: Análise dos ciclos respiratórios no software DIAMOV .

2.6. Análise estatística

Os procedimentos estatísticos foram realizados através do software

GraphPadPrism versão 5.0. O tamanho da amostra foi calculado em estudo piloto

com 5 pacientes, baseado no desvio padrão da variável Vt. Considerando a

diferença de 0.1L, com power de 85% e um p ≤ 0.05, indicando um tamanho de

amostra de 15 pacientes. Os resultados estão apresentados em média e desvio

padrão para as variáveis paramétricas. A normalidade das variáveis foi avaliada pelo

teste de Shapiro-Wilk. Nas avaliações inter-grupos foi utilizado um teste t não

pareado. Foi utilizada uma ANOVA two way com pos-hoc de Bonferroni para

analisar as possíveis diferenças entre as variáveis estudadas durante aplicação de

diferentes intensidades de PEP em ambos os grupos.

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

42

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

43

Os resultados e discussões serão apresentados na forma de artigo que será

submetido à Revista Respiratory Physiology & Neurobiology.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

44

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS AGUDOS DE DIFERENTES INTENSIDADES DE PEP

SOBRE O PADRÃO RESPIRATÓRIO E VOLUMES OPERACIONAIS DE

PACIENTES COM PARKINSON

RESUMO

Objetivo: Determinar os efeitos agudos de diferentes intensidades de pressão

expiratória positiva sobre o padrão respiratório e volumes operacionais de pacientes

com doença de Parkinson. Métodos: Foram eleitos para o estudo 23 pacientes em

estágios II ou III da doença, estando na condição “ON”, sendo 8 excluídos, e 15

controles saudáveis. Os indivíduos foram submetidos a uma avaliação inicial,

constando de dados gerais, avaliação antropométrica, função pulmonar e força

muscular respiratória. Após esta etapa inicial, realizou-se a avaliação dos volumes

pulmonares com pletismografia optoeletrônica associado à utilização de pressão

expiratória positiva (PEP) em três intensidades de pressão positiva, 10 cmH2O, 15

cmH2O e 20 cmH2O em ordem aleatória. Resultados: O grupo Parkinson

apresentou valores espirométricos e de força muscular respiratória

significativamente menores que o grupo controle (p<0.01). Houve diferença nos

valores de volume corrente (Vt) do grupo Parkinson em relação ao grupo controle na

respiração tranqüila (p<0.001) e aumento no Vt do grupo Parkinson com uso das

três intensidades de PEP (p<0.001), sem diferenças estatisticamente significativas

entre as intensidades e com diferença na distribuição compartimental do Vt entre os

grupos (p<0.001). O fluxo inspiratório médio e o volume minuto do grupo Parkinson

foram menores em relação ao grupo controle na respiração tranqüila (p<0.001) e

aumentaram com o uso das três intensidades de PEP (p<0.001), sem diferenças

estatisticamente significativas entre as intensidades. Houve diferença na variação

dos volumes operacionais entre os grupos em todas as intensidades de PEP (p <

0.001). O volume pulmonar expiratório final aumentou no grupo Parkinson apenas

com uso de PEP10 (p < 0.05). O volume pulmonar inspiratório final aumentou no

grupo Parkinson em todas intensidades de PEP (p < 0.001), não havendo diferenças

entre as intensidades. Conclusão: Os pacientes com doença de Parkinson

apresentam alterações em diferentes componentes do padrão respiratório e a

terapia com PEP determina modificações clinicamente importantes nos volumes

pulmonares, considerando a intensidade de 10 cmH2O suficiente para este fim

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

45

terapêutico.

Palavras-Chaves: Parkinson; Pressão Positiva; Pletismografia Optoeletrônica.

Introdução

O Parkinson é uma doença neurodegenerativa crônica e progressiva que tem

como características neuropatológicas a degeneração de neurônios dopaminérgicos

na substância negra e a presença de inclusão intracitoplasmática de eosinófilos

(corpos de Lewy) nos neurônios dopaminérgicos restantes1.

Clinicamente a doença de Parkinson é caracterizada pelas alterações no

controle de movimento2-4 e estas alterações influenciam o sistema respiratório.

Devido à complexidade do sistema respiratório e suas características anatômicas as

alterações posturais de tronco e da parede torácica modificam a mecânica

respiratória nos pacientes com Parkinson5. Adicionalmente as alterações na

atividade fásica e tônica dos músculos da respiração também afetam o sistema

respiratório. Vários estudos observaram um padrão respiratório restritivo em

pacientes com Parkinson com diminuição da função pulmonar e redução da força e

endurance muscular respiratória6,-9, diminuição da complacência pulmonar10,11.

Portanto, a amplitude torácica diminuída12,13 em decorrência das alterações posturais

em flexão do tronco e a degeneração ósteo-articular, alteram o eixo da coluna

vertebral, o que repercute no mecânica respiratória. Portanto nos últimos anos a

Fisioterapia Respiratória vem desenvolvendo várias terapias com objetivo de

diminuir ou minimizar as possíveis complicações causada pelas doenças

respiratórias restritivas. Do ponto de vista prático, o mais adequado para os

pacientes com Parkinson seria a utilização de uma técnica ou dispositivo que fosse

confiavel, segura e de baixo custo para manutenção da permeabilidade das vias

aéreas e dos volumes pulmonares. O uso da Pressão Expiratória Positiva (PEP)

demonstrou reduzir atelectasias por oferecer uma retardo expiratório durante uma

respiração normal, o que mantém os volumes pulmonares aumentados14.

Adicionalmente a PEP aumenta a pressão intratorácica e, pela ventilação colateral, a

capacidade residual funcional15. Apesar da terapia por pressão positiva ter sido

utilizada em outras doenças respiratórias e cardíacas16,17, não é conhecida as

possíveis alterações que a PEP sob diferentes intensidades poderia induzir sobre os

volumes pulmonares da caixa torácica em pacientes como doença de Parkinson.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

46

O objetivo do presente estudo foi determinar os efeitos agudos de diferentes

intensidades de PEP sobre o padrão respiratório e volumes operacionais de

pacientes com doença de Parkinson através da pletismografica optoeletrônica que é

uma técnica que não requer a colaboração dos pacientes e permite uma avaliação

precisa não invasiva ciclo a ciclo respiratório das variações de volume da caixa

torácica e dos compartimentos caixa torácica pulmonar, caixa torácica abdominal e

abdomem18,19.

Métodos

Sujeitos

Foram recrutados para o estudo pacientes diagnosticados com doença de

Parkinson e grupo controle de sujeitos saudáveis, pareados pela idade, sexo e

índice de massa corporal. Foram incluídos no estudo pacientes com diagnóstico de

doença de Parkinson, em estágios II ou III da doença, segundo escala de Hoehn and

Yahr20, estando na condição “ON”, ou seja, durante os efeitos da Levodopa e não

apresentassem desordens cognitivas que impossibilitassem a realização do

protocolo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital

Universitário Onofre Lopes (parecer no 063/2011) e todos os pacientes assinaram o

Termo de Consentimento Livre Esclarecido.

Desenho do estudo

Os pacientes/sujeitos de ambos os grupos foram avaliados em um único dia,

sendo realizado em um primeiro momento a anamnese, exame físico composto por

verificação de sinais vitais (pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC) e

saturação periférica de oxigênio (SatO2) características antropométricas,

espirometria e força muscular respiratória. No segundo momento foi realizada a

avaliação dos volumes pulmonares antes, durante e após a realização do protocolo

experimental através da Pletismografia Optoeletrônica (POE).

Avaliação espirométrica

O procedimento técnico, os critérios de aceitabilidade, reprodutibilidade,

valores de referências e interpretativos bem como a padronização e o equipamento

seguiram as recomendações da Sociedade Brasileira de Pneumologia21. O

equipamento utilizado foi o DATOSPIR 120 (SibelMed Barcelona, Espanha)

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

47

acoplado a microcomputador e calibrado diariamente. Foram considerados o volume

expiratório forçado no 1º segundo (VEF1), a capacidade vital forçada (CVF), fluxo

expiratório forçado entre 25-75% (FEF25-75%), pico de fluxo expiratório (PFE) e o

índice de Tiffenau (VEF1/CVF), sendo os maiores valores espirométricos

considerados para análise e comparados com os valores de referência validados

para a população brasileira22.

Força muscular respiratória

A força dos músculos respiratórios foi avaliada utilizando-se um

manuvacuômetro digital MICRO RPM (Micro Medical Ltd., Kent, Inglaterra). Os

testes foram realizados com os pacientes sentados e imediatamente após a

realização da prova de função pulmonar, porém respeitando um período de

descanso entre os testes. Antes de cada teste, os pacientes foram detalhadamente

orientados sobre os procedimentos e os resultados obtidos foram avaliados nos

seus valores absolutos e relativos. Para cada avaliação, foi considerado o valor

máximo obtido em, no máximo cinco provas, desde que este valor não fosse

superior a 5% entre as três melhores provas. Os valores obtidos foram comparados

com uma curva de normalidade previamente descrita21. O teste da pressão

inspiratória nasal (SNIP) foi realizado em 10 medidas separadas por um período de

repouso de 30 segundos e foi realizado desde a Capacidade Residual Funcional

(CRF)23, utilizando-se as equações descritas previamente24 para a obtenção dos

valores de referência.

Pletismografia optoeletrônica (POE)

A pletismografia optoeletrônica foi utilizada para analise dos volumes do

complexo tóraco-abdominal e de seus compartimentos, caixa torácica pulmonar

(CTp), caixa torácica abdominal (CTa) e região abdominal (AB)25. Foi realizada

análise cinemática em três dimensões do complexo tóraco-abdominal através de 89

sensores ópticos aplicados na superfície do complexo tóraco-abdominal captados

através de câmeras infra-vermelha19,25. Foram dispostos 42 pontos reflexivos na

região anterior do tórax, 37 na região posterior e 10 na região lateral26.

Avaliação dos volumes pulmonares com uso PEP

Foi utilizada uma válvula de PEP com carga ajustável entre 0 cmH2O e 20

cmH2O (Vital Signs Inc., Totowa, NJ, Estados Unidos) acoplada a uma mascara

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

48

orofacial (Vital Signs, Atlanta, USA) adaptada ao sujeito através de um fixador

cefálico. A avaliação dos volumes pulmonares foi realizada em três momentos

distintos com cada intensidade de PEP: 1) respiração em repouso (RT), 2) durante

utilização da PEP e 3) após a utilização da PEP. A sequencia da intensidade de

carga a ser avaliada, (10,15 e 20 cmH2O) foi aleatorizada através de um sorteio

simples em envelope opaco. Em todos os momentos os pacientes/sujeitos adotaram

a posição sentada com as mãos sobre as coxas e braços afastada do tronco. Todas

as avaliações foram realizadas durante 5 minutos.

Análise das variáveis dos volumes pulmonares

Foram estudadas as variáveis de volume corrente da caixa torácica (Vt,cw) e

seus compartimentos; volume pulmonar final expiratório (EELV) e volume pulmonar

final inspiratório (EILV) e seus compartimentos, tempo inspiratório (Ti), expiratório

(Te) e tempo total do ciclo respiratório (Ttot), frequência respiratória (FR), volume

minuto (VM), fluxo médio inspiratório e fluxo médio expiratório. As analises foram

realizadas descartando os 30 segundos iniciais e finais de cada coleta e analisada a

média dos 30 segundos mais homogêneos dos 140 segundos restantes através do

software DIAMOV.

Análise estatística

Os procedimentos estatísticos foram realizados através do software GraphPadPrism

versão 5.0. O tamanho da amostra foi calculado baseado no desvio padrão da

variável Vt em estudo piloto com 5 pacientes. Considerando a diferença de 0.1L,

com power de 85% e um p ≤ 0.05, indicando um tamanho de amostra de 15

pacientes. Os resultados estão apresentados em média e desvio padrão para as

variáveis paramétricas. A normalidade das variáveis foi avaliada pelo teste de

Shapiro-Wilk. Nas avaliações inter-grupos foi utilizado um teste t não pareado. Foi

utilizada uma ANOVA two way com pos-hoc de Bonferroni para analisar as possíveis

diferenças entre as variáveis estudadas durante aplicação de diferentes intensidades

de PEP em ambos os grupos.

Resultados

Aspectos clínicos

O grupo Parkinson apresentou valores espirométricos e de força muscular

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

49

respiratória significativamente menores que o grupo controle (p < 0.01) (tabela 1).

Efeitos da PEP sobre o padrão respiratório

Vt,cw foi menor no grupo parkinson na respiração em repouso e em todas

intensidades de PEP (p < 0.001). Em ambos os grupos em todas as intensidades de

PEP houve aumento do Vt,cw (p < 0.001), não havendo diferenças entre as

intensidades de PEP no grupo Parkinson e havendo diferenças entre PEP10 e PEP15

(p < 0.05) e entre PEP10 e PEP20 (p < 0.001) no grupo controle. As intensidades de

PEP influenciaram de forma diferente o volume correte de cada compartimento em

ambos os grupos. No período de recuperação o Vt,cw retornou aos valores de

respiração tranqüila em ambos os grupos (figura 1). Houve diferença entre os grupos

na distribuição compartimental do Vt,cw durante a respiração tranqüila e em todas

as intensidades de PEP (p < 0.0001) (figura 2).

Em relação às variáveis de tempo do padrão respiratório, o Ttot, Ti e Te

foram menores no grupo Parkinson em comparação ao grupo controle durante a

respiração em repouso (p < 0.0001). Em todas as intensidades de PEP o Ttot e Ti

foram menores no grupo Parkinson (p < 0.0001). O Te foi maior no grupo Parkinson

em comparação ao grupo controle apenas com uso de PEP10 (p < 0.0001). O Ttot e

Te aumentaram no grupo de pacientes com Parkinson com uso de PEP10 e PEP20 (p

< 0.05). Em relação ao TI apenas durante a intensidade de PEP20 foram observadas

diferenças significativas (p < 0.01). No grupo controle o Ttot aumentou em todas as

intensidades de PEP (p < 0.001), sendo observadas diferenças entre PEP10 e PEP20

(p < 0.01) e foram observados aumentos no Ti em todas as intensidades de PEP

(p<0.001). O Te modificou-se apenas durante a utilização das PEP15 e PEP20

(p<0.001). No período de recuperação o Ttot, Ti e Te retornaram aos valores de

respiração em repouso como observado na figura 3.

Como detalhado na figura 4, o grupo parkinson apresentou maiores valores

no volume minuto, fluxo médio inspiratório e fluxo médio expiratório e menores

valores na FR durante a respiração em repouso em todas as intensidades de PEP (p

< 0.0001). O volume minuto aumentou no grupo Parkinson com uso da PEP15 (p <

0.05). Em ambos os grupos houve redução na FR e aumento no fluxo médio

inspiratório em todas intensidades de PEP (p < 0.001), não havendo diferenças

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

50

entre as intensidades.

Efeitos da PEP sobre os volumes operacionais

Houve diferença na variação do EELV entre os grupos em todas as

intensidades de PEP (p < 0.0001). O EELV não aumentou no grupo Parkinson com

uso de PEP (p < 0.05). No grupo controle o EELV diminuiu com uso de PEP15 e

PEP20 (p < 0.05), não havendo diferenças entre as intensidades. Houve diferença na

variação do EILV entre os grupos na respiração em repouso e em todas as

intensidades de PEP (p < 0.01). O EILV aumentou no grupo Parkinson em todas

intensidades de PEP (p < 0.001), não havendo diferenças entre as intensidades. No

grupo controle o EILV também aumentou em todas as intensidades de PEP (p <

0.001), havendo diferença entre as intensidades PEP10 e PEP20 (p < 0.01) (figura 5).

Os volumes operacionais retornaram aos valores de respiração de repouso no

período de recuperação em ambos os grupos.

Discussão

O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos agudos de diferentes

intensidades de PEP sobre o padrão respiratório e volumes operacionais de

pacientes com doença de Parkinson. Foram observadas modificações importantes

no padrão respiratório e nos volumes operacionais dos pacientes em todas as

intensidades de PEP.

Adicionalmente foi confirmado que os pacientes com Parkinson apresentaram

um padrão restritivo leve em comparação aos saudáveis. Previamente10 este padrão

foi relacionado à alterações posturais de limitação de extensão de tronco, que

alteram o eixo da coluna vertebral, e de mobilidade torácica, com redução de

amplitude articular do tórax, culminando com redução da complacência do sistema

respiratório. Os pacientes com Parkinson também apresentaram diminuição da força

muscular respiratória em comparação aos saudáveis. Sande de Souza et al2,

demonstraram que os pacientes com Parkinson apresentam redução da atividade

eletromiográfica do músculo esquelético e dificuldade de modular a ativação

simultânea de um grande número de unidades motoras, reduzindo,

consequentemente, o pico de torque. É possivel, de acordo com nosso resultados,

hipotetizar que o mesmo padrão possa repetir-se nos músculos respiratórios dos

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

51

pacientes com Parkinson.

Estudos experimentais27,28 demonstram que a dopamina desempenha um

importante papel neuromodulatório no controle da respiração e, apesar de não ter

sido objeto de análise do presente estudo, é plausível que a mesma possa estar

associada à redução do volume corrente nos pacientes com Parkinson.

A terapia por PEP proporcionou um aumento do volume corrente dos

pacientes com Parkinson, sendo o compartimento abdominal responsável por mais

da metade deste volume. Como não houve diferença entre as três intensidades de

pressão, recomendamos que a intensidade de 10 cm H2O seja suficiente para tal

finalidade terapêutica. Com os resultados observados nos sujeitos saudáveis, é

possível descrever que as alterações mais intensas nos volumes pulmonares que as

observadas nos pacientes com Parkinson estejam relacionadas à ausência de

restrição na caixa torácica e preservada força dos músculos respiratórios.

Adicionalmente, nos pacientes com Parkinson podemos atribuir a maior

atividade no compartimento abdominal devido à restrição de mobilidade torácica.

Este resultado difere dos achados de Parreira et al.29 que, mesmo obtendo valores

absolutos maiores, não encontraram diferenças significativas entre a contribuição do

compartimento abdominal em doentes com Parkinson e individuos saudáveis

durante a respiração tranquila. As diferenças dos resultados do presente estudo

com os apresentados por Parreira et al.29 possivelmente estão relacionados ao tipo

de equipamento utilizado no estudo destes autores. A Pletismografica por indutância

elétrica, utilizado pelos autores, apresenta uma menor precisão e está baseada em

apenas dois graus de liberdade para avaliar os movimentos da parede torácica e

seus compartimentos, desta forma sua capacidade e precisão é bastante diferente

da Pletismografia Optoeletrônica.

A terapia por pressão expiratória positiva proporcionou aumento do tempo

respiratório total e expiratório dos pacientes com Parkinson com a menor

intensidade utilizada, 10 cm H2O, porém o aumento do tempo inspiratório só foi

possível com 20 cm H2O, diferentemente dos saudáveis em que houve aumento em

todos as intensidades de pressão utilizada, com caráter ascendente. Este fato pode

ser atribuido ao padrão respiratório dos pacientes com Parkinson, caracterizado por

ser superficial com menor tempo total de ciclo respiratório, tempo inspiratório e

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

52

tempo expiratório em relação aos indivíduos saudáveis tanto na respiração tranquila

como em todos os intensidades de PEP. A frequência respiratória estava reduzida

nos pacientes com Parkinson com o uso de todos as intensidades de PEP e, como

não houve diferença entre as diferentes intensidades de PEP, recomendar o uso de

10 cm H2O seria suficiente para alcançar os objetivos terapêuticos. Em relação ao

volume minuto que é uma resultante da frequência respiratória e do volume corrente,

nos pacientes com doença de Parkinson apenas foi observado modificações no

volume minuto na intensidade de 15 cm H2O, em contraste com os indivíduos

saudáveis que aumentaram em todos as intensidades de PEP. Os autores Parreira

et al.29 descreveram em seus resultados a frequência respiratoria mais elevada e o

volume minuto inferior nos pacientes com doença de Parkinson em comparação aos

indivíduos saudáveis durante a respiração em repouso.

Em relação aos volumes operacionais, foi observado valores inferiores nos

pacientes com Parkinson em relação aos indivíduos saudáveis na variação do

volume pulmonar final inspiratorio e valores superiores na variação do volume

pulmonar final expiratório. O volume pulmonar expiratorio final nos pacientes com

Parkinson, não foi influenciado pelo uso de PEP, em contrapartida os indivíduos

saudáveis apresentaram variação negativa, com desinsuflação pulmonar com uso

de PEP15 e PEP20. A terapia com PEP influenciou modificações nos pacientes com

doença de Parkinson diferente ao observado em outras patologias, onde o uso de

PEP promove hiperinsuflação pulmonar30.

Concluímos que os pacientes com Parkinson apresentam alterações

importantes em diferentes componentes do padrão respiratório e que a terapia com

pressão expiratória positiva determina efeitos agudos sobre o padrão respiratório e

os volumes da parede torácica, considerando para recomendação terapêutica a

intensidade de 10 cmH2O.

REFERÊNCIAS

1. Shobha SR, Laura AH, Amer S. Parkinson’s disease: diagnosis and treatment. Am

Fam Physician 2006;74:2046-54, 2055-6.

2. Sande de Souza LA, Dionísio VC, Almeida GL. Multi-joint movements with

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

53

reversal in Parkinson's disease: Kinematics and electromyography. J Electromyogr

Kinesiol. 2011 Apr;21(2):376-83.

3. Brown P, Corcos DM, Rothwell JC. Brown P, Corcos DM, Rothwell JC. Does

parkinsonian action tremor contribute to muscle weakness in Parkinson's disease?

Brain. 1997;120:401-8.

4. Carpenter MG, Allum JH, Honegger F, Adkin AL, Bloem BR. Postural

abnormalities to multidirectional stance perturbations in Parkinson's disease. J

Neurol Neurosurg Psychiatry. 2004 Sep;75(9):1245-54.

5. Köseoglu F, Inan L, Ozel S et al. The effects of a pulmonary rehabilitation program

on pulmonary function tests and exercise tolerance in patients with Parkinson’s

disease. Funct Neurol 1997;12:319-325.

6. Hovestadt A, Bogaard JM, Meerwaldt JD et al. Pulmonary function in Parkinson's

disease. Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry 1989;52:329-333.

7. De Pandis MF, Starace A, Stefanelli F, Marruzzo P, Meoli I, De Simone G, Prati R,

Stocchi F. Modification of respiratory function parameters in patients with severe

Parkinson's disease. Neurol Sci. 2002 Sep;23 Suppl 2:S69-70.

8. Sathyaprabha TN, Kapavarapu PK, Pall PK, Thennarasu K, Raju TR. Pulmonary

functions in Parkinson's disease. Indian J Chest Dis Allied Sci. 2005;47(4):251-7.

9. Polatli M, Akyol A, Cildag O, Bayülkem K. Pulmonary function tests in Parkinson's

disease. Eur J Neurol. 2001;8(4):341-5.

10. Sabaté M, Rodríguez M, Mendez E, Enríquez E, González I. Obstructive and

restrictive pulmonary dysfunction increases disability in Parkinson disease. Arch

Phys Med Rehabil 1996b;77:29-34.

11. Brown LK. Respiratory dysfunction in Parkinson’s disease. Clin Chest Med

1994;15:715-727.

12. Cardoso SRX, Pereira JS. Análise da função respiratória na doença de

Parkinson. Arq Neuropsiquiatr 2002;60(1):91-95.

13. Pal PK, Sathyaprabha TN, Tuhina P, Thennarasu K. Pattern of subclinical

pulmonary dysfunctions in Parkinson's disease and the effect of levodopa. Mov

Disord. 2007;22(3):420-4.

14. Ricksten SE, Bengtsson A, Soderberg C, Thorden M, Kvist H. Effects of periodic

positive airway pressure by mask on postoperative pulmonary function. Chest

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

54

1986;89;774-781.

15. Myers TR. Positive expiratory pressure and oscillatory positive expiratory

pressure therapies. Respir Care 2007;52(10):1308–1326.19.

16. Mortensen J et al. The effects of postural drainage and positive expiratory

pressure physiotherapy on tracheobronchial clearance in cystic fibrosis. Chest. 1991

Nov;100(5):1350-7.

17. Placidi G et al. Chest physiotherapy with positive airway pressure: a pilot study of

short-term effects on sputum clearance in patients with cystic fibrosis and severe

airway obstruction. Respir Care 2006;51(10):1145–1153.

18. Aliverti A et al. Paradoxical movement of the lower ribcage at rest and during

exercise in COPD patients. Eur Respir J 2009; 33: 49–60.

19. Cala SJ, Kenyon C, Ferrigno G, Carnevali P, Aliverti A, Pedotti A, Macklem PT,

Rochester DF. Chest wall and lung volume estimation by optical reflectance motion

analysis. J Appl Physiol 81 (6): 2680-2689, 1996.

20. Hoehn MM, Yahr MD. Parkinsonism: onset, progression and mortality. Neurology.

1967;17(5):427-42.

21. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Diretrizes para Testes de

Função Pulmonar. J Pneumol 2002;28:1-221.

22. Pereira CAC, Sato T, Rodrigues SC. Novos valores de referência para

espirometria forçada em brasileiros adultos de raça branca. J. bras. pneumol. 2007;

33(4):397-406.

23. Heritier F, RahmF, Pasche P, Fitting JW. Sniff nasal inspiratory pressure: a

noninvasive assessment of inspiratory muscle strength. Am. J. Respir. Crit. Care

Med., 1994, 150:1678–1683.

24. Araújo P et al. Valores de Referência da Pressão Inspiratória Nasal em

Indivíduos Saudáveis no Brasil: Estudo Multicêntrico. J Bras Pneumol 2012;38(6)1-8.

25. Aliverti A, Pedotti A. Opto-electronic plethysmography. Monaldi Arch Chest Dis.

2003;59:1,12-16.

26. Gorini M, Iandelli I, Misuri G, Bertoli F, Filippelli M, Mancini M, Duranti R, Gigliotti

F, Scano G. Chest wall hyperinflation during acute bronchoconstriction in asthma.

Am J Respir Crit Care Med.1999;160:808–816.

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

55

27. Lalley PM. D1/D2-dopamine receptor agonist dihydrexidine stimulates inspiratory

motor output and depresses medullary expiratory neurons. Am J Physiol Regul Itegr

Com Physiol 2009 296: R1829–R1836.

28. Hedner J et al. Evidence for a dopamine interaction with the central respiratory

control system in the rat. Eur J Pharmacol. 1982 Jul 30;81(4):603-15.

29. Parreira VF, Guedes LU, QuintãoDG, Silveira EP, Tomich GM, Sampaio RF,

Britto RR, Goulart F. Padrão respiratório em pacientes portadores da doença de

parkinson e em idosos assintomáticos. ACTA FISIÁTRICA 2003;10(2): 61-66.

30. Dellaca RL et al. Estimation of end-expiratory lung volume variations by

optoelectronic plethysmography. Crit Care Med 2001; 29:1807–1811.

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

56

Tabela 1: Características antropométricas, de função pulmonar e força muscular

respiratória de ambos os grupos.

Grupo Parkinson

(n=15)

Grupo Controle

(n=15)

P valor

Idade (anos) 59.07 ± 9.34 58.80 ± 9.02 0.93

IMC (Kg/m2) 25.54 ± 3.03 26.20 ± 2.26 0.50

Gênero (M/F) 12/03 12/03 1.0

Diagnóstico (anos) 4.07 ± 2.84 - -

CVF (L) 3.09 ± 0.81 3.99 ± 0.93 <0.01

CVF (% pred) 80.8 ± 16.71 96.87 ± 13.46 <0.01

VEF1 (L) 2.58 ± 0.65 3.17 ± 0.73 0.02

VEF1 (% pred) 85 ± 16.51 96.53 ± 12.12 0.03

VEF1/ CVF 0.84 ± 0.06 0.80 ± 0.07 0.13

FEF25-75% 3.23 ± 0.89 3.62 ± 1.18 0.31

FEF25-75% (% pred) 112.1 ± 36.42 119.5 ± 32.69 0.56

PEF (L/s) 5.09 ± 1.39 8.04 ± 1.66 <0.01

PEF (% pred) 54.4 ± 15.82 83 ± 18.62 <0.01

PI max (cmH2O) 82.13 ± 28.59 126.5 ± 46.66 <0.01

PI max (% pred) 78.93 ± 23.33 120.8 ± 34.14 <0.01

PE max (cmH2O) 101.5 ± 21.76 136.7 ± 33.33 <0.01

PE max (% pred) 92.87 ± 17.65 124.7 ± 25.96 <0.01

SNIP (cmH2O) 72.80 ± 23.36 100.7 ± 27.87 <0.01

SNIP (% pred) 70.13 ± 23.09 96.67 ± 25.82 <0.01

IMC: índice de massa corporal; CVF: Capacidade vital forçada; VEF1: Volume expiratório forçado no 1o segundo; VEF1/CVF: índice de Tiffenau; FEF25-75%: Fluxo expiratório forçado entre 25-75%; PEF:pico expiratório de fluxo; PI max: Pressão inspiratória máxima; PE max: Pressão expiratória máxima; SNIP: pressão de SNIFF e % pred: porcentagem do predito.

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

57

Figura 1: Efeitos da PEP sobre o volume corrente de parede torácica e dos compartimentos.

Chest Wall

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

*

**

** ** **

****

* * *

†§

Vo

lum

e (L

)Pulmonary Rib Cage

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

0.0

0.5

1.0

1.5Parkinson

Control

*

* *

**** ** **

**

* * *

†§

Volu

me (

L)

Abdominal Rib Cage

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

0.0

0.5

1.0

1.5

**

*

** ** ******

*

§

Vo

lum

e (L

)

Abdominal

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

0.0

0.5

1.0

1.5

****

**

**

*

* *

**

*

††

Vo

lum

e (L

)

QB: respiração em repouso. R: recuperação. * diferença intragrupo comparada à respiração tranqüila, p<0.05. † diferença intragrupo comparada à PEP10, p<0.05. § diferença intragrupo comparada à PEP10, p<0.01. ** diferença intergrupos, p<0.05.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

58

Figura 2: Efeitos da PEP sobre a distribuição compartimental do volume corrente.

Parkinson

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

0

20

40

60

80

100

120

24.3

16.5

59.2

30.3

15.0

54.7

30.3

14.6

55.1

27.8

15.9

56.3

23.3

17.2

59.5

** ** ** ** **

Per

cen

tag

e

Control

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

0

20

40

60

80

100

120 Pulmonary Rib Cage

Abdominal Rib Cage

Abdominal34.7

18.1

47.2

33.1

15.2

51.7

33.5

15.3

51.2

33.2

17.3

49.5

37.1

17.9

45.0

Per

cen

tag

e

. QB: respiração em repouso. R: recuperação. ** diferença intergrupos, p<0.01.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

59

Figura 3: Efeitos da PEP sobre o tempo respiratório total, tempo inspiratório e tempo expiratório.

Total Time

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEPR

2

4

6

8

10

12

14

**

*

**

*

*

********

§

Tim

e (s

)

Inspiratory Time

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

1

3

5

**

*

** ** ** **

***

Tim

e (s

)

Expiratory Time

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

0

2

4

6

8

10Parkinson

Control

**********

* **

Tim

e (s

)

QB: respiração em repouso. R: recuperação. * diferença intragrupo comparada à respiração tranqüila, p<0.05. § diferença intragrupo comparada à PEP10, p<0.01. ** diferença intergrupos, p<0.05.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

60

Figura 4: Efeitos da PEP sobre a frequência respiratória, volume minuto, fluxo médio inspiratório e fluxo médio expiratótio.

Respiratory Frequency

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

5

10

15

20

**

**** **

*** *

*

* *

*Bre

ath

ing

per

min

ute

Minute Ventilation

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

5

10

15

20

25Parkinson

Control

****

** **

**

*

** *

Vo

lum

e (L

/m

in)

Mean Inspiratory Flow

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

0.0

0.5

1.0

****

** **

**

*

**

* *

*

Flo

w (

L/

s)

Mean Expiratory Flow

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

0.2

0.4

0.6

0.8

****

****

**

** *

Flo

w (

L/

s)

QB: respiração em repouso. R: recuperação. * diferença intragrupo comparada à respiração tranqüila, p<0.05. ** diferença intergrupos, p<0.05)

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

61

Figura 5: Efeitos da PEP sobre a variação dos volumes operacionais.

Chest Wall

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEPR

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

** ****

** ** *** * *

** **Par

kin

son

Vo

lum

e (L

)

Pulmonary Rib Cage

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

-0.5

0.0

0.5

1.0

** ******

** ****

* **

Abdominal Rib Cage

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

-0.25

0.00

0.25

0.50

**

** ** **

** *

Abdominal

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

EELV

EILV

**

**

*

**

Chest Wall

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

* *

* *

*

Co

ntr

ol

Vo

lum

e (L

)

Pulmonary Rib Cage

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

-0.5

0.0

0.5

1.0 * *

*

Abdominal Rib Cage

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

-0.25

0.00

0.25

0.50

* **

Abdomial

QB 10

PEP 15

PEP 20

PEP R

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0 * *

** *

QB: respiração em repouso. R: recuperação. EILV: volume pulmonar final inspiratório. EELV: volume pulmonar expiratório final. * diferença intragrupo comparada à respiração tranqüila, p<0.05. † diferença intragrupo comparada à PEP10, p<0.05. ** diferença intergrupos, p<0.05.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

62

4. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

63

Os resultados do presente estudo demonstram que os pacientes com

doença de Parkinson apresentam redução na força muscular respiratória e

alteração do padrão respiratório em conseqüência da redução da complacência

torácica. Adicionalmente foi observado nos pacientes com doença de

Parkinson um menor volume corrente e uma distribuição compartimental

alterada deste volume corrente, menor tempo total respiratório, maior

frequência respiratória e fluxos médios inspiratório e expiratório diminuídos em

relação a sujeitos saudáveis. Nos volumes operacionais, a doença de

Parkinson repercute com um menor aumento do volume inspiratório final e

ausência de redução do volume expiratório final.

As diferentes intensidades de PEP aumentaram o volume corrente em

pacientes com doença de Parkinson na mesma proporção, não influenciando

na distribuição compartimental do volume corrente. As diferentes intensidades

de PEP diminuíram na mesma proporção a frequência respiratória,

aumentaram na mesma proporção o fluxo médio inspiratório e não

influenciaram o fluxo médio expiratório em pacientes com doença de

Parkinson. As diferentes intensidades de PEP atuaram de forma diferente no

volume minuto, tempo total respiratório, tempo inspiratório e tempo expiratório.

Os volumes operacionais foram influenciados de forma diferente pelas

intensidades de PEP tanto nos pacientes com doença de Parkinson quanto nos

saudáveis.

Diante do exposto podemos sugerir que a terapia com Pressão

Expiratória Positiva é eficaz na promoção alterações agudas do padrão

respiratório de pacientes com doença de Parkinson e que a intensidade de 10

cmH2O é suficientes para induzir as modificações nos volumes pulmonares. A

partir do presente estudo, pesquisas futuras podem ser realizadas para

determinar os efeitos a longo prazo da terapia com PEP no padrão respiratório

e volumes operacionais de pacientes com doença de Parkinson.

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

64

5. REFERÊNCIAS

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

65

1. Wang Y et al. Hypoxia promotes dopaminergic differentiation of

mesenchymal stem cells and shows benefits for transplantation in a rat model

of Parkinson’s disease. PLoS One. 2013;8(1):e54296.

2. Shobha SR, Laura AH, Amer S. Parkinson’s disease: diagnosis and

treatment. Am Fam Physician 2006;74:2046-54.

3. Béné R, Antić S, Budisić M, Lisak M, Trkanjec Z, Demarin V, Podobnik-

Sarkanji S. Parkinson's disease. Acta Clin Croat. 2009 Sep;48(3):377-80.

4. Italian Neurological Society, Italian Society of Clinical Neurophysiology.

Guidelines for the treatment of Parkinson’s disease 2002. The diagnosis of

Parkinson’s disease. Neurol Sci 2003;(24 suppl 3):S157-64.

5. Khoo TK, Burn DJ. Non-motor symptoms may herald Parkinson's disease.

Practitioner. 2009;253(1721):19-24.

6. Stocchi F, Barbato L, Nordera G, Berardelli A, Ruggieri S. Sleep disorders in

Parkinson's disease. J Neurol 1998;245 Suppl 1:S15-8.

7. Rao G, Fisch L, Srinivasan S, D’Amico F, Okada T, Eaton C et al. Does this

patient have Parkinson’s disease? JAMA 2003;289:251.

8. Sande de Souza LA, Dionísio VC, Almeida GL. Multi-joint movements with

reversal in Parkinson's disease: Kinematics and electromyography. J

Electromyogr Kinesiol. 2011 Apr;21(2):376-83.

9. Brown P, Corcos DM, Rothwell JC. Brown P, Corcos DM, Rothwell JC. Does

parkinsonian action tremor contribute to muscle we akness in Parkinson's

disease? Brain. 1997;120:401-8.

10. Carpenter MG, Allum JH, Honegger F, Adkin AL, Bloem BR. Postural

abnormalities to multidirectional stance perturbations in Parkinson's disease. J

Neurol Neurosurg Psychiatry. 2004 Sep;75(9):1245-54.

11. Gnädingera M, Mellinghoffb HU, Kaelin-Langc A. Parkinson’s disease and

the bones. Swiss Med Wkly. 2011;141:131-54.

12. Hoehn MM, Yahr MD. Parkinsonism: onset, progression and mortality.

Neurology. 1967;17(5):427-42.

13. Twelves D, Perkins KS, Counsell C. Systematic review of incidence studies

of Parkinson's disease. Mov Disord. 2003 Jan;18(1):19-31.

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

66

14. de Lau LM, Giesbergen PC, de Rijk MC, Hofman A, Koudstaal PJ, Breteler

MM. Incidence of parkinsonism and Parkinson disease in a general population:

the Rotterdam Study. Neurology. 2004 Oct 12;63(7):1240-4.

15. Goetz CG, Poewe W, Rascol O, Sampaio C. Evidence-based medical

review update: pharmacological and surgical treatments of Parkinson’s disease:

2001 to 2004. Mov Disord 2005;20:523-39.

16. Hovestadt A, Bogaard JM, Meerwaldt JD et al. Pulmonary function in

Parkinson's disease. Journal of Neurology, Neurosurgery, and Psychiatry

1989;52:329-333.

17. Köseoglu F, Inan L, Ozel S et al. The effects of a pulmonary rehabilitation

program on pulmonary function tests and exercise tolerance in patients with

Parkinson’s disease. Funct Neurol 1997;12:319-325.

18. Izquierdo-Alonso JL, Jimenez-Jimenez FJ, Cabrera-Valdivia F, Mansilla-

Lesmes M. Airway dysfunction in patients with Parkinson’s disease. Lung

1994;172:47-55.

19. Sabaté M, Rodríguez M, Mendez E, Enríquez E, González I. Obstructive

and restrictive pulmonary dysfunction increases disability in Parkinson disease.

Arch Phys Med Rehabil 1996b;77:29-34.

20. Brown LK. Respiratory dysfunction in Parkinson’s disease. Clin Chest Med

1994;15:715-727.

21. Sabaté M, González I, Ruperez F, Rodríguez M. Obstructive and restrictive

pulmonary dysfunctions in Parkinson’s disease. J Neurol Sci 1996a;138:114-

119.

22. Sabaté M, Rodríguez M, Méndez E, Enríquez E, González I. Obstructive

and restrictive pulmonary dysfunction increases disability in Parkinson disease.

Arch Phys Med Rehabil. 1996;77(1):29-34.

23. Cardoso SRX, Pereira JS. Análise da função respiratória na doença de

Parkinson. Arq Neuropsiquiatr 2002;60(1):91-95.

24. Pal PK, Sathyaprabha TN, Tuhina P, Thennarasu K. Pattern of subclinical

pulmonary dysfunctions in Parkinson's disease and the effect of levodopa. Mov

Disord. 2007;22(3):420-4.

25. Vincken WG, Darauay CM, Cosio MG. Reversibility of upper airway

obstruction after levodopa therapy in Parkinson's disease. Chest 1989;96;210-

212.

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

67

26. De Pandis MF, Starace A, Stefanelli F, Marruzzo P, Meoli I, De Simone G,

Prati R, Stocchi F. Modification of respiratory function parameters in patients

with severe Parkinson's disease. Neurol Sci. 2002 Sep;23 Suppl 2:S69-70.

27. Sathyaprabha TN, Kapavarapu PK, Pall PK, Thennarasu K, Raju TR.

Pulmonary functions in Parkinson's disease. Indian J Chest Dis Allied Sci.

2005;47(4):251-7.

28. Polatli M, Akyol A, Cildag O, Bayülkem K. Pulmonary function tests in

Parkinson's disease. Eur J Neurol. 2001;8(4):341-5.

29. Tamaki A, Matsuo Y, Yanagihara T, Abe K. Influence of thoracoabdominal

movement on pulmonary function in patients with Parkinson’s disease

comparison with healthy subjects. Neurorehabilitation and Neural Repair.

2000;14:43-47.

30. Parreira VF, Guedes LU, QuintãoDG, Silveira EP, Tomich GM, Sampaio

RF, Britto RR, Goulart F. Padrão respiratório em pacientes portadores da

doença de parkinson e em idosos assintomáticos. ACTA FISIÁTRICA

2003;10(2): 61-66.

31. Tomlinson CL et al. Physiotherapy intervention in Parkinson’s disease:

systematic review and meta-analysis. BMJ 2012;345:e5004.

32. Ellis T et al. Efficacy of a physical therapy program in patients with

Parkinson’s disease: a randomized controlled trial. Arch Phys Med Rehabil

2005;86:626-32.

33. Fisher B et al. The effect of exercise training in improving motor

performance and corticomotor excitability in persons with early Parkinson's

disease. Arch Phys Med Rehabil. 2008 July ;89(7):1221–1229.

34. Goodwin V et al. An exercise intervention to prevent falls in people with

Parkinson’s disease: a pragmatic randomized controlled trial. J Neurol

Neurosurg Psychiatry 2011;82:1232-1238.

35. Burini D et al. Respiratory muscle strength training: treatment and response

duration in a patient with early idiopathic Parkinson's disease. EURA

MEDICOPHYS 2006;42:231-8.

36. Saleem et al. Respiratory muscle strength training: treatment and response

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

68

duration in a patient with early idiopathic Parkinson's disease.

NeuroRehabilitation. 2005;20(4):323-33.

37. Inzelberg R et al. Inspiratory Muscle training and the perception of dyspnea

in Parkinson’s disease. Can. J. Neurol. Sci. 2005; 32: 213-217.

38. Pryor JA. Physiotherapy for airway clearance in adults. Eur Respir J

1999;14(6):1418–1424.

39. Banner MJ, Lampotang S, Boysen PG, Hurd TE, Desautels DA. Flow

resistance of expiratory positive-pressure valve systems. Chest. 1986

Aug;90(2):212-7.

40. Darbee J et al. Physiologic evidence for the efficacy of positive expiratory

pressure as an airway clearance technique in patients with cystic fibrosis. PHYS

THER. 2004; 84:524-537.

41. Hsu LL, Batts BK, Rau JL.Positive expiratory pressure device acceptance

by hospitalized children with sickle cell disease is comparable to incentive

spirometry. Respir Care. 2005 May;50(5):624-7.

42. Myers TR. Positive expiratory pressure and oscillatory positive expiratory

pressure therapies. Respir Care 2007;52(10):1308–1326.

43. Ricksten SE, Bengtsson A, Soderberg C, Thorden M, Kvist H. Effects of

periodic positive airway pressure by mask on postoperative pulmonary function.

Chest 1986;89;774-781.

44. Orman J, Westerdahl E. Chest physiotherapy with positive expiratory

pressurebreathing after abdominal and thoracic surgery: a systematic review.

Acta Anaesthesiol Scand 2010; 54: 261–267.

45. Mortensen J et al. The effects of postural drainage and positive expiratory

pressure physiotherapy on tracheobronchial clearance in cystic fibrosis. Chest.

1991 Nov;100(5):1350-7.

46. Placidi G et al. Chest physiotherapy with positive airway pressure: a pilot

study of short-term effects on sputum clearance in patients with cystic fibrosis

and severe airway obstruction. Respir Care 2006;51(10):1145–1153.

47. Olsén M, Westerdahl E. Positive expiratory pressure in patients with chronic

obstructive pulmonary disease – a systematic review. Respiration 2009;77:110–

118.

48. Khirani S et al. Positive end expiratory pressure and expiratory flow

limitation: a model study. Acta Biotheor. 2001;49(4):277-90.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

69

49. Bellone A et al. Short-term effects of expiration under positive pressure in

patients with acute exacerbation of chronic obstructive pulmonary disease and

mild acidosis requiring non-invasive positive pressure ventilation. Intensive Care

Med. 2002 May;28(5):581-5.

50. Plebani A et al. Usefulness of chest physiotherapy with positive expiratory

pressure (PEP)-mask in HIV-infected children with recurrent pulmonary

infections. Acta Paediatr. 1997 Nov;86(11):1195-7.

51. Parreira V et al. Pletismografia optoeletrônica: uma revisão da literatura.

Rev Bras Fisioter. 2012;16(6):439-53.

52. Ferrigno G, Carnevali P, Aliverti A, Molteni F, Beulke G, Pedotti, A. Three-

dimensional optical analysis of chest wall motion. J Appl Physiol 1994.;77 (3):

1224-1231.

53. Cala SJ, Kenyon C, Ferrigno G, Carnevali P, Aliverti A, Pedotti A, Macklem

PT, Rochester DF. Chest wall and lung volume estimation by optical reflectance

motion analysis. J Appl Physiol 1996;81 (6): 2680-2689.

54. Gorini M, Iandelli I, Misuri G, Bertoli F, Filippelli M, Mancini M, Duranti R,

Gigliotti F, Scano G. Chest wall hyperinflation during acute bronchoconstriction

in asthma. Am J Respir Crit Care Med.1999;160:808–816.

55. Ward ME, Ward JW, Macklem PT. Analysis of human chest wall motion

using a two-compartment rib cage model. J Appl Physiol 1992;72:1338–1347.

56. Aliverti A, Pedotti A. Opto-electronic plethysmography. Monaldi Arch Chest

Dis. 2003;59:1,12-16.

57. Vogiatzis I et al. Patterns of dynamic hyperinflation during exercise and

recovery in patients with severe chronic obstructive pulmonary disease. Thorax.

2005;60(9):723-9.

58. Aliverti A, Carlesso E, Dellacà R, Pelosi P, Chiumello D, Pedotti A, et al.

Chest wall mechanics during pressure support ventilation. Crit Care.

2006;10(2):R54.

59. Bianchi R, Gigliotti F, Romagnoli I, Lanini B, Castellani C, Binazzi B, et al.

Patterns of chest wall kinematics during volitional pursed-lip breathing in COPD

at rest. Respir Med. 2007;101(7):1412-8.

60. Georgiadou O, Vogiatzis I, Stratakos G, Koutsoukou A, Golemati S, Aliverti

A, et al. Effects of rehabilitation on chest wall volume regulation during exercise

in COPD patients. Eur Respir J. 2007;29(2):284-91.

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

70

61. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Diretrizes para testes de

função pulmonar. J Pneumol 2002;28:1-221.

62. Pereira CAC, Sato T, Rodrigues SC. Novos valores de referência para

espirometria forçada em brasileiros adultos de raça branca. J. bras. pneumol.

2007; 33(4):397-406.

63. Heritier F, Rahm F, Pasche P, Fitting JW. Sniff nasal inspiratory pressure: a

noninvasive assessment of inspiratory muscle strength. Am J Respir Crit Care

Med 1994; 150:1678–1683.

64. Araújo P et al. Valores de referência da pressão inspiratória nasal em

indivíduos saudáveis no Brasil: estudo multicêntrico. J Bras Pneumol

2012;38(6)1-8.

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

71

APÊNDICES

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

72

APÊNDICE 1

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

73

APÊNDICE 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA

PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

TÍTULO DA PESQUISA: AVALIAÇÃO DOS EFEITOS AGUDOS DE

DIFERENTES INTENSIDADES DE PEP SOBRE O PADRÃO RESPIRATÓRIO

E VOLUMES OPERACIONAIS DE PACIENTES COM PARKINSON

INVESTIGADORES: Prof° Dr° Guilherme Augusto de Freitas Fregonezi; Murillo

Frazão de Lima e Costa

OBJETIVOS: O(a) senhor(a) está sendo convidado(a) a participar,

voluntariamente, de uma pesquisa que tem como objetivo observar o efeito

imediato da aplicação da pressão positiva expiratória (PEP) sobre a cinemática

do complexo tóraco-abdominal de pacientes acometidos por Doença de

Parkinson (DP).

RISCOS: Os riscos são mínimos, pois todos os testes são feitos através da

respiração, ou seja, não serão realizados testes que envolvam corte, injeção ou

coleta de sangue. Durante a aplicação da PEP haverá um pesquisador todo o

tempo do lado do paciente, e a qualquer sinal de desconforto como cefaléias e

vertigens, haverá uma pausa na terapia. O participante será indenizado pelos

pesquisadores caso haja algum dano devido à pesquisa. Se houver algum

gasto relacionado com a pesquisa, os pesquisadores se responsabilizarão pelo

ressarcimento deste valor ao participante.

POSSÍVEIS BENEFÍCIOS: Além dos resultados obtidos através da avaliação

da função respiratória e volumes pulmonares através de sistemas modernos de

captação de imagens, o mesmo poderá se beneficiar com a aplicação da PEP

para melhorar a oxigenação e o aumentar do volume pulmonar.

CONFIDENCIALIDADE: Serão realizados todos os esforços para manter a

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

74

confidencialidade durante este estudo. Somente suas iniciais identificarão as

informações coletadas. Os registros que lhe identifica e este termo de

consentimento poderá ser inspecionado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

UFRN. Os resultados da pesquisa serão divulgados sem a identificação dos

indivíduos e serão cumpridas as exigências da Resolução no 196/96 do

Conselho Nacional de Saúde que trata sobre bioética e poderão vir a ser

apresentados em congressos e/ou publicados.

PARTICIPAÇÃO/RETIRADA VOLUNTÁRIA DO ESTUDO: A sua participação

neste estudo é voluntária. Você é livre para aceitar participar deste estudo ou

poderá se retirar do estudo a qualquer momento.

AUTORIZAÇÃO:

Eu, _________________________________________________ declaro estar

ciente e informada sobre os procedimentos de realização da pesquisa,

conforme explicados acima, e aceito participar voluntariamente da mesma.

Assinatura:____________________________________

Data: ____/____/____

Em caso de dúvidas favor entrar em contato com os pesquisadores

responsável ou Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte através dos endereços citados abaixo ou por

telefone/e-mail.

Guilherme Augusto Freitas Fregonezi

e-mail: [email protected] ou [email protected]

Telefone: (84) 81362728

Endereço: Rua Praia do Futuro, 130 Aptº 201 Bairro: Nova Parnamirim,

Parnamirim-RN

Murillo Frazão de Lima e Costa

e-mail: [email protected]

Telefone: (83) 9362-2322

Endereço: Rua Enseada, 36, casa 3, Ponta de Campina, Cabedelo-PB

Comitê de Ética em Pesquisa:

Endereço: Praça do Campus, Campus Universitário, CP 1666- Natal/RN. CEP:

59078-970-Brasil

Contato: Telefone: (84) 3215-3135; E-mail: [email protected]

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

75

APÊNDICE 3

FICHA DE COLETA

Laboratório de Desempenho PneumoCardioVascular e

Músculos respiratórios

PROTOCOLO: ARQUIVO: PASTA/PC:

Pesquisador Responsável:

DADOS PESSOAIS Data:

Nome:

Responsável:

Endereço:

Telefone: Sexo:

Idade: Data de nascimento:

Diagnóstico:

Tempo de diagnóstico:

Antecedentes pessoais:

Tabagismo/anos:

Medicação:

MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Data:

Peso: Altura: IMC:

PROVA DE FUNÇÃO PULMONAR

Dados REF Data: Data:

Data: Data:

CVF

VEF1

FEF 25% -

75%

PEF

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES EMG – Eletromiografia PEmax - Pressão Expiratória Máxima PImax - Pressão Inspiratória Máxima

76

FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA

PIMAX

PEMAX

SNIFF