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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
JEFERSON DENER SENA BARBOSA
ANÁLISE DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO DAS INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS BANCÁRIAS LISTADAS NA BM&FBOVESPA: um estudo dos
indicadores de rentabilidade e fluxo de caixa diante da crise econômica e política
brasileira entre 2012 e 2016.
Natal/RN
2017
2
JEFERSON DENER SENA BARBOSA
ANÁLISE DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO DAS INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS BANCÁRIAS LISTADAS NA BM&FBOVESPA: um estudo dos
indicadores de rentabilidade e fluxo de caixa diante da crise econômica e política
brasileira entre 2012 e 2016.
Monografia apresentada à Coordenação do Curso
de Ciências Contábeis da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte como requisito para a
obtenção do título de Bacharel em Ciências
Contábeis.
Orientador: Msc. Mayara Bezerra Barbosa.
Natal/RN
2017
3
Catalogação da Publicação na Fonte.
UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA
Barbosa, Jeferson Dener Sena.
Análise do desempenho econômico-financeiro das instituições financeiras
bancárias listadas na BM&FBOVESPA: um estudo dos indicadores de rentabilidade e fluxo
de caixa diante da crise econômica e política brasileira entre 2012 e 2016./ Jeferson Dener
Sena Barbosa. - Natal, 2017.
57f.: il.
Orientador: Profa. Me. Mayara Bezerra Barbosa.
Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências
Contábeis.
1. Indicadores de rentabilidade - Monografia. 2. Indicadores de fluxo de caixa -
Monografia. 3. Análise das demonstrações contábeis - Monografia. I. Barbosa, Mayara
Bezerra. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/BS/CCSA CDU 657.41/.45
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JEFERSON DENER SENA BARBOSA
ANÁLISE DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO DAS INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS BANCÁRIAS LISTADAS NA BM&FBOVESPA: um estudo dos
indicadores de rentabilidade e fluxo de caixa diante da crise econômica e política
brasileira entre 2012 e 2016.
Monografia apresentada à Coordenação do Curso
de Ciências Contábeis da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte como requisito para a
obtenção do título de Bacharel em Ciências
Contábeis.
Orientador: Professora Msc. Mayara Bezerra
Barbosa.
Apresentado em: _____/_____/_____
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Professor(a) Msc. Mayara Bezerra Barbosa.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Orientador
______________________________________
Professor Dr. Adilson de Lima Tavares
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Examinador
______________________________________
Professor Yuri Gomes Paiva Azevedo .
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Examinador
5
RESUMO
A crise econômica e política que o país está vivenciando dos últimos anos vêm prejudicando
diversos setores. Desde o seu início, em meados do ano de 2013, o Brasil sentiu toda a força
dessa instabilidade através, por exemplo, da queda do PIB e do aumento do desemprego. O
presente estudo tem como objetivo analisar se o desempenho econômico-financeiro, através dos
indicadores de rentabilidade e fluxo de caixa, das instituições financeiras bancárias de capital
aberto listadas na BM&FBOVESPA foi afetado pela crise econômica e política vivenciada no
Brasil. A amostra foi composta por 21 instituições financeiras bancárias listadas na
BM&FBOVESPA, utilizando técnicas de estatísticas descritivas para avaliar e fazer
comparações entre os bancos e os anos. Com relação à metodologia, trata-se de uma pesquisa
quantitativa. Os dados dos indicadores de rentabilidade e fluxo de caixa foram desenvolvidos
através das análises das demonstrações financeiras padronizadas consolidadas e individuais dos
anos de 2012 a 2016 (Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e a
Demonstração de Fluxo de Caixa). Os resultados evidenciaram que nos indicadores da
rentabilidade, exceto o giro do ativo, o Banco Indusval S.A. foi o mais prejudicado pela crise,
principalmente nos anos de 2015 e 2016. Já os indicadores de fluxo de caixa, no mesmo período,
demostraram comportamento oposto, ou seja, melhoraram seu desempenho de acordo com o
agravamento da crise, com destaque ao Paraná Banco S.A., Banco do Nordeste do Brasil S.A.,
Consórcio Alfa de Administração S.A. e o BANESTES.
Palavras-chaves: Indicadores de rentabilidade. Indicadores de fluxo de caixa. Crise. Análise
das demonstrações contábeis.
6
ABSTRACT
The economic and political crisis that the country is experiencing in recent years has been
detrimental to several sectors. Since its inception, in the middle of the year 2013, Brazil felt the
full force of this instability through, for example, in the fall of PIB and rising
unemployment. The present study aims to analyze whether the economic and financial
performance, through the indicators of profitability and cash flow, of the publicly-held bank
financial institutions listed in BM&FBOVESPA was affected by the economic and political
crisis experienced in Brazil. The sample consisted of 21 banking financial institutions listed in
BM&FBOVESPA, using descriptive statistics techniques to evaluate and make comparisons
between banks and years. Regarding the methodology, it is a quantitative research. The data on
the indicators of profitability and cash flow were developed through the analysis of the
consolidated and individual standardized financial statements from 2012 to 2016 (Balance
Sheet, Statement of Income for the Year and the Cash Flow Statement). The results showed
that the profitability indicators, except the asset's spin, the Banco Indusval S.A. was the most
affected by the crisis, especially in the years 2015 and 2016. Already the cash flow indicators,
in the same period, demonstrated opposite behavior, in other words, improved their
performance as the crisis worsened, with emphasis on Paraná Banco S.A., Banco do Nordeste
do Brasil S.A., Consórcio Alfa de Administração S.A. and the BANESTES.
Keywords: Profitability indicators, cash flow, crisis, analysis of financial statements.
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Composição e segmentos do Sistema Financeiro Nacional...................................17
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Quantitativo de instituições bancárias sob supervisão do BACEN em
funcionamento no país em Agosto de 2017..............................................................................18
Tabela 02: Amostra das instituições financeiras bancárias da pesquisa..................................29
Tabela 03: Indicadores de rentabilidade e indicadores de fluxo de caixa................................32
Tabela 04: Resultados do indicador do Giro do Ativo............................................................33
Tabela 05: Resultados do indicador de Retorno sobre Investimento Total.............................35
Tabela 06: Resultados do indicador de Retorno sobre Patrimônio Líquido............................36
Tabela 07: Resultados do indicador de Margem Líquida........................................................38
Tabela 08: Resultados do indicador de Cobertura de Dívida..................................................39
Tabela 09: Resultados do indicador do Retorno do Patrimônio Líquido.................................41
Tabela 10: Resultados do indicador do Retorno sobre Vendas...............................................42
Tabela 11: Resultados do indicador de Fluxo sobre Lucro......................................................43
Tabela 12: Resultados do indicador de Cobertura de Investimento........................................45
Tabela 13: Resultados do indicador de Retorno Total.............................................................46
Tabela 14: Instituições Financeiras com melhores e piores desempenhos nos indicadores de
rentabilidade..............................................................................................................................49
Tabela 15: Instituições Financeiras com melhores e piores desempenhos nos indicadores de
fluxo de caixa............................................................................................................................51
9
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01: Média dos indicadores de rentabilidade por ano..................................................49
Gráfico 02: Média dos indicadores de fluxo de caixa por ano................................................51
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BACEN Banco Central do Brasil
BANESTES Banco do Estado do Espírito Santo
BANESE Banco do Estado de Sergipe
BP Balanço Patrimonial
CD Cobertura de Dívidas
CEF Caixa Econômica Federal
CI Cobertura de Investimento
CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis
DFC Demonstrações de Fluxo de Caixa
DRE Demonstrações do Resultado do Exercício
FCO Fluxo de Caixa Operacional
FL Fluxo sobre Lucro
GA Giro do Ativo
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ML Margem Líquida
PIB Produto Interno Bruto
ROE Retorno sobre Patrimônio Líquido
ROI Retorno sobre Investimento Total
RPL Retorno do Patrimônio Líquido
RV Retorno de Vendas
SFN Sistema Financeiro Nacional
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12
1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA ......................................................................... 14
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 14
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 16
2.1 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS BANCÁRIAS DO BRASIL ..................... 16
2.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................................... 19
2.3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ATRAVÉS DOS ÍNDICES
ECONÔMICO-FINANCEIROS ................................................................................ 22
2.3.1 INDICADORES DE RENTABILIDADE ............................................... 22
2.3.2 INDICADORES DE FLUXO DE CAIXA .............................................. 25
3 METODOLOGIA ................................................................................................. 28
3.1 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS .................................................... 28
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................................... 32
4.1 ANÁLISE DOS INDICADORES DE RENTABILIDADE ............................ 33
4.2 ANÁLISE DOS INDICADORES DE FLUXO DE CAIXA ........................... 39
4.3 ANÁLISE GERAL DOS INDICADORES ..................................................... 48
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 53
6 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 54
12
1 INTRODUÇÃO
Depois que o país se beneficiou da valorização das commodities no mercado
internacional, a economia brasileira se viu ameaçada diante da crise internacional que explodiu
em 2008. Com dinheiro em caixa, o governo – no ano de 2009 - ainda conseguiu evitar que sua
economia sofresse uma queda, agindo com liberação créditos, subsídios e mantendo a linha da
política econômica dos seus dois governos. Segundo Côrtes Filho (2015) a economia passou a
cair, juro aumentar, inflação crescer e pluralizar a carga tributária, assim, desencadeando em
pouco tempo que os passivos das empresas se agigantarem, mas não por culpa de sua gestão, e
sim pelas nocivas consequências da crise hoje vivenciada pela economia brasileira.
A atual crise econômica e política que o país vive, sem dúvida, é uma das mais graves
e complexas que o Brasil já enfrentou na sua história. Desde seu início, em meados do ano de
2013, o país vem sentindo – de fato - os sintomas da recessão econômica. Segundo IBGE (2017)
o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nos últimos anos veio regredindo até chegar em 2016
como a pior recessão da história. Quando foi afetado pela crise de 2008, no ano seguinte o PIB
chegou a marca de 0,1%, reagindo em 2010 e 2011 com 7,5% e 4,0%.
Em 2012, 2013, 2014 novamente retrocederam com marcas de 1,9%, 3,0% e 0,5%,
respectivamente, e recordes negativos em 2015 e 2016 de -3,8% e -3,6%, respectivamente. Essa
sequência, de dois anos seguidos de baixa, só foi verificada no Brasil nos anos de 1930 e 1931,
quando os recuos foram de 2,1% e 3,3%, respectivamente. Pignata e Carvalho (2015, p. 14)
afirmam que a corrupção foi um dos fatores decisivos para começo dos déficits nas contas
públicas, causando também queda no crescimento econômico e elevação da dívida pública, no
qual se agravou nas descobertas da operação “Lava Jato”.
Diante desse cenário, uma das atividades afetadas significativamente foram as
instituições financeiras bancárias. A Standard & Poor's - uma das três maiores agências de
classificação de risco - reduziu os ratings (são uma opinião prospectiva sobre a qualidade de
crédito) em escala global de 17 instituições financeiras do país. Também foram revistas para
baixo as notas, em escala nacional, de 27 instituições.
As instituições financeiras bancárias são caracterizadas pela sua capacidade de agenciar a
intermediação financeira entre os agentes superavitários, aqueles que emprestam recursos, e os
agentes deficitários, os que tomam os recursos, dada sua função de captação e aplicação de
recursos. (RESENDE, 2012, p. 11). O autor ainda afirma ainda que, a presença dos
intermediários financeiros na economia de um país como o Brasil é de suma importância para
o desenvolvimento da economia e estabilidade econômica.
13
Uma ferramenta importante para extrair informações fundamentais, medir a evolução
das empresas e reforçar os estudos da contabilidade é a análise das demonstrações contábeis.
Silva (2005, p. 23) descreve a contabilidade como “a linguagem dos negócios e as
demonstrações contábeis são os canais de comunicação que nos fornecem dados e informações
para diagnosticarmos o desempenho e a saúde financeira da empresa”. O autor acrescenta nesse
contexto que, análise financeira é uma ferramenta que permite visão extensiva e detalhada dos
resultados processados. A comparação dos indicadores da empresa com os de seus concorrentes
fornecerá instrumentos para novos direcionamentos das ações estratégicas e operacionais da
empresa.
Os indicadores econômico-financeiros complementam as análises das demonstrações.
Anastácio (2004) afirma que os índices buscam mostrar o resultado das operações de uma
organização em determinado espaço de tempo. Apesar de que, o planejamento sempre estende-
se ao período futuro, não há como desconsiderar o passado, pois os indicadores também servem
para mostrar situações anteriores e os que eventualmente precisa ser melhorado.
Assim, para avaliação do desempenho das instituições financeiras que serão estudadas
é preciso medir os indicadores de rentabilidade, “esses indicadores têm por objetivo avaliar os
resultados auferidos por uma empresa em relação a determinados parâmetros que melhor
revelam suas dimensões.” (ASSAF NETO 2008, p. 228). Ainda, conforme Godinho (2014) os
índices de rentabilidade mostram a eficácia econômica da instituição apresentando o grau de
êxito econômico obtido pelo capital investido da instituição em questão.
Além disso, é necessário considerar a importância da análise dos indicadores de fluxo
de caixa para medir o desempenho da organização. O NBC TG 03 (R3) - Demonstração dos
Fluxos de Caixa (DFC) diz que os benefícios dessas informações, quando usada em conjunto
com as demais demonstrações contábeis proporcionam informações qualificadas para avaliar e
determinar a liquidez da empresa, ou seja, sua eficiência e garantia para pagamento das dívidas,
assim como de mensurar o nível de desempenho do fluxo de caixa gerado pelo atividades
operacionais com algum elemento especifico, como ativo total, passivo total, patrimônio
líquido, lucro líquido, as atividades de investimento e financiamento, entre outros. Ainda reitera
que a análise com indicadores de fluxo de caixa é capaz de fornecer aos usuários formas de
avaliar a estrutura financeira da organização, capacidade de gerenciar os montantes e os prazos
de fluxo de caixa para adequar às mudanças nas situações.
Considerando os aspectos expostos, surge o problema desta pesquisa: Qual a evolução
do desempenho econômico-financeiro das instituições financeiras bancárias de capital aberto
listadas na BM&FBOVESPA, diante da atual crise econômica e política brasileira?
14
1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA
Analisar se desempenho econômico-financeiro, através dos indicadores de rentabilidade
e fluxo de caixa, das instituições financeiras bancárias de capital aberto listadas na
BM&FBOVESPA, foi afetado pela crise econômica e política vivenciada no Brasil, no período
2012-2016.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Com a intenção de atingir o objetivo geral, dispõem dos seguintes objetivos específicos:
Calcular os índices econômico-financeiros de rentabilidade e de fluxo de caixa das
instituições bancárias de capital aberto entre os anos de 2012 e 2016, listadas na
BM&FBOVESPA.
Avaliar o resultado anual de cada índice das empresas, através de cálculos de medidas
estatísticas.
Indicar as instituições que apresentaram melhores e piores resultados de cada índice.
Apresentar os principais indicadores econômico-financeiros afetados pela crise
econômica e política no Brasil, nos anos de 2012 a 2016.
1.3 JUSTIFICATIVA
Por ser um ramo com muitas particularidades é relevante ser levantado em discursão,
nessa pesquisa, como os bancos estão se desempenhando com a instabilidade econômica e
política do Brasil. O objetivo de entender a reação dessas instituições com o desequilíbrio que
o país vem enfrentando há alguns anos, a fim de verificar se houveram empresas prejudicadas
ou desafiaram o desequilíbrio econômico e acabaram sendo compreendidos como uma
“oportunidade”. Além disso, é de suma importância entender quais foram os riscos ocorridos
nessas empresas, se houveram, como influenciou no seu desempenho econômico e financeiro.
Considerando toda a análise das demonstrações contábeis, a presente pesquisa se
justifica por constatar a importância da elaboração e análise dos índices econômico-financeiros
de rentabilidade e de fluxo de caixa. São ferramentas a serem usadas para auxílio na tomada de
decisões, fazer projeções e estimar a evolução de empresas, usando como base os elementos
15
obtidos na análise dos números. Esses indicadores até não podem atestar impecavelmente a
situação da empresa e seu futuro, pois existem variáveis que não podem ser mensuradas por
números, mas, sem dúvida, são instrumentos importantes e fundamentais para fazer
comparações em períodos contínuos e com organizações da mesma atividade, oferecendo um
diagnóstico mais preciso possível do empreendimento.
As análises das demonstrações contábeis através de indicadores econômico-financeiros
podem ser de grande interesse aos profissionais e usuários da contabilidade. Dessa forma,
compará-los em momentos de crise, nas instituições bancárias, pode ajudar os usuários e
profissionais a enxergarem a relevância da medição dos dados econômico-financeiros, além de,
influenciar a importância das análises das demonstrações contábeis. Dessa maneira, os
contadores são capazes de apresentar informações contábeis com mais precisão e exatidão para
suprir a carência de diagnósticos contábeis dos seus clientes.
Também é importante destacar que, o tema da atual crise que o país enfrenta é pouco
explorado em trabalhos científicos, tão pouco voltado para uma área diversificada, como as
instituições financeiras bancárias. As descobertas dessa monografia possam ajudar a todos que
carecem de estudos relacionados a recessão econômica, política, exploração de demonstrações
contábeis e índices de rentabilidade e de fluxo de caixa.
16
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS BANCÁRIAS DO BRASIL
É necessário considerar o art. 17 da Lei nº 4.595/1964 diz que as instituições financeiras,
para efeitos de legislação em vigor, são as pessoas jurídicas, públicas e privadas, que tenham
como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos
financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor
de propriedade de terceiros se assemelha às instituições financeiras as pessoas físicas que
exerçam qualquer dessas atividades, de forma permanente ou eventual. É vedado as instituições
financeiras exercer suas funções sem autorização preliminar, somente podem funcionar no
Brasil mediante prévia autorização do Banco Central do Brasil ou, quando estrangeiras, por
intermédio de decreto do presidente da República. (Art. 18 da Lei 4.595/1964).
Para Borges et al. (2014) o sistema bancário tem extrema importância na sociedade
moderna, pois é o principal prestador de serviços financeiros, como oferta de crédito. Por
exercer tal papel as instituições bancárias costumam ser tema recorrente de debates políticos e
econômicos.
Essas organizações fazem parte do subsistema Operativo do Sistema Financeiro
Nacional, no qual o próprio Banco Central do Brasil (2017) afirma que, o SFN é o conjunto de
instituições financeiras e instrumentos financeiros que visam transferir recursos dos agentes
econômicos superavitários para os deficitários. Costa (2011, p. 54) afirma que o Sistema
Financeiro Nacional tem a prioridade de operacionalizar os recursos dos poupadores, ou seja,
captando o excedente de poupança dos agentes superavitários e transferindo para aqueles
necessitam desses recursos, reconhecidos no mercado como os tomadores de crédito.
A Lei nº 4.595/1964, que regulamenta o sistema financeiro nacional, demonstra que
estruturado da seguinte maneira: Conselho Monetário Nacional, Banco Central do Brasil,
Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e
Instituições Financeiras Públicas e Privadas. Sendo subdividas em entidades normativas,
supervisoras e operacionais.
Peleias et al (2007) ressaltam que desde 1994 as normas e regulamentos vêm sendo
editados pelo BACEN a fim de que o Sistema Financeiro Nacional e o Brasil tenham um melhor
reconhecimento internacional em termos de credibilidade e confiabilidade. Isso possibilita uma
melhor compreensão de risco por parte dos investidores internacionais sobre a economia
17
brasileira, consequentemente incentivar os investimentos externos. Assim, resultou-se
conforme a figura abaixo:
Figura 01 - Composição e segmentos do Sistema Financeiro Nacional
Fonte: Banco Central do Brasil (2017)
As instituições bancarias estão classificadas nas entidades operacionais. O portal da
Comissão de Valores Mobiliários (2017) define que as organizações operadoras são as demais
instituições financeiras, monetárias ou não, oficiais ou não, como também demais instituições
auxiliares, responsáveis, entre outras atribuições, pelas intermediações de recursos entre
poupadores e tomadores ou pela prestação de serviços. Nesse contexto, as instituições
financeiras, em particular as instituições bancárias, desempenham um papel fundamental, pois
atuam como principal catalisador das operações de crédito.
18
Os Bancos e caixas econômicas são responsáveis pela a maioria das instituições
financeiras do Brasil, elas são divididas conforme pode-se observar na Tabela 01 a seguir:
Tabela 1 - Quantitativo de instituições bancárias sob supervisão do BACEN em funcionamento no país em
Agosto de 2017
SEGMENTO QUANT. CARACTERÍSTICAS
BANCO COMERCIAL 14
Privadas ou públicas, objetivo principal de possibilitar a
assistência de recursos necessários para financiar a curto e a
médio prazo para o comércio, a indústria, as empresas
prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros, em
geral.
BANCO MÚLTIPLO 130
Privadas ou públicas que atuam nas operações ativas,
passivas e acessórias, por intermédio das seguintes carteiras:
comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de
crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito,
financiamento e investimento.
BANCO MÚLTIPLO
COOPERATIVO 2
É um banco comercial ou banco múltiplo constituído,
obrigatoriamente, com carteira comercial. Diferencia-se dos
demais por ter como acionistas-controladores cooperativas
centrais de crédito. Oferece produtos e serviços financeiros
às cooperativas, ampliando e criando novas possibilidades de
negócios e gestão centralizada dos recursos financeiros do
sistema.
BANCO DE CAMBIO 3
São instituições financeiras não tem restrição de realizar
operações de câmbio e operações de crédito vinculadas às de
câmbio, como financiamentos à exportação e importação e
adiantamentos sobre contratos de câmbio
CAIXA ECONÔMICA 1
Pode-se assimilar com os bancos comerciais, o diferencial da
CEF é a prioridade na concessão de empréstimos e
financiamentos a programas e projetos nas áreas de
assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes
urbanos e esporte
BANCO COMERCIAL
ESTRANGEIRA COM
FILIAL NO BRASIL
6
Mesmas características de um banco comercial brasileiro.
BANCO DE
INVESTIMENTO 14
São especializadas em operações de participação societária
de caráter temporário, de financiamento da atividade
produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de
administração de recursos de terceiros.
BANCO DE
DESENVOLVIMENTO 3
São organizações controladas pelos governos estaduais com
objetivo imprescindível de proporcionar ajuda necessária de
programas e projetos que promovem o desenvolvimento
econômico e social do respectivo Estado, com recursos
19
necessários destinado ao financiamento, a médio e a longo
prazo.
BNDES 1
Principal instrumento do Governo Federal para o
financiamento de longo prazo e investimento em todos os
ramos da economia brasileira. A instituição atua por meio
de programas, produtos e fundos, de acordo a espécie e a
característica das operações.
TOTAL 174
Fonte: BACEN (2017)
2.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
O Pronunciamento nº 26, emitido pelo Comitê de Pronunciamento Técnico do
Contábeis – que é correlacionado com as Normas Internacionais de Contabilidade –
Presentation of Financial Statements - IAS 1 (International Accounting Standards Board
- IASB – BV 2011) – apresenta as definições das demonstrações contábeis, com o objetivo de
compará-las com demonstrações contábeis da mesma entidade, mas também de outras
instituições, define que as demonstrações contábeis são uma representação estruturada da
posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade.
Silva e Souza (2011, p. 69) afirmam que: “as demonstrações financeiras também são
chamadas de relatórios contabilísticos e são a fonte de informações para análise, servindo de
base, inclusive para avaliar possíveis investimentos”.
As demonstrações contábeis têm a finalidade de fornecer informações de acordo com
posição patrimonial, financeira e do desempenho da empresa que possa ser utilizado para um
grande número de usuários a fazer análises de tomada de decisões econômicas. Segundo
Pinheiro (2017, p. 17) a análise das demonstrações contábeis tem como objetivo de obter
informações úteis para o processo de tomada de decisão da gerência das companhias no
mercado.
Contudo, as conclusões auferidas não existe uniformidade, pois cada analista pode obter
resultados diferenciados, assim não existindo um diagnóstico preciso. “A avaliação depende
muito da capacidade e experiência do analista. É, muitas vezes, não padronizada e aplica-se,
sobretudo, a pequeno número de empresas” (KASSAI, SILVIA, 2002, p. 49). O autor reitera
que, a análise aprofundada demanda tempo na preparação de informações e nas suas
conclusões.
As demonstrações contábeis também exprimem os resultados do desempenho da
administração em razão de seus deveres e responsabilidades dos recursos que foram confiados,
20
na forma que seja um comando cuidadoso. Massarotto (2009) traduz bem o propósito da
avaliação das demonstrações, a autora acredita que partir das análises os administradores, ou
quaisquer outros usuários que tenham interesses por informações, conseguem enxergar a
situação da organização e as possíveis tendências que as seguiram. Também serve como um
feedback dos impactos causados pelas atitudes tomadas, para ser capaz de avaliar se continua
com determinado processo ou correções no intuito de conseguir conquistar resultados mais
lucrativos.
O CPC 26 reconhece que, para satisfazer os objetivos que foram expostos, as
demonstrações contábeis devem proporcionar informação da entidade acerca do seguinte: (a)
ativos; (b) passivos; (c) patrimônio líquido; (d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas;
(e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a
eles; e (f) fluxos de caixa. O CPC 26 complementa afirmando que “Essas informações,
juntamente com outras informações constantes das notas explicativas, ajudam os usuários das
demonstrações contábeis a prever os futuros fluxos de caixa da entidade e, em particular, a
época e o grau de certeza de sua geração.”
A lei que regulamenta as demonstrações financeiras das S.A. é a 6.404/1976 e suas
alterações, destacado no Capítulo XV, Secção II a VI, artigos nº 176 a nº 188. Em observância
a legislação, as sociedades anônimas de capital aberto são obrigadas a divulgar, no final de cada
exercício social, as demonstrações contábeis, que deverão exprimir com clareza a situação do
patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício, quais sejam: balanço
patrimonial; demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; demonstração do resultado do
exercício; demonstração dos fluxos de caixa; e demonstração do resultado abrangente. As
demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou
demonstrações contábeis necessárias para esclarecimento da situação patrimonial e dos
resultados do exercício.
“O Balanço Patrimonial tem por objetivo demonstrar a situação do patrimônio da
empresa, em determinada data – normalmente ao término de cada exercício social” (BRAGA,
2003. p. 78). O Balanço Patrimonial apresenta no Ativo as aplicações em bens e direitos das
empresas e no Passivo suas fontes de recursos para financiamento e as obrigações com os sócios
e terceiros. (Borba, Hilário, 2004). A lei 6.404/76 fala que “No balanço, as contas serão
classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a
facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.”
Santos, Gouveia e Vieira (2008, p. 97) expõem que a Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE) é a “apresentação, de forma resumida, das operações realizadas pela empresa,
21
durante o exercício social, demonstradas de forma a destacar o resultado líquido do período
apurado segundo o regime de competência”. Os autores ainda explicam que o resultado é
subdivido em receita líquida, lucro bruto, lucro operacional, lucro antes do imposto de renda e
o lucro do exercício.
A 6.404/76 expressa que a DRE deve apresentar a receita bruta das vendas e serviços,
as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; a receita líquida das vendas e serviços,
o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; as despesas com as vendas, as
despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras
despesas operacionais; o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; as
participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na
forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de
empregados, que não se caracterizem como despesa; e o lucro ou prejuízo líquido do exercício
e o seu montante por ação do capital social. Também explica que na determinação do resultado
do exercício serão computados: as receitas e os rendimentos ganhos no período,
independentemente da sua realização em moeda; e os custos, despesas, encargos e perdas, pagos
ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.
A Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) substituiu a Demonstração das Origens e
Aplicações de Recursos (DOAR) a partir 2007 com a Lei nº 11.638/07, foi normatizada pelo
Conselho Federal de Contabilidade, através da NBC TG 03. Essa demonstração proporciona
avaliar as modificações ocorridas no saldo de caixa e equivalente de caixa das empresas em um
determinado período e considerar a aptidão de uma instituição gerar caixa e equivalentes de
caixa, assim proporcionar aos usuários desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor
presente dos fluxos de caixa futuros de diferentes entidades.
Segundo Azevedo, Camila (2012) a DFC vem se tornando cada vez mais um
instrumento para o planejamento e gestão da realização financeira, de controle e analise da
progressão da situação patrimonial e financeira das empresas. Ela ainda complementa que essa
demonstração é capaz de fornecer dados primordiais para medir e avaliar a liquidez, isto é, sua
capacidade de garantir o pagamento das dívidas. Além disso, é suficiente capaz de medir o nível
de desempenho do fluxo de caixa gerado pelas atividades operacionais e a taxa de recuperação
de caixa em relação do ativo total.
O NBC TG 03 (R3) classifica que a DFC deve ser apresentada pelas entidades seus
fluxos de caixa advindos das atividades operacionais, de investimento e de financiamento, e
que seja mais apropriada aos seus negócios. Dessa forma, a classificação por atividade
22
proporciona conhecimentos que possibilitem aos usuários mensurar os impactos de tais
atividades com relação à posição financeira e ao montante de seu caixa e equivalentes de caixa,
inclusive para avaliar a relação entre essas atividades. Com os seguintes conceitos:
Atividades operacionais: são as principais atividades geradoras de receita da entidade e
outras atividades que não são de investimento e tampouco de financiamento.
Atividades investimento: são os referentes à aquisição e à venda de ativos de longo
prazo e de outros investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa.
Atividade de Financiamento: são as atividades que resultam das alterações no tamanho
e na composição do patrimônio líquido e dos empréstimos da entidade.
A apresentação dos Fluxos de Caixa ainda poderá ser dada mediante a utilização de dois
modelos, método direto e indireto:
O método indireto: consiste na apresentação do resultado ajustado pelos efeitos das
transações que não envolvem caixa, quaisquer diferimentos ou outros ajustes por
competência sobre recebimentos ou pagamentos operacionais passados ou futuros, e
itens de receita ou despesa associados com fluxos de caixa das atividades de
investimento ou de financiamento.
O método direto: demonstra as principais classes de recebimentos brutos de caixa e
pagamentos brutos de caixa.
2.3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ATRAVÉS DOS ÍNDICES
ECONÔMICO-FINANCEIROS
A análise das demonstrações é de suma importância para compreender como encontra-
se cada instituição, independente das suas subjetividades. Os efeitos para as empresas são
totalmente positivos para seus negócios e visiona o seu futuro. Matarazzo (2003) acredita que
essa análise resulta em um trabalho incrível para as áreas de Finanças e Contabilidade. Através
dela é capaz de avaliar os efeitos de certos eventos sobre a situação financeira de uma empresa,
além de ter uma visão dos planos da empresa, analisando o futuro, suas expectativas e seus
“pontos fracos”.
Por meio da análise das demonstrações contábeis, as informações extraídas dos
indicadores econômico-financeiros certificam a situação econômico-financeira de uma
organização. Para Faria Neto (2015) os índices estabelecem uma relação entre contas e grupos
de contas dos Demonstrativos Financeiros, apresentando determinado aspecto da situação
23
econômico-financeira de uma empresa, assim, auxiliando como medição da avaliação da saúde
financeira dela. Com base as essas informações são demostradas a posição econômico-
financeira atual, as razões que determinaram a evolução apresentada e suas direções futuras.
Contudo, Anastácio (2004) ressalta que os indicadores não são os únicos componentes
acessíveis para elaborar o perfil de uma instituição, pois nem sempre esses índices que são
considerados ruins apontam que a entidade esteja perto da insolvência. Assaf Neto (2012)
complementa que apesar das técnicas desenvolvidas, não existe nenhum critério ou
metodologia formal e universal de análise aceitáveis pelos analistas.
2.3.1 INDICADORES DE RENTABILIDADE
Os indicadores de rentabilidade servem para medir, em termos econômicos, quanto uma
instituição tem capacidade de gerar lucros, fazendo comparações do lucro obtido com valores
que tenham relação com o mesmo. Segundo Iudícibus (2010, p. 105) “devemos relacionar um
lucro de um empreendimento com algum valor que expresse a dimensão relativa do mesmo,
para analisar quão bem se saiu a empresa em determinado período.”
Para a atividade bancária é muito importante fazer o cálculo de índices de rentabilidade
para medir seu desempenho econômico em um determinado período, pois são indicadores
essenciais para estudos de viabilização econômica da organização. Como ressalta o Assaf Neto
(2008), os índices de rentabilidade têm por objetivo avaliar os resultados obtidos em relação a
determinados parâmetros que melhor revelam as dimensões da instituição.
Assaf Neto (2012) reforça que o ramo de bancos atua similar aos demais tipos de
atividades, sendo que a diferença é basicamente pela natureza dos fatores colocados à
disposição, ou seja, em uma instituição financeira, os recursos alcançados são as matérias-
primas, que são sobretudo sob forma de créditos e empréstimos ofertado e investidos. Assim,
os bancos maximizam as riquezas de seus proprietários pelo estabelecimento de uma adequada
relação risco-retorno.
Os índices que serão usados para a análise dos bancos são baseados nas definições de
três autores. (ASSAF NETO, 2012; IUDÍCIBUS, 2010; MARION, 2012). São eles:
a) Giro do Ativo Total
Para Marion (2012) o giro do ativo expressa a eficiência com que a empresa utiliza seus
Ativos, com o objetivo de gerar reais de vendas, ou seja, quanto mais for produzido de vendas,
24
mais eficiente os ativos serão usados. Essas vendas significam as receitas líquidas de bens e/ou
serviços das companhias, ou seja, o valor da receita bruta menos as deduções de vendas e/ou
serviços e de impostos incidentes. O autor explica que a ideia é produzir mais, vender mais,
numa proporção maior que os investimentos no Ativo.
Assaf Neto (2012) ainda complementa que esse indicador mostra o número de vezes de
que o ativo total da empresa se transformou em dinheiro em determinado período conforme
suas vendas realizadas. Interpretando esse índice, revela que quanto maior apresentar esse giro,
melhor foi o desempenho das instituições e melhor será o retorno das suas aplicações. É
encontrado por meio da razão das receitas da intermediação financeira com seu ativo total
médio.
b) Retorno sobre Investimento Total
O retorno sobre investimento total ou taxa de retorno sobre investimento demonstra o
percentual de lucro que a empresa obtém aos seus investimentos totais. Assaf Neto (2012) relata
que esse indicador exprime o retorno auferido sobre o ativo (capital) total investido,
demonstrando os resultados de negócios acionados pelos bancos e servindo como medida de
eficiência, em especial, pela qualidade do gerenciamento da lucratividade dos ativos e juros do
passivo.
É calculado através da razão entre o lucro líquido e o ativo total médio, interpretando
isoladamente o índice: quanto maior seu valor, melhor está sendo o desempenho do poder de
ganho da instituição por real investido.
c) Retorno sobre Patrimônio Líquido
“O retorno sobre o patrimônio líquido fornece o ganho percentual auferido pelos
proprietários como uma consequência das margens de lucro, da eficiência operacional, do
leverage e do planejamento eficiente de seus negócios” (ASSAF NETO, 2012, p. 311).
Esclarecendo esse indicador, mede a remuneração do acionista ou proprietário em relação aos
investimentos realizados, é calculado entre a razão do lucro líquido sobre o patrimônio líquido
total.
Iudícibus (2010) destaca que esse quociente é importante para expressar os resultados
globais obtidos pela gerencia na gestão de recursos próprios e de terceiros, em benefício dos
acionistas. Dessa forma, quanto maior o valor do índice, melhor será o resultado para a empresa.
25
d) Margem líquida
A margem líquida, por sua vez, é constituída através de vários resultados da gestão dos
ativos e passivos dos bancos. São as taxas, os prazos, as receitas e despesas, possibilitando
avaliar a função básica de intermediação financeira de um banco (ASSAF NETO, 2012).
Marion (2012) afirma que essa margem mostra em quantos centavos de cada real de
venda restante após a deduções totais as despesas, inclusive a do imposto de renda. Elucidando,
aponta em porcentagem o retorno obtido em relação às receitas de vendas em determinado
período, manifestada na razão entre o lucro líquido e receitas da intermediação financeira,
ficando evidente que quanto maior a margem, melhor performance da empresa.
2.3.2 INDICADORES DE FLUXO DE CAIXA
Da mesma maneira que há indicadores que são analisados pelo Balanço Patrimonial e a
Demonstração do Resultado do Exercício, existem indicadores que são avaliados através da
Demonstração de Fluxo de Caixa. Braga e Marques (2001) afirmam que “da mesma forma que
as demais demonstrações, a DFC serve de base para cálculo de muitos indicadores financeiros.”
Para a análise desses indicadores, com base nos fluxos de caixa de investimento,
financiamento e operacional, serão usados os aspectos fundamentais com os seguintes
indicadores (ASSAF NETO; SILVA, 2012):
a) Cobertura de Dívidas
Esse indicador é a relação entre a geração anual de caixa oriundos das operações pelas
dívidas da empresa, ou seja, é a divisão do fluxo de caixa operacional com o seu passivo total.
Interpretando, significa que, quando o valor for maior que à unidade, a instituição consegue
gerar em suas operações – em um exercício – recursos financeiros suficientes para cumprir as
dívidas existentes no curto e longo prazo.
b) Retorno do Patrimônio Líquido
26
É o indicador que demostra o quanto a organização é capaz de realizar caixa para os
acionistas, com a relação entre o quociente apurado pelo fluxo de caixa operacional e
patrimônio líquido. Assim, quanto a empresa obtém de caixa por unidade monetária investida
pelo capital próprio. Comparando com o indicador de cobertura de dívidas, as empresas que
tiver um perfil maior de endividamento, possuem um retorno dos acionistas inferior à coberta
das dívidas.
c) Cobertura de Investimento
É a vinculação entre o fluxo de caixa operacional e o fluxo de caixa de investimento,
com a finalidade de determinar se a empresa consegue financiar seus projetos de investimento
com seus recursos próprios. Se esse indicador for maior que à unidade, a instituição está
conseguindo financiar seus próprios projetos, se for inferior a unidade, a empresa utiliza
recursos financeiros, do capital próprio ou de terceiros para as inversões de longo prazo. Deve
ter bastante atenção com esse indicador, pois o resulto negativo não quer dizer que sempre é
ruim, da mesma forma nem sempre o que é positivo é bom.
d) Retorno Total
É a relação entre a entrada líquida de recursos resultante do desempenho operacional
(FCO) com o fluxo de caixa de investimento. Para os resultados maiores que 1 representa para
a instituição está gerando caixa e captando recursos, havendo possibilidades para uma sobra,
que poderá ser aplicada em investimentos. Assim como o índice de Cobertura de Investimento,
a análise desse indicador deve ser feita com cuidado, uma vez que tanto o dominador ou o
numerado pode ser negativo, assim valores negativos não são exatamente ruins, assim como o
positivo nem sempre é bom.
e) Retorno de Vendas
É o encadeamento entre o fluxo de caixa operacional com a receita de intermediação
financeira, isto é, o quanto a organização consegue constituir para cada unidade de venda a
geração de fluxo de caixa liquido com suas operações. Então quanto maior, melhor.
27
f) Fluxo sobre Lucro
Trata-se um indicador que associa o fluxo de caixa operacional e seu lucro líquido do
período. Para resultar valores é necessário fazer a divisão entre elas, assim demonstrar a parcela
do lucro que foi realizado financeiramente. A evolução desse indicador pode ajudar a
estabelecer a posição que determinada empresa se encontra em seu ciclo de vida, ou seja,
quando a instituição assume sua “maturidade”, geralmente, o fluxo de caixa operacional é
superior ao lucro líquido.
Os autores Braga e Marques (2001) diz que os aglomerados de indicadores de Fluxo de
Caixa auxiliam analistas, credores e outros usuários, com a intenção de prever os fluxos futuros
e mensurar o desempenho dos fluxos correntes de caixa. Contudo, esses indicadores têm as
mesmas limitações das medidas convencionais, especialmente quando utilizados de forma
isolada e para um curto espaço de tempo. Ainda assim, os efeitos das análises desses índices
representam um dos instrumentos disponíveis para acompanhamento da situação financeira das
empresas, também serve para avaliação de tendências, bem como suas comparações às médias
setoriais.
28
3 METODOLOGIA
Para a elaboração deste estudo foi utilizada a pesquisa de caráter descritivo, Segundo
Gil (2008, p. 28) as pesquisas deste tipo têm como objetivo fundamental apresentar as
características de uma determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações
entre variáveis. É uma das suas características mais significativas de utilizar de técnicas
padronizadas de coleta de dados. Nesse contexto, Raupp e Beuren (2006, p. 81) afirmam que o
estudo descritivo significa identificar, relatar, comparar, entre outros aspectos. Os autores ainda
comentam que esse tipo de pesquisa é aplicado na gestão das organizações, e que normalmente
exige o uso de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as mais sofisticadas.
Com relação aos tipos de procedimentos tem que se considerar que “o elemento mais
importante para a identificação de um delineamento é o procedimento adotado para a coleta de
dados” (GIL 2008, p. 28). Dessa forma, essa pesquisa deve se enquadrar em pesquisa
bibliográfica e documental, pois existem material que não receberam tratamentos analíticos.
Gil (2008, p. 51) reitera que as pesquisas documentais não receberam ainda um tratamento
analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa, como
portais, balancetes, ofícios, diários, documentos oficiais, entre outros.
Quanto a tipologia de pesquisa à abordagem do problema, esse estudo deve ser
classificado como uma pesquisa quantitativa. Conforme Oliveira e Rocha (2015) a pesquisa
quantitativa representa em números as opiniões e informações a serem classificadas e
analisadas, utilizando técnicas estatísticas. Richardson (1999, p. 70) complementa expressando
que a abordagem quantitativa é caracterizada pelo uso de quantificação nas formas de coleta de
informações e no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como
percentual, média, desvio-padrão, mas também, mais complexas como coeficiente de
correlação, analise de regressão, entre outros. Assim, é totalmente viável esse tipo de pesquisa
para a análise dos índices econômico-financeiros das instituições financeiras bancárias durante
a crise do país.
3.1 AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS
A pesquisa procurou analisar quais foram os impactos que os bancos de capital aberto
apresentaram durante a atual crise econômica e política do Brasil, a fim de realizar comparações
entre as empresas e as mudanças econômicas e financeiras das entidades, antes e durante a crise.
Com o intuito de alcançar os objetivos desse trabalho, foram selecionadas instituições
29
financeiras bancárias do banco de dados BM&FBOVESPA, excluídas as controladas, pois são
empresas que suas demonstrações já estão incluídas de nas controladoras, totalizando uma
amostra final de 21 instituições, num total de 25. Também foram utilizadas técnicas de
estatísticas descritivas para avaliar e fazer comparações entre os bancos e ao longo dos anos.
São elas:
Tabela 02 – Amostra das instituições financeiras bancárias da pesquisa
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS CARACTERÍSTICAS
BANESTES S.A. - BANCO ESTADO ESPIRITO SANTO
Sociedade anônima de capital aberto e de
economia mista criada em 1937, é um banco
múltiplo controlado pelo estado do Espírito
Santo. Detém a maior rede bancária do estado do
Espírito Santo.
BANCO ABC BRASIL S.A.
É um banco múltiplo, especializado na concessão
de crédito e serviços para empresas de médio a
grande porte, habilitado a operar nas carteiras
Comercial, de Investimentos, Financeira, Crédito
Imobiliário e Câmbio.
BANCO ALFA DE INVESTIMENTO S.A.
Empresa líder do Conglomerado Financeiro
Alfa, é um dos mais importantes bancos de
investimentos do País, oferecendo, uma série de
produtos e serviços, com destaque para as
atividades de crédito a grandes empresas,
Corporate Finance, Asset Management, Private
Banking e Wealth Management.
BANCO AMAZONIA S.A.
É um Banco comercial de economia mista,
organizado sob a forma de sociedade anônima de
capital aberto onde o Governo Federal Brasileiro
detém a maioria das ações.
BANCO BRADESCO S.A.*
É um banco múltiplo privado brasileiro, atuamos
em todos os municípios brasileiros.
BANCO DO BRASIL S.A.*
É uma instituição financeira brasileira,
constituída na forma de sociedade de economia
mista, com participação da União brasileira em
54% das ações.
BANCO BTG PACTUAL S.A.
É um banco de investimento brasileiro que atua
nos mercados de investimento banking, wealth
management e global
assetmanagement na América Latina.
30
BANCO ESTADO DE SERGIPE S.A. - BANESE
É um banco estatal, controlado pelo Governo do
Estado de Sergipe e associado à Federação
Brasileira de Bancos (FEBRABAN).
BANCO ESTADO DO PARA S.A.
É uma Sociedade de Economia Mista,
organizado sob a forma de banco múltiplo, com
a missão de gerar valor para o Estado do Pará,
como um Banco autossustentável que atua para o
desenvolvimento econômico e social.
BANCO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S.A.
É uma sociedade anônima de capital aberto que
atua sob a forma de banco múltiplo. O Banrisul
atua, também, como instrumento de execução da
política econômico-financeira do Estado do Rio
Grande do Sul, em consonância com os planos e
programas do Governo Estadual.
BANCO INDUSVAL S.A.
O Banco BI&P é um banco brasileiro que utiliza
sua experiência de 50 anos de mercado para se
posicionar como uma instituição financeira
inovadora, focada em produtos de crédito, em
moeda nacional e estrangeira, produtos de renda
fixa e finanças corporativas para grandes e
médias empresas.
BANCO MERCANTIL DO BRASIL S.A.
O Mercantil do Brasil é hoje o único banco
médio de varejo do país e oferece produtos e
serviços diversificados tanto para pessoas físicas
quanto para pessoas jurídicas.
BANCO NORDESTE DO BRASIL S.A.
É uma instituição financeira constituída na
forma de sociedade de economia mista, de
capital aberto, controlada pelo Governo Federal
Brasileiro, tendo a União como sua acionista
majoritária. É um banco múltiplo com
características de um banco de
desenvolvimento e tem por finalidade promover
o desenvolvimento sustentável da Região
Nordeste do Brasil.
BANCO PAN S.A.
É uma instituição financeira controlada
conjuntamente pela Caixa Econômica Federal e
pelo Banco BTG Pactual S.A., com foco em
crédito ao consumidor, financiamento de
veículos, consignado, imobiliário e para
empresas, bem como em cartões de crédito,
consórcio e seguros.
BANCO PATAGONIA S.A.
É uma instituição financeira argentina,
constituída na forma de sociedade anônima, com
49,84% das ações pertencentes à família Stuart
Milne e outros 24,83% distribuídos no Mercado.
Recentemente, o Banco do Brasil informou ao
31
mercado a compra de 51% do banco Patagônia,
através da aquisição de ações por oferta pública.
BANCO PINE S.A.
É um banco comercial e banco múltiplo com
carteira comercial ou caixa econômica, privado
nacional.
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.*
A atuação do Santander Brasil se divide em duas
grandes estruturas: o Banco Comercial, que
reúne todas as atividades do Varejo, como
atendimento a pessoa física e Pequenas e Médias
Empresas, e o Atacado, voltado às grandes
empresas e operações no mercado de capitais.
BRB BANCO DE BRASILIA S.A.
É um banco público brasileiro, cujo maior
acionista é o Governo do Distrito Federal, é
sociedade de economia mista. Fora do Distrito
Federal, o banco possuí agências nos estados
de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul.
CONSORCIO ALFA DE ADMINISTRACAO S.A.
Sua atividade principal atual consiste em manter
participações societárias em outras empresas, na
qualidade de “holding”, com participações
direcionadas, principalmente aos segmentos
financeiro, ramo de seguros através da
controlada direta Corumbal Participações e
Administração Ltda e serviços.
ITAU UNIBANCO HOLDING S.A.*
É uma companhia aberta que, em conjunto com
empresas controladas e coligadas, atua no Brasil
e no exterior, na atividade bancária em todas as
modalidades por meio de suas carteiras:
comercial, de investimento, de crédito
imobiliário, de crédito, financiamento e
investimento e de arrendamento mercantil,
inclusive as de operações de câmbio.
PARANA BANCO S.A.
É um banco múltiplo e tem por objeto social a
prática de operações ativas, passivas e acessórias
inerentes às carteiras comercial e de crédito,
financiamento e investimento, operações de
crédito imobiliário, câmbio e administração de
cartão de crédito.
Fonte: elaboração própria (2017)
*De acordo com O GLOBO, essas instituições estão no ranking dos cincos maiores bancos do brasil (em 2016),
classificadas pelo o tamanho dos ativos.
Os dados dos indicadores de rentabilidade e fluxo de caixa foram desenvolvidos através
das análises das demonstrações financeiras padronizadas consolidadas e individuais dos anos
de 2012 a 2016 (Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e a
32
Demonstração de Fluxo de Caixa), sendo coletadas apenas as informações necessárias e
essenciais para cálculo e análises desses indicadores. Essas são todas as fórmulas usadas para
alcançar os objetivos do trabalho:
Tabela 03 – Indicadores de rentabilidade e indicadores de fluxo de caixa
INDICADORES FÓRMULA
Giro do Ativo Total
Receitas da Intermediação Financeira
Ativo Total Médio
Retorno sobre Investimento Total
Lucro Líquido
Ativo Total Médio
Retorno sobre Patrimônio Líquido
Lucro Líquido
Patrimônio Líquido Médio
Margem Líquida
Lucro Líquido
Receita de Intermediação Financeira
Cobertura de Dívidas
Fluxo de Caixa Operacional
Passivo Total
Retorno do Patrimônio Líquido
Fluxo de Caixa Operacional Patrimônio líquido
Cobertura de Investimento
Fluxo de Caixa Operacional
Fluxo de Caixa de Investimento
Retorno Total
Fluxo de Caixa Operacional
Fluxo de Caixa de Financiamento
Retorno sobre Vendas
Fluxo de Caixa Operacional
Receita de Intermediação Financeira
Fluxo sobre Lucro
Fluxo de Caixa Operacional
Lucro Líquido
Fonte: adaptado de Assaf (2012); Iudícibus (2010); Marion (2012); Silva (2012).
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
33
Para fins de análise foram feitos cálculos de estatísticas descritivas como média,
mediana, mínimo, máximo e desvio padrão. A estatística descritiva se atenta em descrever e
resumir os dados, cujo objetivo básico é o de sintetizar uma série de valores de mesma natureza,
permitindo dessa forma que se tenha uma visão global da variação desses valores, organizando
e descrevendo os dados de três maneiras: por meio de tabelas, de gráficos e de medidas
descritivas.
Serão analisados os indicadores de rentabilidade e fluxo de caixa das instituições
bancárias que foram apresentadas na metodologia, através de gráficos e tabelas composta de
resultados que foram encontrados nos cálculos dos índices.
4.1 ANÁLISE DOS INDICADORES DE RENTABILIDADE
Pode-se observar que a média do Giro do Ativo - na Tabela 04 - das instituições entre
os anos 2012 a 2016 varia entre 0,1265 – no ano 2013, como seu pior índice – e 0,1497 – seu
melhor resultado, em 2015. Como esse indicador busca demonstrar o nível de eficiência que as
empresas estão utilizando na aplicação do seu ativo, conclui-se que a geração de receitas das
empresas com o uso do seu ativo girou em 2015, no seu melhor ano, 0,15 aproximadamente
durante o todo ano, inferindo que os bancos não apresentaram um bom aproveitamento na
aplicação dos seus ativos para geração de lucros.
Verifica-se também que houve uma pequena melhoria se for comparada a evolução entre
os anos. Nos anos de 2015 e 2016, quando houveram os melhores números, também foram os
mais complicados para a economia e política do Brasil.
Tabela 04 – Resultados do indicador do Giro do Ativo
GIRO DO ATIVO
2012 2013 2014 2015 2016
BANESTES S.A. - BANCO ESTADO ESPIRITO
SANTO
0,1056 0,1015 0,1186 0,1329 0,1313
BANCO ABC BRASIL S.A. 0,1271 0,1180 0,0971 0,1033 0,0817
BANCO ALFA DE INVESTIMENTO S.A. 0,0845 0,0811 0,0994 0,1234 0,1265
BANCO AMAZONIA S.A. 0,0908 0,0816 0,0932 0,1184 0,1228
BANCO BRADESCO S.A. 0,1131 0,0949 0,1128 0,1171 0,1469
BANCO DO BRASIL S.A. 0,1000 0,0961 0,1129 0,1368 0,1211
BANCO BTG PACTUAL S.A. 0,0780 0,0720 0,0835 0,0582 0,0734
BANCO ESTADO DE SERGIPE S.A. - BANESE 0,1783 0,1485 0,1457 0,1629 0,1680
BANCO ESTADO DO PARA S.A. 0,2086 0,2140 0,2401 0,2600 0,2526
34
Fonte: elaboração própria (2017)
Fazendo ainda comparações entre os maiores bancos do Brasil de capital aberto, que são
o Banco do Bradesco S.A., Banco do Brasil S.A., Banco Santander S.A. e Itaú Unibanco
Holding S.A., nota-se que em todos os anos seus valores foram menores que as médias entre as
demais empresas. O destaque mais positivo entre toda a amostra foi para o Banco Pan S.A., o
qual teve o maior índice entre todos os bancos em todos os anos, exceto 2014, que foi do Banco
Estado do Pará S.A.
A instituição que teve seu pior desempenho foi o Consorcio Alfa de Administração S.A.,
que obteve em todos os anos os piores valores. Esse baixo desempenho é justificado pois sua
atividade principal atual consiste em manter participações societárias em outras empresas, na
qualidade de “holding”, com participações direcionadas, principalmente aos segmentos
financeiro, ramo de seguros e serviços, assim não gerando muitas receitas, mas mantendo um
valor alto dos seus ativos.
O retorno sobre investimento total apresenta o percentual de lucro que a instituição
obtém em relação aos seus investimentos totais. Verifica-se na Tabela 05 que, a média ao
decorrer do tempo foi diminuindo, chegando na sua pior marca em 2016 com 1,32%. A variação
no ano de 2012 – que foi seu melhor ano – para o seu pior foi de proximamente de 30,53%, ou
seja, os bancos podem ter sido afetados pela crise do país quando estava na sua pior fase, que
foram em 2015 e 2016, quando o PIB atingiu seus piores índices.
Tabela 05 – Resultados do indicador de Retorno sobre Investimento Total
BANCO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S.A. 0,1391 0,1226 0,1298 0,1504 0,1513
BANCO INDUSVAL S.A. 0,1500 0,1270 0,1457 0,1874 0,1319
BANCO MERCANTIL DO BRASIL S.A. 0,1997 0,1972 0,2188 0,2646 0,2854
BANCO NORDESTE DO BRASIL S.A. 0,1305 0,1129 0,1211 0,1631 0,1240
BANCO PAN S.A. 0,2910 0,3176 0,2394 0,2781 0,2857
BANCO PATAGONIA S.A. 0,1320 0,1355 0,1561 0,1498 0,1289
BANCO PINE S.A. 0,0690 0,0729 0,0913 0,1009 0,1125
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 0,1279 0,1170 0,1211 0,1241 0,1245
BRB BANCO DE BRASILIA S.A. 0,1893 0,1790 0,1983 0,2037 0,2133
CONSORCIO ALFA DE ADMINISTRACAO S.A. 0,0070 0,0111 0,0092 0,0094 0,0097
ITAU UNIBANCO HOLDING S.A. 0,1144 0,0955 0,1198 0,1078 0,1326
PARANA BANCO S.A. 0,1725 0,1604 0,1735 0,1904 0,2053
MÉDIA 0,1337 0,1265 0,1346 0,1497 0,1490
MEDIANA 0,1279 0,1170 0,1211 0,1368 0,1313
MÁXIMO 0,2910 0,3176 0,2401 0,2781 0,2857
MÍNIMO 0,0070 0,0111 0,0092 0,0094 0,0097
DESVIO PADRÃO 0,0586 0,0620 0,0543 0,0641 0,0659
35
RETORNO SOBRE INVESTIMENTO TOTAL
2012 2013 2014 2015 2016
BANESTES S.A. - BANCO ESTADO
ESPIRITO SANTO
0,64% 0,84% 0,97% 0,93% 0,66%
BANCO ABC BRASIL S.A. 2,08% 1,86% 1,85% 1,79% 1,59%
BANCO ALFA DE INVESTIMENTO S.A. 0,78% 0,66% 0,48% 0,65% 0,74%
BANCO AMAZONIA S.A. 1,67% 1,67% 1,54% 2,03% 1,00%
BANCO BRADESCO S.A. 1,49% 1,52% 1,74% 1,86% 1,62%
BANCO DO BRASIL S.A. 1,21% 1,04% 1,09% 1,18% 0,62%
BANCO BTG PACTUAL S.A. 2,08% 2,11% 1,36% 0,29% 2,66%
BANCO ESTADO DE SERGIPE S.A. -
BANESE
3,09% 1,85% 0,20% 0,72% 1,64%
BANCO ESTADO DO PARA S.A. 3,99% 3,40% 3,09% 3,96% 3,99%
BANCO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL S.A.
1,94% 1,47% 1,08% 1,37% 1,05%
BANCO INDUSVAL S.A. 0,05% -2,47% -0,05% -3,68% -2,93%
BANCO MERCANTIL DO BRASIL S.A. 1,03% 0,61% -1,46% 0,80% 0,20%
BANCO NORDESTE DO BRASIL S.A. 2,81% 1,10% 2,08% 0,77% 1,67%
BANCO PAN S.A. -2,10% -0,45% 0,38% 0,56% -0,54%
BANCO PATAGONIA S.A. 4,27% 5,53% 5,33% 5,45% 4,46%
BANCO PINE S.A. 1,81% 1,42% 0,93% 0,42% -0,33%
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 1,33% 1,34% 1,17% 1,75% 1,20%
BRB BANCO DE BRASILIA S.A. 2,12% 1,98% 1,86% 0,92% 1,24%
CONSORCIO ALFA DE ADMINISTRACAO
S.A.
2,41% 3,12% 2,48% 3,15% 3,03%
ITAU UNIBANCO HOLDING S.A. 1,49% 1,67% 2,03% 2,18% 1,79%
PARANA BANCO S.A. 5,74% 3,24% 2,60% 2,50% 2,30%
MÉDIA 1,90% 1,60% 1,46% 1,41% 1,32%
MEDIANA 1,81% 1,52% 1,36% 1,18% 1,24%
MÁXIMO 5,74% 5,53% 5,33% 5,45% 4,46%
MÍNIMO -2,10% -2,47% -1,46% -3,68% -2,93%
DESVIO PADRÃO 1,57% 1,52% 1,32% 1,69% 1,55%
Fonte: elaboração própria (2017)
Os bancos que ficaram fora da média positivamente destacam-se o Banco Estado do
Pará S.A., Banco Patagonia S.A. e Consorcio Alfa de Administração S.A. Com relação ao
Banco Estado do Pará S.A. e o Banco Patangonia S.A.– o qual esse último teve os melhores
resultados entre todos bancos – percebe-se que os números obtidos são bem homogêneos entre
os anos. Contudo, eles divergem entre si, devido que, o Banco Patagonia S.A. teve seus piores
retornos sobre os investimentos totais nos anos de 2013 e 2016, já para o Banco Estado do Pará
S.A. esses foram seus melhores anos, ou seja, enquanto um pode ter sido afetado pela crise do
país no ano em 2016, o outro conseguiu melhorar a eficiência do retorno auferido sobre seus
investimentos totais.
36
O Consorcio Alfa de Administração S.A. teve um péssimo aproveitamento dos seus
ativos com suas receitas de vendas, no retorno sobre o investimento total sobressaiu de forma
favorável com relação ao seu retorno dos seus investimentos totais sobre o lucro. No qual
rendeu nos seus melhores anos – 2015 e 2016 – uma média de 3,09%, ou seja, para cada R$
1,00 investido 3,09 foi lucrado com seus ativos.
Já o banco que merece destaque com os resultados mais inferiores é Banco Indusval
S.A., justificado por ser a empresa que demonstrou mais prejuízo entre os anos estudados. A
instituição só obteve o retorno positivo em 2012 de 0,05%, ainda assim ocasionou uma média
entre os cinco anos de -1,82%, ênfase nos anos de 2015 e 2016 como sendo seus piores anos.
Junto com o Banco Indusval, todas as demais empresas que deram prejuízo afetaram
diretamente a média geral das instituições, por isso, o desvio padrão foi tão alto.
O retorno sobre o patrimônio líquido busca apresentar – em termos percentuais - a
remuneração dos acionistas ou proprietário da instituição em relação aos investimentos
realizados. Assim como o retorno sobre investimento total, o ROE apresentou um alto valor no
desvio padrão entre os anos, chegando em alguns anos a superar a sua média.
Ao analisar suas médias anuais de acordo com a Tabela 06, nota-se que, ao passar dos
anos, o desempenho dos bancos foram diminuindo, chegando em 2016 com o pior índice de
11,59%, uma queda com relação a 2012 de aproximadamente 27,20%.
Tabela 06 – Resultados do indicador de Retorno sobre Patrimônio Líquido
RETORNO SOBRE PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2012 2013 2014 2015 2016
BANESTES S.A. - BANCO ESTADO
ESPIRITO SANTO
9,14% 13,05% 13,96% 13,88% 11,93%
BANCO ABC BRASIL S.A. 14,71% 14,31% 15,42% 15,80% 13,92%
BANCO ALFA DE INVESTIMENTO
S.A.
8,18% 7,72% 5,39% 6,64% 6,77%
BANCO AMAZONIA S.A. 8,70% 10,12% 10,99% 13,70% 6,73%
BANCO BRADESCO S.A. 17,37% 17,41% 19,97% 21,06% 18,32%
BANCO DO BRASIL S.A. 17,61% 15,95% 16,49% 18,41% 9,82%
BANCO BTG PACTUAL S.A. 25,36% 22,23% 13,43% 3,22% 25,21%
BANCO ESTADO DE SERGIPE S.A.
- BANESE
36,18% 21,72% 2,50% 9,57% 21,03%
BANCO ESTADO DO PARA S.A. 32,54% 30,43% 30,58% 32,37% 30,41%
BANCO ESTADO DO RIO GRANDE
DO SUL S.A.
17,80% 14,72% 16,77% 13,57% 11,35%
BANCO INDUSVAL S.A. 0,35% -17,31% -0,41% -26,25% -20,84%
BANCO MERCANTIL DO BRASIL
S.A.
17,78% 9,51% -23,66% 13,38% 2,65%
BANCO NORDESTE DO BRASIL
S.A.
32,73% 12,59% 23,33% 9,84% 23,59%
BANCO PAN S.A. -21,96% -4,10% 2,81% 3,87% -3,91%
37
BANCO PATAGONIA S.A. 30,72% 37,29% 32,51% 35,76% 32,09%
BANCO PINE S.A. 17,10% 11,66% 7,54% 3,32% -2,41%
BANCO SANTANDER (BRASIL)
S.A.
7,04% 7,27% 7,12% 12,41% 9,07%
BRB BANCO DE BRASILIA S.A. 20,26% 18,98% 19,24% 9,64% 12,22%
CONSORCIO ALFA DE
ADMINISTRACAO S.A.
8,33% 6,28% 5,10% 6,57% 6,30%
ITAU UNIBANCO HOLDING S.A. 17,43% 20,63% 23,66% 24,37% 18,95%
PARANA BANCO S.A. 17,03% 10,60% 9,80% 10,38% 10,27%
MÉDIA 15,92% 13,38% 12,03% 11,98% 11,59%
MEDIANA 17,37% 13,05% 13,43% 12,41% 11,35%
MÁXIMO 36,18% 37,29% 32,51% 35,76% 32,09%
MÍNIMO -21,96% -17,31% -23,66% -26,25% -20,84%
DESVIO PADRÃO 12,51% 10,96% 11,85% 12,03% 11,86%
Fonte: elaboração própria (2017)
Ressalta-se que as empresas que mais renderam resultados na gestão de seus recursos
próprios e de terceiros, em benefício dos acionistas, foram o Banco Estado do Pará S.A. e Banco
Patagonia S.A. O primeiro obteve uma média entre os anos estudados de 31,26%, ou seja, dos
seus capitais próprios totais, para cada R$ 1,00 rende R$ 0,3126 para os proprietários e
acionistas em relação aos investimentos realizados. O Banco Pagatonia S.A., que também teve
seus dados bem homogêneos entre os anos atingiu a média de 33,67%. Mas, deve ser observado
que, entre anos de 2015 e 2016 houve uma queda de aproximadamente 10%, mesmo assim, a
empresa alcançou um bom resultado em 2016 (32,09%).
Ao fazer comparações entre os maiores bancos, as empresas obtiveram uma
performance satisfatória, quem menos sobressaiu foi o Banco Santander S.A. com a média entre
os anos de 8,58%, ainda sim, um índice bem aceitável. Além disso, fica evidente que essas
quatros instituições tiveram uma queda entre os anos de 2015 para 2016. Para o Banco Bradesco
S.A. foi uma queda de aproximadamente de 13%, o Itaú Unibanco Holding S.A. de 22%, 27%
foi a queda do Banco Santander S.A. e a maior queda foi do Banco do Brasil S.A. de 53%.
O Banco Indusval teve novamente o destaque negativo por conta do seu prejuízo em
todos anos, exceto em 2012. A média geral da instituição alcançou um valor de -12,89%. Aliás,
os prejuízos ocorridos no Banco Mercantil S.A., no Banco Pan S.A. e no Banco Pine S.A.
também ajudaram que o desvio padrão ser elevado.
A margem líquida foi um indicador entre os de rentabilidade que teve as maiores
discrepâncias nos números, em todos os anos o valor do desvio padrão foi maior que o dobro
da média, como demonstra a Tabela 07. Fatores determinantes para que isso acontecesse são os
valores mínimas e máximas, que foram muitos diferentes. Enquanto o Consorcio Alfa de
38
Administração S.A. teve uma média nos anos de 308,80% e o Banco Indusval S.A. possuiu de
-12,28%.
Tabela 07 – Resultados do indicador de Margem Líquida
MARGEM LÍQUIDA
2012 2013 2014 2015 2016
BANESTES S.A. - BANCO ESTADO
ESPIRITO SANTO
6,05% 8,29% 8,15% 6,99% 5,03%
BANCO ABC BRASIL S.A. 16,39% 15,78% 19,09% 17,34% 19,48%
BANCO ALFA DE INVESTIMENTO
S.A.
9,22% 8,15% 4,86% 5,24% 5,88%
BANCO AMAZONIA S.A. 18,36% 20,44% 16,56% 17,16% 8,11%
BANCO BRADESCO S.A. 13,21% 16,07% 15,46% 15,91% 11,04%
BANCO DO BRASIL S.A. 12,11% 10,79% 9,68% 8,66% 5,15%
BANCO BTG PACTUAL S.A. 26,70% 29,29% 16,35% 4,94% 36,27%
BANCO ESTADO DE SERGIPE S.A. -
BANESE
17,31% 12,43% 1,35% 4,44% 9,78%
BANCO ESTADO DO PARA S.A. 19,13% 15,90% 12,87% 15,24% 15,79%
BANCO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL S.A.
13,96% 12,02% 8,35% 9,11% 6,97%
BANCO INDUSVAL S.A. 0,33% -19,47% -0,37% -19,65% -22,24%
BANCO MERCANTIL DO BRASIL S.A. 5,14% 3,09% -6,69% 3,02% 0,71%
BANCO NORDESTE DO BRASIL S.A. 21,57% 9,71% 17,14% 4,71% 13,46%
BANCO PAN S.A. -7,22% -1,43% 1,57% 2,00% -1,89%
BANCO PATAGONIA S.A. 32,33% 40,82% 34,16% 36,35% 34,65%
BANCO PINE S.A. 26,27% 19,52% 10,15% 4,21% -2,95%
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 10,43% 11,42% 9,69% 14,07% 9,68%
BRB BANCO DE BRASILIA S.A. 11,18% 11,05% 9,38% 4,52% 5,82%
CONSORCIO ALFA DE
ADMINISTRACAO S.A.
344,99% 280,29% 271,19% 335,70% 311,82%
ITAU UNIBANCO HOLDING S.A. 12,99% 17,43% 16,94% 20,19% 13,53%
PARANA BANCO S.A. 33,28% 20,22% 15,00% 13,13% 11,19%
MÉDIA 30,65% 25,80% 23,38% 24,92% 23,68%
MEDIANA 13,96% 12,43% 10,15% 8,66% 9,68%
MÁXIMO 344,99% 280,29% 271,19% 335,70% 311,82%
MÍNIMO -7,22% -19,47% -6,69% -19,65% -22,24%
DESVIO PADRÃO 70,95% 58,01% 56,04% 70,23% 65,52%
Fonte: elaboração própria (2017)
As explicações para os números distintos é que, à medida que o Consórcio Alfa de
Administração S.A. tem suas receitas de vendas baixas, o lucro líquido é pelo menos três vezes
maior – devido aos seus ganhos com seguros e resseguros. O Banco Indusval S.A. tem a receita
da intermediação financeira adequada, mas suas despesas superam causando os seus prejuízos
39
dos períodos. Além de que os prejuízos dos demais bancos também influenciaram para as
disparidades dos números.
Realizando ainda comparações com os quatros maiores bancos listados na Bovespa e
com o Banco BTG Pactual S.A.– que também se enquadra entre os dez maiores do Brasil –
observa-se que o Banco BTG Pactual S.A. supera os quatros bancos, sua média entre os anos
estudados foi de 22,71%, ou seja, para cada R$ 1,00 é obtido de retorno (lucro) em relação às
receitas de intermediação financeira aproximadamente de R$ 0,23.
Ressalta também que essas quatros maiores instituições tiveram uma queda – no geral -
significativa de 2015 para 2016 de 33%, revelando o quanto 2016 - no auge da crise - afetou
em suas margens de lucro. Contudo, BTG Pactual possuiu um comportamento totalmente
contrário, uma vez que seus números elevaram a um patamar de 86% do ano 2015 para 2016.
Isso denota como há distorções tanto entre os bancos e os anos, não existindo uma
homogeneização.
4.2 ANÁLISE DOS INDICADORES DE FLUXO DE CAIXA
Para os indicadores de Cobertura de Dívidas, Retorno do Patrimônio Líquido, Retorno
de Vendas e Fluxo sobre Lucro, observa-se que, de todos eles, a instituição que teve a menor
média foi o Banco ABC Brasil S.A.
A cobertura de dívidas, demonstrada pela Tabela 08, o Banco ABC S.A. resultou em
uma média entre 2012 e 2016 de aproximadamente -0,83, isso significa que a empresa consumiu
do caixa de outras atividades 83% para cada R$ 1,00 de dívida. O banco que teve melhor
desempenho nesse índice de cobertura de dívida foi o Paraná Banco S.A., o qual gerava
aproximadamente 0,06 de FCO para cada R$ 1,00 de dívida.
Os valores das médias anuais regrediram do ano de 2012 (0,0295) para o 2013 (-0,0017)
com a queda aproximadamente de 105,84%, após esse decréscimo, o índice começa a recuperar
atingindo a sua melhor marca em 2016, com aproximadamente de 0,04.
Tabela 08 – Resultados do indicador de Cobertura de Dívida
COBERTURA DE DÍVIDA
2012 2013 2014 2015 2016
BANESTES S.A. - BANCO ESTADO
ESPIRITO SANTO
0,0864 -0,1324 0,1049 0,0558 0,0712
BANCO ABC BRASIL S.A. -0,0334 -0,1763 -0,1128 0,0004 -0,0910
BANCO ALFA DE INVESTIMENTO
S.A.
0,0540 -0,0107 0,0517 -0,0323 0,0388
40
BANCO AMAZONIA S.A. 0,0406 0,0271 -0,1391 0,0172 0,1740
BANCO BRADESCO S.A. 0,0644 0,1191 0,0868 -0,0598 0,0453
BANCO DO BRASIL S.A. -0,0077 -0,0092 -0,0209 0,0202 0,0032
BANCO BTG PACTUAL S.A. -0,0352 -0,1649 0,0120 -0,0343 0,1659
BANCO ESTADO DE SERGIPE S.A. -
BANESE
0,0095 0,0735 0,0315 -0,0004 0,0752
BANCO ESTADO DO PARA S.A. 0,0731 0,1396 -0,0379 0,0578 0,0320
BANCO ESTADO DO RIO GRANDE
DO SUL S.A.
0,0325 -0,0809 0,0302 0,0356 0,0565
BANCO INDUSVAL S.A. 0,0041 -0,0444 0,0550 -0,0179 0,0600
BANCO MERCANTIL DO BRASIL
S.A.
0,0484 -0,0112 -0,0087 0,0260 0,0254
BANCO NORDESTE DO BRASIL S.A. 0,1474 0,0583 0,0227 0,1165 -0,0577
BANCO PAN S.A. -0,0653 -0,0416 -0,0542 0,0926 0,0381
BANCO PATAGONIA S.A. 0,1145 0,1304 -0,0025 0,0486 0,0294
BANCO PINE S.A. 0,0083 0,0531 -0,0289 0,0362 0,0244
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 0,0081 0,0480 -0,0089 0,0067 0,0106
BRB BANCO DE BRASILIA S.A. -0,1095 -0,0967 0,0072 0,0101 -0,0031
CONSORCIO ALFA DE
ADMINISTRACAO S.A.
-0,0227 0,0062 0,0502 0,0414 0,0381
ITAU UNIBANCO HOLDING S.A. 0,0524 0,0342 0,0785 -0,0194 0,0091
PARANA BANCO S.A. 0,1501 0,0426 0,0631 -0,0200 0,0873
MÉDIA 0,0295 -0,0017 0,0086 0,0182 0,0396
MEDIANA 0,0325 0,0062 0,0120 0,0172 0,0381
MÁXIMO 0,1501 0,1396 0,1049 0,1165 0,1740
MÍNIMO -0,1095 -0,1763 -0,1391 -0,0598 -0,0910
DESVIO PADRÃO 0,0641 0,0884 0,0601 0,0418 0,0583
Fonte: elaboração própria (2017)
A variação entre máximo e mínimo é bastante intensa, a cada ano as grandezas mudam
nas empresas, por exemplo, o valor da máxima de 2012 é atribuído para o Paraná Banco S.A.,
2013 para Banco Estado do Pará S.A., o Banco Estado do Espirito Santo S.A. em 2014, 2015
para o Banco do Nordeste S.A. e em 2016 para Banco Amazonia S.A. Os piores bancos por ano
são, respectivamente: o Banco ABC Brasil S.A. em 2013 e 2016, o BRB Banco de Brasília S.A.
em 2012, em 2014 o Banco Amazonia S.A. e em 2015 o Banco do Bradesco S.A
O retorno do patrimônio líquido tem por finalidade de medir o quanto a organização é
capaz de realizar caixa para os acionistas. O Banco ABC Brasil S.A. continuou como a pior
performance entre as instituições com uma média de -67,88%, não conseguindo recuperar caixa
suficiente para retornar o capital próprio investido pelos acionistas. Já o Banco do Nordeste do
Brasil S.A. veio com comportamento totalmente diferente, com média de 71,22%, sendo que,
seu melhor ano foi em 2012 (1,75) e o pior foi em 2016 (-0,79). De acordo coma tabela a seguir:
Tabela 09 – Resultados do indicador de Retorno do Patrimônio Líquido
41
RETORNO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2012 2013 2014 2015 2016
BANESTES S.A. - BANCO ESTADO
ESPIRITO SANTO
1,4283 -1,9446 1,4916 0,8713 1,4487
BANCO ABC BRASIL S.A. -0,2451 -1,4079 -0,9703 0,0038 -0,7746
BANCO ALFA DE INVESTIMENTO
S.A.
0,6529 -0,1210 0,5746 -0,3049 0,3401
BANCO AMAZONIA S.A. 0,2160 0,1888 -1,0094 0,1078 1,2582
BANCO BRADESCO S.A. 0,7215 1,3846 0,9819 -0,6749 0,5116
BANCO DO BRASIL S.A. -0,1196 -0,1403 -0,3134 0,3255 0,0487
BANCO BTG PACTUAL S.A. -0,4200 -1,5549 0,1226 -0,4111 1,0769
BANCO ESTADO DE SERGIPE S.A. -
BANESE
0,1088 0,8886 0,4214 -0,0050 0,9455
BANCO ESTADO DO PARA S.A. 0,6491 1,2548 -0,3353 0,4402 0,2445
BANCO ESTADO DO RIO GRANDE
DO SUL S.A.
0,3190 -0,8210 0,3144 0,3747 0,5890
BANCO INDUSVAL S.A. 0,0277 -0,3213 0,4433 -0,1086 0,5014
BANCO MERCANTIL DO BRASIL S.A. 0,8085 -0,1638 -0,1579 0,4009 0,2838
BANCO NORDESTE DO BRASIL S.A. 1,7517 0,6482 0,2579 1,6977 -0,7944
BANCO PAN S.A. -0,5413 -0,4070 -0,3807 0,6405 0,2870
BANCO PATAGONIA S.A. 0,1145 0,1304 -0,0151 0,3451 0,2145
BANCO PINE S.A. 0,0688 0,4318 -0,2354 0,2713 0,1722
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 0,0430 0,2661 -0,0587 0,0504 0,0796
BRB BANCO DE BRASILIA S.A. -1,0340 -0,9403 0,0786 0,1016 -0,0297
CONSORCIO ALFA DE
ADMINISTRACAO S.A.
-0,0464 0,0123 0,1066 0,0846 0,0802
ITAU UNIBANCO HOLDING S.A. 0,6603 0,4172 0,8800 -0,2172 0,0918
PARANA BANCO S.A. 0,4673 0,1457 0,2589 -0,0839 0,4169
MÉDIA 0,2681 -0,0978 0,1169 0,1862 0,3329
MEDIANA 0,1145 0,0123 0,1066 0,1016 0,2838
MÁXIMO 1,7517 1,3846 1,4916 1,6977 1,4487
MÍNIMO -1,0340 -1,9446 -1,0094 -0,6749 -0,7944
DESVIO PADRÃO 0,6199 0,8473 0,5792 0,4846 0,5394
Fonte: elaboração própria (2017)
No tocante dos melhores e piores bancos por ano, encontra-se em 2012 e 2015 o Banco
do Nordeste do Brasil S.A., o qual teve a melhor marca de aproximadamente 1,75 e 1,70,
respectivamente. O BRB Banco de Brasília S.A. foi o que teve o menor desempenho em 2012
(-1,0340). Em 2013 o Banco Bradesco S.A. apresentou o melhor índice, aproximadamente de
1,38, já em 2015 destacou-se como o pior, com 0,67. O menor índice em 2013 – do BANESTE
– foi de aproximadamente -1,94, ao contrário do ano seguinte – 2014 – que obteve o melhor
resultado entre os bancos de aproximadamente de 1,49, nesse mesmo ano quem possuiu o
menor índice foi o Banco Amazonia S.A. De modo que, em 2016, o BANESE novamente
42
atingiu o melhor resultado entre os bancos com aproximadamente de 1,45. O pior
comportamento nesse mesmo ano foi do Banco do Nordeste do Brasil S.A. (0,75).
O retorno de vendas relaciona a geração de caixa com o volume de receita de
intermediação financeira, isso quer dizer o quanto a organização consegue constituir para cada
unidade de venda a geração de fluxo de caixa liquido com suas operações. De acordo com a
Tabela 10, o Banco ABC Brasil S.A. teve novamente o pior desempenho, atingiu uma média
negativa de aproximadamente de -0,86, não sendo capaz de gerar caixa para as receitas de
intermediação financeira.
O Consorcio Alfa de Administração S.A. teve o melhor índice das instituições entre o
período estudado de acordo com a tabela 10, o que produziu de caixa liquido por cada unidade
vendida cerca de 2,58. Números justificáveis por efeito das receitas de vendas de bens e/ou
serviços do ser baixo e o lucro do período ser maior que as receitas, consequentemente o fluxo
de caixa operacional supera suas receitas.
Tabela 10 – Resultados do indicador de Retorno sobre Vendas
RETORNO SOBRE VENDAS
2012 2013 2014 2015 2016
BANESTES S.A. - BANCO ESTADO
ESPIRITO SANTO
0,9022 -1,3811 0,9151 0,4589 0,6325
BANCO ABC BRASIL S.A. -0,2893 -1,6520 -1,2890 0,0045 -1,1534
BANCO ALFA DE INVESTIMENTO S.A. 0,7200 -0,1300 0,5270 -0,2462 0,3055
BANCO AMAZONIA S.A. 0,4618 0,3437 -1,5605 0,1430 1,5298
BANCO BRADESCO S.A. 0,5989 1,2849 0,8102 -0,5354 0,3312
BANCO DO BRASIL S.A. -0,0828 -0,1025 -0,1943 0,1539 0,0261
BANCO BTG PACTUAL S.A. -0,5436 -2,2579 0,1634 -0,7132 1,4215
BANCO ESTADO DE SERGIPE S.A. -
BANESE
0,0552 0,5291 0,2268 -0,0023 0,4719
BANCO ESTADO DO PARA S.A. 0,4040 0,7169 -0,1659 0,2274 0,1385
BANCO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL S.A.
0,2585 -0,7026 0,2457 0,2510 0,3788
BANCO INDUSVAL S.A. 0,0265 -0,3878 0,3990 -0,0760 0,4814
BANCO MERCANTIL DO BRASIL S.A. 0,2629 -0,0563 -0,0388 0,0946 0,0818
BANCO NORDESTE DO BRASIL S.A. 1,2356 0,5311 0,1992 0,7434 -0,4911
BANCO PAN S.A. -0,2517 -0,1387 -0,2643 0,3370 0,1371
BANCO PATAGONIA S.A. 0,3808 0,0511 -0,0170 0,3782 0,2066
BANCO PINE S.A. 0,1162 0,7313 -0,3150 0,3333 0,2089
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 0,0646 0,4242 -0,0783 0,0576 0,0875
BRB BANCO DE BRASILIA S.A. -0,6116 -0,5857 0,0380 0,0515 -0,0143
CONSORCIO ALFA DE
ADMINISTRACAO S.A.
-2,0692 0,5657 5,8195 4,5325 4,0484
ITAU UNIBANCO HOLDING S.A. 0,4940 0,3705 0,6862 -0,1912 0,0710
PARANA BANCO S.A. 0,9613 0,2857 0,4061 -0,1073 0,4216
43
MÉDIA 0,1474 -0,0743 0,3101 0,2807 0,4439
MEDIANA 0,2585 0,0511 0,1634 0,0946 0,2089
MÁXIMO 1,2356 1,2849 5,8195 4,5325 4,0484
MÍNIMO -2,0692 -2,2579 -1,5605 -0,7132 -1,1534
DESVIO PADRÃO 0,6801 0,8383 1,3616 1,0025 0,9688
Fonte: elaboração própria (2017)
A média anual do Retorno sobre Vendas segue o mesmo comportamento dos
indicadores de Cobertura de Dívidas e Retorno do Patrimônio Líquido, isto é, o ano que mais
gerou caixa para as receitas com vendas de bens e/ou serviços dos bancos foi em 2016,
alcançando 0,44 aproximadamente. Em 2013, ficou como o menor desempenho dos bancos, no
geral, com a média de 0,0743.
Pode-se afirmar que os melhores anos para os bancos, de acordo com esse três
indicadores de fluxo de caixa, foi quando Brasil teve sua pior recessão da história. Então, no
auge da crise, as instituições, no geral, melhoraram o cumprimento das dívidas existem com
seu caixa, geraram mais caixa para acionistas e com suas vendas.
O indicador de fluxo sobre o lucro é utilizado para demonstrar a parcela do lucro que
foi realizado financeiramente. De acordo com a Tabela 11, pode-se observar, através das médias
anuais, que os melhores anos foram 2012 e 2016, com aproximadamente 2,49 e 3,05,
respectivamente. Os anos mais difíceis para os bancos mostrarem seu fluxo de caixa com
relação ao lucro foram em 2013 e 2014, sendo que em 2013 atingiu o pior índice de
aproximadamente -0,72, contudo, no próximo ano melhorou aproximadamente 182,48%. Esse
decréscimo do ano de 2013 foi devido principalmente pelo feito de o Banco Indusval S.A.
obteve a marca recorde de todos anos e bancos, com -108,39.
Tabela 11 – Resultados do indicador de Fluxo sobre Lucro
FLUXO SOBRE LUCRO 2012 2013 2014 2015 2016
BANESTES S.A. - BANCO ESTADO
ESPIRITO SANTO
14,9231 -16,6568 11,2268 6,5678 12,5777
BANCO ABC BRASIL S.A. -1,7657 -10,4699 -6,7513 0,0260 -5,9211
BANCO ALFA DE INVESTIMENTO
S.A.
7,8096 -1,5954 10,8553 -4,6948 5,1925
BANCO AMAZONIA S.A. 2,5149 1,6812 -9,4252 0,8335 18,8679
BANCO BRADESCO S.A. 4,5345 7,9955 5,2411 -3,3641 2,9989
BANCO BRASIL S.A. -0,6837 -0,9493 -2,0066 1,7767 0,5064
BANCO BTG PACTUAL S.A. -2,0359 -7,7101 0,9993 -14,4488 3,9194
BANCO ESTADO DE SERGIPE S.A. -
BANESE
0,3188 4,2569 16,8277 -0,0528 4,8262
44
BANCO ESTADO DO PARA S.A. 2,1122 4,5084 -1,2894 1,4921 0,8774
BANCO ESTADO DO RIO GRANDE
DO SUL S.A.
1,8524 -5,8469 2,9407 2,7563 5,4352
BANCO INDUSVAL S.A. 7,9223 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000
BANCO MERCANTIL DO BRASIL
S.A.
5,1145 -1,8213 0,0000 3,1315 11,5514
BANCO NORDESTE DO BRASIL S.A. 5,7296 5,4683 1,1623 15,7880 -3,6487
BANCO PAN S.A. 0,0000 0,0000 -16,8085 16,8754 0,0000
BANCO PATAGONIA S.A. 1,1776 0,1251 -0,0497 1,0403 0,5963
BANCO PINE S.A. 0,4421 3,7461 -3,1027 7,9187 0,0000
BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 0,6195 3,7148 -0,8086 0,4094 0,9040
BRB BANCO DE BRASILIA S.A. -5,4705 -5,2985 0,4048 1,1395 -0,2459
CONSORCIO ALFA DE
ADMINISTRACAO S.A.
-0,5998 0,2018 2,1459 1,3502 1,2983
ITAU UNIBANCO HOLDING S.A. 3,8041 2,1258 4,0501 -0,9474 0,5246
PARANA BANCO S.A. 2,8886 1,4132 2,7082 -0,8171 3,7669
MÉDIA 2,4385 -0,7196 0,8724 1,7515 3,0489
MEDIANA 1,8524 0,1251 0,4048 1,0403 0,9040
MÁXIMO 14,9231 7,9955 16,8277 16,8754 18,8679
MÍNIMO -5,4705 -16,6568 -16,8085 -14,4488 -5,9211
DESVIO PADRÃO 4,2440 5,6660 6,9383 6,3509 5,4482
Fonte: elaboração própria (2017)
Também pode ser observado, na Tabela 10 que os resultados zerados são devido aos
prejuízos dos exercícios apresentados nos períodos de cada banco. Em 2013 a 2015 no Banco
Indusval S.A., 2014 no Banco Mercantil do Brasil S.A., 2012, 2013 e 2016 no Banco Pan S.A.
e em 2016 no Banco Pine S.A.
O Banco ABC Brasil S.A., como já exposto, também teve a menor performance entre
os bancos no indicador de fluxo sobre o lucro. A empresa apresentou um resultado péssimo na
média dos anos de aproximadamente -4,98, sendo que em 2013 decorreu a pior marca, com -
10,47. Ao contrário desse desempenho, o Banco Estado do Espirito Santo S.A. ocasionou uma
média de aproximadamente 5,73, isto é, para cada R$ 5,73 gerado de fluxo de caixa operacional,
corresponde a R$ 1,00 de lucro líquido gerado no período. Destacando-se os anos de 2012 e
2014, que obtiveram os patamares de 14,92 e 12,58, respectivamente.
É importante ressaltar que, o Banco ABC Brasil S.A. seguiu a tendência de ser a pior
instituição nesses quatros indicadores, foi o banco que teve mais anos com fluxo de caixa
negativo e valores altos proporcionalmente aos seus passivos, patrimônio líquido, vendas e
lucro líquido. As elevadas grandezas podem ser justificadas pelo crescimento nos valores das
variações nos ativos e passivos, que compõe o fluxo de caixa operacional da empresa.
45
Na cobertura de investimento e o retorno total, a análise desses dois indicares devem ser
feitas com mais cuidado, uma vez que tanto o dominador ou o numerado podem revelar
números negativos e positivos, isto é, não necessariamente os resultados positivos são bons e
os negativos são ruins. Por isso que, não foram feitos cálculos das médias, mediana, máxima,
mínima e desvio padrão anuais, visto que não resultariam em informações verdadeiras.
A cobertura de investimento é aplicada para determinar se a organização consegue
financiar seus investimentos com seus recursos próprios. Deve ser observado na tabela 12 que
os valores os quais estão negativos não necessariamente são ruins, devido a isso, foram
distinguidos – com a cor vermelha – as grandezas que realmente se comportaram de forma
desfavorável.
Tabela 12 – Resultados do indicador de Cobertura de Investimento
COBERTURA DE INVESTIMENTO
2012 2013 2014 2015 2016
BANESTES S.A. - BANCO
ESTADO ESPIRITO
SANTO
-45,7254 -4416,2407 -1,7092 -1,2398 -1,5019
BANCO ABC BRASIL S.A. 71,0882 -717,6916 357,4613 -0,6323 341,1870
BANCO ALFA DE
INVESTIMENTO S.A.
-1,7151 0,2377 -38,8370 -0,9280 -2,0179
BANCO AMAZONIA S.A. -1,5134 -1,3843 -10,1934 -1,3078 -1,9147
BANCO BRADESCO S.A. -1,1503 -4,3056 -23,4652 5,1294 5,8957
BRACO DO BRASIL S.A. -8,4921 -11,8139 -16,7151 -22,0285 0,6665
BANCO BTG PACTUAL
S.A.
7,8623 -28,5002 -1,1983 -1,7301 3,3001
BANCO ESTADO DE
SERGIPE S.A. - BANESE
-1,8705 -10,0761 -8,2728 0,1980 -17,5822
BANCO ESTADO DO
PARA S.A.
-17,4077 -15,0625 4,3227 -10,9604 -7,0826
BANCO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL S.A.
-15,3490 48,6721 -1,0239 -10,6154 -1,4309
BANCO INDUSVAL S.A. 116,5143 4,7614 72,5548 -15,2393 -62,5897
BANCO MERCANTIL DO
BRASIL S.A.
-5,0695 9,1039 1,3523 -3,7083 -3,4102
BANCO NORDESTE DO
BRASIL S.A.
-3,6146 -4,1447 -24,0220 -108,8528 120,2714
BANCO PAN S.A. 1,4905 -2,1638 -3565,429 -7,5633 -662,1553
BANCO PATAGONIA S.A. -90,9405 14,9204 1,2657 -12,7191 -5,5084
BANCO PINE S.A. -3,2829 -7,9265 -3,7447 53,7454 -606,8138
BANCO SANTANDER
(BRASIL) S.A.
-2,1863 -9,3796 1,4621 -5,2919 -5,3211
BRB BANCO DE
BRASILIA S.A.
19,4642 28,6887 -0,9545 -2,3757 0,9918
CONSORCIO ALFA DE
ADMINISTRACAO S.A.
-0,4384 0,0779 12,2495 9,5727 -1,5769
ITAU UNIBANCO
HOLDING S.A.
-1,3352 -2,4222 33,0740 68,6399 0,8573
PARANA BANCO S.A. 40,1072 9,7290 10,1884 -1,1889 38,7439
46
Fonte: elaboração própria (2017)
No ano de 2016 foi o Banco ABC Brasil S.A. que apresentou os piores resultados,
aproximadamente com -341,19. Ou seja, o banco não gerou caixa suficiente para liquidar suas
despesas operacionais e ainda gastou do caixa gerado na atividade de investimento. Nesse
mesmo ano a empresa que mais conseguiu financiar seus projetos de investimentos foi o Banco
Pan S.A. Nos períodos de 2013 e 2014, os bancos que obtiveram as marcas expressivas
negativamente foram o Banco Estado do Espírito Santo S.A. e o Banco Pan S.A.,
respectivamente, com marcas de -4416,24 (BANESTES) e -3565,43 (Banco Pan S.A). Já em
2015 o Itaú Unibanco Holding S.A.– o maior banco do brasil – foi a pior instituição entre as
estudadas, com 68,64 aproximadamente, nesse mesmo ano o Banco do Nordeste se sobressaiu
com o resulto de -108,85. Os valores que são de resultados positivos, mas com as grandezas de
sinal negativo são devido ao fluxo de caixa de investimento ser negativo.
A Tabela 12 expõe-se ainda que os anos mais críticos, no geral, são de 2013 e 2014,
dado que, é nesse intervalo de tempo que a cobertura de investimento teve seus maiores
resultados com mais frequências nas empresas. Se for comparar o ano de 2016 e 2014, por
exemplo, observa-se tem que apenas três empresas sofreram negativamente por não gerar caixa
para seus investimentos – e possivelmente é o ano com melhor performance dos bancos - já em
2014 foram nove as empresas tiveram o mesmo comportamento.
O retorno total é capaz de medir o quanto a instituição é competente para gerar caixa
vindo das atividades operacionais e captar recursos de capital de terceiros. Deve ser observado
na Tabela 13 que os valores que estão negativos não necessariamente são ruins, devido a isso,
foram distinguidos – com a cor vermelha – as grandezas que realmente se comportam de forma
desfavorável obrigatoriamente.
Tabela 13 – Resultados do indicador de Retorno Total
RETORNO TOTAL
2012 2013 2014 2015 2016
BANESTES S.A. - BANCO
ESTADO ESPIRITO SANTO
-22,8351 156,9502 -41,4637 -19,9695 -30,5529
BANCO ABC BRASIL S.A. -0,2563 -1,0468 -0,6530 0,0050 -1,3418
BANCO ALFA DE
INVESTIMENTO S.A.
-3,9453 7,3852 -42,4851 14,3038 -21,6301
BANCO AMAZONIA S.A. -32,9615 -1,8676 -2,3150 -13,5953
BANCO BRADESCO S.A. 13,3695 -15,6598 8,9782 -4,7216 -2,2937
BRACO DO BRASIL S.A. -0,4483 -0,5887 -1,9759 2,9598 -3,6986
BANCO BTG PACTUAL S.A. -0,4429 -1,5893 0,1673 1,6933 -0,6309
47
BANCO ESTADO DE SERGIPE
S.A. - BANESE
-0,4773 4,7302 -30,8604 -0,0943 -2,2913
BANCO ESTADO DO PARA S.A. -3,3096 -11,6381 2,2491 -4,5955 -2,1934
BANCO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL S.A.
2,1650 -20,0834 -4,7877 -1,4080 -17,9261
BANCO INDUSVAL S.A. -1,7086 -1,1091 491,7994 -0,8161 236,1504
BANCO MERCANTIL DO
BRASIL S.A.
26,1519 4,2381 1,4366 -1,2404 4,6627
BANCO NORDESTE DO BRASIL
S.A.
-36,1251 -8,1428 -4,9299 -8,6106 5,7472
BANCO PAN S.A. -0,5438 -0,8025 -1,8036 -1,2063 -0,7354
BANCO PATAGONIA S.A. 1,3524 0,4603 1,2537 -12,0565 -1,5966
BANCO PINE S.A. 2,3306 -12,9661 2,4371 -1,9444 -2,0975
BANCO SANTANDER (BRASIL)
S.A.
0,3887 -20,9298 0,6290 0,9236 -0,3710
BRB BANCO DE BRASILIA S.A. -1,6584 -0,8620 1,7779 3,1115 -1,6259
CONSORCIO ALFA DE
ADMINISTRACAO S.A.
67,9781 -2,2928 50,4926 2,8107 -3,3748
ITAU UNIBANCO HOLDING S.A. -10,2158 -3,3112 -4,0824 2,9053 -0,5540
PARANA BANCO S.A. -2,2916 -2,4952 -4,7970 1,4747 -1,4825
Fonte: elaboração própria (2017)
Fica evidente que o melhor ano para os bancos – no geral - foi 2016, com uma marca
expressiva de aproximadamente 236,15 para o Banco Indusval S.A. Nesse ano apenas três
bancos não conseguiram gerar dinheiro das atividades operacionais e captar recursos de capital
de terceiros. Vale salientar que no período de 2014 também foi expressivo, apesar de ter mais
instituições com valores negativos que 2016, encontram-se muitos números positivos, como
491,80; -50,49; -42,49 e 41,46. De maneira oposta, o ano de 2013 foi marcado por ser o pior, o
qual bateu marca negativa de aproximadamente 156,95 com o Banco Estado do Espirito Santo
S.A.
O Banco do Nordeste S.A. (2016), Banco Alfa Investimento S.A. (2015), Banco Pine
S.A. (2014), BANESTES (2013) e Consorcio de Administração Alfa S.A. (2012) tiveram os
piores índices em cada ano, chegaram a valores de aproximadamente de 5,75; 14,30; 2,44;
156,95 e 67,98. Essas empresas – assim como as demais que obtiveram resultados negativos –
não alcançaram a geração de caixa vindo das atividades operacionais e captar recursos de capital
de terceiros, ou seja, utilizando do fluxo de caixa de investimento, em especial com a venda de
imobilizado, como forma que cobrir a diferença. A causa mais provável disso é que os valores
da variação dos ativos e passivos de todas essas empresas foram muito altos, afetando
diretamente o FCO – que ficou negativo – também com o baixo valor do fluxo de caixa de
financiamento.
As disparidades desse indicador ficam mais evidente entre os bancos e na evolução dos
anos quando formos fazer algumas ponderações. Uma delas é o Banco Indusval S.A., a empresa
48
teve em dois anos (2016 e 2014) os maiores resultados entre as instituições, mas nos períodos
de 2015 e 2013 obteve respostas negativas. Outro exemplo disso é comparar os quatros maiores
bancos, eles não seguem uma mesma lógica entre si. O Banco do Brasil S.A. vinha em três anos
– 2012, 2013, 2014 – sob o efeito da crise que já estava estabelecida no país, contudo,
recuperando nos dois anos – 2015 e 2016 – os mais conturbados da instabilidade econômica e
política. Já as outras três instituições passaram por situações contrárias, conseguiram ter os
piores índices com o crescimento da crise brasileira. Essa mesma lógica também é aplicada aos
outros bancos – se for fazer comparações.
É preciso esclarecer que todas as instituições as quais tiveram resultados positivos e que
sejam maiores que 1 em algum período, significa que estão gerando caixa e captando recursos,
possibilitando a essa sobra ser aplicados em investimentos. Os que tiveram também efeitos
bons, mas não ultrapassaram a 1, quer dizer, por exemplo, no Itaú Unibanco Holding S.A. em
2015 conseguiu cobrir cerca de 55,40% das necessidades do fluxo de caixa de financiamento
através do fluxo de caixa operacional.
4.3 ANÁLISE GERAL DOS INDICADORES
Em suma, para consolidação dos resultados dos indicadores, dos bancos e dos anos
estudados foram feitos dois gráficos com os principais indicadores da pesquisa, sendo divididos
nos de rentabilidade e de fluxo de caixa, para melhor análise.
De acordo com o Gráfico 01 – que mostra as médias nos indicadores de rentabilidade
estudados por ano – observa-se que entre os bancos da amostra pesquisados, o único índice que
não segue um padrão é o giro do ativo. Visto que, ao decorrer dos anos o desempenho desse
índice melhorou, alcançando a mais favorável marca por volta de 0,15 em 2016. Depois do
indicador sofrer uma queda no seu comportamento de aproximadamente 5,39% de 2012 para
2013, a partir daí só houve evolução ao passar dos períodos, compreendendo em
aproximadamente 15,10% de 2013 a 2016.
49
Gráfico 01 – Média dos indicadores de rentabilidade por ano
Fonte: elaboração própria (2017)
O Banco Pan S.A. apresentou o melhor desempenho entre as instituições, com média
nos anos de 0,2823 – como demonstra a Tabela 14 – suas receitas de intermediação financeira
tiveram bons números por conta das receitas de juros e similares. Já o Consorcio Alfa de
Administração S.A. teve a pior performance para o giro do ativo, apresentou uma média dos
anos de 0,0093. Número justificado por que sua atividade principal atual consiste em manter
participações societárias em outras empresas, na qualidade de “holding”, com participações
direcionadas, principalmente aos segmentos financeiro, ramo de seguros e serviços, assim não
gerando muitas receitas, mas mantendo um valor alto dos seus ativos.
Tabela 14 - Instituições Financeiras com melhores e piores desempenhos nos indicadores de rentabilidade
Indicadores Melhores desempenhos Média (2012 a
2016) Piores desempenhos
Média (2012
a 2016)
GA Banco Pan S.A. 0,2823 Consorcio Alfa de
Administração S.A. 0,0093
ROI Banco Patagonia S.A. 0,0501 Banco Indusval S.A. -0,0183
ROE Banco Patagonia S.A. 0,3367 Banco Indusval S.A. -0,1289
ML Consorcio Alfa de
Administração S.A. 3,088 Banco Indusval S.A. -0,1228
Fonte: elaboração própria (2017)
0,1337 0,1265 0,13460,1497 0,1490
0,0190 0,0160 0,0146 0,0141 0,0132
0,1592
0,13380,1203 0,1198 0,1159
0,3065
0,2580
0,23380,2492
0,2368
0,0000
0,0500
0,1000
0,1500
0,2000
0,2500
0,3000
0,3500
2012 2013 2014 2015 2016
Resultados da média dos indicadores de rentabilidade
GA ROI ROE ML
50
Os demais indicadores de rentabilidade seguiram uma trajetória diferente ao do giro do
ativo. Vale lembrar que o retorno sobre investimento, o retorno sobre patrimônio líquido e a
margem líquida são relacionados com o lucro líquido ou prejuízo do período. Extrai-se do
gráfico 01 que esses três indicadores foram mais prejudicados ao longo que a crise do Brasil
estava agravando, ou seja, nos anos mais conturbados para a economia do país, em 2015 e 2016,
o setor bancário pode ter sito afetado a capacidade de gerar lucros. As ponderações sobre essas
afirmações podem ser fundamentadas pela diminuição, no geral, dos lucros dos bancos, além
de que instituições como Banco Indusval S.A., Banco Pan S.A. e Banco Pine S.A. tiveram
prejuízos em 2016 e Banco Indusval S.A. também em 2015. Outra causa que deve ser
considerada é a diminuição, nas maiorias dos bancos, das receitas de intermediação financeira,
aumento das despesas de juros e aumento das perdas com ativos financeiros.
De acordo com a Tabela 14, as instituições que tiveram os melhores desempenhos
foram: Banco Patagonia S.A. (retorno sobre investimento e retorno sobre o patrimônio líquido)
e Banco Consorcio Alfa de Investimento S.A. (margem líquida). Com relação a instituição que
possuiu a menor performance na sua rentabilidade – de acordo com o ROI, ROE e ML - foi
atribuído apenas a um banco: O Banco Indusval S.A., pois foi aquele que teve lucro em apenas
um ano (2012).
O Gráfico 02 apresenta os resultados dos desempenhos dos principais indicadores de
fluxo de caixa por ano, composto pela cobertura de dividas, retorno do patrimônio líquido e
retorno de vendas. Fica evidente que os indicadores acompanharam, praticamente, uma mesma
trajetória durante os períodos, com uma queda significativa em 2013. Nesse ano, os indicadores
apresentaram números negativos, após o período, a cobertura de dívida, o retorno do patrimônio
líquido e o fluxo sobre lucro avançaram até chegar nos seus melhores índices em 2016, por
volta de 0,3329 (RPL); 0,0396 (CD) e 3,0489 (FL). Os bancos também conseguiram ter seu
melhor comportamento em 2016 (0,4439) em relação ao retorno de vendas, contudo, em 2015
obteve uma queda em relação a 2014 de aproximadamente 9,48%, voltando a crescer em 2016
cerca de 36,77% quando comparado a 2015.
51
Gráfico 02 – Média dos indicadores de fluxo de caixa por ano
Fonte: elaboração própria (2017)
Os bancos que destacaram-se por ter melhores performances dos principais indicadores
de fluxo de caixa foram o Paraná Banco S.A. (cobertura de dividas), a média mais elevada da
amostra com cerca de 0,0646. O Banco do Nordeste do Brasil S.A. sobressaiu no indicador de
retorno do patrimônio líquido, com a média de 0,7122 entre os anos estudados. A respeito do
retorno de vendas, o Consórcio Alfa de Administração S.A. superou as demais instituições, com
média 2,5794 e BANESTES teve a máxima das médias dos bancos no fluxo do lucro, por volta
de 5,7277. Como demonstra a Tabela 15:
Tabela 15 – Instituições Financeiras com melhores e piores desempenhos nos indicadores de fluxo de caixa
Indicadores Melhores desempenhos Média (2012 a
2016) Piores desempenhos
Média (2012 a
2016)
CD Parana Banco S.A. 0,0646 Banco ABC Brasil
S.A. -0,0826
RPL Banco do Nordeste do Brasil
S.A. 0,7122
Banco ABC Brasil
S.A. -0,6788
RV Consorcio Alfa de Administração
S.A. 2,5794
Banco ABC Brasil
S.A. -0,8758
FL BANESTES 5,7294 Banco ABC Brasil
S.A. -4,9764
0,0295 -0,0017 0,0086 0,0182 0,0396
0,2681
-0,0978
0,1169 0,18620,3329
0,1474
-0,0743
0,3101 0,28070,4439
2,4385
-0,7196
0,8724
1,7515
3,0489
-1,0000
-0,5000
0,0000
0,5000
1,0000
1,5000
2,0000
2,5000
3,0000
3,5000
2012 2013 2014 2015 2016
Resultados da média dos indicadores de fluxo de caixa
CD RPL RV FL
52
Fonte: elaboração própria (2017)
Já o Banco ABC Brasil S.A.– nos quatros indicadores – foi de menor desempenho entre
2012 e 2016 do CD, RPL, RV, FL com médias aproximadas de -0,0826; -0,6788; -0,8758 e -
4,9764, respectivamente. Foi o banco que teve mais anos com fluxo de caixa negativo e com
valores altos proporcionalmente aos seus passivos, patrimônio líquido, vendas e lucro líquido.
As elevadas grandezas do Banco ABC Brasil S.A. podem ser justificadas pelo crescido nos
valores das variações nos ativos e passivos, que compõe o fluxo de caixa operacional da
empresa.
É necessário entender por que as instituições cresceram seus desempenhos dos índices
de fluxo de caixa nos períodos que a crise no país mais se agravou, já que, os indicadores de
rentabilidade têm algumas variáveis iguais aos do RPL, RV e FL, mas se comportaram de
maneira opostas nos anos. Todos os indicadores de fluxo de caixa encontram-se através dos
valores dos fluxos de caixa operacional em seu numerador, diferente os de rentabilidade que
seu numerador, na maioria dos índices, são os valores de lucro líquido. Por isso, devido à
redução de lucro líquido da maioria das instituições do período, quando foram calculados
proporcionalmente ao seu patrimônio líquido e receita de intermediação financeira, resultaram
em valores menores dos indicadores de fluxo de caixa, pois as grandezas do FCO são – na
maioria dos anos – maiores que a do lucro líquido.
53
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo procurou analisar os impactos causados pela crise econômica e
política do Brasil nas instituições financeiras bancarias listadas na BM&FBOVESPA, por meio
de análises dos indicadores econômico-financeiros rentabilidade e fluxo de caixa.
Portanto, os resultados evidenciam que a média das instituições, nos indicadores de
rentabilidade, na sua maioria, foi afetada pela crise economia e política do Brasil. Devido que,
ao decorrer dos anos estudados, os resultados do ROI, ROE e ML foram decrescendo ao com o
agravamento da crise do país. Ou seja, alcançaram os menores desempenhos quando a
instabilidade econômica estava no auge, em 2015 e 2016. Fundamentada, principalmente, pela
diminuição das receitas de intermediação financeira, aumento das despesas de juros e aumento
das perdas com ativos financeiros.
Já a média dos indicadores de fluxo de caixa seguiu desempenho de maneira oposta aos
indicadores de rentabilidade. A média dos seus principais índices foi melhorando ao decorrer
do tempo, chegando as melhores marcas em 2015 e 2016. Significa que, no geral, os bancos
aumentaram a geração de caixa provenientes do FCO para cumprir as dívidas existentes, para
os acionistas, suas vendas e seus lucros líquidos do período.
Deve ser levado em conta que limitar amostragem das instituições financeiras em apenas
um banco de dados - BM&FBOVESPA - colaborou para que tivesse uma pequena amostra e
houvessem muitas disparidades entre os valores encontrados entre os bancos e os anos. Dessa
forma, recomenda-se que para pesquisas futuras nesse assunto, ampliar a área de estudo, com
pesquisas em outros bancos de dados para que possa aumentar o tamanho da amostra e obter
ou não resultados diferentes do que foi encontrado nesta pesquisa.
54
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