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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE MÚSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA ANA LÚCIA CARNEIRO DE OLIVEIRA A REGÊNCIA CORAL NA FORMAÇÃO DO LICENCIANDO EM MÚSICA: uma experiência didática no Coral Infantil da UFRN NATAL - RN 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA

ANA LÚCIA CARNEIRO DE OLIVEIRA

A REGÊNCIA CORAL NA FORMAÇÃO DO LICENCIANDO EM MÚSICA:

uma experiência didática no Coral Infantil da UFRN

NATAL - RN

2017

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ANA LÚCIA CARNEIRO DE OLIVEIRA

A REGÊNCIA CORAL NA FORMAÇÃO DO LICENCIANDO EM MÚSICA:

uma experiência didática no Coral Infantil da UFRN

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Música (PPGMUS), da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN), como requisito para a obtenção do

título de Mestre em Música. Subárea:

Educação Musical.

Orientadora: Profa. Dra. Amélia Martins Dias

Santa Rosa.

NATAL - RN

2017

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ANA LÚCIA CARNEIRO DE OLIVEIRA

A REGÊNCIA CORAL NA FORMAÇÃO DO LICENCIANDO EM MÚSICA:

uma experiência didática no Coral Infantil da UFRN

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Música (PPGMUS), da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN), como requisito para a obtenção do

título de Mestre em Música. Subárea:

Educação Musical.

Aprovada em: ___/___/___

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________________________

PROFª. DRª. AMÉLIA MARTINS DIAS SANTA ROSA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)

ORIENTADORA

_________________________________________________________

PROFª. DRª. ANA LÚCIA IARA GABORIM MOREIRA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL (UFMS)

MEMBRO DA BANCA

_________________________________________________________

PROFª. DRª. LEILA MIRALVA MARTINS DIAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA)

MEMBRO DA BANCA

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Dedico este trabalho ao meu esposo Jackson Costa de Oliveira por sempre acreditar

que um dia meus sonhos seriam realizados e por ter me apoiado em cada etapa.

A minha querida filha Loren Carneiro de Oliveira, minha amiga de todas as horas,

sempre me animando e dizendo: “Vai dar tudo certo, você é uma guerreira”!

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AGRADECIMENTOS

Após alguns de meses de investimento em leituras, compartilhando conhecimentos e

recebendo bagagens acadêmicas, este é um momento que os sentimentos se misturam,

contudo, a palavra GRATIDÃO sempre estará marcada em meu vocabulário em letras

grandes e em negrito. Seriam muitas páginas para descrever tanta gratidão, mas posso

enumerar aqui, alguns representantes de tantos momentos felizes que me conduziram a esta

conquista denominada Mestrado.

A primícia de minha gratidão entrego ao meu Deus, meu criador, dono de tudo que

tenho e que sou, razão do meu existir, meu grande amigo, protetor, a quem sempre honrei e

dediquei minha vida e não deixei de amar mesmo nos dias de cansaço, de dores, de dúvidas,

de lágrimas, tristezas e decepções da caminhada.

Ao meu esposo Jackson, meu grande amigo e incentivador, que conhecendo minha

história de vida, sempre acreditou em minha capacidade intelectual e me deu suporte

emocional, financeiro e espiritual para que pudesse prosseguir em busca dos meus objetivos e

sonhos.

A minha querida filha Loren, companheira, por toda compreensão nas ausências de

tempo enquanto estava envolvida neste Projeto, por tantas palavras de ânimo e cheias de amor

nos momentos de maior apreensão.

A minha Igreja querida, pelas orações e apoio nestes 2 anos em que estive presente,

porém, com algumas limitações em virtude de minhas atividades acadêmicas.

Ao querido Maestro Isak Lucena que me mostrou o caminho lindo e maravilhoso do

trabalho Coral Infantil me indicando para ser regente na Escola de Aplicação da Universidade

Potiguar (UnP) onde tudo começou, acreditando em meu potencial e descortinando, diante de

mim, este universo maravilhoso da Regência Coral Infantil.

A querida amiga Rosangela Albuquerque que, nestes últimos 12 anos, incentivou meu

trabalho através do Projeto Tralalá, fazendo-me crer que é possível ter música de qualidade

nas escolas públicas e me desafiando a permanecer firme enquanto regente dos corais infantis

em que já estive à frente.

Aos meus professores do Mestrado: Jean, Valéria, Agostinho, Luís Ricardo por

compartilharem seus conhecimentos ampliando minha bagagem intelectual.

A minha orientadora, professora Amélia Martins Dias Santa Rosa que acreditou em

meu potencial, dando os direcionamentos e me incentivando com suas palavras, dizendo: “-

escreva com o coração!”

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Ao querido amigo Leandro Rocha, por suas interferências sempre muito pertinentes e

seu acolhimento todas as vezes que precisei de seu apoio intelectual e humano.

A querida professora Catarina Shin, que quando eu ainda estava definindo meu

Projeto, me atendeu de uma forma atenciosa, carinhosa e, tantas vezes, me ouviu dando-me o

norte em meus questionamentos.

As colegas de trabalho (são muitas), mas, em especial, as diretoras da Escola

Municipal Professora Maria Cristina Ozório Tavares: Maria de Fátima, Euflazia e Aldina por

todo apoio recebido em minha caminhada profissional e acadêmica.

As diretoras da Escola Municipal Santa Catarina: Tatiana e Juliana que, tão

carinhosamente, me ajudaram e fizeram tudo para facilitar minha vida enquanto mestranda.

Aos meus colegas e companheiros do Mestrado que, nestes 2 anos, tornaram-se

irmãos, que partilharam comigo os desafios desta caminhada: Fernando, João, Kleber, Magno,

Valdier, Rodrigo e Midiam.

Aos meus alunos da Licenciatura em Música da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte (UFRN) que, a cada dia, me fazem crer que o ensino superior é o ponto de

continuação e que, a cada dia, precisamos estabelecer pontes entre as escolas e a universidade

dialogando para a construção de um saber que amplie nossos horizontes.

Aos meus queridos monitores e alunos da Licenciatura que estiveram comigo no Coral

Infantil da UFRN neste último ano, aceitando o desafio de participar deste Projeto de pesquisa

de forma mais direta: Júlio César, Érica, Fernando, Helder, Jessyca, Joyce, Kadja, Mayssára e

Raiane.

Aos alunos do Coral Infantil que, de forma tão espontânea e linda, fizeram parte desta

Pesquisa cantando com tanta alegria e entusiasmo, sendo partícipes ativos deste processo

educativo musical experimental.

Aos pais dos alunos do Coral, meus parceiros que acreditaram em meu trabalho e

nunca pouparam esforços para que seus filhos estivessem totalmente engajados no Projeto

Coral Infantil da UFRN, sempre me deram muita força e cobriram com palavras de elogios,

de carinho e reconhecimento.

A Drª1 Ana Lúcia Gaborim Moreira que, estando tão distante geograficamente, foi e é

uma grande inspiração para meu trabalho e, em todas as vezes que pôde, me amparou com

suas observações tão valorosas, me provando sempre que não há distância quando queremos

ajudar o outro.

1Doutora (Dr

a.).

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Ao professor Durval Cesetti, por apoiar o Projeto do Coral Infantil da UFRN

encaminhando o Projeto, através da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), sempre de forma tão

solícita.

Ao Maestro Emanuel Nunes Martinez que colaborou em nossa Pesquisa promovendo

a capacitação dos licenciandos por meio de Masterclass e nos presenteando com seu livro tão

rico em informações sobre Regência Coral.

A querida amiga Christina Bogiages, por me confiar à continuação do seu trabalho

frente ao Coral Infantil da UFRN após seu retorno aos Estados Unidos da América (EUA).

A querida amiga Keila Digigow, por estar lado a lado comigo na Regência do Coral

Infantil da UFRN, trazendo suas contribuições significativas.

A minha mana querida Aliete Carneiro que sempre me socorreu nas correções e

formatações além de me entregar palavras de ânimo baseadas em sua experiência como

professora da Universidade Federal em Garanhus - PE2.

A querida Dejardiere, nossa querida Deja, secretária da Pós-Graduação que, mesmo

em meio a tantas demandas em seu trabalho, sempre me atendeu com um sorriso no rosto,

sempre respondeu minhas mensagens, meus e-mails e telefonemas com muita eficiência e

amor.

2Pernambuco (PE).

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"O gesto é construtor e criador. Sua tarefa é a mesma das mãos do

instrumentista: descongela a partitura, traduz sonoridade e revela a

música concebida pelo compositor, intermediada pela interpretação do

regente" (FONTERRADA, 1997, p. 18).

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RESUMO

Esta Pesquisa teve como objetivo sistematizar conteúdos aplicáveis para a formação

docente na área da Regência Coral Infantil em um Projeto de Extensão Universitária

envolvendo alunos do Curso de Licenciatura em Música da UFRN. Nesse contexto, 11

participantes integraram o Estudo: uma regente - pesquisadora, mestranda; uma regente

auxiliar e pianista, aluna do Curso de Pós - Graduação em Música; 7 licenciandos em

Música; uma pianista - aluna do Bacharelado em Música; uma preparadora vocal – aluna do

Curso Técnico em Música / Canto. A Pesquisa considerou também as atividades

desenvolvidas pela pesquisadora nas disciplinas Atividades Orientadas II - Metodologia do

Ensino da Voz - e Música Coral, no Curso de Licenciatura em Música da UFRN, durante o

semestre letivo de 2015.2 bem como experiências no Projeto de Extensão Coral Infantil da

UFRN, no semestre letivo de 2016.1. Para tanto, o trabalho está fundamentado em autores

como Figueiredo (1990), Schimiti (2003), Zander (2008), Fonterrada (2008), Grings (2011),

Dias (2011), Loureiro (2012), Esperidião (2012), Gois (2015), Gaborim - Moreira (2015).

Como procedimento metodológico, foi realizada uma pesquisa - ação (TRIPP, 2005),

estruturada em 4 fases: planejamento, ação, monitoramento e avaliação. Por meio desse

procedimento, foi possível elaborar e desenvolver atividades pedagógicas e musicais para o

ensino de Regência Coral Infantil que estão relatadas por meio de descrição do diário de

campo, registros de imagens fotográficas, observações e depoimentos de alunos da

Licenciatura, coletados através de um questionário semiestruturado. Estes depoimentos

apoiam que as atividades realizadas no Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN foram

muito significativas para os licenciandos e contribuíram para o desenvolvimento de suas

habilidades e competências como regentes. Diante dos resultados obtidos, acreditamos que

esta Pesquisa contribui para a ampliação das discussões sobre a Regência Coral Infantil na

formação docente em Música.

Palavras-chave: Regência Coral. Formação Docente em Música. Coral Infantil.

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ABSTRACT

This research aimed to systematize applicable contents for teacher training in the area

of children’s choral conducting in a university extension project involving students of the

Undergraduate Music Course of UFRN. In this context, 11 participants integrated the study: a

regent-researcher, master's degree; a assistant conductor and pianist, a postgraduate student in

music; 7 graduates in music; a pianist – student bachelor in music; a vocal coach - technical /

music singing student. The research also considered the activities developed by the researcher

in the disciplines Oriented Activities II - Voice Teaching Methodology - and Choral Music, in

the Music Licensing Course of UFRN, during the academic semester of 2015.2 as well as

experiences in the UFRN Children's Coral Extension Project, in the academic semester of

2016.1. To do so, the work is based on authors such as Figueiredo (1990), Schimiti (2003),

Zander (2008), Fonterrada (2008), Grings (2011), Dias (2011), Loureiro (2012), Esperidião

(2012), Gois (2015) and Gaborim - Moreira (2015). As a methodological procedure, we

carried out an action research (TRIPP, 2005), structured in 4 phases: planning, action,

monitoring and evaluation. Through this procedure, it was possible to elaborate and develop

pedagogical and musical activities for the teaching of children's choral conducting, reported

by diary description, photographic image records, observations and testimonials of

undergraduate students collected through a semi-structured questionnaire. These testimonials

support that the activities carried out in the UFRN Children's Coral Extension Project were

very significant for the graduates and contributed to the development of their skills and

competences as conductors. In light of the results obtained, we believe that this research

contributes to broaden the discussions about teacher training in children’s choral conduction.

Keywords: Choral Conducting. Teacher Training in Music. Children's Choir.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Letra da música: As frutas.......................................................................... 78

Figura 2 – Modelos de fichas para trabalhar inflexão vocal........................................ 78

Figura 3 – Conto sonoro para explorar os sons vocais................................................. 79

Figura 4 – Vocalizes – Explorar sons destacados e ligados......................................... 80

Figura 5 – Vocalizes – Explorar abertura e fechamento labial.................................... 80

Figura 6 – Marcação rítmica, tempo Forte e Fraco...................................................... 85

Figura 7 – Música: Abra a roda.................................................................................... 86

Figura 8 – Letra da música: Abra a roda...................................................................... 87

Figura 9 – Representação das crianças em círculo sentadas na roda........................... 88

Figura 10 – Parlenda: A Chiquinha foi à cozinha.......................................................... 89

Figura 11 – Representação das emoções – Expressões fisionômicas............................ 90

Figura 12 – Música: Brincando com bolinha de sabão.................................................. 94

Figura 13 – Música: Camaleão....................................................................................... 95

Figura 14 – Música: Terra.............................................................................................. 96

Figura 15 – Música: Adivinhe – Lourdinha Lima Medeiros......................................... 97

Figura 16 – Partitura da música: Espantalho.................................................................. 98

Figura 17 – Letra da música: Espantalho....................................................................... 99

Figura 18 – Trava Língua – Exercício........................................................................... 99

Figura 19 – Fragmentos da música: As frutas – Diógenes da Cunha Lima................... 101

Figura 20 – Música: Duas cirandas................................................................................ 102

Figura 21 – Música: Ora bolas – Paulo Tatit e Edith Derdyk........................................ 103

Figura 22 – Letra da música: Ora bolas......................................................................... 104

Figura 23 – Música: Oh, How Lovely............................................................................ 105

Figura 24 – Fragmento da música: De repente Califórnia – Lulu Santos e Nelson

Mota.............................................................................................................

106

Figura 25 – Fragmento da música: Sementes do Amanhã, adaptada por Patrícia Costa

para Coro Infantil.........................................................................................

107

Figura 26 – Cartaz de divulgação da Masterclass........................................................... 108

Figura 27 – O olhar direcionado do regente.................................................................... 110

Figura 28 – Posição dos brações do regente................................................................... 111

Figura 29 – Postura corporal do regente......................................................................... 111

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Figura 30 – Pirâmide da Regência.................................................................................. 112

Figura 31 – Indicação gestual dos compassos................................................................. 113

Figura 32 – Treinando o gestual do compasso binário.................................................... 114

Figura 33 – Ampliando as possibilidades para a Regência do compasso binário........... 114

Figura 34 – Treinar anacruse com tempo preparatório e cortes...................................... 115

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LISTA DE FOTOGRAFIAS

Foto 1 – Crianças realizando preparação corporal (Alongamento)............................. 71

Foto 2 – Crianças realizando preparação corporal (Flexão do tórax – tocar a ponta

dos pés)..........................................................................................................

71

Foto 3 – Licencianda em Música explicando o funcionamento do diafragma:

inspiração e expiração...................................................................................

73

Foto 4 – Crianças do Coral Infantil da UFRN realizando a verificação do

movimento do diafragma: inspiração e expiração........................................

74

Foto 5 – Crianças do Coral Infantil da UFRN fazendo o exercício de articulação

(Estiramento da língua).................................................................................

76

Foto 6 – Crianças do Coral Infantil da UFRN fazendo o exercício de articulação

(Abertura dos articuladores).........................................................................

76

Foto 7 – Crianças do Coral Infantil da UFRN – Experiências com sons vocais......... 82

Foto 8 – Crianças do Coral Infantil da UFRN – O som da minha voz! (com a

orientação das licenciandas).........................................................................

82

Foto 9 – Crianças do Coral Infantil da UFRN – Experiências vocais com graves e

agudos...........................................................................................................

83

Foto 10 – Crianças do Coral Infantil da UFRN experimentando os sons vocais.......... 83

Foto 11 – Licenciando apresentando ao Coral Infantil da UFRN os timbres sonoros.. 84

Foto 12 – Percepção de timbres sonoros....................................................................... 84

Foto 13 – Licencianda trabalhando a canção: Abra a roda (Grupo 3) com o Coral

Infantil da UFRN...........................................................................................

87

Foto 14 – Crianças do Coral Infantil da UFRN (Grupo 4) expressando emoções e

improvisando situações cotidianas com fantoches........................................

91

Foto 15 – Licencianda ensinando ao Coral Infantil da UFRN (Grupo 1) a música:

Terra..............................................................................................................

96

Foto 16 – Preparadora vocal do Coral Infantil da UFRN apresentando a letra da

música: Espantalho........................................................................................

98

Foto 17 – Licencianda representando o Espantalho para o Coral Infantil da UFRN.... 100

Foto 18 – Licenciandos do Projeto Coral Infantil da UFRN recebendo, de presente,

o livro: Regência Coral do Maestro Emanuel Martinez................................

109

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Foto 19 – Maestro Emanuel Martinez apresentando o padrão gestual dos compassos. 113

Foto 20 – Alunos da Licenciatura em Música na Masterclass de Regência................. 116

Foto 21 – Aluna da Licenciatura em Música na Masterclass de Regência................... 116

Foto 22 – Aluno da Licenciatura em Música na Masterclass de Regência................... 117

Foto 23 – Apresentação do Coral Infantil da UFRN no Auditório Onofre Lopes........ 119

Foto 24 – Licencianda regendo a música: Terra – Grupo 1 (5 anos) – com o Coral

Infantil da UFRN..........................................................................................

120

Foto 25 – Licencianda regendo a música: Ora bolas – Grupo 3 (7 anos) – com o

Coral Infantil da UFRN................................................................................

120

Foto 26 – Licencianda regendo a música: Sementes do Amanhã – Grupos 3 e 4 (7 a

11 anos) – com o Coral Infantil da UFRN....................................................

120

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Publicações sobre Regência Coral no Brasil............................................ 31

Quadro 2 - Ciclo da Pesquisa – Ação......................................................................... 55

Quadro 3 - A Pesquisa – Ação no contexto do Coral Infantil da UFRN.................... 55

Quadro 4 - Textos utilizados para estudo com os licenciandos do Coral Infantil da

UFRN.......................................................................................................

64

Quadro 5 - Delegação de atividades dos licenciandos do Coral Infantil da UFRN -

2016.1.......................................................................................................

67

Quadro 6 - Repertório trabalhado no Coral Infantil da UFRN - 2016.1..................... 93

Quadro 7 - Identificando os compassos...................................................................... 113

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABEM – Associação Brasileira de Educação Musical

ANNPOM – Associação Nacional de Pesquisa e Pós - Graduação em Música

AOS – Atividades Orientadas

ARCI – Associação de Regentes de Corais Infantis

CEMURE – Centro Municipal de Referência em Educação

Dra. – Doutora

ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente

EMUFRN – Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

EUA – Estados Unidos da América

FUNARTE – Fundação Nacional de Artes

JPEG – Joint Photographic experts Group

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MEC – Ministério da Educação

MPB – Música Popular Brasileira

MSc – Master of Science (Mestre)

ONGs – Organizações Não Governamentais

PCN’s – Parâmetros Curriculares Nacionais

PDF – Portable Document Format

PE – Pernambuco

PPGMUS – Programa de Pós – Graduação em Música

PROEX – Pró - Reitoria de Extensão

Profª – Professora

PVC – Policloreto de Vinila

RAP – Rhythm and Poetry

RN – Rio Grande do Norte

SME – Secretaria Municipal de Educação

THA – Tailândia

UFBA – Universidade Federal da Bahia

UFMS – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization

UnP – Universidade Potiguar

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 19

2 O CANTO CORAL NA FORMAÇÃO DOCENTE EM MÚSICA.......... 24

2.1 O Canto Coral nas pesquisas em Educação Musical................................. 24

3 A REGÊNCIA................................................................................................ 28

3.1 Aspectos da Regência.................................................................................... 28

3.2 O papel do regente Coral.............................................................................. 30

3.2.1 Regente Coral como Educador Musical.......................................................... 33

3.2.2 Habilidades e competências do regente........................................................... 36

3.2.3 Regência de Corais Infantis e Infantojuvenis.................................................. 38

4 DESENHO METODOLÓGICO DA PESQUISA...................................... 45

4.1 Construindo o objeto de pesquisa................................................................ 45

4.2 O Coral Infantil da UFRN............................................................................ 47

4.3 Pesquisa – Ação.............................................................................................. 49

4.4 Instrumentos de coleta de dados.................................................................. 51

4.5 Instrumentos de organização de dados........................................................ 53

4.6 A Pesquisa – Ação na prática desta investigação....................................... 54

4.6.1 Fase 1 – Identificação do problema e planejamento....................................... 56

4.6.1.1 Identificando o problema............................................................................... 56

4.6.1.2 O planejamento............................................................................................... 58

4.6.2 Fase 2 – Ações realizadas................................................................................ 59

4.6.2.1 A Pesquisa – Ação na prática......................................................................... 59

4.6.3 Fase 3 – Monitorando e descrevendo as ações realizadas............................... 60

4.6.4 Fase 4 – Avaliando os resultados da Pesquisa................................................. 60

5 A FORMAÇÃO DO REGENTE NO CORAL INFANTIL DA UFRN.... 62

5.1 A experiência didática no Coral Infantil da UFRN.................................... 62

5.1.1 Planejamento das aulas e formação dos licenciandos..................................... 62

5.1.2 Estudo de textos............................................................................................... 63

5.1.3 Planejamento das atividades de musicalização............................................... 65

5.1.4 Estudo do repertório e prática da Regência..................................................... 68

5.2 Atividades desenvolvidas no Projeto de Extensão do Coral Infantil da

UFRN..............................................................................................................

70

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5.2.1 Preparação corporal......................................................................................... 70

5.2.1.1 Exercícios sugeridos........................................................................................ 72

5.2.1.1.1 Exercícios de respiração................................................................................. 72

5.2.1.1.2 Exercícios vocais............................................................................................. 74

5.2.2 Palavras cantadas............................................................................................. 77

5.2.3 Conto sonoro................................................................................................... 79

5.2.4 Exercícios melódicos – Vocalizes................................................................... 80

5.2.5 Sentindo a voz e aprendendo a perceber a voz do outro para cantar............... 81

5.2.6 Adivinhe que som é esse?................................................................................ 84

5.2.7 Atividades com copos plásticos – O parâmetro do som intensidade............... 85

5.2.8 Abra a roda: brinquedo cantado tradicional.................................................... 86

5.2.9 Adoletá onde é que eu vou sentar?.................................................................. 88

5.2.10 Som e silêncio.................................................................................................. 88

5.2.11 “Que é isso, Chiquinha?” – Atividade para explorar o ritmo.......................... 89

5.2.12 Inflexão vocal: voz cantada e voz falada – Jogos teatrais............................... 89

5.2.13 Brincadeira em duplas..................................................................................... 91

5.2.14 Outras atividades de inflexão.......................................................................... 92

5.3 Escolha do repertório.................................................................................... 92

5.3.1 Brincando com bolinha de sabão..................................................................... 94

5.3.2 Camaleão......................................................................................................... 94

5.3.3 Terra................................................................................................................ 95

5.3.4 Adivinhe.......................................................................................................... 97

5.3.5 Espantalho....................................................................................................... 98

5.3.6 As frutas........................................................................................................... 100

5.3.7 Duas cirandas................................................................................................... 101

5.3.8 Oh, How Lovely.............................................................................................. 104

5.3.9 De repente Califórnia...................................................................................... 105

5.3.10 Sementes do Amanhã...................................................................................... 106

5.4 Prática da Regência no Projeto de Extensão do Coral Infantil da

UFRN – Masterclass......................................................................................

107

5.4.1 Aspectos abordados na Masterclass................................................................ 109

5.5 O Recital......................................................................................................... 118

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 122

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REFERÊNCIAS............................................................................................ 126

BIBLIOGRAFIAS......................................................................................... 139

APÊNDICE A – TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA USO DE

IMAGENS (FOTOS E VÍDEOS) PARA MENOR DE IDADE................

149

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO.................................. 150

APÊNDICE C – CONTEÚDOS DA DISCIPLINA – AOS II................... 151

APÊNDICE D – PLANEJAMENTO COM OS LICENCIANDOS DO

CORAL INFANTIL DA UFRN – 2016.1....................................................

154

APÊNDICE E – PLANEJAMENTO DAS AULAS DO CORAL

INFANTIL DA UFRN – 2016.1....................................................................

156

APÊNDICE F – PROGRAMA DO RECITAL DO CORAL INFANTIL

DA UFRN – JUNHO DE 2016......................................................................

159

APÊNDICE G – QUESTIONÁRIO............................................................. 163

ANEXO A – MÚSICA: AS FRUTAS.......................................................... 166

ANEXO B – MÚSICA: ESPANTALHO..................................................... 167

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1 INTRODUÇÃO

O Canto Coral é uma das práticas mais utilizadas para a atuação do professor de

Música. Isto se dá, provavelmente, porque se trata de uma prática musical de baixo custo e

que pode trazer diversos benefícios educacionais para quem o pratica além de ser uma forma

interessante de levar o trabalho realizado em sala de aula para o público. A formação dos

professores de Música para atuarem nestes contextos, no entanto, ainda é uma questão pouco

discutida e tem acarretado em práticas pouco efetivas que deixam de lado aspectos técnicos

importantes quando se trata do uso da voz na infância.

A motivação para escolha desta temática, Regência Coral Infantil na formação docente

em Música, se deu pela atuação da autora desta Dissertação como regente frente à corais

infantis em projetos sociais, nas escolas da rede pública e privada de ensino na cidade do

Natal, Rio Grande do Norte (RN) além de sua observação voltada à profissionais conduzindo

este trabalho com insegurança, apresentando lacunas que podem estar relacionadas à

formação e a aquisição de conhecimentos específicos para esta prática pedagógica sobre a

condução do trabalho Coral Infantil. Após buscar respaldo na literatura, a autora deste

Trabalho verificou que as limitações estão relacionadas, principalmente, a formação do

regente, o que a instigou a aprofundar os seus conhecimentos sobre o assunto. Nessa busca,

pôde constatar a necessidade de se investigar sobre esta temática diante do contexto atual,

cujas demandas são cada vez mais crescentes, o que pode ser observado desde a

implementação da Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008 (BRASIL, 2008)3 que trata da

obrigatoriedade do ensino de Música nas escolas da Educação Básica. Entretanto, os Cursos

de Licenciatura em Música – que são poucos, considerando a demanda do nosso país -, ainda

estão se adequando às novas realidades propostas pela referida Lei no que se refere aos

currículos, suscitando outras discussões.

A aproximação da autora deste Trabalho com o objeto desta Pesquisa - Regência Coral

Infantil - tem um estreitamento com a sua história de vida. Cantar era algo comum na sua

família e, embora não estivesse em um ambiente de músicos profissionais, a Música estava

3A Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008 (BRASIL, 2008), passou por alteração através do sancionamento da

Lei nº 13.278, de 2 de maio de 2016 que “Altera o § 6o do art. 26 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996,

que fixa as diretrizes e bases da educação nacional, referente ao ensino da arte” (BRASIL, 2016, p. 1),

provocando assim uma nova mudança no ensino da Música e das Artes. Nesse contexto, o § 6o esclarece que:

“As artes visuais, a dança, a música e o teatro são as linguagens que constituirão o componente curricular de que

trata o § 2o deste artigo” (BRASIL, 2016, p. 1). Diante disso, o Art. 2

o explicita que “O prazo para que os

sistemas de ensino implantem as mudanças decorrentes desta Lei, incluída a necessária e adequada formação

dos respectivos professores em número suficiente para atuar na educação básica, é de cinco anos” (BRASIL,

2016, p. 1).

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presente de forma enfática. Nesse contexto, a autora desta Pesquisa estudou piano, quando

criança, e, com 14 anos, iniciou seus estudos de Regência Coral. Com o passar do tempo, foi

aprofundando seus estudos, concluiu o Bacharelado em Regência Coral na cidade de Recife -

PE, assumindo a direção dos corais de adultos e, posteriormente, de forma predominante, a

Regência de grupos infantis.

Dando continuidade, fez sua segunda Graduação, caminhando para a conclusão do

Curso de Licenciatura em Artes em Natal - RN onde sentiu o desejo de ingressar no Coral da

Instituição em que estudou para ampliar seus conhecimentos, desta vez, enquanto corista. Em

um determinado momento, o regente soube que a autora deste Trabalho possuía habilitação

em Música e a questionou se ela gostaria de assumir a Regência de um coral infantil em uma

Escola de Aplicação. A autora desta Pesquisa aceitou o convite o qual considera um dos

principais trabalhos que a conduziram a uma identificação maior com a música coral infantil.

Em 2003, a autora deste Trabalho prestou concurso para a Secretaria Municipal de

Educação (SME) de Natal – RN onde soube que havia um Projeto denominado Tralalá que

incentivava o Canto Coral nas escolas públicas. Diante disso, não hesitou em se integrar ao

Projeto e, em 2004, iniciou um Coral na Escola para qual foi encaminhada e onde trabalha

desenvolvendo o Projeto até hoje.

Ao observar as práticas de regentes corais infantis em apresentações, a autora desta

Pesquisa indagou-se no tocante ao por que os regentes manifestavam tanta insegurança ao

realizarem seu trabalho? Em alguns momentos, pôde perceber a aflição e desconforto dos

colegas regentes no momento de expor o resultado nas apresentações. As dificuldades

observadas, no momento em que os professores regiam, relacionavam-se à falta de firmeza na

execução dos padrões básicos de Regência, postura corporal, questões técnicas, como

respiração e articulação, inadequação do repertório, entrosamento com o grupo e,

principalmente, afinação.

O desenvolvimento do trabalho com Coral Infantil exige do regente uma capacitação

diferenciada em relação a outros grupos corais. Certa vez, a autora desta Pesquisa ouviu um

regente dizer: “É muito fácil fazer um coral com crianças, elas respondem rápido e, em uma

semana, podemos apresentar o resultado” (informação verbal)4. É fato que as crianças

respondem mais rapidamente aos estímulos, entretanto, a afirmativa da facilidade destoa da

realidade. Esta colocação fez a autora desta Pesquisa refletir sobre as práticas desenvolvidas

4Informação fornecida por um regente durante o I Encontro para a formação dos regentes de Corais Infantis do

Projeto Tralalá, realizado no Centro Municipal de Referência em Educação (CEMURE), em Natal / RN, em

outubro de 2009.

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pelos regentes de corais infantis que a instigaram no sentido de ampliar os seus

conhecimentos na área da Regência Coral Infantil.

Ao ingressar no Mestrado e tendo assumido a disciplina Atividades Orientadas (AOS)

II - Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral no Curso de Licenciatura em Música da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) como pré-requisito para o Mestrado, a

autora desta Pesquisa vislumbrou um norte sobre como desenvolver um trabalho de formação

eficaz para o exercício docente do Canto Coral estando diante de alunos em formação. Assim,

sentiu-se motivada a traçar um planejamento de curso de modo a sistematizar a gama de

conhecimentos que já havia adquirido ao longo de sua vida a fim de transformá-los em um

conteúdo possível de ser compartilhado com futuros regentes / educadores.

E, por último, em 2016, a autora deste Trabalho recebeu um convite para assumir a

Coordenação do Coral Infantil da UFRN o qual a desafiou a colocar, mais uma vez em

execução, seus conhecimentos de Regência e, ao mesmo tempo, de docente, treinando e

capacitando um grupo de alunos da Licenciatura que, sendo monitores, teriam a oportunidade

de participar de estudos específicos sobre o Canto Coral Infantil, o que se transformou em

uma oportunidade para a realização desta Pesquisa. Diante das observações realizadas sobre

as práticas regentes de corais infantis, surgiram algumas indagações: Porque os regentes

apresentam tantas inseguranças em suas práticas? De que maneira as lacunas existentes

poderiam ser reduzidas? Como a UFRN poderia contribuir, de forma mais efetiva, para a

formação destes regentes? Que habilidades deveriam ser requeridas de um regente coral? Que

conteúdos são significativos para compor o currículo na formação do regente e suas práticas?

Traz-se, ainda, como questionamento, uma pergunta central para o desenvolvimento da

problemática desta Pesquisa que aponta o seguinte: Como é possível sistematizar conteúdos e

práticas aplicáveis para a formação docente na área da Regência Coral Infantil? Nesse

contexto, apresenta-se como objetivo geral, a sistematização de conteúdos aplicáveis para a

formação docente na área da Regência de Coral Infantil bem como a sua colocação em

prática, através de um Projeto de Extensão Universitária envolvendo alunos do Curso

de Licenciatura em Música da UFRN.

Buscando resposta para esta questão, foi realizado um trabalho junto aos licenciandos.

Quanto aos objetivos específicos, buscou-se: 1) identificar habilidades e competências

necessárias para a atuação do regente de Coral Infantil; 2) planejar procedimentos pedagógico

- musicais para o ensino de Regência Coral Infantil com alunos do Curso de Licenciatura em

Música da UFRN; 3) realizar procedimentos pedagógico - musicais para o ensino de Regência

Coral Infantil com alunos do Curso de Licenciatura em Música da UFRN; 4) avaliar as

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relações entre o processo de ensino e aprendizagem que relacionem professores e alunos

envolvidos no Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN.

No percurso desta Pesquisa serão apresentados autores que têm refletido, de forma

relevante, sobre a formação inicial do professor de Música, Regência Coral e Canto Coral

Infantil. Para tanto, traça-se uma linha condutora na perspectiva de que esta Pesquisa possa

suscitar novas discussões sobre o tema visto que, em geral, tem registros escassos.

Diante disso, o primeiro capítulo traz, de forma sintética, alguns aspectos relacionados

à Regência e ao regente; o importante papel social, cultural, religioso e formativo do Canto

Coral e do regente enquanto propagador desta prática. Destaca ainda, algumas pesquisas que

vêm sendo realizadas em Educação Musical como macrocampo e, nas subáreas do Canto

Coral, Regência Coral Infantil, Infantojuvenil e Formação Docente apresentando os principais

autores da atualidade e seus pensamentos.

O segundo capítulo discute os aspectos da Regência e suas funções, o papel da

Regência Coral, as habilidades e competências do regente enquanto educador musical,

apresentando o pensamento de autores como: Figueiredo (1990), Fonterrada (1997), Schimiti

(2003), Amato (2008), Zander (2008), Dias (2011) e Utsunomiya (2011). O importante papel

do regente de Corais Infantis e Infantojuvenis também é trazido à discussão na perspectiva

dos autores: Fonterrada (1997), Schimiti (2003), Soares (2004), Lima (2007), Utsunomiya

(2011), Oliveira (2012), Sobreira (2013), Andrade (2015), Gois (2015), Paziani (2015) e

Gaborim - Moreira (2015).

Já o terceiro capítulo apresenta o desenho metodológico da Pesquisa que foi

estruturado no ciclo da pesquisa - ação considerando a proposta de Tripp (2005) e Thiollent

(2011), no sentido de favorecer as práticas pedagógicas dos alunos ainda em formação para a

Regência Coral, onde se estabeleceu um plano de ação em 4 etapas: 1) identificação do

problema e planejamento; 2) ação ou implantação; 3) monitoramento e descrição; 4)

avaliação. Desta forma, foi realizada a descrição de todo o processo mediante a apresentação

dos instrumentos utilizados para a coleta de dados, o modo de sua realização e a pesquisa na

prática, descrevendo como foram os encaminhamentos em busca da resposta para a

problemática posta.

O quarto capítulo apresenta e discute os resultados obtidos no processo de

sistematização dos conteúdos aplicáveis no Coral Infantil da UFRN e o processo de formação

dos licenciandos em Música neste contexto bem como reflexões sobre o relato de alguns

alunos da Licenciatura envolvidos no processo, avaliando sua própria atuação.

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Por fim, apresenta-se as conclusões da autora desta Pesquisa, delineando todo trajeto,

buscando desenvolver uma linguagem clara que aproxime estudantes e docentes para o

descortinar de ações concretas e propositivas a partir da sua própria experiência.

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2 O CANTO CORAL NA FORMAÇÃO DOCENTE EM MÚSICA

Os processos e vivências que envolvem a prática do Canto Coral compreendem, além

da aquisição de conhecimentos musicais, processos de ensino e aprendizagem e diferentes

aspectos educativos, culturais, sociais, formativos, interpessoais, cognitivos, afetivos, entre

outros. Esse panorama, que compreende o Canto Coral, contribui para a Educação Musical;

amplia as possibilidades de práticas musicais, podendo ocorrer em diversos ambientes, entre

eles, espaços formais e não formais de ensino e aprendizagem de Música, utilizando poucos

recursos materiais e humanos; permite o estabelecimento de diversas trocas educativas e

democratiza o acesso à música. Porém, para atender às demandas da Educação Musical, faz-

se necessário a atuação de um profissional, com uma ampla formação e que possua certas

habilidades e competências capazes de potencializar ações para atingir objetivos educativo -

musicais. Por esse prisma, o papel dos Cursos de Licenciatura em Música é o de proporcionar

uma formação de professores capazes de atuar em diferentes contextos e, principalmente, na

Educação Básica, no ensino de crianças e jovens. Nesse sentido, ao pesquisarmos sobre o

tema Canto Coral e, mais especificamente, sobre o Coral Infantil relacionado à formação

docente em Música, acreditamos poder contribuir para a área da Educação Musical. Assim

sendo, ressalta-se que o objetivo geral desta Dissertação é investigar a formação do regente do

Coral Infantil no Curso de Licenciatura em Música da UFRN.

Para tanto, no intuito de contextualizar e discutir a temática apresenta-se, nesta Seção,

uma revisão sobre Canto Coral nas publicações da área de Educação Musical; o papel do

regente coral; o regente enquanto educador musical; as habilidades e competências do regente

coral; e também o papel do regente de Corais Infantis e Infantojuvenis.

Nesta Dissertação, será adotado o termo coro para indicar um grupo de pessoas que se

reúnem com o objetivo de cantar em uníssono ou com divisão de vozes; os termos Canto

Coral, Prática Coral ou Prática do Canto Coral serão utilizados para indicar vivências e

práticas que envolva regente e coro; e o termo corista será utilizado para definir os

participantes do coro.

2.1 O Canto Coral nas pesquisas em Educação Musical

Em relação às pesquisas a respeito do Canto Coral no campo da Educação Musical, os

temas como: Regência Coral Infantil e Infantojuvenil na formação docente em Música ainda

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foram pouco discutidos. Para dialogar sobre o tema Regência Coral Infantil e Infantojuvenil

destaca-se os trabalhos de:

Figueiredo (1990) – O ensaio como um momento de aprendizagem;

Fonterrada (1997) – Preparação do regente de Corais Infantis;

Schimiti (2003) – Regência do coro infantil;

Mateiro (2003) – Formação do regente coral;

Figueiredo (2003) – Etapas na formação de um regente;

Lima (2007) – Coral Infantil em projetos sociais;

Penna (2007), Denardi (2008), Loureiro (2012), Esperidião (2012) e Sobreira

(2013) – Formação docente em Música;

Amato (2008) – Habilidades e competências do regente;

Vertamatti (2008) – Repertório Coral Infantojuvenil;

Dias (2011) – O regente como educador musical;

Utsunomiya (2011) – Habilidades e competências do regente de Coral Infantil;

Grings (2011) – A formação do regente no contexto universitário;

Oliveira (2012) – A prática do Canto Coral Infantil como processo de

musicalização;

Sobreira (2013) – Canto como elemento de musicalização;

Rheinboldt (2014) – Preparo vocal infantil;

Andrade (2015) – Coral Infantil na escola pública;

Gois (2015) – A atividade lúdica no coro infantil;

Paziani (2015) – Repertório e formação do regente - educador musical; e

Gaborim - Moreira (2015) – Prática Coral Infantojuvenil em projetos de extensão.

Os autores Chiarelli e Figueiredo (2010) trazem um levantamento sobre os trabalhos

apresentados nos Encontros Nacionais e Congressos da Associação Brasileira de Educação

Musical (ABEM) entre 1992 e 2009. Nesse levantamento, são listados 66 trabalhos

relacionados ao Canto Coral, com diferentes ênfases sobre sua prática. Ao realizar estes

levantamentos, de uma forma geral, percebeu-se a predominância de abordagens sobre

algumas temáticas em detrimento de outras. Entretanto, no que se refere à formação do

regente para atuar em coros infantis, que é o foco desta Dissertação, as interpelações

apresentam-se bastante escassas.

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Clemente e Figueiredo (2014) dispõem de um artigo intitulado: O estado da arte da

pesquisa sobre Canto Coral no Brasil e os principais temas relacionados à Educação

Musical coral. Nesse artigo, foram encontrados pontos de intercessão com o que já havia se

pesquisado e alguns artigos que foram listados para compor o levantamento sobre as

publicações que circundam a temática Canto Coral.

Também é bastante significativo o trabalho realizado por Mateiro; Vechi; Egg (2014)

intitulado: A prática do Canto na Escola Básica: o que revelam as publicações da ABEM

(1992 – 2012). A pesquisa apresenta um panorama de 93 artigos publicados no período de 10

anos, listando a quantidade de artigos escritos em cada ano e apresentando um gráfico que

subdivide as diversas áreas em que o Canto aparece nestas publicações, estabelecendo uma

relação estreita com o Canto Coral.

Silva e Figueiredo (2015) apresentam um levantamento que compreende os anos de

2003 a 2013 e afirmam que foram publicados 145 trabalhos que referenciam a Prática Coral

nos Anais da ABEM e da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música

(ANPPOM), sendo organizados em 12 categorias: 1. Práticas educativo - musicais no Canto

Coral; 2. Regência coral; 3. Coral Infantojuvenil; 4. Práticas corais em ambiente escolar; 5.

Práticas corais na formação do educador musical; 6. Coral de idosos; 7. Repertório coral; 8.

Inclusão social; 9. Relação corpo e voz no Canto Coral; 10. Canto orfeônico; 11. Preparação

vocal; e 12. Outras temáticas.

O estado da Arte realizado por Tomás (2015) traz inúmeros gráficos categorizados por

ano e temáticas que relacionam a produção musical nas academias, apresentando pequenos

resumos de todos os artigos publicados entre os anos de 1988 - 2013. Dos 2.650 trabalhos

apresentados nos 21 anos de Congressos da ANPPOM são elencadas as subáreas ligadas à

Música. Com base neste estudo, pôde-se constatar que as temáticas relacionadas à Regência

Coral e Canto Coral encontraram-se sempre associadas à Educação Musical e Práticas

Interpretativas, contabilizando, de forma mais direta, apenas 38 publicações relacionadas ao

tema. Este fato fortalece a observação de que as publicações bem como as pesquisas acerca

da temática Regência Coral e Canto Coral no âmbito da Pós-Graduação ainda estão ganhando

destaque.

Considerando a importância da Regência Coral e Canto Coral enquanto subárea dentro

do macrocampo da Música, estabeleceu-se a organização que será apresentada mais adiante,

através de algumas publicações que investigam e dialogam, de forma mais aproximada, com o

objeto de estudo desta Pesquisa. Diante disso, foram selecionados materiais considerados

mais significativos para esta Pesquisa, tomando como referência as palavras-chave: Regência

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Coral, Formação docente em Música e Coral Infantil. Alguns destes materiais não abordam

em seus títulos a temática de forma clara, mas apresentam em seu conteúdo a relação com o

assunto em algum capítulo ou subtítulo, sendo possível a aproximação com o objeto desta

Pesquisa.

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3 A REGÊNCIA

Nesta Seção, discutiremos a respeito de diferentes aspectos da Regência e do regente,

os diferentes papéis do regente coral, entre eles, o papel do regente como educador musical,

as habilidades e competências do regente e sobre a Regência Coral Infantil e Infantojuvenil.

3.1 Aspectos da Regência

O termo Regência, na área da Música, possui diferentes significados e geralmente está

associado a atividades como: dirigir, liderar, conduzir, administrar, orientar, organizar,

promover performances de grupos musicais, corais, bandas, orquestras, entre outros.

Nas palavras de Zander (2008, p. 16, grifo do autor):

Regência, na acepção própria do termo, provém de dirigo (latim); dirigir,

ordenar. Em música significa dirigir, conduzir um grupo de executantes,

músicos ou cantores, dentro de certa unidade musical, guiada pelos gestos

das mãos, do corpo e, até certo ponto, por expressões fisionômicas.

A consideração realizada por Zander (2008) ratifica os aspectos meramente técnicos

adotados e desenvolvidos pelo regente como uma linguagem que se estabelece para alcançar

os resultados almejados por meio dos gestos. Depois de certo tempo, os coristas já são

capazes de corresponder exatamente o que regente deseja porque se apropriaram desta

comunicação não verbal do regente.

A Regência se origina, provavelmente, da necessidade da marcação rítmica para

auxiliar na organização musical. Nesse contexto, podemos destacar que, no século XVII, eram

comuns batidas ruidosas de um bastão sobre algum móvel ou no chão para a manutenção do

andamento. Ainda nesse período, com o surgimento da ópera francesa sob a liderança de

Jean-Baptiste Lully (1632 - 1687), estabeleceu-se uma nova forma de execução de obras

musicais (FONTERRADA, 1997; MARTINEZ, 2000; ROCHA, 2004; ZANDER, 2008;

LAKSCHEVITZ, 2009). Em alguns casos, a Regência estabelecia o contato visual, em outros,

o regente conduzia ensaios do grupo sentado ao cravo, realizando a acentuação com a mão

esquerda e gesticulando com a mão direita. A Regência ganhou certa sistematização a partir

da escola Alemã de Mannheim, no século XVII, com a organização das partituras, notação de

andamentos, dinâmicas, composições mais criativas e técnicas. Desde então, tanto orquestra

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quanto coro teve consolidado o regente enquanto profissional (MARTINEZ, 2000; ROCHA,

2004; ZANDER, 2008; FERNANDES, 2009).

A Regência e o regente, no período Clássico (século XIX), ainda não tinham um papel

consolidado de forma mais sistemática. No período romântico, foram marcadas a partir das

contribuições de Richard Wagner quando escreveu o ensaio A arte de dirigir, em 1889,

destacando: a importância do regente como intérprete e artista; a importância do tempo e do

significado da arte do Canto; a importância das nuances dinâmicas a serem extraídas da

orquestra e do Canto, dentre outros destaques (LAGO JÚNIOR, 2002).

Baptista (2000, p. 7) afirma que: "Regência é o ato de transmitir a um conjunto

instrumental ou vocal, por meio de gestos convencionais, o conteúdo rítmico e expressivo de

obra musical". Lago Júnior (2002, p. 33) interpreta que: "No campo da Regência, o maestro

transforma-se em pensador da música e no grande ator da expressão interpretativa". Os

pensamentos de Zander (2008), Baptista (2000) e Lago Júnior (2002), apresentados

anteriormente, apontam para o aspecto gestual e expressivo do regente, entretanto,

encontramos na literatura autores que trazem outras visões sobre as funções do regente.

Para Kerr (2006, p. 119, grifos nossos):

Regência Coral é gesto maior que o gesto de reger. É uma tomada de atitude

frente à música... É a busca incessante das qualidades do som, em

conjunções e disjunções com os silêncios e as sonoridades. É a procura

incansável de um repertório. É a identificação de muitas maneiras de

cantar. É a habilidade em reunir grupos de cantores. É, acima de tudo,

admitir que estudar música significa estudá-la por toda a vida. Esse gesto

maior pode até dispensar o gesto de reger, porque no momento em que ele

for necessário, tudo já terá sido feito (e muito ainda haverá por fazer).

Trata-se, então, da construção de um projeto sonoro.

Considerando o pensamento apresentado acima por Kerr (2006) podemos

compreender o coro como um grupo em construção e o regente não somente como seu

condutor musical mas também responsável por outros aspectos educacionais e administrativos

que envolvem o planejamento, a organização e o ensino musical, transcendo questões

meramente performáticas que, normalmente, são atribuídas à sua atuação.

Figueiredo (1990), Ramos (2003), Krüger et al (2003), Rocha (2004), Hentschke;

Azevedo; Araújo (2006), Zander (2008) e Gaborim - Moreira (2015) consideram o papel do

regente como articulador do coro responsável por definir metas, estratégias, organizar e

definir etapas e objetivos a serem alcançados para o desenvolvimento de um bom

planejamento.

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Fucci - Amato e Galati (2012) defendem que um dos papéis fundamentais do regente é

conhecer aspectos da Administração e investir na gestão de pessoas para desenvolver uma boa

liderança no coro. Dias (2012) bem como Pereira e Vasconcelos (2007) advogam que o

regente e educador musical que trabalha com a prática coral, para além das questões

meramente musicais, é um observador das dimensões sociais que envolvem o coro e suas

interações. Utsonomiya (2011) e Gaborim - Moreira (2015) investigam as habilidades

requeridas para o regente de Coros Infantis e Infantojuvenis.

Diante do que foi apresentado e considerando a multiplicidade de subtemas

envolvendo o macrocampo da Regência Coral, destaca-se alguns dos diferentes aspectos

apontados pelos autores citados, tais como: musicais, técnicos, interpretativos e

performáticos, dentro do gestual da Regência; aspectos administrativos e de gestão de pessoas

e aspectos educativo - musicais e didáticos. Para além das questões técnico - musicais, a

Regência envolve aspectos que estão implícitos no ato de dirigir ou liderar um grupo

formando um conjunto de características significativas, como as funções de administrar,

gerenciar pessoas e também aspectos formativos e educacionais. Nesse âmbito, o regente tem

o papel fundamental na orientação, liderança e motivação de seu grupo para o

desenvolvimento de um conjunto de ações musicais, buscando sempre os melhores resultados

artístico - musicais e/ou educativo - musicais.

3.2 O papel do regente Coral

Como dito anteriormente, o papel de liderança do regente é composto por um conjunto

de particularidades: musicais, administrativas, pedagógicas e psicológicas. Neste sentido, os

estudos que envolvem as habilidades, competências bem como o campo de atuação do regente

têm crescido, paulatinamente, e apontam para várias direções (FIGUEIREDO, 1990;

ZANDER, 2008; AMATO, 2008; GABORIM - MOREIRA, 2015).

O Quadro 1 apresenta algumas publicações que investigam a Regência Coral bem

como os aspectos relacionados à sua prática. Os autores relacionados e pesquisados estão

inseridos no contexto desta Pesquisa dialogando de forma direta e indireta. A organização

estabelece o título da obra, o autor, o ano em que foi publicado e a categoria.

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Quadro 1 - Publicações sobre Regência Coral no Brasil

(Continua)

TÍTULO DA OBRA AUTOR ANO CATEGORIA

O ensaio coral como momento de

aprendizagem: a prática coral numa

perspectiva de Educação Musical

FIGUEIREDO,

Sérgio Luís de.

1990

Dissertação

Regência Coral: princípios básicos MARTINEZ,

Emanuel.

2000 Livro

A arte da Regência: história, técnicas e

maestros

LAGO JÚNIOR,

Sylvio.

2002 Livro

O ensino da Regência Coral RAMOS, Marco

Antonio.

2003 Tese

Regência uma arte complexa ROCHA, Ricardo. 2004 Livro

Ensaios e olhares sobre a música coral

brasileira

KERR, Samuel. 2006 E-book

Coral um canto apaixonante MATHIAS, Nelson. 2007 Livro

Regência Coral ZANDER, Oscar. 2008 Livro

Habilidades e competências na prática

da Regência Coral: um estudo

exploratório

AMATO, Rita de

Cássia Fucci.

2008 Periódico

Espaços de atuação e formação de

regentes corais: os desafios do

contexto

TEIXEIRA, Lúcia

Helena Pereira.

2009 Capítulo de livro

O regente e a construção da

sonoridade coral

FERNANDES,

Ângelo José.

2009 Tese

O regente de coro infantil de projetos

sociais e as demandas por novas

competências e habilidades

UTSUNOMIYA,

Miriam Megumi.

2011 Dissertação

O ensino de Regência na formação do

professor de música: um estudo com

três Cursos de Licenciatura em Música

na região sul do Brasil

GRINGS, Bernardo. 2011 Dissertação

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Quadro 1 - Publicações sobre Regência Coral no Brasil

(Conclusão)

TÍTULO DA OBRA AUTOR ANO CATEGORIA

A pedagogia crítica de Paulo Freire e

as práticas do regente - educador de

corais escolares

D’ASSUMPÇÃO

JÚNIOR, José

Teixeira

2011 Dissertação

Abrangências da música na educação

contemporânea: conceituações,

problematizações e experiências

SILVA, Vladimir. 2011 Capítulo de livro

Panoramas da Regência Coral -

técnicas e estética

JUNKER, David. 2014 Dissertação

O regente como educador musical FRANCHINI,

Rogéria Tatiane

Soares.

2015 Dissertação

Levantamento de teses, dissertações e

artigos sobre a prática profissional do

regente de coros como educador

musical

RIBEIRO, Cinara

Baccili

2015 Artigo

Regência Coral como Educação

Musical: uma revisão de literatura

DIAS, Leila Miralva

Martins.

2015 Artigo

Regência Coral Infantojuvenil no

contexto da extensão universitária: a

experiência do Projeto Coral

Infantojuvenil da Universidade de

Mato Grosso do Sul

GABORIM -

MOREIRA, Ana

Lúcia Iara.

2015 Tese

Fonte: A autora (2016).

Alguns pesquisadores relacionados no Quadro 1 concordam que há pouco material

publicado na literatura brasileira discutindo o tema Regência Coral que possa servir como

referência (ROCHA, 2004; FIGUEIREDO, 2003; KERR, 2006). Baseado neste contexto,

cada pesquisador busca uma forma de organizar e apresentar seus dados. Autores como:

Chiarelli e Figueiredo (2010), Dias (2011), Clemente e Figueiredo (2014), Ribeiro (2015),

Silva e Figueiredo (2015) e Gois (2015) realizaram levantamentos sobre Regência Coral e

Canto Coral para identificar o máximo de publicações relacionadas a estes temas,

apresentando formas diferenciadas de organização como: temas, categorias, levantamentos

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bibliográficos e estado da arte, facilitando o acesso da temática em foco. A organização, a

seguir, foi feita com base no cruzamento destes levantamentos para atender os fins específicos

desta Dissertação. Certamente, nem todas as temáticas que envolvem os subtemas

relacionados à Regência e ao Canto Coral serão contempladas, outras entrarão em pontos de

intercessão e reaparecerão. Neste levantamento, apresenta-se o tema, o autor e o ano da

publicação:

1. Regente coral como educador musical (FIGUEIREDO, 1990; D’ASSUMPÇÃO

JÚNIOR, 2010; PRUETER, 2010; DIAS, 2011; UTSUNOMIYA, 2011; GRINGS, 2011;

TEIXEIRA, 2012; FRANCHINI, 2014; GABORIM - MOREIRA, 2015; RIBEIRO, 2015);

2. Habilidades e competências do regente (FONTERRADA, 1997; SCHIMITI, 2003;

AMATO, 2008; ZANDER, 2008; UTSUNOMIYA, 2011);

3. Regente de Corais Infantis e Infantojuvenis (FONTERRADA, 1997; SCHIMITI,

2003; SOARES, 2004; LIMA, 2007; UTSUNOMIYA, 2011; OLIVEIRA, 2012; SOBREIRA,

2013; ANDRADE, 2015; GOIS, 2015; PAZIANI, 2015; GABORIM - MOREIRA 2015);

4. Regente coral no contexto escolar (SENA, 2002; SCHIMITI, 2003; NEIVA, 2008;

BRAGA, 2010, 2011; D’ASSUMPÇÃO JÚNIOR, 2011; FARIA, 2011);

5. Regente como motivador (AMATO; AMATO NETO, 2009);

6. Regente e as técnicas de ensaio (FIGUEIREDO, 1990; FERNANDES, 2009;

SILVA; RAMOS; IGAYARA, 2010; HAUCK - SILVA, 2012).

7. Regente e as interações sociais (LIMA, 2007; PEREIRA; VASCONCELOS, 2007;

ZANDER, 2008; AMATO, 2008; UTSUNOMIYA, 2011; DIAS, 2011).

Tendo em vista que estão elencadas 7 categorias nessa Dissertação, daremos ênfase

apenas a 3 dessas categorias que estão relacionadas, mais diretamente, ao objeto desta

Pesquisa: 1. Regente como educador musical; 2. Habilidades e competências do regente; e 3.

Regente de Corais Infantis e Infantojuvenis.

3.2.1 Regente Coral como Educador Musical

A etimologia da palavra EDUCAR tem origem no termo em latim educare que significa

“‘conduzir para fora’” ou “‘direcionar para fora’” (EDUCAR, [20--])5. Neste sentido, o

regente potencializa seus coristas tornando o ambiente do coral apropriado para a

aprendizagem. A ação educativa do regente se dá desde o momento do seu planejamento de

5Documento online não paginado.

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ensaio até a execução das peças selecionadas (FIGUEIREDO, 1990; ZANDER, 2008).

As pesquisas apontam um número crescente de trabalhos que enfatizam o regente

coral como educador musical. Nessa direção, Figueiredo (1990) salienta que, o regente -

educador manifesta sua liderança de forma segura quando desenvolve seu ensaio dentro de

uma ação planejada, com objetivos definidos, avaliando suas metodologias, oferecendo novas

possibilidades de aprendizagem aos coristas, considerando que o processo ocorre dentro do

próprio ensaio e não como um processo à parte. Aponta também que os regentes devem

refletir sobre a atividade coral, assumindo sua função educacional, pois refletir sobre o

processo poderá favorecer a aquisição de conhecimentos musicais e, consequentemente, uma

melhor condução da prática coral.

Prueter (2010) advoga que a postura do regente não pode estar reduzida a aspectos

meramente técnicos gestuais, mas que as reações devem ser antecipadas ao coro e

estabelecidas por meio de linguagem apropriada a fim de que o coro compreenda o todo e não

somente aos fragmentos da obra. Também são características do regente - educador,

desenvolver estratégias para possibilitar a aprendizagem e compreensão enriquecendo a

coletividade, ensinando que a apresentação faz parte do processo do ciclo da aprendizagem. O

corista reproduz um modelo e, neste sentido, o regente necessita ter clareza de seus objetivos -

corrigindo, modificando, sendo coerente, sensível às especificidades do seu grupo e

identificando qual a melhor estratégia para que, dentro do ensaio, haja o processo de

crescimento - valorizando, sobretudo a construção constante do grupo.

Respaldado na abordagem Freireana, D’Assumpção Júnior (2011) defende o regente -

educador reflexivo e crítico com uma formação plural, transformadora, consciente de sua

condição de liderança que se preocupa com o crescimento do indivíduo e de si mesmo.

Conhecer o grupo e considerar as experiências individuais para definir como será o processo é

consenso entre alguns autores que atuam como regentes educadores.

Grings (2011) aborda a questão do regente - educador no contexto da formação na

Licenciatura, atribuindo à universidade o importante papel de contribuir para desenvolver as

habilidades e competências que possam nortear a liderança dos futuros regentes a fim de

desenvolver um trabalho para além da linguagem meramente gestual. A investigação foi

realizada em 3 Cursos de Licenciatura na Região Sul do Brasil, analisando como a disciplina

Regência se apresentava no currículo. Para tanto, entrevistou 56 alunos e alguns professores

destas instituições que, de uma forma geral, defendem uma formação que seja significativa e

considere os diversos contextos em que o licenciando irá atuar. O trabalho de Grings (2011)

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revela que os graduandos desejam obter uma boa formação, serem capacitados e exercerem

seus papéis de regentes - educadores com maestria.

Ainda sobre este propósito, uma das considerações feitas por Dias (2011) acerca do

regente e educador musical, aponta para as subjetividades que se estabelecem nas relações

entre o grupo e o regente / educador musical, buscando o favorecimento e a expressividade

daqueles que estão sob sua direção. Inserido em amplos contextos, tendo que atuar em grupos

em desequilíbrio entre os naipes e do número dos coristas, repertórios que precisam de

adaptações de acordo com as circunstâncias, indivíduos que buscam cantar no coro para

atender seus anseios e motivações pessoais, para ampliar suas relações, se constituem como

desafios na atuação do regente - educador que necessita atender diferentes demandas,

buscando conciliar os resultados artísticos, psicossociais e educativos dos participantes da

prática do Canto Coral.

O regente - educador é influenciador, independentemente do grupo ou faixa etária que

lidera. A pesquisa realizada por Teixeira (2012), na qual participaram 2 regentes de empresas,

revelou que, para atender as expectativas de um determinado grupo e as demandas do

trabalho, o regente - educador é impulsionado a estar em constante formação e conectado, de

tal forma, que as relações com os coristas estejam comprometidas com o desenvolvimento do

grupo. Desta forma, o regente - educador atua como facilitador da aprendizagem, ancorando

seu planejamento nas características sociais do grupo, no espaço específico, valorizando o

contexto em que está inserido.

Ao refletir sobre a Regência Coral com adolescentes, Franchini (2014) aponta a

necessidade do regente - educador conduzir suas atividades de forma sensível às

especificidades desta faixa etária, observando a capacidade músico - vocal e o significado

social e cultural que a atividade apresenta para os que integram o grupo.

Moreira (2014) enfatiza que o regente - educador deve promover um processo de

aprendizado constante, ser um líder facilitador que transcenda aos ensinos meramente

musicais e se coloque no lugar do aluno percebendo suas motivações, limitações físicas,

cognitivas, incentivando o corista a processos de tentativas com erros, análises,

compreensões, experimentações e interações, tornando suas metodologias claras, promovendo

sua liderança enquanto regente e refletindo sobre seu papel.

Ribeiro (2015) revela que, entre 2002 e 2014, foram realizadas 39 publicações sendo

20 artigos, 16 dissertações, uma tese, 1 capítulo de livro e uma monografia. A pesquisa

seleciona os trabalhos que caracterizam o regente coral como um educador ou regente -

educador e chega ao número de 10 publicações. Ribeiro (2015) conclui que é de suma

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importância que o profissional desenvolva habilidades específicas para a atuação em coros,

em especial, os não profissionais, sendo responsável por estimular e ensinar aqueles que

estarão cantando e que têm o coro como seu primeiro contato musical. Desta forma, diálogos

acerca do regente - educador e sua atividade profissional têm suscitado questionamentos e a

busca por uma formação condizente que possa corresponder às demandas do regente -

educador .

Por fim, fica evidente que o papel do regente - educador é bastante desafiador,

sobretudo, enquanto promotor do crescimento musical e estético do seu grupo, realizador de

trocas de conhecimentos, valorizador das individualidades, líder aproximador, responsável

por atender a diferentes demandas, dentre elas, muitas vezes uma equipe que o auxilie, de

forma mais direta, desenvolvendo estratégias que se adequem a cada contexto.

Para além da Música, o regente - educador assume uma postura comprometida,

procurando estabelecer um trabalho de qualidade que agregue seus coristas em torno do

mesmo objetivo, promovendo assim, a atividade coral como prazerosa em qualquer idade,

cultura ou esfera social. Diante disso, considera-se importante destacar neste Trabalho, o

pensamento de alguns regentes e educadores sobre as habilidades e competências necessárias

para o regente coral.

3.2.2 Habilidades e competências do regente

Os debates sobre competência surgiram em 1970 entre psicólogos e administradores

nos Estado Unidos. Na França, em meados dos anos de 1990, a discussão emergiu com foco

na qualificação para o trabalho e gestão das organizações, e o Brasil desenvolveu o

pensamento sobre competência com base na literatura americana reforçando que é algo que o

indivíduo já traz consigo (FLEURY; FLEURY, 2000).

Há uma demanda por diferentes habilidades e competências específicas para a atuação

nas diferentes áreas. No contexto dos profissionais de Música e, mais especificamente, em

relação aos educadores musicais / regente coral não tem sido diferente. Discorrer sobre estes

aspectos no que se refere ao regente no contexto do coral abarca uma série de fatores que

ultrapassam os conhecimentos meramente musicais.

No contexto educacional, o conceito de competência se desenvolve com maior ênfase

a partir de 1990, após a Conferência Mundial da United Nations Educational, Scientific and

Cultural Organization (UNESCO) na Tailândia (THA) em que foi elaborado o documento

que representou o desejo de mudança dos educadores do mundo: A declaração mundial

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sobre a Educação para todos (UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND

CULTURAL ORGANIZATION, 1998). Nessa mesma oportunidade, surgiram os 4 pilares da

Educação: aprender a conhecer, a fazer, a viver, a ser. O conceito de competência foi

consolidado com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) – Lei n°

9.394 de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996) - e, posteriormente, com a publicação dos

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN'S), em 1997 (ANTUNES, 2001), com a ideia de

uma educação integral para que o indivíduo pudesse atuar em contextos distintos,

estabelecendo significados sociais, culturais, desenvolvendo o processo de construção,

apropriação e mobilização de saberes. Já as habilidades decorrem das competências

adquiridas e referem-se ao plano imediato do saber fazer (DELORS et al, 2012).

Ainda na perspectiva educacional, considerando a formação inicial do professor, é

salutar destacar o pensamento de Perrenoud (c1999) referente às habilidades e competências

que exigem do indivíduo certa organização mental para resolver situações problema

envolvendo um esquema composto de induções e deduções. No âmbito da Educação Musical

e Regência Coral, alguns autores têm dado especial atenção à temática, habilidades e

competências como ênfase em seus estudos. De acordo com o campo de atuação do regente,

formação ou área de concentração do seu trabalho, os estudos apresentam pontos

convergentes. As pesquisas destes regentes, acerca das habilidades e competências, têm

relação com suas experiências pessoais baseadas em estudos realizados por pedagogos,

psicólogos, economistas e administradores de empresas. Figueiredo (1990) considera que o

regente deve ser um facilitador da aprendizagem como líder de uma experiência educacional.

Fonterrada (1997) defende que o regente de corais infantis deve ter liderança e

equilíbrio, conhecimento da voz infantil, domínio da linguagem musical e bom treinamento

auditivo. Para Schimiti (2003), as habilidades do regente estão relacionadas à consciência das

ações de sua prática pedagógica, uma formação musical sólida, afetividade, flexibilidade,

planejamento, conhecimento dos limites vocais e etapas do desenvolvimento no que concerne

aos coros infantis. Ramos (2003) advoga que as habilidades envolvem estratégias educativas

para obtenção de resultados, ampla liderança técnica para resolução de problemas de nível

musical, administrativa, humana e que o regente deve ter certo carisma.

Zander (2008) argumenta ser importante que o regente tenha personalidade e vocação,

seguidos de autoridade e conhecimento musical. Figueiredo (2005) evidencia aspectos técnico

- musicais na formação do regente: solfejo, clareza na comunicação dos gestos da Regência,

conhecimento do repertório. Rocha (2004) considera que o regente deve desenvolver uma

formação intelectual musical, capacidade de planejar, estabelecer metas e criar estratégias,

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reconhecer o esforço dos seus liderados por meio da inteligência emocional, identificar as

diferenças do seu grupo respeitando as individualidades. Amato (2008) não limita as

habilidades meramente aos aspectos técnico - musicais, mas amplia à gestão de pessoas

apontando para o contexto motivacional desempenhando um papel social significativo.

Utsunomyia (2011) relaciona habilidades e competências do regente do coro infantil

concordando que Regência e ensino têm uma aproximação com as ações didáticas e

pedagógicas, expostas no planejamento, motivação, dedicação, organização, domínio

pedagógico musical e metodologia de ensino, resultando nas ações de um regente - educador.

Gaborim - Moreira (2015, p. 52) ao discorrer sobre habilidades e competências na Regência

Coral Infantojuvenil evidencia que:

[...] as competências e habilidades do regente precisam ser desenvolvidas de

forma estruturada, ou seja, por meio de um estudo sistemático e orientado

que exige dedicação, empenho e interesse individual do regente, bem como a

busca incessante por modelos de referência que lhe dêem objetivos e

perspectivas futuras. Esse estudo consiste em um processo gradual que

demanda longevidade, e conseqüentemente, paciência e persistência, além de

constante auto-análise e auto avaliação.

Ao considerar os posicionamentos expostos pelos autores, percebe-se que há uma

predominância da valorização dos aspectos técnico - musicais sobre os demais. Entretanto, as

habilidades e competências requeridas de um regente, na atualidade, perpassam por diversas

questões que ultrapassam os aspectos meramente musicais. A pluralidade de contexto em que

os grupos estão inseridos e a diversidade de situações que mobiliza uma série de

competências e saberes não podem limitar-se aos aspectos meramente musicais. Desta forma,

as habilidades e competências do regente devem contemplar aspectos musicais, emocionais,

psicossociais, administrativos e pedagógicos, dentre outros.

3.2.3 Regência de Corais Infantis e Infantojuvenis

Na literatura, existem diferentes definições para os termos Coral Infantil e Coral

Infantojuvenil. No entanto, considerando o trabalho de alguns autores assim como a nossa

experiência empírica, podemos delimitar o que compreendemos por Coral Infantil e por Coral

Infantojuvenil. Antes de introduzir as definições que envolvem os Corais Infantis, considera-

se importante ressaltar que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) vigente por meio da

Lei nº 8.069, de 31 de julho de 1990, Art. 2º, denomina como criança “[...] a pessoa até doze

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anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade”

(BRASIL, 1990, p. 13.563). Os mesmos parâmetros são adotados pelo Ministério da

Educação (MEC) e a Sociedade Brasileira de Pediatria que são regidos pelo ECA (BRASIL,

2014).

Fonterrada (1997) classifica como Coral Infantil, o grupo de crianças que estão entre a

faixa etária de 6 a 15 anos, justificando que, abaixo dos 6 anos, não é recomendável o Canto

Coral para crianças e, acima dos 15 anos, em virtude da fase de muda vocal. Diante disso,

acredita que o adolescente deve integrar o grupo denominado coro juvenil. Já para Schimiti

(2003), a formação do Coral Infantil compreende a participação de crianças, em geral, entre 7

e 12 anos de idade.

Há uma pequena variação nas idades sugeridas entre Fonterrada (1997) e Schimiti

(2003) que pode estar relacionada ao contexto em que cada coral está inserido, tipo de

atividade desenvolvida, ou até mesmo, a experiência e preferência do regente. Como dito

anteriormente, adotar limites de idade para inserção das crianças nos grupos são questões

pessoais de cada regente.

Utsunomiya (2011, p. 59) reitera que:

O coral infantil é formado por crianças em sua melhor configuração, de

acordo com um senso comum dos regentes de coros infantis, em geral a

partir dos sete anos de idade, quando elas já estão alfabetizadas e já tem certa

maturidade para participar de uma atividade em grupo com duração de uma

hora ou mais.

Alguns regentes de Corais Infantis preferem inserir crianças acima de 7 anos em seus

grupos tendo em vista os objetivos e metas traçadas. Quanto a estarem alfabetizadas, por

vezes, existem realidades em que as crianças com mais de 7 anos ainda não alcançaram esta

alfabetização. Nestes casos, em que ser alfabetizado se torna uma exigência ou pré-requisito

para ingressar no coro, as oportunidades para outras crianças podem se tornar menores e o

processo excludente. Lakschevitz (2006) considerou uma tarefa difícil estabelecer uma idade

para ingressar no Coro Infantil, pois nem sempre a idade mental corresponde à idade

cronológica ou ao seu desenvolvimento vocal.

A expressão Coral Infantojuvenil é utilizada por Gaborim - Moreira (2015, p. 34) para

apontar o grupo de crianças com idade entre 6 a 12 anos, enfatizando ser apropriado para a

"[...] inserção de jogos, brincadeiras e atividades lúdicas na prática coral, que demandam certo

nível de coordenação motora, de pensamento lógico e de maturidade emocional – adequados à

faixa etária [...]". As características elencadas por Gaborim - Moreira (2015) denotam que o

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regente, antes mesmo de iniciar as atividades com seu grupo, tem em mente seus objetivos,

seu planejamento e, baseado em suas pesquisas, será capaz de desenvolver uma metodologia

específica apropriada a esta faixa etária.

A expressão Coral Infantil, parece ser mais comum entre os regentes de uma forma

geral. Quanto à faixa etária, existem pequenas diferenças levando a crer que não há prejuízos

quanto ao propósito de cantar ou realizar as atividades em grupo. Nesta Dissertação, será

adotado o termo Coral Infantil apontando para o grupo de extensão da UFRN, como foco de

objeto de estudo.

As publicações que envolvem temas como: Canto Coral Infantil, Regência Coral

Infantil e Regência Infantojuvenil são insuficientes para responder às inquietações que tem

surgido na atualidade e que circundam a temática. Os autores explicitados nesta Pesquisa

discutiram Coral Infantil e Infantojuvenil, entretanto, a ênfase dada à Regência não foi tão

direta. Diante disso, esta Pesquisa encontra justificativa no sentido de ampliar as discussões e

provocar novas investigações. Alguns autores, elencados na atualidade, que tem discorrido

sobre as Práticas Corais Infantil no Brasil, são: Fonterrada (1997), Schimiti (2003), Soares

(2006), Lima (2007), Vertamatti (2008), Utsunomiya (2011), Oliveira (2012), Sobreira

(2013), Andrade (2015), Gois (2015), Paziani (2015) e Gaborim – Moreira (2015).

Considera-se relevante destacar também os nomes de Ana Yara Campos, Thelma

Chan, Teca Alencar Brito, Carmen Mettig Rocha, Elvira Drummond, Lourdinha Lima e Cezar

Elbert, que têm dado ricas contribuições na área de Composição e Arranjo enriquecendo a

Prática Coral Infantil.

A Regência de um Coral Infantil requer dedicação e o desenvolvimento de uma

linguagem apropriada. Lakschevitz (2006, p. 39) destaca que: "Parece muito óbvio, mas na

maioria das vezes, as pessoas só sabem mandar na criança. É importante ter em mente que se

trabalha com pessoas, e não com coisas". Diante disso, Fonterrada (1997, p. 19) elenca

algumas características que considera importantes para aqueles que desejam tornar-se um

regente de Coral Infantil:

Gostar de criança e do trabalho que vai realizar; Liderança e equilíbrio;

Conhecimentos básicos de psicologia infantil e pedagogia; Domínio da

linguagem musical; Prática de leitura musical; Conhecimento dos princípios

básicos de harmonia e análise musical; Voz clara e bem colocada;

Conhecimento da voz infantil; Bom treinamento auditivo.

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O desenvolvimento das habilidades de um regente está atrelado à sua formação que

envolve a busca constante por cursos, leituras, pesquisas, atualizações, participar de grupos

musicais, cantar em coros, entre outros. Nesse contexto, Schimiti (2003, p. 3) considera

fundamental como parte da formação, que o regente desenvolva:

1. Consciência de uma prática pedagógica bem fundamentada e de ampla

formação musical; 2. Conhecimento das etapas do desenvolvimento da

personalidade infantil e de sua capacidade de abstração, para a adequação e

dosagem do conteúdo a ser explorado nos ensaios; 3. Consciência de que o

processo de educação se concretiza com conhecimento e com sensibilidade,

envolvendo afetividade, paciência e compreensão; 4. Consciência da

responsabilidade assumida dentro do processo de aquisição de conhecimento

por parte da criança, fornecendo estímulos constantes que favoreçam a

autoconfiança e também a disciplina; 5. Consciência da importância de uma

flexibilidade no planejamento das atividades musicais e de sua execução de

forma lúdica, para haver sempre uma motivação para a aprendizagem; 6.

Consciência da necessidade de uma cultura geral por parte do educador, para

com êxito relacionar dados musicais com dados pertencentes às demais

ciências ou às demais artes, reconhecendo e sabendo executar obras de

diferentes estilos; 7. Consciência da necessidade de conhecimento de sua

própria voz, como instrumento que facilitará o trabalho diante das crianças,

como bom exemplo vocal, além do conhecimento das etapas do

desenvolvimento das vozes infantis e juvenis para uma perfeita adequação

do repertório.

Assim, Schimiti (2003) aponta os aspectos técnicos da Regência e da Prática Coral

Infantil com o objetivo de que os ensaios se tornem criativos, com exercícios variados,

abordando uma linguagem apropriada, valorizando a execução da criança e promovendo

autonomia. Em decorrência dessa realidade, o regente é desafiado a refletir sobre seu papel

diante do grupo, buscando segurança nas ações a serem desenvolvidas por meio de um

planejamento que otimizará o tempo colaborando para objetividade, criatividade e

envolvimentos de todos.

Ainda dentro desse contexto, Schimiti (2003) destaca a importância de uma boa

formação do regente - educador, ressaltando que, se o trabalho musical com adultos exige

preparo, o desenvolvimento, desta mesma atividade, com crianças trará uma responsabilidade

ainda maior, não desenvolver as atividades com segurança acarretará na perda da motivação e

interesse na realização das vivências propostas.

Sobre regentes de Corais Infantis em projetos sociais, Utsunomiya (2011) realizou

uma investigação, traçando o percurso histórico dos regentes de coros infantis no Brasil e

apontando o mestre de Capela como sendo o primeiro regente de coros infantis que, para

exercer esta função, necessitava apresentar algumas habilidades e competências técnico -

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42

musicais, administrativos gerenciais, relacionamento interpessoal e conhecimento

pedagógicos. Também destaca a importância dos painéis da Fundação Nacional de Artes

(FUNARTE) de Regência Coral realizados entre 1981 e 1993, com o objetivo de trocar

experiências, discutir temas relacionados ao Canto Coral, e o momento do Corão, momento

onde todos se juntavam para cantar e interpretar o repertório coral. Outro ponto fundamental

destacado por Utsunomiya (2011) é o papel da Associação de Regentes de Corais Infantis

(ARCI), que surgiu em 1990 dentro das atividades dos painéis da FUNARTE, com o objetivo

de colaborar para a expansão dos cursos e treinamentos dos regentes de coros infantis que

eram realizados em vários lugares do Brasil. Para atender as novas demandas sociais, há uma

exigência maior do regente, inclusive que sua liderança seja firme. Utsunomiya (2011) aponta

a lacuna existente nos cursos de Graduação das universidades quanto à formação do educador

musical, para atuar no terceiro setor, que não inclui no currículo conhecimentos ou disciplinas

que possam dar fundamentação ou fornecer as competências para atuação e enfrentamento

junto ao mercado de trabalho para atuar em projetos sociais. Desta forma, chega-se a seguinte

conclusão:

O pressuposto é que se o regente estudou música (conhece), saberá fazer a

música acontecer através do grupo coral e será um regente capaz de

administrar todas as questões inerentes à sua função junto ao projeto social,

juntamente com a excelente performance musical do grupo, não é razoável

(UTSUNOMYIA, 2011, p. 79).

Muitas habilidades e competências são requeridas do regente, na atualidade, que não

estão relacionadas apenas na manifestação, na execução dos gestos ou exercícios de vocalizes,

dentre outras. Rocha (2004, p. 19) salienta que: "Ser um bom músico não é suficiente para se

tornar um bom regente". Sendo o Terceiro Setor um campo em expansão, o regente de Corais

Infantis, que desejar trabalhar em projetos sociais, buscará habilitar-se da melhor maneira,

enxergando a oportunidade de democratizar a música através do Canto Coral.

A dimensão lúdica da Regência do Coral Infantil é um tema presente nas pesquisas da

área de Educação Musical. Cely (1997, p. 127) defende a importância da aprendizagem por

meio de brincadeiras afirmando que: "[...] a criança aprende brincando e brincando ela é

feliz". Em acordo com esse pensamento, Gois (2015) ressalta que o coro infantil é um espaço

de aprendizagem que pode ser compreendido como um processo que se fundamenta na teoria

piagetiana do jogo da brincadeira por meio dos processos de assimilação e acomodação.

Gois (2015) discute também a formação do regente para atuar com Corais Infantis,

refletindo que talvez pudessem ser oferecidos cursos específicos nas Licenciaturas em Música

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com foco na Regência Coral Infantil, capacitando novos regentes para atingir competências e

habilidades específicas no desenvolvimento do trabalho com crianças. Por fim, a utilização de

atividades lúdicas também é observada por Gois (2105) sob a ótica das pedagogias ativas, nos

trabalhos dos educadores musicais: Dalcroze, Willems, Orff, Kodály e Suzuki, Paynter e

Schafer como estratégias de ensino para os ensaios dos coros infantis.

Para atender, estrategicamente, aos desafios e demandas educativas atuais, o regente

de coros infantis necessita desenvolver um planejamento flexível, buscando as especificidades

do seu grupo, considerando seu contexto, reinventando suas propostas para alcançar seus

objetivos. Uma questão a ser refletida pelos regentes educadores e que surge como um alerta,

é que a ludicidade pode ser entendida pelos coristas como falta de planejamento ou

objetividade. Não é tarefa fácil encontrar o equilíbrio para que o ensaio aconteça de forma

descontraída, sem regras tão rígidas e sem perder de vista as metas que foram traçadas no

planejamento. Entretanto, faz-se necessário que, desde cedo, sejam estabelecidas, entre o

regente e as crianças, as regras do jogo para que todos saiam ganhando.

Ainda sobre regente de coros infantojuvenis, Gaborim - Moreira (2015) ressalta que o

papel do regente é híbrido e, desta forma, necessita reconhecer as dificuldades e

possibilidades de seu grupo, por isso, sua formação precisa ser bem fundamentada. Ressalta

que há uma tendência das crianças cantarem em um registro mais grave, tendência que é

reproduzida a partir do modelo da mídia, também observado por Vertamatti (2008). Enfatiza

que caberá ao regente - educador, portanto, avaliar as condições vocais iniciais da criança,

estar atento às suas dificuldades e criar estratégias para que todas alcancem um mesmo (ou

um aproximado) nível de execução e interpretação musical aliado à técnica vocal, de forma

lúdica e em linguagem adequada às crianças.

A prática Coral Infantil deve ser compreendida como atividade estimuladora do

potencial artístico, que ultrapassa o momento de um planejamento com atividades lúdicas,

com objetivos técnicos embasados em metodologias diversas. O papel do regente do Coral

Infantil é promover experiências significativas, mediando às relações humanas, ampliando

possibilidades para promover entre os participantes a compreensão de que cantar traz

benefícios à coletividade e, ao indivíduo, para vida toda.

Por meio dessas considerações, podemos concluir que, se o trabalho musical

envolvendo o Canto Coral, a ser desenvolvido com adultos requer uma maior fluência e

preparo por parte do regente, trabalhar com crianças exigirá ainda mais. Nesse sentido, os

destaques realizados pelos autores reafirmam a necessidade de uma boa formação como algo

imprescindível à atuação como regente coral. Esta premissa se justifica em função da

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preocupação com os riscos de atuação de regentes desprovidos de conhecimentos técnicos

adequados sobre a voz infantil, aspectos pedagógicos, psicológicos e de desenvolvimento

infantil. Também é importante enfatizar que realizar atividades musicais com crianças requer

a utilização de uma linguagem apropriada que assegure uma comunicação eficaz, clara, que

esteja nivelada à sua faixa etária, facilitando a compreensão para o que se pretende alcançar.

Além disso, os regentes de coros infantis devem gostar de crianças, entretanto, pode

acontecer, eventualmente, que não haja identificação com a faixa etária. Outro ponto

importante é o aspecto da ludicidade, tão valorizada no contexto dos coros infantis, que

necessita de um olhar cuidadoso para não ser confundida com falta de planejamento. Nesses

casos, o trabalho não se torna prazeroso para ambas as partes – regente e corista. Ao

considerar estas questões, concordamos que as abordagens em torno do regente de Corais

Infantis e Infantojuvenis são bastante abrangentes, intensificando o compromisso em buscar

uma formação sólida, planejamentos flexíveis e repertórios adequados.

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4 DESENHO METODOLÓGICO DA PESQUISA

Nesta Seção, apresentaremos o campo empírico onde foi realizada a pesquisa e seus

envolvidos, a metodologia adotada com os teóricos que a embasaram, os procedimentos,

instrumentos de coleta de dados e uma breve descrição da análise dos dados.

4.1 Construindo o objeto de pesquisa

Como descrito na introdução deste Trabalho, o Canto Coral tem sido alvo da prática

da autora desta Pesquisa desde a sua adolescência e, posteriormente, como educadora musical,

o que a instigou a adotá-lo como objeto de pesquisa. Diante disso, apropria-se do pensamento

de Gil (2010) ao definir pesquisa como um procedimento racional e sistemático que tem como

objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos.

Trabalhando como regente de coros infantis em projetos sociais, igrejas e, após ter

sido aprovada no concurso para professora de Artes do Município de Natal em 2003, a autora

desta Pesquisa se engajou no Projeto Tralalá6. Todos estes espaços foram, em sua vida,

laboratórios que a fizeram observar e catalogar algumas experiências consideradas

significativas e constitutivas à sua identidade profissional.

Para elaboração do projeto desta Pesquisa, antes de ingressar no Programa de Pós-

Graduação em Música (PPGMUS), a autora desta Dissertação escolheu analisar as práticas no

Projeto Tralalá onde atuou muitos anos como regente. No entanto, após ingressar no

Mestrado, e a partir das atividades desenvolvidas na disciplina Núcleo de Projetos e Pesquisa,

orientada pela professora Dra.7 Amélia Martins Dias Santa Rosa, a autora desta Pesquisa foi

estimulada a redirecionar o seu trabalho de acordo com as suas maiores inquietações e

também motivações. Assim, foi migrando para realizar uma investigação a respeito da

formação do professor que atua regendo coros infantis nas escolas.

6Projeto Tralalá incentiva o Canto Coral nas escolas da rede municipal de Natal - RN, está vinculado ao Setor de

Cultura e Desporto da SME de Natal - RN. Foi fundado em 2003, tem como mentora e coordenadora a

professora Rosangela Albuquerque. Os objetivos do Projeto são: desenvolver a arte do Canto, utilizando um

repertório de canções apropriadas à faixa etária; desenvolver a sociabilidade do aluno, visando sua integração

social e auxiliar no incentivo e fixação da aprendizagem. Atende crianças na faixa etária que compreende entre

7 a 10 anos e tem como regente um professor habilitado em Música que dispõe, semanalmente, de 6 horas de

sua carga horária semanal para desenvolver o Projeto na escola em que estiver direcionado para lecionar

realizando as atividades do Projeto sempre no contra turno. 7Doutora (Drª).

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Neste momento, surgiu o convite para que a autora desta Pesquisa coordenasse o Coral

Infantil da UFRN que, aproveitando a ocasião, optou por realizar uma pesquisa - ação como

procedimento metodológico deste Trabalho caracterizado por um ciclo constituído em: 1)

identificar e planejar; – 2) implantar; – 3) monitorar (descrever); e – 4) avaliar (BASTIAN,

2000; TRIPP, 2005; FRANCO, 2005; BARBIER, 2007; SEVERINO, 2007; ALBINO;

LIMA, 2009; MOREIRA, 2011; THIOLLENT, 2011).

A escolha pela abordagem de uma pesquisa - ação nos permitiu executar alguns

procedimentos visando desenvolver o processo de formação do professor para a Regência no

Coral Infantil da UFRN durante o primeiro semestre do ano de 2016.1. Nesse contexto, foram

sujeitos de nossa investigação 11 participantes, incluindo a autora desta Pesquisa, que

autorizaram a utilização de suas imagens pessoais, publicação de informações escritas,

assinadas por meio de um Termo de Consentimento (APÊNDICE B). Entre eles, estão:

uma regente – pesquisadora: mestranda participante na disciplina da Docência

Assistida - AOS II - Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral;

uma regente substituta: professora substituta da UFRN e aluna da Especialização

em Educação Musical ;

7 alunos do Curso de Licenciatura em Música da UFRN;

uma pianista: aluna do Curso de Bacharelado em Piano da UFRN; e

uma preparadora vocal: aluna do Curso Técnico de Canto.

O trabalho desenvolvido com esses licenciandos envolveu atividades nas quais a

autora desta Pesquisa atuou como Coordenadora, auxiliando na construção de conhecimentos

e capacitação para Regência Coral. Entre estas atividades, esta Pesquisa também traz relatos

da disciplina AOS II - Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral8, disciplina na qual a

autora deste Trabalho realizou a sua Docência Assistida, um dos requisitos para a conclusão

de seu Mestrado em Música na UFRN. Essa experiência permitiu a autora deste Trabalho

coletar e organizar dados que contribuíram para a formatação desta Pesquisa. Desta forma,

estabeleceu-se como objetivo geral a sistematização de conteúdos aplicáveis para a formação

docente na área de Regência Coral Infantil bem como a sua prática, em um Projeto de

Extensão Universitária, envolvendo alunos do Curso de Música da UFRN.

8A disciplina AOS II – Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral é componente curricular obrigatório do

Curso de Licenciatura em Música da UFRN. Em 2015.2, esta disciplina foi supervisionada pela professora Drª.

Amélia Martins Dias Santa Rosa. Nesta, a autora desta Dissertação desenvolveu práticas voltadas ao Canto

Coral em seus diversos contextos, aplicando conteúdos que pudessem agregar valores à formação dos

licenciandos e enquanto pesquisadora e participante da Docência Assistida. Os conteúdos estudados encontram-

se disponíveis no Apêndice C.

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4.2 O Coral Infantil da UFRN

O Coral Infantil da UFRN é um Projeto de Extensão da Escola de Música da UFRN

(EMUFRN), criado em 2015 pela professora Christina Marie Bogiages, ex-aluna do

PPGMUS da UFRN, sob a Coordenação do professor Durval da Nóbrega Cesetti com o

intuito de oferecer às crianças da comunidade uma experiência com o Canto Coral baseada

nas vivências que ela teve quando residiu nos Estados Unidos da América (EUA), país onde

nasceu.

Segundo consta no Projeto submetido à Pró - Reitoria de Extensão (PROEX) no ano

de 2015, a proposta do Curso foi realizar atividades lúdicas de musicalização por meio do

Canto Coral, com o aprendizado de canções de diversas culturas em diversas línguas. Deste

modo, as atividades desenvolvidas em sala não trataram meramente da construção e

apresentação de um repertório a ser cantado coletivamente, mas de atividades de

musicalização infantil que englobaram o desenvolvimento de conteúdos musicais, que

culminaram na prática do Canto Coral. Por conta de uma crescente demanda por projetos

voltados a crianças e, haja vista a superlotação dos demais projetos desenvolvidos nesta

mesma Escola, decidiu-se criar esta atividade para atender

[...] pais que já manifestaram interesse que seus filhos participem deste

projeto, encontram-se filhos de imigrantes e crianças oriundas de diversas

condições sociais e origens culturais. [...] Além disso, um coral infantil tem o

potencial de ser um importante laboratório para alunos de Licenciatura da

EMUFRN, que participarão como monitores do projeto (CESETTI, 2015)9.

Sendo assim, foram abertas 20 vagas para crianças entre 4 e 7 anos com o intuito de ir

ampliando este número, nos anos posteriores, à medida que as crianças fossem crescendo.

Ocorreu que, no período das inscrições, a procura superou as expectativas, então foram

abertas mais turmas para outras faixas etárias que se inscreveram. Foram matriculadas 60

crianças distribuídas em 4 grupos que receberam, inicialmente, nomes de animais: Lobo-

Guará (5 anos), Boto (6 anos), Capivara (7 anos) e Arara Azul (8 a 11 anos). Posteriormente,

as turmas de 6 e 7 anos foram agrupadas formando uma só, sendo chamada de Arara Azul. No

final, restaram somente 3 turmas.

Dentre os objetivos do Projeto constam, além da ampliação de ações do Canto Coral

Infantil para a comunidade natalense, oportunizar aos licenciandos em Música da UFRN, a

9Documento não paginado.

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capacitação para o exercício da prática da Regência Coral Infantil, como podemos

acompanhar no texto que compõe o Projeto original.

[Objetivo Geral:] [...] Realização de ensaios semanais e apresentações do

grupo ao final de cada semestre, que servirão de laboratório a alunos do

curso de Licenciatura. Organização de workshop para os alunos da

Licenciatura, com duração de uma semana, sobre regência coral e técnica

vocal (especificamente voltada a coros infantis) (CESETTI, 2015)10.

Desta forma, 4 alunos da Licenciatura de diferentes períodos e 1 do Bacharelado

estiveram participando do Projeto, no ano de 2015, atuando como voluntários. A

dimensionalidade do Projeto foi explicitada para os participantes bem como para os pais das

crianças envolvidas no Projeto, demais alunos e voluntários tornando todo processo bem

articulado e com exeqüibilidade viável.

Antes de iniciar as atividades, a executante do Projeto, Profa.11 Mestre (MSc) Christina

Marie Bogiages, estabeleceu uma agenda semanal de encontro com os monitores para o

planejamento das ações que seriam realizadas, esclarecendo o que cada um deveria fazer

durante as aulas e ensaios. Para cada Grupo, foi designada uma sequência de atividades

didático - musicais, de acordo com os objetivos estabelecidos: bom dia, aquecimento,

brincadeiras cantadas e as músicas do repertório. Dentre as atividades previstas, destacam-se:

exercícios vocais, teoria musical, canções, jogos e brincadeiras explorando elementos rítmicos

e melódicos, estimulando o aspecto lúdico. O Projeto também tinha, entre seus objetivos, que

realizar apresentações, ao final de cada semestre, em locais variados, de modo a apresentar ao

público o trabalho desenvolvido em sala de aula.

Em 2015, a professora Christina Marie Bogiages retornou aos EUA e, logo em

seguida, iniciaram-se as buscas por um regente que pudesse assumir em 2016, as atividades

iniciadas por ela, uma vez que os pais não estavam desejando que o Projeto fosse encerrado.

Então, a professora Dra. Amélia Martins Dias Santa Rosa, professora titular da disciplina

AOS II - Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral da EMUFRN, sugeriu que a autora

desta Pesquisa assumisse essa Disciplina, considerando a sua experiência como regente de

corais infantis. Após aceitar o convite, a autora deste Trabalho deu início aos planejamentos e

a troca de informações para que o Projeto pudesse continuar em 2016.

Considera-se relevante destacar a importância do Projeto de Extensão Coral Infantil da

UFRN por envolver, de forma dinâmica, a comunidade acadêmica, proporcionando a

10

Documento não paginado. 11

Professora (Profª.).

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articulação entre conhecimentos, em vários níveis: de Licenciatura quanto ao envolvimento

dos alunos enquanto estagiários; o envolvimento com o Curso Técnico de Canto; o

envolvimento com o Curso de Bacharelado em Música com habilitação em Piano; a Pós -

Graduação, por meio da participação dos alunos pesquisadores e, ao mesmo tempo,

intervindo e promovendo a produção, troca de conhecimentos assim como contribuindo para

uma formação mais consolidada por parte de todos.

Ainda sobre este contexto, é pertinente evidenciar a oportunidade dos licenciandos

aperfeiçoarem os conhecimentos adquiridos na disciplina AOS II - Metodologia do Ensino da

Voz e Música Coral. evidenciando a importância da prática da Regência Coral Infantil,

articulando a teoria e a prática, estabelecendo os processos de ensino - aprendizagem. Neste

sentido, é possível reiterar que, o Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN se constituiu

como um laboratório, favorecendo as experiências formativas.

Desta forma, em 2016, foi iniciada uma nova turma do Coral infantil da UFRN com o

objetivo de articular as ações de ensino - aprendizagem entre os alunos do Coral Infantil e os

licenciandos tendo como foco a prática da Regência Coral Infantil. A seguir, será apresentado

o procedimento adotado para o desenvolvimento desta Pesquisa e como foram obtidos os

resultados.

4.3 Pesquisa - Ação

É consonante entre os autores Bastian (2000), Tripp (2005), Barbier (2007), Severino

(2007), Albino; Lima (2009), Moreira (2011), e Thiollent (2011) que a pesquisa -ação é um

modo eficaz de conceber e organizar uma pesquisa social de cunho prático que tem como

desafio propor mudanças, interferindo nas realidades, buscando soluções às questões para as

quais os procedimentos tradicionais têm obtido poucos resultados. Por isso, a pesquisa - ação

atua, concomitantemente, na prática e na pesquisa, propondo alterações no que está sendo

pesquisado, levando em consideração as limitações do contexto e a ética de sua prática. Nessa

perspectiva, adotou-se, como procedimento investigativo para a realização desta Dissertação,

uma pesquisa - ação por considerar que essa abordagem seria a mais apropriada para alcançar

os objetivos da Pesquisa.

Ainda nesse contexto, Barbier (2007) aponta a pesquisa - ação como um processo

emancipador, único, de reconstrução racional pelo ato social. Esse processo é relativamente

libertador quanto às imposições dos hábitos, dos costumes e da sistematização burocrática. “A

pesquisa - ação é libertadora, já que o grupo de técnicos se responsabiliza pela sua própria

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emancipação, auto-organizando-se contra hábitos irracionais e burocráticos de coerção.”

(BARBIER, 2007, p. 59).

Em face disso, a pesquisa - ação em ensino tem como objetivo melhorar as práticas

sociais, desenvolvendo todas as etapas do processo: observação sistemática, coleta de dados,

questionamento de circunstâncias e conseqüências, análise crítica e reflexão em um processo

contínuo de planificação, ação e avaliação (MOREIRA, 2011).

Convém salientar que os estudos realizados com base em abordagens qualitativas,

conforme estruturação proposta por Tripp (2005), no que se refere à pesquisa - ação podem

ser aplicados a qualquer processo sistêmico entre agir no campo e desenvolver a investigação

ao mesmo tempo. O ciclo proposto por Tripp (2005), favorece as ações promovendo uma

interação entre as partes e o processo da pesquisa vai sendo moldado entre os interlocutores.

Sobre os aspectos relacionados à Educação, Tripp (2005, p. 445) concorda que: “A pesquisa -

ação educacional é principalmente uma estratégia para o desenvolvimento de professores e

pesquisadores de modo que eles possam utilizar suas pesquisas para aprimorar seu ensino e,

em decorrência, o aprendizado de seus alunos”.

Considerando que esta Pesquisa aconteceu dentro do contexto universitário onde se

desenvolve o Ensino, a Pesquisa e a Extensão, os diálogos se estreitam com a proposta de

Tripp (2005) e Thiollent (2011), no sentido de favorecer as práticas pedagógicas dos alunos

ainda em formação para a Regência Coral, sendo a pesquisa - ação uma ferramenta condutora

à possibilidade de resolução de problemas.

Em geral, a idéia de pesquisa-ação encontra um contexto favorável quando

os pesquisadores não querem limitar suas investigações aos aspectos

acadêmicos e burocráticos da maioria das pesquisas convencionais. Querem

pesquisas nas quais as pessoas implicadas tenham algo a ‘dizer’ e a ‘fazer’.

Não se trata de simples levantamento de dados ou de relatórios a serem

arquivados. Com a pesquisa-ação os pesquisadores pretendem desempenhar

um papel ativo na própria realidade dos fatos observados (THIOLLENT,

2011, p. 22).

Outro aspecto a ser levado em conta é o lócus da pesquisa: o Coral Infantil da UFRN e

a proposta metodológica, evidenciando que a pesquisa – ação, no contexto educacional,

contribui para gerar informações, definir ações pedagógicas e produzir transformações,

seguindo um processo teórico cíclico que baseia-se num plano de ação com objetivos claros,

dentro de um processo de acompanhamento do que foi planejado para as ações e, mediante os

relatos deste processo, recebem novas intervenções.

Para a realização da pesquisa - ação adotou-se o ciclo proposto por Tripp (2005): 1)

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identificação do problema e planejamento; 2) ação ou implantação; 3) monitoramento e

descrição; e 4) avaliação. Considerando que a situação problema está relacionada à formação

do licenciando em Música docente para Regência dos Corais Infantis na Licenciatura da

UFRN, desenvolveu-se um planejamento dentro do contexto do Coral Infantil da UFRN com

o envolvimento dos licenciandos e, em busca de uma resolução prática para a situação

levantada, procurou-se agir para implantar as melhorias no sentido de contribuir para o ensino

da Regência Coral Infantil. Assim, por meio de diferentes abordagens, foi realizado um

monitoramento e descrição das ações em meio ao processo, buscando verificar os avanços dos

participantes. Em seguida, após o Recital, cumprida todas as fases do planejamento e

efetivação das ações, realizou-se a avaliação por meio de um questionário semiestruturado

com questões mistas (APÊNDICE G).

A realização desta Pesquisa envolveu 11 pessoas, diretamente: 1 regente titular; 1

regente assistente e pianista; uma aluna do curso Técnico de Canto; uma aluna do

Bacharelado em Piano; 7 alunos da Licenciatura da UFRN, do 4º e 5º períodos, que, de forma

voluntária, manifestaram o desejo de participar do Coral Infantil da UFRN, compreendendo a

dimensionalidade do Projeto e a oportunidade de aproveitamento do laboratório como prática

para os alunos da Licenciatura em Música da UFRN, no exercício da Regência Coral Infantil.

Visando ajustar a Pesquisa ao seu objetivo principal, participaram, efetivamente, 7

alunos da Licenciatura, seguindo o ciclo da pesquisa - ação sugerida por Tripp (2005) e

Thiollent (2011). A pesquisa com o Projeto do Coral Infantil foi desenvolvida no primeiro

semestre de 2016.1, na sala 16, do prédio da EMUFRN, espaço adaptado para musicalização

infantil, contendo cadeiras adequadas às crianças. A sala também estava equipada com piano,

projetor de multimídia, caixas de amplificação de som e climatizada, com tratamento acústico

e espaço físico favorecendo as atividades musicais, corporais e vocais. O Projeto do Coral

Infantil da UFRN, objeto de estudo desta Dissertação foi realizado aos sábados, pela manhã,

com 1 hora aula, para cada faixa etária: 5 anos, 6 anos, 7 e 8 anos e 9 a 11 anos.

4.4 Instrumentos de coleta de dados

Foram adotados os seguintes procedimentos durante o período da Pesquisa:

Observação participante: foi realizada, durante os planejamentos com os monitores

que atuaram no Coral Infantil da UFRN, nas aulas com o Coral Infantil e a apresentação do

recital. Como professora - pesquisadora catalogou-se todas as informações, destacando

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aspectos relacionados diretamente à prática da Regência Coral em um diário de campo 12.

Anotações em diário de campo13: organizado em um caderno com anotações,

constando os registros das aulas e suas etapas, colagem dos textos selecionados para estudos,

roteiros dos ensaios, observações sobre o Grupo de licenciandos envolvidos no Projeto e

alunos do Coral, compartilhamento de materiais elaborados via emails, Facebook, WhatsApp

e por meio do OneDrive.

Registro fotográfico: realizado com autorização de todos os envolvidos na

Pesquisa, cientes de que os dados coletados poderiam ser apresentados em algum momento

nesta Dissertação ou trabalho acadêmico com a finalidade de apresentar os resultados da

Pesquisa em foco.

Gravação em vídeo: foram realizadas algumas gravações de aulas, ensaios e recital

com a devida autorização dos participantes e pais das crianças que assinaram um Termo de

Autorização (APÊNDICE A) para uso de imagens (fotos e vídeos) para menores de idade,

conforme orientado pela própria UFRN aos pesquisadores mestrandos, preservando todos os

requisitos previstos em lei e resguardando o direito de todos os implicados na Pesquisa.

Questionário: Gil (2008) destaca o questionário como a técnica de investigação

social composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com propósitos de

obter informações sobre conhecimentos, crenças, valores, comportamentos, interesses,

expectativas, temores, comportamento do presente ou passado. Desta forma, o questionário

(APÊNDICE G) foi aplicado com o objetivo de apontar respostas considerando as etapas

vivenciadas e de questões semiestruturadas. O mesmo foi respondido por todos os envolvidos

na Pesquisa do Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN. As perguntas contemplaram

3 categorias: a) vivência pessoal em Canto Coral; b) formação do regente na Licenciatura da

UFRN; c) experiência adquirida no Coral Infantil da UFRN. Por questões éticas, resolveu-se

preservar o anonimato de todos os participantes, adotando-se um pseudônimo diferente para

cada um, embora tenhamos uma autorização escrita assinada, por cada um deles, para que

fossem divulgados os dados. Desta forma, adotamos os seguintes pseudônimos para os

participantes: Adrian, Breno, Carolina, Francis, Isabel, Monique, Micheline, Laís, Roberta e

Renata.

12

Minayo (2014) advoga que o processo da observação participante é constituído pela presença do observador

numa situação social com a finalidade de realizar uma investigação científica, na qual o observador está em

relação face a face com os observados. Ao participar da vida deles, no seu cenário cultural, colhe-se dados e se

torna parte do contexto sob observação, ao mesmo tempo modificando e sendo modificado por este. 13

Minayo (2010) diz que, o diário de campo é o principal instrumento de observação de um pesquisador sendo

uma técnica indispensável que permite clarear e organizar as idéias da pesquisa, deve conter todas as

informações extra-fonte de pesquisa, tudo aquilo que não está nas fontes.

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4.5 Instrumentos de organização de dados

Análise de material bibliográfico: este processo foi iniciado a partir da seleção de

teses, dissertações, monografias, artigos, textos, catalogação de toda literatura relacionada à

temática escolhida, considerando as palavras-chave: Regência Coral, Formação Docente e

Coral Infantil, realizando fichamentos com o objetivo de conduzir os diálogos teóricos.

Análise dos diários de campo: este instrumento subsidiou informações, descrição

das atividades realizadas, objetivos, etapas do planejamento, situações que envolveram a

prática do Coral Infantil da UFRN, análise do relacionamento e postura dos licenciandos

frente ao Coral, comportamentos dos alunos em situação de ensino - aprendizagem e

conflitos. Também foram registradas as inquietações da autora desta Dissertação, impressões

sobre as práticas, pontos positivos e negativos do trabalho desenvolvido na perspectiva de

construir uma análise dialógica para estabelecer uma avaliação das ações, possibilitando,

posteriormente, uma mudança em alguns aspectos específicos.

Seleção de imagens: este procedimento foi adotado para identificar aulas, ensaios

semanais e facilitar o processo organizacional. Para tanto, utilizou-se de arquivo Joint

Photographic Experts Group (JPEG) para arquivos de fotos e Portable Document Format

(PDF) para partituras, organizadas em pastas virtuais na ordem cronológica dos

acontecimentos.

Seleção dos vídeos: os recortes em vídeo foram realizados para justificar o

propósito desta Dissertação subdivido em 2 momentos específicos: das aulas semanais e a da

apresentação do recital.

Transcrição de slides: realizou-se a transcrição de alguns slides utilizados nas aulas

/ ensaio e no momento do Masterclass para compor as informações, selecionando os que

foram mais significativos para justificar nosso objetivo de pesquisa.

Transcrição dos questionários: após a apresentação do recital, aplicou-se o

questionário (APÊNDICE G) com todos os 11 participantes do Projeto do Coral Infantil da

UFRN e realizados a transcrição na íntegra, embora somente 7 fossem licenciandos.

Estabeleceu-se 3 categorias para viabilizar a etapa das análises de resultados: 1) Vivência

pessoal em Canto Coral; 2) Formação do regente na Licenciatura da UFRN; e 3) Experiência

no Projeto do Coral Infantil da UFRN. Os dados coletados foram digitados e arquivados em

computador no Programa Word 1997 - 2003.

Organização dos dados: o registro dos dados coletados foi realizado em caderno

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pautado, separado por datas dos encontros das reuniões e aulas / ensaio e, posteriormente,

organizados de acordo com a exigência das normas para escrita acadêmica e também em

computador, armazenados em pastas virtuais.

Dissertação: a escrita deste Trabalho foi sendo desenvolvida, paulatinamente, desde

as disciplinas oferecidas no primeiro ano do Curso de Mestrado em Música da UFRN. Alguns

recortes receberam destaque para sua construção em disciplinas desse Curso, tais como:

Núcleo de Projetos, Pesquisa em Música, Formação em Música. No segundo ano, antes da

conclusão do Curso, o texto desta Pesquisa em construção, foi apresentado durante um

Colóquio realizado pelo PPGMUS da UFRN e, em seguida, também foram apresentados 2

capítulos desta Dissertação (ainda em construção) na Qualificação de Mestrado em Música da

autora desta Pesquisa.

4.6 A Pesquisa - Ação na prática desta investigação

Como já exposto no início desta Seção, utilizou-se nesta Dissertação, o procedimento

metodológico investigativo da pesquisa - ação (BASTIAN, 2000; TRIPP, 2005; FRANCO,

2005; BARBIER, 2007; SEVERINO, 2007; MOREIRA, 2011; THIOLLENT, 2011). Em

face disso, atuando como regente do Coral Infantil da UFRN e sendo pesquisadora

responsável por gerenciar as ações com os alunos do Curso de Licenciatura em Música desta

mesma Universidade, enquanto voluntários do Coral Infantil, a autora desta Dissertação foi

instigada a traçar um planejamento envolvendo uma dupla função: observação e participação.

Desta forma, em busca por respostas e soluções dos problemas, as diretrizes propostas foram

sendo desenvolvidas de maneira investigativa, reflexiva, participativa e os processos

construídos na expectativa da aquisição das mudanças. Nesse contexto, para a realização de

nossa pesquisa – ação, nos referenciamos ao modelo proposto por Tripp (2005):

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55

Quadro 2 - Ciclo da Pesquisa - Ação

Fonte: Tripp (2005).

Nota: Conteúdo adaptado pela autora desta Pesquisa.

O Quadro 2 baseia-se na proposta sugerida por Tripp (2005), evidenciando as fases de

uma pesquisa - ação que foram adotadas nesta Dissertação como modelo investigativo. As

fases são: 1) planejar; 2) agir; 3) monitorar e 4) avaliar. Tendo em vista essa referência,

organizou-se este Trabalho da seguinte maneira:

Quadro 3 - A Pesquisa - Ação no contexto do Coral Infantil da UFRN

(Continua)

FASE PROCEDIMENTOS

1. Identificação do

problema e

PLANEJAMENTO

Questão problema - Como o Curso de Licenciatura

em Música da UFRN poderia contribuir de forma

mais efetiva para a formação de regentes de Corais

Infantis?

Diagnóstico do que poderia ser ensinado por meio da

realização de uma reunião com os alunos

participantes;

planejamento das aulas;

elaboração de questionário (APÊNDICE G); e

elaboração de materiais para o desenvolvimento das

aulas.

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56

Quadro 3 - A Pesquisa - Ação no contexto do Coral Infantil da UFRN

(Conclusão)

2. AGIR para

implantar a melhora

planejada

Realização de planejamento de aulas de Regência;

realização de aulas de Regência;

realização de Masterclasses com um regente

convidado.

3. MONITORAR e

descrever

Nesta etapa, procurou-se observar e registrar no Diário

de Campo, aspectos que estavam relacionados

diretamente a formação dos licenciandos. Diante disso,

estabeleceu-se categorias descritas mais adiante de

forma detalhada. Além disso, realizou-se uma avaliação

individual que aconteceu por meio de questionário

semiestruturado (APÊNDICE G) a respeito da

Regência para a atuação em Corais Infantis.

4. AVALIAR os

resultados

Por meio dos dados coletados, realizou-se uma

avaliação das atividades com o Grupo e uma auto -

avaliação, destacando os pontos positivos e a melhoria

dentro do ciclo proposto.

Fonte: A autora (2016).

4.6.1 Fase 1 – Identificação do problema e planejamento

O problema gerador desta Pesquisa está relacionado à questão: como é possível

sistematizar conteúdos e práticas aplicáveis para a formação docente na área da Regência

Coral Infantil? Surgiram outros questionamentos relacionados ao problema central e que, no

decorrer da Pesquisa, buscou-se respostas, tais como: de que maneira as lacunas existentes

poderiam ser reduzidas? Como a UFRN poderia contribuir, de forma mais efetiva, para a

formação destes regentes? Que habilidades deveriam ser requeridas de um regente coral? Que

conteúdos são significativos para compor o currículo na formação do regente e suas práticas?

4.6.1.1 Identificando o problema

O problema que motivou a elaboração desta Pesquisa - ação está relacionado às

vivências da autora desta Dissertação como educadora, suas observações acerca das práticas

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dos regentes de Corais Infantis durante a sua caminhada, enquanto professora de Música bem

como na disciplina da Docência Assistida - AOS II - Metodologia do Ensino da Voz e Música

Coral. Em 2015.2, na EMUFRN, mais especificamente, em uma das aulas do componente

curricular – AOS II, os alunos expuseram suas expectativas sobre o que eles gostariam de

aprender. Diante dessa situação, a autora desta Dissertação indagou-se sobre como poderia

contribuir para a formação desses alunos e, consequentemente, se apropriou da analogia

explicitada por Brito (2011): ‘O caminho se faz ao caminhar’. Nesse sentido, na busca por

significados, tentou realizar um planejamento com conteúdo que se adequasse, de forma mais

próxima, à realidade encontrada.

Nesse contexto, ao todo eram 41 alunos participantes da turma de AOS II -

Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral da UFRN e contamos com o auxílio e

supervisão da professora Amélia Martins Dias Santa Rosa, responsável pela disciplina. A

respeito do diálogo estabelecido para compreender as expectativas desses alunos em relação

ao que eles gostariam de aprender durante as aulas, destaca-se, algumas falas, tais como: Eu

espero aprender a reger, Eu gostaria de aprender a trabalhar com as diversas faixas

etárias, Não sei como escolher um repertório adequado, Eu gostaria de entender como

trabalhar o uso correto da voz com crianças, Como iniciar um Coral Infantil na escola

pública? (informações verbais)14. Desta forma, pôde-se verificar que o planejamento traçado

atenderia à maioria das expectativas geradas, apesar de compreender que as horas destinadas à

disciplina talvez fossem insuficientes para dar conta de tantas frentes.

Embora a disciplina AOS II - Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral não

fosse voltada, especificamente, para o Canto Coral Infantil, muitas dúvidas seriam dirimidas

e, muitas ações, poderiam ser desenvolvidas para colaborar neste processo de formação. É

preciso destacar, neste ponto, que nem todos os alunos de um Curso de Licenciatura serão

regentes, muitos não gostam de cantar, outros não apresentam perfil de liderança o mínimo

que seja. Duas coisas podem acontecer neste contexto: eles apenas irão cumprir a carga

horária da grade curricular ou escolher, de fato, o caminho que seguirão profissionalmente, de

forma corajosa, buscando absorver o que puderem para o exercício da Educação Musical.

Além das vivências como educadora na disciplina AOS II, contribuíram para a

formatação do problema desta Pesquisa, as experiências empíricas da autora desta Dissertação

como regente de corais infantis, como solista em diversos corais e como professora de Música

em diversos contextos. Também foram significativas as pesquisas realizadas durante o

14

Informações verbais proferidas pelos alunos licenciandos em Música, durante a aula da disciplina AOS II -

Metodologia do Ensino da Voz e Música Coral da UFRN ministrada na EMUFRN, sala 25, em agosto de 2015.

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processo acadêmico no contexto do Mestrado, intensificando suas reflexões e buscas por

soluções que deram início a construção de um projeto sistematizado que pudesse ser aplicado

na formação de novos profissionais para que as ações relativas ao Canto Coral Infantil

pudessem ser multiplicadas. E, por último, o convite para atuar como regente no Coral Infantil

da UFRN que fez a autora desta Pesquisa vislumbrar a possibilidade de, estando dentro de um

contexto de formação de professores, promover junto aos licenciandos vivências para o

desenvolvimento da Regência Coral Infantil.

Assim, considerando o que foi apontado anteriormente, chegamos ao problema desta

Pesquisa: Como é possível sistematizar conteúdos e práticas aplicáveis para a formação

docente na área da Regência Coral Infantil? Conseqüentemente, a partir desta indagação, os

objetivos foram definidos.

Ainda nesse contexto, adotou-se por objetivo geral: sistematizar conteúdos aplicáveis

para a formação docente na área de Regência Coral Infantil e colocar em prática, em Projeto

de Extensão Universitária, envolvendo alunos do Curso de Licenciatura em Música da UFRN.

E, como objetivos específicos: 1) identificar as habilidades e competências necessárias para a

atuação do regente Coral Infantil; 2) planejar procedimentos pedagógico - musicais para o

ensino de Regência Coral Infantil com alunos do Curso de Licenciatura em Música da UFRN;

3) realizar procedimentos pedagógico - musicais para o ensino de Regência Coral Infantil com

alunos do Curso de Licenciatura em Música da UFRN; 4) avaliar as relações entre o processo

de ensino e aprendizagem que relacionem professores e alunos envolvidos no Projeto de

Extensão do Coral Infantil da UFRN.

4.6.1.2 O planejamento

O planejamento inicial envolveu a revisão de literatura, a investigação de materiais

associados às temáticas: Coral Infantil, Regência Coral e Formação Docente para dar suporte

aos planejamentos do Coral Infantil da UFRN e ao Grupo de licenciandos envolvidos

diretamente no Projeto do Coral Infantil da UFRN que estavam participando do processo em

6 reuniões de planejamento, 2 Masterclass de Regência, 2 encontros para treinamento

individual de Regência para o recital com os licenciandos, 14 aulas com o Coral Infantil e 1

Recital. A seqüência dos encontros e planejamentos pode ser conferida nos Apêndices D e E.

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59

4.6.2 Fase 2 – Ações realizadas

A seguir, apresenta-se a descrição das ações que foram realizadas de acordo com as

fases correspondentes ao processo da pesquisa - ação.

4.6.2.1 A Pesquisa - Ação na prática

Nesta fase, realizou-se as ações que haviam sido planejadas, anteriormente, com os

licenciandos, entre elas, os ensaios com o Coral Infantil da UFRN com o objetivo de

potencializar o exercício da Regência Coral de forma mais efetiva. É relevante destacar que

esta fase está relacionada à Fase 1 do planejamento. Todas as ações descritas estão

relacionadas aos seguintes fatos: a) interesse da autora desta Dissertação por este campo

empírico; b) experiências da autora desta Pesquisa na Disciplina AOS II - Metodologia do

Ensino da Voz e Música Coral, ainda na Docência Assistida (2015.2); c) o convite para atuar

como Regente do Coral Infantil da UFRN, no período de 2016.1; e d) a colaboração ativa dos

alunos da Licenciatura nesta Pesquisa.

Para as aulas práticas, o material didático - pedagógico utilizado foi planejado e

organizado com o objetivo de fornecer a prática da Regência Coral Infantil e os aspectos

correlacionados. Evidencia-se, desta forma, as atividades realizadas nos planejamentos com

os licenciandos nos ensaios do Coral Infantil: a) planejamento: leitura de textos, exercícios

corporais, dinâmicas de grupo, estudo de partituras e repertório, treino coletivo e individual de

Regência; b) ensaios com Coral Infantil da UFRN: aquecimento corporal e vocal, brincadeiras

cantadas, conteúdos de musicalização, repertório (com a prática da Regência),

desaquecimento, despedida.

Desde os primeiros encontros com os licenciandos, foi estabelecido, a partir do

planejamento, o que cada licenciando faria no ensaio, objetivando seu treinamento para a

execução prática nos ensaios. Desta forma, cada um realizaria uma atividade envolvendo-se,

já no início do Projeto, e sendo um participante ativo. As atividades detalhadas estarão

relatadas na Seção 5. Os conteúdos elencados, que foram desenvolvidos nos dois momentos, a

saber - planejamento com os licenciandos e as aulas práticas com o Coral Infantil - estão

disponíveis nos Apêndices D e E.

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60

4.6.3 Fase 3 – Monitorando e descrevendo as ações realizadas

A fim de atingir uma monitoração mais detalhada, estabeleceu-se a descrição em dois

momentos: nos planejamentos com os licenciandos e nas práticas com o Coral Infantil em que

os licenciandos estiveram atuando como regentes. Desta forma, houve um esforço em

averiguar se os objetivos traçados para esta Pesquisa estavam sendo alcançados. Durante este

processo, os registros foram realizados em diário de campo. Em relação ao que foi planejado,

foi preciso adequar algumas atividades ao tempo estabelecido. Verificou-se que, para o Coral

Infantil aplicar as atividades planejadas em 1 hora não estava sendo suficiente. Desta forma,

foram realizados alguns ajustes no planejamento.

À medida que os encontros com os licenciandos foram acontecendo e as aulas do

Coral Infantil da UFRN foram sendo ministradas, a autora desta Dissertação foi registrando

suas observações nos diários de campo, evidenciando alguns pontos relacionados ao processo

de ensino e aprendizagem considerados significativos. Após o recital, pôde-se aplicar o

questionário semiestruturado (APÊNDICE G) contendo questões mistas, com o intuito

amparar a escrita desta Pesquisa e se assegurar de alguns resultados correspondentes ao

processo de formação destes regentes.

4.6.4 Fase 4 – Avaliando os resultados da Pesquisa

A organização, para análise e avaliação dos dados, foi sistematizada a partir de

pesquisas bibliográficas, registros em diário de campo das ações realizadas com os

licenciandos e também por meio de registros das aulas realizadas no Coral Infantil da UFRN

além da observação do recital, da transcrição dos questionários, de observações realizadas

durante a Masterclass e de registros de imagens, adquiridos por meio de fotografias, vídeos,

troca de emails, grupo de whatsApp e grupo fechado de Facebook.

Como dado importante, apresenta-se uma das respostas proveniente do questionário

semiestruturado (APÊNDICE G) proferida por um dos alunos da Licenciatura participante

desta Pesquisa, sob o pseudônimo de Adrian. Em sua resposta, fica evidente o objetivo da

UFRN se cumprindo – promover uma Educação libertadora. Diz Adrian (2016)15:

Como futuro professor foi extremamente emancipador, pois, especificamente

a professora, no papel de formadora, não abriu mão da formação dos

15

Documento não paginado.

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61

participantes, instruindo-os sempre e facilitando com materiais, documentos,

planejamentos, estratégias e levou em consideração demandas individuais.

A palavra emancipador é, na verdade, o sinônimo de libertador. Isso é maravilhoso,

porque, dentre tantos aspectos, a Música também tem esta função. Neste sentido, considera-se

que, dentre os objetivos descritos na Pesquisa, por meio da pesquisa - ação e baseado

exatamente na descrição de Barbier (2007) que aponta a pesquisa - ação como um processo

libertador, único de reconstrução racional pelo ato social, os envolvidos no Grupo de Pesquisa

do Coral Infantil da UFRN, alcançaram sua própria emancipação, rompendo barreiras em

busca de soluções para a problemática da formação inicial docente no contexto de um Projeto

de Extensão da UFRN.

Considerando o ciclo adotado, as ações foram planejadas, realizadas, sofreram

algumas alterações e adequações em função do pouco tempo. O ciclo foi cumprido e os

objetivos elencados atingidos.

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62

5 A FORMAÇÃO DO REGENTE NO CORAL INFANTIL DA UFRN

Esta Seção apresentará como foi desenvolvido o trabalho com os licenciandos em

Música no contexto do Coral Infantil da UFRN, estabelecendo diálogo com alguns teóricos

que compartilham o mesmo pensamento acerca da Formação Docente, Regência e Regência

Coral Infantil.

Para uma melhor compreensão das ações que serão descritas a seguir, considera-se

importante relembrar que os objetivos específicos desta Dissertação são: 1) identificar as

habilidades e competências necessárias para a atuação do regente Coral Infantil; 2) planejar

procedimentos pedagógico - musicais para o ensino de Regência Coral Infantil com alunos do

Curso de Licenciatura em Música da UFRN; 3) realizar procedimentos pedagógico - musicais

para o ensino de Regência Coral Infantil com alunos do Curso de Licenciatura em Música da

UFRN; 4) avaliar as relações entre o processo de ensino e aprendizagem que relacionem

professores e alunos envolvidos no Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN.

Nesse contexto, as atividades descritas a seguir, foram realizadas visando contribuir

para a formação docente em Música, especialmente, no que tange à prática da Regência Coral

Infantil. Nesse panorama, os ensaios do Coral Infantil da UFRN se constituíram como um

laboratório para os que licenciandos pudessem ampliar sua compreensão, desenvolvendo

habilidades e competências relacionadas a essa temática.

5.1 A experiência didática no Coral Infantil da UFRN

A seguir, apresenta-se o relato da experiência vivenciada frente ao Coral Infantil da

UFRN enquanto pesquisadora e toda a seqüência do processo que envolveu as ações

didáticas.

5.1.1 Planejamento das aulas e formação dos licenciandos

O planejamento, de uma forma geral, revela a organização de uma pessoa ou

instituição. Kissinger16 ([19--?] apud CRIVELINI, 2015, p. 7) diz que: "Se você não sabe por

onde vai, todos os caminhos te levarão a lugar nenhum". Trazendo esta realidade para o

16

Henry Alfred Kissinger é um diplomata americano renomado, popular e polêmico. De origem judaica, que

teve um papel importante na política estrangeira dos Estados Unidos entre 1968 e 1976. Em 1973, recebeu o

Prêmio Nobel da Paz por firmar os acordos que resultaram no término da Guerra do Vietnã.

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63

contexto educacional e, mais especificamente, para a formação dos licenciandos em Música

da UFRN, considera-se, de suma importância, e de uma enorme responsabilidade, lidar com o

planejamento que irá refletir as ações de um ensaio com coro infantil. Desta forma, com base

nos textos lidos e outras fontes de pesquisa, foi possível estabelecer um planejamento para

subsidiar as ações. Figueiredo (1990) destaca que o ensaio coral deve ser muito bem

planejado e estabelece 3 etapas: organização, aplicação e avaliação.

Ainda sobre este propósito, em relação ao planejamento no contexto do Coro Infantil,

Schimiti (1997, 2003) enfatiza que ele revela a qualidade do trabalho do regente em sua

profundidade. Por meio do planejamento, vislumbram-se as possibilidades do grupo, a

projeção do ensaio, o tempo que será investido, as etapas que serão realizadas, um tempo

adequado para cada faixa etária, estimulando as crianças à uma realização musical prazerosa.

Com o objetivo de enfatizar a formação dos licenciandos propôs-se que, desde o início

dos planejamentos, todos da equipe fossem partícipes sendo inseridos dentro das atividades

do mapa de delegação das tarefas que seriam realizadas a cada encontro de estudo e

planejamento bem como das aulas do Coral Infantil. Como modelo de planejamento e

delegação das atividades, elaborou-se um quadro para facilitar o desenvolvimento.

Semanalmente, os licenciandos - estagiários recebiam o planejamento impresso e também via

e-mail para que pudessem arquivar. A sequência, algumas vezes, passou por variações de

acordo com o grupo e faixa etária, principalmente, nas atividades de musicalização.

5.1.2 Estudo de textos

Com o objetivo de organizar, aplicar e avaliar os ensaios, foi definido um encontro

semanal, de duas horas, com todos os componentes da equipe do Coral Infantil da UFRN a

fim de que houvesse investimento para o planejamento que incluísse leitura de textos

relacionadas à prática Coral Infantil, organização das atividades que seriam executadas,

estudo das partituras e treino da Regência Coral além de uma avaliação contínua do processo.

Desta forma, investimos tempo na leitura de um texto escolhido para cada semana,

separamos alguns minutos para discussão realizando anotações no diário de planejamento

com a finalidade de estabelecer uma rotina de estudos e crescimento naquilo que propusemos

a realizar como parte do planejamento e formação. Gomes (2008) argumenta que, para

enfrentar os novos desafios da Educação, é necessário que se incentive a formação de um

professor reflexivo e pesquisador ainda no contexto da universidade, preparado para enfrentar

os desafios, cada vez mais intensos, que se exigem do educador musical, em especial, no que

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64

se refere às suas práticas pedagógicas, dialogando e contribuindo com o ato de ensinar.

Também corrobora com este pensamento, Hentschke (2000, p. 85), afirmando ser "[...]

necessário que os cursos de licenciatura em música desenvolvam nos licenciandos

capacidades críticas e reflexivas, e não atitudes passivas de meros consumidores de saberes".

Os textos escolhidos para estudo com os licenciandos evidenciaram, em sua maioria,

conhecimentos sobre Coral Infantil, relacionamento interpessoal e Regência. Algumas vezes,

os textos foram repassados aos alunos com uma semana de antecedência por e-mail ou

facebook para que pudessem ler e realizar as observações sobre a leitura, trazendo suas

contribuições ao Grupo. O Quadro 4 apresenta a lista com os temas dos textos que foram

catalogados para estudo com o autor e cada objetivo específico.

Quadro 4 - Textos utilizados para estudo com os licenciandos do Coral Infantil da UFRN

(Continua)

TEXTO AUTOR OBJETIVO

Duas crianças criadas por

um lobo

SUZUKI, Shiniki

(Livro: Educação é amor).

Compreender que as

pessoas são resultado do

ambiente em que vivem.

A voz infantil e o

desenvolvimento musical

vocal

MÁRSICO, Leda Osório.

Conhecer aspectos do

desenvolvimento vocal

infantil.

Extensão vocal infantil

MÁRSICO, Leda Osório.

Conhecer os aspectos gerais

da voz infantil.

Extensão vocal infantil

SOBREIRA, Silvia.

Conhecer as limitações e

possibilidades da voz

infantil.

Preparação vocal no coro

Infantojuvenil: desafios e

possibilidades

GABORIM – MOREIRA,

Ana Lúcia.

Compreender a importância

da preparação vocal.

Os três sapinhos Autor desconhecido Desenvolver autoconfiança

Regendo um coro

infantil: reflexões,

diretrizes e possibilidades

SCHIMITI, Lucy Maurício Aprofundar aspectos da

Regência Coral Infantil

reconhecendo que o

trabalho com crianças exige

conhecimentos específicos.

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Quadro 4 - Textos utilizados para estudo com os licenciandos do Coral Infantil da UFRN

(Conclusão)

TEXTO AUTOR OBJETIVO

Aprenda a florescer:

reflexão

Autor desconhecido Reconhecer que a

interferência com crianças

pode produzir resultados

para toda vida.

Dinâmicas de ensaio

LOPES JÚNIOR, Carlos

Roberto et al.

Desenvolver um

planejamento de ensaio

exitoso.

Padrões básicos de

Regência

MARTINEZ, Emanuel.

(Livro: Regência Coral).

Adquirir domínio dos

padrões básicos de

Regência.

Fonte: A autora (2016).

Em relação ao estudo dos textos, a autora desta Dissertação objetivou dedicar parte das

reuniões aos mesmos para que restasse mais tempo para investir na prática dos licenciandos

com a Regência Coral Infantil e ampliar suas vivências para além dos conhecimentos teóricos.

Por isso, ao refletirmos sobre os textos apontados no Quadro 4, constatamos que, a partir da

leitura e discussão desses textos, se estabeleceu uma compreensão a respeito de diferentes

situações pedagógicas encontradas pelos participantes bem como foi incentivado a autocrítica

em relação às ações planejadas e realizadas.

Na percepção dos licenciandos, segundo relatos escritos em seus questionários acerca

dos textos estudados em grupo, houve uma compreensão de que os mesmos cooperaram,

significativamente, para desenvolver a atuação individual, ampliando a visão acerca de

algumas temáticas específicas; auxiliaram, não só no contexto do coral, mas fora dele,

trazendo novas abordagens; reforçaram como deve ser a postura do regente nos ensaios e

também contribuíram para os conhecimentos das características das faixas etárias. Neste

sentido, considera-se que o objetivo proposto para essa atividade foi alcançado de forma

exitosa.

5.1.3 Planejamento das atividades de musicalização

A expressão musicalização se caracteriza pelo processo de Educação Musical que

reúne atividades lúdicas trabalhadas através de canções, jogos, atividades rítmicas e

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melódicas, sensibilização e exploração de sons do corpo com movimentos, exploração de

diversas fontes sonoras, como os ruídos, silêncio que podem ser desenvolvidas em qualquer

idade.

Um conceito de musicalização, abordado por Penna (2008, p. 41), é traduzido como:

Processo educacional orientado que se destina a todos que, na situação

escolar, necessitam desenvolver ou aprimorar seus esquemas de apreensão

da linguagem musical – mesmo que sejam adolescentes ou adultos.

Necessitam porque foram privados socialmente das condições para

desenvolver tais esquemas e sua vivência prévia à escola, cabendo, portanto,

aproximá-los da música, em suas diversas manifestações.

Em relação à aprendizagem no contexto do Coral, Figueiredo (2003) afirma que o

ensaio é processo permanente de musicalização e o regente não deve ignorar qualquer

momento para desenvolver a musicalidade de seu grupo. No Coral Infantil, estas atividades

despertam e envolvem a realização de atividades corporais (OLIVEIRA, 2012).

No contexto do Coral Infantil da UFRN, apesar do pouco tempo destinado aos ensaios,

foram inseridas, como parte da prática coral, algumas atividades de musicalização. Estas

atividades evidenciaram trabalhar os parâmetros do som, a expressão corporal, acuidade

auditiva, ritmo, inflexão vocal17 e explorar aspectos específicos de algumas músicas com

maiores detalhes quando houve necessidade (palmas, percussão corporal, instrumentos de

percussão, onomatopéias, expressões corporais, dentre outros). Estas atividades foram

desenvolvidas em cada aula e de acordo com a faixa etária dos Grupos.

Ainda dentro do planejamento com os licenciandos, na reunião semanal para execução

dos ensaios, após a leitura e discussão dos textos, organizamos as atividades que seriam

desenvolvidas de acordo com as faixas etárias, considerando o repertório que seria trabalhado,

sempre compartilhando ideias e promovendo a troca de conhecimentos. Diante disso,

considerou-se que os licenciandos deveriam realizar suas intervenções valorizando

habilidades e agregando possibilidades, trazendo bagagem acadêmica e pessoal.

No processo de organização, como dito anteriormente, estabeleceu-se a delegação de

tarefas, sempre buscando capacitar cada um para aquela atividade antes de colocá-la em

prática. Isso demandou muito tempo de pesquisa e, ao mesmo tempo, foi enriquecedor, pois

estando no ambiente acadêmico, houve uma troca de experiências significativa. Para os

17

Inflexão vocal é caracterizada por uma mudança no tom vocal para indicar a expressão de uma emoção e/ou

enfatizar tom de autoridade. Estas classes são geralmente reguladas pela linguagem escrita, mas são igualmente

importantes para a linguagem oral: imposição, interrogação, exclamação, dentre outros. Este recurso é bastante

utilizado no teatro. No Coral Infantil, a utilização dos exercícios de inflexão vocal colaborou para ampliar as

possibilidades vocais e a expressividade.

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67

momentos em que foram aplicados os conteúdos de musicalização, oportunizou-se, aos

alunos, ainda no planejamento, a possibilidade de compartilharem suas experiências didáticas

obtidas durante a Graduação, incentivando-os a realizar atividades corais como brincadeiras

cantadas, dinâmicas e outras atividades que pudessem ser inseridas de acordo com as

propostas desenvolvidas a cada semana. Muitos dos licenciandos já possuíam experiência,

atuavam em escolas, projetos, igrejas e espaços educativos e, por isso, são desafiados a uma

busca permanente por materiais que possam lhes dar subsídios para desenvolver suas práticas

pedagógicas. Alguns já haviam cumprido a carga horária de algumas disciplinas práticas da

universidade em que desenvolveram jogos, dinâmicas, intervenções. Desta forma, foram

colocando em prática o que estavam aprendendo. As atividades que tinham relação com os

conteúdos da Regência Coral Infantil foram trazidas, adaptadas e aplicadas em nosso Grupo

como forma de valorizar o licenciando e, ao mesmo tempo, desenvolver um regente autônomo

e seguro. Quando não foi possível que eles trouxessem as atividades sugestivas, fazia

intervenções que promoviam trocas de experiências.

É importante enfatizar que, muitas vezes, o licenciando, em virtude de suas

inseguranças, esquiva-se de participar das aulas práticas e dos estágios, utilizando-se da

evasiva de que queriam apenas observar. No entanto, quando há um processo de consolidação

no grupo, no qual os participantes são estimulados a atuarem pedagogicamente, as incertezas

podem diminuir e se estabelece um ambiente de colaboração e de incentivo à autonomia.

Neste sentido, a delegação de tarefas na equipe do Coral Infantil da UFRN facilitou bastante

os encaminhamentos e todos foram protagonistas das ações.

O Quadro 5, a seguir, detalha quais procedimentos foram planejados e realizados

durante os ensaios do Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN.

Quadro 5 - Delegação de atividades dos licenciandos do Coral Infantil da UFRN - 2016.1

(Continua)

RESPONSÁVEL / AÇÃO

O QUE FAZER?

Monique Receber os alunos, colocar o crachá.

Carolina Fazer a chamada

Isabel Aquecimento vocal (10 minutos)

Francis Atividade de musicalização (15 minutos)

Roberta Repertório (25 minutos)

Micheline Desaquecimento (5 minutos)

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Quadro 5 - Delegação de atividades dos licenciandos do Coral Infantil da UFRN - 2016.1

(Conclusão)

ROTEIRO DAS AULAS

Grupo 1 - 5 anos

Horário: 8h às 9h

Bom dia – cantado

Aquecimento corporal

Musicalização: conteúdo: Som e Silêncio

Repertório

Desaquecimento

Despedida

Fonte: A autora (2016).

Visando ampliar as habilidades práticas e atender os fins do planejamento, cada

licenciando atuou realizando uma atividade diferente a cada semana e, de acordo com o

Grupo, auxiliando as crianças, observando os procedimentos pedagógico - musicais,

aplicando os conteúdos planejados. O detalhamento e a discussão sobre essas atividades serão

apresentadas mais adiante. Considerando as atividades realizadas, todos os licenciandos foram

estimulados a desenvolver habilidades e competências requeridas para a Regência Coral

Infantil, tais como: as habilidades administrativas, gestuais, técnico - musicais, lúdicas,

interpretativas, pedagógicas, entre outras.

5.1.4 Estudo do repertório e prática da Regência

Após ter definido o repertório, logo no início do semestre, a autora desta Dissertação

foi delegando as músicas que cada licenciando poderia reger a fim de que fossem estudando

as partituras e verificando as dificuldades encontradas, tais como: notas mais agudas, mais

graves, possíveis dificuldades com respiração, articulação, ligaduras de fraseado, etc. Desta

forma, marcamos a partitura (todos juntos) e analisamos os pontos que poderiam se tornar

complicados para as crianças, buscando caminhos para a resolução de problemas que

poderiam ser encontrados no processo de ensaios e da Regência. Analisar a partitura tornou-se

um ponto importante dentro do planejamento. Nesse procedimento, observou-se que alguns

licenciandos conseguiram desenvolver o hábito de realizar a análise das partituras de forma

sistemática, o que contribuiu para que estes pudessem chegar aos ensaios mais convictos do

que poderiam corrigir, preparar e, já se antevendo como solucionar os pontos mais difíceis das

músicas, o que também os permitiu corrigir as crianças com mais firmeza. Corroborando com

esse procedimento, Figueiredo (2003, p. 18) afirma que: "Quanto maior o conhecimento da

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69

partitura por parte do regente, mais efetiva será sua atuação, tanto na preparação da obra, nos

ensaios, quanto no desenvolvimento de seus cantores".

Em relação às reuniões de planejamentos, quando interpelados por meio de

questionário (APÊNDICE G), sobre sua realização, os licenciandos destacaram que:

auxiliaram a organizar planejamentos e executar tarefas;

construíram novos conhecimentos;

contribuíram para ampliação do repertório;

trouxeram maior compreensão sobre as faixas etárias;

possibilitaram uma prática coletiva cooperadora; e

ampliaram possibilidades de abordagens pedagógicas e musicais.

Gaborim - Moreira (2015) acrescenta que um planejamento de ensaio é fruto da

reflexão do regente sobre seu trabalho, avaliando as ações anteriores e projetando o que pode

ser melhorado. A execução deste planejamento favorece o equilíbrio da utilização do tempo

no ensaio para que as atividades sejam desenvolvidas de forma que as crianças não percam a

concentração e a motivação.

Do mesmo modo, o planejamento contribuiu para que os licenciandos pudessem ter

segurança de suas ações, consultando, tudo o que envolveu as ações do Coral Infantil, em seus

cadernos, verificando se o ensaio foi realizado como previsto no planejamento, incluindo a

avaliação para conferir se os objetivos foram alcançados a fim de que as ações pudessem ser

revistas ou replanejadas. O relato, a seguir, enfatiza o pensamento de uma licencianda acerca

dos planejamentos, nominada aqui pelo pseudônimo de Carolina.

Os planejamentos foram muito bem organizados, nos mostrando um roteiro,

e as dinâmicas foram essenciais para melhor aprendizado das crianças e

exemplos para nós, como futuros regentes, aprendermos e tendo um

direcionamento correto de como agir. Ajudaram muito na nossa vida como

educadores musicais, deram a base para desenvolver bem a nossa atuação e

ampliar mais os nossos horizontes (CAROLINA, 2016)18

De acordo com os relatos coletados dos licenciandos, por meio do questionário

(APÊNDICE G), foi possível perceber que os objetivos que envolviam o planejamento foram

atingidos, que eles compreenderam não só a importância do planejamento, mas passaram a tê-

18

Documento não paginado.

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70

lo como parte de sua prática pedagógica em outros momentos a partir dos conhecimentos

adquiridos com a experiência no Coral Infantil da UFRN.

5.2 Atividades desenvolvidas no Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN

Na perspectiva de Figueiredo (1990), é importante buscar uma variedade de propostas

como estratégia promovendo possibilidades de conceitos diversos, com uma finalidade para

que os ensaios do coral alcancem o objetivo traçado. Desta forma, dentro da proposta

elaborada para o Coral Infantil da UFRN, foram elencadas várias atividades que serão

descritas a seguir.

5.2.1 Preparação corporal

A preparação corporal e vocal é de fundamental importância para o bom

desenvolvimento de um trabalho no coro infantil. Gaborim - Moreira (2015) denomina este

momento como concentração corporal, pois há o desenvolvimento do trabalho articulado da

inteligência, da sensibilidade musical, da educação psicomotora, da consciência corporal, do

domínio da utilização de gestos e movimentos.

Os exercícios corporais adotados consideraram a faixa etária e as limitações das

crianças, principalmente aquelas com necessidades especiais. No início de cada encontro,

antes de iniciar os exercícios corporais, a preparadora vocal do Coral Infantil da UFRN -

aluna do Curso Técnico de Canto - utilizava a expressão: - Vamos acordar o nosso corpo?

(informação verbal)19. E, em seguida, iniciava as atividades de aquecimento corporal e vocal.

As atividades de preparação corporal foram:

braços: esticados à frente do corpo, subindo devagarzinho até a altura da cabeça e

soltando, levemente, várias vezes. Abrir os braços e fechar batendo palmas: devagar e depois

mais rápido. Flexionar o antebraço na altura do tórax e esticar fazendo o movimento

horizontal. Soltando as mãos e sacudindo.

ombros: movimentos verticais, movimentos de rotação.

tórax: flexionar o corpo levemente para os lados: direito, esquerdo e, depois, em

movimentos circulares.

19

Informação verbal proferida por Micheline (pseudônimo), na sala 16 da EMUFRN, em Natal – RN, em março

de 2016.

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pernas: flexionar perna direita, depois à esquerda. Dar um chute no ar, com um pé,

depois com o outro. Apoiado sobre uma perna, realizar o movimento circular com a outra.

pescoço: movimentos leves com a cabeça: de um lado para o outro, depois

movimentos circulares. Para frente e para trás, colocando o pescoço no colo e depois

esticando como se fosse uma girafa.

Foto 1 - Crianças realizando preparação corporal

(Alongamento)

Fonte: A autora (2016).

Foto 2 - Crianças realizando preparação corporal (Flexão

do tórax – tocar a ponta dos pés)

Fonte: A autora (2016).

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Alguns exercícios também foram acrescidos para dinamizar os ensaios e tornar o

momento do aquecimento corporal diferenciado e descontraído, dependendo do Grupo. Para

tanto, o regente - educador ia dando o comando e as crianças iam obedecendo às orientações.

Campos (1997) adverte que as atividades devem apresentar clareza de objetivos.

Neste sentido, estas atividades cooperaram para melhorar o relacionamento dos coristas,

ajudaram no reconhecimento e ocupação do espaço e contribuíram para que a expressão facial

e corporal fosse ampliada.

5.2.1.1 Exercícios sugeridos

Esticar a perna para trás. Pular em um pé só. Agachar e saltar quando escutar o

direcionamento;

caminhar livremente olhando para os colegas (lento, rápido, lento);

imaginar que estava andando: na água, no fogo, na areia, praia, rio, etc.;

quando o professor falar a palavra ESTÁTUA!, a criança imita o personagem

indicado: garçom, equilibrista, bailarino, um gigante, um monstro, um surfista, etc.;

jogo dos espelhos: em duplas, um olhando para o outro da dupla, enquanto o líder

da dupla vai realizando diversos gestos, o outro imita. Depois, se invertem os papéis.

Dentro deste contexto, Gaborim - Moreira (2015) reitera que o regente - educador

deve avaliar as condições individuais das crianças, estando atento às dificuldades,

desenvolvendo estratégias na perspectiva de atingir um nível musical, técnico e vocal

utilizando a ludicidade e aproximando-se da linguagem da criança.

5.2.1.1.1 Exercícios de respiração

A boa respiração é fundamental para o desenvolvimento de um resultado vocal, pois é

ela quem controla todo o mecanismo da fala e do Canto. Sobre a respiração, Campos (1997)

ressalta que deve ser natural, não pode ser transformada em algo complicado para a criança.

Desta forma, os exercícios de respiração tornaram-se essenciais no contexto do Coral Infantil

da UFRN.

Convém salientar a importância da criança compreender o que ela está realizando e

que cada exercício tenha significado para ela. Explicar, para uma criança, sobre o

funcionamento do diafragma não é fácil, mas ela pode perceber os seus movimentos por meio

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da inspiração e expiração. Neste sentido, o regente – educador, que almeje trabalhar com

crianças, precisa estar disposto a criar atividades, pesquisar, experimentar para tornar claro o

que deseja até que possa se aproximar dos resultados esperados. A Foto 3, a seguir, ilustra os

movimentos da respiração: inspiração e expiração.

Foto 3 - Licencianda em Música explicando o funcionamento

do diafragma: inspiração e expiração

Fonte: Silva (2016a).

Para explicar a importância de uma boa respiração e os movimentos do diafragma,

buscou-se respaldo em Behlau e Pontes (2009) e, com o auxilio de uma licencianda, foi

detalhada a importância de uma boa postura para que o diafragma ficasse livre de tensão,

deixando o abdômen relaxado, os pulmões, as costelas, os músculos intercostais

proporcionando um controle maior da respiração e seus movimentos de inspiração e expiração

ampliando a projeção da voz e produzindo sons claros. Após a explicação, todas as crianças se

posicionaram em pé e realizaram a atividade colocando a mão suavemente sobre o músculo

do diafragma tentando perceber os movimentos enquanto inspiravam e expiravam. Neste

momento, foram observadas a postura: coluna reta, não deixando os ombros altos, nem

caídos, não permitindo que a respiração fizesse ruídos e verificando se as crianças estavam

respirando corretamente pelo nariz.

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Foto 4 - Crianças do Coral Infantil da UFRN realizando a

verificação do movimento do diafragma: inspiração e expiração

Fonte: Freitas (2016a).

Todos estes exercícios objetivaram desenvolver uma boa qualidade vocal no Grupo os

quais foram trabalhados de forma gradativa.

Exercícios: colocar a mão na cintura (abaixo das costelas, inspirar levemente,

observar e sentir a região do abdômen sendo alargado);

fechar os olhos e tentar escutar a respiração do colega colocando o ouvido nas

costas dele, percebendo se a respiração é ruidosa;

imaginar uma bóia que circunda todo o corpo e vai se enchendo de ar;

soprar canudinhos ou bolas de festa (bexiga);

contar números em voz alta;

inspirar e soltar em 2, 4, 6 tempos;

sempre esvaziar a região do abdômen e retirar todo o ar antes de inspirar;

faquinha: colocar a mão abaixo das costelas e pronunciar com pressão: ssssss - oh!

- ppp - rrrrrrr, xxxxx, ffffffff.

5.2.1.1.2 Exercícios vocais

Considerando as pesquisas realizadas, compreende-se que a preparação vocal é um

momento importantíssimo para o bom desempenho do coro e transcende a um simples

aquecimento muscular ou técnica vocal com exercícios isolados ou desconexos. Envolve

aprendizagem musical, consciência da saúde vocal e aprendizagem coletiva. Ratificam este

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mesmo pensamento os regentes: Figueiredo (1990), Fernandes; Kayama (2008), Hauck -

Silva (2012) e Gaborim – Moreira (2015).

A concepção de preparação vocal desenvolvida com cantores no ensaio coral, segundo

Gaborim - Moreira (2015), é bem mais ampla e evidencia muito mais que um simples

aquecimento. Diante do exposto, a preparação vocal no Coral Infantil da UFRN tencionou o

repertório escolhido com ênfase em trechos específicos, controle da respiração, questões de

dinâmica, intervalos ascendentes ou descentes, fraseados, agudos e graves, inflexão vocal e

outras atividades vocais não exclusivamente musicais.

A falta de exercícios e orientação vocal podem causar danos vocais à criança

(CAMPOS, 1997). Neste sentido, depois de terem adquirido conhecimento sobre a extensão

vocal infantil e sobre as características psicológicas das faixas etárias, por meio dos textos, os

licenciandos foram, a cada ensaio, exercitando pequenos repertórios junto com as crianças

sobre preparação vocal, sendo motivados a catalogarem seus materiais.

Os exercícios vocais de preparação do coro bem como todas as atividades previstas

foram planejadas com variações melódicas realizadas nas escalas cromáticas ascendentes e

descendentes, utilizando sílabas, palavras, glissandos, onomatopéias, contos sonoros,

movimentos associados de corpo e voz com deslocamento, buscando atingir os objetivos

traçados para cada aula. Considerando o contexto do Coral Infantil da UFRN, os exercícios

foram realizados observando o curto espaço de tempo, a faixa etária e o repertório escolhido.

Exercícios de articulação e dicção:

Os exercícios de articulação e dicção foram realizados de forma simplificada. Segundo

Campos (1997), estes exercícios são fundamentais para que seja explorado o ritmo, dando

clareza ao texto cantado e dando naturalidade a voz.

Estirar a língua o máximo que puder;

explorar os fonemas: bilabiais, p, b, m; labiodentais: f, v; palatais: j.

realizar a vibração dos lábios imitando besourinho com brrrrrrrrrrrrrr prolongado;

mastigação com hummmmmm; e

fazer uma careta emitindo um som e percebendo a vibração do som tocando a

região do pescoço e garganta.

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Foto 5 - Crianças do Coral Infantil da

UFRN fazendo o exercício de articulação

(Estiramento da língua)

Fonte: Silva (2016b).

Foto 6 - Crianças do Coral Infantil da

UFRN fazendo o exercício de articulação

(Abertura dos articuladores)

Fonte: Silva (2016c).

Os exercícios de articulação e dicção realizados com crianças na perspectiva de

Gaborim - Moreira (2015) e Behlau; Madazio (2015), preparam a criança para cantar sem

gritar e devem ter características mais lúdicas, apresentando flexibilidade, explorando a

imaginação e realizando associação com fontes de produção sonora que possam emitir

vibrações como carro, motores, elementos da natureza (animais e insetos), dentre outros.

No Canto Coral Infantil, os aspectos como articulação e emissão vocal são deixados,

algumas vezes, à parte. Isso se dá, muitas vezes, em função de um ensaio com tempo curto,

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talvez os regentes considerem desnecessário trabalhar isso e, em outras situações, haja pouco

conhecimento musical e pedagógico por parte do regente - educador. Andrade (2015) afirma

que o trabalho realizado respeita a extensão vocal da criança, a leveza e a clareza se tornam

perceptíveis, e são as regiões de maior brilho e projeção.

Algumas vezes, as crianças cantavam com os lábios travados, com pouca abertura nos

articuladores, e isso atrapalhava o resultado sonoro, deixando a música pesada e, muitas

vezes, sem cor, sem brilho e sem textura, comprometendo o resultado musical. O desafio do

regente foi conseguir extrair das vozes infantis, o que elas apresentavam de melhor, dando

leveza e suavidade à expressão vocal infantil.

A princípio, quando as crianças ingressaram no Coral, elas consideravam estranhos os

exercícios propostos. Revelaram desconforto, brincaram, acharam engraçado. Entretanto,

quando compreenderam como funciona essa preparação corporal e vocal, foram realizando as

atividades propostas de forma mais espontânea. Por isso, foi importante ilustrar, realizar e

fazê-los experimentar as diferentes atividades de preparação corporal e vocal.

5.2.2 Palavras cantadas

Esta atividade foi desenvolvida para trabalhar a música - As frutas - do compositor

potiguar Diógenes da Cunha Lima (LIMA, [2000a]) com o Grupo de 5 e 6 anos (ANEXO A).

Kashima (2014) defende que as atividades e os jogos associados ao repertório

colaboram para uma aprendizagem mais significativa, não uma atividade lúdica isolada. Desta

forma, cada criança recebeu a ficha com o nome de uma das frutas descritas na música, que

foi impressa em cartolina colorida e improvisou um som associado à palavra. Depois que a

criança ia cantando e improvisando, os colegas repetiam logo em seguida.

Variação 1: distribuir uma ficha para cada aluno e pedir que reproduza a palavra

emitindo um som vocal e realizando um ritmo com mão ou pé.

Variação 2: dois coristas, um de frente para o outro, recebem a ficha com o nome

da mesma fruta. O primeiro corista, improvisa uma melodia utilizando o nome da fruta que

recebeu. Já o segundo corista, irá realizar uma improvisação diferente com mesma palavra.

A Figura 1 apresenta o texto da música - As frutas.

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Figura 1 – Letra da música: As frutas

Fonte: Lima ([2000b])20

.

A Figura 2, a seguir, apresenta os modelos de fichas utilizados com algumas das

palavras descritas na música As frutas, do compositor potiguar Diógenes da Cunha Lima.

Figura 2 - Modelos de fichas para trabalhar inflexão vocal

Fonte: A autora (2016).

20

Documento não paginado.

Oiti, cajá, Caju

Manga espada,

Manga rosa, bacuri

Pitomba, graviola

Limão tem muito aqui.

Nas frondes da carnaúba

O vento é menino mimado

Lãzinha distribui barriguda

Pião-roxo pra curar mau-olhado

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Esta mesma atividade foi realizada com os demais Grupos, porém as palavras foram

substituídas de acordo com o repertório que foi utilizado. Foi interessante verificar a

capacidade de improvisação, entrosamento e afinação das crianças.

Durante a execução das atividades, os licenciandos atuaram na organização das

duplas, na explicação mais detalhadas, realizando pequenas intervenções e observando se os

coristas estavam interagindo uns com os outros.

5.2.3 Conto sonoro

O conto sonoro se constituiu em uma atividade dentro do contexto da preparação vocal

em que as crianças escutaram uma história e à medida que as frases eram lidas pelo locutor,

faziam as pausas no texto com os sons ditados utilizando a voz. Assim, o sinal representado

pelo asterisco (*), no texto lido pelo narrador, indicava o início do som vocal que deveria ser

executado pelas crianças. A Figura 3, a seguir, apresenta o texto criado pela autora desta

Dissertação para o Coral Infantil da UFRN.

Figura 3 – Conto sonoro para explorar os sons vocais

Era um lindo domingo de sol e Maria acordou com o som das galinhas no quintal (*).

Antes de levantar-se, olhou para o relógio e ficou ouvindo o seu tique - taque (*).

De repente, os sinos da igreja começaram a tocar (*).

O cachorro de Maria ficou assustado e começou a latir (*).

Depois de escovar os dentes (*) e se vestir (*), foi para a cozinha tomar café (*).

Logo em seguida, Maria foi lavar a louça do café (*).

Quando terminou de lavar a louça e vinha andando pelo corredor, sem querer Maria

pisou no rabo do gato (*).

O gato deu miado muito alto (*).

A mãe de Maria tomou um susto (*).

Veio correndo de dentro do quarto (*).

Maria pensou que sua mãe ia brigar com ela e começou a chorar (*).

A mãe de Maria disse: - calma filha, não foi nada, só me assustei!

Tenha um lindo domingo, minha filha! UFA!

Fonte: A autora (2016).

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80

Esta atividade foi realizada com o Grupo 1 (5 anos), Grupo 2 (6 anos) e o Grupo 3 ( 7

anos). Ao final da atividade - Conto Sonoro - os alunos realizaram uma pequena avaliação

compartilhando suas experiências vocais. A avaliação das crianças foi bastante interessante.

Elas realizaram destaques sobre trechos da história em que ficaram imaginando o som que

deveria ser realizado, riram dos colegas que executaram sons estranhos e manifestaram,

verbalmente, em suas opiniões, que acharam bastante interessante a atividade.

5.2.4 Exercícios melódicos - Vocalizes

Foram utilizados vários exercícios com textos curtos, canções folclóricas, explorando

o fraseado nas escalas cromáticas ascendentes e descentes. A Figura 4, a seguir, apresenta o

que foi cantado durante alguns ensaios com variação de andamentos e tonalidades. As

crianças cantaram andando na sala, gesticulando, olhando para o colega, com os olhos

fechados, andando como se o som estivesse pesando nos ombros, dançando como bailarinos e

voltando ao lugar bem lentamente.

Figura 4 – Vocalizes – Explorar sons destacados e ligados

Fonte: Goulart; Cooper (c2002, p. 20).

Figura 5 – Vocalizes - Explorar abertura e fechamento labial

Fonte: VOCALISES... ([201-])21

.

21

Documento online não paginado.

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81

5.2.5 Sentindo a voz e aprendendo a perceber a voz do outro para cantar

Todo trabalho realizado com criança requer muito cuidado. Gaborim – Moreira (2015)

enfatiza que independente da metodologia, a preparação vocal, elaborada pelo regente, irá

colaborar para que a criança desenvolva uma memória musical e, desta forma, aprenda a usar

corretamente a sua voz, ao tempo em que desenvolverá uma escuta sensível em relação a si

mesma e aos colegas do grupo.

Um outro ponto, que se considera importante destacar, é que antes de levar a

experiência para qualquer grupo, o professor deve experimentá-la. Durante o processo de

formação dos licenciandos da UFRN, procurou-se evidenciar como os processos aconteciam

na prática antes de levá-las ao Coral Infantil.

Ao considerar essa perspectiva, desenvolveu-se, junto aos licenciandos no Coral

Infantil da UFRN, uma atividade utilizando canos de Policloreto de Vinila (PVC) com dois

joelhos móveis nas extremidades, também em PVC, imitando um telefone para que as

crianças percebessem alguns fatores relacionados à sua própria voz e à do colega. Inserido

dentro deste contexto, foram trabalhados os conteúdos: grave - agudo e timbres vocais. Um

joelho ficou direcionado para o ouvido de um aluno que falou e o outro joelho ficou

direcionado para o ouvido do outro aluno que apenas escutou. Neste momento, eles emitiram

sons falados: - O meu nome é... (informação verbal)22 utilizando o registro grave ou agudo.

Fizeram perguntas: - O que você irá fazer hoje? (informação verbal)23, - Como é nome da

sua mãe? (informação verbal)24. Em seguida, a outra criança virava o cano de PVC que

estava no ouvido, direcionava os lábios e buscava responder às perguntas feitas pelo colega.

22

Palavras proferidas pelos alunos participantes do Coral Infantil da UFRN, na EMUFRN, em Natal – RN, em

abril de 2016. 23

Palavras proferidas pelos alunos participantes do Coral Infantil da UFRN, na EMUFRN, em Natal – RN, em

abril de 2016. 24

Palavras proferidas pelos alunos participantes do Coral Infantil da UFRN, na EMUFRN, em Natal – RN, em

abril de 2016.

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Foto 7 - Crianças do Coral Infantil da UFRN - Experiências

com sons vocais

Fonte: Freitas (2016b).

Foto 8 - Crianças do Coral Infantil da UFRN – O som da

minha voz! (com a orientação das licenciandas)

Fonte: A autora (2016).

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Foto 9 - Crianças do Coral Infantil da UFRN – Experiências

vocais com graves e agudos

Fonte: A autora (2016).

Foto 10 – Crianças do Coral Infantil da UFRN experimentando

os sons vocais

Fonte: A autora (2016).

Ao concluir esta atividade, as crianças tiveram a oportunidade de expressar o que

acharam e foi interessante verificar a participação dinâmica de todos. Os licenciandos

estiveram envolvidos na realização da atividade, explicando a cada criança para que todos

participassem, cumprindo o objetivo proposto. As observações realizadas sobre esta atividade

foram positivas.

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5.2.6 Adivinhe que som é esse?

Esta atividade teve como objetivo desenvolver a memória sonora, estimular a

percepção, a importância do ouvir e a diferenciação de timbres. Alguns instrumentos foram

colocados em cima da mesa e, em seguida, um licenciando foi mostrando, percutindo, tocando

e ensinando os nomes. No segundo momento, as crianças experimentaram tocar os

instrumentos e explorar os sons. Na última etapa, as crianças ficaram sentadas e de costas para

o condutor da atividade. Enquanto ele ia tocando, as crianças tinham que identificar o

instrumento que estava sendo tocado.

Foto 11 – Licenciando apresentando ao Coral Infantil da

UFRN os timbres sonoros - Grupo1

Fonte: A autora (2016).

Foto 12 – Percepção de timbres sonoros

Fonte: A autora (2016).

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5.2.7 Atividades com copos plásticos – O parâmetro do som intensidade

A atividade com copos plásticos tem sido desenvolvida por alguns educadores

musicais, tais como: Marcos Vieira, Viviane Beineke e o Grupo Palavra Cantada. A inserção

desta atividade no Canto Coral reúne ludicidade e musicalização. A seguir, apresenta-se uma

atividade realizada a partir da canção folclórica Peixe Vivo.

Peixe Vivo

Sequência da atividade: inicialmente, todos ficaram sentados em círculo. Depois,

cantamos a canção pela primeira vez. Em seguida, batemos palmas marcando a pulsação. À

medida que cantávamos, o copo foi sendo passado para o colega do lado direito, no tempo

forte. Esta atividade foi explorada por meio de outras variações.

Variação1: 2 Grupos: 1 de frente para o outro, sentados, cantando a canção, passam o

copo para o colega da frente, no tempo forte.

Variação 2: todos cantando juntos a Canção, um Grupo marca o pulso e outro repete

um ostinato – PEIXE VIVO - PEIXE VIVO - PEIXE VIVO, batendo o copo suavemente no

chão.

Figura 6 – Marcação rítmica, tempo Forte e Fraco

Fonte: A autora (2016).

Nesta atividade, foi trabalhada a intensidade, o ritmo e a atenção. Também promoveu-

se a cooperação quando os Grupos estiveram interagindo no momento de passar o copo,

estando em frente ao outro colega. Não houve qualquer dificuldade na execução desta

atividade. A participação dos alunos da Licenciatura, na execução das tarefas, foi sempre

dinâmica.

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5.2.8 Abra a roda: brinquedo cantado tradicional

A atividade Abra a roda consistiu na interpretação de uma melodia que foi

desenvolvida com os Grupos 3 (7 anos) e 4 (8 a 11 anos). Parte dos objetivos do Coral eram a

improvisação, a expressividade e relacionava com a exploração dos parâmetros do som. Desta

forma, os coristas foram organizados em círculo e um dos licenciandos sugeria ações, por

meio de frases e exemplos cantados. Nesse sentido, uma mesma melodia era cantada pelo

licenciando utilizando diferentes textos e gestos a cada repetição. Essa frase melódica,

contendo diferentes textos e gestos, era repetida pelas crianças.

Beineke e Freitas (2006), no livro Lenga la lenga: jogos de mãos e copos, sugerem

várias atividades, brincadeiras e canções tradicionais de regiões do Brasil, com arranjos para

flauta e acompanhamento percussivo de mãos ou copos. Esta atividade foi adaptada pela

autora desta Dissertação para o Coral Infantil da UFRN. De acordo com o planejamento

realizado junto aos licenciandos, no momento da execução, os licenciandos estavam na roda

junto com os coristas, interagindo e dando as coordenadas pedagógicas e musicais.

Figura 7 – Música: Abra a roda

Fonte: Beineke (2006, p. 24)25

.

25

Canção procedente da Bahia, registrada por Lydya Hortélio no CD Abra a Roda Tin do lê Le.

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87

Figura 8 – Letra da música: Abra a roda

Abra a Roda

Tin do le lê

Abra a roda.

Tin do la, lá

Abra a roda

Tindo le lê

Tin do le lê, oi

Tin do lá lá

Fonte: Beineke (2006, p. 25).

Foto 13 – Licencianda trabalhando a canção: Abra a roda (Grupo 3) com o Coral

Infantil da UFRN

Fonte: A autora (2016).

Considera-se importante destacar que o jogo e a brincadeira são tratados similarmente,

pois há regras para ambos. Neste sentido, no âmbito do Canto Coral Infantil, definir regras é

muito importante, pois, em geral, o ensaio do coro reflete nos resultados de sua apresentação.

Embora tenhamos o momento da brincadeira, ela necessita de um objetivo definido e claro.

Muitos regentes de coros infantis consideram que a ludicidade é importante para se vivenciar

a infância, podendo se constituir num processo de aprendizagem e não apenas uma estratégia

(GABORIM - MOREIRA, 2015). Para Gois (2015), a ludicidade simboliza um modo

construtivo ou relacional por meio do brincar, jogar e receber desafios. Desta forma, as

atividades realizadas no Coral Infantil da UFRN buscaram acrescentar conhecimentos

Frases Sugeridas

Cantando baixo... Tin do le lê

Batendo palmas...

Cantando forte...

Com as mãos pra cima

Faça careta...

Devagarzinho...

Mexendo os braços...

Dando saltos...

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musicais considerando o seu público infantil, desenvolvendo atividades lúdicas.

5.2.9 Adoletá onde é que eu vou sentar?

Este jogo buscou trabalhar a atenção utilizando o ritmo. As crianças ficam em círculo

e cantam a música com o auxílio de um instrumento de percussão (pandeiro). A bola passa de

uma criança a outra, no andamento da música e em sentido horário. Quando a música pára, ao

final da frase - ONDE A BOLA PAROU -, a criança coloca a bola no chão, próximo às costas

da criança situada mais próxima de onde tenha parado no momento em que se pausou a

música. A criança que estava sentada e que recebeu a bola deve levantar-se e continuar a

brincadeira, dando lugar para o seu colega sentar-se.

Figura 9 - Representação das crianças em círculo sentadas na roda

Fonte: A autora (2016).

5.2.10 Som e silêncio

O objetivo desta atividade é desenvolver a compreensão que o silencio é tão

importante quanto o som e que, em alguns momentos na música, é que as pausas surgem. O

papel do regente é indicar com seus gestos que momento devemos fazer este silêncio.

Portanto, todos deveriam estar atentos ao regente e compreender o gesto que determinaria o

momento certo das pausas, que é o silêncio, na execução musical. As crianças foram

organizadas em círculo. Passamos uma folha de papel em branco e pedimos que não fizessem

nenhum tipo de barulho. A folha deveria ser passada em silêncio total. Ao final, todos

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descreveram a sensação além de termos promovido uma pequena discussão sobre a

importância do som e do silêncio.

5.2.11 "Que é isso, Chiquinha?” - Atividade para explorar o ritmo

Os alunos foram distribuídos em 2 grupos. Os alunos do primeiro Grupo falam o texto

e, os do segundo Grupo, repetem. Em seguida, um Grupo fala e o outro responde.

Figura 10 – Parlenda: A Chiquinha foi à cozinha

Fonte: Nogueira (1992)26

.

Formas de executar a parlenda:

1. Só com palmas ouvindo o texto;

2. Falando e batendo os pés no ritmo;

3. Falando o texto e caminhando; e

4. Falando o texto e estalando os dedos.

Cada frase foi executada com batimentos alternados em parte do corpo.

♪ A Chiquinha (palmas);

♪ Foi a cozinha (pés);

♪ Fazer bolo (estalos);

♪ Para Aninha (joelhos).

Todos Juntos: "QUE É ISSO CHIQUINHA?"

5.2.12 Inflexão vocal: voz cantada e voz falada - Jogos teatrais

O objetivo das atividades de inflexão é desenvolver uma consciência de que a voz é

capaz de transmitir emoções. Depois de refletir sobre alguns personagens dos filmes e das

novelas, as crianças realizaram alguns destaques. Diante disso, foi mostrada algumas cartelas

26

Documento não paginado.

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com figuras ampliadas, em cartolina tamanho A4, representando algumas emoções e lhes

perguntamos: - O que acham que estão sentindo?. E à medida que foram identificando as

cartelas foram interagindo. Esta atividade foi elaborada pela autora desta Dissertação e

executada pelos licenciandos de acordo com os Grupos.

Figura 11 - Representação das emoções - Expressões Fisionômicas

Fonte: COMPETÊNCIAS... (2016).

Nota: Figura 11 adaptada pela autora (2016).

Kashima (2014) considera que o desenvolvimento destas atividades podem ser

realizadas ainda dentro do aquecimento corporal, quando ganham maior significado, e estão

associadas ao repertório. Estas atividades contribuem também para o desenvolvimento de

coreografias ou gestos corporais mais conscientes.

Considera-se importante destacar que, quando a autora desta Dissertação idealizou

esta atividade, buscou refletir quanto a sua prática enquanto regente e, muitas vezes, deparou-

se com situações em que o texto da música pedia alegria e as crianças não conseguiam

incorporar aquela mensagem ou colocar na voz aquela emoção. Isso a incomodava bastante!

Assim, quando teve a oportunidade de trabalhar no Coral Infantil da UFRN, trouxe não só

esta reflexão, mas também experimentos para que os licenciandos, em sua formação,

compreendessem no contexto do trabalho vocal infantil, a importância de explorar as

possibilidades vocais e reduzir a reprodução das vozes robotizadas tão comuns em coros

infantis. Desta forma, buscou-se desenvolver algumas alternativas lúdicas que foram

compartilhadas e, juntamente com os licenciandos, foram realizadas as experiências.

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Foto 14 - Crianças do Coral Infantil da UFRN (Grupo 4) expressando emoções e

improvisando situações cotidianas com fantoches

Fonte: Freitas (2016c).

Com a utilização de fantoches, as crianças foram desafiadas a criar personagens.

Tinham que apresentar o nome e criar uma pequena história utilizando a voz de forma

diferente, dando uma vida nova ao seu personagem. O detalhe é que, antes de iniciar a

história, cada um havia recebido uma orientação sobre a emoção ou sentimento que deveria

passar utilizando-se da voz: tristeza, alegria, medo, aborrecido, calma, feliz e com preguiça.

Alguns alunos conseguiram executar a tarefa com simplicidade, outros, se mostraram tímidos

e acabaram desistindo, o que é natural nesta faixa etária.

Quando um aluno desistia de participar, um licenciando procurava saber o porquê, de

forma discreta, em uma conversa de pé - de - ouvido para que o aluno não fosse exposto.

Algumas vezes, depois de escutar a razão da desistência, sendo motivados pelo regente ou

monitor, o aluno sentia-se em condição de participar novamente.

5.2.13 Brincadeira em duplas

Os alunos foram organizados em duplas, uma pessoa da dupla recebeu uma ficha com

o nome de uma emoção: assustado, aborrecido, triste, chorando, medroso, espantado, com

fome, com dor, preocupado, feliz, pensativo, chateado, com calor, com frio. Quando a emoção

era lida para o colega, o outro da dupla criava uma frase interpretando aquele sentimento

como se fosse um personagem, aplicando assim a inflexão vocal correspondente ao

sentimento, explorando corpo e voz.

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5.2.14 Outras atividades de inflexão

♪ Trava línguas (fichas diferentes para cada dupla);

♪ Exercícios vocais de inflexão com frases repetidas; e

♪ Papéis recortados, em forma de fichas, com frases contendo trava línguas.

O aluno lê e passa para a sua dupla, depois, os dois leem juntos.

5.3 Escolha do repertório

Definir um repertório será sempre desafiador e exigirá do regente muita pesquisa e

considerações acerca dos propósitos do trabalho que será realizado. Oliveira (2012) concorda

que, não é uma tarefa fácil para os regentes. Por meio dele, a criança pode ser estimulada ou

não a aprender música. Para a escolha do repertório do Coral Infantil da UFRN, considerou-se

2 aspectos importantes: a formação dos licenciandos para Regência Coral Infantil e as faixas

etárias dos alunos do Coral. Para facilitar a execução vocal das crianças, algumas músicas

foram adaptadas pela professora Keila Digigow que atuou no Coral Infantil da UFRN como

regente substituta e pianista. Os critérios estabelecidos para escolha das músicas foram:

músicas com textos curtos e simples, interessantes para ambas as partes

(licenciandos e crianças);

facilidade para desenvolver as atividades associadas de musicalização; e

linguagem gestual da Regência desenvolvida de forma clara e precisa tanto para os

licenciandos quanto as crianças.

O repertório do Coral Infantil da UFRN, em 2016.1, foi composto por 23 músicas

sendo subdivididas por Grupos. Sendo assim, 5 músicas para o Grupo 1 (5 anos); 5 músicas

para o Grupo 2 (6 anos); 6 músicas para o Grupo 3 (7 anos); 6 músicas para Grupo 4 (8 a 11

anos) e uma música para o encerramento com todos os alunos. Desta forma, selecionou-se

apenas algumas que foram desenvolvidas pelos licenciandos até o momento da apresentação

no recital. A lista contendo o repertório trabalhado, neste período, está apresentada no Quadro

6 a seguir:

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Quadro 6 - Repertório trabalhado no Coral Infantil da UFRN - 2016.1

GRUPO 1 (5 anos)

REPERTÓRIO COMPOSITOR

Espantalho Thelma Chan

Bolinhas de Sabão Lourdinha Lima Medeiros

Gran Viaggio Melodia Italiana - 1969

Adivinhe Lourdinha Lima

Camaleão Folclore Brasileiro

GRUPO 2 (6 anos)

REPERTÓRIO COMPOSITOR

Oh, How Lovely Cânone Inglês

Hoy trago una Cáncion Folclore Espanhol

Os Velhinhos Bia Bedran

Faça uma careta Ana Yara Campos

As Frutas (ANEXO A) Diógenes da Cunha Lima

GRUPO 3 (7 anos)

Frère Jacques Cânone do Folclore Francês

Ai, ai, ai doutor Thelma Chan

Ora bolas Paulo Tatit / Edith Derdik

Sakamotosan Thelma Chan

Ai, que saudade doce Vital Farias

Coro cobra Thelma Chan

GRUPO 4 (8 a 11 anos)

Felicidade Lupicínio Rodrigues

Sementes do Amanhã Gonzaguinha / Arranjo de: Patrícia

Costa

Chorinho miudinho Maria Meron

De repente Califórnia Lulu Santos / Nelson Mota

Zum, Gali, Gali Folclore Israelita

Duas cirandas Folclore do Recife

Anel mágico Marcus Viana

Fonte: A autora (2016).

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5.3.1 Brincando com bolinha de sabão

É uma composição de Lourdinha Lima Medeiros e apresentou-se com grau de

facilidade tanto para os alunos do Coral Infantil, na execução cantada, quanto para os

licenciandos na execução da Regência, compasso binário simples e andamento confortável

para articular as palavras. No compasso 10, no intervalo 5ª descendente com a vogal a com a

ligadura, foi preciso realizar um trabalho de respiração e articulação para que o a não ficasse

tão aberto. A única dificuldade surgida no conjunto foi em relação ao final, entre a fermata e

os sons onomatopaicos. As crianças, às vezes, ficavam inseguras e foi difícil sincronizar a

parte que menciona: Estourou! com o piano e a Regência.

Figura 12 – Música: Brincando com bolinha de sabão

Fonte: Medeiros (2014a, p. 33-34).

5.3.2 Camaleão

É uma música pertencente ao Folclore Brasileiro, de compasso binário simples. Um

dos licenciandos sugeriu uma coreografia e ensaiou com as crianças, que logo interagiram.

Desta forma, enquanto um regia, o outro auxiliava realizando a coreografia. Uma

característica desta idade é as crianças que necessitam de modelos. Muitas vezes, se distraem

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e se perdem nas músicas, se não estiverem sendo guiados. Quando fazem os movimentos, não

olham para o regente, se olham para o regente, não fazem os movimentos. Em relação à

Regência, como iniciantes, o desafio foi a anacruse e o movimento do braço em relação ao

ritmo, que foi vencido com o treino durante os ensaios.

Figura 13 – Música: Camaleão

Fonte: CAMALEÃO (2000, p. 115-116).

5.3.3 Terra

Uma das propostas do Coral Infantil foi cantar músicas em outros idiomas. Desta

forma, realizamos a tentativa de ensaiar uma pequena canção italiana. Uma particularidade do

Coral Infantil da UFRN é que alguns pais que matricularam seus filhos são de outros países.

Desta forma, as crianças não apresentaram muita dificuldade em aprender músicas em outros

idiomas.

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Para que as crianças compreendessem melhor a letra foi trabalhada, de forma lúdica,

por uma licencianda, que trouxe um chapéu de pirata e uma luneta de telescópio, tentando

uma aproximação da ilustração com a imagem de uma viagem marítima. Antes de cantar, foi

realizada a tradução para que as crianças compreendessem o significado do que iriam cantar.

A melodia e o compasso da música não apresentaram grandes desafios.

Figura 14 – Música: Terra

Fonte: Lovatto (2006, p. 40).

Foto 15 - Licencianda ensinando ao Coral Infantil da UFRN (Grupo 1) a música:

Terra

Fonte: A autora (2016).

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5.3.4 Adivinhe

Outra composição de Lourdinha Lima, considerada a música mais desafiadora deste

repertório, para ambas as partes: alunos do Coral e licenciandos. A mudança de compasso

simples para o composto começando com pausas apresentou um grau de dificuldade no início.

Foram necessários vários exercícios para que os alunos entrassem corretamente no compasso

12, na nota Dó3. Em relação ao compasso 29, a frase – TUBARÃO – que é falada, causou, às

vezes, certo atrapalho as crianças que emitiam sons cantados e, no momento de voltar para

nota Dó 4 do compasso 30, havia uma queda na afinação. Neste sentido, foi preciso realizar

alguns exercícios específicos de memorização para não prejudicar este trecho da música. A

Regência precisou de um bom treinamento para iniciar na anacruse e terminar com 3 pausas.

Há uma forte tendência das crianças quererem sustentar o som. Em razão dessa realidade, o

regente de Coral Infantil, muitas vezes, se apropria de gestos não convencionais para indicar

que os lábios devem estar fechados.

Figura 15 – Música: Adivinhe - Lourdinha Lima Medeiros

Fonte: Medeiros (2014b, p. 23-25).

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5.3.5 Espantalho

Composição de Thelma Chan (ANEXO B). Antes de cantar a música com as crianças,

a preparadora vocal apresentou a letra por meio de slides com detalhamento de figuras. As

crianças, em geral, têm uma concentração curta e necessitam de estímulo visual para

memorizar os textos, realizarem associações e, só depois, se apropriarem das informações e

realizarem a interpretação.

Foto 16 - Preparadora vocal do Coral Infantil da UFRN

apresentando a letra da música: Espantalho

Fonte: Freitas (2016d).

Figura 16 – Partitura da música: Espantalho

Fonte: Chan (1997, p. 6).

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O objetivo da inserção desta música foi potencializar tanto o Coro Infantil quanto a

Regência dos licenciandos, considerando que o grau de dificuldade dela em relação às demais

foi maior. Não houve problemas em relação à afinação, embora, na tonalidade apareçam notas

alteradas como Fá bequadro e o Sol bequadro. Outro destaque desta música são as palmas,

interrompendo as frases. As interrupções para as palmas colaboraram na respiração,

entretanto, exigiram mais no momento de retomar ao Canto, pois, as crianças, às vezes, se

distraíam e retomavam o Canto com atraso. Outra dificuldade encontrada foi a pronúncia das

palavras no segundo trecho da música TAGARELAVA COM A PASSARADA. Neste

momento, foi preciso realizar o exercício com trava língua, de forma lenta, para que a

pronúncia ficasse clara entre os compassos 12 e 13 e 16 e 17.

Figura 17 – Letra da música: Espantalho

Fonte: Chan (1997, p. 6).

Nota: Figura idealizada pela autora (2016).

Figura 18 – Trava Língua - Exercício

Fonte: Mota (2009, p. 15).

Nota: Figura idealizada pela autora (2016).

Da cor do céu (palmas).

Da cor do céu (palmas).

Tomava conta lá da horta da vovó

Mas dava dó,

Mas dava dó,

COITADOOOOOOOO!

Ele tinha tão bom coração

Tagarelava com a passarada.

E queria até aprender cantar.

Enquanto o melro distraia o pobre.

Um bando de andorinhas.

Fazia a festa lá na plantação.

Tagarelarei

Tagarelarás

Tagarelará

Tagarelaremos

Tagarelareis

Tagarelarão

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Foto 17- Licencianda representando o Espantalho para o Coral Infantil da UFRN

Fonte: Freitas (2016e).

5.3.6 As frutas

É uma composição do escritor e poeta Norte Rio-grandense Diógenes da Cunha Lima.

Um destaque que precisa ser realizado sobre esta canção foi a dificuldade com a tonalidade

original que é Dó Maior. Joly (1997) ressalta ser importante que o regente respeite os limites

vocais das crianças analisando as dificuldades de uma música e considerando a voz em

desenvolvimento. Então, foi necessário realizar a mudança de tonalidade para facilitar a

execução para as crianças. Na tonalidade original, a partir do segundo compasso, nas frases -

manga espada, manga rosa bacuri - as notas se apresentaram muito graves para voz infantil.

Em função disso, foi necessário realizar a transposição para a tonalidade Mi Maior onde o

registro vocal ficaria mais confortável para as crianças.

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Figura 19 – Fragmentos da música: As frutas - Diógenes da Cunha Lima

Fonte: Lima (2002)27

.

Realizar transposições e arranjos musicais tornou-se uma prática entre compositores e

regentes de corais infantis, em virtude da escassez de materiais existentes para esta faixa

etária (UTSONOMIYA, 2011). No Coral Infantil da UFRN, algumas vezes, foi necessário

que isso acontecesse. Lakschevitz (2006) afirma que a musculatura da voz infantil ainda está

em formação, portanto, não há justificativa para execução de repertório com predominância

nas regiões agudas.

A execução desta peça foi tranqüila para crianças e regente. Por se tratar de uma

música ritmada, as crianças sentiram-se motivadas a exercitarem a expressão corporal

enquanto cantavam. Neste momento, o controle do regente foi importante para que houvesse

expressão corporal e qualidade vocal.

5.3.7 Duas Cirandas

Música do folclore pernambucano com 2 textos diferentes cantados simultaneamente.

Apresentou um grau de dificuldade maior em relação à Regência e sua execução textual,

27

Documento não paginado.

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interpretada pelas crianças de 8 a 11 anos. Foram organizados, antes da apresentação, 2

grupos separados e ensaiado o texto com a marcação rítmica. Em seguida, foi acrescida a

melodia para melhor compreensão dos alunos do Coral. O maior desafio da Regência, na

execução desta música, foi a marcação das entradas corretas em tempos diferentes e a

realização dos cortes com o direcionamento do olhar para o coro. Como os licenciandos se

apresentam em processo de formação, olhar para a partitura ainda foi hábito intenso. Com

alguns ensaios, foi possível inserir as duas cirandas, uma dentro da outra e a licencianda, que

atuou como regente, conseguiu demonstrar total domínio sobre os gestos e sobre o coro.

Figura 20 – Música: Duas Cirandas

Ora Bolas Fonte: Mota; Suzigan (c2008, p. 1-2).

É um Rhythm and Poetry (RAP), composição de Paulo Tatit e Edith Derdik, em

compasso quaternário simples. A mesma foi executada com a batida do estilo hip - hop.

Apresenta em sua estrutura melódica uma seqüência de notas repetidas em alguns trechos

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levando à queda da afinação. É o caso da frase: ONDE ESTÁ O BRASIL? TÁ NA

AMÉRICA DO SUL, NO CONTINENTE AMERICANO, CERCADO DE OCEANO E DAS

TERRAS MAIS DISTANTES DE TODO O PLANETA que apresenta uma seqüência de 41

notas Si 3, simulando uma recitação. Alguns exercícios foram realizados para que as notas

fossem sustentadas e a música não apresentasse monotonia. Um dos exercícios foi andar pela

sala cantando a música e quando chegava no compasso onde se iniciava a repetição da nota Si

3, a partir do compasso 6 até o 8 na seqüência de semicolcheias, os coristas cantavam parados

para lembrar que, naquele instante, iriam cantar a nota Si. Outra atividade desenvolvida para

que o trecho fosse cantado corretamente foi a utilização de gesto com as mãos. As crianças

posicionavam a mão aberta na altura do tórax e, enquanto realizavam o texto cantando,

marcavam o ritmo enfatizando a altura do som.

Durante os ensaios, a licencianda responsável pela Regência desta música, criou uma

coreografia envolvendo as crianças de forma dinâmica, incentivou os alunos do Coral para

que, no dia da apresentação final, viessem vestidos com calça jeans, camiseta preta além de

acessórios, como boné e um par de óculos escuros. Em relação à Regência, a licencianda

dividiu o coro em 2 Grupos (de pergunta e resposta), exigindo atenção redobrada para as

entradas e os cortes.

Figura 21 – Música: Ora bolas - Paulo Tatit e Edith Derdyk

Fonte: Tatit; Derdyk (2000)28

.

28

Documento não paginado.

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104

Figura 22 – Letra da música:

Ora bolas

Fonte: Tati; Derdyk (1996)29

.

5.3.8 Oh, How Lovely

Originalmente, uma canção alemã que ficou popular sendo cantada em inglês. O

compasso é ternário simples. Encontramos esta canção em várias tonalidades. Optamos por

Dó Maior, considerando ser mais adequada à realidade vocal das crianças do Coral Infantil da

UFRN. Experimentamos também, algumas vezes, outras tonalidades, mas as vozes não

apresentaram o mesmo brilho e dinamicidade. A beleza de sua execução está na forma do

cânone, quando as crianças realizam a divisão e a harmonia se estabelece. A execução exige

muita atenção por parte do regente e dos pequenos coristas que, às vezes, se atrapalham

quando escutam a outra voz cantando outro texto. Como estratégia, a regente desta música

29

Documento não paginado.

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sugeriu que um Grupo de crianças executasse durante toda música o ding, dong a partir do

compasso 13 com o Dó3.

Figura 23 – Música: Oh, How Lovely

Fonte: LOVELY… (2016)30

.

Como dito anteriormente, cantar em outros idiomas não foi problema para o Coral

Infantil da UFRN. As crianças brasileiras sentiram-se desafiadas e responderam bem a

possibilidade de cantar em outra língua. E as que já conviviam com a realidade de falar

inglês, francês e espanhol, aceitaram com bastante naturalidade. Evidenciamos que, conhecer

outras culturas, por meio da música, enriquece a convivência entre as crianças, ampliando

assim o repertório.

5.3.9 De repente Califórnia

Música de autoria de Lulu Santos e Nelson Mota, foi escolhida para compor o

repertório do Grupo 4 (8 a 11 anos), compasso quaternário simples, tonalidade Fá Maior.

Antes de cantar a música, foi estudado um pouco sobre a importância dos compositores,

conversado sobre a Música Popular Brasileira (MPB) e sua diversidade. A letra da música foi

apresentada e cantada. Alguns coristas já conheciam a música e esta identificação trouxe certo

entusiasmo aos outros alunos também. Sobre este aspecto, Lakschevitz (2006, p. 49) afirma

30

Documento online não paginado.

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que, através do repertório, a criança “entra em contato com uma porção de coisas diferentes,

elementos musicais, questões sociais, educativas, culturais, além do mais tem que ser

prazeroso”. A Regência foi desenvolvida destacando todos os aspectos do conjunto: o olhar

atento, a precisão do padrão, a leveza e suavidade rítmica e, sobretudo, a expressividade.

Figura 24 - Fragmento da música: De repente Califórnia – Lulu Santos e Nelson

Mota

Fonte: Santos; Mota (2016)31

.

5.3.10 Sementes do Amanhã

Composição de Gonzaguinha, na tonalidade de Ré Maior considerando a extensão

vocal das crianças e o arranjo simplificado para a formação dos licenciandos na Regência com

compasso binário simples.

31

Documento não paginado.

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Figura 25 - Fragmento da música: Sementes do Amanhã, adaptada por Patrícia

Costa para Coro Infantil

Fonte: Gonzaguinha (2007, v. 4, p. 1).

A música apresenta algumas especificidades que necessitaram de um olhar mais

detalhado. Em relação à Regência, algumas notas sincopadas regulares e irregulares

dificultaram a execução, confundindo, algumas vezes, até o Canto. Para resolver esta

questão, realizamos exercícios com palmas e pés evitando que a música fosse cantada de

forma errada. Na parte da execução cantada, a dificuldade apresentada foi com as notas Si 2

e Lá 2, graves para a voz infantil, contudo, com um trabalho vocal realizado nos ensaios, foi

possível obter o som com qualidade. Desta forma, a escolha do repertório buscou um

número de canções que apresentassem variações rítmicas, melódicas e de idiomas,

ampliando o gosto musical dos alunos e, ao mesmo tempo, que pudessem oferecer desafios

para a formação dos licenciandos.

5.4 Prática da Regência no Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN -

Masterclass

Tendo consciência de que não é objetivo exclusivo da Licenciatura a formação de

regentes, já nos primeiros contatos com os licenciandos, foi previsto, no planejamento, a

realização de algumas aulas de Regência para que todos da equipe do Coral Infantil da UFRN

pudessem ampliar os conhecimentos e que, em algum momento, exercitassem, de forma

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prática, as músicas do repertório escolhido ainda enquanto aprendizes. Sobre este aspecto, no

contexto da formação do regente, Kerr (2006, p. 119) enfatiza "[...] que estudar música

significa estudá-la por toda a vida”. Também Ramos (2003) corrobora com este pensamento

quando afirma que o regente está em constante processo de formação. A graduação é apenas o

processo inicial, a continuação do processo se dá pela busca incessante da qualidade sonora,

do repertório e demais habilidades.

Desta forma, convidou-se o Maestro Emanuel Martinez32 para que trouxesse alguns

conteúdos básicos da Regência Coral aos licenciandos, que foram sistematizados de 2

encontros com 3 horas, nos dias 20 e 27 de maio de 2016, na sala 25 da EMUFRN. O

encontro foi aberto ao público, com inscrição gratuita e divulgado por meio do site da

EMUFRN com apoio da então coordenadora da Licenciatura - Professora Valéria Lázaro de

Carvalho.

Figura 26 - Cartaz de divulgação da Masterclass

Fonte: EMUFRN... (2016)33

.

32

Maestro Emanuel Martinez atuou como Regente do Madrigal da UFRN e têm uma vasta experiência em

Regência Coral a nível nacional e internacional. Compositor, escritor e articulista com diversos trabalhos

publicados em revistas e periódicos especializados na área de Regência Coral. 33

Documento online não paginado.

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109

É importante destacar que, uma semana antes da realização da Masterclass, o Maestro

Emanuel Martinez presenteou todos os envolvidos no Projeto do Coral Infantil com o livro de

sua autoria – Regência Coral: princípios básicos (MARTINEZ, 2000), considerando a

relevância do Projeto e investindo para que os alunos ampliassem seus conhecimentos acerca

da Regência Coral, uma vez que ainda não haviam cumprido a carga horária das disciplinas

de Regência oferecida na Graduação pela EMUFRN.

O Maestro, de forma clara e didática, ofereceu aos alunos um rico conteúdo,

abordando exatamente o que os licenciandos necessitavam para desenvolver, com mais

propriedade, a Regência Coral Infantil: postura corporal, padrões básicos de Regência,

entradas, tempo antecipatório, cortes, compassos simples e compostos assim como conteúdos

que foram apresentados, através de slides, os quais serão apresentados resumidamente a

seguir.

Foto 18 - Licenciandos do Projeto Coral Infantil da UFRN

recebendo, de presente, o livro: Regência Coral do Maestro

Emanuel Martinez

Fonte: Digigow (2016).

5.4.1 Aspectos abordados na Masterclass

A forma de abordagem dos conteúdos realizada pelo Maestro Emanuel Martinez se

deu por meio de exposição verbal com apresentação de diversos slides. O Maestro considerou

o fato de que os alunos ainda não haviam cumprido a carga horária dos componentes

curriculares referentes à Regência e selecionou os conteúdos cuidadosamente, refletindo que

os licenciandos ainda estavam em processo de formação. Desta forma, enfatizou apenas o

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que, de fato, seria importante para que os licenciandos pudessem relacionar à prática do Coral

Infantil na UFRN, já colocando em execução o que pudessem, à partir das explicações e

também das práticas de Regência, realizadas na própria Masterclass. Diante disso,

classificou-se a exposição em 3 categorias: 1) Aspectos técnico - musicais da Regência; 2)

Aspectos administrativos e relacionais do regente; 3) Aspectos práticos.

No que concerne aos aspectos técnico - musicais da Regência, o Maestro enfatizou a

importância de se adotar uma linguagem gestual clara e precisa, desenvolver autoridade

enquanto regente, dominar a partitura e desenvolver os processos iniciais da Regência, tais

como: a preparação e o ataque, postura correta do corpo e a posição dos braços. Enfatizou que

o regente deve antecipar as informações por meio da linguagem não verbal, fazendo o

máximo possível com o mínimo de esforço.

Ainda sobre os aspectos técnico - musicais, destacou que, dentro do processo inicial da

Regência, levantar os braços pedindo atenção é o início do ciclo gestual, que desencadeia o

processo sonoro da obra na memória do Maestro – dois tempos antes do início.

1) Preparação: chamar atenção; estado de prontidão;

2) Levare: é o ato de respirar - tempo que antecede o início; e

3) Ataque: início do processo sonoro.

Quanto ao posicionamento corporal, o regente deve manter-se em uma posição

cômoda, de tal forma que, os gestos sejam, claramente, visualizados por todos e executados

por ele sem dificuldades. A altura dos braços deve ser mantida no campo de visão de cada

músico, isto é, na altura dos seus olhos, conforme a indicação das Figuras 27, 28 e 29.

Figura 27 – O olhar direcionado do regente

Fonte: O OLHAR... (2016a)

34.

34

Documento não paginado.

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111

Figura 28 – Posição dos braços do regente

Fonte: POSIÇÃO... (2016b)35

.

Figura 29 – Postura corporal do regente

Fonte: POSTURA... (2016c)36

.

No que se refere aos aspectos administrativos e relacionais, o Maestro Emanuel

Martinez, destacou o papel singular desempenhado pelo regente, transcendendo às questões

meramente musicais. A firmeza na execução do planejamento é fundamental. Deixando claro

o que deseja, os coristas irão sentir-se seguros. Ainda sobre este propósito, destacou que o

relacionamento humano agrega um percentual de 60% para a boa produtividade dentro do

trabalho de um Coro. Foi apresentada por ele, uma pirâmide demonstrativa, transformando em

percentuais as áreas da Regência, conforme a representação da Figura 30 extraída de slide e

usada com a permissão do autor para esta Pesquisa.

35

Documento não paginado. 36

Documento não paginado.

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Figura 30 - Pirâmide da Regência

Fonte: PIRÂMIDE... (2016d)37

.

Fica claro, ao observar a estratificação da Pirâmide, que o relacionamento humano está

na base e tem um percentual elevado em relação aos outros aspectos listados. De acordo com

os textos selecionados, confrontando com a revisão de literatura escolhida para o

desenvolvimento desta Pesquisa, aliada às observações dos licenciandos, foi possível perceber

que há uma concordância sobre este aspecto. Em relação a este contexto, Figueiredo (2003),

faz referência ao coro como uma espécie de tribo. Desta forma, o regente, por meio de sua

sensibilidade, suscita o respeito à diversidade, buscando conviver pacificamente, sem perder

seus objetivos, apresentando credibilidade no desenvolvimento do seu trabalho, valorizando

as individualidades e estimulando o crescimento de todo o grupo.

Sobre o aspecto prático, o Maestro Emanuel Martinez evidenciou, de forma clara e

detalhada, os compassos simples e compostos, alguns compassos irregulares, oportunizando

os alunos a estarem treinando a Regência. À medida que apresentou suas explanações verbais,

solicitou que todos os licenciandos se posicionassem em pé para realização das atividades

práticas relativas à Regência, apresentadas a seguir:

37

Documento não paginado.

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113

Quadro 7 - Identificando os compassos

REPRESENTAÇÃO DOS

COMPASSOS

BINÁRIOS TERNÁRIOS QUATERNÁRIOS

SIMPLES - Unidades de tempo

de subdivisão binária 2 3 4

COMPOSTOS - Unidades de

tempo com subdivisão ternária 6 9 12

IRREGULARES - Unidades de

tempo de subdivisões binárias e

ternárias no mesmo compasso

5 7 - 8 9 - 10 - 11

Fonte: IDENTIFICANDO... (2016e)38

.

Figura 31 - Indicação gestual dos compassos

Fonte: INDICAÇÃO... (2016f)39

.

Foto 19 - Maestro Emanuel Martinez

apresentando o padrão gestual dos compassos

Fonte: A autora (2016).

38

Documento não paginado. 39

Documento não paginado.

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114

Figura 32 - Treinando o gestual do compasso binário

Fonte: TREINANDO... (2016g)40

.

Figura 33 – Ampliando as possibilidades para a Regência do Compasso Binário

Fonte: AMPLIANDO... (2016h)41

.

40

Documento não paginado. 41

Documento não paginado.

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115

Entrada e corte;

Independência das mãos;

Mudança de compasso; e

Treinando a Regência.

Figura 34 - Treinar anacruse com tempo preparatório e cortes

Fonte: TREINAR... (2016i)42

.

No segundo encontro, o Maestro Emanuel Martinez dedicou-se a parte prática,

motivando os licenciandos a desenvolverem o gestual, corrigindo a postura do corpo, dos

braços e das mãos.

42

Documento não paginado.

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116

Foto 20 - Alunos da Licenciatura em Música na Masterclass

de Regência

Fonte: A autora (2016).

Maestro Emanuel Martinez ensinando os limites da zona de Regência43 e a postura

correta dos braços e das mãos, conforme Figura 21 a seguir:

Foto 21 - Aluna da Licenciatura em

Música na Masterclass de Regência

Fonte: A autora (2016).

43

A zona de Regência é caracterizada pelo espaço que o regente utilizará para a movimentação dos braços. Pode

ser definida entre os olhos do regente e a altura da cintura, delimitando a expressão do gesto para facilitar a

visualização do corista. Esta é a região mais comum e apropriada para a Regência Coral, não sendo um padrão

universal. Poderá variar de acordo com o tamanho do Coro.

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Foto 22 - Aluno da Licenciatura em Música

na Masterclass de Regência

Fonte: A autora (2016).

À medida que os ensaios foram acontecendo, delegou-se a cada aluno, a Regência de

uma música do repertório do Coral Infantil da UFRN. Desta forma, pôde-se acompanhar mais

sistematicamente e realizar algumas correções relacionadas à postura corporal, padrão, zona

de Regência, ataque, entrada e corte. Foi uma experiência enriquecedora para os licenciandos

uma vez que alguns ainda não haviam cumprido a carga horária prevista das disciplinas de

Regência oferecidas pela Graduação.

Após a Masterclass, solicitou-se aos alunos envolvidos na Pesquisa que realizassem

um relatório escrito em que pudessem avaliar os conteúdos ministrados pelo Maestro,

destacando, sobretudo, alguns pontos relacionados ao conteúdo ministrado confrontando com

a prática dos ensaios no Coral Infantil da UFRN. Destes relatos, apresenta-se o depoimento de

uma aluna sob o pseudônimo de Isabel, enfatizando a importância da Masterclass como parte

de sua experiência acadêmica.

Devo relatar aqui a grande importância que esta Masterclass de Regência foi

para mim, pois durante meu curso de Bacharelado não tive a oportunidade de

pagar esta disciplina, porque esta disciplina não é obrigatória para os

bacharelandos, só para os licenciandos, e segundo, por causa do tempo que

foi curto e, no decorrer do curso, eu tive que me dedicar ao instrumento e

outras disciplinas essenciais. Eu considero que a Regência é fundamental

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118

para qualquer estudante de música, e esta era uma lacuna na minha formação

(informação verbal)44

Nas palavras de Isabel, é possível perceber que o aluno do Bacharelado em

instrumento se ressente por não ter a experiência da Regência em sua prática. Embora a

disciplina não seja obrigatória aos alunos de instrumento, Isabel teve a oportunidade de

experimentar, na prática, a Regência Coral executando uma música do repertório.

Considerando que os licenciandos envolvidos no Projeto do Coral Infantil da UFRN

ainda estão em processo de formação, considera-se significativo trazer a percepção de outra

aluna acerca da Masterclass para sua experiência pessoal. Sob o pseudônimo de Monique, ela

declara que:

Existem disciplinas de Canto Coral na Graduação e Regência, mas elas não

atendem as realidades que enfrentaremos depois que saímos da

Universidade. Ao participar do Coral Infantil da UFRN, comecei a ter

experiências e conhecimentos essenciais para minha formação enquanto

estudante da Licenciatura em Música. A Masterclass foi, sem dúvida, uma

oportunidade maravilhosa capaz de nos preparar melhor para assumir a

Regência de algumas músicas do Coral e passar mais confiança para as

crianças, contribuíram de forma significativa para minha formação,

conhecimento que me acompanharão o resto da vida (informação verbal)45

O depoimento de Monique aponta para a complexidade de uma formação que atenda

as expectativas da prática profissional de um educador musical. Embora a Masterclass tenha

ocorrido em um curto período de tempo, é importante enfatizar que os licenciandos se

apropriaram da prática para ampliar seus conhecimentos e exercitarem o repertório associado

ao Coral Infantil da UFRN.

5.5 O Recital

Os coristas criam expectativas e aguardam ansiosos pela apresentação dos resultados

dos ensaios e esta é uma das finalidades de um Coral (CHAN, 1997). A apresentação do Coral

Infantil da UFRN foi realizada no Auditório Onofre Lopes da EMUFRN, às 9 horas da

manhã, no dia 12 de junho de 2016 apenas para os familiares dos coristas, ou seja, para os 4

Grupos de idades entre 5, 6, 7, 8 a 11 anos. A perfeição, neste momento, foi o que menos

44

Informação proferida por Isabel (pseudônimo) obtida através de relatório avaliativo sobre a Masterclass

ministrada pelo Maestro Emanuel Martinez, na EMUFRN, em Natal - RN, em maio de 2016. 45

Informação proferida por Monique (pseudônimo) obtida através de relatório avaliativo sobre a Masterclass

ministrada pelo Maestro Emanuel Martinez, na EMUFRN, em Natal - RN, em maio de 2016.

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119

importou para as crianças. Percebemos que elas se sentiram valorizadas e a autoestima

elevada. Apesar de ansiosas, procuraram os familiares o tempo todo na plateia. Estabelecer o

equilíbrio emocional das crianças em uma apresentação é muito importante e esta é uma das

tarefas do regente - educador de corais infantis. Apesar da pouca idade, as crianças sempre

tem consciência do seu dever e sempre querem dar o seu melhor (LAKSCHEVITZ, 2006).

Para os licenciandos foi também um momento de muita expectativa, afinal, estariam

regendo algumas canções diante uma plateia pela primeira vez. Embora tivessem ensaiado,

treinado, nas palavras de Soares (2006, p. 125): “As apresentações representam momentos de

forte intensidade para nos lançarmos aos novos desafios". Neste sentido, o Grupo estava

debaixo de um grande desafio que foi cumprido com maestria.

O repertório apresentado no Recital foi divulgado por meio de Programa, em formato

de boletim, contendo o detalhamento da organização (APÊNDICE F) além de também ter

sido filmado e fotografado.

Alguns depoimentos dos licenciandos anotados após o Recital, notadamente, na

reunião de avaliação, registraram que os resultados do Recital foram positivos. Eles

destacaram o apoio dos pais, a seriedade com que as crianças estiveram diante da plateia, a

pontualidade e os elogios que receberam dos pais sobre o trabalho realizado como regentes,

durante o processo. Sobre reger diante da plateia, admitiram insegurança, nervosismo, falhas

na Regência, divergência entre o que estudaram antes e o que conseguiram realizar no dia da

apresentação, mas também se sentiram estimulados com o reconhecimento e a gratidão do

público que compreendeu os objetivos do Projeto.

Foto 23 - Apresentação do Coral Infantil da UFRN no

Auditório Onofre Lopes

Fonte: Oliveira (2016).

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120

Foto 24 - Licencianda regendo a música: Terra –

Grupo 1 (5 anos) – com o Coral Infantil da UFRN

Fonte: Reis (2016a).

Foto 25 - Licencianda regendo a música: Ora Bolas – Grupo

3 (7 anos) – com o Coral Infantil da UFRN

Fonte: Reis (2016b).

Foto 26 - Licencianda regendo a música: Sementes do Amanhã -

Grupos 3 e 4 (7 a 11 anos) – com o Coral Infantil da UFRN

Fonte: Reis (2016c).

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121

Como palavras finais, a Seção 5 apresentou e discutiu algumas atividades

desenvolvidas pela autora desta Dissertação com o Coral Infantil da UFRN e com os

licenciandos da EMUFRN, visando um processo de formação para atuação com Coral

Infantil.

As atividades de ensino aprendizagem desenvolvidas durante o processo com os

licenciandos foram conduzidas por meio de planejamento, estudos de textos, atividades de

musicalização, estudo de repertório, ampliação de habilidades da Regência Coral por meio de

ensaio e da Mastreclass além da apresentação pública. Considerando o depoimento de alguns

alunos, foi possível perceber, durante o processo, que a prática da Regência tornou-se

significativa para os participantes desta Pesquisa.

Para atingir esta prática, foi proposto um planejamento prévio, executado pelos

licenciandos e demais participantes da Pesquisa, conduzidos dentro de um processo de ensino

- aprendizagem, com troca de experiências, algumas vezes, com autonomia e também com

direcionamentos específicos, de forma que as contribuições para a formação e para atuação

como regentes de coros infantis se tornassem significativas.

Em relação aos licenciandos, considerando a literatura e as observações realizadas,

concorda-se com Leal (2005) que reger é um processo que vai sendo construído durante a

caminhada. A experiência do Projeto de Extensão foi apenas o início da caminhada.

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122

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desta Pesquisa voltou-se para a sistematização de conteúdos aplicáveis para

a formação docente na área da Regência de Coral Infantil bem como colocar em prática,

através de um Projeto de Extensão Universitária, envolvendo alunos do Curso de Licenciatura

em Música da UFRN. Quanto aos objetivos específicos, destaca-se: 1) identificar as

habilidades e competência necessárias para a atuação do regente de Coral Infantil; 2) planejar

procedimentos pedagógico - musicais para o ensino de Regência Coral Infantil com alunos do

Curso de Licenciatura em Música da UFRN; 3) realizar procedimentos pedagógico - musicais

para o ensino de Regência Coral Infantil com alunos do Curso de Licenciatura em Música da

UFRN; e 4) avaliar as relações entre o processo de ensino e aprendizagem que relacionem

professores e alunos envolvidos no Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN.

Considera-se que os objetivos propostos foram alcançados através do relato dos licenciandos

e das observações realizadas durante a Pesquisa.

Nesse panorama, adotou-se como abordagem metodológica uma pesquisa - ação que

foi apresentada nesta Dissertação, fundamentada na proposta de Tripp (2005) que propõe um

ciclo com diferentes ações divididas em 4 etapas: 1) identificar e planejar ; 2) implantar ; 3)

monitorar (descrever) e 4) avaliar. Fizeram parte do processo 11 pessoas, incluindo a autora

desta Dissertação. Considerando que é proposta da Pesquisa a ação de promover mudanças,

interferindo nas realidades e buscando soluções às questões levantadas como problemas,

procurou-se, junto com a equipe, responder a seguinte questão: como é possível sistematizar

conteúdos e práticas aplicáveis para a formação docente na área da Regência Coral Infantil?

Partindo deste questionamento, foi elaborado o plano estratégico para implantação das ações.

Na perspectiva da implementação das ações, foram realizadas atividades de

planejamento com os licenciandos para o desenvolvimento prático no Coral Infantil. Do

envolvimento no campo empírico, foi possível realizar um diálogo constante com os

licenciandos, descrevendo uma realidade na qual todos estiveram envolvidos e dispostos a

modificá-la por meio de suas experiências, de seus estudos realizados, materiais pesquisados

bem como por meio das intervenções da autora desta Pesquisa.

Ao analisar os relatos escritos dos participantes do Projeto do Coral Infantil, no que se

refere às suas expectativas em relação à formação para a Regência Coral Infantil, foi possível

constatar que o Projeto de Extensão pôde contribuir, de forma significativa, para a formação

profissional e individual de cada partícipe, estabelecendo uma formação mais consolidada e

segura, ampliando as possibilidades para atuação em diversos espaços educativos, com um

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123

conhecimento amplo sobre os mecanismos da voz infantil, desenvolvimento de atividades

lúdicas no ensaio de um Coral Infantil, escolha de repertório, habilidades e competências do

regente - educador e organização de uma apresentação.

Do trabalho desenvolvido com os licenciandos da UFRN e com base nas pesquisas

realizadas, verificou-se que há uma exigência mais específica em relação às habilidades

requeridas de um regente de Coral Infantil. Entre essas habilidades, podemos destacar

algumas que puderam ser identificadas e foram desenvolvidas no Projeto de Extensão do

Coral Infantil da UFRN, durante 2016.1, tais como: gostar de crianças; conhecer os limites

vocais da criança e explorá-los em suas mais ricas possibilidades; estudar formas criativas de

realizar os ensaios; ter versatilidade para resolver questões disciplinares; envolver todos

indistintamente; não ter medo de se expor ao ridículo muitas vezes – sentar no chão, deitar,

fazer caretas e corrigir sem ser grosseiro. Estas são apenas algumas das habilidades que o

regente de Corais Infantis pode procurar desenvolver em seu trabalho enquanto regente -

educador e poderá descobrir outras durante sua formação e no exercício de seu ofício:

técnicas, musicais, psicopedagógicas, dentre outras.

Considera-se relevante destacar a importância do Projeto de Extensão Coral Infantil da

UFRN por envolver, de forma dinâmica, a comunidade acadêmica, proporcionando a

articulação entre conhecimentos em várias dimensões: na Licenciatura, com o envolvimento

dos alunos enquanto estagiários; o envolvimento com o Curso Técnico de Canto; o

envolvimento com o Curso de Bacharelado em Música com habilitação em Piano; também a

Pós - Graduação, por meio da participação dos alunos como pesquisadores intervindo e

pomovendo a produção, troca de conhecimentos, contribuindo para uma formação mais

consolidada por parte de todos.

Outro aspecto importante a ser ressaltado nesta Pesquisa, em relação a esse Projeto, foi

a oportunidade de os licenciandos exercitarem seus conhecimentos adquiridos na disciplina

AOS II - Metodologia do Canto Coral e Voz, evidenciando a importância da prática da

Regência Coral Infantil, interligando, de forma dialógica, a teoria com a prática, e

estimulando os processos de ensino - aprendizagem. Desse modo, pode-se salientar que o

Projeto de Extensão do Coral Infantil da UFRN se constituiu como um ambiente rico em

possibilidades formativas.

Paralelamente a esta questão, o fato de ter sido regente de corais em escolas, igrejas e

projetos sociais, possibilitou que a autora desta Dissertação pudesse compartilhar suas

experiências anteriores com o Grupo de licenciandos e, ao mesmo tempo, avaliando suas

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práticas e confrontando com a literatura, ampliando seus próprios conhecimentos teóricos,

pedagógicos, musicais com a convicção de um constante aprendizado.

A formação docente para o exercício do Canto Coral Infantil necessita de um olhar

diferenciado, considerando que, é na infância que acontecem as apropriações mais

significativas do contexto musical. Nesse sentido, defende-se que um aluno de Graduação em

Música que obtiver uma boa formação em Canto Coral poderá desenvolver habilidades e

competências para conduzir, mais eficazmente, qualquer projeto com crianças, seja na escola

pública, privada, projetos sociais, igrejas, Organizações Não Governamentais (ONGs), entre

outros espaços. As lacunas que já foram verificadas anteriormente na formação do professor

de Música e postas em estudos por Amato (2008), Fonterrada (2008) e Grings (2011) não

deveriam ser vistas apenas como pontos de crítica, mas como pontos de reflexão e ação.

O Canto Coral Infantil ainda é um campo de estudo em ascensão, entretanto, com

inúmeras possibilidades entre as produções acadêmicas e com preeminências a influenciar

uma visão nova para formação docente na área de Educação Musical. Defende-se o Canto

Coral Infantil e sua existência, nas escolas e espaços, por compreender que, por meio dele,

teremos uma das mais completas formas de práticas musicais coral. A criança é o instrumento

necessitando de alguém capaz de conduzi-la de forma correta, explorando o que há de mais

lindo no ser humano – a sua voz – aplicando todo o processo de Educação Musical por meio

do Canto, esse alguém: O REGENTE!

Quando alguém se sente habilitado para exercer e multiplicar o que aprendeu, ainda

que esteja no processo, vislumbrando suas práticas, seguindo um planejamento, sem estar

engessado em seu pensamento, traduzindo seus gestos em música viva, conduzindo

atividades, de forma lúdica, sem perder sua autoridade, pode-se dizer que está cumprindo sua

missão enquanto regente - educador.

Ainda no que concerne à experiência vivenciada pelos envolvidos nesta Pesquisa, com

base na coleta de dados, todos concordaram que o fato de participarem de um Projeto de

Extensão no Coral Infantil da UFRN agregou valores à formação de cada um, trazendo um

rico conteúdo que poderá ser aproveitado em suas práticas pedagógicas posteriores; deu-lhes

empoderamento e aumentou sua autoestima.

Por fim, apresenta-se um pensamento congolês que faz parte da caminhada da autora

desta Dissertação há anos: "O homem que toca o tambor, não sabe ao certo aonde o som

chegará!" (O HOMEM..., 2007)46. Jamais teremos o controle de tudo, mas ao plantarmos as

46

Documento online não paginado.

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sementes, em algum momento, as colheremos. Educar exige investimento pessoal, acreditar

que outro o pode, planejamento, criatividade, entrega. Como educadora musical, a autora

desta Dissertação não se identifica com modelos que apenas situam os problemas. Prefere se

posicionar como alguém que pode colaborar, apresentando soluções e caminhos viáveis. É

fato que são muitos os entraves, contudo a autora desta Pesquisa acredita que temos a

oportunidade de envolver os alunos como parte da solução.

Entende-se que, em um futuro breve, teremos educadores mais decididos a

promoverem mudanças e que, desde a academia, sejam capazes de construir seus caminhos

porque compreendem que são partes do processo, e que é possível. Nem todos, em um Curso

de Licenciatura em Música serão regentes de Corais Infantis, e os campos de atuação na área

de Educação Musical são amplos, entretanto, quanto mais oportunidades de serem habilitados

os licenciandos tiverem, melhor será nossa música, menores serão os erros cometidos. Bréscia

(2012) diz que a história do ensino de Música e do Canto Coral com às crianças brasileiras e

aos jovens ainda está para ser feita. Acredita-se que estamos incentivando novos passos nessa

caminhada.

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REFERÊNCIAS

ADRIAN. Questionário. Natal, RN, 2016. Questionário aplicado pela autora deste Trabalho

aos licenciandos do Curso de Música da EMUFRN. Documento não paginado. Documento

não publicado.

ALBINO, César; LIMA, Sonia Regina Albano de. A aplicabilidade da pesquisa-ação na

educação musical. Música Hodie: Revista do Programa de Pós-Graduação Stricto-Senso da

Escolade Música e Artes Cênicas da Universidade Federal do Goiás, Goiânia, GO, v. 9, n. 2,

p. 91-104, 2009. Disponível em:<https://www.revistas.ufg.br/musica/article/view/

11251/7394>. Acesso em: 20 maio 2015.

AMATO, Rita de Cássia Fucci. Habilidades e competências na prática da regência coral: um

estudo exploratório. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 16, n. 19, p. 15-26, mar. 2008.

Disponível em:<http://www.abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/

revistaabem/article/view/255/186>. Acesso em: 8 mar. 2016.

______.; AMATO NETO, João. A motivação no Canto Coral: perspectivas para a gestão de

recursos humanos em Música. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 17, n. 22, p. 87-96, set.

2009. Disponível em: <http://www.abemeducacaomusical.

com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/article/view/229/161>. Acesso em: 25

abr. 2015.

[AMPLIANDO as possibilidades para a Regência do Compasso Binário]. Natal, 2016h. 1

figura, p&b. Figura apresentada através de slides durante a Masterclass ministrada pelo

Maestro Emanuel Martinez, na sala 25 da EMUFRN, em maio de 2016.

ANDRADE, Klesia Garcia. Projeto “Um Canto em Cada Canto”: o coro infantil, seus

ensinos e suas aprendizagens. 2015. 255 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Centro de

Comunicação, Turismo e Artes, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, 2015.

Disponível em:<http://tede.biblioteca.ufpb.br/handle/tede/8424>. Acesso em: 25 maio 2015.

ANTUNES, Celso. Como desenvolver as competências em sala de aula. Petrópolis, RJ:

Vozes, 2001.

BAPTISTA, Raphael. Tratado de regência: aplicada à orquestra, à banda de música e ao

coro. 4. ed. São Paulo, SP: Irmãos Vitale, 2000.

BARBIER, Renée. A pesquisa - ação. Tradução de Lucie Didio. Brasília: Liber Livro, 2007.

(Série Pesquisa, v. 3).

BASTIAN, Hans Günther. A pesquisa (empírica) na educação musical à luz do pragmatismo.

Em Pauta: Revista do Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Federal do

Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, v. 11, n.16-17, p.74-106, abr.-nov. 2000. Tradução de

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149

APÊNDICE A - TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA USO DE IMAGENS (FOTOS E

VÍDEOS) PARA MENOR DE IDADE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA

PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM MÚSICA

Eu,__________________________________________________________________

AUTORIZO Ana Lúcia Carneiro de Oliveira, aluna do Programa de Pós - Graduação em

Música (PPGMUS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), autora da

pesquisa intitulada: A Regência Coral na formação do licenciando em Música: uma

experiência didática no Coral Infantil da UFRN, a fixar, armazenar e exibir a imagem de:

___________________________________________________________________________

por meio de fotos e vídeos com o fim específico de inseri-las nas informações que serão

geradas na Pesquisa supracitada bem como em outras publicações dela decorrentes, quais

sejam: revistas científicas, congressos e jornais. A presente autorização abrange,

exclusivamente, o uso de imagem para os fins aqui estabelecidos e deverá sempre preservar o

anonimato. Qualquer outra forma de utilização e/ou reprodução deverá ser por mim

autorizada.

Natal, 20 de maio de 2016.

_____________________________________________________________

Assinatura do responsável pelo menor

______________________________________________________________

Assinatura do pesquisador responsável

Ana Lúcia Carneiro de Oliveira

Mestranda do PPGMUS – UFRN

Matrícula: 2015102996

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150

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA

PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM MÚSICA

TERMO DE CONSENTIMENTO

Como aluno (a) da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(EMUFRN), me disponho a participar como voluntário da Pesquisa: A Regência Coral na

formação do licenciando em Música: uma experiência didática no Coral Infantil da UFRN,

em desenvolvimento pela mestranda Ana Lúcia Carneiro de Oliveira, do Programa de Pós -

Graduação em Música (PPGMUS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),

sob orientação da professora Drª Amélia Martins Dias Santa Rosa. Assim, autorizo a coleta e

análise de dados, relacionados a mim, por meio de entrevistas, observações em aulas, imagens

fotográficas, registros em áudio / vídeo no primeiro semestre de 2016. O meu nome poderá

ser mencionado e citações obtidas a partir do material coletado desde que seja considerado, o

preceito fundamental da ética na Pesquisa, o que implica o fato de que não haverá qualquer

prejuízo de valor sobre minhas falas, depoimentos, imagens e análise.

Natal, 16 de fevereiro de 2016.

_______________________________________________________

Voluntário (a) participante da Pesquisa

Ana Lúcia Carneiro de Oliveira

Mestranda do PPGMUS – UFRN

Matrícula: 2015102996

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APÊNDICE C - CONTEÚDOS DA DISCIPLINA – AOS II

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Disciplina: Metodologia do ensino da voz e Canto Coral

Prof: Amélia Martins Dias Santa Rosa – Ana Lúcia Carneiro de Oliveira

CONTEÚDOS DA DISCIPLINA – Segunda-feira - 2015.2.

Horário: 18h45min. às 20h30min. – 100h

CONTEÚDOS DA DISCIPLINA – AOS II

Apresentação do professor.

Apresentação da ementa da Disciplina, organização das atividades

acadêmicas e avaliações.

Dinâmica de apresentação.

Repertório: Frère Jacques (Cânone do Folclore Francês).

Fisiologia da voz

Aparelho fonador, articulatório e respiratório.

Higiene vocal.

Patologias vocais.

Exercícios: aquecimento, relaxamento, desaquecimento.

Slides: Breve histórico do Canto Coral.

Tipos de grupos vocais.

Exercícios de apreciação vocal. Prática.

Repertório: Zum Gali - Gali (Folclore Israelita), Peixe Vivo (Folclore

Brasileiro).

Improvisação vocal.

Slides: O Canto Coral na contemporaneidade: aspectos sociais,

culturais, musicais.

Pregões: o que são?

Como trabalhar este conteúdo em sala de aula? (Organizar um

planejamento didático).

Exercícios de improvisação: Mulher Rendeira.

Repertório: Pregões: Amendoim, Sorvete, improvisação.

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LEITURAS COMPLEMENTARES

Texto Autor

A atividade Coral na realidade das escolas

públicas brasileiras

Rita Cássia Moiteiro

A prática Coral e a formação dos sujeitos:

uma reflexão teórica e algumas práticas

pedagógicas

Leila Miralva Dias

O movimento no Canto Coral: estética ou

necessidade

Gisele Schwartz

Daniel Chris Amato

O Canto Coral como prática sócio cultural e

educativo musical

Rita Fucci Amato

CONTEÚDOS DA DISCIPLINA – AOS II

Slides: Noções básicas de Regência.

O papel do regente.

Perfil de um regente coral.

Como iniciar um Coral?

Exercícios. Articulação.

Repertório: Syahamba. Canção Africana

Slides: Como selecionar um repertório?

Grupo Infantil, jovem, adulto, terceira idade.

Características de cada grupo.

Exercícios. Posturais e de Respiração.

Repertório: Linda - Roupa Nova (3 vozes).

Slides: Conhecendo os objetivos de um grupo: ONG, Igreja, Escola,

Institucional, etc.

Teatro Musical.

Exercícios: vocalizes, aquecimento e desaquecimento.

Repertório: Banho de Lua.

Seminários e apresentação das atividades práticas.

Correção dos relatórios.

Avaliação coletiva da Disciplina.

Apresentação do grande Coral.

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LEITURAS COMPLEMENTARES

Texto Autor

O Canto Coral na terceira idade: o ensaio

como momento de grandes possibilidades

Mateus Cruz Paz Almeida

O Canto Coral processo educativo estético Roberta Bassani Federizzi

Regendo um coro infantil Lucy Maurício Schimiti

Coro juvenil nas escolas: sonho ou

possibilidade?

Patrícia Costa

O processo de socialização no Canto Coral:

um estudo sobre as dimensões pessoal,

interpessoal e comunitária

Éliton Pereira

Miriã Vasconcelos

A expressão cênica como elemento

facilitador da performance do coro

Patrícia Costa

Processo colaborativo no teatro musical:

uma educação para a autonomia

Amélia Dias Martins Santa

Rosa

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APÊNDICE D – PLANEJAMENTO COM OS LICENCIANDOS DO CORAL

INFANTIL DA UFRN - 2016.1

PLANEJAMENTO DOS ENCONTROS COM OS LICENCIANDOS EM

MÚSICA PARA ATUAÇÃO NO CORAL INFANTIL DA UFRN - 2016.1

Nº DO

ENCONTRO ATIVIDADES / AÇÃO

1º Encontro

Apresentação do Projeto e seus objetivos da Pesquisa;

organização da Secretaria para o bom andamento do Projeto;

definir horário e dia dos ensaios;

marcar reunião com os pais, início das inscrições e das aulas;

seleção de repertório para cada Grupo.

2º Encontro

Estudo do texto: Duas crianças criadas por um lobo

(SHINIKI SUZUKI) – Livro: Educação é amor (p. 17-18);

dinâmica: "Isso me lembra!";

compartilhando experiências.

3º Encontro

Estudo do texto: Regendo um coro infantil: reflexões,

diretrizes e possibilidades - Lucy Maurício Schimiti (p. 15-

18);

organização das turmas: mapas de cada turma por faixa etária;

distribuição das atividades nos Grupos 1,2,3 e 4;

conhecendo e estudando o repertório.

4º Encontro

Estudo do texto: A voz infantil e o desenvolvimento músico

- vocal - Ledo Osório Mársico (p. 14-15);

estudando, marcando a partitura e tirando dúvidas;

identificando possíveis problemas e buscando soluções.

5º Encontro

Estudo do texto: Preparação vocal no coro infantojuvenil:

desafios e possibilidades - Ana Lúcia Gaborim Moreira /

Marco Antonio Silva Ramos (p. 8-13);

sistematização dos ensaios com a distribuição das atividades

de cada licenciando, marcação da partitura.

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PLANEJAMENTO DOS ENCONTROS COM OS LICENCIANDOS EM

MÚSICA PARA ATUAÇÃO NO CORAL INFANTIL DA UFRN - 2016.1

Nº DO

ENCONTRO ATIVIDADES / AÇÃO

6º Encontro

Estudo do texto: A preparação do regente - Marisa

Fonterrada – Livro: Canto, canção, cantoria: como montar um

Coral Infantil (p. 17-30);

organização dos roteiros de ensaios por turma para a

apresentação do Recital.

7º Encontro Masterclass de Regência.

8º Encontro Masterclass de Regência.

9º Encontro Treino individual da Regência para o Recital.

10º Encontro Treino individual da Regência para o Recital.

11º Encontro Aplicação do questionário (APÊNDICE G) e avaliação

semestral.

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APÊNDICE E – PLANEJAMENTO DAS AULAS DO CORAL INFANTIL DA UFRN

- 2016.1

PLANEJAMENTO DE AULAS PRÁTICAS CORAL INFANTIL DA UFRN

Aulas / Encontro

(60 minutos cada Grupo) Conteúdos sistematizados

1ª Aula

Boas vindas: Música: Bom dia! Como Vai Você?

Apresentação cantada: Como é seu Nome?

Conversando na roda: O que faremos?

O que é um Coral?

O que vamos cantar?

Nossas regras

O que é o som? A voz como fonte sonora!

Exercício de aquecimento vocal / corporal

Brincadeira cantada: Enfatizando a pulsação

Repertório

Desaquecimento

Despedida: Música

2ª Aula

Música: Bom Dia! Como vai você?

Dinâmica de apresentação dos nomes: "O meu nome

é..."

Conhecendo o outro: O que você gosta de fazer?

Aquecimento corporal / vocal

Trabalhando a pulsação - Música: Abre a roda /

Tindolelê / Peixe Vivo

Desaquecimento

3ª Aula

Música: Bom Dia! Como vai você?

Aquecimento corporal / vocal

Pulsação: Adoletá, onde é que eu vou sentar?

Repertório

Desaquecimento

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PLANEJAMENTO DE AULAS PRÁTICAS CORAL INFANTIL DA UFRN

Aulas / Encontro

(60 minutos cada Grupo) Conteúdos sistematizados

4ª Aula

Música: Bom Dia! Como vai você?

Aquecimento corporal / vocal

Parâmetros do som – Forte / Fraco

Repertório

Desaquecimento

5 ª Aula

Bom Dia!

Aquecimento corporal / vocal

Parâmetros do som - Grave / Agudo

Repertório

Desaquecimento

6ª Aula

Bom Dia!

Aquecimento corporal / vocal

Parâmetros do som - Grave / Agudo

Repertório

Desaquecimento

7 ª Aula

Bom Dia!

Aquecimento corporal / vocal

Parâmetros do som - Curto / Longo

Repertório

Desaquecimento

8ª Aula

Bom Dia!

Aquecimento corporal / vocal

Parâmetros do som - Timbre

Repertório

Desaquecimento

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PLANEJAMENTO DE AULAS PRÁTICAS CORAL INFANTIL DA UFRN

Aulas / Encontro

(60 minutos cada Grupo) Conteúdos sistematizados

9ª Aula

Bom Dia!

Aquecimento corporal / vocal

Som – Silêncio – Ruído

Repertório

Desaquecimento

10ª Aula

Bom Dia!

Aquecimento corporal / vocal

Som – Silêncio – Ruído

Repertório

Desaquecimento

11ª Aula

Bom Dia!

Aquecimento corporal / vocal

Memória sonora

Repertório

Desaquecimento

12ª Aula

Ensaio geral: Grupos 1, 2, 3 e 4 – no Auditório da

EMUFRN

13ª Aula Ensaio geral: Grupos 1, 2, 3 e 4 – no Auditório da

EMUFRN

Recital

Encerramento do semestre – Apresentação pública no

Auditório da EMUFRN

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APÊNDICE F – PROGRAMA DO RECITAL DO CORAL INFANTIL DA UFRN –

JUNHO DE 2016

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APÊNDICE G - QUESTIONÁRIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE-UFRN

ESCOLA DE MÚSICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA

QUESTIONÁRIO

Para os alunos da Licenciatura atuantes no Projeto de Extensão Canto Coral Infantil da UFRN

Você está participando de uma Pesquisa de Mestrado realizada no Programa de Pós -

Graduação em Música (PPGMUS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Todos os dados serão utilizados apenas para fins acadêmicos.

Nome Completo: ____________________________________________________________

Idade: __________

Período do Curso: __________________________

1. Qual é a sua experiência em Canto Coral?

( ) Componente de grupo.

( ) Regente

( ) Auxiliar

( ) Apenas observador

2. Com suas palavras, tente descrever qual é a importância do Canto Coral?

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3. Como você avalia sua formação musical de forma geral?

4. Que áreas específicas você identifica que a UFRN ainda apresenta lacunas para a formação

docente?

5. Sobre o Canto Coral:

a) Você acha que a formação para as atividades de Canto Coral realizadas pela UFRN são

suficientes para o desenvolvimento de um bom trabalho?

b) No que se refere ao Canto Coral Infantil ou InfantoJuvenil a Academia tem

colaborado ou contribuído para uma formação mínima?

c) Que lacunas podem ser observadas na formação acadêmica da UFRN (Licenciatura

em Música) que estão relacionadas ao Canto Coral em sua opinião:

( ) conhecimento sobre Canto Coral Infantil

( ) extensão vocal das faixas etárias

( ) escolha de repertório

( ) noções de Regência Coral

( ) desenvolvimento de atividades de Educação Musical

( ) vocalizes

( ) aquecimento corporal e vocal

( ) relaxamento

( ) desaquecimento

( ) jogos e brincadeiras cantadas

( ) características psicológicas das faixas etárias

( ) como interagir e lidar com crianças

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d) Que sugestões você pode dar para que a formação do regente possa ser mais completa?

6. Sobre o Grupo de Estudos e Pesquisa:

a) Você consegue compreender a importância deste Grupo de Pesquisa?

b) Que contribuições têm sido acrescentadas para sua vida acadêmica?

c) Que aspectos podem destacar como significativos sobre os textos, planejamentos e

dinâmicas apresentadas até agora?

d) Se por acaso, você fosse convidado para assumir um Coral Infantil, se sentiria seguro

(a)? Justifique sua resposta.

e) Em sua opinião, que características devem ter um regente de Coral Infantil?

f) Faça um breve comentário sobre os ensaios do Coral Infantil da UFRN.

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ANEXO A – MÚSICA: AS FRUTAS

Par

Fonte: Lima (2002)47

.

47

Documento não paginado.

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ANEXO B – MÚSICA: ESPANTALHO

Fonte: Chan (1997, p. 6).