universidade federal do rio grande do norte … · de longa permanência para idosos/ jéssica...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA
JÉSSICA GREGÓRIO NUNES
O BIBLIOTECÁRIO E A LEITURA TERAPEUTICA: Uma proposta de biblioterapia
em Instituições de Longa Permanência para idosos.
.
NATAL/RN
2015
JÉSSICA GREGÓRIO NUNES
O BIBLIOTECÁRIO E A LEITURA TERAPEUTICA: Uma proposta de biblioterapia
em Instituições de Longa Permanência para idosos.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade Federal do Rio
Grande do Norte como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em
Biblioteconomia.
Orientadora: Prof. Dra. Luciana Moreira
Carvalho
NATAL/RN
2015
Catalogação da Publicação na Fonte.
UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA
Nunes, Jéssica Gregório.
O bibliotecário e a leitura terapêutica: uma proposta de biblioterapia em instituições
de longa permanência para idosos/ Jéssica Gregório Nunes. – Natal, RN, 2015.
40f. : il.
Orientadora: Profa. Dra. Luciana Moreira Carvalho.
Monografia (Graduação em Biblioteconomia) – Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciência da
Informação.
1. Profissional bibliotecário – Leitura terapêutica – Monografia. 2. Biblioterapia -
Monografia. 3. Terceira idade - Biblioterapia - Monografia. I. Carvalho, Luciana
Moreira. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/BS/CCSA CDU 023.4
O BIBLIOTECÁRIO E A LEITURA TERAPEUTICA: Uma proposta de biblioterapia
em Instituições de Longa Permanência para idosos.
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Biblioteconomia.
Data de aprovação: ___/___/_____
________________________________________________
Luciana Moreira Carvalho, Dra.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Orientadora
________________________________________________
Jacqueline de Araujo Cunha,Ma.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Banca Examinadora
________________________________________________
Maria do Socorro Azevedo Borba, Ma.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Banca Examinadora
NATAL/RN 2015
Aos meus amados pais Ossione e Marineide. Aos meus avós Manoel e Maria Trindade “in Memoriam”
exemplos de vida. As minhas queridas tias, Odalice, Odizia e Ana Maria.
AGRADECIMENTOS
Agradeço а Deus, qυе sempre abençoou e iluminou о meu caminho.
À minha amada família, minha base. Sou eternamente grata, ao meu pai, à
minha mãe, aos meus tios e tias, e ao meu avô, por sempre acreditarem e
investirem em mim.
À minha avó “in memoriam”. Meu exemplo de vida, uma mulher guerreira,
gentil, alegre, íntegra, e uma mãe que me educou com amor e carinho, a quem devo
o que sou hoje.
Ao meu cachorro Mike, meu fiel amigo e companheiro, que torna meus dias
mais alegres.
Аоs meus amigos em especial Monise, Paula, Jadna e Michelly, pelos
incentivos, pelos conselhos e apoios constantes e por todos os momentos
inesquecíveis.
Aos professores que contribuíram com a minha formação acadêmica, em
especial a minha orientadora Luciana Moreira, por ser atenciosa e compreensiva,
Muito Obrigada.
Livros não mudam o mundo, quem muda o
mundo são as pessoas. Os livros só mudam as
pessoas.
Mario Quintana
RESUMO
Estuda a biblioterapia e o profissional Bibliotecário na atuação em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). Descreve o histórico da biblioterapia e seus aspectos conceituais, bem como suas tipologias e componentes da prática biblioterapêutica. Relata sobre o potencial campo de trabalho na biblioterapia para os profissionais de biblioteconomia. Aborda a importância da terapia através de livros, dando ênfase aos benefícios que esta traz ao público da terceira idade. Tem como objetivo incentivar as Instituições de Longa Permanência a fazer uso da prática biblioterapêutica aplicada aos idosos, inserindo o bibliotecário como um dos agentes atuantes dessa pratica. Utiliza a pesquisa bibliográfica e descritiva, constituindo-se como uma revisão de literatura citando teóricos especialistas no tema. Propõe a aplicação da biblioterapia em ILPIs através do projeto de intervenção. Considera a biblioterapia como um auxílio importante que traz às pessoas bem-estar e qualidade de vida, e especificamente para os idosos, alertando, nesse sobre a necessidade de sua difusão e melhor compreensão. Palavras-chave: Profissional bibliotecário – Leitura biblioterapêutica. Biblioterapia. Terceira idade – Biblioterapia.
ABSTRACT
Studies the bibliotherapy and the librarian on performance in long-stay institutions for the Elderly (ILPIs). It describes the history of bibliotherapy and your conceptual aspects as well as their types and components. Reports on the potential field of work in bibliotherapy for library professionals. It addresses the importance of therapy through books, emphasizing the benefits this brings to the public the elderly. It aims to encourage the institutions Long-Stay making use of bibliotherapy applied to the elderly and by entering the librarian as one of the active agents of this practice.Uses bibliographic and descriptive research, establishing itself as a literature review citing theoretical experts on the subject. Proposes the use of bibliotherapy in ILPIs through the intervention project. Considers bliblioterapia as an important aid it brings to people welfare and quality of life, and specifically for seniors, alerting, this on the need for dissemination and better understanding.
Keywords: Professional Librarian - therapeutic Reading. Bibliotherapy. Third age -
bibliotherapy.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Conceitos e Objetivos da Biblioterapia ................................................................ 15
Quadro 2 Tipologias da Biblioterapia ....................................................................................... 20
Quadro 3 Cronograma do planejamento do Projeto de Intervenção .............................. 32
Quadro 4 Cronograma de aplicação e avaliação dos resultados .................................... 33
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 11
2 BIBLIOTERAPIA ........................................................................................................................ 14
2.1 Tipologias da Biblioterapia .................................................................................................. 19
2.2 Componentes da Biblioterapia ........................................................................................... 21
3 O BIBLIOTECÁRIO COMO AGENTE TERAPEUTA ..................................................... 23
4 BIBLIOTERAPIA NA TERCEIRA IDADE .......................................................................... 26
5 METODOLOGIA ......................................................................................................................... 29
6 PROJETO DE INTERVENÇÃO ........................................................................................... 30
6.1 Cenário do projeto de intervenção ................................................................................... 30
6.2 Elementos do plano de intervenção ................................................................................ 31
6.3 Processo de avaliação ........................................................................................................... 34
6.4 Fragilidades e oportunidades ............................................................................................. 34
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................... 36
REFERENCIAS .......................................................................................................................... 38
APENDICE ........................................................................................................... 41
11
1 INTRODUÇÃO
A leitura é uma ferramenta benéfica para os indivíduos que desfrutam da
mesma, pelo fato de ser um exercício mental, diminui o stress, produz
conhecimento, assim como, expande o vocabulário, exercita a memória, melhora a
concentração e o pensamento crítico, dá tranquilidade, além de ser uma diversão,
pois trabalha a imaginação do leitor. O hábito da leitura influencia diretamente na
vida de um ser humano, visto que provoca o desenvolvimento pessoal, estimula a
criatividade e passa informação.
Sendo assim, uma maneira de trabalhar o nosso cérebro é através da leitura,
pois segundo Rezende (2014) o cérebro é como qualquer outro músculo do corpo
humano e precisa de exercício para se mantiver forte e saudável, por meio da leitura
é possível exercitar o cérebro, visto que essa atividade pode diminuir o risco de
Alzheimer em cerca de 30%.
Dessa forma surge a biblioterapia, considerada uma pratica antiga, que utiliza
a leitura e atividades lúdicas como instrumento terapêutico que tem por função
primordial fornecer atrás da leitura bem-estar e conforto ao leitor/ouvinte.
Esse tipo de terapia por meio de livros tem um caráter multidisciplinar,
reunindo áreas do conhecimento como a biblioteconomia, a psicologia, a psiquiatria,
a literatura e a arte. Vê-se um elo entre os profissionais, reunindo técnicas das áreas
distintas em prol a qualidade de vida dos pacientes.
É importante frisar que existem tipologias bem como componentes
psicológicos que caracterizam a prática biblioterapêutica, e estes aspectos serão
descritos nesse trabalho para uma compreensão do processo da terapia com livros,
identificando a importância do bibliotecário nesse fazer profissional.
Serão abordados nesta pesquisa, além das tipologias e componentes, a
biblioterapia aplicada à terceira idade, buscando frisar os benefícios que essa prática
fornece á esse grupo de pessoas, dando-lhes a vida um novo sentindo com a leitura
terapêutica.
Desse modo, esta pesquisa busca como objetivo incentivar as Instituições de
Longa Permanência (ILP) a fazer uso da biblioterapia com os idosos, inserindo o
profissional bibliotecário nessa pratica. Busca-se chegar a esse entendimento
através de objetivos específicos os quais são:
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Ampliar a área de atuação do profissional bibliotecário;
Incentivar a pratica da biblioterapia com idosos tornando-os mais conscientes
e participativos na sociedade;
Demonstrar a necessidade de melhores condições de vida e bem-estar aos
idosos através da leitura e atividades lúdicas a fim de preencher o tempo
ocioso;
Aplicar nas Instituições de longa permanência a utilização da biblioterapia
como medida preventiva para o combate de depressões, doenças mentais e
isolamento social.
Pretende-se, a partir dessa realidade, mostrar que a leitura terapêutica surge
como um prazeroso campo de atuação para o bibliotecário, uma vez que este possui
as competência e habilidade necessária para realização do trabalho no que se refere
à seleção, aquisição, uso e discursão dos materiais bibliográficos.
Sua implementação voltada para os idosos se constitui como uma
necessidade, pois contribui para a socialização e reintegração, estimulando-os ao
hábito da leitura, a qual fornece ânimo e sendo muitas vezes uma ferramenta de
auxílio a combates de doenças mentais.
Além disso, em um recorte mais específico, identificou-se a necessidade de
realizar pesquisa sobre a atuação do bibliotecário na biblioterapia, no contexto na
cidade de Natal. Essa motivação foi gerada pela necessidade de dar continuidade
aos estudos sobre a temática abordada pela última vez em monografias do curso de
Biblioteconomia da UFRN no ano de 2011, apresentados nos trabalhos das autoras
Taize Silva e Gesiane Bezerra, orientadas pela professora Maria do Socorro de
Azevedo Borba. Busca-se, com isso, reafirmar a importância deste campo de
atuação, mostrando que essa prática é possível à diversos públicos e locais.
Nesse intuito, sugere-se um projeto de intervenção com o objetivo de
proporcionar melhor qualidade de vida aos idosos que vivem em instituições de
longa permanência tirando-os do ócio e afastando-os de possíveis depressões. Além
de inserir o bibliotecário nesse potencial ramo de atuação.
Conclui-se que a bliblioterapia é uma atividade que possibilita a inserção
social dos idosos, favorecendo uma velhice ativa. Nesse sentido o projeto de
intervenção proposto trará uma nova realidade as intituições de longa permanencia
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contribuindo assim com impactos relevantes na vida dos idosos no que diz respeito
à saúde mental, física e emocional.
Essa pesquisa está dividido em 6 capítulos. O capítulo 1 se trata da
introdução. Por conseguinte, o capítulo 2 se refere à Biblioterapia, assim como, suas
tipologias e componentes. O capítulo 3 apresenta o bibliotecário atuando como
agente terapeuta. O capítulo 4 fala a respeito da utilização da Biblioterapia com a
população idosa. O capítulo 5 apresenta metodologia utilizada na elaboração desse
estudo. O capítulo 6 se trata de um projeto de intervenção a ser aplicado nas
Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI’s). Para finalizar, são
apresentadas as considerações finais deste trabalho e as referências utilizadas para
buscar informações a respeito do tema estudado.
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2 BIBLIOTERAPIA
A biblioterapia consiste em atividades que envolvem materiais com textos
literários de ficção, poesia, crônicas que desperta o imaginário do ser humano.
Caracteriza-se por usar técnicas de leitura que são aplicadas sob cuidados médicos,
e, também, conta com a ajuda de profissionais de área de biblioteconomia.
Observando a sua etimologia, a palavra tem origem grega, que une o termo
biblion, que quer dizer livros, ou material de leitura, e therapein, que significa cura e
tratamento. Nesse sentido, usando como base a palavra grega, pode-se afirmar que
biblioterapia é definida como “tratamento através do livro”.
Antes de partir para os conceitos trazidos por autores da área, é importante
revelar o que aponta o Dicionário Michaellis (2015, Não paginado), que define
Biblioterapia como: “sf (biblio+terapia) Emprego de leituras selecionadas como
coadjuvantes terapêuticos no tratamento de desordens nervosas”.
Partindo deste discernimento a biblioterapia consiste na utilização da leitura
para realizar terapia com determinados pacientes, com o intuito de possibilitar bem-
estar psicológico e emocional a esses indivíduos.
De acordo com Almeida (2011, p. 2):
A Biblioterapia existe desde a Antiguidade. Seu uso, no início, se realizava através da leitura de histórias que entretinham qualquer tipo de pessoa, procurando ocupar o tempo ocioso, até que um dia esse uso foi identificado como instrumento terapêutico, passando, a ser empregado em diversos lugares, até os dias atuais.
Nesse caso, pode-se enxergar que a atividade biblioterapêutica é uma prática
bastante antiga, a qual surgiu com o intuito de favorecer o lazer para as pessoas que
se sentiam no ócio, e consequemente, percebeu-se que se tratava de uma atividade
que detinha práticas terapêuticas, assim a biblioterapia passou a ser considerada
um instrumento de terapia.
Como já foi dito anteriormente, a leitura terapêutica usa textos literários
selecionados, com o intuito de despertar no leitor ou ouvinte emoção e imaginação,
proporcionando bem-estar e conforto através da catarse. A cartase transmite uma
ideia de purificação, limpeza e libertação dos sentimentos reprimidos, como angústia
solidão, isolamento, etc. Esta afirmação está de acordo com os pensamentos de
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Pinto, et al (1995, apud PINTO 2005, p.39), os quais apontam que a biblioterapia
são:
[...] práticas leitoras que utilizam textos verbais e não-verbais, coadjuvantes no tratamento de pessoas acometidas por doenças físicas ou mentais ou ainda que enfrentam momentos de crise ou de dificuldades – exclusão, integração social, afastamento do convívio familiar, de comunicação etc. a fim de que os sujeitos, por aproximação ou projeção, possam sentir prazer com texto e assim, encontrem respostas para a catarse de seus conflitos, sejam eles físicos, mentais, psicossociais etc.
Em suma, a biblioterapia corresponde ao uso de práticas de leitura para o
tratamento de indivíduos que se encontram com problemas, os quais podem ser
ligados à saúde ou a fator emocional. Essa terapia proporciona prazer e,
consequentemente, inverte o estado em que o inidividuo se encontrava.
O objetivo da biblioterapia é proporcionar, portanto, soluções para conflitos
internos que se originam devido a problemas emocionais. A narrativa vira uma
distração que proporciona estímulos da emoção. Além de relaxar e de se distrair, as
pessoas se identificam com os personagens ficcionais buscando paralelos da
história com suas próprias atitudes na vida real.
Para melhor compreensão da biblioterapia, a autora Rosa (2006, p.17-18)
mostra no quadro a seguir (Ver Quadro 1) de forma cronológica, a junção de
conceitos e objetivos de diversos autores da área.
Quadro 1 – Conceitos e Objetivos da Biblioterapia
Conceito de biblioterapia Objetivos da Biblioterapia
Alice Bryan
É a prescrição de materiais de leitura que auxiliem a desenvolver maturidade e nutram e mantenham a saúde mental.
Permitir ao leitor verificar que há mais de uma solução para seu problema; auxiliar o leitor a verificar suas emoções em paralelo às emoções dos outros; ajudar o leitor a pensar na experiência vicária em termos humanos e não materiais; proporcionar informações necessárias para a solução dos problemas, e, encorajar o leitor a encarar sua
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situação de forma realista de forma a conduzir à ação.
L.H Tweffort
É um método subsidiário da psicoterapia; um auxílio no tratamento que, através da leitura, busca a aquisição de um conhecimento melhor de si mesmo e das reações dos outros, resultando em um melhor ajustamento à vida
Fazer a introspecção para o crescimento emocional; melhorar o entendimento das emoções; verbalizar e exteriorizar os problemas; ver objetivamente os problemas, afastar a sensação de isolamento; verificar falhas alheias semelhantes às suas; aferir valores; realizar movimentos criativos e estimular novos interesses.
Kenneth Appel
É o uso de livros, artigos e panfletos como coadjuvantes no tratamento psiquiátrico
Adquirir informação sobre a psicologia e a fisiologia do comportamento humano; capacitar o indivíduo a se conhecer melhor; criar interesse em algo exterior ao indivíduo; proporcionar a familiarização com a realidade externa; provocar a liberação dos processos inconscientes; oferecer a oportunidade de identificação e compensação; clarificar as dificuldades individuais; realizar as experiências do outro para obter a cura e auxiliar o indivíduo a viver mais efetivamente
Louise Rosenblatt
É uma ajuda para o ajustamento social e pessoal; a literatura imaginativa é útil para
Divide os objetivos em de cura e de prevenção. Objetivos de cura: aumentar a sensibilidade
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ajustar o indivíduo tanto em relação aos seus conflitos íntimos como em conflitos com outros. Como o pensamento e sentimento estão interligados, o processo de pensamento reflexivo estimulado pela leitura é um prelúdio para a ação.
social; ajudar o indivíduo a se libertar dos medos e das obsessões de culpa: proporcionar a sublimação por meio da catarse, e, levar o ser humano a um entendimento de suas reações emocionais. Objetivos de prevenção: prevenir o crescimento de tendências neuróticas e, conduzir a uma melhor administração dos conflitos.
Orsini
É uma técnica que pode ser utilizada para fins de diagnóstico, tratamento e prevenção de moléstias e de problemas pessoais.
Classifica os objetivos como sendo de: nível intelectual, nível social, nível emocional e nível comportamental. Assim, a biblioterapia tem como objetivos: auxiliar o auto-conhecimento pela reflexão, reforçar padrões sociais desejáveis, proporcionar desenvolvimento emocional pelas experiências vicárias e auxiliar na mudança de comportamento.
Mattews e Lonsdale
Constitui-se em uma terapia de leitura imaginativa, que compreende a identificação com uma personagem, a projeção, a introspecção e a catarse.
Distinguiram três tipos a terapia de leitura: a de crescimento, a factual e a imaginativa. Assim, os objetivos são: divertir e educar (crescimento), informar e preparar o paciente para o tratamento hospitalar (factual) explorar os sentimentos e tratar os problemas emocionais (imaginativa).
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Caldin
É a leitura dirigida e discussão em grupo, que favorece a interação entre as pessoas, levando-as a expressarem seus sentimentos: os receios, as angústias e os anseios.
Proporcionar uma forma de as crianças comunicarem-se, de perderem a timidez, de exporem seus problemas emocionais e quiçá físicos; oferecer moderação das emoções às crianças.
Fonte: Rosa (2006).
Visualizando-se o quadro acima, pode-se observar que a biblioterapia é
apresentada pelos autores de forma dinâmica com diferentes conceitos e objetivos.
Todos os autores citam em suas definições a importância da leitura para amenizar
e/ou solucionar problemas pessoais. Quaknin (1996, p. 16), diz que “A leitura é
primeiramente um acontecimento solitário, um encontro privado com o outro mundo,
sozinho com o livro, sozinho consigo mesmo”.
Partindo desta reflexão, nota-se que antes de tudo, a leitura proporciona ao
leitor um momento individual, no qual ele tem a oportunidade de se manter
concentrado na história que o documento apresenta, apropriando-se desta para ter
motivação e prosseguir, tendo em vista as barreiras já enfrentadas.
Para Caldin (2001) a leitura, em si mesma, já se constitui uma terapia, uma
vez que evoca ideia de liberdade permitindo que o sujeito atribua sentidos ao texto,
absorvendo o que mais lhe agrada. A autora ainda afirma que o ato da biblioterapia
é mais que a leitura, ou seja, é também o conjunto de comentários a respeito do foi
lido.
Nessa perspectiva, o paciente ao fazer uso desse tipo de terapia, foca tanto
na leitura, como na sua interpretação, comentando e envolvendo-se com as
histórias. A terapia acontece nesse exato momento, em que o indivíduo flutua nas
páginas de uma história que ele se identifica, esquecendo-se muitas vezes de seus
problemas, ou até mesmo, encontrando o equilíbrio que precisa.
Essa afirmação está em conformidade com Caldin (2009, p. 46) entende que
a “terapia é a arte de cuidar do ser [...] não é, então, uma cura no sentido restritivo
da palavra, mas no sentido alargado de busca do equilíbrio e da harmonia do ser
total, uma preocupação do bem estar do ser humano”. A partir dessa informação, é
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importante frisar que a biblioterapia não se trata de um medicamento que irá tratar
um paciente, mas sim de recursos que irão auxiliar na obtenção do bem-estar de um
indivíduo.
A terapia, através dos livros, apresenta três tipologias: Biblioterapia
institucional, clínica e desenvolvimental, que serão discutidos no próximo tópico.
2.1 Tipologias e aplicações da Biblioterapia
A Biblioterapia corresponde a um tratamento com livros e atividades lúdicas
para solucionar problemas emocionais, e essas práticas são realizadas juntamente
com um profissional adequado. Existem três níveis de divisão da biblioterapia, sendo
eles: Biblioterapia institucional, Biblioterapia clínica e a Biblioterapia para
desenvolvimental.
A Biblioterapia institucional se trata do uso da literatura com pessoas que
estão inseridas em uma instituição, e é uma prática realizada individualmente. A
literatura utilizada é específica para higiene mental, visto que é voltada para
pacientes que apresentam quadro de pessoas com problemas mentais. Nesse meio,
a atuação é desenvolvida com um bibliotecário em conjunto com outros profissionais
da área médica. Segundo Almeida (2012, p. 6) “O objetivo deste método é informar
e recrear”.
A Biblioterapia clínica tem a pretensão de atingir pessoas que se encontram
com problemas emocionais ou comportamentais e, dessa forma, solucionando-os.
Esse tipo de terapia tanto pode ser realizada em conjunto ou de forma individual,
com bibliotecário e/ou médicos e/ou psicoterapeutas.
Já a Biblioterapia Desenvolvimental, é desempenhada em grupos de pessoas
com objetivos preventivos, ou seja, é uma atividade realizada coletivamente. Este
pensamento é confirmado por Almeida (2012, p. 6), onde diz que:
A Biblioterapia Desenvolvimental refere-se ao método que utiliza a literatura de maneira imaginativa e didática para o tratamento das pessoas que não apresentam nenhum distúrbio ou alteração no comportamento. É realizada em grupo e com a liderança do profissional bibliotecário, ou outro profissional. Sua meta é ajudar as pessoas a realizarem tarefas comuns e suportarem problemas diários.
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Nesse tipo de biblioterapia realizam-se atividades diversas, buscando o
desenvolvimento pessoal do indivíduo, e pode ser realizada em conjunto por
profissionais da educação, da arte, bibliotecários, sem a obrigatoriedade de um
profissional da medicina. Pode-se fazer uso do teatro, da música, de filmes e
desenhos, em conjunto com os livros, visando uma biblioterapia mais imaginativa.
Pereira (1996) apud Pires e Silva (2009, p. 33-34), ilustra através do quadro
(Ver Quadro 2) de maneira simples e objetiva, a classificação da biblioterapia como
também a aplicação, o público, os profissionais, as técnicas, os tipos, etc.
Quadro 2 – Tipologias da Biblioterapia
Tipos Aspectos Institucional Clínica Desenvolvimental
Formato Individual ou grupo geralmente passivo
Grupo ativo voluntário e involuntário
Grupo ativo, grupo
voluntário
Cliente
Paciente médico ou
Psiquiátrico, prisioneiro ou cliente em prática privada
Emocional ou
comportamental
Situação de crise
Contratante
Sociedade
Sociedade ou
individual
Individual
Terapêutica
Equipe médica e bibliotecária
Médico, instrutor de
saúde mental ou bibliotecário
geralmente em consulta
Bibliotecário,
professor ou outros
Material usado
Tradicionalmente didático
Literatura
imaginativa
Literatura
imaginativa e/ou didática
Técnica
Discussão de material
Discussão de
material, com ênfase nas visões e reações
do cliente
Discussão de
material, com ênfase nas reações do
cliente
Local Prática de Instituição
pública ou privada
Praticas de Instituição privada ou
de comunidade
Comunidade
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Meta
Geralmente
informativo, com alguma visão interno.
Visão interna e/ou
mudanças de comportamento.
Comportamento normal ou auto
realização.
Fonte: PEREIRA (1996).
Analisando-se o quadro exposto acima, a biblioterapia possui tipologias de
acordo com a urgência e características do paciente que a utiliza. Além destes tipos,
a Biblioterapia pode ser entendida através de componentes, os quais serão
apresentados a seguir.
2.2 Componentes psicológicos da Biblioterapia
A psicologia aponta componentes biblioterapeuticos que são vivenciados
pelos pacientes no decorrer da terapia, são eles:
Cartase – O termo cartase, segundo Aristóteles (1966), remete à ideia de limpeza
na alma, a partir da explosão de emoções que leva o indívio ao passado, exercendo
sobre ele um efeito curativo a fim de exteriorizar sentimentos, com o intuito de
solucionar problemas ligados a tais emoções. Para Caldin (2001, p.38):
Catarse pode ser entendida como pacificação, serenidade e alívio das emoções. É nessa perspectiva que se enfoca a leitura de textos literários como desempenhando uma função catártica. Não está, portanto, em desacordo com a moderna concepção de catarse, em que o termo é utilizado com referência à função libertadora da arte.
Conforme esta ideia, a cartase não é um componente apenas do teatro, uma
vez que se pode chegar à cartase através de sentimento e emoções abstraídas dos
textos literários.
Identificação – Este componente se caracteriza como um processo
psicológico onde o sujeito se identifica com a obra literária e com seus
personagens, tomando para si atributos do outro ou vizualizando aspectos de
sua própria história de vida na leitura, acarretando aos pacientes
modificações interiores.
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Introjeção – Meio pelo qual a pessoa interioriza características (gestos,
qualidades, sentimentos, objetos, etc.) do outro, de modo imaginário,
assumindo-as como caracteristicas proprias. Este componente está
intimamente ligado ao componente identificação.
Humor – O humor é um aspecto importante constituinte da biblioterapia.
Usando o riso como uma forma de amenizar o estresse, melhorar o sistema
imunológico, proporciando alegria no ser. Textos que trazem humor no seu
conteúdo geram prazer ao leitor e/ou ouvinte, transportando-o de um estado
deprimido para um estado de felicidade.
Projeção – Para Caldin (2001, p. 39) “A projeção é a transferência aos outros
de nossas idéias, sentimentos, intenções, expectativas e desejos”. Ou seja, é
o ato de se enxergar, ou se recusar a se enxergar, nos outros.
Introspecção – Também conhecido como insight, à introspecção caracteriza-
se pela reflexão do sujeito sobre os seus sentimentos, com a intenção de
alterá-los, buscando com isso a libertação de sentimentos que o pertubam.
Nesse caso o indivíduo é levado a observar seus próprios sentimentos
aprendendo a lidar com eles. (MELO, 2013).
Como visto, os componentes da biblioterapia têm grande importância no
processo terapêutico. Cada paciente interage e reage de forma singular, conforme
sua trajetória de vida, seus costumes, sua cultura, suas experiências, seu estado
emocional, entre outros fatores. No próximo capítulo, será evidenciado o papel do
bibliotecário na biblioterapia.
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3 O BIBLIOTECÁRIO COMO AGENTE TERAPEUTA
Devido à globalização, diversas profissões buscaram evoluir, e os
profissionais ansiaram acompanhar essa evolução. A multidisciplinaridade das
profissões, que seguiram novos rumos e perspectivas, tornou indispensável a
especialização para o desenvolvimento social. Os bibliotecários, nesse contexto,
buscam se adequar a sociedade contemporânea.
Por ser uma área generalista, a Biblioteconomia abrange um universo de
conhecimentos. Somado a isso, o desenvolvimento da sociedade vem demandando
que o profissional bibliotecário busque acompanhar esse desenvolvimento,
dominando novas habilidades e conhecimentos.
Diante da multidisciplinaridade existente na área de atuação desse, a
biblioterapia surge como um campo de atuação promissor. Almeida (2011, p. 2)
explica a prática biblioterapêutica realizada pelos profissionais da informação:
A partir do século XX as práticas biblioterapeutas começaram a ser desenvolvidas, inicialmente nos EUA, a partir dos profissionais das bibliotecas hospitalares, começando a despertar o interesse e a curiosidade dos profissionais da área.
Inicialmente se desenvolveu com profissionais de bibliotecas hospitalares e se
ampliou atingindo toda a classe biblioteconômica. O bibliotecário além de
disseminador é um agente social, que tem habilidades para realizar atividades além
dos muros da biblioteca. Vê-se, que o fazer Bibliotecário abrange uma gama de
possibilidades de atuação, e uma dessas possibilidades é a biblioterapia que se
preocupa, não apenas da parte técnica da Biblioteconomia, mas também, se volta
para o lado social.
De acordo com Pinto (2005, p 42)
A biblioterapia é uma seara de atuação para o bibliotecário, porém a sua prática necessita de conhecimentos do terreno da psicoterapia; portanto essa vivência deveria ser implementada conjuntamente com psicólogos, terapeutas e outros profissionais desse ramo.
No entanto, como foi supracitado, o Bibliotecário para atuar com a leitura
terapêutica, necessita compreender o universo da terapia buscando especialização
constante para melhor servir como agente terapêutico, em conjunto com outros
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profissionais (psiquiatras, psicólogos, psicoterapeutas, etc.) que somam no uso
dessa prática.
É importante ressaltar que os profissionais da área médica atuantes na
biblioterapia precisam ter conhecimento dos objetivos da leitura a ser prescrita,
adaptando-a e usando-a a favor do paciente. No que se refere ao Bibliotecário, este
tem a missão de seguir a prescrição médica, selecionando os livros ideais àquele
tratamento e realizar possíveis debates com os participantes.
Nesse sentido, o Bibliotecário possui habilidade para atuar como agente
social, sendo o responsável por selecionar criteriosamente as práticas controladas
de leitura, tomando como base a história de vida do paciente e como ele se
encontra. Estas habilidades são mencionadas por Pinto, quando ele afirma que:
Após ser institucionalizada a profissão, dado desenvolvimento da sociedade contemporânea, as instituições de ensino superior buscam traçar um novo perfil de conhecimentos e habilidades necessários ao bibliotecário atual, de forma a atender às crescentes exigências do mercado da informação. (PINTO, 2005, p.37).
Dentre os conhecimentos e habilidades citados pela autora, está “[...] a
associação e as alianças com outros profissionais e instituições, demonstrando sua
capacidade de trabalhar em equipe [...]”. Nesse sentido, o Bibliotecário possui
aptidões para sair de seu ambiente tradicional de trabalho, a biblioteca, e atuar onde
seus conhecimentos podem ser aplicados.
Tais habilidades do profissional Bibliotecário foram expostas por Ferreira
(2003), que aborda diretrizes para que a biblioterapia seja realizada com eficiência
por bibliotecários e outros profissionais, são elas:
a) Ele deve escolher um local adequado para a realização das reuniões do grupo; b) Deve ter tido um treinamento adequado e estar capacitado para conduzir as discussões do grupo; c) Deve formar grupos homogêneos para leitura e discussão de temas previamente escolhidos; d) Deve preparar listas de material bibliográfico adequadas às necessidades de cada grupo, e escolher outros materiais (filmes, músicas), de acordo com a idade e necessidades a nível cultural e social dos participantes; e) Mesmo que não haja aplicação de terapia ou psicoterapia, como em alguns casos de biblioterapia para crianças, é necessário estabelecer uma situação de ajuda entre o bibliotecário e o usuário, a partir daí será possível elaborar um programa estruturado;
25
f) O bibliotecário ou biblioterapêuta, deve usar de preferência materiais com os quais esteja familiarizado; g) Deve selecionar materiais que contenham situações familiares aos participantes do grupo, mas que não precisam necessariamente conter situações idênticas às vividas pelas pessoas envolvidas no processo; h) Deve selecionar materiais que traduzam de forma precisa os sentimentos e os pensamentos das pessoas envolvidas sobre os assuntos e temas abordados, com exceção de materiais que contenham uma conotação muito negativa do problema, como poesias sobre suicídios, por exemplo; i) Deve selecionar materiais que estejam de acordo com a idade cronológica e emocional da pessoa, sua capacidade individual de leitura e suas preferências culturais e individuais e; j) Deve selecionar material impresso e não impresso na mesma medida. Além desses itens, é necessário que o biblioterapêuta possua um grande conhecimento sobre a biblioterapia, para que os projetos possam ser aplicados com precisão e com garantia de resultados positivos. Cada item deve ser levado em consideração para que a aplicação da biblioterapia possa ter resultados positivos. (FERREIRA, 2003, p.43 )
De acordo com o autor, é de grande importância que cada item seja seguido
para que a realização da biblioterapia alcance bons resultados. Fica patente a
diversidade de áreas onde o profissional de Biblioteconomia pode atuar, por seu
caráter interdisciplinar bem como pelas competências e habilidades que
acompanham a profissão. Sendo assim, o Bibliotecário pode adquirir habilidades
para trabalhar com a terapia com livros, sendo um agente biblioterapeuta, fazendo
uso dos conhecimentos da área e se especializando para que faça a ação com
qualidade, oferecendo um serviço de apoio humanizado aos pacientes.
Este trabalho, além de mostrar a biblioterapia como um campo inovador para
o bibliotecário, busca também aplicá-la a um grupo seleto, conhecido por melhor
idade. O capítulo a seguir versará sobre este grupo, indicando como a prática
biblioterapêutica proporciona diversas melhorias na qualidade de vida dos idosos.
26
4 BIBLIOTERAPIA NA TERCEIRA IDADE
Com o aumento da longevidade, o envelhecimento da população está
acontecendo dentro de um contexto de grandes mudanças sociocultural e
econômica. O crescimento da população idosa alcançará taxas elevadas devido a
melhoria da qualidade de vida desse segmento populacional.
De acordo com Ideli Salvatti (2015, não paginado) Ministra da Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República:
O envelhecimento no Brasil é uma conquista. Os brasileiros estão vivendo mais graças à melhoria da qualidade de vida e a maior cobertura previdenciária, que permitiu a inclusão econômica dessa população, afirmou. Com o crescente aumento do número de pessoas idosas vamos trabalhar para ampliar cada vez mais os programas, projetos e ações para esse público. A nossa prioridade é garantir o envelhecimento ativo da população. (BRASIL, 2015, não paginado).
Assim, é visto que a proporção da população idosa está crescendo
progressivamente e dessa forma elevando o número de pessoas idosas no mundo.
Diante disso, é visto que nos últimos anos no Brasil a população idosa conquistou
melhorias na qualidade de vida, como também contam com a cobertura
previdenciária que garantia de renda na velhice.
O Estatuto do Idoso, assegura pela Lei no 10.741, de 1º de outubro de 2003,
de acordo com os artigos :
Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. (BRASIL, 2003, não paginado)
No entanto, ainda existem desafios que a sociedade precisa encarar para que
os direitos dos idosos sejam respeitados. Por isso, práticas que favoreçam um
envelhecimento ativo são bastante necessárias. Tais práticas podem ser
27
implementadas por instituições, pelo governo, por ONGs, e por iniciativas pessoais e
familiares. Dentro desse contexto, existem ações que favorecem a socialização dos
idosos, tornando-os ativos, dando-lhes melhor qualidade de vida e trazendo
inúmeros benefícios à sua saúde.
Uma dessas ações é proposta nessa pesquisa, a biblioterapia para os idosos,
que consiste na terapia por meio da leitura e atividades lúdicas que atuam como
coadjuvantes para um envelhecimento saudável e ativo. A autora Seitz (2000, p.
160) menciona que biblioterapia com idosos,
É usada para a diminuição da ansiedade, ajudando-os a aceitarem suas novas condições de vida, mantendo-os em boas condições psicológicas[...]Alguns dos objetivos da Biblioterapia com os idosos é o reajustamento ocupacional da velhice, atualização educacional, socialização e remotivação.
A biblioterapia com idosos se trata de uma prática que proporciona boas
condições psicológicas, integração e recreação, tornando-os cidadãos ativos.
Como já foi visto anteriormente a terapia com os livros pode ser utilizada
como instrumento essencial para indivíduos ou grupos de pessoas que sofrem com
transtornos psicoemocionais. Para cada participante dessa terapia existe um livro
especifico que o ajudará a minimizar os males que o afetam.
Caldin (2009, p. 149-150), diz que:
Com o público jovem, adulto ou idoso, a escolha de crônicas, contos ou poesias privilegia textos cuja qualidade literária não seja prejudicada pela condensação textual. Assim, são apresentados textos: dramáticos com final feliz (pois purgam as emoções, realizando uma catarse); permeados de humor (pois é reconhecido o valor terapêutico do riso na ativação do sistema imunológico); do cotidiano (pois a verossimilhança pode conduzir à identificação e resolução de pequenos problemas pessoais); instigantes (que levem à reflexão e à autoavaliação).
Esse tipo de terapia abrange todos os públicos, independente da idade,
posição social, sexo, cultura, nacionalidade, etc. A escolha dos materiais utilizados
nessa terapia são textos que possui qualidade literária independente de ser
condensado ou não. São textos que apresentam finais felizes, humor, cotidiano e
são instigantes. Essas características despertam no ouvinte reflexões que confortam
o ser.
28
Em início do século XXI, com os avanços da medicina e áreas afins, é
possível proporcionar aos idosos, melhor qualidade de vida, quer seja com
tratamentos médicos, atividades físicas ou até mesmo com atividades lúdicas que
ativam o raciocínio logico. Tais atividades melhoram o funcionamento do cérebro
mantendo a mente jovem, além de ajudar no combate de doenças como o mal de
Alzeimer, causada pela degeneração de células cerebrais.
Ratton (1975) explica que biblioterapia com os idosos tem por objetivo o
reajuste ocupacional, a socialização e remotivação. A leitura terapêutica proporciona
ao idoso, através dos livros, melhor qualidade de vida afastando-os da depressão e
isolamento social, tendo na leitura um incentivo ao lazer, à imaginação e à
criatividade, possibilitando um novo sentido para sua vida, recuperando a
autoestima, tornando-os cidadãos conscientes e ativos.
Pensando assim, a presente pesquisa traz uma proposta de pôr em prática a
biblioterpia aplicando-a aos idosos, no contexto das Instituições de Longa
Permanência, inicialmente trazendo diretrizes para um projeto de intervenção a ser
realizado na cidade de Natal.
29
5 METODOLOGIA
Para desenvolver esta pesquisa, utilizaram-se como procedimentos
metodológicos a pesquisa descritiva envolvendo a revisão bibliográfica, que servirá
de alicerce para a proposição de um projeto de intervenção.
A técnica de pesquisa utilizada foi a bibliográfica, que segundo Lakatos e
Marconi (1987, p. 66) trata-se do levantamento, seleção e documentação de toda
bibliografia já publicada sobre o assunto em questão que se pretende investigar.
Na pesquisa, as fontes de informação recuperadas continham o histórico, as
definições, os conceitos, os tipos e os benefícios da biblioterapia, como também
documentos que abordam sobre a população idosa e a expectativa de vida que
aumenta a cada ano que passa, exigindo da sociedade atenção redobrada para
esse público. Além disso, foram recuperados documentos referentes ao bibliotecário
e à biblioterapia como novo campo de atuação para este profissional.
30
6 PROJETO DE INTERVENÇÃO
A pesquisa bibliográfica realizada nesta pesquisa obteve como resultado
direto a proposta para a realização de um projeto de intervenção em Instituições de
Longa Permanência para Idosos (ILPIs), a ser desenvolvido na cidade de Natal,
capital do Rio Grande do Norte. O projeto tem como intuito servir de modelo para a
aplicação da biblioterapia com idosos, contando com uma equipe interdisciplinar de
bibliotecários e profissionais da área da saúde.
Projeto de intervenção, como qualquer outro tipo de projeto, busca planejar
uma atividade para um fim determinado. Martins (2009, p.1) trata de projeto de
intervenção como “[...] projetos de intervenção social, que tem por finalidade operar
algum tipo de transformação na comunidade abordada.” Em outras palavras, a ação
realizada através da intervenção gerará mudanças naquele local que a recebe. Para
isso, o projeto precisa ser bem elaborado, organizado por etapas que alicercem o
trabalho na prática.
6.1 Cenário do projeto de intervenção
Esse projeto de intervenção terá como cenário qualquer Instituição de Longa
Permanência para Idosos (ILPI), definida pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº283 (BRASIL, 2005), como:
Instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial, destinada a domicilio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade e dignidade e cidadania.
Assim, é visto que a ILPI se trata de uma instituição que se caracteriza como
moradia para pessoas idosas. Que visam proporcionar a essas pessoas, cuidados
pessoais, mantendo-as saudáveis tanto fisicamente como emocionalmente.
Essas instituições devem garantir conforto, bem estar e dignidade aos
idosos, tendo em vista que os direitos humanos têm a premissa de que todas as
pessoas possuem direitos. Dessa forma, as ILPIs precisam garantir os direitos
correspondidos a estas pessoas.
31
Para atender as necessidades dos seus residentes a instituição precisa ter
uma estrutura ideal, com equipamentos de apoio e adaptados às particularidades de
cada morador, como também devem ter bons profissionais qualificados para o
desenvolvimento de ações e atividades em prol da qualidade de vida dos idosos.
As ILPI’s são divididas em três categorias, segundo o Protocolo Qualidade em
Instituições de Longa Permanência para Idosos - PQILPIs (CURITIBA, 2009, p. 09):
• PRIVADA SEM FINALIDADE LUCRATIVA: são instituições mantidas por organizações não-governamentais, pessoas jurídicas de Direito Privado sem fins lucrativos, as quais mantêm unidades executoras; • PRIVADA COM FINALIDADE LUCRATIVA: são instituições, pessoas jurídicas de Direito Privado com fins lucrativos; • INSTITUIÇÕES PÚBLICAS: são instituições mantidas integralmente pelo Poder Público, sendo pessoas jurídicas de Direito Público.
Quanto às modalidades de ILPI’s o documento define:
• ABRIGO: é um lugar que oferece proteção, uma alternativa de moradia provisória dentro de um clima residencial, com atendimento personalizado, em pequenas unidades, para pequenos grupos, neste caso de idosos. • ASILO: assistência social a idosos, em estabelecimentos equipados para atender as necessidades de cuidados com saúde, alimentação, higiene e lazer, e quando o tratamento médico não constitui o elemento central deste atendimento. • CASA DE REPOUSO: Residência em caráter provisório ou definitivo, que substitui a familiar, onde são prestados serviços de higiene, alimentação, assistencial e de saúde a idosos em situação de abandono, sem família ou impossibilitados de retornar ao núcleo familiar. • CASA-LAR: é uma alternativa de residência para pequenos grupos, de no máximo oito idosos, com mobiliário adequado e pessoa habilitada para apoio às necessidades diárias do idoso. • REPÚBLICA: é uma importante alternativa de residência para idosos independentes; também organizada em pequenos grupos, conforme o número de usuários, e co-financiada com recursos de aposentadoria, benefício de prestação continuada, renda mensal vitalícia e outras. E alguns casos a República pode ser viabilizada em sistema de autogestão. (CURITIBA, 2009, p.10)
Como foi visto a cima, as ILPIs são compostas por diferentes tipos de categorias e
modalidade para melhor atender o idoso independente das condições de saúde, classe
social e base família.
Ainda segudo o protocolo são consideradas instituições de pequeno porte
aquelas que disponibilizam ate 15 vagas em seus aposentos, de médio porte
32
aqueles que possuem de 15 a 19 vagas e de grande porte com capacidade de 50 ou
mais vagas.
6.2 Elementos do plano de intervenção
Para aplicação da Biblioterapia em Instituições de longa permanência para
idosos, se faz necessário em primeira instância uma reunião com os gestores e com
toda a equipe pluridisciplinar, formado por bibliotecários, psicólogos, assistentes
sociais, terapeutas, médicos e outros voluntários, para dar inicio ao treinamento, a
fim de mostrar a importância da leitura terapêutica e os benefícios que a mesma
trará para cada idoso.
Será necessário também um estudo usando entrevistas e observações com
todos os idosos acima de 60 anos, com a finalidade de identificar o interesse por
atividades lúdicas e pela leitura, como também a realização de parcerias, definição
do espaço físico, data, horário e a escolha do material bibliográfico. A seguir o
quadro 3 mostra o cronograma a ser seguido no primeiro semestre do projeto.
Quadro 3 – Cronograma do planejamento do projeto de intervenção
Atividades Realizadas 1 Bimestre 2 Bimestre 3 Bimestre
Realização de uma palestra
sobre a importância do projeto com os gestores da ILPI.
X
Realização de parcerias com
profissionais da saúde e definição do papel de todos os
membros que compõe a equipe
X
A escolha do horário e data para iniciar as atividades.
X
E escolha o espaço onde
serão realizadas as atividades.
X
Quantos e quais idosos participarão.
X
33
Aplicação de entrevista e
observação com idosos acima de 60 anos.
X
Definição das atividades que
serão realizadas.
X
Seleção das obras adaptadas
aos participantes.
X
Campanha comunitária para
aquisição de materiais bibliográficos
X
X
X
Compra e recebimento de
doações dos materiais .
X
Fonte: Autoria própria.
O próximo quadro trará o cronograma com a aplicabilidade do projeto, bem
como o momento de avalição. A aplicação se dará através de algumas atividades,
sendo elas: rodas de leitura individual e em grupo, com o uso de textos
selecionados, que abordam romances, poesias, contos, assuntos atuais.
O público participará de atividades lúdicas com contação de histórias, oficinas
de desenho e pintura, aulas de dança e canto, e outras atividades que despertem
nos idosos o gosto pela a leitura, arte, cultura e lazer, com o intuito de tirá-los do
ócio.
Quadro 4 – Cronograma de aplicação e avaliação dos resultados
Atividades Realizadas 4º Bimestre 5º Bimestre 6º Bimestre
Rodas de leitura individual e
em grupo, usando textos selecionados.
X
X
X
Promover atividades lúdicas
X
X
X
Avaliação dos resultados e
X
X
34
diagnóstico dos participantes
Fonte: Autoria própria.
Além das atividades bliblioterapêutica, faz-se necessário ao fim do projeto a
avaliação de todos os idosos que participaram da intervenção. No próximo tópico
será abordada e explicada a forma de avaliação escolhida.
6.3 Processos de avaliação
Assim como o planejamento e o desenvolvimento do projeto, a avaliação é
uma das etapas primordiais do processo de intervenção. É atraves da avaliação que
se obterá o parecer dos resultados do projeto, dos pontos fracos e fortes, das
possíveis lacunas que devem ser preenchidas. Em outras palavras, é a avaliação
que irá identificar as mudanças ocorridas após uma intervenção.
Nesse entendimento, faz-se mister uma avaliação constante no processo de
intervenção, tanto durante a prática da biblioterapia, como na finalização do projeto.
O método concebido para a avaliação do projeto em questão se dará durante o
projeto, sempre após as sessões de leitura e atividades lúdicas, onde pretenderá
descobrir quais as reações sentidas pelos participantes. Para essa avaliação, cada
participante contará com uma ficha pessoal de controle (Ver apêndice), para seu
acompanhamento.
As observações serão feitas ao final de cada sessão de leitura, levando em
consideração o estado emocional, o dinamismo e desenvoltura de cada idoso após a
leitura ou atividades lúdicas, provendo rodas de conversa e debates onde o paciente
fica livre para responder e o profissional bibliotecário avalia a conversa com o
paciente, a fim de identificar como a história reagiu no emocional de cada um.
6.4 Fragilidades e oportunidades
Como todo planejamento, faz-se necessária a identificação de problemas
potenciais que venham surgir no processo de intervenção, como também os pontos
positivos que possam fortalecer sua execução.
As possíveis fragilidades que podem vir a acometer o bom funcionamento do
projeto precisam ser bem estudadas, para se criar alternativas a fim de solucionar
35
possíveis entrevistos com antecedência. Partindo deste princípio, com base nas
leituras realizadas, foram elencadas algumas possíveis fragilidades, a seguir:
Falta de investimento: Por se tratar de um projeto de iniciativa extra-
institucional, pode haver recusa no investimento por motivos diversos.
Impossibilidade da aplicação devido a fatores adversos (situações que
impeçam as sessões de acontecer, imprevistos, etc).
Fatores de saúde: demência de alto grau, ou portadores de necessidades
visuais e auditivas.
Ausência de parcerias profissionais da área de saúde.
Ausência de material bibliográfico e de apoio.
Estrutura física inadequada.
Negação por parte dos idosos.
Assim como os pontos fracos, é preciso elencar os aspectos que são
favoráveis à execução da intervenção. Estes se constituem como fatores positivos
que são opostos aos potenciais aspectos negativos supracitados. Sendo assim, o
apoio e aceitação da instituição escolhida para a intervenção é de suma importância
na execução do projeto.
Outros aspectos que colaboram com o intuito do projeto são as parcerias com
profissionais voluntários da área de saúde, nesse caso específico, um psicólogo,
que trabalhe em conjunto na prática biblioterapêutica com o bliotecário. Além disso,
a existência de um suporte material préestabelecido, favorecerá a iniciação do
projeto em tempo hábil.
Enfim, a disponibilidade e boa aceitação do projeto por parte dos idosos se
constitui como um forte argumento para a concretização do programa.
36
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após conclusão da pesquisa, pode-se concluir que a leitura pode ser vista
como um bem, e através dela, o leitor têm maiores oportunidades de vida. A prática
da leitura gera o senso crítico no leitor além de produzir conhecimentos e de ser
uma prática de exercício mental que diminui o stress, proporcionando lazer,
criatividade e imaginação para indivíduo.
Dentro desse contexto, percebe-se que a Biblioterapia, a terapia através de
materiais bibliográficos, além de favorecer todos os benefícios acima citados, ainda
pode atuar como uma forma recreativa, preventiva e curativa, na vida dos seus
pacientes uma vez que gera alegrias, previne doenças da mente além de ter o poder
de auxiliar na cura de doencas como depressão.
Foi possível verificar com o estudo, que existem variadas formas de aplicar a
biblioterapia, e que essa prática envolve áreas distintas, como a da saúde e a da
biblioteconomia, se caracterizando por ser uma prática multidisciplinar. O
bibliotecário, nesse cenário, enxerga um campo de trabalho com grande potencial,
podendo aplicar suas habilidades e competências nesse ramo, contribuindo
ativamente na prática biblioterapêutica.
O projeto de intervenção surgiu como uma proposta de inserção do
bibliotecário nesse campo promissor, para aplicação em ILPIs, com o intuito de
trazer qualidade de vida aos idosos através da bilioterapia.
Acredita-se que o projeto em questão irá contribuir fortemente na saúde desta
parcela da sociedade natalense, inserindo os idosos à vida ativa, e provando para
eles os motivos de serem conhecidos por ter a “melhor idade”.
Além disso, buscou-se com a pesquisa uma forma de inserir mais
efetivamente o profissional de biblioteconomia nesse campo de trabalho, trazendo o
entendimento sobre o perfil do profissional atuante nesse ramo.
Enfim, propõe-se, dar continuidade a esse trabalho, a partir da sua
aplicabilidade em estudos futuros, trazendo um maior aprofundamento sobre a
temática.
37
A biblioterapia é um auxílio importante que gera resultados positivo na vida
das pessoas, e especificamente para os idosos, então, se faz necessário, que esta
seja difundida e compreendida.
Espera-se que esse trabalho tenha agregado entendimento sobre a
importância da biblioterapia e assim contribuido com a sua promoção, mostrando
que a biblioterapia vai além de uma leitura, mas é uma forma de resgate pessoal,
que sana feridas e proporciona sensações positivas, atuando na ressocialização de
pessoas e mostrando a elas que são partes importantes de um todo.
38
REFERÊNCIAS
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41
APÊNDICE
FICHA DE ACOMPANHAMENTO
Nome:
Idade:
Estado Civil:
Motivo pelo qual se encontra na ILPI:
Problemas de saúde:
Estado emocional:
Gosta de ler?
Sim, quais gêneros?
Não, motivo?
FICHA DE ACOMPANHAMENTO
Avalie abaixo como está se sentindo hoje ou como se sentiu na maior parte
do dia ( pré sessão)
( ) muito feliz ou muito animado
( ) feliz ou animado
( ) nem feliz nem triste, indiferente
( ) um pouco triste e desanimado
( ) triste ou desanimado
( ) muito triste
Avalie abaixo como está se sentindo agora. ( pós sessão)
( ) muito feliz ou muito animado
( ) feliz ou animado
( ) nem feliz nem triste, indiferente
( ) um pouco triste e desanimado
( ) triste ou desanimado
( ) muito triste
O que achou da historia de hoje?