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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTECENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
INSTITUTO DE QUÍMICAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
SÍNTESE POR REAÇÃO DE COMBUSTÃO MODIFICADA ECARACTERIZAÇÃO DAS FERROPEROVSKITAS DE LBFO
APLICADOS A MULTIFERRÓICOS
Alciney Miranda CabralTese de Doutorado
Natal/RN, junho de 2017
ALCINEY MIRANDA CABRAL
SÍNTESE POR REAÇÃO DE COMBUSTÃO MODIFICADA E CARACTERIZAÇÃO DAS
FERROPEROVSKITAS DE LBFO APLICADOS A MULTIFERRÓICOS
Tese de Doutorado submetido ao Programa de
Pós-Graduação em Química da UFRN, como pré-
requisito à obtenção do Grau de Doutor em
Química.
Orientador: Prof. Dr. Ademir Oliveira da Silva
Co-Orientador: Prof. Dr. João Bosco Lucena de Oliveira
Natal, RN
Junho/2017
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / SISBI / Biblioteca Setorial
Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET.
Cabral, Alciney Miranda.
Síntese por reação de combustão modificada e caracterização das
ferroperovskitas de LBFO aplicados a multiferróicos / Alciney Miranda Cabral. -
Natal, 2017.
197 f.: il.
Orientador: Prof. Dr. Ademir Oliveira da Silva.
Coorientador: Prof. Dr. João Bosco Lucena de Oliveira.
Tese (doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de
Ciências Exatas e da Terra. Instituto de Química. Programa de Pós-Graduação em
Química.
1. Perovskitas – Tese. 2. BiFeO3 – Tese. 3. Multiferróicos – Tese. 4. Dielétricos
– Tese. 5. Antiferromagnetismo – Tese. I. Silva, Ademir Oliveira da. II. Oliveira,
João Bosco Lucena de. III. Título.
RN/UF/BSE-CCET CDU: 549.641(043.2)
Ao meu Deus e a minha família.
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; e o conhecimento do Santo é o
entendimento.”
Provérbios Cap. 9, Vers. 10
“Há duas formas para viver a vida: Uma é acreditar que não existe milagre; A outra é
acreditar que todas as coisas são um milagre.”
Albert Einstein
AGRADECIMENTOS
Ao Senhor Jesus Cristo pelo Amor incondicional e por cuidados com a minha vida.
À minha mãe, Maria de Fátima Miranda que me orientou a lutar pela realização dos
meus projetos, sempre colocando a frente o amor, a fé, a esperança e o trabalho. A minha
irmã, Alessandra Miranda pelas palavras de incentivo, pela colaboração em meus projetos e
iniciativas. Ao meu pai, Antônio Dantas, pelo apoio e por acreditar que a educação é herança
inigualável.
Aos irmãos da Igreja que desde minha adolescência acompanha minha trajetória e
estudos iniciais, dos grupos de louvores e orações. Aos meus pastores Reynaldo Odilo
Martins Soares e Martim Alves da Silva pelas orações e valiosos aconselhamentos.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte pelo Suporte Acadêmico. Ao Prof.
Dr. João Bosco Lucena de Oliveira que desde minha graduação me orientou em projetos
importantes para a ciência no Brasil e na comunidade científica internacional. Além de sua
valiosa orientação, compreensão, e por sempre está disponível a tirar dúvidas a respeito dos
métodos físicos químicos.
Ao Prof. Dr. Ademir Oliveira da Silva que é meu professor desde a graduação onde
estudei as teorias iniciais da Química Inorgânica Teórica e Experimental, por ele tenho grande
respeito.
A todos os meus professores da graduação e Pós-Graduação por fornecer seus valiosos
conhecimentos científicos na área de Química.
Ao Instituto de Química da UFRN e a Central Analítica, seus professores e
funcionários pelo suporte.
Ao Programa de Pós-Graduação em Química pelo ambiente de estudos e transmissão
de conhecimento. Aos meus colegas de laboratório.
Ao INCT-CSF na pessoa do Prof. Dr. Adaildo Gomes D’ Aassunção chefe do
Departamento de Engenharia de Comunicações (DCO), Prof. Dr. Ronaldo de Andrade
Martins e ao Laboratório de Micro-ondas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
pela criação de um diálogo interdisciplinar com as Engenharias e Física.
Ao professor Dr. José Humberto de Araújo e a Reben Rudson Mendes Gomes do
Departamento de Física Teórica e Experimental (DFTE) UFRN, pelo auxílio e o uso dos
equipamentos.
A Capes pelo fomento dos meus estudos e pelo auxílio bibliográfico.
RESUMO
O desafio inovador deste trabalho foi aplicar o método químico de Síntese por Reação de
Combustão adaptada às perovskitas multiferróicas BiFeO3, nas suas formas monofásicas.
Inicialmente, foi realizado a síntese para o BFO nas temperaturas após a reação (BFOP.C.), a
700 oC (antes da Temperatura de Curie, BFO700) e a 830
oC (próxima a Temperatura de
Curie, BFO830). Na segunda etapa da síntese, foi definida a temperatura de 700 oC no sistema
de dopagens LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30), formando BFO700, L0.10BFO700,
L0.20BFO700 e L0.30BFO700. Os materiais sintetizados foram caracterizados por
Refinamento de Rietveld (DRX – Rietveld), Espectroscopia no Infravermelho Médio com
Transformada de Fourier (FTIR), Microscopia Eletrônico de Varredura com Espectroscopia
por Energia Dispersiva (MEV/EDS/MAPEAMENTO), Análises Térmicas (TG/DTA),
Propriedades Magnéticas e Elétricas (𝑉𝑆𝑀, ɛ’, ɛ’’ 𝑒 𝑇𝑎𝑛 𝛿). Os resultados das análises dos
parâmetros estruturais, elétricos e magnéticos das perovskita de BiFeO3 (BFO) nas fases
monofásicas, indicaram simetria/grupo espacial Romboédrica/𝑅3𝑐 (BFOP.C.),
Romboédrica/𝑅3𝑐 (BFO700) e Triclínica/𝑃1 (BFO830) nas cerâmicas. As dopagens por La3+
nas amostras BFO700, L0.10BFO700, L0.20BFO700 e L0.30BFO700 proporcionam
diferentes valores Magnéticos de Saturações e resultaram Romboedral/𝑅3𝑐 -
0.011314 µ𝐵. [𝑓. 𝑢. ]−1, Ortorrômbico/𝑃𝑛𝑚𝑎 - 0.006516 µ𝐵. [𝑓. 𝑢. ]−1, Ortorrômbico/𝑃𝑏𝑛𝑚 -
0.011503 µ𝐵. [𝑓. 𝑢. ]−1e Ortorrômbico/𝑃𝑏𝑛𝑚 - 0.009509 µ𝐵. [𝑓. 𝑢. ]−1respectivamente. As
análises por FTIR/DRX – Rietveld evidenciaram vibrações características em 530.34, 531.61
e 551.51cm-1
que atribuídos são às perovskitas de BiFeO3 com distorção octaedral (FeO6). O
estudo das estruturas sintetizadas apontaram para as cerâmicas antiferromagneticas com
distorção octaedral. Na faixa 0 – 0.5 GHz a dieletricidade das cerâmicas foi maior que 6 e a
tangente de perdas menores que -0.13. O fator de qualidade da antena com as amostras
cerâmicas apresentaram valores entre -10 dB e -25dB. Os resultados indicaram o alto
potencial do BFO e LBFO como substratos cerâmicos químicos em antenas magnetoferróicas.
Palavras Chaves: Perovskitas, BiFeO3, Multiferróicos, Dielétricos e Antiferromagnetismo.
ABSTRACT
The innovative challenge of this work was to apply the chemical synthesis method by
combustion reaction adapted to multiferroic perovskite in the forms BiFeO3 single. Initially,
the synthesis of the BFO in temperatures after the reaction (BFOP. C.), 700 oC (before to
curie temperature, BFO700) and 830 oC (near to curie temperature, BFO830). Secondly, the
synthesis was defined the temperature of 700 oC in the doping system LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00,
0.10, 0.20 and 0.30), forming BFO700, L0.10BFO700, L0.20BFO700 and L0.30BFO700.
The sintetized materials were characterized by Rietveld Refinement (DRX – Rietveld),
Medium Fourier Transform Infrared Spectroscopy (FT – IR), Scanning Electron Microscopy
and Energy Dispersive X – ray Spectroscopy (SEM/EDX/MAPPING), Thermical Analysis
(TG/DTA), Magnetic and Electrical Properties (𝑉𝑆𝑀, ɛ’, ɛ’’ and 𝑇𝑎𝑛 𝛿). The analytical results
of the structural parameters, eletrics and magnetics of the perovskites of BiFeO3 (BFO), in the
single phases, indicated symmetry/space group Rhombohedral/𝑅3𝑐 (BFOP.C.),
Rhombohedral/𝑅3𝑐 (BFO700) and Triclinic/𝑃1 (BFO830) in the ceramics. The doping by
La3+
in the samples BFO700, L0.10BFO700, L0.20BFO700 and L0.30BFO700 showed
different magnetic saturation of materials, resulting in Rhombohedral/𝑅3𝑐 -
0.011314µ𝐵. [𝑓. 𝑢. ]−1, Orthorhombic/𝑃𝑛𝑚𝑎 - 0.006516 µ𝐵. [𝑓. 𝑢. ]−1, Orthorhombic/𝑃𝑏𝑛𝑚 -
0.011503 µ𝐵. [𝑓. 𝑢. ]−1and Orthorhombic/𝑃𝑏𝑛𝑚 - 0.009509 µ𝐵. [𝑓. 𝑢. ]−1 respectively. The
analysis by FT – IR/XRD – Rietveld showed vibration characteristics in 530.34, 531.61 and
551.51cm-1
that are attribute to perovskites of BiFeO3 with octahedral distortion (FeO6). The
study of the sintetized structures pointed for the antiferromagnetic ceramics with an behaviour
octaedral distortion. In the range 0 – 0.5 GHz, the dielectricity of the ceramics was more that
6 and the smaller loss tangent that -0.13. The quality factor of the antenna with the ceramic
samples presented value between -10 dB and -25dB. The results indicated the potential high
of the BFO and LBFO as substrates chemical ceramics in magnetoferroic antennas.
Keywords: Perovskite, BiFeO3, Multiferroic, Dieletrics and Antiferromagnetism.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
𝐴 Ampère
𝐷𝑇𝐴 Análise Térmica Diferencial
𝑇𝐺 Análise Termogravimétrica
𝐷𝑇𝐺 Análise Termogravimétrica Derivada
Å Angström
𝜃𝐵 Ângulo de Bragg da Reflexão
𝐴𝐹𝑀 Antiferromagnetismo
Air Ar Atmosférico
𝑐𝑎𝑙 Calorias
𝐷𝑆𝐶 Calorimetria Exploratória Diferencial
�� Campo Elétrico Aleatório
𝐸𝑖 Campo Elétrico Infinitesimal
�� Campo Magnético Aleatório
𝐵𝑎 Campo Magnético Aplicado
𝐻𝑐 Campo Magnético Coercitivo
�� 𝑒 Campo Magnético Molecular
ʗ Capacitância
ʗ0 Capacitância Inicial
Ф𝑒 Coeficiente Estequiométrico Elementar
𝛼𝑖𝑗 , 𝛽𝑖𝑗, 𝛾𝑖𝑗 Coeficientes de Acoplamento Elétrico
𝜆 Comprimento de Onda da Fonte de Raios – X
𝐺 Condutância
𝑐𝑡𝑒 Constante
𝐶 Constante de Curie
ℎ Constante de Planck
𝜃 Constante de Weiss
DFTE Departamento de Física Teórica e Experimental
𝑑ℎ𝑘𝑙 Distância Interplanares
∆𝑐𝑓 Divisão do Campo Cristalino Cúbico
𝐷1,𝐷2 Domínio de Parede
𝑒𝑉 Eletrovolts
𝐸𝐸𝐶𝐶 Energia de Estabilização do Campo Cristalino
𝐹 Energia Livre de Helmholtz
∆𝐻𝑝𝑜 Entalpia Padão dos Produtos
∆𝐻𝐶𝑜𝑚𝑏.𝑜 Entalpia Padrão de Combustão
∆𝐻𝑓𝑜 Entalpia Padrão de Formação
∆𝐻𝑝𝑜 Entalpia Padrão dos Produtos
∆𝐻𝑟𝑜 Entalpia Padrão dos Reagentes
𝐸𝐷𝑆, 𝐸𝐷𝑋 Espectroscopia de Raios – X por Dispersão em Energia
𝑅 Fator de Rietveld
𝛽𝑖𝑗 Fator de Rietveld Anisotrópico
𝐵𝑖𝑠𝑜 Fator de Rietveld Anisotrópico
𝑅𝐵 Fator de Rietveld de Bragg
𝐵 Fator de Rietveld de Dispersão Térmica
𝑅𝐹 Fator de Rietveld de Formação
𝜒2 Fator de Rietveld de Goodness
𝑀 Fator de Rietveld Debye Waller
𝐵 Fator de Rietveld Dispersão Térmica
𝑅𝑒𝑥𝑝 Fator de Rietveld Esperado
𝑅𝑤𝑝 Fator de Rietveld Perfil Ponderado
𝑤𝑖 Fator de Rietveld Peso Estatístico
𝑅𝑝 Fator de Rietveld Ponderado
𝐵𝐹𝑂 Ferrita de Bismuto
𝐿𝐵𝐹𝑂 Ferrita de Bismuto dopada com o Lantânio
𝐹𝑀 Ferromagnetismo
[f. u. ] 𝑒 [𝑓. 𝑢. ] Fórmula de Célula Unitária
𝐹 Freqüência
𝐺 Gauss
𝑔 Giro magnético
𝐺𝐾 Goodenough Kanamori
𝑅3𝑐, 𝑃𝑛𝑚𝑎, 𝑃𝑏𝑛𝑚, 𝑃1 Grupo Espacial
ℎ𝑘𝑙 Índices de Miller
𝐹𝑇𝐼𝑅 Infravermelho Médio por Transformada de Fourier
𝐼𝑘𝑜, 𝐼𝑘𝑐 Intensidades de Rietveld Integradas Observada e Calculada
𝚥 Joule
LMMM Laboratório de Magnetismo e Materiais Magnéticos
𝐹𝑊𝐻𝑀 Largura Total Meia no Máximo dos Picos
𝛹 Libra Força por Polegada Quadrada
M Magnetização Normal
𝑉𝑆𝑀 Magnetização por Amostra Vibrante
𝑀𝑅 Magnetização Remanescente
𝑀𝑆 Magnetização Saturação
𝑀𝐸 Magnetoelétrico
µ𝐵 Magnéton de Bohr
𝑚𝑒 Massa do Elétron
µ𝑚 Micrômetros
𝑀𝐸𝑉 Microscopia Eletrônica de Varredura
𝑀𝐶𝑂 Mistura Convencionais de Óxidos
𝐽 Momento Angular Total
𝑚𝑠 Momento de Spin Individual
𝑆 Momento de Spin Total
𝑒𝑚𝑢 Momento Magnético
𝑛𝑚 Nanometros
𝑍 Número das Fases da Forma Cristalina
𝑃 Número de Parâmetros no Difrato grama
𝑒𝑔 Orbitais Duplamente Degenerados
𝑡2𝑔 Orbitais Triplamente Degenerados
𝑅.𝑀. 𝑆 Parâmetros da Microestrutura obtida por Rietveld
𝑎∗, 𝑏∗, 𝑐∗ Parâmetros de Rede na Estrutura Cristalina
𝑃𝐷 Parede de Domínio
µ Permeabilidade Elétrica
µˈˈ Permeabilidade Elétrica Imaginária
µˈ Permeabilidade Elétrica Real
µ𝑒𝑓 Permeabilidade Magnética Efetiva
µ0 Permeabilidade Magnética no Vácuo
ɛ Permissividade Elétrica
ɛ′′ Permissividade Elétrica Imaginária
휀0 Permissividade Elétrica no Vácuo
𝜅′, ɛ′ Permissividade Elétrica Real
휀𝑟 Permissividade Elétrica Relativa
𝑦𝑖𝑜, 𝑦𝑖𝑐 Ponto Medido Observado e Calculado
𝑠𝑖𝑔, 𝑆 Qualidade do Refinamento de Rietveld
𝛥 Separação Total do Campo Cristalino
휀𝑖𝑗 , 휀𝑗𝑖 Simetria do Tensor Elétrico
𝑆𝑅𝐶 Síntese por Reação de Combustão
S Spin Total
𝑒 Susceptibilidade Elétrica do Material
Susceptibilidade Magnética
𝑝 Susceptibilidade Paramagnética
𝑡𝑎𝑛 𝛿, 𝑇𝑎𝑛 𝛿 Tangente de Perdas Elétricas
𝑇𝑎 Temperatura da Amostra
𝑇𝐶 Temperatura de Curie
𝑇𝑁 Temperatura de Néel
𝑇𝑟 Temperatura de Referência
𝐾 Temperatura em Kelvin
𝑉 Tensão em Volts
𝑇 Tesla
�� 𝑎 Vetor Campo Magnético Aplicado
�� 𝑒 Vetor Campo Magnético Molecular
�� Vetor Deslocamento Elétrico
�� 𝑧 Vetor Energia Dipolo Magnético
�� Vetor Indução Magnética
µ 𝐿 Vetor Momento Angular Orbital
�� Vetor Momento Angular Orbital Total
𝐽 Vetor Momento Angular Total
𝑉 Volume
𝛻 Volume Divergente
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Posições atômicas para a Perovskita, Romboédrica 𝑅3𝑐 (ABO3). .......................... 30
Tabela 2. Íons e Raios Iônicos para Número de Coordenação 6. ............................................ 31
Tabela 3. Fator de Tolerância de Gold Schmidt LBFO. .......................................................... 32
Tabela 4. Classificação dos Materiais em termos de Propriedades Magnéticas. .................... 37
Tabela 5. Momentos Magnéticos Calculados de Cátions em Complexos de Alto Spin e
Temperatura Ambiente. ............................................................................................................ 40
Tabela 6. Perovskita (ABO3) Magnetização de Saturação Teórica. ........................................ 48
Tabela 7. Materiais Cerâmicos de BiFeO3, Métodos e Aplicações. ........................................ 69
Tabela 8. Alguns Óxidos Preparados por Combustão. ............................................................ 72
Tabela 9. Relação entre Moléculas Compostos e Valência. .................................................... 72
Tabela 10. Parâmetros Termodinâmicos dos Reagentes e Produtos Formados. ..................... 74
Tabela 11. Reações de Combustão dos Óxidos de Bi2O3(s), La2O3(s) e Fe2O3(s) com Uréia. ... 74
Tabela 12. Equações para o Cálculo da Distância Interplanares dhkl, com Base nos Parâmetros
de Índice de Miller das Células Unitários dos Principais Sólidos Cristalinos. ........................ 82
Tabela 13. Os Fatores mais comuns que podem afetar as medidas de TG. ............................. 91
Tabela 14. Reagentes químicos utilizados na síntese BiFeO3 (P.C., BFO700 e BFO830) Bi1-
xLaxFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) nas temperaturas de 700 oC. ......................................... 96
Tabela 15. Etapas das Reações de Combustão Adaptada para as Cerâmicas de LBFO. ....... 100
Tabela 16. Detalhes de DRX-Rietveld para BiFeO3 (BFOP.C.),(BFO700) e (BFO830). ..... 109
Tabela 17. Parâmetros das Células Refinamento de Rietveld dos respectivos DRXs, BiFeO3
(BFOP.C.), (BFO700) e (BFO830). ....................................................................................... 109
Tabela 18. Configuração espacial obtida pelo Refinamento de Rietveld dos DRXs
respectivos, BiFeO3 (BFOP.C. ), (BFO700 ) e (BFO830). .................................................... 110
Tabela 19. Tipos de Sítios Octaedrais nas Amostras BiFeO3, por Rietveld. ......................... 112
Tabela 20. FTIR BiFeO3 (BFOP.C.), (BFO700 ) e (BFO830). ............................................. 114
Tabela 21. Resultados EDS BFOP.C., BFO700 e BFO830. ................................................. 121
Tabela 22. MEV/DRX Rietveld Tamanho da Partícula BiFeO3. ........................................... 121
Tabela 23. Análises Magnéticas e Tamanho da Partícula BiFeO3. ....................................... 124
Tabela 24. Análises Comparativas das Cerâmicas de BiFeO3. ............................................. 131
Tabela 25. Detalhes dos Parâmetros DRX-Rietveld para DRX LaxBi 1-x FeO3 (x= 0.00, 0.10,
0.20 e 0.30 ) à 700 oC. ............................................................................................................ 135
Tabela 26. Parâmetros das Células Refinamento de Rietveld dos respectivos, DRX LaxBi1-
xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30 ) à 700 oC. ......................................................................... 135
Tabela 27. Configuração espacial obtida pelo Refinamento de Rietveld, DRX LaxBi1-xFeO3
(x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30 ) à 700 oC. .................................................................................... 136
Tabela 28. Atribuições FTIR LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30 ) a 700 oC. ............. 139
Tabela 29. Resultados EDS da Estrutura LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30). ........... 148
Tabela 30. MEV/DRX Rietveld Tamanho de Grão LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30).
................................................................................................................................................ 148
Tabela 31. Parâmetros de MEV/DRX Rietveld para LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30).
................................................................................................................................................ 149
Tabela 32. Resultados TG, das Cerâmicas BFOP.C., L0.10BFOP.C. , L0.20BFOP.C. e
L0.30BFOP.C. ........................................................................................................................ 150
Tabela 33. Resultados DTA, das Cerâmicas BFOP.C., L0.10BFOP.C. , L0.20BFOP.C. e
L0.30BFOP.C. ........................................................................................................................ 152
Tabela 34. Análises dos Parâmetros Magnéticos e Estruturais das Cerâmicas de LaxBi1-xFeO3
(x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30). ................................................................................................... 156
Tabela 35. Conversão de dados Experimentais Magnetização de Saturação para as Estruturas
LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30). ............................................................................. 162
Tabela 36. Comparativo Teóricos e Experimentais das Magnetização de Saturação das
Cerâmicas. .............................................................................................................................. 163
Tabela 37. Análises Elétricas das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30). ..... 167
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. BiFeO3 (ABO3) Romboédral, com Sítios Octaédricos de FeO6, grupo espacial 𝑅3𝑐.
.................................................................................................................................................. 29
Figura 2. Bi1-xLnxFeO3 (x= ...) (a) Mudanças de Grupo Espaciais com a dopagem de
Lantanídeos, Bi1-xLnxFeO3 (b). ................................................................................................. 33
Figura 3. Material Paramagnético (a), Ferromagnético alinhado com um Campo Magnético
Externo (b) Antiferromagnético (c) Ferrimagnético (d). .......................................................... 37
Figura 4. Propriedades de alguns Óxidos e suas Classificações Elétricas e Magnéticas (a) as
interações com suas funcionalidades podem exibir A1(Ferroeletricidade), A2 (Acoplamento
Magnetoelétrico), A3 (Ferromagnetismo), A4 (Piezoeletricidade) A5 (Ferroelásticidade) e A6
(Magnetoestenção) (b). ............................................................................................................. 41
Figura 5. Desdobramento do Campo Cristalino para o Cátion Fe3+
em Alto Spin. ................ 43
Figura 6. Interação dos Orbitais do Metal com os Ligantes 𝐴𝐹𝑒𝑂3 (a) e Orbitais “d” visto
num Cubo (b). ........................................................................................................................... 44
Figura 7. Célula 𝐴𝐵𝑂3 de ângulo de ligação 180o (𝐹𝑒3+— 𝑂 —𝐹𝑒3 +
) em
Antiferromagnéticas (𝐴𝐹𝑀) (a) e (b), Ferromagnéticas (𝐹𝑀) (c). .......................................... 45
Figura 8. Tipos de Ordenamentos Antiferromagnétimo, com os Estado de Spin (+, para cima)
e (-, para baixo) (a) Antiferromagnético do Tipo – 𝐺, BiFeO3 (b) Sítio Octaedral FeO6,
Fe3+
(c). ...................................................................................................................................... 46
Figura 9. BiFeO3 Romboedral, 𝑅3𝑐 (a) Momentos Magnéticos dos Spins distorcidos de
FeO6, com Vetor de propagação Spin Cicloidal, e mudança de direção periódica (b). ........... 47
Figura 10. Domínios (𝐷1 𝑒 𝐷2) com Magnetização Antiparalela separada por uma Parede de
Bloch (𝑃𝐷) (a) Paredes de Domínios de 180o, (b) e 90
o (c). .................................................... 50
Figura 11. Ciclos de Histerese Magnética. .............................................................................. 51
Figura 12. Tipos de Ciclos de Histerese Magnéticas, Duras (a), Mole (b) e Intermediária (c).
.................................................................................................................................................. 52
Figura 13. Curvas de Histerese Magnética e Comportamento Magnético em Materiais
Diferentes.................................................................................................................................. 53
Figura 14. Dielétricos de diferentes Cerâmicas Sintetizadas em Laboratório......................... 54
Figura 15. Capacitor de placa, caso de DC (a) AC (b)............................................................ 58
Figura 16. Variação das dieletricidades Real e Imaginária, com a Frequência de Estrutura. . 60
Figura 17. Diagrama do Vetor Tangente de Perda. ................................................................. 60
Figura 18. Capacitor Cilíndrico. .............................................................................................. 61
Figura 19. Estados Eletrônicos antes e após a Excitação (a) de um elétron da Banda de
Valência em Banda de Condução (b). ...................................................................................... 63
Figura 20. Análise das buscas dos documentos por área de estudo na temática “Synthesis
Perovskite” (Síntese de Perovskitas). ....................................................................................... 65
Figura 21. Artigos por nacionalidade Síntese de Perovskitas. ................................................ 66
Figura 22. Diagrama de fase do BiFeO3 (a) fases região (α : 1- Bi2O3, 2 - BiFeO3, 3 -
Bi2Fe4O9 e 4 - Estados amorfos) (b). ........................................................................................ 67
Figura 23. (MCO) do BiFeO3. ................................................................................................. 67
Figura 24. Análise das buscas dos documentos por área de estudo em síntese química de
BiFeO3. ..................................................................................................................................... 68
Figura 25. Análise das buscas dos artigos por nacionalidade de primeiro autor com área de
estudo em Síntese Química de BiFeO3. .................................................................................... 68
Figura 26. Esquema de um Espectrômetro de Raios-X com tubo de Raios-X........................ 77
Figura 27. Espectro de Comprimento de Ondas de Emissões de Raios-X. ............................. 78
Figura 28. Diagrama de energias das transições principais de Emissão de Raios-X. ............. 80
Figura 29. Feixe de Raios-X, sobre a Superfície de um Sólido. ............................................. 81
Figura 30. Trabalhos e Citações, DRX - Refinamento de Rietveld. ........................................ 83
Figura 31. Diagrama esquemático de um Microscópio Eletrônico de Varredura.105 ............ 87
Figura 32. Espectro Eletromagnético, estão registradas em números de onda (cm-1
). ............ 89
Figura 33. Esquema da Análise FTIR. .................................................................................... 90
Figura 34. Diagrama do Magnetômetro de Amostra Vibrante (𝑉𝑆𝑀). ................................... 93
Figura 35. Esquema do Método de Combustão Adaptada, para a formação BiFeO3 (BFOP.C.,
BFO700 e BFO830). ................................................................................................................ 97
Figura 36. Representa das 4 etapas da Reações de Combustão para BiFeO3, Inicial – Ignição
(a) Progresso I (b) Progresso II (c) e Finalização (d). .............................................................. 98
Figura 37. Estruturas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) sinterizadas a 700 oC,
respectivamente (BFO700, BFO700, L0.10BFO700, L0.20BFO700 e L0.30BFO700). ...... 100
Figura 38. Infravermelho Médio (FTIR) da Perkin Elmer (a) discos de KBr com amostras de
Ferritas de Bismuto III e Lantânio III (b). .............................................................................. 101
Figura 39. Kit geral formado por Analisador de Rede Acoplador Direcional (a) e sem
Amostra (b) com Amostra de Ferrita (c). ............................................................................... 103
Figura 40. Analisador de Redes para Semissólidos (a) Estrutura Acrílica com Amostra de
Ferrita (b) Probe (c) e Conjunto Probe - Amostra (d). ........................................................... 104
Figura 41. DRX - Rietveld, BiFeO3 pós combustão (BFOP.C.)............................................ 107
Figura 42. DRX – Rietveld para BiFeO3 700 oC (BFO700). ................................................. 107
Figura 43. DRX – Rietveld para BiFeO3 830 oC (BFO830). ................................................. 108
Figura 44. A Qualidade do Refinamento de Rietveld para a Estrutura BiFeO3. ................... 110
Figura 45. Fator Isotrópico obtido pelo Refinamento de DRX-Rietveld, para as Estruturas
BiFeO3. ................................................................................................................................... 111
Figura 46. FTIR das Cerâmicas BiFeO3 (BFOP.C. ), (BFO700 ) e (BFO830). .................... 113
Figura 47. MEV BFOP.C, Aproximações 5000x (a) e 10000x (b). ...................................... 115
Figura 48. MEV BFO700, Aproximações 5000x (a) e 10000x (b). ..................................... 115
Figura 49. MEV BFO830, aproximações 5000x (a) e 10000x (b). ....................................... 116
Figura 50. MEV a 10000x e Mapeamentos Elementos Fe/Bi, BFOP.C. .............................. 117
Figura 51. MEV a 10000x e Mapeamentos Elementos Fe/Bi, BFO700. .............................. 118
Figura 52. MEV a 10000x e Mapeamentos Elementos Fe/Bi, BFO830. .............................. 119
Figura 53. Histograma Análise do EDS para BiFeO3. .......................................................... 120
Figura 54. Histograma Tamanho Média das Partículas MEV. .............................................. 120
Figura 55. TG/DTA das Cerâmica BiFeO3 após a Combustão. ............................................ 122
Figura 56. VSM das Cerâmicas BiFeO3 (BFOP.C.), (BFO700 ) e (BFO830). ..................... 124
Figura 57. Variação do Campo Coercitivo com a Magnetização de Saturação, Remanescente
das Estruturas BiFeO3. ............................................................................................................ 125
Figura 58. Variação do Campo Coercitivo, Magnetização Remanescente e Tamanho da
Partícula BiFeO3. .................................................................................................................... 126
Figura 59. Permissividade Elétrica e Tangente de Perdas da Estrutura BFOP.C.................. 127
Figura 60. Permissividade Elétrica e Tangente de Perdas da Estrutura BFO700. ................ 128
Figura 61. Permissividade Elétrica e Tangente de Perdas da Estrutura BFO830. ................ 128
Figura 62. Permissividades Elétricas das Estruturas BFO para BiFeO3. .............................. 129
Figura 63. Tangente de Perdas Elétricas das Estruturas BFO para BiFeO3. ......................... 130
Figura 64. Permissividades Elétricas e Tangentes de Perdas para as Estruturas BiFeO3. .... 130
Figura 65. DRX-Rietveld BiFeO3 (BFO700), Simetria Romboédrica/𝑅3𝑐. .......................... 132
Figura 66. DRX-Rietveld La0.10Bi0.90FeO3 (L0.10BFO700), Simetria Ortorrômbica/𝑃𝑛𝑚𝑎.
................................................................................................................................................ 133
Figura 67. DRX-Rietveld La0.20Bi0.80FeO3 (L0.20BFO700), Simetria Ortorrômbica/𝑃𝑏𝑛𝑚.
................................................................................................................................................ 133
Figura 68. DRX-Rietveld La0.30Bi0.70FeO3 (L0.30BFO700), Simetria Ortorrômbica/𝑃𝑏𝑛𝑚.
................................................................................................................................................ 134
Figura 69. Romboedral/R3c BiFeO3(a), Ortorrômbico/Pnma (La0.10Bi0.90FeO3)(b)
Ortorrômbico/Pbnm (La0.20Bi0.80FeO3 e La0.30Bi0.70FeO3)(c) e (d). ....................................... 137
Figura 70. FTIR das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) à 700 oC. .......... 138
Figura 71. MEV a 1000x (100 𝑢𝑚) (A) 5000x (20 𝑢𝑚)(B) 10000x (10 𝑢𝑚) (C),
Aproximação 10000x (10 𝑢𝑚) (D) e com Espectro de EDS (E) da Amostra BFO700. ........ 140
Figura 72. Aproximação de 10000x (10 𝑢𝑚) (A) Mapa dos Elementos Bi (B) e Ferro (C) da
Amostra BFO700. ................................................................................................................... 141
Figura 73. MEV a 1000x (100𝑢𝑚) (A) 5000x (20𝑢𝑚) (B) 10000x (10𝑢𝑚) (C), Aproximação
10000x (10𝑢𝑚) (D) e com Espectro de EDS (E) da Amostra L0.10BFO700. ...................... 142
Figura 74. Aproximação de 10000x (10 𝑢𝑚) (A) Mapa dos Elementos Bi (B), Ferro (C),
Lantânio (D) da Amostra L0.10BFO700. ............................................................................... 143
Figura 75. MEV a 1000x (100𝑢𝑚) (A) 5000x (20 𝑢𝑚) (B) 10000x (10 𝑢𝑚) (C),
Aproximação 10000x (10 𝑢𝑚) (D) e com Espectro de EDS (E) da Amostra L0.20BFO700.
................................................................................................................................................ 144
Figura 76. Aproximação de 1000x (100 𝑢𝑚) (A) Mapa dos Elementos Bi (B) Ferro (C) e
Lantânio (D) da Amostra L0.20BFO700. ............................................................................... 145
Figura 77. MEV a 1000x (100 𝑢𝑚) (A) 5000x (20 𝑢𝑚) (B) 10000x (10 𝑢𝑚) (C),
Aproximação 10000x (10 𝑢𝑚) (D) e com Espectro de EDS (E) da Amostra L0.30BFO700.
................................................................................................................................................ 146
Figura 78. Aproximação de 1000x (100 𝑢𝑚) (A) Mapa dos Elementos Bi (B) Ferro (C) e
Lantânio (D) da Amostra L0.30BFO700. ............................................................................... 147
Figura 79. Histograma Teórico-Experimental, EDS da estrutura LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10,
0.20 e 0.30). ............................................................................................................................ 149
Figura 80. Curvas TG das Cerâmicas BFOP.C, L0.10BFOP.C, L0.20BFOP.C e
L0.30BFOP.C. ........................................................................................................................ 150
Figura 81. DTA das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) P.C. .................. 152
Figura 82. VSM das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) a 700 oC. .......... 154
Figura 83. VSM das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (0.00, 0.10, 0.20 e 0.30). .............................. 155
Figura 84. Variação do Campo Coercitivo com a Magnetização de Saturação, Remanescente
das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) a 700 oC. ............................................ 156
Figura 85. Variação do Campo Coercitivo com a Magnetização de Saturação e o Tamanho
dos Grãos. ............................................................................................................................... 157
Figura 86. Variação do Campo Coercitivo com Magnetização Remanescente e o Tamanho
dos Grãos. ............................................................................................................................... 158
Figura 87. Momento Magnético de SPIN, diagrama de Supercargas Sítios Octaedrais FeO6
(BiFeO3). ................................................................................................................................ 159
Figura 88. Tendência da Magnetização de Saturação Teóricos e Experimentais com o
Tamanho de Grãos das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) a 700 oC. ....... 163
Figura 89. Permissividade Elétrica Real para LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30). .... 165
Figura 90. Permissividade Elétrica Imáginaria para LaxBi1-xFeO3 ( x= 0.00, 0.10, 0.20 e
0.30). ....................................................................................................................................... 166
Figura 91. Tangente de Perdas das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30). .. 167
Figura 92. Ressoador de Microfita 4T FR4 (1.6 mm)(a) com Amostras (b). ....................... 168
Figura 93. Resultado Experimentais para reflexão da Antena Ressoadora de Microfita 4T,
sem (Air) e com amostras [LaxBi1-xFeO3 (x= 0, 0.10, 0.20 e 0.30)]. ..................................... 169
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO E OBJETIVOS ................................................................ 21
1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS ............................................................................................................... 22
1.1. Introdução ............................................................................................................................................... 22
1.2. Objetivos ................................................................................................................................................. 24
1.2.1. Objetivos Gerais ................................................................................................................................. 24
1.2.2. Objetivos Específicos ......................................................................................................................... 24
CAPÍTULO 2: FERRITA DE BISMUTO (III), PEROVSKITA MULTIFERRÓICA ... 25
2. FERRITA DE BISMUTO (III), PEROVSKITA MULTIFERRÓICA .................................................. 26
2.1. O Surgimento das Eletromagnetocerâmicas (EMC) ........................................................................... 26
2.2. Configurações Geométricas das Ferritas de Bismuto III .................................................................... 29
2.3. Fenômenos Magnéticos Fundamentais das Perovskitas de Ferro (AFeO3) ....................................... 34
2.4. Cerâmicas Multiferróicos de Perovskitas de Ferro e Bismuto III dopadas com Ln+3
...................... 41
2.5. Princípios Básicos, Domínio e Curvas de Histerese Magnética das Cerâmicas LBFO .................... 49
2.6. Parâmetros de Condução e Dielétricidade das Cerâmicas LBFO ...................................................... 54
CAPÍTULO 3: MÉTODOS DE SÍNTESE DOS MULTIFERRÓICOS ........................... 64
3. MÉTODOS DE SÍNTESE DOS MULTIFERRÓICOS .......................................................................... 65
3.1. Métodos de Sínteses das Perovskitas .................................................................................................... 65
3.2. Síntese de Reação por Combustão Aplicada ao LBFO ....................................................................... 70
CAPÍTULO 4: MÉTODOS DE ANÁLISES DAS CERÂMICAS ..................................... 75
4. MÉTODOS DE ANÁLISES DAS CERÂMICAS .................................................................................... 76
4.1. A Difração de Raios – X ......................................................................................................................... 76
4.2. Refinamento (DRX - Rietveld) ............................................................................................................... 83
4.3. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV/EDS) ............................................................................ 86
4.4. Espectroscopia no Infravermelho Médio – FTIR ................................................................................ 89
4.5. Análise Termogravimétrica (TG) e Análise Térmica Diferencial (DTA) .......................................... 91
4.6. Magnetômetro de Amostra Vibrante (VSM) ....................................................................................... 93
CAPÍTULO 5: METODOLOGIA EXPERIMENTAL ...................................................... 95
5. METODOLOGIA EXPERIMENTAL ..................................................................................................... 96
5.1. Materiais e Métodos ............................................................................................................................... 96
5.2. Método adaptado da Reação de Combustão, para a formação dos Sistemas BiFeO3 (BFOP.C.,
BFO700 e BFO830) ............................................................................................................................................. 96
5.3. Metodologia da Síntese de Combustão Adaptada para Bi1-xLaxFeO3 (x= 0.10, 0.20 e 0.30) nas
temperaturas de 700 oC (LBFO700) .................................................................................................................. 99
5.4. Técnicas Experimentais de Caracterizações BFO e LBFO .............................................................. 101
5.4.1. Condições das Análises Difratométricas (DRX) ........................................................................ 101
5.4.2. Condições das Análises Espectroscópicas (FTIR) ..................................................................... 101
5.4.3. Condições das Análises Térmicas (TG/DTA) ............................................................................ 102
5.4.4. Condições das Análises de Magnetização (VSM) ...................................................................... 102
5.4.5. Condições das Análises Microscópicas (MEV/EDS/MAPEAMENTO) .................................. 103
5.4.6. Condições das Análises Elétricas (ɛ′, ɛ′′ 𝒆 𝑻𝒂𝒏 𝜹, 𝑭𝒂𝒕𝒐𝒓 𝑸) ..................................................... 103
CAPÍTULO 6: RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................. 105
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................................................ 106
6.1. Difratometria de Raios - X e aplicação do método de Rietveld; BiFeO3 P.C., BiFeO3 700 oC e
BiFeO3 830 oC .................................................................................................................................................... 106
6.2. Espectroscopia na região do Infravermelho Médio (FTIR) das Cerâmicas BiFeO3 ...................... 113
6.3. Análises de MEV/EDS/MAPEAMENTO BiFeO3: BFOP.C., BFO700 e BFO830 .......................... 115
6.4. As Curvas TG/DTA BiFeO3 Pós Combustão ..................................................................................... 122
6.5. Análises Magnéticas VSM das cerâmicas BiFeO3 (BFOP.C.), (BFO700 ) e (BFO830) .................. 124
6.6. Análises Elétricas das Cerâmicas BiFeO3 (BFOP.C.), (BFO700) e (BFO830) ................................ 127
6.7. DRX - Rietverd LaxBi1-x FeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30 ) à 700 oC ................................................. 132
6.8. Espectroscopia na Região do Infravermelho Médio (FTIR) das cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00,
0.10, 0.20 e 0.30) à 700 oC .................................................................................................................................. 138
6.9. Análises de MEV/EDS/MAPEAMENTO LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) ........................ 140
6.10. Análises Térmicas TG/DTA, LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) ............................................ 150
6.11. Análises Magnéticas de VSM das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) .................. 154
6.12. Análises Elétricas das Cerâmicas, LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) .................................... 165
CAPÍTULO 7: CONCLUSÃO ............................................................................................ 170
7. CONCLUSÃO ........................................................................................................................................... 171
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................... 172
ANEXOS ............................................................................................................................... 197
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
Alciney Miranda Cabral 22
1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
1.1. Introdução
As propriedades e as potencialidades dos multiferróicos têm sido estudadas
intensamente, principalmente, devido à coexistência de duas ou mais ordens ferróicas e
também a dieletricidade e magneticidade que ocorrem, simultaneamente em material
monofásico [1]. Os multiferróicos são materiais que podem ser utilizados em dispositivos
eletroeletrônicos, plasmiônico, spintrônicos, sensores, memórias magnetoelétricas e em
dispositivos de aplicações dielétricas [2]–[4]. Os parâmetros elétricos e magnéticos
proportional aplicações em pesquisas de inovação tecnológicas [5]–[7]. As perovskitas do
composto cerâmico BiFeO3 (BFO) definido como ferrita de Bismuto III, são materiais
multiferróicos que exibem potenciais aplicações elétricas e magnéticas. A monofasicidade do
BiFeO3 (célula primitiva) exibe uma estrutura de perovskita romboedralmente distorcida de
grupo espacial 𝑅3𝑐 com Temperatura de Néel Antiferromagnética (𝑇𝑁 ~ 370 o
C) e de alta
Temperatura de Curie (TC ~ 830 oC). A ferroeletricidade do BiFeO3 (BFO) justifica-se pela
presença de um par de elétrons solitários 6s² do Bi3+
[8], [9], indução a este fenômeno é
originária de correntes ferroelétricas e ferromagnéticas (sítios elétricos e magnéticos) nos íons
de Fe3+
e Bi3+
da perovskita BiFeO3 (R3c) [10]. O BFO apresentam propriedades vibracionais,
dielétricas e magnéticas de BiFeO3. As fases romboédricas das perovskitas de La3+
[Bi3+
FeO3]
(AFO3), dependendo do tipo de síntese ou quantidade de dopantes, podem apresentar
simetrias, ortorrômbica (grupo espacial Pnma), ortorrômbica (grupo espacial 𝑃𝑏𝑛𝑚),
triclínica (pseudocúbicas, grupo espacial 𝑃1) dentre outras.
As pesquisas na área de Físico Químicas Inorgânica corroboram em aplicações na
Ciência dos Multiferróicos, pois objetivam a síntese de compostos, com características
monofásicas, simetrias modificadas e parâmetros mais estáveis aos fatores Elétricos e
Magnéticos. O método de Reação de Combustão é um tipo de síntese química que produz
reações oxi-redução, rápidas e exotérmicas resultante da combinação adequada de oxidantes
(por exemplo, nitratos metálicos, nitrato de amônio metálico, pé clorato de amônio metálico,
acetatos e etc.) e redutor como combustível orgânico (por exemplo, uréia, hidrazina, ácido
cítrico, sacarose, glicina e etc.). [11]. Para que a combustão ocorra, é necessário que uma
grande quantidade de calor seja liberada durante a formação dos produtos. Dentre os
combustíveis mais usados estão uréia, hidrazina e glicina [12], [13]. Mais a síntese por
Reação de combustão direta, da cerâmica BiFeO3 e também aquelas dopados com Lantânio
Alciney Miranda Cabral 23
III (LBFO), ficam evidentes fases indesejáveis de Bi25FeO39, Bi2Fe4O9, Bi2O3, Fe2O3 e La2O3,
se tornando o grande inconveniente da síntese. A instabilidade da síntese do BiFeO3 na forma
monofásica, resulta no aparecimento das metáfases de Bi25FeO39 e Bi2Fe4O9
(49BiFeO3→12Bi2Fe4O9 + Bi25FeO39 ) [16]. O fator térmico da mudança da fase, na formação
do BFO, pode ser minimizado por uma rota de síntese química adaptada com objetivo de
eliminar estas possíveis fases espúrias.
Neste trabalho, o objetivo foi desenvolver e aplicar o método químico da Síntese por
Reação de Combustão de forma Adaptada às perovskitas de BiFeO3. Na primeira etapa, na
Síntese por Reação de Combustão Adaptada para o BFO foram submetidas condições de
temperaturas após a reação (BFOP.C.), 700 oC (antes da Temperatura de Curie BFO700) e
830oC (próxima a Temperatura de Curie BFO830). Na segunda etapa da Síntese por Reação
de Combustão Adaptada, a temperatura de 700 oC foi definida para o sistema de dopagens por
La3+
no LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30), gerando a nomenclatura das amostras;
BFO700, L0.10BFO700, L0.20BFO700 e L0.30BFO700. Em geral, esses procedimentos
foram realizados para verificar a instabilidade do composto BiFeO3 em relação às sínteses nas
temperaturas de 700 e 830 oC. Logo em analogia a dopagem por La
3+, antes e após a
Temperatura de Curie do BiFeO3 que é aproximadamente 830 oC. Os materiais foram
caracterizados por DRX-Rietveld, FTIR, MEV-EDS, TG/DTA e analyses das Propriedades
Magnéticas e Elétricas (VSM, ɛ’, ɛ’’ e tan δ). Os resultados apresentados neste trabalho foram
submetidos como “artigo original” a periódicos de alto impacto na comunidade científica. Os
manuscritos são: (i) “Synthesis of dielectric multiferroic bismuth ferrite by combustion
reaction (Materials Chemistry and Physics)” , (ii) “Ceramic post antenna LBFO Dielectric
synthesized by adapted combustion reaction (Ceramics International)” e (iii) “Combustion
Reaction BFO Cubic, Multiferroic Dielectric (Microwave and Optical Technology Letters)”.
Alciney Miranda Cabral 24
1.2. Objetivos
1.2.1. Objetivos Gerais
Sintetizar pelo método da Reação de Combustão Adaptada as Ferritas de Bismuto III,
BiFeO3 (BFO) nas temperaturas pós combustão (BFOP.C.), 700 oC (BFO700) e 830
oC
(BFO830). Sintetizar pelo mesmo método de reação as ferritas dopadas com La3+
no sistema
LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) LBFO a 700 oC. As cerâmicas formadas serão
caracterizadas por DRX - Rietveld, FTIR, MEV-EDS, TG/DTA, Propriedades Magnéticas e
Elétricas (𝑉𝑆𝑀, ɛ′, ɛ′′, 𝑇𝑎𝑛 𝛿 𝑒 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑄).
1.2.2. Objetivos Específicos
Sintetizar as Ferritas de Bismuto III (BiFeO3) de forma monofásica pelo método da
Reação de Combustão Adaptada, gerando as amostras pós combustão (BFOP.C.), 700 oC
(BFO700) e 830 oC (BFO830) e as dopadas com La
3+ a 700
oC (L0.10BFO700),
(L0.20BFO700) e (L0.30BFO700);
Determinar as fases e grupos espaciais através dos difratogramas de Raios-X e o
método numérico por Refinamento de Rietveld (DRX - Rietveld);
Analisar as cerâmicas de BFO e LBFO sintetizadas por Espectroscopia de Absorção
na Região do Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR)e atribuir as bandas Metal-
Oxigênio (Fe — O, Bi — O e La — O);
Obter as curvas TG/DTA das cerâmicas de BFO e LBFO para verificar a obtenção dos
óxidos de forma monofásica;
Obter o mapeamento dos elementos por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV-
EDS) bem como identificar e quantificar os cátions Fe3+
, La3+
e Bi3+
nas ferritas BFO e
LBFO;
Obter as Curvas de Magnetização (VSM), permissividades elétricas e tangente de
perdas das BFO e LBFO formadas em substratos magnetoferróicos.
CAPÍTULO 2: FERRITA DE BISMUTO (III), PEROVSKITA
MULTIFERRÓICA
Alciney Miranda Cabral 26
2. FERRITA DE BISMUTO (III), PEROVSKITA MULTIFERRÓICA
2.1. O Surgimento das Eletromagnetocerâmicas (EMC)
As descobertas de propriedades elétricas e magnéticas em artefatos naturais são
datadas desde eras pré-históricas. As civilizações Mesoamericana, Egípcia, Egeia e Chinesa
foram precursores das descobertas de pedras magnéticas. Autores gregos citam os estudos de
Tales de Mileto (624 – 546 a.C.), que por volta de 600 a.C., registrou primeiras observações
sobre os fenômenos elétricos e magnéticos de alguns artefatos naturais. Inicialmente, os
experimentos consistiam em atritar, com um bastão de âmbar (eléktron, em grego) um pedaço
de lã, assim o âmbar, atraía corpos leves em suas proximidades [15], [16]. Deve-se considerar
que, os avanços tecnológicos da sociedade atual, estão diretamente ligados a inúmeras
observações do ambiente. No contexto histórico, as origens de fenômenos magnéticos em
pedras e óxidos, apontam as mais primórdias das práticas rudimentares humanas. O cientista
alemão, Otto Von Guericke a uma necessidade de acumular mais eletricidade para seus
experimentos, usou em 1672, uma substância amarela chamada “Enxofre”, que aparentava os
efeitos do âmbar ao ser atritado [17].
O cientista construiu uma esfera de enxofre com uma manivela em um dos lados e
colocou-a em um suporte de madeira, de tal forma que, podia girá-la usando esta manivela,
com a outra mão sobre a bola de enxofre, enquanto ela era girada pela fricção, boa quantidade
de eletricidade era emanada. Seu invento foi conhecido como a primeira máquina eletrostática
do inicio do século [17]. Na enciclopédia do Romano Plínio “O Velho (23 – 79 d.C.)”, o
termo magnetismo surgiu como “magnésia”, decorrente de uma observação feita por um
pastor de ovelhas. Este por nome “Magnes”, que em seu pastoreio pela Tessália, região grega,
relatou que a ponta de ferro de seu cajado era atraída por pedras que se encontravam ao longo
do caminho que percorria, ao conduzir suas ovelhas [18]. Esse tipo de rocha ficou conhecido
como Magnetita (Fe3O4).
Em 1820, Hans Oersted, um dinamarquês, filho de um físico farmacêutico que estudou
filosofia na Universidade de Copenhague, relatou que campos magnéticos são produzidos por
correntes elétricas. O fenômeno observado foi o movimento da agulha de uma bússola em
função da corrente elétrica, que atravessava um fio próximo à bússola que apresentava
propriedades de simetria desconhecidas, porque não se tratava de atrações repulsão e sim de
um efeito circular em torno do fio [19]. Um cientista, que se protagonizou no
desenvolvimento da química dos matériais foi o físico-químico Michael Faraday (1791 –
Alciney Miranda Cabral 27
1867), conhecido como um autodidata inglês fundador da eletroquímica e teve grandes
contribuições no eletromagnetismo [20]. Em 1831, Faraday descobriu a indução
eletromagnética, o princípio por trás do gerador elétrico e do transformador elétrico [21]. A
consolidação das teorias de Faraday, no conjunto da eletricidade e magnetismo, impulsionou
as pesquisas do escocês, James Clerk Maxwell (1831 – 1879) além de ter sido um dos
criadores da mecânica estatística, foi responsável pela criação da teoria unificada da
eletricidade e magnetismo. A obra de Maxwell generalizou os princípios da eletricidade,
pesquisados até então por Coulomb, Ampère e Faraday [22]. As pesquisas físico-químicas
inorgânico são referentes inicialmente a Pierre Curie, nascido na cidade de Paris no dia 15 de
maio de 1859 com trabalhos na área da cristalografia, magnetismo, piezoeletricidade e
radioatividade [23]. A famosa família “Curie” em conjunto com um químico francês chamado
Charles Friedel (1832 - 1899) realizava pesquisas sobre o efeito piezoeléctrico no quartzo, um
fenômeno observado pela primeira vez pelo físico escocês David Brewster (1781 – 1868)[24].
Este fenômeno se caracterizou aparecimento de cargas elétricas em certos cristais quando eles
são aquecidos. Sir Curie estudou os fenômenos do magnetismo; ferromagnetismo,
paramagnetismo e diamagnetismo, culminando com importante descoberta do efeito da
temperatura sobre o paramagnetismo, que é atualmente conhecido por Lei de Curie [25]–[29].
A divulgação da teoria foi feita por Néel em 1948, possibilitando a formulação de uma
importante, propriedade presente em materiais cerâmicos, como as ferritas e cerâmicas
magnéticas. A propriedades como ferromagnetismo, que é o ordenamento magnético de todos
os momentos magnéticos de uma amostra, na mesma direção e sentido [30]. Em 1894, P.
Curie comprovou os efeitos magnetoelétrico através de elementos de simetria em materiais
monofásicos, que posteriormente foi definido como, Materiais Multiferróicos Intrínsecos
(MFI) [31]. O termo acoplamento magnetoelétrico primeiramente foi usado por Debye em
1926 [32]. Os trabalhos pioneiros sobre efeito de magnetoelétro em materiais multiferróicos
surgiram só a partir de 1920 às primeiras pesquisas aplicadas às indústrias de cerâmicas
eletrônicas, que foram impulsionadas após a Segunda Guerra Mundial [29]. Em 1959 foi
relatado pela primeira vez um efeito magnetoelétrico em antiferromagnéticos óxidos Cr2O3
[33]–[36].
Em meados de 1950 surgem, através de grandes patentes financeiras, verdadeiros
centros universitários de pesquisas. Além disso, as portas para importantes parcerias nos
ministérios governamentais foram abertas. Surge então o “Vale do Silício” na Califórnia
(EUA), como um divisor de águas da indústria no desenvolvimento tecnológico, o principal o
Alciney Miranda Cabral 28
objetivo era gerar e fomentar inovações no campo Científico e Tecnológico. A alusão ao
próprio elemento químico (Si), que é a matéria-prima básica e de fundamental importância na
produção materiais eletrônicos. Entretanto, foi a Guerra Fria que proporcionou a expansão do
“Vale do Silício”. Na época, engenheiros tinham seus laboratórios instalados, o que facilitou a
realização de testes em campo. As facilidades para obter materiais de baixo custo, tornaram a
região atraente para investimento de outras empresas do ramo de tecnologia, também
objetivando conseguir avanços em eletrônica [37]. Atualmente, a região do Vale do Silício é
composta por várias cidades do estado da Califórnia, como Palo Alto, Santa Clara, San José,
Campbell, Cupertino, Fremont, Los Altos, Los Gatos, Menlo Park, Mountain View, Milpitas,
Newark, Redwood City, Saratoga Sunnyvale e Union City. Dentre as empresas que iniciaram
seus negócios e possuem sedes na região, podem-se ser citadas: Apple, Facebook, Google,
NVidia, Electronic Arts, Symantec, AMD, Ebay, Yahoo, HP, Intel, Microsoft, Adobe e
Oracle [38], [39]. Dentre a classe dos materiais cerâmicos, os multiferróicos são altamente
interdisciplinares cobrindo uma vasta gama de tecnologias, incluindo sensores, dispositivos de
micro-ondas, colheita de energia, tecnologias de fotovoltaicas, refrigerações, gravação,
armazenamento de dados, multiestado para memórias de acesso aleatório, dentre outros.
Estima-se que o potencial de suas produções cientifica no desenvolvimento de filmes e
cerâmicas multiferróicas, já alcançaram no mercado de patentes nos EUA, valores na ordem
de bilhões de dólares. [37].
Alciney Miranda Cabral 29
2.2. Configurações Geométricas das Ferritas de Bismuto III
O composto cerâmico BiFeO3 (BFO) definido como Ferrita de Bismuto III com
aplicações elétricas e magnéticas. Estas cerâmicas podem ser exploradas em dispositivos
eletroeletrônicos, plasmiônico, spintrônicos, sensores óticos, memórias magnetoelétricas e em
dispositivos de aplicações dielétricas [40]. A monofasicidade da BiFeO3 (Célula Primitiva),
exibe uma estrutura de perovskita romboedralmente distorcida e com grupo espacial 𝑅3𝑐 com
Temperatura de Néel Antiferromagnética (TN ~ 370 o
C) e de alta Temperatura de Curie (TC ~
830 oC) [41], [42]. O BiFeO3 (BFO) apresenta parâmetros de ordem, ferroelétrica,
ferromagnética e ferroelástica. O ambiente de coordenação assimétrica da fase cristalina
BiFeO3 denotam, cátions Bi3+
(Z = 83) (1s² 2s² 2p6 3s² 3p
6 3d¹° 4s² 4p
6 4d¹° 4f
14 5s² 5p
6 5d¹°
6s²) e Fe3+
(Z = 26), 1s2 2s
2 2p
6 3s
2 3p
6 3d
5 . Para o Bi
3+ há uma considerável atividade
estereoquímica, do par de elétrons isolados 6s2
[3], [43]–[45]. A perovskita do tipo BiFeO3 é
classificada como óxido duplo ferroelétricas e fracamente ferromagnéticas
(Antiferromagnética) [3], [46], [47], com uma simetria trigonal (Romboédral de Axes) que se
cristalizam na classe de cristal polar do tipo 3M [48], formada por octaedros de BiO6 e FeO6
compartilhado nas Arestas, Figura 1 [49], [50].
Figura 1. BiFeO3 (ABO3) Romboédral, com Sítios Octaédricos de FeO6, grupo espacial 𝑅3𝑐.
Fontes: Adaptado [50].
Alciney Miranda Cabral 30
Quanto ao Fe3+
(d5), há seis átomos de oxigênio com distâncias de (Fe — O) quase
semelhantes. A distorção estrutural no BiFeO3 é atribuído ao cátion Bi3+
, que exibe um par
solitário de elétron 6s2, num ambiente de coordenação, onde há três tipos de Bi — O “curtos”
( ~ 2,34 Å) e três “longos“ Bi — O ( ~ 2,56 Å) [51]. Assim, a distorção octaedral no sistema
romboédrico de grupo espacial (𝑅3𝑐) não é causada pelos íons Fe3+
e sim pelo Bi3+
. O Fe3+
com configuração 3d5, não apresenta efeito Jahn-Teller [52]. A distorção dos octaedros do
FeO6, O2-
– O2-
ocorrem no intervalo de (2,71 ≤ x ≤ 3,015 Å). O Fe3+
está em distorção de
aproximadamente 0,134 Å nas direções [111]rh e [001]hex [53].
Geralmente nas perovskitas, BiFeO3, a ligação Fe3+
— O2-
exibem dois comprimentos
de ligações de 1,958 e 2,11 Å. Segundo medidas feitas por Kubel e Schmid de espectros
Sincrônicos, o cátion de Bi3+
está distorcido em aproximadamente 0,54 Å ao longo do eixo
[111]rh ou [001]hex[53], [54]. A localização geométrica e espacial em cristalografia é definida
pela “posição de wyckoff” como um conjunto de pontos para o qual existem sítios de grupos
de simetria que são conjugados a grupos e subgrupos.
A perovskita BiFeO3 apresenta simetria romboedral, contém duas unidades conectadas
com os octaedros inclinados num ângulo de 13,8o ao redor do eixo [111]rh (romboedros) ou
[001]hex (hexagonal de Axex) [53], [55], [56]. A Tabela 1, toma como base a perovskita
BiFeO3 (ABO3) onde “A” é caracterizado como os sítios de cátion Fe3+
e “B” do cátion Bi3+
)
[53]. Os parâmetros de rede com a = 5,64 Å e um ângulo romboédrico de aproximadamente
59°[57]. No entanto, é mais comum encontrar o BiFeO3 na forma hexagonal de axes, com
configuração do grupo de espaço 𝑅3𝑐 e parâmetros de célula de rede a= 5,58 Å e c = 13,90 Å
[58]. O estado ferroelétrico é realizado por um grande deslocamento dos íons Bi3+
[BiO6]
(“B” sítio elétrico) em relação aos íons Fe3+
[FeO6] (“A” sítio magnético) octaedros [59]–[61].
Tabela 1. Posições atômicas para a Perovskita, Romboédrica 𝑅3𝑐 (ABO3).
Íons Posição de Wyckoff Coordenadas
Espacial
A (Cátion) 6 a (0,0,1/4)
B (Cátion) 6 a (0,0,0)
O (Ânion) 18 e (x,0,1/4)
Fontes: Adapatado [45], [53].
A estabilidade do composto perovskita BiFeO3, em suas formas, é baseada em fórmula
ABO3, descrita em termos de fator de tolerância de Gold Schmidt (t), matematicamente
definido por Gold Schmidt e pode variar no intervalo (0,83 < 𝑡 < 1,02) [62]. Levando em
Alciney Miranda Cabral 31
conta a formação de octaedros AO6 e BO6 e os raios iônicos, Tabela 2, dos cátions e seus
respectivos raios iônicos ”𝑟𝐴, 𝑟𝐵 e 𝑟𝑂”, para os sítios das perovskitas, ABO3[62].
Tabela 2. Íons e Raios Iônicos para Número de Coordenação 6.
Íons (Ânions e Cátions) Raio Iônico (Å)
O2-
1,32
S2-
1,72
Bi3+
1,17
Y3+
0.90
Fe3+
0,645
Ce3+
1.01
La3+
1,032
Pr3+
0,99
Nd3+
0,983
Sm3+
0,958
Eu3+ 0,947
Gd3+
0,938
Tb3+
0,923
Dy3+
0,912
Ho3+
0,901
Er3+
0,890
Tm3+
0,880
Yb3+
0,868
Lu3+
0,861
Fonte: Adaptado [63], [64].
O fator de tolerância para a perovskita LnxBi1-xFeO3 (Ln = La3+
.... e 𝑥 = ........) LBFO,
onde 𝑥 tem sua variação para a formação do composto desejado, pode ser determinada na
Equação 1.
𝑡 =[(1 − 𝑥)𝑟𝐵𝑖3+ + 𝑥𝑟𝐿𝑛3+] + 𝑟𝑂2−
(√2) [𝑟𝐹𝑒3+ + 𝑟𝑂2−] (1)
Os respectivos resultados a cerâmica Lx[BF]1-xO3(x=0,...), estão listados na Tabela 3.
Esse fenômeno acontece quando certo nível de dopagem, por terras raras Ln3+
consequentemente o empacotamento destas estruturas, está relacionado com a observação da
baixa simetria e na substituição dos sítios de Bi3+
ou Fe3+
(BiFeO3) apontada pelo fator de
tolerância (𝑡). A estrutura BiFeO3, (Bi1-xLnxFeO3), pode exibir uma estabilização em seus
interstícios ABO3 isso é geralmente formada pelos fatores de sinterização e dopagens por Ln3+
= La, Nd, Gd e Y [1], [65] estes disputam os sítios característicos de Bi3+
e Fe3+
.
Alciney Miranda Cabral 32
Os resultados da Equação 1 são mostrados na Tabela 3.
Tabela 3. Fator de Tolerância de Gold Schmidt LBFO.
Cerâmica (LBFO) Fator de Tolerância de Gold Schmidt (t)
BiFeO3 0,896
Bi0,90La0,10FeO3 0,891
Bi0.80La0,20FeO3 0,886
Bi0,70La0,30FeO3 0,893
Fontes: Do autor.
Apesar do raio iônico do La3+
(1,032 Å) ser proporcional ao tamanho o Bi3+
(1,17 Å)
muitas pesquisas, afirmam que a dopagem por La3+
, não gera expressivos graus de distorções
geométricas, ao contrário disso, a quantidade da dopagem pode afetar na perturbação destes
sítios de octaedros magnéticos nas ligações Fe — O consequentemente a mudanças de fases
gerando diferentes grupos espaciais. Cátions que têm raios iônicos menores que o Bi3+
, tal
como Nd3+
(0,983 Å) e Sm3+
(0,958 Å), não deixam de desempenhar papel fundamental na
estabilização da fase perovskita [1]. A principal consequência desse fenômeno de substituição
parcial do cátion Bi3+
retoma a melhores propriedades ferroelétricas e ferromagnéticas. O
colapso da estrutura cicloidal do BiFeO3, que resulta numa ordem antiferromagnética
uniforme que pode estabilizar as propriedades multiferróicas levando a uma alternância
magnetoelétrica [25], [63], [66].
A constância da dieletricidade e baixa tangente de perdas elétricas, tanto em altas ou
em baixas frequências (GHz), dão margem importância da monofasicidade e impregnação de
cátions na cerâmica BiFeO3. Fatores térmicos podem perturbar a rotação dos sítios octaedros
na estrutura (ABO3), e podem passar de romboédrica, triclínica, cúbicas, ortorrômbica,
tetragonal e monoclínica, mas os três últimos casos para as Ferritas Bismuto III são mais raros
[67].
Alta estabilidade da perovskita do tipo BiFeO3 pode ter uma ou mais das posições em
óxidos ternários, um exemplo bem típico é LaFeO3 e o GdFeO3 Figura 2, que podem
preencher totalmente o sítio de Bi3+
, com a estrutura para uma forma cúbica,
consequentemente aprisionando os sítios de FeO6 (octaedros) ao redor, em uma célula cúbica
de íon Gd3+
. Trabalhos mais recentes com incremento de Dy3+
em competição com o Bi3+
sugere que há uma transição de fase adicional de simetria, de 𝑅3𝑐 para polar 𝐶𝑐 que resultam
no aumento da tensão química dentro da fase cristalina [68], [69].
Alciney Miranda Cabral 33
Figura 2. Bi1-xLnxFeO3 (x= ...) (a) Mudanças de Grupo Espaciais com a dopagem de Lantanídeos, Bi1-
xLnxFeO3 (b).
Fontes: [69], [70].
Karpinsky et. al., 2013, [71] descreveram estudos de Ferritas de Bismuto III, dopadas
com Nd3+
, estabelecendo um método de síntese numa estrutura pretendida, com uma
determinada temperatura de sinterização, para a formação das amostras [72], [73]. Óxidos
mistos de LBFO podem apresentar uma série de transição de fases e grupos espaciais de
𝑃𝑏𝑎𝑚 + 𝑅3𝑐 → 𝑅3𝑐 → 𝑅3𝑐 + 𝑃𝑛𝑚𝑎. A grande expectativa é estabilização destas fases
de Perovskitas (ABO3) em determinadas temperaturas, observando o fator monofasicidade
com certo nível de dopagem por terras raras.
Alciney Miranda Cabral 34
2.3. Fenômenos Magnéticos Fundamentais das Perovskitas de Ferro (AFeO3)
O magnetismo é uma propriedade fundamental de qualquer material, todas as
substâncias, sejam elas sólidas, líquidas ou gasosas mostram alguma característica magnética,
em todas as temperaturas [74]. As estruturas eletrônicas dos átomos, cátions e ânions são
responsáveis pela atividade magnética de um composto sólido. Segundo teorias clássicas, há
dois tipos de movimentos dos elétrons, que podem explicar a origem dos momentos
magnéticos angulares orbitais e angular de spin [75]. Os dois tipos de movimentos resulta no
momento “Ângular Orbital Total” dos elétrons definido por 𝐿, e do momento Angular Spin
Total por S. As propriedades magnéticas das cerâmicas a base de Ferro III, sempre foram
assuntos na comunidade cientifica. À divulgação da teoria criada por Néel em 1948 [76],
possibilitou a formulação de importantes propriedades da ferritas ferromagnéticas [77]. A
permeabilidade magnética de composto metálico pode ser medida, pela mobilidade dos
alinhamentos dos momentos magnéticos intrínsecos dos elétrons de átomos, cátions ou
ânions, em direção ao campo magnético externo aplicado definido como H [78].
A Susceptibilidade magnética , Equação 2, adimensional é a capacidade que um
material em magnetizar-se, pela ação de um campo magnetizante B macroscópico [75], [79] a
susceptibilidade molar também pode ser definida por 𝜒𝑚 [80].
𝜒 =𝑀
𝐵 (2)
A magnetização 𝑀, indicada na Equação 3, tem como princípio a definição de um
material, como a soma vetorial µ𝑖, dos momentos magnéticos individual dos seus átomos ou
moléculas, por unidade de volume 𝑉 [75].
𝑀 =1
𝑉∑µ𝑖
𝑖
(3)
Esse valor é tratado em equilíbrio térmico em certa temperatura 𝑇. A resposta de um
campo magnético 𝐻 quando aplicado ao material cerâmico, é definido como indução
magnética 𝐵. Se o meio é linear, isotrópico e homogêneo, 𝐵 está em função linear com 𝐻
temos a Equação 4.
Alciney Miranda Cabral 35
𝐵 = 𝐻 + 4𝜋𝑀 (4)
O vetor indução magnética �� , Equação 5, onde µ0 = 4 𝑥10−7 𝑇𝑚. 𝐴−1, também tem
relação com o cálculo do momento magnético numa amostra com elétrons “𝑁“ de spin “𝑆”
desemparelhados, substância paramagnética [75], [81].
�� = µ0(�� + �� ) (5)
A energia �� 𝑧, do dipolo magnético µ 𝑖 num campo magnético �� 𝑙, num determinado
ponto i, formula-se na Equação 6 [75].
𝑈𝑧 = − µ𝑖 𝐵𝑙 (6)
Em amostras que exibem alguma fase paramagnética, se um campo magnético
aplicado �� 𝑎, produz certa magnetização, que resulta num campo magnético molecular �� 𝑒. A
susceptibilidade paramagnética 𝑝 pode ser apresentada na Equação 7 [81].
𝑀 = 𝜒𝑝(𝐵𝑎 + 𝐵𝑒) (7)
A Susceptibilidade magnética versus a Temperatura traz uma abordagem de definições
termodinâmicas importantes nas análises de um material cerâmico. A temperatura de Curie
(TC) é a temperatura acima da qual a magnetização espontânea de um material, desaparece. A
Lei de Curie é = 𝐶/𝑇𝐾 (onde C, é uma constante conhecida como a constante de Curie, e
𝑇𝐾 é temperatura em Kelvin) [81].
Se o campo molecular �� 𝑒 de uma amostra é proporcional à magnetização 𝑀, se houver
uma aproximação para que o campo molecular independa da temperatura, então a Equação 8 é
descrita como:
𝐵𝑒 = 𝜆𝑀 (8)
Alciney Miranda Cabral 36
Onde 𝜆𝑐, é o campo médio de origem molecular e o �� é o campo magnético externo
que independem da temperatura. A temperatura de Curie, temperatura na qual A fase
paramagnética (𝑇 > 𝑇𝐶) os spins se orientam aleatoriamente, na fase ferromagnética (𝑇 < 𝑇𝐶)
os spins estão alinhados. A Susceptibilidade Magnética , num material paramagnético é
inversamente proporcional à temperatura (Lei de Curie), onde 𝐶 é a constante de Curie [81],
[82]. Em campos magnéticos, os materiais paramagnéticos exibem magnetização na mesma
direção do campo externo, e de acordo com a Lei de Curie, têm-se as Equações 9 e 10.
𝜒𝑝 =𝐶
𝑇 (9)
𝜒 = 𝑀
𝐵𝑎=
𝐶
𝑇 − 𝐶𝜆𝑐 (10)
As proposições de Pierre Curie denotaram que as propriedades magnéticas da matéria
mudam a certa temperatura e com Pierre Ernst Weiss, postulou a existência de um campo
molecular, em materiais como o ferro, justificando a existência de uma temperatura crítica,
onde ocorre mudança de fase. Assim a lei de Curie-Weiss [82], é representada pela Equação
11 [83]. Substituindo as Equações 10 em 11. Substâncias paramagnéticas obedecem à lei de
𝐶𝑢𝑟𝑖𝑒 − 𝑊𝑒𝑖𝑠𝑠 Equação 12 [84]. Onde 𝜒𝑚 é a Susceptibilidade Magnética Molar e é a
constante de Weiss.
𝜒 =𝐶
𝑇 − 𝑇𝑐 (11)
𝜒𝑚 =𝐶
𝑇 − 𝜃 (12)
Quando espécies de metais “d” apresentam interações magnéticas como em muitos
óxidos mistos, fluoretos e cloretos, os centros metálicos interagem (acoplando-se). Essas
interações podem dar origem a feromagnetismo ou ao antiferromagnetismo. A Tabela 4, e a
Figura 3, fazem correlações dos tipos e a classificação dos materiais em termos de
propriedades magnéticas.
Alciney Miranda Cabral 37
Tabela 4. Classificação dos Materiais em termos de Propriedades Magnéticas.
Fontes: Adaptado [75], [85].
Figura 3. Material Paramagnético (a), Ferromagnético alinhado com um Campo Magnético Externo
(b) Antiferromagnético (c) Ferrimagnético (d).
Fontes: Adaptado [85].
A permeabilidade magnética de um composto metálico pode ser medida, pela
mobilidade dos alinhamentos de momentos magnéticos intrínsecos nos elétrons dos cátions,
em direção ao do campo magnético externo aplicado [85].
Numa a substância paramagnética há a existência de momentos magnéticos atômicos,
iônicos e moleculares, podendo exibir grandes momentos magnéticos (µ𝐽) e momento nuclear
muito baixo (µ𝐼). Os polieletrônicos como no caso das cerâmicas, os parâmetros eletrônicos
intrínsecos são afetados e regidos pelos os vetores momento de spins total (𝑆 e µ 𝑆) e momento
angular orbital (�� e µ 𝐿). As análises devem ser feitas respeitando às Regras de Hund. Os
Materiais Características µ
µ𝟎 Exemplos
Paramagnéticos
O campo de magnetização
desaparece quando se retira o
campo �� aplicado.
>0 >1 Al, Ca, Pt e Ti
Diamagnéticos
Quando se retira o campo �� aplicado.
O campo de magnetização
opõe-se ao campo aplicado e
desaparece.
Não possuem momento
magnético atômico.
<0 <1 Zn, Cd, Cu, Ag e Sn
Ferromagnético
O campo de magnetização
mantém-se quando se remove
o campo �� aplicado.
>>0 >>1 Fe, Ni e Co
Ferrimagnético
Os íons têm dipolos
magnéticos de intensidade
diferente. Logo existe sempre
um momento resultante.
>>0 >>1
Alguns tipos de ferritas,
magnetites, em geral óxidos
metálicos e estruturas que
tenham oxigênio na sua
constituição.
Antiferromagnético
Os dipolos magnéticos
alinham-se antiparalelamente,
com o campo magnético �� . >0 >1 Mn e Cr
Alciney Miranda Cabral 38
elétrons ocupam os estados de modo a maximizar a componente 𝑧 do spin, 𝑆 = 𝑚𝑠, sem
violar o Princípio de Pauli, gerando um número quântico é o número quântico e spin total 𝑀𝑆,
número quântico orbital de spin, definido pelo somatório dos spins individuais 𝑚𝑠, Equação
13 [86], [87]. Então o Momento Angular de Spin, é dado pela Equação 14:
𝑀𝑆 = ∑𝑚𝑆 (13)
µ𝑆 = (√𝑆(𝑆 + 1))ℎ
2𝜋 (14)
Num composto paramagnético, o (𝑆 = 1/2) que ocupa um estado fundamental, tem 𝑛
(número de elétrons desemparelhados), resultará num número quântico de spin total, Equação
15 [87].
𝑆 = 𝑛1
2 (15)
Então S = 1/2, 3/2, 5/2..., com número ímpar de elétrons e S = 0, 1, 2... Para números
par de elétrons. Os elétrons ocupam orbitais que resulta no máximo valor de 𝐿 para o
momento angular pelo Princípio de Pauli, com momento angular orbital, µ𝐿 Equação 16 e 17
[87], [88].
𝑀𝐿 = ∑𝑚𝐿 (16)
µ𝐿 = (√𝐿(𝐿 + 1))ℎ
2𝜋 (17)
O valor de L (momento angular orbital) relaciona-se com o momento angular total
com os símbolos de termos: S= 0, P=1, D=2, F=3, G=4, H=5 e I=6 [76], [84]. Estes
números quânticos fornecem a orientação do momento angular relativo a um eixo arbitrário.
Existem 2L+1 valores de 𝑀𝐿 para um dado valor de 𝐿 e, consequentemente, 2S+1 (definido
com multiplicidade) valores de 𝑀𝑆 para um dado valor de 𝑆. Se 𝑆 = 0, 1, 1/2, 3/2 𝑒 2,
respectivamente será, 2𝑆 + 1 = 1 simpleto, 2 dupleto, 3 tripletos, 4 quartetos e 5 quintetos. A
Alciney Miranda Cabral 39
interação do Momento Angular Orbital do elétron 𝐿 e o Momento Angular de Spin Total dos
elétrons 𝑆 dá origem a Equação 18.
µ𝐽 = (√𝐽(𝐽 + 1))ℎ
2𝜋 (18)
O valor do número quântico da magnitude do momento angular total, para um átomo
ou íon, num estado fundamental é 𝐽 = |𝐿 − 𝑆|, para um subnível que esteja com a camada
de menos da metade do número de elétrons que ela comporta e 𝐽 = |𝐿 + 𝑆|, quando tem
mais da metade do número de elétrons completa. O processo de combinação do momento
angular com o momento de spin eletrônico é determinado pelo acoplamento spin-órbita, de
Russell-Saunders [84]. Neste processo os números quânticos L e S são então conhecidos. Os
fenômenos de acoplamento entre os elétrons nos orbitais. De acordo com a série de Clebsh-
Gordan os possíveis valores de L e S são dados por: 𝑀𝐿 = 𝐿, (𝐿 − 1) , . . . , 0 , . . . , − 𝐿 −
1 , −𝐿 𝑒 𝑀𝑆 = 𝑆 , (𝑆 − 1) , . . . , −(𝑆 − 1), −𝑆 [84]. Na Equação 19 de cada átomo há
momentos em que se denotam um o momento angular total atômico, quando o campo
magnético aplicado é pequeno [89].
𝐽 = �� + 𝑆 (19)
A notação para um símbolo para um termo espectroscópico, completo é dado pelo
Equação 20.
𝐿𝐽2𝑆+1 (20)
Para um íon, com elétrons desemparelhados as transições eletrônicas obedecem às
regras de seleção de spin 𝛥𝑠 = 0 simpleto – simpleto, tripleto – tripleto e proibidas em
mudança de multiplicidade do spin. As regras de Laporte, com mudança de paridade 𝛥𝑙 =
±1 (permitidas 𝑠 − 𝑝 e proibidas 𝑑 − 𝑑). Se a cerâmica é submetida a um campo magnético
𝐵, a degenerescência de qualquer nível de 𝐽 desdobra em (2𝐽 + 1), com magnitude de
𝑔𝐽 ∙ µ𝐵 ∙ 𝐵0 onde 𝑔𝑗 é chamado de fator de desdobramento de Landé e 𝐵0 que é um campo
magnético, µ𝐵 magnéton de Bohr, Equação 21 [79], [84], [90], [91].
Alciney Miranda Cabral 40
µ𝐵 =𝑒ℎ
4𝜋𝑚𝑒= 9.27𝑥10−24 𝐽. 𝑇−1 (21)
Em complexos paramagnéticos, com momento angular de spin S e o Momento
Angular Orbital Spin, os valores de 𝐽 são determinantes na descrição do magnetismo do oxido
cerâmico misto. Com isso a notação do termo espectroscópico é essencial para se analisar
previamente o magnetismo da estrutura. Portanto o momento magnético efetivo µ𝑒𝑓 ,
considerando íons em coordenação octaedral Equação 22 e 23 [84]. A Tabela 5 lista os
momentos magnéticos calculados para cátions, em Campo de Alto Spin (spin up), em
temperatura ambiente.
µ𝑒𝑓 = 𝑔𝐽√𝐽(𝐽 + 1) (22)
𝑔𝐽 = 1 + (𝑆(𝑆 + 1) − 𝐿(𝐿 + 1) + 𝐽(𝐽 + 1)
2𝐽(𝐽 + 1)) (23)
Tabela 5. Momentos Magnéticos Calculados de Cátions em Complexos de Alto Spin e Temperatura
Ambiente.
Cátion
Metálico
Configuração Eletrônica Estado
Fundamental
Termo no Estado
Fundamental SPIN
µ𝒆𝒇
µ𝑩
Ti3+
[Ar]3d1
2D3/2 ½ 1,55
V3+
[Ar]3d2
3F2 1 1,63
Mn2+
[Ar] 3d5
6S5/2 5/2 5,92
Fe+2
[Ar] 3d6
5D4 2 6,71
Fe+3
[Ar] 3d5
6S5/2 5/2 5,92
Co2+
[Ar] 3d7
4F9/2 3/2 6,63
Ni2+
[Ar] 3d8
3F4 1 5,59
Cu2+
[Ar] 3d9
2D5/2 ½ 3,55
La3+
[Xe]4f0
1S0 0 0
Pr3+
[Xe]4f2
3H4 1 3,58
Nd3+
[Xe]4f3
4I9/2 3/2 3,62
Sm3+
[Xe]4f5
6H5/2 5/2 0,84
Eu+3
[Xe]4f6
7F0 3 0
Gd+3
[Xe]4f7
8S7/2 7/2 7,94
Yb+3
[Xe]4f13
2F7/2 ½ 4,54
Fontes: Adaptado [75], [84], [92].
Alciney Miranda Cabral 41
2.4. Cerâmicas Multiferróicos de Perovskitas de Ferro e Bismuto III dopadas com
Ln+3
Os Materiais multiferróicos representam uma classe especial de compostos, que em
suas fases, podem exibir dois estados magnético, elétrico ou piezoelástico [93]. Muitas
pesquisas comprovam que a ferroeletricidade do BiFeO3 é devido a presença de um par
solitário de elétrons 6s² do Bi3+
[8], [94]–[96] em uma parte de condução. A indução a este
fenômeno é originaria de correntes ferromagnéticas e ferroelétricas sofridas pelo conjunto de
seus íons. É importante ter conhecimento que nas perovskitas de BiFeO3, existem cátions de
sítios elétrico e magnéticos [10], [97], [98].
Na Figura 4 há uma representação dos conjuntos com alguns óxidos e suas
propriedades, entre os quais se encontram, eletricamente polarizados (elipse verde e verde
clara na intersecção) e materiais magneticamente polarizados (elipse laranja e vermelha na
intersecção).
Figura 4. Propriedades de alguns Óxidos e suas Classificações Elétricas e Magnéticas (a) as
interações com suas funcionalidades podem exibir A1(Ferroeletricidade), A2 (Acoplamento
Magnetoelétrico), A3 (Ferromagnetismo), A4 (Piezoeletricidade) A5 (Ferroelásticidade) e A6
(Magnetoestenção) (b).
Fontes: [10], [99]–[102].
Ainda na Figura 4, na elipse têm-se materiais com uma polarização finita
(ferroelétricos) e uma magnetização finita (ferromagnéticos e ferrimagnéticos). As
propriedades multiferróicas são descritas para aqueles que exibem intersecção entre os
Alciney Miranda Cabral 42
círculos. O pequeno círculo azul, no meio ligada a sistemas que apresentam
magnetoeletricidade [99].
A indução da magnética, por um campo elétrico pela polarização elétrica com um
campo magnético (polarizabilidade magnética e elétrica). Um material com esta proposta
pode apresentar, dupla função: antena e memória [103]. Os 𝐸 e 𝑃 estão listadas as linhas de
campo elétrico e polarização elétrica, com interação 𝐻 e 𝑀 definidos como campo magnético
e magnetização, onde se situa 𝜎 e 휀 referentes à tensão e deformação, respectivamente [99],
[104]. A interação antiferromagnética faz com que os momentos magnéticos tendam a dispor-
se na mesma direção e em sentido inverso, se autocancelando. Materiais como propriedades
antiferromagnéticas apresentam magnetização, acima de sua temperatura de Néel 𝑇𝑁. A teoria
utilizada para descrever o sistema multiferróicos e o efeito 𝑀𝐸 (Magnetoelétrico) de
acoplamento, é Teoria de Landau [54], [77], [105]. A energia livre “𝐹” de um material
multiferróicos em um campo elétrico externo “�� ” e campo magnético “�� ”, pode ser Equação
24 [100].
−𝐹(�� , �� ) =
1
2휀0휀𝑖𝑗𝐸𝑖
𝐸𝑗 +
1
2µ0µ𝑖𝑗𝐻𝑖
𝐻𝑗 + 𝛼𝑖𝑗𝐸𝑖
𝐻𝑗 +
𝛽𝑖𝑗𝑘
2𝐸𝑖𝐻𝑗
𝐻𝑘 +
𝛾𝑖𝑗𝑘
2𝐻𝑖 𝐸𝑗
𝐸𝑘
+ ⋯𝑛
(24)
Onde 휀0 𝑒 휀𝑖𝑗 é a constante dielétrica e µ0 𝑒 µ𝑖𝑗 são a susceptibilidade magnética do
material, 𝛼𝑖𝑗, 𝛽𝑖𝑗, 𝛾𝑖𝑗 são os coeficientes de acoplamento e n é um valor indeterminado.
Diferentes componentes do campo elétrico e campo magnético são denotados por 𝐸𝑖 , 𝐸𝑗
,
𝐸𝑘 𝑒 𝐻𝑘
, 𝐻𝑗 respectivamente. A configuração eletrônica de Bi
3+ [Xe] 4f
14 5d
10 6s
2 6p
0,
responsável pelo momento elétrico, como seus orbitais 6p estão vazios e dois elétrons 6s2
exibem um par solitário. Este par de elétrons solitário 6s2, quebra a simetria elétrica e
magnética nas estruturas da perovskita, AFeO3 [54], [106], [107]. A principal vertente
magnética desta perovskita o cátion de Fe3+
que é proporcionalmente influenciado pelos
ânions de oxigênio O2-
. Estes, sobre o Fe3+
exibem um magnetismo de longo alcance,
decorrente de interações magnéticas de supertroca, mediadas pelos oxigênios adjacentes:
𝐹𝑒 – 𝑂 – 𝐹𝑒 (FeO6) nos sítios octaedrais dos subníveis energéticos “d”. Pela teoria do campo
cristalino e as regras de Goodenough-Kanamori (𝐺𝐾) onde a Interação Magnética (M),
Ferromagnéticas (FM) e Antiferromagnéticas (AFM), depende do preenchimento dos orbitais
𝑒𝑔 e t2g [54].
Alciney Miranda Cabral 43
Considerando a Teoria do Campo Cristalino (𝑇𝐶𝐶), o íon central e os ligantes são de
natureza eletrostática, e os ligantes com cargas negativas ou dipolos pontuais que repelem os
elétrons dos orbitais do íon metálico. [84]. O sítio octaedral com energia ∆0 (10 Dq, energia
de desdobramento no campo cristalino octaedral) tem uma relação de energia 𝑃, definida
como energia necessária para forçar o emparelhamento dos elétrons em um mesmo orbital. Se
o composto metálico tem ∆0< 𝑃, há uma situação de campo fraco (complexo de spin alto) e
os elétrons ocuparão os orbitais 𝑡2𝑔 (triplamente degenerados; 𝑑𝑥𝑦, 𝑑𝑥𝑧, 𝑒 𝑑𝑦𝑧) concentrados
próximo aos ligantes e 𝑒𝑔 (duplamente degenerados; 𝑑𝑧2 𝑒 𝑑𝑥2 − 𝑦2 ) repelidos pelas cargas
negativas dos ligantes O2-
. O ligante O2-
não é muito forte, no sistema metal-ligante, que
remove parcialmente a degeneração dos cinco orbitais “d” [84], [108].
A estabilidade do estado normal do cátion de Fe3+
(Z = 26) 1s2 2s
2 2p
6 3s
2 3p
6 3d
5,
permite que a 𝐸𝐸𝐶𝐶 (Energia de Estabilização do Campo Cristalino), nas perovskitas 𝐴𝐵𝑂3,
desdobramentos nos níveis (𝑒𝑔 𝑒 𝑡2𝑔), em alto spin e apresentam elétrons desemparelhados,
Figura 5.
Figura 5. Desdobramento do Campo Cristalino para o Cátion Fe
3+ em Alto Spin.
Fontes: Do autor.
Num material que tem sítios de Fe3+
(𝑆 = 5/2) [76], os fenômenos ferromagnéticos
magnético são influenciados por alguns parâmetros cristalinos (microscópicos), também há
parâmetros como os textuais (macroscópicos), como: contorno do grão, porosidade, método
de síntese, e pureza dos reagentes dos reagentes precursores. Espécies magnéticas separadas
em ponte, que podem transmitir interações magnéticas, como em óxidos de metais de
transição do bloco “𝑑”, fluoretos e cloretos, os centros metálicos e podem interagir
acoplando-se uns com outros [84], [109].
Alciney Miranda Cabral 44
O fenômeno da super-troca ocorre em forma de ponte entre cátions e ânions e pode dar
origem ao Ferromagnetismo (𝐹𝑀) ou a Antiferromagnetismo (𝐴𝐹𝑀). Pelo princípio da
exclusão de Pauli (I) e a Regra de Hund, aplicadas ao campo cristalino, dois elétrons em um
mesmo orbital devem possuir spins antiparalelos, os elétrons nos orbitais “d” degenerados,
diminuem sua energia, em um alinhamento paralelo de rotação [54], [110].
A Figura 6a, descreve a interação dos orbitais do metal com os ligantes na presença
ânion de oxigênio O2-
, como num óxido misto, através dos orbitais
2𝑝 − 𝑒𝑔 𝜎 − 𝑙𝑖𝑔𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑒 𝜎∗𝑎𝑛𝑡𝑖𝑙𝑖𝑔𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑚 2𝑝 − 𝑡2𝑔 𝜋 − 𝑙𝑖𝑔𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑒 𝜋∗ − 𝑎𝑛𝑡𝑖𝑙𝑖𝑔𝑎𝑛𝑡𝑒. O
𝛥𝑐𝑓 é a divisão do campo cristalino 𝑡2𝑔 e 𝑒𝑔. O campo ligante sobreposto com os orbitais do
metal, 3d com orbitais 𝑠𝑝, geram uma separação total 𝛥. A Figura 6b, enquanto orbitais para o
íon em um campo de cristalino cúbico [54], [88].
Figura 6. Interação dos Orbitais do Metal com os Ligantes 𝐴𝐹𝑒𝑂3 (a) e Orbitais “d” visto num Cubo
(b).
Fontes: Adaptado [111].
As regras de Goodenough-Kanamori são descritas em um sítio octaedral de ABO3
representada na Figura 7a, b e c da perovskita ideal, com fenômenos magnéticos designados
para o cátion Fe3+
(BO6). A origem das interações antiferromagnéticas (𝐴𝐹𝑀) é causada pelos
orbitais 𝑒𝑔 (duplamente degenerados) com cátions 𝐵 (𝑒𝑔, metade preenchida) e 𝑂 − 𝐵 (𝑒𝑔 ,
metade preenchido), ou então 𝐵 (orbital 𝑒𝑔 vazio) e 𝑂 − 𝐵 (orbital 𝑒𝑔, vazio)[54], [112],
[113].
A origem da interação, Ferromagnética (𝐹𝑀) pelos orbitais dos cátions B (orbital 𝑒𝑔
vazio) e “– O –B” (orbital 𝑒𝑔, meio preenchido). Os ligantes em ponte (O2-
) facilitam o
acoplamento dos spins dos elétrons em centros metálicos adjacentes [54], [84]. A supertroca
do BiFeO3 pode ser representada pela Figura 7.
Alciney Miranda Cabral 45
Figura 7. Célula 𝐴𝐵𝑂3 de ângulo de ligação 180o (𝐹𝑒3+— 𝑂 —𝐹𝑒3+
) em Antiferromagnéticas
(𝐴𝐹𝑀) (a) e (b), Ferromagnéticas (𝐹𝑀) (c).
Fontes: Adaptado [54].
O mecanismo para o conjunto catiônico de 𝐹𝑒3+(1) — 𝑂 — 𝐹𝑒3+ (2), (B esquerda
leitor e B direita para o leitor) é indiretamente regido por meios ânions (O2-
), em suas
aproximações no campo cristalino. Os momentos magnéticos não estão alinhados quando um
cátion de Fe3+
(1) com spin no estado “𝑢𝑝” (para cima) se aproxima do íon de ânions de O2-
,
possuem um elétron com spin no estado “𝑢𝑝”(para cima) e um no estado “𝑑𝑜𝑤𝑛” (para
baixo), o resultado é um momento magnético resultante nulo, a parte de spin no estado “up”
(para cima) do O2-
sofre um deslocamento, porque há envolvida uma alta energia de
emparelhamento e os spins paralelos, repelem uns dos outros. Para o Fe3+
(2), força a possuir
o spin no estado “𝑑𝑜𝑤𝑛” (para baixo) quando se aproxima do spin no estado “𝑢𝑝” (para
cima) do O2-
, formando assim um alinhamento, Antiferromagnético (𝐴𝐹𝑀). A maneira como
os spins se rearranjaram nas fases cristalinas, ortorrômbicas, monoclínicas, triclínicas, cúbicas
e romboédricas, resultam na designação das operações de simetria e ocupação nos orbitais
Alciney Miranda Cabral 46
atômicos ou moleculares e vice-versa. O fenômeno de supertroca pode vir a ocorrer, exista
um número igual de spins “𝑢𝑝” (para cima) e “𝑑𝑜𝑤𝑛” (para baixo), mesmo um alinhamento
ferromagnético (𝐹𝑀)[34], [54], [114].
O BiFeO3 com cátions magnéticos (Fe3+
), e compactação cúbica simples, apresenta um
o ordenamento tipo 𝐺, uma vez que as interações de supertroca fazem com que os primeiros
vizinhos magnéticos pela super-troca de spins, alinhem-se antiparalelamente. A energia do
sintema tende a baixar significativamente devido presença de anion de O2-
circundantes, O
resultado disso leva localização do par solitário no íon de Bi3+
através de hibridação das 6s2
Bi 3+
e 6p estados com orbitais O2-
2p [54], [115] Figura 8.
Figura 8. Tipos de Ordenamentos Antiferromagnétimo, com os Estado de Spin (+, para cima) e (-,
para baixo) (a) Antiferromagnético do Tipo – 𝐺, BiFeO3 (b) Sítio Octaedral FeO6, Fe3+
(c).
Fontes: Adaptado [54], [103].
A simetria do BiFeO3 permite pequenos níveis de rotação, Dzyaloshinski-Moriya
[116]–[119]. Este tipo de magnetismo fraco requer a estrutura com uma rotação espiral a
serem suprimidos por uma anisotropia aprimorada [36].
Segundo as principais teorias dos multiferróicos, o BiFeO3 apresenta espiras
magnéticas formadas pelo arranjo antiferromagnético tipo 𝐺 que são perpendiculares, a
estrutura resultante e será do tipo cicloidal, Figura 9 [120]. Geradas pela cadeia
Alciney Miranda Cabral 47
unidimensional de momentos magnético 𝑆, responsáveis pelo cátion de Fe3+
. Segundo o
modelo de [31], da temática de spins, matematicamente é definida pelo o hamiltoniano, as
interações entre os vetores totais de spins vizinhos 𝑆𝑖 𝑒 𝑆𝑗, apresentado na Equação 25 [75],
[88], [121].
�� = ∑ 𝐽𝑖𝑗𝑆𝑖𝑆𝑗𝑖,𝑗
(25)
A natureza da interação 𝑆𝑖 𝑒 𝑆𝑗,são representadas por 𝐽𝑖𝑗, que é a integral de troca
direta. Para uma estrutura de BiFeO3 que apresenta um ordenamento o antiferromagnético
(𝐴𝐹𝑀) tipo G, com propagação spin cicloidal Figura 9.
Figura 9. BiFeO3 Romboedral, 𝑅3𝑐 (a) Momentos Magnéticos dos Spins distorcidos de FeO6, com
Vetor de propagação Spin Cicloidal, e mudança de direção periódica (b).
Fontes: Adaptado [121], [122].
Os fenômenos da mudança das propriedades cristalinas com as curvas de
magnetização se apresentam por diversos fatores de anisotropia na simetria cristalina, forma
da amostra, colapso interno e temperatura de sinterização do material [122]–[125]. Esses
fatores dependem da energia de anisotropia presente no sistema. As funções de ondas
atômicas dos íons magnéticos muitas vezes não são esférico tipo “𝑑” 𝑒 “𝑓” nas terras raras,
procura-se acomodar segundo o campo elétrico cristalino no sítio em que se encontra em
decorrência disto, existem uns eixos preferencias ao longo dos quais os momentos magnéticos
se alinham chamados de eixos de fácil magnetização. Outras direções em que os momentos
Alciney Miranda Cabral 48
magnéticos atômicos não têm preferência apontamento, devido à alta quantidade de energia,
são chamadas de eixos de difícil magnetização. Os spins eletrônicos sentem esta anisotropia,
através da interação Spin – Orbita. Esta energia associada é chamada de magnetocristalina
(𝑈𝐾) que depende da simetria cristalina, pode-se ter um ou mais eixos de anisotropia (ou fácil
magnetização). Em cristais com simetrias hexagonais, tetragonais e até trigonais, há um eixo
naturalmente fácil e a energia de anisotropia pode ser descrita por termos com potencias pares
em Sz. Uma aproximação anisotropia uniaxial pode ser descrita pela Equação 26 [121], [126].
𝑈𝐾 = 𝐾1𝑠𝑒𝑛2(𝜃) (26)
A Tabela 6 lista algumas fases magnéticas das Perovskita (ABO3), estruturas cúbicas
ideal e romboédralmente distorcidas, que obedecem a uma ordenação,
𝐴𝐹𝑀 (Antiferromagnética) e 𝐹𝑀 (Ferromagnética), com Magnetização de Saturação Teórica
em Momento Magneto de Bohr [127], [128].
Tabela 6. Perovskita (ABO3) Magnetização de Saturação Teórica.
Perovskita Cátion 3+
(Magnético) Cátion 3+
— O TN (K) (µ𝑩)
LaCrO3 (Cúbica) d3 1,97 Å 282 2,80
CaMnO3 (Cúbica) d3 1,90 Å 110 2,60
LaFeO3 (Cúbica) d5 1,99 Å 750 4,60
KNiF3 (Cúbica) d8 2,00 Å 275 2,20
BiFeO3 (Romboedral) d5 2,11 Å 640 4,00
Fontes: Adaptado [54], [122].
Alciney Miranda Cabral 49
2.5. Princípios Básicos, Domínio e Curvas de Histerese Magnética das Cerâmicas
LBFO
Um domínio magnético descreve uma região em que na magnetização uniforme, de
um material ferromagnético se subdividindo, dentro de cada domínio, a magnetização de
saturação é máxima. A somatória das magnetizações dos domínios é nula. Os domínios
magnéticos dão margem para a explicação, porque muitas vezes materiais ditos
desmagnetizados, apresentam internamente uma magnetização espontânea [30], [75]. O
alinhamento total dos momentos magnéticos produz altos campos magnéticos e, portanto alta
concentração de energia nas imediações do material. A subdivisão reduz estas energias.
A energia magnetostática é associada ao fecho das linhas de campo, os dipolos
formam domínios magnéticos de dimensões relativamente reduzidas (por vezes
submicrométricas). Um modelo teórico, proposto por F. Bloch em 1932, mostrou que a
energia de troca seria minimizada se a transição fosse feita de uma maneira mais suave, como
mostrado na Figura 10a. A parede de Néel: caso a rotação da magnetização ocorra no plano
perpendicular ao plano da parede [75].
A Parede de Bloch [30], [75] caso a rotação da magnetização ocorra no plano paralelo
ao plano da parede de domínio. Os domínios estão separados por limites de domínio
designados por paredes de Bloch. Assim que um campo magnético é aplicado
longitudinalmente à amostra, uma parede de domínio propaga-se por toda extensão da mesma
interagindo com eventuais centros de aprisionamento [129], [130].
As direções da magnetização de saturação de diferentes domínios não precisam ser
necessariamente paralelas. Entre dois domínios adjacentes (𝐷1 e 𝐷2) temos uma região de
transição, chamada de parede de domínio (𝑃𝐷) [75], no qual a magnetização afasta-se da
orientação da magnetização de um dos domínios e gradativamente aproxima-se da orientação
da magnetização do outro domínio adjacente. [25], [75]. As paredes podem ser classificadas
quanto ao ângulo entre os vetores 𝑀𝑆 dos domínios adjacentes podendo ser de 180o e 90
o,
Figura 10b e c, respectivamente [89], [111].
Alciney Miranda Cabral 50
Figura 10. Domínios (𝐷1 𝑒 𝐷2) com Magnetização Antiparalela separada por uma Parede de Bloch
(𝑃𝐷) (a) Paredes de Domínios de 180o, (b) e 90
o (c).
Fontes: Adaptado [75], [79].
A energia de uma parede de domínio é dada pela Equação 27, formada por a parede N
(cátions, átomos, ânions etc) mudando a direção dos spins gradualmente, cada um em seu
plano e fazendo um ângulo 𝜑 com o spin 𝑆, adjacente em outro plano, com valor médio de
π/N [79].
𝐸𝑇𝑟𝑜𝑐𝑎 = −2 𝐽𝑇𝑟𝑜𝑐𝑎 𝑆2𝐶𝑜𝑠𝜑𝑖𝑗 (27)
O trabalho de um campo magnético exposto a um material cerâmico é determinado a
partir dos momentos magnéticos do núcleo ferromagnéticos, que tendem a acompanhar o
direcionamento do campo externo aplicado 𝐻. À medida que se aumenta a corrente que
circula numa determinada bobina geradora do campo, aumenta a intensidade do campo
aplicado, aumentando a tendência de alinhamento dos momentos magnéticos intrínsecos da
ferrita, ou seja, aumenta a magnetização do material [75].
Esta magnetização aumenta até alinhamento dos momentos magnéticos, onde a partir
daí a magnetização do núcleo não se alteraria mais com o incremento do campo aplicado.
Neste haverá Magnetização de Saturação 𝑀𝑆 do material ferromagnético do núcleo [131]. Se a
partir deste ponto houver à diminuição gradativa da corrente elétrica da bobina, diminuindo
assim o campo aplicado ao núcleo da ferrita, analisa-se que a desmagnetização do núcleo não
acompanha a desmagnetização da bobina. Mesmo após o corte da corrente das bobinas
Alciney Miranda Cabral 51
(campo aplicado nulo) poderemos perceber alguma magnetização no núcleo. Esta
magnetização recebe o nome de Magnetização remanescente, geralmente simbolizada
𝑀𝑅[75]. Para zerar a magnetização do núcleo, ou seja, zerar o campo remanescente 𝑀𝑅 deve-
seaplicar na bobina, uma corrente em sentido contrário, ao aplicado no processo anterior, com
o intuito de gerar um campo magnético em direção oposta ao da 𝑀𝑅. Então se deve aumentar
a corrente elétrica da bobina até o campo com intensidade suficiente para zerar a
magnetização do núcleo [10], [75].
O valor de campo aplicado para zerar 𝑀𝑅 é chamado de campo coercivo e denotado
por 𝐻𝐶. Estes parâmetros podem ser medidos pelo magnetrômetro de amostra vibrante
(MAV). O processo de magnetização e desmagnetização é conduzido através de diferentes
caminhos. Este comportamento de magnetização é chamado de ciclo de histerese ou laço de
histerese ou então curva, 𝑀 𝑥 𝐻, como mostra a Figura 11, a linha tracejada representa o
início do ciclo de magnetização onde o material se encontra virgem. Para o restante do ciclo
este caminho não será mais utilizado, pois a partir daí, para forçar o valor de magnetização à
zero será preciso aplicar um campo externo com o valor de 𝐻𝑐 [86], [132], [133].
Figura 11. Ciclos de Histerese Magnética.
Fontes: Adaptado [133].
Em aplicações práticas experimentais uns dos importantes medidores de propriedades
magnéticas é o ciclo de magnetização e desmagnetização. De acordo com o comportamento
das curvas de histerese, dentro de idealizações, as ferritas são classificadas como “duros” ou
“moles” Figura 12.
Alciney Miranda Cabral 52
Figura 12. Tipos de Ciclos de Histerese Magnéticas, Duras (a), Mole (b) e Intermediária (c).
Fontes: Do autor.
As ferritas podem ser classificadas segundo a observação das curvas de histerese
magnética.
Ferritas duras (Hard):
Altos valores de magnetização remanescente (𝑀𝑅) e campo coercivo (𝐻𝑐).
Largas curvas de histerese.
São ferritas aplicadas em dispositivos de memória magnéticas, disquetes de
computadores e tarjas de cartão bancário Figura 12a.
Ferritas moles (Soft):
Baixos valores de 𝑀𝑅 𝑒 𝐻𝑐.
Quando o ciclo de histerese é estreito.
São classificadas como dispositivos que necessitam trabalhar com altas freqüências,
tais como: aparelhos de comunicação, radares, chips de computadores, aparelhos de GPS,
entre outros. Figura 12b.
A Figura 12c, apresentados curvas de materiais intermediários, materiais com este
formato, são utilizados em dispositivos de gravação magnética e absorvedores
eletromagnéticos. As curvas de Histerese Magnética e Comportamento Magnético, em
Materiais para estruturas, ferromagnéticas, superparamagnético e paramagnéticos, com
orientações de spins está descrito na Figura 13 [134].
Alciney Miranda Cabral 53
Figura 13. Curvas de Histerese Magnética e Comportamento Magnético em Materiais Diferentes.
Fontes: Adaptado [134], [135].
Alciney Miranda Cabral 54
2.6. Parâmetros de Condução e Dielétricidade das Cerâmicas LBFO
Cerâmicas podem apresentar propriedades elétricas, magnéticas e ópticas e atuar como
materiais ferroelétricos, isoladores, supercondutores, eletrodos e sensores. Susbstratos
cerâmicos que possam fucionar como dispositivos ressoadores dielétricos, possuem
características semelhantes às das cavidades metálicas ressonantes [6]. Além de possuir alto
fator de qualidade, alta constante dielétrica e baixo coeficiente de variação da freqüência de
ressonância com a temperatura, os ressoadores dielétricos possuem pequenas dimensões e
benificiam a facilidade de montagem mecânica em circuitos integrados de microondas.
Reduzir o custo de circuitos de microondas está diretamente ligado à redução de suas
dimensões Figura 14 [136]–[138].
Figura 14. Dielétricos de diferentes Cerâmicas Sintetizadas em Laboratório.
Fontes: Adaptado de [139].
O desenvolvimento de cerâmicas para aplicação em ressoadores dielétricos (RDs) em
circuitos de microondas como antenas ressoadoras dielétricas na área de telecomunicações,
tem sido à busca de grandes grupos de pesquisas nacionais e internacionais [140], [141]. Um
dielétrico com caracteristicas ferromagnéticas tem bons fatores de permissividede eletrica
relativa (εr) e baixas tangentes de perdas [139], [142]. Neste sentido, linhas de transmissão
miniaturizadas (microlinhas de transmissão) do tipo “microstrip” e “stripline” têm cumprido
esses requisitos e os tradicionais guias de ondas e as linhas coaxiais rígidas. Somente em
algumas aplicações muito específicas, tais como transmissão de alta potência ou filtros de
baixas perdas, é que guias de onda ainda são preferidos. Os avanços em miniaturização de
Alciney Miranda Cabral 55
circuitos de microondas é o aparecimento do ressoador dielétrico de baixa perda dielétrica e
estável em freqüência [143].
Quando aplicados em um oscilador, o ressoador dielétrico apresenta alta estabilidade
em freqüência inclusive com a temperatura, baixa ruído, tamanho e pesos reduzidos que são
qualidades compatíveis para telecomunicação [144]. Historicamante o desenvolvimento
desses dispositivos ocorreram nos anos 70, materiais que têm uma constante dielétrica que
ficaram uniforme, estabilidade de temperatura, baixas perdas dielétricas, foram produzidos na
indústria para pesquisa [145], [146]. Um ressoador dielétrico geralmente é cilíndrico em
forma tubular, esférica, paralelepípedo, filmes ou até mesmo pó em um conjunto de
cavidades. Um modo ressonante geralmente é usado em ressoadores dielétricos cilíndricos
𝑅𝐷𝐶, planares e fractais. O campo elétrico descreve círculos concêntricos no interior do 𝑅𝐷 e
o campo magnético ultrapassa os seus limites. Os ressoadores são componentes importantes
em circuitos de microondas. Eles filtram, selecionam e sintonizam freqüências em
osciladores, amplificadores e filtros de microondas. Os campos eletromagnéticos no interior
de um ressoador armazenam energia de freqüência ressonante, onde energias elétricas e
magnéticas oscilam igualmente. A impedância de contribuição à ressonância é puramente real
desde que a reatância seja proporcional à diferença entre as energias elétrica e magnética
armazenada [5].
Os substratos cerâmicos tem comportamento similar a qualquer material já usado na
área de eletrônica de propagação, a contante dielétrica podem ser obitidos pela permissividade
que é a habilidade de um material polarizar-se em resposta a um campo elétrico, aplicado,
com isso este pode cancelar parcialmente o campo dentro do material. Este fator estar
diretamente relacionado com a susceptibilidade elétrica [147]. Um capacitor em uma alta
permissividade faz que a mesma quantidade de carga elétrica, seja guardada com um campo
elétrico menor e, portanto, a um potencial menor, levando a uma maior capacitância do
mesmo. Quando se trabalha com sólidos complexos, os materiais podem ser classificados
quanto à facilidade com que eles conduzem corrente como; condutores, semicondutores e
isolantes.
Propriedades dielétricas dos materiais isolantes são habitualmente caracterizadas por
uma relação entre os vetores de campo elétrico �� , e deslocamento elétrico �� . No caso de um
dielétrico isotrópico (as mesmas propriedades físicas independentemente da direcção
considerada), o material é caracterizado quanto a permissividade dielétrica definida na
Equação 28.
Alciney Miranda Cabral 56
휀 =𝑑𝐷
𝑑𝐸|𝐸=0
(28)
Geralmente não é uma constante já que pode variar com a posição no meio, a
frequência do campo aplicado, a umidade ou a temperatura, entre outros parâmetros. Tem um
significado físico da permissividade medido com um pequeno campo de elétrico 𝐴𝐶
(Corrente alternada). A permissividade dielétrica também pode ser definida sob um campo
elétrico de 𝐷𝐶 (Corrente contínua). Normalmente, campos 𝐴𝐶 e 𝐷𝐶 são paralelos. Neste caso
definido na Equação 29 [45], [144].
휀(𝐸0) =𝑑𝐷
𝑑𝐸|𝐸=𝐸0
(29)
A permissividade do vácuo (휀0 = 8,8541878176. 10 −12𝐹.𝑚−1). Também aparece
na lei de Coulomb, como parte da constante de força de Coulomb, onde c é a velocidade da
luz e 𝜇0 é a permeabilidade magnética do vácuo [148], [149] Equação 30.
휀0 =1
𝑐2µ0= 8,8541878176x10−12 𝐹.𝑚−1 (30)
Se o material for anisotrópico, as direções dos vetores �� e �� pode não coincidir
necessariamente e a permissividade dielétrica torna-se dependente da direção do campo AC
medição. Neste caso, a permissividade dielétrica é definida como uma tensora Equação 31.
휀𝑖𝑗 =𝑑𝐷𝑖
𝑑𝐸𝑗|𝐸=0
(31)
Onde i e j assumir valores no intervalo (1 – 3), denotando componentes cartesianas.
A Termodinâmica exige a simetria do tensor, ou seja, 휀𝑖𝑗 = 휀𝑗𝑖 [150]. Se a
permissividade dielétrica é independente do campo, então esta pode ser apresentada sob a
forma da Equação 32.
Alciney Miranda Cabral 57
𝐷𝑖 = 휀𝑖𝑗𝐸𝑗
(32)
A Convenção de somatório de sufixo fictício de Einstein, isto é, somatório de 1 a 3 é
implícita no caso de repetição de sufixos, a menos que especificado em contrário. Uma
característica útil dielétrica de um material é a permissividade (ou constante dielétrica)
definida nas Equações 33. A permissividade absoluta se calcula multiplicando a
permissividade relativa pela do vácuo e onde 𝜒𝑒 é a susceptibilidade elétrica do material estes
valores são definidos nas Equações 34 e 35.
휀𝑟𝑖𝑗=
휀𝑖𝑗
휀0 (33)
휀𝑟 =휀
휀0 (34)
휀 = 휀𝑟휀0 = (1 + 𝜒𝑒)휀0 (35)
A permissividade do vácuo 휀0 é o quociente dos campos 𝐷. 𝐸−1 nesse meio. As
unidades no SI, 휀0 para é farady por metro (𝐹.𝑚−1) é a força se mede em newtons (𝑁), a
carga em coulombs (𝐶), à distância em metros (𝑚), e a energia em joules (𝚥). O campo de
deslocamento �� se mede em coulombs por metro quadrado (𝐶.𝑚−2), enquanto que o campo
elétrico �� se mede em volts por metro (𝑉.𝑚−1). �� 𝑒 �� representam o mesmo fenômeno, a
interação entre objetos carregados �� é relacionado com as densidades de carga associado
[151], [152]. A estrutura do tensor (matriz) varia de acordo com a simetria do material. No
caso de materiais isotrópicos (por exemplo, cerâmicas), o tensor da permissividade dielétrica
tem uma forma simples na Equação 36.
(휀𝑟 0 00 휀𝑟 00 0 휀𝑟
) (36)
Alciney Miranda Cabral 58
Para o vácuo 휀 = 1. Dielétricos idealizados (por exemplo, perovskitas cúbicas de
ABO3 à temperatura ambiente), as estruturas podem responder pelas determinantes das
matrizes Equação 37 e 38 [78], [153].
(휀𝑟1 0 00 휀𝑟2 00 0 휀𝑟3
) (37)
Singularmente uma cerâmica "dielétrica", quanto a capacidade de armazenar energia
quando um campo elétrico externo é aplicado. Se uma fonte de tensão DC é colocada através
de um capacitor de placa paralela, mais uma carga é armazenada quando um material
dielétrico entre as placas do que se nenhum material (vácuo) é entre as placas [154].
O material dielétrico aumenta a capacidade de armazenamento do capacitor por
encargos neutralizantes nos eletrodos, que normalmente deve contribuir para o campo
externo. A capacitância, Equação 38, de um material dielétrico material está relacionada com
a constante dielétrica. Se uma fonte de tensão 𝐷𝐶, 𝑉 é colocada através de um capacitor de
placa paralela Figura 15, mais uma carga é armazenada quando um material dielétrico entre as
placas do que se nenhum material (vácuo) é entre as placas [143], [148].
Figura 15. Capacitor de placa, caso de DC (a) AC (b).
Fontes: Adaptado [147], [148], [155], [156].
Onde ʗ e ʗ0 são as capacitâncias com e sem o dielétrico κ' = ε'r que é a constante
dielétrica ou permissividade, 𝐴 e 𝑡 são respectivamente as áreas das placas do capacitor e a
distância entre eles Figura 15a. O material dielétrico aumenta a capacidade de armazenamento
do capacitor por encargos neutralizantes nos eletrodos, que normalmente deve contribuir para
o campo externo [147], [148].
Alciney Miranda Cabral 59
Numa fonte de tensão senoidal (𝐴𝐶) a capacitância do material dielétrico, Figura 15b
uma 𝑉(tensão) é colocada através do capacitor, a corrente resultante será composta de uma
carga de corrente Ic e uma perda atual 𝐼𝑙, que está relacionado com a constante dielétrica. As
perdas no material podem ser representadas como uma condutância (𝐺) em paralelo com um
capacitor (ʗ) o desenvolvimento matemático está descrito na Equação 38.
𝐼 = 𝐼𝐶 + 𝐼𝐼 = 𝑉(𝑗𝜔ʗ0𝜅′ + 𝐺)
𝑠𝑒
= 𝐺 = 𝜔ʗ0𝜅′′
𝑙𝑜𝑔𝑜,
= 𝐼 = 𝑉(𝑗𝜔ʗ0)(𝜅′′ − 𝑗𝜅′′ )
= 𝑉(𝜔ʗ0)𝜅′′
= 𝜅′ = 휀𝑟′ =
ʗ
ʗ0
= 𝜔 = 2𝜋𝑓
(38)
Entretanto, a constante dielétrica tem seu valor complexo κ, que consiste numa parte
real 𝜅′ (휀𝑟), que tem uma representação energética numa parte imaginária κ”(εr”) com perdas.
As notações são usadas para descrever uma complexa constante dielétrica, que condiz a mais
fidedigna. Em linhas gerais a permissividades elétricas pode ser descritas na Equação 39.
𝜅 =
휀
휀0= 휀𝑟 = 휀′ − 𝑗휀𝑟
′′
(39)
A constante dielétrica relativa εr, ou a permissividade absoluta ε, em relação a
permissividade do espaço vácuo 휀0, a parte real de permissividade 휀′, é uma medida de quanta
energia armazenada em um material num campo elétrico externo E [157].
A parte imaginária de permissividade elétrica relativa (휀𝑟′′) define-se como fator de
perda é uma medida inibidora com perdas num material em um campo elétrico externo. O
fator de perdas é sempre maior que zero e é geralmente muito menor do que 휀′, o fator de
perda inclui os efeitos da perda dielétrica e da condutividade [150], [158].
A variação da constante dielétrica com a freqüência é diretamente influenciada pelas
ligações químicas, compactação e simetria de substâncias, óxidos, complexos e sais
inorgânicos, conforme a Figura 16 para as freqüências na região de microondas a constante
Alciney Miranda Cabral 60
dielétrica (휀′), parte real, permanece praticamente constante, contudo a parte imaginária (휀′′),
que está associada às perdas, diminui até próxima a freqüência de microondas e depois
aumentam.
Figura 16. Variação das dieletricidades Real e Imaginária, com a Frequência de Estrutura.
Fontes: Adaptada de [148].
Na Figura 17 quando a permissividade complexa é desenhada, como em um simples
do vetor, com a permissividade real e o imaginário que estão em componentes em 90° fora de
fase Equação 40.
Figura 17. Diagrama do Vetor Tangente de Perda.
Fontes: [147], [148].
𝑇𝑎𝑛𝛿 = 𝑡𝑎𝑛𝛿 =휀𝑟
′′
휀𝑟′=
휀′′
휀′= 𝐷 =
1
𝑄=
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑃𝑒𝑟𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝐴𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝐶𝑖𝑐𝑙𝑜 (40)
As somas dos vetores formam um ângulo 𝛿 com o eixo real 휀𝑟, as "perdas" o eixo
imaginário 휀𝑟′′ de um material estão em relação entre a energia perdida para a energia
armazenada. A tangente de perda ou 𝑇𝑎𝑛 𝛿 é definida como a razão da parte imaginária da
constante dielétrica pela parte real [147].
Alciney Miranda Cabral 61
O “𝐷” é o fator de dissipação e 𝑄 é o fator de qualidade. A tangente de perda 𝑡𝑎𝑛 𝛿 ou
fator de dissipação. O termo "fator de qualidade ou 𝑄 − 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟" é usado em relação a um
material eletrônico de micro-ondas, que é o recíproco da tangente de perda. Em materiais
muito baixa perda, desde que 𝑇𝑎𝑛 𝛿 ≈ 𝛿, a tangente de perda pode ser expressa em unidades
de ângulo, miliradianos ou microradianos. [143].
Num capacitor cilíndrico, ou coaxial, as medidas de permissividades elétricas são feito
de dois cilindros metálicos concêntricos Figura 18 com ri raio do cilindro interno e ro, raio do
cilindro externo. Entre os cilindros são dois meios com diferentes permissividade ε1 e ε2. As
duas fronteiras entre estes meios de comunicação também podem ser radiais. A capacitância
C por l de comprimento para este dispositivo e a permissividade elétrica irá ser considerando
uma fração de enchimento 𝛼1 𝑒 𝛼2 Equação 41 tem-se, a representação desses cálculos.
Figura 18. Capacitor Cilíndrico.
Fontes: [159].
ʗ =2𝜋휀0𝑙
𝑙𝑛 (𝑟0𝑟𝑖
)(𝛼1휀1 + 𝛼2휀2) (41)
A permeabilidade complexa (µ) é composta por uma parte real (µ′) que representa o
armazenamento de energia e a parte imaginária (µ′′) que representa o termo de perda de
energia. A permeabilidade relativa, também pode ser escrita por µ𝑟 é a permissividade em
relação ao espaço livre, Equação 42, µ0 é a chamada constante magnética ou permeabilidade
relativa no vácuo [143].
Alciney Miranda Cabral 62
µ𝑟 =µ
µ0= µ𝑟 − 𝑗µ𝑟
′′
𝑜𝑛𝑑𝑒,
µ0 = 4𝜋𝑥10−7𝐻.𝑚−1
(42)
Alguns materiais como o ferro (ferrites), cobalto, níquel e suas ligas têm propriedades
magnéticas apreciáveis; no entanto, muitos materiais são nanomagnético, tornando a
permeabilidade muito próxima à permeabilidade do espaço livre (µ𝑟 = 1) [139]. A condução
eletrônica e iônica é um resultado de corrente elétrica a partir do movimento de partículas
eletricamente carregadas em resposta às forças que agem sobre os sólidos inorgânicos, a partir
de um campo elétrico aplicado externamente. [143].
Em todos os condutores e semicondutores e muitos em materiais de isolamento a
condução só existe, se a magnitude da condutividade elétrica é fortemente dependente sobre o
número de elétrons disponíveis para participar na condução processo. [25]. Num dielétrico o
número de elétrons na banda de condução é extremamente baixo se comparado a um
condutor.
Normalmente em dielétricos a barreira de energia ou “gap” entre as bandas de
valência como na Figura 19a, condução é da ordem de 4 e 8 𝑒𝑉, que é suficientemente grande
para manter a maior parte dos elétrons presos numa banda de energia mais baixa. Assim
quando um campo elétrico é aplicado num material dielétrico, surgir uma condução muito
pequena como na conhecida como perda dielétrica. A Figura 19b, ilustra matériais cerâmicas
de perovskitas em bandas de condução [24]. As energias em níveis são 𝐸𝐶 , 𝐸𝑉 𝑒 𝐸𝐹 que são
respectivamente as bandas de condução, banda de valência e o nível de Fermi,
respectivamente. Este fenômeno pode ser causado por um número finito de elétrons livres em
adição a outros portadores de carga livres, quando há alguma, contaminação por impurezas,
ou acúmulo de cargas na interface de materiais diferentes ou em diferentes fases. As perdas
por orientação dipolar são comuns em moléculas polares sujeitas a campos alternados [160].
Alciney Miranda Cabral 63
Figura 19. Estados Eletrônicos antes e após a Excitação (a) de um elétron da Banda de Valência em
Banda de Condução (b).
Fonte: [161], [162].
Na sua maioria os metais de transição representam importantes substratos, tendo em
vista que metais que os formam tem a capacidade de ter os seus orbitais “d” que na sua
maioria semipreenchidos com elétrons estão desemparelhados. Essa versatilidade torna o
estudo atraente à aplicação tecnológica, em componentes de computadores, circuitos de altas
ou baixas frequências, filtros. A compreender a versatilidade destes dielétricos e suas
configurações físicas têm-se nas aplicações destes dispositivos na construção de produtos de
alta tecnologia [137].
CAPÍTULO 3: MÉTODOS DE SÍNTESE DOS MULTIFERRÓICOS
Alciney Miranda Cabral 65
3. MÉTODOS DE SÍNTESE DOS MULTIFERRÓICOS
3.1. Métodos de Sínteses das Perovskitas
As perovkitas (ABO3) são empregadas em artigos de alta tecnologia. A rota de síntese,
sempre terá um papel importante nas suas propriedades físico-químicas: controle textural,
morfologia das fases, grupos espaciais, tamanho de grãos, área de superficiais em escala
nanoestruturais e atômicas [71]. A síntese de combustão é um método relativamente simples,
na preparação de uma variedade de Cerâmicas Avançadas, como Catalisadores e
Nanomateriais diversos. [65]. Muitos trabalhos com perovskitas remetem somente a rotas de
síntese químicas úmidas com a reprodução integral da monofasicidades dos sistemas ABO3
[14]. O gráfico da Figura 20 tem como objetivo retratar o escore de publicações científicas
analisando a síntese das perovskitas, o mesmo foi gerado por dados fornecidos pela base
científica Scopus, usando a busca da palavra-chave “Synthesis Perovskite” entre os anos de
1965 à 2016. Nesta pesquisa encontram-se 3030 artigos, além de um número de 8402 patentes
não mencionadas.
Figura 20. Análise das buscas dos documentos por área de estudo na temática “Synthesis Perovskite”
(Síntese de Perovskitas).
Fontes: Scopus.
A literatura Científica apresenta uma densidade elevadíssima de Materiais Cerâmicos
Aplicados (MCA), tendo como matrizes perovskitas [163]–[168]. Nessa literature, das
Alciney Miranda Cabral 66
perovskitas (ABO3) (onde A ou B = M2+
, M3+
e M4+
: Bi3+
, Ca2+
, Fe3+
, La3+
, Co2+
, Gd3+
, Sr2+
,
Ti4+
e Zr4+
, Zn2+
, Ni2+
e etc) tem como bases a escolha do método de síntese, como o
delimitador do projeto da matriz cerâmica [169]. Em termos de distribuição geográficas, os
estudos sobre as perovskitas mundialmente na forma como mostrado Figura 21.
Figura 21. Artigos por nacionalidade Síntese de Perovskitas.
Fontes: Scopus.
O Brasil ainda exibe baixa produtividade científica, isso é reflexo de seu conjunto de
políticas científica e industrial, perovskitas. Para a síntese de perovskita, o Método Cerâmico
Convencional (MCO) destaca-se por ser o mais usado mundialmente, pelas indústrias e
institutos de pesquisas [170].
Especificamente para a Ferrita de Bismuto BiFeO3, perovskita, este método não reúne
condições de monofásicidade e pureza [170], [171]. Segundo alguns autores, o principal
ativador desse fenômeno é a meta instabilidade do composto BiFeO3 gerando as fases
Bi25FeO39 e Bi2Fe4O9 [14] na reação (49BiFeO3→12Bi2Fe4O9 + Bi25FeO39). O digrama de
fases do BiFeO3, na Figura 22a, foi proposto em 1960, apresentando esta instabilidade com as
temperaturas de sinterização, adição molar e estequiométrica dos óxidos precursores de Bi2O3
e Fe2O3, Figura 22b.
Alciney Miranda Cabral 67
Figura 22. Diagrama de fase do BiFeO3 (a) fases região (α : 1- Bi2O3, 2 - BiFeO3, 3 - Bi2Fe4O9 e 4 -
Estados amorfos) (b).
Fontes: Adaptado de [14], [172].
A tendência monofásica ocorre quando há “sinterização rápida na fase líquida”. A
Figura 23 esquematiza o (MCO) aplicada ao BiFeO3.
Figura 23. (MCO) do BiFeO3.
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 68
Em 2003, Morozov et. al. descreveram o (MCO) para o BiFeO3, com os óxidos
próximo a difusão em temperatura de 825 oC [14]. As pesquisas de Wang et. al., sugeriram
uma adaptação do processo de reação no estado sólido, para obter uma fase BiFeO3 pura
[104]. A Figura 24 apresenta os dados obtidos na base dados de trabalhos científicos
“Scopus”, utilizando as palavras chaves, Síntese Química do BiFeO3 (“BiFeO3 Chemical
Synthesis”).
Figura 24. Análise das buscas dos documentos por área de estudo em síntese química de BiFeO3.
Fontes: Scopus.
Figura 25. Análise das buscas dos artigos por nacionalidade de primeiro autor com área de estudo em
Síntese Química de BiFeO3.
Fontes: Scopus.
Alciney Miranda Cabral 69
O gráfico da Figura 25 exibe um panorama mundial da produção científica sobre a
síntese química de BiFeO3 por países. A Tabela 7 é feito um resumo sobre os métodos de
sintese quimica do BiFeO3 especificando tamanho médio das partículas e suas respectivas
aplicações.
Tabela 7. Materiais Cerâmicos de BiFeO3, Métodos e Aplicações.
Métodos de
Síntese Química
Matriz Cerâmico
BiFeO3
Tamanho médio
das partículas Aplicações Ref.
Microemulsão BiFeO3 ~20.6 nm Ferroelétricos [173]
Complexação por
PVP e DMF
Nano-tubos
BiFeO3 62 - 100 nm
Biosensores e
spintrônicos [174]
Co-Precipitação Bi1-xGdxFeO3 ~ 70.0 nm Ferromagnéticos [175]
Hidrotermal g-C3N4/BiFeO3 ~ 470.0 nm Fotocatalisador [176]
Precursor
Ferrioxálico BiFeO3 11 - 22 nm
Sensores
Magnetoelétricos [177]
Solvatermal BiFeO3 ~ 600 nm Foto catalisador [178]
Gel -
Poliacrilamida Nano BiFeO3 ~ 110 nm Foto catalisador [179]
Combustão
Glicerol
YBa2Cu3O7-y e
BiFeO3 ~ 50 nm Nano Dielétrico [180]
Combustão –
Sacarose Nano BiFeO3 ~ 42 nm
Nano-catalisador
Heterogêneo [4]
Combustão
adaptada Glicina
– Ureia
SiO2/BiFeO3 ~ 98 nm Leser dielétrico [181]
Ácido tartárico BiFeO3 60 - 90 nm Fotocatalisador
Magnético [182]
Sonoquímica BiFeO3 dopado
Sc3+
25 - 30 nm
Memória
Magnetocapacitor [183]
Sais fundido BiFeO3 5 - 10 µm Dielétrico [184]
Pechini
modificado
BiFeO3 dopado
La3+ ~ 1µm Multiferróicos [185]
Deposição a
Leiser
Pt/BiFeO3/SrRuO
3 ~ 100 nm
Heteroestruturas
Filme Capacitor [186]
Sputtering BiFeO3 ~70 nm Ferroelétrico [187]
Sol-Gel BiFe1−xCoxO3 18 nm Resistor
Multiferróico [183]
PLD – Deposição
em filmes BiFeO3 - CoFe2O4 1 – 5 nm
Heteroestrutura
multiferróicos [188]
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 70
3.2. Síntese de Reação por Combustão Aplicada ao LBFO
A físico-química dos materiais sólidos tem fornecido processos dinâmicos, para o
desenvolvimento de materiais tecnológicos. Na literatura científica, o termo “síntese de
combustão” está relacionado à nanociência, micro-nanopartículas, nanocristais, nanofibras,
nanotubos e nanocompósitos. É necessário enfatizar que essas aplicações são promissoras no
campo tecnológico [170], [189]–[191]. A Ferritas de Bismuto III dopadas por terras raras,
como o íon de La3+
, (LBFO) são multidisciplinar, pois são aplicadas ao meio ambiental,
fármacos, biosensores, catalisadores, fotocatalisadores, multiferróicos, ferroelétricos,
dielétricos e memórias multiferróicas [191]–[193].
Desde 1825, com experimentos de Jöns Jacob Berzelius (1779 - 1848), o método de
Síntese por Reação de Combustão (SRC) é muito aplicado por muitos institutos de pesquisas
cientificas do mundo [194]. Em resumo, para a obtenção de cerâmicas, o método consiste na
mistura de precursores, como nitratos, acetatos ou carbonatos, com agentes redutores
combustíveis ou propelentes. Entretanto, somente em 1980, a síntese de combustão foi
formalmente investigada. [80], [170], [191], [195]. O método tem por objetivo produzir
óxidos homogêneos em fases cristalinas, como uma alternativa para a reação MCO e Sol-Gel.
Nessa maneira a aplicação se desenvolveu bem porque a gênese de outros métodos tais como
hidrotermal, sonoquímica e sais fundidos estão fundamentados em MCO e SRC [8], [166],
[170], [185].
A Síntese por Reação de Combustão (SRC) tornou-se uma das técnicas de sínteses
química mais reconhecida, na preparação de materiais em escala de micro a nanométrica, e
praticada por muitos países [170], [191], [196]–[198]. A SRC se destaca no desenvolvimento
de materiais cerâmicos, como um processo químico, rápido e seguro, que tem como
característica a economia de tempo e energia [97], [199], [200]. Geralmente o objetivo da
síntese de cerâmicas tecnológicas por SC, é de se avaliar na combustão a potencialidade de
desenvolver o material de estudo, tendo em vista os tipos de óxidos a sintetizar, o ambiente da
síntese, combustível, reator, duração do processo e conjuntos das variáveis físico-químicas
que interferem na síntese. [97], [191], [199], [201], [202].
A SRC garante aos operadores excelentes parâmetros estruturais, no que diz respeito a
cerâmica formada. Cada tipo de estrutura requer uma adaptação específica na síntese. Todas
estas caraterísticas estão correlacionadas, desde o planejamento da rota química até a pureza
dos reagentes. Os parâmetros que são de extrema necessidade, no processo de combustão,
Alciney Miranda Cabral 71
passam pela pureza dos precursores, controle estequiometria, homogeneidade dos precursores,
tipos de cadinhos, rampa de aquecimento, temperatura máxima, atmosfera da sinterização,
tipo de combustível, fases dos reagentes dentre outros. Todas estas anuências no preparo
influenciam nos parâmetros macroestruturais a microestruturas [203].
As propriedades dos óxidos mistos para a estrutura cristalina, estrutura amorfa,
tamanho do cristalito, pureza, área de superfície e a aglomeração de partículas dependem dos
parâmetros do processo da combustão adotado. A influência das relações de
Combustível/Oxidante e os parâmetros termodinâmicas associadas a entalpia, temperatura de
chama adiabática e quantidade de gases em número de mols gerado, estão intimamente
relacionados às características das cerâmicas obtidos. O processo de produção de óxido misto
tem como objetivo componentes de alta pureza, homogeneidade de fases, e partículas com
distribuições uniformes [12], [191], [204].
A aparente simplicidade do método de combustão pode levar aqueles que se
propuserem a sintetizar determinada estrutura, tecer resultados não satisfatórios. Isso se deve
a não adoção da etapa inicial, principalmente a escolha dos precursões e dos parâmetros de
sistemas adotados para a síntese. Na combustão, as fontes de aquecimentos são: placas,
muflas, fornos microondas e reatores. Nas perovskitas a etapa de cálculos das reações e
mensagem prévia garante a precisão estequiometria dos óxidos mistos a serem formados. Um
importante fator é a definição do combustível, que também influência nos parâmetros físico-
químicos e estruturais das cerâmicas [199], [205]–[207].
A síntese de combustões aplicadas a perovskitas BiFeO3 em forma monofásica de
simetrias romboedros, ortorrômbicas, triclínicas, cúbicas, monoclínicas e outras. O método de
reação de combustão produz reações rápidas, exotérmicas, auto-sustentável, resultante da
combinação adequada de oxidantes (por exemplo, nitratos metálicos, nitrato de amônio
metálico, perclorato de amônio metálico, acetatos e etcs) e redutor como combustível
orgânico (por exemplo, uréia, carbohidrazida, hidrazina, ácido cítrico, sacarose, glicina e etcs)
[11]. Para que a combustão ocorra, é necessária uma grande quantidade de calor liberado
durante a formação dos produtos. Dentre os combustíveis mais usados podemos destacar a
uréia, hidrazina, maleica, tetraformol, carboidrazina e glicina [12], [13]. Um exemplo típico
da reação de combustão é a formação de óxidos como o de alumínio (Al2O3), através do
Nitrato de Alumínio III Al(NO3)3, tendo como combustível carbohidrazida, CH6N4O,
fortemente exotérmica com entalpia de reação (𝛥𝐻𝑓0 =– 3800 kJmol
−1) [191], [192], [208].
Alciney Miranda Cabral 72
A Tabela 8 retrata o tipo de combustível e o tamanho médio das partículas com suas
respectivas aplicações.
Tabela 8. Alguns Óxidos Preparados por Combustão.
Cerâmica Combustível Tamanho médio
da partícula
Aplicação
Tecnológica Referência
ZnO Ureia <100 nm Eletrodos [189]
PZT Acido Cítrico 20 nm Piezoeléctrico [209]
AMnO3 (A= Sr, Sm e
Nd)
Complexo Acetato /
Ácido Nítrico 100 – 150 nm
Magnéticos,
Dielétricos e
Catalisador
[210]
LaSrFeO3 Carbohidrazina
/Oxalihidrazina 20 – 30 nm
Célula a
combustível
Cátodo
[211]
LiCo0.5M0.5O2
M = X e X Uréia 5 – 10 μm Bateria [212]
Bi1-xZnxFe1-y NiyO3 Glicina 1 – 3 μm Multiferróico [213]
MFe2O4/BaFe12O19 Oxalihidrazina/ Ureia 60 – 100 nm Magnetismo [214]
M/MgAl2O4, M = Pt, Pd e Ag
Uréia 7 – 10 nm Catálise [215]
BaTiO3 Glicina/Ácido Cítrico 18 – 25 nm Dielétrico [216]
Fontes: Do autor.
Quando ocorre uma combustão completa, os gases produzidos e liberados são N2, CO2
e H2O. No cálculo termodinâmico nas cerâmicas do tipo perovskitas, deve-se avaliar as
valências dos reagentes e dos produtos, Tabela 9.
Tabela 9. Relação entre Moléculas Compostos e Valência.
Moléculas e Compostos Íons/Nox/Valência
N2(g) N: 0
CO2(g) C: +4; O:- 2
O2(g) O: -2
H2(g) H: +1
Fe(NO3)3 ∙ 9H2O(s) Fe+3
(N0O3
-2)3 + 9(2H
1+ O
2-) → Valências = -15
Bi(NO3)3∙ 5H2O(s) Bi3+
(N0O3
2-)3 + 5(2H
1+ O
2-)→ Valências = -15
La(NO3)3∙ 6H2O(s) La3+
(N0O3
2-)3 + 6(2H
1+ O
2-)→ Valências = -15
CO(NH2)2(s) C+4
O-2
(N0 H2
+1)2→ Valências = +6
Fontes: Adaptado [88], [217], [218].
Com relação a síntese de combustão aplicada aos óxidos duplos de perovskitas de ferro
III ou ferritas a partir dos nitratos metálico e combustível, leva-se em consideração também o
consumo completo dos combustíveis. A reação completa com todos os nitratos metais e
combustível é conhecida como uma relação estequiométrica.
Alciney Miranda Cabral 73
O princípio fundamental da combustão por nitratos precussores é uma mistura Redox,
que contém reagentes oxidantes (nitratos) e um combustível (uréia, glicina, hidrazina,
carbohidrazina e etcs) como agentes redutores. [12], [80], [208], [218], [219]. Matematicamente
essa definição pode ser resumida na Equação 43.
∑𝑉𝑎𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑂𝑥𝑖𝑑𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠(𝑁𝑖𝑡𝑟𝑎𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑀𝑒𝑡𝑎𝑖𝑠)
+∑𝑉𝑎𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑅𝑒𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟𝑎𝑠 (𝐶𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙) = 0
(43)
Na Equação 44, temos a estequiometria de misturas Nitrato metálico e Combustível,
que pode ser e expressa em termos do coeficiente estequiométrico elementar Фe [219].
Ф𝑒 =
∑ [(𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑂𝑥𝑖𝑑𝑎çã𝑜
𝑑𝑜𝑠 𝐸𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑛𝑎 𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎 ) (𝑉𝑎𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎)]
(−1)∑ [(𝐶𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑑𝑢çã𝑜
𝑑𝑜𝑠 𝐸𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑛𝑎 𝐹ó𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎 ) (𝑉𝑎𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎)]
(44)
Na relação consumo proporcional Combustível-Comburente, para valores de Фe > 1
(mistura é considerada deficiente em combustível), Фe <1 (mistura é rica em combustível) e
Фe = 1 (mistura está estequiometricamente igual combustível e comburente) [191], [216],
[219]–[222]. Num sistema ideal, a relação de entalpia de combustão será dada pelo
desenvolvimento na Equação 45.
𝛥𝐻0 = (∑𝛥𝐻𝑝𝑜) − (∑𝛥𝐻𝑟
𝑜),
𝛥𝐻0 = ∫ (∑𝑛𝐶𝑝)𝑑𝑇𝑇
𝑇0
𝑒𝑛𝑡ã𝑜,
𝑇𝑑 = 𝑇0 +𝛥𝐻𝑟
𝑜 − 𝛥𝐻𝑝𝑜
𝐶𝑝
(45)
Onde n é o número de mol, ∆𝐻𝑝𝑜 e ∆𝐻𝑟
𝑜 das entalpias de formação dos produtos e
reagentes, respectivamente. Td a temperatura de chama adiabática, T0 a temperatura padrão a
298K (25 oC) e capacidade calorífica dos produtos, a pressão constante o 𝐶𝑝. Podemos utilizar
a Lei de Hess, para aproximar a temperatura da chama adiabática na reação de combustão, e
assim a exposição da modelagem termodinâmica [219], [222]. O tipo de combustível e a
Alciney Miranda Cabral 74
relação de agentes Redutor/Oxidante afetam a exotermicidade e consequentemente a
temperatura da chama adiabática T [191], [223]. O calor liberado pela queima do combustível
deve ser suficiente para a formação dos produtos desejados. Os parâmetros termodinâmicos
(∆𝐻𝑓𝑜 e 𝐶𝑝) para cada reagente seus respectivos produtos formados são listados na Tabela 10
[91].
Tabela 10. Parâmetros Termodinâmicos dos Reagentes e Produtos Formados.
Compostos e Moléculas ∆𝑯𝒇𝒐 (kcal mol
-1) 𝑪𝒑 (Cal mol
-1K
-1)
Bi(NO3)3·5H2O(s) -431,685 NR
La(NO3)3·6H2O(s) -700,945 NR
Fe(NO3)3·9H2O(s) -735,625 NR
Bi2O3(s) -137,100 23,27 + 0,01105T
Fe2O3(s) -198,500 24,72 + 0,01604 T –
423400/T2
La2O3(s) -539,000 22,60 + 0,00544T
CO(NH2)2(s) -79,7900 22,28
H2O(g) -57,796 7,20 + 0,0036T
H2O(l) -68,317 21,31
HNO3(l) -41,650 26,28
CO2(g) -94,051 10,34 + 0,00274T
NO2(g) -33,200 NR
O2(g) 0 5,92 + 0,00367T
N2(g) 0 6,50 + 0,0010T
𝑵𝑹: Não Relatado
Fontes: Do autor.
Na Tabela 11, observamos as Reações de Combustão, para a formação dos óxidos de
Bi2O3(s), La2O3(s) e Fe2O3(s).
Tabela 11. Reações de Combustão dos Óxidos de Bi2O3(s), La2O3(s) e Fe2O3(s) com Uréia.
Reação ni Фe ∆𝑯𝑪𝒐𝒎𝒃.𝒐 (kcal.mol
-1)
2Bi(NO3)3 ∙5H2O(s) + n1CO(NH2)2(s) →Bi2O3(s) + 20H2O(g) +
8N2(g) + 5CO2(g) 5 1 -500,955
2Fe(NO3)3 ∙9H2O(s) + n3CO(NH2)2(s) →Fe2O3(s) + 28H2O(g) +
8N2(g) + 5CO2(g) 5 1 -416,843
2La(NO3)3 ∙6H2O(s) + n2CO(NH2)2(s) →La2O3(s) + 22H2O(g) +
8N2(g) + 5CO2(g) 5 1 -479,227
CO(NH2)2(s) + 1.5O2(g) →CO2(g) + 2H2O(g) + N2(g) 1.5 - -129,900
Fontes: Do autor.
As relações entalpia de formação dos óxidos de Bismuto III, Ferro III e Lantânio III
obedecem a uma relação teórica de: ∆HComb.o Bi2O3(s) >∆HComb.
o La2O3(s) >∆HComb.o Fe2O3(s).
CAPÍTULO 4: MÉTODOS DE ANÁLISES DAS CERÂMICAS
Alciney Miranda Cabral 76
4. MÉTODOS DE ANÁLISES DAS CERÂMICAS
4.1. A Difração de Raios – X
Historicamente, a descoberta dos Raios-X é atribuída ao alemão Wilhelm Conrad
Röentgen (1845-1923). Este observou em seu laboratório, quando estudava Raios, que os
mesmos atravessavam objetos e deixavam impressões em chapas fotográficas. A descoberta
foi notada na tarde de 8 de novembro de 1895. Röntgen passou a pesquisar, em seu
laboratório em Wurzburg, fenômenos luminosos e outras emissões. Mais tarde, Röentgen,
estudou o tubo de Raios Catódicos (posteriormente chamados de Raios-X), inventado pelo
inglês William Crookes (1832 - 1919). Depois de inúmeras pesquisas pelo mundo, em 1913
os físicos ingleses, Sir W.H. Bragg e Sir W.L., Pai e Filho respectivamente, derivaram uma
expressão para explicar porque as faces clivadas de cristais refletem os feixes de Raios-X.
Para estas investigações, a família Bragg utilizaram Raios-X, de comprimento de onda bem
definidos como os resultantes das emissões Kα ou Kβ e observaram que ao variar o ângulo de
incidência de um feixe desses raios, sobre a face de um sólido cristalino este apresentava um
espectro de intensidade de picos característicos, esta experimentação, resultou na criação de
um instrumento espectrométrico de Raios-X [224]. Para cada classe cristalográfica que
pertença o material analisado, os difratrogramas de materiais cristalinos são tidos como a
impressão digital deles próprios. Por este motivo e demais pesquisas, a família ganhou o
Prêmio Nobel de física em 1915 [225].
Atualmente, o DRX consiste na análise de um determinado material através de uma
fonte de Raios-X, onde estes são produzidos, quando umas partículas eletricamente
carregadas têm energia cinética suficiente e são rapidamente desaceleradas. A radiação
produzida contém uma fonte de elétrons (num filamento superaquecido) e um anteparo
metálico de alta voltagem mantida entre os eletrodos (algumas dezenas de milhares de Volts)
rapidamente atrai os elétrons para o ânodo, ou alvo, no qual eles colidem à alta velocidade a
representa este fenômeno, a energia envolvida nesse processo, E=eV=hν, que tem como
detalhe 98% da energia é convertida em calor 2% em Raios-X.
Alciney Miranda Cabral 77
O esquema de um espectrômetro de Raios-X está evidenciado na Figura 26.
Figura 26. Esquema de um Espectrômetro de Raios-X com tubo de Raios-X.
Fontes: Adaptado de [226], [227].
É importante frisar que o método de análise por difração de Raios-X tem uma ordem
de grandeza de 0,05 <λ< 0,25 nm e ainda que através da metodologia adotada, seja para cristal
ou das cerâmicas, a rede cristalina considerada, pode difratar os Raios - X (provocando
interferência construtiva dos Raios-X nas superfícies)[225]. Descritivamente num conjunto de
equações, q e v são a carga do elétron e a voltagem, respectivamente, através dos eletrodos.
Então, a energia cinética K (em joules) dos elétrons no momento do impacto é representada
pela Equação 46.
𝐾 = 𝑞𝑉 =1
2𝑚𝑒 (46)
Onde m é a massa do elétron e v sua velocidade em m.s-1
exatamente antes do impacto.
Para uma voltagem de 30.000 V está velocidade é, aproximadamente, um terço da velocidade
da luz. A maior parte da energia cinética dos elétrons que atingem o alvo é convertida em
calor, menos de 1% é transformado em Raios-X. A análise dos Raios-X que são emitidos a
partir do alvo mostra que eles são constituídos de uma mistura de diferentes comprimentos de
Alciney Miranda Cabral 78
onda e a variação de intensidade com comprimento de onda depende da voltagem do tubo. O
espectro eletromagnético emitido pelo ânodo é composto pela superposição e definido como
espectro contínuo, denominado “Bremsstrahlung”, atribuído à radiação de freiamento dos
elétrons quando colidem com o alvo. A Figura 27 mostra o tipo de espectro obtido Espectro
de Raios-X do Molibdênio[228].
Figura 27. Espectro de Comprimento de Ondas de Emissões de Raios-X.
Fontes: Adaptado [229].
O espectro contínuo figura-se em ter rápida desaceleração dos elétrons ao atingirem o
alvo, já que qualquer carga desacelerada emite energia. Nem todos os elétrons são
desacelerados da mesma maneira. Alguns são parados em um único impacto e liberam toda a
sua energia de uma vez. Outros são desviados várias vezes pelos átomos do alvo,
sucessivamente perdendo uma fração de sua energia cinética total até que ela seja totalmente
gasta (efeito Compton) [225]. Aqueles elétrons que são parados em um único impacto dão
origem aos fótons de máxima energia são os Raios-X com comprimento de onda mínimo.
Tais elétrons transferem toda a sua energia qV para o fóton, Equação 47.
Alciney Miranda Cabral 79
𝑞𝑉 = ℎ𝑣𝑚𝑎𝑥 (47)
Existe um limite inferior para o comprimento de onda quando toda a energia do
elétron é convertida em radiação eletromagnética, como denotado na Equação 48.
𝜆𝑆𝑊𝐿 = 𝜆𝑚𝑖𝑛 =𝑐
𝑉𝑚𝑎𝑥=
ℎ𝑐
𝑞𝑉= 12,40𝑥103 (48)
Onde ν é a frequência da radiação emitida e ℎ é a constante de Planck. A Equação 49
fornece 𝜆𝑆𝑊𝐿 (em angstrons) como uma função da voltagem aplicada 𝑉. Se um elétron não é
parado em uma única colisão, mas sofre um impacto que somente decresce sua velocidade
parcialmente, então, somente uma fração de sua energia 𝑞𝑉 é emitida como radiação e o fóton
produzido tem energia menor que ℎ𝜈𝑚𝑎𝑥. A totalidade destes comprimentos de onda, maiores
que λSWL constituem o espectro contínuo. Quando a voltagem em um tubo de Raios-X é
aumentada acima de certo valor crítico e característico do metal do alvo de 25 𝑘𝑉, os
máximos de intensidade bem definidos aparecem em certos comprimentos de onda,
superpostos no espectro contínuo (𝐾𝛼, 𝐾𝛽). Como eles são finos e como seus comprimentos de
onda são característicos do metal usado no alvo, eles são chamados de linhas características.
As linhas espectrais pertencem a vários grupos, conhecidos com 𝐾, 𝐿,𝑀, etc., em ordem
crescente de comprimento de onda, todas as linhas juntas formando o espectro característico
do metal usado como alvo. [230]. Observa-se a intensidade é zero até certo comprimento de
onda (~ < 0,5 Ǻ), chamado de limite de comprimento de onda curto (λSWL), e que aumenta
rapidamente até um máximo. Então, diminui sem um limite definido no lado de
comprimentos de onda longos [231].
Quando um feixe de Raios - X incide sobre um cristal será disperso em todas as
direções pelos átomos do cristal. Em alguns sentidos, observa-se um aumento da intensidade
devido à interferência construtiva das ondas dispersas [229]. Há várias linhas no grupo 𝐾, mas
somente as três mais fortes (𝐾𝛼1, 𝐾𝛼2 𝑒 𝐾𝛽1) são observadas normalmente. Estas linhas
características podem ser vistas na curva superior. A intensidade de qualquer linha
característica, medida acima do espectro contínuo, depende tanto da corrente no tubo e do
valor pelo qual a voltagem aplicada excede a voltagem crítica de excitação para aquela linha
conforme menido na Figura 28. Qualquer elemento, se usado como alvo em um tubo de
Raios-X e bombardeado com elétrons com energia suficientemente alta, emitirá uma linha
Alciney Miranda Cabral 80
característica do espectro. Com base nestas linhas podem-se identificar os metais constituintes
de uma amostra desconhecida [232], [233].
Figura 28. Diagrama de energias das transições principais de Emissão de Raios-X.
Fontes: Adaptado [229].
As condições de interferência construtivas podem ser facilmente mostradas nas
imagens geométricas simples para o espalhamento de um feixe de raios-x por planos de
átomos em um cristal. Imagine o feixe de Raios-X de comprimento de onda λ, incidente sobre
o cristal em um ângulo θ em relação equidistante ℎ𝑘𝑙 do retículo, com distância interplanar
dhkl. A Interferência construtiva será observada por Raios-X que são refletidos por íons dos
retículos cristalinos retículo no ângulo especular, a diferença de comprimento de caminho
entre os Raios-X espalhados de diferentes ℎ𝑘𝑙 é um número inteiro de vezes o comprimento
de onda. Esta condição é resumida na Lei de Bragg Equação 49.
A Figura 29 representa a incidência de um feixe de Raios-X, sobre a superfície de um
sólido. Na ilustração tem-se um vetor de dispersão 𝐾 = 𝑘𝑒 − 𝑘𝑖 como a diferença entre o
vetor de onda 𝑘𝑒 da onda dispersa e o vetor de onda 𝑘𝑖 do incidente Raios-X. Os Raios-X são
Alciney Miranda Cabral 81
uma radiação eletromagnética com comprimentos de onda no a escala 0,5 – 2,5 Å. Como se
trata da mesma ordem de grandeza como as distâncias interatômicas em sólidos, os Raios-X,
são frequentemente usados para estudar a estrutura interna (cristalina) dos materiais [234].
Figura 29. Feixe de Raios-X, sobre a Superfície de um Sólido.
Fontes: [235].
𝑛𝜆 = 2𝑑ℎ𝑘𝑙 sen(𝜃) (49)
Algumas estruturas cristalinas têm formas de compactação diferentes e relacionam-se
com as distâncias interplanares 𝑑ℎ𝑘𝑙 e índice de Miller das células unitário dos principais
sólidos cristalinos a Tabela 12, traz estas representações. A determinação da distância
interplanar com uma medição de 2𝜃 − 𝜃 não permite identificar as fases presentes na
amostra. Se a estrutura for perfeitamente à largura do pico da interferência (como uma função
de θ) é inversamente proporcional à espessura da camada do cristalito. A largura total no
máximo meia (𝐹𝑊𝐻𝑀) do pico é dada pela fórmula de Scherrer mostrada pela Equação 50.
𝐹𝑊𝐻𝑀 =0.9𝜆
𝑡𝑐𝑜𝑠𝜃𝐵 (50)
Alciney Miranda Cabral 82
Onde a 𝐹𝑊𝐻𝑀 é expressa em radianos, 𝜆 é o comprimento de onda dos Raios-X, 𝑡 é a
espessura da camada e 𝜃𝐵 o ângulo de Bragg da reflexão. A espessura 𝑡 na fórmula Scherrer
será, nesse caso, relacionada ao tamanho de partícula do cristalito [236].
Tabela 12. Equações para o Cálculo da Distância Interplanares dhkl, com Base nos Parâmetros de
Índice de Miller das Células Unitários dos Principais Sólidos Cristalinos.
Simetria
Cristalina Geometria Índice de Miller
Cúbica
a=b=c
α = β = γ = 90o
1
𝑑2=
ℎ2 + 𝑘2 + 𝑙2
𝑎2
Tetragonal
a=bc,
α = β = γ = 90o
1
𝑑2=
ℎ2 + 𝑘2
𝑎2+
𝑙2
𝑐2
Ortorrômbica
abc
α = β = γ = 90o
1
𝑑2=
ℎ2
𝑎2+
𝑘2
𝑏2+
𝑙2
𝑐2
Romboédral
a=b=c
α =β =γ 90o
1
𝑑2=
(ℎ2 + 𝑘2 + 𝑙2)𝑠𝑒𝑛2𝛼 + 2(ℎ𝑘 + 𝑘𝑙 + ℎ𝑙)(𝑐𝑜𝑠2𝛼 − 𝑐𝑜𝑠𝛼))
𝑎2(1 − 3𝑐𝑜𝑠2𝛼 + 2𝑐𝑜𝑠3𝛼)
Hexagonal
a=bc
α=β=90o e γ
=120o
1
𝑑2=
4
3(ℎ2 + ℎ𝑘 + 𝑘2
𝑎2 ) +𝑙2
𝑐2
Monoclínica
abc
α=γ=90oβ
1
𝑑2=
4
𝑠𝑒𝑛2𝛽(ℎ2
𝑎2+
𝑘2𝑠𝑒𝑛2𝛽
𝑏2+
𝑙2
𝑐2) −2ℎ𝑙𝑐𝑜𝑠𝛽
𝑎𝑐
Triclínica
abc
αβγ90o
1
𝑑2=
1
𝑉2(𝑆11ℎ
2 + 𝑆22𝑘2 + 𝑆33𝑙
2 + 2𝑆12ℎ𝑘 + 2𝑆23𝑘𝑙
+ 2𝑆13ℎ𝑙) 𝑡𝑒𝑛𝑑𝑜: 𝑆11 = 𝑏2𝑐2𝑠𝑒𝑛2𝛼
𝑆22 = 𝑎2𝑐2𝑠𝑒𝑛2𝛽
𝑆33 = 𝑏2𝑐2𝑠𝑒𝑛2𝛾
𝑆12 = 𝑎𝑏𝑐2(𝑐𝑜𝑠𝛼 𝑐𝑜𝑠𝛽 − 𝑐𝑜𝑠𝛾) 𝑆23 = 𝑎2𝑏𝑐 (𝑐𝑜𝑠𝛽𝑐𝑜𝑠𝛾 − 𝑐𝑜𝑠𝛼) 𝑆13 = 𝑎𝑏2𝑐(𝑐𝑜𝑠𝛾𝑐𝑜𝑠𝛼 − 𝑐𝑜𝑠𝛽)
Fontes: [237].
Alciney Miranda Cabral 83
4.2. Refinamento (DRX - Rietveld)
O método de DRX - Rietveld é amplamente utilizado na metalurgia, mineralogia,
ciência forense, arqueologia, física da matéria condensada e nas ciências biológicas e
farmacêuticas, e pode fornecer informações sobre distribuição de análises, tensão e defeito
fase quantitativa. Os parâmetros que podem vir a ser elucidados no método de Rietveld são
grupo espacial, composição química, análise descritiva da forma e perfis de difração por
relação de intensidade em Kα1, Kα2 dubleto origem da função polinomial, descrevendo o plano
de fundo. Os modelos do método são as equações que calcularão as intensidades e formas dos
picos da curva teórica. Um bom refinamento chega ao final quando os parâmetros não variam
mais e a função minimização atingiu o valor mínimo. Entretanto, a convergência deve ser
acompanhada através de alguns índices que são calculados ao final de cada ciclo do
refinamento. [238]–[241]. A Figura 30 lista os trabalhos e citações, DRX - refinamento de
Rietveld de 1992 á 2016.
Figura 30. Trabalhos e Citações, DRX - Refinamento de Rietveld.
Fontes: [242], [243]
Os fatores 𝑅 definidos como índices de qualidade do refinamento, estabelecem os
resíduos e desvios dos pontos experimentais e os pontos calculados, as equações que norteiam
a qualidade do método de Rietveld baseiam-se na minimização das rotinas, os fatores de Rs
que fazem ajustes e faz uso de tratamentos matemáticos e estatísticos. Dentre inúmeros
destacam-se o algoritmo de Newton-Raphson para minimizar a quantidade.
Os parâmetros 𝑅 e 𝑅𝑝 são apresentados na Equação 51 e elencados ao progresso do
refinamento, também conhecido com índice de qualidade do refinamento [1].
𝑅 = ∑𝑤𝑖(𝑦𝑖𝑜 − 𝑦𝑖𝑐)2
𝑖
; 𝑤𝑖 =1
𝑦𝑖 (51)
Alciney Miranda Cabral 84
Onde, 𝑖 é o ponto medido 𝑦𝑖𝑜 e 𝑦𝑖𝑐 correspondem respectivamente a intensidade
experimental e a intensidade calculada na posição 2𝜃𝑖 , o 𝑤𝑖 é o fator de peso estatístico no
refinamento [240][244] Equação 52.
𝑅𝑝 = ∑|𝑦𝑖𝑜 − 𝑦𝑖𝑐|
𝑖
∑𝑦𝑖𝑜
𝑖
⁄ (52)
Três parâmetros essenciais para validação do método nos pontos experimentais o
processo do refinamento e, portanto para os ajustes do perfil são estabelecidos alguns critérios
numéricos. [239], [240], [244] indicadores de qualidade do refinamento índices de
discordância é o fator de perfil ponderado (𝑅𝑤𝑝), fator de Bragg (𝑅𝐵), fator de formação (𝑅𝐹 )
definidos pela Equações 53, 54 e 55, respectivamente.
𝑅𝑤𝑝 = [∑𝑤𝑖(𝑦𝑖𝑜 − 𝑦𝑖𝑐)2
𝑖
∑𝑤𝑖
𝑖
⁄ 𝑦𝑖𝑜2 ]
12
(53)
𝑅𝐵 = ∑|𝐼𝑘𝑜 − 𝐼𝑘𝑐|
𝑖
∑𝐼𝑘𝑜
𝑖
⁄ (54)
𝑅𝐹 = ∑|√𝐼𝑘𝑜 − √𝐼𝑘𝑐|
𝑖
∑𝐼𝑘𝑜
𝑖
⁄ (55)
Onde o 𝐼𝑘𝑜 e o 𝐼𝑘𝑐, correspondem respectivamente às intensidades integradas
observada e calculada, correspondem a k-ésima reflexão calculada na posição 2𝜃𝑖 . O fator
esperado 𝑅𝑒𝑥𝑝, na Equação 56.
𝑅𝑒𝑥𝑝 = [𝑁 − 𝑃 ∑𝑤𝑖
𝑖
⁄ 𝑦𝑖𝑜2 ]
12
(56)
Onde N, significa o número de pontos do difratograma e P o número de parâmetros
refinado. No refinamento é importante consideramos o fator de qualidade do ajuste no
refinamento S, também conhecido como “sig” é apresentado na Equação 57 e o χ2 “the
Alciney Miranda Cabral 85
goodness” definido como índice de qualidade do refinamento sob o número de variáveis, na
Equação 58.
𝑆 =𝑅𝑤𝑝
𝑅𝑒𝑥𝑝 (57)
𝜒2 = ∑𝑤𝑖(𝑦𝑖𝑜 − 𝑦𝑖𝑐)2
𝑖
𝑁 − 𝑃⁄ = (𝑅𝑤𝑝
𝑅𝑒𝑥𝑝)
2
(58)
Um importante fator a ser observado, no método de Rietveld, é a temperatura, pois no
estado sólido os átomos e íons estão em pequenos parâmetros vibracionais de equilíbrio nas
células unitárias [245], [246]. As variações das fases na temperatura podem variar feixes de
raios-x difratados, fazendo com que pequenos movimentos até as grandes vibrações, em altas
temperaturas, destruam as interferências construtivas, muitas análises, não adaptadas a um
fator de correção, pode intensidade do feixe difratado vai à zero. A solução para a correção do
efeito das mudanças térmicas, representado nas Equações 59 e 60 por 𝑀, ocorridas nas
amostras, através de tratamentos térmicos usa-se o fator Debye-Waller [247]–[249].
𝑀 =𝐵𝑥 sen2 𝜃
𝜆2 (59)
𝑀 =
1
4(𝛽11ℎ
2𝑎∗2 + 𝛽22𝑘2𝑏∗2 + 𝛽33𝑙
2𝑐∗2 + 2𝛽12ℎ𝑘𝑎∗𝑏∗ + 2𝛽13ℎ𝑙𝑎
∗𝑐∗
+ 2𝛽23𝑘𝑙𝑏∗𝑐∗)
(60)
Onde 𝐵 é o fator de dispersão térmica e 𝜆 é o comprimento de onda da fonte de Raios-
X, o modelo destas equações é especificamente para cristais cúbicos com um único átomo.
Portanto, a intensidade do feixe difratado cai exponencialmente à medida que cresce a razão
𝑠𝑒𝑛𝜃/𝜆 [245]. O fator 𝛽1,2,3… é definido como os fatores de temperatura e 𝛽𝑖𝑗 fator
anisotrópico os índices de Miller ℎ𝑘𝑙 e o conjunto “a*, b* e c*” que são os parâmetros de rede
na estrutura cristalina, empacotamento e simetria. O fator de temperatura tem efeito muito
pequeno, podendo ser considerado isotrópico, mais é necessário ressalvar os tipos e átomos. O
fator 𝐵 anisotrópico é considerado, porque na experimentação do DRX percebe-se uma
pequena diminuição da intensidade de picos na região de altos ângulos [249], [250].
Alciney Miranda Cabral 86
Inúmeros dados podem ser extraídos dos padrões DRX, presentes nas redes
cristalográficas, posições atômicas de “Wyckoff” (ocupações) parâmetros microestruturas
tamanhas e estrutura do cristalito. Também podem ser encontrados nos padrões refinados do
refinamento Rietveld, além da microestrutura, tamanho do cristalito, volume atômico,
distancia interplanar, mapas pontuais em 2D e 3D. Uma descrição detalhada dos
procedimentos matemáticos praticados na análise Rietveld [251], [252].
Os programas utilizados para o tratamento matemático por Rietveld disponíveis no
mercado são, entre outros, Fullprof, DBWS, GSAS, Rietan e MAUD. Neste trabalho foram
usados os softwares MAUD para Windows 32-bits versão 2.044 e FullProf suite para
Windows 32-bits versão de November 2015. O MAUD foi desenvolvido por pesquisadores da
Universidade da Califórnia em Berkeley e pode ser baixado gratuitamente no site
http://www.ing.unitn.it/~maud/, e o FullProf suite a ser baixado numa versão gratuita no site
https://www.ill.eu/sites/fullprof/. Sendo possível encontrar na literatura vários artigos
científicos publicados utilizando este programa no estudo do refinamento de dados da
difração de Raios-X.
Para obter um bom valor o 𝑅𝑤𝑝 < 10% correspondente a um refinamento aceitável
com uma fase complexa média para uma fase complexa (monoclínica para triclínico) um
valor < 15% é bom para um composto altamente simétrico (cúbica) com poucos picos um
valor < 0,08 começo pode ser aceitável com fundo elevado melhor olhar para o fundo de 𝑅𝑤𝑝
subtraído [249] [248]. O 𝑅𝑒𝑥𝑝 é o valor mínimo de 𝑅𝑤𝑝 acessível, [239], [249], [253] usando
um determinado número de parâmetros refinável. Precisa de um sistema de ponderação válido
para ser confiável. Os modelos do método são as equações que calcularão as intensidades e
formas dos picos da curva teórica. Um bom refinamento chega ao final quando os parâmetros,
“𝑠𝑖𝑔” ou 𝑆 ≤ 1,3, valores para 8,5 < 𝑅𝑒𝑥𝑝 < 7,3 %, 10,3 < 𝑅𝑝 < 8%, 4% < 𝑅𝐵 <
2% 𝑒 4% < 𝑅𝐹 < 2% [245].
4.3. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV/EDS)
A principal função de qualquer microscópio é tornar visível ao olho humano o que for
muito pequeno para tal. A forma mais antiga e usual é a lupa seguida do microscópio óptico,
que ilumina o objeto com luz visível ou luz ultravioleta. O limite máximo de resolução dos
microscópios ópticos é estabelecido pelos efeitos de difração devido ao comprimento de onda
da radiação incidente. Os microscópios ópticos convencionais ficam, então, limitados a um
Alciney Miranda Cabral 87
aumento máximo de 2000 vezes, porque acima deste valor, detalhes menores são
imperceptíveis. A Microscopia Eletrônica de Varredura é utilizada em várias áreas como
Engenharias, Química, Física, Matemática, Biologia, Geologia, Odontologia, Paleotologia,
Histologia, Geotermia, áreas Bélicas e etcs. Historicamente, a microscopia eletrônica de
varredura teve seu início com o trabalho de M. Knoll (1935), descrevendo a concepção do
MEV [254], [255].
Em 1938 Von Ardenne, construiu o primeiro microscópio eletrônico de transmissão de
varredura adaptando bobinas de varredura ao microscópio eletrônico de transmissão. Neste
caso as amostras não podiam ser amostras espessas, pois se tratava de um microscópio de
transmissão, e o tempo para obter uma foto era de cerca de 20 min. O aumento máximo
conseguido foi de 8000x, com resolução aproximada de 50 𝑛𝑚 [256]. A Figura 31, exibe a
representação esquemática de um aparelho MEV.
Figura 31. Diagrama esquemático de um Microscópio Eletrônico de Varredura.105
Fontes:[256].
O principio da técnica está nas imagens Eletrônica de Varredura, que são formadas
pela incidência de um feixe de elétrons no analito, seja ele sólido pó, filme, fibra ou etcs. As
análises são sempre feitas sob condições de vácuo. A incidência do feixe de elétrons nas
amostras promove a emissão de elétrons secundários, retroespalhados, auger e absorvidos,
assim como de Raios-X, característicos e de Cátodo luminescência [257]. A Imagem
Eletrônica de Varredura representa em tons de cinza o mapeamento e a contagem de elétrons
secundários (SE - Secondary Electrons) e Retroespalhados (BSE – Backscattering Electrons)
emitidos pelo material analisado[258]. O MEV é um equipamento versátil que permite a
obtenção de informações estruturais e químicas de diferentes amostras [258]. Com o passar
dos anos a técnica de análises estruturais, o MEV exige um número de informações bastante
Alciney Miranda Cabral 88
detalhado das características microestruturais acoplados a detectores de EDS. As imagens
produzidas pelos elétrons coletados da amostra descrevem a topografia da superfície ou dizer
número atômico diferenças de acordo com o modo selecionado [212].
O MEV está intimamente relacionado com a sonda de elétrons, e pode ser usado para
o mapeamento dos elementos. Espectrômetros de energia dispersiva (EDSs) empregam
análise de altura de pulso: um detector de pulsos de saída proporcional, de altura para a
energia do fóton de Raio-X é usado em conjunto com um analisador de altura de pulso (no
caso um tipo multicanal).
A Espectroscopia de Raios-X, Energia dispersivo (EDS, EDX ou XEDS), às vezes
chamada de análise de Raios-X de energia dispersiva (EDXA) ou microanálise de Raios-X
por energia dispersiva (EDXMA), é uma técnica analítica utilizada para a análise elementar e
Caracterização química de uma amostra. A interação baseia-se em alguma fonte de excitação
de Raio-X e uma amostra. As caracterizações são em parte ao princípio fundamental, que
cada elemento tem uma única estrutura atômica, permitindo que um único conjunto de picos
em seu espectro de emissão eletromagnético [259]. Para tratamento de imagens convencional
no SEM, amostras devem ser eletricamente condutoras, pelo menos na superfície e
eletricamente aterrados para evitar o acúmulo de carga eletrostática. Objetos de metal
requerem pouca preparação especial para MEV, exceto para limpeza e montagem em um
esboço do espécime. Materiais não condutores geralmente são cobertos com um revestimento
ultrafino de material cobertor, depositado na amostra como revestimento do baixo vácuo por
pulverização catódica ou por evaporação de alto vácuo.
Alciney Miranda Cabral 89
4.4. Espectroscopia no Infravermelho Médio – FTIR
A espectroscopia no infravermelho é um tipo de espectroscopia de absorção na região
no infravermelho do espectro eletromagnético, Figura 32 Como as demais técnicas
espectroscópicas, ela pode ser usada para identificar um composto ou investigar a composição
de uma amostra e de principais grupos funcionais. As ligações químicas das substâncias
possuem freqüências de vibrações específicas, as quais correspondem a níveis de energia da
molécula (chamados nesse caso de níveis vibracionais). Tais freqüências dependem da forma
da superfície de energia potencial da molécula, da geometria molecular, das massas dos
átomos e eventualmente acoplamento vibracional. Se a molécula receber radiação
eletromagnética com exatamente a mesma energia de uma dessas vibrações, então a luz será
absorvida [260]–[262].
Figura 32. Espectro Eletromagnético, estão registradas em números de onda (cm
-1).
Fontes: [263].
Para que uma vibração apareça no espectro IV, à molécula precisa sofrer uma variação
no seu momento dipolar durante essa vibração. Em particular, na aproximação de Born-
Oppenheimer e aproximações harmônicas, isto é, quando o hamiltoniano molecular
correspondente ao estado padrão eletrônico pode ser aproximado por um oscilador harmônico
quântico nas vizinhanças da geometria molecular de equilíbrio, as freqüências vibracionais de
ressonância são determinadas pelos modos normais correspondentes à superfície de energia
potencial do estado eletrônico padrão. Não obstante, as freqüências de ressonância podem ser
em uma primeira aproximação relacionadas ao comprimento da ligação e às massas dos
átomos em cada ponta dela. As ligações podem vibrar em alguns modos de deformação axial
(simétrica e assimétrica) deformação angular (tesoura, torção e balanço). As vibrações
moleculares são obtidas quando há incidência de raio monocromático de luz infravermelha é
passada pela amostra, e a quantidade de energia transmitida é registrada. Repetindo-se esta
operação ao longo de uma faixa de comprimentos de onda de interesse para orgânicos
Alciney Miranda Cabral 90
(normalmente 4000 – 400 cm-1
) e inorgânicos abaixo de 400 cm-1
, um gráfico pode ser
construído, com "número de onda" em cm-1
no eixo horizontal e transmitância (%) ou
absorbância eixo vertical. Esta técnica trabalha quase que exclusivamente em ligações
covalentes. Gráficos bem resolvidos podem ser produzidos com amostras de uma única
substância com elevada pureza. Contudo, a técnica costuma ser usada para a identificação de
misturas bem complexas.
O aparelho de infravermelho médio, feixe de luz infravermelha é produzido e dividido
em dois raios separados. Um que atravessa a amostra e outro que é referência, normalmente
este é uma substância na qual a mostra está dissolvida ou misturada. Ambos os feixes são
refletidos de volta ao detector, porém primeiro eles passam por um divisor que rapidamente
alterna qual dos dois raios entra no detector. Os dois sinais são comparados e então os dados
são coletados [260]. As aplicações são diversas dentre elas em materiais nanoestruturados
BiFeO3 [123], [264], nanoparticulas de Ferrita de Bismuto III dopados com Lantânio III,
[265] e nanoparticulas baseadas em Al2O3 [266], [267]. A Figura 33 apresenta um esquema
ilustrativo da análise FTIR.
Figura 33. Esquema da Análise FTIR.
Fontes: Adaptado [268].
Alciney Miranda Cabral 91
4.5. Análise Termogravimétrica (TG) e Análise Térmica Diferencial (DTA)
A TG é uma técnica termoanalíticas que acompanham a variação da massa da amostra
(perda e/ou ganho de massa), em função da programação de temperatura em tempo. Fatores
como, a natureza da amostra, natureza e geometria do suporte que a contém e do próprio
instrumento utilizado são de extrema importância. O principal objetivo deste tópico é
apresentar discussões detalhadas das principais contribuições que poderão facilitar consultas
posteriores mais aprofundadas além, de permitir chegar de imediato, conclusões muito
importantes para aqueles que pretendem utilizar a análise térmica diferencial como ferramenta
de trabalho. A primeira aplicação foi em 1923, no estudo de problemas químicos, mas
somente na década de 1950 é que este método passou a ser amplamente utilizado na resolução
de problemas químicos [269], [270]. O equipamento da TG é composto basicamente por uma
termobalança. O equipamento pode apresentar algumas de suas configurações, dependendo do
fabricante, mas seu principio de funcionamento permanece o mesmo. Assim, a termobalança é
um instrumento que permite a pesagem contínua de uma amostra em função da temperatura e
do tempo a medida que o equipamente aquece ou resfria. A Tabela 13 listam os fatores que
afetam as análises de TG [271].
Tabela 13. Os Fatores mais comuns que podem afetar as medidas de TG.
Fatores Instrumentais Fatores da Amostra
Razão de aquecimento do forno Quantidade de amostra
Velocidade de registro Solubilidade dos gases envolvidos
Atmosfera do forno Tamanho das partículas e calor de reação
Geometria do suporte de amostra Empacotamento da amostra
Sensibilidade da balança Natureza da amostra
Composição do suporte de amostra Condutividade térmica
Fontes: [271].
A diminuição da razão de aquecimento do forno provoca uma diminuição nas
temperaturas aparentes das reações de decomposição. Este efeito já foi estudado por vários
autores e pode ser discutido tomando-se como exemplo a curva TG do CaC2O4. H2O [271]–
[273]. Nas curvas TG observa-se que amostra pode liberar substâncias gasosas, podendo
reagir com um dos componentes da atmosfera que a envolve no interior do forno. No caso de
liberação de substâncias gasosas a decomposição da amostra inicia-se tão logo a sua pressão
de dissociação se iguale à pressão parcial do gás ou vapor de sua vizinhança imediata [271]–
[273]. É claro que se a pressão do gás (ou vapor) aumentar, a velocidade de reação sofrerá um
Alciney Miranda Cabral 92
decréscimo. Portanto o efeito da atmosfera do forno sobre a curva TG depende do tipo de
reação, da natureza dos produtos de decomposição e do tipo de atmosfera empregada.
A análise térmica diferencial (DTA) é uma técnica térmica de medição contínua das
temperaturas das amostras em relação a um material termicamente inerte, à medida que são
sendo aquecidos ou resfriados em um forno. Estas medições de temperatura são diferenciais,
pois se registra a diferença entre a temperatura da referência 𝑇𝑟, e a da amostra 𝑇𝑎, ou seja,
(𝑇𝑟 – 𝑇𝑎 = 𝛥𝑇), em função da temperatura ou do tempo, dado que o aquecimento ou
resfriamento em progressividade (𝑑𝑇/𝑑𝑡 = 𝐶𝑡𝑒). No DTA, o material em estudo e uma
referência inerte são feitos passam por ciclos térmicos idênticos, durante ocorrência de
qualquer diferença de temperatura entre a amostra e a referência, esta temperatura diferencial
então é plotada contra o tempo, ou contra a temperatura (curva DTA ou termograma) [274].
Alterações na amostra sejam exotérmicas ou endotérmicas podem ser detectadas em
relação à referência inerte. Assim, uma curva DTA fornece dados sobre as transformações que
ocorreram, tais como transição vítrea, cristalização, fusão e sublimação dentre outras. A área
relativa a o DTA refere-se a mudança de entalpia e não é afetada pela capacidade térmica da
amostra [275]. O forno aquecido eletricamente apresenta um suporte ou bloco dotado de duas
cavidades (câmaras, células) idênticas e simétricas. Em cada uma destas cavidades a uma
junção de um termopar; a amostra é colocada em uma das câmaras, e na outra é colocada à
substância inerte, cuja capacidade térmica seja semelhante a da amostra. Tanto a amostra
como o material de referência é aquecida linearmente, e a diferença de temperatura entre
ambos 𝛥𝑇 = (𝑇𝑟 – 𝑇𝑎), é registrado em função da temperatura do forno ou do tempo. A
instrumentação das análises de DTA. Muitos trabalhos já foram publicados sobre a
interpretação teórica das curvas DTA. Todas estas teorias procuram demonstrar que as áreas
delimitadas pelos picos são proporcionais ao calor de reação por unidade de massa de
substâncias ativas presente na amostra, que pode se apresentar pura, diluída com material
inerte ou sob forma complexa [163], [276], [277].
Métodos térmicos da síntese do pó de BiFeO3 (BFO) pelo método sol-gel, utilizando
nitrato de bismuto, nitrato de ferro como fontes e ácido cítrico como combustível [278], está
técnica teve papel em conhecer as temperaturas de referência de calcinação e sinterização,
outros trabalhos como o de Zheng et al ., 2012, investigaram os efeitos da temperatura de
calcinação e das proporções de sal na síntese de pó de BiFeO3 [184]. Dentre as aplicações
recentemente publicadas está o trabalho de Ortiz-Quiñonez et al., 2013, com o objetivo de
produzir um material baseado em BiFeO3 com pureza relevante para aplicações em
Alciney Miranda Cabral 93
nanoparticulas, a TG/DTA mostraram uma grande colaboração na interpretação da pureza e
progresso da síntese química do BFO (nanoestruturado)[279].
4.6. Magnetômetro de Amostra Vibrante (VSM)
A técnica do Magnetômetro de Amostra Vibrante (𝑉𝑆𝑀 - “Vibrating Sample
Magnetometer”) foi desenvolvida inicialmente por S. Foner por volta de 1955, que utilizam a
Lei de Faraday como princípio de funcionamento [280]. A mesma consiste em fazer uma
amostra vibrar a uma freqüência 𝑓, a partir de interação a uma voltagem alternada nas bobinas
de detecção. Por sua vez a voltagem é dada em função do momento magnético da amostra, da
geometria das bobinas de detecção é da amplitude de vibração [281], [282].
A Figura 34 retrata o Magnetômetro de Amostra Vibrante (𝑉𝑆𝑀) da marca LakeShore
e modelo 7404.
Figura 34. Diagrama do Magnetômetro de Amostra Vibrante (𝑉𝑆𝑀).
Fontes: Laboratório LMMM do DFTE.
Empregando-se os princípios do eletromagnetismo, a tensão induzida na bobina de
detecção pode ser calculada. Suponha que, devido à vibração da amostra, um fluxo 𝜑 = µµ0𝐻
é captada pela bobina detecção. Onde µ0= 4π×10−7
, µ= ponto de Dipolo e 𝐻 é o campo
magnético. Devido a vibração, o fluxo ligado as alterações de bobina, segundo a Lei de
Faraday [283] a tensão induzida é 𝑉 na Equação 61.
Alciney Miranda Cabral 94
𝑉 (𝑡) = −𝑁 𝜕𝜑(𝑡)
𝑑𝑡
= −𝑁µ0
[ (
𝜕𝐻𝑥
𝜕𝑥
𝜕𝑥
𝜕𝑡+
𝜕𝐻𝑥
𝜕𝑦
𝜕𝑦
𝜕𝑡+
𝜕𝐻𝑥
𝜕𝑧
𝜕𝑧
𝜕𝑡) µ𝑥 +
( 𝜕𝐻𝑦
𝜕𝑥
𝜕𝑥
𝜕𝑡+
𝜕𝐻𝑦
𝜕𝑦
𝜕𝑦
𝜕𝑡+
𝜕𝐻𝑦
𝜕𝑧
𝜕𝑧
𝜕𝑡) µ𝑦 + (
𝜕𝐻𝑧
𝜕𝑥
𝜕𝑥
𝜕𝑡+
𝜕𝐻𝑧
𝜕𝑦
𝜕𝑦
𝜕𝑡+
𝜕𝐻𝑧
𝜕𝑧
𝜕𝑧
𝜕𝑡) µ𝑧
]
(61)
Uma amostra fixada na extremidade de uma haste rígida e o campo e aplicado na
direção de vibração. A outra extremidade da haste e fixada a um alto falante. Para o sinal de
vibração que alimenta o alto falante usa-se uma senoide de amplitude 2V com freqüência de
70 Hz. Nas bobinas ocorre à variação, estas estão recebendo o campo fixo [282].
Quando a amostra vibra e passa pelas bobinas, elas param de receber o campo já
existente, e, então ocorre à variação do campo. Haja vista que, para se tiver voltagem, tem que
ter a variação do campo. A voltagem que é induzida nas bobinas a ser diretamente para o
“𝑙𝑜𝑐𝑘 − 𝑖𝑛”. Este sinal será proporcional ao movimento, amplitude e freqüência de vibração.
A magnitude do sinal induzido pela amostra nas bobinas captadoras depende somente de suas
propriedades magnéticas. O potencial induzido (voltagem) do amplificador “𝑙𝑜𝑐𝑘 − 𝑖𝑛” e o
campo magnético aplicado a partir de um gaussimetro vão para um computador. O
gaussimetro trabalha de acordo com o Efeito Hall. A partir da aquisição dos dados
armazenados no computador obtém-se um gráfico do momento magnético da amostra em
função de 𝐻 [282], [284], [285]. A amostra vibra numa frequência, 𝑓 numa voltagem alterada
para bobina de detecção de voltagem definida pela Equação 62.
𝐸 = 𝜎𝐺𝐴2𝜋𝑓𝑐𝑜𝑠(2𝜋𝑓𝑡) (62)
Onde 𝜎, é o magnético da amostra, 𝐺 é a função da geometria das bobinas de detecção
e 𝐴 é a amplitude de vibração. A calibração do sistema pode ser feita usando um material
magnético que tenha a temperatura critica acima da temperatura ambiente, tal como, Co, Fe e
Ni (dependendo do tipo de íon composto do material). Toda essa teoria visa medir a
curva 𝑀𝑥𝑇 em um intervalo de temperatura de 77 – 650 K em campos magnéticos de ate
15𝑘𝑂𝑒 alem disso, o ciclo de histerese pode ser traçado em campos de -15 - 15𝑘𝑂𝑒 na mesma
região de temperatura [282], [283].
CAPÍTULO 5: METODOLOGIA EXPERIMENTAL
Alciney Miranda Cabral 96
5. METODOLOGIA EXPERIMENTAL
5.1. Materiais e Métodos
Neste trabalho utilizou-se os reagentes listados na Tabela 14, para sintetizar as ferritas
de BiFeO3 pelo método da Reação de Combustão Adaptada gerando o (BFO), nas
temperaturas pós combustão (BFOP.C.), 700 oC (BFO700) e 830
oC (BFO830) e as dopadas
com La3+
no sistema LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) LBFO a 700 oC. Os Nitratos e
a Combustível (Uréia), apresentaram alto grau de pureza, como descrevem seus respectivos
fabricantes.
Tabela 14. Reagentes químicos utilizados na síntese BiFeO3 (P.C., BFO700 e BFO830) Bi1-xLaxFeO3
(x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) nas temperaturas de 700 oC.
Reagentes
Químicos
Fórmula
Química
Massa Molar
(g.mol-1
) Nox Fabricante Pureza (%)
Nitrato de Ferro III
Nonohidratado Fe(NO3)3·9H2O 404,06 -15
SIGMA –
ALDRICH 98
Nitrato de Bismuto
III Pentahidratado Bi(NO3)3·5H2O 485.07 -15
SIGMA –
ALDRICH 98
Nitrato de Lantânio
III Hexahidratado La(NO3)3 ·6H2O 433,01 -15 VETEC 98
Uréia CO(NH2)2 60,06 +6 VETEC PA
Ácido Nítrico HNO3 63,01 -5 VETEC PA
Fontes: Do autor.
Foram usados alguns dos materiais e reagentes na confecção das cerâmicas dentre
estes, há outros como: pinças, espátulas, balanças analíticas, Cadinho de Sílica Vítrea, Chapa
de Aquecimento, Moldes Cerâmicos de aço ferramenta, peneiras de 325 mesh e outros.
5.2. Método adaptado da Reação de Combustão, para a formação dos Sistemas
BiFeO3 (BFOP.C., BFO700 e BFO830)
Um modelo Teórico-Experimental foi montado e testado por DRX e FTIR, para a
obtenção da estrutura BiFeO3, sugerindo então uma adaptação da Reação de Combustão
direta, para formação das cerâmicas multiferróicos de BiFeO3.
A partir de dados obtidos da Tabela 14, foi possível montar as Reações de Combustão
Adaptada, para a formação das estruturas BiFeO3 (BFOP.C.), (BFO700) e (BFO830). As
reações propostas estão listadas nas reações seguintes.
Alciney Miranda Cabral 97
Bi (NO3)3∙5H2O + Fe(NO3)3∙9H2O + nCO(NH2)2 → BiFeO3 + xH2O + yNO2 + zCO2 +
eCO + vN2.
1mol x (-15) + 1mol x (-15) + n(+6) = 0
n = 5 mols
1Bi (NO3)3 ∙ 5H2O + 1Fe(NO3)3 ∙ 9H2O + 5CO(NH2)2 → 1BiFeO3 + 24H2O + NO2 +
3CO2 + 2CO + 7,5N2
Na primeira etapa todos os nitratos foram pesados em vidro de relógio em uma
balança analítica (modelo Ay-220 Marte) para a formação de 6 g de produtos. Essa mistura
dos reagentes precussores (oxidantes) foi a fonte de cátions metálicos. Como agente redutor
foi utilizado a uréia [CO(NH2)2] sua quantidade foi calculada de acordo com a reação
principal. O esquema da Figura 35 apresenta a metodologia das reações para a formação dos
sistemas: BFOP.C., BFO700 e BFO830.
Figura 35. Esquema do Método de Combustão Adaptada, para a formação BiFeO3 (BFOP.C.,
BFO700 e BFO830).
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 98
A Figura 36 ilustra as quatro etapas, com as suas leituras térmicas (Figura 36a-d)
selecionadas da Reação de Combustão (Inicial – Ignição; Progresso (II); Progresso (II);
Finalização). A mistura pré-reacional foi preparada em Becker de 100 mL, em seguida
transferida para um cadinho de sílica vítrea de 100 mL.
(a)80 – 328
oC (b) 440 – 526
oC
(c) 559 - 710
oC (d) 489 - 369
oC
Figura 36. Representa das 4 etapas da Reações de Combustão para BiFeO3, Inicial – Ignição (a)
Progresso I (b) Progresso II (c) e Finalização (d).
Fontes: Do autor.
A mistura pré-reacional foi transferida para um Becker de 50mL e preparada por
adição de 5 mL de água destilada seguida de homogeneização em uma placa de aquecimento
e agitador magnético (TECNAL modelo TE-085) a 60 oC por 2hs e a 40 rpm. Após certo
tempo a mistura foi transferida para uma cápsula sílica vítrea de 100 mL. A mistura foi então
colocada sobre em uma chapa com aquecimento em patamar de 10 °C.min-1
, chegando
aproximadamente 400 °C, o que definiu o processo reacional.
Após a Reação de Combustão, recolheu-se o material com características floculadas da
cápsula e este foi triturado em grau-pistilo de ágata e tamizado numa peneira de abertura de
Alciney Miranda Cabral 99
325 mesh (0,045 mm). Certa quantidade deste material foi designado por BFOP.C., (Ferrita
de Bismuto III, logo após a combustão). O restante do material foi misturado a 15 mL de
solução de Ácido Nítrico HNO3, de concentração 6 M. A dispersão gerada foi misturada sob
agitação magnética a 40 rpm, por 2hs. O material foi colocado em forno elétrico tipo mulfla
(EDG modelo 3000 3p), adotando uma rampa de aquecimento de 5 oC.min
-1, com patamares
de sinterizações de 700 oC e 830
oC, obtendo-se dois produtos que foram BFO700 e BFO830.
5.3. Metodologia da Síntese de Combustão Adaptada para Bi1-xLaxFeO3 (x= 0.10, 0.20
e 0.30) nas temperaturas de 700 oC (LBFO700)
As principais reações apresentadas pelas reações, remete as reações balanceadas para a
formação do sistema LaxBi1-xFeO3 (x= 0.10, 0.20 e 0.30) na temperaturas de sinterização de
700 oC. A metodologia para a síntese das estruturas BFO700 (Síntese de Reação de
Combustão, Adaptada para formação da estrutura BiFeO3, sintetizada a 700 oC) foi
empregada para as sínteses das estruturas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30)
sinterizada a 700 oC.
Bi0.90La0.10FeO3 (L0.10BFO)
0.90 Bi(NO3)3 ∙ 5H2O + 1Fe(NO3)3 ∙ 9H2O + 0.10La(NO3)3 ∙ 6H2O + 5CO(NH2)2 →
Bi0.90La0.10FeO3 + 24.10H2O + NO2 + 3CO2 + 2CO + 7,5N2. 0.90 x (-15) + 1molx(-15) + 0.10x(-15)
+ n(+6) = 0
n = 5 mols
Bi0.80La0.20FeO3 (L0.20BFO)
0.80 Bi(NO3)3 ∙ 5H2O + 1Fe(NO3)3 ∙ 9H2O + 0.20La(NO3)3 ∙ 6H2O + 5CO(NH2)2 →
Bi0.80La0.20FeO3 + 24.20H2O + NO2 + 3CO2 + 2CO + 7,5N2. 0.80 x (-15) + 1mol x (-15) + 0.20x(-
15) + n(+6) = 0
n= 5 mols
Bi0.70La0.30FeO3 (L0.30BFO)
0.70 Bi(NO3)3 ∙ 5H2O + 1Fe(NO3)3 ∙ 9H2O + 0.30La(NO3)3 ∙ 6H2O + 5CO(NH2)2 →
Bi0.70La0.30FeO3 + 24.30H2O + NO2 + 3CO2 + 2CO + 7,5N2 . 0.70 x (-15) + 1mol x (-15) + 0.30x(-
15) + n(+6) = 0
n = 5 mols
Alciney Miranda Cabral 100
A Tabela 15 lista as temperaturas observadas nas quatro etapas (Inicial-Ignição,
Progresso I, Progresso II e Finalização), presentes nas Reações de Combustão para a Síntese
das Estruturas (LBFO).
Tabela 15. Etapas das Reações de Combustão Adaptada para as Cerâmicas de LBFO.
Cerâmicas Inicial –
Ignição Progresso I Progresso II Finalização
Tempo de
Reação
BFO 80 – 328 oC 440 – 526
oC 559 – 710
oC 440 – 370
oC 12 min
L0.10BFO 78 – 400 oC 389 – 568
oC 556 – 690
oC 480 – 364
oC 15 min
L0.20BFO 76 – 420 oC 489 – 560
oC 589 – 695
oC 448 – 365
oC 13 min
L0.30BFO 70 – 418 oC 485 – 535
oC 580 – 703
oC 455 – 374
oC 15 min
Fontes: Do autor.
A Figura 37, apresenta as cerâmicas e suas respectivos sólidos sinterizados a 700 oC.
Figura 37. Estruturas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) sinterizadas a 700
oC, respectivamente
(BFO700, BFO700, L0.10BFO700, L0.20BFO700 e L0.30BFO700).
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 101
5.4. Técnicas Experimentais de Caracterizações BFO e LBFO
5.4.1. Condições das Análises Difratométricas (DRX)
Para determinar as fases presente nas amostras de BFO e LBFO usou-se a técnica de
Difração de Raios-X (DRX) foi utilizado o método do pó e um difratômetro de Raios-X
Shimadzu XRD 6000, com uma fonte de radiação CuKα de 1,5418 Å, tensão de 30 kV e
corrente de 20 mA. Sistema de filtragem: monocromador secundário de grafite curvo. Os
difratogramas foram obtidos na faixa de 2θ de 10 – 70 graus em modo contínuo a 2o.mim
-1. O
tamanho médio do cristalito foi calculado a partir do alargamento de Raios-X, através da
deconvolução da linha de difração secundária do silício policristalino (utilizado como padrão)
usando-se e a equação de Scherrer.
5.4.2. Condições das Análises Espectroscópicas (FTIR)
As análises foram feitas em Infravermelho Médio (FTIR) da Perkin Elmer modelo
spectrum 65 FT-IR spectrometer, presente no Instituto de Química no laboratório de Química
Inorgânica, Figura 38a. As pastilhas para leitura no infravermelho foram feitas numa
dissolução em Brometo de Potássio (KBr) espectroscópico, Figura 38b. As leituras foram
feitas na região de numero de onda de 4000 – 400 cm-1
por transmitância (%).
Figura 38. Infravermelho Médio (FTIR) da Perkin Elmer (a) discos de KBr com amostras de Ferritas
de Bismuto III e Lantânio III (b).
Fontes: Laboratório de Química Inorgânica, UFRN.
Alciney Miranda Cabral 102
5.4.3. Condições das Análises Térmicas (TG/DTA)
As análises térmicas por TG/DTA para as amostras do sistema cerâmicos pré-
sintetizadas de Bi1-xLaxFeO3 (x=0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) nomeadas de BFOP.C.,
L0.10BFOP.C., L0.20BFOP.C. e L0.30BFOP.C.), foram realizadas com o auxílio de um
equipamento de análise térmica simultânea, da marca TA Instrument TG-DSC-DTA, modelo
SDT Q600 V20. 9 Build 20. As análises foram processadas com purga de nitrogênio com
vazão de 100 mL.min-1
. A faixa de temperatura de trabalho da temperatura ambiente (25 oC)
até 830 oC com taxa de aquecimento de 20
oC.min
-1 sob atmosfera de ar sintético, com vazão
de 20 mL.min-1
.
5.4.4. Condições das Análises de Magnetização (VSM)
A coercividade, magnetização de saturação, campo remanescente e permeabilidade
inicial podem ser obtidos a partir do gráfico de histerese magnética. As perdas por histereses
são determinadas pela área da curva 𝑀 − 𝐻. A permeabilidade inicial relativa pode ser
calculada através das expressões das Equações 63 – 65.
𝐵 = µ0(𝐻 + 𝑀) (63)
µ =𝐵
𝑀=
µ0(𝐻 + 𝑀)
𝐻= µ0(1 +
𝑀
𝐻) (64)
µ𝑟𝑒𝑙 =µ
µ0= 1 +
𝑀
𝐻 (65)
O VSM (Vibrating Sample Magnetometer) é descrito neste trabalho foi desenvolvido
com autonomia para medir 𝑀𝑥𝑇 em um intervalo de temperatura de 77 – 650 K e em campos
magnéticos de até 15 𝑘𝑂𝑒. Além disso, o ciclo de histerese pode ser traçado em campos de -
15 – 15 𝑘𝑂𝑒 na mesma região de temperatura. O VSM foi montado e desenvolvido no
Laboratório de Magnetismo e Materiais Magnéticos (LMMM) do Departamento de Física
Teórica e Experimental (DFTE) da UFRN, tendo a mesma qualidade de medidas feitas por
equipamentos comerciais similares.
Alciney Miranda Cabral 103
5.4.5. Condições das Análises Microscópicas (MEV/EDS/MAPEAMENTO)
As análises de MEV/EDS/MAPEAMENTO de elementos, das Ferritas de Bismuto III
dopadas com Lantânio III, foram feitas no Laboratório de Análises Químicas do
Departamento de Engenharia de Materiais - UFRN. O Kit MEV/EDS/Mapeamento Bi, Fe e
La, utilizando-se Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) modelo Hitachi tabletop
Microscope TM 3000, de tensão de aceleração 5kV, 15kV, ampliação de 15 to 30000x (
digital zoom 2x, 4x), detector de elétrons retroespalhados semicondutores de alta
sensibilidade, gravação 1280x960 pixels, frequência de 50/60Hz, fonte de alimentação da
unidade principal AC 100 à 240V, 500VA. O sistema MEV é acoplado a um Espectrômetro
de Energia Dispersiva (EDS), fabricado pela Oxford Instruments de modelo SwiftED3000,
formando o sistema acoplado MEV/EDS/ Mapeamento Bi, Fe e La. As análises foram feitas
dispondo-as amostras em disco de alumínio (stub) fixadas com fita dupla face de carbono
(superfície condutora) e assim procedidas a análises.
5.4.6. Condições das Análises Elétricas (ɛ′, ɛ′′ 𝒆 𝑻𝒂𝒏 𝜹, 𝑭𝒂𝒕𝒐𝒓 𝑸)
A técnica seguinte permite medir todos os parâmetros de micro-ondas exigidos neste
trabalho. O dispositivo, em teste, consistiu em um guia de ondas dielétrico colocado entre
acopladores de material diferencial, seus instrumentos de análise são apresentados na Figura
39a, b e c, como também uma antena cerâmica.
Figura 39. Kit geral formado por Analisador de Rede Acoplador Direcional (a) e sem Amostra (b)
com Amostra de Ferrita (c).
Fontes: INCT-CSF, UFRN.
Alciney Miranda Cabral 104
A configuração do sistema permite que o RD possa operar no modo ressonante com a
maior porção de energia, e por isso, é o mais adequado para aplicações em telecomunicações
como, permissividade relativa elétrica (휀’), e a imaginária (휀”), permeabilidade magnética
relativa (𝜇𝑟) e tangente de perdas relativa (𝑡𝑎𝑛 𝛿). Essas análises foram feitas em colaboração
com o laboratório de telecomunicações e com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de
Comunicação sem Fio – INCT – CSF. As análises de permissividades elétricas e tangentes de
perdas elétricas real e imaginária das estruturas cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (0.00, 0.10, 0.20 e
0.30) formando o LBFO. As medidas elétricas foram feitas em duas etapas em equipamentos
localizados no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Comunicações Sem Fio (INCT-
CSF) UFRN - Natal/RN e aplicadas a protótipos desenvolvido no INCT-CSF Recife/PE e
colaboração do especial do Laboratório de Microondas da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE).
As análises foram realizadas com as amostras na forma de pó, numa estrutura acrílica
de formato cilíndrico de 12𝑚𝑚 de altura e 20𝑚𝑚 de diâmetro Figura 40. O valor de “𝑡𝑎𝑛𝛿”
mais baixa e frequência diminuem à medida que a frequência é aumentada, conforme o
esperado para BiFeO3 e torna-se quase constante em frequências 2𝐺𝐻𝑧. As medidas elétricas
das estruturas, LaxBi1-xFeO3 (0, 0.10, 0.20 e 0.30), foram calibradas com água, de
permissividade elétrica ε = 81 e tendo como nota o ar atmosférico (Air) 휀 = 1,00057.
Figura 40. Analisador de Redes para Semissólidos (a) Estrutura Acrílica com Amostra de Ferrita (b)
Probe (c) e Conjunto Probe - Amostra (d).
Fontes: INCT-CSF, UFRN.
CAPÍTULO 6: RESULTADOS E DISCUSSÕES
Alciney Miranda Cabral 106
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados a serem discutidos no capítulo 6 são consequência da síntese por reação
de combustão da ferrita de BiFeO3 dopadas com Lantânio III. A discussão destes resultados
resultaram em três artigos submetidos à periódicos internacionais de alto impacto científico
com os respectivos títulos: “Synthesis of dielectric multiferroic bismuth ferrite by combustion
reaction”, “Ceramic post antenna LBFO Dielectric synthesized by adapted combustion
reaction” e “Combustion Reaction BFO Cubic, Multiferroic Dielectric”.
6.1. Difratometria de Raios - X e aplicação do método de Rietveld; BiFeO3 P.C.,
BiFeO3 700 oC e BiFeO3 830
oC
As análises das Difrações de Raios-X (DRX) para as cerâmicas sintetizadas foram
efetuadas à temperatura ambiente, adotando o método do pó. Todas as amostras passaram por
processo de maceração e peneiração, como descrito no preparo para análises de DRX no
capítulo 5 subtópico 5.4.1. Os refinamentos de Rietveld (DRX – Rietveld) foram efetuados
utilizando os softwares MAUD para Windows 32-bits versão 2.044 e FullProf suite para
Windows 32-bits versão de November 2015. As fichas CIF (Arquivo de Informação
Cristalográfica) que foram geradas e aproximadas segundo os parâmetros de Rietveld. Os
parâmetros refinados foram executados para as amostras de BiFeO3 pós combustão
(BFOP.C.), sintetizadas a 700 oC (BFO700) e 830
oC (BFO830). Os DRXs – Rietveld para tais
amostras estão descritos nas Figuras 41-43.
O DRX-Rietveld da Figura 41 (BFOP.C.) foi feito usando a ficha romboédrica BiFeO3
(JCPDS 1001090) como padrão teórico. Na análise, observou-se a formação de duas fases, a
saber 92,3%, referente a perovskita romboedral BiFeO3 e a minoritária com 8% de hematita
hexagonal α-Fe2O3, estando reportada na identificação por asterisco, 2theta = 27,43o, 37,70
o e
38,79o. O refinamento torna evidente a formação da perovskita romboédral de BiFeO3.
Quando se compara a estrutura BFO700 com BFOP.C., percebe-se uma diminuição drástica
na fase hematita hexagonal α-Fe2O3 confirmada no comparativo das Figura 41 e 42, onde
houve ausência de intensidade nos ângulos, 2theta = 27,43o, 37,70
o e 38,79
o, característicos
dessas fases. Para o DRX – Rietveld da estrutura BFO700 Figura 42, o BiFeO3 sintetizada a
700 oC, também foi empregada a ficha romboédrica BiFeO3 (JCPDS 1001090), verificando
uma maior tendência monofásica, cerca de 98,8%.
Alciney Miranda Cabral 107
Figura 41. DRX - Rietveld, BiFeO3 pós combustão (BFOP.C.).
Fontes: Do autor.
Figura 42. DRX – Rietveld para BiFeO3 700
oC (BFO700).
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 108
O refinamento para a estrutura BFO830, DRX-Rietveld Figura 43 foi realizado com
uma associação teórica da ficha, cúbica primitiva SrTiO3, JCPDS (7212245) modificada
cationicamante, segundo a função matemática Pseudo-Voigt, à BiFeO3 grupo espacial 𝑃1. Os
dados resultantes do refinamento de Rietveld, nas estruturas BiFeO3 pós combustão
(BFOP.C.), BiFeO3 700 oC (BFO700) e BiFeO3 830
oC (BFO830), estão listados nas Tabelas
16, 17 e 18. Estes retratam os parâmatros empregados no detalhamento total das células
unitárias refinadas e perfil de Rietveld nos módulos Y − Procurado/Y − Calculado.
Figura 43. DRX – Rietveld para BiFeO3 830
oC (BFO830).
Fontes: Do autor.
Todos estes fornecem, a partir de dados teóricos e experimentais, pontos fidedignos a
qualidade do refinamento em nível de aproximação num conjunto das simetrias da Ferrita de
Bismuto III. A literatura aporta os parâmetros 𝑆 < 1,23 goodness ond fit (perfil de
refinamento satisfatório), estes apontam ao progresso da análise e direcionam os índices Rs.
Os dados do refinamento de Rietveld estão listados na Tabela 16, onde também são
apresentados os parâmetros de qualidade do refinamento: 𝑅𝑤𝑝, 𝑅𝑒𝑥𝑝, 𝑒 𝑅𝐵. Qualitativamente
o 𝑅𝑤𝑝 é o indicador estatístico de maior significado, quantitativamente este deve obedecer a
Alciney Miranda Cabral 109
valores, tidos como satisfatórios por Rietveld, 𝑅𝑤𝑝< 30, 𝑅𝑒𝑥𝑝< 40 e 𝑅𝐵, < 25 segundo
referências presentes na literatura. [1], [7], [286].
Tabela 16. Detalhes de DRX-Rietveld para BiFeO3 (BFOP.C.),(BFO700) e (BFO830).
Parâmetros
BiFeO3
(BFOP.C.) (BFO700) (BFO830)
2θ Intervalo (deg.) 10 – 70o 10 – 70
o 10 – 70
o
Grupo espacial 𝑅3𝑐 𝑅3𝑐 𝑃1
Tamanho do Passo (deg.) 0,02 0,02 0,02
Radiação / Comprimento de
Onda Cu K-alfa 1,54 Å Cu K-alfa 1,54 Å Cu K-alfa 1,54 Å
Número de Paramentos
refinados 22 21 21
𝑺 (GOF) 1,06 0,96 0,70
𝑹𝒘𝒑 (%) 21,80 7,23 20,39
𝑹𝒆𝒙𝒑 (%) 20,61 7,55 29,14
𝑹𝑩 (%) 14,79 5,51 16,05
Fontes: Do autor.
As influências desses valores estão sempre relacionadas entre si, significativamente,
como apresentado nas análises para as estruturas BFOP.C., BFO700 e BFO830.
Tabela 17. Parâmetros das Células Refinamento de Rietveld dos respectivos DRXs, BiFeO3
(BFOP.C.), (BFO700) e (BFO830).
Cerâmica Simetria Grupo
espacial
a
(Å)
b
(Å) c (Å) V (Å𝟑) 𝒁 𝜶 𝜷 𝜸
(BFOP.C.) Romboédral 𝑅3𝑐 5,57 - 13,90 373,47 6 90,000 90,00 120,00
(BFO700) Romboédral 𝑅3𝑐 5,59 - 13,68 369,54 6 90,000 90,00 120,00
(BFO830 ) Pseudocúbica 𝑃1 3,89 3,95 3,93 60,44 1 90,260 90,00 90,00
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 110
O ajuste do refinamento deve ser feito de acordo com o posicionamanto dos possíveis
sítios a serem formados, para as amostras BiFeO3 observando a formação de grupos BiO6 e
FeO6, no conjunto octaédral da supercélula perovskita, ABO3. O valor 𝑆 segue uma
lineariadade e pode ser ajustados no refinamento Figura 44, a literatura recomenda ser
refinado com 𝑆 < 1,23[287], [288]. Os valores 𝑅𝑤𝑝, 𝑅𝑒𝑥𝑝 𝑒 𝑅𝐵 extrapolam a qualidade que são
prevista pelas referências científicas feitas nas revisões bibliográficas. [245], [289]–[293].
Figura 44. A Qualidade do Refinamento de Rietveld para a Estrutura BiFeO3.
Fontes: Do autor.
Tabela 18. Configuração espacial obtida pelo Refinamento de Rietveld dos DRXs respectivos, BiFeO3
(BFOP.C. ), (BFO700 ) e (BFO830).
Estruturas Atom./Ox. P.Wyckoff Sítio 𝒙 𝒚 𝒛 𝑩𝒊𝒔𝒐
(BFOP.C.)
Bi1 / 3+ 6 a 3 0,00 0,00 0,00 0,08
Fe1 / 3+ 6 a 3 0,00 0,00 0,23 0,70
O1 / 2- 18b 1 0,02 -0,45 -0,06 5,85
(BFO700 )
Bi1/ 3+ 6 a 3 0,00 0,00 0,00 3,24
Fe1 / 3+ 6 a 3 0,00 0,00 0,24 -1,27
O1 / 2- 18b 1 0,08 -0,45 -0,01 -2,47
(BFO830 )
Bi1 / 3+ 1 a 1 0,50 0,50 0,50 1,25
Fe1 / 3+ 1 a 1 0,00 0,00 0,00 1,00
O1 / 2- 1 a 1 0,50 0,00 0,00 0,20
O2 / 2- 1 a 1 0,00 0,50 0,00 1,02
O3 / 2- 1 a 1 0,00 0,00 0,50 1,00
Fontes: Do autor.
A estrutura BiFeO3 700 oC, identificada como BFO700 foi classificada como a melhor
estrutura em parâmetros de refinamento, apresentando baixos valores de 𝑆, 𝑅𝑤𝑝, 𝑅𝑒𝑥𝑝, 𝑒 𝑅𝐵
Alciney Miranda Cabral 111
[294]. As cerâmicas BiFeO3 do grupo espacial 𝑅3𝑐, apresentam uma simetria cristalina
romboédrica, perovskita ABO3, há uma diminuição do volume de célula, V(Å3) BFOP.C./
BFO700 de razão 1,02. Os parâmetros de células “a” e “c” diminuem para os romboedros,
como listados na Tabela 17. A principal causa da alteração desses paramentos é a influência
da fase hematita hexagonal α-Fe2O3; a = 5,0317 e c = 13,770. Quanto à amostra BFO830, a
diminuição do volume atômico para 60,44 Å3 é característico à transição de fases perovskita
romboédrica à pseudocúbica R3c − P1, respectivamente. Os parâmetros Biso Tabela 18, fator
isotrópico, pode definir a estabilidade dos sítios de localização atômica nas fases
romboédricas e cúbicas, esse termo relaciona a estabilidade estática dos sítios octaedrais BiO6
(6a) e FeO6 (6a) através do posicionamento espacial “x,y e z”. Para valores negativos o fator
isotrópico adequa a melhor formação de octaédricos, AO6 (A = Bi3+
e Fe3+
) de seu
centrossimétrico, altos valores favorecem a desordem posicional estática. Quanto maior for o
fator isotrópico Biso mais distorcido serão os sítios de octaedros. A variação isotrópica para os
cátions Bi3+
e Fe3+
.
A Figura 45 apresenta os resultados de DRX-Rietveld com variações dos sítios de
octaedros regulares e distorcidos das estruturas romboédricas.
Figura 45. Fator Isotrópico obtido pelo Refinamento de DRX-Rietveld, para as Estruturas BiFeO3.
Fontes: Do autor.
Os resultados de Rietveld as amostras BFOP.C., nos grupos FeO6, apresenta uma
maior possibilidade de formação de octaédricos distorcidos e de BiO6 octaedros regulares.
Alciney Miranda Cabral 112
Entretanto, as estruturas BFO700 e BFO830 apresentam os grupos FeO6 octaedrais regulares
e BiO6 octaedros distorcidos como listada na Tabela 19.
Tabela 19. Tipos de Sítios Octaedrais nas Amostras BiFeO3, por Rietveld.
Estruturas Simetrias /
Grupo Espacial Grupos
Tendência de Sítios
Octaedral
(BFOP.C.) Romboédrica
𝑅3𝑐
BiO6 Octaédro regular
FeO6 Distorção Octaedral
(BFO700) Romboédrica
𝑅3𝑐
BiO6 Distorção Octaedral
FeO6 Octaédro regular
(BFO830) Cúbica
P1
BiO6 Distorção Octaedral
FeO6 Octaédro regular
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 113
6.2. Espectroscopia na região do Infravermelho Médio (FTIR) das Cerâmicas BiFeO3
As análises de FTIR presentes na Figura 46 foram realizadas como mostra o
procedimento visto no capítulo 5 subtópico 5.4.2.
Figura 46. FTIR das Cerâmicas BiFeO3 (BFOP.C. ), (BFO700 ) e (BFO830).
Fontes: Do autor.
A banda que aparece em 1381 𝑐𝑚−1 é indicativo da amostra BFOP.C., motivada por
estiramantos de alta intensidade característico de NO3-, a causa disso é que ainda há resquícios
de material orgânico na cerâmica que foe obtido a partir dos nitratos metálicos precussores.
As bandas são eliminadas nas estruturas BFO700 e BFO830, ou seja, após a sinterização a
700 e 830
oC e o tratamento na síntese. As vibrações em 3372, 1306 e 477 𝑐𝑚−1
são referentes
a O-H e C-O que apresentam baixas vibrações.
As bandas mais importantes na análise de FTIR são as de 560 e 440 𝑐𝑚−1, e os modos
de alongamentos de vibrações ao longo do eixo de Fe-O e a vibração axial Fe-O. Estas bandas
são características de octaédricos (FeO6). As bandas de absorção a 850 𝑐𝑚−1 são causadas por
alongamento simétrico das ligações, Bi-O e Fe-O em BiFeO3. Em resumo, a Tabela 20
Alciney Miranda Cabral 114
modera as bandas de estiramentos e deformações, do espectro na região do infravermelho
médio, com os possíveis grupos e suas associações, que também caracterizam grupos metal-
oxigênio, integrantes da amostra BiFeO3 (BFOP.C.), (BFO700 ) e (BFO830). As bandas de
600 𝑐𝑚−1 são referências a inclinações de octaedros FeO6 e do deslocamento iônico da
posição de centro-simetria relacionada ao conjunto ℎ𝑘𝑙 (110) da perovskita, por isso a
vibração nesta região de absorção é intensa.
Tabela 20. FTIR BiFeO3 (BFOP.C.), (BFO700 ) e (BFO830).
Numero de Onda
(𝒄𝒎−𝟏) Grupos Intensidade Referência
3600 e 3200
Estiramento axial O-H
(associado) devido à própria
umidade (H2O) /BFOP.C.
Baixa [292], [295]
1440 e 1389 Nitratos NO3- / BFOP.C. Média [4]
846 e 812
Estiramento simétrico Bi-O e
Fe-O característico da
formação BiFeO3/BFO700
Média/Alta [292], [295]
600, 550 e 447
Vibração assimética FeO/
FeO6 Octaedral perovskita.
BFO830
Alta [296], [297]
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 115
6.3. Análises de MEV/EDS/MAPEAMENTO BiFeO3: BFOP.C., BFO700 e BFO830
As análises de MEV foram realizadas como mostra o procedimento visto no capítulo 5
subtópico 5.4.5. A Figura 47-49 apresentam os MEVs das amostras BFOP.C., BFO700 e
BFO830 com aproximações de 5.0k (5000x) e 10k (10000x).
5000x(a)
10000x(b)
Figura 47. MEV BFOP.C, Aproximações 5000x (a) e 10000x (b).
Fontes: Do autor.
5000x (a)
10000x (b)
Figura 48. MEV BFO700, Aproximações 5000x (a) e 10000x (b).
Fontes: Do autor.
Na mofologia dos MEVs da amostra de BFOP.C., pós combustão Figura 47a (5000x)
e b (10000x), observa-se que há uma pequena distribuição de duas fases. São identificadas
partículas de tamanhos na ordem de micrometros, essas partículas apresentam arestas
definidas com simetria romboédrica (BiFeO3) e hexagonal (hematita Fe2O3). Na Figura 48a
(5000x) e b (10000x) conclui-se que há uma diminuição da fase hexagonal hematita (Fe2O3),
com uma transição à fase romboédrica BiFeO3. Este é comprovado quando são analisadas as
Alciney Miranda Cabral 116
Figuras 47b (BFOP.C.) e Figura 48b (BFO700), tornando evidente a diminuição do tamanho
das partículas e formação de corpos com definição retangular (romboédricos), ou seja, da
simetria hematita hexagonal Fe2O3 à romboédrica BiFeO3.
5000x (a)
10000x (b)
Figura 49. MEV BFO830, aproximações 5000x (a) e 10000x (b).
Fontes: Do autor.
Na descrição da Figura 49a (5000x) e b (10000x), percebe-se uma formação de
pequenos cubos distorcidos e bem organizados. É evidente nas formas que estão presentes na
Figura 48b (10000x) em comparação com a Figura 49b (10000x) que houve uma transição de
fase da romboédrica à cúbica. As observações destes fenômenos também são corroboradas
com os dados de DRX/Rietveld.
O MEV/MAPEAMENTO/EDS, Figuras 50-52, abarca os resultados das aproximações
à (10000x) no desenvolvimento das cerâmicas BiFeO3: BFOP.C., BFO700 e BFO830.
Percebe-se uma diminuição gradativa das partículas o fenômeno previsto pelo fato do material
está sem tratamento por metodologia de sinterização. Quanto maior a temperatura de
sinterição mais intensa deve ser as fases romboédrica e a cúbica para o BiFeO3. A partir da
análise mapamograficas destes elementos, ocorrem aparentemente à distribuição proporcional
dos elementos Bi e Fe.
Alciney Miranda Cabral 117
Figura 50. MEV a 10000x e Mapeamentos Elementos Fe/Bi, BFOP.C.
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 118
Figura 51. MEV a 10000x e Mapeamentos Elementos Fe/Bi, BFO700.
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 119
Figura 52. MEV a 10000x e Mapeamentos Elementos Fe/Bi, BFO830.
Fontes: Do autor.
No conjunto micrográfico com sonda de energia dispersiva, MEV/EDS/Mapeamento é
possível determinar a composição química pontual das fases nas amostras, constituindo a EDS
ferramenta indispensável nas caracterizações e distribuição espacial de elementos químicos.
Todas estas análises das distribuições estão listadas nas Figuras 53 e 54 e nas Tabelas
21 e 22, assim é possíveis prever as quantidades dos metais na matriz cerâmica de BFO.
Alciney Miranda Cabral 120
Figura 53. Histograma Análise do EDS para BiFeO3.
Fontes: Do autor
Figura 54. Histograma Tamanho Média das Partículas MEV.
Fontes: Do autor.
A distribuição dos Cátions de Bi3+
e Fe3+
classificam as amostras de BFO700 e
BFO830 estequiometricamante bem distribuídas isso é retratado na Tabela 21 e 22, que
descreve a diminuição do tamanho do grão (µ𝑚) da estrutura de BFOP.C. à BFO830. Um
dados importante é o tamanho de cristalito (𝑛𝑚) há uma dimuição pela metade de BFOP.C. à
Alciney Miranda Cabral 121
BFO700, na amostra BFO830 ocorre um aumento em relação as amostras BFOP.C. e
BFO700. Com relação à microestrutura há uma dimuição gradativa das amostras de BFOP.C.
á BFO830. Pelos dados reportados a partir das análises de MEV/MAPEAMENTO EDS e
DRX - Rietveld há grande possibilidade das amostras de BFOP.C. á BFO830 terem sofrido
mudança de fases de uma estrutura Romboedral/𝑅3𝑐 para uma estrutura Cúbica/𝑃1. A
principal explicação para isso é que a difusão térmica interfere na formação dos sítios da
estrutura octaedrais de FeO6 da perovskita BiFeO3.
Tabela 21. Resultados EDS BFOP.C., BFO700 e BFO830.
Estruturas Parâmentos Experimentais (EDS) Parâmentos Teóricos
% Bi % Fe % Bi % Fe
BFOP.C. 52,698 47,302
50 % 50% BFO700 43,734 56,266
BFO830 40,364 59,636
Fontes: Do autor.
Tabela 22. MEV/DRX Rietveld Tamanho da Partícula BiFeO3.
Estruturas Tamanho de grão
(µ𝒎)
Tamanho Cristalito
(𝒏𝒎) 𝑹.𝑴. 𝑺 (𝒏𝒎)
BFOP.C. 1,39 ± 1,87 90,940 1,19E-4
BFO700 1,02 ± 0,73 45,610 2,90E-4
BFO830 0,58 ± 0,47 100,340 6,80E-5
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 122
6.4. As Curvas TG/DTA BiFeO3 Pós Combustão
As curvas TG/DTA do BFO P.C (BiFeO3) com massa de 7,33200 mg, sob atmosfera
de ar sintético numa razão de 20mL.min-1
, em uma faixa de temperatura de temperatura
ambiente (25 oC) até 850
oC. A Figura 55 tem-se a análises da amostra BFOP.C., para a
reação de combustão adaptada, como relatado no capítulo 5 subtópico 5.4.3.
Figura 55. TG/DTA das Cerâmica BiFeO3 após a Combustão.
Fontes: Do autor.
Uma observação é que a 600 °C a ferrita após a combustão aparece antes de um evento
exotérmico e acima de 500 °C, no qual a degradação é característica de resíduos orgânicos e
pouca fase Fe2O3. A análise da estabilidade das amostras na temperatura de 700 °C, 𝑅3𝑐 é
identificado pelo pico de Rietverd revisão próximo a 830 oC que corresponde ao espaço do
grupos cúbicos, transição de BiFeO3 medidos usando Análise Térmica Diferencial (DTA). A
variação na massa da mistura de cátions grupos de nitrato e ureia com temperatura pode ser
observada também no (DTA). A curva TG/DTA serve-se 4,5% de faixa de temperatura de 25
- 164,70 oC que correspondem a uma massa relacionada a desidratação da amostra, isso é
caractersistico de um evento endotérmico. Observa-se uma perda de 9,43% entre as
temperaturas de 164,7 - 322,33 oC podendo ser degradação de grupos nitratos NO3. No
Alciney Miranda Cabral 123
terceiro evento de perda de massa de 5,90% que está a faixa de temperatura de 322 - 563 oC é
identificado como correspondente a decomposição de materia orgânica residual de matéria
orgânica de ureia CO2. O quarto evento 700 – 830 oC tem uma ganho muito pequeno ganho
de massa massa 0,09% uma possível mudança na forma de óxido geométrica BiFeO3. A
análises de DTA indicam uma resistência de pico endotérmico exatamente a 70 oC com 0,08
oC.mg
-1, característica de desidratação até o entre 30 a 172 °C. Há um intenso pico exotérmico
na curva DTA em comparação com a análise TG entre 250 – 350 °C que indicam à
degradação do quelato complexo Bi-Fe-NO3, formada entre a ação da ureia com os nitratos de
Bismuto (III) e Ferro (III). Na segunda etapa, mais perda de massa menor ocorreu entre 410 -
490 °C. No entanto, a análise pela DTA mostra estabilidade térmica em 500 - 830 °C,
acontece que é um aumento de temperatura com uma definição melhor, de grãos de
superfície, possivelmente uma fases mais estável como as cúbicas, das partículas de BiFeO3.
Alciney Miranda Cabral 124
6.5. Análises Magnéticas VSM das cerâmicas BiFeO3 (BFOP.C.), (BFO700 ) e
(BFO830)
Todas as amostras foram submetidas às mesmas sub-rotinas no capítulo 5 tópico 5.4.4,
especificada para a obtenção das curvas de histereses magnéticas da Figura 56 e de seus dados
na Tabela 23.
Figura 56. VSM das Cerâmicas BiFeO3 (BFOP.C.), (BFO700 ) e (BFO830).
Fontes: Do autor.
Tabela 23. Análises Magnéticas e Tamanho da Partícula BiFeO3.
Cerâmicas 𝑴𝑹(𝑬𝒎𝒖.𝒈−𝟏) 𝑴𝑺(𝑬𝒎𝒖.𝒈−𝟏) 𝑯𝑪 (𝐓) Tamanho Médio
do Grão (𝝁𝒎)
P.C 0,081 – 0,082 0,220 – 0,240 0,740 – 0,260 1,39 ± 1,87
700 oC 0,011 – 0,026 0,190 – 0,200 0,018 – 0,021 1,02 ± 0,73
830 oC 0,077 – 0,086 0,380 – 0,410 0,128 – 0,125 0,58 ± 0,47
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 125
As análises da Histerese Magnética de um material com características
Antiferromagnéticas e Ferromagnéticas [298]–[300] as propriedades magnéticas tem Campo
Coercitivo (𝐻𝐶), Magnetização de Saturação (𝑀𝑆) e Remanescente (𝑀𝑅) relacionada ao
Tamanho dos Grãos das estruturas de BiFeO3.
As análises da Figura 57 tem-se a diminuição do campo coercitivo “pontos em
vermelho” quando se tem o processamento da cerâmica logo após a combustão (BFOP.C.)
para BFO700, progredindo a sinterização da estrutura BiFeO3 para 830 oC (BFO830) há um
leve aumento do campo coercitivo. Isso significa que ele não pode ser facilmente
desmagnetizado Os valores do Campo Coercivo (𝐻𝐶) dependem da forma, leve aumento do
Campo Coercivo são associados a partículas com tamanho de grão em torno de 1 µ𝑚. há
tambem efeitos estruturais (vazios e partículas não magnéticas) aprisionam as paredes de
domínio aumentam 𝐻𝐶 característico de ferrita mole que deve ser livre deste tipo de defeitos
[105], [301]. Na magnetização de saturação ocorre a diminuição da cerâmica BFOP.C., para a
cerâmica BFO700 e há um considerável aumento dessa magnetização quando se compara as
estruturas BFOP.C. e BFO700 com a estrutura sinterizada a 830 oC.
Figura 57. Variação do Campo Coercitivo com a Magnetização de Saturação, Remanescente das
Estruturas BiFeO3.
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 126
O tamanho do grão diminui na seguinte ordem BFOP.C., BFO700 e BFO830 no
processamento da sínteses. Pelas análises, as estruturas de BiFeO3, sinterizadas a 830 oC
(BFO830) com menor tamanho de grão 0,58µ𝑚, uma estrutura cúbica levemente inclinado de
grupo espacial 𝑃1, essa cerâmicas têm maior magnetização de saturação e um menor campo
coercitivo que BFOP.C. Entretanto a cerâmica BFO700 de fase romboedral de grupo espacial
𝑅3𝑐, tem menor campo coercitivo que BFO830 e BFOP.C., essa última com fases espúrias de
Fe2O3 e predominância da BiFeO3 Romboédrica/𝑅3𝑐. A Figura 58 traz a comparação às
magnetizações de saturações e remanescente que dimunuem e aumentam proporcionalmente
como o tamanho do grão, entretanto a magnetização remanescente, diminue da BFOP.C. para
a estrutura sinterizada BFO700 este tipo de magnetização aumentam para a estrutura a 830 oC.
Figura 58. Variação do Campo Coercitivo, Magnetização Remanescente e Tamanho da Partícula
BiFeO3.
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 127
6.6. Análises Elétricas das Cerâmicas BiFeO3 (BFOP.C.), (BFO700) e (BFO830)
Na Figura 59 tem-se dieletricidade entre (4,3-6,2), identificando que em uma
frequência de 0,3 GHz a mesma apresenta uma tangente de perdas de -0,20 dB de
permissividade 5 da amostra BFOP.C.. Na frequencia de (3,0-3,5) GHz, com uma
permissividade elétrica próxima 6 e de perdas elétrica de -0,10 dB, em faixa de 4,0 à 4,5 GHz.
O BFOP.C também compreende uma perda dielétrica -0,3 dB, com a menor dieletricidade 3,8
entre (4,00-4,49) GHz. As amostras foram submentidas as mesmas sub-rotinas no capítulo 5
tópico 5.4.6.
Figura 59. Permissividade Elétrica e Tangente de Perdas da Estrutura BFOP.C.
Fontes: Do autor.
As análises dos dados elétricos presentes na Figura 60 faz referência à amostra
BFO700 o que torna evidente a menor tangente de perdas dielétrica de aproximadamente -
0,30 dB numa frequência de 0,25 GHz, com permissividade elétrica 10, passando para uma
dieletricidade de 12,5. Também se tem uma faixa de (1,0-3,0) GHz, com tangente de perdas
que permanece em -0,10 dB numa dieletricidade próxima de 13.
Nas análises da amostra de BFO830 na Figura 61, tem-se uma tangente de perda
dielétrica de -0,15dB e uma dieletricidade próxima a 14,3 numa frequência de 0,25 GHz, essa
tangente de perda dielétrica fica em torno de -0,10 dB, sua dieletricidade cai abruptamente
para 7,6 numa frequência de 4,25 GHz, e um ganho de perdas de para -0,01 dB, a explicação
Alciney Miranda Cabral 128
para este fator é que as ferritas de Bismuto III, São materiais moles e isolantes além de altas
resistividades elétricas, alta resistividade elétrica é importante a altas frequências porque se o
material for bom condutor elétrico as perdas de energia por correntes parasitas serão altas a
estas frequências. Correntes parasitas são causadas pelo gradiente de voltagem induzidos,
logo quanto mais alta a frequência maior o aumento nas correntes parasitas. Nisto as ferritas
moles são isolantes, elas podem ser usadas em aplicações magnéticas de núcleo de
transformadores, operando em a alta frequências [302].
Figura 60. Permissividade Elétrica e Tangente de Perdas da Estrutura BFO700.
Fontes: Do autor.
Figura 61. Permissividade Elétrica e Tangente de Perdas da Estrutura BFO830.
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 129
Na Figura 62 e 63 tem-se um comparativo das permissividades eletricas
(dieletricidades) das estruturas BFO para a cerâmica BiFeO3 processada termicamante. A
estrutura que apresentou maior dieletricidade em todo e uma faixa de frequencia a estrutura
foi aquela que apresentou uma máxima de 14,9 de permissividade elétrica em uma faixa de
frequencia entre 0 à 2,0 GHz a BFO830 à fases cúbica.
A permissividade elétrica diminue até 8 num faixa de frequência maior de 2,0 - 4,5
GHz. A estrutura BFO700, na mesma faixa de frequência de 0,0 – 2,0 GHz, apresenta a
segunda maior permissividade elétrica de 11 até 14. A estrutura BFOP.C. apresenta a terceira
permissividade elétrica varia de uma máxima de 4 á 5 numa faixa de frequência 0,00 - 1,00
GHz, e no segundo range 2,50 - 4,00 GHz, com uma permissividade elétrica próxima de 5,00.
Figura 62. Permissividades Elétricas das Estruturas BFO para BiFeO3.
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 130
Figura 63. Tangente de Perdas Elétricas das Estruturas BFO para BiFeO3.
Fontes: Do autor.
A Figura 64 apresenta o comparativo geral das amostras BFOP.C., BFO700 e
BFO830.
Figura 64. Permissividades Elétricas e Tangentes de Perdas para as Estruturas BiFeO3.
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 131
A Tabela 24 aplica as características cristalográficas da estrutura no formato das fases
e suas propriedades elétricas e magnéticas. O BiFeO3 tem boas características ferroelétricas,
sinterizados a 830 oC e alta magnetização de saturação pela dependência do tamanho da
partículas. Estes fatores apontam para a conformidade cúbica na magnetização, no entanto,
altas perdas elétricas tem relação ao tamanho da partícula formada e com a sinterização das
estruturas.
Tabela 24. Análises Comparativas das Cerâmicas de BiFeO3.
Cerâmicas
BFO
Frequência
(𝐆𝐇𝐳)
Estrutura
/Grupo Espacial
MEV /
Tamanho
do Grão
(𝝁𝒎)
𝑴𝑺(𝒆𝒎𝒖.𝒈−𝟏)
Tangente
de Perdas
(𝒅𝑩)
(𝜺𝒓)
P.C
0,00 – 0,50
Romboédral/ 𝑅3𝑐 1,39 ± 1,87 0,24 -0,25 6,26
700 oC Romboédral/ 𝑅3𝑐 1,02 ± 0,73 0,20 -0,43 10,50
830 oC Cúbica/𝑃1 0,58 ± 0,47 0,39 -0,09 14,89
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 132
6.7. DRX - Rietverd LaxBi1-x FeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30 ) à 700 oC
Os DRXs-Rietveld estão representados nas Figuras 65-68, para as amostras LaxBi1-
xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) à 700 oC. Os Refinamentos DRX-Rietveld foram efetuados
utilizando os softwares MAUD e FullProf suite para Windows, segundo a função matemática
Pseudo-Voigt [303]. Todas as amostras passaram por processo de maceração e peneiração,
como descrito no preparo para análises de DRX no capítulo 5 subtópico 5.4.1.
Figura 65. DRX-Rietveld BiFeO3 (BFO700), Simetria Romboédrica/𝑅3𝑐.
Fontes: Do autor.
O DRX-Rietveld para Figura 65, foi feito usando a ficha Romboédrica BiFeO3
(JCPDS Cod. 1001090) grupo espacial 𝑅3𝑐, como padrão teórico. Na análise, observou-se
uma fase maioritária, a saber: 98,3%, referente à perovskita Romboédrica de grupo espacial
𝑅3𝑐, BiFeO3.
Para o DRX-Rietveld Figura 66, da estrutura La0.10Bi0.90FeO3 sinterizada a 700 oC, foi
empregada a ficha Ortorrômbico BiFe0.75Mn0.25O3 (JCPDS Cod. 4000812) de grupo espacial,
𝑃𝑛𝑚𝑎, com modificações Catiônicas e estequiométricas de Mn3+
; Fe3+
e Bi 3+
; La3+
, nas
funções dos refinamentos, formando a estrutura La0.10Bi0.90FeO3.
Alciney Miranda Cabral 133
Figura 66. DRX-Rietveld La0.10Bi0.90FeO3 (L0.10BFO700), Simetria Ortorrômbica/𝑃𝑛𝑚𝑎.
Fontes: Do autor.
Figura 67. DRX-Rietveld La0.20Bi0.80FeO3 (L0.20BFO700), Simetria Ortorrômbica/𝑃𝑏𝑛𝑚.
Fontes: Do autor.
O DRX-Rietveld da estrutura La0.20Bi0.80FeO3 e La0.30Bi0.70FeO3, Figura 67 e 68,
sinterizada a 700 oC, foi empregado a ficha CaTiO3 (JCPDS 1000022) Ortorrômbico de grupo
Alciney Miranda Cabral 134
espacial 𝑃𝑏𝑛𝑚, com uma modificação Catiônica e Estequiométrica (Ti4+
= Fe3+
; Ca2+
= Bi3+
e
La3+
) para a La0.20Bi0.90FeO3.
Figura 68. DRX-Rietveld La0.30Bi0.70FeO3 (L0.30BFO700), Simetria Ortorrômbica/𝑃𝑏𝑛𝑚.
Fontes: Do autor.
Os valores a serem reportados nas Tabelas 25 e 26 descrevem parâmetros empregados
no detalhamento total das células unitárias refinadas e perfis de Rietveld nos módulos
Y − Procurado/Y − Calculado.
As análises estruturais, quanto as obtidas pelos refinamentos de Rietveld realizado
pelos programas FullPROF e MAUD a refinar simultaneamente os parâmetros de
microestruturais (tamanho e estrutura do cristalito) e estrutural (células, constantes, posições
atômicas e ocupações). Estes parâmetros validam a qualidade do refinamento das estruturas
sintetizadas, pela adaptação da Síntese das cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (0.00, 0.10, 0.20 e 0.30)
como as informações teóricas de 𝑅𝑤𝑝 < 30, R𝑒𝑥𝑝 < 40 e 𝑅𝐵 < 25 [265], [296]. Os padrões
de DRX, estimulados para as quartas amostras coincidem com o padrão DRX, medido com 𝑅-
valores, idealmente pequenos como ilustrado na Tabela 25 e as fases das estruturas apresentes
na Tabela 26.
Alciney Miranda Cabral 135
Tabela 25. Detalhes dos Parâmetros DRX-Rietveld para DRX LaxBi 1-x FeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e
0.30 ) à 700 oC.
Parâmetros (BFO700) (L0.10BFO700) (L0.20BFO700) (L0.30BFO700)
2θ Intervalo (deg.) 10 - 70o 10 - 70
o 10 - 70
o 10 - 70
o
Grupo espacial R3c Pnma Pbnm Pbnm
Tamanho do
Passo (deg.) 0,02 0,02 0,02 0,02
Radiação /
Comprimento de
Onda
Cu K-alfa
1,54056 Å
Cu K-alfa
1,54056 Å
Cu K-alfa 1,54056
Å
Cu K-alfa 1,54056
Å
Número de
Parâmentos
Refinados
21 21 21 21
𝑺 (𝑮𝑶𝑭) 0,96 1,12 1,19 0,62
𝑹𝒘𝒑 (%) 7,23 14,04 32,08 5,49
𝑹𝒆𝒙𝒑(%) 7,55 12,54 26,82 8,82
𝑹𝑩 (%) 5,51 9,44 23,08 3,90
Fontes: Do autor.
Tabela 26. Parâmetros das Células Refinamento de Rietveld dos respectivos, DRX LaxBi1-xFeO3 (x=
0.00, 0.10, 0.20 e 0.30 ) à 700 oC.
Cerâmicas Simetria Grupo
Espacial a (Å) b (Å) c (Å) V (Å𝟑) 𝒁 𝜶 𝜷 𝜸
(BFO700) Romboedral R3c 5,590 - 13,68 369,54 6 90o 90
o 120
o
(L0.10BFO700) Ortorrômbico Pnma 5,615 15,718 11,08 978,06 16 90o
90o 90
o
(L0.20BFO700) Ortorrômbico Pbnm 5,460 5,431 7,63 226,22 4 90o
90o 90
o
(L0.30BFO700) Ortorrômbico Pbnm 5,441 5,420 7,61 224,50 4 90o
90o 90
o
Fontes: Do autor.
As amostras LaxBi1-xFeO3 (x= 0.0, 0.10, 0.20 e 0.30) a 700 oC foram preparadas com
êxito pelo método de reação de combustão adaptado. Foi estudado o efeito do dopagem do
La3+
BFO em substituição dos cátions de Bi3+
, e suas propriedades estruturais. Portanto, a
Difração de Raios-X, confirma a formação de fase única, com uma transformação estrutural
de Romboédrica (𝑅3𝑐), Ortorrômbico (𝑃𝑛𝑚𝑎) e Ortorrômbico (𝑃𝑏𝑛𝑚). A observação quanto
ao aumento do Volume de Célula 𝑉(Å3) é feita pelo refinamento de Rietveld, da estrutura
BFO700 (369,54 Å3 ) para a estrutura L0.10BFO700 (978,059 Å3), característico de mudança
Alciney Miranda Cabral 136
de fase Romboedral/𝑅3𝑐 à Ortorrômbico/𝑃𝑛𝑚𝑎, das Perovskitas BiFeO3, de grupo espacial
mais complexo 𝑅3𝑐 à 𝑃𝑛𝑚𝑎., consequentemente diminuição para grupo espacial 𝑃𝑏𝑛𝑚. Os
parâmetros de células gerados e outros parâmetros refinados também estão presentes na
Tabela 27.
Tabela 27. Configuração espacial obtida pelo Refinamento de Rietveld, DRX LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00,
0.10, 0.20 e 0.30 ) à 700 oC.
Cerâmicas Atom./Ox. P.Wyckoff Sítio 𝒙 𝒚 𝒛 𝑩𝒊𝒔𝒐
(BFO700 )
Bi1/3+ 6 a 3 0,00 0,00 0,00 3,24
Fe1/3+ 6 a 3 0,00 0,00 0,24 -1,27
O1/2- 18b 1 0,08 -0,45 -0,01 -2,47
(L0.10BFO700)
Bi1/3+ 8d 1 0,21 0,01 0,63 0.100
Bi2/3+ 4c .m. 0,21 0,25 0,63 0,097
Bi3/3+ 4c .m. 0,78 0,25 0,36 0,097
Fe1/3+ 8d 1 0,25 0,12 0,88 0,097
Fe2/3+ 8d 1 0,25 0,64 0,88 0,097
La1/3+ 8d 1 0,20 0,01 0,63 0,100
La2/3+ 4c .m. 0,20 0,25 0,63 0,097
La3/3+ 4c .m. 0,78 0,25 0,36 0,097
O1/2- 8d 1 0,81 0,01 0,67 0,097
O2/2- 4c .m. 0,79 0,25 0,63 0,097
O3/2- 4c .m. 0,19 0,25 0,42 0,097
O4/2- 8d 1 0,08 0,13 0,73 0,097
O5/2- 8d 1 0,96 0.39 0.98 0,097
O6/2- 8d 1 0,05 0,65 0,75 0,097
O7/2- 8d 1 0,99 0,41 0,48 0,097
(L0.20BFO700)
Bi1/3+ 4c .m. 0,99 0,01 0,25 2,000
Fe1/3+ 4d -1 0,00 0,50 0,00 1,963
La1/3+ 4c .m. 0,80 0.44 0.25 1,963
O1/2- 4c .m. 0,19 0,49 0,25 1,963
O2/2- 8d 1 0,75 0,25 0,97 1,963
(L0.30BFO700)
Bi1/3+ 4c .m. 0,00 0,00 0,25 2,430
Fe1/3+ 4b -1 0,00 0,50 0,00 3,500
La1/3+ 4c .m. 0,80 0,44 0,25 2,350
O1/2- 4c .m. 0,22 0,42 0,25 2,780
O2/2- 8d 1 0,75 0,25 0,97 -0,3000
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 137
As fichas teóricas CIF geradas a partir dos refinamentos foram compiladas no
Software VESTA 3D 3.3.9 Oct. 4 2016, 16.0MB, 64-bit versão para Windows, programa de
visualização de modelos estruturais presentes na Figura 69.
(a) (b)
(c) (d)
Figura 69. Romboedral/R3c BiFeO3(a), Ortorrômbico/Pnma (La0.10Bi0.90FeO3)(b) Ortorrômbico/Pbnm
(La0.20Bi0.80FeO3 e La0.30Bi0.70FeO3)(c) e (d).
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 138
6.8. Espectroscopia na Região do Infravermelho Médio (FTIR) das cerâmicas LaxBi1-
xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) à 700 oC
Os Espectros de FTIR para as estruturas cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e
0.30) à 700 oC por reação de combustão adaptada são apresentadas na Figura 70. Os
procedimentos de análises foram realizados como mostra o procedimento visto no capítulo 5
subtópico 5.4.2.
Figura 70. FTIR das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) à 700
oC.
Fontes: Do autor.
O espectro infravermelho FTIR na Figura 70 torna visível uma curvatura de 1000 a
4000 𝑐𝑚−1 , que é característica de semicondutores as bandas em cerca de 3400 e 1600 𝑐𝑚−1
são atribuídas à deformação axial O – H característica de água absorvida [304] essa análises
prova que não há formação de humidade nas amostras. A formação da banda de absorção em
cerca de 400 - 600 𝑐𝑚−1, designada pela formação de octaedros de FeO6 de perovskitas. Estes
picos são devidos à formação das ligações Fe-O, do tipo alongamento e flexão da vibração,
que confirma a formação da ligação metal-oxigênio. As bandas de absorção listadas como
1040 – 1150, 1350 – 1480 e 1350 – 1480 𝑐𝑚−1 são as atribuídas a C-O alongamento, flexão
C-H e C=O, sendo definidas por procedimentos experimentais das análises de FTIR [305].
Estes espectros mostram bandas de absorção forte bem estabelecida a 570 e 430 𝑐𝑚−1 no pó
sinterizado à 700 oC , indicando a formação ligação da Ferrita de Lantânio e Bismuto III,
Alciney Miranda Cabral 139
LaxBi1-xFeO3. A banda 570 𝑐𝑚−1 é atribuída à vibração de Fe – O alongamento, e a banda de
430 𝑐𝑚−1 à vibração de deformação, O–Fe–O [306].
As informações listadas na Tabela 28 correlacionam os dados das amostras BFO700,
L0.10BFO700, L0.20BFO700 e L0.30BFO700 [LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30)].
Além disso, são mostrados as atribuições de grupos funcionais orgânicos e estiramentos
Metal-Oxigênio.
Tabela 28. Atribuições FTIR LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30 ) a 700 oC.
N. Onda
(𝒄𝒎−𝟏) Grupos/Cerâmicas Int. Ref.
1383,61
C – H e C = O condições das análises e atmosfera/
(BFO700), (L0.10BFO700), (L0.20BFO700) e
(L0.30BFO700).
Media [186], [307]
e [278].
810,34 Agrupamento orgânico do íon NO3
- e CO2 presente na amostra
/ (BFO700). Alta [278].
551,51 Fe – O alongamento e flexão duplamente degenerando ao
longo das vibrações de BiO3/(L0.20BFO700). Alta [9].
531,61 Estiramento das ligações BiO6/(BFO700), (L0. 10BFO700) e
(L0.30BFO700). Alta [279].
530,34 Estiramento do tipo octaedral FeO6 (BFO700),
(L0.10BFO700) e (L0.30BFO700). Alta [264].
433,83 Estiramento do tipo octaedral FeO6 e flexão simétrica de BiO3
/ (BFO700) e (L0.30BFO700). Media
[278] e
[279].
401,47 Bi – O – Bi e Bi − O em BiO6 octaedral/ (L0.10BFO700) e
(L0.20BFO700). Media [278].
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 140
6.9. Análises de MEV/EDS/MAPEAMENTO LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30)
As Figura 71–78 ilustram os MEVs/EDSs das particulas de cerâmicas em escala micro
a nanométrica, com mapeamentos de ponto Bi3+
, Fe3+
e La3+
. Os procedimentos de MEV
foram descritos no capítulo 5 tópico 5.4.5.
Figura 71. MEV a 1000x (100 𝑢𝑚) (A) 5000x (20 𝑢𝑚)(B) 10000x (10 𝑢𝑚) (C), Aproximação
10000x (10 𝑢𝑚) (D) e com Espectro de EDS (E) da Amostra BFO700.
Fontes: Do autor.
A B
C
E
D
Alciney Miranda Cabral 141
As cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) para as amostras foram
enumeradas por BFO700, L0.10BFO700, L0.20BFO700 e L0.30BFO700 formando o LBFO.
A Figura 71 contém as imagens de MEV 1000x (100𝑢𝑚) (A) 5000x (20 𝑢𝑚) (B)
10000x (10 𝑢𝑚) (C), aproximação 10000x (10 𝑢𝑚) (D) e com espectro de EDS (E) da
cerâmica BiFeO3, para amostra BFO700. O tamanho médio de grãos de (2 - 1,02µ𝑚) resulta
na formação material sinterizado a 700 oC, homogênea para sistemas hexagonais de axes
(romboedral/𝑅3𝑐) [308], que colaboram com os resultados do refinamento de Rietveld, para a
constituição destas de monofasicidade de perovskitas [309].
Análise de Espectroscopia Energia Dispersiva (EDS) foi realizada para examinar a
distribuição dos elementos Bi e Fe na formação do BiFeO3 [310]. Isso é mostrado na Figura
72, a quantidade dos elementos Bi3+
e Fe3+
nas áreas selecionadas. Mapeamento elementar do
EDS do x= 0,00 (BFO700) em que a amostra é acompanhado da imagem de referência MEV,
Figura 72 aproximação de 10 𝑢𝑚 (A); mapeamentos de átomos mostram distribuições
diferentes dos átomos; Bi-Ma1 linha (amarelo) (B) e Fe-Ka1 linha (verde) (C).
Figura 72. Aproximação de 10000x (10 𝑢𝑚) (A) Mapa dos Elementos Bi (B) e Ferro (C) da Amostra
BFO700.
Fontes: Do autor.
B A
C
Alciney Miranda Cabral 142
A Figura 73 contém as imagens de MEV 1000x (100 𝑢𝑚) (A) 5000x (20 𝑢𝑚) (B)
10000x (10 𝑢𝑚) (C), aproximação 10000x (10 𝑢𝑚) (D) e com espectro de EDS (E) da
cerâmica La0.10Bi0.90FeO3, para amostra L0.10BFO700.
Figura 73. MEV a 1000x (100𝑢𝑚) (A) 5000x (20𝑢𝑚) (B) 10000x (10𝑢𝑚) (C), Aproximação 10000x
(10𝑢𝑚) (D) e com Espectro de EDS (E) da Amostra L0.10BFO700.
Fontes: Do autor.
A B
C
E
D
Alciney Miranda Cabral 143
O tamanho médio de grãos de (1 - 0,717 µ𝑚) resulta na formação material sinterizado
a 700 oC, homogênea para sistemas com sólidos característicos de estrutura ortorrômbica
(𝑃𝑛𝑚𝑎), que colaboram com os resultados do refinamento de Rietveld, para a constituição
destas de monofasicidade de perovskitas, essa simetria não é não-polar, mas com uma
distorção devido a um octaedros de 𝑎+𝑏−𝑏− inclinados.
A Análise de Espectroscopia Energia Dispersiva (EDS) foi realizada para examinar a
distribuição dos elementos Bi, Fe e La na formação do La0.10Bi0.90FeO3. Isso é mostrado na
Figura 74, a quantidade dos elementos Bi3+
, Fe3+
e La3+
obtido por EDS, do x= 0,10
(L0.10BFO700) em que a amostra é acompanhado da imagem de referência MEV, de
aproximação de 10 𝑢𝑚 (A); mapeamentos de átomos mostram distribuições diferentes dos
átomos; Bi-Ma1 linha (Amarelo) (B), Fe-Ka1 linha (Verde) (C) La-La1 linha (Branco) (D). a
análises destes perfis denota, a formação homogênia das propoções de Bismuto III, Ferro III e
Lantânio III, em escala estequiometrica de respectivamente 0.90, 1 e 0.10, quanto ao
preenchimento da celula da perovskita, ortorrômbica (Pnma).
Figura 74. Aproximação de 10000x (10 𝑢𝑚) (A) Mapa dos Elementos Bi (B), Ferro (C), Lantânio (D)
da Amostra L0.10BFO700.
Fontes: Do autor.
B A
C D
Alciney Miranda Cabral 144
A Figura 75 contém as imagens de MEV 1000x (100 𝑢𝑚) (A) 5000x (20 𝑢𝑚) (B)
10000x (10 𝑢𝑚) (C), aproximação 10000x (10 𝑢𝑚) (D) e com espectro de EDS (E) da
cerâmica La0.20Bi0.80FeO3, para amostra L0.20BFO700 com tamanho de médio de grãos
descrito por (1 - 0,582 µ𝑚).
Figura 75. MEV a 1000x (100𝑢𝑚) (A) 5000x (20 𝑢𝑚) (B) 10000x (10 𝑢𝑚) (C), Aproximação
10000x (10 𝑢𝑚) (D) e com Espectro de EDS (E) da Amostra L0.20BFO700.
Fontes: Do autor.
A B
C
E
D
Alciney Miranda Cabral 145
A análise de Espectroscopia Energia Dispersiva (EDS) foi realizada para examinar a
distribuição dos elementos Bi, Fe e La na formação do La0.20Bi0.80FeO3. Isso é mostrado na
Figura 76, a quantidade dos elementos Bi3+
, Fe3+
e La3+
obtido por EDS, do x= 0,20
(L0.20BFO700) em que a amostra é acompanhado da imagem de referência MEV, de
aproximação de 10 𝑢𝑚 (A); mapeamentos de átomos mostram distribuições diferentes dos
átomos; Bi-Ma1 linha (Amarelo) (B), Fe-Ka1 linha (Verde) (C) La-La1 linha (Branco) (D). a
análises destes perfis denota, a formação homogênea das propoções de Bismuto III, Ferro III e
Lantânio III, em escala estequiométrica respectivamente 0.80, 1 e 0.20, quanto ao
preenchimento da celula da perovskita, Ortorrômbico/𝑃𝑏𝑛𝑚.
Figura 76. Aproximação de 1000x (100 𝑢𝑚) (A) Mapa dos Elementos Bi (B) Ferro (C) e Lantânio
(D) da Amostra L0.20BFO700.
Fontes: Do autor.
A Figura 77 contém as imagens de MEV 1000x (100 𝑢𝑚) (A) 5000x (20 𝑢𝑚) (B)
10000x (10 𝑢𝑚) (C), aproximação 10000x (10 𝑢𝑚) (D) e com espectro de EDS (E) da
cerâmica La0.30Bi0.70FeO3, para amostra L0.30BFO700 com tamanho de médio de grãos
descrito por (1 – 0,505 µ𝑚).
B A
C D
Alciney Miranda Cabral 146
Figura 77. MEV a 1000x (100 𝑢𝑚) (A) 5000x (20 𝑢𝑚) (B) 10000x (10 𝑢𝑚) (C), Aproximação
10000x (10 𝑢𝑚) (D) e com Espectro de EDS (E) da Amostra L0.30BFO700.
Fontes: Do autor.
A B
C
E
D
Alciney Miranda Cabral 147
Na Figura 78, a quantidade dos elementos Bi3+
, Fe3+
e La3+
obtido por EDS, do x=
0,30 (L0.30BFO700) em que a amostra é acompanhado da imagem de referência MEV, de
aproximação de 10 𝑢𝑚 (A); mapeamentos de átomos mostram distribuições diferentes dos
átomos; Bi-Ma1 linha (Amarelo) (B), Fe-Ka1 linha (Verde) (C) La-La1 linha (Branco) (D). a
análises destes perfis denota, a formação homogênia das propoções de Bismuto III, Ferro III e
Lantânio III, em escala estequiométrica respectivamente 0.70, 1 e 0.30, quanto ao
preenchimento da celula da perovskita, Ortorrômbico/𝑃𝑏𝑛𝑚.
Figura 78. Aproximação de 1000x (100 𝑢𝑚) (A) Mapa dos Elementos Bi (B) Ferro (C) e Lantânio
(D) da Amostra L0.30BFO700.
Fontes: Do autor.
Os resultados destas Figuras de MEV/EDS/MAPEAMENTO, são discutidas nas
Tabelas 29 e 30, a partir de parâmetros de grãos para as Ferritas de Bismuto III, dopadas com
Lantânio III e parâmetros de Rietveld, para tamanho de cristalito e microestruturas.
O aumento do tamanho do cristalito 45,613 à 229,584 𝑛𝑚 para estruturas BFO700
(BiFeO3 700 oC) a L0.10BFO700 (La0.10Bi0.90FeO3), esse parâmetro deve-se principalmente
ao fato de mudança de simetria (Romboedral – Ortorrômbica) da estrutura e grupo espacial
(𝑅3𝑐 − 𝑃𝑚𝑛𝑎), este dado é remetido ao de tamanho de grão e uniformidade dos elementos de
B A
C D
Alciney Miranda Cabral 148
Bismuto, Ferro e Lantânio presente nos MEV/EDS, que na suas constituições há um
diminuição do tamanho do grão 1,02 à 0,717 µ𝑚 e um aumento da microestrutura
2,8974432E-4 à 3,8473746E-4 𝑛𝑚.
Tabela 29. Resultados EDS da Estrutura LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30).
Estruturas Parâmentos Experimentais (EDS) Parâmentos teóricos (EDS)
%Bi %Fe %La % Bi % Fe %La
BFO700 43,734 56,266 - 50 50 -
L0.10BFO700 31,931 64,064 4,005 45 50 5
L0.20BFO700 29,390 59,679 10,932 40 50 10
L0.30BFO700 40,578 46,976 12,446 35 50 15
Fontes: Do autor.
Tabela 30. MEV/DRX Rietveld Tamanho de Grão LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30).
Estruturas Tamanho de grão (µ𝒎) Tamanho Cristalito (𝒏𝒎) Microestrutura (𝒏𝒎)
BFO700 1,02±0,730 45,613 2,8974432E-4
L0.10BFO700 0,717±0,368 229,584 3,8473746E-4
L0.20BFO700 0,582±0,200 78,453 3,3427852E-4
L0.30BFO700 0,505±0,240 73,868 3,3017980E-4
Fontes: Do autor.
Quando a dopagem de La3+
10% (La0.20Bi0.80FeO3) da estrutura BFO700 (BiFeO3) e
5% da estrutura L0.10BFO700 (La0.10Bi0.90FeO3), há uma diminuição do tamanho do do grão
0,717 á 0,582 µ𝑚 com o tamanho do cristalito 229,584 à 78,45329 𝑛𝑚 e também
microestrutura 3,8473746E-4 à 3,3427852E-4 𝑛𝑚.
Na dopagem de La3+
15% (La0.20Bi0.80FeO3) para a estrutura BFO700 há uma
diminuição de quase pela metade de 1,02 à 0,505 µ𝑚 no tamanho do grão (BiFeO3 -
La0.20Bi0.80FeO3), não há uma diminuição relativa no tamanho do cristalito, tamanho de grão e
microestrutura nas dopagens de 10 para 15% (La0.20Bi0.80FeO3 - La0.30Bi0.70FeO3) de La3+
,
tendo a principal explicação a fase de compactação simétrica nessas duas dopagens que não se
alteram na simetria Ortorrômbica/𝑃𝑏𝑛𝑚.
Os resultados de MEV comprovam a formação e mudança de fase do BiFeO3 com a
dopagens de Lantânio III, Romboedral/𝑅3𝑐 (La 0%) BiFeO3→Ortorrômbico/𝑃𝑛𝑚𝑎 (La 5%)
La0.10Bi0.90FeO3→Ortorrômbico/𝑃𝑏𝑛𝑚, (La10%)La0.20Bi0.80FeO3 → Ortorrômbico/𝑃𝑏𝑛𝑚 (La
15%) La0.30Bi0.70FeO3. A Figura 79, apresenta um histograma teórico-experimental EDS da
estrutura LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30). A Tabela 31, lista alguns parâmetros de
MEV/DRX Rietveld, LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30).
Alciney Miranda Cabral 149
Figura 79. Histograma Teórico-Experimental, EDS da estrutura LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e
0.30).
Fontes: Do autor.
Tabela 31. Parâmetros de MEV/DRX Rietveld para LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30).
Estruturas Simetria Grupo
espacial V (Å3)
Tamanho de
grão (µ𝒎)
Tamanho
Cristalito
(𝒏𝒎)
Microestrutura
(𝒏𝒎)
BFO700 Romboedral R3c 369,54 1,02 ± 0,730 45,613 2,8974432E-4
L0.10BFO700 Ortorrômbico Pnma 978,059 0,717 ± 0,368 229,584 3,8473746E-4
L0.20BFO700 Ortorrômbico Pbnm 226,224 0,582 ± 0,200 78,45329 3,3427852E-4
L0.30BFO700 Ortorrômbico Pbnm 224,500 0,505± 0,240 73,86847 3,3017980E-4
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 150
6.10. Análises Térmicas TG/DTA, LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30)
As curvas TG/DTA apresentadas na Figura 80 e 81 foram adotadas para os materiais
cerâmicos, logo após a combustão, designado como material pré sinterizado, macerados em
grau e pistilo de ágata e tamisar em 325 mech, as amostras foram listadas como: BFOP.C,
L0.10BFOP.C, L0.20BFOP.C e L0.30BFOP.C. seguindo os procedimentos do capítulo 5
subtópico 5.4.3.
Figura 80. Curvas TG das Cerâmicas BFOP.C, L0.10BFOP.C, L0.20BFOP.C e L0.30BFOP.C.
Fontes: Do autor.
Tabela 32. Resultados TG, das Cerâmicas BFOP.C., L0.10BFOP.C. , L0.20BFOP.C. e L0.30BFOP.C.
Cerâmicas 1(25 – 150 oC) 2(150 – 300
oC) 3(300 – 500
oC) 4(500 – 700
oC) Perda Total
BFOP.C. 3,823% 9,365% 5,311% 1,180% 19,67%
L0.10BFOP.C. 2,646% 0,120% 6,161% 0,780% 9,707%
L0.20BFOP.C. 1,258% 0,653% 2,302% 0,793% 4,998%
L0.30BFOP.C. 2,526% 1,060% 7,081% 1,586% 12,25%
Fontes: Do autor.
Nas análises da Figura 80 e Tabela 32 das curvas TG da estrutura LaxBi1-xFeO3 (0.00,
0.10, 0.20 e 0.30)P.C, ocorre quase de forma semelhantes. Inicialmente a análises foram feitas
a temperatura ambiente até próxima de 150 oC com a saída de H2O média de 2,5 %, remetido
Alciney Miranda Cabral 151
a própria operação análises e umidade das amostras maior ácumulo de umidade foi a
identificada a amostra BFOP.C. A decomposição de agrupamantos orgânicos podem iniciar
em cerca de (150 - 300° C), devido a eliminação de resquícios de grupos laterais de Nitratos,
a ordem crescente das amostras como maior quantidade destes grupos é de BFOP.C.>
L30BFOP.C > L20BFOP.C.> L10BFOP.C., essa ordem, diz repeito aquelas perovskitas pré-
sinterizada, com maior acúmulo de grupos nitrogenados em sua fase de decomposição
orgânica próxima de 250 oC [272], [278].
A amostra BFOP.C. com maior 9,365% perda de massa e a menor a pré sinterizada
L0.10BFO P.C para grupos NOx. A ordem crescente de perda de massa de grupos carbônicos,
referente a temporária quelação metal e ligantes nitrogenados NOx e carbonilados COx,
ocorrendo próxima 300 e 500oC, L0.30BFOP.C. > L0.10BFOP.C.> BFO P.C>L0.20BFOP.C.,
esse fator está diretamente relacionado a total conversão das perovskitas LaxBi1-xFeO3 (0.00,
0.10, 0.20 e 0.30) P.C, após a reação de combustão adaptada. Na quarta etapa tem-se a
variação da temperatura 500 - 700 o
C que não há significativa perda de massa, devido a
estabilidade da fase óxida, que não se caracteriza de grupos orgânicos, mas determinar a
temperatura de sinterização que a reação começa a formar os óxidos na sua integralidade, TG/
DTA teste e o resultado, mostra que a transição de fase ocorre a 400 - 600 oC devido a
redução de massa e aumento de energia a essas temperaturas. Nessa região de temperatura
com maior perda de massa, temos que as fases romboédral/𝑅3𝑐 de BiFeO3 (BFOP.C.) e
ortorrômbico/𝑃𝑏𝑛𝑚 (L30BFOP.C.), mais são aquelas que incorporam maior quantidade de
resíduo orgânicos (COx e NOx). A estrutura que mais converte suas fases em perovskitas,
gerando baixos resíduos orgânicos após a reação de combustão, são as fases de perovskitas de
L0.20BFOP.C. ortorrômbico/𝑃𝑏𝑛𝑚 > L0.10BFOP.C. Ortorrômbico/𝑃𝑛𝑚𝑎 concomitante são
aqueles que apresentam baixas e semelhantes microestruturas (3,3427852E-4 e 3,8473746E-
4 𝑛𝑚) e tamanho de grão (0,582 ± 0,200 e 0,717 ± 0,368 µ𝑚) respectivamente.
Em geral pelas análises das curvas TG, contidas para as amostras BFOP.C.,
L0.10BFOP.C., L0.20BFOP.C. e L0.30BFOP.C., respectivamente (Linha Preta,Verde, Azul e
Ciano), observa-se uma tendência de baixa humidade e a presença de pequenos resíduos de
carbono black, a isto deve-se ao método empregado em fornecer materiais pré sinterizados e
de alta homogeneidade.
Alciney Miranda Cabral 152
Nas análises do DTA, contidas na Figura 81, os compostos BFOP.C., L0.10BFOP.C.,
L0.20BFOP.C. e L0.30BFOP.C., observou-se uma baixa quantidade de resíduos orgânicos,
pois as mesmas são de origem pré-sinterizadas, denotando que o método é excelente em
fornecer materiais de alta homogeneidade, tudo isso devido a discretos valores energéticos ao
longo da degradação dos óxidos formados.
Figura 81. DTA das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) P.C.
Fontes: Do autor.
Os eventos térmicos das curvas DTA da Figura 81, estão litados na Tabela 33.
Tabela 33. Resultados DTA, das Cerâmicas BFOP.C., L0.10BFOP.C. , L0.20BFOP.C. e
L0.30BFOP.C.
Cerâmicas 1(62,15 oC) 2(278,27
oC) 3(450,17
oC) 4(700,02
oC)
BFO700 P.C. -0,0806
/ oC.mg
1
Endotérmico
0,07948 / oC.mg
-1
Exotérmico
0,0057/ oC.mg
-1
Exotérmico
-0,009 / oC.mg
-1
Endotérmico
L0.10BFOP.C. -0,0476
/ oC.mg
-1
Endotérmico
0,01443 / oC.mg
-1
Exotérmico
-0,0299/ oC.mg
-1
Endotérmico
-0,016/ oC.mg
-1
Endotérmico
L0.20BFOP.C. -0,0213
/ oC.mg
-1
Endotérmico
0,01082 / oC.mg
-1
Exotérmico
-0,016/ oC.mg
-1
Endotérmico
-0,016/ oC.mg
-1
Endotérmico
L0.30BFOP.C. -0,0418
/ oC.mg
-1
Endotérmico
0,00239 / oC.mg
-1
Exotérmico
-0,038/ oC.mg
-1
Endotérmico
-0,018/ oC.mg
-1
Endotérmico
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 153
As curvas DTA, mostrada na Figura 81, revela um pico endotérmico em torno antes de
100 oC, que resultou da desidratação H2O, evento litados na Tabela 33 como endotérmico, na
faixa de 200 - 350 oC apresentam picos exotérmicos que é indicativo de uma significativa
presença de impurezas orgânicas da BFO P.C de 0,07948/ o
C.mg-1
, este fato está diretamente
relacionado aos dados apresentados pela TG, do início da degradação de grupo NOx. Como as
linhas de sinterização das estruturas após a combustão, por DTA, como semelhantes do ponto
de vista energético, haja vista que não há desintegração total de Bismuto III, Ferro III ou
Lantânio III, para outras fases, há sim do ponto de vista energético, que discretamente
apresentam as mesmas conformações de óxidos em boas quantidades predefinidas
estequiometricamente para as fases perovskitas BFO (ABO3, A = La3+
e Bi3+
; B = Fe3+
).
As curvas endotérmicas a partir de 450 oC, nas ferritas LBFO, isolada ou dopada com
La3+
, tem boa fase de desenvolvimento e estabilização térmica para formação cerâmica.
Apesar das quantidades de impurezas nas amostras, BFOP.C. e La%, pela soma, a TG/DTA
mostrou a ligeira diminuição da Temperatura de Néel antiferromagnéticas da ferritas LBFO,
dopado com La3+
com relação a Ferrita de Bismuto III (BFOP.C.), assim a formação da fase
da perovskita BiFeO3 é atestado pelos dados das curvas TG e DTA.
Analisando a Tabela 33, a estabilidade endotérmica (700,02 oC) cresce com a
tendência dessas estruturas em apresentarem Temperatura de Néel características a estruturas
antiferromagnéticas, que cresce com a dopagem de La3+
em LBFO;
La0.30Bi0.70FeO3>La0.20Bi0.80FeO3>La0.10Bi0.90FeO3>BiFeO3 (-0,018 até -0,009 DTA/oC.mg
-1).
O DTA das amostras pré-sintetizada mostram menores picos endotérmicos em partir de 700 -
800 oC. Estes picos correspondem à ocorrência de fases diferentes, grupos espaciais nas fases
Romboédricas/𝑅3𝑐 e Ortorrômbicas (𝑃𝑚𝑛𝑎 𝑒 𝑃𝑏𝑛𝑚) dessas perovskitas de LBFO.
Alciney Miranda Cabral 154
6.11. Análises Magnéticas de VSM das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e
0.30)
A Figura 82 apresenta as análises de Histerese Magnéticas, VSM das cerâmicas
LaxBi1-xFeO3 (0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) a 700 oC as amostras são classificadas por BFO700;
BiFeO3 (Linha Preta), L0.10BFO700 La0.10Bi0.90FeO3 (Linha Vermelha), L0.20BFO700
La0.20Bi0.80FeO3 (Linha Verde) e L0.30BFO700; La0.30Bi0.70FeO3 (Linha Azul).
Todas as amostras foram submetidas as mesmas Sub-Rotinas Magnéticas no VSM,
abordadas no capítulo 5 tópico 5.4.4. Na análise tem-se o comportamento de M-H para a
dopagem de La3+
na estrutura LaxBi1-xFeO3 (0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) a 700 oC.
Figura 82. VSM das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) a 700
oC.
Fontes: Do autor.
As interpretações das histereses magnéticas são descritas na Tabela 34, e foram feitas
utilizando amostras das estruturas LaxBi1-xFeO3 (0.00, 0.10, 0.20 e 0.30), L0.10BFO700,
L0.20BFO700 e L0.30BFO700. O comportamento destas histereses magnética 𝑀 − 𝐻 mostra
a natureza antiferromagnéticas para as amostras La3+
dopado BiFeO3 na substituição Bi3+
. O
Alciney Miranda Cabral 155
valor de magnetização de saturação no campo magnético de -1,5 – 1,5T (-15 – 15𝑘𝑂𝑒)
aumentam 0,202, 0,119, 0,215 e 0,182 𝑒𝑚𝑢. 𝑔−1, respectivamente para as estruturas LaxBi1-
xFeO3 (0.00, 0.10, 0.20 e 0.30). Isto pode ser devido ao tamanho de grão relativamente menor
nas amostras, que tendem a aumentar os valores de magnetização de saturação explicada pelo
momento da parede de limites no grão formado. O gráfico da Figura 83 faz aproximações
magnéticas de -0,6 - 0,6 𝑇 (-6 - 6 𝑘𝑂𝑒).
Figura 83. VSM das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (0.00, 0.10, 0.20 e 0.30).
Fontes: Do autor.
Os valores listados na Tabela 34, onde as magnetizações Remanescente 𝑀𝑅 e de
Saturação 𝑀𝑠 em campo coercitivo 𝐻𝑐, são consequências das análises das Figuras 84-86 que
correlacionam parâmetros estruturais e características magnéticas das estruturas: BiFeO3,
La0.10Bi0.90FeO3, La0.20Bi0.80FeO3 e La0.30Bi0.70FeO3.
Alciney Miranda Cabral 156
Tabela 34. Análises dos Parâmetros Magnéticos e Estruturais das Cerâmicas de LaxBi1-xFeO3 (x=
0.00, 0.10, 0.20 e 0.30).
Cerâmicas 𝑴𝑹
(𝒆𝒎𝒖.𝒈−𝟏)
𝑴𝑺 (𝒆𝒎𝒖.𝒈−𝟏)
𝑯𝑪(𝑻) Tamanho Médio
do Grão (𝝁𝒎)
BFO700 0,0200 0,202 0,032 1,02
L0.10BFO700 0,0053 0,119 0,050 0,717
L0.20BFO700 0,0397 0,215 0,157 0,582
L0.30BFO700 0,0642 0,182 0,445 0,505
Fontes: Do autor.
As análises das Figura 84 é feita apartir dos resultados vistos nas Figuras 82 e 83 onde
é visto um avanços do Campo Coecitivo 𝐻𝐶 quanto ao aumento da dopagem de La3+
na
estrutura LaxBi1-xFeO3 (0.00, 0.10, 0.20 e 0.30), ou seja, a medida que a estrutura muda de
simetria e de grupo espacial na Perovskita, como foi provado no DRX- Rietverd, a
magnetização de saturação diminui da estrutura BFO700 para L0.10BFO700 e aumenta para a
estrutura L0.20BFO700 caindo para L0.30BFO700.
Figura 84. Variação do Campo Coercitivo com a Magnetização de Saturação, Remanescente das
Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) a 700 oC.
Fontes: Do autor.
Quanto a Magnetização Remanescente 𝑀𝑅 (𝑒𝑚𝑢. 𝑔−1) que é o magnetismo de uma
substância ferromagnética depois de se ter anulado a intensidade do campo que a magnetizou,
diminui da estrutura BFO700 e aumenta da estrutura L0.10BFO700 até a estrutura
L0.30BFO700 (0,0397 – 0,0642 𝑒𝑚𝑢. 𝑔−1).
Alciney Miranda Cabral 157
Na Figura 85 tem-se a variação do campo coercitivo que é o campo magnético
aplicado necessário para reduzir a zero a densidade de fluxo magnético, de um material
ferromagnético ou ferrimagnético magnetizado [311]–[313]. O campo coercitivo (𝑇) aumenta
com a dopagem de La3+
, LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) à 700 oC, sendo
inversamente ao tamanho do grão, ou seja, o grão diminui com a dopagem de La3+
e o campo
coercitivo aumenta. A magnetização de saturação relativamente diminui, quando o tamanho
do grão diminui, para as estruturas BiFeO3 para La0.10Bi0.90FeO3. A Magnetização de
Saturação aumenta de La0.10Bi0.90FeO3 para La0.20Bi0.80FeO3 e diminui para La0.30Bi0.70FeO3.
Figura 85. Variação do Campo Coercitivo com a Magnetização de Saturação e o Tamanho dos Grãos.
Fontes: Do autor.
Na Figura 86 é apresentado o crescimento do campo coercitivo (Linha Vermelha), a
partir da dopagem BFO700, L0.10BFO700, L0.20BFO700 e L0.30BFO700, aumenta quando
o tamanho do grão diminue (Linha Roxa) e a magnetização remanescente aumenta
relativamente das estruturas L0.10BFO700 para L0.30BFO700 (Linha Verde).
Alciney Miranda Cabral 158
Figura 86. Variação do Campo Coercitivo com Magnetização Remanescente e o Tamanho dos Grãos.
Fontes: Do autor.
O cálculo das magnetizações teóricas das estruturas é realizado analisando as células e
suas respectivas fórmulas unitárias, que cada estrutura pode exibir em sua possíveis
formações, nas Perovskitas BiFeO3, dopadas com Lantânio III, e os parâmetros Rietveld. Para
isso, deve-se considerar o momento magnético de SPIN, num diagrama de supercargas FeO6
em Sítios Octaedrais Figura 87.
Alciney Miranda Cabral 159
O cálculo das magnetizações teórica segue os parâmetros de momento magnético de
SPIN, presentes na Figura 87, para sítios octaedrais de FeO6 que são usados nos cálculos das
estruturas BiFeO3 (Romboedral/𝑅3𝑐), La0.10Bi0.90FeO3 (Ortorrômbico/𝑃𝑛𝑚𝑎),
La0.20Bi0.90FeO3 (Ortorrômbico/𝑃𝑏𝑛𝑚) e La0.30Bi0.70FeO3 (Ortorrômbico/𝑃𝑏𝑛𝑚), obtidas por
Rietveld o resultando é o Magneton de Bohr por formula unitária µ𝐵. [𝑓. 𝑢. ]−1.
Figura 87. Momento Magnético de SPIN, diagrama de Supercargas Sítios Octaedrais FeO6 (BiFeO3).
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 160
Refinamento de DRX - Rietveld Magnetização Saturação BiFeO3 Romboedral /𝑹𝟑𝒄, número da
fórmula unitária Z = 6 [f.u.].
Magnetização Saturação BiFeO3 Romboedral - 𝑅3𝑐
Sitios [Bi3+
] 6s2 : * S = SPIN
AFM - SBi = 6 x (S [Bi3+
]) = 0
Sítios Octaedral [Fe3+
] 3d5: 6 x SFe
AFM - S1 [Fe3+
] = 4 x -1/2= -2, S2 [Fe3+
] = 4x+1/2= 2
AFM - S3 [Fe3+
] = 3x(+1/2)= 3/2, S4 [Fe3+
] = 3x(-1/2)= -3/2
FM - S5 [Fe3+
] = 3x(+1/2)= 3/2, S6 [Fe3+
] = 4x(+1/2)= 2
SFe = (S1 [Fe3+
] + S2 [Fe3+
] )/2 + (S3 [Fe3+
] + S4 [Fe3+
] )/2 + (S5 [Fe3+
] + S6 [Fe3+
])/2 = (-2+2)/2 +
(3/2-3/2)/2 + (3/2+2)/2 = 1,75
μ Bi3+= 2√𝑆𝐵𝑖(𝑆𝐵𝑖 + 1)µ𝐵= 2√0(0 + 1)µ𝐵 = 0 µ𝐵
= 0µ𝐵/208,9804 = 0,0µ𝐵/Bi
μ Fe3+= 2√𝑆𝐹𝑒(𝑆𝐹𝑒 + 1)µ𝐵=2√1,75(1,75 + 1)µ𝐵 = 4,3875µ𝐵
4,3875µ𝐵/ 55,845 = 0,07856 µ𝐵/Fe
μ O2-= 2√𝑆𝑂(𝑆𝐵𝑖 + 1)µ𝐵= 2√0(0 + 1)µ𝐵 = 0 µ𝐵
= 0µ𝐵/15,9994= 0,0 µ𝐵 /O
= (0,0 µ𝐵 /Bi + 0,07856 µ𝐵 /Fe + 0,0µ𝐵/O)/6 = 0,01309µ𝑩. [𝒇. 𝒖]−𝟏
Refinamento de DRX - Rietveld Magnetização Saturação La0.10Bi0.90FeO3, sistema
Ortorrômbico/Pnma, número da fórmula unitária Z = 16 [f.u.].
Sitios [Bi3+
] 6s2
Sitios [La3+
] 4f0
AFM - SBi = 5,4 x (S [Bi3+
]) = 0
AFM - SLa = 0,6 x (S [La3+
]) = 0
Sítios Octaedral [Fe3+
] 3d5: 6 x SFe
AFM - S1 [Fe3+
] = 4 x -1/2= -2, S2 [Fe3+
] = 4x+1/2= 2
AFM - S3 [Fe3+
] = 3x(+1/2)= 3/2, S4 [Fe3+
] = 3x(-1/2)= -3/2
FM - S5 [Fe3+
] = 3x(+1/2)= 3/2, S6 [Fe3+
] = 4x(+1/2)= 2
SFe = (S1 [Fe3+
] + S2 [Fe3+
] )/2 + (S3 [Fe3+
] + S4 [Fe3+
] )/2 + (S5 [Fe3+
] + S6 [Fe3+
])/2 = (-2+2)/2 +
(3/2-3/2)/2 + (3/2+2)/2 = 1,75
μBi3+= 2√𝑆𝐵𝑖(𝑆𝐵𝑖 + 1)µ𝐵= 2√0(0 + 1)µ𝐵 = 0 µ𝐵
= 0µ𝐵/208,9804 = 0,0 µ𝐵 /Bi
μLa3+= 2√𝑆𝐿𝑎(𝑆𝐿𝑎 + 1)µ𝐵= 2√0(0 + 1)µ𝐵 = 0 µ𝐵
= 0µ𝐵/138,90547= 0,0 µ𝐵 / La3+
μFe3+= 2√𝑆𝐹𝑒(𝑆𝐹𝑒 + 1) =2√1,75(1,75 + 1)µ𝐵 = 4,3875µ𝐵
4,3875µ𝐵/ 55,845 = 0,07856 µ𝐵 /Fe
μO2-= 2√𝑆𝑂(𝑆𝑂 + 1)µ𝐵= 2√0(0 + 1)µ𝐵 = 0 µ𝐵
= 0µ𝐵/15,9994= 0,0 µ𝐵 /O
= (0,0 µ𝐵 /Bi + 0,0 µ𝐵 /La + 0,07856 µ𝐵 /Fe + 0,0 µ𝐵 /O)/16 = 0,00491 µ𝑩. [𝒇. 𝒖. ]−𝟏
Alciney Miranda Cabral 161
Refinamento de DRX - Rietveld Magnetização Saturação La0.20Bi0.90FeO3, sistema Ortorrômbico
- Pbnm, número da fórmula unitária Z = 4[f.u.].
Sitios [Bi3+
] 6s2
Sitios [La3+
] 4f0
AFM - SBi = 4,8 x (S [Bi3+
]) = 0
AFM - SLa = 1,2 x (S [La3+
]) = 0
Sítios Octaedral [Fe3+
] 3d5: 6 x SFe
AFM - S1 [Fe3+
] = 4 x -1/2= -2, S2 [Fe3+
] = 4x+1/2= 2
AFM - S3 [Fe3+
] = 3x(+1/2)= 3/2, S4 [Fe3+
] = 3x(-1/2)= -3/2
FM - S5 [Fe3+
] = 3x(+1/2)= 3/2, S6 [Fe3+
] = 4x(+1/2)= 2
SFe = (S1 [Fe3+
] + S2 [Fe3+
] )/2 + (S3 [Fe3+
] + S4 [Fe3+
] )/2 + (S5 [Fe3+
] + S6 [Fe3+
])/2 = (-2+2)/2 +
(3/2-3/2)/2 + (3/2+2)/2 = 1,75
μBi3+= 2√𝑆𝐵𝑖(𝑆𝐵𝑖 + 1)µ𝐵= 2√0(0 + 1)µ𝐵 = 0 µ𝐵
= 0µ𝐵/208,9804 = 0,0 µ𝐵/Bi
μLa3+= 2√𝑆𝐿𝑎(𝑆𝐿𝑎 + 1)µ𝐵= 2√0(0 + 1)µ𝐵 = 0 µ𝐵
= 0µ𝐵/138,90547= 0,0 µ𝐵 / La3+
μFe3+= 2√𝑆𝐹𝑒(𝑆𝐹𝑒 + 1)µ𝐵=2√1,75(1,75 + 1)µ𝐵 = 4,3875µ𝐵
4,3875µ𝐵/ 55,845 = 0,07856 µ𝐵/Fe
μO2-= 2√𝑆𝑂(𝑆𝑂 + 1)µ𝐵= 2√0(0 + 1)µ𝐵 = 0µ𝐵
= 0µ𝐵/15,9994= 0,0 µ𝐵 /O
= (0,0 µ𝐵 /Bi + 0,0 µ𝐵 /La + 0,07856 µ𝐵 /Fe + 0,0 µ𝐵 /O)/4 = 0,01964 µ𝑩. [𝒇. 𝒖. ]−𝟏
Refinamento de DRX - Rietveld Magnetização Saturação La0.30Bi0.70FeO3, sistema
Ortorrômbico/Pbnm, número da fórmula unitária Z =4 [f.u.].
Sítios [Bi3+
] 6s2
Sítios [La3+
] 4f0
AFM - SBi = 4,2 x (S [Bi3+
]) = 0
AFM - SLa = 1,8 x (S [La3+
]) = 0
Sítios Octaedral [Fe3+
] 3d5: 6 x SFe
AFM - S1 [Fe3+
] = 4 x -1/2= -2, S2 [Fe3+
] = 4x+1/2= 2
AFM - S3 [Fe3+
] = 3x(+1/2)= 3/2, S4 [Fe3+
] = 3x(-1/2)= -3/2
FM - S5 [Fe3+
] = 3x(+1/2)= 3/2, S6 [Fe3+
] = 4x(+1/2)= 2
SFe = (S1 [Fe3+
] + S2 [Fe3+
] )/2 + (S3 [Fe3+
] + S4 [Fe3+
] )/2 + (S5 [Fe3+
] + S6 [Fe3+
])/2 = (-2+2)/2 +
(3/2-3/2)/2 + (3/2+2)/2 = 1,75
μBi3+= 2√𝑆𝐵𝑖(𝑆𝐵𝑖 + 1)µ𝐵= 2√0(0 + 1)µ𝐵 = 0µ𝐵
= 0µ𝐵/208,9804 = 0,0µ𝐵/Bi
μLa3+= 2√𝑆𝐿𝑎(𝑆𝐿𝑎 + 1)µ𝐵= 2√0(0 + 1)µ𝐵 = 0µ𝐵
= 0µ𝐵/138,90547= 0,0µ𝐵/ La3+
μFe3+= 2√𝑆𝐹𝑒(𝑆𝐹𝑒 + 1)µ𝐵=2√1,75(1,75 + 1)µ𝐵 = 4,3875µ𝐵
4,3875µ𝐵/ 55,845 = 0,07856 µ𝐵/Fe
μO2-= 2√𝑆𝑂(𝑆𝑂 + 1)µ𝐵= 2√0(0 + 1)µ𝐵 = 0µ𝐵
= 0µ𝐵/15,9994= 0,0µ𝐵/O
= (0,0µ𝐵/Bi + 0,0µ𝐵/La + 0,07856 µ𝐵/Fe + 0,0µ𝐵/O)/4 = 0,01964µ𝑩. [𝒇. 𝒖. ]−𝟏
Alciney Miranda Cabral 162
A Tabela 35 contém a conversão de dados Experimentais Magnetização de Saturação
para as estruturas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) em Magnéton de Bohr
(µ𝐵). [𝑓. 𝑢. ]−1
Tabela 35. Conversão de dados Experimentais Magnetização de Saturação para as Estruturas LaxBi1-
xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30).
Cerâmicas Cálculos
BiFeO3
1 𝑒𝑚𝑢 = 103 𝐽. 𝑇−1
1 µB = 9,27402×1024
𝐽. 𝑇
se 1 𝑒𝑚𝑢 = 103/9,27402×10
-24 µ𝑩 = 1,0783×1020
µ𝑩
BiFeO3 (312,8236 g.mol-1
)
Massa fórmula unitária [𝑓. 𝑢. ] = 312,8236/6,022×1023
= 5,194679×10-22
g
= 0,202 𝒆𝒎𝒖.𝒈−𝟏× 1,0783×1020
µ𝑩. 𝒆𝒎𝒖−𝟏 × 5,194679 × 10-22
g
= 0,0113149 µ𝑩. [𝒇. 𝒖. ]−𝟏
Magnetização Saturação Experimental, BiFeO3 700o C
La0.10Bi0.90FeO3
La0.10Bi0.90FeO3 (305,8161g.mol-1
)
Massa fórmula unitária [𝑓. 𝑢. ] = 305,8161g /6,022×1023
= 5.078314×10-22
g
= 0,119 𝒆𝒎𝒖.𝒈−𝟏 × 1,0783×1020
µ𝑩. 𝒆𝒎𝒖−𝟏 × 5,078314×10-22
g
= 0,0065164 µ𝑩. [𝒇. 𝒖. ]−𝟏
Magnetização Saturação Experimental, La0.10Bi0.90FeO3 700o C
La0.20Bi0.80FeO3
La0.20Bi0.80FeO3 (298,8086g.mol-1
)
Massa fórmula unitária [𝑓. 𝑢. ] = 298,8086g /6.022×1023
= 4,961949×10-22
g
= 0,215 𝒆𝒎𝒖.𝒈−𝟏 × 1,0783×1020
µ𝑩. 𝒆𝒎𝒖−𝟏× 4,961949×10-22
g
= 0,011503 µ𝑩. [𝒇. 𝒖. ]−𝟏
Magnetização Saturação Experimental, La0.10Bi0.90FeO3 700o C
La0.30Bi0.70FeO3
La0.30Bi0.70FeO3 (291,8011g.mol-1
)
Massa fórmula unitária [𝑓. 𝑢. ] = 291,8011g /6,022×1023
= 4,845584×10-22
g
= 0,182 𝒆𝒎𝒖.𝒈−𝟏× 1,0783×1020
µ𝑩. 𝒆𝒎𝒖−𝟏 × 4,845584×10-22
g
= 0,0095095 µ𝑩. [𝒇. 𝒖. ]−𝟏
Magnetização Saturação Experimental, La0.30Bi0.70FeO3 700o C
Fonte: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 163
A Tabela 36 tem as Magnetizações de Saturação Teórica e Experimentais calculada
pelas análises de VSM e suposições teóricas das células em suas fases simétricas e grupos
espaciais.
Tabela 36. Comparativo Teóricos e Experimentais das Magnetização de Saturação das Cerâmicas.
Cerâmicas Simetria Rietveld / Grupo
Espacial
Magnetização Teórica
de Saturação
µ𝑩. [𝒇. 𝒖. ]−𝟏
Magnetização
Experimental de
Saturação
µ𝑩. [𝒇. 𝒖. ]−𝟏
BiFeO3 Romboedral/𝑅3𝑐 0,013090 0,011314
La0.10Bi0.90FeO3 Ortorrômbico/𝑃𝑛𝑚𝑎 0,004910 0,006516
La0.20Bi0.80FeO3 Ortorrômbico/𝑃𝑏𝑛𝑚 0,019640 0,011503
La0.30Bi0.70FeO3 Ortorrômbico/𝑃𝑏𝑛𝑚 0,019640 0,009509
Fontes: Do autor.
Há uma tendência na Magnetização de Saturação com a Magnetização Teórica,
segundo a Figura 88, há muita proximidade da Magnetização Teórica com a Experimental.
Figura 88. Tendência da Magnetização de Saturação Teóricos e Experimentais com o Tamanho de
Grãos das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30) a 700 oC.
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 164
A origem da maior magnetização LBFO pode ser atribuída a rotações descompensadas
originou-se nos limites dos grãos. Também ferrimagnético d5 orbitais de íons de Fe
3+ (5µ𝐵),
Bi3+
(0µ𝐵), e La3+
(0µ𝐵) que se relacionam a magnetização experimental. A presença de íons
de La3+
compactam a estrutura BiFeO3 para Bi3+
, para fases simétricas menores,
magneticamente ativas, favorecendo a Magnetização de Saturação, apesar do material exibir
características, antiferromagnetismos devido a que uma diminuição do tamanho do grão.
Alciney Miranda Cabral 165
6.12. Análises Elétricas das Cerâmicas, LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30)
A Figura 89 apresenta diferentes estruturas, com seus respectivos valores de
permissividade elétrica real que tendem a diminuir para na sequência de incremento de La3+
LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30). As amostras Air (ar), BF1(BFO700), BF2
(L0.10BFO700), BF3 (L0.20BFO700) e BF4 (L0.30BFO700) formando o LBFO. Numa
determinada faixa de frequência de operação (0,0 – 0,50 GHz) diferentes parâmetros de 휀ˈ
(Permissividade Elétrica Real) aumentam do ar (1,00) para BFO700 (10,50) diminui para a
amostra L10BFO700 (6,48) e L20BFO700 (5,37). Algumas técnicas e equipamentos para as
análises foram listados no capítulo 5 tópico 5.4.6.
Figura 89. Permissividade Elétrica Real para LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30).
Fontes: Do autor.
Os valores de permissividade elétrica para L0.30BFO700 (8,45) aumentando com
relação L10BFO700 e L20BFO700 mais são menores que BFO700. Pelas análises da Figura
89, a adição de La3+
da estrutura LBFO, faz com que 휀 ˈ (permissividade elétrica relativa do
material, 휀𝑟) diminui com a dopagem de La3+
= 0,00; 0,10 e 0,20 [La3+
xBi3+
1-xFe13+
O32-
]
respectivamente, por Romboédrico/𝑅3𝑐, Ortorrômbico/𝑃𝑚𝑛𝑎, Ortorrômbico/𝑃𝑏𝑛𝑚, mais a
tendência não se aplica a estrutura La0.30Bi0.70FeO3, Ortorrômbica/𝑃𝑏𝑛𝑚, isso é devido as
Alciney Miranda Cabral 166
carateristicas dos grãos e da fase geométrica formada. Na análise das estruturas, nota-se que
há mudança significativa das fases dos materiais magnéticos sugere-se que houve uma
anisotropia magnetocristalina como na interação do campo magnéticos externo nos processos
no campo magnético molecular, determinados eixos preferenciais de magnetização
romboédrica e ortorrômbica.
A Figura 90, numa faixa de frequência (0 – 0,5 GHz) permissividade elétrica
imaginária, 휀 ˈˈ está associada à perda de energia que ocorre com a movimentação de cargas,
observa-se que a parte imaginária -0,12557 (Air–linha vermelha), -2,70014 (BF1 – linha azul),
-2,58570 (BF2 – linha verde), -3,02268 (BF3 – linha rosa) e -1,67701 (BF4 – linha amarela)
tem seu maior valor para a estrutura a La0.20Bi0.70FeO3 como a de menor valor de 휀 ˈˈ, isso se
deve ao tamanho do grão 0,582 µ𝑚, com baixo valor e maior magnetização de saturação
(0,215 𝑒𝑚𝑢. 𝑔−1) em vista da estrutura ser ortorrômbica /𝑃𝑏𝑛𝑚.
Figura 90. Permissividade Elétrica Imáginaria para LaxBi1-xFeO3 ( x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30).
Fontes: Do autor.
Na Figura 91 apresentam a tangente de perdas (𝑇𝑎𝑛 𝛿) das estruturas cerâmicas, em
análises, as principais explicações destes fatores de perdas na faixa de frequência (0 – 0,5
GHz), diminuem com a dopagem de La3+
= 0,00; 0,10; 0,20 [La3+
xBi3+
1-xFe13+
O32-
] -0,13(Air),
Alciney Miranda Cabral 167
-0,43, -0.49, -0.50 e -0.58 (BF1, BF2, BF3 e BF4) respectivamente. As explicações, destas
perdas elétricas, é o fato de que a densificação dos sistemas, nas simetrias de defeitos locais
sobre dopagem do La3+
, em comparação com o BiFeO3, Romboédricas/𝑅3𝑐,
Ortorrômbicas/𝑃𝑚𝑛𝑎 e Ortorrômbicas/𝑃𝑏𝑛𝑚. Há também, uma diminuição da porosidade
devido a densificação do sistema sem dopagem com La3+
em comparação com o BiFeO3 que
leva a um reforço da constante dielétrica.
Figura 91. Tangente de Perdas das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30).
Fontes: Do autor.
A Tabela 37 relaciona a dieletricidade real (Permissividade Elétrica Real) (휀ˈ),
Imaginária (휀ˈˈ) e perda dielétrica (Tangende de Perdas Elétricas) (𝑇𝑎𝑛 𝛿) na faixa de
freqüência (0 – 0,5GHz).
Tabela 37. Análises Elétricas das Cerâmicas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.00, 0.10, 0.20 e 0.30).
Amostras Designações Frequência
(GHz) 𝑻𝒂𝒏 𝜹 𝜺ˈ 𝜺ˈˈ
AR Air 0,00 – 0,50 -0,13 1,000570 -0,12557
BiFeO3 BF1 0,00 – 0,50 -0,43 10,50233 -2,70014
La0.10Bi0.90FeO3 BF2 0,00 – 0,50 -0,49 6,485796 -2,58570
La0.20Bi0.80FeO3 BF3 0,00 – 0,50 -0,50 5,374425 -3,02268
La0.30Bi0.70FeO3 BF4 0,00 – 0,50 -0,58 8,441624 -1.67701
Fontes: Do autor.
Alciney Miranda Cabral 168
Para a tangente de perdas quanto maior forem a frequência maior as perdas, ou seja,
maior energia envolvida na absorção eletromagnética das cerâmicas. Em menores
frequências, abaixo de 0,5 GHz, as tangentes de perdas serão pequenas.
Uma antena foi construída Figura 92a, usando uma placa FR4 de espessura 1.6 𝑚𝑚
fabricado num sensor ressoador de microfita 4T, que consiste de uma espira condutora de
4T’s de cobre. O ressoador foi projetado no CST Microwave Studio para frequência de
ressonância de 8.3 GHz, como foi verificado experimentalmente no analizador de rede PNA
Network Analyzer N5227A, sem e com amostra, ou seja, com ar (Air) e com LBFO (L =
0.00; 0.10; 0.20 e 0.30) Figura 92a e b respectivamente.
(a) (b)
Figura 92. Ressoador de Microfita 4T FR4 (1.6 mm)(a) com Amostras (b).
Fontes: Laboratório de Microondas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
As perdas da antena ressoadora (Figura 92) estão listadas na Figura 93, em fator de
qualidade medido (dB). As medições adotadas para as ferritas do sistema LaxBi1-xFeO3 (0,
0.10, 0.20 e 0.30) com as designações de amostras BF1, BF2, BF3 e BF4 (respectivamente).
Verificou-se a alteração na frequência de ressonância 8,3 a 7,3 GHz ao colocar a amostra BF3,
com o aumento do fator de qualidade 113 (Air) para 116 (BF3), ou seja, a absorção foi menor
na amostra BF3 em relação às demais amostras BF1, BF2 e BF4. A amostra BF1 deslocou 0,7
GHz e fator de qualidade diminuiu para 53. Amostra BF2 deslocou 0,6 GHz e fator de
qualidade diminuiu para 50 e BF4 que deslocou 0,9 GHz o fator de qualidade diminuiu para
60. As estruturas listadas como Air (Ar), BiFeO3, La0.10Bi0.90FeO3, La0.20Bi0.80FeO3 e
La0.30Bi0.70FeO3 com atribuíção por respectivamente por Air (Vermelho), BF1(Azul), BF2
(Verde), BF3 (Rosa) e BF4 (Amarelo).
Alciney Miranda Cabral 169
O fator QL (dB) é o fator de qualidade do ressoador, quando o mesmo está conectado
à fonte e à carga tem efeito no sistema que é medida sobre o desempenho do ressoador. O
fator de qualidade apresentado na Figura 93 tem maior interesse e se traduz em grau de
seletividade das estruturas.
Figura 93. Resultado Experimentais para reflexão da Antena Ressoadora de Microfita 4T, sem (Air) e
com amostras [LaxBi1-xFeO3 (x= 0, 0.10, 0.20 e 0.30)].
Fontes: Laboratório de Microondas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Para as cerâmicas de LBFO este fator depende da geometria da estrutura e das perdas
existentes na linha de transmissão. Os principais fatores responsáveis pela atenuação do sinal
em linhas de transmissão são as perdas no dielétrico, perdas nos condutores centrais, laterais e
perda por radiação. Nas cerâmicas LBFO a faixa frequência (0 – 15)GHz com fator de
qualidade é dependes das tangentes de perdas em ressoadores dielétricos com características
antiferromagnéticas e ferrimagnéticas. A estrutura cerâmica sintetizada por reação de
combustão adaptada apresentam que apresentam as menores perdas são as de La0.20Bi0.80FeO3
(Ortorrômbica/𝑃𝑏𝑛𝑚) BF3.
CAPÍTULO 7: CONCLUSÃO
Alciney Miranda Cabral 171
7. CONCLUSÃO
As cerâmicas de Ferritas de Bismuto III multiferróicas de BFOP.C. (após a reação de
combustão), BFO700 (antes da temperatura de Curie) e BFO830 (na temperatura de Curie)
dopado por La3+
no sistema LBFO a 700 oC foram obtidas pelo método da Reação de
Combustão Adaptada. As estruturas apresentaram simetrias diferentes, mas de forma
monofásicas. Estes fatores de variação foram confirmados pelas análises estruturais DRX –
Rietveld, FTIR, MEV – EDS, TG/DTA, e de propriedades magnéticas e elétricas
(𝑉𝑆𝑀, ɛˈ, ɛˈˈ 𝑒 𝑇𝑎𝑛 𝛿).
As amostras BFOP.C. e BFO700 analisadas pelos difratogramas de Raios – X e
método numérico por refinamento de Rietveld (DRX – Rietveld), revelaram a existência das
fases perovskita de simetria/grupo espacial, romboédrica/R3c e mínimas fases espúrias de
Fe2O4. A temperatura de sinterização também influenciou na transição de simetrias, este
comportamento foi encontrado na ferrita de BFO830 (BiFeO3 sinterizado a 830 oC) que
passou para uma simetria triclínica/P1 (pseudocúbica). Os sistemas LaxBi1-xFeO3 (x= 0.10,
0.20 e 0.30), L0.10BFO700, L0.20BFO700 e L0.30BFO700 apresentaram fases de
perovskitas Ortorrômbica/Pnma, Ortorrômbica/Pbnm e Ortorrômbica/Pbnm, respectivamente.
Essas medidas confirmaram a transição de simetrias e grupos espaciais. As análises
espectroscópicas FTIR indicaram para essas simetrias, distorções octaedrais FeO6 na ligação
Metal–Oxigênio (Fe — O, Bi — O e La — O) comprovando a formação de perovskitas.
As análises térmicas TG/DTA mostraram a estabilidade das ferritas formadas. As
análises elétricas e magnéticas confirmaram as mudanças de simetrias próximas à temperatura
de Curie (𝑇𝐶 = 830 oC), este fator preponderante também foi retratado no MEV/EDS. As
análises de MEV/EDS apontaram estruturas com características micrométricas à nanométricas
indicado pela mudança de grupo espacial e baixa quantidades de fases espúrias. As análises de
EDS com mapeamento dos cátions de Fe3+
, Bi3+
e La3+
nas proporções previstas na síntese por
reação de combustão adaptada confirmaram essas elucidações estruturais. A dopagem de
La3+
, na estrutura BiFeO3, em substituição do sítio ativo elétrico de Bi3+
, conserva a fase
antiferromagnética distorcida através dos sítios de octaedros confirmados por DRX – Rietveld
e FTIR. A diletricidade BFO e LBFO700 é maior que 6 e a tangente de perdas menores que -
0,13 na faixa de frequência de 0 – 0,5 GHz. O fator de qualidade listam valores menores que -
10 dB à -25dB. Portanto, as cerâmicas e BFO700 e LBFO700 podem ser aplicadas em
substratos químicos cerâmicos de antenas magnetoferróicas.
Alciney Miranda Cabral 172
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ANEXOS
DADOS EM BASES
Alciney Miranda Cabral
Orcid: 0000-0002-6872-3040
Scopus Author ID: 55012410600
Lattes: http://lattes.cnpq.br/7153025676840392
QRCODE: