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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE TURISMO
CURSO DE TURISMO
GISLAYNE DAYSE DE SOUZA ARAÚJO
MERCADOS PÚBLICOS COMO ESTRATÉGIA PARA O TURISMO
PEDAGÓGICO: UMA ANÁLISE ATRAVÉS DA PERCEPÇÃO DOS
ESPECIALISTAS EM EDUCAÇÃO DA CIDADE DE NATAL-RN
NATAL 2016
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GISLAYNE DAYSE DE SOUZA ARAÚJO
MERCADOS PÚBLICOS COMO ESTRATÉGIA PARA O TURISMO
PEDAGÓGICO: UMA ANÁLISE ATRAVÉS DA PERCEPÇÃO DOS
ESPECIALISTAS EM EDUCAÇÃO DA CIDADE DE NATAL-RN
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação de Graduação em Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Turismo.
Orientadora: Lissa Valéria F. Ferreira, Dra.
NATAL 2016
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Catalogação da Publicação na Fonte.
UFRN / Biblioteca Setorial
Araújo, Gislayne Dayse de Souza.
Mercados públicos como estratégia para o turismo pedagógico: uma
análise através da percepção dos especialistas em educação da cidade de
Natal-RN/ Gislayne Dayse de Souza Araújo. - Natal, RN, 2016.
67f.
Orientador: Profa. Dra. Lissa Valéria Fernandes Ferreira.
Monografia (Graduação em Turismo) - Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de
Turismo.
1. Turismo Pedagógico - Educação - Monografia. 2. Mercados públicos - Monografia. 3. Ensino-Aprendizagem – Monografia. 4. Escolas - Monografia.
I. Ferreira, Lissa Valéria Fernandes. II. Universidade Federal do Rio Grande
do Norte. III. Título.
RN/BS/CCSA CDU 338.48-6:37
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GISLAYNE DAYSE DE SOUZA ARAÚJO
MERCADOS PÚBLICOS COMO ESTRATÉGIA PARA O TURISMO
PEDAGÓGICO: UMA ANÁLISE ATRAVÉS DA PERCEPÇÃO DOS
ESPECIALISTAS EM EDUCAÇÃO DA CIDADE DE NATAL-RN
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação de Graduação em Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Turismo.
Orientadora: Lissa Valéria F. Ferreira, Dra.
Natal-RN, 23 de novembro de 2016.
_______________________________________________
Prof.ª Lissa Valéria Fernandes Ferreira, Dra. Orientadora
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
_______________________________________________
Prof. Mauro Lemuel de Oliveira Alexandre, D.Sc. Examinador interno
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
_______________________________________________
Profa. Islaine Cristiane Oliveira Gonçalves Cavalcante, M.Sc Examinador externo
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Dedico este projeto a minha mãe, Roziene Ana de Souza, que sempre foi minha maior inspiração e incentivadora da realização do meu sonho, onde me ensinou a nunca desistir diante das dificuldades da vida, me apoiando em cada etapa. Aos meus mestres por toda dedicação e empenho para desenvolver profissionais responsáveis e dedicados a profissão.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por todas as oportunidades que me
foram dadas ao longo da minha vida, por sempre guiar meu caminho, me
abençoando para alcançar meus objetivos e fortificando minha fé a cada obstáculo
vencido.
Agradeço, imensamente a minha amada mãe, por ter dedicado sua vida
em me fazer feliz, me educando e me ensinando a batalhar por meus sonhos, por
sempre está ao meu lado em todos os momentos sendo meu porto seguro, me
dando força e acreditando quando ninguém mais acreditava e por sempre priorizar
meus estudos, me incentivando em todas as fases e acreditando no meu potencial,
não tenho palavras para expressar todo meu amor e gratidão que tenho a senhora,
esse sonho nós sonhamos juntas e por isso a vitória é nossa. Te amo muito.
Agradeço aos meus Familiares e meus amigos, que sempre
compartilharam e me apoiaram em cada decisão tomada por mim, meu muito
obrigada.
Quero agradecer as minha amigas e companheiras de faculdade,
Amanda, Adri e Ramona, por todos os momentos maravilhosos que vivemos juntas,
por todo apoio nesses anos de luta e por todo amor e carinho que existe em nosso
quarteto.
Também quero agradecer com todo meu amor e carinho, ao meu amado
Erivan Xavier, que além de ser um namorado maravilhoso, também é meu grande
amigo e companheiro, quero te agradecer por todo seu apoio e ajuda na realização
desse sonho. Te adoro.
Aos meus mestres, que me ensinaram a ser uma profissional responsável
e capacitada, atrás de sua dedicação, por terem me tornando uma Turismóloga
preparada e capacitada para exercer minha profissão. Muito obrigada.
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“Que os vossos esforços desafiem as
impossibilidades, lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram
conquistadas do que parecia impossível. ”
Charles Chaplin
http://pensador.uol.com.br/autor/charles_chaplin/
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RESUMO
O presente estudo foi elaborado a fim de compreender as práticas do Turismo Pedagógico nas escolas Públicas e Privadas, com uma análise sobre a percepção dos especialistas em educação da cidade de Natal-RN para o uso dos Mercados Públicos como uma estratégia para a realização das atividades do Turismo Pedagógico, ao qual passou a ser bastante atuante no cenário atual, tornando-se uma ferramenta de apoio e incentivo ao ensino-aprendizagem nas escolas. Tendo como objetivo desse estudo analisar as possíveis contribuições da prática do Turismo Pedagógico quando aplicado nos Mercados Públicos como espaços para a realização das atividades extraclasse. Além de observar os benefícios que a prática da atividade pode trazer para os alunos, proporcionando aos indivíduos um novo método de ensino, contribuindo para as disciplinas com conteúdos tradicionais, trazendo um ensino-aprendizagem voltado a prática dos assuntos administrados em sala de aula. Sobre a temática do Turismo Pedagógico, foram analisados os principais autores: Fonseca (2014), Garcia (2005), Gonçalvez (2005), Lillan (2007) entre outros, que tem como objetivo analisar a importância e o desenvolvimento da prática do turismo pedagógico na educação. O estudo teve como metodologia descritivo exploratória, com abordagem qualitativa, onde foi possível analisar o conhecimento dos especialistas em educação sobre o Turismo Pedagógico. Também foi avaliado a importância que a prática causou no ensino-aprendizagem da educação e como modificou a forma de educar. Sendo assim conclui-se como resultados, compreender as contribuições que a prtica do turismo pedagógico no espaço dos Mercados Públicos possam ocasionar no ensino-aprendizagem dos alunos.
Palavras Chave: Turismo Pedagógico. Mercados Públicos. Ensino-Aprendizagem. Escolas. Educação
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ABSTRACT
The present study was developed to understand the practices of Pedagogical Tourism in Public and Private schools, with an analysis on the perception of education specialists of the city of Natal-RN for the use of Public Markets as a strategy for carrying out the activities of Pedagogical Tourism, which became very active in the current scenario, becoming a tool to support and encourage teaching-learning in schools. The objective of this study is to analyze the possible contributions of Pedagogical Tourism practice when applied in Public Markets as spaces for extra class activities. In addition to observing the benefits that the practice of the activity can bring to the students, providing the individuals a new method of teaching, contributing to the disciplines with traditional contents, bringing a teaching-learning focused on the practice of the administered subjects in the classroom. On the subject of Pedagogical Tourism, the main authors were analyzed: Fonseca (2014), Garcia (2005), Gonçalvez (2005), Lillan (2007) among others, whose objective is to analyze the importance and the development of pedagogical tourism practice on education. The study had as an exploratory descriptive methodology, with a qualitative approach, where it was possible to analyze the knowledge of education specialists on Pedagogical Tourism. It was also evaluated the importance that the practice caused in the teaching-learning of education and how it modified the way of educating. Therefore, it concludes as results, to understand the contributions that the practice of pedagogical tourism in the space of the Public Markets can cause in the teaching-learning of the students.
Keywords: Pedagogical Tourism. Public Markets. Teaching-Learning. Schools. Education.
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Etapas do processo na atividade extraclasse..................................................... 22
Quadro 2– Agências de viagens de Turismo pedagógico em 2014 ...................................... 24
Quadro 3– Modelos de Mercados de Projetos Culturais ...................................................... 31
Quadro 4– Questões e Finalidades da Entrevista ................................................................ 34
Quadro 5 - A percepção dos especialistas em educação sobre turismo pedagógico nas
escolas Públicas .................................................................................................................. 36
Quadro 6- A percepção dos especialistas em educação sobre turismo pedagógico nas
escolas privadas .................................................................................................................. 37
Quadro 7 – A prática do turismo pedagógico pode ser uma atividade influente no ensino-
aprendizagem dos alunos nas escolas públicas .................................................................. 37
Quadro 8 - A prática do turismo pedagógico pode ser uma atividade influente no ensino-
aprendizagem dos alunos nas escolas privadas .................................................................. 38
Quadro 9 – A escola costuma realizar atividades de turismo pedagógico e com qual
frequência são realizadas nas escolas públicas ................................................................. 398
Quadro 10 - Lugares citados em entrevistas que foram visitados nos últimos dois anos
(Escolas Públicas) ............................................................................................................... 40
Quadro 11 - Lugares citados em entrevistas que foram visitados nos últimos dois anos
(Escolas Privadas) ............................................................................................................... 40
Quadro 12 – Qual as experiências interdisciplinares realizadas nos últimos 2 anos nas
escolas Públicas .................................................................................................................. 41
Quadro 13 – Qual as experiências interdisciplinares realizadas nos últimos 2 anos nas
escolas Privadas .................................................................................................................. 42
Quadro 14 – A percepção das escolas públicas sobre a utilização dos mercados públicos
como alternativas para a prática do turismo pedagógico ...................................................... 44
Quadro 15 – A percepção das escolas privadas sobre a utilização dos mercados públicos
como alternativas para a prática do turismo pedagógico ...................................................... 44
Quadro 16 – Os impactos que os mercados públicos possam ocasionar no conhecimento e
valorização da cultura local nas escolas Públicas .............................................................. 476
Quadro 17 – Os impactos que os mercados públicos possam ocasionar no conhecimento e
valorização da cultura local nas escolas Privadas................................................................ 47
Quadro 18 – As principais dificuldades encontradas pelas escolas públicas para realizar o
turismo pedagógico ............................................................................................................ 487
Quadro 19 – As principais dificuldades encontradas pelas escolas privadas para realizar o
turismo pedagógico ............................................................................................................ 498
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LISTA DE GRÁFICOS E FIGURAS
Gráfico 1 - Pontuação em Leitura e Ciências, 2011 ............................................................. 14
Gráfico 2 - Nível de Instrução por sexo ................................................................................ 15
Gráfico 3 - Agências de Turismo no Brasil, que atuam no segmento de Turismo Pedagógico
............................................................................................................................................ 17
Gráfico 4– Lugares mais visitados pelas escolas nos últimos 2 anos .................................. 43
Figura 1 - Informações sobre as Escolas Públicas 45
Figura 2 - Informações sobre as Escolas Privadas ............................................................. 46
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14
1.1 PROBLEMÁTICA ....................................................................................................... 14
1.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 19
1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................... 20
1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 20
1.3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 20
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 21
2.1 TURISMO PEDAGÓGICO E SEUS FUNDAMENTOS ............................................... 21
2.2 A EDUCAÇÃO ATRAVÉS DO TURISMO PEDAGÓGICO ......................................... 26
2.3 MERCADOS PÚBLICOS COMO ESPAÇOS URBANOS, EDUCAÇÃO E LAZER ..... 28
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 31
3.1 TIPO DE PESQUISA ................................................................................................. 31
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ....................................................................................... 32
3.3 INSTRUMENTO DA PESQUISA ................................................................................ 33
3.4 COLETA DOS DADOS .............................................................................................. 35
4 TÉCNICAS DE ANÁLISES .................................... Error! Bookmark not defined.5
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 510
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 554
APÊNDICES ........................................................................................................... 598
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© G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o
1 INTRODUÇÃO
1.1 PROBLEMÁTICA
O presente estudo aborda o Turismo Pedagógico como novo segmento,
através de uma visão do novo ensino-aprendizagem aplicado nas escolas, onde tem
como principal intuito a realização de atividades externas transformando teoria em
prática, estimulando um aprendizado voltado ao lazer e satisfação dos alunos.
Tendo em vista a importância desse novo segmento, o estudo irá analisar por meio
da percepção dos especialistas em educação da cidade de Natal, a utilização dos
espaços dos Mercados Públicos como uma estratégia para o desenvolvimento do
turismo pedagógico.
Nos últimos tempos, o âmbito educacional Brasileiro, tem sido assunto de
estudos e análises em busca de melhorias no ensino aplicado as escolas Brasileiras,
de acordo com uma pesquisa realizada em 2011 pelo PISA, (Programa Internacional
de Avaliação Comparada), revela que dentro do ranking de 65 países, o Brasil está
em 53º colado em leitura e ciências e 57º em matemática. Com base na pontuação
demonstrada no gráfico abaixo, dados do Portal INEP.
Gráfico 1 - Pontuação em Leitura e Ciências, 2011
Fonte: http://portal.inep.gov.br/pisa-programa-internacional-de-avaliacao-de-aluno
Países mais Desenvolvidos Brasil
496 401
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© G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o
Em relação ao Analfabetismo no País, a pesquisa realizada pela Brasil
síntese Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período de 2007 a
2014 na qual foi mantida a tendência de declínio das taxas de analfabetismo e de
crescimento da taxa de escolarização do grupo etário de 6 a 14 anos e do nível de
educação da população. O nível de instrução cresceu de 2007 para 2014, foi
avaliado que o grupo de pessoas com pelo menos 11 anos de estudo, na população
de 25 anos ou mais de idade, passou de 33,3% para 42,5% o nível de instrução. O
nível de instrução feminino manteve-se superior ao masculino, como informa o
gráfico abaixo.
Gráfico 2 - Nível de Instrução por sexo
Fonte: Dados do IBGE (2014)
Mesmo diante desse crescimento, ainda existe uma necessidade de
buscar novos métodos de incentivo a educação, tendo em vista a importância do
papel da educação escolar na formação da sociedade, onde o indivíduo através dos
métodos de ensino aplicado nas escolas, no qual influencia no conhecimento
adquirido pelos mesmos.
Outra realidade bastante presente é a interação da tecnologia nas novas
formas de aprendizagem oferecidas e disponíveis na maior parte das instituições no
mundo, percebendo-se a necessidade e o desafio a ser superado nas escolas
38,00%
39,00%
40,00%
41,00%
42,00%
43,00%
44,00%
45,00%
Mulheres Homens
Nível de Instrução
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© G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o
brasileiras, existindo um atraso no sistema de educação, não conseguindo
acompanhar o ritmo do mundo contemporâneo.
De acordo com Demo (1999), refere-se à necessidade de mudanças
pedagógicas no processo de ensino, destacando que, de um modo geral, pouco se
aprende atualmente nas escolas, devido à inexistência de relação dos conteúdos
apresentados com os desafios futuros.
Morin (2014), defende a ideia que para o desenvolvimento de uma
educação de qualidade, é necessário abordar problemas específicos e profundo de
cada nível escolar de um indivíduo, o autor ainda acredita que:
Um mundo formado pelo ensino disciplinar e é evidente que as disciplinas de toda ordem que ajudaram o avanço do conhecimento são insubstituíveis, o que existe entre as disciplinas é invisível e as conexões entre elas também são invisíveis, isto não significa que seja necessário conhecer somente uma parte da realidade, é preciso ter uma visão que possa situar o conjunto. É necessário dizer que não é a quantidade de informações, nem a sofisticação em Matemática que podem dar sozinhas um conhecimento pertinente, é mais a capacidade de colocar o conhecimento no contexto (Morin, 2014, p. 05).
Continuando o raciocínio de Morin (2014), pode-se compreender que uma
das maiores dificuldades de aprendizagem nos dias atuais, são os métodos
convencionais aplicado ainda em sala de aula, não importa a quantidade de
informação dada aos alunos, mas sim a forma que esse conhecimento irá chegar até
eles e a forma que os mesmos irão aderir a esse conhecimento.
“O turismo pedagógico vem para quebrar a ideia de que o ensino-
aprendizagem só ocorre na escola e só com o professor”, afirma David Carolla,
professor de Turismo do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).
De acordo com o site do Ministério do Turismo, a proposta do turismo
pedagógico, é um nicho de mercado que mais dobrou nos últimos anos. Os dados
do Cadastro Nacional de Prestadores de Serviço do Setor (CADASTUR), do
Ministério do Turismo, conforme pode-se observar no quadro 03.
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Gráfico 3 - Agências de Turismo no Brasil, que atuam no segmento do Turismo Pedagógico
Fonte: http://www.turismo.gov.br/ultimas-noticias/604-turismo-pedagogico-cresce-no-brasil.html
Houve um aumento de 125% entre o ano de 2009 a 2014, de acordo com
o CADASTUR. Dessa forma o segmento vem se caracterizando por viagens
programadas dentro do calendário escolar, no Brasil, em algumas escolas públicas,
há exemplos de programas bem-sucedidos para o incentivo a esse tipo de viagem.
Um deles é o projeto Viva Ciranda, da Fundação Turística de Joinville (SC), que
incentiva a visita de estudantes das escolas municipais a propriedades rurais da
região ao custo de R$ 7 por pessoa, além de oferecer um ônibus gratuitamente.
Através do turismo pedagógico, com visitas a lugares e atrativos turísticos
de um local, pode-se perceber que esses espaços se transformem em uma forma
mais divertida e dinâmica de aprender. Um desses lugares podem ser os mercados
públicos de uma cidade, tendo em vista ser um monumento que carrega em sua
essência toda cultura de uma região, revelando toda sua riqueza cultural.
Tendo em vista que os mercados públicos são espaços abertos e
gratuitos e com grande movimentação e interação de várias culturas, o mesmo se
torna uma alternativa de utilização para o turismo pedagógico de um local.
945
2.129
2009
2014
Agências
http://www.turismo.gov.br/ultimas-noticias/604-turismo-pedagogico-cresce-no-brasil.html
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DEMO e MORIM, reconhecem a prática do turismo pedagógico
atualmente e a define como um recurso necessário ao processo de ensino e
aprendizagem.
A partir da visitação dos alunos ao mercado público como forma de
expansão dos conhecimentos, a atividade educacional transmite valores do
mercado, como o espaço, disponibilizando de uma educação dinâmica, permitindo
ter uma ligação direta com a experiência e incentivando os participantes a
compartilhar de suas expectativas e conteúdos ofertados pelo local.
O Turismo Pedagógico vem se tornando uma prática forte na cidade de
Natal-RN, e tem como propósito desenvolver um novo segmento atuante na cidade,
diante da situação atual que nos encontramos, no qual Natal é conhecida apenas
por suas belas praias, deixando sempre a desejar no setor cultural. Através do
ensino diferenciado, o turismo pedagógico pode se tornar uma nova ferramenta de
disseminação da atividade, tendo em vista que a mesma tem uma excelente área
cultural a ser desenvolvida, e uma delas é referente aos mercados públicos.
Tendo um grande potencial para a prática, os mercados públicos,
guardam grandes informações sobre a cultura, costumes e culinária das regiões,
podendo ser exploradas não apenas pelos turistas, mas pela própria comunidade,
que por muitas vezes desconhece sua própria cultura.
Dessa forma, surge também a exigência do fornecimento dos serviços
prestados pelo mesmo, já que para cativar os turistas ou desenvolver a atividade do
turismo, é preciso que tenha no mínimo uma boa estrutura física e um órgão
responsável por desenvolver o bom funcionamento do local, além da capacitação
dos profissionais para atuar na área.
Neste caso, temos como questão central de nossa pesquisa: Como a
prática do turismo pedagógico influencia no ensino-aprendizagem nas escolas e qual
a percepção dos educadores sobre os Mercados Públicos, como alternativa de
espaços para a prática do turismo pedagógico?
Para desenvolver a pesquisa foi adotado como estudo os especialistas
em educação da cidade de Natal, para através de uma entrevista entender sua visão
sobre a realização de atividades extraclasse nos mercados públicos da cidade.
Assim o estudo tem como abordagem funcional positivista, a partir de
uma análise do desenvolvimento do turismo pedagógico na cidade de Natal por meio
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das reflexões dos atuantes da atividade, com uma abordagem nos mercados
públicos para ser desenvolvida como alternativa para a prática do turismo.
1.2 JUSTIFICATIVA
A escolha do tema ocorreu pela identificação ao decorrer do curso, por se
tratar de um tema inovador, ao qual despertou o desejo de estudar os motivos pelo
qual o turismo pedagógico vem crescendo ao longo dos anos, além da análise sobre
o novo ensino diferenciado nas escolas e a visão do turismo na cidade de Natal, por
meio das escolas e das agências do turismo.
Com o crescimento do segmento do turismo pedagógico, tendo em vista
ser uma nova ferramenta de ensino, o estudo tem uma relevância de compreender
como é vista e desenvolvida a junção do turismo com educação, utilizando o método
do lazer voltado a educação, levando em consideração a importância de sair da sala
de aula e vivenciar experiência novas, capazes de mudar e influenciar na formação
acadêmica do indivíduo.
Sêia et. al. (2014) afirma que a estrutura metodológica do ensino-
aprendizagem cada vez mais está sendo discutida pelos educadores, para obtenção
de bons resultados na educação de qualidade, almejada por todos.
Observa-se que essa prática compartilha de ideias sobre uma educação
diferenciada, buscando sempre o bem-estar do sujeito, sua qualidade de vida, seja
elas culturais ou naturais, com a preservação dos bens. Apesar de ser uma área
nova no Brasil, porém já bastante praticada em outros Países e cidades, como
Barcelona, vem se destacando e ganhando espaço no mercado.
Um dos espaços muito utilizado fora do Brasil para o ensino diferenciado
são visitas ao mercado público. A realização dessa atividade nos mesmos, tem o
intuito de desenvolver o conhecimento da cultura local, além das inúmeras
possibilidades de atividades que possam ser realizadas no local. Com isso, surge à
ideia de trazer o segmento e a adaptação desse segmento para a cidade de Natal,
Brasil, para a realização do turismo pedagógico, deixando clara a necessidade de
incluir como rota principal os mercados públicos da cidade. Diante de casos bem-
sucedidos, observa-se que a cidade tem um grande potencial para a realização do
ato.
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Essa ação de incentivar o turismo pedagógico, além de se tornar um
diferencial para a cidade, pois, a mesma tem uma imagem forte no turismo sol e
mar, haverá a oportunidade de expandir o turismo da região, possibilitando outras
formas de atividade turística na cidade.
Com essa nova atividade sendo desenvolvida na cidade, além de atrair
turistas e gerar uma nova renda para a comunidade, que também será beneficiada
com o crescimento do turismo pedagógico, os próprios moradores podem ter a
prática do ensino diferenciando, podendo usufruir de um turismo pedagógico de
qualidade na cidade, fazendo com que todos possam conhecer um pouco mais da
sua própria cultura, gastronomia e costumes que por muitas vezes são
desconhecidos por seus conterrâneos.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Analisar a percepção dos educadores nas escolas públicas e privadas da
cidade de Natal, sobre a utilização dos Mercados Públicos como estratégia para a
realização das atividades de Turismo Pedagógico na cidade de Natal-RN.
1.3.2 Objetivos Específicos
Diante disso, foram definidos como objetivos específicos:
a) Avaliar a relação entre o turismo pedagógico e a educação;
b) Observar as atividades extraclasse como métodos de ensino-
aprendizagem;
c) Identificar a importância pedagógica pelos gestores de escolas
Públicas e Privadas na cidade de Natal-RN.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 TURISMO PEDAGÓGICO E SEUS FUNDAMENTOS
Por se tratar de uma atividade interdisciplinar, o turismo associado ao
ensino-aprendizagem, atrai a atenção e o desejo dos alunos em participar das aulas.
Garcia (2005), afirma que ao pensar na prática do Turismo Pedagógico, o professor
encontra grande facilidade no que se refere aos objetivos pedagógicos para atingir
por meio de uma viagem ou passeio, e o aluno dificilmente recusar-se a participar de
determinada atividade e para Silva (2011), a escola tem um papel fundamental no
desenvolvimento do educando, porque nessa instituição social que se realizam os
processos de ensinar, aprender, informar, investigar e pesquisar e se faz necessário
que esta seja um espaço favorável para a aprendizagem e formação, bem como um
ambiente que se oportunize aos alunos momentos para se expressar, formular
ideias, ter atitudes, desenvolver conceitos, autonomia e curiosidade.
Percebendo a necessidade de aprimorar cada dia mais o processo de
aprendizagem utilizado nas disciplinas escolares, as escolas e professores vêm
buscando novas formas de estimular o prazer e interesse dos alunos pelo assunto
aplicado nas disciplinas, onde o Turismo Pedagógico vem se tornando uma
alternativa que auxilia no processo de ensino utilizado em sala de aula. De acordo
com Fonseca (2014) “compreende-se que para o turismo a educação se torna
essencial, de forma que intervenha na formação de cidadãos conscientes que
praticarão um turismo sustentável”. A prática do turismo proporciona à educação
uma forma de inovar o processo de ensino-aprendizagem para que seja a partir da
atividade do turismo uma aprendizagem mais dinâmica e prazerosa.
Para Gonçalves (2005, p32) o turismo pedagógico tem como aspecto
principal “uma prática centrada no ser, na experiência pessoal do aluno, em suas
sensações e emoções”, promovendo uma mudança de olhar que reflui em sua
realidade. Garcia (2005) ainda afirma que o profissional que atua nessa área,
encontra um grande desafio que é atrair o olhar e a atenção, curiosidade da
participação do indivíduo.
Portanto, o turismo pedagógico em conjunto com o ensino, tem como
consequência influenciar na formação do aluno, não apenas na parte acadêmica,
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© G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o
mas pessoal também, partindo do pressuposto que o indivíduo passará a ter um
contato direto com a prática física, essa situação acarretará em transformar um
aluno em um cidadão atuante com uma alta crítica sobre as problemáticas de uma
situação e com uma grande participação nas decisões tomadas pelo indivíduo, além
da conscientização a respeito dos locais visitados.
Diferente do que muitos acreditam o turismo pedagógico vai além de uma
simples viagem ou aula de campo como sempre foi conhecida, Perinotto (2008),
afirma que o turismo pedagógico é uma estratégia que demonstra na prática a teoria
observada em sala de aula. Dessa maneira as aulas realizadas no âmbito externo,
são necessárias à interação de assuntos discutidos em sala de aula para ter
proporcionado aos alunos apreender na prática o que é visto em sala na teoria.
Possibilitando novas experiências e sensações aos alunos, saindo do cotidiano e
dos métodos habituais, os alunos têm a oportunidade de obter uma aprendizagem
mais espontânea e participativa (FONSECA, 2014).
Piza (1992), afirma que esses processos do turismo pedagógico é uma
atividade que se realiza fora da sala de aula, mas que tem início e término nela
também, em um processo que passa por etapas formuladas pelo autor (1992):
Quadro 1 - Etapas do processo na atividade extraclasse
Primeira etapa:
Nesta etapa ocorre a primeira fase do processo, que é uma preparação em classe pelos professores das diversas matérias, dentro de um plano integrado de ensino. É o momento do planejamento propriamente dito;
Segunda etapa:
Nesta fase o aluno vai aos locais observar documentos, entrevistas, experimentar e vivenciar as situações aprendidas teoricamente. É o momento da prática procedimental que se formata numa excursão, visita técnica ou viagem;
Terceira etapa:
Nesta terceira e última fase, de volta à classe, o aluno explorará os resultados por meio da apresentação de suas conclusões e isso pode ocorrer em forma de seminários, relatórios, áudio visuais, dramatizações, portfólios, ou seja, desenvolvendo seu crescimento intelectual e humano juntamente com sua criatividade. É o momento da avaliação.
Fonte: Adaptado a partir de Piza (1992)
Fonseca (2014), afirma que mesmo diante dessa nova forma de ensino-
aprendizagem, o processo da educação deve ser mantido, ter o contato diário do
professor e o aluno em uma sala de aula, durante uma determinada carga horária,
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© G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o
discutindo os conteúdos tradicionais do currículo escolar. E de nenhuma maneira o
método formal deve ser excluído, mas sim inovado, para que o corriqueiro cenário
de sala de aula se torne singular e enriquecedor.
Com o reconhecimento e a atuação desse segmento na formação desses
alunos, surgirá fatores positivos em vários aspectos:
Acesso aos bens culturais; o contato com o patrimônio tanto natural quanto cultural; a sociabilização; a autonomia entre os alunos; descobertas capazes de estimular questionamentos entre os envolvidos; a transformação do olhar “ingênuo” em um olhar crítico; a transversalidade dos conhecimentos, as disciplinas se inter-relacionam e vão além das disciplinas comuns, abordando outros valores, como ética e meio ambiente; o estimulo à curiosidade e ao imaginário; entre outros. (GONÇALVES, 2005, p. 46)
Diante do crescimento no setor de turismo pedagógico, as agências de
viagens passaram a serem atuantes no novo cenário, através de elaborações de
roteiros culturais, viagens com guiamento ou professores, entre outros serviços.
Quando comparamos o mercado é notório que o número de agências
especializadas no ramo pedagógico, ainda é inferior as demais, porem o segmento
vem crescendo por meio dos gestores e o poder privado, passando a surgir mais
agências especializadas ou até mesmo as já existentes passando a atuar no
cenário, assim como tem ocorrido com o território potiguar.
As agências de viagens e os guias de turismo são ferramentas
fundamentais e de suma importância para a evolução do segmento de turismo
pedagógico, como atores no processo de desenvolvimento. Para Braz (2007) o guia
é um dos principais agentes da atividade turística. Sua atuação é essencial na
formação da imagem que o turista pedagógico perpassando por competências às
vezes instrumentos para o conteúdo seja repassando de forma mais adequado
possível.
De acordo com a pesquisa realizada pelos autores Inácio e Silva (2014),
as agências de viagens que atuava no segmento de Turismo Pedagógico na cidade
de Natal-RN no ano de 2014, e suas abrangências de território de atuação, segue
um quadro com as informações:
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Quadro 2– Agências de viagens de Turismo pedagógico em 2014
Empresa Abrangência
Território Potiguar Regional
Mix Turismo Regional, Nacional e Internacional
Odisseia Turismo Pedagógico Regional
Joaquim Tur Regional e Nacional
Mandacaru Turismo e viagens Regional, Nacional e Internacional
Fonte: INÁCIO, SILVA, 2014, p. 06
Percebe-se que Natal aos poucos vêm se tornando crescente no
mercado. Assim o mesmo se torna essencial na prática da atividade turística
pedagógica, tendo em vista ser de fundamental importância essa experiência
vivenciada pelos alunos, pois através dela que a educação prática poderá incentivar
na sua conscientização e despertar o interesse do aluno em sempre querer estar
participando das aulas, desenvolvendo seu interesse pelo conhecimento.
Não se pode negar que essas atividades também são consideradas
uma forma de lazer, porém um lazer concentrado em aprender e agregar
conhecimentos, pois ao pesquisar sobre o lazer que se tornou-se uma prática que
gerou grande impacto na sociedade e influenciando no desenvolvimento social,
assim veem existindo alguns conceitos e teorias, em Melo (2014) o lazer constitui
"[...] o espaço que possibilita o desenvolvimento humano", e Hunger (2004, p.88)
como “[...] ocupações às quais podemos nos entregar de espontânea vontade,
durante o tempo não ocupado pelo trabalho comum"
Um conceito mais completo é o de Dumazedier (1973, p.34), onde afirma:
Conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para ele repousar, seja para ele divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.
Visto que o lazer é uma prática positiva, na qual induz o indivíduo a
realizar atividades prazerosas, que ligada a educação em forma do Turismo
Pedagógico, onde o conhecimento estará ligado diretamente à prática, mas ao
mesmo tempo proporcionando uma forma de lazer educacional com os alunos, onde
os mesmos iram vivenciar a teoria de forma dinâmica proporcionando um impacto
positivo no seu aprendizado.
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Um estudo de Hassenforder et al. (1985), realizado nos liceus
parisienses. Os autores inquiriram os jovens sobre os conhecimentos adquiridos na
escola e fora dela tendo chegado aos seguintes resultados:
É durante o tempo extraescolares que os jovens se declaram mais felizes
(90.4%);
É fora da instituição escolar que se situam os momentos onde se tomam
maiores iniciativas e decisões (72.4%);
57% dos jovens estimam que os momentos mais importantes do dia se situam
geralmente fora dos estabelecimentos escolares;
Somente 14% dos jovens manifestam realizar os objetivos da educação, mais
dentro da escola do que fora dela;
Com as informações fornecidas nos dados, observa-se que grandes
partes dos alunos que participaram da pesquisa acreditam que suas melhores ações
e decisões são tomadas fora da escola, onde posteriormente também se consideram
mais felizes. É visível nesta pesquisa, que os alunos não conseguem assimilar a
escola como uma parte produtiva e feliz de sua vida. Freinet (2004) defende que os
educadores não devem privar a liberdade de pensamento dos alunos, e sim mostrar
os caminhos para que eles façam as descobertas.
Ou seja, com esses dados, mais uma vez percebe-se a necessidade e a
importância da agregação de uma prática que incentive os alunos a gostarem de
estar na escola que de alguma forma os incentivem a ter prazer no aprendizado.
Para Souza et al. (2011), as aulas passeio são uma ferramenta didática valiosa.
Segundo Salman Khan, americano criador da Khan Academy, site com
cerca de 3.800 aulas de vídeo, diz em entrevista à Revista Época, “ se estamos
numa situação em que apenas eu falo e você apenas escuta, não acho que ela seja
uma forma de interação física válida”, então para que ocorra um melhor aprendizado
para o aluno, é necessário a existência de uma interação participativa e dinâmica
entre o aluno e o conteúdo, buscando sempre desperta o desejo do mesmo pelo
aprendizado, dessa forma o turismo pedagógico se transforma em uma ferramenta
nesse auxilio entre o conhecimento adquirido pelo aluno e absorção.
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2.2 A EDUCAÇÃO ATRAVÉS DO TURISMO PEDAGÓGICO
A educação no Brasil passou a ser um tema bem discutido tendo em vista
o seu atraso na qualidade do ensino ofertado pelas instituições, em especial as
públicas. Diante do atual cenário com os desafios da pós-modernidade, uma vez que
os métodos de ensino não são mais os mesmos, é necessário aprimorar e implantar
novas ideias para acompanhar o ritmo de uma nova geração. Uma vez que as
escolas servem de base para uma boa educação e impactos na formação de um
sujeito, havendo a necessidade de ofertar uma qualidade no ensino.
De acordo com Demo (1999), trata-se da passagem de um processo de
“ensino aprendizagem” para um processo de “aprender e aprender”, onde o primeiro
tem como característica o repasse de lotes de conhecimento, e o segundo privilegia
a atitude do questionamento construtivo numa relação teórica e prática. Assim é
preciso compreender que a educação é uma forma de intervir no mundo e por isso
existe a grande importância de poder oferecer uma estrutura para que seja
desenvolvido.
Com isso, busca-se uma nova metodologia, com a perspectiva de
desenvolver uma educação continuada, com a tentativa de unir a teoria vista em
sala de aula, junto à prática, para que no futuro os alunos possam superar os limites
impostos pelo mercado, tornando-se essencial as ações pedagógicas.
Uma ideia de metodologia aplicada seria a ação pedagógica
interdisciplinar:
A ação pedagógica através da interdisciplinaridade aponta para a construção de uma escola participativa e decisiva na formação do sujeito social. O seu objetivo tornou-se a experimentação da vivencia de uma realidade global, que se inserem nas experiências cotidianas do aluno, do professor e do povo, articular saber, conhecimento, vivencia, escola comunidade, meio ambiente, e etc., tornou-se, nos últimos anos o objeto da interdisciplinaridade que se traduz, na pratica, por um trabalho coletivo e solidário na organização da escola. (GADOTTI, 2000, p.203)
Dessa forma torna-se imprescindível dentro das novas abordagens
pedagógicas, encontrar espaços de unidade para que seja possível a realização de
um ensino entre as disciplinas, contendo teoria a prática, surgindo alternativas que
possa ser elaborada dentro da escola e fora dela, passando a ser desenvolvida uma
educação diferenciada.
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Tendo em vista a importância do desenvolvimento de um ensino
diferenciado e inovador, existe uma lei 8069/1990 (BRASIL, 1990), que institui o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), dando bases legais para a realização
de atividades extraclasse, em seu artigo 57, atentando-nos para a compreensão de
sua relevância no processo pedagógico: “Artigo 37 O poder público estimulará
pesquisas, experiências e novas propostas relativas a calendário, seriação,
currículo, metodologia, didática e avaliação”.
Uma alternativa clara e que vêm sendo bastante atuante para a educação
diferenciada, é a prática do turismo pedagógico nessas escolas como uma
ferramenta que proporciona uma troca de conhecimentos entre as práticas do
turismo e a educação, onde possibilitará uma socialização entre as pessoas, sendo
uma prática realizada nas viagens no âmbito escolar se tornando uma ferramenta de
ensino.
Segundo Souza et. al. (2011), reconhecendo a necessidade atual do
sistema educacional em desenvolver novas práticas educativas, com enfoque numa
construção social do sujeito crítico, o turismo pedagógico se coloca como uma
alternativa importante, capaz de contribuir com as escolas, proporcionando uma
interação entre o sujeito e o meio através das experiências de viagem.
Segundo Fonseca Filho (2007), inserir o turismo na educação básica não
tem a intenção de capacitar jovens profissionais do turismo, mas sim, utilizar o
turismo como uma atividade para ampliar os conhecimentos dos alunos, em
assuntos como: cidadania, cultura, educação ambiental e patrimonial, dentre outros
segmentos que o turismo aborda.
Para Matos (2012), o que chamamos turismo pedagógico na atualidade,
no passado resumia-se a uma atividade cuja motivação era o aprendizado e
formação integral do ser humano. Observa-se que as viagens com o objetivo de
buscar conhecimentos e educação já existia há muito tempo, bem antes de existir a
rotulação do segmento turismo pedagógico, de acordo com Milan (2007, p.64) “O
Grand Tour realizado na época era educacional, voltado para visitas a lugares
culturais e históricos, observando ainda maneiras e costumes das nações
estrangeiras”. Um tipo de viagem com o propósito de agregar conhecimentos aos
jovens viajantes. Milan (2007) ainda afirma que recomenda aos jovens da nobreza e
da classe média inglesa viajarem aos países de maior fonte cultural do velho
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continente, a fim de complementar conhecimentos e ganhar experiência profissional
que a sociedade impunha na Idade Moderna. Mas de acordo com Jaluska e
Junqueira (2012), somente a partir do século XXI que o turismo educacional começa
a ser explorado de maneira plena em escolas que se utilizam dos benefícios do
denominado turismo educacional ou turismo pedagógico.
Para Fonseca (2014, p.16) “conceder aos alunos apenas o básico,
somente o essencial para a formação da educação básica de fato não é mais o
suficiente. É necessário ir além, com atividades e métodos que possibilitem uma
maior compreensão e envolvimento dos alunos”.
Oliveira (2016) acredita que a atividade do turismo pedagógico aparece
como uma oportunidade de impulsionando o processo de ensino-aprendizagem de
matérias tradicionais do currículo escolar, possibilitando aos docentes, formas de
inovação nas aulas, gerando aos educandos outras oportunidades de
aprendizagem. Dessa forma, a atividade do turismo pedagógico se torna uma
ferramenta aos educadores, como uma forma de metodologia que proporciona a
vivência aos conteúdos, pois a ideia não é apenas sair de sala de aula, mas sim aliar
os assuntos das disciplinas do currículo escolar as atividades praticadas fora sala,
para que os momentos de descontração e aprendizagem ocorram simultaneamente.
Há uma preocupação da educação atual em não considerar os alunos
como meros receptores de informação e conteúdo, mas de estimular a produção de
conhecimento para que desta forma o aluno seja não apenas participativo, mas
autor de sua própria aprendizagem (FONSECA, 2014).
2.3 MERCADOS PÚBLICOS COMO ESPAÇOS URBANOS, EDUCAÇÃO E LAZER
Por meio de suas feiras ou edifícios cobertos, os mercados públicos
existem até hoje se reconstituindo em nossas cidades. A palavra Mercado, natural
do Latim, significa “lugar de venda de gêneros alimentícios e outras (mercadorias),
ou seja, lugar de trato de compra, venda e troca. É possível observar os encontros e
o contato direto entre vendedores, compradores, transeuntes e viajantes, permite um
mutuo jogo de trocas, pois a troca pressupõe a conversa para que o negócio seja
objetivo (VARGAS, 2001).
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Quando existe essa interação em um ambiente, consequentemente passa
a existir uma troca de conhecimentos múltiplos (VOGEL et al, 1993), afirmaram que
a troca é um fenômeno que contribui para a articulação sociológica dos mercados
revelando sua densidade e multiplicidade típicas que as caracterizam no quadro
urbano das metrópoles.
De acordo com Braudel (1985), esta instituição ainda se reconstitui nas
nossas cidades, como sinais de desordens, confusões, gritos, cheiros violentos e o
frescor dos seus produtos. Os Mercados Públicos foram introduzidos no Brasil pelos
colonizadores portugueses, aos moldes dos que aconteciam na Europa, eles eram
implantados em grandes centros urbanos e geralmente cercados por feiras, Mott
(2000, apud Oliveira Júnior, 2007). Conforme (ROMANO et al 2008), o Mercado de
Candelária foi o primeiro mercado instalado no Brasil, inaugurado em 1841 no Rio
de Janeiro.
Os Mercados Públicos passaram a ser considerados importantes para
uma cidade por terem se tornado espaços públicos, passando a ser praticável a
interação entre pessoas de uma forma livre e agradável. Por se tratar de um espaço
heterogêneo, passa a existir uma procura por produtos ou serviços de diferentes
tipos, propondo uma interação e encontros cotidianos, contribuindo assim para o
desenvolvimento de um local, não apenas pela parte econômica da cidade, como
por meio de Enclaves, que são regiões “independentes ou não” que ficam dentro de
outra nação, não tendo divisa com o outro país, ficando cercado ou “enclaustrado”
dentro do território.
Segre (2005) acredita que o lugar público deve ser concedido com um
espaço urbano acessível onde se produz o encontro da diversidade. A sociabilidade
produzida nos espaços públicos é fundamental na constituição da vitalidade urbana,
pois são aqueles que de acordo com Filgueiras (2006) promovem a “a
espontaneidade, a imprevisibilidade e a diversidade do encontro, como também a
pluralidade e heterogeneidade das atividades e frequentadores”.
Quando pensa em Turismo Pedagógico, surge a necessidade de agregar
informações positivas, existe uma procura por lugares que possam transmitir
conhecimento e valores ao alunos, dessa forma quando é pensado nos mercados
Públicos como espaços para a realização de atividades ligada a educação turística
tem como consequência uma soma de valores aos alunos que visitam os mercados,
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já que por meio desta apresenta-se a importância de se preservar valores referentes
à cultura e ao meio ambiente natural abordando assuntos como cidadania,
alteridade, sociabilidade, cultura, educação ambiental e patrimonial, Oliveira 2016.
Além dos assuntos citados por Oliveira, os mercados podem ir além na questão de
pontos a serem vistos e estudados no mercado, como a parte gastronômica da
região, a economia e principalmente a cultura local.
Desse modo, quando se busca associar essa interação vinda da
heterogeneidade ao turismo, percebe-se que essas junções de fatores positivas e
diferentes possibilitam que os mercados públicos têm muito a oferecer aos alunos,
pois além de uma variedade de produtos e serviços, quem visita o local, ainda é
beneficiado em usufruir e conhecer um pouco mais da cultura local, tendo contato
direto com a comunidade atuante no mercado.
Os mercados públicos são uma excelente ferramenta para desenvolver
um turismo cultural direcionado ao turismo pedagógico, tendo em vista serem
lugares antigos, onde guardam grande parte da cultura local, onde além dos
assuntos citados por Oliveira (2016), os mercados podem ir além à questão de
pontos a serem vistos e estudados no mercado, como a parte gastronômica da
região, a economia e principalmente a cultura local. Quando todas essas
informações são associadas a educação, pode-se observar a riqueza de informação
oferecida nos mercados, onde podem contribuir para a formação acadêmica dos
alunos.
É necessário para contribuir na educação e formação de um indivíduo que
as atividades extraclasse, sejam realizadas em um espaço onde auxilia na
descoberta de um mundo novo, abrindo portas para uma alfabetização cultural,
tendo como intuito não apenas despertar e ampliar o conhecimento dos alunos, mas
também despertar o interesse da comunidade local para conscientização sobre a
preservação dos mercados públicos, além de incentivar na formação da cidadãos
mais responsáveis e comprometidos com a cultura.
Na cidade de Natal é possível encontrar alguns mercados públicos que
possam ser utilizados como espaços pedagógicos. Devido a sua infraestrutura e seu
incentivo cultural, foi selecionado dois modelos de Mercado que atuam com projetos
culturais, através de dados coletados na Prefeitura de Natal-RN.
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Quadro 3– Modelos de Mercados de Projetos Culturais
Mercados Descrição
Mercado de Petrópolis
Um dos mercados mais antigos da cidade de Natal-RN, sendo composto por 55 boxes entre sebos, artesanatos e restaurantes. Na primeira quarta-feira do mês, é realizado em parceria com a prefeitura uma programação cultural;
Mercado Modelo das Rocas
O mercado foi recém-inaugurado no dia 05/01/2016, composto por 83 boxes, sendo 23 destinado a os antigos proprietário e os demais foram disponibilizados por licitações;
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
3 METODOLOGIA
3.1 TIPO DE PESQUISA
O presente estudo utiliza do método descritivo-exploratório com uma
abordagem qualitativa, onde entende-se como objetivo analisar a percepção dos
educadores sobre a utilização dos mercados como espaços públicos, e uma
avaliação entre as escolas públicas e privadas.
Dessa forma, Dencker (1999) afirma que “a pesquisa descritiva em geral
procura descrever o fenômeno ou estabelecer relações entre varáveis. Utiliza
técnicas padronizadas de coletas de dados como questionário e a observação
sistemática”.
Assim, a coleta dos dados deste estudo, foi realizada por meio de um
roteiro de entrevista.
A pesquisa exploratória busca apenas levantar informações sobre um
determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as
condições de manifestação desse objeto SEVERINO (2007).
Os estudos exploratórios têm por objetivo familiarizar-se com o fenômeno
ou obter uma nova percepção dele e descobrir novas ideias. Realiza descrições
precisas da situação e quer descobrir relações existentes entre seus elementos
componentes (CERVO, 2007).
De maneira que a problemática realiza uma análise dos educadores sobre
os mercados públicos no auxílio das atividades extraclasse das escolas, a pesquisa
é de caráter qualitativa.
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Dencker (1999), demonstra ser possível três tipos de pesquisas
qualitativas que podem ser realizadas:
Lacunas no conhecimento existente;
Inconsistência entre o que uma teoria prevê que acontece e
resultados de pesquisa realizadas ou praticas cotidianas;
Inconsistência do resultado de diferentes pesquisas;
Gil (1996) defende que a pesquisa qualitativa considera que há um
vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito, que não
pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de
significados são fatores básicos no processo de pesquisa qualitativa, que não requer
o uso de métodos e técnicas estatísticas.
A análise qualitativa busca compreender as questões da pesquisa e
interpretar as respostas obtidas, com a pretensão de descobrir e entender os
objetivos analisados.
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população da pesquisa foi composta por escolas da rede pública e
escolas privadas, através de entrevistas concedidas pelos Gestores e
Coordenadores Pedagógico das instituições.
Totalizando 8 (oito) entrevistados, sendo que foi dividido entre 4 (quatro)
das escolas públicas e 4 (quatro) das escolas privadas, onde foi pesquisado sobre a
prática do turismo pedagógico e a percepção dos Mercados Públicos como
alternativas para o Turismo Pedagógico.
Abaixo segue uma listagem da população-alvo para melhor seja
compreendido.
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Escolas Públicas:
Escola E. Professor Anísio Teixeira, representada pelas
coordenadoras pedagógicas, Sandra Maria Fernandes de M.
Souza e Emanuella S. Miranda;
Colégio Estadual do Atheneu Norte Rio-grandense, representada
pelo vice-diretor Magno Alexandre N. Bezerra;
Escola Estadual Winston Churchill, representada pela vice-diretora
Ana Maria Lopes Fonseca de A. Correia;
Escola Estadual Isabel Gondim, representada pelo vice-diretor
Gutemberg.
Escolas Privadas:
Centro Educacional Emília Ferreira, representada pela vice-diretora
Ciane Ferreira;
Instituto Sagrada Família, representada pela coordenadora Eliete
dos Santos S. Lopes;
Colégio Salesiano São José, representada pela coordenadora
pedagógica, Maria de Fátima Santos;
Colégio Nossa Senhora das Neves, representada pela
coordenadora pedagógica, Lyliane Medeiros.
3.3 INSTRUMENTO DA PESQUISA
Para coleta dos dados, foi elaborado um roteiro de entrevista (Apêndice
A), composto por 8 questões, com o propósito de analisar de forma aberta, sem
limitações o tema estudado. O questionário foi aplicado pessoalmente, em oito
escolas, sendo quatro da rede Pública e quatro da rede Privada, a entrevista foi
realizada com o auxílio de um gravador, onde todas as entrevistas foram gravadas e
depois transcrevidas para este estudo.
As questões buscaram analisar se existia atividades de turismo
pedagógicos nas escolas e com qual frequência eram realizadas, além de buscar
compreender os impactos gerados no ensino-aprendizagem dos alunos, buscou
também analisar a percepção dos educadores a possível utilização dos Mercados
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Públicos como alternativa de espaços para a prática do Turismo Pedagógico,
juntamente com os impactos que possam gerar para os alunos em sua educação.
Consequentemente, as questões buscavam as seguintes finalidades,
conforme indica o quadro abaixo.
Quadro 4– Questões e Finalidades da Entrevista
QUESTÕES FINALIDADES
Q1: Na sua percepção, o que o Sr(a). entende por Turismo Pedagógico?
Identificar o ponto de vista dos especialistas em educação da cidade de Natal, o significado de turismo pedagógico através dos conceitos das entrevistas;
Q2: Na opinião do Sr (a). o Turismo pedagógico é uma atividade influente no ensino-aprendizagem do aluno, porquê?
Verificar qual a opinião dos educadores sobre a prática do turismo pedagógico nas escolas e se essas atividades extraclasse gera um impacto positivo na influência do ensino-aprendizagem do aluno;
Q3: A escola Costuma realizar atividade de Turismo Pedagógico? Com qual frequência?
Buscar compreender se a escola costuma realizar atividades extraclasse, como viagens ou visitas técnicas e se a escola e com qual frequência é a realizada;
Q4: Já foi realizado alguma aula de campo ou viagem nos últimos 2 anos? Se sim, quais?
Identificar se a escola está ativa na prática do Turismo Pedagógico e sem tem uma preocupação em realizar as aulas externas frequentemente. Além de buscar sabe quais os locais visitados pelas escolas;
Q5: Quais foram as experiências Interdisciplinares realizadas nos últimos 2 anos?
Busca identificar se a escola tem o cuidado e a necessidade de realizar suas viagens ou visitas técnicas, sempre unindo o conteúdo abordado em sala de aula com as aulas vistas em campo, a união da teoria com a prática.
Q6: O que o Sr(a), acha dos Mercados Públicos como alternativas para o Turismo Pedagógico?
Entender através da percepção dos especialistas em educação, por meio de suas experiências e conhecimentos, se os mercados Públicos têm possibilidade de se tornar uma alternativa de espaço para o Turismo Pedagógico;
Q7: O Sr(a). acredita que os Mercados Públicos possam agregar conhecimentos e valores culturais aos alunos?
Buscar analisar se os educadores acreditam se os Mercados são capazes de transmitir conhecimento e valores culturais para os alunos, através de suas visitas aos locais, busca também compreender a opinião sobre o que o Mercado possa agregar a mais para a vivencia dos alunos;
Q8: Na percepção do Sr(a), quais as principais dificuldades encontradas para realizar o Turismo Pedagógico?
Entender quais as maiores dificuldades encontradas pelas escolas para a praticam do turismo pedagógico, analisando através do cenário de cada escola entrevistas, comparando as escolas públicas das privadas.
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
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3.4 COLETA DOS DADOS
Dessa forma, como o segmento selecionado para o estudo se deu pelo
Turismo Pedagógico, foi escolhido entrevistar as escolas da rede pública e privada,
tendo em vista o crescimento desse segmento e a importância de projetos de
incentivos a nova educação. De acordo com Dencker (1999), “a forma mais comum
de apresentação é o levantamento, em geral realizado mediante questionário e que
oferece uma descrição da situação no momento da pesquisa”.
A coleta dos dados que foi realizado por meio de entrevistas pessoal na
qual ocorreu com 8 (oito) escolas que teve como critério de escolha a sua
localização, pois todas estão localizadas próximo à algum mercado e por seus
históricos na prática do turismo pedagógico.
Os dados foram coletados entre os dias 25 de outubro à 16 de novembro
de 2016 e foram transcritos conforme a formatação padrão.
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4 TÉCNICAS DE ANÁLISE
As questões da entrevista foram baseadas nos objetivos desta pesquisa,
onde busca abordar a percepção dos especialistas em educação sobre o turismo
pedagógico, suas atividades realizadas, a contribuição que essas práticas causam
para o ensino-aprendizagem e a opinião a respeito da utilização dos mercados
públicos como alternativa para o turismo pedagógico e influencia que pode causar
sobre os alunos.
Dessa forma, baseado na análise das respostas obtidas nas entrevistas,
na qual foram realizadas com oito escolas, dividida entre quatro da rede pública e
quatro privadas, onde participaram coordenadores pedagógicos e vice-diretores.
Foram desenvolvidos categorias e quadros para melhor compreensão e análise da
pesquisa.
Quadro 5 - A percepção dos especialistas em educação sobre turismo pedagógico nas escolas Públicas
Escolas Respostas
Ana Maria, Escola Winston Churchil
“É uma união entre buscar conhecimentos e passear, fazer uma aula diferente. E se é pedagógico tem que ter um fundamento, tem que ter uma relação com a teoria para ir lá e verificar as questões que foram abordadas anteriormente.”
Magno Alexandre, Escola Atheneu
“Eu creio que seja uma relação entre visitas ou propriamente uma aula de campo que tenha um fundo pedagógico, não é simplesmente visitar por visitar é uma relação entre o conteúdo que o professor está trabalhando e o que ele está visitando e o que isso possa contribuir ao conteúdo.”
Sandra Maria, Anísio Teixeira
“São aulas onde os professores, ditas como aulas de campo, retira o aluno da sua sala e leva para outro espaço para que ele conheça um outro ambiente e complemente a aula indo até o local pelo menos para que ele tenha uma visão melhor ou que compreenda o conteúdo.”
Gutemberg, Isabel Godin
“Acredito que turismo pedagógico seja visitar locais que traga e agrega algum valor a aprendizagem, como dito antes uma aula de campo.”
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
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Quadro 6- A percepção dos especialistas em educação sobre turismo pedagógico nas escolas privadas
Escolas Privadas Respostas
Eliete dos Santos, Sagrada Família
“Eu entendo como uma aula de campo diferenciada, que você vai juntar a teoria com a prática, vivenciando os conteúdos que a gente trabalha em sala de aula.“
Lyliane Medeiros, Neves “É o tipo de turismo que transmite conhecimento voltado para a aprendizagem escolar.”
Ciane, Emília Ferreira
“É uma forma se entende e tirar o aluno para gerar uma mudança da sala de aula ajudando no ensino-aprendizagem das crianças, uma nova forma de ensinar.”
Maria de Fátima, Escola Salesiano
“São viagens de estudo que permite o aluno entrar em contato com a realidade, com o que foi visto teoricamente em sala de aula.”
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
Este quadro demonstra a compreensão dos especialistas acerca do
turismo pedagógico. Por meio deste é possível perceber que o termo “turismo
pedagógico” ainda é pouco utilizado, pois mesmo entendendo o significado e
praticando nas escolas, alguns ainda se referem a atividade como uma aula de
campo.
Mas, todos os entrevistados tanto na rede pública como na privada,
afirmam compreender e conseguem expressar a principal essência da prática, onde
todos entendem e compartilham de ideias bem similares, onde a maior motivação
para realizar a atividade é unir a prática com a teoria, além de proporcionar novas
experiências para os alunos levando uma aula diferenciada.
Quadro 7 – A prática do turismo pedagógico pode ser uma atividade influente no ensino-aprendizagem dos alunos nas escolas públicas
Escolas Respostas
Ana Maria, Escola Winston Churchil
“Com certeza, a gente não esquece jamais, do impacto positivo que causa na aula e amplia novos horizontes, novos lugares, novas pessoas, aspectos culturais quando você vai para outro estado para outra região onde o aluno se enriquece de conhecimento.”
Magno Alexandre, Escola Atheneu “Depende, ela é se for bem planejada, o trabalho começa na sala com o professor e também com
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a equipe pedagógica, se ele conseguir fazer essa relação com o turismo pedagógico isso se torna-se uma aula, saindo da questão de visitar por visitar. O professor vai cobrar um relatório, vai cobrar algum trabalho, alguma síntese, algum resumo, alguma coisa daquele trabalho, ou seja, a visita tem um fundo pedagógico.”
Sandra Maria, Anísio Teixeira
“Com certeza, porque em sala de aula o aluno ver os conteúdos teóricos, então quando eles saem para pesquisar, conhecer na pratica, com certeza tem uma grande influência e agrega um maior conhecimento.”
Gutemberg, Isabel Godin
“Sim, sair mais do abstrato para o concreto, vai vivenciar e ver coisas e o ser humano é muito visual, então você ver e está num ambiente onde só ouve falar, com certeza traz muito mais.”
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
Quadro 8 - A prática do turismo pedagógico pode ser uma atividade influente no ensino-aprendizagem dos alunos nas escolas privadas
Escolas Privadas Respostas
Eliete dos Santos, Sagrada Família
“Bastante, acredito que se a gente pode-se
colocar uma atividade mensal em todos as
aulas, a vivencia seria bem diferente,
conseguiria ter um maior conhecimento
principalmente na aprendizagem. Ele é um
multiplicador de conhecimento, pois uma aula
de campo só agrega valores na aprendizagem.”
Lyliane Medeiros, Neves
“Com certeza, por meio do turismo pedagógico o aluno tem a oportunidade de vivenciar o que foi visto em sala de aula e adquirir ainda mais conhecimentos.”
Ciane, Emília Ferreira
“Influencia bastante porque estamos aos poucos tentando quebrar esse tradicional de permanecer os alunos de 1h até as 17h da tarde em sala, esse modelo tradicional como nós fomos educados e hoje nessa realidade nos buscamos a inovação no aprendizagem da criança.”
Maria de Fátima, Escola Salesiano “Sim, é um importante mecanismo facilitador no processo ensino-aprendizagem.”
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
Os quadros dessa seção, refletem a afirmativa dos educadores sobre a
importância da prática do turismo pedagógico nas escolas, com as respostas, fica
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evidente que os especialistas de todas as escolas entrevistas acreditam que essas
atividades extraclasse agregam conhecimento além de novas experiências para o
aluno.
Dessa forma os entrevistados deixam claro que essas viagens ou visitas
têm que sempre está atrelado ao conhecimento desenvolvendo e ampliando o
ensino-aprendizagem e valorizando o impacto que vai causar no ensino do aluno,
pois por meio dela os alunos passam a vivenciar o que é visto em sala de aula.
Quadro 9 – A escola costuma realizar atividades de turismo pedagógico e com qual frequência são realizadas nas escolas públicas
Escolas Públicas Respostas
Ana Maria, Escola Winston Churchil
“Investimento no ensino médio foi uma coisa que não existiu até 2007, não havia investimento do governo federal. Em 2008 algumas escolas começaram um programa de ensino médio inovador, uma parceria do governo estadual com o governo federal, onde o governo federal mandava verba para as oficinas e o governo do estado pagava aos professores para que eles fizessem essas oficinas. Então em 2012 nossa escola passou a integrar esse grupo de escolas do programa, antes nós já fazíamos algumas viagens, conseguíamos ônibus com políticos ou pagava em outras épocas.”
Magno Alexandre, Escola Atheneu
“Nós temos alguns limites, em alguns anos nós tivemos algumas verbas com o ensino inovador, que esse ano esgotou, então a gente busca parcerias, mas a gente trabalha sim, na medida do possível.”
Sandra Maria, Anísio Teixeira
“Costumamos, porém esse ano já foi bem menos, ano passado a gente tinha atividade com projetos desenvolvidos na escola, a escola tem o projeto PROEMI programa de ensino médio inovador, então a gente atuou 5 anos com o programa na escola, os professores tinham o projeto. Nós tínhamos com frequência 2 a 3 vezes por anos. Esse ano praticamente não teve porque o programa não está atuante.”
Gutemberg, Isabel Godin
“Sim, sempre fazemos alguns passeios: de Barco Escola, Parque das Dunas, Museu. Quando algum professor organiza ele direciona para quem vai levar, mas como temos poucos alunos, dá para levar quase todo mundo.”
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
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No quadro acima, observa-se que todas as escolas analisadas realizam
turismo pedagógico, porém, ao analisar as respostas, é possível identificar as
diferenças na frequência que essas atividades são realizadas entre as escolas.
Primeiro, as escolas privadas conseguem manter um calendário fixo e
mais ativo, na qual sempre são realizados projetos dos professores junto com a
coordenação pedagógica, para a execução das atividades extraclasse que são
desenvolvidas em torno de 2 a 3 vezes ao ano.
Por outro lado, as escolas públicas também realizam, porém não com
tanta frequência. A escola Isabel Londim que trabalha com o ensino pedagógico
realiza apenas visitas técnicas, como não recebe nenhuma verba de incentivo, as
atividades são feitas dentro da cidade de Natal sem muito deslocamento.
Já as escolas do ensino médio Anísio Teixeira, Atheneu e Winston
Churchil, que participam de um programa do Governo o ProEMI, (Programa de
Ensino Inovador), que de acordo com os entrevistados, é uma parceria do Governo
Estadual com o Governo Federal, onde ambos enviam verbas para o incentivo para
propostas curriculares inovadoras, buscando aprimorar a relação teoria e prática.
Antes do programa, as escolas realizam algumas atividades extraclasse
entre viagens e visitas técnicas, mas não era uma prática muito ativa ou frequente,
pois os mesmos encontravam dificuldades e empecilho, como financeiro.
Quando as escolas passaram a fazer parte do projeto, os mesmos
afirmam que passaram a realizar o turismo pedagógico com mais frequência. Era
desenvolvido projetos pelos professores e as escolas direcionavam as verbas.
Desse modo, enquanto as escolas foram contempladas com o ProEMI,
passou a existir práticas mais frequentes, onde de acordo com os entrevistados,
existia um retorno gratificante na aprendizagem do aluno, mas infelizmente o
programa foi suspendido devido a situação política que o país se encontra, onde não
foi mais enviado verbas para a execução dos projetos.
Quadro 10 - Lugares citados em entrevistas que foram visitados nos últimos
dois anos (Escolas Públicas)
Winston Churchil Escola Atheneu Anísio Teixeira Isabel Gondim
João Pessoa, na estação ciência;
Zoologico;
Circuito Cultural da
• Instituto Brennand;
• Lixões da cidade de Natal;
• Usina Elétrica;
• João Pessoa, estação ciência;
• Zoológico; • Mina Brejuí em
Currais Novos;
• Parque das Dunas; • Planetário;
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Ribeira;
• Parque das Dunas; • Circuito Cultural da
Ribeira
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
Quadro 11 - Lugares citados em entrevistas que foram visitados nos últimos dois anos (Escolas Privadas)
Sagrada Família Neves Salesiano Emília Ferreira
Santuário Ecológico,
PIPA;
Fazendinha Recanto,
Macaíba;
Parque das Dunas;
Feiras do Alecrim.
• Santuário Ecológico, PIPA;
• Acari; • Minas Brejuí,
Currais Novos; • Canguaretama; • Mossoró; • Recife; • Parque das
Dunas; • Museus.
• Visita as Salinas, Areia Branca;
• City Tour na cidade de Natal;
• Energia Eólica.
• Parque das Dunas; • Planetário; • Museus; • Cidade da Criança; • Santuário
Ecológico, PIPA.
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
De acordo com o quadro, é notório que a frequência com qual é realizado
o turismo pedagógico não é a mesma entre as escolas de rede públicas e da
privada, porém ao analisar os lugares visitados, pode-se perceber que os lugares
são praticamente os mesmos.
Quadro 12 – Qual as experiências interdisciplinares realizadas nos últimos 2 anos nas escolas Públicas
Escolas Respostas
Ana Maria, Escola Winston Churchil
“A gente fez muitos trabalhos envolvendo química, física, história, geografia, português e filosofia, nós também fomos a Nísia floresta conhecer o museu da poesia, participaram as professoras de filosofia e de português. Também tem um “city tour” no corredor histórico da ribeira, o pessoal fez uma cartilha em espanhol e inglês falando sobre essa parte histórica de natal. Fomos também ao instituto Brennand.”
Magno Alexandre, Escola Atheneu
“Para o instituto Brennand, teve um professor de artes, que levou e outros professores que foram envolvidos. Geralmente o ensino médio inovador propões essa união de disciplinas, então por exemplo nós fizemos também uma visita a várias partes de natal que tinham lixões, com vários professores, geografia, biologia, então há uma troca interdisciplinar porque essa aula é boa que elas tenham a maior participação possível de professores para que haja no aluno
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um significa mais real possível;”
Sandra Maria, Anísio Teixeira
“Sim, ano passado nos fomos para João pessoa, visitamos o zoológico. Tivemos também a Mina Brejui em currais novos, a cerâmica em Assú. Cada professor já tem a quantidade de aluno, de acordo com o projeto. Fora os projetos também tinham outros tipos de atividades, os professores levavam muito para o barco escola, parque das Dunas e no Circuito Cultural da Ribeira.”
Gutemberg, Isabel Godin
“Tivemos algumas, nós tivemos a visita ao planetário, tivemos parque das dunas com a questão de bioma, tivemos sede da Araruna e uma sede histórica.”
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
Quadro 13 – Qual as experiências interdisciplinares realizadas nos últimos 2 anos nas escolas Privadas
Escolas Privadas Respostas
Eliete dos Santos, Sagrada Família
“Em matemática eles estavam trabalhando com medidas, simetria, então a gente leva para o alecrim e trabalha o conteúdo. Ciências eles viram o meio ambiente em PIPA e a fazendinha em Macaíba onde foi visto o cuidado com os animais, visitamos também o Parque das Dunas onde também foi visto biologia, entre outras, sempre procuramos essa junção.”
Lyliane Medeiros, Neves
“Pipa no santuário, Acari, Currais novos, Canguaretama, Mossoró, Aquário de Natal, entre outras.”
Ciane, Emília Ferreira
“Temos os eventos e as aulas, que sempre está ligada a algum assunto. Se a escola leva para um museu, leva para a parque das dunas, cidade da criança, ir a praia, ao fórum, ao shopping, Pipa, qualquer atividade que a escola desenvolva, tem um bom retorno.”
Maria de Fátima, Escola Salesiano
“Visitas as salinas, na cidade de Areia Branca, City Tour na cidade de Natal, enfocando os aspectos turísticos, entre outras.”
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
Ao analisar as respostas do quadro, observar-se que as escolas têm
praticado atividades interdisciplinares nos últimos dois anos, seja por viagem ou por
meio de visitas técnicas.
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3
2 2 2 2
Parque dasDunas
Santuário emPIPA
Museu Currais Novos City Tour naRibeira
InstitutoBrennand
Nas respostas, os entrevistados deixam bem claro que todas as visitas ou
viagens precisam ter um embasamento, uma relação entre o assunto dado em sala
de aula com o que será visto nas aulas extraclasse. Dessa forma fica nítido, que a
relação interdisciplinar com as atividades é sempre necessária e o ponto principal da
escola, pois dessa forma o conteúdo gera um impacto positivo nos alunos e em seu
rendimento acadêmico, pois como foi afirmado não é apenas lazer por lazer, visitar
por visitar, precisa haver uma ligação entre os conteúdos para uma melhor
aprendizagem dos alunos.
No gráfico abaixo, é possível verificar quais os lugares mais visitados
entre as escolas.
Gráfico 4– Lugares mais visitados pelas escolas nos últimos 2 anos
Fonte: Dados da pesquisa, 2016 Com relação a percepção das escolas entrevistadas na utilização dos
Mercados Públicos como alternativa de espaços para a prática da atividade, conforme pode ser observado nos quadros 14 e 15:
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Quadro 14 – A percepção das escolas públicas sobre a utilização dos mercados públicos como alternativas para a prática do turismo pedagógico
Escolas Respostas
Ana Maria, Escola Winston Churchil
“É uma riqueza, é um a mais, nem precisa você alugar ônibus que é caríssimo, porque você pode levar os seus alunos, sai de casa e se reunir lá com eles onde você vai resgatar uma tradição, porque mercado abrange toda a cultura da cidade, gastronômica, artesanal e cultural. Vou até pedir para as meninas fazerem um projeto para ir aos mercados, inclusive do alecrim, que tem muita informação.”
Magno Alexandre, Escola Atheneu
“Bastante interessante, e acredito que seja uma ótima oportunidade, agora à que se analisar como é que estão os mercados públicos para receber...não é visitar por visitar, então hoje eu não sei como tá sendo trabalhado isso no mercado, não vejo um trabalho nisso.”
Sandra Maria, Anísio Teixeira
“Acho uma excelente ideia, até porque pelo próprio nome, público tem um acesso livre e mercados públicos a gente percebe que tem uma diversidade cultural muito grande. É um campo assim que envolve todos os setores de comercio e de aprendizagem também.”
Gutemberg, Isabel Godin
“Eu não tenho uma opinião formada, porque eu nunca pensei nisso com esse enforque, existe umas cidades que tem essa cultura do mercado bem forte, aqui em Natal eu não vejo assim.“
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
Quadro 15 – A percepção das escolas privadas sobre a utilização dos mercados públicos como alternativas para a prática do turismo
pedagógico
Escolas Privadas Respostas
Eliete dos Santos, Sagrada Família
“Eu acredito que só venha à somar, porque geralmente o no mercado a gente encontra antiguidade que pra eles são muito difíceis de ver, só imagem da internet que não é a mesma coisa do que uma vivência, acredito que venha ser bem interessante, é um resgate da cultura.”
Lyliane Medeiros, Neves
“Acho uma oportunidade pertinente para que o aluno vivencie e conheça melhor a cultura, arte e economia da região.”
Ciane, Emília Ferreira “É uma ótima saída, tudo e qualquer meio que for apresentado para educação que seja ao ponto de mudar essa rotina e
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Escolas Públicas
É uma riqueza, é um a mais, nem precisa você alugar ônibus que é
caríssimo;
Mercados públicos a gente percebe que tem uma diversidade cultural
muito grande;
Interessante, agora à que se analisar como é que estão os mercados
públicos para receber
Eu não tenho uma opinião formada, porque eu nunca pensei nisso com
esse enforque,
quebrar esse parâmetro, qualquer alternativa é satisfatório, sabendo utilizar.”
Sarah, Salesiano “De grande valia, eles são formadores de riquezas culturais.”
Fonte: Dados da pesquisa, 2016
Com base nas informações dos quadros 14 e 15 é possível analisar a
percepção dos coordenadores e vice-diretores sobre a ideia para utilizar os espaços
dos Mercados Públicos da cidade como estratégia para a prática do Turismo
pedagógico. Nas Escolas Públicas, houve uma divergência de opiniões, 2 dos
entrevistados acreditam que será uma ótima ideia, realizar atividades com os alunos
nos Mercados Públicos, pois o mesmo só tem a acrescentar no ensino-
aprendizagem dos estudantes, pois além de agregar conhecimento e incentivo a
valorização da cultura local, o deslocamento até os mercados não exige custo
financeiro.
Por outro lado, o entrevistado Magno, afirma que a ideia é boa, porém
questiona se os espaços dos mercados estão preparados para receber os alunos,
uma vez que de acordo com o mesmo, não é apenas visitar por visitar, é necessário
ter uma relação e estrutura para receber os alunos. Já o vice-diretor Gutemberg, diz
que não tem uma opinião formada, pois nunca pensou nessa ideia e também avalia
que em Natal não há uma cultura forte sobre os mercados.
A figura abaixo demonstra os principais trechos sobre a questão nas
escolas Públicas:
Figura 1 – Informações sobre as Escolas Públicas
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Fonte: Dados da pesquisa, 2016
Considerando as entrevistas das escolas privadas, percebe-se que as
opiniões das 4 entrevistadas são bem p