universidade federal do rio grande do norte centro de … · 2019. 1. 31. · também foi avaliado...

68
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE TURISMO CURSO DE TURISMO GISLAYNE DAYSE DE SOUZA ARAÚJO MERCADOS PÚBLICOS COMO ESTRATÉGIA PARA O TURISMO PEDAGÓGICO: UMA ANÁLISE ATRAVÉS DA PERCEPÇÃO DOS ESPECIALISTAS EM EDUCAÇÃO DA CIDADE DE NATAL-RN NATAL 2016

Upload: others

Post on 30-Jan-2021

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

    CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE TURISMO

    CURSO DE TURISMO

    GISLAYNE DAYSE DE SOUZA ARAÚJO

    MERCADOS PÚBLICOS COMO ESTRATÉGIA PARA O TURISMO

    PEDAGÓGICO: UMA ANÁLISE ATRAVÉS DA PERCEPÇÃO DOS

    ESPECIALISTAS EM EDUCAÇÃO DA CIDADE DE NATAL-RN

    NATAL 2016

  • GISLAYNE DAYSE DE SOUZA ARAÚJO

    MERCADOS PÚBLICOS COMO ESTRATÉGIA PARA O TURISMO

    PEDAGÓGICO: UMA ANÁLISE ATRAVÉS DA PERCEPÇÃO DOS

    ESPECIALISTAS EM EDUCAÇÃO DA CIDADE DE NATAL-RN

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação de Graduação em Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Turismo.

    Orientadora: Lissa Valéria F. Ferreira, Dra.

    NATAL 2016

  • Catalogação da Publicação na Fonte.

    UFRN / Biblioteca Setorial

    Araújo, Gislayne Dayse de Souza.

    Mercados públicos como estratégia para o turismo pedagógico: uma

    análise através da percepção dos especialistas em educação da cidade de

    Natal-RN/ Gislayne Dayse de Souza Araújo. - Natal, RN, 2016.

    67f.

    Orientador: Profa. Dra. Lissa Valéria Fernandes Ferreira.

    Monografia (Graduação em Turismo) - Universidade Federal do Rio

    Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de

    Turismo.

    1. Turismo Pedagógico - Educação - Monografia. 2. Mercados públicos - Monografia. 3. Ensino-Aprendizagem – Monografia. 4. Escolas - Monografia.

    I. Ferreira, Lissa Valéria Fernandes. II. Universidade Federal do Rio Grande

    do Norte. III. Título.

    RN/BS/CCSA CDU 338.48-6:37

  • GISLAYNE DAYSE DE SOUZA ARAÚJO

    MERCADOS PÚBLICOS COMO ESTRATÉGIA PARA O TURISMO

    PEDAGÓGICO: UMA ANÁLISE ATRAVÉS DA PERCEPÇÃO DOS

    ESPECIALISTAS EM EDUCAÇÃO DA CIDADE DE NATAL-RN

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação de Graduação em Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Turismo.

    Orientadora: Lissa Valéria F. Ferreira, Dra.

    Natal-RN, 23 de novembro de 2016.

    _______________________________________________

    Prof.ª Lissa Valéria Fernandes Ferreira, Dra. Orientadora

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    _______________________________________________

    Prof. Mauro Lemuel de Oliveira Alexandre, D.Sc. Examinador interno

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    _______________________________________________

    Profa. Islaine Cristiane Oliveira Gonçalves Cavalcante, M.Sc Examinador externo

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte

  • Dedico este projeto a minha mãe, Roziene Ana de Souza, que sempre foi minha maior inspiração e incentivadora da realização do meu sonho, onde me ensinou a nunca desistir diante das dificuldades da vida, me apoiando em cada etapa. Aos meus mestres por toda dedicação e empenho para desenvolver profissionais responsáveis e dedicados a profissão.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeço primeiramente a Deus, por todas as oportunidades que me

    foram dadas ao longo da minha vida, por sempre guiar meu caminho, me

    abençoando para alcançar meus objetivos e fortificando minha fé a cada obstáculo

    vencido.

    Agradeço, imensamente a minha amada mãe, por ter dedicado sua vida

    em me fazer feliz, me educando e me ensinando a batalhar por meus sonhos, por

    sempre está ao meu lado em todos os momentos sendo meu porto seguro, me

    dando força e acreditando quando ninguém mais acreditava e por sempre priorizar

    meus estudos, me incentivando em todas as fases e acreditando no meu potencial,

    não tenho palavras para expressar todo meu amor e gratidão que tenho a senhora,

    esse sonho nós sonhamos juntas e por isso a vitória é nossa. Te amo muito.

    Agradeço aos meus Familiares e meus amigos, que sempre

    compartilharam e me apoiaram em cada decisão tomada por mim, meu muito

    obrigada.

    Quero agradecer as minha amigas e companheiras de faculdade,

    Amanda, Adri e Ramona, por todos os momentos maravilhosos que vivemos juntas,

    por todo apoio nesses anos de luta e por todo amor e carinho que existe em nosso

    quarteto.

    Também quero agradecer com todo meu amor e carinho, ao meu amado

    Erivan Xavier, que além de ser um namorado maravilhoso, também é meu grande

    amigo e companheiro, quero te agradecer por todo seu apoio e ajuda na realização

    desse sonho. Te adoro.

    Aos meus mestres, que me ensinaram a ser uma profissional responsável

    e capacitada, atrás de sua dedicação, por terem me tornando uma Turismóloga

    preparada e capacitada para exercer minha profissão. Muito obrigada.

  • “Que os vossos esforços desafiem as

    impossibilidades, lembrai-vos de que as

    grandes coisas do homem foram

    conquistadas do que parecia impossível. ”

    Charles Chaplin

    http://pensador.uol.com.br/autor/charles_chaplin/

  • RESUMO

    O presente estudo foi elaborado a fim de compreender as práticas do Turismo Pedagógico nas escolas Públicas e Privadas, com uma análise sobre a percepção dos especialistas em educação da cidade de Natal-RN para o uso dos Mercados Públicos como uma estratégia para a realização das atividades do Turismo Pedagógico, ao qual passou a ser bastante atuante no cenário atual, tornando-se uma ferramenta de apoio e incentivo ao ensino-aprendizagem nas escolas. Tendo como objetivo desse estudo analisar as possíveis contribuições da prática do Turismo Pedagógico quando aplicado nos Mercados Públicos como espaços para a realização das atividades extraclasse. Além de observar os benefícios que a prática da atividade pode trazer para os alunos, proporcionando aos indivíduos um novo método de ensino, contribuindo para as disciplinas com conteúdos tradicionais, trazendo um ensino-aprendizagem voltado a prática dos assuntos administrados em sala de aula. Sobre a temática do Turismo Pedagógico, foram analisados os principais autores: Fonseca (2014), Garcia (2005), Gonçalvez (2005), Lillan (2007) entre outros, que tem como objetivo analisar a importância e o desenvolvimento da prática do turismo pedagógico na educação. O estudo teve como metodologia descritivo exploratória, com abordagem qualitativa, onde foi possível analisar o conhecimento dos especialistas em educação sobre o Turismo Pedagógico. Também foi avaliado a importância que a prática causou no ensino-aprendizagem da educação e como modificou a forma de educar. Sendo assim conclui-se como resultados, compreender as contribuições que a prtica do turismo pedagógico no espaço dos Mercados Públicos possam ocasionar no ensino-aprendizagem dos alunos.

    Palavras Chave: Turismo Pedagógico. Mercados Públicos. Ensino-Aprendizagem. Escolas. Educação

  • ABSTRACT

    The present study was developed to understand the practices of Pedagogical Tourism in Public and Private schools, with an analysis on the perception of education specialists of the city of Natal-RN for the use of Public Markets as a strategy for carrying out the activities of Pedagogical Tourism, which became very active in the current scenario, becoming a tool to support and encourage teaching-learning in schools. The objective of this study is to analyze the possible contributions of Pedagogical Tourism practice when applied in Public Markets as spaces for extra class activities. In addition to observing the benefits that the practice of the activity can bring to the students, providing the individuals a new method of teaching, contributing to the disciplines with traditional contents, bringing a teaching-learning focused on the practice of the administered subjects in the classroom. On the subject of Pedagogical Tourism, the main authors were analyzed: Fonseca (2014), Garcia (2005), Gonçalvez (2005), Lillan (2007) among others, whose objective is to analyze the importance and the development of pedagogical tourism practice on education. The study had as an exploratory descriptive methodology, with a qualitative approach, where it was possible to analyze the knowledge of education specialists on Pedagogical Tourism. It was also evaluated the importance that the practice caused in the teaching-learning of education and how it modified the way of educating. Therefore, it concludes as results, to understand the contributions that the practice of pedagogical tourism in the space of the Public Markets can cause in the teaching-learning of the students.

    Keywords: Pedagogical Tourism. Public Markets. Teaching-Learning. Schools. Education.

  • LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 - Etapas do processo na atividade extraclasse..................................................... 22

    Quadro 2– Agências de viagens de Turismo pedagógico em 2014 ...................................... 24

    Quadro 3– Modelos de Mercados de Projetos Culturais ...................................................... 31

    Quadro 4– Questões e Finalidades da Entrevista ................................................................ 34

    Quadro 5 - A percepção dos especialistas em educação sobre turismo pedagógico nas

    escolas Públicas .................................................................................................................. 36

    Quadro 6- A percepção dos especialistas em educação sobre turismo pedagógico nas

    escolas privadas .................................................................................................................. 37

    Quadro 7 – A prática do turismo pedagógico pode ser uma atividade influente no ensino-

    aprendizagem dos alunos nas escolas públicas .................................................................. 37

    Quadro 8 - A prática do turismo pedagógico pode ser uma atividade influente no ensino-

    aprendizagem dos alunos nas escolas privadas .................................................................. 38

    Quadro 9 – A escola costuma realizar atividades de turismo pedagógico e com qual

    frequência são realizadas nas escolas públicas ................................................................. 398

    Quadro 10 - Lugares citados em entrevistas que foram visitados nos últimos dois anos

    (Escolas Públicas) ............................................................................................................... 40

    Quadro 11 - Lugares citados em entrevistas que foram visitados nos últimos dois anos

    (Escolas Privadas) ............................................................................................................... 40

    Quadro 12 – Qual as experiências interdisciplinares realizadas nos últimos 2 anos nas

    escolas Públicas .................................................................................................................. 41

    Quadro 13 – Qual as experiências interdisciplinares realizadas nos últimos 2 anos nas

    escolas Privadas .................................................................................................................. 42

    Quadro 14 – A percepção das escolas públicas sobre a utilização dos mercados públicos

    como alternativas para a prática do turismo pedagógico ...................................................... 44

    Quadro 15 – A percepção das escolas privadas sobre a utilização dos mercados públicos

    como alternativas para a prática do turismo pedagógico ...................................................... 44

    Quadro 16 – Os impactos que os mercados públicos possam ocasionar no conhecimento e

    valorização da cultura local nas escolas Públicas .............................................................. 476

    Quadro 17 – Os impactos que os mercados públicos possam ocasionar no conhecimento e

    valorização da cultura local nas escolas Privadas................................................................ 47

    Quadro 18 – As principais dificuldades encontradas pelas escolas públicas para realizar o

    turismo pedagógico ............................................................................................................ 487

    Quadro 19 – As principais dificuldades encontradas pelas escolas privadas para realizar o

    turismo pedagógico ............................................................................................................ 498

  • LISTA DE GRÁFICOS E FIGURAS

    Gráfico 1 - Pontuação em Leitura e Ciências, 2011 ............................................................. 14

    Gráfico 2 - Nível de Instrução por sexo ................................................................................ 15

    Gráfico 3 - Agências de Turismo no Brasil, que atuam no segmento de Turismo Pedagógico

    ............................................................................................................................................ 17

    Gráfico 4– Lugares mais visitados pelas escolas nos últimos 2 anos .................................. 43

    Figura 1 - Informações sobre as Escolas Públicas 45

    Figura 2 - Informações sobre as Escolas Privadas ............................................................. 46

  • SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

    1.1 PROBLEMÁTICA ....................................................................................................... 14

    1.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 19

    1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................... 20

    1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 20

    1.3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 20

    2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 21

    2.1 TURISMO PEDAGÓGICO E SEUS FUNDAMENTOS ............................................... 21

    2.2 A EDUCAÇÃO ATRAVÉS DO TURISMO PEDAGÓGICO ......................................... 26

    2.3 MERCADOS PÚBLICOS COMO ESPAÇOS URBANOS, EDUCAÇÃO E LAZER ..... 28

    3 METODOLOGIA .................................................................................................... 31

    3.1 TIPO DE PESQUISA ................................................................................................. 31

    3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ....................................................................................... 32

    3.3 INSTRUMENTO DA PESQUISA ................................................................................ 33

    3.4 COLETA DOS DADOS .............................................................................................. 35

    4 TÉCNICAS DE ANÁLISES .................................... Error! Bookmark not defined.5

    5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 510

    REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 554

    APÊNDICES ........................................................................................................... 598

  • 14

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    1 INTRODUÇÃO

    1.1 PROBLEMÁTICA

    O presente estudo aborda o Turismo Pedagógico como novo segmento,

    através de uma visão do novo ensino-aprendizagem aplicado nas escolas, onde tem

    como principal intuito a realização de atividades externas transformando teoria em

    prática, estimulando um aprendizado voltado ao lazer e satisfação dos alunos.

    Tendo em vista a importância desse novo segmento, o estudo irá analisar por meio

    da percepção dos especialistas em educação da cidade de Natal, a utilização dos

    espaços dos Mercados Públicos como uma estratégia para o desenvolvimento do

    turismo pedagógico.

    Nos últimos tempos, o âmbito educacional Brasileiro, tem sido assunto de

    estudos e análises em busca de melhorias no ensino aplicado as escolas Brasileiras,

    de acordo com uma pesquisa realizada em 2011 pelo PISA, (Programa Internacional

    de Avaliação Comparada), revela que dentro do ranking de 65 países, o Brasil está

    em 53º colado em leitura e ciências e 57º em matemática. Com base na pontuação

    demonstrada no gráfico abaixo, dados do Portal INEP.

    Gráfico 1 - Pontuação em Leitura e Ciências, 2011

    Fonte: http://portal.inep.gov.br/pisa-programa-internacional-de-avaliacao-de-aluno

    Países mais Desenvolvidos Brasil

    496 401

  • 15

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    Em relação ao Analfabetismo no País, a pesquisa realizada pela Brasil

    síntese Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período de 2007 a

    2014 na qual foi mantida a tendência de declínio das taxas de analfabetismo e de

    crescimento da taxa de escolarização do grupo etário de 6 a 14 anos e do nível de

    educação da população. O nível de instrução cresceu de 2007 para 2014, foi

    avaliado que o grupo de pessoas com pelo menos 11 anos de estudo, na população

    de 25 anos ou mais de idade, passou de 33,3% para 42,5% o nível de instrução. O

    nível de instrução feminino manteve-se superior ao masculino, como informa o

    gráfico abaixo.

    Gráfico 2 - Nível de Instrução por sexo

    Fonte: Dados do IBGE (2014)

    Mesmo diante desse crescimento, ainda existe uma necessidade de

    buscar novos métodos de incentivo a educação, tendo em vista a importância do

    papel da educação escolar na formação da sociedade, onde o indivíduo através dos

    métodos de ensino aplicado nas escolas, no qual influencia no conhecimento

    adquirido pelos mesmos.

    Outra realidade bastante presente é a interação da tecnologia nas novas

    formas de aprendizagem oferecidas e disponíveis na maior parte das instituições no

    mundo, percebendo-se a necessidade e o desafio a ser superado nas escolas

    38,00%

    39,00%

    40,00%

    41,00%

    42,00%

    43,00%

    44,00%

    45,00%

    Mulheres Homens

    Nível de Instrução

  • 16

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    brasileiras, existindo um atraso no sistema de educação, não conseguindo

    acompanhar o ritmo do mundo contemporâneo.

    De acordo com Demo (1999), refere-se à necessidade de mudanças

    pedagógicas no processo de ensino, destacando que, de um modo geral, pouco se

    aprende atualmente nas escolas, devido à inexistência de relação dos conteúdos

    apresentados com os desafios futuros.

    Morin (2014), defende a ideia que para o desenvolvimento de uma

    educação de qualidade, é necessário abordar problemas específicos e profundo de

    cada nível escolar de um indivíduo, o autor ainda acredita que:

    Um mundo formado pelo ensino disciplinar e é evidente que as disciplinas de toda ordem que ajudaram o avanço do conhecimento são insubstituíveis, o que existe entre as disciplinas é invisível e as conexões entre elas também são invisíveis, isto não significa que seja necessário conhecer somente uma parte da realidade, é preciso ter uma visão que possa situar o conjunto. É necessário dizer que não é a quantidade de informações, nem a sofisticação em Matemática que podem dar sozinhas um conhecimento pertinente, é mais a capacidade de colocar o conhecimento no contexto (Morin, 2014, p. 05).

    Continuando o raciocínio de Morin (2014), pode-se compreender que uma

    das maiores dificuldades de aprendizagem nos dias atuais, são os métodos

    convencionais aplicado ainda em sala de aula, não importa a quantidade de

    informação dada aos alunos, mas sim a forma que esse conhecimento irá chegar até

    eles e a forma que os mesmos irão aderir a esse conhecimento.

    “O turismo pedagógico vem para quebrar a ideia de que o ensino-

    aprendizagem só ocorre na escola e só com o professor”, afirma David Carolla,

    professor de Turismo do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC).

    De acordo com o site do Ministério do Turismo, a proposta do turismo

    pedagógico, é um nicho de mercado que mais dobrou nos últimos anos. Os dados

    do Cadastro Nacional de Prestadores de Serviço do Setor (CADASTUR), do

    Ministério do Turismo, conforme pode-se observar no quadro 03.

  • 17

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    Gráfico 3 - Agências de Turismo no Brasil, que atuam no segmento do Turismo Pedagógico

    Fonte: http://www.turismo.gov.br/ultimas-noticias/604-turismo-pedagogico-cresce-no-brasil.html

    Houve um aumento de 125% entre o ano de 2009 a 2014, de acordo com

    o CADASTUR. Dessa forma o segmento vem se caracterizando por viagens

    programadas dentro do calendário escolar, no Brasil, em algumas escolas públicas,

    há exemplos de programas bem-sucedidos para o incentivo a esse tipo de viagem.

    Um deles é o projeto Viva Ciranda, da Fundação Turística de Joinville (SC), que

    incentiva a visita de estudantes das escolas municipais a propriedades rurais da

    região ao custo de R$ 7 por pessoa, além de oferecer um ônibus gratuitamente.

    Através do turismo pedagógico, com visitas a lugares e atrativos turísticos

    de um local, pode-se perceber que esses espaços se transformem em uma forma

    mais divertida e dinâmica de aprender. Um desses lugares podem ser os mercados

    públicos de uma cidade, tendo em vista ser um monumento que carrega em sua

    essência toda cultura de uma região, revelando toda sua riqueza cultural.

    Tendo em vista que os mercados públicos são espaços abertos e

    gratuitos e com grande movimentação e interação de várias culturas, o mesmo se

    torna uma alternativa de utilização para o turismo pedagógico de um local.

    945

    2.129

    2009

    2014

    Agências

    http://www.turismo.gov.br/ultimas-noticias/604-turismo-pedagogico-cresce-no-brasil.html

  • 18

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    DEMO e MORIM, reconhecem a prática do turismo pedagógico

    atualmente e a define como um recurso necessário ao processo de ensino e

    aprendizagem.

    A partir da visitação dos alunos ao mercado público como forma de

    expansão dos conhecimentos, a atividade educacional transmite valores do

    mercado, como o espaço, disponibilizando de uma educação dinâmica, permitindo

    ter uma ligação direta com a experiência e incentivando os participantes a

    compartilhar de suas expectativas e conteúdos ofertados pelo local.

    O Turismo Pedagógico vem se tornando uma prática forte na cidade de

    Natal-RN, e tem como propósito desenvolver um novo segmento atuante na cidade,

    diante da situação atual que nos encontramos, no qual Natal é conhecida apenas

    por suas belas praias, deixando sempre a desejar no setor cultural. Através do

    ensino diferenciado, o turismo pedagógico pode se tornar uma nova ferramenta de

    disseminação da atividade, tendo em vista que a mesma tem uma excelente área

    cultural a ser desenvolvida, e uma delas é referente aos mercados públicos.

    Tendo um grande potencial para a prática, os mercados públicos,

    guardam grandes informações sobre a cultura, costumes e culinária das regiões,

    podendo ser exploradas não apenas pelos turistas, mas pela própria comunidade,

    que por muitas vezes desconhece sua própria cultura.

    Dessa forma, surge também a exigência do fornecimento dos serviços

    prestados pelo mesmo, já que para cativar os turistas ou desenvolver a atividade do

    turismo, é preciso que tenha no mínimo uma boa estrutura física e um órgão

    responsável por desenvolver o bom funcionamento do local, além da capacitação

    dos profissionais para atuar na área.

    Neste caso, temos como questão central de nossa pesquisa: Como a

    prática do turismo pedagógico influencia no ensino-aprendizagem nas escolas e qual

    a percepção dos educadores sobre os Mercados Públicos, como alternativa de

    espaços para a prática do turismo pedagógico?

    Para desenvolver a pesquisa foi adotado como estudo os especialistas

    em educação da cidade de Natal, para através de uma entrevista entender sua visão

    sobre a realização de atividades extraclasse nos mercados públicos da cidade.

    Assim o estudo tem como abordagem funcional positivista, a partir de

    uma análise do desenvolvimento do turismo pedagógico na cidade de Natal por meio

  • 19

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    das reflexões dos atuantes da atividade, com uma abordagem nos mercados

    públicos para ser desenvolvida como alternativa para a prática do turismo.

    1.2 JUSTIFICATIVA

    A escolha do tema ocorreu pela identificação ao decorrer do curso, por se

    tratar de um tema inovador, ao qual despertou o desejo de estudar os motivos pelo

    qual o turismo pedagógico vem crescendo ao longo dos anos, além da análise sobre

    o novo ensino diferenciado nas escolas e a visão do turismo na cidade de Natal, por

    meio das escolas e das agências do turismo.

    Com o crescimento do segmento do turismo pedagógico, tendo em vista

    ser uma nova ferramenta de ensino, o estudo tem uma relevância de compreender

    como é vista e desenvolvida a junção do turismo com educação, utilizando o método

    do lazer voltado a educação, levando em consideração a importância de sair da sala

    de aula e vivenciar experiência novas, capazes de mudar e influenciar na formação

    acadêmica do indivíduo.

    Sêia et. al. (2014) afirma que a estrutura metodológica do ensino-

    aprendizagem cada vez mais está sendo discutida pelos educadores, para obtenção

    de bons resultados na educação de qualidade, almejada por todos.

    Observa-se que essa prática compartilha de ideias sobre uma educação

    diferenciada, buscando sempre o bem-estar do sujeito, sua qualidade de vida, seja

    elas culturais ou naturais, com a preservação dos bens. Apesar de ser uma área

    nova no Brasil, porém já bastante praticada em outros Países e cidades, como

    Barcelona, vem se destacando e ganhando espaço no mercado.

    Um dos espaços muito utilizado fora do Brasil para o ensino diferenciado

    são visitas ao mercado público. A realização dessa atividade nos mesmos, tem o

    intuito de desenvolver o conhecimento da cultura local, além das inúmeras

    possibilidades de atividades que possam ser realizadas no local. Com isso, surge à

    ideia de trazer o segmento e a adaptação desse segmento para a cidade de Natal,

    Brasil, para a realização do turismo pedagógico, deixando clara a necessidade de

    incluir como rota principal os mercados públicos da cidade. Diante de casos bem-

    sucedidos, observa-se que a cidade tem um grande potencial para a realização do

    ato.

  • 20

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    Essa ação de incentivar o turismo pedagógico, além de se tornar um

    diferencial para a cidade, pois, a mesma tem uma imagem forte no turismo sol e

    mar, haverá a oportunidade de expandir o turismo da região, possibilitando outras

    formas de atividade turística na cidade.

    Com essa nova atividade sendo desenvolvida na cidade, além de atrair

    turistas e gerar uma nova renda para a comunidade, que também será beneficiada

    com o crescimento do turismo pedagógico, os próprios moradores podem ter a

    prática do ensino diferenciando, podendo usufruir de um turismo pedagógico de

    qualidade na cidade, fazendo com que todos possam conhecer um pouco mais da

    sua própria cultura, gastronomia e costumes que por muitas vezes são

    desconhecidos por seus conterrâneos.

    1.3 OBJETIVOS

    1.3.1 Objetivo Geral

    Analisar a percepção dos educadores nas escolas públicas e privadas da

    cidade de Natal, sobre a utilização dos Mercados Públicos como estratégia para a

    realização das atividades de Turismo Pedagógico na cidade de Natal-RN.

    1.3.2 Objetivos Específicos

    Diante disso, foram definidos como objetivos específicos:

    a) Avaliar a relação entre o turismo pedagógico e a educação;

    b) Observar as atividades extraclasse como métodos de ensino-

    aprendizagem;

    c) Identificar a importância pedagógica pelos gestores de escolas

    Públicas e Privadas na cidade de Natal-RN.

  • 21

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    2 REFERENCIAL TEÓRICO

    2.1 TURISMO PEDAGÓGICO E SEUS FUNDAMENTOS

    Por se tratar de uma atividade interdisciplinar, o turismo associado ao

    ensino-aprendizagem, atrai a atenção e o desejo dos alunos em participar das aulas.

    Garcia (2005), afirma que ao pensar na prática do Turismo Pedagógico, o professor

    encontra grande facilidade no que se refere aos objetivos pedagógicos para atingir

    por meio de uma viagem ou passeio, e o aluno dificilmente recusar-se a participar de

    determinada atividade e para Silva (2011), a escola tem um papel fundamental no

    desenvolvimento do educando, porque nessa instituição social que se realizam os

    processos de ensinar, aprender, informar, investigar e pesquisar e se faz necessário

    que esta seja um espaço favorável para a aprendizagem e formação, bem como um

    ambiente que se oportunize aos alunos momentos para se expressar, formular

    ideias, ter atitudes, desenvolver conceitos, autonomia e curiosidade.

    Percebendo a necessidade de aprimorar cada dia mais o processo de

    aprendizagem utilizado nas disciplinas escolares, as escolas e professores vêm

    buscando novas formas de estimular o prazer e interesse dos alunos pelo assunto

    aplicado nas disciplinas, onde o Turismo Pedagógico vem se tornando uma

    alternativa que auxilia no processo de ensino utilizado em sala de aula. De acordo

    com Fonseca (2014) “compreende-se que para o turismo a educação se torna

    essencial, de forma que intervenha na formação de cidadãos conscientes que

    praticarão um turismo sustentável”. A prática do turismo proporciona à educação

    uma forma de inovar o processo de ensino-aprendizagem para que seja a partir da

    atividade do turismo uma aprendizagem mais dinâmica e prazerosa.

    Para Gonçalves (2005, p32) o turismo pedagógico tem como aspecto

    principal “uma prática centrada no ser, na experiência pessoal do aluno, em suas

    sensações e emoções”, promovendo uma mudança de olhar que reflui em sua

    realidade. Garcia (2005) ainda afirma que o profissional que atua nessa área,

    encontra um grande desafio que é atrair o olhar e a atenção, curiosidade da

    participação do indivíduo.

    Portanto, o turismo pedagógico em conjunto com o ensino, tem como

    consequência influenciar na formação do aluno, não apenas na parte acadêmica,

  • 22

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    mas pessoal também, partindo do pressuposto que o indivíduo passará a ter um

    contato direto com a prática física, essa situação acarretará em transformar um

    aluno em um cidadão atuante com uma alta crítica sobre as problemáticas de uma

    situação e com uma grande participação nas decisões tomadas pelo indivíduo, além

    da conscientização a respeito dos locais visitados.

    Diferente do que muitos acreditam o turismo pedagógico vai além de uma

    simples viagem ou aula de campo como sempre foi conhecida, Perinotto (2008),

    afirma que o turismo pedagógico é uma estratégia que demonstra na prática a teoria

    observada em sala de aula. Dessa maneira as aulas realizadas no âmbito externo,

    são necessárias à interação de assuntos discutidos em sala de aula para ter

    proporcionado aos alunos apreender na prática o que é visto em sala na teoria.

    Possibilitando novas experiências e sensações aos alunos, saindo do cotidiano e

    dos métodos habituais, os alunos têm a oportunidade de obter uma aprendizagem

    mais espontânea e participativa (FONSECA, 2014).

    Piza (1992), afirma que esses processos do turismo pedagógico é uma

    atividade que se realiza fora da sala de aula, mas que tem início e término nela

    também, em um processo que passa por etapas formuladas pelo autor (1992):

    Quadro 1 - Etapas do processo na atividade extraclasse

    Primeira etapa:

    Nesta etapa ocorre a primeira fase do processo, que é uma preparação em classe pelos professores das diversas matérias, dentro de um plano integrado de ensino. É o momento do planejamento propriamente dito;

    Segunda etapa:

    Nesta fase o aluno vai aos locais observar documentos, entrevistas, experimentar e vivenciar as situações aprendidas teoricamente. É o momento da prática procedimental que se formata numa excursão, visita técnica ou viagem;

    Terceira etapa:

    Nesta terceira e última fase, de volta à classe, o aluno explorará os resultados por meio da apresentação de suas conclusões e isso pode ocorrer em forma de seminários, relatórios, áudio visuais, dramatizações, portfólios, ou seja, desenvolvendo seu crescimento intelectual e humano juntamente com sua criatividade. É o momento da avaliação.

    Fonte: Adaptado a partir de Piza (1992)

    Fonseca (2014), afirma que mesmo diante dessa nova forma de ensino-

    aprendizagem, o processo da educação deve ser mantido, ter o contato diário do

    professor e o aluno em uma sala de aula, durante uma determinada carga horária,

  • 23

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    discutindo os conteúdos tradicionais do currículo escolar. E de nenhuma maneira o

    método formal deve ser excluído, mas sim inovado, para que o corriqueiro cenário

    de sala de aula se torne singular e enriquecedor.

    Com o reconhecimento e a atuação desse segmento na formação desses

    alunos, surgirá fatores positivos em vários aspectos:

    Acesso aos bens culturais; o contato com o patrimônio tanto natural quanto cultural; a sociabilização; a autonomia entre os alunos; descobertas capazes de estimular questionamentos entre os envolvidos; a transformação do olhar “ingênuo” em um olhar crítico; a transversalidade dos conhecimentos, as disciplinas se inter-relacionam e vão além das disciplinas comuns, abordando outros valores, como ética e meio ambiente; o estimulo à curiosidade e ao imaginário; entre outros. (GONÇALVES, 2005, p. 46)

    Diante do crescimento no setor de turismo pedagógico, as agências de

    viagens passaram a serem atuantes no novo cenário, através de elaborações de

    roteiros culturais, viagens com guiamento ou professores, entre outros serviços.

    Quando comparamos o mercado é notório que o número de agências

    especializadas no ramo pedagógico, ainda é inferior as demais, porem o segmento

    vem crescendo por meio dos gestores e o poder privado, passando a surgir mais

    agências especializadas ou até mesmo as já existentes passando a atuar no

    cenário, assim como tem ocorrido com o território potiguar.

    As agências de viagens e os guias de turismo são ferramentas

    fundamentais e de suma importância para a evolução do segmento de turismo

    pedagógico, como atores no processo de desenvolvimento. Para Braz (2007) o guia

    é um dos principais agentes da atividade turística. Sua atuação é essencial na

    formação da imagem que o turista pedagógico perpassando por competências às

    vezes instrumentos para o conteúdo seja repassando de forma mais adequado

    possível.

    De acordo com a pesquisa realizada pelos autores Inácio e Silva (2014),

    as agências de viagens que atuava no segmento de Turismo Pedagógico na cidade

    de Natal-RN no ano de 2014, e suas abrangências de território de atuação, segue

    um quadro com as informações:

  • 24

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    Quadro 2– Agências de viagens de Turismo pedagógico em 2014

    Empresa Abrangência

    Território Potiguar Regional

    Mix Turismo Regional, Nacional e Internacional

    Odisseia Turismo Pedagógico Regional

    Joaquim Tur Regional e Nacional

    Mandacaru Turismo e viagens Regional, Nacional e Internacional

    Fonte: INÁCIO, SILVA, 2014, p. 06

    Percebe-se que Natal aos poucos vêm se tornando crescente no

    mercado. Assim o mesmo se torna essencial na prática da atividade turística

    pedagógica, tendo em vista ser de fundamental importância essa experiência

    vivenciada pelos alunos, pois através dela que a educação prática poderá incentivar

    na sua conscientização e despertar o interesse do aluno em sempre querer estar

    participando das aulas, desenvolvendo seu interesse pelo conhecimento.

    Não se pode negar que essas atividades também são consideradas

    uma forma de lazer, porém um lazer concentrado em aprender e agregar

    conhecimentos, pois ao pesquisar sobre o lazer que se tornou-se uma prática que

    gerou grande impacto na sociedade e influenciando no desenvolvimento social,

    assim veem existindo alguns conceitos e teorias, em Melo (2014) o lazer constitui

    "[...] o espaço que possibilita o desenvolvimento humano", e Hunger (2004, p.88)

    como “[...] ocupações às quais podemos nos entregar de espontânea vontade,

    durante o tempo não ocupado pelo trabalho comum"

    Um conceito mais completo é o de Dumazedier (1973, p.34), onde afirma:

    Conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para ele repousar, seja para ele divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.

    Visto que o lazer é uma prática positiva, na qual induz o indivíduo a

    realizar atividades prazerosas, que ligada a educação em forma do Turismo

    Pedagógico, onde o conhecimento estará ligado diretamente à prática, mas ao

    mesmo tempo proporcionando uma forma de lazer educacional com os alunos, onde

    os mesmos iram vivenciar a teoria de forma dinâmica proporcionando um impacto

    positivo no seu aprendizado.

  • 25

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    Um estudo de Hassenforder et al. (1985), realizado nos liceus

    parisienses. Os autores inquiriram os jovens sobre os conhecimentos adquiridos na

    escola e fora dela tendo chegado aos seguintes resultados:

    É durante o tempo extraescolares que os jovens se declaram mais felizes

    (90.4%);

    É fora da instituição escolar que se situam os momentos onde se tomam

    maiores iniciativas e decisões (72.4%);

    57% dos jovens estimam que os momentos mais importantes do dia se situam

    geralmente fora dos estabelecimentos escolares;

    Somente 14% dos jovens manifestam realizar os objetivos da educação, mais

    dentro da escola do que fora dela;

    Com as informações fornecidas nos dados, observa-se que grandes

    partes dos alunos que participaram da pesquisa acreditam que suas melhores ações

    e decisões são tomadas fora da escola, onde posteriormente também se consideram

    mais felizes. É visível nesta pesquisa, que os alunos não conseguem assimilar a

    escola como uma parte produtiva e feliz de sua vida. Freinet (2004) defende que os

    educadores não devem privar a liberdade de pensamento dos alunos, e sim mostrar

    os caminhos para que eles façam as descobertas.

    Ou seja, com esses dados, mais uma vez percebe-se a necessidade e a

    importância da agregação de uma prática que incentive os alunos a gostarem de

    estar na escola que de alguma forma os incentivem a ter prazer no aprendizado.

    Para Souza et al. (2011), as aulas passeio são uma ferramenta didática valiosa.

    Segundo Salman Khan, americano criador da Khan Academy, site com

    cerca de 3.800 aulas de vídeo, diz em entrevista à Revista Época, “ se estamos

    numa situação em que apenas eu falo e você apenas escuta, não acho que ela seja

    uma forma de interação física válida”, então para que ocorra um melhor aprendizado

    para o aluno, é necessário a existência de uma interação participativa e dinâmica

    entre o aluno e o conteúdo, buscando sempre desperta o desejo do mesmo pelo

    aprendizado, dessa forma o turismo pedagógico se transforma em uma ferramenta

    nesse auxilio entre o conhecimento adquirido pelo aluno e absorção.

  • 26

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    2.2 A EDUCAÇÃO ATRAVÉS DO TURISMO PEDAGÓGICO

    A educação no Brasil passou a ser um tema bem discutido tendo em vista

    o seu atraso na qualidade do ensino ofertado pelas instituições, em especial as

    públicas. Diante do atual cenário com os desafios da pós-modernidade, uma vez que

    os métodos de ensino não são mais os mesmos, é necessário aprimorar e implantar

    novas ideias para acompanhar o ritmo de uma nova geração. Uma vez que as

    escolas servem de base para uma boa educação e impactos na formação de um

    sujeito, havendo a necessidade de ofertar uma qualidade no ensino.

    De acordo com Demo (1999), trata-se da passagem de um processo de

    “ensino aprendizagem” para um processo de “aprender e aprender”, onde o primeiro

    tem como característica o repasse de lotes de conhecimento, e o segundo privilegia

    a atitude do questionamento construtivo numa relação teórica e prática. Assim é

    preciso compreender que a educação é uma forma de intervir no mundo e por isso

    existe a grande importância de poder oferecer uma estrutura para que seja

    desenvolvido.

    Com isso, busca-se uma nova metodologia, com a perspectiva de

    desenvolver uma educação continuada, com a tentativa de unir a teoria vista em

    sala de aula, junto à prática, para que no futuro os alunos possam superar os limites

    impostos pelo mercado, tornando-se essencial as ações pedagógicas.

    Uma ideia de metodologia aplicada seria a ação pedagógica

    interdisciplinar:

    A ação pedagógica através da interdisciplinaridade aponta para a construção de uma escola participativa e decisiva na formação do sujeito social. O seu objetivo tornou-se a experimentação da vivencia de uma realidade global, que se inserem nas experiências cotidianas do aluno, do professor e do povo, articular saber, conhecimento, vivencia, escola comunidade, meio ambiente, e etc., tornou-se, nos últimos anos o objeto da interdisciplinaridade que se traduz, na pratica, por um trabalho coletivo e solidário na organização da escola. (GADOTTI, 2000, p.203)

    Dessa forma torna-se imprescindível dentro das novas abordagens

    pedagógicas, encontrar espaços de unidade para que seja possível a realização de

    um ensino entre as disciplinas, contendo teoria a prática, surgindo alternativas que

    possa ser elaborada dentro da escola e fora dela, passando a ser desenvolvida uma

    educação diferenciada.

  • 27

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    Tendo em vista a importância do desenvolvimento de um ensino

    diferenciado e inovador, existe uma lei 8069/1990 (BRASIL, 1990), que institui o

    Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), dando bases legais para a realização

    de atividades extraclasse, em seu artigo 57, atentando-nos para a compreensão de

    sua relevância no processo pedagógico: “Artigo 37 O poder público estimulará

    pesquisas, experiências e novas propostas relativas a calendário, seriação,

    currículo, metodologia, didática e avaliação”.

    Uma alternativa clara e que vêm sendo bastante atuante para a educação

    diferenciada, é a prática do turismo pedagógico nessas escolas como uma

    ferramenta que proporciona uma troca de conhecimentos entre as práticas do

    turismo e a educação, onde possibilitará uma socialização entre as pessoas, sendo

    uma prática realizada nas viagens no âmbito escolar se tornando uma ferramenta de

    ensino.

    Segundo Souza et. al. (2011), reconhecendo a necessidade atual do

    sistema educacional em desenvolver novas práticas educativas, com enfoque numa

    construção social do sujeito crítico, o turismo pedagógico se coloca como uma

    alternativa importante, capaz de contribuir com as escolas, proporcionando uma

    interação entre o sujeito e o meio através das experiências de viagem.

    Segundo Fonseca Filho (2007), inserir o turismo na educação básica não

    tem a intenção de capacitar jovens profissionais do turismo, mas sim, utilizar o

    turismo como uma atividade para ampliar os conhecimentos dos alunos, em

    assuntos como: cidadania, cultura, educação ambiental e patrimonial, dentre outros

    segmentos que o turismo aborda.

    Para Matos (2012), o que chamamos turismo pedagógico na atualidade,

    no passado resumia-se a uma atividade cuja motivação era o aprendizado e

    formação integral do ser humano. Observa-se que as viagens com o objetivo de

    buscar conhecimentos e educação já existia há muito tempo, bem antes de existir a

    rotulação do segmento turismo pedagógico, de acordo com Milan (2007, p.64) “O

    Grand Tour realizado na época era educacional, voltado para visitas a lugares

    culturais e históricos, observando ainda maneiras e costumes das nações

    estrangeiras”. Um tipo de viagem com o propósito de agregar conhecimentos aos

    jovens viajantes. Milan (2007) ainda afirma que recomenda aos jovens da nobreza e

    da classe média inglesa viajarem aos países de maior fonte cultural do velho

  • 28

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    continente, a fim de complementar conhecimentos e ganhar experiência profissional

    que a sociedade impunha na Idade Moderna. Mas de acordo com Jaluska e

    Junqueira (2012), somente a partir do século XXI que o turismo educacional começa

    a ser explorado de maneira plena em escolas que se utilizam dos benefícios do

    denominado turismo educacional ou turismo pedagógico.

    Para Fonseca (2014, p.16) “conceder aos alunos apenas o básico,

    somente o essencial para a formação da educação básica de fato não é mais o

    suficiente. É necessário ir além, com atividades e métodos que possibilitem uma

    maior compreensão e envolvimento dos alunos”.

    Oliveira (2016) acredita que a atividade do turismo pedagógico aparece

    como uma oportunidade de impulsionando o processo de ensino-aprendizagem de

    matérias tradicionais do currículo escolar, possibilitando aos docentes, formas de

    inovação nas aulas, gerando aos educandos outras oportunidades de

    aprendizagem. Dessa forma, a atividade do turismo pedagógico se torna uma

    ferramenta aos educadores, como uma forma de metodologia que proporciona a

    vivência aos conteúdos, pois a ideia não é apenas sair de sala de aula, mas sim aliar

    os assuntos das disciplinas do currículo escolar as atividades praticadas fora sala,

    para que os momentos de descontração e aprendizagem ocorram simultaneamente.

    Há uma preocupação da educação atual em não considerar os alunos

    como meros receptores de informação e conteúdo, mas de estimular a produção de

    conhecimento para que desta forma o aluno seja não apenas participativo, mas

    autor de sua própria aprendizagem (FONSECA, 2014).

    2.3 MERCADOS PÚBLICOS COMO ESPAÇOS URBANOS, EDUCAÇÃO E LAZER

    Por meio de suas feiras ou edifícios cobertos, os mercados públicos

    existem até hoje se reconstituindo em nossas cidades. A palavra Mercado, natural

    do Latim, significa “lugar de venda de gêneros alimentícios e outras (mercadorias),

    ou seja, lugar de trato de compra, venda e troca. É possível observar os encontros e

    o contato direto entre vendedores, compradores, transeuntes e viajantes, permite um

    mutuo jogo de trocas, pois a troca pressupõe a conversa para que o negócio seja

    objetivo (VARGAS, 2001).

  • 29

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    Quando existe essa interação em um ambiente, consequentemente passa

    a existir uma troca de conhecimentos múltiplos (VOGEL et al, 1993), afirmaram que

    a troca é um fenômeno que contribui para a articulação sociológica dos mercados

    revelando sua densidade e multiplicidade típicas que as caracterizam no quadro

    urbano das metrópoles.

    De acordo com Braudel (1985), esta instituição ainda se reconstitui nas

    nossas cidades, como sinais de desordens, confusões, gritos, cheiros violentos e o

    frescor dos seus produtos. Os Mercados Públicos foram introduzidos no Brasil pelos

    colonizadores portugueses, aos moldes dos que aconteciam na Europa, eles eram

    implantados em grandes centros urbanos e geralmente cercados por feiras, Mott

    (2000, apud Oliveira Júnior, 2007). Conforme (ROMANO et al 2008), o Mercado de

    Candelária foi o primeiro mercado instalado no Brasil, inaugurado em 1841 no Rio

    de Janeiro.

    Os Mercados Públicos passaram a ser considerados importantes para

    uma cidade por terem se tornado espaços públicos, passando a ser praticável a

    interação entre pessoas de uma forma livre e agradável. Por se tratar de um espaço

    heterogêneo, passa a existir uma procura por produtos ou serviços de diferentes

    tipos, propondo uma interação e encontros cotidianos, contribuindo assim para o

    desenvolvimento de um local, não apenas pela parte econômica da cidade, como

    por meio de Enclaves, que são regiões “independentes ou não” que ficam dentro de

    outra nação, não tendo divisa com o outro país, ficando cercado ou “enclaustrado”

    dentro do território.

    Segre (2005) acredita que o lugar público deve ser concedido com um

    espaço urbano acessível onde se produz o encontro da diversidade. A sociabilidade

    produzida nos espaços públicos é fundamental na constituição da vitalidade urbana,

    pois são aqueles que de acordo com Filgueiras (2006) promovem a “a

    espontaneidade, a imprevisibilidade e a diversidade do encontro, como também a

    pluralidade e heterogeneidade das atividades e frequentadores”.

    Quando pensa em Turismo Pedagógico, surge a necessidade de agregar

    informações positivas, existe uma procura por lugares que possam transmitir

    conhecimento e valores ao alunos, dessa forma quando é pensado nos mercados

    Públicos como espaços para a realização de atividades ligada a educação turística

    tem como consequência uma soma de valores aos alunos que visitam os mercados,

  • 30

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    já que por meio desta apresenta-se a importância de se preservar valores referentes

    à cultura e ao meio ambiente natural abordando assuntos como cidadania,

    alteridade, sociabilidade, cultura, educação ambiental e patrimonial, Oliveira 2016.

    Além dos assuntos citados por Oliveira, os mercados podem ir além na questão de

    pontos a serem vistos e estudados no mercado, como a parte gastronômica da

    região, a economia e principalmente a cultura local.

    Desse modo, quando se busca associar essa interação vinda da

    heterogeneidade ao turismo, percebe-se que essas junções de fatores positivas e

    diferentes possibilitam que os mercados públicos têm muito a oferecer aos alunos,

    pois além de uma variedade de produtos e serviços, quem visita o local, ainda é

    beneficiado em usufruir e conhecer um pouco mais da cultura local, tendo contato

    direto com a comunidade atuante no mercado.

    Os mercados públicos são uma excelente ferramenta para desenvolver

    um turismo cultural direcionado ao turismo pedagógico, tendo em vista serem

    lugares antigos, onde guardam grande parte da cultura local, onde além dos

    assuntos citados por Oliveira (2016), os mercados podem ir além à questão de

    pontos a serem vistos e estudados no mercado, como a parte gastronômica da

    região, a economia e principalmente a cultura local. Quando todas essas

    informações são associadas a educação, pode-se observar a riqueza de informação

    oferecida nos mercados, onde podem contribuir para a formação acadêmica dos

    alunos.

    É necessário para contribuir na educação e formação de um indivíduo que

    as atividades extraclasse, sejam realizadas em um espaço onde auxilia na

    descoberta de um mundo novo, abrindo portas para uma alfabetização cultural,

    tendo como intuito não apenas despertar e ampliar o conhecimento dos alunos, mas

    também despertar o interesse da comunidade local para conscientização sobre a

    preservação dos mercados públicos, além de incentivar na formação da cidadãos

    mais responsáveis e comprometidos com a cultura.

    Na cidade de Natal é possível encontrar alguns mercados públicos que

    possam ser utilizados como espaços pedagógicos. Devido a sua infraestrutura e seu

    incentivo cultural, foi selecionado dois modelos de Mercado que atuam com projetos

    culturais, através de dados coletados na Prefeitura de Natal-RN.

  • 31

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    Quadro 3– Modelos de Mercados de Projetos Culturais

    Mercados Descrição

    Mercado de Petrópolis

    Um dos mercados mais antigos da cidade de Natal-RN, sendo composto por 55 boxes entre sebos, artesanatos e restaurantes. Na primeira quarta-feira do mês, é realizado em parceria com a prefeitura uma programação cultural;

    Mercado Modelo das Rocas

    O mercado foi recém-inaugurado no dia 05/01/2016, composto por 83 boxes, sendo 23 destinado a os antigos proprietário e os demais foram disponibilizados por licitações;

    Fonte: Dados da pesquisa, 2016

    3 METODOLOGIA

    3.1 TIPO DE PESQUISA

    O presente estudo utiliza do método descritivo-exploratório com uma

    abordagem qualitativa, onde entende-se como objetivo analisar a percepção dos

    educadores sobre a utilização dos mercados como espaços públicos, e uma

    avaliação entre as escolas públicas e privadas.

    Dessa forma, Dencker (1999) afirma que “a pesquisa descritiva em geral

    procura descrever o fenômeno ou estabelecer relações entre varáveis. Utiliza

    técnicas padronizadas de coletas de dados como questionário e a observação

    sistemática”.

    Assim, a coleta dos dados deste estudo, foi realizada por meio de um

    roteiro de entrevista.

    A pesquisa exploratória busca apenas levantar informações sobre um

    determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as

    condições de manifestação desse objeto SEVERINO (2007).

    Os estudos exploratórios têm por objetivo familiarizar-se com o fenômeno

    ou obter uma nova percepção dele e descobrir novas ideias. Realiza descrições

    precisas da situação e quer descobrir relações existentes entre seus elementos

    componentes (CERVO, 2007).

    De maneira que a problemática realiza uma análise dos educadores sobre

    os mercados públicos no auxílio das atividades extraclasse das escolas, a pesquisa

    é de caráter qualitativa.

  • 32

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    Dencker (1999), demonstra ser possível três tipos de pesquisas

    qualitativas que podem ser realizadas:

    Lacunas no conhecimento existente;

    Inconsistência entre o que uma teoria prevê que acontece e

    resultados de pesquisa realizadas ou praticas cotidianas;

    Inconsistência do resultado de diferentes pesquisas;

    Gil (1996) defende que a pesquisa qualitativa considera que há um

    vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito, que não

    pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de

    significados são fatores básicos no processo de pesquisa qualitativa, que não requer

    o uso de métodos e técnicas estatísticas.

    A análise qualitativa busca compreender as questões da pesquisa e

    interpretar as respostas obtidas, com a pretensão de descobrir e entender os

    objetivos analisados.

    3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

    A população da pesquisa foi composta por escolas da rede pública e

    escolas privadas, através de entrevistas concedidas pelos Gestores e

    Coordenadores Pedagógico das instituições.

    Totalizando 8 (oito) entrevistados, sendo que foi dividido entre 4 (quatro)

    das escolas públicas e 4 (quatro) das escolas privadas, onde foi pesquisado sobre a

    prática do turismo pedagógico e a percepção dos Mercados Públicos como

    alternativas para o Turismo Pedagógico.

    Abaixo segue uma listagem da população-alvo para melhor seja

    compreendido.

  • 33

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    Escolas Públicas:

    Escola E. Professor Anísio Teixeira, representada pelas

    coordenadoras pedagógicas, Sandra Maria Fernandes de M.

    Souza e Emanuella S. Miranda;

    Colégio Estadual do Atheneu Norte Rio-grandense, representada

    pelo vice-diretor Magno Alexandre N. Bezerra;

    Escola Estadual Winston Churchill, representada pela vice-diretora

    Ana Maria Lopes Fonseca de A. Correia;

    Escola Estadual Isabel Gondim, representada pelo vice-diretor

    Gutemberg.

    Escolas Privadas:

    Centro Educacional Emília Ferreira, representada pela vice-diretora

    Ciane Ferreira;

    Instituto Sagrada Família, representada pela coordenadora Eliete

    dos Santos S. Lopes;

    Colégio Salesiano São José, representada pela coordenadora

    pedagógica, Maria de Fátima Santos;

    Colégio Nossa Senhora das Neves, representada pela

    coordenadora pedagógica, Lyliane Medeiros.

    3.3 INSTRUMENTO DA PESQUISA

    Para coleta dos dados, foi elaborado um roteiro de entrevista (Apêndice

    A), composto por 8 questões, com o propósito de analisar de forma aberta, sem

    limitações o tema estudado. O questionário foi aplicado pessoalmente, em oito

    escolas, sendo quatro da rede Pública e quatro da rede Privada, a entrevista foi

    realizada com o auxílio de um gravador, onde todas as entrevistas foram gravadas e

    depois transcrevidas para este estudo.

    As questões buscaram analisar se existia atividades de turismo

    pedagógicos nas escolas e com qual frequência eram realizadas, além de buscar

    compreender os impactos gerados no ensino-aprendizagem dos alunos, buscou

    também analisar a percepção dos educadores a possível utilização dos Mercados

  • 34

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    Públicos como alternativa de espaços para a prática do Turismo Pedagógico,

    juntamente com os impactos que possam gerar para os alunos em sua educação.

    Consequentemente, as questões buscavam as seguintes finalidades,

    conforme indica o quadro abaixo.

    Quadro 4– Questões e Finalidades da Entrevista

    QUESTÕES FINALIDADES

    Q1: Na sua percepção, o que o Sr(a). entende por Turismo Pedagógico?

    Identificar o ponto de vista dos especialistas em educação da cidade de Natal, o significado de turismo pedagógico através dos conceitos das entrevistas;

    Q2: Na opinião do Sr (a). o Turismo pedagógico é uma atividade influente no ensino-aprendizagem do aluno, porquê?

    Verificar qual a opinião dos educadores sobre a prática do turismo pedagógico nas escolas e se essas atividades extraclasse gera um impacto positivo na influência do ensino-aprendizagem do aluno;

    Q3: A escola Costuma realizar atividade de Turismo Pedagógico? Com qual frequência?

    Buscar compreender se a escola costuma realizar atividades extraclasse, como viagens ou visitas técnicas e se a escola e com qual frequência é a realizada;

    Q4: Já foi realizado alguma aula de campo ou viagem nos últimos 2 anos? Se sim, quais?

    Identificar se a escola está ativa na prática do Turismo Pedagógico e sem tem uma preocupação em realizar as aulas externas frequentemente. Além de buscar sabe quais os locais visitados pelas escolas;

    Q5: Quais foram as experiências Interdisciplinares realizadas nos últimos 2 anos?

    Busca identificar se a escola tem o cuidado e a necessidade de realizar suas viagens ou visitas técnicas, sempre unindo o conteúdo abordado em sala de aula com as aulas vistas em campo, a união da teoria com a prática.

    Q6: O que o Sr(a), acha dos Mercados Públicos como alternativas para o Turismo Pedagógico?

    Entender através da percepção dos especialistas em educação, por meio de suas experiências e conhecimentos, se os mercados Públicos têm possibilidade de se tornar uma alternativa de espaço para o Turismo Pedagógico;

    Q7: O Sr(a). acredita que os Mercados Públicos possam agregar conhecimentos e valores culturais aos alunos?

    Buscar analisar se os educadores acreditam se os Mercados são capazes de transmitir conhecimento e valores culturais para os alunos, através de suas visitas aos locais, busca também compreender a opinião sobre o que o Mercado possa agregar a mais para a vivencia dos alunos;

    Q8: Na percepção do Sr(a), quais as principais dificuldades encontradas para realizar o Turismo Pedagógico?

    Entender quais as maiores dificuldades encontradas pelas escolas para a praticam do turismo pedagógico, analisando através do cenário de cada escola entrevistas, comparando as escolas públicas das privadas.

    Fonte: Dados da pesquisa, 2016

  • 35

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    3.4 COLETA DOS DADOS

    Dessa forma, como o segmento selecionado para o estudo se deu pelo

    Turismo Pedagógico, foi escolhido entrevistar as escolas da rede pública e privada,

    tendo em vista o crescimento desse segmento e a importância de projetos de

    incentivos a nova educação. De acordo com Dencker (1999), “a forma mais comum

    de apresentação é o levantamento, em geral realizado mediante questionário e que

    oferece uma descrição da situação no momento da pesquisa”.

    A coleta dos dados que foi realizado por meio de entrevistas pessoal na

    qual ocorreu com 8 (oito) escolas que teve como critério de escolha a sua

    localização, pois todas estão localizadas próximo à algum mercado e por seus

    históricos na prática do turismo pedagógico.

    Os dados foram coletados entre os dias 25 de outubro à 16 de novembro

    de 2016 e foram transcritos conforme a formatação padrão.

  • 36

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    4 TÉCNICAS DE ANÁLISE

    As questões da entrevista foram baseadas nos objetivos desta pesquisa,

    onde busca abordar a percepção dos especialistas em educação sobre o turismo

    pedagógico, suas atividades realizadas, a contribuição que essas práticas causam

    para o ensino-aprendizagem e a opinião a respeito da utilização dos mercados

    públicos como alternativa para o turismo pedagógico e influencia que pode causar

    sobre os alunos.

    Dessa forma, baseado na análise das respostas obtidas nas entrevistas,

    na qual foram realizadas com oito escolas, dividida entre quatro da rede pública e

    quatro privadas, onde participaram coordenadores pedagógicos e vice-diretores.

    Foram desenvolvidos categorias e quadros para melhor compreensão e análise da

    pesquisa.

    Quadro 5 - A percepção dos especialistas em educação sobre turismo pedagógico nas escolas Públicas

    Escolas Respostas

    Ana Maria, Escola Winston Churchil

    “É uma união entre buscar conhecimentos e passear, fazer uma aula diferente. E se é pedagógico tem que ter um fundamento, tem que ter uma relação com a teoria para ir lá e verificar as questões que foram abordadas anteriormente.”

    Magno Alexandre, Escola Atheneu

    “Eu creio que seja uma relação entre visitas ou propriamente uma aula de campo que tenha um fundo pedagógico, não é simplesmente visitar por visitar é uma relação entre o conteúdo que o professor está trabalhando e o que ele está visitando e o que isso possa contribuir ao conteúdo.”

    Sandra Maria, Anísio Teixeira

    “São aulas onde os professores, ditas como aulas de campo, retira o aluno da sua sala e leva para outro espaço para que ele conheça um outro ambiente e complemente a aula indo até o local pelo menos para que ele tenha uma visão melhor ou que compreenda o conteúdo.”

    Gutemberg, Isabel Godin

    “Acredito que turismo pedagógico seja visitar locais que traga e agrega algum valor a aprendizagem, como dito antes uma aula de campo.”

    Fonte: Dados da pesquisa, 2016

  • 37

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    Quadro 6- A percepção dos especialistas em educação sobre turismo pedagógico nas escolas privadas

    Escolas Privadas Respostas

    Eliete dos Santos, Sagrada Família

    “Eu entendo como uma aula de campo diferenciada, que você vai juntar a teoria com a prática, vivenciando os conteúdos que a gente trabalha em sala de aula.“

    Lyliane Medeiros, Neves “É o tipo de turismo que transmite conhecimento voltado para a aprendizagem escolar.”

    Ciane, Emília Ferreira

    “É uma forma se entende e tirar o aluno para gerar uma mudança da sala de aula ajudando no ensino-aprendizagem das crianças, uma nova forma de ensinar.”

    Maria de Fátima, Escola Salesiano

    “São viagens de estudo que permite o aluno entrar em contato com a realidade, com o que foi visto teoricamente em sala de aula.”

    Fonte: Dados da pesquisa, 2016

    Este quadro demonstra a compreensão dos especialistas acerca do

    turismo pedagógico. Por meio deste é possível perceber que o termo “turismo

    pedagógico” ainda é pouco utilizado, pois mesmo entendendo o significado e

    praticando nas escolas, alguns ainda se referem a atividade como uma aula de

    campo.

    Mas, todos os entrevistados tanto na rede pública como na privada,

    afirmam compreender e conseguem expressar a principal essência da prática, onde

    todos entendem e compartilham de ideias bem similares, onde a maior motivação

    para realizar a atividade é unir a prática com a teoria, além de proporcionar novas

    experiências para os alunos levando uma aula diferenciada.

    Quadro 7 – A prática do turismo pedagógico pode ser uma atividade influente no ensino-aprendizagem dos alunos nas escolas públicas

    Escolas Respostas

    Ana Maria, Escola Winston Churchil

    “Com certeza, a gente não esquece jamais, do impacto positivo que causa na aula e amplia novos horizontes, novos lugares, novas pessoas, aspectos culturais quando você vai para outro estado para outra região onde o aluno se enriquece de conhecimento.”

    Magno Alexandre, Escola Atheneu “Depende, ela é se for bem planejada, o trabalho começa na sala com o professor e também com

  • 38

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    a equipe pedagógica, se ele conseguir fazer essa relação com o turismo pedagógico isso se torna-se uma aula, saindo da questão de visitar por visitar. O professor vai cobrar um relatório, vai cobrar algum trabalho, alguma síntese, algum resumo, alguma coisa daquele trabalho, ou seja, a visita tem um fundo pedagógico.”

    Sandra Maria, Anísio Teixeira

    “Com certeza, porque em sala de aula o aluno ver os conteúdos teóricos, então quando eles saem para pesquisar, conhecer na pratica, com certeza tem uma grande influência e agrega um maior conhecimento.”

    Gutemberg, Isabel Godin

    “Sim, sair mais do abstrato para o concreto, vai vivenciar e ver coisas e o ser humano é muito visual, então você ver e está num ambiente onde só ouve falar, com certeza traz muito mais.”

    Fonte: Dados da pesquisa, 2016

    Quadro 8 - A prática do turismo pedagógico pode ser uma atividade influente no ensino-aprendizagem dos alunos nas escolas privadas

    Escolas Privadas Respostas

    Eliete dos Santos, Sagrada Família

    “Bastante, acredito que se a gente pode-se

    colocar uma atividade mensal em todos as

    aulas, a vivencia seria bem diferente,

    conseguiria ter um maior conhecimento

    principalmente na aprendizagem. Ele é um

    multiplicador de conhecimento, pois uma aula

    de campo só agrega valores na aprendizagem.”

    Lyliane Medeiros, Neves

    “Com certeza, por meio do turismo pedagógico o aluno tem a oportunidade de vivenciar o que foi visto em sala de aula e adquirir ainda mais conhecimentos.”

    Ciane, Emília Ferreira

    “Influencia bastante porque estamos aos poucos tentando quebrar esse tradicional de permanecer os alunos de 1h até as 17h da tarde em sala, esse modelo tradicional como nós fomos educados e hoje nessa realidade nos buscamos a inovação no aprendizagem da criança.”

    Maria de Fátima, Escola Salesiano “Sim, é um importante mecanismo facilitador no processo ensino-aprendizagem.”

    Fonte: Dados da pesquisa, 2016

    Os quadros dessa seção, refletem a afirmativa dos educadores sobre a

    importância da prática do turismo pedagógico nas escolas, com as respostas, fica

  • 39

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    evidente que os especialistas de todas as escolas entrevistas acreditam que essas

    atividades extraclasse agregam conhecimento além de novas experiências para o

    aluno.

    Dessa forma os entrevistados deixam claro que essas viagens ou visitas

    têm que sempre está atrelado ao conhecimento desenvolvendo e ampliando o

    ensino-aprendizagem e valorizando o impacto que vai causar no ensino do aluno,

    pois por meio dela os alunos passam a vivenciar o que é visto em sala de aula.

    Quadro 9 – A escola costuma realizar atividades de turismo pedagógico e com qual frequência são realizadas nas escolas públicas

    Escolas Públicas Respostas

    Ana Maria, Escola Winston Churchil

    “Investimento no ensino médio foi uma coisa que não existiu até 2007, não havia investimento do governo federal. Em 2008 algumas escolas começaram um programa de ensino médio inovador, uma parceria do governo estadual com o governo federal, onde o governo federal mandava verba para as oficinas e o governo do estado pagava aos professores para que eles fizessem essas oficinas. Então em 2012 nossa escola passou a integrar esse grupo de escolas do programa, antes nós já fazíamos algumas viagens, conseguíamos ônibus com políticos ou pagava em outras épocas.”

    Magno Alexandre, Escola Atheneu

    “Nós temos alguns limites, em alguns anos nós tivemos algumas verbas com o ensino inovador, que esse ano esgotou, então a gente busca parcerias, mas a gente trabalha sim, na medida do possível.”

    Sandra Maria, Anísio Teixeira

    “Costumamos, porém esse ano já foi bem menos, ano passado a gente tinha atividade com projetos desenvolvidos na escola, a escola tem o projeto PROEMI programa de ensino médio inovador, então a gente atuou 5 anos com o programa na escola, os professores tinham o projeto. Nós tínhamos com frequência 2 a 3 vezes por anos. Esse ano praticamente não teve porque o programa não está atuante.”

    Gutemberg, Isabel Godin

    “Sim, sempre fazemos alguns passeios: de Barco Escola, Parque das Dunas, Museu. Quando algum professor organiza ele direciona para quem vai levar, mas como temos poucos alunos, dá para levar quase todo mundo.”

    Fonte: Dados da pesquisa, 2016

  • 40

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    No quadro acima, observa-se que todas as escolas analisadas realizam

    turismo pedagógico, porém, ao analisar as respostas, é possível identificar as

    diferenças na frequência que essas atividades são realizadas entre as escolas.

    Primeiro, as escolas privadas conseguem manter um calendário fixo e

    mais ativo, na qual sempre são realizados projetos dos professores junto com a

    coordenação pedagógica, para a execução das atividades extraclasse que são

    desenvolvidas em torno de 2 a 3 vezes ao ano.

    Por outro lado, as escolas públicas também realizam, porém não com

    tanta frequência. A escola Isabel Londim que trabalha com o ensino pedagógico

    realiza apenas visitas técnicas, como não recebe nenhuma verba de incentivo, as

    atividades são feitas dentro da cidade de Natal sem muito deslocamento.

    Já as escolas do ensino médio Anísio Teixeira, Atheneu e Winston

    Churchil, que participam de um programa do Governo o ProEMI, (Programa de

    Ensino Inovador), que de acordo com os entrevistados, é uma parceria do Governo

    Estadual com o Governo Federal, onde ambos enviam verbas para o incentivo para

    propostas curriculares inovadoras, buscando aprimorar a relação teoria e prática.

    Antes do programa, as escolas realizam algumas atividades extraclasse

    entre viagens e visitas técnicas, mas não era uma prática muito ativa ou frequente,

    pois os mesmos encontravam dificuldades e empecilho, como financeiro.

    Quando as escolas passaram a fazer parte do projeto, os mesmos

    afirmam que passaram a realizar o turismo pedagógico com mais frequência. Era

    desenvolvido projetos pelos professores e as escolas direcionavam as verbas.

    Desse modo, enquanto as escolas foram contempladas com o ProEMI,

    passou a existir práticas mais frequentes, onde de acordo com os entrevistados,

    existia um retorno gratificante na aprendizagem do aluno, mas infelizmente o

    programa foi suspendido devido a situação política que o país se encontra, onde não

    foi mais enviado verbas para a execução dos projetos.

    Quadro 10 - Lugares citados em entrevistas que foram visitados nos últimos

    dois anos (Escolas Públicas)

    Winston Churchil Escola Atheneu Anísio Teixeira Isabel Gondim

    João Pessoa, na estação ciência;

    Zoologico;

    Circuito Cultural da

    • Instituto Brennand;

    • Lixões da cidade de Natal;

    • Usina Elétrica;

    • João Pessoa, estação ciência;

    • Zoológico; • Mina Brejuí em

    Currais Novos;

    • Parque das Dunas; • Planetário;

  • 41

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    Ribeira;

    • Parque das Dunas; • Circuito Cultural da

    Ribeira

    Fonte: Dados da pesquisa, 2016

    Quadro 11 - Lugares citados em entrevistas que foram visitados nos últimos dois anos (Escolas Privadas)

    Sagrada Família Neves Salesiano Emília Ferreira

    Santuário Ecológico,

    PIPA;

    Fazendinha Recanto,

    Macaíba;

    Parque das Dunas;

    Feiras do Alecrim.

    • Santuário Ecológico, PIPA;

    • Acari; • Minas Brejuí,

    Currais Novos; • Canguaretama; • Mossoró; • Recife; • Parque das

    Dunas; • Museus.

    • Visita as Salinas, Areia Branca;

    • City Tour na cidade de Natal;

    • Energia Eólica.

    • Parque das Dunas; • Planetário; • Museus; • Cidade da Criança; • Santuário

    Ecológico, PIPA.

    Fonte: Dados da pesquisa, 2016

    De acordo com o quadro, é notório que a frequência com qual é realizado

    o turismo pedagógico não é a mesma entre as escolas de rede públicas e da

    privada, porém ao analisar os lugares visitados, pode-se perceber que os lugares

    são praticamente os mesmos.

    Quadro 12 – Qual as experiências interdisciplinares realizadas nos últimos 2 anos nas escolas Públicas

    Escolas Respostas

    Ana Maria, Escola Winston Churchil

    “A gente fez muitos trabalhos envolvendo química, física, história, geografia, português e filosofia, nós também fomos a Nísia floresta conhecer o museu da poesia, participaram as professoras de filosofia e de português. Também tem um “city tour” no corredor histórico da ribeira, o pessoal fez uma cartilha em espanhol e inglês falando sobre essa parte histórica de natal. Fomos também ao instituto Brennand.”

    Magno Alexandre, Escola Atheneu

    “Para o instituto Brennand, teve um professor de artes, que levou e outros professores que foram envolvidos. Geralmente o ensino médio inovador propões essa união de disciplinas, então por exemplo nós fizemos também uma visita a várias partes de natal que tinham lixões, com vários professores, geografia, biologia, então há uma troca interdisciplinar porque essa aula é boa que elas tenham a maior participação possível de professores para que haja no aluno

  • 42

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    um significa mais real possível;”

    Sandra Maria, Anísio Teixeira

    “Sim, ano passado nos fomos para João pessoa, visitamos o zoológico. Tivemos também a Mina Brejui em currais novos, a cerâmica em Assú. Cada professor já tem a quantidade de aluno, de acordo com o projeto. Fora os projetos também tinham outros tipos de atividades, os professores levavam muito para o barco escola, parque das Dunas e no Circuito Cultural da Ribeira.”

    Gutemberg, Isabel Godin

    “Tivemos algumas, nós tivemos a visita ao planetário, tivemos parque das dunas com a questão de bioma, tivemos sede da Araruna e uma sede histórica.”

    Fonte: Dados da pesquisa, 2016

    Quadro 13 – Qual as experiências interdisciplinares realizadas nos últimos 2 anos nas escolas Privadas

    Escolas Privadas Respostas

    Eliete dos Santos, Sagrada Família

    “Em matemática eles estavam trabalhando com medidas, simetria, então a gente leva para o alecrim e trabalha o conteúdo. Ciências eles viram o meio ambiente em PIPA e a fazendinha em Macaíba onde foi visto o cuidado com os animais, visitamos também o Parque das Dunas onde também foi visto biologia, entre outras, sempre procuramos essa junção.”

    Lyliane Medeiros, Neves

    “Pipa no santuário, Acari, Currais novos, Canguaretama, Mossoró, Aquário de Natal, entre outras.”

    Ciane, Emília Ferreira

    “Temos os eventos e as aulas, que sempre está ligada a algum assunto. Se a escola leva para um museu, leva para a parque das dunas, cidade da criança, ir a praia, ao fórum, ao shopping, Pipa, qualquer atividade que a escola desenvolva, tem um bom retorno.”

    Maria de Fátima, Escola Salesiano

    “Visitas as salinas, na cidade de Areia Branca, City Tour na cidade de Natal, enfocando os aspectos turísticos, entre outras.”

    Fonte: Dados da pesquisa, 2016

    Ao analisar as respostas do quadro, observar-se que as escolas têm

    praticado atividades interdisciplinares nos últimos dois anos, seja por viagem ou por

    meio de visitas técnicas.

  • 43

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    5

    3

    2 2 2 2

    Parque dasDunas

    Santuário emPIPA

    Museu Currais Novos City Tour naRibeira

    InstitutoBrennand

    Nas respostas, os entrevistados deixam bem claro que todas as visitas ou

    viagens precisam ter um embasamento, uma relação entre o assunto dado em sala

    de aula com o que será visto nas aulas extraclasse. Dessa forma fica nítido, que a

    relação interdisciplinar com as atividades é sempre necessária e o ponto principal da

    escola, pois dessa forma o conteúdo gera um impacto positivo nos alunos e em seu

    rendimento acadêmico, pois como foi afirmado não é apenas lazer por lazer, visitar

    por visitar, precisa haver uma ligação entre os conteúdos para uma melhor

    aprendizagem dos alunos.

    No gráfico abaixo, é possível verificar quais os lugares mais visitados

    entre as escolas.

    Gráfico 4– Lugares mais visitados pelas escolas nos últimos 2 anos

    Fonte: Dados da pesquisa, 2016 Com relação a percepção das escolas entrevistadas na utilização dos

    Mercados Públicos como alternativa de espaços para a prática da atividade, conforme pode ser observado nos quadros 14 e 15:

  • 44

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    Quadro 14 – A percepção das escolas públicas sobre a utilização dos mercados públicos como alternativas para a prática do turismo pedagógico

    Escolas Respostas

    Ana Maria, Escola Winston Churchil

    “É uma riqueza, é um a mais, nem precisa você alugar ônibus que é caríssimo, porque você pode levar os seus alunos, sai de casa e se reunir lá com eles onde você vai resgatar uma tradição, porque mercado abrange toda a cultura da cidade, gastronômica, artesanal e cultural. Vou até pedir para as meninas fazerem um projeto para ir aos mercados, inclusive do alecrim, que tem muita informação.”

    Magno Alexandre, Escola Atheneu

    “Bastante interessante, e acredito que seja uma ótima oportunidade, agora à que se analisar como é que estão os mercados públicos para receber...não é visitar por visitar, então hoje eu não sei como tá sendo trabalhado isso no mercado, não vejo um trabalho nisso.”

    Sandra Maria, Anísio Teixeira

    “Acho uma excelente ideia, até porque pelo próprio nome, público tem um acesso livre e mercados públicos a gente percebe que tem uma diversidade cultural muito grande. É um campo assim que envolve todos os setores de comercio e de aprendizagem também.”

    Gutemberg, Isabel Godin

    “Eu não tenho uma opinião formada, porque eu nunca pensei nisso com esse enforque, existe umas cidades que tem essa cultura do mercado bem forte, aqui em Natal eu não vejo assim.“

    Fonte: Dados da pesquisa, 2016

    Quadro 15 – A percepção das escolas privadas sobre a utilização dos mercados públicos como alternativas para a prática do turismo

    pedagógico

    Escolas Privadas Respostas

    Eliete dos Santos, Sagrada Família

    “Eu acredito que só venha à somar, porque geralmente o no mercado a gente encontra antiguidade que pra eles são muito difíceis de ver, só imagem da internet que não é a mesma coisa do que uma vivência, acredito que venha ser bem interessante, é um resgate da cultura.”

    Lyliane Medeiros, Neves

    “Acho uma oportunidade pertinente para que o aluno vivencie e conheça melhor a cultura, arte e economia da região.”

    Ciane, Emília Ferreira “É uma ótima saída, tudo e qualquer meio que for apresentado para educação que seja ao ponto de mudar essa rotina e

  • 45

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    Escolas Públicas

    É uma riqueza, é um a mais, nem precisa você alugar ônibus que é

    caríssimo;

    Mercados públicos a gente percebe que tem uma diversidade cultural

    muito grande;

    Interessante, agora à que se analisar como é que estão os mercados

    públicos para receber

    Eu não tenho uma opinião formada, porque eu nunca pensei nisso com

    esse enforque,

    quebrar esse parâmetro, qualquer alternativa é satisfatório, sabendo utilizar.”

    Sarah, Salesiano “De grande valia, eles são formadores de riquezas culturais.”

    Fonte: Dados da pesquisa, 2016

    Com base nas informações dos quadros 14 e 15 é possível analisar a

    percepção dos coordenadores e vice-diretores sobre a ideia para utilizar os espaços

    dos Mercados Públicos da cidade como estratégia para a prática do Turismo

    pedagógico. Nas Escolas Públicas, houve uma divergência de opiniões, 2 dos

    entrevistados acreditam que será uma ótima ideia, realizar atividades com os alunos

    nos Mercados Públicos, pois o mesmo só tem a acrescentar no ensino-

    aprendizagem dos estudantes, pois além de agregar conhecimento e incentivo a

    valorização da cultura local, o deslocamento até os mercados não exige custo

    financeiro.

    Por outro lado, o entrevistado Magno, afirma que a ideia é boa, porém

    questiona se os espaços dos mercados estão preparados para receber os alunos,

    uma vez que de acordo com o mesmo, não é apenas visitar por visitar, é necessário

    ter uma relação e estrutura para receber os alunos. Já o vice-diretor Gutemberg, diz

    que não tem uma opinião formada, pois nunca pensou nessa ideia e também avalia

    que em Natal não há uma cultura forte sobre os mercados.

    A figura abaixo demonstra os principais trechos sobre a questão nas

    escolas Públicas:

    Figura 1 – Informações sobre as Escolas Públicas

  • 46

    © G i s l a y n e D a y s e d e S o u z a A r a ú j o

    Fonte: Dados da pesquisa, 2016

    Considerando as entrevistas das escolas privadas, percebe-se que as

    opiniões das 4 entrevistadas são bem p