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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA JULIANA FERNANDES DOS SANTOS DAMETTO AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO PÓS-PARTO COM VITAMINA E SOBRE A CONCENTRAÇÃO DE RETINOL E ALFA- TOCOFEROL NO SORO E LEITE MATERNOS NATAL 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA

JULIANA FERNANDES DOS SANTOS DAMETTO AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO PÓS-PARTO COM

VITAMINA E SOBRE A CONCENTRAÇÃO DE RETINOL E ALFA-

TOCOFEROL NO SORO E LEITE MATERNOS

NATAL 2018

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JULIANA FERNANDES DOS SANTOS DAMETTO

AVALIAÇÃO DA SUPLEMENTAÇÃO PÓS-PARTO COM

VITAMINA E SOBRE A CONCENTRAÇÃO DE RETINOL E ALFA-

TOCOFEROL NO SORO E LEITE MATERNOS

Tese apresentada ao Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Bioquímica. Orientador: Roberto Dimenstein.

NATAL 2018

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JULIANA FERNANDES DOS SANTOS DAMETTO

Avaliação da suplementação pós-parto com vitamina E sobre a

concentração de retinol e alfa-tocoferol no soro e leite maternos

Aprovada em: 25/04/2018

BANCA EXAMINADORA

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Bioquímica.

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Dedico este trabalho a minha FAMÍLIA por todo incentivo, apoio e compreensão

oferecidos a mim.

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AGRADECIMENTOS

À Deus e a Nossa Senhora, por me carregarem em seus braços não me deixando desistir, guiando meus passos e abençoando minhas decisões. Por me darem a oportunidade de realizar este trabalho ao lado de muitas pessoas que

contribuíram para meu crescimento pessoal e profissional.

Aos meus queridos e amados pais Ercília e Geraldo que mesmo na distância física, por muitas vezes não compreenderem minha ausência em suas vidas neste

período, mas mesmo assim me apoiaram e me deram forças para que eu concluísse mais esta etapa.

A minha irmã Ana Cláudia, que tanto amo, por sua alegria contagiante,

amizade e amor me incentivando sempre.

Ao meu sobrinho Heitor, meu “gatão”, por todo carinho e esperteza. Amo demais.

Aos meus sogros Maria Helena e Sebastião por sempre estarem rezando por

mim e por estarem sempre presentes.

Ao meu esposo Fábio, uma pessoa essencial na minha vida, meu porto seguro, minha fonte de inspiração. A primeira pessoa que vi se tornar um doutor

com muito louvor, e que me fez querer cada vez mais ser uma profissional melhor. Amigo, companheiro, parceiro de todas as horas, que me encoraja com seu amor incondicional para que juntos desfrutemos das nossas conquistas. Agradeço por

toda ajuda, paciência, cumplicidade, pela família linda que construímos e pelo amor que nos une.

As minhas filhas amadas Lavínia e Lorena que suportaram minhas angústias

e ausências em muitos momentos, e por serem uma benção em minha vida. Por vocês serem amigas, companheiras, amáveis e acima de tudo minhas maiores

riquezas.

A minha "filha de pelo" Luna que esteve ao meu lado na árdua tarefa de escrever este trabalho, sendo minha única companheira nos momentos finais.

A toda minha família por sempre me darem amor e carinho necessários para

seguir em frente.

Aos amigos Araraquarenses e Natalenses por sempre estarem disponíveis, pelos momentos alegres, que me fizeram sair da rotina e me proporcionaram

momentos inesquecíveis.

A família Miná Mendes: Altair, Danielle, Caio e Victor, e a família Gadê: Cícero, Ana Karine e Ana Cecília; nossa família aqui em Natal, por todos os

momentos vividos com tanto carinho e por estarem sempre ao meu lado.

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A minha amiga especial Patrícia Barreto, minha primeira referência como profissional Nutricionista, que passou de primeira professora a minha amiga-irmã.

Agradeço a você, ao Marcelo e a Aninha pela amizade, pela presença constante em minha vida apesar da separação física, pelas palavras de sabedoria e pelo apoio em

todas as horas.

Ao professor Roberto Dimenstein que me aceitou em seu laboratório sem que eu tivesse um contato prévio, mas que confiou em mim. Por sua paciência,

dedicação e generosidade ao LABAN e aos seus alunos. Agradeço por despertar ainda mais em mim o gosto pela pesquisa científica ao longo destes anos.

A Larissa Lira que gentilmente me deixou compartilhar seu projeto e dividiu

comigo as angústias, incertezas, conquistas e vitorias.

Às alunas de iniciação científica envolvidas neste trabalho: Aline Fernandes, Amanda Cibely, Amanda Gabriela, Amanda Freitas, Amanda Medeiros, Amanda Rebouças, Angélica de Sousa, Beatriz Maria, Caroline Guedes, Danna Calina,

Elaine Alana, Jéssica Bastos, Jéssica Juliana, Júlia Padovam, Larisse Melo, Marina Mendes, Mayara Cristina, Melissa Moia, Nathália Lorena, Raissi Laiani, Vanessa de Freitas, Wendjila Fortunato, por realizarem as coletas, pelas atividades no LABAN e

por me ajudarem nesta caminhada contribuindo para a pesquisa científica.

A todos os colegas da Pós-Graduação, em especial a Ana Gabriella, Amanda Rebouças, Cristiane Gurgel, Evellyn Câmara, Jeane Pires, Karla Danielly, Larissa Lira, Mayara Santa Rosa, Raphaella Falcão e Rodrigo Ruegg pelos ensinamentos compartilhados, pelas angústias sofridas, pela torcida de cada um e pelas alegrias

vividas.

A todos que fazem parte do LABAN e as professoras Danielle Soares e Heryka Myrna pelas discussões científicas em nossas reuniões que contribuíram

muito com meu crescimento profissional.

À Renicleide Barbosa que me ajudou nas coletas domiciliares. Uma pessoa especial que cruzou minha vida para me trazer mais leveza nesta caminhada, e por

dividir comigo os medos e as gargalhadas em cada aventura nos mais diversos destinos.

A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica, pelos

conhecimentos transmitidos.

Aos secretários do Programa de Pós-Graduação Márcio (in memoriam) e Samara, pela competência e por toda ajuda nos processos burocráticos deste

trabalho.

Aos secretários do Departamento de Bioquímica Ricardo e Rogério pela prestação dos serviços e disponibilidade.

A todos os professores do Departamento de Nutrição que contribuíram para

que meu afastamento fosse aprovado e com isso torceram por mim para que meu trabalho tivesse êxito.

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As professoras e amigas Ana Heloneida, Karla Danielly e Renata Alexandra por todo incentivo, aconselhamento e contribuição para que concluísse mais esta

etapa em minha vida profissional.

Aos funcionários do Departamento de Nutrição, Flora Karoline, Milton Moaberton, e em especial a Silvano Lima, exemplo de servidor, por toda orientação

e presteza para me orientar no decorrer do meu afastamento.

Ao professor Felipe Nalon Castro pelo auxílio nas análises estatísticas.

As professoras examinadoras na banca de qualificação e na defesa dessa tese que deixaram uma grandiosa contribuição ao avaliar este trabalho.

À Secretaria Municipal de Saúde do município de Natal-RN, em especial a

equipe de enfermagem da Maternidade Municipal Arakén Irerê Pinto, e também a Maternidade Escola Januário Cicco, por permitirem a realização deste trabalho.

Às mães que se disponibilizaram a participar deste estudo num momento

ímpar de suas vidas. Com certeza me tocaram, cada uma com sua particularidade, e me fizeram crescer de uma forma muito prazerosa.

Meu agradecimento a TODOS!!!

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“A melhor maneira de ser feliz é acreditar na vida sem afastar-se dos sonhos,

porque sem eles você continua vivendo, mas...

Deixa de Existir”!

(Autor desconhecido

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Avaliação da suplementação pós-parto com vitamina E sobre a concentração de retinol e

alfa-tocoferol no soro e leite maternos

RESUMO

Um dos principais problemas nutricionais de saúde pública no mundo é a deficiência de vitamina A, principalmente em países em desenvolvimento, sendo os grupos considerados de risco as mulheres grávidas, puérperas e crianças na primeira infância. Sendo assim, este estudo tem como objetivo principal avaliar o efeito da suplementação, no pós-parto imediato, com alfa-tocoferol sobre a concentração de retinol e alfa-tocoferol no soro e leite humano até 60 dias após o parto. Este estudo foi prospectivo, controlado, randomizado, tendo iniciado com 80 mulheres atendidas para o parto em duas maternidades públicas no Rio Grande do Norte. No pós-parto imediato, essas mulheres foram alocadas nos grupos: controle (n = 18) sem nenhuma intervenção; suplementado 1 (n = 16) recebendo a dose de 400 UI de RRR-alfa-tocoferol; e suplementado 2 (n = 19) recebendo a dose de 800 UI de RRR-alfa-tocoferol. Foram coletados sangue e leite maternos em 4 momentos: 1o (0 hora) antes da suplementação, 20o, 30o, 60o dias pós-parto, sendo coletado leite materno também em 24 horas e 7o dia após a primeira coleta, totalizando 6 coletas de leite. O retinol e o alfa-tocoferol foram analisados por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência. A suplementação com a dose de 800 UI de RRR-alfa-tocoferol garantiu maiores concentrações circulantes de retinol até 30 dias pós-parto e de alfa-tocoferol até 20 dias. O impacto da suplementação com alfa-tocoferol sobre a concentração de retinol no leite materno pode ser observado tanto no grupo que recebeu a dose de 400 UI de RRR-alfa-tocoferol como o que recebeu a de 800 UI, pois ocasionou um aumento na concentração do retinol 24 horas após a suplementação. Em relação à análise do alfa-tocoferol no leite materno, o aumento da concentração de alfa-tocoferol proporcionado 24 horas após a suplementação se apresentou elevado em ambos os grupos suplementados, porém no grupo 2 este aumento se manteve até o 7o dia da pesquisa. Avaliando a oferta de leite materno em relação ao requerimento

diário de vitamina A para o lactente até 6 meses de idade (400 g/dia), o grupo suplementado 1 contemplou o requerimento estabelecido somente na produção do leite até 24 horas pós-parto e o grupo suplementado 2 supriu o requerimento até o 20o dia após o parto. Desta forma, conclui-se que se o estado nutricional materno reflete as concentrações de retinol e alfa-tocoferol no soro e leite maternos, a suplementação com vitamina E foi eficaz para os dois nutrientes durante o período analisado, sendo esse aumento maior quanto maior a dose de vitamina E administrada. Palavras-chave: Vitamina A. Alfa-tocoferol. Suplementação nutricional. Puerpério. Leite humano. Deficiência de vitamina A.

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Evaluation of postpartum vitamin E supplementation on the concentration of retinol

and alpha-tocopherol in maternal serum and milk

ABSTRACT

One of the major public health nutritional problems in the world is vitamin A deficiency, especially in developing countries, with the groups considered to be at risk for pregnant women, postpartum women and children in early childhood. Therefore, the main objective of this study was to evaluate the effect of alpha-tocopherol supplementation in the immediate postpartum on the concentration of retinol and alpha-tocopherol in serum and human milk up to 60 days postpartum. This study was prospective, controlled, randomized, starting with 80 women attended for delivery in two public maternity hospitals in Rio Grande do Norte. In the immediate postpartum period, these women were allocated to the control groups (n = 18) without any intervention; supplemented 1 (n = 16) receiving the dose of 400 IU of RRR-alpha-tocopherol; and supplemented 2 (n = 19) receiving the dose of 800 IU of RRR-alpha-tocopherol. Blood and maternal milk were collected in 4 moments: 1 o (0 hour) before supplementation, 20o, 30o, 60o days postpartum, and maternal milk was also collected in 24 hours and 7 days after the first collection, totaling 6 milk samples. Retinol and alpha-tocopherol were analyzed by High Performance Liquid Chromatography. Supplementation with the 800 IU dose of RRR-alpha-tocopherol guaranteed higher circulating concentrations of retinol up to 30 days postpartum and alpha-tocopherol up to 20 days. The impact of alpha-tocopherol supplementation on the concentration of retinol in breast milk can be observed both in the group receiving the dose of 400 IU of RRR-alpha-tocopherol and the one that received the dose of 800 IU, as it caused an increase in concentration of retinol 24 hours after supplementation. Regarding the analysis of alpha-tocopherol in breast milk, the increase in alpha-tocopherol concentration provided 24 hours after supplementation was high in both supplemented groups, but in group 2 this increase was maintained until the 7th day of the study. Evaluating the supply of breast milk in relation to the

daily requirement of vitamin A for infants up to 6 months of age (400 g / day), the supplemented group 1 contemplated the requirement established only in the production of milk up to 24 hours postpartum and supplemented group 2 completed the application by the 20th day after delivery. Thus, it is concluded that if maternal nutritional status reflects retinol and alpha-tocopherol concentrations in maternal serum and milk, vitamin E supplementation was effective for both nutrients during the analyzed period. dose of vitamin E administered. Key words: Vitamin A. Alpha-tocopherol. Nutritional supplementation. Puerperium. Human milk. Vitamin A Deficiency.

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LISTA DE FIGURAS E QUADROS

Figura 1 – Vitamina A – estrutura química.......................................................... 21

Figura 2 – Absorção, metabolismo e transporte do retinol no organismo........... 24

Figura 3 – Mecanismo de transferência da vitamina A da dieta para o leite

materno...............................................................................................................

25

Figura 4 – Mapa global da deficiência de vitamina A em gestantes, de acordo

com categorias de significância para a saúde pública........................................

28

Figura 5 – Vitamina E – estrutura química.......................................................... 33

Figura 6 – Absorção, transporte, distribuição e excreção do alfa-tocoferol da

vitamina E............................................................................................................

36

Figura 7 – Diagrama de fluxo do CONSORT...................................................... 43

Figura 8 – Desenho da coleta de dados............................................................. 44

Figura 9 – Representação esquemática da extração e analise do retinol e do

alfa-tocoferol no soro materno............................................................................

50

Figura 10 – Representação esquemática da extração e analise do retinol no

leite materno.......................................................................................................

51

Figura 11 – Esquema das diluições do padrão de retinol para leitura no

espectrofotômetro................................................................................................

52

Figura 12 – Esquema das diluições do padrão de alfa-tocoferol para leitura no

espectrofotômetro................................................................................................

53

Figura 13 – Perfil cromatográfico do retinol em CLAE, com tempo de retenção

de 5,0 minutos.....................................................................................................

54

Figura 14 – Perfil cromatográfico do alfa-tocoferol em CLAE, com tempo de

retenção de 10,3 minutos....................................................................................

55

Figura 15 – Curva de calibração e equação da reta obtida através da

aplicação em CLAE de diferentes concentrações do padrão de retinol..............

56

Figura 16 – Curva de calibração e equação da reta obtida através da

aplicação em CLAE de diferentes concentrações do padrão de alfa-tocoferol...

57

Figura 17 – Consumo habitual de vitamina A por lactantes conforme grupo

integrante. Natal – RN, 2016 – 2017...................................................................

64

Figura 18 – Avaliação do crescimento pós-natal segundo indicador

peso/idade no seguimento da pesquisa, em função do tratamento

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administrado. Natal – RN, 2016 – 2017.............................................................. 65

Figura 19 – Concentração sérica média do retinol no soro materno do pós-

parto imediato ate 60 dias após o nascimento, em função do tratamento

administrado. Natal – RN, 2016 – 2017..............................................................

66

Figura 20 – Percentual de aumento ou redução do retinol no soro materno do

pós-parto imediato ate 60 dias após o nascimento, em função do tratamento

administrado. Natal – RN, 2016 – 2017..............................................................

68

Figura 21 – Concentração sérica média do alfa-tocoferol no soro materno do

pós-parto imediato ate 60 dias após o nascimento, em função do tratamento

administrado. Natal – RN, 2016 – 2017..............................................................

70

Figura 22 – Percentual de aumento ou redução do alfa-tocoferol no soro

materno do pós-parto imediato ate 60 dias após o nascimento, em função do

tratamento administrado. Natal – RN, 2016 – 2017............................................

71

Figura 23 – Concentração média do retinol no leite materno do pós-parto

imediato até 60 dias após o nascimento, em função do tratamento

administrado. Natal – RN, 2016 – 2017..............................................................

72

Figura 24 – Percentual de aumento ou redução do retinol no leite materno do

pós-parto imediato até 60 dias após o nascimento, em função do tratamento

administrado. Natal – RN, 2016 – 2017..............................................................

74

Figura 25 – Concentração média do alfa-tocoferol no leite materno do pós-

parto imediato até 60 dias após o nascimento, em função do tratamento

administrado. Natal – RN, 2016 – 2017..............................................................

76

Figura 26 – Percentual de aumento ou redução do alfa-tocoferol no leite

materno do pós-parto imediato até 60 dias após o nascimento, em função do

tratamento administrado. Natal – RN, 2016 – 2017............................................

77

Figura 27 – Estimativa do fornecimento de vitamina A aos lactentes a partir do

volume diário de leite recomendado, em função do tratamento administrado.

Natal – RN, 2016 – 2017.....................................................................................

79

Quadro 1 – Requerimento nutricional de vitamina A em μg/dia segundo

estágio de vida.............................................................................................................

27

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Caracterização socioeconômica, demográfica e nutricional

da população estudada. Natal – RN, 2016 – 2017....................................

62

Tabela 2 – Caracterização obstétrica da população e das crianças

estudadas. Natal – RN, 2016 – 2017.........................................................

63

Tabela 3 – Tipo de alimentação das crianças no seguimento da

pesquisa, em função do tratamento administrado. Natal – RN, 2016 –

2017............................................................................................................

65

Tabela 4 – Deficiência de vitamina A materna com base em ponto de

corte sérico (< 20 μg/dL), do pós-parto imediato até 60 dias após o

nascimento em função do tratamento administrado. Natal – RN, 2016 –

2017............................................................................................................

69

Tabela 5 – Deficiência de vitamina A no leite materno com base em

ponto de corte para o leite materno colostro (< 60 μg/dia) e maduro (<

30 μg/dia) do pós-parto imediato até 60 dias após o nascimento, em

função do tratamento administrado. Natal - RN, 2016 – 2017...................

75

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AI Ingestão Adequada AIG Adequado para Idade Gestacional ARAT Acil Coenzima A Retinol Aciltransferase CIC Crescimento Intrauterino CLAE Cromatografia Líquida de Alta Eficiência cm centímetro CONSORT Consolidated Standards of Reporting Trials CRBP II Cellular Retinol Binding Protein II / Proteína de Ligação

Celular do Retinol II dL Decilitro DNA Ácido Desoxirribonucleico DRD Técnica de Diluição Isotópica com Dentérios DRI Ingestão Dietética de Referência DVA Deficiência de Vitamina A DVE Deficiência de Vitamina E EAR Requerimento Médio Estimado g grama GIG Grande para Idade Gestacional h hora HDL Lipoproteína de Alta Densidade IDL Lipoproteína de Densidade Intermediária IG Idade Gestacional IMC Índice de Massa Corporal KOH Hidróxido de Potássio LABAN Laboratório de Bioquímica dos Alimentos e da Nutrição LDL Lipoproteína de Baixa Densidade LoD Limite de Detecção LoQ Limite de Quantificação LPL Lipase Lipoprotéica LRAT Lecitina Retinol Aciltransferase mg miligrama mL mililitro MSM Multiple Source Method MRDR Teste de Resposta Relativa à Dose Modificada n número ng nanograma nm nanômetro PIG Pequeno para Idade Gestacional PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde PUFA Ácido Graxo de Cadeia Poliinsaturada RBP Retinol Bindin Protein / Proteína de Ligação do Retinol RDA Ingestão Dietética Recomendada RDR Teste de Resposta Relativa à dose ReBEC Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos RN Rio Grande do Norte ROH Retinol R24h Recordatório 24 horas

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Stra6 Proteína Específica de Membrana S30DR Teste de Resposta Sérica de 30 dias SISVAN Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional TACO Tabela Brasileira de Composição de Alimentos TCLE Termo de Compromisso Livre e Esclarecido TOH Tocoferol TTP Proteína Transportadora de Alfa-tocoferol TTR Transtirretina μg micrograma UI Unidade Internacional uL microlitro UL Limite Superior Tolerável de Ingestão VLDL Lipoproteína de Densidade Muito Baixa

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 19

1.1 Vitamina A.................................................................................................. 20

1.1.1 Estrutura química, fontes alimentares e funções da vitamina A............... 21

1.1.2 Processos metabólicos da vitamina A...................................................... 23

1.1.3 Recomendação dietética da vitamina A.................................................... 26

1.1.4 Deficiência de vitamina A e estratégias de combate................................ 28

1.2 Vitamina E................................................................................................... 31

1.2.1 Estrutura química, fontes alimentares e funções da vitamina E............... 32

1.2.2 Processos metabólicos da vitamina E...................................................... 35

2 OBJETIVOS................................................................................................... 40

2.1 Objetivo geral............................................................................................. 40

2. 2 Objetivos específicos............................................................................... 40

3 MATERIAL E METODOS............................................................................... 41

3.1 Caracterização do estudo, aspectos éticos e população...................... 41

3.2 Desenho do estudo, critérios de inclusão e randomização.................. 41

3.3 Coleta de dados e intervenção................................................................. 43

3.3.1 Intervenção............................................................................................... 45

3.3.2 Informações do formulário semiestruturado e das visitas domiciliares.... 45

3.3.3 Coleta de material biológico...................................................................... 48

3.4 Análise do retinol e do alfa-tocoferol nas amostras de soro e leite

maternos...........................................................................................................

49

3.4.1 Extração do retinol e do alfa-tocoferol no soro materno........................... 49

3.4.2 Extração do retinol no leite materno......................................................... 50

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3.4.3 Extração do alfa-tocoferol no leite materno.............................................. 51

3.5 Preparo do padrão de retinol e alfa-tocoferol......................................... 52

3.5.1 Padrão de retinol....................................................................................... 52

3.5.2 Padrão de alfa-tocoferol............................................................................ 53

3.6 Quantificação do retinol e do alfa-tocoferol por Cromatografia

Liquida de Alta Eficiência - CLAE..................................................................

54

3.6.1 Retinol....................................................................................................... 54

3.6.2 Alfa-tocoferol............................................................................................. 54

3.7 Linearidade, precisão e exatidão do método.......................................... 55

3.7.1 Retinol....................................................................................................... 55

3.7.2 Alfa-tocoferol............................................................................................. 57

3.8 Confirmação da concentração de alfa-tocoferol nas cápsulas

utilizadas para suplementação.......................................................................

58

3.9 Valores de referência para avaliação nutricional em vitamina A.......... 59

3.10 Valores de referência para avaliação nutricional em vitamina E........ 59

3.11 Análise estatística.................................................................................... 60

4 RESULTADOS............................................................................................... 61

4.1 Caracterização da população................................................................... 61

4.2 Efeito da suplementação com vitamina E sobre o retinol no soro materno até sessenta dias pós-parto............................................................

66

4.3 Efeito da suplementação com vitamina E sobre o alfa-tocoferol no soro materno até sessenta dias pós-parto....................................................

69

4.4 Efeito da suplementação com vitamina E sobre o retinol no leite materno em diferentes estágios de lactação................................................

72

4.5 Efeito da suplementação com vitamina E sobre o alfa-tocoferol no leite materno em diferentes estágios de lactação........................................

75

4.6 Estimativa do fornecimento de vitamina A para crianças amamentadas até sessenta dias pós-parto...................................................

78

5 DISCUSSÃO................................................................................................... 81

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6 CONCLUSÃO................................................................................................. 89

REFERÊNCIAS................................................................................................. 90

APÊNDICE........................................................................................................ 102

ANEXO.............................................................................................................. 134

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1 INTRODUÇÃO

A deficiência de vitamina A (DVA) em mulheres grávidas e puérperas de

países em desenvolvimento como Brasil é considerada um grave problema de

saúde pública (LIRA et al. 2013; MIGLIOLI et al. 2013), e o adequado estado

nutricional materno dessa vitamina é fundamental para garantir o crescimento e

desenvolvimento normais do recém-nascido por meio do aleitamento materno

(OVSYANNIKOVA et al. 2010; SZLAGATYS-SIDORKIEWICZ et al. 2012).

Para garantir o estado nutricional em vitamina A mulheres eram

suplementadas com dose única de 200.000 UI de palmitato de retinol no pós-

parto imediato (BRASIL, 2013). O Programa Nacional de Suplementação de

Vitamina A foi reformulado em julho/2016 com o encerramento da

suplementação em puérperas, sendo necessário buscar alternativas para se

combater a DVA.

Alguns estudos têm demonstrado uma relação entre as vitaminas A e E,

como o realizado com vacas no período de lactação, constando-se que quanto

maior a dose de vitamina A suplementada menores eram os níveis plasmáticos

de alfa-tocoferol (SCHELLING et al. 1995), assim como em outros estudos

feitos com animais (NONNECKE et al. 1999; AMETAJ et al. 2000).

Pesquisas realizadas com mulheres suplementadas com a megadose de

vitamina A, avaliaram as vitaminas A e E no soro e no leite colostro e sugeriram

que a biodisponibilidade da vitamina E pode ser comprometida em situações

de megadose de vitamina A (LIRA et al. 2013; GRILO et al. 2015). Em

contraste, outra pesquisa com população semelhante, encontrou um aumento

na concentração de alfa-tocoferol do colostro após suplementação de vitamina

A, devendo-se levar em conta a formulação do suplemento utilizado que

continha também vitamina E (GARCIA et al. 2010).

O suplemento de vitamina A ofertado pelo Ministério da Saúde do Brasil

traz em sua formulação palmitato de retinol e DL-α-tocoferol (vitamina E

sintética). Na literatura, a adição da vitamina E ao suplemento de vitamina A

pode ser justificada por esta ter a função de proteger a vitamina A da oxidação,

e a relação entre essas vitaminas tem sido discutida (BRASIL, 2002; HAMID et

al. 2010).

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20

Esse comprometimento da vitamina E, quando administrado suplemento

de vitamina A, pode ser explicado por se acreditar que estas vitaminas possam

compartilhar algumas vias de transporte e distribuição para os tecidos (GRILO

et al. 2015). Porém, um estudo realizado com ratos, observou que as vitaminas

lipossolúveis possuem locais diferenciados no momento da absorção, onde a

vitamina A é mais absorvida na região proximal e a vitamina E na região distal

do intestino. Este mesmo estudo demonstrou que em situações de

suplementação com vitamina E há uma maior biodisponibilidade da vitamina A,

evidenciando o sinergismo da vitamina E sobre a A (GONÇALVES et al. 2015).

Pesquisa feita com cordeiros, também demostrou o sinergismo entre as

vitaminas A e E pois, o suplemento de vitamina E ofertado foi capaz de

melhorar biodisponibilidade destas vitaminas, favorecendo o crescimento e

desempenho destes animais (IBRAHIM; 2017).

Desta forma, essa pesquisa busca elucidar como a suplementação com

vitamina E atua sobre a concentração de vitamina A e E no soro e leite

maternos.

1.1 Vitamina A

A vitamina A foi descoberta no início dos anos 1900 por pesquisadores

que estudavam os efeitos de dietas no crescimento e sobrevivência de ratos

jovens. Observaram neste estudo que os ratos não cresceram adequadamente

e morreram, com exceção de quando recebiam uma dieta suplementada rica

em gordura. Os pesquisadores deduziram que nesta dieta suplementada havia

uma substância desconhecida capaz de atuar no crescimento e

desenvolvimento dos animais, denominando-a de “lipossolúvel A”

(MACCOLUM; DAVIS, 1913; OSBORNE et al. 1913).

As pesquisas foram evoluindo e com elas a importância da vitamina A

para a sobrevivência humana, sendo este um micronutriente essencial para

diversos processos metabólicos, com relevância especial durante os períodos

de proliferação e rápida diferenciação celular como na gestação, período

neonatal e infância, até a idade adulta (DEBIER; LARONDELLE, 2005;

TANOURY; PISKUNOV; ROCHETTE-EGLY, 2013).

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1.1.1 Estrutura química, fontes alimentares e funções da vitamina A

O termo vitamina A abrange um grupo de substâncias lipossolúveis que

desempenham atividades biológicas semelhantes no metabolismo humano

(WHO, 1996). Este termo se refere a um grupo de compostos que possuem

atividade biológica de retinol todo-trans. O termo “retinoides” inclui formas de

vitamina A e os muitos análogos sintéticos do retinol, com ou sem atividade

biológica (SHILS et al. 2003). O retinol todo-trans possui um anel β-ionona

hidrofóbico, substituído no carbono 6 por uma cadeia poli-insaturada, onde as

diferentes substâncias com atividade de vitamina A se caracterizam por

substituições no carbono 15 (Figura 1A) (MAHAN et al. 2013). O termo

"provitamina A” caracteriza vários carotenoides, onde o mais abundante na

natureza é o betacaroteno (Figura 1B) podendo ser clivado em retinoides ativos

por possuir o anel β-ionona necessário para esta função (SPORN, 2012).

Figura 1 - Vitamina A – estrutura química. (A) Retinol todo-trans; (B) betacaroteno todo-trans e retinoides resultantes da sua clivagem. Fonte: Gurgel, 2016.

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O retinol pode ser reversivelmente oxidado a retinal, ou oxidado a ácido

retinoico, que regula a transcrição de mais de 500 genes (SOLOMONS, 2012;

LI et al. 2014). Tanto os retinoides quanto os carotenoides são susceptíveis à

oxidação e isomerização quando expostos à luz, oxigênio, metais reativos, e ao

calor. Ambos são insolúveis em água e solúveis em diferentes graus de

temperatura na maioria dos solventes orgânicos. Sob condições ideais de

armazenamento, os retinoides e carotenoides são estáveis durante longos

períodos no soro, em tecidos, ou formas cristalinas (SOLOMONS, 2012).

Na dieta, a vitamina A pode ser ingerida na forma de vitamina A pré-

formada (retinol, éster de retinil e quantidades mínimas de ácido retinoico)

encontrada em alimentos de origem animal, como vísceras, gema de ovos, leite

e produtos lácteos, e carotenoides (provitamina A), presentes em fontes

alimentares vegetais, principalmente vegetais amarelos e folhosos verdes e

frutas de cor alaranjada, sendo mais acessíveis que os alimentos de origem

animal, principalmente para populações desfavorecidas economicamente

(FAO/WHO, 2001; RIBEIRO et al. 2010).

Vale salientar que o leite humano é a primeira fonte importante de

vitamina A para recém-nascidos em amamentação exclusiva, e varia de acordo

com os estágios da lactação. No estágio inicial do aleitamento materno é

secretado o colostro que contém mais proteínas, minerais, vitaminas

lipossolúveis, particularmente A, carotenoides e E, bem como menores

quantidades de lactose, gorduras e vitaminas do complexo B quando

comparado com leite de transição e maduro (VALENTINE; WAGNER, 2013;

CALIL; FALCÃO, 2003). A vitamina A no leite materno está presente sob forma

de ésteres de retinil, e tem sido sugerido que sua concentração depende da

ingestão adequada dessa vitamina pela lactante (ROSS et al. 2004; BRASIL,

2009).

Esta vitamina apresenta diversas funções de acordo com suas

diferentes formas, desempenhando papel fundamental na visão, imunidade e

reprodução (TANOURY; PISKUNOV; ROCHETTE-EGLY, 2013).

A oxidação reversível do retinol resulta no retinal, essencial no processo

visual, pois nos bastonetes, o 11-cis-retinal, se liga a opsina, formando o

pigmento visual rodopsina, o que gera uma resposta a luz (INSTITUTO OF

MEDICINE, 2001; MACTIER; WEAVER, 2005).

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A capacidade antiproliferativa da vitamina A e das suas formas

isoméricas em promover a diferenciação terminal, inibir proliferação e promover

apoptose no campo da neoplasia tem sido avaliada em ensaios (in vitro)

(BUSHUE; WAN, 2010; SOLOMONS, 2012), onde a vitamina A e suas

proteínas de transporte e fatores de transcrição são discutidos para fins de

diagnóstico e terapia contra o câncer.

A atuação da vitamina A sobre a imunidade, também vem sendo

abordada pela literatura. Nas respostas imunes, enzimas metabolizadoras de

vitamina A são induzidas em certos tipos de células do sistema imunológico,

tais como células dendríticas e células do tecido para a produção induzida de

ácido retinoico. Como resultado, o ácido retinoico regula a diferenciação e a

função das células imunitárias diversificadas (KIM, 2010).

No período gestacional e na lactação, a vitamina A desempenha papel

essencial no crescimento e desenvolvimento saudável do feto e do recém-

nascido. Se houver deficiência desta vitamina, poderá ocorrer diversas

malformações congênitas, além de repercutir no retardo do crescimento

neonatal (TANOURY; PISKUNOV; ROCHETTE-EGLY, 2013). No entanto, o

ácido retinoico em excesso durante os estágios do desenvolvimento

embrionário pode ser teratogênico e até letal para o embrião, devendo a

mulher receber suprimento adequado de vitamina A para o desenvolvimento

fetal e pós-natal (SPIEGLER et al. 2012).

1.1.2 Processos metabólicos da vitamina A

A vitamina A é liberada do alimento por ação enzimática, gástrica e

intestinal, sendo as formas livres e os carotenoides absorvidos dentro do lúmen

intestinal. A absorção dos carotenoides pode variar de 10 a 50%, e estes

podem ser absorvidos intactos ou reduzidos a retinol. Os ésteres de retinil são

hidrolisados a ácidos graxos livres e retinol por ação da lipase lipoproteica

(LPL) e outras enzimas presentes na mucosa intestinal, sendo absorvidos

pelos enterócitos (INSTITUTE OF MEDICINE, 2001; REBOUL, 2013).

No enterócito, o retinol se liga a proteína especifica de ligação ao retinol

celular tipo II (CRBP II – Cellular Retinol Binding Protein II / Proteína de

Ligação Celular do Retinol II) evitando sua oxidação e ainda o leva para

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reesterificação com ácidos graxos de cadeia longa por meio das enzimas

lecitina retinol aciltransferase (LRAT) e acil coenzima A retinol aciltransferase

(ARAT) (SOLOMONS, 2012; O´BYRNE; BLANER, 2013).

Os ésteres de retinil formados, mais os lipídeos da dieta e os

carotenoides não hidrolisados são incorporados aos quilomícrons

remanescentes, que, em sua maioria, são captados pelo fígado ficando

armazenados nas células estreladas/Ito, e o restante da vitamina A pode ser

armazenada em tecidos extra-hepáticos como tecido adiposo e glândula

mamária durante o período de lactação (DEBIER; LARONDELLE, 2005; LI et

al. 2014).

O retinol hepático é transportado para os tecidos por uma ligação com

seu transportador, a proteína ligadora do retinol (RBP - Retinol Bindin Protein /

Proteína de Ligação do Retinol) que o leva até os tecidos-alvos. A RBP é

produzida no fígado e ainda serve para evitar a oxidação da vitamina A,

atuando na solubilização e manutenção da concentração desta na circulação

sanguínea (WOLF, 2007; IOM 2006). No plasma, a RBP circula associada a

outra proteína sérica, a transtirretina (TTR), formando um complexo retinol-

RBP-TTR (Figura 2) (KONO; ARAI, 2015).

Figura 2 - Absorção, metabolismo e transporte do retinol no organismo. CRBP II (Cellular Retinol Binding Protein II / Proteína de Ligação Celular do Retinol II). RBP (Retinol Bindin Protein / Proteína de Ligação do Retinol). TTR (Transtirretina). Fonte: MACTIER; WEAVER, 2005. Adaptado pelo autor.

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Os tecidos captam o retinol por transferência passiva ou por receptores

específicos para RBP (principalmente a Stra6, uma proteína de membrana),

expressos em diversos tecidos, como placenta e glândula mamária (WOLF,

2007; KAWAGUCHI et al. 2007). O mecanismo pelo qual ocorre a transferência

placentária ainda é pouco compreendido, mas existem três propostos:

transferência direta de ROH-RBP envolvendo a captação celular e liberação do

complexo de proteína-ligante; transferência de ROH livre; e a absorção celular

de ROH por seu receptor específico (Stra6) (SPIEGLER et al. 2012). Estudos

com roedores sugeriram que o feto consegue sintetizar a RBP no último

trimestre da gestação, o que coincide com os estoques hepáticos elevados de

vitamina A (MACTIER, 2013).

A transferência do retinol para a glândula mamária também tem seu

mecanismo pouco compreendido. Sugere-se que a enzima LPL que é

essencial à captação do retinol pós-prandial para glândula mamária, devido

seu aumento no tecido mamário após o parto e lactação. Ou então, como o

tecido mamário também tem LRAT a vitamina A poderia ser reesterificada para

secreção no leite ou estocada no tecido mamário, dessa forma a constante

ingestão de vitamina A na dieta ou a suplementação aumentaria

consequentemente a contribuição dos quilomícrons quanto à entrega de

vitamina A no leite. Em experimentos animais, sugere-se que a vitamina

chegue no leite pelo complexo RBP-retinol, sendo transferido para o leite por

receptores de RBP (Figura 3) (ROSS et al. 2004; O’BYRNE et al. 2010).

Figura 3 - Mecanismo de transferência da vitamina A da dieta para o leite materno. QM – Quilomícrom, ER - Retinol, TG – Triglicerídeo, LPL – Lípase lipoproteica, RE Leite – retinol no leite materno, ROH-RBP plasmático – complexo entre retinol e RBP sanguíneo. Fonte: (ROSS et al. 2004) adaptado.

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O estoque hepático de vitamina A dos recém-nascidos é dependente da

vitamina A que eles irão ingerir pelo leite materno, considerando um grande

protetor contra deficiência desta vitamina, sendo a sua ingestão preconizada

até os dois anos de idade do lactente (FUJITA et al. 2011). É importante

ressaltar que o teor de vitamina A no leite materno varia de acordo com as

reservas e ingestão materna desse nutriente, assim, o leite materno tem sido

utilizado como fator para avaliação do estado nutricional do binômio mãe-filho,

e ainda auxilia no monitoramento de programas de intervenção com a vitamina

A (WHO, 1996; SCHWEIGERT et al. 2011).

1.1.3 Recomendação dietética da vitamina A

Tanto para a avaliação da dieta como para sua prescrição, são

estabelecidos valores de referência para ingestão de nutrientes, os quais são

periodicamente revisados à luz de novos achados. Assim, são incorporados

novos conhecimentos sobre eventuais manifestações aos extremos de

exposição, ou seja, sinais carenciais decorrentes de ingestão insuficiente, ou

de toxicidade, que indicam efeitos adversos decorrentes do excesso de

consumo (FAO/WHO, 2001).

A recomendação da vitamina A compreende a quantidade a ser ingerida

diariamente para suprir seu requerimento, sendo diferenciada de acordo com a

idade, o sexo e o estado fisiológico que o indivíduo se encontra (INSTITUTO

OF MEDICINE, 2001).

Assim, as Dietary Rerefence Intakes / Ingestão Dietética de Referência

(DRIs), elaboradas pelo Institute of Medicine (IOM), foram criadas para

determinar a recomendação de cada nutriente. A RDA (Recommended Dietary

Allowance / Ingestão Dietética Recomendada) representa a quantidade de

nutrientes suficiente para atender às necessidades diárias da maioria da

população (97 – 98%), obtida pela avaliação do consumo médio e geralmente

acrescidas de dois desvios-padrão. O EAR (Estimated Average Requerement /

Requerimento Médio Estimado) representa o valor médio de ingestão diária,

quantidade suficiente para suprir às necessidades de 50% da população. A AI

(Adequate Intake / Ingestão Adequada) representa o valor médio de ingestão

diária de um nutriente, e é usada quando não existem evidências científicas

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suficientes para o estabelecimento de uma RDA/EAR. A UL (Tolerable Upper

Intake Level / Limite Superior Tolerável de Ingestão) é o limite máximo de

ingestão diária de um nutriente, tolerável biologicamente, disponível ao

indivíduo pelo consumo de alimentos, alimentos fortificados, suplementos e

água (Quadro 1).

Quadro 1 - Requerimento nutricional de vitamina A em μg/dia segundo estágio de vida.

Estágio de vida EAR RDA/AI* UL

Bebes

0 - 6 meses ND 400* 600

7 - 12 meses ND 500* 600

Gestantes

Menos de18 anos 530 750 2.800

19 - 50 anos 550 770 3.000

Lactantes

Menos de 18 anos 885 1.200 2.800

19 - 50 anos 900 1.300 3.000

*AI - Ingestão adequada; EAR - Requerimento médio estimado; RDA - Ingestão dietética recomendada; UL - Limite superior tolerável de ingestão. ND – não foi possível estabelecer este valor. Fonte: INSTITUTE OF MEDICINE (2001) – adaptado pelo autor.

Nas DRIs o estabelecimento das recomendações diárias de

consumo para mulheres lactantes baseia-se no conteúdo presente no leite

acrescido do requerimento específico para idade. A recomendação para os

bebes de 0 a 6 meses de idade está fundamentada apenas na quantidade

média de vitamina A que o leite materno (maduro) irá lhes oferecer

(INSTITUTE OF MEDICINE, 2001).

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1.1.4 Deficiência de vitamina A e estratégias de combate

Um dos principais problemas nutricionais de saúde pública no mundo é

a deficiência de vitamina A (DVA), principalmente em países em

desenvolvimento, especialmente em algumas regiões da África e sudeste

Asiático (WHO, 2009) (Figura 4). Os grupos considerados de risco para o

desenvolvimento da DVA são mulheres em idade fértil, grávidas, lactantes,

lactentes e crianças na primeira infância (BRASIL, 2013).

Figura 4 - Mapa global da deficiência de vitamina A em gestantes, de acordo com categorias de significância para a saúde pública. Fonte: (WHO, 2009) adaptado.

A DVA pode se desenvolver principalmente por: ingestão insuficiente

dietética ou má utilização fisiológica (WHO, 2009). Infecções parasitárias

associadas à febre e respostas sistêmicas de fase aguda também causam DVA

(THURNHAM; MCCABE, 2010; LIMA et al. 2010). Outras condições que

também podem levar ao baixo status de vitamina A têm sido abordadas na

literatura, como: cirurgias bariátricas, ostomias por malignidades e diálise

peritoneal (AGUILERA et al. 2002; ARMSTRONG et al. 2002).

O status inadequado dessa vitamina pode levar a deficiência subclínica,

com ausência de sinais e sintomas, produzindo consequências adversas para

a saúde devido a depleção das concentrações de retinol e das reservas

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hepáticas (TANUMIHARDJO, 2012). As manifestações clínicas especificas são

oculares, sendo a mais clássica a xeroftalmia; cutâneas com a

hiperqueratinização da pele e metaplasia do revestimento do trato respiratório,

gastrointestinal, geniturinário, sistema endócrino, e glândulas lacrimais,

sebáceas e salivares; agravamento dos quadros de infecções e aumento das

taxas de mortalidade, principalmente no grupo materno-infantil (HERRING et al.

2010; SOLOMONS, 2012).

O diagnóstico mais preciso para avaliar as reservas hepáticas de

vitamina A seria a biopsia do fígado, mas por ser invasivo não é o mais

adequado para a prática cotidiana em populações. Sendo assim, a avaliação

do retinol sérico é um indicador utilizado pela Organização Mundial de Saúde,

o qual reflete o estado nutricional de vitamina A, particularmente quando as

reservas corporais desta vitamina são limitadas, tornando-se confiável para o

diagnóstico da DVA em populações de risco (SENOO et al. 2010; WHO, 2009).

Para crianças, inclusive neonatos, e adultos, a vitamina A deve ter

concentrações plasmáticas acima de 20 µg/dL. Concentrações abaixo deste

valor são indicativas de deficiência clínica e, muitas vezes, quando estão

abaixo de 10 µg/dL, apresentam severidade (MACTIER; WEAVER, 2005;

WHO, 2009).

A concentração de retinol no leite materno também tem sido utilizada

como indicador para DVA por apresentar facilidades técnicas e boa aceitação

pela comunidade científica (NETTO et al. 2007). O retinol no leite materno, nas

suas diferentes fases da lactação, tem sido utilizado por representar o estado

de vitamina A do binômio mãe-filho (BEZERRA et al. 2010; TOMIYA et al.

2015; GRILO et al. 2015).

A concentração de retinol no leite materno deve estar acima de 60

μg/dL (MACIAS; SCHWEIGERT 2001) no leite colostro e acima de 30 μg/dL

(WHO, 2009) no leite maduro, para não caracterizar DVA.

Outros indicadores como a RBP, RDR (teste de resposta relativa à

dose), MRDR (teste de resposta relativa à dose modificada), S30DR (teste de

resposta sérica de 30 dias), DRD (técnica de diluição isotópica com deutério)

são utilizados com menos frequência para estudos populacionais

(SOLOMONS, 2012). Cabe destacar que cada método é útil na identificação do

estado de vitamina A de diferentes populações, sendo assim, apresentam

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particularmente suas vantagens e limitações, a depender dos objetivos, tempo

e recursos disponíveis (FAO/WHO, 2001).

As estratégias de combate a DVA permeiam por ações que envolvam

populações mais desfavorecidas. A educação alimentar com orientação da

diversidade de consumo dos alimentos; o consumo de alimentos fontes de

vitamina A; a fortificação de alimentos básicos; além da suplementação

periódica dos grupos de risco, devem compor políticas públicas, buscando

assim reduzir ou evitar esta carência nutricional (WHO, 2009; AKHTAR et al.

2013).

Como medida de intervenção para o controle da DVA, a Organização

Mundial de Saúde, recomenda a suplementação periódica de crianças de 6 a

59 meses, e muitos países também adotaram a política de suplementação

materna dentro das 6 primeiras semanas pós-parto, buscando enriquecer o

leite materno. Alguns estudos referentes ao impacto da suplementação com

vitamina A em crianças na referida faixa etária, apontaram para redução do

risco global de morte em 24%, de mortalidade por diarreia em 28% e

mortalidade por todas as causas, em crianças HIV positivo, em 45% (WHO,

2009; OMS, 2013a).

No Brasil, o Ministério da Saúde desenvolveu em 2005, o Programa

Nacional de Suplementação de Vitamina A: “Vitamina A mais”. E em 2006, por

meio da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher

(PNDS-2006) foi possível traçar o perfil das crianças menores de cinco anos e

da população feminina em idade fértil, sendo observado concentrações

inadequadas de vitamina A em 17,4% das crianças e 12,3% das mulheres em

idade fértil. Nas crianças, as maiores prevalências encontradas foram no

nordeste (19,0%) e sudeste (21,6%) do país. Nas mulheres, as prevalências

nas regiões foram: Sudeste (14%), Centro-Oeste (12,8%), Nordeste (12,1%),

Norte (11,2%) e Sul (8%) (BRASIL, 2009).

Em 2012 o programa atendia a Região Nordeste; municípios do Vale do

Jequitinhonha e Mucuri (Estado de Minas Gerais); Região Norte; Estado de

Mato Grosso; e alguns Distritos Sanitários Especiais Indígenas. A partir do

segundo semestre desse mesmo ano, o programa foi ampliado para todo o

País (todos os municípios da Região Norte e Distritos Sanitários Especiais

Indígenas e municípios prioritários do “Plano Brasil Sem Miséria” das regiões

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Centro-Oeste, sudeste e Sul) (BRASIL, 2013).

No entanto, alguns estudos mostraram-se contrários a estratégia de

suplementação materna até 6 semanas pós-parto, por apontaram que esta

suplementação era insuficiente para assegurar a permanência das

concentrações adequadas da vitamina A no leite materno ao longo do tempo,

bem como corrigir a deficiência subclínica nas mulheres e nos bebês (BAHL et

al. 2002; SOMMER, DAVIDSON, 2002; CRUZ et al. 2017). No Zimbábue

pesquisadores afirmaram que essa suplementação até 96 horas pós-parto não

tinha influência sobre a mortalidade infantil no nascimento quando essa

mortalidade resultava de causas infecciosas e desnutrição em mulheres com

concentração adequada de vitamina A acompanhadas durante um ano

(MALABA et al. 2005). Além disso, no Quênia, um estudo mostrou que essa

dose oferecida menos de 24 horas após o parto não é capaz de aumentar as

reservas no fígado materno após 26 semanas de suplementação (AYAH et al.

2007).

Estudos realizados utilizando a dupla megadose (400.000 UI de vitamina

A) oferecida às puérperas demostraram ausência de benefícios adicionais

sobre a saúde materno-infantil (FERNANDES et al. 2012; SANTOS et al.

2013). No entanto, um estudo com mulheres ganesas, relatou que doses mais

elevadas foram capazes de manter a concentração sérica adequada de

vitamina A materna por até 5 meses pós-parto, apesar da ocorrência de

depleção marginal das reservas hepáticas de retinol no final deste período

(TCHUM et al. 2006).

Desta forma, a suplementação de mulheres no pós-parto foi considerada

insatisfatória, deixando de ser recomendada pela OMS (2013b) e sendo extinta

do programa nacional no Brasil a partir do segundo semestre de 2016.

1.2 Vitamina E

Em 1922 foi introduzido por Evans e Bishop o termo da vitamina E, o

qual descreve um fator dietético na alimentação de animais importante na

reprodução normal. Em 1936 a natureza múltipla da vitamina começou a ser

descoberta a partir do isolamento de compostos no óleo de gérmen de trigo,

designados como alfa e beta tocoferol (α, β- tocoferol) (AZZI; STOCKER,

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2000). Posteriormente foram descobertos em óleo vegetal outros compostos de

tocoferol, o gama e delta tocoferol (γ, δ-tocoferol), além dos tocotrienóis (AZZI;

STOCKER, 2000).

Além dos compostos homólogos de ocorrência natural, existe a forma

sintética da vitamina E conhecida como all-rac-α-tocoferol, em que compreende

por uma mistura de oito estereoisômeros com absorção menor do que a forma

natural, de papel antioxidante in vitro, porém diferindo em sua atividade

biológica (MACHLIN; GABRIEL; BRIN, 1982; SCHENKER et al. 1998;

TRABER, 2012).

1.2.1 Estrutura química, fontes alimentares e funções da vitamina E

Com ação antioxidante, a vitamina E é um micronutriente que reage com

radicais livres evitando a peroxidação lipídica das membranas celulares. Essa

nomenclatura representa oito formas sintetizadas por plantas (04 tocoferóis e

04 tocotrienóis) que variam conforme número de grupamentos metil no anel

cromanol, sendo trimetil (α-), dimetil (β- ou γ-) e monometil (δ) (TRABER,

2014). Os tocoferóis são caracterizados por uma cadeia lateral saturada ligada

ao anel cromanol, enquanto que os tocotrienóis apresentam três ligações

insaturadas na cadeia lateral nos carbonos C (3'), C (7') e C (11') (Figura 5).

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Figura 5 - Vitamina E – estrutura química. (A) Tocotrienóis; (B) Tocoferóis. Fonte: Adaptado do INSTITUTE OF MEDICINE, 2000.

Os tocoferóis que ocorrem naturalmente em alimentos têm a

conformação RRR- na cadeia lateral, enquanto que o alfa-tocoferol sintetizado

(racêmico) contêm 08 estereoisômeros [RRR-, RSR-, RSS-, e RRS- (forma 2R-

) e SRR-, SRS-, SSR-, SSS-]. As várias formas de vitamina E não são inter

conversíveis no ser humano e, portanto, não apresentam o mesmo

metabolismo (INSTITUTE OF MEDICINE, 2000). Das oito formas de ocorrência

(A)

(B)

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natural, o alfa-tocoferol é o maior isômero da vitamina E encontrado no plasma

humano e tecidos, sendo, portanto, o mais estudado.

As fontes alimentares principais da vitamina E são os óleos vegetais,

nozes e sementes, com proporções variáveis dos oito homólogos da vitamina

(α-, β-, γ- e δ- tocoferóis ou tocotrienóis) (COZZOLINO, 2012). RRR-alfa-

tocoferol é especialmente elevado no óleo de girassol, enquanto que os óleos

de soja e de milho contêm predominantemente a forma gama-tocoferol e

tocotrienóis (GRILO et al. 2014; TRABER, 2014). Dentre outras fontes

alimentares de tocotrienóis, podem ser citados o óleo de palma, azeite de oliva,

aveia e outros (AGGARWAL et al. 2010).

O estabelecimento do requerimento nutricional humano para a vitamina

E, segundo o Instituto de Medicina e o Conselho de Alimentação e Nutrição, foi

determinado pelas formas natural (RRR-) ou de três estereoisômeros sintéticos

2R- de alfa-tocoferol (RSR-, RRS-, RSS-) que ocorre em alimentos fortificados

ou suplementos (INSTITUTE OF MEDICINE, 2000).

Essa vitamina foi primordialmente conhecida por sua atuação na

reprodução, sendo confirmada sua contribuição na capacidade antioxidante

fetal, uma vez que o sistema enzimático antioxidante ainda está em

desenvolvimento na fase embrionária (JAUNIAUX et al. 2004). Ainda na

gestação, outras pesquisas sugerem que concentrações adequadas de

vitamina E podem estar associados ao crescimento intrauterino, além de evitar

o dano oxidativo ao DNA (ácido desoxirribonucleico), proteínas e aos lipídios

(SCHOLL et al. 2006; DEBIER, 2007).

Para o recém-nascido é importante apresentar reservas de alfa-tocoferol

na fase perinatal, por ser um momento crítico para a manutenção do equilíbrio

entre a produção de radicais livres e as concentrações de antioxidante, que

resulta na proteção contra os possíveis danos causados pelo estresse

oxidativo proveniente do parto (NEGI et al. 2012; MUTINATI et al. 2014).

A principal função da vitamina E é ser um potente antioxidante, capaz de

neutralizar radicais livres pela doação de elétrons do seu anel cromanol,

independente da presença de cofatores (TRABER, 2014). Por causa disso, ela

protege os ácidos graxos de cadeia poliinsaturada (PUFA) da reação em

cadeia da peroxidação lipídica, principalmente o ácido araquidônico (ARA; 20:4

ω-6) e o ácido docosahexaenóico (DHA; 22:6 ω-3) pela redução do radical

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peroxil formado (LEBOLD; TRABER, 2014), o que demonstra sua

essencialidade em qualquer ciclo da vida.

Foram atribuídas funções celulares específicas ao alfa-tocoferol,

independentemente de sua capacidade antioxidante, que complementam a

atuação da vitamina em diversos eventos, como a inibição da proteína C

quinase e modulação de genes a nível transcricional, por sua ligação a fatores

de transcrição (AZZI, 2004; ZINGG; AZZI, 2004).

É considerada uma vitamina essencial no funcionamento cerebral pela

proteção das membranas neuronais contra a peroxidação lipídica, que poderia

resultar em perda neuronal, dano ao DNA e declínio da memória e

aprendizagem (BOSTANCI; BAS; BAGIRICI, 2010; HAMID et al. 2011). Essa

função tem sido suportada por estudos clínicos ou observacionais relacionando

os benefícios da vitamina E no desenvolvimento cognitivo e doenças

neurodegenativas (MANGIALASCHE et al. 2012; MORRIS et al. 2015;

KITAJIMA et al. 2015;). Também se destaca seu papel na prevenção do câncer

(LI et al. 2014; CUI; LIU; XU, 2014; JEURNINK et al. 2015; PEH et al. 2015) e

função anti-inflamatória (JIANG, 2014).

1.2.2 Processos metabólicos da vitamina E

Após a ingestão, a vitamina E dietética (principalmente alfa- e gama-

tocoferol) requerem sais biliares e secreções pancreáticas para formar micelas,

com consequente captação pelas células epiteliais intestinais (parte distal) e

liberação para a circulação na forma de quilomícrons (Figura 6) (GAGNÉ et al.

2009; GONCALVES et al. 2015).

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Figura 6. Absorção, transporte, distribuição e excreção da vitamina E. -TTP (Proteína Transportadora de Alfa-Tocoferol). -TOH (Alfa-Tocoferol). LPL (Lipase Lipoprotéica). α, β, γ, δ- tocoferol (alfa, beta, gama e delta- tocoferol). HDL (Lipoproteína de Alta Densidade). IDL (Lipoproteína de Densidade Intermediária). LDL (Lipoproteína de Baixa Densidade). VLDL (Lipoproteína de Densidade Muito Baixa). Fonte: Retirado de Clemente (2013) adaptado de Gagné et al. (2009).

Os quilomícrons são rapidamente hidrolisados pela lipase lipoprotéica

(LPL) resultando em quilomícrons remanescentes. Nesta etapa, moléculas de

vitamina E são transferidas diretamente para tecidos periféricos, enquanto que

as restantes nos quilomícrons remanescentes são endocitadas pelas células

hepáticas por mecanismo mediado por receptores (GAGNÉ et al., 2009). As

outras formas da vitamina são eficientemente absorvidas e fornecidas ao

fígado em quilomícrons, mas pouco são captadas em lipoproteínas recém-

secretadas com destino ao suprimento dos tecidos periféricos (INSTITUTE OF

MEDICINE, 2000).

Essas lipoproteínas são hidrolisadas no fígado e a vitamina E é liberada.

A forma alfa-tocoferol é captada e transportada pela alfa-TTP (Proteína

transportadora de alfa-tocoferol) até a membrana da célula, onde é segregada

na circulação pelo receptor ABCA1 (do inglês, ATP-Binding Cassette

Transporter A1) e incorporada pela VLDL (Lipoproteína de Densidade Muito

Baixa). A alfa-TTP é uma pequena proteína citoplasmática hepática com

afinidade diferencial para o alfa-tocoferol, também expressa em outros tecidos

como cérebro e placenta. É a grande responsável pelo transporte intracelular

do alfa-tocoferol e media sua secreção no plasma, o que justifica o alfa-

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tocoferol ser a forma da vitamina mais abundante na circulação (KONO; ARAI,

2015).

Os triacilgliceróis da VLDL são catabolizados pela LPL na superfície de

tecidos periféricos, o que resulta na transferência do alfa-tocoferol a tecidos

adjacentes e às partículas de HDL (Lipoproteína de Alta Densidade). Partículas

de VLDL remanescentes com alfa- tocoferol (ou IDL- lipoproteínas de

densidade intermediária) são removidas pelo fígado e parte é catabolizada em

LDL (Lipoproteína de Baixa Densidade), sendo a vitamina transferida a outros

tecidos periféricos (TRABER, 2012).

As trocas entre LDL e HDL favorecem o transporte do alfa-tocoferol na

circulação e sua transferência a tecidos reprodutivos e outros tecidos,

especialmente fígado, pulmão, cérebro, placenta e glândula mamária. A

aquisição de alfa-tocoferol por esses tecidos pode ser mediada por receptor

SR-BI, localizado na superfície das células e capaz de se ligar a HDL e LDL

para captar os lipídios (NICOD; PARKER, 2013).

O maior estoque corporal do alfa-tocoferol está no tecido adiposo (cerca

de 90%), mas parece que sua mobilização é fraca em resposta a deficiência

dietética de vitamina E na fase adulta (EL-SOHEMY et al. 2001; UCHIDA et al.

2012), o que pode provavelmente ocorre por uma redistribuição do alfa-

tocoferol de outros tecidos para as células de gordura (BLATT; LEONARD;

TRABER, 2001). Não se sabe como se comporta essa reserva na fase da

lactação.

A permanência do alfa-tocoferol circulante tem sido associada a

mecanismos que controlam a circulação de lipídios, sendo encontrada uma

correlação positiva entre o alfa-tocoferol plasmático, sua meia vida e

concentrações séricas de lipídios totais em indivíduos sem dislipidemias

(TRABER et al. 2015).

O mecanismo de passagem da vitamina E através da placenta e

glândula mamária ainda é desconhecido. O transporte e metabolismo da

vitamina E mãe-feto, propõe-se que ela seja entregue à placenta

principalmente pelas LDL e VLDL e transportada para o lado fetal com uma

proteína de ligação do tocoferol, que transfere seletivamente a forma 2R para a

veia umbilical. Em seguida é levada ao fígado fetal, retornando outros isômeros

para a circulação materna (ACUFF et al. 1998). Tal fato pode ser corroborado

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pelo conhecimento da expressão de enzimas capazes de metabolizar o alfa-

tocoferol no fígado fetal e placenta de ovelhas (GRANUM et al. 2011).

Assim, com a transferência placenta-feto limitada, o leite humano passa

a ser a única fonte desse micronutriente para o neonato em aleitamento

materno. Diferente da placenta, parece não haver uma limitação na

transferência da vitamina para a glândula mamária, já que a suplementação

materna no pós-parto imediato aumentou as concentrações de alfa-tocoferol no

leite (CAPPER et al. 2005; CLEMENTE et al. 2015).

Evidências comprovam que o conteúdo da vitamina E no leite materno,

principalmente no leite colostro (produzido na primeira semana após o parto)

contém uma elevada quantidade de alfa-tocoferol que contribui com o aumento

da vitamina E em tecidos corporais do neonato (DEBIER; LARONDELLE, 2005;

AZEREDO; TRUGO, 2008; LIMA; DIMENSTEIN; RIBEIRO, 2014).

Uma maior captação da vitamina E no tecido mamário durante a

lactação pode ser resultado de uma maior distribuição do alfa-tocoferol

circulante para a glândula mamária, em consequência do aumento na atividade

da enzima LPL nesse tecido durante a gestação e lactação (MARTÍNEZ;

BARBAS; HERRERA, 2002). Sugere-se também a participação da alfa-TTP na

secreção da vitamina para o leite e ainda receptores de superfície celular

expressos na glândula mamaria que facilitam a captação do alfa-tocoferol

circulante e o transfere para o leite (DEBIER, 2007; TORRES et al. 2014).

A suplementação materna durante a lactação é uma estratégia viável e

segura para satisfazer a necessidade de vitamina E dos recém-nascidos uma

vez que ao melhorar o estado nutricional materno pode, consequentemente,

prolongar a adequação do fornecimento de vitamina E através do leite (ALLEN,

2005). Estudos realizados com vitamina E suplementada para as mães no pós-

parto imediato, demonstraram aumento das concentrações dessa vitamina no

leite colostro 24 horas após a suplementação (GARCIA et al. 2010; MEDEIROS

et al. 2016) e também no leite de transição (MEDEIROS et al. 2016). Em outro

estudo as mulheres suplementadas com a forma natural da vitamina tiveram

57% mais vitamina no colostro do que as mulheres do grupo controle, contra

39% de aumento nas que receberam suplementação na forma racêmica,

mostrando uma maior eficácia da suplementação natural (CLEMENTE et al.

2015).

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Em relação ao uso de suplementos, o parâmetro de consumo utilizado

na garantia da segurança da administração é a UL. Conforme as DRIs

estabelecidas pelo Instituto de Medicina (2000), a UL de qualquer suplemento

contendo alfa-tocoferol para gestantes e lactantes é a mesma adotada para

mulheres adultas não grávidas e não lactantes (1000 mg/dia) uma vez que,

dada a escassez de dados quanto à suplementação nesse grupo de mulheres,

não há relatos de toxicidade da vitamina E em gestantes ou lactantes.

Assim, este estudo se propõe a avaliar o efeito da suplementação

materna com alfa-tocoferol sobre a concentração de retinol e alfa-tocoferol no

estado nutricional da mãe e do recém-nascido por meio do leite materno.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Avaliar o efeito da suplementação materna com vitamina E no pós-

parto sobre a concentração de retinol e alfa-tocoferol no soro e leite maternos

até 60 dias pós-parto.

2.2 Objetivos específicos

Caracterizar a população estudada quanto a sua condição

socioeconômica, demográfica e nutricional;

Avaliar o consumo habitual materno de vitamina A durante o seguimento

da pesquisa;

Analisar a concentração de retinol e alfa-tocoferol no soro e leite

maternos das puérperas ao longo da lactação, em diferentes situações

de suplementação;

Estimar e avaliar o fornecimento de vitamina A aos lactentes através do

leite materno até 60 dias após o parto.

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3 MATERIAL E METODOS

3.1 Caracterização do estudo, aspectos éticos e população

O estudo é do tipo prospectivo, controlado, randomizado e paralelo,

onde as participantes foram recrutadas no momento do seu atendimento para o

parto em duas maternidades públicas localizadas no município de Natal-RN:

Maternidade Escola Januário Cicco e Maternidade Municipal Arakén Irerê Pinto

(antiga Maternidade das Quintas). Ambas escolhidas por oferecerem cuidado

médico obstétrico gratuito a mulheres provenientes de vários bairros na cidade

de Natal e de outros municípios do Rio Grande do Norte, e por possuírem

representatividade frente ao volume anual de partos ocorridos nesta cidade.

Todos os procedimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o parecer nº

1.855.267 CAAE 57948616.0.0000.5537 (Apêndice 1), sendo este estudo

também conduzido de acordo com as recomendações da Declaração de

Helsink também e ainda registrado no ReBEC - Registro Brasileiro de Ensaios

Clínicos sobre o código RBR-6ys9yp e disponível em:

http://www.ensaiosclinicos.gov.br/rg/?q=RBR-6ys9yp (Apêndice 2).

Os dados foram coletados entre 2016 e 2017, sendo as participantes

acompanhadas até 60 dias após o parto. O cálculo amostral foi realizado

utilizando o software GPower® versão 3.1.7 com base nos seguintes

parâmetros: α de 5%; poder de 0,8 e efeito esperado de 0,40. Cohen define fs

de 0,1, 0,25 e 0,4 como efeito pequeno, médio e grande, respectivamente. A

partir desses parâmetros, cada grupo deveria ter, no mínimo, doze indivíduos

(FAUL et al., 2007), o que ao longo do recrutamento foi superado.

3.2 Desenho do estudo, critérios de inclusão e randomização

As puérperas arroladas no estudo foram esclarecidas quanto aos

objetivos da pesquisa e ao concordarem participar, assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido (TCLE). Em concordância com o comitê de

ética, três modelos de TCLEs foram aplicados de acordo com a randomização

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realizada no estudo (Apêndices, 3, 4 e 5).

Foram incluídas no estudo puérperas com idade entre 18 e 40 anos,

com baixo risco obstétrico e com parto a termo (idade gestacional ≥ 37

semanas). Foram adotados os seguintes critérios de exclusão: uso de

suplementos contendo vitaminas A e E durante a gestação e lactação,

presença de doenças agudas ou crônicas, transtorno mental, uso de drogas

lícitas e ilícitas, uso de antitrombóticos, parto pré-termo (idade gestacional < 37

semanas) com conceptos múltiplos e/ou com malformações e/ou paralisia

cerebral e que não praticavam o aleitamento materno. As informações foram

verificadas no prontuário hospitalar da puérpera e do neonato, localizado no

posto de enfermagem dos setores de atendimento.

As puérperas selecionadas foram randomicamente alocadas nos grupos

controle, suplementado 1 e suplementado 2, na razão de 1:1, seguindo a

ordem diária dos partos em cada uma das maternidades. Onde a primeira

mulher a dar a luz foi inserida no grupo controle, a segunda inserida no grupo

suplementado 1, a terceira inserida no grupo suplementado 2, e assim por

diante, sendo realizada uma randomização simples. Este trabalho foi

compilado em acordo com o CONSORT (do inglês: Consolidated Standards of

Reporting Trials) (Figura 7).

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Figura 7 - Diagrama de fluxo do CONSORT.

As perdas sofridas, conforme figura 7, em função do seguimento da

pesquisa, foram semelhantes em ambos os grupos e tiveram como principais

motivos a finalização da prática do aleitamento materno e a impossibilidade de

contatar a paciente no dia da coleta, em função da não correspondência dos

telefones de contato fornecidos ou pela mudança de residência da paciente

para outro município ou Estado.

3.3 Coleta de dados e intervenção

As puérperas foram submetidas à aplicação de um formulário

semiestruturado (Apêndice 6) por uma equipe previamente treinada para a

pesquisa, para obtenção de dados socioeconômicos, nutricionais, do pré-natal

e parto e à coleta de material biológico (sangue e leite materno). Algumas

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informações foram obtidas do cartão de acompanhamento do pré-natal e do

prontuário hospitalar. Informações dietéticas da mãe e da criança também

foram adquiridas durante as coletas no decorrer do estudo.

No decorrer do estudo, as coletas de sangue, leite materno e as

informações dietéticas da puérpera e da criança, ocorreram como descrito:

sangue materno: 1º (0 hora), 20º, 30º e 60º dias pós-parto; leite materno: 1º (0

hora), 2º, 7º, 20º, 30º e 60º dias pós-parto; informações dietéticas da puérpera

e da criança: 7º, 20º, 30º e 60º dias pós-parto. Todas as coletas subsequentes

ao 2º dia pós-parto após a alta hospitalar, foram feitas na residência de cada

uma das participantes pela equipe da pesquisa (Figura 8).

Figura 8 - Desenho da coleta de dados.

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Após a primeira coleta de material biológico (0 hora), foi administrada a400 UI de RRR-alfa-

tocoferol ao grupo suplementado 1 e b800 UI de RRR-alfa-tocoferol ao grupo suplementado 2.

O grupo controle não recebeu nenhuma suplementação; cRecordatório de 24 horas.

3.3.1 Intervenção

O grupo controle não sofreu nenhuma suplementação até a finalização

do estudo. Para os grupos suplementados foi ofertada a vitamina E natural na

forma de acetato de RRR-alfa-tocoferol sendo 400 UI para o grupo

suplementado 1 (1 cápsula de 400 UI) e 800 UI (2 cápsulas de 400 UI cada)

para o grupo suplementado 2. Ambas as suplementações ocorreram logo após

a primeira coleta de material biológico (0 hora) dos respectivos grupos, sendo

administradas por via oral e ingeridas com água no momento do desjejum

materno.

A dose de 400 UI de acetato de RRR-alfa-tocoferol (CVS Health,

Woonsocket, USA) (Apêndice 7), corresponde a 294 mg de alfa-tocoferol e foi

escolhida por ter sido considerada segura, mediante análise de estudos em

longo prazo, os quais não encontraram efeitos deletérios para esta dose

(INSTITUTE OF MEDICINE, 2000), assim como a dose de 800UI, que

representa 588mg de alfa-tocoferol, e não ultrapassa o UL (1000 mg)

estabelecido pelo Institute of Medicine (2000).

3.3.2 Informações do formulário semiestruturado e das visitas domiciliares

As informações socioeconômicas, demográficas e nutricional foram

coletadas por meio do formulário de pesquisa. A escolaridade foi obtida em

função da série e do grau que a pessoa estava frequentando ou havia

frequentado, considerando a última série concluída com aprovação. O

rendimento per capita foi calculado como indicador composto baseado na

renda familiar e no número de moradores da residência, sendo categorizado

em: até ½ salário mínimo, > ½ 1 salário mínimo, > 1 2 salários mínimos e >

2 3 salários mínimos, > 3 5 salários mínimos. O valor do salário mínimo foi

definido em R$ 880,00 (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E

ESTATÍSTICA, 2001).

O estado nutricional antropométrico da mulher foi avaliado durante a

gestação com base nas informações referentes à última consulta pré-natal feito

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por meio do Índice de Massa Corporal (IMC) gestacional (relação do peso em

quilogramas e altura em metro ao quadrado com a IG). A relação IMC com a IG

foi conferida no gráfico proposto por Atalah e colaboradores para então ser

classificada como baixo peso, peso adequado, sobrepeso ou obesidade

(ATALAH; CASTILLO; CASTRO, 1997) (Anexo A).

Quanto aos recém-nascidos, pelos dados registrados no prontuário foi

coletada a informação sobre a idade gestacional (IG), expressa em semanas. A

informação sobre o peso ao nascer foi extraída do prontuário clínico e a

avaliação do estado nutricional antropométrico foi realizada a partir deste

indicador, sendo classificados em: muito baixo peso (inferior a 1.500g), baixo

peso (inferior a 2.500g), peso adequado (entre 2.500g e 4.000g) e

macrossomia (acima de 4.000g) (STRUTZ; RICHARDSON; HUSSEY, 2012).

O crescimento da criança foi avaliado sob dois aspectos: o crescimento

intrauterino (CIU) e o crescimento na fase pós-natal. Para ambas as análises,

foi considerado o índice antropométrico peso para a idade, amplamente

utilizado para essa avaliação e recomendado pelo Ministério da Saúde do

Brasil (BRASIL, 2011a).

Na avaliação do crescimento intrauterino utilizou-se as curvas de

crescimento específicas para recém-nascidos a termo que relacionam o peso

ao nascer com a idade gestacional (VILLAR et al., 2014) (Anexo B). Desta

forma, os neonatos foram classificados em pequeno para a idade gestacional

(PIG), quando a relação peso/IG foi abaixo do percentil 10; em adequado para

a idade gestacional (AIG), quando entre os percentis 10 e 90; e em grande

para a idade gestacional (GIG), quando o índice encontrava-se acima do

percentil 90.

A ingestão de vitamina A das puérperas foi obtida por quatro

Recordatórios de 24 horas (R24h) aplicados nas coletas de seguimento (~7,

~20, ~30 e ~60 dias pós-parto), que consistiu no relato de todos os alimentos,

preparações, suplementos e bebidas consumidos nas últimas 24 horas que

antecederam a entrevista. As medidas caseiras descritas pelas mulheres foram

convertidas a gramatura ou mililitros com base nas padronizações de livros

textos (ARAÚJO; GUERRA, 2007; BRASIL, 2011c; TOMITA; CARDOSO,

2002).

Os inquéritos alimentares foram analisados no ambiente do software

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Virtualnutri Plus (http://www.virtualnutriplus.com.br/), que consiste em uma

ferramenta que auxilia na quantificação da ingestão dietética e tem em sua

base de dados diversas tabelas de informação nutricional dos alimentos e

preparações, incluindo a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos

(TACO). Para as preparações relatadas, como arroz de leite, farofa, arroz

refogado, sopas, etc, foram elaboradas fichas técnicas de preparações de

alimentos para obtenção de seu valor nutricional e posterior cadastro no banco

de dados do software.

Os valores de vitamina A foram comparados com a EAR (Estimated

Average Requerement / Requerimento Médio Estimado), recomendado para

estudos populacionais, cujo valor médio de ingestão diária para lactantes entre

19 a 50 anos é equivalente a 900 μg/dia (IOM, 2001).

O tipo de alimentação oferecida para a criança, bem como sua forma de

administração foram obtidos por meio de questionamento feito às mães a cada

etapa da coleta de dados e classificado em: aleitamento materno exclusivo,

aleitamento materno predominante, alimentação artificial e alimentação

complementar.

O aleitamento foi classificado como exclusivo quando a criança recebia

somente leite materno, diretamente da mama ou extraído, e nenhum outro

alimento líquido ou sólido e, o aleitamento materno predominante foi

determinado quando o lactente recebia, além do leite materno, água ou

bebidas à base de água, como sucos de frutas e chás. Já a alimentação

artificial foi categorizada quando se oferecia à criança apenas fórmulas lácteas

ou outros tipos de leites e, a alimentação complementar foi caracterizada

quando a criança recebia, além do leite materno, alimentos sólidos e

semissólidos, incluindo o leite não humano.

Na avaliação do crescimento pós-natal, o índice antropométrico peso

para idade foi estabelecido a partir da idade da criança e de suas medidas de

peso obtidas em momentos específicos da pesquisa e analisado com base nas

curvas específicas para recém-nascidos a termo (VILLAR et al., 2015; WHO,

2006) (Anexos C). Esse índice foi classificado conforme o Protocolo do Sistema

de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN na assistência à saúde

(BRASIL, 2011a) (Anexo D), sendo consideradas como baixo peso as crianças

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com classificação abaixo do Escore-Z -2 e, com peso elevado para a idade as

crianças classificadas acima do Escore-Z +2.

As medidas de peso da criança utilizadas para a avaliação do

crescimento pós-natal, bem como suas medidas de comprimento não foram

mensuradas pela equipe da pesquisa, de modo que houve a necessidade de

serem transcritas da caderneta de saúde. É relevante informar que esses

dados se encontravam ausentes para alguns pacientes visto que dependiam

da assistência pós-natal disponível para os pares mãe-bebê. Por esses motivos

foram utilizadas somente com o objetivo de caracterizar de maneira geral os

participantes. No pós-parto também foram coletadas informações quanto a

alimentação e intercorrências clínicas da criança.

3.3.3 Coleta de material biológico

O sangue materno (5 mL) foi coletado por punção venosa braquial por

um profissional técnico em enfermagem, sempre no período da manhã após

jejum de 8 a 12 horas.

As coletas de leite materno também se deram no período da manhã sob

a mesma condição de jejum e foram efetuadas pela equipe da pesquisa. Foram

coletados em média 2 mL de leite por expressão manual de uma única mama

não sugada previamente, desprezando as primeiras ejeções do leite para evitar

variações na composição em decorrência da gordura. Tal procedimento foi

realizado por evidências demonstrarem diferenças na composição de outros

nutrientes entre os leites anterior e posterior à mamada.

Todas as amostras biológicas foram coletadas em tubo de polipropileno

embalado protegido da luz e transportados em temperatura de refrigeração

para o Laboratório de Bioquímica dos Alimentos e da Nutrição (LABAN) do

Departamento de Bioquímica da UFRN. O sangue foi centrifugado a 4000 rpm

por 10 minutos para separação e remoção do soro. As amostras de soro e leite

maternos foram armazenadas a -20ºC, por um tempo médio de três dias, para

posterior extração e análise.

No decorrer do estudo, nas visitas domiciliares, todas as puérperas

receberam orientações sobre o manejo da lactação, doação de leite materno,

orientação sobre alimentação saudável e preventiva em relação a deficiência

da vitamina A. Essas orientações foram desenvolvidas em Projetos de:

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49

Extensão, Ações Integradas e Pesquisa, vinculados a este estudo (Apêndice

8).

3.4 Análise do retinol e do alfa-tocoferol nas amostras de soro e leite

maternos

3.4.1 Extração do retinol e do alfa-tocoferol no soro materno

O retinol e o alfa-tocoferol foram extraídos das amostras de soro de

acordo com adaptação do método de Ortega et al. (1998), conforme descrito a

seguir: a uma alíquota de 1 mL de soro, foi adicionado 1 mL de etanol a 95%

(Merck, Darmstadt, Alemanha) para precipitação proteica e 2 mL de hexano

P.A. (Merck, Darmstadt, Alemanha). As amostras foram homogeneizadas

durante 1 minuto em agitador de tubos e centrifugadas durante 10 minutos a

4000 rpm para separação da camada de sobrenadante, que foi removida

posteriormente para um segundo tubo.

As etapas de adição do hexano, assim como a retirada do sobrenadante

hexânico, ocorreram por três vezes para a extração do alfa-tocoferol e do

retinol nas amostras de soro. Por fim, 3 mL da camada reunida de

sobrenadante foram evaporados em banho-maria a 37 °C. O extrato seco foi

então dissolvido em 0,25 mL de etanol absoluto (Vetec, St. Louis, EUA) nas

amostras de soro, para ser analisado em Cromatografia Líquida de Alta

Eficiência (CLAE) (Figura 9).

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50

Figura 9 - Representação esquemática da extração e análise do retinol e do alfa-tocoferol no soro materno.

3.4.2 Extração do retinol no leite materno

O retinol foi extraído das amostras de leite seguindo uma adaptação do

método de Giuliano et al. (1992), conforme descrito a seguir: em uma alíquota

de leite foi acrescido igual volume de álcool etílico a 95% (Merck, Darmstadt,

Alemanha) e o tubo foi agitado para que houvesse desnaturação e precipitação

proteica. Em seguida, foi adicionado igual volume de hidróxido de potássio

(KOH) (Sigma-Aldrich, Rio de Janeiro, Brasil) a 50% v/v para a etapa de

hidrólise alcalina dos ésteres de retinol. A amostra foi mantida em banho-maria

a 60°C durante 1 hora, sob agitação. Finalizada esta etapa, foram adicionados

2 mL de hexano P.A. (Merck, Darmstadt, Alemanha) para extração do retinol.

Após a adição do reagente, a amostra foi agitada e centrifugada (500 rpm x g),

sendo a camada hexânica removida para um segundo tubo. Este processo foi

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51

realizado três vezes, totalizando 6 mL de fase hexânica extraída, dos quais 3

mL foram evaporados em banho-maria a 37°C. O extrato seco foi então

dissolvido em 0,25 mL de etanol absoluto (Vetec, St. Louis, EUA) nas amostras

de leite, para ser analisado em Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE)

(Figura 10).

Figura 10 - Representação esquemática da extração e análise do retinol no leite materno.

3.4.3 Extração do alfa-tocoferol no leite materno

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52

O alfa-tocoferol foi extraído das amostras de leite seguindo a mesma

metodologia descrita no item 3.4.1 para extração do soro.

3.5 Preparo do padrão de retinol e de alfa-tocoferol 3.5.1 Padrão de retinol

O padrão estoque de retinol foi preparado com 1 mg de retinol todo trans

(Sigma® - St. Louis, USA) diluído em 1 mL de metanol absoluto e agitado por

60 segundos. Em seguida foram realizadas duas diluições, sendo a última

submetida à leitura em espectrofotômetro 700 Plus (Femto) a 325 nm, em

cubeta de quartzo com capacidade para 2 mL, para confirmar a real

concentração do padrão. Utilizou-se também o coeficiente de extinção

específico (ɛ 1%, 1 cm = 1780) em etanol absoluto (Vetec) (Figura 11) (MILNE;

BOTNEM, 1986).

Figura 11 - Esquema das diluições do padrão de retinol para leitura no espectrofotômetro. A fórmula usada no cálculo para obtenção da real concentração do padrão foi: [ ] do padrão = A

o / ɛ%

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53

Onde: [ ] do padrão = concentração do padrão em gramas de retinol por 100mL da solução de leitura (g/%); A

o = leitura de absorbância realizada no espectrofotômetro, ɛ% = coeficiente de

extinção específico do retinol (ɛ% = 1780).

3.5.2 Padrão de alfa-tocoferol

O padrão estoque de alfa-tocoferol foi preparado com 16 mg de alfa-

tocoferol (Sigma-Aldrich, Estados Unidos) diluído em 1,0 mL de etanol 99% e

agitado por 1 minuto. Posteriormente foram realizadas duas diluições (10 e 20

vezes), sendo a última submetida à leitura em espectrofotômetro a 292 nm, em

cubeta de quartzo com capacidade para 1,0 mL. Utilizou-se o coeficiente de

extinção específico (ε 1%, 1 cm = 75,8 a 292 nm) em etanol 99% pureza

(Merck) para quantificação da leitura (Figura 12) (NIERENBERG; NANN, 1992).

Figura 12 - Esquema das diluições do padrão de alfa-tocoferol para leitura no espectrofotômetro. A fórmula usada para a determinação da concentração real do padrão foi: [ ] do Padrão = Ao ÷ ε% Onde: [ ] do padrão = concentração do padrão em gramas de retinol por 100 mL da solução de leitura (g/%); Ao = leitura da absorbância realizada no espectrofotômetro; ε% = coeficiente de extinção específico do retinol (ε% = 75,8).

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54

3.6 Quantificação do retinol e do alfa-tocoferol por Cromatografia Liquida de Alta Eficiência - CLAE

3.6.1 Retinol

Uma solução padrão de retinol com concentração confirmada pelo

coeficiente de extinção específico em etanol absoluto, ɛ 1%, 1 cm = 1780

(MILNE; BOTNEN, 1986) foi aplicada previamente a todas as análises. O

cromatograma evoluiu em eluição isocrática com fase móvel constituída de

metanol em grau de pureza para CLAE e fluxo de 1,0 mL por minuto em

comprimento de onda de 325 nm para detectar o retinol. A identificação e

quantificação do retinol nas amostras foram estabelecidas por comparação das

áreas dos picos obtidos nos cromatogramas com a área do padrão (Figura 13).

Os valores de retinol nas amostras foram expressos em μg/dL.

Figura 13 - Perfil cromatográfico do retinol em CLAE, com tempo de retenção de 5,0 minutos. (A) Pico do padrão de referência para retinol. (B) Pico de eluição de retinol em uma amostra de soro materno. Fonte: Programa LC Solution, Shimadzu Corporation®. Adaptado pelo autor

3.6.2 Alfa-tocoferol

Alíquotas de 20 μL foram injetadas em cromatógrafo Shimadzu

(Shimadzu, Kyoto, Japão) constituído de bomba LC-20 AT, com um loop injetor

de 20 μL acoplado a um detector SPD-20A UV-VIS, coluna C18 LiChroCART

250–4 (5 μm) LiChrospher® 100 (Merck, Darmstadt, Alemanha) e computador

com programa LC Solution (Shimadzu, Kyoto, Japão) para o processamento

dos dados. O cromatograma evoluiu em eluição isocrática com fase móvel

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constituída de metanol em grau de pureza para CLAE e fluxo de 1,0 mL por

minuto em comprimento de onda de 292nm para detectar o alfa-tocoferol.

A concentração de alfa-tocoferol foi identificada e determinada por

comparação com a área do padrão de alfa-tocoferol (Sigma-Aldrich, St. Louis,

Estados Unidos), em tempo de retenção de 10,3 minutos (Figura 14). Os

valores de alfa-tocoferol nas amostras foram expressos em μg/dL.

Figura 14. Perfil cromatográfico do alfa-tocoferol em CLAE, com tempo de retenção de 10,3 minutos.

(A) Pico do padrão de referência para alfa-tocoferol. (B) Pico de eluição de alfa-tocoferol em

uma amostra de soro materno.

Fonte: Programa LC Solution, Shimadzu Corporation®. Adaptado pelo autor

3.7 Linearidade, precisão e exatidão do método 3.7.1 Retinol

A linearidade do método foi examinada pela construção de uma curva

de calibração, utilizando padrão de retinol sintético diluído em diferentes

concentrações: 3,1 ng/20μL; 6,2 ng/20μL; 12,6 ng/20μL; 25,3 ng/20μL; 49

ng/20μL e 104 ng/20μL. A equação da reta foi obtida por regressão linear

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(concentração do padrão de retinol versus área correspondente), sendo R2 =

0,9998 (Figura 15).

Figura 15 - Curva de calibração e equação da reta obtida através da aplicação

em CLAE de diferentes concentrações do padrão de retinol.

Fonte: Elaborado pelo autor

O teste de repetitividade foi realizado para análise da precisão, tendo

sido extraída uma mesma amostra em três dias alternados. O coeficiente de

variação obtido foi abaixo de 4%.

O teste de recuperação foi realizado para verificar a exatidão do método,

onde foram analisados três grupos de amostras: G1 (apenas soro), G2 (soro e

padrão de retinol de concentração conhecida), G3 (água e padrão de retinol de

concentração conhecida). As amostras foram extraídas em triplicata e

aplicadas em CLAE, e a porcentagem de recuperação do retinol foi de 98%,

demonstrando uma extração eficaz.

0

200000

400000

600000

800000

1000000

1200000

0 20 40 60 80 100 120

Áre

a d

o p

ico

Retinol (ng/20μL)

y = 10168x + 1651,8

R2

= 0,9998

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3.7.2 Alfa-tocoferol

A linearidade do método foi examinada através da construção de uma

curva de calibração, usando soluções padrões do alfa-tocoferol (Sigma-Aldrich)

em diferentes concentrações. Foram retirados 25 μL, 50 μL, 100 μL, 200 μL,

400 μL e 600 μL do padrão de leitura para se obter os padrões de alfa-

tocoferol nas concentrações de 29 ng/20 μL, 58 ng/20 μL, 116 ng/20 μL, 232

ng/20 μL, 463 ng/20 μL e 700 ng/20 μL, respectivamente. A linearidade do

método analítico foi confirmada pela determinação do coeficiente da curva de

calibração na concentração de 29 – 700 ng/20μL (r = 0,9998) (Figura 16).

Figura 16 - Curva de calibração e equação da reta obtida através da aplicação em CLAE de diferentes concentrações do padrão de alfa-tocoferol. Fonte: Elaborado pelo autor

A exatidão e a precisão do método modificado foram avaliadas por meio

dos testes de recuperação da extração e repetitividade, respectivamente.

O teste de recuperação foi realizado com a reunião de duas amostras de

leite materno fresco, na qual foram retiradas 10 alíquotas contendo 1,0 mL

cada. Essas foram divididas igualmente em dois grupos: controle e teste. A

Afa-tocoferol (ng/20μL)

Áre

a d

o p

ico

0

50000

100000

150000

200000

250000

300000

0 100 200 300 400 500 600 700

y = 407,04x – 2880,3

R2

= 0,9998

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extração ocorreu conforme etapas descritas no item 3.4.1, exceto no grupo

teste que junto ao etanol 95% foi adicionado 1,0 mL de padrão interno de alfa-

tocoferol acetato (Sigma- Aldrich, Estados Unidos), em concentração de 5,4

μg/mL. As alíquotas e o padrão de alfa-tocoferol acetato foram analisadas em

CLAE nas mesmas condições antes descritas. O mesmo teste foi realizado

com amostras de soro materno. O teste de recuperação evidenciou uma

exatidão de 109% para o leite e 103% para o soro.

No teste de repetitividade o padrão de alfa-tocoferol e a mesma amostra

de leite extraída e diluída para cromatografia foi injetada em CLAE em cinco

momentos, com intervalos de três dias. O coeficiente de variação foi 0,01% na

concentração de 10 μg/mL para o padrão e 0,05% na concentração de 17,7

μg/mL para amostras de leite.

A sensibilidade do método foi determinada quando soluções padrões

foram diluídas até se chegar a concentração mínima a ser detectada (Limite de

detecção - LoD) e quantificada (limite de quantificação – LoQ) no aparelho de

CLAE. O LoQ foi atingido em concentração de 0,09 μg/mL de alfa-tocoferol, e o

LoD em 0,04 μg/mL.

3.8 Confirmação da concentração de alfa-tocoferol nas cápsulas

utilizadas para suplementação

Foi realizado teste comparativo com substância padrão de acetato de

alfa-tocoferol em concentração conhecida (Sigma-Aldrich, St. Louis, EUA) com

objetivo de confirmar a concentração do alfa-tocoferol contido na cápsula de

vitamina E utilizada para a suplementação.

A primeira etapa deste teste foi a produção de uma solução de acetato

de RRR-alfa-tocoferol utilizando-se padrão puro Sigma® a ser adotado como

comparativo. Em seguida, foi produzida uma solução de acetato de RRR-alfa-

tocoferol, a partir de uma (01) cápsula do suplemento utilizado (CVS Health®).

Para tanto, foi pesado o conteúdo total da cápsula (399 mg de óleo) e, a partir

dele, foram realizadas três diluições sequenciais com etanol absoluto (Merck®)

para produção da solução final.

Ambas as soluções finais foram aplicadas no CLAE, sob as condições

metodológicas descritas no item 3.4.3, no entanto, com detecção UV em

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59

comprimento de onda de 286 nm. Após a aplicação da solução de acetato de

alfa-tocoferol da cápsula, a área do pico gerado no cromatograma foi

comparada com a área do pico gerado pela solução padrão a fim de possibilitar

sua identificação e quantificação. Para confirmação da concentração utilizou-se

o coeficiente de extinção específico para acetato de alfa-tocoferol em etanol

absoluto, ɛ 1%, 1 cm = 40 (EITENMILLER; LEE, 2004).

Ao final do teste, a cápsula de suplementação apresentou concentração

de acetato de RRR-alfa-tocoferol correspondente a 98% da concentração

informada pelo fabricante no rótulo do produto.

3.9 Valores de referência para avaliação nutricional em vitamina A

Para diagnosticar a deficiência de e vitamina A sérica, foi utilizado o

ponto de corte adotado pela Organização Mundial de Saúde. Valores inferiores

a 20 μg/dL no pós-parto imediato ou na lactação, foram indicativos de

deficiência (WHO, 2009). Para avaliação da concentração de retinol fornecida

pelo leite materno, valores inferiores a 60 μg/dL para o leite colostro (MACIAS;

SCHUWEIGERT, 2001) e inferiores a 30 μg/dL para o leite maduro foram

considerados indicativos de baixa concentração de retinol (WHO, 2009).

O fornecimento de vitamina A pelo leite materno foi estimado por

comparação entre a quantidade de retinol fornecida no leite, baseada na

provável ingestão diária média de leite, e a AI de vitamina A (400 μg/dia)

(INSTITUTE OF MEDICINE, 2001). Para o leite colostro (0 hora e 24 horas

pós-parto) foi considerado volume diário de 396 mL e nos leites de transição (7

dias pós-parto) e maduro (20, 30 e 60 dias após o parto) adotou-se 780 mL

(BAUER; GERSS, 2011; INSTITUTE OF MEDICINE, 2000).

3.10 Valores de referência para avaliação nutricional em vitamina E

Para o diagnóstico da deficiência de vitamina E materna utilizou-se o

ponto de corte sérico adotado pelo Instituto de Medicina dos Estados Unidos.

De modo que valores séricos de alfa-tocoferol inferiores a 516 μg/dL, no pós-

parto imediato ou na lactação, foram indicativos de deficiência (INSTITUTE OF

MEDICINE, 2000).

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Para a avaliação da concentração de alfa-tocoferol fornecida pelo leite

materno, utilizou-se como parâmetro valores inferiores a 4 mg/dia no leite

materno como indicativos de baixos concentrações de vitamina E (INSTITUTE

OF MEDICINE, 2000). Esses valores foram estimados ao longo do período de

lactação, conforme mencionado previamente. Para o leite colostro (0 hora e 24

horas pós-parto) foi considerado volume diário de 396 mL e nos leites de

transição (7 dias pós-parto) e maduro (20, 30 e 60 dias após o parto) adotou-se

780 mL (BAUER; GERSS, 2011; INSTITUTE OF MEDICINE, 2000).

3.11 Análise estatística

As análises estatísticas foram realizadas pelo software IBM@ SPSS

Estatística versão 21.0 para Windows (SPSS Inc., Chicago, IL, EUA). Os dados

de retinol sérico são expressos em média, desvio-padrão e frequência

percentual.

Foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk para confirmar a adesão das

variáveis à distribuição normal. A homogeneidade dos grupos foi verificada

pelo teste qui-quadrado. O teste ANOVA one-way com teste post-hoc de Tukey

mensurou a diferença entre as médias das concentrações séricas do retinol e

do alfa-tocoferol intragrupos e intergrupos nos diferentes momentos da coleta.

As diferenças foram consideradas significativas quando p < 0,05.

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61

4 RESULTADOS

4.1 Caracterização da população

Para este estudo foram recrutadas oitenta e três puérperas, das quais

vinte e sete foram inseridas no grupo controle, vinte e oito no grupo

suplementado 1 e vinte e oito no grupo suplementado 2. As características

gerais encontram-se na tabela 1 e foram similares entre os grupos (p > 0,05).

Observou-se que a maioria das mulheres foram caracterizadas como adulta

jovem (25,4 ± 5,4 anos), casadas e/ou em união estável, com escolaridade no

ensino médio e com baixa renda (≤ 2 salários per capita). Essas mulheres não

tiveram acompanhamento nutricional e apresentaram ganho de peso

inadequado durante o período gestacional.

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Tabela 1 – Caracterização socioeconômica, demográfica e nutricional da população estudada. Natal-RN, 2016-2017.

Características

Grupo

controle

Suplementado

1

Suplementado

2 P-valor

(n = 27) (n = 28) (n = 28)

Idade materna, anos 25,4 ± 6,1 25,9 ± 5,7 24,8 ± 4,3 0,174*

Estado civil, n (%)

Solteira 5 (18,5) 5(17,9) 4(14,3) 0,903

Casada / União estável 22 (81,5) 23 (82,1) 24 (85,7)

Escolaridade, n (%)

Ensino fundamental incompleto 8 (29,6) 11 (39,3) 4 (14,3)

0,637

Ensino fundamental completo 2 (7,4) 0 (0) 2 (7,1)

Ensino médio incompleto 8 (29,6) 5 (17,9) 7 (25)

Ensino médio completo 8 (29,6) 8 (32,1) 12 (42,9)

Ensino superior incompleto 1 (3,7) 2 (7,1) 2 (7,1)

Ensino superior completo 0 (0) 1 (3,6) 1 (3,6)

Renda per capita, n (%)a

Até ½ salário 1 (4) 2 (8) 0 (0)

0,874

> ½ 1 salário 10 (40) 9 (36) 11 (40,7)

> 1 2 salários 12 (48) 11 (44) 15 (55,6)

> 2 3 salários 2 (8) 3 (12) 1 (3,7)

> 3 5 salários 0 (0) 0 (0) 0

Acompanhamento nutricional pré-natal, n (%)

Sim 5 (18,5) 6 (21,4) 1 (3,6) 0,078

Não 22 (81,5) 22 (78,6) 27 (96,4)

Estado nutricional gestacional, n (%)b

Baixo peso 1 (4,5) 1 (4) 1 (3,8)

0,988 Peso adequado 14 (63,7) 15 (60) 15 (57,7)

Sobrepeso 3 (13,6) 5 (20) 6 (23,1)

Obesidade 4 (18,2) 4 (16) 4 (15,4)

Ganho de peso gestacional, n (%)c

Insuficiente 9 (34,6) 8 (32) 7 (29.2)

0,988

Adequado 9 (34,6) 9 (36) 8 (33,3)

Excessivo 8 (30,8) 8 (32) 9 (37,5)

Teste Qui-quadrado. n = número. Suplementado 1 – 400 UI de RRR-alfa-tocoferol. Suplementado 2 – 800 UI de RRR-alfa-tocoferol.

aRenda familiar mensal dividida pelo número

de moradores do domicílio. Resultado em salários mínimos mensais per capita. bIMC = Índice

de Massa Corporal. cIMC = Índice de Massa Corporal em função da semana gestacional.

*ANOVA one-way; média ± desvio padrão; intervalo de confiança de 95%. As diferenças foram consideradas significativas quando p < 0,05.

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63

É possível observar na tabela 2 que os pares de mães-bebês dos três

grupos avaliados apresentaram a mesma proporção de indivíduos, onde a

maioria foi submetida ao parto vaginal, sendo multípara (> 1 filho) e seus

conceptos apresentaram-se com diagnóstico de adequação tanto para o

crescimento intrauterino como para o estado nutricional ao nascimento,

garantindo assim a homogeneidade da população.

Tabela 2 – Caracterização obstétrica da população e das crianças estudadas. Natal-RN, 2016-2017.

Características

Grupo

controle

Suplementado

1

Suplementado

2 P-valor

(n = 27) (n = 28) (n = 28)

Tipo de parto, n (%)

0,746 Vaginal 14 (51,9) 17 (60,7) 17 (60,7)

Cesáreo 13 (4,1) 11 (39,3) 11 (39,3)

Paridade, n (%)

0, 172 Primípara 14 (51,9) 13 (46,4) 5 (25)

Multípara 13 (48,1) 15 (53,6) 15 (75)

Peso ao nascer (Kg) 3,369 ± 0,323 3,368 ± 0,385 3,462 ± 0,376 0,557*

Comprimento as nascer (cm) 49,3 ± 2,4 48,8 ± 1,7 50,4 ± 1,5 0,506*

Crescimento intrauterinoa, n (%)

PIG 4 (14,8) 2 (7,1) 1 (3,6)

0,684 AIG 22 (81,5) 24 (85,8) 25 (89,3)

GIG 1 (3,7) 2 (7,1) 2 (7,1)

Estado nutricional do recém-nascidob, n (%)

Peso adequado 27 (100) 26 (92,9) 27 (96,4) 0,223

Macrossomia 0 (0) 2 (7,1) 1 (3,6)

Teste Qui-quadrado. n = número. Suplementado 1 - 400 UI de RRR-alfa-tocoferol.

Suplementado 2 - 800 UI de RRR-alfa-tocoferol. a

De acordo com o índice peso ao nascer/idade gestacional. PIG = pequeno para idade gestacional, AIG = adequado para idade gestacional,

GIG = grande para idade gestacional; b

De acordo com o peso ao nascer. *ANOVA one-way; média ± desvio padrão; intervalo de confiança 95%. Testes considerados estatisticamente significantes quando p < 0,05.

A informação sobre a ingestão habitual de vitamina A das puérperas foi

obtida pela aplicação do recordatório de 24 horas. O consumo de vitamina A

correspondeu a 1.199 ± 789,6 μg/dia no grupo controle, a 1.270 ± 642,1 μg/dia

no grupo suplementado 1 e a 1.159 ± 530,8 μg/dia no grupo suplementado 2

(Figura 17). Nos três grupos não foi verificada diferença significativa na

ingestão de habitual de vitamina A (p = 0,546).

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64

Figura 17 - Consumo habitual de vitamina A por puérperas conforme o seu grupo integrante. Natal - RN, 2016 – 2017. EAR – Requerimento Médio Estimado. Suplementado 1 – 400 UI de RRR-alfa-tocoferol. Suplementado 2 – 800 UI de RRR-alfa-tocoferol. ANOVA one-way com post hoc de Tukey (p = 0,546). EAR = Requerimento médio estimado para mulheres duran te a lactação (900 μg/dia) (INSTITUTE OF MEDICINE, 2001).

Durante esse período, todas as participantes apresentaram adequação

do consumo de vitamina A em relação à EAR (≥ 900 μg/dia), estabelecido pelo

Institut of Medicine (2001).

A caracterização das crianças com base no tipo de alimentação adotado

ao longo da pesquisa pode ser verificada na tabela 3. Percebe-se que o

aleitamento materno exclusivo foi predominante nos três grupos durante todo o

acompanhamento pós-parto, tendo sido constatado os menores casos por volta

do 60º dia, no grupo controle (77,8%). O aleitamento materno predominante foi

o segundo tipo de alimentação mais presente, com índices variando entre 5,3%

– 22,2% ao longo do pós-parto.

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

EAR paralactantes

Controle Suplementado 1 Suplementado 2

Vit

am

ina

A μ

g/d

ia

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65

Tabela 3 - Tipo de alimentação das crianças no período pós-parto, em função

do tratamento administrado. Natal - RN, 2016 – 2017.

Grupos Tipo de alimentação adotado 7 dias n (%)

20 dias n (%)

30 dias n (%)

60 dias n (%)

Controle Aleitamento materno exclusivo 16 (88,9) 16 (88,9) 16 (88,9) 14 (77,8)

Aleitamento materno predominantea 2 (11,1) 2 (11,1) 2 (11,1) 4 (22,2)

Suplementado

1

Aleitamento materno exclusivo 14 (87,5) 14 (87,5) 14 (87,5) 13 (81,2)

Aleitamento materno predominantea 2 (12,5) 2 (12,5) 2 (12,5) 3 (18,9)

Suplementado

2

Aleitamento materno exclusivo 19 (100) 19 (100) 19 (100) 18 (94,7)

Aleitamento materno predominantea 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (5,3)

Suplementado 1 – 400 UI de RRR-alfa-tocoferol. Suplementado 2 – 800 UI de RRR-alfa-tocoferol.

aLeite humano associado a água ou bebidas a base de água (sucos e chás).

Em relação as informações do estado antropométrico pós-natal segundo

o indicador peso/idade, observou-se ao longo do estudo, que a maioria das

crianças apresentaram diagnóstico de peso adequado para idade (≥ 60%),

embora algumas tinham diagnóstico de elevado peso para idade (Figura 18).

Figura 18 - Avaliação do crescimento pós-natal segundo indicador peso/idade no seguimento da pesquisa, em função do tratamento administrado. Natal - RN, 2016 – 2017. Suplementado 1 – 400 UI de RRR-alfa-tocoferol. Suplementado 2 – 800 UI de RRR-alfa-tocoferol.

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66

4.2 Efeito da suplementação com vitamina E sobre o retinol no soro materno até 60 dias pós-parto

A concentração sérica média de retinol referente ao pós-parto imediato

no momento baseline (0h) correspondeu a 43,8 ± 14 μg/dL no grupo controle,

42,5 ± 12,6 μg/dL no grupo suplementado 1 e a 34,9 ± 7,5 μg/dL no grupo

suplementado 2, sem diferença significativa entre os grupos (p > 0,05). De

maneira que, utilizando-se como parâmetro o ponto de corte previamente

estabelecido (> 20 μg/dL) para avaliar a DVA, as puérperas dos três grupos

apresentaram diagnóstico de adequado estado nutricional em vitamina A no

primeiro momento após o parto.

Analisando a concentração de retinol característica de cada grupo,

verificou-se que houve diferença entre os valores apresentados durante o pós-

parto (Figura 19).

Figura 19 – Concentração sérica média do retinol no soro materno do pós-parto imediato até 60 dias após o nascimento, em função do tratamento administrado. Natal - RN, 2016 – 2017. Suplementado 1 – 400 UI de RRR-alfa-tocoferol. Suplementado 2 – 800 UI de RRR-alfa-tocoferol. Análise intergrupos: letras maiúsculas diferentes comparadas verticalmente dentro de cada período analisado, representam diferença estatisticamente significante entre os grupos (p < 0,005). ANOVA one-way com post hoc de Tukey.

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67

Análise intragrupos: letras minúsculas diferentes comparadas horizontalmente entre os períodos analisados para cada grupo, representam diferença estatisticamente significante (p < 0,005). ANOVA one-way com post hoc de Tukey.

Na análise intragrupos, o grupo controle apresentou diferenças

significativas: do momento 0 hora para o 30º dia (p < 0,001), do momento 0

hora para o 60º dia (p < 0,001), do 20º dia para o 30º dia (p = 0,015) e do 20º

dia para o 60º dia (p = 0,001). No grupo suplementado 1 as diferenças

significantes foram: do momento 0 hora para o 30º dia (p = 0,004), do momento

0 hora para o 60º dia (p < 0,001), do 20º dia para o 30º dia (p = 0,034) e do 20º

dia para o 60º dia (p = 0,001). E no grupo suplementado 2 foram significantes

as analises: do momento 0 hora para o 20º dia (p = 0,001), do 20º dia para o

30º dia (p = 0,009) e do 20º dia para o 60º dia (p < 0,001).

Analisando a concentração sérica média de retinol intergrupos, as

diferenças significativas foram no 30º dia entre os grupos controle e

suplementado 2 (p < 0,001) e entre o suplementado 1 e o suplementado 2 (p =

0,014), e também no 60º dia entre os grupos controle e suplementado 2 (p <

0,001) e entre o suplementado 1 e o suplementado 2 (p < 0,001).

Na figura 20, é possível observar, em percentual, o perfil da

concentração sérica média de retinol no soro ao longo da lactação nos

diferentes grupos avaliados.

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68

Figura 20 – Percentual de aumento ou redução do retinol no soro materno do pós-parto imediato até 60 dias após o nascimento, em função do tratamento administrado. Natal - RN, 2016 – 2017. Suplementado 1 – 400 UI de RRR-alfa-tocoferol. Suplementado 2 – 800 UI de RRR-alfa-tocoferol.

Os valores percentuais apresentados foram estabelecidos a partir do

momento 0 hora em cada grupo. No 20º dia foi possível observar uma queda

percentual do retinol no grupo controle (~ 14,7%) e no suplementado 1 (~

1,4%), sendo este menor em relação ao controle, e um aumento no

suplementado 2 de ~ 27,1%. Com 30 dias o grupo controle e o suplementado 1

continuaram apresentando queda percentual do retinol (~ 37,2% e ~ 25,2%,

respectivamente) sendo o suplementado 1 menor que o controle, e o grupo

suplementado 2 manteve aumento de ~ 9,5%. Ao alcançar o 60º dia, todos os

grupos apresentaram queda no percentual do retinol, tendo o grupo controle

uma queda mais acentuada (~ 47,5%), seguido do grupo suplementado 1 (~

34,1%) e do suplementado 2 (~ 0,3%).

Foram constatados casos de DVA no 30º dia da pesquisa onde 6,2%

ocorreram no grupo suplementado 1, e no 60º dia tendo 16,7% de casos no

grupo controle e 12,5% no grupo suplementado 1, não sendo encontrado

nenhum caso de DVA no grupo suplementado 2 (Tabela 4).

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Tabela 4 - Deficiência de vitamina A materna com base no ponto de corte sérico (< 20 µg/dL), do pós-parto imediato até 60 dias após o nascimento, em função do tratamento administrado. Natal - RN, 2016 – 2017.

Momento Controle Suplementado 1 Suplementado 2

n (%) n (%) n (%)

0 hora 0 (0) 0 (0) 0 (0)

20 dias 0 (0) 0 (0) 0 (0)

30 dias 0 (0) 1 (6,2) 0 (0)

60 dias 3 (30) 2 (20) 0 (0)

Suplementado 1 – 400 UI de RRR-alfa-tocoferol. Suplementado 2 – 800 UI de RRR-alfa-tocoferol.

4.3 Efeito da suplementação com vitamina E sobre o alfa-tocoferol no soro materno até sessenta dias pós-parto

A concentração sérica média de alfa-tocoferol referentes ao pós-parto

imediato (0h) correspondeu a 1212,6 ± 341,3 μg/dL no grupo controle, 1201, 5

± 420 μg/dL no grupo suplementado 1 e a 1202,7 ± 260,3 μg/dL no grupo

suplementado 2, sem diferença significativa entre os grupos (p > 0,05). De

maneira que, utilizando-se como parâmetro o ponto de corte previamente

estabelecido (> 516 μg/dL), as parturientes dos três grupos apresentaram

diagnóstico de adequado estado nutricional em vitamina A no primeiro

momento após o parto. Em análise individualizada, pôde-se verificar, para esse

mesmo período, que no grupo controle, 5,6% (n = 1) das participantes

apresentou DVE.

Analisando a concentração média de alfa-tocoferol característica de

cada grupo, verificou-se que, independentemente do tratamento administrado,

houve diferença entre os valores apresentados durante o pós-parto (Figura 21).

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Figura 21 – Concentração sérica média do alfa-tocoferol no soro materno do pós-parto imediato até 60 dias após o nascimento, em função do tratamento administrado. Natal - RN, 2016 – 2017. Suplementado 1 – 400 UI de RRR-alfa-tocoferol. Suplementado 2 – 800 UI de RRR-alfa-tocoferol. Análise intergrupos: letras maiúsculas diferentes comparadas verticalmente dentro de cada período analisado, representam diferença estatisticamente significante entre os grupos (p < 0,005). ANOVA one-way com post hoc de Tukey. Análise intragrupos: letras minúsculas diferentes comparadas horizontalmente entre os períodos analisados para cada grupo, representam diferença estatisticamente significante (p < 0,005). ANOVA one-way com post hoc de Tukey.

Na análise intragrupos, o grupo controle apresentou diferenças

significativas: do momento 0 hora para o 30º dia (p = 0,001), do momento 0

hora para o 60º dia (p < 0,001) e do 20º dia para o 60º dia (p = 0,015). No

grupo suplementado 1 a diferença significante foi do momento 0 hora para o

60º dia (p = 0,004), e no grupo suplementado 2 foi do 20º dia para o 60º dia (p

= 0,038).

Analisando a concentração sérica média de alfa-tocoferol intergrupos, as

diferenças significativas foram no 20º dia entre os grupos controle e

suplementado 2 (p = 0,037), no 30º dia entre os grupos controle e

suplementado 2 (p = 0,006) e no 60º dia entre os grupos controle e

suplementado 2 (p < 0,001) e suplementado 1 e suplementado 2 (p = 0,042).

Na figura 22, é possível observar, em percentual, o perfil da

concentração média de alfa-tocoferol no soro ao longo da lactação nos

diferentes grupos avaliados.

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Figura 22 – Percentual de aumento ou redução do alfa-tocoferol no soro materno do pós-parto imediato até 60 dias após o nascimento, em função do tratamento administrado. Natal - RN, 2016 – 2017. Suplementado 1 – 400 UI de RRR-alfa-tocoferol. Suplementado 2 – 800 UI de RRR-alfa-tocoferol.

No 20º dia foi possível observar uma queda percentual do alfa-tocoferol

no grupo controle (~ 19,4%) e no suplementado 1 (~ 12,2%), sendo este menor

comparado ao controle, e um aumento no suplementado 2 de ~ 10,2%. Com 30

dias o grupo controle continuou apresentando queda percentual do alfa-

tocoferol (~ 39,1%), assim como o grupo suplementado 1 de ~ 8,3%, sendo

semelhante ao suplementado 2 que foi de ~ 8%. Ao alcançar o 60º dia, todos

os grupos apresentaram queda no percentual do alfa-tocoferol, tendo o grupo

controle uma queda mais acentuada (~ 53,2%), seguido do grupo

suplementado 1 (~ 37,4%) e do suplementado 2 (~ 18,7%).

Assim, é possível observar a eficácia da suplementação até o 20o dia no

grupo suplementado 2, onde se obteve um considerável aumento de ~ 10,2%

na concentração de alfa-tocoferol. Vale ressaltar que o grupo suplementado 1

apresentou concentração de alfa-tocoferol próxima ao grupo que não recebeu

nenhum tratamento, porém com um menor perfil de redução.

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4.4 Efeito da suplementação com vitamina E sobre o retinol no leite materno em diferentes estágios de lactação

A concentração média de retinol no leite materno referente ao pós-parto

imediato (0h) correspondeu a 111,8 ± 56,8 μg/dL no grupo controle, 113,1 ±

46,6 μg/dL no grupo suplementado 1 e a 110,3 ± 20,7 μg/dL no grupo

suplementado 2, sem diferença significativa entre elas (p > 0,05). De maneira

que, utilizando-se como parâmetro o ponto de corte previamente estabelecido

(> 60 μg/dL), as parturientes dos três grupos apresentaram diagnóstico de

adequado estado nutricional em vitamina A no primeiro momento após o parto

(0 hora).

Analisando a média da concentração de retinol característica de cada

grupo, verificou-se que houve diferença entre os valores apresentados durante

o pós-parto (Figura 23).

Figura 23 - Concentração média do retinol no leite materno do pós-parto imediato até 60 dias após o nascimento, em função do tratamento administrado. Natal - RN, 2016 – 2017. Suplementado 1 – 400 UI de RRR-alfa-tocoferol. Suplementado 2 – 800 UI de RRR-alfa-tocoferol. Análise intergrupos: letras maiúsculas diferentes comparadas verticalmente dentro de cada período analisado, representam diferença estatisticamente significante entre os grupos (p < 0,005). ANOVA one-way com post hoc de Tukey. Análise intragrupos: letras minúsculas diferentes comparadas horizontalmente entre os períodos analisados para cada grupo, representam diferença estatisticamente significante (p < 0,005). ANOVA one-way com post hoc de Tukey.

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Na análise intragrupos, o grupo controle apresentou diferenças

significativas do momento 0 hora para: o 7º dia (p < 0,001), o 20º dia (p <

0,001), o 30º dia (p < 0,001) e o 60º dia (p < 0,001); e do momento 24 horas

para: o 7º dia (p = 0,004), o 20º dia (p = 0,001), o 30º dia (p < 0,001) e o 60º dia

(p < 0,001). No grupo suplementado 1 as diferenças significantes do momento

0 hora foram para: 24 horas (p < 0,001), 20º dia (p < 0,001), 30º dia (p < 0,001)

e 60º dia (p < 0,001); do momento 24 horas para: o 7º dia (p < 0,001), o 20º dia

(p < 0,001), o 30º dia (p < 0,001) e o 60º dia (p < 0,001); e do 7º dia para: o 20º

dia (p = 0,015), o 30º dia (p = 0,006) e o 60º dia (p = 0,001). E no grupo

suplementado 2 foram significantes as análises do momento 0 hora para: 24

horas (p < 0,001), 20º dia (p < 0,001), 30º dia (p < 0,001) e 60º dia (p < 0,001);

do momento 24 horas para: o 7º dia (p < 0,001), o 20º dia (p < 0,001), o 30º dia

(p < 0,001) e o 60º dia (p < 0,001); e do 7º dia para: o 20º dia (p < 0,001), o 30º

dia (p < 0,001) e o 60º dia (p < 0,001).

Analisando a concentração média de retinol intergrupos, as diferenças

significativas foram no momento 24 horas entre os grupos controle e

suplementado 1 (p < 0,001) e entre o controle e suplementado 2 (p < 0,001).

No 7º dia entre os grupos controle e suplementado 1 (p < 0,013) e entre o

controle e o suplementado 2 (p < 0,001), e também no 20º dia entre os grupos

suplementado 1 e o suplementado 2 (p = 0,023).

Na figura 24, é possível observar, em percentual, a tendência fisiológica

da concentração média de retinol no leite materno ao longo da lactação nos

diferentes grupos avaliados.

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Figura 24 – Percentual de aumento ou redução do retinol no leite materno do pós-parto imediato até 60 dias após o nascimento, em função do tratamento administrado. Natal - RN, 2016 – 2017. Suplementado 1 – 400 UI de RRR-alfa-tocoferol. Suplementado 2 – 800 UI de RRR-alfa-tocoferol.

Os valores percentuais apresentados foram estabelecidos a partir do

momento 0 hora em cada grupo. Em 24 horas pós-parto houve aumento do

percentual de retinol nos grupos suplementado 1 e suplementado 2 (~ 74,1% e

~ 68,7%, respectivamente). No 7º dia foi possível observar uma queda

percentual acentuada do retinol no grupo controle (~ 50,3%) e menos

acentuada nos grupos suplementado 1 (~ 8,2%), e suplementado 2 (~ 0,1%).

Com 20 dias todos os grupos apresentando queda percentual do retinol (~

50,4% controle, ~ 55,5% suplementado 1 e ~ 48,1% suplementado 2). No 30º

dia todos os grupos continuaram apresentando queda percentual do retinol (~

54,9% controle, ~ 64,2% suplementado 1 e ~ 58,6% suplementado 2). Ao

alcançar o 60º dia, todos os grupos mantiveram a queda no percentual do

retinol, tendo o grupo controle uma queda de ~ 67,4%, seguido do grupo

suplementado 2 de ~ 66,8% e do suplementado 1 de ~ 61,3%.

Foram constatados casos de DVA em diferentes momentos da pesquisa.

Em análise individualizada, pôde-se verificar a presença da DVA no grupo

controle no momento 0 hora (22,2%), 24 horas (27,7%), 7º dia (61,1%), 20º dia

(88,8%), 30º dia (88,8%) e no 60º dia (100%). No grupo suplementado 1 foi

observada a DVA no momento 0 hora (12,5%), 7º dia (5,6%), 20º dia (18,7%),

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30º dia (18,7%) e no 60º dia (25%). No entanto, no grupo suplementado 2 a

DVA não foi observada em nenhum momento (Tabela 5).

Tabela 5 - Deficiência de vitamina A no leite materno com base em ponto de corte para o leite materno colostro (< 60 μg/dia) e maduro (< 30 μg/dia) do pós-parto imediato até 60 dias após o nascimento, em função do tratamento administrado. Natal - RN, 2016 – 2017.

Momento Controle Suplementado 1 Suplementado 2

n (%) n (%) n (%)

0 hora 4 (22,2) 2 (12,5) 0 (0)

24 horas 5 (27,7) 0 (0) 0 (0)

7 dias 11 (61,1) 1 (5,6) 0 (0)

20 dias 16 (88,8) 3 (18,7) 0 (0)

30 dias 16 (88,8) 3 (18,7) 0 (0)

60 dias 18 (100) 4 (25) 0 (0)

Suplementado 1 – 400 UI de RRR-alfa-tocoferol. Suplementado 2 – 800 UI de RRR-alfa-tocoferol.

O declínio fisiológico do retinol no leite materno ao longo do pós-parto foi

observado, assim como ocorreu no soro. Nas primeiras 24 horas os grupos

suplementados 1 e 2 apresentaram aumento significativo do retinol no leite

materno. Apesar de, a partir do 7º dia, estes grupos apresentarem declínio do

retinol, este não foi tão acentuado como no grupo controle, demonstrando

assim a eficácia da suplementação, onde ainda é possível destacar a maior

efetividade para o grupo suplementado 2.

4.5 Efeito da suplementação com vitamina E sobre o alfa-tocoferol no leite materno até sessenta dias pós-parto

A concentração média de alfa-tocoferol no leite materno referente ao

pós-parto imediato (0h) correspondeu a 1399,4 ± 541,6 μg/dL no grupo

controle, 1341,4 ± 464,8 μg/dL no grupo suplementado 1 e a 1279,1 ± 343,9

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μg/dL no grupo suplementado 2, sem diferença significativa entre elas (p >

0,05).

Analisando a média da concentração de alfa-tocoferol característica de

cada grupo, verificou-se que, independentemente do tratamento administrado,

houve diferença entre os valores apresentados durante o pós-parto (Figura 25).

Figura 25 – Concentração média do alfa-tocoferol no leite materno do pós-parto imediato até 60 dias após o nascimento, em função do tratamento administrado. Natal - RN, 2016 – 2017. Suplementado 1 – 400 UI de RRR-alfa-tocoferol. Suplementado 2 – 800 UI de RRR-alfa-tocoferol. Análise intergrupos: letras maiúsculas diferentes comparadas verticalmente dentro de cada período analisado, representam diferença estatisticamente significante entre os grupos (p < 0,005). ANOVA one-way com post hoc de Tukey. Análise intragrupos: letras minúsculas diferentes comparadas horizontalmente entre os períodos analisados para cada grupo, representam diferença estatisticamente significante (p < 0,005). ANOVA one-way com post hoc de Tukey.

Na análise intragrupos, o grupo controle apresentou diferenças

significativas do momento 0 hora para: o 7º dia (p < 0,001), o 20º dia (p <

0,001), o 30º dia (p < 0,001) e o 60º dia (p < 0,001); do momento 24 horas

para: o 7º dia (p < 0,001), o 20º dia (p < 0,001), o 30º dia (p < 0,001) e o 60º dia

(p < 0,001); do 7o dia para: o 30º dia (p = 0,033) e o 60º dia (p = 0,044). No

grupo suplementado 1 as diferenças significantes do momento 0 hora foram

para: 24 horas (p < 0,001), 20º dia (p < 0,001), 30º dia (p < 0,001) e 60º dia (p <

0,001); do momento 24 horas para: o 7º dia (p < 0,001), o 20º dia (p < 0,001), o

30º dia (p < 0,001) e o 60º dia (p < 0,001); do 7º dia para: o 20º dia (p = 0,016),

o 30º dia (p = 0,015) e o 60º dia (p = 0,001). E no grupo suplementado 2 foram

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77

significantes as análises do momento 0 hora para: 24 horas (p < 0,001), 20º dia

(p = 0,004), 30º dia (p = 0,001) e 60º dia (p = 0,001); do momento 24 horas

para: o 7º dia (p < 0,001), o 20º dia (p < 0,001), o 30º dia (p < 0,001) e o 60º dia

(p < 0,001); e do 7º dia para: o 20º dia (p < 0,001), o 30º dia (p < 0,001) e o 60º

dia (p < 0,001).

Analisando a concentração de alfa-tocoferol intergrupos, as diferenças

significativas foram no momento 24 horas entre os grupos controle e

suplementado 2 (p < 0,001) e entre o suplementado 1 e suplementado 2 (p =

0,001). No 7º dia entre os grupos controle e suplementado 1 (p = 0,002), entre

o controle e suplementado 2 (p < 0,001) e entre o suplementado 1 e o

suplementado 2 (p < 0,001). No 30º dia entre os grupos controle e

suplementado 1 (p = 0,001) e o controle e suplementado 2 (p = 0,004) e

também no 60º dia entre os grupos controle e suplementado 2 (p = 0,019).

Na figura 26, é possível observar, em percentual, a tendência fisiológica

da concentração média de alfa-tocoferol no leite materno ao longo da lactação

nos diferentes grupos avaliados.

Figura 26 – Percentual de aumento ou redução do alfa-tocoferol no leite materno do pós-parto imediato até 60 dias após o nascimento, em função do tratamento administrado. Natal - RN, 2016 – 2017. Suplementado 1 – 400 UI de RRR-alfa-tocoferol. Suplementado 2 – 800 UI de RRR-alfa-tocoferol.

Os valores percentuais apresentados foram estabelecidos a partir do

momento 0 hora em cada grupo. Em 24 horas pós-parto houve aumento do

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percentual de alfa-tocoferol nos grupos suplementado 1 e suplementado 2 (~

95,9% e ~ 183,9%, respectivamente). No 7º dia foi possível observar uma

queda percentual do alfa-tocoferol no grupo controle (~ 52%), sendo esta

menos acentuada no grupo suplementado 1 (~ 7,3%), e a permanência no

aumento para o grupo suplementado 2 (~ 51,8%). Com 20 dias todos os

grupos apresentando queda percentual do alfa-tocoferol (~ 67,4% controle, ~

55,1% suplementado 1 e ~ 54,3% suplementado 2). No 30º dia todos os grupos

continuaram apresentando queda percentual do alfa-tocoferol (~ 79,3%

controle, ~ 62,7% suplementado 1 e ~ 64,8% suplementado 2). Ao alcançar o

60º dia, todos os grupos mantiveram a queda no percentual do alfa-tocoferol,

tendo o grupo controle uma queda de ~ 80,3%, seguido do grupo

suplementado 1 de ~ 68,1% e do suplementado 2 de ~ 66%.

O declínio fisiológico do alfa-tocoferol no leite materno ao longo do pós-

parto foi observado, assim como ocorreu no soro. Nas primeiras 24 horas os

grupos suplementados 1 e 2 apresentaram aumento significativo do alfa-

tocoferol no leite materno. O grupo suplementado 1 apresentou declínio

fisiológico do alfa-tocoferol a partir do 7o dia até o final da pesquisa. Já o grupo

suplementado 2 manteve concentrações superiores às do baseline até o 7o dia

da pesquisa, começando a apresentar o declínio a partir do 20o dia até o final

da pesquisa.

4.6 Estimativa do fornecimento de vitamina A para crianças amamentadas até sessenta dias pós-parto

Pela estimativa da capacidade gástrica das crianças foi possível

estabelecer uma estimativa do volume de leite ingerido diariamente. Para o

leite colostro (0 hora e 24 horas pós-parto) foi considerado volume diário de

396 mL e nos leites de transição (7 dias pós-parto) e maduro (20, 30 e 60 dias

após o parto) adotou-se 780 mL.

O fornecimento de vitamina A pelo leite materno foi estimado por

comparação entre a quantidade de retinol fornecida no leite, baseada na

provável ingestão diária média de leite, e a AI de vitamina A corresponde a 400

μg/dia (Figura 27).

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Figura 27 – Estimativa do fornecimento de vitamina A aos lactentes a partir do volume diário de leite recomendado, em função do tratamento administrado. Natal - RN, 2016 – 2017. Suplementado 1 – 400 UI de RRR-alfa-tocoferol. Suplementado 2 – 800 UI de RRR-alfa-tocoferol. A linha vermelha pontilhada é indicativa da AI de vitamina A para lactentes até 6 meses de idade (400 μg/dia). Análise intergrupos: letras minúsculas diferentes comparadas horizontalmente entre os períodos analisados para cada grupo, representam diferença estatisticamente significante (p < 0,005). ANOVA one-way com post hoc de Tukey.

Analisando o fornecimento de vitamina A aos lactentes intergrupos, as

diferenças significativas foram no momento 24 horas entre os grupos controle e

suplementado 1 (p = 0,001) e entre o controle e suplementado 2 (p = 0,002).

No 7º dia entre os grupos controle e suplementado 1 (p < 0,001), entre o

controle e suplementado 2 (p < 0,001) e entre o suplementado 1 e o

suplementado 2 (p < 0,001). No 20º dia entre os grupos controle e

suplementado 2 (p < 0,001); no 30º dia entre os grupos controle e

suplementado 1 (p < 0,001), o controle e suplementado 2 (p < 0,001) e entre o

suplementado 1 e suplementado 2 (p < 0,001); e também no 60º dia entre os

grupos controle e suplementado 1 (p = 0,001) e o controle e suplementado 2 (p

= 0,002).

Conforme visto na figura 27, a estimativa de fornecimento da vitamina A

para os lactentes no grupo controle é adequada somente no momento 0 hora,

depois há um declínio até os sessenta dias pós-parto. Os grupos

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suplementados 1 e 2 fornecem a vitamina A acima da estimativa (77,3% e

82,3%, respectivamente) no momento 24 horas, ou seja, após receberem a

suplementação. No grupo suplementado 1 a partir do 7º dia até o 60º ocorre

um declínio do fornecimento da vitamina A, abaixo do que é recomendado. No

entanto, o grupo suplementado 2 manteve o fornecimento acima do

recomendado no momento 24 horas, como mencionado anteriormente, no 7º

dia (38%) e no 20º dia (8,3%), tendo um declínio a partir do 30º dia até o final

da pesquisa, sendo abaixo da recomendação, mas menos relevante do que no

grupo controle e no grupo suplementado 1.

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5 DISCUSSÃO

Pesquisas realizadas com modelos animais observaram que a

suplementação com vitamina A, em doses elevadas, provoca redução das

concentrações séricas de alfa-tocoferol (SCHELLING et al. 1995; BLAKELY et

al. 1990; NONNECKE et al. 1999) e a diminuição das lipoproteínas (AMETAJ et

al. 2000).

Em mulheres lactantes, observou-se que a suplementação de vitamina A

elevou as concentrações de alfa-tocoferol no leite colostro, porém, este

suplemento continha certa quantidade de vitamina E (GARCIA et al. 2010). No

entanto, a suplementação com vitamina A, associada a vitamina E em sua

formulação, interfere de forma negativa na biodisponibilidade da vitamina E,

diminuindo sua concentração (LIRA et al. 2013). Desta forma, estudo com

população de características semelhantes, apontam que a suplementação com

vitamina A promove um declínio significativo na concentração de alfa-tocoferol

no leite colostro (GRILO et al. 2016).

Entretanto, evidências sobre a possível atuação da vitamina E sobre a A

são escassos na literatura. Dessa forma, este estudo aborda de forma pioneira

a avaliação da eficácia de dois esquemas de suplementação materna com alfa-

tocoferol sobre a concentração de retinol no soro e leite maternos até sessenta

dias pós-parto.

A lactação representa um momento de peculiar vulnerabilidade

nutricional para a mulher, devido as elevadas demandas fisiológicas,

alterações comportamentais, metabólicas e possivelmente doenças associadas

a esta fase (CAMINHA et al. 2009).

A carência nutricional nessa fase responde por uma parcela dos

elevados índices de morbidade e mortalidade infantil, principalmente no

envolvimento da vitamina A nos estágios iniciais de vida, devido as reservas

hepáticas serem limitadas (RAMALHO; DOLINSKY, 2012). Sendo assim, o

monitoramento e a melhoria do estado nutricional da vitamina A de mulheres

no puerpério, pode ajudar a aumentar os estoques da criança por meio do

aleitamento materno (NEVES et al. 2015).

Para isso, se faz necessário o acompanhamento pré-natal e pós-natal,

que tem apresentado uma oferta melhor no Brasil e geralmente, 67% das

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mulheres buscam a assistência pública para realizarem os procedimentos que

antecedem o parto, sendo no Nordeste, em torno de 78% pós-gestacional

(VIELLAS et al. 2014). O cuidado nutricional durante o período gestacional é de

extrema importância (VITOLO et al. 2011), mas esta não é uma pratica descrita

nos manuais de pré-natal vigentes no Brasil. Com isso, o acesso a consulta

nutricional se torna cada vez mais limitado, sendo disponível somente para

gestantes de alto risco (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012a; 2012b). O presente

estudo evidenciou que a maioria das puérperas eram adultas jovens, de baixa

renda, entre outros achados; mais de 80% não tiverem acompanhamento

nutricional no pré-natal, o que pode ter refletido na inadequação do ganho de

peso durante a gestação.

Outra avaliação realizada, foi a da ingestão de vitamina A por meio de

quatro Recordatórios de 24 horas (R24h) aplicados nas coletas de seguimento

(~7, ~20, ~30 e ~60 dias pós-parto). Durante esse período, todas as

participantes apresentaram apropriado consumo de vitamina A em relação à

recomendação da EAR (≥ 900 μg/dia), resultando numa prevalência de

inadequação em 0% dos casos. Estes resultados diferem de outros estudos

que avaliaram o consumo de vitamina A por lactantes utilizando o Questionário

de Frequência Alimentar (QFA), uma vez que, observaram que 22,1% das

mulheres consumiram menos vitamina A do que o valor recomendado

(RIBEIRO et al. 2010) e em outro cerca 46% das lactantes apresentaram

inadequação do consumo (GURGEL et al. 2016).

Importante salientar que não houve diferença no consumo de vitamina A

entre os grupos no decorrer da pesquisa, mas é preciso avaliar essa resposta

sobre a concentração dessa vitamina no soro e no leite maternos. Mesmo

tendo um consumo adequado de vitamina A o intuito da suplementação é ter a

garantia de que, por meio do aleitamento materno, a mãe transfira à criança a

quantidade necessária da vitamina para suprir a sua necessidade.

O aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida, funciona

como estratégia para diminuir a morbidade e mortalidade infantil, pois é o

alimento ideal para o bebê. A composição nutricional e os fatores bioativos do

leite materno promovem o desenvolvimento intestinal, imunológico e cognitivo

do lactente amamentado, protegendo-o contra infecções (WHO, 2013;

BALLARD; MORROW, 2013). Desta forma, a suplementação de vitamina A

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associada ao aleitamento materno exclusivo se tornou uma estratégia

importante para melhorar o estado nutricional em vitamina A do binômio mãe-

filho (BEZERRA et al. 2009), sendo o fornecimento dessa vitamina essencial

para a sobrevida dos recém-nascidos (OMS, 2013).

A prevalência de aleitamento materno exclusivo no Brasil é de 41% em

crianças menores de 6 meses, segundo dados da II Pesquisa de Prevalência

do Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008), sendo de 40,5% em Natal. A OMS considera

essas prevalências “razoáveis” (entre 12% e 49%), pois atingem valores

inferiores a 50% da população (WHO, 2003).

Para este estudo a pratica do aleitamento foi considerada como critério

de inclusão e permanência das mulheres na pesquisa, de maneira que até os

60 dias foi verificado uma prevalência de mais de 70% de aleitamento materno

exclusivo na população. Por outro lado, pode ser observado a inclusão de água

ou bebidas a base de água, como sucos e chás em associação ao leite

materno, interferindo nesse percentual no segundo mês após o nascimento.

O tipo de alimentação da criança pode refletir no seu crescimento, e o

estado nutricional avaliado no presente estudo, apontou casos de peso elevado

para idade a partir do 7o dia da pesquisa. Porém, o peso adequado para idade

no decorrer da pesquisa prevaleceu em mais de 60% das crianças avaliadas.

A homogeneidade da população é evidenciada pelo comportamento das

variáveis avaliadas, o que confere credibilidade ao estudo proposto.

Como já citado neste trabalho, o Brasil é um país onde a deficiência de

vitamina A ainda é considerada um problema de saúde pública, acometendo

principalmente o grupo materno-infantil (QUEIROZ et al. 2013; OMS, 2013b),

sendo importante a realização do diagnostico desta carência.

A análise do retinol e do alfa-tocoferol no soro aponta que esses são

bons marcadores para se avaliar o status dessas vitaminas em estudo de

interação (WHO, 2009; SALES, FIGUEROA, 2013), assim como o leite materno

no caso da vitamina A.

Neste estudo, a análise do retinol sérico no momento 0 hora para todos

os grupos analisados, apresentou a média da concentração acima do ponto de

corte indicativo de deficiência (> 20 µg/dL). Pesquisas realizadas no Nordeste

brasileiro (RIBEIRO et al. 2010; RIBEIRO, LIRA, DIMENSTEIN. 2011; LIRA et

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al. 2011; DANTAS et al. 2011; FERNANDES et al. 2014; GURGEL et al. 2016;

GRILO et al. 2016), no México (GARCIA-GUERRA et al. 2009), na Índia

(MENON et al. 2011) e no Peru (HORTON et al. 2013) obtiveram

concentrações semelhantes as observadas no mesmo momento do presente

estudo. Valores inferiores a este estudo foram encontrados na África

(KAESTEL et al. 2012; GEBRESELASSIE et al. 2013), e abaixo do ponto de

corte indicativo para DVA também na África (SAMBA et al. 2013). Outros

estudos apresentaram valores superiores a este estudo, sendo eles no Brasil

(RAMALHO et al. 2006; CAMPOS et al. 2008; GARCIA et al. 2010; SANTOS et

al. 2010; LIMA et al. 2017; GURGEL et al. 2017), na Turquia (ORHON et al.

2009), no Irã (ASSEMI et al. 2010) e na China (YANG et al. 2016).

A concentração média de alfa-tocoferol no soro referente ao pós-parto

imediato (momento 0 hora) deste estudo, não apresentou diferença entre os

três grupos e indicou adequação nutricional. A dose de 400 UI de RRR-alfa-

tocoferol não apresentou efeito sobre a vitamina E sérica durante a lactação.

Já a dose de 800 UI proporcionou aumento do alfa-tocoferol até o 20o dia após

o parto, demonstrando ser mais eficaz que a dose mais baixa.

Ficou evidente a relação das vitaminas A e E no soro materno sendo

uma possível estratégia de intervenção para melhorar o status de ambas as

vitaminas, pois a suplementação com a dose de 800 UI de RRR-alfa-tocoferol

administrada no pós-parto imediato, garantiu maiores concentrações

circulantes de alfa-tocoferol até 20 dias após o parto e de retinol até 30 dias

após.

Um estudo realizado com ratos (MOORE, 1940) corrobora com os

achados do presente estudo, pois evidenciou que a presença de vitamina E na

dieta dos mesmos, levou a um aumento da vitamina A. Em outra pesquisa

(GONÇALVES et al. 2015), também feita com ratos, foi observado que as

vitaminas lipossolúveis possuem locais diferenciados de absorção, onde a

vitamina A é mais absorvida na região proximal e a vitamina E na região distal

do intestino. Tal diferença no sítio absortivo provocou um aumento de 40% na

absorção do retinol, que pode ser justificado pelo papel antioxidante da

vitamina E, que provavelmente protegeu a vitamina A da oxidação após a

digestão. Esse achado pode justificar o que foi encontrado nesse estudo com

mulheres na fase da lactação, cuja suplementação com doses maiores de

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vitamina E foi mais eficaz em aumentar o retinol sérico até trinta dias após o

parto, sugerindo que a vitamina E contribuiu para que maiores concentrações

de vitamina A ficassem disponíveis, ou ainda, agindo como fator antioxidante

protegendo-a.

Alguns estudos afirmam que a DVA afeta aproximadamente 190 milhões

de crianças e 19,1 milhões de mulheres grávidas em todo o mundo, gerando

um impacto negativo na saúde, provocando um aumento da morbidade e

interferindo negativamente na qualidade de vida desta população (PAIVA et al.

2017).

A DVA foi constatada no presente estudo, no 30º dia da pesquisa em

6,2% no grupo suplementado 1, e no 60º dia em 30% no grupo controle e 20%

no grupo suplementado 1, não sendo encontrado nenhum caso de DVA no

grupo suplementado 2 até o final do estudo. Isto leva a sugerir que a dose de

800 UI de RRR-alfa-tocoferol foi a melhor opção de suplementação ao

avaliarmos seus efeitos na concentração sérica de retinol.

Este desenho metodológico pode apresentar um fator limitante que se

caracteriza por não representar o momento exato do pico da vitamina E sérica

e pela interferência do alfa-tocoferol na biodisponibilidade da vitamina A uma

vez que o soro só foi aferido novamente no 20º dia. Mas, a suplementação

clínica não se torna importante somente para o aumento da concentração

sérica, e sim, pela continuidade por um determinado período de tempo e os

efeitos associados a saúde da população, assim julgando, que este estudo

determina a avaliação do efeito dos dois esquemas de suplementação

propostos, sobretudo no leite materno.

A concentração de retinol no leite humano é uma medida eficaz na

avaliação do estado nutricional em vitamina A materno e do lactente, pois

permite verificar o fornecimento desse nutriente. Além disso, é um parâmetro

de avaliação considerado pouco invasivo (ALLEN; HASKELL, 2001).

A análise do retinol no leite materno colostro no momento 0 hora,

demonstrou que todos os grupos apresentaram media da concentração acima

do ponto de corte indicativo para deficiência (> 60 µd/dL). Pesquisas com

mulheres no nordeste do Brasil (DIMENSTEIN et al. 2007; RIBEIRO et al.

2009; DIMENSTEIN et al. 2010; RIBEIRO et al. 2010; GRILO et al. 2016;

BEZERRA et al. 2016; GURGEL et al. 2017a) e em Camarões (ENGLE-

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STONE et al. 2013) tiveram concentrações semelhantes a este estudo. Valores

inferiores aos achados neste estudo foram encontrados no Brasil (LIRA et al.

2013; GRILO et al. 2015; GURGEL et al. 2017b). Outros estudos apresentaram

valores superiores a este, sendo eles na Turquia (ORHON et al. 2009), na

Polônia (SZLAGATYS-SIDORKIEWICZ et al. 2012) e na China (YANG et al.

2016; JIANG et al. 2016).

O impacto da suplementação no leite materno, no pós-parto imediato,

pode ser observado tanto no grupo que recebeu a dose de 400 UI de RRR-

alfa-tocoferol como o que recebeu a de 800 UI de RRR-alfa-tocoferol, pois

ocasionou um aumento na concentração do retinol 24 horas após a

suplementação de ~ 74,1% e ~ 68,7%, respectivamente.

A vitamina transferida para o leite materno pode ser por meio da RBP e

ésteres de retinila transportados por lipoproteínas (quilomícrons)

(SCHWEIGERT et al. 2004). A maior parte da transferência de vitamina A à

glândula mamaria ocorre por meio dos quilomícrons e depende da hidrólise de

ésteres de retinila pela ação da lipoproteína lipase (LPL) (GREEN et al. 2001).

Pesquisas demonstram também que a glândula mamaria contem LRAT, e com

isso a vitamina A poderia ser reesterificada para secreção no leite ou estocada

no tecido mamário, o que pode explicar o aumento da concentração da

vitamina A no leite colostro, 24 horas após a suplementação, como encontrado

neste estudo (GREEN et al. 2001; AKOHOUSE; GREEN; GREEN, 2006; O’B

YRNE; PALCZEWKI; BLANER, 2006). Outra possibilidade de transferência foi

percebida em um estudo com animais, no qual sugere-se que a vitamina

chegue no leite pelo complexo RBP-retinol, sendo transferido para o leite por

receptores de RBP (ROSS et al. 2004; O’BYRNE et al. 2010). Essas

adaptações fisiológicas podem ter contribuído para o aumento significativo da

vitamina A no leite colostro das lactantes avaliadas neste trabalho, após

intervenção.

A diminuição da concentração de retinol pode ser percebida a partir do

7o dia após a suplementação, para os grupos avaliados, sendo menos

acentuada no grupo suplementado 2, garantindo assim, a eficácia da

suplementação. A partir do 20o dia após a suplementação a diminuição da

concentração de retinol é semelhante nos grupos que receberam a

suplementação e no que não sofreu nenhuma intervenção, sendo menor no

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grupo que recebeu a dose de 800 UI.

Na análise do retinol no leite maduro, os estudos encontrados no Brasil

(MELLO-NETO et al. 2009; SOUZA et al. 2012; BEZERRA et al. 2016) se

assemelham a este, mas na Polônia (SZLAGATYS-SIDORKIEWICZ et al.

2012) e na China (YANG et al. 2016; JIANG et al. 2016) foram encontrados

valores superiores.

Individualmente se avaliou a presença da DVA nos diferentes momentos

da coleta levando-se em consideração o ponto de corte estabelecido para cada

fase do aleitamento materno (leite materno colostro e leite materno maduro).

Pode-se verificar a presença da DVA no grupo controle em todos os momentos

da coleta. Porém, no grupo suplementado 1 a DVA só foi observada a partir do

20º dia sendo menos expressiva que no grupo controle, e no grupo

suplementado 2 não houveram casos de DVA, demonstrando mais uma vez a

importância da suplementação materna para atender ao requerimento da

criança.

A redução da concentração de vitamina A com a progressão da lactação

pode ter ocorrido em virtude do aumento do tamanho dos glóbulos de gordura

no leite maduro, uma vez que a maior parte da vitamina A é secretada no leite

como constituinte da membrana do glóbulo de gordura do mesmo. Segundo

Debier (2005), a partir das primeiras semanas de lactação ocorre um aumento

da síntese de triacilgliceróis na glândula mamária e da secreção desses lipídios

no leite, entretanto, sem aumento proporcional na secreção de fosfolipídios e

de outros componentes da membrana do glóbulo de gordura. Logo, com o

decorrer da lactação, especialmente no leite maduro, há redução relativa na

quantidade de componentes da membrana do glóbulo de gordura do leite,

entre os quais faz parte a vitamina A.

A suplementação com a dose de 400 UI de RRR-alfa-tocoferol

assegurou o requerimento de retinol do lactente até vinte e quatro horas pós-

parto, momento em que garantiu cerca de 77,3% a mais em relação a AI

referente a este grupo de indivíduos. Os momentos subsequentes da lactação,

7, 20, 30 e 60 dias, não foram capazes de atender à demanda nutricional do

recém-nascido amamentado e também não conseguiram apresentar uma

adequação do fornecimento melhor do que o grupo que não sofreu nenhuma

intervenção. Contudo a suplementação com a dose de 800UI, atendeu ao

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requerimento do lactente até o vigésimo dia pós-parto, no qual forneceu 8,3% a

mais em relação ao estabelecido.

A concentração média de alfa-tocoferol no leite materno referente ao

pós-parto imediato (momento 0 hora) deste estudo, não apresentou diferença

entre os três grupos e indicou adequação nutricional. O aumento do alfa-

tocoferol proporcionado 24 horas após a suplementação se apresentou

elevado em ambos os grupos suplementados, porém o grupo 2 apresentou

aumento dessa vitamina até o 7o dia da pesquisa.

Diante desse cenário, a suplementação materna com vitamina E se

mostrou pertinente durante a lactação podendo ser justificada como um fator

favorável no combate a DVA uma vez que, a partir de julho de 2016, as

lactantes deixaram de fazer parte do programa governamental onde recebiam

a megadose de vitamina A no pós-parto imediato.

Assim, é possível reconhecer que a dose de 800 UI de RRR-alfa-

tocoferol administrada no pós-parto imediato ofereceu melhorias no estado

nutricional materno em relação a vitamina A e também ao seu fornecimento

pelo leite no decorrer deste estudo, justificando a suplementação materna

mesmo com o consumo de vitamina A estando adequado.

É preciso levar em consideração que nesse estudo as puérperas

apresentaram diagnóstico adequado para o estado nutricional tanto de vitamina

A quanto de vitamina E. Tal situação deverá ser reavaliada em condições de

carência nutricional.

Ademais, é preciso fortalecer as estratégias de prevenção, controle e

combate a DVA ressaltando a importância da assistência pré-natal e pós-parto,

e ainda avaliar a implementação de protocolos de suplementação que visem

atender o requerimento de vitamina A e E no soro e no aleitamento materno

exclusivo, trazendo uma assistência a população materno-infantil mais

adequada.

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6 CONCLUSÃO

- As puérperas foram caracterizadas por serem adultas jovens, de baixa renda,

multípara e foram submetidas ao parto vaginal. Não tiveram acompanhamento

nutricional no pré-natal e apresentaram algum grau de inadequação do estado

nutricional durante e ao final do período gestacional;

- Ao longo da pesquisa, as puérperas apresentaram um consumo habitual

adequado de vitamina A em relação à EAR (> 900 g/dia);

- A concentração de retinol sérico no grupo suplementado com a dose de 800

UI de RRR-alfa-tocoferol, administrada no pós-parto imediato, foi eficaz até o

30o dia após a intervenção, não apresentando casos de DVA nesse grupo;

- A dose de 400 UI de RRR-alfa-tocoferol não apresentou efeito sobre a

vitamina E sérica durante a lactação. Já a dose de 800 UI proporcionou

aumento percentual do alfa-tocoferol até o 20o dia após o parto;

- O aumento da concentração de retinol no leite materno proporcionado 24

horas após a suplementação se apresentou similar em ambos os grupos

suplementados;

- O aumento da concentração de alfa-tocoferol no leite materno proporcionado

24 horas após a suplementação se apresentou elevado em ambos os grupos

suplementados, porém no grupo com a dose de 800 UI esse aumento se

manteve até o 7o dia após o parto;

- O grupo suplementado com a dose de 400 UI de RRR-alfa-tocoferol

contemplou o requerimento diário de vitamina A estabelecido para lactentes até

6 meses de idade somente na produção do leite até 24 horas pós-parto. A dose

de 800 UI de RRR-alfa-tocoferol supriu o requerimento diário de vitamina A do

lactente até o 20o dia após o parto.

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APÊNDICES

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APÊNDICE 1. Parecer Ético

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APÊNDICE 2. ReBec – Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos

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APÊNDICE 3. TCLE (grupo controle)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Nº____

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA

LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA DOS ALIMENTOS E DA NUTRIÇÃO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Para mãe e recém-nascido

Esclarecimentos

Este é um convite para você e seu filho (a) participarem da pesquisa: “Avaliação da

suplementação materna com vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", que tem

como pesquisador responsável Prof. Dr. Roberto Dimenstein.

Esta pesquisa pretende investigar se a suplementação da vitamina E interfere na concentração

da vitamina A no leite materno e no estado de nutrição do recém-nascido nos primeiros três meses de

vida.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é porque muitas mães se encontram com baixas

quantidades de vitamina A. Esta vitamina é fundamental para a saúde da mãe e da criança também, e as

pesquisas que tentam diminuir esta deficiência são muito importantes.

Caso você decida participar, durante o período de internação (até 48 horas pós-parto) você

precisará responder a 2 questionários: 1 questionário com perguntas socioeconômicas e sobre seu pré-

natal e 1 questionário sobre sua alimentação. A aplicação de cada um dos questionários terá duração de

aproximadamente 05 minutos. Se você ficar constrangida com alguma pergunta, terá o direito de não

respondê-la.

Você irá compor o grupo controle desta pesquisa, portanto não irá sofre nenhuma intervenção,

apenas será submetida a coleta de sangue e leite materno. Será coletado 5ml de sangue (nos dias 1º,

20º, 30º, 60º) e 2ml de leite (nos dias 1º, 7º, 20º, 30º, 60º). Após sua alta da maternidade, a nossa equipe

irá até a sua residência para fazer as coletas do 7º, 20º, 30º e 60º dia pós-parto.

As quantidades de sangue e leite que nós iremos coletar serão usadas para medir o nível de

vitamina A e serão guardadas por 2 anos em nosso laboratório, localizado no Centro de Biociências da

UFRN, de acordo com a constituição de Biorrepositório da Resolução no

158/14-CONSEPE/UFRN.

Depois desse tempo, serão descartadas de forma apropriada.

Vários estudos comprovam que a quantidade de vitamina E presente nessas duas cápsulas não

causará risco para você e nem para o seu bebê. Mas caso você apresente algum desconforto após a

intervenção (náuseas, dores abdominais ou de cabeça, indisposição), ou qualquer outro problema

relacionado a pesquisa com você ou seu bebê, vocês terão direito a assistência gratuita que será

prestada pela UFRN, conforme previsto na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde - CNS.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para a doutoranda

responsável Juliana F. dos Santos Dametto nos telefones (84) 99114-3973 e (84) 3215-3416, ramal 205.

A coleta de sangue será parecida com um exame de rotina e pode haver riscos referente a

contaminação ou dor na região afetada. Esse risco e desconforto serão minimizados já que a coleta

desse material será realizada por profissionais treinados, com uso de equipamentos de proteção

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individual, como máscara, luvas, agulhas e seringas descartáveis, e você terá como benefício a

informação da quantidade de vitamina A presente em seu sangue, podendo receber orientações

alimentares para o período da amamentação.

Pode acontecer um desconforto no momento da coleta de leite, já que esta será realizada por

expressão manual de uma das mamas. Para diminuir esse incômodo, a coleta será realizada por equipe

bem treinada ou, se quiser, por você mesma. Além disso, você terá como benefício o conhecimento da

quantidade de vitamina A que você fornecerá ao seu bebê pelo leite materno e poderá receber

orientações sobre a sua alimentação e a do seu filho.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da

pesquisa, sem nenhum prejuízo para você. Seus dados serão confidenciais e serão divulgados apenas

em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe

identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável em local seguro e por um período

de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo

pesquisador e reembolsado para você. Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta

pesquisa, você será indenizada. Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o

Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento será impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador

responsável Prof. Dr. Roberto Dimenstein.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão

coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim

e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa “Avaliação da

suplementação materna com vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", e

autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas

desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal ______ de __________________ de 201____.

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo “Avaliação da suplementação materna com

vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", declaro que assumo a inteira

responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram

esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade

sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei

infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde –

CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal ______ de __________________ de 201____.

Prof. Dr. Roberto Dimenstein

Responsável pela pesquisa

Impressão datiloscópica do participante

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APÊNDICE 4. TCLE (grupo suplementado 1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Nº____ CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA DOS ALIMENTOS E DA NUTRIÇÃO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Para mãe e recém-nascido

Esclarecimentos

Este é um convite para você e seu filho (a) participarem da pesquisa: “Avaliação da

suplementação materna com vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", que tem

como pesquisador responsável Prof. Dr. Roberto Dimenstein.

Esta pesquisa pretende investigar se a suplementação da vitamina E interfere na concentração

da vitamina A no leite materno e no estado de nutrição do recém-nascido nos primeiros três meses de

vida.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é porque muitas mães se encontram com baixas

quantidades de vitamina A. Esta vitamina é fundamental para a saúde da mãe e da criança também, e as

pesquisas que tentam diminuir esta deficiência são muito importantes.

Caso você decida participar, durante o período de internação (até 48 horas pós-parto) você

precisará responder a 2 questionários: 1 questionário com perguntas socioeconômicas e sobre seu pré-

natal e 1 questionário sobre sua alimentação. A aplicação de cada um dos questionários terá duração de

aproximadamente 05 minutos. Se você ficar constrangida com alguma pergunta, terá o direito de não

respondê-la.

Você precisará ingerir 01 cápsula de vitamina E no 1º dia após o parto.Também será submetida

à coleta de 5ml de sangue (nos dias 1º, 20º, 30º, 60º) e de 2ml de leite (nos dias 1º, 7º, 20º, 30º, 60º).

Após sua alta da maternidade, a nossa equipe irá até a sua residência para fazer as coletas do 7º, 20º,

30º e 60º dia pós-parto.

As quantidades de sangue e leite que nós iremos coletar serão usadas para medir o nível de

vitamina A e serão guardadas por 2 anos em nosso laboratório, localizado no Centro de Biociências da

UFRN, de acordo com a constituição de Biorrepositório da Resolução no

158/14-CONSEPE/UFRN.

Depois desse tempo, serão descartadas de forma apropriada.

Vários estudos comprovam que a quantidade de vitamina E presente nessas duas cápsulas não

causará risco para você e nem para o seu bebê. Mas caso você apresente algum desconforto após a

intervenção (náuseas, dores abdominais ou de cabeça, indisposição), ou qualquer outro problema

relacionado a pesquisa com você ou seu bebê, vocês terão direito a assistência gratuita que será

prestada pela UFRN, conforme previsto na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde - CNS.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para a doutoranda

responsável Juliana F. dos Santos Dametto nos telefones (84) 99114-3973 e (84) 3215-3416, ramal 205.

A coleta de sangue será parecida com um exame de rotina e pode haver riscos referente a

contaminação ou dor na região afetada. Esse risco e desconforto serão minimizados já que a coleta

desse material será realizada por profissionais treinados, com uso de equipamentos de proteção

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individual, como máscara, luvas, agulhas e seringas descartáveis, e você terá como benefício a

informação da quantidade de vitamina A presente em seu sangue, podendo receber orientações

alimentares para o período da amamentação.

Pode acontecer um desconforto no momento da coleta de leite, já que esta será realizada por

expressão manual de uma das mamas. Para diminuir esse incômodo, a coleta será realizada por equipe

bem treinada ou, se quiser, por você mesma. Além disso, você terá como benefício o conhecimento da

quantidade de vitamina A que você fornecerá ao seu bebê pelo leite materno e poderá receber

orientações sobre a sua alimentação e a do seu filho.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da

pesquisa, sem nenhum prejuízo para você. Seus dados serão confidenciais e serão divulgados apenas

em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe

identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável em local seguro e por um período

de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo

pesquisador e reembolsado para você. Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta

pesquisa, você será indenizada. Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o

Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento será impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador

responsável Prof. Dr. Roberto Dimenstein.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão

coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim

e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa “Avaliação da

suplementação materna com vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", e

autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas

desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal ______ de __________________ de 201____.

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo “Avaliação da suplementação materna com

vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", declaro que assumo a inteira

responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram

esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade

sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei

infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde –

CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal ______ de __________________ de 201____.

Prof. Dr. Roberto Dimenstein

Responsável pela pesquisa

Impressão datiloscópica do participante

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APÊNDICE 5. TCLE (grupo suplementado 2)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Nº____ CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA DOS ALIMENTOS E DA NUTRIÇÃO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

Para mãe e recém-nascido

Esclarecimentos

Este é um convite para você e seu filho (a) participarem da pesquisa: “Avaliação da

suplementação materna com vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", que tem

como pesquisador responsável Prof. Dr. Roberto Dimenstein.

Esta pesquisa pretende investigar se a suplementação da vitamina E interfere na concentração

da vitamina A no leite materno e no estado de nutrição do recém-nascido nos primeiros três meses de

vida.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é porque muitas mães se encontram com baixas

quantidades de vitamina A. Esta vitamina é fundamental para a saúde da mãe e da criança também, e as

pesquisas que tentam diminuir esta deficiência são muito importantes.

Caso você decida participar, durante o período de internação (até 48 horas pós-parto) você

precisará responder a 2 questionários: 1 questionário com perguntas socioeconômicas e sobre seu pré-

natal e 1 questionário sobre sua alimentação. A aplicação de cada um dos questionários terá duração de

aproximadamente 05 minutos. Se você ficar constrangida com alguma pergunta, terá o direito de não

respondê-la.

Você precisará ingerir 02 cápsulas de vitamina E no 1º dia após o parto.Também será submetida

à coleta de 5ml de sangue (nos dias 1º, 20º, 30º, 60º) e de 2ml de leite (nos dias 1º, 7º, 20º, 30º, 60º).

Após sua alta da maternidade, a nossa equipe irá até a sua residência para fazer as coletas do 7º, 20º,

30º e 60º dia pós-parto.

As quantidades de sangue e leite que nós iremos coletar serão usadas para medir o nível de

vitamina A e serão guardadas por 2 anos em nosso laboratório, localizado no Centro de Biociências da

UFRN, de acordo com a constituição de Biorrepositório da Resolução no

158/14-CONSEPE/UFRN.

Depois desse tempo, serão descartadas de forma apropriada.

Vários estudos comprovam que a quantidade de vitamina E presente nessas duas cápsulas não

causará risco para você e nem para o seu bebê. Mas caso você apresente algum desconforto após a

intervenção (náuseas, dores abdominais ou de cabeça, indisposição), ou qualquer outro problema

relacionado a pesquisa com você ou seu bebê, vocês terão direito a assistência gratuita que será

prestada pela UFRN, conforme previsto na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde - CNS.

Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para a doutoranda

responsável Juliana F. dos Santos Dametto nos telefones (84) 99114-3973 e (84) 3215-3416, ramal 205.

A coleta de sangue será parecida com um exame de rotina e pode haver riscos referente a

contaminação ou dor na região afetada. Esse risco e desconforto serão minimizados já que a coleta

desse material será realizada por profissionais treinados, com uso de equipamentos de proteção

individual, como máscara, luvas, agulhas e seringas descartáveis, e você terá como benefício a

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informação da quantidade de vitamina A presente em seu sangue, podendo receber orientações

alimentares para o período da amamentação.

Pode acontecer um desconforto no momento da coleta de leite, já que esta será realizada por

expressão manual de uma das mamas. Para diminuir esse incômodo, a coleta será realizada por equipe

bem treinada ou, se quiser, por você mesma. Além disso, você terá como benefício o conhecimento da

quantidade de vitamina A que você fornecerá ao seu bebê pelo leite materno e poderá receber

orientações sobre a sua alimentação e a do seu filho.

Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da

pesquisa, sem nenhum prejuízo para você. Seus dados serão confidenciais e serão divulgados apenas

em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe

identificar. Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável em local seguro e por um período

de 5 anos.

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será assumido pelo

pesquisador e reembolsado para você. Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta

pesquisa, você será indenizada. Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o

Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.

Este documento será impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o pesquisador

responsável Prof. Dr. Roberto Dimenstein.

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão

coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela trará para mim

e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da pesquisa “Avaliação da

suplementação materna com vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", e

autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações científicas

desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal ______ de __________________ de 201____.

Assinatura do participante da pesquisa

Declaração do pesquisador responsável

Como pesquisador responsável pelo estudo “Avaliação da suplementação materna com

vitamina E sobre os níveis de retinol no soro e leite materno", declaro que assumo a inteira

responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram

esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e confidencialidade

sobre a identidade do mesmo.

Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido estarei

infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde –

CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.

Natal ______ de __________________ de 201____.

Prof. Dr. Roberto Dimenstein

Responsável pela pesquisa

Impressão datiloscópica do participante

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APÊNDICE 6. Formulário da Pesquisa

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APÊNDICE 7. SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA E

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APÊNDICE 8. Grupo de trabalho

Equipe responsável:

Roberto Dimenstein

Juliana Fernandes dos Santos Dametto

Larissa Queiroz de Lira

Alunos envolvidos:

Aline Fernandes de Souza

Amanda Gabriela A. da Silva

Amanda Medeiros Amâncio

Angélica Lopes de Sousa

Caroline Guedes Bezerra

Jéssica Bastos Pimentel

Jéssica Juliana Nogueira de Queiroz

Júlia Curioso Padovam

Marina Mendes Damasceno

Mayara Cristina Alves da Silva

Melissa Nunes Moia

Nathália Lorena Nascimento Silva

Raissi Laiani de Macedo Silva

Wendjilla Fortunato De Medeiros

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PROJETOS E PLANOS DE TRABALHO PROJETOS DE EXTENSÃO (sob minha coordenação)

PJ045-2018 Estimulação do aleitamento materno exclusivo como fator protetor para a

prevenção da deficiência de vitamina A

PJ354-2017 Atenção nutricional a mãe a ao recém-nascido a termo: colaboração na

formação do profissional nutricionista através da interação ensino-

sociedade

PJ436-2015 Promoção do cuidado nutricional à mãe e ao recém-nascido a termo

PJ781-2015 Cuidado nutricional no pós-parto imediato de mulheres assistidas nas redes

públicas e privadas de saúde: contribuições na formação do profissional

nutricionista através da interação ensino-comunidade

PJ045-2014 Incentivo ao aleitamento materno exclusivo: proposta de ação para a

prevenção da deficiência de vitamina A e E

PROJETOS DE EXTENSÃO (em colaboração)

PJ025-2017 O cuidado nutricional da mulher que amamenta: práticas de promoção ao aleitamento materno e combate a deficiência de vitamina A e vitamina E no binômio mãe-filho

PJ322-2016 A criança prematura e o cuidado nutricional: praticas de promoção ao aleitamento materno e combate a deficiência de vitamina E

PJ193-2015 Promovendo a atenção nutricional ao recém-nascido prematuro: articulação ensino-sociedade

PJ926-2015 Cuidado nutricional ao recém-nascido prematuro: instrumento para promoção da melhoria do ensino-aprendizagem

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PROJETOS DE EXTENSÃO: ORIENTAÇÕES DE PLANOS DE TRABALHO – ALUNOS BOLSISTAS (sob minha orientação) 2018: PJ045-2018 - Estimulação do aleitamento materno exclusivo como fator

protetor para a prevenção da deficiência de vitamina A

1. Amanda Freitas de Oliveira

2. Nathália Lorena do Nascimento Silva

2017: PJ354-2017 - Atenção nutricional a mãe a ao recém-nascido a termo:

colaboração na formação do profissional nutricionista através da interação

ensino-sociedade

3. Amanda Freitas de Oliveira

4. Nathália Lorena do Nascimento Silva

2015: PJ781-2015 - Cuidado nutricional no pós-parto imediato de mulheres

assistidas nas redes públicas e privadas de saúde: contribuições na formação

do profissional nutricionista através da interação ensino-comunidade

1. Caroline Guedes Bezerra

2. Jéssica Bastos Pimentel

3. Mayara Cristina Alves da Silva

4. Wendjilla Fortunato de Medeiros

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PROJETOS DE AÇÕES INTEGRADAS (sob minha coordenação)

2014 Cuidado nutricional ao recém-nascido prematuro: promovendo a

articulação ensino-sociedade para melhoria do aprendizado

2014 Atenção nutricional no pós-parto imediato de mulheres assistidas nos

setores públicos e privados de saúde: articulação ensino-sociedade e

melhoria da formação profissional

PROJETOS DE AÇÕES INTEGRADAS: ORIENTAÇÕES DE PLANOS DE TRABALHO – ALUNOS BOLSISTAS (sob minha orientação) 2014 - Atenção nutricional no pós-parto imediato de mulheres assistidas nos setores públicos e privados de saúde: articulação ensino-sociedade e melhoria da formação profissional

1. Aline Fernandes de Souza 2. Amanda de Medeiros Amâncio 3. Debora Gabriela Fernandes Assunção 4. Mayara Adja da Silva Souza 5. Wendjilla Fortunato de Medeiros

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PROJETOS DE PESQUISA (sob minha coordenação)

PVD14023-2017 Avaliação da suplementação materna com vitamina E sobre os

níveis de retinol no soro e leite materno

PVD10704-2014

(renovação 2015-

2016; 2016-2017)

Valores de referência para retinol, RBP4 e insulina em mulheres

com e sem diabetes mellitus gestacional durante os estágios

iniciais de lactação

PROJETOS DE PESQUISA (em colaboração)

PVD14419-2017 Estado nutricional em vitamina A e vitamina E de mulheres

lactantes

PVA12825-2016 Avaliação do impacto de um esquema de suplementação

materna com alfa-tocoferol sobre o estado nutricional materno

em vitamina E do binômio mãe-filho

PVA12028-2015 Avaliação do impacto de dois esquemas de suplementação

materna com alfa-tocoferol sobre o estado nutricional materno

em vitamina E do binômio mãe-filho

PVD12492-2015 Vitamina E em mulheres e seus recém-nascidos prematuros:

um estudo longitudinal

PVD10422-2014 Estado nutricional de vitamina E em um grupo materno-infantil

PVA10879-2014 Fatores que afetam a biodisponibilidade e conversão de

betacaroteno materno em retinol durante o transporte

placentário e na lactação

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PVA10045-2013 Avaliação da suplementação em mães de prematuros com

vitamina E na forma natural ou sintética sobre os níveis de

alfa-tocoferol no leite humano

PROJETOS DE PESQUISA: ORIENTAÇÕES DE PLANOS DE TRABALHO – ALUNOS BOLSISTAS (sob minha orientação) 2017: PVD14023-2017- Avaliação da suplementação materna com vitamina E

sobre os níveis de retinol no soro e leite materno

1. Beatriz Maria Alves Mendonça

2. Nathália Lorena do Nascimento Silva

3. Vanessa de Freitas Felgueiras

2014-2017: PVD10704-2014 (renovação 2015-2016; 2016-2017) - Valores de

referência para retinol, RBP4 e insulina em mulheres com e sem diabetes

mellitus gestacional durante os estágios iniciais de lactação

1. Aline Fernandes de Souza

2. Amanda de Medeiros Amâncio

3. Amanda de Sousa Rebouças

4. Angelica Lopes de Sousa

5. Beatriz Maria Alves Mendonça

6. Caroline Guedes Bezerra

7. Ellane Sabryna Sena Ribeiro

8. Julia Curioso Padovam

9. Nathália Lorena do Nascimento Silva

10. Raissi Laiani de Macedo SIlva

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TRABALHOS APRESENTADOS EM CONGRESSOS E EVENTOS XXVIII CICT CIC (2017)

SB1232 Analisar o nível de retinol no soro de mulheres

diagnosticadas com diabetes mellitus gestacional

Orientadora

SB1061 Avaliar o consumo alimentar materno de vitamina A

dietética em mulheres diagnosticadas com diabetes

mellitus gestacional

Orientadora

SB0440 Verificar o nível de retinol no soro de mulheres

diagnosticadas com diabetes mellitus gestacional

Orientadora

SB0093 Influência da suplementação com alfa-tocoferol no

pós-parto imediato sobre o leite de transição de

puérperas a termo

Co-autora

SB0550 Efeito da suplementação com alfa-tocoferol no pós-

parto imediato sobre o colostro de puérperas a

termo

Co-autora

XXVII CICT CIC (2016)

SB0920 Analise da concentração dos níveis de retinol,

RBP4 e insulina no soro de lactantes não diabéticas

e com diabetes mellitus gestacional, sem uso de

insulinoterapia

Orientadora

SB1062 Analise dos níveis de insulina sobre o retinol sérico

de lactantes não diabéticas e com diabetes mellitus

gestacional, sem uso de insulinoterapia

Orientadora

SB0689 Avaliação do retinol em lactantes não diabéticas e

com diabetes gestacional, sem uso de

insulinoterapia

Orientadora

SB0425 Influência do nível sérico materno de vitamina E

sobre o alfa-tocoferol no leite de diferentes estágios

lactacionais

Co-autora

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XXVI CICT CIC (2015)

SB0664 Avaliação do estado nutricional bioquímico em

vitamina A de lactantes não diabéticas e com

diabetes mellitus gestacional, sem uso de

insulinoterapia

Orientadora

SB0798 Avaliação dos níveis de insulina sobre o retinol

sérico de lactantes não diabéticas e com diabetes

mellitus gestacional, sem uso de insulinoterapia

Orientadora

SB0532 Avaliação dos níveis de retinol, RBP4 e insulina no

soro de lactantes não diabéticas e com diabetes

mellitus gestacional, sem uso de insulinoterapia

Orientadora

SB0330 Contribuição da vitamina A dietética sobre os níveis

de betacaroteno de puérperas saudáveis

Orientadora

SB0299 Contribuição da vitamina A dietética sobre os níveis

de reitnol de puérperas saudáveis

Orientadora

SB0296 Influência do diagnóstico nutricional bioquímico

materno de vitamina A sobre o comportamento de

retinoides no compartimento fetal de puérperas

saudáveis

Co-autora

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ORIENTAÇÕES DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 2017

1. Caroline Guedes Bezerra Avaliação antropométrica de parturientes com diabetes mellitus gestacional

2. Julia Curioso Padovam Diabetes mellitus gestacional e o peso da criança ao nascer

2016

1. Luanna Costa Pessanha Estimativa do consumo de vitamina A em mulheres atendidas para o parto em rede pública e privada

2015

1. Aldiane de Assis Costa Avaliação da suplementação de rotina de polivitamínico contendo vitamina A durante a gestação: efeito no soro e leite materno

2. Clara Lorena Leite do Nascimento

Consumo de selênio e magnésio em gestantes com diabetes mellitus gestacional

3. Evily Talinne da Silva Lima Concentração de alfa-tocoferol no leite maduro de lactantes atendidas em maternidades públicas e privadas

4. Julianne Cibele Rodrigues da Silva

Consumo de gorduras por gestantes portadoras de diabetes mellitus gestacional: uma avaliação pelo método recordatório 24 horas

5. Pablícia Medeiros da Costa Avaliação antropométrica e ganho de peso em gestantes portadoras de diabetes mellitus gestacional

2014

1. Larissa Alves de Araújo Pereira Influência das variáveis antropométricas e socioeconômicas sobre a concentração de retinol no colostro de puérperas assistidas na rede pública e privada de Natal/RN

2. Dalila Fernandes Bezerra Estado nutricional bioquímico de vitamina E em puérperas

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suplementadas e não suplementadas durante a gestação

3. Priscila Gomes Bezerra Estado nutricional bioquímico de vitamina A sobre os níveis de retinol no soro e colostro de puérperas adolescentes e adultas

ORIENTAÇÃO DE TRABALHO – RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL 2015

1. Cibelle Iáskara do Vale Pereira Caracterização de parâmetros físico-químicos do leite humano com suplemento alimentar oferecido aos recém-nascidos prematuros e com distúrbios de crescimento em uma maternidade escola de Natal - RN

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APÊNDICE 9. Orientações às lactantes

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APÊNDICE 10. Publicações Artigos Publicados PEREIRA, C.I.V.; DAMETTO, J.F.S.; OLIVEIRA, J.C.C. Evaluation of human

milk titratable acidity before and after addition of a nutritional supplementfor

preterm newborns. Jornal de Pediatria. Fator de Impacto: 2.081 GURGEL, C.S.S.; OLIVEIRA, P.G.; ASSUNÇÃO, D.G.F.; DAMETTO, J.F.S; DIMENSTEIN, R. Estado nutricional em vitamina A de puérperas adolescentes e adultas assistidas em maternidade pública. Revista de Nutrição. Fator de Impacto: 0.445 Artigos da Tese submetidos DAMETTO, J.F.S.; LIRA, L.Q.; MELO, L.R.M.; DAMASCENO, M.M.; SILVA, N.L.N.; DIMENSTEIN, R. Maternal supplementation with RRR-α-tocopherol (400 IU) and its relationship with serum and breast milk retinol: a randomized controlled trial. European Journal of Nutrition. Fator de Impacto: 4.370 DAMETTO, J.F.S.; LIRA, L.Q.; RIBEIRO, K.D.S.; DIMENSTEIN, R. Supplementation effect with alpha-Tocopherol on the concentration of retinol and α-tocopherol in the puerperium serum up to 30 days postpartum. Journal of Clinical Biochemistry and Nutrition Fator de Impacto: 2.390 Artigos em fase de elaboração/submissão DAMETTO, J.F.S.; LIRA, L.Q.; DIMENSTEIN, R. Effect of alpha-tocopherol supplementation on the concentration of retinol and α-tocopherol in breast milk up to 60 days postpartum: a randomized controlled trial. British Journal of Nutrition Fator de Impacto: 3.706 LIRA, L.Q; DAMETTO, J.F.S.; DIMENSTEIN, R. Effect of two protocols of RRR-α-tocopherol supplementation on milk of breastfeeding women up to 60 days after delivery: a randomized controlled trial. The Journal of Nutrition. Fator de Impacto: 3.740.

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ANEXOS

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ANEXO A. GRÁFICO DE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL SEGUNDO SEMANA DE GESTAÇÃO (IG) (ATALAH; CASTILLO; CASTRO, 1997)

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ANEXO B. REFERENCIAL PARA AVALIAR O CRESCIMENTO INTRAUTERINO SEGUNDO ÍNDICE PESO AO NASCER PARA A IDADE Recém-nascidos termo (≥ 37 semanas) (VILLAR et al., 2014).

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ANEXO C. GRÁFICO/TABELAS COM REFERÊNCIA DE PESO POR IDADE GESTACIONAL POR SEXO PARA AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO PÓS-NATAL

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ANEXO F. TABELA DE DISTRIBUIÇÃO NORMAL (ESCORE-Z)

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