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Severina Denise Sales de Oliveira

Aplicação das Técnicas Eletroanalíticas (Voltametria Cíclica e de Pulso Diferencial)

Usando o Eletrodo de Diamante Dopado com Boro para o Estudo da Isoniazida,

Etambutol, Rifampicina e Pirazinamida

Natal – RN

2013

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências para obtenção do título de Mestre em Química. Orientador: Profº. Dr. Carlos Alberto Martinez-Huitle

Co-Orientador: Profº. Dr. Daniel de Lima Pontes

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, Isoniazida, Etambutol, Rifampicina, Pirazinamida, Voltametria de pulso diferencial.

Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN Biblioteca Setorial do Instituto de Química

Oliveira, Severina Denise Sales de

Aplicação das Técnicas Eletroanalíticas (Voltametria Cíclica e de Pulso Diferencial) Usando o Eletrodo de Diamante Dopado com Boro para o Estudo da Isoniazida, Etambutol, Rifampicina e Pirazinamida / Severina Denise Sales de Oliveira. – Natal, RN, 2014.

128 f.: il.

Orientador: Carlos Alberto Martinez-Huitle Co-Orientador : Daniel de Lima Pontes

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Química.

1. Voltametria de pulso diferencial – Dissertação. 2. Isoniazida – Dissertação. 3.

Etambutol – Dissertação. 4. Rifampicina – Dissertação. 5. Pirazinamida – Dissertação. I. Martinez_Huitle, Carlos Alberto II. Pontes, Daniel de Lima. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UFRN/BSE-IQ CDU 543.552(043)

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Dedico este trabalho aos meus pais Maria

José de Oliveira e Paulo Sales de Oliveira

pelo apoio incondicional para que eu pudesse

alcançar mais essa conquista. Obrigada pelos

conselhos e incentivos, principalmente nos

momentos mais difíceis. Aos professores

Carlos e Daniel, que me ajudaram muito

durante todo o processo pela busca do

conhecimento, me incentivando e dizendo

que sempre iria dá certo. Obrigada!

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AGRADECIMENTOS

A Deus, Pai criador de todas as coisas, que sem a Sua vívida energia e força,

eu nada seria.

Ao Professor Dr. Carlos Alberto Martinez-Huitle pela oportunidade que me

concedeu, acreditando nesse trabalho. Agradeço por sua orientação, incentivo e

ensinamentos, que foram muito importantes para mim.

Ao Professor Dr. Daniel de Lima Pontes por sua dedicação a esse trabalho,

dando-me conselhos, apoio e tirando minhas dúvidas ao decorrer do trabalho.

Aos meus pais por seus sacrifícios para que eu pudesse estar aqui, como

também o carinho e compreensão por todo esse tempo. Obrigada por suas

motivações, pois essa conquista também é de vocês.

Ao meu primo Berg e sua esposa Jacimara por terem me abrigado em sua

casa por todo esse tempo. Desde já agradeço muito por sua ajuda, pois sem ela,

tudo isso não teria sido possível.

Aos membros do Laboratório de Eletroanalítica e Sensores, principalmente a

Danyelle Medeiros, Elisama, Jéssica, Elaine e Eliane do laboratório de Química

Analítica e Meio Ambiente.

Aos membros do Laboratório de Química de Coordenação e Polímeros por

suas amizades.

Aos meus grandes amigos Rusceli, Heloiza, Camila Lima, Luciane, Vanessa e

Ulisandra por suas amizades e por nunca permitirem que eu desistisse ou me

deixaram nos momentos mais difíceis.

Ao Professor Dr. Francisco Ordelei Nascimento da Silva e a Professora Dra.

Maria de Fátima Vitória de Moura por ceder os padrões farmacêuticos utilizados nos

experimentos.

Ao laboratório NU_PER que contribuiu com os resultados das análises.

À Comissão de Apoio Pessoal do Ensino Superior CAPES pelo suporte

financeiro, ao FINEP, CNPQ e PETROBRAS pelo suporte instrumental.

À todas as pessoas que, direta ou indiretamente, colaboraram para execução

desse trabalho.

Muito Obrigada!

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Viver no mundo sem tomar consciência do significado do mundo é como vagar por uma imensa biblioteca sem tocar nos livros (Dan Brown).

Duas coisas são infinitas: o universo e a

estupidez humana, mas não estou tão certo a

respeito do universo (Albert Einstein).

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RESUMO

Neste trabalho foi feito um estudo eletroquímico utilizando a voltametria cíclica

e voltametria de pulso diferencial para os fármacos isoniazida (INH), etambutol

(EMB), rifampicina (RIF) e pirazinamida (PZA) usando o eletrodo de diamante

dopado com boro (BDD) como eletrodo de trabalho. Foi também verificado a

aplicabilidade da técnica de voltametria de pulso diferencial na quantificação dos

princípios ativos usados no tratamento da tuberculose, posteriormente aplicando em

amostras de formulação farmacêutica. Dentre os quatro princípios ativos estudados,

a isoniazida apresentou os melhores resultados de detecção e quantificação com o

uso da voltametria de pulso diferencial. Em pH 4 e pH 8, as curvas de calibração

para a INH apresentaram boa linearidade, apresentando os limites de quantificação

de 6,15 μmol L-1 (0,844 ppm) e 4,08 μmol L-1 (0,560 ppm), para os respectivos pH. O

método proposto pode ser usado para a determinação de isoniazida em fármacos,

pois foram obtidos valores de recuperação em torno de 100%.

Palavras- chave: Voltametria de pulso diferencial. Isoniazida. Etambutol.

Rifampicina. Pirazinamida.

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ABSTRACT

In this work a study was done using electrochemical cyclic voltammetry and

differential pulse voltammetry for isoniazida (INH), ethambutol (EMB), rifampicina

(RIF) and pyrazinamide (PZA) using the electrode boron-doped diamond (BDD) as

working electrode. It also verified the applicability of the technique of differential pulse

voltammetry in the quantification of the active compounds used in the treatment of

tuberculosis, subsequently applying in samples of pharmaceutical formulation.

Among the four active compounds studied, isoniazid showed the best results for the

detection and quantification using differential pulse voltammetry. At pH 4 and pH 8,

for the calibration curves to INH showed good linearity, with quantification limits of

6.15 mmol L-1 (0,844 ppm) and 4.08 mmol L-1 (0.560 ppm) for the respective pH. The

proposed method can be used to determine drug isoniazid, for recovery values were

obtained in approximately 100%.

Key-words: Differential pulse voltammetry. Isoniazid. Ethambutol. Rifampicin.

Pyrazinamide.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Tomografia de Raio X do tórax de um paciente doente ....... 26

Figura 02 – Proposta de algoritmo da estratégia PAL para indivíduos

com tosse....................................................................

29

Figura 03 – Programa proposto pela ONU, após analisar os problemas

mundiais: 8 Jeitos de Mudar o Mundo (nome chamado no

Brasil)..........................................................................

31

Figura 04 – Série histórica da taxa de incidência da TB por ano, Brasil,

1990-2007....................................................................

33

Figura 05 – Municípios segundo a taxa de incidência (por 100 mil

habitantes) para a tuberculose .......................................

34

Figura 06 – Estrutura Molecular da INH............................................. 36

Figura 07 – Estrutura Molecular do EMB .......................................... 40

Figura 08 – Estrutura Molecular da RIF ............................................ 43

Figura 09 – Estrutura Molecular da PZA ........................................... 46

Figura 10 – Sinais de excitação de tensão versus tempos empregados

na voltametria...............................................................

48

Figura 11 – Potenciostato/Galvanostato modelo PGSTAT 302N da

Autolab/Eco Chemie .....................................................

59

Figura 12.a.I – Fluxograma do estudo realizado com a solução padrão de INH.............................................................................

60

Figura 12.a.II – Fluxograma do estudo realizado com a solução do

comprimido, com ênfase na INH ....................................

60

Figura 12.b – Fluxograma do estudo realizado com a solução padrão de

EMB e da solução do comprimido .................................

61

Figura 12.c – Fluxograma do estudo realizado com a solução padrão de

rifampicina e da solução do comprimido ........................

61

Figura 12.d – Fluxograma do estudo realizado com a solução padrão de pirazinamida ................................................................

62

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Figura 13 – Célula eletroquímica ..................................................... 64

Figura 14 – Voltamograma cíclico da solução padrão de INH 1,92 x 10-3

mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de

BDD. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1........................

65

Figura 15 – Voltamograma cíclico da solução padrão de INH 1,92 x 10-3

mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de

GC. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1 ..........................

66

Figura 16 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de

INH 0,980 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com

eletrodo de trabalho de BDD. Modulação de amplitude:

0,050 V........................................................................

68

Figura 17 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de

INH 0,980 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com

eletrodo de trabalho de GC. Modulação de amplitude:

0,050 V .......................................................................

68

Figura 18 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de

INH 0,980 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 usando o

eletrodo de (a) GC e (b) BDD. Modulação de amplitude:

0,050 V........................................................................

69

Figura 19 – Voltamogramas cíclicos da solução padrão de INH 1,92 x

10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl (a) pH 4. (b) pH 8.

Velocidade: 0,100 V s-1 ..................................................

70

Figura 20 – Voltamogramas cíclicos da solução padrão de INH 1,92 x

10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl (pH4), com a velocidade de

varredura variando de 50 a 400 mV s-1 e o gráfico da

relação de corrente vs. velocidade de varredura. ..............

71

Figura 21 – Gráfico da taxa de velocidade vs. área dos voltamogramas

cíclicos da solução padrão de INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1

mol L-1 KCl (pH 4) .........................................................

72

Figura 22 – Gráfico da taxa de velocidade vs. área dos voltamogramas

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cíclicos da solução padrão de INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1

mol L-1 KCl (pH 8) ........................................................

72

Figura 23 – Voltamogramas cíclicos da solução padrão de INH em 0,1

mol L-1 KCl (pH4), com adição de a até e: 0,495, 0,980,

1,46, 1,92 e 2,38 x 10-3 mol L-1 de INH. Velocidade: 0,100

V s-1 ...........................................................................

73

Figura 24 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução padrão de

INH 0,980 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl: linha preta – pH

4; linha vermelha – pH 8. Modulação de amplitude: 0,050 V..

74

Figura 25 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de

INH em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com adição de (a) 0 mol L-1;

(b) 0,249 mmol L-1; (c) 0,495 mmol L-1; (d) 0,739 mmol L-1;

(e) 0,980 mmol L-1; (f) 1,22 mmol L-1; (g) 1,46 mmol L-1; (h)

1,69 mmol L-1; (i) 1,92 mmol L-1 de INH. Modulação de

amplitude: 0,050 V .......................................................

75

Figura 26 – Curvas de calibração das repetições das medidas

voltamétricas da solução padrão de INH em 0,1 mol L-1 KCl

pH 4 ..........................................................................

75

Figura 27 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de

INH em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com adição de (a) 0 mol L-1;

(b) 0,249 mmol L-1; (c) 0,495 mmol L-1; (d) 0,739 mmol L-1;

(e) 0,980 mmol L-1; (f) 1,22 mmol L-1; (g) 1,46 mmol L-1; (h)

1,69 mmol L-1; (i) 1,92 mmol L-1 de INH. Modulação de

amplitude: 0,050 V ......................................................

77

Figura 28 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução de INH em

0,1 mol L-1 KCl (pH 4) usando o método de adição de

padrão. (a) 800 μL da amostra sintética. (b) 0,122 mmol L-1

de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão.

(d) 0,365 mmol L-1 μL de solução padrão. Modulação de

amplitude: 0,050 V ......................................................

79

Figura 29 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução de INH em

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0,1 mol L-1 KCl (pH 4) em água deionizada usando o

método de adição de padrão. (a) 800 μL da solução

sintética. (b) 0,122 mmol L-1 de solução padrão. (c) 0,244

mmol L-1 de solução padrão. (d) 0,365 mmol L-1 de solução

padrão. Modulação de amplitude: 0,050 V ........................

80

Figura 30 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução de INH em

0,1 mol L-1 KCl (pH 8) usando o método de adição de

padrão. (a) 800 μL da amostra sintética. (b) 0,122 mmol L-1

de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão.

(d) 0,365 mmol L-1 de solução padrão. Modulação de

amplitude: 0,050 V ........................................................

81

Figura 31 – Curvas de calibração das quatro medidas obtidas durante

um mês da solução padrão de INH 1,92 x10-3 mol L-1 em 0,1

mol L-1 KCl pH 4 ...........................................................

82

Figura 32 – Voltamogramas de pulso diferencial do comprimido em 0,1

mol L-1 KCl (1) pH 4 e (2) pH 8. (a) e (b) RIF. (c) INH.

Modulação de amplitude: 0,050 V....................................

84

Figura 33 – Voltamogramas de pulso diferencial do comprimido em 0,1

mol L-1 KCl (pH 8) usando o método de adição da solução

padrão da INH. (a) sem presença da solução padrão de

INH. (b) 0,122 mmol L-1 de solução padrão. (c) 0,244 mmol

L-1 de solução padrão. (d) 0,365 mmol L-1 de solução

padrão. Modulação de amplitude: 0,050 V ........................

85

Figura 34 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução padrão de

INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl (pH 4) juntamente

com a curva analítica, (a) na ausência de RIF e com as

concentrações de RIF de b até f: 0,308, 0,614, 0,916, 1,21

e 1,51 x 10-4 mol L-1. Modulação de amplitude: 0,050 V.......

87

Figura 35 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução padrão de

RIF 1,21 x 10-4 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl (pH 4) juntamente

com a curva analítica, (a) na ausência de INH e com

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concentrações de INH de b até f: 0,495, 0,980, 1,46, 1,92 e

2,38 x 10-3 mol L-1. Modulação de amplitude: 0,050 V..........

88

Figura 36 – Voltamograma de pulso diferencial das soluções padrão de

INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl. (a) no início dos

experimentos; (b) depois de seis meses; (c) novo padrão

sólido. Modulação de amplitude: 0,050 V ........................

89

Figura 37 – Voltamograma cíclico da solução padrão de EMB 1,92 x 10-

3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho

de BDD. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1 ....................

90

Figura 38 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de

EMB 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com

eletrodo de trabalho de BDD. Modulação de amplitude:

0,050 V........................................................................

91

Figura 39 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de

EMB em KCl 0,1 mol L-1 pH 4 com adição de (a) 0,249

mmol L-1; (b) 0,495 mmol L-1; (c) 0,739 mmol L-1; (d) 0,980

mmol L-1; (e) 1,22 mmol L-1; (f) 1,46 mmol L-1; (g) 1,69 mmol

L-1; (h) 1,92 mmol L-1 de EMB. Modulação de amplitude:

0,050 V........................................................................

92

Figura 40 –

Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de

etambutol 0,05 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 com adição

de (a) 0,249 mmol L-1; (b) 0,495 mmol L-1; (c) 0,739 mmol L-

1; (d) 0,980 mmol L-1; (e) 1,22 mmol L-1; (f) 1,46 mmol L-1;

(g) 1,69 mmol L-1; (h) 1,92 mmol L-1 de EMB. Modulação de

amplitude: 0,050 V.........................................................

93

Figura 41 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução de EMB em

0,1 mol L-1 KCl (pH 4) usando o método de adição de

padrão. (a) 800 μL da solução-amostra. (b) 0,122 mmol L-1

de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão.

(d) 0,365 mmol L-1 de solução padrão. Modulação de

amplitude: 0,050 V .......................................................

95

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Figura 42 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução de EMB em

0,1 mol L-1 KCl (pH 8) usando o método de adição de

padrão. (a) 800 μL da solução-amostra. (b) 0,122 mmol L-1

de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão.

(d) 0,365 mmol L-1 de solução padrão. Modulação de

amplitude: 0,050 V .......................................................

96

Figura 43 – Voltamogramas de pulso diferencial da amostra do

comprimido em 0,1 mol L-1 KCl (1) pH 4 e (2) pH 8. (a) e (b)

RIF; (c) INH; (d) EMB. Modulação de amplitude:

0,050 V........................................................................

97

Figura 44 – Voltamogramas de pulso diferencial do comprimido em 0,1

mol L-1 KCl (pH 4) usando o método de adição de padrão

EMB. (a) sem presença de padrão EMB. (b) 0,122 mmol L-1

de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão.

(d) 0,365 mmol L-1 de solução padrão. Modulação de

amplitude: 0,050 V ........................................................

98

Figura 45 – Voltamograma cíclico da solução padrão de rifampicina 6,2

x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 com eletrodo de

trabalho de BDD. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1 ......

99

Figura 46 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de

rifampicina 6,2 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 com

eletrodo de trabalho de BDD. Modulação de amplitude:

0,050 V .......................................................................

100

Figura 47 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de

rifampicina 6,2 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 com

adição de (a) 0,308 x 10-4 mol L-1; (b) 0,614 x 10-4 mol L-1;

(c) 0,916 x 10-4 mol L-1; (d) 1,21 x 10-4 mol L-1; (e) 1,51 x 10-

4 mol L-1; (f) 1,81 x 10-4 mol L-1; (g) 2,10 x 10-4 mol L-1; (h)

2,38 x 10-4 mol L-1. Juntamente com a curva analítica:

pontos pretos – primeiro pico; pontos vermelhos – segundo

pico. Modulação de amplitude: 0,050 V.............................

101

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Figura 48 – Voltamograma de pulso diferencial da amostra de

comprimido em 0,1 mol L-1 KCl pH 8. (a) RIF. Modulação de

amplitude: 0,050 V........................................................

102

Figura 49 – Voltamogramas de pulso diferencial do comprimido em 0,1

mol L-1 KCl (pH 4) usando o método de adição de padrão de

RIF. Linha azul – sem presença de padrão RIF. Linha preta

– 0,308 x 10-4 mol L-1 de solução padrão de RIF. Linha

vermelha – 0,614 x 10-4 mol L-1 de solução padrão de RIF.

Linha verde – 0,916 x 10-4 mol L-1 de solução padrão de

RIF. Modulação de amplitude: 0,050 V..............................

103

Figura 50 – Voltamograma cíclico da solução padrão de PZA 1,92 x 10-3

mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho

de BDD. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1 ....................

104

Figura 51 – Voltamograma cíclico da solução padrão de PZA 1,92 x 10-3

mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de

GC. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1 ..........................

105

Figura 52 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de

PZA 1,92 x 10-3mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com

eletrodo de trabalho de BDD. Modulação de amplitude:

0,050 V........................................................................

106

Figura 53 – Curva analítica das adições de 0,980 a 11,5 x 10-3 mol L-1

de solução padrão de PZA em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 ...........

107

Figura 54 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de

pirazinamida 0,05 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com

adição de (a) 0 mol L-1; (b) 0,249 mmol L-1; (c) 0,495 mmol

L-1; (d) 0,739 mmol L-1; (e) 0,980 mmol L-1; (f) 1,22 mmol L-1;

(g) 1,46 mmol L-1; (h) 1,69 mmol L-1; (i) 1,92 mmol L-1.

Modulação de amplitude: 0,050 V....................................

108

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Tuberculose: Estimativas e Notificações em 22 Países

Prioritários e no Mundo / 2011 ............................................

30

Tabela 02 – Parâmetros Para a Voltametria Cíclica ................................. 62

Tabela 03 – Parâmetros para a Voltametria de Pulso Diferencial .............. 63

Tabela 04 – Fatores de correlação linear das curvas de calibração obtidas

para a INH em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 .....................................

76

Tabela 05 – Fatores de correlação linear das curvas de calibração obtidas

para a INH em 0,1 mol L-1 KCl pH 8......................................

77

Tabela 06 – Teste de Recuperação da INH na solução de concentração

conhecida em 0,1 mol L-1 KCl pH 4.......................................

79

Tabela 07 – Teste de Recuperação da INH na solução em 0,1 mol L-1 KCl

pH4 em água deionizada ...................................................

80

Tabela 08 – Teste de Recuperação da INH na solução de concentração

conhecida em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 ......................................

81

Tabela 09 – Valores de Recuperação de INH na solução padrão durante

um mês ...........................................................................

83

Tabela 10 – Teste de Recuperação da INH na amostra de comprimido em

0,1 mol L-1 KCl .................................................................

85

Tabela 11 – Fatores de correlação linear das curvas de calibração obtidas

para o EMB em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 ...................................

92

Tabela 12 – Fatores de correlação linear das curvas de calibração obtidas

para o EMB em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 ...................................

93

Tabela 13 – Teste de Recuperação do EMB na solução de concentração

conhecida em 0,1 mol L-1 KCl pH 4.......................................

95

Tabela 14 – Teste de Recuperação do EMB na solução de concentração

conhecida em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 ......................................

96

Tabela 15 – Teste de Recuperação do EMB na amostra de comprimido em

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0,1 mol L-1 KCl ................................................................. 98

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ΔEp – Diferença de Potencial de Pico

μA – Microampère

μL - Microlitros

ʋ - Velocidade de varredura

(FcM)TMA – (ferrocetylmethyl)trimethylammonium

A – Ampère

AC – Acre

AIDS – Adquired Immunodeficiency Syndrome

AAS – Ácido Acetilsalicílico

BDD – Bored Dopad Diamond (Diamante Dopado com Boro)

C – Concentração

CG – Glass Carbon (Carbono Vítreo)

CTA – Comitê Técnico Assessor

CV – Ciclic Voltammetry (Voltametria Cíclica)

DOTS – Directly Observed Therapy, Short-course

DPV – Differential Pulse Voltammetry (Voltametria de Pulso Diferencial)

E – Potencial

EMB – Etambutol

Epa – Potencial de Pico Anódico

Epc – Potencial de Pico Catódico

EQM – Eletrodo Quimicamente Modificado

HIV – Human immunodeficiency virus

HPLC – High Performance Liquid Chromatography (Cromatografia Líquida de Alta

Eficiência)

i – Corrente

ipa – Corrente de Pico Anódico

ipc – Corrente de Pico Catódico

INH – Isoniazida

LD – Limite de Detecção

LQ – Limite de Quantificação

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mA - Miliampère

Me – Metil

MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura

MS – Ministério da Saúde

ODM – Objetivos do Desenvolvimento do Milênio

OMC – Ordered Mesoporous Carbon

OMS – Organização Mundial da Saúde

ONU – Organização das Nações Unidas

PAL – Practical Approach to Lung Health

pH – Potencial de Hidrogênio

PNCT/MS – Programa Nacional de Controle da Tuberculose/Ministério da Saúde

PVC - Cloreto de Polivinila

PZA – Pirazinamida

RIF – Rifampicina

s – Desvio-padrão da Resposta

S – Coeficiente Angular da Curva analítica

SINAN – Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação

SNVS/RN – Sistema Nacional de Vigilância em Saúde no Rio Grande do Norte

SVS – Secretaria de Vigilância Sanitária

TB – Tuberculose

TMAPO – 2,2,6,6-tetramethyl-4-acetylpiperidine-1-oxy

V – Volts

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................... 23

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................. 26

2.1 TUBERCULOSE................................................................... 26

2.1.1 Tuberculose no Brasil ........................................................ 32

2.1.2 Tuberculose no Rio Grande Do Norte .................................. 34

2.2 TRATAMENTO DA TUBERCULOSE ...................................... 35

2.2.1 Tuberculostáticos de primeira escolha ................................ 36

2.2.1.1 Isoniazida ........................................................................... 36

2.2.1.1.1 Mecanismo de ação ............................................................ 38

2.2.1.1.2 Farmacocinética ................................................................. 39

2.2.1.2 Etambutol ........................................................................... 39

2.2.1.2.1 Mecanismo de ação ............................................................ 41

2.2.1.2.2 Farmacocinética ................................................................ 42

2.2.1.3 Rifampicina ......................................................................... 42

2.2.1.3.1 Mecanismo de ação ............................................................ 44

2.2.1.3.2 Farmacocinética ................................................................ 44

2.2.1.4 Pirazinamida ....................................................................... 45

2.2.1.4.1 Mecanismo de ação ............................................................ 46

2.2.1.4.2 Farmacocinética ................................................................ 47

2.3 ELETROANALÍTICA ............................................................. 47

2.3.1 Voltametria ........................................................................ 47

2.3.1.1 Voltametria de pulso diferencial .............................................. 48

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2.3.1.2 Voltametria cíclica ................................................................ 49

2.4 ELETRODOS DE TRABALHO ............................................... 50

2.4.1 Diamante dopado com boro ................................................ 51

2.4.2 Carbono vítreo ................................................................... 54

3 OBJETIVOS ....................................................................... 56

3.1 OBJETIVO GERAL .............................................................. 56

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................. 56

4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ...................................... 57

4.1 MATERIAL ......................................................................... 57

4.1.1 Reagentes ......................................................................... 57

4.1.2 Soluções utilizadas ............................................................ 57

4.1.2.1 Solução de limpeza .............................................................. 57

4.1.2.2 Eletrólitos ........................................................................... 57

4.1.2.3 Soluções padrões ................................................................ 58

4.1.2.4 Amostra do comprimido ........................................................ 59

4.2 EQUIPAMENTOS E SISTEMA DE ELETRODOS ...................... 59

4.2.1 Medidas voltamétricas ........................................................ 59

4.2.2 Sistema de eletrodos .......................................................... 63

4.2.3 Célula eletroquímica ........................................................... 64

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................... 65

5.1 ISONIAZIDA ....................................................................... 65

5.1.1 Perfil eletroquímico ............................................................ 65

5.1.2 Voltametria de pulso diferencial .......................................... 73

5.1.2.1 Curva analítica em pH 4 ........................................................ 74

5.1.2.2 Curva analítica em pH 8 ........................................................ 76

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5.1.3 Determinação de INH em solução de concentração

conhecida ..........................................................................

78

5.1.3.1 Amostra sintética em pH 4 ..................................................... 78

5.1.3.2 Amostra sintética em pH 8 ..................................................... 80

5.1.4 Estabilidade da INH ............................................................ 82

5.1.5 Determinação da INH em comprimidos ................................ 83

5.1.6 Interferentes ...................................................................... 87

5.1.7 Degradação da INH ............................................................. 89

5.2 ETAMBUTOL ...................................................................... 90

5.2.1 Perfil eletroquímico ............................................................ 90

5.2.2 Voltametria de pulso diferencial .......................................... 91

5.2.2.1 Curva analítica em pH 4 ........................................................ 91

5.2.2.2 Curva analítica em pH 8 ........................................................ 92

5.2.3 Determinação de EMB em solução de concentração

conhecida ..........................................................................

94

5.2.3.1 Solução em pH 4 ................................................................. 94

5.2.3.2 Solução em pH 8 ................................................................. 95

5.2.4 Determinação de EMB em comprimidos ............................... 97

5.3 Rifampicina ......................................................................... 99

5.3.1 Perfil eletroquímico ............................................................ 99

5.3.2 Voltametria de pulso diferencial .......................................... 101

5.3.2.1 Curva analítica em pH 8 ........................................................ 101

5.3.3 Determinação de RIF em comprimidos ................................. 102

5.4 Pirazinamida ....................................................................... 104

5.4.1 Perfil eletroquímico ............................................................ 104

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5.4.2 Determinação da faixa de concentração ............................... 106

5.4.3 Comportamento da pirazinamida em pH 8 ............................ 108

6 CONCLUSÕES ................................................................... 110

7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS......................... 112

REFERÊNCIAS ................................................................... 113

APÊNDICE I ....................................................................... 128

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23

1 INTRODUÇÃO

A tuberculose (TB) é uma das principais causas de mortes no mundo e

continua sendo um grave problema de saúde publica, especialmente em países em

desenvolvimento, ocupando um papel de destaque entre as principais doenças

contagiosas. Ela está associada às populações com piores condições

socioeconômicas. Nos últimos anos teve sua situação agravada pela epidemia da

AIDS, causando situações desesperadoras, principalmente nos países da África

(HIJJAR et al., 2006).

A tuberculose está cada vez mais difícil de ser diagnosticada devido à alta

incidência de resultados negativos nos testes de expectoração (ASIF, 2012). Outra

dificuldade é o tratamento da doença devido a alguns fatores como: resistência

bacteriológica, interação das drogas com o organismo causando efeitos colaterais e

interrupção ou abandono do tratamento por parte do paciente.

Os fármacos utilizados no tratamento da tuberculose podem ser divididos em

duas categorias: os de primeira linha, que tem o maior índice de eficiência; e os de

segunda linha, quando há resistência microbiana em relação aos fármacos da

primeira linha. Ainda há estudos de novas drogas antituberculostática como

nitroimidazol (PA – 824, OPC – 67783 e GCI – 17341), imidazol e análogos,

diarilquinolina, purina, tiolactomicina, mefloquina e outras (ASIF, 2012).

Entre os fármacos de primeira linha se destacam a isoniazida, etambutol,

rifampicina e pirazinamida. A isoniazida é bacteriostática para os bacilos “em

repouso”, tendo também atividade bactericida para os microrganismos em rápida

divisão. O etambutol suprime o crescimento da maioria dos bacilos resistentes à

isoniazida e à estreptomicina. A rifampicina inibe o crescimento da maioria das

bactérias gram-positivas e de muitos microrganismos gram-negativos. A

pirazinamida destrói os bacilos da tuberculose no interior dos macrófagos

(MANDELL; PETRI-JR., 1996).

O sistema de tratamento, no Brasil, para TB, recomendado pelo Programa

Nacional de Controle da Tuberculose/Ministério da Saúde (PNCT/MS) desde 1979,

com a introdução da Rifampicina e unificações de ações, está sendo modificado. As

principais mudanças propostas pelo Comitê Técnico Assessor (CTA) do PNCT/MS

são: introduzir um quarto fármaco, o Etambutol, na fase de ataque (esquema

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24

2RHZE/4RH), onde R = rifampicina, H = isoniazida, Z = pirazinamida e E =

etambutol; adotar a associação dos fármacos em forma de comprimidos, com doses

fixas combinadas 4 em 1 (RHZE), para a fase de tratamento intensivo, e 2 em 1

(RH), para fase de continuação; utilizar formulações de comprimidos em substituição

às cápsulas anteriormente disponíveis; adequar as doses de isoniazida e

pirazinamida em adultos para 300 mg/dia e 1.600 mg/dia, respectivamente (Conde

et al, 2009).

Os comprimidos do combinado farmacêutico utilizados atualmente para o

tratamento da TB são produzidos por Svizera Labs Pvt.. Ltd., apresentando as

seguintes proporções: 0,150 g de rifampicina, 0,075 g de isoniazida, 0,400 g de

pirazinamida e 0,275 g de etambutol.

As determinações dos fármacos são obtidas através de muitas técnicas

analíticas como eletroforese capilar, espectroscopia de absorção molecular na

região do visível e UV, espectrofluorimetria na região do UV, quimiluminescência por

injeção em fluxo, colorimetria, titrimetria, oxidimetria, cromatográfica líquida de alta

eficiência (HPLC) e cromatografia líquida de camada delgada. As técnicas

eletroanalíticas apresentam características experimentais que as tornam de grande

importância na quantificação de fármacos, como por exemplo, alta sensibilidade,

baixo volume de amostra (LOMILLO et al., 2001), simplicidade, rapidez de análise e

baixo custo (SIANGPROH et al, 2011). Dentre essas técnicas se destacam a

polarografia de pulso diferencial e voltametria com diferentes eletrodos como íon

seletivo, ouro, carbono vítreo, polihistidina, pasta de carbono, eletrodo de

gotejamento de mercúrio, eletrodos modificados, entre outros eletrodos.

Na literatura são encontrados poucos trabalhos utilizando as técnicas

eletroanalíticas para a determinação desses fármacos. Para a isoniazida, por

exemplo, não foram encontrados trabalhos utilizando eletrodo de diamante dopado

com boro ou carbono vítreo.

O eletrodo de diamante dopado com boro (BDD) é um material inovador,

emergindo como um eletrodo alternativo devido à sua inegável boa condutividade

elétrica, baixa capacitância de dupla camada, ampla janela de potencial

eletroquímico e de biocompatibilidade (SZUNERITS et al., 2012).

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25

O eletrodo de carbono vítreo (GC) é muito popular por causa de suas

excelentes propriedades mecânicas e elétricas, ampla janela de potencial, inércia

química e desempenho reprodutível (WANG, 2006).

Neste trabalho foi feito um estudo eletroquímico utilizando a voltametria cíclica

e voltametria de pulso diferencial para os fármacos isoniazida, etambutol, rifampicina

e pirazinamida usando o eletrodo de diamante dopado com boro como eletrodo de

trabalho, e para perfis eletroquímicos para a isoniazida e pirazinamida também foi

utilizado o eletrodo de carbono vítreo como eletrodo de trabalho. Além disso, foi

verificado a aplicabilidade da técnica de voltametria de pulso diferencial na

quantificação dos princípios ativos usados no tratamento da tuberculose,

posteriormente aplicando em amostras de formulação farmacêutica. Esse trabalho

mostrou-se necessário para que futuramente possa procurar-se um sensor que seja

utilizado na vida cotidiana do paciente, podendo ajudar de forma efetiva durante o

tratamento.

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26

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 TUBERCULOSE

A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium

tuberculosis ou bacilo de Koch, em homenagem ao bacteriologista alemão Robert

Koch, descobridor da bactéria (ARAGUAIA, 2012). A transmissão é direta, ocorre via

gotículas de saliva contendo o agente infeccioso e tem maior risco de transmissão

durante contatos prolongados em ambientes fechados e pouca ventilação. Alguns

pacientes podem não apresentar os sintomas ou podem confundir os sintomas com

os da gripe. Tosse seca e contínua se apresentando posteriormente com secreção e

com duração de mais de quatro semanas, sudorese noturna, cansaço excessivo,

palidez, falta de apetite e rouquidão são os sintomas da doença. Na Figura 01 é

apresentando uma tomografia de raio X de um paciente doente, onde pode ser

observado que o pulmão esquerdo (mais escuro) está normal e o pulmão direito

(mais claro) apresenta-se lesionado. Figura 01 – Tomografia de Raio X do tórax de um paciente doente

Fonte: www.brasilescola.com

Embora a tuberculose seja uma doença antiga e mundialmente conhecida, ela

ainda é tratada de forma negligenciada. A grave situação mundial da tuberculose

está intimamente ligada ao aumento da pobreza, à má distribuição de renda e à

urbanização acelerada (HIJJAR et al., 2001). O quadro do desenvolvimento dessa

doença é tão preocupante que a Organização Mundial da Saúde (OMS), a partir de

1993, decretou a tuberculose como uma emergência mundial. Porém, isso não foi

suficiente, pois o tratamento muitas vezes não é disponibilizado para a população

necessitada.

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27

Provavelmente a tuberculose vem acometendo a humanidade há mais de

5000 anos. Desde a antiguidade, a maior informação que se tem sobre as vítimas de

tuberculose é relativa às camadas sociais mais altas. Como o Egito, por exemplo,

quase tudo o que se sabe da tuberculose refere-se aos faraós e altos sacerdotes. A

primeira evidência mais segura de tuberculose foi constatada em 44 múmias bem

preservadas, datando de 3.700 a 1000 a.C., em Tebas (ROSEMBERG, 1999).

A primeira múmia plebeia com tuberculose foi identificada em uma índia do

Peru, com técnicas de biologia molecular. A datação constatou que a índia viveu há

1.100 a.C.; é o primeiro diagnóstico bacteriológico de certeza em múmia milenar,

comprovando a existência da tuberculose na América, na era pré-colombiana

(ROSEMBERG, 1999).

Em toda a história das conquistas territoriais, das colonizações, onde o

homem civilizado chegou, levou também o bacilo da tuberculose, contaminando os

nativos, os quais, sem defesas imunitárias, tiveram grandes contingentes dizimados.

No Brasil não há evidência de que ela existisse entre os índios antes da invasão de

Portugal, em 1500. Na colonização do Brasil vieram jesuítas e colonos, na maioria

tuberculosos, que foram atraídos pelos benefícios do clima ameno (ROSEMBERG,

1999).

Dos últimos séculos, tem-se mais dados sobre os dramas dos indivíduos das

classes sociais mais altas. Enquanto que sobre as multidões populares, muitas

vezes viviam em condições abaixo da dignidade humana, quase nada foi escrito.

Grande quantidade de tuberculosos existiram, na idade média, por quase toda a

Europa. Nessa época, os monarcas cristãos ficaram com o objetivo de curar as

pessoas através da superstição religiosa. Nessa fase medieval, havia multidões de

tuberculosos, com formas muito grave da doença (ROSEMBERG, 1999).

Entre o final do século 18 e o início do século 19, ocorreu a revolução

industrial na Inglaterra, estendendo-se pela Europa. Multidões operárias

concentraram-se nos maiores centros urbanos. Sua maioria vivia em condições

precárias, amontoados em cortiços, subalimentados, trabalhando 15 horas ou mais

por dia, foram vitimados pela tuberculose, cuja mortalidade chegou a atingir 1.100

por 100.000 pessoas em Londres (ROSEMBERG, 1999).

Em meados do século 19, operaram-se em Paris grandes reformas urbanas,

promovidas pelo governo de Napoleão Bonaparte. A cidade foi embelezada com

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imensos jardins e largas avenidas. Mas multidões de trabalhadores pobres foram

jogadas para a periferia nas piores condições imagináveis, em cortiços

improvisados, geralmente com uma única privada, sem esgoto para mais de 100

pessoas. Com essa realidade, os óbitos por tuberculose atingiam 80% da

mortalidade geral. Na segunda metade do século 19, a mortalidade tuberculosa nas

capitais europeias ia de 400 a 600 por 100 mil, atingindo a 30% da mortalidade geral

(ROSEMBERG, 1999).

Na primeira guerra mundial (1914-18), na França e na Alemanha, contraíram

tuberculose ativa 80000 e 50000 combatentes, respectivamente. Muitos

perambulavam pelas ruas porque não havia mínimas condições de hospitalização.

Na década dos anos 1990, morreram de tuberculose no mundo de 30 a 35

milhões de pessoas, na sua maioria pessoas que não tinham acesso à

quimioterapia, sendo que quase todas as mortes foram nos países em

desenvolvimento (98,8%) (ROSEMBERG, 1999).

Em 1993, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a TB como uma

emergência global e lançou a estratégia DOTS (Directly Observed Therapy, Short-

course), como a forma mais eficaz e de melhor custo-benefício de controle da

doença em nível mundial (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

A estratégia DOTS foi aperfeiçoada sendo chamada de PAL (Practical

Approach to Lung Health). Essa estratégia visa fortalecer o sistema de saúde

através de conexão entre as atividades de controle da TB e dos serviços de saúde.

Como o sintoma mais comum na TB pulmonar é a tosse, para fins de busca de

casos, serão considerados casos do sintomático respiratório todos os indivíduos

com tosse. Na Figura 02, está apresentada uma proposta de algoritmo da estratégia

PAL.

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29

Figura 02 – Proposta de algoritmo da estratégia PAL para indivíduos com tosse. Adaptado da Organização Mundial de Saúde.

Fonte: CONDE et al., 2009.

A OMS priorizou 22 países onde se concentram 80% dos casos estimados.

Segundo dados da OMS coletados em 2011 e divulgados em 2012, os países que

têm maiores números de casos estimados, em ordem decrescente, são: Índia,

China, África do Sul, Indonésia, Paquistão, Bangladesh, Filipinas, Etiópia, Nigéria,

Mianmar, Vietnã, Rússia, Moçambique, Congo, Quênia, Tailândia, Brasil, Tanzânia,

Zimbábue, Uganda, Afeganistão, e Camboja. A África do Sul tem a maior taxa de

incidência da doença. Embora o Brasil esteja em 17º lugar, ele apresenta a menor

taxa de incidência entre os 22 países – de 42/100.000 habitantes (ORGANIZAÇÃO

MUNDIAL DA SAÚDE, 2012).

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30

Tabela 01 – Tuberculose: Estimativas e Notificações em 22 Países Prioritários e no Mundo / 2011

PAÍS População do

País Casos

estimados

Número de casos Por 100.000 Hab.

1. Índia 1.241.492.000 2.200.000 181 (16)*

2. China 1.347.565.000 1.000.000 75 (21)

3. África do Sul 50.460.000 500.000 993 (1)

4. Indonésia 242.326.000 450.000 187 (15)

5. Paquistão 176.745.000 410.000 231 (10)

6.Bangladesh 150.494.000 340.000 225 (11)

7. Filipinas 94.852.000 260.000 270 (8)

8. Etiópia 84.734.000 220.000 258 (9)

9. Nigéria 162.471.000 190.000 118 (19)

10. Mianmar 48.337.000 180.000 381 (5)

11. Vietnã 88.792.000 180.000 199 (12)

12. Rússia 142.836.000 140.000 97 (20)

13. Moçambique 23.930.000 130.000 548 (3)

14. Congo 67.758.000 120.000 327 (6)

15. Quênia 41.610.000 120.000 288 (7)

16. Tailândia 69.519.000 86.000 124 (16)

17. Brasil 196.655.000 83.000 42 (22)

18. Tanzânia 46.218.000 78.000 169 (17)

19. Zimbábue 12.754.000 77.000 603 (2)

20. Uganda 34.509.000 67.000 193 (13)

21. Afeganistão 32.358.000 61.000 189 (14)

22. Camboja 14.305.000 61.000 424 (4)

TOTAL Prioritários

GLOBAL

4.370.719.000

6.947.687.000

7.100.000

8.700.000

6.122

(*) Ranking entre os 22 países

Fonte: OMS, 2012 – Controle Global da Tuberculose.

Nas Américas, o Brasil é o país que mais notifica casos – cerca de 83 mil

novos casos anuais. O Brasil e o Peru contribuem com 50% de todos os casos da

região. Segundo dados informados pela OMS, em 2010 foram diagnosticados e

notificados 6,2 milhões de casos de tuberculose no mundo, sendo 5,4 milhões de

casos novos, equivalentes a 65% dos casos estimados para o mesmo ano

(SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 2012).

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31

No ano de 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU), ao analisar os

maiores problemas mundiais, estabeleceu-se oito Objetivos de Desenvolvimento do

Milênio (ODM), que no Brasil são chamados de Oito Jeitos de Mudar o Mundo

(Figura 3). A tuberculose está contemplada no 6º objetivo intitulado: combater a aids,

a malária e outras doenças (SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 2012).

Figura 03 – Programa proposto pela ONU, após analisar os problemas mundiais: 8 Jeitos de Mudar

o Mundo (nome chamado no Brasil).

Adaptado de www.objetivosdomilenio.org.br.

O Plano Global para o Combate da Tuberculose 2011-2015 (The Global Plan

to Stop Tuberculosis 2011-2015) proposto pela OMS tem como visão livrar o mundo

da tuberculose. Seu objetivo é reduzir drasticamente a carga da doença até 2015, de

acordo com o que foi pactuado nos ODM. O plano está dividido em seis

componentes: expandir a estratégia DOTS com qualidade; visar a existência da

combinação de TB/HIV e as necessidades de populações pobres e vulneráveis;

fortalecer o sistema de saúde baseado na atenção primária; ajudar as pessoas com

tuberculose e a sociedade civil organizada; envolver todos os prestadores de

serviços de saúde; e possibilitar e promover pesquisas (SECRETARIA DE

VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 2012).

O Plano ainda apresenta, como principais metas: reduzir, pela metade, a

incidência e a mortalidade por tuberculose até 2015, comparados aos valores de

1990, e eliminar a tuberculose como problema de saúde pública até 2050.

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32

Novos casos de TB vêm caindo há vários anos e a taxa de novos casos caiu

2,2% entre 2010 e 2011. Dessa forma, as metas globais para a redução de casos de

tuberculose e de mortes causadas pela doença continuam. A taxa de mortalidade

diminuiu 41% desde 1990 e o mundo está no caminho certo para atingir a meta

global de diminuição de 50% dos casos até 2015. No entanto, o número de casos no

mundo ainda é enorme. Em 2011, estima-se que teve 8,7 milhões de novos casos

de TB no mundo (13% ocorrendo juntamente com HIV) e 1,4 milhões de mortes

(incluindo os casos com HIV). O que pode ser observado também, é que o processo

global esconde as variações regionais: as regiões africanas e europeias não estão

tendo bons resultados que demonstram que vão atingir a meta de reduzir à metade

a taxa de mortalidade causada pela TB até 2015 (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA

SAÚDE, 2012).

Apesar de apresentar uma alta taxa de mortalidade, o acesso ao tratamento

aumentou substancialmente. Desde a metade da década de 90, com a implantação

da estratégia PAL, 51 milhões de pessoas teve sucesso no tratamento contra a TB,

salvando mais 20 milhões de vidas. Embora os estudos para o tratamento para as

pessoas que desenvolveram a tuberculose multi-resistente aos medicamentos

utilizados na quimioterapia ainda continua lento, há pesquisas para o

desenvolvimento de novas drogas e vacinas. Novos ou readaptações dos

medicamentos contra a tuberculose e novos regimes de TB para tratar tuberculose

multi-resistente estão avançando em ensaios clínicos e revisão regulamentar. Onze

vacinas para prevenir a TB estão sendo estudadas através de estágios de

desenvolvimento (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2012).

2.1.1 Tuberculose no Brasil A TB é provavelmente a doença infecto-contagiosa que mais mortes ocasiona

no Brasil (VARELLA, 2012). A tuberculose tem relação direta com a miséria e a

exclusão social. No Brasil, a TB afeta principalmente as periferias urbanas e está

associada, geralmente, às más condições de moradia e alimentação, à falta de

saneamento básico, ao abuso das drogas e do álcool, tabaco e outros.

Apesar do Brasil ainda ser um dos 22 países responsáveis por 80% dos

casos de tuberculose no mundo, até o ano de 2007, houve uma diminuição de 26%

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33

na incidência e 32% na mortalidade por TB (CONDE et al., 2009). Essa queda se

tornou expressiva a partir de 1999 com a implantação da estratégia DOTS. A taxa de

incidência da TB durante o período de 1990 a 2007 no Brasil está apresentada na

Figura 04.

Figura 04 – Série histórica da taxa de incidência da TB por ano, Brasil, 1990-2007

Fonte: CONDE et al., 2009

Em 2006, a taxa de incidência da TB por regiões variou de aproximadamente

30 casos/100.000 habitantes nas regiões sul e centro-oeste para aproximadamente

50 casos/100.000 habitantes nas regiões norte, nordeste e sudeste. De acordo com

o MS, a incidência concomitante da TB/HIV ocorreu em 6,2% dos casos, com os

estados do RS, SC e SP apresentando os maiores percentuais, e AC e RR com os

menores percentuais. O percentual de cura e abandono em 2006 foi,

respectivamente, de 73% e 9% para os casos novos e de 57% e 14% para os casos

HIV positivos. Adicionalmente, houve uma queda de 31% na taxa de mortalidade por

100.000 habitantes de 1990 para 2006. De acordo com dados do MS, em 2006, a

maior taxa de mortalidade foi na região Nordeste, seguida pela região Sudeste

(CONDE et al., 2009).

Em 2011, a taxa de incidência da TB no Brasil caiu para 36,0 casos para cada

grupo de 100 mil habitantes em relação ao ano de 2000, que era de 42,8 casos para

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34

cada grupo de 100 mil habitantes. Isso significa uma queda de 15,9 pontos

percentuais na última década (SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE, 2012).

2.1.2 Tuberculose no Rio Grande Do Norte

O plano emergencial de controle da TB foi implantado no estado do Rio

Grande do Norte em 2000, tendo suas ações direcionadas à 6 dos 167 municípios

que detém 77% do total dos casos (SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE

PÚBLICA/RN, 2008). O estado notifica anualmente cerca de 1.300 casos a cada ano

com 45 óbitos, 4,5% dos casos registrados.

Em 2004, foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de

Notificação (SINAN) 1.342 novos casos, representando 71,2% dos casos esperados.

A taxa de incidência foi de 46,6 a cada grupo de 100 mil habitantes (SECRETARIA

NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2006). Aproximadamente 50% dessa

demanda são pacientes residentes em Natal. A Figura 05 apresenta os municípios

do estado do Rio Grande do Norte segundo sua incidência.

Figura 05 – Municípios segundo a taxa de incidência (por 100 mil habitantes) para a tuberculose

Fonte: SNVS/RN, 2006

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35

2.2 TRATAMENTO DA TUBERCULOSE

Os fármacos utilizados no tratamento da tuberculose podem ser divididos em

duas grandes categorias: agentes de primeira linha e segunda linha.

Os fármacos de primeira linha, ou primeira escolha, associam o seu maior

nível de eficácia a um grau aceitável de toxicidade. Nestes incluem a pirazinamida,

etambutol, rifampicina, isoniazida e estreptomicina. A grande maioria dos pacientes

com tuberculose pode ser tratada com sucesso. Para obter excelentes resultados no

tratamento, tem-se um tratamento de duração de 6 meses; nos dois primeiros meses

administra-se isoniazida, rifampicina e pirazinamida, seguidas de isoniazida e

rifampicina durante quatro meses (CONDE et al., 2009).

Todavia, em certas ocasiões, devido à resistência microbiana, pode ser

necessário recorrer a fármacos de segunda linha, ou segunda escolha, de modo que

o tratamento pode ser iniciado com 5-6 fármacos. Essa categoria inclui o ofloxacino,

ciprofloxacino, etionamida, ácido aminosalicílico, cicloserina, amicacina, canamicina

e capreomicina.

Nos pacientes com HIV que estejam utilizando inibidores da protease e/ou

inibidores não-nucleosídeos da transcriptase reversa, as interações farmacológicas

com as rifamicinas (rifampicina, rifapentina, rifabutina) representam um problema

importante. Uma vez que esses inibidores interagem com as rifamicinas, diminuindo

a potência da terapia contra AIDS, aumentando o risco da resistência do HIV ao

tratamento.

O sistema de tratamento, no Brasil, para TB recomendado pelo Programa

Nacional de Controle da Tuberculose/Ministério da Saúde (PNCT/MS) desde 1979,

com a introdução da rifampicina e unificações de ações, está sofrendo modificações.

As principais mudanças propostas pelo Comitê Técnico Assessor (CTA) do

PNCT/MS são: introduzir um quarto fármaco, o etambutol, na fase de ataque

(esquema 2RIF, INH, PZA, EMB/4RIF, INH); adotar a associação dos fármacos em

forma de comprimidos, com doses fixas combinadas 4 em 1 (RIF, INH, PZA, EMB),

para a fase de tratamento intensivo, e 2 em 1 (RIF, INH), para fase de continuação;

utilizar formulações de comprimidos em substituição às cápsulas anteriormente

disponíveis; adequar as doses de isoniazida e pirazinamida em adultos para 300

mg/dia e 1.600 mg/dia, respectivamente (CONDE et al., 2009).

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2.2.1 Tuberculostáticos de primeira escolha 2.2.1.1 Isoniazida

A isoniazida (INH) é um pró-farmaco que continua sendo o principal agente

para a quimioterapia da TB. A enzima catalase-peroxidase micobacteriana converte

a isoniazida em um metabólito ativo que age inibindo a síntese do ácido micólico,

peculiar na formação da parede celular do bacilo (JUNIOR, 2004). A INH, cuja

fórmula estrutural é apresentada na Figura 06, tem fórmula química C6H7N3O, com a

massa molecular de 137,14 g/mol e o nome oficial é 4-hidrazida ácida

piridincarboxílica.

Figura 06 – Estrutura Molecular da INH

CONHNH

N

2

Fonte: AUTOR, 2013

A INH é a hidrazida do ácido isonicotínico, descoberta em 1945 por Chorine

(MANDELL; PETRI-JR., 1996). Apresenta-se como um pó cristalino branco, solúvel

em água, ligeiramente solúvel em etanol e clorofórmio e praticamente insolúvel em

éter etílico e benzeno. Apresenta três pKa de 2,0, 3,9 e 11,2 (este correspondente à

hidrazina).

A INH é bacteriostática para os bacilos “em repouso”, mas tem atividade

bactericida para os microrganismos em rápida divisão. O fármaco é notavelmente

seletivo para as micobactérias. Penetra facilmente nas células e mostra-se

igualmente eficaz contra bacilos que crescem no interior das células.

O mecanismo mais comum de resistência à isoniazida consiste em mutações

na catalase-peroxidase que diminuem a sua atividade, impedindo a conversão do

pró-fármaco isoniazida em seu metabolito ativo (BLANCHARD, 1996).

O tratamento com isoniazida isoladamente leva ao aparecimento de cepas

resistentes in vivo. Hoje estima-se que a resistência atinja 8% dos isolados, embora

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possa ser muito mais elevada em certas populações, incluindo imigrantes asiáticos e

hispânicos, bem como em grandes áreas urbanas e comunidades litorâneas

(CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 1999).

A isoniazida continua sendo o fármaco mais importante no mundo inteiro para

o tratamento de todos os tipos de tuberculose. Os efeitos tóxicos podem ser

minimizados por meio de uma terapia profilática com piridoxina e cuidadosa

vigilância do paciente.

A isoniazida pode ser utilizada como terapia intermitente para a tuberculose;

depois de dois meses, no mínimo, de terapia diária com isoniazida, rifampicina e

pirazinamida. Os pacientes podem ser tratados com duas doses semanais de

isoniazida mais rifampicina durante quatro meses (MANDELL; PETRI-JR., 1996).

A piridoxina deve ser administrada com isoniazida para minimizar as reações

adversas em pacientes desnutridos e naqueles com predisposição à neuropatia.

Essa administração profilática de piridoxina impede o desenvolvimento não apenas

da neurite periférica, como também da maioria dos outros distúrbios do sistema

nervoso em praticamente todos os casos.

Têm-se várias técnicas analíticas para a determinação de INH nos últimos

anos. Liu et. al. (1996) detectaram hidrazina, metilhidrazina e isoniazida por

eletroforese capilar utilizando o eletrodo modificado de páladio. Enquanto que Wang

e Zhou (1996), usando a mesma técnica, determinaram isoniazida e hidrazina

usando um microeletrodo de fibra de carbono modificado com platina.

Alguns autores utilizaram a técnica de espectrofotometria de absorção na

região do visível para a determinação da isoniazida. Dentre eles, os autores El-

Kommos e Yanni (1988) utilizaram a mesma técnica, porém com 6,7-

dicloroquinolina-5,8-diona como reagente para determinar a isoniazida em

comprimidos e xaropes. Nagaraja et al. (1996) determinaram a INH em comprimidos

farmacêuticos usando 1,2 naftoquinina-4-sulfonato e cetiltrimetil bromato de amônio

como reagentes, baseado no método da formação de um produto de cor vermelha.

Os autores Gowda et al. (2002) determinam a isoniazida em formulações

farmacêuticas baseado na oxidação do ácido 4,5-dihidroxi-1,3-benzendisulfonico

(Tiron) pelo metaperiodato de sódio seguido pela oxidação acoplada com a

isoniazida.

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38

Em relação às técnicas eletroanalíticas, vários trabalhos foram realizados.

Lomillo et al. (2001) utilizaram um modelo matemático para determinar isoniazida,

rifampicina e pirazinamida em misturas ternárias utilizando a polarografia de pulso

diferencial. Os autores Asadpour-Zeynali e Soheili-Azad (2010) determinaram

simultaneamente isoniazida e rifampicina utilizando a polarografia de pulso

diferencial, otimizando os parâmetros como pH e taxa de velocidade.

Para a determinação de fármacos utiliza-se também a voltametria com

diferentes tipos de eletrodos de trabalho. Fogg et al. (1983) determinaram a

isoniazida usando a voltametria por injeção em fluxo, e o eletrodo de carbono vítreo

como eletrodo de trabalho. Apostolakis et al. (1991) utilizou a voltametria por injeção

em fluxo com um eletrodo de íon seletivo de fluoreto para a determinação de

isoniazida em formulações farmacêuticas comerciais. Ghoneim et al. (2003) fizeram

um estudo do comportamento eletroquímico da isoniazida na forma pura, em

comprimidos farmacêuticos e fluídos biológicos, usando a voltametria de onda

quadrada com eletrodo de mercúrio. Hamman et al. (2004) fizeram um ensaio

voltamétrico com isoniazida e rifampicina, tanto combinado como separadamente,

em formulações farmacêuticas e amostra de soro humano, utilizando as voltametrias

cíclica e de onda quadrada com eletrodo de pasta de carbono. Alguns autores

utilizaram eletrodos quimicamente modificados (EQM) para a determinação da

isoniazida, dentre eles, Majidi et al. (2006) que determinaram a isoniazida em

medicamentos usando a voltametria cíclica com o eletrodo de carbono vítreo

modificado com polipirrol. Leandro et al. (2009) utilizaram a polarografia de pulso

diferencial com o eletrodo de gotejamento de mercúrio como eletrodo de trabalho

para determinar isoniazida e rifampicina em formulações farmacêuticas.

2.2.1.1.1 Mecanismo de ação

O mecanismo de ação da isoniazida era desconhecido até recentemente.

Com base em estudos sobre os mecanismos de resistência, foi proposto que a

isoniazida é uma forma latente (pré-droga) que é ativada por oxidação catalisada por

uma catalase-peroxidase endógena (LEMKE, 2002). Da reação entre a isoniazida e

a enzima resultam produtos como isonicotinaldeído, ácido isonicotínico e

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isonicotinamida, formados por intermediários reativos como radical isonicotinoíla e

ácido perisonicotínico.

Esses produtos são espécies reativas capazes de acilar um sistema

enzimático encontrado exclusivamente no M. tuberculosis, em que a principal

enzima é uma enoil redutase NADH-dependente chamada inhA, que regula a

síntese dos ácidos micólicos, mais especificamente de ácidos graxos de cadeia

longa (maior que 26 carbonos). As espécies reativas da isoniazida acilam a posição

4 do NADH, impedindo a síntese de ácidos micólicos (GEORGIEVA; GADJEVA,

2002).

2.2.1.1.2 Farmacocinética

O fármaco atinge concentrações plasmáticas máximas dentro de 1-2 h após a

ingestão oral de doses habituais. A isoniazida difunde-se rapidamente em todos os

líquidos do corpo. A concentração do fármaco é inicialmente mais elevada no

plasma e no músculo do que no tecido infectado; porém, o tecido infectado retém o

fármaco por um longo período, em quantidades bem acima das necessárias para

uma ação bacteriostática.

Cerca de 75 a 95% de uma dose de INH são excretadas na urina em 24 h,

principalmente em forma de metabólitos. Os principais produtos de excreção

resultam de acetilação enzimática e hidrólise enzimática. A velocidade de acetilação

altera significativamente as concentrações do fármaco atingidas no plasma, bem

como a sua meia-vida na circulação. A meia-vida do fármaco pode ser prolongada

na presença de insuficiência hepática (MANDELL; PETRI-JR., 1996)

2.2.1.2 Etambutol

O etambutol (EMB) é um fármaco amplamente utilizado na terapia da TB

(MANDELL; PETRI-JR., 1996; Lemke, 2002) e sua fórmula estrutural é apresentada

na Figura 07. Sua fórmula química é C10H24N2O2, sua massa molecular é 204 g/mol

e seu nome oficial é o etilenodiiminobutanol. O EMB é um composto hidrossolúvel e

termoestável, facilmente solúvel em água, solúvel em metanol e etanol, pouco

solúvel em clorofórmio e praticamente insolúvel em éter etílico. O EMB apresenta

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40

dois pKa, em 6,6 e 9,5 (SHEPHERD et al., 1966). O etambutol apresenta centros

assimétricos, sendo que o enantiômero (+) é 200 a 500 vezes mais ativo que o

enantiômero (-) (REYNOLDS et al., 1999). Este fato indica que, provavelmente, o

etambutol tenha um receptor específico em seu local de ação.

Figura 07 – Estrutura Molecular do EMB

Fonte: AUTOR, 2013

Em virtude da menor incidência de efeitos tóxicos e da melhor aceitação por

parte dos pacientes, o etambutol substitui essencialmente o ácido aminossalicílico.

O EMB acumula-se em pacientes com comprometimento da função renal, exigindo

um ajuste de dose. O efeito colateral mais importante consiste em neurite óptica,

com consequente redução da acuidade visual e perda da capacidade de distinguir o

vermelho do verde (BOBROWITZ, 1974).

Nos últimos 50 anos, muitos procedimentos analíticos foram utilizados para a

quantificação de etambutol em urina, plasma e formulação farmacêuticas. Ma et. al.

(1995) otimizaram as condições experimentais, faixa de detecção linear e precisão

do método de cromatografia líquida para determinar etambutol e cloridrato de

benzexol em comprimidos. Breda et al. (1996) determinaram o EMB em plasma

humana e urina utilizando HPLC com detecção de fluorescência do fluído. Jiang et

al. (2002) determinaram etambutol utilizando a cromatografia líquida de fase reversa

com detecção UV sem pré-tratamento da amostra usando 1-heptanosulfonado de

sódio como par iônico. Song et al. (2007) determinaram simultaneamente drogas de

primeira linha (INH, EMB, PZA e RIF) e seus principais índices metabólicos

utilizando HPLC e espectroscopia de massa. Gong et al. (2009) determinaram

simultaneamente o etambutol e pirazinamida em plasma humano por cromatografia

líquida/espectroscopia de massa.

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41

Hsieh et al. (2006) analisaram etambutol e metoxifenamina em plasma

humano utilizando a eletroforese capilar acoplada com detecção

eletroquimiluminescente usando o eletrodo de trabalho de óxido de titânio/índio.

Faria et al. (2008) validaram alguns parâmetros como linearidade, seletividade,

precisão da área, recuperação média e limite de quantificação para a determinação

de EMB em amostras de formulação farmacêutica usando a eletroforese capilar com

detecção UV em 262 nm. Faria et al. (2010), depois de validarem os parâmetros,

fizeram a determinação simultânea de INH, EMB, PZA e RIF por eletroforese capilar

usando a detecção direta por UV. Silva et al. (2010) utilizaram o método de

eletroforese capilar acoplado com detecção de condutividade sem contato para

determinar EMB em formulações farmacêuticas.

Utilizando métodos eletroanalíticos, Hassan e Shalaby (1992) descreveu pela

primeira vez a determinaçã do etambutol usando titulação potenciométrica em

preparações farmacêuticas. Gupta et al. (2003) relataram um novo procedimento

usando um eletrodo de íon-seletivo do quelato de etambutol-cobre(II) em uma matriz

de cloreto de polivinila (PVC) para a determinação de etambutol.

Técnicas voltamétricas começaram a serem utilizadas a partir de Zhang e

Yang (2002), que fizeram um estudo do comportamento voltamétrico utilizando o

eletrodo de carbono vítreo para determinar etambutol em comprimidos e urina. Chen

et al. (2008) propuseram um novo método para a determinação de etambutol

utilizando a voltametria de pulso diferencial tendo como eletrodo de trabalho o

carbono vítreo modificado com nanotubos de carbonos multifoliados. Perantoni et al.

(2011) determinaram etambutol em amostras farmacêuticas utilizando a análise por

injeção em fluxo usando um eletrodo composto por grafite e parafina como detector

amperométrico.

2.2.1.2.1 Mecanismo de ação

O fármaco suprime o crescimento da maioria dos bacilos da tuberculose

resistentes à isoniazida e estreptomicina (MANDELL; PETRI-JR., 1996). O

esclarecimento dos mecanismos de ação do etambutol nas micobactérias é muito

recente. Apesar das diversas hipóteses sobre o mecanismo de ação deste fármaco,

sabe-se que ele atua especificamente sobre a biossíntese da parede celular

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42

(RASTOGGI et al., 1990; BELANGER et al., 1996; ALCAIDE et al., 1997;

RAMASWAMY et al., 2000; ZHANG; TELENTI, 2000; ZHANG et al., 2003), inibindo

a polimerização da arabinose de arabinogalactanos e de lipoarabinomanoses,

(TAKAYAMA; KELBURN, 1989; DENG et al., 1995; MIKUSOV et al., 1995; ZHANG

et al., 2003) os quais servem de ligação para os ácidos micólicos presentes na

parede celular de M. tuberculosis e de outras micobactérias (KHOO et al., 1996).

Dessa forma, o etambutol tem a função de aumentar a permeabilidade da parede

celular, promovendo um acúmulo de ácido micólico e finalmente a morte da célula

(RAMASWAMY et al., 2000).

2.2.1.2.2 Farmacocinética

As concentrações plasmáticas tornam-se máximas dentro de 2-4 h após a

administração do fármaco. O EMB tem meia vida de 3-4 horas. Dentro de 24 h, 75%

de uma dose ingerida de etambutol são excretados em sua forma inalterada na

urina; até 15% são excretados em forma de 2 metabolitos: um aldeído e um derivado

de ácido dicarboxílico.

2.2.1.3 Rifampicina

As rifamicinas são membros da classe das ansamicinas de produtos naturais

isolados do Streptomyces mediterranei (MANDELL; PETRI-JR., 1996). Esta classe é

caracterizada por moléculas com uma cadeia alifática interligando duas posições

não-adjacentes de uma porção aromática (ponte ansa) (LEMKE, 2002). A

rifampicina (RIF), cuja fórmula estrutural é apresentada na Figura 08, é um derivado

semi-sintético de um desses antibióticos – rifamicina B. Sua fórmula química é

C43H58N4O12 e a massa molecular é de 822,95 g/mol. O seu nome oficial é 3-[[(4-

metil-1-piperazinil)imino]metil]rifamicina.

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Figura 08 – Estrutura Molecular da RIF.

Fonte: LOMILLO et al. (2001)

A rifampicina apresenta-se como um pó cristalino, vermelho alaranjado, sendo

pouco solúvel em água e acetona, solúvel em metanol, tetrahidrofurano (THF) e

acetato de etila, pouco solúvel em etanol, muito solúvel em clorofórmio e

dimetilsulfóxido (DMSO). A RIF apresenta dois valores de pKa: 1,7, relacionado ao

grupamento 4-hidroxila, e 7,9, relacionado ao nitrogênio do grupo piperazina

(GALLO; RADAELLI, 1976).

Embora segundo Gallo e Radaelli (1976) a RIF é mais solúvel em pH ácidos

do que em pH básicos (em pH 2 a solubilidade é de 100 mg/mL, enquanto que em

pH 7,5 é reduzida para 2,8 mg/mL).

A rifampicina está disponível como fármaco isolado e como combinação em

dose fixa com isoniazida ou isoniazida e pirazinamida. A rifampicina e a isoniazida

constituem os fármacos de maior eficiência disponíveis para o tratamento da

tuberculose. Assim como alguns outros fármacos, a RIF nunca deve ser utilizada

isoladamente no tratamento dessa doença, devido à rapidez com que pode ocorrer

desenvolvimento de resistência (MANDELL; PETRI-JR., 1996).

A hepatite causada por rifampicina raramente ocorre em pacientes com

função hepática normal. De modo semelhante, a combinação de isoniazida e

rifampicina parece ser geralmente segura nesses pacientes.

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44

Como a rifampicina é um potente indutor das enzimas microssômicas

hepáticas, sua administração determina uma redução da meia-vida de diversos

compostos, dentre eles os inibidores da protease e inibidores não nucleosídeos da

transcriptase reversa do HIV. Dessa forma, o uso da rifabutina nesses casos

apresenta menos efeitos sobre o metabolismo dos inibidores da protease do HIV

(MANDELL; PETRI-JR., 1996).

Algumas técnicas analíticas foram utilizadas para o estudo e determinação da

RIF. Galal et al. (1992) utilizaram espectrofotometria para a determinação de

rifampicina em cápsulas e amostras de urina. Halvatzis et al. (1993) determinaram a

RIF com o método quimiluminométrico de fluxo contínuo. Eles demonstraram que o

método tem boa acurácia e precisão. Yang et al. (2003) determinaram a rifampicina

usando a técnica de HPLC com um detector quimiluminescente. Liang et al. (2007)

determinaram RIF em preparações farmacêuticas e urina humana pela técnica de

eletroquimiluminescência.

2.2.1.3.1 Mecanismo de ação Pertence ao grupo dos antibióticos macrocíclicos complexos, que possui ação

bactericida para microrganismos intra e extracelular. Inibe o crescimento da maioria

das bactérias Gram-positivas assim como de numerosos organismos Gram-

negativos (MANDELL; PETRI-JR., 1996).

A rifampicina é um bactericida que inibe a RNA polimerase dependente do

DNA das micobactérias através da formação de um complexo fármaco-enzima

estável que acarreta na supressão da formação da cadeia de RNA. A RNA

polimerase nuclear de uma variedade de células eucarióticas não se liga à

rifampicina, de modo que a síntese de RNA não é afetada. As rifamicinas em altas

concentrações também inibem as RNA polimerases dependentes do DNA, bem

como as transcriptase reversas (MANDELL; PETRI-JR., 1996).

2.2.1.3.2 Farmacocinética A administração oral da RIF produz concentrações plasmáticas máximas em

2-4 h. O ácido aminossalicílico pode retardar a absorção da rifampicina. Caso esses

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fármacos sejam utilizados concomitantemente, devem ser administrados em

separado, com intervalo de 8-12 h (RADNER, 1973).

A rifampicina é rapidamente eliminada pela bile. A RIF sofre desacetilação

progressiva, de modo que, depois de 6 h, quase todo o antibiótico presente na bile

encontra-se na forma desacetilada. Não há necessidade de ajuste da dose em

pacientes com comprometimento da função renal. A meia-vida da rifampicina varia

de 1,5-5 h e aumenta na presença de disfunção hepática. Por outro lado, pode estar

reduzida em pacientes que estejam usando concomitantemente isoniazida, que são

inativadores lentos desse fármaco (MANDELL; PETRI-JR., 1996).

A rifampicina distribui-se por todo organismo. A sua presença pode ser

percebida pela propriedade do fármaco de conferir coloração alaranjada à urinas,

fezes, saliva, escarro e lágrimas (FURESZ, 1970; FARR, 2000).

2.2.1.4 Pirazinamida

A pirazinamida (PZA) é um pró-fármaco derivado da nicotinamida, cuja

fórmula estrutural é apresentada na Figura 09. Sua fórmula química é C5H5N3O, sua

massa molecular é de 123,11 g/mol e seu nome oficial é pirazinacarboxiamida. É

ligeiramente solúvel em água, pouco solúvel em etanol e muito pouco solúvel em

éter. Suas soluções aquosas são neutras. Apresenta valor de pKa de 0,50 para a

base conjugada (BH+) (MERCK, 2000).

Esta substância é a única capaz de atuar em bacilos dentro de macrófagos

infectados. É utilizada na primeira fase do tratamento, quando a infecção encontra-

se ainda como granulomatosa, pelo fato deste fármaco atravessar adequadamente a

membrana do macrófago e atuar muito bem em pH ácido (em torno de 5,5). A sua

atuação está relacionada à sua capacidade de destruir os bacilos no interior dos

macrófagos (DOLEZAL et al., 2002).

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Figura 09 – Estrutura Molecular da PZA

N

N

NH2

O

Fonte: AUTOR, 2013

A pirazinamida tornou-se um importante componente da terapia de curta

duração (6 meses) com múltiplos fármacos para a tuberculose. Um dos principais

efeitos colaterais é a lesão hepática. Dessa forma, todos os pacientes tratados com

pirazinamida devem ser submetidos a provas de função hepática antes da

administração do fármaco. A PZA não deve ser administrada em indivíduos com

qualquer grau de disfunção hepática, a não ser que seja absolutamente necessária

(MANDELL; PETRI-JR., 1996).

Existem poucos trabalhos na literatura sobre métodos analíticos para a

pirazinamida. Akyuz et al. (2007) apresentaram um estudo de espectroscopia

vibracional para compostos de pirazinamida. Nesse estudo usou-se a

espectroscopia Raman e o infravermelho distante, observando que os compostos

têm estruturas semelhantes. Zhou et al. (2010) determinaram simultaneamente a

pirazinamida, isoniazida, rifampicina e acetilisoniazida em plasma humana utilizando

a técnica de HPLC. O método mostrou-se seletivo, sensível e confiável. Bergamini et

al. (2013) estudaram o comportamento eletroquímico e determinaram a pirazinamida

em amostras de urina humana usando um eletrodo de impresso de carbono

modificado com polihistidina juntamente com a voltametria cíclica e impedância.

2.2.1.4.1 Mecanismo de ação Seu mecanismo de ação é desconhecido, mas sabe-se que pode atuar como

bacteriostático ou bactericida. É efetiva em pH 5,6. Salfinger, Crowle e Reller (1990)

propuseram que o responsável pela atividade antibacteriana da Pirazinamida é o

ácido pirazinóico, o qual é formado pela ação da enzima pirazinamidase, sintetizada

pelo bacilo. A formação do ácido combinada com o ingresso do bacilo ao macrófago

abaixariam o pH até níveis tóxicos para o mesmo (MARTINDALE, 2002). O ácido

pirazinóico também depleta a energia reserva da membrana (WADE et al., 2004).

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2.2.1.4.2 Farmacocinética Verifica-se o rápido desenvolvimento de resistência se a PZA for utilizada

isoladamente. A meia-vida plasmática é de 9-10 h em pacientes com função renal

normal. A pirazinamida é hidrolisada em ácido pirazinóico e, subsequentemente em

ácido 5-hidroxipirazinóico, o principal produto de excreção (MANDELL; PETRI-JR.,

1996).

2.3 ELETROANALÍTICA

A eletroanalítica compreende um grupo de métodos analíticos qualitativos e

quantitativos baseados nas propriedades elétricas de uma solução contendo o

analito quando essa faz parte de uma célula eletroquímica. As técnicas

eletroanalíticas têm como ponto principal a interação entre a eletricidade e a

química, ou seja, as características elétricas como corrente, potencial ou a variação

destes e a relação com os parâmetros químicos. Com o uso de métodos

eletroquímicos, foi encontrada uma vasta quantidade de aplicações, desde

monitoramento ambiental e industrial, incluindo também controle de qualidade e

análises biológicas (WANG, 2006).

Com os avanços desde a década de 80, incluindo o desenvolvimento de

ultramicrosensores, monofilmes, multifilmes, técnicas de voltametria de ultratraços

ou alta resolução, entre outros, há um crescimento do interesse na eletroanálise,

assim expandindo para novos campos e ambientes.

2.3.1 Voltametria A voltametria compreende um grupo de métodos eletroanalíticos nos quais as

informações a respeito do analito são obtidas através da medida de corrente em

função de um potencial aplicado sob condições que promovem a polarização de um

eletrodo indicador ou eletrodo de trabalho. Baseia-se na medida da corrente em uma

célula eletroquímica sob condições de completa polarização de concentração, na

qual a velocidade de oxidação ou redução do analito é limitada pela velocidade de

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transferência de massa do analito para a superfície do eletrodo (SKOOG et al,

2006).

Os métodos voltamétricos são amplamente empregados por químicos

analíticos, inorgânicos, físico-químicos e bioquímicos para estudos fundamentais de

processos de oxidação e redução em vários meios, processos de adsorção às

superfícies e mecanismos de transferência de elétrons em superfícies modificadas

de eletrodos.

Na voltametria, a voltagem no eletrodo de trabalho varia sistematicamente

enquanto a resposta de corrente é medida. Várias funções voltagem-tempo,

chamadas sinais de excitação, podem ser aplicadas ao eletrodo. A mais simples

delas é a varredura linear, na qual o potencial no eletrodo de trabalho muda

linearmente com o tempo. Outras formas de onda que podem ser aplicadas são as

ondas pulsadas e triangulares. As formas de onda de quatro dos sinais de excitação

mais comuns empregados na voltametria são mostradas na Figura 10.

Figura 10 – Sinais de excitação de tensão versus tempos empregados na voltametria.

Fonte: SKOOG et al, 2006.

2.3.1.1 Voltametria de pulso diferencial

Voltametria de pulso diferencial é uma técnica extremamente útil para medir e

rastrear os níveis de espécies orgânicas e inorgânicas. Na voltametria de pulso

diferencial, dois valores de corrente são obtidos de forma alternada. A diferença de

corrente por pulso é registrada em função do aumento linear do potencial de

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excitação. A curva diferencial resultante consiste em picos cuja altura é proporcional

à concentração do analito.

Geralmente, o limite de detecção obtido com a voltametria de pulso diferencial

é duas ou três ordens de magnitude menor quando comparado com os valores

obtidos por voltametria clássica. A maior sensibilidade para a voltametria de pulso

diferencial pode ser atribuída a dois fatos. O primeiro está relacionado ao aumento

da corrente faradaíca, e o segundo, a uma diminuição da corrente de carga, ou não-

faradaíca (SKOOG et al, 2006).

A seleção da amplitude de pulso e velocidade de varredura normalmente

requer um equilíbrio entre sensibilidade, resolução e velocidade. Por exemplo,

amplitude de pulso maior resulta em picos maiores e mais amplos. Sistema redox

irreversível resulta em picos de corrente mais baixos e mais amplos (isto é,

sensibilidade e resolução inferiores) em comparação com os valores previstos para

os sistemas reversíveis. Além das melhorias na sensibilidade e resolução, a técnica

pode fornecer informações sobre a forma química em que o analito é exibida

(estados de oxidação, complexação, etc.) (SKOOG et al, 2006).

2.3.1.2 Voltametria cíclica

Voltametria cíclica (CV) é a técnica mais utilizada para a aquisição qualitativa

de informações sobre as reações eletroquímicas. A CV resulta da sua capacidade

de fornecer rapidamente informações consideráveis sobre a termodinâmica de

processos redox e a cinética de reações heterogêneas de transferência de elétrons

em reações químicas acopladas ou processos de adsorção. A CV é muitas vezes o

primeiro experimento realizado em um estudo eletroanalítico. Em particular, ela

oferece uma localização rápida de potenciais redox das espécies eletroativas e a

avaliação do potencial de meia onda sobre o processo redox (SKOOG et al, 2006).

Na CV a resposta de corrente para um pequeno eletrodo estacionário e

imerso em uma solução em repouso é obtida em uma função de um sinal de

excitação na forma triangular. Como por exemplo, se o potencial inicial aplicado é de

-0,1 V e o potencial final é de 1 V, isso significa que quando o potencial final é

alcançado, ocorre uma inversão na direção da varredura e o potencial sempre volta

a -0,1 V.

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Os dados importantes em CV são o potencial de pico catódico Epc, o potencial

de pico anódico Epa, a corrente de pico catódico ipc e a corrente de pico anódico ipa.

Para reações reversíveis de eletrodo, as correntes de pico anódica e catódica são

aproximadamente iguais em valores absolutos, mas com sinais opostos. Para uma

reação reversível de eletrodo a 25 °C, a diferença de potencial de pico, ΔEp, é dado

por (SKOOG et al, 2006):

Eq. (01)

Onde n é o número de elétrons envolvidos na reação. Reações irreversíveis tornam

lenta a cinética de transferência de elétrons, resultando em valores de ΔEp que

excedem o valor esperado. Embora uma reação de transferência de elétrons possa

parecer reversível para baixas velocidades de varredura, o aumento da velocidade

de varredura pode levar ao aumento dos valores de ΔEp, o que seguramente indica

que a reação é irreversível. Assim, para obter a constante de velocidade, ΔEp é

medida em várias velocidades de varredura (SKOOG et al, 2006).

Além de fornecer os dados falados anteriormente, a voltametria cíclica pode

revelar a presença de um intermediário na reação de oxirredução.

2.4 ELETRODOS DE TRABALHO

A realização do procedimento voltamétrico é fortemente influenciada pelo

material do eletrodo de trabalho. O eletrodo de trabalho deve proporcionar boas

características de ruído e sinal, bem como uma resposta reprodutível. Assim, a sua

seleção depende principalmente de dois fatores: o comportamento redox do analito-

alvo e a corrente ao longo da região de potencial necessário para a medição. Outras

considerações incluem a janela de potencial, condutividade elétrica,

reprodutibilidade da superfície, propriedades mecânicas, custo, disponibilidade e

toxicidade. Tem se encontrado grande variedade de materiais que podem ser

usados como eletrodos de trabalho para eletroanalítica. Os mais populares são os

que envolvem o mercúrio, carbono, ou metais nobres (especialmente platina e ouro).

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2.4.1 Diamante dopado com boro O eletrodo de diamante dopado com boro (BDD) é um material inovador,

emergindo como um eletrodo alternativo devido à sua inegável boa condutividade

elétrica, baixa capacitância de dupla camada, ampla janela de potencial

eletroquímico e de sua biocompatibilidade (SZUNERITS et al., 2010).

A janela de potencial dos eletrodos de diamante é incomparavelmente mais

alta do que qualquer outro material, podendo alcançar até 3 volts (algumas vezes

até mais). A vantagem da largura da janela de potencial é que tem um menor

background da corrente quando comparado a outros materiais carbonados (carbono

vítreo, grafite, pasta de carbono, etc.) ou platina, que são materiais muito usados

como eletrodos (PLESKOV, 2011).

A ampla janela de potencial ocorre da sobretensão elevada da decomposição

do solvente. As reações de formação de hidrogênio ou oxigênio ocorrem nos

eletrodos e sua cinética é muito sensível, provocando a sua adsorção na superfície

do eletrodo. O diamante é um adsorvente pobre, por conseguinte, o seu efeito

catalítico é um pouco fraco para estas reações. Assim, dentro da janela de potencial,

o solvente é estável e o eletrodo de diamante é apropriado para os estudos com

reações, pois não reage nem com o solvente, nem com a substância.

No entanto, ao contrário de outros materiais a base de carbono, que há muito

tempo encontraram aplicações práticas, o estudo eletroquímico de diamante foi

iniciado recentemente, em 1987, quando o primeiro artigo sobre a fotoeletroquímica

dos eletrodos de diamante foi publicado. Nesse estudo, Pleskov et al. (1987)

estudaram as propriedades eletroquímicas dos eletrodos de diamante e provaram

que o diamante é eletroquimicamente estável, estudando algumas propriedades com

fotocorrente, capacidade diferencial, corrente de fundo (ou ruido) vs. curvas de

potencial. Os autores Natishan e Morrish (1989) estudaram o comportamento

eletroquímico do diamante revestido com molibdênio e, durante os anos 90, Pleskov

et al. (1992) continuaram estudando a aplicação do diamante na eletroquímica. Eles

analizaram a impedância da condução do diamante revestido com policristais,

comparando os resultados com os obtidos estudando o diamante na sua forma pura

(sem modificação). Patel et al. (1992) investigaram a fotoeletroquímica dos eletrodos

de diamante dopado com boro, observando que a fotocorrente é gerada pela

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polarização catódica, concluindo que o BDD é um semicondutor. Swain et al. (1993)

estudaram a atividade eletroquímica do BDD usando voltametria cíclica,

cronoamperometria e impedância sem contato com a luz externa. Eles observaram

que o eletrodo BDD apresentou baixa capacitância de camada dupla e resistência

relativamente alta à polarização para a oxidação da superfície. Segundo esse

autores, o eletrodo de BDD apresentou estabilidade após um período de 2 meses

comparado com um recém polido eletrodo de carbono vítreo. Tenne et al. (1993)

exploraram o sobrepotencial devido à evolução do hidrogênio para reduzir o nitrato

para amônia usando o eletrodo de BDD. Ramesham et al. (1993) estudaram os

eletrodos de carbono vítreo e grafite revestido por um filme de diamante dopado com

boro utilizando microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia de

Raman. Observou-se que os eletrodos de carbono vítreo e grafite com esse tipo de

revestimento podem ser usados em eletroanálises, uma vez que os filmes de BDD

são eletricamente condutores, resistentes à erosão e quimicamente inertes.

O eletrodo de BDD continua sendo estudado desde então. Métodos

eletroquímicos que usam esse tipo de eletrodo têm sido aplicados com sucesso para

a análise de compostos farmacêuticos.

Oliveira et al. (2007) determinaram lidocaína, princípio ativo de alguns

produtos analgésicos, utilizando voltametria cíclica e de onda quadrada. Os autores

Dogan et al. (2007) determinaram fluvastatina, princípio que reduz o colesterol e

triglicerídeo presentes no sangue, em formulações e soro humano usando

voltametria cíclica, onda quadrada e pulso diferencial. Uslu et al. (2008) propuseram

utilizar a eletro-oxidação para determinar pefloxacina, usada no tratamento de

infecções causadas por germes sensíveis a esse princípio ativo, em farmacêuticos e

soro humano com as técnicas de voltametria cíclica, pulso diferencial, onda

quadrada e linear. Os autores Souza et al. (2008) quantificaram a sulfadiazina e

sulfametoxazol em produtos farmacêuticos usando a voltametria de onda quadrada.

Radovan et al. (2008) determinaram simultaneamente L-ácido ascórbico e

acetaminofeno por várias técnicas, incluindo voltametria cíclica, cronoamperometria

e voltametria de pulso diferencial. A aplicabilidade da voltametria de pulso diferencial

usando o método de adição de padrão mostrou-se eficaz para a quantificação dos

dois princípios ativos. Ribeiro et al. (2008) investigaram a oxidação eletroquímica do

cloridrato de prometazina usando voltametria de onda quadrada. Constatou-se que o

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método é preciso e reprodutível, podendo ser usado para quantificação do fármaco

em formulações farmacêuticas devido à estabilidade, especificidade, recuperação e

precisão.

Sartori et al. (2009) determinaram ácido acetilsalicílico (AAS) em formulações

farmacêuticas juntamente com a voltametria de onda quadrada. O diferencial foi a

determinação desse fármaco sem a necessidade da hidrólise alcalina, sendo

aplicado com sucesso na determinação do AAS em várias formulações. Os autores

Andrade et al. (2009) propuseram a determinação simultânea de sulfametoxazol e

trimetoprima usando a voltametria de pulso diferencial, conseguindo baixos limites

de detecção e quantificação quando comparado com o método padrão de HPLC.

Szunerits et al. (2010) produziram um detector de lectinas livres em carboidratos,

apresentando um baixo limite de detecção (5 ± 0,5 nM).

Os autores Bartosová et al. (2011) utilizaram o HPLC com um detector

amperométrico para determinar sildenafil e vardenafil, fármacos utilizados no

tratamento da disfunção erétil. Song et al. (2012) determinaram a dopamina na

presença de ácido ascórbico utilizando um sensor com o eletrodo de diamante

dopado com boro modificado com nanocompósitos de ouro. O método apresentou

alta seletividade, sensibilidade, baixo limite de detecção e boa faixa linear para a

determinação do fármaco. Ardila et al. (2013) determinaram bezafibrato em

composições farmacêuticas utilizando a voltametria de onda quadrada. O método

mostrou-se eficaz para a determinação quando comparado com o método

espectrofotométrico.

Com as melhoras das técnicas analíticas com o passar dos anos, a

eletroanálise tem sido uma ferramenta muito importante na química analítica

contemporânea devido às diversas possibilidades de aplicação. Em comparação

com outros métodos instrumentais, a química eletroanalítica oferece uma variedade

de vantagens, dentre elas alta sensibilidade, simplicidade da técnica, rapidez, baixo

custo e detecção relativamente fácil (SIANGPROH et al., 2011).

Muitos outros estudos foram feitos, mas todos puderam confirmar que os

eletrodos de diamante dopado com boro podem ser usados para determinar muitos

princípios ativos em vários compostos farmacêuticos. Os métodos propostos

apresentaram excelentes performances e um grande potencial na aplicação em

processos de controle.

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2.4.2 Carbono vítreo

O carbono vítreo (GC) é muito popular por causa de suas excelentes

propriedades mecânicas e elétricas, ampla janela de potencial, inércia química

(resistência ao solvente), e performance reprodutível. O material é preparado por

meio de um programa cuidadoso de controle de aquecimento de um pré-modelado

polimérico (fenolformaldeído) em uma atmosfera inerte. O processo de carbonização

do produto é muito lento, com o intervalo de temperatura de 300-1200 °C, para

assegurar a eliminação de oxigênio, nitrogênio e hidrogênio. A estrutura de carbono

vítreo envolve finas fitas emaranhadas de grafite, como se fossem folhas. Devido à

sua alta densidade e tamanho dos poros ser pequeno, não é necessário qualquer

processo de impregnação. No entanto, o pré-tratamento da superfície é usualmente

empregado para criar eletrodos de carbono vítreo reprodutíveis e ativos, como

também para melhorar seu desempenho analítico. Esse pré-tratamento é

geralmente obtido por polimento com partículas de alumina menores (até 0.05 μm).

O elétrodo deve então ser lavado com água deionizada antes do uso (WANG, 2006).

Existem muitos trabalhos na literatura em que o eletrodo de carbono vítreo é

usado como detector. Os autores Bodoki et al. (2007) validaram um método

eletroquímico quantitativo para a colchicina usando eletrodo de GC. Foram validados

alguns parâmetros como seletividade, linearidade, acurácia, confiabilidade, limite de

detecção e quantificação. O método mostrou-se um sucesso para a determinação de

colchicina em comprimidos sem a interferência dos excipientes. Salimi et al. (2007)

determinaram a ranitidina e metronidazol em comprimidos utilizando um eletrodo de

carbono vítreo modificado com uma simples camada de nanotubos de carbono.

Mostrou-se um método com alta sensibilidade, estabilidade e tempo de vida. Heli et

al. (2007) estudaram adsorção da albumina no soro humano utilizando o eletrodo de

GC e as técnicas de voltametria cíclica e impedância. Esse estudo proporcionou um

melhor entendimento sobre as interações da albumina nesse meio. Zhu et al. (2009)

determinaram simultaneamente ácido úrico, dopamina e ácido ascórbico utilizando

eletrodo de GC modificado com uma simples camada de nanocarbono. Os

resultados se mostraram satisfatórios usando o método de adição de padrão. Muna

et al. (2011) estudaram a oxidação eletrocatalítica de compostos fenólicos

estrogênicos utilizando o eletrodo de GC modificado com níquel. Com esse eletrodo,

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eles obtiveram alta sensibilidade, faixa linear, limite de detecção e resposta estáveis.

Dessa forma, ele pode ser usado para a detecção desses compostos em amostras

reais. Rajith et al. (2011) estudaram a oxidação da trimetoprima utilizando um

eletrodo de carbono vítreo juntamente com a voltametria de pulso diferencial e

métodos computacionais. Quan et al. (2011) determinaram a dopamina na presença

de ácido ascórbico e ácido úrico utilizando um eletrodo de carbono vítreo modificado

com Nafion/simples camada de nanocarbono/poli-3-metiltiofeno. O método

desenvolvido teve simples preparação, alta sensibilidade, baixo limite de detecção e

excelente reprodutibilidade. Tesio et al. (2013) estudaram a oxidação eletroquímica

do flavonoide buteína utilizando as voltametrias cíclica e de onda quadrada com o

eletrodo de GC. Foram usados soluções padrão de fosfato e citrato como eletrólitos

com diferentes valores de pH.

Como pode-se perceber, o eletrodo de carbono vítreo também é um material

muito usado para o estudo eletroquímico e determinação quantitativa de alguns

fármacos conhecidos na literatura.

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Verificar a aplicabilidade da técnica de voltametria de pulso diferencial na

quantificação dos princípios ativos usados no tratamento da tuberculose em

medicamentos.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Estudar usando a voltametria cíclica e voltametria de pulso diferencial o

comportamento redox dos princípios ativos;

• Determinar as condições experimentais para quantificar cada um dos

princípios ativos: isoniazida, etambutol, rifampicina e pirazinamida;

• Estudar as variáveis experimentais que afetam na quantificação de cada um

dos princípios ativos;

• Aplicar o método para quantificação dos fármacos estudados em fórmulas

farmacêuticas.

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4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 4.1 MATERIAL

4.1.1 Reagentes Os reagentes de grau analítico utilizados ao longo do trabalho experimental,

foram: ácido sulfúrico (QEEL Ltda.), ácido nítrico (QELL Ltda.), hidróxido de sódio

(Proquímios, Ltda.), cloreto de potássio (Proquímicos Ltda.), pirazinamida (sigma-

aldrich Ltda.), isoniazida, etambutol e rifampicina. Os padrões de rifampicina e

etambutol foram obtidos por doação da Prof. Dra. Maria de Fátima Vitória de Moura

e o padrão de isoniazida foi obtido por doação do Prof. Dr. Oderlei, ambos da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Os comprimidos do combinado

farmacêutico utilizados nos estudos foram obtidos na rede de saúde pública do

município de Fortaleza.

4.1.2 Soluções utilizadas 4.1.2.1 Soluções de limpeza

As soluções de limpeza utilizadas foram ácido sulfúrico (0,5 mol L-1) e ácido

nítrico (0,5 mol L-1). A solução de ácido sulfúrico foi preparada a partir da adição de

13,3 mL (0,25 mol) em 500 mL de água destilada e a solução de ácido nítrico foi

preparada adicionando 4 mL (0,1 mol) em 100 mL de água destilada.

4.1.2.2 Eletrólitos

Os eletrólitos utilizados foram solução de cloreto de potássio 0,1 mol L-1 (pH 4

e pH 8) e as soluções tampão de fosfato de potássio – hidróxido de sódio (pH 8) e

solução de Sörensen (pH 8). A solução de cloreto de potássio foi preparada

dissolvendo 3,73 g (50 mmol) em 500 mL de água destilada. O pH final da solução

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foi medido com pHmetro de bancada Edutec, modelo EEQ-9025 e eletrodo de vidro

Edutec.

A solução tampão de fosfato de potássio – hidróxido de sódio (pH 8) foi

preparada a partir da adição de 250 mL de solução de fosfato de potássio 0,1 mol L-1

(25 mmol) e 234 mL de solução de hidróxido de sódio 0,1 mol L-1 (25 mmol) em um

balão volumétrico de 500 mL, aferindo-o com água destilada.

A escolha do pH 4 foi devido ao valor do primeiro pKa da isoniazida ser 3,9

(próximo de 4). Enquanto que a escolha do pH 8 foi devido à necessidade de

estudar o comportamento da isoniazida em pH básico; Sendo que esse valor é

favorável ao estudo da rifampicina, que possui pKa de 7,9.

A solução tampão de Sörensen (pH 8) foi preparada a partir da adição 475 mL

de solução de fosfato de sódio M/15 (40 mmol) e 25 mL de solução de fosfato de

potássio M/15 (30 mmol) em um balão volumétrico de 500 mL (Morita et al., 2007).

4.1.2.3 Soluções padrão

A solução padrão de isoniazida (0,05 mol L-1) foi preparada dissolvendo

0,0686 g (0,50 x10-3 mol) de padrão isoniazida em 10 mL de cloreto de potássio 0,1

mol L-1. A solução padrão de etambutol (0,05 mol L-1) foi preparada dissolvendo

0,102 g (0,50 x 10-3 mol) de padrão de etambutol em 10 mL de cloreto de potássio

0,1 mol L-1. A solução padrão de rifampicina (6,2 x 10-3 mol L-1) foi preparada

dissolvendo 0,2055 g (0,25 x 10-3 mol) de padrão de rifampicina em 50 mL de cloreto

de potássio 0,1 mol L-1 e deixado em agitação por 24 horas. A solução padrão de

pirazinamida (0,05 mol L-1) foi preparada dissolvendo 0,0615 g (0,50 x 10-3 mol) de

padrão de pirazinamida em 10 mL de cloreto de potássio 0,1 mol L-1.

A solução de concentração conhecida de isoniazida foi preparada dissolvendo

0,0187 g (0,14 x 10-3 mol) em 25 mL de cloreto de potássio 0,1 mol L-1. Foi escolhido

esse valor porque é da proporção existente no comprimido para a isoniazida,

que é de 0,075 g.

A solução de concentração conhecida de etambutol foi preparada dissolvendo

0,0687 g (0,34 x 10-3 mol) em 25 mL de cloreto de potássio 0,1 mol L-1. Foi escolhido

esse valor porque é da proporção existente no comprimido para o etambutol,

que é de 0,275 g.

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59

4.1.2.4 Amostra do comprimido

O comprimido inicialmente foi macerado em almofariz. A solução da amostra

de comprimido foi preparada pesando-se 0,2848 g ( do comprimido) em 50 mL

de cloreto de potássio 0,1 mol L-1. Foi deixado em agitação por 24 horas para uma

melhor solubilização dos princípios ativos. A concentração esperada para os

fármacos são: 0,0375 g de rifampicina, 0,0188 g de isoniazida, 0,100 g de

pirazinamida e 0,0687 g de etambutol.

4.2 EQUIPAMENTOS E SISTEMA DE ELETRODOS

4.2.1 Medidas voltamétricas As medidas voltamétricas foram realizadas utilizando-se o

Potenciostato/Galvanostato modelo PGSTAT 302N da Autolab/Eco Chemie e

monitorado pelo software GPES 4,9 (Figura 11). Os estudos voltamétricos foram

realizados em uma célula eletroquímica com capacidade de 100 mL, tendo o uso do

sistema de três eletrodos: trabalho, referência e auxiliar. O software Origin 6,0 foi

utilizado para o tratamento de dados.

Figura 11 – Potenciostato/Galvanostato modelo PGSTAT 302N da Autolab/Eco Chemie

Fonte: AUTOR, 2013

Para cada fármaco, foram feito diversos estudos como podem ser

visualizados nos fluxogramas a seguir. Para o estudo da isoniazida, como

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60

apresentados nas Figura 12.a.I e 12.a.II, foi composto pela análise da solução

padrão utilizando a CV e DPV com os eletrodos de BDD e GC, e pela análise da

solução do comprimido utilizando o DPV e o método de adição de padrão.

Figura 12.a.I – Fluxograma do estudo realizado com a solução padrão de isoniazida

Fonte: AUTOR, 2013

Figura 12.a.II – Fluxograma do estudo realizado com a solução do comprimido, com ênfase na

isoniazida

Fonte: AUTOR, 2013

Para o estudo do etambutol, como apresentado na Figura 13.b, foi composto

pela análise da solução padrão utilizando a CV e DPV com o eletrodo de BDD e pela

análise da solução do comprimido utilizando o DPV e o método de adição de padrão.

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61

Figura 12.b – Fluxograma do estudo realizado com a solução padrão de etambutol e da solução do comprimido

Fonte: AUTOR, 2013

Para o estudo da rifampicina, como apresentado na Figura 12.c, foi composto

pela análise da solução padrão utilizando a CV e DPV com o eletrodo de BDD e pela

análise da solução do comprimido utilizando o DPV e o método de adição de padrão.

Figura 12.c – Fluxograma do estudo realizado com a solução padrão de rifampicina e da solução do

comprimido

Fonte: AUTOR, 2013

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62

Para o estudo da pirazinamida, como apresentado na Figura 13.d, foi

composto pela análise da solução padrão utilizando a CV e DPV com os eletrodos

de BDD e GC.

Figura 12.d – Fluxograma do estudo realizado com a solução padrão de pirazinamida

Fonte: AUTOR, 2013

Para a obtenção dos perfis eletroquímicos dos fármacos pirazinamida,

isoniazida, etambutol e rifampicina, foram utilizados os parâmetros segundo a

Tabela 02, para a voltametria cíclica e, Tabela 03, para a voltametria de pulso

diferencial. Para a obtenção dos perfis eletroquímicos usando as voltametria cíclica

e voltametria de pulso diferencial, as medidas foram feitas no eletrólito de suporte de

cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em pH 4. Para o ajuste do pH foi necessário o uso

das soluções de HCl 0,1 mol L-1 e NaOH 0,05 mol L-1. Utilizou-se a adição de 400 μL

da solução padrão para a obtenção dos perfis usando a voltametria cíclica e

voltametria de pulso diferencial; isso corresponde a 1,93 x 10-3 mol L-1 de

pirazinamida, isoniazida e etambutol, e 0,121 x 10-3 mol L-1 de rifampicina. Tabela 02 – Parâmetros Para a Voltametria Cíclica

PZA EMB RIF INH

Volume do Eletrólito de Suporte

10 mL

20 mL

20 mL

20 mL

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63

Potencial Inicial - 0,700 V - 0,250 V - 0,250 V - 0,250 V

Potencial Final + 0,700 V + 1,70 V + 1,70 V + 1,70 V

Velocidade de Varredura 0,100 Vs-1 0,100 Vs-1 0,100 Vs-1 0,100 Vs-1

Tabela 03 – Parâmetros para a Voltametria de Pulso Diferencial

PZA EMB RIF INH

Volume do Eletrólito de Suporte 10 mL 20 mL 20 mL 20 mL

Potencial Inicial - 0,700 V - 0,250 V - 0,250 V - 0,250 V

Potencial Final + 0,700 V + 2,10 V + 1,70 V + 1,70 V

Modulação de Amplitude 0,050 V 0,050 V 0,050 V 0,050 V

Para a quantificação da isoniazida e do etambutol foram preparadas curvas

de calibração utilizando o método de adição de padrão em cloreto de potássio 0,1

mol L-1 cujo pH estudado foram 4 e 8. Para ajustar o eletrólito de suporte foi

necessário o uso das soluções de HCl 0,1 mo lL-1 e NaOH 0,05 mol L-1. Os padrões

rifampicina e pirazinamida não foram possíveis fazer a quantificação, pois não teve

uma comportamento linear esperado entre as triplicatas.

As adições foram de 100 a 800 μL, que correspondem a 0,250 a 1,90 x 10-3

mol L-1 para os padrões de isoniazida, etambutol e pirazinamida, e 0,310 a 2,40 x 10-

4 mol L-1 para o padrão de rifampicina. Quanto às adições do método de adição de

padrão foram de 50, 100 e 150 μL, que correspondem a 1,20 a 3,60 x 10-4 mol L-1

para os padrões de isoniazida e etambutol, e 1,50 a 4,40 x 10-5 mol L-1 para o

padrão de rifampicina.

Para a utilização dos resultados foi avaliada a reprodutibilidade das medidas

voltamétricas. Para isto, os estudos foram feitos em triplicata usando a voltametria

de pulso diferencial.

4.2.2 Sistema de eletrodos

Os eletrodos de trabalhos utilizados foram:

1 – Eletrodo de Diamante Dopado com Boro foi montado no próprio laboratório com

filmes de diamante sintético dopado com 3500 ppm de boro, θ = 0.85 cm2, feito pré-

tratamento catódico com aplicação de -3000 mV por 900 s numa solução de ácido

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64

nítrico. A limpeza é feita por tratamento eletroquímico, usando a técnica de

voltametria cíclica durante 30 ciclos com intervalo de potencial entre 500 e 2100 mV

numa solução de ácido sulfúrico. Posteriormente lavado com água destilada, antes

de cada medida, somando um total de 15 minutos para cada limpeza.

2 – Eletrodo de Carbono Vítreo, marca Metrohn, θ = 0.2 mm2, foi tratado por

polimento com alumina. Posteriormente lavado com água destilada antes de cada

medida.

Os eletrodos de referência e auxiliar, foram usados Ag/AgCl, KClsat. e fio de

platina, respectivamente. Estes eletrodos foram lavados com água destilada antes

de cada medida.

4.2.3 Célula eletroquímica

Os estudos voltamétricos foram realizados em uma célula eletroquímica com

capacidade para 100 mL, contendo um eletrodo de trabalho, um eletrodo de

referência de prata/cloreto de prata e um eletrodo auxiliar de platina (Figura 13).

Figura 13 – Célula eletroquímica

Fonte: AUTOR, 2013

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65

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 ISONIAZIDA

5.1.1 Perfil eletroquímico

O estudo inicial do fármaco isoniazida foi feito utilizando a voltametria cíclica

em cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em pH 4, aplicando a faixa de potencial de -0,250

a 1,70 V para o eletrodo de BDD e de -0,200 a 1,20 V para o eletrodo de GC. A

Figura 14 e 15 apresentam os voltamogramas cíclicos para a isoniazida com os

eletrodos de trabalho de BDD e GC, respectivamente. O fármaco apresenta apenas

um pico de oxidação em 1,19 V indicando um processo irreversível com o eletrodo

de BDD, no entanto, com o eletrodo de GC, apresenta um pico de oxidação em

0,790 V apresentando deslocamento de 0,400 V devido à natureza do material

usado como eletrodo de trabalho. Cabe ressaltar que o sinal em corrente mostrado

pela isoniazida usando o eletrodo de BDD, é maior do que aquele obtido em GC.

Figura 14 – Voltamograma cíclico da solução padrão de INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1

KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de BDD. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1

-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5-1,0x10-4

-5,0x10-5

0,0

5,0x10-5

1,0x10-4

1,19

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl) Fonte: AUTOR, 2013

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66

Figura 15 – Voltamograma cíclico da solução padrão de INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de GC. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1.

0,0 0,5 1,0-4,0x10-5

-2,0x10-5

0,0

2,0x10-5

4,0x10-5

6,0x10-5

0,79i/A

E/V (vs. Ag/AgCl) Fonte: AUTOR, 2013

Na literatura tem alguns trabalhos que apresentam estudos eletroquímicos da

isoniazida com diferentes eletrodos de trabalho e condições, como eletrólito, região

de potencial aplicado, entre outros. Tong et al (1997) estudaram a oxidação

eletroquímica catalisada pelo 2,2,6,6-tetrametil-4-acetilpiperidin-1-oxi (TMAPO)

usando eletrodo de carbono vitreo. A voltametria cíclica da INH apresentou um pico

de oxidação irreversível bem definido em 0,700 V na presença do TMAPO. Hamman

et al. (2004) determinaram a isoniazida em formulações farmacêuticas usando o

eletrodo de pasta de carbono. A voltametria cíclica da INH apresentou um pico de

oxidação em 0,750 V. Gao et al, (2006) estudaram a oxidação eletroquímica

catalisada pelo (ferrocenilmetil)trimetilamônio [(FcM)TMA]. A voltametria cíclica da

isoniazida apresentou um pico de oxidação irreversível em 0,600 V na presença do

(FcM)TMA. Majiri et al. (2006) determinaram a isoniazida em fórmulas farmacêuticas

usando o eletrodo de carbono vítreo modificado com polipirrol. A voltametria cíclica

do composto INH apresentou um pico de oxidação em 0,450 V pouco definido.

Porém, quando utilizou-se o eletrodo modificado com polipirrol, o pico de oxidação

apresentou-se bem definido e deslocado para 1,05 V. Yang et al. (2008)

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67

determinaram a isoniazida em comprimidos e injeção usando o eletrodo de carbono

vítreo modificado com ácido aminosulfônico. A voltametria cíclica do composto

farmacêutico apresentou um pico anódico em 0,400 V. foi observado também que a

corrente de pico é proporcional à velocidade de varredura. Bergamini et al. (2010)

determinaram a isoniazida em urina humana usando eletrodo de carbono impresso

modificado com poli-L-histidina como eletrodo de trabalho. A voltametria cíclica da

isoniazida apresentou um pico catódico em -0,980 V. Yan et al. (2011) determinaram

isoniazida em comprimidos utilizando a cronoamperometria com eletrodo de carbono

vítreo modificado com carbono mesoporoso ordenado e Nafion (Nafion-OMC).

Nesse trabalho, a voltametria cíclica da isoniazida apresentou dois picos de

oxidação em 0,220 e 0,490 V.

Vale salientar, que vários trabalhos existentes na literatura sobre a voltametria

cíclica da isoniazida foram obtidos utilizando eletrodos quimicamente modificados.

Enquanto que para a obtenção dos voltamogramas cíclicos da INH nesse trabalho,

não foi necessário a modificação da superfície do eletrodo de trabalho. Apesar disso

e baseados nesses trabalhos da literatura, o potencial observado em ambos os

eletrodos a base de carbono (carbono vítreo e diamante) correspondem à oxidação

da isoniazida. No caso do eletrodo de carbono vítreo, o potencial obtido nesse

trabalho é similar àqueles reportados na literatura. Por outro lado, o eletrodo de

diamante apresenta um potencial de oxidação da isoniazida parcialmente deslocado

em 0,400 devido à morfologia da superfície do diamante sintético. Considerando

esses resultados e os parâmetros cinéticos reportados por Mellado e colaboradores

(1993) o mecanismo proposto para a oxidação da isoniazida, como processo

irreversível, é:

considerando que a reação (2) é a etapa que determina a velocidade da reação,

como sugerido por Mellado et al. (1993).

Estudos preliminares da isoniazida utilizando a técnica de voltametria de

pulso diferencial (DPV) em cloreto de potássio 0,1 molL-1 em pH 4, aplicando a faixa

de potencial de -0,250 a 1,70 V para o eletrodo de BDD e de -0,250 a 1,30 V para o

eletrodo de GC, foram desenvolvidos. As Figuras 16 e 17 apresentam os

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voltamogramas de pulso diferencial para a isoniazida com os eletrodos de trabalho

de BDD e GC, respectivamente. Durante a varredura da DPV, a presença do

fármaco em solução apresentou um pico, aparecendo em 1,16 V para o BDD e em

0,854 V no GC, apresentando um deslocamento de 0,302 V neste ultimo material,

devido à natureza do material usado como eletrodo de trabalho.

Figura 16 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de INH 0,980 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de BDD. Modulação de amplitude: 0,050 V.

0,0 0,5 1,0 1,5

0,0

5,0x10-5

1,0x10-4

1,5x10-4

1,16

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl) Fonte: AUTOR, 2013

Figura 17 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de INH 0,980 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de GC. Modulação de amplitude: 0,050 V.

0,0 0,5 1,00,0

5,0x10-6

1,0x10-5

1,5x10-5

0,854

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl) Fonte: AUTOR, 2013

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69

A fim de demonstrar a eficiência do BDD em relação ao carbono vítreo, foram

sobrepostos os dois voltamogramas da DPV do fármaco isoniazida, como

apresentado na Figura 18. Este resultado indica novamente que a isoniazida é mais

eletroativa a superfície do BDD, melhorando seu sinal devido ao efeito da área.

Figura 18 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de INH 0,980 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 usando o eletrodo de (a) GC e (b) BDD. Modulação de amplitude: 0,050 V.

0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4

0,0

2,0x10-5

4,0x10-5

6,0x10-5

8,0x10-5

1,0x10-4

b

a

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl) Fonte: AUTOR, 2013

Antes de estudar a relação da concentração da isoniazida usando a técnica

de DPV; o comportamento voltamétrico da isoniazida aos valores de pH 4 e 8,

usando o eletrodo de BDD, foi estudado como mostrado na Figura 19. Assim, os

voltamogramas mostraram um deslocamento do sinal da isoniazida para potenciais

menos positivos, quando o meio aquoso se encontrava em pH 8, antecipando o

potencial de oxidação observado a pH 4. Além disso, alturas em correntes

correspondentes aos picos produzidos em ambos os valores de pH, foram similares;

sugerindo que o pH não altera a eletroatividade.

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70

Figura 19 – Voltamogramas cíclicos da solução padrão de INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl (a) pH 4. (b) pH 8.Velocidade: 0,100 V s-1.

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0-5,0x10-5

0,0

5,0x10-5

1,0x10-4

1,5x10-4

2,0x10-4

b a

i / A

E / V (vs. Ag/AgCl) Fonte: AUTOR, 2013

O efeito da velocidade de varredura também foi investigado em ambos os

valores de pH. Na Figura 20 é apresentado os voltamogramas obtidos com o

aumento da velocidade de varredura (de 0,050 a 0,400 V s-1). Os resultados

mostraram que não há uma relação linear entre a corrente do pico e a taxa de

velocidade. O comportamento apresentado é que nas três primeiras velocidades

(0,050, 0,100 e 0,150 Vs-1) a corrente de pico decresce linearmente, mas quando

atinge a velocidade de 0,200 Vs-1, a corrente de pico aumenta linearmente. Este

comportamento evidencia uma dependência de dois mecanismos de transporte de

massa: migração e difusão. Nas velocidades de varredura menores, a transferência

de massa até a superfície do eletrodo é controlada principalmente pela migração

rápida das moléculas de isoniazida; entretanto, a taxas de velocidade maiores, o

transporte de massa é predominantemente afetado pela difusão das espécies.

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-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

-1,0x10-4

0,0

1,0x10-4

2,0x10-4

3,0x10-4

4,0x10-4

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

0,050 Vs-1

0,100 Vs-1

0,150 Vs-1

0,200 Vs-1

0,250 Vs-1

0,300 Vs-1

0,350 Vs-1

0,400 Vs-1

8 12 16 20

0,14

0,16

0,18

0,20

0,22

i/mA

υ0,5 (10-3 V)

Figura 20 – Voltamogramas cíclicos da solução padrão de INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl (pH4), com a velocidade de varredura variando de 50 a 400 mV s-1 e o gráfico da

relação de corrente vs. velocidade de varredura.

Fonte: AUTOR, 2013

Por outro lado, foi observado que a área do pico decresce exponencialmente

com o aumento da velocidade, como apresentado na Figura 21, confirmando que

com o aumento da velocidade de varredura, uma determinada concentração de

isoniazida se encontra na superfície do eletrodo, produzindo uma resposta menor

em termos de corrente.

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72

Figura 21 – Gráfico da taxa de velocidade vs. área dos voltamogramas cíclicos da solução padrão de INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl (pH 4)

6 8 10 12 14 16 18 200,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

A (A

dim

ensi

onal

)

υ0,5 (10-3 V) Fonte: AUTOR, 2013

Para o pH 8, a isoniazida apresentou resultados similares, tanto para os

valores de corrente, como para os valores de área, como apresentado na Figura 22.

Figura 22 – Gráfico da taxa de velocidade vs. área dos voltamogramas cíclicos da solução padrão

de INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl (pH 8)

6 8 10 12 14 16 18 200,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

A (A

dim

ensi

onal

)

υ0,5 (10-3 V) Fonte: AUTOR, 2013

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0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,220

40

60

80

100

120

140

160

y = 126x + 7,70R² = 0,992

i/µA

CINH

/10-3 molL-1

0,5 1,0 1,50,0

5,0x10-5

1,0x10-4

1,5x10-4

2,0x10-4

2,5x10-4

3,0x10-4

3,5x10-4

e

d

c

b

a

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

Todavia, quando a concentração de isoniazida foi incrementada dentro da

solução através de adições externas de padrão, o sinal em termos de corrente

elétrica aumentou linearmente, como observado na Figura 23. Este resultado

também foi observado para o valor de pH 8, confirmando o potencial da técnica

como ferramenta para quantificar a isoniazida em amostras reais.

Figura 23 – Voltamogramas cíclicos da solução padrão de INH em 0,1 mol L-1 KCl (pH4), com adição

de a até e: 0,495, 0,980, 1,46, 1,92 e 2,38 x 10-3 mol L-1 de INH. Velocidade: 0,100 V s-1.

Fonte: AUTOR, 2013

5.1.2 Voltametria de pulso diferencial Estudos preliminares da técnica de DPV foram desenvolvidos usando o

eletrodo de BDD em ambos os valores de pH, previamente estudados na voltametria

cíclica. Comparando os voltamogramas obtidos em pH 4 e pH 8, apresentados na

Figura 24, observa-se um deslocamento de 0,143 V para regiões de corrente mais

positivas devido a forma protonada presente no pH 4 ou da forma não protonada

presente no pH 8 da isoniazida em solução, mostrando maior eletroatividade para a

superfície do eletrodo.

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Figura 24 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução padrão de INH 0,980 x 10-3 mol L-

1 em 0,1 mol L-1 KCl: linha preta – pH 4; linha vermelha – pH 8. Modulação de amplitude:

0,050 V.

0,5 1,0 1,50,0

5,0x10-5

1,0x10-4

1,5x10-4

2,0x10-4

1,253

1,110

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl) Fonte: AUTOR, 2013

5.1.2.1 Curva analítica em pH 4

A obtenção da curva analítica através da adição de padrão para a

quantificação do fármaco isoniazida em pH 4 foi feita utilizando a DPV em cloreto de

potássio 0,1 mol L-1, aplicando a faixa de potencial de -0,250 a 1,70 V para o

eletrodo de BDD. As curvas foram feitas em triplicata. A Figura 25 apresenta os

voltamogramas de DPV para a isoniazida. A partir da Figura observa-se um

incremento da corrente na medida em que a concentração de isoniazida aumenta.

Os valores da corrente foram usados para obter a curva analítica (corrente de pico

vs. concentração) e observou-se uma boa linearidade, pois o fator de correlação

linear (R2) foi próximo de 1. As repetições da curva analítica da isoniazida também

tiveram comportamentos similares, como observado na Figura 26, e proporcionando

bons fatores de correlação linear, como apresentado na Tabela 04.

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75

0,0 0,5 1,0 1,5 2,00

20

40

60

80

100

120

140

160

y = 75,4x + 4,73R² = 0,998

i/µA

CINH/10-3 molL-1

Figura 25 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de INH em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com adição de (a) 0 mol L-1; (b) 0,249 mmol L-1; (c) 0,495 mmol L-1; (d) 0,739 mmol L-1; (e) 0,980 mmol L-1; (f) 1,22 mmol L-1; (g) 1,46 mmol L-1; (h) 1,69 mmol L-

1; (i) 1,92 mmol L-1 de INH. Modulação de amplitude: 0,050 V.

Fonte: AUTOR, 2013

Figura 26 – Curvas de calibração das repetições das medidas voltamétricas da solução padrão de

INH em 0,1 mol L-1 KCl pH

4

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,00

20

40

60

80

100

120

140

160

i/µA

CINH/(10-3 molL-1) Fonte: AUTOR, 2013

0,0 0,5 1,0 1,50,0

5,0x10-5

1,0x10-4

1,5x10-4

2,0x10-4

i

a

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

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76

Tabela 04 – Fatores de correlação linear das curvas de calibração obtidas para a INH em 0,1 mol L-1

KCl pH 4

Curva Fator de Correlação Linear (R2)

Primeira 0,997

Segunda 0,998

Terceira 0,998

5.1.2.2 Curva analítica em pH 8

A obtenção da curva analítica para a quantificação do fármaco isoniazida em

pH 8 foi feita utilizando a DPV em cloreto de potássio 0,1 mol L-1, aplicando a faixa

de potencial de -0,250 a 1,70 V para o eletrodo de BDD. As curvas foram obtidas em

triplicata. A Figura 27 apresenta os voltamogramas de DPV para a isoniazida.

Observa-se que, diferentemente do que ocorre em pH 4, a isoniazida não mantêm a

relação de linearidade nas duas últimas adições, 700 e 800 μL (1,69 e 1,92 mmol

L-1, respectivamente). Dessa forma, a curva analítica foi construída considerado os

seis primeiros pontos. Embora a isoniazida apresente boa linearidade, pois os

fatores de correlação linear (R2) são próximos de 1, como apresentado na Tabela

05.

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77

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,40

20

40

60

80

y = 66,9x + 4,46R² = 0,993

i/µA

CINH/10-3 molL-1

0,0 0,5 1,0 1,50,0

5,0x10-5

1,0x10-4

1,5x10-4

i

a

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

Figura 27 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de INH em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com adição de (a) 0 mol L-1; (b) 0,249 mmol L-1; (c) 0,495 mmol L-1; (d) 0,739 mmol L-1; (e) 0,980 mmol L-1; (f) 1,22 mmol L-1; (g) 1,46 mmol L-1; (h) 1,69 mmol L-

1; (i) 1,92 mmol L-1 de INH. Modulação de amplitude: 0,050 V.

Fonte: AUTOR, 2013

Tabela 05 – Fatores de correlação linear das curvas de calibração obtidas para a INH em 0,1 mol L-1

KCl pH 8

Curva Fator de Correlação Linear (R2)

Primeira 0,993

Segunda 0,992

Terceira 0,993

Foi observado que com o aumento da concentração aumenta a corrente do

pico, mantendo uma boa dependência linear, em ambos os valores de pH, gerando

as seguintes equações de reta das curvas de calibração:

pH 4 = (r = 0,998);

pH 8 = (r = 0,993);

Os limites de detecção e quantificação foram calculados utilizando as

equações matemáticas apresentadas no Apêndice I. Os limites de detecção obtidos

para o pH 4 e pH 8 foram 1,85 μ mol L-1 (0,253 ppm) e 1,23 μmol L-1 (0,169 ppm),

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78

respectivamente. Enquanto que os limites de quantificação obtidos para o pH 4 e pH

8 foram 0,00615 m mol L-1 (0,844 ppm) e 0,00408 mmol L-1 (0,560 ppm),

respectivamente.

Na literatura foram obtidos valores de limite de detecção utilizando outros

eletrodos de trabalho. Majidi et al. (2006) obteve o limite de detecção de 3,15 μmol

L-1 com o eletrodo de carbono vítreo modificado com polipirrol. Yan et al. (2011)

obteve o limite de detecção de 0,00850 μmol L-1 com o eletrodo de carbono vítreo

modificado com carbono mesoporoso e Nafion. Vale salientar, que ambos trabalhos

obteve esses limites de detecção baixos utilizando eletrodos modificados, e os

limites de detecção obtidos no presente trabalho, de 1,85 e 1,23 μmol L-1 para os pH

4 e 8, respectivamente, pode ser mais econômica, sem a necessidade da

modificação da superfície.

Após essa análise, amostras sintéticas contendo isoniazida foram

selecionadas para proceder a quantificação da concentração do principio ativo

mediante o uso da técnica de DPV.

5.1.3 Determinação de INH em solução de concentração conhecida

5.1.3.1 Amostra sintética em pH 4

Utilizando o mesmo método de adição de padrão, uma amostra sintética foi

preparada pesando 0,0187 g de isoniazida, quantidade similar presente em um

comprimido de tratamento de tuberculose. Dessa forma, foi analisada uma solução

de concentração previamente conhecida. Os voltamogramas de pulso diferencial

obtidos da solução estão apresentados na Figura 28. Pode-se observar que, as

adições da solução padrão mantêm uma relação linear entre as curvas facilitando a

quantificação de isoniazida na amostra sintética.

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79

0,5 1,0 1,50,0

2,0x10-5

4,0x10-5

6,0x10-5

d

a

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

0,0 0,1 0,2 0,3 0,415

20

25

30

35

40

45

y = 73,8x + 18,3R² = 0,999

i/µA

CINH/10-3 molL-1

Figura 28 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução de INH em 0,1 mol L-1 KCl (pH 4) usando o método de adição de padrão. (a) 800 μL da amostra sintética. (b) 0,122 mmol L-1 de

solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão. (d) 0,365 mmol L-1 μL de solução padrão. Modulação de amplitude: 0,050 V.

Fonte: AUTOR, 2013

Os resultados da recuperação da isoniazida, na amostra sintética, são

apresentados na Tabela 06. A isoniazida apresentou uma recuperação de 128,23 a

137,28 % em relação à quantidade esperada de isoniazida na solução. Tabela 06 – Teste de Recuperação da INH na solução de concentração conhecida em 0,1 mol L-1 KCl

pH 4

Medida pH 4 (%)

Primeira 130,05

Segunda 137,28

Terceira 128,23

Assim, já que valores maiores do que 100% da quantidade esperada de

isoniazida na solução foram encontrados; realizou-se o mesmo teste utilizando água

deionizada com o objetivo de minimizar alguns possíveis interferentes (íons

dissolvidos) presentes na água destilada.

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80

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4

20

25

30

35

40

45

y = 69,6x + 20,5R² = 0,999

i/µA

CINH/(10-3 molL-1)

Na Figura 29 podem ser observados os voltamogramas da amostra sintética

de isoniazida em água deionizada. Os resultados foram similares aos apresentados

na Figura 28, descartando possíveis interferentes na água destilada. Os valores de

recuperação da isoniazida são apresentados na Tabela 07.

Figura 29 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução de INH em 0,1 mol L-1 KCl (pH 4) em água deionizada usando o método de adição de padrão. (a) 800 μL da solução

sintética. (b) 0,122 mmol L-1 de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão. (d) 0,365 mmol L-1 de solução padrão. Modulação de amplitude: 0,050 V.

0,5 1,0 1,50,0

2,0x10-5

4,0x10-5

6,0x10-5

d

a

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl) Fonte: AUTOR, 2013

Tabela 07 – Teste de Recuperação da INH na solução em 0,1 mol L-1 KCl pH4 em água deionizada

Medida pH 4 (%)

Primeira 135,85

Segunda 137,48

Terceira 127,33

5.1.3.2 Amostra sintética em pH 8

Usando o mesmo método aplicado anteriormente, na Figura 30 estão os

voltamogramas de DPV obtidos da solução em pH 8. Pode-se observar que, de

forma semelhante à amostra sintética em pH 4, as adições da solução padrão

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81

0,5 1,0 1,50,0

1,0x10-5

2,0x10-5

3,0x10-5

4,0x10-5

d

a

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

0,0 0,1 0,2 0,3 0,414

16

18

20

22

24

26

28

30

32

y = 43,5x + 15,4R² = 0,999

i/µA

CINH

/(10-3 molL-1)

mantêm uma relação linear em função da corrente elétrica, tanto em água destilada

assim como em água deionizada.

Figura 30 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução de INH em 0,1 mol L-1 KCl (pH 8) usando o

método de adição de padrão. (a) 800 μL da amostra sintética. (b) 0,122 mmol L-1 de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão. (d) 0,365 mmol L-1 de solução padrão.

Modulação de amplitude: 0,050 V.

Fonte: AUTOR, 2013

Entretanto, os resultados da recuperação da isoniazida, apresentados na

Tabela 08, foram de 98,95 a 102,64 % em relação à quantidade esperada de

isoniazida na solução.

Tabela 08 – Teste de Recuperação da INH na solução de concentração conhecida em 0,1 mol L-1 KCl

pH 8

Medida pH 8 (%)

Primeira 101,13

Segunda 98,950

Terceira 102,64

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82

Comparando os valores obtidos nos pH 4 e 8, observa-se que em pH 8 os

valores estão em torno de 100%, enquanto que em pH 4, os valores apresentados

na Tabela 06 chegam a atingir um erro acima de 30%.

5.1.4 Estabilidade da INH A estabilidade da isoniazida foi analisada por DPV usando o método de

adição de padrão, fazendo uma medida por semana da mesma solução de padrão

durante um mês. Observou-se que as curvas apresentaram o mesmo

comportamento, não havendo grandes diferenças entre os valores de corrente,

como mostrado na Figura 31. Os valores obtidos correspondentes à recuperação da

INH ficaram entre 82,02 e 91,06 %, como mostrado na Tabela 09, em relação à

quantidade esperada de isoniazida na solução.

Figura 31 – Curvas de calibração das quatro medidas obtidas durante um mês da solução padrão de INH 1,92 x10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4.

0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,4010

15

20

25

30

35

i/µA

CINH/(10-3 molL-1)

Primeira Curva Segunda Curva Terceira Curva Quarta Curva

Fonte: AUTOR, 2013

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83

Tabela 09 – Valores de Recuperação de INH na solução padrão durante um mês

Semana Recuperação de INH (%)

Primeira 91,06

Segunda 82,07

Terceira 90,41

Quarta 84,65

5.1.5 Determinação da INH em comprimidos Após a otimização e padronização da metodologia de DPV, uma amostra real

de um combinado farmacêutico, composta pelos quatro fármacos – isoniazida,

etambutol, rifampicina e pirazinamida – foi analisada pelo método de adição de

padrão. O voltamograma do comprimido, que é apresentado na Figura 32, apresenta

três picos em 0,436, 1,025 e 1,322 V. O primeiro e o segundo picos são atribuídos

ao fármaco rifampicina, devido aos resultados que serão apresentados

posteriormente, enquanto que o terceiro pico é atribuído à isoniazida. Como primeira

indicação, cabe ressaltar que comparando os voltamogramas de pulso diferencial do

eletrólito em pH 4 e pH 8, observa-se que o voltamograma da solução em pH 8

apresenta picos parcialmente mais definidos do que o voltamograma da solução em

pH 4.

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84

Figura 32 – Voltamogramas de pulso diferencial do comprimido em 0,1 mol L-1 KCl (1) pH 4 e (2) pH 8. (a) e (b) RIF. (c) INH. Modulação de amplitude: 0,050 V.

0,0 0,5 1,0 1,5

0,0

5,0x10-6

1,0x10-5

1,5x10-5

2,0x10-5

2,5x10-5

3,0x10-5

b

a a

bc

21

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl) Fonte: AUTOR, 2013

O método de análise utilizado foi o método de adição de padrão, consistindo

em adicionar um volume conhecido de amostra na célula eletroquímica e depois

fazer três adições de solução padrão de concentração conhecida. A Figura 33

apresenta os voltamogramas de DPV do comprimido em pH 8. Observa-se que há o

aumento linear do pico (c) com o aumento da concentração da solução padrão de

isoniazida, comprovando-se que o pico realmente corresponde ao processo

irreversível da isoniazida.

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85

Figura 33 – Voltamogramas de pulso diferencial do comprimido em 0,1 mol L-1 KCl (pH 8) usando o método de adição da solução padrão da INH. (a) sem presença da solução padrão de INH. (b) 0,122 mmol L-1 de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão. (d)

0,365 mmol L-1 de solução padrão. Modulação de amplitude: 0,050 V.

0,0 0,5 1,0 1,50,0

5,0x10-6

1,0x10-5

1,5x10-5

2,0x10-5

2,5x10-5

3,0x10-5

3,5x10-5

E / V (vs. Ag/AgCl)

i / A

d

c

b

a

Fonte: AUTOR, 2013

Os resultados da recuperação da isoniazida, em ambos valores de pH, são

apresentados na Tabela 10. A isoniazida apresentou uma recuperação de 65,71 a

110,8% dependendo o pH usado, em relação à quantidade esperada de isoniazida

na amostra.

Tabela 10 – Teste de Recuperação da INH na amostra de comprimido em 0,1 mol L-1 KCl

Medida pH 4 (%) pH 8 (%)

Primeira 66,10 71,99

Segunda 81,90 110,8

Terceira 65,71 95,73

Os dados mostraram que os melhores resultados foram obtidos com o

eletrólito em pH 8. Diante deste comportamento, o método proposto pode ser usado

para a determinação da isoniazida em formulações farmacêuticas, preferencialmente

em pH 8. Contrária aos resultados que até tem sido apresentados, uma vez que na

amostra em pH 4 há uma grande perda de material, que pode ser devido aos

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86

interferentes, baixa solubilização, ou influência das outras espécies ativas

(protonadas/não-protonadas) na forma farmacêutica em pH 4, interferindo com o

sinal correspondente a isoniazida.

Na literatura tem alguns trabalhos sobre a determinação de isoniazida em

formulações farmacêuticas usando métodos eletroquímicos. Tong et al. (1997)

determinaram a isoniazida em comprimidos usando o método coulométrico

utilizando o eletrodo de carbono vítreo como eletrodo de trabalho. A recuperação da

isoniazida foi entre 87,0 e 95,0 % da quantidade esperada do fármaco, enquanto

que pelo método espectrofotométrico de absorção na região do ultravioleta foi entre

86,0 e 91,0 %. Hamman et al. (2004) determinaram a isoniazida em formulações

farmaceuticas usando a voltametria de onda quadrada com eletrodo de pasta de

carbono. A recuperação da isoniazida foi 101% utilizando o método de curva

analítica e de 99,5% da quantidade esperada de isoniazida usando o método de

adição de padrão. Gao et al. (2006) determinaram a isoniazida em injeção e

comprimido usando a voltametria de onda quadrada com eletrodo de platina

modificado com (FcM)TMA. A recuperação da isoniazida foi entre 99,7 e 101% da

quantidade esperada de fármaco para a injeção e, entre 98,9 e 101% da quantidade

esperada do fármaco para o comprimido. Majidi et al. (2006) determinaram a

isoniazida em formulas farmacêuticas usando a voltametria cíclica e amperometria.

A recuperação foi de 98,5% para o método voltametrico e, de 98,9% para o método

amperometrico. Yang et al. (2008) determinaram a isoniazida em comprimido e

injeção usando eletrodo de carbono vítreo modificado com ácido aminosulfônico.

Com o método proposto, obteve-se a recuperação da isoniazida entre 95,2 e 103%

da quantidade esperada de INH para o comprimido e, entre 98,6 e 102% da

quantidade esperada do fármaco para a injeção. Bergamini et al. (2010)

determinaram a isoniazida em urina humana usando a voltametria de pulso

diferencial com eletrodo de carbono impresso modificado com poli-L-histidina. A

recuperação da isoniazida foi entre 96,8 e 104% da quantidade esperada do

fármaco. Yan et al. (2011) determinaram a isoniazida usando um método

cronoamperométrico com eletrodo de carbono vítreo modificado com OMC-Nafion. A

recuperação do fármaco foi entre 96,4 e 102 %.

O que pode ser observado é que os métodos eletroquímicos mostram-se

eficientes na determinação da isoniazida quando comparado ao método padrão da

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87

0,0 0,5 1,0 1,50,0

5,0x10-6

1,0x10-5

1,5x10-5

2,0x10-5

2,5x10-5

3,0x10-5

fe

dcba

i / A

E / V (vs. Ag/AgCl)

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

i / µ

A

CINH / (10-3 molL-1)

farmacopeia brasileira, que é a espectroscopia de absorção direta na região do

ultravioleta com o comprimento de onda de 265 nm (BRASIL, 2010).

5.1.6 Interferentes Devido a pouca recuperação da isoniazida na amostra da forma farmacêutica

em pH 4, foi investigado se algum principio ativo no comprimido pode estar

interferindo durante a medida. Na Figura 32 é possível observar que a isoniazida e

rifampicina têm picos que podem afetar seus sinais entre eles. Dessa forma, foi

estudado se a rifampicina pode causar interferência na determinação da isoniazida,

e vice-versa, como apresentado nas Figuras 34 e 35.

Figura 34 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução padrão de INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl (pH 4) juntamente com a curva analítica, (a) na ausência de RIF e com as

concentrações de RIF de b até f: 0,308, 0,614, 0,916, 1,21 e 1,51 x 10-4 mol L-1. Modulação de amplitude: 0,050 V.

Fonte: AUTOR, 2013

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88

0,0 0,5 1,0 1,50,0

5,0x10-6

1,0x10-5

1,5x10-5

2,0x10-5

2,5x10-5

3,0x10-5

3,5x10-5

4,0x10-5

f

e

d

c

b

a

i / A

E / V (vs. Ag/AgCl)

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7

0

5

10

15

20

25

30

35

y = 48,5x + 0,686R² = 0,998

i / µ

A

CINH / (10-3 molL-1)

Figura 35 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução padrão de RIF 1,21 x 10-4 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl (pH 4) juntamente com a curva analítica, (a) na ausência de INH e com

concentrações de INH de b até f: 0,495, 0,980, 1,46, 1,92 e 2,38 x 10-3 mol L-1. Modulação de amplitude: 0,050 V.

Fonte:

AUTOR, 2013

Quando há adição do padrão de rifampicina à solução de isoniazida,

representado na Figura 34, não aparece o segundo pico atribuído à rifampicina,

porém o primeiro pico aumenta linearmente, mas depois se estabiliza. Porém

quando há adição de padrão de isoniazida a solução de rifampicina, como

apresentado na Figura 35, o segundo pico da rifampicina é totalmente encoberto

pelo pico da isoniazida, havendo uma relação linear entre a corrente e a

concentração de isoniazida. Assim, altas concentrações de rifampicina podem afetar

a detecção de isoniazida devido à instabilidade da corrente; assim como, adições de

isoniazida em solução favorecem uma recuperação mais eficiente a pH 4, devido à

interferência da rifampicina presente no comprimido.

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89

5.1.7 Degradação da INH Depois de um período de mais ou menos seis meses, a isoniazida degrada

quando não armazenada de maneira correta. Na Figura 36 apresenta os

voltamogramas de três soluções padrão de isoniazida feitas em diferentes períodos.

Figura 36 – Voltamograma de pulso diferencial das soluções padrão de INH 1,92 x 10-3 mol L-1 em

0,1 mol L-1 KCl. (a) no início dos experimentos; (b) depois de seis meses; (c) novo padrão sólido. Modulação de amplitude: 0,050 V.

0,5 1,0 1,50,0

3,0x10-5

6,0x10-5

9,0x10-5

1,2x10-4

1,5x10-4

c

b

a

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl) Fonte: AUTOR, 2013

Pode-se observar que quando a isoniazida está degradada (b) apresenta um

pico deslocado para valores mais positivos de potencial, chegando a ter um

deslocamento de 0,239 V em relação ao voltamograma da solução de isoniazida (a)

usada no início das análises. Devido a esse problema, a amostra do padrão de

isoniazida foi substituída, obtendo-se um voltamograma semelhante (c) ao

apresentado no início das análises.

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90

5.2 ETAMBUTOL

5.2.1 Perfil eletroquímico

O estudo inicial do fármaco etambutol foi realizado utilizando a voltametria

cíclica em cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em pH 4, aplicando a faixa de potencial de

-0,250 a 1,70 V para o eletrodo de BDD. A Figura 37 apresenta o voltamograma

cíclico para o etambutol. O fármaco apresenta um processo irreversível, com um

pico de oxidação em 1,422 V. Não foi possível fazer esse mesmo estudo com um

eletrodo de carbono vítreo devido ao processo ocorrer em valores muito positivos de

potencial.

Figura 37 – Voltamograma cíclico da solução padrão de EMB 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de BDD. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1.

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0

0,00

2,50x10-5

5,00x10-5

7,50x10-5

1,00x10-4

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

1,422

Fonte: AUTOR, 2013

Um segundo estudo do etambutol foi realizado utilizando a voltametria de

pulso diferencial em cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em pH 4, aplicando a faixa de

potencial de -0,250 a 2,10 V para o eletrodo de BDD. A Figura 38 apresenta o

voltamograma de pulso diferencial para o etambutol. O fármaco apresenta um pico

em 1,789 V. Como o etambutol apresenta um processo de oxidação com valor de

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91

potencial muito alto positivamente, não foi possível analisá-lo com o eletrodo de

carbono vítreo, pois a reação de formação de oxigênio, favorecida em valores

superiores de potencial, impede a visualização do processo.

Figura 38 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de EMB 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de BDD. Modulação de

amplitude: 0,050 V.

0,5 1,0 1,5 2,0

0,0

1,0x10-4

2,0x10-4

3,0x10-4

4,0x10-4

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

1,789

Fonte: AUTOR, 2013

5.2.2 Voltametria de pulso diferencial

5.2.2.1 Curva analítica em pH 4

A curva analítica para a quantificação do fármaco etambutol em pH 4 foi

obtida utilizando a DPV em cloreto de potássio 0,1 mol L-1, aplicando a faixa de

potencial de -0,250 a 2,10 V para o eletrodo de BDD. As curvas foram realizadas em

triplicata. A Figura 39 apresenta os voltamogramas de pulso diferencial para o

etambutol e observou-se que as adições de 100 e 200 μL (0,249 e 0,495 mmol L-1)

não apresentavam picos referentes ao etambutol, assim só começou a ser

observado a partir da adição de 300 μL (0,739 mmol L-1). As curvas de calibração

para o etambutol apresentaram boa linearidade, como apresentado na Tabela 11.

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92

0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0

10

15

20

25

30

35

40

y = 20,4x - 3,25R² 0,993

i/µA

CEMB

/(10-3 molL-1)

1,25 1,50 1,75 2,00 2,25

0,0

2,0x10-4

4,0x10-4

6,0x10-4

h

a

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

Figura 39 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de EMB em KCl 0,1 mol L-1 pH 4

com adição de (a) 0,249 mmol L-1; (b) 0,495 mmol L-1; (c) 0,739 mmol L-1; (d) 0,980 mmol L-1; (e) 1,22 mmol L-1; (f) 1,46 mmol L-1; (g) 1,69 mmol L-1; (h) 1,92 mmol L-1 de

EMB. Modulação de amplitude: 0,050 V.

Fonte: AUTOR, 2013 Tabela 11 – Fatores de correlação linear das curvas de calibração obtidas para o EMB em 0,1 mol L-1

KCl pH 4

Curva Fator de Correlação Linear (R2)

Primeira 0,992

Segunda 0,981

Terceira 0,988

5.2.2.2 Curva analítica em pH 8

A obtenção da curva analítica para a quantificação do fármaco etambutol em

pH 8 foi obtida utilizando a DPV em cloreto de potássio 0,1 mol L-1, aplicando a faixa

de potencial de -0,250 a 2,10 V para o eletrodo de BDD. As curvas foram feitas em

triplicata. A Figura 40 apresenta os voltamogramas de pulso diferencial para o

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93

1,25 1,50 1,75 2,00 2,25

0,0

1,0x10-4

2,0x10-4

3,0x10-4

4,0x10-4

h

a

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0

0

5

10

15

20

25

30

35

40

y = 22,7x - 5,34R² = 0,993

i/µA

CEMB

/(10-3 molL-1)

etambutol. Enquanto que no pH 4, o pico começa a ser observado a partir da adição

de 300 μL (0,739 mmol L-1), em pH 8, este sinal começa a ser observado a partir de

200 μL (0,495 mmol L-1). Dessa forma, para a curva analítica foi considerado mais

um ponto em relação à curva em pH 4. Embora o EMB apresente boa linearidade,

como apresentado na Tabela 12, os fatores de correlação linear obtidos em pH 4

foram melhores do que os fatores obtidos em pH 8.

Figura 40 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de etambutol 0,05 mol L-1 em 0,1

mol L-1 KCl pH 8 com adição de (a) 0,249 mmol L-1; (b) 0,495 mmol L-1; (c) 0,739 mmol L-1; (d) 0,980 mmol L-1; (e) 1,22 mmol L-1; (f) 1,46 mmol L-1; (g) 1,69 mmol L-1; (h) 1,92

mmol L-1 de EMB. Modulação de amplitude: 0,050 V.

Fonte: AUTOR, 2013

Tabela 12 – Fatores de correlação linear das curvas de calibração obtidas para o EMB em 0,1 mol L-1

KCl pH 8

Curva Fator de Correlação Linear (R2)

Primeira 0,974

Segunda 0,993

Terceira 0,985

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94

Foi observado que com o aumento da concentração aumenta o valor da

corrente do pico, mantendo uma boa dependência linear em ambos valores de pH,

gerando as seguintes equações da reta das curvas de calibração:

pH 4 = (r = 0,993);

pH 8 = (r= 0,993);

Os limites de detecção e quantificação foram calculados utilizando as

equações matemáticas apresentadas no Apêndice I. Os limites de detecção obtidos

para o pH 4 e pH 8 foram 1,40 μmol L-1 (0,283 ppm) e 1,91 μmol L-1 (0,390 ppm),

respectivamente. Enquanto que os limites de quantificação obtidos para o pH 4 e pH

8 foram 0,00463 mmol L-1 (0,944 ppm) e 0,00637 mmol L-1 (1,30 ppm),

respectivamente.

Após essa analise, amostras sintéticas contendo etambutol foram

selecionadas para quantificar a concentração do principio ativo mediante do uso da

técnica de DPV.

5.2.3 Determinação de EMB em solução de concentração conhecida

5.2.3.1 Solução em pH 4

Uma amostra sintética foi preparada pesando 0,0687 g de etambutol,

quantidade similar ao presente num comprimido de tratamento de tuberculose.

Dessa forma, foi analisada uma amostra sintética de concentração previamente

conhecida, a fim de aperfeiçoar a metodologia. Os voltamogramas de pulso

diferencial obtidos da amostra sintética são apresentados na Figura 41 e pode-se

observar que, as adições da solução padrão aumentam fracamente a corrente.

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95

1,5 2,00,0

1,0x10-4

2,0x10-4

3,0x10-4

d

a

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

0,0 0,1 0,2 0,3 0,40

2

4

6

8

10

12

14

16

18

y = 35,6x + 2,92R² = 0,976

i/µA

CEMB

/(10-3 molL-1)

Figura 41 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução de EMB em 0,1 mol L-1 KCl (pH 4) usando o método de adição de padrão. (a) 800 μL da solução-amostra. (b) 0,122

mmol L-1 de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão. (d) 0,365 mmol L-1 de solução padrão. Modulação de amplitude: 0,050 V.

Fonte: AUTOR, 2013

Os resultados da recuperação de etambutol são apresentados na Tabela 13.

O etambutol apresentou uma recuperação de 22,65, 16,27 e 31,97 % em relação à

quantidade esperada de etambutol na amostra sintética.

Tabela 13 – Teste de Recuperação do EMB na solução de concentração conhecida em 0,1 mol L-1

KCl pH 4

Medida pH 4 (%)

Primeira 22,65

Segunda 16,27

Terceira 31,97

5.2.3.2 Solução em pH 8

Usando o mesmo método aplicado anteriormente, na Figura 42 estão os

voltamogramas de pulso diferencial obtidos da solução em pH 8. Pode-se observar

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96

1,25 1,50 1,75 2,00 2,250,0

5,0x10-5

1,0x10-4

1,5x10-4

2,0x10-4

d

a

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,402

3

4

5

6

7

8

9

10

y = 18,2x + 2,70R² = 0,998

i/µA

CEMB/(10-3 molL-1)

que, de forma semelhante à amostra sintética em pH 4, as adições da solução

padrão aumenta a corrente.

Figura 42 – Voltamogramas de pulso diferencial da solução de EMB em 0,1 mol L-1 KCl (pH 8)

usando o método de adição de padrão. (a) 800 μL da solução-amostra. (b) 0,122 mmol L-1 de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão. (d) 0,365 mmol L-

1 de solução padrão. Modulação de amplitude: 0,050 V.

Fonte: AUTOR, 2013

Os resultados da recuperação do etambutol são apresentados na Tabela 14.

O etambutol apresentou uma recuperação de 41,03, 31,08 e 51,66 % em relação à

quantidade esperada de etambutol na solução.

Tabela 14 – Teste de Recuperação do EMB na solução de concentração conhecida em 0,1 mol L-1

KCl pH 8

Medida pH 8 (%)

Primeira 41,03

Segunda 31,08

Terceira 51,66

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97

Comparando os valores obtidos nos pH 4 e 8, observa-se que os melhores

resultados foram os obtidos em pH 8, porém os valores de recuperação do

etambutol em relação à quantidade de etambutol na solução são muito baixos.

Assim, o método não se mostrou eficaz na quantificação de etambutol na solução.

5.2.3 Determinação de EMB em comprimidos

A amostra do combinado farmacêutico, composta pelos quatro fármacos –

isoniazida, etambutol, rifampicina e pirazinamida – foi analisada pelo método de

adição de padrão. Como o etambutol tem valor de potencial positivo muito alto, o

sinal devido ao etambutol mostrou correntes baixas, como pode ser observado na

Figura 43, voltamogramas de DPV obtidos nos pH 4 e 8 sobrepostos.

Figura 43 – Voltamogramas de pulso diferencial da amostra do comprimido em 0,1 mol L-1 KCl (1) pH 4 e (2) pH 8. (a) e (b) RIF; (c) INH; (d) EMB. Modulação de amplitude: 0,050 V.

0,0 0,5 1,0 1,5 2,00,0

1,0x10-4

2,0x10-4

3,0x10-4

2

1

d

cba

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl) Fonte: AUTOR, 2013

O método de análise utilizado foi o método de adição de padrão, similarmente

ao método usado com a isoniazida. A Figura 44 apresenta os voltamogramas de

pulso diferencial da amostra do comprimido em pH 4. Observa-se que há um

aumento linear do pico do EMB, em termos de corrente, conjuntamente com o

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98

1,50 1,75 2,00 2,250,0

1,0x10-4

2,0x10-4

3,0x10-4

4,0x10-4

d

a

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

0,0 0,2 0,4 0,6 0,80

5

10

15

20

25

y = 30,5x + 4,19R² = 0,978

i/µA

CEMB/(10-3 molL-1)

aumento da concentração da solução padrão, assim comprova-se que o pico

realmente corresponde ao processo irreversível do etambutol.

Figura 44 – Voltamogramas de pulso diferencial do comprimido em 0,1 mol L-1 KCl (pH 4) usando o

método de adição de padrão EMB. (a) sem presença de padrão EMB. (b) 0,122 mmol L-

1 de solução padrão. (c) 0,244 mmol L-1 de solução padrão. (d) 0,365 mmol L-1 de solução padrão. Modulação de amplitude: 0,050 V.

Fonte: AUTOR, 2013

Os resultados da recuperação da etambutol são apresentados na Tabela 15,

sendo que valores entre 61,05 a 64,42 % em pH 4 foram obtidos, em relação à

quantidade esperada de etambutol na solução. Valores baixos de recuperação foram

obtidos em pH 8, indicando que o sinal deveria ser aperfeiçoado em termos de altura

ou área do pico, a fim de aumentar a sensibilidade do método.

Tabela 15 – Teste de Recuperação do EMB na amostra de comprimido em 0,1 mol L-1 KCl

Medida pH 4 (%) pH 8 (%)

Primeira 61,05 32,11

Segunda 63,08 68,69

Terceira 64,42 30,78

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99

Os dados mostraram que os melhores resultados foram obtidos com o

eletrólito em pH 4. Porém, a quantidade de recuperação do etambutol na amostra foi

muito baixa, assim o método não é eficiente para a quantificação do fármaco na

solução utilizando o eletrodo de diamante dopado com boro.

5.3 RIFAMPICINA

5.3.1 Perfil eletroquímico

O estudo inicial do fármaco rifampicina foi feito utilizando a voltametria cíclica

em cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em pH 8, aplicando a faixa de potencial de -0,250

a 1,70 V para o eletrodo de BDD. A Figura 45 apresenta o voltamograma cíclico para

a rifampicina. O fármaco apresenta dois processos irreversíveis, dos quais o primeiro

pico em 0,490 V e o segundo em 1,051 V.

Figura 45 – Voltamograma cíclico da solução padrão de rifampicina 6,2 x 10-3 mol L-1 em 0,1

mol L-1 KCl pH 8 com eletrodo de trabalho de BDD. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1.

0,0 0,5 1,0 1,5

0,0

2,0x10-5

4,0x10-5

6,0x10-5

1,05

0,490

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl) Fonte: AUTOR, 2013

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100

Um segundo estudo preliminar da rifampicina foi desenvolvido utilizando a

DPV em cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em pH 4 e pH 8, aplicando a faixa de

potencial de -0,250 a 1,70 V para o eletrodo de BDD. A Figura 46 apresenta o

voltamograma de pulso diferencial para a rifampicina em pH 8. O fármaco apresenta

dois picos em 0,422 e 0,960 V, respectivamente; como já observado na voltametria

cíclica. O mesmo comportamento foi observado em soluções com pH 4, destacando-

se um pequeno deslocamento de ambos os picos para valores menos positivos de

potencial.

Figura 46 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de rifampicina 6,2

x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 com eletrodo de trabalho de BDD. Modulação de amplitude: 0,050 V.

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00 1,25 1,50

2,0x10-6

4,0x10-6

6,0x10-6

8,0x10-6

1,0x10-5

1,2x10-5

0,960

0,422

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl) Fonte: AUTOR, 2013

Baseados nos resultados obtidos durante a detecção de rifampicina e testes

de solubilidade, o pH 8 foi preferencialmente escolhido para os experimentos de

quantificação devido maior solubilidade e próximo ao pKa da rifampicina, 7,9.

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101

0,0 0,5 1,0 1,50,0

5,0x10-6

1,0x10-5

1,5x10-5

2,0x10-5

2,5x10-5

h

a

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

0,00 0,04 0,08 0,12 0,16 0,200

1

2

3

4

5

6

y = 23,9x + 0,685R² = 0,997

y = 17,3x + 0,162R² = 0,997

i/µA

CRIF

/10-3 molL-1

5.3.2 Voltametria de pulso diferencial

5.3.2.1 Curva analítica em pH 8

Como o fármaco rifampicina apresentou melhor solubilidade em pH 8, o

estudo da curva analítica para a sua quantificação foi feita apenas nesse pH. Esse

estudo foi desenvolvido utilizando a DPV em cloreto de potássio 0,1 mol L-1,

aplicando a faixa de potencial de -0,250 a 1,80 V para o eletrodo de BDD, como

apresenta a Figura 47.

Figura 47 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de rifampicina 6,2 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 8 com adição de (a) 0,308 x 10-4 mol L-1; (b) 0,614 x 10-4 mol L-1; (c) 0,916 x 10-4 mol L-1; (d) 1,21 x 10-4 mol L-1; (e) 1,51 x 10-4 mol L-1; (f) 1,81 x 10-4 mol L-1; (g) 2,10 x 10-4 mol L-1; (h) 2,38 x 10-4 mol L-1. Juntamente com a curva analítica: pontos pretos – primeiro pico; pontos

vermelhos – segundo pico. Modulação de amplitude: 0,050 V.

Fonte: AUTOR, 2013

As adições foram feitas de 100 μL (0,0308 mmol L-1) a 800 μL (0,238 mmol-1)

de solução padrão de rifampicina. As duas primeiras curvas apresentaram boa

linearidade até 700 μL (0,210 mmol L-1). Porém a partir dessa adição de padrão, o

voltamograma apresentou um comportamento decrescente. A corrente diminui com

o aumento da concentração, o que caracteriza que o composto está adsorvendo-se

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102

na superfície do eletrodo. Os dois picos apresentaram comportamentos

semelhantes, como pode ser observado na curva analítica obtida a partir da relação

entre a concentração e a altura de pico em termos de corrente elétrica, conforme

mostrada na Figura 47.

5.3.3 Determinação de RIF em comprimidos

A amostra do combinado farmacêutico, composta pelos quatro fármacos –

isoniazida, etambutol, rifampicina e pirazinamida – foi analisada pelo método de

adição de padrão. A rifampicina apresenta dois picos distintos no perfil da amostra.

Como a rifampicina apresentou melhor solubilidade em meio básico, foi realizado a

análise apenas em pH 8. Na Figura 48 apresenta o voltamograma de pulso

diferencial obtido em pH 8.

Figura 48 – Voltamograma de pulso diferencial da amostra de comprimido em 0,1 mol L-1 KCl pH 8.

(a) RIF. Modulação de amplitude: 0,050 V.

0,0 0,5 1,0 1,50,0

5,0x10-6

1,0x10-5

1,5x10-5

2,0x10-5

aa

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl) Fonte: AUTOR, 2013

Com a adição de solução padrão de rifampicina, a espécie ativa apresentou

um comportamento oposto ao que era esperado. Esperava-se que com o aumento

da concentração, houvesse o aumento da corrente pico. No entanto, conforme visto

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103

0,0 0,5 1,0 1,50,0

5,0x10-6

1,0x10-5

1,5x10-5

2,0x10-5

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

0 10 20 30 40 501,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

i/µA

CRIF

/(10-6 molL-1)

na Figura 49, isso não acontece. Quando aumenta a concentração, o pico apresenta

um menor valor de corrente em relação ao ponto medido anteriormente. Isso é

indicativo de que o composto está adsorvendo na superfície do eletrodo. Dessa

forma, não foi possível quantificar a rifampicina. Esta característica é típica de

compostos com uma estrutura química consideravelmente grande, em que alguns

grupos funcionais são parcialmente oxidados e outros mostram alta eletroatividade

pela superfície do eletrodo, adsorvendo-se rapidamente, passivando totalmente sua

superfície para possíveis detecções. Alem disso, este resultado confirma o efeito-

interferente que a rifampicina pode desenvolver durante a quantificação de

isoniazida em altas concentrações.

Figura 49 – Voltamogramas de pulso diferencial do comprimido em 0,1 mol L-1 KCl (pH 4) usando o método de adição de padrão de RIF. Linha azul – sem presença de padrão RIF. Linha preta – 0,308 x 10-4 mol L-1 de solução padrão de RIF. Linha vermelha – 0,614 x 10-4 mol L-1 de solução padrão de RIF. Linha verde – 0,916 x 10-4 mol L-1 de solução padrão de RIF. Modulação de amplitude: 0,050 V.

Fonte: AUTOR, 2013

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104

5.4 PIRAZINAMIDA

5.4.1 Perfil eletroquímico

O estudo inicial do fármaco pirazinamida foi feito utilizando a voltametria

cíclica em cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em pH 4, aplicando a faixa de potencial de

-0,700 a 1,00 V para o eletrodo de BDD e de -0,900 a 0,900 V para o eletrodo de

GC. As Figuras 50 e 51 apresentam os voltamogramas cíclicos para a pirazinamida

com os eletrodos de trabalho de BDD e GC, respectivamente. O fármaco apresenta

um processo irreversível de oxidação, em que no eletrodo de BDD está em 0,126 V

e no eletrodo de GC é observado em 0,177 V, apresentando deslocamento de 0,051

V devido à natureza do material usado como eletrodo de trabalho.

Figura 50 – Voltamograma cíclico da solução padrão de PZA 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de BDD. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-1.

-0,5 0,0 0,5 1,0-6,0x10-4

-4,0x10-4

-2,0x10-4

0,0

2,0x10-4

0,126

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl) Fonte: AUTOR, 2013

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Figura 51 – Voltamograma cíclico da solução padrão de PZA 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de GC. Velocidade de varredura: 0,100 Vs-

1.

-0,5 0,0 0,5 1,0-3,0x10-5

-2,5x10-5

-2,0x10-5

-1,5x10-5

-1,0x10-5

-5,0x10-6

0,0

5,0x10-6

1,0x10-5

0,177i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

Fonte: AUTOR, 2013

Um segundo estudo da pirazinamida foi feito utilizando a voltametria de pulso

diferencial em cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em pH 4, aplicando a faixa de potencial

de -0,600 a 0,600 V para o eletrodo de BDD e de -0,900 a 0,900 V para o eletrodo

de GC. A Figura 52 apresenta o voltamograma de pulso diferencial para a

pirazinamida com o eletrodo de trabalho de BDD, sendo observado um pico de

oxidação em 0,082 V.

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Figura 52 – Voltamograma de pulso diferencial da solução padrão de PZA 1,92 x 10-3 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com eletrodo de trabalho de BDD. Modulação de amplitude:

0,050 V.

-0,5 0,0 0,5

2,0x10-5

4,0x10-5

6,0x10-5

8,0x10-5

1,0x10-4

0,082

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl) Fonte: AUTOR, 2013

5.4.2 Determinação da faixa de concentração

Para a determinação da faixa de concentração para o estudo da pirazinamida

foi utilizada a voltametria de pulso diferencial em cloreto de potássio 0,1 mol L-1 em

pH 4 com adições de 200 a 3000 μL da solução padrão de pirazinamida 0,05 mol L-1.

A Figura 53 ilustra a curva analítica das adições de 200 (0,980 mmol L-1) a 3000 μL

(11,5 mmol L-1) de solução padrão. A curva é dividida em duas partes distintas:

região linear, formada pelas adições de 200 a 600 μL (2,83 mmol L-1); e a região

constante, formada pelas demais adições. Dessa forma, a superfície do eletrodo

mostra-se saturada a partir da adição de 800 μL (3,70 mmol L-1).

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Figura 53 – Curva analítica das adições de 0,980 a 11,5 x 10-3 mol L-1 de solução padrão de PZA

em 0,1 mol L-1 KCl pH 4

0 2 4 6 8 10 120

15

30

45

60

75

90

i/µA

CPZA/10-3 molL-1

Fonte: AUTOR, 2013

Em um segundo estudo, usando a faixa de adições de 50 a 400 μL, foi possível

obter a faixa de trabalho utilizada no trabalho. A Figura 54 apresenta os

voltamogramas de pulso diferencial obtidos a partir das adições de 50 a 400 µL da

solução padrão da pirazinamida e sua respectiva curva analítica. Esse estudo foi

feito em triplicata. A pirazinamida apresenta o comportamento linear a partir da

adição de 50 μL (0,249 mmol L-1) a 200 μL (0,980 mmol L-1). Dessa forma, a partir

da adição de 250 μL (1,22 mmol L-1), a superfície do eletrodo já começou a

apresentar saturação. Esse estudo permitiu determinar também as adições dos

demais padrões trabalhados.

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-0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,60,0

2,0x10-5

4,0x10-5

6,0x10-5

8,0x10-5

1,0x10-4

1,2x10-4

1,4x10-4

i

a

i/A

E/V (vs. Ag/AgCl)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,00

10

20

30

40

50

60

70

80

i/µA

CPZA/(10-3 molL-1)

Figura 54 – Voltamogramas de pulso diferencial de solução padrão de pirazinamida 0,05 mol L-1 em 0,1 mol L-1 KCl pH 4 com adição de (a) 0 mol L-1; (b) 0,249 mmol L-1; (c) 0,495 mmol L-1; (d) 0,739 mmol L-1; (e) 0,980 mmol L-1; (f) 1,22 mmol L-1; (g) 1,46 mmol L-1; (h) 1,69 mmol L-1;

(i) 1,92 mmol L-1. Modulação de amplitude: 0,050 V.

Fonte: AUTOR, 2013

5.4.3 Comportamento da pirazinamida no pH 8

Após os testes realizados com o fármaco pirazinamida em pH 4 usando o

cloreto de potássio 0,1 mol L-1 como eletrólito de suporte, foram feitos experimentos

com este fármaco em pH 8 usando-se o mesmo eletrólito de suporte. A Figura 55

apresenta os voltamogramas obtidos nessa condição e sua respectiva curva

analítica. Observa-se que o fármaco pirazinamida apresentou melhor

comportamento linear em pH 8 em relação ao pH 4, como apresentado na Figura 56.

Porém, esse resultado não foi reproduzível, já que a repetição da curva analítica não

foi mais possível. Após a obtenção do sinal correspondente da pirazinamida em pH

8, este comportamento pode ser devido a uma forte adsorção da espécies não-

protonada da pirazinamida na superfície do eletrodo. Baseados na literatura

existente, compostos aromáticos tem mostrado adsorção na superfície do BDD,

após a aplicação de potenciais relativamente baixos, devido à formação

eletroquímica de um polímero que é fortemente adsorvido. A formação deste filme

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polimérico promove a desativação da superfície, e somente através de uma forte

oxidação da superfície do BDD em elevados valores de potenciais, pode ser retirado

mediante a formação de radicais hidroxilas. Por outra parte, se o filme não for

eliminado, somente mediante um tratamento mecânico com isopropanol e ultra-

sonicação pode ocorrer a degradação. Diante deste quadro, o comportamento

observado durante a detecção de pirazinamida, pode ser atribuído a formação deste

filme polimérico.

Foram utilizados outros eletrólitos de suporte em pH 8 como a solução-tampão

de fosfato de potássio – hidróxido de sódio e a solução-tampão de Sörensen

(Na2HPO4 – KH2PO4). Porém, o fármaco pirazinamida não apresentou processo

eletroquímico.

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6 CONCLUSÕES

Com as técnicas de voltametria cíclica e de pulso diferencial é possível

observar o perfil eletroquímico dos fármacos estudados. Com a voltametria cíclica, a

isoniazida apresentou um deslocamento do sinal para potenciais mais negativos

quando o meio aquoso encontrava-se em pH 8, usando o eletrodo BDD.

Quando usado a VDP, a isoniazida apresenta um deslocamento de 0,143 V

para regiões de corrente de pico mais positivas quando comparado os pHs de 4 e 8.

Em pH 4, as curvas de calibração para a INH apresentaram boa linearidade,

enquanto que em pH 8, a isoniazida não mantêm a linearidade em altas

concentrações (> 1,69 x 10-3 molL-1). Os limites de quantificação obtidos para o pH 4

e pH 8 foram 0,00615 mmol L-1 (0,844 ppm) e 0,00408 mmol L-1 (0,560 ppm),

respectivamente, usando o eletrodo BDD. Foi possível determinar INH em uma

amostra sintética de concentração conhecida, havendo uma recuperação acima de

100% para o pH 4, chegando a atingir um erro acima de 30%. Enquanto que em pH

8 os resultados foram próximos de 100%.

A isoniazida mostrou-se estável durante 4 semanas, porém é observada a

degradação após 6 meses quando não armazenada de forma adequada.

O método proposto para a determinação de INH em fármacos apresentou-se eficaz,

pois apresentou recuperação em torno de 100%. Porém, em pH 8 obteve-se os

melhores resultados.

Para o etambutol, foi possível obter as medidas voltamétricas apenas com o

eletrodo de diamante, devido à corrente de pico do processo de oxidação do

fármaco acontecer em valores de corrente muito positivos. Obteve-se as curvas de

calibração, porém observou-se que as adições de 100 e 200 μL não apresentaram

picos referentes ao etambutol, no pH 4; e a adição de 100 μL não apresentou pico,

no pH 8. As curvas de calibração apresentaram boa linearidade para ambos pH

estudados, porém o pH 4 apresentou melhores resultados. Os limites de

quantificação obtidos para o pH 4 e pH 8 foram 0,00463 mmol L-1 (0,944 ppm) e

0,00637 mmol L-1 (1,30 ppm), respectivamente, usando o eletrodo BDD.

O método não se mostrou eficaz para determinar EMB em amostra sintética,

nem em comprimidos, pois houve uma recuperação muito baixa em relação à

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quantidade esperada de EMB, principalmente para o pH 4 (abaixo de 32%).

Enquanto que a recuperação no comprimido foi apenas de 65%.

A rifampicina apresentou dois processos de oxidação e foi possível obter as

curvas de calibração em pH 8, pois em pH 4 apresentou baixa solubilidade. As

curvas de calibração para a RIF apresentou boa linearidade. A determinação da RIF

em comprimidos utilizando a VDP não foi possível devido à diminuição da corrente

de pico com o aumento da concentração.

A pirazinamida apresentou melhor linearidade em pH 8, porém não foi

reprodutível devido à formação de um filme polimérico. Não foi possível observar um

processo de oxidação relativo à PZA nos voltamogramas da amostra do comprimido,

por isso não foram obtidos resultados quanto à determinação desse fármaco em

formulações farmacêuticas.

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7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Diante dos resultados obtidos com esse trabalho, pode-se pensar em alguns

pontos para serem estudados e otimizados futuramente:

• Verificar a influência do eletrólito, podendo utilizar outros como fosfato e

acetato, por exemplo;

• Melhorar os parâmetros para possibilitar a determinação de etambutol em

comprimidos;

• Fazer novos testes com a rifampicina, solubilizando-o em um solvente

orgânico como acetonitrila, por exemplo;

• Mudar as condições para possibilitar a determinação da pirazinamida no

comprimido.

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APÊNDICE I

I.1. LIMITE DE DETECCÇÃO Segundo Brito et al. (2003), os limites de detecção e quantificação são n

concentração do analito que pode ser detectada, mas não necessariamente

quantificada, sob as condições experimentais adotadas. O limite de detecção pode

ser expresso pela equação abaixo:

Na qual: LD = limite de detecção; s = desvio-padrão da resposta; S =. coeficiente

angular da curva analítica

O desvio-padrão é calculado pela seguinte equação:

Na qual: = resposta; = média das respostas; = números de pontos da

regressão; = números de parâmetros da regressão (para regressão linear o =

2).

I.2. LIMITE DE QUANTIFICAÇÃO O limite de quantificação é definido como a menor concentração do analito

que pode ser quantificada na amostra, com exatidão e precisão aceitáveis sob as

condições experimentais adotadas. O limite de quantificação pode ser expresso pela

equação abaixo:

Na qual: LQ = limite de quantificação; s = desvio-padrão da resposta; S = coeficiente

angular da curva analítica.