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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO GESTÃO AMBIENTAL NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO: FATORES ASSOCIADOS AO COMPORTAMENTO PRÓ-AMBIENTAL DE EMPREGADOS DE UMA EMPRESA BRASILEIRA DE ÓLEO E GÁS por MÁRIO MARCELINO DE OLIVEIRA JÚNIOR BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO, 1987 DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SETEMBRO, 2006 © 2006 MÁRIO MARCELINO DE OLIVEIRA JÙNIOR TODOS OS DIREITOS RESERVADOS O autor, aqui designado, concede ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte permissão para reproduzir, distribuir, comunicar ao público, em papel ou meio eletrônico, esta obra, no todo ou em parte, nos termos da Lei. Assinatura do Autor: _______________________________________________ APROVADO POR: ________________________________________________________________ Sérgio Marques Júnior, Dr. - Orientador, Presidente ________________________________________________________________ Nominando Andrade de Oliveira, Dr. – Membro Examinador ________________________________________________________________ Patrícia Guimarães, Dra. - Membro Examinador Externo MEMBRO DA SOCIEDADE: ________________________________________________________________ Margareth Costa Andrade – Petróleo Brasileiro S. A. - Petrobras

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

GESTÃO AMBIENTAL NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO: FATORES ASSOCIADOS AO COMPORTAMENTO PRÓ-AMBIENTAL DE EMPREGADOS DE UMA

EMPRESA BRASILEIRA DE ÓLEO E GÁS

por

MÁRIO MARCELINO DE OLIVEIRA JÚNIOR

BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO, 1987 DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

SETEMBRO, 2006

© 2006 MÁRIO MARCELINO DE OLIVEIRA JÙNIOR TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

O autor, aqui designado, concede ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte permissão para reproduzir, distribuir, comunicar ao

público, em papel ou meio eletrônico, esta obra, no todo ou em parte, nos termos da Lei. Assinatura do Autor: _______________________________________________ APROVADO POR: ________________________________________________________________ Sérgio Marques Júnior, Dr. - Orientador, Presidente ________________________________________________________________ Nominando Andrade de Oliveira, Dr. – Membro Examinador ________________________________________________________________ Patrícia Guimarães, Dra. - Membro Examinador Externo MEMBRO DA SOCIEDADE: ________________________________________________________________ Margareth Costa Andrade – Petróleo Brasileiro S. A. - Petrobras

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Divisão de Serviços Técnicos Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

Oliveira Júnior, Mário Marcelino de.

Gestão ambiental na indústria do petróleo : fatores associados ao comportamento pró-ambiental de empregados de uma empresa brasileira de óleo e gás / Mário Marcelino de Oliveira Júnior. - Natal, RN, 2006.

84 f. : il. Orientador : Sérgio Marques Júnior. Dissertação (Mestre) – Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Pós-graduação em Engenharia da Produção.

1 Comportamento organizacional – Dissertação. 2

Comportamento pró-ambiental – Dissertação. 3. Meio ambiente – Dissertação. 4. Gestão ambiental – Dissertação.5. Estratégia ambiental – Dissertação.6. Engenharia de produção – Dissertação. I. Marques Júnior, Sérgio.. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 658.3

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CURRICULUM VITAE

Mário Marcelino de Oliveira Júnior é Bacharel em Ciências Administrativas pela Associação Potiguar de Educação e Cultura – APEC, tem especialização em: Segurança Pública, Administração Geral e Docência no Ensino Superior. Atualmente desempenha as funções de Secretário do Jurídico/RN Regional do Rio Grande do Norte na PETROBRAS/UN-RNCE.

Outras Atuações Profissionais: - Professor da Academia de Polícia Militar do Rio Grande do Norte

- Professor do Centro de Estudos Superiores da Polícia Militar do Rio Grande do Norte

- Professor Orientador de Monografia do Curso Superior de Polícia e Aperfeiçoamento de

Oficiais - PM/RN.

- Professor Membro de Banca Examinadora do Centro de Estudos Superiores da PM/RN

- Professor do Curso de Formação de Soldado do Corpo de Bombeiros Militar do RN

- Ex-Professor da Faculdade de Natal - FAL

- Ex-Professor da Faculdade de Ciências Empresariais e Estudos Costeiros de Natal – FACEN

- Ex-Professor da Faculdade Unificada para o Ensino das Ciências – UNIPEC

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AGRADECIMENTOS

A Deus, o grande arquiteto do universo.

Aos meus pais (Mario Marcelino de Oliveira – In Memorian – e Áurea Fernandes de

Oliveira) por terem me ofertado a oportunidade de viver.

À minha avó Laura (In Memorian), uma das mulheres mais sábias que conheci.

A meus irmãos Edene e Márcio, pela admiração que sempre sentiram por mim, a

qual me fez ir a busca de mais esta vitória.

Ao Professor Orientador Dr. Sérgio Marques Júnior, pela sabedoria e exemplo de

vida, aliada a simplicidade, seriedade e competência. Obrigado Professor, muito obrigado!

Ao Gerente Geral da Unidade de Negócios de Exploração e Produção do Rio Grande

do Norte e Ceará - UN-RNCE, Engenheiro Fernando Ricardo Afonso de Oliveira Lima, por

ter franqueado a minha liberação e o espaço daquela instituição para que esta pesquisa se

realizasse de maneira satisfatória.

Ao Gerente do Jurídico Regional do Rio Grande do Norte – Jurídico/RN, Advogado

Ulpiano Moura Soares de Souza, por ter contribuído com sua paciência e apoio para que meu

trabalho chegasse ao final.

Amiga e colega de trabalho Margareth Costa Andrade, pela sua presteza e atenção à

minha pessoa, pela cessão de material bibliográfico altamente adequado para a construção

deste trabalho. O meu muito obrigado.

Ao Diretor Presidente da Associação Norte-Rio-Grandense de Educação Cultura

(ANEC), Carlos Vasconcelos de Paula, por ter aberto as portas da Faculdade de Natal (FAL),

para que este mestrado fosse realizado.

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Ao meu amigo e Professor MSc. Paulo Sérgio Lopes de Araújo pelo incentivo e

força na hora em que precisei decidir por este Curso, sem você não seria possível estar aqui

hoje.

Ao Grupo das Super-poderosas (Ana Patrícia, Adriana Cavalcante, Glenda, Michele

e Ana Virgínia), pelo convívio harmonioso nas horas difíceis que passamos durante o curso.

Aos meus primos Hildérica e Cícero Holanda, por terem colaborado com sua atenção

e muito carinho para que os obstáculos deste trabalho não fossem empecilho para o meu

sonho.

Aos amigos Ally Delânia, Gláucia Lima e João Rocha, por terem compartilhado das

dificuldades dessa realização e se mostrarem solidários com o esforço despendido para

concluí-la.

A Cleide, secretaria do Programa de Engenharia de Produção (PEP), pela alegria que

sempre nos recebia, e pelo atendimento nota dez.

Enfim, a todos que contribuíram — direta ou indiretamente — para que todos os

obstáculos deste trabalho parecessem menores do que realmente foram.

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Dedico este trabalho à minha Esposa Lúcia e aos meus filhos Angélica e

Henrique, como forma de reconhecer e retribuir o apoio, o incentivo e a força

necessários para que este estudo se concretizasse.

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Resumo da Dissertação apresentada a UFRN como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências em Engenharia de Produção. GESTÃO AMBIENTAL NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO: FATORES ASSOCIADOS AO COMPORTAMENTO PRÓ-AMBIENTAL DE EMPREGADOS DE UMA EMPRESA BRASILEIRA DE ÓLEO E GÁS MÁRIO MARCELINO DE OLIVEIRA JÚNIOR Setembro / 2006 Orientador: Sérgio Marques Júnior, Dr. Curso: Mestrado em Ciências em Engenharia de Produção

RESUMO

Este trabalho desenvolve um estudo sobre o comportamento pró-ambiental de uma empresa brasileira do setor de óleo e gás, enfatizando a Petróleo Brasileiro S/A – PETROBRAS em sua Unidade de Negócios de Exploração e Produção do Rio Grande do Norte e Ceará – UN-RNCE. O desenvolvimento do trabalho adotou a metodologia da pesquisa bibliográfica associada à pesquisa exploratória descritiva, com o propósito de identificar aspectos relacionados ao conhecimento e à conduta dos empregados da empresa analisada, mediante aplicação da técnica de entrevista com instrumento de coleta de dados com perguntas fechadas do tipo variável com respostas graduadas de 0 a 10. Os resultados permitiram conhecer o grau de conhecimento dos empregados da empresa acerca de aspectos relacionados com a gestão ambiental, além de levar à identificação do grau de envolvimento dos empregados na política de gestão ambiental que a empresa já implementou no setor operacional. Os resultados ainda levaram à constatação do comportamento pró-ambiental dos entrevistados depende de uma atuação mais consistente, não só no interior da empresa, como também no ambiente externo, onde os resultados dessa atuação são mais bem percebidos pela sociedade. Conclui-se que a empresa tem uma política de gestão ambiental de relevância, apenas realçando que os empregados estão recebendo treinamento sobre a sua conduta e assimilando os efeitos de forma satisfatória.

Palavras-chave: Comportamento Pró-ambiental. Comportamento Organizacional. Meio ambiente. Gestão ambiental. Estratégia ambiental. Engenharia de Produção.

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Thesis presented to UFRN as part of the necessary requirements to graduate as Master of Productionn in Engineering Science. ENVIRONMENT MANAGMENT IN THE PETROLEUM INDUSTRY: FACTORS ASSOCIATED TO THE PRO-ENVIRONMENT BEHAVIOR OF BRAZILIAN OIL AND GAS ENTERPRISE MARIO MARCELINO DE OLIVEIRA JÚNIOR September / 2006 Adviser: Sergio Marques Júnior, Dr. Course: Master’s Degree in Production Engineering Science

ABSTRACT

This survey develops a study about the pro-environment behavior of a brazilian company of oil and gas sector, emphazing the Petróleo Brasileiro S/A – PETROBRAS in its Unit of Business of Exploration and Production in the State of Rio Grande do Norte and Ceará − UN-RNCE. The work’s development adopt the bibliographic research methodology with the descriptive exploratory analisys, with the purpouse of identifying related points with the knowledge and the analysed enterprise’s staff conduct, by the aplication of the interview with a instrument of data colecting with closed variable questions from answers that varies from o to 10.The answers allowed us to know the employees knowledge about the related aspects of environmental responsability, knowing also the involvement of the employees with the politics of environmental managment that has been implemented in the operating area of the company. The research led us to an important verification of the pro-environmental behavior of the people interviewed. The results depends of a wise acting, not only inside the company, but also outside, where the results of this acting will be more perceived for the society. Finally, we conclude that the company has a politics of management with a great importance, emphasinzing that the employees are been in constant training about their behavior resulting in satisfaction.

Key Words: Pro-Environment Behavior. Organization Behavior. Production Engineer.

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SUMÁRIO

Capítulo 1 Introdução ......................................................................................................................... 1

1.1 Contextualização ............................................................................................................................. 1

1.2 objetivo ...................................................................................................................................... 4

1.3 Relevância ...................................................................................................................................... 4

1.4 Organização da Dissertação ............................................................................................................ 4

Capítulo 2 Referencial Teórico .......................................................................................................... 6

2.1 Evolução da Indústria Mundial do Petróleo .................................................................................... 6

2.2 Fundamentos, Princípios e Finalidades do Ambientalismo Empresarial ........................................ 10

2.2.1 A evolução do “Ambientalismo Empresarial”...................................................................... 10

2.2.2 Os fatores direcionadores das estratégias ambientais .......................................................... 14

2.3 Conceitos de Clima Organizacional ................................................................................................ 21

2.3.1 Clima Organizacional e Comportamento Humano .............................................................. 23

2.3.1.1 As Experiências de Hawthorne ............................................................................... 24

2.3.1.2 Hierarquia das Necessidaddes de Maslow .............................................................. 25

2.3.2 Pesquisas sobre Clima Organizacional ................................................................................ 26

2.3.2.1 Fatores que Influenciam o Clima Organizacional ................................................... 28

2.3.2.2 Dimensões de Clima Organizacional ...................................................................... 29

2.3.2.3 Instrumentos para Diagnóstico do Clima Organizacional ...................................... 30

2.3.2.4 Diagnóstico de Clima Organizacional .................................................................... 31

Capítulo 3 Metodologia da Pesquisa de Campo ............................................................................... 33

3.1 Local de Estudo ............................................................................................................................... 33

3.2 Variáveis do Estudo ........................................................................................................................ 34

3.3 Amostra ...................................................................................................................................... 36

3.4 Instrumento de Coleta de Dados ..................................................................................................... 36

3.5 Procedimento de Coleta de Dados .................................................................................................. 37

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3.6 Processamento dos Dados ............................................................................................................... 37

Capítulo 4 Resultados e Discussão ..................................................................................................... 39

4.1 Dados do Perfil dos Entrevistados .................................................................................................. 39

4.1.1 Sexo dos Entrevistados ........................................................................................................ 39

4.1.2 Estado Civil dos Entrevistados ............................................................................................ 40

4.1.3 Número de Filhos dos Entrevistados ................................................................................... 41

4.1.4 Nível de Escolaridade dos Entrevistados ............................................................................. 42

4.1.5 Renda Familiar dos Entrevistados ....................................................................................... 43

4.1.6 Representatividade das Gerências da Petrobras ................................................................... 44

4.1.7 Tipo de Vínculo Empregatício do Entrevistado na UN-RNCE ........................................... 45

4.1.8 Proporção de Cargos dos Entrevistados ............................................................................... 46

4.1.9 Tempo de Trabalho na Empresa .......................................................................................... 47

4.2 Percepção dos entrevistados Acerca da Competitividade e Estratégia Ambiental .......................... 48

4.2.1 Nível de Competitividade Mundial ...................................................................................... 48

4.2.2 Importância da Questão Ambiental no Segmento Industrial ............................................... 49

4.2.3 Concorrência Oligopolista ................................................................................................... 50

4.2.4 Importância da Divulgação de Ações de Conformidade Ambiental .................................... 51

4.2.5 Conhecimento das Questões Ambientais ............................................................................. 52

4.2.6 Conhecimento Sobre o Protocolo de Kyoto ......................................................................... 53

4.2.7 Conhecimento sobre Créditos de Carbono .......................................................................... 54

4.2.8 Conhecimento sobre ISO 14001 .......................................................................................... 55

4.3 Conhecimento das Ferramentas de Conformidade Ambiental ........................................................ 56

4.3.1 Conhecimento Relativo às Ferramentas de Conformidade Ambiental ................................ 56

4.4 Comportamento relacionado a Questões Ambientais ..................................................................... 57

4.4.1 Participação do Programa de Gestão Ambiental da Empresa .............................................. 57

4.4.2 Realização de Coleta Seletiva Residencial .......................................................................... 58

4.4.3 Participação de Reuniões na Comunicação/Condomínio/Bairro ......................................... 59

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4.4.4 Participação de Reuniões em Alguma Associação/ONG .................................................... 60

4.4.5 Participação de Reuniões em Grupos Religiosos ................................................................. 61

4.5 Análise de Regressão Múltipla ........................................................................................................ 62

4.5.1 Análise de regressão múltipla entre a variável CONHEC e demais variáveis

independentes .............................................................................................................. 62

4.5.2 Análise de regressão múltipla entre a variável FPGA e demais variáveis

independentes .............................................................................................................. 64

Capítulo 5 Conclusões e Recomendações .......................................................................................... 68

5.1 Conclusões da Pesquisa de Campo ................................................................................................. 68

5.2 Recomendações ............................................................................................................................... 70

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 71

APÊNDICES ...................................................................................................................................... 75

Apêndice A – Área de Estudo: A PETROBRAS .................................................................................. 76

Apêndice B - Formulário de Pesquisa ................................................................................................... 79

Apêndice C – Figuras ............................................................................................................................ 84

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Pirâmide representando a hierarquia das necessidades de Maslow...........................25

Figura 4.1 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao sexo ..........................................39

Figura 4.2 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao estado civil ...............................40

Figura 4.3 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao número de filhos ......................41

Figura 4.4 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto nível de escolaridade ....................42

Figura 4.5 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à renda ..........................................43

Figura 4.6 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à representatividade dos

Recursos Humanos de cada gerência .........................................................................44

Figura 4.7 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao tipo de vínculo

empregatício dos seus Recursos Humanos ................................................................45

Figura 4.8 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à proporção de cargos

desempenhados no staff da Gerência Geral da UN-RNCE ........................................46

Figura 4.9 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao tempo de trabalho na

Petrobras .....................................................................................................................47

Figura 4.10 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à opinião acerca da

competitividade para enfrentar as empresas do segmento de óleo e gás ....................48

Figura 4.11 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à opinião acerca da

importância da questão ambiental e segmento industrial ...........................................49

Figura 4.12 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à concorrência oligopolista

influir negativamente para o trato de questões de natureza ambiental .......................50

Figura 4.13 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à importância da divulgação

de conformidade ambiental ........................................................................................51

Figura 4.14 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento de questões

ambientais ...................................................................................................................52

Figura 4.15 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre o

Protocolo de Kyoto .....................................................................................................53

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Figura 4.16 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre

créditos de carbono .....................................................................................................54

Figura 4.17 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre ISO

14001 ..........................................................................................................................55

Figura 4.18 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento de

ferramentas de conformidade ambiental ....................................................................56

Figura 4.19 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação no Programa

de Gestão Ambiental da Petrobras .............................................................................57

Figura 4.20 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à realização de coleta seletiva

residencial ...................................................................................................................58

Figura 4.21 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação de reuniões na

comunidade/condomínio/bairro para tratar de problemas sociais ..............................59

Figura 4.22 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação de reuniões em

associações/ONG .......................................................................................................60

Figura 4.23 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação de reuniões em

grupos religiosos ........................................................................................................61

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LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 – Variáveis do Questionário Aplicado ...............................................................................34

Tabela 4.1 – Variáveis utilizadas na análise de regressão múltipla entre CONHEC e demais

variáveis .....................................................................................................................62

Tabela 4.2 – Análise de Variância (ANOVA) para o teste de significância entre as variáveis

independentes e a variável dependente CONHEC (nível declarado pelo

empregado sobre seu conhecimento das questões ambientais no segmento de

óleo e gás) ...................................................................................................................63

Tabela 4.3 – Análise de regressão entre CONHEC e variáveis independentes: Variáveis que se

revelaram significativas ao modelo e parâmetros de regressão ..................................63

Tabela 4.4 – Variáveis utilizadas na análise de regressão múltipla entre FPGA e demais

variáveis .....................................................................................................................65

Tabela 4.5 – Análise de Variância (ANOVA) para o teste de significância entre as variáveis

independentes e a variável dependente FPGA (freqüência declarada pelo

entrevistado com que participa do programa de gestão ambiental da empresa) .........66

Tabela 4.6 – Análise de regressão entre FPGA e variáveis independentes: Variáveis que se

revelaram significativas ao modelo e parâmetros de regressão ..................................66

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Capítulo 1

Introdução

1.1 Contextualização

É possível inferir que as dimensões econômicas e mercadológicas das questões

ambientais são cada vez mais relevantes. Questões relativas ao meio ambiente têm

representado custos e/ou benefícios, limitações e/ou potencialidades, ameaças e/ou

oportunidades para as organizações em geral, com ênfase para as indústrias que

utilizam os insumos de origem natural. Uma breve análise nos periódicos recentes

(jornais e revistas, por exemplo), destinados ao público empresarial e financeiro, é

suficiente para comprovar que os vínculos das empresas e dos mercados com as

questões ambientais são maiores, mais explícitos e mais positivos na atualidade do que

em tempos anteriores.

Nestes últimos trinta anos, desde a Conferência de Estocolmo de 1972, a qual

foi responsável inserir a preocupação ambiental de forma prioritária e definitiva na

agenda internacional, os problemas ambientais mudaram de significado e importância,

e estão cada vez mais presentes nos diferentes elementos que influem nas decisões

empresariais.

No que se refere à importância, é nítida a crescente incorporação das

preocupações com o comportamento pró-ambiental em todas as grandes questões

estratégicas da sociedade contemporânea, algo que não ocorria há algumas décadas.

Por outro lado, estas preocupações têm deixado de ser tratadas apenas como uma

“agenda negativa”1, mesmo nos meios empresariais. Com o passar dos anos, sobretudo

a partir da década de 80 do Século XX, o surgimento de novos conceitos, como o

Desenvolvimento Sustentável e o Eco-desenvolvimento no campo das teorias de

desenvolvimento, e a Produção Mais Limpa e o Gerenciamento Ambiental da

Qualidade Total (TQEM) no campo empresarial, foi ressaltando os vínculos positivos

possíveis entre preservação ambiental, atividade empresarial e crescimento econômico.

Assim, a questão do comportamento pró-ambiental crescentemente incorporada

1 Forma como era representada até a década de 70 do Século XX, principalmente por líderes empresariais e políticos, para assinalar que a preservação ambiental era contrária ao crescimento e desenvolvimento econômico (Colby, 1991).

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aos mercados e às estruturas sociais e regulatórias da economia passaram a ser um

elemento cada vez mais considerado nas estratégias de crescimento das empresas, seja

por gerar ameaças como também oportunidades empresariais.

Acompanhando estas mudanças de significado e importância passou-se a

observar uma mudança de postura das empresas em relação às questões ambientais.

Segundo Schmidheiny (1992), as empresas têm abandonado a postura de limitar a

poluição e purificar os resíduos apenas para cumprir com as regulamentações

governamentais, e adotada uma atitude de evitar a poluição e os resíduos no interesse

tanto da coletividade associada quanto na busca de maior eficiência e competitividade.

Várias são as pressões que têm atuado sobre as empresas no sentido de induzi-

las ou condicioná-las a promover mudanças nas suas condutas de comportamento pró-

ambiental. Essas pressões provêm basicamente de quatro fontes: 1) das

regulamentações ambientais, que têm se desenvolvido em número, especificidade,

abrangência e rigor; 2) da sociedade civil organizada, principalmente através dos

movimentos ambientalistas, que têm se multiplicado com o aumento do número dos

seus integrantes e têm se especializado e profissionalizado, tornando as suas ações

cada vez mais eficazes; 3) dos mercados de produtos, que têm apresentado uma

crescente tendência dos consumidores em valorizar atributos ambientais de empresas e

produtos, o que é também reforçado por um aumento na concorrência interna e externa

derivada da abertura internacional dos mercados; 4) e das fontes de recursos naturais,

sobretudo água e energia, que têm dado sinais de que podem tornar-se limitantes para

o desempenho e crescimento futuro das empresas (KINLAW, 1997; SCHMIDHEINY,

1992; HOFFMANN, 2001).

Todas estas contingências têm implicado no aumento dos custos e riscos por

danos ambientais (taxas, multas e mesmo penalidades criminais), no aumento da

exposição pública de empresas que degradam o meio ambiente, e no incremento dos

custos e riscos derivados da ineficiência no uso dos recursos naturais. Por outro lado, o

aumento na concorrência e a necessidade de atendimento às demandas de

consumidores cada vez mais exigentes em qualidade trazem a necessidade de reduzir

custos e diferenciar produtos, marcas e empresas, o que também tem induzido à

consideração das questões ambientais nas práticas competitivas.

Em suma, as questões ambientais têm evoluído em importância e significado

para as empresas, o que têm provocado mudanças na forma com que são tratadas no

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âmbito comportamental das estratégias organizacionais, partindo-se de um passado em

que eram consideradas apenas para fins de conformação com as regulamentações, para

um presente em que passam a desenvolver complexas relações com as mais diferentes

funções administrativas das empresas (HOFFMAN, 2000).

Mesmo com este diagnóstico geral, não se tem ainda elementos teóricos e

empíricos suficientes para se inferir sobre algumas das perguntas atuais mais

relevantes acerca das questões ambientais, seja para quem se preocupa com o futuro do

meio ambiente, seja para quem está envolvido em desenvolver os negócios.

Ambientalistas, por exemplo, certamente perguntam-se para onde tem se dirigido as

estratégias ambientais empresariais e o quanto se pode esperar das próprias empresas

como contribuição ao esforço pela proteção ao meio ambiente. Ou ainda, como se pode

influir no comportamento das empresas em relação ao meio ambiente. Por outro lado,

empresários e administradores devem se perguntar sobre quais fatores considerar nas

decisões ambientais empresariais. Ou como evitar ameaças à empresa provindas de

pressões ambientais, e como transformar tais ameaças em oportunidades empresariais,

ou ainda como desenvolver uma estratégia ambiental consistente com o ambiente da

empresa.

Embora se tenha o contexto geral das mudanças no cenário ambiental das

empresas e dos fatores que as influem, a resposta às questões colocadas ainda é difícil

de ser dada porque não se tem muito conhecimento sobre como estes fatores atuam

sobre cada empresa especificamente. Assim, a resposta à estas questões práticas passa

necessariamente pela resposta anterior a duas questões de fundo, que permitiriam dar

suporte a qualquer análise ou previsão que envolvesse as ações empresariais na área

ambiental: quais são os fatores mais importantes na formação das estratégias de ação

ambiental das empresas? E, em relação ao contexto individual de cada uma delas,

como estes fatores operam, influem e condicionam as suas ações estratégicas?

Portanto, embora não se pretenda aqui responder às questões práticas colocadas no

parágrafo anterior, pretende-se contribuir para fornecer os elementos teóricos que

possibilitem pensar e sistematizar a análise acerca delas.

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1.2 Objetivo

Investigar os fatores associados ao comportamento pró-ambiental seus

empregados, do seu quadro de recursos humanos próprios e contratados, com ênfase na

política de gestão ambiental.

1.3 Relevância

Do ponto de vista acadêmico, este trabalho norteia-se pela promoção de uma

educação integral do homem por meio do cultivo do saber em todas as áreas do

conhecimento, nas diferentes formas e modalidades, como meio de busca permanente

para influenciar o comportamento pró-ambiental de estudiosos da área.

Do ponto de vista prático, este estudo visa contribuir para PETROBRAS/UN-

RNCE com a pesquisa que enfocou o comportamento pró-ambiental de empregados. A

relação entre as características e necessidades da empresa e a proposta de melhorar sua

performance, tanto de fatores de produtos em busca de causas e descobertas que

enfoquem a melhoria da qualidade da gestão ambiental.

1.4 Organização da Dissertação

Seguindo a metodologia adotada para o presente estudo, esta dissertação está

organizada em cinco capítulos: o capítulo 1 – Introdução; o capítulo 2 – Referencial

Teórico; o capítulo 3 – Metodologia da Pesquisa de Campo; o capítulo 4 – Resultados

e Discussão; e, finalizando, capítulo 5 – Conclusões e Recomendações.

No primeiro capítulo é apresentada a estrutura do trabalho e aspectos

relacionados com a contextualização, justificativa, objetivos e relevância do estudo.

O segundo capítulo, cujo título é Referencial Teórico, traz um conjunto de

informações que estabelecem a fundamentação teórica do estudo e que permitem

alcançar a identificação dos fatores organizacionais que envolvem a atuação pró-

ambiental.

O terceiro capítulo descreve os procedimentos metodológicos seguidos no

estudo e que serviram de base para a construção dos caminhos trilhados de sua

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idealização até a sua conclusão e estabelecimento de recomendações.

O quarto capítulo apresenta os resultados e a discussão no qual são analisados

os resultados estatísticos realizados, desenvolve uma discussão dos dados e

fundamenta a pesquisa de campo.

O quinto capítulo reporta-se as conclusões e as recomendações, é onde estão

inseridas as percepções do autor e as recomendações advindas dela.

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Capitulo 2

Referencial Teórico

2.1 Evolução da Indústria Mundial do Petróleo

A Indústria Mundial do Petróleo teve início com Edwin L. Drake, que perfurou o

primeiro poço, em Titusville, Estados Unidos, no ano de 1859. Entre 1860 e 1870 houve uma

corrida ao petróleo, com grande número de pequenos produtores explorando o mais rápido e

na maior quantidade possível. Essa concorrência anárquica provocou uma enorme flutuação

da produção e nos preços e nenhuma sustentação ao negócio petroleiro (ALVEAL, 2003). O

mesmo autor lembra que em 1870, inicia-se a segunda fase da indústria petrolífera, que foi

marcada pelos avanços tecnológicos e pela ascensão da Standard Oil Company. Essa foi a

primeira companhia a obter êxito na redução de custos, com melhoria de produtividade e de

qualidade dos derivados. Com isso, passou a dominar o mercado, fundando o maior

monopólio da economia americana no final do século XIX, e expandiu-se para o mercado

internacional.

No entanto, em 1911, a Suprema Corte Federal dos Estados Unidos acabou por

determinar a divisão da grande empresa, em 33 novas empresas. Dessas, algumas viriam a

transformar-se em grandes empresas multinacionais: a Standard Oil of New Jersey,

atualmente Exxon; a Standard Oil of New York, hoje Mobil Oil; e a Standard Oil of

California, agora Chevron (ALVEAL, 2003, p. 3). O autor afirma, ainda, que além dessas,

duas outras empresas nascidas das descobertas de petróleo, no Texas, também tornar-se-iam

grandes sociedades da Indústria Mundial do Petróleo, a Texaco e a Golf Oill.

Na Europa, a indústria do petróleo surgiu de maneira menos explosiva do que a

americana devido a grande competição do carvão, alcatrão, turfa e linhita. Mesmo assim, o

desenvolvimento da indústria européia foi semelhante a da indústria americana: houve

concentração em torno de duas grandes empresas, hoje denominadas de Royal Dutch Shell e

British Petroleum.

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A partir da Primeira Guerra Mundial, onde o petróleo e o motor de combustão

ganharam fundamental importância no cenário internacional, iniciou-se a terceira fase da

Indústria Mundial do Petróleo. Essa fase foi marcada pelas disputas para tomar posse das

jazidas de petróleo do Oriente Médio, Ásia e América Latina por parte dos governos e das

grandes corporações da Europa e dos Estados Unidos. Seguindo a análise do estudo deste

autor, é possível verificar que no início do século XX, começava a competição entre o grupo

Shell e a Stardand Oil of New Jersey, a maior e mais forte empresa remanescente da Standard

Oil Company. A tecnologia européia acabou prevalecendo e, em 1918, o grupo europeu

controlava 75% da produção petroleira mundial, fora do mercado americano (ALVEAL,

2003).

Nesse contexto, o governo americano se esforçou para manter uma política de portas

abertas para as companhias norte-americanas de petróleo no exterior, o que aumentou ainda

mais a rivalidade europeu-americana. Já nesta época as sete grandes empresas petrolíferas

internacionais (cinco grandes empresas americanas e duas européias) disputavam

acirradamente novas e melhores jazidas. Estas empresas viriam a serem conhecidas como as

sete irmãs ou majors. Segundo Siqueira (1999), majors é a composição das maiores empresas

de petróleo do mundo, entre as quais estão: Shell, Texaco, Enterprise, BFZ, BP, EXXON e

ELF.

Somente em 1928, com o Acordo de Achanacarry2 o período de alta competição

oligopólica se encerrou. Esse período teve efeitos negativos para as empresas, que

apresentaram uma redução no crescimento e nos lucros devido à excessiva competição, e só

com a realização de acordos seria possível racionalizar a indústria (ALVEAL, 2003).

Com o estabelecimento de acordos posteriores de controle das condições de novos

entrantes na indústria e de fixação de preços e quotas de produção, as sete irmãs iniciaram a

fase mais duradoura de expansão relativamente estável na Industria Mundial do Petróleo –

IMP. O sistema regulador do cartel fortaleceu a posição das majors no cenário internacional,

permitindo a penetração e a dominação de vários mercados estrangeiros. Os acordos

negociados com os países detentores das melhores jazidas eram sempre favoráveis as majors,

já que essas empresas negociavam em conjunto enquanto os governos atuavam isoladamente.

Em 1950, as sete irmãs controlavam 65% das reservas mundiais, mais de 50% da produção de

2 O Acordo Achnacarry foi firmado entre a Standard Oil, a Royal Dutch Shell e Anglo Persian Company, a fim de “eliminar a competição, impedir excesso de produção e dividir o mundo”.

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óleo bruto e detinham a propriedade de 70% da capacidade de refino e de cerca de dois terços

da frota mundial de petroleiros, além dos mais importantes oleodutos (PENROSE, 1968).

Durante os anos seguintes a Segunda Guerra Mundial, tornou-se mais claro o caráter

estratégico da indústria petrolífera, juntamente com a indignação dos países detentores de

grandes jazidas. Muitos deles começaram a usar a força de seus estados para contrabalançar o

poder de monopólio das majors e possibilitar o desenvolvimento da indústria petrolífera. As

soluções encontradas por esses países foram: a intervenção direta dos governos, centrando-se

no desenvolvimento de empresas estatais de petróleo e/ou a intervenção indireta, através da

renegociação do sistema de concessões. Essa última alternativa deu origem, em 1960, à

Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que objetivava justamente

enfraquecer as companhias petrolíferas internacionais e fixar as normas gerais da política

petrolífera dos países membros. A partir dos anos 60, o reinado das sete irmãs começa a se

debilitar. Além dos fatores supracitados, o surgimento de novos produtores, o retorno do

petróleo russo ao mercado europeu e a entrada de companhias independentes norte-

americanas e companhias européias estatais na indústria contribuíram para minar o poder de

cartel das majors (ALVEAL, 2003).

A renegociação dos sistemas de concessões e o surgimento progressivo de empresas

estatais nos países exportadores de petróleo reunidas na OPEP foram os grandes responsáveis

pela mutação da IMP. As reservas e a produção mundial passaram a ser concentrada pelas

empresas dos países da organização, consolidando a estrutura industrial dos monopólios

petrolíferos estatais e estabelecendo barreiras institucionais à entrada das companhias

internacionais na exploração e na produção. Esse contexto conferiu à OPEP um significativo

poder de mercado até o fim da década de 70 do Século XX, permitindo aos países produtores

estabelecer os preços internacionais de referência do petróleo. Em 1973, a OPEP, em

represália ao apoio dos Estados Unidos e da Europa Ocidental à ocupação de territórios

palestinos por Israel, decide estabelecer cotas de produção e quadruplicar o preço do petróleo

(ALVEAL, 2003).

Para os produtores, esse primeiro choque do petróleo representou rápido e

significativo aumento nos lucros. Os lucros advindos da exportação do petróleo enriqueciam

os países da OPEP e reduziam o poder aquisitivo das nações desenvolvidas. Economias que já

eram sujeitas à pressões inflacionárias foram atingidas por um forte choque inflacionário.

Com o início da Guerra Irã – Iraque, em 1979, ocorre o segundo choque do petróleo. O Irã,

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que era o segundo maior exportador da OPEP, fica praticamente fora do mercado. O preço do

barril do petróleo, então, atinge níveis recordes e a recessão econômica mundial do início da

década de 80 do Século XX é agravada (ALVEAL, 2003).

No entanto, o alto preço do barril melhorou ainda mais a situação financeira das

estatais dos países detentores de hidrocarbonetos e de todas as empresas produtoras da

indústria. A situação das sete irmãs mantinha-se confortável, mesmo com o aumento da

dificuldade de acesso às melhores jazidas. O alto preço do petróleo permitia que os vários

atores desta indústria obtivessem rendas consideráveis. Após os choques da década de 70 do

Século XX, o cenário de preços em alta promoveu, por um lado, uma nova fase de abertura da

indústria com o ingresso de novos produtores e o aumento da competição. E por outro lado, o

mercado internacional de energia começou a se reestruturar e a importância dos derivados de

petróleo foi reduzida no cenário mundial. Quase todas as nações desenvolvidas resistiram aos

preços promovendo políticas energéticas visando minimizar sua dependência em relação ao

petróleo importado, através de uma série de medidas de substituição de derivados. Na década

de 80 do Século XX, o meio ambiente passou a fazer parte da agenda de política dos

governos, dos organismos internacionais e das empresas. Novas legislações de preservação

ambiental, que objetivavam reduzir o nível de emissão de gases que podem provocar o efeito

estufa foram implementadas. Estas legislações se traduziram na criação de impostos e taxas

sobre a produção e o consumo de derivados de petróleo (ALVEAL, 2003).

O fortalecimento das regulamentações ambientais e as políticas energéticas

desenvolvidas provocaram uma forte redução das taxas de crescimento da demanda de

petróleo, para a qual também contribuíram a queda do ritmo de crescimento econômico

mundial (PINTO JÚNIOR E FERNANDES, 1998).

A oferta de hidrocarboneto continuou abundante, devido ao aumento da produção dos

países não pertencentes à OPEP e das companhias internacionais. A fim de diminuir a

dependência em relação aos países produtores, os países consumidores, além das políticas

energéticas, passaram a desenvolver novas áreas de exploração. Com o aumento da

concorrência, a OPEP viu seu poder de influenciar os preços no mercado internacional

enfraquecido. Estes passaram, a ser determinados pelas cotações do mercado Spot3 .

3 Negócios realizados com pagamento à vista e pronta entrega da mercadoria. A entrega, aqui, não significa entrega física, mas entrega de determinado montante de dinheiro correspondente à quantidade de mercadoria negociada.

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A queda dos preços do petróleo após 1986 e a relativa estabilidade dos mesmos na

década de 90 do Século XX acarretaram mudanças estratégicas na IMP, levando às

companhias petrolíferas a implementarem políticas de redução de custos. Isso implicou no

aumento da competição intra-indústria o que fez acelerar o ritmo de inovação tecnológica na

produção e na utilização de energias concorrentes ao petróleo. O final do século XX foi

marcado por fusões e parcerias na indústria mundial de petróleo. Elas visavam à reunião de

forças para enfrentar os riscos ambientais e a pressão da sociedade sobre qualidade e proteção

ao meio ambiente, a necessidade de redução de custos, a demanda tecnológica para produção

de petróleo em novas fronteiras e adequação do parque de refino e da frota mercante. Assim,

grandes empresas passaram a se unir e se proteger cada vez mais para enfrentar os novos

desafios. Os quais incluem tecnologias e métodos de prevenção e conscientização dos

trabalhadores para questões ambientais (ALVEAL, 2003).

2.2 Fundamentos, Princípios e Finalidades do Ambientalismo

Empresarial

2.2.1 A evolução do “Ambientalismo Empresarial”

Pode-se dizer que tem havido uma evolução nas estratégias das empresas em

direção à incorporação de parâmetros ambientais em suas decisões e ações. Para

Hoffman (2000), os governos e ativistas sociais têm sido historicamente os mais

proeminentes elementos a dirigirem as práticas ambientais corporativas. Durante as

décadas de 70 e 80 do século XX, estas duas forças foram as orientadoras

predominantes das práticas ambientais corporativas. O mesmo autor informa que na

década de 70 do Século XX, nos países desenvolvidos, o governo foi o árbitro primário

da performance ambiental das empresas. Os administradores viam a relação entre meio

ambiente e empresa em termos de como o ambientalismo agiu como uma restrição

regulatória imposta pelo governo. Já na década de 80 do Século XX, os grupos

ambientalistas passaram a assumir um papel mais proeminente e direto no

direcionamento das estratégias ambientais corporativas. Estes grupos cresceram em

poder e influência em função do aumento no número de seus membros e de seus

orçamentos, e da especialização e profissionalização de suas atividades. Face às

pressões sociais destes grupos, os administradores desenvolveram práticas ambientais

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como parte das responsabilidades sociais das empresas. Nestes dois períodos, portanto,

as mudanças de práticas ambientais foram uma resposta das empresas tanto a sanções

legais (penalidades civis, administrativas e criminais) quanto sociais (protestos,

pressões negativas, redução na reputação e na imagem da empresa). O mesmo autor

reitera que, desta forma, no período de 1970 a 1985 viu-se o começo de uma

integração, embora fraca, entre preocupações ambientais e estratégias de negócios, o

que alguns autores chamaram de “adaptação resistente”. A partir deste período, as

empresas começaram a criar departamentos especiais para tratar das questões

ambientais. Após a segunda metade da década de 80 do Século XX começou a surgir

uma espécie de “ambientalismo de livre mercado”, que trocou a ênfase das regulações

dos insumos e das atividades para os resultados. Os novos instrumentos de política

ambiental mudaram as possibilidades de utilização das ações ambientais como

instrumentos de marketing e estratégia competitiva pelas empresas (MENON e

MENON, 1997).

Na década de 90 do Século XX muitas empresas começaram a integrar o meio

ambiente nas suas estratégias de negócios, havendo o surgimento de um novo e

estratégico paradigma ambiental, o qual Varadarajan (1992) chamou de

“enviropreneurial marketing”, que pode ser definido como as atividades de marketing

benéficas empresarial e ambientalmente, que atendam tanto à economia da empresa

quanto aos objetivos de performance social. As ações das empresas na área ambiental

se tornaram mais proativas e passaram a ser utilizadas como estratégia competitiva,

vinculando-se a boa performance ambiental principalmente à melhoria na reputação

das empresas.

Desde o começo da década de 90 do Século XX, portanto, a realidade do

ambientalismo dentro do mundo dos negócios tem se tornado mais complexa do que a

simples conformidade com as leis ou a responsabilidade social. Proteção ambiental e

competitividade econômica têm se entrelaçado. O que anteriormente foi dirigido por

pressões que estavam fora do mundo dos negócios é agora direcionado por interesses

que existem dentro dos ambientes econômico, político, social e mercadológico das

empresas. Muitas organizações, ao obterem boa performance ambiental com boa

gestão operacional, baixo risco financeiro e boas perspectivas de sucesso econômico

futuro, estão começando a influenciar as normas de práticas corporativas e estão

transformando o ambientalismo, de algo externo para algo que está dentro do sistema

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de mercado e que é central para os objetivos das empresas (HOFFMAN, 2000).

Assim, uma série de novas situações do ambiente institucional passou a dirigir

as estratégias ambientais das empresas, tais como: investidores e acionistas, que

estariam interessados em correlações positivas entre as performances econômica e

ambiental; bancos, que estariam associando performances ambientais ruins a risco

financeiro mais elevado; e associações comerciais, educacionais e religiosas, que

passaram a institucionalizar determinadas demandas ambientais.

Desta forma, além das pressões regulatórias e sociais, atualmente pressões

ambientais podem ser impostas sobre a empresa por supridores e compradores, por

acionistas, bancos ou investidores, por consumidores e/ou por concorrentes. As

práticas ambientais corporativas, com isso, têm se tornado menos uma questão pró-

ambiental propriamente dita e mais uma questão de estratégia competitiva, de

marketing, finanças, relações humanas, eficiência operacional e desenvolvimento de

produtos (HOFFMAN, 2000).

Embora havendo uma tendência geral, esta evolução ocorre em cada empresa e

em cada indústria diferentemente. Hoffman (1999 e 2001) pesquisou as indústrias

química e petrolífera entre 1960 e 1993 para entender como estas indústrias se

moveram de uma postura de veemente resistência ao ambientalismo para uma postura

proativa, e por que esta transformação ocorreu.

Estudando a evolução dos autores e das instituições associadas a cada indústria

e a cultura e estrutura interna das organizações, Hoffman (1999 e 2001) identificou

quatro distintos períodos no ambientalismo corporativo: (1) ambientalismo industrial

(1960-70), que focava sobre a resolução interna de problemas como um adjunto para a

área de operações; (2) ambientalismo regulatório (1970-82), cujo foco era sobre a

conformidade com as regulamentações, dada a imposição externa de novas leis

ambientais cada vez mais rigorosas; (3) ambientalismo como responsabilidade social

(1982-88), cujo foco era sobre a redução de poluição e minimização de resíduos

dirigidos externamente por associações de indústrias e iniciativas voluntárias; e (4)

ambientalismo estratégico (1988-93), que focava na integração de estratégias

ambientais proativas a partir da administração superior.

Segundo este autor, eventos externos dirigiram a transição de uma fase para

outra, como a publicação do livro “Silent Spring” de Rachel Carlson em 1962, a

descoberta do “buraco” na camada de ozônio ou a imposição de novas

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regulamentações mais rigorosas. Por outro lado, de uma fase para outra houve uma

expansão no campo organizacional. Por exemplo, a indústria atuava praticamente

sozinha durante a primeira fase, enquanto que na segunda o governo se tornou um ator

importante, na terceira as mudanças foram dirigidas por associações de indústrias e

Organizações não governamentais - ONGs, enquanto que investidores, companhias de

seguro e competidores apareceram como forças importantes na última fase. A

conclusão é de que o desenvolvimento do ambientalismo corporativo é um produto da

coevolução de instituições externas e das estruturas e estratégias internas das

empresas.

Sharma et al (1999) estudaram a evolução do ambientalismo nas empresas, por

meio de pesquisa com sete empresas do setor petrolífero canadense. Tendo como meta

central do trabalho identificar os fatores associados com a resposta das organizações às

questões ambientais e os mecanismos através dos quais estes fatores operam, os

autores subdividiram a evolução das estratégias ambientais em quatro fases: gestação,

politização, legislação e litigação. Na fase de gestação (1980-85) tanto a intensidade

regulatória quanto a preocupação pública com a preservação ambiental eram de baixo

nível. Contudo, grupos ambientalistas mobilizaram-se neste período para aumentar a

consciência social sobre os danos ambientais causados pelas indústrias do petróleo.

Na fase de politização (1986-87) o meio ambiente tornou-se incrementalmente

importante nos debates de políticas públicas, e as agências governamentais

incumbiram-se de revisar as regulamentações e recomendaram que elas fossem

racionalizadas e intensificadas (SOUZA, 2004). O mesmo autor relata que as empresas

tinham pouco interesse nas questões ambientais e, na sua maioria, apenas limitavam-se

a atender a legislação. Durante a fase de elaboração da documentação legislativa

(1988-92) intensificou-se dramaticamente a preocupação pública com o meio ambiente

devido a vários “eventos críticos” que ocorreram no período, como alguns acidentes

ambientais bastante publicados (o derramamento de petróleo do petroleiro Exxon

Valdez, por exemplo), a descoberta do buraco na camada de ozônio, os recordes de

temperatura alcançados na América do Norte e Europa e interpretados como um sinal

de aquecimento global, dentre outros. Grandes acordos e conferências internacionais,

como o Protocolo de Montreal e o Relatório Brundtland, também contribuíram para o

acirramento da pressão da opinião pública e das regulamentações sobre as empresas.

Vários administradores das empresas estudadas foram unânimes em sua opinião de que

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a motivação para a redução de riscos ambientais neste período foi evitar perturbações e

perdas financeiras.

Souza (2004) também considera que na fase de litigação (1993 em diante) o

nível de preocupação pública com as questões ambientais permaneceu alto e, em 1993,

regulações federais e provinciais foram consolidadas e os administradores passaram a

ser considerados responsáveis criminalmente pelos acidentes e danos ambientais

causados por suas companhias. Este foi o grande “evento crítico” desta fase. Estas

regulamentações causaram pânico, pois representavam perda pessoal aos gestores das

empresas, obrigando-as a incorporar definitivamente as preocupações ambientais em

suas decisões e ações. O autor, também, informa que no Brasil, embora não existam

estudos similares, pode-se deduzir que estes períodos são diferentes, sobretudo em

relação ao estudo de Hoffman. A grande fase de regulamentação ambiental brasileira

iniciou-se na década de 80 do Século XX, após a promulgação da Lei nº 6.938, que

dispõe sobre a política nacional do meio ambiente. Na década de 70 do Século XX,

fase de intensa regulamentação nos países desenvolvidos, as indústrias brasileiras

quase não sofriam restrições ambientais. Houve, portanto, uma defasagem de tempo

nas pressões sofridas pela indústria brasileira em relação à dos países desenvolvidos.

2.2.2 Os fatores direcionadores das estratégias ambientais

Como visto anteriormente, na fase atual as ações ambientais das empresas têm

assumido um papel cada vez mais integrado às diferentes funções administrativas, de

marketing, finanças, produção, qualidade, desenvolvimento de produtos, entre outros.

Neste item explora-se melhor as fontes primárias que levam as empresas a

preocuparem-se crescentemente com a sua política ambiental.

Segundo Rosen (2001), há basicamente três razões para que as empresas passem

a melhorar a sua performance ambiental: primeiro, o regime regulatório internacional

está mudando em direção à exigências crescentes em relação à proteção ambiental;

segundo, o mercado está mudando (tanto de fatores quanto de produtos); e terceiro, o

conhecimento está mudando, com crescente descoberta e publicidade sobre as causas e

conseqüências dos danos ambientais. Assim, a gestão ambiental empresarial é

atualmente condicionada pela pressão das regulamentações, pela busca de melhor

reputação, pela pressão de acionistas, investidores e bancos para que as empresas

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reduzam o seu risco ambiental, pela pressão de consumidores e pela própria

concorrência.

Lau e Ragothaman (1997) desenvolveram em 1997 um estudo com 69 empresas

americanas, com o objetivo de proporcionar um sumário de estatísticas descritivas

sobre questões estratégicas da gestão ambiental da indústria química americana.

Segundo os resultados da pesquisa, as principais forças a dirigir a implementação de

programas de gestão ambiental são, em ordem de importância, as regulamentações

ambientais, a reputação da companhia, iniciativas da alta administração, a redução de

custos e a demanda dos consumidores. O estudo conclui que a maioria das empresas

desenvolvem suas ações ambientais mais como resposta às regulamentações

ambientais do que como uma política proativa que vá ao encontro dos interesses de

toda a sociedade e possivelmente está relacionado ao fato da indústria química ser um

setor fortemente regulamentado em função de seus potenciais impactos ambientais.

Apesar desta predominância das regulamentações como fonte de direcionamento

das ações ambientais das empresas, a questão da reputação aparece como um fator

também importante. Um dos mais importantes fatores, segundo o estudo de Lau e

Agothaman (1997) foi a “necessidade de relações públicas”. Os resultados mostraram

também que a responsabilidade social das corporações está relacionada principalmente

à redução de risco financeiro das empresas, na forma de redução de multas e ações

judiciais. Os dados do estudo apontaram que reduzir custos e aumentar a lucratividade

potencial não foram fatores importantes no direcionamento das ações ambientais das

empresas estudadas.

Na mesma linha destes resultados, em pesquisa do início da década de 1990 do

século XX, com 48 organizações industriais brasileiras de grande porte, Neder (1992)

constatou que as ações ambientais das empresas concentravam-se na modernização dos

sistemas de controle da poluição, e eram fruto essencialmente das exigências

crescentes das regulamentações ambientais. Além disso, as ações de gestão ambiental

eram tomadas, na maioria das empresas, como atividades meio (de engenharia

produtiva) e tinham pouco efeito em termos de inovações organizacionais,

tecnológicas ou de produto. Essa última característica é ressaltada pelo autor, ou seja,

na maioria absoluta das empresas as ações de gestão ambiental não apontavam para

melhorias no produto final, visando melhorar as suas qualidades ambientais ou de

consumo. Apesar disso, o autor já apontava no início da década de 90 do Século XX a

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existência no Brasil de um conjunto de empresas em que a gestão ambiental passava a

integrar sistematicamente a organização, com efeitos sobre os produtos, o processo de

trabalho, os recursos humanos e o uso de insumos.

A pesquisa CNI/BNDES/SEBRAE, realizada por estas três entidades no

segundo semestre de 1998, já apontou um quadro em transformação no Brasil. O

estudo, realizado com 1.451 empresas de todo o país e de todos os setores e tamanhos,

buscou avaliar a gestão ambiental na indústria brasileira. Segundo os resultados, as

exigências das regulamentações ainda figuravam entre as principais razões da adoção

de práticas ambientais pelas empresas. Porém, a maioria das indústrias de médio e

grande porte tinham na política social uma razão mais destacada para a melhoria da

performance ambiental da empresa.

Destacavam-se, ainda, a busca de redução de custos e a melhoria da imagem da

empresa como fatores importantes na motivação para as práticas de comportamentos

pró-ambientais. Ou seja, embora uma parte significativa das empresas ainda tivesse

nas regulamentações ambientais a mais importante razão para a melhoria na

performance ambiental, emergiu como predominante em muitas empresas um fator

interno, que era a sua política social. Da mesma forma, outros fatores endógenos,

como a redução de custos e a melhoria da imagem da empresa, mostraram-se

influentes em um número significativo delas. Deve-se considerar que a importância

das regulamentações no direcionamento das ações ambientais das empresas se deve

principalmente ao fato de que, sobretudo durante as décadas de 80 e 90 do Século XX,

houve um intenso processo de criação e implementação de novas leis ambientais, que

aumentaram muito em termos de número, abrangência, especificidade e rigor.

No Brasil, por exemplo, até o final da década de 70 do Século XX, o número de

dispositivos legais ambientais federais (incluindo leis, decretos e decretos leis) não

passava de duas dezenas. Na década de 80 do Século XX foram adicionados 64 novos

dispositivos legais e na década de 90 do Século XX (até 1996) outros 159 (Governo do

Estado do Paraná, 1991 e Pinto, 1996). Com isso, é natural que esta intensa

regulamentação imponha uma pressão sobre as empresas muitas vezes maior do que

outros fatores, sobretudo quando se analisa setores com alto potencial poluidor

(NEDER, 1992).

É neste sentido que, apesar de ressaltarem as oportunidades estratégicas que a

gestão ambiental oferece às empresas (como a redução de custos e a diferenciação de

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produtos), Porter e Linde (1995) argumentam que as regulamentações (aquelas

inteligentemente orientadas para os resultados e para as inovações) são necessárias,

dentre outras razões, por criarem pressões que motivam as empresas a inovar, por

alertar e educar as empresas acerca da provável ineficiência no uso de recursos e áreas

potenciais para melhoramentos tecnológicos, por criar demandas para melhoramentos

ambientais, e por evitar que empresas que sejam ambientalmente irresponsáveis

obtenham vantagens competitivas em função disso.

De outro lado, muitos estudos ressaltam os fatores concorrenciais. Toms (2001)

apresenta conclusões a partir de pesquisas extensivas que incluem surveys com

profissionais de investimento e análise de 695 relatórios anuais das 250 maiores

companhias britânicas em 25 diferentes setores. Para o autor, as maiores vantagens de

uma boa gestão ambiental são melhorar a reputação das empresas e permitir a

diferenciação de produtos. Segundo ele, a melhoria na gestão ambiental pouco tem

acrescentado para a melhoria da eficiência e da produtividade. Outra conclusão

importante diz respeito aos investidores, que estariam mais atentos ao potencial de

redução dos riscos que traz uma boa gestão ambiental do que propriamente à

possibilidade de aumento de lucratividade. Ou seja, o valor da firma depende de custos

explícitos e implícitos. Se a empresa ignora as suas responsabilidades sociais, muitos

custos implícitos podem se tornar explícitos.

Assim, se a empresa descuida de suas práticas ambientais, as agências

governamentais podem impor regulamentações mais rigorosas. Similarmente, se a

empresa continua a agir de maneira irresponsável, outros stakeholders podem duvidar

de que ela honrará com os compromissos para consigo (bancos, por exemplo). Desta

forma, empresas que apresentam alto nível de responsabilidade social e ambiental

teriam menores custos implícitos do que aquelas que ignoram estas responsabilidades.

Assim, a redução do risco é um importante condutor no direcionamento das estratégias

ambientais das organizações (LAU e RAGOTHAMAN, 1997).

O fator reputação, como já se viu anteriormente, também é central na condução

das ações ambientais. A reputação é o conjunto de percepções mantidas pelas pessoas

internas e externas à empresa. Publicamente, a reputação busca satisfazer as demandas

de uma variedade de stakeholders (proprietários, consumidores, empregados,

supridores, sociedade e comunidade, agências governamentais, bancos, organizações

não governamentais, etc.) para que seja permitido à empresa operar na sociedade

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(MILES e COVIN, 2000). Concluindo que a reputação é fonte de vantagem

competitiva e melhora a habilidade para a empresa criar valor. Ela permite explorar

opções de mercado lucrativas e incrementa o valor de mercado da firma. A reputação

da empresa é função da credibilidade, confiabilidade e responsabilidade, de forma que

ela pode ser melhorada com uma performance ambiental superior. Assim, empresas

que são negligentes com a proteção ambiental ficam tanto sujeitas a custos explícitos

como multas e encargos, como podem sofrer erosão em sua posição competitiva

devido a danos em sua reputação.

Em pesquisa sobre marketing ambiental com 31 administradores sênior e 24

administradores de marketing, Menon e Menon (1997) estudaram a relação entre

reputação e performance da empresa. Segundo os autores, uma das funções do

marketing ambiental é melhorar a reputação das empresas. A reputação da empresa

pode resultar de percepções de "comportamento cidadão" da empresa ou do tipo de

associações feitas pelos consumidores. O comportamento cidadão de uma organização

seria o criterioso comportamento corporativo que promove o bem estar da sociedade.

Pelos resultados da pesquisa, o maior nível de marketing ambiental representa uma

maior capacidade para projetar uma mensagem consistente acerca de suas

preocupações com a sociedade e o meio ambiente, e seriedade por ir além da

conformidade com padrões legalmente impostos, o que melhora a reputação da

empresa. Com isso, a empresa ganha visibilidade e uma vantagem competitiva sobre

seus competidores.

Além da reputação, algumas empresas estão usando estratégias ambientais para

obter vantagem competitiva seja pela redução de custos através do contínuo

melhoramento de processos e redução de resíduos (estratégia baseada em custos), seja

por alcançar vários segmentos de mercado que são ambientalmente mais sensíveis

(estratégia baseada na diferenciação). Diferenciação de produtos e melhoria na imagem

da empresa levam a ganhos de mercado, enquanto que melhoria na eficiência de

recursos e redução de risco conduzem a reduções de custo (que podem ou não levar a

ganhos de mercado) (MILES e COVIN, 2000).

Assim, a melhoria na reputação da empresa obtida com uma estratégia

ambiental adequada pode contribuir, junto com a diferenciação de produtos e a redução

de custos, para a ocupação, manutenção e/ou ampliação de uma posição de mercado.

Esta é a situação que se convencionou chamar de "ganha-ganha", ou seja, quando os

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investimentos ambientais são lucrativos para as empresas e esta pode alinhar melhores

performances ambientais e econômicas. Esta situação é uma das hipóteses mais

relevantes em gestão ambiental, e estratégias proativas geralmente são alimentadas por

ela. Karagozoglu e Lindell (2000) realizaram um trabalho visando testar esta hipótese

a partir de entrevistas com 83 diretores de companhias americanas. Os autores

concluíram que a hipótese "ganha-ganha" é factível, e que há uma relação positiva

entre inovatividade ambiental e vantagem competitiva, e entre a performance

ambiental, financeira e competitiva das empresas. Por outro lado, o estudo também

comprovou que uma superioridade geral na performance ambiental não

necessariamente conduz a uma vantagem competitiva. Algumas vezes, práticas

ambientalmente sadias podem aumentar o custo dos produtos ou reduzir a expectativa

dos consumidores com relação à qualidade percebida. A implicação disto é que, do

ponto de vista da lucratividade, as empresas necessitam buscar um balanço entre

medidas ambientais e expectativas do mercado. Ou seja, a hipótese “ganha-ganha” está

sujeita a determinadas condições. A conclusão deste estudo, portanto, é de que, tanto

do ponto de vista dos consumidores quanto das empresas, o processo de formação de

estratégias ambientais consistentes é evolucionário e conduzido pela aprendizagem.

Assim, um dos desafios cruciais associados com este processo é a realização dos

requisitos de mudança organizacionais que capacitarão a empresa à implementação

bem sucedida de estratégias ambientais. A complexa relação entre o meio ambiente e o

mundo dos negócios requer boas técnicas administrativas e habilidade organizacional

para que as empresas alcancem a aprendizagem necessária para transformar suas

estratégias ambientais em vantagens competitivas e financeiras. Apesar de confirmar

parcialmente a hipótese “ganha-ganha”, o trabalho de Karagozoglu e Lindell (2000)

coloca condicionantes para a lucratividade dos investimentos ambientais.

Assim, o debate sobre esta hipótese, ou seja, se os investimentos ambientais são

ou não lucrativos para as empresas ou se podem ou não incrementar-lhes a

competitividade, foi redirecionado por Reinhardt (1998) e Orsato (2002). Para

Reinhardt, a conveniência estratégica e lucratividade dos investimentos ambientais são

semelhantes à maioria das questões em administração de empresas: elas dependem do

contexto no qual o negócio está inserido. Ou seja, para o autor, a questão relevante não

é “se” as empresas podem ou não obter lucros ou vantagem competitiva a partir de

investimentos ambientais, mas em que condições é possível fazer isso. Estas

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possibilidades dependem de condições como os fundamentos econômicos das

empresas, a estrutura do setor no qual a empresa está inserida, sua posição dentro desta

estrutura e suas competências organizacionais. Já Orsato (2002) desenvolveu um

modelo baseado nas estratégias genéricas de Porter (1995) para auxiliar na

identificação das condições que justificam o investimento das empresas no verde; ou

seja, condições em que elas podem lucrar ou melhorar sua competitividade a partir de

investimentos ambientais. Para isso, o autor preconizou quatro estratégias ambientais

genéricas: produtividade de recursos, liderança de custo ambiental, além da

conformidade legal, e produtos e serviços eco-orientados. Da mesma forma que

Reinhardt (1998), o enquadramento das estratégias em um ou outro tipo depende,

segundo Orsato (2002), da estrutura do setor no qual a empresa opera, do seu

posicionamento dentro do setor, dos tipos de mercado que a empresa atende e de suas

competências.

Nestes trabalhos as associações verbais e entrevistas focalizadas foram feitas

para explorar as ligações entre a percepção de meio-ambiente e comportamento pró-

ambiental, assim como o tipo de relação construída pelo camponês com seu meio-

ambiente. O fundamental nestes dois últimos trabalhos, porém, é exatamente o sentido

dado à problemática dos investimentos ambientais nas empresas, na qual o importante

passa a não ser se eles são ou não potencialmente lucrativos e/ou competitivos, mas em

que condições eles podem ser. De uma certa forma eles tratam, assim como se propõe

nesta dissertação, dos fatores que influem e condicionam as estratégias ambientais

empresariais.

É importante perceber que as empresas respondem de forma diferente às

pressões ambientais e percebem-nas diferentemente. Frente a isso, neste item pretende-

se apresentar alguns estudos empíricos que resultaram em tipificações das estratégias

ambientais, suas razões e implicações. Em geral, as tipificações centram-se: (a) na

forma como as empresas respondem às pressões ambientais e (b) no foco das ações

ambientais. (a) Tipologias quanto à forma de resposta às pressões ambientais Em

estudo na indústria química americana e alemã que visava tipificar as estratégias

ambientais empresariais, Brockhoff e Chakrabarti (1999) identificaram quatro tipos de

empresas quanto às respostas estratégicas às pressões ambientais: As defensoras de

portfólio, grupo composto pelas maiores empresas do setor e que põem grande

importância em responder às regulamentações ambientais assim como em antecipar

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novas regulamentações e padrões (quase todas as empresas deste grupo têm uma

política ambiental explícita); as escapistas, que atendem às regulamentações mas dão

pouca importância à antecipação de normas e padrões, e buscam abandonar mercados

correntes para explorar novos mercados (poucas têm uma política ambiental explícita);

as inativas ou indiferentes, empresas de tamanho médio que envolvem baixo risco

ambiental e pequeno potencial de mercado para bens ambientais (tem uma política

explícita mas não parecem fazer uso dessa); e as ativistas, semelhantes às defensoras

de portfólio, mas que jogam grande importância em explorar novos mercados. Os

autores ressaltam que as diferentes estratégias ambientais não são simplesmente

respostas a pressões ambientais diferenciadas (mas sim uma resposta diferenciada a

pressões ambientais semelhantes), uma vez que não foi encontrada nenhuma diferença

significativa nos grupos de estratégias entre os países pesquisados.

2.3 Conceitos de Clima Organizacional

Os estudiosos do Desenvolvimento Organizacional enfatizam a importância do

Clima Organizacional – que se constitui como o meio interno de uma organização; a

atmosfera psicológica característica em cada organização. O assunto Clima

Organizacional, apesar de já ser objeto de estudo há algumas décadas, não possui uma

definição uniforme. Os pesquisadores que se dedicaram ao tema fornecem uma

variedade enorme de conceitos na tentativa de explicar este fenômeno organizacional.

Diante deste fato, será exposta uma seleção de algumas destas definições, disponíveis

na literatura especializada, no intuito de se dimensionar a importância deste estudo,

bem como, obter uma maior clareza do que se trata realmente Clima Organizacional.

Existem inúmeras situações em que se pode definir o clima de uma organização,

contudo, a mais utilizada considera-o um conjunto de propriedades mensuráveis do

ambiente de trabalho percebido, direta ou indiretamente, pelos indivíduos que vivem e

trabalham neste ambiente e que influencia a motivação e o comportamento das

pessoas. Por isso mesmo é que o clima organizacional influencia o comportamento

profissional e age como uma variável interveniente que interfere nos fatores do sistema

organizacional e no comportamento individual.

O clima, juntamente com as estruturas e características individuais,

diferenciam-se de uma organização para outra, e até de um setor para outro dentro de

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uma mesma empresa, formando um sistema interdependente, altamente dinâmico e que

vem despertando a atenção dos gestores pelos impactos que causa no desempenho

organizacional.

Segundo Oliveira (1995), o clima é dado por vários conjuntos de descrições

feitas pelas pessoas e correspondendo à interpretação que elas fazem do contexto da

empresa, baseadas em suas percepções sobre esse contexto. Na visão de Gladys

(2000), o clima organizacional se define como um conjunto de propriedades do

ambiente de trabalho percebidas direta ou indiretamente pelos seus empregados.

Para Kanaane (1995), clima organizacional é a qualidade ou propriedade do

ambiente organizacional que (a) é percebida ou experimentada pelos membros da

organização e (b) influencia o seu comportamento. Isso significa dizer que o clima

organizacional é uma representação daquilo que se percebe no ambiente de trabalho de

uma empresa e que influencia o desempenho pessoal e coletivo de forma considerável.

Segundo Oliveira (1995), o clima é dado por vários conjuntos de descrições,

feitas pelas pessoas correspondendo à interpretação que elas fazem do contexto da

empresa, baseadas em suas percepções sobre este contexto.

Chiavenato (1997) conceitua Clima Organizacional como sendo um conjunto de

valores, atitudes e padrões de comportamento, formais e informais, existentes em uma

organização. Essa afirmação deixa perceber que todos os aspectos inerentes ao

ambiente de trabalho estão incluídos na caracterização do clima organizacional.

Conforme a citação anterior, é comum encontrar nas definições de Clima uma

certa confusão com o conceito de Cultura Organizacional. Entretanto, aquele consiste

no resultado das variáveis desta.

Oliveira (1995) considera o clima organizacional como um fenômeno resultante

da interação dos elementos da cultura. É uma conseqüência do peso de cada um dos

elementos culturais e seu efeito sobre os demais. Uma excessiva importância dada à

tecnologia, leva a um clima desumano; a pressão das normas cria tensão: a aceitação

dos efeitos, sem descuidar os preceitos e trabalho, leva ao clima de tranqüilidade e

confiança. Reforçando essa idéia, Souza (1978) afirma que as personalidades

individuais são os principais determinantes do clima: a personalidade de uma

organização é o conjunto das diversas personalidades individuais que vivem dentro

dela. É complexa a análise, mas ao mesmo tempo dá sentido a qualquer levantamento

do clima organizacional. Clima interno é o estado que se encontra a empresa ou parte

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dela em dado momento, estado momentâneo e passível de alteração mesmo em curto

espaço de tempo em razão de novas influencias surgidas, e que decorre das decisões e

ações pretendidas pela empresa, postas em prática ou não, e/ou das reações dos

empregados a essas ações ou à perspectiva delas. Este estado interno pode ter sido

originado de desdobramentos em acontecimentos, decisões e ações internas. Neste

contexto, o autor considera, ainda, que o clima é percebido de maneira diversa por

diferentes indivíduos. Assim, pode-se dizer que o clima organizacional é constituído

por características próprias que distinguem uma organização de outra e que influencia

o comportamento das pessoas na organização. Em muitos casos está diretamente ligado

ao conceito de motivação, pois está relacionado ao comportamento das pessoas, e varia

de acordo com o grau de motivação dos indivíduos em seu ambiente de trabalho. Está

relacionado a fatores como cultura, motivação, satisfação das pessoas com o trabalho,

entre outros.

A análise do clima abrange diversos temas internos à empresa como

rotatividade, freqüência e atrasos dos empregados, qualidade de trabalho e

produtividades, assim como fatores subjetivos como relacionamento entre as pessoas e

a confiança depositada na chefia e nos colegas. Não se pode deixar de considerar ainda

as influências externas à empresa que possuem um real efeito sobre o comportamento

dos indivíduos, ou seja, o papel profissional do indivíduo não pode ser separado dos

demais papéis representados por ele na sociedade (SOUZA, 1978).

Essas informações conceituais permitem considerar que o clima é um conjunto

de comportamentos e atitudes que os empregados evidenciam nos seus conteúdos

profissionais. Assim, a maioria das definições de Clima Organizacional considera a

diversidade social da empresa. Existem técnicas destinadas a avaliar, de forma global,

o estado de espírito da organização, uma delas é a análise do clima.

2.3.1 Clima Organizacional e Comportamento Humano

A primeira ação, após a primeira revolução industrial, direcionada a humanizar

as condições de trabalho e consecutivamente adequar o comportamento do trabalhador

ao contexto organizacional, surgiu em 1800 através do engenheiro inglês Robert Owen

que implementou jornadas reduzidas, limpeza no ambiente de trabalho e proibiu a

contratação de trabalho infantil. Devido ao seu comportamento desbravador à época, o

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24

mesmo foi chamado de o pai real da administração de pessoal pelos primeiros

escritores da administração científica (CHIAVENATO, 1997).

O surgimento da ciência administrativa, que impulsionou as mudanças

organizacionais na segunda revolução industrial, caracterizou-se pela fragmentação do

trabalho e pelo surgimento de novas tecnologias e princípios de gestão objetivada em

melhorar a eficiência técnica do trabalhador. Infelizmente, apesar do aumento da

produtividade do trabalhador e o desenvolvimento industrial, as idéias restritas de

Taylor vieram a contribuir para uma inadequação do homem com o seu trabalho, ao

limitar-se apenas aos aspectos biofísicos do trabalhador, desconsiderando os demais

domínios da esfera do ser humano.

Entretanto, a partir 1920, nos EUA, surgiram os primeiros estudos inspirados na

problemática psico-comportamental do trabalhador e sobre os seus reflexos na

produtividade do mesmo. Dentre os quais, se destacam os trabalhos abordados a

seguir.

2.3.1.1 As Experiências de Hawthorne

É reconhecida a importância dada aos fatores psico-social no estudo do

comportamento humano ficou evidenciada a partir das investigações realizadas em

Hawthorne. A partir desses estudos realizados por Elton Mayo e seus colaboradores da

universidade de Harvard, entre o período 1924 e 1931, estabelecera-se a primeira

estrutura acadêmica voltada ao estudo do comportamento humano (CHIAVENATO,

1997). Isso tudo ocorreu através de descobertas acidentais e posterior aplicação de

pressupostos e reflexões das teorias sociológicas aos experimentos industriais na

Western Eletric Company, que a equipe de Elton Mayo concluiria que a organização é

um sistema social e que o trabalho é o mais importante elemento desse sistema. Seus

experimentos mostraram que o trabalhador não é uma simples ferramenta, mas uma

personalidade complexa interagindo numa situação grupal de difícil compreensão.

Chiavenato (1997) informa que as idéias e observações surgidas com os

experimentos de Elton Mayo em Hawthorne, possibilitou o surgimento da Escola das

Relações Humanas, a qual posicionava-se incondicionalmente preocupada e contrária

ao impetuoso esmagamento do homem pela nova civilização industrial. Entretanto,

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apesar das inúmeras críticas aos resultados do estudo, seus princípios teóricos

consolidaram-se como um marco referencial para os futuros estudos do comportamento

humano nas organizações.

2.3.1.2 Hierarquia das Necessidades de Maslow

Após o surgimento da Escola das Relações Humanas, emergiram novas

abordagens e enfoques sobre o comportamento humano no trabalho, dentre as quais, o

estudo da motivação humana. Um dos primeiros teóricos a merecer especial destaque

fora Abraham Maslow, que propõe uma orientação teórica sobre os fatores

motivacionais do trabalhador no ambiente de trabalho.

Segundo Stoner e Freeman (1985), o ser humano é dotado de várias

necessidades que obedecem a uma linha hierárquica. A partir do momento que uma

delas é satisfeita, automaticamente, surge uma outra necessidade em seu lugar, visto

que as necessidades humanas, consideradas de forma holística, são uma integração

dinâmica dos aspectos biológicos, psicológicos e sociais, obedecendo a níveis de

seqüência hierárquica.

Necessidades fisiológicas

Necessidades de segurança e estabilidade

Necessidades de participação

Necessidades de estima

Necessidades de auto-realização

Figura 2.1 – Pirâmide representando a hierarquia das necessidades de Maslow.

Fonte: Stoner e Freeman (1985, p. 324).

25

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26

Os autores destacam Maslow, através de seu modelo teórico, afirmando que as

pessoas possuem necessidades que buscam satisfazer e estas serão os principais

elementos de motivação até o momento em que são realizadas. Essa hierarquia é

composta por cinco necessidades básicas.

1 – Fisiológicas: Apresentando-se no nível mais baixo da pirâmide hierárquica

representam as necessidades de alimentação, descanso e exercício;

2 – Segurança: Localizada em um nível superior às necessidades fisiológicas

representam a necessidade de estabilidade e proteção contra ameaças de perigos ou de

privações;

3 – Sociais: Nível de necessidade superior ao de segurança, representa a

necessidade do indivíduo de ser aceito no grupo em que convive ou se sociabilize com

o mesmo;

4 – Reconhecimento: Localizado acima das necessidades sociais, representa a

necessidade do indivíduo de auto-estima, independência, status, etc.;

5 – Auto-realização: Localizada no topo da pirâmide, representa a necessidade

do indivíduo de se realizar plenamente como pessoa com relação às suas aspirações e

potencialidades.

Apesar das constantes críticas feitas à teoria da hierarquia das necessidades, é

inegável a sua contribuição para o desenvolvimento de outras pesquisas cientificas do

campo social, além de contribuir para estudos aprofundados sobre as necessidades do

indivíduo no trabalho.

2.3.2 Pesquisa de Clima Organizacional

Para analisar o clima de uma empresa é necessário, primeiramente, realizar-se

uma pesquisa do clima vivenciado pelos seus empregados. Nesse tipo de pesquisa

busca-se detectar os pontos fortes e fracos da empresa e estudar como se pode agir

sobre eles. Através da avaliação do clima é possível identificar o nível de motivação

dos empregados e suas causas, como, grau de satisfação com a remuneração,

oportunidades de crescimento, canais de comunicação, práticas de promoção ou metas

organizacionais. Ações dirigidas às fontes de insatisfação tenderão a melhorar a

motivação; maior motivação resulta em melhor desempenho. É fundamental visualizar

o empregado como colaborador e cliente interno, isto o leva a suprir suas necessidades

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e canalizar suas qualidades em prol da organização.

Para Oliveira (1995), a pesquisa de clima caracteriza-se como um canal de

comunicação entre a direção e o corpo de empregados da organização. Representa um

modo constante de obter e de fornecer feedback, mantendo o foco voltado para as

necessidades dos empregados. Orienta e democratiza a participação dos funcionários

no processo de gestão, uma vez que as decisões passam a incluir também as tendências

e os pontos de vista dos empregados que foram manifestados através da pesquisa.

Contudo, os resultados surgirão a médio e longo prazo, pois envolvem pessoas que

pensam e agem de formas distintas. A empresa é um agregado de diferentes públicos

internos, com diferentes interesses, posturas profissionais, visões de mundo.

A pesquisa de clima organizacional resulta no diagnóstico organizacional. A

análise de clima realizada por Kanaane (1995) teve por objetivo determinar o clima

organizacional através da medição do grau de motivação dos membros da organização,

ou seja, identificar o “estado de saúde” da organização com base no diagnóstico

fornecido pela análise de clima, para saber onde é necessário mudar.

O mais importante na elaboração e na execução de uma pesquisa de clima

organizacional é a abertura que a empresa dá aos seus empregados, a fim de que

possam expressar o que estão sentindo, seus anseios dificuldades e falta de

entrosamento com colegas. É fundamental que a administração esteja preparada para

ouvir e tentar corrigir os erros apontados.

O mesmo autor argumenta que ouvir e levar em conta a expressão do

colaborador traz inúmeras vantagens para a organização, como a melhoria nas

relações de trabalho, identificação de oportunidades, estímulo à criatividade das

pessoas, entre outros.

Muitas empresas procuram criar programas que motivem os empregados,

baseados em prêmios e bônus financeiros, mas a maioria desses programas não

sensibiliza ou envolve as pessoas. É necessário que se descubra àquilo que toca a

equipe, e geralmente os problemas são simples de resolver, basta apenas dar a

oportunidades para que os empregados possam se expressar, é preciso ouvi-los.

A pesquisa é um instrumento que liga a equipe à administração, porém jamais

deverá ser entendida como um fim em si mesma, pois apontará para algumas direções,

sinalizando a todos os responsáveis pela gestão de recursos humanos, quais são os

aspectos de relevância para a manutenção da motivação e do comprometimento de

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todos aqueles presentes no ambiente de trabalho.

Vale ressaltar que, todo esse processo de avaliação e desenvolvimento do clima

organizacional precisa ser cíclico, apesar de possuir metas e prazos específicos;

enquanto programa, deve ser encarado como processo de melhoria contínua, com prazo

indeterminado.

2.3.2.1 Fatores que influenciam o clima organizacional

De acordo com Schemerhorn, Hunt e Osborn (1999), os fatores que influenciam

o clima organizacional são os seguintes:

− Fatores externos de natureza econômica social, tecnológica ou cultural, que

interferem no funcionamento da organização (políticas, legislação, mercado,

região);

− A cultura do grupo profissional dominante;

− Evolução histórica da empresa, influência dos fundadores, ciclos de

desenvolvimento, grupo dominante de proprietários e acionistas, grupo econômico a

que pertence,

− Estatuto jurídico da empresa, dimensão, ou outros fatores de proteção local,

regional ou nacional;

− Origem, formação e estilo de liderança dos atuais gestores de topo;

− Tipo de tecnologia dominante e grau de modernização tecnológica, entre outros.

Para que o colaborador sinta-se reconhecido e valorizado, sua liderança deve:

− Conceder oportunidades de opinião;

− Proporcionar liberdade para que o empregado expresse o que pensa;

− Aceitar críticas e sugestões;

− Atuar com transparência;

− Dar retorno quando lhe é solicitado auxílio,

− Avaliar o resultado do trabalho executado pelo subordinado;

− Buscar a participação de toda a equipe;

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− Estar preparado e capacitado para o cargo.

2.3.2.2 Dimensões de Clima Organizacional

Para Stonner e Freeman (1985) o clima organizacional sofre o impacto de

variáveis relativas ao grau de satisfação e insatisfação dos empregados, identificando

os principais fatores intrínsecos e extrínsecos que influenciam o ambiente

organizacional. As variáveis que devem ser observadas em uma organização são as

seguintes:

− Segurança e confiança na gestão: refere-se à capacidade que tem a empresa, através

da gestão de seus líderes, de transmitir dinamismo, boa comunicação, bom

relacionamento no ambiente organizacional;

− Salários e benefícios: são analisadas a política de remuneração e benefícios

oferecidos pela empresa aos seus empregados, assim como se os salários oferecidos

são compatíveis ao cargo e às funções exercidas;

− Avaliação de desempenho e promoção: neste item são avaliadas as reais

possibilidades de um colaborador ser promovido e, até mesmo, seguir carreira

dentro da empresa. Relacionamentos como empregado-empregador são analisados;

− Treinamento e desenvolvimento: nesta variável é observado se a empresa está

investindo no desenvolvimento e capacitação de seus empregados, tomando-os

profissionais cada vez mais qualificados, seguros e valorizados;

− Espírito de equipe: através desta variável, se analisa o relacionamento interpessoal

na organização, sendo possível verificar o grau de proximidade existente entre os

próprios empregados, como também com suas chefias;

− Sentido do trabalho: refere-se ao sentimento intrínseco que nutrem os empregados

pela organização, sentimento este que está relacionado ao trabalho realizado, à sua

responsabilidade e as missões que lhe são confiadas;

− Inovação no sistema de trabalho: nesta variável são considerados tudo o que a

empresa faz para proporcionar maior autonomia, liberdade, flexibilidade aos seus

empregados, como trabalhos em equipes autogerenciadas, horários flexíveis e maior

autonomia na tomada de decisões. Porém, essas inovações são acompanhadas de

maior responsabilidades;

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− Orgulho da empresa: dá-se quando a empresa dispõe de um bom conceito e uma

boa imagem diante da sociedade e de seus clientes internos e externos. Para que um

colaborador sinta-se orgulhoso da empresa para qual trabalha, é necessário que ele

seja reconhecido, por parte da empresa, pelo trabalho que realiza, e sinta que seu

trabalho é importante para a empresa e, também, para a sociedade em geral;

A valorização das pessoas é um passo importantíssimo na busca de um ambiente

organizacional com elevado grau de satisfação. Mas, não é tudo, pois o clima

organizacional é instável e contingencial, envolvendo muitas variáveis relacionadas

com o comportamento humano no ambiente de trabalho.

2.3.2.3 Instrumentos para diagnóstico do clima organizacional

Para se ter um diagnóstico de Clima Organizacional, é preciso recorrer a um

conjunto de técnicas de inquérito. Kanaane (1995) propuseram um questionário que

visa medir as seguintes dimensões de clima:

− Estrutura da organização: é o sentimento dos elementos da organização sobre as

restrições da sua situação, regulamentos, regras e formas administrativas;

− Responsabilidades: é o sentimento de ser o seu próprio patrão e de não ter

dependências quando desempenha as suas funções;

− Recompensa: é o sentimento de ser recompensado por um trabalho bem feito,

ênfase em incentivos positivos e não em punições, sentimento sobre a justiça da

política de promoção e remuneração;

− Risco: é o sentimento de risco na tomada de decisões e no desempenho das suas

funções;

− Calor e apoio: sentimento de camaradagem no grupo;

− Suporte: é a percepção de suporte vindo de cima (gestores) e de baixo

(subordinados);

− Standards: é o grau de importância dada aos objetivos e standards de performance;

− Conflito: é o sentimento de pertencer a uma dada organização, uma vez definida as

dimensões que se julgam indispensáveis para medir o clima, é necessário organizar

um questionário a fazer aos elementos da organização.

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Após a avaliação do clima, são sugeridas medidas destinadas a serem

implementadas pela direção da organização, pois se sabe que o desempenho da mesma

é o resultado da motivação e estado de espírito dos seus elementos.

2.3.2.4 Diagnóstico de clima organizacional

A importância do estudo e do diagnostico do Clima Organizacional é definida

por Souza (apud ARAÚJO, 1993, p. 75) da seguinte forma: “do ponto de vista

pragmático, a análise do estudo do clima dá subsídios valiosos para toda empresa, tais

como, os pontos de maior e de menor satisfação, o estilo gerencial mais recomendável

à situação”. Isso também acaba por garantir a identificação de fatores que influenciam

e interferem no desempenho individual e coletivo da instituição.

O instrumento de pesquisa consiste, dentre outros, em uma das formas de se

obter a opinião das pessoas sobre determinado assunto. É bastante utilizada em várias

áreas da administração, entre elas pode-se citar as pesquisas de marketing e pesquisas

de satisfação do público externo ou interno.

Celinski (1994) considera que o levantamento e a análise do clima

organizacional permitem captar dados relativos às motivações e atitudes humanas, bem

como subsidiar decisões quanto às políticas e estratégicas de RH.

Segundo Coda (1997) as pesquisas com o cliente interno da organização

representam um modo constante de obter e de fornecer feedback, mantendo o foco

voltado para as necessidades dos funcionários. O autor ressalta que a pesquisa de

Clima Organizacional como sendo o instrumento pelo qual é possível atender mais de

perto às necessidades da organização e do quadro de funcionários à sua disposição, à

medida que caracteriza tendências de satisfação ou de insatisfação, tomando por base a

consulta generalizada aos diferentes funcionários da empresa. Em síntese, este

instrumento é um levantamento de opiniões que caracterizam uma representação da

realidade organizacional consciente, retratando o que as pessoas acreditam estar

acontecendo em determinado momento e a percepção que estas tem da organização

enfocada. Estes aspectos contribuem para uma efetiva análise do clima organizacional.

Quando se trata de avaliar os resultados do comportamento organizacional de

uma empresa com políticas de gestão ambiental consistentes, julga-se que seja

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32

necessário seguir considerações de Biel e Thøgersen (2006), enfatizando que a

responsabilidade com o meio ambiente é proveniente de fatores pessoais (valores

internalizados) e situacionais (necessidades e ações), que por sua vez são provenientes

das ativações das normas sociais.

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33

Capítulo 3

Metodologia da Pesquisa de Campo

A pesquisa realizada neste estudo foi desenvolvida no âmbito da Petrobras/UN-RNCE,

tendo sido proposta à consulta aos empregados próprios e contratados da companhia, acerca

de seu nível de conhecimento sobre aspectos relacionados com o comportamento pró-

ambiental. Ou seja, os empregados da UN-RNCE foram pesquisados como sujeitos da

pesquisa deste estudo, com o propósito de identificar o seu grau de comprometimento com a

política ambiental que a empresa adotou nas últimas décadas, em resposta às exigências da

sociedade e, muito mais do que isso, procurando adequar suas condutas operacionais às

tendências mundiais de preservação do meio ambiente.

Para coletar os dados da pesquisa foram seguidas orientações obtidas em Weiss;

Moser e Germann (2006), os quais enfatizam que para alcançar bons resultados é necessário

desenvolver associações verbais, e entrevistas focalizadas para explorar as ligações entre a

percepção do meio-ambiente e o comportamento pró-ambiental, assim como o tipo de relação

construída pelo empregados com seu meio-ambiente.

O presente estudo é do tipo exploratório−descritivo, com dados retrospectivos,

visando levantamento sobre o conhecimento e envolvimento com o comportamento

pró-ambiental.

3.1 Local do Estudo

A pesquisa realizou-se na Unidade de Negócios de Exploração e Produção do Rio

Grande do Norte e Ceará (UN-RNCE) no staff da Gerência Geral, sendo que essa unidade foi

criada em 26 de janeiro de 1976, com a denominação de Distrito de Produção da Bacia

Potiguar (DIGUAR), que abrangia as atividades de exploração, perfuração e produção

(APÊNDICE A)

Inicialmente teve como atividades a exploração, perfuração e produção os campos

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submarinos de Ubarana e Agulha. Logo após a perfuração do primeiro poço terrestre da bacia

potiguar, o Poço Mossoró-14 (MO-14), e após análise de produção o mesmo tornou-se

comercial, intensificando-se na região os trabalhos de exploração com a descoberta de

inúmeros novos campos de petróleo, inclusive nos municípios de Alto do Rodrigues, Macau,

Areia Branca, Apodi, Governador Dix-Sept Rosado, Pendências, Guamaré, Porto do Mangue,

Assu, Upanema, Felipe Guerra, Caraúbas, Carnaubais e Serra do Mel no Estado do Rio

Grande do Norte, Aracati e Icapuí no Estado do Ceará (PETROBRAS, 2003).

Também foram desenvolvidos campos marítimos como: Ubarana, Pescada, Agulha,

Arabaiana, Aratum, Norte de Pescada, Oeste de Ubarana e Siri no Estado Rio Grande do

Norte e Espada, Atum, Curimã, Xaréu e Caraúna no Estado do Ceará (PETROBRAS, 2003).

3.2 Variáveis do Estudo

O trabalho de investigação realizado com os empregados deu-se mediante aplicação

do instrumento de coleta de dados que serviu para a reunião de informações sobre o tema de

estudo. O instrumento de coleta de dados foi construído com questões fechadas, de acordo

com os objetivos propostos para a idealização do estudo, conforme pode ser observado na

Tabela 3.1.

Tabela 3.1: Variáveis do Questionário Aplicado Variáveis Descrição das Variáveis

Perfil dos Entrevistados GÊNERO Masculino / Feminino ESTADO CIVIL Solteiro / Casado / Separado-Divorciado / Outros / Em branco NÚMERO DE FILHOS

Nenhum / Um / Dois / Mais de dois / Em branco

ESCOLARIDADE Nível Médio / Nível Técnico / Nível Superior / Especialização-MBA / Mestrado / Em branco

RENDA De R$ 1.000,00 a 2.000,00 / De R$ 2.000,00 a 3.000,00 / De R$ 3.000,00 a 4.000,00 / De R$ 4.000,00 a 5.000,00 / Mais de R$ 5.000,00 / Em branco

Competitividade e estratégia ambiental COMPET Não há competitividade / Tem pouca competitividade / Tem razoável competitividade /

Tem boa competitividade / Tem muita competitividade / Sem opinião IMPAMB Não tem qualquer importância / Tem pouca importância / Tem razoável importância /

Tem boa importância / Tem muita importância / Sem opinião OLIGO Não tem qualquer importância / Tem pouca importância / Tem razoável importância /

Tem boa importância / Tem muita importância / Sem opinião DIVUL Não tem qualquer importância / Tem pouca importância / Tem razoável importância /

Tem boa importância / Tem muita importância / Sem opinião O conhecimento das questões ambientais

CONHEC Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião

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Variáveis Descrição das Variáveis CON_PK Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_A21 Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_CC Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_AC Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_EF Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_S Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_ISO Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_FCSR Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_SI Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_RRD Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_PA Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_PAG Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião CON_PS Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião Relativa ao conhecimento de ferramentas de conformidade ambiental

CCA_SGA Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião

CCA_AR Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião

CCA_EIA Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião

Comportamento do entrevistado relativo às questões de natureza ambiental FPGA Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião FCSR Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião FRC Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião FRA Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião FQGR Não tenho qualquer conhecimento / Tenho pouco conhecimento / Tenho conhecimento

razoável / Tenho bom conhecimento / Tenho muito conhecimento / Sem opinião Fonte: Dados elaborados pelo autor, 2005.

As respostas dos entrevistados, exceto para características pessoais, deviam ser

registradas no formulário dentro de uma escala de 0 a 10, divididos de acordo com a

intensidade da opinião inerente a cada variável, como se segue:

− Sem valor: 0 (zero);

− Pouco: 1, 2 ou 3;

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− Razoável: 4, 5 ou 6;

− Bom: 7, 8 ou 9;

− Muito: 10;

− Sem opinião.

Esses valores foram determinados para permitir a graduação de cada variável

secundária para que os entrevistados fizessem a marcação das alternativas que mais se

identificavam com a sua resposta.

3.3 Amostra

A amostra abrangeu toda a equipe de empregados do staff da Gerência Geral da

Unidade de Negócios de Exploração e Produção do Rio Grande do Norte e Ceará (UN-

RNCE), abordando empregados do nível executivo e gerentes, do quadro administrativo,

incluindo empregados das empresas que prestam serviços terceirizados. Ou seja, o pessoal

contratado. O número total da amostra foi de 126 (cento e vinte seis) empregados.

3.4 Instrumento de Coleta de Dados

Para a coleta de dados foi utilizado um questionário (APÊNDICE B), especialmente

elaborado para a realização desta pesquisa, no qual foram inseridas perguntas fechadas, com

duas partes. Na primeira parte da pesquisa os empregados entrevistados foram consultados

acerca de aspectos relacionados com a política de preservação do meio-ambiente e da

compreensão dos sujeitos de pesquisa sobre a atuação da empresa e do seu comprometimento

pessoal em relação aos resultados alcançados.

Na segunda parte da pesquisa foram incluídas questões que buscaram dados para

evidenciar o perfil dos empregados abordados na pesquisa.

Para tornar o instrumento de coleta de dados adequado aos objetivos, realizou-se um

pré-teste, para que fosse avaliada a sua abrangência e as questões se mostrassem

compreensíveis pelos respondentes, prevenindo a perda dos questionamentos e voltando o

foco da pesquisa para o seu tema principal.

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37

3.5 Procedimento de Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada no período de 12 a 30 de setembro de 2005, durante o

horário de trabalho dos empregados, sendo os mesmos consultados nos próprios locais de

trabalho.

A seqüência de procedimentos adotados para a obtenção dos dados seguiu os seguintes

passos:

− Solicitação de autorização oficial para a aplicação da pesquisa, como também para

identificar as gerências no relatório final.

− Pré-teste do instrumento de coleta de dados em uma amostra de 10% da população

com o objetivo de testar a viabilidade e verificar a necessidade de correções e

reajustes do seu conteúdo. Alguns itens foram reajustados para melhor

compreensão.

− Reuniões com o maior número possível de empregados, das gerências pesquisadas,

com o objetivo de esclarecer nosso propósito e, ao mesmo tempo, solicitar sua

colaboração como sujeitos da pesquisa.

É importante ressaltar que o conteúdo do instrumento foi lido para os pesquisados,

ocasião em que foram prestadas orientações quanto à forma de preenchimento e esclarecidas

as possíveis dúvidas, com a presença do pesquisador.

Nessa oportunidade, buscou-se esclarecer que seriam observados todos os aspectos

éticos que envolvessem a pesquisa com seres humanos, preconizados na Resolução n.º 196, de

10 de maio de 1996, do Ministério da Saúde, que estabelece: “toda a pesquisa em que o ser

humano for submetido a estudo deverá prevalecer o critério de respeito à sua dignidade e à

proteção de seus direitos e bem estar”.

Após o preenchimento, cada formulário recebeu um número que correspondeu à

ordem de entrega, ao mesmo tempo foi feita uma relação nominal. Esses nomes foram

associados ao número contido no instrumento de pesquisa e serviriam para uma possível

identificação dos responsáveis através de suas respostas, no caso de esclarecimentos

posteriormente.

3.6 Processamento dos Dados

Os dados coletados foram codificados e digitados, para que fossem processados com a

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38

utilização do programa para base de dados, MSoffice-Excel, e do programa estatístico

STATISTICA v. 5.0. A partir do processamento, os dados foram analisados e interpretados

para permitir a identificação dos resultados.

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Capítulo 4

Resultados e Discussão

4.1 Dados do Perfil dos Entrevistados

4.1.1 Sexo dos Entrevistados

Os dados coletados revelam que 55% dos entrevistados são do sexo masculino, e 41%

são do sexo feminino, conforme pode ser observado na Figura 4.1. Do total de respondentes,

4% deixaram de responder esta questão. É possível afirmar que o staff da Gerência Geral da

UN-RNCE conta com um contingente maior de empregados do sexo masculino, como mostra

a Figura 4.1.

55,0% 41,0% 4,0%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

Masculino Feminino Em branco

Figura 4.1 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao sexo. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

39

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4.1.2 Estado civil dos entrevistados

A Figura 4.2 apresenta os percentuais relativos ao ‘estado civil’ dos entrevistados. É

possível verificar que 57% dos respondentes são casados, 25% são solteiros, 13% encontram-

se separados ou desquitados, 1% declararam pertencer a outros tipos de estado civil, e 4% dos

entrevistados deixaram a questão sem resposta.

57,0%

25,0%

13,0%

1,00%4,00%

Casado Solteiro Separado/Desq. Outros Em branco

Figura 4.2 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao estado civil.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

40

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4.1.3 Número de filhos dos entrevistados

Os dados apresentados na Figura 4.3 revelam que 33% dos empregados têm dois

filhos, 30% não têm filhos, 23% têm acima de dois filhos, 10% com um filho, e 4% deixaram

de responder a questão. Esses números ajudam a entender que grande parte dos entrevistados

na pesquisa desenvolvida têm dois filhos, com outro contingente que tem acima de dois

filhos. Isso significa dizer que há um contingente considerável de pessoas para serem

beneficiadas com o conhecimento obtido na empresa e que podem refletir no comportamento

pró-ambiental.

33,0%30,0%

23,0%

10,0%

4,0%

Dois filhos Sem filhos Acima de doisfilhos

Um filho Em branco

Figura 4.3 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao número de filhos.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

41

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4.1.4 Nível de escolaridade dos entrevistados

A Figura 4.4 apresenta o nível de escolaridade dos empregados entrevistados,

revelando que: 34% têm nível superior; 34% declararam já ter concluído cursos de

especialização e/ou MBA; 16% dos respondentes concluíram o nível médio; 7% afirmaram

ter obtido o grau de Mestre; 5% declararam ter formação técnica de nível médio; e 4% das

respostas foram deixadas em branco.

34,0% 34,0%

16,0%

7,0%5,0% 4,0%

Especialização/MBA

Nível superior Nível médio Mestrado Nível Técnico Em branco

Figura 4.4 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao nível de escolaridade.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

42

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4.1.5 Renda familiar dos entrevistados

É possível verificar na Figura 4.5 que a renda familiar dos respondentes varia da

seguinte forma: 23% declararam receber mais de R$ 5.000,00 mensais; 20% dos respondentes

recebem entre R$ 2.000,00 e R$ 3.000,00; outros 20% contam com uma faixa de renda entre

R$ 3.000,00 e R$ 4.000,00; 13% afirmaram receber de R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00; 11,0%

disseram que sua renda varia entre R$ 4.000,00 e R$ 5.000,00; e o restante dos respondentes,

13%, deixaram esta questão sem ser respondida.

Nesse aspecto, em particular, a pesquisa revelou que os empregados pesquisados, na

sua maioria, contam com uma renda mensal alta, o que pode representar um incentivo de

grande valor quando comparado com situações semelhantes no mercado de trabalho.

23,0%

20,0% 20,0%

13,0%11,0%

13,0%

Acima de R$ 5.000 De R$ 2.000 a3.000

De R$ 3.000 a4.000

De R$ 1.000 a2.000

De R$ 4.000 a5.000

Em branco

Figura 4.5 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à renda. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

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4.1.6 Representatividade das gerências da Petrobras

A Figura 4.6 apresenta a quantidade de empregados lotados nas gerências do staff da

Gerência Geral da UN-RNCE. Os dados revelam que a gerência de Recursos Humanos

apresenta o maior número de empregados do staff, representando um quinto do total de

empregados. A gerência de Segurança, Meio Ambiente e Saúde aparece em segundo lugar,

com 15%; o Jurídico aparece em terceiro lugar, com 11%; e a Contabilidade e Finanças com

10% do total de empregados. As demais gerências do staff da UN-RNCE contam com um

efetivo de empregados menor que 10%, o que representa menos da metade do quadro de RH.

2%

2%

3%

4%

5%

6%

6%

8%

9%

10%

11%

15%

20%

Gerência Geral

Coordenadoria de Parcerias

Desenvolvimento de Recursos Humanos

Administração de Recursos Humanos

Desempenho Empresarial e Estratégia Corporativa

Tributária

Contabilidade

Pagamentos e Recebimentos

Comunicação Empresarial

Contabilidade e Finanças

Jurídico

Segurança, Meio Ambiente e Saúde

Recursos Humanos

Figura 4.6 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à representatividade dos recursos humanos de cada gerência.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

44

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4.1.7 Tipo de empregado entrevistado na UN-RNCE

Outro aspecto identificado na pesquisa foi o tipo de empregado que atua na Unidade.

A Figura 4.7 mostra que 79% dos empregados são próprios e 21% pertencem a empresas

contratadas.

A contratação de empresas prestadoras de serviços nas atividades meio

(administrativa, comunicação, serviços gerais, contabilidade, construção e montagem,

manutenção, tecnologia da informação, telefonia, transporte, entre outras), representa uma

tendência percebida em todo o mercado de trabalho brasileiro nas últimas décadas. Este

aspecto possibilita à companhia destinar aos empregados próprios as atividades fins

desenvolvidas pela mesma.

79%

21%

Próprio Contratado

Figura 4.7 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à representatividade de cada gerência. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

45

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4.1.8 Proporção de cargos dos entrevistados

A Figura 4.8 revela o quantitativo de empregados por função ou cargo. Os empregados

administrativos representam 72% do total, enquanto que 13% ocupam funções gratificadas,

representadas aqui pelo Gerente Geral da Unidade e demais gerentes. Do total de

entrevistados, 14% pertencem a empresas contratadas.

3,0%10,0%

72,0%

14,0%

Executivo Gerencial Administrativo Contratado

Figura 4.8 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à proporção de cargos desempenhados no staff da Gerência Geral da UN-RNCE.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

46

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4.1.9 Tempo de trabalho na empresa

Os dados seguintes, representados na Figura 4.9, revelam que 47% dos entrevistados

estão na empresa há mais de 16 anos, mas há menos de 20 anos. Outros 21% estão entre 21 e

25 anos; 20% está há menos de 5 anos; 7% estão entre 25 e 30 anos; 4% de 11 a 15 anos; e

1% de 6 a 10 anos.

47,0%

21,0% 20,0%

7,0% 4,00%1,00%

De 16 a 20 anos De 21 a 25 anos Até 5 anos De 25 a 30 anos De 11 a 15 anos De 6 a 10 anos

Figura 4.9 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao tempo de trabalho na UN-RNCE. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

47

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4.2 Percepção dos entrevistados acerca da Competitividade e

Estratégia Ambiental

4.2.1 Nível de Competitividade mundial

A segunda parte da pesquisa indagou aos entrevistados sobre o nível de

competitividade que eles verificam no mercado mundial de óleo e gás, utilizando para tanto

uma escala likert de dez pontos, que variaram de ‘não há competitividade’ para o valor 0 até

‘tem muita competitividade’ para o valor 10, dando ainda a opção de não opinarem.

Os dados apresentados na Figura 4.10, mostram que 35,6% dos empregados

consideram que a UN-RNCE ‘tem muita competitividade’ para enfrentar a concorrência no

segmento de óleo e gás, enquanto que 50,6% dos respondentes afirmaram considerar a

Unidade com boa competitividade no segmento. Com base na mesma figura, observa-se ainda

que 4 entrevistados consideram que há pouca competitividade. Dentre estes, 2 tem cargo

administrativo, 1 possui cargo de gerência e 1 possui outro cargo não especificado.

Este aspecto, em particular, demonstra a credibilidade dos empregados na capacidade

organizacional da Unidade, quando a mesma se refere a alcançar um desempenho de alto

nível, o que significa enfrentar de forma consistente e confiável os desafios futuros.

y = 101 * 1 * normal (x; 7,960395; 2,07808)

COMPET

No

of o

bs

1,0% 1,0%2,0%

3,0%4,0%

11,9%12,9%

20,8%

7,9%

35,6%

0

3

6

9

12

15

18

21

24

27

30

33

36

39

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 4.10 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à opinião acerca da competitividade

para enfrentar as empresas do segmento de óleo e gás. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

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4.2.2 Importância da questão ambiental no segmento industrial

Os dados seguintes, apresentados na Figura 4.11, revelam que 74% dos entrevistados

têm uma opinião positiva da questão ambiental no segmento industrial, o que significa que

eles compreendem a importância das atividades de treinamento que a empresa adota, além de

permitir identificar um comprometimento desses empregados com os resultados da atividade

industrial no que diz respeito às medidas de proteção ao meio-ambiente. Considerando os

25% que responderam de forma diferente, observou-se que não são executivos, porém existe

uma distribuição dentre os demais cargos.

Estas respostas permitem considerar que os entrevistados estão plenamente

envolvidos com a política de Segurança Meio Ambiente e Saúde - SMS, principalmente

quando se trata de enfatizar os procedimentos que vão garantir a preservação da natureza e de

seus recursos, a fim de prevenir acidentes ambientais.

y = 103 * 1 * normal (x; 9,417475; 1,21691)

IMPAMB

No

of o

bs

1,9% 1,0%

5,8%8,7% 7,8%

74,8%

0

6

12

18

24

30

36

42

48

54

60

66

72

78

3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 4.11 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à opinião acerca da importância da questão

ambiental no segmento industrial. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

49

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4.2.3 Concorrência Oligopolista

Dando prosseguimento à análise, é possível verificar a partir da Figura 4.12, que os

entrevistados têm conhecimento da importância que representa o segmento industrial, quando

o mesmo é caracterizado como sendo uma concorrência oligopolista. Este aspecto, na visão

dos entrevistados, influi negativamente no trato das questões de natureza ambiental.

É possível verificar que 29% dos entrevistados consideram que essa situação como

sendo de muita importância e 39,8% afirmam que esse aspecto tem boa importância. Dentre

os 11% que responderam que não tem qualquer importância ou tem pouca importância, 3 são

gerentes e 7 são administrativos.

y = 93 * 1 * normal (x; 7,344086; 2,602234)

OLIGO

No

of o

bs

2,2%1,1%

3,2%4,3%

2,2%

11,8%

6,5%

8,6%

23,7%

7,5%

29,0%

02468

10121416182022242628

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 4.12 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à concorrência oligopolista influir

negativamente para o trato de questões de natureza ambiental. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

50

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4.2.4 Importância da Divulgação de Ações de Conformidade Ambiental

Em relação ao grau de importância atribuído à divulgação das ações de conformidade

ambiental e/ou responsabilidade social como um fator de diferenciação competitiva das

organizações, as respostas de 59,6% dos empregados revelam que é muito importante para a

empresa definir sua competitividade no mercado com a divulgação de ações que estejam de

acordo com a preservação do meio ambiente e a garantia dos recursos naturais. Também,

observa-se que aproximadamente 6 dos empregados dão menos importância. Cinco destes

possuem cargos administrativos.

Este resultado, apresentado na Figura 4.13, sugere que os empregados que

representam o staff da Gerência Geral da UN-RNCE reconhecem o valor das atividades de

divulgação das ações sociais e ambientais da Unidade, como sendo um fator de grande

influência para a interpretação da imagem da Companhia perante a sociedade.

y = 104 * 1 * normal (x; 9,153845; 1,312887)

DIVUL

No

of o

bs

1,0%

4,8% 5,8%

12,5%

16,3%

59,6%

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 4.13 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à importância da divulgação de conformidade

ambiental. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

51

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4.2.5 Conhecimento das questões ambientais

A análise das respostas a esta questão revela que 49,5% dos empregados consideram

ter um bom conhecimento das questões ambientais; 31,1% informaram conhecê-las apenas de

forma razoável; e 5,8% da amostra declara não ter grandes conhecimentos sobre tais questões.

Dentre os que não tem conhecimento ou tem pouco conhecimento (13 pessoas ou 13%) doze

são administrativos.

A Figura 4.14 mostra as informações acima, e permite ver ainda uma considerável

parcela dos empregados com baixo conhecimento sobre estas questões e que é necessário uma

atuação mais expressiva da administração da empresa analisada, no sentido de obter maior

envolvimento do quadro de recursos humanos, além de alcançar o comprometimento

necessário para que as ações pró-ambientais sejam mais efetivas.

y = 103 * 1 * normal (x; 6,43689; 2,32493)

CONHEC

No

of o

bs

1,9% 1,9%1,0%

8,7%

6,8%

9,7%

14,6%

16,5%

20,4%

12,6%

5,8%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 4.14 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento de questões ambientais.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

52

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4.2.6 Conhecimento sobre o Protocolo de Kyoto

O Protocolo de Kyoto ficou conhecido como um evento de repercussão mundial, que

tratou de questões ambientais que envolvem o mundo e, no entanto, as respostas revelam que

20,2% dos empregados não têm qualquer conhecimento sobre o assunto. A Figura 4.15 revela

ainda que 28,9% registraram ter conhecimento apenas de forma razoável, e outros 28,9%,

declararam ter bom conhecimento. Aqueles empregados com pouco conhecimento somam

19,2% das respostas, e apenas 2,9% revelaram ter muito conhecimento sobre o assunto.

Observa-se também que 20,2% não tem qualquer conhecimento de protocolo de Kioto onde

todos possuem cargo administrativo.

O Protocolo de Kyoto revelou-se na visão dos entrevistados ser um evento pouco

conhecido, revelando uma maior necessidade na divulgação do mesmo, por tratar-se de um

acontecimento de grande importância na área industrial, principalmente no que diz respeito à

emissão de gases tóxicos e materiais sólidos.

y = 104 * 1 * normal (x; 4,53846; 3,00137)

CON_PK

No

of o

bs

20,2%

1,9% 1,9%

15,4%

5,8%

7,7%

15,4%

13,5% 13,5%

1,9%2,9%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 4.15 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre o protocolo de kyoto

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

53

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4.2.7 Conhecimento sobre Créditos de Carbono

Quando indagados sobre o grau de conhecimento em relação a créditos de carbono,

34,3% dos respondentes revelaram não deter qualquer conhecimento a respeito do assunto.

Do total da amostra, 25,2% responderam ser um tema quase desconhecido no âmbito do staff

da UN-RNCE. Para uma visão completa desta questão, ver a Figura 4.16, a seguir, que mostra

ainda 18,2% considerando ter razoável conhecimento, e 20,3% declarando ter bom

conhecimento do assunto. Apenas 2% registraram ter muito conhecimento sobre o tema.

Considerando este último, ambos são administrativos.

y = 99 * 1 * normal (x; 3,333333; 3,171943)

CON_CC

No

of o

bs

34,3%

5,1%3,0%

17,2%

4,0%

9,1%

5,1%

9,1%

5,1%6,1%

2,0%

0

3

6

9

12

15

18

21

24

27

30

33

36

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 4.16 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre créditos de carbono.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

É interessante observar que temas como protocolo de Kioto e Créditos de Carbono, são

assuntos de natureza estratégica para Companhia, merecendo então, maior atenção por parte

do corpo dirigente da Petrobras.

54

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4.2.8 Conhecimento sobre ISO 14001

A certificação ISO 14001 foi outro aspecto questionado junto aos entrevistados. A

Figura 4.17 mostra que 34,6% dos entrevistados têm bom conhecimento sobre o assunto,

26,8% mostraram ter um conhecimento razoável, e 12,9%, muito conhecimento. Pode-se

verificar ainda que 14,8% têm pouco conhecimento sobre o assunto, e 10,9% não têm

qualquer conhecimento. Considerando este último, observou-se que 10 são administrativos.

Dentre os contratados 6 (31%) também não tem qualquer conhecimento.

É possível verificar que, no geral, os empregados demonstraram um nível de

conhecimento importante sobre a ISO 14001. Isso pode representar um fator relevante na

construção da conduta adequada em favor do comportamento pró-ambiental, que é o foco

deste trabalho.

y = 101 * 1 * normal (x; 5,71287; 3,17911)

CON_ISO

No

of o

bs

10,9%

6,9%

1,0%

6,9%

3,0%

11,9% 11,9%

15,8%

9,9%8,9%

12,9%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 4.17 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre ISO 14001.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

55

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4.3 Conhecimento das Ferramentas de Conformidade Ambiental

4.3.1 Conhecimento Relativo às Ferramentas de Conformidade Ambiental

A Figura 4.18 mostra que 34,9% dos entrevistados demonstraram um grau razoável de

conhecimento sobre o assunto. Outros 28,1% demonstraram um bom nível de conhecimento,

e 7,8% muito conhecimento. Do total de respondentes, 21,4% demonstraram ter pouco

conhecimento, e 7,8% nenhum conhecimento. Considerando os extremos, 0 (nenhum

conhecimento) e 10 (muito conhecimento), observa-se que 8 respondentes não têm nenhum

conhecimento e 8 possuem muito conhecimento. Dentre os que não possuem conhecimento, a

maioria possui cargo administrativo, enquanto os que possuem muito conhecimento, estão

espalhados nos diversos cargos.

y = 103 * 1 * normal (x; 5,43689; 2,86517)

CCA_SGA

No

of o

bs

7,8%

1,9%

7,8%

11,7%

5,8%

9,7%

19,4%

8,7%

10,7%

8,7%7,8%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 4.18 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento de ferramentas de

conformidade ambiental. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

56

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4.4 Comportamento Relacionado a Questões Ambientais

4.4.1 Participação do Programa de Gestão Ambiental da Empresa

As respostas a esta questão registram um grande número de participações no Programa

de Gestão Ambiental da Empresa. Do total de respondentes, 37,5% registraram que quase

sempre participam do Programa, e 10,6% participam sempre, o que demonstra um grande

nível de envolvimento com o mesmo. A Figura 4.19 registra ainda que 22,1% participam

raramente, e 20,3% às vezes participam. Considerando os extremos, 0 (nunca participa) e 10

(sempre participam), observa-se que 10 respondentes nunca participam e todos possuem cargo

administrativo.

y = 104 * 1 * normal (x; 5,490384; 3,17452)

FPGA

No

of o

bs 9,6%

5,8%6,7%

9,6%

5,8% 5,8%

8,7%

17,3%

11,5%

8,7%

10,6%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 4.19 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação no programa de gestão

ambiental da Petrobras. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

57

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4.4.2 Realização de Coleta Seletiva Residencial

Na seqüência, a Figura 4.20 mostra que 33% dos empregados lotados no staff da UN-

RNCE participam sempre deste tipo de coleta em suas residências, o que representa um

excelente índice, se for levada em conta a relação com o índice de participações dos

empregados nos Programas de Gestão Ambiental.

Em contrapartida, é possível verificar que 10,4% nunca realizaram coleta seletiva em

suas residências. Do total, registra-se ainda que 9,4% raramente participam, 22,7% às vezes

participam, e 24,4% quase sempre participam. Pode-se observar ainda que, 34% dos que

possuem cargo administrativo, não têm o hábito de realizar coleta seletiva em sua residência.

Os números da Figura 4.20 revelam um alto grau de comprometimento com o

comportamento pró-ambiental, pois envolve um efetivo considerável de indivíduos com a

política ambiental da empresa.

y = 106 * 1 * normal (x; 6,632075; 3,40119)

FCSR

No

of o

bs

10,4%

2,8%1,9%

4,7%3,8%

12,3%

6,6%7,5%

9,4%7,5%

33,0%

0

3

6

9

12

15

18

21

24

27

30

33

36

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 4.20 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à realização de coleta seletiva residencial.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

58

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4.4.3 Participação de Reuniões na Comunidade/Condomínio/Bairro

Os empregados também foram consultados sobre sua participação em reuniões na

comunidade/condomínio/bairro, a fim de tratar de problemas locais. As respostas revelam que

33,7% da amostra nunca participou de qualquer reunião. 25,9% do total da amostra registram

algumas participações neste tipo de reunião. É possível verificar na Figura 4.21 que 12,5% da

amostra quase sempre participam, e que 6,7% sempre participam. São percentuais que não

podem deixar de ser mostrados, por considerar que são representativos no total da amostra.

Dentre os que participam sempre ou quase sempre, existe uma maior freqüência de gerentes e

outros cargos não identificados na pesquisa.

No entanto, o percentual de não participações permite considerar que os empregados

do staff da UN-RNCE não têm utilizado os conhecimentos adquiridos na empresa para

dinamizar sua participação social, ao se permitir participar em reuniões da comunidade, o que

revelaria uma atitude pró-ambiental em relação a outros indivíduos que habitam na mesma

área.

y = 104 * 1 * normal (x; 3,384615; 3,31899)

FRC

No

of o

bs

33,7%

10,6%

3,8%

6,7%4,8%

9,6%11,5%

4,8%6,7%

1,0%

6,7%

0

3

6

9

12

15

18

21

24

27

30

33

36

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 4.21 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação de reuniões na

comunidade/condomínio/bairro para tratar de problemas sociais. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

59

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4.4.4 Participação de Reuniões em Alguma Associação/ONG

Ao analisar as respostas dos empregados em relação à sua participação em eventos de

cunho social, a fim de tratar de assuntos ambientais, verificou-se que 48,5% da amostra nunca

participaram de quaisquer reuniões de associações ou ONGs. Por outro lado, a Figura 4.22

mostra que 23,3% raramente participam, que 15,5% às vezes participam e que 8,7% quase

sempre participam. Dentre os que participam sempre ou quase sempre existe uma maior

proporção de executivos, ou seja, dentre os 3 que participaram da pesquisa 1 afirma que

freqüenta quase sempre.

Esses índices registrados na Figura 4.22 permitem considerar que os empregados

ainda não despertaram para a importância de se envolverem em questões ambientais,

mediante ligação com outras organizações.

y = 103 * 1 * normal (x; 2,349514; 3,095565)

FRA

No

of o

bs

48,5%

10,7%

5,8% 6,8%

2,9% 2,9%

9,7%

2,9% 3,9%1,9%

3,9%

0

4

8

12

16

20

24

28

32

36

40

44

48

52

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 4.22 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação de reuniões em

associações/ONG. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

60

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4.4.5 Participação de Reuniões em Grupos Religiosos

Encerrando a pesquisa, apresentou-se aos empregados lotados no staff da UN-RNCE

uma questão sobre a participação dos mesmos em reuniões com grupos religiosos. As

respostas revelaram que 27,9% dos indivíduos nunca freqüentaram este tipo de evento. Por

outro lado, é possível verificar na Figura 4.23 um índice de 18,3% de empregados que sempre

participam dessas reuniões. Dentre os que participam “as vezes”, existe uma maior proporção

de executivos, ou seja, dentre os 3 que participaram da pesquisa 1 afirma que às vezes

freqüenta reuniões de grupos religiosos.

Os números permitem considerar que os empregados se dividem entre participar e não

participar. Em se considerando este um item de importância para a questão pró-ambiental,

talvez fosse o caso de se desenvolver um trabalho de conscientização entre eles, de forma a

estimular uma maior participação.

y = 104 * 1 * normal (x; 4,596153; 3,905483)

FQGR

No

of o

bs

27,9%

8,7%

3,8%4,8%

2,9%1,9%

12,5%

9,6%

3,8%

5,8%

18,3%

0

3

6

9

12

15

18

21

24

27

30

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 4.23 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação de reuniões em grupos

religiosos. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

61

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62

4.5. Análise de Regressão Múltipla

Baseando-se nas figuras apresentadas na análise descritiva, tanto aquelas registradas

no tópicos 4.2 e 4.3, quanto aquelas mencionadas no Apêndice C, nota-se a possibilidade de

investigar a relação entre as diversas variáveis analisadas através do instrumento de pesquisa e

o conhecimento ambiental declarado pelos entrevistados, assim como o comportamento pró-

ambiental declarado pelos mesmos. Essa relação foi obtida através de análise de regressão

múltipla, utilizando-se como procedimento de análise o método Backward Stepwise, do

software Statistica v. 5.0.

4.5.1. Análise de regressão múltipla entre a variável CONHEC e demais variáveis

independentes

Nesse item é realizada a análise de regressão múltipla entre a variável dependente

CONHEC (nível declarado pelo empregado sobre seu conhecimento das questões ambientais

no segmento de óleo e gás) e demais variáveis independentes, apresentadas na tabela 4.1:

Tabela 4.1 – Variáveis utilizadas na análise de regressão múltipla entre CONHEC e demais variáveis.

Variável Descrição da variável CON_PK Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Protocolo de Kioto CON_A21 Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Agenda 21 CON_CC Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Créditos de Carbono CON_AC Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Chuva Ácida CON_EF Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Efeito Estufa CON_S Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Sustentabilidade

CON_ISO Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema ISO 14001 FCSR Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Coleta Seletiva Domiciliar

CON_SI Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Coleta Seletiva Industrial

CON_RRD Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Reciclagem de Resíduos Domiciliares

CON_RRI Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Reciclagem de Resíduos Industriais

CON_PA Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Poluição do Ar CON_PAG Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Poluição da Água

CON_PS Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Poluição do Solo

CCA_SGA Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Ferramentas de Conformidade Ambiental

CCA_AR Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Análise de Risco

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63

Variável Descrição da variável

CCA_EIA Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Estudo de Impacto Ambiental

A tabela 4.2 apresenta o resultado da Análise de Variância (ANOVA) para o teste de

significância entre as variáveis independentes e a variável dependente CONHEC (nível

declarado pelo empregado sobre seu conhecimento das questões ambientais no segmento de

óleo e gás)

Tabela 4.2 – Análise de Variância (ANOVA) para o teste de significância entre as variáveis independentes e a variável dependente CONHEC (nível declarado pelo empregado sobre seu conhecimento das questões ambientais no segmento de óleo e gás):

Soma dos Quadrados

Graus de Liberdade

Quadrado Médio

F Valor de Probabilidade

p

Regressão 238,4357 2 119,2179 42,30621 < 0,000001

Residual 247,9818 88 2,8180

Total 486,4175

Fonte: Dados primários - Pesquisa de Direta (2005).

Em função do valor de probabilidade “p” obtido na análise de variância (p <

0,000001) ser inferior ao valor utilizado como critério de significância (α = 0,05), deduz-se

que o modelo de análise linear é adequado para descrever o relacionamento entre a variável

CONHEC (nível declarado pelo empregado sobre seu conhecimento das questões ambientais

no segmento de óleo e gás) e as variáveis independentes apresentadas na tabela 4.1. Nessa

situação, realizou-se a análise de regressão linear múltipla, cujas variáveis que se

apresentaram significativas para o modelo de regressão são apresentados na tabela 4.3.

Tabela 4.3 – Análise de regressão entre CONHEC e variáveis independentes: Variáveis que se revelaram significativas ao modelo e parâmetros de regressão.

Variáveis Beta Erro Padrão de Beta B

Erro Padrão de

B t (88)

Valor de

Probabilidade p

Intercepto 1,919560 0,664145 2,890273 0,004847

CONPS 0,293412 0,090010 0,331782 0,101780 3,259781 0,001586

CCASGA 0,498075 0,090010 0,396200 0,071599 5,533566 < 0,00001

Fonte: Pesquisa de Campo

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64

Para essa análise, o coeficiente de determinação R2 obtido foi de 0,4901, ou seja, as

variáveis independentes selecionadas explicam 49,01% da variação da variável dependente

CONHEC.

Através do modelo de regressão obtido, observa-se que a variável CONHEC (nível

declarado pelo empregado sobre seu conhecimento das questões ambientais no segmento de

óleo e gás), relaciona-se na forma linear com as variáveis CONPS (nível de conhecimento

declarado pelo entrevistado sobre o tema poluição de solo) e CCASGA (nível de

conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Sistema de Gestão Ambiental). Ou

seja, provavelmente os problemas da PETROBRAS/UN-RNCE são a poluição relacionada

com o solo e ar, como, por exemplo, derramamento de óleo e vazamento de gás, decorrentes

da perfuração e produção. A Companhia tem treinado e reciclado seus empregados que

trabalham no campo sobre o Sistema de Gestão Ambiental – SGA.

É interessante verificar que não se observou relação entre a variável CONHEC (nível

declarado pelo empregado sobre seu conhecimento das questões ambientais no segmento de

óleo e gás), e as variáveis CONPK (nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre

o tema Protocolo de Kioto) e CONCC (nível de conhecimento declarado pelo entrevistado

sobre o tema Créditos de Carbono), assuntos esses atualmente considerados como sendo

estratégicos para a Industria de Óleo e Gás. Esse fato pode sugerir que provavelmente essa

variável pode ser justificada pelo direcionamento interno das questões ambientais na

PETROBRAS/UN-RNCE, onde são focadas as questões operacionais do processo de

exploração, perfuração e produção de óleo e gás. Apesar do alto nível de escolaridade e de

serem assuntos altamente explorados pela mídia ainda são pouco conhecidos.

4.5.2. Análise de regressão múltipla entre a variável FPGA e demais variáveis

independentes

Como forma de caracterizar o comportamento pró-ambiental do empregado no

contexto da política de gestão ambiental da companhia, utilizou-se a variável FPGA

(freqüência declarada pelo entrevistado com que participa do programa de gestão ambiental

da empresa). Dessa forma, nesse item é realizada a análise de regressão múltipla entre a

variável dependente FPGA e demais variáveis independentes, apresentadas na tabela 4.4:

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Tabela 4.4 – Variáveis utilizadas na análise de regressão múltipla entre FPGA e demais variáveis

Variável Descrição da variável

CON_PK Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Protocolo de Kioto CON_A21 Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Agenda 21

CON_CC Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Créditos de Carbono CON_AC Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Chuva Ácida CON_EF Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Efeito Estufa CON_S Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Sustentabilidade

CON_ISO Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema ISO 14001

FCSR Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Coleta Seletiva Residencial

CON_RRI Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Reciclagem de Resíduos Industriais

CON_RRD Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Reciclagem de Resíduos Domiciliares

CON_RRI Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Reciclagem de Resíduos Industriais

CON_PA Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Poluição do Ar CON_PAG Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Poluição da Água CON_PS Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Poluição do Solo

CCA_SGA Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Ferramentas de Conformidade Ambiental

CCA_AR Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Análise de Risco CCA_EIA Nível de conhecimento declarado pelo entrevistado sobre o tema Impacto Ambiental COMPET Opinião do entrevistado sobre o nível de competitividade no setor de óleo e gás IMPAMB Opinião do entrevistado sobre os impactos ambientais no setor de óleo e gás OLIGO Opinião do entrevistado sobre a concorrência oligopolista no setor de óleo e gás

DIVUL Opinião do entrevistado sobre a importância da divulgação das ações de conformidade ambiental e responsabilidade social

FCSR Freqüência declarada pelo entrevistado com que realiza coleta seletiva residencial FRC Freqüência declarada pelo entrevistado com que participa de reuniões no condomínio/bairro FRA Freqüência declarada pelo entrevistado com que participa em associações/ONGs

FQGR Freqüência declarada pelo entrevistado com que participa de grupos religiosos

A tabela 4.5 apresenta o resultado da Análise de Variância (ANOVA) para o teste de

significância entre as variáveis independentes e a variável FPGA (freqüência declarada pelo

entrevistado com que participa do programa de gestão ambiental da empresa).

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Tabela 4.5 – Análise de Variância (ANOVA) para o teste de significância entre as variáveis independentes e a variável dependente FPGA (freqüência declarada pelo entrevistado com que participa do programa de gestão ambiental da empresa):

Soma dos Quadrados

Graus de Liberdade

Quadrado Médio

F Valor de Probabilidade

p

Regressão 358,4267 1 358,4267 63,60818 < 0,000001

Residual 439,5233 78 5,6349

Total 797,9500

Fonte: Pesquisa de Campo

Em função do valor de probabilidade p obtido na análise de variância (p < 0,000001)

ser inferior ao valor utilizado como critério de significância (α = 0,05), deduz-se que o

modelo de análise linear é adequado para descrever o relacionamento entre a variável FPGA

(freqüência declarada pelo entrevistado com que participa do programa de gestão ambiental

da empresa) e as variáveis independentes apresentadas na tabela 4.4. Nessa situação, realizou-

se a análise de regressão linear múltipla, cujas variáveis que se apresentaram significativas

para o modelo de regressão, são apresentados na tabela 4.6.

Tabela 4.6 – Análise de regressão entre FPGA e variáveis independentes: Variáveis que se revelaram significativas ao modelo e parâmetros de regressão.

Variáveis Beta Erro Padrão de Beta B

Erro Padrão de

B t (78)

Valor de

Probabilidade p

Intercepto 1,616620 0,585056 2,763191 0,007137

CCASGA 0,670212 0,084034 0,732754 0,091876 7,975474 < 0,00001

Fonte: Pesquisa de Campo

Para essa análise, o coeficiente de determinação R2 obtido foi de 0,449, ou seja, as

variáveis independentes selecionadas explicam 44,9% da variação da variável dependente

FPGA.

Novamente observou-se que, através do modelo de regressão obtido, a variável FPGA

(freqüência declarada pelo entrevistado com que participa do programa de gestão ambiental

da empresa), relaciona-se na forma linear com a variável CCASGA (nível de conhecimento

declarado pelo entrevistado sobre o tema Sistema de Gestão Ambiental). Ou seja, o Programa

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67

de Educação Ambiental tem como foco principal a apresentação de discussão sobre o Sistema

de Gestão Ambiental, principalmente o modelo ISO 14001, visto que a Companhia tem todas

as suas unidades certificadas por esse modelo de gestão ambiental.

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Capítulo 5

Conclusões e Recomendações

5.1 Conclusões da Pesquisa de Campo

Tendo realizado o estudo proposto para identificar os aspectos do

comportamento organizacional voltado para a tendência pró-ambiental que se verifica

no âmbito da Petrobras, na Unidade de Negócios de Exploração e Produção do Rio

Grande do Norte e Ceará (UN-RNCE), a partir da constatação dos pensamentos

perceptíveis na coleta de dados obtidos numa pesquisa exploratória descritiva, foi

possível alcançar os resultados que se apresentaram no capítulo cinco desta

dissertação.

Como ficou percebido no decorrer de todo o trabalho, o comportamento pró-

ambiental ainda é uma novidade pouco percebida e raramente interpretada no âmbito

das organizações brasileiras, normalmente quando se trata de atividades voltadas para

a produção em grande escala, com riscos permanentes de acidentes ambientais, os

quais exigem um comprometimento considerável do quadro de Recursos Humanos que

se envolve nessa atividade. Os resultados alcançados na pesquisa levaram à

identificação, em contradição a tendência geral, de uma política pró-ambiental de

relativa abrangência na empresa estudada. No entanto, nem todos os indivíduos

consultados na pesquisa demonstraram estar conscientes de sua posição perante os

procedimentos mais adequados.

Quando se buscaram dados a respeito do conhecimento que os empregados têm

sobre as questões ambientais, ficou constatado que existem lacunas que dificultam o

envolvimento desses empregados de maneira plena. Além disso, o conhecimento sobre

aspectos importantes da gestão ambiental leva o indivíduo a reconhecer a importância

da política de gestão ambiental e a se envolver nas ações que repercutem de forma

positiva na preservação do meio ambiente.

O comportamento pró-ambiental é pode ser conseqüência das informações que

chegam aos empregados das organizações. Além de determinar as normas e os

programas que definem o comportamento pró-ambiental, as administrações das

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empresas precisam estabelecer os recursos e as medidas que vão estar á disposição

desses empregados para que adotem novas condutas, mudando velhos paradigmas e

criando novos.

As informações coletadas na pesquisa permitiram verificar que a empresa não

conseguiu atingir plenamente seu objetivo de política ambiental, na medida em que um

parte do contingente de empregados ainda não adotou o comportamento pró-ambiental

como sua base de procedimentos. Tampouco fez chegar aos seus familiares e ao seu

grupo social as lições que a empresa tem feito transitar pelo seu ambiente operacional

e administrativo.

Em decorrência do exposto é considerável determinar que o estudo levantou

uma situação que precisa ser entendida como um fator positivo, uma vez que os

empregados declararam estar informado das condutas mais adequadas para construir

uma atividade pró-ambiental. No entanto, ainda há um caminho extenso a ser

percorrido, fazendo com que as políticas definidas pela administração seja disseminada

pelos setores da empresa de forma consistente e alcance todos os resultados

planejados.

A pesquisa evidenciou que os empregados estão demonstrando aptidão para

adotar o comportamento pró-ambiental. A partir daí, é necessário que a coletividade de

empregados seja envolvida com medidas de grande impacto, estimulando a atuação em

favor, não somente das medidas de preservação do meio-ambiente, tornando essa mais

uma medida de caráter pró-ativo, elevando a imagem da empresa perante a sociedade

nacional e mundial.

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5.2 Recomendações

Em função dos objetivos estabelecidos é possível construir um conjunto de

recomendações acerca das fases do processo que envolve a responsabilidade da

PETROBRAS/UN-RNCE. Isto significa que os objetivos devem deixar claro aquilo que os

envolvidos devem saber, devem saber fazer e saber ser enquanto um conjunto comprometido

com a transformação da realidade e voltados para a tendência pró-ambiental a partir de um

trabalho de consciência e importância, que tragam resultados positivos para os empregados e

para melhoria da sociedade.

Conforme apresentado na pesquisa realizada no estudo, constata-se que sob as

questões ambientais, os empregados da UN-RNCE precisam adotar procedimentos mais

conscientes, para exercer sua cidadania, no que diz respeito a política pró-ambiental.

É possível perceber, no contexto atual que só o conhecimento político da gestão

ambiental não favorece se, os empregados não compreenderem o princípio da

responsabilidade sobre as ações quer sejam individuais ou coletivas, onde a abordagem possa

ser integrada numa cadeia de conduta que alcance uma melhoria e ampliação do grau de

vetores nas informações e das ações de gestão ambiental que possam favorecer as medidas de

preservação do meio ambiente. Essa demonstração será transformada nas práticas de trabalho,

no comportamento dos gestores e dos empregados, bem como uma nova visão ambiental.

Desta forma, abordar e implementar ações pró-ambientais, não significa apenas uma

mudança no comportamento ético, mas também no âmbito da cultura, bem como de valores e

planos que suportem a atuação do ponto de vista de se organizarem estrategicamente, em

ações bem sucedidas na intenção de fomentar esforços num processo de mudança com

colaboração e o compartilhamento de informações identificando as facilidades e as limitações

do envolvimento dos empregados da UN-RNCE, permitindo a sustentação e a consistência

nos trabalhos pró-ambiental.

Baseando-se nos resultados encontrados, vimos que grande parte da falta de

conhecimentos situa-se nos empregados administrativos próprios e contratados.

Recomendamos a reativação de programas (Exemplo: Programa de Educação Ambiental –

PEA), como instrumento de sensibilização e atualização de conhecimentos, principalmente

em questões estratégicas para a Companhia como, por exemplo, assuntos relacionados aos

temas Protocolo de Kyoto e Créditos de Carbono.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

1 ÁREA DE ESTUDO: A PETROBRAS

No final da década de 40 do Século XX, cresceu a polêmica sobre a melhor política a

ser adotada pelo Brasil em relação à exploração do petróleo. As opiniões radicalizaram,

firmando-se posições opostas: havia grupos que defendiam o regime do monopólio estatal,

enquanto outros eram favoráveis à participação da iniciativa privada nesta atividade. Depois

de uma intensa campanha popular, o presidente Getúlio Vargas assinou, em 3 de outubro de

1953, a Lei 2004, que instituiu o monopólio estatal da pesquisa e lavra, refino e transporte do

petróleo e seus derivados e criou a Petróleo Brasileiro S.A – PETROBRAS, para exercê-lo.

Em 1963, o monopólio foi ampliado, abrangendo também as atividades de importação e

exportação de petróleo e seus derivados.

Na época da sua criação, a produção nacional era de apenas 2.700 barris de petróleo

por dia, enquanto o consumo totalizava 170 mil barris diários, quase todos importados na

forma de derivados. A partir de então, a nova companhia intensificou as atividades

exploratórias e procurou formar e especializar seu corpo técnico, para atender às exigências

da nascente indústria brasileira do petróleo. O esforço permitiu o constante aumento das

reservas, primeiro nas bacias terrestres e, a partir de 1968, também no mar4.

O ano de 1974 registra um importante marco na bem-sucedida trajetória da Petrobras:

a identificação do campo de Garoupa, a primeira descoberta na Bacia de Campos, no litoral

do Estado do Rio de Janeiro. Posteriormente, a partir de meados da década de 80 do Século

XX, a Petrobras direcionou suas atividades de exploração, principalmente para as regiões de

águas profundas da Bacia de Campos, culminando com descobertas de campos gigantes,

como Marlim, Albacora, Barracuda e Roncador. Hoje, as reservas da Bacia de Campos são as

maiores produtoras de petróleo do País, detendo o recorde mundial de produção em águas

profundas5.

A Petrobras decidiu também ampliar o parque de refino então existente6 para reduzir

os custos de importação de derivados de petróleo. Assim, foi montado um parque com onze

4 Em 1969 foi descoberto o campo de Guaricema, no litoral do estado do Sergipe. 5 Website da Petrobras. 6 Formado por uma refinaria em operação, outra em construção, além de cinco refinarias particulares.

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refinarias no Brasil sendo elas: LUBNOR (CE), RLAM (BA), REGAP (MG), REDUC (RJ),

REVAP (SP), RECAP (SP), REPLAN (SP), RPBC (SP), REPAR (PR) REFAP (RS) e

REMAN (AM). No Brasil, existem ainda duas refinarias particulares, a de Manguinhos (RJ) e

Ipiranga (RS), que já funcionavam antes da criação da Petrobras.

Atualmente, a Petrobras ocupa a oitava colocação entre as maiores empresas do setor

de produção de petróleo e gás no mundo (RANKING, 2006). A produção média total, em

junho de 2006 ficou em 1,94 milhões de barris de óleo por dia, e o lucro líquido alcançou a

marca, em 2005, de R$ 23,7 bilhões, o que representa um recorde na história da empresa

(PETROBRAS, 2005).

A companhia é uma sociedade anônima de capital aberto que, junto com suas

subsidiárias Braspetro, Transpetro, BR Distribuidora, Gaspetro e Petroquisa, atua de forma

integrada7 e especializada nos seguintes segmentos relacionados à indústria do petróleo:

exploração e produção; refino; comercialização e transporte; distribuição de derivados; gás

natural e petroquímico.

Com a abertura do mercado brasileiro a outras empresas8, a Petrobras está

vivenciando novos desafios e oportunidades de crescimento, agora atuando sob o regime de

competição. Neste contexto de flexibilização e aumento da competitividade, a empresa traçou

uma estratégia de internacionalização, preparando-se para tornar-se uma corporação

internacional de energia nos próximos anos. Atualmente, a Petrobras, através da Área de

Negócios Internacional, atua nos seguintes países: Angola, Argentina, Bolívia, China,

Colômbia, Equador, Estados Unidos, Guiné Equatorial, Irã, Líbia, México, Nigéria, Peru,

Tanzânia, Turquia, Uruguai e Venezuela.

1.1 A Unidade de Negócios de Exploração e Produção do Rio Grande do Norte e Ceará

(UN-RNCE)

A Unidade de Negócios de Exploração e Produção do Rio Grande do Norte e Ceará

(UN-RNCE) é uma das nove unidades do Segmento de Exploração e Produção da Petrobras,

no Brasil, sendo responsável, em terra e no mar, pela exploração, desenvolvimento e produção

7 Do poço ao posto. 8 A partir de novembro de 1995, em função da Emenda Constitucional nº. 9, o Brasil passou a admitir a presença de outras empresas para competir com a Petrobras em todos os ramos da atividade petrolífera.

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de petróleo e gás nas concessões situadas nas bacias sedimentares dos Estados do Rio Grande

do Norte e do Ceará. Inclui-se, também, o tratamento e o processamento de hidrocarbonetos,

sendo seus principais produtos o Petróleo (óleo), o Gás Natural, o Gás Liquefeito de Petróleo

(Gás de Cozinha), óleo Diesel e o Querosene de Aviação (QAV).

Criada em 1995, com Sede em Natal, conta hoje com uma produção diária em torno de

90 mil barris de óleo, 4 mil barris de óleo Diesel e 4 milhões de metros cúbicos de Gás

Natural, processando 511 toneladas de GLP por dia (39 mil botijões de gás de cozinha).

A referida unidade de negócios conta hoje com um contingente próprio de 2.247

empregados, divididos entre as gerências relacionadas a seguir: Gerência Geral, Comunicação

Empresarial, Segurança Meio Ambiente e Saúde Ocupacional, Desempenho Empresarial e

Estratégia Corporativa, Recursos Humanos, Administração de Recursos Humanos,

Desenvolvimento de Recursos Humanos, Jurídico, Contabilidade e Finanças, Pagamentos e

Recebimentos, Tributação, Contabilidade, Coordenadoria de Parcerias, Ativo de Produção

Mossoró, Ativo de Produção Alto do Rodrigues, Ativo de Produção Mar, Ativo de

Exploração, Unidade de Tratamento e Processamento de Fluídos, Suporte Técnico e

Marketing, Coordenação e Controle da Produção, Suporte Operacional, Serviços de

Sondagem, Tecnologia da Informação, Segurança Empresarial, Gás Natural e Engenharia.

A Gerência de Segurança Meio Ambiente e Saúde têm as seguintes atribuições:

assessorar a Gerência Geral da UN-RNCE no gerenciamento ambiental, de segurança

industrial e de saúde ocupacional, coordenar a gestão de SMS na unidade, propor padrões,

técnicas, métodos, programas e ações para o gerenciamento dos riscos; desenvolver processos

de conscientização, programas de educação, convênios e parcerias em SMS, promover

cooperação e intercâmbio científico e tecnológico e representar a UN-RNCE em eventos de

SMS, promover implementação, adequação e atualização dos planos de ação e contingência

para emergências, promover o desenvolvimento das atividades de Saúde e Higiene Industrial,

planejar, coordenar e implementar programa de auditorias em SMS.

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APÊNDICE B

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção

Mestrado em Engenharia de Produção Formulário de Pesquisa

Esta pesquisa tem como objetivo obter dados referentes à Gestão Ambiental na

Indústria do Petróleo: Fatores associados ao comportamento pró-ambiental de empregados de uma empresa brasileira de óleo e gás. Seus resultados serão utilizados para estudos de casos no PEP/UFRN e não haverá qualquer referência não autorizada à pessoa pesquisada.

1ª Parte – Competitividade e estratégia ambiental.

1.1- Em termos mundiais, qual a sua opinião sobre o nível de competitividade

enfrentado por empresas que atuam no segmento de óleo e gás?

Não há competitividade

Tem pouca competitividade

Tem razoável competitividade

Tem boa competitividade

Tem muita competitividade

Sem opinião

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1.2- Na sua opinião qual o grau de importância da questão ambiental neste segmento industrial?

Não tem qualquer

importância

Tem pouca importância

Tem razoável importância

Tem boa importância

Tem muita importância

Sem opinião

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1.3- Na sua opinião qual a importância do fato do segmento industrial ser caracterizado por uma concorrência oligopolista influir negativamente para o trato das questões de natureza ambiental?

Não tem qualquer

importância

Tem pouca importância

Tem razoável importância

Tem boa importância

Tem muita importância

Sem opinião

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1.4- Atualmente, qual o grau de importância que o Sr(a) atribui a divulgação das ações de conformidade ambiental e/ou responsabilidade social como um fator de diferenciação competitiva das organizações?

Não tem qualquer

importância

Tem pouca importância

Tem razoável importância

Tem boa importância

Tem muita importância

Sem opinião

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · ao comportamento prÓ-ambiental de empregados de uma empresa brasileira de Óleo e gÁs por mÁrio marcelino de oliveira jÚnior

80

2ª Parte – O conhecimento das questões ambientais.

2.1- Como o Sr(a) avalia seu conhecimento das questões ambientais no segmento de óleo e gás?

Não tenho qualquer

conhecimento

Tenho pouco conhecimento

Tenho conhecimento

razoável

Tenho um bom conhecimento

Tenho muito conhecimento

Sem opinião

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

2.2- Relativo aos tópicos listados abaixo, como o Sr(a). julga seu nível de conhecimento aos temas:

Tópico Não tenho qualquer

conhecimento

Tenho pouco conhecimento

Tenho conhecimento

razoável

Tenho um bom

conhecimento

Tenho muito conhecimento

Sem opinião

Protocolo de Kioto 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Agenda 21 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Créditos de carbono 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Chuva ácida 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Efeito estufa 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Sustentabilidade 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

ISO 14001 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Coleta seletiva domiciliar 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Coleta seletiva industrial 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Reciclagem de resíduos

domiciliares 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Reciclagem de resíduos

industriais 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Poluição do ar 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Poluição da água 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Poluição do solo 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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81

3ª Parte – Relativa ao conhecimento de ferramentas de conformidade ambiental.

3.1- Como o Sr(a) julga o seu nível de conhecimento relativo às ferramentas de conformidade ambiental abaixo listadas:

Ferramenta Não tenho qualquer

conhecimento

Tenho pouco conhecimento

Tenho conhecimento

razoável

Tenho um bom

conhecimento

Tenho muito conhecimento

Sem opinião

Sistemas de gestão

ambiental 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Análise de risco 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

10

Estudos de impacto

ambiental 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

10

4ª Parte – Relativa ao comportamento do entrevistado relativo as questões de natureza ambiental. 4.1- Com que freqüência o Sr(a) participa do programa de gestão ambiental da empresa?

Nunca

Raramente

Às Vezes

Quase sempre

Sempre

Sem opinião

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

4.2- Com que freqüência o Sr(a) realiza coleta seletiva em sua residência?

Nunca

Raramente

Às Vezes

Quase sempre

Sempre

Sem opinião

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

4.3- Com que freqüência o Sr(a) participa de reuniões na sua comunidade/condomínio/ bairro para tratar de problemas locais?

Nunca

Raramente

Às Vezes

Quase sempre

Sempre

Sem opinião

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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82

4.4- Com que freqüência o Sr(a) participa de reuniões em alguma associação/ONG?

Nunca

Raramente

Às Vezes

Quase sempre

Sempre

Sem opinião

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

4.5- Com que freqüência o Sr(a) participa de reuniões em grupos religiosos?

Nunca

Raramente

Às Vezes

Quase sempre

Sempre

Sem opinião

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

5ª Parte – Dados do entrevistado 5.1- Gerências: Gerência Geral Comunicação Empresarial Jurídico Segurança, Meio Ambiente e Saúde Desempenho Empresarial e Estratégia Corporativa Contabilidade e Finanças Tributária Pagamentos e Recebimentos Contabilidade Recursos Humanos Administração de Recursos Humanos Desenvolvimento de Recursos Humanos Assistência Médica Coordenadoria de Parcerias 5.2- Tipo de empregado: Próprio Contratado 5.3- Cargo na empresa: Executivo Gerencial Administrativo Outros 5.4- Nível de escolaridade: Somente segundo grau Nível Técnico Nível superior Nível superior, com especialização ou MBA Nível superior, com mestrado Nível superior, com doutorado

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83

5.5- Gênero Masculino Feminino 5.6- Tempo de trabalho na empresa ________ anos 5.7- Estado civil Solteiro Casado Viúvo Separado judicialmente / divorciado Outros – Especificar: ______________________ 5.8- Número de filhos: 1 2 Mais de 2 Nenhum 5.9- Nível de renda: De R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00 De R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00 De R$ 3.000,00 a R$ 4.000,00 De R$ 4.000,00 a R$ 5.000,00 Acima de R$ 5.000,00

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APÊNDICE C

OUTRAS FIGURAS DA ANÁLISE DESCRITIVA

y = 99 * 1 * normal (x; 3,858585; 3,13964)

CON_A21

No

of o

bs

26,3%

5,1% 5,1%

13,1%

5,1%

13,1%

8,1%7,1%

9,1%

6,1%

2,0%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 1.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre a agenda 21.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

y = 102 * 1 * normal (x; 5,264705; 2,86642)

CON_AC

No

of o

bs 8,8%

6,9%

4,9%

6,9% 6,9%

11,8%

15,7%

12,7% 12,7%

9,8%

2,9%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 2.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre chuva ácida.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

84

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y = 106 * 1 * normal (x; 6,85849; 2,235806)

CON_EF

No

of o

bs

0,9%

2,8%1,9%

2,8%

5,7%

8,5%

15,1% 15,1%

21,7%

18,9%

6,6%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 3.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre efeito estufa.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

y = 102 * 1 * normal (x; 6,617647; 2,655254)

CON_S

No

of o

bs

5,9%

1,0%

3,9%

2,0%

3,9%

10,8%11,8%

15,7%16,7%

20,6%

7,8%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 4.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre sustentabilidade.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

85

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y = 105 * 1 * normal (x; 6,790476; 2,793175)

CON_SI

No

of o

bs

3,8%2,9%

9,5%

4,8%

8,6%9,5%

13,3%12,4%

16,2%

19,0%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 5.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre coleta seletiva

industrial. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

y = 106 * 1 * normal (x; 7,07547; 2,678656)

CON_RRD

No

of o

bs

2,8%3,8%

1,9%

4,7%

2,8%

6,6%

9,4%

12,3%

19,8%

17,9% 17,9%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 6.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre reciclagem de resíduos

domiciliares. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

86

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y = 104 * 1 * normal (x; 6,35577; 3,0207)

CON_RRI

No

of o

bs

7,7%

1,9%

3,8%

7,7%

2,9%

7,7%

10,6%

19,2%

7,7%

14,4%

16,3%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 7.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre reciclagem de resíduos

Industriais. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

y = 105 * 1 * normal (x; 7,638095; 1,8299)

CON_PA

No

of o

bs

1,0%

2,9%3,8%

1,0%

11,4%

22,9%

20,0%

24,8%

12,4%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 8.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre poluição do ar.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

87

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y = 106 * 1 * normal (x; 7,745283; 1,836463)

CON_PAG

No

of o

bs

0,9% 0,9%1,9%

3,8%

1,9%

8,5%

18,9%

25,5%

22,6%

15,1%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 9.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre poluição da água.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

y = 105 * 1 * normal (x; 7,4; 2,01246)

CON_PS

No

of o

bs

1,0% 1,0%

3,8%

5,7%

1,9%

10,5%

21,9%

25,7%

13,3%

15,2%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 10.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre poluição do solo.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

88

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y = 103 * 1 * normal (x; 5,271844; 2,82563)

CCA_AR

No

of o

bs

7,8%

2,9%

9,7%10,7%

3,9%

11,7%

15,5%16,5%

8,7%

5,8%6,8%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 11.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre análise de risco.

Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

y = 103 * 1 * normal (x; 5,728155; 2,853254)

CCA_EIA

No

of o

bs

4,9%

3,9%

8,7%

10,7%

3,9%

8,7%

11,7%

14,6%

15,5%

10,7%

6,8%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Figura 12.A - Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre estudo de impacto

ambiental. Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005).

89