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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIENICO-SANITÁRIAS DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS E UTENSÍLIOS DE MESA DE ESCOLAS PÚBLICAS MUNICIPAIS DE NATAL, RN. ANA KARINA COUTO CAMPOS Natal, RN 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIENICO-SANITÁRIAS DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS E UTENSÍLIOS DE MESA DE ESCOLAS

PÚBLICAS MUNICIPAIS DE NATAL, RN.

ANA KARINA COUTO CAMPOS

Natal, RN 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIENICO-SANITÁRIAS DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS E UTENSÍLIOS DE MESA DE ESCOLAS

PÚBLICAS MUNICIPAIS DE NATAL, RN.

ANA KARINA COUTO CAMPOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do Título de Mestre em Ciências da Saúde.

Orientadora: Profª. Dra. Tânia Lúcia Montenegro Stamford

Natal-RN 2009

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CATALOGAÇÃO NA FONTE

C198a Campos, Ana Karina Couto.

Avaliação das condições higiênico-sanitárias de manipuladores de alimentos e utensílios de mesa de escolas públicas municipais de Natal, RN / Ana Karina Couto Campos. – Natal, 2008.

35p. Orientadora: Profª. Drª. Tânia Lúcia Montenegro Stanford.

Dissertação (mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Centro de Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

1. Alimentação Escolar – Dissertação. 2. Manipulação de Alimentos – Dissertação. 3. Higiene pessoal – Dissertação. I. Stanford, Tânia Lúcia Montenegro. II. Título.

RN-UF/BS-CCS CDU: 612.3-057.87(043.3)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

COORDENADOR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE:

PROFA. DRA. TÉCIA MARIA DE OLIVEIRA MARANHÃO

NATAL, 2009

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iv

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIENICO-SANITÁRIAS DE MANIPULADORES DE ALIMENTOS E UTENSÍLIOS DE MESA DE ESCOLAS

PÚBLICAS MUNICIPAIS DE NATAL, RN.

PRESIDENTE DA BANCA: Profa. Dra. Tânia Lúcia Montenegro Stamford - UFPE Banca Examinadora

Profa. Dra. Tânia Lúcia Montenegro Stamford – UFPE

Profa. Dra. Erilane de Castro Lima Machado – UFPE

Profa. Dra. Eveline Titolo Milan - UFRN

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v

DEDICATÓRIA

A meu esposo Fernando, que sempre esteve ao meu lado me

incentivando, sempre tão compreensivo e amoroso.

A minha mãe, por estar sempre comigo, por me ajudar a resolver

meus problemas sempre tão pequenos de maneira tão grandiosa, pelo incentivo e

amor, por me ensinar que tudo na vida é uma questão de fé em Deus, persistência e

trabalho árduo.

Aos meus queridos filhos, Fernanda e Pedro que sempre me

acolheram com um sorriso carinhoso, nas horas difíceis, me dando estimulo a continuar

minha caminhada, sendo eles o principal motivo de nossas vidas.

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vi

AGRADECIMENTOS

Á Deus, que me deu saúde, paciência, força e esperança de que

tudo iria dar certo, tornando essa realização possível.

Aos meus familiares, especialmente a minha tia Helenita e minha

querida mãe pelo apoio e palavras de incentivo, a meu esposo pelo seu constante

carinho, amor e compreensão e por fim aos meus amados filhos por me tornarem tão

feliz, me dando forças para conseguir essa vitória.

A minha querida orientadora, profa Tânia L.M. Stamford, meus

sinceros agradecimentos por ter me acolhido, por ter acreditado em mim e auxiliado a

realização desse sonho realizado.

À Profª. Ângela Cardonha, que me acompanha desde a graduação,

e mais uma vez, contribuiu enormemente para o desenvolvimento deste trabalho.

À Profª. e amiga Karla Suzanne pela disponibilidade em ajudar

sempre que necessário e pelo incentivo em terminar o trabalho.

À minha grande amiga e companheira Monique Silveira Rosa, que

sempre esteve presente nos bons momentos de minha vida e nas dificuldades, me

acolhendo, aconselhando e ajudando.

Às Profª. Neide Rocha e Liana Galvão pelo apóio na realização

deste trabalho.

À Secretaria Municipal de Educação, pelo financiamento do projeto

“Melhoria do funcionamento do Programa da Alimentação Escolar da Rede Municipal

de Ensino de Natal-RN: diagnóstico situacional e redimensionamento das ações” que

possibilitou a realização desta pesquisa.

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vii

Ao Departamento de Nutrição da UFRN, o qual possibilitou a

realização deste trabalho, através da utilização de suas instalações.

Ao Prof. Paulo Roberto, pela disponibilidade, paciência e

colaboração na execução das análises estatísticas dos dados.

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viii

"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se

cansa, nunca tem medo e

nunca se arrepende."

Leonardo da Vinci

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Percentual de classificação de utensílios, segundo a OPAS,

utilizados na alimentação escolar de Natal-RN, por região

administrativa....................................................................

34

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x

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Distribuição de não-conformidades em relação às condições

higiênico-sanitárias de utensílios de mesa utilizados na

Alimentação Escolar no município de Natal. ..........................

33

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xi

LISTA DE ABREVIATURAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

°C Graus Celsius

CAE Conselho de Alimentação Escolar

DTAs Doenças Transmitidas por Alimentos

EAEC Escherichia coli enteroagregativa

E. coli Escherichia coli

EHEC Escherichia coli enterohemorrágica

EIEC Escherichia coli enteroinvasora

EPEC Escherichia coli enteropatogênica

FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento e Educação

ETEC Escherichia coli enteroxigênica

OMS Organização Mundial de Saúde

OPAS Organização Panamericana de Saúde

PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

SIRVETA Sistema Regional de Informação para Vigilância das

Enfermidades Transmitidas por Alimentos

UANs Unidades de Alimentação e Nutrição

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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Sumário

Dedicatória ......................................................................................................................v

Agradecimentos.............................................................................................................. vi

Listas de Figuras ........................................................................................................... IX

Lista de Tabelas ............................................................................................................. X

Lista de Abreviaturas...................................................................................................... xi

Resumo .........................................................................................................................xiii

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................1

2 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................3

2.1 Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) ................................................3

2.2 Veículos de Doenças Transmitida por Alimentos ......................................................3

2.3 Microrganismos indicadores ......................................................................................5

2.3.1 Coliformes à 45°C ..................................................................................................5

2.3.2 Bactérias mesófilas aeróbias..................................................................................6

2.3 Boas Práticas de Manipulação em Serviços de Alimentação ...................................7

3 ANEXAÇÃO DO ARTIGO.............................................................................................9

3.1 Artigo 1 – Trabalho publicado na Revista Food Control 20 (2009) 807–810.............9

4 COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E CONCLUSÕES.........................................................14

5 REFERÊNCIAS..........................................................................................................23

6 APÊNDICE .................................................................................................................28

Abstract

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RESUMO

No Brasil a alimentação escolar é um direito constitucional dos alunos de escolas

públicas que freqüentam a pré-escola e ensino fundamental, devendo essa

alimentação ser de boa qualidade em valores nutricionais e principalmente no aspecto

higiênico – sanitário. O presente trabalho tem como objetivo avaliar as condições

higiênico-sanitárias de manipuladores de alimentos e utensílios de mesa de escolas

públicas municipais na cidade de Natal/RN, no qual foram avaliadas 27 escolas

públicas, utilizando um check-list e análise microbiológica das mãos e utensílios de

mesa. Para as análises microbiológicas das mãos de manipuladores, foram analisados

coliformes à 45°C e para os utensílios bactérias mesófilas aeróbias, através dos

métodos preconizados pela AOAC,2002 e APHA, 1992, respectivamente. A maioria

das escolas estudadas apresentou não conformidades em todas as variáveis

analisadas. Foi verificado que 74,1% dos manipuladores não recebem treinamentos

periódicos, 51,9% não realizam exames de saúde anuais e 100% não fazem a higiene

correta das mãos, o que refletiu significativamente (p< 0,05) na contaminação das

mãos, nas quais foram detectados coliformes fecais em 55,6% das mãos analisadas.

Quanto aos utensílios foi constatado que 100% das escolas estudadas não realizam

procedimento adequado de higienização e a maior parte apresentam classificação

“péssima”, ou seja, valores de bactérias mesófilas aeróbias acima dos limites

estabelecidos pela OPAS – Organização Panamericana de Saúde, sendo as escolas

da região Norte e Sul que apresentaram maiores percentuais. Os resultados

encontrados mostram que as práticas e condições de higiene dos manipuladores de

alimentos e utensílios utilizados nas escolas estudadas encontram-se inadequadas,

sendo necessária implantação de boas práticas de manipulação, visando a proteção da

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saúde das crianças que participam do programa, oferecendo alimentos mais seguros.

Participou desse estudo pesquisadores das áreas de microbiologia de alimentos,

nutrição, saúde pública e estatística, fator decisivo para caracterizar a pesquisa como

multidisciplinar.

Palavras-Chave: Alimentação Escolar, Higiene Pessoal, Manipulação de Alimentos,

Higiene de Utensílios.

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1

1 INTRODUÇÃO

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) no Brasil foi

instituído, no âmbito Federal, em 1954, cujo objetivo seria a melhoria das condições

nutricionais dos estudantes com o conseqüente aumento do rendimento escolar (Silva

et al, 2000). Em 1993, a alimentação escolar foi descentralizada, ficando estabelecido

que os Estados e municípios deveriam selecionar os alimentos e realizar o controle da

qualidade, desde a produção até a distribuição nas escescolas1.

O PNAE, em Natal-RN, atende cerca de 57.000 alunos matriculados

na Pré-escola e Ensino Fundamental, distribuídos em 70 escolas, de acordo com o

senso escolar de 2004. É gerenciado pela Secretaria Municipal de Educação, onde há

um repasse dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento e Educação (FNDE)

para as unidades escolares, e estas, são responsáveis pela execução do programa em

todas as fases, com a participação do CAE (Conselho de Alimentação Escolar).

A alimentação dentro de padrões higiênicos satisfatórios é uma das

condições essenciais para a promoção e a manutenção da saúde, sendo que a

deficiência nesse controle é um dos fatores responsáveis pela ocorrência de surtos de

doenças transmitidas por alimentos (DTAs)2.

A manipulação inadequada é responsável pela maioria dos casos de

DTAs, incluindo a má utilização da temperatura durante o preparo e conservação dos

alimentos, contaminação cruzada, deficiência de higiene pessoal e dos equipamentos3.

O trato intestinal do homem e dos animais, rico em microrganismos,

em quantidade e variedade, é uma das principais fontes de agentes patogênicos. Em

condições muito precárias de higiene, os microrganismos do trato gastrointestinal

podem contaminar as mãos dos manipuladores e, conseqüentemente, os alimentos por

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2

eles preparados. A higienização inadequada de equipamentos e utensílios constitui

outro fator relevante de risco, favorecendo a cotaminação cruzada, cuja fonte pode ser

o próprio manipulador 4.

As medidas importantes para prevenção das doenças transmitidas

por alimentos, provocadas pela manipulação inadequada inclui treinamento e

conscientização dos manipuladores dos alimentos quanto às técnicas inócuas, higiene

pessoal adequada, avaliação das condições de saúde, implantação e cumprimento de

Boas Práticas e supervisão constante.

Sabendo que o manipulador de alimentos e os utensílios utilizados

no preparo e distribuição dos alimentos são os principais veículos de contaminação

alimentar, o resultado obtido no presente estudo tem como objetivo principal contribuir

com propostas de melhoria do Programa de Alimentação Escolar e redimensionar as

ações do Governo frente aos problemas encontrados, visando à proteção e promoção

da saúde das crianças assistidas pelo programa.

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3

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) foi criado em

1954, desde sua criação até 1993 era gerenciado, centralizadamente, pelo Governo

Federal. A partir daí, teve início à descentralização do programa, a qual buscava a

regularidade do fornecimento da merenda, melhoria da qualidade das refeições,

atendimento dos hábitos alimentares, diversificação da oferta de alimentos, incentivo à

economia local e regional, diminuição dos custos operacionais e estímulo à

participação da comunidade local na execução e controle do Programa5.

O PNAE possui uma importante dimensão social face à pobreza e a

miséria de significativos contingentes da população. Vários estudos demonstram que a

alimentação escolar influencia positivamente no rendimento escolar, mesmo sem

promover mudanças no estado nutricional das crianças6.

No Brasil a alimentação escolar é um direito constitucional dos

alunos de escolas públicas que freqüentam a pré-escola e ensino fundamental e para

muitos alunos essa alimentação é a única refeição do dia, devendo garantir, no mínimo

15% das necessidades nutricionais diárias do escolar. Além disso, esta deve ser de

boa qualidade nutricional e no aspecto higiênico - sanitário, de forma a promover a

saúde das crianças assistidas7.

2.2 Veículos de Doenças Transmitida por Alimentos

Doença Veiculada por Alimentos (DVA) ou Doença Transmitida por

Alimentos (DTA), são termos utilizados para designar a doença causada pela ingestão

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de microrganismos viáveis (infecção) ou toxinas por eles produzidas (intoxicação) em

quantidades suficientes para o desenvolvimento de quadro patológico, tendo como

agente vetor e principal porta de entrada a via oral8.

O Programa de Segurança Alimentar da Organização Mundial de

Saúde (OMS), afirma que milhares de pessoas em todo o mundo adoecem por

consumirem água ou alimentos contaminados, sendo a diarréia causada por

contaminação alimentar uma das doenças mais comuns em crianças, e uma das

maiores causas de mortalidade infantil, em paises em desenvolvimento,

especificamente no Brasil9.

As principais doenças de origem microbiana transmitidas por

alimentos possuem como características comuns um curto período de incubação e um

quadro clínico gastrointestinal manifestado por diarréia, náuseas, vômitos e dores

abdominais, acompanhado ou não de febre. Normalmente ocorrem em curta duração,

havendo recuperação total dos pacientes. Todavia em crianças, estas doenças podem

originar complicações graves, conduzindo até mesmo a morte10.

Segundo a OMS (1987) nos paises subdesenvolvidos mais de 60%

das doenças de origem alimentar são provocadas por agentes microbiológicos,

ressaltando que o manipulador é o principal veículo dessa transmissão, durante o

preparo de refeições11.

O manipulador de alimentos, quando executa sua higiene pessoal

erroneamente e não se conduz por boas práticas de manipulação, pode ser um veículo

de microrganismos, através das mãos, ferimentos, boca, pele, cabelo, entre outros7.

Além dos manipuladores, os utensílios que entram em contato com

os alimentos em várias etapas do processamento, são considerados importantes

veículos de contaminação, pois podem transportar microrganismos aos alimentos.

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Dessa forma, os utensílios utilizados na confecção e distribuição das refeições devem

ser higienizados e armazenados de maneira adequada12.

2.3 Microrganismos indicadores

Os microrganismos indicadores são utilizados a fim de avaliar a

qualidade microbiológica dos alimentos revelando, assim, as condições higiênico-

sanitárias dos mesmos13.

Segundo Silva Jr (2005), para a avaliação microbiológica dos

alimentos, são considerados importantes os grupos de microrganismos não

patogênicos e indicadores gerais, cuja presença é indicativa das condições higiênico-

sanitárias, que incluem os coliformes totais indicadores de falhas higiênicas de

processamento, coliformes fecais que são indicadores de contaminação fecal e de

possível ocorrência de bactérias enteropatogênicas e as bactérias mesófilas, as quais

quando presentes nos alimentos e/ou utensílios indicam condições insalubres14.

2.3.1 Coliformes à 45°C

São classificados como coliformes os microrganismos da família

Enterobacteriaceae, que fermentam a lactose com produção de gás em 48 horas a

37ºC. Porém, o subgrupo coliformes fecais são aqueles capazes de fermentarem a

lactose com produção de gás em 24 horas a 44,5ºC, e contendo na sua população

supostamente um elevado número de Escherichia coli (E. coli), embora sem

estabelecer sua proporção real8.

A diversidade da E. coli chega a ser fantástica. A espécie

compreende pelo menos cinco categorias de amostras que causam infecção intestinal

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6

por diferentes mecanismos e várias outras especificamente associadas com infecções

urinárias, meningite e outras infecções extra-intestinais. As categorias que causam

infecção intestinal são coletivamente chamadas de E. coli diarreiogênicas: Escherichia

coli enteropatogênica (EPEC), Escherichia coli enterohemorrágica (EHEC), Escherichia

coli enteroagregativa (EAEC), Escherichia coli enteroxigênica (ETEC) e Escherichia coli

enteroinvasora (EIEC)15.

As E.coli diarreiogênicas podem causar gastroenterite, infecção cujo

principal sintoma é a diarréia. O período de incubação e a duração dos sintomas

dependem da categoria da espécie. Vale salientar que crianças e idosos são mais

susceptíveis à infecção13.

Considerando que as bactérias do grupo coliformes fecais não

compõe a flora residente da pele, a pesquisa destes em manipuladores é de extrema

importância, visto que eles podem compor a flora transitória. Assim, a presença de

coliformes fecais, quando detectadas em manipuladores, caracteriza uma situação de

risco potencial, tendo em vista a interrelação destas bactérias e a possível ocorrência

de patógenos entéricos16.

A presença de coliformes fecais nos alimentos indica que houve

contaminação pós-sanitização ou pós-processo, evidenciando práticas de higiene

inadequadas, ocorrendo na maioria das vezes por falha na higienização das mãos dos

manipuladores de alimentos2.

2.3.2 Bactérias Mesófilas Aeróbias

As bactérias mesófilas aeróbias são aquelas que crescem em

aerobiose e em temperatura de incubação entre 15 e 40oC e uma temperatura média

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7

de 35oC. Fazem parte deste grupo a família Enterobacteriaceae e os gêneros Bacillus,

Corynebacterium e Streptococcus. A contagem padrão em placa dessas bactérias tem

sido usada como indicador da qualidade higiênica dos utensílios. Sua presença em

grande número indica matéria-prima excessivamente contaminada, limpeza e

desinfecção de superfícies, equipamentos e utensílios inadequadas, higiene

insuficiente na produção, possível presença de patógenos e condições inapropriadas

de tempo e temperatura durante a produção ou conservação dos alimentos14.

Segundo Franco e Ladgraf (2005), a maioria das bactérias

patogênicas de origem alimentar são mesófilas. Portanto uma alta contagem de

mesófilos significa que houve condições para que esses patógenos se

multiplicassem17.

2.3 Boas Práticas de Manipulação em Serviços de Alimentação

No Brasil, a RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004, dispõe sobre o

Regulamento Técnico de Boas Práticas para serviços de alimentação. De acordo com

esta Resolução, Boas Práticas são procedimentos que devem ser adotados por

serviços de alimentação a fim de garantir a qualidade higiênico-sanitária e a

conformidade dos alimentos com a legislação sanitária18.

O codex Alimentarius (2003) e a RDC nº 216/2004 determina que o

trabalhador que manipular ou entrar em contato com alimento não pode ser portador de

doenças infecciosas ou parasitárias ou possuir afecções cutâneas, devendo ser

afastado temporariamente da função para outras atividades 12,18.

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8

Ressalta ainda que os manipuladores de alimentos devem lavar

sempre as mãos quando seu nível de limpeza possa afetar a inocuidade dos alimentos,

por exemplo: antes de começar as atividades de manipulação de alimentos, após

qualquer interrupção do serviço, após tocar materiais contaminados, usar os sanitários

e sempre que se fizer necessário. Não devem fumar, espirrar, cuspir, tossir, comer,

manipular dinheiro ou praticar outros atos que possam contaminar o alimento, durante

o desempenho das atividades 12,18.

A Resolução RDC nº 216/2004 afirma ainda que os utensílios

devem ser de materiais que não transmitam substâncias tóxicas, odores, nem sabores

aos mesmos. Devem ser mantidos em adequado estado de conservação e serem

resistentes à corrosão e a repetidas operações de limpeza e desinfecção, suas

superfícies devem ser lisas, impermeáveis, laváveis e estar isentas de rugosidades,

frestas e outras imperfeições que possam comprometer a higienização dos mesmos e

serem fontes de contaminação dos alimentos 18.

Os utensílios devem ser mantidos em condições higiênico-sanitárias

apropriadas18 e a higienização deve compreender as fases de remoção dos resíduos,

enxágüe e desinfecção com produtos reconhecidos pelo Ministério da Saúde e a

secagem feita naturalmente ou com toalha de papel absorvente e devem ser

armazenados em local limpo e protegidos contra poeira, insetos e roedores19.

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9

3 ANEXAÇÃO DE ARTIGO

3.1 Artigo 1 – Assessment of Personal Hygiene and Practices of Food Handlers in Municipal Public Schools of Natal, Brazil.

Periódico: Revista Foood Control (Qualis internacional A)

Status da publicação: publicado

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10

Food Control 20 (2009) 807–810

Contents lists available at ScienceDirect

Food Control

j ournal h omepa ge: www.el se vi e r.com/locat e/ foodcont

Assessment of personal hygiene and practices of food handlers in municipal public schools of Natal, Brazil q

Ana Karina Couto Campos a, 1, Ângela Maria Soares Cardonha b,1, 2, Liana Bacurau Galvão Pinheiro b ,1, Neide Rocha Ferreira b ,1, 2, Paulo Roberto Medeiros de Azevedo c,3, Tânia Lúcia Montenegro Stamford d ,*

a Center for Health Sciences, Federal University of Rio Grande do Norte, Av. Gal. Gustavo Cordeiro de Farias, s/n, Petrópolis, 59010-180 Natal, RN, Brazil b Department of Nutrition, Center for Health Sciences, Federal University of Rio Grande do Norte, Av. Gal. Gustavo Cordeiro de Farias, s/n, Petrópolis, 59010-180 Natal, RN, Brazil c Department of Statistics, Center for the Exact and Earth Sciences, Federal University of Rio Grande do Norte, University Campus, Lagoa Nova, CEP: 59078-970 Natal, RN, Brazil d Department of Nutrition, Center for Health Sciences, Federal University of Pernambuco. Av. P rof. Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária, CEP: 50670-901 Recife, PE, Brazil

a r t i c l e i n f o

Article history:

Received 8 May 2008

Received in revised form 3 October 2008 Accepted 12 October 2008

Keywords: School

food Personal hygiene Food

hygiene

a b s t r a c t The a im of t hi s s tu dy was t o as sess t he hygiene pract ices of food han dlers in mu nicip al s chools of Natal,

Brazil, where 27 publ ic school s were evaluated, u sing a checkli st and m icro biolo gical analys is of hands . It

was fou nd th at 74.1% of the hand lers did not receive periodi c t ra ining, 51.9% did not un dergo ann ual health exam in at io ns and 100% did not pract ice p roper hand hyg iene, a si tuati on th at re? ect ed signi ?-

can tly (p < 0.05) in hand con tam ination, in which fecal coli forms were detected on 55.6% of th e han ds analyzed . I t was con clud ed that t he sch ools stu died did not have appro pria te h ygien ic condi ti ons, sug -

gest ing t he need for int ervent io ns t hat en sure t he qu alit y of scho ol food s erved to t he ch ild ren.

20 08 Pub lis hed by Elsevier Ltd.

1. Introduction

Scho ol food is de?ned as that consumed daily by students at

school. It must meet the nutritional needs resulting from their en- ergy expenditure. These meals must provide the organism with all the necessary nutrients and be safe from the hygienic-sanitary

point of view (Brasil, 2004a). Food elaborated with satisfactory hygienic standards is one o f

the essential conditions for promoting and preserving health, and inadequate control is one of the factors responsible for the occur-

rence of foodborne disease outbreaks (Oliveira, Gonçalves, Shino- hara, & Stamford, 2003).

Foodborne disease is caused mainly by the oral ingestion of via- ble microorganisms (infection) or of the toxins they produce

q Art icle based on the results of the Masters Thesis of A.K.C.CAMPOS from the

Postgraduate Program in Health Sci ences, Center for Health Sciences, Federal University of Rio Grande do Norte, Av. Gal. Gustavo Cordeiro de Farias, s/n,

Petrópolis, 59010-180, 84-32154220 Natal, RN, Brazil. * Corresponding author. Address: Rua: Jader de Andrade, 335, Casa Forte, 52061-

060 Recife, PE, Brazil. Tel.: +55 81 21268470.

E-mail addresses: [email protected] (A.K.C. Campos), [email protected] (Ângela Maria Soares Cardonha), [email protected] (Paulo Roberto Medeiros de

Azevedo), [email protected] (T.L.M. Stamford). 1 Tel.: +55 84 32154220. 2 Tel.: +55 84 32154329. 3 Tel.: +55 84 3215 4515.

(intoxication) in suf? cient amounts to develop pathology (So uza,

Si lva, & Souza, 2004). Foodborne diseases account for a considerable degree of mor-

bidity and mortality and can have various origins such as chemical and parasitic; however, microbiological sources stand out for pos-

ing a great risk to public health because of the severity of the clin- ical symptoms and the large number of foods and microorganisms

that can be involved (Silva, Germano, & Germano, 2000). Improper handling is responsible for most cases of foodborne

disease, including the inappropriate use of temperature during food preparation and conservation, cross contamination, poor per- sonal hygiene and inadequate equipment (Gonçalves, 1998).

When food handlers do not practice proper personal hygiene or correct food preparation, they may become vehicles for microor-

ganisms, through their hands, cuts or sores, mouth, skin and hair, among others (Si lva, Germano, & Germano, 2003).

The presence of fecal coliforms in foods indicates post-sanitiza- tion or post-process contamination, often caused by a lack of hand

hygienization on the part of food handlers (Oliveira et al ., 2003). Co li form s are microorganisms of the family Enterob act eriaceae

that ferment lactose and produce gas at 37 C within 48 h. How- ever, the fecal coliform subgroup is capable of fermenting lactose

and producing gas at 44.5 C within 24 h. These coliforms contain a high number of Es ch eri chia coli (E. coli), although their exact pro-

portion is unknown (Souza et al., 2004). Escherichia coli is a bacterium found in the intestinal tract of hu-

mans and only some lines are considered pathogenic to man. These 0956-7135/$ - see front matter 2008 Published by Elsevier Ltd. doi:10.1016/j.foodcont.2008.10.010

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808 A.K.C. Campos et al. / Food Control 20 (2009) 807–810

are divided into ?ve categories based on virulence, clinical syn- dromes and differences in epidemiology or in OH serotypes. One

of the categories is enter hemorrhagic E. col i, which produces tox- ins that cause hemorrhagic colitis and in more serious cases hemo-

lytic uremic syndrome (HUS), characterized by abdominal cramps, aqueous and/or bleeding diarrhea and vomiting. The risks of this

disease are greater in the elderly and in immunodepressed chil- dren under 5 years of age (Ormenese, Silveira, & Silva, 1999).

Considering that fecal coliform bacteria are not found in resident

skin ? ora, their study in handlers is of extreme importance, given

that they may be found in transitory ?ora. Thus, the presence of fecal coliforms, when detected in handlers, characterizes a situation of potential risk, owing to the interrelation of these bacteria and the

possible occurrence of enteric pathogens (Hobbs & Roberts, 1998). The important measures for preventing foodborne diseases

caused by inappropriate handling include training and the aware- ness of handlers about proper techniques, correct personal hy-

giene, health assessment, implementation and carrying out o f good production practices, in addition to constant supervision.

Given that food handlers are the main food contamination vehi- cles, the results obtained in the present study aim at contributing with proposals for improving the School Food Program and refor-

mulating government policies in light of the problems encoun- tered. The goal is to protect and promote children’s health by

providing safer foods and decreasing the cases of diarrhea caused by foodborne disease, which is one of the leading causes of child

mortality in developing countries, including Brazil.

2. Material and methods

The study was conducted with handlers responsible for the pro-

duction of school food in 27 municipal schools in Natal, B razi l

belonging to the north (11 schools), south (3 schools) east (3 schools) and west (10 schools) administrative districts and corre-

sponding to 38.6% of the total number of municipal schools (70 schools).

The schools were selected randomly, according to the propor- tional strati?ed sampling technique (Scheaffer, Mendenhall, & Ott,

1995). For data collection we used microbiological analysis of the hands and a checklist to assess the hygienic conditions and practices

used by the handlers. The checklist was based on SENAC’s Safe Fo od Program (PAS) Table Checklist (SENAC, 2001) and Resolution RDC

275/2002 of the National Agency of Sanitary Surveillance (ANVISA) (Brasil , 2002). In total, 18 items were assessed, such as the use of a

uniform and individual protective equipment (IPE), proper body hy- giene and correct attitudes, appropriate handwashing, among oth-

ers (Table 1). The checklist was ?lled out with information provided by the food preparers at each school, as well as direct

observation by the interviewer of the handling practices used. The results were compared with ANVISA Resolution RDC 216/2004 (Bra- sil , 2004a, 2004b) and with Codex Alimentarius, 2003.

Data collection for microbiological analysis of the hands of food

handlers was performed using a swab, previously moistened in sterile phosphate-buffered saline and applied to the entire surface of the hands and between the ?ngers (Chistovão, 1956). Three col-

lections were conducted at each school on different days to better represent the data, for a total of 81 samples.

The most likely number (MLN) of coliforms was determined at 45 C (AOA C/029 86. 33), according to the of?cial analytical method

(AOAC, 2002). The parameter recommended by Silva Jr. (2005) was used, where a satisfactory result is the absence of fecal coliforms

on the hands of food handlers. This study was approved by the Research Ethics Committee of

the Federal University of Rio Grande do Norte and the data were analyzed using Statistica 7.0 software (Statistica, 2004). Descrip-

tive statistics were used as well as the chi-square test to determine whether there was a signi? cant difference between two categorical

variables.

3. Results

The data obtained from the checklist applied to the food prepar-

ers are shown in Table 1, where i t can be observed that most of the items do not meet current standards.

Microbiological analyses of the handlers’ hands showed contam- ination in a large number of samples. The highest percentage of

contamination was found in the western district, followed by the southern, northern and eastern districts, as illustrated in Table 2.

4. Discussion

Training and awareness of school food handlers is a fundamen-

tal condition for avoiding contamination and ensuring the quality

and safety of the food produced (Pistore & G el insk ib , 2006). Table 1

Distribution of nonconforming practices and the hygiene conditions of food handlers in municipal public schools in Natal, Brazil.a

Observations Nonconformities

N %

Periodical training 20 74.1

Presence of proper body hygiene (covered hair, short, clean, unpolished nai ls, no jewelry, etc.) 22 81.5

Correct hand hygiene techniques 27 100 Presence of exclusive hand wash sink 20 74.1

Proper a ttitudes and gestures 24 88.9 Annual health examinations 14 51.9

Handlers with wounds or infections on their hands are temporarily removed from their funct ion 14 51.9 Use of proper uniforms (light -colored pants and blouse/shirt, correct footwear and hai r protection) 27 100

Use of individual protective equipment ( IPE) 27 100 Use of disposable gloves for speci?c activities 20 74.1

Gloves are properly stored 0 0

Use of hair protection by visitors to the food production area 27 100 Employees work exclusively in the kitchen 6 22.2

Exclusive bathroom for the handlers 23 85.2 The bathrooms are isolated from the food production area 0 0

The bathrooms have antiseptic liquid soap and paper towels, the wastebaskets are lined with plastic bags, covered and have a foot pedal for minimal

contact when opening the lid

23 85.2

The bathrooms are kept clean 14 51.9

Personal effects of the employees are kept in lockers or other suitable areas outside the kitchen 22 81.5

a According to Codex Alimentarius (2003) and Resolution RDC 216 of ANVISA (2004).

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A.K.C. Campos et al. / Food Control 20 (2009) 807–810 809

Table 2 Distribution of fecal coliform contamination on the hands of food handlers in

municipal public schools of Natal, Brazil, by administrative district.

Administrative districts Samples analyzed Samples contaminated

N %

require periodical health examinations; however, the System of Sanitary Surveillance of Brazi l, through Resolution 216/2004,

establishes that food handlers, regardless of presenting with apparent infectious or parasitic diseases or not , must undergo peri-

odical medical examinations and are not allowed to handle food if

North 33 15 39.40 South 9 5 55.60

they are diagnosed with any health problem that could compro- mise the quality of the food produced.

East 9 3 33.30 A ccording to the WHO (1987), in developing countries parasit- West 30 22 73.30 oses affect 90% of the population and more than 60% of food-re- Total 81 45 55.6 lated diseases are caused by microbiological agents, underscoring that food preparers are the main vehicles of this transmission (Pan-

The Codex Alimentarius (2003) states that all individuals com-

ing into direct or indirect contact with food must be quali?ed and

must recognize their role and responsibility in protecting food against contamination and deterioration. It further determines that

every food producing area should provide a training program that is revised and updated whenever needed.

Training has to include measures to avoid food contamination, the development and growth of microorganisms, notions about

good handling practices and personal hygiene, proper hygieni- zation of food, utensils and the environment, among others, to en-

sure that food handlers are kept informed of the required procedures for preserving the quality of the food produced.

Panza and Sponholz (2008) applied the checklist and found that

after employee training the percentage of items that conformed to

sanitary legislation guidelines increased considerably, underscor- ing once again the importance of training food handlers.

The present study found that 74.1% of food handlers do not re- ceive periodical training, which corroborates the results of S il va et al. (2003), who reported the absence of training in 66.7% of food

handlers in the state schools of São Paulo. Although training is an important instrument for applying good

practices in food and nutrition units, the conduct of food handlers is essential for maintaining food safety. In the schools studied the

following unhygienic practices were observed: meals were pre- pared too early and were kept under ambient temperature until

served, utensils were stored wet, favoring microbiological prolifer- ation, dirty dishcloths were used to dry utensils, increasing the risk

of cross contamination. These incorrect practices may lead to food contamination, favor the growth and development of pathogens and cause foodborne disease.

It was also observed that 33.3% of food handlers used no hair protection. Silva et al. (2003) assessed the hygienic-sanitary condi-

tions of state school kitchens in São Paulo and found that hair pro- tection was not used in 25% of the units studied.

Food handlers should t ie back long hair and wear appropriate hair covering (hairnets or toques), cut their nails short and not

wear nail polish. During handling they should remove all jewelry and makeup (Brasil, 2004b; Codex Alimentarius, 2003).

A study conducted with restaurant food handlers in Natal , Brazi l found that 41.7% of the handlers had long and dirty nails, 12.5%

wore jewelry such as rings and watches and 58.3% had cuts on their hands, in?amed cuticles or fungi (Miranda, Damasceno, &

Cardonha, 2002). The present work found higher values than those mentioned

above, in which 81.5% of the handlers had long nails and/or wore nail polish and jewelry and 51.9% reported performing routine

activities with respiratory or skin infections, in violation of current sanitary legislation norms.

The Codex Alimentarius (2003) determines that persons, who

are known or suspected of having any disease that might be trans- mitted by food, are forbidden to handle food items. It should also

be pointed out that any such individual must immediately inform management about the disease or symptoms in addition to under-

going a medical examination. The Codex and the WHO do not

za & Sponholz, 2008). The present study observed the absence of periodical health

examinations in 51.9% of the handlers interviewed. Silva et al.

(2003) found even higher values (58.3%) in the municipal school food handlers of São Paulo, Brazil. It is important to point out that certain health conditions can permanently disqualify individuals

from being food handlers. An example is typhoid fever (Salmon el la typhi), a condition from which the individual recovers, but be-

comes an asymptomatic carrier capable of contaminating foods, mainly as a result of improper hygiene practices (Silva et al.,

2003). Therefore, i t is extremely important that handlers be in good health in order to decrease the risk of food contamination.

Idowu and Rowland (2007) assessed food sellers in Nigerian schools and found the presence of fecal-oral transmission parasites

in 92% of the handlers studied. The authors emphasize the impor- tance of periodical health examinations to detect and treat parasit-

oses, in order to diminish the risk of food contamination by these microorganisms.

A food unit must have bathrooms located at a safe distance from the food production area and for the exclusive use of food handlers (Brasil, 2004b). The present study showed that only 11.1% of the

schools had an exclusive bathroom for the food handlers and of these, none had direct access to the kitchen, a positive point for

reducing the risk of cross contamination. It was found that some of the handlers (22.2%) did not work

exclusively in the kitchen, but were also responsible for bathroom hygiene. This activity poses a risk for cross contamination, in which

foods or utensils may be contaminated by microorganisms often found in these areas, such as fecal coliforms, mainly if there is im- proper hand hygiene after completing this task. However, accord-

ing to the handlers, to minimize the risk, this activity was performed after food preparation.

Data on the incidence of foodborne disease in Brazi l, released by the Regional Information System for Epidemiological Surveillance

of Food Borne Diseases (SIRVETA), reveal that there was a gradual increase in the number of outbreaks in schools between 1999 and

2001, rising from 2.3% of schools in 1999 to 4.85% and 7.25% in 2000 and 2001, respectively (Souza, 2006).

It is known that improper handling is one of the main causes of foodborne disease and that inappropriate hand hygiene is an

important risk factor for food contamination. Handlers should always wash their hands when their level of

cleanliness may affect food quality; for example: just before food handling, after any interruption, after touching contaminated material, after using the bathroom and whenever else needed.

They should not smoke, sneeze, spit , cough, eat, handle money or engage in any act that could contaminate the food during the per-

formance of their activities (Codex Alimentarius, 2003). In the present study, 74.1% of the schools do not have a sink exclu-

sively for hand washing and 100% of the handlers do not practice cor- rect hand hygiene, mainly because most of the sinks (81.5%) do not

have antiseptic liquid soap or paper towels. Most have bar soap and cloth towels, both important vehicles for food contamination.

Microbiological analyses (Table 2) of the handlers’ hands show

that they were contaminated by fecal coliforms in 55.6% of the

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810 A.K.C. Campos et al. / Food Control 20 (2009) 807–810

samples analyzed. This result showed an association with the ab- sence of exclusive sinks and means for hand washing, at a signi?-

cance level of p < 0.0 5. Thus, we underscore the importance of correct hand hygiene, as

shown by Sh ojou, Shoooshtaripoor, and Amiri (2006), where they assessed the ef?cacy of correct hand hygiene and found a reduction

in microorganisms from 72.7% to 32%. Malhotra, Lal, Prakash, Daga, and Kishore (2006) observed inap-

propriate hand washing practices in handlers at a hospital school in India, detecting enteric bacteria in 73% of the samples analyzed.

A number of studies conducted with food handlers have dem- onstrated that their hygienic-sanitary pro?le is often unacceptable

in terms of health status, personal hygiene practices and habits, raising the risk of hand contamination as well as cross contamina- tion in the handled food.

A study carried out in four state schools in Limoei ro do Norte, Brazil found total coliforms on the food handlers’ hands in three

of these and fecal coliforms in two of the institutions (O livei ra et al., 2003), demonstrating that food handlers engage in improper

personal hygiene techniques. L ag aggio , Flores, and Segabinazi (2002) evaluated the hands of

handlers at the university restaurant of the Federal University of Santa Maria, in Rio Grande do Sul, Brazil and found that 27% o f the samples showed the presence of S t aph ylococcus aureus (S. aur-

eus) and fecal coliforms. Oliveira (2006) found fecal coliforms in 37% of the hands of

juice handlers in São Paulo, Brazil and, according to the author, 62% did not know or did not adopt proper handling techniques.

Lues et al. (2006) found E. coli, S. aureus and Salmonella on the hands of food handlers in Africa, in addition to unsuitable food

handling practices. It has been demonstrated that food handlers are an important

vehicle for microorganisms and that improper handling practices may cause food contamination and consequently foodborne dis-

ease, which poses a potential risk to public health. However, the inappropriate practices observed in the present study are due to

a number of factors, such as the lack of instruction and awareness about the importance of good food production practices, poor working conditions, among which are the absence of uniforms

and individual protective equipment, of exclusive hand wash sinks, as well as the lack of antiseptic liquid soap for correct hygieni-

zation, among others.

5. Conclusion

It is concluded that the hygiene conditions and practices of food

handlers in municipal public schools in Natal, Brazi l are inade- quate. Therefore, a reformulation of government policies is needed

to meet the problems encountered, such as periodical training, the physical restructuring of food units, improved working conditions

and constant supervision by quali?ed professionals, to ensure the quality of school food in addition to protecting and promoting the health of children enrolled in the program by offering them

healthier food.

Acknowledgements

To the Municipal Health Secretariat for ? nancing the extension

project entitled ‘‘Improvement in the Functioning of the School

Food Program of the Municipal Teaching Network of Natal: Situa-

tional Diagnosis and Reformulation of Act ion s”, which enabled this study to be conducted

To the Department of Nutrition of the Federal University of R io Grande do Norte for support in carrying out this work.

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14

4 COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E CONCLUSÕES

O Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE tem como

objetivo atender as necessidades nutricionais dos alunos do ensino fundamental

durante a permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento e

desenvolvimento, aprendizagem, rendimento escolar, bem como a formação de hábitos

alimentares saudáveis desses estudantes. Este programa é acompanhado e fiscalizado

diretamente por diversos órgãos públicos e também pela sociedade por meio dos

Conselhos de Alimentação Escolar - CAEs, os quais possuem como uma de suas

atribuições atuar em parceria com o profissional nutricionista zelando pela qualidade

dos alimentos, em todos os níveis, desde sua aquisição até a distribuição, observando

sempre as boas práticas higiênicas e sanitárias1.

É importante ressaltar a importância de cuidados indispensáveis

durante a preparação e distribuição de refeições, tendo como uma particularidade, a

produção de alimentos em escolas, já que as crianças, por possuírem um sistema

imunológico imaturo, são mais suscetíveis as doenças transmitidas por alimentos7.

Diante dessa realidade a contaminação da alimentação escolar se torna preocupante,

já que o PNAE atende cerca de 57.000 estudantes em Natal-RN.

O aparecimento das infecções e intoxicações alimentares

associadas aos serviços de alimentação está intimamente ligado às condições

higiênico-sanitárias e principalmente ao baixo índice de conhecimento de boas práticas

de manipulação8.

Dados estatísticos sobre a incidência de DTA no Brasil, divulgados

pelo Sistema Regional de Informação para Vigilância das Enfermidades Transmitidas

por Alimentos (SIRVETA), revelam que nos estabelecimentos escolares houve um

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aumento gradativo da ocorrência de surtos entre os anos de 1999 e 2001, sendo que

em 1999, 2,3% dos surtos notificados ocorreram em escolas e entre 2000 e 2001 esse

percentual aumentou para 4,8% e 7,2%, respectivamente20.

É comprovado que a maioria dos casos de toxinfecções alimentares,

ocorre devido à contaminação dos alimentos através de manipuladores, tornando-se

assim fonte potencial de contaminação, no qual os mesmos podem estar eliminando

microrganismos patogênicos, comprometendo os alimentos através de práticas

inadequadas, adquirindo dessa forma, fundamental importância na higiene e sanidade

dos alimentos21,22.

Sabendo que as práticas de higiene inadequadas é a responsável

pela maioria dos casos de doenças de origem alimentar e reconhecendo os riscos que

estas doenças oferecem à saúde pública, principalmente as crianças, além da

relevância social do fornecimento de alimentos na escola, é de extrema importância

avaliar as condições de higiene que os alimentos são preparados, para a partir dos

problemas encontrados, propor melhorias, de forma que reflita na qualidade da

alimentação escolar no município.

Diante deste contexto, tornou-se oportuno estudar as condições

higiênico-sanitárias de manipuladores e utensílios da alimentação escolar na cidade de

Natal-RN, sendo elaborado o Projeto de Mestrado na área de Microbiologia de

Alimentos sob orientação da Profª Drª Tânia Lúcia Montenegro Stamford, vinculado ao

Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN), com o objetivo de fornecer a Secretaria Municipal de

Educação, informações científicas sobre a qualidade da alimentação escolar oferecida

as crianças.

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Este trabalho foi resultado de um projeto de extensão e uma parceria

entre o Departamento de Nutrição da UFRN e a Secretaria Municipal de educação de

Natal, tendo a participação de bolsistas do programa, professores e alunos do curso de

Nutrição, o qual contribuiu para realização de vários Trabalhos de Conclusão de Curso

(TCC), além de teses de Mestrado e Doutorado.

O Departamento de Nutrição da UFRN contribuiu cedendo suas

instalações para a realização das análises microbiológicas, as quais foram realizadas

no Laboratório de Microbiologia de Alimentos e a Secretaria Municipal de Educação

autorizou o acesso às escolas, cedendo o transporte para a maioria delas, bem como

com a aquisição de alguns meios de cultura utilizados nas análises microbiológicas.

Contamos ainda com auxílio do Departamento de Estatística da

UFRN, Para a elaboração do projeto de pesquisa e para a análise dos resultados, o

que foi importante para que houvesse um maior rigor científico no desenvolvimento do

trabalho.

O plano amostral foi constituído de 27 escolas, as quais foram

selecionadas de forma aleatória e estratificadas proporcionalmente a cada região

administrativa do município, sendo 11 na região norte, 03 na sul, 03 na leste e 10 na

oeste23. Para análise dos resultados, foi realizada análise descritiva dos dados e o teste

Qui-quadrado com a finalidade de verificar associações entre os dados.

Em cada escola estudada, aplicou-se um check-list para identificar

os procedimentos de boas práticas de manipulação, elaborado segundo Check List–

Mesa do Programa Alimentos Seguros (PAS) do SENAC 24 e a Resolução RDC

275/2002 da ANVISA25. Foram realizadas ainda análises microbiológicas das mãos dos

manipuladores de alimentos responsáveis pela confecção da alimentação escolar e dos

utensílios de mesa (pratos, colheres e copos) utilizados na distribuição das refeições.

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17

Para as análises microbiológicas das mãos de manipuladores, foram

analisados coliformes à 45°C e para os utensílios bactérias mesófilas aeróbias, através

dos métodos preconizados respectivamente pela AOAC,200226 e APHA,199227.

Nas 27 escolas estudadas foram analisadas, em cada uma, três

amostras de utensílios (prato, colher e copo) e três de mãos de manipuladores de

alimentos, coletados em dias diferentes.

Os padrões de referência utilizados foram a ausência de coliformes

à 45°C em mãos de manipuladores de alimentos14 e para os utensílios, segundo a

OPAS – Organização Panamericana de Saúde, onde expressam a contagem padrão

em placas de microrganismos mesófilos aeróbios ou facultativos em UFC/utensílio,

possuindo a seguinte classificação:

- de 0 a 10 colônias = excelente;

- de 11 a 29 colônias = bom;

- de 30 a 49 colônias = regular;

- de 50 a 99 colônias = mau;

- maior que 100 colônias = péssimo.

Obtive-se uma série de dificuldades no desenvolvimento do projeto,

entre elas destaca-se a demora na aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da UFRN, o que comprometeu o início da coleta dos dados, além da

aquisição de vidrarias e meios de cultura para a realização das análises

microbiológicas, que se deu com recursos próprios e o transporte para algumas

escolas em veículo próprio.

Apesar disso, os principais objetivos foram alcançados, tendo como

produção científica a publicação do artigo intitulado “Assessment of Personal Hygiene

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18

and Practices of Food Handlers in Municipal Public Schools of Natal, Brazil” em

periódico indexado internacionalmente, “Revista Food Control”. Além disso, encontram-

se no apêndice tabelas e figuras que estão sendo utilizadas na formulação de outro

artigo referente aos dados das condições de higiene de utensílios de mesa.

No presente estudo foi constatado que 74,1% dos manipuladores

não participavam de treinamentos periódicos, o que está em consonância com os

resultados encontrados por Silva et al. (2003)7, que verificou a ausência de treinamento

periódico em 66,7% dos manipuladores de alimentos de escolas estaduais de São

Paulo.

Apesar do treinamento ser um instrumento importante para

aplicação de Boas Práticas (BP) em Unidades de Alimentação e Nutrição (UANs), a

conduta do manipulador é muito importante na segurança do alimento. Nas escolas

estudadas observou-se que as condutas de BP nem sempre eram seguidas, como por

exemplo, 33,3% dos manipuladores não usavam protetores de cabelo no momento da

manipulação, as refeições eram preparadas com excessiva antecipação e eram

mantidas a temperatura ambiente até o momento da distribuição. Essas práticas

incorretas podem levar a contaminação alimentar e favorecer o crescimento e

desenvolvimento de patógenos e causar DTA.

Foi constatado ainda no presente estudo a ausência de exames de

saúde periódicos em 51,9% dos manipuladores entrevistados. Silva et al. (2003)

encontraram valores ainda superiores, cerca de 58,3% das merendeiras de escolas

municipais de São Paulo, não realizavam exames de saúde na periodicidade

adequada. É importante ressaltar que certas condições de saúde podem determinar

desqualificação permanente para função de manipulador7.

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19

Esses resultados, se devem a vários fatores, como por exemplo, a

falta de instrução e conscientização contínua sobre a importância de boas práticas na

confecção da alimentação escolar, condições de trabalho deficitárias, entre elas a

ausência de fardamento e equipamento de proteção individual para exercer suas

atividades, ausência de pias exclusivas, sabonete líquido e antisséptico para adequada

higienização das mãos, assim como de produtos de limpeza apropriados para correta

lavagem dos utensílios, entre outros.

Verificamos que as análises microbiológicas das mãos dos

manipuladores apresentaram contaminação por coliformes à 45oC em 55,6% das

amostras analisadas. Esse resultado apresentou associações com a ausência de pias

exclusivas e meios para lavagem adequada das mãos, com um nível de significância

p < 0,05.

Estudo realizado por Gallina e Simm (2008), onde avaliando a

qualidade higiênico-sanitária da merenda escolar de Lindoeste-Pr, constaram que

100% das merendeiras apresentaram mãos contaminadas por coliformes fecais e

segundo os autores a higienização das mãos era realizada em quantidade

insuficiente28.

Dessa forma, ressaltamos a importância da higiene correta das

mãos, como mostra Shojou et. al (2006) onde, avaliando a eficácia da higienização

correta de mãos, verificaram uma redução de microrganismos de 72,7% para 32%29.

Malhotra et.al. (2006) constataram práticas inadequadas de lavagem

de mãos em manipuladores de um hospital escola na Índia, detectaram ainda bactérias

entéricas em 73% das amostras analisadas 30.

Além da manipulação inadequada, os utensílios constituem um fator

relevante de risco de contaminação dos alimentos. Foi constatado em 100% das

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escolas estudadas que os utensílios de mesa utilizados eram constituídos de material

plástico, sendo que a maior parte (81,5%) apresentava estado de conservação

inadequado, ou seja, desgastados e com arranhões, dificultando a higienização correta.

Em 100% das escolas estudadas foi verificada área comum para

produção de alimentos e higienização de utensílios. Segundo a ABERC (2003)19 áreas

comuns associadas à falta de controle e precaução sobre os procedimentos de

higienização nesses locais podem acarretar a contaminação química dos alimentos,

pelo contato com produtos utilizados para a limpeza e desinfecção desses utensílios.

Foi constatado ainda, que a higienização dos utensílios era realizada

de forma inadequada, na qual era utilizado, na maior parte das vezes, apenas água e

detergente na lavagem dos utensílios, não havendo o processo de desinfecção do

material. A limpeza e a desinfecção corretas dos utensílios visam reduzir para uma

quantidade aceitável, a população microbiana. Os propósitos destas práticas é a

prevenção das toxinfecções de origem alimentar16.

Quanto à secagem dos utensílios, embora 55,6% das escolas a

realizem naturalmente, foi observado que na maioria das vezes o tempo não é

suficiente e os utensílios eram guardados ainda úmidos, o que estimula a proliferação

microbiológica. Os 44,4% restantes foi verificado a utilização de panos, os quais

aparentemente já demonstravam sujidades, aumentando o risco de contaminação

cruzada.

Dentre as escolas analisadas 85,2% não possuíam local adequado

para o armazenamento correto dos utensílios, que segundo a Resolução RDC nº

216/2004 deve ser limpo, seco e protegido de contaminação18. Em sua maioria, o

armazenamento era feito em grandes recipientes de plástico, com tampa, onde os

utensílios eram colocados após a higienização, ainda molhados, no qual permaneciam

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até a próxima utilização, o que pode favorecer o crescimento de microrganismos. Em

algumas escolas, os pratos, copos e talheres eram guardados na despensa, próximos

aos alimentos armazenados e expostos a poeira e sujidades visualmente presentes

nas prateleiras, além de insetos e roedores.

Em relação às análises microbiológicas dos utensílios a maioria

apresentou classificação “péssima”, ou seja, valores de bactérias mesófilas aeróbias

acima dos limites estabelecidos pela OPAS – Organização Panamericana de Saúde19

sendo as escolas da região Norte e Sul que apresentaram maiores percentuais.

A análise de bactérias aeróbias mesófilas viáveis emprega-se para

indicar a qualidade sanitária do alimento, de modo que mesmo na ausência de

patógenos e sem alterações nas condições organolépticas do alimento, um número

elevado destes microrganismos é indicador de insalubridade17.

Os resultados encontrados no presente estudo mostram a existência

de práticas inadequadas de manipulação, inclusive de procedimentos incorretos de

higienização e armazenamento dos utensílios utilizados nas escolas, as quais podem

provocar contaminação cruzada nos alimentos e constituir em potencial risco à saúde

pública.

A má qualidade da alimentação escolar é um dos principais fatores

que comprometem a segurança alimentar da população assistida, tendo a merendeira

um papel fundamental na qualidade da alimentação oferecida aos alunos. Diante disso,

a mesma deve ser treinada e conscientizada da sua responsabilidade quanto às

técnicas corretas de produção de refeições e higienização de equipamentos e

utensílios, de forma a garantir a promoção da saúde dos alunos.

O referido estudo foi muito importante para o desenvolvimento

acadêmico e qualificação profissional, além de fornecer dados para o poder público

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realizar ações de forma a melhorar a alimentação escolar dos alunos atendidos pelo

Programa.

Por fim, o estudo a cerca das condições higiênico-sanitárias de

manipuladores e utensílios da alimentação escolar no município de Natal-RN, permitiu

concluir que:

1. As condições de higiene da Alimentação Escolar são insatisfatórias;

2. Existência de práticas inadequadas de higiene na maior parte dos

manipuladores, onde 51,9% não realizam exames de saúde periódicos e

55,6% das amostras de mãos de manipuladores apresentaram

contaminadas por coliformes fecais;

3. Condições de trabalho deficitárias como ausência de pias e meios

adequados para lavagem de mãos, estando associado à contaminação

encontrada nas mãos dos manipuladores;

4. As condições higiênico-sanitárias dos utensílios de mesa utilizados na

alimentação escolar encontraram-se inadequadas.

Diante disto, sugere-se:

a) Supervisão e orientação periódica de responsável técnico das atividades

desenvolvidas nas UAN’s das escolas municipais;

b) Realização de treinamentos periódicos;

c) Reestruturação física das UANs, principalmente a instalação de pias para

lavagem de mãos;

d) Melhoria das condições de trabalho;

e) Higienização e armazenamento adequado de utensílios utilizados na

alimentação escolar;

f) Aquisição de utensílios de maior durabilidade.

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24

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Regimento do Exército no Rio de Janeiro – RJ. Hig Aliment 2000; 77(11):11-15.

22. Góis, J.A. W. et al. Capacitação dos Manipuladores de Alimentos e a Qualidade

da Refeição Servida. Higi Aliment 2001; 82(15):20 - 22.

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USA: Duxbury Press; 1995.

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25. Brasil. Ministério da Saúde. Resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002

[acesso em 17 mar 2009]. Disponível em: http://e-

legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=8134&word=.

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of the Association of Official Analytical Chemists. (2002). 17 ed, Washington,

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microbiological examination of foods. 3. ed. Hanover, 1992.1208p.

28. Gallina, D., Simm, K.C.B. Qualidade Higiênico-sanitária da merenda escolar

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29. Shojou, H.; Shoooshtaripoor, A.; Amiri, M. Efficacy of simple hand-washing in

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Research International 2006;39(5): 525-529.

30. Malhotra, R., Lal, P., Prakash, S.K., Daga, M.K., & Kishore.J.Study of hand

hygiene and enteroparasite infestation among food handlers working in a medical

college of North India. Indian j Pathol Microbiol 2006; 49(2): 296-301.

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6 APÊNDICE

Apêndice 1

� Instrumento utilizado para avaliação das condições higiênico-sanitárias

de manipuladores de alimentos e utensílios de mesa de escolas

públicas municipais de Natal-RN.

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1- IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA Escola

Endereço

Zona Telefone

N° alunos N° merendeiras

Diretor (a)

Porte da

escola

( ) Pequeno ( ) Médio ( ) Grande

Data da visita

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2- CHECK- LIST PARA AVALIAR AS PRÁTICAS DE HIGIENE DAS MERENDEIRAS

Requisito Conformidade Descrição da não conformidade Os manipuladores recebem treinamento de higiene e boas práticas, compatíveis com as tarefas que irão executar, periodicamente ou quando necessário?

Os manipuladores apresentam higiene corporal adequada, cabelos protegidos e totalmente cobertos, unhas curtas, limpas e sem esmalte e proibição do uso de adornos (brincos, anéis, relógios, etc) ?

Os manipuladores executam a higiene correta das mãos nos momentos e de forma adequados?

Existe pia exclusiva para higienização de mãos dos manipuladores?

Os manipuladores evitam comportamentos, atitudes e gestos incorretos (fumar, tossir sobre os alimentos, cuspir, manipular dinheiro, etc) durante a manipulação?

Os manipuladores são submetidos a exames médicos e laboratoriais na periodicidade adequada?

Os manipuladores com ferimentos, lesões nas mãos, nos braços, infecções respiratórias, oculares ou gastrointestinais ou afecções que contaminem os alimentos, são orientados a comunicar a sua gerência e não manipular alimentos ?

Os manipuladores utilizam uniforme adequados para as atividades executas (calça e blusa de cor clara, calçado especifico e protetores para o cabelo ?

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Requisito Conformidade Descrição da não conformidade Os manipuladores usam equipamento de proteção individual (EPI)?

Os manipuladores usam luvas descartáveis para atividades específicas?

As luvas são guardadas em locais adequados? Visitantes das áreas de produção, utilizam Uso de protetores de cabelo para circularem na cozinha ?

O funcionário que higieniza os banheiros da escola não é o mesmo que higieniza a cozinha?

Existe sanitário de uso exclusivo para os manipuladores de alimentos?

Os sanitários não comunicam-se com a área de produção de refeições?

Os sanitários possuem sabão liquido anti-séptico e papel toalha, lixeiras revestidas com sacos plásticos, com tampa, sem acionamento manual para o descarte?

Os sanitários são mantidos em bom estado de conservação? Os objetos pessoais dos funcionários são guardados em armários ou locais adequados, fora da cozinha?

C – Conforme; NC – Não conforme; NA – Não aplicável; NO – Não observado

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3- CHECK- LIST PARA AVALIAR AS CONDIÇÕES DE HIGIENE DOS UTENSÍLIOS

Conformidade Conformidade Descrição da não conformidade Os utensílios apresentam superfícies lisas, impermeáveis, resistentes, não-absorventes, sem riscos de contaminação química ou física e de material apropriado?

Os utensílios estão em bom estado de conservação ? Os procedimentos de higienização dos utensílios são realizados adequadamente?

Os procedimentos de higienização dos utensílios estão escritos, disponíveis, visíveis e corretos?

Os funcionários são treinados quanto aos procedimentos de higienização?

As etapas de higienização dos utensílios são cumpridas? Os utensílios apresentam-se aparentemente limpos? São armazenados de forma adequada e protegidos contra contaminação?

C – Conforme; NC – Não conforme; NA – Não aplicável; NO – Não observado

Observações:

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Apêndice 2

� Tabelas e Figuras correspondentes às condições higiênico-sanitária dos

utensílios de mesa utilizados na distribuição da Alimentação Escolar reservadas

para o manuscrito de futuro artigo.

Tabela 1 – Distribuição de não-conformidades em relação às condições higiênico-

sanitárias de utensílios de mesa utilizados na Alimentação Escolar no município de

Natal.

Observações Não- conformidades (%) *

N %

Material em que são fabricados os utensílios 0 0

Estado de conservação 22 81,5

Local de higienização 27 100

Presença de procedimentos de higienização escritos e

visíveis 27 100

Cumprimento das etapas de higienização dos

utensílios 27 100

Produtos de limpeza utilizados 2 7,4

Forma de secagem 12 44,4

Forma e local de armazenamento 23 85,2

* De acordo com o Codex Alimentarius, 2003 e a Resolução RDC 216 da ANVISA,

2004

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Figura 1: Percentual de classificação de utensílios, segundo a OPAS, utilizados na

alimentação escolar de Natal-RN, por região administrativa.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

LESTE OESTE SUL NORTE

EXCELENTE

BOM

REGULAR

MAU

PÉSSIMO

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ABSTRACT

In Brazil school food is constitutionally guaranteed to public school students at the pre-

school and elementary level. This food must be nutritious, hygienic and sanitary.

The aim of the present study was to assess the hygienic/sanitary conditions of food and

table utensil handlers in municipal public schools in Natal, Brazil. In total, 27 public

schools were assessed, using a checklist and microbiological analysis of the hands and

table utensils. For the microbiological analyses of the hands, coliforms were analyzed at

45ºC and for the utensils aerobic mesophilic bacteria, using methods recognized by

AOAC, 2002 and APHA, 1992, respectively. Most of the schools studied did not exhibit

good food and utensil handling practice procedures in any of the variables analyzed. It

was shown that 74.1% of the handlers received no periodic training, 51.9% did not

undergo annual health examinations and 100% did not practice proper hand hygiene,

which reflected significantly (p < 0.05) in hand contamination, where fecal coliforms

were detected on 55.6% of the hands analyzed. With respect to the utensils, it was

found that 100% of the schools studied did not follow correct hygiene practices and

most were classified as “very bad”; that is, aerobic mesophilic bacteria values above the

limits established by PAHO (Pan American Health Organization), with schools in the

north and south districts recording the highest percentages. The results show that the

hygienic-sanitary conditions of the food and utensil handlers in the schools studied were

inadequate, demonstrating the need for implanting good handling practices aimed at

protecting the health of children that take part in the program and offering safer foods.

Researchers from the areas of food microbiology, nutrition, public health and statistics

participated in this study, a decisive factor for characterizing it as multidisciplinary.

Keywords: School Food, Personal Hygiene, Food Handling, Utensil Hygiene.