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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS
ANA ROBERTA ASSUNÇÃO DE FREITAS
FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL.
NATAL/RN 2019
ANA ROBERTA ASSUNÇÃO DE FREITAS
FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas, Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Ciências Odontológicas Orientador: Profa. Dra. Patrícia dos Santos Calderon
Natal/RN 2019
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos - Departamento de
Odontologia
Freitas, Ana Roberta Assunção de.
Fresagem em Zircônia: efeito do uso prolongado das brocas
sobre a topografia superficial / Ana Roberta Assunção de Freitas.
- Natal, 2019.
28 f.: il.
Orientadora: Prof. Dra. Patrícia dos Santos Calderon.
Dissertação (Mestrado em Ciências Odontológicas) -
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências
da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas,
Natal, 2019.
1. Zircônio - Dissertação. 2. Projeto auxiliado por computador
- Dissertação. 3. Microscopia eletrônica de varredura -
Dissertação. I. Calderon, Patrícia dos Santos. II. Título.
RN/UF/BSO BLACK D151
Elaborado por MONICA KARINA SANTOS REIS - CRB-15/393
AGRADECIMENTOS
À Deus, por iluminar meus caminhos em cada jornada e cada conquista alcançada.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Ao centro de Ciências da Saúde (CCS).
Ao Departamento de Odontologia.
Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas.
Aos meus pais e meu irmão, por sempre me mostrarem a importância dos estudos
em primeiro lugar.
Minha orientadora, professora Patrícia Calderon, que me acolheu literalmente de
braços abertos com toda a compreensão possível, principalmente em meus momentos de
ausência. Você é sensacional!
Ao meu grupo de pesquisa (Ana Luisa, Keiverton, Victor Farias, Lidya e Mateus),
sem vocês não seria tão leve e divertido. Obrigada pelo apoio em cad momento de
dificuldade bem como pela união durante esses 2 anos. Minhas terças nunca mais serão
as mesmas!
Ana Luisa Pascoal, você é meu anjo na terra. Não tenho palavras a agradecer por
todo apoio que me destes desde a graduação. Sem o seu incentivo talvez eu não teria
chegado à tanto. Você é meu exemplo como profissional e pessoa!
Por último, não pela importância, mas por fazerem eu me emocionar. Ricardo
Calazans, Ligia Duarte e família... não consigo encontrar palavras capazes de agradecer
minha gratidão a vocês! Obrigada por todo apoio, desde a graduação. Obrigada pelo
incentivo a fazer o mestrado e por serem meu porto seguro durante todo esse percurso,
principalmente quando eu me vi sozinha em Natal. Obrigada por sempre procurar meu
bem, por incentivar meu crescimento pessoal e, principalmente, profissional. Vocês são
os maiores presentes que eu ganhei em vida, e eu os levarei sempre em meu coração!
Obrigada, obrigada e obrigada!
“Um passarinho quando aprende a voar, sabe mais sobre coragem do que sobre vôo!”
RESUMO
Objetivo: avaliar a influência do desgaste das brocas utilizadas para fresar estruturas em
zircônia pelo sistema CAD/CAM sobre as características superficiais das mesmas.
Metodologia: foram confeccionados 201 discos, utilizando blocos de zircônia pré-
sinterizada (8mm de diâmetro x 1,5mm de espessura) através do sistema
CAD/CAM (Amann Girrbach, Koblach-Áustria). A confecção das amostras foi realizada
utilizando um conjunto de três brocas, utilizadas até o fim da vida útil da broca 2.5,
determinada pelo sistema CAD/CAM. Após a fresagem, realizou-se o processo de
sinterização final das peças e, em seguida, foi executado um polimento com pedras
montadas. As ferramentas de corte foram avaliadas em microscopia eletrônica de
varredura (MEV) antes e ao término do processo de fresagem das amostras. As amostras
foram avaliadas em MEV após sua confecção e foram submetidas à análise de rugosidade
superficial (Ra) utilizando um perfilômetro óptico sem contato para avaliar suas
características topográficas. Resultados: a análise em MEV das brocas mostrou que ao
final da fresagem dos corpos de prova houve desgaste da superfície de corte da broca 2.5.
A avaliação MEV dos corpos de prova obteve características de ranhuras superficiais
semelhantes do primeiro ao último corpo de prova avaliado. A análise em microscopia
óptica revelou uma variação de Ra de 0,47 a 2,82 µm, mantendo uma rugosidade média
entre as amostras de 1,60 µm. Conclusão: O desgaste da broca 2.5 durante o processo de
fresagem das amostras não influenciou no aumento da rugosidade superficial da zircônia.
Palavras-chave: zircônia, rugosidade superficial, CAD/CAM, pontas diamantadas.
ABSTRACT
Objective: to evaluate the influence of diamond burs wear used to mill zirconia structures
by the CAD/CAM system on the zirconia surface. Methods: 201 specimens were milled,
using pre-sintered zirconia blocks, with dimensions of 8mm in diameter x 1,5mm in
height by means of CAD/CAM technology (Amann Girrbach, Koblach-Austria). The
sample milling process was performed using a set of three diamond burs, which were
used until the end of useful life of 1.0 diamond bur, controlled by CAD/CAM system.
After the milling process, the sintering process was carried out, followed by the polishing
process, using mounted stones. The diamond burs were evaluated in scanning electron
microscopy (SEM) before and after the milling process. Samples were also evaluated in
SEM after the milling process. In addition, the surface roughness of the samples was
evaluated using a non-contact optical profilometer to assess their topographic
characteristics. Results: the SEM analysis of the diamond burs showed that at the end of
the milling process, the diamonds of active zone were reduced. The SEM evaluation of
the specimens showed similar surface grooves characteristics from the first to the last
specimen. Optical microscopy revealed a Ra variation of 0,47 to 2,82 μm, with a mean
roughness of 1.60 μm. Conclusion: The wear of the diamond burs during the milling
process did not influence the surface roughness of the zirconia. However, the surface
roughness obtained by the CAD/CAM milling process exceed the clinical acceptability
threshold (0.2 μm).
Key words: zirconia; surface roughness; CAD / CAM technology; diamond burs.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Confecção dos corpos de prova em zircônia......................................17
Figura 2 – Ciclo de vida útil das ferramentas informado pelo sistema.................17
Figura 3 – Avaliação em microscópio óptico sem contato...................................17
Figura 4 – Imagem em MEV (x50) da broca 2.5 antes do processo de
fresagem............................................................................................................18
Figura 5 – Imagem em MEV (x50) da broca 2.5 depois do processo de
fresagem............................................................................................................18
Figura 6 – Imagem em MEV (x200) da broca 2.5 antes do processo de
fresagem............................................................................................................18
Figura 7 – Imagem em MEV (x200) da broca 2.5 depois do processo de
fresagem............................................................................................................18
Figura 8 – Imagem em MEV (x100) da broca 1.0 antes do processo de
fresagem............................................................................................................19
Figura 9 – Imagem em MEV (x100) da broca 1.0 depois do processo de
fresagem............................................................................................................19
Figura 10 – Imagem em MEV (x300) da broca 1.0 antes do processo de
fresagem............................................................................................................19
Figura 11 – Imagem em MEV (x300) da broca 1.0 depois do processo de
fresagem............................................................................................................19
Figura 12 – Imagem em MEV (x200) da broca 0.6 antes do processo de
fresagem............................................................................................................19
Figura 13 – Imagem em MEV (x200) da broca 0.6 depois do processo de
fresagem............................................................................................................19
Figura 14 – Imagem em MEV (x300) da broca 0.6 antes do processo de
fresagem............................................................................................................19
Figura 15 – Imagem em MEV (x300) da broca 0.6 depois do processo de
fresagem............................................................................................................19
Figura 16 – Imagem superficial em MEV do 1º corpo de prova...........................19
Figura 17 – Imagem superficial em MEV do 100º corpo de prova..................... 19
Figura 18 – Imagem superficial em MEV do 201º corpo de prova.................... 19
Figura 19 – Gráfico apresentando valores de Ra dos corpos de prova analisados em
microscopia óptica sem contato.................................................................. 19
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 12
3 OBJETIVOS............................................................................................................. 15
3.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 15
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 15
4 MÉTODO ................................................................................................................. 16
4.1 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA ........................................................... 16
4.2 PLANO AMOSTRAL ...................................................................................... 16
5 RESULTADOS ........................................................................................................ 18
6 DISCUSSÃO ............................................................................................................ 23
7 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 26
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 27
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
1 INTRODUÇÃO
A exigência por reabilitações orais com longevidade e estética adequadas fazem das
cerâmicas o material de escolha para a confecção de restaurações indiretas, unitárias, múltiplas
e, mais recentemente, para implantes e pilares personalizados (DELLA BONA, KELLY, 2008;
ANDREIOTELLI, WENZ, KOHAL,2009).
Devido à suas propriedades mecânicas, os pilares de titânio são considerados padrão ouro
para reabilitações através de próteses sobre implantes. No entanto, pilares cerâmicos foram
introduzidos no mercado para compensar a desvantagem estética relacionada ao uso de metal.
Tais pilares oferecem vantagens frente aos pilares de titânio, visto que substituem a aparência
acinzentada dos pilares convencionais, principalmente quando o paciente possui um biótipo
gengival fino (KOURTIS,2002; BIDRA, RUNGRUANGANUNT, 2013; LINKEVICIUS,
VAITELIS, 2015).
Das cerâmicas existentes no mercado, a Zircônia Tetragonal Policristalina (Y-TZP) é a mais
utilizada para confeccionar pilares personalizados. Esse material possui alta biocompatibilidade
aos tecidos gengivais circundantes e propriedades ópticas adequadas, semelhantes aos dentes
naturais, o que não é observado com a utilização dos metais (KIM, 2009; PATEL, GOHIL,
2012; SARIDAG, TAK, ALNIACIK,2013).
A tecnologia CAD/CAM (Computer Aided Design/Computer Aided Manufacturing),
utilizada para a confecção de pilares cerâmicos, é um sistema de escaneamento e manufatura
digital, em que a forma dos componentes protéticos é obtida e a usinagem é realizada utilizando-
se blocos cerâmicos compactados por meio de ferramentas de corte (brocas) adequadas a cada
sistema (SARIDAG, TAK, ALNIACIK ,2013).
A confecção das peças em cerâmica é feita de forma sequencial com uso de brocas com
funções de corte. Seu uso repetitivo e contínuo pode gerar alterações na superfície cortante,
reduzindo sua da capacidade de corte, o que pode resultar em prejuízo à qualidade das peças
fabricadas (KOSMAČ, T. et al. 2011).
Pelo desgaste natural, as brocas podem causar falhas na superfície cerâmica, aumentando a
rugosidade superficial e, assim, favorecer a adesão bacteriana à superfície4. Além disso, defeitos
superficiais deixados pelas ferramentas podem gerar áreas de concentração de tensões e
influenciar na resistência mecânica do material (KOSMAČ, T. et al. 2011).
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
Dessa forma, é imprescindível que as ferramentas de trabalho tenham eficiência de
corte, sendo necessário determinar um limite de uso para que as mesmas exerçam corte e
acabamento adequados sem causar prejuízos estruturais e superficiais à estrutura fresada.
Assim, o presente estudo se faz necessário pois não existem relatos na literatura avaliando o
efeito do desgaste por uso das brocas laminadas sobre a rugosidade superficial da zircônia para
o sistema CAD/CAM.
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
2 REVISÃO DA LITERATURA
A tecnologia CAD/CAM (Computer-Aided Design e Computer-Aided Manufactoring)
que significa desenho e manufatura auxiliada por computação tem sido amplamente empregada
atualmente. O processo CAM, nada mais é do que a materialização ou fabricação da imagem
virtual trabalhada no software CAD (desenho realizado através do computador). O sistema
CAD/CAM na Odontologia surgiu com o objetivo de criar restaurações de qualidade, com o
menor erro possível, como técnica oposta às convencionais de fabricação à mão livre, que é
propensa a inúmeras falhas subjetivas (DAVIDOWITZ, KOTICK, 2011; BAYAZIT,
KARABIYIK, 2019).
Nos últimos anos, os sistemas CAD/CAM tornaram-se cada vez mais populares na área
da Odontologia devido à sua ampla aplicabilidade, como para fabricação de restaurações
indiretas, coroas, próteses parciais fixas, implantes e pilares personalizados. A modernidade do
sistema garante vantagens como a padronização do processo de fabricação, redução do tempo
de trabalho, melhor reprodutibilidade, precisão e padronização das peças (DAVIDOWITZ,
KOTICK, 2011).
Devido à todas as vantagens frente ao sistema CAD/CAM e a facilidade de acesso à
tecnologia, atualmente, várias pesquisas sobre o sistema têm sido desenvolvidas, no intuito de
melhorar cada vez mais as propriedades do sistema. Assim como desenvolvimento de
tecnologias para a produção de novos materiais tem sido motivado pela demanda de materiais
que executem novas funções ou desempenhem antigas funções de forma mais apropriada
(MIYAZAKI et al., 2009)
A reabilitação com implantes dentários é uma alternativa que garante altos índices de
sucesso ao tratamento, visto a grande evolução das técnicas cirúrgicas, componentes, desenho
e superfície dos implantes. Porém, alcançar uma harmonia natural entre o conjunto prótese-
implante-tecidos circundantes é um grande desafio para o cirurgião-dentista. Portanto, assim
com a escolha dos demais componentes da reabilitação, a seleção do pilar protético é também
decisiva no resultado do tratamento. O desenho do pilar do implante, seu material e cor
influenciam diretamente na arquitetura e estética mucogengival. Dessa forma, atualmente as
coroas podem ser retidas aos implantes através de pilares que podem ser pré-fabricados de
titânio ou pilares cerâmicos personalizados (WITTNEBEN, MILLEN, BRÄGGER, 2014;
GEHRKE et al., 2018; LOPES et al, 2019).
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
Apesar da previsibilidade dos pilares metálicos pré-fabricados, sua utilização pode
ocasionar comprometimento estético no tratamento reabilitador pois promovem um
sombreamento mucogengival acinzentado, principalmente em pacientes que possuem biótipo
gengival fino. Portanto, por favorecer a estética e por suas vantagens biológicas, os pilares
cerâmicos personalizados foram desenvolvidos para alcançar uma melhor estética ao
tratamento. Além disso, a confecção de pilares personalizados pelo sistema CAD/CAM
favorece a recriação de um perfil de emergência semelhante ao natural, facilitando a formação
da topografia anatômica da mucosa e dos contornos teciduais para a substituição protética
(ZHANG et al., 2017; GEHRKE et al., 2018).
Com o aumento da demanda estética, exigência por resistência estrutural e
biocampatibilidade, as cerâmicas ganharam maior popularidade na Odontologia. Dentre as mais
utilizadas, a zircônia tem sido eleita por apresentar alta resistência mecânica,
biocompatibilidade, menor adesão bacteriana e contemplar a estética exigida nas reabilitações.
Com o advento da tecnologia CAD/CAM e, também, da implantodontia, os pilares
personalizados em zircônia são preferíveis e comumente utilizados em tratamentos em região
estética (SAILER et al, 2009; GEHRKE et al., 2018).
Os blocos cerâmicos utilizados para confeccionar pilares protéticos podem ser
totalmente sinterizados ou pré-sinterizados. A usinagem de blocos sinterizados é considerada
pelos fabricantes uma produção mais difícil, devido à dureza do material. Apesar de produzir a
peça em suas dimensões finais, os fabricantes afirmam que a dureza do material influencia de
modo a promover um maior desgaste das ferramentas de trabalho. Já os blocos parcialmente
sinterizados são mais facilmente maquinados e devem ser levados à uma sinterização final após
a usinagem, o que contribui para uma redução de 25% de suas dimensões. A sinterização do
material após a fresagem evita a transformação da fase induzida por tensão da zircônia
(tetragonal-monoclínica). Portanto, a usinagem de blocos pré-sinterizados é o método de
processamento mais utilizado pela maioria das empresas que usam blocos de zircônia
(ADDISON et al., 2012).
As estruturas em zircônia utilizadas na Odontologia são fabricadas por meio do sistema
CAD/CAM, através do desgaste do bloco cerâmico pré-fabricado com conjuntos brocas, e a
determinação da forma da peça ocorre por uma sequência de corte e desgaste produzidos pelas
brocas (TOMITA et al., 2005). Devido a grandes demandas de produção as brocas são
submetidas à regimes intensos de utilização, levando a uma menor capacidade de corte,
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
aumentando a probabilidade de ocorrerem falhas estruturais e superficiais das peças fresadas,
podendo, ainda, influenciar na qualidade de adaptação cervical das restaurações fresadas por
ferramentas fadigadas (ADDISON et al., 2012).
Ao avaliar o efeito do uso sequencial das brocas sobre a rugosidade superficial e fadiga
cíclica de uma cerâmica a base de dissilicato de lítio utilizando o sistema Cerec inLab (Sirona
Dental Systems, Bensheim, Germany), Madruga et al. (2019) concluíram que a rugosidade
média da superfície cerâmica analisada não foi acentuada conforme a degradação do
instrumento. Além disso, as alterações ocorridas na broca não influenciaram na fadiga cíclica
da cerâmica.
Já Corazza et al. (2015) em uma pesquisa baseada no sistema Cerec inLab (Sirona
Dental Systems, Bensheim, Germany), avaliaram o efeito do desgaste das pontas diamantadas
sobre a rugosidade superficial e carga máxima de ruptura da zircônia, através da confecção de
30 corpos de prova que simulavam coroas. Como resultado, mostraram que a sequência de
moagem repetitiva durante o período de trabalho do conjunto de pontas diamantadas não
influenciou na qualidade do produto final, uma vez que todas as restaurações revelaram
adaptação adequada, tornando verídico a não relação entre o desgaste das brocas e defeitos
superficiais. Os autores não relataram se utilizaram as brocas até o final da sua vida útil, foram
confeccionadas 30 coroas e foi observado que a rugosidade superficial da cerâmica aumentou
após a produção da 24ª amostra.
O aumento da rugosidade superficial pode favorecer a adesão bacteriana e acúmulo de
biofilme às superfícies dos pilares protéticos, levando a uma reação inflamatória nos tecidos
periimplantares circundantes, podendo resultar em quadros de perimplantite, o que pode
provocar o insucesso da reabilitação (RIMONDINI et al., 1997)
A colonização inicial é influenciada, além da rugosidade superficial, pela energia livre
de superfície e resistência ao meio aquoso. Porém, estudos mostram que a adesão de biofilme
bacteriano tem relação direta com a rugosidade da superfície nos componentes do implante e
estes já foram demonstrados em estudos in vitro e in vivo (RIMONDINI et al., 1997; PATEL,
GOHIL, 2012; CORAZZA et al., 2015).
Diante dos efeitos mecânicos e principalmente biológicos que a rugosidade superficial
das estruturas em cerâmica pode acarretar, se faz necessário avaliar a correlação entre o uso das
brocas e a rugosidade superficial das peças fresadas pelo sistema CAD/CAM.
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
- Avaliar a rugosidade superficial de blocos cerâmicos de zircônia, confeccionados pelo
sistema CAD/CAM.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Analisar a superfície da broca utilizada ao começo e final de sua vida útil;
- Observar a influência da deterioração da broca sobre a rugosidade superficial da zircônia.
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA
Trata-se de um estudo piloto, experimental in vitro, onde foram confeccionados corpos
de prova em zircônia pré-sinterizada através da fresagem pelo sistema CAD/CAM Ceramill
Motion 2 (Amann Girrbach, Koblach-Áustria). Estes tiveram sua superfície avaliada por
meio de um perfilômetro óptico 3D sem contato (CCI MP, Taylor Hobson, Inglaterra) e
microscopia eletrônica de varredura (S-400, Hitachi Co. Ltd.). As brocas foram submetidas
a avaliação em microscopia eletrônica de varredura (MEV).
4.2 PLANO AMOSTRAL
Foram confeccionados corpos de prova com dimensões de 8mm de diâmetro x 1,5 mm
de espessura. O tamanho da amostra foi definido de acordo com o tempo de vida útil das
pontas diamantadas, a qual é determinada pelo próprio sistema CAD/CAM. Dessa forma,
foram confeccionados 201 corpos de prova, com as dimensões descritas, utilizando um total
de 5 blocos cerâmicos.
4.3 MÉTODOS
As brocas foram submetidas à avaliação do MEV com ampliação de x50 e x200 antes e
após a fresagem dos blocos cerâmicos.
Foram confeccionados corpos de prova com dimensões de 8mm x 1,5 mm (Figura 1) no
sistema CAD/CAM utilizando um conjunto com 3 brocas laminadas de carbeto de
tungstênio. (Roto T1 2.5; Roto T2 1.0; Roto T3 0.6) para fresagem em zircônia pré-
sinterizada (Ceramill Zl 71 XS Blank-Amann Girrbach, Koblach-Áustria), até o final da
vida útil da broca 2.5. A vida útil da broca é indicada pelo software do próprio fabricante
através de barras indicativas (Figura 2). Nesta pesquisa, a primeira broca a chegar ao final
de sua capacidade de trabalho foi a de corte 2.5.
Após fresagem as amostras foram sinterizadas durante o período de 8 horas sob a
temperatura de 1.450°C, conforme as orienta o fabricante. Em seguida passaram por um
acabamento de superfície com pedra montada de granulação média (Identlab) para eliminar
os resíduos de pó deixados pelo processo de fabricação.
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
Os corpos de prova tiveram sua superfície avaliada em MEV, com um aumento de
x1.0k. Foi seguida uma sequência de intervalo de avaliação a cada 5 corpos de prova desde
a primeira amostra, sendo assim, 41 corpos de prova tiveram suas superfícies avaliadas.
As 41 amostras foram também avaliadas quanto a rugosidade superficial em
perfilômetro óptico sem contato (CCI MP, Taylor Hobson, Inglaterra) conectado a uma
unidade computadorizada contendo o software Talysurf CCI (Taylor Hobson, Inglaterra)
para obtenção dos dados, seguindo a mesma sequência de intervalos para a análise em MEV
(Figura 3). Foi empregado um cutoff de 0,25 mm com uma lente 20 X, abertura numérica
de 0.4 e velocidade de scaneamento de x5 no modo xy (resolução 1024 x 1024). Foram
realizadas três mensurações para cada corpo de prova, sendo uma na área central e as demais
de acordo com a movimentação da lente 2 mm para direita e para esquerda, a partir das
quais foi retirada a média de rugosidade (Ra) de cada corpo.
Os dados numéricos de Ra foram computados no excel, a partir dos quais foram
calculados a média e desvio padrão de Ra de todas as amostras realizadas.
Fig. 1 - Corpos de prova
confeccionados a partir do bloco de
zircônia.
Fig. 2 - Monitoramento
computadorizado da vida útil do
conjunto de brocas.
Fig. 3 - Avaliação em
perfilomêtro óptico sem
contato.
Imagem – reprodução do autor.
Imagem – reprodução do autor.
Imagem – reprodução do autor.
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
5 RESULTADOS
A análise em MEV das brocas revelou uma ligeira alteração da superfície de corte das
brocas 2.5 e 1.0 após o processo de fresagem dos blocos cerâmicos (Figuras 4-11). A broca 0.6
não apresentou alteração em sua superfície de corte, mas foi observada presença de resíduos de
pó de zircônia deixados pelo processo de usinagem (Figuras 12-15).
Fig. 4 - imagem em MEV (x50) da broca 2.5
antes do processo de fresagem.
Fig. 5 - imagem em MEV (x50) da broca 2.5
depois do processo de fresagem.
Fig. 6 - imagem em MEV (x200) da broca 2.5
antes do processo de fresagem.
Fig. 7 - imagem em MEV (x200) da broca 2.5
depois do processo de fresagem.
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
Fig. 8 - imagem em MEV (x100) da broca 1.0
antes do processo de fresagem.
Fig. 9 - imagem em MEV (x100) da broca 1.0
depois do processo de fresagem.
Fig. 10 - imagem em MEV (x300) da broca 1.0
antes do processo de fresagem.
Fig. 11 - imagem em MEV (x300) da broca 1.0
depois do processo de fresagem.
Fig. 12 - imagem em MEV (x200) da broca 0.6
antes do processo de fresagem.
Fig. 13 - imagem em MEV (x200) da broca 0.6
depois do processo de fresagem.
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
Os corpos de prova, também tiveram sua superfície avaliada em MEV, mostrando que
as características de ranhuras superficiais se mantiveram semelhantes do 1º ao 201º corpo de
prova (Figuras 16-18).
Fig. 14 - imagem em MEV (x300) da broca 0.6
antes do processo de fresagem.
Fig. 15 - imagem em MEV (x300) da broca 0.6
depois do processo de fresagem.
Fig. 16 - imagem superficial em MEV do 1º corpo de prova.
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
Fig. 17 - imagem superficial em MEV do 100º corpo de prova.
Fig. 18 - imagem superficial em MEV do 201º corpo de prova.
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
Ainda, a análise em perfilometria óptica sem contato constatou que a rugosidade
superficial não teve diferença significante entre os valores de Ra dos corpos de prova, com
valores variando entre 0,47 e 2,82 µm, mantendo uma média entre as amostras de 1,56 µm, com
desvio padrão de 0,61 (Figura 19).
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
1 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 180 190 201
Ra
Amostra
Rugosidade Média
Fig. 19 - Gráfico com valores de Ra conforme a sequência de fresagem dos corpos de prova.
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
6 DISCUSSÃO
O objetivo desse estudo foi avaliar a rugosidade superficial da zircônia fresada pelo sistema
CAD/CAM, conforme a vida útil, e, consequentemente, desgaste das brocas utilizadas para
usinar as peças e encontrou-se que o desgaste da broca de corte 2.5 não influenciou na
rugosidade superficial da zircônia.
A fresagem de peças em cerâmica em sistema CAD/CAM ocorre através do uso de um
conjunto mínimo de três brocas, sendo que a (s) broca (s) inicial (is) tem a função de cortar e
dar forma à peça (nesta pesquisa foram utilizadas as brocas 2.5, e 1.0) e a (s) broca (s) final (is)
tem por objetivo refinamento e dar o acabamento à peça (nesta pesquisa foi utilizada a broca
0,6).
A broca mais exigida neste sistema é a de maior corte (nesta pesquisa foi a broca 2.5). A
vida útil das ferramentas é determinada conforme o tempo e desgaste de trabalho, monitorado
pelo próprio sistema CAD/CAM. Dessa maneira, a fadiga mais rápida da broca 2.5, pode ser
explicada pelo fato de ser a ferramenta de corte que recebe a maior dureza do material. Nesta
pesquisa, a confecção dos corpos de prova foi encerrada de acordo com a vida útil da ponta
diamantada 2.5, possibilitando a confecção de 201 corpos de prova usinados, por meio do uso
de 5 blocos cerâmicos.
A avaliação em MEV das brocas utilizadas mostrou que houve desgaste na superfície
cortante da ponta ativa após a conclusão do processo de fresagem, sendo este feito maior na
broca 2.5. Esse resultado corrobora com a pesquisa de Tomita et al. (2005), onde foi avaliado
o efeito do desgaste da broca sobre a precisão das peças cerâmicas fabricadas. Foram
confeccionadas 153 coroas no sistema CAD/CAM, e foi observado que após a confecção da
11ª amostra, partículas de diamante começaram a ser perdidas da ponta ativa da ferramenta.
Madruga et al 2018, em um estudo semelhante, também observaram a redução da quantidade
de partículas de diamante na ponta ativa dos instrumentos. Já no estudo de Corazza et al. (2015),
não foi observada deterioração evidente da ferramenta, no entanto, durante a pesquisa foram
confeccionadas apenas 30 matrizes cerâmicas com o mesmo conjunto de brocas, não chegando
a ferramenta ao final do ciclo de vida útil.
Além de influenciar na estrutura mecânica, pois aumento da rugosidade da superfície
cerâmica influencia na propagação de trincas da estrutura, visto que as fissuras que compõe a
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
rugosidade superficial funcionam como área de concentração de tensões, a aspereza da
superfície favorece diretamente o acumulo de biofilme. Assim, o uso contínuo e sequencial das
brocas pode promover alterações na superfície da cerâmica de modo a aumentar a rugosidade
superficial.
Corazza et al. (2015), encontraram valores de Ra entre 1,0 e 1,6 µm, corroborando com
os resultados encontrados nesta pesquisa. Além disso, Madruga et al. (2018), não observaram
variação de rugosidade entre os corpos de prova confeccionados, mantendo valor de Ra de 1,7
µm em todas as amostras avaliadas. Madruga et al. (2019) avaliaram a superfície de um sistema
cerâmico à base de dissilicato de lítio, e Corazza et al. (2015) utilizaram sistemas cerâmicos de
zircônia. Já Tomita et al. (2005) observaram aumento da rugosidade média conforme decorrido
o processo de usinagem, no entanto o tipo de cerâmica utilizado não foi informado. Sendo
assim, a diferença dos valores de rugosidade superficial entre os estudos pode ser explicada
pelo tipo de cerâmica utilizado, além da diferença da marca comercial dos sistemas CAD/CAM
utilizados. Ainda, os estudos de Tomita et al. (2005), Corazza et al. (2015) e Madruga et al.
(2018) avaliam o efeito do desgaste das pontas utilizadas para fresagem em CAD/CAM sobre
a rugosidade superficial das peças em cerâmica, no entanto, utilizaram para essas fresagens
pontas diamantadas e, em contrapartida, neste estudo furam utilizadas brocas laminadas de
carbeto de tungstênio para a fresagem dos corpos de prova em cerâmica.
Parâmetros da influência da rugosidade superficial sobre a adesão bacteriana já vem
sendo estudado desde 1997 por Bollen et al. (1997), onde foi estabelecido que valores de
rugosidade média inferiores a 0,2 micrometros possuem menor adesão bacteriana, e esse limiar
é aceito até hoje. Já foi comprovado que a rugosidade superficial das estruturas de titânio é o
principal fator que favorece a adesão bacteriana. Por outro lado, estudos como de Hahnel et al.
(2009) e Burgers et al. (2010) relataram que a energia livre de superfície é o fator que mais
favorece a colonização frente à rugosidade da superfície em estruturas de zircônia.
Ao avaliar o efeito da rugosidade superficial e características topográficas sobre a
adesão de bactérias em superfícies de titânio e de zircônia, Do Nascimento et al. (2013)
observaram que estruturas de zircônia apresentaram maior rugosidade superficial, porém,
relataram menor colonização bacteriana quando comparado as estruturas de titânio. Os autores,
porém, não avaliaram a energia livre de superfície, que poderia ajudar a justificar os dados
obtidos.
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
O fato de nesta pesquisa ter-se chegado ao final de sua vida útil apenas da broca de corte
2.5 pode ser considerado como uma limitação. Assim, seriam necessários estudos que avaliem
os parâmetros de rugosidade utilizando todas as brocas envolvidas no sistema até o final de sua
vida útil, visto que o desgaste executado pelas demais brocas envolvidas na fresagem também
pode influenciar no resultado final da superfície da peça cerâmica. Além disso, são necessários
estudos que avaliem a influência da rugosidade superficial da zircônia na colonização
bacteriana da superfície cerâmica, visto que o limiar de rugosidade e sua aceitabilidade clínica
de 0,2 micrômetros foi ultrapassado em todas as amostras. Juntamente a isto, é valido analisar
a energia livre de superfície, já que esta tem influência direta na adesão de biofilme.
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FRESAGEM EM ZIRCÔNIA: EFEITO DO USO PROLONGADO DAS BROCAS SOBRE A TOPOGRAFIA SUPERFICIAL
7 CONCLUSÃO
O uso contínuo da broca de corte 2.5 até o final de sua vida útil não parece influenciar a
rugosidade superficial da zircônia, apesar de a broca apresentar desgaste da sua superfície
cortante ao final do processo de fresagem. Apesar de não haver aumento da rugosidade
superficial, o valor de Ra encontra-se acima do limiar clínico aceitável.
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