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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
NARRATIVA HISTÓRICA: Formação e memória - Colégio Estadual Ivan
Ferreira do Amaral Filho.
CURITIBA 2012
REGINALDO ANTÔNIO MILANI
NARRATIVA HISTÓRICA: Formação e memória - Colégio Estadual Ivan
Ferreira do Amaral Filho.
Produção Didática apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, sob a orientação do Professor Dr. Luiz Carlos Ribeiro da Universidade Federal do Paraná – UFPR.
CURITIBA 2012
FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: Narrativa histórica: formação e memória Colégio Estadual Ivan Ferreira do Amaral Filho
Autor Reginaldo Antonio Milani
Escola de Atuação Colégio Estadual Ivan Ferreira do Amaral Filho
Município da escola Campina Grande do Sul
Núcleo Regional de Educação Área Metropolitana Norte
Orientador Professor Dr. Luiz Carlos Ribeiro
Instituição de Ensino Superior UFPR
Disciplina/Área (entrada no PDE) História - 2010
Produção Didático-pedagógica Caderno Pedagógico
Relação Interdisciplinar
Público Alvo Professores, alunos e comunidade escolar
Localização
Colégio Estadual Ivan Ferreira do Amaral Filho Bairro: Jardim Paulista, Município de Campina Grande do Sul, Rua Alderico Bandeira de Lima, 211.
Apresentação:
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo buscar e divulgar na proposta
de intervenção escolar a formação da história local. Atendendo a
necessidade de uma atenção maior sobre a narrativa histórica do
Colégio Estadual Ivan Ferreira da Amaral Filho. A investigação,
análise de documentos e entrevistas, complementa a ação
metodológica desempenhando papel significativo no processo.
Dessa forma propõe estudos sobre Narrativa histórica
baseando-se numa leitura contextualizada a partir de vivências e
experiências, inseridas na história que lhes pertence. Junto ao
objetivo busca oferecer um material didático como complemento
metodológico à disciplina de história.
Palavras - chave Narrativa histórica; Colégio Ivan; Memorial.
SUMÁRIO
1 Introdução ...................................... ....................................................................... 01
2 Procedimentos .................................. .................................................................. 02
3 Ações previstas ................................. ................................................................... 05
4 Desenvolvimentos das atividades ................ ..................................................... 07
5 Orientações/recomendações ....................... ....................................................... 15
6 Proposta de avaliação ........................... .............................................................. 16
Referências ...................................... ....................................................................... 17
1
1 Introdução
O presente trabalho tem por finalidade trazer reflexões sobre Narrativa
histórica: formação e memória, assim como apresentar sugestões de trabalho com a
disciplina de História, a partir da intervenção teve-se como objetivo organizar e
produzir um histórico da instituição escolar. Buscando informações e referências
sobre a mesma, verificando a falta de registros que oferecessem a história local da
instituição, buscou-se uma proposta de pesquisa sobre a história escolar do Colégio
Estadual Ivan Ferreira do Amaral Filho.
Segundo Oriá (2002, p.128-129) “a preocupação com a preservação da memória histórica e, por extensão, do patrimônio cultural, é fenômeno que vem caracterizando, neste final de século e milênio, um número considerável de instituições, sejam elas públicas ou privadas, organizações não governamentais, segmentos sociais, os mais diversos e figuras destacadas das elites políticas nacionais. A cada dia tomamos conhecimento de iniciativas. destinadas a criação de centros de memória, projetos de revitalização, de sítios históricos urbanos, instalação de núcleos de documentação e pesquisa, memoriais, museu, programas de história oral, elaboração de vídeos e documentários, etc. No Brasil, onde a máxima de ser um “país sem memória” constitui uma idéia já cristalizada, estas iniciativas devem ser louvadas e apoiadas, não sem uma reflexão mais crítica.
A partir do pressuposto teórico acima citado, indagamos a própria
justificativa do trabalho a ser desenvolvido para a rede escolar. Quando o próprio
significado de pertencimento dos sujeitos que constitui a comunidade escolar ficando
no esquecimento ou na indiferença dos suportes que constituem a história local, as
fontes primárias, os documentos, as entrevistas que deveriam remontar, trazer e
constituir o sentimento deste pertencimento histórico. Portanto as iniciativas que
valorizam e justificam o país, ser construtor da sua história, será porque sua base
busca e compreende a relação sociopolítico, econômico e cultural, em que cada um
descreve e deixa marcas, que deverão ser respeitadas no individual e coletivo.
O paradigma que fundamenta é o mesmo que privilegia o individuo a inter-
relação às áreas de conhecimento com suas experiências, confrontando com
desafios diversos que o cotidiano nos impõe. Dessa maneira busca-se uma prática
educativa que promova integração disciplinar, estabelecendo conexão com o
aprendizado dos conteúdos teóricos sistematizados às questões da vida, com intuito
de garantir compreensão da história na sociedade e participar da dinâmica política,
2
econômica e social, repensar os tempos, espaços, mecanismos presentes dentro da
instituição e fora dela. A compreensão não se limita apenas à disciplina, mas integra
o aluno a estabelecer relação interdisciplinar pertinentes à vida comunitária e
cotidiana.
Integrando alunos, professores e funcionários, contribuindo com ações
pertinentes ao desenvolvimento do projeto de maneira parcial, onde serão
apresentadas sugestões dos temas a eles sob orientação do professor e inter-
relação com demais disciplinas, que neste particularmente, teve participação das
disciplinas de Arte e Informática, apoiando a prática necessária para concluir
determinadas atividades.
As idéias apresentadas foram desenvolvidas a partir de uma produção
histórica do Colégio Ivan Ferreira do Amaral Filho, situado no município de Campina
Grande do Sul – PR. Tendo por objetivo a produção de um histórico e memorial à
instituição a qual os alunos estão inseridos. A partir do desenvolvimento do projeto
pode-se oferecer sugestões metodológicas sobre narrativa histórica local,
envolvendo referências bibliográficas, dados escritos e oral, imagens (fotos),
documentos oficiais, entre outros, procurando favorecer o entendimento e
compreensão sobre a relação do tema abordado. Somando aos objetivos
específicos como: disponibilizar o conteúdo do histórico ao memorial da instituição,
garantindo a memória escolar e de futuros projetos que complementarão a história
da instituição.
2 Procedimentos
A escola como instituição social vem buscando cumprir novos meios de
acrescentar para a aprendizagem, por meio de atividades diferenciadas, quando
surge a proposta de um projeto ser desenvolvido. Analisa-se novas práticas com
participação do aluno despertando interesse e satisfação, possibilitando a ele
contribuir com diferentes ações além da qual já está inserido.
No primeiro período do Projeto de Intervenção, segundo semestre de 2010,
realizaram-se levantamento bibliográfico sobre Narrativa histórica e Memória, tendo
como objetivo aprimoramento ao tema apresentado, assim como pesquisas,
entrevistas, procurando reunir informações pertinentes para reflexão e
desenvolvimento do trabalho. As dimensões metodológicas quanto ao levantamento
3
bibliográfico e no processo da pesquisa, como no levantamento de dados, as
entrevistas com pessoas relacionadas direta e indiretamente com a formação da
memória local, contribuiu para atingir objetivos. Através de levantamento histórico
sobre formação e memória do Colégio Estadual Ivan Ferreira do Amaral Filho, com o
uso de pesquisas bibliográficas, visita a instituições públicas e entrevistas com
pessoas da comunidade inseridas na história, busca-se a produção de um histórico
e memorial para o Colégio.
Na primeira etapa foram realizadas ações comprometidas apenas pelo
professor PDE-2010, sem haver contribuição ou participação de alunos, objetivando
o levantamento de dados para a certificação do arsenal de informações necessárias
para a execução do Projeto. No segundo período destinou-se a elaboração do
material didático. Integrando o aluno na teoria e prática, a partir do desenvolvimento
de atividades como: leitura de textos, reflexão, debates, pesquisas e entrevistas,
com intuito de levar ao aluno proposta que ofereça o entendimento de sujeito
integrado à formação histórica.
Fez-se necessário a apresentação do Projeto de Implementação
Pedagógica, aos professores e funcionários, abordando o tema e explicando o
procedimento e objetivo do Projeto, resultando no interesse de participação
voluntária ao Projeto. Buscando apoio e colaboração para o desenvolvimento
pedagógico e quanto à necessidade de apoio financeiro para ações pertinentes
envolvidas no Projeto como: na confecção do Jornal e na aquisição de materiais
para a formação do Memorial. Propor apoio junto a direção quanto a disponibilidade
de recursos materiais tais como: sala de informática, biblioteca, sala de aula
disponível aos sábados, liberação de documentos e arquivos internos para
levantamento de pesquisas sob orientação dos responsáveis.
Envolvendo alunos do Ensino Fundamental de 7ª e 8ª séries e Ensino Médio
de 1º e 2º anos, para contribuir nas ações como: estudo e análise de textos,
aprofundando o conhecimento referente à Narrativa histórica e preservação da
memória histórica, com apresentação de textos, provocando questionamentos e
debates. Levantar questões pertinentes:
Como a Escola começou sua história local?
Através de quais instrumentos você conhece esta narrativa?
A história contada por pessoas mais antigas, da nossa família ou da nossa
comunidade, é importante? Por quê?
4
Provocar interesse propondo caminhos em buscar informações e novidades
sobre o assunto proposto com diferenciadas formas didática. Propor pesquisas e
entrevistas com os próprios familiares, investigar ou descrever sua biografia.
A proposta de produção de um informativo para que circule interna e
externamente entre a comunidade escolar, e que neste os alunos venham contribuir
na elaboração. Convidar alunos para um grupo de apoio na finalidade de se
dedicarem à organização do informativo. Organizando equipe de divulgação do
Projeto na escola, a equipe pode contar com apoio de professores, profissionais da
informática, da biblioteca e da secretaria da escola. A atividade do informativo
permite aos alunos desenvolverem as seguintes ações: mobilizar a escola com
visitas nas salas de aula, esclarecer o Projeto de Intervenção; motivar a escola para
participar de sugestões para o nome do informativo; selecionar e organizar uma
votação nas salas de aula com nomes sugeridos para o informativo; divulgar e
socializar a Narrativa histórica local por meio do jornal.
Para elaboração dos artigos presentes no informativo, terá participação de
pessoas integrantes na histórica local, estas serão convidadas a participarem de
entrevistas com alunos e professor, favorecendo assim a contribuição da
comunidade com materiais como: fotos, documentos e depoimentos. Para isto é
importante o levantamento de dados realizado no inicio do Projeto, bem como no
desenvolvimento das ações realizadas com os alunos.
Disponibilizar o conhecimento da biografia do atual homenageado, por meio
de documentos oficiais, jornais, entre outros, propondo assimilação dos fatos e o
enriquecimento do aprendizado; percepção em relação à temporalidade histórica;
reconhecimento individual como sujeito participativo e integrado em ações as quais
favorecem para o crescimento da auto-estima.
Dando ênfase ao Projeto, cria-se a iniciativa de implantação de um Memorial
fixado a um espaço interno na instituição, dispondo de fotos de ex-diretores, do
homenageado, primeira professora, foto da primeira escola e Narrativa histórica,
sendo estas anexadas entre vidros (galeria de fotos). O memorial representa a
possibilidade real de construção de uma idéia sobre Narrativa histórica local, onde
permanecerão em exposição os resultados colhidos pelo Projeto de Intervenção. O
Memorial traz uma ação de incentivo a valorização cultural e oportunizar o
conhecimento da história local.
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3 Ações previstas
REGISTROS DAS AÇÕES PREVISTAS
Data Ação Objetivo
1. 22/07/11 Reunião com Equipe Pedagógica, professores e funcionários.
Divulgar o Projeto de Implementação na escola.
2. 12/08/11 Estabelecer normas com a Direção, referentes ao Memorial.
Incluindo a questão de patrocínio com a Prefeitura Municipal e empresas regionais
Validar o projeto com o consentimento da Direção.
3. 15/08/11 Criar grupos de estudo e de tarefas com os alunos para implantação do memorial através das ações pedagógicas na escola. Com participação de professores de outras disciplinas.
Integrar os alunos como parceiros de pesquisa do projeto; sanar questões em aberto durante o projeto de intervenção pedagógica.
4. 20/08/11
E
24/08/11
Estudo de textos sobre patrimônio histórico e memória
Apresentar informações coletadas durante o projeto de intervenção referente ao histórico do Colégio.
Reflexão e debate sobre a importância do Memorial, enquanto preservação da Memória escolar
Apresentar materiais com referências biográficas para estudo da história local.
Integrar a equipe de apoio formado por alunos dos períodos manhã, tarde e noite.
Disponibilizar a história da escola para a compreensão da sua formação.
Orientar o aluno para a Preservação da Memória da escola enquanto patrimônio.
5. 22/08/11 Orientação para a equipe, formada por alunos.
Encaminhamento das atividades pertinentes as ações, sendo as de orientação e divulgação do Projeto para as demais turmas.
Integrar o aluno as ações, oferecendo oportunidade de desenvolvimento e integração social.
6. 23/08/11
Ação divida em três fases:
Fase 1 – dividir o grupo para orientação dos procedimentos a serem desenvolvidos como: divulgação do informativo a ser implantado no Colégio; organização e estudo de documentos referentes ao Projeto; realização de entrevistas com pessoas da comunidade.
Oferecer oportunidade aos alunos para que sejam capazes de:
Desenvolver suas habilidades e competências;
Respeito e preservação cultural;
6
29/08/11
17/10/11
Fase 2 – divulgação do Projeto de Implementação e proposta de informativo para o Colégio para as demais turmas. Buscando colaboração de informações históricas.
Fase 3 – coleta de informações, documentos, fotos sobre a história local com apoio de familiares.
Propor aos alunos pesquisar junto aos familiares registros sobre a história local e trazer para apresentar aos demais colegas.
Organizar trabalhos e apresentação dos materiais coletados.
Após apresentação selecionar e organizar estes documentos em pastas com objetivo de compor o memorial.
Respeito ao patrimônio público;
Conhecimento e compreensão sobre a história em que está inserido.
Integrar o aluno as ações, oferecendo oportunidade de desenvolvimento e integração social.
7.
05/09/11
26/11/11
Organização das ações e procedimentos para a constituição do Memorial.
Fase - 1: Providenciar apoio financeiro junto a Direção e demais colaboradores do Município para a confecção dos materiais utilizados na implantação do Memorial.
Fase -2: Providenciar e organizar quadros, placas, biografia, e concluí-las para fixação ao memorial.
Exposição em Memorial.
Angariar fundos para compra de materiais a serem utilizados ao memorial.
Apresentar a história local por meio de memorial à comunidade.
Perceber relações culturais na sociedade próxima em que vivemos.
8. 29/08/11
19/09/11
Continuidade das atividades referentes à pesquisa sobre histórico local:
Estudo e análise de textos, indagando a história do Município.
Seleção e organização de fotos, para o construção de álbum, referentes as décadas de 60,70.80.
Valorizar o processo de conhecimento a partir de referenciais sobre História local.
9. 17/10/11
E
07/11/11
Organização de documentos, fotos, identificando-os por fichas e arquivando-os em pastas e arquivos de computador. Com propósito de exposição.
Valorizar e preservar o patrimônio histórico e cultural.
10. 05/11/11 Visitar Arquivos Públicos, ao Centro Histórico Municipal ou Estadual.
Promover o conhecimento com práticas fora do ambiente escolar.
7
11. 03/10/11
16/11/11
E
26/11/11
Organização do informativo, destacando: fase histórica da instituição – Primeira escola, espaço do aluno, charge, redação com tema: você sabe por que a escola recebeu este nome, espaço para professor, e pensamentos sobre Educação, espaço de anúncios.
Estimular o aluno a manifestar habilidades através das atividades diferenciadas.
Apresentar a História com diferentes recursos.
Integrar o aluno as ações, oferecendo oportunidade de desenvolvimento e integração social.
Promover socialização e interação entre a comunidade escolar.
12. 03/10/11
E
26/11/11
Divulgação de atividades pertinentes na formação do informativo. Propondo concurso interno referente ao histórico do Colégio: História em quadrinhos; produção plástica; poesias, crônicas, música, entre outros.
Exposição das atividades concluídas.
Integrar o aluno as ações, oferecendo oportunidade de desenvolvimento e integração social.
Valorizar as próprias produções.
13. 21/11/11 Propor continuidade referente ao informativo. Viabilizar estudos contínuos referentes à história local.
4 Desenvolvimento das atividades propostas.
Unidade 1
Sugestões de estudos Bibliográficos sobre Narrativa Histórica e Memória.
Orientação através de Referências Bibliográficas, como recurso ao estudo sobre
Narrativa Histórica e Memória.
Objetivo: Desenvolver atividade de aprofundamento com alunos, através de
textos referentes à narrativa história, preservação da memória histórica e patrimônio
cultural.
Atividades:
1. Leitura e interpretação do texto, em seguida promover discussão em
grupos.
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Texto: ORIÁ, Ricardo. Memória e ensino de história. In: Bittencourt, Circe
(Org.). O Saber histórico em sala de aula. São Paulo: Contexto, 2002. P.128-138.
2. Questionamento e debate com a preocupação e preservação das
narrativas históricas e patrimônios culturais. Indagando questões como:
a) Você sabe como a Escola começou sua história local?
b) Através de quais instrumentos você conhece esta narrativa?
c) A história contada por pessoas mais antigas, da nossa família ou da
nossa comunidade, é importante? Por quê?
3. Propor apresentação dos grupos sobre a discussão realizada.
Unidade 2
Orientação através de Referências Bibliográficas, como recurso ao estudo
sobre Narrativa Histórica Oral.
Objetivo: Justificar a importância da Memória Histórica através da
Entrevista.
Atividades:
1. Leitura do texto, em seguida questionar sobre narrativa histórica e oral.
Indagando questões como: Você sabe por que a Instituição recebeu este nome?
2. Após propor para os alunos atividade de entrevista com pessoas da
comunidade ou da instituição, orientando-os a organizarem roteiros para a
entrevista.
3. Convidar pessoas da comunidade, com conhecimento sobre a história
local para participarem destas atividades na escola.
4. Registrar e arquivar o desenvolvimento das atividades para expor no final
do projeto.
Texto:
“O Programa de História Oral compreende todo um conjunto de atividades anteriores e posteriores à gravação dos depoimentos. Inicia-se com a pesquisa e o levantamento de dados para a preparação dos roteiros das entrevistas. Depois essa entrevista é gravada, analisada, processada, duplicada e passará a integrar uma base de dados disponível para consulta pública. Esse é o conjunto de atividades de um Programa de História Oral” (DE SORDI, 2007, p.7).
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“por história oral compreendem-se o registro de histórias de vidas e também depoimentos diversificados, articulados, registrados de forma sistemática, em torno de um tema”. De SORDI (2007, p.5 cita CAMARGO, 2004)1:
“As entrevistas de história oral são documentos biográficos, como as memórias e as autobiografias, e são fontes para compreensão do passado, juntamente com documentos escritos, imagens e outros tipos de registros. As entrevistas são produzidas a partir de provocações do pesquisador, que procura o entrevistado e lhe faz perguntas, sobre fatos ou situações que se quer conhecer”. “As entrevistas de história oral permitem compreender como indivíduos experimentaram e interpretam acontecimentos, situações e modos de vida de um grupo ou da sociedade em geral... Isso torna o estudo da história mais concreto e próximo, facilitando a apreensão do passado pelas gerações futuras e a compreensão das experiências vividas por outros” (CPDOC, 2007)2.
Unidade 3
Organização e análise de dados, documentos, registros escritos, oral, adquiridos
através de entrevistas e de pesquisas realizadas.
Objetivo: Proporcionar a integração entre teoria e a prática a partir da reflexão
sobre a importância das fontes primárias.
Atividades:
1. Após leitura dos textos, promover a compreensão do conceito de fontes
primárias estabelecendo comparações práticas com o referencial existente sobre a
instituição. Propor pesquisas sobre a Biografia do homenageado da Instituição,
através de livros sobre a história do Município, Monografias, artigos, jornais, atas
escolares, entre outros.
2. Propor aos alunos uma investigação da sua própria história, com coletas
de dados e documentos pessoais para a formação de sua Biografia. (o trabalho
poderá ser apresentado por meio de exposição em mural, confecção de folders,
livrinhos, histórias em quadrinhos, entre outros).
Texto : SCHMIDT, Maria Auxiliadora, CAINELLI, Marlene. Ensinar história. Paulo: Scipione, 2005. 159 p. (Pensamento e ação no magistério).
Fontes primárias: “são testemunhas do passado que se caracterizam
1CAMARGO, Aspásia. Apresentação da primeira edição. In: Alberti Verena. Manual de História oral. 2.ed. rev. atual. Rio de Janeiro : FGV, 2004. p.12 ²ALBERTI, Verena. O fascínio do vivido, ou o que atrai na história oral. Rio de Janeiro : CPDOC, 2003. Disponível em WWW.cpdoc.fgv.br. Acesso em: 19 jan. 2007.
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por ser de primeira mão ou contemporâneas dos fatos históricos a que se referem” (p.96).
Fontes escritas: documentos jurídicos, inventários, discursos, cartas, livros de contabilidade, livros de história, autobiografias, biografias, diários, poemas, romances, textos de imprensa, censos, estatísticas, mapas, gráficos, registros paroquiais, entre outros.
Exemplo de fonte primária:
Texto 1 - O texto que segue abaixo se trata de carta manuscrita da primeira professora da
Escola Isolada do Jardim Paulista é expressão viva do processo de formação do Colégio
Estadual Ivan Ferreira do Amaral Filho, ainda na condição de Escola Isolada, do município
de Campina Grande do Sul – Pr.:
“No ano de 1961, resolvi mudar de lugar de trabalho. Pedi transferência de Palmitalzinho, para o local BRX, Alto da Cerra, no acampamento do DER, onde tinha o projeto para a construção de uma sala de aula. Onde fiquei um ano e meio. Surgiu um novo loteamento, o Jardim Paulista, onde também precisariam de professora. Pedi a vaga para a Diretora libera M. B. e o Prefeito Mário S. Responderam que me aguardariam até o dia 05 de março o início das aulas no Jardim Paulista. Morei no paiol do Sr. Augusto Staben, até construir casa no lote que havia comprado. Trabalhei um mês e adoeci. O local de trabalho... não era próprio para lecionar, tirei licença de 30 dias. Conversei com a Diretora Líbera M. B; sobre isto. Tirei licença novamente por não ter sala de aula para lecionar. O Sr. Augusto, vereador, incomodou-se com a situação. Junto com meu marido e meu pai, construímos uma sala de aula em cima do meu lote. Pois tinha medo de perder o cargo de professora.”
Texto 2 - Entrevista com a Professora Myriam Thomazini Bernardi, sobre o
Histórico do Colégio Ivan Ferreira do Amaral Filho, situado no Município de Campina
Grande do Sul, Bairro Jardim Paulista, PR.
Pela resolução n. 561/80 de 31 de março de 1980, a professora acima
citada, LP, da Parte Suplementar do Quadro Único de Pessoal do Poder Executivo,
passa a responder como Diretora da Casa Escolar do Jardim Paulista, rompendo o
ciclo de professores responsáveis pela instituição.
Data: maio de 2011
Entrevistador: Prof. Reginaldo Antonio Milani
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Entrevistador: No de 1980 o nome da Escola deixa de ser Casa escolar Ivan
Ferreira do Amaral e passa para Escola Estadual Ivan Ferreira do Amaral Filho de
primeiro grau. Neste ano iniciam-se as 5ª séries do período diurno. Já existiam
turmas de 5ª séries em outros períodos?
Professora Myriam: Na época não. Nós tínhamos no noturno o Mobral, só isso, a
alfabetização de adultos, nós começamos com a Escola Estadual e a noite o Mobral,
antes disso não tenho conhecimento.
Entrevistador: A partir de 1980 procedeu-se a regularização de todos os
estabelecimentos de ensino da zona rural. Em Campina Grande do Sul, através do
decreto municipal nº 02/82 de 22 de julho de 1982, as nove escolas do município
foram regulamentadas, pelas duas resoluções de 1982. Porque a Senhora assumiu
como diretora em 1980, antes das resoluções de 1982?
Professora Myriam: Nós assumimos em 1980 porque nessa época a Escola deixou
de ser Casa Escolar Rural para ter o ensino de 1ª a 8º séries fundamental de Escola
Estadual de 1ª a 8ª séries, sendo que seria implantado gradativamente pela Lei
5.692/71. No 1º ano 5ª, depois 6ª até se implantar a 8ª série. Na época até 1980
eram séries multi-seriadas, quando ela passou a ser Escola Estadual, aí nós
tínhamos a 1ª série a 2ª série com professores específicos para cada turma, não era
mais Casa Escolar multi-seriadas, aquela que tem alunos de 1ª e 2ª série em uma
sala e de 3ª e 4ª séries em outra, são várias séries numa mesma sala de aula. A
partir daí quando ela deixou de ser Casa Escolar ela passou a Escola Estadual,
então sim, série por série 1ª série 2ª série como é atualmente no caso.
Entrevistador: Em que situação político escolar a Senhora Assumiu pela primeira
vez, a direção do Colégio Ivan Ferreira do Amaral Filho?
Professora Myriam: Eu assumi a direção do então prefeito Elerian do Rocio
Zanetti, o secretário da educação Dr. Edson. Era uma política de reformulação das
escolas do município no caso. Então eu vim trabalhar como diretora a convite do
prefeito e foi indicação da Secretaria de Educação, nós não éramos ainda
escolhidos pela comunidade, éramos nomeados pelo Estado, pela Secretaria de
Educação.
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Entrevistador: Quais benefícios foram conquistados para o Colégio, durante a sua administração escolar?
Professora Myriam: Para o Colégio nós tivemos a construção de salas de aulas,
porque havia a necessidade de se separar as turmas e os alunos. Aqueles que
moravam na Colônia Faria e estudavam em Quatro Barras e os jardins ali
adjacentes, iam para Quatro Barras, eles passaram a vir para aquela Escola que
estava oferecendo o Ensino Fundamental de 1ª a 8ª séries. Então as salas de aula,
a cancha esportiva, eram difícil, tudo o que a gente obtinha de material para a escola
era doado pela Fundepar, nos não tínhamos celular, não tínhamos nada. Tendo
visto que a escola precisava de muita coisa, que estava no inicio nos conseguimos
com o apoio da Fundepar, material de biblioteca, conseguimos mimeógrafo a tinta
que escolas grandes de Curitiba não tinham conseguido ainda. Tínhamos um
material muito bom de limpeza. Material esportivo porque entrou a matéria de
Educação Física, material didático, esportivo e psico-pedagógico livros. Os alunos
até 14 anos pagavam uma taxa de matrícula, que se revertia um tanto para a
Fundepar e outro tanto para gastar na Escola. Como a gente tinha recebido todos os
móveis da biblioteca, então os professores de português pediram os romances
brasileiros e os professores de ciências pediram materiais. Era uma Escola quase
completa.
Entrevistador: A senhora possui algum documento do período em que foi diretora da Casa Escolar, que possam ser doados para o Memorial do Colégio Ivan Ferreira do Amaral Filho?
Professora Myriam: A minha nomeação o nome da Escola que passou para Casa Escolar esses eu devo ter.
Entrevistador: Porque demorou tanto o processo de autorização e reconhecimento do ensino de 1º grau a partir da lei 5692/71?
Professora Myriam: Por questão política, o interesse do político que esta no momento fazer as coisas, o prefeito da época fez. A vontade política é que comanda tudo.
Entrevistador: Sendo que a Escola Ivan Ferreira do Amaral Filho teve ensino de 1º
grau autorizado a funcionar com efeito retroativo a partir do ano de 1980, inclusive
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até o final do ano de 1983 para ministrar o ensino completo de 1º grau. Porque não
ocorreu conforme autorização?
Professora Myriam: Começamos a montar o Plano de Implantação junto com os
professores. O Plano de Implantação é encaminhado para a Secretaria de
Educação, volta, vai, volta, até que esteja realmente implantado, modifica-se muito
no processo, e ele foi implantado.
Entrevistador: A Sra. tem alguma lembrança sobre sua trajetória como diretoria que
gostaria de expor nesta entrevista?
Professora Myriam: Na realidade você como professor é um idealista. Tudo o que a
gente podia fazer em favor da Escola, contando com a colaboração de todos os
professores a gente fazia, e também para que a comunidade integrasse com a
Escola, porque sem a integração da comunidade não existe um trabalho bom. Na
época tivemos uma boa integração de toda a comunidade com todos os professores.
Não deixávamos nunca de fazermos reuniões com os pais, não deixávamos nunca
de fazer festinha junina para as crianças, para que toda a comunidade participasse.
Gostei do período em que fui diretora. Nós fazíamos com que a comunidade
participasse e as nossas festas juninas eram direcionadas aos alunos. Eu me lembro
que todo mundo trazia “nega maluca”, e a “nega maluca” era doada, não se vendia
os pedaços, era dada aos alunos que brincavam que dançavam quadrilha,
sensacional aquela época, muito bom, tenho uma grata lembrança. Tudo o que eu
pude fazer no alcance como diretora me deixa feliz.
Texto – 3 Reportagem jornalística.
“...(material cedido pela Editora Gazeta do Povo S.A.)”
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Unidade 4
Construção de um informativo para a apresentação do histórico para a
comunidade. Com o uso dos documentos e informações coletadas durante o
desenvolvimento do Projeto.
Objetivos: Divulgar o Projeto de Implementação na escola e integrar equipe
de apoio formado por alunos, professores e comunidade.
Atividades:
1. Expor intenção e tema, esclarecendo o objetivo de se criar um
informativo, no qual irá apresentar a história da instituição, viabilizando a reflexão e
divulgação da história escolar.
2. Convidar os alunos, orientando-os por equipes conforme interesses e
habilidades. Apresentar ações designadas para cada equipe:
� Divulgação do Projeto de Implementação;
� Escolha do nome para o informativo, a partir de sugestões com a
participação de todas as turmas.
� Seleção e votação para escolha do nome ao informativo.
3. Divulgação do Projeto convidando interessados a colaborar, com artigos,
charge, poemas, ilustrações, entre outros, para compor o informativo.
4. Organização das pesquisas relacionadas com a história da instituição
para apresentar como matéria principal no informativo.
5. Selecionar e organizar atividades apresentadas pelos alunos (sugerida no
nº 3), complementos de artigos para publicação da primeira edição.
6. Fazer a montagem do informativo.
7. Cabe ao professor providenciar custos para impressão do material.
Sugere-se buscar apoio junto a Direção escolar e aos comerciantes da
comunidade, propondo anúncio no próprio material.
Unidade 5
Organização e constituição de um Memorial na instituição.
Objetivo: oportunizar o conhecimento da história local para a comunidade.
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Atividades:
1. Reflexão a partir de leituras sobre Patrimônio histórico.
Sugestão de Textos:
� LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas, SP: Unicamp, 2003.
p.527 – 530.
� Acervos documentais. Disponível em:
<www.diaadia.pr.gov.br/museudaescola>
2. Selecionar os materiais adquiridos nas primeiras ações do projeto, tais
como: informações sobre o início da escola, fotos da primeira escola, fotos de
diretores, documentos que integram a história local.
3. Reprodução e ampliação de fotos e documentos referentes às fontes
históricas da instituição que farão parte do Memorial, apresentar por meio de placas,
quadros, baners.
4. Angariar apoio de pessoas da comunidade e da Prefeitura Municipal, para
a implantação do memorial, sendo estes através de ofício datado e assinado pela
direção da instituição.
5. Definir com autorização da equipe responsável pela instituição, o espaço
cedido para a fixação do Memorial.
5 Orientação /recomendações
Para um bom andamento do projeto é importante reuniões esclarecendo
objetivos, desenvolvimento, informações necessárias nas ações a qual os alunos
estarão inseridos, necessitando de autorização dos responsáveis na participação
dos alunos, onde poderão ser convidados a visitas em locais fora do ambiente
escolar, assim como a presença em contra turno.
O público alvo indicado para este trabalho é uma questão individual do
professor relacionar a aplicabilidade dos conteúdos às expectativas de
aprendizagem relacionadas ao tema.
Para instituições que já possuam informativos internos e o histórico já
formado, coloca-se a sugestão de descrever a história do colégio em uma edição
especial, incluindo personagens desta história, ex-diretores, professores, alunos,
funcionários e comunidade, favorecendo uma releitura histórica local.
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No processo de desenvolvimento é pertinente limitar participações,
estabelecendo números de alunos e equipe, para que não fiquem sem orientação e
acompanhamento para as etapas a serem desenvolvidas. É importante que os
alunos estejam sob supervisão e orientação do mediador, alcançando resultados
positivos nas ações propostas.
No trabalho com a disciplina de história devemos inovar as ações
pedagógicas, conduzir a aprendizagem de forma que inclua os alunos em todas as
etapas, desde contribuir com idéias ao planejamento, opinando sobre as atividades
que poderiam ser desenvolvidas a partir do tema proposto. Isto faz com que o aluno
sinta-se envolvido no meio, como parte importante, não apenas “depósito de
informações”. Ao desenvolver um determinado conteúdo é importante que o
professor busque a participação do aluno, indagando-o de como poderia apresentar
um determinado tema. Montando um gibi? Encenando? Com cartazes? Maquetes,
entre outros, assim como, levar o aluno a pesquisar, investigar e complementar os
conteúdos fora do ambiente escolar, com visitas a museus, biblioteca pública, casa
cultural, praças, centro histórico, entre outros. Não conseguiremos fazer com que os
alunos compreendam história apenas sob análise de textos, reflexões e diálogo do
professor, é necessário fazer que ele vivencie a história.
6 Proposta de avaliação
Através das atividades apresentadas e desenvolvidas durante o projeto
integra-se teoria a prática, indagando ações do seu próprio cotidiano e relacionando-
as com o contexto sócio-político econômico cultural.
Apresentar meio para a organização de documentos e produção de um
Histórico local, através de intervenção e inter-relação com o cotidiano escolar,
permitindo ao aluno refletir sobre sua atuação e integração enquanto sujeito atuante
na história.
Aplicando métodos de diferentes formas refletindo didaticamente sobre sua
prática para que não caia na rotina do dia a dia. Por diferentes meios e toda a
tecnologia ofertada na atualidade não devemos limitar a aprendizagem a didáticas
comuns, tornando costumeiros no trabalho com a disciplina. O professor deve estar
ciente da avaliação e auto-avaliação, comprometido no sentido de tentar ajudar o
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aluno a superar dificuldades no entendimento da História, dentro do processo
contínuo, investigativo e diagnóstico.
Referências
Acervos documentais. Disponível em: <www.diaadia.pr.gov.br/museudaescola>
Acesso em: 01/08/2011.
DE SORDI, Neide Alves Dias. Manual de procedimentos do Programa de História
Oral da Justiça Federal. Brasília: Conselho da Justiça Federal, 2007. 36p.
LE GOFF, Jacques. Memória. p.423-483. In: História e memória. São Paulo:
Unicamp, 1990. 553 p. Tradução do Capítulo: Bernardo leitão e Irene Ferreira.
Memorial da história na escola. Disponível em:
<www.diaadia.pr.gov.br/museudaescola> Acesso em: 01/08/2011.
ORIÁ, Ricardo. Memória e ensino de história. In: Bittencourt, Circe (Org.). O Saber
histórico em sala de aula. São Paulo: Contexto, 2002. P.128-138
SCHMIDT, Maria Auxiliadora, CAINELLI, Marlene. Ensinar história. Paulo: Scipione,
2005. 159 p. (Pensamento e ação no magistério).