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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC : CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período : Agosto/2014 a Agosto/2015 ( ) PARCIAL ( x ) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título do Projeto de Pesquisa (ao qual está vinculado o Plano de Trabalho ): Dom José Afonso de Moraes Torres: a romanização antes de Dom Macedo Costa. Nome do Orientador: Fernando Arthur de Freitas Neves Titulação do Orientador: Doutor Faculdade : História Instituto/Núcleo: IFCH Laboratório: Título do Plano de Trabalho : D. José, 9° bispo do Pará: os primórdios da romanização na Amazônia junto ao catolicismo tradicional e popular. Nome do Bolsista: Renata do Socorro Machado de Jesus. Tipo de Bolsa : ( ) PIBIC/ CNPq 1

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Page 1: Universidade Federal do Pará - PIBIC · Web viewA Igreja reformada tentou controlar as irmandades com uma disciplina religiosa no intuito de afastar o grande controle que os leigos

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁPRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

DIRETORIA DE PESQUISA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC : CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA

RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO

Período : Agosto/2014 a Agosto/2015( ) PARCIAL( x ) FINAL

IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Título do Projeto de Pesquisa (ao qual está vinculado o Plano de Trabalho ): Dom José Afonso de Moraes Torres: a romanização antes de Dom Macedo Costa.

Nome do Orientador: Fernando Arthur de Freitas Neves

Titulação do Orientador: Doutor

Faculdade : História

Instituto/Núcleo: IFCH

Laboratório:

Título do Plano de Trabalho : D. José, 9° bispo do Pará: os primórdios da romanização na Amazônia junto ao catolicismo tradicional e popular.

Nome do Bolsista: Renata do Socorro Machado de Jesus.

Tipo de Bolsa : ( ) PIBIC/ CNPq ( ) PIBIC/CNPq – AF

( )PIBIC /CNPq- Cota do pesquisador ( ) PIBIC/UFPA

( ) PIBIC/UFPA – AF ( ) PIBIC/ INTERIOR ( )PIBIC/PARD

( ) PIBIC/PADRC ( x ) PIBIC/FAPESPA ( ) PIBIC/ PIAD

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Page 2: Universidade Federal do Pará - PIBIC · Web viewA Igreja reformada tentou controlar as irmandades com uma disciplina religiosa no intuito de afastar o grande controle que os leigos

( ) PIBIC/PIBIT

INTRODUÇÃO

D. José Afonso de Moraes Torres foi indicado em 1844 para ocupar o cargo de bispo

no Pará e encontra nesta diocese um quadro de formas de vivências religiosas característica

de região amazônica. O catolicismo popular e tradicional aparece como principal representante

dessas práticas, constituindo assim a base da cultura religiosa paraense, demonstrando uma

forma própria de vivenciar a religião católica.

A cultura católica dos fiéis da região no período da chegada do bispo, era uma

cultura desenvolvida dentro de um catolicismo popular expresso por meio de confrarias,

irmandades e ordens terceiras.

Este relatório tem como objetivo analisar e demonstrar como a população, mais

precisamente os fiéis da região amazônica apreenderam e desenvolveram sua cultura católica

e como em meados do século XIX ( 1844-1857) o 9° bispo do Pará, José Afonso de Morais

Torres demonstrará sua postura romanizadora com o objetivo de renovar, revitalizar o

catolicismo que nessa região tinha como característica ser um catolicismo com marcas de

muita devoção e menos sacramento, devido a sua ligação com a Santa Sé ser fragilizada

graças ao Regime de Padroado.

A pesquisa traz uma evolução no momento em que carrega a ideia já reforçada por

alguns trabalhos de bolsistas anteriores, de que D. Afonso seria um estimulador do

ultramontanismo na Amazônia no momento em que ele passa a dar uma maior atenção ao

clero, a catequização indígena e as visitas pastorais, pretendendo dessa forma reformar o clero

e juntamente a sociedade, uma vez que ela possuía características típicas e seguidas por

grande parte dos seus adeptos, estruturando-a e guiando-a.

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Esse catolicismo se tornou parte integrante e fundamental dos costumes e do dia-a-

dia do povo, eram configuradas e organizadas para serem colocadas em prática ou

experimentadas em um calendário próprio de devoção aos santos cultuados. É importante

compreender até que ponto era desejado pelo bispo a reforma pregada pelo ultramontanismo e

de que forma tal renovação deveria ocorrer.

Assim, passa-se a analisar o processo de reforma recente na Amazônia e quais as

transformações presentes no catolicismo de uma religião que era marcadamente devocional

que poderia ou não se transformar em uma religião sacramental e doutrinária. O

questionamento que nos cerca é: como os fiéis da região amazônica foram influenciados pela

cultura católica ultramontana? As respostas desse questionamento não serão conclusivas e

finais, pelo contrário, abrirão novos questionamentos para esse recorte histórico que é pouco

estudado se comparado á momentos anteriores e posteriores.

JUSTIFICATIVA

D. Afonso nasceu no Rio de Janeiro em 1805 e faleceu em 1865. Realizou grande

parte de sua formação no Seminário de Caraça em Minas Gerais, onde ingressou em 1824,

período em que o seminário era dirigido por padres portugueses da Congregação dos Padres

de Missão, conhecidos como Lazaristas, nome dado a eles pois a primeira casa de

Congregação em Paris se chamava “casa de São Lázaro”. Esses religiosos são conhecidos por

introduzirem o ultramontanismo no Brasil.

O relatório busca compreender os posicionamentos religiosos e políticos de D.

Afonso e de que maneira ele coloca em prática seu desejo de reforma pregada pelo

ultramontanismo. O estudo das relações de poder do século XIX, ou melhor, o período que vai

de 1844 à 1857 é um espaço que carrega uma riqueza e é diferenciado para estudos sobre o

tema em questão, pois é um período que tem na imprensa seu principal veículo de ideias.

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Há na imprensa, principalmente nos jornais/periódicos de época o estabelecimento

de normas e parâmetros de comportamento dos fiéis na sociedade religiosa e adepta desses

meios de informação e mostra assim a visão e o interesse de quem edita o jornal e a que tipo

de leitores o jornal se destina naquele contexto social, político e religioso.

O grande esforço de se captar como se deu a circulação das notícias vinculadas nos

jornais é um grande momento deste relatório, pois dessa forma é possível perceber de uma

maneira mais explícita e exemplificadora dos passos do bispo na instrução de seus fiéis, de

acordo com a sua formação lazarista que era voltada para a reforma do clero e a acomodação

de vida dos fiéis dentro do catolicismo romanizado.

Em meados do século XIX, Estado e Igreja ainda estavam envolvidas e nessa

relação o Estado não poderia de lado a importância que a Igreja possuía, e dessa forma seria

possível ao Estado manter seu poder de intervenção e coesão social, gerenciando e

demarcando o comportamento da sociedade. Já a Igreja era bastante dependente de recursos

do Estado para promover e continuar promovendo sua evangelização.

Dessa forma, Estado e Igreja se tornam complementares, pois cada um busca do

seu modo garantir que seus interesses sejam realizados, mas não deixando de perceber que

em determinado momento serão opostos, principalmente quando seus interesses mais

urgentes entram em conflito.

Estado e Igreja mantinham-se como aliados no processo de instituição religiosa,

como também no campo simbólico do regime, onde a Igreja agia de acordo com o interesse do

Estado de promover sua intervenção na formação moral da sociedade, mostrando e pondo em

prática seu poder, já que a Igreja fornecia essa intervenção ao Estado. Eles tinham como foco

defender de modo intransigente suas esferas de ação e perpetuação dos seus interesses mais

urgentes.

O ultramontanismo ameaça o Estado na medida em que começa a converter o clero

católico brasileiro em adversário da modernidade, mais especificamente do liberalismo que

estava sendo desenhado, sucumbindo e enfraquecendo cada vez mais a aliança entre Estado

e Igreja.

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O intuito da pesquisa é demonstrar as transformações que esta nova forma de ver e

pensar, baseadas em uma maior aproximação com as orientações romanas e que tipo de

influências que essas novas formas de vivências do catolicismo trouxeram à vida social e

política dos paraenses. Há uma grande necessidade de se recorrer à fonte documental

inesgotável que podemos encontrar no nosso Estado, para que seja possível colaborar com a

produção bibliográfica sobre parte de um momento ainda pouco explorado e dessa forma poder

buscar mais clareza presente nas “histórias” vivenciadas a partir de 1844 a 1857, período esse

onde a sociedade paraense teria passado por mudanças fundamentais nos campos políticos,

sociais e consequentemente na forma de entender essa nova realidade.

OBJETIVOS

Dissecar as relações de Estado e Igreja no início da romanização é o objetivo da

pesquisa, devido a transição operada pelo bispo Afonso Torres à tradição, modernidade e

modernização, ao dar início a uma prática diferenciada dos fiéis experimentarem suas práticas

religiosas, pautadas na implantação de um catolicismo mais sacramental e menos devocional,

em detrimento do que foi encontrado na região na chegada do bispo.

Ao focarmos na figura de Dom José Afonso de Morais Torres, 9° bispo do Pará,

objetiva-se estudar o período histórico (1844-1857), início do ultramontanismo na região

amazônica no contexto do padroado, considerando também expressões de devoção aos

santos, tal como a cultura católica das Confrarias comuns na Amazônia nesse período.

MATERIAIS E MÉTODOS

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O esforço de capitar as notícias da imprensa no período será um momento

privilegiado deste relatório, dessa forma pretende-se demonstrar como os fiéis da região

amazônica foram influenciados pela cultura católica ultramontana. A pesquisa utilizou questões

contidas em notas de jornais diversos, do período que vai de 1844 a 1857, período do bispado

de D. Afonso, para se entender como se davam as ações compartilhadas pela direção da

hierarquia da Igreja e também dos dirigentes leigos das associações religiosas, voltadas para o

culto e a devoção dos santos, práticas essas do catolicismo popular que se encontravam

entranhadas na sociedade religiosa da região Amazônica.

A análise dessas experiências foi possível a partir de uma pesquisa feita nas

documentações da época, as quais, pude ter acesso em alguns espaços como o setor de

microfilmagem da Biblioteca pública Arthur Vianna, onde foi possibilitada a pesquisa no Jornal

do Gram-Pará. Além disso, outros jornais foram consultados, disponíveis na Hemeroteca

Digital: Treze de Maio, O Brado do Amazonas, Estrella do Amazonas, Synopsis Ecllesiástica.

A circulação de ideias pela imprensa é uma das características da modernidade,

ganhando relevo com as revoluções políticas e econômicas. A imprensa quis tornar-se um

espelho da realidade, almejou também se tornar modelador da mesma.

Na análise das fontes pode-se perceber e confirmar uma relação de interesse entre

Estado e Igreja, afim de manter sobre o povo o controle necessário para realização dos

objetivos e interesses de ambos.

Dito—A’ de Ourem, recommendando-se-lhe o exacto e fiel cumprimento da Lei n° 122 de 11 de outubro de 1844 com as modificações de que trata a de n° 128 de 22 de maio de 1846 fazendo-se-lhe igualmente saber, que para qualquer pessoa ou confraria tirar esmolas no Municipio para festividades de Igrejas deve solicitar licença da Camara, pela qual pagará taxa de 25$000 RS para as rendas municipaes [...] (JORNAL TREZE DE MAIO - 3 de junho de 1854)

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É importante atentar para o fato de que o Estado, agindo por meio da Câmara,

intervém de uma forma enérgica e influente, amparando em busca de fiscalizar o cumprimento

de suas ordens, impedindo assim que os participantes de confrarias ou qualquer pessoa

pudesse conseguir com liberdade, rendas com a esmolação para as tão comuns festividades

da Igreja. O Estado dificulta o papel dos devotos e põe em risco as práticas dos calendários

religiosos, impedindo que os interesses da Igreja sejam contemplados com mais facilidade. Em

alguns casos há a prisão do cidadão que infringir as leis determinadas.

É através de D. Afonso que se tem pistas de como as influências vindas da Santa

Sé puderam ser percebidas, já que tiveram espaço na região Amazônica, e é por meio da

pesquisa nos jornais que se tem a noção de que forma foi colocada em prática o processo de

reforma.

No recorte temporal analisado através das fontes há a existência de dois momentos

bem distintos no bispado de D. Afonso Torres. No período inicial, que é caracterizado pela

ação do bispo dentro da esfera do sacramento, no entanto, é no segundo momento que se

consegue observar uma atividade mais constante no que se refere ao incentivo das práticas

religiosas, onde ele pode atuar e colocar em prática suas ideias com a utilização de jornais,

principalmente o católico – Synopsis Ecclesiastica, obtendo assim uma relação mais amigável

e estreita com o seu povo, experimentando o catolicismo romanizado com maior intensidade e

conseguindo fazer com que suas ideias chegassem ao seu rebanho.

Na sua chegada, D. Afonso fielmente colocou em prática seu plano de reforma,

nessa sociedade que possuía um catolicismo-luso entranhado na sua cultura e que se

encontrava abatida, como demonstra a fonte analisada. Restaurar e reformar eram as palavras

de ordem, seria talvez o desafio mais difícil da história desse bispo, que se mostrou tão

empenhado nas suas funções, restaurando o seminário episcopal, sendo esse seu primeiro

passo em direção a renovação.

Ninguém esquece que seu primeiro cuidado, logo que aqui chegou em 1844, foi reanimar o clero, restaurando e reformando o seminário episcopal, afim de o tirar do abatimento em que se achava. (JORNAL DIÁRIO DO GRAM-PARÁ - 30 de dezembro de 1857)

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Outro passo importante dado pelo bispo foi o de instituir a devoção à Imaculada

Conceição de Maria por meio da criação de uma irmandade, e divulgar com bastante ênfase a

sua devoção.

Instituiu a venerável Immaculada Conceição e soube communicar (..) sua fervorosa devoção a grande numero de seus diocesanos. Esta irmandade é hoje uma das mais brilhantes, e de maior enthusiasmo. (JORNAL DIÁRIO DO GRAM-PARÁ - 30 de dezembro de 1857).

Mais uma vez se consegue compreender e apreender de que forma D. Afonso

procura instituir e indicar para seus fiéis diocesanos uma nova forma de vivenciar e sentir o

catolicismo romanizado, sem entretanto modificar ou até mesmo desrespeitar o catolicismo

popular, mas sim ajustando as duas culturas, afim de se conseguir um certo controle dessas

práticas populares encontradas na região.

Ao instituir oficialmente a devoção dessa santa, o bispo consegue a tão buscada

ligação com a Santa Sé. Anos antes, houve a proclamação do dogma da Imaculada

Conceição (Infalibus Deus) em 08/12/1854 e com isso foi dado um passo inicial contra a

modernidade/modernização que já estava angariando lugar dentro do Estado e também da

Igreja.

Tão grande foi a piedade e devoção dos Prelados para com a Immaculada Mãi de Deos a Virgem Maria e nossa amantissima Mãi e Patrona, que correndo este anno de 1853 inscreverão-se tantos Sacerdotes nesta pia Sociedade, que em todo o orbe catholico celebrarão-se em cada dia pelo motivo exposto para mais de mil missas.

Pelo que os mesmos Bispos animados do mais ardente zelo, com humilíssimas preces solicitarão do nosso Summo Pontifice Pio PP. IX, para que se dignasse de perpetuar a mesma Sociedade, erigindo-a canonicamente.

Então o mesmo Summo Pontifice atendendo benignamente aos piedosíssimos votos e suplicas daqueles Prelados, em Rescripto de 11 de Setembro do corrente anno de 1853 por sua própria mão exarado,instituiu perpetuamente, erigiu e dolou com as sagradas indulgencias abaixo expressas a mesma Sociedade, no Templo do Clero Romano de Santa Maria Pacificadora desta cidade, declarou-se seu protetor e encarregou de presidi-la um Cardeal seu Vigario na cidade.

(...) Por quanto a Santissima Virgem Maria, Immaculada Mãi de Deos, com o seu poderoso patrocinio não deixará de proteger e defender junto de Deos os seus adoradores, que entre outros e admiraveis privilegios d’Ella se glorião de venerar e celebrar a Immaculada Conceição da mesma Virgem; que tão agradavel lhe é. (JORNAL O BRADO DO AMAZONAS - 2 de dezembro de 1854)

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D. Afonso procurou substituir costumes tradicionais por práticas semelhantes ao que

foi encontrado por ele na região amazônica, e que foram introduzidas com a preocupação de

obter o controle eclesiástico e ao mesmo tempo reforçar a ligação com a Santa Sé. Essas

estratégias foram em algum momento ineficazes, já que algumas reações populares foram de

encontro com as implantadas pelo bispo, como por exemplo a devoção de Maria Imaculada,

instituída por ele, mas pouco praticada pelo povo, que já havia escolhido uma santa para

prestarem sua devoção – Nossa Senhora de Nazaré.

Então pode-se afirmar que o controle almejado pelo bispo se deu dentro de certos

limites impostos pela sociedade religiosa.

Principalmente nos três primeiros séculos do regime colonial no Brasil, é possível se

perceber um grande predomínio de um catolicismo caracterizado e denominado de tradicional,

apresentando-se nas irmandades e ordens terceiras, seja com procissões, romarias e

promessas, entre outros aspectos que constituem assim a vida religiosa da sociedade

amazônica.

A Igreja reformada tentou controlar as irmandades com uma disciplina religiosa no

intuito de afastar o grande controle que os leigos detinham sobre as confrarias, prejudicando a

jurisdição máxima que as autoridades religiosas eclesiásticas possuíam. A Igreja agia de forma

a controlar tais irmandades ou criar alternativas para obter seu controle, uma vez que elas

viviam com certa independência e cada vez mais se afastavam do centro da vida da Igreja,

deixando claro que as confrarias eram instituições de devoção e culto tão tradicionais dentro do

catolicismo e que não eram exclusivas só de setores populares, assim como também a religião

popular não se detinha em alguma classe social.

O que acontecia nessas instituições mais afastadas dos domínios eclesiásticos era

um processo vivido de uma forma mais universal, passando pelos aspectos familiares e

sociais. Essas expressões eram pautadas na prática do catolicismo popular, traziam como

características representar aquilo que as pessoas buscavam no seu ambiente natural, tentando

transformar o abstrato da fé em algo concreto, redefinindo o sobrenatural da forma que

mantinham suas crenças.

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As confrarias possuíam uma cumplicidade com alguns organismos do Estado, tendo

como objetivo efetivar a prática religiosa do catolicismo tradicional. Entretanto, em determinado

momento, o Estado interfere nas práticas dessas instituições, assim como a Igreja. É certo

afirmar que as Confrarias viabilizaram de uma forma mais recorrente as práticas do catolicismo

tanto oficial quanto popular, atraindo para si um grande número de participantes, reforçando e

praticando o compromisso religioso, colocando em prática seu modo de fé.

A grande vigilância política por meio de leis, que o governo usou para intervir nas

práticas religiosas eram consideradas normais e inevitáveis, já que serviam para manter o

controle principalmente sobre a construção de Igrejas ou pontos de culto em locais públicos.

Para isso foram instituídas licenças que demoravam bastante tempo para serem aceitas,

dificultando a ação de pessoas que não eram vinculadas às confrarias, únicas instituições

autorizadas a praticar suas ações.

Artigo 33. Toda a pessoa que publicamente tirar esmolas para festividades sem licença da respectiva Camara Municipal, não sendo d’isso incubida por Irmandade, ou Confraria, cujo compromisso conceda tal faculdade, ficará sujeita a multa de 20$ réis, ou a pena de 8 dias de prisão; e o dobro na reincidência.

TABELLA dos impostos que as Camaras Municipaes deverão cobrar em virtude do Artigo 2°, 2ª da Lei n° 41 d’esta data.

# Idem para tirar esmolas em cada Municipio para festividades de Igreja, com exceção das Irmandades ou Confrarias que por seus compromissos, competentemente confirmados, forem para isso autorisadas. (JORNAL ESTRELLA DO AMAZONAS - 9 de novembro de 1854, - p. 6-7).

A legislação da Câmara Municipal delimitava como e quando poderiam ser

executadas as práticas de esmolação conforme os compromissos das Confrarias ou

Irmandades, vedando outras iniciativas sob pena de multa em caso de desobediência como foi

advertido no Jornal do Amazonas.

Assim, Igreja e Estado, exerceram suas interferências sobre a devoção popular. A

Igreja obteve certa intervenção ao criar as irmandades, já o Estado obteve sua intervenção ao

autorizar por meio de leis algumas práticas devocionais populares, como as esmolações dos

santos.

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As cerimônias religiosas de culto do catolicismo tradicional aconteciam sem

necessariamente a presença das autoridades religiosas, refletindo a reação contra a

interferência romanizante que se deu nas festas religiosas. A romanização conseguiu obter

alguma intervenção, por assim dizer, sobre a sociedade da região amazônica, permitindo assim

uma maior subordinação à hierarquia eclesiástica. Entretanto, essa subordinação mais direta

não conseguiu fazer desaparecer as crenças e manifestações religiosas desse povo, pois

como já é de nosso conhecimento, tais características de devoção popular encontravam-se

entranhadas na cultura desse povo.

A romanização chega no sentido de atingir um domínio sobre as consciências,

utilizando estratégias variadas e às vezes até contraditórias, já que uma das estratégias

utilizadas foi a criação de uma irmandade, elemento religioso, como se sabe, presente no

catolicismo tradicional e não no romanizado.

O bispo D. Afonso procurou conhecer a realidade da região Amazônia e dessa forma

buscou adaptar suas ações e determinações, com as particularidades do ambiente local,

regional que ele se encontrava. A direção exercida por ele em seu bispado foi caracterizada de

forma mais maleável, mais frouxa, mais tolerante, com algumas manifestações do catolicismo

popular presente. Sua ação de dominância obtém êxito na medida em que o povo passa a se

tornar participante do modo de fé inserido por ele, no entanto, nem todas as ações instituídas

pelo bispo foram seguidas ao pé da letra, o povo buscou para si algumas características desse

catolicismo renovado, mas manteve o seu, relacionando e mantendo o que mais o agradavam.

Heraldo Maués (1997) afirma que (...) embora a ação controladora se exerça com

certo êxito, a capacidade popular de inventar, interpretar, reinterpretar, selecionar o que deve

ou não adotar dos ditames da Igreja Oficial (...), é constante. O desafio encontrado não só por

D. Afonso, mas também pelo bispo posterior a ele, D. Macedo Costa foi persistir na postura de

estabelecer o controle eclesiástico.

A romanização na região amazônica pode ser pensada como uma ação que tem

como resultado reações advindas do imaginário social, e daí resulta no trabalho e desafio de

implementar um catolicismo romanizado, com o desejo de renovação do catolicismo tradicional.

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RESULTADOS

Em 1 ano de pesquisa pontuam-se os avanços teóricos no sentido de perceber tanto

no processo de romanização, como do movimento ultramontano em si, um viés que vai além

do religioso, mas também social, capaz de causar transformações importantes no modo de

vida dos povos da região amazônica, população essa que ainda mantinha o catolicismo

popular e tradicional enraizado nos seus costumes diários e na construção do seu cotidiano,

muito longe daquilo que o bispo gostaria de instituir, um catolicismo ligado à cultura europeia.

PUBLICAÇÕES

Participação no XXV Seminário de Iniciação Científica da UFPA, realizado em setembro

de 2014, como expositora do trabalho: D. José, 9° bispo do Pará: os primórdios da

romanização na Amazônia.

Participação no IX Encontro Regional de História, promovido pela Seção Pará da

Associação Nacional de História/ANPUH, em Novembro de 2014 como expositora do

trabalho: Catolicismo romanizado junto ao catolicismo popular. Resumo: A região

amazônica se caracterizava por possuir uma cultura católica dentro de uma tradição do

catolicismo popular, expresso por meio de confrarias, irmandades e ordens terceiras, e

dessa maneira o catolicismo tradicional auxiliava a organização dessa sociedade. Ao

focarmos na figura do 9° bispo do Pará, Dom José Afonso Torres de Moraes e suas

ações romanizadoras no período do seu bispado (1844-1857), pretende-se demonstrar

como os fiéis da região amazônica foram influenciados pela cultura católica

ultramontana, com o objetivo de revitalizar e renovar o catolicismo, resgatando sua

ligação com a Santa Sé, ligação enfraquecida durante o regime do Padroado. Por isso

há um maior esforço para imprimir o catolicismo romanizado, porém há também a

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incorporação das formas do catolicismo com característica devocional, voltado para o

culto e a devoção, presentes na prática do catolicismo popular.

ATIVIDADES QUE FORAM DESENVOLVIDAS NOS MESES SEGUINTES

A continuação das leituras bibliográficas foi cumprida, juntamente com a pesquisa das Revista

Eclesiástica Brasileira ( REB ), disponível no Centro de Cultura e Formação Cristã (CCFC) e de

periódicos disponíveis na Hemeroteca digital.

No Centro de Cultura e Formação Cristã (CCFC), nas Reb's foram encontrados alguns artigos

e comunicações, mas não pude ter amplo acesso, apenas pude registrar o título, ano e as

páginas, são eles:

A portaria Feijó para a reforma dos Regulares. Pags. 425439. Ano: 1958

As ordens religiosas e a legislação no Primeiro Império. Pags. 970-983. Ano: 1958

Tentativas de Concordata no Brasil. Pags. 361-379. Ano: 1961

Situação histórica do catolicismo no Brasil. Pags. 43-54. Ano: 1967

O Cardeal Leme e a promoção do Laicato brasileiro. Pags. 817-836. Ano: 1967

Para uma tipologia de Catolicismo no Brasil. Pags. 46-73. Ano: 1968

Secularização e culto. Pags. 555-578. Ano: 1968

Os Bispos do Brasil no Concílio Vaticano I (1867/1870). Ano: 1969

A formação pastoral nos Seminários. Pags. 257-267. Ano: 1970

Católicos e o catolicismo. Pags. 326-348. Ano: 1970

As relações entre Igreja e Estado na Bahia Colonial. Pags. 275-308. Ano: 1972

Religiosidade popular na América Latina. Pags. 354-364. Ano: 1972

O Centenário da posse de D. Vital. Pags. 365-373. Ano: 1972

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Para uma História de Igreja no Brasil. Pags. 117-121. Ano: 1973

Para uma História de Igreja no Brasil II. Ano: 1974

O movimento da Reforma Católica durante o século XIX. Pags. 646-662. Ano: 1974

D. Antônio Macedo Costa e a Reforma da Igreja no Brasil. Pag. 683. Ano: 1975

D. Antônio Joaquim de Melo, Bispo de São Paulo ( 1851-1861) e o movimento de

Reforma Católica no século XIX. Pags. 902-922. Ano: 1975

Fanatismo religioso no nordeste do Brasil e Religiosidade popular. Pags. 675-686. Ano:

1975

Elementos para a História do Catolicismo popular. Pags. 95-96. Ano: 1976

O Concílio Vaticano II no contexto da Igreja e mundo. Uma perspectiva histórica. 1976

Para uma História de Igreja no Brasil. Ano: 1977

Os dez anos da comissão de Estudos da História da Igreja na América Latina: desafios e

perspectivas. Pags. 577-583. Ano: 1984

O caminho da Igreja na Europa. Pags. 152-160. Ano: 1985

Ministérios e carismas aclesiais no Brasil antigo. Pags. 924-943. Ano: 1988

Cultura e religião. Pags. 778-798. Ano: 1989

Dogmas e culturas. Pags. 855-868. Ano: 1989

O ressurgimento do tradicionalismo na teologia latino-americana. Pags. 44-77. Ano:

1990

Participação dos leigos nas decisões da Igreja á luz do Vaticano I e II. Pags. 93-116.

Ano: 1990

Discurso católico e discurso estrangeirado. Pags. 643-651. Ano: 1990

As romarias de Juazeiro: Catolicismo Luso-Brasileiro versus Catolicismo Romanizado.

Pags. 332-352. Ano: 1991

O significado das prelazias na 2º evangelização do Brasil. Pags. 627-645. Ano: 1992

14

Page 15: Universidade Federal do Pará - PIBIC · Web viewA Igreja reformada tentou controlar as irmandades com uma disciplina religiosa no intuito de afastar o grande controle que os leigos

O altar unido ao trono: um projeto conservador. Ano: 1992

Igreja católica e mundo moderno: luta de gigantes no campo moral. Pags. 935-937. Ano:

1993

A formação do clero no Brasil colonial e influência do Iluminismo. Pags. 618-633. Ano:

1998

Aprender o passado: a formação do clero segundo Azevedo Coutinho. Pags. 695-700.

Ano: 1998

A reforma, os santos e a religião do povo na América Latina. Pags. 830-858. Ano: 2000

O catolicismo entre a ética e a emoção- Uma análise institucional a ser discutida. Pags.

629-642. Ano: 2002

Os caminhos do Padroado na evangelização do Brasil. Pags. 683-694. Ano: 2002

Manifestações populares do catolicismo na REB: 1963-1980.Pags. 601-614. Ano: 2003

Catolicismo e Romanização do catolicismo brasileiro. Ano: 2002

Chão de Deus: Catolicismo popular, espaço e protourbanização em minas Gerais. Ano.

2002

Povo, Religião do povo e papel da Igreja. Pags. 435-465. Ano: 1978

Na Igreja, o que é o povo? Pags. 195-221. Ano: 1979

Espiritualidade e cultura diante do impacto da modernidade. Pags. 632-643. Ano: 1979

Pio IX e o catolicismo no Brasil. Pags. 270-285. Ano: 1980

Os lazaristas de Caraça. Pags. 485-509. Ano: 1981

Para uma História de Igreja na Amazônia. Pags. 554-563. Ano:1981

As comunidades de base e a Religião popular. Pags. 672-680. Ano: 1981

A atuação da Igreja no nordeste no século passado. Pags. 110-120. Ano: 1982

Religiosidade popular. Pags. 744-758. Ano: 1982

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O Centenário da obra salesiana no Brasil. Pags. 759-764. Ano: 1982

Uma Igreja popular. Pags. 577-578. Ano: 1983

Catolicismo popular- Os romeiros do Padre Cícero e a sua adoração. Pags. 323-356.

Ano: 1984

Além disso, alguns artigos encontrados nas Reb's foram apresentados ao meu orientador e

despertaram seu interesse, logo foi tirado um tempo para pesquisar alguns outros artigos e

fontes que somariam para sua pesquisa. Eis aqui um registro desses artigos encontrados nas

Reb's:

Dom Vital, Bispo de Olinda. Pelo Cônego A. Xavier Pedroza, Recife, Pernambuco. Vol.

4, fasc. 4, dezembro, 1944. Pags. 805-818.

O Padre Feijó e Dom Romualdo. Pelo Cônego Luís Castanho de Almeida, Sorocaba,

SP. Vol. 9, fasc. 3, setembro, 1949. Pags. 681-690.

CONCLUSÃO

No estudo das fontes observou-se uma constante promoção dos cultos religiosos, no

intuito de fazer com que os fiéis se tornassem mais participantes das confrarias e das suas

práticas, mostrando como essa cultura de devoção popular entre os fiéis crescia e se expandia,

e atrelado a isso, D. Afonso buscou participar desse fenômeno, a fim de implantar aquilo que

se denominou de catolicismo romanizado.

Segundo Azzi ( 1977) Umas das preocupações básicas dos bispos reformadores

era purificar as devoções populares de irreverências e crendices inadequadas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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AZZI, Riolando. A instituição Eclesiástica durante a Primeira Época Colonial. In: HOORNAERT, Eduardo. História da Igreja no Brasil. Tomo II, 1. Petrópolis: Vozes, 1983.

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______. O episcopado do Brasil frente ao catolicismo popular. Petrópolis: Vozes, 1997.

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Estrella do Amazonas [jornal]. Hemeroteca Digital. Disponível em: <hemerotecadigital.bn.br>. Acesso em: 20 out. 2014.

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GRAMSCI, Antônio. Os intelectuais e a organização da cultura. 9 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.

GINZBURG, Carlo.O queijo e os vermes: O cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela inquisição: São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

HAUCK, João Fagundes. A Igreja na emancipação. In: HOORNAERT, Eduardo. História da Igreja no Brasil. Tomo II, 1. Petrópolis: Vozes, 1983.

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Jornal Diário do Grão-Pará. Período 1857-1859. [Microfilmagem disponível na Biblioteca Arthur Vianna no Centro de Cultura Tancredo Neves (Centur), Belém/Pará.].

LYNCH, John. A Igreja católica na América Latina, 1830-1930. In: BETHELL, Leslie (Org.). História da América Latina. Vol. IV. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001.

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MAUÉS, Raymundo Heraldo. Padres, Pajés, Santos e Festas: catolicismo popular e controle eclesiástico. v. 1. Belém: Cejup, 1995.

NEVES, Fernando Arthur de Freitas. Estado e Igreja: cumplicidades e tensões do catolicismo no Pará no final de século XIX. In: NEVES, Fernando Arthur de Freitas; LIMA, Maria Roseane Pinto (Orgs.). Faces da História da Amazônia. Belém: Editora Paka-Tatu, 2006.

O Brado do Amazonas [jornal]. Hemeroteca Digital. Disponível em: <hemerotecadigital.bn.br>. Acesso em: 20 out. 2014.

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Synopsis Ecclesiastica [jornal]. Hemeroteca Digital. Disponível em: <hemerotecadigital.bn.br>. Acesso em: 20 out. 2014.

SOUZA, Camila Bacelar. NEVES, Fernando Arthur de Freitas. Veredas da salvação: percalços de um Bispo romanizador na Amazônia (1844-1857). História e História, v. fev., p. 1-1, 2012.

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Treze de Maio [jornal]. Hemeroteca Digital. Disponível em: <hemerotecadigital.bn.br>. Acesso em: 20 out. 2014.

DIFICULDADES

Acesso limitado na máquina leitora de microfilmagem no CENTUR. Poucas fontes encontradas que pudessem ser relacionadas ao debate. Pouco tempo disponível no Centro de Cultura e Fé Cristã ( 4 horas diárias) Acesso indisponível à cópia dos artigos das Reb's, pois a copiadora encontrava-se

quebrada e sem previsão para o seu funcionamento, impossibilitando assim uma leitura mais aprofundada dos artigos encontrados.

PARECER DO ORIENTADOR: O aprofundamento da pesquisa assegurou maior imersão da aluna/bolsista na bibliografia sobre o tema fazendo com que possa operar com maior facilidade as categorias da história da igreja do período, bem como aumentou a constituição do corpus documental sobre a temática comum do estudo da bolsista e do meu projeto de pesquisa o que endossa a justificativa do pedido de renovação. As fontes precisas sobre o quotidiano das irmandades continua sendo um desafio, entretanto a metodologia de diversificar a pesquisa em diferentes catálogos foi um meio de remediar as dificuldades.

DATA : 17/08/2015

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_________________________________________ASSINATURA DO ORIENTADOR

____________________________________________ASSINATURA DO ALUNO

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FICHA DE AVALIAÇÃO DE RELATÓRIO DE BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

O AVALIADOR DEVE COMENTAR, DE FORMA RESUMIDA, OS SEGUINTES ASPECTOS DO RELATÓRIO :

1. O projeto vem se desenvolvendo segundo a proposta aprovada? Se ocorreram mudanças significativas, elas foram justificadas?

2. A metodologia está de acordo com o Plano de Trabalho ?

3. Os resultados obtidos até o presente são relevantes e estão de acordo com os objetivos propostos?

4. O plano de atividades originou publicações com a participação do bolsista? Comentar sobre a qualidade e a quantidade da publicação. Caso não tenha sido gerada nenhuma, os resultados obtidos são recomendados para publicação? Em que tipo de veículo?

5. Comente outros aspectos que considera relevantes no relatório

6. Parecer Final: Aprovado ( ) Aprovado com restrições ( ) (especificar se são mandatórias ou recomendações)Reprovado ( )

7. Qualidade do relatório apresentado: (nota 0 a 5) ____________Atribuir conceito ao relatório do bolsista considerando a proposta de plano, o desenvolvimento das atividades, os resultados obtidos e a apresentação do relatório.

Data : _____/____/_____.

________________________________________________Assinatura do(a) Avaliador(a)

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