universidade federal do pará - pibic · as crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ......

17
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PIBIC : CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período : Agosto/2014 a Julho/2015 ( ) PARCIAL ( X ) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título do Projeto de Pesquisa: Sistemas silvipastoris e agrossilvipastoris como alternativa para a sustentabilidade da pecuária na agricultura familiar da região de Marabá - PA. Nome do Orientador: Rosana Quaresma Maneschy Titulação do Orientador: Doutorado em Ciências Agrárias Instituto/Núcleo: Núcleo de Meio Ambiente (NUMA) Título do Plano de Trabalho: Modelagem de econômica de sistemas agroflorestais pecuários para agricultores familiares no Sudeste do Pará. Nome do Bolsista: Jaqueline Fontel de Queiroz Tipo de Bolsa: PIBIC/UFPA/2014

Upload: hoanghanh

Post on 27-Jan-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

DIRETORIA DE PESQUISA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC : CNPq, CNPq/AF, UFPA,

UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA

RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO

Período : Agosto/2014 a Julho/2015

( ) PARCIAL ( X ) FINAL

IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Título do Projeto de Pesquisa: Sistemas silvipastoris e agrossilvipastoris como alternativa para a

sustentabilidade da pecuária na agricultura familiar da região de Marabá - PA.

Nome do Orientador: Rosana Quaresma Maneschy

Titulação do Orientador: Doutorado em Ciências Agrárias

Instituto/Núcleo: Núcleo de Meio Ambiente (NUMA)

Título do Plano de Trabalho: Modelagem de econômica de sistemas agroflorestais pecuários para

agricultores familiares no Sudeste do Pará.

Nome do Bolsista: Jaqueline Fontel de Queiroz

Tipo de Bolsa: PIBIC/UFPA/2014

Page 2: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

2

INTRODUÇÃO

A agricultura familiar é considerada uma categoria produtiva importante na geração de emprego,

renda e produção de alimentos no país (GUILHOTO et al., 2007), por outro lado, de acordo com Veiga et.

al. (2000) na Amazônia oriental grandes áreas de floresta foram derrubadas para ceder lugar áreas de

pastagem para cultivo extensivo de gado de leite e de corte. Essa forma de prática extensiva da atividade

pecuária tem se mostrado pouco viável dos pontos de vista econômico e ecológico.

Dentro desse quadro os agricultores buscam saídas para minimizar o impacto ambiental e otimizar

a produção de acordo com os objetivos e estratégias familiares, buscando melhor gerenciamento dos

recursos naturais disponíveis. Os sistemas agroflorestais (SAF) têm sido adotados na região sudeste do

Pará, permitindo a diversificação da produção (HENTZ; MANESCHY, 2011). Nos sistemas pecuários

praticados os sistemas silvipastoris (SSP) podem ser uma opção viável para o agricultor, pois consistem

em Os SSPs, como prática agroflorestal, se caracterizam especificamente pela integração de árvores ou

arbustos, pastagens e gado, com a finalidade de auferir produtos ou serviços desses três componentes

(DIAS-FILHO, 2006).

Uma forma de minimizar a implantação desses sistemas e diminuir os custos com cercas na

propriedade é uso do mourão vivo, que são espécies arbóreas utilizadas como estacas vivas para cerca,

delimitando a propriedade ou aprisionando gado e outros animais (FRANKE; FURTADO, 2001 apud

OLIVEIRA, 2011).

As cercas vivas apresentam numerosas vantagens, tais como, proporcionar sombra e produzir

estacas para novas cercas (MIRANDA; VALENTIM, 1998). Além de cobrir o fluxo negativo do caixa

durante o período de implantação e amadurecimento das plantas.

As características desejáveis para uma planta ser usada como cerca viva inclui a rapidez de

crescimento; facilidade em reproduzir-se por estacas, com bom enraizamento; rapidez ao rebrotar depois

da poda; formação de uma cerca densa; resistência ao fogo; ausência de problemas de pragas e doenças; e

prover outros benefícios tais como frutos, madeira, lenha e forragem, entre outros (MIRANDA;

VALENTIM, 1998).

Existem muitas espécies que podem ser usadas na implantação dessas cercas, contudo Andrade

(2014) aponta a gliricídia (Gliricidia sepium) como uma espécie exótica adaptada e promissora na região

sudeste do Pará, e segundo Dias et al. (2009) sua produtividade permanece inalterada por cerca de 20

anos justificando seu uso por agricultores e na composição de SAFs pecuários.

Page 3: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

3

JUSTIFICATIVA

Carmo (1999) apud Tinoco (2006), abordando o perfil da agricultura brasileira, se refere à

agricultura familiar como forma de organização produtiva em que os critérios adotados para orientar as

decisões relativas à exploração agrícola não se subordinam unicamente pelo ângulo da produção /

rentabilidade econômica, mas levam em consideração também as necessidades e objetivos da família.

Contrariando o modelo patronal, no qual há completa separação entre gestão e trabalho, no modelo

familiar estes fatores estão intimamente relacionados.

Buainaim e Romeiro (2000) apud Tinoco (2006), afirmam que a agricultura familiar desenvolve,

em geral, sistemas complexos de produção, combinando várias culturas, criações animais e

transformações primárias, tanto para o consumo da família como para o mercado. Baseados em amplo

estudo sobre sistemas de produção familiares no Brasil, afirmam que os produtores familiares apresentam

frequentemente as seguintes características:

produtores se expõem, sendo que os autores verificaram essa diversificação na maior parte dos

estabelecimentos familiares estudados.

Progressivo”: A maior parte das estratégias de “acumulação” e

de aumento de produtividade dos agricultores familiares está baseada em pequenos volumes de forma

progressiva (cabeças de gado acumulados ao longo dos anos, equipamentos de irrigação adquiridos

progressivamente, máquinas e implementos usados, etc.).

geral sistemas que conjugam atividades intensivas em trabalho e terra, com atividades mais extensivas.

Quanto maior a disponibilidade de área, maior a participação de sistemas extensivos (cana, pecuária de

corte, citricultura). Nestes casos, a prioridade do produtor é introduzir sistemas que garantam uma boa

produtividade do trabalho, mesmo que com baixa rentabilidade por unidade de área. Ao contrário, quanto

menor a disponibilidade de área, maior a importância relativa dos cultivos altamente exigentes em mão-

de-obra e altamente intensivos no uso do solo (horticultura irrigada e fruticultura). Nessa situação, a

estratégia é gerar a maior renda possível por ha, mesmo que a produtividade do trabalho das produções

não seja das mais elevadas.

adaptação a ambientes em rápida transformação, seja devido à crise de produtos tradicionais, emergência

de novos mercados e ou mudanças mais gerais da situação econômica do país.

Na região amazônica, de acordo com Noda (2006), uma das principais características da

agricultura familiar na Amazônia é o processo produtivo, basicamente direcionado ao atendimento das

Page 4: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

4

necessidades da manutenção e reprodução biológica e social do produtor rural. Ela é praticada em

ambientes pouco modificados, que não sofreram, ainda, os impactos negativos do avanço da agropecuária

estritamente voltada aos mercados ou das ações de projetos de desenvolvimento de grande porte voltados

à exploração dos recursos naturais. Sua produção é diversificada que, além der permitir uma oferta

constante, ampla e variada de alimentos para o autoconsumo proporciona maior estabilidade ao sistema

produtivo, pois o suprimento das necessidades básicas em alimentos da família independe da

comercialização do “excedente”. As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, mas não

inviabilizam sua sobrevivência.

O agricultor familiar da Amazônia, de maneira geral, preocupa-se em cultivar produtos variados;

embora Buainain (2003) apud Tinoco (2006) aponte essa prática como estratégia de reduzir os riscos e

incertezas, a diversificação na alimentação caracteriza a agricultura familiar e mostra que a família pode

ser independente na questão de sobrevivência alimentar.

Outra característica da agricultura familiar amazônica está relacionada à produção excedente. A

produção de excedente na agricultura familiar destina-se à aquisição de bens e serviços para atender as

necessidades não satisfeitas pela produção familiar. Noda (2006) explica que o produto excedente não

consumido pode ser colocado no mercado, gerando renda monetária, o que permitirá a compra de bens

não produzidos pela unidade de produção.

Por exemplo, no território do sudeste do Pará, os lotes apresentam um uso diversificado,

compostos de vários subsistemas: floresta, capoeira, pastagem para gado de cria e leite, culturas anuais e

culturas perenes, horta e ervas medicinais, com destaque para a pecuária de leite em propriedades

familiares no sudeste do Pará, que contribui decisivamente na estruturação de uma bacia leiteira no

território (PTDRSPARÁ, 2006 apud SANTOS; MITJA, 2011).

A dinâmica de comercialização de produtos proveniente da agricultura familiar no sudeste do Pará

se apresenta de forma bastante complexa, em que se destacam vários atores, com papéis diferenciados,

formando uma cadeia de relações: Agricultura Familiar (produção agropecuária); Atravessador (compra

produtos dos agricultores repassando aos revendedores com preços mais altos); Cooperativas de Pequenos

Produtores (adquirem os produtos direto das famílias com um preço melhor); Revendedor (comerciante

ou feirante) e o Consumidor (SANTOS; MITJA, 2011) (Figura 1).

Page 5: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

5

Figura 1 - Dinâmica de comercialização de produtos proveniente da agricultura familiar no sudeste do

Pará.

Fonte: PTDRSPARÁ, 2006 apud SANTOS; MITJA (2011).

DIVERSIFICAÇÃO PRODUTIVA DA AGRICULTURA FAMILIAR

A diversificação dos sistemas produtivos e processos graduais de intensificação das práticas

agrícolas são compatíveis com a lógica da grande parte dos agricultores familiares, que além da

diversificação da produção, busca equilibrar o uso dos recursos naturais atuando no processo de transição

para uma agricultura. (TOMASETTO et al., 2009; LAMARCHE, 1998 apud CASTRO (2014).

Chayanov (1974) apud Castro (2014) aponta que a estratégia de diversificar a produção, é para

otimizar o uso da força de trabalho familiar ao longo do ano, e que os agricultores familiares não seguem

a lógica da maximização do lucro, o que induziria o uso de poucas espécies (menor diversificação) com

maior valor de mercado, tendendo a contratar mão de obra sazonal em épocas de maior exigência.

Segundo Perondi (2009) e Ellis (1998) apud Castro (2014), a diversificação é a criação da

diversidade em processos sociais e econômicos que pressionam os agricultores familiares a se adaptarem

e a diversificarem os seus meios de vida e de produção, construindo uma crescente diversidade de

atividades, disponibilizando recursos para a sobrevivência e melhores níveis de vida.

A opção por diversificar os sistemas de produção tem levado os agricultores a adotar sistemas de

policultivo, como os sistemas agroflorestais (SAFs).

CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS

Os SAFs têm sido classificados de diferentes maneiras: de acordo com sua estrutura espacial,

desenho no tempo, importância relativa e a função dos diferentes componentes, objetivos da produção e

características socioeconômicas predominantes (ENGEL, 1999).

Page 6: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

6

Nair (1991) apud Castro (2014) aponta três tipos SAFs: silviagrícola (cultivos florestais e cultivos

agrícolas), silvipastoril – SSPs (cultivos florestais e criação de animais) e agrossilvipastoril – SAPs

(cultivos florestais, cultivos agrícolas e criação de animais).

SISTEMAS AGROFLORESTAIS COMO ESTRATÉGIA DE DIVERSIFICAÇÃO PRODUTIVA

Os SSPs e SAPs, que interagem lavoura pecuária e silvicultura têm despertado interesse na

comunidade científica na busca de novas alternativas de exploração da terra que seja biológica,

econômica e ecologicamente mais sustentável que os sistemas convencionais (VEIGA; TOURRAND

2002) apud (AZEVEDO et al., 2009).

Esses sistemas são uma opção viável entre os sistemas de produção sustentáveis existentes, com o

principal objetivo de contribuir para a segurança alimentar e o bem-estar social e econômico dos

produtores rurais, particularmente aqueles de baixa renda, assim como para a conservação dos recursos

naturais.

CERCAS VIVAS PARA A IMPLANTAÇÃO DE SAFS NA AMAZÔNIA

A maior parte do capital aplicado na construção de cercas é gasto na compra da madeira, que pela

necessidade de ser durável, atinge custo elevado no mercado, sendo tanto mais caro quanto maior a

durabilidade da madeira. Como a maioria das propriedades só contam com madeira branca (madeira de

menor durabilidade e não são protegidas por lei como as madeiras tidas como nobres) em suas reservas, a

sua utilização sempre está associada a desmatamentos. Além disso, devido a sua baixa durabilidade,

aumenta consideravelmente os custos com manutenção e reposição de moirões (MATOS et al., 2005).

A progressiva escassez e consequente alto custo de aquisição de estacas de alta durabilidade, vem

tornando a construção de cercas um investimento cada vez mais pesado (CARVALHO FILHO et al.,

2002). O moirão vivo se manteve entre as de custos mais baixos, pelo menor preço do moirão e o custo

relativo diluído em pelo menos 25 anos de durabilidade. É uma tecnologia de fácil aplicação, porém

pouco utilizada no Brasil por falta de conhecimento dos agricultores sobre o assunto (MATOS et al.,

2005). O uso de estacas vivas de gliricídia, além de possibilitar a construção de cercas permanentes, traz

benefícios adicionais de sombra e forragem de alta qualidade para os animais, além de melhoramento do

solo subjacente (CARVALHO FILHO et al., 2002).

O modelo de cerca viva mais utilizada na Amazônia, é a cerca constituída por mourões vivos

(estacas grossas, bem enraizadas no solo, apresentando crescimento e produção de folhagem) e arame

farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com um diâmetro mínimo de 10 cm,

capaz de resistir ao gado, que gosta de se esfregar nos mourões (DUBOIS; VIANA; ANDERSON, 1996

apud OLIVEIRA, 2011).

Page 7: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

7

Na região Amazônica, a Universidade Federal do Pará desenvolveu estudos com a gliricídia nos

municípios de Marabá e São Domingos do Araguaia verificando que a espécie desponta como alternativa

promissora que pode ser utilizada como cercas vivas e alimentação para os animais, além de contribuir

com a fixação de nitrogênio e melhorando a qualidade do solo (ANDRADE, 2014) (Figura 2).

Figura 2 - G. sepium. A) Cerca viva de Unidade de produção familiar no Assentamento Belo Horizonte,

São Domingos do Araguaia – PA. B) Corte de estacas para a construção de cercas; C) Animal

alimentando-se da forragem verde.

Fonte: SILVA JUNIOR (2012).

As cercas vivas reúnem atributos que permitem uma análise mercadológica que sustenta uma

proposta de geração de renda e ocupação no meio rural, com a possibilidade de ser consolidado a partir do

interesse e envolvimento de agricultores na produção e venda de moirões vivos em suas propriedades,

pois as soluções tecnológicas, por si só, não resolvem os problemas do campo e não garantem que o

produto se firme no mercado. Assim, as tecnologias devem estar associadas à visão da possibilidade

técnica de implantação, viabilidade econômica e demanda existente, respeitando assim, as condições

socioeconômicas e ambientais da realidade rural (MATOS et al., 2005).

VIABILIDADE ECONÔMICA DOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS

A introdução do componente arbóreo na atividade pastoril certamente ocasionará uma

complementação de benefícios. Enquanto a pecuária cobre o fluxo de caixa negativo proporcionado pelo

período de maturação do investimento florestal, este por sua vez incorpora ao sistema pecuário benefícios

ambientais importantes do ponto de vista da sustentabilidade ambiental (ambiência animal e fixação de

carbono, etc.); da sustentabilidade econômica (poupança verde) e da sustentabilidade social por promover

entradas de recursos distribuídos ao longo do tempo (desbastes e colheita final) incentivando a

permanência do jovem rural e, minimizar o problema do êxodo rural (SILVA, 2009).

Nas regiões onde predomina a atividade pastoril, os sistemas silvipastoris podem trazer aumentos

consideráveis de circulação de riqueza, isto é, podem favorecer a agro-industrialização regional através da

A C B

Page 8: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

8

disponibilidade de matéria - prima em maior quantidade e diversidade promovendo aumento na oferta de

emprego direto e indireto via incremento de cadeias produtivas, Tais sistemas poderão produzir madeiras

de variadas espécies com custos competitivos, pois neles a colheita é mais fácil e, ainda, pode agregar-se

valor pelo fato da madeira ser produzida em condições ambientalmente adequadas (SILVA, 2009).

Quanto ao aspecto econômico tem o potencial de diversificar a renda da propriedade rural pela

possibilidade de comercialização dos produtos gerados pelas árvores, como madeira, frutos, óleos,

resinas, etc., além de agregar valor à área, fazendo com que o ganho econômico do produtor não fique

preso somente a uma única atividade (DIAS-FILHO, 2006). As áreas de pastagem terão sua produção e

sustentabilidade favorecidas pela melhoria ambiental e economia de recursos, decorrentes do aumento da

vida útil dos pastos fator que influencia no cálculo dos custos (SILVA, 2009).

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Modelar sistemas agroflorestais (SAF) pecuários com espécies arbóreas forrageiras nativas e

exóticas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Simular modelos econômicos em três cenários distintos: SAF pecuário, monocultura de pastagem

e cultivo agrícola (milho); e

Propor modelos de SAFs pecuários para agricultura familiar utilizando a espécie arbórea exótica

gliricídia na composição de cercas vivas com alto e baixo nível de insumo, comparado ao uso de mourão

tradicional.

MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho foi desenvolvido dentro do contexto do Projeto “Sistemas silvipastoris e

agrossilvipastoris como alternativa para a sustentabilidade da pecuária na agricultura da agricultura

familiar da Região de Marabá-PA” financiado pela Fundação de Amparo à pesquisa no Pará- FAPESPA.

Esse trabalho se dividiu em duas etapas:

1) Base de dados agroflorestais na região Sudeste do Pará: Na literatura pertinente foram buscadas

informações sobre coeficientes técnicos sobre SAFs pecuários na região sudeste do Pará a fim de

consolidar uma base de dados.

Page 9: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

9

2) Modelagem de SAFs: Foram simulados modelos de SAFs com o uso de espécie arbórea exótica

(gliricídia) em diferentes cenários (alto e baixo nível de insumo) para comparar com sistemas de

monocultura de pastagem e/ou de cultivos agrícolas.

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi desenvolvido através do banco de dados do projeto de pesquisa realizado no

assentamento Belo Horizonte I no município de São Domingos do Araguaia (Figura 3), foi considerada

uma área de pastagem degradada, localizado na mesorregião sudeste do estado do Pará e na microrregião

do município de Marabá com população estimada para 2014 de 24.235 habitantes.

Figura 3 - Mapa de localização do P. A. Belo Horizonte I, São Domingos do Araguaia - PA.

Fonte: Adaptado de LASAT (2010).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o município tem Produto Interno

Bruto (PIB) R$ 30.534 e agropecuária se destaca como uma das principais atividades econômicas desse

Page 10: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

10

município perdendo apenas para serviços que correspondem R$ 75.384 a indústria é pouco expressiva

contribuindo apenas em R$ 9.968, o rendimento per capita de cada habitante na zona rural é de cerca de

R$204,00 enquanto que o de domicílios urbanos é de R$255,00 o Índice de Desenvolvimento Humano

Municipal (IDHM) é de 0,594 Castro (2014).

PASSOS METODOLÓGICOS

Foram comparados os seguintes modelos: SAFs pecuários (cerca viva de gliricídia), mourão

tradicional integrado a pastagem de braquiarão (Brachiaria bizantha cv Marandu) com bovinos de corte e

cultivo agrícola (milho). Sendo realizadas simulações dentro de um período de 10 anos em função do

nível de insumo utilizado (alto e baixo) para os modelos SAF e mourão tradicional.

Os preços de insumos e venda de produtos foram obtidos no mercado local e no próprio

assentamento pesquisado no ano agrícola 2014-2015 (Tabela 1).

Tabela 1 - Parâmetros utilizados.

Especificação Valor

Valor da Mão-de-Obra (diária): R$75,00

Hora Trator (com tratorista): R$120,00

Taxa de Juros: 2,00%

Estaca de 2m (gliricídia) R$2,00

Mourão tradicional R$ 20,00

Arroba – bovino de corte (Animal entra no sistema com 0,6 UA e sai com 1 UA) R$12,80

Utilizou-se a taxa de 2% a.a. para as análises por ser a taxa do Programa Nacional de

Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) Mais Alimentos que financia formação de pastagens e

infraestrutura para pecuária, pois as linhas PRONAF-Agroecologia e PRONAF-Floresta ainda possuem

taxa menor, de 1% a.a.; conforme o ano agrícola 2014-2015.

Para a análise da viabilidade econômica foram utilizados os seguintes indicadores: valor presente

líquido (VPL), taxa interna de retorno (TIR) e relação benefício custo (Rb/c). O VPL (a) é definido como

a soma algébrica dos saldos do fluxo de caixa descontados à taxa de desconto anual, que representa o

custo de oportunidade. Quando a TIR supera o custo de oportunidade do capital um projeto é considerado

viável (b). A relação benefício/custo (Rb/c) é dada pelo valor atual do fluxo de benefícios do projeto

dividido pelo fluxo de custo do projeto (c) (SANTANA, 2005) apud Sousa (2013).

Page 11: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

11

Onde: Rj = receitas no final do ano ou do período de tempo j considerado; Cj = custos no final do ano ou do período de tempo j

considerado; n = duração do projeto em anos ou em número de períodos de tempo; i = taxa anual de juros, expressa em

porcentagem, considerada de 12 % a.a.

Onde i* = Taxa interna de retorno; Bt = receitas total ao final do ano ou período de tempo; Ct = custos total ao final do ano ou

período de tempo; n = duração do projeto em anos ou em número de períodos de tempo; j = duração do período do projeto, em

anos ou período de tempo.

Onde: Rj = receitas no final do ano ou do período de tempo j considerado; Cj = custos no final do ano ou do período de tempo j

considerado; n = duração do projeto em anos ou em número de períodos de tempo; i = taxa anual de juros, expressa na forma

unitária.

RESULTADOS

O SAF pecuário apresentou VPL e TIR superior em comparação aos modelos de mourão

tradicional e cultivo agrícola (milho), embora todos os modelos simulados de uso da terra foram

considerados viáveis economicamente (Tabela 2).

Tabela 2 - Valor presente líquido (VPL), Taxa interna de retorno (TIR), Relação benefício custo ( ),

Valor anual equivalente (VAE) e Payback nos modelos SAF pecuário (gliricídia), mourão

tradicional e cultivo agrícola (milho), Taxa de desconto de 2%.

Modelo Período de

simulação

VPL (R$) TIR (%) (R$) VAE (R$) Payback

(Anos)

Mourão vivo (SAF

pecuário)

10 anos 50.641,43 95,56 6,9 5.637,73 3,0

Mourão tradicional 10 anos 37.966,43 60,76 4,2 4.226,67 3,0

Cultivo agrícola (milho) 2 anos* 11,78 3,69 1,0 1,31 2,0

*Em seguida área entra em pousio.

A do SAF pecuário de R$ 6,9 comprovou que as receitas foram maiores que os custos

descontados com um valor líquido de R$ 5,9 no decorrer de dez anos, ou seja, a cada R$1,00 investido há

o retorno de 5,9. Enquanto que a 4,2 do sistema de mourão tradicional, apresentando um valor

Page 12: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

12

líquido menor em relação ao SAF pecuário, pois a cada R$1,00 investido há o retorno de apenas R$3,2

dentro de um período de dez anos. A do cultivo agrícola por outro lado indica que os benefícios se

equiparam aos custos totais, já que de acordo com Börner (2009) apud Arco-Verde; Amaro (2012), o

critério para a condição de viabilidade do projeto é que o valor obtido seja maior ou igual à unidade.

O VPL e o VAE do SAF pecuário são superiores em comparação ao modelo de mourão

tradicional e ao modelo de cultivo agrícola (milho), o que demostra a maior viabilidade econômica do

SAF pecuário. Por outro lado, o Payback (tempo de retorno do investimento inicial) se equipara nos

modelos de SAF pecuário e mourão tradicional e é menor no modelo de cultivo agrícola. A TIR

apresentada foi maior no modelo de SAF pecuário em comparação aos outros dois modelos,

comprovando a viabilidade econômica do projeto já que supera a taxa de desconto exigida.

Para os modelos de SAF pecuário e mourão tradicional também foi realizada simulação

considerando uma redução de custos com mecanização, configurando sistemas com baixo nível de

insumo.

Os SAFs pecuários analisados apresentaram VPL positivo e TIR superior aos modelos com

mourão tradicional, embora de acordo com o panorama da viabilidade econômica todos os modelos

propostos foram viáveis economicamente (Tabela 3).

Tabela 3 - Valor presente líquido (VPL), Taxa interna de retorno (TIR), Relação benefício custo ( ),

Valor anual equivalente (VAE) e Payback nos modelos simulados SAF pecuário (mourão vivo de

gliricídia) e mourão tradicional, com alto e baixo nível de insumos. (Taxa de desconto de 2%)

Modelo Nível de insumo VPL

(R$)

TIR

(%)

(R$)

VAE

(R$)

Payback

(Anos)

Mourão vivo (SAF pecuário) Alto 50.641,43 95,56 6,9 5.637,73 3,0

Mourão tradicional 37.966,43 60,76 4,2 4.226,67 3,0

Mourão vivo (SAF pecuário) Baixo 49.471,03 104,37 6,1 507,44 2,0

Mourão tradicional 37.600,80 54,12 4,1 4.185.97 3,0

A nos modelos de SAFs pecuários foi superior aos com mourão tradicional e comprovou que as

receitas foram maiores que os custos descontados em todos os sistemas analisados, pois a cada R$1,00

investido existe o retorno de tais valores líquidos (SANTANA, 2005).

Seguindo a tendência já descrita anteriormente o VPL e o VAE dos dois modelos de SAFs

pecuários simulados apresentaram valores superiores aos modelos tradicionais, uma vez que o custo com

aquisição de insumos foi inferior, e segundo Dias et al. (2009) com esse valor pode ser reduzido cerca de

2 a 6 vezes em comparação com a cerca tradicional de arame farpado. Além disso, foi possível obter uma

Page 13: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

13

nova fonte de renda com a venda das estacas de gliricídia, já que a espécie possui múltiplos usos e

durabilidade superior ao mourão tradicional. Esta característica favorece a utilização da mesma, sendo

possível a produção de estacas e manutenção de cercas por um longo período, reduzindo os custos de

renovação ou reimplantação dessas áreas, segundo Matos et al. (2005). Reforçando esse resultado, o

payback demonstrou melhor desempenho no SAF pecuário com baixo nível de insumo.

O custo da mão-de-obra foi maior nos SAFs pecuários (Tabela 4) do que nos modelos com mourão

tradicional dentro do mesmo horizonte de tempo, pois segundo Castro (2014) os agricultores em geral

restringem os custos com insumos durante o ciclo do projeto. O uso da mão-de-obra ao longo do tempo é

mais equilibrado nos SAFs pecuários, uma vez que existem demandas periódicas para a realização de

poda do mourão vivo, diferentemente do mourão tradicional que concentra a maior parte do uso da mão-

de-obra na instalação da cerca (Figura 4).

Tabela 4 - Custos com mão-de-obra ao longo de 10 anos, para os modelos simulados, com alto e baixo

nível de insumos.

Modelos Nível de insumo Custos com mão-de-obra ao longo de 10 anos

Mourão vivo (SAF pecuário) Alto R$ 3.420,86

Mourão Tradicional R$1.810,86

Mourão vivo (SAF pecuário) Baixo R$ 5.371,30

Mourão Tradicional R$ 3.128,80

Figura 4 - Demanda de mão-de-obra para os modelos simulados.

Fonte: Autor Próprio.

Page 14: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

14

CONCLUSÃO

Os modelos simulados foram considerados economicamente viáveis dentro de um planejamento

de 10 anos, levando em conta a taxa de desconto de 2% ao ano. Sendo que os SAFs pecuários tiveram

menor custo para serem implantados em comparação aos sistemas de mourão tradicional e cultivo

agrícola (milho). Assim, o uso do mourão vivo é mais vantajoso economicamente, além de possibilitar

fonte de renda extra, indicando que esse tipo de sistema é uma alternativa viável para os produtores na

região estudada.

PUBLICAÇÕES

RESUMO EXPANDIDO PUBLICADO EM ANAIS DE CONGRESSO

1. QUEIROZ, J. F.; MARQUES, M. N. C.; MANESCHY, R. Q. Viabilidade econômica da

gliricídia (Gliricidia sepium) na implantação de cercas vivas. In: VIII Congreso Internacional

sobre Sistemas Agroforestales para la Producción Pecuaria y Forestal Sostenible. III Congreso

Nacional de Sistemas Silvopastoriles, 2015, Puerto Iguazú. VIII Congreso Internacional sobre

Sistemas Agroforestales para la Producción Pecuaria y Forestal Sostenible. III Congreso Nacional

de Sistemas Silvopastoriles. Santa Cruz: INTA Ediciones, 2015. p. 425-428.

APRESENTAÇÃO DE TRABALHO EM EVENTO CENTÍFICO

1. QUEIROZ, J. F.; MANESCHY, R. Q.; MARQUES, M. N. C. Modelos econômicos de sistemas

silvipastoris com cercas vivas. Trabalho aprovado para apresentação na modalidade pôster no IX

CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROECOLOGIA a ser realizado em Belém - Pa de 28 de

setembro a 1 de outubro de 2015.

2. MARQUES, M. N. C.; MANESCHY, R. Q.; QUEIROZ, J. F. Modelagem econômica de sistema

agroflorestal para agricultores familiares no sudeste do Pará. Trabalho aprovado para apresentação

na modalidade pôster no IX CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROECOLOGIA a ser realizado

em Belém - Pa de 28 de setembro a 1 de outubro de 2015.

ARTIGOS ACEITOS PARA PUBLICAÇÃO

1. QUEIROZ, J. F.; MANESCHY, R. Q.; MARQUES, M. N. C. Modelos econômicos de sistemas

silvipastoris com cercas vivas. Cadernos de Agroecologia, v. 10, n. 3, Out. 2015. ISSN 2236-

7934.

2. MARQUES, M. N. C.; MANESCHY, R. Q.; QUEIROZ, J. F. Modelagem econômica de sistema

agroflorestal para agricultores familiares no sudeste do Pará. Cadernos de Agroecologia, v. 10, n.

3, Out. 2015. ISSN 2236-7934.

Page 15: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

15

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

ATIVIDADES 2014 2015

Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul

Revisão bibliográfica sobre modelagem

e análise financeira de projetos

agroflorestais.

X X X X X X X X X X X

Coleta de dados dos coeficientes

técnicos das espécies e indicadores de

análise financeira utilizados para a

análise de sistemas agroflorestais

pecuários, levantamento de preços no

mercado local.

X X X X X X X X X

Tabulação e Análise de dados. Os dados

estão sendo tabulados em planilhas do

Microsoft Excel em para a realização

dos cálculos referentes aos indicadores

financeiros.

X X X X X X X X X X X X

Divulgação dos resultados. Entrega do

relatório final, além de

submissão/apresentação dos resultados

em eventos científicos

X X

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Heloiza Sousa. O Uso da Gliricídia (Gliricidia sepium) no Estabelecimento de Cercas

Vivas e como Alternativa para Suplementação Alimentar de Ruminantes no Sudeste do Pará. 2014.

79 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Agronomia)- Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

(UNIFESSPA), Marabá, 2014.

ARCO-VERDE, M. F.; AMARO, G. Cálculo de Indicadores Financeiros para Sistemas

Agroflorestais. Boa Vista, RR: Embrapa Roraima, 2012. 48p.

AZEVEDO; VEIGA; YARED; MARQUES. Desempenho de Espécies Florestais e Pastagens no

estado do Pará. BELÉM, PA. 2009.57 p.

CARVALHO-FILHO, O. M.; ARAUJO G. G. L.; LANGUIDEY P. H.; SÁ J. L.; LIMA V. M. B.;

Produção de Leite no Semiárido do Brasil. EMBRAPA Gado de Leite. Sistemas de produção. Ano 6,

2002.

CASTRO, Albinei Araújo de. Análise Econômica de Sistemas Agroflorestais e sua Contribuição para

a Renda Familiar em Estabelecimentos Agrícolas Familiares, São Domingos do Araguaia-Pa. 2014.

111 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA),

Belém, 2014.

DIAS-FILHO, Moacyr, Bernardino. Sistemas silvipastoris na Recuperação de Pastagens Degradadas.

Belém, PA: Embrapa Amazônia Oriental, 2006. 31p.

DIAS P. F.; SOUTO S. M.; LIZIEIRE R. S. Moirão Vivo de Gliricídia na Confecção de Cerca

Elétrica. Embrapa: Niterói-RJ, 2009.

ENGEL, V. L. Introdução aos Sistemas Agroflorestais. Botucatu, SP: FEPAP, 1999. 70 p.

GUILHOTO et al. A Importância da Agricultura Familiar no Brasil e em seus Estados. 2007.

Ministério do Desenvolvimento Agrário-MDA; Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas-FIPE.

Page 16: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

16

HENTZ, A. M.; MANESCHY, R. Q. (Org.) Práticas Agroecológicas: Soluções sustentáveis para a

agricultura familiar na região sudeste do Pará. 1. ed. Jundiaí: Paco Editorial, 2011. 330p.

MATOS, L. V.; CAMPELLO E. F. C.; PEREIRA J. A. R.; FRANCO A. A.; Plantio de Leguminosas

Arbóreas para Produção de Moirões Vivos e Construção de Cercas Ecológicas. EMBRAPA

Agrobiologia. Sistemas de produção, 3 ISSN 1679-6721 Versão Eletrônica. Dez/2005.

MIRANDA; VALENTIM. Estabelecimento e Manejo de Cercas Vivas com Espécies Arbóreas de uso

Múltiplo. Comunicado Técnico, Rio Branco, AC, n. 85, p. 4,1998.

NODA, Hirosh. Agricultura Familiar na Amazônia, Segurança Alimentar e Agroecologia. 2006.

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Coordenação de Pesquisas em Ciências

Agronômicas.

OLIVEIRA, Kezia Ilmaione de Souza. A Influência do Componente Arbóreo Disperso na Pastagem

sobre a Regeneração Natural de Plântulas de Árvores e Arbustos. 2011. 66 f. Trabalho de Conclusão

de Curso (Agronomia)- Universidade Federal do Pará (UFPA), Marabá, 2011.

SANTANA, A. C. Elementos de economia, agronegócio e desenvolvimento local. Belém:

GTZ/TUD/UFRA, 2005. 197 p.

SANTOS; MITJA, Aléssio Moreira e Danielle. Agricultura Familiar e Desenvolvimento Local: os

desafios para sustentabilidade econômico-ecológica na comunidade de Palmares II, Parauapebas, PA.

Interações, Campo Grande, v. 13, n. 1, p. 39-48, jan./jun. 2012.

SOUSA, Rafael Ferreira. Experiência Agroflorestal para Recuperação de Pastagem Degradada de

Propriedade Familiar. In: CONGRESSO DA SOBER, 51, 2013.

SILVA, V. P. O Sistema Silvipastoril e seus Benefícios para a Sustentabilidade da Pecuária. Palestra. In:

SIMPÓSIO ABCZ- CNPC PECUÁRIA SUSTENTÁVEL. ExpoZebu 2009, Uberaba, MG.

TINOCO, Sonia Terezinha Juliatto. Análise Socioeconômica da Piscicultura em Unidades de

Produção Agropecuária Familiares da Região de Tupã-SP. 2006. 73 f. Tese (Doutorado em

Aquicultura)- Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2006.

VEIGA et al. Sistemas Silvipastoris na Amazônia. Ministério da Agricultura Pecuária e do

Abastecimento-MAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-EMBRAPA. 2000.

DIFICULDADES - Inicialmente a dificuldade foi encontrar materiais com dados específicos da área de

implantação do projeto em São Domingos do Araguaia. A falta de trabalhos científicos voltados para

análise econômica de sistemas agroflorestais na região, foi o principal entrave para o melhor

desenvolvimento da pesquisa no decorrer da revisão literária. Também foram encontradas dificuldades

com relação à escrita científica sendo superada com o exercício de organizar textos para submissão em

eventos científicos.

PARECER DO ORIENTADOR: A estudante se dedicou a plena realização das atividades pertinentes à

bolsa de forma assídua e interessada. Na avaliação do relatório parcial da bolsa o avaliador solicitou

melhor detalhamentos dos objetivos específicos do trabalho e essa alteração foi realizada pela discente. A

facilidade com que a estudante tem em trabalhar em equipe permitiu que ela participasse de outras ações

Page 17: Universidade Federal do Pará - PIBIC · As crises do mercado podem afetar o núcleo produtivo, ... e arame farpado. O arame farpado é fixado ao mourão vivo bem enraizado e com

17

ligadas ao projeto de pesquisa juntamente com a outra bolsista que oriento. O progresso da discente foi

notável, sendo uma aluna aplicada que participou da elaboração de trabalhos para eventos (nacional e

internacional) e periódico científico que já foi aprovado e aguardando ser publicado em outubro de 2015

na Revista Cadernos de Agroecologia que possui Qualis da CAPES: Interdisciplinar-B4 e Ciências

Agrárias I-B5. Acredito que o fato da discente ser bolsista de PIBIC tem possibilitado o exercício de

relacionar os conteúdos teóricos trabalhados nas atividades curriculares do curso de Ciências Econômicas

com a prática da pesquisa no projeto no qual está inserida, contribuído positivamente no percurso

formativo da mesma. Diante do exposto e do interesse da estudante, sua bolsa será renovada.

DATA: 10/08/2015

_________________________________________

Prof.a Dra. Rosana Quaresma Maneschy

ORIENTADORA

Jaqueline Fontel de Queiroz

ALUNA DO CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS/BOLSISTA PIBIC-UFPA/2014