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PRIMEIRA ETAPA DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA SILVIPASTORIL Fazenda Cabeceira do Prata Samuel Duleba Biológo - CRBio - 34.623-03D Jardim - Mato Grosso do Sul - Brasil 2009

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PRIMEIRA ETAPA DE

IMPLANTAÇÃO DO

SISTEMA SILVIPASTORIL

Fazenda

Cabeceira do Prata

Samuel Duleba Biológo - CRBio - 34.623-03D

Jardim - Mato Grosso do Sul - Brasil

2009

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Conteúdo

Introdução ................................................................................................................................................... 2

Objetivo ....................................................................................................................................................... 2

Metodologia ................................................................................................................................................ 3

Resultados ................................................................................................................................................... 8

Recomendações ........................................................................................................................................... 9

Referências bibliográficas ............................................................................................................................ 9

Introdução

A pastagem adequadamente arborizada consiste da combinação intencional de árvores, pastagens e

gado numa mesma área e ao mesmo tempo, e manejados de forma integrada, com o objetivo de incrementar

a produção por unidade de área. Tal forma de uso da terra constitui um sistema de produção: o sistema

silvipastoril (SSP). Essa atividade além de melhorar a produtividade através do manejo integrado dos

recursos naturais, possibilita a redução de processos erosivos, melhora a conservação de corpos d’água,

aumento da captura e fixação do carbono, proporciona maior comodidade aos animais, aumento da

biodiversidade, bem como da redução da pressão sobre as vegetações naturais remanescentes.

Os sistemas silvipastoris (SSPs) apresentam grande potencial de benefícios econômicos e

ambientais para os produtores e para a sociedade. São sistemas multifuncionais, onde existe a possibilidade

de intensificar a produção pelo manejo integrado dos recursos naturais evitando sua degradação, além de

recuperar sua capacidade produtiva (EMBRAPA, 2008).

A integração e interação dos componentes pecuário, agrícola e florestal é de vital importância para o

desenvolvimento sustentável. Todos de maneira a contemplar as questões pertinentes a mitigação de seus

impactos no meio ambiente e permitindo a máxima biodiversidade possível e o uso conservacionista do solo

(DA SILVA, 2006)

Reduzir o uso de insumos, conservar a natureza local e otimizar a produção através de práticas

sustentáveis, são as principais metas a serem atingidas com a implantação do Sistema Silvipastoril na

Fazenda Cabeceira do Prata, a qual iniciou o processo no mês de agosto de 2008.

Objetivo

A intenção do presente trabalho é relatar a primeira etapa da implantação do SSP na fazenda

Cabeceira do Prata, descrevendo a metodologia utilizada, identificando pontos positivos e negativos

e oportunidades de melhoria.

O objetivo da implantação do Sistema Silvipastoril (SSP) em uma primeira etapa de quatorze

hectares (14 ha) foi definir a melhor metodologia para a implantação do SSP na fazenda toda, através

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de um processo experimental de aprendizagem por tentativa e erro. Essa primeira etapa da

implantação também objetivou capacitar os funcionários.

Metodologia

Área de Implantação

A área da implantação do SSP localiza-se no

município de Jardim, MS, mais precisamente na Fazenda

Cabeceira do Prata, (coordenadas: 21º 27.571’S – 056º

26.365’W; altitude de 301m).

O clima da região caracteriza-se como

Termoxeroquimênico atenuado “Tropical do Centro Sul de

Mato Grosso do Sul”, ou seja, com verões mais chuvosos e

temperaturas elevadas (principalmente entre os meses de

dezembro a março), invernos mais secos, podendo chegar

perto de 0°C em algumas madrugadas (especialmente entre

maio e julho). A temperatura média anual é de 22°C.

Apresenta excedente hídrico de 1200 a 1400 mm durante

sete a oito meses e deficiência hídrica de 200 a 350 mm

durante três meses (Amaral 1989). O solo encontrado é o

Latossolo Vermelho-escuro.

A área de implantação desta etapa do SSP possui

um tamanho de 14ha, e conta com a presença de curvas de

nível (com diferenças de 1,5m de altura) para evitar erosões

e um açude para captação de água para o gado. A cobertura

do solo é composta pelo capim Brachiaria, sendo utilizada

como área de pastagem antes da implantação da atividade

silvipastoril (Figura 01).

Histórico da Área e Preparação para Implantação

Antes da implantação do SSP, a área estava sendo utilizada como área de pastagem, sendo a

cobertura do solo composta por capim Brachiaria com infestação de vassourinha. Foi realizada análise de

solo, e após a análise dos resultados, por recomendação do agronômo, foi adicionada em torno de 1

tonelada de calcário por hectare, e passado grade niveladora para incorporar o calcário no solo.

Após essa preparação do solo, foi plantada a leguminosa da espécie Crotalaria juncea, visando o

enriquecimento do solo com nutrientes, uma planta arbustiva considerada uma melhoradora e recuperadora

da capacidade produtiva dos solos, pois tem uma excelente capacidade de fixar nitrogênio, promovendo uma

Figura 01 – O quadrado roxo corresponde a área de implantação do SSP. Em amarelo, um açude e em vermelho, a sede da Fazenda Cabeceira do Prata.

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elevada reciclagem dos nutrientes do solo (Foto 01). O plantio da leguminosa ocorreu no mês de junho de

2008, 5 meses antes do plantio das mudas de árvores na área. No entanto, é importante citar que ocorreu

um atraso no cronograma de plantio da Crotalaria, devido a problemas com o transporte das sementes.

Após o seu crescimento, foi verificado que a

Crotalaria não sombreou toda a área, conforme era

esperado, o que acabou favorecendo o retorno da

Brachiaria. Assim, verifica-se que a Crotalaria não

cumpriu o objetivo esperado, que era de troca de

pastagem, apesar de ter sido importante como técnica de

adubação verde. Como em seu retorno, o capim

Brachiaria veio muito bem formado, foi tomada a decisão

de não trocar o pasto.

Para o início da implantação do SSP a área foi

isolada completamente através de cercamento com

arame liso e farpado para que bovinos e caprinos não

tivessem acesso.

Seleção das mudas de árvores

As mudas utilizadas na implantação do SSP foram provenientes do Viveiro de mudas nativas da

Fazenda Cabeceira do Prata, a qual realiza a colheita periódica e beneficiamento de sementes de árvores

matrizes sadias de diferentes espécies da região. A altura das mudas plantadas variou de 20 a 50cm.

Por se tratar de uma área que se encontra dentro do bioma Cerrado, as mudas selecionadas para o

plantio caracterizam-se por terem ocorrência neste bioma, sendo adaptadas ao clima e ao solo da região.

Aliado a isso, foi priorizada a escolha de espécies que possuem potencial de produção de diversos

benefícios diretos e indiretos, tais como: produção de madeira para uso próprio na propriedade rural (Aroeira

Myracrodruon urundeuva, Angico-vermelho Anadenanthera sp.); espécies que aperfeiçoem as práticas

sustentáveis (Cumbaru Dypteryx alata, as amêndoas fornecem óleo utilizado em tratamentos medicinais,

bem como bastante apreciadas pela população regional); espécies que fornecem alimentação animal através

da forragem em formas de folhas, ramos, frutos e sementes (Mangaba Hancornia speciosa, Figueira Ficus

sp.); espécies que atraem a fauna nativa, principalmente aves (Manduvi Sterculia apelata, Pequi Caryocar

brasiliense); espécies com silvicultura pouco conhecida, com poucos dados de crescimento em plantios

experimentais (Cebolão Phytolaca dioica).

Definição do arranjo espacial (espaçamento) e quantidade de mudas na área

Utilizando uma trena de 30m, foi definido na face sul da área de plantio, utilizando o princípio de área

protegida, uma barreira de quebra-ventos convencional, onde a distância entre as mudas foi de 15m

dispostas em duas linhas (leste-oeste) intercaladas, resultando em uma muda a cada 7,5 m.

Para o arranjo das demais mudas na área, foi utilizado o plantio reticulado largamente espaçado, em

média 15m entre as mudas, uma vez que espaçamentos curtos (2,00m X 2,50m) promovem a competição

entre as árvores pelos fatores que influenciam o crescimento, tais como água, luz e nutrientes.

Foto 01 – Leguminosa Crotalaria juncea, utilizada para fixar nitrogênio no solo antes do plantio das mudas na área do SSP.

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Foram plantadas um total de 486 mudas de 35 espécies nativas do cerrado em uma área de

14ha, o que nos dá uma média de 34,7 mudas/ha. Abaixo segue a relação e a quantidade de cada uma

das espécies plantadas (%).

Tabela 01 – Espécies e a quantidade de mudas utilizadas no SSP. Espécies com baixa representatividade no SSP,

como o Araticum (Annona coriacea) justifica-se pela já ocorrência natural da espécie na área do plantio.

Espécies Qtde. % Espécies Qtde. %

AROEIRA 76 15,6% AMANDOIM BRAVO 7 1,4%

CUMBARU 42 8,6% POROROCA 7 1,4%

ANGICO-VERMELHO 41 8,4% GONÇALO 7 1,4%

MANDUVI 33 6,7% CEDRO 6 1,2%

CAROBA 31 6,3% LARANJINHA 6 1,2%

TARUMÃ 25 5,1% FIGUEIRA 6 1,2%

PARA-TUDO 24 4,9% CAPITÃO 6 1,2%

AMANDOIM CAMPO 21 4,3% MANGABA 5 1,0%

PIÚVA 17 3,4% ANGELIM 4 0,8%

IPÊ AMARELO 14 2,8% PATA DE VACA 3 0,6%

JATOBA CERRADO 12 2,4% JATOBA MIRIM 3 0,6%

GUATAMBU 13 2,6% XIMBUVA 3 0,6%

EMBIRUÇU 12 2,4% MANDIOCÃO 3 0,6%

MUTAMBO 11 2,2% PEQUI 2 0,4%

INGA 11 2,2% CEBOLÃO 2 0,4%

MAMICA DE PORCA 10 2,0% PITOMBA 2 0,4%

AROEIRINHA 10 2,0% ARATICUM 2 0,4%

EMBAUBA 9 1,8%

Figura 02 – O gráfico ao lado

demonstra as espécies mais

representativas utilizadas no SSP da

Fazenda Cabeceira do Prata. As

mudas de Aroeira foram as mais

utilizadas, representando 15,6% (76

mudas) do total das espécies.

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Foto 02 - Muda de Ingá (Inga marginata) plantada em campo. Notar capim seco ao redor para reter a umidade no solo. Crotalaria juncea (flores amarelas) em volta da muda.

Método de plantio das mudas

Antes do plantio da muda, fez-se a preparação do

terreno através da marcação do local com estacas de 1m de

comprimento com a extremidade pintada com tinta de cor

branca e numerada com tinta spray.

O coroamento (capinar a área do plantio da muda) foi

feito com aproximadamente 1m de diâmetro, deixando a terra

exposta. Cavou-se um buraco de 20cm de profundidade para

o plantio da muda. Junto a terra extraída da cova foi misturado

um substrato composto por 70% de húmus e 30% de esterco

bovino, para dar um aporte de nutrientes a muda nesse

primeiro estágio de crescimento.

Com o capim extraído do coroamento e folhas secas,

cobriu-se o solo onde foi plantada a muda (Foto 02). Tal

procedimento é muito importante, uma vez que o capim atuará

como um retentor de umidade. Aliado a isso, foi plantado ao

redor de cada muda, algumas sementes de Crotalaria juncea

com o intuito de camuflar e sombrear a muda, bem como fixar

nitrogênio no solo.

Época e logística do plantio O plantio das mudas no campo foi realizado em três etapas:

a primeira etapa realizada no mês de novembro de 2008 com o plantio de 200 mudas;

a segunda com o plantio de 150 mudas em dezembro de 2008;

e a terceira também em dezembro de 2008 com o plantio de 136 mudas.

Vale salientar que os plantios foram feitos em períodos onde a incidência de chuvas é mais constante,

evitando assim a irrigação manual periódica, o que despende muito tempo e mão de obra. No entanto, na

primeira etapa do plantio foi necessário realizar a irrigação manual, pois o acúmulo pluviométrico não foi

suficiente para fazer a irrigação natural das mudas, assim o método utilizado foi a utilização de tambores de

200L dispostos ao longo da área do plantio, os quais eram abastecidos com água por um trator pipa,

facilitando assim o processo da irrigação manual.

Uma equipe de 4 trabalhadores treinados foram utilizados como mão de obra para a preparação da área

(marcação das mudas, coroamento e confecção das covas) e plantio das mudas. As etapas 1 (200 mudas), 2

(150 mudas) e 3 (136 mudas) foram concluídas em 13, 10 e 9 horas/trabalho respectivamente.

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Tratamentos silviculturais após implantação

Após a implantação das três etapas do

plantio, foi necessário realizar levantamentos

quinzenais de sobrevivência das mudas,

principalmente em períodos de baixo acúmulo

pluviométrico, sendo necessário realizar o

replante das mudas que não suportaram as

condições no campo. Aliado a isso, foi

realizada uma roçada em toda a área de

implantação do SSP após 7 meses de

isolamento da área, uma vez que o capim

Brachiaria poderia abafar as mudas no campo,

retardando seu crescimento (Foto 03).

Nos primeiros seis meses após o plantio o

monitoramento das mudas foi realizado

visualmente através de levantamentos quinzenais. Já a partir de Junho de 2009, o monitoramento do

crescimento das mudas será realizado trimestralmente, através da amostragem de 3 árvores de cada

espécie. Em cada data, serão medidas a altura da muda e o diâmetro do caule (o diâmetro será medida na

altura padronizada do chão de 20 cm, a padronização da medição será feita usando uma estaca pintada de

vermelho na altura de 20 cm). Considera-se essencial padronizar o monitoramento para que o mesmo possa

dar uma resposta real da implantação do sistema.

Quando do início da implantação do SSP, acreditávamos que seria necessário cercar individualmente

cada árvore com 3 estacas e arame farpado, para que fosse possível colocar gado na invernada. No entanto,

como está sobrando pasto na fazenda, foi optado por adiar o cercamento para favorecer os tratos culturais

das mudas. Assim, durante este período, apenas foram realizadas roçadas na invernada para favorecer a

incorporação de matéria orgânica no solo. Observa-se que o adiamento do cercamento favoreceu muito os

tratos culturais.

No futuro, o plano de uso para esta invernada é cercar as árvores e colocar carneiros.

Materiais utilizados e orçamento A tabela abaixo lista os materiais utilizados para a implantação do Sistema Silvipastoril na Fazenda

Cabeceira do Prata para uma área de aproximadamente 14ha.

Vale ressaltar que as mudas das árvores foram provenientes do Viveiro de mudas nativas da própria

fazenda.

Os custos com a mão de obra também não foram incluídos, uma vez que se pode partir do pressuposto

de tratar o SSP como a constituição da “floresta da família”, envolvendo todos os seus integrantes na sua

Foto 03 – Parte da área de implantação do SSP após roçada com trator. Os pontos em vermelho correspondem à localização das mudas. Notar tambor de 200L (em azul) em meio à área de plantio para facilitar na irrigação quando necessária.

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manutenção e proteção, produzindo, desta forma, um patrimônio que será utilizado, com muitos benefícios,

pela presente e futuras gerações de forma cíclica e contínua (AHRENS, 2000).

MATERIAIS QTDE. VALOR UNITÁRIO (R$) VALOR TOTAL (R$)

Enxada 3 15,00 45,00

Cavo - cate pequena 2 20,00 40,00

Trena (30m) 1 15,00 15,00

Estacas 500 6 reais a dúzia 260,00

Tinta esmalte sintético 1 30,00 30,00

Pincel 3 1,50 4,50

Mudas nativas 500 2,00 1.000,00

Tinta spray 1 12,00 12,00

Tambor de 200L 7 130,00 910,00

TOTAL 2.316,50 * Não foi contabilizado o serviço de cercamento da área.

Resultados

Os resultados preliminares obtidos até o momento mostram tendências positivas para a viabilização do

uso do Sistema Silvipatoril na Fazenda Cabeceira do Prata. Constatou-se no primeiro levantamento,

realizado 15 (quinze) dias após o plantio das mudas no campo, que o percentual de sobrevivência das

mudas foi alto (90,6%), sendo o total de replantes (mudas que morreram) de 46 mudas (9,4%). Nesse

primeiro levantamento das mudas no campo não foi verificada a altura e diâmetro. Inspeções subseqüentes

mostraram que algumas mudas se adaptaram melhor as condições edáficas e hídricas que outras. Podemos

citar a Aroeira (Myracrodruon urundeuva), Amendoim-do-campo, Manduvi (Sterculia apétala), Caroba

(Jacarandá cuspidifolia), Para-tudo (Tabebuia caraíba) e Tarumã (Vitex polygama) as que melhor se

adaptaram as condições no campo, apresentando uma taxa de mortalidade muito baixa. Dentre as espécies

que apresentaram taxa de mortalidade elevada, podemos citar: Mandiocão (Didymopanax morototonii), Pequi

(Caryocar brasiliense) e Pororoca (Rapanea ferruginea), sendo necessário fazer o replantio dessas espécies

por várias vezes. A partir de Junho de 2009, monitoramentos mais criteriosos serão realizados para o

desenvolvimento do SSP, através da coleta de dados da altura e diâmetro das mudas.

Espera-se, como resultado final do projeto, desenvolver uma metodologia para implantação de Sistema

Silvipastoril eficiente, evitando a degradação ambiental e proporcionando um aumento na produtividade das

pastagens, ganho da colheita de produtos florestais bem como proporcionar maior estabilidade e proteção ao

solo. Aliado a isso, a área pode se tornar um sítio para desenvolvimento de pesquisas científicas, além de

incrementar as informações e conhecimentos práticos para os produtores e técnicos da área.

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Recomendações

Foi observado que houve falha de planejamento na coleta de informações após o plantio. Assim,

recomenda-se para etapas futuras de implantação do SSP que seja definido melhor a metodologia

de monitoramento e de registros após o plantio.

Houve falha de seguimento das orientações por parte dos funcionários. Assim, recomenda-se um

mini-curso de capacitação, ou uma palestra de orientação, antes da próxima etapa do plantio. O que

também visa motivar a equipe.

Como uma metodologia experimental está sendo desenvolvida, é fundamental que sejam escritos

todos os passos realizados, pontos positivos, e os erros e falhas decorrentes, ou seja, precisa-se de

registros adequados para o acompanhamento dos trabalhos e a avaliação dos mesmos.

Considera-se essencial padronizar o monitoramento para que o mesmo possa dar uma resposta real

da implantação do sistema.

Referências bibliográficas

AMARAL, FILHO, Z. P. [coord] (1989) Macrozoneamento geoambiental do Estado de Mato Grosso

do Sul. Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral, Fundação Instituto de Apoio ao

Planejamento do Estado, Coordenadoria de Geografia e Cartografia, Fundação Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística. Campo Grande: IBGE. 242p.

CARVALHO, P. E. R. Espécies Arbóreas Brasileiras – Brasília: Embrapa Informação Tecnológica;

Colombo/PR: Embrapa Florestas, 2003.

EMBRAPA: www.cnpf.embrapa.br – acesso em 30 de dezembro de 2008.

GALVÃO, A. P. M. Reflorestamento de Propriedades Rurais para fins Produtivos e Ambientais –

Brasília: Embrapa Informação Tecnológica; Colombo/PR: Embrapa Florestas, 2000.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras – Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do

Brasil (Vol. 01 e 02), Ed. Plantarum, Nova Odessa, SP, 1992.

PORFÍRIO-DA-SILVA, V. Arborização de pastagens como prática de manejo ambiental e estratégia

para o desenvolvimento sustentável no Paraná.

PORFÍRIO-DA-SILVA, V. Arborização de Pastagens: I - Procedimentos para Introdução de Árvores

em Pastagens Convencionais.