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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA JORGE FUENTES GARCIA PREVENÇÃO À HIPERTENSÃO: Intervenção para diminuir a incidência da hipertensão arterial na Unidade Básica de Saúde “Helena Ferreira Ribeiro” SANTAREM / PARÁ 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA

JORGE FUENTES GARCIA

PREVENÇÃO À HIPERTENSÃO: Intervenção para diminuir a incidência da

hipertensão arterial na Unidade Básica de Saúde “Helena Ferreira Ribeiro”

SANTAREM / PARÁ

2018

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JORGE FUENTES GARCIA

PREVENÇÃO À HIPERTENSÃO: Intervenção para diminuir a incidência da

hipertensão arterial na Unidade Básica de Saúde “Helena Ferreira Ribeiro”

Trabalho de Conclusão do Curso, apresentado ao

Curso de Especialização em Saúde da Família,

Universidade Federal do Pará, para obtenção do

Certificado de Especialista.

Orientadora: Nádile Juliane Costa de Castro

SANTARÉM / PARÁ

2018

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JORGE FUENTES GARCIA

PREVENÇÃO À HIPERTENSÃO: Intervenção para diminuir a incidência da

hipertensão arterial na Unidade Básica de Saúde “Helena Ferreira Ribeiro”

Banca examinadora

Professora Drª Nádile Juliane Costa de Castro - UFPA

Professora Drª Shirley Iara Martins Dourado – UFPA

Aprovado em Santarém, em 17 de dezembro de 2018.

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DEDICATÓRIA

Aos moradores da comunidade São Francisco de Óbidos e à equipe de saúde da

família “Helena Ferreira Ribeira”.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por me dar a vida.

Ao meu caro tutor por ter sua dedicação no ensino.

A minha família por ser a motivação em meu trabalho.

Ao Governo brasileiro por me brindar a possibilidade de trabalhar em seu País.

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EPIGRAFE

“Se alguém procura a saúde, pergunta-lhe primeiro se está disposto a evitar no

futuro as causas da doença; em caso contrário, abstém-te de o ajudar.

Sócrates.

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RESUMO

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial

caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Ela é

considerada como um problema grave de saúde pública atingindo prevalências

alarmantes em muitos países quanto o Brasil, sendo um dos fatores de risco para

desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cérebros vasculares e renais. A

Unidade de Saúde Helena Ferreira Ribeiro, no município Óbidos do estado Pará,

tem uma população na área de abrangência de 3.509 habitantes, e 593 são

portadores de HAS, o que representa 7.5 % da população maior de 15 anos

afetada por esta patologia clínica. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo

elaborar uma proposta de intervenção para diminuir a incidência desta doença em

longo prazo. As principais propostas apresentadas serão fomentar o conhecimento

acerca da HAS, adoção de hábitos e modos de vida saudáveis e aumentar as

ações de saúde para aumentar o atendimento dos pacientes com fatores de riscos

e aumentar a realização de atividades de promoção e prevenção em saúde.

Palavras-chave: Hipertensão Arterial Sistêmica. Estratégia Saúde da Família. Plano

de Intervenção. Município Óbidos.

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ABSTRACT

Systemic arterial hypertension (SAH) is a multifactorial clinical condition

characterized by elevated and sustained blood pressure (BP) levels. It is considered

as a serious public health problem reaching alarming prevalence in many countries

as Brazil, being one of the risk factors for the development of cardiovascular

diseases, vascular and renal brains. The Helena Ferreira Ribeiro Health Unit, in the

Óbidos municipality of Pará state, has a population of 3,509 inhabitants, and 593

are hypertensive patients, representing a 7.5 % of the population over 15 years old

affected by this clinical pathology . Thus, this work aims to elaborate a proposal of

intervention to reduce the incidence of this disease in the long term. The main

proposals presented will be to foster knowledge about SAH, adoption of healthy

habits and lifestyles, and increase health actions to increase the care of patients

with risk factors and to increase health promotion and prevention activities.

Keywords: Hypertension arterial. Family Health Strategy. Intervention Plan.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABS Atenção Básica á saúde

APS Atenção Primaria á saúde

AVC Acidente Vascular Cerebral

ACS Agente Comunitário de Saúde

CAPS Centro de Atenção Psicossocial

DCV Doenças Cardiovasculares

ESF Estratégia Saúde da Família

HAS Hipertensão Arterial Sistêmica

IMC Índice de Massa Corporal

MS Ministério de Saúde

PA Pressão arterial

PAS Pressão Arterial Sistólica

PAD Pressão Arterial Diastólica

PES Planejamento Estratégico Situacional

PSF Programa Saúde da Família

SBC Sociedade Brasileira de Cardiologia

TFD Tratamento Fora do Município

UBS Unidade Básica de Saúde

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12

1.2 Aspectos gerais do município ......................................................................... 12

1.2 Aspectos da comunidade ............................................................................... 12

1.3 O sistema municipal de saúde ....................................................................... 13

1.4 A UBS “Helena Ferreira Ribeiro” .................................................................... 16

1.5 A Equipe de Saúde da Família da UBS “Hlena Ferreira Ribeiro” ................... 17

1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe ....................................... 18

1.7 O dia a dia da equipe ..................................................................................... 18

1.8 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade. ......... 19

1.9 Priorização dos problemas e a seleção do problema ..................................... 20

2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 21

3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 22

3.1 Objetivo geral ................................................................................................. 22

3.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 22

4 METODOLOGIA .................................................................................................. 23

5 REVISÃO BIBIOGRÁFICA .................................................................................. 24

5.1 Estratégia Saúde da Família .......................................................................... 24

5.2 Atenção Primária à Saúde.............................................................................. 24

5.3 Hipertensão .................................................................................................... 24

5.3.1 Fatores de risco para a hipertensão arterial sistêmica ................................ 25

5.3.2 Alimentação ................................................................................................. 26

5.3.3 Bebidas alcoólicas ....................................................................................... 26

5.3.4 Tabagismo ................................................................................................... 27

5.3.5 Atividades físicas. ........................................................................................ 27

6 PLANO DE INTERVENÇÃO ................................................................................ 28

6.1 Descrição do problema selecionado. ............................................................. 28

6.2 Explicação do problema ................................................................................. 28

6.3 Seleção dos nós críticos. ............................................................................... 29

6.4 Desenho das operações. ............................................................................... 30

7 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 36

REFERENCIAS ...................................................................................................... 37

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1 INTRODUÇÃO

1.2 Aspectos gerais do município

Óbidos esta a uma altitude de 46 metros acima do nível do mar. O município

possui 51 964 mil habitantes distribuídos em 28.021,443 km² de extensão territorial.

A cidade foi erguida na margem esquerda do Rio Amazonas, distante 1.100

quilômetros de Belém por via fluvial, em um trecho onde as margens daquele rio

tornam-se mais estreitas e o seu canal mais profundo, formando, como se diz na

região, a "garganta do rio Amazonas", Teve origem em no século XVII. O município

pertence à Mesorregião do Baixo Amazonas e à Microrregião de Óbidos. Localiza-

se no oeste do Pará, na região da Calha Norte. Limita-se com Suriname e, os

municípios de Almeirim, Alenquer, Curuá, Santarém, Juruti e Oriximiná. A atividade

política partidária e subdividida em vários partidos políticos renovados. A base da

economia local é base da castanha do Pará, agricultura e a pesca. O comércio

importa quase todos os bens de consumo, e com características de uma típica

cidade do interior, com suas praças, igrejas, pequenos hotéis e restaurantes e,

especialmente, um povo muito alegre e hospitaleiro. Escolarização 6 a 14 anos em

um 95,4 % (IBGE, 2010).

Em relação à assistência à saúde, Óbidos possui seis Unidades Básicas de

Saúde, com seis equipes de Estratégia Saúde da Família, com uma cobertura de

80 % do território. Os atendimentos do nível secundário ambulatórias ocorrem no

Hospital José Benito Priantes “24 horas”, e o Hospital Santa Casa de Misericórdia

de Óbidos, que possui convênio com o município para serviços de obstetrícia,

cirurgia e leitos de internação. Exames complementares são realizados pelo

laboratório municipal. No município há o Conselho Municipal de Saúde com

composição padrão, que se reúne uma vez por mês para discutir e encaminhar

demandas locais.

1.2 Aspectos da comunidade

A comunidade tem uma população cerca de 3.509 habitantes em 604 famílias,

distribuídas em seis micro-áreas localizada na periferia da cidade de Óbidos (SIAB,

2014). A população se sustenta basicamente do programa social “Bolsa de

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Família”, trabalhos domésticos e da economia informal. É grande o número de

desempregados. A estrutura de saneamento básico no bairro deixa muito a

desejar, principalmente no que se refere ao esgoto sanitário e a coleta de lixo.

Muitas residências não tem saneamento básico, mesmo com abastecimento de

água, não há tratamento adequado para ser distribuída a população. Além disso,

parte da população vive em moradias bastante precárias, o que é particularmente

percebida pela concentração de animais nas ruas, principalmente cachorros e

ratos, são queixas comuns dos moradores da região.

A escolaridade que predomina é do primeiro ensino, especialmente em a

população maior de 40 anos, existem muito poucos analfabetos predominando na

população idosa. Ademais, a população apresenta hábitos e costumes próprios da

região do Pará e gostam de comemorar as festas religiosas, em particular as festas

juninas. Além disso, existe uma grande tradição da festa popular levada todos os

anos com muita alegria e festejo chamado “Carnapauxis”.

O bairro conta com varias igrejas, duas escolas de nível fundamental e médio,

e uma creche, sendo insuficiente pela quantidade da população que tem neste

bairro. O comércio local é escasso, basicamente composto por mercearias, bares e

salões de beleza, ficando a população dependente do centro da cidade para os

principais serviços públicos, como o hospital, bibliotecas públicas, bancos públicos

e outro serviços.

A unidade de saúde está localizada no centro da comunidade. Esta área

possui graves problemas sociais como o tráfico de drogas, abuso de álcool,

violência doméstica entre outros. Morbidades como Hipertensão Arterial, Diabetes

Melitus, Doenças Infecto-parasitárias e Respiratórias se mantém em frequência

com o padrão semelhante ao da população em geral.

1.3 O sistema municipal de saúde

A unidade deste estudo tem referência no modelo de atenção do Programa de

Saúde da Família ‘’Estratégia Saúde da Família’’ no Sistema Único de Saúde. A

ESF possibilita às equipes ampliar sua compreensão do processo saúde-doença e

das necessidades de intervenção além das práticas curativas, por sua proximidade

com a realidade dos usuários. Além disso, a definição de área de abrangência no

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território melhora o acesso e permite criar vínculos de compromisso e

corresponsabilidade, além de viabilizar um diagnóstico local, o que permite

planejamento e execução de ações mais efetivas.

O princípio que o caracteriza é o caráter universal, fortemente regulado,

provido e financiado pelo Estado, com serviços ofertados ao conjunto da população

diretamente pelo setor público. A saúde é um direito garantido constitucionalmente

para melhorar a qualidade de vida ou indicadores de saúde, procurando a

prevenção das doenças e promoção da saúde, onde existe também a participação

comunitária. Nossa unidade brinda uma atenção popular e democrática.

Nosso município está organizado da forma em rede, com vistas a assegurar

ao usuário o conjunto de ações e serviços que necessita com efetividade e

eficiência para garantir a integridade do cidadão. O sistema integrado em rede é a

entrega de serviços de saúde de forma tal que as pessoas recebam uma continua

atenção de serviços preventivos e curativos. Esta rede ocorre de acordo a suas

necessidades ao longo do tempo e através dos diferentes níveis do sistema,

partindo da estratégia de atenção primária da saúde até a máxima complexidade.

Estas redes estão organizadas do seguinte modo:

1. Atenção Básica de Saúde (primária): Formada de seis Unidades Básicas de

saúde com ESF, brindando ações de promoção, prevenção e curativas, ao

individuo, família e comunidade. Deve-se agregar a existência do Centro de

Atenção Psicossocial (CAPS), brindando assistência às pessoas com

deficiência mental.

2. Atenção Secundária: Constituída por uma instalação que presta serviços de

emergência e urgência durante 24 horas por dia, chamada Hospital José

Benito Priantes; também conta-se com o Hospital Santa Casa de misericórdia

de Óbidos” hospedando os usuários que requerem da atenção internada

sem necessidade de receber cuidados intensivos, pois não contamos com

esse serviço, por esta situação os pacientes graves devem ser trasladados

de barco ou de avião ao município de Santarém, onde receberão a

assistência médica requerida.

3. Atenção Terciária: Existe um local de reabilitação para aquelas pessoas que

requerem reabilitação física de forma ambulatorial.

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Existe uma interação entre todos estes níveis de atenção a saúde

beneficiando a comunidade, onde cada unidade básica realiza o encaminhamento

do usuário que necessite, e o mesmo é acolhido nesses locais. Além disso, nosso

município conta com o serviço de laboratório clínico municipal para os pacientes

ambulatórios e internados, onde cada instituição se responsabiliza da coleta de

amostra do paciente, e depois é trasladada ao laboratório. Também temos um

sistema de assistência farmacêutica oferecendo medicamentos a todas as

unidades.

O transporte sanitário é fundamental na integração das diferentes instituições,

contando nosso município com uma ambulância e uma ambulâncha (para o

atendimento aos ribeirinhos) de Óbidos, os quais por meio da ligação respondem

ao chamado. Há, também, na zona do interior, duas ambulâncias para a

transportação dos pacientes ao lugar que corresponda. Nestes termos, quando

existem casos de extrema gravidade de algum usuário, como se mencionou

anteriormente, se realiza o transporte ao município de Santarém por via aeria, no

caso que a problemática de saúde não seja grave e precisa de encaminhamento a

este município, para ser atendido no instituto especializado, utiliza-se o transporte

fluvial.

Todo o programa de saúde esta integrado entre todas as instituições de

atenção a saúde pertencentes ao SUS de nosso município, e com as instituições

especializadas do município de Santarém onde existem os hospitais e institutos

especializados para brindar a assistência aos nossos usuários que a requeiram por

meio de encaminhamento certo para a continuidade da atenção. Toda a rede de

atendimento esta sob o controle da Secretaria Municipal de Saúde.

A rede de atenção deve brindar ações e serviços de saúde com previsão de

atenção continua integral, de qualidade, responsável e humanizada através de um

sistema de referência e contra-referência que consiste em um conjunto ordenado

de procedimentos, assistenciais e administrativos, por meio dos quais assegura-se

a continuidade da atenção as necessidades de saúde dos usuários, com a devida

oportunidade, eficácia e eficiência, transferindo do estabelecimento de saúde a

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outro de maior capacidade resolutiva. Existindo um fluxo de informação e

comunicação entre todas as instituições de saúde.

A unidade básica de saúde é a porta de entrada do SUS, é o primeiro elo da

rede regionalizada e hierarquizada, devendo se pautar nos princípios da

universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da

integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da

participação social. Importante destacar o relevante papel da APS como política

estruturante para todo o sistema, incidindo sobre ela a capacidade de estabelecer

articulações com a atenção secundária e terciária, incrementando o potencial deste

nível e favorecendo o acesso universal das pessoas aos serviços disponíveis na

comunidade (VENANCIO et al., 2011).

Analisando as necessidades de saúde de nossa população temos lacunas

assistenciais importantes de recursos humanos especialmente escassez de

especialistas. Atualmente, conta-se com as especialidades de Cardiologia,

Pediatria, fonoaudiólogia, fisoterapia e Psicologia, também, não temos uma

Unidade de Cuidados Intensivos, nem institutos especializados, além disso, é

importante assinalar a presencia em nosso município da barreira geográfica como

um elemento que interfere a rede de atenção ao usuário fora do município.

Igualmente não temos acesso a Telessaúde para o apoio aos profissionais.

1.4 A UBS “Helena Ferreira Ribeiro”

A unidade de saúde do bairro São Francisco abriga a Equipe EFS- Helena

Ferreira Ribeiro, foi inaugurada em junho de 2006, está situada na rua “Frei

Edmundo”, a unidade é um prédio próprio da prefeitura situada na parte central do

bairro.

Acerca de um ano e meio foi feita uma reforma no prédio da unidade, dando-

lhe melhor condições de atendimento para os usuários e funcionários. A recepção

é ampla e com cadeiras suficientes para a espera dos atendimentos com o

ambiente climatizado.

Esta unidade possui: um ambulatório, sala para triagem, um consultório de

enfermagem, sala para triagem neonatal, dois consultórios médicos, um consultório

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odontológico, sala de vacina, dois banheiros para usuários e um para funcionários,

copa, farmácia, arquivo, na parte externa da unidade disponibiliza um barracão

para as atividades de grupão e outros encontros da equipe.

A população do bairro tem muito apreço pela unidade, pelos atendimentos

oferecidos aos usuários. A unidade atualmente passa por alguns problemas

internos por falta de materiais, insumos e medicamentos básicos para um melhor

atendimento da população assistida.

1.5 A Equipe de Saúde da Família da UBS “Helena Ferreira Ribeiro”.

A equipe ESF Helena Ferreira Ribeira é formada por seis agentes comunitário

de saúde, um ACS para cada uma das 6 micro-áreas, uma enfermeira, uma

cirurgiã-dentista, auxiliar de saúde bucal, uma técnica em enfermagem e um

médico geral.

1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe

Nossa unidade de saúde trabalha durante cinco dias na semana, desde a

segunda-feira até a sexta-feira, funciona das 07h30min às 11h30min na manhã e

na parte tarde de 13h30min até 17h30min, durante este tempo existe atendimentos

aos usuários, que precisam da atenção básica. Na segunda feira e terça feira são

atendidos os usuários que vem por demanda espontânea, tanto pelo turno da

manhã como pelo turno da tarde, e algumas consultas agendadas, na quarta feira

são as consultas agendas para gestantes. Na quinta feira pelo turno da manhã

atende-se os usuários do Programa Proame, e visita domiciliar com o médico, e

pela turno da tarde testagens para gestantes e demanda espontânea. Na sexta

feira são atendidos a demandas espontâneas e uma vez ao mês atende-se grupão

das enfermidades crônicas.

A melhoria da saúde das pessoas portadoras de condições crônicas requer

um sistema que seja proativo, integrado, contínuo, focado na pessoa, família e

voltado para a promoção e a manutenção a saúde. A proteção e a promoção da

saúde do conjunto dos indivíduos são necessidades de toda a sociedade.

Atualmente trabalham na UBS os seguintes profissionais: um médico de família (32

horas), uma enfermeira (40 horas), três técnicas de enfermagem (40 horas), dois

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agentes administrativo (30 horas), uma visitadora sanitária (40 horas), 6 agentes

comunitários de saúde (40 horas), uma dentista (40 horas), uma auxiliar de saúde

bucal (40 horas), e uma auxiliar de limpeza (30 horas).

1.7 O dia a dia da equipe

A equipe trabalha por meio de reuniões programadas com periocidade, quase

semanalmente, discutimos todo acerca das finalidades de nosso trabalho, onde

todos os integrantes da equipe devem participar, como o gerente da unidade,

médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e agentes comunitários, para expor o

objetivo do trabalho que vamos desempenar solicitando a colaboração de todos,

explicando o objetivo do trabalho e pactuar com cada profissional o compromisso

de participar da realização das atividades propostas, também consolidamos a

definição de demanda espontânea, definindo critérios sobre esta atividade, além

disso, sempre conversamos para aprimorar o conhecimento sobre o acolhimento

dado aos pacientes, analisando sobre a conduta frente à demanda espontânea

através da triagem dos usuários de acordo com a classificação dos riscos dos

pacientes, definindo as prioridades de atendimento.

É importante também como tentamos definir o papel de cada membro da

equipe no atendimento, adicionalmente organizamos a agenda de atendimento

médico, de forma que disponibilizamos tempo para a demanda espontânea e

programada, implantando novas técnicas com nossa experiência de trabalho. Com

um prazo estabelecido por todos faremos nova reunião para a avaliação dos

resultados qualitativa e quantitativamente de todo o feito até esse período sempre

cumprindo os princípios de integridade, equidade e universidade.

A unidade tem o cuidado para que tudo saia adequadamente com os

pacientes de forma organizada, ela tenta de oferecer um atendimento ótimo para

conseguir bons resultados. Cada membro da equipe tem a capacidade de conhecer

seu papel, não de forma isolada, mas interagir com todos os membros. Outra coisa

é que construímos fluxos claros e eficientes para que todos os pacientes se sintam

bem atendidos, no entanto, aparecem dificuldades que devemos resolver. Além

disso podemos incluir a flexibilidade entre membros da equipe e os usuários da

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unidade. Todo isto é primordial para que o funcionamento da unidade seja eficaz e

efetiva, demostrando que nossa unidade tem uma gestão compartilhada.

1.8 Estimativa rápida: problemas de saúde do território e da comunidade.

1. Consumo de drogas.

2. Abuso de álcool.

3. Violência doméstica.

4. Alto índice de desemprego e subemprego.

5. Um grande número de residências não tem saneamento básico.

6. Escassez de áreas de recreação popular.

7. Disposição final dos residuais líquidos e sólidos inadequados.

8. Tratamento inadequado da água de consumo.

9. Baixa cultura de conhecimentos.

10. Renda Percápita familiar baixo.

11. Barreira geográfica para o tratamento fora do domicilio com demora na

atenção.

12. Escassez de médios diagnósticos e não existência de médios diagnósticos

das tecnologias de ponta.

13. Falta de especializações ou não existência de suficiente pessoal profissional

da saúde especialmente de especialistas (só conta com pediatria,

cardiologia, psicologia, fonoaudióloga e fisiatria).

14. Falta de insumos necessários pra procedimentos ambulatórios.

15. A gravidez não planejada e indesejada principalmente na adolescência.

16. Alta prevalência de Hipertensão Arterial como doença crônica.

17. Alta incidência das Doenças infecta- parasitárias e respiratórias.

A estimativa rápida deve, além de identificar os principais problemas de

saúde da área de abrangência, produzir informações que permitam conhecer as

causas e as consequências do problema.

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1.9 Priorização dos problemas e a seleção do problema para plano de

intervenção.

Quadro 1 Classificação de prioridade para os problemas identificados no

diagnóstico da comunidade descrita pela equipe da Unidade Básica de

Saúde “ Helena Ferreira Ribeiro”, município de Óbidos , Estado do Pará.

Problemas Importância* Urgência** Capacidade de

enfrentamento***

Seleção/

Priorização****

Alta

prevalência de

Hipertensão

Arterial

Alta 8 Parcial 1

Dificuldade de

acesso a

consultas

especializadas

Alta 7 Fora 2

Alcoolismo Alta 6 Parcial 3

Renda

Percápita

familiar baixo

Alta 5 Fora 4

Baixa cultura

de

conhecimentos

Alta 4 Fora 5

FONTE: O autor (2018).

*Alta, média ou baixa

** Total dos pontos distribuídos até o máximo de 30

***Total, parcial ou fora

****Ordenar considerando os três itens

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20

2. JUSTIFICATIVA

A Hipertensão Arterial atinge prevalências alarmantes em todo o mundo,

constitui um dos problemas de saúde de maior prevalência na atualidade. A

morbidade e mortalidade das doenças do aparelho circulatório ocupam primeiro

lugar nos levantamentos nacionais e internacionais, impactando numa maior

ocupação dos leitos hospitalares e, consequentemente, maiores gastos com a

saúde (NAKAMOTO, 2012). Considerada como principal fator de risco para o

desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV) é conhecida como a mais

frequente das DCV (KOHLMANN et al., 2006).

Este trabalho se justifica pelo problema da “Alta prevalência de HAS”, na

população em responsabilidade da Equipe Saúde da Família “Helena Ferreira

Ribeiro”, do município de Óbidos, Estado do Pará, sendo um problema prioritário e

considerou-se que há recursos humanos e materiais suficientes para poder fazer

uma proposta de intervenção que ajude a diminuir o índice deste problema e

contribuir positivamente na saúde através de mudanças importantes no estilo de

vida da população.

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Apresentar um projeto de intervenção para diminuir a incidência da HAS da

população maior de 15 anos pela Equipe de Saúde da Família “Helena Ferreira

Ribeiro”, do município Óbidos, do Estado do Pará.

3.2 Objetivos específicos

1. Elaborar e propor um plano de ação para a mudança no estilo de vida da

população maior de 15 anos pela Equipe de Saúde da Família “Helena

Ferreira Ribeiro”, do município Óbidos, do Estado do Pará.

2. Prevenir o aumento de novos casos de pessoas com hipertensão em longo

prazo.

3. Melhorar o vínculo das pessoas hipertensas e com fatores de risco, com a

equipe da saúde da família.

4. Propor atividades físicas, nutricionais e grupos educativos para a população,

especialmente as de risco das HAS.

5. Organizar agendamento para aumentar o atendimento dos pacientes com

fatores de risco, e aumentar as realizações de atividades a promoção e

prevenção a saúde.

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4 METODOLOGIA

Para elaboração da proposta do projeto de intervenção e acompanhamento

das ações de saúde para a diminuição da HAS, a equipe de saúde do ESF “Helena

Ferreira Ribeiro” no Município Óbidos, Estado do Pará; realizou-se o Diagnóstico

Situacional, seguindo o método de Planejamento Estratégico Situacional (PES). O

público-alvo foi a população cadastrada na UBS, o problema identificado como

prioritário foi o elevado número de pacientes hipertensos. Assim foram propostas

intervenções que possam garantir melhor qualidade de vida e saúde para a

população em geral e para os clientes portadores de hipertensão arterial.

Foi utilizado o PES para estimativa rápida dos problemas observados e

definição do problema prioritário, dos críticos e das ações (CAMPOS; FARIA;

SANTOS, 2007). Nestes termos, foi realizada uma revisão narrativa da literatura da

Biblioteca Virtual em Saúde do Nescon e documentos de órgãos públicos

(ministérios, secretarias, etc.) e de outras fontes de busca para revisão

bibliográfica.

Toda a informação foi coletada com uso de técnicas qualitativas e

quantitativas, em fichas de trabalho, levadas ao computador e conformadas em

Análise da Situação de Saúde a Equipe Estratégia da Família. Os principais

debates foram feitos em reuniões da equipe com todos os integrantes, diante as

técnicas de participações com tempestades de ideias, debates em grupo, uso de

técnicas avaliativas e resultados com a própria estimativa rápida, método de

ranqueio, e finalmente a elaboração de planos de intervenção para dar saída aos

principais nós críticos estabelecidos para o problema selecionado.

Para redação do texto foram aplicadas as normas da Associação Brasileira

de Normas Técnicas (ABNT) e as orientações do módulo Iniciação à metodologia:

Trabalho de Conclusão de Curso (CORRÊA ; VASCONCELOS ; SOUZA, 2017).

Para a definição das palavras-chave e keyboards utilizaram-se os

Descritores em Ciências da Saúde (BRASIL, 2017). Logo, as palavras-chave foram

Hipertensão Arterial Sistêmica, Pressão arterial, Estratégia Saúde da Família e

Plano de Intervenção.

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23

5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1 Estratégia Saúde da Família

A Estratégia Saúde da Família visa à reorganização da Atenção Básica no

País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde. A Saúde da Família

é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial,

operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em

unidades básicas de saúde (BRASIL, 2017).

5.2 Atenção Primária à Saúde

De acordo com a Declaração de Alma-Ata (1978) atenção primária à saúde

(APS) ou atenção básica à saúde (ABS) é a atenção essencial à saúde baseada

em métodos e tecnologias práticas, cientificamente fundados e socialmente

aceitáveis, ao alcance de todos os indivíduos e famílias da comunidade mediante

sua plena participação e a um custo que a comunidade e o país possam suportar,

em todas e cada etapa do seu desenvolvimento, com um espírito de

autorresponsabilidade e autodeterminação (OPAS, 1978).

5.3 Hipertensão

É caracterizada por pressão arterial sistêmica persistentemente alta, com

base em várias medições. A hipertensão arterial sistêmica é atualmente definida

como sendo a pressão sistólica repetidamente maior que 140 mmhg ou a pressão

diastólica de 90 mmHg ou superior (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CARDIOLOGIA, 2016). Ainda, a HAS é um grave problema de saúde pública,

sendo considerado um dos principais fatores de risco para as doenças

cardiovasculares, e é responsável por altas taxas de morbidade (TORMOHLE et

al., 2013).

O seu controle depende de medidas farmacológicas, e não farmacológicas.

As medidas não farmacológicas são indicadas indiscriminadamente aos

hipertensos. Entre essas medidas estão a redução do consumo de álcool, o

controle da obesidade, dietas equilibradas a prática regular de atividade física e a

cessação do tabaco. Por certo, a adesão a esses hábitos de vida, favorece a

redução dos níveis pressóricos e contribui para a prevenção de complicações

(OLIVEIRA, 2013).

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24

De acordo com pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em 2011, 23,3

% dos brasileiros possuem hipertensão arterial, esse número tem aumentado nos

últimos anos, pois em 2006 eram 21,6%. De acordo com a pesquisa, o diagnóstico

de hipertensão é maior em mulheres - 25,5% - do que em homens - 20,7%. Nos

dois gêneros, no entanto, o diagnóstico de hipertensão arterial se torna mais com

um com o aumento da idade, alcançando cerca de 8% dos indivíduos entre os 18 e

os 24 anos de idade e mais de 50% na faixa etária de 55 anos ou mais (MOURA

2012).

Dentre os fatores de risco associados mais importantes, alguns são

considerados não modificáveis, como idade, gênero, etnia, e fatores genéticos.

Dentre os modificáveis, o estilo de vida inadequado está relacionado à maior

prevalência de hipertensão e menor à proteção contra a doença. Portanto,

componente fundamental para prevenção e tratamento da HAS é a mudança de

estilo de vida, como adoção de dieta hipocalórica, redução do peso, prática de

atividade física, redução da ingestão de álcool e sal, sendo a maneira mais efetiva

e menos dispendiosa em termos de saúde pública (BASTOS-BARBOSA et

al.,2012).

A prevalência mundial entre homens e mulheres é equivalente, embora seja

mais elevada nos homens de até 50 anos, invertendo-se a partir da quinta década.

E com relação à cor, a HAS é duas vezes mais prevalente em indivíduos negros. A

grande maioria dos casos de hipertensão que não apresentam uma causa que

possa ser facilmente identificada é conhecida como hipertensão primária ou

essencial que corresponde a 95 % dos casos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CARDIOLOGIA, 2010).

5.3.1 Fatores de risco para a hipertensão arterial sistêmica

O excesso de peso é um fator predisponente para a hipertensão. Estima-se

que 20% a 30% da prevalência da hipertensão podem ser explicadas pela

presença do excesso de peso. Todos os hipertensos com excesso de peso devem

ser incluídos em programas de redução de peso (BRASIL, 2007). Os indivíduos

sedentários possuem maior chance de apresentarem o fator de risco hipertensão

arterial em comparação aos ativos (BERNARDO et al,.2013). Os avanços

tecnológicos ocorridos nos últimos anos contribuíram para modificar os hábitos de

vida de grande parte da população. Esses avanços trouxeram vários benefícios,

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mas favorecem a inatividade física e o aumento do peso corporal, contribuindo para

o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, dentre elas a hipertensão

arterial e a obesidade (SILVA et al.,2013).

5.3.2 Alimentação

A dieta desempenha um papel importante no controle da hipertensão

arterial. Uma dieta com conteúdo reduzido de teores de sódio (<2,4 g/dia,

equivalente a 6 gramas de cloreto de sódio), baseada em frutas, verduras e

legumes, cereais integrais, leguminosas, leite e derivados desnatados, quantidade

reduzida de gorduras saturadas, trans e colesterol mostrou ser capaz de reduzir a

pressão arterial em indivíduos hipertensos (BRASIL, 2006).

Conforme observado no estudo de Figueiredo e Asakura (2010) a principal

dificuldade encontrada no tratamento da HAS é a adoção de uma dieta

hipossódica. O consumo de alimentos industrializados com grande quantidade de

sódio está presente na vida dos brasileiros.

5.3.3 Bebidas alcoólicas

Muitos estudos estabeleceram a associação entre consumo regular de álcool

e hipertensão arterial sistêmica (HAS). O excesso de consumo de álcool tem sido

demonstrado como fator contribuinte para aumento da pressão arterial, sendo,

portanto, um fator de risco para o desenvolvimento de HAS (OPARIL, 1997;

BLOCH, 1998; SOUZA, 2007).

O consumo de álcool e a HAS estão entre os cinco principais fatores de risco

responsáveis pelo crescimento mundial das doenças crônicas não transmissíveis

(DCNT) e são pontos chaves da Organização Mundial de Saúde (OMS) para

reduzir a mortalidade das DCNT até 2025.

A relação entre o alto consumo de bebida alcoólica e a elevação da pressão

arterial tem sido relatada em estudos observacionais e a redução da ingestão de

álcool pode reduzir a pressão arterial em homens normotensos e hipertensos que

consomem grandes quantidades de bebidas alcoólicas (BRASIL, 2007).

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26

5.3.4 Tabagismo

O risco associado ao tabagismo é proporcional ao número de cigarros

fumados e à profundidade da inalação. Em avaliação por monitorização

ambulatorial da pressão, a Pressão Arterial Sistólica de hipertensos fumantes foi

significativamente mais elevada do que em não fumantes, revelando o importante

efeito hipertensivo transitório do fumo. Portanto, os hipertensos que fumam devem

ser repetidamente estimulados a abandonar esse hábito por meio de

aconselhamento e medidas terapêuticas de suporte específicas (BRASIL, 2007).

5.3.5 Atividades físicas.

Pacientes hipertensos devem iniciar atividade física regular, pois além de

diminuir a pressão arterial, o exercício pode reduzir consideravelmente o risco de

doença arterial coronária e de acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade

geral, facilitando ainda o controle do peso (BRASIL, 2007).

A literatura aponta que atividades cotidianas como caminhadas por tempo

superior a 30 minutos e subir escadas, tanto de natureza ocupacional como de

tempo livre, podem resultar em proteção cardiovascular e, ainda, atividades

ocupacionais com maior gasto energético estão associadas com menores taxas de

morte por DCV (BERNARDO, 2013).

Silva (2013) ressalta em seu estudo que as chances de desenvolver

hipertensão arterial foram quase duas vezes maiores à medida que o nível de

atividade física diminuía.

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27

6 PLANO DE INTERVENÇÃO

Essa proposta refere-se ao problema priorizado “Alta prevalência de

pacientes hipertensos”, para o qual se registra uma descrição do problema

selecionado, a explicação e a seleção de seus nós críticos, de acordo com a

metodologia do Planejamento Estratégico Simplificado (CAMPOS; FARIA;

SANTOS, 2017).

6.1 Descrição do problema selecionado.

A unidade de saúde do Barrio São de Francisco que abriga a Equipe EFS-

Helena Ferreira Ribeiro tem uma população na área de abrangência de 3.509

habitantes, e 593 são portadores de HAS, o que representa um 7.5 % da

população maior de 15 anos afetada por esta patologia clínica.

Segundo a V Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, de 2006, utilizando-

se o critério atual para diagnóstico de hipertensão arterial (140x90 mmHg), as taxas

de prevalência na população urbana adulta brasileira em estudos selecionados

variam de 22,3% a 44% (Souza, 2007). Em uma prevalência de hipertensão arterial

de 41,4% da população estudada, 51,8% são homens e 33,1% mulheres. As

alterações próprias do envelhecimento tornam o indivíduo mais propenso ao

desenvolvimento de HAS, sendo essa a principal doença crônica nessa população

(SOUZA, 2007).

6.2 Explicação do problema

Evidências epidemiológicas demonstram uma forte associação entre o

consumo de álcool e a prevalência de HAS, independentemente de sexo, idade,

atividade física, IMC, tabagismo e ingesta de sódio, e dependente da quantidade

de álcool ingerido e do tempo de exposição (SOUZA, 2007).

As populações que apresentavam hábito de etilismo diário ou semanal

estatisticamente tendem a apresentar maior incidência de pressão arterial elevada,

apresentando hipertensão em 33,2% dos que bebem esporadicamente e 42% dos

que não fazem uso de bebidas alcoólicas apresentam alteração na pressão arterial;

já naqueles que fazem uso desse tipo de bebida pelo menos uma vez na semana,

a prevalência da hipertensão arterial sobe para 47, 2% e 63,2% nos que fazem uso

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diário de bebidas alcoólicas. Os estudos epidemiológicos são consistentes quanto

à elevação das pressões arteriais sistólicas (PAS) e diastólica (PAD) quando os

indivíduos ingerem três ou mais drinques (30 g de álcool) por dia, sendo a elevação

maior para a pressão arterial sistólica (SOUZA, 2007).

Além disso, tem outras causas que aumentam a incidência de doença pela falta

de conhecimento da população sobre a doença hipertensiva:

1. Ações de saúde insuficientes para evitar aparecimento de casos novos de

hipertensão arterial.

2. Escasso planejamento de ações a promoção e prevenção da saúde.

3. Baixo nível de escolaridade dos pacientes.

E baixa cultura de conhecimentos da população junto a uma renda percápita

familiar baixo, e insuficiente atividades de promoção e prevenção, possibilitam

estilos de vidas inadequados, aumentando o tabagismo, etilismo, sedentarismo,

alimentação inadequada, obesidade, entre outros fatores de riscos, podendo

desenvolver uma doença Hipertensiva; provocando diminuição da renta familiar

com a compra de remédios, e realização de exames periódicos; esta enfermidade

por sua vez, pode causar Infarto do Miocárdio, Insuficiência Cardíaca, Acidente

Cerebral Vascular, Insuficiência Renal Crônica, entre outras, incrementando o

numero de pacientes com invalidez, aposentadoria, desemprego e mortalidade,

causando um aumento da necessidade de atenção pelas especialidades

pertinentes provocando um maior custo ao município por gerar encaminhamentos

da demanda a outros municípios.

6.3 Seleção dos nós críticos.

“Nós críticos”. É um tipo de causa que, ao ser combatida, é capaz de

impactar o problema principal e efetivamente transformá-lo. Traz também a ideia de

algo sobre no qual pode se intervir, ou seja, que está dentro do espaço de

governabilidade do interventor.

A situação relacionada com o problema priorizado tem alguma possibilidade

de ação mais direta, principalmente por uma maior possibilidade de intervenção da

equipe de saúde, e que pode ter importante impacto sobre o problema escolhido.

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Vejamos quais foram os “nós críticos”:

1. Hábitos e estilo de vida inadequada: grande prevalência do tabagismo e do

etilismo. Além disso, outros problemas percebidos foram a alimentação

inadequada, obesidade e o sedentarismo.

2. Informações/educação em saúde: a falta de informações sobre cuidados

com a saúde e dieta adequada estando relacionada com hábitos de vida não

saudáveis, a não adesão ao tratamento e a falta de conhecimento da

população sobre a doença, não existindo percepção ao dano, pelo baixo

grau de escolaridade da população que vive no bairro.

3. Processo de trabalho da equipe de saúde: Prevenção e promoção na

comunidade com pacientes com riscos de Hipertensão Arterial.

6.4 Desenho das operações.

Quadro 2 – Operações sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema “Alta

prevalência de Hipertensos”, na população sob responsabilidade da

Equipe de Saúde da Família Helena Ferreira Ribeiro, do município Óbidos ,

Estado do Pará.

Nó crítico 1 Hábitos e estilo de vida inadequada

Operação

-Modificar hábitos e estilo de vida.

-Qualidade da alimentação.

-Pratica de atividade física.

-Planejar reuniões e discutir sobre a alimentação, tabagismo,

etilismo e atividade física com a equipe da UBS.

Projeto Qualidade de Vida

Resultados

esperados

-População mais informada sobre os riscos da HAS.

-Redução nos números de casos novos de HAS.

-Melhores hábitos de alimentação.

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-Redução do tabagismo, alcoolismo, obesidade e

sedentarismo no prazo 1 ano.

Produtos

esperados

-Programa de campanha educativa na rádio local.

-Palestras educativas.

-Programa saudável com atividade física: Caminhadas da

saúde e outras.

Recursos

necessários

Estrutural: Caminhadas e outras atividades físicas.

Cognitivo: Aquisição da informação, capacitação da equipe

executora (metodologia conhecimentos científicos, habilidade

comunicativa).

Financeiro: Mais para recursos audiovisuais, folhetos

educativos.

Político: Conseguir local. Conseguir espaço na rádio local ,

mobilização social e intersetorial com a rede.

Recursos

críticos

Político: Organização das agendas da equipe. Auxilio da

gestão local. Conseguir o espaço na rádio local.

Financeiro: Aquisição de recursos audiovisuais, folhetos

educativos, etc

Controle dos

Recursos críticos

Equipe de saúde.

Setor de comunicação social.

Lazer e cultura.

Secretária de saúde

Ações

estratégicas

Parceria com a Secretaria Municipal de Saúde.

Apoio da população.

Prazo Três meses para o inicio das atividades.

Responsável (eis)

pelo

Técnica de enfermagem e enfermeira.

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31

Quadro 3 – Operações sobre o “nó crítico 2” relacionado ao problema

“Alta prevalência de Hipertensos”, na população sob

responsabilidade da ESF Helena Ferreira Ribeiro, do município de

Óbidos , Estado do Pará.

acompanhamento

das ações

Processo de

monitoramento e

avaliação das

ações

Avaliação cada 4 meses

Nó crítico 2 Informações/educação em saúde

Operação Fomentar o conhecimento sobre a doença (HAS).

Projeto Saber mais.

Resultados

esperados

-População mais consciente e informada sobre os riscos,

causas e consequências da hipertensão arterial.

-Diminuição das internações.

Produtos

esperados

-Avaliação do nível de conhecimento da população sobre

HAS.

-Campanhas de promoção e prevenção da HAS.

-Palestras.

-Falatórios por rádio local

.

-Capacitação dos ACS.

-Pacientes mais comprometidos e responsáveis.

Estrutural: Cronograma da estratégia, recursos básicos e

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32

Recursos

necessários

agenda de trabalho.

Cognitivo: Capacitação da equipe executora (metodologia

conhecimentos científicos, habilidade comunicativa)

Político: Conseguir espaço na rádio local, mobilização social e

articulação intersetorial com rede de ensino. Mobilização

social.

Financeiro: Aquisição de recursos audiovisuais, material

educativo, didático, folder, folhetos, cartazes, etc.

Recursos críticos

Político: Organização das agendas da equipe. Auxilio da

gestão local. Conseguir o espaço na rádio local.

Financeiro: Aquisição de recursos audiovisuais, folhetos

educativos, etc.

Controle dos

Recursos críticos

Secretaria de educação

Ações

estratégicas

Apoio da equipe.

Prazo Inicio em três meses e termino em seis meses.

Responsável (eis)

pelo

acompanhamento

das ações

Enfermeira e médico.

Processo de

monitoramento e

avaliação das

ações

Avalição cada 6 meses.

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Quadro 4 – Operações sobre o “nó crítico 3” relacionado ao problema

“Alta prevalência de Hipertensos”, na população sob

responsabilidade da ESF Helena Ferreira Ribeiro, do município de

Óbidos , Estado do Pará.

Nó crítico 3 Processo de trabalho da equipe de saúde.

Operação

Implantar a linha de cuidados para a população maior de 15

anos e com riscos de HAS.

Projeto Reprogramar

Resultados

esperados

-Agenda organizada, aumentar a satisfação dos pacientes

hipertensos pelo atendimento programado.

-Organizar a agenda para aumentar o atendimento dos

pacientes com fatores de risco.

-Incrementar a realização de atividades de promoção e

prevenção em saúde.

-Aumentar o nível de conhecimento dos profissionais da

equipe de saúde, especialmente sobre a HAS.

Produtos

esperados

-Avaliar o maior número de pacientes hipertensos e com

fatores de risco.

-Programar cada vez mais as atividades de prevenção e

promoção.

- Participação ativa de todos os profissionais da equipe.

-Linha de cuidado para risco de HAS implantada.

-Recursos humanos capacitados.

Estrutural: Organização da agenda para realizar capacitação.

Cognitivo: Aquisição da informação, capacitação da equipe

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Recursos

necessários

executora. Elaboração do projeto da linha de cuidado.

Financeiro: Aquisição de recursos audiovisuais, material

educativo, didático, folder, folhetos, cartazes, etc.

Político: Articulação entre os setores.

Recursos críticos Político: Articulação entre os setores da saúde e adesão dos

professionais.

Financeiro: Recursos necessários para a estruturação do

serviço.

Controle dos

recursos críticos

Secretária municipal de Saúde.

Ações

estratégicas

Apresentação do projeto.

Prazo Inicio em dois meses e termino em 12 meses.

Responsável (eis)

pelo

acompanhamento

das ações

Médico e gerente da UBS

Processo de

monitoramento e

avaliação das

ações

Avalição cada 4 meses

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7 CONSIDERAÇÕES

A Hipertensão Arterial é importante problema de saúde devido a sua alta

prevalência e associação com doenças cardiovasculares, tornando-se um desafio

para a saúde pública. NA área de abrangência dela UBS são 593 clientes

portadores de HAS, o que representa um 7.5 % da população maior de 15 anos

afetada por esta patologia clínica.

A abordagem do profissional de saúde nesta direção é de extrema

importância, onde se deve inicialmente orientar o usuário sobre mudanças nos

hábitos de vida. Esta ação será efetivada com o apoio da equipe multidisciplinar e

de todos os membros da equipe para a promoção do cuidado, buscando a

realização de um processo de trabalho mais organizado baseado nos princípios da

eficiência, equidade, integralidade, participação da comunidade e atendimento

humanizado estimulando a modificação do estilo de vida, comprovados na redução

da pressão arterial como: hábitos alimentares adequados para manutenção do

peso corporal, estímulo à vida ativa e aos exercícios físicos regulares, redução de

ingestão de sal, redução do consumo de bebidas alcoólicas, redução do estresse e

abandono do tabagismo.

Com a implementação deste plano de ação a equipe do ESF. Helena

Ferreira Ribeira espera modificar os hábitos e estilo de vida da população para

reduzir os casos novos de hipertensão arterial, promovendo prevenção e promoção

à saúde, com o proposito de melhorar a qualidade de vida da população atendida

na unidade, e diminuir a prevalência desta doença para o futuro.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO … · Unidade de Saúde Helena Ferreira Ribeiro, no município Óbidos do estado Pará, tem uma população na área de abrangência

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