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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSO DE DESENHO INDUSTRIAL KERLY SILVA DE ARAÚJO ERGONOMIA HOSPITALAR: UMA INTERVENÇÃO MACROERGONÔMICA EM UM HOSPITAL EM SÃO LUÍS (MA) NO SETOR DE ARQUIVO MÉDICO DE PRONTUÁRIOS SÃO LUÍS – MA 2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

CURSO DE DESENHO INDUSTRIAL

KERLY SILVA DE ARAÚJO

ERGONOMIA HOSPITALAR: UMA INTERVENÇÃO MACROERGONÔMICA EM UM HOSPITAL EM SÃO LUÍS (MA)

NO SETOR DE ARQUIVO MÉDICO DE PRONTUÁRIOS

SÃO LUÍS – MA 2005

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KERLY SILVA DE ARAÚJO

ERGONOMIA HOSPITALAR: UMA INTERVENÇÃO MACROERGONÔMICA EM UM HOSPITAL EM SÃO LUÍS (MA)

NO SETOR DE ARQUIVO MÉDICO DE PRONTUÁRIOS

Orientador: Prof° Dr. Raimundo Lopes Diniz

SÃO LUÍS – MA 2005

Monografia apresentada ao Curso de Desenho Industrial da Universidade Federal do Maranhão, para obtenção do grau de Bacharel em Desenho Industrial.

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KERLY SILVA DE ARAÚJO ERGONOMIA HOSPITALAR: UMA INTERVENÇÃO MACROERGONÔMICA EM

UM HOSPITAL EM SÃO LUÍS (MA) NO SETOR DE ARQUIVO MÉDICO DE PRONTUÁRIOS

Aprovada em / /

BANCA EXAMINADORA

Prof° Dr. Raimundo Lopes Diniz

Doutor em Ergonomia Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Prof ª Luciana Bugarin Caracas

Mestrado em Desenvolvimento Urbano Universidade Federal de Pernambuco

Prof° João Rocha Raposo Especialização em Gestão da Comunicação

Universidade Federal do Maranhão

Profª Inêz Maria Leite da Silva

Coordenadora de Monografias Universidade Federal do Maranhão

Monografia apresentada ao Curso de Desenho Industrial da Universidade Federal do Maranhão, para obtenção do grau de Bacharel em Desenho Industrial.

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A Deus, por ter colocado na minha vida, pessoa tão preciosa que é a minha mãe. Pessoa de extrema importância na minha vida, a quem me passou sensação reconfortante de carinho, aconchego e amor incondicional.

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AGRADECIMENTOS

Antes de tudo, agradeço a Deus, pela dádiva de existir nesse mundo e pela

possibilidade de conclusão dessa pesquisa.

Agradeço a minha mãe, por me passar tranqüilidade e pela paciência nos momentos de

estresse.

Ao meu orientador, DSc. Raimundo Lopes Diniz pela competência e paciência.

Agradeço aos meus avós que sempre me deram força e acreditaram que eu conseguiria

chegar até aqui, e a minha Bisavó com suas orações.

Aos meus irmãos: Tharly, Carlos Jr e Kerlieny, e demais parentes pelo apóio moral e

incentivo.

Agradeço também a minha amiga Aline Vale, que me ajudou muito em algumas

etapas dessa pesquisa e vem me ajudando em todos os sentidos com a sua amizade até os dias

de hoje, e não só ela como sua família, pelo incentivo.

Obrigada também as minhas amigas de faculdade, Fabiane Fernandes e Mariane Lopes

por estarem sempre presente nesta fase da minha vida e também a Cynthia Nóbrega, que

mesmo longe me ajudou bastante.

Obrigada também a toda equipe do Núcleo de Ergonomia em Processo e Produto –

NEPP da Universidade Federal do Maranhão - UFMA, onde juntos realizamos o projeto de

pesquisa como um todo, que resultou na presente monografia.

Agradeço a todos que de alguma forma, direta ou indireta, proporcionaram para que

chegássemos ao final desse Trabalho.

E por fim, porém de extrema importância agradeço:

Ao hospital onde foi realizada a pesquisa, por proporcionar que este trabalho se

iniciasse e chegasse ao fim.

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A Sra. Ana Luzia, responsável pelo Setor de Arquivo Médico do SAME, foco desta

pesquisa, pela disponibilidade e total apóio em todas as fases da pesquisa, entendendo o real

valor de uma pesquisa científica e os benefícios que a mesma pode proporcionar, assim como

também à todos os 14 funcionários e estagiários do Setor de Arquivo Médico, em especial a

Cleuba , onde todos, sem exceção, se colocaram a disposição em esclarecer e ajudar em

qualquer tipo de dúvida.

Só tenho a agradecer a todos vocês!

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“Que Deus nos dê força para mudar as coisas que podem ser mudadas. Serenidade para aceitar as coisas que não podem mudar e sabedoria para perceber a diferença. Mas Deus nos dê sobre tudo, coragem para não desistir daquilo que pensamos estar certo”

Chester W. Nimito

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RESUMO

Esta monografia apresenta uma Intervenção Macroergonômica, no Setor de Arquivo Médico

de um Hospital em São Luís – MA. Foi realizado o mapeamento dos constrangimentos

ergonômicos, por meio de observações assistemáticas e sistemáticas, entrevistas abertas não

induzidas, onde os resultados das mesmas serviram de base para formulação do questionário

aplicado aos funcionários do Setor de Arquivo Médico. O método utilizado foi a Análise

Macroergonômica do Trabalho – AMT, proposta por (GUIMARÃES, 1999), que abordou as

fases 0 (lançamento), fase 1 (apreciação) e fase 2 (diagnose). Para comprovar os

constrangimentos ergonômicos relacionados à postura, ao desconforto/dor e a carga de

trabalho, utilizou-se à configuração proposta pelo REBA (Rapid Entire Body Assessment)

(HIGNETT & McATAMNEY, 2000), o Mapa de Regiões Corporais (CORLETT, 1995) e o

NASA – TLX (Task Load Index). No geral, os resultados obtidos, apontaram

constrangimentos posturais, causando desconforto/dor.

Palavras Chave: Ergonomia, hospital, arquivo médico.

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ABSTRACT

This study presents an Ergonomic Intervention at a hospital in São Luís (MA).

Macroergonomic analysis of work (GUIMARÃES, 1999) was used to identify and prioritize

the ergonomic demanded items. At the stage o (explanation), 1 (apreciation) and 2 (diagnosis).

It was applied interviens and field observation and performed a subjective questionnaire at the

stage 1. At the stage 2 it was applied a posture assessment technique (REBA – Rapid Entire

Body Assessment) (HIGNETT & McATAMNEY,2000), Body Map Assessment (CORLETT,

1995) and NASA – TLX (Task Load Index). In General, the workers complaintedd

organization enviromental, biomechanical and worhstation constraints. Also, the results

suggested high levels of desconfort/pain/sickness perceived anong workers and awkward

postures.

Key Words: Ergonomics, hospital, medical file.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2 Sugestão de posicionamento das salas................................................................................27

Figura 4 Tabela de numeração colorida do sistema DTC..................................................................35

Figura 5

Figura 7 Descrição dos respondentes do Questionário CORLETT...................................................50

Figura 8 Descrições das subescalas utilizadas no NASA-

Figura 9 Descrição dos res

Figura 13

Figura 16 Gráfico do Nível de Satisf

Figura 20 Referente à Fl

Figura 21 Referente à Flexão das Pernas...........................................................................................63

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Figura 23 Referente à Flexão do Antebraço......................................................................................64

Figura 26 S

Figura 30 Resumo dos Resultados do N ASA/TLX para os Fatores Relacionados à Carga de

Trabalho (Variável Sexo).......................................................................................................................68

Figura 31 Comparativo entre os funcionários de acordo com o Nível de Carga de Trabalho...........68

Figura 34

Figura 39 Sugestão de Modificação do Layout da Sala de Acervo..................................................77

Figura 42 Sugestão de Modificação do Layout da Sala de Acervo..................................................79

Figura 43 Sugestão de carrinho para transporte dos prontuá

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SUMÁRIO

1.1 JUSTIFICATIVA...............................................................................................................15

2 Ergonomia Hospitalar.......................................................................................................17

3 NORMAS PARA O SETOR SAME.................................................................................20

4.1.1 FASE 0 – Lançamento do Projeto..............................................................................39

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................81

6.1

REFER

APÊNDICES...................................................................................................................103

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1 INTRODUÇÃO

Segundo Magalhães et al (2004), desde os primórdios da História da Humanidade,

o ser humano sempre se preocupou em se comunicar com os demais de sua espécie, em

registrar e preservar a informação, como um objeto precioso de comunicação. Para esse fim,

utilizaram-se diversos suportes, objetivando perpetuar a sua espécie e difundir a sua cultura

através de gerações. Com essa diversidade, surgiu o sistema de comunicação e transferência de

informações que norteou o progresso científico, tecnológico, econômico e político de toda a

humanidade.

Para Jardim (1996), a existência de um grupo social seria impossível sem o

registro da memória, ou seja, sem os arquivos. Isso mostra a importância dos arquivos para o

desenvolvimento de uma sociedade e formação de uma cultura.

Segundo Magalhães et al (2004), o valor arquivista de um documento está

associado à importância da informação que o mesmo contém e à competência da organização

administrativa da instituição que gerou em decorrência de suas atividades.

Kmita et al (2002), afirma que o Setor de Arquivamento de Prontuários de um

hospital, tem a necessidade de estar em funcionamento 24 horas por dia, pois suas atividades

estão relacionadas ao gerenciamento da informação clínica, no que diz respeito à estatística

médica, organização e guarda de prontuários médicos e exames de imagem, relativos ao

atendimento assistencial de cada paciente desse hospital.

Para que esses registros aconteçam de maneira adequada e eficiente, é necessário

um ambiente com condições de trabalho no que diz respeito ao próprio ambiente, ao

mobiliário, aos equipamentos, aos instrumentos, etc. Aqui se faz o uso da Ergonomia, que

segundo Iida (1990), estuda a adaptação do trabalho ao homem.

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Segundo a International Ergonomics Association – IEA (2000), a ergonomia (ou

Fatores Humanos) é a disciplina científica que trata da compreensão das interações entre seres

humanos e outros elementos de um sistema, e a profissão que aplica teorias, princípios, dados

e métodos, a projetos que visam otimizar o bem estar humano e a performance global dos

sistemas.

Para Estryn-behar (1996) a Ergonomia pode ser uma contribuição importante na

observação e análise das situações de trabalho em hospitais. O profissional da área de saúde

está sujeito a muitos problemas: o próprio ambiente hospitalar propicia riscos à saúde; trabalho

em turnos traz efeitos danosos ao trabalhador.

Segundo Mauro e Capello (2001), nas últimas décadas o conceito de ergonomia

Hospitalar avançou com o objetivo de assimilar um amplo espectro de atividades incluindo as

dos setores de internação, ambulatorial, administrativos, de logística (cozinha, lavanderia,

central de esterilização, serviço de manutenção e de gráfica) e atividades técnicas (laboratórios

de análises funcionais, serviço de radiologia e centro cirúrgico).

Nesta pesquisa foi realizada uma intervenção ergonômica, através do Método de

Análise Macroergonômica do Trabalho (nas etapas de apreciação e diagnose) - AMT, proposto

por Guimarães (1999), no setor de arquivo médico de um hospital em São Luís (MA). Foram

realizadas visitas ao hospital, entrevistas e questionários com os funcionários, observações

assistemáticas em situação real de trabalho, com o objetivo de mapear os constrangimentos

ergonômicos, tendo em vista a melhoria das condições de trabalho no setor de arquivo médico

do hospital em estudo. Foi feita uma parceria com o Núcleo de Ergonomia em Processo e

Produto – NEPP, do Departamento de Desenho e Tecnologias – DeDET, da Universidade

Federal do Maranhão – UFMA e o referido Hospital para diagnóstico ergonômico e a

proposição de soluções preliminares, a partir de uma visão macroergonômica.

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1.1 JUSTIFICATIVA

De acordo com Fernandes Filho e Moura (1999), a organização hospitalar envolve

um grande número de especialidades e especialistas, possui tecnologias que variam desde as

mais simples (estufas) até as mais sofisticadas (ressonância magnética), e tem uma clientela

ampla, de diferentes níveis socioculturais, e que demanda serviços de diferentes

complexidades. Com isso, inúmeros produtos foram sendo inseridos no ambiente hospitalar.

Devido à inadequação dos mesmos aos setores e atividades a que se destinam, vieram as

situações de riscos à saúde de pacientes, equipes e visitantes. É nesse âmbito que se insere a

Ergonomia Hospitalar. Conforme Galdino e Soares (2001), promover o conforto, a segurança

e a satisfação do usuário do produto hospitalar, minimizando seus constrangimentos físicos e

psíquicos, são os objetivos da ergonomia aplicada à organização hospitalar. Para Cardoso e

Moraes (1998), a arquitetura, as condições de trabalho, equipamentos e acessórios são fatores

importantes para garantir a qualidade do atendimento ao paciente e do sistema hospitalar como

um todo. A identificação destes fatores é necessária para que se possa realizar uma intervenção

ergonomizadora, que muito pode contribuir para a melhoria das atividades profissionais e para

o desenvolvimento das atividades dos pacientes e sua respectiva recuperação.

Por isso, na tentativa de melhorar a qualidade no trabalho executado pelos

profissionais no Setor de Arquivo Médico de um Hospital de São Luís-MA, viu-se necessário

à execução de uma Intervenção Ergonômica nesse posto de trabalho, a fim de propor

sugestões preliminares de soluções, através do Método de Análise Macroergonômica do

Trabalho (AMT).

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Geral

Contribuir para o conforto, segurança, eficiência e qualidade no trabalho dos

funcionários do Setor de Arquivo Médico de um Hospital no Município de São Luís – MA.

1.2.2 Específicos

• Realizar uma Intervenção Ergonômica de acordo com Guimarães (1999), no Setor

SAME em um Hospital no Município de São Luís – MA;

• mapear constrangimentos ergonômicos;

• comprovar a carga física dos trabalhadores do Setor de Arquivo Médico;

• verificar os fatores relacionados à carga de trabalho;

• propor soluções preliminares de melhorias.

1.2.3 Operacionais

• Catalogar opiniões sobre o trabalho por meio de entrevistas abertas;

• construir uma estrutura hierárquica para elaboração de um questionário fechado e

aplicação deste;

• realizar observações assistemáticas e sistemáticas por meio de registros fotográficos

e/ou em vídeo;

• aplicar a técnica de Avaliação de desconforto/dor por meio do mapa de regiões do

corpo (CORLETT, 1995);

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• avaliar o contexto postural dos trabalhadores de maneira descritiva, segundo a

configuração proposta pelo REBA (Rapid Entire Body Assessment) (HIGNETT &

McATMANEY, 2000);

• aplicar a técnica NASA/TLX (2001).

1.3 Estrutura do trabalho

Esta monografia está estruturada em 6 capítulos. No capítulo 1 apresenta-se a

introdução, a justificativa e os objetivos. No capítulo 2, descreve-se brevemente sobre

Ergonomia Hospitalar, citando algumas intervenções ergonômicas realizadas no setor de

arquivo médico, setor em estudo. No capítulo 3, descreve-se o setor de arquivo médico e

estatística – SAME, de acordo com as normas de como deve proceder um SAME(Sounis

(1993), Carvalho(1977), Silva Filho (1993)e Mello (1994)), enfatizando o arquivo médico, o

prontuário médico, de acordo com as leis, artigos e portarias existentes para proporcionar o

arquivamento adequado. No capítulo 4, trata-se dos métodos e técnicas utilizados para

realização dessa pesquisa, justificando o uso dos mesmos e as estratégias de pesquisas para

coleta de dados. O capítulo 5 refere-se aos resultados e discussões, e por fim o capítulo 6 que

trata das considerações finais.

2 Ergonomia hospitalar

A aplicação da ergonomia em hospitais, apenas recentemente tornou-se conhecida

e sua difusão ainda está muito limitada. A ergonomia hospitalar trata de melhorar as

condições de trabalho, o conforto e a segurança dos trabalhadores da área da saúde e dos

pacientes. Nos últimos vinte anos, a visão da Ergonomia Hospitalar voltou-se para as questões

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que importam na hospitalização, ambulatório, administração interna e de usuários e logística

(nas cozinhas, lavanderias, centrais de esterilização, serviços de manutenção, serviços de

radiologia e centros cirúrgicos). O número de estudos publicados por equipes hospitalares

treinadas indica que a Ergonomia Participativa vem sendo divulgada nos hospitais nos últimos

anos (ESTRYN-BEHAR, 1996). Com base nos meios de comunicação, pode-se verificar que

são significativas as pesquisas na área de ergonomia de equipamentos médicos sofisticados e

de procedimentos a serem executados. É fundamental que estas pesquisas continuem.

Para Estryn-behar (1996) a Ergonomia pode ser uma contribuição importante na

observação e análise das situações de trabalho em hospitais. O profissional da área de saúde

está sujeito a muitos problemas: o próprio ambiente hospitalar propicia riscos à saúde;

trabalho em turnos traz efeitos danosos ao trabalhador; o contato direto com o doente deixa o

profissional vulnerável a contaminações e são comuns casos de depressão entre os

trabalhadores em função do trabalho em turnos diferentes e de seu envolvimento com

pacientes.

Em um hospital, há a necessidade do envolvimento de diversos tipos de

profissionais em turnos de trabalho contínuos para programações de cirurgias, tratamentos e

acompanhamento individual dos pacientes e, devido a essas peculiaridades, a “indústria

hospitalar” oferece condições de trabalho muitas vezes insatisfatórias. Segundo Kant et al.

(1992), pouco se sabe a respeito dos problemas ergonômicos nos grupos específicos de

trabalhadores de hospitais. De forma geral, pode-se dizer que há muito ainda para se estudar e

contribuir para que o trabalho dentro dos hospitais seja efetuado de maneira a oferecer aos

profissionais deste contexto melhores condições de trabalho, conforto, segurança e, enfim,

qualidade de vida, por meio do conhecimento dos fatores que determinam uma melhor

adaptação de produtos, máquinas, equipamentos, trabalho e ambiente aos mesmos. Estes

fatores podem ser avaliados por meio dos conhecimentos da Ergonomia e do Desenho

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Industrial para gerarem subsídios que poderão auxiliar projetos de produtos, por exemplo,

voltados para a amenização ou otimização de possíveis constrangimentos ergonômicos

existentes dentro do trabalho hospitalar.

2.1 Intervenções ergonômicas no setor de arquivo médico e estatística (SAME)

Segundo Sales (2000), o absenteísmo 1 no trabalho do SAME por motivos de

doenças é comum, em geral todos sofrem de dores nas costas, dores de cabeça e pescoço, tem

problemas de visão, alergias, lesões por esforços repetitivos como tendinite.

Sales (2000) detectou, ainda, que com relação à postura, cada funcionário realiza

sua função de maneira singular, porém certas posturas em comum puderam ser evidenciadas

nas atividades de ordenação, arquivamento, desarquivamento e transporte dos prontuários, que

devido às condições do local, são feitas de maneira inadequadas.

Kmita et al. (2002), em uma de suas pesquisa, obtiveram resultados que

apontaram problemas (constrangimentos ergonômicos) de ordem ambiental,

espacial/arquitetural, organizacional, operacional e acional, sendo que, para o turno diurno, os

problemas foram concentrados em duas categorias: organizacional e operacional e, para turno

noturno, em uma categoria: acional. Essa pesquisa de Kmita serviu para mostrar que os turnos

de trabalho têm uma grande influência na atividade dos funcionários.

Kmita (2002) afirma ainda que pelo uso freqüente do computador, é exigido que o

corpo adote uma postura estática durante a jornada de trabalho, com a atenção fixa na tela e as

mãos sobre o teclado. Assim, o trabalho em terminais de computador pode provocar

conseqüências para a saúde do trabalhador desde a fadiga visual, dores musculares no pescoço

1 O Absenteísmo é a ausência não justificada ao trabalho, cuja medida é a relação entre o total de dias ausentes num período e o número de empregados neste período.

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e ombro, e dores nos tendões dos dedos, devido às inadequações do ambiente e as exigências

das tarefas.

3 NORMAS PARA SETOR SAME

• Organograma do SAME (SOUNIS, 1993)

O Organograma é a representação gráfica da organização de um serviço. Ele

mostra a subordinação hierárquica do órgão, bem como as interligações entre os diversos

setores que o compõem.

A administração de cúpula de um hospital, exercida pelo Conselho de

Administração, responsável legal e moral pelo mesmo, designa o Administrador ou o Diretor

Geral. No esquema abaixo, O SAME situa-se na Divisão dos Serviços Técnicos, que além do

SAME, compreende também o Serviço Social Médico, Setor de Nutrição e Dietética e a

Farmácia.

O SAME compreende três seções: Estatística, que tem a finalidade de executar as

tarefas de expedição, leitura e recebimento, encaminhamento e arquivamento de ofícios,

circulares, portarias e outros papéis relacionados com a correspondência e as atividades

Administrativas do SAME; proceder à coleta e apuração dos dados estatísticos; tabular os

dados estatísticos para a representação gráfica; revisar quantitativamente, e devolver para a

necessária correção os prontuários falhos e incompletos; controlar o censo diário e a média de

doentes – dia e executar as demais tarefas determinadas pela Chefia.

Registro Geral, que tem como finalidade manter em dia o livro de matrículas,

atender com proficiência o setor de informações; promover o internamento dos pacientes;

organizar mapas diários das internações, altas, óbitos, nascimentos e transferências nos

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diversos serviços; controlar a movimentação dos pacientes e o número de leitos vagos; receber

diariamente informações do setor de enfermagem sobre o estado de saúde dos pacientes, para

informações; distribuir e controlar os “cartões de visitante” ; executar as demais tarefas

determinadas pela Chefia do Serviço.

Arquivo Central, que tem como finalidade controlar o arquivamento de todos os

prontuários aos médicos do Corpo Clínico para anotações, verificação, observação clínica ou

pesquisa, controlando a entrada e saída; preparar os prontuários que vão para o arquivo semi –

ativo.

DIRETORGERAL

DIVISÃOTÉCNICA

Arquivo CentralEstatística Registro Geral

Informações Matrícula Internamento

Figura 1 – Organograma de subordinação hierárquica do órgão.

Fonte: SOUNIS, 1993.

• Importância do SAME

Sounis (1993), afirma que o SAME é um serviço técnico imprescindível ao

hospital, permitindo estimar o valor do trabalho profissional e o grau de eficiência com que

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são tratados os pacientes que recorrem ao mesmo. Não é concebível, nos dias atuais, o

funcionamento de uma instituição hospitalar sem prontuários médicos completos, uma vez que

avaliação qualitativa da assistência prestada ao doente só é possível por meio desse registro.

Segundo o Ministério da Saúde (2000), é o setor que responde pelos dados de

produção de serviços e outras informações em nível hospitalar e ambulatorial, têm

peculiaridades próprias, dependendo das características e da história de cada unidade de saúde.

• Localização do SAME

Sounis (1993), afirma que a localização mais indicada para esse setor é no andar

térreo, próximo da entrada principal do hospital, de forma que o registro central se situe na

área de admissão do ambulatório. É conveniente que não esteja afastado dos serviços

administrativos e da sala de reuniões do corpo clínico, com os quais mantém entrosamento,

para isso é necessário que haja um planejamento prévio da sua localização.

• Tamanho do SAME (SOUNIS, 1993)

No planejamento desse setor deve-se considerar o tipo, o tamanho e a

classificação clínica do hospital (Hospital Geral e Hospital Especializado).

Hospital geral quando está relacionado a várias especialidades, hospital infantil,

hospital militar, hospital de previdenciários.

Hospital especializado quando esta refere a hospitais de ortopedia, lepra, doenças

nervosas, etc.

O tamanho da sala para o arquivo depende do sistema de arquivamento, do

movimento, dos ambulatórios e, sobretudo do tempo convencionado para conservação dos

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prontuários. Assim sendo, para o planejamento do tamanho de um arquivo, deve ser levado em

consideração o espaço requerido pelas prateleiras para arquivar um número “x” de prontuários

por ano, depois fazer uma previsão de quantos anos será necessário manter esses prontuários

conservados no arquivo “ativo” (10 anos, por exemplo) ou sua substituição por resumos ou

microfilmes (25 anos, por exemplo).

Por tanto já que não se pode estipular tamanho-padrão para o SAME, pode-se

estabelecer padrões mínimos que permitam regular funcionamento.

• Área Física do SAME (SOUNIS, 1993).

No tocante a área física que deve ser destinada ao SAME, é evidente que vários

fatores devem ser levados em consideração. Em primeiro lugar é preciso ter em mente que

essa área está em função do tamanho do hospital como também de sua classificação.

Em instituições privadas depende, também, do custo operacional da obra, com

recursos financeiros próprios.

O funcionamento em condições precárias acarreta descontrole administrativo e

repercute prejudicialmente no setor econômico.

A área total destinada ao SAME será equivalente à soma das áreas mínimas

destinadas a cada uma das seções. O Registro Geral não deve dispor de área inferior a 12 m2,

para atender aos encargos dos setores de informações, matrícula e internamento. A Sala de

Chefia poderá ser isolada (9 m2), ou, se a razões de ordem econômica o determinar, incluída

na área da sala de seções de estatística medica, que poderá ter 12 m2.

A sala reservada ao arquivo central deverá ter a maior área, sendo em geral

estimada em 14 m2, no mínimo. Mesmo com uma previsão razoável, com o decorrer dos anos,

essa área física torna-se insuficiente, exigindo novas medidas (arquivo inativo separado).

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Cálculo da área para arquivo ativo: considerando-se que cada centímetro linear de

prateleira pode comportar 2,5 prontuários tamanho carta, em cada metro de prateleira, podem

ser acomodados 250 prontuários. A área pode ser calculada tomando-se 0,25 m2 /leito para

hospital sem ambulatório – e 0,50 m2/leito, quando houver.

• Decoração (CARVALHO, 1977)

Há cerca de 30 anos, tem-se dado maior atenção ao aspecto estético das

acomodações dos pacientes, mas, principalmente, para salas de cirurgia. Vários estudos

existem sobre a influência das cores em um ambiente hospitalar, entretanto, para o SAME,

jamais se prestou maior atenção, utilizando-se sempre de cor neutra, indiferente.

Sugere-se o uso de duas cores básicas, contrastantes, principalmente para o

registro geral, onde se localiza a sala de espera, o setor de matrícula informação e de

internações. Quanto ao teto, indicam-se cores neutras e claras.

Para o piso utiliza-se cor clara, por trazer sensações de mais conforto, bem estar e

maior claridade ao ambiente de trabalho.

• Iluminação (SOUNIS, 1993)

A iluminação é um fator muito importante, principalmente nas áreas onde existe

um movimento constante de papéis, e onde se precisa prestar atenção continuamente aos

números dos prontuários, das fichas nominais, das fichas etiológicas e onde se realizam as

estatísticas do movimento hospitalar.

A colocação dos pontos de luz deve ser perfeitamente determinada pelo pessoal

técnico, de modo que se tenha uma iluminação apropriada, sem, entretanto, provocar

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ofuscamento, a principal causa das cefaléias comuns no pessoal que trabalha no setor de

arquivo médico.

Silva Filho (1993), afirma que a luz solar (UV), não deve incidir diretamente

sobre o acervo, bem como a luz branca (lâmpadas fluorescente), que devem ser mantidas

numa boa distância dos arquivos, pois são altamente prejudiciais ao papel, tornando-os escuros

(amarelados), devido à degradação da lignina 2 presente na sua composição. Recomenda-se o

uso de filtros protetores nas janelas e nas lâmpadas. Persianas nas janelas amenizam a ação da

luz solar.

• Temperatura e Umidade

Segundo Silva Filho (1993), a temperatura e a umidade são fatores que

contribuem fortemente para a deterioração de arquivos, além de favorecerem a proliferação de

agentes biológicos. Deve-se manter a temperatura entre 19º e 23° centígrados e a umidade

relativa do ar entre 50% e 60% (o ideal é 55%) através de aparelhos como:

a) Aparelho de Ar-condicionado, que ajuda no controle de temperatura do

ambiente, proporcionando o conforto dos funcionários, além de eliminar a

poeira;

b) higrômetro, que serve para medir a umidade relativa do ar;

c) termo-higrômetro, que serve para medir a temperatura e a umidade;

d) desumificador, que serve para retirar a umidade do ambiente.

2 A Lignina é um polímero de natureza aromática com alto peso molecular. É vulgarmente conhecido como “a cola da natureza”,

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No caso de ambientes com umidade relativa abaixo de 40%, é recomendada a

utilização de umificador.

• Poluição Atmosférica

Silva Filho (1993) cita que dentre os poluentes mais agressivos estão a poeira e os

gases ácidos. O uso de filtros em sistemas de ventilação e ar-condicionado pode diminuir ou

eliminar a maior parte dos contaminantes do ambiente, principalmente a poeira.

Com relação aos gases ácidos, o uso de filtros de carvão ativado é o mais indicado

para absorver este poluente. Entretanto, esses filtros devem ser substituídos ou reciclados

periodicamente. É importante que o acervo seja periodicamente higienizado. Para essa

higienização deve-se utilizar EPIs (equipamentos de proteção individual) como: máscaras,

luvas e óculos de proteção.

• Sugestão de posicionamento das Salas do SAME (SOUNIS, 1993)

Segundo Sounis (1993), as salas devem estar interligadas entre si, facilitando o

desempenho, tanto dos funcionários quanto dos pacientes.

Sounis (1993) elaborou um layout de como deve ser dispostas às salas e os

guichês de atendimento ao público (Figura 2).

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ENTRADA

ArquivoCentral Estatística Chefia

RegistroGeral

Matrícula

Informação

Internação

Figura 2 – Sugestão de posicionamento das salas

Fonte: SOUNIS, 1993.

• Funcionários Necessários (SOUNIS, 1993).

É importante lembrar que essa lotação de pessoal, pode variar para mais ou

menos, levando sempre em consideração a rotina e tamanho de cada hospital.

Para um hospital de médio porte, dentro dos padrões, exige no mínimo quatro

funcionários: 1 Chefe, de preferência médico; 1 Auxiliar de SAME, de nível médio; 1

Arquivista, de nível médio; 1 Encarregado do registro geral (recepcionista).

A Chefia do SAME por um médico, tem as seguintes vantagens: participar das

Comissões Médicas, que se analisa o controle estatístico; a revisão qualitativa dos prontuários

é feita pelo médico; a codificação de doenças e operações exige uma formação médica.

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• Padrões Mínimos para o SAME (MELLO, 1994)

- O hospital deverá organizar um Serviço de Arquivo Médico e Estatística para a

classificação e arquivamento ordenado dos prontuários médicos dos doentes;

- o sistema de arquivamento será unitário;

- deverão ser organizados fichários, índices, ou em formato eletrônico, facilitando a

procura dos prontuários;

- os serviços de registro e informação sobre os doentes, farão parte do SAME;

- o hospital promoverá estágio de treinamento ao elemento próprio que será

encarregado dos serviços de arquivo médico e estatística;

- será organizado um fichário de cirurgiões do hospital contendo dados referentes às

operações realizadas por cada um.

• Atribuições do SAME (SOUNIS, 1993)

- Atestar o valor e a qualidade do trabalho profissional;

- demonstrar o grau de eficiência do tratamento do paciente;

- informar os resultados das apurações estatísticas obtidas;

- organizar e manter em ordem o arquivo de prontuários médicos;

- iniciar os prontuários, por ocasião dos atendimentos (ambulatorial e de internação)

do paciente, e proceder à revisão dos mesmos;

- manter entrosamento com o Corpo Clínico através de reuniões semanais ou mensal;

- participar da Comissão de Prontuários Médicos, através de sua chefia;

- prestar informações de natureza médico-legal ou afins, quando devidamente

autorizado;

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- participar das comissões de Anátomo-Patologia e Auditoria Médica, quando criadas,

através de seu médico responsável;

- servir como instrumento de controle da qualidade dos serviços prestados;

- contribuir para a pesquisa científica e social;

- cooperar com os trabalhos realizados pelo Corpo Clínico e administrativo do

hospital;

- manter entrosamento com serviços administrativos e técnicos em geral.

3.1 O arquivo médico

Segundo o Dicionário Internacional de Terminologia Arquivística (1984),

arquivo é o conjunto de documentos, quaisquer que sejam suas datas, suas formas ou seus

suportes materiais, produzidos ou recebidos por pessoas físicas e jurídicas, de direito público

ou privado, no desempenho de suas atividade.

Em todo Hospital Geral deverá haver uma Unidade de Documentação Médica

destinada ao processamento e guarda centralizada de todos os prontuários do paciente e a

elaboração de Estatísticas Administrativas e Médicas do Hospital (PIMENTEL, 1997).

Esse sistema surgiu nos Estados Unidos em 1928, sendo introduzido no Brasil em

1943 no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo – USP pela Dra. Lourdes de

Freitas Carvalho (DIENER et al, 1994).

A Comissão Americana de Arquivistas de Prontuários Médicos aprovou um

Código de Ética Profissional do Arquivista, composto de onze artigos, esclarecendo como

esse profissional deve proceder diante de qualquer situação, expondo os deveres do mesmo.

Além de cada artigo ter sua importância, o principal, refere-se ao sigilo que o profissional

arquivista deve ter diante de um prontuário médico, onde todas as informações são

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confidenciais e somente os órgãos competentes e legais têm direitos a essas informações. O

arquivista deve honrar com o seu serviço, colocando sempre o paciente acima de todos os

interesses pessoais, aceitando somente os honorários relativos aos seus serviços, sem

gratificações ilícitas.

• Características do Setor de Arquivo Médico

Segundo Kmita et al (2002), o Setor de Arquivo Médico é responsável pelo

arquivamento e manuseio de todos os prontuários, tem seu horário de funcionamento nos três

turnos, pois, apesar de muitos pensarem que apenas a emergência ou áreas que lidam

diretamente com o paciente precise trabalhar 24 horas, outros setores de apoio precisam

trabalhar permanentemente para que não haja interrupções ou qualquer distúrbio nas operações

finais, o que é o caso do setor de Arquivo Médico.

É dividido em subsetores, de acordo com cada unidade hospitalar, no caso da

intervenção ergonômica feita por Kmita et al (2002), existem: a recepção, expedição, posto de

arquivamento, agendamento, conferências de prontuários e suporte (xerox, diversos), e ainda

nessa intervenção foi encontrado um posto que trabalha a catalogação de casos de câncer.

Segundo Sales (2000), os subsetores do arquivo médico da sua análise

ergonômica são: setor de registro, onde é realizada a abertura de prontuários; o setor de

prontuários ou arquivamento, responsável pelo arquivamento, ordenação, revisão e

restauração de prontuários; e por fim o setor de arquivo nosológico, responsável pela

estatística e classificação das doenças.

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3.2 Prontuários Médicos

O sistema de Prontuários surgiu desde o século XVI, por uma ordem religiosa na

Itália, o documento prontuário médico, atualmente prontuário do paciente inovou o modo de

registrar a permanência de um paciente em um hospital à assistência médica e enfermagem a

ele dispensada. Adotado posteriormente por outros hospitais da Europa e dos Estados Unidos,

este documento iniciou o esboço de administração na área da saúde (AZEVEDO, 2004).

De acordo com o Manual de Orientação Ética e Disciplinar do Conselho Regional

de Medicina (CRM) do Estado de Santa Catarina. O prontuário médico é o conjunto de

documentos padronizados e ordenados, onde devem ser registrados todos os cuidados

profissionais prestados aos pacientes e que atesta o atendimento médico a uma pessoa numa

instituição de assistência médica ou num consultório médico. É também o documento

repositório do segredo médico do paciente. É constituído por:

- Ficha clínica com as seções: identificação, anamnese (queixas, antecedentes,

história mórbida pregressa e história da doença atual), exame físico, hipótese(s)

diagnóstica(s) e plano terapêutico;

- Exames complementares: laboratoriais, exames anatomopatológicos, exames

radiológicos, ultra-sonográficos, etc.;

- Folha de evolução clínica;

- Folha de pedido de parecer (que também podem ser feitos na folha de prescrição e

respondidos na de evolução clínica);

- Folha de prescrição médica, que no prontuário em uso está logo após o quadro

TPR (temperatura, pulso, respiração), podendo conter relatório de enfermagem ou

este ser feito em folha separada;

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- Quadro TPR (temperatura - pulso - respiração) é a primeira folha do prontuário

quando em uso;

- Resumo de alta / óbito: Este modelo serve tanto para os serviços de

urgência/emergência, como para os ambulatoriais e para as internações. No

primeiro caso pode ser resumido tudo em uma folha (frente e verso), e mais os

anexos (exames complementares, etc.).

O preenchimento do prontuário médico é obrigação e responsabilidade

intransferíveis do médico, fazendo-se exceção aos hospitais de ensino, onde alunos de

medicina o fazem sob supervisão, correção e responsabilidade de médicos, sejam professores

de medicina ou do staff do hospital de ensino. É prática antiética e ilegal, portanto condenável,

delegar seu preenchimento a outrem que não médico habilitado perante o Conselho de

Medicina.

O prontuário médico corretamente preenchido é, e efetivamente tem sido, a

principal peça de defesa do médico nos casos de denúncias por mau atendimento com indícios

de imperícia, imprudência ou negligência, ou seja, na presunção da existência de erro médico.

O prontuário médico é o primeiro documento que a polícia, a Justiça e o próprio

Conselho solicitam aos hospitais/médicos denunciados para apreciação dos fatos da denúncia.

É direito de todo paciente ou seu responsável legal, por si ou por advogado

constituído, obter cópia integral de seu prontuário médico (hospitalar ou de consultório) a qual

deve ser cedida incontinenti. Fala-se em cópia pela facilidade de serem obtidas e pela

aceitação geral das mesmas, porém há quem exija o original e neste caso a cópia ficará no

arquivo médico do serviço ou da instituição.

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• Método de arquivamento dos prontuários

Segundo Mello (1994), todo prontuário deve ser arquivado de maneira uniforme

que facilite a sua localização mais rápida no momento que é solicitado.

O arquivamento de prontuários pode ser:

Arquivo Alfabético, onde são arquivados pelo sobrenome ou pelo nome do

paciente. Quando este sistema é adotado, não existe em geral nas entidades de saúde, um

fichário índice, que seria imprescindível em qualquer serviço médico e estatística.

Esta forma não é prática e nem recomendável, pela dificuldade que seria para se

localizar um prontuário, pois se usando os nomes dos pacientes em virtude de que existem

inúmeros nomes preferidos pelo povo, como por exemplo: José Maria, João Antônio, e

também por existir diversos nomes iguais; outro problema seria a forma que os nomes são

lidos e a forma que são escritos como, por exemplo: Elisa-Eliza, Nilton-Newton, e assim por

diante. Portanto este método pode até ser fácil de aprender, porém dificulta na localização do

prontuário.

Arquivo Numérico, onde os prontuários serão arquivados de acordo com o

número de registro dado ao paciente, ou seqüência correlativa única ou sistema terminal. Este

sistema é o mais recomendável devido possibilitar de maneira rápida, segura e eficiente a

localização dos prontuários requeridos.

Este sistema oferece vantagens significativas, comparado ao sistema Alfabético,

que serão descritas nos dois métodos abaixo:

- Método Numérico Seqüencial ou Convencional, onde os prontuários médicos

são arquivados em seqüência consecutiva segundo sua numeração, lendo os números da

esquerda para direita, indo de 1 até o infinito.

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Esse método possui as seguintes vantagens: o treinamento de pessoal será mais

acessível; os números são lidos da esquerda para direita, da maneira convencional e será mais

fácil retirar do arquivo grupos de prontuários com uma numeração consecutiva.

As desvantagens são: o número de erros aumenta, devido ao volume e a facilidade

de confundir os números; os prontuários com numeração mais alta são os mais ativos,

acarretando assim um acúmulo de pessoal para arquivar e desarquivar prontuários;

dificilmente o trabalho poderá ser dividido entre os funcionários para arquivá-los e

desarquivá-los; é impossível responsabilizar um funcionário por uma determinada seção e a

impossibilidade de errar aumenta em proporção direta à medida que se considera maior

número de dígitos.

- Método Dígito Terminal (MDT), este método elimina as desvantagens do

convencional, porém conserva as vantagens de um arquivo numérico. Aqui se usam números,

mas estes são lidos da direita para esquerda, em forma contrária a numeração convencional.

Dessa maneira os prontuários serão arquivados considerando primeiro o último dígito, ou mais

comumente, os dois últimos dígitos, e logo os próximos dois e subdivididos daqueles.

O MDT pode ser simples (Figura 3) ou composto (Figura 4). Nestes dois métodos,

é aconselhável usar pastas ou envelopes coloridos como código, isto facilitará muito mais o

arquivamento e a retirada dos prontuários e diminuirá a possibilidade de erros de

arquivamento desde que os prontuários, em cada divisão do arquivo tenham sua própria

combinação de faixas coloridas nas bordas.

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Numeração Cor 00 a 09 Azul 10 a 19 Amarelo 20 a 29 Preto 30 a 39 Verde 40 a 49 Rosa 50 a 59 Cinza 60 a 69 Laranja 70 a 79 Azul Claro 80 a 89 Vermelho 90 a 99 Roxo

Figura 3 – Tabela de numeração colorida do sistema DTS

Numeração Cor 0 Verde 1 Vermelho 2 Azul 3 Laranja 4 Roxo 5 Cinza 6 Amarelo 7 Marrom 8 Rosa 9 Preto

Figura 4 – Tabela de numeração colorida do sistema DTC

O método dígito terminal possui as seguintes vantagens: todas as seções

aumentam uniformemente; o número de erros de arquivamento se reduz a um mínimo; o

trabalho do arquivo poderá ser distribuído de forma igual entre os arquivistas; facilita a

supervisão do arquivo central, porque se podem responsabilizar arquivistas por determinadas

seções em forma definida; se ganha tempo arquivando e retirando prontuários. Calcula-se o

rendimento em relação ao método convencional em aproximadamente 35 %. E por fim

permite o uso de cores para identificar o número do prontuário que consta na pasta protetora (a

vantagem das pastas em código a cores é que estas ajudam a evitar e detectar rapidamente os

erros de arquivamento).

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E tem como desvantagens as seguintes: requer mais tempo de treinamento do

pessoal porque é mais complexo; requer a compra inicial de equipamentos completos.

Não poderíamos deixar de ressaltar que, saber onde se encontram os prontuários

retirados do arquivo, é tão importante como arquiva-los corretamente e eficientemente.

Para implantar o método dígito terminal, não é necessário iniciar uma numeração

nova de prontuários, mas o ideal seria começar a numeração que retornarem ao serviço.

Qualquer tipo de numeração poderá ser arquivado segundo este método. Quando

se usa a numeração convencional, não é necessário utilizar-se deste método, mas quando se

usa o sistema de numeração única, este método é o mais aconselhável e o mais correto.

Não é imprescindível mudar a pasta ou envelope para implantar o método dígito

terminal. O correto seria que as pastas fossem identificadas também através de cores para

facilitar o manuseio das mesmas e eliminar os números de erros ao arquivá-las.

4 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS NA PESQUISA

Foi desenvolvida na presente monografia, uma pesquisa do tipo descritiva, através

de uma Análise Macroergonômica do Trabalho – AMT, proposto por Guimarães (1999).

Conforme Lakatos (1995), a pesquisa descritiva aborda quatro aspectos:

investigação, registro, análise e interpretação de fenômenos atuais, objetivando o seu

funcionamento no presente.

De acordo com Rudio (1982), a pesquisa descritiva procura conhecer e interpretar

a realidade, sem nela interferir para modificá-la, isto é, a pesquisa descritiva deseja conhecer a

natureza do fenômeno, sua composição, processos que o constituem ou se realizam.

Essa pesquisa é do tipo descritiva exploratória, visando gerar informações sobre a

carga de trabalho imposta aos funcionários do setor de arquivo médico do referente hospital.

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O levantamento de dados desta pesquisa foi feito no Setor SAME – Serviço de

Arquivo Médico e Estatística, em um Hospital em São Luís (MA). Este setor está localizado

no térreo desse Hospital, é composto por 15 funcionários: 1 bibliotecário, 1 datilógrafo, 1

digitador, 1 médico, 1 agente administrativo, 1 agente de portaria, 2 agentes de vigilância, 3

auxiliares de serviços operacionais e 4 auxiliares administrativos, porém a pesquisa só foi

realizada com 14 funcionários devido à ausência constante de um funcionário. O Método de

Arquivamento Utilizado no Hospital em estudo, é o Dígito Terminal a Cores.

O trabalho é realizado em três turnos: manhã, tarde e noite. O horário de

funcionamento vai das 07:00 às 18:00 das 19:00 às 07:00 horas. No intervalo de 18:00 às

19:00 horas, a sala permanece fechada até a chegada do funcionário do turno da noite.

4.1 Análise Macroergonômica do Trabalho – AMT (Guimarães, 1999)

A AMT consiste na adequação organizacional voltada à concepção e

gerenciamento das novas tecnologias. Essa visão macro da ergonomia atual focaliza o homem,

a organização, o ambiente e a máquina como um sistema mais amplo, deixando de se restringir

somente a questões do posto de trabalho (HENDRICK, 1990).

O foco dessa intervenção macro é identificar produtos, processos, condições

ambientais e condições psicosociais associados com alguns prejuízos, e, então implementar

uma abordagem sistemática para avaliar este prejuízo, tendo como objetivo final, desenvolver

um plano de ação para reduzir ou preferivelmente eliminar o problema.

Utiliza-se o Método Participativo (MP), onde segundo Adorno (2004), afirma que

esse método tem sido a abordagem mais apropriada e mais aplicada dentro do contexto da

Macroergonomia. Tendo-se firmado como a nova tecnologia para disseminação da ergonomia.

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Adorno (2004), afirma ainda, que o principal conceito por trás desta abordagem é

o de que a ergonomia existe na medida em que as pessoas estão envolvidas na sua utilização.

A ergonomia participativa procura exatamente envolver vários níveis organizacionais na

identificação, análise e solução de problemas, principalmente os problemas ergonômicos.

Assim a ergonomia participativa constitui em uma estratégia para estimular a participação,

pois o envolvimento dos trabalhadores em resolver os problemas ergonômicos pode gerar

maior confiança, interesse e experiência, levando-os a enxergar e resolver problemas

relacionados ao seu trabalho, muitas vezes dispensando a presença de especialistas.

A AMT é composta de 7 Fases: a fase 0 – Lançamento do Projeto (refere-se à

apresentação do projeto ao COERGO e aos funcionários do setor), a fase 1 – Levantamento ou

Apreciação Ergonômica (trata-se no mapeamento dos problemas, por meio de observações), a

fase 2 – Diagnose Ergonômica (consiste em aprofundar os problemas mais citados pelos

funcionários), a fase 3 – Projetação Ergonômica (consiste na proposta de modificações ou de

novas concepções de projeto, tratando do projeto ergonômico do ambiente, estações,

equipamentos/ferramentas, layout, sistema de organização de trabalho), a fase 4 – Implantação

das Modificações (consiste na implantação das propostas de modificações ou novas

concepções de projeto, podendo ser construído vários protótipos de alternativas, dependendo

da disponibilidade da empresa em implementar as propostas), a fase 5 – Validação (consiste na

avaliação, para testes do protótipo; detalhamento, para revisão do projeto a partir da avaliação;

e validação, que termina com as especificações ergonômicas) e a fase 6 – Finalização (consiste

em congregar as especificações ergonômicas ou proposições finais e na emissão de um

relatório final). Porém para a presente monografia foram realizadas somente as fases do

Lançamento, Apreciação e Diagnose, onde se baseando nos resultados das pesquisas, foi

proposto recomendações para os constrangimentos ergonômicos.

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4.1.1 FASE 0 – Lançamento do Projeto

O Lançamento do projeto é a fase zero, que consiste na exposição aos

funcionários e ao Comitê de Ergonomia da Empresa/Instituição – COERGO, sobre o que será

executado, explicando todas as etapas da intervenção ergonômica, ou seja, a apresentação do

projeto. Esse Lançamento ocorreu em três dias, sendo no primeiro para o turno da manhã, o

segundo para o turno da tarde e da noite, e o terceiro para os funcionários que estavam

voltando de férias.

4.1.2 FASE I – Levantamento ou Apreciação Ergonômica

A Apreciação Ergonômica é a fase 1 inicial e exploratória, que permite mapear os

problemas com base em observações.

Nesta fase foi coletado todo e qualquer tipo de informação sobre o setor em

estudo. Nesse momento a interação com os funcionários, deu-se de forma direta e indireta.

De forma direta, foi realizado reuniões para discussões com todos os funcionários,

inclusive com o COERGO (Comitê de Ergonomia). E de forma indireta sendo por meio de

observações (direta e indireta (fotos)), levantamento de documentos, levantamento das

condições ambientais, levantamento do posto de trabalho e organização do trabalho,

levantamento de indicadores, ou seja, qualquer informação pertinente ao setor (GUIMARÃES,

1999). E todos esses dados, foram coletados por meio das técnicas descritas abaixo:

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• IDEs– Itens de Demanda Ergonômica

A identificação dos IDEs dos trabalhadores do setor de arquivo médico do

hospital em estudo, se deu através de entrevistas não induzidas (abertas) de acordo com o

método Design Macroergonômico (DM), proposto por Fogliatto & Guimarães (1999). A

implementação do DM, neste trabalho, contemplará as etapas:

- Identificação do usuário e coleta organizada de informação acerca de sua

demanda ergonômica priorizando os IDEs identificados pelo usuário;

- a priorização utiliza a própria informação coletada em 1, baseando-se, por

exemplo, em características do conjunto de dados amostrados (freqüência, ordem de menção

de itens, etc.), aqui o objetivo é criar um ranking de itens demandados;

- incorporação da opinião de especialistas (ergonomistas, designers, arquitetos,

engenheiros, médicos do trabalho, fisioterapeutas, etc.) com vistas à correção de distorções

apresentadas no ranking obtido em 2, bem como incorporação de itens pertinentes de

demanda ergonômica não identificada pelo usuário/trabalhador. Determina-se, assim, um

ranking corrigido de itens de demanda ergonômica a ser utilizados nas etapas seguintes da

metodologia.

• Entrevistas Abertas

A identificação da demanda teve início com uma entrevista aberta, de acordo com

método proposto por Fogliatto e Guimarães (1999). Essa técnica visa obter a declaração

espontânea dos profissionais a respeito do seu trabalho.

A pergunta era: “fale sobre o seu trabalho, citando pontos positivos e negativos”,

relacionados à realização de suas atividades, sendo que o entrevistador evitou qualquer tipo de

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indução. As entrevistas foram anônimas, aconteceram de duas maneiras: gravadas por meio de

instrumento de áudio (gravador) e escrita (caderneta de campo), sendo todas individuais, por

requerer um número pequeno de entrevistados. Foram selecionadas 5 pessoas, correspondente

a 33 % da população de funcionários deste setor para identificação da demanda ergonômica

dos funcionários sendo realizada por meio de entrevista não induzida de acordo com o método

proposto por Fogliatto & Guimarães (1999), tendo duração de aproximadamente dois dias.

De acordo com Fogliatto e Guimarães (1999), para efeito de priorização dos IDEs,

a ordem de menção de cada item é utilizada como peso de importância pelo recíproco da

respectiva posição; ou seja, ao item mencionado na pésima posição é atribuída o peso 1/p. Dessa

forma, o primeiro fator mencionado receberá o peso 1/1= 1 o segundo 1/2 = 0,5, o terceiro 1/3 =

0,33, e assim por diante. A tendência do uso da função recíproca é de valorizar os primeiros

itens mencionados, sendo que a partir do quarto item a diferença passa a ser menos expressiva.

A soma dos pesos relativos a cada item dará origem ao ranking de importância dos itens que

servirá de guia para a elaboração de um questionário a ser preenchido por todos os

funcionários. O resultado dos questionários indicará as prioridades dos IDEs a serem

consideradas no projeto. No entanto, na medida em que não é possível a aplicação de

questionários, a priorização estabelecida a partir dos dados da entrevista espontânea é um forte

indício da importância dos IDEs.

As respostas das entrevistas foram tabuladas em planilha Excel e analisadas.

Foram expurgadas as informações não pertinentes e agrupadas as respostas por afinidade, ou

seja, as respostas semelhantes foram consideradas como um mesmo IDE. A tabulação das

respostas de todos os respondentes permitiu o estabelecimento de um ranking de importância

quanto à demanda ergonômica dos usuários (funcionários do setor SAME).

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SETOR N° DE

RESPONDENDES N° DE

FUNCIONÁRIOS

Arquivo Médico (SAME) 5 15

Figura 5 – Descrição dos respondentes da Entrevista

• Questionários

A tabulação das entrevistas serviu para formular os questionários aplicados a

todos aos funcionários do SAME.

O nível de satisfação do sujeito com relação a cada questão foi aferido por meio

de uma escala de avaliação contínua, sugerida por Stone et al. (1974). A metodologia do

Design Macroergonômico (Fogliatto & Guimarães, 1999), utilizada neste projeto, recomenda

o uso desta escala com duas âncoras nas extremidades (insatisfeito e satisfeito) e uma âncora

no centro (neutro), como também âncoras medindo a intensidade da dor e opinião sobre o

trabalho com escalas nas extremidades (nada e muito) e uma central (médio). Estas escalas

têm 15 cm e ao longo dela o sujeito deverá marcar a sua percepção sobre o item. A intensidade

de cada resposta poderá variar entre 0 e 15.

Foi aplicado um pré-teste com 5 funcionários, para verificar a facilidade de

compreensão das questões e a forma de preenchimento, no geral todos responderam e

entenderam bem as questões, não havendo a necessidade de mudança em alguma questão ou

no método do questionário.

O questionário, o qual não requereu o nome dos respondentes, porém foi

necessário as seguintes variáveis de pesquisa: idade, sexo, habilidade (destro ou canhoto),

função, tempo de trabalho e turno de trabalho (figura 6). Foi aplicado aos funcionários dos três

turnos do setor SAME. Os dados dos questionários foram tabulados e priorizados em função

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do nível de insatisfação. Diferentemente da ponderação das entrevistas (que valoriza a soma

dos pesos atribuídos a cada item pelos usuários), nos questionários o peso do item é gerado

pela sua média aritmética.

Para uma melhor padronização e visualização dos constrangimentos encontrados,

as questões foram agrupadas em seis construtos, sendo eles: 1 – Físico/Ambiental (ruído,

iluminação, ventilação, temperatura e qualidade do ar); 2 – Biomecânica (tempo de pé, postura

ocupacional, espaço para prontuários, esforço físico-movimentar estante e layout-circulação

dos funcionários); 3 – Posto de Trabalho (qualidade e quantidade dos materiais-tarefas,

qualidade e quantidade dos equipamentos de proteção individual (EPIs) , posto de trabalho,

segurança no ambiente, trabalhar em recinto fechado e risco de acidentes); 4 – Organizacional

(integração com os colegas, horário-pausas para refeições no trabalho, respeito da chefia,

respeito dos colegas de outro setor, carga horária, folgas intervalos, trabalho em equipe,

qualidade da alimentação e quantidade de funcionários); 5 – Conteúdo do Trabalho (trabalho

envolve responsabilidade, valorização do seu trabalho, esforço mental, esforço físico,

autonomia no trabalho, trabalho com risco, dinâmico, criativo, monótono, estimulante,

limitado e pressão psicológica da chefia) e por fim o sexto construto, este é relacionado ao

Desconforto/Dor (costas, sente cansado, braços, pernas, pescoço, mãos, pés e cabeça).

No total foram recolhidos 14 questionários, 93,33% da população de 15

funcionários. O último funcionário que faltou para completar os 15 recebeu licença, que uniu

com as férias, pois se submeterá a uma cirurgia.

Devido às mínimas diferenças nas atividades dos funcionários, foi elaborado

apenas um questionário para todos. O questionário elaborado apresentou a seguinte

composição: 28 questões referentes ao nível de satisfação (com escala de 0 a 10, onde

0=insatisfação e 15=satisfação), 8 referentes à intensidade de desconforto/dor e 12 questões

referentes ao conteúdo do trabalho (também com escala de 0 a 15, onde 0=pouco e 15=muito).

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VARIÁVEL DESCRIÇÃO RESULTADOS Idade _ 20 a 62

Masculino 9 Sexo Feminino 5 Destro 12 Habilidade Canhoto 2

Agente Administrativo 1 Agente de Vigilância 2

Arquivista 4 Auxiliar Administrativo 3 Bibliotecária/Arquivista 1

Datilógrafo 1 Serviços Gerais 1

Função

Técnico Administrativo 1 Tempo de Trabalho _ 1 a 20 anos

Manhã 3 Manhã/Tarde 6

Tarde 3 Turno de Trabalho

Noite 2

Figura 6 – Descrição dos respondentes do Questionário

• Observações Assistemáticas

Segundo Moura et al (1998), a observação assistemática também conhecida como

não estruturada ou livre, não envolve o estabelecimento de critérios prévios para orientar o

registro do fenômeno a ser observado, como o próprio nome já diz, ela não precisa de

estrutura, de uma formatação, deve se feita de maneira aleatória. É com essa técnica que o

pesquisador terá a oportunidade de perceber a maneira real e sem manipulações da forma que

o usuário se mantém diante da tarefa.

As observações foram feitas em várias visitas ao hospital, nos turnos da manhã e

da tarde, sendo que no turno da noite foi realizado apenas em um dia, pois no decorrer da

pesquisa, não houve funcionários disponíveis para o turno da noite, deixando o setor fechado

nesse período. Para essa observação, foram utilizadas máquinas fotográficas digitais (registro

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fotográfico) e anotações feitas em cadernetas de campo durante as atividades dos funcionários

desse setor.

Com base nas observações assistemáticas, percebeu-se a necessidade de enfocar a

postura na diagnose, pois os maiores constrangimentos encontrados, foram referente ao

desconforto/dor. A carga física exigida na realização das tarefas foi o principal problema

apontado pelos funcionários.

4.1.3 FASE II – Diagnose Ergonômica

A Diagnose Ergonômica, é a fase 2, essa etapa permite aprofundar os problemas

levantados e priorizados na apreciação, coletando dados como sexo, nível de escolaridade,

ciclos de trabalho, pausas, jornadas, turnos, trabalho prescrito e real, condições ambientais,

condições do posto de trabalho, já fazendo uso das observações de maneira sistematizada, para

melhor avaliação das posturas adotadas pelos funcionários do SAME.

Nessa fase, foi analisada a questão da carga de trabalho relacionada às atividades

das tarefas dos funcionários, considerando a carga física (por meio das técnicas de análise das

posturas assumidas, pela técnica REBA – Rapid Entire Body Assessment de HIGGNETT e

McATMANEY, 2000 – e pela avaliação subjetiva de desconforto/dor proposta por Corlett,

1995) e a carga mental (por meio da técnica NASA/TLX – Task Load Index).

Após esta coleta de dados, os mesmos foram analisados, e formulado um quadro

de problemas ergonômicos como: aumento de distúrbios ocupacionais e tendências a doenças,

aumento de absenteísmo, reclamações dos trabalhadores, alto índice de horas extras, baixa

qualidade de produção, etc.

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• Análise da Tarefa

Segundo Iida (1990), uma tarefa pode ser definida como sendo um conjunto de

ações humanas que torna possível um sistema atingir o seu objetivo, ou seja, é o que faz

funcionar o sistema, para se atingir o objetivo pretendido.

Moraes e Mont’Alvão (1998), afirmam que a base do diagnóstico e da interação

do ergonomista, quando se pretende melhorar o trabalho, é o estudo das interações e

comunicação que ocorrem no local de trabalho e no seu ambiente, focalizando sempre o

trabalhador, seu dia-a-dia, no seu ambiente físico e organizacional, com suas ferramentas,

máquinas, ordem de produção, com todos os problemas e/ou gratificações do cotidiano,

utilizando para isso, a Análise da Tarefa.

Nesta etapa de Análise da Tarefa dentro do SAME, foi avaliada basicamente a

atividade realizada de uma funcionária, adquirindo dados de como? Onde e quando? é

realizada a tarefa, tempo necessário?, qual a postura adotada?, ordem de prioridade das

tarefas?, tudo que é realizado para que o fluxo das atividades ocorra de maneira adequada. A

tarefa pode ser realizada de duas maneiras, a prescrita e a real, dependendo do funcionário.

- Tarefa Prescrita

Montmollin (1996), afirma que a expressão Trabalho Prescrito implica as

máquinas e os procedimentos que supõem, oficialmente, definir e regular o trabalho. É a parte

teórica de como a tarefa deve ser realizada.

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- Tarefa Real

Montmollin (1996), define Tarefa Real, como aquela que se passa efetivamente

no ambiente de trabalho, ao longo dos dias e das noites, nas condições locais, ambientais,

operacionais e organizacionais. O Trabalho Real difere sempre, e às vezes profundamente, do

Trabalho Prescrito, ‘Teórico’.

• Observações Sistemáticas

Segundo Rudio (1982), a observação sistemática, chamada também de

“estruturada,” planejada “ou” controlada “, é realizada em condições controladas para se

responder a propósito, que foram anteriormente definidos. Nesse tipo de observação, o

observador sabe o que procura e o que é importante, deve ser objetivo, reconhecer possíveis

erros e eliminar sua influência sobre o que vê ou recolhe, seguindo os seguintes passos:

delimitação da área da realidade empírica onde as informações podem e devem ser obtidas;

indicação do campo que compreende a população, as circunstâncias e o local; determinação do

tempo e a duração da observação; definição dos instrumentos que se utilizarão e explicarão do

modo de utilização; preparação do material de apóio – planilhas de registros, fichas de

entrevistas, etc.

Para essas observações também se utilizaram recursos como máquina fotográfica,

anotações em cadernetas e gravador de áudio, para avaliação da postura assumida com base na

classificação de posturas proposta pelo REBA (Rapid Entire Body Assessment),

(HIGGNETT & McATMANEY, 2000)

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• Técnica de Análise de Postura: REBA (Rapid Entire Body Assessment),

(HIGGNETT & McATMANEY, 2000)

O REBA é uma ferramenta de análise de postura de corpo inteiro desenvolvida

para avaliar posturas de trabalho, tendo como objetivos:

- Desenvolver um sistema de análise da postura sensível aos fatores de risco

músculo esqueléticos para inúmeras atividades;

- dividir o corpo em segmentos para se ter uma codificação específica, com

referência aos planos de movimentos;

- fornecer um sistema de pontuação (escores) para atividades musculares causadas

por posturas instáveis ou mudanças rápidas de postura, posturas estáticas e dinâmicas;

- mostrar que o movimento de pega é um fator relevante para o manejo de

materiais (cargas), porém que este nem sempre corre pela ação das mãos;

- apresentar categorias de ação com recomendações de urgência;

- ter a facilidade de coletar dados com recursos mínimos – por meio de lápis e

papel.

É importante ressaltar que a técnica do REBA não foi aplicada na íntegra, apenas

tomou-se como referência os diagramas corporais propostos pela mesma (Anexo B).

Os registros fotográficos para realização dessa análise postural foram feitos nos

turnos manhã e tarde, no ato das atividades dos funcionários, sem interferir nas posturas

adotadas pelos mesmos. Nessa etapa da pesquisa, já não havia mais funcionários trabalhando

no turno da noite.

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• Mapa de Regiões do Corpo – Escala de Desconforto/Dor (CORLETT, 1995)

O mapa de regiões do corpo (Anexo C) apresenta uma divisão em segmentos, para

especificar os locais do desconforto/dor experimentado por aqueles envolvidos nas tarefas que

estão sendo investigadas. Esta informação é encontrada por indagações preliminares ou por

um pré-teste. O objetivo do processo é mapear o desenvolvimento de desconforto/dor

percebido entre os pesquisados. Basicamente, o procedimento inicial é apontar a região na

qual se sente ou sentiu algum problema e, logo em seguida, assinalar, também de forma

subjetiva, o grau de desconforto/dor percebido em cada segmento por meio de uma escala de

avaliação. A versão do mapa de regiões do corpo que foi utilizada na presente pesquisa foi

elaborada por Corlett (1995), adaptada pelo setor de Design & Ergonomia do Laboratório de

Otimização de Produtos e Processos (LOPP) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Foi realizado um pré-teste com três funcionários, sendo duas mulheres e um

homem com idades respectivas a 55, 49 e 21 anos. A aplicação desse questionário se deu em

três dias, sendo recolhido um total de dez respondentes (Figura 7). Esse questionário foi

aplicado duas vezes ao mesmo funcionário, um na entrada do expediente, para avaliar se o

funcionário já inicia suas atividades sentindo algum desconforto/dor, e outro na saída, ou seja,

no final do expediente, para saber se as dores sentidas na entrada aumentaram ou se surgiram

novas dores. Esse questionário não foi realizado com o turno da noite, porque não existe mais

funcionários trabalhando nesse período.

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VARIÁVEL DESCRIÇÃO TOTAL Idade - 21 a 55 anos

Masculino 5 Sexo Feminino 5 Destro 7 Habilidade Canhoto 3

Auxiliar Administrativo 4 Agente Administrativo 1

Datilógrafo 1 Bibliotecária / Coord. do Setor 1

Auxiliar de Serv. Gerais 2

Função

Agente de Vigilância 1 Manhã 4

Manhã / Tarde 5 Tarde 1 Turno de Trabalho

Noite 0 Tempo de Trabalho - 1 a 25 anos

Altura - De 1,56 a 1,72 Peso - De 55Kg a 99Kg

Figura 7 – Descrição dos respondentes do Questionário CORLETT

• NASA (National Aeronautics and Space Administration)TLX (Task Load Index)

O NASA-TLX (Task Load Index) é um resultado de pesquisas teóricas e

empíricas para a definição de fatores que são relevantes para experiências subjetivas

relacionadas à carga de trabalho e para uma avaliação formal desta carga ao longo de uma

variedade de atividades. É dada ênfase para a informação sobre como as pessoas formulam

opiniões sobre a carga de trabalho e como eles expressam suas avaliações subjetivas por meio

de escalas contínuas (LUXIMON & GOONETILLEKE, 2001).

O NASA Task Load Index é uma técnica que lança mão de uma escala

multidimensional que resulta num escore geral da carga de trabalho percebida pelos sujeitos

baseado na ponderação média dos resultados de seis sub-escalas (Figura 8) que avaliam: a

demanda física, a demanda mental, a demanda temporal, o esforço (físico e mental), a

performance (ou desempenho) e o nível de frustração.

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O NASA-TLX combina o resultado da classificação dos fatores que mais

influenciam a carga de trabalho com os resultados do que foi marcado, pelos funcionários

avaliados, nas sub-escalas relativas aos seis fatores.

O processo de avaliação se dá, inicialmente, pela comparação entre as escalas, ou

seja, o funcionário respondente escolhe, entre cada par de escalas a ele apresentado, a que

mais influencia ou contribui para a carga de trabalho. No total, são feitas quinze comparações

entre as escalas. O segundo passo requer que o respondente assinale o nível de influência ou

contribuição de cada escala para a carga de trabalho.

O tratamento dos dados do questionário é feito da seguinte forma: inicialmente,

são somadas às vezes em que cada fator foi escolhido quando da comparação entre os outros

fatores, e o número total de vezes é multiplicado pelo resultado encontrado do nível de

influencia ou contribuição de cada escala. Assim, os resultados das multiplicações são

somados, resultando num número que será dividido por quinze (que é resultante das vezes que

cada fator for escolhido quando da comparação entre os outros fatores), e o resultado dessa

divisão é o peso final (overall workload) da carga de trabalho percebida (Anexo E).

FATOR ÂNCORA DESCRIÇÃO

Demanda Mental Pouco/Muito Atividade mental requerida para a realização do trabalho (tomada de decisões, memorização, raciocínio, etc.); o trabalho envolve tarefas simples ou complexas, fáceis ou exigentes?

Demanda física Pouco/Muito Atividade física requerida para a realização do trabalho. Demanda Temporal Pouco/Muito Nível de pressão imposta para a realização do trabalho.

Esforço (físico e mental) Pouco/Muito O quanto que se tem que trabalhar física e mentalmente para

atingir um nível desejado de performance ou desempenho.

Performance Satisf./Insatisf.Nível de satisfação com o desempenho pessoal para a realização do trabalho; o quanto de satisfação se teve com o desempenho ou performance para alcançar determinada meta.

Nível de frustração Satisf/Insatisf.O quão inseguro, irritado, desencorajado, estressado, contrariado versus seguro, gratificado, satisfeito, relaxado e complacente a pessoa se sente durante a realização da tarefa.

Figura 8 – Descrições das subescalas utilizadas no NASA-TLX

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Foi utilizado um questionário adaptado da técnica NASA/TLX (Anexo D), para

avaliar o nível de carga de trabalho (física e mental), percebido pelos funcionários do setor

SAME, durante a realização das atividades.

Realizou-se um pré-teste do questionário para uma amostra de 5 funcionários

(33% da população), sendo duas mulheres e três homens, com idades respectivas a 28, 48, 21,

44 e 60 anos. No total foram recolhidos onze questionários, equivalente a 73,33% do total de

funcionários (Figura 9) em quatro dias de aplicação, com os funcionários dos turnos manhã e

tarde, o questionário não foi aplicado a todos os funcionários por motivo de falta dos mesmos.

Esse questionário não foi realizado com o turno da noite, por não ter funcionário trabalhando

nesse expediente.

VARIÁVEL DESCRIÇÃO TOTAL Idade - 21 a 60 anos

Masculino 8 Sexo Feminino 3 Destro 9 Habilidade Canhoto 2

Auxiliar Administrativo 4 Agente de Portaria 1

Datilógrafo 1 Bibliotecária / Coord. do Setor 1

Serv. Gerais 2

Função

Agente de Vigilância 2 Manhã 4

Manhã / Tarde 5 Tarde 2 Turno de Trabalho

Noite 0 Tempo de Trabalho - 1 a 25 anos

Altura - De 1,56 a 1,72 Peso - De 55Kg a 99Kg

Figura 9 – Descrição dos respondentes do Questionário NASA/TLX

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 FASE I: Apreciação ergonômica

• Levantamento com a participação direta e indireta dos funcionários do SAME

- Entrevistas

Abaixo estão relacionadas de acordo com o peso, os principais IDEs, citados

pelos entrevistados do SAME. Esses problemas corroboram com alguns outros registrados em

fotos e anotações pessoais.

CLASSIFICAÇÃO IDE SOMA

Falta de espaço 3,16 Estantes pesadas 1,03 Falta de ar condicionado 1 Falta de Ventilação 1 Prontuários em local inadequado (em caixas no chão), dores no corpo 1 Iluminação Precária 0,97 falta de funcionários 0,925 Calor 0,5 Falta de estantes 0,455 Falta de material para execução das tarefas 0,33 Cheiro de mofo 0,33 Inalação de gás e cheiro de comida queimada 0,31 Acúmulo de caixas 0,25 Doenças: Inflamação na garganta e gripe 0,25 Poeira 0,25 Falta de equipamentos de segurança (Luvas) 0,2 Doenças: Dores na Coluna 0,2 Ambiente Fechado 0,16 Ruído ocasionado pela proximidade do setor de transporte 0,1

Figura 10 – Resultado das Entrevistas não induzidas

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No geral os entrevistados citaram problemas de ordem:

Posto/espaço: “falta de espaço”, “estante pesada”, “falta de ar condicionado”, “falta de

ventilação”, “falta de estantes”, “acúmulo de caixas”;

Organizacional: “falta de funcionários”, “falta de material”, “falta de EPIs”;

Ambiental: “falta de ventilação”, “calor”, “cheiro de mofo”, “ruído”, “ambiente

fechado”,”cheiro de gás”, “poeira”, “iluminação precária”;

Físico/mental: “doenças, inflamação na garganta e gripe”, “dores na coluna”.

A ordem com que esses itens de demanda foram citados, serviu para realização do

questionário fechado, que foi aplicado a toda população de funcionários do Setor de Arquivo

Médico do Hospital em estudo, com exceção de um funcionário que estava de férias.

- Questionários e Observações Assistemáticas

Através dos dados priorizados nas entrevistas, foi elaborado um questionário

(Anexo A), onde os resultados estão descritos abaixo.

Os dados do questionário foram tabulados em uma planilha no Excel, e

transformados em gráficos para melhor visualização dos constrangimentos ergonômicos.

Baseando-se nessa escala de 0 a 15, onde “0=insatisfação e 15=satisfação”,

podemos perceber que o nível de satisfação do constructo físico ambiental (Figura 11) está

abaixo da média de 7,5, demonstrando a insatisfação dos funcionários, o item “ruído”, é o que

mais se aproxima da média, porém causa constrangimento ergonômico.

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Figura 11 – Gráfico do Nível de Satisfação dos Itens Físico/ambiental

Das 3 salas do SAME, somente a sala de pesquisa é refrigerada, porém no período

da tarde, horário de maior calor, a temperatura da sala se eleva, agravando-se ainda mais nas

demais salas, onde a ventilação é precária. Para tanto, propõe-se a instalação de ar

condicionado do tipo SPRINT ou umificadores de ar, termo-higrômetro (mede a temperatura

e a umidade), desumificador (retira a umidade do ambiente), instalar sistema de esterilização

do ar (Estereles), para purificação do ar.

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas que trata da Iluminância de

Interiores – ABNT 5413 – os postos de trabalho do arquivo médico são tabelados para níveis

de iluminância de 500 lux.

A iluminação do SAME apresenta muitos problemas, que vão desde a localização

dos pontos de luz, que ficam sobre as estantes, à quantidade das lâmpadas que não funcionam,

dificultando a localização dos prontuários. Essa localização torna-se mais difícil devido às

cores das etiquetas que são colocadas nos prontuários saírem do padrão de cores (exemplo: os

números que deveriam ser vermelhos estão vindo laranja, os amarelos estão vindo vermelho,

etc.).

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Na Figura 12, também foi percebido um alto índice de insatisfação, no que diz

respeito à Biomecânica do SAME, corroborando a Figura 13, que apresenta a postura adotada

durante a realização da tarefa e o espaço para circulação.

Figura 12 – Gráfico do Nível de Satisfação dos Itens relacionados à Biomecânica

Figura 13 – Postura e espaço para circulação

Na Figura 14, percebe-se em dois Itens de Demanda, uma pequena melhora no

que diz respeito ao posto de trabalho, onde as mesmas atingem a média do nível de satisfação.

Porém o grau de insatisfação ainda é muito grande.

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Figura 14 – Gráfico do Nível de Satisfação dos Itens relacionados ao Posto de Trabalho

São poucos os funcionários que utilizam os EPIs, pois a maioria não usa porque

incomoda, porém os mais utilizados, são as luvas e as máscaras, apesar de não ter uma boa

qualidade, a quantidade também não é suficiente para a quantidade de funcionários.

Em todas as salas, só foi percebido um extintor de incêndio, localizado na sala de

acervo. Por se tratar de um ambiente com material que absorve o fogo com rapidez, é

necessário que se tenha no mínimo 1 extintor em cada sala.

Sugere-se maior disponibilidade tanto dos EPIs, quanto dos materiais para

realização das tarefas, de melhor qualidade.

Na Figura 15, o gráfico relacionado à Organização do Setor, foi onde se percebeu

o maior nível de satisfação, onde o único item que atingiu o maior grau de insatisfação é o que

está relacionado ao número de funcionários disponíveis para realização das tarefas, que

segundo os mesmos, são insuficientes para a demanda. Esse problema só pode ser solucionado

junto a chefia do hospital, disponibilizando mais funcionários para o setor SAME.

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Figura 15– Gráfico do Nível de Satisfação dos Itens relacionados à Organização do setor

Nesse constructo (Figura 16), a escala de avaliação é diferente, o 0 = pouco e o 15

= muito. Aqui, a maioria dos itens ultrapassa a média de 7.5, com exceção dos itens: “trabalho

estimulante”, “limitado”, “pressão psicológica por parte da chefia”, onde o grau de

satisfação é considerável.

Figura 16 – Gráfico do Nível de Satisfação dos Itens relacionados ao Conteúdo do Trabalho

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Esse último constructo (Figura 17) mostra um dos principais problemas que

afetam a saúde do trabalhador, dentre outros, desconforto/dor.

Estes resultados corroboram Sales (2000), onde ele afirma que as faltas por

motivos de doenças são comuns; em geral todos sofrem de dores nas costas, na cabeça,

pescoço, problemas de visão, alergias, lesões por esforços repetitivos como tendinite.

Figura 17 – Gráfico do Nível de Satisfação dos Itens relacionados ao Desconforto/Dor

Figura 18 – Posturas ocasionando Desconforto/Dor

Esse nível de desconforto/dor percebido em um grau elevado, se dá pela postura

adotada pelos funcionários, porém essas posturas são adotadas devido às condições de trabalho

(Figura 18). Esses problemas são gerados pela acomodação inadequada dos prontuários em

caixas de papelão, causada pela falta de espaço, isso diminui a área para circulação dos

funcionários. Outro problema que gera esse acúmulo de prontuários em caixas é a organização

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no sistema de limpeza desse setor que são contratados durante dois meses para realização

dessa atividade, ocasionando o acúmulo de caixas. Nesse caso, sugere-se que a limpeza seja

feita em um local isolado e refrigerado, com um esterilizador de ar, e a utilização de um

aspirador de pó, sendo que os funcionários devem estar devidamente protegidos com EPIs.

5.2 FASE II: Diagnose Ergonômica

A fase II da presente monografia consta da análise do trabalho dos funcionários do

SAME de um Hospital no município de São Luís – MA.

• Análise da Tarefa

Como já foi verificado a partir das observações e anotações baseadas nas visitas

ao hospital, a tarefa realizada nesse setor é variada e todos os funcionários sabem e fazem

todas as tarefas. É certo que as funções são estipuladas, porém quando falta algum funcionário,

os outros têm que suprir essa falta.

A Análise da Tarefa, foi realizada com uma funcionária de 28 anos, com o cargo

de Auxiliar Administrativo que trabalha nos turnos manhã e tarde. Essa análise teve início as

7:00 horas da manhã, quando a funcionária entrou no seu ambiente de trabalho e foi finalizada

as 17:00 horas da tarde, tendo um intervalo de uma hora e trinta e seis minutos, que foi das

11:04, horário que bateu o ponto do final do expediente da manhã, às 12:40, horário que bateu

o ponto novamente para o início do expediente da tarde. Esse intervalo foi para o almoço e

descanso.

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A análise da tarefa dessa funcionária foi estruturada em forma de fluxograma,

para melhor compreensão do fluxo de atividades da mesma (Apêndice B).

• Observações Sistemáticas

As observações sistemáticas serviram de base para a descrição e análise das

atividades das tarefas dos funcionários do SAME. Foram realizadas observações sobre as

posturas assumidas pelos funcionários no ato de realização das tarefas, de acordo com os

diagramas posturais propostos pela técnica REBA (HIGGNETT & McATMANEY, 2000)

• Análise de Posturas assumidas segundo os Diagramas Corporais da Técnica

REBA (HIGGNETT & McATMANEY, 2000) (Anexo B)

Com relação ao esforço físico, percebeu-se que os funcionários do setor SAME,

sentem muito desconforto/dor. As atividades de arquivamento e desarquivamento de

prontuários, realizada no SAME, exigem posturas que causam constrangimentos ergonômicos,

corroborando os resultados da apreciação. As principais posturas adotadas pelos funcionários

do SAME, de acordo com a técnica REBA de avaliação postural, foram:

- Tronco – Flexões de 0° - 20, de 20° - 60° e acima de 60°.

Na figura 19 (primeira imagem), percebeu-se uma rotação de tronco para

movimentar as estantes, na segunda imagem, percebeu-se uma inclinação + flexão do tronco, e

nas outras três, percebeu-se inclinação do tronco, sendo que na última imagem, a posição é

quase de agachamento.

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Figura 19 – Movimentos com o Tronco

- Pescoço – Flexões de 0° - 20.

A localização dos prontuários exige dos funcionários uma movimentação do

pescoço, na figura abaixo, percebe-se uma flexão do pescoço para baixo, já na segunda

imagem da figura 22 o movimento se dá para cima.

Figura 20 – Referente à Flexão do Pescoço

- Pernas – Peso distribuído em uma das pernas (unilateral) ou postura

instável, e peso distribuído nas duas pernas (bilateral) com flexão acima de 60°.

Devido à atividade de localização, arquivamento e desarquivamento dos prontuários serem

realizadas freqüentemente de pé, e muitas das vezes fazer movimentos que exigem força,

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como a movimentação das estantes, que por serem defasadas, tornaram-se pesadas, o

funcionário tende a colocar o peso em uma das pernas (Figura 21).

Figura 21 – Referente à Flexão das Pernas

- Braços – Flexão entre 20° e 45° e flexão acima de 90°.

O alcance para localização dos prontuários ou de outros documentos, pelo local de

armazenamento, muitas vezes causa constrangimentos ergonômicos (Figura 22), pois a

posição adotada para o alcance, torna-se incômoda.

Figura 22 – Referente à Flexão dos Braços

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- Antebraços – Flexão entre 60° e 100° e flexão acima de 100°.

Figura 23 – Referente à Flexão do Antebraço

- Punhos – Flexão acima de 15° (figura 28) e flexão entre 0° e 15° com giro

(prono e supinação) (figura 29).

Figura 24– Referente à Flexão do Punho

No geral, observou-se que a postura é a principal responsável pelos

constrangimentos ergonômicos. Esta afirmação corrobora os dados do levantamento inicial

através das observações assistemáticas e os dados levantados na literatura (SALES, 2000;

KMITA et al. 2002), confirmando a existência de uma carga física muito grande no trabalho

do SAME.

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• Mapa de regiões do corpo – Escala de Desconforto/Dor (CORLETT, 1995)

Na figura abaixo, percebeu-se um aumento muito grande no item “ombro”, do

lado esquerdo ao final do expediente, isso significa que o esforço exercido pelos funcionários

com o ombro esquerdo é muito grande, causando no final do expediente constrangimentos

ergonômicos. Outros itens que aumentaram nesse período de início e fim de atividade, apesar

desse aumento ter sido pequeno, foram: “o pé”, “a perna”, “a mão”, “o punho” e “o

antebraço”, porém “o tornozelo”, “o joelho”, “a coxa” e “o braço” diminuíram. Essa

redução, pode ser decorrência do transporte utilizado para chegar ao trabalho ou devido ao

trabalho cansativo do dia anterior.

Figura 25 – Segmento Corporal do Lado Esquerdo

Aqui se percebeu um pequeno aumento na maioria dos itens questionados. O

crescimento se deu nos seguintes itens do lado direito do corpo: “ombro”, “pé”, “perna”,

“coxa”, “mão”, “punho”, “antebraço” e “braço”. Esse gráfico mostra que, no caso dos

membros superiores, esses índices se elevaram pela maioria ser destro, exigindo um maior

esforço do lado direito do corpo. Com exceção do “joelho” e do “cotovelo”, que não tiveram

alteração, “o tornozelo”, teve uma pequena queda.

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Figura 26– Segmento Corporal do Lado Direito

Com relação à seqüência corporal do tronco, todos os itens tiveram um aumento

significativo no grau de desconforto dor, apesar de ainda sim ter sido abaixo da média. Esse

resultado corrobora com as observações assistemáticas realizadas no decorrer da pesquisa,

onde foi analisada a postura adotada pelos funcionários para realização das tarefas. (Figura

27).

Figura 27 – Segmento Corporal do Tronco

Figura 28 – Postura para Realização das Atividades

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• Avaliação subjetiva da carga do trabalho pela técnica NASA/TLX

A figura 29 apresenta o resultado do questionário NASA/TLX aplicado aos

funcionários do Setor SAME, de acordo com os 6 fatores relacionados à carga de trabalho,

onde os respondentes foram agrupados pela variável sexo. Nota-se que a média (M) para os

fatores demanda mental (DM), demanda física (DF), demanda temporal (DT), performance (P)

e nível de frustração (NF) é maior para as mulheres, com exceção apenas no fator esforço

físico e mental (EFM), que para os homens é bem maior.

Variável Sexo Sujeitos DM M DF M DT M P M EFM M NF M 1 7,2 60 25,2 21,8 51,6 0 2 0 27,2 8 26,1 55,2 20,6 3 48,6 5,75 10,5 42,8 8,85 17,1 4 0,65 36 14,6 0 14,6 28,4 5 7,5 43,8 0 29,6 43,5 29,6 6 44,4 3,4 22,5 20,8 49,5 0 7 16,8 33,6 0 12 51 4,65

Masculino

8 0

15,6

56,64

33,3

7,5

11

28,2

22,7

42,75

39,6

72

21,5

9 42 42 9,25 27,8 42 42 10 57,4 7,1 27,8 0 29,2 54,8 Feminino 11 0 58 26,25 72,5 17,2 0,75

Média geral 20,41

33,1

33,95

35,7

13,78

21,1

25,60

33,4

36,85

29,5

24,54

32,5

Figura 29 – Comparativo entre as respostas dos funcionários para os Fatores do NASA/TLX

Com esses resultados, é possível notar que os fatores que mais influenciam na

carga de trabalho do funcionário do sexo feminino são: DF, P, DM e o NF, já para os

funcionários do sexo masculino o que mais influencia é o EFM e a DF exercido pelos mesmos

(Figura 30).

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SEXO FATORES Masculino Feminino Demanda Mental < >

Demanda Física ~ =

~ =

Demanda Temporal < > Performance < >

Esforço Físico / Mental > < Nível de Frustração < >

Figura 30 – Resumo dos Resultados do NASA/TLX para os Fatores Relacionados à Carga de Trabalho (Variável Sexo)

Na figura 31 apresenta o resultado para o NASA/TLX de acordo com o escore

final (peso) atribuído à carga de trabalho ou o WWL (Weighted Workload).

Figura 31 – Comparativo entre os funcionários de acordo com o Nível de Carga de Trabalho

Nesse gráfico (Figura 31), observamos que os sujeitos 8 e 9, são os que possuem

maior carga de trabalho, o sujeito 8, é um Agente de Segurança de 60 anos de idade e 20 anos

de trabalho, apesar de ter esse cargo, ele exerce a função de recepcionista e muitas das vezes

coloca etiquetas coloridas nos prontuários, de acordo com o número de cada um, pela idade,

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esse funcionário é considerado idoso, por isso a DF e EFM exercidos por ele, causam

constrangimentos, assim como o também apresenta um NF muito elevado (Figura 29) . O

sujeito 9, é uma mulher de 28 anos de idade e 1 ano de serviço, exerce a função de Agente

Administrativo, onde além de revisar as agendas do ambulatório, arquivar, desarquivar e

localizar prontuários, exerce algumas funções burocráticas (assinar livros de entrega, solicitar

materiais no almoxarifado, coordenar o setor na ausência da Coordenadora, etc.), trabalha nos

turnos manhã e tarde, na maioria das vezes realiza a tarefa do funcionário ausente. Ela

apresenta os mesmos resultados à DM, DF, EFM e NF (Figura 29).A atividade desse

funcionária, pode ser melhor percebida no fluxograma da análise da tarefa. (Apêndice B).

Os sujeitos 10 e 11 aparecem em segundo, o sujeito 10 é a Coordenadora do setor

SAME, possui 48 anos de idade e 10 de serviço., o que mais aumenta sua carga de trabalho é a

DM e o NF, isso devido ao tipo de função que ela exerce, cuidar de todo o funcionamento de

setor de um hospital de grande porte, sem as condições necessárias para atender a demanda,

crescente a cada dia. O EFM e a DT, também são fatores importantes que afetam no

desempenho de sua função. O sujeito 11, é uma funcionária de 49 anos de idade e 23 de

serviço, exerce a função de Agente Administrativo. Os fatores que mais se destacaram para a

carga de trabalho desse sujeito fora a DF e a P. Esse sujeito tem 1.67 de altura e pesa 99 Kg,

com a atividade de revisão das agendas, o fluxo exercido por essa funcionária é muito grande,

apesar de realizar sua atividade sentada, tem a necessidade levantar e sentar sempre que

termina determinada quantidade de agendas, exercendo a mesma atividade durante toda à

tarde, por isso a P e a DM exigido por ela, apresentam índices muito elevados (Figura 29).

Os sujeitos 1 e 5 aparecem em terceiro lugar, onde o sujeito 1, é um funcionário

de 21 anos de idade, está no setor há 18 meses, exercendo a função de Auxiliar Administrativo

nos turnos da manhã e da tarde. Os principais fatores que acarretam uma carga de trabalho

elevada para esse funcionário são a DF e o EFM, apesar do seu trabalho se concentrar mais na

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sala de pesquisa, o funcionário se desloca o tempo todo para a sala de acervo e sala de

recepção para localizar prontuários, isso gera uma DF e EFM muito elevada, pois é necessário

localizar o prontuário de acordo com a cor e o número correspondente. A DT e a P, vem em

segundo lugar respectivamente como fator de carga de trabalho, a DM teve índice mais baixo

ainda, e o NF, não foi mencionado. O sujeito 5 é um funcionário de 47 anos de idade e 4 anos

de serviço, com a função de Agente de Portaria, para esse sujeito, a DM e o EFM, tem

praticamente o mesmo peso para aumento da carga de trabalho, assim como a P e o NF, a DM

é pouca, a DT não foi mencionada.

Os sujeitos 6 e 2, respectivamente, aparecem em quarto. O sujeito 6 é um

funcionário de 51 anos de idade e 2 anos de trabalho, foi contratado para exercer a função de

Agente de Vigilância, porém hoje se encontra no setor SAME, retirando as etiquetas dos

prontuários no computador, seu posto de trabalho mais utilizado é o terminal de computador,

trabalhando somente no turno da manhã, os fatores que mais aumentam sua carga de trabalho

são EFM e DM, respectivamente, a DT e a P, também tiveram números parecidos, porém bem

abaixo, quanto ao NF o índice foi zero (Figura 29). O sujeito 2 é um funcionário de 21 anos,

porém está nesse setor a apenas 8 meses, com a função de Auxiliar Administrativo(retira as

agendas do computador, arquivar, desarquivar e localizar prontuários), onde o principal fator

que eleva sua carga de trabalho, é o EFM exercido para realizar a tarefa, a DF, P e o NF que

apesar de não apresentarem números tão elevados, também foram citados como colaboradores

do aumento da carga de trabalho, o único item não mencionado foi a DM. Os resultados desse

funcionário, são decorrente do tempo de trabalho que ele tem no setor.

Os sujeitos 3 e 7 aparecem em quinto, onde apesar dessa colocação, ainda estão

acima da média da carga de trabalho elevada. O sujeito 3 é um funcionário de é um

funcionário de 44 anos e está no setor há 6 anos, exercendo a função de Digitador. Apresenta

como principal fator de carga de trabalho a DM e a P. O sujeito 7 é um funcionário de 58 anos

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de idade com 23 de serviço nesse setor, apresentando maiores índices para os fatores de EFM

e DF, esses fatores se agravam ainda mais por causa da idade do sujeito, com relação a DM, P

e NF, os resultados foram baixos, mas isso não deixa de ser um incômodo, com exceção da

DT que não foi citada pelo funcionário.

E por fim percebemos o sujeito 4, funcionário de 45 anos de idade e 25 de tempo

de trabalho, exercendo a função de Serviços Gerais, trabalhando apenas no turno da manhã.

Esse funcionário apresenta seus maiores índices de carga de trabalho para os fatores de DF e

NF, a DT e o EFM apresentam os mesmos dados, já a DM e a P, nem foram citados, isso está

relacionado ao horário de trabalho que só de um expediente.

No geral, o EFM e a DF, foram os fatores que apresentaram maiores médias

(Figura 29), corroborando os resultados da apreciação ergonômica, baseada nas observações

assistemáticas, onde foi apontado o constrangimento ergonômico gerado pela postura do

funcionário, sendo mais graves aos funcionários sexo do feminino, pelo fato da resistência

física em relação ao homem ser menor.

5.2.1 Levantamento do LAYOUT – Recomendações Ergonômicas

O SAME do Hospital em estudo é composto de 3 salas (recepção, sala de acervo e

sala de pesquisa). Este Hospital possui uma estrutura muito grande. Segundo dados do próprio

Setor de Arquivamento de Prontuários, são fornecidos 863 prontuários para pesquisa, 5.329

prontuários para internação, 1.800 películas de exames de imagens são recebidas, são

desarquivados 117.124 prontuários, arquivados 117.124.

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O Setor SAME do Hospital em estudo possui uma estrutura pequena para

a demanda de prontuários, e para o número de funcionários.

Com relação ao mobiliário, o mesmo encontra-se em sua maioria,

defasado (antigo) e mal distribuído, como pode ser percebido nas observações

assistemáticas.

Na sala de recepção (Figura 32), ficam apenas dois funcionários, 1 mulher

nos turnos manhã e tarde, e 1 homem somente no turno da tarde. No momento

existem alguns funcionários que foram contratados por um período de 2 meses, para

a tarefa de Revisão, Arquivamento e Limpeza dos prontuários (manutenção e reparo

do arquivo), com esses funcionários, e as caixas espalhadas pelo local, o ambiente

se torna tumultuado, ocasionando dificuldade de circulação (Figura 33).

Possui 8 estantes que antes ficavam sobre os trilhos da sala de acervo, 8

de ferro, 3 mesas antigas, onde somente duas são utilizadas como posto de trabalho,

2 cadeiras e uma prateleira pequena para telefone. Vale lembrar que essas estantes

com o sistema de trilhos datam mais de 30 anos aproximadamente. Possuem ainda 8

pontos de iluminação e é ventilado por 3 ventiladores e 3 janelas que ficam abertas o

tempo todo, mas a ventilação não circula por todo o ambiente. Não há extintores de

incêndio nessa sala, e ela fica próxima a um depósito de botijões de gás e próxima a

cozinha (Setor de Nutrição e Dietética).

Estantes MóveisEstantes de ferroMesasCadeirasJanelasAparador

Figura 32– Layout Atual da Sala de Recepção

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Figura 33– Sala de Recepção

De acordo com a NBR 1 3961 da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT), de setembro de 1997, os armários são classificados a partir das características físicas

e da utilização. O primeiro critério, o das características, está relacionado aos aspectos

dimensionais e estruturais, como altura. Quanto ao uso, esses móveis podem ser destinados

para uso geral, para armazenar pastas suspensas, pastas AZ, fitas e para guardar roupas e

objetos pessoais.

As estantes atuais estão muito ultrapassadas, seu fabricante não existe mais, o

máximo que é feito para o seu funcionamento, e a manutenção, que pelo desgaste do

equipamento, não melhora o seu desempenho. Para tanto, sugere-se ainda com o mesmo

sistema de arquivamento, porém mais moderno formado por um conjunto de estantes que se

desloca sobre trilhos que substituem os vários corredores entre estantes por um corredor

móvel que abre e fecha de acordo com a manipulação do usuário, o móvel otimiza o espaço

em cerca de 70% se comparado aos arquivos convencionais, com a vantagem de reter mais

informação por metro quadrado, proporcionar maior segurança para a documentação ou

acervos, flexibilidade de layout, organização e fácil manuseio. Além disso, permite acesso

rápido a informações e documentos, propiciando ganho de tempo e produtividade.

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Figura 34 – Modelos novos de Arquivos Deslizantes

Fonte: www.documentoecia.com.br

Existe ainda o modelo fabricado já colorido, o que facilitaria na distribuição dos

prontuários por cores, de acordo com as cores das estantes.

Figura 35 – Modelos coloridos de Arquivos Deslizantes

Fonte: www.documentoecia.com.br

Para as propostas de soluções desse ambiente (sala de recepção), sugeriram-se mudanças na

posição das estantes de ferro; substituição das estantes reaproveitadas dos trilhos das outras

salas (sala de acervo e pesquisa), por modelos novos (Figuras 34 e 55); retirada de móveis

desnecessários (mesa sem utilização); criação de um aparador, para acomodação de materiais

de primeira necessidade (etiquetas, clipes, grampos, papéis, pastas, etc.); retirada da prateleira

de telefone, onde o mesmo poderá ser colocado sob a mesa da recepção ou sob o aparador;

propões-se fazer um remanejamento da atividade de limpeza dos prontuários, que segundo o

fluxo percebido nas observações assistemáticas, seria possível remanejarem os funcionários

da limpeza que antes ficavam espalhados por este setor, para a Sala de Acervo (Figura 33).

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Estantes MóveisEstantes de ferroMesasCadeirasJanelasAparador

Figura 36 – Sugestão de Modificação do Layout da Sala de Recepção

A Sala de Acervo (Figura 37) possui um mobiliário também ultrapassado, com as

mesmas estantes de sistema de trilhos. Os equipamentos mais atuais são as estantes de ferro,

que em sua maioria são novas, porém para um sistema de arquivamento e desarquivamento

com uma demanda muito grande que é o caso do hospital em estudo, é aconselhável o uso de

estantes móveis. Os computadores datam de 1998, as cadeiras, as bancadas e as prateleiras

datam do ano de 2000.

A área é ventilada por 3 ventiladores, possui janelas altas, mas não são abertas,

possui 11 pontos de iluminação, onde se percebeu nas observações assistemáticas, algumas

lâmpadas queimadas, possui uma geladeira muito antiga e enferrujada. Dentre as três salas,

somente na Sala de Acervo possui extintor de incêndios (1 unidade). O tipo de piso na área

dos trilhos é emborrachado, e pelo desgaste está soltando do chão, possuindo pontas suspensas

e rasgadas, ocasionando o desequilíbrio dos funcionários. Nesta sala, os funcionários não

permanecem o tempo todo, só se deslocam para lá quando necessitam de algum prontuário.

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Estantes Móveis nos trilhosEstantes de ferroColunasGeladeiraJanelasDivisória de PVCArmários de MadeiraExtintor de Incêndio

Projeção da Rampa

Desnível

Figura 37 – Layout Atual da Sala de Acervo

Figura 38 – Sala de Acervo

Para a Sala de Acervo, propõe-se mudança na posição dos trilhos que formam um

grande corredor, aumentando a circulação, onde de acordo com “Estándares

Antropométricos” de Panero e Zelnik (1984), eram inadequadas; propõem-se ainda a troca

das estantes ultrapassadas por modelos mais modernos, as mesmas da sala de recepção

(Figura 34 e 35); criação de um ambiente fechado com refrigeração e um aparelho de

purificação do ar, para a limpeza dos prontuários; propõe-se ainda para a limpeza a utilização

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de um aspirador de pó portátil, e que os funcionários realizem essa atividade utilizando EPIs

(luvas e máscaras); retirada de móveis desnecessários e já deteriorados (armários de madeira);

criação de uma bancada para os funcionários da limpeza; reorganização das estantes de ferro,

para acomodação dos prontuários limpos (Figura 39).

Estantes Móveis nos trilhosEstantes de ferroColunasGeladeiraJanelasDivisória de PVCCadeirasExtintor de Incêndio

Projeção da Rampa

Desnível

Balcão para limpeza-Prontuários

Figura 39 – Sugestão de Modificação do Layout da Sala de Acervo

A Sala de Pesquisa (Figura 40) é a última sala do Setor SAME e é a única

refrigerada. É nesta sala que os funcionários permanecem a maioria do tempo, aqui é feito o

arquivamento e o desarquivamento dos prontuários dos pacientes, a revisão das agendas dos

médicos, ou seja, nesta sala é realizada a separação de todos os prontuários solicitados pelo

ambulatório (utilizados pelos médicos). Possui as estantes com o mesmo sistema de trilhos, e

uma de ferro, todos os postos com cadeiras são ocupados, e possui um carrinho de

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supermercado, que é utilizado para o transporte dos prontuários para os ambulatórios, possui 3

computadores, uma impressora e um telefone que fica na mesa do computador.

Estantes retiradas dos trilhosEstantes de ferroMesasCadeirasJanelas

Projeção da Rampa

Porta de entradaAr CondicionadoDivisória de PVCPortasBancadas

VigaPrateleiras para Fichário

Figura40– Layout Atual da Sala de Pesquisa

Figura 41 – Sala de Pesquisa

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Para a Sala de Pesquisa (Figura 42), as propostas não se diferenciam muito das

demais salas como: a troca das estantes móveis por outro modelo mais moderno (Figura 34 e

35); troca do ar condicionado, pois o existente já não tem um bom funcionamento; retirada de

móveis desnecessários e já deteriorados (algumas mesas e cadeiras), sendo substituídos por

bancadas e cadeiras novas e confortáveis. Segundo Grandjean (1998), considera que as

cadeiras devem ser adaptáveis tanto para o trabalho tradicional de escritório como para o uso

em terminais de computadores, devido a esse fator recomenda-se uma cadeira “padrão”, que

atendas a qualquer necessidade, essa medida deverá ser adotada nas três salas do SAME.

Propõe-se ainda a substituição do carrinho atual (carrinho de supermercado) (Figura 41), por

um que seja apropriado para a atividade realizada (transporte dos prontuários para os

ambulatórios) (Figura 43). Como soluções, temos ainda a criação de uma só bancada para os

computadores, e por fim a aquisição de mais um computador. No Apêndice A encontram-se

todas as plantas, unindo as salas, formando o setor SAME, no layout atual e as modificações.

Estantes retiradas dos trilhosEstantes de ferroBancadasCadeirasJanelas

Projeção da Rampa

CarrinhoAr CondicionadoDivisória de PVCLixo

VigaPrateleiras para Fichário

Bancadas

Figura 42 – Sugestão de Modificação do Layout da Sala de Acervo

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Figura 43 – Sugestão de carrinho para transporte dos prontuários

Nessa sala (pesquisa), os funcionários passam a maior parte do tempo nos postos

com computadores, o que causa constrangimentos ergonômicos devido ao mobiliário

inadequado para os mesmos.

Um posto de trabalho com computadores existem várias variantes que afetam no

desempenho da atividade como: postura, posição dos equipamentos, tipo de mobiliário,

acabamento dos mesmos etc. (Figura 44).

Figura 44 – Posição adequada em um posto com computadores

Fonte: www.ccohs.ca

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6 Considerações finais

A pesquisa teve como objetivo observar e avaliar o trabalho do profissional

arquivista do setor SAME de um hospital em São Luís (MA).

Com os objetivos específicos, pretenderam-se realizar uma intervenção

ergonômica proposta por Guimarães (1999), para identificar constrangimentos ergonômicos

no setor SAME, previamente percebidos nas observações assistemáticas e propor

recomendações, adaptações e/ou soluções preliminares para os problemas diagnosticados.

Para a validação desses constrangimentos foram usadas técnicas de pesquisa

descritiva por meio de observações sistemáticas de acordo com a técnica de análise das

posturas assumidas com o REBA (Rapid Entire Body Assessment), pela avaliação subjetiva de

desconforto/dor através do mapa de regiões do corpo proposta por Corlett (1995), avaliação

da carga mental com a técnica NASA/TLX – Task Load Index, e ainda uma adaptação do

questionário proposto por Fogliatto e Guimarães (1999).

Os resultados obtidos através da comparação dos diagramas da técnica REBA

(Rapid Entire Body Assessment) revelaram que as posturas adotadas pelos funcionários

causam constrangimentos ergonômicos. O questionário de Fogliatto e Guimarães (1999)

mostrou um elevado índice de insatisfação, onde os que ficaram abaixo da média foram os

itens relacionados ao físico ambiental (qualidade do ar, temperatura ventilação e iluminação),

relacionados à biomecânica (espaço para os funcionários, esforço para movimentar as

estantes, espaço para acomodação dos prontuários e postura ocupacional), relacionados ao

posto de trabalho (risco de acidentes, quantidade dos EPIs, trabalho em local fechado,

segurança no local de trabalho e posto de trabalho), relacionados à organização do setor

(número de funcionários) e por fim relacionados ao desconforto/dor (dores nas costas, sentir-

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se cansado, dores nos braços, dores nas pernas, dores no pescoço e nas mãos, quanto às dores

nos pés e na cabeça mostraram-se um pouco mais satisfeitos).

A presente pesquisa envolveu uma população de 14 funcionários, onde 1 é

bibliotecária/ arquivista (coordenadora do setor), 1 é datilógrafo, 2 auxiliares de serviços

gerais, 1 agente de portaria, 2 agentes de vigilância, 3 auxiliares de serviços operacionais e 4

auxiliares administrativos. Como resultado da pesquisa foram propostas recomendações

ergonômicas preliminares que sugere desde reorganização dos equipamentos e mobiliários do

setor, até proposta de aquisição de novos equipamentos.

As propostas para de soluções encontradas na presente monografia, são

preliminares, pois a pesquisa encontra-se em andamento. Apesar disso, pode-se notar a

presença de constrangimentos ergonômicos no SAME do hospital supracitado. Espera-se, em

breve, relatar sobre os resultados das etapas posteriores (projetação, testes e implementação)

com o intuito de melhorar as condições de trabalho dos funcionários do referido setor.

6.1 Sugestões de pesquisas

Considerando-se que as possibilidades de pesquisas no setor SAME são inúmeras,

sugerem-se algumas pesquisas posteriores.

- O fluxo dos funcionários deve ser estudado com maior preocupação, se possível

pensar em uma organização do espaço arquitetural, para que se obtenha uma melhor

otimização da tarefa.

- A possibilidade de criação de novos mobiliários projetados, baseados em estudos

mais aprofundados da antropometria.

- Integrar os resultados de técnicas quantitativas (Pressão arterial média - PAM

(sistólica e diastólica), freqüência cardíaca (FC), catecolaminas (Na/A)) e semi-qualitativas

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para avaliação de posturas e carga física (REBA, utilizando registros em vídeo de postura,

para o software REBA, versão 1.3), aos resultados de técnicas qualitativas (questionários,

entrevistas abertas, observações assistemáticas, NASA/TLX,).

- E por fim, dar continuação à pesquisa, finalizando as etapas seguintes à diagnose

(projetação, testes e implementação).

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REFERÊNCIAS

ADORNO, L. R. Ergonomia. Processo Macroergonômico. Disponível na Internet. <http://www.zeroacidente.com.br.htm> 08 de novembro de 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 1.3961 – setembro de 1997

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 5413 – Iluminância de Interiores

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ANEXOS

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ANEXO A – Exemplo do questionário de validação adaptado para aplicação aos funcionários

do setor SAME durante a fase I da presente monografia.

Questionário de validação SETOR: SAME (Serviço de Arquivo Médico e Estatística) do

Hospital Universitário da UFMA

Prezado (a) Sr (a)

Este questionário não é obrigatório, mas sua opinião sobre o seu trabalho É MUITO IMPORTANTE. Solicito, então, que você preencha com sua idade e tempo de trabalho nos quadros abaixo e marque com um X, na escala (conforme o Exemplo de preenchimento), a resposta que melhor representa sua opinião com relação aos diversos itens apresentados.

Não escreva seu nome no questionário. As informações são sigilosas e servirão para o trabalho que está sendo desenvolvido pelo Hospital Universitário da UFMA em parceria com o Departamento de Desenho e Tecnologia da UFMA. Muito obrigado. Idade Sexo: Masculino Feminino

Destro Canhoto

Turno de trabalho Abaixo segue um modelo exemplificando o preenchimento: Cor da roupa de cirurgia

• Marque na escala qual a sua opinião quanto às seguintes questões.

Especialidade

Tempo de trabalho

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1. Temperatura no seu ambiente de trabalho

2. Ventilação no seu ambiente de trabalho

3. Qualidade do ar no seu ambiente de trabalho (gás, mofo, etc.)

4. Ruído no seu ambiente de trabalho

5. Iluminação no seu ambiente de trabalho

6. Segurança no seu ambiente de trabalho

7. Qualidade dos equipamentos de segurança (EPIs, extintor de incêndio...)

8. Quantidade dos equipamentos de segurança

9. Tempo que fica de pé durante o trabalho para localização de prontuários

10. Postura ocupacional durante o trabalho

11. Esforço físico para movimentar as estantes

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12. Espaço (layout) para circulação dos funcionários

13. Espaço para acondicionamento dos prontuários

14. Posto de trabalho

15. Trabalhar em recinto fechado (isolamento)

16. Qualidade dos materiais para realização das tarefas (pincel, pastas, etc.)

17. Quantidade dos materiais para realização das tarefas (pincel, pastas,

etc.)

18. Qualidade da alimentação

19. Horário (pausas) para refeições no trabalho

20. Carga horária de trabalho

21. Flexibilidade nos horários de trabalho (folgas, intervalos).

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22. Ter que lidar com atividades diferentes (trabalho muito variado)

23. Integração entre os colegas de trabalho

24. Respeito por parte do diretor do setor

25. Respeito por parte dos colegas de outro setor

26. Número de funcionários disponíveis para a realização do trabalho

27. Trabalho em equipe

28. Grau de riscos de acidentes (materiais contaminantes)

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• Marque na escala abaixo o que você sente durante seu trabalho:

1. No seu trabalho você sente dor nos braços?

2. No seu trabalho você sente dor nas mãos?

3. No seu trabalho você sente dor nas pernas?

4. No seu trabalho você sente dor nos pés?

5. No seu trabalho você sente dor nas costas?

6. No seu trabalho você sente dor no pescoço?

7. No seu trabalho você sente dor na cabeça?

8. Ao final do dia de trabalho você se sente cansado?

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• Marque na escala abaixo o que você acha do seu trabalho 1. Quanto de esforço físico é exigido no seu trabalho?

2. Quanto de esforço mental é exigido no seu trabalho?

3. Seu trabalho é monótono?

4. O seu trabalho é limitado?

5. O seu trabalho é criativo?

6. O seu trabalho é dinâmico?

7. O seu trabalho é estimulante?

8. O seu trabalho envolve responsabilidade?

9. O seu trabalho faz você se sentir valorizado?

10. Você sente pressão psicológica por parte da chefia?

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11. Você sente autonomia na realização do seu trabalho?

12. Você acha que seu trabalho envolve risco?

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ANEXO B – Diagramas e escores dos segmentos corporais definidos pelo REBA.

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ANEXO C – Mapa de Regiões do Corpo –escala de desconforto/dor do Corlett.

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ANEXO D – Exemplo do questionário NASA/TLX adaptado para aplicação aos funcionários

do setor SAME durante a fase II da presente monografia.

Questionário de validação da carga de trabalho

Prezado (a) Sr (a)

Este questionário não é obrigatório, mas sua opinião sobre o seu trabalho É MUITO IMPORTANTE. Solicito, então, que você preencha com sua idade e tempo de trabalho nos quadros abaixo. A seguir, solicito que marque com um X, entre os pares relacionados, o fator que mais representa a carga de trabalho durante a realização do seu trabalho (conforme o Exemplo 1 de preenchimento na página seguinte). Por fim, solicito que marque com um X, na escala apresentada, a resposta que melhor representa sua opinião com relação aos diversos itens apresentados (conforme o Exemplo 2 de preenchimento na página seguinte). Não escreva seu nome no questionário. As informações são sigilosas e servirão para o trabalho que está sendo desenvolvido pela sua empresa em parceria com o NEPP/DeDET/UFMA.

Muito obrigado.

Idade Sexo: Masculino Feminino Destreza: Destro Canhoto

Especialidade/Setor

Tempo de

trabalho

Abaixo seguem dois modelos exemplificando o preenchimento:

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EXEMPLO 1

EXEMPLO 2

1. Demanda Mental no seu trabalho

Demanda Mental x Demanda Física

Demanda Temporal x Demanda Física

Demanda Temporal X Nível de Frustração

Demanda Temporal X Demanda Mental

Performance X Demanda Física

Demanda Temporal X Esforço (físico e mental)

Performance X Demanda Mental

Nível de Frustração X Demanda Física

Performance X Nível de Frustração

Nível de Frustração X Demanda Mental

Esforço (físico e mental) X Demanda Física

Performance X Esforço (físico e mental)

Esforço (físico e mental) X Demanda Mental

Demanda Temporal X Performance

Esforço (físico e mental) X Nível de Frustração

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• Marque um dos fatores, entre os pares abaixo, que você considera como a fonte mais significativa para a carga de trabalho durante a realização de suas tarefas.

Demanda Mental– atividade mental requerida para a realização do trabalho; Demanda Física – atividade física requerida para a realização do trabalho Demanda Temporal– nível de pressão imposto para a realização do trabalho; Performance – nível de satisfação com o desempenho pessoal para a realização do trabalho; Esforço – o quanto que se tem que trabalhar física e mentalmente para atingir um nível desejado de performance ou desempenho; Nível de Frustração – nível de fatores que inibem a realização do trabalho (insegurança, irritação, falta de estímulo, estresse, contrariedades).

Demanda Mental x Demanda Física

Demanda Temporal x Demanda Física

Demanda Temporal X Nível de Frustração

Demanda Temporal X Demanda Mental

Performance X Demanda Física

Demanda Temporal X Esforço (Físico e Mental)

Performance X Demanda Mental

Nível de Frustração X Demanda Física

Performance X Nível de Frustração

Nível de Frustração X Demanda Mental

Esforço (físico e mental) X Demanda Física

Performance X Esforço (físico e mental)

Esforço (físico e mental) X Demanda Mental

Demanda Temporal X Performance

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• Marque na escala qual a sua opinião sobre o nível de influência dos fatores

abaixo para a realização do seu trabalho. 29. Demanda Mental no seu trabalho

30. Demanda Física no seu trabalho

31. Demanda Temporal no seu trabalho

32. Performance ou desempenho no seu trabalho

33. Esforço (Físico e Mental) no seu trabalho

34. Nível de Frustração no seu trabalho

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ANEXO E – Exemplo de tratamento de dados da técnica NASA/TLX.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Planta baixa do setor SAME de um hospital - layout atual e

sugestões de mudança

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APÊNDICE B – Fluxograma da análise da tarefa

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