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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E RECURSOS NATURAIS DANIEL PONTES DE OLIVEIRA GEOQUÍMICA DO SISTEMA SOLO-ÁGUA-PLANTA EM UMA ÁREA IMPACTADA POR REJEITO DA MINERAÇÃO DE COBRE FORTALEZA 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E RECURSOS NATURAIS

DANIEL PONTES DE OLIVEIRA

GEOQUÍMICA DO SISTEMA SOLO-ÁGUA-PLANTA EM UMA ÁREA IMPACTADA

POR REJEITO DA MINERAÇÃO DE COBRE

FORTALEZA

2018

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DANIEL PONTES DE OLIVEIRA

GEOQUÍMICA DO SISTEMA SOLO-ÁGUA-PLANTA EM UMA ÁREA IMPACTADA

POR REJEITO DA MINERAÇÃO DE COBRE

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ecologia e Recursos Naturais

da Universidade Federal do Ceará, como

requisito à obtenção do título de Doutor em

Ecologia e Recursos Naturais. Área de

concentração: Ecologia e Recursos Naturais.

Orientador: Prof. Dr. Tiago Osório Ferreira.

FORTALEZA

2018

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Federal do Ceará

Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

O46g Oliveira, Daniel Pontes de.

Geoquímica do sistema solo-água-planta em uma área impactada por rejeito da mineração

de cobre / Daniel Pontes de Oliveira. – 2018.

111 f. : il. color.

Tese (doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Programa de Pós-

Graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Fortaleza, 2018.

Orientação: Prof. Dr. Tiago Osório Ferreira.

1. Elementos Metálicos. 2. Contaminação. 3. Plantas Metalófitas. I. Título.

CDD 577

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DANIEL PONTES DE OLIVEIRA

GEOQUÍMICA DO SISTEMA SOLO-ÁGUA-PLANTA EM UMA ÁREA IMPACTADA

POR REJEITO DA MINERAÇÃO DE COBRE

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ecologia e Recursos Naturais

da Universidade Federal do Ceará, como

requisito à obtenção do título de Doutor em

Ecologia e Recursos Naturais Área de

concentração: Ecologia e Recursos Naturais.

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Prof. Dr. Tiago Osório Ferreira (Orientador)

Universidade de São Paulo (USP)

_________________________________________

Prof. Dr. Márcio Roberto Soares

Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

_________________________________________

Dra. Verónica Asensio Fandiño

Universidade de São Paulo (USP)

_________________________________________

Prof. Dr. Ricardo Espíndola Romero

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________

Profa. Dra. Francisca Soares de Araújo

Universidade Federal do Ceará (UFC)

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Aos meus pais, Francisco Antônio e Francisca

Antônia.

À minha esposa, Girlaine Martins.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me abençoado em todas as minhas empreitadas até aqui.

Ao Sr. Francisco Antônio Bezerra de Oliveira, meu Pai, e a Sra. Francisca Antônia

Pontes de Oliveira, minha Mãe, por todo amor e apoio concedidos.

À minha esposa, Girlaine, por embarcar comigo nessa viagem e me apoiar

incondicionalmente. Muito obrigado, Minha Linda.

Ao meu irmão Davi, sua esposa Jéssica e minha sobrinha Júlia, pelo carinho e

amizade.

Ao casal Francisco Venâncio e Eliene Martins, por todo apoio concedido.

Ao prof. Dr. Tiago Osório Ferreira, pela orientação, amizade, motivação e parceria

concedida durante o período de 2007 -2017.

Ao amigo Fábio Perlatti, por ter dado o ponta pé inicial com os trabalhos de

pesquisa na Mina de Cobre da Pedra Verde e preparado o caminho da mina para os demais.

Aos professores participantes da banca examinadora pelas críticas, colaborações e

sugestões valiosas.

Aos amigos Gabriel e Danilo, por terem, gentilmente, me recebido em sua

residência durante os três últimos anos.

Também agradeço ao casal Juliana e Hermano, por me receberem em sua

residência e pela amizade.

Ao Laboratório de Fitogeografia da UFC, em especial a doutoranda Fernanda

Kuelly e profa. Dra. Francisca Soares de Araújo pela ajuda concedida na coleta e identificação

das espécies de planta

Ao amigo Leandro Góia, pelo apoio na condução das análises químicas no

Laboratório de Mineralogia e Geoquímica.

Aos amigos do GEPGEOQ: Chico, Lucas Sartor, Laís, Leandro Almeida, “Forga”,

“Feno” e “Rádio” pelascolaborações no laboratório eamizade durante o período que estive em

Piracicaba-SP.

Aos amigos do PPGERN, Ricardo Tanus, Clarissa, Bruno Menezes e Clemir, pela

amizade e disponibilidade.

Aos amigo(a)s do PPGCS, pelo apoio e palavras de incentivo, são eles: Priscilla

Alves, Isabel Cristina, Adriana Guirado, Zé Filho, Sayali, Lucas, Galêgo, Israel Pinheiro,

Godofredo, Luiz, Rafaela Magalhães, Wilson, Eduardo (“Estatístico”), Cillas, Kaio, Marcão,

Gustavo e Thiago Costa.

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Ao amigo Timóteo, por ter abidicado de suas aulas do curso de Agronomia, em

alguns momentos, para me ajudar nas coletas de campo.

A profa. Dra. Arlete, pela ajuda com as análises de microcopia e sugestões.

Ao Dr. Emílio, da Central Analítica da UFC, pelas análises no MEV-EDS.

Aos profs. Ricardo Espíndola, Valdomiro Severino e Marcelo Metri por terem

colaborado com a minha formação profissional.

Aos amigos da Funceme, Antônio José, Tavares, Amilson e Vilalba, pela parceria

concedida aos longos dos últimos seis anos.

Aos amigos João Valdenor, André Rufino e Alexandre Reuber, pelas palavras de

incentivo e amizade.

Ao Sr. Walter do Ubari, por ter permitido coletar amostras de solo, rejeitos e

plantas em sua propriedade.

Ao Sr. Zezinho, pelo apoio nas coletas de campo e disponibilidade.

Agradeço à Universidade Federal do Ceará e ao PPGERN pela oportunidade e

apoio.

À CAPES, pela concessão da bolsa de auxílio financeiro durante o período de

doutoramento.

À USP-Esalq, pelo apoio concedido durante as análises físicas, químicas e

mineralógicas.

Pode a memória ter falhado e, por ventura, eu ter esquecido alguém! Minhas

sinceras desculpas.

Muito obrigado pela ajuda e compreensão, sem vocês esse trabalho não teria ido

ao papel!!

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“A persitência é o caminho do êxito”

(Charles Chaplin)

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RESUMO

Os impactos ambientais causados pela mineração são inevitáveis. Esses estão associados

principalmente as elevadas concentrações de elementos metálicos dispostos no ambiente. O

uso da fitorremediação para recuperação dessas áreas tem sido muito empregado devido ao

baixo custo e pouca utilização de produtos químicos. Neste sentido, o uso de espécies

adaptadas às condições edafoclimáticas são fundamentais no processo de recuperação dessas

áreas. Os objetivos deste trabalho foram: avaliar a dinâmica de cobre ao longo de um perfil de

solo e sob rizosfera de plantas nativas; identificar a presença de espécies abóreo/arbustivas,

bioacumuladoras de cobre e o risco de contaminação da cadeia alimentar. Em uma área

contaminada por rejeitos da mineração de cobre, amostras de solos foram coletadas ao longo

de um perfil de solo, na camada de zero a 20 cm e sob a rizosfera de plantas nativas. Amostras

de solo também foram coletadas em um bananal irrigado com água aduzida da mina de cobre.

Para identificar as espécies nativas na área, foi realizado um levantamento florístico.

Amostras de folhas e raízes das espécies nativas e de bananeiras foram obtidas. O fruto da

bananeira também foi coletado. Amostras de solo de uma área de referência foram obtidas

para fazer um comparativo com a área do bananal. As amostras de solo foram submetidas às

análises físicas e químicas de rotina, extração sequêncial de cobre e o teor biodisponível. As

amostras de tecido vegetal foram submetidas a digestão ácida (HNO3‐HClO4). Parte das

amostras foi submetidas às análises mineralógicas. Após análise dos dados, do perfil de solo,

verificou-se que os elevados teores de cobre na área estão, principalmente, associados aos

carbonatos e a matéria orgânica, concentrados nos horizontes superficiais, mesmo num solo

de textura franco-arenosa, indicando baixa mobilidade do íon ao longo do perfil. O uso de

água de mina, no cultivo da bananeira, favoreceu ao incremento de cobre na área irrigada,

bem como os níveis de cobre no fruto. A relação entre o teor de cobre nas folhas, das espécies

nativas, e o teor biodisponível no solo (BCF), evidencia que elas são fitoestabilizadoras.

Dentre as espécies, Bauhinia ugulata L apresentou potencial para ser utilizada em programas

de recuperação devido ao elevado teor de cobre associado à matéria orgânica na rizosfera da

referida espécie.

Palavras-chave: Elementos metálicos. Contaminação. Plantas metalófitas.

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ABSTRACT

The environmental impacts caused by mining activity are inevitable, which are associated

with a large content of metallic elements disposed on the environment. The use of

phytoremediation to ameliorate these areas has been used due to the low costs. Therefore, the

use of species adapted the local climate and soils conditions are very important to the success

of phytoremediation activities. The objectives of this study were: evaluate the copper dynamic

along of soil profile and assess the risk of orchard irrigation with mine water; identify arboreal

and shrub native species for copper bioaccumulation, and copper dynamic rhizosphere of

native species. In an area contaminated with copper mining wastes, soil samples were

collected along of soil profile and in the surface layer (0-20 cm); and at the rhizosphere of

native species. Soil samples also were collected in banana orchard irrigated with water

extracted of a copper mine. A floristic survey was performed to identify the plant species in

the area, and leaves and roots of the species were sampled. For the assessment the

contamination risk of food chain, soil samples of a site irrigated with mine water, and leaves,

roots and fruits of banana tree, were collected. The soil samples were submitted the physical,

chemical routine analysis, and copper fractionation. The plant tissue samples were submitted

the acid digestion (HNO3‐HClO4). A sub-samples were submitted the mineralogical analyzes.

High contents of copper were identified in study site, mostly associated with carbonates and

organic matter. These high copper levels were mainly restricted the surface horizons, even

with soil of coarser texture, thus indicating low mobilization along of soil profile. The use of

mine water in banana crop favored the increase of copper in irrigated area and the increase in

copper levels in banana fruits. The ratio between copper concentration in leaves and the

copper bioavailable in soil (BCF) evidence that species are potentially phytostabilizers. The

Bauhinia ugulata L shown potential to be used in recovery programs due the association with

Cu with organic matter in rhizosphere.

Keywords: Metallic elements. Contamination. Metallophytes.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 12

2 DINÂMICA DE MINERAIS E COBRE AO LONGO DE UM PERFIL DE

SOLO CONTAMINADO POR MINERAÇÃO....................................................... 17

3 RISK ASSESSMENT AND COPPER GEOCHEMISTRY OF NA ORCHARD

IRRIGATED WITH MINE WATER: A CASE STUDY IN THE SEMIARID

REGION OF BRAZIL………………………………............................................... 32

4 POTENCIAS ESPÉCIES BIOACUMULADORAS DE COBRE EM ÁREAS

CONTAMINADAS POR REJEITOS DA MINERAÇÃO DE COBRE............... 55

5 DINÂMICA DE COBRE SOB RIZOSFERA DE ESPÉCIES

ARBUSTIVO/ARBÓREAS EM ÁREAS CONTAMINADAS POR REJEITOS

DA MINERAÇÃO DE COBRE................................................................................ 75

6 CONCLUSÕES GERAIS ........................................................................................ 97

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 98

APÊNDICE A - DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DO PERFIL DE SOLO......... 111

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1 INTRODUÇÃO

A contaminação dos recursos naturais por elementos metálicos tem se

configurado como um dos grandes problemas a serem enfrentados pela humanidade

(AGUIAR; NOVAES; GUARINO, 2002). Esse fenômeno pode ocorrer de forma

natural, contudo ele é frequentemente observado próximo de áreas industriais, grandes

centros urbanos, áreas agrícolas, assim como em regiões circunvizinhas às áreas de

mineração (PÉREZ-SIRVENT et al., 2009; ZHANG; WRIGHT; BLANCHARD,

2009)). Indicando que as atividades antropogênicas são as principais vias de

contaminação do meio ambiente (ZHANG, X. et al., 2009).

Independente da fonte de poluição/contaminação, entender a dinâmica dos

contaminantes, sejam eles orgânicos ou inorgânicos, no ambiente, é primordial para

estabelecer as estratégias de recuperação de áreas impactadas. Especialmente, no que se

refere à contaminação por elementos metálicos (HORNER; CASTLE; RODGERS Jr.,

2011). Dentre esses elementos metálicos, encontram os metais traços que recebem tal

denominação devido a sua baixa concentração no ambiente (DUFFUS, 2002). O Cu,

Cd, Zn e Pb são exemplos desses elementos que apresentam na superfície terrestre

concentração abaixo de 0,01% (PÉREZ-SIRVENT et al.,2009; REDON et al., 2013).

O aumento da concentração total e biodisponível desses metais no ambiente

natural têm estreita relação com a crescente demanda por elementos metálicos para

produção de bens de consumo. O cobre, por exemplo, devido ao seu emprego em muitas

atividades é o terceiro elemento em demanda, no mundo (VIDAL; GOFFÉ; ARNDT,

2013; ZHANG et al., 2013; ZHOU et al., 2011; BLOWER; LEWIS; ZWEIT, 1996)).

O aumento na demanda gera, em uma escala maior, a produção de resíduos

decorrentes da retirada do material estéril e produção de rejeitos (MUDD; WENG;

JOWITT, 2013; GORDON, 2002). Para se ter uma ideia, o volume de rejeitos gerado

nos EUA em função da mineração, durante o período de 1910 a 1999, foi de 12.9 103

Mt, desse total, foram recuperados 15.3Mt de cobre (GORDON, 2002) Esses resíduos

podem conter, em suas estruturas, metais em concentração sufciente para alterar os

níveis naturais do solo (PERLATTI et al., 2014). No Brasil, o Conselho Nacional do

Meio Ambiente (CONAMA) é quem estabelece normas e critérios sobre atividdades

poluídoras e, por meio da resolução 460/2013, definiu que o valor de referência para

cobre no solo é 60 mg kg-1 (CONAMA, 2013).

O cobre (Cu2+), assim como outros metais traço que são micronutrientes,

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pode apresentar papel dualista, ou seja, ter ação benéfica promovendo o bom

funcionamento do ciclo de vida dos organismos, mas quando em elevadas

concentrações, pode causar toxidez (ALLOWAY, 2013). Para as plantas e outros

organismos vivos, o Cu2+ é um micronutriente essencial sendo elemento chave para

diversos processos enzimáticos, no entanto, quando presentes em elevadas

concentrações, causa toxidez (YRUELA, 2009; ZHANG et al., 2009). Adicionalmente,

elementos traço podem influenciar nos sistemas biológicos por meio da seleção de

espécies tolerantes às elevadas concentrações desses metais, influenciando na

biodiversidade local (MUDRAK; FROUZ; VELICHOVA, 2010). Um dos grandes

problemas associados à presença desses elementos no ambiente, em elevadas

concentrações, é o risco de degradação química do meio, assim como a contaminação

da cadeia alimentar.

A contaminação dos alimentos por metais pode ocorrer por diversas vias,

mas a principal forma, provavelmente, seja por meio do uso de águas contaminadas na

irrigação de culturas agrícolas (KHAN et al., 2008). O cultivo em locais próximo de

áreas impactadas por mineração, também pode favorecer o processo de contaminação

dos alimentos (ZHUANG et al., 2009), pois o material contaminante pode ser carreado

para áreas agrícolas por ação da erosão, deposição atmosférica e por contaminação do

lençol freático. Logo, estabilizar esses metais em solos com grande carga de metais é

fundamental para diminuir sua mobilidade (WUANA; OKIEIMEN, 2011) e,

consequentemente, evitar que ele possa atingir outros compartimentos da paisagem.

A estabilização pode ser realizada pela adição de compostos químicos ao

solo, por exemplo, calcário, mas também pode se pode ser realizada por técnicas verdes,

como a fitorremediação (BOLAN et al., 2014; WUANA; OKIEIMEN, 2011). A

fitorrermediação é uma técnica que faz o uso de plantas com o intuito de atenuar os

impactos causados por elevados níveis de contaminantes, como os elementos metálicos,

no meio (ALI; KHAN; SAJAD, 2013). Plantas com potencial para fitorremediação,

geralmente, crescem espontaneamente em áreas com elevadas concentrações de metais

(PRATAS et al., 2005), como aqueles oriundos de rochas ultramáficas e são

denominadas de metalófitas (ALI; KHAN; SAJAD, 2013), devido a sua capacidade de

acumular metais.

Na literatura evidencia-se a presença de plantas metal-tolerantes, metal-

indicadoras e por último as hiperacumuladoras (SHEORAN; SHEORAN; POONIA,

2011; BROOKS et al., 1976). As primeiras recebem esse nome devido à capacidade de

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acumular metais no sistema radicular, em contrapartida, as denominadas de metal-

indicadoras, refletem os teores de metais encontrados no solo. Já as plantas

hiperacumuladoras, como o prórpio nome destaca, acumulam elevadas concentrações de

metal em suas folhas. A identificação de metalófias nativas, no estrato arbustivo/abóreo,

sobre solos com elevada carga de resíduos da mineração de cobre, terá grande

importância para a estabilização de áreas impactadas pela mineração de cobre, em

condições de clima semiárido.

Hipóteses

1° Elevadas concentrações de cobre na supefície do solo favorecem o

incremento do metal em subsuperfície

2° O uso da água da mina de cobre altera os níveis de cobre do fruto da

bananeira.

3º Baseado na relação solo-planta, espera-se que as plantas metalófitas a

cobre apresentem elevados teores do cátion na parte aérea (folhas);

4º Na rizosfera, a ação das raízes favorece a alteração de mineral e afeta os

processos de biodisponibilização e mobilidade de Cu2+.

Objetivo Geral

Estudar a distribuição espacial do cobre (Cu) no solo e seu efeito na

distribuição de plantas metalófitas, bem como avaliar a dinâmica de cobre sob ação da

rizofera e o risco de contaminação de culturas agrícolas.

Objetivos específicos

Verificar a dinâmica do cobre (Cu2+) ao longo de um perfil de solo

contaminado por resíduos da mineração de cobre, avaliando o potencial de mobilização

do metal associado ao resíduo;

Verificar o risco de contaminação de frutos de bananeira irrigada com água

de mina;

Conhecer espécies nativas de plantas, de hábito arbustivo e abóreo, com

potencial para bioacumular cobre em áreas com elevados teores de cobre no solo;

Verificar o potencial de plantas nativas na alteração das propriedades

químicas e mineralógicas na rizosfera, além de determinar as características físicas e

químicas dos solos da área de estudo.

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REFERÊNCIAS

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applications. Chemosphere, v. 91, n. 7, p. 869-881, 2013.

ALLOWAY, B.J. Heavy metals in soils: Trace Metals and Mettaloids in Soils and their

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BLOWER, P. J., LEWIS, J. S., ZWEIT, J. Copper radionuclides and

radiopharmaceuticals in nuclear medicine. Nuclear medicine and biology, v. 23, n. 8,

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BOLAN et al. Remediation of heavy metal(loid)s contaminated soils – To mobilize or to

immobilize. Journal of Hazardous Materials, v. 266, p. 141-166, 2014.

BROOKS, R. R. et al. Detection of nickeliferous rocks by analysis of hervbarium

specimens of indicator plants. Journal of Geochemical Exploration, v. 7, p. 49-57,

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sobre critérios e valores orientadores de qualidade de solo. Brasilía/DF: Ministério do

Meio Ambiente. 2013.

DUFFUS, J. H. “Heavy Metals”- A meaningless term? Pure and Applied Chemistry,

v. 74, n. 5, p. 793-807, 2002.

GORDON, R. B. Production residues in copper technological cycles. Resources,

Conservation and Recycling, v. 36, n. 2, p. 87-106, 2002.

HORNER, J. E.; CASTLE, J. W.; RODGERS JR., J. H. A risk assessment approach to

identifying constituents in oilfield produced water for treatment prior to beneficial use.

Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 74, n. 4, p. 989-999, 2011.

KHAN, S. et al. Health risks of heavy metals in contaminated soils and food crops

irrigated with wastewater in Beijing, China. Environmental Pollution, v. 152, p. 686-

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MUDD, G. M.; WENG, Z.; JOWITT, S. M. A detailed assessment of global Cu resource

trends and endowments. Economic Geology, v. 108, n. 5, p. 1163-1183, 2013.

MUDRAK, O.; FROUZ, J.; VELICHOVA, V. Understory vegetation in reclaimed and

unreclaimed post-mining forest stands. Ecological Engineering, v. 36, n. 6, p.783-790,

2010.

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PÉREZ-SIRVENT, C. et al. Geochemical background levels of zinc, cadmiu and

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arid soils exposed to metal-bearing mine wastes. Science of Total Environment, v.

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PRATAS, J. et al. Plants growing in abandoned mines of Portugal are useful for

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ZHANG, X. Y. et al. Identification of soil heavy metal sources from anthropogenic

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ZHUANG, P. et al. Health risk from heavy metals via consumption of food crops in the

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2. DINÂMICA DE MINERAIS E COBRE AO LONGO DE UM PERFIL DE

SOLO CONTAMINADO POR MINERAÇÃO

RESUMO

Objetivo desse estudo foi avaliar a dinâmica de cobre ao longo de um perfil de solo

contaminado por rejeito da mineração de cobre. O perfil foi descrito morfologicamente

e as amostras de solo coletadas e enviadas ao laboratório para as determinações

químicas e físicas de rotina, fracionamento químico do cobre e extração do íon por

Mehlich 3. Análises mineralógicas foram realizadas nas amostras de solo ao longo do

perfil. O solo foi classificado como Cambissolo, apresentando baixos valores pH e alta

saturação por alumínio. Os dados de DRX evidenciam a presença de qaurtzo, feldspato,

malaquita, pseudomalaquita e calcocita, na camada de rejeitos. Nos horizontes

subjacentes, quartzo e caulinita foram identificados. A extração sequencial evidenciou o

cobre, principalmente, associado aos carbonatos e matéria orgânica. Embora o perfil de

solo apresente elevado conteúdo de areia e baixos valores de pH a concetração de cobre

em subsupefície foi baixa, evidenciando baixa mobilidade de Cu dentro do perfil.

Palavras-chave: DRX. Rejeitos de mineração. Mobilização de cobre.

ABSTRACT

This study aims to evaluate the copper dynamic through a soil profile contaminated by

mining wastes. The soil profile was morphologically described and the soil samples

collected and analyzed for chemical and physical routine determinations, copper

fractionation and copper by Mehlich 3. Mineralogical analysis were performed. The soil

was classified as Cambisol, showing low pH and high aluminum saturation. The XRD

patterns of waste layer indicated the presence of quartz, feldspar, malachite,

pseudomalachite and chalcocite, which were not observed in subsurface horizons. The

higher pseudo-total and bioavailable Cu contents were recorded on the three upper soil

horizons, whereas the sub surficial horizons presented lower content. The sequential

extraction indicated that Cu was mainly associated with carbonates and organic matter.

Although the soil profile presents a high sand content and low pH, the content of copper

in subsurface was low indicating a low mobility of Cu within the soils.

Keywords: XRD. Mining waste. Copper mobilization.

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INTRODUÇÃO

O incremento de Elementos Metálicos (EMs) no ambiente pode ocorrer

naturalmente via intemperismo do material de origem, mas em muitos casos ele está

associado com as atividades antrogpogênicas (LEUNG et al., 2006; BI et al., 2006).

Dentre as atividades, a mineração destaca-se devido a degradação física e química do

ambiente. A primeira é associada com o alto volume de material retirado até chegar ao

minério. A química está associada com o aumento da concentração de EMs, geralmente

associados com os rejeitos de mineração, apresentando concentrações acima do limite

estabelecido pelas agências de regulação ambiental, em locais adjacentes as áreas de

mineração (WONG, 2003; CONAMA, 2013).

Normalmente, os rejeitos de mineração são estocados em barragens de

contenção ou pilhas que aumentam exponencialmente de volume devido à quantidade

de material processado para obtenção do minério para atender a demanda do mercado.

Essas estruturas, por ação dos agentes de intemperismo, podem colapsar ou erodir

resultando em poluição do ambiente e diminuição da biodiversidade nas regiões a

jusante da fonte de contaminação (GARCIA et al., 2017; PERLATTI et al., 2014).

Esses rejeitos, embora processados, podem apresentar concentrações de

EMs em quantidade suficiente para promover a contaminação do ambiente, conforme

evidências de alguns estudos (PASSARIELLO et al., 2002; NOLI; TSAMOS, 2016).

Esses quando em contato com um novo ambiente, podem ser submetidos a processos de

intemperismo, ligeiramente mais agressivos, como por exemplo, ação de ácidos

orgânicos que favorecem a dissolução de minerais devido aos baixos valores de pH

(SOUISSI et al., 2014), portanto, incrementando a concentração de metais no local onde

foram dispostos, podendo contaminar os recursos naturais e possivelmente a cadeia

alimentar, a jusante da fonte de contaminação (NOLI; TSAMOS, 2016).

Neste sentido, antes de elaborar uma proposta para recuperação de uma área

degradada é necessário avaliar a extensão da contaminação do recurso. O principal

objetivo desse estudo foi caracterizar um perfil de solo contaminado por rejeitos da

mineração de cobre e avaliar a dinâmica de minerais e de cobre ao longo do mesmo.

MATERIAL E MÉTODOS

A área de estudo fica localizada em um fragmento florestal próximo da

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antiga mina de cobre da Pedra Verde, em Viçosa do Ceará, especificamente no distrito

de General Tibúrcio (Figura 1A). A mina de cobre da Pedra Verde foi intesamente

explorada até o final da década de 80, gerando grande quantidade de resíduos, que

foram estocados em pilhas (Figura 1B). Essas, em função da ação dos agentes

intempéricos, essas pilhas erodiram contaminando os recursos naturais a jusantes.

O município de Viçosa do Ceará-CE é caracterizado por dois tipos

climáticos: Tropical Quente Semiárido, nas porções baixas do município e Tropical

Quente Subúmido no planalto (IPECE, 2007). O período chuvoso é concentrado entre

os meses de janeiro a maio, com precipitação média anual de 980 mm, e temperatura

variando de 34 a 20 °C (Figura 1C; FUNCEME, 2016; IPECE, 2007).

A cobertura pedológica da região é composta por Latossolos originados do

arenito em relevo suave-ondulado, argissolos em posição de encosta com declive de 3%

, com influência de saprólito de gnaisse. Também são encontrados na região neossolos

flúvicos e quartzarênico, este sobre influência do arenito (BRASIL, 1973).

Figure 1 – (A) Localização da área de estudo;(B) Pilha de rejeitos; (C) Gráfico climático

evidenciando distribuição de precipitação e temperatura ao longo do ano.

A vegetação regional é composta por Floresta Ombrófila, no topo da

Chapada, na porção oeste domina o Carrasco, e na porção leste a vegetação é composta

por Floresta Estacional Semidecídua fazendo fronteira com a Caatinga (IBGE, 2004).

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Amostragem do solo

Um perfil de solo foi estabelecido em uma área de fragmento florestal

contaminado por rejeitos da mineração de cobre. O perfil de solo (1.50 x 1.80 x 0.90 m)

foi estabelecido e descrito conforme Santos et al. (2005). Após a descrição as amsotras

foram devidamente coletadas, identificadas e armazenadas em sacos plásticos. Baseado

na descrição morfológica e de posse dos resultados das análises físicas e químicas, o

perfil foi classificado de acordo com Sistema Brasileiro de Classificação (EMBRAPA,

2013) e WRB (IUSS Working Group, 2014).

Análises físicas e químicas

A distribuição do tamanho de partículas foi realizada pelo método da pipeta

(GEE; BAUDER, 1986). A condutividade elétrica foi determinada no extrato de

saturação, utilizando um condutivímetro. O pH do solo foi determinado em água e KCl

(1 mol L-1) na proporção de 1:2,5.

Para a extração dos cátions divalentes trocáveis (Ca2+ and Mg2+) e acidez

trocável (Al3+), foi utilizada a solução de KCl (1M) como extratora. Na+ and K foram

extraídos do complex de troca com solulção de Mehlich (0,05 mol L-1HCl e 0,0125 mol

L-1 H2SO4) e determinado no fotômetro de chama. Posteriormente foi calculado a Soma

de Bases (SB), Capacidade de Troca de Cátions (CTC), saturação por bases (V%) e

saturação por alumínio (m%) (EMBRAPA, 2011).

O fósforo disponível foi extraído com Mehlich 1 e determinado por

colorimetria, na presença de ácido ascórbico (EMBRAPA, 2011). A matéria orgânica foi

determinada pelo método da mufla (450 °C; 3horas).

A acidez potencial (Al3+ + H+) foi extraída com solução de acetato de cálcio

(0.05 M (CH3COO)2Ca.H2O) e determinada por colorimetria (NaOH, 0,025 M), na

presença do indicador fenolftaleína à 3% (EMBRAPA, 2011).

Extração seqüencial e cobre biodisponível

A dinâmica de cobre ao longo do perfil de solo foi avaliada fazendo uso da

extração seqüencial, que foi inicialmente proposta por Tessier et al (1979). A extração

foi realizada a partir da combinação de métodos adapatados as condições dos solos

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tropicais e objetivando a dissolução de minerais sulfetados (GIMENO-GARCÍA et al.,

1995; SIREGAR et al., 2005; SILVEIRA et al., 2006). Contudo, diferindo desses na

extração de cobre associadas aos óxidos de ferro cristalino (PERLATTI et al., 2014)

(2014). O procedimento foi realizado com seis frações, utilizando 1 g de solo, conforme

descrito a seguir: Fração trocável (CuEX) – extraído com MgCl2 1 mol L-1 em pH 7,0;

ligado aos carbonatos (CuCAR)– extraído com NaOAC 1 mol L-1 a pH 5,0; ligado a

matéria orgânica (CuMO) – extraído com NaOCl a 6% em pH 8,0; ligado aos óxidos de

ferro amorfos (CuAM) – extraído com solução de ácido (0,2 mol L-1) + oxalato de

amônio (0,2 mol L-1) a pH 3,0; ligado aos óxidos de ferro cristalinos (CuOX) – extraído

com solução de citrato de sódio (0,25 mol L-1) + bicarbonato de sódio (0,11 mol L-1) + 3

g de ditionito de sódio; ligado aos sulfetos (CuS) – extraído com HNO3 4mol L-1. A

partir do somatório das frações acima citadas (∑ 𝑥𝑖𝐶𝑢𝑆𝑖= 𝐶𝑢𝐸𝑋 ) obtém-se o teor pseudo-total.

Adicionalmente foi extraído o cobre com Mehlich 3 (0.2mol L-1 CH3COOH

– 0.25mol L-1 NH4NO3 – 0.015mol L-1 NH4F – 0.013mol L-1 HNO3 – 0.001mol L-1

EDTA; MEHLICH, 1984), que representa o cobre que potenciamente pode estar

disponível para interação com os organismos.

Análises mineralógicas

As amostras da camada rejeitos sobre o solo e de horizontes pedogenéticos

foram submetidas a análise mineralógica para identificar os minerais presentes ao longo

do perfil de solo. Os picos de difração foram obtidos de amsotras total sem tratamento.

Os tratamentos foram evitados devido a possibilidade de dissolução de algumas fases

minerais, portanto, eliminando picos de interesse. As amsotras foram homgeneizadas

em gral de ágata e, posteriormente, peneiradas (0,5 mm). Feito isso, as amostras foram

montadas em local apropriado e os picos obtidos no intervalo de 3 a 50 °θ com passo de

0,02 °2θ e 1,0 s/step.

Análise de dados

A interpertação dos dados obtidos pela difração de raios x, foi realizada

utilizando uma tabela de picos de difração de minerais (CHEN, 1977). Para avaliar a

contaminação ao longo do perfil de solo, foi realizada uma análise de componentes

principais (PCA), com os dados da extração sequencial e as variáveis que podem afetar

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a dinâmica de metais ao londo do perfil de solo (pH do solo, areia, argila e matéria

orgânica).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Caracterização geral do solo

Na tabela 1, encontram-se dados da descrição morfológica (cor e

profundiadade), físicos e químicos do perfil de solo, que foi poluído com rejeitos da

mineração de cobre. Mais informações sobre as descrições morfológicas encontram-se

em apêndice.

Tabela 1 – Caraterização física e química do perfil de solos contaminado por rejeito da

mineração de cobre Horiz Prof. Cor pH K+2 Mg+2 Ca+2+Mg+2 Al3+ SB

cm H2O KCl1 cmolc kg-1

Rejeito 21-0 - 5.1 4,02 1.7 0,5 1,1 0,8 1,27

AEb 0-11 7,5YR

3/4

4.9 4,09 0,13 0,4 0,6 0,9 0,73

E 11-25 7,5YR

3/4

4.7 3,84 0,13 0,2 0,3 1,3 0,43

EB 25-36 7,5YR

3/4

4.6 3,72 0,13 0,3 0,5 1,3 0,63

BE 36-51 5YR 4/4 4.7 3,82 0,09 0,2 0,3 1,5 0,39

Bi1 51-70 5 YR 4/6 4.7 3,72 0,12 0,3 0,5 1,9 0,62

Bi2 70-91+ 5YR 4/6 4.8 3,76 0,09 0,5 0,8 1,7 0,89

Horiz CTC M.O P(avail) V% m% C.E.. Areia Silte Argila

cmolckg-

1

% mg kg-1 µS

cm-1

%

Rejeito 5,37 3.6 5.0 24 39 0.07 74.9 10 15.1

AEb 3,53 3.7 22 21 55 0.03 72.1 15.3 12.5

E 3,41 2.9 3 13 75 0.04 66.2 21.3 12.5

EB 3,33 2.4 3 19 67 0.05 63.7 21.3 15.1

BE 2,89 3.4 <1.6 13 79 0.04 60.8 21.6 17.6

Bi1 3,32 4.5 <1.6 19 75 0.04 59.1 20.7 20.1

Bi2 3,49 3.1 2 26 66 0.03 55.6 21.7 22.7

Legenda: EB - Sona de bases; CTC – Capacidade de troca de cátions; M.O%. – Matéria

orgância; P(avail). PFósfóro disponível; v% –Saturação por bases; m% - Saturação por

alumínio; C.E, -Condutividade elétrica.

Conforme observado na descrição morfológica, não foi observada a

presença do horizonte A. A ausência desse horizonte pode estar associada com o

processo de erosão da pilha de rejeitos sobre a superfície do solo. Ao longo do perfil de

solo, observa-se um avermelhamento em profundidade. Cores avermelhadas indicam a

presença de um ambiente oxidante e presença da hematita na fração argila.

Os valores de pHH2O do solo variaram de 4,6 á 5,1 (0,5 unidade), a mesma

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tendência foi observada nos valores de pH em KCl. Segundo WRB (2014), os valores

de pH indicam que o solo apresenta reação ácida, nestas condições de pH, normalmente

a saturação por bases é < 50% (Tabela 1), favorecendo a presença de Al3+ no complexo

de troca. Além disso, em baixos valores de pH a mobilidade dos metais pesados

aumenta (KABATA-PENDIAS, 2011). O conteúdo de matéria orgânica (MO) variou de

4,5 à 4,2% (Tabela 1). Em relação a ditribuição de partículas ao longo do perfil de solo,

observa-se um perdomínio de partículas da fração areia em todos os horizontes, mas nos

horizontes subajcente há um ligeiro incremento de partículas finas. No processo de

descrição morfológica, verificou-se que fragmentos de rocha de vários tamanhos

distribuiam-se através do perfil (Figura 2A).

A primeira camada do pefil de solo é composta por rejeitos da mineração de

cobre, que foram depositados após o colapso das pilhas. A camada apresenta espessura

média de 20 cm com coloração cinza. Em relação aos horizontes do solo, a camada de

rejeito apresentou valor de pH ligeiramente superior ao dos horizontes de solo e maior

concentração de cátions trocáveis, e consequentemente, menor concentração de

alumínio trocável (Tabela 1). O conteúdo de partículas grosseiras foi maior na camada

de rejeitos, quando comparado aos horizontes subjacentes.

Tendo por base a descrição morfológica, os dados de caracterização física e

química e a chave de classificação de solos (SiBCS, 2013) o perfil foi classificado como

CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico. Conforme critérios de WRB (2014), o

perfi de solo foi classifciado como Skeletic Cambisols (Alumic, Toxic). Em associação

com essa classe de solo é comum a presença de NEOSSOLOS LITÓLICOS (SiBCS,

2013).

Composição mineralógica do perfil de solo

Os dados de difração de raios x são apresentados na figura 2(B). Conforme

análise do difratograma, pode se afirmar que a camada de rejeitos (Figura 2A) tem uma

composição mineralógica distinta dos horizontes subjacentes, que é o esperado. A

camada de rejeito é composta por carbonatos, fosfato, feldspatos, silicatos e sulfetos

(Figura 2). Por outro lado, nos horizontes do perfil de solo, a composição mineralógica

é principalmente composta por quartzo, contudo outros minerais como mica e caulinita

também estão presentes, mas em menores quantidades.

Os minerais identificados na camada de rejeito estão de acordo com os

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minerais identificados em estudos pretéritos na área (PERLATTI et al., 2015;

COLLINS; LOUREIRO, 1971), porém não foi detectada a paresença de calcopirita.

Figure 2 – (A) Perfil de solo e (DRX do perfil de solo contaminado por rejeitos de mineração

de cobre (Mi = Mica; Ka – Caulinita; Ma = Malaquita; Qz = Quartzo; Or = Orthoclásio; C =

Calcocita; Pma = Pseudomalaquita; os valores estão dispostos emnanômetros).

As fases referente a pseudomalquita, calcocita e malaquita evidenciam picos

com baixa intensidade, quando comparados com os resultados de Perlatti et al. (2015),

sugerindo um provável processo de dissolução. A ausência de calcopirita no DRX da

camada de rejeitos (Figura 2) pode ser uma evidência da ação do intemperismo sobre os

minerais presentes na camada de rejeitos. A oxidação da calcopirita leva a geração de

acidez que favorece a dissolução dos carbonatos, que por outro lado, tampona a acidez

gerada (PERLATTI et al., 2014; STRÖMBERG; BANWART, 1999). Esse processo

libera cobre em duas vias para o ambiente, na oxidação dos sulfetos e disssolução dos

carbonatos.

A alta proporção de quartzo em relação aos outros minerais, provavelmente,

seja influência do arenito sobre os solos desta porção do relevo (Terço médio). Segundo

Collins e Loureiro (1971), o arenito encontra-se na porção superior do Planalto da

Ibiapaba e abaixo dele encontram-se conglomerado e o filito. Sendo assim, é possível

que esses solos sejam originados de material coluvial.

Distribuição e mobilização do cobre ao longo do perfil

Na figura 3 encontram-se os dados obtidos por meio da extração seqüencial

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do perfil de solo contaminado por rejeito. Pode-se observar que o CuEX foi maior no

horizonte AEb, quando comparado com os demais horizontes. O maior conteúdo de

cobre associado à CuCAR, CuMO e CuS, esteve na camada de rejeitos. Nos horizontes

subsuperficiais (E, BE, Bi1 e Bi2), a concentraçao d cobre foi menor quando comparado

com os horizontes superficiais.

Figure 3 - Formas de cobre obtidas por extração seqüencial ao longo de perfil de solo

contaminado por rejeito da mineração de cobre

As altas concentrações de CuCARe CuS na camada de rejeitos está de acordo

com DRX do perfil (Figura 2), onde se observa a presença de malaquita (5,06 Å),

pseudomalaquita (2.39 Å) e calcocita (2.81 and 1.99 Å), respectivamene, carbonatos,

fosfatos e sulfetos de cobre (PERLATTI et al., 2015; COLLINS; LOUREIRO, 1971).

A fração associada com a matéria orgânica (CuMO) apresentou elevados

teores de cobre na camada superficial em relação aos horizontes subjacentes. As formas

complexadas organicamente diminuem ao longo do pefil de solo, devido ao decréscimo

do conteúdo da matéria orgânica e das formas de cobre. Essa dinâmica também foi

observda por Kabala e Sing, (2001) ao avaliar a mobilidade e fracionamento de cobre,

zinco e chumbo em solos adjacentes a fundição de cobre. Essa associação do cobre com

a matéria orgânica é bem conhecida e estável, devido à formação de complexos de

esfera externa e interna (FERNÁNDEZ-CALVIÑO et al., 2010; KARLSSON et al.,

2006). Neste caso, a vegetação que sobrepõe a área de estudo contribui com a deposição

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de matéria orgânica na superfície do solo, principalmente com a perda de folhas no

período de escassez (IBGE, 2004; BRASIL, 1973).

Na figura 4 encontra-se a análise de componentes principais (PCA).

Observa-se que 78,16% da variância é explicada pela componente PC1 e PC2. A PC1 é

principalmente associada com CuOM, CuAM, CuCAR, pH H2O, areia, CuEX e M.O%,

enquanto a PC2 é associada principalmente com CuOX e fração argila.

Figure 4 – PCA de um solo contaminado por rejeitos da mineração de cobre.

Todos os horizontes foram bem separados em relação ao processo de

contaminação ao longo do perfil de solo por cobre. O primeiro grupo é representado

pela camada de rejeitos, horizonte AEb, que representam a porção do solo com alta

carga de contaminação por cobre. Essa contaminação é principalmente influenciada por

partículas grosseiras da camada de rejeitos. A forte associação das formas Cu com

carbonatos (CuCAR) e sulfetos (CuS) com a camada de rejeitos é devido a presença de

malaquita e calcocita (Figura 2B), resultando em elevadas concentrações nas

camadas/horizontes que esses minerais estão presentes. Outro aspecto importante, nessa

porção do pefil, é a associação da M.O% e CuOM na mesma componente (Figura 4),

representando o papel da vegetação na imobilização do cobre.

O horizonte AEb é principalmente associado com CuEX, quando comparado

com os outros horizontes. Considerando que não foram observados picos de minerais

que contenham cobre no referido horizonte (Figura 2B), pode-se especular, que o cobre

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nessa porção do solo pode ser resultado de processos de dissolução minerais presentes

na camada de rejeitos, contudo não se descarta a possibilidade do CuEX ser resultado do

processo de lixiviação. O horizonte E representa um ponto de transição entre horizontes

alta e baixa carga de contaminação (Figuras 3 e 4).

Na figura 5 encontra-se o cobre potencialmente biodisponível (MEHLICH,

1984) e o conteúdo pseudototal ao longo do perfil de solo. O cobre biodisponível,

representa a fração que interage com os organismos vivos (NOGUEIROL et al., 2013;

MEHLICH, 1984). Conforme análise da distribuição de Cu ao longo do perfil, teor

biodisponível e pseudototal (Figura 5), pode se inferir que a dinâmica é similar aos

resultados já apresentados da extração sequencial. Os teores pseudototal e

potencialmente biodisponível evidenciam maior concentração de cobre nos horizontes

superficiais.

Figure 5 – Dinâmica de cobre biodisponível e pseudototal ao longo de um

perfil de solo contaminado por rejeito da mineração de cobre

Esperava-se incrementos da concentração de cobre ao longo do perfil de

solo, haja vista tratar-se de um solo com elevado conteúdo de areia do topo para a base

do perfil. Segundo Liu et al. (2018) as partículas da fração areia têm baixa capacidade

de retenção, quando comparado com partículas da fração argila. Essa baixa capacidade

de retenção, associada ao elevado conteúo de areia ao longo do perfil, justificaria a

mobilidade de Cu2+. Os baixos valores de pH ao longo do perfil, também favorecem a

mobilização (KABATA-PENDIAS, 2011). Contudo, os elevados teores de cobre

concentraram-se principalmente nos horizontes superficiais (Figuras 3 e 5), não sendo

observados incrementos em subsuperfície. Provavelmente, a presença de minerais com

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cargas permanentes, ou seja, que não são influenciadas pelos baixos valores de pH,

podem estar atuando na retenção do cobre nos horizontes superficiais. Soares et al.

(2005), avaliando a mineralogia e as propriedades de troca em partículas de diferentes

tamanhos, em solos tropicais, verificaram que as frações grosseiras podem participar

das reações de troca de íons, especialmente, na retenção de cátions.

CONCLUSÕES

O colapso das pilhas de rejeito de cobre sobre a paisagem favoreceu a

retirada do horizonte A do perfil de solo.

A ausência de picos de difração associados à minerais de cobre, malaquita,

pseudomalquita e calcocita, em subsuperfície, evidencia que o cátion foi mobilizado por

lixiviação. Portanto, não ocorrendo mobilização de partículas e nem precipitação de

minerais em subsuperfície.

A presença de vegetação sobre a camada de rejeitos favoreceu a

complexação do Cu junto a matéria orgânica (CuOM). Os teores de CuOM em

subsuperfície indicam que ocorreu imobilização do cátion nos horizontes subjacentes

por ação da matéria orgânica.

O predomínio da fração areia e baixos valores de pH não favorecem a

presença de alta concentração de cobre em subsuperfície. Portanto, a possibilidade de

contaminação do lençol freático é baixa. Neste caso, o risco maior de contaminação de

áreas agrícolas e rios será por águas de superfície.

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32

3 RISK ASSESSMENT AND COPPER GEOCHEMISTRY OF NA ORCHARD

IRRIGATED WITH MINE WATER: A CASE STUDY IN THE SEMIARID

REGION OF BRAZIL

RESUMO

A escassez de água é um fator limitante para o aumento da qualidade da vida pessoas

que são obrigadas a utilizar águas de qualidade duvidosa. O objetivo desse estudo foi

avaliar a viabilidade de reuso de água de mina e elucidar potenciais problemas

relacionados a biogeoquímica de metais traço, com foco na dinâmica do cobre em água,

solo e planta. Amostras de água foram coletadas de uma mina de cobre e um

reservatório, utilizado para estocar água da mina. Amostras adicionais foram obtidas de

uma área de mata nativa e uma área de cultivo de bananeira (irrigada com água da mina,

pelos últimos dez anos) e amostras de plantas da área irrigada. Foram analisados o pH,

potencial redox (Eh), cátions dissolvidos na amostra de água (e Ca2+, Mg2+, Na+; K+,

Cu2+; SO42- e Cl), Cu biodisponível e fracionamento químico (em amostras de

sedimento de fundo e solo), bem como o conteúdo de Cu na bananeira. Os resultados

mostram que a água de mina apresenta elevada concentração de cobre dissolvido

(2.3±0.0 mg L-1), limitando o uso para irrigação. Contudo, a água estocada no

reservatório apresentou um incremento na qualidade devido a redução da concentração

do cobre dissolvido (:0.2±0.0 mg L-1), devido a adsorção/precipitação principalmente

como carbonato (131.8±24.6 mg kg-1), matéria orgânica (1526.2±4.7 mg kg-1) e sulfetos

(158.4±56.9). Apesar da alta qualidade da água no reservatório o uso da água da mina

incrementou o conteúdo de cobre biodisponível nos solos, primariamente associado com

a matéria orgânica. O incremento do cobre biodisponível no solo não incrementou o teor

de cobre nas folhas de bananeira, mas resultou em alta concentração nas raízes e frutos,

aumentando o risco de toxicidade para a população.

Palavras-chave: Reúso de água de mina. Metal traço. Irrigação. Contaminação.

Segurança alimentar.

ABSTRACT

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33

Water scarcity is a limiting factor for the increasing quality of life for the poor, who are

required to use water with doubtful quality. This study aims to evaluate the feasibility of

reusing mine water and elucidate the potential problems related to trace metal

biogeochemistry, with a focus on Cu dynamics in water, soil and plants. Water samples

were collected from acopper mine and a reservoir, used to store mine water. Additional

samples were taken from soils with a native plant regime, soils under banana cultivation

(irrigated with mine water for at least 10 years), and plant samples from the irrigated

area. Were analyzed the pH, redox potential (Eh), dissolved cations in water samples

(e.g., Ca2+, Mg2+, Na+; K+, Cu2+; SO42- and Cl-), bioavailable Cu and the Cu

fractionation (in soils and bottom sediments samples), as well as Cu content in banana

plants. The results showed that mine water present high dissolved Cu concentration

(mean:2.3±0.0 mg L-1), limiting its use for irrigation. However, water storage at the

reservoir increased the water quality by reducing theconcentration of dissolved Cu

(mean:0.2±0.0 mg L-1), due to its adsorption/precipitation mainly as carbonates (mean:

131.8±24.6 mg kg-1), organic matter (mean: 1526.2±4.7 mg kg-1) andsulfides (mean:

158.4±56.9). Despite higher water quality at the reservoir, the use of mine water

increased the amount of bioavailable Cu in soils, primarily associated with organic

matter. Increased bioavailable Cu in the soil did not increase the Cu content of banana

leaves but resulted in high Cu content of roots and fruit, increasing the risk of toxicity

for the population

Keywords: mine water reuse; trace metal; irrigation; contamination; food security;

mine-water treatment.

INTRODUCTION

Water scarcity is an increasing problem around the world, particularly in

developing countries affected by arid and semiarid climates (RIJSBERMAN, 2005),

thereby limiting essential activities for reducing poverty and increasing quality of life

for the poor, e.g., agriculture and livestock breeding (THORNTON et al., 2009;

YERMIYAHU et al., 2007; MUKHEIBIR, 2010). Thus, many strategies have been

used to alleviate agricultural water shortages, such as the construction of dams and

wells (PEREIRA et al., 2006; COSTA et al., 2012), seawater desalinization

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(YERMIYAHU et al. 2007), and the use of water accumulated in mining areas

(IDOWU et al., 2007; US EPA 2017).

In mining areas, water accumulates into mine galleries during rainy periods

and can be used during the dry season as analternative water source for irrigation and/or

human consumption (ANNANDALE et al., 2001; IDOWU, et al., 2008; SINGH et al.,

2010). The use of mine water for irrigating different crops around the world (e.g.,

Australia, South Africa, USA, and India) have been showing promising results

(MERCURI et al., 2005; IDOWU et al., 2008; PETRITZ et al., 2009; SINGH et al.,

2010). Furthermore, these studies (DU PLESSIS, 1983; PETRITZ et al. 2009; FENG et

al., 2000) also indicate that treatment of mine water, e.g. the use of NaOH or lime for

elevating the pH of mine water, can improve its quality and its feasibility for use in

irrigation.

However, the use of mine water requires special attention since

contaminants may be associated with ore and mine tailings (ANNANDALE et al.,

2001). For example, acid mine drainage water is considered a major concern concerning

the contamination of surface and ground water around the world (BHUIYAN et al.,

2010). The presence of exposed sulfide minerals (e.g., pyrite - FeS2 and chalcopyrite -

CuFeS2) at mine sites can lead to strong acidification and high concentrations of

dissolved metals in the water (JOHNSON; HALLBERG, 2005; AKCIL; KOLDAS,

2009; HEIKKINEN et al., 2009). Thus, the use of untreated drainage water for

irrigation can increase the concentration of heavy metals in the soil, representing a

serious threat to food security (ZHUANG et al., 2009). Therefore, future studies should

aim to develop efficient mine water treatment processes (PETRITZ et al., 2009); to

evaluate any long-term effects of mine water use on soil quality (MERCURI et al.,

2005) and food security.

This study aims to evaluate the effects of mine water use on trace metal

(e.g., Cu) dynamics in soil, water and plants. The study also aims toproduce knowledge

and techniques that willenable the safe use of mine water for crop irrigation.

MATERIAL AND METHODS

Study site

This study was conducted in the “Serra da Ibiapaba” region (NE-Brazil,

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35

Ceará state; Figure 1) at the Pedra Verde (“green stone”) copper mine (latitude

3°32′21.20″S, longitude 41°08′21.90″W). The study site is characterized by a tropical

semiarid climate (Aw, according to the Köppen-Geiger climate classification; KOTTEK

et al., 2007) and has two distinct seasons. The rainy season lasts from January to May,

and the dry season is from July to November (Figure 1). The annual mean precipitation

is 980 mm. The mean temperature is 26.7 °C, with warmer temperatures recorded

between July to October (FUNCEME, 2017). Due to the water deficit, the long dry

season and the presence of intermittent rivers, alternative water sources are neededto

ensure crop production throughout the year.

Figure 1 – Study site overview and location. In detail, images from the mine entrance,

reservoir, banana plantation and native area.

The Pedra Verde mine operated between 1960-1988, extracting mineralized

Cu from supergene-enriched sulfidic ore deposits in phyllite, including chalcopyrite

(CuFeS2), chalcocite (Cu2S); bornite (Cu5FeS4); and covellite (CuS), outcropped in a

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carbonate oxidized zone (COLLIS; LOUREIRO, 1971; PERLATTI et al., 2015).

Following the conclusion of mining activities, the local community started to pump

mine water (M) into a reservoir (R; Figure 1), previously constructed to process the ore,

to aid in subsistence activities (e.g., irrigation of crops and fish breeding).

Sample collection (soil, sediment, water and plant)

Water samples were collected from both the mine (M) and the reservoir (R)

(Figure 1). Sediment from the reservoir bottom was also sampled and analyzed. To

evaluate the effects of mine water, soil samples from the banana field (irrigated with

mine water for the past 10 years) and from a non-irrigated native area were collected

(Figure 1). The non-irrigated (native) area is located approximately 50 m of the irrigated

area, with similar relief conditions, so that the main differences among the studied sites

result from the mine water irrigation at the orchard. Additionally, banana plant tissue

(roots, leaves, endocarp and fruit skin - epicarp and mesocarp) was also sampled and

analyzed.

The water samples were collected in triplicate using polyethylene bottles

pre-rinsed with a HNO3 solution (overnight). Samples were filtered through a

membrane filter (0.45 µm), acidified to pH ~2 and stored at a low temperature (5 ºC) for

later analysis (MARCOVECCHIO et al., 2007). Sediment samples were collected,

stored in plastic bags and frozen for later analysis, to avoid the oxidation of reduced

compounds that may be found in the samples (e.g., sulfides; PASSOS et al., 2016).

At both the irrigated and native forest areas, 26 soil samples (0-20 cm

depth) were collected and stored in plastic bags. At the laboratory, soil samples were air-

dried, crushed and passed through a 2-mm plastic sieve before analysis.

Water analysis

During water sampling, pH, redox potential (Eh) and electrical conductivity

(EC) values were measured using portable electrodes, after equilibration. The pH was

determined using a glass electrode (calibrated with pH 4 and 7 standard solutions); the

Eh was obtained using a platinum electrode, with the measured values corrected by

adding the reference calomel electrode potential (+244 mV); and the electrical

conductivity was measured by a conductivity meter. At the laboratory, the

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concentrations of Na+ and K+ were measured by flame photometry, while concentrations

ofCa2+, Mg2+ and Cu2+were determined by flame atomic absorption spectroscopy.

Concentrations of Cl-were measured by titrimetry, and SO42-concentrations were

determined by turbidimetry (U.S. EPA 1983). The Sodium Adsorption Ratio (SAR), an

indicator of irrigation water quality, was calculated as follows (SINGH et al., 2010;

RICHARDS, 1954):

𝑆𝐴𝑅 = 𝑁𝑎+

√(𝐶𝑎2++𝑀𝑔2+)2

Eq1

Sediment analysis

The pH and Eh of reservoir bottom sediment were determined in the field.

In the laboratory, organic matter content was determined by loss-on-ignition in a muffle

furnace (450°Cfor 3 hours; GOLDIN, 1987), and bioavailable copper was extracted

with a Mehlich 3 solution (0.2N CH3COOH – 0.25N NH4NO3 – 0.015N NH4F –

0.013N HNO3 – 0.001M EDTA; MEHLICH, 1984). Additionally, sediment samples

were analyzed by a Cu fractionation extraction, according to a combination of the

methods proposed by Gimeno-García et al. (1995); Siregar et al. (2005) and Silveira et

al., (2006), previously used in other studies on Cu biogeochemistry (i.e., PERLATTI et

al. 2014). Thus, according to this procedure, Cu (the unique potentially toxic element in

waste rocks; for further details please see Perlatti et al. (2015) was sequentially

extracted in seven distinct fractions, defined as follows:

Exchangeable Cu (CuEX) - extracted with 8 mL of 1mol L-1 MgCl2 solution

(pH = 7.0) andshaken for 1 hour at room temperature.

Cu associated with carbonates (CuCA) - extracted with 30 mL of 1mol L-1 Na

acetate solution (pH = 5.0) andshakenfor 5 hours at room temperature.

Cu associated with organic matter (CuOM) - extracted with 10 mL of 6%

NaOCl solution (pH = 8.0) andshaken for 6 hours at room temperature. This procedure

was repeated three times.

Cu associated with amorphous iron oxides (CuAM) - extracted with 30 mL of

0.2 mol L-1 oxalic acid + ammonium oxalate solution (pH = 3.0) and shaken for 2 hours

at room temperature in the dark.

Cu associated with crystalline iron oxide (CuOX) - extracted with 30 mL of

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0.25 mol L-1 sodium citrate + 0.11 mol L-1 sodium bicarbonate + sodium dithionite (3

grams) solution andshakenfor 30 minutes at 75 ºC.

Cu associated with sulfides (CuS) - extracted with 30 mL of 4 mol L-1 nitric

acid and shakenfor 16 hours at 80 ºC.

Residual Cu (CuRES) - extracted with a solution of 9 mL HNO3 (65%) + 3

mL of HCl (37%) + 2 mL of a 1 mol L-1 HF in a microwave for 35 minutes at 200 ºC.

After extraction, 5 mL of boric acid (5%) + 1 mL of 1 mol L-1 HF solution was added

and the mixture was heated for 15 minutes using a microwave at 160 ºC. The final

volumewas rinsed to 50 mL.

The extracts fromeach methodological step were collected after centrifuging

the samples at 3000 RPM for 15 minutes. Between each extraction step, the soil

samples were washed with 20 mL of ultrapure water and centrifuged (3000 RPM for 15

minutes). The sum of all extracted fractions (∑ CuEX→CuRES) represents the total Cu.

Soil analysis

The soil samples from both sites (irrigated and native forest areas) were

analyzed for pH using a 1:2.5 soil-liquid suspension solutionand a glass electrode

(Pansu and Guatheyrou, 2006). Soil samples were also analyzed for organic matter

content (OM) (GOLDIN, 1987) and grain size composition. Grain size composition was

determined using the pipette method, following sample dispersion with NaOH (1mol L-

1) and an electric stirrer (GEE; BAUDER, 1986). Additionally, bioavailable copper

(Mehlich 3) was measured in all samples. However, the Cu fractionation extraction was

only performedon soilsamples from the irrigated area, due to low amounts of

bioavailable Cu in the native forest soils.

Plant analysis

Cu concentrations were quantified in different types of plant tissue from the

banana plantation (e.g., roots, fruits, and aerial parts). The Cu content at the third leaf

from the apex was used to estimate Cu accumulation in the aerial parts of the plant

(MEMON et al. 2005). Root samples were collected at depths between 0 and 30 cm,

and the banana fruits were sampled at the point of harvest. For Cu quantification, all

plant samples were washed with distilled water and dried in a forced air oven (65 ºC for

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72 hours; RODRIGUES et al., 2010). After drying, samples were ground in a mill and

digested using a nitric-perchloric solution (3:1 v/v) in open digestion tubes at 200 ºC (4

hours; MILLER, 1998). The Cu concentrations of water samples and extracts (plant and

soil) were determined by atomic flame spectroscopy.

Additionally, photomicrographs of leaves and roots tissues were obtained

using scanning electron microscopy and microanalysis (SEM-EDX). Prior to analysis,

fresh leaf and root samples were washed with distilled water, cut, and mounted on

aluminum stubs. Both images and microanalysis spectra of the samples were collected

using Quanta 450 FEG-FEI Microscopy.

To evaluate the capacity of banana plants to accumulate Cu in their aerial

parts, a bioconcentration factor (BCF) was determined. The BCF is the ratio of the

concentration of a target metalin the aerial parts of a plantto the total concentration of

the same metal in the soil (YOON et al., 2006). This factorcan be used to evaluate a

plant’s capacity to concentrate a target metal in its aerial parts (harvested tissue). In this

case, values greater than 1 indicate a plant with a potential to concentrate a target metal

in its aerial parts (ALI et al., 2013). Thus, edible plant parts with BCF values greater

than 1, comprise a risk to food security and to the entire food chain (TRIPATHI et al.,

1997).

Data analysis

Differences between water and soil samples from the irrigated and native

forest sites were established by a one-way ANOVA test. Principal component analysis

(PCA) was employed to simplify the interpretation and to characterize the irrigated and

non-irrigated areas. The data set was standardized to a mean of zero and a unitary

standard deviation. This procedure ensures that all measures have the same weight in

the analysis (MANLY, 2004). Pearson correlation coefficients were used to assess the

relationship between the variables.

RESULTS

Water and sediment characteristics

The reservoir water showed statistically higher pH values (mean: 8.6±0.2)

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and lower dissolved Cu (mean Cud: 0.2±0.0 mg L-1), compared to mine water (mean

pH: 7.5±0.1; Cud =2.3±0.0 mg L-1; Table 1). The reservoir’s water showed statistically

lower Ca2+ (mean: 52.0±3.7 mg L-1) and SO42- concentrations (mean: 44.3±1.4 mg L-1),

than mine’s water (mean Ca2+= 62.8±1.5 mg L-1 and SO42-= 48.5±1.8 mg L-1; Table 1).

The redox potential (Eh mine: +376±13 mV and Eh reservoir: +381±2 mV), the

electrical conductivity (EC mine: 0.3±0.1 dS m-1 and Eh reservoir: 0.4±0.1 dS m-1), and

the concentrations of Na+, K+, Mg2+, and Cl-were not significantly different between

study sites (Table 1).

However, the SAR values showed statistically significant differences

between the sites, with higher values recorded in reservoir samples (mean: 1.7±0.1) than

in mine samples (mean: 1.6±0.0; Table 1). These results indicate that a slight

concentration of the ions intothe reservoir.

Table 1 - Mean values (± standard deviation) of the pH, Eh, electrical conductivity,

dissolved cations (Cud; Ca2+; Mg2+; Na+; K+) and SAR for reservoir and mine water

samples. P values for the statistical test are also reported.

Variable (n = 3) Mine Reservoir p-value

pH 7.5±0.1 8.6±0.2 < 0.01

Eh +376±13 +381±2 ns

Electricalconductivity (dS m-1) 0.3±0.1 0.4±0.1 ns

Dissolved Cu (Cud; mg L-1) 2.3±0.0 0.2±0.0 < 0.01

Ca2+(mg L-1) 62.8±1.5 52.0±3.7 < 0.01

Mg2+ (mg L-1) 21.0±0.7 22.3±0.8 ns

Na+ 57.8±1.1 59.0±2.2 ns

K+ 13.8±0.4 13.8±0.4 ns

Cl- 178.9±0.8 178.9±0.5 ns

SO42- 48.5±1.8 44.3±1.4 <0.05

SAR 1.6±0.0 1.7±0.1 <0.05

ns – notsignificant

The sediment from the bottom of the reservoir wasslightly acidic (mean pH:

5.5±0.0), sub-oxic (Eh = +150±12 mV) and had a high organic matter content (OM =

9.9±0.3%). The Cu extracted (Figure 2) from thesediment indicate that the Cu is mostly

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associated with organic matter (CuOMmean: 1526.2±4.7 mg kg-1), sulfides (CuSmean:

158.4±56.9) and carbonates (CuOMmean: 131.8±24.6 mg kg-1). Lower Cu

contentsweremeasured in the CuEX (mean: 7.0±1.7 mg kg-1), CuOX (mean:44.8±3.0 mg

kg-1) and CuAM (mean: 53.1±29.3 mg kg-1) fractions. Additionally, bioavailable Cu

(Mehlich 3) in the reservoir bottom sediment was 860.3±5.6 mg kg-1, fourteen times

greater than the reference value established for Brazilian soils’ quality (60 mg kg-1,

CONAMA, 2013).

Figure 2. Bioavailable Cu2+ and fractions of Cu extracted from the reservoir bottom

sediment.

Soil characterization and Copper fractionation

The statistical analysis indicated similarities in the grain size compositions

of the irrigated and native areas (Figure 3). However, the irrigated banana cultivation

areas showed a significantly higher organic matter content (OM) (4.1±0.2%) and pH

(6.7±0.1), when compared to native area soils (OM:2.6±0.2% and pH: 5.1±0.1). Higher

bioavailable Cu content (mean: 33.2±4.1 mg kg-1) was measured in the banana field

soils when compared to the values of native area soils (mean: 4.0±4.4 mg kg-1; Figure

3).

Principal component analysis (PCA) also indicated higher bioavailable Cu,

OM and pH in the irrigated soils (Figure 3E). These variables were the factors that

contributed most to the first component, explaining 64.2% of the variance. Sand was the

variable that most contributed to the second component (explaining 16% of the

variance) with a small contribution to the distinction between sites (Figure 3E).

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Figura 3 – (A) Mean grain size values; (B) pH; (C) organic matter content (OM); (D)

bioavailable Cu content of the irrigated and native areas; and (E) bi-plot of principal

component analysis, which explains 80.2% of the variance (*indicates significant

differences among the means, with p-values <0.01).

At the irrigated area, the totalCu content (∑CuEX→CuRES) was

144.9±79.5 mg kg-1 (Figure 4), primarily associated with organic matter (CuOMmean:

36.0±9.5 mg kg-1) and the residual fraction (CuRESmean: 25.7±18.1 mg kg-1). However,

Cu was also detected in the CuOX (11.8±3. mg kg-1), CuS (10.4±1.8 mg kg-1), CuCA

(8.2±2.9 mg kg-1), CuAM (8.1±4.3 mg kg-1) and CuEX fractions (1.2±0.2 mg kg-1; Figure

4).

Figure 4 – Cu fractionation at the irrigated área and a bi-plot of PCA results, which

explains 68% of the variance.

PCA results show a strong association betweenbioavailable Cu (Mehlich 3)

and CuCA, CuAM, CuOM, andCuEX (Figure 4). Additionally, most of the samples are

located close to each other and are centered on the axis, indicating a small variability

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43

among irrigated banana field samples.

Copper accumulation in banana trees (roots, leaves and fruits) and the

bioaccumulation factor (BCF)

With regard to Cu accumulation in banana plants, high Cu concentrations

were measured in theroots (36.5±9.2 mg kg-1), followed by leaves (6.8±1.3 mg kg-1),

fruit skin (epicarp and mesocarp; 12.3±4.9 mg kg-1), and endocarp (5.7±0.6 mg kg-1;

Figure 5). Thus, the BCF values were consistently low (0.75± 0.2).

Figure 5 – Cu concentrations in banana roots, leaves, fruit skin and endocarp.

The results of preferential Cu accumulation were also observed in

photomicrographs. Copper peaks were observed in root tissue (Figure 6A), whereas no

Cu was detectedin leaf tissue (Figure 6B). Morphologically, the

photomicrographssuggest a thickening of the root endoderm, whereas the abaxial

portion of the leaf did not show morphological alteration (Figure 6B).

Figura 6. MEV-EDS photocmicrographs of (A) banana roots and (B) banana leaves,

irrigated with mine water.

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44

DISCUSSION

Water quality and Cu geochemistry in mine and reservoir water

Both mine and reservoir water were classified as C2S1 (BELTRÁN, 1999),

indicating slight to moderate restriction for irrigation use (Beltrán, 1999), mostly due to

its EC (0.3 and 0.4 dSm-1, respectively) and SAR values (1.6 to 1.7mmolc L-1

respectively) (BELTRÁN, 1999). Banana crops yield well when EC < 1 and SAR ≤ 10

(ISRAELI; NAMERI, 1982). The banana tree has its growth parameters reduced when

the EC was > 1.3 dS m-1 (BARBOSA et al., 2005), indicating that the reservoir water is

adequate for irrigation. However, considering the reference values of Cu established for

freshwater quality (0.02 mg L-1; WHO 1998), irrigation (0.2 mg L-1; FAO 1994), and

drinking water (2 mg L-1; WHO 1997), the results of this study indicate that mine water

is not adequate forany of these purposes. On the other hand, reservoir water is adequate

for irrigation.

Storage of mine water in a reservoir before use significantly reduced the Cu

concentrations of water samples, which were almost tenfold lower than those of the

mine water samples (Table 1). Low Cu concentrations of reservoir water may have

resulted from two different processes. The first is the elevated pH values of reservoir

water, which favor the precipitation of Cu as a carbonate, reducing the contamination

risks and explaining the dominance of CuCA in the reservoir sediments (Figure 2).

Additionally, higher temperatures and the incident radiation in the reservoir

may have promoted an increase in photosynthetic activity within the water column and

considerably increased the organic matter production (CALIJURI; SANTOS, 2001).

Studies have observed a strong affinity between organic matter and Cu (Fernández-

CALVIÑO et al., 2010; KARLSSON et al., 2006), which favors precipitation of Cu on

the reservoir bottom. This supports the high OM contents and the clear dominance of

Cu associated with organic matter (CuOM) in the reservoir bottoms ediments (Figure 2).

Increased levels of photosynthesis could also increase the pH of the

reservoir water. Aquatic photosynthetic organisms (e.g., biofilm and phytoplankton)

consume dissolved CO2and increase OH-in the water column. This process increases the

pH and induces the precipitation of Cu carbonates (ARP et al., 2001; ZHU; DITTRICH,

2016). As the solubility product of Cu carbonates (KpsCuCO3 = 1.4 x 10-10) is lower than

that of Ca carbonates (KpsCaCO3 = 2.8x 10-9), the preferential precipitation of

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CuCO3could contribute to a large removal of Cu from solution. The reduction of

dissolved Cu with respect to Ca2+ in the reservoir water provide support for this

mechanism (Table 1). Based on the geochemistry of the reservoir water (Figure 7) the

precipitation of CuCO3 seems to befavored over Ca carbonates.

Another possible factor that could promote carbonate precipitation is the

concentration of water of the reservoir by evaporation (Morse et al., 2007; van Breeman

and Buurman, 2002). However, this pathway is not considered as concentrations of

conservative cations (e.g., Cl- and Na+) and EC in both reservoir and mine water are not

significantly different (Table 1).

Figura 7 – pH – Eh diagram for the stable phases of copper (Brookins, 1988).

According to Cu fractionation in the reservoir sediment samples, the

precipitation of Cu sulfides at the reservoir bottom is another possible mechanism for

the removal of dissolved Cu. A significant amount of CuS in the sediments (Figure 2)

and the lower sulfate concentration of reservoir water support this mechanism (Table 1).

Sulfate reduction could occur in the reducing environment in the reservoir (lower Eh

values), fueled by the high organic matter content in the bottom sediment (9.9±0.3%).

With no oxygen diffusion to the bottom of the reservoir water column, organic matter

decomposition would occur through reductionof sulfate (CANFIELD et al., 1993),

forming sulfides that control the bioavailability of Cu (BAYEN, 2012).

However, the accumulation of dissolved copper as CuCA and CuOM cannot

be considered as a permanent sink, since any acidification or organic matter degradation

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46

within the reservoir would solubilize large amounts of previously precipitated copper

(WOLTHERs et al., 2008; Du LAING et al., 2009). This interpretation is corroborated

by the high concentration of bioavailable Cu in the bottom sediment (860 g kg-1).

In addition to these passive water treatments (precipitation of Cu associated

with carbonates and sulfides), additional approaches could be used to reduce dissolved

Cu in water. For example, the promotion of photosynthetic activity inside the reservoir

and/or the cultivation of wetland plants (e.g., Phagmitesaustralis; Bulboschoenus

maritimus; Typhalatifolia, and others) inside the reservoir offer inexpensive water

treatment options. The wetland plants are known for their ability to accumulate

significant OM in their substrates, thereby increasing Cu retention as CuOM and

promoting Cu phytoextraction (BRAGATO et al., 2006; KHAN et al., 2009).

Cu bioavailability in crop soils

Higher concentrations of bioavailable Cu was obtained in soil from banana

plantation, compared with the non-irrigated native area (Figure 3), despite the low Cu

concentration of the reservoir water used for irrigation. The irrigated soil contained the

largest Cu pool and the highest organic matter content (CuOM). The interaction between

copper and organic matterusually results in the formation of inner sphere complexes

with carboxylic and hydroxylic groups, i.e., strong and stable interactions that reduce

mobilization of Cu to groundwater and its availability to plants (Ma et al., 2010; Guo et

al., 2006). However, due to the rapid organic matter turnover under semi-arid climate

conditions, (CONANT et al., 2011; GUO; GIFFORD, 2002), this fraction may represent

a transient Cu sink, with Cu released during OM decomposition. In this case, crop

management techniques that continuously stimulate the organic matter input, reduce its

rate of decomposition, or increase the OM contents are preferable. However, plowing

and harrowing operations, which break the soil structure and expose organic material

(KRULL et al., 2003), will increase Cu2+ in the environment.

The PCA (Figure 4) show a clear association between CuOM, CuCA, and

CuAM and bioavailable Cu. Additionally, the strong correlation (r=0.989; p <0.01; n=26)

between ∑ [CuEX, CuCA, CuOM, CuAM] and bioavailable Cu (Figure 8a) reinforces this

association. These results show the fractions of Cu directly available to plants.

However, the extraction by Mehlich 3 may overestimate the bioavailable fraction, as

more stable fractions (e.g., CuCAand CuAM) appear to have been solubilized (Zhang et

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47

al., 2003).

The PCA analysis also shows that the sulfide (CuS) and residual (CuRES)

fractions have weak associationswith bioavailable Cu (Figure 4).CuRES,which represents

the Cu inside silicate structures (TESSIER et al., 1979), shows a particularly weak

relationship with bioavailable Cu. Additionally, since CuRES and CuS are moderately

correlated (r = 0.532; p-value < 0.01; n= 26; Figure 8b) it is possible that these fractions

may originate from the same source, e.g., solid particulate matter transported to the

irrigated area. As the geochemical conditions at the irrigated site are not optimal for the

formation of sulfides (Figure 7), the transport of particulate sulfide material from mine

tailings could represent a significant source of CuS to the study area (PERLATTI et al.,

2014; 2015). Furthermore, the effects of residual organic matter must be considered,

since the sodium hypochlorite may not completely oxidize the organic matter

(SIREGAR et al., 2005), and the Cu associated with organic matter isremoved by the

nitric acid during CuS.

Figure 8. (A) Correlation between fractions of Cu sequentially extracted (CuEX-CuAM)

and Mehlich 3; (B) Correlation between associated with sulfide (CuS) and the residual

fraction (CuRES)

Cu in banana plants

Despite the high concentration of bioavailable Cu in the irrigated field soil

(33.2± 4.1 mg kg-1), there was no increase in aerial tissue Cu concentration. The amount

of Cu in the leaves was within the normal range of 5 to 20 mg kg-1 (Marschner, 2011;

DAMATTO JUNIOR et al., 2006). BCF values below one indicate a low potential for

banana trees to translocate copper to their aerial parts (ALI et al., 2013), resulting in a

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low bioconcentration factor (0.75 < 1). However, despite low BCF values, anomalously

high Cu values were recorded inroots (36.5±9.2 mg kg-1), fruit (5.7±0.6 mg kg-1) and

fruit skin (12.3±4.9 mg kg-1).

In fact, even when compared to the copper concentrations reported in the

literature for banana fruit (0.8 mg kg-1; FERREIRA et al., 2005; ZHUANG et al., 2009),

the use of the reservoir water resulted in a significant Cu accumulation in the fruit

biomass. Cu concentrations of banana frui twere up to seven times higher than the

values reported in the literature. This result clearly shows that the reuse of mine water

for irrigation may pose risks to food security.

Health risk assessment

Despite the high concentration of bioavailable Cu in the irrigated field soil

(33.2± 4.1 mg kg-1), there was no increase in aerial tissue Cu concentration. The amount

of Cu in the leaves was within the normal range of 5 to 20 mg kg-1 (MARSCHNER,

2011; DAMATTO JUNIOR et al., 2006). BCF values below one indicate a low

potential for banana trees to translocate copper to their aerial parts (Ali et al., 2013),

resulting in a low bioconcentration factor (0.75 < 1). However, despite low BCF values,

anomalously high Cu values were recorded inroots (36.5±9.2 mg kg-1), fruit (5.7±0.6

mg kg-1) and fruit skin (12.3±4.9 mg kg-1).

In fact, even when compared to the copper concentrations reported in the

literature for banana fruit (0.8 mg kg-1; FERREIRA et al., 2005; ZHUANG et al., 2009),

the use of the reservoir water resulted in a significant Cu accumulation in the fruit

biomass. Cu concentrations of banana fruit were up to seven times higher than the

values reported in the literature. This result clearly shows that the reuse of mine water

for irrigation may pose risks to food security.

CONCLUSIONS

In this study, irrigation with mine water stored in a reservoir led to an

increase in bioavailable Cu at the irrigated site. However, natural passive treatment in

the reservoir via photosynthesis that led to a pH increase, and precipitation of Cu

carbonates. Indirectly, the organic matter production that decreased the

Cu2+concentration. Thus, the use of wetland plants offers an alternative method for

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improving the water quality and reducing the negative impacts of mine water.

The use of mine water for irrigation increased the Cu contents in the soil,

primarily the fraction associated with organic matter. Therefore, management practices

should aim to increase the amount of organic matter in soil to maximize Cu retention.

Although the Cu concentrations in the studied soils are higher than the limit

permitted by environmental protection agencies, banana plants do not concentrate the

excess metal in their leaves. However, the amount of Cu in the fruit was sevenfold

higher than established reference values, which poses risks for food contamination.

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55

4 POTENCIAS ESPÉCIES BIOACUMULADORAS DE COBRE EM ÁREAS

CONTAMINADAS POR REJEITOS DA MINERAÇÃO DE COBRE

RESUMO

A mineração representa uma das principais vias de degradação dos recursos naturais,

tanto física quanto químicamente. A recuperação de áreas contaminadas, fazendo uso da

fitorremediação com espécies nativas é fundamental, visto que essas são adaptadas as

condições locais. Objetivou-se identificar a presença de plantas bioacumuladoras de

cobre, em uma área contaminada há mais de 20 anos por rejeito da mineração de cobre.

Três fragmentos florestais, próximo da antiga mina de cobre da Pedra Verde, foram

selecionados, e posteriormente, amostras de solo foram coletadas em cada fragmento na

camada de zero a 20 cm. As amostras receberam o devido tratamento e depois foram

realizadas às determinações químicas e físicas para caracterização. Extração total e

sequencias de cobre foram realizadas para verificar a contaminação do solo por cobre. A

forma biodisponível do metal foi extraída com Mehlich 3. Foi realizado um

levantamento florístico e coletado amostras foliares de todas as espécies, para

determinação do teor de cobre. O fator de bioconcentração (BCF) foi obtido

relacionando o teor de cobre nas folhas com o biodisponível no solo. Os dados foram

submetidos a análise de variância, seguido por um teste de médias. O teor total de cobre

não apresentou diferença estatística entre as áreas. O maior teor de cobre ocorreu nas

frações associadas aos carbonatos ( = 319,13) e matéria orgânica ( = 196,08). Apenas

a espécie conduru apresentou correlação com a forma de cobre no solo (CuEX e CuOM).

As plantas identificadas não apresentaram potencial para bioconcentrar cobre na parte

aérea. Os baixos valores de cobre na parte aérea associada aos baixos valores de BCF

indicam que as espécies identificadas têm potencial para fitoestabilizar o cobre no solo.

Palavras-chave: Extração sequencial. Fator de bioconcentração. Fitoextração.

ABSTRACT

Mining activities contribute to the degradation of natural resources. Remediation of

polluted areas using native species to phytoremediate is very important since the plants

are already adapted to local conditions. In this study, we aimed to identify plants with

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potential for phytoextraction of copper in a polluted area affected by copper mining

tailings for over 20 years. Three forest fragments, near the former Pedra Verde copper

mine, were selected and soil samples were collected on each fragment to a 0-20cm

depth. The samples were submitted to physical and chemical routine analyses to

characterization of study sites. Additionally, was performed a Cu solid-phase

fractionation. The copper was also extracted by Mehlich 3. A phytosociological survey

was conducted and leaf samples of all species were collected. The bioconcentration

factor (BCF) was calculated to represent the ratio between the copper content in the

leaves and the bioavailable fraction in the soil. The results did not show a significant

difference between the mean total Cu content when compared to the different fragments.

Copper was mostly associated with carbonates (mean: 319,13 mg kg-1) and organic

matter (mean: 196,08 mg kg-1). Only Conduru showed correlation with the

exchangeable and bout to organic matter Cu forms in soil. The species identified did not

showed potential for bioconcentration copper in leaves. The low content of copper in

leaves associated with low BCF values evidence potential for phytoextabilization.

Keywords: Sequential extraction. Bioconcentration factor. Phytoextraction.

INTRODUÇÃO

A contaminação dos recursos naturais é fortemente relacionada à geração de

resíduos provenientes de atividades antropogênicas que sustentam o atual estilo de vida

da sociedade (NOLI; TSAMOS, 2016). As indústrias metalúrgicas e petroquímicas,

atividades agropecuárias e a mineração encontram-se entre as atividades que mais

contribuem para a adição de contaminantes ao ambiente (HUANG et al., 2017;

McGRATH et al., 2017; GARCIA-LORENZO et al., 2012).

A mineração além do impacto físico, devido à intensa alteração da

paisagem, também causa muitos danos químicos, nas áreas adjacentes a mina

(ZHUANG et al., 2009). Os danos estão, frequentemente, associados aos elevados

teores de elementos metálicos incrementados no ambiente, seja no solo ou nas águas

superficiais. Alguns elementos metálicos são denominados de elementos traços, devido

a sua baixa concentração na superfície terrestre (DUFFUS, 2002). Estes são essenciais

em muitas reações fisiológicas para as plantas, por exemplo, o cobre é decisivo para o

transporte fotossintético de elétrons, além de ser cofator de muitas enzimas (KÜPPER et

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al., 2009; YRUELA, 2009). Contudo, quando a forma biodisponível encontra-se em

elevadas concentrações no ambiente, como ocorre em locais próximos de áreas de

mineração, o cobre é extremamente tóxico, causando sérios problemas, como cloróse,

necrose e desordens em nível celular (YRUELA, 2005).

Apesar dos danos que a poluição por elementos metálicos pode causar,

algumas espécies de plantas ao longo da história evolutiva desenvolveram estratégias

para sobreviver em áreas contaminadas, como a fitoestabilização e a hiperacumulação.

A primeira estabiliza metais pesados nas raízes, enquanto a segunda, consiste em

acumular na parte aérea, elevados teores de metal pesado, contudo a hiperacumulação

varia com o tipo de metal. Plantas hiperacumuladoras de cádmio concentram na parte

aérea um teor de 100 mg kg-1, por outro lado, plantas hiperacumuladoras de cobre

podem acumular teores acima de 1000 mg kg-1 na matéria seca da parte aérea (VAN

DER ENTet al., 2009; DAHMANI-MULLERet al., 2000).

Estudos prévios relacionados à remedição de áreas degradadas, geralmente,

utilizam espécies exóticas (ZHI-XIN et al., 2007), que frequentemente necessitam de

adubação, irrigação e outras técnicas de manejo. Além disso, há o risco de introdução de

espécies invasoras que podem alterar a estrutura e composição da vegetação (MORO et

al., 2012). Um projeto de recuperação nessas circunstâncias pode ficar inviável.

Portanto, o conhecimento de espécies que sejam adaptadas as condições de clima e solo

do local a ser recuperado, são decisivas principalmente em regiões de clima semiárido.

O objetivo desse estudo foi verificar se plantas do estrato arbóreo-arbustivo,

presentes em uma área contaminada por rejeitos da mineração de cobre tem potencial

para bioacumular cobre, com o intuito de serem utilizadas em futuros projetos de

recuperação de áreas mineradas.

MATERIAL E MÉTODOS

Descrição da área

O local de estudo compreende uma área de 7.430 m2e encontra-se no

município de Viçosa do Ceará-CE, na porção noroeste do Estado do Ceará,

especificamente no distrito de General Tibúrcio (Figura 1). A mina foi intensamente

explorada para extração de minério de cobre, principalmente associados aos sulfetos

(Calcopirita e Chalcocita) e carbonatos (malaquita), durante a década de 80 (PERLATTI

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et al., 2014). Durante o período, resíduos foram gerados, estocados em pilhas e

expostos aos agentes de intempersimo. Por ação destes, as pilhas erodiram

contaminando solos e rios a jusante (Figura 1).

Figure 1 – Localização da area de estudo envidenciando pontos de coleta das amostras

de solo e material vegetal.

A área está inserida em uma das nascentes do rio Coeraú, na porção leste do

Planalto da Ibiapaba-CE. O planalto representa 5,41% do relevo do estado do Ceará,

(SOUZA, LIMA, PAIVA, 1979), com relevo variando de plano a montanhoso, com

declives que variaam de 2 á 40 % (BRASIL, 1973).

A cobertura pedológica é composta por Latossolos, originados do arenito em

regiões de relevo plano e Argissolos originados de saprólito de gnaisse e também

Neossolos flúvicos e quartzarênicos (BRASIL, 1973).

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59

A vegetação regional é composta por Floresta Ombrófila, no topo da

Chapada, na porção oeste domina o Carrasco, na porção leste a vegetação é composta

por Floresta Estacional Semidecídua fazendo fronteira com a Caatinga (IBGE, 2004).

O município de Viçosa do Ceará é caracterizado por dois tipos climáticos:

Tropical quente semiárido, nas porções baixas e, Tropical Quente Subúmido no planalto

(IPECE, 2007).

Coleta de solos e análises

Para verificar se há correlação positiva entre os teores de cobre do solo,

oriundos dos resíduos da mineração expostos a superfície,com a concentração dometal

na parte aérea (folhas), amostras de solo foram coletadas na camada de zero a 20 cm,

em três fragmentos florestais (Floresta – I; Britador – II e Jatobá – III) próximos da

antiga de mina, totalizando 18 amostras (Figura 1).Cada ponto de coleta foi

georreferenciado com auxílio de GPS.

As amostras foram secas ao ar, destorroadas e passadas através de peneira

de 2 mm. Para a caracterização das amostras foi realizada a determinação do pH (água),

condutividade elétrica, acidez potencial, alumínio trocável e bases trocáveis. De posse

dos resultados foi determinado a saturação por alumínio (m%), soma de bases e

saturação por bases (v%). A matéria orgânica foi determinada pelo método da

combustão (GOLDIN, 1987). A distribuição do tamanho de partículas foi determinada

pelo método da pipeta (GEE and BAUDER, 1986).

A extração seqüencial, inicialmente proposta por Tessier et al. (1979), foi

realizada por meio de combinação de métodos visando as condições dos solos tropicais

e as formas de cobre associada aos sulfetos (SILVEIRA et al., 2006;

SIREGAR;GIMENO-GARCIA; BOLUDA, 1995).Contudo, diferindo desses na

extração de cobre associadas aos óxidos de ferro cristalino e fração residual

(PERLATTIet al., 2014), conforme descrito logo a seguir:.Trocável (CuEX), extraído

com 8 mL de 1 mol L-1de MgCl2 (pH = 7,0); ligado aos carbonatos (CuCAR), extraído

com 30 mL de mol L-1 de, ligada a matéria orgânica (CuMO), ligada aos óxidos de ferro

amorfos (CuAM), ligada aos óxidos de ferro cristalino (CuOX), ligado aos sulfetos (CuS) e

ligada a fração residual (CuRES).Adicionalmente, foi extraído o cobre biodisponível, que

representa a fração acessível aos organismos vivos, foi extraído com solução de

Mehlich 3 (MEHLICH, 1984). Os teores de cobre foram determinados em aparelho de

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absorção atômica.

Identificação das espécies, coleta de folhas e determinação de cobre na parte aérea

A identificação das espécies foi realizada por meio dolevantamento

fitossociológico, do componente lenhoso pelo método das parcelas (10 x 10m)

(MUELLER-DOMBOIS; ELLENBERG, 1974). Em campo, foram estabelecidas 13

parcelas, ao longo da área. Cada parcela foi georreferenciada e medido o diâmetro ao

nível do solo e altura total de todas as plantas com diâmetro ao nível do solo ≥3 e altura

≥1 (dados não apresentados). (SILVA; SOARES, 2002). Os indivíduos foram

identificados por nome popular no campo com auxílio do mateiro e, posteriormente,

identificados taxonomicamente por comparação com a coleção do Herbário. O material

botânico coletado para identificação das espécies foi submetidoao Herbário Prisco

Bezerra da Universidade Federal do Ceará. Contudo, devido à falta de estruturas

reprodutivas, para depósito, não foi possível a obtenção dos números de tombamento.

Sendo assim, o material coletado foi comparado com as espécies já catalogadas.

Para determinar o conteúdo de cobre na parte aérea, foram obtidas folhas

adultas (Fotossinteticamente ativas), conforme proposto por Perez-Harguindeguyet et

al. (2013). As folhas foram lavadas três vezes para eliminar possíveis resíduos sólidos

aderidosna superfície e, posteriormente, secas em estufa de circulação forçada de ar (65

°C por 72 horas). Após seco, o material foi triturado.

Para determinar a concentração do cobre bioacumulado na parte aérea, foi

pesado 0,5 g da amostra previamente triturada e submetida à digestão com

HNO3:HClO4 – 3:1 (EMBRAPA, 2009). A concentração de cobre foi determinada em

aparelho de absorção atômica.

Análise de dados

Os dados foram submetidosà análise de normalidade fazendo uso do teste de

Shapiro-Wilk a 5%. Quando os dados não apresentavam distribuição normal, foram

submetidos à transformação logarítimica, seguido por análise de variância (Teste F). As

médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott (5%). Para uma melhor

interpretação, os dados transformados foram submetidos a uma transformação inversa e

mantidos em tabelas e gráficos

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O cálculo do Fator de Bioconcentração (BCF) foi realizado pela relação

entre a concentração do cobre na parte aérea (folhas) e a concentração de metal no solo

(BRANQUINHO et al., 2007). A fração do cobre no solo utilizada para o cálculo do

BCF foi obtida pelo Mehlcih 3 (MEHLICH, 1984), pois representa a fração que está

disponível para interação com os organismos.

Para um melhor entendimento da relação do cobre biodisponível (Mehlich,

1984) e valor de BCF, o conteúdo de cobre obtido pelo Mehlich 3, foi espacializado e

sobre ele foi inserido o valor de BCF por espécie. Para a espacialização dos dados foi

utilizado o método do inverso do quadrado da distância (1).

𝑥𝑝 = ∑ (

1

𝑑𝑖2∗𝑥𝑖)𝑛

𝑖=1

∑ (1

𝑑𝑖2)𝑛

𝑖=1

(1)

Onde: xp= Valor não conhecido; xi = ponto conhecido; di = distância

conhecida entre os pontos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Caracteriação geral do solo

Na tabela 1são apresentados os dados de caracterização física e química

correspondente a área de estudo. O solo apresenta reação ácida nas três áreas, com pH

variando de 4,6 a 5,2 (USDA,1998).

Conforme USDA (1998), a disponibilidade de muitos nutrientes para as

plantas é baixa, pois os sítios de troca encontram-se ocupados por cátions ácidos,

conforme apresentado na tabela1. Outro aspecto com relação ao pH, refere-se a

mobilidade de alguns contaminantes, como os metais pesados. Nessas condições de pH

o cobre é altamente móvel, devido a sua solubilidade em baixos valores de pH

(LORENZO et al., 2012; USDA, 1998).

Quanto à condutividade elétrica, os solos apresentam baixos valores. Esses

resultados estão de acordo com os valores de pH, indicando a inexpressiva participação

de cátion alcalinos (Tabela 1) no complexo de troca.

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Tabela 1- Caracterização geral dos solos contaminados por rejeito da mineração de

cobre da Mina da Pedra Verde (n=5).

Atributos Unidade I II III pH 5,0 +0,3 5,2+0,4 4,6 + 0,2

C.E. dS m-1 0,07 0,09 0,1

P. avail mg kg-1 7,5 + 3,5 130 +12,1 69 + 24,7

K+

cmolc Kg-1

0,2+ 0,3 0,2 + 0,1 0,2 + 0,0

Mg +2 0.45+0.2 2.1+ 0.2 1.55+0.5

Ca+2+Mg+2 0,7 + 0,2 3,2 + 0,3 2,7 + 0,7

Al+3 0,8 +0,1 0,4 + 0,1 0,8+0,0

H++Al+3 3,75 + 0,5 5,1 + 0,2 6,2 + 0,0

SB 1,2+ 0,2 3,4 + 0,3 2,9 + 0,7

CEC 4,9 + 0,7 8,5+0,4 9,1 + 0,7

v%

%

23,0 40,0 31,0

m% 43,0 10,0 23,0

Areia% 78,2 62,1 65,8

Silte% 5,2 25,0 10,5

Argila% 16,6 12,9 23,7

O.M% 3,6+ 2,0 3,1 + 1,2 5,0 + 1,4

Legenda: I –- Área de floresta; II – Jatobá; III – Britador; E.C – Eletrical condutivity; P. avail. – Available

phosphorus; SEB – Sum of exchangeablebases; CEC – Cation exchange capacity; BS – Base saturation;

m% - Aluminun saturation

A concentração media de fósforo no solo foi de 68 mg kg-1. Nas três áreas,

as concentrações foram acima da média observada para os solos do estado do Ceará,

que é de 4 mg kg-1 (BRASIL, 1973). Perlatti et al, (2014) também observaram altos

teores de fósforo em áreas próximas ao referido estudo e verificaram que os elevados

teores estavam associados a presença da pseudomalaquita (Cu5(PO4)2(OH)4).

Com relação à distribuição do tamanho de partículas, há o predomínio da

fração areia nas três áreas. Nas áreas I e II os solos apresentam textura franco-arenosa e

na área do Jatobá a textura do solo é franco-argilo-arenosa (Tabela 1). Solos arenosos

são mais susceptíveis ao processo de lixiviação, devido sua pequena superfície

específica associada às partículas de fração areia, quando comparado com outras frações

(NYAMANGARA et al., 2003; WENG et al., 2001). Essa fração, embora tenha

pequena superfície específica, contribui para a retenção de metais (OTERO et al.,

2013). Adicionalmente, solos arenosos apresentam uma alta condutividade hidráulica

(SAXTON et al., 2001), que em associação com a reduzida superfície específica,

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favorecem a retirada de contaminantes para as camadas/horizontes subjacentes ou

mesmo do perfil de solo.

O conteúdo de matéria orgânica, que foi determinado nas três áreas, é

superior a valor médio observadopara os solos do estado (BRASIL, 1973). O

incremento no conteúdo de matéria orgânica pode ser uma influência do período de

coleta.

Teor total de cobre e extração seqüencial

O teor total de cobre nas três áreas está apresentado na figura 2. Embora o

toer de cobre total nas áreas II (1033,83+ 644,40 mg kg-1) e I (970,20+1010,68 mg kg-1)

sejam, numericamente, superiores ao obsservado na área III (454,68+126,03 mg kg-1),

não houve diferença estatística entre as áreas. A concentração total de cobre

determinada nas três áreas está acima do limite de referência estabelecido pelo

CONAMA na resolução 460, que é de 60 mg kg-1(CONAMA, 2013). Conforme análise

gráfica verifica-se que não há diferença estatística entre as áreas, com relação ao teor

total (Figura 2).

Figure 2 – Concentração total de cobre em três áreas adjacente a antiga mina de cobre

da pedra verde, no município de Viçosa do Ceará-CE. Barras com mesma letra não

diferem estatísticamente.

Quanto à extração sequencial, os dados encontram-se na tabela 2. Os resultados

da análise estatística evidenciam que não existe diferença no teor de cobre entre as áreas

(p-value > 0.05). A fração associada aos carbonatos (CuCAR) concentrou grande parte do

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cobre, seguido pelas frações associadas a matéria orgânica (CuOM) e sulfetos (CuS)

(Tabela 2). A rocha que dá origem aos rejeitos, depositados a superfície do solo, é o

filito e contém em sua composição minerais como a malaquita (Cu2(OH)2CO3),

calcopiria (CuFeS2), calcocita (Cu2S) e outros minerais (PERLATTI et al., 2015;

COLLINS; LOUREIRO, 1971), isso explica os elevados teores associados aos

carbonatos e sulfetos (Tabela 2). Esses na presença de O2 e água oxidam e liberam os

metais que compõe a estrutura dos minerais (Go et al., 2006; Lin, Herbert Jr., 1997). O

processo de oxidação em muitos casos leva a diminuição dos valores de pH, devido a

oxidação dos sulfetos e geração da drenagem ácida de mina (DAM). (McCARTHY,

2011). Contudo, conforme explicado por Perlatti et al. (2015), a presença de minerais

carbonatados tampona a acidez gerada pelos sulfetos.

Tabela2 –Comparação do fracionmento químico do cobre por área, em solo

contaminado por rejeito da mineração de cobre.

Área Extração sequencial

CuCAR CuMO CuAM CuOX CuS CuRE

mg kg-1

I 62,6+78.5 383,1+478 218,5+251 108,7+107 8,2+2 150,3+195 38,8+24

II 43,3+ 20 98,1+39 116,7+38 38,5+21 9,8+3 41,7+18 40,1+7

III 87,6+42 380,2+277 219,5+145 103,2+76 9,8+2 178,4+123 55,3+36

F 1,4 0,65 0,43 0,41 1,20 0,92 0,78

p-value 0,28 0,54 0,66 0.67 0.33 0.42 0.47

Nesse processo de oxidação e tamponamento, mais cobre é adicionado ao ambiente,

favorecendo a sua disponibilidade e interação com outras frações do solo, como por

exemplo, a matéria orgânica (CuOM). Essa fração reteve 22% do cobre que foi

adicionado ao solo. Em geral, altos teores de cobre associado com esta fração (CuOM),

resulta em forte interação formando complexos de esfera interna e externa, com grupos

carboxílicos, fenólicos e hidroxilas (GUO et al., 2006), reduzindo a disponibilidade para

os organismos.

Em relação às fracões associadas aos óxidos de ferro, observa-se que uma

grande proporção ocorreu junto aos óxidos amorfos (CuAM) em detrimento das formas

cristalinas (CuOX). Segundo Perlatti et al. (2014), elevados teores de Cu2+ associados

com os óxidos amorfos foiexplicado pela presença de óxidos de cobre que ocorrem

naturalmente no filito, além do enriquecimento secundário devido a dissolução de

carbonatos e sulfetos. Contudo, no solo, os óxidos amorfos têm papel fundamental na

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retenção de cobre, podendo ser uma das principais vias de imobilização de Cu2+

(AGBENIN; OLOJO, 2004). Na figura 3(A) observam-se os dados da extração

sequencial por área. A análise gráfica mostra uma melhor visão de proporção entre as

frações. Na figura 3(B) observa-se uma análise de agrupamentodas frações com as

variáveis matéria orgânica e pH, do solo. Conforme informações obtidas pela análise de

agrupamento, é verificado que todas as frações apresentam boa associação com o pH do

solo, exceto CuAM. Quanto a fração associada ao CuOM, embora ela represente a segunda

fração mais importante, não teve associação com a matéria orgânica do solo (Figura

3B). Provavelmente, isto ocorre devido a extração de CuOM retirar o cobre mais lábil

associado a matéria orgânica (KARLSON et al., 2006; ERWIN et al., 1997),

desconsiderando o Cu2+ dos complexos de esfera interna.

Figura 3 – a) Extração sequencial de cobre em amostras de solo e; b) análise de

agrupamento com variáveis ambientais. (n=18)

Com relação aos dados apresentados e a atual legislação vigente no Brasil

(COANAMA 460/2013), os solos avaliados são classificados como classe 4, solos em

que ao menos um dos elementos avaliados excedem o valor de investiação (VI).

Baseado no artigo 15 da referida resolução a concentração de substâncias no solo,

originadas de atividades antropogênica, não deve exceder o valor de prevenção (VP),

que é de 60 mg kg-1. Assim sendo, a concentração de cobre na área foi superior ao VP

cerca de 33 vezes.

Os elevados teores de cobre observados na área representam risco potencial para

a fauna e flora loca, principalmente, considerando as formas associadas aos carbonatos e

a matéria orgânica. Essas frações em respostas a variações de pH e condições climáticas

podem liberar o cobre a elas associados para o ambiente.

Fitoextraçao em resposta a concentração de cobre no solo

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Na tabela 3 foram listadas todas as espécies identificadas. Foi

contabilizadoum total de 277 indivíduos pertencentes a 16 morfoespécies, representando

uma densidade média de 154 indivíduos/ha. As famílias botânicas com maior número de

espécies foram: Fabaceae (6 espécies) e Combretaceae (3 espécies), as demais

apresentaram de uma a duas espécies por família. As espécies mais freqüentes foram:

conduru, marmeleiro, urucurana, mororó, rabugem, sipaúba, mofumbo e jatobá.

Tabela 3 – Lista de species encontradas em áreas contaminadas por mineração de cobre

e conteúdo de cobre na folha Área Família Espécie Nome

popular

Hábito Ni Fre Cu-

(mg kg-1)

F; J Morfo sp2 Chá de carne Arv 3 1,0 9.0+0.0

F; J; B Morfo sp3 Urucurana Arv 31 11,2 42.5+35.0

F; B Apocynaceae Aspidosperma sp. Pequiá Arv 4 1,4 15.9+4.9

F Bignoniaceae

Handroantus cf,

impetiginosus (Mart. Ex.

DC) Mattos

Pau d’arco

Arv 1 0,3 47+0.0

B Capparaceae Cynophalla flexuosa (L.)

J. Presl Feijão bravo Arb 1 0,3 21+5.65

F Combretaceae Terminalia glabrescens

Mart. Mirindiba Arv 2 0,7 9.0+0.0

F; B Combretaceae Combretum af.

glaucocarpum. Sipaúba Arb 28 10,1 14.4+2.8

F; J; B Combretaceae Combretum leprosum Mofumbo Arb 26 9,4 35.35+15.25

F; J; B Euphorbiaceae Croton blanchetianus

Baill.

Marmeleiro Arb 31 11,2 17.6+4.7

F; J; B Fabaceae Morfo sp 1 Catanduba Arv 3 1,0 14.0+2.8

F; J; B Fabaceae Bauhinia ungulata L Mororó Arb 32 11,5 16.30+7.3

B Fabaceae Morfo sp 5 Jucá Arv 1 0,3 13+2.8

J Fabaceae

Caesalpinoide

ae

Hymenaeae courbaril L. Jatobá Arv 31 11,2 20.5+4.9

F; J; B Fabaceae

Faboideae

Machaerium acutifolium

Vogel

Rabugem Arv 29 10,5 21.13+4.2

F Fabaceae

Mimosoideae

Mimosa

caesalpiniifoliaBenth

Sabiá Arv 1 0,3 14.5+9.9

F; J Myrtaceae Campomanesia aff.

Aromatica (Aubbl)

Grisebe

Guabiraba Arv 18 6,5 13.4+3.5

F; J Salicaceae Casearia aff.

Mariquitensis Kunth

Conduru Arv 33 11,9 12.8+2.4

Legenda: F- Floresta s; J – Jatobá; B- Britador; Ni – Número de indivíduos; F-

Frequência.

A concentração de cobre nas folhas dos indivíduos listados, variou de 9 a 47

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67

mg kg-1, com teor médio de 20 mg kg-1. As espécies que mais bioacumularam cobre

foram: Handroantus cf, impetiginosus (Mart. Ex. DC) Mattos, Morfoespécie 3 e

Combretum leprosum com47 + 0.0 mg kg-1, 42.5 +35.0 mg kg-1, and 28.36 +15.31 mg

kg-1, respectivamente. O conteúdo de nutrientes e micronutrientes acumulados na folha

é dependente da fisiologia da espécie e do conteúdo para absorção (Yang et al., 2002),

isso justifica a ampla variação interespecífica. Perlatti et al. (2015) estudando espécies

de crescimento espontâneo em áreas de rejeito de mineração, verificaram que espécie

Bidens pilosa acumulou, em média, 234 mg kg-1 de cobre na parte aérea, enquanto as

demais espécies acumularam o teor, normalmente, encontrado na literatura que varia de

5 – 30mg kg-1 (KABATA-PENDIAS, 2010). Os teores de cobre verificados nas espécies

estudadas (Tabela 3) estão abaixo do limite esperado para plantas hiperacumuladoras

(1000 mg kg-1) (FAUCON; NGOYSHUTCHA; MEERTS, 2007), mas dentro do

esperado para a grande maioria das espécies que se desenvolvem em solos não

contaminados (KABATA-PENDIAS, 2010).

Em áreas não poluídas o conteúdo de cobre nas folhas, de maneira geral,

não excede a concentração de 20 mg kg-1 (KABATA-PENDIAS, 2011). Contudo, em

áreas poluídas por atividades humanas, a concentração de cobre no tecido das folhas

pode ser superior a 1000 mg kg-1, principalmente devido a concentração de cobre na

solução do solo e aos baixos valores de pH (<5,5), que são determinantes para a

absorção (Kabata-Pendias, 2011). Além da concentração do metal e do pH do solo, a

forma do metal também influencia na absorção das raízes, conforme observado por

Wenzel e Jockwer (1999), onde plantas absorveram metais que estavam adsorvido a

superfície dos minerais. Assim sendo, na tabela 4 é apresentada uma correlação de

Pearson entre o teor de cobre nas folhas e as formas de cobre no solo.

Entre as espécies listadas (Tabela 4), somente Casearia aff. Mariquitensis

Kunth apresentou correlação significante, entre as formas CuEX e CuCAR (Tabela 4). Isto

significa que o incremento de cobre no solo influenciou no acúmulo de cobre no tecido

foliar. As outras espécies não apresentaram correlação com as formas de cobre no solo.

A falta de correlação entre cobre nas folhas das espécies com as formas de cobre no

solo, provavelmente, esteja associada a um mecanismo de exclusão desenvolvido pelas

espécies para sobreviver em áreas contaminadas com elevadas concentrações de cobre.

O fator de bioconcentração (BCF), nada mais é do que uma relação

matemática entre o teor de metal na parte aérea das espécies avaliadas com o teor do

metal biodisponível no solo para absorção das raízes. O BCF é uma ferramenta utilizada

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68

para avaliar a dinâmica da planta em relação a elevadas concentrações de determinado

elemento no solo.

Neste sentido, na figura 4 é observado a distribuição especial do cobre

biodisponível no solo (Mehlich 3) em associação com os valores de BCF para cada

espécie.

Table 4 –Correlação entre extração sequencial de cobre no solo e o conteúdo de cobre

determinado nas folhas Espécies Estatística CuEX CuCAR CuOM CuAM CuOX CuS CuRES

Conduru

(n= 11)

r 0.81 0.65 0.49 -0.27 0.33 0.51 0.43

p-value <0.05 <0.05 n.s n.s n.s n.s n.s

Marmeleiro

(n=12)

r -0.14 -0.04 -0.24 0.41 -0.39 -0.03 0.24

p-value n.s n.s n.s n.s n.s n.s n.s

Urucurana

(n= 5)

r 0.26 0.35 0.65 -0.11 0.45 0.47 0.52

p-value n.s n.s n.s n.s n.s n.s n.s

Mororó

(n=7)

r 0.47 0.12 0.20 -0.34 0.46 0.10 0.54

p-value n.s n.s n.s n.s n.s n.s n.s

Sipaúba

(n=6)

r 0.13 0.17 0.35 -0.76 0.67 0.37 0.40

p-value n.s n.s n.s n.s n.s n.s n.s

Mofumbo

(n=13)

r -0.47 -0.47 -0.45 0.08 -0.40 -0.45 -0.39

p-value n.s n.s n.s n.s n.s n.s n.s

Rabuja

(n=8)

r -0.06 -0.20 -0.38 -0.14 0.30 0.03 0.16

p-value n.s n.s n.s n.s n.s n.s n.s

Piquiá

(n=5)

r -0.10 -0.15 -0.10 0.18 -0.05 -0.10 -0.21

p-value n.s ns n.s n.s n.s n.s n.s

Guabiraba

(n=5)

r 0.73 0.73 0.71 0.50 0.56 0.75 0.67

p-value n.s n.s n.s n.s n.s n.s n.s

Catanduva

n=4

r 0.45 -0.15 0.51 -0.28 0.92 -0.11 -0.46

p-value n.s n.s n.s n.s n.s n.s n.s

O cobre biodisponível (Figura 4) apresentou uma alta variação ao longo da

área (6,72 a 977,93 mg kg-1). Normalmente em áreas não poluídas a concentração total

não excede 16,07 mg kg-1, em áreas cultivadas a concentração pode variar de 3-40 mg

kg-1(SILVA, et al., 2012; KOPTSIK et al., 2003). Portanto, o cobre biodisponíel está,

em média, sessenta vezes acima do valor encontrado em áreas agrícolas e

aproximadamente 16 vezes acima do limite estabelecido pela agência de regulação

ambiental (CONAMA, 2013).

Em relação ao cálculo fator de bioconcentração para cada espécie, os

valores encontram-se associados ao cobre biodisponível na área (Figura 4). O valor de

BCF>1, é um dos critérios utilizados para classificar as plantas como

hiperacumuladoras (ZHUANG, et al., 2007).

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Figure 4 – BCF versus cobre biodisponível (Mehlich 3) em áreas contaminadas

por rejeitos da mineração de cobre

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Figure 4 (Continuação) – BCF value and biodisponible copper (Mehlich 3) in sites

contaminated by copper mining wastes

Baseado nos dados apresentados (Figura 4) pode-se afirmar que as plantas

listadas não têm potencial para bioacumular cobre em suas folhas, o que é justificado

pelos baixos valores de BCF em áreas com elevados teores de cobre biodisponível no

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71

solo (Figura 4). Conforme Reeves e Baker (2000), a bioconcentração é demonstrada

quando espécies crescendo em ambiente natural tem conteúdo de cobre acima 1000 mg

kg1.

Os baixos níveis de Cu2+na parte aérea evidenciam que as espécies não têm

potencial para hiperacumular o metal na parte área, indicando um provável potencial

para fitoestabilizar o metal no solo. Do ponto de vista ambiental, a fitoestabilização é

uma estratégia de fitorremediação preferível à hiperacumulação, quando o objetivo é

recuperar áreas impactadas. Pois ao translocar um menor teor demetal para a parte aérea

diminui o potencial de contaminação de outros compartimentos da paisagem.

CONCLUSÕES

Osteores de cobre nos solos impactados por rejeitos da mineração de cobre

encontram-se principalmente associado aos carbonatos e a matéria orgânica, indicando

grande potencial de mobilização.

Apesar do longo período de exposição aos rejeitos da mineração de cobre,

as espécies arbóreo/arbustivas ao redor da mina, não bioacumularam elevados teores de

cobre em suas folhas. Isto é evidenciado pelos baixos valores de BCF.

De acordo com os baixos valores de BCF nas áreas com elevados teores de

cobre, verificou-se baixa eficiência de fitoextração dos indivíduos, indicando potencial

para fitoestabilização.

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75

5 DINÂMICA DE COBRE SOB RIZOSFERA DE ESPÉCIES

ARBUSTIVO/ARBÓREAS EM ÁREAS CONTAMINADAS POR REJEITOS DA

MINERAÇÃO DE COBRE

RESUMO

O uso de plantas nativas para recuperação de áreas impactadas pela mineração pode ser

uma opção viável, principalmente, devido ao baixo custo de implantação e manutenção.

Porém, devido á complexidade dos processos na interface solo-planta, em especial na

rizosfera, é fundamental compreender a dinâmica de metais, nessa porção do solo.

Objetiva-se avaliar o potencial de alteração e mobilização de minerais e metais sob a

rizosfera de cinco espécies, adjacente a mina de cobre da Pedra Verde (Viçosa do Ceará-

CE). Para a realização do trabalho, cinco espécies arbório/arbustivas foram

selecionadas. Amostras de solo e a rizosfera dessas espécies foram coletadas e

analisadas (pH, matéria orgânica, fracionamento do cobre e extraído com Mehlich 3 e

DRX para identificação mineral). Amostras de folhas e raízes das espécies foram

obtidas para determinação do teor de cobre. Não houve diferença estatística na reação

do solo, ou seja, os valores de pH na rizosfera foram semelhantes ao do solo. Quanto à

matéria orgânica, houve diferença estatística entre os meios, com maior acúmulo na

zona da rizosfera. O fracionamento químico do cobre nos dois ambientes evidenciou

concentração mais elevada do metal no solo, em detrimento da rizosfera. A mobilização

do cobre, por parte das espécies, ocorreu principalmente nas frações trocável, ligadas

aos carbonatos, matéria orgânica e sulfetos. A espécie Buhinia ungulata L apresentou

teor de cobre similar ao do bulk. Com exceção do quartzo, todas as fases minerais

presentes sofreram alteração, que foi constatado pela redução na intensidade dos picos

de difração. O BCF < 1 destaca que as espécies não são bioacumuladoras. Dentre as

espécies, Buhinia ungulata L, apresenta potencial para ser utilizada em programas de

recuperação devido ao maior acúmulo de cobre associado à fração orgânica.

Palavras-cahve: Fitoextração. Fitoestabilização. Fator de Bioconcentração.

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76

ABSTRACT

The use of native plants to recover contaminated areas contaminated by mine wastes is

considered a feasible strategy, mainly, due to the low cost. However, it is necessary to

comprehend the complexity of process at the soil-plant interface, especially in the

rhizosphere. Thus, this study aims to evaluate the alteration and mobilization of

minerals and metals in the rhizosphere of five native species, next to a copper mine of

Pedra Verde (Viçosa of Ceará-CE, NE-Brazil). Rhizospheric and bulk soil samples of

five native species were collected and analyzed (pH; organic matter content; Cu

fractionation, Cu by Mehlich 3 and XRD for mineral identification). Additionally, Cu

content in leaves and roots were determined. No statistical difference was observed

among pH values when compared bulk and rhizospheric soil, whereas higher organic

matter content was observed at the rhizosphere. The chemical Cu fractionation showed

higher Cu content in the bulk soil. Copper mobilization by species occurred mainly in

exchangeable; bound to carbonates; bound to organic matter; and sulfides. Bauhinia

ungulata L. rhizospheric soil presented Cu contents similar to those recorded for the

bulk soil. With the exception of quartz, all the mineral phases present were weathered,

which was verified by a reduction in the diffraction peaks. The BCF < 1 show that the

species are not phytoaccumulating. Bauhinia ungulate L can be potentially used in

restoration practices due to the higher retention of Cu bound to organic matter.

Keywords: Fitoextraction. Fitoextabilization. Bioconcentration Factor.

INTRODUÇÃO

O cobre devido a sua larga utilização em muitas áreas do conhecimento, por

exemplo, produção de eletrônicos e moedas, agricultura e medicina (ZHANG et al.,

2014; ZHOU et al., 2011; BLOWER et al., 1996), configura-se como um dos metais de

grande demanda mundial. É o terceiro metal em uso no mundo (VALE, 2016). Com o

incremento na geração de energias renováveis a demanda mundial por cobre e outros

metais deverá aumentar, devido ao uso desses elementos metálicospara concepção de

placas eletrônicas (VIDAL; GOFFÉ; ARNDT, 2013).

Com o incremento na extração é esperado uma larga geração de resíduos e

rejeitos da mineração, especialmente, devido a baixa produtividade (<3%minério de

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77

cobre), portanto gerando grande quantidade de rejeitos (MUD; WENG; JOWITT, 2013;

GORDON, 2002).

Esses rejeitos da mineração, normalmente, são estocados em barragens de

contenção ou em pilhas próximos à rios (TAYLOR; LITTLE, 2013; GORDON, 2002).

A exposição desses as condições atmosféricas, diferente das condições de jazimento da

rocha, cria uma condição de instabilidade nos minerais, principalmente, nos minerais

sulfetados resultando na liberação de seus constituintes para o meio podendo causar

danos ambientais (DUDKA; ADRIANO, 1997). Embora caracterizados como rejeito,

esse material pode conter níveis de metais acima dos teores naturais encontrados em

solos pelas agências de regulação. No Brasil, conforme CONAMA (2013), o valor

limite de cobre no solopara prevençãoé 60 mg kg-1. Perlatti et al. (2014) verificaram

níveis de cobre acima de 10.000 mg kg-1 em rejeitos de mineração de cobre. No sudeste

da Espanha, no distrito de Cartagena-La Unión, Conesa et al. (2006) verificaram em

pilhas de rejeitos, teores de cobre acima de 1400 mg kg-1. Elevados níveis de metais

associados aos rejeitos representa uma fonte potencial de contaminação ambiental,

obstáculo para a recuperação do equilíbrio ecológico e a segurança alimentar nas áreas

adjacentes às áreas de mina (CONESA et al., 2006; PASSARIELLO et al., 2002).

Dentre as estratégias utilizadas na recuperação dessas áreas, o uso de plantas

fitoextratoras é uma das principais ferramentas utilizadas, principalmente devido à

possibilidade de utilização deespécies nativas (GOSH; SINGH, 2005; CONESA et al.,

2006). Plantas fitoextratoras são muito utilizadas para remoção de metais pesados do

solo (ZHUANG et al., 2007; MEERS et al., 2007). Contudo, esse processo geralmente

faz uso de plantas hiperacumuladoras para remoção de um teor considerável de metal do

solo para a parte aérea (ALI et al., 2013). Porém, a concentração de elevados teores de

metais pesados na parte aérea pode gerar contaminação da cadeia alimentar, caso se

trate de plantas forrageiras e frutíferas para animais silvestres. Adicionalmente, em

regiões de clima semiárido, durante o período de estiagem as plantas perdem suas folhas

(MORO et al., 2015; MURPHY, LUGO, 1986) que ao atingirem o solo podem ser

transportadas pelo vento e água aumentando o raio de contaminação.

Neste sentido, a identificação de espécies com potencial para

fitoestabilização pode ser de grande importância para a recuperação dessas áreas. O

principal objetivo deste trabalho foi identificar espécies com potencial para

fitoestabilização e avaliar a dinâmica de cobre sob rizosfera dessas espécies

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MATERIAIS E MÉTODOS

Descrição da área

O estudo foi conduzido próximo da antiga Mina de cobre da Pedra Verde,

localizada em General Tibúrcio, distrito de Viçosa do Ceará-CE, na regiãonordeste do

Brasil (Figura 1). A mina esteve em operação até o final da década de 80. Durante o

período, foi gerada uma grande quantidade de rejeitos e resíduos que foram estocados

em pilhas (PERLATTI et al., 2014), sem nenhuma proteção com relação aos agentes de

intemperismo. Sob ação de sol, chuvas e ventos, a pilhas colapsaram poluindo solos e

rios a jusante.

Figura 1 – Localização da área de estudo, destcando a área contaminada por

rejeitos da mineração de cobree as espécies que foram avaliadas.

Perlatti et al. (2014) avaliando a geoquímica desses rejeitos, evidenciaram

elevadas concentrações de cobre associada ao material, com teores acima de 20.000 mg

kg-1. Segundos os autores, esses elevados teores estavam, principalmente, associados

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aos carbonatos e óxidos amorfos. Incrementos na fração trocável foram observados nas

porções que estavam sob influência da vegetação.

O clima local é caracterizado como tropical quente semiárido brando

(IPECE, 2007), com temperatura variando de 20,7 a 32,4 ºC e precipitação

pluviométrica média anual de 981 mm, concentrada entre os meses de janeiro a maio

(FUNCEME, 2014). A vegetação regional é composta por Floresta Ombrófila no topo

da Chapada, na porção oeste, em direção ao estado do Piauí, a vegetação é composta por

Carrasco, e Floresta Estacional Semidecidual na porção leste da Chapada fazendo

transição para Caatinga (IBGE,2014).

Amostragem de solo e planta

Foram selecionadas cinco espécies no estrato arbustivo/arbóreo, que

estavam melhor distribuídas espacialmente, são elas: Combretum leprosum; Bauhinia

ungulata L.; Combretum glaucocarpum; Croton blanchetianus Baill e Hymenaeae

courbaril L. (Figura 1).

Para determinar o teor de cobre na parte aérea foram obtidas dez amostras

foliares, fotossinteticamente ativas, de cada espécie. Foram obtidas amostras de três

indivíduos de cada espécie. Amostras de raízes também foram obtidas para a

determinação da concentração de cobre. Três amostras foram obtidas para as espécies

mofumbo, marmeleiro e mororó. Para as demais espécies, apenas duas repetições foram

obtidas.

Para o desenvolvimento desse estudo, foram coletadas amostras de solo sob

influência das raízes (Rizosfera) e amostras sem influência direta das raízes. A rizosfera

representa a porção do solo que está sob influência das raízes, portanto, quimicamente

distinto da massa do solo (HINSINGER, 1998). Para coleta da rizosfera foram

realizados os seguintes passos: Amostras de cada espécie contendo agregados e raízes

foram removidas do solo e agitada para remoção das partículas fracamente aderidas, que

foram descartadas. Após esse procedimento, foi retirado, manualmente, o excedente de

solo (também descartado). Em seguida, as amostras de raízes contendo solo aderido à

sua superfície foram vigorosamente agitadas dentro de sacolas plásticas e o material

solto foi armazenado em recipiente plástico e devidamente identificado por espécie. As

partículas que permaneceram aderidas a superfície das raízes, foram desprendidas com

auxílio de um pincel de pêlos, e posteriormente armazenadas junto com as demais

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amostras, conforme método proposto por Otero et al. (2012). O solo sem influência das

raízes, foi coletado com auxílio de um trado holandês, na camada de zero a 20 cm.

Análises químicas

Para a determinação da concentração de cobre nas folhas das espécies,

inicialmente, essas foram lavadas para remoção de resíduos e, em seguida, foram secas

em estufas à temperatura de 65 °C (72horas). Após esse procedimento, as amostras

foram trituradas e 0,5 g de tecido vegetal foram transferidos para tubos de digestão

eadicionados solução de HNO3:HClO4 – 3:1. O material foi digerido em placa de

digestão à temperatura de 250°C até obtenção de flumos brancos (EMBRAPA, 2009). O

teor de cobre foi determinado em aparelho de absorção atômica.

As amostras de solo foram secas àtemperatura ambiente, destorroadas e

passadas em peneiras de 2 mm. O conteúdo de matéria orgânica foi obtido por

combustão conforme descrito em Goldin (1987) e modificado por Rodela e Alcarde

(1994). O pH do solo foi determinado em água (1:2,5). O toer de cobre nas amostras de

solo e rizosfera foram extraídos por meio da extração seqüencial, com três repetições.

Esse método permite um melhor entendimento da dinâmica de metais no solo. A

extração foi realizada a partir da combinação de métodos adaptados as condições dos

solos tropicais e as formas de cobre associadas aos sulfetos (SILVEIRA et al., 2006;

SIREGAR et al., 2005; GIMENO-GARCIA; ANDREU; BOLUDA, 1995).Contudo,

diferindo desses na extração de cobre associadas aos óxidos de ferro cristalino e fração

residual (PERLATTI et al., 2014), conforme descrito logo a seguir:fração trocável

(CuEX) – extraído com MgCl2 1 mol L-1 em pH 7,0; ligado aos carbonatos (CuCAR)–

extraído com NaOAC 1 M a pH 5,0; ligado a matéria orgânica (CuMO) – extraído com

NaOCl a 6% em pH 8,0; ligado aos óxidos de ferro amorfos (CuAM) – extraído com

solução de ácido (0,2 M) + oxalato de amônio (0,2 M) a pH 3,0; ligado aos óxidos de

ferro cristalinos (CuOX) – extraído com solução de citrato de sódio (0,25 mol L-1) +

bicarbonato de sódio (0,11 mol L-1) + 3 g de ditionito de sódio; ligado aos sulfetos (CuS)

– extraído com HNO3 4M. O teor de cobre biodisponível foi obtido pelo Mehlich 3 (.2N

CH3COOH – 0.25N NH4NO3 – 0.015N NH4F – 0.013N HNO3 – 0.001M EDTA;

MEHLICH, 1984) também foi determinado.

Análises mineralógicas

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Para avaliar as alterações mineralógicas promovidas por ação das raízes,

uma porção da amostra de solo e rizosfera foram passadas através de uma peneira (0,5

mm) para retirada de partículas grosseiras e raízes. Em seguida as foram moídas em

moinho de ágata. Essas amostras não receberam tratamento químico para evitar a

dissolução de algumas fases, como por exemplo, os carbonatos. Os picos de difração

foram obtidos no intervalo de 3 a 50 ° 2 , com passo de 0,02° , com 1,0 s/passo. Os

picos foram obtidos em aparelho Rigaku miniflex com fonte de radiação do tipo Cuk.

Análise de dados

A diferença entre os ambientes foi testada fazendo uso da annálise de

vairância com dois fatores, seguida por um teste de médias (Scott-knott – 5%). A

identificação das fases minerais foi realizada com o uso de picos padrões de DRX

(CHEN, 1977).

O fator de bioconcentração (BCF) foi calculado para avaliar a capacidade

das plantas na fitoextração de cobre do solo. O BCF é uma relação matemática entre a

concentração do metal na planta e a concentração do cobre no solo (YOON et al., 2006).

Para o cálculo do BCF foi utilizado o teor de cobre extraído com Mehlich 3.

𝐵𝐶𝐹 = [𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒]𝑓𝑜𝑙ℎ𝑎𝑠/𝑟𝑎í𝑧𝑒𝑠

[𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒] 𝑀𝑒ℎ𝑙𝑖𝑐ℎ3𝑙 (Equação 1)

RESULTADOS E DISCUSSÕES

pH e conteúdo de matéria orgânica do solo

Baseado na análise estatística constatou-se que não houve diferença entre os

meios, com valores médios de 5,06 e 5,00 em rizosfera e solo, respectivamente (Figura

2). Contudo ocorreu uma maior variação nos valores associados ao solo (CV = 9,71%),

contrastando os valores de pH da rizosfera (CV = 5,50%). Essa menor amplitude de pH

indica a ação das plantas na regulação do ambiente com elevados teores de cobre, esse

mecanismo pode favorecer o processo de colonização das espécies em ambientes com

elevada carga de metais. Perlatti et al. (2015) não encontraram diferença significativa

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entre a rizosfera e o solo para as espécies Bidens pilosa e Ruellia paniculata, em

condições de campo. Youssef e Chino (1989) avaliando a dinâmica da rizosfera de

Glycine max Mer. var. Toyosuzu e Hordeum vulgare, em ambiente controlado do tipo

rizobox, verificaram que as mudanças nos valores de pH eram determinadas por

condições inerentes ao meio e por ação das espécies. Nesse contexto, os autores

observaram que em condições de reação alcalina (pH 8,4) houve redução de

aproximadamente duas unidades de pH, que foi mais acentuadas na rizosfera Glycine

max Mer. var. Toyosuzu. Por ser uma região de metabolismo intenso, isso significa que

pequenas alterações ambientais podem alterar as condições físico-químicas nesta porção

(HISSINGER; PLASSARD; JAILLARD, 2006; WANG et al., 2002), o que pode

explicar a inexistência de diferença entre os meios, no que se refere ao pH. A presença

da malaquita, que é um carbonato de cobre presente nos solos da área em estudo (mais

detalhes no tópico de alteração mineral), pode ser umadas variáveis do solo que podem

justificar a falta de diferença entre os meios. Com a redução dos valores de pH, por ação

da rizosfera, os carbonatos são solubilzados e liberam Cu2+ e Co3-2 para o ambiente. Os

carbonatos oriundos dessa dissolução podem tamponar a acidez gerada na rizosfera,

dessa forma, equilibrando pH entre os meios.

Figure 2 – Valores de pH em rizosfera e solo de uma área contaminada por rejeitos da

mineração de cobre

Apesar da inexistência de diferença significativa entre os meios, houve

diferença estatística dentro de rizosfera e solos (Figura 2). Na rizosfera, as espécies com

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maiores valores de pH foram: Combretum glaucocarpum e Croton blanchetianus Baill.

Enquanto Combretum Leprosum Mart, Bauhinia unguculata Le Hymenaeae courbaril L

apresentaram menores de valores de pH. Observa-se na figura2 que as combretaceae

tenderam a acidificar o meio, enquanto as demais apresentaram tendência de

alcalinzação.

Conforme apresentado na figura 2, os solos apresentam reação fortemente

ácida. Segundo USDA (1998), nessa condição de pH alguns metais pesados como o

cobre, por exemplo, apresentam maior solubilidade e podem ser lixiviados e

direcionado para outras partes do sistema, como lençol freático e rios.

Quanto ao conteúdo de matéria orgânica presente na rizosfera e no solo,

constatou-se diferença significativa entre os meios, ou seja, os teores presentes na

rizosfera foram estatisticamente superiores ao encontrado no solo (Figura 3).

Adicionalmente, destaca-se que houve interação significativa entre espécies e os meios,

ou seja, as espécies foram determinantes na diferenciação do acúmulo de matéria

orgânica na rizosfera.

Figure 3 – Organic matter content in rhizosphere and bulk, under influence of five

species of spontaneous growth on soil contaminated by copper mining.

Dentre as espécies, o maior conteúdo de matéria orgânica foi determinado

na rizosfera do marmeleiro (Croton blanchetianus Baill), seguido por mofumbo

(Combretum leprosum Mart) e mororó (Bauhinia ungulata L.), apresentando conteúdo

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de 19,5 + 2,4; 17,6 + 4,9; 16,8 + 4,4 (%), respectivamente. Quanto aos teores associados

ao bulk, não houve diferença estatística entre as amostras. Os resultados obtidos

encontram-se dentro do observado por outros pesquisadores (PERLLATI et al., 2015;

OTERO et al., 2012), ou seja, maior proporção dentro da zona de influência das raízes.

Essa maior proporção de matéria orgânica na rizosfera, deve-se a intensa atividade das

raízes, por meio da excreção de exsudatos, presença de microrganismos, assim como

pela maior proporção de raízes que entram em decomposição (OTERO et al., 2012;

KENT; TRIPLETT, 2002; GORBAN, CLEGG, COURCHESNE, 1998).

A matéria orgânica do solo tem grande importância agronômica e ambiental,

pois atua como condicionante do meio aumentando a retenção de água e a capacidade

de troca de cátions, principalmente, em solos arenosos (RAWLS et al., 2003; VESTIN

et al., 2008) além de favorecer a maior estabilidade dos agregados do solo (CHENU et

al., 2000). Do ponto de vista ambiental, destaca-se o seu papel na retenção de metais

pesados, devido a sua elevada CTC, reduzindo, portanto, a lixiviação para outras partes

do sistema. No caso do cobre, a MOS estabelece uma forte interação com o metal, por

meio da formação de complexo de esfera interna, diminuindo sua mobilidade,

toxicidade e biodisponibilização (KARLSSON et al., 2006).

Mobilização de cobre sob influência da rizosfera

Na tabela 2 encontram-se os resultados associados ao fracionamento

químico e o teor “potencialmente biodisponível,”de cobre no solo. Constata-se que os

teores de cobre entre rizosfera e o solo foram estatisticamente diferentes. Os maiores

teores de cobre foram associados ao solo. Dentre as frações, no solo, a maior

concentração foi associada aos carbonatos (CuCAR) e a fração orgânica (CuOM), com

teores de 426,5 e 281,8 mg kg-1, respectivamente. Na rizosfera, essas frações

apresentaram dinâmica similar ao solo, porém o maior teor de cobre foi associado à

fração orgânica. (CuMO). No que se refere ao cobre biodisponível, a maior concentração

do metal foi associada ao bulk, em detrimento da rizosfera (Tabela 2).

A diferença encontrada nos teores de cobre entre os meios e nas respectivas

frações (Tabela 2) reforça o poder de alteração e mobilização que ocorre no ambiente

rizosférico. Dentre as frações que tiveram maior mobilização, destacam-se: a trocável

(CuEX), sulfetos (CuS) e associada aos carbonatos (CuCAR), onde foram mobilizados,

proporcionalmente 6,0, 5,2 e 4,67 vezes, o teor de cobre antes encontrado no bulk.

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Table 2 – Extraçao sequencial e concentração de cobre biodisponível

Ambiente

Extrações

CuEX CuCAR CuMO CuAM CuOX CuS Mehlich 3

mg kg-1

Rizosfera 17,0 bE 91,2bC 199,5 bA 14,5 bE 6,3bF 33,1 bD 128,8bB

Solo 102,3aD 426,5aA 281,8 aB 58,9 aB 10,9 aC 169,8 aB 478,6 aA

Obs.: Médias seguidas por letras minúsculas diferenciam linhas; Médias seguidas por

letras maiúsculas diferenciam colunas. Teste significativo ao nível de 5% (Scott-Knott).

A melhor maneira de analisar a dinâmica do cobre entre o bulk e a rizosfera

é associando as amostras aos respectivos indivíduos, que atuaram na diferenciação dos

teores entre os ambientes, destacando as frações que mais foram alteradas (Figura 4).

Conforme análise gráfica constata-se que as espécies Combretum leprosum,

Combretum glaucocarpum e Croton blanchetianus Baill mobilizaram o cobre das

diversas frações do solo, principalmente nas frações associadas aos carbonatos e

sulfetos. Quanto às espécies Bauhinia ungulata L e Hymenaeae courbaril L as

diferenças entre frações (carbonatos e sulfetos), nos ambientes de rizosfera e bulk, foi

sutil.

Conforme análise da figura 4, observa-se a fração associada a matéria

orgânica, se destacou dentre as demais, no âmbito da rizosfera. Os menores teores, em

relação ao solo, foram associados à Combretum leprosum, Combretum glaucocarpum e

Croton blanchetianus Baill. Contudo, para Hymenaeae courbaril L e Bauhinia ungulata

L, os teores de ´CuOM foram superiores ao determinado no solo, essa informação é de

extrema importância, pois numa perspectiva sde estabilização do cobre no solo essas

duas espécies seriam importantes nesse processo. Essa forte interação do Cu2+ com a

fração orgânica é bem conhecida, conforme destacado por Karlsson et al. (2006).

Provavelmente a diferença entre as espécies esteja associada à qualidade da

matéria orgânica na rizosfera, uma vez que todas apresentaram aumento significativo no

conteúdo de matéria orgânica nessa porção em relação ao solo (Figura 3), o que

justificaria o aumento do cobre associado à CuOM.

Proavelmente, isso esteja relacionado ao acúmulo do nitrogênio nos tecidos

vegetais, que ocorre de forma natural em leguminosas, como é o caso das espécies

mororó e jatobá.

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Figura 4 – Teores médios de cobre em amostras de solos e sob rizosfera para

cada espécie.

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Segundo Crew (1999) esse processo ocorre por meio de uma relação

simbiótica entre as plantas dessa família e as bactérias do gênero rhizobium. Estudos

evidenciam que a rizodeposição de leguminosas apresenta elevado conteúdo de

nitrogênio, isso favorece a presença de um ambiente rizosférico diferenciado entre as

demais famílias, devido à presença de maior biomassa microbiana que, provavelmente,

pode estar colaborando para retenção do cobre nessa porção do solo (HAYNES;

BEARE, 1997). Manceau et al (2013) estudando os tecidos de Thlaspi arvense,

verificaram que o cobre esteve principalmente ligado ao nitrogênio associado aos

complexos de histinda, que é uma molécula orgânica. Destacando, portanto, o papel do

nitrogênio.

Quanto aos teores de cobre biodisponíveis por espécie, também ocorreu

redução no ambiente rizosférico em relação ao solo, exceto para Bauhinia ungulata L

que apresentou teores similares nos dois ambientes.

Alteração mineral na rizosfera

Na figura 5 são apresentados os difratogramas de raios x (DRX) para as

porções de solo, associado ao bulk e a rizosfera das espécies estudadas, contaminados

por rejeito da mineração de cobre. Conforme análise dos DRX observa-se que a

assembleia mineralógica do bulk é composta de mica, malaquita, pseudomalquita,

quartzo e ortoclásio. Nas amostras associadas à rizosfera, observa-se que a composição

mineralógica é semelhante ao encontrado no bulk.

É esperado que a composição das amostras da rizosfera seja similar ao solo,

pois representa a porção que não sofreu influência direta das raízes. Contudo, pode-se

distinguir que nas amostras sob influência da rizosfera, houve diminuição na

intensidade dos picos de difração dos minerais, exceto para o quartzo. Segundo

Landeweert et al. (2001), o quartzo é um dos minerais presentes no solo que apresenta

grande resistência ao intemperismo. Essa grande resistência do quartzo ao intemperismo

justifica os instensos picos de difração em relação aos demais minerais na rizosfera.

A redução da intensidade dos picos de difração dos minerais, provavelmente

esteja associada a liberação de exudatos pelas raízes, promovendo o desarranjo da

estrutura e em alguns casos sua total dissolução. Hinsinger et al. (1993), estudando a

ação de Brassica napus, em meio de agar-gel, ao longo de 32 dias, verificaram a

alteração phoglopita para VHE (Vermiculita com Al-hidroxi entrecamadas) e

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consequente redução do pico de difração, em decorrência da retirada de potássio da

estrutura do mineral por ação das raízes.

Figura 5– Difratogramas de raios –x obtidos a partir de leituras de amostras de bulk e

rizosfera das referidas espécies.

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A diminuição na intensidade dos picos de difração de minerais da fração

argila e silte também foi observada por Khormali et al. (2015), em amostras de solo sob

rizosfera de plantas de milho. Os autores concluíram que a acidez gerada pela ação das

raízes foi determinante para o intemperismo dos minerais presentes no meio. Logo,

tendo por base os difratogramas apresentados (Figura 5), podemos inferir que as

espécies, aqui em estudo, favoreceram ao intemperismo mineral, decorrentes da ação

dos exudatos radiculares e micororganismos circundantes à rizosfera. Esta ação foi,

provavelmente, devido à ação de ácidos orgânicos liberados por raízes, o que pode ser

suportado em virtude do intemperismo dos minerais como a malaquita e

pseudomalquita que são carbonato e fosfato de cobre, respectivamente, e que em meio

ácido tendem a sofrer alteração mineral. O principal inconveniente associado ao

intemperismo destes minerais é o incremento da liberação de cobre para o meio, sendo

potencializado, portanto, por ação das raízes.

Perlatti et al. (2015), estudando rejeito de mineração de cobre e solos em

áreas próximo ao do referido estudo, identificaram, além dos minerais citados

anteriormente, a presença de calcocita e chalcopirita, que são minerais sulfetados. A

ausência destes, tanto no bulk quanto na rizosfera, indica que os mesmos oxidaram,

liberando cobre para o sistema e incrementando a acidez do meio, que, provavelmente,

pode ter sido tamponada por ação dos carbonatos presentes no solo (Figura 4).

Mobilização de cobre em solo e planta

Na tabela 3 encontram-se os teores médios de cobre em folhas e raízes, e o

fator de bioconcentração, calculado para os órgãos citados anteriormente, levando em

consideração os teores de cobre biodisponíveis em rizosfera e bulk. Conforme análise

dos dados, observa-se que Combretum leprosum foi a espécie de maior teor de cobre na

parte aérea, com média de 34 mg kg-1 e o menor foi determinado em Combretum

glaucocarpum, com média de 15 mg kg-1. Os teores de cobre, obtidos na parte aérea das

espécies estudadas, encontram-se abaixo da concentração observada em plantas

hiperacumuladoras de cobre, que segundo Van der Ent. et al. (2013) é da ordem de 300

mg kg-1. Porém dentro do intervalo esperado para plantas que crescem em solos não

contaminados (KABATA-PENDIAS, 2011). Ainda segundo a mesma autora, os

sintomas de toxidez podem ser percebidos quando a concentração de cobre nos tecidos

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está por volta de 15-20 mg kg-1, contudo não foram observados sintomas de toxidez.

Perlatti et al. (2015), realizando estudos em área de rejeito de mineração de cobre,

próximo ao local de estudo, com plantas de crescimento espontâneo, observaram que a

espécie Bidens pilosa, concentrou na parte aérea, em média, 234 mg kg-1, contudo as

demais apresentaram concentração na parte aérea dentro do esperado, para plantas que

se desenvolvem em solos não contaminados.

Tabela 3 – Concentração média de cobre e fator de bioacumulação (BCF) em folhas e

raízes de plantas de crescimento espontâneo em áreas contaminadas por rejeito da

mineração de cobre, em Viçosa do Ceará-CE. Espécies Folha Raízes BCF Folhas BCF Raízes

mg kg-1 Rizo Bulk Rizo Bulk

C.leprosum 34 186,0 0,1 0,0 0,5 0,2

C. glaucocarpum 15 517,0 0,9 0,0 30,7 0,7

B. ungulata L 16,3 202,0 0,1 0,1 0,8 0,8

Cr. Blanchetianus Baill 17,9 220,0 0,0 0,0 0,8 0,3

H. Courbaril L 20,5 22,0 0,1 0,1 0,2 0,1

Legenda: Rizo – Rizosfera; C – Combretum; B – Bauhinia; Cr – Croton; H -Hymenaeae

A concentração média de cobre nas raízes foi de 229 mg kg-1. A maior

concentração foi determinada na espécie sipaúba Combretum glaucocarpum, com teor

médio de 517 mg kg-1, enquanto a menor concentração foi registrada nas raízes de

Hymenaeae courbaril L, com teor médio de 22 mg kg-1. Resultados similares foram

obtidos por Perlatti et al., (2015) em plantas de crescimento espontâneo em rejeito da

mineração de cobre, ou seja, a maior concentração do metal ocorrendo nas raízes.

Elevados teores de cobre nas raízes em relação ao encontrado nas folhas pode ser

constatado, também, pelos valores do BCF (Tabela 3). Os valores obtidos para raízes

são superiores aos determinados na parte aérea, evidenciando maior capacidade das

raízes em armazenar Cu2+. Com base nesses resultados, infere-se que elas são plantas

exclusoras/fitoestabilizadoras. Segundo Baker (1981), plantas exclusoras utilizam as

raízes como órgãos filtradores do excesso de cobre no solo.

Os elevados teores de cobre nas raízes evidenciam a capacidade das plantas

em promover a alteração mineral e mobilização de íons das partículas do solo (Figura

4). Esta afirmação é suportada devido aos elevados teores de cobre que foram

acumulados nas raízes, não coerentes com os teores facilmente trocáveis na superfície

dos colóides (Figura 4). Isso denota a retirada de cobre de outras fontes, por exemplo, a

partir da alteração de minerais como a malaquita (Cu2CO3(OH)2) e pseudomalaquita

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(Cu5(PO4)2(OH)4).

Como resultado deste processo de alteração e mobilização, no âmbito da

rizosfera, é relevante estimar a proporção de Cu2+ que foi potencialmente mobilizado do

solo. Esse por não ser absorvido pelas raízes, tampouco estabilizado na rizosfera,

provavelmente foi lixivado para outras partes da paisagem. Na tabela 4 pode-se

observar a concentração do cobre, potencialmente biodisponível (MEHLICH 3), que foi

mobilizado do solo para rizosfera.

Table 4 – Concentração de cobre (Mehlich 3) potencialmente mobilizado do solo para

rizosfera e lixiviado Espécies Rizosfera Solo Diferença Pot. Lixiviado*

mg kg-1

C.leprosum 390 768 378 192

C. glaucocarpum 16,83 768 751,17 234,17

B. ungulata 264 247 -17 -219

Cr. blanchetianus

Baill

260,9 768 507,1 287,1

H. Courbaril L 94,53 247 152,47 130,47

Legenda: * Valor já descontado a concentração de cobre das raízes; Pot. –

Potenciamente

Dentre as espécies, Combretum glaucocarpum favoreceu a maior

mobilização de cobre do bulk para a rizosfera, seguida por Croton blanchetianus Bail e

Combretum leprosum. Já a espécie Bauhinia ungulata L mobilizou além do que estava

potencialmente biodisponível, pois a concentração de cobre em sua rizosfera foi

superior ao encontrado no bulk. Quanto aos teores, potencialmente lixiviado, observa-se

que as maiores perdas foram associadas à rizosfera de Croton blanchetianus e Combretu

glaucocarpum.

CONCLUSÕES

As espécies estudadas favoreceram o intemperismo mineral nas partículas

de rejeitos associadas ao solo, que foi contatado devido a redução dos picos de difração

dos minerais presentes na rizosfera em relação ao solo. Portanto, evidenciando o

potencial para mobilizar Cu2+ de frações relativamente estáveis, como as frações

associadas aos carbonatos (CuCAR).

Elevados teores de cobre no solo favoreceram o acúmulo de Cu2+nas raízes

em detrimento da translocação para a parte aérea. Isto significa que as plantas atuam

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como exclusoras/fitoestabilizadoras, utilizando as raízes como filtro, dessa forma,

facilitando o processo de colonização em áreas com grande de carga de metais.

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6. CONCLUSÕES GERAIS

O perfil de solo analisado evidenciou condições físicas e químicas que

favorecem a mobilização de metais, contudo os elevados teores concentram-se nos

horizontes superficiais. Indicado, portanto, que a contaminação de aquíferos e outras

porções da paisagem devem ocorrer principalmente por ação de águas superficiais e

erosão.

O uso da água da mina no cultivo da bananeira elevou a concentração de

cobre nos frutos, mas não excedeu o limite diário de ingestão de Cu2+.

Emobra as espécies identificadas no local de estudo estejam submetidas a

elevados teores de cobre (Cu2+), no solo, esse não é translocado para a parte aérea

(folhas), o que evidencia o potencial para fitoestabilização das espécies

A presença de plantas sobre a camada de rejeitos de cobre, embora favoreça

a complexação de Cu2+ junto à matéria orgânica, também disponibiliza Cu2+ para o

sistema para o sistema, por meio da alteração mineral e mobilização de íons.

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APÊNDICE A – DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DO PERFIL DE SOLO

Classificação: CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico

Localização: Mina de Cobre da Pedra Verde no distrito de General Tibúrcio – 3°32,33’S

e 41°8,44 O.

Situação e declividade - Trincheira sob vegetação natural, em terço médio de elevação

com 1 a 3% de declividade. Distrito de General Tibúrcio –

Viçosa do Ceará

Formação geológica e litologia: Arenito

Material originário: Saprólito do material supracitado

Relevo local – Montanhoso

Relevo regional - Escarpado

Altitude:450 m

Drenagem: Perfeitamente drenado

Pedregosidade - Moderadamente pedregosa

Rochosidade – Rochosa

Erosão – Laminar ligeira.

Vegetação primária: Vegetação de transição entre floresta Ombrófila e caatinga

Uso atual:Vegetação natural

Rejeito 20 – 0 cm, rejeito inconsolidado da mineração de cobre; cascalhento;

areia; transição abrupta e ondulada

AEb 0-11 cm, bruno escuro (7,5 YR 3/4, úmido); franco arenosa, cascalhenta,

moderada, médio e pequenos blocos subangulares; ligeiramente dura e muito

friável, ligeiramente plástica e não pegajosa; transição ondulada e clara. Raízes,

finas e comuns.

E 11-25 cm, bruno escuro (7,5YR 3/4, úmido); franco arenosa; moderada, médios

e grandes blocos subangulares que se desfazem em médios e pequenos;

ligeiramente dura, friável, ligeiramente plástica a plástica e ligeiramente

pegajosa; transição clara a gradual eplana; raízes finas comuns.

EB 25-36 cm, bruno escuro (7,5YR 3/4, úmido); franco-argiloarenosa; moderada

média a grande, blocos subangulares que se desfazem em pequenos;

ligeiramente dura, friável, plástica e ligeiramente pegajosa; transição clara a

gradual e plana; Raízes finas e médias, comuns.

BE 36-51 cm, bruno avermelhado (5YR 4/4, úmido), franco-argiloarenosa;

moderada média e grandes, blocos subangulares que se desfazem em pequenos e

muito pequenos; ligeiramente dura, friável, plástica e ligeiramente pegajosa a

pegajosa; transição clara a gradual e plana

Bi1 51-70 cm, vermelho-amarelo (5 YR 4/6, úmido); franco-argiloarenosa; moderada

média e grande blocos subangulares; ligeiramente dura, friável, plástica e

pegajosa; transição clara a gradual e plana.

Bi2 70-91+ cm, vermelho-amarelo (5 YR 4/6, úmido); franco-argiloarenosa;

moderado a forte, média a grandes blocos subangulares; ligeiramente dura,

friável, plástica e ligeiramente pegajosa

Obs.: Fragmentos de rocha permeiam o perfil.