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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
MARCIO LEAL MACEDO LUNA
COMPARAÇÃO E VALIDAÇÃO DE MODELOS ELÉTRICOS DE UM DIODO E
DOIS DIODOS DE UM MÓDULO FOTOVOLTAICO
FORTALEZA
2013
MARCIO LEAL MACEDO LUNA
COMPARAÇÃO E VALIDAÇÃO DE MODELOS ELÉTRICOS DE UM DIODO
E DOIS DIODOS DE UM MÓDULO FOTOVOLTAICO
Monografia submetida à Universidade
Federal do Ceará como parte dos
requisitos para obtenção do título de
Graduado em Engenharia Elétrica.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Cesar
Marques de Carvalho.
FORTALEZA
2013
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca de Ciências e Tecnologia
L983c Luna, Marcio Leal Macedo.
Comparação de validação de modelos elétricos de um diodo e dois diodos de um módulo
fotovoltaico / Marcio Leal Macedo Luna. – 2013.
73 f. : il., color., enc. ; 30 cm.
Monografia (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia, Departamento de
Engenharia Elétrica, Curso de Engenharia Elétrica, Fortaleza, 2013.
Orientação: Prof. Dr. Paulo Cesar Marques de Carvalho.
1. Modelagem. 2. Módulo fotovoltaico. 3. Modelos elétricos. I. Título.
CDD 621.3
A Deus.
Aos meus pais, Cícero e Márcia.
Aos meus irmãos, Tiago e Victor.
A todos os meus familiares e amigos.
A todos os professores da graduação.
AGRADECIMENTO
Primeiramente, a Deus pela força, vontade e coragem que ele fez surgir em mim
durante todas as dificuldades que apareceram.
A minha família, meus pais e meus irmãos, que sempre me motivaram nos
momentos que eu necessitava com palavras e ensinamentos que sempre guardo comigo.
Ao professor Paulo Cesar Marques de Carvalho, pela orientação fornecida e pelas
palavras de apoio.
Aos companheiros de pesquisa em laboratório Ronne Michel da Cruz Corrêa e
Elissandro Monteiro do Sacramento, pela ajuda com material, orientações e apoio.
Aos professores do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal
do Ceará, pelos conhecimentos e experiências que foram fornecidos a mim durante todo o
tempo de graduação e pelo tempo dedicado a dúvidas e questionamentos que fiz.
Aos meus amigos, que foram decisivos na ajuda com material e no suporte a este
trabalho e também pelas palavras de incentivo e pelo tempo dedicado as minhas dúvidas.
A todos que participaram deste trabalho diretamente ou indiretamente, sempre
serei grato.
“O segredo do sucesso é a constância do
propósito.” (Benjamin Disraeli)
“O homem não é nada além daquilo que a
educação faz dele.” (Immanuel Kant)
“Tudo tem alguma beleza, mas nem todos são
capazes de ver.” (Confucio)
RESUMO
Este trabalho apresenta uma comparação entre dois modelos elétricos de um
módulo fotovoltaico, o primeiro modelo com um diodo e o segundo modelo com dois diodos.
Para a compreensão das modelagens foi desenvolvida uma breve revisão bibliográfica com o
intuito de esclarecer as características básicas da geração por energia solar e de painéis
fotovoltaicos. Posteriormente, são apresentados os métodos utilizados para realização das
modelagens mostrando os diagramas de interconexão de blocos montados para cada modelo
de acordo com o equacionamento dos mesmos. Para a realização das simulações dos modelos
foi utilizada a ferramenta simulink software Matlab. As simulações mostram as diferenças
básicas entre os dois modelos desenvolvidos. Foi efetuado um experimento de medição para
realizar a validação dos modelos, mostrando através de erros entre os valores medidos e os
valores calculados que os dois modelos são precisos na determinação dos valores de tensão,
corrente e potência para um módulo FV.
Palavras-chave: Modelagem. Modelo com 1 diodo. Modelo com 2 diodos. Módulo
fotovoltaico.
ABSTRACT
This paper presents a comparison between two electric models of a PV module,
the first model with one diode and the second model with two diodes. To understand the
modeling a brief literature review in order to clarify the basic characteristics of generation by
solar energy and photovoltaic panels was developed. Subsequently, the methods used for the
modeling diagrams showing the interconnection of blocks assembled for each model
according to the equation of the same are presented. For the simulations of the models
Simulink tool of Matlab software was used. The simulations show the basic differences
between the two models developed. An experiment measurement was made to perform
validation of the models, showing through errors between measured and calculated values that
the two models are accurate in determining the values of voltage, current and power for a PV
module.
Keywords: Modeling. Model with 1 diode. Model with 2 diodes. Photovoltaic module.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1.1 – Condomínio solar em Hamburgo ........................................................ 3
Figura 1.2 – Campo de painéis coletores em Marstal .............................................. 3
Figura 1.3 – Radiação solar global diária – média anual típica (Wh/m².dia) ............. 4
Figura 1.4 – Produção mundial de células fotovoltaicas de 2001 a 2010 ................... 5
Figura 2.1 – Representação da do funcionamento de um painel fotovoltaico ............. 9
Figura 2.2 – Célula de silício monocristalino ........................................................ 10
Figura 2.3 – Célula de silício policristalino ............................................................ 10
Figura 2.4 – Célula de silício amorfo .................................................................... 10
Figura 2.5 – Módulo fotovoltaico de disseleneto de cobre e índio ............................ 12
Figura 2.6 – Módulo fotovoltaico de telureto de cádmio .......................................... 12
Figura 2.7 – Curva corrente versus tensão de um módulo fotovoltaico ...................... 13
Figura 2.8 – Curva potência versus tensão para um módulo fotovoltaico................... 13
Figura 2.9 – Característica corrente versus tensão para diferentes temperaturas ......... 14
Figura 2.10 – Característica corrente versus tensão para diferentes irradiâncias .......... 14
Figura 2.11 – Circuito equivalente simplificado de uma célula FV ............................. 15
Figura 2.12 – Circuito equivalente de uma célula fotovoltaica abordando uma
resistência série ................................................................................ 17
Figura 2.13 – Circuito equivalente com uma resistência série e uma em paralelo de
uma célula fotovoltaica .................................................................... 21
Figura 2.14 – Circuito equivalente com dois diodos e resistências em série e em
paralelo de uma célula fotovoltaica ..................................................... 24
Figura 3.1 – Bloco referente à conversão de graus Celsius para Kelvin ..................... 28
Figura 3.2 – Esquemático de ligações no bloco de conversão de temperatura ............ 28
Figura 3.3 – Bloco referente ao cálculo da fotocorrente ........................................... 29
Figura 3.4 – Esquemático de ligações do bloco de cálculo da fotocorrente ................ 29
Figura 3.5 – Bloco referente ao cálculo da corrente de saturação reversa .................. 30
Figura 3.6 – Esquemático de ligações do bloco de cálculo da corrente de saturação
reversa ............................................................................................ 30
Figura 3.7 – Bloco referente ao cálculo da corrente de saturação .............................. 31
Figura 3.8 – Esquemático de ligação do bloco de calculo da corrente de saturação ..... 31
Figura 3.9 – Bloco referente ao cálculo da corrente de saída do módulo fotovoltaico . 32
Figura 3.10 – Esquemático de ligação do quinto bloco ............................................. 32
Figura 3.11 – Bloco referente ao cálculo de parâmetros para o uso no quinto bloco ..... 33
Figura 3.12 – Esquemático de ligação do sexto bloco ............................................... 33
Figura 3.13 – Bloco final referente ao modelo de um diodo do módulo fotovoltaico .... 34
Figura 3.14 – Esquemático de conexão dos seis blocos ............................................. 34
Figura 3.15 – Diagrama de interconexão do modelo com dois diodos ........................ 36
Figura 3.16 – Diagrama de ligação do bloco referente à corrente de saída no modelo
com dois diodos .............................................................................. 37
Figura 4.1 – Diagrama montado para realizar as simulações no modelo com um
diodo ............................................................................................... 39
Figura 4.2 – Variação de temperatura na entrada do modelo .................................... 39
Figura 4.3 – Variação da corrente com a tensão na saída do módulo fotovoltaico para
o modelo com um diodo e para o primeiro conjunto de entradas ........... 40
Figura 4.4 – Variação da potência com a tensão na saída do módulo fotovoltaico
para o modelo com um diodo e para o primeiro conjunto de entradas ..... 40
Figura 4.5 – Esquema de ligação dos blocos do modelo de um diodo com o segundo
conjunto de entradas ......................................................................... 41
Figura 4.6 – Variação de radiação na entrada do modelo ......................................... 41
Figura 4.7 – Variação da corrente com a tensão na saída do módulo fotovoltaico para
o modelo com um diodo e para o segundo conjunto de entradas ............ 42
Figura 4.8 – Variação da potência com a tensão na saída do módulo fotovoltaico
para o modelo com um diodo e para o segundo conjunto de entradas ..... 42
Figura 4.9 – Variação da corrente com a tensão na saída do módulo fotovoltaico para
o modelo com dois diodos e para o primeiro conjunto de entradas ......... 43
Figura 4.10 – Variação da potência com a tensão na saída do módulo fotovoltaico
para o modelo com dois diodos e para o primeiro conjunto de entradas .. 44
Figura 4.11 – Variação da corrente com a tensão na saída do módulo fotovoltaico para
o modelo com dois diodos e para o segundo conjunto de entradas .......... 44
Figura 4.12 – Variação da potência com a tensão na saída do módulo fotovoltaico
para o modelo com dois diodos e para o segundo conjunto de entradas .. 45
Figura 4.13 – Variação de corrente e tensão para os dois modelos com o primeiro
conjunto de entradas – curva do modelo de 1 diodo (azul) e curva do
modelo com 2 diodos (vermelho) ....................................................... 46
Figura 4.14 – Variação de potência e tensão para os dois modelos com o primeiro
conjunto de entradas – curva do modelo de 1 diodo (azul) e curva do 46
modelo com 2 diodos (vermelho) .......................................................
Figura 4.15 – Variação de corrente e tensão para os dois modelos com o segundo
conjunto de entradas – curva do modelo de 1 diodo (azul) e curva do
modelo com 2 diodos (vermelho) ...................................................... 47
Figura 4.16 – Variação de potência e tensão para os dois modelos com o segundo
conjunto de entradas – curva do modelo de 1 diodo (azul) e curva do
modelo com 2 diodos (vermelho) ...................................................... 47
Figura 5.1 – Camadas constituintes de um módulo FV ............................................ 49
Figura 5.2 – Cruzamento entre a curva do módulo FV e a reta de carga para medição
1 – curva do modelo de 1 diodo (vermelho), curva do modelo com 2
diodos (azul) e reta de carga .............................................................. 52
Figura 5.3 – Detalhe do cruzamento entre a curva do módulo FV e a reta de carga
para medição 1 – curva do modelo de 1 diodo (vermelho), curva do
modelo com 2 diodos (azul) e reta de carga (verde) .............................. 52
Figura 5.4 – Cruzamento entre a curva do módulo FV e a reta de carga para medição
2 – curva do modelo de 1 diodo (vermelho), curva do modelo com 2
diodos (azul) e reta de carga (verde) ................................................... 53
Figura 5.5 – Detalhe do cruzamento entre a curva do módulo FV e a reta de carga
para medição 2 – curva do modelo de 1 diodo (vermelho), curva do
modelo com 2 diodos (azul) e reta de carga (verde) .............................. 53
Figura 5.6 – Cruzamento entre a curva do módulo FV e a reta de carga para medição
3 – curva do modelo de 1 diodo (vermelho), curva do modelo com 2
diodos (azul) e reta de carga (verde) ................................................... 54
Figura 5.7 – Detalhe do cruzamento entre a curva do módulo FV e a reta de carga
para medição 3 – curva do modelo de 1 diodo (vermelho), curva do
modelo com 2 diodos (azul) e reta de carga (verde) .............................. 54
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 – Especificações técnicas do módulo fotovoltaico KC85T do fabricante
Kyocera para as condições de teste padrão (STC) ................................... 27
Tabela 5.1 – Dados obtidos com as medições ........................................................... 51
Tabela 5.2 – Comparação dos dados de tensão obtidos com os modelos e com as
medições ............................................................................................ 56
Tabela 5.3 – Comparação dos dados de corrente obtidos com os modelos e com as
medições ............................................................................................ 56
Tabela 5.4 – Comparação dos dados de potência obtidos com os modelos e com as
medições ............................................................................................ 56
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................ 7
2.1 A célula fotovoltaica ............................................................................... 7
2.2 Características do módulo fotovoltaico .................................................... 12
2.3 Modelos elétricos de uma célula fotovoltaica ........................................... 15
2.3.1 Modelo com apenas 1 diodo ..................................................................... 15
2.3.2 Modelo com um diodo e um resistor em série ............................................. 17
2.3.3 Modelo com um diodo, um resistor em série e um resistor em paralelo ........ 21
2.3.4 Modelo com dois diodos, um resistor em série e um resistor em paralelo ..... 24
3 MODELOS DESENVOLVIDOS ............................................................ 27
3.1 Modelo com 1 diodo ................................................................................ 27
3.2 Modelo com 2 diodos .............................................................................. 35
4 RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES ..................................................... 38
4.1 Resultados para o modelo com um diodo ................................................. 38
4.2 Resultados para o modelo com dois diodos .............................................. 43
4.3 Comparações entre os dois modelos ........................................................ 45
5 VALIDAÇÕES DOS MODELOS DESENVOLVIDOS ........................... 48
5.1 Cálculo da temperatura da célula FV ...................................................... 48
5.2 Comparação entre os dados medidos e os dados dos modelos ................... 50
6 CONCLUSÃO ........................................................................................ 57
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 58
1
1 INTRODUÇÃO
Devido à crescente conscientização global em prol de uma política energética
priorizando fontes renováveis e limpas, a energia solar tem obtido cada vez mais espaço no
mercado mundial de energia. Muitos governos do mundo têm sido cobrados, anualmente, para
reduzir a quantidade de gases poluentes para o meio ambiente decorrentes da queima de
combustíveis fósseis como o petróleo e o gás natural. Assim, uma busca crescente por fontes
limpas e baratas se iniciou nas últimas décadas. As grandes multinacionais estão investindo
cada vez mais recursos com o incentivo à pesquisa de fontes limpas para mostrar aos seus
mercados que apoiam a conscientização global em prol de um planeta mais sustentável e
também devido às leis que os governos têm criado obrigando as empresas a possuírem uma
política de gestão ambiental. (Lei nº 9.795, 1999)
O Brasil possui sua matriz energética voltada para a geração através de
hidrelétricas e em seguida de termoelétricas (ANELL, 2013). Apesar de ainda ser pequena a
participação das fontes alternativas na matriz energética brasileira, percebe-se uma
diversidade nestes setores, principalmente na região nordeste onde estão situados vários
parques eólicos bem como pequenas usinas solares. Dentre estas se destaca a primeira
construída no Brasil situada no estado do Ceará, chamada de Usina Solar de Tauá com
capacidade para gerar 1MW, o suficiente para abastecer 1500 casas. A empresa MPX que
possui a usina tem planos de ampliação fazendo com que a mesma possa chegar a gerar até 50
megawatts. (TEIXEIRA, 2011)
Dentro desta perspectiva, percebe-se que o governo através do PROINFRA
(Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia) está buscando desenvolver novas
tecnologias para obtenção de fontes de energia mais limpas e baratas (ANELL, 2009). A
energia solar se enquadra neste perfil, pois tendo como insumo apenas a radiação solar, não
prejudica de forma tão agressiva o meio ambiente como fazem as fontes movidas por
derivados do petróleo ou do carvão mineral. Outro motivo pelo qual o governo brasileiro vem
buscando novas fontes de energias são as constantes secas que ocorrem no Brasil, causando
uma redução nos níveis dos reservatórios de água e uma consequente queda na geração de
energia elétrica por hidrelétricas. Assim é essencial possuir fontes renováveis que supram esta
demanda. Sabendo desta necessidade, o governo brasileiro estará promovendo o primeiro
leilão de energia solar do Brasil em novembro de 2013, sendo 119 projetos distribuídos por
nove estados. São 109 projetos fotovoltaicos, para a produção de energia elétrica com base em
2
painéis fotovoltaicos e 10 heliotérmicos, que aproveitam a energia térmica da luz solar para a
produção de eletricidade. Além de fontes solares, o leilão também receberá ofertas de outras
fontes energéticas, totalizando 784 projetos, correspondentes a 19.413MW. O destaque fica
com a energia eólica, que aproveita a força dos ventos para a geração de eletricidade, com 629
projetos e 15.042 MW. (PLATONOW, 2013)
A principal aplicação da energia solar está na geração de energia elétrica através
de um efeito elétrico que ocorre em alguns materiais. Este efeito se chama fotovoltaico e
ocorre devido à excitação de elétrons de alguns materiais na presença de luz solar ou alguns
tipos específicos de radiação. As células solares ou fotovoltaicas são o meio pelo qual a
energia solar (radiação solar) se converte em energia elétrica. Atualmente, o principal material
utilizado nesta conversão é o silício, mas existem outros materiais que podem ser utilizados
como o arseneto de gálio (GaAs) e o telureto de cadmio (CdTe). (FALCÃO, 2005)
As usinas solares compostas por painéis fotovoltaicos possuem algumas
vantagens como não possuírem grandes impactos sonoros, visuais e ambientais. Outro
destaque deste tipo de usina é que não necessitam de grandes manutenções nem de grandes
construções. Mas o elevado valor dos painéis fotovoltaicos juntamente com sua baixa
eficiência ainda são problemas que precisam ser superados para a consolidação desta fonte de
energia elétrica.
Os impactos mais significativos que os painéis FV podem causar englobam as
fases de produção, construção e desmantelamento dos mesmos. No processo de construção de
células FV são utilizados vários materiais que são danosos ao ser humano e ao meio ambiente.
O tamanho dos impactos causados depende de fatores relacionados a eficiência e a dimensão
dos painéis utilizados. Por isto, os maiores investimentos na área de construção das células
estão voltados para o aumento da eficiência e redução de materiais danosos utilizados.
Muitos países na Europa já estão utilizando painéis fotovoltaicos em fazendas ou
comunidades isoladas. A seguir estão dois exemplos do uso de painéis fotovoltaicos, na
Figura 1.1 é mostrado um condomínio solar em Hamburgo na Alemanha e na Figura 1.2 é
mostrado um campo de painéis coletores de 20000 m² em Marstal na Dinarmarca.
3
Figura 1.1 – Condomínio solar em Hamburgo.
Fonte: (SCHÄFER, 2010)
Figura 1.2 – Campo de painéis coletores em Marstal.
Fonte: (SCHÄFER, 2010)
Os principais países que estão à frente nesta busca por energia elétrica através da
energia solar são: China, Estados Unidos, Alemanha, Áustria, Grécia, Turquia, Japão e Israel.
Na Alemanha, o programa alemão de incentivo ao uso de energia solar faz com que os
proprietários de residências que gerem energia elétrica, através da energia solar, e passem esta
energia para a rede de energia pública possam receber por esta energia. (SCHINDLER, 2011)
No Brasil se percebe ao longo de quase todo o ano um nível de radiação solar
elevado devido a todas as regiões receberem uma quantidade de insolação superior a 2200
horas anuais (ABRAVA, 2008). Devido ao alto custo dos painéis fotovoltaicos, o uso da
energia solar está concentrado em regiões isoladas (CRAIDE, 2012). Na Figura 1.3 é
4
mostrado que a região do Brasil com maior capacidade de geração de eletricidade através da
energia solar é a região Nordeste, em seguida está a região Sudeste e a região que menos está
propícia para este tipo de geração é a Sul.
Figura 1.3 – Radiação solar global diária – média anual típica (Wh/m².dia).
Fonte: (ANELL, 1998)
Muitos estudos estão sendo realizados para aumentar a eficiência dos painéis
fotovoltaicos bem como diminuir custos através de materiais mais econômicos. Assim, é
possível fazer com que a eficiência dos dispositivos de conversão de energia solar em elétrica
aumente tornando atraente o uso da energia solar em vez das fontes convencionais de energia.
Baseados neste fato muitos países desenvolvidos estão investindo cada vez mais na energia
solar como é mostrado na Figura 1.4. Japão, China, Estados Unidos, Taiwan e Alemanha
estão no controle da produção deste tipo de energia, destaca-se a China com uma produção
cada vez mais crescente superando os Estados Unidos.
5
Figura 1.4 – Produção mundial de células fotovoltaicas de 2001 a 2010.
Fonte: http://www.earth-policy.org. Acesso em 20 de nov.2013
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a capacidade
instalada de energia solar no Brasil em dezembro de 2012 era de aproximadamente 7,5MW, o
que representa apenas 0,01% da matriz energética brasileira. Este dado mostra que a energia
solar no Brasil necessita de muitos investimentos ainda, mas com a regulamentação da micro
(até 100 kW) e da mini (mais de 100 kW e até 1 MW) geração de energia tornando o
consumidor como produtor de energia elétrica espera-se que esses dados sobre energia solar
mudem. Além disto, a resolução 482/2012 permite aos brasileiros gerarem energia elétrica,
transferindo a produção para rede elétrica e em caso de excesso, há uma compensação na
conta de luz fornecido pelo Sistema de Compensação de Energia. (SPIRANDELLI, 2013)
Para instalação de um painel fotovoltaico são necessários alguns conhecimentos
prévios como estudo e simulação em diversas ocasiões do comportamento do sol na região,
pois devido às mudanças ambientais, a taxa de radiação solar pode mudar bruscamente
fazendo com que a eficiência do painel diminua bastante. Além disto, é necessário prever
distorções e harmônicos que podem ocorrer na conexão com a rede. Também é necessário
saber o impacto sobre o painel FV devido às oscilações na temperatura e na radiação solar.
O objetivo do presente trabalho de conclusão de curso é implementar a
modelagem computacional, utilizando a ferramenta do simulink do software Matlab, de dois
modelos elétricos de um módulo fotovoltaico, o primeiro modelo com 1 diodo e o segundo
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Pro
du
ção
em
MW
China Taiwan Japão Alemanha Estados Unidos Outros
6
modelo com 2 diodos; em seguida, são feitas validações dos modelos desenvolvidos com
dados medidos e ao final são comparados os resultados obtidos com os dois modelos.
Assim, este trabalho possui os seguintes objetivos:
a) Implementação de dois modelos para o sistema elétrico do módulo
fotovoltaico (modelo de 1 diodo e de 2 diodos);
b) Validação dos modelos desenvolvidos através dos dados coletados em
medição (uma validação para cada modelo considerando o ponto de operação
de cada sistema);
c) Comparação dos resultados obtidos com as validações de cada modelo
desenvolvido.
A estrutura do presente trabalho é dividida em 6 capítulos. No capítulo 1, é
abordado o contexto da energia solar no mundo e no Brasil e também foram mostrados os
objetivos do trabalho sendo realizada assim a introdução do trabalho. No capítulo 2, são
apresentados tópicos importantes para o contexto deste trabalho de modo a facilitar a
compreensão dos capítulos restantes: o princípio de funcionamento básico da célula
fotovoltaica, tipos disponíveis atualmente, as características de um módulo fotovoltaico e os
modelos elétricos de uma célula fotovoltaica.
No terceiro capítulo, são apresentadas as modelagens desenvolvidas utilizando a
ferramenta do simulink do software Matlab para os dois tipos de sistemas elétricos do módulo
fotovoltaico.
No quarto capítulo, são apresentados os resultados das simulações dos modelos
desenvolvidos e então é apresentada uma comparação entre os resultados obtidos.
No quinto capítulo, é realizado a explanação de como é calculada a temperatura
de operação do módulo FV e também são feitas as validações dos modelos desenvolvidos
com dados obtidos em experimento de medição.
Finalmente, no sexto capítulo, é feita a conclusão de todo o trabalho
desenvolvido.
7
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Edmond Becquerel foi quem primeiro constatou a conversão de energia solar em
energia elétrica em 1839. Devido à exposição de uma estrutura composta por material
semicondutor à luz foi verificada uma diferença de potencial nos extremos da estrutura. Foi o
efeito FV que, posteriormente, pode explicar esta capacidade de gerar energia através da
energia solar.
Em 1876 foi desenvolvido o primeiro dispositivo FV derivado de estudos das
estruturas de estado sólido. Mas apenas em 1956, devido ao desenvolvimento da
microeletrônica foi iniciada a produção industrial deste dispositivo. Nesta época, ocorria a
“corrida espacial” que buscava desenvolver tecnologias espaciais, uma destas tecnologias
inovadoras na época eram as fotocélulas para abastecimento energético dos astronautas no
espaço. Com o incentivo a essa tecnologia solar muito se aprimorou no processo de fabricação
e na eficiência das fotocélulas. Outro fator de incentivo a este tipo de tecnologia foi a crise
mundial energética de 1973/74 onde se procurou utilizar as fotocélulas para gerar energia para
o mercado e não apenas para programas espaciais. Mas um fator que impedia a produção
desta tecnologia para venda era o alto custo de fabricação. Para os programas espaciais, o
custo de cada fotocélula era de aproximadamente US$ 600/W. (CRESEB, 2008)
O principal componente de um sistema fotovoltaico é o painel fotovoltaico, este
painel é composto por estruturas menores denominadas de células FV que são unidades
geradoras de energia elétrica.
2.1 A célula fotovoltaica
As células fotovoltaicas são formadas por material semicondutor que é
responsável pela transformação de energia luminosa derivada do sol ou de outra fonte de luz
em energia elétrica. Nos semicondutores existem duas camadas energéticas denominadas de
bandas de energia que podem se apresentar de duas maneiras, a primeira banda conhecida é
denominada de banda de valência e se caracteriza pela presença de elétrons, a segunda banda
conhecida é denominada de banda de condução e se caracteriza pela inexistência de elétrons.
O silício se caracteriza por ser o material semicondutor mais utilizado na
fabricação das fotocélulas. Os átomos do silício possuem quatro elétrons e quando agregados
formam uma rede cristalina. Se o silício for vinculado a um elemento, por exemplo, como o
8
fósforo que possui em seus átomos cinco elétrons, ocorre a presença de um elétron que não
será emparelhado e permanecerá isolado. Após a exposição de uma pequena quantidade de
energia térmica, este elétron será desligado do átomo de origem e migrará para a banda de
condução. Deste modo, o fósforo é conhecido como dopante N ou impureza N devido a ser
um dopante doador de elétrons.
Caso o silício seja vinculado a um elemento, por exemplo, como o boro que
possui em seus átomos apenas três elétrons, ocorre a falta de um elétron para completar a
ligação com o átomo de silício na rede cristalina. Assim, a carência deste elétron é
denominada de buraco ou lacuna e após a exposição a uma pequena quantidade de energia
térmica, um elétron de um espaço próximo pode ocupar esta lacuna, ocorrendo assim um
deslocamento da lacuna. Deste modo, o boro é conhecido como dopante do tipo P, pois ele é
um receptor de elétrons.
Uma junção PN é caracterizada por conter átomos de silício e boro numa metade e
átomos de fósforo e silício na outra metade. Por encontrarem lacunas livres do lado P, os
elétrons do lado N migram de lado na junção PN. Devido à redução de elétrons no lado N e o
acúmulo de elétrons do lado P, o lado N se torna positivamente carregado e o lado P se torna
negativamente carregado. Um campo elétrico permanente surge após as cargas serem
aprisionadas, este campo barra a passagem de elétrons do lado N para o lado P e o processo
atinge um equilíbrio quando os elétrons do lado N não conseguem mais passar para o lado P.
Para que cargas sejam aceleradas e haja uma corrente elétrica na junção PN é
necessário que a mesma seja exposta a fótons com energia maior que a energia de gap (valor
mínimo de energia suficiente para que o elétron passe da banda de valência para a de
condução) na região onde o campo elétrico na junção é diferente de zero, ocorrendo assim a
geração de lacunas. Esta diferença de potencial causada por um deslocamento de cargas é
denominada de efeito fotovoltaico. Assim, a conexão entre as duas extremidades da junção
acarreta o surgimento de uma corrente elétrica. Este deslocamento de elétrons entre a banda
de valência para a banda de condução é o conceito principal do funcionamento de uma célula
fotovoltaica. (CRESEB, 2008)
Na Figura 2.1, tem-se a base da estrutura de funcionamento de um painel
fotovoltaico.
9
Figura 2.1 – Representação do funcionamento de um painel fotovoltaico.
Fonte: (TEIXEIRA, 2008)
Existem três tipos de células fotovoltaicas constituídas de silício, material mais
utilizado na construção de painéis fotovoltaicos:
a) Células de silício monocristalino.
b) Células de silício policristalino.
c) Células de silício amorfo.
As células de silício monocristalino são as mais utilizadas e as mais
comercializadas, seu processo de fabricação passa por um rígido controle de qualidade devido
ao elevado grau de pureza no qual o silício deve permanecer, por isso essas células são mais
caras do que os outros tipos. Este tipo de célula é a que apresenta maior eficiência sendo que a
mesma pode variar entre 13% e 17%.
As células de silício policristalino são mais baratas que as de silício
monocristalino, devido ao processo de fabricação ser menos rigoroso, por conseguinte o nível
de pureza do silício não é tão alto. Assim a eficiência deste tipo de célula é um pouco menor
do que as de silício monocristalino se situando na faixa entre 11% e 15%.
As células silício amorfo são diferenciadas dos outros dois tipos de células por
possuírem um alto grau de desordem na estrutura dos átomos. Uma das vantagens deste tipo
de célula é o baixo custo devido ao baixo consumo de energia na fabricação e ao processo de
fabricação ser razoavelmente simples, entre suas desvantagens se destacam a baixa eficiência
quando comparada com as células citadas anteriormente e também pequena vida útil das
células, pois as mesmas entram num processo de degradação logo nos primeiros meses de
operação. A eficiência destas células se situa entre 6% e 8%. (ENERWISE, 2010)
10
As Figuras 2.2, 2.3 e 2.4, mostram respectivamente as células de silício
monocristalino, policristalino e as de silício amorfo.
Figura 2.2 – Célula de silício monocristalino.
Fonte: http://www.blue-sol.com. Acesso em 7 out. 2013.
Figura 2.3 – Célula de silício policristalino.
Fonte: http://3eplus.orgfree.com. Acesso em 7 out. 2013.
Figura 2.4 – Célula de silício amorfo.
Fonte: http://ecovolts.webnode.pt. Acesso em 7 out. 2013.
Algumas células projetadas em laboratório chegam a atingir eficiência de até
28%, estas células são compostas de arseneto de gálio (GaAs). Este tipo de célula é utilizado
11
em projetos espaciais e por possuir uma eficiência maior elas também são maias caras do que
as células convencionais. Muitos projetos de células fotovoltaicas estão sendo desenvolvidos
com o intuito de aumentar a eficiência e reduzir os custos de fabricação, mas sempre que se
aumenta a eficiência os custos ficam elevados, por isso o material que até o presente momento
vem apresentando o melhor custo benefício é o silício. (ARAMIZU, 2010)
Os painéis fotovoltaicos são associações de vários módulos fotovoltaicos e estes
módulos são associações de várias células fotovoltaicas, estas associações entre células
podem ser em série ou em paralelo dependendo da aplicação desejada. Uma célula de silício
isolada pode produzir uma corrente elétrica entre 3A e 5A e uma tensão contínua de
aproximadamente 0,7V.
Visando um preço competitivo e acessível foi desenvolvida a tecnologia das
células de filme fino. Estas células se diferenciam de outras tecnologias pela espessura das
lâminas de material semicondutor. É utilizada uma quantidade menor de material
semicondutor, diminuindo assim o consumo de energia durante a produção das células. Uma
das grandes vantagens desse tipo de célula é o seu baixo custo e as desvantagens principais
são a raridade e toxidez de alguns materiais utilizados na produção e a baixa eficiência se
comparada a outras tecnologias. O rendimento médio das células de filme fino que atualmente
estão sendo comercializadas está entre 8% e 10%. Devido a sua aparência estética os painéis
de filme fino estão sendo incorporados a projetos arquitetônicos, suas características físicas
como flexibilidade, peso e transparência fazem com que os mesmos possam ser instalados em
telhados, fachadas e coberturas. Exemplos desse tipo de tecnologia são as células de arseneto
de gálio, telureto de cádmio, silício amorfo e disseleneto de cobre e índio. (OLIVEIRA, 2008)
As células de telureto de cádmio são formadas pela junção de diferentes materiais
e possuem um elevado índice de absorção de energia solar. A sua vantagem está no custo
quando comparada com as células de arseneto de gálio e sua desvantagem está no manuseio
do elemento cádmio que é toxico. A sua eficiência se situa entre 7% e 10%.
As células de disseleneto de cobre e índio são conhecidas por sua atraente forma
estética sendo utilizadas como telhados, revestimentos e janelas. Suas desvantagens são a
pouca abundância de seus materiais e a toxicidade causada pelos mesmos. Sua eficiência está
entre 10% e 13%. (GHENSEV, 2006)
Na Figura 2.5 é mostrado um módulo FV flexível composto de células de
disseleneto de cobre e índio e na Figura 2.6 é mostrado um módulo FV composto por telureto
de cádmio.
12
Figura 2.5 – Módulo FV de disseleneto de cobre e índio.
Fonte: (OLIVEIRA, 2008)
Figura 2.6 – Módulo FV de telureto de cádmio.
Fonte: http://www2.dupont.com/Photovoltaics/en_US/. Acesso em 10 nov.2013
2.2 Características do módulo fotovoltaico
O fator determinante na escolha de um módulo fotovoltaico é a sua máxima
potência (Pmax), mas existem outros fatores importantes que caracterizam um módulo
fotovoltaico como:
a) Corrente de curto circuito (Isc);
b) Corrente de máxima potência (Impp);
c) Tensão de circuito aberto (Voc);
d) Tensão de máxima potência (Vmpp);
13
Esses parâmetros são mostrados nas Figuras 2.7 e 2.8, onde é possível perceber
as características de tensão com corrente bem como as de potência com tensão para um
módulo fotovoltaico. O valor da corrente de curto circuito é dado pela intersecção da curva,
no gráfico de corrente versus tensão, com o eixo da ordenada e o valor da tensão de circuito
aberto é dado no mesmo gráfico pela intersecção da curva com o eixo da abcissa (CRESESB,
2008). Já os valores de potência máxima e tensão de máxima potência são definidos no
gráfico de potência versus tensão.
Figura 2.7 – Curva corrente versus tensão de um módulo fotovoltaico.
0,00
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
20
40
60
80
100
120
Tensão (V)
Corr
ente
(m
A)
Mpp
Vmpp
Impp
Voc
Isc
Fonte: (VEISSID, 2000)
Figura 2.8 - Curva potência versus tensão para um módulo fotovoltaico.
0
Po
tên
cia
(W
)
Vmpp
Pmpp
Mpp
Tensão (V)
0,500
0,375
0,250
0,125
0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80
Fonte: (ARAMIZU, 2010)
14
A potência de saída de uma célula fotovoltaica quando exposta á luz varia de
acordo com a intensidade de radiação solar e da temperatura, quanto maior a quantidade de
radiação maior será a potência de saída e quanto maior a temperatura menor será a potência
de saída. A constatação destes fatos pode ser observada nas curvas do módulo fotovoltaico,
que são apresentadas nas Figuras 2.9 e 2.10, onde se observa no gráfico da Figura 2.9,
corrente versus tensão, algumas curvas referentes à mesma irradiância, mas com diferentes
intensidades de temperatura. Na Figura 2.10, observa-se algumas curvas referentes à mesma
temperatura, mas com diferentes valores de irradiância.
Figura 2.9 - Característica corrente versus tensão para diferentes temperaturas.
Fonte: (PEREIRA, 2010)
Figura 2.10 - Característica corrente versus tensão para diferentes irradiâncias.
Fonte: (PEREIRA, 2010)
15
2.3 Modelos elétricos de uma célula fotovoltaica
Neste item são analisados quatro tipos de sistemas elétricos para modelagem de
uma célula fotovoltaica. O primeiro sistema a ser discutido é o modelo com apenas um diodo
e uma fonte de corrente, o segundo modelo aborda além dos parâmetros anteriores uma
resistência em série, o terceiro modelo aborda ainda uma resistência em paralelo e o último
modelo e mais completo aborda também um segundo diodo.
2.3.1 Modelo com apenas um diodo
Na Figura 2.11, é possível visualizar que a fonte de corrente produz uma
fotocorrente, diretamente proporcional à radiação solar e inversamente proporcional à
temperatura de operação da célula. (REKIOUA, 2012)
Os dois parâmetros chaves para caracterização de um módulo fotovoltaico são a
corrente de curto circuito e a tensão de circuito aberto, esses parâmetros são encontrados no
manual do fabricante do módulo FV. O motivo pelo qual o diodo se encontra em paralelo com
a fonte se deve a célula ser fabricada por um material semicondutor com duas camadas: a P e
a N, e esta estrutura se encaixar com a de um diodo. Como este modelo compreende um
modelo ideal não estão presentes resistores.
Figura 2.11– Circuito equivalente simplificado de uma célula FV.
Fonte: Autoria própria
Pela lei dos nós, tem-se que:
I I Ipv ph d (2.1)
16
Onde:
exp 1
0
VpvI I qd AKTj
(2.2)
Assim:
exp 10
VpvI I I q
pv ph AKTj
(2.3)
Em que Iph é a fotocorrente (em Amperes), I0 é a corrente de saturação do diodo
(em Amperes), q é a carga do elétron (em Coulombs), K é a constante de Boltzman, A é o
fator de idealidade do diodo, Tj é a temperatura de junção do painel fotovoltaico (em Kelvin),
Id é a corrente que atravessa o diodo (em Amperes) e Vpv é a tensão de saída do painel
fotovoltaico (em Volts).
O valor da corrente de saída, considerando o valor da fotocorrente igual ao valor
da corrente de curto circuito, pode ser expresso de acordo com a Equação 2.4.
exp 10
VpvI I I q
pv sc AKTj
(2.4)
Onde Isc é a corrente de curto circuito do módulo fotovoltaico (em Amperes).
É possível determinar a corrente de saturação reversa analisando a situação na
qual não haja corrente na saída do painel. Deste modo:
0I pv (2.5)
V Vpv oc (2.6)
exp 1 00
VpvI I qsc AKTj
(2.7)
17
Onde Voc é a tensão de circuito aberto do painel fotovoltaico (em Volts).
De acordo com a Equação 2.7 é possível obter a Equação 2.8 que expressa o valor
da corrente de saturação do diodo. (REKIOUA, 2012)
0
exp 1
IscIVpv
qAKTj
(2.8)
2.3.2 Modelo com um diodo e um resistor em série
Este modelo mostra uma representação melhor do que o modelo ideal, pois aborda
o comportamento elétrico de forma mais abrangente considerando a resistência do material de
formação do painel bem como as perdas ôhmicas derivadas desta resistência. Estas perdas são
representadas por uma resistência em série no circuito equivalente como é mostrado na Figura
2.12.
Figura 2.12 – Circuito equivalente de uma célula fotovoltaica abordando uma resistência
série.
Fonte: Autoria própria
A corrente de saída neste modelo é dada pela Equação 2.9.
exp 10
V I Rpv pv sI I I q
pv ph AKTj
(2.9)
18
Onde Rs é o valor para resistência em série (em Ohms). Considerando a
fotocorrente aproximadamente igual a corrente de curto circuito obtém-se a Equação 2.10.
exp 10
V I Rpv pv sI I I qpv sc AKTj
(2.10)
A corrente de curto circuito pode ser obtida em determinada temperatura junção
de acordo com as Equações 2.11 e 2.12.
1I I Tscsc G sc refref
(2.11)
T T Tj jref (2.12)
Onde Isc-Gref é a corrente de curto circuito na temperatura Tj em (Amperes), Isc-ref é
a corrente de curto circuito medida sob uma radiação igual a 1000W/m², Tjref é a temperatura
de referência da célula FV(em Kelvin), αsc é o coeficiente de temperatura da corrente de curto
circuito (em A/K) e pode ser encontrado no manual do fabricante do módulo FV e ΔT é a
variação de temperatura no módulo FV(em Kelvin).
A corrente de curto circuito gerada para qualquer radiação pode ser obtida de
acordo com a Equação 2.13.
GI Isc G sc G Gref ref
(2.13)
Onde G é radiação incidente no painel (em W/m²) e Gref é a radiação considerada
como referência (em W/m²).
A corrente de saturação do diodo para a temperatura de referência é expressa pela
Equação 2.14.
19
0
xp 1
Isc T jrefI T jref Voc T jref
e qAKTjref
(2.14)
Faz-se a definição que aparece na Equação 2.15.
AKTjrefVth T qjref
(2.15)
A corrente de saturação reversa para a temperatura de referência após a definição
da Equação 2.15 é expressa de acordo com a Equação 2.16.
0
exp 1
I sc T jrefI T jref Voc T jref
Vth T jref
(2.16)
Esta corrente de saturação reversa para a temperatura de junção Tj é expressa na
equação 2.17.
3
exp0 0 1 1
Egq T AjA KI I T jref T jref
T Tj jref
(2.17)
Onde Eg representa o gap de energia do material da célula fotovoltaica (em eV).
Com a Equação 2.17 é possível obter a Equação 2.18 que mostra a corrente de
saída da célula fotovoltaica.
20
1
3
exp exp1 1
exp 1
GI I Tpv sc Gref scGref
EgI qsc T T V I RAjref j pv pv sAK qT AKTV jref joc T jref T Tj jref
Vth T jref
1
(2.18)
A resistência em série pode ser calculada como é mostrado na Equação 2.19.
dV AKTpv jR qs
dI Ipv sc
(2.19)
O valor da resistência série é obtido através da Equação 2.19 para o momento no
qual valor de saída da tensão na célula FV é igual ao valor da tensão de circuito aberto. Com o
uso das Equações 2.18 e 2.19 é possível obter as características de tensão e corrente utilizando
a ferramenta do simulink do software Matlab ou usando método de Newton. (REKIOUA,
2012)
2.3.3 Modelo com um diodo, um resistor em série e um resistor em paralelo
Este modelo é usualmente utilizado pelos fabricantes de painéis fotovoltaicos
quando os mesmos precisam dispor em seus manuais as informações técnicas dos painéis FV.
O mesmo é conhecido por ser mais completo no sentido de explicar corretamente o
comportamento das perdas ôhmicas.
Na Figura 2.13 é possível identificar a diferença do modelo anterior pela inclusão
de uma resistência shunt.
21
Figura 2.13 – Circuito equivalente com uma resistência série e uma em paralelo de uma célula
fotovoltaica.
Fonte: Autoria própria
De acordo com a Figura 2.13, pode-se chegar a Equação 2.20 que mostra a
corrente de saída da célula FV.
I I I Ipv ph d Rsh (2.20)
Onde IRsh é a corrente que passa pela resistência shunt (em Amperes).
Substituindo a Equação 2.2, que trata da corrente que atravessa o diodo, na
Equação 2.20 e desenvolvendo a corrente que passa pelo resistor shunt obtém-se a Equação
2.21.
exp 10
V I R V R Ipv pv s pv s pvI I I qpv ph
AKT Rj sh
(2.21)
Onde Rsh é o valor da resistência shunt do circuito (em Ohms). De acordo com a
Equação 2.21 este modelo possui cinco parâmetros a serem determinados (Iph, I0, Rs, Rsh e A)
que podem ser calculados a partir de condições particulares de temperatura e também de
condições limitantes de tensão de circuito aberto, corrente de curto circuito, tensão de máxima
potência (Vmpp) e corrente de máxima potência (Impp). A corrente de curto circuito pode ser
expressa de acordo com a Equação 2.22.
exp exp0
V I R V I Roc sc s oc sc sI IscAV AV R Rth th sh sh
(2.22)
22
Onde Vth é definida pela equação 2.23.
A K TjVth
q
(2.23)
Para o caso no qual a tensão de saída da célula FV for igual à tensão de circuito
aberto faz-se a definição que aparece na Equação 2.24. E para o caso no qual a corrente de
saída da célula FV for igual à corrente de curto circuito faz-se a definição que aparece na
Equação 2.25.
0
dVpvRs
dI pv V Vpv oc
(2.24)
0
dVpvRsh
dI pv I Ipv sc
(2.25)
O valor da fotocorrente neste modelo é dado de acordo com a Equação 2.26 para o
caso no qual a tensão de saída da célula FV seja igual à tensão de circuito aberto e a corrente
de saída da célula FV seja nula.
exp 10
V Voc ocI IphAV Rth sh
(2.26)
Assim, utilizando a Equação 2.26 e a Equação 2.21 no ponto de máxima potência
pode-se encontrar a corrente neste ponto e utilizar o método iterativo de Newton-Raphson
para encontrar os parâmetros desejados. Para isto, fazem-se as seguintes considerações:
1 1
Rs
Rsh R Rsh s
(2.27)
23
exp exp
V I Roc sc s
AV AVth th
(2.28)
10 expI Voc
AV AV Rth th sh
(2.29)
0 exp 10%
V I RI pv pv s
AV AVth th
(2.30)
Definidas as considerações os valores dos parâmetros procurados no modelo são
expressos de acordo com as Equações 2.31 a 2.34.
0
ln ln
V I R Vmpp mpp s ocA
V IVmpp mppocV I I Ith sc mpp sc VR R ocsh sh Isc Rsh
(2.31)
exp0
V Voc ocI Isc R AVsh th
(2.32)
exp0
0
AV Vth ocR Rs sI AVth
(2.33)
1 exp 10
R I Rs sc sI I Iph scR AVsh th
(2.34)
Uma vez determinados estes parâmetros é possível obter a caraterística de tensão
versus corrente determinada a partir da Equação 2.21. (REKIOUA, 2012)
2.3.4 Modelo com dois diodos, um resistor em série e um resistor em paralelo
24
Este modelo é mais complexo do que os modelos anteriores, pois fornece um grau
de precisão melhor na característica da curva corrente versus tensão, na saída do painel
fotovoltaico, para pequenos valores de corrente. Pela Figura 2.14 é possível formular a
equação fundamental para este modelo que é mostrada na Equação 2.35. (BONKKOUNGOU,
2013)
1 2I I I I Ipv ph d d Rsh (2.35)
Figura 2.14 – Circuito equivalente com dois diodos e resistências em série e em paralelo de
uma célula fotovoltaica.
Fonte: Autoria própria
As expressões para as correntes nos diodos são mostradas nas Equações 2.36 e
2.37.
exp 11 011
VdI IdA VT
(2.36)
exp 12 022
VdI IdA VT
(2.37)
Onde I01 é a corrente de saturação devido ao primeiro diodo (em Amperes) e I02 é
a corrente de saturação devido ao segundo diodo (em Amperes). A1 e A2 são os fatores de
idealidade, respectivamente, do primeiro e segundo diodo, para o primeiro diodo usualmente
usa-se esse fator igual a 1 e para o segundo diodo usa-se maior ou igual a 1,2; Vd é o valor da
25
tensão sobre os diodos (em Volt) e VT é a tensão termal da célula FV (em Volt) e pode ser
expressada de acordo com a Equação 2.38.
N K Ts jVT
q
(2.38)
Onde Ns é o número de células em série do módulo FV. Após substituir as
Equações 2.36 e 2.37 na Equação 2.35 e desenvolver a equação com a resistência shunt
chega-se a Equação 2.39 que mostra a corrente de saída do módulo fotovoltaico.
(BONKKOUNGOU, 2013)
exp 1 exp 101 021 2
V R IV V pv s pvd dI I I Ipv phA V A V RT T sh
(2.39)
A corrente de saída na célula fotovoltaica depende diretamente da radiação solar e
é também influenciada pela temperatura de acordo com a Equação 2.39.
,G
I I Tpv pv n sc Gn
(2.40)
Onde Ipv,n e Gn são respectivamente a corrente e a radiação obtidas nas condições
de teste padrão (radiação igual a 1000 W/m² e temperatura igual a 25°C), G é o valor da
radiação (em W/m²) e ΔT é a variação de temperatura na célula FV (em Kelvin).
Assim a corrente de saturação de cada diodo é expressa de acordo com a Equação
2.41. (BONKKOUNGOU, 2013)
31 1
exp0
T qEj gI Irs
T AK T Tjref jref j
(2.41)
26
Onde Tj é a temperatura de junção do diodo (em Kelvin ), Tjref é a temperatura de
referência (em Kelvin) e Irs é a corrente de saturação reversa nas condições de teste padrão
(em Amperes).
Esta corrente de saturação reversa nas condições de teste padrão (STC) é expressa
pela Equação 2.42. (BONKKOUNGOU, 2013)
exp 1
IscIrsVoc
A VT
(2.42)
27
3 MODELOS DESENVOLVIDOS
Os modelos elétricos de um diodo e dois diodos foram desenvolvidos no software
Matlab utilizando a ferramenta do simulink. Ambos os modelos desprezam a resistência
denominada shunt devido a ela possuir um valor muito elevado e estar sendo considerada
como alta impedância comparada a resistência série que possui um valor muito baixo. A
resistência série é considerada como sendo 0,1Ω de acordo com (PANDIARAJAN, 2011).
O módulo utilizado para realizar as modelagens possui as especificações na
Tabela 3.1 onde são mostrados os parâmetros básicos fornecidos pelo fabricante.
Tabela 3.1 – Especificações técnicas do módulo fotovoltaico KC85T do fabricante Kyocera
para as condições de teste padrão (STC).
Potência nominal 87W
Tensão na máxima potência (Vmpp) 17,4V
Corrente na máxima potência (Impp) 5,02A
Tensão de circuito aberto (Voc) 21,7V
Corrente de curto-circuito (Iscr) 5,34A
Número de células em série (Ns) 36
Número de células em paralelo (Np) 1
Fonte: Manual do módulo FV KC85T do fabricante Kyocera
3.1 Modelo com 1 diodo
O equacionamento matemático do modelo de um diodo foi mostrado no capítulo 2
deste trabalho, neste capítulo serão mostradas as principais equações de cada modelo que
servem de base para obtenção das caraterísticas de tensão, corrente e potência na saída do
módulo FV através de blocos que desenvolvidos no simulink.
Os módulos ou blocos necessários para realizar a modelagem abordam as
seguintes variáveis segundo (PANDIARAJAN, 2011):
a) Fotocorrente.
b) Corrente de saturação reversa.
c) Corrente de saturação.
d) Corrente de saída do painel fotovoltaico.
28
São necessários sete blocos para realizar a modelagem por completo no simulink,
o primeiro bloco desenvolvido faz a conversão da temperatura de operação do módulo FV em
graus Celsius para Kelvin. Este bloco está mostrado na Figura 3.1 e na Figura 3.2 são
mostradas as ligações que foram realizadas seguindo as Equações 3.1 e 3.2 que mostram
como esta conversão é desenvolvida.
Figura 3.1 – Bloco referente à conversão de graus Celsius para Kelvin.
Fonte: Autoria própria
Figura 3.2 – Esquemático de ligações no bloco de conversão de temperatura.
Fonte: Autoria própria
273 25Trk (3.1)
273T Tak op (3.2)
Os valores de Trk e Tak representam respectivamente a temperatura de referência
adotada que é 298K, devido à temperatura de referência ser 25°C, e a temperatura de
operação do módulo FV em Kelvin, Top é a temperatura de operação do módulo FV em graus
Celsius.
29
No segundo bloco é calculada a fotocorrente que de acordo com a Equação 3.3 é
função da temperatura de operação do módulo FV, da temperatura de referência, da corrente
de curto circuito do módulo FV e da irradiação. Na Figura 3.3 é mostrado o bloco
desenvolvido e na Figura 3.4 são mostradas as ligações desenvolvidas no bloco.
Figura 3.3 – Bloco referente ao cálculo da fotocorrente.
Fonte: Autoria própria
Figura 3.4 – Esquema de ligações do bloco de cálculo da fotocorrente.
Fonte: Autoria própria
I I K T T Gph sc i ak rk
(3.3)
O valor Ki é uma constante que representa o coeficiente de temperatura da
corrente de curto-circuito e pode ser encontrada no manual do fabricante do módulo FV. Este
valor foi encontrado como sendo 0,00212 A/°C para o módulo utilizado. A variável G
representa a irradiação (KW/m²) e Isc representa o valor da corrente de curto circuito para o
módulo utilizado nas condições de teste padrão (STC).
No terceiro bloco é calculada a corrente de saturação reversa que de acordo com a
Equação 3.4 depende do número de células em série (Ns), da constante de Boltzman (K), da
30
carga do elétron (q), da tensão de curto-circuito do módulo FV (Voc), do fator de idealidade
(A) e da temperatura de operação (Tak).
Na Figura 3.5 é mostrado como o terceiro bloco foi desenvolvido e na Figura 3.6
é mostrado o esquemático de montagem do bloco.
Figura 3.5 – Bloco referente ao cálculo da corrente de saturação reversa.
Fonte: Autoria própria
Figura 3.6 – Esquemático de ligações do bloco de cálculo da corrente de saturação reversa.
Fonte: Autoria própria
exp
IscIrsqVoc
N KATs ak
(3.4)
No quarto bloco é calculada a corrente de saturação que de acordo com a Equação
3.5 é função da corrente reversa de saturação, da carga do elétron (q), da constante de
31
Boltzman (K), do gap de energia para o silício (Eg) que tipicamente é adotado sendo 1,1 eV,
do fator de idealidade (A) que é adotado sendo 1,6, da temperatura de referência adotada (Trk)
e da temperatura de operação do módulo FV (Tak).
Na Figura 3.7 é mostrado o bloco referente ao calculo da corrente de saturação e
na Figura 3.8 é mostrado o esquema de ligação deste bloco.
Figura 3.7 – Bloco referente ao cálculo da corrente de saturação.
Fonte: Autoria própria
Figura 3.8 – Esquemático de ligação do bloco de cálculo da corrente de saturação.
Fonte: Autoria própria
32
31 1
exp0T qEgakI IrsT AK T Trk rk ak
(3.5)
No quinto bloco é calculada a corrente de saída do módulo fotovoltaico, esta
corrente é expressa de acordo com a Equação 3.6 e é função das seguintes variáveis: número
de células em série (Ns), número de células em paralelo (Np), fotocorrente (Iph), carga do
elétron (q), resistência série (Rs), fator de idealidade (A), temperatura de operação (Tak),
constante de Boltzman (K) e da tensão de saída do painel fotovoltaico (Vpv).
Na Figura 3.9 é mostrado o bloco referente ao calculo da corrente de saída do
módulo fotovoltaico e na Figura 3.10 é mostrado seu esquema de ligação.
Figura 3.9 – Bloco referente ao cálculo da corrente de saída do módulo fotovoltaico.
Fonte: Autoria própria
Figura 3.10 – Esquemático de ligação do quinto bloco.
Fonte: Autoria própria
33
exp 10
q V I Rpv pv sI N I N Ipv p ph p
N KATs ak
(3.6)
No sexto bloco é feito o cálculo de parâmetros que serão utilizados no quinto
bloco, ou seja, a saída deste bloco é utilizada como entrada para o quinto bloco. Este bloco
realiza a multiplicação das seguintes variáveis: número de células em série (Ns), fator de
idealidade (A), constante de Boltzman (K) e temperatura de operação (Tak).
Na Figura 3.11 é mostrado o bloco referente a esta multiplicação e na Figura 3.12
é mostrado o esquema de ligação do bloco.
Figura 3.11 – Bloco referente ao cálculo de parâmetros para o uso no quinto bloco.
Fonte: Autoria própria
Figura 3.12 – Esquemático de ligação do sexto bloco.
Fonte: Autoria própria
34
No último bloco é feita a montagem final das ligações conectando os blocos
anteriormente descritos. O sétimo bloco é mostrado na Figura 3.13 e a interconexão entre os
seis blocos é mostrada na Figura 3.14, as entradas do modelo são a tensão de entrada,
temperatura de operação e irradiação do módulo FV, as saídas são tensão e corrente na saída
do módulo FV. Para realizar a simulação no simulink foi adotada uma tensão de entrada com
forma de dente serra, esta tensão é utilizada para encontrar o valor de saída da corrente do
módulo FV e como geralmente se deseja a característica tensão-corrente do módulo FV esta
tensão de entrada pode assumir a forma de dente serra ou de senoide.
Figura 3.13 – Bloco final referente ao modelo de um diodo do módulo fotovoltaico.
Fonte: Autoria própria
Figura 3.14 – Esquemático de conexão dos seis blocos.
Fonte: Autoria própria
35
3.2 Modelo com 2 diodos
No capítulo anterior foram apresentadas as equações que compõem o modelo de
dois diodos com uma resistência em série e uma resistência em paralelo, neste trabalho será
modelado no simulink o sistema considerando dois diodos e uma resistência em série,
desprezando a resistência shunt. Desta forma, a Equação 2.39 neste modelo não se aplica
devido à resistência em paralelo não ser abordada neste modelo, assim a corrente de saída do
módulo FV se torna a Equação 3.7.
exp 1 exp 101 021 2
V I R V I Rpv pv s pv pv sI N I N I Ipv p ph p
A V A VT T
(3.7)
Onde A1 e A2 são os fatores de forma ou de idealidade do modelo, para a
modelagem neste trabalho foram utilizados os seguintes valores para os fatores de idealidade:
1 1A (3.8)
2 1,6A (3.9)
Os valores das correntes de saturação e saturação reversa seguem as Equações
2.41 e 2.42 do capítulo anterior. Devido ao segundo diodo três novos blocos devem ser
acrescentados ao modelo anterior de modo que o modelo final contenha dez blocos.
Os blocos referentes à fotocorrente, corrente de saturação reversa, corrente de
saturação, conversão de temperatura e multiplicação de constantes (sexto bloco) são utilizados
neste modelo da mesma maneira que foram utilizados no modelo com um diodo. Mas devido
ao segundo diodo deve haver a presença de três novos blocos referentes à corrente de
saturação, corrente de saturação reversa e multiplicação de parâmetros. Na Figura 3.15 é
mostrado o diagrama de interconexão entre os blocos.
36
Figura 3.15 – Diagrama de interconexão do modelo com dois diodos.
Fonte: Autoria própria
Os blocos 3.1, 4.1 e 6.1da Figura 3.15 seguem a mesma linha de montagem dos
blocos 3, 4 e 6 explicados no modelo de um diodo mudando-se apenas o fator de idealidade
devido ao segundo diodo.
Nos blocos referentes à fotocorrente e conversão de temperatura não há mudanças
com referência aos blocos similares do modelo com um diodo.
No bloco 5 são acrescentadas novas entradas devido a presença do segundo diodo.
Na Figura 3.16 é mostrado o diagrama de ligação do quinto bloco referente à corrente de saída
do módulo fotovoltaico.
37
Figura 3.16 – Diagrama de ligação do bloco referente à corrente de saída no modelo com dois
diodos.
Fonte: Autoria própria
A expressão de Fcn é mostrada na Equação 3.10.
(2) ( (1) (6)) (2) ( (1) (6))(3) (4) exp 1 (7) exp 1
(5) (8)
u u u u u uF u u ucn
u u
(3.10)
O valor adotado para a resistência em série neste modelo é de 0,1Ω que segue o
valor encontrado (PANDIARAJAN, 2011), esta resistência é representada pelo ganho na
Figura 3.16. Na Equação 3.10 é possível notar que u(3) e u(7) representam as correntes de
saturação, respectivamente, do primeiro e do segundo diodos. Assim é possível perceber a
semelhança entre a Equação 3.10 e a Equação 3.7.
Neste capítulo foi mostrado como realizar a montagem dos diagramas de blocos
no simulink para os modelos de um e dois diodos com uma resistência em série, no próximo
capítulo são apresentados os resultados das simulações para diferentes opções de entrada, ou
seja, como os modelos se comportam com diferentes valores de temperatura e radiação.
38
4 RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES
No capítulo anterior foi visto o desenvolvimento dos modelos elétricos de um e
dois diodos de um módulo fotovoltaico. Os diagramas de blocos foram desenvolvidos de
acordo com o equacionamento de cada modelo. Neste capítulo são apresentados os resultados
das simulações realizadas com a ferramenta do simulink do software Matlab.
Para realizar as simulações dos modelos é necessário fornecer os valores de
entrada de temperatura e radiação; para uma melhor visualização dos resultados neste capítulo
são apresentados dois conjuntos de entradas:
a) no primeiro conjunto a radiação recebe um valor constante e a temperatura
recebe uma variação com três valores;
b) no segundo conjunto a radiação recebe uma variação com três valores e a
temperatura recebe um valor constante.
Deste modo, é possível analisar as características de cada modelo para diferentes
tipos de entrada.
4.1 RESULTADOS PARA O MODELO COM UM DIODO
Na Figura 4.1 é mostrado o diagrama de blocos desenvolvido para realizar a
simulação do modelo com um diodo. Para o primeiro conjunto de entradas a temperatura é
variada em três momentos: no primeiro instante a temperatura assume valor de 20°C, no
segundo e terceiro assume, respectivamente, os valores de 30°C e 40°C. Na Figura 4.2 é
mostrada esta variação de temperatura. O valor para radiação é mantido constante em 200
W/m².
39
Figura 4.1 – Diagrama montado para realizar as simulações no modelo com um diodo.
Fonte: Autoria própria
Figura 4.2 – Variação de temperatura na entrada do modelo.
Fonte: Autoria própria
Nas Figuras 4.3 e 4.4 são mostrados os resultados das simulações deste modelo
para o primeiro conjunto de entradas. Na Figura 4.3 é mostrada a variação de corrente e
tensão na saída do módulo FV e na Figura 4.4 é mostrada a variação de potência com a tensão
na saída do módulo. Nestas figuras as curvas inferiores são relativas à temperatura de 40°C,
as curvas intermediárias são relativas à temperatura de 30°C e as curvas superiores são
relativas à temperatura de 20°C.
Ipv
To Workspace2
Ppv
To Workspace1
Vpv
To Workspace
Step3
Step2
Signal
Generator
Scope2
Scope1
Product PVpower
PVoutvoltage
PVcurrent
Vin
Insolation
Temp
Vout
Ipv
PV module - one diodeu(1)+u(2)
Fcn1
0.2
Constant
0 2 4 6 8 100
10
20
30
40
50
Tempo (s)
Tem
pera
tura
(°C
)
40
Figura 4.3 – Variação da corrente com a tensão na saída do módulo FV para o modelo com
um diodo e para o primeiro conjunto de entradas.
Fonte: Autoria própria
Figura 4.4 – Variação da potência com a tensão na saída do módulo FV para o modelo com
um diodo e para o primeiro conjunto de entradas.
Fonte: Autoria própria
Após realizar as simulações com o primeiro conjunto de entradas, foram
realizadas as simulações com o segundo conjunto de entradas. Neste conjunto a temperatura
foi considerada constante e igual a 25°C, a radiação foi variada em três momentos, no
primeiro momento a radiação assume valor de 200 W/m², no segundo e terceiro,
respectivamente, assume valores de 600 W/m² e 1000 W/m². Na Figura 4.5, é mostrado o
esquema de ligação dos blocos do modelo de um diodo com o segundo conjunto de entradas.
Na Figura 4.6 é mostrada a variação de irradiação no tempo.
0 5 10 15 20 250
0.5
1
1.5
Tensão - Vpv
Corr
ente
- I
pv
0 5 10 15 20 250
5
10
15
20
Tensão - Vpv
Potê
ncia
- P
pv
41
Figura 4.5 – Esquema de ligação dos blocos do modelo de um diodo com o segundo conjunto
de entradas.
Fonte: Autoria própria
Figura 4.6 – Variação de radiação na entrada do modelo.
Fonte: Autoria própria
Nas Figuras 4.7 e 4.8 são mostrados os resultados das simulações deste modelo
para o segundo conjunto de entradas. Nestas figuras são mostradas, respectivamente, a
variação de corrente com a tensão de saída e variação da potência de saída com a tensão de
saída para o segundo conjunto de entradas. Nas Figuras 4.7 e 4.8 as curvas inferiores
correspondem à radiação de 200 W/m², as curvas intermediárias correspondem à radiação de
600 W/m² e as curvas superiores correspondem à radiação de 1000 W/m².
0 2 4 6 8 100
0.5
1
1.5
Tempo (s)
Irra
dia
ção (
kW
/m²)
)
42
Figura 4.7 – Variação da corrente com a tensão na saída do módulo FV para o modelo com
um diodo e para o segundo conjunto de entradas.
Fonte: Autoria própria
Figura 4.8 – Variação da potência com a tensão na saída do módulo FV para o modelo com
um diodo e para o segundo conjunto de entradas.
Fonte: Autoria própria
A forma dos gráficos nas simulações ficou bastante próxima da forma obtida na
literatura e mostrada no capítulo 2 deste trabalho. A seguir é mostrado o comportamento do
modelo com dois diodos e posteriormente o comparativo entre os dois modelos para que no
capítulo seguinte seja feita a validação dos modelos com dados medidos em experimento.
0 5 10 15 20 250
1
2
3
4
5
6
Tensão - Vpv
Corr
ente
- I
pv
0 5 10 15 20 250
20
40
60
80
100
Tensão - Vpv
Potê
ncia
- P
pv
43
4.2 RESULTADOS PARA O MODELO COM DOIS DIODOS
Novamente, neste modelo são adotados dois conjuntos de entradas. Como citado
anteriormente, o primeiro conjunto de entradas aborda a radiação constante e a temperatura
assumindo três valores diferentes e no segundo conjunto ocorre o contrário.
Os valores de entradas dos dois conjuntos abordadas neste item são os mesmos do
modelo com um diodo mostrados no item anterior. Para o primeiro conjunto de entradas tem-
se a Figura 4.9 que mostra a variação de corrente e tensão, na Figura 4.10 é mostrada a
variação de potência de saída com a tensão de saída. Nas Figuras 4.9 e 4.10 as curvas
inferiores, intermediárias e superiores representam, respectivamente, as temperaturas de 40°C,
30°C e 20°C.
Figura 4.9 – Variação da corrente com a tensão na saída do módulo FV para o modelo com
dois diodos e para o primeiro conjunto de entradas.
Fonte: Autoria própria
0 5 10 15 20 250
0.5
1
1.5
Tensão - Vpv
Corr
ente
- I
pv
44
Figura 4.10 – Variação da potência com a tensão na saída do módulo FV para o modelo com
dois diodos e para o primeiro conjunto de entradas.
Fonte: Autoria própria
Nas Figuras 4.11 e 4.12 são mostradas, respectivamente, a variação de corrente
com tensão na saída para o modelo com dois diodos com o segundo conjunto de entradas e a
variação de potência com tensão para o modelo de dois diodos com o segundo conjunto de
entradas. Nestas figuras as curvas inferiores, intermediárias e superiores representam
respectivamente as radiações de 200 W/m², 600 W/m² e 1000 W/m². Percebe-se diferenças
nas figuras do modelo com dois diodos para o modelo com apenas um diodo; no próximo
item essas diferenças são apresentadas com mais detalhes.
Figura 4.11 – Variação da corrente com a tensão na saída do módulo FV para o modelo com
dois diodos e para o segundo conjunto de entradas.
Fonte: Autoria própria
0 5 10 15 20 250
5
10
15
20
Tensão - Vpv
Potê
ncia
- P
pv
0 5 10 15 20 250
1
2
3
4
5
6
Tensão - Vpv
Corr
ente
- I
pv
45
Figura 4.12 – Variação da potência com a tensão na saída do módulo FV para o modelo com
dois diodos e para o segundo conjunto de entradas.
Fonte: Autoria própria
4.3 COMPARAÇÕES ENTRE OS DOIS MODELOS
Para comparação dos dois modelos foram traçadas num mesmo gráfico as curvas
dos dois modelos. Analisando as Figuras 4.13 e 4.14 que tratam, respectivamente, da variação
de corrente com tensão e variação de potência com tensão na saída no módulo FV, ambos os
gráficos com o primeiro conjunto de entradas, percebe-se que na Figura 4.14 o valor de pico
de potência para o modelo com um diodo é maior do que o valor de pico do modelo com dois
diodos, este fato mostra que as perdas no modelo com dois diodos são maiores do que as
relativas ao modelo de um diodo. Nas duas figuras percebe-se que o valor final de tensão para
o modelo com um diodo é maior do que o valor final do modelo com dois diodos, isto mostra
que para pequenos valores de corrente e tensão elevada o modelo com dois diodos fornece na
saída valores menores de tensão do que o modelo com um diodo.
0 5 10 15 20 250
20
40
60
80
100
Tensão - Vpv
Potê
ncia
- P
pv
46
Figura 4.13 – Variação de corrente e tensão para os dois modelos com o primeiro conjunto de
entradas – curva do modelo de 1 diodo (azul) e curva do modelo com 2 diodos (vermelho).
Fonte: Autoria própria
Figura 4.14 – Variação de potência e tensão para os dois modelos com o primeiro conjunto de
entradas – curva do modelo de 1 diodo (azul) e curva do modelo com 2 diodos (vermelho).
Fonte: Autoria própria
Para o segundo conjunto de entradas foram traçados os gráficos das Figuras 4.15 e
4.16. Na Figura 4.16 é mostrado que o valor de pico para o modelo com um diodo é maior do
que para o modelo com dois diodos e o valor final de tensão para o modelo com um diodo
também é maior do que o valor final do modelo com dois diodos, este fato se repete na Figura
4.15. Isto pode ser explicado pela perda de potência causada pelo segundo diodo, devido à
presença de mais um elemento no circuito a potência de saída se torna menor.
0 5 10 15 20 250
0.5
1
1.5
Tensão - Vpv
Corr
ente
- I
pv
0 5 10 15 20 250
5
10
15
20
Tensão - Vpv
Potê
ncia
- P
pv
47
Figura 4.15 – Variação de corrente e tensão para os dois modelos com o segundo conjunto de
entradas – curva do modelo de 1 diodo (azul) e curva do modelo com 2 diodos (vermelho).
Fonte: Autoria própria
Figura 4.16 – Variação de potência e tensão para os dois modelos com o segundo conjunto de
entradas – curva do modelo de 1 diodo (azul) e curva do modelo com 2 diodos (vermelho).
Fonte: Autoria própria
0 5 10 15 20 250
1
2
3
4
5
6
Tensão - Vpv
Corr
ente
- I
pv
0 5 10 15 20 250
20
40
60
80
100
Tensão - Vpv
Potê
ncia
- P
pv
48
5 VALIDAÇÃO DOS MODELOS DESENVOLVIDOS
Para validar os modelos desenvolvidos foi realizado um experimento de medição
no dia 10 de novembro de 2013. O módulo utilizado para realizar as medições foi o modelo
KC85T-1; foi utilizado também um piranômetro para realizar as medidas de radiação solar,
sensores de corrente, tensão e temperatura bem como lâmpadas de 20 W para simular
resistências. As medidas eram coletadas a cada intervalo de 1 minuto.
Para o calculo da temperatura de operação do módulo FV foi utilizada uma
metodologia baseada em (KRAUTER, 2006) onde esta temperatura é função de parâmetros
medidos de temperaturas na parte superior e inferior do módulo FV bem como da radiação.
5.1 Cálculo da temperatura da célula FV
Em (KRAUTER, 2004) a temperatura da célula FV pode ser calculada a partir da
Equação 5.1 considerando um fluxo de calor de regime estacionário.
, , , ,
, ,
Q R R T R T Rk f k b f k b b k fTc
R Rk f k b
(5.1)
Onde Q é o fluxo de calor que atravessa a célula, Rk,f é a resistência relativa à
parte frontal do módulo que está exposta a radiação, Rk,b é a resistência da parte inferior do
módulo que não esta exposta a radiação, Tf é a temperatura da parte frontal do módulo e Tb é a
temperatura da parte inferior do módulo.
O fluxo de calor é expresso pela Equação 5.2; este fluxo é diretamente
proporcional à radiação e à área do módulo FV.
(1 )Q G A (5.2)
Onde G é a radiação incidente na célula, A é a área do módulo FV e η é a máxima
eficiência do módulo FV. Esta eficiência é expressa de acordo com a Equação 5.3; os valores
para o calculo desta eficiência podem ser encontrados no manual do fabricante do módulo FV.
49
V Impp mpp
A Gref
(5.3)
Onde Vmpp e Impp são respectivamente a tensão e a corrente de máxima potência
do módulo FV e Gref é radiação nas condições de teste padrão (1000 W/m²).
Na figura 5.1 são mostradas várias camadas que compõem o módulo FV. A célula
FV está dentro de um encapsulamento composto por acetato de etil vinila (EVA). Na parte
superior do módulo que está acima deste encapsulamento encontra-se uma camada de vidro
temperado e de alta transparência; outra camada se encontra na cobertura posterior, esta
camada é constituída de um filme de fluoreto de polivinila (tedlar).
Figura 5.1 – Camadas constituintes de um módulo FV.
Fonte: (ARAMIZU, 2010)
A resistência da parte frontal do módulo compreende a resistência equivalente
série entre a camada de vidro e o encapsulamento de EVA. A resistência da parte inferior do
módulo compreende a resistência equivalente série entre o encapsulamento de EVA e a
camada de tedlar. Para o cálculo das resistências desses materiais é utilizada a Equação 5.4;
com esta equação é possível calcular a resistência das camadas de vidro, EVA e tedlar do
módulo FV.
LR
k A
(5.4)
50
Onde L é a espessura da camada do material, k é a condutividade térmica do
material. Em (ANDRADE, 2008) os valores de condutividade térmica para o vidro, tedlar e
EVA são respectivamente 1,13 W/m°C, 0,24 W/m°C, 0,15 W/m°C. Os valores médios
estimados de espessuras para as camadas de vidro, tedlar e EVA são respectivamente 3,2mm,
0,2mm e 0,45mm.
Utilizando a área de 0,656 m² do módulo FV KC85T-1e a Equação 5.4, chega-se
aos valores das resistências das camadas de vidro, EVA e tedlar. Para este módulo, a
resistência das camadas de vidro, EVA e tedlar são respectivamente iguais a 4,32 mΩ, 4,57
mΩ e 1,2 mΩ.
O valor da resistência Rk,f na equação 5.1 para o módulo KC85T-1 é a soma das
resistências encontradas de vidro e EVA, a resistência Rk,b é a soma das resistências
encontradas de EVA e tedlar. Assim, os valores de Rk,f e Rk,b da Equação 5.1 são,
respectivamente, iguais a 8,89 mΩ e 5,84 mΩ.
5.2 Comparação entre os dados medidos e os dados dos modelos
Foram medidos em laboratório dados de tensão e corrente na saída do módulo FV,
radiação solar sobre o módulo e as temperaturas na parte inferior e na parte superior do
módulo. Com estas temperaturas é possível realizar o cálculo da temperatura da célula FV que
serve de entrada para os modelos desenvolvidos como temperatura de operação do módulo
FV. Os valores de radiação solar também são necessários como entrada nos modelos. Estes
valores de radiação determinam a eficiência do módulo FV.
Para realizar a comparação dos dados medidos com os dados do modelo foram
escolhidos três pontos de medições em determinados intervalos do dia. O primeiro ponto de
medição foi escolhido às 8h01 min, o segundo foi escolhido às 10h12 min e o terceiro ponto
foi escolhido às 13h01 min. Estes pontos possuem características diferentes de temperatura e
radiação solar o que proporciona uma análise mais criteriosa dos modelos desenvolvidos.
Os dados de temperatura de operação do módulo são calculados de acordo com a
Equação 5.1, esses dados juntamente com os dados medidos de radiação solar são colocados
nas entradas dos modelos e então se obtém valores de tensão e corrente. Os valores de tensão
e corrente fornecidos pelos modelos são comparados com os valores de tensão e corrente
51
fornecidos pelas medições realizadas e assim é possível analisar qual modelo se apresentou
melhor perante os valores medidos.
Na Tabela 5.1 são mostrados os três momentos de variação de temperatura e
radiação solar, com esses dados é possível validar os modelos desenvolvidos plotando uma
reta de carga que simula a resistência utilizada e encontrar o ponto de encontro entre esta reta
de carga e a curva de cada modelo desenvolvido, este ponto de encontro representa o ponto de
operação do módulo FV.
Tabela 5.1 – Dados obtidos com as medições.
Hora da coleta
dos dados:
Temperatura
da operação do
módulo (°C):
Radiação
solar (W/m²): Tensão (V):
Corrente
(A):
Medição 1 8h01min 37,39 832 16,08 4,06
Medição 2 10h12min 51,58 958 16,31 4,02
Medição 3 13h01min 49,2 861 15,79 3,97
Fonte: Autoria própria
Para a medição 1 foram traçadas as Figuras 5.2 e 5.3. A Figura 5.2 mostra as
curvas de saída do módulo FV referente à variação de tensão e corrente para os modelos de
um diodo e dois diodos e mostra também a reta de carga relativa à resistência utilizada na
medição. Na Figura 5.3 é mostrado o detalhe de cruzamento entre as curvas do módulo FV
desenvolvidas pelos modelos e a reta de carga, o ponto de cruzamento representa o ponto de
operação do módulo, nesta figura são mostrados os pontos de cruzamento para os dois
modelos desenvolvidos. A análise da Figura 5.3 leva a conclusão de que o modelo de dois
diodos se aproximou melhor do valor medido de tensão de 16,08 V e da corrente com valor
medido de 4,06 A.
52
Figura 5.2 – Cruzamento entre a curva do módulo FV e a reta de carga para medição 1 –
curva do modelo de 1 diodo (vermelho), curva do modelo com 2 diodos (azul) e reta de carga
(verde).
Fonte: Autoria própria
Figura 5.3 – Detalhe do cruzamento entre a curva do módulo FV e a reta de carga para
medição 1 – curva do modelo de 1 diodo (vermelho), curva do modelo com 2 diodos (azul) e
reta de carga (verde).
Fonte: Autoria própria
Para a medição 2 foram traçadas as Figuras 5.4 e 5.5. Na Figura 5.4 é mostrado
novamente a reta de carga relativa a resistência que foi utilizada e as curvas do módulo FV de
cada modelo tendo como entradas os dados da Tabela 5.1. Na Figura 5.5 são mostrados os
valores que cada modelo apresentou para tensão e corrente; analisando esta figura, se percebe
que o modelo de dois diodos novamente se aproximou melhor dos valores medidos de tensão
e corrente enquanto que o modelo com um diodo apresentou valores ligeiramente maiores que
0 5 10 15 20 250
1
2
3
4
5
6
7
Tensão - Vpv
Corr
ente
- I
pv
15.5 16 16.5
3.9
4
4.1
4.2
Tensão - Vpv
Corr
ente
- I
pv
X: 16.09
Y: 4.063
X: 16.22
Y: 4.096
53
o modelo com dois diodos. Os valores de corrente e tensão calculados para o modelo com
dois diodos e os valores medidos, nesta situação, foram muito próximos o que demonstra a
exatidão do modelo com dois diodos.
Figura 5.4 – Cruzamento entre a curva do módulo FV e a reta de carga para medição 2 –
curva do modelo de 1 diodo (vermelho), curva do modelo com 2 diodos (azul) e reta de carga
(verde).
Fonte: Autoria própria
Figura 5.5 – Detalhe do cruzamento entre a curva do módulo FV e a reta de carga para
medição 2 – curva do modelo de 1 diodo (vermelho), curva do modelo com 2 diodos (azul) e
reta de carga (verde).
Fonte: Autoria própria
Para a medição 3 foram traçadas as Figuras 5.6 e 5.7. A Figura 5.6 mostra a curva
de saída do módulo FV referente à variação de tensão e corrente e a reta de carga relativa à
0 5 10 15 20 250
1
2
3
4
5
6
7
Tensão - Vpv
Corr
ente
- I
pv
14 15 16 17 18 19
3.5
4
4.5
X: 16.29
Y: 4.015
Tensão - Vpv
Corr
ente
- I
pv X: 16.66
Y: 4.106
54
resistência utilizada. Na Figura 5.7 é mostrado novamente o detalhe do ponto de operação do
módulo para cada modelo, ou seja, o ponto de cruzamento da reta de carga com a curva
característica do módulo. Tem-se que o modelo com dois diodos apresentou valores para a
tensão e corrente inferiores aos valores medidos e o modelo com um diodo apresentou valores
ligeiramente maiores que o modelo com apenas um diodo, mas nesta situação o modelo com
um diodo mostrou um valor para corrente mais próximo do valor medido.
Figura 5.6 – Cruzamento entre a curva do módulo FV e a reta de carga para medição 3 –
curva do modelo de 1 diodo (vermelho), curva do modelo com 2 diodos (azul) e reta de carga
(verde).
Fonte: Autoria própria.
Figura 5.7 – Detalhe do cruzamento entre a curva do módulo FV e a reta de carga para
medição 3 – curva do modelo de 1 diodo (vermelho), curva do modelo com 2 diodos (azul) e
reta de carga (verde).
Fonte: Autoria própria
0 5 10 15 20 250
1
2
3
4
5
6
7
Tensão - Vpv
Corr
ente
- I
pv
13 14 15 16 17 18 19
3.5
4
4.5
Tensão - Vpv
Corr
ente
- I
pv
X: 15.88
Y: 3.914
X: 16.13
Y: 3.976
55
Nas Tabelas 5.2, 5.3 e 5.4 é mostrado um resumo das três medições realizadas e
dos valores obtidos nos modelos; para o cálculo do erro foi utilizada a Equação 5.5.
(%) 100
x xcalcuado medidoerroxmedido
(5.5)
Onde Xcalculado é o valor calculado pelo modelo e Xmedido é o valor medido com o
experimento realizado.
Os valores dos erros obtidos para os dois modelos mostram que o modelo com
dois diodos se aproximou melhor dos valores medidos do que o modelo com um diodo. Este
fato se deve ao modelo com dois diodos apresentar um melhor comportamento do módulo
perante as perdas.
Os erros se devem à calibração do piranômetro como também a exatidão dos
sensores de corrente, tensão e temperatura. O fato dos valores de potência obtidos com o
modelo de dois diodos serem menores do que os obtidos com o modelo de um diodo. A causa
desta diferença se deve a perda de potência gerada pelo segundo diodo fazendo com que os
níveis de tensão e corrente sejam ligeiramente menores do que os encontrados para o modelo
de um diodo.
A análise da Tabela 5.4 leva a um erro médio de potência das três medições para o
modelo com um diodo de 2,8% e para o modelo com dois diodos de 0,41%. Para a corrente, o
erro médio das três medições na Tabela 5.3 para o modelo com um diodo foi de 1,06% e para
o modelo com dois diodos foi de 0,536%. No caso da tensão, o erro médio das três medições,
na Tabela 5.2, para o modelo com um diodo foi 1,72% e para o modelo com dois diodos foi
aproximadamente 0,25%. Estes erros mostram que os dois modelos podem ser considerados
eficientes na estimação dos valores de tensão, corrente e potência para o módulo FV, mas o
modelo com dois diodos apresentou valores mais próximos dos valores medidos do que o
modelo com apenas um diodo para estas três medições.
56
Tabela 5.2 – Comparação dos dados de tensão obtidos com os modelos e com as medições.
Modelo com 1 diodo Modelo com 2 diodos
Tensão (V) Erro (%)
Tensão (V) Erro (%)
Medido Calculado Medido Calculado
Medição 1 16,080 16,220 0,871 16,080 16,090 0,062
Medição 2 16,310 16,660 2,146 16,310 16,290 0,123
Medição 3 15,790 16,13 2,153 15,790 15,88 0,570
Fonte: Autoria própria
Tabela 5.3 – Comparação dos dados de corrente obtidos com os modelos e com as medições.
Modelo com 1 diodo Modelo com 2 diodos
Corrente (A) Erro (%)
Corrente (A) Erro (%)
Medido Calculado Medido Calculado
Medição 1 4,060 4,096 0,887 4,060 4,063 0,074
Medição 2 4,020 4,106 2,139 4,020 4,015 0,124
Medição 3 3,970 3,976 0,151 3,970 3,914 1,41
Fonte: Autoria própria
Tabela 5.4 – Comparação dos dados de potência obtidos com os modelos e com as medições.
Modelo com 1 diodo Modelo com 2 diodos
Potência (W) Erro (%)
Potência (W) Erro (%)
Medido Calculado Medido Calculado
Medição 1 65,285 66,437 1,764 65,285 65,374 0,136
Medição 2 65,566 68,406 4,331 65,566 65,404 0,247
Medição 3 62,686 64,133 2,308 62,686 62,154 0,849
Fonte: Autoria própria
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6 CONCLUSÃO
A nível mundial existem diversas pesquisas sendo realizadas com o intuito de
tornar a geração fotovoltaica mais eficiente e econômica.
Devido ao custo elevado, a geração fotovoltaica vem sendo utilizada, comumente,
para suprir a falta de energia em comunidades isoladas no Brasil. Mas muitos países
desenvolvidos estão na busca por maior eficiência neste tipo de geração para uso em grande
escala.
Apesar do Brasil possuir um padrão de radiação solar favorável o ano inteiro para
geração FV, não ocorrem investimentos satisfatórios neste setor energético. Mas nos últimos
anos o crescente uso de energia solar vem levando o governo a regulamentar este setor.
A geração fotovoltaica depende diretamente da radiação solar. Quanto maior a
radiação solar maior é a geração de eletricidade do painel; a geração de eletricidade também
depende da temperatura, de forma que quanto maior a temperatura da célula FV, menor é a
geração para um mesmo nível de radiação.
O objetivo do presente trabalho foi realizar a modelagem e validação de dois
modelos elétricos de um módulo FV: o primeiro com um diodo e o segundo com dois diodos.
As modelagens foram desenvolvidas utilizando a ferramenta simulink do software Matlab.
Para montagem dos modelos foram desenvolvidos blocos de acordo com as equações
fundamentais de cada modelo. As entradas para os modelos desenvolvidos são radiação solar
e temperatura de operação do módulo, as saída são tensão e corrente.
Pela análise dos gráficos desenvolvidos dos modelos foi visto que os dois modelos
apresentaram características bastante semelhantes com valores próximos dos valores medidos.
O modelo com dois diodos se apresentou melhor na comparação com o modelo com um
diodo; este fato foi mostrado na validação dos modelos onde se constatou que os erros médios
de potência, tensão e corrente para o modelo com um diodo eram respectivamente de 2,8%,
1,72% e 1,06%. Para o modelo com dois diodos estes erros médios foram respectivamente
iguais a 0,41%, 0,25% e 0,536%.
Um dos motivos pelo qual o modelo com dois diodos se apresentou mais exato
perante o modelo com um diodo se deve as perdas causadas pelo segundo diodo. Essas perdas
fazem com que o modelo com dois diodos tenha na saída valores menores de potência do que
o modelo com apenas um diodo.
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