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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA PALINOLOGIA DO NEÓGENO DA AMAZÔNIA SUL OCIDENTAL, BRASIL. SILANE APARECIDA FERREIRA DA SILVA Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais do convênio INPA/UFAM, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, área de concentração em BOTÂNICA. MANAUS - AM 2004

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UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE FFEEDDEERRAALL DDOO AAMMAAZZOONNAASS –– UUFFAAMM

IINNSSTTIITTUUTTOO NNAACCIIOONNAALL DDEE PPEESSQQUUIISSAASS DDAA AAMMAAZZÔÔNNIIAA –– IINNPPAA

PALINOLOGIA DO NEÓGENO DA AMAZÔNIA SUL OCIDENTAL, BRASIL.

SILANE APARECIDA FERREIRA DA SILVA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Biologia Tropical e Recursos

Naturais do convênio INPA/UFAM, como parte

dos requisitos para obtenção do título de Mestre

em CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, área de

concentração em BOTÂNICA.

MANAUS - AM

2004

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UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE FFEEDDEERRAALL DDOO AAMMAAZZOONNAASS –– UUFFAAMM

IINNSSTTIITTUUTTOO NNAACCIIOONNAALL DDEE PPEESSQQUUIISSAASS DDAA AAMMAAZZÔÔNNIIAA –– IINNPPAA

PALINOLOGIA DO NEÓGENO DA AMAZÔNIA SUL OCIDENTAL, BRASIL.

Silane Aparecida Ferreira da Silva

ORIENTADORA: Dra. Maria Lúcia Absy

CO-ORIENTADOR: Dr. Rodolfo Dino

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Biologia Tropical e

Recursos Naturais do convênio INPA/UFAM,

como parte dos requisitos para obtenção do

título de Mestre em CIÊNCIAS BIOLÓGICAS,

área de concentração em BOTÂNICA.

MANAUS – AM

2004

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Silva, Silane A. F. da

Palinologia do Neógeno da Amazônia sul ocidental, Brasil/ Silva, Silane A. F. da – Manaus, 2004.

Nº de p. : 105 il.

Dissertação de Mestrado – INPA/UFAM.

1. Palinomorfos 2. Bioestratigrafia 3. Paleoambiente 4. Neógeno 5. Amazônia

Código catalográfico: CDD 19° Ed. 582.0463

Sinopse:

O presente trabalho apresenta os principais eventos paleoambientais ocorridos no Intervalo do Mioceno Médio/Superior e Superior. O material de estudo foi sedimentos de amostra de testemunho do Estado do Amazonas e amostras de superfície coletadas em sítios fossilíferos no estado do Acre.

Palavras-chave: Paleoambiente, palinomorfos, Neógeno, Amazônia sul ocidental.

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À minha família pelo apoio,

incentivo e constante presença

apesar da distância, Dedico.

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AGRADECIMENTOS

Ao CNPq pelo financiamento do projeto PNOPG “Implantação do núcleo de Paleontologia

na Amazônia sul ocidental” Proc. N° 551531-01/2.

A CAPES pela bolsa de estudo concedida.

Ao INPA, principalmente a Prof. Dra. Maria Lúcia Absy pela orientação e por não ter

medido esforços para concretização deste trabalho.

A Dra. Vera Maria Fonseca de Almeida e Val, chefe da divisão dos cursos de Pós-

Graduação, Beatriz Nascimento e Elci Batista pelo apoio na concessão e implementação da

bolsa de estudos.

A Universidade Federal de Rondônia- UNIR, pela minha inclusão no quadro de professora

credenciada voluntária desta instituição.

Ä Prof. Dra. Maria Tereza Piedade, chefe da divisão do Curdo de Pós-Graduação em

botânica, e Helcineide Andrade pela ajuda em materiais essenciais para a conclusão dessa

dissertação.

Ao Sr. Raimundo Gato e Dr. Fernando Burgos, representantes do CPRM e DNPM, pela

liberação das amostras pertencentes ao “Projeto Carvão no Alto Solimões” .

Ao Prof. Dr. Rodolfo Dino e Dra. Luzia Antonioli pela valiosa ajuda na identificação de

alguns palinomorfos.

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Ao Professor e Amigo Dr. Mario Alberto Cozzuol pela paciência em explicar e discutir a

complicada história ambiental amazônica.

Às Profs. Dra. Norma da Costa Cruz e Dra. Carina Hoorn, pelos dados valiosos dos

trabalhos pioneiros sobre palinologia Neógeno da Amazônia que muito contribuíram na

realização deste trabalho.

À Jean Caminha pelo constante companheirismo, força e amor doados ao longo desses 6

anos e também pelos conhecimentos compartilhados em informática, na ajuda na confecção

de escalas, Programa Tília e paciência em tentar me ensinar.

À Otilene dos Anjos Santos que, sem dúvida, foi a irmã que Deus colocou no meu caminho.

À Cleonice de Oliveira Moura pela ajuda nas medições dos grãos.

À Dona Maria Gilda Spener, bibliotecária do CPRM, pela ajuda na obtenção da literatura.

À Dr. Mário Sérgio/ CPRM pelas figuras de localização da Formação Solimões.

Ao Dr. Mitsuro Arai e a Fátima Praxedes e pelas sugestões sobre a palinologia do Neógeno

da Amazônia.

À Turma de Pós-Graduação de Botânica de 2002, em especial à Christinny Giselly

Bacelar e Mary Anne Gama e ao agregado Alexadre Coletto pela força e constante

presença.

A Dra. Monika Barth, Dra. Márcia Barros e Eduardo/ UFRJ pelos ensinamentos do

misterioso programa TILIA.

À Dra. Marlene Freitas da Silva/Universidade Estadual do Amazonas que identificou as

sementes provenientes das amostras de sedimentos aflorantes do Acre.

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Ao Prof. Dr. Arnaldo Carneiro Filho, pela ajuda na obtenção do material bibliográfico.

À Elizete Holanda, a homenageada com o Barranco da Elizete, pela colaboração no envio

das fotos e das lâminas.

À Rose Martins e Diana Fernandes do setor de importação do INPA pela competência em

agilizar a burocrática compra de reagentes controladas pelo exército e Polícia Federal.

À Jorge Luiz Santos e Rosalva do Laboratório Geológico de processamento de amostras da

UERJ pela ajuda e atenção despendida no processamento das amostras.

À Equipe de Paleontologia da Universidade Federal do Acre- UFAC que nos acompanhou

na saída de campo.

Aos Drs. Edgardo Latrubesse e Carlos Eduardo Toledo, geólogos que revisaram o texto

relacionado sobre a Formação Solimões.

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ÍNDICE

ÍNDICE DE TABELAS E QUADROS ............................................................................ 10

ÍNDICE DE FIGURAS ..................................................................................................... 10

RESUMO .......................................................................................................................... 11

SUMMARY ...................................................................................................................... 12

I. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13

II . OBJETIVOS.......................................................................................................... 15

2.1. Objetivo Geral .................................................................................................. 15

2.2. Objetivos específicos........................................................................................ 15

III. FORMAÇÃO SOLIMÕES ................................................................................... 16

3.1. Localização........................................................................................................ 16

3.2. Características Geológicas................................................................................. 17

3.3. Características Paleontológicas ......................................................................... 21

IV. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 26

4.1. Áreas de estudo.................................................................................................. 26

4.2. Coleta do material.............................................................................................. 27

4.2.1. Amostras de subsuperfície......................................................................... 27

4.2.2. Amostras de Afloramento.......................................................................... 27

4.3. Seleção das amostras ......................................................................................... 28

4.4. Preparação das amostras.................................................................................... 29

4.5. Análise polínica ................................................................................................. 31

4.6. Interpretação Paleoambiental e Idade................................................................ 32

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V. RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................... 33

5.1. Zoneamento palinoestratigráfico ....................................................................... 33

5.2. Descrição da associação estudada ..................................................................... 36

5.2.1. Amostras de testemunhos .......................................................................... 36

5.2.2. Amostras de superfície .............................................................................. 40

5.3. Correlação entre os sedimentos analisados ....................................................... 42

5.4. Idade estabelecida.............................................................................................. 44

5.5. Interpretação paleoambiental............................................................................. 42

5.5.1. Vegetação ........................................................................................................ 45

5.5.2. Clima ............................................................................................................... 46

5.6. Sistemática......................................................................................................... 48

VI. CONCLUSÕES..................................................................................................... 78

VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 79

VIII. PRANCHAS.......................................................................................................... 92

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ÍNDICE DE TABELAS E QUADROS

TABELA 1: Coordenadas das localidades de coleta do material de superfície...............28 TABELA 2: Afinidades botânicas e ecológicas dos principais tipos .............................47 QUADRO 1: Quadro comparativo do zoneamento palinoestratigráfico do Neógeno, estabelecido para o Norte da América do Sul..................................................................35

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1: Mapa de localização da Formação Solimões em território brasileiro ...........17 FIGURA 2: Carta estratigráfica das Bacias do Acre e Solimões, mostrando o posicionamento cronoestratigráfico .............................................................................................................20 FIGURA 3: Mapa de Isópacas da Formação Solimões na região do Alto Solimões ........23 FIGURA 4: Localização das áreas de coleta......................................................................26 FIGURA 5: Diagrama polínico das amostras do poço 1AS-32-AM..................................39 FIGURA 6: Diagrama polínico da localidade de Murici....................................................41 FIGURA 7: Sementes coletadas in situ na localidade de Patos..........................................42 FIGURA 8: Correlação entre as amostras do poço e afloramentos ...................................43 FIGURA 9: Modelo Paleoambiental...................................................................................46

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RESUMO

Foram analisadas 14 amostras de sedimentos de testemunhos, distribuídas em

aproximadamente 132m de profundidade, do poço de sondagem 1AS-32-AM cedidas pela

CPRM e DNPM proveniente da região do Alto Solimões e oito amostras de afloramentos

coletadas em algumas localidades fossilíferas ao longo do Rio Acre na fronteira Brasil/Peru.

Foram estudados, descritos e ilustrados 50 esporos e 52 tipos grãos de pólen. A abundância do

marcador bioestratigráfico Grimsdalea magnaclavata em todo o intervalo estudado e na

localidade de Murici e Crassoretitriletes vanraadshoovenii a partir de 71m de profundidade

permitiram datar os sedimentos como pertencentes ao intervalo Mioceno Médio/Superior. A

presença de Echitricolporites spinosus a 25m de profundidade em sedimentos coletados no

Amazonas e nas localidades fossilíferas de Patos e Barranco da Elizete ao longo do Rio Acre

evidenciaram idade do Mioceno Superior para a região do Acre e para a parte superior de

amostras das subsuperfície estudadas. Essas informações corroboram com a datação relativa

estabelecida por meio de registros de idade de mamíferos da Argentina (SALMA), método

atualmente usado para datação dos fósseis coletados na Amazônia. Os dados palinológicos

mostraram que o paleoambiente amazônico durante o Mioceno Médio/Superior e Mioceno

Superior foi definido por regiões pantanosas e alagadiças evidenciadas pela grande quantidade

de esporos de pteridófitas e por áreas cobertas por vegetação arbórea e arbustiva representadas

por grãos de pólen de angiospermas. Nas amostras estudadas não houve indicativo de savanas

ou ambientes costeiros representados pela associação Rhizophora e Acrostichum.

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SUMMARY

Fourteen sediment samples from cores distributed at approximately 132 m deep in

well 1AS-32-AM provided by CPRM and DNPM from the Upper Solimões region and eight

outcrop samples collected from some fossil rich localities along the Acre River in the

Brazil/Peru border were analised. Fifty spores and fifty-two pollen types were studied and

illustrated. The abundance of the biostratigraphic marker Grimsdalea magnaclavata

throughout the studied period as well as at the site in Murici and of Crassoretitriletes

vanraadshoovenii from 71m deep downwards allowed dating the sediments as belonging to

the Middle/Late Miocene period. The presence of Echitricolporites spinosus upwards from

25m deep within sediments collected in Amazonas State and fossil rich sites of Patos and

Barranco da Elizete along the Acre River suggested a Late Miocene age of the Acre region

and of the upper part of the studied well samples. These occurrences agree with the relative

dating established through correlation of the South American Land Mammals Age sequence

from Argentina (SALMA), which is the method being presently used for dating fossils

bearing strata in Brazilian Amazônia. The palynological data showed that the Amazonian

paleoenvironment during the Middle/Late Miocene and Late Miocene was characterized by

flooded swampy regions confirmed by the great amount of fern spores and by areas covered

by arboreal and shrubby vegetation represented by Angiosperm pollen. There was no

indication of savannah or coastal environments represented by Rhizophora and Acrostichum

association in the studied samples.

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I. INTRODUÇÃO

É indiscutível a diversidade de plantas e animais que ocorre na Amazônia evidenciada

nos diferentes ambientes encontrados nessa região e nas variações abióticas que existem na

maior floresta tropical do mundo. Esse cenário também pode ser observado em trabalhos

relativos aos paleoambientes amazônicos, tais como: influência marinha, mudanças drásticas

na temperatura e padrões de pluviosidade, isolamento de regiões seja por deslocamento de

terras ou existência de barreiras físicas. Essas características peculiares fazem da região

amazônica alvo de especulações quanto à origem e manutenção de sua biodiversidade.

Além da atual riqueza biótica, a Amazônia possui um imenso registro fossilífero pouco

explorado e discutido, provavelmente devido à extensa área que abriga essa floresta.

Os trabalhos paleontológicos e geológicos realizados na região são escassos e muitas

vezes são utilizados apenas alguns parâmetros e com base nesses parâmetros se levantam

hipóteses gerais para explicar um ecossistema complexo com mosaicos de habitats. Por essa

razão, o presente trabalho abrange estudos multidisciplinares que integram dados faunísticos,

florísticos e geológicos. Esses estudos permitirão um melhor conhecimento do ambiente

amazônico durante o final do Terciário, período que, de acordo com alguns autores, iniciou a

biodiversidade amazônica ou até mesmo suportou uma diversidade maior que a atual (Morner

et al., 2001; Van der Hammen, 2001).

Os sedimentos estudados no presente trabalho, pertencentes à Formação Solimões,

datam do período correspondente ao final do Terciário e foram depositados a partir do

soerguimento andino que determinou o início de um novo cenário para a floresta amazônica

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por causar mudanças nos cursos das drenagens dos rios e padrões de chuva. A Formação

Solimões também é conhecida pela riqueza fossilífera de fauna e flora, sendo que estes dados

integrados dariam forte evidência sobre a história evolutiva da Amazônia a cerca de 20

milhões de anos antes do presente.

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II. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Esta pesquisa tem como objetivo principal elaborar uma escala padrão da seqüência

estratigráfica que permita integrar os dados paleoecológicos obtidos da ocorrência de fauna e

flora em algumas áreas da Amazônia sul ocidental contribuindo para a história geológica e

ambiental dessa região durante o final do Terciário.

2.2. Objetivos específicos

- Definir biozonas baseadas em análises palinológicas dos sedimentos do Mioceno

Superior da Amazônia sul ocidental.

- Elaborar uma escala padrão que permita posicionar estratigraficamente as associações

fossilíferas encontradas em sítios de superfície.

- Integrar as pesquisas ambientais e da biota nessas localidades.

- Indicar por meio da análise palinológica a vegetação, condições paleoambientais e

inferências paleoclimáticas ocorridos durante o Neógeno na Amazônia.

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III. FORMAÇÃO SOLIMÕES

3.1. Localização

Situada na Amazônia sul ocidental, a Formação Solimões ocupa uma extensão de

aproximadamente 1.000.000 de Km2 (Santos, 1976) e distribui-se pelas Bacias do Solimões e

Acre. Prolonga-se pelas Bacias do Amazonas e Caquetá-Putumayo na Colômbia e Bacias de

Pastaza e Ucayali no Peru (Schobbenhaus et al., 1984; Valderrama & Marmos, 2000). Em

território brasileiro abrange toda área a oeste do Arco de Iquitos, a leste os domínios do Rio

Solimões, ao norte o Rio Japurá e, finalmente, o Rio Purus ao sul (Santos & Silva, 1976; Maia

et al., 1977). Os limites exatos da Formação ainda são desconhecidos dado a falta de

trabalhos de campo e grandes extensões de áreas existentes o que impossibilita o

conhecimento dos limites da unidade. O mapa com a localização estimada da Formação

Solimões, em território brasileiro, encontra-se na figura 1.

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Figura 1: Mapa de localização da Formação Solimões em território brasileiro. Extraído da Geologia tectônica e recursos minerais do Brasil, CPRM. 2001

3.2. Características Geológicas

Geologia histórica- As primeiras pesquisas geológicas na unidade iniciaram com

trabalhos desenvolvidos por Chandless (1866) e Orton (1870) que descreveram seqüências

litológicas fossilíferas presentes na região limítrofe entre o Brasil e Peru. No entanto, somente

no século XX, a denominação Série Solimões foi sugerida por Moraes Rego (1930) para essa

unidade, termo ignorado durante algumas décadas por pesquisadores que utilizaram várias

outras denominações para a seqüência (Caputo et al., 1972). Caputo et al., (1971) observaram

as semelhanças litológicas regionais e revalidaram o termo criado por Moraes Rego (1930)

como Formação Solimões para designar o pacote sedimentar que ocorre na porção ocidental

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da Amazônia brasileira, que cobre também, territórios do Peru e Colômbia. O termo

Formação Solimões é amplamente usado no Brasil mas recebe outras denominações em

países vizinhos como Pebas no Peru e Terciário amazônico na Colômbia (Hoorn, 1993). Na

década de 70, pesquisas abrangentes desenvolvidas pelo Radambrasil (1976) e Projeto Carvão

no Alto Solimões (1977) forneceram informações mais detalhadas sobre a geologia e

geomorfologia da área em questão.

Litologia- Os sedimentos aflorantes da Formação Solimões podem ser divididos

em duas fácies: a primeira de alta energia que é constituída por argilitos, argilitos sílticos e

arenosos, siltitos argilosos e níveis arenosos de granulometria fina a média; de cor variando de

vermelho amarronzado a marrom e estratificação cruzada. A outra depositada em ambiente

de baixa energia composta por sedimentos de cor verde a verde-acinzentado e estratificação

planar ou massiva (Maia et al., 1977; Latrubesse et al., 1997).

Nos sedimentos pertencentes à Formação Solimões são freqüentemente encontrados

restos vegetais e intercalações de linhito, argilas carbonosas e calcáreos (Maia et al., 1977). O

contato inferior da unidade é discordante e encontra-se uma seqüência areno-argilosa de

ambiente oxidante (Formação Ramon) e alguns autores consideram que o contato superior

está recoberto por um sequência arenosa apoiada sobre uma discordância erosiva de possível

idade pleistocênica denominada Formação Içá (Caputo et al., 1971; Maia et al., 1977;

Valderrama & Marmos, 2000), que pode ser interpretada como uma unidade de terraço

Quaternário (Latrubesse, com. pes.). A figura 2 representa a carta estratigráfica da Bacia do

Acre e Solimões.

Cronologia- Pesquisas pioneiras com informações cronológicas da unidade datam

erroneamente a sedimentação da Formação Solimões, tais como os trabalhos mencionados em

seguida: Caputo et al., (1971) consideraram por meio de dados geológicos como sendo de

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idade do Paleoceno a Pleistoceno. Esta idéia foi contestada por Barros et al., (1977) que

admitiu idade Plio-Pleistoceno e caracterizou esta Formação pela presença de argilitos

vermelhos. Discussões ainda maiores vieram após os trabalhos publicados por Campbell &

Frailey (1984) e Kronberg et al, (1991) que utilizaram datações absolutas de sedimentos e

lenho de duvidosa procedência e afirmaram que a deposição ocorreu durante Pleistoceno

Superior/ Holoceno. Maia et al., 1977; Cruz, 1984; Latrubesse, 1992; Hoorn, 1993;

Latrubesse et al. 1997 por meio de estudos geológicos e palinoestratigráficos indicaram idade

do Neógeno para a sedimentação da Formação Solimões.

Recentemente, Campbell et al., (2001) confirmam essa informação apartir de

resultados de magnetoestratigrafia e isótopos de Ar da Formação Madre Dios no Peru,

encontrando idades absolutas de 9,01±0,28 Ma e 3,12 ± 0,02 Ma.

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Figura 2: Carta estratigráfica das Bacias do Solimões (à esquerda) e do Acre (à direita) mostrando o posicionamento estratigráfico da Formação Solimões. Extraído do CD-Rom: Geologia tectônica e recursos minerais. CPRM, 2001.

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Ambiente de deposição- Os sedimentos clásticos pertencentes à Formação

Solimões foram depositados em conexão com a orogenia Andina durante o Neógeno em um

ciclo flúvio e flúvio-lacustre com episódios de incursões marinhas durante o Mioceno Inferior

e Médio devido ao aumento global do nível dos oceanos (Haq et al., 1987; Hoorn 1993;

Valderrama & Marmos, 2000). A abundância e a preservação dos fósseis encontrados

indicam um ambiente redutor de baixa energia, evidenciados por abundantes níveis

carbonosos e sedimentos finos. A ocorrência de veios de gipsita e material carbonático nesta

unidade, indica a presença de clima tropical, depositados em ambiente continental

(Radambrasil, 1976; Hoorn, 1993; Monsh, 1998).

Espessura- Dados de sondagem demonstram que o espessamento da Formação

Solimões se dá no sentido ocidental (Cunha & Appi, 1990) mais precisamente, no sentido

Oeste e Sul, sendo que o espessamento de aproximadamente 2200 m na Bacia do Acre é

maior do que as camadas encontradas na Bacia do Solimões que apresenta cerca de 800 m. de

espessura (Cunha & Appi, 1990; Geologia tectônica e recursos minerais. CPRM, 2001). A

figura 3 apresenta o mapa de isópacas indicando a espessura da Formação Solimões na região

do Alto Solimões.

3.3. Características Paleontológicas

O pacote sedimentar da Formação Solimões é conhecido por apresentar abundante

conteúdo fossilífero como observado na literatura (Paula-Couto, 1956; Maia et al., 1977;

Vonhof et al., 1998; Rancy, 2000; Carvalho et al., 2002). As primeiras coletas

paleontológicas nessa área foram iniciadas no século XIX por Chandless (1866) no chamado

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Rio Aquiri, hoje conhecido como Rio Acre e os achados foram identificados e datados por

Agassiz (1868) apud Rancy (2000) como pertencentes ao Cretáceo Superior.

A falta de estudos geológicos integrados às pesquisas paleontológicas tem estimulado

discussões quanto ao estabelecimento da idade de fósseis encontrados, fato que retardou os

estudos paleoambientais na Amazônia por algumas décadas. Atualmente, a idade dos

vertebrados fósseis do Neógeno coletados na Formação Solimões é estimada por datação

relativa por meio de correlações com idade de mamíferos da Argentina. Tendo em vista o

curto Biocron desses animais, este método constitui a ferramenta mais importante de datação

relativa (Pascual, 1965 apud Latrubesse, 1992). A utilização de datação relativa ocorre devido

a ausência de rochas Terciárias potencialmente datáveis na região.

Abaixo serão destacadas as principais descobertas na área em questão:

Fauna - A associação fossilífera encontrada na Formação Solimões é composta

por peixes, répteis, aves, mamíferos e moluscos. Os dados quanto hábito de alimentação e

porte dos animais permitem inferir paleoambiente amazônico durante o Neógeno.

Peixes e Répteis - A associação de peixes e répteis indica um sistema de lagos

interconectados maiores que os atuais e com ampla disponibilidade de oferta trófica devido a

presença de formas em média um pouco maiores em tamanho do que as atuais. A ocorrência

de certos grupos, como Crocodylidae e Gavialidae indicam temperaturas ligeiramente mais

altas que as atuais nas mesmas áreas (Pereira & Bocquentin, 1989). Por outro lado, Monsh

(1998) afirma que a presença de grupos de peixes de ambientes de água doce e salobras

indicandoincursões marinha marginal na Amazônia durante o Mioceno.

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Figura 3: Mapa de isópacas da Formação Solimões na região do Alto Solimões indicando que o espessamento é maior na direção oeste-sul. Extraído de Maia et al., 1977.

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Mamíferos - As formas indicadoras de ambientes de floresta estão representadas por

roedores (especialmente das famílias Erethizontidae e Echimyidae), primatas Cebidae e

preguiças como Xenartra e Pilosa (Rancy, 2000). A existência de ambientes abertos é

evidenciada pela presença de mamíferos terrestres como gliptodontes e tatus pampaterinos

(Xenartra, Glyptodontidae e Pampatheriidae), notougulados da família Toxodontidae,

roedores Dinomyidae, Neoepiblemidae e Caviidae, litopternos da família Macraucheniidae. A

presença de Proboscidea Gomphotheriidae (Amahuacatherium peruvium,) sugere ambientes

abertos com dependência de vegetação arbórea (Campbell et al., 2000). Grupos de hábitos

aquáticos ou semi-aquáticos, como capivaras (família Hydrochoeridae), cetáceos odontocetos

(família Iniidae) e peixes-bois (família Trichechidae) indicam ambientes flúvio-lacustres.

Moluscos: A assembléia encontrada por Nuttall (1990), Vonhof et al., (1998) e

Wesselingh et al., (2001) sugerem a deposição em ambiente lacustre para a unidade.

Flora - Os registros vegetais na região foram demonstrados por estudos palinológicos

realizados no Alto Rio Solimões em amostras de sedimentos de vários poços coletados pelo

projeto Carvão no Alto Solimões que estabeleceu três zonas palinológicas, correspondendo ao

Mioceno, Mioceno/Plioceno e Plioceno (Cruz, 1984). Apesar da pesquisa realizada por Cruz

(1984) ter sido bastante abrangente não foi encontrada a relação entre a localidade, nível e

espécies encontradas nas amostras.

Estudos de cunho bioestratigráficos e paleoambientais desenvolvidos por Hoorn

(1993) em sedimentos do referido projeto permitiram o estabelecimento de cinco zonas

palinológicas que dataram Mioceno Inferior (zona Verrutricolporites e zona Retitricolpites),

Mioceno Inferior/Médio (zona Psiladiporites - Crototricolpites), Mioceno Médio (zona

Crassoretitriletes) e Mioceno Médio/Superior (zona Grimsdalea) para a sessão estudada

(Hoorn, 1993; 1994). A referida autora propõe duas fases ambientais características definida

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por fases de planícies costeiras representadas por vegetação típica de mangue e pteridófitas do

gênero Deltoidospora e Crassoretitriletes, e uma fase de planície aluvial contendo palmeiras e

vegetação arbórea. Van der Hammen (2001) afirma que a diversidade de plantas durante o

Mioceno ocorreu devido à influência marinha que atingiu a área e que foi maior que a atual

sendo registrados 280 tipos polínicos em relação à metade de tipos encontrados para os

sedimentos do Holoceno.

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IV. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Áreas de estudo

As amostras de testemunhos e afloramentos coletadas para análise palinológica

pertencem a depósitos da Formação Solimões abrangendo os Estados do Amazonas e Acre,

respectivamente. A localização das áreas de estudo está representada na figura 4.

Figura 4: Localização das áreas de coleta.

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4.2. Coleta do material

4.2.1. Amostras de subsuperfície

As amostras de subsuperfície foram cedidas pela CPRM e DNPM e são provenientes

de furos de sondagem do Projeto Carvão do Alto Solimões. Este projeto tinha como objetivo

determinar o potencial linhítico da porção ocidental do Estado do Amazonas. O material para

estudo palinológico foi obtido de amostras de testemunho do poço 1AS-32-AM, próximo a

localidade de Tambaqui no Rio Curuçá (Lat. 4˚32’38’’S / Long. 71˚24’24’’W) com 361,50

metros de profundidade, dos quais, foram retiradas 14 amostras da parte superior até

aproximadamente 132 metros de profundidade.

A litologia do poço 1AS-32-AM no intervalo de 132m a 12,10m é definida na base

por uma camada de argilito linhitico, coberta por intercalações de siltito, arenito e linhito

(camadas variando de 1,65m a 0,40m de espessura) por toda sessão. A cerca de 55 m de

profundidade são abundantes os níveis de calcário, nódulos de pirita e restos vegetais. O topo

é definido por argila carbonosa, localmente conglomerático sendo este, o topo da Formação

Solimões neste poço. As amostras foram retiradas das seguintes profundidades: 12,10m;

17m; 25m; 48m; 59m; 71m, 92m; 100m; 106m; 115,69m; 120m; 126m e 132m.

4.2.2. Amostras de Afloramento

A excursão realizada para a coleta das amostras de afloramentos ocorreu no mês de

setembro de 2002, período de estiagem na região, quando grande parte dos sedimentos da

Formação Solimões ficam expostos. As amostras de superfície foram coletadas na região do

alto Rio Acre ao longo do Município de Assis Brasil-AC e a desembocadura da localidade

fossilífera de Patos. Um total de oito amostras de superfície foram coletadas em distintas

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localidades ao longo do Rio Acre. Na tabela 1 estão representadas as coordenadas geográficas

das áreas onde foram coletadas as amostras:

Tabela 1: Coordenadas das localidades de coleta do material de superfície

4.3. Seleção das amostras

Dos 84 furos de sondagem realizados pelo Projeto Carvão do Alto Solimões -CPRM

na década de 70, foi desperdiçado muito material devido ao apodrecimento das caixas de

madeira ao longo desses anos. Por essa razão, para a seleção do poço foram estabelecidos dois

critérios: 1) localização da sondagem mais ao sul da Amazônia ocidental brasileira, uma vez

que o espessamento da camada é maior em direção ao sul e permite estabelecer correlação

com os sedimentos aflorantes do Acre; 2) condições de armazenagem adequadas de forma a

evitar à contaminação desse material por outras caixas contendo amostras de outras

localidades. Escolhido o poço que apresentasse essas condições, procurou-se obter amostras

em intervalos aproximados de 10 em 10 metros contendo características litológicas que

indicassem a fertilidade do material.

Por outro lado, a coleta de sedimentos de superfície no Estado do Acre foi

acompanhada por paleontólogos da Universidade Federal do Acre- UFAC e da Universidade

Federal de Rondônia- UFRO que indicaram as localidades ricas em macrofósseis. O nível

Localidades Coordenadas

Localidade de Murici Lat: 10˚ 57’24’’S/Long: 69˚44’44’’W Cachoeira de Gracinda Lat: 10˚56’06’’S/Long: 69˚46’46’’W São Lourenço Lat: 10˚55’31’’S/Long: 69˚48’35W’’ Barranco do Geraldo Lat: 10˚55’50’’S/Long: 69˚46’02’’W Cavalcante Lat: 10˚55’42’’S/Long: 69˚49’53’’W Barraco de Elizete Lat: 10˚ 56’25’’S/Long: 69˚45’44’’W Ipiranga Lat: 10˚ 57’09’’ S/Long: 69˚ 39’22’’W Patos Lat: 10˚ 55’00’’ S/Long: 69˚ 55’00’’W

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contendo o material fossilífero corresponde ao conglomerado maciço, e desse modo

observou-se níveis litológicos que apresentavam características de fertilidade adequadas para

análise palinológica.

A escolha do material de subsuperfície e superfície foi feita baseando-se na tabela de

cor do sedimento de cinza-claro a preto (Arai, 1982) e granulometria fina com maior

concentração de matéria orgânica e conseqüentemente, mais rica em palinomorfos.

As amostras foram acondicionadas em sacos plásticos, lacradas e identificadas quanto

à localidade e/ou profundidade. Em seguida, foram transportadas ao Laboratório de

Palinologia do INPA onde foram preparadas, analisadas e os palinomorfos identificados.

4.4. Preparação das amostras

A metodologia utilizada foi descrita por Uesugui (1979) e consiste no ataque com

ácido clorídrico e fluorídrico de modo que não restem mais resíduos de materiais inorgânicos

como: carbonatos, silicatos e matéria orgânica carbonizada.

Em linhas gerais o tratamento empregado foi: maceração das amostras, ataque com

HCL a 32% por 2 horas para eliminação de carbonatos. Em seguida com HF a 40% por 18

horas para eliminação de silicatos, para retirada do produto resultante (fluorsilicato) utiliza-se

HCL a 10%. Em todas as etapas lava-se com água destilada por três vezes para neutralizar a

ação dos ácidos. Após a acidificação das amostras, peneirou-se em malha de 200µm visando

eliminar a parte inorgânica grosseira e assim concentrar os palinomorfos na fração restante.

Nos casos de sedimento com muita matéria orgânica carbonizada utilizou-se solução

de Schulze composta por HNO3 e KCLO3 de 15 min. a 1 hora dependendo do grau de

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oxidação da amostra. O tempo de duração é determinado pela mudança da cor de preto para

castanho (Antonioli, 1998).

Após a lavagem com HCL a 10% e, em seguida com água destilada foi feita a

preparação da amostra para a separação de constituintes orgânicos pela diferença da

densidade entre eles. Esse método consiste na separação por flotação utilizando ZnCl2 de

densidade entre 1,95 a 2,0 que é então, centrifugado por 20 minutos em velocidade de 1500 a

2000 rpm. A parte sobrenadante é retirada e novamente submetida a centrifugação com ZnCl2

por 20 min. a 1500-2000 rpm. O anel resultante na parte superior é colocado em outro tubo

com álcool comercial e centrifugado por 5 min. a 1500-2000 rpm. O resíduo foi lavado com

água destilada por 1 min. e em seguida centrifugado com HCL a 10% por 1 min. em

velocidade de 1500-2000 rpm.

Finalmente, as amostras foram lavadas por três vezes com água destilada. Entretanto,

quando encontrado o material húmico nas amostras adicionou-se KOH sendo o material

aquecido em banho-maria por 15 min. Após essas etapas o resíduo foi então peneirado com

malha de 10 µm e a fração retida na peneira foi transferida para tubos de 10 ml para a etapa

seguinte.

A preparação das lâminas foi feita adicionando uma gota do resíduo, duas gotas de

água e uma gota de goma de acácia sobre uma lamínula em uma placa aquecedora com

temperatura de aproximadamente de 30ºC. As lamínulas devidamente secas foram coladas

com entellan em lâminas de vidro e identificadas com relação: localidade e profundidade.

Para análise palinológicas foram confeccionadas quatro lâminas de cada amostra.

As lâminas foram analisadas na objetiva de 40x com auxílio do microscópio óptico

Axioplan plus da Zeiss e fotografadas com máquina MC-80 acoplada, utilizando-se filme ISO

100 da Kodak.

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4.5. Análise polínica

A análise polínica baseou-se na identificação (análise qualitativa) e contagem (análise

quantitativa) dos palinomorfos contidos nos sedimentos amostrados.

A análise qualitativa consistiu na identificação dos morfotipos presentes no material

estudado. Nesse caso a identificação foi feita por comparação com a coleção de referência do

Laboratório de Palinologia do INPA com auxílio da Dra. Maria Lúcia Absy e os Drs. Luzia

Antonioli da UERJ e Rodolfo Dino do CENPES/PETROBRAS e UERJ e por consulta a

literatura palinológica existente (Germeraad et al. (1968); Lorente, 1986; Muller et al., 1987;

Hoorn, 1993; Jaramillo & Dilcher, 2001).

Após a identificação, os palinomorfos foram fotografados em microscópio óptico

Axioplan plus da Zeiss em objetiva de 100x.

Foi feita a descrição morfológica e feitas medidas do diâmetro equatorial de cada tipo.

Para cada tipo estudado foi indicada afinidade botânica do mesmo. Para todas as espécies

estudadas foram mencionados os nomes dos autores que as descreveram e quando possível, o

número da página do trabalho onde se encontra a descrição.

A análise quantitativa baseou-se na contagem de 300 grãos de cada amostra. Em

seguida, foram feitos cálculos da freqüência relativa dos tipos para se poder estimar o tipo de

vegetação predominante e a idade de sedimentos pela existência de marcadores

bioestratigráficos. Os palinomorfos analisados foram enquadrados em quatro categorias: 1)

Elementos aquáticos: Azolla sp., Chomotriletes minor, Magnastriatites grandiosus, 2)

marcadores bioestratigráficos: Grimsdalea magnaclavata e Crassoretitriletes

vanraadshoovenii, 3) marcadores ambientais: palmeiras (M. franciscoi), gramíneas (M.

annulatus) e pteridófitas, 4) outras angiospermas e outros esporos.

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Com os resultados da análise palinológica foi elaborado um diagrama que apresenta as

curvas indicando as flutuações dos diferentes taxa encontrados nas amostras. Os diagramas

polínicos foram elaborados por meio da utilização do programa TILIA 5.0 e TILIA GRAPH

(Grimm, E. Illinois State Museum) de acordo com as percentagens dos tipos ao longo dos

níveis estratigráficos.

4.6. Interpretação Paleoambiental e Idade.

Estudos de interpretação paleoecológicas e de datações relativas são realizados por

meio de presença ou ausência de determinados tipos que tenham um significado ambiental e

bioestratigráfico, respectivamente.

Para o estabelecimento do paleoambiente foram utilizadas referências que continham

informações sobre afinidades botânicas, ecológicas (Germeraad et al, 1968; Frederiksen,

1983; Lorente, 1986; Muller et al., 1987; Hoorn, 1993; Antonioli, 2001; Jaramillo & Dilcher,

2001). Como indicadores de ambientes continentais aquáticos e terrestres foram estabelecidos

grupos:

- Elementos continentais: presença de fragmentos quitinosos de conchostráceos, grãos

de pólen, esporos de pteridófitas, briófitas.

- Elementos aquáticos: cistos de algas, Chomotriletes minor, Azolla sp., M. grandiosus.

- Elementos costeiros: associação de Rhizophora (Zonocostites ramonae) e Acrostichum

(D. adriennis).

Os palinomorfos encontrados foram enquadrados em biozonas definida por Lorente

(1986) e Hoorn (1993) para definir a idade dos sedimentos analisados.

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V. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. Zoneamento palinoestratigráfico

O conteúdo fossilífero contido nos sedimentos pode caracterizar camadas geológicas pela

presença de certas espécies-guias ou associações que têm ampla distribuição geográfica e

período curto de existência. Esse princípio básico rege o conceito de unidades

bioestratigráficas ou biozonas que possuem diversas aplicações como na datação de camadas,

correlação estratigráfica, estudos paleoecológicos e determinação de áreas com

potencialidades petrolíferas. Em função da abundância, dispersão e características resistentes

que favorecem a preservação, os palinomorfos constituem um excelente instrumento para o

estabelecimento de biozonas em uma região.

Pesquisas palinológicas de cunho bioestratigráfico na região setentrional da América do

Sul no Terciário foram realizadas por: Germeraad et al. (1968) que estudaram sedimentos

terciários Caribenhos, Wijmstra (1971) pesquisou o Terciário Inferior no Suriname e Guiana

Francesa, Regali et al. (1974) em todo território brasileiro, Lorente (1986) na Venezuela

analisou o Mioceno e Plioceno, Muller et al. (1987) com material de todo Terciário em

regiões distintas ao norte da América do Sul, Cruz (1984) e Hoorn (1993) ao norte do Estado

do Amazonas. A tabela 1 apresenta as diferenças entre o zoneamento palinoestratigráfico

durante o Neógeno definido pelos autores acima citados, com exceção de Wijmstra (1971)

que não o Neógeno.

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O zoneamento determinado por Hoorn (1993) é atualmente usado na Formação Solimões,

sendo este o mais completo registro da palinoflora durante o Mioceno Inferior, Médio e

transição para o Superior na Amazônia.

A associação encontrada em amostras de testemunho e afloramentos na Amazônia sul

ocidental aqui apresentada se enquadram no zoneamento estabelecido por Hoorn (1993) como

pertencentes a Zona Grimsdalea (Lorente, 1986) e a Zona Asteraceae (Lorente, 1986; Muller

et al., 1987; Hoorn, 1993).

A base da biozona Grimsdalea é definida pelo primeiro aparecimento de G.

magnaclavata. Nesta biozona de idade Mioceno Médio/Superior, há também o primeiro

aparecimento de Retitricolporites lorentae e Bombacacidites bellus e abundância de

Crassoretitriletes vanraadshoovenii, Deltoidospora adriennis, Magnastriatites grandiosus e

Zonocostites ramonae na base do intervalo (Hoorn, 1993). O topo da zona de Grimsdalea é

definido pela primeira ocorrência de Echitricolporites spinosus, Fenestrites spinosus ou F.

longispinosus (Lorente, 1986).

A base da zona de Echitricolporites spinosus é definida pelo primeiro aparecimento

da espécie que dá o nome da zona, Compositae e Avicennia tipo. Nesta zona há presença de

Grimsdalea magnaclavata, Psilaperiporites minimus, Cyatheacidites annulatus e

Bombacacidites ciriloensis (Muller et al., 1987).

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Quadro 1: Quadro comparativo do zoneamento palinocroestratigráfico do Neógeno estabelecido, para o norte da América do Sul.

Autor Idade

Germeraad et al., 1968 Regali et al.., 1974

Cruz, 1984

Muller et al., 1987 Lorente, 1986 Hoorn, 1993 Silva, 2004

P L I O

Echitricolpites mcneillyi

B E. mcneillyi

E. spinosus

Fenestrites longispinosus

A-B

Asteraceae

E. spinosus

Superior Echitricolporites spinosus

Grimsdalea

Grimsdalea

Grimsdalea

Médio

Pachidermites diederixii

C.vanraadshoovenii Crassoretitriletes

Crassoretitriletes

Psiladiporites Psiladiporites/ Crototricolpites

G. magnaclavata

Verrutricolporites Retitricolpites

M.vanderhamenii

P.minimus

E.maristellae/ P. minimus

M I O C E N O

Inferior

J.saemrogiformis

E. muelleri

A

V.rotundiporus E.barbeitoensis

Verrutricolporites/ Cicatricosisporites

Verrutricolporites

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5.2. Descrição da associação estudada

5.2.1 Amostras de testemunhos

As amostras analisadas do poço 1AS-32-AM apresentaram predominância de Grimsdalea

magnaclavata em todo o intervalo, seguido pela abundância de Crassoretitriletes

vanraadshoovenii a partir de 71m de profundidade. Mais detalhadamente são descritos os

tipos polínicos encontrados em cada nível:

-132m: A primeira amostra estudada apresentou predominância de Crassoretitriletes

vanraadshoovenii (41,20%), seguido por Perisyncolpites pokornyi (12,80%), Grimsdalea

magnaclavata (9%), Mauritidiites franciscoi (8,20%), Deltoidospora adriennis (7,50%) e

Magnastriatites grandiosus (5,20%).

-126m: Nesse intervalo observa-se a predominância de C. vanraadshoovenii (14%),

Psilatriletes sp. (11%), D. adriennis (10,50%), Grimsdalea magnaclavata (9,50%) e P.

pokornyi (8,50%).

-120m: O intervalo apresenta uma grande similaridade entre as amostras sendo que, C.

vanraadshoovenii com 22,10% continua sendo o mais freqüente elemento da amostra, seguido

por G. magnaclavata (17%), P. pokornyi (10%), D. adriennis (7,61%) e M. franciscoi

(6,2%).R. lorentae, B. bellus e M. howardii têm o primeiro aparecimento neste nível.

-115m: A associação encontrada nesta amostra é composta principalmente por: C.

vanraadshoovenii (60%), G. magnaclavata (14%), D. adriennis (10,5%) e P. pokornyi (7,7%)

e M. franciscoi (1,33%).

-106m: Este nível é dominado por esporos de pteridófitas. A assembléia é formada pela

predominância de M. grandiosus (33,40%), Cicatricosisporites sp. 3 (19%),

Cicatricosisporites sp. 4 (13%), C. vanraadshoovenii (7,50%), Azolla sp. (6,70%) e G.

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magnaclavata (2,70%). Como pode ser observado na figura 5, nesse período houve uma

diminuição drástica na freqüência de Grimsdalea magnaclavata a favor de elementos

aquáticos, evidenciando a preferência de G. magnaclavata, provável palmeira (Germeraad et

al., 1968) por ambientes secos.

-100m: A partir desse nível temos o crescente aparecimento de G. magnaclavata (35%)

sendo este o mais freqüente componente deste intervalo seguido pela abundância de C.

vanraadshoovenii (19,3%), P. pokornyi (10%) e M. grandiosus (8,70%) .

-92m e 71m: Cerca de 60% da assembléia é constituída por G. magnaclavata,

acompanhada pela presença de C. vanraadshoovenii (11%) e M.grandiosus (9%).

-59m: Neste nível predomina ainda G. magnaclavata (40,20%), P. pokornyi (13,60%) e

D. adriennis (10%). Observa-se um decréscimo de C. vanraadshoovenii para 1,50%.

Observa-se a na base do intervalo abundância de C. vanraadshoovenii que vai diminuindo a

favor de Grimsdalea magnaclavata até o topo da coluna.

- 48 m: Este nível há predominância de G. magnaclavata (23,40%), P. pokornyi (20%), D.

adriennis (12%) e Grimsdalea sp. 1 (10,7%). Não se observa a presença de C.

vanraadshoovenii.

- 25m: Nessa amostras há predominância de G. magnaclavata (28,30%), D. adriennis

(18,30%), E. maristellae e M. grandiosus (6,3%), P. pokornyi e V. usmensis (3,3%).

Encontram-se também, E. spinosus (1%), C. annemariae, P. tibui e P. tertiaria. Um fato

importante é o não aparecimento de C. vanraadshoovenii que como Grimsdalea é um

marcador bioestratigráfico. O primeiro aparecimento de E. spinosus permite definir este

intervalo como pertencente ao Mioceno Superior de acordo com Lorente, 1986 e Muller et al.

(1987).

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- 17m: O elemento mais freqüente é D. adriennis (22%), P. pokornyi (19%) e G.

magnaclavata (10,8%).

-12,10m: Na última amostra estudada observou-se a predominância de G. magnaclavata

(19,7%), P. pokornyi (15%) e D. adriennis (12%).

A figura 5 apresenta o diagrama de pólen com marcadores bioestratigráficos da sessão

estudada.

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Figura 5: Diagrama polínico dos principais constituintes da associação encontrada no poço 1AS-32-AM. As linhas representam os limites entre Mioceno Médio Superior e Mioceno Superior

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5.2.2. Amostras de superfície

Das oito localidades estudadas em apenas uma foi possível contar 300 palinomorfos, as

outras se mostraram com poucos palinomorfos ou algumas onde não foram encontrados

palinomorfos, como descrito abaixo:

A amostra retirada da localidade de Murici foi a única a apresentar os 300 tipos de

palinomorfos. Destacam-se a predominância de G. magnaclavata (27,50%), D. adriennis

(12,80%), Verrucatosporites usmensis (9,40%), Psilatriletes sp. (8,30%).,

Monoporopollenites annulatus (7%) e P. pokornyi (6,42%).

A presença de G. magnaclavata somado a ausência de C. vanraadshoovenii representa um

indício da correlação do sedimento da localidade de Murici à parte superior (até 48m) do poço

1AS-32-AM, indicando a idade do Mioceno Médio Superior. O diagrama polínico da

localidade de Murici está representado na figura 6.

Nas localidades de Cavalcante, Cachoeira da Gracinha, Patos, barranco da Elizete, os

poucos tipos encontrados estão ilustrados nas pranchas I, II, III e VI. Em nenhuma amostra

dessas localidades foi encontrado Grimsdalea magnaclavata. Por outro lado, o material

proveniente de Patos apresentou abundância de esporos e, nessa mesma localidade foram

coletadas sementes “in situ” de Myrtaceae e Euphorbiaceae, Piranhea, sendo esta última

típica de ambiente tipo várzea. As sementes estão ilustradas na Figura 7.

No sítio fossilífero de Patos e no barranco da Elizete houve presença e abundância de E.

spinosus o que define estes sedimentos como pertencente ao Mioceno Superior (Lorente,

1986; Muller et al., 1987).

As amostras obtidas nas localidades de São Geraldo, Ipiranga e São Lourenço não

continham palinomorfos. A ausência de palinomorfos na maioria das amostras de afloramento

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Figura 6: Diagrama polínico dos principais constituintes da associação encontrada na amostra de afloramento de Murici.

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impossibilitou a correlação temporal ou ambiental das localidades estudadas através da

análise multivariada.

Figura 7: Sementes coletadas na localidade de Patos. A) Myrtaceae B) Euphorbiaceae, Piranhea. Identificação: Dra. Marlene Freitas e Ilustração Felipe Moraes (DESENHO/INPA).

5.3. Correlação entre os sedimentos analisados

Por meio da presença de Grimsdalea magnaclavata, E. spinosus e ausência de C.

vanraadshoovenii tentou-se estabelecer uma possível correlação bioestratigráfica entre a

associação encontrada no poço 1AS-32-AM e afloramentos de Murici, Patos e Elizete. A

Figura 8 mostra correlação entre as amostras.

A B

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Figura 8: Correlação estratigráfica entre amostras do poço e afloramento.

A ausência de G. magnaclavata em Patos e no Barranco da Elizete não permite inferir

a localização estimada destes sedimentos. Germeraad et al. (1968) afirmam que Grimsdalea

aparece até a zona de Alnipollenites verus, ou seja, até o limite Terciário/Quaternário.

Entretanto, a presença de E. spinosus indica idade Mioceno Superior para essas localidades.

Em relação a C. vanraadshoovenii há desaparecimento deste tipo na base da zona de

E. spinosus (Germeraad et al. 1968). Como pode ser observado no diagrama da Figura 5 o

desaparecimento de C. vanraadshoovenii ocorre antes do primeiro aparecimento de E.

spinosus. Neste intervalo correlacionam-se os sedimentos coletados em Murici como

pertencentes ao Mioceno Médio Superior / Superior devido a presença de G. magnaclavata.

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5.4. Idade estabelecida

A associação palinoflorística das amostras de testemunho e superfície de Murici mostrou

ser constituída em sua maior parte por Grimsdalea magnaclavata. Na porção superior da

coluna estratigráfica estudada (12-48m) não houve o aparecimento de C. vanraadshoovenii,

fato que ocorreu também em sedimentos coletados no Acre, sendo portanto, estes sedimentos

correlacionados na porção superior da coluna. A presença do marcador bioetratigráfico

Grimsdalea magnaclavata define o sedimento como ao intervalo do Mioceno Médio a

Superior.

O primeiro aparecimento de Echitricolpites spinosus no nível de 25m define o topo da

Zona de Grimsdalea e base da Zona Asteraceae (Interval Zone sensu Lorente, 1986) definida

por Lorente (1986) e Muller et al. (1987) como pertencente ao Mioceno Superior. Não foram

encontrados E. spinosus, Fenestrites spinosus ou Alnipollenites verus nos sedimentos

coletados em Murici, a primeira localidade a ser coletada amostras. Esta localidade está na

jusante sendo que todas as outras localidades rio acima são mais contemporâneas que Murici.

Fato que pode ser constatado pela presença de E. spinosus nas localidades de Patos e

Barranco da Elizete. Sendo assim, esse dado suporta a idade estabelecida para os

macrofósseis coletados no Rio Acre como sendo do Mioceno Superior (Latrubesse, 1992;

Latrubesse et al., 1997).

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5.5. Interpretação paleoambiental

5.5.1. Vegetação

Durante o Mioceno Médio Superior/ Superior pode-se inferir que a vegetação

predominante é constituída por elementos aluviais composta por palmeiras, pteridófitas e

gramíneas (tabela 2). A vegetação está representada principalmente pelos seguintes tipos: 1)

florestas representadas por palmeiras: Mauritia, Grimsdalea (?), Cicatricosisporites sp., M.

vanderhammenii, Proxapertitites tertiaria, R. lorentae e Cyatheaceae (Wijnistra, 1996), 2)

pântanos representados por Crassoretitriletes sp., Compositae, Onagraceae, gramíneas,

Bombacaceae- Bombacacidites baculatus (Wijnistra, 1996) e 3) elementos aquáticos como

Azolla sp., Magnastriatites grandiosus, D.adriennis e Chomotriletes minor (Hoorn, 1993;

Germeraad et al., 1968; Collinson, 2002).

Hoorn (1993) estabeleceu um modelo paleoambiental para o noroeste da Amazônia,

sendo que no intervalo aqui pesquisado não se observou abundância de elementos costeiros

representados pela associação Rhizophora (Zonocostites ramonae) e Acrostichum

(Deltoidospora adriennis). No entanto, na Figura 5 pode ser observada abundância de

Deltoidospora adriennis em todo o intervalo e que de acordo com Collinson (2002) significa

ambiente de lagos e pântanos de água doce.

O modelo estabelecido por Hoorn (1993) consiste em três tipos vegetacionais: 1) planície

costeira composta por Rhizophora e Acrostichum; 2) Vegetação típica de planície aluvial

representada por palmeiras e gramíneas e 3) vegetação de floresta (Figura 9). Nesse estudo

não foram encontrados indicadores de ambiente marinho como microforaminíferos e

dinoflagelados contrariando estudos realizados por Rasanen et al. (1995) que por meio de

interpretação de estruturas sedimentares afirmam a presença de um seaway que cobriu parte

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da Amazônia durante o Terciário. No Acre, a associação permite inferir ambiente úmido a

alagadiço devido a abundância de esporos de pteridófitas.

Figura 9: Modelo paleoambiental (modificado de Hoorn, 1993).

5.5.2. Clima

Hoorn (1994) e Monsh (1998) sugerem que o clima na Amazônia durante o Mioceno

Médio/Superior foi quente e úmido, fato justificado pela presença de gramíneas aquáticas,

palmeiras, indicadores de ambientes alagadiços e presença de crocodilianos .

Durante o Mioceno Superior houve esfriamento global como definido por Kennett

(1982) por meio de registros paleoceanográficos. No entanto, o clima predominante na

Amazônia durante o Mioceno Superior permanece tropical úmido como pode ser observado

pelos principais taxa encontrados e listados na tabela 2, representados principalmente por

elementos florestais e de ambientes pantanosos. A diminuição de G. magnaclavata e aumento

em elementos aquáticos e dependentes de umidade durante este período evidencia um

aumento da umidade para a região.

No intervalo estudado, não foi encontrado palinomorfos que indicassem vegetação

aberta tipo savana como Byrsonima, Didymopanax e Curatella e com grandes quantidades de

gramíneas como registrados em estudos do Pleistoceno (Absy & Van der Hammen, 1976).

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Tabela 2: Afinidades botânicas e ecológicas dos principais tipos.

Grupo Taxa Afinidade Vegetação Clima Referência Outros Azolla Salviniaceae Aquática

Cyathidites Cyatheaceae Arbórea Tropical e subtropical Antonioli, 2001 Cicatricosisporites Schizaeaceae Herbácea Tropical e subtropical Antonioli, 2001 Chomotriletes Schizaeaceae Herbácea Tropical e subtropical Antonioli, 2001 Crassoretitriletes Schizaeaceae Pantanosa ou

costeira Hoorn, 1993

Deltoidospora Cyatheaceae/ Gleicheniaceae

Ambiente aquático. Tropical e subtropical Antonioli, 2001 Collinson, 2002

Gleichenidites Gleicheniaceae Herbácea Tropical e subtropical Antonioli, 2001 Magnastriatites Parkeriaceae Costeira ou aluvial Hoorn, 1993 Matonisporites Matoniaceae Herbácea Tropical úmido Antonioli, 2001 Verrucosisporites Osmudaceae Herbácea Tropical úmido e temperado Antonioli, 2001

P T E R I D Ó F I T A S

V. usmensis Polypodiaceae Terrestre Hoorn, 1993 B. baculatus Bombacaceae/

Pachira Ambiente alagado em florestas

Hoorn, 1993

Corsinipollenites oculusnoctis Onagraceae Vegetação aberta Hoorn, 1993 Crototricolpites annemariae Euphorbiaceae Herbácea Echiperiporites estelae Malvaceae Costeira Hoorn, 1993 Echitricolporites maristellae Bombacaceae /

Malvaceae

Grimsdalea magnaclavata Arecaceae (?) Germeraad et al. 1968 Mauritiidites franciscoi Arecaceae Ambiente alagado Hoorn, 1993 Monoporopollenites annulatus Poaceae Herbácea Tropical seco e temperado Antonioli, 2001 Mutimarginites vanderhammeni Acanthaceae Arbustiva/ Herbácea Germeraad et al. 1968 Perisyncolpites pokornyi Malphigiaceae Ambiente costeiro

Floresta Hoorn, 1993

Jaramillo & Dilcher, 2001 Proxapertites tertiaria Anonnaceae Arbórea/Herbácea Retibrevicolpites triangularis Desconhecida Germeraad et al. 1968

A N G I O S P E R M A S

Retitricolpites lorentae Bombacaceae Arbórea Hoorn, 1993

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5.6. Sistemática

As espécies encontradas estão apresentadas dentro de cada gênero. Quando possível foram

incluídas informações sobre o autor que a descreveu, Prancha e Figura onde se encontra a

espécie, citação do autor, ano e página. Informações adicionais como: diâmetro equatorial,

afinidade botânica e afinidade ecológica também foram fornecidas.

DIVISÃO SPORITES H. Potonié, 1893

Classe Triletes (Reinsch, 1881) Potonié e Kremp, 1954

Gênero Chomotriletes (Kedves) Pocock, 1970

Chomotriletes minor (Kedves, 1961) Pocock, 1970

Prancha I, figura 18

Vide Pocock, 1970 para descrição.

Descrição: Esporo trilete, estriado formando círculos, de ± 42µm. Contorno esférico.

Laesura trilete indistinta.

Afinidade botânica: Afinidade desconhecida, possivelmente um cisto de alga ou fungo

comum em áreas subtropicais de águas-rasas. (Leroy, 1992).

Gênero Cicatricosisporites Potonié & Gelletich, 1933

Cicatricosisporites sp. 1

Prancha II, figura 3

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Descrição: Esporo trilete, estriado, de ± 60µm. Contorno triangular a circular. Lados

convexos e ângulos arredondados. Laesura central bem visível, aberta e com margem.

Afinidade botânica: Schizaeaceae

Cicatricosisporites sp. 2

Prancha II, figura 4

Descrição: Esporo trilete, estriado, de ± 55µm. Contorno circular. Laesura atingindo a

extremidade, bem visível, fechada e sem margem.

Afinidade botânica: Schizaeaceae

Cicatricosisporites sp. 3

Prancha II, figura 5

Descrição: Esporo trilete, estriado, de ± 56µm. Contorno circular a triangular. Lados

convexos e ângulos arredondados. Laesura central bem visível, fechada e sem margem.

Afinidade botânica: Schizaeaceae

Cicatricosisporites sp. 4

Prancha II, figura 6

Descrição: Esporo trilete, estriado, de ±60µm. Contorno triangular. Lados retos e formando

ângulos de 90º. Laesura central bem visível, aberta e sem margem.

Afinidade botânica: Schizaeaceae

Cicatricosisporites sp. 5

Prancha II, figura 7

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Descrição: Esporo trilete, densamente estriado, de ±55µm. Contorno triangular. Lados

convexos e ângulos arredondados. Laesura central bem visível, aberta e sem margem.

Afinidade botânica: Schizaeaceae

Cicatricosisporites sp. 6

Prancha II, figura 8

Descrição: Esporo trilete, finamente estriado, de ±50µm. Contorno triangular. Lados

convexos e ângulos arredondados. Laesura indefinida.

Afinidade botânica: Schizaeaceae

Cicatricosisporites sp. 7

Prancha II, figura 9

Descrição: Esporo trilete, densamente estriado, de ±47µm. Contorno triangular. Lados

convexos e ângulos arredondados. Laesura bem visível atingindo o equador, fechada e sem

margem.

Afinidade botânica: Schizaeaceae

Cicatricosisporites sp. 8

Prancha II, figura 10

Descrição: Esporo trilete, densamente estriado, de ±38µm. Contorno circular . Laesura bem

visível quase atingindo o equador, fechada e sem margem.

Afinidade botânica: Schizaeaceae

Gênero Cingutriletes Pierce, 1961 emend. Dettmann, 1963

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Cingutriletes sp.

Prancha III, figura 5

Descrição: Esporo trilete, psilado, de ±50µm. Contorno triangular a esférico. Lados convexos

e ângulos arredondados. Laesura atingindo o equador, fechada e sem margem.

Afinidade botânica: Desconhecida.

Gênero Clavatriletes Regali et al., 1974

Clavatriletes sp.

Prancha III, figura 12

Descrição: Esporo trilete, grosseiramente clavado (clavas de ±4µm), de ±32µm. Contorno de

esférico a triangular. Lados côncavos e ângulos arredondados. Laesura central bem visível,

fechada e sem margem.

Afinidade botânica: Cyatheaceae

Clavatriletes sp.1

Prancha III, figura 13

Descrição: Esporo trilete, com finas clavas na margem (de 2µ), ±36µm. Contorno triangular.

Lados côncavos. Laesura fechada e sem margem.

Afinidade botânica: Cyatheaceae

Clavatriletes sp.2

Prancha III, figura 15

Descrição: Prancha III, figura 13

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Descrição: Esporo trilete, com clavas em toda superfície (de 2µ), ±28µm. Contorno esférico.

Sem laesura aparente.

Afinidade botânica: Cyatheaceae

Clavatriletes sp. 3

Prancha III, figura 15

Descrição: Esporo trilete, com clavas grossas em toda superfície (de 2µ), ±52µm. Contorno

esférico. Sem laesura aparente.

Afinidade botânica: Cyatheaceae

Clavatriletes sp. 4

Prancha III, figura 12

Descrição: Esporo trilete, clavado (com clavas de 4µ), ±35µm. Contorno triangular. Lados

côncavos. Laesura fechada.

Gênero Cyathidites Couper, 1953

Cyathidites minor Couper, 1953

Prancha III, figura 4

Descrição: Esporo trilete, psilado, de ±47µm. Contorno triangular. Lados côncavos e ângulos

arredondados. Laesura central bem visível, fechada e sem margem.

Afinidade botânica: Cyatheaceae

Gênero Crassoretitriletes Germeraad et al. 1968

Crassoretitriletes vanraadshoovenii Germeraad et al., 1968

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Prancha I, figura 1

Vide Germeraad et al. (1968, p. 286) para descrição genérica e específica.

Descrição: Esporo trilete densamente reticulado, de ± 67µm. Contorno triangular a circular.

Lados pouco convexos e ângulos arredondados. Laesura central bem visível, sem margem.

Afinidade botânica: Lygodium microphyllum, Schizaceae (Germeraad et al. 1968; Lorente,

1986).

Indicador ambiental: Comumente encontrado em pântanos, florestas pantanosas ou pântanos

costeiros (Hoorn, 1993).

Idade: Encontrado desde o Eoceno até a base da zona E. spinosus no Mioceno Superior

(Germeraad et al., 1968).

Gênero Deltoidospora Miner, 1935 emend Potonié, 1956

Deltoidospora adriennis (Potonié & Gelletich, 1933) Frederiksen, 1983

Prancha III, figura 1

Vide Frederiksen et al., (1983, p.18) para descrição.

Descrição: Esporo trilete, psilado, de ±50µm. Contorno que vai de triangular a esférico.

Lados pouco côncavos e ângulos arredondados. Laesura atinge o equador, pouco ondulada e

sem margem.

Afinidade botânica: Lygodium, Schizaeaceae (Frederiksen et al., 1983) ou Acrostichum

aureum, Pteridaceae (Hoorn, 1993).

Indicador ambiental: Associado com Rhizophora indica vegetação de mangue

(Hoorn,1993). Collinson, 2002 afirma que sua presença é comum em lagos e ambientes

alagadiços de água doce.

Idade: De acordo com Lorente, 1986, distribui-se desde o Oligoceno até o recente.

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Gênero Echitriletes Potonié, 1956

Echitriletes muellerii Regali et a., 1974

Prancha II, figura 10

Vide Regali et al. (1974, p.265) para descrição.

Descrição: Esporo trilete, equinado, de ±30µm. Contorno esférico. Lados convexos e ângulos

arredondados. Laesura fina, central pouco visível.

Afinidade botânica: Selaginellaceae (?)

Gênero Kuylisporites Potonié, 1956

Kuylisporites waterbolkii Potonié, 1956

Prancha I, figura 14

Vide Potonié (1956, p.38) para descrição.

Descrição: Esporo trilete, aparentemente psilado com três fissuras laterais, de ±36µm.

Contorno triangular. Lados convexos e ângulos arredondados. Sem laesura aparente.

Afinidade botânica: Cyatheaeceae, Cyathea horrida (Hoorn, 1993)

Gênero Magnastriatites Germeraad et al., 1968

Magnastriatites grandiosus (Kedves & Soles de Porta, 1963) Dueñas, 1980

Prancha II, figura 2

Vide Germeraad et al. (1968, p. 288) para descrição genérica.

Descrição: Esporo trilete, densamente estriado, de ±65µm. Contorno triangular. Lados

convexos e ângulos arredondados. Laesura pouco visível, fina e sem margem.

Afinidade botânica: Ceratopteris, Pteridaceae (Germeraad et al., 1968).

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Indicador ambiental: Samambaia associada a ambientes aquáticos como rios, lagos em

planícies aluviais e costeiras.

Idade: Distribui-se do Oligoceno ao Recente (Germeraad et al., 1968).

Magnastriatites howardi (Baksi, 1962), Sah & Dutta (1968)

Prancha II, figura 1.

Vide Germeraad et al., 1968 (p. 288) para descrição genérica.

Descrição: Esporo trilete, densamente estriado, de ±70µm. Contorno tendendo a esférico.

Lados convexos e ângulos arredondados. Laesura quase atinge o equador, pouco ondulada e

com margem.

Afinidade botânica: Ceratopteris, Pteridaceae.

Indicador ambiental: Samambaia associada a ambientes aquáticos como rios, lagos em

planícies aluviais e costeiras.

Gênero Matonisporites Couper, 1958

Matonisporites sp.

Prancha III, figura 7

Descrição: Esporo trilete, psilado, de ±40µm. Contorno triangular. Lados pouco côncavos e

ângulos arredondados. Laesura central, fechada e sem margem.

Afinidade botânica: Matoniaceae

Gênero Polypodiaceoisporites Potonié, 1951 ex Potonié, 1956

Polypodiaceoisporites sp.

Prancha I, figura 6

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Descrição: Esporo trilete, com estrias somente na porção central da superfície da exina, de

±40µm. Contorno triangular. Lados pouco côncavos. Laesura fechada, fina e sem margem.

Afinidade botânica: Pteridaceae (?)

Polypodiaceoisporites sp. 1.

Prancha I, figura 7

Descrição: Esporo trilete, com estrias em toda superfície da exina, de ±45µm. Contorno

triangular. Lados pouco côncavos. Laesura pouco aberta e com fina margem.

Afinidade botânica: Pteridaceae (?)

Polypodiaceoisporites sp. 2.

Prancha I, figura 8

Descrição: Esporo trilete, com estrias em toda superfície da exina, de ±35µm. Contorno

triangular. Lados côncavos. Laesura fechada e sem margem.

Afinidade botânica: Pteridaceae

Polypodiaceoisporites sp. 3.

Prancha I, figura 9

Descrição: Esporo trilete, com estrias em toda superfície da exina, de ±45µm. Contorno

triangular a esférico. Lados pouco convexos. Laesura aberta e sem margem.

Afinidade botânica: Pteridaceae

Gênero Psilatriletes Potonié, 1956

Psilatriletes peruanus Hoorn, 1994.

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Prancha I, figura 4

Descrição: Esporo trilete, psilado, de ±42µm. Contorno triangular. Lados convexos e ângulos

arredondados. Laesura pouco aberta e com margem.

Afinidade botânica: Pteridaceae- Pteris

Psilatriletes sp.

Prancha I, figura 5

Descrição: Esporo trilete, psilado, de ±44µm. Contorno que vai de triangular a esférico.

Lados convexos e ângulos arredondados. Laesura pouco aberta e com fina margem.

Afinidade botânica: Pteridaceae

Psilatriletes sp. 1

Prancha III, figura 2

Descrição: Esporo trilete, psilado, de ±40µm. Contorno triangular. Lados pouco côncavos.

Laesura fechada e sem margem.

Afinidade botânica: Pteridaceae

Psilatriletes sp. 2

Prancha III, figura 4

Descrição: Esporo trilete, psilado, de ±37µm. Contorno triangular. Lados côncavos. Laesura

fechada e sem margem.

Afinidade botânica: Pteridaceae

Gênero Verrucatotriletes Van Hoeken-Klinkenberg, 1964

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Verrucatotriletes cf. baculatus

Prancha I, figura 15

Descrição: Esporo trilete, verrugado (com verrugas de 3µ), de ±33µm. Contorno triangular.

Lados retos e ângulos arredondados. Laesura fechada atingindo o equador e com margem.

Afinidade botânica: Cyatheaceae, Alsophyla (Hoorn, 1993)

Verrucatotriletes sp.

Prancha I, figura 16

Descrição: Esporo com marca trilete indistinta, verrugado (com verrugas de 2µ), de ±32µm.

Contorno triangular. Lados retos e ângulos arredondados. Laesura não aparente.

Afinidade botânica: Cyatheaceae.

Gênero Retitriletes Pierce, 1961.

Retitriletes sp.

Prancha I, figura 2

Descrição: Esporo trilete, reticulado, de ±76µm. Contorno de circular a triangular. Ângulos

arredondados. Laesura fechada atingindo o equador.

Afinidade botânica: Lycopodiaceae

Classe Monoletes Ibrahim, 1933

Gênero Verrucatosporites (Plfug, 1952) ex. R. Potonié, 1956

Verrucatosporites usmensis (Van der Hammen, 1954) Germeraad et al., 1968

Prancha III, figura 9

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Vide Germeraad et al., 1968 (p. 290) para descrição específica.

Descrição: Esporo monolete, verrugado, de ±35µm. Contorno rimulado. Lados retos e

ângulos arredondados. Laesura fechada e sem margem.

Afinidade botânica: Polypodiaceae, Stenochlaena (Germeraad et al., 1968)

Indicador ambiental: Ocorre em planícies e florestas montanhosas (Hoorn, 1993).

Verrucatosporites sp. 1.

Prancha III, figura 11

Descrição: Esporo monolete, verrugado, de ±52µm. Contorno rimulado. Lados retos e

ângulos arredondados. Laesura fechada e sem margem.

Afinidade botânica: Polypodiaceae

Espécies Indeterminadas

-Trilete estriado:Prancha I, figura 10

Descrição: Esporo trilete, com estrias em toda superfície da exina, de ±54µm. Contorno

triangular e ângulos arredondados. Lados côncavos. Laesura fechada, fina e sem margem.

-Monolete desconhecido:Prancha III, figura 10

Descrição: Esporo monolete, finamente reticulado, de ±54µm. Contorno rimulado. Lados

retos e ângulos arredondados. Laesura não aparente.

- Esporo com clavas:Prancha III, figura 11

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Descrição: Esporo, aparentemente abete, clavado (com clavas de 4 µ), de ±28µm. Contorno

esférico. Laesura indistinta.

-Esporo com espinho: Prancha III, figura 18

Descrição: Esporo, equinado (com espinhos de 2µ), ±36µm. Contorno de triangular a

esférico. Lados pouco côncavos. Sem laesura aparente.

-Esporo com espinho: Prancha III, figura 14

Descrição: Esporo, com espinhos esparsos (de ate 4µ), ±48µm. Contorno esférico. Sem

laesura aparente.

-Esporo trilete com espinho: Prancha II, figura 11

Descrição: Esporo, equinado (com espinhos de 2µm), ±24µm. Contorno quase esférico.

Laesura trilete quase atingindo o equador.

- Esporo trilete psilado: Prancha I, figura 3

Descrição: Esporo, psilado, ±74µm. Contorno quase esférico. Laesura trilete atingindo o

equador.

-Esporo psilado: Prancha III, figura 17

Descrição: Esporo, psilado, com exina fina, ±40µm. Sem laesura.

- Trilete estriado I: Prancha I, figura 11

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Descrição: Esporo, estriado próximo a laesura, com exina grossa, ±52µm. Contorno quase

esférico. Laesura trilete atingindo o equador.

- Esporo trilete II: Prancha I, figura 12

Descrição: Esporo, psilado, com exina grossa, ±42µm. Contorno quase esférico. Laesura

trilete atingindo o equador.

-Esporo triangular: Prancha III, figura 7

Descrição: Esporo, psilado, com exina grossa, ±40µm. Contorno triangular bem definido.

Laesura trilete quase atingindo o equador.

-Esporo triangular: Prancha III, figura 8

Descrição: Esporo, psilado, com exina fina, ±40µm. Contorno triangular bem definido.

Laesura trilete quase atingindo o equador.

-Esporo trilete III: Prancha I, figura 13

Descrição: Esporo, psilado, com exina grossa, ±48µm. Contorno quase esférico. Laesura

trilete atingindo o equador.

- Esporo trilete com exina verrugada: Prancha I, figura 17.

Descrição: Esporo, verrugado, com exina grossa, ±51µm. Contorno esférico. Laesura trilete

atingindo o equador pouco aparente.

-Incertae sedis I: Prancha II, figura 13.

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Descrição: esporo, psilado, ±60µm. Sem laesura aparente, provavelmente alete.

- Incertae sedis II: Prancha III, figura 19

Descrição: esporo, psilado com clavas de 15µm, ±105µm, sem laesura aparente.

DIVISÃO POLLENITES H. Potonié, 1893

Classe Inaperturatae Iversen & Troels-Smith, 1950

Gênero Grimsdalea Germeraad et al., 1968

Grimsdalea magnaclavata Germeraad et al., 1968.

Prancha VI, figura 15

Vide Germeraad, et al. (1968, p.292) para descrição específica detalhada.

Descrição: Pólen aparentemente inaperturado, clavado (clavas longas com ± 4µm), de ±

40µm. Contorno esférico.

Afinidade botânica: De acordo com Germeraad et al., 1968 a afinidade desconhecida,

provavelmente uma palmeira extinta.

Idade: Ocorre da base da zona de Grimsdalea (Mioceno médio/ Superior) à base da zona

Alnipollenites verus no Pleistoceno (Germeraad et al., 1968).

Grimsdalea sp.1

Prancha VI, figura 14

Vide Germeraad, et al. (1968, p.292) para descrição genérica.

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Descrição: Pólen aparentemente inaperturado, contendo clavas curtas e espinhos (clavas com

± 2µm e espinhos com menos de 1µm), de ± 41µm. Contorno esférico.

Afinidade botânica: Provavelmente a mesma que G. magnaclavata.

Classe Monoporatae Iversen & Troels-Smith, 1950

Gênero Monoporopollenites Meyer, 1956

Monoporopollenites annulatus Van der Hammen, 1954.

Prancha IV, figura 13

Vide Van der Hammen, (1954, p. 90) para descrição específica detalhada.

Descrição: Pólen monoporado (poro de ± 6µm), psilado, de ± 46µm. Contorno esférico.

Afinidade botânica: este grupo está relacionado com as gramíneas.

Indicador ambiental:Comum em áreas abertas tipo savana ou ambientes aquáticos (Hoorn,

1993).

Idade: A existência é registrada desde o Paleoceno por Regali et al., 1974; Lorente, 1986 e

Muller et al. 1987 até o Recente.

Classe Monocolpatae Iversen & Troels- Smith, 1950

Gênero Mauritiidites Van hoeken-klinkenberg, 1964.

Mauritiidites franciscoi (Van der Hammen, 1956) Van Hoeken-Krinkenberg, 1964

Prancha VI, figura 12

Descrição: Pólen monocolpado, equinado (com pequenos espinhos de ± 1.5µm por toda a

superfície), de ± 40µm. Contorno esférico.

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Afinidade botânica: Mauritia, Arecaceae (Germeraad et al., 1968)

Indicador ambiental: Comum em ambientes alagadiços.

Idade: Encontrada desde Paleoceno até o Recente (Muller et al., 1987)

Gênero Retimonocolpites

Retimonocolpites sp.

Prancha VI, figura 11

Descrição: Pólen monocolpado, reticulado, de ± 52µm. Contorno ovalado. Abertura atinge a

margem.

Afinidade botânica: Grão típico da família Bromeliaceae (Absy, com.pes.).

Gênero Proxapertites Van der Hammen, 1956 emend. Singh, 1975

Proxapertites tertiaria Van der Hammen, 1956

Prancha VI, figura 13

Descrição: Pólen monocolpado, finamente clavado, de ± 48µm. Contorno ovalado.

Afinidade botânica: Annonaceae, Crematosperma (Van der Hammen, 1956)

Indicador ambiental: Comum em terras baixas no centro da Amazônia e Guiana, de hábito

arbóreo ou arbustivo.

Classe Dicolporatae Germeraad et al., 1968

Gênero Multimarginatus Germeraad et al., 1968

Multimarginites vanderhammenii Germeraad et al., 1968

Prancha IV, figura 20

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Vide Germeraad, et al. (1968, p.303) para descrição genérica e específica.

Descrição: Pólen dicolporado, com reticulo na superfície formando “degraus”, de ± 48µm.

Contorno esférico.

Afinidade botânica: Trichantera gigantae e Sanchezia klugii (Germeraad et al., 1968)

Gênero Clavadicolporites

Clavadicolporites sp.

Prancha IV, figura 19

Descrição: Pólen dicolporado (abertura de ± 8µm), grosseiramente reticulado a superfície e

clavado nas margens, de ± 60µm. Contorno esférico.

Afinidade botânica: desconhecida.

Classe Triporatae Iversen & Troels-Smith, 1950

Gênero Corsinipollenites Nakoman,1965

Corsinipollenites oculusnoctis (Thiergart, 1940) Nakoman, 1965

Prancha IV, figura 12

Descrição: Pólen triporado (com poros de ± 4µm), aparentemente psilado, de ± 28µm.

contorno triangular.

Afinidade botânica: Onagraceae, Jussiaea (Absy, com.pes); Ludwigia (Hoorn, 1993).

Indicador ambiental: ocorre em áreas de vegetação aberta (Jaramillo & Dilcher, 2001).

Gênero Psilatriporites Van der Hammen, 1956

Psilatriporites sarmentoi Hoorn,1993

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Prancha IV, figura 15

Vide Hoorn (1993,p. 114) para descrição específica detalhada.

Descrição: Pólen triporado (com poros de 4µm), psilado, de ± 20µm. Contorno que vai de

circular a triangular.

Afinidade botânica: Desconhecida.

Psilatriporites sp.

Prancha IV, figura 11

Descrição: Pólen triporado (com poros de 2µm), psilado, de ± 29µm. Contorno subcircular.

Afinidade botânica: Desconhecida.

Gênero Propylipollis Martin & Harris, 1975

Propylipollis pseudocostatus Jaramillo & Dilcher, 2001

Prancha IV, figura 16

Vide Jaramillo & Dilcher (2001, p. 140) para descrição específica detalhada

Descrição: Pólen triporado (com poros de 6µm), finamente reticulado, de ± 32µm. Contorno

triangular.

Afinidade botânica: Knightia (?), Proteaceae.

Classe Tricolpatae Iversen & Troels-Smith, 1950

Gênero Crototricolpites Leidelmeyer, 1966

Crototricolpites annemariae Leidelmeyer,1966

Prancha V, figura 5

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Descrição: Pólen com abertura tricolpado indistinta, padrão crotóide na superfície, de

±46µm. Contorno esférico.

Afinidade botânica: Euphorbiaceae, Croton.

Indicador ambiental: comum em planícies e áreas montanhosas de hábito principalmente

arbustivos e herbáceos.

Idade: Do Paleoceno (Regali et al., 1974) até o Recente (Muller, et al., 1987).

Gênero Perfotricolpites Gonzalez, 1967

Perfotricolpites digitatus Gonzalez, 1967

Prancha V, figura 8

Descrição: Pólen tricolpado, finamente reticulado com retículos variando muito pouco, de ±

64 µm.

Afinidade botânica: Convolvulaceae, Merremia (Hoorn, 1993)

Indicador ambiental: comum em planícies.

Gênero Retitricolpites (Van der Hammen, 1956) Van der Hammen & Wijmstra, 1964

Retitricolpites lorentae Hoorn, 1993

Prancha IV, figura 7

Vide Hoorn (1993, p. 113) para descrição específica detalhada

Descrição: Pólen tricolpado (com colpos de 8 µm), com retículos variando muito pouco, de ±

50 µm.

Afinidade botânica: Bombacaceae, Bombax

Indicador ambiental: comum em planícies próximas de rios e hábito arbóreo.

Idade: Encontrado em sedimentos do Mioceno Médio e Superior.

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Gênero Retitrescolpites Sah, 1967

Retitrescolpites sp. 1.

Prancha V, figura 11

Descrição: Pólen tricolpado, padrão crotóide na superfície, de ±36µm. Contorno esférico.

Afinidade botânica: desconhecida

Retitrescolpites sp. 2.

Prancha V, figura 13

Descrição: Pólen tricolpado, finamente reticulado, de ±34µm. Contorno triangular.

Afinidade botânica: desconhecida

Classe Tricolporatae Iversen & Troels-Smith, 1950

Gênero Bombacacidites Couper, 1960

Bombacacidites baculatus Muller et al., 1987

Prancha IV, figura 3

Vide Muller et al. (1987, p.44) para descrição

Descrição: Pólen tricolporado, com báculos na região central , de ±44µm.

Afinidade botânica: Pachira aquatica, Bombacaceae (Muller et al., 1987).

Indicador ambiental: comum em áreas de mangue.

Idade: Mioceno Médio ao Plioceno (Muller et al., 1987).

Bombacacidites bellus Frederiksen, 1980

Prancha IV, figura 2

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Descrição: Pólen tricolporado, com retículos maiores na região central, de ±46µm.

Afinidade botânica: Pseudobombax, Bombacaceae.

Idade: Eoceno (Muller et al., 1987)

Bombacacidites sp.

Prancha IV, figura 1

Descrição: Pólen tricolporado, com clavas na região central e interporos, psilado nas

extremidades, ±37µm.

Afinidade botânica: Bombacaceae, Sterculiaceae, Tiliaceae (Frederiksen et al., 1983)

Bombacacidites sp. 1

Prancha IV, figura 4

Descrição: Pólen tricolporado, reticulado na região central e clavado nas margens, ±44µm

Afinidade botânica: Bombacaceae, Sterculiaceae, Tiliaceae (Frederiksen et al., 1983)

Bombacacidites sp. 2

Prancha IV, figura 6

Descrição: Pólen tricolporado, reticulado uniformente por toda superfície e clavado nas

margens, lados levemente côncavos, ±38µm.

Afinidade botânica: Bombacaceae, Sterculiaceae, Tiliaceae (Frederiksen et al., 1983)

Gênero Crassiectoapertites

Crassiectoapertites columbianus Dueñas, 1980

Prancha IV, figura 11

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Descrição: Pólen tricolporado, finamente reticulado, medindo aproximadamente 33µm.

Afinidade botânica: Leguminosae, Papilionoideae- Carnavalia.

Indicador ambiental: Plantas comumente encontradas em planícies com hábitos arbóreo,

arbustivos, herbáceos e até mesmo lianas.

Crassiectoapertites sp.

Prancha IV, figura 10

Descrição: Pólen tricolporado, reticulado, de ±40µm.

Afinidade botânica: Leguminosae.

Gênero Echitricolporites Van der Hammen, 1956

Echitricolporites spinosus Van der Hammen, 1956 ex Germeraad et al., 1968

Prancha IV, figura 17

Descrição: Pólen tricolporado, equinado (com espinhos de 6µm), de ±26µm. Contorno

esférico.

Afinidade botânica:Asteraceae/ Compositae.

Idade: De acordo com Lorente (1986) aparece no Oligoceno, Hoorn (1994) e Leite (1997)

registram no Mioceno Médio. De acordo com Germeraad et al., 1968 é restrito ao Mioceno

Superior.

Echitricolporites maristellae Muller et al., 1987

Prancha IV, figura 18

Vide Muller et al. (1987, p. 48) para descrição específica detalhada

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Descrição: Pólen tricolporado, equinado (com espinhos de 5µm de tamanho), de ±40µm.

Contorno esférico.

Afinidade botânica: Bombacaceae- Malvaceae.

Gênero Psilabrevitricolporites Van Hoeken-Klinkenberg, 1966

Psilabrevitricolporites triangularis Jaramillo & Dillcher, 2001

Prancha IV, figura 7

Vide Jaramillo & Dilcher, (2001, p. 142) para descrição específica detalhada.

Descrição: Grão tricolporado, psilado, de ± 37 µm.

Afinidade botânica: Não definida pelo autor que a descreveu.

Gênero Retitricolporites (Van der Hammen, 1956) Van der Hammen & Wijmstra, 1964

Retitricolporites sp.

Prancha V, figura 9

Descrição: Pólen tricolporado (com poros de 4 µm) e colpos atingindo as margens,

reticulado, de ± 54 µm.

Afinidade botânica: desconhecida

Retitricolporites sp. 1.

Prancha V, figura 10

Descrição: Pólen tricolporado (com poros de 8 µm), reticulado, de ± 24 µm.

Afinidade botânica: desconhecida

Retitricolporites sp. 2.

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Prancha V, figura 12

Descrição: Pólen tricolporado (com poros de 8 µm), reticulado, de ± 52 µm.

Afinidade botânica: desconhecida

Classe Triporatae Iversen & Troels-Smith, 1950.

Gênero Echiperiporites Van der Hammen & Wijmstra, 1964

Echiperiporites sp. 1

Prancha VI, figura 1

Descrição: Pólen, periporado, equinado (com espinhos de até 10µm de tamanho e ± 4 µm na

base), de ± 60µm. Contorno esférico.

Afinidade botânica: Malvaceae

Echiperiporites sp. 2

Prancha VI, figura 2

Descrição: Pólen, periporado, com espinhos esparsos de até 16µm de tamanho e 6 µm na

base, ± 86µm. Contorno esférico.

Afinidade botânica: Malvaceae (?)

Echiperiporites sp. 3

Prancha VI, figura 3

Descrição: Pólen periporado, equinado (com espinhos de até ±2µm), de ± 32µm. Contorno

esférico.

Afinidade botânica: Malvaceae (?)

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Echiperiporites sp. 4

Prancha VI, figura 4

Descrição: Pólen periporado, equinado com espinhos de ± 2µm, ± 34µm. Contorno esférico.

Afinidade botânica: Malvaceae

Echiperiporites sp. 5

Prancha VI, figura 5

Descrição: Pólen periporado, equinado com espinhos de até ± 6µm, ± 54µm. Contorno

esférico.

Afinidade botânica: Malvaceae

Gênero Multiporopollenites Thomson & Pflug, 1953

Multiporopollenites pauciporatus Jaramillo & Dilcher, 2001.

Prancha VI, figura 16

Vide Jaramillo & Dilcher, (2001, p. 136) para descrição específica detalhada.

Descrição: Pólen pantoporado (poro de ± 2µm), finamente reticulado, de ± 20µm. Contorno

esférico.

Afinidade botânica: não definida pelo autor

Classe Stephanocolporatae Iversen & Troels-Smith, 1950

Gênero Jandufouria Germeraad et al., 1968

Jandufouria sp.

Prancha IV, figura 9

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Descrição: Pólen estefanocolporado, reticulado, de ±48µm.

Afinidade botânica: Bombacaceae.

Classe Pericolporatae Iversen & Troels-Smith, 1950

Gênero Perisyncolporites Germeraad et al., 1968

Perisyncolporites pokornyi Germeraad et al., 1968

Prancha IV, figura 15

Vide Germeraad et al. (1968, p. 344) para descrição genérica e específica.

Descrição: Pólen pericolporado, psilado, de ± 28µm.Contorno esférico.

Afinidade botânica: Malpighiaceae

Indicador ambiental: comum em florestas e áreas costeiras.

Classe Syncolpatae Iversen & Troels-Smith, 1950

Gênero Spirosyncolpites Gonzalez ,1967, emend. Legoux, 1978

Spirosyncolpites spiralis Gonzalez, 1967

Prancha VI, figura 10

Descrição: Pólen tricolpado, reticulado, de ± 70µm.Contorno esférico.

Afinidade botânica: Não definida pelo autor.

Classe Polyadeae Iversen & Troels-Smith, 1950

Gênero Pollyadopollenites Pflug et. Thompson, 1953.

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Pollyadopollenites sp.

Prancha VI, figura 17

Descrição: Políade formada por oito mônades centrais e 12 mônades laterais. Cada mônade

tem cerca de ± 10µm.Contorno esférico.

Afinidade botânica: Mimosoideae, Enterolobium (Absy, com. pes.).

Classe Vesiculatae Cookson, 1947

Gênero Podocarpidites. Cookson, 1947.

Podocarpidites sp.

Prancha III, figura 20

Descrição: pólen vesiculado, formando rugas próximas aos sacos. Corpo com cerca de 32µm

e sacos com aproximadamente 12µm.

Afinidade botânica: Podocarpaceae, Podocarpus.

Espécies Indeterminadas

- Pólen reticulado clavado: Prancha V, figura 1

Descrição: Pólen sem abertura aparente, reticulado, com clavas de 1 µm, ±40µm. Contorno

esférico.

-Pólen reticulado polygonum Tipo.: Prancha V, figura 2.

Descrição: Pólen periporado, reticulado, ±38µm. Contorno esférico.

- Persicarioipollis sp. : Prancha V, figura 3

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Descrição: Pólen sem abertura aparente, grosseiramente reticulado, ±36µm. clavado nas

margens (clavas de 4µm). Contorno esférico.

- Pólen Vernonia tipo. : Prancha V, figura 4

Descrição: Pólen aparentemente fenestrado, reticulado, ±28µm. clavado nas margens (clavas

de 3µm). Contorno esférico.

- Persicarioipollis sp. Polygonaceae Tipo: Prancha V, figura 6.

Descrição: Pólen sem abertura aparente, reticulado, ±20µm. clavado nas margens (clavas de

4µm). Contorno esférico.

- Pólen reticulado clavado II : Prancha V, figura 7

Descrição: Pólen sem abertura aparente, reticulado, ±28µm. clavado nas margens (clavas de

2µm). Contorno esférico.

- Pólen com espinho I: Prancha VI, figura 6

Descrição: Pólen sem abertura aparente, equinado (com espinhos de 4µm com base de 1µm),

de ±48µm. Contorno esférico.

- Pólen com espinho II: Prancha VI, figura 7

Descrição: Pólen sem abertura aparente, equinado, de ±50µm. Contorno esférico.

- Pólen com espinho III: Prancha VI, figura 8

Descrição: Pólen sem abertura aparente, finamente reticulado, equinado (com espinhos

triangulares de 4µm), de ±52µm. Contorno esférico.

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- Pólen com espinho IV: Prancha VI, figura 9

Descrição: Pólen aparentemente inaperturado, equinado (com espinhos atingindo 6 µm), de

±56µm. Contorno esférico.

- Retiperiporites sp.

Prancha VI, figura 18

Descrição: Pólen com cerca de 5 poros de 8µm, finamente reticulado, de ±80µm. Contorno

esférico.

Retitrescolpites sp.

Prancha V, figura 10

Descrição: Pólen tricolpado, reticulado, de ±24µm. Contorno esférico.

Afinidade botânica: desconhecida

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VI. CONCLUSÕES

• A associação encontrada nas amostras coletadas ao longo dos 132m de

profundidade do poço 1AS-32-AM mostrou a abundância de Grimsdalea magnaclavata e C.

vanraadshoovenii o que define o intervalo como pertencente ao Mioceno Médio/Mioceno

Superior. O primeiro aparecimento de Echitricolporites spinosus a partir 25 metros de

profundidade até 12, 10m permite correlacionar camada como Mioceno Superior.

• A associação palinológica encontrada em amostras de afloramento do Acre

indica o intervalo Mioceno Médio Superior para os sedimentos coletados na localidade de

Murici e Mioceno Superior em outras localidades como Patos e barranco da Elizete no alto Rio

Acre.

• O paleoambiente foi definido pela presença de Grimsdalea (palmeira), seguido

pela abundância de esporos e outras angiospermas, indicando ambiente pantanosos e de

floresta. Não foi encontrado indício de aridez ou savanas.

• Os palinomorfos encontrados no Mioceno Médio Superior e Superior

apresentados neste estudo não indicaram ambientes costeiros e nem marinhos.

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VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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VIII. PRANCHAS

Neste capítulo são apresentadas 102 ilustrações do material analisado do poço 1AS-

32-AM e amostras de afloramento coletadas no Acre, distribuídas em 6 Pranchas. Os tipos

foram fotografados em objetiva de 100 x.

Nas legendas das pranchas, o nome do espécime é seguido de: 1) nome da localidade

ou profundidade de onde foi encontrado, número da lâmina e as coordenadas do Microscópio

Axion plus da Zeiss.

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PRANCHA I1: .

Poço 1AS-32-AM, Prof. 71m, lâmina 71-I, coordenadas 6x116.

2: sp.

4:

17: Esporo trilete com exina verrugada

Crassoretitriletes vanraadshoovenii

Retitriletes Amostra de afloramento-PatosI, lâmina -Patos I, coordenadas 21x105.

3: Esporo trilete Psilado Amostra de afloramento-Bar. Elizete, lâmina -Bar. eliz. I, coordenadas 24x106

Poço 1AS-32-AM, prof. 48m, lâmina 48-IV, coordenadas 05x123.

5: sp.Amostra de afloramento- Bar. Elizete-base I, coordenadas 07 x 121

6: sp.1Amostra de afloramento- Bar. Elizete-base I, coordenadas 12 x 121

7: sp.2Poço 1AS-32-AM, prof. 48m, lâmina 48-I, coordenadas 08x119.

8: sp.3Amostra de afloramento- Patos I, coordenadas 07 x 102

9: sp 4.Poço 1AS-32-AM, prof. 120m, lâmina 120-I, coordenadas 12x122.

10: Trilete estriadoPoço 1AS-32-AM, prof. 48m, lâmina 48-I, coordenadas 19x110.

11: Trilete estriado IAmostra de afloramento- Patos I, coordenadas 12 x 121

12: Trilete estriado II Amostra de afloramento-Cachoeira da Gracinha, lâmina Cgr-I, coordenadas 13x108.

13: Trilete estriado IIIAmostra de afloramento- Murici, lâmina MUR-I, coordenadas 4x12

14:Amostra de afloramento-Bar. Elizete, lâmina -Bar. eliz. I, coordenadas 24x106

15: cf.Poço 1AS-32-AM, prof. 48m, lâmina 48-I, coordenadas 23x117.

16:Amostra de afloramento- Murici, lâmina MUR-II, coordenadas13x108.

Amostra de afloramento-Bar. Elizete-topo, lâmina -Bar. eliz. I, coordenadas 12x116

18:Amostra de afloramento- Murici, lâmina MUR-I, coordenadas 20x102.

Psilatriletes peruanus

Psilatrilete

Polypodiaceiosporites

Polypodiaceiosporites

Polypodiaceiosporites

Polypodiaceiosporites

Kuylisporites waterbolkii

Verrucatotriletes baculatus

Verrucatotriletes sp.

Chomotriletes minor

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PRANCHA II1:

Poço 1AS-32-AM, Prof. 100m, lâmina 100-I, coordenadas 13x103. Magnastriatites howardii

2:Poço 1AS-32-AM, prof. 106m, lâmina 106-I, coordenadas 03x114.

3: sp 1.Poço 1AS-32-AM, prof. 120m, lâmina 120-I, coordenadas 3x106.

4: sp 2.Poço 1AS-32-AM, prof. 106m, lâmina 106-I, coordenadas 3x93.

5: sp 3.Poço 1AS-32-AM, prof. 48m, lâmina 48-I, coordenadas 15x95.

6: sp 4.Poço 1AS-32-AM, prof. 100m, lâmina 100-I, coordenadas 05x97

7: sp 5.

Poço 1AS-32-AM, prof. 106m, lâmina 106-I, coordenadas 12x122.

8: sp 6.Poço 1AS-32-AM, prof. 120m, lâmina 120-I, coordenadas 07x104.

9: sp 7.Poço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-I, coordenadas 18x111.

10: sp 8.Poço 1AS-32-AM, prof. 115m, lâmina 115-IV, coordenadas 16x118.

11: Esporo trilete com espinhoAmostra de afloramento-Bar. Elizete-topo, lâmina -Bar. eliz. I, coordenadas 15x105

12:Poço 1AS-32-AM, prof. 59m, lâmina 59-I, coordenadas 12x111.

13Poço 1AS-32-AM, prof. 48m, lâmina 48-IV, coordenadas 06x116.

14:Poço 1AS-32-AM, prof. 48m, lâmina 48-I, coordenadas 10x95.

Magnastriatites grandiosus

Cicatricosisporites

Cicatricosisporites

Cicatricosisporites

. Cicatricosisporites

Cicatricosisporites

Cicatricosisporites

Cicatricosisporites

Cicatricosisporites

Echitriletes muelleri.

Incertae sedis

Azolla sp.

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1:

3:

5:

6:

7: Esporo triangular

8: Esporo triangular II

Deltoidospora adriennisPoço 1AS-32-AM, prof. 25m, lâmina 25-I, coordenadas 19x102.

2: sp 1.Poço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-I, coordenadas 20x115

Poço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-I, coordenadas 21x115

4: sp.2Amostra de afloramento- Murici, lâmina MUR-I, coordenadas 19x93.

sp Poço 1AS-32-AM, prof. 71m, lâmina 71-I, coordenadas 05x113,5.

sp.Poço 1AS-32-AM, prof. 100m, lâmina 100-I, coordenadas 10x112.

Amostra de afloramento- Murici, lâmina MUR-IV, coordenadas 24x103

Amostra de afloramento- Murici, lâmina MUR-I, coordenadas 15x111

9:Poço 1AS-32-AM, prof. 48m, lâmina 48-I, coordenadas 05x118.

10: Esporo desconhecido IIPoço 1AS-32-AM, prof. 100m, lâmina 100-I, coordenadas 17x123.

11: sp1Poço 1AS-32-AM, prof. 126m, lâmina 126-I, coordenadas 07x115

12: sp.4Poço 1AS-32-AM, prof. 65m, lâmina 65-I, coordenadas 2x100.

13: sp1Poço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-I, coordenadas 4x111

14: Esporo com espinhoPoço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-I, coordenadas 11x103.

15: sp 2.Amostra de afloramento-Bar. Elizete, lâmina -Bar. eliz. I, coordenadas 21x105

16: sp 3.Amostra de afloramento-Bar. Elizete topo, lâmina -Bar. eliz. I, coordenadas 12x116

17: Esporo psiladoPoço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-I, coordenadas 10x113

18: Esporo com espinhoAmostra de afloramento- Cavalcante, lâmina CAV-I, coordenadas 8,5x113.

19: IPoço 1AS-32-AM, prof. 48m, lâmina 48-IV, coordenadas 07x109.

20: sp.Amostra de afloramento- Patos, lâmina Pat-I, coordenadas 14x109

Psilatriletes

Cyathidites minor

Psilatriletes

Cingutriletes

Matonisporites

Verrucatosporites usmensis

Verrucatosporites

Clavatriletes

Clavatriletes

.

Clavatriletes

Clavatriletes

.

ncertae sedis II

Podocarpus

.

PRANCHA III

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PRANCHA IV

1: sp.Poço 1AS-32-AM, Prof. 25m, lâmina 25-I, coordenadas 7,5x113.

3:

5: sp 2.

sp

9: sp.

10:

11: sp.Amostra de afloramento Murici, lâmina MUR-IV, coordenadas 22x97

Bombacacidites

Bombacacidites baculatus.

Bombacacidites

6:

8: Jandufouria .

Crassiectoapertites

Psilatriporites

2:Poço 1AS-32-AM, prof. 48m, lâmina 48-I, coordenadas 12x122.

Poço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-I, coordenadas 21x95.

4: sp1 Poço 1AS-32-AM, prof. 71m, lâmina 71-I, coordenadas 6x120.

Poço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-II, coordenadas 05x103

Poço 1AS-32-AM, prof. 59m, lâmina 59-I, coordenadas 06x116.

7:Poço 1AS-32-AM, prof. 17m, lâmina 17-IV, coordenadas 15x119

Poço 1AS-32-AM, prof. 71m, lâmina 71-I, coordenadas 05x120.

Poço 1AS-32-AM, prof. 71m, lâmina 71-I, coordenadas 04x114.

Poço 1AS-32-AM, prof. 92m, lâmina 92-I, coordenadas 05x100.

12:Amostra de afloramento- Murici, lâmina MUR-I, coordenadas 03x107.

13: MPoço 1AS-32-AM, prof. 17m, lâmina 17-I, coordenadas 06x95

14:Poço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-I, coordenadas 04x102.

15:Amostra de afloramento Murici, lâmina MUR-IV, coordenadas 22x98

16: Poço 1AS-32-AM, prof. 48m, lâmina 48-IV, coordenadas 22x100

Bombacacidites bellus

Bombacacidites

Psilabrevitricolporites triangularis

Retitricolpites lorenteae

Crassiectoapertites columbianus

Corsinipolipollenites oculusnoctis.

onoporopollenites annulatus

Perisyncolporites pokornyi.

Psilatriporites sarmientoi

Propylipollis pseudocostatus

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101

17:Poço 1AS-32-AM, prof. 25m, lâmina 25-II, coordenadas17x105

18:Poço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-II, coordenadas 22x95

19: sp.Poço 1AS-32-AM, prof. 17m, lâmina 17-V, coordenadas 21x103

20:Poço 1AS-32-AM, prof. 17m, lâmina 17-V, coordenadas 10x99

Echitricolporites spinosus

Echitricolporites maristellae

Clavadicolporites

Multimarginites vanderhammenii

PRANCHA IV

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PRANCHA V1:

2: Polen reticulado tipo.

4: Polen tipo

5:

6: sp. Polygonaceae tipo

7: Polen reticulado clavado

8:

Polen reticulado clavadoPoço 1AS-32-AM, prof. 126m, lâmina 126-I, coordenadas 10x105.

Poço 1AS-32-AM, prof. 65m, lâmina 65-I, coordenadas 22x109.

3: sp.Poço 1AS-32-AM, prof. 92m, lâmina 92-I, coordenadas 10x108.

Poço 1AS-32-AM, prof. 132m, lâmina 132-I, coordenadas 7x116.

Poço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-I, coordenadas 15x97,5.

Poço 1AS-32-AM, prof. 17m, lâmina 17-I, coordenadas 24x111.

Poço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-I, coordenadas 15x102.

Poço 1AS-32-AM, Prof. 12m, lâmina 12-I, coordenadas 15x91.

9: sp.Poço 1AS-32-AM, prof. 126m, lâmina 126-I, coordenadas 19x108.

10: sp1Amostra de afloramento- Murici, lâmina MUR-I, coordenadas 04x122

11: sp 1 Poço 1AS-32-AM, prof. 48m, lâmina 48-I, coordenadas 12x100.

12: sp2.Poço 1AS-32-AM, prof. 17m, lâmina 17-V, coordenadas13x119.

sp Poço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-I, coordenadas 06x111.

poligonum

Vernonia

Persicarioipollis

Perforotricolpites digitatus

Persicarioipollis

Crototricolpites annemariae

.

Retitricolporites

Retitricolporites

Retitrescolpites .

Retitricolporites

13: Retitrescolpites 3

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1: sp1.Amostra de afloramento- Murici, lâmina MUR-II, coordenadas 16x98.

2: sp2.

6: Pólen com espinho

9: Pólen com espinho IV

10:

11: sp.

12:

13:

Echiperiporites

Echiperiporites

Spirosyncolpites spiralis

Retimonocolpites

Mauritiidites franciscoi

Proxapertites tertiaria

Poço 1AS-32-AM, prof. 25m, lâmina 25-I, coordenadas 12x113.

3: sp3.Poço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-I, coordenadas 05x103.

4: sp4 Poço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-I, coordenadas 12x111.

5: sp5Poço 1AS-32-AM, prof. 59m, lâmina 59-I, coordenadas 12x111.

Poço 1AS-32-AM, prof. 92m, lâmina 92-III, coordenadas 03x105.

7: Pólen com espinho IIPoço 1AS-32-AM, prof. 25m, lâmina 25-I, coordenadas 14x100.

8: Pólen com espinho IIIPoço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-I, coordenadas 7x122.

Amostra de afloramento- Barr. da Elizete-base, lâminaBar eli, coordenadas 15x98

Amostra de afloramento- Barr. da Elizete-base, lâminaBar eli, coordenadas 12x113

Amostra de afloramento- Murici, lâmina MUR-V, coordenadas 20x117.

Poço 1AS-32-AM, prof. 48m, lâmina 48-I, coordenadas 12x105.

Poço 1AS-32-AM, prof. 132m, lâmina 132-I, coordenadas 10x100.

14: sp1Poço 1AS-32-AM, prof. 12m, lâmina 12-I, coordenadas 12x92

15:Poço 1AS-32-AM, prof. 71m, lâmina 71-I, coordenadas 08x97.

16:Poço 1AS-32-AM, prof. 65m, lâmina 65-I, coordenadas 17x91.

17: sp.Poço 1AS-32-AM, prof. 48m, lâmina 48-Iv, coordenadas 16x121.

18: sp.Poço 1AS-32-AM, prof.17m, lâmina 17-I, coordenadas 10x98.

Echiperiporites

Echiperiporites .

Echiperiporites .

Grimsdalea .

Grimsdalea magnaclavata.

Multiporopollenites pauciporatus

Polyadopollenites

Retiperiporites

PRANCHA VI

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