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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
JÉSSICA KELY LANA
ANÁLISE DO NÍVEL DE APRENDIZAGEM DE CONTEÚDOS DE QUÍMICA DE
ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO REGULAR A PARTIR DE AVALIAÇÕES
APLICADAS
VIÇOSA - MINAS GERAIS
2019
JÉSSICA KELY LANA
ANÁLISE DO NÍVEL DE APRENDIZAGEM DE CONTEÚDOS DE QUÍMICA DE
ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO REGULAR A PARTIR DE AVALIAÇÕES
APLICADAS
VIÇOSA - MINAS GERAIS
2019
Monografia apresentada ao Departamento de Química da
UFV como parte das exigências para a conclusão do
Curso de Licenciatura em Química.
ORIENTADORA: Regina Simplício Carvalho
JÉSSICA KELY LANA
ANÁLISE DO NÍVEL DE APRENDIZAGEM DE CONTEÚDOS DE QUÍMICA DE
ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO REGULAR A PARTIR DE AVALIAÇÕES
APLICADAS
Monografia apresentada ao Departamento de
Química da Universidade Federal de Viçosa,
como parte das exigências de conclusão de
Curso de Licenciatura em Química.
APROVADA: ___ de junho de 2019
_______________________________
Profª. Regina Simplício Carvalho
Coordenadora da Disciplina
Orientadora
(DEQ – UFV)
_______________________________ _____________________________
Profa. Aparecida de Fátima A. da Silva Prof. Efraim Lázaro Reis
Membro da Comissão Avaliadora Membro da Comissão Avaliadora
(DEQ – UFV) (DEQ – UFV)
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus e Nossa Senhora Aparecida por ter abençoado e ter me
sustentado nesse momento tão especial.
Agradeço aos meus pais, minha amada mãe Nazaré que sempre rezou e esteve ao meu
lado em todos os momentos torcendo e me incentivando na minha vida, ao meu pai amado
Pedro que sempre está comigo me ajudando. Ao meu esposo Michael que meu porto seguro,
me incentivando, motivando e estando ao meu lado em todos os momentos da minha vida,
acreditando mais em mim do que eu mesma. Amo vocês!
Agradeço a todos amigos que estão ao meu lado, em especial minha prima e irmã Cinthia
que sempre me incentivou a não desistir dos meus sonhos, sempre disposta a me ajudar. E a
todos aqueles que torceram por mim e pelo meu sonho, muito obrigada.
Agradeço a Professora Regina Simplício Carvalho que me acolheu e me ajudou a seguir
e concluir mais essa etapa, que Deus abençoe sua vida grandiosamente.
Agradeço a Universidade Federal de Viçosa pela aprendizagem adquirida aqui no passar
dos anos. Ser estudante da UFV me proporcionou muito mais que uma graduação e sim
experiências que levarei por toda minha caminhada como pessoa.
Agradeço a todos amigos, colegas e professores que tive na UFV, vocês fazem parte da
minha caminhada.
Agradeço a Professora Rita de Cássia Balbino Simão pelo acolhimento, ajuda e carinho
que teve comigo nesse trabalho.
Quero agradecer aos integrantes da banca que aceitaram fazer parte desse momento,
Deus abençoe vocês.
Por fim, agradeço a todos que de alguma forma estão presentes na minha vida.
RESUMO
LANA, Jéssica K. Universidade Federal de Viçosa, junho de 2019. Análise do nível de
aprendizagem de conteúdos de química de estudantes do ensino médio regular a partir de
avaliações aplicadas. Orientadora: Regina Simplício Carvalho
As dificuldades em apreender os conteúdos de Química, são as maiores reclamações por parte
dos estudantes do Ensino Médio. A Química, com vários conteúdos que requerem abstração, é
apresentada de forma tradicional, o que pode dificultar o entendimento e a compreensão,
desencadeando possíveis causas da desmotivação e desinteresse dos estudantes. O presente
trabalho é uma análise do nível de aprendizagem de conteúdos de Química de estudantes do 3º
ano do Ensino Médio Regular de uma escola pública da Cidade de Viçosa-MG. Essa análise foi
feita a partir de avaliações aplicadas aos estudantes. Duas provas foram analisadas, uma prova
diagnóstica referente a conteúdos de química dos 1º e 2º anos. E a segunda, uma prova aberta
com conteúdo referente ao 2º ano que não havia sido ministrado no ano anterior. Essas provas
foram analisadas afim de verificar possíveis dificuldades apresentadas pelos estudantes e o nível
de aprendizagem retida em uma relação com memória de curto e longo prazo. Os resultados
apontam para um nível de aprendizagem não satisfatório dos conteúdos analisados e algumas
possíveis causas que levam os estudantes a esse desempenho foram discutidas. Entre elas, a
falta de interesse e de motivação dos estudantes e os métodos de ensino utilizados nas aulas.
Palavras-chave: Aprendizagem, Química, Memória, Ensino Médio.
ABSTRACT
LANA, Jéssica K. Universidade Federal de Viçosa, june, 2019. Analysis of the level of learning
of chemistry content of regular high school studentes based on applied assessments. Adviser:
Regina Simplício Carvalho.
The difficulties in apprehending the contents of Chemistry are the biggest complaints on the
part of the students of High School. Chemistry, with several contents that require abstraction,
is presented in a traditional way, which can hinder understanding and comprehension, triggering
possible causes of students' lack of motivation and disinterest. The present work is an analysis
of the level of learning of contents of Chemistry of students of the 3rd year of the Regular High
School of a public school in the City of Viçosa - MG. This analysis was based on assessments
applied to students. Two tests were analyzed, a diagnostic test related to chemical contents of
the 1st and 2nd year. And the second, an open test with contents referring to the 2nd year that
had not been taught in the previous year. These tests were analyzed with the objective of
verifying possible difficulties presented by the students and the level of learning retained in a
relationship with short and long term memory. The results point to a level of unsatisfactory
learning of the content analyzed and some possible causes that lead the students to this
performance were discussed. Among them, the lack of interest, motivation and the teaching
methods used in the classes.
Keywords: Learning, Chemistry, Memory, High School.
SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................................................................... 8
1.1. Justificativa ............................................................................................ 10
2. Objetivo ....................................................................................................................... 10
2.1. Objetivo geral ......................................................................................... 10
2.2. Objetivos específicos ............................................................................. 11
3. Referencial Teórico ..................................................................................................... 11
4. Metodologia ................................................................................................................. 17
5. Resultados e Discussões .............................................................................................. 18
5.1. Prova Objetiva ...................................................................................... 18
5.1.1. Análise das Questões ................................................................ 19
5.2. Análise da Prova Discursiva da Turma 4 .......................................... 36
5.2.1. Gabarito 1 ................................................................................. 36
5.2.2. Gabarito 2 ................................................................................. 41
5.2.3. Gabarito 3 ................................................................................. 44
6. Conclusão ................................................................................................................... 52
Referências Bibliográficas .............................................................................................. 53
Anexos .............................................................................................................................. 55
Anexo A – Prova Objetiva (fechada) ............................................................ 55
Anexo B – Prova Discursiva (aberta), Gabarito 1 ...................................... 59
Anexo C – Gabarito 2 .................................................................................... 60
Anexo D – Gabarito 3 .................................................................................... 61
8
1. INTRODUÇÃO
A Educação exerce um papel importantíssimo na vida do indivíduo, sendo um processo
gradativo e acumulativo e de acordo com Coelho e Pisoni (2012) a aprendizagem é adquirida
diariamente em diversos contextos.
Assim como a Educação os professores também desempenham um papel de extrema
importância na vida dos estudantes e sabendo disso professores cientes dessa importância
procuram se reinventar buscando uma comunicação efetiva com os mesmos. Entretanto, ainda
se percebe que em um mundo repleto de tecnologia, inovação e meios alternativos, que
poderiam ser de grande utilidade para uso em aulas mais atrativas, dinâmicas, interessantes,
muitas vezes não estão sendo usados, ou seja, as aulas tradicionais ainda estão em alta no
universo escolar.
Os estudantes estão cada vez mais conectados ao mundo, porém, estão desmotivados e
desinteressados em relação aos conteúdos que deveriam adquirir em sala de aula. Conforme
Targa, et al, (2011), existem diversos fatores que podem causar a desmotivação e desinteresse
por parte dos estudantes no decorrer de uma aula, sendo alguns desses fatores: pessoais, aulas
mal preparadas pelos professores, e deficiência em conceitos relacionados a algum tipo de
tecnologia (uso de computadores). Uma questão importante levantada pelos autores foi que o
professor (a) deve ficar atento as dúvidas dos estudantes, pois, o docente deve instigar a
participação ativa dos estudantes durante a aula e o momento de esclarecimento de dúvidas
seria propício para a participação na aula.
Numa visão geral, os estudantes de hoje não veem a sala de aula como um local no qual
eles frequentam para aprender algo que os auxiliem a serem pensantes, criativos, críticos, ativos
para viverem em sociedade. Pelo contrário eles a veem como um lugar desinteressante,
desmotivador, chato, entediante, sem importância, muitas vezes vão à escola obrigados. Essas
visões dos estudantes devem ser reformuladas, mas, para isso devemos ter agentes motivadores
e influenciadores que os ajudem a reelaborarem o pensamento, resgatando a verdadeira
importância de se construir o conhecimento. Moraes e Varela (2007) destacam que muitas vezes
os estudantes não compreendem a relação do conteúdo aprendido na escola com a sua vivência
fora dela, logo, os estudantes não se interessam em compreender determinado assunto.
Cruz et al (2013) reforçam o fato do desinteresse e desmotivação dos estudantes em
aprender os conteúdos de Química e fazem o seguinte relato:
[...] há certo grau de desmotivação nos alunos, deste modo muitas vezes os
alunos são vistos como estudantes desinteressados e acabam sendo mal
compreendidos e mal vistos pelos professores quando dizem que os alunos
9
não querem “nada com nada’’, com isso os alunos reagem de uma forma
desmotivada, talvez seja porque eles não recebem um apoio dos professores,
ou seja, os mesmos não os motivam para o estudos, também percebeu-se que
os professores não utilizam de metodologias diferenciadas para que os
chamem atenção, um trabalho diferenciado em sala de aula pode propiciar aos
alunos uma construção do conhecimento de uma forma diferente e certamente
muito mais prazerosa. (CRUZ et al, 2013, p. 5).
Struginski (2008) aponta que a educação química deve assegurar ao indivíduo a
formação que o habilitará a participar como cidadão na vida em sociedade. Para tanto deve-se
trabalhar um ensino contextualizado com informações sobre a química que permita o estudante
o entendimento do mundo que o cerca que é repleto de química em diversos produtos como:
alimentos, drogas, beleza entre outros.
De acordo com Soares e Silva (2013, p. 10), a construção do conhecimento cientifico
do indivíduo começa com resgate da voz do estudante em sala de aula, que ele passa ser mais
participativo e ativo na construção do saber, além disso, deve-se ter um relacionamento entre
os indivíduos para que tenham trocas de ideias e pensamentos, havendo assim: “...uma
reelaboração, reconstrução e, até mesmo, construção de uma concepção conjunta de um
conhecimento.”, ou seja, a aprendizagem vai muito além do ensino em sala de aula, são as
vivencias e relações entre as pessoas, construindo um significado concreto de determinados
conceitos aprendidos.
Um desafio presente na construção do conhecimento dos estudantes são as dificuldades
enfrentadas por eles na disciplina de Química, um ensino apresentado de forma tradicional,
podendo ser de difícil entendimento e compreensão, sendo conteúdos abstratos. Porém, com
uso adequado de métodos alternativos, como, contextualização, problematização e havendo
diálogos entre professor-estudante (ROCHA E VASCONCELOS, 2016) em uma relação salutar
poderá facilitar a construção de conhecimento.
O Governo, a escola, os professores, os educadores em geral e a rede de educação tem
um papel importante na construção do saber desses estudantes, mostrando a eles que o ensino
em geral tem significado em suas vidas, logo, o saber adquirido contribui para construção de
saber cientifico, crítico, participativo, fazendo que os estudantes passem a ser agentes
transformadores e transmissores de saber na vida de outros indivíduos.
O presente trabalho tem como finalidade avaliar o nível de aprendizagem de alguns
conceitos químicos e identificar dificuldades dos estudantes através da análise de provas
diagnósticas e provas abertas aplicadas aos estudantes do Ensino Médio Regular de uma Escola
Pública da Cidade de Viçosa - Minas Gerais. A avaliação diagnóstica foi aplicada em todas as
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turmas de 3º anos do Ensino Médio para verificação do conhecimento adquirido pelos mesmos
com relação ao conteúdo dos anos anteriores (1º e 2º ano). A prova aberta foi aplicada também
em todos os 3º anos abordando conteúdo do 2º ano, que estavam sendo trabalhados no bimestre
atual. Por fim, foram discutidos os resultados das duas provas procurando tecer relações entre
conhecimentos adquiridos a longo e a curto prazo. Com isso, buscará verificar se os estudantes
retiveram aprendizagem dos conteúdos.
1.1. JUSTIFICATIVA
No curso de Licenciatura em Química tive a oportunidade de vivenciar na prática,
durante os estágios supervisionados, a educação na rede pública de ensino.
No momento estou cursando a disciplina de Estágio Supervisionado em Química II e
atuando numa escola pública do município de Viçosa - MG. Acompanho e compartilho os
afazeres com a professora de Química em suas turmas de 2º e 3º anos do Ensino Médio.
O que me motivou a estagiar e desenvolver minha monografia nessa escola é que fui
estudante no estabelecimento. Queria vivenciar o “outro lado da moeda”, após ter cursado os
três anos do ensino médio lá, gostaria de saber como estava o ensino anos depois de concluir e
saber qual o papel do professor na construção de conhecimentos de seus estudantes. Além disso,
estaria vivenciando a experiência como profissional da educação. Adquiri princípios e valores
durante minha vida escolar e gostaria de contribuir para construção desses na comunidade
escolar estagiando na minha escola de origem. Sei que a vida de estudante não é fácil,
principalmente para os que apresentam vulnerabilidade socioeconômica, são muitas as histórias
que retratam sofrimentos e vivências diversas, porém, o período escolar além de me tornar uma
cidadã apta a vida em sociedade, consolidou princípios como companheirismo, respeito para
com todas as pessoas, em especial aquelas que estão em segmentos sociais que na maioria das
vezes não são “protagonistas”. Algo que ficou marcante na minha vida, foram os professores
que tive nesta escola que me incentivaram a lutar e a não desistir dos meus sonhos.
2. OBJETIVO
2.1. Objetivo geral
O objetivo geral é avaliar o nível de aprendizagem de alunos do 3º ano do Ensino Médio
referente a alguns conteúdos de química por meio da análise de provas aplicadas aos mesmos.
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2.2. Objetivo específicos:
• Analisar a prova diagnóstica (objetiva) de Química;
• Analisar as questões discursivas referentes ao conteúdo do 2º ano que foram
ministrados;
• Analisar o grau de retenção de aprendizagem de conteúdos e relacionar com a memória
de curto e longo prazo;
• Relatar as possíveis dificuldades que os estudantes apresentaram em relação ao
conteúdo de Química no Ensino Médio;
3. REFERENCIAL TEÓRICO
A Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988, em seu Artigo 205,
traz a garantia que a Educação por lei é direito de todos os indivíduos, ou seja, de todos os
cidadãos, além disso é dever do Estado e da família. Espera-se que os indivíduos se formem
para serem cidadãos qualificados para o trabalho e preparados para desempenhar papel efetivo
na sociedade onde vivem (BRASIL, 1988). Este documento decreta ainda várias garantias
voltadas a uma Educação de qualidade, gratuita, igualdade e liberdade, porém e infelizmente
muitas vezes na realidade essas garantias não são observadas, principalmente quando se refere
a qualidade.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996 (BRASIL, 1996)
reforça todas as leis que se encontram na Constituição Federal, porém, esse documento tem
objetivo de detalhar os diversos temas da educação brasileira, que abrange desde do Ensino
Infantil até o Ensino Superior. Sobre a Educação no Ensino Regular em seu Artigo 4 garante e
obriga que o ensino seja gratuito, que seja ofertado em períodos noturnos para adequação a
quem não pode comparecer nas aulas durante o dia. Além disso, que seja ofertado ensino médio
a estudantes fora da faixa etária normal a Educação para Jovens e Adultos (EJA), ou seja, que
não concluíram o ensino no tempo certo, levando em consideração meios adequados de
aprendizado, visando esses indivíduos que muitas vezes são trabalhadores no período diurno.
A LDB além de todas as garantias citadas, limita uma duração mínima do Ensino Médio
de três anos, com diversas finalidades especificas, sendo algumas delas que o indivíduo
aprofunde seus conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental. Que o indivíduo se prepare
para ter autonomia intelectual, ser pensante, que possa ter ética e crítico em situações
12
necessárias em sociedade. Além disso, deve-se ter conhecimento cientifico-tecnológico de
diversos procedimentos relacionando o que foi aprendido com a vida real, ou seja, na prática.
Outros documentos de relevada importância para educação brasileira são os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1999), as Orientações Educacionais Complementares
aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+) (BRASIL, 2002) e a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018). A BNCC norteia os currículos e estabelece
conhecimentos, habilidades e competências que todos os estudantes devem adquirir em cada
etapa do ensino e, a relativa ao ensino médio, foi homologada no último mês de dezembro. Os
PCN+ trazem a reformulação do Ensino Médio voltada as necessidades dos indivíduos, levando
em consideração as condições socioeconômicas e cultural dos mesmos e reforça que os
indivíduos devem ser preparados para vida em sociedade, que sejam cidadãos efetivos e capazes
de continuarem os estudos no decorrer de suas vidas para aprimoramento de suas carreiras
profissionais. Além desses documentos, a Lei no. 13.415/2017 (BRASIL, 2017) instituiu o novo
Ensino Médio com alteração de carga horária. O professor (a), conforme já mencionado, continua desempenhando um papel
fundamental no auxílio da construção do conhecimento pelo estudante, e tem assumido nas
últimas décadas a função de mediador (a). De acordo com PCN+ o professor deve promover o
desenvolvimento de competências na área da Química e em Ciências Naturais. O estudante, por
sua vez, deve adquirir o domínio da Comunicação e a representação no ensino de Química,
sabendo interpretar, buscar todo tipo de informações confiáveis, analisar e ser crítico com dados
e resultados obtidos. Outra competência muito importante que estudantes devem adquirir é da
Investigação e Compreensão, ter domínio da parte teoria relacionada aos fenômenos naturais,
ou seja, saber a história, a teoria, leis, postulados, entre outros. O professor buscará associar o
conteúdo trabalhado em sala de aula com o contexto social, fazer com que o estudante relacione
o conteúdo com o seu dia-a-dia, trazendo significado à aprendizagem.
Coelho e Pisoni (2012), em uma análise da teoria do Vygotsky, retratam a relação do
desenvolvimento e aprendizagem do estudante na escola:
O desenvolvimento e a aprendizagem estão inter-relacionados desde o
momento do nascimento, o meio físico ou social influenciam no aprendizado
das crianças de modo que chegam as escolas com uma série de conhecimentos
adquiridos. Na escola a criança desenvolverá outro tipo de conhecimento.
Assim se divide o conhecimento em dois grupos: aqueles adquiridos da
experiência pessoal, concreta e cotidiana em que são chamados de ‘conceitos
cotidianos ou espontâneos’ em que são caracterizados por observações,
manipulações e vivências diretas da criança já os ‘conceitos científicos’
adquiridos em sala de aula se relacionam àqueles não diretamente acessíveis
à observação ou ação imediata da criança. A escola tem papel fundamental na
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formação dos conceitos científicos, proporcionando à criança um
conhecimento sistemático de algo que não está associado a sua vivência direta
principalmente na fase de amadurecimento. (COELHO E PISON, 2012, p. 6).
Conforme já tratado, a Química é vista pelos estudantes como uma matéria de difícil
entendimento e muitas vezes sem aplicabilidade prática e é, até mesmo, caracterizada como
“chata”! Rocha e Vasconcelos (2016) apontam diversas causas com origens internas e externas
que fazem os estudantes a não terem interesse o que acarreta enormes dificuldades na
aprendizagem dos conteúdos de Química, entre eles:
• Emocionais: relação direta com personalidade própria da pessoa, além disso,
psicológica;
• Físicas: relação com determinados tipos de incidentes que os indivíduos tiveram
no passado;
• Sensoriais: problemas enfrentados por determinadas faltas de concepções
sensoriais;
• Neurológicos: distúrbios que o indivíduo apresenta em relação ao sistema
nervoso em geral;
• Intelectuais: relação direta com a forma de aprendizagem do ser, ou seja, a
inteligência em compreender;
• Educacionais: podem ser causadas por diversos motivos, como relação com
escola, professor, comunidade escolar;
• Socioeconômicas: relação com a vida fora da escola, ou seja, a vida do indivíduo
em casa, a situação financeira, o relacionamento social em família.
É importante destacar que existem outras dificuldades na aprendizagem dos conteúdos
de Química, sendo a resistência em compreensão da linguagem Química, que é o uso meios
representativos de fenômenos, sendo esses meios: fórmulas estruturais, equações, gráficos,
figuras (ROQUE E SILVA, 2008). Muitas vezes esses meios representativos são apresentados
aos estudantes de forma equivocada resultando em mais dificuldades na hora da compreensão
do conteúdo (GIBIN E FERREIRA, 2010).
Melo e Neto (2012) apontam dificuldades no aprendizado dos modelos atômicos pelos
estudantes;
Pela dificuldade que os alunos têm em migrar do macroscópico para o
imaginado, eles podem estabelecer relações analógicas incorretas quando os
limites de cada analogia não ficam bem definidos. Diferentemente, o professor
entende o que é modelo e é capaz de migrar com facilidade do macro para o
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micro, estabelecendo, assim, limites para as analogias e, por isso, acredita
erroneamente que o aluno também tenha essa compreensão. (MELO; NETO,
2012, p. 4).
Os autores afirmam ainda que a utilização de analogias no ensino de Química tem de
ser apresentada de forma cuidadosa e com objetivos próprios, pois, pode confundir ainda mais
o estudante na construção do seu conhecimento de determinado assunto, causando desinteresse
e má compreensão do mesmo.
Segundo Bertotti (2011), uma grande dificuldade enfrentada pelos estudantes no
conteúdo de equilíbrio químico de reações ácidos-bases são os cálculos matemáticos para
resoluções de cálculos estequiométricos, muitas vezes os alunos não conseguem resolver
determinados exercícios por falta de conhecimento prévio de outras matérias como Matemática.
A linguagem química é um outro problema enfrentado pelos estudantes, a falta de compreensão
do verdadeiro significado da “linguagem química”, levando a falta de identificação de espécies
corretamente.
De acordo com Roque e Silva (2008), o que dificulta ainda mais o aprendizado do
estudante é falta de correlação entre os fenômenos químicos microscópicos com
acontecimentos macroscópicos, ou seja, o professor (a) muitas vezes não consegue relacionar
algo de natureza abstrata com a vivencia de seus estudantes.
Segundo Echeverria (1996) estudantes do Ensino Médio apresentam dificuldade no
conceito de dissolução:
Os alunos tiveram dificuldades na explicação microscópica, tanto de um
fenômeno como do outro, porque o processo da dissolução não foi tratado
microscopicamente no ensino: não foi ensinada a interação entre as partículas
dos componentes de uma solução. Se o ensino de soluções priorizou os
aspectos quantitativo e macroscópico, não era de se esperar que os alunos
entendessem, por exemplo, ‘o papel da água na dissolução. ECHEVERRIA
(1996, p. 17).
Além de todas as dificuldades pessoais apresentadas pelos os estudantes, também é
importante destacar que o Ensino de Química apresenta suas peculiaridades, sendo ministrada
de forma tradicional pelos professores, de acordo com Gibin e Ferreira (2010):
[...] o que se observa na abordagem tradicional, é que os conteúdos são
apresentados em um contexto não significativo, ou seja, muito distantes de
qualquer aplicação prática, dificultando o relacionamento entre o
conhecimento adquirido e sua respectiva utilização externa ao ambiente
escolar. (GIBIN e FERREIRA 2010, p. 1)
15
Para melhorar a aprendizagem no ensino de Química e despertar o interesse dos
estudantes, primeiramente deve-se ter uma relação mais próxima entre professor, estudante e a
comunidade escolar, de acordo com Salvadego e Laburú (2009, p. 3):
O convívio do professor com seus colegas de profissão, com os alunos e seus
pais, com os membros da direção do colégio ou com a equipe pedagógica, que
lhe atribui missões ou pressiona a agir de determinada maneira, é a
circunstância contextual, por exemplo, burocrática.
O aprendizado é uma construção continua, os estudantes não vão na escola só apenas
para assistir aulas de Matemática, Português, Física, Biologia, Química entre outras, eles devem
extrair conhecimentos que vão além de conteúdo. Os estudantes devem ser instruídos a serem
indivíduos críticos em situações necessárias para não serem enganados em outros momentos de
suas vidas que são colocados a prova, logo, devem ser capazes de aplicarem o que foi aprendido
em escola na vida cotidiana, saber selecionar e identificar o que está certo ou não. Entretanto,
para que isso aconteça é necessária essa relação entre aprendizagem e vivencia dos estudantes.
Nós dias atuais mesmo com a importância de se desenvolver habilidades e competências
no processo do ensino, muitos professores ainda perpetuam suas aulas tradicionais, com baixa
utilização de material visual (vídeos, animações, simulações, figuras, ilustrações), aulas com
uso corriqueiro de giz e quadro negro e uso restrito de experimentação. Além das aulas
tradicionais, muitas vezes o docente não leva em consideração o saber prévio dos estudantes,
com suas experiências, vivências, fazendo com que o estudante se torne desmotivado e
desinteressado com a matéria, levando até mesmo ao fracasso escolar.
Novos materiais estimulam a motivação, que desencadeiam a atenção possibilitando a
aprendizagem. Para aprender precisa-se de ter primeiramente atenção (COSENZA, GUERRA,
2011).
Ademais, o cérebro não retém por longo tempo tudo que aprende. Alguns
conhecimentos são lembrados conscientemente e constituem a memória explícita. Quando o
armazenamento é transitório recebe o nome de memória de curto prazo ou memória operacional
ou ainda memória de trabalho e a outra forma de armazenamento é nominada permanente.
Para uma informação relevante se tornar consciente, ela primeiramente passa pelo filtro
da atenção e será mantida na consciência por tempo maior por meio de um sistema de repetição
que pode ser feito por múltiplos recursos. Se uma informação for reativada várias vezes a
memória operacional poderá mantê-la disponível por um período maior (COSENZA,
GUERRA, 2011).
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O funcionamento da memória operacional é distribuído por vários circuitos cerebrais,
mas, no entanto, como atualmente lidamos com um número muito grande de informações
simultâneas a memória de trabalho pode não conseguir processar tudo que é exigido.
Ainda de acordo com Cosenza e Guerra (2011, p.58),
o cérebro se dedica a aprender aquilo que ele percebe como significante e,
portanto, a melhor maneira de envolve-lo é fazer com que o conhecimento
novo esteja de acordo com suas expectativas e que tenha ligações com o que
já é conhecido e tido como importante para o aprendiz. (COSENZA,
GUERRA, 2011, p. 58).
Ausubel (2000, apud MOREIRA, 2011) também enfatiza a importância dos novos
conhecimentos partirem dos conhecimentos prévios, e conectarem com os subsunsores.
A aprendizagem definitiva somente se concretizará com consolidação de novas
conexões sinápticas e estímulo da memória. O gráfico 1 a seguir mostra a curva do
esquecimento quando não são feitas repetições da aprendizagem.
Gráfico 1: Curva do esquecimento
Fonte: encurtador.com.br/ezNO1
A memória que envolve os mecanismos conscientes é a memória explícita. Para uma
informação fixar definitivamente são necessários processos de repetição, elaboração e
consolidação.
No processo de consolidação ocorrem alterações biológicas, proteínas e outras
substâncias são produzidas e são utilizadas para a construção ou fortalecimento de sinapses.
(COSENZA, GUERRA, 2011). Há evidências que a consolidação ocorre durante o sono, daí a
importância de um sono reparador. Conexões sinápticas podem também ser desfeitas por desuso
ocasionando o esquecimento.
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Na memória explicita as informações são organizadas sob a forma de redes, logo
diferentes estímulos devem ser usados no processo de ensino para que se construa uma rede
neuronal mais complexa e que possa ser ativada por diferentes mecanismos.
4. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa documental com caráter qualitativo. Provas abertas
(discursivas) e fechadas (objetivas) aplicadas no Ensino Médio Regular de uma Escola Pública
da cidade de Viçosa-MG para estudantes do 3º ano da escola foram analisadas. As provas
objetivas são provas Diagnósticas, ou seja, provas que visavam a análise do nível de
aprendizado adquirido pelos estudantes nos anos anteriores (1º e 2º ano do Ensino Médio). E a
prova aberta aplicada a uma turma do 3º ano aborda conteúdos referentes ao 2º ano que não
foram ministrados na série certa. Por fim, buscará relacionar os resultados obtidos nas duas
provas com os conteúdos apreendidos e as dificuldades apresentadas pelos alunos,
correlacionando com a aprendizagem e memoria a curto e a longo prazo.
Primeiramente as provas foram aplicadas, corrigidas e analisadas para obtenção dos
dados, e a discussão foi elaborada à luz dos referenciais apresentados.
A análise de conteúdo de Bardin (2011) que trata de uma análise qualitativa e
quantitativa dos dados coletados com seus respectivos significados foi utilizada neste trabalho.
De acordo com Santos (2012, p. 2) “[...] uma análise de conteúdo não deixa de ser uma análise
de significados, ao contrário, ocupa-se de uma descrição objetiva, sistemática e quantitativa do
conteúdo extraído das comunicações e sua respectiva interpretação.”
Para Bardin (2011, p. 48) a análise de conteúdo é de um modo geral:
Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter por
procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das
mensagens indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis
inferidas) dessas mensagens. (BARDIN, 2011, p. 48)
Assim Bardin (2011) propõem uma análise voltada a selecionar expressões comuns
repetidas em determinadas informações de um determinado conteúdo a ser analisado, levando
em consideração o agente da informação dada e seu contexto.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seguir estão apresentados os resultados juntamente com a discussão do desempenho
dos alunos a partir de dois instrumentos avaliativos: uma prova fechada (objetiva) com questões
de múltipla escolha e uma prova (discursiva) com questões abertas.
5.1. PROVA OBJETIVA
Esta prova, como anteriormente mencionado foi uma avaliação diagnóstica que teve o
objetivo de analisar o nível de aprendizado dos estudantes da terceira série do Ensino Médio
relativo aos conteúdos de Química ministrados na primeira e segunda série na escola. A prova
foi aplicada em todas as turmas da terceira série do Ensino Médio da Escola. Cada turma tem
em média quarenta estudantes, na tabela 01 o total de estudantes que realizaram a prova. A
avaliação foi aplicada em dois dias consecutivos, 09 e 10 de abril com duração de 50 minutos
correspondendo a uma hora-aula.
Tabela 1. Distribuição de turmas com horário e dia referente a realização das avaliações. Turmas Horários Ordem 09/04/2019 10/04/2019 Número de
estudantes
que fizeram a
prova
T1 8:40 hs – 9:30 hs 3º horário x 36
T2 8:40 hs – 9:30 hs 3º horário x 37
T3 10:40 hs – 11:30
hs
5º horário x 34
T4 7:00 hs – 7:50 hs 1º horário x 33
T5 10:40 hs – 11:30
hs
5º horário x 31
T6 7:00 hs – 7:50 hs 1º horário x 35
Um total de 206 alunos realizaram esta prova com um único gabarito para todas as
turmas.
O fato da mesma prova ter sido aplicada em dois dias consecutivos, trouxe a
preocupação de ter havido repasse do gabarito das turmas que fizeram no primeiro dia para as
turmas que a fizeram no segundo dia, no entanto a medida que foram analisados os resultados
essa preocupação tornou-se infundada.
19
A prova diagnóstica foi formulada com oito questões de múltipla escolha. Na última
questão a de número 08 foi solicitado aos estudantes que também justificassem as suas
respostas. Cada questão da prova teve um valor e 0,25 pontos, num total de 2,0 pontos que
foram atribuídos como pontos extras no bimestre corrente. A questão 5 da prova foi anulada,
pois, a resposta correta não estava inserida nas alternativas. A pontuação referente a esta questão
foi dada a todos os estudantes que realizaram a avaliação.
5.1.1. ANÁLISE DAS QUESTÕES
As questões das provas foram organizadas pelos professores responsáveis pelos
conteúdos nas series anteriores. Várias das questões foram retiradas de sites tais como:
http://bemvin.org/questes--1-srie--1-e-2-bim--so-geraldo--2012-1-bimestre-propri.html?page=4,
(Questões 1, 2 e 3) no https://exercicios.mundoeducacao.bol.uol.com.br/exercicios-
quimica/exercicios-sobre-condicoes-para-ocorrencia-reacoes-quimicas.htm (Questão 6 adaptada da
PUC-RS), Questão 7 em https://www.mesalva.com/enem-e-vestibulares/materias/ciencias-da-
natureza-e-suas-tecnologias/quimica/completo/solucoes/exsl-exercicios-de-solucoes-i/exslex-
exercicios-de-fixacao/exslex12.
Segue- se a análise do desempenho dos alunos em relação a cada uma das
questões.
Questão 1:
A Questão 1 tinha a finalidade de avaliar o conteúdo de propriedades gerais e
características da matéria.
Figura 1. Questão 1 da prova diagnóstica.
No gráfico 02 estão apresentadas as frequências das respostas dos alunos.
20
Gráfico 2. Frequência das respostas da questão 1.
Cerca de 43,2 % do total de alunos marcaram corretamente a alternativa b,
referente a propriedade de polaridade da molécula, logo acertaram a questão. Outra parcela
35.9% marcaram a alternativa a, referindo-se a propriedade de densidade.
Interessante observar que a temperatura de fusão, a solubilidade e a temperatura
de ebulição são dependentes da polaridade da molécula pois influenciam no tipo de interações
intermoleculares que as mesmas estabelecem, no entanto foram poucos os alunos que
assinalaram as alternativas c, d e e.
Por ser uma questão classificada como fácil pelo professor propositor esperava-
se um número de acerto maior, provavelmente dúvidas referentes ao conteúdo devem-se ter
levado a incompleta compreensão do conceito por parte dos estudantes.
Como anteriormente mencionado a Turma 4 (T4) será analisada mais
detalhadamente e o gráfico 3, apresenta os resultados desta turma em particular. Podemos
constatar que o perfil do gráfico 3 e semelhante ao gráfico 2 que apresenta os resultados para
todas as turmas.
Gráfico 3. Resultados obtidos pela T4 na questão 1.
74
89
23
713
00
20
40
60
80
100
Nú
me
ro d
e e
stu
dan
tes
Alternativas
Número de estudantes x Alternativas escolhidas na Questão 1
a b c d e Não respondeu
11
16
4
1 10
0
5
10
15
20
Nú
me
ro d
e e
stu
dan
tes
Alternativas
Número de estudantes T4 x Alternativas da Questão 1
a b c d e Não respondeu
21
Cerca de 48,5% (16) dos estudantes da turma acertaram a questão, escolhendo
alternativa b. Uma outra parcela de 33,3% (11) dos estudantes também marcou a alternativa a
como resposta.
Questão 2
A questão 2 tem conteúdo referente a classificação de um determinado material
em substância ou mistura.
Figura 2. Questão 2 da prova diagnóstica.
No Gráfico 04 estão apresentados os resultados coletados em todas as turmas.
Gráfico 4. Resultados gerais da questão 2.
4134
29
52 50
00
20
40
60
80
100
Nú
mer
o d
e es
tud
ante
s
Alternativas
Número de estudantes x Alternativas escolhidas Questão 2
a b c d e Não respondeu
22
Cinquenta e dois estudantes, 25,2% acertaram a questão marcando a alternativa
d como resposta, classificando corretamente a água do Rio das Velhas antes do processo como
uma mistura heterogênea e após a purificação dessa água, adquiria-se a homogeneidade. A
questão é contextualizada, o Rio mencionado é um dos principais de Minas Gerais e os alunos
provavelmente já estudaram sobre ele nas aulas de Geografia, talvez se a questão tivesse
mencionado o Rio São Bartolomeu que passa na cidade onde está localizada a escola os alunos
estariam mais atentos. A resposta da questão está no próprio enunciado, quando remete a
palavra solução, que é uma mistura homogênea e somente a letra d apresenta esta alternativa.
Uma certa parcela de alunos assinalou a alternativa e e 19,2% marcaram a letra a. Pelas
respostas dos alunos observa-se que os conceitos de substância simples, substância composta,
mistura heterogênea e mistura homogênea não foram apreendidos por cerca de 75% dos alunos.
No gráfico 5 a seguir estão apresentados os resultados para a T4.
Gráfico 5. Resultados obtidos da T4 na questão 2.
Apenas 3 (9,1%) estudantes desta turma marcaram alternativa correta, acertando
a questão, 10 (30,3%) estudantes marcaram a letra e considerando erroneamente a água do rio
purificada como uma substância simples, e 7 (21,2%) estudantes marcaram as alternativas a e
c.
Questão 3
A questão 3 refere-se ao conteúdo de modelos atômicos, mais especificamente
sobre modelo atômico de Thomson, logo, os estudantes deveriam saber sobre as características
básicas desse modelo.
76
7
3
10
00
2
4
6
8
10
12
Nú
me
ro d
e e
stu
dan
tes
Alternativas
Número de estudantes da T4 x Alternativas da Questão 2
a b c d e Não respondeu
23
Figura 3. Questão 3 da prova diagnóstica.
A seguir o Gráfico 06 traz a frequência das respostas dos alunos com relação a
questão 03.
Gráfico 6. Resultados gerais da questão 3.
Esta questão pode ter suscitado muitas dúvidas no aluno, principalmente porque
antes das alternativas vem a ressalva que “considerando o modelo de Thomson...”. A analogia
do modelo atômico de Thomson com o Pudim de Passas é usada no mundo inteiro, apesar de
18 15
89
57
25
2
0
20
40
60
80
100
Nú
me
ro d
e e
stu
dan
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Alternativas
Número de estudantes x Alternativas escolhidas Questão 3
a b c d e Não respondeu
24
Thomson jamais ter utilizado essa analogia (CARVALHO & CARVALHO, 2017). Para
Thomson os átomos não eram indivisíveis, pois partículas negativamente eletrizadas podem ser
arrancadas deles pela ação das forças elétricas. O desenho 1 esboça um núcleo com elétrons ao
redor, não sendo possível perceber a carga atribuída ao núcleo, mas a presença do núcleo
descarta por completo o modelo de Thomson. O desenho 2 estão representadas cargas positivas
em uma esfera e o desenho 3 estão representadas cargas positivas e negativas e é, o desenho
que mais assemelha-se ao modelo proposto por Thomson. O professor a descreve como maciça
e este termo pode ter levado a mais dúvidas, pois, sabe-se que no citado modelo as cargas
negativas estão distribuídas concentricamente em um plasma carregado positivamente. 43,2%
dos alunos acertaram a questão, optando pela letra c. 27,7% dos alunos optaram pela letra d,
considerando os desenhos 2 e 3 como adequados para a representação. Provavelmente, não
perceberam a ausência da carga negativa no desenho 2.
Os resultados obtidos na T4 estão a baixo no Gráfico 7:
Gráfico 7. Resultados obtidos da T4 na questão 3.
O perfil do gráfico da T4 na questão 3 foi pouco diferente do gráfico geral, logo,
o desempenho dos estudantes da T4 foram: 6 (18,2%) estudantes acertaram a alternativa correta
da questão, 10 (30,0%) estudantes marcaram a letra d como opção de escolha e uma outra
parcela de 8 (24,2%) estudantes escolheram a alternativa e, ou seja, a maior parte optou pela
letra d, sem atentar aos pormenores dos desenhos.
45
6
10
8
00
2
4
6
8
10
12
Nú
me
ro d
e e
stu
dan
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Alternativas
Número de estudantes da T4 x Alternativas da Questão 3
a b c d e Não respondeu
25
Melo e Neto (2013, p.115) relatam em seu artigo que existem quatro possíveis
problemas relacionados com aprendizagem em conceito químico de modelos atômicos, sendo
eles:
I.Metodologias diferenciadas para melhoramento da visualização que contribua para
construção do conhecimento científico.
II.Os livros didáticos que explicam detalhadamente a importância de cada modelo
atômico, simplesmente explica-se a parte histórica, logo, é necessário mostrar aos
estudantes o significado prático do uso de cada um dos modelos para sua devida
função.
III.Uso equivocado de analogias, podendo causar mais dificuldades de compreensão por
parte do estudante.
IV.O docente deve utilizar de meios alternativos melhores para compreensão do conteúdo
de modelos atômicos em nível macroscópico, para melhor visualização e
entendimento por parte dos estudantes.
Questão 4
A questão 4 da prova abrange conteúdo de natureza dos elementos químicos com
configurações eletrônicas e a localização na tabela periódica. Sendo a questão proposta para
possíveis características que o elemento químico carbono apresenta.
Figura 4. Questão 4 da prova diagnóstica.
Segue o Gráfico 8 referente ao resultado geral:
26
Gráfico 8. Resultados gerais da questão 4
Em geral, os resultados foram de que cerca de 47,1% acertaram a questão
proposta, sendo que a alternativa considerada correta afirma que o elemento carbono, para se
tornar estável necessita compartilhar quatro pares de elétrons. Acredita-se que o número de
acertos foi significante pelo fato dos estudantes estarem no processo de aprendizagem de
conteúdos da Química Orgânica, logo, o assunto havia sido trabalhado recentemente. Fernandez
e Dias (2011, p.3), em acordo com Cosenza e Guerra (2011), relatam que:
[...] a memória pode ser dividida em estágios, que se classificam conforme o
tempo de retenção ou armazenamento de uma informação: muito rápido (na
ordem de milissegundos, denominada de memória sensorial), de curto e de
longa duração. A memória de curto prazo é aquela que apresenta
armazenamento temporário de poucas informações por curto intervalo de
tempo advindas da memória sensorial ou da memória de longo prazo.
(FERNANDEZ; DIAS, 2011, p. 3).
Com análise dessa questão é evidente que conteúdos apreendidos recentemente
foram que os estudantes assimilaram melhor comparado com os conteúdos ministrados anos
anteriores. Informações recentes armazenadas na memória são mais fáceis de serem resgatadas
na hora de uma prova, já as mais remotas, caso não tenham sido bem assimiladas podem se
perder.
Uma parcela de 18,0% assinalou alternativa a, pode ter havido associações
indevidas com relação as características do elemento químico, pois, essa alternativa retrata que
o elemento possui semelhança ao átomo de enxofre, o enxofre é um elemento químico
pertencente a uma outra família na Tabela Periódica com características diferentes da família
37
15
27
97
27
3
0
20
40
60
80
100
120N
úm
ero
de
est
ud
ante
s
Alternativas
Número de estudantes x Alternativas escolhidas Questão 4
a b c d e Não respondeu
27
do carbono, logo são diferentes. Cerca de 1,5% dos estudantes não marcaram nenhuma das
alternativas apresentadas pela questão.
Na T4 foi obtido o seguinte perfil de respostas, explicitadas no Gráfico 9:
Gráfico 9. Resultados obtidos da T4 na questão 4.
Os resultados da T4 mostram perfil parecido com gráfico geral, bom índice de
acerto na turma, cerca de 36,4% (12 estudantes) marcaram alternativa correta, outra
porcentagem de 18,2% (6 estudantes), assinalaram opção de letra a e c, a causa dessas escolhas
pode ser devido à dificuldade de classificação do elemento de acordo com sua posição na Tabela
Periódica, localização e características próprias desse elemento, sendo um ametal de
importância crucial.
Questão 6
A questão 6 tem como objetivo avaliar os estudantes no conteúdo referente a
modelo de colisões entre partículas nas transformações químicas. Essa questão apresenta três
frases que podem caracterizar a velocidade de uma reação química, sendo que os estudantes
devem analisar as opções de acordo com conhecimento prévio já adquirido nos anos anteriores,
assim, deve-se assinalar a alternativa a qual as afirmativas estejam corretas.
65
6
12
4
00
2
4
6
8
10
12
14
Nú
me
ro d
e e
stu
dan
tes
Alternativas
Número de estudantes da T4 x Alternativas da Questão 4
a b c d e Não respondeu
28
Figura 5. Questão 6 da prova diagnóstica.
Segue o Gráfico 10 referente aos resultados da questão 6:
Gráfico 10. Resultados gerais da questão 6.
Os resultados encontrados após a análise foram que cerca de 10,7 % acertaram
a questão, ou seja, marcaram alternativa a como a correta que considera as três frases propostas
como afirmativas corretas. Cerca de 60,2% dos estudantes assinalaram alternativa d, a frase:
“das orientações das moléculas”, deve ter suscitado dúvidas pois provavelmente os alunos
esperavam uma frase que relacionaria a orientação das moléculas no momento da colisão, daí
a opção pela letra d afirmando como verdadeiras somente as duas primeiras. Um estudante
deixou a questão em branco. Na T4 segue o Gráfico 11 com os resultados:
22
3
41
124
151
0
20
40
60
80
100
120
140
Nú
me
ro d
e e
stu
dan
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Alternativas
Número de estudantes x Alternativas escolhidas Questão 6
a b c d e Não respondeu
29
Gráfico 11. Resultados obtidos da T4 na questão 6.
Os resultados obtidos pela T4 apresentam perfil parecido com os resultados
gerais, o alto índice de assinalação na alternativa d, foi significativa, 51,5% (17 estudantes) dos
estudantes escolheram essa opção como certa. Já a porcentagem de acertos foi referente a 15,2%
(5 estudantes) dos estudantes na T4. Logo, é possível observar que a linha de raciocínio dos
estudantes estava na direção certa, porém, dúvidas referentes a algum item levou a escolha da
alternativa equivocada. O estudante que deixou a questão em branco foi identificado como
pertencente a esta turma.
Questão 7
A questão 7 o estudante deve reconhecer relações entre quantidade de massa e
volume envolvidos em uma determinada solução proposta. Essa questão exigia saber
transformação de unidades de medida e fazer cálculos referente a concentração de uma solução
de cloreto de sódio em água.
5
1
6
17
31
0
5
10
15
20
Nú
me
ro d
e e
stu
dan
tes
Alternativas
Número de estudantes da T4 x Alternativas da Questão 6
a b c d e Não respondeu
30
Figura 6. Questão 7 da prova diagnostica.
Segue o Gráfico 12 referente aos resultados gerais da questão 7:
Gráfico 12. Resultados gerais da questão 7.
A referida questão envolvia transformação de unidade e um cálculo simples.
Apenas 19 alunos acertaram, ou seja 9,2%. As alternativas a, c e d foram preferencialmente
assinaladas. A escolha da letra c pode ter como causa do erro a não conversão de unidade de
medida do volume que é dado em cm3 e deveria ser transformada em litro (L). Já os resultados
referentes a quem assinalou opção a, indica que o aluno pode ter confundido a equação referente
ao cálculo de concentração, C = m1/V, cuja unidade é g/L, provavelmente usou a multiplicação
ao invés da divisão levando assim ao erro. Uma outra parcela de estudantes 1,5% (3) não
assinalou nenhuma alternativa como opção de resposta desta questão. A seguir o Gráfico 13
referente aos resultados da T4 na questão 7:
47
29
63
45
19
3
0
20
40
60
80
100
Nú
me
ro d
e e
stu
dan
tes
Alternativas
Número de estudantes x Alternativas escolhidas Questão 7
a b c d e Não respondeu
31
Gráfico 13. Resultados obtidos da T4 na questão 7.
O perfil dos resultados obtidos na T4 foi parecido tendo maiores índices de
assinalação das opções a e c, cerca de 30,3% (10 estudantes) e 27,3% (9 estudantes),
respectivamente, logo, reforçando os resultados obtidos no geral. Apenas 1 estudante assinalou
a alternativa e como correta. Os cálculos na disciplina de Química são tidos como difíceis de
compreensão e os estudantes apresentam significativas dificuldades na resolução dos exercícios
que envolvem cálculos. É importante ressaltar que não foi permitido o uso de calculadora na
execução da prova, logo, vários erros de cálculos podem ter sido cometidos no desenvolvimento
das respostas, como em conversão de unidades, em potencias de dez, uso de casas decimais e
até mesmo uso correto das fórmulas químicas. Bertotti (2011) confirma de que os estudantes
apresentam grandes dificuldades nos conceitos da Química a qual utiliza-se cálculos
matemáticos.
Questão 8
A questão 8 é referente ao conteúdo de transformações químicas e a energia
associada. A questão é contextualizada e abrange processo que ocorre em um forno à lenha para
assar pizzas.
10
6
9
7
10
0
2
4
6
8
10
12N
úm
ero
de
est
ud
ante
s
Alternativas
Número de estudantes da T4 x Alternativas da Questão 7
a b c d e Não respondeu
32
Figura 7. Questão 8 da prova diagnóstica
Segue o Gráfico 14 referente aos resultados obtidos no geral:
Gráfico 14. Resultados gerais da questão 8.
Os resultados obtidos na análise geral indicam que cerca de 50% dos estudantes
acertaram a questão, marcando a opção b como correta, assim retratando que a reação que
ocorre no forno à lenha é exotérmica, logo, liberando calor para assar a pizza. Percebe-se que
cerca de 35,0% dos estudantes em geral marcaram a alternativa c como opção correta, referindo-
se que a reação ocorrente foi endotérmica, ou seja, absorve calor. A possível causa do erro pode
ser atribuída ao fato dos estudantes terem confundido o enunciado da questão, e relacionaram
a reação química ocorrida no assamento da pizza. Três estudantes deixaram a questão em
branco.
Os resultados da T4, estão apresentados no Gráfico 15 a seguir:
6
103
72
4
18
3
0
20
40
60
80
100
120
Nú
me
ro d
e e
stu
dan
tes
Alternativas
Número de estudantes x Alternativas escolhidas Questão 8
a b c d e Não respondeu
33
Gráfico 15. Resultados obtidos da T4 na questão 8
Na T4 o perfil do gráfico é parecido com o gráfico geral, cerca de 51,5 % (17
estudantes) da turma acertaram a questão e 33,3% (11 estudantes) marcaram a alternativa c
como correta, reforçando a explicação anteriormente explicita nos resultados gerais.
Nesta mesma questão foi solicitado aos estudantes que justificassem a alternativa
escolhida. Nos Gráficos 16 e 17 estão apresentados os resultados daqueles alunos que
assinalaram a alternativa correta e a relação com as suas justificativas, referentes aos resultados
do geral e da T4.
Para a análise da justificativa foi utilizada a análise de conteúdo de Bardin
(2011).
Gráfico 16. Resultados gerais da justificativa da questão 8.
0
17
11
0
5
00
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Nú
me
ro d
e e
stu
dan
tes
Alternativas
Número de estudantes da T4 x Alternativas da Questão 8
a b c d e Não respondeu
37
16
50
0
20
40
60
80
100
Nú
me
ro d
e e
stu
dan
tes
qu
e m
arca
ram
a
alte
rnat
iva
corr
eta
Justificativas
Número de estudantes que marcaram alternativa correta x Justificativas
Certas Erradas Não justificaram
34
Gráfico 17. Resultados da T4 referente a justificativa da questão 8.
Sete estudantes acertaram a justificativa da questão proposta. Algumas das
respostas estão apresentadas a seguir:
“Processo é exotérmico porque libera calor para pizza assar”,
“Porque a lenha é queimada e libera calor”,
“Porque libera calor para vizinhança assando a pizza no forno” e
“Porque libera calor”.
Quatro estudantes justificaram com respostas que não foram consideradas
adequadas, sendo algumas delas:
“Porque assa a pizza”,
“Porque queima a lenha”.
Seis estudantes, mesmo marcando a alternativa correta não justificaram suas
respostas. Nesta questão, a justificativa foi solicitada afim de avaliar se os estudantes sabiam
mesmo o conteúdo e se não houve cola durante a realização da prova.
Comparando os resultados obtidos pela T4, o perfil de acertos das justificativas
foram pouco diferentes do geral, sendo que 41,2% dos estudantes acertaram a justificativa,
cerca de 23,5% justificaram erroneamente e 35,3% não justificaram. Os dados relatam que na
justificativa da questão 8 a T4 obteve resultados melhores comparados com o geral, indicando
que o conteúdo relativo à questão foi assimilado.
A Tabela 2 a seguir é referente as porcentagens de acertos nas questões da prova
diagnóstica do total dos estudantes e da T4.
7
4
6
0
1
2
3
4
5
6
7
8
T4
Nú
me
ro d
e e
stu
dan
tes
qu
e ju
stif
icar
am a
Q
.8
Justificativas
Número de estudantes que marcaram alternativa correta x Justificativas
Certas Erradas Não justificou
35
Tabela 2. Porcentagens de acertos nas questões da prova diagnóstica.
Questões % acerto total % acerto T4
1 43,2 48,5
2 25,2 9,1
3 43,2 18,2
4 47,1 36,4
6 10,7 15,2
7 9,2 3,0
8 50,0 51,5
A tabela 2 retrata um baixo índice de acertos nas questões em modo geral, não
ultrapassando valores maiores que 51,5% de acertos. A questão 7 apresentou o menor índice de
acerto tanto no geral como na T4. Esses resultados indicam que os estudantes estão com
dificuldades na aprendizagem dos conteúdos dos anos anteriores (1º e 2º ano do Ensino Médio),
no caso específico cálculo de concentração de solução. Diversas causas podem ser atribuídas a
esses resultados, sendo entre elas, a não aprendizagem do conteúdo, os estudantes não estudam
suficiente ou apenas “decoram” a matéria, assim as informações ficam retidas por muito pouco
tempo, apenas para fazer uma determinada prova, e posteriormente são descartadas. Outro
motivo, deve-se aos meios pelos quais os conteúdos são apresentados aos estudantes, sem
elementos motivacionais e não atribuindo significado em suas vidas. Muitas vezes a matéria é
ministrada de forma conteudista e sem nenhuma associação com cotidiano desses estudantes,
logo, simplesmente a aprendizagem não se consolida. Um ponto importante para que estudante
aprenda algo é necessário que isso tenha um proposito prático e que eles tenham conhecimento
disso, pois, do contrário a Química vai continuar sendo vista como uma matéria difícil e chata
ao olhar dos estudantes.
Em geral durante a realização das provas diagnósticas foi possível verificar a
surpresa por parte dos estudantes ao serem avisados da avaliação. No início de cada aplicação
nas turmas observou-se reclamações pela realização das provas, muitos alunos falaram que não
gostavam da matéria de Química dos anos anteriores, por acharem os conteúdos de difícil
compreensão e murmuravam também sobre problemas de relacionamento com professores dos
anos anteriores. No decorrer das aplicações foi nítida a percepção da falta de comprometimento
por parte de alguns estudantes na realização das avaliações, muitos fizeram as provas sem
interesse, logo, não estavam importando com os resultados, alguns tentaram “colar” de outros
colegas durante a realização das provas, porém, sob minha supervisão e da professora regente
36
da turma esse intento foi inibido. Por outro lado, vários estudantes estavam atentos e
concentrados na resolução da prova. Tornou-se evidente que alguns estudantes não têm muito
interesse pela disciplina, a cursam porque a mesma faz parte da matriz curricular do Ensino
Médio. Para esses, a Química não tem nenhuma utilidade, como se fosse inútil em suas vidas.
Essa concepção por parte dos estudantes pode ser atribuída pela forma como os conteúdos são
trabalhados na escola privilegiando-se o aspecto conteudista e sendo ministrada de forma
tradicional. Estratégias motivacionais precisam ser desenvolvidas pelos docentes afim de
despertar o interesse dos estudantes em aprender, saber mais, saber o novo, além disso,
possibilitar que o estudante tenha a convicção de que aprender algo da Química tem sim relação
com a sua vida fora da escola, ou seja, na sua vida pessoal e até mesmo em um futuro
profissional.
5.2. ANÁLISE DA PROVA DISCURSIVA DA TURMA 4
A turma 4 (T4) foi selecionada para a análise das questões abertas. O critério adotado
para escolha desta turma foi que a prova ainda não havia sido corrigida pela professora
responsável, permitindo a estagiária um contato mais profícuo com o material. Trinta e oito
estudantes realizaram a prova e esta foi elaborada pela professora regente abordando conteúdo
do segundo ano do Ensino Médio, recentemente ministrados.
A disciplina Química tem 02 aulas semanais, resultando em 16 aulas ou longo de um
bimestre. Oito aulas foram destinadas ao conteúdo do segundo ano e as outras oito aulas ao
conteúdo do terceiro ano. Comumente a resolução de listas de exercícios é praticada nas aulas.
Equilíbrio Químico, cálculos estequiométricos, balanceamento de equações químicas,
determinação da quantidade de matéria em mol e determinações de concentração de soluções
foram os conteúdos abordados na prova aberta.
A prova aberta analisada foi formulada com seis questões. Para cada questão foi
atribuído 1,0 ponto e a sexta questão era extra. Para a questão extra foi atribuído o valor de dois
pontos caso o estudante soubesse e quisesse resolver. Para coibir a cola foram feitos três
gabaritos da prova, com questões de mesmo nível, sendo que a questão extra era a mesma para
todos os gabaritos. A análise foi realizada com a separação das provas por gabarito.
5.2.1. GABARITO 1
Doze estudantes resolveram a prova – gabarito 1. Segue a análise:
37
Questão1:
Figura 8. Questão 1 da prova aberta gabarito 1.
A questão foi avaliada em um ponto para acerto integral das alternativas, onde
cada uma delas teria valor atribuído de 0,25 para cada acerto. O objetivo dessa questão é
verificar se os estudantes sabem escrever a expressão da constante de equilíbrio químico em
função das concentrações dos reagentes e produtos. A classificação da questão foi de nível
básico, pois, o estudante deveria apenas expressar a constante de equilíbrio químico para cada
uma das reações. Para acertar a questão era necessário que o estudante soubesse quais os
produtos e reagentes iriam contribuir para a constante de equilíbrio, para isso, é indispensável
saber quais os estados físicos dos participantes da reação e a contribuição na constante de
equilíbrio, ou seja, apenas compostos em estado físico gasoso ou em solução compõem a
expressão da constante de equilíbrio. Observa-se que na proposição da questão não há rigor
quanto ao símbolo químico que representa uma reação em equilíbrio químico.
Sete estudantes não fizeram a questão, simplesmente a deixaram em branco. As
possíveis causas do ocorrido deve-se talvez ao não preparo anterior para realização da prova,
ou seja, não estudaram. Foi possível perceber no processo de correção da prova a falta de
comprometimento e interesse na resolução da questão em si. Uma parte dos estudantes (5)
acertaram a resolução integralmente ou parcialmente, havendo erro em detalhes em algumas
alternativas.
Para os que fizeram a questão observa-se dificuldades em distinguir os
compostos que contribuem para a expressão da constante, logo, levando em consideração os
seus respectivos estados físicos, assim como a transcrição dos compostos para a expressão em
si.
Questão 2:
Figura 9. Questão 2 da prova aberta gabarito 1.
38
O nível de dificuldade da questão é considerado médio, pois envolve cálculos
que deveriam ser feitos sem o uso da calculadora. Na questão foi fornecido os valores da
concentração dos participantes da reação em mol/L, logo, o estudante deveria calcular a
constante de equilíbrio químico da reação.
Cinco estudantes não fizeram a questão, deixando-a em branco, apenas 3
tentaram fazer a resolução, porém, não acertaram. É possível prever uma falta de compromisso
com os estudos antes da realização da prova. Uma parcela de 4 estudantes da T4 acertou a
questão. As dificuldades da resolução da questão podem ter sido o tipo de reação utilizada no
enunciado, equação genérica, havendo dificuldade na interpretação da questão proposta. Outra
dificuldade seria em realizar os cálculos.
Questão 3:
Figura 10. Questão 3 da prova aberta gabarito 1.
Essa questão, originalmente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),
foi adaptada e utilizada nesta avaliação. Para resolver a questão 3 o estudante deveria saber os
fatores que influenciam o deslocamento do equilíbrio químico. Analisariam as alternativas
propostas e deveriam assinalar as proposições como verdadeiras ou falsas, após somar os
índices referentes as alternativas dadas como verdadeiras e apresentar a soma. Porém, como
houve muitas dúvidas na resolução por parte dos estudantes, adotamos um critério de correção
considerando como certo a frase dita pelo estudante como verdadeira ou falsa, mesmo que no
final a soma das opções verdadeiras não fosse o valor correto.
O nível de dificuldade na questão é considerado como pequeno, pois, seria
necessário conhecimento prévio dos fatores influenciadores no deslocamento do equilíbrio. Os
resultados obtidos foram: 1 estudante acertou integralmente a resolução da questão, outra
parcela (3 estudantes) acertou parcialmente as alternativas consideradas como verdadeiras ou
falsas, ou acertou algumas delas e erraram na soma, nisso foi atribuído o valor de 0,15 para
39
cada acerto, totalizando um ponto a questão. Cerca de 8 estudantes deixaram a questão sem
resolução, desses alguns não classificaram de acordo com que foi solicitado no enunciado,
outros simplesmente deixaram em branco, logo, obtiveram nota zero na questão.
Questão 4:
Figura 11. Questão 4 da prova aberta gabarito 1
Para resolução dessa questão que foi proposta uma reação em equilíbrio químico
solicitando aos estudantes que descrevessem quatro procedimentos diferentes para que o
equilíbrio da reação fosse deslocado para esquerda, ou seja, no sentido dos reagentes. O nível
de dificuldade na questão foi considerado médio. A questão foi avaliada em 0,25 pontos cada
citação correta, totalizando um ponto.
Os resultados obtidos foram que 6 estudantes acertaram parcialmente a questão,
relatando algumas dessas seguintes respostas: “Diminuição os reagentes”, “Aumento dos
produtos”, “Diminuição da temperatura” e “Aumentar a pressão”. Os outros 06 estudantes
deixaram sem resolver ou erraram as respostas.
As dificuldades ao se resolver essa questão provavelmente se devem ao fato de
que os alunos não estudaram antes da prova, pois, saber quais são os fatores que podem alterar
o equilíbrio químico é considerado fundamental para compreensão desse conteúdo.
Questão 5:
Figura 12. Questão 5 da prova aberta gabarito 1
Essa questão foi considerada de nível de dificuldade médio com valor atribuído
de um ponto. Para sua resolução era necessário que os estudantes tivessem um pouco mais de
conhecimento referente ao conteúdo da constante de equilíbrio. O enunciado da questão
descreve a reação de síntese da amônia em um determinado recipiente com volume de 20L e a
quantidade de matéria em mol de cada substância participante da reação, logo era necessário
40
fazer cálculos para determinar a concentração de cada substância (H2, N2 e NH3). Após esses
cálculos, os estudantes deveriam determinar a constante de equilíbrio da reação de acordo com
equação química balanceada fornecida pelo enunciado.
Uma parcela de 5 estudantes não fez a questão, ou seja, deixando-a em branco.
Vários podem ter sido os motivos, não sabiam como fazer, não estudaram anteriormente e até
mesmo falta de interesse no decorrer das aulas e exercícios. Apenas 1 estudante acertou
parcialmente a questão, verificou-se erros nos cálculos, porém, parte da questão foi dada como
certa, atribuindo determinada pontuação referente ao acerto. Uma parcela de 6 estudantes errou
a resolução da questão. Esboçaram a resolução, no entanto, sem coerência com que foi
solicitado. Nota-se que muitos deles não calcularam a concentração das substâncias antes do
cálculo da constante de equilíbrio, outros erraram os cálculos.
Questão 6:
Figura 13. Questão 6 da prova aberta gabarito 1.
Essa questão foi extra, sendo avaliada em dois pontos, considera-se o nível de
dificuldade da questão como difícil, pois, o estudante deveria interpretar o enunciado para
realização dos cálculos da constante de equilíbrio. Conforme a reação proposta deve-se analisar
o que foi consumido de reagente até o equilíbrio e determinar as concentrações das substâncias
no início e no estado de equilíbrio. A questão abordava conteúdo trabalhados em sala de aula e
os estudantes, em princípio, teriam plenas condições de resolvê-lo.
Uma parcela de 9 estudantes respondeu à questão, porém, nenhum deles
conseguiu resolver corretamente a questão.
Onze estudantes que fizeram esse gabarito da prova não atingiram a nota média
(60%), sendo que 05 dos onze zeraram a prova. Apenas um estudante obteve nota acima da
média.
A análise desse primeiro gabarito foi possível observar que os estudantes em
geral não se prepararam para realização dessa prova, pelo menos na sua maioria, houve muitas
41
questões deixadas sem resolução, questões consideradas como simples e muitos erraram ou
nem tentaram fazer.
Sabe-se que o conceito de equilíbrio químico é de difícil compreensão, porém,
seria papel do estudante preparar-se antes da realização de uma avaliação desse tipo, fazendo
listas de exercícios, resumos da matéria, tirando dúvidas referentes ao conteúdo, entretanto, isso
não é visto durante as aulas, os estudantes estão desmotivados e desinteressados no decorrer
das aulas, com isso, os resultados são refletidos nas provas.
Por outro lado, é importante que o docente busque motivar o aluno, para isso é
necessário que utilize métodos em suas aulas mais atraentes e interessantes para melhorar a
compreensão, ativar a atenção e possibilitar a aprendizagem. Além disso, deve-se criar
significados em todo conteúdo ministrado em sala de aula, para que estudante consiga entender
o porquê de se aprender determinado conteúdo. Importante ressaltar o uso de aulas
experimentais na disciplina de Química, sendo que Gibin e Ferreira (2010) recomendam a
utilização de aulas experimentais, animações, vídeos e imagens para facilitar a visualização de
como ocorre os fenômenos em nível submicroscópico. Além disso, esses recursos visuais
proporcionam melhor entendimento do estudante de como ocorre determinado fenômeno.
5.2.2. GABARITO 2
Quatorze estudantes realizaram o gabarito 2 da prova.
Questão 1:
Figura 14. Questão 1 da prova aberta gabarito 2.
A questão 1 desse gabarito 2 possui mesmo nível de dificuldade da questão 1 do
gabarito 1, porém, contém alternativas a serem resolvidas diferentes, ou seja, com uso de outras
reações.
Quatro estudantes acertaram parcialmente as resoluções das alternativas, os erros
encontrados foram de não saberem quais substâncias contribuem para constante de equilíbrio
de acordo com seus estados físicos. Outro erro comum, os estudantes esquecem de colocar nas
expressões as respectivas cargas e os coeficientes das substâncias. Cerca de 8 estudantes não
42
fizeram a resolução, deixando em branco, por fim, 2 alunos tentaram resolver, porém erraram.
É possível notar que os erros são bem parecidos com os que foram apresentaram no gabarito 1.
Questão 2:
Figura 15. Questão 2 da prova aberta gabarito 2.
A questão 2 desse gabarito é parecida e tem nível de dificuldade igual a questão
5 do gabarito 1, porém, houve alterações dos valores de número de mol das substâncias. O
procedimento de resolução seria o mesmo explicado anteriormente no gabarito 1.
Os resultados obtidos foram que 3 estudantes acertaram parcialmente a
resolução, sendo como possíveis erros na realização dos cálculos das concentrações e nos
cálculos das constantes de equilíbrio. Oito estudantes não fizeram ou não tentaram resolver a
questão. Por fim, 3 estudantes tentaram resolver a questão, porém, não conseguiram obter os
resultados adequados. Como ocorreu na análise do gabarito 1, esses estudantes repetiram erros
comuns de cálculos e na expressão da constante de equilíbrio químico da reação.
Questão 3:
Figura 16. Questão 3 da prova aberta gabarito 2.
A questão 3 desse gabarito é parecida com questão 3 do gabarito 1, tendo como
diferença as ordens de suas alternativas a serem analisadas, logo, a soma de seus resultados são
de valores diferentes. O critério de correção e o nível de dificuldade são os mesmos descritos
no gabarito 1.
43
Onze estudantes não fizeram ou erraram a resolução da questão, de acordo com
os critérios mencionados anteriormente. Para aqueles que deixaram a questão sem resolver
entende-se que não houve o interesse ou até mesmo não estudaram o conteúdo antes da prova.
Já os que tentaram resolver confundiram os conceitos abordados nessa questão, sendo que
alguns deles consideravam falso ao invés de verdadeiro alguns itens. Dois estudantes acertaram
parcialmente as alternativas dadas como verdadeiras. E por fim, apenas 1 estudante acertou a
questão integralmente.
Foi observado que as mesmas dificuldades encontradas na questão referente ao
gabarito 1 foram também encontradas nesse gabarito, levando em consideração e reforçando o
fato da deficiência de estudo prévio da matéria para prova.
Questão 4:
Figura 17. Questão 4 da prova aberta gabarito 2.
A questão 4 deste gabarito é parecida com a questão 2 do gabarito 1, sendo
mesmo nível de dificuldade apresentado. A diferença entre essas questões são os valores das
concentrações dos participantes da expressão da constante de equilíbrio logo, o resultado
encontrado deveria ser diferente.
Oito estudantes não fizeram a resolução proposta pelo enunciado, seis estudantes
tentaram resolver, porém, nenhum deles acertou a questão. Alguns desses alunos até tentaram
rascunhar alguma tentativa de cálculo, porém, sem sucesso.
As dificuldades apresentadas foram bem semelhantes as apresentadas pelos
estudantes que realizaram o gabarito 1, sendo mais evidente delas os cálculos.
Questão 5:
Figura 18. Questão 5 da prova aberta gabarito 2.
A questão 5 desse gabarito é igual a questão 4 do gabarito 1.
44
A análise dos resultados foram que quatro estudantes não fizeram a questão.
Outra parte, dois estudantes tentaram fazer a solução, mas, erraram, apresentando respostas
incoerentes ao esperado. E por fim, oito estudantes acertaram a questão parcialmente, relatando
alguns dos procedimentos que devem ser tomados para deslocamento do equilíbrio químico.
Como no gabarito 1 é possível notar que os estudantes tiveram dúvidas nos
fatores que influenciam o deslocamento de equilíbrio no sentido dos reagentes. As dificuldades
apresentadas foram de mesmas descritas anteriormente no gabarito 1.
Questão 6:
Figura 19. Questão 6 da prova aberta gabarito 2.
A questão 6 é igual para ambos os gabaritos, logo, critérios adotados foram os
mesmo em ambos.
Os resultados obtidos foram que 9 estudantes não fizeram a questão, cinco
estudantes tentaram resolver, porém, nenhum deles conseguiram obter respostas certas. Neste
gabarito não houve nenhum acerto integral ou parcial na resolução.
Os resultados gerais referentes aos dados analisados desse gabarito apresentaram
que todos os quatorze estudantes perderam média nessa avaliação, sendo que dentre eles seis
estudantes zeraram a prova.
A análise desses resultados nos mostra perfil parecido com apresentado no
gabarito 1, a falta de estudo para prova, o desinteresse e a desmotivação em relação a matéria
de Química estão sendo evidente nesses dados coletados e analisados.
5.2.3. GABARITO 3
O gabarito classificado com 3 tiveram doze estudantes que o resolveram, logo
segue a análise:
Questão 1:
45
Figura 20. Questão 1 da prova aberta gabarito 3.
A questão desse gabarito é a mesma questão proposta no gabarito 1, porém,
houve mudanças na ordem das alternativas a serem resolvidas, contendo mesmo nível de
dificuldades aos demais gabaritos.
Os resultados obtidos foram que quatro estudantes acertaram integralmente a
resolução da questão, um estudante acertou parcialmente, errando alguns detalhes na
expressão de uma das alternativas. Por fim, sete estudantes não fizeram a questão, deixando
sem resolver. As considerações são as mesmas levantadas nas discussões do gabarito 1 e 2.
Questão 2:
Figura 21. Questão 2 da prova aberta gabarito 3.
A questão 2 desse gabarito é parecida com a 2 do gabarito 1 e a questão 5 do
gabarito 2, porém, houve mudanças da ordem e dos valores das concentrações dos participantes
da reação, sendo assim a análise feita foi com mesmos critérios dos gabaritos anteriores.
Os resultados apontam que cinco estudantes acertaram integralmente a
resolução, um estudante tentou fazer, mas, não obteve resultados desejados, e outros seis
estudantes não fizeram, deixando em branco a resolução.
Esses resultados reforçam o fato que a dificuldade de compreensão do conteúdo,
além disso, à falta de comprometimento com os estudos referente a matéria.
Questão 3:
46
Figura 22. Questão 3 da prova aberta gabarito 3.
A questão 3 desse gabarito é igual a questão 3 do gabarito 2 e parecido com
questão 3 do gabarito 1, diferenciando em ordem das proposições da questão, logo, muda-se a
soma total das alternativas consideradas como verdadeiras. O critério de correção adotado é
mesmo descrito nos resultados referentes ao gabarito 1, além disso, o nível de dificuldades é o
todos os gabaritos.
Um estudante acertou integralmente as alternativas dadas como verdadeiras e a
sua soma. Cinco estudantes acertaram parcialmente, considerando alguma das alternativas
verdadeiras. E três estudantes deixaram a questão sem resolver e outros três tentaram resolução,
porém, sem acertos. Novamente mais uma questão que índice de erros e não tentativas de
resolução foi alto, cerca da metade dos estudantes.
Questão 4:
Figura 23. Questão 4 da prova aberta gabarito 3.
A questão 4 desse gabarito é parecida com questão 4 dos gabaritos 1 e 2, porém,
houve alterações feitas nos possíveis procedimentos que devem ser tomados para deslocamento
do equilíbrio para formação de produtos, nos gabaritos 1 e 2 o deslocamento era em sentido
formação de reagentes.
Os resultados obtidos foram que quatro estudantes não fizeram a questão, cinco
tentaram resolver, porém, sem coerência com o que seria esperado de resposta. E por fim, três
estudantes acertaram parcialmente a resolução, relatando alguns dos procedimentos solicitados
pelo enunciado.
47
Questão 5:
Figura 24. Questão 5 da prova aberta gabarito 3.
Essa questão desse gabarito é parecida com mesma do gabarito 1 e questão 2 do
gabarito 2, logo, considerado como mesmo nível de dificuldades para resolução. O que
apresenta de diferente das questões os outros gabaritos seria o fato que os valores atribuídos ao
número de mol dos constituintes da reação são diferentes, logo, diferenciaram também nos
resultados finais.
Uma parcela de dois estudantes tentou resolver a questão, porém, se confundiram
no momento da realização dos cálculos, mais especificamente nas casas decimais. Outro erro
evidente foi nos cálculos das concentrações que deveriam ter sido feito anteriormente ao cálculo
da constante de equilíbrio. Sete estudantes não fizeram a questão. E por fim, três estudantes
acertaram parcialmente a questão.
É possível observar com esses resultados que perfil está bem parecido com os
demais gabaritos, reforçando a dificuldade nos cálculos, causando assim erros nos resultados
finais que seriam esperados.
Questão 6:
Figura 25. Questão 6 da prova aberta gabarito 3.
A questão 6 é igual para todos os gabaritos. Os resultados obtidos foram que
nove estudantes não fizeram a questão extra e apenas três tentaram resolver, porém, com ideias
equivocadas em relação a resolução esperada para questão.
Essa questão foi considerada com maior nível de complexidade, pois, esperava-
se um pouco mais de conhecimento sobre conteúdo apresentado pela professora, além disso,
ninguém acertou a resolução. Acredita-se por ser uma questão extra alguns estudantes não se
sentiram motivados a fazê-la por ser considerada por eles uma questão difícil.
48
Em geral as notas obtidas pelos estudantes que fizeram provas desse gabarito
foram que seis deles zeraram ou quase zeraram a prova, cinco obtiveram notas abaixo da média
e apenas um estudante obteve nota acima da média.
É possível ter como base que nos três gabaritos o número de estudantes com
notas abaixo da média e notas zeros é grande, sendo assim os alunos da T4 apresentaram um
baixo rendimento na prova.
A tabela 3 a seguir resume o número de estudantes que acertaram total ou
parcialmente as questões da prova aberta.
Tabela 3. Número de estudantes que acertaram ou acertaram parcialmente as questões da prova aberta
Gabarito 1 Gabarito 2 Gabarito 3
Número de alunos
por gabarito
12 14 12
Questão 1 5 5 5
Questão 2 4 3 5
Questão 3 4 3 6
Questão 4 6 0,0 3
Questão 5 1 9 3
Questão 6 – extra 0,0 0,0 0,0
Acredita-se que a quantidade de gabaritos não influenciou nos resultados finais
analisados, pois, nos três gabaritos o rendimento foi insatisfatório. O uso de três gabaritos pode
ter inibido a cola.
Em relação as notas obtidas nas duas provas aplicadas na T4, foi possível
observar que os estudantes obtiveram notas baixas tanto nos conteúdos ministrados
recentemente como de anos anteriores, logo, podemos pensar que a aprendizagem não está
acontecendo ou não está sendo consolidada, os estudantes não estão retendo os conceitos que
estão sendo trabalhado nas aulas. Com as tabelas 2 e 3 é possível verificar baixo índice de
acertos na T4 tanto na prova diagnóstica que abrange conteúdos de 1º e 2º ano do Ensino Médio,
como a prova de conteúdo apresentado recentemente pela professora responsável pela turma.
Nas questões 2, 6 e 7 da prova diagnóstica que abrangia assuntos de propriedades da matéria,
cinética química e cálculos em soluções, respectivamente, os estudantes da T4 obtiveram as
menores notas, como no geral também foi observado esse baixo índice de acertos nessas
questões. Na questão 5 do gabarito 2 o número de estudantes que acertaram ou acertaram
49
parcialmente foi considerável, 9 estudantes acertaram a resolução. Em relação a prova aberta
foi possível verificar que nenhum aluno da T4 acertou a questão 6 (extra), considerada de nível
de dificuldade médio. Nas atividades do estágio foi possível presenciar a correção da lista de
exercícios realizada pela professora antes da prova, sendo que eram similares com essa questão
proposta. Com a análise dos resultados por gabarito é possível identificar que o número de
estudantes (14) que fizeram prova do gabarito 2 obtiveram menores porcentagens de acertos ou
acertos parciais nas questões da prova comparados com os demais gabaritos. O nível de
dificuldade dos gabaritos era o mesmo, questões parecidas com cálculos similares e a ordem
dos enunciados alterada. Os alunos da T4 obtiveram baixos índices de acerto nas questões,
reforçando a impressão de que a aprendizagem não está efetivamente acontecendo, se acontece
não está consolidada levando a um déficit de retenção de conteúdo.
No bimestre são distribuídos 25 pontos: 5 pontos de participação nas aulas e
resolução das listas de exercícios propostas pela professora regente, 5 pontos de prova referente
a matéria do segundo ano (aberta, que foi analisada nessa monografia), 5 pontos de prova
(aberta) da matéria do terceiro ano e 10 pontos de provas referente a toda matéria dada no
bimestre (objetiva), além dos 02 pontos extras da prova diagnóstica. Após as notas bimestrais
serem apresentadas aos estudantes, aqueles que não obtiveram a média no bimestre ou tirou
notas consideradas baixas que queiram substituí-las por uma melhor, é possível a realização de
uma outra prova considerada como recuperação no valor de 10 pontos. Essa prova pode
substituir a prova bimestral (referente a matéria toda do bimestre) ou ser equivalente à metade
dos pontos e substituir as notas dos testes já feitos. Alguns estudantes realizaram a prova da
recuperação no bimestre e utilizaram a nota para melhorarem a nota bimestral.
Dos resultados bimestrais obtidos pelos estudantes da T4 destacam-se que 22
estudantes não conseguiram tirar a média no bimestre, entre eles 10 estudantes tiraram notas
abaixo de 10 pontos. Dezessete estudantes obtiveram notas acima de 15 pontos, logo,
conseguiram média no bimestre. O uso da nota da prova de recuperação permitiu a elevação
das notas bimestrais da turma, mesmo que tenham ficado ainda abaixo da média bimestral.
Tanto na prova aberta quanto na fechada foi identificada a grande dificuldade
nos cálculos relacionados com os conceitos químicos. Bertotti (2011) aponta que:
Dúvidas sobre a natureza da reação entre o reagente adicionado e as espécies
químicas em solução foram exaustivamente evidenciadas no convívio com os
estudantes e constituem-se em problema claramente vinculado à imaturidade
e limitações naturais oriundas do restrito conhecimento químico.
(BERTOTTI, 2011, p. 4)
50
Segundo relato da docente responsável pelas turmas do terceiro ano, a T4
escolhida para análise, contém estudantes com dificuldades significativas de aprendizagem, são
desinteressados e de personalidades difíceis de convivência. Uma turma considerada agitada,
que não respeita os professores de modo geral. No decorrer do estágio foi observado esses
pontos destacados pela professora, confirmando os fatos descritos. Rocha e Vasconcelos (2016,
p. 8), reforçam a ideia de motivação do estudo:
[...] a motivação para estudar e aprender química, pode ser alcançada com a
elaboração de um material didático que seja potencialmente significativo,
permitindo a integração entre o conhecimento prévio do aluno, o chamado
subsunçor, e a nova informação apresentada pelo professor, que juntos
produzirão um conhecimento potencialmente significativo.
É possível observar nos resultados referentes a prova aberta e fechada
(diagnóstica) que os estudantes estão com baixa eficiência no aprendizado, ou seja, tanto em
conteúdos ministrados recentemente como em conteúdo vistos mais antigos, eles apresentam
baixa retenção de aprendizagem referentes a disciplina de Química. Em geral, muitos estudantes
são sabem a verdadeira importância da construção de um conhecimento químico, logo, muitas
vezes eles não vêm os conceitos aplicados nas aulas como uteis a suas vidas.
Saber Química é essencial a vida de todos os cidadãos, para que possam opinar
e discernir sobre fenômenos e produtos apresentados aos mesmos. A construção do saber
cientifico é fundamental para a vivências futuras dos estudantes, para que eles estejam
preparados para novos eventos, podendo assim desempenhar o seu senso crítico e ativo de
cidadão.
A escola e os pais têm o compromisso de preparar os estudantes para vida pessoal
e profissional, capacitando-os para os futuros desejados. Porém o que se constatou a partir de
relatos de estudantes, durante o estágio, é que os mesmos se sentem obrigados a frequentar a
escola pelos familiares e a sociedade para conclusão de um ciclo escolar sem ter a noção do
significado da educação escolar em suas vidas, o que acaba contribuindo para o fracasso escolar.
Os autores Rocha e Vasconcelos (2016, p. 9) destacam que:
A escola atual mais do que nunca tem enfrentado um problema de múltiplas
causas: o fracasso escolar. Este precisa ser amplamente estudando, em especial
no contexto das ciências exatas, como é o caso da química. Dentre as
principais consequências, podem causar vínculos negativos com a
aprendizagem de forma geral, desmotivação para aprender e até problemas na
auto estima.
Por um lado, constata-se as reclamações do grupo docente em relação aos
estudantes, a falta de compromisso com os estudos, falta de respeito com os professores, muitas
51
vezes falta de educação com o próximo, com os colegas e demais integrantes da comunidade
escolar. Por outro lado, constata-se a reclamação dos alunos e a desmotivação, que gera a
desatenção e não possibilita a aprendizagem.
A sala de aula precisa de mudança urgente! Em geral todo universo escolar
necessita de uma reformulação do ensino. Em relação à sala de aula é necessário que as
estratégias adotadas sejam revistas e reanalisadas pelos docentes para possibilitar uma melhoria
na aprendizagem dos conteúdos pelos estudantes. O uso de aulas mais dinâmicas, exploração
de recursos visuais, aulas experimentais com participação ativa dos estudantes, uso de projetos
interativos, podendo ser associados a outras disciplinas, ou seja, interdisciplinaridade entre as
matérias. Estratégias de ensino em que os alunos sejam protagonistas e que estimulem a
interação devem ser experimentadas. Por outro lado, com o crescente nível de ansiedade e
hiperatividade dos alunos, conteúdos que estimulem o autoconhecimento e a percepção de si
mesmo devem adentrar as escolas.
O corpo docente deve ser estimulado a estar sempre em busca de novos
conhecimentos, aprofundando seus saberes, para isso é preciso ofertar possibilidades de
continuidade da formação. Um (a) professor(a) precisar estar sempre “antenado”, compreender
o que faz sentido na sociedade atual, não adianta viver em tempos modernos com pensamentos
e métodos do passado.
As aulas, incluindo as experimentais precisam ter um caráter investigativo, que
estimule o fazer científico e o pensamento crítico para trazer aos estudantes o significado da
relação entre teoria e a prática. Além disso possibilite o desenvolvimento de habilidades e
competências para o trabalho em grupo.
Outro ponto importante que pode ser um instrumento para facilitar a
compreensão e relação com sociedade seria o uso de espaços não formais na educação dos
estudantes, como: museus, praças, teatros, parques científicos, entre outros. Esses espaços são
locais ricos em conhecimento, ou seja, os estudantes nesses lugares podem vivenciar e passarem
a ser mais ativos na sociedade e até mesmo entender mais facilmente como determinado
conteúdo se associa a outro. Vale ressaltar que aprendizagem não existe apenas um lugar
definido, a utilização de espaços não formais possibilita a interação entre a teoria e prática
vivenciada.
Por fim, a empatia com próximo, respeitando-se os limites de cada indivíduo no
contexto em quem está inserido, precisa ser uma prática corriqueira e nortear as demais ações
educativas.
52
6. Conclusões
A partir das provas analisadas e dos dados coletados constatou-se, com relação aos
assuntos de Química, uma baixa eficiência de aprendizagem dos estudantes pesquisados. Os
conteúdos abordados na prova diagnóstica referem-se aos conteúdos trabalhados em anos
anteriores, cuja aprendizagem não foi consolidada, os estudantes não estão armazenando
informações referentes aos conteúdos de Química. A prova aberta analisada da Turma 4 abordou
conteúdos que haviam sido trabalhados recentemente e esperava-se que pelos menos esses
estivem retidos na memória de trabalho. Como várias questões foram deixadas sem resolução,
não foi possível verificar com mais detalhes se a aprendizagem não se deu por falta de atenção
ou se não foi consolidada.
A vivência na escola tem possibilitado ricas experiências e o desenvolvimento deste
trabalho possibilitou uma visão mais crítica com relação a aprendizagem e as dificuldades
apresentadas pelos alunos e também pelos professores. Foi possível presenciar problemas
referentes à docência, aos estudantes e a escola. A forma de ensinar precisa ser mudada
urgentemente, porém, para se efetivar precisa do envolvimento de toda a comunidade escolar,
de investimento para aquisição de materiais e equipamentos e melhores condições de trabalho
para os professores principalmente proporcionando aos mesmos uma remuneração digna.
Essa monografia deixa em aberto possibilidades de trabalhos futuros, com estudos de
que possibilitem melhorar a aprendizagem dos estudantes, elaborando aulas mais atrativas com
a utilização de metodologias ativas, despertando nos mesmos o interesse em aprender Química
e acabando com a falsa ideia de que a “Química é chata, não serve para nada e é difícil”.
Como futura docente pretendo possibilitar que o estudante tenha um papel ativo na
construção de seu conhecimento através de metodologias ativas em que o mesmo seja
protagonista.
A intensificação de pesquisas que visam o entendimento do processo de aprendizagem,
com uso de imagens e demais técnicas que permitem mapear as áreas do cérebro que são
ativadas, com certeza terá muito a contribuir com o ensino e a educação de modo geral.
53
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novembro de 2011.
55
ANEXOS:
ANEXO A: Prova Objetiva (Fechada)
56
57
58
59
ANEXO B: Provas Discursiva (aberta), Gabarito 1.
60
ANEXO C: Gabarito 2
61
ANEXO D: Gabarito 3.