universidade federal de sergipe prÓ-reitoria de pÓs-graduaÇÃo e … · 2017-11-25 · comitê...

66
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA MESTRADO EM CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS ALAN BRUNO SILVA VASCONCELOS EFEITO FOTOBIOMODULADOR DA TERAPIA COM DIODO EMISSOR DE LUZ DE BAIXA INTENSIDADE NA INFLAMAÇÃO MUSCULAR INDUZIDA POR EXERCÍCIO EM RATOS SÃO CRISTÓVÃO 2017

Upload: others

Post on 16-Feb-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS

ALAN BRUNO SILVA VASCONCELOS

EFEITO FOTOBIOMODULADOR DA TERAPIA COM DIODO

EMISSOR DE LUZ DE BAIXA INTENSIDADE NA INFLAMAÇÃO

MUSCULAR INDUZIDA POR EXERCÍCIO EM RATOS

SÃO CRISTÓVÃO

2017

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

ii

Vasconcelos, Alan Bruno Silva

V331e Efeito fotobiomodulador da terapia com diodo emissor de luz de baixa intensidade na inflamação muscular induzida por exercício em ratos / Alan Bruno Silva Vasconcelos ; orientador Enilton A. Camargo. – São Cristovão, 2017.

64 f. : il.

Dissertação (mestrado em Ciências Fisiológicas) –

Universidade Federal de Sergipe, 2017.

1. Inflamação. 2. Músculo esquelético. 3. Fototerapia. 4. Exercício físico. 5. Diodo emissor de luz. I. Camargo, Enilton A., orient. II. Título.

CDU 612.7:615.831

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

iii

ALAN BRUNO SILVA VASCONCELOS

EFEITO FOTOBIOMODULADOR DA TERAPIA COM DIODO

EMISSOR DE LUZ DE BAIXA INTENSIDADE NA INFLAMAÇÃO

MUSCULAR INDUZIDA POR EXERCÍCIO EM RATOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Fisiológicas da

Universidade Federal de Sergipe como

requisito à obtenção do grau de Mestre em

Ciências Fisiológicas.

Orientador: Prof. Dr. Enilton A. Camargo

Co-orientador: Prof. Dr. Fernando K. Nampo

SÃO CRISTÓVÃO

2017

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

ALAN BRUNO SILVA VASCONCELOS

EFEITO FOTOBIOMODULADOR DA TERAPIA COM DIODO

EMISSOR DE LUZ DE BAIXA INTENSIDADE NA INFLAMAÇÃO

MUSCULAR INDUZIDA POR EXERCÍCIO EM RATOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Fisiológicas da

Universidade Federal de Sergipe como

requisito à obtenção do grau de Mestre em

Ciências Fisiológicas.

Orientador: Prof. Dr. Enilton A. Camargo

1º Examinador: Cristiane Bani Correa

2º Examinador: Karina Laurenti Sato

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

i

“Embora estreito o portão, sigo

adiante,

Mesmo tendo ao lado o castigo e o

desatino.

Eu sou o senhor do meu destino,

Eu sou o capitão da minha alma.”

William Ernest Henley

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

ii

AGRADECIMENTOS

Ao professor Enilton A. Camargo que aceitou o desafio de me ajudar a trilhar o caminho

até aqui e com sua serenidade me trouxe clareza nos momentos em que as luzes pareciam

apagadas. Agradeço a confiança que depositas em todos os seus alunos, isso certamente nos

engradece. Agradeço também por toda preocupação em me fazer projetar um passo à frente e a

pensar com mais sabedoria sobre minhas decisões. Encerro essa etapa imensamente feliz por

tê-lo como orientador.

Ao professor Fernando Nampo pela co-orientação e à professora Solange de Paula

Ramos pela excelente colaboração, tenham certeza da importância do aprendizado obtido para

a minha formação acadêmica e pessoal.

Aos colegas e amigos do Laboratório de Farmacologia do Processo Inflamatório

(LAFAPI) por me receberem tão bem. Todos os momentos com vocês, sejam bons ou ruins,

foram de extrema importância para meu crescimento pessoal. Faço questão de agradecer

nominalmente à todos que tornaram esses cada dia dos dois últimos anos mais leves e alegres:

Luana Cercato, Fabíula Abreu, Daiane Franco, Laíza Biano, Rangel Bonfim, Miriam Barboza,

Vanessa Almeida, Lúcio Diniz e Augusto. Em especial, agradeço à Janaíne Prata e Alan

Oliveira que me ensinaram pacientemente a realizar os procedimentos no laboratório e acima

de tudo me integraram em suas vidas como um bom amigo. Às sábias Danielle Gomes e Marília

Trindade que me ajudaram a construir parte considerável do meu conhecimento sobre diversas

questões em nosso laboratório, não sei o que seria dos meus cálculos sem vocês.

Aos colegas da Universidade Estadual de Londrina que me ajudaram no

desenvolvimento do meu projeto de pesquisa, mas, principalmente, fizeram sentir-me em casa.

Ao professor Fábio Nakamura pelo auxílio com os equipamentos LED e aos colaboradores Zé

e Amanda do Laboratório de Patologia Clínica do Hospital Veterinário da UEL pelas

participação nas análises. Em especial, gostaria de agradecer aos colegas e amigos Victor

Freitas, Júlio César, Roberta Gava, Raissa Fernandes, Lucas Rossi e Lúcio Caldeira pelo bom

convívio dia após dia no laboratório. À Talyta Duarte, Camila Salvador e Lorena Scudeller por

todas as conversas e bons conselhos que, mesmo indiretamente, deram-me suporte durante toda

essa trajetória. À tantos outros que me acolheram de forma excelente.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

iii

Aos meus grandes amigos que fizeram parte dessa imensa trajetória e contribuíram em

grande parte da minha vida para o meu crescimento pessoal. Em especial à Priscila Soares,

Marcos Melo e Carlos Oliveira por estarem presentes nos momentos mais difíceis... muito bom

poder contar com vocês. À Paula Brandão, amiga que a UFS me proporcionou e que, de forma

sensacional, contribuiu com bons conselhos durante o final do mestrado.

À todos os mestres e colegas que passaram por minha vida deixando enormes

contribuições, principalmente, aos queridos professores do curso de Educação Física (UNIT) e

à todo corpo docente e administrativo do PROCFIS. Em especial, às professoras Marilene

Batista e Ada Augusta por, desde o início da graduação, me incentivarem à pesquisa e

ensinarem a seguir por esse caminho sempre com muita humildade e ética. Ao professor Ângelo

Paz, grande amigo e companheiro de estudos. Saibam que seus ensinamentos me conduziram

até esse momento.

À minha mãe Ivanilde Maria Silva que lutou por mim e me guiou em cada passo meu.

A senhora é uma guerreira! À toda minha família, em especial a minha tia Ana Maria, meu tio

Fernando Morais (in memoriam) e aos meus primos/irmãos Felipe, Fabiana e Junior... vocês

foram e continuam sendo importantíssimos para meu crescimento.

Por fim, mas não menos importante, à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do

Nível Superior (CAPES) e à Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado

de Sergipe (FAPITEC/SE) pelo auxílio financeiro para o desenvolvimento desse projeto.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

iv

RESUMO EFEITO FOTOBIOMODULADOR DA TERAPIA COM DIODO EMISSOR DE LUZ

NA INFLAMAÇÃO MUSCULAR INDUZIDA POR EXERCÍCIO EM RATOS. Alan

Bruno Silva Vasconcelos, Mestrado em Ciências Fisiológicas, UFS, São Cristóvão/SE,

2016.

INTRODUÇÃO - Os efeitos biológicos de fontes de luz de baixa intensidade, como a terapia

com diodo emissor de luz (LEDT), indicam que a fototerapia induz efeitos ergogênicos e

recuperativos do músculo esquelético. No entanto, ensaios clínicos e pesquisas experimentais

apresentam divergências no que diz respeito aos parâmetros a serem utilizados. OBJETIVO -

Comparar o efeito de diferentes doses da LEDT (630 nm) na inflamação do músculo estriado

esquelético induzida por exercício em ratos. MÉTODOS - Ratos Wistar foram divididos em

cinco grupos experimentais (n=8/grupo): controle (CON), animais não submetidos ao protocolo

de exercício; recuperação passiva (RP), animais que não receberam tratamento após a indução

da inflamação; LEDT (1,2 J; 4,2 J ou 10,0 J), animais tratados com fototerapia após indução da

inflamação. A inflamação muscular esquelética foi induzida por protocolo de 100 minutos de

nado. Após o exercício, os animais dos grupos LEDT foram expostos à fototerapia nas doses

de 1,2 J, 4,2 J ou 10,0 J sobre os músculos tríceps sural (gastrocnêmios e sóleo). Para avaliação

da hiperalgesia mecânica com o von Frey eletrônico, os animais foram submetidos a avaliação

antes e 24 horas após o procedimento de nado. Após 24 horas do nado, amostras sanguíneas

foram coletadas para análise da atividade de creatina quinase (CK). O músculo sóleo foi retirado

para análise histológica. Os dados foram expressos como média± erro padrão da média (EPM).

Foi utilizado análise de variância seguido pelo Tukey post hoc. Para os dados histológicos foi

realizada análise com Qui-quadrado seguido de correção de Yates. O estudo foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

e pelo Comitê de Ética em Uso de Animais (Universidade Estadual de Londrina) sob nº

124/2014. RESULTADOS - No grupo RP houve um aumento (p<0,0001) da atividade

plasmática de CK (2.071±346 U/L) quando comparado ao grupo CON (683±103 U/L) e houve

atenuação (p<0,0001) da resposta nos grupos tratados com LEDT (630 nm) com doses de 1,2 J

(379±71 U/L), 4,2 J (599±131 U/L) ou 10,0 J (544±86 U/L). Em relação à hiperalgesia

mecânica, o grupo RP apresentou redução (p<0,05) no limiar de retirada da pata (-11,9±1,9 g)

quando comparado ao grupo CON (2,2±1,5 g) e apenas o grupo LEDT 4,2 J (-3,3±2,4 g) alterou

esse limiar (p<0,05) quando comparado ao grupo RP. Na análise histológica, foi observada

infiltração de leucócitos no músculo do grupo RP, além de áreas edemaciadas e necrosadas.

Porém, menor infiltração foi observada nos animais tratados com as doses de 4,2 e 10,0 J.

CONCLUSÃO - A aplicação de LEDT (630 nm) reduz a lesão inflamatória nas fibras

musculares de ratos submetidos ao exercício. A dose de 4,2 J induziu melhor efeito anti-

inflamatório e antinociceptivo do que as doses de 1,2 e 10,0 J.

DESCRITORES - Inflamação. Músculo Esquelético. Exercício Físico. Diodo Emissor de Luz.

Fototerapia.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

v

ABSTRACT PHOTOBIOMODULATOR EFFECT OF LIGHT EMITTING DIODE THERAPY ON

POST-EXERCISE MUSCULAR INFLAMMATION IN RATS. Alan Bruno Silva

Vasconcelos. UFS, São Cristóvão/ SE, 2016.

INTRODUCTION - The biological effects of low intensity light sources, such as light emitting

diode therapy (LEDT), indicate that phototherapy is a method for obtaining ergogenic and

recuperative effects of skeletal muscle. However, clinical trials and experimental researches

differ in respect to the parameters to be used. OBJECTIVE - To compare different doses of

the LED (630 nm) in the inflammation of striated skeletal muscle induced by exercise in rats.

METHODS - Wistar rats were divided in five experimental groups (n=8/group): control

(CON), the animals were not submitted to exercise protocol; passive recovery (RP), the animals

received no treatment after induction of inflammation; LEDT (1.2 J, 4.2 J or 10.0 J), the animals

were submitted to phototherapy after induction of inflammation. Skeletal muscle inflammation

was induced by a protocol of 100 minutes of swimming. After exercise, the animals in the

LEDT groups were exposed to phototherapy at the doses of 1.2 J, 4.2 J or 10.0 J on the triceps

sural muscles (gastrocnemius and soleus). For evaluation of mechanical hyperalgesia by

electronic von Frey, the animals were submitted to evaluation before and at 24 hours after

swimming procedure. After 24 hours of swimming, blood samples were collected to measure

creatine kinase (CK) activity. The soleus muscle was removed for histological analysis. Data

were expressed as mean ± standard error of mean (S.E.M). Analysis of variance was used

followed by Tukey post hoc. The histological data were performed with chi-square analysis

followed by correction of Yates. This study was approved by the Ethics Committee on Research

with Animals (Federal University of Sergipe) under n°. 15/2013 and by the Ethics Committe in

the Use of Animals (State University of Londrina) under nº 124/2014. RESULTS - The plasma

activity of CK was increased (p <0.0001) in the PR group (2071 ± 346 U / L) when compared

to the CON group (683 ± 103 U / L) and attenuation (p <0.0001) of this response was observed

in the LEDT (630 nm)-treated groups at the doses of 1.2 J (379 ± 71 U / L), 4.2 J (599 ± 131 U

/ L) or 10.0 J (544 ± 86 U / L). Regarding mechanical hyperalgesia, the PR group presented a

reduction (p <0.005) in the paw withdrawal threshold (-11.9 ± 1.9 g) when compared to the

CON group (2.2 ± 1.5 g). Only LEDT 4.2 J (-3.3 ± 2.4 g) altered this threshold (p <0.05) when

compared to the PR group. In the histological analysis, leukocyte infiltration was observed in

the muscle of animals from the PR group, in addition to areas of edema and necrosis. However,

lower infiltration was observed in the animals treated with doses of 4.2 and 10.0 J.

CONCLUSION: The application of LEDT (630 nm) reduces the inflammatory lesion in

muscle fibers of rats submitted to exercise. The dose of 4.2 J induced better anti-inflammatory

and antinociceptive effects than doses of 1.2 and 10.0 J

DESCRIPTORS: Inflammation; Skeletal Muscle; Physical Exercise; Light Emitting Diode;

Phototherapy.

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

vi

LISTA DE ABREVIATURAS

AINES anti-inflamatórios não esteroides

ANOVA análise de variância

ATP trifosfato de adenosina

CEPA/UFS Comitê de Ética em Pesquisa com Animais/Universidade Federal de Sergipe

CFA adjuvante de Freund

CK creatina quinase

CON controle

COX ciclo-oxigenase

DMIE dano muscular induzido por exercício

DMIT dor muscular de início tardio

EUA Estados Unidos da América

GDNF fator neurotrófico derivado de linhagem de célula glial

HE hematoxilina eosina

hNPCs células progenitoras neurais humanas

IASP Associação Internacional para o Estudo da Dor

IL interleucina

J joules

LASER luz amplificada por emissão estimulada de radiação

LDH lactato desidrogenase

LED diodo emissor de luz

LEDT terapia com diodo emissor de luz

MDA malondialdeído

MPO mieloperoxidase

mTOR alvo da rapamicina em mamíferos

MuRF-1 do inglês, muscle ring-finger protein-1

NADPH do inglês, reduced nicotinamide adenine phosphate

NGF fator de crescimento neuronal

NO óxido nítrico

ROS espécies reativas de oxigênio

RNS espécies reativas de nitrogênio

RP recuperação passiva

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

vii

RS espécies reativas

SBCAL Sociedade Brasileira de Cuidados com Animais de Laboratório

TBA ácido tiobarbitúrico

TNF-α fator de necrose tumoral alfa

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Estrutura do músculo estriado esquelético...................................................................19

Figura 2. Fase inicial do dano muscular induzido por exercício.................................................22

Figura 3. Ação da fototerapia......................................................................................................30

Figura 4. Delineamento experimental do nado e da avaliação de hiperalgesia mecânica...........36

Figura 5. Local de aplicação da fototerapia sobre o conjunto muscular.....................................38

Figura 6. Concentração sanguínea de creatina quinase...............................................................42

Figura 7. Imagens representativas da análise histológica............................................................43

Figura 8. Análise de peroxidação lipídica...................................................................................45

Figura 9. Análise de hiperalgesia mecânica................................................................................46

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Parâmetros da LEDT...................................................................................................36

Tabela 2. Análise histológica......................................................................................................44

Tabela 3. Contagem de leucócitos...............................................................................................45

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

x

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 15

2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 18

2.1. O TECIDO MUSCULAR ESQUELÉTICO .............................................................. 18

2.2. DANO MUSCULAR INDUZIDO POR EXERCÍCIO ............................................. 20

2.3. DOR MUSCULAR DE INÍCIO TARDIO ................................................................ 22

2.4. PROCESSO INFLAMATÓRIO PÓS-EXERCÍCIO ................................................. 24

2.5. ESTRESSE OXIDATIVO ......................................................................................... 26

2.6. TERAPIA COM DIODOS EMISSORES DE LUZ .................................................. 28

2.7. FOTOTERAPIA NA LESÃO MUSCULAR ESQUELÉTICA ................................ 31

3. OBJETIVOS...................................................................................................................... 34

3.1. OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 34

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 34

4. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 35

4.1. ANIMAIS .................................................................................................................. 35

4.2. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL .................................................................... 35

4.3. PROTOCOLO DE ESFORÇO FÍSICO .................................................................... 36

4.4. APLICAÇÃO DA LEDT ........................................................................................... 37

4.5. CONTAGEM DE LEUCÓCITOS E ANÁLISE DA CONCENTRAÇÃO DE CK . 38

4.6. SUBSTÂNCIAS REATIVAS AO ÁCIDO TIOBARBITÚRICO (TBARS) ............ 39

4.7. PROCEDIMENTOS HISTOLÓGICOS .................................................................... 39

4.8. MEDIDA DE HIPERALGESIA MECÂNICA NA PATA ....................................... 40

4.9. ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................................ 41

5. RESULTADOS ................................................................................................................. 42

6. DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 47

7. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 52

8. PERSPECTIVAS FUTURAS ........................................................................................... 53

9. REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 54

10. ANEXOS ....................................................................................................................... 65

10.1. ANEXO 1 ............................................................................................................... 65

10.2. ANEXO 2 ............................................................................................................... 66

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

15

1. INTRODUÇÃO

A ampla divulgação dos efeitos benéficos do exercício fez com que o número de

praticantes de exercício físico aumentasse nas últimas décadas. A atividade física, seja

sistematizada e com acompanhamento profissional ou não, está diretamente relacionada à

qualidade de vida e prevenção de doenças (HASKELL et al., 2007). Porém, acompanhado desse

crescimento, aumentou-se também o quantitativo de lesões musculares (KIRKENDALL;

GARRETT, 2002; MAFFULLI et al., 2011).

As lesões musculares podem desencadear dor e incapacidade motora que comprometem

o trabalho mecânico do músculo e consequentemente outras atividades diárias

(KIRKENDALL; GARRETT, 2002). Essas lesões são apontadas como responsáveis por

aproximadamente 1/3 nas faltas ao trabalho relacionadas a doenças, as quais podem gerar

consequências econômicas (IASP, 2009).

As lesões musculares também são comuns na prática esportiva de alto rendimento, e o

monitoramento do sistema imune de atletas, bem como o treinamento, recuperação e nutrição

tem evidenciado grande importância na preparação para uma competição (KAKANIS et al.,

2010; MORGADO et al., 2016).

Indivíduos que realizam exercício contínuo ou intermitente podem sofrer danos

musculares acompanhados por processo inflamatório (AOI et al., 2004; ASCENSÃO et al.,

2008; FELISMINO et al., 2014; DE PAIVA et al., 2016). Os danos musculares induzidos pelo

exercício físico podem gerar alterações agudas nas células do sistema imune, fadiga, perda de

força, aumento de creatina quinase (CK) e citocinas inflamatórias na corrente sanguínea tais

como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), e as interleucinas-6 e 1-β (IL-6 e IL 1-β), além

de causar dor muscular de início tardio (DMIT) (ENOKA; DUCHATEAU, 2008; ELY et al.,

2016; MORGADO et al., 2016; SILVEIRA COSWIG et al., 2016).

Os marcadores bioquímicos de lesão muscular e os sintomas do processo inflamatório

apresentam pico entre 24 e 48 horas e podem causar fibrose deletéria ao tecido acompanhada

de redução da função muscular e perda de performance física por um período de 5 a 7 dias

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

16

(ABDELMAGID et al., 2012; ASCENSÃO et al., 2008; CHATZINIKOLAOU et al., 2010;

ELY et al., 2016; MORGADO et al., 2016; PAULSEN et al., 2010).

Uma consideração importante para a recuperação do exercício é prevenir o dano

muscular e melhorar o reparo tecidual após a lesão do músculo (CAMARGO et al., 2012; DE

PAIVA et al., 2016; FERRARESI et al., 2015a). Existem diferentes estratégias para prevenção

ou recuperação da função muscular, como os anti-inflamatórios não esteroides (AINES),

massagem, acupuntura, crioterapia e fototerapia (URSO, 2013; ANDRZEJEWSKI et al., 2015;

COTLER, 2015; FERRARESI et al., 2016; FONSECA et al., 2016; VIEIRA et al., 2016). A

crioterapia permanece como o método mais comumente utilizado em lesões

musculoesqueléticas relacionadas ao exercício físico, porém, uma meta-análise publicada em

2015 apontou a baixa qualidade metodológica das pesquisas avaliadas (HOHENAUER et al.,

2015).

Os efeitos biológicos obtidos a partir da aplicação de fontes de luz de baixa intensidade,

tais como amplificação de luz por radiação estimulada (LASER, Amplification by Stimulated

Emission of Radiation) ou terapia com diodo emissor de luz (LEDT, Light emitting diode

therapy), antes ou após a lesão, sugerem a fototerapia como um método de obter efeitos

ergogênicos e recuperativos (BARONI et al., 2010; DE PAIVA et al., 2016; FERRARESI et

al., 2016; VANIN et al., 2016).

Recentes revisões sistemáticas e meta-análises mostraram que a fototerapia apresentam

resultados mais consistentes quando aplicada antes do exercício, utilizando comprimentos de

onda entre vermelho e infravermelho, com potência de saída entre 50 mW e 200 mW e doses

de 5 J e 6 J por ponto, porém, as evidências são moderadas e estudos adicionais com maior

qualidade metodológica precisam ser realizados (BORSA; LARKIN; TRUE, 2013; LEAL-

JUNIOR et al., 2015; NAMPO et al., 2016a, 2016b).

Ainda, ensaios clínicos e experimentais apresentam divergências no que diz respeito aos

parâmetros a serem utilizados, além de apresentar diferentes efeitos dose-resposta, o que mostra

a necessidade de uma melhor parametrização para esse tratamento (DE ALMEIDA et al., 2012;

CIDRAL-FILHO et al., 2013, 2014; BARONI et al., 2015; MARTINS et al., 2016; PIGATTO

et al., 2016; VANIN et al., 2016). Nessa perspectiva, torna-se interessante comparar o efeito de

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

17

diferentes doses da LEDT (630 nm) na inflamação do músculo estriado esquelético de animais

experimentais submetidos ao exercício.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

18

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. O TECIDO MUSCULAR ESQUELÉTICO

O músculo esquelético constitui, aproximadamente, 40% da massa corpórea e é o tecido

com maior conteúdo de proteínas do corpo (GUTIERREZ et al., 1999; MOORE et al., 2015).

Além das células musculares, estão distribuídos juntos a sua estrutura, uma rede de vasos

sanguíneos, nervos e a matriz extracelular (HUARD et al., 2002; MOORE et al., 2015; NARICI

et al., 2016). O músculo esquelético é responsável pela geração de força para locomoção,

respiração e sustentação postural, além de aumentar a produção de calor e fornecer aminoácidos

para diversos processos metabólicos (KETTELHUT, 1988).

O músculo esquelético (figura 1) está envolto por uma camada de tecido conjuntivo

denominada epimísio, e constitui-se de milhares de fibras contráteis, individuais e cilíndricas,

chamadas fibras musculares, as quais apresentam células longas, finas e multinucleadas, com

uma membrana chamada sarcolema (MOORE et al., 2015; NARICI et al., 2016). O perimísio,

uma bainha de tecido conjuntivo, agrupa até centenas de fibras musculares em fascículos.

Enquanto recobrindo o sarcolema há outra bainha de tecido conjuntivo que se chama endomísio,

que dá à fibra muscular consistência e proteção. Dentro do sarcolema há uma região aquosa

denominada sarcoplasma, que contém proteínas contráteis, enzimas, substratos energéticos,

núcleos e organelas especializadas (MOORE et al., 2015; NARICI et al., 2016).

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

19

Figura 1. Estrutura do músculo estriado esquelético. Adaptado de: Moore et al. (2015).

O sarcômero (figura 1) é a unidade funcional da fibra muscular e é a estrutura que

confere aspecto estriado ao músculo pela existência de faixas claras e escuras alternadas. Os

filamentos grossos são compostos de miosina, enquanto os filamentos finos são compostos, em

sua maioria por actina (BOTTINELLI; REGGIANI, 2000).

As fibras musculares recebem diferentes denominações de acordo com suas

características morfofuncionais. As fibras glicolíticas são caracterizadas pela alta atividade

ATPásica da miosina, desenvolvem contrações rápidas e vigorosas e dependem das vias de

transferências anaeróbica para ressíntese de ATP; são também chamadas do tipo II B, brancas,

de contração rápida ou fásicas (TALBOT; MAVES, 2016). As fibras oxidativas são altamente

resistentes à fadiga e seu potencial de ATP é reposto a partir da transferência de energia obtida

em aerobiose; também são chamadas de fibras do tipo I, vermelhas (devido à grande quantidade

de mitocôndrias), de contração lenta, ou tônicas. Além disso, existe um subtipo de fibra

glicolítica conhecido por ser lenta, o tipo II A ou glicolítica oxidativa, que contém

características intermediárias (TALBOT; MAVES, 2016).

Cada fibra muscular recebe uma terminação nervosa proveniente de fibras motoras

(motoneurônios), formando uma estrutura denominada unidade motora. Existem dois tipos de

motoneurônios, os fásicos, que disparam impulsos rapidamente com alta velocidade de

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

20

condução e os tônicos, os quais disparam impulsos lenta e continuamente e com menor

velocidade de condução (MOORE et al., 2015; NARICI et al., 2016). A contração muscular é

iniciada por impulsos nervosos transmitidos por motoneurônios à fibra na junção

neuromuscular e desencadeia um processo molecular resultando na formação do complexo

actinomiosina que na presença do trifosfato de adenosina (ATP) é capaz de reduzir o

comprimento do sarcômero (BOTTINELLI; REGGIANI, 2000).

Todo esse arranjo estrutural do tecido muscular esquelético está vulnerável diante de

traumas. Lesões musculares são comuns e podem ocorrer por uma série de mecanismos, que

incluem trauma direto: laceração, contusão, estiramento e intensa atividade física; além das

causas indiretas: isquemia, doenças genéticas inatas e disfunção neurológica. Todos esses

mecanismos de lesão desencadeiam dor e incapacidade motora que comprometem o trabalho

muscular, entre outras atividades (KIRKENDALL; GARRETT, 2002).

As lesões musculares são recorrentes em inúmeras modalidades esportivas, chegando a

constituir, por exemplo, cerca de 31% das lesões no futebol profissional (WOHLFAHRT et al.,

2012). Segundo Astur et al. (2014), médicos ortopedistas entrevistados em 2013 no Brasil

apontam que os membros inferiores são acometidos em 97% dos casos de lesão muscular,

principalmente quadríceps, adutor e tríceps sural. Para 62% dos entrevistados, a lesão ocorre

principalmente na fase excêntrica da contração, sendo que para o diagnóstico 39% apontam o

uso do ultrassom e 37% usam ressonância magnética. Dentre as opções de tratamento na fase

aguda (87,5%), medicação, repouso e crioterapia são as mais prevalentes. Quando necessário

tratamento prolongado (56%), são comumente utilizados medicacão, repouso e fisioterapia

(ASTUR et al., 2014).

2.2. DANO MUSCULAR INDUZIDO POR EXERCÍCIO

A lesão muscular pode ser induzida pelo exercício físico intermitente ou contínuo

(AOI et al., 2004; ASCENSÃO et al., 2008; FELISMINO et al., 2014). Essa resposta ao

exercício é classicamente referida como dano muscular induzido pelo exercício (DMIE)

(MCHUGH et al., 1999; NOSAKA et al., 2001; PEAKE et al., 2005; DOUGLAS et al., 2016).

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

21

A execução de contrações concêntricas e excêntricas ou isométricas durante uma

sessão de exercício físico geralmente são associadas a danos ao músculo esquelético os quais

consistem em ruptura estrutural do sarcômero, falha no acoplamento excitação-contração e na

sinalização ao cálcio, além de iniciar uma resposta inflamatória e ativação de vias de

degradação proteica (BAUMERT et al., 2016). O estresse mecânico também pode provocar

necrose celular. Durante as contrações concêntricas e, especialmente, excêntricas vigorosas ou

contínuas, as pontes de actina e miosina e as linhas Z dos sarcômeros do músculo estriado

esquelético sofrem rupturas (CRAMERI et al., 2007; LAURITZEN et al., 2009).

Os marcadores bioquímicos de lesão muscular e os sintomas do processo inflamatório

apresentam pico entre 24 e 48 horas e podem provocar dor muscular de início tardio (DMIT),

redução da função muscular e do desempenho físico por um período de 5 a 7 dias (ASCENSÃO

et al., 2008; CHATZINIKOLAOU et al., 2010; PAULSEN et al., 2010).

A falência da bomba de cálcio causa a quebra de homeostase desse íon. Este acúmulo

de cálcio ativa as ações das enzimas ATPase, fosfolipase, proteases e endonuclease, as quais

degradam o ATP, fosfolipídios, proteínas (da membrana e do citoesqueleto) e a cromatina

celular, respectivamente. Por fim, ocorre lesão da membrana celular e necrose (PILEGAARD;

SALTIN; NEUFER, 2003; CERMAK et al., 2012).

Morgan (1990) apontou que cada sarcômero tem resistência diferente ao exercício

excêntrico, alguns alongam-se além da sobreposição ideal dos filamentos de actina e miosina,

levando ao rompimento e desorganização da estrutura miofibrilar (figura 2). Além disso, o dano

no sarcolema permite o aumento da permeabilidade ao Ca2+ (figura 2) que leva ao influxo

exacerbado deste íon do meio extracelular. A partir deste influxo ocorre ativação de proteases

dependentes de Ca2+, denominadas calpaínas (figura 2), responsáveis pela proteólise do

citoesqueleto causando morte celular por necrose ou apoptose (NEUBAUER et al., 2008; S.

THIEBAUD, 2012; UCHIYAMA et al., 2006).

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

22

Figura 2. Fase inicial do dano muscular induzido por exercício. Alguns sarcômeros

alongam-se além da sobreposição ideal dos filamentos de actina e miosina, levando ao

rompimento e desorganização da estrutura miofibrilar (A). O dano no sarcolema permite o

aumento da permeabilidade ao Ca2+ (B). Esse influxo leva a ativação de proteases dependentes

de Ca2+, denominadas calpaínas (C). Adaptado de: Baumert et al. (2016).

A necrose celular secundária a inflamação pode provocar lesão adicional ao músculo

e atrasar o processo de recuperação. Este processo provoca a liberação de CK e outras enzimas

musculares, detectadas no sangue periférico, como resultado da perda da integridade das

membranas das células musculares após o exercício físico (OVERGAARD et al., 2002;

FREDSTED et al., 2007; BAUMERT et al., 2016; DOUGLAS et al., 2016).

2.3. DOR MUSCULAR DE INÍCIO TARDIO

O estudo da dor passou a ser desenvolvido sob o conceito interdisciplinar,

principalmente a partir da criação da Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP, do

inglês, International Association for the Study of Pain) ainda no século XX (IASP, 2009;

LIPMAN, 2010). A IASP define dor como “uma experiência sensorial e emocional

desagradável associada a um dano real ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tais

lesões” (IASP, 2009).

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

23

Quando ocorre um estímulo nociceptivo, terminações livres de neurônios sensoriais

primários são ativadas e podem transformá-lo em potenciais de ação que seguirão para

estruturas centrais que integralizarão esse estímulo como a sensação dolorosa (TREEDE, 2001).

A essas estruturas neuronais é dado o nome de nociceptores, os quais possuem limiares de

ativação inferiores a intensidade necessária para causar dano, constituindo um sistema sensível

para sinalizar o dano tecidual iminente antes que ele ocorra, ou seja, nem todo estímulo é

detectado pelo sistema sensorial que medeia a sensação da dor (TREEDE, 2001; BASBAUM

e BUSHNELL, 2009). Dessa forma, um evento capaz de causar dano tecidual real ou potencial

é considerado um estímulo nocivo, podendo pertencer à modalidade térmica, mecânica,

química ou biológica (TREEDE, 2001).

A dor proveniente do exercício físico é classicamente conhecida como Dor Muscular de

Início Tardio (DMIT) (HOUGH, 1902). A DMIT é uma resposta comum ao exercício físico

extenuante, principalmente exercícios contendo contrações excêntricas que, diferentemente da

dor sentida no momento ou em curtos períodos após o exercício, surge 24 horas e se mantém

nos primeiros 3 dias após a realização do exercício (MIZUMURA; TAGUCHI, 2016).

Geralmente a DMIT é reportada como subclínica, já que após a realização do exercício,

os indivíduos se recuperam da dor sem a necessidade de tratamento (MIZUMURA; TAGUCHI,

2016). Entretanto, a dor sustentada por longos períodos pode ser acompanhada de lesões e

sintomas crônicos (HAYASHI et al., 2011) associadas à possíveis alterações plásticas no

sistema nervoso central (SLUKA et al., 2012), o que por vezes leva a necessidade de um

tratamento.

Os mecanismos pelos quais a DMIT atua e o porquê do seu surgimento horas ou dias

após a realização do exercício físico ainda não são bem esclarecidos. Existem hipóteses de que

esta estaria integralmente associada ao dano muscular (HOUGH, 1902), ao extravasamento da

enzima muscular CK (ARMSTRONG et al., 1983) ao processo inflamatório (SMITH, 1991) e

ao aumento na concentração do ácido lático (SCHWANE et al., 1983). Porém, as evidências

mais recentes apontam que a DMIT envolve outros mecanismos que não apenas o dano

muscular e a inflamação, além de já ser descartada a relação com o ácido lático (MIZUMURA;

TAGUCHI, 2016).

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

24

Atualmente sugere-se ainda o envolvimento de fatores neurotróficos na DMIT como,

por exemplo, a via dos receptores de Bradicinina (B2)-fator de crescimento neural (NGF, do

inglês nerve growth factor) (MURASE et al., 2010) e do fator neurotrófico GDNF (do inglês,

glial cell line-derived neurotrophic factor) por meio de ativação da ciclo-oxigenase-2 (COX-2)

(MURASE et al., 2013).

As diferentes hipóteses de mecanismos envolvidos na DMIT permitem que diferentes

tratamentos fossem avaliados para essa condição, a fim de aliviar os sintomas e

consequentemente restaurar a função muscular (CHEUNG et al., 2003). Dentre os tratamentos

possíveis, a crioterapia, alongamento, massagem, ultrassom, AINES, correntes elétricas e

homeopatia são os principais utilizados, porém, CHEUNG et al. (2003), em trabalho de revisão,

apontaram resultados controversos que demonstram pouca ou nenhuma atenuação da dor

quando utilizados esses tratamentos, assim como a escassez de estudos que possam comprovar

suas eficácias terapêuticas.

A fototerapia com luz de baixa potência, seja terapia com LED ou LASER também foi

apontada como abordagem terapêutica para redução da DMIT (BARONI et al., 2010; BORGES

et al., 2014). Entretanto, Nampo et al. (2016a) afirmaram em trabalho de meta-análise que,

embora com poucos estudos incluídos, percebeu-se baixa eficácia da fototerapia para

tratamento da DMIT, sendo necessária a realização de novos ensaios clínicos randomizados

com maior controle em possíveis vieses.

2.4. PROCESSO INFLAMATÓRIO PÓS-EXERCÍCIO

Classicamente a inflamação pode ser entendida como um estresse ou quebra da

homeostase orgânica por um agente irritante, seja exógeno ou endógeno, que estimula sensores

especializados a produzirem uma série de moléculas mediadoras para combatê-los e evitar

maiores danos (SERHAN et al., 2010). Durante essa resposta, há alteração nos calibres

vasculares e mudanças estruturais na microvasculatura que permitem, respectivamente, o

aumento do fluxo sanguíneo e o extravasamento de líquidos e leucócitos para o foco da lesão

para a devida eliminação do agente irritante (SERHAN et al., 2010).

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

25

No exercício, o agente irritante é o próprio estresse mecânico produzido sobre o

citoesqueleto celular que inicia uma resposta inflamatória aguda, local e sistêmica,

caracterizada por concentrações séricas aumentadas de IL-6, IL-1β, TNF-α, proteína C reativa,

além de quimiotaxia de leucócitos (NEUBAUER et al., 2008; CHATZINIKOLAOU et al.,

2010; PAULSEN et al., 2010). No músculo esquelético, a IL-6 atua reduzindo as concentrações

das citocinas pró-inflamatórias IL-1β e TNF-α, ao passo que aumenta as concentrações da IL-

10, uma citocina anti-inflamatória (DE SALLES et al., 2010).

As células inflamatórias como, por exemplo, os neutrófilos, macrófagos, células

natural killer, entre outras, infiltram no tecido muscular e preparam-no para a regeneração por

meio da fagocitose de detritos, liberação de fatores de crescimento e fatores quimiotáxicos

(BONDESEN et al., 2004). As primeiras células fagocíticas a chegarem no sítio da lesão são

os neutrófilos, que constituem a primeira linha de defesa no processo inflamatório (URSO,

2013). Os neutrófilos são responsáveis pela fagocitose de detritos celulares provenientes da

lesão muscular, além de liberarem proteases que são necessárias para degradação desses detritos

(BOSURGI et al., 2011; TIDBALL; WEHLING-HENRICKS, 2007). Além disso, essas células

podem liberar uma enzima denominada mieloperoxidase (MPO), presente em seus grânulos

azurófilos, responsável pela conversão de peróxido de hidrogênio em ácido hipocloroso,

contribuindo para a eliminação de patógenos, mas também, extremamente deletéria às células

musculares não danificadas (PETERSON et al., 2006).

A partir das primeiras horas após a lesão muscular, percebe-se a presença de monócitos

que ao longo das próximas 24-48 horas se diferenciarão em macrófagos para continuar a

fagocitose e remover o tecido necrótico (CHAZAUD et al., 2009). Macrófagos, juntamente aos

fibroblastos e a matriz extracelular, produzem fatores de crescimento, citocinas e quimiocinas

que, por sua vez, ativarão mecanismos regenerativos tais como fatores miogênicos e células

satélite (MCCROSKERY et al., 2005; TOUMI; F’GUYER; BEST, 2006; PELOSI et al., 2007;

TIDBALL; WEHLING-HENRICKS, 2007)

O processo inflamatório é importante para a regeneração muscular, porém, por vezes,

a inflamação pode causar fibrose (ABDELMAGID et al., 2012) seguida de uma possível perda

de função da região muscular danificada (STAUBER, 2004). Dessa forma, a prática comum

tem sido a tentativa de redução dessa inflamação com a utilização de estratégias terapêuticas

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

26

como ultrassom (STAY et al., 1998), massagem (ZHU et al., 2016), suplementação nutricional

(MARQUES et al., 2015), dentre outras abordagens que permanecem pouco elucidadas. A

crioterapia, por exemplo, é bastante utilizada, mas parece apenas reduzir os sintomas

inflamatórios, sem acelerar o processo de recuperação tecidual (BLEAKLEY et al., 2012;

CAMARGO et al., 2012; DA COSTA SANTOS et al., 2014a).

Outra estratégia amplamente empregada no tratamento de lesões musculares é a

utilização dos AINES (URSO, 2013). Porém, além dos possíveis efeitos indesejados, estudos

demostraram desvantagens quando utilizado ibuprofeno após o exercício como, por exemplo,

não redução da dor (KRENTZ et al., 2008; KRAEMER et al., 2010), mas quando administrado

profilaticamente, houve atenuação dessa resposta (HASSON et al., 1993; PAOLONI;

ORCHARD, 2005). Ainda, foi demonstrado que os AINES não atenuaram a perda de força

muscular e amplitude de movimento após exercício excêntrico ou de resistência (DONNELLY

et al., 1990; PIZZA et al., 1999; KRENTZ et al., 2008; CANDOW et al., 2013) mas reduziram

a atividade das células satélites, importantes para reconstrução muscular, dias após o exercício

(MACKEY et al., 2007; MIKKELSEN et al., 2009). Dessa forma, estudos com AINES na lesão

muscular induzida por exercício parecem não ter uniformidade em seus desfechos, não

comprovando sua eficácia.

2.5. ESTRESSE OXIDATIVO

Os organismos aeróbicos geram concentrações basais de espécies reativas (RS, do

inglês, reactive species) como resultado ao processo de respiração celular para produção de

ATP. A produção dessas moléculas podem ser aumentadas em situações de estresse como, por

exemplo, no processo inflamatório e apresentam importante função biológica, principalmente

atuando na fagocitose de agentes agressores (HALLIWELL, 2007). Além disso, as RS podem

ativar fatores de transcrição, tais como o fator nuclear κB (NF-κB) que modulam a expressão

gênica de moléculas envolvidas no processo inflamatório. Embora essas moléculas sejam

importantes para a defesa do organismo, quando sua produção é exacerbada pode causar danos

à estrutura celular, lipídios membranares e DNA de células adjacentes a inflamação (GOMEZ-

CABRERA; VIÑA; JI, 2016).

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

27

Nessa perspectiva, devido ao potencial patogênico apresentado pelas RS, suas

produções são aproximadamente balanceadas pelo sistema de defesa antioxidante do organismo

(HALLIWELL; GUTTERIDGE, 2007). Um agente antioxidante pode ser definido como

qualquer substância que retarde, previna ou remova o dano oxidativo a uma molécula alvo

(HALLIWELL; GUTTERIDGE, 2007). A defesa antioxidante pode ocorrer por ação

enzimática, pela qual atuam enzimas como a superóxido dismutase, a catalase e a glutationa

peroxidase, ou ação não enzimática, como a causada por substâncias como vitamina C,

flavanóides, carotenoides, dentre outros (HALLIWELL, 2014).

Entretanto, por vezes, ocorre um desbalanço entre a produção de moléculas pro-

oxidantes, como as ROS e as espécies reativas de nitrogênio (RNS, do inglês, Reactive Nitrogen

Species) no tecido e a capacidade de defesa antioxidante da célula. Esse desequilíbrio é

conceituado como extresse oxidativo (HALLIWELL, 2007; LAMOU et al., 2016). No

processo inflamatório, parte desse desequilíbrio deve-se ao fato de que os leucócitos, antes

circulantes na corrente sanguínea, chegam ao sítio da inflamação para defender as células do

agente agressor. Tanto nos neutrófilos, quanto nas células residentes que estão submetidas a um

maior metabolismo por conta da resposta inflamatório, há produção de moléculas como o ânion

superóxido (O2•) pela ativação da NADPH (do inglês, reduced nicotinamide adenine

phosphate) oxidase. A produção de RS pelos neutrófilos tem o objetivo de aniquilar os agentes

agressores, mas podem agredir alvos inespecíficos presentes nos locais onde são produzidos

(GOMEZ-CABRERA; VIÑA; JI, 2016). Além disso, assim como as citocinas inflamatórias

TNF-α e IL 1-β, o ânion superóxido pode diretamente ativar neurônios nociceptivos para

induzir hiperalgesia, como também contribuir para o dano tecidual (JIN, 2006; SALVEMINI

et al., 2011).

Ainda, o estresse oxidativo causa dano oxidativo, que pode ser definido como o

dano biomolecular causado pelo ataque de RS aos constituintes do organismo vivo

(HALLIWELL; WHITEMAN, 2004). A membrana celular é um dos constituintes que pode ser

alvo deste dano. Neste contexto, as ROS podem causar peroxidação lipídica, processo pelo qual

fosfolipídios de membrana são sujeitos a reação com as RS, o que compromete suas

propriedades físico-químicas, alterando sua permeabilidade, fluidez e, por vezes, causando

morte celular (HALLIWELL, 2014).

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

28

Em linhas gerais, o músculo esquelético é um tecido de alta demanda energética

que produz RS constantemente em situação basal, porém, durante o exercício físico o consumo

de oxigênio por aumentar cerca de cem vezes e, proporcionalmente, há o aumento agudo na

quantidade de ROS e RNS (ASTRAND; RODAHL, 1986; SEM, 1995). De fato, a realização

do exercício físico pode gerar um estresse oxidativo principalmente quando utilizada

intensidade ou duração do exercício as quais o indivíduo não esteja habituado (BLOOMER et

al., 2005; SUREDA et al., 2005). O dano oxidativo, principalmente indicado pela concentração

de malondialdeído (MDA), acontece de maneira dependente de intensidade, ou seja, exercícios

mais intensos causam mais peroxidação lipídica comparado a exercícios moderados e de baixa

intensidade (LOVLIN et al., 1987; SEIFI-SKISHAHR et al., 2008).

A utilização da fototerapia para o tratamento da inflamação parece atuar também

na modulação de moléculas diretamente relacionadas ao estresse oxidativo. A aplicação da

LEDT infravermelha com dose de 2 J/cm² (950 nm e 80 mW/cm²) reduziu a concentração

tecidual de MDA 24 horas injeção de adjuvante de Freund (CFA) na pata de camundongos

Swiss, além de aumentar a atividade da superóxido dismutase e catalase, portanto, sugerindo

efeito antioxidante (MARTINS et al., 2016).

2.6. TERAPIA COM DIODOS EMISSORES DE LUZ

A luz é uma forma de energia que se comporta como uma onda e também como uma

corrente de partículas chamadas fótons (COTLER, 2015). Seu uso terapêutico é datado desde

antes dos anos 60 com a criação da técnica de LASER. Essa fonte de luz monocromática e de

alta intensidade é geralmente utilizada em procedimentos de cirurgias plásticas, dermatológicas

ou estéticas (KIM; CALDERHEAD, 2011; COTLER, 2015).

No fim dos anos 60, o professor Endrè Mester, da Universidade de Semmelweis em

Budapeste, movido pelo questionamento sobre a exposição ao LASER cirúrgico poder induzir

oncogênese, conduziu um experimento que foi publicado em 1968 (KIM; CALDERHEAD,

2011; COTLER, 2015). Ao aplicar doses de baixa intensidade de luz com um LASER rubi,

Mester percebeu que além de não causar oncogênese, o pelo dos animais submetidos ao

procedimento crescia mais rápido que dos demais, sugerindo que, de alguma forma, os fótons

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

29

teriam a capacidade de modular a atividade celular. Desde então, começaram a surgir relatos de

pacientes que tiveram redução da inflamação, diminuição da dor pós-operatória e melhor

cicatrização de feridas após cirurgias em que foram utilizadas o LASER, surgindo o termo

fotobiomodulação (KIM; CALDERHEAD, 2011; COTLER, 2015).

Luzes monocromáticas com diferentes comprimentos de onda poderiam então ser

utilizadas para diversos fins. Um comprimento de onda é o intervalo entre duas ondas e, no caso

da luz, define sua cor. Por exemplo, luzes azuis, vermelhas e infravermelhas possuem

comprimentos de ondas diferentes. Os comprimentos de onda entre 600 nm (luz visível,

vermelha) e 1.000 nm (luz não visível, infravermelho próximo) são utilizados na prática

terapêutica (KIM; CALDERHEAD, 2011)

Há diferenças entre as luzes visíveis e não visíveis no que diz respeito ao seus efeitos,

já que possuem diferentes penetrabilidades sobre o tecido (PARRISH; WILSON, 1991).

Quando emitida sobre a região do tecido alvo a luz pode ser absorvida por barreiras estruturais

antes de atingi-lo, das quais a pele é a principal limitante, diminuindo a penetração dos fótons.

Porém, luzes vermelhas e infravermelhas são pouco absorvidas por essas estruturas e podem

atingir camadas mais profundas do tecido, sendo que as luzes visíveis apresentam menor

penetrabilidade quando comparadas as infravermelhas (PARRISH; WILSON, 1991).

A terapia com lasers de baixa potência passou então a ser utilizada por fisioterapeutas

(no tratamento de ampla variedade de dor aguda e crônica), por dentistas (para tratar

inflamações e úlceras), por reumatologistas (para aliviar a dor e tratar inflamações crônicas e

doenças autoimunes), além de ser utilizada também na medicina veterinária, em centros de

reabilitação e medicina esportiva (na diminuição do inchaço, alívio da dor e melhoramento da

mobilidade (KARU, 2003).

Em 1998, a agência de Administração Nacional de Aeronáutica e do Espaço (NASA)

desenvolveu os Diodos Emissores de Luz (LED). Embora a luz emitida pelo LED seja a mesmo

que a do LASER, o primeiro apresenta algumas vantagens como menor divergência da luz,

potência de saída maior e mais estável, maior intensidade, além de ser mais econômico (KIM;

CALDERHEAD, 2011).

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

30

As estruturas estimuladas pela fototerapia são chamadas de fotoceptores, das quais as

mais elucidadas são os cobres de valência mista (CuA e CuB) na enzima mitrocondrial da cadeia

respiratória, a citocromo c oxidase (KARU, 2010). A fototerapia promove a aceleração da

síntese de ATP via respiração celular por atuar na dissociação do óxido nítrico (NO) ligado a

citocromo c oxidase, o que permite maior passagem de oxigênio necessário para síntese dessa

molécula além de produzir pequena quantidade de espécies reativas de oxigênio (ROS, do

inglês, reactive oxygen species) como representado na figura 3 (WONG-RILEY et al., 2005;

LIANG et al., 2008; KARU, 2010).

Figura 3. Ação da fototerapia. O principal alvo da luz é enzima mitrocondrial da cadeia

respiratória, a citocromo c oxidase. A fototerapia promove a aceleração da síntese de ATP

via respiração celular. Moléculas sinalizadoras, tais como as ROS e o NO também são

produzidas. Adaptado de: Agrawal et al. (2014).

As moléculas de ATP geradas a partir da estimulação não atuam apenas com função

energética, o que pode estar relacionada a versatilidade nos efeitos gerados pela fototerapia

(KARU, 2010). O ATP não é apenas uma molécula energética, mas também uma importante

molécula sinalizadora que permite a modulação de células em diversos sistemas do corpo

(BURNSTOCK, 2009). Por exemplo, células nervosas liberam ATP em músculos, intestino e

bexiga, de modo que ligam-se a receptores purinérgicos P2 (subtipos P2X e P2Y), produzindo

diferentes efeitos (BURNSTOCK, 2009; KHAKH; BURNSTOCK, 2009). Foi demonstrando

por Anders et al. (2008) que os subtipos P2Y2 e P2Y11 foram expressos em células

progenitoras neurais humanas (hNPCs, do inglês, Human Neural Progenitor Cells) in vitro,

quando irradiadas com luz infravermelha (810 nm) (ANDERS et al., 2008).

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

31

Embora os mecanismos pelos quais a fototerapia pode agir careçam de elucidação,

estudos experimentais têm mostrado que a fototerapia promove angiogênese, proliferação de

fibroblastos, síntese de colágeno e proteínas da matriz, inibição da dor, redução do estresse

oxidativo e infiltração leucocitária, além do aumento nas concentrações de IL-10, o que

demonstra o amplo espectro de respostas envolvendo esse tratamento (WHELAN et al., 2001;

VINCK et al., 2003; LIM et al., 2007; LIANG et al., 2008; KOMINE et al., 2010; XAVIER et

al., 2010; DE SOUZA et al., 2011; MANTINEO; PINHEIRO; MORGADO, 2014; MACEDO

et al., 2015; MARTINS et al., 2016). Assim, o emprego de fontes de luz utilizando LED parece

ser uma alternativa aos tratamentos convencionais apresentando vantagens em relação a

variedade de respostas, o que pode ampliar sua utilização terapêutica, além da praticidade do

uso e economia se comparado ao LASER.

2.7. FOTOTERAPIA NA LESÃO MUSCULAR ESQUELÉTICA

A fototerapia empregando fontes de luz de baixa intensidade tem recebido interesse

como estratégia preventiva e de recuperação de lesões induzidas por exercício físico por

apresentar efeitos anti-inflamatórios, antálgicos e favorecer o reparo tecidual (CASALECHI et

al., 2009; SERAFIM et al., 2012).

O músculo estriado esquelético parece ser particularmente sensível à atividade

biomoduladora da luz, devido ao grande número de mitocôndrias e alta taxa de metabolismo

energético aeróbico (HAYWORTH et al., 2010). A irradiação do tecido muscular pode

aumentar em mais de 50% a atividade da citocromo c oxidase, sendo os efeitos mais

pronunciados nas fibras oxidatixas do tipo I, em relação às fibras intermediárias IIa (36%) e

glicolíticas (18%) (HAYWORTH et al., 2010).

Devido a particularidade da fototerapia em agir sobre a cadeia respiratória aumentando

a demanda energética, sua utilização como recurso ergogênico tem sido investigada em

humanos, sugerindo melhora no desempenho contrátil e tempo de tolerância ao exercício,

associados a redução das concentrações de CK, lactato desidrogenase (LDH), lactato sérico e

produtos do estresse oxidativo, quando utilizadas fontes de luz Laser e LED (660 nm a 850 nm)

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

32

em doses entre 0,3 e 30 J por ponto de aplicação (LEAL JUNIOR et al., 2009a, 2009b; BARONI

et al., 2010; FERRARESI et al., 2011; DE ALMEIDA et al., 2012; DE MARCHI et al., 2017).

Associada ao exercício físico a fototerapia também parece modular importantes

funções nas células musculares humanas, tais como o aumento da expressão gênica do co-

ativador-1 alfa do receptor ativado por proliferador de peroxissoma (PPARGC1-α), que exerce

importante função no metabolismo oxidativo, biogênese mitocondrial e gliconeogênese

hepática; o aumento na síntese proteica através da expressão da serina/treonina quinase mTOR;

e a participação no desenvolvimento vascular através da síntese do VEGF, principal regulador

de angiogênese e permeabilidade vascular. Além disso, a fototerapia diminui a expressão gênica

de proteínas relacionadas à degradação proteica (MuRF1) e inflamação (IL-1β), sugerindo

melhorias no reparo muscular e performance (FERRARESI et al., 2012).

Em modelos animais de exercício físico foi demonstrado que a fototerapia reduziu

concentrações plasmáticas de CK e áreas de necrose e infiltrado celular no músculo sóleo de

ratos Wistar submetidos a exercício intermitente, além de demonstrar efeitos ergogênicos

quando utilizado LED (940 nm) na dose de 4 J/cm² (CAMARGO et al., 2012; DA COSTA

SANTOS et al., 2014a). Os efeitos da fototerapia sobre o músculo estriado esquelético não se

restringem ao dano muscular induzido por exercício. Por exemplo, outros estudos

experimentais mostram sua atuação na redução da concentração tecidual de TNF-α e melhora

da disfunção contrátil do diafragma de ratos Wistar induzida por lipopolisacarídeo (LPS), após

4 irradiações de laser de luz vermelha (650 nm) com dose de 1,3 J/cm² cada (AIMBIRE et al.,

2006). Além disso, prevenção da sarcopenia e aumento da IL-6 foi causada em ratas

ovariectomizadas pela associação do exercício físico à terapia com LED, luz infravermelha

próxima (850 nm), durante 12 semanas, totalizando dose de 120 J/cm² (CORAZZA et al., 2013).

Ainda, a fibrose tecidual decorrente de trauma muscular induzido por impacto foi

prevenida por doses de 4,5 J/cm² da Laser terapia (785 nm), causando a aceleração da

regeneração de proteínas contráteis e colágeno (DAWOOD et al., 2013). Além destes, a

aplicação de fototerapia com LASER à 780 nm e doses de 10 J/cm² e 50 J/cm² induziu efeitos

benéficos na regeneração muscular após criolesão em ratos Wistar (BRUNELLI et al., 2014).

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

33

A irradiação utilizando luz vermelha ou infravermelha próxima produziu efeitos

interessantes na prevenção e recuperação do dano muscular induzido por exercício e essa

resposta pareceu depender da dose utilizada, sugerindo efeitos melhores quando utilizados 5 e

6 J/cm² (BORSA et al., 2013; LEAL-JUNIOR et al., 2015). Foi sugerido que pequenas doses

de energia não possuem efeito, doses intermediárias gerem efeitos e doses mais elevadas

possam inibir a atividade celular (HUANG et al., 2011). Entretanto, em revisão sistemática

recente, Leal-Junior et al. (2015) apontaram por meio de meta-análise que, embora doses de 5

e 6 J sejam consideradas ótimas para tratamento dos desfechos do dano muscular esquelético,

existem resultados quando utilizadas doses anteriormente consideradas de efeitos desprezíveis

(0,3 J por ponto de aplicação) quanto doses aparentemente exacerbadas (41,7 J por ponto de

aplicação), porém ainda são necessários estudos com melhor controle metodológico para que

se confirmem esses dados (LEAL-JUNIOR et al., 2015).

O conhecimento dos mecanismos de ação da fototerapia, bem como a elucidação dos

efeitos da variação dos parâmetros de aplicação, sobre a recuperação muscular e seu impacto

sobre a funcionalidade pode promover o avanço do conhecimento na área. Não obstante, a

pesquisa experimental pode oferecer subsídios à realização de futuros ensaios clínicos com

melhor controle metodológico para produzir prescrições terapêuticas e adequadas a técnica,

além de possibilitar o desenvolvimento de novas tecnologias aplicadas à reabilitação.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

34

3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

Comparar o efeito de diferentes doses da terapia com diodo emissor de luz (630 nm) na

inflamação do músculo solear induzida por exercício físico em ratos.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar o efeito de diferentes doses de LED sobre os parâmetros inflamatórios agudos

após a indução da inflamação muscular por exercício físico;

Avaliar o efeito de diferentes doses de LED sobre a contagem de leucócitos no sangue

após a indução da inflamação muscular por exercício físico;

Investigar o efeito de diferentes doses de LED sobre a hiperalgesia mecânica após a

indução da inflamação muscular por exercício físico;

Investigar o efeito de diferentes doses de LED sobre a peroxidação lipídica após a

indução da inflamação muscular por exercício físico.

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

35

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. ANIMAIS

Neste estudo foram utilizados 80 ratos Wistar machos (250-300 g), dos quais 40 foram

provenientes do Biotério Setorial do Departamento de Fisiologia da Universidade Federal de

Sergipe (UFS) e 40 do Biotério Central da Universidade Estadual de Londrina, que foram

acondicionados em caixas apropriadas e mantidos a 20-22° C com livre acesso a água e ração

(NUVILAB® CR1, Nuvital, Colombo, Brasil) em um ciclo claro-escuro de 12 h. Os

procedimentos experimentais foram conduzidos de acordo com as normas da Sociedade

Brasileira de Cuidados com Animais de Laboratório (SBCAL) e foram aprovados pelo Comitê

de Ética em Pesquisa com Animais (CEPA/UFS) sob número de protocolo 15/2013 e pelo

Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA/UEL) sob número de protocolo 124/2014 (Anexos

1 e 2).

4.2. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

No primeiro set experimental realizado nesse estudo, os animais foram divididos em 5

grupos (n=5-8) para análise do dano muscular e inflamação.

Grupo controle: os animais permaneceram em repouso durante todo o protocolo

experimental;

Grupo recuperação passiva (RP): os animais foram ambientados e submetidos ao

protocolo de nado por 100 minutos;

Grupo LED 1,2 J: os animais foram ambientados e submetidos ao protocolo de nado

por 100 minutos e imediatamente após receberam a dose de 1,2 J da LEDT 630 nm

sobre o tríceps sural;

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

36

Grupo LED 4,2 J: os animais foram ambientados e submetidos ao protocolo de nado

por 100 minutos e imediatamente após receberam a dose de 4,2 J da LEDT 630 nm

sobre o tríceps sural;

Grupo LED 10,0 J: os animais foram ambientados e submetidos ao protocolo de nado

por 100 minutos e imediatamente após receberam a dose de 10,0 J da LEDT 630 nm

sobre o tríceps sural;

Para análise da hiperalgesia mecânica pelo von Frey eletrônico, um novo set

experimental foi realizado utilizando os mesmos grupos (n=8). Neste, as medidas ocorreram

anteriormente a realização do protocolo de natação (dia 6) e 24 horas após (dia 7), conforme

esquematizado na figura 4. Todo protocolo experimental foi realizado durante o ciclo claro dos

animais. E todos os animais foram submetidos a eutanásia 24 horas após a realização do

protocolo de exercício.

Figura 4: Delineamento experimental do protocolo para indução da lesão muscular e

avaliação de hiperalgesia mecânica.

4.3. PROTOCOLO DE ESFORÇO FÍSICO

Os animais dos grupos de treinamento (RP e LED 1,2 J; 4,2 J e 10,0 J) foram submetidos

ao exercício físico por meio da natação no 1o dia do experimento, sendo que a sessão foi

realizada em um tanque coletivo com diâmetro de 52 cm e 40 cm de profundidade (3 animais

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

37

por tanque). A temperatura da água foi mantida em aproximadamente 30°C, e os animais

nadaram durante 100 minutos (CAMARGO et al., 2012).

Antes da aplicação do esforço físico agudo, os animais passaram por um período de

familiarização ao ambiente aquático durante cinco dias, sendo mantidos nos tanques por um

período de cinco minutos no decorrer da adaptação. No primeiro dia a profundidade do tanque

era de 10 cm e a cada dia foi realizado um incremento de aproximadamente 10 cm.

4.4. APLICAÇÃO DA LEDT

A aplicação da LEDT foi realizada utilizando-se o método pontual com contato direto

do equipamento sobre o tríceps sural direito e esquerdo (CAMARGO et al., 2012), como

observado na figura 5. Os parâmetros do equipamento utilizado, da marca Bios® (modelo

BTPYII, São José dos Campos, Brasil) estão apresentados na tabela 1.

Tabela 1: Parâmetros da LEDT.

Variável Descrição e unidades da variável

Comprimento da onda 630 ± 20 nm

Potência óptica total 500 mW

Potência óptica média 300 mW

Área por ponto de aplicação 1 cm2

Densidade da potência 300 mW/s

Ponto de aplicação Tríceps sural

Tempo de aplicação 4, 14 e 35 s

Forma de emissão Contínua

Energia emitida por ponto de aplicação 1,2 J/4 s; 4,2 J/ 14 s; 10,0 J/ 35 s

Comprimento de onda em nanômetros (nm), potência em miliwatts (mW), tempo em segundos (s),

energia irradiada em Joules (J), área de irradiação em centímetros quadrados (cm2).

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

38

Figura 5: Local de aplicação da fototerapia sobre o conjunto muscular (tríceps sural) formado

por gastrocnêmio e sóleo. Fonte: Bender (2007).

A aplicação da LEDT foi realizada diretamente sobre o complexo muscular tríceps sural,

tendo em vista que são agonistas no momento realizado durante o exercício físico utilizado. A

dose de 4,2 J aproxima-se da previamente utilizada nesse modelo de exercício (4 J em

CAMARGO et al., 2012). A partir desta dose, foram escolhidas uma dose maior e outra menor

considerando-se o amplo espectro reportado em outros modelos para o tratamento da

inflamação e dor muscular (LEAL-JUNIOR et al., 2015).

4.5. CONTAGEM DE LEUCÓCITOS E ANÁLISE DA ATIVIDADE DE CK

Amostras sanguíneas foram coletadas por punção cardíaca utilizando agulha com

sistema a vácuo na presença do anticoagulante EDTA. O sangue coletado foi aliquotado para a

contagem de leucócitos e análise da atividade de CK-NAC.

A contagem de leucócitos foi realizada com Analisador Hematológico Automatizado

(BC 2800 veterinary, Mindray Medical, Nanshan, China), no Laboratório de Patologia Clínica

do Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina. Foram expressos valores

absolutos dos leucócitos totais e percentual de células polimorfonucleares e mononucleares.

Para análise de CK, o sangue foi centrifugado a 8.000 x g e o plasma foi coletado para

análise automatizada no equipamento Dimension Xpand Plus Integrated Chemistry System

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

39

(Siemens, Erlagen, Alemanha) proveniente do Laboratório de Patologia Clínica do Hospital

Veterinário da Universidade Estadual de Londrina. Os valores de CK foram expressos como

unidades da enzima por litro de soro (U/L).

4.6. SUBSTÂNCIAS REATIVAS AO ÁCIDO TIOBARBITÚRICO (TBARS)

A determinação dos produtos de reação do ácido tiobarbitúrico (TBA) envolve a

quantificação de aldeídos formados durante a peroxidação lipídica, incluindo o MDA, que são

resultantes da degradação de hidroperóxidos (BOSE et al., 1989).

Amostras de músculo sóleo esquerdo foram pesadas e homogenizadas em 10 vezes o

volume em solução fosfato de potássio (50 mmol/L, pH 7,4) contendo butil-hidroxitoluol (12,6

mmol/L). A seguir as alíquotas do homogenato em duplicata, foram incubadas a 90°C por 45

min com solução contendo TBA a 0,37%, em meio ácido (15% de ácido tricloroacético e 0,25

mol/L de ácido clorídrico). Ao final da incubação, e após centrifugação durante 5 minutos a

8000 x g, alíquotas dos sobrenadantes foram submetidas a extração do produto de reação com

igual volume de n-butanol e solução saturada de NaCl, seguida por agitação em vórtex por 30

segundos e centrifugação por 2 min a 8000 x g. Alíquotas dos sobrenadantes (fase orgânica)

foram pipetadas em placas de 96 poços para leitura dos valores de absorbância em leitor de

microplaca (Synergy MX®, Biotek, Winooski, USA) a 535 nm (corrigidos pelos valores de

absorbância a 572 nm). Os resultados foram expressos em nmol de MDA por mg de tecido

(BOSE et al, 1989), utilizando-se para o cálculo, um coeficiente de extinção molar de 1,55 x

105 L. mol-1.cm-1.

4.7. PROCEDIMENTOS HISTOLÓGICOS

O músculo sóleo direito foi removido e fixado em solução Bouin aquosa durante

24 horas e desidratado em solução de álcool etílico a 70%, 90% e 100%. Na sequência, o

material foi diafanizado em Xilol e embebido em parafina histológica.

Cortes de sete micrometros foram obtidos utilizando micrótomo RM2255 (Leica

Biosystems, California, Estados Unidos) fixados em lâminas de vidro para coloração por

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

40

hematoxilina e eosina (Newprov, Paraná, Brasil) e analisados em microscopia de luz. Foram

aleatoriamente capturadas imagens de cada corte utilizando sistema de captura de imagens

Motican 3.0 (Motic Company, Xiamen, China) e analisadas com software Motic Image PLus

2.0 (Motic, Xiamen, China). Cada imagem foi seccionada em 20 campos (50 x 50 µm). No total

foram avaliados números diferentes de campos por grupo, a saber: grupo controle, 5962

campos; RP, 10173 campos; 1,2 J, 10097 campos; 4,2 J, 7403 campos; e 10,0 J, 8019 campos,

distribuídos entre os animais de cada grupo. O número de campos com sinais de fibras

necróticas, infiltrado celular e edema foi registrado (DA COSTA SANTOS et al., 2014a). Os

dados foram expressos como total absoluto de campos analisados por grupo e o percentual para

cada desfecho analisado (NUNES et al., 2013).

4.8. MEDIDA DE HIPERALGESIA MECÂNICA NA PATA

Para o teste de hiperalgesia mecânica foi utilizado o von Frey eletrônico (Insight,

Ribeirão Preto/Brasil). No dia do teste, os animais foram transferidos para gaiolas individuais

(Insight, Ribeirão Preto) nas quais permaneceram em ambientação por 30 minutos. Após esse

período, foram aplicados estímulos mecânicos nas duas patas, em triplicata, antes e 24 horas

após o protocolo de natação (figura 4). A avaliação foi realizada de maneira encoberta, de modo

que o avaliador não teve conhecimento a respeito dos grupos experimentais.

O transdutor de pressão foi aplicado na superfície plantar das patas do animal e foi

realizada uma força crescente até que o animal respondesse com a retirada. A força necessária

para evocar o comportamento de retirada foi registrada como limiar de retirada da pata (em g).

Para a análise, considerou-se a média aritmética de três medidas consecutivas realizadas em

cada uma das patas do animal com intervalo mínimo de 1 minuto (CUNHA et al., 2004). Os

dados foram expressos como a diferença entre os valores de intensidade do estímulo inicial e

final (Δ, em g).

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

41

4.9. ANÁLISE ESTATÍSTICA

A distribuição de normalidade foi observada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Dados

paramétricos foram apresentados em média ± erro padrão (S.E.M.) e comparados por ANOVA

de uma via seguido de pós teste de Tukey.

Para os dados histológicos foi realizada análise com Qui-quadrado seguido de correção

de Yates. Os dados foram analisados no programa estatístico GraphPad Prism 5.0.

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

42

5. RESULTADOS

Vinte e quatro horas após a realização do exercício físico foi observado aumento na

atividade da CK no grupo RP (p<0,0001) quando comparado ao grupo controle, como mostrado

na figura 6. O tratamento com LEDT, imediatamente após a sessão de exercício, atenuou essa

resposta em todas as doses utilizadas (p<0,0001).

Controle RP 1,2 J 4,2 J 10,0 J0

1000

2000

3000

bb

b

a

CK

(U

/L)

Figura 6. Atividade plasmática de creatina quinase (CK) em animais não exercitados

(controle), exercitados e submetidos à recuperação passiva (RP) e exercitados e tratados

imediatamente após com as diferentes doses de LED terapia (1,2 J, 4,2 J, 10,0 J). a p<0,0001

comparado ao grupo controle. b p<0,0001 em comparação ao grupo RP. ANOVA seguido de

teste de Tukey.

No grupo controle (figura 7a) está mostrada a arquitetura normal do tecido em animais

que permaneceram em repouso, na qual não são apontadas áreas de necrose, edema ou infiltrado

de leucócitos. No tecido dos animais do grupo RP foram observadas áreas com necrose e

infiltração leucocitária (seta) e edema (*, figura 7b). Também foram observadas áreas com esses

desfechos nos tecidos dos animais do grupo tratado com 1,2 J (figura 7c). Nos grupos tratados

com 4,2 J (figura 7d) e 10,0 J (figura 7e) foram observadas poucas áreas com presença de

necrose, edema e infiltração de leucócitos.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

43

Figura 7. Imagens representativas de fotomicrografias referentes à análise histológica (x 10).

No grupo controle (a) está mostrada a arquitetura normal do tecido em animais que permaneceram

em repouso. Em animais que foram submetidos ao protocolo de nado e passaram pela recuperação

passiva (b) ou foram tratados com terapia com o diodo emissor de luz (LEDT), imediatamente após

o nado, na dose de 1,2 J (c) podem ser observadas áreas de fibras necrosadas com a presença de

infiltrado de leucócitos (seta), além de áreas de edema (*). Nos grupos tratados com LEDT nas doses

de 4,2 J (d) ou 10,0 J (e) após o protocolo de nado, foram encontradas poucas áreas com fibras

necrosadas, infiltrado de leucócitos e edema. As imagens foram obtidas utilizando software Motic

Image PLus 2.0.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

44

Nesses grupos também foi feita análise quantitativa para presença de necrose, edema e

infiltrado leucocitário por método histológico. Na tabela 2, pode-se observar aumento

significativo nos três parâmetros avaliados quando comparado o grupo RP ao grupo controle.

As doses de 4,2 J (p<0,001) e 10,0 J (p<0,05) diminuíram todos esses parâmetros, enquanto 1,2

J (p<0,05) apresentou redução apenas no infiltrado celular. Além disso, o grupo 4,2 J apresentou

maior redução das variáveis analisadas quando comparada às outras doses (p<0,001).

Tabela 2. Frequência de necrose, edema e inflamação.

Controle

(n = 5962)

RP

(n = 10173)

1,2 J

(n = 10097)

4,2 J

(n = 7403)

10 J

(n = 8019)

Necrose

02(0,03%)

95(0,93%) a

81(0,80%) a

10(0,13%) b, c,

d

50(0,62%) a, b

Edema

415(6,96%)

936(9,20%) a

925(9,16%) a

356(4,80%) a,

b, c, d

635(8,59%) a,

b, c

Infiltrado celular

83(1,39%)

357(3,50%) a

278(2,75%) a, b

41(0,55%) a, b,

c, d

133(1,65%) b, c

A frequência de necrose, edema e infiltrado celular está relacionada como número absoluto de

campos (percentual relativo), sendo considerado um campo (n) a área de 50 x 50 µm do músculo

sóleo de animais não exercitados (controle), exercitados + recuperação passiva (RP) e

exercitados + diferentes doses de LED terapia (1,2 J, 4,2 J, 10,0 J). a p<0,05 comparado ao

grupo controle. b p<0,05 comparado ao grupo RP. c p<0,05 comparado ao grupo 1,2 J. d p<0,05

comparado ao grupo 10,0 J; Qui-quadrado e correção de Yates.

A figura 8 indica que não foi observada alteração da peroxidação lipídica no músculo

sóleo dos grupos avaliados.

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

45

Controle RP 1,2 J 4,2 J 10,0 J0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

nm

ol d

e M

DA

/mg d

e tecid

o

Figura 8. Avaliação da peroxidação lipídica no músculo sóleo de animais não exercitados

(controle), animais submetidos ao protoloco de nado (RP) e animais tratados com diferentes

doses de LED terapia pós exercício (LED 1,2 J, 4,2 J e 10,0 J); ANOVA seguido de teste de

Tukey.

Na tabela 3 é relacionada a contagem de leucócitos polimorfonucleares, mononucleares

e leucócitos totais no sangue dos animais após 24 horas da indução da inflamação muscular.

Não houve diferença nas contagens destas células entre os grupos avaliados.

Tabela 3. Contagem de leucócitos no sangue.

Os leucócitos (106 células/mm³) foram quantificados nos animais não exercitados (Controle),

animais submetidos ao protocolo de nado (RP) e animais tratados com diferentes doses de LED

terapia pós exercício (LED 1,2 J; 4,2 J e 10,0 J); ANOVA seguido de teste de Tukey.

Os valores obtidos antes do protocolo exercício físico não apontaram diferenças na

intensidade de estímulo basal entre os grupos: controle (35,0±0,8 g); RP (37,4±0,8 g); 1,2 J

(37,2±0,6 g); 4,2 J (36,0±0,5 g); e 10,0 J (36,3±0,7 g). Vinte a quatro horas após o protocolo de

Controle

(n=8)

RP

(n=7)

1,2 J

(n=5)

4,2 J

(n=5)

10,0 J

(n=7)

Leucócitos Totais

5,75±0,37

7,97±0,11

8,86±0,11

7,36±0,18

8,75±0,86

Polimorfonucleares

0,90±0,15

1,16±0,28

1,33±0,40

1,24±0,45

1,78±0,28

Mononucleares

4,48±0,20

6,70±0,98

7,08±0,10

5,99±0,13

6,86±0,69

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

46

nado, houve redução no limiar de retirada da pata ao estímulo mecânico nos animais que

passaram por exercício físico (RP), quando comparados ao grupo controle (p<0,05) e a

aplicação das doses de 1,2 J ou 10,0 J não alterou este efeito. Entretanto, apenas a dose de 4,2

J reduziu a alteração do limiar de retirada da pata quando comparada ao grupo RP (p<0,05)

(Figura 9).

Controle RP 1,2 J 4,2 J 10,0 J

-20

-15

-10

-5

0

5

a

a a

b

in

ten

sid

ad

e d

o e

stí

mu

lo (

g)

Figura 9. Variação da intensidade do estímulo mecânico (em g) nas patas dos animais não

exercitados (controle), animais submetidos ao protocolo de nado (RP) e animais tratados com

diferentes doses de LED terapia pós exercício (LED 1,2 J, 4,2 J e 10,0 J). a p<0,05 comparado

ao grupo controle. b p<0,05 em comparação ao grupo RP; ANOVA seguido de teste de Tukey.

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

47

6. DISCUSSÃO

Existem diversos modelos animais de exercícios físicos que possibilitam o estudo da

inflamação, estresse oxidativo e dor causados agudamente (BALCI et al., 2012; BECK;

GOBATTO, 2013; DA COSTA SANTOS et al., 2014a; ISANEJAD et al., 2015; LAMOU et

al., 2016). Para mimetizar uma sessão extenuante de exercício físico, foi utilizado no presente

estudo o protocolo de natação por 100 minutos em ratos, no qual os parâmetros inflamatórios

agudos podem ser desenvolvidos e bem caracterizados como, por exemplo, a lesão no músculo

esquelético acompanhada de infiltrado de células, necrose e edema 24 horas após o exercício

(CAMARGO et al., 2012). Neste protocolo, os dados apresentados no presente estudo

confirmam demonstrações prévias de que o LED reduz a inflamação muscular (CAMARGO et

al., 2012; DA COSTA SANTOS et al., 2014a), ao mesmo tempo em que agregam informações

importantes sobre a dose (em J) utilizada do LED.

A CK é comumente utilizada para indicar essa resposta danosa ao músculo, de modo

que após o protocolo de natação utilizado no presente estudo, houve aumento da atividade dessa

enzima na corrente sanguínea dos animais do grupo RP. Proteínas circulantes específicas ao

músculo esquelético como a CK, α-actinina 1 ou mioglobina são utilizadas como marcadoras

do DMIE, pois o aumento de sua atividade no sangue está associado a lesão muscular (TEE;

BOSCH; LAMBERT, 2007). Estes resultados corroboram aqueles previamente publicados por

Warhol et al. (1985), que demonstraram, utilizando biopsias em músculo humano, que o

exercício físico contínuo tem como respostas iniciais a ruptura de miofibrilas e do citoesqueleto,

contribuindo para o extravasamento da CK. O tratamento pós-exercício com LEDT atenuou o

aumento na atividade de CK de forma independente da dose aplicada, sugerindo que este

tratamento pode ter contribuído para preservar a estrutura do músculo esquelético. Este

resultado concorda com a demonstração de que a LEDT reduziu a atividade de CK nesse mesmo

modelo de exercício, utilizando um aparelho com comprimento de onda de 940 nm, dose de 4

J e potência de 160 mW (CAMARGO et al., 2012).

Utilizando a LEDT com estes mesmos parâmetros, mas em um modelo experimental de

90 min (45 + 45 min) de nado com intervalo de 25 minutos, Da Costa Santos et al. (2014a)

demonstraram a ação da LEDT na redução da atividade de CK 24 h após exercício. Em humanos

saudáveis submetidos a um protocolo de contrações excêntricas isocinéticas em cadeira

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

48

extensora (5 séries de 15 repetições), a combinação de Lasers (904 nm) e Leds (604 nm e 875

nm) e doses entre 0,83-5,83 J/cm² (cada diodo), atenuou o aumento da atividade da CK de 24 a

96 horas (DE PAIVA et al., 2016). A aplicação da LEDT (850 nm, 7,5 J/cm² e 500 mW),

imediatamente após protocolo de contrações excêntricas em leg press e cadeira extensora por

12 semanas consecutivas (36 sessões de treinamento), reduziu a atividade de CK 24 horas após

cada sessão (FERRARESI et al., 2016). Conjuntamente, estes estudos parecem sugerir que a

concentração/atividade dessa enzima, que é considerada o principal indicador de DMIE, são

alteradas com comprimentos de onda, doses e potências diferentes dos utilizados nesse estudo,

o que denota uma alta sensibilidade desta enzima à fototerapia. Assim, sugere-se ser plausível

a falta de diferença com as variações das doses de LEDT encontradas no presente estudo.

O efeito protetor da LEDT, evidenciado pela redução da atividade de CK, pode estar

relacionado a menor resposta inflamatória tecidual, uma vez que a lesão do musculo esquelético

geralmente é acompanhada de um processo inflamatório com formação de edema, infiltrado de

células inflamatórias e necrose de fibras musculares (CAMARGO et al., 2012). No presente

estudo, as doses de 4,2 J e 10,0 J reduziram todos esses parâmetros, enquanto a dose de 1,2 J

apresentou redução apenas no infiltrado celular. De fato, as mesmas alterações histológicas no

músculo foram demonstradas experimentalmente após exercício contínuo (CAMARGO et al.,

2012) ou intermitente (DA COSTA SANTOS et al., 2014a). Nesses estudos, a LEDT reduziu

os parâmetros de necrose e infiltrado leucocitário (ambos utilizaram dose de 4 J e potência de

160 mW, com LED 940 nm), porém apenas no modelo de exercício intermitente houve redução

do edema após o tratamento. Ainda, a fototerapia com laser infravermelho (830 nm, 50 J/cm²)

também reduziu a necrose, edema e infiltrado celular em músculos criolesionados de ratos

Wistar (RENNÓ et al., 2011).

As controvérsias na redução ou não do edema, podem estar relacionadas às citocinas

pró-inflamatórias TNF-α e IL-1β, já que há correlação dessas com a formação de edema no

tecido inflamado (BRADLEY, 2008; SANDERS et al., 2001; SERHAN et al., 2010). Em

modelo de inflamação induzida por CFA na pata de camundongos Swiss não houve redução do

edema (24 horas após indução) quando utilizada LEDT com 950 nm, doses de 1, 2 e 4 J/cm² e

potência de 80 mW, acompanhada de ausência de alteração nas concentrações teciduais de

TNF-α e IL-1β (MARTINS et al., 2016). Em contrapartida, Belém et al. (2016) mostraram que

houve redução do edema em camundongos Swiss com colite induzida por ácido acético, como

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

49

também redução de TNF-α, quando tratados com LEDT a 940 nm, dose de 4,05 J/cm² e potência

de 270 mW. Dessa forma, é possível que as diferenças nos parâmetros dos aparelhos utilizados

no mesmo modelo de nado (CAMARGO et al., 2012) e no presente estudo possam estar

relacionadas com a possível modulação de citocinas inflamatórias e consequente redução do

edema aqui demonstradas.

O processo inflamatório causado pelo exercício físico pode vir acompanhado de dano

oxidativo, o qual pode ser inferido pela concentração das TBARS, como o MDA presente no

tecido muscular (BALCI et al., 2012; LAMOU et al., 2016). Porém, no presente estudo não

houve alteração na concentração das TBARS, o que denota que ou o esforço físico não foi

suficiente para causar esse tipo de lesão ou o dano oxidativo ocorreu em tempo anterior ao

mensurado neste estudo (anterior a 24 horas pós-exercício). A hipótese de que a peroxidação

lipídica ocorreu anteriormente as 24 horas é amparada pelo fato de existirem modelos animais

de exercício físico que podem causar dano oxidativo e o consequente aumento de MDA. É o

caso do modelo utilizado no estudo de Balci et al. (2012), no qual os animais foram expostos

ao nado e, diferente do protocolo aqui utilizado, eles permaneciam até a exaustão, com tempo

médio de nado entre 120 e 270 minutos. Além disso, a peroxidação lipídica foi avaliada

imediatamente após o exercício físico (BALCI et al., 2012). De forma similar, no estudo de

Lamou et al. (2016), a quantificação da MDA ocorreu 1 hora após o término do protocolo de

nado com os animais tendo acréscimo na carga de 10% relativos ao seu peso, além de

permaneceram nadando até a exaustão. Em contrapartida, 5 horas após realização do teste de 3

repetições (3 RM) por protocolo de escalada, não houve aumento na concentração de MDA na

musculatura do quadríceps de camundongos Swiss submetidos a 6 treinamentos físicos (50

repetições) anterior ao teste (FERRARESI et al., 2015b). Isso também pode denotar possível

adaptação a carga (volume e intensidade) de exercício relacionado ao tipo de dano.

Um método de avaliar as consequências do exercício sobre o organismo envolve a

mensuração de parâmetros hematológicos, os quais estão sendo amplamente utilizados na

determinação de status de saúde e também no campo da medicina esportiva para fins

terapêuticos (BANFI et al., 2004; LIPPI et al., 2010). No presente estudo não foi percebida

alteração na contagem das células após o exercício físico. Curiosamente, 24 horas após o

exercício físico a quantidade de leucócitos presentes na corrente sanguínea pode estar alterada,

seja por aumento (DA COSTA SANTOS et al., 2014a) ou redução (CAMARGO et al., 2012)

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

50

no número dessas células, ou, por vezes, não haver alteração desse número neste período

(MCCARTHY; DALE, 1988), o que mostra a variabilidade da resposta imunológica ao

exercício.

Uma hipótese para essas controvérsias reside no fato de que o desempenho e as respostas

hematológicas são alteradas de acordo com o horário de realização do exercício, como

mostrado por Beck e Gobatto (2013) que demonstraram, imediatamente após protocolo de nado

até exaustão, o aumento na quantidade de leucócitos na corrente sanguínea de ratos Wistar

submetidos ao exercício durante o ciclo claro (12h00) foi maior em comparação aos animais

exercitados durante o ciclo escuro (20h00) e isso pode estar relacionado a alterações hormonais,

demonstrando que a contagem de células é amplamente variável (BECK & GOBATTO, 2013).

Já Camargo et al. (2012), diferentemente dos resultados obtidos nesse estudo,

mostraram uma diminuição na contagem dessas células 24 horas após o protocolo de nado e

atribuíram esse acontecimento a teoria da “janela aberta” (do termo original, open window), na

qual afirma que o exercício físico suprime agudamente o sistema imunológico.

No presente trabalho, o exercício resultou em redução do limiar de retirada da pata nos

animais submetidos ao nado, o que indica o desenvolvimento de hiperalgesia e essa resposta

apenas foi diminuída nos animais que receberam a dose intermediária de 4,2 J, o que sugere

que a redução das alterações histológicas no tecido não é o único fator que determina a redução

da hiperalgesia, pois na dose de 10 J há redução das alterações histológicas sem alteração da

hiperalgesia.

Hough (1902) primeiramente propôs que a dor aparece nas primeiras horas (12-24

horas) e estaria relacionada com a ruptura das fibras musculares ou do tecido conectivo. Porém,

sabe-se atualmente que a DMIT pode apresentar-se após exercício de forma independente dos

marcadores de DMIE, como a diminuição na contração voluntária máxima e amplitude de

movimento e o aumento de CK no plasma (DOUGLAS et al., 2016; MIZUMURA; TAGUCHI,

2016). Foi sugerido que fatores neurotróficos na DMIT como, por exemplo, a via dos receptores

B2/NGF (MURASE et al., 2010) e do GDNF por meio de ativação da COX-2 (MURASE et al.,

2013) podem colaborar para o efeito anti-hiperalgésico. Nessa perspectiva, estudos prévios

demonstraram a atuação da fototerapia na inibição da despolarização de fibras nervosas

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

51

aferentes e na inibição da ação da bradicinina (YAN; CHOW; ARMATI, 2011), além da

redução na expressão das COX e consequentemente da produção de prostaglandina E2 (LIM et

al., 2007; RENNÓ et al., 2011).

Mais recentemente, foi demonstrado que a LEDT também (890 nm, 390 mW e 20,8

J/cm²) atenuou a nocicepção induzida por mediadores endógenos (glutamato, bradicinina e

prostaglandina E2) pela ativação de canais envolvidos na aferência nociceptiva (TRPV1,

TRPA1, TRPM8 e ASIC), pelo aumento das concentrações de PKA e PKC, enzimas

responsáveis pela fosforilação desses canais, o que provavelmente diminuiu seus limiares de

ativação, consequentemente potencializando a resposta nociceptiva. Neste estudo também foi

demonstrada a participação das fibras C na redução dessas respostas (PIGATTO et al., 2016).

Além disso, a pré-administração de antagonista opióide (naloxona) ou inibidor de L e P

selectinas (fucoidina) inibiu o efeito antinociceptivo da LEDT (950 nm, 2 J/cm²) (MARTINS

et al., 2016). Desta forma, é possível que estes mecanismos possam mediar os efeitos da LEDT

encontrados no presente estudo.

De forma geral, pode-se afirmar que as diferentes doses de LEDT utilizadas causaram

diferentes efeitos no músculo esquelético, sendo a dose de 4,2 J a que produziu melhores efeitos,

uma vez que promoveu redução da CK, inflamação e necrose muscular e da hiperalgesia. Os

dados apresentados nesse estudo corroboram com o estudo de Camargo et al. (2012), no tocante

ao efeito do LEDT sobre a DMIE e o processo inflamatório gerado pelo protocolo de natação,

porém, acrescenta informações importantes no que diz respeito ao efeito de diferentes doses,

um problema discutido de forma incipiente na utilização clínica da LEDT.

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

52

7. CONCLUSÃO

O presente estudo indica que a LEDT na dose de 4,2 J e comprimento de onda 630 nm

apresenta efeitos anti-inflamatório e anti-nociceptivo no modelo de lesão muscular induzida por

exercício em ratos. Além disso, dentre as três doses testadas, a de 1,2 J mostrou-se insuficiente

para o tratamento da inflamação e nocicepção, ao passo que a de 10 J apresentou ação anti-

inflamatória mas não antinociceptiva.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

53

8. PERSPECTIVAS FUTURAS

Os resultados desse estudo agregam importante contribuição para o entendimento das

variações das propriedades (dose) da LEDT na lesão muscular esquelética e apontam

controvérsias que trarão novas perspectivas nesta discussão.

Nesse contexto, experimentos estão sendo realizados para análise da modulação da

LEDT sobre as citocinas inflamatórias TNF-α e IL-1β por método de imuno-histoquímica com

o objetivo de relacionar os dados obtidos aos melhores efeitos sobre o tratamento e a melhor

resposta causada pela dose intermediária de 4,2 J. Porém, estudos futuros poderão melhor

delinear o efeito da variação de outros parâmetros da LEDT e elucidar os mecanismos

subjacentes ao efeito anti-inflamatório e antinociceptivo.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

54

9. REFERÊNCIAS

ABDELMAGID, S. M. et al. Performance of repetitive tasks induces decreased grip strength

and increased fibrogenic proteins in skeletal muscle: role of force and inflammation. PloS One,

v. 7, n. 5, p. e38359, 2012.

AGRAWAL, T. et al. Pre-conditioning with low-level laser (light) therapy: light before the

storm. Dose-Response: A Publication of International Hormesis Society, v. 12, n. 4, p. 619–

649, dez. 2014.

AIMBIRE, F. et al. Low-level laser therapy can reduce lipopolysaccharide-induced contractile

force dysfunction and TNF-α levels in rat diaphragm muscle. Lasers in Medical Science, v.

21, n. 4, p. 238–244, 28 nov. 2006.

ANDERS, J. J. et al. Light Supports Neurite Outgrowth of Human Neural Progenitor Cells In

Vitro: The Role of P2Y Receptors. IEEE Journal of Selected Topics in Quantum

Electronics, v. 14, n. 1, p. 118–125, 2008.

ANDRZEJEWSKI, W. et al. Increased skeletal muscle expression of VEGF induced by

massage and exercise. Folia Histochemica Et Cytobiologica / Polish Academy of Sciences,

Polish Histochemical and Cytochemical Society, v. 53, n. 2, p. 145–151, 2015.

AOI, W. et al. Oxidative stress and delayed-onset muscle damage after exercise. Free Radical

Biology & Medicine, v. 37, n. 4, p. 480–487, 15 ago. 2004.

ARMSTRONG, R. B.; OGILVIE, R. W.; SCHWANE, J. A. Eccentric exercise-induced injury

to rat skeletal muscle. Journal of Applied Physiology: Respiratory, Environmental and

Exercise Physiology, v. 54, n. 1, p. 80–93, jan. 1983.

ASCENSÃO, A. et al. Biochemical impact of a soccer match - analysis of oxidative stress and

muscle damage markers throughout recovery. Clinical Biochemistry, v. 41, n. 10–11, p. 841–

851, jul. 2008.

ASTUR, D. C. et al. Lesão muscular: perspectivas e tendências atuais no Brasil. Revista

Brasileira de Ortopedia, v. 49, n. 6, p. 573–580, nov. 2014.

B COTLER, H. The Use of Low Level Laser Therapy (LLLT) For Musculoskeletal Pain. MOJ

Orthopedics & Rheumatology, v. 2, n. 5, 9 jun. 2015.

BANFI, G. et al. Behaviour of haematological parameters in athletes performing marathons and

ultramarathons in altitude (’skyrunners’). Clinical and Laboratory Haematology, v. 26, n. 6,

p. 373–377, dez. 2004.

BARONI, B. M. et al. Low level laser therapy before eccentric exercise reduces muscle damage

markers in humans. European Journal of Applied Physiology, v. 110, n. 4, p. 789–796, nov.

2010.

BARONI, B. M. et al. Effect of low-level laser therapy on muscle adaptation to knee extensor

eccentric training. European Journal of Applied Physiology, v. 115, n. 3, p. 639–647, mar.

2015.

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

55

BAUMERT, P. et al. Genetic variation and exercise-induced muscle damage: implications for

athletic performance, injury and ageing. European Journal of Applied Physiology, v. 116, n.

9, p. 1595–1625, set. 2016.

BECK, W.; GOBATTO, C. A. Effects of maximum intensity aerobic swimming exercise until

exhaustion at different times of day on the hematological parameters in rats. Acta Physiologica

Hungarica, v. 100, n. 4, p. 427–434, dez. 2013.

BELÉM, M. O. et al. Light-emitting diodes at 940nm attenuate colitis-induced inflammatory

process in mice. Journal of Photochemistry and Photobiology. B, Biology, v. 162, p. 367–

373, set. 2016.

BLEAKLEY, C. et al. Cold-water immersion (cryotherapy) for preventing and treating muscle

soreness after exercise. The Cochrane Database of Systematic Reviews, n. 2, p. CD008262,

2012.

BLOOMER, R. J. et al. Effects of acute aerobic and anaerobic exercise on blood markers of

oxidative stress. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 19, n. 2, p. 276–285,

maio 2005.

BONDESEN, B. A. et al. The COX-2 pathway is essential during early stages of skeletal muscle

regeneration. American Journal of Physiology. Cell Physiology, v. 287, n. 2, p. C475-483,

ago. 2004.

BORGES, L. S. et al. Light-emitting diode phototherapy improves muscle recovery after a

damaging exercise. Lasers in Medical Science, v. 29, n. 3, p. 1139–1144, maio 2014.

BORSA, P. A.; LARKIN, K. A.; TRUE, J. M. Does phototherapy enhance skeletal muscle

contractile function and postexercise recovery? A systematic review. Journal of Athletic

Training, v. 48, n. 1, p. 57–67, fev. 2013.

BOSE, R.; SUTHERLAND, G. R.; PINSKY, C. Biological and methodological implications

of prostaglandin involvement in mouse brain lipid peroxidation measurements. Neurochemical

Research, v. 14, n. 3, p. 217–220, mar. 1989.

BOSURGI, L.; MANFREDI, A. A.; ROVERE-QUERINI, P. Macrophages in injured skeletal

muscle: a perpetuum mobile causing and limiting fibrosis, prompting or restricting resolution

and regeneration. Frontiers in Immunology, v. 2, p. 62, 2011.

BOTTINELLI, R.; REGGIANI, C. Human skeletal muscle fibres: molecular and functional

diversity. Progress in Biophysics and Molecular Biology, v. 73, n. 2–4, p. 195–262, 2000.

BRADLEY, J. R. TNF-mediated inflammatory disease. The Journal of Pathology, v. 214, n.

2, p. 149–160, jan. 2008.

BRUNELLI, R. M. et al. The effects of 780-nm low-level laser therapy on muscle healing

process after cryolesion. Lasers in Medical Science, v. 29, n. 1, p. 91–96, jan. 2014.

BURNSTOCK, G. Purines and sensory nerves. Handbook of Experimental Pharmacology,

n. 194, p. 333–392, 2009.

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

56

CAMARGO, M. Z. et al. Effects of light emitting diode (LED) therapy and cold water

immersion therapy on exercise-induced muscle damage in rats. Lasers in Medical Science, v.

27, n. 5, p. 1051–1058, set. 2012.

CANDOW, D. G. et al. Ingestion of low-dose ibuprofen following resistance exercise in

postmenopausal women. Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle, v. 4, n. 1, p. 41–46,

mar. 2013.

CASALECHI, H. L. et al. The effects of low-level light emitting diode on the repair process of

Achilles tendon therapy in rats. Lasers in Medical Science, v. 24, n. 4, p. 659–665, jul. 2009.

CERMAK, N. M. et al. Diffusion tensor MRI to assess skeletal muscle disruption following

eccentric exercise. Muscle & Nerve, v. 46, n. 1, p. 42–50, jul. 2012.

CHATZINIKOLAOU, A. et al. Time course of changes in performance and inflammatory

responses after acute plyometric exercise. Journal of Strength and Conditioning Research /

National Strength & Conditioning Association, v. 24, n. 5, p. 1389–1398, maio 2010.

CHAZAUD, B. et al. Dual and beneficial roles of macrophages during skeletal muscle

regeneration. Exercise and Sport Sciences Reviews, v. 37, n. 1, p. 18–22, jan. 2009.

CHEUNG, K.; HUME, P.; MAXWELL, L. Delayed onset muscle soreness : treatment

strategies and performance factors. Sports Medicine (Auckland, N.Z.), v. 33, n. 2, p. 145–

164, 2003.

CIDRAL-FILHO, F. J. et al. Light-emitting diode therapy induces analgesia and decreases

spinal cord and sciatic nerve tumour necrosis factor-α levels after sciatic nerve crush in mice:

Light-emitting diode therapy analgesic effect. European Journal of Pain, v. 17, n. 8, p. 1193–

1204, set. 2013.

CIDRAL-FILHO, F. J. et al. Light-emitting diode therapy induces analgesia in a mouse model

of postoperative pain through activation of peripheral opioid receptors and the l-arginine/nitric

oxide pathway. Lasers in Medical Science, v. 29, n. 2, p. 695–702, mar. 2014.

CORAZZA, A. V. et al. Phototherapy and resistance training prevent sarcopenia in

ovariectomized rats. Lasers in Medical Science, v. 28, n. 6, p. 1467–1474, nov. 2013.

CRAMERI, R. M. et al. Myofibre damage in human skeletal muscle: effects of electrical

stimulation versus voluntary contraction. The Journal of Physiology, v. 583, n. Pt 1, p. 365–

380, 15 ago. 2007.

CUNHA, T. M. et al. An electronic pressure-meter nociception paw test for mice. Brazilian

Journal of Medical and Biological Research, v. 37, n. 3, p. 401–407, mar. 2004.

DA COSTA SANTOS, V. B. et al. LED therapy or cryotherapy between exercise intervals in

Wistar rats: anti-inflammatory and ergogenic effects. Lasers in Medical Science, v. 29, n. 2,

p. 599–605, mar. 2014a.

DA COSTA SANTOS, V. B. et al. LED therapy or cryotherapy between exercise intervals in

Wistar rats: anti-inflammatory and ergogenic effects. Lasers in Medical Science, v. 29, n. 2,

p. 599–605, mar. 2014b.

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

57

DAWOOD, M. S.; AL-SALIHI, A. R.; QASIM, A. W. Laser therapy of muscle injuries. Lasers

in Medical Science, v. 28, n. 3, p. 735–742, maio 2013.

DE ALMEIDA, P. et al. Red (660 nm) and infrared (830 nm) low-level laser therapy in skeletal

muscle fatigue in humans: what is better? Lasers in Medical Science, v. 27, n. 2, p. 453–458,

mar. 2012.

DE MARCHI, T. et al. Does photobiomodulation therapy is better than cryotherapy in muscle

recovery after a high-intensity exercise? A randomized, double-blind, placebo-controlled

clinical trial. Lasers in Medical Science, 5 jan. 2017.

DE PAIVA, P. R. V. et al. Photobiomodulation therapy (PBMT) and/or cryotherapy in skeletal

muscle restitution, what is better? A randomized, double-blinded, placebo-controlled clinical

trial. Lasers in Medical Science, 13 set. 2016.

DE SALLES, B. F. et al. Effects of resistance training on cytokines. International Journal of

Sports Medicine, v. 31, n. 7, p. 441–450, jul. 2010.

DE SOUZA, T. O. F. et al. Phototherapy with low-level laser affects the remodeling of types I

and III collagen in skeletal muscle repair. Lasers in Medical Science, v. 26, n. 6, p. 803–814,

nov. 2011.

DONNELLY, A. E.; MAUGHAN, R. J.; WHITING, P. H. Effects of ibuprofen on exercise-

induced muscle soreness and indices of muscle damage. British Journal of Sports Medicine,

v. 24, n. 3, p. 191–195, set. 1990.

DOUGLAS, J. et al. Eccentric Exercise: Physiological Characteristics and Acute Responses.

Sports Medicine, 15 set. 2016.

Effects of Gender, Endurance Training and Acute Exhaustive Exercise on Oxidative Stress in

the Heart and Skeletal Muscle of the Rat. The Chinese Journal of Physiology, 2012.

ELY, M. R. et al. A single dose of histamine-receptor antagonists prior to downhill running

alters markers of muscle damage and delayed onset muscle soreness. Journal of Applied

Physiology, p. jap.00518.2016, 4 ago. 2016.

ENOKA, R. M.; DUCHATEAU, J. Muscle fatigue: what, why and how it influences muscle

function. The Journal of Physiology, v. 586, n. 1, p. 11–23, 1 jan. 2008.

FELISMINO, A. S. et al. Effect of low-level laser therapy (808 nm) on markers of muscle

damage: a randomized double-blind placebo-controlled trial. Lasers in Medical Science, v. 29,

n. 3, p. 933–938, maio 2014.

FERRARESI, C. et al. Effects of low level laser therapy (808 nm) on physical strength training

in humans. Lasers in Medical Science, v. 26, n. 3, p. 349–358, maio 2011.

FERRARESI, C. et al. Molecular effects of low-level laser therapy (808nm) on human muscle

performance. Physical Therapy in Sport, v. 13, n. 3, p. e5, ago. 2012.

FERRARESI, C. et al. Time response of increases in ATP and muscle resistance to fatigue after

low-level laser (light) therapy (LLLT) in mice. Lasers in Medical Science, v. 30, n. 4, p. 1259–

1267, maio 2015a.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

58

FERRARESI, C. et al. Light-emitting diode therapy in exercise-trained mice increases muscle

performance, cytochrome c oxidase activity, ATP and cell proliferation. Journal of

Biophotonics, v. 8, n. 9, p. 740–754, set. 2015b.

FERRARESI, C. et al. Effects of Light-Emitting Diode Therapy on Muscle Hypertrophy, Gene

Expression, Performance, Damage, and Delayed-Onset Muscle Soreness: Case-control Study

with a Pair of Identical Twins. American Journal of Physical Medicine & Rehabilitation, v.

95, n. 10, p. 746–757, out. 2016.

FONSECA, L. B. et al. Use of Cold-Water Immersion to Reduce Muscle Damage and Delayed-

Onset Muscle Soreness and Preserve Muscle Power in Jiu-Jitsu Athletes. Journal of Athletic

Training, 30 ago. 2016.

FREDSTED, A. et al. Causes of excitation-induced muscle cell damage in isometric

contractions: mechanical stress or calcium overload? American Journal of Physiology.

Regulatory, Integrative and Comparative Physiology, v. 292, n. 6, p. R2249-2258, jun.

2007.

GOMEZ-CABRERA, M.; VIÑA, J.; JI, L. Role of Redox Signaling and Inflammation in

Skeletal Muscle Adaptations to Training. Antioxidants, v. 5, n. 4, p. 48, 13 dez. 2016.

GUTIERREZ, A.; ANDERSTAM, B.; ALVESTRAND, A. Amino acid concentration in the

interstitium of human skeletal muscle: a microdialysis study. European Journal of Clinical

Investigation, v. 29, n. 11, p. 947–952, nov. 1999.

HALLIWELL, B. Biochemistry of oxidative stress. Biochemical Society Transactions, v. 35,

n. Pt 5, p. 1147–1150, nov. 2007.

HALLIWELL, B. Cell culture, oxidative stress, and antioxidants: avoiding pitfalls. Biomedical

Journal, v. 37, n. 3, p. 99–105, jun. 2014.

HALLIWELL, B.; WHITEMAN, M. Measuring reactive species and oxidative damage in vivo

and in cell culture: how should you do it and what do the results mean? British Journal of

Pharmacology, v. 142, n. 2, p. 231–255, maio 2004.

HASKELL, W. L. et al. Physical Activity and Public Health: Updated Recommendation for

Adults from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association.

Medicine & Science in Sports & Exercise, v. 39, n. 8, p. 1423–1434, ago. 2007.

HASSON, S. M. et al. Effect of ibuprofen use on muscle soreness, damage, and performance:

a preliminary investigation. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 25, n. 1, p. 9–

17, jan. 1993.

HAYASHI, K. et al. Involvement of NGF in the rat model of persistent muscle pain associated

with taut band. The Journal of Pain: Official Journal of the American Pain Society, v. 12,

n. 10, p. 1059–1068, out. 2011.

HAYWORTH, C. R. et al. In vivo low-level light therapy increases cytochrome oxidase in

skeletal muscle. Photochemistry and Photobiology, v. 86, n. 3, p. 673–680, jun. 2010.

HOHENAUER, E. et al. The Effect of Post-Exercise Cryotherapy on Recovery Characteristics:

A Systematic Review and Meta-Analysis. PLOS ONE, v. 10, n. 9, p. e0139028, 28 set. 2015.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

59

HUANG, Y.-Y. et al. Biphasic dose response in low level light therapy - an update. Dose-

Response: A Publication of International Hormesis Society, v. 9, n. 4, p. 602–618, 2011.

HUARD, J.; LI, Y.; FU, F. H. Muscle injuries and repair: current trends in research. The

Journal of Bone and Joint Surgery. American Volume, v. 84–A, n. 5, p. 822–832, maio

2002.

ISANEJAD, A. et al. The effect of endurance training and downhill running on the expression

of IL-1β, IL-6, and TNF-α and HSP72 in rat skeletal muscle. Cytokine, v. 73, n. 2, p. 302–308,

jun. 2015.

JIN, X. Acute p38-Mediated Modulation of Tetrodotoxin-Resistant Sodium Channels in Mouse

Sensory Neurons by Tumor Necrosis Factor-. Journal of Neuroscience, v. 26, n. 1, p. 246–

255, 4 jan. 2006.

KAKANIS, M. W. et al. The open window of susceptibility to infection after acute exercise in

healthy young male elite athletes. Exercise Immunology Review, v. 16, p. 119–137, 2010.

KARU, T. Mitochondrial mechanisms of photobiomodulation in context of new data about

multiple roles of ATP. Photomedicine and Laser Surgery, v. 28, n. 2, p. 159–160, abr. 2010.

KETTELHUT, I. Endocrine regulation of protein breakdown in skeletal muscle.

Diabetes/metabolism …, v. 4, p. 751, 1988.

KHAKH, B. S.; BURNSTOCK, G. The double life of ATP. Scientific American, v. 301, n. 6,

p. 84–90, 92, dez. 2009.

KIM, W.-S.; CALDERHEAD, R. G. Is light-emitting diode phototherapy (LED-LLLT) really

effective? Laser Therapy, v. 20, n. 3, p. 205–215, 2011.

KIRKENDALL, D. T.; GARRETT, W. E. Clinical perspectives regarding eccentric muscle

injury. Clinical Orthopaedics and Related Research, n. 403 Suppl, p. S81-89, out. 2002.

KOMINE, N. et al. Activation of the extracellular signal-regulated kinase signal pathway by

light emitting diode irradiation. Lasers in Medical Science, v. 25, n. 4, p. 531–537, jul. 2010.

KRAEMER, W. J. et al. Endogenous opioid peptide responses to opioid and anti-inflammatory

medications following eccentric exercise-induced muscle damage. Peptides, v. 31, n. 1, p. 88–

93, jan. 2010.

KRENTZ, J. R. et al. The effects of ibuprofen on muscle hypertrophy, strength, and soreness

during resistance training. Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism = Physiologie

Appliquee, Nutrition Et Metabolisme, v. 33, n. 3, p. 470–475, jun. 2008.

LAMOU, B. et al. Antioxidant and Antifatigue Properties of the Aqueous Extract of Moringa

oleifera in Rats Subjected to Forced Swimming Endurance Test. Oxidative Medicine and

Cellular Longevity, v. 2016, p. 1–9, 2016.

LAURITZEN, F. et al. Gross ultrastructural changes and necrotic fiber segments in elbow

flexor muscles after maximal voluntary eccentric action in humans. Journal of Applied

Physiology (Bethesda, Md.: 1985), v. 107, n. 6, p. 1923–1934, dez. 2009.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

60

LEAL JUNIOR, E. C. P. et al. Effect of 830 nm low-level laser therapy in exercise-induced

skeletal muscle fatigue in humans. Lasers in Medical Science, v. 24, n. 3, p. 425–431, maio

2009a.

LEAL JUNIOR, E. C. P. et al. Effect of cluster multi-diode light emitting diode therapy (LEDT)

on exercise-induced skeletal muscle fatigue and skeletal muscle recovery in humans. Lasers in

Surgery and Medicine, v. 41, n. 8, p. 572–577, out. 2009b.

LEAL-JUNIOR, E. C. P. et al. Effect of phototherapy (low-level laser therapy and light-

emitting diode therapy) on exercise performance and markers of exercise recovery: a systematic

review with meta-analysis. Lasers in Medical Science, v. 30, n. 2, p. 925–939, fev. 2015.

LIANG, H. L. et al. Near-infrared light via light-emitting diode treatment is therapeutic against

rotenone- and 1-methyl-4-phenylpyridinium ion-induced neurotoxicity. Neuroscience, v. 153,

n. 4, p. 963–974, 2 jun. 2008.

LIM, W. et al. The anti-inflammatory mechanism of 635 nm light-emitting-diode irradiation

compared with existing COX inhibitors. Lasers in Surgery and Medicine, v. 39, n. 7, p. 614–

621, ago. 2007.

LIPPI, G. et al. Acute variation of leucocytes counts following a half-marathon run.

International Journal of Laboratory Hematology, v. 32, n. 1 Pt 2, p. 117–121, fev. 2010.

LOVLIN, R. et al. Are indices of free radical damage related to exercise intensity. European

Journal of Applied Physiology and Occupational Physiology, v. 56, n. 3, p. 313–316, 1987.

MACEDO, A. B. et al. Low-Level Laser Therapy (LLLT) in Dystrophin-Deficient Muscle

Cells: Effects on Regeneration Capacity, Inflammation Response and Oxidative Stress. PloS

One, v. 10, n. 6, p. e0128567, 2015.

MACKEY, A. L. et al. The influence of anti-inflammatory medication on exercise-induced

myogenic precursor cell responses in humans. Journal of Applied Physiology (Bethesda,

Md.: 1985), v. 103, n. 2, p. 425–431, ago. 2007.

MAFFULLI, N. et al. Sport injuries: a review of outcomes. British Medical Bulletin, v. 97, n.

1, p. 47–80, 1 mar. 2011.

MANTINEO, M.; PINHEIRO, J. P.; MORGADO, A. M. Low-level laser therapy on skeletal

muscle inflammation: evaluation of irradiation parameters. Journal of Biomedical Optics, v.

19, n. 9, p. 98002, set. 2014.

MARQUES, C. G. et al. Effects of DHA-rich fish oil supplementation on the lipid profile,

markers of muscle damage, and neutrophil function in wheelchair basketball athletes before

and after acute exercise. Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism = Physiologie

Appliquee, Nutrition Et Metabolisme, v. 40, n. 6, p. 596–604, jun. 2015.

MARTINS, D. F. et al. Light-emitting diode therapy reduces persistent inflammatory pain: Role

of interleukin 10 and antioxidant enzymes. Neuroscience, v. 324, p. 485–495, 2 jun. 2016.

MCCARTHY, D. A.; DALE, M. M. The leucocytosis of exercise. A review and model. Sports

Medicine (Auckland, N.Z.), v. 6, n. 6, p. 333–363, dez. 1988.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

61

MCCROSKERY, S. et al. Improved muscle healing through enhanced regeneration and

reduced fibrosis in myostatin-null mice. Journal of Cell Science, v. 118, n. Pt 15, p. 3531–

3541, 1 ago. 2005.

MCHUGH, M. P. et al. Exercise-induced muscle damage and potential mechanisms for the

repeated bout effect. Sports Medicine (Auckland, N.Z.), v. 27, n. 3, p. 157–170, mar. 1999.

MIKKELSEN, U. R. et al. Local NSAID infusion inhibits satellite cell proliferation in human

skeletal muscle after eccentric exercise. Journal of Applied Physiology (Bethesda, Md.:

1985), v. 107, n. 5, p. 1600–1611, nov. 2009.

MIZUMURA, K.; TAGUCHI, T. Delayed onset muscle soreness: Involvement of neurotrophic

factors. The Journal of Physiological Sciences, v. 66, n. 1, p. 43–52, jan. 2016.

MOORE, K. L.; AGUR, A. M. R.; DALLEY, A. F. Essential clinical anatomy. Philadelphia:

Wolters Kluwer Health, 2015.

MORGADO, J. P. et al. Immune cell changes in response to a swimming training session during

a 24-h recovery period. Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism = Physiologie

Appliquée, Nutrition Et Métabolisme, v. 41, n. 5, p. 476–483, maio 2016.

MORGAN, D. L. New insights into the behavior of muscle during active lengthening.

Biophysical Journal, v. 57, n. 2, p. 209–221, fev. 1990.

MURASE, S. et al. Bradykinin and nerve growth factor play pivotal roles in muscular

mechanical hyperalgesia after exercise (delayed-onset muscle soreness). The Journal of

Neuroscience: The Official Journal of the Society for Neuroscience, v. 30, n. 10, p. 3752–

3761, 10 mar. 2010.

MURASE, S. et al. Upregulated glial cell line-derived neurotrophic factor through

cyclooxygenase-2 activation in the muscle is required for mechanical hyperalgesia after

exercise in rats: Role of COX-2 &amp; GDNF in delayed onset muscle soreness. The Journal

of Physiology, v. 591, n. 12, p. 3035–3048, jun. 2013.

NAMPO, F. K. et al. Effect of low-level phototherapy on delayed onset muscle soreness: a

systematic review and meta-analysis. Lasers in Medical Science, v. 31, n. 1, p. 165–177, jan.

2016a.

NAMPO, F. K. et al. Low-level phototherapy to improve exercise capacity and muscle

performance: a systematic review and meta-analysis. Lasers in Medical Science, 7 jun. 2016b.

NARICI, M.; FRANCHI, M.; MAGANARIS, C. Muscle structural assembly and functional

consequences. The Journal of Experimental Biology, v. 219, n. Pt 2, p. 276–284, jan. 2016.

NEUBAUER, O. et al. Exercise-induced DNA damage: is there a relationship with

inflammatory responses? Exercise Immunology Review, v. 14, p. 51–72, 2008.

NOSAKA, K. et al. How long does the protective effect on eccentric exercise-induced muscle

damage last? Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 33, n. 9, p. 1490–1495, set.

2001.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

62

OVERGAARD, K. et al. Membrane leakage and increased content of Na+ -K+ pumps and

Ca2+ in human muscle after a 100-km run. Journal of Applied Physiology (Bethesda, Md.:

1985), v. 92, n. 5, p. 1891–1898, maio 2002.

PAOLONI, J. A.; ORCHARD, J. W. The use of therapeutic medications for soft-tissue injuries

in sports medicine. The Medical Journal of Australia, v. 183, n. 7, p. 384–388, 3 out. 2005.

PARRISH, J. A.; WILSON, B. C. CURRENT AND FUTURE TRENDS IN LASER

MEDICINE. Photochemistry and Photobiology, v. 53, n. 6, p. 731–738, jun. 1991.

PAULSEN, G. et al. Time course of leukocyte accumulation in human muscle after eccentric

exercise. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 42, n. 1, p. 75–85, jan. 2010.

PEAKE, J.; NOSAKA, K.; SUZUKI, K. Characterization of inflammatory responses to

eccentric exercise in humans. Exercise Immunology Review, v. 11, p. 64–85, 2005.

PELOSI, L. et al. Local expression of IGF-1 accelerates muscle regeneration by rapidly

modulating inflammatory cytokines and chemokines. FASEB journal: official publication of

the Federation of American Societies for Experimental Biology, v. 21, n. 7, p. 1393–1402,

maio 2007.

PETERSON, J. M. et al. Tumor necrosis factor-alpha promotes the accumulation of neutrophils

and macrophages in skeletal muscle. Journal of Applied Physiology (Bethesda, Md.: 1985),

v. 101, n. 5, p. 1394–1399, nov. 2006.

PIGATTO, G. R. et al. Light-Emitting Diode Phototherapy Reduces Nocifensive Behavior

Induced by Thermal and Chemical Noxious Stimuli in Mice: Evidence for the Involvement of

Capsaicin-Sensitive Central Afferent Fibers. Molecular Neurobiology, 7 abr. 2016.

PILEGAARD, H.; SALTIN, B.; NEUFER, P. D. Exercise induces transient transcriptional

activation of the PGC-1alpha gene in human skeletal muscle. The Journal of Physiology, v.

546, n. Pt 3, p. 851–858, 1 fev. 2003.

PIZZA, F. X. et al. Anti-inflammatory doses of ibuprofen: effect on neutrophils and exercise-

induced muscle injury. International Journal of Sports Medicine, v. 20, n. 2, p. 98–102, fev.

1999.

RENNÓ, A. C. M. et al. Comparative effects of low-intensity pulsed ultrasound and low-level

laser therapy on injured skeletal muscle. Photomedicine and Laser Surgery, v. 29, n. 1, p. 5–

10, jan. 2011.

S. THIEBAUD, R. Exercise-Induced Muscle Damage: Is it detrimental or beneficial? Journal

of Trainology, v. 1, n. 2, p. 36–44, 2012.

SALVEMINI, D. et al. Roles of reactive oxygen and nitrogen species in pain. Free Radical

Biology and Medicine, v. 51, n. 5, p. 951–966, set. 2011.

SANDERS, D. B. et al. Comparison of tumor necrosis factor-alpha effect on the expression of

iNOS in macrophage and cardiac myocytes. Perfusion, v. 16, n. 1, p. 67–74, jan. 2001.

SCHWANE, J. A. et al. Is Lactic Acid Related to Delayed-Onset Muscle Soreness? The

Physician and Sportsmedicine, v. 11, n. 3, p. 124–131, mar. 1983.

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

63

SEIFI-SKISHAHR, F.; SIAHKOHIAN, M.; NAKHOSTIN-ROOHI, B. Influence of aerobic

exercise at high and moderate intensities on lipid peroxidation in untrained men. The Journal

of Sports Medicine and Physical Fitness, v. 48, n. 4, p. 515–521, dez. 2008.

SERAFIM, K. G. G. et al. Effects of 940 nm light-emitting diode (led) on sciatic nerve

regeneration in rats. Lasers in Medical Science, v. 27, n. 1, p. 113–119, jan. 2012.

SERHAN, C. N.; WARD, P. A.; GILROY, D. W. (EDS.). Fundamentals of inflammation.

Cambridge ; New York: Cambridge University Press, 2010.

SILVEIRA COSWIG, V. et al. Biochemical Differences Between Official and Simulated

Mixed Martial Arts (MMA) Matches. Asian Journal of Sports Medicine, v. Inpress, n.

Inpress, 11 jun. 2016.

SLUKA, K. A. et al. Exercise-induced pain requires NMDA receptor activation in the

medullary raphe nuclei. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 44, n. 3, p. 420–

427, mar. 2012.

SMITH, L. L. Acute inflammation: the underlying mechanism in delayed onset muscle

soreness? Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 23, n. 5, p. 542–551, maio 1991.

STAUBER, W. T. Factors involved in strain-induced injury in skeletal muscles and outcomes

of prolonged exposures. Journal of Electromyography and Kinesiology: Official Journal of

the International Society of Electrophysiological Kinesiology, v. 14, n. 1, p. 61–70, fev.

2004.

STAY, J. C. et al. Pulsed ultrasound fails to diminish delayed-onset muscle soreness symptoms.

Journal of Athletic Training, v. 33, n. 4, p. 341–346, out. 1998.

SUREDA, A. et al. Relation between oxidative stress markers and antioxidant endogenous

defences during exhaustive exercise. Free Radical Research, v. 39, n. 12, p. 1317–1324, dez.

2005.

TALBOT, J.; MAVES, L. Skeletal muscle fiber type: using insights from muscle

developmental biology to dissect targets for susceptibility and resistance to muscle disease.

Wiley Interdisciplinary Reviews. Developmental Biology, v. 5, n. 4, p. 518–534, jul. 2016.

TEE, J. C.; BOSCH, A. N.; LAMBERT, M. I. Metabolic consequences of exercise-induced

muscle damage. Sports Medicine (Auckland, N.Z.), v. 37, n. 10, p. 827–836, 2007.

TIDBALL, J. G.; WEHLING-HENRICKS, M. Macrophages promote muscle membrane repair

and muscle fibre growth and regeneration during modified muscle loading in mice in vivo. The

Journal of Physiology, v. 578, n. Pt 1, p. 327–336, 1 jan. 2007.

TOUMI, H.; F’GUYER, S.; BEST, T. M. The role of neutrophils in injury and repair following

muscle stretch. Journal of Anatomy, v. 208, n. 4, p. 459–470, abr. 2006.

UCHIYAMA, S. et al. Relationship between oxidative stress in muscle tissue and weight-

lifting-induced muscle damage. Pflügers Archiv: European Journal of Physiology, v. 452,

n. 1, p. 109–116, abr. 2006.

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

64

URSO, M. L. Anti-inflammatory interventions and skeletal muscle injury: benefit or detriment?

Journal of Applied Physiology, v. 115, n. 6, p. 920–928, 15 set. 2013.

VANIN, A. A. et al. What is the best moment to apply phototherapy when associated to a

strength training program? A randomized, double-blinded, placebo-controlled trial:

Phototherapy in association to strength training. Lasers in Medical Science, 1 jul. 2016.

VIEIRA, A. et al. The Effect of Water Temperature during Cold-Water Immersion on Recovery

from Exercise-Induced Muscle Damage. International Journal of Sports Medicine, 24 ago.

2016.

VINCK, E. M. et al. Increased fibroblast proliferation induced by light emitting diode and low

power laser irradiation. Lasers in Medical Science, v. 18, n. 2, p. 95–99, 2003.

WARHOL, M. J. et al. Skeletal muscle injury and repair in marathon runners after competition.

The American Journal of Pathology, v. 118, n. 2, p. 331–339, fev. 1985.

WHELAN, H. T. et al. Effect of NASA light-emitting diode irradiation on wound healing.

Journal of Clinical Laser Medicine & Surgery, v. 19, n. 6, p. 305–314, dez. 2001.

WONG-RILEY, M. T. T. et al. Photobiomodulation directly benefits primary neurons

functionally inactivated by toxins: role of cytochrome c oxidase. The Journal of Biological

Chemistry, v. 280, n. 6, p. 4761–4771, 11 fev. 2005.

XAVIER, M. et al. Anti-inflammatory effects of low-level light emitting diode therapy on

Achilles tendinitis in rats. Lasers in Surgery and Medicine, v. 42, n. 6, p. 553–558, ago. 2010.

YAN, W.; CHOW, R.; ARMATI, P. J. Inhibitory effects of visible 650-nm and infrared 808-

nm laser irradiation on somatosensory and compound muscle action potentials in rat sciatic

nerve: implications for laser-induced analgesia. Journal of the peripheral nervous system:

JPNS, v. 16, n. 2, p. 130–135, jun. 2011.

ZHU, Q. et al. [Effect of Chinese massage (Tui Na) on isokinetic muscle strength in patients

with knee osteoarthritis]. Journal of Traditional Chinese Medicine = Chung I Tsa Chih

Ying Wen Pan, v. 36, n. 3, p. 314–320, jun. 2016.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

65

10. ANEXOS

10.1. ANEXO 1

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E … · 2017-11-25 · Comitê de Ética em Pesquisa com Animais (Universidade Federal de Sergipe) sob nº 15/2013

66

10.2. ANEXO 2