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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA Estudo fitoquímico e atividades antifúngica e antiprotozoária do óleo essencial de genótipos de erva-baleeira (Varronia curassavica Jacq.) Daniela Aparecida de Castro Nizio São Cristóvão/Sergipe Junho/2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

BIOTECNOLOGIA

Estudo fitoquímico e atividades antifúngica e

antiprotozoária do óleo essencial de genótipos de

erva-baleeira (Varronia curassavica Jacq.)

Daniela Aparecida de Castro Nizio

São Cristóvão/Sergipe

Junho/2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA

Estudo fitoquímico e atividades antifúngica e antiprotozoária do óleo

essencial de genótipos de erva-baleeira (Varronia curassavica Jacq.)

Daniela Aparecida de Castro Nizio

Arie Fitzgerald Blank – Orientador

São Cristóvão/Sergipe

Junho/2015

Tese apresentada à Universidade

Federal de Sergipe/RENORBIO

para obtenção do título de

Doutor em Biotecnologia

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

N737e

Nizio, Daniela Aparecida de Castro Estudo fitoqímico e atividades antifúngica e antiprotozoária do

óleo essencial de genótipos de erva-baleeira (Varronia curassavica Jacq.) / Daniela Aparecida de Castro Nizio ; orientador Arie Fitzgerald Blank. – São Cristóvão, 2015.

109 f. : il.

Tese (doutorado em Biotecnologia)– Rede Nordeste de Biotecnologia - RENORBIO, Universidade Federal de Sergipe, 2015.

1. Biotecnologia. 2. Plantas medicinais. 3. Essências e óleos

essenciais. 4. Microondas. 5. Protozoário. I. Blank, Arie Fitzgerald, orient. II. Título.

CDU 606:665.528

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DANIELA APARECIDA DE CASTRO NIZIO

ESTUDO FITOQUÍMICO E ATIVIDADES ANTIFÚNGICA E

ANTIPROTOZOÁRIA DO ÓLEO ESSENCIAL DE GENÓTIPOS DE

ERVA-BALEEIRA (Varronia curassavica Jacq.)

APROVADA: 30 de junho de 2015.

Profa. Dra. Maria de Fátima Arrigoni Blank

UFS

(orientador)

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A Deus,

Criador de todas as coisas, Rei dos Reis,

Me impressiona Tua exatidão, Tua misteriosa precisão...

OFEREÇO

Aos meus pais Antônio e Marlene por todo exemplo de vida e por acreditarem em mim

sempre

DEDICO

Aos meus grãozinhos de ouro Lucas, Felipe e Gabriel e meu esposo Alexandre por todo

incentivo e por darem sentido à minha vida.

AGRADEÇO

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Sergipe pela oportunidade de realização do doutorado;

À CAPES pela concessão da bolsa de estudos;

Ao CNPq, CAPES, FAPITEC/SE e RENORBIO pelo apoio financeiro;

A Deus...

A Ti toda honra e toda Glória! Tu que és meu Deus forte, poderoso e soberano! Por me dar

força a cada dia e por realizar milagres na minha vida!

A minha Família...

Ao meu esposo Alexandre, pelo companheirismo, incentivo, paciência e amor. Por me dar

força e segurança a cada dia.

Aos meus filhos Lucas, Felipe e Gabriel, por todo carinho e alegria e por me mostrarem a

cada dia que todo esforço vale a pena.

À minha amada mãe por acalmar meu coração dizendo sempre ―tudo passa‖. Obrigada

pelo apoio e orações e por me ouvir todos os dias...

Ao meu pai Antônio, meu grande exemplo de vida, por me ensinar todos os valores que

trago comigo e por estar sempre torcendo por mim.

Às minhas irmãs Graziela e Talita e ao meu irmão Pedro, cunhada e cunhado pela torcida e

incentivo...

Aos meus sobrinhos e sobrinhas, por toda alegria que trazem à minha vida.

A todas as tias e tios, que sempre torceram por mim, primos e primas, amo vocês!

Orientação...

Ao meu orientador prof. Dr Arie Fitzgerald Blank, por ter me recebido de braços abertos, e

pela oportunidade de fazer parte de seu grupo de pesquisa. Sou muito orgulhosa de ter uma

pessoa tão dedicada e competente como orientador!

À profª Drª. Maria de Fátima Arrigoni Blank por todo apoio, principalmente no início do

curso, quando por várias vezes me incentivou a não desistir de percorrer esse caminho.

Grandes parcerias...

Ao prof. Dr. Paulo Gagliardi e aos alunos Ítala e Fábio, pelo auxílio nos experimentos com

os fungos.

Ao prof. Dr. Péricles pela co-orientação.

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Aos pesquisadores Dr. Alexandre Nizio Maria e Dr. Rodrigo Yudi Fujimoto, pela

orientação e auxílio.

Ao pesquisador Dr. Leandro Cardamone Diniz pela disponibilidade e amizade.

Ao professor Dr. Evaristo Mauro de Castro da UFLA pela disponibilização do Laboratório

de Microscopia eletrônica.

Grandes amigos...

Aos amigos do GPMACO e LTC por todo apoio, descontração e amizade, desde os antigos

aos atuais: Cléverton, Elizângela, Jéssika, Saymo, Alberto, Vanderson, José Carlos,

Larissa, Thiago, Taís, Mércia, Juliana, Camila, Rodrigo, Alisson, Sylvia, Fabiany, José

Carlos, Luís Fernando, Jefferson, Thays e Márcia.

À Taís Sampaio por todo auxílio e amizade, por me ensinar a fazer as análises no CG/MS,

você surgiu na minha vida por providência Divina! Muito obrigada!

À Fabiany, por sua presença constante, por sempre se disponibilizar em me ajudar,

obrigada pela amizade e competência!

Aos demais alunos que auxiliaram no estabelecimento do BAG de V. curassavica: Alberto,

José Carlos e Luíz Fernando.

Às amigas Magna, Andréa e Franciane, pelas boas risadas e companheirismo.

Ao nosso companheiro de coleta Amaral, que com certeza acrescentou muito ao nosso

trabalho.

Aos secretários da Renobio Jackeline e Emanuel, por toda atenção dispensada.

Obrigada a todos!

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"Recebei a instrução e não o dinheiro. Preferi a ciência ao fino ouro, pois a

Sabedoria vale mais que as pérolas e jóia rara alguma a pode igualar."

(Provérbios 8,10 e 11)

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SUMÁRIO

Páginas

LISTA DE FIGURAS................................................................................................ xi

LISTA DE TABELAS................................................................................................ xii

LISTA DE ABREVIATURAS................................................................................... xiv

RESUMO.................................................................................................................... xv

ABSTRACT............................................................................................................... xvi

1. INTRODUÇÃO GERAL........................................................................................ 1

1.1. Objetivo Geral..................................................................................................... 2

1.1.1. Objetivos Específicos....................................................................................... 2

2. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................... 2

2.1. Origem, botânica e usos de Varronia curassavica Jacq...................................... 2

2.2. Diversidade química dos óleos essenciais de plantas aromáticas........................ 5

2.3. Composição química do óleo essencial de V. curassavica e atividades

biológicas.................................................................................................................... 7

2.4. Métodos de extração de óleos essenciais............................................................. 9

2.5. Fungos fitopatogênicos........................................................................................ 12

2.4. Protozoário Ichthyophthirius multifiliis............................................................... 14

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 16

CAPÍTULO 1: Diversidade química do óleo essencial de populações nativas de

Varronia curassavica Jacq. e atividade antifúngica contra Lasiodiplodia

theobromae................................................................................................................. 26

Resumo.............................................................................................................. 26

1. Introdução...................................................................................................... 27

2. Material e métodos....................................................................................... 28

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3. Resultados..................................................................................................... 31

4. Discussão....................................................................................................... 32

5. Referências.................................................................................................... 35

CAPÍTULO 2: Extração do óleo essencial de Varronia curassavica (Jacq.) por

micro-ondas e hidrodestilação e atividade antifúngica contra Colletotrichum

musae (Berk & Curt.) von Arx................................................................................... 53

Resumo.............................................................................................................. 53

1. Introdução...................................................................................................... 54

2. Material e métodos........................................................................................ 55

3. Resultados..................................................................................................... 58

4. Discussão....................................................................................................... 60

5. Referências.................................................................................................... 61

CAPÍTULO 3: Atividade antiprotozoária do óleo essencial de Varronia

curassavica Jacq. e de compostos majoritários contra Ichthyophthirius

multifiliis..................................................................................................................... 71

Resumo.............................................................................................................. 71

1. Introdução...................................................................................................... 72

2. Material e métodos........................................................................................ 73

3. Resultados..................................................................................................... 77

4. Discussão....................................................................................................... 81

5. Referências.................................................................................................... 83

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS................................................ 88

ANEXOS.................................................................................................................... 89

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xi

LISTA DE FIGURAS

Páginas

Figura 1. Planta de V. curassavica (A), detalhes da inflorescência (B) e do fruto

(C)..................................................…...................…………………........................ 4

Figura 2. Esquema da biossíntese dos monoterpenos e esquiterpenos.................... 6

CAPÍTULO 1

Figura 1. Dendrograma bidimensional representando a similaridade entre 59

plantas de Varronia curassavica para a composição química do óleo

essencial...…………………………………............................................................ 49

Figura 2. Médias dos constituintes químicos do óleo essencial de plantas de

Varronia curassavica, grupo I a V…...................…………………........................ 50

Figura 3. Distribuição dos constituintes químicos do óleo essencial de plantas de

V. curassavica em relação aos dois componentes principais através da análise de

componente principal (ACP).................................................................................... 51

Figura 4. Inibição do crescimento micelial (média ± erro padrão) de

Lasiodiplodia theobromae em função da concentração (v/v) de óleo essencial de

plantas de Varronia curassavica representantes dos grupos [grupo I (VAC-324),

grupo II (VAC-510), grupo III (VAC-316), grupo IV (VAC-509) e grupo V

(VAC503)] após 96 horas de incubação.................................................................. 52

CAPÍTULO 2

Figura 1. Eletromicrografia de varredura de folhas de erva-baleeira: A- não

tratadas, B-após extração por hidrodestilação, C-após extração por micro-ondas,

tg=tricoma glandular ...……………………............................................................ 70

CAPÍTULO 3

Figura 1. Ichthyophthirius multifiliis após coloração com os fluorocromos

SYBR-14 e iodeto de propídio (IP) ......................................................................... 80

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xii

LISTA DE TABELAS

Páginas

Tabela 1. Principais compostos detectados no óleo essencial de V.

curassavica e atividades relatadas por alguns autores...................................... 8

CAPÍTULO 1

Tabela 1. Identificação e origem das plantas de V. curassavica coletadas em

Sergipe, Brasil................................................................................................... 41

Tabela 2. Teores (%) dos constituintes químicos (C1 a C31) do óleo

essencial de plantas de Varronia curassavica em Sergipe,

Brasil................................................................................................................. 42

Tabela 3. Teores (%) dos constituintes químicos (C32 a C63) do óleo

essencial de plantas de Varronia curassavica em Sergipe,

Brasil................................................................................................................. 44

Tabela 4. Coeficientes de correlação para os constituintes químicos (C1 a

C32) do óleo essencial de plantas de V. curassavica em Sergipe,

Brasil.…………………………….................................................................... 46

Tabela 5. Coeficientes de correlação para os constituintes químicos (C33 a

C63) do óleo essencial de plantas de V. curassavica em Sergipe,

Brasil.…………………………….................................................................... 47

CAPÍTULO 2

Tabela 1. Teor e composição química (%) do óleo essencial de V.

curassavica extraído por hidrodestilação, em função do tempo e volume de

água................................................................................................................... 66

Tabela 2. Teor e composição química (%) do óleo essencial de V.

curassavica extraído por micro-ondas, em função da potência, tempo e

volume de água................................................................................................. 67

Tabela 3. Porcentagem de inibição do crescimento micelial (média ± erro

padrão da média) do fungo Colletotrichum musae em função da

concentração (v/v) de óleo essencial de Varronia curassavica obtido micro-

ondas (MI) e hidrodestilação (HD), após 96 horas de incubação..................... 69

CAPÍTULO 3 75

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xiii

Tabela 1. Composição química do óleo essencial dos acessos de Varronia

curassavica........................................................................................................

Tabela 2. Mortalidade de I. multifiliis nas fases trofonte e tomonte, tratados

em diferentes concentrações do óleo essencial de acessos de V.

curassavica........................................................................................................ 79

Tabela 3. Mortalidade de I. multifiliis na fase trofonte tratados com os

compostos majoritários do óleo essencial de acessos de V.

curassavica........................................................................................................ 79

Tabela 4. Mortalidade de I. multifiliis na fase tomonte, tratados com os

compostos majoritários do óleo essencial de acessos de V.

curassavica........................................................................................................ 80

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xiv

LISTA DE ABREVIATURAS

BAG Banco ativo de germoplasma

C Caule

F Folha

CG Cromatógrafo gasoso

EM Espectrômetro de massa

DIC Detector de ionização por chamas

BDA Meio batata-dextrose-ágar

PIC Porcentagem de inibição do crescimento micelial

ACP Análise de componente principal

HD Hidrodestilação

MI Micro-ondas

MEV Microscopia eletrônica de varredura

Tg Tricoma glandular

IP Iodeto de propídeo

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xv

RESUMO

NIZIO, D. A. C. Estudo fitoquímico e atividades antifúngica e antiprotozoária do óleo

essencial de genótipos de erva-baleeira (Varronia curassavica Jacq.). São Cristóvão: UFS.

109f. (Tese).

O objetivo deste trabalho foi caracterizar quimicamente os óleos essenciais de plantas de erva-

baleeira coletadas no Estado de Sergipe, avaliar o efeito da extração do óleo essencial por

micro-ondas (MI) e hidrodestilação (HD) sobre a composição química e atividade antifúngica

e avaliar a atividade antiprotozoária do óleo essencial e de compostos majoritários contra o

parasita de peixes Ichthyophthirius multifiliis. Alta diversidade química foi observada entre as

plantas de Varronia curassavica estudadas. Os compostos encontrados em maiores teores

foram tricicleno, canfeno, E-cariofileno, β-sesquifelandreno, α-zingibereno, 7-ciclodecen-1-

ona, 7-metil-3-metileno-10-(1-propil) e turmerona, que definiram a formação de cinco grupos

de acordo com a composição química e análise de agrupamento. O óleo essencial das plantas

pertencentes aos grupos II, IV e V inibiu aproximadamente 75% do crescimento micelial de

Lasiodiplodia theobromae, após 96 horas de incubação. O óleo essencial do acesso de V.

curassavica VCUR-201 foi extraído por HD e MI. Para HD foram testados 3 tempos de

destilação (100, 120 e 140 minutos) e 3 volumes de água (1,0; 1,5 e 2,0L). Para MI foram

testados 3 potências (500, 600 e 700W), 3 tempos (20, 30 e 40 minutos) e 3 volumes de água

(0, 25 e 50 mL). O óleo essencial obtido de dois tratamentos de HD (100 min., 1,0L de água e

140 min., 2,0L de água) e dois tratamentos de MI (500W, 20 min., 0 água e 700W, 40 min. e

50mL de água) foram utilizados no ensaio de atividade antifúngica contra Colletotrichum

musae. Os maiores valores para teor de óleo essencial para os métodos de extração foram

700W por 40 min. sem água para MI (3,28%) e 120 min. com 1,0 L de água para HD

(3,34%). Os compostos mais abundantes para MI (700W, 40 min. sem água) e HD (120 min.

com 1,0 L de água/balão) foram shyobunol (26,53 e 24,00%) e germacreno D-4-ol (3,60 e

10,23%). Micrografias da superfície das folhas, obtidos por microscopia eletrônica de

varredura após a extração do óleo essencial, mostraram que ambos os métodos de extração

causou a destruição de tricomas glandulares. Os óleos essenciais (0,5%), obtidos por MI2

(700W durante 40 min., com 50 ml de água por amostra) e HD1 (100 min. com 1,0 L de água)

resultou em 80,3% e 79,7% de inibição do crescimento micelial de C. musae,

respectivamente. Os óleos essenciais de três acessos de V. curassavica: VCUR-001, VCUR-

509 e VCUR-601 e os compostos majoritários α-pineno, sabineno, e a mistura E-cariofileno

mais viridiflorol exibiram toxicidade contra I. multifiliis nas fases trofonte e tomonte. Foi

possível confirmar também que os compostos majoritários testados são os principais

responsáveis pela atividade antiparasitária exibida pelos os óleos essenciais que os contém.

Danos causados à integridade da membrana nos trofontes e rompimento da parede do cisto

nos tomontes parece ser a principal causa de morte dos protozoários incubados com os óleos

essenciais de V. curassavica e compostos isolados. O óleo essencial de V. curassavica

apresenta potencial para o controle de fungos fitopatogênicos e parasitas de peixes.

Futuramente poderá ser utilizado em formulações para uso na agropecuária.

Palavras-chave: Varronia curassavica, planta medicinal, óleo essencial, germoplasma,

micro-ondas, fitopatógenos, protozoários.

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xvi

ABSTRACT

NIZIO, D. A. C. Phytochemical study and antifungal and antiprotozoal activities of the

essential oil from erva-baleeira (Varronia curassavica Jacq.) genotypes. São Cristóvão:

UFS. 109f. (Thesis).

The aim of this work was to characterize the chemical diversity of the essential oil from

Varronia curassavica plants collected in Sergipe, to evaluate the effect of microwave

extraction (MI) and hydrodistillation (HD) of essential oil from Varronia curassavica Jacq.

on its chemical composition and antifungal activity and to evaluate the antiprotozoal activities

of the essential oil and major compounds against Ichthyophthirius multifiliis, fish parasite.

High chemical diversity was observed among the V. curassavica plants, which are distributed

within the chemical groups, regardless of the collection site, probably due to genetic

differences between plants studied. The compounds found in higher contents in the essential

oils of the plants were tryciclene, camphene, E-caryophyllene, β-sesquiphelandrene, α-

zingiberene, 7-cyclodecen-1-ona, 7-methyl-3-methylene-10-(1-propyl) and turmerone, which

defined the formation of five groups according to the chemical composition and

differentiation by means of cluster analysis. By cluster analysis, there was formation of five

chemical groups. The essential oil of the plants from the clusters 2, 4 and 5 inhibited

approximately 75% of the mycelial growth of Lasiodiplodia theobromae, after 96 hours of

incubation. The essential oil from V. curassavica access VCUR-201 was extracted by HD and

MI. To HD method were tested 3 extraction times (100, 120 and 140 minutes) and 3 volumes

of water (1.0; 1.5 and 2.0 L). To MI method, 3 powers were tested (500, 600 and 700W), 3

times (20, 30 and 40 minutes) and 3 volumes of water (0, 25 and 50 mL). The optimal

essential oil contents for the extraction methods were 700W for 40 min. without water (MI)

(3.28%), and 120 min. with 1.0 L of water per flask (HD) (3.34%). The most abundant

compounds for MI (700W for 40 min. without water) and HD (120 min. with 1.0 L of

water/flask) were shyobunol (26.53 and 24.00%) and germacrene D-4-ol (3.60 and 10.23%).

Micrographs of the surface of leaves, obtained by scanning electron microscopy (SEM), after

essential oil extraction, showed that both extraction methods caused destruction of glandular

trichomes. The essential oils (0.5%) obtained by MI2 (700W for 40 min. with 50 mL of water

per sample) and HD1 (100 min. with 1.0 L of water per flask) resulted in 80.3% and 79.7% of

inhibition of mycelial growth of C. musae, respectively. The essential oils from three V.

curassavica access VCUR-001, VCUR-509 and VCUR-601, the majority compounds α-

pinene, sabineno and the mixture E-caryophyllene more viridiflorol exhibited toxicity against

I. multifiliis trophont and tomont phases. It was possible to confirm that the majority

compounds tested are mainly responsible for the antiprotozoal activity displayed by the

essential oils that contains them. Damage caused to the integrity of the membrane in trophonts

and rupture of the cyst wall in tomonts seems to be the leading cause of death from

protozoans incubated with essential oils of V. curassavica and isolated compounds. The

essential oil of V. curassavica features potential for the control of phytopathogenic fungi and

fish parasites. In the future it may be used in formulations for use in agriculture.

Palavras-chave: Varronia curassavica, medicinal plant, essential oil, germplasm,

microwave, phytopathogens, protozoa.

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1

1. INTRODUÇÃO GERAL

Dentre as plantas medicinais de grande importância tanto na medicina popular quanto

na indústria farmacêutica, destaca-se a espécie Varronia curassavica Jacq. É uma espécie

originária do Brasil e conhecida popularmente como erva-baleeira. Suas folhas, caracterizadas

pelo odor forte e persistente são utilizadas em infusões ou decoctos para o tratamento de

artrites e úlceras. Na indústria farmacêutica brasileira, a espécie assumiu grande importância a

partir do desenvolvimento e comercialização de um medicamento fitoterápico que tem como

principal matéria-prima seu óleo essencial.

Embora as propriedades medicinais de V. curassavica sejam atribuídas principalmente

aos compostos α-humuleno e E-cariofileno presentes no óleo essencial, muitos outros

compostos podem ser encontrados em plantas dessa espécie distribuídas pelo território

brasileiro. O estudo dessa diversidade química pode ser útil no estabelecimento de estratégias

de conservação e melhoramento genético, além de auxiliar no estudo de outras

potencialidades medicinais, farmacológicas e fitopatológicas. Tal diversidade pode ser

atribuída não só aos fatores genéticos, como também aos fatores ambientais bióticos e

abióticos. Etapas de pós-colheita, como secagem e método de extração, podem também

influenciar a composição química dos óleos essenciais e consequentemente suas propriedades

biológicas. Uma técnica bastante inovadora consiste na extração de óleo essencial por micro-

ondas. O aquecimento por micro-ondas permite que o material vegetal alcance rapidamente

seu ponto de ebulição, levando a extração do óleo essencial em um tempo mais curto e com

menor gasto de energia (KHANAVI et al., 2013) em comparação com um método

convencional muito utilizado, a hidrodestilação.

Os óleos essenciais ou alguns dos seus componentes são eficazes contra uma grande

variedade de organismos, incluindo bactérias, fungos, vírus, protozoários, bem como

metazoários parasitas (BAKKALI et al., 2008), por isso têm sido cada vez mais considerados

matérias-primas potenciais para o desenvolvimento de novos produtos para utilização nos

mais variados setores. Devido à demanda cada dia maior pela produção de alimentos e ao

mesmo tempo a necessidade de alcançar a sustentabilidade ambiental, tornou-se vital a

prospecção de novos compostos bioativos que sejam úteis no desenvolvimento de produtos

alternativos que possam substituir os produtos sintéticos atualmente utilizados no controle de

fitopatógenos e parasitas animais.

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2

OBJETIVOS

1.1. Objetivo Geral

Caracterizar quimicamente os óleos essenciais de plantas de erva-baleeira coletadas no

Estado de Sergipe, avaliar a atividade antifúngica e antiprotozoária dos óleos essenciais e

otimizar as condições de extração do óleo essencial por micro-ondas e hidrodestilação.

1.2. Objetivos Específicos

-Avaliar a diversidade química dos óleos essenciais de plantas de V. curassavica coletadas no

Estado de Sergipe,

-Identificar e caracterizar os grupos químicos formados a partir da análise de agrupamento;

estabelecer as principais correlações entre os constituintes químicos;

-Verificar o potencial antifúngico dos óleos essenciais de genótipos representantes dos grupos

químicos contra o fungo Lasiodiplodia theobromae.

- Otimizar as condições de extração do óleo essencial de V. curassavica por micro-ondas e

hidrodestilação e comparar a composição química e atividade antifúngica do óleo essencial

extraído pelas duas técnicas.

- Avaliar a atividade antiprotozoária do óleo essencial de Varronia curassavica e dos

compostos isolados E-cariofileno, viridiflorol, sabineno e α-pineno contra Ichthyophthirius

multifiliis in vitro.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Origem, botânica e usos de Varronia curassavica Jacq.

A espécie Varronia curassavica, até recentemente denominada Cordia verbenacea,

era considerada como pertencente à família Boraginaceae. A família Boraginaceae é dividida

em quatro subfamílias: Ehretioideae, Cordioideae, Helitropioideae e Boraginoideae

(NOWICKE e MILLER, 1990; MILLER, 2007). Porém, estudos moleculares recentes

evidenciaram a elevação destas subfamílias ao nível de famílias (GOTTSCHLING et al., 2001

e 2005; MILLER, 2007; MILLER e GOTTSCHLING, 2007). Dessa forma, Varronia

curassavica pertence à família Cordiaceae.

Cordiaceae é considerada uma família monofilética, cosmopolita e provavelmente a

mais complexa de Boraginales (MILLER e GOTTSCHLING, 2007). Possui

aproximadamente 350 espécies (JUDD et al., 1999; MILLER, 2001), com grande diversidade

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no Novo Mundo e cerca de sessenta e cinco espécies no Brasil (TARODA e GIBBS, 1986).

Atualmente a família abrange os gêneros Coldenia L., Cordia L. e Varronia P. Br., sendo

nativas no Brasil somente espécies de Cordia L. e Varronia P. Br. (BARROSO et al., 1986;

CAVALHEIRO et al., 2003; MILLER e GOTTSCHLING, 2007).

A distinção entre os gêneros Cordia e Varronia pode ser feita pela morfologia

polínica: Cordia apresenta grãos de pólen 3-colporados, colpos longos e endoaberturas

alongadas, exina espinhosa a espículo-verrugosa e Varronia apresenta grãos de pólen 3-

porados, poros com opérculos, exina reticulada, homorreticulada a heterorreticulada

(GASPARINO e BARROS, 2009).

Varronia curassavica é uma espécie medicinal originária do Brasil (GASPARINO e

BARROS, 2009). Possui uma ampla distribuição no território brasileiro, podendo ser

encontrada ao longo das regiões costeiras, da Bacia Amazônica até o Rio Grande do Sul

(BAYEUX et al., 2002), e interior dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

Popularmente é conhecida como baleeira, erva-baleeira, camarinha, catinga-de-barão, cordia,

erva-balieira, balieira cambará, erva-preta, maria-milagrosa, maria preta, salicinia, catinga-

preta, maria-rezadeira, camaramoneira-do-brejo (LORENZI e MATOS, 2002). É um arbusto

ereto, perene, muito ramificado, aromático, com a extremidade dos ramos pendente e hastes

revestidas por casca fibrosa, com altura de 1,5-2,5 metros em média (Figura 1 A). Suas folhas

são simples, alternas, coriáceas, aromáticas, medindo cerca de 10 cm de comprimento, de

odor forte e persistente. As inflorescências surgem nas extremidades dos ramos, em forma de

espigas curvadas para baixo, com flores brancas e miúdas (Figura 1B). Os frutos são cariopses

esféricas, quando maduros, são vermelhos e medem aproximadamente 0,4 cm (Figura 1C)

(LORENZI e MATOS, 2002; RAMOS et al., 2005).

Segundo relatos históricos, os indígenas utilizavam extratos das partes aéreas de erva-

baleeira em processos inflamatórios por aplicação tópica. Nas regiões litorâneas do Sudeste,

principalmente, é amplamente utilizada na medicina popular, no tratamento de artrites,

reumatismo, úlceras, inflamações e ainda como analgésica e cicatrizante (PASSOS et al.,

2007; ROLDÃO et al., 2008; LORENZI e MATOS, 2008).

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Figura 1. Planta de V. curassavica (A), detalhes da inflorescência (B) e do fruto (C). Fotos:

Daniela Nizio, 2014.

De acordo com Sertié et al. (1991, 2005) e Ticli et al. (2005), extratos de V.

curassavica exibem importante ação anti-inflamatória quando administrados por via oral ou

por via tópica. Esta ação anti-inflamatória foi atribuída a artemetina, uma flavona isolada a

partir desta planta (SERTIÉ et al., 1990). Estudos indicaram que o extrato metanólico obtido a

partir das folhas, bem como o ácido rosmarínico, composto polifenólico também isolado a

partir de V. curassavica, apresenta efeitos inibitórios na formação de edemas de pata e

miotoxicidade induzida pelo veneno bruto de Bothrops jararacuçu e suas fosfolipases

homólogas A2 em ratos (TICLI et al., 2005). Passos et al. (2007) demonstraram que o óleo

essencial de V. curassavica exibe ações anti-inflamatórias orais expressivas em roedores, que

são provavelmente relacionado com a presença dos compostos sesquiterpênicos α-humuleno

e E-cariofileno, enquanto que o mecanismo envolvido em sua ação foi proposta por Fernandes

et al. (2007). Em novembro de 2004 foi aprovado o registro do primeiro antiinflamatório

tópico desenvolvido inteiramente no Brasil. O fitoterápico fabricado pelo Laboratório

Farmacêutico Aché, tem em sua composição de 2,3 a 2,9% de α-humuleno obtido

exclusivamente do óleo essencial de erva-baleeira, sendo indicado para o tratamento de

tendinite crônica e dores miofasciais (QUISPE-CONDORI et al., 2008). São vários os

compostos encontrados na parte aérea de erva-baleeira, dentre eles estão taninos, flavonóides

e os óleos essenciais (FERNANDES et al., 2007).

A B C

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2.2. Diversidade química dos óleos essenciais de germoplasma de plantas aromáticas

Os óleos essenciais são produtos vegetais constituídos por uma mistura de substâncias

químicas complexas, voláteis, lipofílicas, geralmente odoríferas e líquidas. A grande maioria é

constituída de derivados de fenilpropanóides e/ou de terpenóides, sendo que esses últimos

preponderam. Fisicamente, são líquidos voláteis de aparência oleosa à temperatura ambiente,

geralmente com aroma agradável e intenso, podendo ser incolores ou ligeiramente amarelos

(PIERRE, 2004). São também denominados de óleos etéreos por serem solúveis em solventes

orgânicos apolares, como éter. Sua principal característica é a volatilidade, enquanto que os

óleos fixos são misturas de substâncias lipídicas (SIMÕES e SPITZER, 2007). A partir da

rota do ácido mevalônico os terpenos são biossintetizados, formados por unidades isoprênicas

e classificados pelo número de unidades pentacarbonadas em monoterpenos, sesquiterpenos,

diterpenos, triterpenos, tetraterpenos e politerpenóides.

O mevalonato é formado da condensação de uma unidade de acetoacetil-CoA com

uma molécula de acetil-CoA. Após a condensação aldólica, ocorre uma hidrólise originando a

3-hidróxi-3-metilglutaril-CoA que é reduzida a mevalonato numa reação irreversível. O

mevalonato é então convertido em isopentenil-pirofosfato ou isopreno ativo, a unidade básica

na formação dos terpenos e esteróides. A polimerização do mevalonato vai originar moléculas

de cadeias carbonadas crescentes de cinco em cinco átomos de carbono. A molécula de

isopentenil-pirofosfato e seu isômero dimetilalil-pirofosfato formam trans-geranil-pirofosfato,

a partir do qual formam-se os demais terpenos (SANTOS, 2010). Novas ligações cabeça-

cauda entre trans-geranil-pirofosfato e isopentenil pirofosfato resultarão em sesqui (C15) e

diterpenos (C20). Na figura 2 está representado o esquema da biossíntese dos mono e

sesquiterpenos, a partir do mevalonato.

Existe uma grande variabilidade nos compostos encontrados no óleo essencial tanto

entre quanto dentro das espécies. Plantas de uma mesma espécie, idênticas fenotipicamente

podem apresentar perfil químico distinto e são definidas como quimiotipos ou raça química.

Também, existem espécies distintas que podem apresentar um perfil químico semelhante em

relação ao metabólito secundário de interesse (VIEIRA e COSTA, 2006).

Vários fatores podem causar variações na composição de óleos essenciais, tais como,

efeitos ambientais (umidade, temperatura, luminosidade), características genéticas, origem do

material, práticas agrícolas, maturidade e tratamentos pós-colheita incluindo parâmetros de

processamento tais como temperatura, tempo, pressão, e método de extração (VIEIRA e

COSTA, 2006; GOBBO-NETO e LOPES, 2007; VERMA et al, 2010).

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Atualmente, diversos estudos envolvendo a caracterização da diversidade química de

plantas medicinais e aromáticas tem sido conduzidos. Estes estudos vizam conhecer a

variabilidade intrínseca ou a variabilidade entre acessos de uma mesma espécie, baseada na

presença ou concentração de substâncias específicas (VALLS, 2007).

Figura 2. Esquema da biossíntese dos monoterpenos e sesquiterpenos.

Em germoplasma de Ocimum sp. a identificação de 14 compostos mais abundantes:

1,8-cineol, linalol, methil chavicol, neral, nerol, geraniol, geranial, metil cinamato, 𝛽-

bourboneno, meitl eugenol, 𝛼-trans-bergamoteno, germacrene-D, epi-𝛼-cadinol and 𝛿-

cadineo, levou à formação de oito grupos de acordo com a composição química dos óleos

essenciais (COSTA et al., 2015). Em estudo realizado com 16 acessos da espécie Lippia alba,

Acetoacetil-CoA + Acetil-CoA

3-hidróxi-3-metilglutaril-CoA

Mevalonato

Isopentenil difosfato

(isopreno ativo-C5)+ Dimetilalil difosfato (C5)

Trans-geranil difosfato (C10)Isopentenil difosfato

Farnesil difosfato (C15)

Farnesil cátion

Sesquiterpenos

+

Geranil cátion

Monoterpenos

acíclicos

Linalil cátion

Monoterpenos

cíclicos

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sete quimiotipos foram identificados com base na composição química do óleo essencial

(JANNUZZI et al., 2010); citral-limoneno, citral-mirceno, limoneno-carvona, citral, linalol,

mirceno e linalol-limoneno. Em germoplasma de patchouli, os compostos majoritários

patchoulol e β-pineno definiram a formação de dois grupos químicos baseados na composição

do óleo essencial (BLANK et al., 2011).

O conhecimento da diversidade química de uma espécie pode auxiliar na identificação

de compostos de interesse para o desenvolvimento de bioprodutos; definir estratégias de

conservação e melhoramento e ainda possibilitar a seleção de genótipos para serem utilizados

no melhoramento genético da espécie. Entender os fatores que geram essa diversidade pode

abrir caminhos para a obtenção de óleos essenciais com características quantitativas e

qualitativas desejáveis.

Em V. curassavica, alguns estudos foram realizados comprovando a influência de

fatores abióticos no teor e composição químicado óleo essencial. Souza et al. (2011)

verificaram que os maiores teores de óleo essencial foram obtidos na parte da planta voltada

para a orientação geográfica norte e sul, na região basal da planta e no horário de coleta das

18h. Diferenças qualitativas e quantitativas foram observadas no óleo essencial de erva-

baleeira de plantas propagadas in vitro em comparação com plantas propagadas

convencionalmente. Vinte e oito compostos foram detectados no óleo essencial de plantas

propagadas convencionalmente, enquanto 18 foram detectados no óleo essencial de plantas

propagadas in vitro; o teor de óleo essencial obtido a partir de folhas secas foram 0,08 e

0,10% (v,p), respectivamente (SANTOS et al., 2013). Variações na produção de óleo

essencial e também na composição química foram relatadas em plantas de V. curassavica

submetidas a diferentes intensidades de irradiância. A irradiância máxima (100%)

proporcionou maior produção de óleo essencial por planta (aproximadamente 35g) em

comparação com a menor irradiância testada (20%) que proporcionou 10g de óleo essencial

por planta (FEIJÓ et al., 2014).

2.3. Composição química do óleo essencial de V. curassavica e atividades biológicas

O óleo essencial de V. curassavica é constituído principalmente por mono e

sesquiterpenos. Os compostos mais comumente detectados e relatados em trabalhos

envolvendo o óleo essencial de V. curassavica são α-pineno (11,72 - 29,70%), E-cariofileno

(9,99 - 25,30%), biciclogermacreno (2,70 - 13,80%) e aloaromadendreno (10%) (IOSSET et

al., 2000; CARVALHO JR. et al., 2004; SANTOS et al., 2006; FEIJÓ et al., 2014).

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Diversas propriedades farmacológicas de V. curassavica foram comprovadas como

anti-inflamatórias, antiucerogênica, antialérgica, antioxidante e antitumoral (PASSOS et al.,

2007; ROLDÃO et al., 2008; OLIVEIRA et al., 2011; MICHIELIN et al., 2011; PARISSOTO

et al., 2012; PIMENTEL et al., 2012).

Além das propriedades medicinais outras atividades biológicas do óleo essencial

foram relatadas por diversos autores, como inibição em bactérias gram-positivas (DE

CARVALHO JR. et al., 2004; MECCIA et al., 2009) e Candida albicans (DE CARVALHO

JR. et al., 2004); atividade larvicida contra Aedes aegypti (SANTOS et al., 2006); inibição da

germinação de conídeos de Pseudocercospora griseola (HOYOS et al., 2012) e

Colletotrichum truncatum e toxicidade sobre hifas e conídeos de Oidium eucalypti (SILVA et

al., 2012; SILVA et al., 2014).

As atividades biológicas do óleo essencial relatadas nestes trabalhos não foram

atribuídas a nenhum composto específico. Na Tabela 1 estão resumidos os principais

compostos terpênicos detectados no óleo essencial de erva-baleeira bem como as atividades

biológicas relatadas por alguns autores. Diante dos trabalhos realizados, é possível visualizar

a grande variabilidade química encontrada nesta espécie.

Tabela 1. Principais compostos detectados no óleo essencial de folhas (F) e caule (C) de V.

curassavica e as atividades relatadas por alguns autores.

Compostos majoritários Atividade relatada Referência

α-pineno (F)

E-cariofileno(F)

Aloaromadendreno (F)

Inibição em bactérias

gram-positivas e Candida albicans

De Carvalho Jr. et al.,

2004

α-pineno (F)

β-pineno (F)

E-cariofileno (F)

Biciclogermacreno (F)

Larvicida (Aedes aegypti) Santos et al., 2006

Tricicleno (F)

Biciclogermacreno (F)

Germacreno D (F)

E-cariofileno (F)

Antibacteriana

(S.aureus e Enterococcus fecalis)

Meccia et al., 2009

Mentona (F)

Pulegona (F)

Inibição da germinação

de conídios de

Pseudocercospora griseola

Hoyos et al., 2012

Metil farnesoato (2E, 6E) (F)

E-cariofileno (F)

Inibição da germinação de conídios de

Colletotrichum truncatum e toxicidade

sobre hifas e conídios de Oidium

eucalypti

Silva et al., 2012

Silva et al., 2014

Espatulenol (C)

Trans-sesquisabineno hidrato (C)

Viridiflorol (C)

β-felandreno (F)

Cubebol (F)

α-pineno (F)

- Oliveira e Camara,

2007

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α-santaleno (F)

Trans-α-santalol (F)

Sesquisabineno (F)

- Santos et al., 2013

α-pineno (F)

E-cariofileno (F)

Óxido de cariofileno (F)

- Gomes, 2010

Feijó et al., 2014

α-pineno (F)

α-santaleno (F)

- Orellana, 2014

2.4. Métodos de Extração de óleos essenciais

A biossíntese, o armazenamento e a liberação dos óleos essenciais em plantas ocorrem

em estruturas secretoras especializadas. Essas estruturas podem estar localizadas na superfície

das plantas, com secreção exógena, como por exemplo, papilas epidérmicas e tricomas

glandulares; ou podem estar localizadas no interior da planta, em órgãos internos com

secreção endógena como canais secretores, bolsas secretoras e células com secreção

intracelular (SVOBODA E GREENAWAY, 2003). Ventrella e Marinho (2008) relataram a

secreção e o armazenamento de óleo essencial em tricomas glandulares globulares presentes

na superfície da folha de V. curassavica. Em outro estudo, os autores observaram o acúmulo

de óleo essencial não só nos tricomas, mas também na epiderme, parênquima, e cutícula das

folhas de plantas de V. curassavica propagadas convencionalmente e também em plantas

propagadas in vitro (SANTOS et al., 2013).

Os óleos essenciais podem ser extraídos dos tecidos vegetais por diversos métodos.

Este método dependerá da espécie, da parte da planta que será utilizada, da estrutura

disponível, dentre outros. O método de extração é um dos fatores principais que determinam a

qualidade de óleo essencial. O procedimento de extração inadequado pode causar alteração

das características químicas do óleo essencial, o que pode resultar na perda de bioatividade e

características naturais como coloração, alteração do odor/sabor e aumento da viscosidade

(TONGNUANCHAN e BENJAKUL, 2014).

A destilação a vapor é o principal método de extração de óleo essencial utilizado pelas

indústrias (SHAH e GARG, 2014). Neste sistema a amostra é colocada em um compartimento

e o vapor é introduzido na parte inferior, passando através da carga de matéria-prima. O calor

aplicado é a principal causa da explosão e quebra da estrutura celular da planta. Como

consequência, os compostos aromáticos e o óleo essencial são liberados (BABU e KAUL

2005).

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A hidrodestilação é o método de extração mais antigo e tornou-se o método padrão de

extração do óleo essencial de material vegetal, como folhas, madeira ou flor. É muitas vezes

usado para isolar produtos naturais não solúveis em água com elevado ponto de ebulição. O

processo envolve a imersão completa do material vegetal em água, seguido por ebulição.

Devido ao aquecimento, a água atinge seu ponto de ebulição e forma uma mistura

heterogênea com o óleo essencial, que tem seu ponto de ebulição em temperatura bem mais

alta. Além da fonte de aquecimento, o sistema também compreende um condensador e um

decantador para recolher o condensado e para separar o óleo essencial da água. A vantagem é

que a água é imiscível com a maioria das moléculas terpênicas dos óleos essenciais e,

portanto, após a condensação, o óleo essencial pode ser facilmente separado da água por

decantação simples. A hidrodestilação através do aparelho Clevenger é recomendada pela

terceira edição da Farmacopéia Européia para a determinação de rendimentos de óleos

essenciais (ASBAHANI et al., 2015). A hidrodestilação tem, no entanto, vários

inconvenientes: longo tempo de extração (3-6 h; 24 h para as pétalas de rosa), alterações

químicas de moléculas terpênicas por contato prolongado com água fervente como hidrólise e

ciclização; e superaquecimento e perda de algumas moléculas polares na extração com água

(BOHRA et al., 1994).

Na extração por solvente, em geral, o solvente é misturado com o material vegetal e,

em seguida, aquecido para extrair o óleo essencial. Após filtração, o filtrado é concentrado

por evaporação do solvente. O concentrado consiste em uma combinação de cera, fragrância,

e óleo essencial. A partir de então, o concentrado é então misturado com álcool puro para

extrair o óleo essencial em destilação a baixas temperaturas. O álcool é evaporado,

permanecendo o óleo essencial. Contudo, o resíduo de solvente pode ser retido no produto

final devido a uma remoção incompleta. Isto pode causar alergias, toxicidade e afetar o

sistema imunológico (FERHAT et al., 2007a) das pessoas que utilizarem os produtos obtidos

a partir desse óleo essencial contendo tais resíduos.

Parte das desvantagens dos métodos descritos anteriormente está relacionada com a

termolabilidade dos óleos essenciais que sofrem alterações químicas (hidrólise, isomerização,

oxidação) e perda de compostos por volatilização devido às elevadas temperaturas. É

importante que os métodos de extração mantenham a composição química do óleo essencial

em quantidade e qualidade iguais ao estado original (ASBAHANI et al., 2015).

Novas técnicas de extração têm sido propostas visando reduzir o tempo de extração,

consumo de energia, uso de solventes e emissões de CO2. Neste sentido, a tecnologia de

extração de óleos essenciais por micro-ondas tem despertado o interesse da comunidade

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científica (SHAH e GARG, 2014), por oferecer alta reprodutibilidade em tempos mais curtos,

manipulação simplificada, consumo reduzido de água e energia.

A extração de óleo essencial por micro-ondas sem solvente, comumente denominada:

extração por micro-ondas livre de solvente (em inglês Solvent free microwave extraction-

SFME) se baseia na combinação de energia de aquecimento por micro-ondas e destilação seca

à pressão atmosférica sem adição de água ou qualquer solvente orgânico (FILLY et al., 2014).

O aquecimento da água presente na planta faz com que os tecidos e glândulas oleaginosas

estourem e liberem o óleo essencial. Outras variações da extração por micro-ondas consistem

na adição de água ao material vegetal, principalmente quando a extração for realizada em

material vegetal seco; na utilização de hidrodifusão por gravidade, onde o material vegetal é

colocado num reator invertido sem qualquer adição de solvente ou de água (VIAN et al.,

2008), dentre outros. Em comparação com hidrodestilação, estas técnicas permitem uma

rápida extração do óleo essencial (45 min. x 300 min. para hidrodestilação), além do menor

gasto de energia, fácil limpeza, extração rápida e eficiente e redução do desperdício de água.

No aquecimento convencional, o aumento da temperatura é bastante lento, porque a

transferência de calor depende da condutividade térmica da amostra e da diferença de

temperatura. Em contraste, em aquecimento por micro-ondas, ocorre transferência de calor a

partir do centro da amostra para o ambiente exterior (mais frio), esse efeito de aquecimento

leva a um aumento mais rápido na temperatura (ZILL-E-HUMA et al., 2009).

Vários parâmetros podem afetar o processo de extração de óleo essencial por micro-

ondas. A otimização das condições experimentais é uma etapa chave no desenvolvimento de

um protocolo de extração por micro-ondas (CHEN et al., 2011). Diversos estudos têm sido

conduzidos com o objetivo de estabelecer os parâmetros ideais de extração, como potência a

ser utilizada, tempo de extração, adição ou não de água à amostra, tamanho de partícula,

temperatura, etc. Estes fatores e suas interações podem influenciar qualitativa e

quantitativamente as características dos óleos essenciais.

Em gengibre (Zingiber officinale), Shah e Garg, (2014) verificaram que os ajustes nos

parâmetros tempo de extração e da potência utilizada foram mais importantes para obtenção

de maiores teores de óleo essencial. Em capim-limão (Cymbopogon citratus), maior

quantidade de óleo essencial foi obtida com maiores potências e maiores tempos de extração

(RANITHA et al., 2014). Ugarte et al. (2013) relataram que o maior tempo de extração

associado a uma menor quantidade de água proporcionaram maior teor de óleo essencial em

manjericão (Ocimum basilicum) e epazote (Chenopodium ambrosioides). Para a espécie

Schisandra chinensis, o tamanho da partícula e o tempo de extração foram os fatores mais

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importantes comparativamente à proporção de água na amostra e potência, para o teor de óleo

essencial (CHEN et al., 2011).

Dessa forma, para cada espécie, é necessário o ajuste das condições de extração

visando a obtenção de óleo essencial em quantidade e características químicas desejáveis.

2.5. Fungos fitopatogênicos

A aplicação de fungicidas sintéticos ainda é a principal medida tomada para o controle

de doenças de plantas. A utilização desses produtos de forma contínua e indiscriminada tem

causado a contaminação do solo e da água (superficiais e subterrâneas) além da seleção de

populações resistentes de patógenos, exercendo consideráveis custos ambientais e financeiros

(MIKLAS et al., 2006). Outro impacto consiste na interrupção do controle biológico natural,

ocasionando surtos de doenças e favorecendo o aparecimento de pragas secundárias (DINIZ

et al., 2008; LEE et al., 2008; SOYLU et al., 2010).

A demanda cada dia maior pela produção de alimentos e ao mesmo tempo a

necessidade de alcançar a sustentabilidade ambiental, segurança alimentar e viabilidade

econômica fez com que o uso de tecnologias não agressivas ao meio ambiente e à saúde

humana se tornasse um grande desafio. Ao mesmo tempo, a crescente preocupação da

sociedade em consumir alimentos saudáveis e de preservar os recursos naturais, têm tornado o

uso de agentes químicos uma prática questionável, destacando-se os alimentos portadores de

selos que certificam a não utilização de agrotóxicos no processo produtivo (SILVA et al.,

2010).

Diante deste apelo, tornou-se vital o desenvolvimento de estratégias baseadas no uso

racional de fungicidas ou produtos alternativos que possam substituí-los (CHRISTIAN e

GOGGI, 2008). Neste sentido, produtos naturais como extratos e óleos essenciais de plantas

têm sido estudados para avaliação do potencial no manejo de doenças de plantas. Os óleos

essenciais e seus constituintes podem atuar como agentes fungistáticos e/ou fungicida,

dependendo das concentrações utilizadas. O mesmo óleo essencial pode ser ativo contra um

amplo espectro de espécies de microrganismos, com variações em suas concentrações

mínimas inibitórias (ANTUNES e CAVACOB, 2010).

Lasiodiplodia theobromae (Pat.) Griffon e Maubl. (syn. Botryodiplodia theobromae

Pat.) é um fungo cosmopolita, polífago e oportunista, responsável por doenças importantes

em várias culturas como mangueira (Mangifera indica L.), coqueiro (Cocos nucifera L.),

cajueiro (Anacardium occidentale L.), dentre outras (FREIRE e CARDOSO, 2003).

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Atualmente verifica-se a crescente expansão das doenças causadas por L. theobromae em

frutíferas tropicais, proporcionando inestimáveis perdas, tanto no sistema produtivo como em

pós-colheita, representando uma ameaça à fruticultura no Nordeste (CARDOSO et al., 2002;

FREIRE et al., 2011).

A antracnose causada pelo fungo Colletotrichum musae é a principal doença

responsável pela deterioração da banana durante as etapas de transporte, armazenamento e

comercialização (PESSOA et al., 2007; MORAES et al., 2008). Ele deteriora a qualidade e

valor nutritivo dos frutos, tornando-os impróprios para comercialização e consumo, causando

a redução da qualidade e quantidade de banana disponível para exportação e consumo local

(KHAN et al., 2001; ANTHONY et al., 2004), gerando grave perda para os agricultores e

comerciantes (THANGAMANI et al., 2011).

Diversos trabalhos realizados tanto in vitro quanto in vivo têm relatado as propriedades

antifúngicas de extratos vegetais ou óleos essenciais. Celoto et al. (2011), observaram que os

extratos metanólico e aquoso de Momordica charantia inibiram em 80 e 70%,

respectivamente, o desenvolvimento das lesões causadas por Colletotrichum musae, em

bananas quando aplicados até dois dias antes da inoculação do fungo.

Através de microscopia eletrônica de transmissão, Hoyos et al. (2012), verificaram que

os óleos essenciais de Cymbopogon citratus, Cymbopogon martinii e Eugenia caryophyllata

na concentração de 0,1% (v/v) cujos compostos majoritários são citral (97%), geraniol

(75,92%) e eugenol (91,94%), respectivamente, apresentaram ação antifúngica direta sobre

Pseudocercospora griseola, causando rompimento da membrana plasmática e parede celular,

lise de organelas membranosas e desorganização do citoplasma nos conídios, invalidando a

germinação. A avaliação da atividade fungicida in vitro do óleo essencial das folhas de Piper

hispidinervum sobre Bipolaris sorokiniana, Fusarium oxysporum e Colletotrichum

gloeosporioides nas concentrações de 100, 200, 500, 1000, 1500 e 2000 μg.mL-1

foi realizada

por Zacaroni et al. (2009). Na concentração de 200 μg.mL-1

, observou-se uma inibição total

do fitopatógeno B. sorokiniana enquanto que, para F. oxysporum e C. gloeosporioides esta

ocorreu na concentração de 1000 μg.mL-1

. Os óleos essenciais das espécies Hyptis

marrubioides, Aloysia gratissima e Varronia curassavica reduziram a germinação de

conídios, o crescimento do micélio e a reprodução de Colletotrichum truncatum em sementes

de soja infectadas. Na concentração de 1% (v/v), o controle da antracnose pelos óleos

essenciais foi comparável ou mais eficaz do que o controle proporcionado pelo fungicida

comercial (SILVA et al., 2012).

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2.6. Protozoário Ichthyophthirius multifiliis

A aquicultura é um dos setores de produção de alimentos que mais cresce em todo o

mundo, saindo de uma produção de 47 milhões de toneladas em 2006 para 54 milhões de

toneladas em 2011, de um total de 154 milhões de toneladas da produção mundial de peixes,

crustáceos e moluscos (FAO, 2012). O Brasil ocupou em 2010 a terceira posição em produção

na América, com 480 mil toneladas de pescado, perdendo apenas para o Chile e os EUA

(FAO, 2012). Dentre os ramos da aquicultura, a piscicultura é um ramo promissor,

contribuindo significativamente no fornecimento de peixes para o mercado interno e externo.

Auxilia também na melhora nutricional, na segurança alimentar e na subsistência de muitas

famílias em regiões remotas e/ou de zonas rurais pobres de todo o mundo (SUBASINGHE,

2005; FAO, 2012).

O aumento do número de pisciculturas em todo o Brasil associado à intensificação da

produção tem feito com que os produtores se preocupem com a sobrevivência, a sanidade e a

qualidade dos peixes. Por exemplo, o cultivo de peixes em tanque rede no Brasil pode

alcançar produções de até 200 Kg de peixes/m3, e assim em sistemas intensivos, o limiar de

equilíbrio entre os agentes patogênicos, o ambiente e o hospedeiro, podem ser facilmente

quebrados, ocasionando surtos e altas mortalidades decorrentes de doenças. Segundo Klesius

e Rogers (1995) US$ 23 milhões foram os prejuízos causados por mortalidade de peixes

cultivados nos EUA, e em 2001, Geordgiadis et al., (2001) afirmaram que as doenças

infecciosas seriam o principal vilão para o desenvolvimento da piscicultura naquela região.

No Brasil, não existem dados oficiais, porém em estimativa realizada por Kubitza (2005), o

valor de R$ 4 milhões de reais é perdido pelos produtores de tilápia devido à mortalidade de

peixes em tanque rede. Esses dados são menores que os encontrados no EUA, porém não

menos expressivos.

Com relação a essas doenças, Ichthyophthirius multifiliis está entre os principais

agentes causadores de enfermidades em peixes cultivados no Brasil (MALTA et al., 2001;

MARTINS et al., 2002; MARTINS e GHIRALDELLI, 2008; PINTO et al., 2009), sendo

considerados obstáculos à produtividade dos animais em criação intensiva. O Ichthyophthirius

multifiliis é um protozoário ciliado popularmente conhecido como Ictio, que provoca uma

enfermidade chamada ictiofitiríase ou ―doença dos pontos brancos‖, devido aos sinais clínicos

característicos. Este protozoário tem um ciclo de vida direto, que é dependente da

temperatura, de tal modo que na temperatura da água mais elevada, mais rápido o ciclo de

vida se completa. O ciclo de vida envolve as seguintes fases: O teronte de natação livre

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penetra através do muco e invade o epitélio da pele, brânquias, entre outros. Ao entrar no

hospedeiro ele se transforma em trofonte, que se alimenta e cresce até 800-1000 μm. O

trofonte move-se ativamente dentro do epitélio. O parasito sai do peixe como tomonte

maduro, que secreta uma capa de proteção e ocorrem inúmeras divisões para formar de 500-

1000 células-filhas (tomitos). Os tomitos diferenciam-se em terontes infectantes, que

perfuram a parede do cisto e entram na água com natação livre, em busca de um novo

hospedeiro para completar o ciclo novamente.

Nas fazendas, a abordagem mais comum para controlar estes ciliados é através do uso

de banhos terapêuticos de curta duração (por exemplo, 30 min-4h em tanques, raceways e

sistemas fechados) ou longa duração (por exemplo, 7-15 dias em viveiros) que tem como

objetivo eliminar os estágios de natação livre do parasita. Nas outras etapas são raramente

susceptíveis ao tratamento (PICÓN-CAMACHO et al., 2012).

Um produto que já foi muito utilizado e que apresenta alta eficácia no controle do íctio

foi o verde malaquita e misturas de verde malaquita e formalina. No entanto, a utilização

desse produto foi proibida em muitos países, por ser cancerígeno, teratogênico, além de ser

altamente persistente no ambiente (PICÓN-CAMACHO et al., 2012). Estudos têm avaliado a

eficácia antiparasitária contra I. multifiliis de produtos químicos, tais como sulfato de cobre

(STRAUS 2008), cloreto de sódio (CARNEIRO et al., 2005; GARCIA et al., 2007),

permanganato de potássio (CARNEIRO et al., 2005), ferrato de potássio (LING et al., 2011),

ácido peracético (STRAUS e MEINELT, 2009; SUDOVÁ et al., 2010), e clorofilina

(WOHLLEBE et al., 2012). No entanto, nenhum destes produtos é ao mesmo tempo eficaz e

seguro para o tratamento de I. multifiliis, especialmente a fase parasitária trofonte, em tecidos

de peixes (TIEMAN e GOODWIN 2001). Além disso, as preocupações com saúde humana e

ambiental tornam muito difíceis e demoradas o processo de regulamentação do uso de tais

produtos (TIEMAN e GOODWIN 2001; LING et al., 2010).

Nos últimos anos, em função do seu vasto potencial terapêutico e dos bons resultados

obtidos com peixes e camarões em vários países do mundo como México, Índia, Tailândia e

Japão (AURO DE OCAMPO e JIMENEZ, 1993; DEY e CHANDRA, 1995;

DIREKBUSARAKOM et al., 1996; LOGAMBAL et al., 2000), o uso de plantas medicinais

também tem sido priorizado na aquicultura para o tratamento de doenças causadas por

bactérias, vírus, fungos e parasitos (HARIKRISHNAN et al., 2011; CHAKRABORTY e

HANCZ, 2011). No tratamento das doenças em peixes, os óleos e extratos de plantas

medicinais vêm sendo avaliados principalmente para reduzir ou evitar o emprego de

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quimioterápicos que provoca desenvolvimento de parasitos resistentes aos fármacos e impacto

negativo no ambiente (DOUGHARI et al., 2009, PICÓN-CAMACHO et al., 2012).

Em screening da atividade antiprotozoária de extrato de plantas medicinais, Ling et al.,

(2013) relataram que a longa duração de exposição de peixes infestados (24 h) e a

concentração de 5,00 mg/L do extrato de Psoralea corylifolia reduziu significativamente a

sobrevivência e reprodução de I. multifiliis. Em testes in vivo, peixes tratados com os extratos

aquosos de Capsicum frutescens em diluições de 1:32 e 1:64 (v/v) tiveram um número

significativamente menor de parasitas do que o controle e os demais tratamentos (LING et al.,

2012a). Outros estudos envolvendo atividade antiprotozoária contra I. multifiliis foram

realizados com extratos e flavonóides extraídos da raiz de Morus alba (FU et al., 2014a;

LIANG et al., 2015), extratos metanólicos de Magnolia officinalis e Sophora alopecuroides

(YI et al., 2012); cynatratoside‑C extraído de Cynanchum atratum (FU et al., 2014b).

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26

CAPÍTULO 1 1

2

Diversidade química do óleo essencial de populações nativas de Varronia curassavica 3

Jacq. e atividade antifúngica contra Lasiodiplodia theobromae 4

5

Resumo 6

7

Os objetivos do presente estudo foram caracterizar a diversidade química do óleo essencial 8

das folhas de cinco populações nativas de V. curassavica coletadas no Estado de Sergipe e 9

avaliar o potencial antifúngico de uma planta representante de cada grupo químico contra 10

Lasiodiplodia theobromae. O óleo essencial de 59 plantas coletadas em cinco localidades foi 11

obtido por hidrodestilação e analisados por CG/MS-DIC. Sessenta e três compostos foram 12

detectados no óleo essencial das plantas de V. curassavica, dos quais 53 foram identificados. 13

Grande diversidade química foi observada entre as plantas, que se distribuíram dentro dos 14

grupos químicos independentemente do local de coleta. Pela análise de agrupamento, houve a 15

formação de cinco grupos. O grupo I, constituído por 14 plantas caracterizou-se por 16

apresentar os compostos turmerona (8,96-30,15%) e E-cariofileno (4,60-20,17%) como 17

majoritários. O grupo II, constituído por 4 plantas apresentou como compostos majoritários 18

tricicleno (22,20-35,95%) e canfeno (16,62-27,38%). O grupo III, constituído por cinco 19

plantas apresentou α-zingibereno (24,81-35,83%) e β-sesquifelandreno (10,72-16,19%) como 20

principais compostos. O grupo IV, constituído por 13 plantas caracterizou-se por apresentar 21

os compostos E-cariofileno (3,90-31,06%) e/ou 7-ciclodecen-1-ona,7-metil-3-metileno-10-(1-22

propil) (0,00-21,48%) como majoritários. O grupo V, constituído por 23 plantas apresentou 7-23

ciclodecen-1-ona,7-metil-3-metileno-10-(1-propil) (24,68-50,20%) e shyobunona IV (3,18-24

12,02%) como majoritários. Observou-se alta correlação entre os compostos α-humuleno e E-25

cariofileno. Os óleos essenciais dos genótipos pertencentes aos grupos II, IV e V, a 26

concentração de 3% (v/v) inibiram aproximadamente 75% do crescimento micelial de L. 27

theobromae, após 96 horas de incubação. 28

29

Palavras-chave: Varronia curassavica; germoplasma; óleo essencial; constituintes químicos; 30

fitopatógenos 31

32

33

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27

1. Introdução 34

35

Varronia curassavica Jacq. (sinonímia Cordia verbenacea DC.) conhecida 36

popularmente como erva-baleeira, maria-preta e salicina, é uma espécie medicinal originária 37

do Brasil (Gasparino e Barros, 2009). Possui uma ampla distribuição no território brasileiro, 38

podendo ser encontrada ao longo das regiões costeiras, da Bacia Amazônica até o Rio Grande 39

do Sul (Bayeux et al., 2002), e interior dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Suas 40

folhas de odor forte e persistente são empregadas na medicina popular no tratamento de 41

reumatismo, inflamações e úlceras (Passos et al., 2007; Roldão et al., 2008). Diversas 42

propriedades farmacológicas de V. curassavica foram comprovadas como anti-inflamatórias, 43

antiucerogênica, antialérgica, antioxidante e antitumoral (Passos et al., 2007; Roldão et al., 44

2008; Oliveira et al., 2011; Michielin et al., 2011; Parissoto et al., 2012; Pimentel et al., 45

2012). A propriedade anti-inflamatória foi atribuída aos compostos α-humuleno e E-46

cariofileno presentes no óleo essencial de V. curassavica (Fernandes et al., 2007; Passos et al., 47

2007; Medeiros et al., 2007; Rogério et al., 2009; Parissoto et al., 2012). Devido à 48

propriedade anti-inflamatória, foi desenvolvido um medicamento fitoterápico no Brasil, 49

obtido a partir do óleo essencial, indicado para o tratamento de inflamações. Os óleos 50

essenciais têm sido alvos de diversos estudos devido às suas propriedades antimicrobianas. 51

Em V. curassavica, diversas atividades já foram relatadas, entre elas, antibacteriana 52

(Meccia et al., 2009; Matias, et al., 2010; Pinho et al., 2012; Rodrigues et al., 2012) e contra 53

fungos fitopatogênicos (Silva et al., 2012; Hoyos et al., 2012; Silva et al., 2014). Dentre os 54

fungos fitopatogênicos de importância na fruticultura, Lasiodiplodia theobromae tem causado 55

diversos prejuízos em frutíferas tropicais, tanto no sistema de cultivo como em pós-colheita 56

(Freire et al., 2011). A necessidade da produção de alimentos dentro de uma realidade 57

sustentável, com menor impacto ao meio ambiente, associada ao interesse dos consumidores 58

por alimentos livres de produtos sintéticos nocivos à saúde, tem levado à busca de estratégias 59

alternativas no controle desses patógenos. 60

A produção de óleos essenciais, bem como de outros metabólitos secundários pelas 61

plantas pode sofrer influência de diversos fatores, como sazonalidade, temperatura, 62

luminosidade, disponibilidade hídrica e nutricional, ataque de pragas e doenças, além da 63

constituição genética (Gobbo-Neto e Lopes 2007). A variação na composição química dos 64

óleos essenciais, seja por fatores genéticos, técnicos, bióticos ou abióticos, pode influenciar 65

diretamente nos resultados de tratamentos e de testes biológicos sobre patógenos humanos ou 66

fitopatógenos (Morais, 2009). 67

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28

A composição química relacionada a atividades biológicas, dentre outras 68

características, são aspectos levados em consideração na seleção de genótipos de V. 69

curassavica em programas de melhoramento (Vaz et al., 2006). Embora haja uma grande 70

ocorrência de V. curassavica no Estado de Sergipe, não há nenhuma informação a respeito da 71

diversidade química do óleo essencial nessas plantas. Devido à importância medicinal e 72

econômica dessa espécie, o conhecimento da diversidade química de plantas de V. 73

curassavica de ocorrência natural no Estado de Sergipe pode ser útil no estabelecimento de 74

estratégias de conservação e melhoramento genético, além de auxiliar no estudo de outras 75

potencialidades medicinais, farmacológicas e fitopatológicas. 76

Os objetivos do presente estudo foram caracterizar a diversidade química do óleo 77

essencial de cinco populações nativas de V. curassavica do Nordeste do Brasil e avaliar a 78

atividade antifúngica de amostras dessas populações contra Lasiodiplodia theobromae. 79

80

2. Material e métodos 81

82

2.1. Material vegetal 83

84

Foram coletadas folhas de 59 plantas de V. curassavica, de cinco localidades do 85

Estado de Segipe, Nordeste do Brasil, em setembro de 2013 (Tabela 1). A primeira localidade 86

(município de Graccho Cardoso) apresenta clima megatérmico semi-árido, temperatura média 87

anual de 24,7°C e precipitação pluviométrica média anual de 823,9 mm. A segunda localidade 88

(município de São Cristóvão) apresenta clima megatérmico úmido e sub-úmido, temperatura 89

média anual de 25,2°C e precipitação média anual de 1331,4 mm. A terceira localidade 90

(município de Japaratuba) apresenta clima seco e sub-úmido, temperatura média anual de 91

25,3°C e precipitação média anual de 1628,8 mm. A quarta localidade (município de Tomar 92

do Geru) apresenta clima úmido e sub-úmido, temperatura média anual de 24,1 °C e 93

precipitação média anual de 1045,7 mm. A quinta localidade (município de Laranjeiras) 94

apresenta clima seco e sub-úmido, temperatura média anual de 25,2°C e precipitação média 95

anual de 1279,3 mm. Em todos os municípios, o período chuvoso compreendem os meses de 96

março a agosto. Exsicatas de todas as plantas foram depositadas no herbário (ASE) da 97

Universidade Federal de Sergipe para confirmação da espécie (Tabela 1). 98

99

2.2. Extração e análise da composição química dos óleos essenciais 100

101

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29

As folhas recém-coletadas de todas as plantas foram secas em estufa com circulação 102

forçada de ar, a 40° C por cinco dias. O oleo essencial foi extraído por hidrodestilação em 103

aparelho Clevenger modificado. Amostras de 50g de folhas secas, em triplicata, foram 104

destiladas por 140 minutos (Ehlert et al., 2006). Os óleos essenciais foram coletados e 105

estocados em frascos âmbar, à -20°C até análise da composição química. 106

A análise da composição química dos óleos essenciais foi realizada utilizando um 107

CG/EM/DIC (GCMSQP2010 Ultra, Shimadzu Corporation, Kyoto, Japão) equipado com um 108

amostrador com injeção automática AOC-20i (Shimadzu). As separações foram realizadas em 109

uma coluna capilar de sílica fundida Rtx®-5MS Restek (5%-difenil-95%-dimetilpolisiloxano) 110

30 m x 0,25 mm de diâmetro interno, 0,25 µm de espessura de filme, em um fluxo constante 111

de Hélio 5.0 com taxa de 1,0 mL min-1

. A temperatura de injeção foi de 280 °C, 1,0 μL (10 112

mg mL-1

) de amostra foi injetado, com uma razão de split de 1:30. A programação de 113

temperatura do forno iniciou-se a partir de 50 °C (isoterma durante 1,5 min), com um 114

aumento de 4 °C min-1

, até 200 °C, em seguida, a 10 °C min-1

até 300 °C, permanecendo por 115

5 min. Para o CG/EM as moléculas foram ionizadas por elétrons com energia de 70 eV. Os 116

fragmentos analisados por um sistema quadrupolar programado para filtrar fragmentos/íons 117

com m/z na ordem de 40 a 500 Da e detectados por um multiplicador de elétrons. O 118

processamento de dados foi realizado com software CGMS Postrun Analysis (Labsolutions- 119

Shimadzu). O processo de ionização para o CG/DIC foi realizado pela chama proveniente dos 120

gases hidrogênio 5.0 (30 mL min-1

) e ar sintético (300 mL min-1

). As espécies coletadas, e a 121

corrente elétrica gerada foi amplificada e processada. O processamento de dados foi realizado 122

utilizando o software CG Postrun Analysis (Labsolutions- Shimadzu). 123

A identificação dos constituintes foi realizada com base na comparação dos índices de 124

retenção da literatura (Adams, 2007). Para o índice de retenção foi utilizado a equação de Van 125

den Dool e Kratz (1963) em relação a uma série homóloga de n-alcanos (nC9-nC31). 126

Também foram utilizadas três bibliotecas do equipamento WILEY8, NIST107 e NIST21 que 127

permite a comparação dos dados dos espectros com aqueles constantes das bibliotecas 128

utilizando um índice de similaridade de 80%. 129

130

2.3. Atividade antifúngica 131

132

Cultura pura do fungo Lasiodiplodia theobroame foi obtida da micoteca do 133

Laboratório de Fitopatologia da Universidade Federal de Sergipe. O delineamento 134

experimental foi inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e três repetições. Os óleos 135

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30

essenciais utilizados no ensaio de atividade antifúngica foram constituídos por uma planta 136

representante de cada grupo identificado na análise de agrupamento. A planta VAC-324 137

representou o grupo I; VAC-510 representou o grupo II; VAC-316 representou o grupo III; 138

VAC-509 representou o grupo IV e VAC-503 representou o grupo V. Para cada amostra 139

foram testadas as concentrações de 0,1; 0,5; 1,0; 2,0 e 3,0 % (v/v) de óleo essencial. Os óleos 140

essenciais foram solubilizados em 1% de DMSO e homogeneizados em meio de cultura BDA 141

esterilizado (Batata Ágar Dextrose, HIMEDIA). Em seguida, as soluções foram vertidas em 142

placas de Petri de 9,0 cm de diâmetro e cada placa foi inoculada, no centro, com um disco de 143

7 mm de diâmetro, contendo micélios da cultura do fungo. 144

As placas foram vedadas, identificadas e incubadas em câmara B.O.D à temperatura 145

de 22 ± 3 ºC e fotoperíodo de 12 horas. As avaliações foram realizadas por medições do 146

diâmetro micelial (média de duas medidas diametralmente opostas), utilizando-se um 147

paquímetro, 96 horas após a incubação. Foram usadas como controles, placas de Petri sem 148

óleo essencial contendo meio BDA acrescido do solvente DMSO e placas de Petri contendo 149

apenas o meio de cultura BDA. Como controle positivo foi utilizado o Viper 700 (0,07% p/v), 150

um fungicida de largo espectro. Ao final das avaliações, calculou-se a porcentagem de 151

inibição do crescimento do fungo (PIC) dos tratamentos em relação à testemunha, utilizando-152

se a fórmula: 153

PIC = (diâmetro da testemunha – diâmetro do tratamento)/diâmetro da testemunha) x 100. 154

155

2.4. Análises estatísticas 156

157

A partir dos dados das análises dos constituintes químicos dos óleos essenciais, duas 158

análises multivariadas foram realizadas, análise de agrupamento e análise de componentes 159

principais (ACP) usando o software Statistica. Posteriormente, uma matriz de dissimilaridade 160

foi construída com base na constituição química dos óleos essenciais de cada planta com base 161

em suas distâncias euclideanas. A matriz de dissimilaridade foi simplificada com 162

dendrogramas usando o método de agrupamento de Ward. Foi realizada análise de correlação 163

entre todos os constituintes químicos do óleo essencial das plantas amostradas. 164

As médias dos teores dos constituintes químicos e as médias da porcentagem de 165

inibição do crescimento micelial com os respectivos erros padrão das médias foram obtidos 166

com o software Graph Pad Prism®. 167

168

169

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31

3. Resultados 170

171

De acordo com as análises químicas, sessenta e três compostos foram detectados no 172

óleo essencial das plantas de V. curassavica amostradas, dos quais, 53 foram identificados 173

(Tabelas 2 e 3). Os compostos encontrados em maiores quantidades entre as plantas foram 174

tricicleno, canfeno, E-cariofileno, β-sesquifelandreno, α-zingibereno, 7-ciclodecen-1-ona,7-175

metil-3-metileno-10-(1-propil) e turmerona, os quais definiram a formação de cinco grupos 176

de acordo com a análise de agrupamento (Figura 1). 177

Considerando as similaridades dos constituintes químico dos óleos essenciais das 59 178

plantas de V. curassavica, os grupos foram caracterizados como: Grupo I: VAC-409, VAC-179

803, VAC-802, VAC-811, VAC-401, VAC-324, VAC-808, VAC-812, VAC-805, VAC-819, 180

VAC-415, VAC-408, VAC-410, e VAC-306 com turmerona (8,96-30,15%) e E- cariofileno 181

(4,60-20,17%) como compostos majoritários; Grupo II: VAC-510, VAC-419, VAC-110, e 182

VAC-108 com tricicleno (20,82-35,95%) e canfeno (16,62-27,38%) como compostos 183

majoritários; Grupo III: VAC-316, VAC-320, VAC-313, VAC-315 e VAC-302 com α-184

zingibereno (24,81-35,83%) e β-sesquifelandreno (10,72-16,19%) como compostos 185

majoritários; Grupo IV: VAC-116, VAC-810, VAC-509, VAC-425, VAC-115, VAC-111, 186

VAC-422, VAC-413, VAC-507, VAC-506, VAC-809, VAC-113, e VAC-107 com E- 187

cariofileno (3,90-31,06%) e 7-ciclodecen-1-ona,7-metil-3-metileno-10-(1-propil) como 188

compostos majoritários; Grupo 5: VAC-319, VAC-305, VAC-114, VAC-325, VAC-308, 189

VAC-807, VAC-304, VAC-112, VAC-817, VAC-816, VAC-815, VAC-312, VAC-508, 190

VAC-503, VAC-511, VAC-102, VAC-418, VAC-417, VAC-414, VAC-411, VAC-106, 191

VAC-109, e VAC-101 com 7-ciclodecen-1-ona,7-metil-3-metileno-10-(1-propil) (24,68-192

50,20%) como composto majoritário (Figuras 1 e 2). 193

Os compostos bioativos E-cariofileno e α-humuleno foram detectados em 100 e 95% 194

das plantas amostradas, respectivamente, com níveis variando de 1,67% (VAC-114) a 31,06% 195

(VAC-810) e 0,54% (VAC-114) a 10,32% (VAC-810) (Tabelas 2 e 3). 196

De acordo com a análise de componente principal (Figura 3), o componente principal 197

primário representou 20,59% da variância total e foi relacionado positivamente com os 198

compostos aloaromadendreno (r=0,77) e shyobunona IV (r=0,71); e negativamente com α-199

trans-bergamoteno (r=-0,88), composto C42 (r=-0,79), α-acorenol (r=-0,78), composto C54 200

(r=-0,74), turmerona (r=-0,82) e curlona (r=-0,83). O componente principal secundário 201

representou 13,03% da variância total e foi relacionado negativamente com os compostos α-202

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pineno (r=-0,84), limoneno (r=-0,80), 1,8-cineol (r=-0,76), α-gurjuneno (r=-0,70) e ledol (r=-203

0,80). 204

Observou-se alta correlação positiva entre alguns constituintes do óleo essencial das 205

plantas estudadas (Tabelas 4 e 5). Máxima correlação foi observada entre os compostos 206

tricicleno e canfeno, entre as plantas do grupo II (r= 1,0). A correlação entre α-zingibereno 207

and β-sesquifelandreno foi positiva e muito forte (0,99), entre as plantas do grupo III. O 208

composto 7-ciclodecen-1-ona,7-metil-3-metileno-10-(1-propil) apresentou correlação 209

significativa com shyobunona IV (r = 0,78), entre as plantas do grupo V e moderada 210

correlação negativa com E-cariofileno (r=-0,54), entre plantas do grupo IV. Forte correlação 211

foi observada entre os compostos bioativos E-cariofileno e α-humuleno (r = 0,95). Turmerona 212

foi correlacionada com os compostos C42 {220[M+], 43(100), 93(79)} (r=0,81); C54 213

{216[M+], 95(100), 105(93)} (r=0,87); C59 {220[M+], 120(100), 85(24)} (r=0,71) and 214

curlona (r=0,81). Coeficientes de correlação acima de 0,70 foram observados entre compostos 215

não identificados. 216

Na concentração de 1,0% (v/v) de óleo essencial, a porcentagem de inibição do 217

crescimento micelial (PIC) proporcionada pelos óleos essenciais dos grupos II, IV e V foi de 218

58,3; 55,2 e 58,1%, respectivamente. A tendência desses grupos em exibirem maior inibição 219

do crescimento micelial de L. theobromae se manteve até a concentração de 3,0% de óleo 220

essencial, alcançando PIC de 78,3; 71,7 e 73,0%, respectivamente. Nessa mesma 221

concentração, o óleo essencial dos grupos I e III proporcionaram PIC de 51,3 e 7,0% (Figura 222

4). O fungicida de amplo espectro utilizado como controle positivo, Viper 700 (0,07% p/v), 223

causou 100% de inibição do crescimento micelial. 224

225

4. Discussão 226

227

As plantas de V. curassavica coletadas de cinco populações nativas do estado de 228

Sergipe caracterizaram-se por apresentarem alta variabilidade dos constituintes químicos no 229

óleo essencial. Essa alta variabilidade foi observada dentro de cada população, de forma que 230

as plantas se distribuíram dentro dos grupos independentemente do local de coleta, exceto 231

para o grupo III que apresentou apenas plantas coletadas em São Cristóvão. 232

As características climáticas dos municípios onde foram realizadas as coletas, em 233

relação ao relevo, solo e temperatura média anual são em geral bastante semelhantes. O relevo 234

caracteriza-se pela predominância de tabuleiros costeiros englobando relevos dissecados em 235

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colinas e interflúvios tabulares. O solo é principalmente podzólico vermelho-amarelo, 236

algumas vezes litólicos, arenoquartzosos e aluviais. 237

A temperatura média anual dos municípios varia de 24,1°C em Tomar do Geru a 238

25,2 °C em São Cristóvão e Laranjeiras. A pluviosidade média anual, no entanto, é bem 239

diferenciada entre as regiões, variando de 823,9 mm em Graccho Cardoso, localizado na 240

região semi-árida, a 1628,8 mm em Japaratuba, localizado no litoral. Dessa forma, pode-se 241

inferir que a constituição genética das plantas e/ou a interação genótipo x ambiente, 242

provavelmente é o fator que mais influenciou a diversidade dos constituintes químicos do 243

óleo essencial, pois plantas coletadas próximas umas das outras na mesma região foram 244

classificadas em grupos diferentes. Duarte et al. (2012), relataram que para a espécie 245

Myrciaria cauliflora, a variabilidade química dos óleos essenciais foi atribuída 246

principalmente a fatores genéticos, comparativamente aos fatores espaciais. 247

Os compostos mais comumente detectados e relatados em trabalhos envolvendo o óleo 248

essencial de V. curassavica são α-pineno (11,72 - 29,70%), E-cariofileno (9,99 - 25,30%), 249

biciclogermacreno (2,70 - 13,80%) e aloaromadendreno (10%) (Iosset et al., 2000; Carvalho 250

Jr. et al., 2004; Santos et al., 2006; Feijó et al., 2014). No presente estudo, além dos 251

compostos majoritários característicos dos grupos químicos, outros compostos como sabineno 252

(38,94%), β-felandreno (21,39%), δ-elemeno (12,48%), α-gurjuneno (11,74%), 253

biciclogermacreno (12,12%), shyobunona II (14,75%), shyobunona IV (13,95%), viridiflorol 254

(15,25%), ar-turmerona (15,73%), 1-epi-cubenol (13,26%), e shyobunol (14,33%) estiveram 255

entre os principais constituintes identificados em pelo menos uma planta de V. curassavica. 256

O composto α-humuleno, considerado o marcador químico do óleo essencial de erva-257

baleeira (Gilbert e Favoreto, 2012) foi encontrado na maioria das plantas estudadas (57), 258

sendo que 42% apresentaram teor mínimo de α-humuleno de 2,30%, necessário para uso na 259

produção de medicamento (Vaz et al., 2006). Considerando os compostos α-humuleno e E-260

cariofileno, pode-se ressaltar o potencial da planta VAC-810, para uso na produção de 261

medicamentos fitoterápicos, pois apresentou altos teores dos dois compostos responsáveis 262

pelas propriedades anti-inflamatórias da espécie. 263

As informações referentes às correlações entre os compostos químicos podem ser úteis 264

durante o processo de seleção nos programas de melhoramento. Devido à alta correlação 265

observada entre os compostos tricicleno e canfeno; α-zingibereno e β-sesquifelandreno; α-266

humuleno e E-cariofileno; ao selecionar uma planta com alto teor do primeiro composto, há 267

grande possibilidade de que ele apresente também alto teor do segundo. A alta correlação 268

entre compostos pode estar relacionada à capacidade de uma única enzima sintetizar vários 269

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compostos. Uma das primeiras enzimas monoterpeno-sintases clonadas, da espécie Salvia 270

officinalis, produziu 63% de sabineno, mas também 21% de γ-terpineno, 7,0% de terpinoleno, 271

6,5% de limoneno e 2,5% de mirceno, em ensaios in vitro (Wise et al., 1998). 272

As informações das correlações entre os compostos não identificados podem ser 273

relevantes durante o processo de identificação dos mesmos, principalmente devido à 274

possibilidade de que alguns sejam isômeros entre si, ou até mesmo, isômeros de compostos 275

conhecidos. 276

O composto 7-ciclodecen-1-ona,7-metil-3-metileno-10-(1-propil), encontrado em 36 277

das 59 plantas estudadas foi isolado e identificado a partir do óleo essencial de V. curassavica 278

coletadas nas mesmas regiões do presente estudo (Anjos, 2014). Atualmente este composto 279

está sendo alvo de estudos para verificar seu potencial bioativo. 280

A grande variabilidade de compostos observados no óleo essencial de V. curassavica, 281

pode estar relacionada à capacidade das enzimas terpeno-sintases converterem o substrato 282

prenil-difosfato em diversos produtos durante os vários ciclos de reação (Degenhardt et al., 283

2009). Esta propriedade é encontrada em quase metade das enzimas monoterpeno e 284

sesquiterpeno-sintases conhecidas, e pode ser atribuída à estabilização dos intermediários 285

reativos, o qual ocorre em mais de uma maneira. 286

Além disso, foi confirmada em algumas enzimas a presença de dois motivos, além do 287

sítio ativo que, pela mudança de conformação, permite a ligação de dois diferentes substratos, 288

possibilitando que uma enzima terpeno-sintase gere vários produtos (Degenhardt et al., 2009). 289

A maior inibição do crescimento micelial proporcionada pelos óleos essenciais 290

representantes dos grupos II, IV e V, pode ser devido à presença dos compostos majoritários 291

canfeno, tricicleno, E-cariofileno e 7-ciclodecen-1-ona,7-metil-3-metileno-10-(1-propil). 292

Entretanto, a presença de outros compostos em menores teores, tanto pode potencializar o 293

efeito antifúngico do óleo essencial como também, reduzir sua toxicidade, favorecendo a 294

sobrevivência do fungo. O efeito tóxico dos óleos essenciais sobre os fungos pode estar 295

relacionado aos danos causados por estes nas paredes celulares, tornando-as permeáveis e 296

causando extravasamento do conteúdo celular (Oliveira et al., 2011). A alteração na 297

permeabilidade da membrana pode ser causada pela oxidação de lipídeos, induzida por algum 298

dos constituintes do óleo essencial (Montanari et al., 2012). Silva et al. (2014) observaram 299

que o óleo essencial de V. curassavica na concentração de 0,25% (v/v) causou alterações 300

degenerativas em Oidium eucalypti. Os principais danos observados foram lise das paredes de 301

hifas e encolhimento dos conídios e conidióforos. 302

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Os óleos essenciais dos grupos II, IV e V, apesar de não atuarem da mesma forma que 303

o fungicida comercial, poderão ser úteis no controle de L. theobromae por inibirem o 304

desenvolvimento do micélio. O controle do crescimento micelial ou a redução da velocidade 305

desse crescimento pode ser suficiente para impedir que os frutos sejam danificados pelo fungo 306

até a chegada ao consumidor. Atualmente, a aplicação de produtos naturais está ganhando 307

força no controle de doenças de plantas (Akila et al. 2011), principalmente porque as 308

preparações são biodegradáveis e menos prejudicial para os seres humanos e animais (Jayaraj 309

et al., 2008; Devaiah et al., 2009). 310

Para confirmar se o potencial antifúngico dos óleos essenciais dos grupos químicos 311

estudados é devido à presença dos compostos majoritários, deve-se em trabalhos posteriores 312

testá-los isoladamente. 313

Os resultados da caracterização da diversidade química em cinco populações de V. 314

curassavica revelaram uma ampla variedade de compostos nos óleos essenciais de plantas 315

nativas, provavelmente devido às diferenças genéticas entre as plantas estudadas. Os 316

compostos encontrados em maiores quantidades foram tricicleno, canfeno, E-cariofileno, β-317

sesquifelandreno, α-zingibereno, 7-ciclodecen-1-ona,7-metil-3-metileno-10-(1-propil) e 318

turmerona, os quais definiram a formação de cinco grupos de acordo com a composição 319

química e análise de agrupamento. O conhecimento da variabilidade química apresentada 320

pelas plantas de V. curassavica coletadas no Nordeste do Brasil pode abrir caminhos para a 321

prospecção e estudo de compostos com outras potencialidades medicinais, farmacológicas e 322

fitopatológicas. Além disso, pode servir de fonte de materiais para programas de 323

melhoramento genético e desenvolvimento de novas cultivares da espécie. 324

325

Agradecimentos 326

327

Os autores agradecem ao CNPq, FAPITEC/SE, CAPES, FINEP, e RENORBIO pelo suporte 328

financeiro dado para realização deste trabalho. 329

330

5. Referências 331

332

Adams, R.P., 2007. Identification of essential oil components by gas chromatography/mass 333

spectroscopy, 4th ed., Allured: Carol Stream. 334

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36

Akila, R., Rajendran, L., Harish, S., Saveetha, K., Raguchander, T., Samiyappan, R. 2011. 335

Combined application of botanical formulations and biocontrol agents for the management 336

of Fusarium oxysporum f. sp. cubense (Foc) causing Fusarium wilt in banana. Biol. 337

Control 57, 175–183. 338

Anjos, C.S., 2014. Contribuição química para os voláteis de acessos e extratos por fluido 339

supercrítico de Cordia verbenaceae DC.161p. Dissertação (Mestrado em Química) - 340

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Degenhardt, J., Köllner, T.G., Gershenzon, J., 2009. Monoterpene and sesquiterpene 348

synthases and the origin of terpene skeletal diversity in plants. Phytochemistry 70, 1621–349

1637. 350

Devaiah, S. P., Mahadevappa, G. H., Shetty, H. S. 2009. Induction of systemic resistance in 351

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essential oil yield by increasing trichomes frequency. Rev. Bras. Farmacogn. 24, 516-523. 361

Fernandes, E.S., Passos, G.F., Medeiros, R., Cunha, F.M., Ferreira, J., Campos, M.M., 362

Pianowski, L.F., Calixto, J.B., 2007. Anti-inflammatory effects of compounds alpha-363

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37

humulene and (-)-trans-caryophyllene isolated from the essential oil of Cordia verbenacea. 364

Eur. J. Pharmacol. 569, 228–236. 365

Freire, F.C.O., Cardoso, J.E., Viana, F.M.P., Martins, M.V.V., 2011. Status of Lasiodiplodia 366

theobromae as a plant pathogen in Brazil. Essentia 12 (2), 53-71. 367

Gasparino, E.C., Barros, M.A.V.C, 2009. Palinotaxonomia das espécies de Cordiaceae 368

(Boraginales) ocorrentes no Estado de São Paulo. Rev. Bras. Bot. 32, 33-55. 369

Gilbert, B., Favoreto, R., 2012. Cordia verbenacea DC Boraginaceae. Rev. Fitos 7, 17-25. 370

Gobbo-Neto, L., Lopes, N. P., 2007. Plantas medicinais: fatores de influência no conteúdo de 371

metabólitos secundários. Quim. Nova 30, 374-381. 372

Hoyos, J.M.A., Alves, E., Rozwalka, L.C., Souza, E.A., Zeviani, W.M., 2012. Antifungal 373

activity and ultrastructural alterations in Pseudocercospora griseola treated with essential 374

oils. Ciênc. Agrotec. 36, 270-284. 375

Ioset, J. R., Marston, A., Gupta, M. P., Hostettmann, K., 2000. Antifungal and larvicidal 376

cordiaquinones from the roots of Cordia curassavica. Phytochemistry 53, 613-617. 377

Jayaraj, J., Wan, A., Rahman, M., Punja, Z. K. 2008. Seaweed extract reduces foliar diseases 378

on carrot. Crop Prot. 27, 1360–1366. 379

Matias, E.F., Santos, K.K.A., Almeida, T.S., Costa, J.G.M., Coutinho, H.D.M., 2010. 380

Atividade antibacteriana In vitro de Croton campestris A., Ocimum gratissimum L. e 381

Cordia verbenacea DC. Rev. Bras. Biociênc. 8, 294-298. 382

Meccia, G., Rojas, L.B., Velasco, J., Díaz, T., Usubillaga, A., Arzola, J.C.; Ramos, S., 2009. 383

Chemical composition and antibacterial activity of the essential oil of Cordia verbenacea 384

from the Venezuelan Andes. Nat. Prod. Commun. 4(8), 1119–1122. 385

Medeiros, R., Passos, G.F., Vitor, C.E., Mazzuco,T.L., Pianowski, L.F., Campos, M.M., 386

Calixto, J.B., 2007.Effect of two active compounds obtained from the essential oil of 387

Cordia verbenacea on the acute inflammatory responses elicited by LPS in the rat paw. 388

Brit. J. Pharmacol. 151, 618–627. 389

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38

Michielin, E.M.Z., Wieseb, L.P.L., Ferreira, E.A., Pedrosa, R.C., Ferreiraa, S.R.S., 2011. 390

Radical-scavenging activity of extracts from Cordia verbenacea DC obtained by different 391

methods. J. Supercrit. Fluids 56, 89-96. 392

Montanari, R. M., Barbosa, L. C. A., Demuner, A. J., Silva, C. J., Andrade, N. J., Ismail, F. 393

M. D., Barbosa, M. C. A., 2012. Exposure to Anacardiaceae volatile oils and their 394

constituents induces lipid peroxidation within food-borne bacteria cells. Molecules 16, 395

9728-9740. 396

Morais, L.A.S., 2009. Influência dos Fatores Abióticos na Composição Química dos Óleos 397

Essenciais. Hortic. Bras. 27 (2), S4050-S4063. 398

Oliveira, D.M., Luchini, A.C., Seito, L.N., Gomes, J.C., Crespo-López, M.E., Di Stasi, L.C., 399

2011. Cordia verbenacea and secretion of mast cells in different animal species. J. 400

Ethnopharmacol. 135, 463–468. 401

Oliveira, M. M. M., Brugnera, D. F., Cardoso, M. G., Guimarães, L. G. L., Piccoli, R. H., 402

2011. Rendimento, composição química e atividade antilisterial de óleos essenciais de 403

espécies de Cymbopogon. Rev. Bras. Pl. Med. 13 (1), 8-16. 404

Parissotto, E.B., Michielin, E.M.Z., Biscaro, F., Ferreira, S.R.S., Filho, D.W.,Pedrosa, R.C., 405

2012. The antitumor activity of extracts from Cordia verbenacea D.C. obtained by 406

supercritical fluid extraction. J. Supercrit. Fluids 61, 101-107. 407

Passos, G.F., Fernandes, E.S., Da Cunha, F.M., Ferreira, J., Pianowski, L.F., Campos, M.M., 408

Calixto, J.B., 2007. Anti-inflammatory and anti-allergic properties of the essential oil and 409

active compounds from Cordia verbenacea. J. Ethnopharmacol. 110, 323–333. 410

Pimentel, S.P., Barrella, G.E., Casarin, R.C.V., Cirano, F.R., Casati, M.Z., Foglio, M.A., 411

Figueira, G.F., Ribeiro, F.V.R., 2012. Protective effect of topical Cordia verbenacea in a 412

rat periodontitis model: immune-inflammatory, antibacterial and morphometric assays. 413

BMC Complement. Altern. Med. 12, 224. 414

Pinho, L., Souza, P. N. S., Sobrinho, E.M., Almeida, A. C.,Martins, E. R., 2012. 415

Antimicrobial activity of hydroalcoholic extracts from rosemary, peppertree, barbatimão 416

and erva-baleeira leaves and from pequi peel meal. Ciênc. Rural 42, 326-331. 417

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39

Rodrigues, F.F.G, Oliveira, L.G.S., Rodrigues, F.F.G., Saraiva, M.E., Almeida, S.C.X., 418

Cabral, M.E.S., Campos, A.R., Costa, J.G.M., 2012. Chemical composition, antibacterial 419

and antifungal activities of essential oil from Cordia verbenacea DC leaves. Pharmacogn. 420

Res. 4, 161-165. 421

Rogério, A.P., Andrade, E.L., Leite, D. F. P., Figueiredo, C., Calixto, J.B., 2009. Themed 422

section: mediators and receptors in the resolution of inflamation. Preventive and 423

therapeutic anti-inflamatory properties of the sesquiterpeno α-humuleno in experimental 424

airways allergic inflammation. Brit. J. Pharmacol. 158, 1074-1087. 425

Roldão, E.F., Witaicenis, A., Seito, L.N., Hiruma-Lima, C.A., Di Stasi, L.C., 2008. 426

Evaluation of the antiulcerogenic and analgesic activities of Cordia verbenacea DC. 427

(Boraginaceae). J Ethnopharmacol. 119, 94–98. 428

Santos, R. P., Nunes, E. P., Nascimento, R. F., Santiago, G. M. P., Menezes, G.H. A., 429

Silveira, E. R., Pessoa, O. D. L., 2006. Chemical Composition and Larvicidal Activity of 430

the Essential Oils of Cordia leucomalloides and Cordia curassavica from the Northeast of 431

Brazil. J. Braz. Chem. Soc. 17, 1027-1030. 432

Silva, A.C., Souza, P.E., Machado, J.C., Silva Jr., B.M., Pinto, J.E.B.P., 2012. Effectiveness 433

of essential oils in the treatment of Colletotrichum truncatum-infected soybean seeds. 434

Trop. Plant Pathol. 37, 305-313. 435

Silva, A.C., Souza, P.E., Resende, M.L.V., Silva Jr., M.B., Ribeiro Jr., P.M., Zeviani, W.M., 436

2014. Local and systemic control of powdery mildew in eucalyptus using essential oils and 437

decoctions from traditional Brazilian medicinal plants. Forest Pathol. 44, 145–153. 438

Van Den Dool, H., & Kratz, P.D. (1963). A generalization of the retention index system 439

including linear temperature programmed gas—liquid partition chromatography. J. 440

Chromatogr. A 11, 463-471. 441

Vaz, A.P.A., Scaranari, C., Batista, L.A.R., Figueira, G.M., Sartoratto, A., Magalhães, P.M. 442

2006. Biomassa e composição química de genótipos melhorados de espécies medicinais 443

cultivadas em quatro municípios paulistas. Pesq. Agropec. Bras. 41, 869-872. 444

Wise, M.L., Savage, T.J., Katahira, E., Croteau, R., 1998. Monoterpene synthases from 445

common sage (Salvia officinalis) – cDNA isolation, characterization, and functional 446

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40

expression of (+)-sabinene synthase, 1,8-cineole synthase, and (+)-bornyl diphosphate 447

synthase. J. Biol. Chem. 273, 14891–14899. 448

449 450 451 452

453 454 455 456 457

458 459

460 461 462 463 464

465

466 467 468

469 470

471

472

473 474 475

476 477

478 479 480 481

482 483 484

485 486 487 488

489 490 491 492 493

494

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41

Tabela 1. Identificação e origem das plantas de V. curassavica coletadas em Sergipe, Brasil. 495 Planta Origin (município, estado, país) Georreferenciamento

VAC-101 Graccho Cardoso, Sergipe, Brasil 10°14‘48.5‖S; 37°12‘52.8‖W

VAC-102 Graccho Cardoso, Sergipe, Brasil 10°14‘47.6‖S; 37°12‘52.8‖W

VAC-106 Graccho Cardoso, Sergipe, Brasil 10°14‘46.5‖S; 37°12‘52.3‖W

VAC-107 Graccho Cardoso, Sergipe, Brasil 10°14‘49.6‖S; 37°12‘47.6‖W

VAC-108 Graccho Cardoso, Sergipe, Brasil 10°14‘47.7‖S; 37°12‘52.2‖W

VAC-109 Graccho Cardoso, Sergipe, Brasil 10°14‘39.7‖S; 37°12‘53.3‖W

VAC-110 Graccho Cardoso, Sergipe, Brasil 10°14‘30.5‖S; 37°12‘45.4‖W

VAC-111 Graccho Cardoso, Sergipe, Brasil 10°14‘33.9‖S; 37°12‘47.9‖W

VAC-112 Graccho Cardoso, Sergipe, Brasil 10°14‘47.3‖S; 37°12‘50.1‖W

VAC-113 Graccho Cardoso, Sergipe, Brasil 10°14‘46.4‖S; 37°12‘52.1‖W

VAC-114 Graccho Cardoso, Sergipe, Brasil 10°14‘45.4‖S; 37°13‘28.6‖W

VAC-115 Graccho Cardoso, Sergipe, Brasil 10°14‘33.0‖S; 37°12‘47.5‖W

VAC-116 Graccho Cardoso, Sergipe, Brasil 10°09‘24.9‖S; 37°08‘27.0‖W

VAC-302 São Cristóvão, Sergipe, Brasil 10°54‘59.7‖S; 37°11‘16.3‖W

VAC-304 São Cristóvão, Sergipe, Brasil 10°54‘46.5‖S; 37°11‘52.5‖W

VAC-305 São Cristóvão, Sergipe, Brasil 10°55‘45.7‖S; 37°11‘49.6‖W

VAC-306 São Cristóvão, Sergipe, Brasil 10°54‘47.1‖S; 37°11‘36.0‖W

VAC-308 São Cristóvão, Sergipe, Brasil 10°54‘57.5‖S; 37°11‘12.3‖W

VAC-312 São Cristóvão, Sergipe, Brasil 10°54‘47.8‖S; 37°11‘52.7‖W

VAC-313 São Cristóvão, Sergipe, Brasil 10°54‘48.9‖S; 37°11‘27.6‖W

VAC-315 São Cristóvão, Sergipe, Brasil 10°54‘60.1‖S; 37°11‘15.8‖W

VAC-316 São Cristóvão, Sergipe, Brasil 10°55‘26.9‖S; 37°11‘53.5‖W

VAC-319 São Cristóvão, Sergipe, Brasil 10°55‘25.6‖S; 37°11‘50.7‖W

VAC-320 São Cristóvão, Sergipe, Brasil 10°55‘26.9‖S; 37°11‘53.4‖W

VAC-324 São Cristóvão, Sergipe, Brasil 10°55‘28.5‖S; 37°12‘08.3‖W

VAC-325 São Cristóvão, Sergipe, Brasil 10°55‘28.8‖S; 37°12‘11.9‖W

VAC-401 Japaratuba, Sergipe, Brasil 10°38' 05.4''S; 36º55'10.5‖W

VAC-408 Japaratuba, Sergipe, Brasil 10°37‘59.9‖S; 36°55‘16.1‖W

VAC-409 Japaratuba, Sergipe, Brasil 10°38‘01.4‖S; 36°55‘14.3‖W

VAC-410 Japaratuba, Sergipe, Brasil 10°37‘37.7‖S; 36°55‘29.6‖W

VAC-411 Japaratuba, Sergipe, Brasil 10°37‘39.3‖S; 36°55‘25.9‖W

VAC-413 Japaratuba, Sergipe, Brasil 10°37‘38.7‖S; 36°55‘35.5‖W

VAC-414 Japaratuba, Sergipe, Brasil 10°37‘37.3‖S; 36°55‘34.2‖W

VAC-415 Japaratuba, Sergipe, Brasil 10°37‘38.6‖S; 36°55‘35.4‖W

VAC-417 Japaratuba, Sergipe, Brasil 10°37‘39.4‖S; 36°55‘37.6‖W

VAC-418 Japaratuba, Sergipe, Brasil 10°37‘40.9‖S; 36°55‘40.4‖W

VAC-419 Japaratuba, Sergipe, Brasil 10°37‘41.6‖S; 36°55‘41.3‖W

VAC-422 Japaratuba, Sergipe, Brasil 10°37‘38.2‖S; 36°55‘58.9‖W

VAC-425 Japaratuba, Sergipe, Brasil 10°37‘05.4‖S; 36°55‘16.0‖W

VAC-503 Tomar do Geru, Sergipe, Brasil 11°19‘05.2‖S; 37°52‘17.5‖W

VAC-506 Tomar do Geru, Sergipe, Brasil 11°19‘01.2‖S; 37°52‘25.0‖W

VAC-507 Tomar do Geru, Sergipe, Brasil 11°19‘03.6‖S. 37°51‘49.0‖W

VAC-508 Tomar do Geru, Sergipe, Brasil 11°19‘02.1‖S; 37°52‘27.0‖W

VAC-509 Tomar do Geru, Sergipe, Brasil 11°19‘05.0‖S; 37°51‘50.6‖W

VAC-510 Tomar do Geru, Sergipe, Brasil 11°19‘05.0‖S; 37°51‘50.0‖W

VAC-511 Tomar do Geru, Sergipe, Brasil 11°19‘05.6‖S; 37°52‘17.5‖W

VAC-802 Laranjeiras, Sergipe, Brasil 10°51‘48.7‖S; 37°10‘38.7‖W

VAC-803 Laranjeiras, Sergipe, Brasil 10°51‘58.7‖S; 37°11‘11.1‖W

VAC-805 Laranjeiras, Sergipe, Brasil 10°51‘44.2‖S; 37°10‘45.5‖W

VAC-807 Laranjeiras, Sergipe, Brasil 10°51‘04.4‖S; 37°12‘00.1‖W

VAC-808 Laranjeiras, Sergipe, Brasil 10°51‘27.6‖S; 37°12‘51.2‖W

VAC-809 Laranjeiras, Sergipe, Brasil 10°50‘27.6‖S; 37°12‘49.3‖W

VAC-810 Laranjeiras, Sergipe, Brasil 10°49‘42.4‖S; 37°13‘36.9‖W

VAC-811 Laranjeiras, Sergipe, Brasil 10°50‘27.3‖S; 37°12‘50.0‖W

VAC-812 Laranjeiras, Sergipe, Brasil 10°51‘29.1‖S; 37°12‘50.2‖W

VAC-815 Laranjeiras, Sergipe, Brasil 10°50‘25.9‖S; 37°12‘47.8‖W

VAC-816 Laranjeiras, Sergipe, Brasil 10°48'16.6'' S. 37°16'27.1'' W

VAC-817 Laranjeiras, Sergipe, Brasil 10°48' 12.8'' S. 37°16' 23.1''W

VAC-819 Laranjeiras, Sergipe, Brasil 10°48‘12.9‖S; 37°16‘22.5‖W

496

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42

Tabela 2 497 Teores (%) dos constituintes químicos (C1 a C31) do óleo essencial de plantas de Varronia curassavica em Sergipe, Brasil. 498

Plantas Compostos

C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16 C17 C18 C19 C20 C21 C22 C23 C24 C25 C26 C27 C28 C29 C30 C31

VAC-101 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,39 0,38 1,02 0,39 2,85 0,00 0,00 0,84 0,00 1,75 0,00 1,60 0,00 1,39 4,25 0,00 3,20 0,00 2,05 0,00

VAC-102 0,17 1,03 0,21 0,00 0,00 0,58 0,00 3,45 0,00 0,60 0,00 0,35 0,17 0,67 0,26 4,90 0,31 0,00 0,00 4,46 1,24 0,00 1,62 2,30 0,00 3,87 0,45 2,73 0,68 1,58 0,00

VAC-106 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,32 1,02 0,35 0,28 2,71 0,00 0,00 0,00 5,26 1,34 0,00 3,16 0,00 1,12 2,33 0,42 2,35 0,55 0,72 0,00

VAC-107 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,27 0,29 0,96 0,16 8,98 0,52 0,00 1,74 0,00 0,77 0,00 1,99 1,89 0,00 3,39 0,00 0,78 4,45 0,00 0,00

VAC-108 35,95 5,58 27,38 0,00 0,25 0,00 1,55 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,24 0,88 0,00 6,13 0,00 0,00 4,58 4,10 0,00 0,00 1,88 0,00 0,00 1,54 1,13 0,00 0,00 0,67 0,00

VAC-109 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,24 0,00 0,32 0,37 2,31 0,00 0,00 0,74 0,00 1,66 0,00 0,00 0,00 1,14 2,86 0,00 2,74 0,57 0,54 0,00

VAC-110 32,54 5,08 25,33 0,57 0,30 0,00 1,47 0,00 0,70 0,00 0,00 0,38 0,31 1,06 8,16 9,32 0,00 0,00 2,62 0,00 0,35 0,00 1,42 0,00 0,00 4,19 0,00 0,00 0,00 0,92 0,00

VAC-111 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,51 0,83 0,60 0,97 4,11 0,00 0,00 1,25 0,00 1,31 0,00 4,94 0,00 5,91 3,41 0,00 14,75 1,50 0,00 0,00

VAC-112 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,41 0,00 1,46 1,96 4,92 0,00 0,00 1,37 0,00 1,45 0,00 0,53 0,00 0,94 4,45 0,00 2,18 0,43 0,76 0,00

VAC-113 0,00 6,08 0,00 0,49 0,00 0,00 0,00 21,39 0,00 0,00 0,00 0,99 0,40 2,22 6,52 22,25 0,00 0,00 6,90 0,00 0,27 0,00 1,76 0,00 0,00 12,12 0,00 0,00 0,00 1,21 0,00

VAC-114 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,43 0,38 2,53 4,53 1,67 0,00 0,00 0,54 0,00 1,95 0,00 1,01 0,00 0,81 5,39 0,00 1,97 0,97 2,44 0,00

VAC-115 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,16 0,45 2,50 0,16 4,04 0,00 0,00 1,11 0,00 0,90 0,00 1,40 0,00 3,41 1,91 0,00 11,97 0,39 0,43 0,00

VAC-116 0,00 0,59 0,00 38,94 0,09 0,31 1,75 0,00 0,43 3,26 5,21 0,24 0,60 2,25 3,01 7,94 0,00 0,00 2,25 0,00 0,00 0,00 4,03 0,00 0,00 3,46 0,00 0,00 0,00 2,93 0,00

VAC-302 0,00 1,11 0,00 0,00 0,18 0,00 0,00 3,83 1,03 0,00 0,00 0,80 0,00 0,41 0,38 20,23 1,51 0,00 5,55 0,00 0,39 1,59 3,94 24,81 0,00 7,13 0,00 0,00 0,00 0,00 10,79

VAC-304 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,46 0,00 0,46 0,27 7,62 0,00 0,00 2,20 0,00 1,09 0,00 0,23 0,00 1,11 2,63 0,00 2,29 3,30 0,00 0,00

VAC-305 0,00 1,61 0,00 0,00 0,00 0,45 0,00 4,36 0,00 1,23 0,00 0,64 0,00 0,69 1,62 6,44 0,00 0,00 2,02 0,00 1,45 0,00 1,97 0,00 1,39 4,13 0,00 2,58 0,00 4,00 0,00

VAC-306 0,00 3,58 0,00 0,14 0,00 0,00 0,00 7,23 0,00 0,00 0,00 0,45 0,43 0,00 0,00 4,68 2,03 0,62 1,52 0,00 0,00 1,14 2,95 5,72 0,00 3,65 0,00 0,00 0,00 1,08 1,84

VAC-308 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,56 0,00 0,52 0,33 7,45 0,00 0,00 2,30 0,00 1,36 0,00 1,27 0,00 1,34 3,60 0,00 2,91 4,79 0,00 0,00

VAC-312 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,64 0,27 0,82 0,38 9,78 0,00 0,00 2,04 0,00 1,33 0,00 2,28 0,00 0,99 4,57 0,00 2,20 6,47 0,00 0,00

VAC-313 0,72 0,00 0,90 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,48 0,00 9,09 1,72 0,55 2,68 0,00 0,37 3,35 3,63 33,86 0,00 2,57 4,49 0,00 0,00 0,00 14,92

VAC-315 0,00 1,91 0,00 0,00 0,00 0,57 0,00 6,82 0,00 2,41 0,00 0,78 0,34 0,52 0,00 13,47 1,41 0,00 3,99 0,00 0,45 2,94 3,70 20,81 0,00 8,24 0,00 0,00 0,00 0,00 10,72

VAC-316 0,00 7,70 0,00 0,51 3,98 0,00 0,24 0,00 0,75 0,00 0,00 0,91 0,26 0,50 0,19 5,17 1,85 0,54 1,77 0,00 0,00 3,78 4,41 35,83 0,00 10,72 0,00 0,00 0,00 0,00 16,19

VAC-319 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,48 0,14 0,62 0,30 6,31 0,00 0,00 2,09 0,00 1,30 0,47 1,38 0,00 1,54 3,17 0,00 2,61 0,00 2,72 0,00

VAC-320 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,90 0,00 0,47 0,15 2,22 0,00 4,45 0,82 0,00 0,59 3,79 1,03 25,85 0,00 5,95 3,64 0,00 0,00 0,00 13,87

VAC-324 0,00 0,00 0,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,46 0,00 0,00 0,00 15,63 1,35 0,60 4,72 0,00 0,00 0,82 0,50 4,11 0,00 3,19 0,93 0,00 0,00 0,00 1,76

VAC-325 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,44 0,00 0,47 0,35 2,89 0,00 0,56 1,10 0,00 1,25 0,00 0,00 0,00 1,68 3,23 0,00 4,01 3,31 0,00 0,00

VAC-401 1,34 4,96 1,36 0,00 1,32 0,49 1,05 0,00 0,38 2,43 0,00 0,49 0,47 0,00 3,82 19,58 1,89 0,00 4,30 0,00 0,00 1,64 2,23 2,52 0,00 3,59 0,00 0,00 0,00 1,54 0,70

VAC-408 0,00 1,30 0,00 0,00 0,84 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,63 2,08 0,62 1,42 0,00 0,00 1,05 0,77 10,62 0,00 2,03 1,16 0,00 0,00 0,00 3,49

VAC-409 0,24 0,00 0,24 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,60 1,17 0,00 1,32 0,00 0,00 1,16 1,17 1,53 0,00 0,47 0,50 0,00 0,00 0,00 0,90

VAC-410 0,00 3,38 0,00 0,41 0,64 0,00 0,00 6,70 1,42 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,42 10,03 1,54 0,49 1,92 0,00 0,00 0,69 4,08 5,56 0,00 1,29 0,64 0,00 0,00 0,00 2,13

VAC-411 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,37 0,00 0,00 0,90 0,00 0,71 0,00 0,00 0,00 1,26 0,00 0,00 2,45 0,00 0,57 0,00

VAC-413 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,34 0,65 0,34 0,30 7,84 1,04 0,00 2,18 0,00 0,72 0,68 3,11 1,83 0,48 1,54 0,00 0,00 0,00 5,03 0,00

VAC-414 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,44 0,14 0,39 0,33 4,35 0,00 0,00 1,35 0,00 1,35 0,00 0,75 0,00 0,84 2,73 0,00 1,85 2,21 0,00 0,00

VAC-415 8,47 1,32 7,37 0,00 0,00 0,00 0,24 0,00 0,34 0,00 0,00 0,39 0,42 0,00 0,18 6,75 1,34 0,38 1,32 0,00 0,00 0,74 3,31 4,38 0,00 2,85 0,00 0,00 0,00 0,00 1,83

VAC-417 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,75 0,84 0,72 0,64 5,24 0,00 0,00 1,54 0,00 1,37 0,00 5,07 0,00 1,31 3,27 0,00 2,24 2,04 0,00 0,00

VAC-418 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,51 0,17 0,51 1,19 2,73 0,00 0,00 0,94 0,00 1,55 0,00 0,82 0,00 1,12 2,96 0,00 2,33 2,85 0,00 0,00

VAC-419 26,10 4,51 20,91 0,38 0,12 0,00 1,84 0,00 1,08 0,12 0,00 0,71 0,56 2,00 4,70 14,30 0,00 0,00 3,76 0,00 0,25 0,00 4,92 0,00 0,00 4,28 0,00 0,00 0,00 0,71 0,00

VAC-422 1,87 0,26 1,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,35 0,22 0,45 0,47 3,90 0,83 0,00 1,20 0,00 0,96 0,50 1,20 2,22 0,81 2,21 0,45 1,22 4,70 0,00 0,00

VAC-425 0,12 17,39 0,48 1,02 5,55 2,84 3,76 0,00 2,27 8,81 0,22 0,86 0,79 0,74 11,74 12,52 0,00 0,00 3,42 0,00 0,46 0,00 4,63 0,00 0,00 4,95 0,00 0,00 0,00 0,96 0,00

VAC-503 0,00 0,54 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,49 0,00 0,00 0,00 0,49 0,00 0,37 2,19 9,99 0,00 0,43 2,83 0,00 1,31 0,00 0,94 1,62 0,68 4,32 0,00 1,13 0,61 2,27 0,00

VAC-506 1,92 0,81 1,53 0,00 0,21 0,00 0,00 0,00 0,22 0,00 0,00 1,74 0,00 1,07 0,39 15,73 0,89 0,00 4,39 0,00 0,86 1,36 1,19 5,11 0,00 6,35 0,00 0,00 1,12 3,46 2,28 42

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS … · 2017-11-25 · UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

43

VAC-507 0,84 1,34 0,90 0,00 0,64 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,51 0,35 0,43 0,39 12,75 0,51 0,00 3,35 0,00 1,46 0,00 2,38 0,90 0,00 4,14 0,00 0,00 0,00 7,77 0,00

VAC-508 1,75 2,16 1,51 0,00 0,84 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,34 0,15 0,36 0,37 11,33 0,38 0,00 3,13 0,00 1,17 0,00 1,05 0,81 0,58 3,04 0,00 1,61 0,58 2,69 0,00

VAC-509 6,17 3,62 4,71 0,11 1,18 0,00 0,38 0,00 0,39 0,00 0,00 0,42 0,00 0,44 0,36 19,87 0,00 0,00 6,20 0,00 0,52 0,00 0,56 0,00 0,00 4,21 0,00 0,00 0,00 1,95 0,00

VAC-510 22,20 3,47 16,62 0,37 0,26 0,00 0,65 0,00 1,15 0,00 0,00 12,48 0,00 2,58 0,00 10,02 0,00 0,59 3,20 0,00 0,00 0,00 2,12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,49 0,00

VAC-511 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,47 0,00 0,61 0,00 7,61 0,68 0,00 2,36 0,00 1,58 1,29 1,53 2,41 1,15 4,44 0,00 2,14 0,00 4,34 0,00

VAC-802 0,00 0,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,10 0,38 0,00 0,00 0,13 0,79 0,28 0,25 9,80 1,54 0,56 3,42 0,00 0,00 3,16 2,08 3,96 0,00 1,44 0,48 0,00 0,00 0,00 2,37

VAC-803 1,40 0,18 1,53 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,35 0,00 0,00 0,21 0,29 0,00 0,00 10,39 1,44 0,53 3,83 0,00 0,00 0,00 3,74 1,84 0,00 2,15 0,42 0,00 0,00 0,00 1,82

VAC-805 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,31 0,36 0,00 0,00 0,57 0,31 0,31 0,32 14,94 1,35 0,46 4,77 0,00 0,00 0,00 5,01 7,73 0,00 5,34 0,51 0,00 0,00 0,00 2,75

VAC-807 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,32 0,31 1,04 0,28 10,43 0,00 0,00 1,91 0,00 1,04 0,00 2,03 0,00 0,75 3,46 0,00 1,92 2,13 0,81 0,00

VAC-808 0,00 1,44 0,00 0,00 0,87 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,48 0,64 0,94 0,00 20,17 1,25 0,49 6,02 0,00 0,00 0,00 5,82 5,71 0,00 5,32 0,46 0,00 0,00 0,00 1,80

VAC-809 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,31 0,00 0,58 0,20 6,70 0,49 0,22 2,28 0,00 0,74 0,00 1,24 1,99 0,00 3,90 0,00 1,54 2,49 1,34 0,00

VAC-810 0,00 2,36 0,00 0,00 0,00 4,09 0,00 5,15 0,35 0,21 0,00 0,22 2,17 1,54 0,00 31,06 0,00 0,00 10,32 0,00 0,00 0,00 6,83 0,00 0,00 2,19 0,00 0,00 0,00 3,41 0,00

VAC-811 0,00 0,85 0,00 0,00 0,46 1,05 0,48 0,00 0,00 0,39 0,00 0,21 0,75 1,29 0,00 18,64 1,72 0,60 6,19 0,00 0,00 0,00 5,32 2,86 0,00 2,23 0,56 0,00 0,00 0,00 2,99

VAC-812 0,00 1,17 0,00 0,00 0,56 0,31 0,37 0,00 0,00 0,97 0,00 0,49 0,61 0,49 0,47 11,10 1,16 0,43 3,67 0,00 0,00 0,00 6,36 4,55 0,00 5,57 0,41 0,00 0,00 0,00 1,90

VAC-815 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,64 0,00 2,32 0,79 0,00 1,06 0,00 0,53 0,00 1,55 1,15 0,00 2,36 0,00 1,27 0,00 1,66 0,00

VAC-816 0,67 0,00 0,75 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,22 0,00 0,38 0,23 3,46 0,33 0,00 1,26 0,00 0,86 0,00 0,38 1,77 0,00 2,37 0,00 1,81 0,00 2,65 0,00

VAC-817 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,14 0,18 0,49 0,23 4,60 0,33 0,00 1,70 0,00 0,91 0,00 1,07 0,00 0,74 1,20 0,00 1,57 2,69 0,00 0,00

VAC-819 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,64 0,21 0,28 0,33 7,21 1,05 0,44 2,65 0,00 0,00 0,00 1,99 3,15 0,00 6,37 0,39 0,00 0,00 0,00 1,40

IRRo 921 935 954 979 981 1024 1028 1030 1031 1058 1180 1335 1385 1392 1410 1421 1435 1437 1457 1457 1463 1486 1483 1495 1495 1499 1508 1516 1522 1525 1530

IRRl 927 932 946 969 974 1020 1024 1025 1026 1054 1174 1335 1387 1389 1409 1417 1432 1434 1452 1457 1458 1479 1484 1493 1488 1500 1503 1495 - 1521 1521

Compostos: (C1) tricicleno, (C2) α-pineno, (C3) canfeno, (C4) sabineno, (C5) β-pineno, (C6) p-cimeno, (C7) limoneno, (C8) β-felandreno, (C9) 1,8-cineol, (C10) γ-terpineno, 499 (C11) terpinen-4-ol, (C12) δ-elemeno, (C13) β-bourboneno, (C14) β-elemeno, (C15) α-gurjuneno, (C16) E-cariofileno, (C17) trans-α-bergamoteno, (C18) γ-elemeno, (C19) 500 α-humuleno, (C20) sesquisabineno, (C21) aloaromadendreno, (C22) ar-curcumeno, (C23) germacreno D, (C24) α-zingibereno, (C25) shyobunona I, (C26) biciclogermacreno, 501 (C27) β-bisaboleno, (C28) shyobunona II, (C29) {204[M

+], 81(100), 93(69)}, (C30) δ-cadineno, (C31) β-sesquifelandreno. IRRo: índice de retenção observado; IRRl: índice 502

de retenção da literatura. M+=peso molecular. 503

504

505 506 507

508 509

510

511

512 513 514 515

43

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Tabela 3 516 Teores (%) dos constituintes químicos (C32 a C63) do óleo essencial de plantas de Varronia. curassavica em Sergipe, Brasil. 517

Plantas Compostos

C32 C33 C34 C35 C36 C37 C38 C39 C40 C41 C42 C43 C44 C45 C46 C47 C48 C49 C50 C51 C52 C53 C54 C55 56 C57 C58 C59 C60 C61 C62 C63 TI

VAC-101 0,00 0,00 10,21 0,00 1,43 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 45,33 1,39 0,00 0,00 1,99 0,00 0,00 3,06 1,63 0,63 4,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,07 0,00 0,00 0,00 80,77

VAC-102 0,34 0,00 6,81 0,00 1,39 0,00 0,00 0,34 0,25 0,00 0,00 25,83 1,24 0,00 0,57 0,87 0,87 0,00 3,79 1,18 1,00 4,69 0,00 0,00 0,00 4,93 0,00 1,95 4,89 0,87 0,00 0,00 79,01

VAC-106 0,28 0,00 12,02 0,00 4,18 0,00 0,00 0,17 0,00 0,00 0,00 41,76 0,93 0,00 0,00 2,15 0,00 0,00 4,28 1,00 0,75 3,38 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,81 0,00 0,00 0,00 86,23

VAC-107 2,17 0,00 2,99 0,00 1,65 0,00 2,79 0,49 0,00 0,00 0,94 11,51 0,36 0,00 1,40 0,85 1,28 0,70 3,76 0,00 1,14 0,00 6,03 3,87 0,00 8,20 0,00 8,33 14,33 0,00 0,00 0,00 71,55

VAC-108 0,00 0,00 0,00 0,00 0,35 0,00 0,00 0,26 0,00 0,00 0,19 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,25 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 93,03

VAC-109 0,28 0,00 10,39 0,00 0,69 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 47,42 1,67 0,00 0,00 2,45 0,00 0,00 5,72 2,36 0,74 3,39 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,21 0,00 0,00 0,00 78,81

VAC-110 0,00 0,00 0,00 0,00 0,81 0,00 0,27 0,90 0,95 1,18 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 98,83

VAC-111 0,46 0,00 11,84 0,00 1,49 0,00 1,55 0,50 0,55 0,00 0,00 12,88 1,35 0,00 0,00 0,38 0,00 0,00 15,05 0,00 0,46 3,89 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,05 0,00 0,00 0,00 73,30

VAC-112 0,00 0,00 9,81 0,00 0,72 0,00 0,00 0,69 0,00 0,00 0,00 39,34 1,36 0,00 0,00 1,58 0,00 0,00 7,75 1,91 0,90 3,95 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,57 0,00 0,00 0,00 78,05

VAC-113 0,00 0,00 0,00 0,00 3,90 3,79 0,00 1,08 0,37 1,34 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,36 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 80,40

VAC-114 0,67 0,00 8,71 0,00 1,25 0,00 0,00 0,00 0,95 0,00 0,00 33,22 1,24 0,23 0,00 1,40 0,00 0,76 3,11 0,80 2,04 3,15 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8,19 0,00 0,00 0,00 93,46

VAC-115 0,16 0,00 13,95 0,00 3,12 0,00 0,00 0,52 0,00 0,00 0,00 10,77 0,00 13,26 0,00 0,30 0,00 0,00 12,65 2,07 0,26 3,78 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,58 0,00 0,00 0,00 80,40

VAC-116 0,00 0,00 0,00 0,00 0,84 0,00 0,00 0,45 0,33 0,65 0,00 0,00 0,00 0,17 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,25 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 73,18

VAC-302 0,00 0,00 0,63 0,00 0,78 0,00 0,33 0,51 0,00 0,00 0,57 2,33 0,00 0,00 0,35 0,00 0,54 0,00 0,50 0,00 0,00 0,00 1,01 0,00 0,00 2,73 0,39 1,24 0,00 1,10 0,00 1,51 79,99

VAC-304 2,68 0,00 5,75 0,00 2,72 0,00 1,47 0,94 0,00 0,00 0,00 37,96 2,86 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 9,05 3,66 0,00 2,62 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,02 0,00 0,00 3,30 94,55

VAC-305 1,89 0,00 5,70 0,00 2,35 0,80 1,88 0,00 0,00 0,00 0,00 30,96 3,34 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,79 3,49 1,76 2,56 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,86 0,00 0,00 0,00 74,53

VAC-306 0,00 0,00 0,00 1,86 2,38 0,00 0,00 0,76 0,00 0,00 3,02 0,00 0,00 0,00 2,37 0,00 4,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,48 0,00 0,00 24,34 3,44 6,15 0,00 4,16 0,00 0,00 80,86

VAC-308 2,75 0,00 4,77 0,00 1,60 0,00 2,35 0,74 0,00 0,00 0,00 36,08 4,21 0,00 0,00 5,58 0,00 0,00 3,74 0,00 2,07 2,52 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,60 0,00 0,00 0,00 78,01

VAC-312 4,00 0,00 3,65 0,00 2,16 0,00 3,37 1,12 0,00 0,00 0,00 25,22 2,63 0,00 0,00 0,00 0,00 3,57 3,02 0,00 3,26 3,10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8,76 0,00 0,00 0,00 79,43

VAC-313 0,00 0,00 1,36 0,00 1,15 0,00 0,00 0,98 0,00 0,00 0,00 8,80 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,90 1,72 0,00 0,59 0,90 0,00 0,00 0,83 0,00 0,00 0,00 1,29 0,00 0,00 0,00 76,42

VAC-315 0,00 0,00 2,15 0,00 2,68 0,00 0,00 1,30 0,00 0,00 0,00 7,34 0,68 0,00 0,00 0,00 0,00 1,16 1,52 0,00 0,48 0,85 0,00 0,00 0,49 0,00 0,00 0,00 0,59 0,00 0,00 0,00 95,57

VAC-316 0,00 0,00 0,00 0,00 1,69 0,00 0,00 0,55 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,29 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 95,28

VAC-319 1,10 0,00 8,21 0,00 3,17 0,00 1,41 1,25 0,00 0,00 0,00 34,17 3,99 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 6,90 4,50 1,13 4,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,70 0,00 0,00 0,00 97,82

VAC-320 2,32 0,00 2,19 0,00 4,35 1,04 1,44 0,00 0,94 0,00 0,00 8,26 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,79 0,00 2,96 1,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,42 0,00 0,00 0,00 74,16

VAC-324 0,00 0,00 0,00 0,95 1,87 0,00 0,00 1,11 0,00 0,00 2,10 0,00 0,00 0,00 1,94 0,00 3,45 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,32 2,47 0,00 17,54 2,10 6,53 0,00 3,48 0,00 13,50 88,34

VAC-325 2,02 0,00 6,09 0,00 1,76 0,00 1,58 0,00 0,68 0,00 0,00 39,64 4,22 0,00 0,00 3,72 0,00 0,00 1,98 0,00 2,08 3,22 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,76 0,00 0,00 1,33 80,82

VAC-401 0,00 0,00 0,00 0,77 2,51 0,00 0,00 1,76 0,00 0,97 1,78 0,00 0,00 0,00 2,21 0,00 1,60 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,76 2,52 0,00 11,08 1,29 5,98 0,00 2,46 0,00 0,00 75,63

VAC-408 0,00 0,00 0,00 0,60 1,86 0,00 0,00 0,64 0,00 0,00 1,40 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10,00 0,00 10,62 30,15 2,75 0,00 0,00 3,69 0,34 0,00 81,05

VAC-409 0,00 0,00 0,00 0,86 1,93 0,00 0,00 1,96 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,63 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,68 9,41 0,00 15,57 3,15 21,59 0,00 8,43 3,36 0,00 80,65

VAC-410 0,00 0,00 0,00 0,37 0,55 0,00 0,00 0,59 0,00 0,00 1,66 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,03 0,00 8,37 0,00 0,00 25,52 1,93 8,65 0,00 3,26 0,34 0,00 59,57

VAC-411 0,00 6,79 6,93 0,00 4,12 0,00 0,00 2,77 0,00 0,00 0,00 46,50 0,00 0,00 0,00 3,05 0,00 0,00 5,85 3,35 1,61 2,79 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 74,94

VAC-413 2,86 0,00 1,80 0,41 1,64 0,00 1,63 0,99 0,00 0,00 1,34 15,50 0,00 0,00 3,33 2,19 1,69 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 5,50 14,66 0,00 2,74 0,00 6,74 3,47 2,58 0,00 0,00 80,37

VAC-414 1,51 0,00 5,41 0,00 2,85 0,00 0,89 0,75 0,00 0,00 0,00 50,20 4,73 0,00 0,00 6,96 0,00 0,00 2,77 0,00 0,58 1,72 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,80 0,00 0,00 0,00 75,40

VAC-415 0,00 0,00 0,00 0,76 1,58 0,00 0,00 0,66 0,00 0,00 1,92 0,00 0,00 0,00 2,23 0,00 2,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7,82 0,00 0,00 23,05 2,00 8,87 0,00 3,03 0,32 0,00 83,95

VAC-417 1,33 0,00 5,77 0,00 2,86 0,00 0,67 0,82 0,00 0,00 0,00 47,89 0,00 0,00 0,00 5,81 0,00 0,00 0,00 2,23 0,58 1,81 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,25 0,00 0,00 0,00 75,03

VAC-418 1,78 0,00 7,24 0,00 3,26 0,00 1,18 0,83 0,00 0,00 0,00 49,59 0,00 0,00 0,00 6,33 0,00 0,00 0,00 2,75 0,85 2,27 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,12 0,00 0,00 0,00 88,66

VAC-419 0,00 0,00 0,00 0,00 1,05 0,00 0,11 1,06 0,48 0,63 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,28 0,00 0,00 0,00 0,34 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 86,22

VAC-422 2,45 0,00 3,63 0,38 1,55 0,00 1,30 0,27 0,00 0,00 1,67 21,48 0,00 0,00 3,55 1,40 1,64 0,00 1,12 0,00 0,00 0,00 4,50 15,73 0,00 1,89 0,00 5,14 4,09 0,00 0,00 0,00 95,20

VAC-425 0,00 0,00 0,00 0,00 2,29 0,00 0,00 1,58 1,30 1,76 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,24 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 74,10

VAC-503 0,00 0,00 6,94 0,00 3,37 0,00 0,00 1,21 5,05 0,00 0,00 31,77 2,75 0,00 0,00 5,07 0,00 0,00 0,00 2,58 0,71 1,35 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,21 0,00 0,00 0,00 90,70

VAC-506 0,00 0,00 3,35 0,46 2,37 0,00 0,68 1,14 0,00 0,00 1,96 11,42 1,78 0,00 0,00 1,14 1,80 0,00 0,98 2,13 1,06 0,00 0,84 0,79 0,00 4,22 0,69 1,37 0,00 1,68 0,00 2,46 84,93

VAC-507 2,91 0,00 2,54 0,00 1,85 0,00 4,79 1,00 2,53 0,00 0,00 10,94 0,00 1,38 0,00 0,80 0,00 3,97 1,50 0,00 4,91 0,00 0,00 0,00 0,00 4,19 0,00 2,31 6,53 0,00 0,00 0,00 82,77

VAC-508 0,00 0,00 6,53 0,00 3,42 0,00 2,06 1,26 0,00 0,00 0,00 24,68 0,00 0,00 0,00 2,48 0,00 0,00 2,61 3,38 1,53 1,37 0,00 0,00 0,53 1,28 0,00 0,51 1,08 0,00 0,00 1,03 84,09

VAC-509 0,00 0,00 3,02 0,00 2,02 0,00 0,41 1,82 15,25 0,00 0,00 8,82 0,82 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,84 1,97 0,54 0,45 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,78 0,00 0,00 3,90 79,14

VAC-510 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,28 9,00 0,71 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 87,66

VAC-511 1,25 0,00 5,55 0,00 1,54 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,55 26,96 2,77 0,00 0,00 4,16 0,00 2,44 1,59 0,00 1,96 0,00 0,00 0,00 0,00 9,40 0,00 1,53 0,00 2,73 0,00 0,00 87,17

44

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45

VAC-802 0,00 0,00 0,00 1,56 2\,31 0,00 0,00 1,67 0,00 0,00 1,64 0,00 0,00 0,00 5,15 0,00 1,87 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 7,29 11,37 0,00 13,11 0,00 10,98 0,00 2,80 0,64 0,00 85,33

VAC-803 0,00 0,00 0,00 2,62 4,84 0,00 0,00 2,32 0,00 0,00 1,32 0,00 0,00 0,00 5,54 0,00 1,92 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 3,38 15,35 0,00 10,34 0,00 8,45 0,00 2,79 0,52 0,00 67,33

VAC-805 0,00 0,00 0,00 0,00 2,31 0,00 0,00 0,65 0,00 0,00 2,33 0,00 0,00 0,00 1,79 0,00 2,39 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 9,61 0,00 0,00 20,87 0,00 8,00 0,00 2,39 0,36 0,00 70,82

VAC-807 1,17 0,00 4,90 0,00 0,88 0,00 3,35 0,59 0,00 0,00 0,00 37,53 1,41 0,00 0,00 1,64 0,00 0,00 5,47 1,70 0,67 2,11 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 9,84 0,00 0,00 0,00 75,03

VAC-808 0,00 0,00 0,00 0,00 1,52 0,00 0,00 0,59 0,00 0,00 1,41 0,00 0,00 0,00 1,86 0,00 1,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8,88 0,00 0,00 18,60 0,00 7,56 0,00 2,40 0,38 0,00 83,69

VAC-809 1,82 0,00 2,74 1,75 0,00 0,00 2,59 0,46 0,00 0,00 1,29 16,72 0,99 0,00 1,22 0,93 1,10 0,78 1,89 0,96 1,28 0,00 5,15 3,51 0,00 9,83 0,00 4,85 10,83 1,58 0,19 0,00 76,39

VAC-810 0,00 0,00 0,00 0,00 5,18 0,00 0,00 7,16 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,30 0,00 0,00 0,78 0,00 0,00 0,00 0,94 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 75,84

VAC-811 0,00 0,00 0,00 1,64 2,68 0,00 0,00 3,06 0,00 0,00 1,59 0,00 0,00 0,00 3,37 0,00 2,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,45 9,30 0,00 8,96 0,47 5,48 0,00 1,97 0,45 0,00 84,23

VAC-812 0,00 0,00 0,00 0,00 2,83 0,00 0,00 0,69 0,00 0,00 2,18 0,00 0,00 0,00 2,06 0,00 1,85 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 11,60 0,00 0,00 20,59 0,00 8,93 0,00 2,66 0,41 0,00 77,15

VAC-815 0,44 0,00 3,18 0,00 6,15 0,00 0,00 0,89 0,00 0,00 0,00 29,28 0,85 0,00 4,14 1,92 0,74 0,00 3,01 2,14 0,84 0,00 3,22 6,98 0,00 6,00 0,00 5,79 1,99 1,99 0,55 1,07 69,61

VAC-816 1,60 0,00 4,94 0,00 0,97 0,00 3,04 0,55 0,00 0,00 0,00 29,27 1,59 0,00 1,07 1,78 0,55 0,00 4,65 1,94 0,84 0,00 5,27 0,00 0,00 8,01 0,00 3,05 10,69 0,00 0,00 0,00 74,93

VAC-817 1,38 0,00 3,20 0,00 0,00 0,00 2,34 1,05 0,00 0,00 0,00 30,33 1,10 0,00 1,89 2,51 0,00 0,86 2,56 1,37 1,13 0,00 2,20 1,82 0,00 2,81 0,00 2,39 10,27 0,00 0,25 2,12 77,79

VAC-819 0,00 0,00 0,00 0,00 2,69 0,00 0,00 0,78 0,00 0,00 2,00 0,00 0,00 0,00 3,88 0,00 1,40 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 16,29 0,00 0,00 24,04 0,00 12,59 0,00 4,50 0,85 0,00 71,84

IRRo 1528 1549 1562 1586 1583 1590 1581 1588 1596 1608 1613 1618 1624 1625 1632 1637 1635 1647 1644 1646 1660 1668 1669 1672 1696 1676 1688 1701 1699 1705 1778 1788

IRRl - 1529 1560 1582 1577 1590 1574 1582 1592 1602 - - - 1627 - 1640 1632 1640 - - 1652 - - 1668 1685 1664 1694 - 1688 1701 1777 1783

Compostos: (C32) {207[M+], 81(100), 93(82)}, (C33) kessane, (C34) shyobunona IV, (C35) ar-turmerol, (C36) espatulenol, (C37) globulol, (C38) germacreno D-4-ol, (C39) 518

óxido de cariofileno, (C40) viridiflorol, (C41) ledol, (C42) {220[M+], 43(100), 93(79)}, (C43) 7-ciclodecen-1-ona,7-metil-3-metileno-10-(1-propil), (C44) {202[M

+], 519

119(100), 43(78)}, (C45) 1-epi-cubenol, (C46) {218[M+], 119(100), 85(40)}, (C47) dehidroxi-isocalamendiol, (C48) α-acorenol, (C49) epi-α-murulol, (C50) {220[M

+], 520

81(100), 140(69)}, (C51) {220[M+], 82(100), 81(99)}, (C52) α-cadinol, (C53) {220[M

+], 82(100), 81(95)}, (C54) {216[M

+], 95(100), 105(93)}, (C55) ar-turmerona, (C56) 521

germacra-4(15),5,10(14)-trien-1α-ol, (C57) turmerona, (C58) Z-γ-atlantona, (C59) {220[M+], 120(100), 85(24)}, (C60) shyobunol, (C61) curlona, (C62) Z-α-atlantona, (C63) 522

metil farnesoato (2E,6E), TI: total identificado IRRo: índice de retenção relativo observado; IRRl: índice de retenção relativo da literatura. M+=peso molecular. 523

524 525 526

527 528

529 530 531

532

533 534

535

536 537 538

45

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Tabela 4 539 Coeficientes de correlação para os constituintes químicos (C1 a C32) do óleo essencial de plantas de V. curassavica em Sergipe, Brasil. 540 Compostos C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16 C17 C18 C19 C20 C21 C22 C23 C24 C25 C26 C27 C28 C29 C30 C31 C32

C1 0,33 1,00 -0,03 -0,01 -0,09 0,49 -0,10 0,35 -0,07 -0,04 0,33 -0,02 0,28 0,27 0,05 -0,20 -0,06 0,15 0,26 -0,26 -0,13 0,01 -0,13 -0,18 -0,14 0,01 -0,17 -0,16 -0,02 -0,12 -0,20

C2 0,33 -0,01 0,84 0,46 0,79 0,25 0,77 0,70 -0,01 0,14 0,20 0,12 0,72 0,31 0,03 -0,06 0,30 0,04 -0,34 0,07 0,28 0,08 -0,27 0,31 -0,10 -0,26 -0,27 0,01 0,08 -0,31

C3 -0,03 -0,01 -0,08 0,50 -0,11 0,36 -0,07 -0,05 0,32 -0,02 0,27 0,28 0,06 -0,19 -0,06 0,15 0,25 -0,27 -0,13 0,02 -0,13 -0,18 -0,14 0,02 -0,18 -0,17 -0,02 -0,12 -0,21

C4 -0,01 0,04 0,34 -0,03 0,10 0,32 1,00 -0,02 0,11 0,32 0,15 -0,02 -0,11 -0,05 -0,02 -0,03 -0,16 -0,07 0,14 -0,06 -0,08 0,00 -0,05 -0,08 -0,08 0,15 -0,06 -0,10

C5 0,40 0,62 -0,08 0,65 0,69 0,00 0,04 0,13 -0,06 0,50 0,16 0,15 0,00 0,13 -0,06 -0,22 0,18 0,26 0,25 -0,19 0,29 -0,07 -0,18 -0,18 -0,02 0,23 -0,20

C6 0,40 0,14 0,37 0,56 0,05 -0,03 0,68 0,16 0,32 0,49 -0,08 -0,07 0,51 0,00 -0,19 -0,08 0,45 -0,07 -0,14 -0,01 -0,07 -0,12 -0,15 0,16 -0,05 -0,16

C7 -0,12 0,72 0,78 0,34 0,10 0,22 0,25 0,75 0,16 -0,16 -0,09 0,17 0,08 -0,29 -0,11 0,26 -0,13 -0,21 0,02 -0,06 -0,20 -0,20 0,01 -0,11 -0,25

C8 0,04 0,01 -0,04 0,00 0,12 0,18 0,22 0,38 0,07 -0,04 0,36 0,00 -0,19 0,06 0,12 0,07 -0,15 0,49 -0,07 -0,14 -0,17 0,03 0,07 -0,18

C9 0,58 0,10 0,32 0,13 0,14 0,55 0,29 0,06 -0,02 0,24 -0,06 -0,39 0,07 0,36 0,11 -0,27 0,06 -0,09 -0,26 -0,26 -0,08 0,12 -0,33

C10 0,34 0,00 0,23 0,07 0,65 0,15 -0,04 -0,09 0,10 -0,03 -0,14 0,01 0,26 -0,03 -0,13 0,14 -0,09 -0,12 -0,15 0,05 -0,01 -0,15

C11 -0,03 0,12 0,31 0,15 -0,02 -0,12 -0,05 -0,03 -0,03 -0,15 -0,07 0,14 -0,07 -0,08 -0,01 -0,05 -0,08 -0,08 0,15 -0,06 -0,09

C12 -0,11 0,39 -0,01 0,07 -0,12 0,10 0,08 -0,06 -0,13 -0,02 0,01 -0,01 -0,08 -0,08 -0,06 -0,09 -0,06 0,05 0,00 -0,08

C13 0,25 0,18 0,42 -0,04 -0,12 0,43 0,14 -0,20 -0,11 0,69 -0,16 0,08 -0,01 -0,15 0,06 -0,13 0,09 -0,13 -0,17

C14 0,34 0,16 -0,46 -0,13 0,18 -0,04 0,08 -0,26 0,12 -0,21 0,10 0,17 -0,17 0,17 -0,02 0,17 -0,18 -0,11

C15 0,17 -0,26 -0,15 0,11 -0,09 -0,02 -0,16 0,09 -0,19 -0,09 0,31 -0,16 -0,10 -0,13 0,07 -0,18 -0,18

C16 0,22 -0,10 0,95 -0,17 -0,46 0,01 0,49 0,06 -0,38 0,30 -0,07 -0,38 -0,23 0,14 0,07 -0,28

C17 0,15 0,19 -0,16 -0,63 0,54 0,32 0,54 -0,42 0,08 0,25 -0,40 -0,31 -0,21 0,50 -0,33

C18 -0,06 -0,09 -0,24 0,51 0,00 0,47 -0,18 0,11 0,66 -0,18 -0,16 -0,22 0,53 0,06

C19 -0,16 -0,51 0,00 0,47 0,06 -0,37 0,26 -0,03 -0,38 -0,28 0,12 0,08 -0,31

C20 0,08 -0,12 -0,01 -0,09 -0,03 -0,12 0,10 0,03 -0,06 -0,02 -0,10 -0,11

C21 -0,30 -0,46 -0,31 0,55 -0,02 -0,24 0,49 0,44 0,30 -0,32 0,52

C22 0,08 0,84 -0,24 0,29 0,55 -0,25 -0,24 -0,16 0,85 -0,12

C23 0,24 -0,10 0,19 0,05 -0,12 -0,26 -0,08 0,24 -0,29

C24 -0,26 0,43 0,60 -0,25 -0,23 -0,25 0,99 -0,15

C25 -0,15 -0,20 0,95 0,28 -0,06 -0,25 0,20

C26 -0,05 -0,15 -0,09 0,00 0,43 -0,10

C27 -0,18 -0,17 -0,24 0,62 -0,05

C28 0,24 -0,08 -0,24 0,14

C29 -0,27 -0,24 0,73

C30 -0,28 0,19

C31 -0,16

Compostos: (C1) tricicleno, (C2) α-pineno, (C3) canfeno, (C4) sabineno, (C5) β-pineno, (C6) p-cimeno, (C7) limoneno, (C8) β-felandreno, (C9) 1,8-cineol, (C10) γ-terpineno, 541 (C11) terpinen-4-ol, (C12) δ-elemeno, (C13) β-bourboneno, (C14) β-elemeno, (C15) α-gurjuneno, (C16) E-cariofileno, (C17) trans-α-bergamoteno, (C18) γ-elemeno, (C19) 542 α-humuleno, (C20) sesquisabineno, (C21) aloaromadendreno, (C22) ar-curcumeno, (C23) germacreno D, (C24) α-zingibereno, (C25) shyobunona I, (C26) biciclogermacreno, 543 (C27) β-bisaboleno, (C28) shyobunona II, (C29) {204[M

+], 81(100), 93(69)}, (C30) δ-cadineno, (C31) β-sesquifelandreno, (C32) {207[M

+], 81(100), 93(82)}.M+=peso 544

molecular. 545

546

46

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Tabela 5 547 Coeficientes de correlação para os constituintes químicos (C33 a C63) do óleo essencial de plantas de V. curassavica em Sergipe, Brasil. 548 Compostos C33 C34 C35 C36 C37 C38 C39 C40 C41 C42 C43 C44 C45 C46 C47 C48 C49 C50 C51 C52 C53 C54 C55 C56 C57 C58 C59 60 C61 C62 C63

C1 -0,04 -0,27 -0,09 -0,32 -0,06 -0,16 -0,07 0,24 0,34 -0,13 -0,29 -0,20 -0,05 -0,13 -0,20 -0,14 -0,10 -0,21 -0,18 -0,21 -0,23 -0,15 -0,10 -0,02 -0,15 -0,07 -0,15 -0,21 -0,15 -0,09 -0,05

C2 -0,07 -0,39 -0,06 -0,06 0,19 -0,24 0,13 0,18 0,76 -0,07 -0,43 -0,28 -0,07 -0,16 -0,30 -0,11 -0,11 -0,31 -0,23 -0,21 -0,32 -0,13 -0,17 0,00 -0,07 0,05 -0,15 -0,33 -0,10 -0,12 -0,08

C3 -0,04 -0,27 -0,09 -0,32 -0,06 -0,16 -0,07 0,23 0,35 -0,12 -0,29 -0,20 -0,05 -0,12 -0,20 -0,13 -0,10 -0,21 -0,18 -0,21 -0,24 -0,14 -0,10 -0,02 -0,14 -0,06 -0,14 -0,21 -0,14 -0,08 -0,05

C4 -0,02 -0,13 -0,06 -0,14 -0,01 -0,09 -0,06 -0,01 0,22 -0,09 -0,14 -0,10 -0,01 -0,08 -0,10 -0,09 -0,05 -0,10 -0,10 -0,08 -0,11 -0,09 -0,06 -0,02 -0,09 -0,05 -0,09 -0,10 -0,09 -0,05 -0,04

C5 -0,05 -0,26 -0,07 -0,04 -0,06 -0,13 0,07 0,14 0,49 -0,05 -0,29 -0,21 -0,04 -0,11 -0,20 -0,10 -0,06 -0,21 -0,15 -0,11 -0,24 -0,04 -0,11 0,07 -0,02 0,00 -0,09 -0,21 -0,06 -0,06 -0,03

C6 -0,04 -0,20 -0,03 0,27 -0,03 -0,16 0,72 -0,03 0,31 -0,09 -0,22 -0,13 -0,04 -0,06 -0,17 -0,07 -0,03 -0,15 -0,14 -0,07 -0,13 -0,12 -0,04 0,03 -0,11 -0,07 -0,10 -0,16 -0,10 -0,06 -0,08

C7 -0,05 -0,33 -0,08 -0,19 -0,07 -0,22 0,05 0,12 0,77 -0,12 -0,35 -0,24 -0,05 -0,12 -0,24 -0,13 -0,12 -0,25 -0,23 -0,24 -0,27 -0,15 -0,11 -0,04 -0,15 -0,07 -0,15 -0,26 -0,14 -0,09 -0,08

C8 -0,04 -0,20 0,02 0,18 0,81 -0,17 0,13 -0,07 0,31 0,03 -0,22 -0,11 -0,05 -0,09 -0,20 0,01 -0,05 -0,15 -0,13 -0,08 -0,12 -0,04 -0,12 -0,02 0,04 0,13 -0,04 -0,18 0,01 -0,07 -0,07

C9 -0,06 -0,41 -0,02 -0,22 -0,09 -0,28 0,09 0,22 0,61 -0,01 -0,44 -0,29 -0,07 -0,10 -0,31 -0,12 -0,16 -0,32 -0,28 -0,24 -0,35 -0,03 -0,09 -0,06 0,01 0,04 -0,04 -0,34 -0,03 -0,06 -0,05

C10 -0,04 -0,19 -0,06 0,01 -0,03 -0,15 0,09 0,00 0,65 -0,07 -0,21 -0,11 -0,04 -0,08 -0,17 -0,08 -0,04 -0,14 -0,13 -0,12 -0,13 -0,09 -0,08 -0,03 -0,10 -0,05 -0,09 -0,16 -0,09 -0,07 -0,07

C11 -0,02 -0,13 -0,06 -0,13 -0,03 -0,09 -0,06 -0,02 0,22 -0,09 -0,13 -0,09 -0,01 -0,08 -0,09 -0,09 -0,05 -0,10 -0,09 -0,07 -0,10 -0,09 -0,06 -0,02 -0,09 -0,05 -0,09 -0,10 -0,08 -0,04 -0,04

C12 -0,05 -0,13 -0,09 -0,20 0,03 -0,08 -0,11 0,47 0,26 -0,08 -0,14 -0,06 -0,04 -0,12 -0,09 -0,08 -0,03 -0,11 -0,09 -0,08 -0,10 -0,11 -0,11 -0,06 -0,13 -0,08 -0,13 -0,12 -0,12 -0,09 -0,02

C13 -0,11 -0,09 0,05 0,29 -0,01 -0,16 0,58 -0,15 0,17 0,04 -0,24 -0,32 0,06 0,13 -0,15 0,06 -0,03 -0,09 -0,27 -0,19 -0,09 0,02 0,08 -0,05 -0,05 -0,12 0,00 -0,14 -0,07 -0,07 -0,21

C14 -0,14 0,13 -0,29 -0,13 0,27 -0,11 0,00 0,15 0,35 -0,36 -0,07 -0,06 0,36 -0,29 -0,13 -0,34 0,00 0,14 -0,02 0,00 0,13 -0,36 -0,20 -0,13 -0,43 -0,37 -0,38 0,07 -0,42 -0,23 -0,17

C15 -0,06 -0,14 -0,15 -0,06 0,32 -0,17 0,01 0,04 0,89 -0,20 -0,17 -0,12 -0,05 -0,19 -0,12 -0,21 -0,09 -0,15 -0,12 -0,10 -0,10 -0,21 -0,15 -0,07 -0,23 -0,12 -0,22 -0,13 -0,21 -0,14 -0,11

C16 -0,14 -0,52 0,08 0,12 0,23 -0,13 0,60 0,22 0,30 0,21 -0,54 -0,27 -0,10 0,06 -0,37 0,18 0,06 -0,38 -0,27 -0,18 -0,47 0,07 -0,02 -0,04 0,09 -0,01 0,06 -0,32 0,06 -0,06 0,21

C17 -0,11 -0,58 0,55 -0,02 -0,16 -0,30 0,08 -0,22 -0,16 0,72 -0,58 -0,43 -0,12 0,53 -0,38 0,65 -0,04 -0,45 -0,44 -0,37 -0,56 0,59 0,35 0,29 0,72 0,57 0,57 -0,35 0,67 0,31 0,09

C18 -0,05 -0,22 0,14 0,19 0,18 -0,05 -0,11 0,04 -0,10 0,14 -0,24 -0,17 -0,06 0,09 -0,18 0,11 -0,10 -0,18 -0,23 0,17 -0,09 0,13 0,00 0,08 0,16 0,10 0,06 -0,11 0,10 0,02 0,03

C19 -0,12 -0,54 0,12 0,16 0,24 -0,19 0,64 0,22 0,23 0,20 -0,55 -0,27 -0,10 0,11 -0,36 0,17 0,00 -0,40 -0,27 -0,22 -0,51 0,07 0,02 -0,03 0,07 -0,06 0,05 -0,39 0,05 -0,03 0,21

C20 -0,03 0,20 -0,10 0,00 -0,04 -0,15 -0,16 -0,06 -0,08 -0,14 0,10 -0,02 -0,03 -0,11 -0,01 -0,08 -0,08 0,05 -0,01 -0,04 0,26 -0,14 -0,10 -0,03 -0,11 -0,09 -0,12 0,04 -0,10 -0,08 -0,06

C21 0,00 0,84 -0,40 -0,03 -0,06 0,44 -0,34 -0,04 -0,26 -0,49 0,86 0,63 0,07 -0,41 0,62 -0,49 0,29 0,54 0,53 0,57 0,74 -0,52 -0,22 -0,17 -0,56 -0,41 -0,50 0,50 -0,52 -0,34 -0,11

C22 -0,07 -0,30 0,15 0,02 0,04 -0,20 -0,04 -0,12 -0,10 0,15 -0,33 -0,21 -0,08 0,06 -0,25 0,11 0,04 -0,23 -0,28 -0,03 -0,23 0,01 0,09 0,10 0,09 0,20 0,09 -0,25 0,18 0,08 0,01

C23 -0,18 -0,40 0,08 0,09 -0,07 -0,25 0,33 -0,15 0,13 0,24 -0,51 -0,42 -0,07 0,16 -0,34 0,18 -0,01 -0,27 -0,44 -0,28 -0,33 0,22 0,03 -0,08 0,20 -0,04 0,16 -0,31 0,10 0,02 -0,25

C24 -0,06 -0,31 -0,02 -0,03 0,02 -0,18 -0,10 -0,10 -0,15 0,06 -0,33 -0,25 -0,07 -0,05 -0,27 0,02 0,02 -0,21 -0,28 -0,06 -0,22 0,04 -0,09 0,15 0,07 0,08 -0,04 -0,20 0,04 -0,03 -0,01

C25 0,10 0,75 -0,24 0,02 -0,07 0,17 -0,18 -0,09 -0,19 -0,31 0,44 0,38 0,38 -0,26 0,28 -0,32 -0,02 0,81 0,29 0,13 0,67 -0,32 -0,14 -0,09 -0,35 -0,22 -0,33 0,19 -0,31 -0,18 -0,08

C26 -0,22 -0,15 -0,22 0,07 0,52 -0,08 -0,17 -0,04 0,25 0,00 -0,20 -0,01 -0,10 -0,17 -0,17 -0,06 0,10 -0,16 -0,17 0,06 -0,08 -0,03 -0,32 -0,11 -0,09 -0,19 -0,19 -0,11 -0,15 -0,21 -0,02

C27 -0,05 -0,21 0,03 0,04 0,09 -0,13 -0,07 -0,07 -0,13 0,04 -0,23 -0,23 -0,06 0,00 -0,22 0,02 -0,01 -0,14 -0,24 0,05 -0,08 0,07 0,02 0,20 0,09 0,08 0,03 -0,12 0,07 0,06 0,05

C28 0,05 0,76 -0,21 0,01 -0,08 0,16 -0,20 -0,10 -0,19 -0,31 0,37 0,30 0,54 -0,24 0,20 -0,29 -0,03 0,85 0,27 0,11 0,66 -0,28 -0,16 -0,09 -0,30 -0,21 -0,29 0,27 -0,29 -0,16 -0,08

C29 -0,07 0,25 -0,12 -0,13 -0,10 0,57 -0,16 -0,12 -0,19 -0,14 0,44 0,44 -0,05 -0,08 0,39 -0,13 0,27 0,22 0,04 0,32 0,28 -0,14 0,07 -0,09 -0,26 -0,20 -0,14 0,60 -0,30 -0,15 0,00

C30 -0,04 0,10 -0,14 0,03 0,03 0,31 0,10 0,18 0,04 -0,12 0,08 0,12 0,01 -0,15 0,04 -0,14 0,40 -0,01 0,21 0,46 -0,06 -0,24 -0,03 -0,08 -0,21 -0,16 -0,19 0,08 -0,14 -0,20 -0,07

C31 -0,06 -0,30 0,00 0,02 0,05 -0,19 -0,06 -0,10 -0,14 0,03 -0,33 -0,25 -0,07 -0,05 -0,28 0,00 0,00 -0,20 -0,28 -0,04 -0,19 0,00 -0,07 0,11 0,02 0,05 -0,05 -0,22 0,01 -0,02 -0,01

C32 -0,09 0,20 -0,16 -0,05 0,00 0,80 -0,22 -0,11 -0,23 -0,19 0,43 0,46 -0,04 -0,06 0,33 -0,18 0,49 0,21 0,09 0,60 0,21 -0,15 0,13 -0,12 -0,28 -0,26 -0,14 0,63 -0,28 -0,19 -0,06

C33 0,12 -0,06 0,20 -0,02 -0,09 0,23 -0,04 -0,04 -0,09 0,23 -0,09 -0,02 -0,08 0,14 -0,08 -0,04 0,15 0,27 0,12 0,15 -0,08 -0,05 -0,02 -0,09 -0,05 -0,09 -0,08 -0,08 -0,04 -0,04

C34 -0,35 0,08 -0,11 0,17 -0,28 -0,05 -0,32 -0,46 0,78 0,48 0,36 -0,37 0,47 -0,43 0,00 0,78 0,61 0,29 0,86 -0,45 -0,23 -0,14 -0,49 -0,34 -0,45 0,37 -0,46 -0,27 -0,10

C35 0,08 -0,08 -0,14 0,23 -0,13 -0,09 0,58 -0,35 -0,24 -0,07 0,63 -0,24 0,67 -0,10 -0,28 -0,24 -0,27 -0,34 0,30 0,60 0,06 0,47 0,47 0,50 -0,13 0,55 0,30 0,10

C36 0,24 -0,17 0,46 -0,09 -0,06 -0,04 0,09 -0,02 0,09 0,22 0,11 0,06 -0,11 0,01 0,23 0,06 0,07 -0,04 0,15 -0,01 -0,05 -0,08 0,03 -0,29 0,03 0,06 -0,02

C37 -0,03 -0,04 -0,02 0,40 -0,13 -0,12 -0,05 -0,03 -0,11 -0,12 -0,12 -0,06 -0,06 -0,05 0,06 -0,05 -0,12 -0,08 -0,03 -0,12 -0,07 -0,12 -0,08 -0,12 -0,06 -0,05

C38 -0,14 -0,04 -0,21 -0,23 0,32 0,33 -0,04 -0,12 0,19 -0,19 0,50 0,27 0,16 0,64 0,12 -0,13 -0,01 -0,10 -0,24 -0,24 -0,14 0,75 -0,32 -0,18 -0,04

C39 0,04 0,06 0,00 -0,24 -0,21 -0,06 0,14 -0,14 0,09 -0,02 -0,18 -0,03 -0,11 -0,24 -0,05 0,19 0,03 -0,02 0,05 0,11 -0,25 0,09 0,16 0,04

C40 0,12 -0,19 -0,10 -0,01 -0,03 -0,16 -0,05 -0,18 0,01 -0,09 0,07 0,02 -0,09 -0,17 -0,12 -0,05 -0,18 -0,11 -0,17 -0,09 -0,17 -0,09 0,16

C41 -0,13 -0,33 -0,23 -0,05 -0,13 -0,22 -0,14 -0,12 -0,24 -0,23 -0,21 -0,25 -0,17 -0,11 -0,05 -0,17 -0,06 -0,16 -0,24 -0,14 -0,11 -0,09

47

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48

C42 -0,48 -0,30 -0,10 0,62 -0,27 0,84 -0,09 -0,40 -0,37 -0,34 -0,50 0,75 0,32 0,10 0,81 0,49 0,60 -0,26 0,66 0,14 0,18

C43 0,63 -0,05 -0,31 0,76 -0,44 0,04 0,46 0,65 0,37 0,71 -0,43 -0,17 -0,15 -0,49 -0,36 -0,43 0,41 -0,46 -0,26 -0,07

C44 -0,10 -0,30 0,48 -0,32 0,12 0,40 0,35 0,36 0,52 -0,34 -0,23 -0,11 -0,33 -0,23 -0,34 0,28 -0,29 -0,19 0,00

C45 -0,09 -0,07 -0,09 0,02 0,43 0,12 -0,01 0,23 -0,09 -0,06 -0,03 -0,09 -0,06 -0,09 0,02 -0,09 -0,05 -0,04

C46 -0,19 0,70 -0,15 -0,28 -0,25 -0,35 -0,42 0,61 0,74 -0,10 0,47 0,09 0,63 -0,07 0,47 0,24 0,06

C47 -0,29 0,00 0,06 0,30 0,25 0,31 -0,28 -0,08 -0,10 -0,31 -0,24 -0,28 0,17 -0,26 -0,18 -0,09

C48 -0,18 -0,34 -0,31 -0,39 -0,43 0,59 0,47 -0,11 0,66 0,52 0,70 -0,17 0,67 0,30 0,32

C49 -0,01 -0,19 0,70 -0,03 -0,15 -0,10 -0,03 -0,08 -0,13 -0,10 0,35 -0,11 -0,09 -0,07

C50 0,49 0,18 0,72 -0,33 -0,21 -0,11 -0,37 -0,26 -0,33 0,42 -0,38 -0,20 -0,04

C51 0,14 0,52 -0,32 -0,20 -0,10 -0,36 -0,23 -0,34 0,15 -0,33 -0,17 0,06

C52 0,31 -0,34 -0,26 -0,11 -0,30 -0,25 -0,30 0,45 -0,34 -0,21 -0,10

C53 -0,47 -0,31 -0,11 -0,47 -0,29 -0,46 0,27 -0,43 -0,24 -0,11

C54 0,23 0,25 0,87 0,33 0,71 -0,09 0,65 0,34 0,00

C55 -0,07 0,13 0,07 0,54 0,00 0,37 0,38 -0,01

C56 0,36 0,38 -0,11 -0,12 0,18 0,04 -0,04

C57 0,68 0,71 -0,23 0,81 0,42 0,10

C58 0,48 -0,27 0,73 0,46 0,24

C59 -0,11 0,86 0,78 0,04

C60 -0,34 -0,17 -0,08

C61 0,77 0,13

C62 -0,07

Compostos: (C1) tricicleno, (C2) α-pineno, (C3) canfeno, (C4) sabineno, (C5) β-pineno, (C6) p-cimeno, (C7) limoneno, (C8) β-felandreno, (C9) 1,8-cineol, (C10) γ-terpineno, 549 (C11) terpinen-4-ol, (C12) δ-elemeno, (C13) β-bourboneno, (C14) β-elemeno, (C15) α-gurjuneno, (C16) E-cariofileno, (C17) trans-α-bergamoteno, (C18) γ-elemeno, (C19) 550 α-humuleno, (C20) sesquisabineno, (C21) aloaromadendreno, (C22) ar-curcumeno, (C23) germacreno D, (C24) α-zingibereno, (C25) shyobunona I, (C26) biciclogermacreno, 551 (C27) β-bisaboleno, (C28) shyobunona II, (C29) {204[M

+], 81(100), 93(69)}, (C30) δ-cadineno, (C31) β-sesquifelandreno, (C32) {207[M

+], 81(100), 93(82)}, (C33) kessane, 552

(C34) shyobunona IV, (C35) ar-turmerol, (C36) espatulenol, (C37) globulol, (C38) germacreno D-4-ol, (C39) óxido de cariofileno, (C40) viridiflorol, (C41) ledol, (C42) 553 {220[M

+], 43(100), 93(79)}, (C43) 7-ciclodecen-1-ona,7-metil-3-metileno-10-(1-propil), (C44) {202[M

+], 119(100), 43(78)}, (C45) 1-epi-cubenol, (C46) {218[M

+], 554

119(100), 85(40)}, (C47) dehidroxi-isocalamendiol, (C48) α-acorenol, (C49) epi-α-murulol, (C50) {220[M+], 81(100), 140(69)}, (C51) {220[M

+], 82(100), 81(99)}, (C52) α-555

cadinol, (C53) {220[M+], 82(100), 81(95)}, (C54) {216[M

+], 95(100), 105(93)}, (C55) ar-turmerona, (C56) germacra-4(15),5,10(14)-trien-1α-ol, (C57) turmerona, (C58) Z-γ-556

atlantona, (C59) {220[M+], 120(100), 85(24)}, (C60) shyobunol, (C61) curlona, (C62) Z-α-atlantona, (C63) metil farnesoato (2E,6E).M+=peso molecular. 557

558

48

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49

559 Figura 1. Dendrograma bidimensional representando a similaridade entre 59 plantas de Varronia 560

curassavica para a composição química do óleo essencial. 561

562

563

564

565

566

567

568

569

570

571

572

573

VA

C-4

09

VA

C-8

03

VA

C-8

02

VA

C-8

11

VA

C-4

01

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08

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12

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05

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24

VA

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08

VA

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19

VA

C-4

15

VA

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10

VA

C-3

06

VA

C-5

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19

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C-1

10

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C-1

08

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12

VA

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17

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VA

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18

VA

C-4

17

VA

C-4

14

VA

C-4

11

VA

C-1

06

VA

C-1

09

VA

C-1

01

Plantas amostradas

0

100

200

300

400

500

600

Dis

tân

cia

Eu

cli

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na

Gru

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Gru

po I

I

Gru

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II

Gru

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V

Gru

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50

574

Figura 2. Médias dos principais constituintes químicos do óleo essencial de plantas de 575

Varronia curassavica, grupo I a V. (C1) tricicleno, (C3) canfeno, (C16) E-cariofileno, (C24) 576

α-zingibereno, (C31) β-sesquifelandreno, (C43) 7-ciclodecen-1-ona,7-metil-3-metileno-10-(1-577

propil) (C57) turmerona. 578

579

580

581

582

583

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51

584

Figura 3. Distribuição dos constituintes químicos do óleo essencial de plantas de V. curassavica em 585

relação aos dois componentes principais através da análise de componente principal (ACP). 586

Compostos: (C1) tricicleno, (C2) α-pineno, (C3) canfeno, (C4) sabineno, (C5) β-pineno, (C6) p-587

cimeno, (C7) limoneno, (C8) β-felandreno, (C9) 1,8-cineol, (C10) γ-terpineno, (C11) terpinen-4-ol, 588

(C12) δ-elemeno, (C13) β-bourboneno, (C14) β-elemeno, (C15) α-gurjuneno, (C16) E-cariofileno, 589

(C17) trans-α-bergamoteno, (C18) γ-elemeno, (C19) α-humuleno, (C20) sesquisabineno, (C21) 590

aloaromadendreno, (C22) ar-curcumeno, (C23) germacreno D, (C24) α-zingibereno, (C25) 591

shyobunona I, (C26) biciclogermacreno, (C27) β-bisaboleno, (C28) shyobunona II, (C29) {204[M+], 592

81(100), 93(69)}, (C30) δ-cadineno, (C31) β-sesquifelandreno, (C32) {207[M+], 81(100), 93(82)}, 593

(C33) kessane, (C34) shyobunona IV, (C35) ar-turmerol, (C36) espatulenol, (C37) globulol, (C38) 594

germacreno D-4-ol, (C39) óxido de cariofileno, (C40) viridiflorol, (C41) ledol, (C42) {220[M+], 595

43(100), 93(79)}, (C43) 7-ciclodecen-1-ona,7-metil-3-metileno-10-(1-propil), (C44) {202[M+], 596

119(100), 43(78)}, (C45) 1-epi-cubenol, (C46) {218[M+], 119(100), 85(40)}, (C47) dehidroxi-597

isocalamendiol, (C48) α-acorenol, (C49) epi-α-murulol, (C50) {220[M+], 81(100), 140(69)}, (C51) 598

{220[M+], 82(100), 81(99)}, (C52) α-cadinol, (C53) {220[M

+], 82(100), 81(95)}, (C54) {216[M

+], 599

95(100), 105(93)}, (C55) ar-turmerona, (C56) germacra-4(15),5,10(14)-trien-1α-ol, (C57) turmerona, 600

(C58) Z-γ-atlantona, (C59) {220[M+], 120(100), 85(24)}, (C60) shyobunol, (C61) curlona, (C62) Z-α-601

atlantona, (C63) metil farnesoato (2E,6E).M+=peso molecular. 602

603

-1,0 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

Componente principal primário (20,59%)

-1,0

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

Co

mp

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%)

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C35

C59C61

C57C42

Custom Text

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52

604

Figura 4. Inibição do crescimento micelial (média ± erro padrão) de Lasiodiplodia theobromae em 605

função da concentração (v/v) de oleo essencial de plantas de Varronia curassavica representantes dos 606

grupos [grupo I (VAC-324), grupo II (VAC-510), grupo III (VAC-316), grupo IV (VAC-509) e grupo 607

V (VAC-503)] após 96 horas de incubação. 608

609

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53

CAPÍTULO 2 1

2

Extração do óleo essencial de Varronia curassavica (Jacq.) por micro-ondas e 3

hidrodestilação e atividade antifúngica contra Colletotrichum musae (Berk & Curt.) von 4

Arx. 5

Resumo 6

7

O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da extração do óleo essencial de V. curassavica por 8

micro-ondas (MI) e hidrodestilação (HD) sobre a composição química e atividade antifúngica 9

contra Colletotrichum musae (Berk & Curt.) von Arx. Para MI foram testadas três potências 10

(500, 600 e 700W), três tempos de destilação (20, 30 e 40 minutos) e três volumes de água (0, 11

25 e 50 mL por amostra). Para HD foram testados três tempos de destilação (100, 120 e 140 12

min.) e três volumes de água (1,0; 1,5 e 2,0L por balão). O óleo essencial obtido de dois 13

tratamentos de MI (500W por 20 min. sem água e 700W por 40 min. com 50 mL de água) e 14

dois tratamentos de HD (100 min. com 1,0 L de água e 140 min. com 2,0 L de água) foram 15

utilizados no ensaio de atividade antifúngica contra C. musae. Os maiores valores para teor de 16

óleo essencial para os métodos de extração foram 700W por 40 min. sem água para MI 17

(3,28%) e 120 min. com 1,0 L de água para HD (3,34%). Os compostos mais abundantes para 18

MI (700W, 40 min. sem água) e HD (120 min. com 1,0 L de água/balão) foram shyobunol 19

(26,53 e 24,00%) e germacreno D-4-ol (3,60 e 10,23%). Micrografias da superfície das folhas, 20

obtidos por microscopia eletrônica de varredura (MEV) após a extração do óleo essencial, 21

mostraram que ambos os métodos de extração causou a destruição de tricomas glandulares. 22

Os tricomas glandulares sofreram explosão devido ao tratamento do MI, e ficaram enrugados 23

pela destilação por HD. Os óleos essenciais (0,5%), obtidos por MI2 (700W durante 40 min., 24

com 50 ml de água por amostra) e HD1 (100 min. com 1,0 L de água) resultou em 80,3% e 25

79,7% de inibição do crescimento micelial de C. musae, respectivamente. 26

27

Palavras-chave: Varronia curassavica; óleo essencial; método de destilação; atividade 28

fungistática; Colletotrichum musae 29

30

31

32

33

34

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54

1. Introdução 35

36

A espécie medicinal Varronia curassavica Jacq. (sinonímia Cordia verbenacea DC.) 37

conhecida popularmente como erva-baleeira, pertence à família Cordiaceae (Gasparino e 38

Barros, 2009) e possui ampla distribuição no território brasileiro. Diversas propriedades tais 39

como anti-inflamatória, antiucerogênica, antialérgica, antioxidante e antitumoral, são 40

atribuídas principalmente aos compostos α-humuleno e E-cariofileno presentes no óleo 41

essencial (Fernandes et al., 2007; Passos et al., 2007; Medeiros et al., 2007; Rogério et al., 42

2009; Oliveira et al., 2011; Michielin et al., 2011; Parissoto et al., 2012; Pimentel et al., 43

2012). Outras atividades biológicas como antibacteriana (Meccia et al., 2009; Matias, et al., 44

2010; Pinho et al., 2012; Rodrigues et al., 2012) e contra fungos fitopatogênicos (Silva et al., 45

2012; Hoyos et al., 2012; Silva et al., 2014), foram relatadas em estudos envolvendo o óleo 46

essencial de V. curassavica. Na indústria farmacêutica, o óleo essencial de V. curassavica é 47

utilizado na obtenção de um medicamento fitoterápico para o tratamento de inflamações. 48

Os óleos essenciais são constituídos por uma mistura de diversas substâncias químicas 49

complexas, com grande variação na composição, sendo a maior parte terpenos. Tal 50

composição é influenciada por fatores ambientais (interação entre o genótipo e ambiente, 51

método de irrigação, tempo de colheita, estação, e outros) e os parâmetros de processamento 52

tais como temperatura, tempo, pressão, e método de extração (Verma et al, 2010). O método 53

de extração é um dos fatores principais que determinam a qualidade do óleo essencial. O 54

processo de extração de forma inadequada pode resultar em danos ou alterações na 55

composição química do óleo essencial levando a perda de bioatividade e das características 56

naturais como cor, sabor e viscosidade (Tongnuanchan e Benjakul, 2014). 57

O método de extração por Hidrodestilação (HD) é o método mais comumente utilizado 58

para extração de óleos essenciais em plantas. Entretanto, apresenta como principais 59

desvantagens o longo tempo de extração, grande demanda de energia e água, 60

superaquecimento do material vegetal, podendo causar perda de compostos bioativos e 61

alteração das características físico-químicas dos óleos essenciais. Atualmente, novas técnicas 62

de extração estão disponíveis, como a extração por micro-ondas (MI). O aquecimento por 63

micro-ondas permite que o material vegetal alcance rapidamente seu ponto de ebulição, 64

levando a extração do óleo essencial em um tempo mais curto e com menor gasto de energia 65

(Khanavi et al., 2013). 66

A antracnose causada pelo fungo Colletotrichum musae (Berk & Curt.) von Arx. é a 67

principal doença responsável pela deterioração da banana durante as etapas de transporte, 68

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55

armazenamento e comercialização (Pessoa et al., 2007; Moraes et al., 2008). Ele deteriora a 69

qualidade e valor nutritivo dos frutos, tornando-os impróprios para comercialização e 70

consumo, causando a redução da qualidade e quantidade de banana disponível para 71

exportação e consumo local (Khan et al., 2001; Anthony et al., 2004), gerando grave perda 72

para os agricultores e comerciantes (Thangamani et al., 2011). 73

O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da extração do óleo essencial de V. 74

curassavica por micro-ondas sem solvente (MI) e hidrodestilação (HD) sobre a composição 75

química e atividade antifúngica contra Colletotrichum musae (Berk & Curt.) von Arx. 76

77

2. Material e Métodos 78

79

2.1. Material Vegetal 80

81

As folhas utilizadas para extração do óleo essencial foram obtidas do acesso de V. 82

curassavica VCUR-201, do Banco Ativo de Germoplasma da Universidade Federal de 83

Sergipe, localizado na Estação Experimental ―Campus Rural‖ da UFS. As folhas frescas 84

foram coletadas, pesadas, separadas para os experimentos de hidrodestilação e micro-ondas e 85

congeladas a -20°C até o início do experimento. 86

87

2.2. Extração de óleo essencial por hidrodestilação 88

89

A hidrodestilação foi realizada em aparelho Clevenger modificado utilizando-se balões 90

com capacidade para 3,0L e amostras de 100g de folhas frescas. O delineamento experimental 91

foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 3x3 e três repetições. Testaram-se três 92

tempos de destilação: 100, 120 e 140 minutos; e três volumes de água destilada: 1,0; 1,5 e 93

2,0L. Os óleos essenciais foram secos em sulfato de sódio anidro e armazenados em frascos 94

âmbar à -20°C até análise da composição química. O teor de óleo essencial foi calculado 95

utilizando a média da massa de seis amostras de 100 g de folhas frescas, secas a 100 °C em 96

estufa com circulação forçada de ar até peso constante (ocorreu em 48 horas). O teor de óleo 97

essencial foi calculado de acordo com a seguinte equação: 98

Teor (%, v/m) = (Volume de óleo essencial extraído da amostra/média da massa seca 99

das folhas) x 100. 100

101

2.3. Extração de óleo essencial por micro-ondas 102

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56

Um sistema de reação acelerada por micro-ondas (NEOS, Milestone, Itália) foi 103

utilizado para o experimento. Este aparelho é equipado com um sistema circulante de 104

arrefecimento de água. Foram utilizadas amostras de 50g de folhas frescas. O delineamento 105

experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 3x3x3, com três repetições. 106

Testaram-se três potências: 500, 600 e 700W; três tempos de extração: 20, 30 e 40 minutos; e 107

três volumes de água destilada adicionada à amostra: 0, 25 e 50 mL. Os óleos essenciais 108

foram secos em sulfato de sódio anidro e armazenados em frascos âmbar à -20°C até análise 109

da composição química. Para calcular o teor de óleo essencial foi realizado o mesmo 110

procedimento descrito para hidrodeslilação. 111

112

2.4. Análise dos constituintes do óleo essencial 113

114

A análise da composição química dos óleos essenciais foi realizada em cromatógrafo 115

gasoso acoplado a espectrômetro de massa CG-MS/DIC (QP2010 Ultra, Shimadzu 116

Corporation, Kyoto, Japão) equipado com um autoinjetor AOC-20i (Shimadzu). As 117

separações foram realizadas utilizando coluna capilar de sílica fundida (5% de fenil-95%-118

dimetilpolissiloxano) Rtx®-5MS Restek de 30 m × 0,25 milímetros i.d., espessura de 0,25m, 119

com fluxo constante de gás hélio (99,999%) a 1,2 mL.min-1

. O volume de injeção empregado 120

foi 0,5 μL (5 mg.mL-1

), com uma taxa de 1:10. A temperatura programada foi de 50° C 121

(isotérmica durante 1,5 min), com um aumento de 4° C/min, até atingir 200 ° C, em seguida 122

10° C/min até alcançar 250° C, finalizando com 250° C por 5 minutos. Os dados de MS e FID 123

foram simultaneamente adquiridos empregando um Sistema de Detecção de Partição; a taxa 124

de partição de fluxo foi de 4:1 (MS: FID). Um tubo restritor (coluna capilar) de 0,62 m x 0,15 125

mm i.d. foi utilizado para conectar o divisor ao detector de MS; um tubo restritor de 0,74 m x 126

0,22 mm i.d. foi utilizado para conectar o divisor ao detector FID. Os dados de MS 127

(cromatograma de íon total, TIC) foram adquiridos no modo de varredura completa (m/z de 128

40-350) a uma velocidade de varredura de 0,3 fragmentos/s usando ionização de elétrons (EI) 129

com uma energia electrônica de 70 eV. A temperatura do injetor foi de 250° C e a temperatura 130

da fonte de íons foi de 250° C. A temperatura para FID foi ajustada para 250° C, e as fontes 131

de gás para o FID foram hidrogênio, ar e hélio com um fluxo de 30, 300, e 30 mL.min-1

, 132

respectivamente. A quantificação de cada componente estimada pelo FID foi calculada por 133

normalização da área do pico (%). As concentrações dos compostos foram calculadas a partir 134

das áreas dos picos de CG e foram dispostas em ordem de eluição de CG. 135

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57

A identificação de cada componente do óleo essencial foi realizada pela comparação 136

dos seus espectros de massa observados com os espectros disponíveis na biblioteca do sistema 137

de dados do equipamento (NIST21, NIST107 e WILEY8). Uma mistura de hidrocarbonetos 138

(C9H20–C19H40) foi injetada sob as mesmas condições e a identificação dos constituintes foi 139

então realizada pela comparação do espectro com o banco de dados do equipamento e pelo 140

índice de Kovats calculado para cada componente (Adams, 2007). O índice de retenção foi 141

obtido pela equação proposta por Van Den Dool and Kratz (1963). 142

143

2.5.Microscopia Eletrônica de varredura (MEV) 144

145

Para observação das alterações ocasionadas nas folhas submetidas aos diferentes 146

métodos de extração do óleo essencial foi utilizada a microscopia eletrônica de varredura. As 147

análises foram realizadas no Laboratório de Microscopia Eletrônica e Análise Ultra-148

Estrutural, no Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), 149

Lavras, MG. Folhas sem qualquer tratamento e após os tratamentos de hidrodestilação: HD 150

(1,0L de água e 100 minutos de destilação) e MI (500W, 20 minutos, sem água) foram 151

utilizadas. As amostras foram fixadas e preparadas segundo Alves et al., (2008), montadas em 152

suportes de alumínio (stubs) e cobertas com ouro (evaporador Balzers SCD 050) para 153

observação em microscópio eletrônico de varredura LEO EVO 40. 154

155

2.6.Atividade Antifúngica 156

157

Cultura pura do fungo Colletotrichum musae foi obtida da micoteca do Laboratório de 158

Fitopatologia da Universidade Federal de Sergipe-UFS. O delineamento experimental foi 159

inteiramente casualizado com três repetições. Foram testados os óleos essenciais obtidos de 160

dois tratamentos extremos da hidrodestilação: HD1 (1,0L de água e 100 minutos de 161

destilação) e HD2 (2,0L de água e 140 minutos de destilação) e dois tratamentos extremos da 162

extração por micro-ondas: MI1 (500W, 20 minutos, sem água) e MI2 (700W, 40 minutos e 163

50mL de água). Foram testadas as concentrações 0,05; 0,1; 0,5; 1,0 e 3,0 % (v/v) de óleo 164

essencial. Os óleos essenciais foram solubilizados em DMSO a 1% e homogeneizados em 165

meio de cultura BDA (Agar Batata Dextrose, HIMEDIA). Em seguida, as soluções foram 166

vertidas em placas de Petri de 9,0 cm de diâmetro e cada placa foi inoculada, no centro, com 167

um disco de 7 mm de diâmetro, contendo micélios da cultura do fungo. As placas foram 168

vedadas, identificadas e incubadas em câmara B.O.D à temperatura de 22 ± 3 ºC e fotoperíodo 169

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58

de 12 horas. As avaliações foram realizadas por medições do diâmetro micelial (média de 170

duas medidas diametralmente opostas), utilizando-se um paquímetro, 96 horas após o início 171

da incubação. Foram usadas como controles, placas de Petri sem óleo essencial contendo 172

meio BDA acrescido do solvente DMSO a 1% e placas de Petri contendo apenas o meio 173

BDA. Ao final das avaliações, calculou-se a porcentagem de inibição do crescimento do 174

fungo (PIC) dos tratamentos em relação à testemunha, utilizando-se a fórmula: 175

PIC = (diâmetro da testemunha – diâmetro do tratamento)/diâmetro da testemunha) x 100. 176

177

2.7. Análises estatísticas 178

179

Os dados de teor e da análise da composição química do óleo essencial foram 180

submetidos à análise de variância (ANAVA), e as médias foram comparadas pelo teste Scott 181

Knott (P≤0,05), utilizando o programa Sisvar ®. Para porcentagem de inibição do crescimento 182

micelial foram calculadas médias ± erro padrão da média através do programa Graph Pad 183

Prism®. 184

185

3. Resultados 186

187

Os maiores teores de óleo essencial obtidos com os métodos de extração foram 3,28% 188

para MI (700W por 40 min. sem água) e 3,34% para HD (120 min. com 1,0 L de água por 189

balão) (Tabelas 1 e 2). Os compostos mais abundantes para a MI (700W durante 40 minutos. 190

sem água) e HD (120 min. com 1,0 L de água) foram shyobunol (26,53 e 24,00%) e 191

germacreno D-4-ol (3,60 e 10,23%) (Tabelas 1 e 2). 192

Para a maioria dos compostos observou-se interação significativa entre o tempo de 193

destilação e volume de água para HD. O aumento do tempo de destilação e/ou do volume de 194

água causou uma redução do teor dos constituintes químicos β-elemeno (de 1,23 para 0,97%), 195

E-cariofileno (de 5,49 para 4,35%), α-humuleno (de 1,80 para 1,43%), aloaromadendreno (de 196

1,78 para 1,44%), biciclogermacreno (de 5,63 para 4,55%) e germacreno D-4-ol (de 11,40 197

para 9,86%) (Tabela 1). Para germacreno D-4-ol, houve uma redução do teor quando se 198

aumentou o tempo de destilação, no entanto, o maior volume de água por balão resultou em 199

teores mais elevados, alcançando o máximo (12,55%) com 100 minutos de destilação e 2,0 L 200

de água por balão. Para os compostos espatulenol, ledol e epi-α-murulol e shyobunol, houve 201

um aumento no conteúdo com o aumento do volume de água e/ou do tempo de destilação 202

(Tabela 1). 203

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59

A potência, o tempo de extração e suas interações influenciaram o teor de óleo 204

essencial obtido na extração por micro-ondas (MI). Dentro de cada potência, maior teor de 205

óleo essencial foi obtido no maior tempo de extração (40 min.), exceto para 600W, onde não 206

houve diferença significativa entre os 30 e 40 minutos. Máximo teor de óleo essencial 207

(3,28%) foi observado com potência de 700W durante 40 min. independentemente do volume 208

de água/amostra (Tabela 2). 209

Dois compostos não foram detectados no óleo essencial extraído por HD, mas foram 210

detectados no óleo essencial extraído por MI: farnesil acetato (2E, 6E) e farnesil acetato (2Z, 211

6E). 212

Com o tempo de extração de 40 min. para MI sem água observamos que o uso de 213

maior potência (700W) resultou em aumento do teor de β-elemeno (0,99%), E-cariofileno 214

(3,97%), α-humuleno (1,44%), aloaromadendreno (1,65%), biciclogermacreno (4,96%), ledol 215

(4,00%), epi-α-murulol (4,06%), e farnesil acetato (2Z, 6E) (3,59%) (Tabela 2). Com adição 216

de 50 ml de água por amostra, para o sistema de extração por MI, observou-se aumento dos 217

teores dos compostos aloaromadendreno (1,34%), ledol (4,10%) e farnesil acetato (2Z, 6E) 218

(3,60%) (Tabela 2). 219

Usando o tempo de extração de 40 min. para MI sem água observou-se que o uso de 220

menor potência (500W) resultou em aumento do conteúdo de germacreno D-4-ol (4,24%), 221

óxido de cariofileno (2,24%), cubenol (2,17%), shyobunol (27,35%) e metil farnesoato (2E, 222

6E) (3,51%) (Tabela 2). Com a adição de 50 ml de água por amostra, para o sistema de 223

extração por MI, observou-se um aumento do conteúdo de germacreno D-4-ol (5,51%) e metil 224

farnesoato (2E, 6E) (3,11%) (Tabela 2). 225

Para visualização das alterações morfológicas das folhas de V. curassavica após a 226

extração do óleo essencial por métodos diferentes foram usados Microscopia Eletrônica 227

(MEV). Na Figura 2A, podemos ver que os tricomas glandulares estão arredondados, 228

globulares, sem qualquer dano aparente. Após a extração por HD e MI os tricomas 229

glandulares estão completamente deformados (Fig. 2, B e C), justificando o conteúdo de óleo 230

essencial semelhante obtido para ambos os métodos de extração. 231

Na concentração de 0,5% de óleo essencial, para os quatro tratamentos testados, 232

observaram-se valores de inibição do crescimento micelial do fungo C. musae 233

estatisticamente semelhantes, entre 78,7 e 80,3% (Tabela 3). Apenas na concentração de 3,0% 234

de óleo essencial, observaram-se valores de inibição do crescimento micelial estatisticamente 235

diferentes, entre 81,3 (MI1) e 85,2% (HD2) (Tabela 3). 236

237

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60

4. Discussão 238

239

A utilização de menores volumes de água na extração por HD proporcionou maior teor 240

de óleo essencial. A adição de menor volume de água no balão possibilita um maior espaço de 241

circulação do vapor d‘água juntamente com o óleo essencial durante a destilação, o que 242

favorece a permanência desse óleo essencial no sistema e uma menor perda por volatilização. 243

Os compostos observados em maiores teores em condições de menor tempo de 244

destilação e/ou menor volume de água, na HD são na maioria compostos classificados como 245

hidrocarbonetos sesquiterpêncos. O aumento do tempo de extração causa uma perda maior 246

dos compostos hidrocarbonetos sesquiterpêncos por volatilização, por degradação causada 247

pela alta temperatura ou ainda por hidrólise (Sozmen et al., 2011; Li et al., 2012; Qi et al., 248

2014). Em contrapartida, os compostos que tiveram maiores teores com maior tempo e/ou 249

volume de água são sesquiterpenos oxigenados. Devido à menor volatilidade desses 250

compostos, eles são perdidos em menor quantidade em comparação com os hidrocarbonetos 251

sesquiterpênicos durante o processo de extração. 252

O tempo e a potência foram os fatores mais importantes na extração de óleo essencial 253

de V. curassavica por MI. De forma semelhante, Shah e Garg (2014) observaram maior 254

influência do tempo de extração e potência no teor de óleo essencial de gengibre, de forma 255

que o maior tempo (30 min.) e potência testados (640W) proporcionaram maior teor. Segundo 256

Chen et al., (2011), o aumento da potência acelera a transferência de massa e aumenta o 257

rendimento de óleo essencial. 258

Para as espécies Ocimum basilicum e Chenopodium ambrosioides, os fatores tempo e 259

a água foram mais importantes do que potência para teor de óleo essencial obtido por MI. De 260

forma semelhante ao presente estudo (para HD), os autores relataram que quanto maior o 261

tempo de extração e menor volume de água, maiores foram os teores de óleo essencial 262

(Cardoso-Ugarte et al., 2013). Neste trabalho foi utilizado um aparelho micro-ondas 263

doméstico adaptado e maiores volumes de água, daí a semelhança deste, com o que foi 264

observado para hidrodestilação no atual estudo. 265

Observou-se maior número de compostos no óleo essencial de V. curassavica extraído 266

por MI em comparação com HD, assim como observado em Ferulago campestres (Riela et 267

al., 2011). O aquecimento do material vegetal por microondas gera um superaquecimento no 268

interior celular, causando a expansão e ruptura das paredes celulares, permitindo a extração do 269

óleo essencial e de compostos menos voláteis de forma mais eficiente (Chen et al., 2011). 270

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61

A interação significativa entre os fatores estudados na extração por MI, para a maioria 271

dos compostos, evidencia que tais fatores causam variações quantitativas na composição 272

química do óleo essencial de erva-baleeira. Para o composto germacreno D-4-ol, houve uma 273

semelhança entre o óleo essencial extraído por HD e MI, onde maiores teores foram 274

alcançados no menor tempo e maiores volumes de água. Em relação ao tempo, houve uma 275

semelhança no comportamento dos compostos E-cariofileno e α-humuleno, em que maiores 276

teores foram observados nos menores tempos de extração em ambos os métodos. 277

Através da MEV observamos destruição de tricomas glandulares causadas por ambos 278

os métodos de extração MI e HD, quando comparados com o controle (Fig. 1). A Fig. 1C 279

mostra que os tricomas glandulares sofreram explosão devido ao tratamento do MI, enquanto 280

a Fig. 1B mostra os tricomas glandulares com aspecto enrugado. No processo de extração do 281

óleo essencial por micro-ondas, ocorre a transferência de calor a partir do centro da amostra 282

para a extremidade. Deste modo, o acumúmulo de pressão no interior das glândulas excede a 283

capacidade de expansão e provoca ruptura e liberação do óleo essencial mais rápido do que na 284

extração por HD (Qi et al., 2014), em que o óleo essencial necessita permear a cutícula para 285

ser extraído (Sahraoui et al., 2008). 286

A maior diferença na composição química dos óleos essenciais utilizados no ensaio de 287

atividade antifúngica foi para o conteúdo de germacreno D-4-ol. Portanto, acredita-se que a 288

maior inibição do crescimento micelial fornecida por óleos essenciais obtidos por HD é 289

provavelmente devido ao maior teor deste composto. Além disso, alguns estudos relataram 290

atividades biológicas apresentadas pelo germacreno D-4-ol. O óleo essencial extraído de 291

frutos de Zanthoxylum fagara, contendo germacreno D-4-ol como composto principal, exibiu 292

forte atividade contra Colletotrichum acutatum (Prieto et al., 2011). Em Pinus nigra, a 293

atividade antimicrobiana dos óleos essenciais contra fungos e bactérias foi atribuída ao efeito 294

sinérgico entre alguns compostos e o composto germacreno D-4-ol (Sarac et al., 2014). 295

296

Agradecimentos 297

Os autores agradecem ao CNPq, FAPITEC/SE, CAPES, FINEP, e RENORBIO pelo suporte 298

financeiro dado para realização deste trabalho. 299

300

5. Referências 301

302

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Cardoso-Ugarte, G.A.; Juárez-Becerra, G.P.; Sosa-Morales, M.E.; López-Malo, A. 2013. 311

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Michielin, E.M.Z.; Wiese, L.P.L.; Ferreira, E.A.; Pedrosa, R.C.; Ferreira, S.R.S. 2011. 345

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Efeito da temperatura e período de molhamento sobre o desenvolvimento de lesões de 360

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conventional steam distillation. J. Chromatogr. A 1210, 229–233. 393

Shah, M.; Garg, S.K. 2014. Application of 2𝑘 full factorial design in optimization of solvent-394

free microwave extraction of ginger essential oil. J. Engin. 2014, 1-5. 395

Silva, A.C.; Souza, P.E.; Machado, J.C.; Silva, B.M.; Pinto, J.E.B.P. 2012. Effectiveness of 396

essential oils in the treatment of Colletotrichum truncatum-infected soybean seeds. Trop. 397

Plant Pathol. 37, 305-313. 398

Silva, A.C.; Souza, P.E.; Resende, M.L.V.; Silva Jr., M.B.; Ribeiro Jr., P.M.; Zeviani, W.M. 399

2014. Local and systemic control of powdery mildew in eucalyptus using essential oils 400

and decoctions from traditional Brazilian medicinal plants. For. Pathol. 44, 145–153. 401

Sozmen, F.; Uysal, B.; Oksal, B.S.; Kose, E.O.; Deniz, I.G. 2011. Chemical composition and 402

antibacterial activity of Origanum saccatum P.H. Davis essential oil obtained by solvent-403

free microwave extraction: comparison with hydrodistillation. J. AOAC Int. 95, 243-250. 404

Thangamani, P.R.; Kuppusamy, P.; Peeran, M.F.; Gandhi, K.; Raguchander, T. 2011. 405

Morphological and physiological characterization of Colletotrichum musae the causal 406

organism of banana anthracnose. World J. Agric. Sci. 7: 743-754. 407

Tongnuanchan, P.; Benjakul, S. 2014. Essential oils: extraction, bioactivities, and their uses 408

for food preservation. J. Food Sci. 9, 1231-1249. 409

Van Den Dool, H.; Kratz, P.D. 1963. A generalization of the retention index system including 410

linear temperature programmed gas-liquid partition chromatography. J. Chromatogr. A 411

11, 463-471. 412

Verma, R.S.; Rahman, L.; Verma, R.K.; Chauhan, A.; Yadav, A.K.; Singh, A. 2010. Essential 413

oil composition of menthol mint (Mentha arvensis) and pepper mint (Mentha piperita) 414

cultivars at different stages of plant g 415

416

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66

Tabela 1. Teor e composição química (%) do óleo essencial de V. curassavica extraído por 417

hidrodestilação, em função do tempo e volume de água. 418

Composto IRRo IRRl Tempo

(min.)

Água (L/balão)

1,0 1,5 2,0 β-elemeno 1389 1389 100 1,23aA 1,15aA 1,18aA

120 1,21aA 1,11aB 1,10bB

140 1,14bA 1,09aA 0,97cB

E-cariofileno 1422 1417 100 5,49aA 5,14aB 5,20aB

120 5,44aA 4,98aB 4,87bB

140 4,98aB 4,92aA 4,35cB

α-humuleno 1457 1452 100 1,80aA 1,71aB 1,7aB

120 1,76aA 1,64aB 1,61bB

140 1,63bA 1,61bA 1,43cB

Aloaromadendreno 1465 1458 100 1,78aA 1,66aB 1,67aB

120 1,74aA 1,63aB 1,56bB

140 1,69aA 1,69aA 1,44cB

Biciclogermacreno 1499 1500 100 5,63aA 5,27aB 5,44aB

120 5,31bA 5,20aA 4,91bB

140 5,01cA 5,00aA 4,55cB

Germacreno D-4-ol 1580 1574 100 11,40aB 11,70aB 12,55aA

120 10,23bC 11,09bB 11,84bA

140 9,86bB 9,90cB 10,36cA

Espatulenol 1583 1577 100 1,16aB 1,20aB 1,32aA

120 1,10aA 1,19aA 1,21bA

140 1,11aA 1,14aA 1,13bA

Óxido de cariofileno 1592 1582 100 1,34aA 1,34aA 0,97bB

120 1,36aA 1,34aA 1,34aA

140 1,32aA 1,35aA 1,34aA

Ledol 1612 1602 100 3,71aB 3,65bB 4,50aA

120 3,69aB 3,88aA 3,93bA

140 3,67aB 3,67bB 3,88bA

Epi-α-murulol 1646 1640 100 2,76bB 2,90bB 3,90aA

120 3,00bB 4,10aA 3,97aA

140 3,63aB 3,94aA 3,92aA

Cubenol 1650 1645 100 1,82aA 1,86aA 1,75bA

120 1,85aA 2,00aA 1,89bA

140 1,98aA 2,06aA 2,22aA

α-cadinol 1660 1652 100 4,56aA 4,68aA 4,83bA

120 4,91aA 4,93aA 5,33aA

140 4,94aA 5,41aA 5,63aA

Shyobunol 1705 1709 100 24,24bA 23,90bA 22,95cB

120 24,00bA 24,14bA 24,24bA

140 24,93aB 24,81aB 25,58aA

Metil farnesoato (2E, 6E) 1776 1783 100 2,95aA 3,10aA 1,67cB

120 2,25bB 2,91aA 2,88aA

140 2,86aA 2,77aA 2,24bB

Teor (%) 100 2,93bA 2,93bA 2,43cB

120 3,34aA 3,03bB 2,93bB

140 3,54aA 3,44aA 3,23aA

IRRo: índice de retenção relativo observado; IRRl: índice de retenção relativo da literatura. Médias seguidas de 419 mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de Scott Knott (P<0,05). 420

421

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67

Tabela 2. Teor e composição química (%) do óleo essencial de V. curassavica extraído por micro-ondas, em função da potência, tempo e volume de

água.

Compostos IRRo IRRl

Potência

(W)

Água (mL/amostra)

0 25 50

Tempo (min.)

20 30 40 20 30 40 20 30 40

β-elemeno 1389 1389 500 1,05bAβ 1,01bAα 0,96aBα 1,00bAβ 0,89cBβ 0,87cBβ 1,20aAα 0,83cBβ 0,87aBβ

600 1,21aAα 1,12aBα 0,87bCβ 1,19aAα 1,13aAα 1,03aBα 1,08bAβ 1,02aAβ 0,93aBβ

700 1,25aAα 1,02bBα 0,99aBα 1,03bAβ 1,03bAα 0,94bBα 1,00cAβ 0,93bAβ 0,93aAα

E-cariofileno 1422 1417 500 4,40aAγ 3,55cBα 3,43bBα 3,78bAβ 2,87bBβ 2,92bBβ 5,24aAα 2,60bCγ 3,08aBβ

600 4,45aAα 4,19aBα 2,99cCβ 4,25aAα 3,82aBβ 3,59aCα 3,82bAβ 3,51aBγ 3,19aCβ

700 4,59aAα 3,91bBα 3,97aBα 3,96bAβ 3,68aBβ 3,46aBβ 3,67bAγ 3,35aBγ 3,12aCγ

α-humuleno 1457 1452 500 1,49bAβ 1,30cBα 1,29bBα 1,36cCγ 1,14bBβ 1,15bBβ 1,75aAα 1,06bCγ 1,19aBβ

600 1,58bAα 1,51aBα 1,19cCβ 1,56aAα 1,45aBα 1,36aCα 1,42bAβ 1,37aAβ 1,25aBβ

700 1,68aAα 1,39bBα 1,44aBα 1,44bAβ 1,40aAα 1,30aBβ 1,35cAγ 1,31aAβ 1,21aBγ

Aloaromaden –

dreno

1465 1458 500 1,65cAα 1,43bBα 1,45bBα 1,44cAβ 1,25bBβ 1,25bBβ 1,71aAα 1,11cCγ 1,26bBβ

600 1,75bAα 1,65aBα 1,35cCβ 1,71aAα 1,54aBβ 1,52aBα 1,52bAβ 1,51aAβ 1,40aBβ

700 1,92aAα 1,59aBα 1,65aBα 1,62bAβ 1,57aAα 1,45aBβ 1,45cAγ 1,44bAβ 1,34aBγ

Biciclogermacreno 1499 1500 500 5,08cAβ 4,52bBα 4,59bBα 4,70cAγ 4,25bBβ 4,20cBβ 5,31aAα 4,04cCγ 4,22bBβ

600 5,41bAα 5,07aBα 4,41cCβ 5,31aAα 4,88aBβ 4,79aBα 4,88bAβ 4,71aBγ 4,43aCβ

700 5,67aAα 4,94aBα 4,96aBα 5,07bAβ 4,82aBα 4,50bCβ 4,78bAγ 4,50bBβ 4,21bCγ

Germacreno D-4-ol

1580 1574 500 4,09aBγ 4,29aAγ 4,24aAγ 4,31bCβ 4,48aBβ 4,77aAβ 11,86aAα 5,09aCα 5,51aBα

600 4,03aAγ 3,89bBγ 4,02bAγ 4,56aAβ 4,34bBβ 4,53bAβ 4,83bAα 4,75bAα 4,77bAα

700 3,93aAγ 3,91bAγ 3,60cBγ 4,03cBβ 4,21cAβ 4,03cBβ 4,70cAα 4,62cBα 4,73bAα

Óxido de

cariofileno

1592 1582 500 2,45aAα 2,34aBα 2,24aCα 2,49aAα 2,14bBβ 2,20aBα 1,39bCβ 2,09aBβ 2,20aAα

600 2,46aAα 2,18bCα 2,28aBα 2,37bAβ 1,96cCβ 2,12bBβ 2,14aAγ 2,12aAα 2,02bBγ

700 2,28bAα 2,22bAβ 1,97bBβ 2,10cBγ 2,30aAα 2,04cBβ 2,17aAβ 2,06aAγ 2,17aAα

Ledol 1612 1602 500 3,78bAβ 3,38bBβ 3,47bBα 3,71cAβ 3,79bAα 3,63aAα 4,01bAα 3,72bBα 3,62bBα

600 3,62bBβ 4,03aAβ 3,98aAα 4,01bAα 3,93bAβ 3,86aAα 3,83bBα 4,30aAα 4,11aAα

700 4,22aAα 3,95aBβ 4,00aBα 4,26aAα 4,30aAα 3,87aBα 4,33aAα 4,10aAβ 4,10aAα

67

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68

Epi-α-murulol 1646 1640 500 2,79bBα 2,88bBγ 3,50bAβ 2,86bCα 4,16aAα 3,82aBα 2,98bBα 3,89aAβ 3,80aAα

600 3,41aBα 3,67aAα 3,89aAα 3,58aAα 3,73bAα 3,68aAα 3,71aAα 3,69aAα 3,75aAα

700 3,60aBα 3,55aBα 4,06aAα 3,64aAα 3,79bAα 3,57aAβ 3,67aAα 3,75aAα 3,87aAβ

Cubenol 1650 1645 500 1,63aBα 1,99aAα 2,17aAα 1,87aAα 1,77aAα 2,10aAα 1,93aAα 1,96aAα 1,57bBβ

600 1,90aAα 1,68bAα 2,02aAα 1,52bBβ 1,78aAα 1,89aAα 1,64aAβ 1,74aAα 1,86aAα

700 1,67aAα 2,07aAα 1,69bBβ 1,53bBα 1,70aBβ 2,09aAα 1,78aAα 1,71aAβ 1,90aAα

α-cadinol 1660 1652 500 4,54aAα 4,51aAα 4,54aAα 4,17aAα 4,55aAα 4,26aAα 4,67aAα 4,62aAα 4,79aAα

600 3,84aBβ 4,49aAα 4,93aAα 4,55aAα 4,44aAα 4,31aAβ 4,01aBβ 4,62aAα 4,82aAα

700 4,50aAα 4,59aAα 4,28aAα 4,79aAα 4,24aAα 4,48aAα 4,19aAα 4,49aAα 4,60aAα

Shyobunol 1705 1709 500 26,47aBβ 26,92aAβ 27,35aAα 27,30aBα 28,43aAα 27,84aBα 23,53bCγ 29,07aAα 27,45aBα

600 26,11aBβ 25,88bBβ 27,22aAα 25,50bBβ 26,68cAα 26,91bAα 26,98aAα 26,40cBα 27,45aAα

700 25,20bBβ 26,11bAβ 26,53bAβ 27,34aAα 27,49bAα 27,12bAα 27,03aAα 27,71bAα 27,46aAα

Metil farnesoato

(2E, 6E)

1776 1783 500 3,94aBα 4,55aAα 3,51aCα 3,33aBβ 3,67aAβ 3,19aBβ 1,79cCγ 3,77aAβ 3,11aBβ

600 3,63aAα 3,83bAα 2,85bBα 2,44bBγ 3,28bAβ 2,51bBβ 2,85aAβ 1,70bBγ 1,84bBγ

700 1,63bAβ 1,54cAα 1,78cAα 1,38cBβ 1,80cAα 2,10cAα 2,14bAα 1,63bBα 1,77bBα

Farnesil acetato

(2Z, 6E)

1824 1821 500 2,50cAβ 2,16cBα 2,81bAα 2,83cAα 2,47bAα 2,72cAα 0,00cCγ 2,03bBβ 2,40bAβ

600 2,82bBβ 2,69bBβ 3,56aAα 3,19bAα 2,48bBβ 3,24bAβ 2,70bBβ 3,64aAα 3,69aAα

700 4,34aAα 3,83aBα 3,59aBα 4,14aAα 3,61aBα 3,65aBα 3,33aBβ 3,83aAα 3,60aAα

Teor (%) 500 1,65bCα 2,05bBα 2,69bAα 1,45cCα 2,07bBα 2,71bAα 1,52cCα 2,09cBα 2,58cAα

600 2,20aBα 2,86aAα 2,48bBβ 2,21bBα 2,88aAα 2,90bAα 2,08bCα 2,50bBα 3,00bAα

700 2,42aBα 2,90aBα 3,28aAα 2,71aBα 2,90aBα 3,36aAα 2,71aBα 2,95aBα 3,43aAα

IRRo: índice de retenção relativo observado; IRRl: índice de retenção relativo da literatura. Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna, maiúscula na linha e grega entre

volumes de água (para um mesmo tempo e potência) não diferem entre si pelo teste de Scott Knott (P<0,05).

68

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69

Tabela 3. Porcentagem de inibição do crescimento micelial (média ± erro padrão da média)

do fungo Colletotrichum musae em função da concentração (v/v) de óleo essencial de

Varronia curassavica obtido micro-ondas (MI) e hidrodestilação (HD), após 96 horas de

incubação.

Concentração de óleo esssencial (%) MI1 MI2 HD1 HD2

Inibição do crescimento micelial (%)

0,05 71,0 ± 2,0 72,6 ± 0,8 78,4 ± 0,8 76,8 ± 1,5

0,1 76,1 ± 2,2 75,5 ± 0,6 79,0 ± 0,3 78,1 ± 0,6

0,5 80,3 ± 1,7 80,3 ± 0,3 79,7 ± 0,6 78,7 ± 3,0

1,0 80,1 ± 0,9 80,3 ± 1,2 81,0 ± 1,8 82,3 ± 0,8

3,0 81,3 ± 0,8 82,6 ± 0,0 83,6 ± 0,6 85,2 ± 0,9 HD1 = hidrodestilação por 100 min, com 1,0 L de água; HD2 = hidrodestilação por 140 min, com 2,0 L de água;

MI1 = extração por micro-ondas utilizando potência de 500W durante 20 minutos, sem água; MI2 = extração por

micro-ondas usando 700W, durante 40 min, com 50 mL de água/amostra.

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70

Figura 1. Eletromicrografia de varredura de folhas de erva-baleeira: A- não tratadas, B-após

extração por hidrodestilação, C-após extração por micro-ondas, tg=tricoma glandular.

A

B

C

tg

tg

tg

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71

CAPÍTULO 3 1

2

Atividade antiprotozoária do óleo essencial de Varronia curassavica Jacq. e de 3

compostos majoritários contra Ichthyophthirius multifiliis in vitro 4

5

Resumo 6

O protozoário Ichthyophthirius multifiliis, agente causador da ictiofiríase, tem proporcionado 7

grandes perdas na piscicultura mundial. Formas alternativas de controle desse protozoário têm 8

sido estudadas em substituição aos produtos químicos sintéticos. Neste sentido o objetivo do 9

presente trabalho foi avaliar a atividade antiprotozoária in vitro do óleo essencial de acessos 10

de Varronia curassavica e de seus compostos químicos majoritários contra diferentes estágios 11

do parasita Ichthyophthirius multifiliis. As sondas fluorescentes iodeto de propídeo (IP) e 12

SYBR-14 foram adicionadas aos parasitas após incubação com os óleos essenciais dos 13

acessos VCUR-001, VCUR-601 e VCUR-509 e compostos majoritários α-pineno, sabineno, 14

E-cariofileno e viridiflorol, para contagem de vivos e mortos. Na fase trofonte, dos óleos 15

essenciais de V. curassavica, o acesso VCUR-509 foi o que apresentou atividade mais 16

pronunciada contra o íctio, pois na concentração de 75 mg.L-1

, o óleo essencial proporcionou 17

mortalidade de 100% dos protozoários. A mesma mortalidade para os demais acessos foi 18

observada apenas na concetração de 200 mg.L-1

. Na fase de tomonte, máxima mortalidade foi 19

observada na concentração de 200 mg.L-1

para os três acessos testados. Os compostos 20

majoritários α-pineno, sabineno, e a mistura E-cariofileno mais viridiflorol presentes nos 21

óleos essenciais testados, causaram 100% de mortalidade de trofontes e tomontes. Danos 22

causados à integridade da membrana nos trofontes e rompimento da parede do cisto nos 23

tomontes parece ser a principal causa de morte dos protozoários incubados com os óleos 24

essenciais de V. curassavica. Os compostos majoritários são os principais responsáveis pela 25

atividade antiprotozoária apresentada pelos óleos essenciais. 26

27

Palavras-chave: parasitas, erva-baleeira, óleo essencial, íctio. 28

29

30

31

32

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72

1. Introdução 33

34

A ictiofiríase ou ―doença dos pontos brancos‖ é causada pelo protozoário ciliado 35

Ichthyophthirius multifiliis, conhecido popularmente como íctio. Este protozoário tem 36

causado grandes perdas econômicas na indústria da piscicultura, seja em sistemas 37

convencionais, de alta tecnologia, ou na produção de peixes ornamentais (Mattheus, 2005; 38

Heineche e Buchmann, 2009; Martins et al., 2011). No Brasil, o íctio está entre os principais 39

agentes causadores de enfermidades em peixes cultivados (Malta et al., 2001; Martins et al., 40

2002; Martins e Ghiraldelli, 2008; Pinto et al., 2009), sendo considerados obstáculos à 41

produtividade dos animais em criação intensiva. Este protozoário tem um ciclo de vida direto, 42

que é dependente da temperatura, de tal modo que na temperatura da água mais elevada, mais 43

rápido o ciclo de vida se completa. O ciclo de vida envolve as seguintes fases: fase parasitária 44

trofonte; uma fase de natação livre, protomonte que sai do peixe e se acomoda sobre o 45

substrato para transformar em um tomonte encistado, que se multiplica por divisão binária; 46

tomitos que são liberados do tomonte e subsequentemente se diferenciam na fase infecciosa, 47

os terontes, de natação livre que penetram através do muco e invadem o epitélio da pele, 48

brânquias, entre outros (Shinn et al., 2012; Picón-Camacho et al., 2012). 49

Nas fazendas, a abordagem mais comum para tratar estes ciliados é através do uso de 50

banhos terapêuticos de curta duração (por exemplo, 30 min-4h em tanques, raceways e 51

sistemas fechados) ou longa duração (por exemplo, 7-15 dias em viveiros) utilizando produtos 52

parasiticidas, que tem como objetivo eliminar os estágios de natação livre do parasita. Nas 53

outras etapas são raramente susceptíveis ao tratamento (Picón-Camacho et al., 2012). 54

O produto verde malaquita, anteriormente utilizado com eficiência no controle de I. 55

multifiliis teve seu uso proibido por parte dos governos em muitos países (Picón-Camacho et 56

al., 2012a, b), por ser cancerígeno, teratogênico e altamente persistente no ambiente; tem 57

despertado o interesse por produtos alternativos que sejam ambientalmente seguros no 58

controle desse parasita. No tratamento das doenças em peixes, os extratos de plantas 59

medicinais vêm sendo avaliados principalmente para reduzir ou evitar o emprego de 60

quimioterápicos que provoca desenvolvimento de parasitos resistentes aos fármacos e impacto 61

negativo no ambiente (Doughari et al., 2009, Picón-Camacho et al., 2012). Neste sentido, 62

diversas pesquisas voltadas para o uso de extratos ou compostos de plantas medicinais no 63

controle do íctio têm sido realizadas, como por exemplo, o extrato aquoso de Capsicum 64

frutescens (Ling, et al., 2012), extrato metanólico de Psoralea corylifolia (Ling et al., 2013), 65

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73

extrato e flavonóides isolados da casca da raiz de Morus alba (Fu, et al., 2014a; Liang et al., 66

2015 ); cynatratoside-C, isolada a partir de raízes Cynanchum atratum (Fu, et al., 2014b). 67

Além dos extratos vegetais, uma alternativa consiste na utilização de óleos essenciais. 68

Os óleos essenciais são constituídos por uma mistura de diversas substâncias químicas 69

complexas, com grande variação na composição, sendo a maior parte de terpenos. Em geral, 70

os compostos mais abundantes determinam as propriedades de um óleo essencial em 71

particular, e é provável que seu modo de ação envolva vários alvos na célula (Bakkali et al., 72

2008). A hidrofobicidade de óleos essenciais lhes permite passar através da parede celular e 73

da membrana citoplasmática, alterando a estrutura das diferentes camadas de polissacarídeos, 74

ácidos graxos e de fosfolípidos, tornando-a permeável (Turina et al., 2006). 75

A espécie medicinal Varronia curassavica, nativa do Brasil e conhecida popularmente 76

como erva-baleeira é utilizada popularmente no tratamento de inflamações. Além de suas 77

propriedades medicinais já comprovadas, atividades biológicas como antibacteriana (Meccia 78

et al., 2009; Matias, et al., 2010; Pinho et al., 2012; Rodrigues et al., 2012) e contra fungos 79

fitopatogênicos (Silva et al., 2012; Hoyos et al., 2012; Silva et al., 2014), foram relatadas em 80

estudos envolvendo o óleo essencial de V. curassavica. No entanto, ainda não foram 81

realizados estudos sobre o seu potencial antiparasitário. Dessa forma, o objetivo do presente 82

trabalho foi avaliar a atividade antiprotozoária in vitro do óleo essencial de acessos de 83

Varronia curassavica e dos seus compostos químicos majoritários contra Ichthyophthirius 84

multifiliis. 85

86

2. Material e Métodos 87

88

2.1. Obtenção dos parasitas 89

90

Peixes ornamentais da espécie Xiphophorus maculatus, infestados com 91

Ichthyophthirius multifiliis foram obtidos de uma piscicultura comercial de Aracaju, Sergipe-92

Brasil. Tambaquis (Colossoma macropomum) sadios pesando entre 4,0 e 5,0g foram 93

infectados por cohabitação com os peixes infestados, em um aquário de 10 litros com sistema 94

de aeração e temperatura da água de 24°C (Fu et al., 2014a). Os tambaquis infectados com 95

íctio foram sacrificados por concussão cerebral. Esse procedimento se fez necessário, pois a 96

utilização de anestésico poderia interferir na resposta do parasita ao produto testado e o gelo 97

que também seria recomendado para esse uso, poderia matar os protozoários e assim impedir 98

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74

o teste. Em seguida, a pele do peixe foi suavemente raspada com o auxílio de uma lâmina de 99

vidro para retirada dos trofontes. Os trofontes isolados foram lavados várias vezes com água 100

declorada para remover o muco de peixe. Para obtenção dos tomontes, trofontes foram 101

incubados por 4 horas a 24°C, conforme descrito por Fu et al., (2014b). 102

103

2.2. Óleos essenciais e compostos majoritários 104

105

Foram utilizados óleos essenciais de três acessos de Varronia curassavica do Banco 106

Ativo de Germoplasma da Universidade Federal de Sergipe: VCUR-509, VCUR-601 e 107

VCUR-001. As folhas foram coletadas e secas em estufa com circulação forçada de ar a 40°C 108

por cinco dias. A extração do óleo essencial foi por hidrodestilação em aparelho Clevenger 109

modificado, utilizando amostras de 75g de folha seca. A composição química do óleo 110

essencial dos três acessos, obtidas por cromatógrafo gasoso acoplado a espectrômetro de 111

massa CG-MS/FID (QP2010 Ultra, Shimadzu Corporation, Kyoto, Japão) encontra-se na 112

Tabela 1. 113

Os compostos majoritários de cada acesso, adquiridos comercialmente e utilizados nos 114

testes foram: E-cariofileno (Sigma-Aldrich), α-pineno (Sigma-Aldrich), sabineno (Sigma-115

Aldrich) e viridiflorol (Sigma-Aldrich). 116

Os óleos essenciais e os compostos isolados foram diluídos em Tween 80 na 117

proporção: 2/3 óleo/isolado: 1/3 Tween para melhorar sua dispersão na água. Essa mistura foi 118

agitada vigorosamente em equipamento Vórtex, até completa homogeneização. 119

120

121

122

123

124

125

126

127

128

129

130

131

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75

Tabela 1. Composição química do óleo essencial dos acessos de Varronia curassavica. 132

Compostos IRRo IRRL VCUR-509 VCUR-601 VCUR-001

tricicleno 921 921 6,17 - -

α-pineno 932 932 3,62 3,17 42,35

canfeno 948 946 4,71 0,59 0,26

sabineno 971 969 0,11 38,67 0,43

β-pineno 976 974 1,18 - 0,22

α-terpineno 1017 1014 - 1,63 -

β-felandreno 1028 1025 - - 0,53

limoneno 1028 1024 0,38 1,75 -

1,8-cineol 1030 1026 0,39 0,43 1,08

γ-terpineno 1058 1054 - 3,26 -

cis-sabineno hidrato 1067 1065 - 2,57 -

trans-sabineno hidrato 1100 1098 - 2,23 -

terpinen-4-ol 1180 1174 - 5,21 -

δ-elemeno 1339 1335 0,42 0,24 4,93

α-cubebeno 1349 1345 0,41 1,39 -

α-copaeno 1376 1374 0,33 0,72 -

β-elemeno 1393 1389 0,44 2,25 2,45

sesquitujeno 1403 1405 - - 1,13

α-gurjuneno 1412 1409 0,36 3,01 -

α-cis-bergamoteno 1417 1411 - - 1,35

α-santaleno 1424 1416 - - 9,17

trans-cariofileno 1424 1417 19,87 7,94 9,29

Z-β-farneseno 1444 1440 - - 0,36

trans murola-3,5-dieno 1453 1451 0,54 1,93 -

α-humuleno 1457 1452 6,20 2,25 3,12

E-β-farneseno 1458 1454 - - 1,59

aloaromadendreno 1468 1458 0,52 - 0,46

γ-muroleno 1482 1478 0,41 - -

germacreno-D 1489 1484 0,56 4,03 -

β-selineno 1492 1489 0,67 0,49 -

trans murola-4(14),5-dieno 1494 1493 - 0,82 -

biciclogermacreno 1500 1500 4,21 3,46 -

β-bisaboleno 1508 1505 - - 2,05

γ-cadineno 1513 1513 1,57 - -

cubebol 1519 1514 0,95 1,41 -

δ-cadineno 1528 1522 1,95 2,93 0,52

E-γ-bisaboleno 1533 1529 - - 0,92

trans cadina-1,4-dieno 1535 1533 0,53 1,80 -

cis-sesquisabineno hidrato 1550 1542 - - 0,50

α-cedreno epóxido 1567 1574 3,02 - -

germacreno D-4-ol 1584 1574 0,41 - -

espatulenol 1583 1577 2,02 0,84 1,47

óxido de cariofleno 1588 1582 1,82 0,45 0,76

viridiflorol 1596 1592 15,25 0,33

7-ciclodecen-1-ona,7-metil-3-metileno-

10-(1-propil)

1618

8,82

- -

ledol 1608 1602 - 0,65 -

humuleno epóxido II 1622 1608 1,12 - 0,24

murola-4,10(14)-dien-1-β-ol 1640 1630 - - 2,09

β-acorenol 1644 1636 - - 0,38

α-cadinol 1662 1652 0,54 - 0,67

cubenol 1646 1645 - 0,71 -

helifolenol B 1682 1677 - - 3,11

bisabolone óxido A α 1692 1684 - - 3,70

shyobunol 1699 1688 0,78 - -

metil farnesoato (2E,6E) 1781 1783 3,90 - -

Total identificado 94,18 97,16 95,13

IRRo: índice de retenção relativo observado; IRRL: índice de retenção relativo da literatura 133

134

135

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76

2.3.Avaliação da viabilidade por sondas fluorescentes 136

137

A técnica utilizada para detecção da viabilidade celular por meio dos fluorocromos 138

SYBR-14 e iodeto de propídeo (IP) foi uma adaptação do método descrito por Maria et al. 139

(2010) para células espermáticas. O iodeto de propídeo intercala com o DNA das células e só 140

pode penetrar através das membranas celulares danificadas. O SYBR-14 é um corante 141

fluorescente que pode penetrar em todas as células, membranas danificadas ou intactas, e se 142

ligam ao DNA. Portanto, os parasitas intactos e viáveis emitem fluorescência verde, enquanto 143

que as células mortas ou danificadas emitem fluorescência vermelha. Aproximações prévias 144

foram realizadas para ajustar as concentrações dos fluorocromos para as condições mais 145

favoráveis de visualização. 146

Este experimento foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito do fixador na 147

mobilidade e viabilidade dos protozoários e do tempo de incubação com os fluorocromos no 148

preparo de amostras para microscopia de fluorescência. Para isso, 90 trofontes móveis foram 149

distribuídos em seis poços em uma placa de Kline contendo 200 µL de água em cada poço. 150

Em três poços (n=45 trofontes), os trofontes foram incubados durante 5 minutos com 2,5 µL 151

de SYBR-14 (concentração final 250 nM) e mais 5 minutos com 2,5 µL de iodeto de propídeo 152

(IP) (concentração final 30µM) (Molecular Probes®). A avaliação da viabilidade dos 153

trofontes foi realizada imediatamente, 10 e 20 minutos após o a incubação com os 154

fluorocromos por meio de microscópio de epifluorescencia (Zeiss, Axio Scope A1). Para 155

avaliar o efeito do fixador na imobilização e viabilidade dos protozoários, outros três poços 156

contendo trofontes (n=45) foram incubados com os mesmos fluorocromos conforme descrito 157

anteriormente. Após o período de incubação (10 minutos) foram adicionados 4 µL de solução 158

fixadora glutaraldeído 0,2%. As análises foram realizadas imediatamente após a adição do 159

fixador, 10 e 20 minutos depois. 160

161

2.4.Atividade antiprotozoária in vitro 162

163

Duas fases do parasita foram utilizadas: trofontes e tomontes encistados. O 164

delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três repetições. Para cada óleo 165

essencial foram testadas as concentrações: 10, 25, 50, 75, 100 e 200 mg.L-1

, além do controle: 166

água + Tween 80. 167

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77

Os compostos majoritários do óleo essencial de cada acesso foram testados 168

separadamente para verificar se são efetivamente os compostos mais abundantes os 169

responsáveis pela atividade antiprotozoária. Dessa forma foram testadas as concentrações 170

proporcionais de cada composto presente majoritariamente em cada óleo essencial e de 171

acordo com a concentração do óleo essencial que causou 100% de mortalidade para cada uma 172

das fases do parasita. 173

Os compostos E-cariofileno e viridiflorol, majoritários do óleo essencial do acesso 174

VCUR-509 foram testados isoladamente e também em mistura, na concentração de 14,90 175

mg.L-1

e 11,44 mg.L-1

, respectivamente para trofontes e nas concentrações de 39,74 mg.L-1

e 176

30,50 mg.L-1

para tomontes. O sabineno, composto majoritário do óleo essencial do acesso 177

VCUR-601 foi testado na concentração de 77,34 mg.L-1

para trofontes e tomontes. E 178

finalmente, o composto majoritário do acesso VCUR-001, α-pineno, foi testado na 179

concentração de 84,70 mg.L-1

para trofontes e tomontes. 180

Em placas com capacidade para 5 mL, contendo 15 parasitas cada, foram adicionadas 181

as soluções contendo o óleo essencial ou o composto isolado/mistura. A incubação foi 182

realizada por uma hora. 183

184

2.4.1. Viabilidade dos parasitas tratados com óleo essencial e compostos majoritários 185

186

A viabilidade dos parasitas, após uma hora de incubação, foi determinada com um 187

microscópio de epifluorescência (Nikon Eclipse 50i, Tóquio, Japão), utilizando iodeto de 188

propídio e SYBR-14 (Molecular Probes®), como descrito anteriormente. Assim, foi realizada 189

a contagem de parasitas vivos e mortos. 190

191

2.5. Análises estatísticas 192

193

Para todos os tratamentos, foram calculadas médias ± desvio padrão da porcentagem de 194

protozoários mortos. 195

196

3. Resultados 197

198

3.1. Avaliação da viabilidade por sondas fluorescentes 199

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78

Até 20 minutos após a incubação com os fluorocromos sem o fixador, observou-se que 200

os trofontes encontravam-se com a coloração verde e móveis, portanto viáveis (Fig. 1A). Os 201

trofontes incubados com os fluorocromos mais o glutaraldeído, imediatamente após a adição 202

do fixador e 10 minutos após, encontravam-se com coloração verde, e apesar de não se 203

observar nenhuma motilidade, eles estavam viáveis. Entretanto, 20 minutos depois observou-204

se que cerca de 5% dos trofontes emitiram fluorescência vermelha, ou seja, estavam lesados e 205

portanto mortos (Fig. 1B). 206

207

3.2. Viabilidade dos parasitas tratados com óleo essencial e compostos majoritários 208

209

Além dos estágios fluorescentes vermelhos e verdes, também houve fases mistas em 210

que o protozoário emitiu fluorescência verde e fluorescência vermelha. Como a membrana 211

celular neste caso já foi danificada, antes ou durante a coloração, eles foram tratados como 212

mortos (Fig.1C e D). 213

Na fase trofonte, o óleo essencial do acesso VCUR-509 foi o que apresentou atividade 214

mais pronunciada contra o íctio, pois na concentração de 75 mg.L-1

, o óleo essencial 215

proporcionou mortalidade de 100% dos protozoários. A mesma mortalidade para os demais 216

acessos foi observada na concentração de 200 mg.L-1

. 217

Dentro dos tomontes, os tomitos estavam visíveis e emitiram fluorescência verde ou 218

vermelha (Fig. 1E e F). Para os tomontes, o óleo essencial dos acessos VCUR-001 e VCUR-219

601 em concentrações mais baixas, exibiram maiores taxas de mortalidade que o acesso 220

VCUR-509. Máxima mortalidade foi observada na concentração de 200 mg.L-1

para os três 221

acessos testados (Tabela 2). Embora, o acesso VCUR-509 tenha proporcionado máxima 222

mortalidade apenas na concentração de 200 mg.L-1

, durante a leitura no microscópio de 223

epifluorescência observou-se que a partir da concentração de 75 mg.L-1

houve o rompimento 224

do cisto, liberação precoce dos tomitos e consequentemente morte (Fig. 1G). 225

Os compostos α-pineno e sabineno presentes em maiores proporções nos acessos 226

VCUR-001 e VCUR-601 (42,35 e 38,67%), respectivamente, proporcionaram mortalidades 227

iguais às apresentadas pelos óleos essenciais nas duas fases do íctio (Tabelas 3 e 4). 228

Os compostos viridiflorol e E-cariofileno testados separadamente, proporcionaram 229

mortalidades inferiores aos apresentados pelo óleo essencial do acesso VCUR-509, tanto na 230

fase trofonte quanto na fase tomonte. Porém, quando os protozoários foram incubados em 231

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79

solução contendo os dois compostos simultaneamente, observou-se mortalidade igual ao 232

conferido pelo óleo essencial (Tabelas 3 e 4). 233

234

Tabela 2. Mortalidade de I. multifiliis nas fases trofonte e tomonte, tratados em diferentes 235

concentrações do óleo essencial de acessos de V. curassavica. 236

Concentração

(mg.L-1

)

Mortalidade Trofonte (%) Mortalidade Tomonte (%)

VCUR-001 VCUR-509 VCUR-601 VCUR-001 VCUR-509 VCUR-601

0,0 3,0 ± 5,0 3,0 ± 5,0 2,2 ± 3,8 0,0 ± 0,0 0,0 ± 0,0 0,0 ± 0,0

10,0 12,4 ± 11,9 39,9 ± 37,9 0,0 ± 0,0 52,1 ± 6,4 0,0 ± 0,0 0,0 ± 0,0

25,0 18,5 ± 7,8 83,2 ± 8,7 12,4 ± 13,8 48,7 ± 9,2 18,5 ± 13,7 0,0 ± 0,0

50,0 57,2 ± 19,3 91,5 ± 7,50 74,1 ± 6,7 90,7 ± 11,6 38,3 ± 1,4 4,8 ± 8,2

75,0 72,7 ± 28,5 100,0 ± 0,0 84,4 ± 9,6 97,8 ± 3,8 44,5 ± 5,8 85,3 ± 5,9

100,0 77,0 ± 25,2 100,0 ± 0,0 87,6 ± 7,6 95,9 ± 3,6 74,6 ± 25,0 82,5 ± 11,9

200,0 100,0 ± 0,0 100,0 ± 0,0 100,0 ± 0,0 100,0 ± 0,0 100,0 ± 0,0 100,0 ± 0,0

Cada valor corresponde à média ± desvio padrão de três repetições. 237

Observou-se que em alguns parasitas incubados com o óleo essencial de V. 238

curassavica e compostos isolados, houve o rompimento da membrana e extravasamento do 239

conteúdo celular (Fig. 1H e I). 240

241

Tabela 3. Mortalidade de I. multifiliis na fase trofonte, tratados com os compostos 242

majoritários do óleo essencial de acessos de V. curassavica. 243

Compostos Majoritários Concentração Mortalidade (%)

Trofonte

Controle 0,00 mg. L-1

8,9 ± 3,8

α-pineno (VCUR-001) 84,70 mg. L-1

100,0 ± 0,0

E-cariofileno (VCUR-509) 14,90 mg. L-1

0,0 ± 0,0

Viridiflorol (VCUR-509) 11,44 mg. L-1

42,2 ± 22,5

Sabineno (VCUR-601) 77,34 mg. L-1

100,0 ± 0,0

E-cariofileno + viridiflorol (VCUR-509) 26,34 mg. L-1

100,0 ± 0,0

Cada valor corresponde à média ± desvio padrão de três repetições. 244

245

246

247

248

249

250

251

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80

Tabela 4. Mortalidade de I. multifiliis na fase tomonte, tratados com os compostos 252

majoritários do óleo essencial de acessos de V. curassavica. 253

Compostos Majoritários Concentração Mortalidade (%)

Tomonte

Controle 0,00 mg. L-1

0,0 ± 0,0

α-pineno (VCUR-001) 84,70 mg. L-1

100,0 ± 0,0

E-cariofileno (VCUR-509) 39,74 mg. L-1

0,0 ± 0,0

viridiflorol (VCUR-509) 30,50 mg. L-1

30,7 ± 16,7

Sabineno (VCUR-601) 77,34 mg. L-1

100,0 ± 0,0

E-cariofileno + viridiflorol (VCUR-509) 70,24 mg. L-1

100,0 ± 0,0

Cada valor corresponde à média ± desvio padrão de três repetições. 254

255

256

257

Figura 1. Ichthyophthirius multifiliis após coloração com os fluorocromos SYBR-14 e iodeto 258

de propídio (IP). (A) Trofonte emitindo fluorescência verde indicando a viabilidade do 259

parasita. (B) Trofonte emitindo fluorescência vermelha indicando o comprometimento da 260

membrana celular e morte do parasita. (C) e (D) Trofonte e tomonte emitindo fluorescência de 261

vermelha e verde, uma resposta que indica que o protozoário estava no processo de morte, 262

A B

E F

HG

C

D

I

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81

quando foram adicionadas as sondas. (E) e (F) Em ambas as imagens, o produtos da divisão 263

(tomitos) no interior dos tomontes são claramente visíveis. (E) Tomonte do controle (viável). 264

(F) Tomonte após exposição por 1 hora a 77,34 mg.L-1

de sabineno. (G) Liberação dos 265

tomitos em um tomonte tratado por 1 hora com 75 mg.L-1

do óleo essencial do acesso VCUR-266

509. (H) e (I) Extravasamento do citoplasma de trofontes tratados por 1 hora com 75 mg.L-1

267

do óleo essencial do acesso VCUR-509. Aumento de 100X: fotos A-F, H e I. Aumento de 268

40X: foto G. 269

270

4. Discussão 271

272

A maioria dos trabalhos envolvendo testes com substâncias e/ou produtos com 273

atividade antiprotozoária contra I. multifiliis, utilizam como critério de mortalidade, a 274

ausência de motilidade e/ou divisão anormal das células (Ling et al., 2012; Fu et al., 2014; 275

Yao, et al., 2015; Liang, et al., 2015). Com o teste de viabilidade realizado no presente estudo 276

observou-se que é possível um trofonte estar imóvel sem batimento ciliar, mas ainda sim estar 277

viável. Todos os trofontes móveis observados no presente estudo estavam viáveis, mas nem 278

todos os imóveis estavam mortos. Segundo de la Fuente et al., (2004), a coloração 279

fluorescente é mais acurada que a motilidade para avaliar a viabilidade de protozoários, sendo 280

indicada como uma ferramenta rápida na avaliação de danos celulares. 281

Através dos resultados obtidos no teste de viabilidade pelas sondas fluorescentes 282

iodeto de propídeo (IP) e SYBR-14, foi possível determinar que ao utilizar essas sondas, a 283

leitura da viabilidade de I. multifiliis deve ser realizada em até 20 minutos após a incubação. 284

Da mesma forma, quando for utilizada a solução fixadora glutaraldeído 0,2%, para 285

paralização dos protozoários visando facilitar a contagem, o tempo máximo entre adição e 286

contagem, deverá ser de 10 minutos. Após esse tempo, pode haver interferência destes 287

produtos na viabilidade dos protozoários. 288

Os resultados dos experimentos in vitro mostram que o óleo essencial de V. 289

curassavica é eficaz contra as fases trofonte e tomonte de Ichthyophthirius multifiliis. Embora 290

não tenha sido alvo do presente estudo, é provável que os óleos essenciais também sejam 291

tóxicos à fase teronte de I.multifiliis, assim como já observado por diversos autores em 292

experimentos testando extratos ou compostos isolados de plantas (Schumacher et al., 2011; Fu 293

et al., 2014; Yao et al., 2015). Os trofontes são mais difíceis de serem mortos do que o 294

parasita na fase de vida livre (Zhang et al., 2013), porque os trofontes são cobertos por uma 295

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82

camada de epiderme do hospedeiro e uma espessa camada de muco que os protegem das 296

drogas adicionadas na água (Dickerson, 2012). 297

Apesar do óleo essencial de V. curassavica ser constituído por muitos compostos em 298

menores quantidades, pode-se inferir que os monoterpenos α-pineno e sabineno são os 299

principais responsáveis pela atividade antiprotozoária apresentada pelo óleo essencial dos 300

acessos VCUR-001 e VCUR-601, respectivamente. Um estudo envolvendo a atividade de 301

óleos essenciais e compostos majoritários contra protozoários relataram a atividade 302

antiparasitária dos monoterpenos α-pineno e sabineno contra Leishmania major e 303

Trypanosoma brucei (Mikus et al., 2010). 304

A mortalidade observada nos parasitas incubados simultaneamente com os compostos 305

E-cariofileno e viridiflorol, evidenciam que existe um efeito sinérgico entre os dois compostos 306

que conferem a atividade antiprotozoária ao óleo essencial. Em geral, as propriedades de um 307

óleo essencial em particular são determinadas pelos compostos mais abundantes. Tais 308

propriedades biológicas são o resultado de uma sinergia de todas as moléculas ou então 309

daquelas presentes em maiores proporções (Bakkali et al., 2008). É possível que a atividade 310

de um composto majoritário seja modulado por outros compostos em menores proporções 311

(Santana-Rios et al., 2001; Hoet et al., 2006). Segundo Bakkali et al., (2008), para fins 312

biológicos, é mais informativo estudar o óleo essencial em vez de alguns dos seus 313

componentes porque neste caso, o conceito de sinergismo parece ser mais significativo. Deve-314

se considerar também que o efeito sinérgico entre os compostos pode estar ligado aos 315

diferentes modos de ação de cada composto. Devido ao grande número de constituintes, os 316

óleos essenciais parecem não ter alvos celulares específicos (Carson et al., 2002). 317

Tanto os óleos essenciais de V. curassavica quanto seus compostos majoritários 318

testados mostraram-se tóxicos às duas fases do íctio. Danos causados à membrana plasmática 319

das células dos parasitas foram uma das formas de ação notadas no presente estudo. Na fase 320

trofonte foi visualizado o rompimento da membrana e extravasamento do conteúdo celular 321

(Fig. 1H e I), enquanto na fase tomonte observou-se o rompimento da parede do cisto 322

causando a liberação dos tomitos (Fig. 1G). Semelhantemente, Fu et al., (2014), observaram 323

alterações na membrana plasmática de trofontes e liberação de tomitos em tomontes tratados 324

com Cynatratoside‑C, um glicosídeo esteroidal isolado de Cynanchum atratum. Em estudos 325

envolvendo atividades antiparasitárias de óleos essenciais foram observados danos na 326

membrana mitocondrial interna em Leishmania amazonenses tratadas com óleo essencial de 327

Ocimum gratissimum (Ueda-Nakamura et al., 2006). 328

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83

A hidrofobicidade dos óleos essenciais lhes permite passar através da membrana 329

citoplasmática, perturbar a estrutura das diferentes camadas de polissacarídeos, ácidos graxos 330

e de fosfolípideos, tornando-a permeável (Turina et al., 2006). Esta extensa mudança na 331

fluidez e permeabilidade das membranas, tem como consequência a fuga de radicais, 332

citocromo C, cálcio, íons e proteínas, como no caso do estresse oxidativo e falha 333

bioenergética. A citotoxicidade dos óleos essenciais para células eucarióticas parece incluir 334

tais danos nas membranas (Hrckova e Velebny, 2013). 335

Os óleos essenciais dos acessos de V. curassavica, os compostos isolados α-pineno, 336

sabineno, e a mistura E-cariofileno mais viridiflorol exibiram toxicidade contra I. multifiliis 337

nas fases trofonte e tomonte. Foi possível confirmar também que os compostos majoritários 338

testados são os principais responsáveis pela atividade antiparasitária exibida pelos os óleos 339

essenciais que os contém. Danos causados à integridade da membrana nos trofontes e 340

rompimento da parede do cisto nos tomontes parece ser a principal causa de morte dos 341

protozoários incubados com os óleos essenciais de V. curassavica e compostos isolados. Os 342

óleos essenciais de acessos de V. curassavica são potencialmente úteis no controle do parasita 343

I. multifiliis. 344

345

5. Referências 346

347

Bakkali F, Averbeck S, Averbeck D, Idaomar M (2008) Biological effects of essential oils – 348

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De la Fuente G, Cebrián JA, Fondevila M (2004) A cryopreservation procedure for the rumen 353

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55−72 358

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84

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two flavonoids from root bark of Morus alba against Ichthyophthirius multifiliis in grass 380

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Ling F, Wang JG, Lu C, Wang GX, Lui YH, Gong XN (2012) Effects of aqueous extract of 382

Capsicum frutescens (Solanaceae) against the fish ectoparasite Ichthyophthirius 383

multifiliis. Parasitol Res 111: 841–848 384

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85

Ling F, Lu C, Tu X, Yi Y, Huang A, Zhang Q, Wang G (2013) Antiprotozoal screening of 385

traditional medicinal plants: evaluation of crude extract of Psoralea corylifolia against 386

Ichthyophthirius multifiliis in goldfish. Parasitol Res 112: 2331–2340 387

Malta JCO, Gomes ALS, Andrade SMS, Varella AMB (2001) Infestações maciças por 388

acantocéfalos, Neochinorhynchus buttenerae Golvan, 1956, (Eoacanthocephala: 389

Neoechinorhynchidae) em tambaquis jovens, Colossoma macropomum (Cuvier, 1818) 390

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Recent studies on parasitic infections of freshwater cultivated fish in the State of São 399

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composition and antibacterial activity of the essential oil of Cordia verbenacea from the 410

Venezuelan Andes. Nat Prod Commun 4: 1119–1122 411

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86

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isolated mono- and sesquiterpenes on Leishmania major and Trypanosoma brucei. Planta 413

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Pinho L, Souza PNS, Sobrinho EM, Almeida AC, Martins ER (2012) Antimicrobial activity 415

of hydroalcoholic extracts from rosemary, peppertree, barbatimão and erva-baleeira 416

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Picón-camacho SM, Marcos-Lopez M, Bron JE, Shinn AP (2012b) An assessment of the use 418

of drug and non-drug interventions in the treatment of Ichthyophthirius multifiliis 419

Fouquet, a protozoan parasite of freshwater fish. Parasitology 139: 149–190 420

Picón-Camacho SM, Marcos-Lopez M, Beljean A, Debeaume S, Shinn AP (2012a) In vitro 421

assessment of the chemotherapeutic action of a specific hydrogen peroxide, peracetic, 422

acetic, and peroctanoic acidbased formulation against the free-living stages of 423

Ichthyophthirius multifiliis (Ciliophora). Parasitol Res 110:1029–1032 424

Pinto E, Garcia AM, Figueiredo HC, Rodrigues MP, Martins ML (2009) Primeiro relato de 425

Tripartiella sp. (Ciliophora: Peritrichia) em Pseudoplatystoma corruscans (Osteichthyes: 426

Pimelodidae) cultivado no estado de Mato Grosso Do Sul, Brasil, com descrição de nova 427

espécie. B Inst Pesca 35: 91-97 428

Rodrigues FFG, Oliveira LGS, Rodrigues FFG, Saraiva ME, Almeida SCX, Cabral MES, 429

Campos AR, Costa JGM (2012) Chemical composition, antibacterial and antifungal 430

activities of essential oil from Cordia verbenacea DC leaves. Pharmacogn Res 4: 161-431

165 432

Santana-Rios G, Orner GA, Amantana A, Provost C, Wu SY, Dashwood RH (2001) Potent 433

antimutagenic activity of white tea in comparison with green tea in the Salmonella assay. 434

Mutat Res 495: 61–74. 435

Shinn AP, Picón-Camacho SM, Bron JE, Conway D, Yoon GH, Guo FC, Taylor NG (2012) 436

The anti-protozoal activity of bronopol on the key life-stages of Ichthyophthirius 437

multifiliis Fouquet, 1876 (Ciliophora). Parasitol Res 186: 229−236. 438

Schumacher IV, Wedekind H, El-Matbouli M (2011) Efficacy of quinine against 439

ichthyophthiriasis in common carp Cyprinus carpio. Dis Aquat Org 95: 217–224 440

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87

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and systemic control of powdery mildew in eucalyptus using essential oils and decoctions 445

from traditional Brazilian medicinal plants. For Path 44:145–153 446

Turina AV, Nolan MV, Zygadlo JAP (2006) Natural terpens: self-assebly and membrane 447

partitioning. Biophys Chem 122: 101–113 448

Ueda-Nakamura T, Mendonça-Filho RR, Morgado-Díaz JA, Korehisa P, Prado B, Aparício 449

D, Alviano DS, Rosa MDS, Lopes AH, Alviano CS, Nakamura CV (2006) 450

Antileishmanial activity of eugenol-rich essential oil from Ocimum gratissimum. 451

Parasitol Int 55: 99-105 452

Yao JJ, Xu Y, Yin WL, Yuan XM, Lin LY, Xu T, Zuo ML, Pan XY, Shen JY (2015) 453

Evaluation of nystatin isolated from Streptomyces griseus SDX-4 against the ciliate, 454

Ichthyophthirius multifiliis. Parasitol Res 114:1425–1431 455

Zhang QZ, Xu DH, Klesius PH (2013) Evaluation of an antiparasitic compound extracted 456

from Galla chinensis against fish parasite Ichthyophthirius multifiliis. Vet Parasitol 198: 457

45−53 458

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88

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS

Os óleos essenciais das plantas nativas de V. curassavica do Estado de Sergipe, devido

à ampla diversidade química apresentada, poderão futuramente ser utilizados na obtenção de

bioprodutos para serem utilizados tanto na agropecuária quanto na área medicinal. As plantas

poderão também ser conservadas em bancos de germoplasma para serem utilizadas em

programas de melhoramento genético da espécie.

A extração de óleo essencial de V. curassavica por micro-ondas é uma alternativa

eficiente, rápida e com menor gasto de energia e água comparativamente à hidrodestilação.

Porém a hidrodestilação ainda é um método de extração de óleo essencial de fácil acesso e

não demanda equipamentos sofisticados para sua execução. Além disso, em condições

otimizadas, as duas técnicas oferecem um óleo essencial muito semelhante quanto aos

constituintes químicos.

O óleo essencial de plantas de V. curasssavica além de atividade fungistática contra L.

theobromae e C. musae apresentaram também atividade antiprotozoária contra I. mutilillis.

Esses óleos essenciais poderão ser utilizados no desenvolvimento de formulações que

viabilizem sua utilização na agropecuária como uma alternativa mais segura para o meio-

ambiente e para a saúde humana.

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89

ANEXOS

Tabela 1. Resumo da Análise de Variância para os constituintes (%) do óleo essencial de Varronia curassavica extraído por hidrodestilação.

FV GL QM

δ-elemeno β-elemeno α-gurjuneno E-cariofileno β-copaeno α-humuleno Aloaromadendreno γ-muroleno Germacreno D β-selineno

Tempo 2 0,0409** 0,0273** 0,0016NS

0,6466** 0,0588** 0,0790** 0,0213** 0,1082** 0,0184** 0,1675**

Água 2 0,0207** 0,0285** 0,0100** 0,5545** 0,0147** 0,0477** 0,0725** 0,0242** 0,0270** 0,0282**

Bloco 2 0,0011NS

0,0027NS

0,0025 NS

0,0070 NS

0,0005 NS

0,0048* 0,0029 NS

0,0004 NS

0,0010 NS

0,0002 NS

Tempo*Água 4 0,0055** 0,0067* 0,0016 NS

0,0896** 0,0147** 0,0072** 0,0128** 0,0220** 0,0040** 0,0263**

Erro 16 0,0006 0,0016 0,0009 0,0145 0,0004 0,0013 0,0024 0,0002 0,0007 0,0001

Média 0,83 1,13 0,39 5,04 0,05 1,65 1,65 0,10 0,88 0,12

CV (%) 2,87 3,57 7,56 2,39 42,41 2,19 2,98 12,49 3,10 8,08

NS, *, **: não significativo, significativo a 1% e 5% de probabilidade pelo teste F, respectivamente.

Tabela 2. Resumo da Análise de Variância para os constituintes (%) do óleo essencial de Varronia curassavica extraído por hidrodestilação.

FV GL QM

Biciclogermacreno Butilato de hidroxitolueno γ-cadineno Germacreno D-4-ol Espatulenol Óxido de cariofileno Viridiflorol Ledol

Tempo 2 0,7923** 1,4016** 0,0051** 7,6241** 0,0217 NS

0,0437 NS

0,0388* 0,1041**

Água 2 0,2710** 0,2105** 0,0113** 2,7204** 0,0221 NS

0,0473 NS

0,0705** 0,4644**

Bloco 2 0,0027NS

0,0014NS

0,0013 NS

0,0873 NS

0,0029 NS

0,0415 NS

0,0174 NS

0,0067 NS

Tempo*Água 4 0,0776NS

0,1663** 0,0014 NS

0,2619* 0,0051NS

0,0446 NS

0,0468** 0,1512**

Erro 16 0,0187 0,0040 0,0005 0,0720 0,0061 0,0188 0,0095 0,0095

Média 5,14 0,65 0,47 10,99 1,17 1,30 0,79 3,84

CV (%) 2,66 9,61 4,85 2,44 6,66 10,57 12,39 2,54

NS, *, **: não significativo, significativo a 1% e 5% de probabilidade pelo teste F, respectivamente.

89

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90

Tabela 3. Resumo da Análise de Variância para os constituintes (%) e teor (%, p/v) do óleo essencial (OE) de Varronia curassavica extraído

por hidrodestilação.

FV GL QM

Cubenol-1-epi Murulol-epi-α Cubenol α-cadinol Shyobunol Metil farnesoato (2E, 6E) Teor de OE

Tempo 2 0,0570** 1,0314** 0,1759** 0,9181** 4,7019** 0,0241NS

0,9224NS

Água 2 0,0010 NS

1,4633** 0,0183NS

0,4777* 0,0470NS

1,0140** 0,3841NS

Bloco 2 0,0086 NS

0,0021 NS

0,0095NS

0,0374NS

0,0859NS

0,0269 NS

1,6564NS

Tempo*Água 4 0,0045 NS

0,4252** 0,0262NS

0,0591NS

0,9297** 0,7938** 0,0392NS

Erro 16 0,0662 0,0262 0,0174 0,1188 0,0750 0,0420 0,0253

Média 1,18 3,57 1,93 5,02 24,31 2,63 3,09

CV (%) 6,65 4,54 6,81 6,86 1,13 7,80 5,14

NS, *, **: não significativo, significativo a 1% e 5% de probabilidade pelo teste F, respectivamente.

90

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Tabela 4. Resumo da Análise de Variância para os constituintes (%) do óleo essencial de Varronia curassavica extraído por micro-ondas.

FV GL QM

δ-elemeno β-elemeno α-gurjuneno E-cariofileno β-copaeno α-humuleno Aloaromadendreno γ-muroleno Germacreno D

Potência 2 0,0373** 0,0670** 0,0542** 0,3906** 0,0474** 0,0842** 0,2385** 0,0474** 0,0347**

Tempo 2 0,1260** 0,2192** 0,0992** 6,5614** 0,0474** 0,4607** 0,4158** 0,0474** 0,1334**

Água 2 0,0360** 0,0386** 0,0226** 1,4276** 0,0002** 0,0860** 0,2543** 0,0003** 0,0996**

Bloco 2 0,0008NS

0,0025NS

0,0010 NS

0,0237 NS

0,0001 NS

0,0041NS

0,0049 NS

0,0001 NS

0,0038 NS

Pot*Tempo 4 0,0159** 0,0140** 0,0436** 1,0181** 0,0474** 0,0629** 0,0450** 0,0474** 0,0071**

Pot*Água 4 0,0149** 0,0223** 0,0073** 0,6339** 0,0002* 0,0505** 0,0511** 0,0003** 0,0068**

Tempo*Água 4 0,0085** 0,0127** 0,0052** 0,2815** 0,0002* 0,0136** 0,0080** 0,0003** 0,0068**

Pot*Tempo*Água 8 0,0043** 0,0183** 0,0194** 0,4191** 0,0002** 0,0407** 0,0392** 0,0003** 0,0144**

Erro 52 0,0012 0,0017 0,0008 0,0167 0,0001 0,0018 0,0015 0,0001 0,0009

Média 0,78 1,01 0,27 3,68 0,02 1,37 1,50 0,02 0,89

CV (%) 4,47 4,13 10,07 3,51 34,73 3,12 2,56 9,32 3,36

NS, *, **: não significativo, significativo a 1% e 5% de probabilidade pelo teste F, respectivamente.

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Tabela 5. Resumo da Análise de Variância para os constituintes (%) do óleo essencial de Varronia curassavica extraído por micro-ondas.

FV GL

QM

δ-selineno Biciclogermacreno Butilato de

hidroxitolueno γ-cadineno

Germacreno

D-4-ol Espatulenol Óxido de cariofileno Viridiflorol Ledol

Potência 2 0,0460** 0,8617** 2,4576** 0,0097** 11,2002** 0,0177** 0,0100** 0,0170** 1,3803**

Tempo 2 0,0309** 3,1539** 0,8029** 0,0004NS

4,6477** 0,0134** 0,0317** 0,0013NS

0,1173**

Água 2 0,0105** 1,0771** 0,0178** 0,0356** 20,3024** 0,0399** 0,3675** 0,0003** 0,2342**

Bloco 2 0,0009NS

0,0193NS

0,0011 NS

0,0011 NS

0,0011 NS

0,0001NS

0,0001 NS

0,0001 NS

0,0325 NS

Pot*Tempo 4 0,0085** 0,1471** 0,2508** 0,0023* 3,9324** 0,0081** 0,0932** 0,0474** 0,1953**

Pot*Água 4 0,0052** 0,2848** 0,1856** 0,0059** 6,2133** 0,0040NS

0,1369** 0,0003** 0,0152NS

Tempo*Água 4 0,0198** 0,0355** 0,0272** 0,0009NS

5,1424** 0,0057* 0,1722** 0,0003** 0,0346NS

Pot*Tempo*Água 8 0,0205** 0,1408** 0,1743** 0,0014NS

5,2143** 0,0024NS

0,1303** 0,0003** 0,0774**

Erro 52 0,0003 0,0093 0,0013 0,0008 0,0034 0,0018 0,0016 0,0001 0,0222

Média 0,26 4,75 0,97 0,50 4,67 1,00 2,17 0,02 3,92

CV (%) 7,28 2,03 3,66 5,85 1,25 4,,21 1,85 9,32 3,80

NS, *, **: não significativo, significativo a 1% e 5% de probabilidade pelo teste F, respectivamente.

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Tabela 6. Resumo da Análise de Variância para os constituintes (%) e teor (%, p/v) do óleo essencial (OE) de Varronia curassavica extraído

por micro-ondas.

FV GL

QM

Cubenol-1-epi Murulol-epi-α Cubenol α-cadinol Shyobunol Metil farnesoato

(2E, 6E)

Farnesil acetato

(2Z, 6E)

Farnesil acetato

(2E, 6E)

Teor de

OE

Potência 2 0,0346NS

0,7819** 0,0922NS

0,0376 NS

2,2872** 19,0400** 16,4334** 0,8412** 5,1286**

Tempo 2 0,0039NS

1,2596** 0,2740** 0,2740NS

10,2014** 0,9328** 1,0530** 0,5812** 4,6795**

Água 2 0,0086NS

0,2948** 0,0478NS

0,0891 NS

4,2746** 3,7022** 1,0564** 0,3964** 0,0348 NS

Bloco 2 0,0078NS

0,0103NS

0,1707** 0,0510NS

0,2737 NS

0,0416NS

0,0134 NS

0,0136 NS

8,5720**

Pot*Tempo 4 0,0290NS

0,4247** 0,0196NS

0,2430 NS

3,5718** 1,1874** 0,9388** 0,0851** 0,2473**

Pot*Água 4 0,0211NS

0,2904** 0,0182NS

0,1222 NS

3,0592** 1,5730** 1,6590** 0,1665** 0,0511NS

Tempo*Água 4 0,0325NS

0,2596** 0,1096* 0,2249NS

1,7802** 0,2737** 2,1594** 0,0745** 0,0464NS

Pot*Tempo*Água 8 0,0287NS

0,1088** 0,1468** 0,2139NS

2,7357** 0,8778** 0,3017** 0,1091** 0,0769 NS

Erro 52 0,0187 0,0240 0,0305 0,1061 0,1526 0,0403 0,0356 0,0090 0,0578

Média 1,20 3,60 1,82 4,47 26,87 2,65 3,03 1,09 2,54

CV (%) 11,35 4,30 9,60 7,28 1,45 7,58 6,23 8,73 9,47

NS, *, **: não significativo, significativo a 1% e 5% de probabilidade pelo teste F, respectivamente.

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