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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL ANÁLISE DAS ALTERAÇÕES NO ESCOAMENTO SUPERFICIAL NA ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO DA AVENIDA DR. AIRTON TELES EM ARACAJU-SE SÃO CRISTÓVÃO 2016 LEONARDO DE MELO FONSECA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

ANÁLISE DAS ALTERAÇÕES NO ESCOAMENTO SUPERFICIAL NA ÁREA DE

CONTRIBUIÇÃO DA AVENIDA DR. AIRTON TELES EM ARACAJU-SE

SÃO CRISTÓVÃO

2016

LEONARDO DE MELO FONSECA

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LEONARDO DE MELO FONSECA

ANÁLISE DAS ALTERAÇÕES NO ESCOAMENTO SUPERFICIAL NA ÁREA DE

CONTRIBUIÇÃO DA AVENIDA DR. AIRTON TELES EM ARACAJU-SE

Trabalho de Conclusão de Curso

submetido ao Departamento de Engenharia

Ambiental da Universidade Federal de

Sergipe como requisito parcial para obtenção

do título de Bacharel em Engenharia

Ambiental e Sanitária.

Orientador: Prof. Dr. Ludmilson Abritta Mendes

SÃO CRISTÓVÃO-SE

2016

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LEONARDO DE MELO FONSECA

ANÁLISE DAS ALTERAÇÕES NO ESCOAMENTO SUPERFICIAL NA ÁREA DE

CONTRIBUIÇÃO DA AVENIDA DR. AIRTON TELES EM ARACAJU-SE

Trabalho de Conclusão de Curso

submetido ao Departamento de Engenharia

Ambiental da Universidade Federal de

Sergipe como requisito parcial para obtenção

do título de Bacharel em Engenharia

Ambiental e Sanitária.

Aprovada em: _____ de _____________________ de _________.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________ Nota _________

Prof. Dr. Ludimilson Abritta Mendes (UFS)

Orientador

___________________________________________ Nota _________

Prof.ª Dr.ª Daniella Rocha (UFS)

(1º Examinador)

___________________________________________ Nota _________

Prof. Dr. Daniel Moureira Fontes Lima

(2º Examinador)

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RESUMO

A urbanização trouxe uma série de impactos hidrológicos quantitativos e qualitativos em

microbacias. Essa condição aumentou a frequência de alagamentos e vem prejudicando a

qualidade de corpos receptores através da poluição difusa, principalmente em grandes centros

urbanos como Aracaju, cujo solo foi sendo coberto ao longo dos anos por superfícies

impermeáveis. O presente estudo teve como principal objetivo analisar as alterações no

escoamento superficial na área de contribuição da Avenida Dr. Airton Teles em Aracaju, cuja

mancha urbana já se encontra consolidada. Nesse intuito, foram considerados 3 cenários de

urbanização distintos cujo uso do solo foi determinado através de relatos históricos, e,

classificação de imagens aéreas. Foram propostos ainda o pré-dimensionamento de um volume

de detenção através do método de reservação natural e um plano de monitoramento da qualidade

de reservatórios. O trabalho foi desenvolvido no software ABC 6, com auxílio de SIG,

considerando o uso dos modelos do SCS e de Santa Bárbara para cálculo da vazão de projeto.

Os resultados indicaram aumento substancial do parâmetro CN e redução dos tempos de

concentração em toda a microbacia. Os hidrogramas para o trecho da avenida mostraram ainda

razões entre as vazões de pós e pré-urbanização superiores às encontradas na literatura, sendo

justificadas principalmente pelo incremento de áreas impermeáveis na microbacia. Foram

recomendados o uso de bacias de detenção off-line e subterrâneas, para conter o escoamento

superficial em excesso, e, um programa de monitoramento com frequência majoritariamente

irregular, incluindo a análise de poluentes típicos do runoff urbano e de efluentes sanitários.

Palavras-chave: Microbacia. Uso do solo. Escoamento superficial. Reservatório.

Monitoramento.

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ABSTRACT

Urbanization has brought a variety of qualitative and quantitative hydrological impacts to

watersheds. This condition has increased the frequency of flooding and harmed the quality of

water bodies by means of diffuse pollution, mainly in large urban centers as Aracaju, whose

soil has been sealed over the years. The present study aimed at assessing the changes in urban

runoff on Dr. Airton Teles Avenue waterbasin, whose urban spot is already consolidated. Thus,

it was considered three different urbanization scenarios whose land use was determined through

historic reports and classification of satellite images and ortophotos. It was also proposed the

pre-dimensioning of a detention volume by means of the natural storage method and

establishing a monitoring plan of detention ponds. The work was developed in the ABC 6

software with the aid of GIS, considering the use of the SCS and the Santa Barbara models to

determine the design flow. The obtained results indicated a substantial increase of the CN

parameter and a reduction of waterbasin detention times. The hydrograph of the avenue section

displayed higher ratios of post to pre urban flow than literature values, justified mainly by the

increase in sealed areas on the waterbasin. It was recommended the use of off-line underground

ponds to storage the excess runoff, and, a monitoring plan with an irregular frequency, including

the analysis of typical runoff and sanitary effluent pollutants.

Key words: Waterbasin. Land use. Runoff. Reservoir. Monitoring.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mapa de Aracaju em 1855 ....................................................................................... 16

Figura 2 - Hidrogramas de cheias de uma região antes e depois do fenômeno de urbanização.

.................................................................................................................................................. 20

Figura 3 - Mudança no hidrograma com a implantação progressiva de empreendimentos. ... 21

Figura 4 - Relação das vazões de pós-urbanização com as vazões de pré-urbanização em função

da área impermeável e da área coberta por sistema de drenagem de águas pluviais ............... 23

Figura 5 - Atenuação de uma onda de cheia propagada num curso d’água. ........................... 32

Figura 6 - Armazenamento e sua representação como um reservatório. ................................. 33

Figura 7 - Comparação entre os conceitos de canalização e reservação e seus efeitos no runoff

urbano. ...................................................................................................................................... 35

Figura 8 - Gráfico de precipitação mensal média elaborado a partir da série de dados de 1910

a 2015 do posto pluviométrico 83096 em Aracaju-SE. ............................................................ 39

Figura 9 - Canal da Avenida Dr. Airton Teles ........................................................................ 41

Figura 10 - Região de localização do exutório da microbacia urbana em estudo ................... 41

Figura 11 - Porção Norte da cidade de Aracaju onde está localizada a Avenida Dr. Airton Teles

.................................................................................................................................................. 42

Figura 12 - Delimitação da BCAT considerando o cenário C1 com sobreposição em imagem

de satélite recente...................................................................................................................... 63

Figura 13 - Delimitação da Área de drenagem da Av. Dr. Airton Teles para o Cenário C2 .. 64

Figura 14 - Delimitação da Área de drenagem da Av. Dr. Airton Teles para o Cenário 3 ..... 65

Figura 15 - Mapa mostrando a dinâmica da Bacia de contribuição da Av. Airton Teles (BCAT)

entre os períodos dos Cenários C1 e C3 ................................................................................... 67

Figura 16 - Dinâmica do uso do solo entre os cenários C2 e C3............................................. 68

Figura 17 - Mapa de uso do solo da BCAT para o Cenário C2 sobre uma imagem aérea de 1970

.................................................................................................................................................. 70

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Figura 18 – Mapa de uso do solo da BCAT para o Cenário C3 sobre uma imagem de satélite

atual .......................................................................................................................................... 71

Figura 19 – Tempos de concentração para cada cenário ......................................................... 74

Figura 20 - Evolução do hidrograma de cheia no trecho inicial da Av. Dr. Airton Teles....... 75

Figura 21 - Evolução do hidrograma de cheia num ponto próximo ao exutório da BCAT .... 76

Figura 22 - Alagamento registrado no canal da Av. Dr. Airton Teles na época chuvosa ....... 77

Figura 23 - Reservatório subterrâneo implantado em praça de Porto Alegre-RS ................... 80

Figura 24 - Quadra poliesportiva localizada sobre o reservatório de detenção ....................... 80

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Registros de enxurradas e alagamentos na cidade de Aracaju entre 1940 e 2015 18

Quadro 2 - Processos de tratamento primários, secundários e adicionais garantidos por BMPs.

.................................................................................................................................................. 37

Quadro 3 - Características do MDE utilizado para extração das curvas altimétricas. ............ 43

Quadro 4 - Descrição dos cenários de urbanização da microbacia ......................................... 44

Quadro 5 - Período de retorno utilizados para sistemas urbanos. ........................................... 47

Quadro 6 - Feições e suas considerações no processo de classificação visual da imagem aérea

para o cenário C2 e da imagem de satélite para o cenário C3. ................................................. 48

Quadro 7 - Velocidades médias de escoamento superficial numa bacia hidrográfica. ........... 50

Quadro 8 - Faixas de valores do coeficiente de Manning para escoamento em canais mais

comuns no Brasil ...................................................................................................................... 51

Quadro 9 - Valores para o coeficiente k segundo o tipo de uso do solo ................................. 52

Quadro 10 - Tabela com os grupos de solo e suas características que influenciam na

determinação do CN. ................................................................................................................ 55

Quadro 11 - Estimativa dos valores de CN para áreas urbanas (Condição II de umidade). ... 57

Quadro 12 - Valores de CN para áreas rurais e naturais (Condição II de umidade) ............... 57

Quadro 13 - Estimativas da área impermeável do Cenário C1 ............................................... 58

Quadro 14 - Equivalência das feições dos cenários C2 e C3 segundo SCS (1986) ................ 59

Quadro 15 - Condições de umidade do solo no método SCS ................................................. 59

Quadro 16 – Estimativas da quantidade de sedimentos depositados na drenagem urbana em

algumas cidades brasileiras. ..................................................................................................... 82

Quadro 17 - Aspectos gerais propostos para o monitoramento .............................................. 83

Quadro 18 - Parâmetros e sua frequência no programa de monitoramento do reservatório de

detenção .................................................................................................................................... 84

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Área da BCAT ........................................................................................................ 62

Tabela 2 - Valores médios de CN calculados para as subbacias da BCAT nos Cenários C1, C2

e C3 ........................................................................................................................................... 72

Tabela 3 - Comparação entre as vazões de pico (Qp) e tempos de pico (tp) na Avenida Dr.

Airton Teles nos 3 cenários ambientais. ................................................................................... 76

Tabela 4 - Incremento de área da BCAT e fator de aumento da vazão. .................................. 77

Tabela 5 - Pré-dimensionamento do volume de detenção ....................................................... 79

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BCAT Bacia de Contribuição da Avenida Dr. Airton Teles

BDMEP Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa

BMP Best Management Practices

CN Número de curva

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

DBO Demanda bioquímica de oxigênio

DQO Demanda química de oxigênio

EMURB Empresa Municipal de Obras e Urbanização

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDF Intensidade, Duração e Frequência

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

LID Low-impact Development

MDE Modelo Digital de Elevação

NASA National Aeronautics and Space Administration

OD Oxigênio Dissolvido

SCS Soil Conservation Service

SEDEC Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil

SIG Sistema de Informação Geográfica

SST Sólidos suspensos totais

ST Sólidos Totais

SUDS Sustainable Drainage Systems

USA Estados Unidos da América

USEPA Environmental Protection Agency

TAUDEM Terrain Analysis Using Digital Elevation Models

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 12

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................... 12

1.2 OBJETIVO .................................................................................................................. 13

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 13

1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................................. 13

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 14

2.1 O FENÔMENO DE URBANIZAÇÃO NO BRASIL E O MANEJO DE ÁGUAS

PLUVIAIS ................................................................................................................... 14

2.2 ARACAJU E O SEU CRESCIMENTO URBANO ................................................... 15

2.3 HIDROLOGIA URBANA .......................................................................................... 19

2.4 MODELAGEM HIDROLÓGICA .............................................................................. 26

2.5 SOLUÇÕES ESTRUTURAIS PARA INUNDAÇÕES URBANAS ......................... 34

3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 39

3.1 ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................... 39

3.2 LEVANTAMENTO DE DADOS ............................................................................... 43

3.3 DETERMINAÇÃO DE CENÁRIOS DE URBANIZAÇÃO E DELIMITAÇÃO DAS

ÁREAS DE CONTRIBUIÇÃO .................................................................................. 44

3.4 LEVANTAMENTO DE DADOS EM CAMPO ........................................................ 45

3.5 ABC 6 E ELABORAÇÃO DOS HIDROGRAMAS .................................................. 46

3.5.1 Intervalo de discretização dos dados ........................................................................... 46

3.5.2 Período de retorno da precipitação .............................................................................. 46

3.5.3 Área total, impermeável e diretamento conectada ...................................................... 47

3.5.4 Tempo de concentração ............................................................................................... 49

3.5.5 Curvas IDF .................................................................................................................. 54

3.5.6 Duração da chuva ........................................................................................................ 54

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3.5.7 Precipitação efetiva ..................................................................................................... 54

3.5.8 Hidrogramas ................................................................................................................ 60

3.6 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE VOLUME DE DETENÇÃO NA MICROBACIA

..................................................................................................................................... 60

3.7 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DOS RESERVATÓRIOS ........................ 61

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 62

4.1 ALTERAÇÕES NA ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO DA MICROBACIA ................. 62

4.2 ALTERAÇÕES NO USO DO SOLO E ESTIMATIVA DO CN ............................... 68

4.3 DETERMINAÇÃO DOS TEMPOS DE CONCENTRAÇÃO ................................... 74

4.4 HIDROGRAMAS DE CHEIA .................................................................................... 75

4.5 DIMENSIONAMENTO DO VOLUME DE DETENÇÃO ........................................ 79

4.6 PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL PARA RESERVATÓRIOS

DE DETENÇÃO ......................................................................................................... 81

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 86

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 88

APÊNDICES ........................................................................................................................... 95

ANEXOS ............................................................................................................................... 118

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A ausência de planejamento urbano no Brasil nas últimas décadas, acarretado pelo

intenso e acelerado fator de urbanização trouxe uma série de consequências graves do ponto de

vista ambiental e hidrológico no meio urbano. Zonas residenciais foram erguidas nas cidades

sem qualquer tipo de planejamento do uso do solo, muitas vezes ocupando áreas vulneráveis a

riscos naturais como várzeas de rios e encostas.

O principal efeito desse padrão de ocupação desordenado foi o aumento frequente da

ocorrência de desastres hidrológicos. Além disso, as águas pluviais contêm uma alta carga de

poluentes provenientes do contato da precipitação com as diversas superfícies do meio urbano.

Essa carga poluidora é ainda potencializada quando os serviços de saneamento, como a coleta

de resíduos sólidos e efluentes sanitários são ineficazes.

O município de Aracaju insere-se nesse contexto, pois a cidade possui mais de 70

canais de macrodrenagem construídos no intuito de conter as águas pluviais, sendo que alguns

deles, como o canal da Avenida Dr. Airton Teles sofre frequentemente problemas de

alagamentos (EMURB, 2013). Além disso, segundo Santana et al. (2015), o canal recebe

contribuição de ligações sanitárias e a própria população deposita resíduos e entulhos nas suas

águas.

No que tange a alteração do padrão hidrológico, diversos estudos utilizam parâmetros

relacionados com a mudança do uso do solo para prever o comportamento da precipitação

quando atinge a superfície terrestre. Alguns se limitam apenas a dividir superfícies terrestres

em permeáveis e impermeáveis, enquanto outros necessitam de dados mais precisos quanto ao

tipo de elemento que cobre o solo, e até mesmo as características do próprio solo para

quantificar o escoamento superficial, como o método do Soil Conservation Service (SCS).

O comportamento dos eventos de precipitação também é um fator importante no

estudo do runoff, e deve ser considerado na determinação de vazões de projeto, como em

reservatórios de detenção, que além de serem caracterizados como alternativas sustentáveis,

atenuam de maneira significativa o impacto quantitativo do escoamento urbano. Esse tipo de

medida estrutural tem ainda um potencial grande na remoção de vários tipos de substâncias

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como sólidos, metais, bactérias, entre outros, garantindo exigências legais ambientais no que

diz respeito ao controle da poluição, como a Resolução CONAMA 430/2011.

1.2 OBJETIVO

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo principal do presente trabalho é analisar as alterações no escoamento

superficial em uma microbacia urbana no município de Aracaju-SE em função das mudanças

no uso do solo e da implantação da rede de macrodrenagem local.

1.2.2 Objetivos Específicos

Definir cenários ambientais e avaliar as mudanças nas suas áreas de contribuição;

Analisar as mudanças no uso do solo e determinar os valores do parâmetro Número de

Curva (CN) para cada cenário ambiental;

Calcular os tempos de concentração da Bacia de Contribuição da Av. Dr. Airton Teles

nos cenários ambientais definidos;

Elaborar hidrogramas de cheia para os diferentes cenários do trecho da Avenida Dr.

Airton Teles através do método de Santa Bárbara;

Avaliar a evolução temporal das vazões de pico e realizar o pré-dimensionamento do

volume de detenção necessário para compensar a vazão excedente;

Propor um plano de monitoramento ambiental para reservatórios de detenção.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 O FENÔMENO DE URBANIZAÇÃO NO BRASIL E O MANEJO DE ÁGUAS

PLUVIAIS

Nas últimas décadas, a maioria dos brasileiros trocou o campo pelas cidades. A

população urbana saltou de 36,1% em 1950 para aproximadamente 84,4% no ano de 2010,

sendo que somente as regiões metropolitanas estavam acolhendo no último período citado

43,91% de todos os habitantes do país (IBGE, 2010). O êxodo rural em massa direcionado para

áreas reduzidas fez parte de um processo socioeconômico caracterizado substancialmente pela

busca de emprego e renda, cuja velocidade e desenvolvimento, geraram um quadro desordenado

com grandes demandas sociais, potencializadas regionalmente (TUCCI, 2007; SOUZA, 2005).

A ausência de planejamento urbano foi um dos principais agravantes dos atuais

problemas de infraestrutura dos grandes núcleos populacionais brasileiros, se não o principal,

acarretado por esse fenômeno espontâneo de inchamento populacional. Para Tucci (2007) p. 29

“O meio formado pelo ambiente natural e a população (socioeconômico urbano) é um ser vivo

e dinâmico que gera um conjunto de efeitos interligados, que sem controle, pode levar a cidade

ao caos”, dessa forma, a variável ambiente exerce um impacto de grandes proporções na

sociedade civil, pois o ser humano depende de uma série de recursos naturais para realizar as

suas atividades e, além disso, está à mercê de fenômenos naturais periódicos.

Tucci (2005) menciona que dentro do contexto ambiental urbano, os principais sistemas

hídricos são: os mananciais de água; o abastecimento de água; o saneamento de efluentes

sanitários; o controle da drenagem urbana e o controle das inundações.

A lei nº 11.445, por meio do art. 3º define o Saneamento Básico e, considera a drenagem

urbana como um dos seus ramos:

[...] conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de:

[...]

(d) Drenagem e Manejo das águas pluviais, limpeza e fiscalização

preventiva das respectivas redes urbanas: conjunto de atividades,

infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas

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pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões

de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas

urbanas; (BRASIL, 2007)

A referida lei enquadra ainda o abastecimento de água potável, a limpeza urbana e

manejo de resíduos sólidos e o esgotamento sanitário como componentes do saneamento.

O controle de enchentes, citado por Tucci (2005) poderia estar especificado de maneira

mais explícita na lei citada, pois está relacionado diretamente com a drenagem urbana e o

manejo de águas pluviais, que foram quase que ignorados no parcelamento do solo nos grandes

centros urbanos brasileiros. A implantação de loteamentos construídos sem condições técnicas,

a ocupação de áreas indevidas como várzeas de inundação, a proliferação de favelas e a

ocupação extensa e adensada, impossibilitam a construção de canalizações e eliminam áreas

que originalmente apresentavam capacidade de armazenamento e amortecimento de

precipitação, acarretando em enchentes e prejuízos de ordem social e econômica (CANHOLI,

2014; PORTO et al., 2009).

Além disso, a ocorrência de inundações somado a precariedade da coleta de efluentes

sanitários no Brasil, muitas vezes realizado através da própria rede de drenagem urbana, e, uma

ineficaz coleta de resíduos sólidos, expõe os cidadãos ao risco de contrair doenças de veiculação

hídrica através do contato com água contaminada proveniente do contato da água pluvial com

essas fontes poluidoras.

É notável como cada elemento do saneamento básico influencia o outro. Todos estão

integrados, e é impossível lidar com os problemas de manejo de águas pluviais e de enchentes

sem considerar todos os outros elementos das águas urbanas.

2.2 ARACAJU E O SEU CRESCIMENTO URBANO

Vilar (2006) salienta que Aracaju é uma cidade criada, fundada em 1855 para ser a

capital da província de Sergipe, e abrigar um porto para dinamizar as atividades mercantis,

trazendo progresso através do aumento da riqueza dos grandes comerciantes.

Segundo Porto (1991), a região de planície onde hoje é localizada a cidade de Aracaju,

se sobressaia geograficamente frente a antiga Capital da província: São Cristovão, cercada de

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encostas íngremes; e de importantes vilas como Estância e outras da região do Cotinguiba:

Maruim, Laranjeiras e Porto das Redes, que apesar da importância econômica na época e do

intenso cultivo da cana-de-açúcar, não contavam com o mar que contribuía para a chegada e

escoamento de mercadorias. A Figura 1 compreende um mapa da região em 1857 onde hoje se

encontra a porção Norte da cidade de Aracaju.

Figura 1- Mapa de Aracaju em 1855

Fonte: PORTO (1991)

A cidade de Aracaju, antigo povoado de Santo Antônio de Aracaju, foi implantada

inicialmente na forma de um plano de quadrículas com um modelo viário ortogonal,

reproduzido quase que de forma semelhante por grande parte da cidade (PORTO, 1991;

VILAR, 2006). Esse traçado planejado garantiu certa disciplina diante da ocupação causada

pela transferência da antiga capital para as praias de Aracaju (SOUZA, 2005).

A aglomeração urbana cresceu de forma lenta até o primeiro quarto do século XX

quando a cidade realmente se afirmou como sede do poder político-administrativo e econômico

de Sergipe (VILAR, 2006). Para Souza (2005), a ação forte e reguladora do estado acabou

segregando a cidade num centro habitado pela classe mais abastada, onde localizavam ainda o

mercado, os armazéns e o porto, e numa região mais ao sul, onde os cidadãos mais pobres

ocupavam terrenos ecologicamente frágeis.

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Ainda segundo Vilar (2006), diversas obras de infraestrutura e de saneamento tais como

a implantação de serviços de água e esgotos foram executadas exclusivamente nas regiões

centrais onde a elite residia entre 1908 e 1919 e refletem o período higienista. Outrossim, a

cidade recebeu diversos outros equipamentos urbanísticos como escolas e edifícios públicos, e

novos bairros surgiram, como o atual Siqueira Campos, sendo também beneficiados com

algumas das benfeitorias do centro.

Apesar da tentativa de urbanização controlada, a capital sergipana se consolidou numa

área inundável repleta de lagoas, pântanos, manguezais, relativamente baixa em relação ao nível

do mar, e de pequenos cursos d’água tais como os riachos Aracaju, Caborge, Tramandaí e

Olaria, elementos estes que foram sendo totalmente descaracterizados por meio de aterros com

materiais de vizinhança ou que acabaram canalizados (VILAR, 2006; SOUZA, 2005).

Segundo Pinheiro e Santos (2012), o aumento populacional da década de 20 em diante

trouxe diversas transformações à cidade, pois aumentou a demanda de moradia, lazer, comércio,

educação e trabalho.

Já na década de 80, Aracaju sofreu um “boom” no crescimento urbano. Segundo Souza:

Foram anos marcados pelo crescimento e surgimento de empresas da

construção civil, beneficiadas pelo Sistema Financeiro da Habitação e pela

contratação de obras públicas; pela incorporação de imensas áreas rurais ao

perímetro urbano, sem uma preocupação com a continuidade da malha urbana

e sem a implantação da infraestrutura necessária [...]. (SOUZA, 2005, p. 47)

Esse processo ainda ocorre, porém, num ritmo menor, devido ao atual quadro de

ocupação do munícipio, com poucos vazios urbanos, situados principalmente na Zona de

Expansão da cidade.

Apenas em meados de 2000, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) foi

instituído em Aracaju, de maneira tardia, como no resto do país, visto que a a área urbana da

cidade já estava totalmente consolidada. A falta de um gerenciamento municipal competente e

o favorecimento de grupos minoritários privilegiados nas decisões tomadas vem ocasionando

numa série de problemas de infraestrutura ligados ao crescimento desordenado da cidade

(MACHADO, 2012).

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O aumento gradativo da impermeabilização do solo urbano de Aracaju e a precariedade

da infraestrutura de drenagem e manejo de águas pluviais têm causado sérios transtornos à

população, como inundações, prejuízos materiais, desmoronamentos de encostas e problemas

de mobilidade (ARAÚJO, 2006). Essa situação se agrava com a influência das marés e

afogamento dos sistemas de macrodrenagem existentes, sobretudo em áreas de cotas baixas,

mais vulneráveis a alagamentos, pois o direcionamento das águas pluviais da cidade se dá

exclusivamente por gravidade (GIAU, 2010).

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC) notificou desde 1940, 7

eventos de enxurradas e 1 evento de alagamento na capital sergipana (BRASIL, 2016). O

Quadro 1, logo abaixo mostra os dias de ocorrência e o tipo de evento na cidade de Aracaju-

SE.

Quadro 1 - Registros de enxurradas e alagamentos na cidade de Aracaju entre 1940 e 2015

Data de Ocorrência Tipo de Evento

06/05/1986 Enxurrada

03/07/1987 Enxurrada

26/04/1989 Enxurrada

28/05/1991 Enxurrada

31/12/1991 Enxurrada

04/06/1997 Enxurrada

08/04/2010 Alagamento

24/05/2011 Enxurrada

Fonte: BRASIL (2016)

Em 2010, o alagamento notificado afetou potencialmente diversas áreas da cidade,

principalmente os bairros Santa Maria, Coqueiral, Porto Dantas e a Zona de Expansão da

cidade, além de comprometer encostas, canais, vias e outros equipamentos urbanos em todo o

município (BRASIL, 2016). Segundo o órgão, foram registrados 400 mm de precipitação num

intervalo de 5 dias, causando inundações urbanas, desmoronamento de muros, destruição de

casas e perdas de serviços, somando um prejuízo de aproximadamente 57 milhões de reais.

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2.3 HIDROLOGIA URBANA

Uma bacia hidrográfica é uma área onde diversos processos hidrológicos tais como

precipitação, interceptação, evapotranspiração, infiltração e escoamento superficial se

integram. Para Brooks et al. (2003) esse elemento é encarado como uma unidade hidrológica

fundamental tanto no âmbito físico-biológico quanto nas esferas socioeconômica e política,

principalmente no que diz respeito ao planejamento e gerenciamento dos recursos naturais.

A conversão do ambiente original em urbano altera significativamente o ciclo

hidrológico local, pois segundo Gribbin (2014) afeta os 3 principais destinos da precipitação

que atinge a superfície: o escoamento superficial, o escoamento subsuperficial e a água

subterrânea. Nas condições naturais sem a influência das construções humanas, haveria um

balanço constante dessas parcelas, porém com a substituição de grande parte das áreas verdes

e do solo original por pavimentos e telhados, elementos tipicamente urbanos, a infiltração da

água no solo é reduzida e o escoamento superficial é potencializado (TUCCI, 2007; USEPA,

1993).

Tucci (2007) também cita outras influências negativas desse efeito no ciclo hidrológico,

como:

A redução substancial da evapotranspiração devido a remoção de grande parte da

cobertura vegetal original e consequente não retenção de água;

A substituição da interceptação vegetal pela interceptação nos equipamentos urbanos;

O aumento da velocidade de escoamento superficial;

A diminuição do escoamento de estiagem, já que ocorre baixa recarga das águas

subterrâneas;

Todas essas alterações refletem no hidrograma, sendo importante destacar o aumento

das vazões de pico e a redução dos tempos de concentração de sua ocorrência como pode ser

verificado na Figura 2.

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Figura 2 - Hidrogramas de cheias de uma região antes e depois do fenômeno de urbanização.

Fonte: SCHUELER (1987) apud TUCCI (2007)

Em uma região não tão urbanizada, o pico de vazão de uma tormenta ocorre de maneira

gradual e limita-se a um valor relativamente baixo devido ao efeito tampão da infiltração e

conversão em escoamento básico, como mostra a linha continua no gráfico. Por outro lado,

numa região urbana, a parcela de vazão escoada superficialmente é maior e o ápice se

desenvolve de maneira acentuada e mais rápida, apresentando um comportamento semelhante

de decaimento, porém como a percolação subterrânea é menor, há redução do escoamento de

base, como pode ser visto através da linha tracejada no gráfico mostrado.

A tendência de ocupação urbana e impermeabilização progressiva do solo aumenta cada

vez mais o escoamento da vazão a jusante, e quando a cidade não considera esse aspecto no

planejamento urbano, pode sofrer com inundações pontuais. A Figura 3 refere-se ao efeito

sinérgico do runoff gerado pela implantação de diversos loteamentos numa mesma área, que

geralmente segundo Tucci (2007), durante a fase de projeto só consideram a vazão

impermeabilizada no próprio loteamento, sobrecarregando a rede pública de drenagem.

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Figura 3 - Mudança no hidrograma com a implantação progressiva de empreendimentos.

Fonte: TUCCI (2007)

Segundo USEPA (1993) esses dois aspectos contribuem para uma maior severidade e

frequência na ocorrência de alagamentos nos grandes centros urbanos. O autor define ainda que

o aumento das vazões de pico podem acarretar numa maior erosão nas superfícies da bacia de

drenagem, causando assoreamento de canais naturais e artificiais e assim um aumento do nível

do leito normal desses elementos. As inundações ribeirinhas podem estar relacionadas

diretamente com esses impactos.

Por outro lado, Tucci (2007) afirma que existe uma compensação na infiltração natural

de recarga subterrânea, ocasionada pelo vazamento das redes de abastecimento de água e do

sistema de esgotamento sanitário urbano. Para título informativo, no Brasil, a média de perdas

durante a etapa de distribuição da água tratada para cidades com população acima de 100 mil

habitantes varia entre 20 e 50 %, um valor relativamente alto (IBGE, 2011). Entretanto, esse

“balanceamento” não impede os prejuízos ocasionados no compartimento superficial, pelo

aumento do runoff.

No contexto meteorológico, a urbanização também consegue influenciar os microclimas

nas cidades, causando gradientes em parâmetros hidrológicos como a temperatura e a

precipitação. O asfalto e o concreto, elementos predominantes dos grandes centros urbanos,

absorvem mais energia solar do que as superfícies naturais e potencializam as ilhas de calor,

fenômeno que criam bolsões de temperatura maior nos centros, que podem ser comparadas com

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as zona suburbanas, onde as temperaturas se mantém mais agradáveis devido à presença maior

de áreas verdes.

Tucci (2007) menciona que esse aumento de temperatura nas regiões com ilhas de calor,

pode favorecer a circulação de ar ascendente, podendo assim aumentar a precipitação. Pereira

Filho et al. (2007) citam o aumento da área urbana horizontal e vertical - que modificam

respectivamente o balanço energético superficial e a dinâmica da camada limite - e a poluição

do ar, que altera a microfísica, eletricidade e termodinâmica de nuvens frias, como as principais

causas da variação de precipitação com a evolução das ilhas de calor.

Segundo Leopold (1968), para uma melhor compreensão dos efeitos hidrológicos

devido mudanças de uso do solo, devem ser utilizados parâmetros hidrológicos, ou melhor,

variáveis hidrológicas, que podem ser avaliadas e interpretadas. Nesse contexto, Tucci (2007)

cita a área impermeável e o tempo de concentração como os principais indicadores hidrológicos

de urbanização.

Diversos autores mencionam ainda uma relação entre a área impermeável da bacia

urbana e a densidade habitacional da região, porém fatores como o tipo de ocupação

predominante (industrial, comercial ou habitacional), o relevo, o número de pessoas por

unidade habitacional, a distribuição de áreas verdes e pavimentadas na cidade, entre outros,

podem afeta-la, sendo essencial o estudo e cruzamento dessas informações para o planejamento

do espaço urbano (TUCCI, 2007; REIS et al., 2011).

Leopold (1968) mostra no gráfico da Figura 4 que a o runoff não muda apenas com o

grau de impermeabilização da bacia, mas também sofre influência da porcentagem de cobertura

da área atendida pela rede de drenagem. Canholi (2014) explica que a implantação de sistemas

de drenagem considera velocidades altas de escoamento nos condutos, causando assim uma

diminuição do tempo de concentração da onda de cheia e assim aumento da descarga na

drenagem. De acordo com o gráfico, o fator que relaciona a vazão de uma região pós-urbanizada

e a mesma região antes da urbanização pode alcançar valores maiores que 6 dependendo das

duas variáveis citadas.

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Figura 4 - Relação das vazões de pós-urbanização com as vazões de pré-urbanização em

função da área impermeável e da área coberta por sistema de drenagem de águas pluviais

Fonte: LEOPOLD (1968) apud CANHOLI (2014)

Isso mostra que a existência de áreas não conectadas ao sistema de drenagem é uma

forma de amenizar a descarga gerada pelas precipitações. Grandes áreas abertas como parques,

campos de futebol, cemitérios, podem contribuir com esse efeito.

Sendo assim, o tempo de concentração em bacias urbanas também é seriamente afetado

pelo processo de urbanização. A impermeabilização e o direcionamento das águas através do

sistema de manejo de águas pluviais acabam aumentando a velocidade do escoamento e

diminuindo o tempo que a precipitação transformada em runoff se desloca do ponto mais remoto

da bacia até a sua saída (TUCCI, 2007). Esse efeito está conectado intimamente ao aumento

repentino dos picos de cheia nos hidrogramas de uma região urbana típica.

Segundo Canholi (2014) os métodos mais adequados para cálculo do tempo de

concentração em bacias urbanas, como o método do Soil Conservation Service (SCS, 1986),

apresentam enfoque cinemático e consideram a adição de 3 frações da variável, como pode ser

observado na eq. (1).

𝒕𝒄 = 𝒕𝒔 + 𝒕𝒏 + 𝒕𝒒 (1)

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Onde:

𝑡𝑐 = tempo de concentração;

𝑡𝑠 = tempo de escoamento em superfície (h);

𝑡𝑛 = tempo de escoamento em canais rasos (h);

𝑡𝑞 = tempo de escoamento em canalizações (h);

Ressalta-se neste sentido que o escoamento em superfície é verificado no início do

talvegue e o de canais rasos compreende a concentração desses escoamentos quando são

formados pequenos canais, a última parcela já cobre o trecho canalizado da bacia, onde o

escoamento já ocorre em um meio definido, e parâmetros como a velocidade do escoamento, a

rugosidade e o raio hidráulico dos canais são considerados nas equações de determinação do

tempo de concentração (CANHOLI, 2014).

Além do aumento excessivo do runoff, a alteração da qualidade das águas pluviais

também é considerado um efeito substancial do crescimento urbano. Segundo Tucci (2007), a

limpeza urbana e sua frequência, as características de intensidade e espaço-temporais da

precipitação e o tipo de uso da área urbana modificam diretamente a qualidade da água do

escoamento superficial no meio urbano.

Essa modificação decorre da precipitação que contém substâncias provenientes da

poluição atmosférica e carreia ainda substâncias aderidas ou depositadas nas superfícies das

cidades. Brooks et al (2003) salientam que substâncias como o dióxido de carbono, óxidos de

enxofre e nitrogênio provenientes da industrialização e queima de combustíveis fósseis, e, o

mercúrio volatilizado de atividades humanas como a produção de metais e o gerenciamento de

resíduos, acabam alcançando rios e lagos através da deposição pela precipitação e as rotas

seguintes do ciclo hidrológico, modificando as condições naturais dos corpos d’água e afetando

consequentemente os ecossistemas aquáticos.

Outro fator que altera diretamente a qualidade do escoamento superficial é o

gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos, pois os resíduos antes estabilizados no local

de depósito, ficam vulneráveis à ação solubilizante da água que transporta diversas substâncias

através das vias de escoamento. Esses materiais agem também na redução da eficiência da

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drenagem, já que se acumulam nos sistemas de microdrenagem, ocasionando obstruções na

rede coletora.

Segundo USEPA (1993) e Gribbin (2014), diversos são os contaminantes com

características encontrados nas águas do escoamento superficial do meio urbano tais como:

sedimentos, resíduos sólidos grosseiros, fosfatos, nitratos, substâncias que consomem oxigênio,

metais pesados, hidrocarbonetos, pesticidas, sais, bactérias e vírus patogênicos. Brooks et al.

(2003) expõem que grande parte desses poluentes se aderem às partículas de silte, argila entre

outras partículas coloidais, devido a sua alta capacidade de troca, e são assim carreados em

suspensão. Os autores comentam ainda sobre a influência negativa dos próprios sedimentos na

biota aquática, como por exemplo nos organismos fotossintetizantes, cuja sobrevivência e

função base na cadeia alimentar são afetados pelo bloqueio da luz solar provocada pela intensa

turbidez; nas comunidade bentônicas, onde os organismos podem sofrer asfixia; e nos peixes

que podem perder o habitat nas rochas de fundo que acabam sendo totalmente cobertas por

partículas sedimentáveis.

Tucci (2005) aponta por exemplo que o escoamento superficial produzido no início de

um evento de precipitação consegue transportar 95% da carga poluente que revestiu o solo

desde a última chuva.

Ainda se referindo aos fatores que prejudicam a qualidade do runoff, uma coleta de

esgoto inadequada também pode ser estar relacionada com esse aspecto. No Brasil, as redes de

esgoto são geralmente separadas da rede pluvial, porém diversas residências ainda mantêm

ligações construídas antes da implantação da rede de esgotos ou conectam as suas saídas de

esgoto à rede de drenagem pluvial de forma clandestina o que interfere no manejo qualitativo

das águas urbanas aumentando a carga orgânica do corpo hídrico (TUCCI, 2007).

Canholi (2014) salienta que o Brasil ainda tenta lidar com o problema quantitativo das

enchentes em contrapartida aos países mais desenvolvidos, onde o controle de enchentes já se

encontra evoluído e os esforços são direcionados principalmente no aspecto de qualidade das

águas pluviais coletadas.

No contexto do monitoramento e caracterização da qualidade de corpos hídricos, Brooks

et al. (2003) destacam alguns dos principais parâmetros indicadores de qualidade da água

superficial:

Físicos: Temperatura, turbidez - relacionada com a quantidade de materiais suspensos -

densidade, odor, cor;

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Químicos: pH, DBO (Demanda bioquímica de oxigênio), DQO (Demanda química de

oxigênio), oxigênio dissolvido, condutividade elétrica, substâncias dissolvidas;

Biológicos: bactérias, protozoários; organismos indicadores aquáticos.

Nesse aspecto, a resolução CONAMA Nº 430 (BRASIL, 2011) estabelece valores

padrão desses e de uma série de outros parâmetros para o lançamento em corpos d’água

receptores. Essa restrição no lançamento de efluentes de qualquer fonte poluidora vai de

encontro aos objetivos da Lei Nº 9.433 (BRASIL, 1997) no seu artigo 2º, inciso I: “assegurar à

atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade

adequados aos respectivos usos”.

Os usos na qual a lei cita se referem aos usos da água nas atividades humanas que vão

desde a produção elétrica e abastecimento público, até recreação e uso na pecuária para

dessedentação animal. A resolução CONAMA Nº 357 (BRASIL, 2005) da mesma forma,

estabelece valores padrão de qualidade de água para corpos hídricos, relacionando-os com os

usos preponderantes das suas águas e assim rotulando-os através de classes de enquadramento,

que é um dos instrumentos de alicerce da Política Nacional de Recursos Hídricos.

2.4 MODELAGEM HIDROLÓGICA

Modelos matemáticos compreendem a representação de fenômenos reais através de

equações baseadas em teorias ou observações empíricas, que buscam predizer eventos passíveis

de ocorrer no sistema estudado. Na hidrologia, essas simulações são largamente usadas no

ambiente computacional e podem prever a resposta hidrológica de uma bacia hidrográfica

quanto às suas práticas de gerenciamento, permitindo um melhor entendimento das suas

influências (BROOKS, 2003). Dentre as vantagens da utilização dos modelos têm-se:

A economia relativa aos custos da não adoção da análise real que é mais dispendiosa;

Flexibilidade de análise devido a facilidade de alteração de variáveis e parâmetros

escolhidos;

O seu papel como ferramenta de aprendizado e concepção de novas idéias;

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Nesse sentido, Canholi (2014) destaca que a combinação da modelagem na bacia

hidrográfica e na macrodrenagem urbana é uma ferramenta poderosa de avaliação de cenários

para o planejamento da drenagem urbana.

Tucci (2005) menciona ainda que a simulação de um fenômeno hidrológico é limitada

pela heterogeneidade das características físicas da bacia e dos processos envolvidos, fato que

ocasiona no desenvolvimento de uma ampla variedade de modelos que se diferem através dos

dados utilizados, da discretização, das prioridades na representação dos fenômenos e dos

objetivos destinados. O autor salienta que os modelos podem ser classificados da seguinte

maneira:

Conceitual e empírico: Quando os processos físicos são considerados na criação do

modelo, o mesmo é caracterizado como conceitual, enquanto que nos modelos

empíricos, os valores calculados são ajustados aos dados observados sem uma relação

com os processos físicos;

Modelos com ausência ou presença de memória: Enquanto que nos modelos com

memória zero, a entrada influencia o sistema apenas no tempo que ela ocorre, em

modelos com memória infinita, a simulação depende de todo o passado de entrada de

dados;

Contínuo ou discretos: Essas diferenças são relativas à variável tempo, contínuo quando

o processo é contínuo no tempo e discreto quando as alterações são representadas em

intervalos;

Concentrado ou distribuído: São concentrados quando não consideram a variabilidade

espacial, e distribuídos quando as variáveis usadas dependendo tempo e/ou do espaço;

Estocástico ou determinístico: Recebe a primeira denominação quando a probabilidade

influencia o resultado, e pode ser caracterizado como determinístico quando esse

conceito é ignorado.

Tucci (2005) salienta que uma das principais aplicações dos modelos hidrológicos é o

estudo dos efeitos da modificação do uso do solo, problema complexo, onde formulações

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empíricas auxiliam na representação de processos devido as sérias limitações causadas pela

heterogeneidade da bacia hidrográfica.

Entretanto, há uma carência de um banco de dados fluviométricos para estudos

hidrológicos com ênfase na drenagem urbana, o que exige a utilização de modelos matemáticos

do tipo chuva/vazão para a elaboração de hidrogramas de projeto (CANHOLI, 2014). As séries

de precipitação em geral cobrem um horizonte histórico maior que as fluviométricas e são a

base para a estimativa do deflúvio (TUCCI, 2005). A intensidade máxima de precipitação é um

dos parâmetros mais comumente utilizados no dimensionamento de canais. As curvas de

Intensidade-Duração-Frequência, ou curvas IDF, por exemplo, se baseiam no registro histórico

das lâminas de precipitação e suas durações, relacionados estatisticamente ainda com o período

de retorno de um evento chuvoso, segundo o risco de segurança aceito no projeto, representado

pelo Período de Retorno.

Para Canholi (2014) a utilização de processos indiretos ou modelos sintéticos para a

determinação de hidrogramas de projeto é essencial vide esse cenário comum de escassez de

dados fluviométricos ou até mesmo as dificuldades na sua determinação. Esses métodos

necessitam da determinação do excesso de precipitação e da forma do hidrograma requerido.

Nesse contexto, o método racional do SCS (1986), utilizado determinação da

precipitação excedente, vem sendo largamente utilizado pois necessita de poucos parâmetros

que estão inter-relacionados com as características físicas da bacia. O método originou-se

através da análise de mais de 3 mil tipos de solos e coberturas de vegetação e plantações, onde

foram verificadas relações empíricas correlacionando a capacidade de armazenamento da bacia

a um índice denominado número de curva ou CN, que depende dessas características (SCS,

1986). A eq. (2) mostra a relação comentada.

𝑺𝑫 =𝟐𝟓𝟒𝟎𝟎

𝑪𝑵− 𝟐𝟓𝟒 (2)

Onde:

𝑆𝐷= Armazenamento Máximo (mm);

CN = Número de curva;

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De acordo com Tucci (2005), a equação original em unidades inglesas adequa o valor

de CN numa faixa de 1 a 100, retratando nos valores mais baixos condições permeáveis e solo

com grande taxa de infiltração até valores mais próximos do limite superior da faixa

representando uma cobertura completamente impermeável e solos com baixa infiltração. A

precipitação excedente para cada intervalo discreto de tempo pode ser então calculada ainda

através da eq. (3) (SCS, 1986).

𝑹 =(𝑷−𝑰𝑨)𝟐

(𝑷−𝑰𝑨)+𝑺𝑫 (3)

Onde:

𝑅 = Precipitação excedente (mm);

𝑃 = Precipitação (mm);

𝐼𝐴 = Abstração inicial (mm);

𝑆𝐷 = Armazenamento máximo (mm);

Ressalta-se que o modelo de chuva/vazão é complementado pela elaboração do

hidrograma em si. O método de Santa Bárbara, por exemplo, considera que a área de captação

da bacia é totalmente influenciada pelo sistema de drenagem e as perdas da precipitação são

desprezadas (CANHOLI, 2014). Segundo Canholi (2014), o método combina as vazões das

áreas permeáveis e impermeáveis para desenvolver um hidrograma instantâneo das vazões que

excedem, sofrendo ainda atenuação igual ao tempo de concentração da bacia. O cálculo se

procede para cada ordenada do hidrograma como mostra a eq. (4).

𝑰 = [𝒊. 𝒅 + 𝒊𝒆. (𝟏, 𝟎 − 𝒅)]. 𝑨𝒅 (4)

Onde:

𝐼 = ordenada do hidrograma instantâneo;

𝑖 = precipitação;

𝑑 = parcela de área impermeável;

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𝑖𝑒 = precipitação excedente da área permeável;

𝐴𝑑 = área total de drenagem;

Já o hidrograma propriamente dito pode ser determinado através das eq. (5) e eq. (6),

onde j e j-1 indicam intervalos sucessivos de tempo.

𝑸𝒋 = 𝑸𝒋−𝟏 + 𝑲𝒓(𝑰𝒋−𝟏 + 𝑰𝒋. 𝟐𝑸𝒋−𝟏) (5)

Onde:

𝑄 = Deflúvio (m³/s);

𝑲𝒓𝒋=

𝜟𝒕

𝟐𝒕𝒄+𝜟𝒕 (6)

Onde:

𝑡𝑐 = Tempo de concentração (min);

Canholi (2014) define entre outros aspectos, a disponibilidade de modelos e

configurações como indispensável na escolha de um software de simulação hidráulica e

hidrológica. O autor explica que quanto maior o número de modelos disponíveis no software,

maior a sua capacidade de se ajustar às situações de projetos.

Além disso, Brooks et al. (2003) citam que a simulação dos efeitos hidrológicos de

aumento e diminuição de escoamento superficial e dos picos de cheia são instrumentos

essenciais de uso dos gestores de bacias hidrográficas e deve apresentar principalmente exatidão

de predição, simplicidade relativa ao número de parâmetros envolvidos, consistência na

estimativa de parâmetros e sensitividade dos resultados às mudanças desses parâmetros.

Nesse contexto, desde a década de 90, o software brasileiro ABC criado inicialmente

para fins acadêmicos, vem ganhando espaço como uma ferramenta profissional de resolução de

problemas de drenagem urbana na macrodrenagem, principalmente por ser um Sistema de

Suporte a Decisões simples, gratuito, inteligente e de fácil interface. Segundo Gouveia (2009),

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os Sistemas de Suporte a Decisão compreendem um conjunto de tecnologias computacionais

que permitem o cruzamento de informações e assim trazem maior capacidade de análise para

os gestores.

A versão ABC6 permite a análise do comportamento de Ondas de Cheias geradas por

tormentas de projeto em Bacias Complexas, cuja entrada de dados segue um formato de rede

de fluxo composta de nós – que representam pontos de início, final, confluência de bacias ou

reservatórios,e arcos, que podem ser bacias hidrográficas e trechos de canais naturais e

artificiais (PORTO et. al, 1999). Os autores e desenvolvedores do software ainda mencionam

que as opções disponíveis no programa para o dimensionamento de vazões de pico são baseados

em métodos sintéticos, um perfil geralmente de pequenas bacias urbanas, uma vantagem de

grande importância, pois não se exige tantas informações de entrada.

Tucci (2009) destaca que essa ferramenta é vantajosa sobre o método racional pois pode

ser utilizada sem restrições para bacias com área de drenagem superior a 100 ha, considerando

ainda a diversidade na distribuição de chuvas e de ocupação do solo.

Como input, o software requer apenas características físicas da bacia hidrográfica, dados

de uso do solo, informações de canais, dentre outros, para assim elaborar os hidrogramas dos

trechos apontados, com precipitação, escoamento superficial e o andamento da Onda de cheia.

O fenômeno de andamento de cheia depende de dois conceitos essenciais no estudo do

escoamento de canais, reservatórios e bacias: a translação e o armazenamento. Para Porto

(1995b), o primeiro é o movimento da água sobre os canais de forma paralela ao fundo,

enquanto o segundo considera o movimento na direção perpendicular ao fundo do canal,

representando parcela da lâmina excedente que fica retida na área de drenagem e que sofre

retardamento no caminho para a seção de controle.

O amortecimento ou propagação da onda, derivado desses dois conceitos, se refere

basicamente ao movimento da sua crista para jusante, com diminuição progressiva da sua altura

conforme a onda se espalha no corpo d’água. A Figura 5 mostra a atenuação de uma onda de

cheia em trechos de um rio.

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Figura 5 - Atenuação de uma onda de cheia propagada num curso d’água.

Fonte: CANHOLI (2014)

O armazenamento é dominante em reservatórios, pouco considerável em canais, com

exceção de grandes várzeas de inundação, e importante em bacias de captação, com ressalva

para bacias urbanas, devido a diminuição relativa da infiltração no balanço hidrológico

(PORTO, 1995b). O método do hidrograma de Santa Bárbara considera por exemplo o efeito

do armazenamento, representado através da Figura 6 sob a forma de um reservatório

(WANIELISTA et al., 1997 apud SILVEIRA, 2010 p. 100-102).

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33

Figura 6 - Armazenamento e sua representação como um reservatório.

Fonte: Autor

Esse efeito pode ser comparado ao reservatório linear imaginário mostrado, onde é

suposta uma função linear entre a vazão e o volume como mostra a eq. (7).

𝑽 = 𝒌. 𝑸 (7)

Onde:

𝑉 = volume (m³)

𝑘 = constante.

Q = vazão (m³/s)

Num certo intervalo de tempo pequeno e considerando alteração desprezível de volume,

é possível resolver equação diferencial ordinária gerada e determinar sua constante, onde é

definida ainda a hipótese de que k pode ser o tempo de concentração, e assim a constante pode

ser representada como mostra a eq. (8).

𝑪 = 𝜟𝒕

(𝟐.𝒕𝒄+𝜟𝒕) (8)

Onde:

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𝐶 = Constante;

𝛥𝑡 = Intervalo de tempo (min);

𝑡𝑐 = Tempo de concentração (min);

A constante C é denominada usualmente de coeficiente de retardo (kr) e representa

justamente o atenuamento da onda de cheia.

No método admite-se que a área impermeável da bacia é diretamente conectada ao

sistema de drenagem, o que facilita a determinação da vazão de pico, já que áreas urbanas

apresentam características heterogêneas no que tange ao uso do solo.

Assim como a modelagem hidrológica, os Sistemas de Informação Geográfica (SIGs),

também apresentam uma importância muito grande como ferramenta no Gerenciamento de

Recursos Hídricos e até nos próprios softwares de modelagem. Tucci (2007) menciona que esse

instrumento surgiu com a intenção de processar e gerar informação espacial e temporal de

mapas, elaborados a partir de levantamento de campo, fotointerpretação, imagens de

sensoriamento remoto, dentre outros recursos.

É importante salientar que o ABC6 ainda não apresenta uma integração direta com SIGs,

porém segundo Canholi (2014) os SIGs já vem sendo utilizado em outros softwares por

exemplo como uma ferramenta de inserção automática de dados de entrada ou como uma forma

de apresentação de resultados das simulações hidrológicas em uma base cartográfica

georreferenciada. Tanto a modelagem hidrológica quanto o uso de SIGs são indispensáveis na

gestão das águas urbanas, sendo o alicerce dos projetos estruturais onde são aplicados.

2.5 SOLUÇÕES ESTRUTURAIS PARA INUNDAÇÕES URBANAS

Canholi (2014) infere que a drenagem urbana é fundamentalmente uma questão de

alocação de espaços, já que a adoção de medidas estruturais para a drenagem local como a

ampliação de canais à nível local poderia resolver o problema na área, porém iria transferi-lo

para a jusante. Walesh (1989) apud CANHOLI (2014, p. 31) propôs os conceitos de

“canalização” e “reservação”. Enquanto no conceito de canalização são usadas técnicas

convencionais de solução como implantação de galerias, canais concretados, retificação de

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traçados, visando a concentração e o direcionamento rápido dos escoamentos, na “reservação”

pretende-se favorecer a contenção, retardamento dos escoamentos e infiltração da precipitação.

A Figura 7 esquematiza as possíveis soluções adotadas seguindo os conceitos mencionados e

as suas consequências na redução dos picos de deflúvio.

Figura 7 - Comparação entre os conceitos de canalização e reservação e seus efeitos no runoff

urbano.

Fonte: BRAGA (1994) apud CANHOLI (2014)

Enquanto o aumento da impermeabilização e a implantação de obras triviais de micro e

macrodrenagem, que envolvem canalização, promovem picos de cheia no hidrograma, a

utilização conjunta de técnicas que envolvem o conceito de reservação pode garantir a redução

de picos de cheia no meio urbano.

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Tucci (2007) divide as medidas estruturais de gestão de inundações à nível de bacia em

dois tipos: extensivas, que atuam na bacia como um todo procurando principalmente lidar com

a relação precipitação x vazão, principalmente através de reposição da cobertura vegetal na

bacia, controle da erosão do solo e a recuperação de mata ciliar e do seu efeito buffer em

inundações; e intensivas que ainda são subdivididas de acordo com as suas funções:

Acelerar o escoamento: construção de diques e polders, aumento da condutância em

rios e aumento da declividade;

Amortecer e retardar o escoamento: reservatórios e bacias de amortecimento;

Desviar o escoamento: canais de desvios.

Canholi (2014) cita dois tipos de técnicas que se baseiam no conceito de reservação, e

assemelham-se as medidas intensivas do tipo “amortecimento e retardamento de escoamento”

propostas por Tucci (2007): contenção na fonte e contenção a jusante.

Os dispositivos de contenção na fonte em geral são implantados próximos à geração do

escoamento e ocupam pequenas áreas, causando efeitos positivos na drenagem quando

utilizados em larga escala, porém muitas vezes não apresentam efetividade no controle de

cheias na bacia como um todo. Segundo USEPA (2008) essas técnicas são complementares,

porém vem sendo introduzidas na gestão da drenagem urbana de forma progressiva pois adotam

os preceitos das conhecidas LID, termo que se refere a Técnicas de Urbanização de Baixo

Impacto e das SUDS, que são Sistemas de Drenagem Urbana Sustentável.

Em contrapartida, as unidades de contenção a jusante conseguem controlar maiores

volumes de deflúvio e assim se mostram mais eficazes como formas de intervenção na área

urbana. Essas obras também apresentam como benefício o controle de qualidade de águas

pluviais, pois conseguem reduzir concentrações de diversos parâmetros como fósforo,

pesticidas, metais pesados e bactérias apenas através do processo físico de decantação no

próprio reservatório (RAASCH, 1982 apud CANHOLI, 2014, p. 70).

Esses reservatórios podem ser de detenção, quando secam durante o período de estiagem

e funcionam para reter água pluvial apenas do evento de chuva; ou de retenção, onde a lâmina

d’água é permanente e o volume se altera quando ocorrem cheias. As lagoas de retenção

possuem maior capacidade de tratamento de poluentes pois os sedimentos são acumulados no

fundo, sendo dificilmente carreados durante as tormentas, o que pode ocorrer nos reservatórios

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de detenção (USEPA, 2008). Entretanto, segundo os autores, nos dois tipos de reservatório, a

vegetação é um agente removedor importante de poluentes, promovendo crescimento de

microorganismos e a filtração. Esses tipos de reservatórios podem ser classificados como Best

Management Practices (BMPs), nos Estados Unidos, ou Sustainable Urban Drainage Systems

(SUDS), que são basicamente técnicas ou dispositivos desenvolvidos para garantir qualidade,

quantidade e amenidade/biodiversidade de maneira sustentável (USA, 2010). O Quadro 2

mostra os principais benefícios de algumas dessas técnicas para conter quantitativamente e

qualitativamente o escoamento superficial, com destaque para as bacias de detenção e retenção.

Quadro 2 - Processos de tratamento primários, secundários e adicionais garantidos por

BMPs.

BMP

Processos Hidrológicos Processos de Tratamento

Pico Volume Físico Químico Biológico

Ate

nuaç

ão d

a

Vaz

ão

Infi

ltra

ção

ET

Sed

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Fil

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ão

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Adso

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Abso

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Ass

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bio

lógic

a

Bacias de

detenção P A A P N/A S S A

Bacias de

retenção P A P P NA NA P S

Alagadiços

(wetlands) P A P P S S P P

Pavimentos

permeáveis P P NA S P NA NA NA

* ET= Evapotranspiração; P = Primário; S = Secundário; A = Adicional; NA = Não aplicável.

Fonte: USA (2010)

Nesse contexto, programas de monitoramento podem ser utilizados no controle da

qualidade desse tipo de estrutura, na manutenção da sua eficiência e no controle da poluição

ambiental. A sua frequência é condicionada pelos seus objetivos, e assim, em bacias pequenas

e médias, o monitoramento em tempo real entra como uma ferramenta de grande importância

devido a ocorrência de eventos de cheias e mudança repentina das suas condições hidrológicas

(RIGHETTO et al., 2009).

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USA (2002) menciona que o monitoramento do runoff urbano é um grande desafio pois

as concentrações dos poluentes e a variabilidade espacial e temporal das precipitações variam

irregularmente.

No Brasil esses reservatórios ainda são soluções adotadas por poucas cidades cujos

objetivos se limitam apenas ao controle de enchentes e recreação/paisagismo, enquanto países

desenvolvidos já as utilizam como forma de atenuar a poluição das águas pluviais e assegurar

a qualidade das águas urbanas.

Porto (1995a) cita a relação custo/benefício aceitável, a viabilidade de manutenção a

longo prazo e a associação com usos múltiplos - áreas de recreação, parques, e recursos

paisagísticos – como objetivos paralelos de reservatórios de detenção e retenção, viabilizando

ainda mais a sua empregabilidade no controle de enchentes.

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3 METODOLOGIA

A metodologia do trabalho foi subdividida nos seguintes subtópicos: Área de estudo,

Levantamento de dados, Determinação de cenários de urbanização e delimitação das áreas de

contribuição, Levantamento de dados em campo, ABC 6 e elaboração dos hidrogramas, Pré-

dimensionamento de volume de detenção na microbacia e Programa de monitoramento dos

reservatórios.

3.1 ÁREA DE ESTUDO

O município de Aracaju, com uma população de 571.149 habitantes em 2010, envolve

uma área de 181,86 km², sendo limitado pelas coordenadas geográficas de 10º55’56’’ de

latitude Sul e 37º04’23’’ de longitude Oeste (IBGE, 2011).

O clima local pode ser classificado como megatérmico subúmido úmido, apresentando

regime pluviométrico caracterizado por um período seco de primavera-verão e chuvoso de

outono-inverno (ARAÚJO, 2006). A Figura 8 sintetiza em um gráfico, os dados de precipitação

mensais médias.

Figura 8 - Gráfico de precipitação mensal média elaborado a partir da série de dados de 1910

a 2015 do posto pluviométrico 83096 em Aracaju-SE.

Fonte: Autor

0

50

100

150

200

250

300

jan fev mar abr maio jun jul ago set out nov dez

Pre

cip

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ão t

ota

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Araújo (2006) destaca ainda que a temperatura média de Aracaju se encontra entre 25 e

26ºC e está relacionada a altos índices médios de umidade relativa do ar, devido à proximidade

com grandes superfícies de evaporação como o Oceano Atlântico e os rios Sergipe e Vaza

Barris.

O munícipio está inserido na bacia sedimentar de Sergipe que avança sobre a plataforma

continental, sendo que a sua porção Norte é influenciada principalmente pela Formação

Barreiras, Terraços marinhos pleistocênicos e por Terraços marinhos holocênicos. Segundo

Araújo (2006), os solos dessas unidades apresentam as seguintes características:

Formação Barreiras: constituído por sedimentos terrígenos como cascalhos, areias finas

e grossas e níveis de argila;

Terraços Marinhos: apresentam areias litorâneas bem selecionadas;

No que tange ao relevo, duas unidades geomorfológicas são predominantes no

munícipio: a Planície Costeira e os tabuleiros costeiros. Enquanto a primeira constitui uma

superfície relativamente plana, baixa e localizada entre os domínios oceânico e continental, a

segunda, localizada mais na porção Norte do munícipio, caracteriza-se por apresentar morros e

colinas com formas mais arredondadas (ARAÚJO, 2006).

Em 2013, o órgão responsável pela drenagem pluvial da cidade de Aracaju, a EMURB,

elaborou um mapeamento de pontos críticos de alagamentos na cidade (EMURB, 2013) como

mostra o “Anexo A”. Foram identificadas 53 áreas vulneráveis ao acúmulo de águas pluviais

durante eventos de precipitação intensos ou vulneráveis a desmoronamentos de encostas.

Dentre elas, uma zona destaca-se notadamente em relação às demais devido a extensão da área

afetada. Essa zona, localizada na região central de Aracaju, corresponde à Avenida Airton

Teles, onde há um canal de águas pluviais, que direciona suas águas para o Rio Sergipe.

Segundo o órgão, a rede de drenagem existente em toda a extensão da Avenida Dr. Airton Teles

e no seu entorno, entre as Avenidas Coelho e Campos e Dr. Carlos Firpo, é insuficiente e

necessita de um estudo com redirecionamento do canal.

Vale ressaltar que a microbacia está inserida na bacia hidrográfica do rio Sergipe. A

Erro! Fonte de referência não encontrada. se refere ainda ao trecho canalizado da Avenida

Dr. Airton Teles, e, a Figura 10 mostra o exutório localizado metros após o seu cruzamento

com a Avenida Simeão Sobral.

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Figura 9 - Canal da Avenida Dr. Airton Teles

Fonte: Autor

Figura 10 - Região de localização do exutório da microbacia urbana em estudo

Fonte: Autor

Dessa forma a área de estudo contempla a microbacia hidrográfica urbana cujo volume

de água precipitado é direcionado para o atual canal da Avenida Dr. Airton Teles, destacado na

Figura 11, onde haviam riachos, extintos pelo desenvolvimento urbano de Aracaju.

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Figura 11 - Porção Norte da cidade de Aracaju onde está localizada a Avenida Dr. Airton Teles

FONTE: Autor

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3.2 LEVANTAMENTO DE DADOS

O estudo consistiu inicialmente numa pesquisa bibliográfica acerca da drenagem de

águas pluviais na cidade de Aracaju, onde foram coletadas informações espaciais dos canais de

macrodrenagem existentes na cidade de Aracaju. Essas informações foram disponibilizadas

principalmente pela EMURB, órgão responsável pela implantação e recuperação da rede de

drenagem da cidade. Através de consulta ao órgão, proveu-se ainda de um levantamento das

condições dos pavimentos da cidade realizado em 2014 (SERGIPE, 2013).

Foram consultados ainda dados secundários da Prefeitura Municipal de Aracaju, da

SEDEC e do IBGE. Como fonte de dados espaciais auxiliar, utilizou-se o Atlas de Recursos

Hídricos de Sergipe do ano de 2012, onde foram aproveitadas principalmente informações

pedológicas e das bacias hidrográficas do estado de Sergipe.

Também foram utilizados dados espaciais de plataformas e bancos de dados online

como o BDMEP e o domínio TOPODATA, este último onde foi baixado um Modelo Digital

de Elevação (MDE) do município de Aracaju.

Os modelos do TOPODATA são dados processados de produtos originais da NASA,

que sofreram correções e refinamento, principalmente quanto ao nível de detalhamento das

células espaciais, com 30 m de resolução espacial (MARQUES et al., 2011). Segundo os

autores, o produto do TOPODATA quando comparado com outros 2 MDEs, identifica com

mais precisão os segmentos da drenagem de uma bacia hidrográfica. O Quadro 3 mostra as

características da imagem de radar adquirida.

Quadro 3 - Características do MDE utilizado para extração das curvas altimétricas.

Origem da Imagem Imagem SRTM processada (Projeto TOPODATA)

Datum de origem WGS84

Identificação da Folha 10S375ZN

Resolução Espacial da imagem 30 m

Fonte: INPE (2016)

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Como forma de auxiliar a análise temporal e espacial dos dados hidrológicos e criar um

banco de dados cartográficos, foi essencial trabalhar os dados em ambiente SIG. Nesse sentido,

foi utilizado o software gratuito QuantumGIS versão 2.16.2.

3.3 DETERMINAÇÃO DE CENÁRIOS DE URBANIZAÇÃO E DELIMITAÇÃO DAS

ÁREAS DE CONTRIBUIÇÃO

Lavagnoli (2014) avaliou o impacto da evolução urbanística em uma bacia hidrográfica

no município de São Gabriel da Palha - ES considerando cenários antigos, atual e futuro de

urbanização. No presente estudo também foram escolhidos 3 cenários temporais distintos. O

Quadro 4, logo abaixo, resume as informações de cada um deles.

Quadro 4 - Descrição dos cenários de urbanização da microbacia

Cenário Descrição

Pré-urbanização (C1) Situação no passado com mínimo grau de

interferência antrópica

Região urbanizada (C2)

Período anterior ao início da implantação

da pavimentação asfáltica e dos canais de

macrodrenagem do centro de Aracaju

(Início da década de 70)

Região intensamente urbanizada (C3) Condições atuais

Fonte: Autor

O cenário C1 compreendeu a região com pouca ocupação urbana, cobertura original do

solo, vegetação nativa e riachos na sua maioria ainda não canalizados num momento temporal

entre a virada dos séculos XIX e XX.

O início da pavimentação asfáltica nas ruas do centro de Aracaju, observado em imagens

históricas da prefeitura municipal da cidade entre os anos de 1972 e 1973 determinaram a

escolha do cenário C2 no início da década de 70 (ARACAJU ,197? apud SOUSA, 2016). Além

disso, foi na década de 70 que os primeiros canais começaram a ser implantados na região, a

exemplo dos canais da Avenida Dr. Airton Teles e da avenida Gentil Tavares, construídos na

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gestão do prefeito Cleovansóstenes Pereira de Aguiar, entre 1971 e 1975, segundo informações

levantadas no órgão. Já o cenário C3 representa o panorama atual de ocupação urbana em

Aracaju.

Para delimitar a bacia de drenagem natural (Cenário C1) dos canais da Avenida Dr.

Airton Teles, foi utilizado o conjunto de ferramentas TAUDEM (Terrain Analysis Using

Digital Elevation Models) acopladas ao SIG utilizado, e uma camada de curvas isoípsas geradas

através do MDE. A ferramenta TAUDEM, utilizada por Carvalho (2007) na delimitação de

sub-bacias do alto curso do rio Preto, se baseia no uso das direções de fluxo da drenagem

permitindo demarcar a área de contribuição da microbacia hidrográfica e das suas sub-bacias.

O processo foi realizado de forma semi-automática, sendo importante ressaltar que

manualmente realizou-se a determinação da localização do exultório da bacia e correções na

área delimitada com auxílio das curvas de nível.

A delimitação elaborada para a microbacia urbana foi cruzada com os dados espaciais

de macrodrenagem com o intuito de verificar possíveis mudanças no escoamento em subáreas

da região. Dessa forma, foram realizadas novas subdivisões e correções nos padrões de

drenagem para os cenários de pré e pós-urbanização, levando em consideração também o

período em que os canais pluviais foram construídos.

3.4 LEVANTAMENTO DE DADOS EM CAMPO

Foram realizadas visitas à campo no intuito de caracterizar e determinar as dimensões

reais das seções dos canais devido à escassez de informações nos órgãos públicos consultados.

Também houve consulta à população local quanto aos aspectos urbanísticos da região nas

décadas de 70 e 80, principalmente quanto ao tipo de pavimento utilizado nas vias e a existência

dos elementos de macrodrenagem na década de 70, período relativo ao cenário C2.

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3.5 ABC 6 E ELABORAÇÃO DOS HIDROGRAMAS

Os hidrogramas da bacia e de cada subbacia em todos os 3 cenários distintos foram

construídos através do software ABC6 que emprega modelos conhecidos de precipitação/vazão.

As redes de fluxo construídas através do programa seguiram o esqueleto de drenagem das

subbacias delimitadas após as correções para cenário, onde os nós representaram o início e fim

de cada subbacia, e o último nó representou o exutório da microbacia referente à drenagem da

Avenida Dr. Airton Teles.

3.5.1 Intervalo de discretização dos dados

Diaz e Tucci (1987) apud Tucci (2003) p. 197 obtiveram tempos de pico entre 10 e 60

min para bacias urbanas brasileiras entre 2,51 e 10 km² em Porto Alegre. Para o SCS (1986), o

tempo de pico equivale a 0,6 do tempo de concentração, assim a faixa de tempo de concentração

dessas bacias variou entre 17 e 100 min. O software sugere que o tempo de discretização deve

representar 1/10 do tempo de concentração calculado. Admitiu-se assim uma discretização

entre 5 e 10 min, baseando-se em um décimo dos valores médios e máximo de tempo de

concentração estimados para as bacias urbanas da cidade de Porto Alegre.

3.5.2 Período de retorno da precipitação

Segundo Tucci e Bertoni (2003) apud Tucci (2005, p. 54), o período de retorno está

relacionado com os sistemas urbanos avaliados, como pode ser visto no

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Quadro 5.

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Quadro 5 - Período de retorno utilizados para sistemas urbanos.

Sistema Característica Intervalo (anos) Valor frequente

(anos)

Microdrenagem

Residencial 2-5 2

Comercial 2-5 5

Áreas de prédios

públicos

2-5 5

Aeroporto 5-10 5

Áreas comerciais e

Avenidas

5-10 10

Macrodrenagem 10-25 10

Zoneamento de

áreas ribeirinhas

5-100 100*

Fonte: TUCCI E BERTONI (2003) apud TUCCI (2005, p.54)

Admitiu-se o valor do período de retorno igual a 10 anos, que se encontra dentro da

faixa estipulada pelo autor.

3.5.3 Área total, impermeável e diretamento conectada

A área de cada subbacia hidrográfica foi determinada através do banco de dados

georreferenciados no SIG. Para determinar o percentual de área impermeável e da área

diretamente conectada ao sistema de drenagem urbano foram realizadas diferentes

considerações para cada cenário.

Relatos geográficos e urbanísticos encontrados em Porto (1991, 2011) auxiliaram na

estimativa desses parâmetros para o Cenário C1, já que não há nenhum tipo de informação

espacial detalhada e georreferenciada sobre o uso do solo no período em questão.

Já para os cenários C2 e C3 foi realizada a classificação visual respectivamente a partir

de uma ortofoto aérea de 1970 disponível no “Anexo A” (SERGIPE, s. d.) e de uma imagem

de satélite de 2015, visualizada no “Anexo B” (GOOGLE EARTH, 2016). As duas imagens

foram previamente georreferenciadas com base no Google Earth e trabalhadas em ambiente

SIG.

Devido às limitações do método utilizado, associados principalmente com a resolução

espacial das imagens e a técnica utilizada para tipificar as feições - método visual - a

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classificação dos polígonos levou em conta apenas 3 tipos de feições para o uso do solo urbano:

Área impermeável, Vegetação e Solo exposto. REIS et al. (2011) utilizou a mesma tipologia de

classificação no seu estudo, decompondo ainda a feição “área impermeável” em: área privada

e área pública. Vale ressaltar que as feições foram reconhecidas através da cor e da textura dos

elementos espaciais.

Com o levantamento das vias realizado pela EMURB em 2013, foi possível introduzir

a subfeição “vias” na classificação dos cenários C2 e C3 através de operações vetoriais no

ambiente SIG. Foi utilizada a ferramenta buffer com um raio de 3,5 m nas vias mapeadas em

forma de linha pelos dados do levantamento, para representar toda a área desse atributo no mapa

de uso de solo. Vale ressaltar que no Cenário C2, muitas vias ainda não tinham sido

implantadas, necessitando-se assim de uma etapa de correção do mapeamento.

No Quadro 6 verifica-se amostras e os elementos considerados em cada uma das

tipologias escolhidas de uso do solo para os cenários C2 e C3.

Quadro 6 - Feições e suas considerações no processo de classificação visual da imagem aérea

para o cenário C2 e da imagem de satélite para o cenário C3.

Feição Considerações Amostra C2 Amostra C3

Vegetação

Áreas cobertas por

vegetação rasteira

ou vegetação mais

densa

Solo exposto Áreas cobertas com

solo ou gramíneas

Área

Impermeável

(AI)

Prédios, canais,

calçadas, telhados,

praças, vias, entre

outros elementos

urbanos

Fonte: Autor

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50

3.5.4 Tempo de concentração

O cálculo dessa variável foi realizado através do método cinemático devido à

heterogeneidade do escoamento no ambiente urbano que se dá sobre diferentes meios. Tucci

(2005) recomenda a utilização do método cinemático, pois ele trabalha com parâmetros que

representam os aspectos físiográficos da bacia. A eq. (9) mostra o cálculo para o tempo de

concentração, considerando os trechos de vertentes ou escoamento em superfície e também os

trechos canalizados.

𝒕𝒄 = 𝒕𝒔 + 𝒕𝒒 (9)

Onde:

𝑡𝑐 = tempo de concentração;

𝑡𝑠 = tempo de escoamento em superfície (h);

𝑡𝑞 = tempo de escoamento em canais rasos ou canalizações (h);

Os trechos foram divididos de acordo com a subbacia, as características do escoamento

e os aspectos do canal. Considerou-se no cálculo do tempo de concentração da bacia os n trechos

de escoamento canalizados ou não canalizados, conforme a eq. (10).

𝒕𝒄 = ∑ 𝒕𝒄𝒏 (10)

Onde:

𝑡𝑐 = tempo de concentração da bacia;

𝑡𝑐𝑛 = tempo de concentração por trecho.

A rota de trechos com maior tempo de concentração representou toda a área de

contribuição de cada subbacia no cálculo do tempo de concentração total. Cada parcela do

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tempo de concentração pôde ser obtida através da simples relação cinemática expressa na eq.

(11).

𝒕𝒄 =𝑳

𝟔𝟎.𝒗 (11)

Onde:

𝐿 = comprimento do talvegue ou trecho canalizado (m);

𝑡𝑐 = tempo de concentração do trecho (min);

𝑣 = velocidade do escoamento (m/s).

Vale ressaltar, que para todos os canais do cenário de pré-urbanização (C1) e do cenário

C2, adotou-se o valor médio de velocidade baseado nas faixas do Quadro 7, que variam segundo

a declividade do terreno e o tipo de escoamento ou uso do solo.

Quadro 7 - Velocidades médias de escoamento superficial numa bacia hidrográfica.

Tipo de

escoamento

Declividade do Terreno (%)

0 – 3 4 – 7 8 – 11 12 – 15

Escoamento não canalizado

Bosques e

Florestas

0 – 0,5 0,5 – 0,8 0,8 – 1,0 > 1,0

Pastos 0 – 0,8 0,8 – 1,0 1,0 – 1,3 > 1,3

Terrenos

cultivados

0 – 0,9 0,9 – 1,4 1,4 – 1,7 > 1,7

Terrenos

urbanizados

0 – 2,6 2,6 – 4,1 4,1 – 5,2 > 5,2

Escoamento em canal

Canal natural

mal definido

0 – 0,6 0,6 – 1,2 1,2 – 2,1 > 2,1

Canal bem

definido

Utilizar equações de regime uniforme

Fonte: CHOW et al. (1988)

Como também foi explícito na tabela acima, a velocidade nos trechos em canais com

seções bem definidas nos cenários C2 e C3 deve ser determinada através da equação de

Manning, eq. (12), que considera um regime uniforme.

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52

𝒗 =𝟏

𝒏. 𝑹𝒉

𝟐/𝟑. √𝑺 (12)

Onde:

𝑣 = velocidade (m/s)

𝑛 = coeficiente de rugosidade de Manning (s/m1/3);

𝑅ℎ= raio hidráulico (m);

𝑆 = declividade média (m/m).

O Quadro 8 expõe valores da constante n para os tipos de canais mais frequentes para

as condições urbanas brasileiras.

Quadro 8 - Faixas de valores do coeficiente de Manning para escoamento em canais mais

comuns no Brasil

Tipo de canal n de Manning

mínimo médio máximo

Condutos parcialmente cheios

Concreto

Galeria reta e livre de detritos 0,010 0,011 0,013

Galeria com curvas, conexões e poucos

detritos

0,011 0,013 0,014

Tubo de concreto com poços de visita,

juntas, etc

0,013 0,015 0,017

Canais a céu aberto

Concreto

Acabamento liso 0,013 0,015 0,016

Sem acabamento 0,014 0,017 0,020

Acabado (margens) com cascalho (fundo) 0,015 0,017 0,020

Pedra argamassada

Pedras argamassadas nas margens e fundo

em concreto acabado

0,017 0,020 0,024

Pedras argamassadas nas margens e fundo

em cascalho

0,020 0,023 0,026

Fonte: CANHOLI (2014)

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Nos trechos de vertente e escoamento mal definido, utilizou-se da sua simplificação,

mostrada na eq. (13), onde k representa uma constante que depende do meio onde ocorre o

escoamento.

𝒗 = 𝒌. √𝑺 (13)

Onde:

𝑘 = constante que depende do uso da terra (m/s);

𝑆 = declividade média (m/m).

Em relação aos cenários de pós-urbanização (C2 e C3), os trechos de escoamento mal

definidos compreenderam o traçado das próprias vias urbanas, representando as canaletas e

sarjetas, devido a falta de dados de microdrenagem. Nesse sentido, foram cruzados dados

planialtimétricos das vias urbanas de Aracaju com imagens de satélite e o mapa ipsométrico

gerado para determinar o direcionamento dos escoamentos em todas as subbacias e assim o

comprimento das vertentes urbanas.

McCuen (1998) apud Thomaz (2011) apresenta valores para os coeficientes de Manning

(k) para alguns tipos de uso do solo ou regime de escoamento no Quadro 9.

Quadro 9 - Valores para o coeficiente k segundo o tipo de uso do solo

Uso do solo/regime de escoamento Valor de k

Floresta

Com vegetação rasteira densa 0,22

Com pouca vegetação rasteira 0,41

Com bastante vegetação rasteira 0,77

Agricultura

Pastagens 0,41

Sedimentos aluvionais 3,12

Área pavimentada com escoamento superficial (opção A) 6,31

Área pavimentada com escoamento superficial (opção B) 6,20

Canaleta pavimentada 14,09

Fonte: MCCUEN (1998) apud THOMAZ (2011)

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A eq. (14) mostra o cálculo realizado para determinação do raio hidráulico, essencial

para o cálculo da velocidade no conduto aberto.

𝑹𝒉 =𝑨𝒎

𝑷𝒎 (14)

Onde:

𝑅ℎ = raio hidráulico (m);

𝐴𝑚 = área molhada da seção do canal (m²);

𝑃𝑚 = perímetro molhado (m);

Para o cálculo do raio hidráulico o nível da água no conduto aberto foi considerado no

seu patamar mais alto, para simular condições mais pessimistas. A declividade média dos

trechos de canal e das vias foram calculados genericamente através da eq. (15).

𝑺 =𝜟𝑯

𝑳 (15)

Onde:

𝑆 = declividade média (m/m);

𝛥𝐻 = desnível do trecho (m);

𝐿 = comprimento do talvegue ou trecho canalizado (m);

As cotas dos pontos iniciais e finais dos trechos em questão foram obtidos através do

mapa ipsométrico gerado. Já as cotas dos canais foram extraídas do mapa altimétrico de Aracaju

que contém pontos cotados no fundo dos canais. Nos trechos sem informação de cotas, foram

utilizadas declividades médias do trecho total.

Vale ressaltar que não foi considerada a intrusão de água salgada proveniente do estuário

do rio Sergipe, apesar da influência da maré nas cotas mais baixas do canal da Avenida Airton

Teles.

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3.5.5 Curvas IDF

O software apresenta um banco de dados com curvas de intensidade-duração-frequência

para diversas cidades brasileiras. Foi adotada a curva IDF da cidade de Aracaju proposto por

AGRIAMBI (2012).

3.5.6 Duração da chuva

Segundo Zahed Filho e Marcellini (1995), os valores de chuva crítica adotados para

bacias pequenas geralmente são iguais ao tempo de concentração da bacia. Entretanto,

Marcellini (1994) apud Zahed Filho e Marcellini (1995, p. 73) mostra que os gradientes de

vazão de pico e do volume do hidrograma superficial direto variam em função da duração da

chuva máxima de projeto.

A autora estudou essa variação numa bacia de 60 km² e 4 horas de tempo de

concentração, utilizando os métodos de Green-Ampt para a determinação da chuva efetiva, e

de Clark, para construção do hidrograma de projeto, e mostrou que para chuvas com duração

superior a 8 horas, as variações verificadas nas vazões de pico são inferiores as precisões

possíveis de serem obtidas em medições de vazões in situ. Desta forma, adotou-se um valor

intermediário de 6 horas de duração de chuva.

3.5.7 Precipitação efetiva

A chuva de projeto foi determinada através do método do SCS (1986) disponível no

software. O número de curva (CN), que representa a capacidade máxima de infiltração da bacia,

foi determinado de forma empírica através de tabelas disponíveis em função do uso e ocupação

do solo, do tipo de solo e das condições de umidade do solo. A heterogeneidade dessas variáveis

em cada subbacia exigiu o cálculo de um valor médio para o CN utilizando a ponderação das

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áreas, segundo a eq. (16).

𝑪𝑵𝒎é𝒅𝒊𝒐 =∑ 𝑨𝒏∗𝑪𝑵𝒏

𝑨𝑻 (16)

Onde:

𝐴𝑛 = Subárea correspondente ao uso do solo n (km²);

𝐴𝑇 = Área total (km²);

𝐶𝑁𝑛 = Número de curva correspondente ao uso do solo n;

O Quadro 10 refere-se às características de diferentes tipos de solo selecionados e

agrupados pelo SCS para o cálculo do CN médio, principalmente em áreas permeáveis.

Quadro 10 - Tabela com os grupos de solo e suas características que influenciam na

determinação do CN.

Grupo Hidrológico do

Solo

Descrição do Solo Capacidade de Infiltração

(cm/h)

A Areias e cascalhos profundos (h> 1,5 m),

muito permeáveis, com alta taxa de

infiltração, mesmo quando saturados.

Teor de argila até 10%.

1,20 – 0,80

B Solos arenosos com poucos finos, menos

profundos (h< 1,5 m) e permeáveis. Teor

de argila 10% - 20%.

0,80 – 0,40

C Solos pouco profundos com camadas

subsuperficiais que impedem o fluxo

descendente da água, ou solos com

porcentagem elevada de argila (20%-

30%)

0,40 – 0,15

D Solos compostos principalmente de

argilas (acima de 30%) ou solos com nível

freático elevado, ou solos com camadas

argilosas próximas a superfície, ou solos

rasos sobre camadas impermeáveis

0,15 – 0,00

Fonte: CANHOLI (2014)

A caracterização dos solos da região de estudo foi baseada em um levantamento

pedológico realizado por Jacomine et al. (1975), na qual foi observado o mapa disponível no

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atlas de recursos hídricos de Sergipe (2012), baseado nos resultados dos próprios autores, e

foram selecionados perfis de solo do mesmo tipo, formação geológica semelhante e com a

localização mais próxima da área de estudo. Para classificar os solos segundo o SCS (1986)

foram comparadas as características dos grupamentos de solo da tabela com a composição

granulométrica, os teores de argila, e a profundidades das camadas de cada horizonte para os

perfis de solo selecionados, que podem ser visualizados no “Anexo D”.

Foram identificados apenas 2 tipos de solo na região de estudo delimitada: o Podzol

(Espodossolo) e o Podzólico Vermelho Amarelo (Argissolo).

Devido ao alto teor de argila na sua composição granulométrica (> 30 %) em todos os

horizontes distintos e a característica de moderado a imperfeitamente drenado, destacado pelos

autores, o solo classificado como Podzólico Vermelho Amarelo (Perfil 1) foi inserido na

categoria D, segundo a classificação do SCS (1986).

Já o Podzol (Perfil 2), por apresentar fração de argila inferior a 10% nos 150 cm mais

rasos, foi classificado como tipo A, ou seja, um solo com alta taxa de infiltração.

Apesar da presença do solo tipo D na microbacia, foi considerado somente o solo do

tipo A na determinação do CN médio de toda a região da microbacia, devido a sua contribuição

relativa maior na área total. Essa consideração promoveu a simplificação dos cálculos de

ponderação, visto que também há heterogeneidade no uso do solo em cada subbacia.

SCS (1986) e Tucci (2005) propõem ainda o

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Quadro 11 e a Quadro 12 com valores de CN para diferentes tipos de uso do solo,

respectivamente para áreas urbanas e áreas rurais.

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Quadro 11 - Estimativa dos valores de CN para áreas urbanas (Condição II de umidade).

Tipo de solo/Ocupação e condição

hidrológica

Área

impermeável

(%)

Grupo Hidrológico

A B C D

Espaço aberto (parques, estacionamentos, jardins, etc)

Condições ruins (gramados < 50%) 68 79 86 89

Condições normais (gramados de 50% a 75%) 49 69 79 84

Condições excelentes (gramados > 75%) 39 61 74 80

Arruamentos e estradas

Estacionamentos pavimentados, telhados 98 98 98 98

Asfaltadas e com sistema de drenagem 98 98 98 98

Asfaltadas e sem sistema de drenagem 83 89 92 93

Cascalho, paralelepípedo 76 85 89 91

Terra 72 82 87 89

Distritos urbanos

Áreas comerciais 85 89 92 94 95

Áreas industriais 72 81 88 91 93

Distritos residenciais (em função da parte impermeável)

Área residencial Tipo 1 (< 500 m²) 65 77 85 90 92

Área residencial Tipo 2 (1000 m²) 38 61 75 83 87

Área residencial Tipo 3 (1300 m²) 25 54 70 80 85

Área residencial Tipo 4 (2000 m²) 20 51 68 79 84

Área residencial Tipo 5 (4000 m²) 12 45 65 77 82

Fonte: SCS (1986); TUCCI (2005)

Quadro 12 - Valores de CN para áreas rurais e naturais (Condição II de umidade)

Tipo de cobertura do solo Superfície Grupo Hidrológico

A B C D

Pastagens em curva de nível

Pobres 47 67 81 88

Normais 25 59 75 83

Boas 6 35 70 79

Campos permanentes

Normais 30 58 71 78

Esparsas, de baixa transpiração 45 66 77 83

Normais 36 60 73 79

Densas, de alta transpiração 25 55 70 77

Chácaras Normais 56 75 86 91

Estradas de Terra Ruim 72 82 87 89

De superfície dura 74 84 90 92

Florestas

Muito esparsa, baixa transpiração 56 75 86 91

Esparsas 46 68 78 84

Densas, alta transpiração 26 52 62 69

Normais 36 60 70 76

Fonte: TUCCI (2005)

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Para o cenário C1, os valores referentes ao uso do solo foram totalmente estimados com

base nos relatos de Porto (1991; 2011). Segundo o autor, as ruas de Aracaju só começaram a

ser calçadas com paralelepípedos no ano de 1919, dessa forma, como a feição via não

influenciaria de maneira forte os valores de CN, para fins de cálculo, considerou-se

genericamente apenas as feições: superfícies impermeáveis, representando os lotes residenciais

de 1000 m² (CN = 61); e a feição superfície permeável, considerando condições originais de

vegetação nativa esparsa (CN = 46).

Considerou-se que as subbacias influenciadas pelo centro apresentavam área

impermeável relativa considerável, enquanto todas as outras subbacias ainda mantinham quase

que toda a superfície original. O Quadro 13 mostra os valores de área permeável e impermeável

considerados para o cenário.

Quadro 13 - Estimativas da área impermeável do Cenário C1

Subbacia Área Permeável (%) Área Impermeável (%)

C1_SB01 90 10

C1_SB02 90 10

C1_SB03 90 10

C1_SB04 90 10

C1_SB05 90 10

C1_SB06 90 10

C1_SB07 80 20

C1_SB08 50 50

Fonte: Autor

A determinação dos tipos de ocupação/uso do solo nos cenários C2 e C3 e suas

percentagens de contribuição foi realizada através da classificação visual da imagem aérea e de

satélite. Para a subfeição “lotes”, deteu-se ainda aos tipos de ocupação dos bairros que estão

inseridos nas subbacias através do levantamento proposto por Fonseca et al. (2011) , no “Anexo

E”, que mostra os percentuais por tipo de ocupação em todos os bairros de Aracaju. Esses dados

foram utilizados para o cenário atual C3. Em relação ao cenário C2, utilizou-se como zona

comercial/serviços apenas o bairro Centro, pois segundo Pinheiro e Santos (2012), foi apenas a

partir da década de 70, que a malha urbana de Aracaju foi ampliada e começaram a surgir

subcentros em outras localidades.

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Com a diferenciação dos tipos de lotes na área de estudo foi possível assim fazer a

equivalência de todas as feições determinadas para os cenários C2 e C3 com os valores de CN

por feição, levando em conta o solo local tipo A, como mostra o Quadro 14.

Quadro 14 - Equivalência das feições dos cenários C2 e C3 segundo SCS (1986)

Uso do Solo determinado Equivalência de uso do solo com base nos dados de SCS (1986)

Valor de CN (Solo tipo A)

Vegetação Espaço aberto com condições

excelentes 39

Solo Exposto Espaço aberto com cond. Ruins 68

Área impermeável

Lote Residencial Área residencial Tipo 1 (lote < 500 m²) 77

Comercial/Serviços Área comercial 85

Vias

Asfalto Área impermeável – Ruas

pavimentadas com sistema de drenagem

98

Paralelo Área impermeável - Paralelepípedo 76

Piçarra Área impermeável - Terra 72

Fonte: Autor

Dessa forma, utilizou-se o método da ponderação para calcular o CN médio de cada

subbacia para os 3 cenários.

A condição de umidade do solo também influencia no número de curva final e dessa

forma SCS (1986) propõe os seguintes tipos de pré-condições para o solo, como mostra o

Quadro 15.

Quadro 15 - Condições de umidade do solo no método SCS

Condição do Solo Situação do Solo Chuva ocorrida nos 5

dias anteriores à de

projeto (mm)

I Solo seco 0 – 35

II Condições médias do

solo

35 – 52,5

III Solo saturado. > 52,5

Fonte: SCS (1986)

Para mudança de Beskow et al. (2009) perceberam em seu estudo que a condição de

umidade III no método do SCS (1986) superestima os valores de escoamento superficial, dessa

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62

forma não foram aplicadas conversões dos valores de CN baseados nas pré-condições de

umidade.

3.5.8 Hidrogramas

Os hidrogramas referentes a todos os trechos entre as subbacias foram construídos

através do método de Santa Bárbara disponível no ABC 6. As vazões e os tempos de pico

destacados nos hidrogramas gerados, do início e fim do trecho da avenida Dr. Airton Teles

foram assim comparados nos 3 cenários.

3.6 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE VOLUME DE DETENÇÃO NA MICROBACIA

Utilizou-se o método da perda da reservação natural descrito em CANHOLI (2014) para

dimensionamento do reservatório de detenção. Segundo o método, admite-se que o volume do

reservatório de amortecimento é no mínimo igual ao volume perdido de reservação devido a

urbanização. A eq. (17) mostra a idéia do método.

𝑽𝑺

𝑽𝒂= 𝟏 −

𝑸𝒃

𝑸𝒂 (17)

Onde:

𝑉𝑆 = Volume de reservação (m³);

𝑉𝑎 = Volume de escoamento no cenário de pós-urbanização;

𝑄𝑏 = Vazão de pré-urbanização;

𝑄𝑎 = Vazão de pós-urbanização;

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63

O valor de 𝑉𝑎 foi estipulado com base na área do hidrograma de cheia do período de

pós-urbanização, pelo método de diferenças finitas, utilizando o somatório das vazões e o

intervalo de discretização utilizado no hidrograma.

3.7 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DOS RESERVATÓRIOS

Os reservatórios de detenção também foram pensados no intuito de controlar a

qualidade da água pluvial que escoa das superfícies urbanas. Segundo USA (2002), o

estabelecimento de um programa de monitoramento de BMPs não é simples e deve levar em

consideração diversos critérios. No estudo, considerou-se a montagem de um programa

simplificado de monitoramento da qualidade da água pluvial no reservatório. Foram

considerados apenas: o objetivo principal, a especificação dos pontos de amostragem, os

parâmetros considerados no monitoramento e a periodicidade das coletas realizadas. Devido à

ausência de dados qualitativos do runoff urbano na cidade de Aracaju, as considerações foram

baseadas em dados da literatura.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 ALTERAÇÕES NA ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO DA MICROBACIA

A delimitação semi-automática na Bacia de captação da Av. Dr. Airton Teles foi

realizada para 3 cenários diferentes, sendo o cenário C1 a área na sua maioria ainda coberta por

vegetação natural, o cenário C2 contemplando a área na década de 70 com a mancha urbana em

evolução, e, o cenário C3 de pós-urbanização intensa. Foram observadas mudanças

significativas no padrão de drenagem da microbacia na escala temporal representada, gerando

consequentemente alterações no porte da área de contribuição em cada um deles. A Tabela 1

mostra a área total e das subbacias em todos os cenários analisados.

Tabela 1 - Área da BCAT

CENÁRIO C1 CENÁRIO C2 CENÁRIO C3

Subbacia Área (km²) Subbacia Área (km²) Subbacia Área (km²)

C1_SB01 0,56 C2_SB01 3,11 C3_SB01 0,50

C1_SB02 0,49 C2_SB02 0,30 C3_SB02 0,66

C1_SB03 0,71 C2_SB03 0,11 C3_SB03 0,26

C1_SB04 0,11 C2_SB04 0,79 C3_SB04 0,13

C1_SB05 0,30 C2_SB05 0,71 C3_SB05 0,99

C1_SB06 0,58 TOTAL 5,02 C3_SB06 1,25

C1_SB07 0,37 C3_SB07 0,71

C1_SB08 0,83 TOTAL 4,50

TOTAL 3,95

Fonte: Autor

Enquanto no cenário C1 a delimitação gerou 8 subbacias, no cenário C3, a bacia de

captação da Av. Dr. Airton Teles (BCAT) foi subdividida em 7 subáreas. Vale ressaltar que no

cenário C1, as subbacias C1_SB07 e C1_SB08 representavam uma só unidade, porém foram

segmentadas no intuito de comparar as mudanças no escoamento superficial entre os trechos

inicial e final da avenida Dr. Airton Teles. O “apêndice A” mostra o mapa com a delimitação

original da bacia e as curvas de nível da área.

A Figura 12, a Figura 13 e a Figura 14 mostram a delimitação da BCAT respectivamente

nos cenários C1, C2 e C3, incluindo também a divisão em subbacias.

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Figura 12 - Delimitação da BCAT considerando o cenário C1 com sobreposição em imagem de satélite recente

Fonte: Autor

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Figura 13 - Delimitação da Área de drenagem da Av. Dr. Airton Teles para o Cenário C2

Fonte: Autor

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Figura 14 - Delimitação da Área de drenagem da Av. Dr. Airton Teles para o Cenário 3

Fonte: Autor

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Entre os períodos do cenário C1 e do cenário C2, houve um acréscimo absoluto de mais

de 1 km² na área de captação da bacia urbana, enquanto percebeu-se uma diminuição de 0,5

km² da BCAT nos últimos 45 anos, que corresponderam ao período de transição entre o C2 e o

C3. Essas alterações são efeitos do processo de implantação da rede de drenagem pluvial,

considerada no processo de divisão das subbacias.

A drenagem superficial da microbacia que antes se desenvolvia através de antigos

córregos, hoje extintos, foi sendo moldada pelos elementos urbanos e hoje se dá exclusivamente

pelos sistemas de micro e macrodrenagem existente. No cenário atual, 5 grandes canais de

macrodrenagem direcionam suas águas até o exutório da microbacia.

O mapa da Figura 15 mostra a dinâmica da BCAT durante os períodos C1 e C3. O canal

da Petrobrás, em destaque no canto inferior esquerdo do mapa, desviou parte da drenagem da

microbacia para uma área de influência de remanescentes de manguezais próximo ao rio Poxim,

fora da BCAT. Por outro lado, o canal Comandante Miranda, construído na Avenida Visconde

de Maracaju - porção Norte da microbacia - agregou parte da drenagem de outra microbacia à

BCAT, aumentando substancialmente a área de influência da drenagem da Avenida Dr. Airton

Teles, mesmo com a desincorporação da área ao sudoeste.

A localização dos exutórios da BCAT também foi influenciada pela modificação do

padrão original de drenagem. Foi observado um deslocamento de aproximadamente 100 m

entre os pontos finais de convergência do escoamento superficial da BCAT dos cenários C1 e

C3.

As águas dessa outra microbacia ao norte que antes se encontravam com as águas do

atual canal da Av. Airton Teles apenas no seu exutório, passaram a ser incorporadas logo no

início da Avenida, onde há encontro dos canais da avenida Gentil Tavares, Comandante

Miranda e Airton Teles. Essa mudança pode ter promovido aumento do escoamento superficial

no trecho da Avenida Dr. Airton Teles, e será discutido nos itens seguintes.

Também é possível notar no mapa a retilineidade dos trechos canalizados do C3 frente

aos cursos d’água ainda com meandros no C1.

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Figura 15 - Mapa mostrando a dinâmica da Bacia de contribuição da Av. Airton Teles (BCAT) entre os períodos dos Cenários C1 e C3

Fonte: Autor

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70

No “Apêndice B” podem ser visualizadas ainda as redes de fluxo construídas

segundo as divisões de bacia dos 3 cenários analisados. Em todos eles, a Avenida Dr.

Airton Teles está localizada em destaque na última subbacia, antes do exutório.

4.2 ALTERAÇÕES NO USO DO SOLO E ESTIMATIVA DO CN

As alterações no uso do solo da região de estudo foram relacionadas com o

parâmetro CN, que depende de características como o tipo de solo e o uso do solo. O

“Apêndice C” mostra o mapa de solos da bacia de contribuição da Avenida Dr. Airton

Teles.

A definição do uso do solo na microbacia foi importante para o cálculo do

parâmetro CN. O uso do solo do cenário C1 foi totalmente estimado através de relatos

históricos da região, em contrapartida, para os cenários C2 e C3 foi possível obter

informações mais precisas devido ao uso de informação aéreas. O “Apêndice D” mostra

as considerações realizadas na estimativa da área de lotes residenciais e comerciais por

subbacia para os cenários C2 e C3.

A Figura 16 exibe um gráfico com as classes de uso do solo e suas porcentagens.

Figura 16 - Dinâmica do uso do solo entre os cenários C2 e C3.

Fonte: Autor

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Cenário C2 Cenário C3

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71

Considerando o período comparado, observa-se que houve redução da área

permeável na bacia (solo exposto e vegetação) e aumento da área correspondente à lotes

urbanos e vias, principalmente pavimentadas. Essa tendência urbana acarretou numa série

de impactos ambientais à região, principalmente no ponto de vista hidrológico, como será

mostrado através da comparação entre parâmetros hidrológicos. A Figura 17 e a Figura

18 mostram respectivamente os mapas de uso do solo elaborados para os cenários C2 e

C3 da BCAT.

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Figura 17 - Mapa de uso do solo da BCAT para o Cenário C2 sobre uma imagem aérea de 1970

Fonte: Autor

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73

Figura 18 – Mapa de uso do solo da BCAT para o Cenário C3 sobre uma imagem de satélite atual

Fonte: Autor

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74

Os valores de CN para cada subbacia foram calculados segundo o uso do solo e

podem ser visualizados no “Apêndice E”. A Tabela 2, resume os resultados encontrados

para o parâmetro em toda a BCAT para os 3 cenários.

Tabela 2 - Valores médios de CN calculados para as subbacias da BCAT nos Cenários

C1, C2 e C3

CENÁRIO C1 CENÁRIO C2 CENÁRIO C3

Subbacia CNm Área(%) Subbacia CNm Área(

%) Subbacia CNm Área(%)

C1_SB01 48 14,18 C2_SB01 72 61,91 C3_SB01 84 11,11

C1_SB02 48 12,41 C2_SB02 68 5,99 C3_SB02 79 14,67

C1_SB03 48 17,97 C2_SB03 71 2,27 C3_SB03 81 5,78

C1_SB04 48 2,78 C2_SB04 71 15,76 C3_SB04 81 2,89

C1_SB05 48 7,59 C2_SB05 77 14,07 C3_SB05 80 22,00

C1_SB06 48 14,68 Média 72,00 100 C3_SB06 78 27,78

C1_SB07 49 9,37 C3_SB07 81 15,78

C1_SB08 54 21,01 Média 80,00 100

Média 49,35 100

Fonte: Autor

No cenário C1, a faixa de valores de CN variou entre 48 e 54 (média = 49,35),

onde o maior valor encontrado (CN = 54) correspondeu ao da bacia C1_SB08, localizada

nos arredores do centro comercial de Aracaju, em que na época era uma das únicas regiões

ocupadas da cidade segundo Porto (1991), devido à proximidade com o centro portuário

que fomentou o desenvolvimento da cidade.

A situação foi similar no cenário C2, com a região da subbacia C2_SB05, inserida

nos arredores do centro, apresentando o maior valor de número de escoamento (CN = 77),

possivelmente devido a sua ocupação ter ocorrido mais cedo, comparando-se com as outra

subbacias na época considerada. Em contrapartida, todos os valores do coeficiente para o

cenário C2 foram superiores aos do Cenário C1 e variaram entre 68 e 77, com valor médio

de 72.

Para o cenário C3, a bacia próxima ao exutório (C3_SB07), apresentou valor de

CN um pouco superior ao observado no cenário C2 (CN = 77 e 81), porém em todas as

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outras subbacias houve aumento considerável do número de escoamento, chegando ao

mesmo patamar da C3_SB07, sendo que o valor médio calculado foi de 80.

Vale ressaltar que a utilização maciça de asfalto como pavimento depois da década

de 70, fez o percentual dessa classe atingir pouco mais de 12% de toda a área da bacia no

cenário atual. Ruas pavimentadas e que possuem sistema de drenagem, apresentam CN

de 98, ou seja, uma superfície quase impermeável, fator este que pode ter alavancado os

valores de CN médio no cenário de urbanização intensa.

Huffner (2013), estudando a bacia do Arroio Dilúvio na Região Metropolitana de

Porto Alegre e comparando a evolução da urbanização entre 1972 e 2012, percebeu um

aumento de 21 para 38,25% da classe em toda a bacia. Com uma área total de captação

3,39 km², os valores de CN calculados pela autora para as suas subbacias variaram entre

60 e 73, no cenário pré-urbanização, e, 61,2 e 78,2 no cenário pós-urbanização.

Os valores de Huffner (2013) para o cenário atual foram inferiores aos valores

encontrados para a bacia da Av. Dr. Airton Teles, possivelmente devido a cobertura do

solo da bacia do Arroio Dilúvio apresentar ainda considerável área de vegetação e campo,

classes que apresentam CN baixos. Entretanto, o solo da região da bacia estudada pela

autora, apresentava solo tipo B, o que pode ter contribuído para valores absolutos médios

de CN para uma parcela de área urbana não tão considerável.

Em relação aos hietogramas de precipitação efetiva, a variação nos valores do

número de escoamento influenciou de forma intensa nos gráficos construídos. Nos

hietogramas disponibilizados no “Apêndice F”, é possível notar uma diminuição

gradativa da parcela de precipitação que infiltra no solo se comparado no tempo. No

cenário C1, a parcela verde que representa a parte da chuva que infiltra é superior à parte

vermelha que consiste na parcela que se transforma em runoff em praticamente todas as

subbacias. Nos cenários de urbanização, a parcela que infiltra é claramente menor,

chegando a ficar quase que inexistente em todas as subbacias do cenário C3.

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4.3 DETERMINAÇÃO DOS TEMPOS DE CONCENTRAÇÃO

As características dos canais de drenagem, utilizadas para o cálculo do tempo de

concentração no cenário C3 podem ser visualizadas no “Apêndice G”, enquanto os

cálculos propriamente ditos do tempo de concentração estão expostos no “Apêndice H”

A Figura 19, ilustra a diferença entre os tempos de concentração total calculados

para a microbacia nos 3 cenários considerados.

Figura 19 – Tempos de concentração para cada cenário

Fonte: Autor

Através da análise do gráfico, percebe-se que houve uma queda progressiva no

tempo de concentração da bacia. Notou-se uma redução de 146 para 98 minutos no tempo

de concentração entre o período do C1 e o período do cenário C2, aproximadamente 33

% em termos relativos. Comparando os cenários de urbanização e de urbanização intensa,

o tempo de concentração diminuiu 19,1%, alcançado o valor de 79 minutos no cenário

C3.

Essa queda dos valores do tempo de concentração está ligada intimamente a

facilidade de escoamento da água em elementos urbanos, como canaletas e canais

retificados e revestidos, estruturas bastante comuns no cenário mais atual de urbanização

que promovem um aumento da velocidade da água. No cenário C1, os obstáculos

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Pré-urbanização Urbanização Urbanizaçãointensa

Tem

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ão (

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)

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proporcionados pela vegetação natural nas vertentes acabam retardando o tempo de

concentração da água na microbacia, situação semelhante ao cenário C2, onde o

escoamento em canais não revestidos apresenta velocidades inferiores quando comparado

com a situação atual dessas estruturas de macrodrenagem.

4.4 HIDROGRAMAS DE CHEIA

Os hietogramas de precipitação efetiva gerados pelo ABC 6 foram utilizados para

a construção dos hidrogramas de cheia no próprio software. Através do método de Santa

Bárbara foram elaborados hidrogramas para os “nós” compreendidos entre o início e o

final da atual Avenida Dr. Airton Teles. O “Apêndice I” mostra imagens da inserção dos

dados calculados e estimados no software ABC 6.

A Figura 20 e Figura 21 a ilustram o gráfico de deflúvio para os 3 cenários

ambientais no trecho inicial da Avenida, e para o seu trecho final, respectivamente.

Figura 20 - Evolução do hidrograma de cheia no trecho inicial da Av. Dr. Airton Teles

Fonte: Autor

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s)

Tempo (hh:mm)

CENÁRIO C1

CENÁRIO C2

CENÁRIO C3

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Figura 21 - Evolução do hidrograma de cheia num ponto próximo ao exutório da

BCAT

Fonte: Autor

Os tempos de pico de cheia e as vazões máximas correspondentes foram extraídos

dos hidrogramas e expostos na Tabela 3, logo em seguida.

Tabela 3 - Comparação entre as vazões de pico (Qp) e tempos de pico (tp) na Avenida

Dr. Airton Teles nos 3 cenários ambientais.

Cenário

Início da Avenida Exutório

QP

(m³/s)

tP (min) QP

(m³/s)

tP (min)

Pré-urbanização (C1) 10,3 250 13,1 200

Urbanização (C2) 63,3 200 66,6 240

Urbanização intensa

(C3)

81,8 190 88,3 200

Fonte: Autor

É possível notar um aumento considerável da vazão de pico no trecho inicial da

Avenida Dr. Airton Teles entre o período analisado. Para o cenário C2 a vazão de

urbanização representa 6,1 vezes a vazão de pré-urbanização, levando em conta o cenário

C1, enquanto que considerando o cenário atual, essa relação aumenta para quase 8 vezes.

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Vaz

ão e

sco

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(m³/

s)

Tempo (hh:mm)

CENÁRIO C1

CENÁRIO C2

CENÁRIO C3

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A Tabela 4 relaciona as vazões e expõe também a variação relativa da área de contribuição

entre pares de cenários.

Tabela 4 - Incremento de área da BCAT e fator de aumento da vazão.

Trecho Cenário pré Cenário

pós

Q(pós)/Q(pré) Incremento de área

na bacia (%)

Início da

avenida

C1 C2 6,1 38,1

C1 C3 7,9 21,5

C2 C3 1,3 -12,1

Fim da

avenida

C1 C2 5,1 27

C1 C3 6,7 13,9

C2 C3 1,3 -10,3

Fonte: Autor

Analisando o trecho final da bacia, ou seja, incluindo toda a área da bacia no

cálculo, e o cenário de pré-urbanização como C2, percebe-se que o CN evoluiu de 72 para

80. Ocorreu uma redução de 10,3 % da área de contribuição da bacia, porém mesmo

assim, a vazão de pós-urbanização foi 30 % superior. Isso mostra que o fator

preponderante na potencialização das vazões foi a mudança do parâmetro CN, que está

conectado diretamente com a alteração do uso do solo na microbacia.

A Figura 22 mostra um episódio de alagamento comum na Avenida Dr. Airton

Teles, causado possivelmente pelo excesso de runoff gerado na BCAT.

Figura 22 - Alagamento registrado no canal da Av. Dr. Airton Teles na época chuvosa

Fonte: Imagem de internet

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Huffner (2012), utilizando também um tempo de retorno de 10 anos na

determinação da vazão, encontrou um valor bem menor para essa relação em um ponto

de outra microbacia urbana, na ordem de 3,5. Essa diferença pode estar relacionada ao

incremento urbano menor que a bacia do arroio Dilúvio, estudada pela autora, sofreu na

sua mancha urbana entre os períodos estudados. Enquanto houve um aumento percentual

de apenas 17,25 % na área impermeável da bacia do arroio Dilúvio, a BCAT evoluiu sua

área urbana de 19,4 para 94,6 %.

Comparando ainda o fator de aumento de vazão calculados no presente estudo

com os valores definidos por Leopold (1968) apud Canholi (2014, p. 76), percebe-se que

eles ultrapassaram o limite superior de aproximadamente 7 definido pelo autor,

considerado limite máximo quando a 100% da área é impermeável e é totalmente servida

por rede de drenagem.

Esse aumento intenso no valor da vazão pode estar relacionado à transposição

de outra microbacia para a área da BCAT. A reestruturação da macrodrenagem urbana,

com a implantação de canais de macrodrenagem sem seguir o padrão de escoamento

natural, e assim aumentando a contribuição de runoff gerado, pode ter potencializado a

relação entre as vazões de pré e pós-urbanização do trecho da Avenida Dr. Airton Teles,

onde ocorre a integração entre as microbacias que foram conectadas pelos canais de

drenagem.

O tempo de pico dos hidrogramas de cheia também sofreu alterações

consideráveis, sendo que no trecho inicial da Avenida Airton Teles, houve diminuição do

tempo de pico de vazão considerando os diferentes cenários. No cenário de virada dos

séculos XIX e XX, o tempo de pico era de 250 minutos, já atualmente, o pico no

hidrograma de cheia ocorre 60 minutos mais cedo. A redução dos tempos de concentração

somada ao aumento de precipitação efetiva pode ter influenciado no adiantamento do pico

de vazão no trecho. Com a água escoando mais rápida em canais retificados, aspecto

característico no cenário C3, o tempo entre o início de uma precipitação e o ápice de um

evento de cheia é seguramente menor.

Por outro lado, no trecho final da avenida, o comportamento é diferente. O tempo

de pico estimado é o mesmo tanto no cenário C1 quanto no C3. Na verdade, no gráfico

da Figura 21 é possível perceber que a diferença entre as vazões ocorridas entre 190 e 290

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81

minutos é de apenas 0,7 m³ o que torna difícil caracterizar um momento específico como

pico.

4.5 DIMENSIONAMENTO DO VOLUME DE DETENÇÃO

Para encontrar o volume de reservação necessário para conter o excedente de

precipitação, utilizou-se como parâmetro de pós-urbanização o cenário C3. Na Tabela 5,

foi calculado o volume de pré-dimensionamento, considerando como períodos de pré-

urbanização os cenários C1 e C2.

Tabela 5 - Pré-dimensionamento do volume de detenção

Cenário de pré-

urbanização

Qb

(m³/s)

Qa

(m³/s)

Qb / Qa Va

(m³)

Vs (m³)

C1 10,3 81,8 0,13 344367 301.005

C2 63,3 81,8 0,77 344367 77.883

Fonte: Autor

Percebe-se uma diferença grande nos volumes necessários para conter o runoff

excedente entre os cenários considerados. Seria necessário um volume de reservação de

aproximadamente 300.000 m³ para compensar as perdas de infiltração e o volume

excedente gerado pela transposição de uma microbacia vizinha.

Caso deseja-se reproduzir os valores de escoamento urbano do cenário C2, basta

implantar um reservatório ou reservatórios cujo volume somado apresente 78.000 m³.

Devido ao alto nível de ocupação da microbacia, com atualmente mais de 94 %

de áreas “impermeáveis”, sugere-se a construção de vários reservatórios off-line e

subterrâneos, pois poderiam ser implantados em parques, praças e lugares abertos sem

ocupar uma área que poderia ser utilizada para outro tipo de atividade. A Figura 23 e a

Figura 24 mostram um exemplo de reservatório construído sob uma quadra de esportes

na cidade de Porto Alegre. Ressalta-se que a integração do reservatório com áreas de lazer

facilitaria a aceitação da população para esse tipo de estrutura.

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Figura 23 - Reservatório subterrâneo implantado em praça de Porto Alegre-RS

Fonte: Imagem de internet

Figura 24 - Quadra poliesportiva localizada sobre o reservatório de detenção

Fonte: Imagem de internet

Além disso, reservatórios off-line, que apresentam uma configuração em paralelo,

seriam mais adequados, pois não precisam ser construídos diretamente sobre a rede de

canais. Como os canais da região são limitados por grandes avenidas, bacias com

configuração off-line só necessitariam de uma conexão entre os canais e o reservatório.

Uma desvantagem de reservatórios subterrâneos seria o custo adicional com o

bombeamento da água pluvial para cotas mais elevadas.

Vale ressaltar ainda que a utilização de canais de drenagem para a disposição de

efluentes pode inviabilizar o controle quantitativo da vazão neste tipo de estrutura, pois o

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volume dimensionado foi baseado apenas no excesso de vazão precipitada. Além disso,

por ser uma região baixa, com relação ao nível do mar, alguns canais da BCAT como o

próprio canal da Airton Teles sofrem influência da variação de maré. Esses dois fatores

levam a crer que o volume necessário para detenção de toda a vazão de entrada no

reservatório deva ser maior.

4.6 PROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL PARA

RESERVATÓRIOS DE DETENÇÃO

O principal objetivo do programa proposto foi garantir o controle da poluição

difusa do reservatório.

Inicialmente definiu-se que apenas 2 pontos de monitoramento seriam

considerados, e apenas o efluente líquido seria monitorado. O design do reservatório, que

deve conter entrada (vertedor) e saída (orifício) bem definidas e conectadas a rede de

drenagem, permitiram a determinação de apenas 1 ponto nas estruturas de entrada e saída

do reservatório.

Sabe-se que o runoff urbano apresenta características diferentes da poluição

pontual. A concentração dos poluentes no escoamento superficial urbano varia bastante e

de forma irregular pois depende de muitos fatores externos como a duração da

precipitação, a sua intensidade, o intervalo entre precipitações, o uso do solo na cidade,

dentre outros aspectos.

EPA (1983) apud USA (2002 p. 12) define os seguintes parâmetros como padrão

para análise do runoff urbano: Sólidos Suspensos Totais (SST), Demanda Bioquímica de

Oxigênio (DBO), Demanda Química de Oxigênio (DQO), Cobre, Zinco, Chumbo,

Fósforo total, Fósforo solúvel, Nitrogênio Total, nitrito e nitrato. Para Strecker (1994)

apud USA (2002) esses parâmetros são típicos do ambiente das cidades e são encontrados

em concentrações com potencial de causar alterações ambientais; as suas técnicas de

análise são confiáveis, baratas e difundidas; e podem ter suas concentrações atenuadas

através de técnicas de tratamento viáveis, sendo assim passíveis de entrarem no programa

de monitoramento.

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Tomando como base o ciclo do nitrogênio, as suas formas nitrito e nitrato indicam

possibilidade de descargas de efluentes mais antigas, enquanto o nitrogênio amoniacal é

presente de forma excessiva no esgoto bruto. Definiu-se que as formas Nitrogênio total,

amoniacal, nitrito e nitrato fossem analisadas nos 2 pontos.

Devido ainda a localização do reservatório no ambiente urbano, ou seja, no raio

urbano, pode-se incluir os parâmetros físicos cor e o odor no programa de monitoramento.

As variáveis oxigênio dissolvido, coliformes totais e fecais foram acrescentadas

ainda devido à presença de carga orgânica proveniente de ligações clandestinas na rede

de drenagem.

O pH e a Temperatura foram integrados no programa devido a sua associação

direta com a maioria dos parâmetros químicos e físicos de análise qualitativa,

principalmente no que diz respeito a sua influência na biodisponibilidade de parâmetros

inorgânicos nos compartimentos ambientais do próprio reservatório.

Sólidos Totais, Suspensos Totais e Sedimentáveis também foram incluídos no

programa devido à lixiviação de materiais sólidos através da rede de drenagem. Tucci

(2003), por exemplo, mostra através do Quadro 16 uma variação grande na quantidade

estimada de sedimentos em algumas cidades brasileiras.

Quadro 16 – Estimativas da quantidade de sedimentos depositados na drenagem urbana

em algumas cidades brasileiras.

Rio e Cidade Característica da fonte de

sedimentos

Volume

(m³/km².ano)

Rio Tietê em São Paulo Sedimentos dragados 393

Tributários do rio Tietê em

São Paulo Sedimentos de fundo 1400

Lago da Pampulha em

Belo Horizonte Sedimentos de 1957-1994 2436

Arroio Dilúvio em Porto

Alegre Sedimentos dragados 750

Fonte: NAKAE E BRIGHETTI (1993); LLORET RAMOS et al. (1993); OLIVEIRA E

BATISTA (1997); DEP (1993) apud TUCCI (2003)

Para estabelecer a frequência de amostras considerou-se a ocorrência de eventos

de precipitação, pois é nesse momento que é gerado o escoamento urbano. Devido a

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variação de eventos de tormenta, a periodicidade do monitoramento foi definida como

irregular e dependente das características das tormentas para a maioria dos parâmetros. A

exceção foi considerada para os parâmetros temperatura, turbidez, cor, odor, OD, DBO,

DQO e coliformes totais e termotolerantes, pois há contribuição diária de esgotos

domésticos na rede de drenagem da BCAT como afirmam Santana et al. (2015), e assim

foram estabelecidas também uma rotina mensal para esses parâmetros.

Devido a facilidade de medição de vazão, o parâmetro foi indicado para ser

monitorado de maneira horária. Ressalva-se que a vazão durante períodos de estiagem

pode ser um indicador do volume de efluentes sanitários despejados na rede de drenagem

e dessa forma ajudar no combate às ligações clandestinas de esgoto.

Ainda nesse contexto, para USA (2002), deve-se considerar concentrações de

poluentes para o pior caso possível, assim na amostragem dos parâmetros com rotina

irregular, foi necessário selecionar tipos de eventos com maiores concentrações dos

poluentes e não um conjunto de tempestades representativas da região. Para os autores,

as tormentas selecionadas para amostragem devem apresentar volume maior que 0,1 in

(2,54 mm) e período seco antecedente superior a 24 horas.

Para USA (2002) não deve ser realizada a comparação entre valores de saída e

entrada de um reservatório de detenção durante um evento de tormenta, pois a

concentração de saída para determinado poluente pode não apresentar relação com o

runoff gerado a partir da precipitação. Para contornar o fato, optou-se por acrescentar um

intervalo entre o monitoramento da entrada e da saída igual ao tempo de detenção do

reservatório na amostragem entre a coleta do ponto de entrada e de saída da unidade.

O

Quadro 17 informa os aspectos de periodicidade e de amostragem propostos pelo

programa de monitoramento:

Quadro 17 - Aspectos gerais propostos para o monitoramento

Periodicidade

definida Horária, diária ou mensal

Irregular, e exclusiva

quando:

precipitação > 2,54 mm

período seco antecedente > 24 horas

Número de Pontos de

amostragem

Entrada (E) Coleta no tempo t

Saída (S) Coleta no tempo (t + tempo de

detenção do reservatório)

Fonte: Autor

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É importante mencionar que dependendo dos recursos financeiros disponíveis

para as análises, pode-se fixar um limite mensal de eventos monitorados nas condições

de periodicidade irregular.

Com base nos aspectos gerais levantados para o monitoramento e nas indicações

de parâmetros, foi elaborado o

Quadro 18, que resume os parâmetros e sua periodicidade de monitoramento. A

marcação “x” na tabela refere-se aos pontos onde serão realizadas a análise para o

parâmetro indicado.

Quadro 18 - Parâmetros e sua frequência no programa de monitoramento do

reservatório de detenção

Tipo de parâmetro Parâmetro Periodicidade da amostragem E S

Físico

vazão Horária x x

turbidez Mensal e irregular x x

cor Mensal e irregular x x

odor Mensal e irregular x x

temperatura Mensal e irregular x x

Químico

pH Mensal e irregular x x

ST Mensal e irregular x x

SST Mensal e irregular x x

Sólidos sedimentáveis Mensal e irregular x x

OD Mensal e irregular x x

DBO Mensal e irregular x x

DQO Mensal e irregular x x

Fósforo total irregular x x

Fósforo solúvel irregular x x

Nitrogênio total Mensal e irregular x x

Nitrogênio amoniacal Mensal e irregular x x

Nitrito Mensal e irregular x x

Nitrato Mensal e irregular x x

cobre irregular x x

zinco irregular x x

chumbo irregular x x

Biológico Coliformes totais Mensal e irregular x x

Coliformes fecais Mensal e irregular x x

Fonte: Autor

Recomenda-se que a análise das amostras de água, levando em consideração que

o reservatório receberia somente contribuição pluvial, deve ser baseada na metodologia

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descrita no manual Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater

(APHA, 1998) prezando a confiabilidade dos resultados.

Nesse sentido, é importante ainda que seja montado um banco de dados no intuito

de caracterizar o runoff urbano de Aracaju e assim, estruturar soluções adicionais de

tratamento visando atenuar a concentração dos poluentes provenientes do escoamento

urbano.

Ressalta-se que apesar da inclusão de parâmetros exclusivos para a análise de

efluentes sanitários, a coleta deste tipo de efluente deveria ser realizada separadamente

das águas pluviais, como já é realizado em países desenvolvidos.

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5 CONCLUSÃO

A metodologia utilizada conseguiu mostrar de maneira eficaz a dinâmica dos

parâmetros característicos do escoamento urbano e sua influência com o aumento da

mancha urbana na região da Avenida Dr. Airton Teles.

Com a análise dos cenários ambientais definidos percebeu-se um acréscimo de

0,55 km² na área drenagem entre os cenários de pré-urbanização e urbanização intensa.

Esse fato foi relacionado com a implantação da rede de macrodrenagem, que foi

implementada sem levar em consideração os divisores topográficos da microbacia.

Essa alteração somada ao aumento da impermeabilização em toda a microbacia,

caracterizada pelo aumento progressivo dos valores médios do parâmetro CN – que

evoluíram de 49 para 80 – pode possivelmente ter potencializado as vazões de pico no

trecho da Avenida Dr. Airton Teles.

Foram observadas ainda vazões de pós-urbanização 8 vezes superiores às vazões

do período de pré-urbanização comparando os cenários C1 e C3. Apesar do valor ser

superior aos valores encontrados na literatura, a transposição e consequente aumento

relativo de 21,5% na área de contribuição da bacia podem ter contribuído para o aumento

dessa relação.

Foi verificado ainda que o fator “uso do solo” pesa mais na interferência das

vazões de pós-urbanização do que a mudança da área de contribuição, já que comparando

os cenários C2 e C3, percebeu-se uma diminuição da área da Bacia de Contribuição da

Av. Dr. Airton Teles, porém houve um aumento de 30 % na vazão de pós-urbanização.

Da mesma forma, a redução progressiva dos tempos de concentração nos cenários

ambientais foi o fator preponderante para o adiantamento dos tempos de pico dos

hidrogramas de cheia no trecho estudado. A Bacia de Contribuição da Av. Dr. Airton

Teles, com tempo de concentração de 146 minutos no cenário C1 apresentava pico de

cheia após 250 minutos, adiantado para 190 minutos no cenário atual de urbanização (C3)

quando o tempo de concentração da microbacia foi estimado em 79 minutos. A

substituição dos obstáculos naturais como a vegetação, e, a retificação do padrão de

drenagem podem ter contribuído para esse resultado.

No que tange ao controle da qualidade dos reservatórios, o seu monitoramento

apresentou como objetivo principal o controle da eficiência de atenuação da poluição

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difusa drenada na microbacia. Os poluentes e padrões de exigência incluídos no programa

foram baseados principalmente em dados americanos de runoff e nas características da

rede de drenagem da região, que por possuir conexões sanitárias clandestinas, englobou

também parâmetros de análise de efluentes sanitários.

A periodicidade para cada parâmetro foi indicada como regular (mensal ou

horária) e/ou irregular, característica exclusiva para precipitações com características

definidas, considerando ainda um limite de análises realizadas com base nos recursos

disponíveis. Devido aos aspectos de configuração dos reservatórios propostos, indicou-

se apenas um ponto de amostragem na entrada e um ponto na saída, com ressalva no

intervalo entre as coletas que foi determinado com base no tempo de detenção da bacia.

Recomendou-se ainda a construção de um banco de dados das análises, visando controlar

a eficiência de remoção de poluentes no reservatório para garantir as exigências

ambientais da legislação pertinente.

Vale ressaltar que o volume de detenção dimensionado e o programa de

monitoramento proposto são ferramentas complementares para o controle quantitativo e

qualitativo da água pluvial no ambiente urbano. Em países desenvolvidos, essas soluções

já vêm sendo implantadas a alguns anos, entretanto, no Brasil, poucas cidades consideram

a inclusão desses tipos de alternativas no controle de enchentes, sendo ainda recente a

utilização deste tipo de estrutura na atenuação da poluição ambiental.

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______. Inundações Urbanas. 1 ed.. Porto Alegre: ABRH/RHAMA, 2007.

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96

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97

APÊNDICES

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98

APÊNDICE A – Mapa com as curvas ipsométricas e a drenagem natural do

cenário C1 sobre imagem de satélite da década de 70

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APÊNDICE B – Redes de fluxo elaboradas através do ABC 6

CENÁRIO C1

CENÁRIO C2

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CENÁRIO C3

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APÊNDICE C - Mapa de solos na área de estudo

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APÊNDICE D – Características dos lotes na BCAT

CENÁRIO C2

Subbacia

Bairros

inseridos nas

subbacias

% de contribuição

de cada bairro nas

subbacias

Ocupação predominante

segundo Pinheiro e Santos

(2012)

C3_SB01 - - Residencial

C3_SB02 - - Residencial

C3_SB03 - - Residencial

C3_SB04 - - Residencial

C3_SB05 Centro 25 Comercial/Serviços

Outros 75 Residencial

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CENÁRIO C3

Subbacia

Bairros

inseridos nas

subbacias

% de contribuição de

cada bairro nas

subbacias

Ocupação predominante

por bairro

C3_SB01 América 20 Residencial

Siqueira Campos 80 Comercial/Serviços

C3_SB02

Siqueira Campos 10 Comercial/Serviços

Cirurgia 5 Residencial

Pereira Lobo 45 Residencial

Suissa 40 Residencial

C3_SB03

Cirurgia 75 Residencial

Getúlio Vargas 5 Residencial

Siqueira Campos 20 Comercial/Serviços

C3_SB04 Cirurgia 85 Residencial

Suissa 15 Residencial

C3_SB05

Siqueira Campos 15 Comercial/Serviços

Cirurgia 5 Residencial

Getúlio Vargas 70 Residencial

18 do Forte 5 Residencial

Santo Antônio 5 Residencial

C3_SB06

Japãozinho 5 Residencial

Cidade Nova 20 Residencial

18 do Forte 25 Residencial

Palestina 25 Residencial

Santo Antônio 25 Residencial

C3_SB07

Santo Antônio 45 Residencial

Getúlio Vargas 20 Residencial

Centro 20 Comercial/Serviços

Industrial 15 Residencial

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APÊNDICE E – Cálculo do CN médio

CENÁRIO C1

Subbacia Área Permeável (km²) Área Impermeável (km²) CNmédio

C1_SB01 0,4999 0,0555 48

C1_SB02 0,4424 0,0492 48

C1_SB03 0,6377 0,0709 48

C1_SB04 0,0964 0,0107 48

C1_SB05 0,2681 0,0298 48

C1_SB06 0,5210 0,0579 48

C1_SB07 0,2968 0,0742 49

C1_SB08 0,4164 0,4164 54

Total 3,1787 0,7646

Total (%) 80,6 19,4

CENÁRIO C2

Su

bb

aci

a

Área (km²)

CN

méd

io

Área Permeável Área Impermeável

Veg

etaçã

o

Solo

Exp

ost

o Lotes Vias

Res

iden

cial

Com

erci

al

Para

lelo

Piç

arr

a

C2_SB01 0,1397 1,0166 1,6848 0 0 0,2710 72

C2_SB02 0,0424 0,1177 0,1110 0 0 0,0299 68

C3_SB03 0,0131 0,0127 0,0750 0 0 0,0132 71

C2_SB04 0,0673 0,2028 0,4471 0 0 0,0749 71

C2_SB05 0,0169 0,0570 0,4058 0,1353 0,0925 0 77

TOTAL 0,2794 1,4068 2,7237 0,1353 0,0925 0,3891

TOTAL (%) 5,6 28,0 54,2 2,7 1,8 7,7

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CENÁRIO C3

Su

bb

aci

a

Área (km²)

CN

méd

io

Área permeável Área Impermeável

Veg

etaçã

o

So

lo

exp

ost

o

Lotes Vias

Res

iden

cial

Co

mer

cial

Asf

alt

o

Pa

rale

lo

Piç

arr

a

C3_SB01 0,0062 0,0223 0,0803 0,3210 0,0573 0,0088 0 84

C3_SB02 0,0023 0,0347 0,4614 0,0513 0,0709 0,0360 0,0017 79

C3_SB03 0,0003 0,0061 0,1776 0,0444 0,0311 0,0048 0 81

C3_SB04 0 0,0028 0,0896 0,0158 0,0237 0,0030 0 81

C3_SB05 0,0151 0,0478 0,6764 0,1194 0,1285 0,0053 0 80

C3_SB06 0,0287 0,0679 0,9530 0 0,1438 0,0576 0,0079 78

C3_SB07 0,0062 0,0014 0,4689 0,1172 0,0937 0,0204 0 81

Total 0,0587 0,1830 2,9072 0,6691 0,5491 0,1358 0,0096

Total (%) 1,3 4,1 64,5 14,8 12,1 3,0 0,2

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APÊNDICE F – Hietogramas de cada subbacia

CENÁRIO C1

C1_SB01 C1_SB02

C1_SB03 C1_SB04

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C1_SB05 C1_SB06

C1_SB07 C1_SB08 (Av. Dr. Airton Teles)

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CENÁRIO C2

C2_SB01 C2_SB02

C2_SB03 C2_SB04

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C2_SB05 (Av. Dr. Airton Teles)

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CENÁRIO C3

C3 _SB01 C3_SB02

C3_SB03 C3_SB04

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C3_SB05 C3_SB06

C3_SB07 (Av. Dr. Airton Teles)

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APÊNDICE G – Quadro com as informações levantadas em campo dos canais de

macrodrenagem da região de estudo

Canal Trecho

Tipo de

revestimento e

condições dos

canais

Corte transversal e medidas

médias da seção

Alan

Kardec

(I)

Travessa

Amapá

Pedra

argamassada nas

margens e

concreto no fundo

Alan

Kardec

(III)

Avenida Alan

Kardec

Concreto sem

acabamento

Alan

Kardec

(II)

Rua Ten.

Wendel

Quaranta

Concreto sem

acabamento

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Alan

Kardec

(IV)

Rua Maruim

Concreto sem

acabamento

Gentil

Tavares

Avenida Gentil

Tavares entre a

Avenida

Desembargador

Maynard e a

Avenida Dr.

Airton Teles

Concreto sem

acabamento

Comanda

nte

Miranda

Avenida Airton

Teles entre as

Avenidas

Airton Teles e

Visconde de

Maracaju, e a

própria

Avenida

Visconde de

Maracaju

Concreto sem

acabamento

Airton

Teles

Avenida Airton

Teles

Concreto sem

acabamento

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APÊNDICE H - Tabela com o cálculo do tempo de concentração (tc) para todos os trechos de escoamento

CENÁRIO C1

S

ubbac

ia

Tip

o d

e es

coam

ento

Com

pri

men

to d

o

trec

ho(m

)

H m

áxim

a (m

)

H m

ínim

a (m

)

ΔH

(m

)

Dec

livid

ade

(m/m

)

Tip

o d

e es

coam

ento

Uso

do s

olo

ou t

ipo

do c

anal

Vel

oci

dad

e (m

/s)

tc (

min

)

C1_SB01 Vertente 729 32 11 21 0,029 não canalizado bosques e florestas 0,6 20,3

C1_SB01 Drenagem 939 11 10 1 0,001 canalizado Canal natural mal definido 0,6 26,1

C1_SB02 Vertente 900 13 10 3 0,003 não canalizado bosques e florestas 0,5 30,0

C1_SB02 Drenagem 727 10 9 1 0,001 canalizado Canal natural mal definido 0,6 20,2

C1_SB03 Vertente 719 12 9 2 0,003 não canalizado bosques e florestas 0,5 24,0

C1_SB03 Drenagem 657 9 8,5 0,5 0,001 canalizado Canal natural mal definido 0,6 18,3

C1_SB04 Drenagem 635 11 9 2 0,003 canalizado Canal natural mal definido 0,6 17,6

C1_SB05 Vertente 447 14 10 4 0,009 não canalizado bosques e florestas 0,5 14,9

C1_SB05 Drenagem 365 10 6,5 3,5 0,010 canalizado Canal natural mal definido 0,6 10,1

C1_SB06 Drenagem 809 7 6,5 0,5 0,001 canalizado Canal natural mal definido 0,6 22,5

C1_SB07 Drenagem 942 6,5 6 0,5 0,001 canalizado Canal natural mal definido 0,6 26,2

C1_SB08 Drenagem 1047 6 4 2 0,002 canalizado Canal natural mal definido 0,6 29,1

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CENÁRIO C2

Subbac

ia

Tip

o d

e

esco

amen

to

Com

pri

men

to d

o

trec

ho (

m)

H m

áxim

a

(m)

H m

ínim

a

(m)

ΔH

(m)

Dec

livid

ade

(m/m

)

Tip

o d

e

esco

amen

to

Uso

do s

olo

ou

tipo d

o c

anal

Vel

oci

dad

e

(m/s

)

tc

(min

)

C2_SB01 Não canalizado 2026 14 8 6 0,003 não canalizado Terrenos urbanizados 2,6 13,0

C2_SB01 Canal 1826 8 6 2 0,001 canalizado Canal natural mal definido 0,6 50,7

C2_SB02 Não canalizado 738 46 25 21 0,028 não canalizado Terrenos urbanizados 2,6 4,7

C2_SB02 Canal 220 25 24 1 0,005 canalizado Canal natural mal definido 0,6 6,1

C2_SB03 Não canalizado 305 62 35 27 0,089 não canalizado Terrenos urbanizados 4,1 1,2

C2_SB03 Canal 341 35 24 11 0,032 canalizado Canal natural mal definido 0,6 9,5

C2_SB04 Canal 1901 24 6 18 0,009 canalizado Canal natural mal definido 0,6 52,8

C2_SB05 Canal 1233 6 3 3 0,002 canalizado Canal natural mal definido 0,6 34,3

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CENÁRIO C3

Tre

cho

Sub

bac

ia

Tip

o d

e

esco

amen

to

Co

mp

rim

ento

do

trec

ho

(m

)

H m

ax (

m)

H m

in (

m)

ΔH

(m

)

Dec

liv

idad

e (

m/m

)

Uso

do s

olo

ou

rev

esti

men

to d

o

can

al

Geo

met

ria

do

can

al

n d

e M

annin

g

con

stan

te k

Áre

a m

olh

ada

(m²)

Per

ímet

ro m

olh

ado

(m)

RH

(m

)

Vel

oci

dad

e

tc (

min

)

Trecho A C3_SB01 Não canalizado 752 13 11 2 0,00266 Canaleta pavimentada - - 14,09 - - - 0,73 17,2

Canal Alan

Kardec C3_SB01 Canal 623 8,28 4,5 3,78 0,00607

Pedra argamassada (margens) e

concreto (fundo)

hexagonal

irregular 0,020 - 3,80 5,60 0,68 3,01 3,5

Trecho B C3_SB02 Não canalizado 797 10,5 9,5 1 0,00125 Canaleta pavimentada - - 14,09 - - - 0,50 26,6

Canal Alan

Kardec C3_SB02 Canal 221 4,76 4,51 0,25 0,00113 Concreto sem acabamento retangular 0,017 - 6,25 7,50 0,83 1,75 2,1

Canal Alan

Kardec C3_SB02 Canal 360 4,51 4,5 0,01 0,00003 Concreto sem acabamento trapezoidal 0,017 - 3,44 4,60 0,75 0,26 23,5

Canal Alan

Kardec C3_SB03 Canal 560 4,5 3,4 1,1 0,00196 Concreto sem acabamento trapezoidal 0,017 - 6,88 7,60 0,78 2,22 4,2

Trecho C C3_SB04 Não canalizado 358 17 9 8 0,02235 Canaleta pavimentada - - 14,09 - - - 2,11 2,8

Canal Gentil

Tavares C3_SB04 Canal 403 *3,41 3,4 - - Concreto sem acabamento trapezoidal - - - - - - -

Canal Gentil

Tavares C3_SB05 Canal 1189 3,4 1,45 1,95 0,00164 Concreto sem acabamento trapezoidal 0,017 - 3,45 4,40 0,78 2,03 9,8

Trecho D C3_SB06 Não canalizado 1011 46 23 23 0,02275 Canaleta pavimentada - - 14,09 - - - 2,13 7,9

Canal

Com.Miranda C3_SB06 Canal 2466 25,45 1,45 24 0,00973 Concreto sem acabamento retangular 0,017 - 4,41 6,30 0,70 4,58 9,0

Canal Airton

Teles C3_SB07 Canal 1262 1,45 0,35 1,1 0,00087 Concreto sem acabamento trapezoidal 0,017 - 5,63 6,36 0,89 1,60 13,1

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APÊNDICE I – Imagens das abas de inserção de dados no ABC 6

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ANEXOS

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ANEXO A – Levantamento dos pontos de alagamentos e deslizamentos de encostas na

cidade de Aracaju

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f

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ANEXO B – Imagem aérea “bruta” de Aracaju da década de 70 utilizada para

classificação visual (SEPLAG, s. d.)

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ANEXO C – Imagem de satélite “bruta” de Aracaju do ano de 2014 utilizada para

classificação visual

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ANEXO D – Perfis de solo da região em estudo

PERFIL 1 – SOLO PODZÓLICO VERMELHO AMARELO

Número de Campo 84 SE (Zona do litoral)

Data de coleta 07/09/73

Classificação Podzólico vermelho amarelo Tb plinthico A moderado textura média/argilosa

Localização Estrada Aracaju-Estância (BR-101) Município de São Cristóvão.

Situação e declividade 5-6%

Formação Geológica e litologia

Terciário – Grupo Barreiras. Sedimentos

Material originário Sedimentos argilo-arenosos

Relevo local Suave-ondulado

Altitude 50 metros

Drenagem Moderada a imperfeitamente drenado

Vegetação local Campo cerrado com lixeira, caju e gramíneas de folhas rígidas

Uso do solo atual Pastagem natural muito precária

Composição Granulométrica Horizonte Frações da amostra total Granulometria da porção fina

Símbolo Profundidade

Cal

hau

s

>20

mm

Cas

calh

o

20

– 2

mm

Terr

a fi

na

< 2

mm

Are

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ross

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2–0

,20

mm

Are

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mm

Silt

e

0,0

5-0

,00

2 m

m

Arg

ila

< 0

,00

2 m

m

A 0 – 20 0 1 99 23 34 12 31 B2t 40 -70 0 1 99 20 22 10 48 B3tpl 70 - 90 0 1 99 25 19 9 47 Cpt 90 – 120+ 0 1 99 22 17 11 50

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PERFIL 2 – SOLO PODZOL

Número de Campo 85 SE (Zona do litoral)

Data de coleta 08/08/73

Classificação Podzol A proeminente textura arenosa

Localização Estrada Umbaúba-Estância, a 9 km de Umbaúba. Município de Santa Luzia do Itanhi.

Situação e declividade 0-2%

Formação Geológica e litologia

Terciário – Grupo Barreiras. Sedimentos

Material originário Sedimentos arenosos

Relevo local Plano (depressão rasa sobre tabuleiro)

Altitude 95 metros

Drenagem Imperfeitamente drenado

Vegetação local Formação secundária

Uso do solo atual Cultura de mandioca

Composição Granulométrica

Horizonte Frações da amostra

total Granulometria da porção fina

Símbolo Profundidade

Cal

hau

s

>20

mm

Cas

calh

o

20

– 2

mm

Terr

a fi

na

< 2

mm

Are

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ross

a

2–0

,20

mm

Are

ia F

ina

0,2

0-0

,05

mm

Silt

e

0,0

5-0

,00

2 m

m

Arg

ila

< 0

,00

2 m

m

A1 0 – 12 0 0 100 74 16 5 5 A2 12 – 40 0 1 99 66 21 5 8 A3 40 – 70 0 2 98 53 23 9 15 B1h 70 – 115 0 4 96 47 29 15 9 B21irh 115 – 116 0 5 95 59 19 13 9 B22irx 116 – 150 0 3 97 51 22 17 10

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ANEXO E – Tipo de ocupação por bairro em Aracaju segundo levantamento de campo

por observação direta realizado por FONSECA et al. (2011)

Bairro

Tipo de ocupação

Re

sid

enci

al

Co

me

rcia

l

Serv

iço

s

Ind

ust

rial

Ou

tro

s (s

ervi

ços

esse

nci

ais)

Aeroporto 70 10 5 5 10

America 75 10 7 3 5

Atalaia 60 10 20 5 5

Bugio 85 8 4 2 1

Capucho 2 8 10 0 80

Centro 5 45 35 5 10

Cidade Nova 80 10 5 2 3

Cirurgia 90 5 3 1 1

Coroa do meio 70 10 15 2 3

Dezoito do Forte 78 10 6 1 5

Farolândia 83 8 5 1 3

Getúlio Vargas 60 18 15 2 5

Grageru 80 3 2 10 5

Inácio Barbosa 25 20 5 30 20

Industrial 40 10 10 30 10

Jabotiana 75 10 8 1 6

Jardim Cetenário 90 5 2 1 2

Jardins 74 15 5 1 5

José Conrado de Araújo 75 10 10 1 4

Lamarão 80 6 11 1 2

Luzia 80 9 5 3 3

Novo Paraíso 85 6 4 2 3

Olaria 85 5 3 2 5

Palestina 86 5 3 1 5

Pereira Lobo 86 5 4 4 1

Ponto Novo 80 9 5 3 3

Porto Dantas 80 5 2 1 2

Salgado Filho 40 12 30 1 17

Santa Maria 85 6 2 2 5

Santo Antônio 82 7 4 2 5

Santos Dumont 78 10 9 2 1

São Conrado 80 15 3 1 1

São José 30 16 15 4 35

Siqueira Campos 35 40 20 3 2

Soledade 95 3 2 0 0

Suissa 80 8 8 2 2

Treze de Julho 35 30 20 5 10

Zona de Expansão 90 5 2 2 1

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