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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
GIAN CARLO SCHMITZ MARCACCINI
ESTUDO EXPERIMENTAL DE LABORATRIO PARA EMPREGO DA
ESCRIA DE ACIARIA COMO AGREGADO
EM CAMADAS DE BASE DE PAVIMENTO FLEXVEL
FLORIANPOLIS
2009
GIAN CARLO SCHMITZ MARCACCINI
ESTUDO EXPERIMENTAL DE LABORATRIO PARA EMPREGO DA
ESCRIA DE ACIARIA COMO AGREGADO
EM CAMADAS DE BASE DE PAVIMENTO FLEXVEL
FLORIANPOLIS
2009
Trabalho de Concluso de Curso apresentado
disciplina ECV 5513, como requisito parcial
para obteno do grau de Bacharel em
Engenharia Civil da Universidade Federal de
Santa Catarina.
GIAN CARLO SCHMITZ MARCACCINI
ESTUDO EXPERIMENTAL DE LABORATRIO PARA EMPREGO DA
ESCRIA DE ACIARIA COMO AGREGADO
EM CAMADAS DE BASE DE PAVIMENTO FLEXVEL
Este Trabalho de Concluso de Curso foi julgado adequado e aprovado em sua forma
final pela Coordenadoria do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de
Santa Catarina, em ____ / ____ / 2009.
Prof. Lia Caetano Bastos, Dra., UFSC, 1994
Coordenadora de Trabalhos de Concluso de Curso
Apresentada Banca Examinadora integrada pelos professores:
Glicrio Trichs, Dr., ITA/CTA, 1993
Orientador
Antnio Fortunato Marcon, Dr., ITA/CTA, 1996
Membro da Banca
Marciano Maccarini, PhD., Imperial College, Londres, Inglaterra, 1987
Membro da Banca
AGRADECIMENTOS
minha famlia, pela compreenso dos meus momentos de ausncia durante a jornada
acadmica e a realizao deste trabalho. Em especial minha me Amlia, que sempre me
incentivou em todas as minhas decises e fases da minha vida.
Poliana e famlia, pelos incentivos e apoio que sempre me deram. Ressaltando o Seu
Alziro, que desde o incio desta formao, sempre se orgulhava em falar: Meu engenheiro.
Aos colegas de trabalho e a empresa NICA Consultores de Engenharia Urbana, que jamais
deixaram de me incentivar. E pela contribuio com o material para execuo deste trabalho
acadmico.
Ao orientador Glicrio Trichs, pela dedicao, sugestes, e crticas, tanto para este trabalho,
quanto para as disciplinas ministradas por ele.
Aos professores e professoras da UFSC pelos ensinamentos e dedicao ao curso de
Engenharia Civil.
Ao pessoal do Laboratrio de Mecnica dos Solos, pela ajuda permanente que me deram
durante a execuo de todos os ensaios.
Aos alunos e colegas da UFSC pelos bons momentos convividos.
A Fapesc, Petrobrs e CNPq pela utilizao dos equipamentos que permitiram a realizao de
ensaios de Mdulo Resiliente, os quais foram fundamentais no desenvolvimento do trabalho.
Por fim, agradeo a todas as pessoas que direta ou indiretamente contriburam para a
realizao deste Trabalho de Concluso de Curso.
Dedico este trabalho minha famlia, ao meu
pai, Rubens, pelo amor e incentivo, e minha
me, Amlia, que sempre caminhou ao meu
lado, algumas vezes solitrios, mas sempre
com amor e foras para vencer.
Poliana, que nestes cinco anos sempre
apoiou e participou da minha vida,
compartilhando amor, amizade e alegria.
RESUMO
MARCACCINI, G. C. S. Estudo experimental para emprego da escria de aciaria como
agregado em camadas de base de pavimento flexvel, 2009. 175 p. Trabalho de Concluso
de Curso (Graduao em Engenharia Civil). Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal
de Santa Catarina. Florianpolis, 2009.
Este Trabalho de Concluso de Curso apresenta resultados alcanados aps estudo sobre o
emprego da escria de aciaria LD como agregado em camadas de base em pavimentos
flexveis. Este resduo provm da indstria siderrgica, mais especificamente, no processo de
fabricao do ao que utiliza o conversor a oxignio tipo LD. Os ensaios realizados para
determinar as caractersticas mecnicas do material em estudo foram: compactao, ndice de
suporte Califrnia, expansibilidade e mdulo de resilincia. A siderrgica que cedeu a escria
menciona que a mesma tem a granulometria compatvel com a faixa C do DNIT, que se
confirmou nos ensaios. Portanto, no houve a necessidade de correo da granulometria.
Como o custo da escria inferior ao dos materiais granulares tradicionais empregados em
camadas de base, constatou-se pelos ensaios de CBR que seu suporte semelhante ao destes,
resultando assim, em pavimentos mais econmicos. Tambm foi possvel constatar atravs de
ensaios de mdulo resiliente (MR), que a adio de apenas 20% de solo escria, gera um
aumento de 2,33 vezes no valor do MR, atingindo valores mdios de 7000 kgf/cm, portanto,
resultando em revestimentos menos espessos e mais econmicos, se comparado com camadas
de brita graduada. Quanto s caractersticas mecnicas, os resultados do estudo permitiram
concluir que a escria de aciaria LD estabilizada com solo pode ser empregada como material
em camadas de base em pavimentos flexveis, reduzindo a espessura de revestimento e
agregando valor econmico a este subproduto.
Palavras-chave: Escria de aciaria. Material de Base. Pavimentao.
ABSTRACT
MARCACCINI, G. C. S. Experimental work to employ the steel furnace slag as
aggregated in the base layers to flexible pavement, 2009. 175p. Course assignment (Civil
Engineering Degree) Civil Engineering Course. UFSC. Florianpolis, 2009.
This course assignment exposes the results reached after studying about the LD steel furnace
slag as aggregated in the base layers in flexible pavements. This residue came from the steel
manufacture, specifically in the steel manufacturing process that uses a LD oxygen converter
type. The essays done to determine the mechanical characteristics of the studied material
were: compact capability, California support index, expander and resilient module. The steel
manufacture that conceded the slag informs that its granulometry is compatible to the DNIT C
band, it was attested in the essays. Therefore, there was no need to correct the granulometry.
As the slag cost is lower than the other traditional granular materials employed in the base
layers, it was attested for the CBR essays that the slag support is similar to the other materials,
this way, it results more economic pavements. It was possible to verify as well through the
resilient module (MR), that the addition of only 20% of ground to the slag increased in 2,33
times the MR value, it reached an average value of 7000 kgf/cm, therefore, it results a
thinner and more economic surface paving, if compared to the graded limestone layers.
According to the mechanical characteristics, the study results enabled us to conclude that the
LD steel furnace slag stabilized with ground can be used as material in base layers in flexible
pavement, decreasing the paving surface thickness and adding economic value to this product.
Keywords: Steel furnace slag. Base material. Pavement.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 Esquema do processo de produo do ao em conversor a oxignio......... 15
Figura 1.2 Fluxo do processo para obteno da escria de aciaria.............................. 16
Figura 2.1 Fatores de equivalncia de operao........................................................... 28
Figura 2.2 Determinao de espessura do pavimento.................................................. 35
Figura 2.3 Dimensionamento do pavimento................................................................ 35
Figura 2.4 Classificao resiliente de solos granulares................................................ 38
Figura 2.5 Classificao resiliente de solos finos......................................................... 40
Figura 3.1 Mapa de Situao ArcelorMittal Tubaro................................................ 48
Figura 3.2 Mapa Geolgico de Santa Catarina............................................................. 49
Figura 3.3 Mapa de Situao do solo........................................................................... 49
Figura 3.4 Classificao resiliente de solos granulares................................................ 94
Figura 4.1 Seo transversal 01 Para N=5,00x10.................................................... 103
Figura 4.2 Seo transversal 02 Para N=5,00x10.................................................... 104
Figura 4.3 Dados para trfego mdio Escria........................................................... 106
Figura 4.4 Dados para trfego mdio Escria/Solo................................................... 107
Figura 4.5 Dados para carregamento............................................................................ 107
Figura 4.6 Dados dos pontos de anlise....................................................................... 108
Figura 4.7 Deflexo da superfcie Escria................................................................ 108
Figura 4.8 Deformao de trao no revestimento Escria....................................... 109
Figura 4.9 Tenso no Subleito Escria...................................................................... 109
Figura 4.10 Deflexo da superfcie Escria/Solo........................................................ 110
Figura 4.11 Deformao de trao no revestimento Escria/Solo.............................. 110
Figura 4.12 Tenso no Subleito Escria/Solo............................................................. 111
Figura 4.13 Tabela Referencial - DER-ES..................................................................... 126
Figura 4.14 Seo Genrica............................................................................................ 127
Figura 4.15 Tabela Referencial DER-PR.................................................................... 128
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 Gradao das peneiras................................................................................ 20
Tabela 2.2 Caractersticas das espcies qumicas isoladas antes e aps hidratao..... 21
Tabela 2.3 Granulometria para base granular............................................................... 26
Tabela 2.4 Determinao do fator de operaes........................................................... 29
Tabela 2.5 Coeficiente de equivalncia estrutural........................................................ 31
Tabela 2.6 Espessura mnima de revestimento betuminoso......................................... 32
Tabela 2.7 Classificao dos solos finos (Mtodo indireto)......................................... 41
Tabela 3.1 Quantidades de amostras por ensaio........................................................... 47
Tabela 3.2 Faixa C DNIT....................................................................................... 47
Tabela 3.3 Determinao da densidade real dos gros do solo.................................... 51
Tabela 3.4 Anlise granulomtrica do solo.................................................................. 52
Tabela 3.5 Anlise granulomtrica da Escria de Aciaria............................................ 66
Tabela 3.6 Composio granulomtrica para mistura Escria/Solo............................. 73
Tabela 3.7 Composio granulomtrica para mistura Brita Graduada/Solo................ 83
Tabela 3.8 Leituras do Ensaio Triaxial Escria de Aciaria e Solo............................ 92
Tabela 3.9 Leituras do Ensaio Triaxial Escria de Aciaria....................................... 97
Tabela 4.1 Fator de veculo para USACE.................................................................... 99
Tabela 4.2 Fator de veculo para AASHTO................................................................. 99
Tabela 4.3 Clculo do nmero N8,2 Volume de trfego mdio.................................. 100
Tabela 4.4 Clculo do nmero N8,2 Volume de trfego pesado................................ 101
Tabela 4.5 Dados para nvel de trfego mdio............................................................. 106
Tabela 4.6 Dados Elsym5 para diferentes espessuras de base com trfego mdio e
revestimento de 5 cm.................................................................................. 112
Tabela 4.7 Nadm para diferentes espessuras de base e revestimento de 5 cm (Base de
Escria)....................................................................................................... 112
Tabela 4.8 Nadm para diferentes espessuras de base e revestimento de 5 cm (Base de
Escria/Solo)............................................................................................... 113
Tabela 4.9 Dados para nvel de trfego pesado............................................................ 114
Tabela 4.10 Dados Elsym5 para diferentes espessuras de base...................................... 114
Tabela 4.11 Nadm para diferentes espessuras de base e revestimento de 10 cm (Base
de Escria).................................................................................................. 115
Tabela 4.12 Nadm para diferentes espessuras de base e revestimento de 10 cm (Base
de Escria/Solo).......................................................................................... 116
Tabela 4.13 Dados Elsym5 para diferentes espessuras de revestimento e base com
17,5 cm........................................................................................................ 117
Tabela 4.14 Nadm para diferentes espessuras de revestimento e base de 17,5 cm (Base
de Escria).................................................................................................. 118
Tabela 4.15 Nadm para diferentes espessuras de revestimento e base de 17,5 cm (Base
de Escria/Solo).......................................................................................... 119
Tabela 4.16 Dados Elsym5 para diferentes espessuras de revestimento e base com
15,0 cm........................................................................................................ 120
Tabela 4.17 Nadm para diferentes espessuras de revestimento e base de 15,0 cm (Base
de Escria).................................................................................................. 120
Tabela 4.18 Nadm para diferentes espessuras de revestimento e base de 15,0 cm (Base
de Escria/Solo).......................................................................................... 121
Tabela 4.19 Dados Elsym5 para diferentes estruturas Trfego mdio........................ 123
Tabela 4.20 Nadm para diferentes previses (Escria) Trfego mdio......................... 123
Tabela 4.21 Nadm para diferentes previses (Escria/Solo) Trfego mdio................ 123
Tabela 4.22 Dados Elsym5 para diferentes estruturas Trfego pesado....................... 124
Tabela 4.23 Nadm para diferentes previses (Escria) Trfego pesado........................ 124
Tabela 4.24 Nadm para diferentes previses (Escria/Solo) Trfego pesado............... 125
Tabela 4.25 Resumo das estruturas dimensionadas pela Anlise Mecanicista.............. 125
Tabela 4.26 Consumo por km de projeto........................................................................ 126
Tabela 4.27 Comparao de custos iniciais.................................................................... 126
Tabela 4.28 Preo para as diferentes estruturas otimizadas........................................... 129
LISTA DE GRFICOS
Grfico 3.1 Ajuste granulomtrico da mistura............................................................... 47
Grfico 3.2 Representao grfica da granulometria do solo........................................ 53
Grfico 3.3 Curva de compactao do solo................................................................... 56
Grfico 3.4 Curva de expanso (CP-01 solo no ramo seco)....................................... 58
Grfico 3.5 Curva de expanso (CP-02 solo no ramo seco)....................................... 59
Grfico 3.6 Curva de expanso (CP-03 solo nas condies de umidade tima)........ 59
Grfico 3.7 Curva de expanso (CP-04 solo no ramo mido).................................... 60
Grfico 3.8 Curva de expanso (CP-05 solo acima da umidade tima)..................... 60
Grfico 3.9 Ensaio de CBR (CP-01 solo)................................................................... 61
Grfico 3.10 Ensaio de CBR (CP-02 solo)................................................................... 62
Grfico 3.11 Ensaio de CBR (CP-03 solo nas condies de umidade tima).............. 62
Grfico 3.12 Ensaio de CBR (CP-04 solo)................................................................... 63
Grfico 3.13 Ensaio de CBR (CP-05 solo)................................................................... 63
Grfico 3.14 Curva CBR x h para o solo......................................................................... 64
Grfico 3.15 Curva de compactao da Escria de Aciaria............................................. 68
Grfico 3.16 Ensaio de CBR (CP-01 Escria de Aciaria)............................................ 69
Grfico 3.17 Ensaio de CBR (CP-02 Escria de Aciaria)............................................ 70
Grfico 3.18 Ensaio de CBR (CP-03 Escria de Aciaria nas condies de umidade
tima).......................................................................................................... 70
Grfico 3.19 Ensaio de CBR (CP-04 Escria de Aciaria)............................................ 71
Grfico 3.20 Ensaio de CBR (CP-05 Escria de Aciaria)............................................ 71
Grfico 3.21 Curva CBR x h para a Escria de Aciaria.................................................. 72
Grfico 3.22 Curva de compactao da mistura Escria/Solo......................................... 77
Grfico 3.23 Ensaio de CBR (CP-01 Escria/Solo)..................................................... 78
Grfico 3.24 Ensaio de CBR (CP-02 Escria/Solo)..................................................... 79
Grfico 3.25 Ensaio de CBR (CP-03 Escria/Solo nas conies de umidade
tima)....................................................,..................................................... 79
Grfico 3.26 Ensaio de CBR (CP-04 Escria/Solo)..................................................... 80
Grfico 3.27 Ensaio de CBR (CP-05 Escria/Solo)..................................................... 80
Grfico 3.28 Curva CBR x h para a mistura Escria/Solo............................................... 81
Grfico 3.29 Curva de compactao da mistura Brita graduada/Solo............................. 84
Grfico 3.30 Ensaio de CBR (CP-01 Brita graduada/Solo).......................................... 85
Grfico 3.31 Ensaio de CBR (CP-02 Brita graduada/Solo).......................................... 86
Grfico 3.32 Ensaio de CBR (CP-03 Brita graduada/Solo nas condies de umidade
tima).......................................................................................................... 86
Grfico 3.33 Ensaio de CBR (CP-04 Brita graduada/Solo).......................................... 87
Grfico 3.34 Ensaio de CBR (CP-05 Brita graduada/Solo).......................................... 87
Grfico 3.35 Curva CBR x H para a mistura Brita graduada/Solo.................................. 88
Grfico 3.36 Corpo de prova 01 da mistura..................................................................... 92
Grfico 3.37 Corpo de prova 02 da mistura..................................................................... 93
Grfico 3.38 Corpo de prova 01 da Escria..................................................................... 98
Grfico 3.39 Corpo de prova 02 da Escria..................................................................... 98
Grfico 4.1 Previso de solicitaes para base de escria com revestimento de 5 cm
Trfego Mdio......................................................................................... 112
Grfico 4.2 Previso de solicitaes para base de escria/solo com revestimento de
5 cm Trfego Mdio................................................................................ 113
Grfico 4.3 Previso de solicitaes para base de escria com revestimento de 10 cm
Trfego Pesado........................................................................................ 115
Grfico 4.4 Previso de solicitaes para base de escria/solo com revestimento de
10 cm Trfego Pesado.............................................................................. 116
Grfico 4.5 Previso de solicitaes para base de escria de 17,5 cm e com variao
de revestimento Trfego Mdio............................................................... 118
Grfico 4.6 Previso de solicitaes para base de escria/solo de 17,5 cm e com
variao de revestimento Trfego Mdio................................................ 119
Grfico 4.7 Previso de solicitaes para base de escria de 15,0 cm e com variao
de revestimento Trfego Pesado.............................................................. 121
Grfico 4.8 Previso de solicitaes para base de escria/solo de 15,0 cm e com
variao de revestimento Trfego Pesado............................................... 122
LISTA DE FOTOS
Foto 3.1 Ensaio de expanso..................................................................................... 57
Foto 3.2 Extensmetro.............................................................................................. 57
Foto 3.3 Peneiramento manual.................................................................................. 67
Foto 3.4 Peneiramento mecanizado.......................................................................... 67
Foto 3.5 Escria de aciaria peneirada....................................................................... 67
Foto 3.6 Homogenizao da mistura Escria/Solo................................................... 74
Foto 3.7 Mistura homogenizada................................................................................ 74
Foto 3.8 Compactao do corpo de prova (01)......................................................... 75
Foto 3.9 Compactao do corpo de prova (02)......................................................... 75
Foto 3.10 Corpos de prova aps ensaios..................................................................... 82
Foto 3.11 Corpo de prova Mistura Escria de Aciaria e Solo................................. 82
Foto 3.12 Homogenizao da mistura nas condies de ht...................................... 90
Foto 3.13 Adio da mistura no molde....................................................................... 90
Foto 3.14 Compactao do corpo de prova................................................................. 91
Foto 3.15 Verificao da altura das camadas para se adequar o nmero de golpes
necessrios para reproduzir a MEAS mxima............................................ 91
Foto 3.16 Corpo de prova com membrana.................................................................. 94
Foto 3.17 Clula triaxial preparada............................................................................. 95
Foto 3.18 Ensaio em execuo.................................................................................... 95
Foto 3.19 Tela do Programa do Ensaio Dinmico Triaxial........................................ 96
SUMRIO
LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................... 7
LISTA DE TABELAS......................................................................................................... 8
LISTA DE GRFICOS ................................................................................................... 160
LISTA DE FOTOS ............................................................................................................. 12
1. INTRODUO ............................................................................................................... 15
1.1 Objetivos do Trabalho ............................................................................................. 17
1.2 Estrutura do Trabalho ............................................................................................ 17
2. REVISO BIBLIOGRFICA ....................................................................................... 18
2.1 Agregados para Pavimentao ............................................................................... 18
2.2 Escria de Aciaria .................................................................................................... 21
2.3 Ensaios Laboratoriais .............................................................................................. 23
2.4 Metodologias para Dimensionamento de Pavimentos Flexveis .......................... 24
2.4.1 Mtodo do DNER/81 ............................................................................................ 24
2.4.2 Considerao da resilincia na pavimentao ................................................... 36
2.4.3 Anlise mecanicista .............................................................................................. 41
3. AVALIAO DOS MATERIAIS DO ESTUDO ........................................................ 46
3.1 Planejamento Do Experimento ............................................................................... 46
3.2 Materiais Utilizados na Pesquisa ............................................................................ 48
3.2.1 Escria de aciaria ................................................................................................. 48
3.2.2 Brita - Graduada .................................................................................................. 48
3.2.3 Solo para mistura ................................................................................................. 49
3.3 Ensaios Laboratoriais Para Determinao de CBR ............................................. 50
3.3.1 Solo para mistura ................................................................................................. 50
3.3.2 Escria de aciaria - acerita ................................................................................ 65
3.3.3 Mistura escria de aciaria solo ......................................................................... 73
3.3.4 Mistura brita graduada/solo ............................................................................... 83
3.4 Ensaios Triaxiais Dinminos ................................................................................... 89
3.4.1 Mdulo resiliente para a mistura escria de aciaria solo .............................. 89
3.4.2 Mdulo resiliente para escria de aciaria .......................................................... 96
4. DIMENSIONAMENTO PARA PAVIMENTAO ................................................... 99
4.1 Estudo de Trfego .................................................................................................... 99
4.2 Mtodo do DNER/81 .............................................................................................. 102
4.2.1 Solicitao de trfego com N8,2t = 5,00x106 ...................................................... 102
4.2.2 Solicitao de trfego com N8,2t = 5,00x107 ...................................................... 103
4.3 Anlise Mecanicista ............................................................................................... 105
4.3.1 Anlise da estrutura para o nvel de trfego mdio N = 5,00x10 .............. 105
4.3.2 Anlise da estrutura para o nvel de trfego pesado N = 5,00x10 ............. 114
4.3.3 Variao da espessura do revestimento ........................................................... 117
4.3.4 Anlise para estruturas menos espessas ........................................................... 122
5. CONSIDERAES FINAIS ....................................................................................... 130
6. REFERNCIAS ............................................................................................................ 132
ANEXO A ............................................................................................................................ 136
ANEXO B ............................................................................................................................. 151
ANEXO C ............................................................................................................................ 159
ANEXO D ............................................................................................................................ 168
ANEXO E ............................................................................................................................. 172
1. INTRODUO
Quando se fala de materiais reciclveis, o ao figura entre os mais lembrados, podendo ser
obtido da demolio de construes (armaduras) e at mesmo dos eletrodomsticos que
utilizamos. No final de sua vida til, muitos pensam em descart-los nos popularmente
denominados lixes (Aterro sanitrio), porm, o setor siderrgico vem estimulando e
coletando estes para empreg-los na fabricao de novos produtos, sem perda da sua
qualidade.
Sendo assim, reduz-se o consumo de matrias-primas no renovveis, evita a necessidade da
ocupao de reas para o descarte de produtos em obsolescncia, e economiza energia.
Mesmo havendo esta conscincia ecolgica com o reuso dos aos sem serventia; na sua
reciclagem e at mesmo na produo a partir da matria-prima, h impurezas (designadas
escrias) que so separadas do ao lquido por densidade, conforme mostrado na Figura 1.1,
na produo com conversor a oxignio tipo LD.
Figura 1.1 - Esquema do processo de produo do ao em conversor a oxignio tipo LD ou BOF
Nota: (1) carregamento da sucata, (2) carregamento do gusa, (3) sopro de oxignio, (4) vazamento do ao e
(5) vazamento da escria (ARAUJO , 1997)
15
Aps separao no conversor, a escria segue o fluxo do processo para obteno do agregado
siderrgico segundo a Figura 1.2. Ao trmino destes procedimentos, o material pode ser
utilizado como agregado em concreto asfltico, base e sub-base de rodovias, fertilizante,
estabilizao de solos, matria-prima na produo de cimento, diques martimos e gabies.
Figura 1.2 - Fluxo do processo para obteno da escria de aciaria
Fonte: MultiServ - Harsco
Segundo dados do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia) de 2008, a produo de ao no
Brasil foi de 33,7 milhes de toneladas. Conforme informaes levantadas pela empresa
ArcelorMittal Tubaro, a quantidade de escria para a produo de uma tonelada de ao
lquido de 86,2 kg, portanto, 8,62% da produo, resultando em 2,90 Mton. de agregado
siderrgico no Brasil em 2008. Se no houvesse o beneficiamento deste material, o mesmo
provavelmente seria despejado em locais inadequados. Porm, como h estas reutilizaes,
este subproduto tem valor comercial.
16
1.1 Objetivos do Trabalho
O presente trabalho desenvolver um estudo comparativo entre uma composio com
aplicao costumeira de camadas de pavimentao, e outra com a utilizao de escria de
aciaria, buscando avaliar a viabilidade desta segunda em camadas subjacentes ao
revestimento.
O estudo comparativo ser realizado com base no ndice de Suporte Califrnia (ISC ou CBR),
no Mdulo Resiliente (MR), no custo dos agregados, e o impacto dos resultados no
dimensionamento de uma suposta rodovia a ser pavimentada.
Atravs deste estudo, espera-se verificar qual das composies abordadas, apresenta para um
mesmo perodo de projeto, maior vantagem econmica.
Mesmo tendo cincia da importncia de conhecer o carter ambiental da ACERITA, e suas
reaes qumicas com o meio, este trabalho no trar esta anlise, uma vez que o objetivo do
mesmo analisar o carter mecnico deste subproduto.
1.2 Estrutura do Trabalho
Este trabalho constitudo por 05 (cinco) captulos, tendo este primeiro, uma breve
apresentao do tema estudado, elucidando a viso sustentvel do assunto e quais objetivos
desejam-se alcanar com tais comparaes.
O segundo captulo traz uma reviso dos conceitos a serem abordados ao longo do trabalho,
que se fazem necessrios para boa compreenso do mesmo.
J o terceiro captulo, apresentado os trabalhos experimentais desenvolvidos e seus estudos
necessrios para represent-los.
No quarto, sero expostos os dimensionamentos com os resultados alcanados no captulo
anterior. Para ento, obter comparativos para a anlise final do prximo captulo.
Por fim, o quinto captulo destina-se concluso, juntamente com a anlise final do estudo
realizado.
17
2. REVISO BIBLIOGRFICA
Ser apresentado neste captulo o embasamento terico referente aos assuntos abordados neste
trabalho, tais como: agregados para pavimentao, escria de aciaria, ensaios laboratoriais
para agregados, metodologias de dimensionamento de pavimentos flexveis, entre outros.
2.1 Agregados para Pavimentao
Bernucci et al (2008) define agregado como sendo uma mistura de pedregulho, areia, pedra
britada, escria ou outros materiais minerais usados em combinao com um ligante para
formar um concreto, uma argamassa, etc.
Conforme o Manual de pavimentao do DNIT (2006), os materiais ptreos usados em
pavimentao normalmente conhecidos sob a denominao genrica de agregados, podem ser
naturais ou artificiais. Os primeiros so aqueles utilizados como se encontram na natureza,
como o pedregulho e os seixos rolados, ao passo que os segundos compreendem os que
necessitam de uma transformao fsica e qumica do material natural para sua utilizao,
como a escria e a argila expandida.
Quando um agregado selecionado para uma determinada utilizao, este deve conter
propriedades que suportem as tenses impostas na superfcie do pavimento e tambm no seu
interior. A maneira de como so produzidas, mantidas unidas e condies sob as quais vo
atuar, o que depende para observar o desempenho das partculas de agregados. A escolha
feita em laboratrio onde uma srie de ensaios utilizada para o prognstico do seu
comportamento posterior quando em servio.
Para Bernucci et al (2008), os agregados so classificados quanto a natureza em:
Natural - Inclui todas as fontes de ocorrncia natural e so obtidos por processos
convencionais de desmonte, escavao e dragagem em depsitos continentais, marinhos,
esturios e rios. So exemplos os pedregulhos, as britas, os seixos, as areias, etc. Ou seja, os
agregados naturais podem ser empregados em pavimentao na forma e tamanho como se
encontram na natureza, ou podem ainda passar por processamento como a britagem;
18
Artificial So resduos de processos industriais, tais como a escria de alto-forno e de
aciaria, ou fabricados especificamente com o objetivo de alto desempenho, como a argila
calcinada (Cabral, 2005) e a argila expandida. O tipo de agregado artificial atualmente mais
utilizado em pavimentao so os vrios tipos de escria, subprodutos da indstria do ao.
Elas podem apresentar problemas de expansividade e heterogeneidade, requerendo tratamento
adequado para utilizao, porm podem apresentar alta resistncia ao atrito.
Reciclado Nesta categoria esto os provenientes de reuso de materiais diversos. A
reciclagem de revestimentos asflticos existentes vem crescendo significativamente em
importncia e em alguns pases j a fonte principal de agregados. A possibilidade de
utilizao de agregados reciclados vem crescendo em interesse por restries ambientais na
explorao de agregados naturais e pelo desenvolvimento de tcnicas de reciclagem que
possibilitam a produo de materiais reciclados dentro de determinadas especificaes
existentes para utilizao. Destaca-se tambm a utilizao crescente de resduo de construo
civil em locais com ausncia de agregados ptreos ou mesmo em reas urbanas que possuam
pedreiras, como forma de reduzir os problemas ambientais de disposio destes resduos
(Fernandes, 2004).
Dando sequncia ao citado em Bernucci et al. (2008), os agregados so classificados quanto
ao tamanho, para uso em misturas asflticas, em grado, mido e material de enchimento ou
fler (DNIT 031/2004 ES), sendo:
Grado o material com dimenses maiores do que 2,0mm, ou seja, retido na peneira
n 10. So as britas, cascalhos, seixos etc.;
Mido o material com dimenses maiores que 0,075mm e menores que 2,0mm. o
material que retido na peneira de n 200, mas que passa na de abertura n 10. So as areias, o
p de pedra e etc.;
Material de enchimento (fler) o material onde pelo menos 65% das partculas
menor que 0,075mm, correspondente peneira de n 200, e.g., cal hidratada, cimento
Portland etc.
19
Continuando com a classificao dos agregados, para o DNIT (Manual de pavimentao
2006) a mesma se d tambm quanto distribuio e graduao dos gros em:
Agregado de graduao densa aquele que apresenta uma curva granulomtrica de
material bem graduado e contnuo, com quantidade de material fino, suficiente para preencher
os vazios entre as partculas maiores.
Agregado de graduao aberta aquele que apresenta uma curva granulomtrica de
material bem graduado e contnuo, com insuficincia de material fino, para preencher os
vazios entre as partculas maiores.
Agregado tipo macadame aquele que possui partculas de um nico tamanho, o
chamado one size agregate. Trata-se, portanto, de um agregado de granulometria uniforme
onde o dimetro mximo , aproximadamente, o dobro do dimetro mnimo.
O dimetro mximo de um agregado a abertura da malha da menor peneira na qual passam,
no mnimo, 95% do material. O dimetro mnimo a abertura da malha da maior peneira na
qual passam, no mximo, 5% do material. As peneiras usualmente utilizadas so as
apresentadas na Tabela 2.1.
Tabela 2.1 - Gradao das peneiras
Nmero Milmetros Polegadas75 350 237,5 1,525 119 0,759,5 0,375
4 4,75 0,1878 2,36 0,093710 2 0,078916 1,18 0,046930 0,6 0,023440 0,425 0,016850 0,3 0,0117100 0,15 0,0059200 0,075 0,0029
Aberturadapeneira
20
2.2 Escria de Aciaria
O subproduto da transformao do ferro gusa lquido em ao, a denominada Escria de
Aciaria LD. A sigla LD, incorporada ao nome do resduo utilizado neste estudo, refere-se
produo do ao ser no conversor de oxignio do tipo LD (Linz-Donawitz).
A constituio do subproduto citado acima uma mistura de magnsio, xidos de clcio,
silicatos de clcio, ferro metlico, e outras espcies qumicas, s que estas em menor escala.
A escria de aciaria LD, possui caractersticas expansivas devido principalmente, hidratao
da cal livre (CaO) e do periclsio (MgO), alm da mudana nas formas alotrpicas do C2S e
da corroso e oxidao do ferro metlico residual. Na Tabela 2.2, so apresentadas as
variaes volumtricas em funo das transformaes ocorridas nas principais espcies
qumicas presentes na escria de aciaria.
Tabela 2.2 - Caractersticas das espcies qumicas isoladas antes e aps hidratao (WEAST, 1971)
N Frmula Nome Densidade (g/cm)M. mol (g/mol)
Vol. Molar (cm/mol)
Variao de volume (%)*
1 MgO Periclsio 3,58 40,31 11,26 Em relao ao MgO2 Mg(OH)2 Brucita 2,36 58,33 24,72 119,5
3 CaO Cal 3,38 56,08 16,59 Em relao ao CaO4 Ca(OH)2 Portlandita 2,24 74,09 33,08 99,4
Calcita 2,93 100,09 34,16 105,9Aragonita 2,71 100,09 36,93 122,6
7 Fe Ferro (Metlico) 7,86 55,85 7,11Em relao
ao Fe8 FeO Wstita 5,70 71,85 12,61 77,49 Fe2O3 Hematita 5,24 159,69 30,48 328,7
10 Fe(OH)2 Hidrxido 3,40 89,86 26,43 271,711 FeO(OH) Goetita 4,28 88,85 20,76 192,0
184,41 64,25 287,3
*Valores calculados a partir do volume e da densidade absoluta das espcies qumicas isoladas
5 CaCO3
6 DolomitaCaCO3 MgCO3
2,87
Observa-se na Tabela 2.2, que nas transformaes, seja por hidratao (2, 4, 10 e 11) e
carbonatao (5), ou por oxidao (8 e 9), ocorre um significativo aumento de volume em
relao s dimenses originais do cristal. Este fenmeno conduz expanso destrutiva na
21
escria de aciaria. Vale lembrar que estas reaes ocorrem em grandes quantidades no incio,
e com o tempo vo diminuindo, at compor certa estabilidade.
Porm, segundo a empresa ArcelorMittal Tubaro, que buscou parceria com a KAEME
Consultoria, a escria de aciaria LD pode sofrer mecanismos que propiciam maior rapidez na
sua estabilizao, de modo que os xidos livres sejam em parte inertizados, reduzindo assim,
a capacidade da escria expandir. O resultado deste estudo foi o desenvolvimento da
ACERITA, co-produto que ser utilizado na atual pesquisa.
Esse processo consiste em "estimular" a reao dos xidos livres a partir de reao dos
mesmos com o ar e a gua, atravs de um processo de umidificao e aerao da escria
durante certo perodo de tempo. Estes processos ocorrem com a passagem de mquinas
revolvendo o material, ao passo que na maioria das vezes, ocorre simultaneamente asperso
de gua sobre o mesmo.
Com relao s aplicaes da escria de aciaria, a mesma pode ser usada como agregado para
concreto asfltico, base e sub-base de estradas, estabilizao de solos, fertilizao ou matria
prima para produo de cimento.
Um critrio para utilizao da escria de aciaria em pavimentao e como sub-base de
pavimentos a estabilidade volumtrica in situ. Nesse sentido, as normas rodovirias
DNER PRO 263/94 e EM 262/94 (ANEXO D e E, respectivamente), prescrevem que a
expanso do agregado de escria de aciaria no deve ser superior a 3 % - conforme o Mtodo
PTM 130 (Pennsylvania Testing Method, USA). Para a norma rodoviria EB - 2103 (ABNT,
1991), tomada como referncia para a norma do DNIT1, porm, com ensaios diferenciados da
anterior, especifica que para utilizar em sub-base de pavimentos, o agregado no deve
apresentar expanso superior a 1 %, e para o uso em base de pavimentos, este valor deve ser
inferior a 0,5 %.
Com relao ao agregado produzido com escria de aciaria, este consiste de partculas
speras, angulares e durveis, o que o torna apropriado para aplicao em pavimentao, alm
de apresentar melhores caractersticas de superfcie em relao ao agregado de pedra calcria,
1 DNIT Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes
22
normalmente utilizado. A escria apresenta maior resistncia derrapagem, maior resistncia
ao impacto e ao desgaste superficial (FERRAND e EMERY, 1995; MURPHY et al., 1997;
KHAN e WAHHAB, 1998). Alm disso, segundo NOUMAN et al. (1992), as escrias de
aciaria possuem as vantagens de poderem ser 100% trituradas na gradao requerida e,
geralmente, permitem melhor trabalhabilidade e compacidade, favorecendo assim a
durabilidade do pavimento.
Em contrapartida, o uso de agregados de escria pode levar a problemas de segregao e
decapagem do pavimento, devido baixa afinidade com o betume e a areia. Alm disso, a
textura superficial spera das partculas dos agregados de escria resulta num material
bastante absorvente e poroso, aumentando o consumo de cimento asfltico na mistura e
elevando o custo final do concreto asfltico (KHAN e WAHHAB, 1998; FERRAND e
EMERY, 1995).
2.3 Ensaios Laboratoriais
Para obter os dados necessrios a este trabalho sobre os materiais destinados a composio da
base dos pavimentos, preciso executar alguns ensaios laboratoriais a respeito do mesmo.
Depois de feito os ensaios, o mesmo deve apresentar caractersticas segundo a DNER-ES303
(1997), como tais:
Quando submetidos aos ensaios:
DNER-ME 129 (Mtodo B ou C);
DNER-ME 049.
- o ndice de Suporte Califrnia, dever ser superior a 60% e a expanso ser de 0,5%, com
energia de compactao do Mtodo B. Para rodovias em que o trfego previsto para o perodo
do projeto ultrapassar o valor de N = 5,00x106, o ndice Suporte Califrnia do material da
camada de base dever ser superior a 80%; neste caso, a energia de compactao ser a do
Mtodo C.
- o agregado retido na peneira n 10 dever ser constitudo de partculas duras e resistentes,
isentas de fragmentos moles, alongados ou achatados, estes isentos de matria vegetal ou
23
outra substncia prejudicial. Quando submetidos ao ensaio de Los Angeles (DNER-ME 035),
no devero apresentar desgastes superiores a 55% admitindo-se valores maiores no caso de
em utilizao anterior terem apresentado desempenho satisfatrio.
Para a DNER-ME 129/94, que se refere ao mtodo de ensaio para compactao de solos
utilizando amostras no trabalhadas, uma das caractersticas principais no que diz respeito
aparelhagem, a dimenso do cilindro metlico, que 15,24 cm 0,05 cm de dimetro
interno.
Segundo o item 6.3 do Mtodo de Ensaio citado no pargrafo anterior, para o Mtodo C
Modificada, o nmero de golpes a ser realizado para as cinco camadas do corpo-de-prova,
dever ser de 55 para cada camada.
Nos ANEXOS A, B e C, respectivamente, DNER-ME 049/94, DNER-ME 129/94 e DNER-
ME 131/94, sero expostos os ensaios padronizados para a determinao dos parmetros que
utilizarei no projeto.
2.4 Metodologias para Dimensionamento de Pavimentos Flexveis
Os mtodos que sero dispostos neste item constituiro a fundamentao para o
dimensionamento do pavimento deste trabalho. Estes se dividem em: o mtodo que contempla
a resilincia como fator determinante; e o outro, que tem como base para o dimensionamento,
o nvel de suporte do material. Este segundo, foi retirado na sua totalidade, do Manual de
Pavimentao do DNIT (2006).
2.4.1 Mtodo do DNER/81
O mtodo tem como base o trabalho Design of Flexible Pavements Considering Mixed
Loads and Traffic Volume de 1962, da autoria de W.J. Turnbull, C.R. Foster e R.G. Ahlvin,
do Corpo de Engenheiros do Exrcito dos E.E.U.U. e concluses obtidas na Pista
Experimental da AASHTO.
24
Relativamente aos materiais integrantes do pavimento, so adotados coeficientes de
equivalncia estrutural tomando por base os resultados obtidos na Pista Experimental da
AASHTO, com modificaes julgadas oportunas.
A capacidade de Suporte do subleito e dos materiais constituintes dos pavimentos feita pelo
CBR, adotando-se o mtodo de ensaio preconizado pelo DNER, em corpos de prova
indeformados ou moldados em laboratrios para as condies de massa especifica aparente e
umidade especificada para o servio.
O subleito e as diferentes camadas do pavimento devem ser compactados de acordo com os
valores fixados nas Especificaes Gerais, recomendando-se que, em nenhum caso, o grau
de compactao deve ser inferior a 100%.
Os materiais do subleito devem apresentar uma expanso, medida no ensaio C.B.R., menor ou
igual a 2%, e C.B.R. maior ou igual a 2%.
Classificao dos materiais empregados no pavimento:
a) Materiais para reforo do subleito, os que apresentam:
C.B.R. maior que o do subleito
Expanso 1% (medida com sobrecarga de 10lb)
b) Materiais para sub-base, os que apresentam:
C.B.R. 20%
I.G. = 0
Expanso 1% (medida com sobrecarga de 10lb)
c) Materiais para base, os que apresentam:
C.B.R. 80%
Expanso 0,5% (medida com sobrecarga de 10lb)
Limite de liquidez 25%
ndice de plasticidade 6%
25
Caso o limite de liquidez seja superior a 25% e/ou ndice de plasticidade seja superior a 6; o
material pode ser empregado em base (satisfeitas as demais condies), desde que o
equivalente de areia seja superior a 30.
Para um nmero de repeties do eixo-padro, durante o perodo do projeto N 5,00x106,
podem ser empregados materiais com C.B.R. 60% e as faixas granulomtricas E e F.
Os matriais para base granular devem se enquadrar numa das seguintes faixas
granulomtricas (Tabela 2.3):
Tabela 2.3 Granulometria para base granular
Fonte: Manual de Pavimentao DNIT/2006
A frao que passa na peneira n 200 deve ser inferior a da frao que passa na peneira n 40.
A frao grada deve apresentar um desgaste Los Angeles igual ou inferior a 50. Pode ser
aceito um valor de desgaste maior, desde que haja experincia no uso do material. Em casos
especiais podem ser especificados outros ensaios representativos da durabilidade da frao
grada.
Para o caso de materiais laterticos, as especificaes Gerais fixaro valores para expanso,
ndices de consistncia, granulometria e durabilidade da frao grada.
Trfego O pavimento dimensionado em funo do nmero equivalente (N) de operaes
de um eixo tomado como padro, durante o perodo de projeto escolhido. A Figura 2.1 d os
fatores de equivalncia de operao entre eixos simples e em tandem, com diferentes cargas
e o eixo simples padro com carga de 8,2 t (18.000 lb).
26
Sendo V1 o volume mdio dirio de trfego no ano de abertura, num sentido e admitindo-se
uma taxa de t% de crescimento anual, em progresso aritmtica, o volume mdio dirio de
trfego, Vm, (num sentido) durante o perodo de P anos, ser:
O volume total de trfego, (num sentido) durante o perodo, Vt, ser:
Admitindo-se uma taxa t% de acrescimento anual em progresso geomtrica, o volume total
do trfego, Vt, durante o perodo dado por:
Conhecido Vt, calcula-se N, que o nmero equivalente de operaes do eixo simples padro
durante o perodo de projeto e o parmetro de trfego usado no dimensionamento.
F.E um fator de eixos, isto , um nmero que, multiplicado pelo nmero de veculos, d o
nmero de eixos correspondentes. F.C um fator de carga, isto , um nmero que,
multiplicado pelo nmero de eixos que operam, d o nmero de eixos equivalentes ao eixo
padro. F.V o fator de veculo, isto , um nmero que multiplicado pelo nmero de veculos
que operam, d, diretamente, o nmero de eixos equivalentes ao eixo padro.
Para o clculo de F.E, F.C e F.V, necessrio conhecer a composio de trfego. Para isto,
necessrio fazer uma contagem do trfego na estrada que se est considerando, estudando-se
27
certo volume total do trfego, Vt (para i perodo de amostragem). Faz-se contagem do nmero
total de eixos n, e pesam-se todos esses eixos (Figura 2.1).
Figura 2.1 Fatores de equivalncia de operao
Fonte: Manual de Pavimentao DNIT/2006
Tem-se , donde,
Com os dados de pesagem, organiza-se uma tabela (Tabela 2.4), agrupando-se os diversos
eixos por intervalos de carga, representados pelo seu ponto central:
28
Tabela 2.4 - Determinao do fator de operaes
Fonte: Manual de Pavimentao DNIT/2006
Os valores da coluna 3 so obtidos da Figura 2.1. Os valores da coluna 4 so os produtos dos
valores da coluna 2 pelos da coluna 3. O somatrio dos valores da coluna 4 representa o
produto , isto , .
Donde,
F.V = (F.E) x ( F.C), normalmente, o clculo de N feito de acordo com as seguintes etapas:
a) Clculo de Vt atravs de dados estatsticos da estrada que se est considerando, incluindo-
se a fixao de VI (onde devem ser levados em conta os trfegos gerado e desviado), do tipo
de crescimento e de sua taxa t. O clculo de Vt pode ser feito tambm em face de um estudo
econmico da regio.
b) Clculo de F.V, atravs dos F.V individuais (F.Vi) para as diferentes categorias de
veculos, determinadas numa estao de pesagem representativa da regio e das percentagens
Pi (determinada no item a ) com que estas categorias de veculos ocorrem na estrada que est
sendo considerada.
Os diferentes veculos so classificados pelo DNIT nas seguintes categorias:
a) automveis;
29
b) nibus;
c) caminhes leves, com dois eixos simples, de rodas simples;
d) caminhes mdios, com dois eixos, sendo o traseiro de rodas duplas;
e) caminhes pesados, com dois eixos, sendo o traseiro "tandem";
f) reboques e semi-reboques: as diferentes condies de veculos, em unidades mltiplas.
Os F.Vi para automveis e caminhes leves (embora calculveis) so desprezveis,
interessando especialmente, os F. Vi para caminhes mdios, pesados e reboques e semi-
reboques.
NOTA: Fator climtico Regional - Para levar em conta as variaes de umidade dos materiais
do pavimento durante as diversas estaes do ano (o que se traduz em variaes de
capacidade de suporte dos materiais), o nmero equivalente de operaes do eixo-padro ou
parmetro de trfego, N, deve ser multiplicado por um coeficiente (F.R.). Sendo que na pista
experimental da AASHTO, variou de 0,2 (ocasio em que prevalecem baixos teores de
umidade) a 5,0 (ocasies em que os materiais esto praticamente saturados). possvel que,
estes coeficientes sejam diferentes, em funo da diferena de sensibilidade variao do
nmero N; possvel ainda, pensar-se num fator climtico que afetaria a espessura do
pavimento (em vez do nmero N), e que seria, ao mesmo tempo, funo desta espessura.
O coeficiente final a adotar uma mdia ponderada dos diferentes coeficientes sazonais,
levando-se em conta o espao de tempo em que ocorrem.
Parece mais apropriado a adoo de um coeficiente, quando se toma, para projeto, um valor
C.B.R compreendido entre o que se obtm antes e o que se obtm depois da embebio, isto ,
um valor correspondente umidade de equilbrio. Tem-se adotado um FR = 1,0 face aos
resultados de pesquisas desenvolvidas no IPR/DNER.
Coeficiente de Equivalncia Estrutural - So os seguintes os coeficientes de equivalncia
estrutural para os diferentes materiais constitutivos do pavimento (Tabela 2.5):
30
Tabela 2.5 Coeficiente de equivalncia estrutural
Fonte: Manual de Pavimentao DNIT/2006
Nota: Pesquisas futuras podem justificar mudanas nestes coeficientes. Os coeficientes
estruturais so designados, genericamente por:
Revestimento: KR;
Base: KB;
Sub-base: KS;
Reforo: KRef.
Espessura Mnima de Revestimento - A fixao da espessura mnima a adotar para os
revestimentos betuminosos um dos pontos ainda em aberto na engenharia rodoviria, quer
se trate de proteger a camada de base dos esforos impostos pelo trfego, quer se trate de
evitar a ruptura do prprio revestimento por esforos repetidos de trao na flexo. As
espessuras recomendadas na Tabela 2.6, visam especialmente as bases de comportamento
puramente granular e so definidas pelas observaes efetuadas.
31
Tabela 2.6 - Espessura mnima de revestimento betuminoso
Fonte: Manual de Pavimentao DNIT/2006
No caso de adoo de tratamentos superficiais, as bases granulares devem possuir alguma
coeso, pelo menos aparentes, seja devido capilaridade ou a entrosamento de partculas.
Dimensionamento do Pavimento - O grfico da Figura 2.2 d a espessura total do pavimento,
em funo de N e de I.S. ou C.B.R.; a espessura fornecida por este grfico em termos de
material com K = 1,00, isto , em termos de base granular. Entrando-se em abscissas, com o
valor de N, procede-se verticalmente at encontrar a reta representativa da capacidade de
suporte (I.S. ou C.B.R.) em causa e, procedendo-se horizontalmente, ento, encontra-se, em
ordenadas, a espessura do pavimento.
Supe-se sempre, que h uma drenagem superficial adequada e que o lenol d'gua
subterrneo foi rebaixado a, pelo menos, 1,50 m em relao ao greide de regularizao.
No caso de ocorrncia de materiais com C.B.R. ou I.S. inferior a 2, sempre prefervel fazer
substituio, na espessura de pelo menos 1 m, por material com C.B.R. ou I.S. superior a 2.
As espessuras mximas e mnimas de compactao das camadas granulares so de 20 cm e 10
cm, respectivamente. A espessura construtiva mnima para estas camadas de 15 cm.
A Figura 2.3 apresenta simbologia utilizada no dimensionamento do pavimento, Hm designa,
de modo geral, a espessura total de pavimento necessrio para proteger um material com
32
C.B.R. ou I.S. = CBR ou I.S. = m, etc., hn designa, de modo geral, a espessura de camada do
pavimento com C.B.R. ou I.S. = n, etc.
Mesmo que o C.B.R. ou I.S. da sub-base seja superior a 20, a espessura do pavimento
necessrio para proteg-la determinada como se esse valor fosse 20 e, por esta razo, usam-
se sempre os smbolos, H20 e h20 para designar as espessuras de pavimento sobre sub-base e a
espessura de sub-base, respectivamente. Os smbolos B e R designam, respectivamente, as
espessuras de base e de revestimento.
Uma vez determinadas as espessuras Hm, Hn, H20, pelo grfico da Figura 2.2, e R pela Tabela
2.6, as espessuras de base (B), sub-base (h20) e reforo do subleito (hn), so obtidas pela
resoluo sucessiva das seguintes inequaes:
RKR+BKB = H20;
RKR+BKB+h20 Ks = Hn;
RKR+BKB+h20 KS +hn KRef = Hm.
Acostamento - No se dispe de dados seguros para o dimensionamento dos acostamentos,
sendo que a sua espessura est de antemo, condicionada da pista de rolamento, podendo ser
feitas redues de espessura, praticamente, apenas na camada de revestimento. A solicitao
de cargas , no entanto, diferente e pode haver uma soluo estrutural diversa da pista de
rolamento.
A adoo nos acostamentos da mesma estrutura da pista de rolamento tem efeitos benficos
no comportamento desta ltima e simplifica os problemas de drenagem; geralmente, na parte
correspondente s camadas de reforo e sub-base, adota-se, para acostamentos e pista de
rolamento, a mesma soluo, procedendo-se de modo idntico para a parte correspondente
camada de base, quando o custo desta camada no muito elevado. O revestimento dos
acostamentos pode ser, sempre, de categoria inferior ao da pista de rolamento.
Quando a camada de base de custo elevado, pode-se dar uma soluo de menor custo para
os acostamentos.
33
Algumas sugestes tm sido apontadas para a soluo dos problemas aqui focalizados, como:
a) adoo, nos acostamentos, na parte correspondente camada de base, de materiais prprios
para sub-base granular de excepcional qualidade, incluindo solos modificados por cimento,
cal, etc.
b) considerao, para efeito de escolha de revestimento, de um trfego nos acostamentos da
ordem de, at 1% do trfego na pista de rolamento.
Pavimentos por etapas - Muitas vezes, quando no se dispe de dados seguros sobre a
composio de trfego, conveniente a pavimentao por etapas, havendo ainda a vantagem
de, ao se completar o pavimento para o perodo de projeto definitivo, eliminam-se as
pequenas irregularidades que podem ocorrer nos primeiros anos de vida do pavimento.
A pavimentao por etapas especialmente recomendvel quando, para a primeira etapa,
pode-se adotar um tratamento superficial como revestimento, cuja espessura perfeitamente
desprezvel; na segunda etapa a espessura a acrescentar vai ser ditada, muitas vezes, pela
condio de espessura mnima de revestimento betuminoso a adotar.
34
Figura 2.2 Determinao de espessura do pavimento
Fonte: Manual de Pavimentao DNIT/2006
Figura 2.3 Dimensionamento do pavimento
Fonte: Manual de Pavimentao DNIT/2006
35
2.4.2 Considerao da resilincia na pavimentao
O termo resilincia significa energia armazenada em um corpo deformado elasticamente, que
desenvolvida quando cessam as tenses causadoras das deformaes; ou seja, a energia
potencial de deformao. (Medina, 1997)
Segundo o Manual de Pavimentao do DNIT de 2006, at a dcada de 70, os mtodos de
dimensionamento usualmente empregados no Brasil caracterizavam-se por enfocar,
basicamente, a capacidade de suporte dos pavimentos em termos de ruptura plstica sob
carregamento esttico, retratada atravs do valor do CBR. No entanto, observa-se que boa
parte da malha rodoviria vinha apresentando uma deteriorao prematura, que era atribuda
fadiga dos materiais gerada pela contnua solicitao dinmica do trfego atuante. Esta
realidade acabou por dar ensejo introduo, no pas, de estudos da resilincia de materiais
empregveis em pavimentos, permitindo assim, avaliar os comportamentos estruturais at
ento no explicveis pelos procedimentos clssicos e efetuar-se uma abordagem mais realista
desta problemtica no meio tropical.
Tal metodologia resultou na possibilidade de analisar e prever o estado tenso-deformao de
estruturas de pavimentos atravs de programas computacionais, partindo-se de propriedades
dinmicas expressveis em termos de valores de mdulo resiliente. O mdulo de deformao
resiliente determinado pela seguinte expresso:
Em que:
MR = mdulo de deformao resiliente;
d = tenso-desvio aplicada repetidamente;
r = deformaes especfica axial resiliente correspondente a um nmero particular de
repetio da tenso-desvio.
A partir dos estudos de Mecnica dos Pavimentos iniciados na COPPE/UFRJ em 1976, por
Pinto e Preussler, sob a orientao de Medina, foi possvel desenvolver uma classificao de
36
solos baseada em suas propriedades resilientes, permitindo, assim, qualific-los quanto ao
comportamento mecnico em termos de deformabilidade elstica, conforme a Figura 2.4.
A Classificao fundamenta-se no conhecimento do mdulo resiliente dos solos (MR),
conforme formula apresenta, e determinado de acordo com o DNER ME 131/94 (ANEXO
C).
a) Solos Granulares
Entende-se por solos granulares, para fins de classificao quanto resilincia, aqueles que
apresentam menos de 35% em peso de material passando na peneira n 200 (0,0075mm).
A Figura 2.4 apresenta os grupos de solos A,B e C, que retratam o comportamento deles,
definido pelo modelo:
sendo K1 e K2 os parmetros de resilincia determinados em ensaios triaxiais de carregamento
repetido sob tenses de confinamento,3, e MR o mdulo de resilincia correspondente.
37
Figura 2.4 - Classificao resiliente de solos granulares
Fonte: Manual de Pavimentao DNIT/2006
Grupo A - solos com grau de resilincia elevado - no deve ser empregado em estruturas de
pavimentos e constituem subleitos de pssima qualidade;
Grupo B - solo com grau de resilincia intermedirio - pode ser empregado em estrutura de
pavimentos como base, sub-base e reforo do subleito, ficando seu comportamento
dependente das seguintes condies:
K2 0,50; bom comportamento;
38
K2 > 0,50; comportamento dependente da espessura da camada e da qualidade do subleito.
Grupo C - solos com baixo grau de resilincia pode ser usado em todas as camadas do
pavimento, resultando em estruturas com baixas deflexes.
b) Solos Finos
Entende-se por solos finos, para fins de classificao quanto resilincia, aqueles que
apresentam mais de 35% em peso de material passando na peneira n 200 (0,075 mm).
A Figura 2.5 apresenta os grupos de solos Tipo I, Tipo II e Tipo III, que retratam o
comportamento dos mesmos, definido pelo modelo:
MR = K2 + K3 (K1 - d) para d < K1 ;
MR = K2 + K4 (d - K1) para d > K1.
sendo K1, K2, K3 e K4, os parmetros de resilincia determinados em ensaios triaxiais de
carregamento repetido sob tenses-desvio,d, e MR o mdulo de resilincia correspondente.
Solo Tipo I - solo de bom comportamento quanto resilincia como subleito e reforo do
subleito, podendo ser utilizado tambm como camada de sub-base.
Solo Tipo II - solo de comportamento regular quanto resilincia como subleito e reforo do
subleito.
Solo Tipo III - solo de comportamento ruim quanto resilincia. vedado seu emprego em
camadas do pavimento. Para o subleito, requerendo cuidados e estudos especiais.
39
Figura 2.5 - Classificao resiliente de solos finos
Fonte: Manual de Pavimentao DNIT/2006
40
Na impossibilidade de determinar os valores de MR, pode-se estimar a classificao
indiretamente a partir da percentagem de silte na frao que passa na peneira n 200, S% e do
CBR, conforme a Tabela 2.7.
Tabela 2.7 - Classificao dos solos finos (Mtodo indireto)
Fonte: Manual de Pavimentao DNIT/2006
2.4.3 Anlise mecanicista
Finalidades
O mtodo de dimensionamento do DNER, baseado no mtodo original do USACE, e o da
AASHTO visam proteo do subleito contra a gerao de deformaes plsticas excessivas
durante o perodo de projeto. So mtodos empricos, com base experimental referente a
condies climticas e de solos nos EUA e que tem garantido essa proteo quando aplicados
no Brasil, haja vista a rara ocorrncia de afundamentos em trilha de roda, significativos nos
pavimentos dimensionados por esses mtodos. Pode-se at mesmo falar em um super
dimensionamento, que seria explicado pela ausncia, no Brasil, da condio crtica
correspondente ao degelo da primavera.
Esses mtodos podem ser completados, contudo, por anlises que permitam considerar-se no
dimensionamento, o problema do trincamento por fadiga das camadas asflticas, nos
pavimentos flexveis, e das camadas cimentadas, nos pavimentos semi-rgidos. Para esse
objetivo o procedimento mais eficaz a aplicao de modelos de previso de desempenho do
tipo mecanstico-emprico, em vista de seu maior campo de aplicao e por estarem
embasados em propriedades mecnicas fundamentais dos solos e materiais de pavimentao.
Outra vantagem desses modelos, em relao queles puramente empricos, a possibilidade
41
de se otimizar o dimensionamento da estrutura, tomando-se partido da capacidade de cada
camada em resistir aos processos de deteriorao provocados pelas cargas do trfego.
Tambm no caso de projetos de restaurao, o dimensionamento de recapeamentos asflticos
contra a reflexo de trincas e a considerao dos efeitos de camadas especiais intermedirias,
pode ser efetuado, de forma confivel, apenas por meio de modelos mecanstico-empricos.
Conceitos
Um modelo de previso de desempenho uma funo que permite quantificar a reduo do
nvel de serventia ou a gerao de defeitos ao longo da vida de servio do pavimento. Tal
modelo denominado "mecanstico-emprico" e pode ser constitudo por trs condicionantes:
a) Um Modelo Estrutural para clculo das respostas induzidas pelas cargas de roda em
movimento nas camadas do pavimento, na forma de tenses deformaes ou deflexes
elsticas que estejam relacionadas ao surgimento ou propagao de defeitos na estrutura;
b) Funes de Transferncia, capazes de relacionar as respostas da estrutura s cargas do
trfego, gerao e propagao de defeitos. Alm de atenderem a determinadas condies de
contorno, exigidas pelo problema, essas funes devero basear-se em teorias empiricamente
validadas, que descrevam o mecanismo com que a deteriorao se processa;
c) Fatores ou Funes de Calibrao, que ajustam as previses das Funes de Transferncia
de modo a se reproduzir dados de uma determinada base emprica. So responsveis,
portanto, pela considerao de parmetros que no puderam ser explicitados, seja no modelo
estrutural ou nas Funes de Transferncia, tais como: clima, caractersticas especficas do
trfego atuante particularidades dos materiais e de sua variabilidade.
Um aspecto que assume especial relevncia quando da aplicao de modelos mecanstico-
empricos, tanto no projeto de pavimentos novos como no de restaurao, a caracterizao
adequada do comportamento tenso-deformao dos materiais sob as cargas transientes dos
veculos. O mdulo de elasticidade reveste-se de duas definies nesse contexto, a saber:
Mdulo de Deformao Resiliente (MR): determinado em laboratrio por meio de ensaios
de cargas repetidas, com durao de carga da ordem de 0,10 s e tempo de repouso de 0,9 s.
42
Utiliza toda a deformao recupervel no seu clculo, embutindo, portanto, as parcelas
elsticas instantneas e viscoelstica, geradas pelo pulso de carga de 0,1 s de durao;
Mdulo de Elasticidade Efetivo "in situ" (Eef): o mdulo determinado por retroanlise das
bacias de deflexes lidas atravs de equipamentos para ensaios no destrutivos.
Enquanto MR se refere s condies de compactao e de solicitao do ensaio de laboratrio,
Eef reflete ou sintetiza o estado de tenses, a compactao e o modo de solicitao a que a
camada submetida pelas cargas dos veculos em movimento. No existem, portanto,
correlaes universais entre esses dois parmetros, embora possam estabelecer-se
comparaes em casos particulares. Tais comparaes so importantes, visto que, no projeto
de novos pavimentos, pode-se dispor apenas de MR, enquanto nos projetos de restaurao,
apenas Eef pode estar disponvel, de modo geral.
Modelos de Previso de Desempenho
Um modelo de previso de desempenho chamado "emprico" quando se constitui de uma
correlao direta entre alguns parmetros relacionados ao desempenho do pavimento e a
evoluo dos defeitos ou queda da serventia. Os modelos do tipo "mecanstico-emprico" j
foram comentados anteriormente. Em outra classificao, os modelos podem ser
"determinsticos", quando prevem um nico valor para a condio futura do pavimento, ou
"probabilsticos", quando fornecem as possibilidades de diversas condies. Em projetos, os
modelos mais adequados so os determinsticos do tipo mecanstico-emprico, enquanto que,
em Sistemas de Gerncia de Pavimentos em nvel de rede, os modelos probabilsticos do tipo
emprico so preferveis.
No caso do dimensionamento estrutural de pavimentos novos, devem-se aplicar modelos
apropriados para a considerao de:
a) Trincamento por fadiga das camadas asflticas e cimentadas;
b) Acmulo de deformaes permanentes nos solos, materiais granulares e camadas asflticas.
43
Clculo de Tenses e Deformaes
Uma srie de modelos e programas de computador esto disponveis para se calcular as
tenses e deformaes provocadas pelas cargas de roda em uma estrutura de pavimento. No
que diz respeito sua escolha e modo de utilizao, as seguintes observaes devem ser
feitas:
a) teoria de camadas elsticas, onde cada camada simulada por um meio elstico linear,
homogneo e isotrpico, o modelo estrutural mais simples capaz de reproduzir as tenses e
deformaes tidas em pavimentos instrumentados. Modelos que incorporem a dependncia
dos mdulos de elasticidade de solos e de materiais granulares em funo do estado de
tenses tm representado um aperfeioamento til na prtica. Outros modelos mais
complexos, que incluam os efeitos de anisotropia, trajetria de tenses efetivas no ensaio
triaxial e viscoelasticidade tm encontrado aplicao prtica em problemas especficos e ainda
no puderam ser incorporados aos projetos rotineiros;
b) Os modelos de previso de desempenho do tipo mecanstico-empricos esto calibrados
para um determinado modelo estrutural, o qual compreende:
um processo para clculo de tenses e deformaes; e
uma forma de se considerar as propriedades elsticas dos materiais (mdulos de resilincia,
por exemplo).
Assim, esses modelos de previso de desempenho so dependentes do modelo estrutural
associado, no se podendo aplic-los com outros modelos estruturais.
Embora o aperfeioamento progressivo dos modelos estruturais seja importante para se elevar
a confiabilidade dos modelos de previso de desempenho mecanstico-empricos, a situao
atual a de que as maiores incertezas se encontram na calibrao experimental dos modelos.
Assim, antes de se aplicar modelos deste tipo, fundamental reavaliar-se os fatores de
calibrao utilizando-se os dados de desempenho locais ou regionais disponveis.
44
O software que ser empregado nesta pesquisa o ELSYM 5, este programa de anlise foi
desenvolvido na Universidade de Berkeley, teve sua verso modificada para uso em
microcomputadores em 1985, ele analisa at cinco camadas superpostas do pavimento pelas
equaes de Burmister e os materiais so considerados homogneos, istropos e elsticos
lineares. O programa fornece as tenses e deformaes horizontais e verticais em qualquer
ponto do sistema.
45
3. AVALIAO DOS MATERIAIS DO ESTUDO
Com o intuito da utilizao de Escria de Aciaria como agregado nas camadas de base de
pavimentao, procurou-se pesquisar e analisar seu comportamento, comparando com o da
Brita Graduada, usualmente utilizada para este fim, levando em conta o fator CBR. Tambm
sero realizados ensaios para verificar seu comportamento quanto ao mdulo resiliente.
Esta pesquisa na ordem de levantamento de dados, realizada nos laboratrios de Mecnica
dos Solos e de Pavimentao, do Departamento de Engenharia Civil, da UFSC. Como os
resultados, formaram-se grficos, para a anlise do comportamento mecnico dos agregados
citados acima, e da mistura dos mesmos com solo.
3.1 Planejamento do Experimento
O programa do experimento contemplou o controle de duas misturas de agregados para
camadas de pavimentao em laboratrio. Porm, dois agregados desta mistura foram
ensaiados tambm separadamente, para obter mais dados necessrios a pesquisa. Os materiais
que foram submetidos aos ensaios so: o primeiro, somente Solo; o segundo, a Escria de
Aciaria; e o terceiro e quarto, mistura de Escria de Aciaria/Solo e Brita graduada/Solo,
respectivamente. Utilizou-se a faixa C do DNIT, contida na tabela 29, do Manual de
Pavimentao do mesmo rgo; para a composio granulomtrica das misturas citadas, com
o intuito para a determinao do CBR (California Bearing Ratio) ou tambm chamado, ISC
(ndice de Suporte Califrnia).
Conforme ensaios mencionados no Captulo 2, que faz referncia aos Anexos A e B; aps a
determinao da granulometria de cada agregado ou mistura, foram moldados corpos de prova
de cada composio, em diferentes teores de umidade, para verificar a sua massa especifica
aparente seca e o CBR que esta amostra atinge.
Na Tabela 3.1, esto apresentados resumidamente os nmeros de amostras que foram
preparadas para a execuo de todos os ensaios, moldados com energia de compactao do
Proctor Modificado.
46
Tabela 3.1 - Quantidades de amostras por ensaio
ProcedimentosComposies
M.E.A.doSoloSeco
EnsaioCBR
EnsaioMR
Solo 5amostras 5amostrasEscriadeAciaria 5amostras 5amostras 2amostrasMisturaEscriadeAciaria/Solo 5amostras 5amostras 2amostrasMisturaBritagraduada/Solo 5amostras 5amostras
Na Tabela 3.2, est apresentada a curva de referncia para encaixe da granulometria da
mistura Escria/Solo conforme a Faixa C do DNIT, como pode ser visto no Grfico 3.1.
Tabela 3.2 - Faixa "C" - DNIT
Peneira mmCentrodafaixa%passante
Mistura%passante
2" 50,8 100 100 100 100 100 1001" 25,4 100 100 100 100 100 1003/8" 9,5 50 85 67,5 69,8 64,9 74,7N4 4,76 35 65 50 51,8 49,2 54,4N10 2 25 50 37,5 39,6 37,6 41,6N40 0,425 15 30 22,5 27 26,5 27,5N200 0,075 5 15 10 14,7 14,4 15,0
Limitedafaixa%passante
Faixadetrabalho%passante
DelimitaesparacurvacomreferncianaFaixaCDNIT
0
20
40
60
80
100
0,01 0,1 1 10
Percen
tagempassante(%
)
Dimetrodosgros(mm)
Limitedafaixa
Centrodafaixa
Faixadetrabalho
Mistura
Grfico 3.1 - Ajuste granulomtrico da mistura
47
3.2 Materiais Utilizados na Pesquisa
3.2.1 Escria de aciaria
A Escria de Aciaria utilizada nos ensaios foi cedida pela ArcelorMittal Tubaro
(Coordenadas 201440 S, 401420 O), sendo esta, segundo a referida empresa, um co-
produto da fabricao do ao. A escria empregada foi denominada por esta razo social de
ACERITA. Conforme citado no Captulo 2, esta denominao refere-se quando h um
tratamento de umectao e aerao durante um perodo de tempo na escria, tendo este
tratamento como finalidade, a reduo da expanso das reaes dos xidos livres.
A localizao da empresa citada pode ser observada na Figura 3.1.
Figura 3.1 - Mapa de Situao - ArcelorMittal Tubaro
3.2.2 Brita - Graduada
O material ptreo utilizado nos ensaios foi cedido pela pedreira Pedrita Planejamento e
Construo Ltda. (Coordenadas 273858 S, 482856 O), com unidade situada no bairro
Rio Tavares, em Florianpolis SC.
48
Segundo o responsvel pela britagem na pedreira, a rocha cedida granito. Que se confirma
com o mapa geolgico mostrado na Figura 3.2, onde, em tons de magenta, so caracterizados
os Granitides Anorognicos.
Figura 3.2 - Mapa Geolgico de Santa Catarina
3.2.3 Solo para mistura
Com auxlio de um laboratorista experiente, coletou-se o solo no municpio da Palhoa, junto
a um aterro que estava sendo executado para a duplicao da BR-101, no trecho sul do Estado
de Santa Catarina(Coordenadas 274545 S, 483750 O). Como pode ser visualizada na
Figura 3.3.
Figura 3.3 - Mapa de Situao do Solo
49
3.3 Ensaios Laboratoriais Para Determinao de CBR
Com o intuito de verificar se a Escria de Aciaria tem suporte semelhante ao da usual Brita
Graduada em camadas de base para pavimentao, foram realizados ensaios, de acordo com
os Anexos A, B e C, sendo seus resultados, apresentados a seguir.
3.3.1 Solo para mistura
Como mencionado no item 3.2.3, um laboratorista experiente foi quem apontou onde teria
solo de melhor qualidade para formao da mistura Escria/Solo. Como dito anteriormente, o
local assinalado onde foi captado o material, se encontrava no municpio da Palhoa/SC.
Inicialmente, foi realizado o ensaio para determinar qual a densidade real dos gros do solo,
que est representado na Tabela 3.3. Com a densidade determinada, efetuou-se ento, o
ensaio de granulometria, que est mostrado na Tabela 3.4, e sua representao grfica, no
Grfico 3.2.
50
Tabela 3.3 - Determinao da Densidade Real dos gros do solo
Amostra: Am. 1 Laboratorista: Gian Carlo
Responsvel: Glicrio Triches Data: ago/09
32 3215,80 15,8090,20 90,2082,70 82,70
11,21% 11,21%11,21%
5 1---- ----603 60357,1 56,8635,1 63526,0 26,0
0,9971 0,99712,660 2,670
2,6600,010 2,670OK
2,665Densidade Real dos Gros ( g/cm ):
DETERMINAO DE MASSA ESPECFICA
Teor de Umidade Observaes
RESULTADO
Peso da Cpsula ( g )Cpsula N
Dados de Ensaio
N do Picnmetro
Teor de Umidade
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACENTRO TECNOLGICO
Departamento de Engenharia CivilLABORATRIO DE MECNICA DOS SOLOS
Teor de Umidade Mdio
Cpsula + Solo Seco ( g )Cpsula + Solo mido. ( g )
Peso do Picnmetro ( g )
Massa Especfica da gua (g/cm )Densidade Real dos Gros ( g/cm )
Peso Picnmetro + gua ( g )Peso do Solo mido ( g )Peso do Picnmetro + Solo mido + gua ( g )Temperatura da gua no Ensaio ( C )
51
Tabela 3.4 - Anlise Granulomtrica do Solo
Amostra: AM-1 Laboratorista:Responsvel:
Data: ago-09
AMOSTRA 1 AMOSTRA 2 AMOSTRA TOTAL SECA (g)CPSULA n 17 17 AMOSTRA MIDA 1004 Mt (massa da amostra seca ao ar)CPSULA + SOLOS MIDO (g) 90,70 90,70 Ps RETIDO #10 0CPSULA + SOLO SECO (g) 81,60 81,60 PASSANTE #10 MIDA 1004GUA 9,10 9,10 PASSANTE #10 SECA 887,17CPSULA (g) 12,50 12,50 PESO DA GUA 116,83SOLO SECO 69,10 69,10 AMOSTRA TOTAL SECA 887,17TEOR DE UMIDADE h 13,17% 13,17%UMIDADE MDIA Ph(Cpsula) 105,2 Mh sedimentao
PENEIRAS PESO PEN. PE + MATE MAT. RET. PORCENTAGEM RETIDA PORCENTAGEM PAS. N mm (g) (g) (g) AMOS. PAR AMOS.TO. ACUMUL. AMOS.PAR. AMOS.TO.3" 76,2 0 0,00% 0,00% 100,00%2" 50,8 0 0,00% 0,00% 100,00%1,5 38,1 0 0,00% 0,00% 100,00%1" 25,4 0 0,00% 0,00% 100,00%
3/4" 19,1 0 0,00% 0,00% 100,00%3/8" 9,5 0 0,00% 0,00% 100,00%1/4" 6,4 0 0,00% 0,00% 100,00%
4 4,8 628,2 629,5 1,3 0,15% 0,15% 99,85%8 2,4 418,7 436,5 17,8 2,01% 2,15% 97,85%
10 2 552,8 564,5 11,7 1,32% 3,47% 96,53%16 1,19 489,7 492,7 3 3,23% 3,23% 96,77% 93,41%30 0,59 464,2 470,7 6,5 6,99% 10,22% 89,78% 86,66%40 0,42 485,5 489,5 4 4,30% 14,52% 85,48% 82,51%50 0,3 325,6 328,2 2,6 2,80% 17,32% 82,68% 79,81%70 0,21 451,8 455,4 3,6 3,87% 21,19% 78,81% 76,07%100 0,15 346,8 351,3 4,5 4,84% 26,03% 73,97% 71,40%200 0,074 399,6 405,5 5,9 6,35% 32,38% 67,62% 65,27%
DESMETRO N 1 MASSA ESPECFICA DOS GROS DO SOLO ( g/cm^3) 2,67MASSA ESPECFICA REAL DOS GROS MASSA ESPECFICA DO MEIO DISPERSOR
PESO DA AMOSTRA MIDA (Ph) 105,2 NA TEMPERATURA DE ENSAIO POR g/cm^3 1PESO DA AMOSTRA SECA (Ps) 92,96 VOLUME DA SUSPENO (cm^3) 1000n(COEFICIENTE DE VISCOSIDADE DO MEIO DIS- MASSA ESPECFICA
PERSOR NA TEMPERATURA DE ENSAIO (g.s/cm^2)) 0,00000945 DA GUA NA TEMPERATURA DO ENSAIO 1,00
DATA HORA TEMPO TEMP. LEIT. DESM. ALT.QUEDA + COR. DO ALTURA DE LEIT.DES+COR DIMETRO %AMOS.COM(s) MENISCO(cm) MENISCO(cm) QUEDA(cm) TEMP.DEF. GROS(mm) DIAM.
ARGILA SILTE A. FINA A. MDIA A. GROSSA P. FINO P. MDIO P.GROSSO P.MO41,50% 12,92% 21,65% 10,59% 9,86% 3,47% 0,00% 0,00% 0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
0,001 0,01 0,1 1 10
Porc
enta
gem
Pas
sant
e
Dimetro dos Gros (mm)
Grfico 3.2 - Representao grfica de Granulometria do Solo
Na sequncia, foram realizados ensaios de compactao e de CBR. O mtodo de ensaio de
referncia para a compactao foi o DNER-ME 129-94, que trata da correlao entre o teor de
umidade e a massa especfica aparente do solo seco sem reaproveitamento da amostra. J para
o CBR, o mtodo seguiu a norma DNER-ME 049-94, que define a obteno do valor relativo
do suporte de solos, utilizando material que passa na peneira de 19 mm, correspondente
umidade tima e massa especfica aparente mxima seca.
A ME 129-94, define como molde padro, um cilindro metlico de 15,24 cm 0,05 cm de
dimetro interno e 17,78 cm 0,02 cm de altura, devendo acoplar a este, um cilindro com
6,08 cm de altura e mesmo dimetro de molde. Estes cilindros devem ser fixados a uma base,
a fim de comportarem-se como uma nica estrutura. O disco espaador deve ser de dimetro
menor, para poder ser encaixado no interior do cilindro principal, podendo ento, ter um
dimetro de 15,00 cm 0,05 cm, e altura igual a 6,35 cm 0,02 cm. Tais equipamentos
podem ser vistos nas figuras 1, 2 e 3, do Anexo B.
Com a amostra preparada conforme item 4 do referido mtodo de ensaio, deu-se incio a
execuo do mesmo. Distribuiu-se uniformemente a amostra no cilindro com o disco
53
espaador de fundo falso, compactou-se esta com a energia de compactao determinada pela
ES 303-97, onde diz:
Para rodovias em que o trfego previsto para o perodo do projeto ultrapassar o valor de N = 5 x 106, o ndice Suporte Califrnia do material de camada de base dever ser superior a 80%; neste caso, a energia de compactao ser a do Mtodo C.
J no item 6 do ME 129-94, que trata das energias de compactao, comenta que a energia a
ser adotada para o Mtodo C, dever ser de 55 golpes em cada uma das 5 camadas do corpo
de prova.
Depois de compactadas as 5 camadas, com a quantidade de golpes estabelecida pelo mtodo,
removeu-se o colarinho, e retirou-se, com rgua de ao biselada, o excesso de material, at
estar com altura igual ao molde. Logo aps, determinou-se com aproximao de 1 g, a massa
do material mido compactado mais o cilindro. Vale lembrar que com a segunda camada j
compactada, sempre foi retirada uma amostra de aproximadamente 80 g, para determinao
da umidade em estufa que este corpo de prova (CP) estava no momento da sua compactao.
Com os ensaios j realizados, aplicou-se a metodologia de clculo proposta pela mesma
norma que instruiu a moldagem do CP, onde:
A umidade dada pela seguinte expresso:
onde: h teor de umidade em percentagem;
Ph massa da amostra mida;
Ps massa da amostra seca em estufa na temperatura de 110C, at constncia de peso.
A massa especfica aparente do solo seco compactado foi dividida em dois passos:
a) Massa especfica aparente do solo mido, aps cada compactao, pela equao:
54
onde: h massa especfica aparente do solo mido, em g/cm;
Ph massa do solo mido compactado, em g;
V volume do solo compactado, em cm (volume do molde).
b) Massa especfica aparente do solo seco, aps cada compactao, aplicou-se a seguinte
equao:
onde: s massa especfica aparente do solo seco, em g/cm;
h massa especfica aparente do solo mido, em g/cm; h teor de umidade do solo compactado.
Com os resultados obtidos pelo memorial de clculo acima descrito e com auxlio de planilhas
elaboradas pelo laboratrio onde foram realizados os ensaios, foi possvel determinar a curva
de compactao, a massa especfica aparente mxima do solo seco e sua umidade tima. Tal
curva e dados obtidos podem ser vistos no Grfico 3.3.
55
Amostra: BR-101 / Palhoa Laboratorista: Gian Carlo
Responsvel: Glicrio Triches Data: 8/8/2009
1 2 3 4 5 69370 9540 9850 9668 92105378 5350 5618 5582 51823992 4190 4232 4086 4028
2068,626 2068,626 2068,626 2068,626 2068,6261,930 2,025 2,046 1,975 1,9471,658 1,709 1,715 1,591 1,540
16,40% 18,52% 19,32% 24,16% 26,48%
1,71619,15%
Molde N:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLGICO
Departamento de Engenharia CivilLABORATRIO DE MECNICA DOS SOLOS
Energia de Compactao: Proctor Modificado (PM)
Determinao ( N )Peso da Amostra + Molde ( g )
Peso do Molde ( g )Peso da Amostra ( g )
Determinao da Massa Especfica Aparente
ENSAIO DE COMPACTAO
Observaes RESULTADOS
M.E.A. Mxima do Solo Seco ( g/cm ):Umidade tima:
Volume do Molde ( cm )M.E.A. do Solo mido ( g/cm )
M.E.A. do Solo Seco ( g/cm )Teor de Umidade
1,500
1,520
1,540
1,560
1,580
1,600
1,620
1,640
1,660
1,680
1,700
1,720
1,740
1,760
1,780