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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE JI-PARANÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL MAYK DA SILVA SALES DELIMITAÇÃO DE CORREDORES ECOLÓGICOS ENTRE TERRAS INDÍGENAS DA ÁREA DE TRANSIÇÃO AMAZÔNIA-CERRADO EM RONDÔNIA Ji-Paraná 2015

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE JI … · Orientador: Prof. Dr. Alex Mota dos Santos Ji-paraná 2015 . DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a Deus e aos meus pais Ademir

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

CAMPUS DE JI-PARANÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

MAYK DA SILVA SALES

DELIMITAÇÃO DE CORREDORES ECOLÓGICOS ENTRE TERRAS INDÍGENAS

DA ÁREA DE TRANSIÇÃO AMAZÔNIA-CERRADO EM RONDÔNIA

Ji-Paraná

2015

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MAYK DA SILVA SALES

DELIMITAÇÃO DE CORREDORES ECOLÓGICOS ENTRE TERRAS INDÍGENAS

DA ÁREA DE TRANSIÇÃO AMAZÔNIA-CERRADO EM RONDÔNIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Departamento de Engenharia Ambiental,

Fundação Universidade Federal de Rondônia,

Campus de Ji-Paraná, como parte dos requisitos

para obtenção do título de Bacharel em

Engenharia Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Alex Mota dos Santos

Ji-paraná

2015

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus e aos meus pais Ademir Pereira Sales Filho e Maria Selma

da Silva e meu irmão Erik da Silva Sales que ao longo de toda a minha vida e sei que até o fim

dela serão meu firmamento.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo o que feito por mim, por que até aqui tens me ajudado. Não

deixarei de te agradecer pelas obras que tem feito em minha vida e sei que suas promessas para

minha vida não acabaram.

Ao meu pai, Ademir Pereira Sales Filho que dedicou a sua vida para me criar e me

proporcionar todas as condições necessárias para que eu me tornasse um homem. Desde o

princípio me orientou sendo para mim um exemplo de pai e ser humano com o bom coração.

A minha mãe, Maria Selma da Silva que é símbolo de dedicação e proteção, exemplo

de mulher para quem a conhece. Teus ensinamentos estarão comigo, sua sabedoria me

surpreende.

Ao meu irmão, Erik da Silva Sales e suas críticas construtivas. Respeitado pela

inteligência que possui, não há outra pessoa melhor para ser meu irmão.

A minha namorada, Gabriela Moreira dos Santos pela paciência e dedicação a nós.

Obrigado por estar na minha vida e ser essa pessoa tão amorosa.

Agradeço também aos meus familiares que direta e indiretamente me apoiaram.

Aos meus bons amigos Antonio Carlos da Costa Junior, Ângela Carla, Ronei Silva,

Jéssica Maiara, Fagner Alves, Cindy Deina, Solange Yoshie, Thandy Junio, Enaldo Junior,

Euler Gonçalves e Alan Gomes, estes são os mais próximos.

Agradeço imensamente aos meus professores, lecionar é um trabalho que poucos tem

a competência de realizar com excelência, só cheguei onde cheguei por que alguém me ensinou

o caminho.

Em especial agradeço ao Professor Alex Mota dos Santos, uma pessoa de caráter sem

igual, aprendi em suas aulas não apenas a educação técnica necessária para minha formação,

mas também a como ter uma postura ética profissional.

Dedico este parágrafo a minha orientadora de PIBIC e quem me tanto me ajudou, a

professora Maria Lúcia Cereda Gomide, a sabedoria e dedicação com os seus alunos são

qualidades marcantes.

Agradeço a você que está lendo este texto, por seu interesse no meu trabalho no qual

destinei muito esforço e tempo para produzi-lo a fim de que este conhecimento se torne um

tijolo na construção de um futuro melhor.

Muito obrigado, que Deus lhe abençoe.

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RESUMO

As atividades antrópicas têm causado grandes alterações ambientais, sociais e

econômicas e avançaram gradativamente do leste para o oeste brasileiro. Neste percurso,

especialmente os biomas Amazônia e o Cerrado sofreram perdas, dentre outros, da

sociodiversidade, fauna e flora. Durante esse processo de ocupação, sob alegação de preservar

a cultura e o direito dos povos indígenas ocorreram aldeamentos e no século XX as demarcações

de Terras Indígenas, que hoje se sabe contribuíram também para a preservação de ambos os

biomas. No entanto, com a consolidação do processo de ocupação, especialmente em Rondônia,

muitas terras indígenas ficaram isoladas, contudo guardaram fragmentos florestais importantes

para a conservação dos recursos naturais e da cultura remanescente. Diante de tal constatação,

esse trabalho teve como o objetivo é a delimitação de corredores ecológicos entre terras

indígenas da área de transição Amazônia-Cerrado em Rondônia. Os corredores partiram da

Terra Indígena Tubarão Latundê e seu entorno de 50 quilômetros, que abrangeu a porção

sudeste do Estado de Rondônia e o extremo oeste de Mato Grosso. Assim, ainda estão inseridas

nessa área as terras indígenas Nambikwara, Parque do Aripuanã, Pirineus de Souza, Rio Omerê

e Vale do Guaporé que juntas ocuparam 30.298,03 km² onde vivem 1.833 indígenas. Para

alcançar o objetivo aplicou-se métodos indiretos de modelagem ambiental e método de tomada

de decisão num Sistema de Informação Geográfica valendo-se de dados de Sensoriamento

Remoto orbital, tanto passivos quanto ativos. Os resultados revelaram 14 propostas de

corredores ecológicos, das quais as propostas A, B, I, L e O foram as que apresentaram melhores

condições ambientais. Desse modo, a partir da Terra Indígena Tubarão Latundê os corredores

tiveram como destino a terra indígena Nambikwara com área de 346,61 km²; Parque Aripuanã,

com área de 334,04 km²; Pirineus de Souza, com área de 330,27 km²; Vale do Guaporé, com

área de 166,41 km² e Rio Omerê, com área de 278,93 km², respectivamente.

Palavra-chave: Modelagem geográfica, geoprocessamento, gestão de biomas, fragmentos

florestais.

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ABSTRACT

The anthropogenic activities have provided several environmental, social and

economic changes and advanced gradually from the east to the west of Brazil. Through such

pathway, especially the Amazonia and Cerrado biomes suffered losses such as social-

biodiversity, fauna and flora. During the occupation process, under allegation of preserving the

culture and the right of indigenous people settlements were established and in the 20th century

the indigenous lands were delimited, what contributed to the preservation of both biomes.

However, due to the occupation process consolidation, especially in Rondônia, several

indigenous lands were isolated, but it has kept important forest fragments for natural resources

and remaining culture's conservation. Considering such scenario, the present study aimed to

delimitate the ecological corridors among indigenous lands from Amazonia-Cerrado transition

area in Rondônia state. The corridors started from Tubarão Latundê Indigenous Land and its 50

kilometers surroundings, that covered the southeast of Rondônia state and the extreme west of

Mato Grosso state. Thus, the indigenous lands Nambikwara, Parque do Aripuanã, Pirineus de

Souza, Rio Omerê e Vale do Guaporé still are in such area which together occupy an area of

30.298,03km² where 1,833 indigenous live. For the study's aim reaching it has been applied the

indirect methods of environmental modeling and decision taking in a Geographic Information

System from orbital Remote Sensing data, as much passive as active. The results have shown

14 proposals of ecological corridors, from which the A, B, I, L and O proposals were the most

adequate in terms of environmental conditions. Therefore, from the Tubarão Latundê

Indigenous Land the corridor had as destiny the Nambikwara indigenous land with an area of

346.61km²; Parque Aripuanã with an area of 334.04 km²; Pirineus de Souza with an area of

330.27km²; Vale do Guaporé with an area of 166.41 km² and Rio Omerê, with an area of 278.93

km², respectively.

Key words: Geographic modeling, geoprocessing, biome manangement, forest fragments.

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RESUMEN

Las actividades humanas han causado grandes cambios ambientales, sociales y

económicos y avanzaron gradualmente del este al oeste Brasilero. De esta manera,

especialmente la Amazonia y el Cerrado sufrieron pérdidas, entre otras, la diversidad social, la

flora y la fauna. Durante este proceso de ocupación, sobre la base de la preservación de la

cultura y los derechos de los pueblos indígenas, ocurrió la formación de aldeas y en el siglo

XX, la demarcación de las tierras indígenas, que hoy se sabe que contribuyeron para la

preservación de los dos biomas. Sin embargo, con la consolidación del proceso de ocupación,

especialmente en Rondônia, muchas tierras indígenas quedaron aisladas, pero mantienen

fragmentos forestales importantes para la conservación de los recursos naturales y la cultura

restante. Ante tal constatación, este estudio tuvo como objetivo la definición de corredores

ecológicos entre las tierras indígenas del área de transición Amazonia-Cerrado en Rondônia.

Los corredores partieron de la Tierra Indígena Tubarão Latundê y su entorno de 50 kilómetros,

que abarca la parte sur oriente del estado de Rondônia y el extremo occidente de Mato Grosso.

Así, todavía están insertadas en esta área las tierras indígenas Nambikwara, Parque do

Aripuanã, Pirineus Souza, Rio Omerê y el Vale de Guaporé que en conjunto ocuparon

30.298,03 km² donde viven 1.833 indios. Para lograr el objetivo se aplicaron métodos indirectos

de modelación ambiental y el método de toma de decisiones en un sistema de información

geográfica haciendo uso de datos de teledetección orbitales, tanto pasivos como activos. Los

resultados revelaron 14 propuestas de corredores ecológicos, siendo que las propuestas A, B, I,

L y O presentaron las mejores condiciones ambientales. Así, a partir de la Tierra Indígena

Tubarão Latundê, los corredores tubieron como destino la tierra indígena Nambikwara con una

superficie de 346.61 kilómetros cuadrados; Parque do Aripuanã, con una superficie de 334.04

kilómetros cuadrados; Pirineus de Souza, con una superficie de 330.27 kilómetros cuadrados;

Vale do Guaporé, con una superficie de 166,41 km² y Rio Omerê, con una superficie de 278.93

kilómetros cuadrados, respectivamente.

Palabra clave: modelación geográfica, SIG, gestión de biomas, fragmentos florestales.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Área e taxa (2004-2014) de desmatamento em Rondônia, ano de 2014. Fonte:

Santos e Pererira (2015). .................................................................................................... 22

Figura 2 - Cultivo de soja em hectare por municípios rondonienses (anos de 2011, 2012 e

2013). Fonte: Pereira e Santos (2015). ............................................................................... 23

Figura 3 - Localização da área de estudo .......................................................................... 30

Figura 4 - Modelo conceitual da delimitação de corredores ecológicos. .......................... 34

Figura 5 - Plantação de arroz na área vizinha a Terra indígena Tubarão Latundê

(-60,756215 e -12,371724). ................................................................................................ 41

Figura 6 - Reservatório da Pequena Central Hidrelétrica próximo a área urbana do

município de Chupinguaia (-60,931063 e -12,583885). ..................................................... 41

Figura 7 - Áreas consolidadas como pastagem inseridas no entorno da Terra Indígena

(-60,910194 e -12,606510). ................................................................................................ 42

Figura 8 - Barragem do reservatório utilizado para a geração de energia (-60,882795 e

-12,701955). ....................................................................................................................... 42

Figura 9 - Fitofisionomia vegetal característica do cerrado localizado no área de estudo

(-60,958479 e -12,420610). ................................................................................................ 42

Figura 10 - Área desmatada aguardando preparo para pastagem ou monocultura

(-61,210998 e -12,448825). ................................................................................................ 42

Figura 11 - Fitofisionomia vegetal característica do cerrado stricto sensu, localizado

dentro da área de estudo (-61,309631 e -12,256734). ........................................................ 43

Figura 12 - Espécie encontrada na área de cerrado stricto sensu, do entorno da T. I

(-61,309595 e -12,256761). ................................................................................................ 43

Figura 13 - Dados de entrada do parâmetro declividade e distribuição espacial de seus

pesos de modelagem ........................................................................................................... 44

Figura 14 - Dados de entrada da variável uso e ocupação e distribuição espacial dos pesos

de modelagem. .................................................................................................................... 46

Figura 15 - Dados de entrada do parâmetro Áreas de Preservação Permanente (APP) e

distribuição espacial de seu peso para a modelagem. ......................................................... 47

Figura 16 - Modelo conceitual adaptado da metodologia AHP desenvolvida por Saaty

(Silva e Nunes (2009) apud PINESE (2010), p. 7). ............................................................ 48

Figura 17 - Espacialização dos pesos de custo total da área de delimitação de corredores

ecológicos. ...................................................................................................................... 49

Figura 18 - Uso e cobertura da terra na área de estudo no ano de 2013.......................... 51

Figura 19 - Análise multitemporal do entorno de 10 km da T.I. Tubarão Latundê, 1986 a

2011, totalizando uma área de 2.144,81 km². Fonte: Sales, 2012. ..................................... 52

Figura 20 - Processo erosivos avançados na área vizinha a Terra Indígena Tubarão

Latundê (-60,827122 e -12,424362). .................................................................................. 53

Figura 21 - Cercas suspensas como resultado da formação de voçorocas (-60,826576 e

-12,424397). ...................................................................................................................... 53

Figura 22 - Uso e ocupação no entorno de 50 km da Terra indígena Tubarão Latundê. 55

Figura 23 - Mapa de densidade de nascentes no entorno da T.I. Tubarão Latundê e no seu

interior com as demais terras indígenas inseridas na área de estudo. ................................. 57

Figura 24 - Uso e ocupação das Áreas de Preservação Permanente (APP) de rede

hidrográfica na área de estudo, ano de 2013. ................................................................. 58

Figura 25 - Mapa da delimitação dos corredores ecológicos que conectam as terras

indígenas Tubarão Latundê e Nambikwara. ....................................................................... 62

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Figura 26 - Mapa da delimitação dos corredores ecológicos que conectam as terras

indígenas Tubarão Latundê e Parque Aripuanã. ................................................................. 63

Figura 27 - Mapa da delimitação dos corredores ecológicos que conectam as terras

indígenas Tubarão Latundê e Pirineus de Souza. ............................................................... 64

Figura 28 - Mapa da delimitação dos corredores ecológicos que conectam as terras

indígenas Tubarão Latundê e Rio Omerê. .......................................................................... 65

Figura 29 - Mapa da delimitação dos corredores ecológicos que conectam as terras

indígenas Tubarão Latundê e Vale do Guaporé. ................................................................ 66

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Escala fundamental de valores absolutos. Fonte: Saaty (2008, tradução

nossa). ...................................................................................................................... 26

Tabela 2 - Valores de IR para matrizes quadradas de ordem n (Laboratório Nacional de

Oak Ridge, EUA apud LOUZADA et. al. 2010) ............................................................... 27

Tabela 3 - Síntese das características principais das terras indígenas envolvidas na área

de estudo de delimitação de corredores ecológicos (FONTE: ISA, 2015; FUNAI, 2015).

...................................................................................................................... 31

Tabela 4 - Informações referentes às imagens orbitais adquiridas do Landsat 8, sensor

OLI. ...................................................................................................................... 36

Tabela 5 - Custos da declividade de acordo com sua classe, segundo LOUZADA ET.

AL. (2010). ...................................................................................................................... 44

Tabela 6 - Custos das classes do uso e ocupação do solo, adaptado de LOUZADA ET.

AL. (2010). ...................................................................................................................... 45

Tabela 7 - Matriz de custos construida para aplicação do método AHP e pesos de cada

variável. ...................................................................................................................... 48

Tabela 8 - Uso e cobertura da terra na área de estudo no ano de 2013.......................... 51

Tabela 9 - Área ocupada por outras Terras Indígenas e no recorte da área de estudo. ..

...................................................................................................................... 54

Tabela 10 - Dados dos corredores que conecta as terra indígenas inseridas na área de

estudo a terra indígena Tubarão Latundê/RO. .................................................................... 59

Tabela 11 - Representatividade das classes de uso e ocupação na área delimitada como

corredor ecológico no ano de 2013..................................................................................... 60

Tabela 12 - Uso e ocupação na área delimitada como corredor ecológico no ano de 2013.

...................................................................................................................... 60

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LISTA DE SIGLAS

AHP - Analytic Hierarchy Process

APP - Área de Preservação Permanente

BDG - Banco de Dados Geográficos

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias

FUNAI - Fundação Nacional do Índio

FUNCATE - Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais

GPS - Global Positioning System

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IC - Índice de Consistência

INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

ISA - Instituto Socioambiental

MDE - Modelo Digital de Elevação

MNT - Modelo Numérico de Terreno

PCH - Pequena Central Hidrelétrica

PDI - Processamento Digital de Imagem

PIBIC - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica

RC - Razão de Consistência

REM - Radiação Eletromagnética

SIG - Sistema de Informação Geográfica

SIRGAS - Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas

SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação

SPRING - Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas

SR - Sensoriamento Remoto

SRTM - Shuttle Radar Topography Mission

TFR - Território Federal de Rondônia

TI - Terra Indígena

UC - Unidade de Conservação

USGS - United States Geological Survey

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 15

1 MODELAGEM DE SISTEMAS AMBIENTAIS ............................................... 18

1.1 MODELAGEM AMBIENTAL APLICADA À DELIMITAÇÃO DE

CORREDORES ECOLÓGICOS ENTRE TERRAS INDÍGENAS ........................ 20

1.2 OCUPAÇÃO NÃO INDÍGENA NO ESTADO DE RONDÔNIA E SEUS

IMPACTOS ................................................................................................................... 20

1.3 CONCEITOS DE CORREDOR ECOLÓGICO ............................................... 24

1.4 MÉTODO ANALYTIC HIERARCHY PROCESS (AHP) .................................. 25

1.5 FONTE DE DADOS ............................................................................................. 28

2 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 29

2.1 ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................ 29

2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................... 43

2.2.1 Aquisição de imagens ..................................................................................... 35

2.2.1.1 Sensores ativos ................................................................................................. 35

2.2.1.2 Sensores passivos ............................................................................................. 35

2.2.2 Pré-processamento de imagens ..................................................................... 36

2.2.2.1 Ativo ................................................................................................................. 36

2.2.2.2 Passivo .............................................................................................................. 37

2.2.3 Processamento digital de imagens................................................................. 37

2.2.3.1 Ativo ................................................................................................................. 37

2.2.3.2 Passivo .............................................................................................................. 38

2.2.4 Reconhecimento e interpretação de padrões ............................................... 39

2.2.4.1 Ativo ................................................................................................................. 40

2.2.4.2 Passivo .............................................................................................................. 40

2.3 LEVANTAMENTO DE CAMPO ....................................................................... 40

2.4 DELIMITAÇÃO DOS CORREDORES ECOLÓGICOS ................................ 43

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 51

USO E COBERTURA DA TERRA .................................................................... 51

3.1.1 Análise quantitativa ............................................................................................. 51

3.1.2 Análise espacial .................................................................................................... 53

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP’s) ................................. 56

3.2.1 Análise quantitativa na APP de rede hidrográfica ........................................... 56

3.2.2 Análise espacial da APP de rede hidrográfica .................................................. 56

CORREDORES ECOLÓGICOS ........................................................................ 58

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS ............................................... 67

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 69

5 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 70

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15

INTRODUÇÃO

A vegetação apresenta importância ambiental, social e econômica. Além disso,

conforme a Lei 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa,

nas suas mais variadas fitofisionomias, a vegetação nativa, possui função estratégica de grande

importância na sustentabilidade, “no crescimento econômico, na melhoria de vida da população

brasileira e na presença do país nos mercados nacional e internacional de alimentos e

bioenergia” (BRASIL, 2012a, 2012b, s.p.).

Além disso, a vegetação já foi alvo de discussão por Fearnside (1980), Becker e Egler

(1996), Araújo (2011), Webler et. al. (2013), Santos (2014), dentre outros. Nesse sentido, para

Becker e Egler (1996), a cobertura florestal apresenta grande importância para a manutenção

da biodiversidade, balanço hídrico, estrutura do solo, águas subterrâneas, superficiais e

atmosféricas. Ainda segundo os autores, a vegetação, é o elemento físico que influencia

diretamente nos processos erosivos, interceptação das águas pluviais e porosidade do solo.

Nesse sentido, segundo Fearnside (2010) os impactos causados pela retirada da

vegetação resultam na perda da biodiversidade, mudança do regime hidrológico, perda de

produtividade e emissões de gases de efeito estufa. Para Santos (2014) a retirada da vegetação

contribui para o aumento da pressão antrópica no entorno das terras indígenas em Rondônia,

onde observou-se a presença de voçorocas que aumentaram a perda de solos. Além disso,

segundo o autor já citado, sugere que a fragmentação da vegetação gera uma pressão sobre os

recursos faunísticos e florísticos no estado.

Através da retirada da vegetação, que segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisa

Espacial (INPE, 2014) foi crescente nas últimas décadas, intensificou-se as atividades

econômicas, resultando no processo de fragmentação florestal, fazendo com que as florestas

sofram diretamente com os efeitos de borda, de área e de matriz.

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A fragmentação florestal é a principal causa da diminuição e posterior eliminação de

corredores ecológicos. A exemplo, Gimenes e Anjos (2003), ao analisar o efeito da

fragmentação florestal sobre as aves, concluíram que há fortes evidências de que pequenos

fragmentos florestais suportam apenas parte do total de aves originais do local, faltando àquelas

espécies mais sensíveis às modificações do ambiente. Garcia et al. (2013) sugerem, para um

município do centro Rondônia, que a fragmentação florestal pode resultar na eliminação de

habitats e que por isso gera riscos à fauna.

Assim, um corredor ecológico, com sua vegetação preservada, auxilia na ligação entre

fragmentos florestais e terras indígenas. No Brasil, o estabelecimento de corredores ecológicos,

como alternativa de mitigar os efeitos da fragmentação de remanescentes nos diversos biomas

e ecossistemas brasileiros, ocorreu em 2000 (BRITO, 2012). Contudo, segundo o autor o

trabalho de delimitação no Brasil começou em 1993 com o Projeto Corredores Ecológico de

PP-G7, elaborado pelo (IBAMA).

Segundo Santos (2014), no sentido dado por Brito (2012), os corredores ecológicos

não são pensados para o equilíbrio da sociodiversidade. Contudo, Santos (2014) concorda com

o autor quando o mesmo afirma que os corredores ecológicos são importantes instrumentos

para criar oportunidades de desenvolvimento sustentável, aproveitamento de áreas com

potencial para serem criadas novas unidades de conservação nas suas múltiplas modalidades de

manejo; promover a conservação de ecossistemas; e criar conectividade entre áreas com

diversidade importante, evitando a fragmentação de florestas que conectam unidades de

conservação.

Assim, diante de tal possibilidade o objetivo desse trabalho é a delimitação de

corredores ecológicos entre terras indígenas da área de transição Amazônia-Cerrado em

Rondônia. A discussão desse tema pode ocorrer a partir de metodologias diretas e indiretas.

Contudo, devido a extensão da área em estudo, a abordagem desse trabalho ocorrerá pelo

método indireto, a partir do uso de modelagem de eventos terrestres por geotecnologias.

Como objetivos específicos destaca-se:

a) Realização de mapeamentos temáticos de uso e cobertura da terra para a porção

leste de Rondônia na transição Amazônia-Cerrado;

b) Estruturação de um banco de dados geográfica da principal área de transição

Amazônia-Cerrado para o Estado de Rondônia;

c) Apresentação das propostas viáveis de criação de corredores ecológicos entre

terras indígenas em área de transição Amazônia-Cerrado; e

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d) Apresentação dos modelos de recuperação de áreas degradadas, mas que podem

ser compreendidas como corredor ecológico.

Deste modo, no capítulo 1 apresentará sistemas de modelagem ambiental, com

enfoque para a delimitação de corredores ecológicos, bem como os principais conceitos de

corredores ecológicos.

Por fim, destaca-se que o trabalho que se segue é resultado das pesquisas realizadas no

âmbito do projeto de final de curso com forte influência das análises realizados a partir do

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e do projeto de pesquisa

Cartografia indígena, mapeamento participativo, uso e ensino de geotecnologias fruto da

parceria dos departamentos de Educação Intercultural e de Engenharia Ambiental, campus Ji-

Paraná.

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1 MODELAGEM DE SISTEMAS AMBIENTAIS

No contexto da engenharia, modelar é criar a representação do mundo real, de forma

simbólica ou física que torne possível descrever ou predizer seu comportamento no todo ou em

partes (BAZZO, 2006, p. 159-160). Desta maneira, a modelagem aplicada à análise ambiental

é fundamentada na construção de modelos matemáticos que buscam representar um processo

que ocorre na natureza, que posteriormente são convertidos em modelos computacionais

incorporados aos Sistemas de Informações Geográficas (FILGUEIRA, 1999). Tais processos

não são resultados apenas da dinâmica natural, mas também da interferência antrópica. Neste

sentido, Andrade (2009) afirma que não é possível estudar sociedade e a natureza

separadamente, pois ambos fazem parte do ambiente.

Além do mais, uma análise ambiental transcende as barreiras entre os estudos que

desassociam o ambiente físico e humano, pois o ambiente é entendido como o resultado da

interação de ambos (MENDONÇA, 2011, p. 116). Portanto, ao modelar os processos

ambientais manipula-se os elementos do meio geográfico. Neste sentido, o meio físico deve ser

estudado como meio dinâmico e integrado, no qual os seres vivos, incluindo o homem

desenvolvem suas atividades e conexões com o meio (TROPPMAIR, 1985, p. 125 apud

TROPPMAIR e GALINA, 2006, p. 80).

Dentro de uma modelagem, trabalha-se com limites físicos arbitrários. Desse modo,

para Bertrand (2004) as delimitações não significam o fim de uma análise, mas que seus

resultados se aproximam da realidade geográfica.

Dentre as aplicações da modelagem ambiental, pode-se elaborar modelos que

representem fenômenos que na superfície terrestre (perda de solos, delimitação de bacias

hidrográficas, determinação de corredores ecológicos e de trânsito, modelagem de pressão

antrópica, dentre outros). Diante disso, esta pesquisa se sustentou na modelagem ambiental na

qual se destaca amplas possibilidades de pesquisa, a exemplo da modelagem de bacia

hidrográfica (DIAS, 2011; SALES et. al., 2013), perda de solos (LINHARES, 2013), pressão

antrópica Santos (2014), vulnerabilidade ambiental (SANTOS, 2015) e corredores ecológicos

(LOUZADA et. al., 2010).

Existem quatro tipos de modelagem (BAZZO, 2006), e que neste trabalho são utilizados

todos, sendo eles:

a) Representações gráficas: tem a utilidade de comunicar visualmente um projeto,

fenômenos físicos, levantamentos estatísticos, dentre outros;

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b) diagramáticos: são construídos por estruturas que podem ser lidas por pessoas já

iniciadas no assunto, não apresentando semelhança com a estrutura real;

c) icônicos: é um modelo que representa o mundo real respeitando sua

proporcionalidade, exibindo assim uma escala; e

d) matemáticos: são construídos baseados na lógica e que não necessariamente são

completas. Portanto, por se tratar de representação seus resultados não garantem

a veracidade com a mundo real.

Desta forma, a modelagem ambiental implica na construção de uma estrutura de

modelos de dados que represente o mundo real. Deste modo, o modelo de dados pode ser

entendido como conjunto de dados que descrevem a realidade geográfica utilizada no sistema

(CÂMARA e MEDEIROS, 2001). Nesta perspectiva, ainda segundo o autor citado, o mundo

real pode ser representado de diferentes formas dentro de um modelo de dados, sendo eles:

a) Mapas temáticos: apresentam a distribuição espacial qualitativa das informações

geográficas;

b) mapas cadastrais: distribuição espacial de elementos que apresentam

informações ou atributos, também conhecidos como objetos geográficos;

c) redes: denotam fluxo e possuem localização geográfica exata;

d) imagens: cada elemento (pixel) representa a energia eletromagnética emitida ou

refletida do alvo terrestre;

e) modelo numérico de terreno (MNT): representa valores de uma grandeza

quantitativa que varia de acordo com o espaço contínuo.

Para Filgueira (1999) as modelagens ambientais são realizadas para estimar valores e

comportamentos de um determinado processo, além de aumentar o conhecimento sobre o

mesmo.

Assim, o problema a se resolver na modelagem ambiental em tela é: qual a melhor área

para implantação de um corredor ecológico a partir de um conjunto de variáveis

socioambientais?

Observa-se assim fortes influências das atividades antrópicas sobre o meio físico, já que

foi a partir das atividades humanas que surgiu a necessidade de se pensar modelos de

recuperação de áreas degradadas do tipo corredor ecológico. Com efeito, o corredor ecológico

modelado nessa pesquisa resultou da análise hierárquica dos processos sobre elementos naturais

e artificiais (uso da terra).

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A importância de se modelar um corredor ecológico advém da intensa alteração do

meio físico pelas atividades antropogênicas. A ocupação não indígena no estado de Rondônia

contribui para o rompimento dos corredores naturais, especialmente a partir da retirada da

vegetação. Tal afirmação se justifica a partir do tópico 1.2. De forma geral, conforme descritos

a seguir, há duas formas básicas de se delimitar um corredor ecológico, por métodos diretos ou

indiretos.

A análise em tela concentra a abordagem sobre os métodos indiretos, especialmente a

partir do uso de um Sistema de Informação Geográfica (SIG), descrito em detalhe na

metodologia. Contudo, é necessário discutir os fatos que alteraram o meio físico em Rondônia

que levaram a necessidade de sua implementação, a partir da discussão do processo de ocupação

dirigido no estado. Isso ocorre porquê, segundo Teixeira e Fonseca (2001, p. 11) “o indígena

da Amazônia era um ser perfeitamente integrado ao seu meio, vivia da caça, da pesca e da

agricultura, que dominava de forma suficiente e econômica”. Nesse sentido, segundo Santos

(2014, p. 43), “assim como em outros estados, a ocupação de Rondônia foi marcada por

conflitos entre modos diferentes de organização social da vida e de apropriação sobre os

recursos naturais entre indígenas e não indígenas”. Como sugerido pelos autores, a ocupação

não indígena é representada por grandes alterações ao meio ambiente como o desmatamento de

floresta e do bioma.

A consolidação da ocupação não indígena em Rondônia é descrita, segundo Oliveira

(2003), a partir de três principais períodos de ocupação e povoamento: período

anterior à criação do Território Federal de Rondônia (TFR); da criação do TFR até a década

de 1960 e o último com início do processo de colonização técnico-territorial até o período

atual.

Do primeiro período destaca-se a “civilização do igarapé" ou a "população

ribeirinha” (AMARAL, 1998) que se limitavam a incursos para os ciclos da mineração, da

borracha e da madeira. Do período posterior destaca-se a construção da rodovia federal BR-

1.1 MODELAGEM AMBIENTAL APLICADA À DELIMITAÇÃO DE CORREDORES

ECOLÓGICOS ENTRE TERRAS INDÍGENAS

1.2 OCUPAÇÃO NÃO INDÍGENA NO ESTADO DE RONDÔNIA E SEUS

IMPACTOS

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364. Segundo Mindlin (1985) apud Santos (2014), nesse período documentou-se inúmeras

notícias de ataques de indígenas aos não indígenas.

Do último período destaca-se os projetos de colonização pelo Instituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária (INCRA), de tal forma, que foi a partir dos projetos de

assentamento que ocorreu a fragmentação da vegetação e que, portanto, merece destaque nessa

abordagem.

Nesse sentido, Fearnside (2002) afirma que a floresta degrada, ou seja, que já sofreu o

corte seletivo é derrubada e posteriormente convertida em área de pastagem para criação de

gado bovino. Além disso, pesquisas de Artaxo et. al. (2005), Aguiar (2005, 2013), Webler et.

al. (2005), dentre outros, confirmam os impactos das alterações antrópicas na Amazônia

brasileira, especialmente na porção ocidental. Fearnside (2005) alerta que a conversão de

floresta para outros usos tem alterado o balanço de CO2 na atmosfera.

Neste sentido, Artaxo et. al. (2005) afirmam que esta mudança do uso e cobertura do

solo vão além da conversão de floresta para pastagem, e que tais processos podem estar

causando prejuízos à saúde do ecossistema amazônico. Assim, inevitavelmente o

desmatamento provoca efeitos diretos sobre a floresta, ocasionados pela divisão de grandes

extensões florestais em tamanhos menores, tal efeito é conhecido como fragmentação florestal

(LAURANCE e VASCONCELOS, 2009).

O desmatamento, de forma geral, mas especialmente na Amazônia, é causador de uma

série de impactos ambientais, dentre os impactos observados destaca-se o não uso sustentável

das florestas, não valorização dos serviços ambientais da floresta, a ameaça a sociodiversidade,

perda de biodiversidade, comprometimento da ciclagem da água e do carbono (FEARNSIDE,

2006). Estes impactos provocam sérios reflexos no futuro da Amazônia e consequentemente

interferem em processos globais.

Nobre (2014) destaca cinco grandes segredos da floresta amazônica, sendo eles: 1)

manutenção do ar úmido responsável pelo transporte de água para o interior do continente, 2)

a formação de chuvas em uma atmosfera limpa, 3) a sobrevivência da floresta durante

fenômenos naturais extremos sustentando o ciclo hidrológico, 4) a não formação de regiões

desérticas a leste dos Andes e a 5) não ocorrência de fenômenos atmosféricos extremos.

Becker (2005) aponta que no estado de Rondônia encontra-se uma das principais

fronteiras de expansão demográfica e econômica. Assim, segundo análises de Santos e Pereira

(2015, no pleno) constaram que entre os anos de 2004 e 2014 o rebanho bovino rondoniense

apresentou um aumento de 16,7% e é considerado o sétimo maior do país. Além disso, os

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resultados da pesquisa, dos autores citados, apresentaram correlação positiva entre a área

desmatada e o rebanho bovino, de maneira que 8 dos 12 municípios que apresentam o maior

rebanho bovino também ocuparam a lista de municípios com maior desmatamento (Figura 1).

Assim, enquanto a região norte do estado de Rondônia predomina a pecuária extensiva,

a região sul do estado passa pela conversão da pastagem para a agricultura, em especial a soja.

O trabalho de Pereira e Santos (2015, no pleno) destacam os municípios que apresentam maior

área cultivada no estado de Rondônia, como mostra a Figura 2.

Figura 1 - Área e taxa (2004-2014) de desmatamento em Rondônia, ano de 2014. Fonte:

Santos e Pererira (2015).

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Perante os argumentos apresentados, constata-se o processo de conversão das

paisagens amazônicas para agropecuária, especialmente agricultura de grãos e pecuária, com

foco à exportação. Além disso,

[...] as forças do capital agropecuário expandem-se territorialmente, cuja tensão social

se cristaliza na transformação de áreas antes preservadas, onde a floresta era um

elemento presente na paisagem, por conseguinte, com pouco desmatamento, em áreas

de expansão da pecuária extensiva e de extração madeireira (SILVA, 2013, p. 79).

Além disso, os usos que se encontram em consolidação resultaram dos fortes

incentivos do Estado Nacional, mas também como referido por Silva (2013), dos agentes

Figura 2 - Cultivo de soja em hectare por municípios rondonienses (anos de 2011, 2012 e

2013). Fonte: Pereira e Santos (2015).

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hegemônicos (empresas nacionais e internacionais) que revitalizam, por meio de suas

estratégias, o papel do espaço para a acumulação capitalista.

Dessa maneira, devido a necessidade de preservar o meio ambiente e garanti-lo para

as futuras gerações, em especial, aos povos da floresta, que tais recursos e serviços ambientais

estarão à disposição da sociedade, surgiu a motivação para a realização desse trabalho. Assim,

o tópico subsequente fará a explanação do conceito de corredor ecológico e seus benefícios

ecológicos.

Segundo Martins et al. (1998) os corredores ecológicos promovem a ligação dos

remanescentes florestais reduzindo os efeitos da fragmentação. As propostas evolvendo a

criação dos corredores ecológicos surgem como uma alternativa de estratégia de conservação

inovadora, pois podem conciliar as atividades produtivas sobre os recursos naturais, atende as

demandas sociais e promove a conservação ambiental (BRITO, 2006). Segundo Martins et. al.

(1998) os corredores ecológicos promovem a ligação dos remanescentes florestais reduzindo

os efeitos da fragmentação. Para Gomide e Kawakubo (2006) os corredores ecológicos

conectam os fragmentos florestal através da recuperação de faixas de mata de florestas nativas.

A criação de corredores ecológicos visa a manutenção da biodiversidade dos processos

ecológicos evolutivos, por permitir o fluxo genético o que aumenta as chances de sobrevivência

das espécies da fauna e da flora, reduzindo a pressão antrópica no entorno das áreas protegidas

(MARTINS et. al., 1998; BRITO, 2006). Estes por sua vez são importantes para a conectividade

de terras indígenas, portanto, fundamentais para a conservação dos recursos naturais para

usufruto dos brasileiros originários. Isso porque é sabido, que em Rondônia, as terras indígenas

abrigam rica fauna e flora, em que as comunidades indígenas vivem, ainda no século XXI, em

“paz” com a floresta (SANTOS, 2014).

Segundo o 2º artigo, inciso XIX, da Lei nº 9.985 de 18 de junho de 2000, que dispõe

sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) define corredor ecológico

como:

Porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação,

que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a

dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção

de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do

que aquela das unidades individuais (BRASIL, 2000, s.p.).

1.3 CONCEITOS DE CORREDOR ECOLÓGICO

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O corredor ecológico é citado com destaque pela legislação brasileira, por atender à

necessidade da ligação das reservas legais das propriedades e das Áreas de Preservação

Permanentes (APP’s) contribuindo para a criação dos mesmos.

Neste sentido o corredor ecológico pode estar vinculado a medidas de proteção

ambiental, alternativas de exploração florestal economicamente sustentável e educação

ambiental (BRITO, 2006, p.131). Juntamente com as APP as Terras Indígenas são áreas

protegidas por lei e devem conectar-se para criar áreas contínuas de florestas.

Macedo (1993) apud Kageyama e Gandara (2000) afirma que a vegetação ciliar é uma

importante estratégia a ser adotada para a criação de corredores ecológicos, a recuperação destas

áreas reconectaria grande parte dos remanescentes florestais.

Neste sentido existem dois tipos de conectividade entre fragmentos florestais, sendo

ele: o corredor estrutural que considerando apenas as características físicas do corredor e o

corredor institucional que permite a conectividade dos fragmentos florestais conciliada com o

desenvolvimento econômico através do corredor ecológico (SEOANE et. al., 2010).

Para Brito (2006) para que haja a concepção de um corredor ecológico é necessário

estudar o uso e ocupação do solo, articulação político-institucional, aspectos socioeconômicos

além da conservação ambiental deste.

Assim, como anteriormente mencionado a delimitação de corredores pode se dá

diretamente em campo, observando, especialmente o recurso florestal existente, mas também

por estratégias indiretas, a partir de modelagens ambientais. Com efeito, o que se segue é uma

abordagem sobre um método de tomada de decisão a partir de variáveis claramente definidas e

aplicadas à delimitação de corredores ecológicos.

Analytic Hierarchy Process (AHP) é um método de tomada de decisão. Desta

maneira, o AHP é uma estrutura não-linear que permite o uso do pensamento indutivo e

dedutivo sem silogismo, com diversos elementos que apresentam dependência, trazendo uma

resposta de análises para que se chegue em uma conclusão (SAATY, R., 1987).

Para realizar estas comparações é necessário possuir uma escala de numérica que

apresente quantas vezes mais importante um elemento é sobre o outro (SAATY, T., 2008).

Deste modo, a tabela 1 apresenta a escala numérica utilizada para a tomada de decisões.

1.4 MÉTODO ANALYTIC HIERARCHY PROCESS (AHP)

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Tabela 1 - Escala fundamental de valores absolutos. Fonte: Saaty (2008, tradução nossa).

Intensidade da importância Definição Explanação

1 Igual importância Duas atividades contribuem

igualmente para o objetivo

2 Fraca ou leve

3 Importância moderada Experiência e julgamento

favorecem ligeiramente uma

atividade em detrimento de

outra

4 Mais moderada

5 Forte importância Experiência e julgamento

favorecem fortemente uma

atividade em detrimento de

outra

6 Mais forte

7 Muito forte ou demonstrou

importância

Uma atividade é muito

fortemente favorecida sobre

outra; seu domínio é

demonstrado na prática

8 Muito, muito forte

9 Extrema importância A evidência de favorecimento

de uma atividade em detrimento

de outra é da mais alta ordem

possível de afirmação

Recíprocos de cima Se a atividade i tem um dos

números diferentes de zero

acima que lhe são atribuídas,

quando comparado com a

atividade de j, j em seguida, tem

o valor recíproco, quando

comparado com i

A suposição é razoável

1.1-1.9 Se as atividades são muito

próximas

Pode ser difícil atribuir o

melhor valor, mas, quando

comparada com outras

atividades contrastantes, o

tamanho dos pequenos números

não seria muito notável,

contudo eles ainda podem

indicar a importância relativa

das atividades.

Para Louzada et. al. (2010) os valores escolhidos para a intensidade de importância é

um dos momentos mais importantes da delimitação de corredores ecológicos, podendo ser

realizado de três formas:

a) Com base na experiência o pesquisador analisa o grau de um impacto ambiental

sobre o outro e atribui o seu respectivo valor;

b) Por meio de levantamento bibliográfico constatar o grau de um impacto

ambiental sobre outro; e

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c) Trabalho em conjunto com uma equipe multidisciplinar, com visitas de campo

e debates.

Para o autor seria mais interessante que ocorressem das três formas. Barin et. al. (2010)

corrobora dizendo que este método apresenta um alto grau de credibilidade por apresentar

grande facilidade de acesso a descrição de seu método favorecendo a compreensão da análise

para a tomada de decisões.

Nesta perspectiva, Saaty elaborou um índice que analisa a consistência das

informações julgadas pelo método AHP, obtidos através das equações 1, 2 e 3 e utilizando os

valores da tabela 2 (LOUZADA et. al., 2010).

𝑅. 𝐶. =𝐼.𝐶.

𝐼.𝑅. (1)

Onde 𝑅. 𝐶. = Razão de consistência; 𝐼. 𝑅.= Índice apresentado na tabela 2; 𝐼. 𝐶. =

Índice de consistência (obtido pela equação 2).

Tabela 2 - Valores de IR para matrizes quadradas de ordem n (Laboratório Nacional de Oak Ridge,

EUA apud LOUZADA et. al. 2010)

n 2 3 4 5 6 7

IR 0,0 0,58 0,9 1,12 1,24 1,32

𝐼. 𝐶. =𝜆𝑚𝑎𝑥−𝑛

𝑛−1 (2)

Onde I.C. = Índice de consistência; 𝜆 max −𝑛 = desvio de julgamentos da consistência;

𝑛 = ordem da matriz e 𝜆𝑚𝑎𝑥 = valor obtido pela equação 3.

𝜆 𝑚𝑎𝑥 = 1

𝑛∑

[𝐴𝑤]𝑖

𝑤𝑖

𝑛𝑖=1 (3)

Onde [𝐴𝑤]𝑖 = Resultante do produto da matriz de comparação pareada com matriz dos

pesos 𝑤𝑖; 𝑤𝑖 = pesos calculados.

Para este trabalho adotou-se os pesos atribuídos por Louzada et. al. (2010) devido ao

emprego dos mesmos elementos de modelagem. Além disso, a modelagem se sustenta por um

conjunto de dados que são descritos a seguir.

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A aquisição de dados para a modelagem de corredores ecológicos pelo método indireto

envolve a aquisição de dados de Sensoriamento Remoto (SR). Por SR, entende-se:

[...] o conjunto de atividades utilizadas para obter informações a respeito dos recursos

naturais, renováveis e não renováveis do planeta Terra, através da utilização de

dispositivos sensores colocados em aviões, satélites ou, até mesmo, na superfície

(MOREIRA, 2011, p.13).

O SR se desenvolveu com a corrida aeroespacial, especialmente no período das

grandes guerras mundiais e pode ser distinto em SR de sensor ativo e SR de sensor passivo.

De forma geral, os sensores ativos operam com uma fonte de Radiação

Eletromagnético (REM) própria e os sensores passivos necessitam de uma fonte externa de

REM. Como exemplo de sensor ativo tem-se os radares RADARSAT 1 e RADARSAT 2, ERS

1 e 2, ENVISAT, JERS-1 e ALOS (FLORENZANO, 2008). Contudo para este estudo, os dados

de sensores ativos utilizados foram produzidos pela operação Shuttle Radar Topography

Mission (SRTM) com precisão vertical de aproximadamente 16 metros (USGS, 2008). Sendo

que para região do Brasil foram disponibilizadas imagens com resolução espacial de 90 metros.

Por outro lado, os sensores passivos não possuem fonte própria de REM necessitando

de uma fonte externa, neste caso o sol. Este tipo de satélite tem a função de monitorar os

recursos naturais da Terra e começaram a ser lançados a partir de 1972, tendo como codinome

Landsat (FLORENZANO, 2008). Segundo o autor citado, a partir de 1990 sensores de alta

resolução como IKONOS, QuickBird e SPOT foram lançados permitindo um grande avanço

na realização de estudo da superfície terrestre.

Outros dados utilizados nesta pesquisa são aqueles de estrutura vetorial, materializados

por linhas, pontos e polígonos. Assim, em Rondônia destacam os dados e informações de malha

viária, limite político-administrativo, áreas de protegidas por lei (Terras Indígenas - TI e

Unidades de Conservação - UC), vegetação e solos. Todas essas informações foram obtidas de

forma gratuita em sítios governamentais, dos quais o IBGE, IBAMA, Secretaria de Estado de

Desenvolvimento Ambiental (SEDAM).

1.5 FONTE DE DADOS

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2 MATERIAL E MÉTODOS

Para o desenvolvimento dos métodos de delimitação de corredores ecológicos adotou-

se a metodologia elaborado por Louzada et. al. (2010) com os dados produzidos na área de

estudo, que será descrito no tópico 2.1. Em síntese, a delimitação de corredores ecológicos

elaborada por Louzada et. al. (2010) faz o uso do Analytic Hierarchy Process (AHP). As

variáveis de análise foram uso e cobertura da terra, APP (declividade, nascente e drenagem).

Contudo, antes de detalhar a metodologia apresenta-se no próximo tópico a caracterização geral

da área em estudo.

A área de estudo é parte da zona de transição dos biomas Amazônia e Cerrado onde se

localizam as terras indígenas Tubarão Latundê, Rio Omerê, Parque do Aripuanã, Vale do

Guaporé, Pirineus de Souza e Nambikwara. As duas primeiras localizam-se integralmente em

Rondônia, a Parque do Aripuanã, em Rondônia e Mato Grosso e as demais integralmente no

Estado do Mato Grosso (como mostra a Figura 3). As coordenadas geográficas de retângulo

envolvente da área de estudo são 1) O 64° 35’ 53” e S 14° 40’ 02” e 2) O 57° 07’ 46” e S 07°

54’ 07”.

A caracterização das terras indígenas está disposta na Tabela 3. Assim, destaca-se a

TI Tubarão Latundê, considerada a origem para a metodologia aplicada. Dessa forma, o recorte

de análise foi determinado a partir do seu entorno próximo num raio de 50 km. TI Tubarão

Latundê ocupa área de 1.166,13 km² onde vivem cerca de 195 indígenas das etnias Aikanã,

Kwazá, Nambikwara Latundê e Nambikwara Sabanê (ISA, 2015; FUNAI, 2015).

2.1 ÁREA EM ESTUDO

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Figura 3 - Localização da área de estudo

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Tabela 3 - Síntese das características principais das terras indígenas envolvidas na área de estudo de

delimitação de corredores ecológicos (FONTE: ISA, 2015; FUNAI, 2015).

Nome da Terra Indígena População (hab.) Área total (km²) Povos indígenas

Nambikwara 476 10.119,61 Nambikwara

Parque do Aripuanã 394 16.032,45 Cinta larga

Pirineus de Souza 278 282,12 Nambikwara

Rio Omerê 8 261,77 Kanoê e Akuntsu

Tubarão Latundê 195 1.166,13 Aikanã, Kwazá, Nambikwara

Latundê e Nambikwara Sabanê

Vale do Guaporé 482 2.435,93 Nambikwara

Total 1833 30.298,01 -

Assim, vivem nas terras indígenas alvo de análise 1.833 indígenas numa área de

30.298,01 km². A TI menor é Rio Omerê e a maior é o Parque do Aripuanã. Os municípios do

estado de Rondônia envolvidos são Chupinguaia, Corumbiara, Parecis, Cerejeiras, Colorado

d’Oeste, Pimenta Bueno e Vilhena. Já no estado do Mato Grosso o município envolvido é

Comodoro.

Como referido a área em estudo é uma zona de transição, que como tal apresenta

riquezas faunística e florísticas dos dois biomas supracitados. Além disso, segundo o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) essas áreas de tensão ecológicos apresentam, na

maioria das vezes, constituições florísticas se interpenetram, não sendo possível mapear tais

áreas a partir de métodos de classificação simples (IBGE, 2012).

Segundo a Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais – FUNCATE

(2006) nesta região encontram-se áreas de uso e ocupação de agricultura, agropecuária,

ecótonos, floresta estacional semi-decidual, floresta ombrófila aberta, formações pioneiras,

influência urbana, pecuária, savana e vegetação secundária.

Quanto aos solos desta região foram identificados os argissolos vermelho-amarelos

distróficos, argissolos vermelhos eutróficos, latossolos amarelos distróficos, latossolos

vermelhos distróficos, luvissolos crômicos pálicos, neossolos quartzarênicos órticos e

nitossolos vermelhos distróficos (SANTOS, H. et. al., 2011). Considerando que o tipo de solo

predominante são os neossolos quartzarênicos órticos, pode-se afirmar que esta área apresenta

grande fragilidade ambiental (CREPANI et. al., 2001). Além disso, Kottek et. al. (2006) revela

que nesta área de estudo predomina o clima Am, também chamado de clima tropical de

monções. Este tipo de clima tem como característica ventos que sopram do oceano para o

continente no verão e do continente para o oceano no inverno (VAREJÃO-SILVA, 2006).

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Como adiantado, este trabalho foi realizado através da aplicação de métodos indiretos

para a delimitação de corredores ecológicos, o que implica a aquisição de imagens de

Sensoriamento Remoto (SR), do tipo ativo e passivo manipuladas em Sistemas de Informações

Geográficas (SIGs), através da aplicação de modelo conceitual apresentado na Figura 4. Dessa

forma, utilizou-se dados em formato matricial e vetorial.

A utilização de métodos indiretos de modelagem implica o uso de imagens de SR.

Estas imagens podem ser provenientes sensores passivos, não possuem fonte de radiação

eletromagnética própria, como também de sensores ativos, que possuem fonte de radiação

eletromagnética própria.

Além do trabalho de escritório destaca-se o trabalho de campo para tomada de dados.

Dessa forma, utilizou-se um sistema de navegação por satélite do tipo Global Positioning

System (GPS), Etrex Garmim. Os trabalhos de campo foram úteis para validação do processo

de análise de imagens de satélites. Para áreas não visitadas contou-se com o auxílio do professor

indígena formado na Licenciatura Básica Intercultural da Universidade Federal de Rondônia,

Carlos Aikanã, e também morador da T.I Tubarão Latundê.

Desta maneira, a delimitação de corredores ecológicos seguiu o fluxograma

apresentando pela figura 4. Considerando que uma delimitação pode ocorrer de duas maneiras

sendo elas direta e indireta, neste trabalho fez o uso de métodos indiretos que utilizaram dados

de SR, SIG’s, através da estruturação de um Banco de Dados Geográficos (BDG). As saídas

foram de declividade, uso e cobertura da terra e APP de hidrografia. Deste modo, fez-se o uso

de dados vetoriais e matriciais na modelagem. Os dados vetoriais utilizados foram limites

políticos administrativos e áreas protegidas por lei (este gerado durante o processamento dos

dados) que posteriormente passou pela validação através do levantamento de campo.

Estes dados foram recortados para a área de estudo e em seguida ocorreu a conversão

dos dados para matriz que permitiu a atribuição de pesos para que fosse empregado o método

Analytic Hierarchy Process (AHP). Em seguida foram utilizadas ferramentas do SIG que

definiram os caminhos que interligam a “origem” e “destino” com o menor custo, o que

significa menor número de obstáculos para a passagem de um corredor ecológico. Desta

maneira houve a individualização e caracterização dos corredores para que posteriormente fosse

realizada a análise das propostas da modelagem. Assim diante das propostas foram escolhidas

2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

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a melhores propostas de conexão ponderando o uso e cobertura da terra como principal

elemento de escolha.

Em laboratório o primeiro passo foi elaborar um Banco de Dados Geográfico (BDG)

no Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas (SPRING) versão 5.2 (INPE,

2013), gerenciador SQlite. O projeto foi todo estruturado no sistema adotado pelo Brasil, que

atualmente é o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS) 2000. No

Processamento Digital de Imagens (PDI), segundo Gonzalez e Woods (2000), destaca-se 5

etapas: aquisição de imagens, pré-processamento, processamento, reconhecimento e

interpretação de padrões, descrito nos tópicos subsequentes.

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34

Figura 4 - Modelo conceitual da delimitação de corredores ecológicos.

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A aquisição de imagens obtidas por sensores remotos foi obtida por meio de

divulgação gratuitos, como pelo sítio da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias –

EMBRAPA (2013) e do United States Geological Survey – USGS, serviço geológico norte-

americano.

Como citado anteriormente, as imagens de sensoriamento remoto de sensores ativos

descarregadas foram as folhas SD-20-X-B, SC-20-Z-D, SD-21-V-A, SD-20-X-D. Estas

imagens de sensores ativos, tratam-se de Modelos Digitais de Elevação (MDE) e foram

empregadas na modelagem de bacia hidrográfica com o intuito de obter as linhas de

hidrográficas, que neste caso, representam os rios, assim como obter a declividade do terreno,

a partir das ferramentas computacionais do SIG. Esses dados são do SRTM, sigla em inglês de

Shuttle Radar Topography Mission, Missão Topográfica por Radar do Ônibus Espacial. A

operação, projetada e financiada pela Agência Espacial Americana (NASA), Agência

Americana de Inteligência Aeroespacial (NGA), em colaboração com a Agência Espacial

Italiana (ASI) e o Centro Aeroespacial Alemão (DLR), foi realizada em fevereiro de 2000 pelo

ônibus espacial Endeavour.

As imagens dos sensores passivos foram utilizadas para o levantamento do uso e

cobertura da terra. Tais imagens foram obtidas do serviço geológico norte-americano, do Land

Remote Sensing Satelite (LANDSAT), sensor Operational Land Imagiator (OLI), cuja

características das imagens adquiridas estão dispostas na Tabela 4. Esse sensor disponibiliza

imagens de 11 bandas espectrais, sendo uma banca pancromática. A banda pancromática

compreende ampla resolução espectral com resolução espacial menor permitindo, através de

PDI, uma melhora espacial das imagens trabalhadas. A bandas pancromática foi utilizada para

melhorar a resolução espacial das imagens para confeccionar as cartas imagens, no entanto para

o processo de classificação das imagens estas não foram utilizadas.

2.2.1 Aquisição de imagens

2.2.1.1 Sensores ativos

2.2.1.2 Sensores passivos

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Tabela 4 - Informações referentes às imagens orbitais adquiridas do Landsat 8, sensor OLI.

Banda Resolução

Espacial

Resolução

Radiométrica

Resolução

Temporal

Data do

Imageamento Órbita Ponto Cor

4 30 m 16 bits 16 dias 06/08/2013 229 68-69 Vermelho

5 30 m 16 bits 16 dias 06/08/2013 229 68-69 Verde

6 30 m 16 bits 16 dias 06/08/2013 229 68-69 Azul

8 15 m 16 bits 16 dias 06/08/2013 229 68-69 Pancromática

4 30 m 16 bits 16 dias 29/08/2013 230 68-69 Vermelho

5 30 m 16 bits 16 dias 29/08/2013 230 68-69 Verde

6 30 m 16 bits 16 dias 29/08/2013 230 68-69 Azul

8 15 m 16 bits 16 dias 29/08/2013 230 68-69 Pancromática

Fonte: USGS (2014).

Foi necessário atentar para as mudanças da composição das bandas, PDI e posição da

disponibilidade das imagens já que o Landsat 8 utiliza um sensor distinto ao Landsat 5 utiliza

composição falsa cor das bandas 3 (vermelha), 4 (verde) e 5 (azul), estas possuem resolução

temporal de 16 dias, resolução espacial de 30 metros, resolução radiométrica de 8 bits. No

entanto devido a problemas técnicas a sensor apresentou os primeiros problemas para imagear

a Terra a partir de junho de 2012 encerrando definitivamente em janeiro de 2013 (USGS, 2014).

As imagens de SR, foram pré-processadas através de Sistema de Informações

Geográficas – SIG. Para este estudo foram utilizados dois, 1) o primeiro foi o Sistema de

Processamento de Informações Georreferenciadas (SPRING) versão 5.2, disponível no sítio do

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e outro 2) foi o ArcMap®, versão gratuita

para estudante, através da ESRI, neste foi implementado a modelagem geográfica. O processo

do pré-processamento foi distinto para os sensores ativos e passivos, conforme descrito a seguir.

Nestas imagens foi aplicado a ferramenta mosaico, que une imagens previamente

georreferenciadas. Posteriormente foram exportadas no datum da modelagem e armazenadas

para futuros tratamentos.

2.2.2 Pré-processamento de imagens

2.2.2.1 Ativo

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37

Nesta etapa foi realizado o georreferenciamento das imagens a partir do respectivo

datum utilizado na modelagem, SIRGAS 2000. Além disso para manipular estas imagens foi

empregado uma correção radiométrica, chamada de contraste, para realçar os alvos de análise

na fotointerpretação. A seguir, tais imagens foram exportadas e armazenadas para

procedimentos futuros.

No Processamento Digital de Imagens (PDI) é realizado o emprego de modelos

matemáticos e estatísticos dentro de um SIG. Assim como neste trabalho foram utilizados dados

de SR de fontes distinta para cada um foi realizado um processo com o intuito de obter a

informação geográfica desejada.

As imagens de sensor ativo foram empregadas para a delimitação de bacias

hidrográficas requer que seja realizado o preenchimento de falhas Modelo Digital de Elevação

(MDE), e que posteriormente sejam definidos a direção de fluxos e os fluxos acumulados para

que então seja delimitado a bacia hidrográfica (SOBRINHO et. al., 2010). Com a rede

hidrográfica delimitada extraiu-se os pontos que eram referentes as nascentes dos rios, ou seja,

inícios das linhas hidrográficas. Assim, após a delimitação das linhas hidrográficas foi aplicado

a ferramenta “buffer” (área de influência) para delimitar as APP para que então fossem

convertidas em arquivo matricial. A declividade foi obtida através da ferramenta “slope”

(ArcMAP) com unidade de saída em graus. A declividade e a modelagem geográfica de bacia

hidrográfica geram dados das APPs, porém na modelagem recebem pesos distintos e desta

forma não são unidas em uma única matriz.

Segundo BRASIL (2012), as matas ciliares configuram-se como Áreas de Preservação

Permanente (APPs), está área são de grande importância ecológica e ambiental uma vez que

protegem os corpos hídricos dos processos de assoreamento, garantem alimento as espécies

aquáticas, contribuem para o equilíbrio térmico da água, criam ambientes propícios para a

reprodução das espécies aquáticas.

2.2.2.2 Passivo

2.2.3 Processamento digital de imagens

2.2.3.1 Ativo

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38

Vertentes com inclinação igual ou maior que 45º são caracterizadas como área de APP

pela Lei n° 12.651/12. Assim o MDE deu origem a declividade, que posteriormente foi

estruturada uma classificação como sugerido por Louzada et. al. (2010) em que para cada classe

é atribuído os seus respectivos custos. Desta maneira, o corredor ecológico deve apresentar um

grande aproveitamento de áreas de APPs em sua composição.

Para PDI dos dados e SR passivo criou-se um banco de dados no SPRING, neste caso

construído com o gerenciador SQlite e posteriormente definiu-se os parâmetros do projeto,

optando-se para a projeção SIRGAS 2000, sendo esta a projeção oficial do Brasil a partir de

2014 (IBGE, 2014), referente a zona UTM 20 S.

Após a criação do banco de dados e projeto foi necessário adquirir bases cartográficas

para realizar o georreferenciamento das imagens orbitais. As bases cartográficas em formato

“shapefile” utilizadas foram adquiridas no sítio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) com informações da malha viária. O georreferenciamento ocorreu pelo módulo

Registro do SPRING, pelo modo tela, com pontos de controles suficientes e modelo de

polinômio 2.

A partir das imagens georreferenciadas iniciou-se o PDI para obter a classificação do

uso e ocupação na área de estudo em busca de quantificar as áreas e seus respectivos usos.

Assim optou-se primeiramente pelo método de classificação por região Bhattacharya, pois em

outros estudos este apresentou melhor desempenho global em relação aos demais (MANTELLI

et. al., 2007). Além disso, outros autores constataram através da experiência que esse método

apresenta alta performance na análise de uso e cobertura da terra na Amazônia e áreas de

transições (GUIDELLI, 2013; LINHARES; 2013; GARCIA et al., 2013; SANTOS, 2014).

Desta forma para classificar uma imagem orbital pelo método de região é necessário

fazer a segmentação da imagem processada, segundo a ajuda do SPRING (2014, s.p.) a

segmentação é o processo que “divide a imagem em regiões, estas regiões são um conjunto de

“pixels” apresentando uniformidade de seus dados, para isto é necessário inserir um valor de

similaridade e tamanho mínimo dos polígonos definidos pelo usuário, para a imagem tratada o

valor de similaridade”. Nessa pesquisa o valor de similaridade adotado foi 1800, obtido através

de testes de hipótese. Para Brites et. al. (2012) o cargo dado ao usuário neste procedimento

2.2.3.2 Passivo

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resulta numa série de tentativas até que se obtenha uma configuração adequadas dos produtos

da segmentação.

A partir da segmentação realizou-se a classificação, determinando, para tanto, as

classes de uso e cobertura da terra a partir dos trabalhos em campo. Dessa forma identificou-se

a presença de uso e cobertura da terra de:

1. Água: corpos hídricos, como rios, igarapés, represas, lagoas, lagos e reservatórios;

2. Antropizado: definida como área ocupada por atividades agropecuárias, solo

exposto, que pode ser a malha viária, vegetação secundária, degradada ou em

recuperação;

3. Cerrado: Fitofisionomia vegetal típica do Bioma de mesmo nome, que varia de

campos limpos aos sujos.

4. Floresta: vegetação de porte arbóreo, grande porte com altos índices de cobertura

foliar em estado clímax, que atingem o dossel presentes em topos de morros,

vertentes, margens de rios.

5. Urbano: área com estrutura e textura característica de cidades e pequenos vilarejos

com arruamentos e quadras, e possuem dependência com a malha viária;

6. Nascente: Áreas que podem apresentar lâmina d’água fina sobre solos de

coloração clara que durante a fotointerpretação destacam-se pela sua coloração

azul claro, mas que posteriormente foram incorporadas a classe água.

7. Queimada: alvos terrestres que materializam áreas queimadas, baixa reflectância,

alta absortância.

Após definição das classes avançou-se para o processo de treinamento da classificação

pelo método supervisionado. A partir dos resultados realizou-se a conversão do resultado

matricial em vetorial. Na sequência estruturou-se a análise quantitativa a partir da tabulação das

áreas e perímetros das classes mapeadas. Nesse sentido foi possível qualificar e quantificar os

fragmentos florestais contidos na área de estudo.

O reconhecimento e interpretação de padrões trata-se da validação dos dados

produzidos de maneira que representem a realidade do espaço monitorado. Neste sentido, para

a produção da modelagem foi nesta etapa que se inseriu valores de largura da faixa de APP e

parâmetros do método de classificação.

2.2.4 Reconhecimento e interpretação de padrões

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Com os produtos da rede hidrográfica produzidos foi-se a campo onde a validação de

dados ocorreu, em que observou forte correlação entre os dados obtidos encontrados no

laboratório com àqueles do mundo real. Apesar do produto das linhas de drenagem não fornecer

medidas da largura dos rios, sendo que esta é uma informação primordial o reconhecimento da

APP, foi adotado a largura mínima de APP para os rios. Para a declividade manteve-se a

informação obtida do produto da ferramenta “slope” pois esta representa a distribuição espacial

da declividade.

Devido à presença de atividade pecuária e agricultura na área de estudo foi necessário

a criação de duas classes temáticas durante a classificação. Contudo, através da fotointerpreção

a confirmação de que o alvo analisado se referia a monocultura se tornou uma tarefa difícil,

pois se identificou usos múltiplos, cultivos de milho, arroz, soja e outros. Deste modo o

levantamento de campo foi de grande valia para a constatação da presença de monoculturas e a

quais eram os cultivos presentes na área. Após a classificação as duas classes foram agrupadas

e denominadas de área antropizada.

Esta etapa, também chamada de trabalho de campo, foi realizado no dia 20 de maio de

2013 compondo um dos níveis de análises citado por Ross et. al. (2011, p. 30). Tal etapa faz-se

necessário para o registro de fotografias e a validação do produto da classificação de imagens

realizadas em escritório, uma vez que constatado erro nos processos de classificação pode-se

calibrá-lo para obter um melhor resultado. Para isto foi utilizado um veículo, um equipamento

de navegação por satélite, neste caso o Global Positioning System (GPS), Garmim Oregon 550

que possui câmera fotográfica integrada dispensando o uso de câmera fotográfica. Além disso,

utilizou-se um computador portátil e tabelas de pontos e anotações.

Em campo a navegação foi feita em tempo real com o uso do GPS e a janela do SIG e

fotografias foram registradas durante todo o percurso para posterior associação do ponto

2.2.4.1 Ativo

2.2.4.2 Passivo

2.3 LEVANTAMENTO DE CAMPO

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visitado com a imagem de satélite. Assim, a vegetação foi observada durante o percurso com a

finalidade caracterizar as áreas antropizadas e as áreas de vegetação remanescente.

Deste modo, dentro da área de estudo percorreu-se cerca de 207,37 km por estradas

vicinais e RO 496. Desta forma foi visitada a parte norte, central e oeste da área de estudo

coletando amostras suficientes para a classificação e validação desse processo.

Assim, as figuras 5, 6, 7 e 8 mostram as atividades que estão sendo desenvolvidas no

entorno da Terra Indígena. A figura 5 destaca a implantação de monoculturas de grãos, já para

a figura 6 observa-se a presença da lâmina d’água do reservatório de uma Pequena Central

Hidrelétrica (PCH).

Novamente são apresentadas as atividades que representam o maior impacto a Terra

Indígena e aos fragmentos florestais remanescentes. A Figura 7 a seguir mostra um exemplo do

manejo terra no entorno da terra indígena que resulta no carreamento de sedimentos para os

igarapé, rios e reservatórios, diminuindo sua capacidade e consequentemente reduzindo

eficiência do sistema de geração de energia, agravando ainda mais os aspectos ambientais desta

área (Figura 8).

Figura 5 - Plantação de arroz na área

vizinha a Terra indígena

Tubarão Latundê

(-60,756215 e -12,371724).

Figura 6 - Reservatório da Pequena

Central Hidrelétrica

próximo a área urbana do

município de Chupinguaia

(-60,931063 e -12,583885).

©MAYK SALES, MAIO 2013

©MAYK SALES, MAIO 2013

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As figuras a seguir representam as amostras coletadas para o processo de validação da

classificação a exemplo de áreas de florestas e suas circunvizinhanças, como mostram as

Figuras 9 e 10.

As Figura 11 e 12 mostram áreas de cerrado stricto sensu, que nas imagens de satélite

apresentam a mesma textura das áreas do núcleo da Terra Indígena Tubarão Latundê.

Figura 7 - Áreas consolidadas como

pastagem inseridas no

entorno da Terra Indígena

(-60,910194 e -12,606510).

Figura 8 - Barragem do reservatório

utilizado para a geração de

energia

(-60,882795 e -12,701955).

Figura 9 - Fitofisionomia vegetal

característica do cerrado

localizado no área de estudo

(-60,958479 e -

12,420610).

Figura 10 - Área desmatada

aguardando preparo para

pastagem ou monocultura

(-61,210998 e -12,448825).

©MAYK SALES, MAIO 2013

©MAYK SALES, MAIO 2013

©MAYK SALES, MAIO 2013

©MAYK SALES, MAIO 2013

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Com o trabalho de campo concluído retornou-se ao laboratório para que os dados do

GPS fossem descarregados e posteriormente analisados junto às imagens de satélite. As análises

resultaram em mapas temáticos mostrando as classes identificadas na região, as principais

formações vegetais encontradas nas regiões.

A metodologia de delimitação de corredor ecológico foi apresentada de forma sintética

no fluxograma da Figura 4. Contudo, antes de explanar sobre a metodologia propriamente dita

apresenta-se as variáveis e o modo de implantação das mesmas. Assim, a partir dos dados

processados, foi atribuído os pesos de cada atributo identificado nos dados de entrada. A seguir

a Tabela 5, apresenta o peso atribuído aos dados declividade e sua espacialização está

apresentada na Figura 13.

Figura 11 - Fitofisionomia

vegetal característica

do cerrado stricto

sensu, localizado

dentro da área de

estudo

(-61,309631 e

-12,256734).

Figura 12 - Espécie encontrada na área

de cerrado stricto sensu, do

entorno da T. I

(-61,309595 e -12,256761).

2.4 DELIMITAÇÃO DOS CORREDORES ECOLÓGICOS

©MAYK SALES, MAIO 2013

©MAYK SALES, MAIO 2013

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Tabela 5 - Custos da declividade de acordo com sua classe, segundo LOUZADA et. al. (2010).

Declividade (Graus) Custos Justificativa

< 20 100 Áreas agricultáveis: atuam como barreiras para a

passagem de corredores ecológicos

20 a 45 50 Uso restritivo: áreas com relevo ondulado.

> 45 1 Áreas de Preservação Permanente: áreas propícias para a

passagem de corredores ecológicos.

Figura 13 - Dados de entrada do parâmetro declividade e distribuição espacial de seus pesos

de modelagem

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Posteriormente foi tratado os dados do uso e cobertura da área de estudo transformando

os arquivos vetoriais da classificação em matriz para que fosse atribuído o seu respectivo peso

de acordo com a sua classe. Contudo, o peso da variável “cerrado” não constavam na tabela

sugerida por Louzada et. al. (2010), para estes foram atribuídos os custos que melhor

representavam a classes, estes custos estão apresentados na Tabela 6 e espacializados na Figura

14.

Tabela 6 - Custos das classes do uso e cobertura do solo, adaptado de LOUZADA et. al. (2010).

Classes Custos Justificativas

Água 1 Locais onde se configuram como Áreas de Preservação Permanente e

atuam como pontos de dessedentação da fauna.

Antropizado 100 Áreas que já foram alteradas pela ação do homem e encontram-se

desflorestadas, atividade agropecuária.

Cerrado 1

Área ocupadas pela vegetação da fitofisionomia característica do

Cerrado. Recomendado para a passagem de corredores ecológicos por

preservarem a biodiversidade.

Florestas 1

São os fragmentos de floresta tropical ombrófila e aberta presentes na

área de estudo que tem grande potencial de compor os corredores

ecológicos.

Mancha

urbana 100

Áreas de desenvolvimento urbano. Obstrui a passagem de um corredor

ecológico.

Nascente 1 Nascentes de corpos d’água que configuram áreas de APP e são de grande

importância para o manejo hídrico.

Queimada 50 Áreas que foram queimadas e que posteriormente poderiam estar

abandonadas ou ocupadas por atividades agropecuárias.

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Como referido, as áreas de APP foram definidas através das linhas hidrográficas e as

nascentes identificadas na área de estudo. Assim para cada nascente foi considerado sua área

de APP delimitada por um raio de 50 m. Já para os rios, estes foram considerado como sendo

corpos hídricos que tem largura máxima de 10 m, assim a área de APP de mata ciliar foi de

Figura 14 - Dados de entrada da variável uso e cobertura e a distribuição espacial dos pesos

de modelagem.

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uma faixa marginal de 15 m. Posteriormente esses dados foram transformando em matriz e

atribuído um custo para essas áreas no valor 1, a Figura 15 mostra a espacialização destes dados.

Figura 15 - Dados de entrada do parâmetro Áreas de Preservação Permanente (APP) e

distribuição espacial de seu peso para a modelagem.

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Por fim, a metodologia propriamente dita. Dessa forma, com os dados trabalhados e

prontos prosseguiu-se a modelagem conforme o modelo conceitual apresentado na Figura 16 e

está categorizado em três estágio.

Deste modo, a etapa de estruturação foi a conversação e preparação dos dados e seus

respectivos custos para a modelagem. Desta forma, foi aplicado o método AHP, com a matriz

de nível de importância apresentado na Tabela 7 e gerado os pesos de importância de cada

variável para gerar a menor distância entre dois pontos considerando o menor custo, isto explica

por que as classes de maior vulnerabilidade ambiental apresentam os menores custos. A Figura

17 mostra a matriz de custo total da modelagem de corredores ecológicos na área de estudo.

Tabela 7 - Matriz de custos construida para aplicação do método AHP e pesos de cada variável.

Custo declividade Custo APP Custo uso do solo Peso

Custo declividade 1 0,3333 0,2 0,1047

Custo APP 3 1 0,3333 0,2583

Custo uso do solo 5 3 1 0,6370

Figura 16 - Modelo conceitual adaptado da metodologia AHP desenvolvida por Saaty

(Silva e Nunes (2009) apud PINESE (2010), p. 7).

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Figura 17 - Espacialização dos pesos de custo total da área de delimitação de corredores

ecológicos.

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50

Aplicado o método AHP verificou-se a análise de consistência resultante dos custos

foi de 0,037, o que foi aceitável uma vez que este valor deve ser inferior a 0,1. Com os pesos

calculados, foi criado um arquivo matricial (Figura 17) que representou o custo geral da área

de estudo. Com este produto foi delimitado as linhas dos corredores ecológicos. Para a

determinação da largura dos corredores a resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente

(CONAMA) nº 9 de 1996 determina que a largura do corredor ecológico deve ser 10% do seu

comprimento total, sendo que a faixa mínima é de 100 m. Com os corredores delimitados e suas

larguras definidas foi confeccionado os seus mapas de localização, uso e cobertura e

hidrografia.

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51

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados apresentados foram agrupados em: 1) uso e cobertura da terra 2) Áreas

de Preservação Permanente e 3) modelagem dos corredores ecológicos. Os resultados de 1 e 2

estão organizados em análise quantitativa e espacial. Para a análise quantitativa valeu-se da

estruturação de tabelas e gráficos e para a análise espacial utilizou-se de regras de semiologia

gráfica aplicadas aos mapas temáticos.

Os resultados revelaram que a área estudo possui 56,57% coberta por florestas e

36,28% de porções antropizadas (Tabela 8 e Figura 18). A área urbana é pouco expressiva, em

campo observou a presença de pequenos núcleos urbanos nos municípios de Cerejeiras,

Colorado d’Oeste, Corumbiara, Chupinguaia, Pimenta Bueno e Vilhena.

Tabela 8 - Uso e cobertura da terra na área de estudo no ano de 2013.

Classe temática Área (km²) Representatividade %

Água 99,08 0,59

Antropizado 6.082,24 36,28

Cerrado 1.025,32 6,12

Floresta 9.484,85 56,57

Mancha Urbana 58,91 0,35

Nascente 0,88 0,01

Queimada 14,68 0,09

Total 16765,97 100,00

99,08

6082,24

1025,32

9484,85

58,91 0,88 14,680

2000

4000

6000

8000

10000

ÁGUA ANTROPIZADO CERRADO FLORESTA MANCHA URBANA

NASCENTE QUEIMADA

Áre

a e

m k

USO E COBERTURA DA TERRA

3.1.1 Análise quantitativa

Figura 18 - Uso e cobertura da terra na área de estudo no ano de 2013.

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Os resultados da Tabela 8 e Figura 18 apresentam a análise do uso e cobertura da terra

na área de estudo que consideram em seu cálculo as áreas de floresta e de cerrado no interior

das T.I.’s. Desta maneira, a área de florestal passa a ser 41,08% e a de cerrado (24,44%) na

externa as áreas protegidas por lei e a área de antropizado passa a representar 33,06% da área

de estudo desconsiderando as T.I.’s.

Mesmo com uma extensa área florestal (56,57%), isso não significa que a área esteja

em estado de preservação satisfatório. Segundo Sales (2014) o entorno de 10 km (o que equivale

a uma área total de 2.144,81 km²) da T.I. Tubarão Latundê continha 51,16% de área de floresta

no ano de 2011. Contudo, esses remanescentes florestais, mesmo que fragmentados,

desempenham um papel importante na manutenção da biodiversidade (MARTINS et. al., 1998).

A Figura 19 apresenta a análise multitemporal do uso e cobertura da terra neste entorno da T.I.

Tubarão Latundê desde 1986 até o ano de 2011.

Como pode ser observado na Figura 19 a proporção de área antropizada no entorno da

T.I. Tubarão Latundê é um valor muito próximo do valor de área florestal. Além disso a área

da classe água aumentou, devido a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s)

dentro desta área. Outra constatação é de que a taxa de desmatamento acompanha fielmente a

taxa de crescimento de área antropizada confirmando que a ocupação humana pode trazer

grandes alterações a ambos biomas. Assim não somente o bioma amazônico, mas também o

bioma cerrado sofreram perdas, nesta área a proporção de cerrado fora da T.I. no entorno de 10

km foi de apenas 1,8%.

Figura 19 - Análise multitemporal do entorno de 10 km da T.I. Tubarão Latundê, 1986 a

2011, totalizando uma área de 2.144,81 km². Fonte: Sales, 2012.

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A partir da figura 22 foi possível observar que a porção sul da área de estudo está mais

antropizada, enquanto que a porção norte está mais conservada. Observou-se que na porção

norte os solos são mais frágeis à prática da agropecuária, enquanto que sul identificou-se ilhas

de solos mais adequados ao cultivo agrícola e de pastagens. Contudo, na parte sul, as ilhas dos

Neossolos Quartzarênicos favoreceram a ocorrência de voçorocas, especialmente nas margens

da rodovia estadual, RO-391. Deste modo, a partir do levantamento de campo foi possível

observar que o uso antrópico proporcionou o surgimento de impactos não identificados pelo SR

de moderada resolução espacial, como o caso das voçorocas.

Conforme Santos (2014) as perdas de solos dessas áreas já atingem rios da região e

contribuem para sua colmatação. Na porção leste identificou-se que as áreas antropizadas são

predominantemente de campos agrícolas de grãos, no município de Vilhena.

As figuras 20 e 21 apresentam uma voçoroca encontrada nas margens da RO-391 e

que além dessa foram identificadas outras erosões que até o dia do levantamento de campo não

haviam se transformado em voçorocas, mas que já apresentavam estágio erosivo avançado. Este

cenário passou a se tratar de um risco eminente às águas subterrâneas, pois poluentes podem

ser dissolvidos na água subterrânea com maior facilidade. Além disso, a água aflora do solo e

escoa superficialmente dificulta a recuperação desta área.

Já a Figura 22 mostra a área de estudo e os municípios de Cerejeiras, Chupinguaia,

Colorado d’ Oeste, Corumbiara, Parecis, Pimenta Bueno e Vilhena no estado de Rondônia e o

município de Comodoro no estado do Mato Grosso que foram englobados pelo estudo. Assim

3.1.2 Análise espacial

Figura 20 - Processo erosivos

avançados na área vizinha a

Terra Indígena Tubarão

Latundê (-60,827122 e -

12,424362).

Figura 21 - Cercas suspensas como

resultado da formação de

voçorocas (-60,826576

e -12,424397).

©MAYK SALES, MAIO 2013

©MAYK SALES, MAIO 2013

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de um total de 16.765,97 km² os municípios de Rondônia ocupam 15665,75 km² (93,43% da

área de estudo) restando apenas 1100,22 km² (6,57%) da área de estudo no Mato Grosso.

O entorno da Terra Indígena Tubarão Latundê utilizado para recorte é 14,35 vezes

maior que a própria área da TI e constatando-se a presença de outras terras indígenas inseridas

na área de estudo. As TI’s desta região contribuem muito para a preservação ambiental e para

a delimitação e possível implantação de corredores ecológicos. A Tabela 9 apresenta as

informações referentes a estas terras na área de estudo. Estas áreas por sua vez, são grandes

extensões de remanescentes preservados dos biomas Amazônia e Cerrado e formam uma zona

de transição podem servir como pontes entre um fragmento e outro com a vantagem de serem

áreas protegidas.

Tabela 9 - Área ocupada por Terras Indígenas no recorte da área de estudo.

Nome da área Área (km²) Representatividade %

Parque do Aripuanã 763,93 61,00

Rio Omerê 261,77 20,90

Vale do Guaporé 167,51 13,38

Pirineus de Souza 50,53 4,03

Nambikwara 8,64 0,69

Total 1252,39 100,00

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Figura 22 - Uso e ocupação no entorno de 50 km da Terra indígena Tubarão Latundê.

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A delimitação das bacias hidrográficas resultou na identificação das nascentes e

drenagens. Assim, pode ser constatada o alto potencial hídrico através da identificação das

nascentes na área de estudo, que juntas contabilizaram 5.443 nascentes (Figura 23) distribuídas

ao longo de 16.765,97 km², isso significa uma “densidade de nascente” equivalente a 0,32

nascentes por km². Este último parâmetro morfométrico não foi encontrado na literatura

científica e surgiu devido a necessidade de sua descrição. Assim tal parâmetro morfométrico

foi denominado de “densidade de nascente” e representa a distribuição espacial de nascentes

por unidade de área, neste caso o km².

Ao todo foram identificados 12407,33 km de linhas hidrográfica na área de estudo.

Esta extensão hidrográfica (km) dividida pela área (km²) gera a densidade de drenagem que

equivale ao valor de 0,74 km de hidrografia por km². Embora a exploração hídrica tenha

aumentado, através de criação de reservatórios artificiais destinados a geração de energia

elétrica, os corredores ecológicos podem promover uma melhora da qualidade e quantidade,

favorecendo as atividades que fazem o uso consuntivo e não consuntivo destes recursos.

Tão importante quanto os rios são as nascentes, nesta área foram contabilizadas 803

nascentes no interior das TI’s o que representa 14,75% das nascentes na área de estudo. Desta

forma, as TI’s favorecem a preservação dos recursos hídricos da região, que no caso da TI

Tubarão Latundê faz parte das bacias hidrográficas de rio Pimenta Bueno e do rio

Comemoração, que na cidade de Pimenta Bueno se juntam para formar o rio Machado ou Ji-

Paraná. Desta forma as TI’s também atuam como elementos estratégicos na preservação das

bacias hidrográficas, principalmente quando têm em seu território nascentes de rios importantes

para a manutenção da economia, meio ambiente e cultura regional. Assim, os corredores

ecológicos podem atuar como uma estratégia eficiente para a preservação de nascente que

transcende a exigência legal do Código Florestal.

A Figura 23 apresenta a distribuição espacial das nascentes e redes hidrográficas na

área de estudo. Uma das constatações realizadas por este trabalho é que direta ou indiretamente

os reservatórios de PCH’s são beneficiários da preservação promovida pelas TI’s, não se

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP’s)

3.2.1 Análise quantitativa na APP de rede hidrográfica

3.2.2 Análise espacial da APP de rede hidrográfica

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restringindo à da região sudeste do estado de RO, mas também as da região norte, uma vez que

os rios do Sul são afluentes do rio Ji-Paraná.

Figura 23 - Mapa de densidade de nascentes no entorno da T.I. Tubarão Latundê e no seu

interior com as demais terras indígenas inseridas na área de estudo.

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Partindo de um ponto de vista em que a APP de corpos hídricos fossem respeitadas, a

contribuição destas áreas para a criação de corredores ecológicos não seria muito grande. No

entanto este não é o presente cenário das APP’s na área de estudo, pois apenas 64,31% da área

que deveria ser APP encontra-se ocupada por floresta e cerrado, como mostra a Figura 24.

Portanto esta configuração de paisagem é mais um elemento que destaca a necessidade

da criação de corredores ecológicos que conectam as áreas de APP a fragmentos florestais

maiores.

A área total de estudo equivale a 16.765,97 km², deste modo pode-se ter como área

útil de implantação de corredores ecológicos a região exterior as TI’s. Desta maneira, a área da

Terra Indígena Tubarão Latundê e as demais terras indígenas somadas equivalem a 2420,8 km²,

restando uma área de 14.345,17 km² para a implantação de corredores ecológicos.

Assim, como produto da delimitação a modelagem resultou em 14 corredores

ecológicos que conectam as terras indígenas Nambikwara, Parque Aripuanã, Pirineus de Souza,

Rio Omerê e Vale do Guaporé a terra indígena Tubarão Latundê. As informações destes

corredores foram organizadas e apresentadas na Tabela 10. Assim, como os mapas que são

Figura 24 - Uso e ocupação das Áreas de Preservação Permanente (APP) de rede

hidrográfica na área de estudo, ano de 2013.

CORREDORES ECOLÓGICOS

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apresentados nas Figuras 25, 26, 27, 28 e 29 é importando considerar o atual uso e ocupação do

solo nas áreas delimitadas como corredores ecológicos.

Tabela 10 - Dados dos corredores que conecta as terra indígenas inseridas na área de estudo a terra

indígena Tubarão Latundê/RO.

Descrição Destino Comprimento total

(km)

Largura

(km)

Área

(km²)

Corredor A Nambikwara 60,23 6,02 346,61

Corredor B Parque Aripuanã 59,56 5,96 334,04

Corredor C Parque Aripuanã 54,92 5,49 291,33

Corredor D Parque Aripuanã 40,19 4,02 153,62

Corredor E Parque Aripuanã 35,45 3,55 120,55

Corredor F Parque Aripuanã 42,27 4,23 175,88

Corredor G Parque Aripuanã 43,13 4,31 170,28

Corredor H Parque Aripuanã 42,55 4,26 177,84

Corredor I Pirineus de Souza 59,34 5,93 330,27

Corredor J Rio Omerê 30,27 3,03 87,26

Corredor L Rio Omerê 41,50 4,15 166,41

Corredor M Vala do Guaporé 52,81 5,28 266,77

Corredor N Vale do Guaporé 47,82 4,78 217,19

Corredor O Vale do Guaporé 53,48 5,35 278,93

Como pode ser visto na Tabela 10 o corredor que apresentou maior comprimento foi

o Corredor A, que conectou a terra indígena Tubarão Latundê a Nambikwara, com distância de

60,23 km e com isso ocupou também a maior área, 346,61 km². Ao contrário, o corredor J

apresentou menor comprimento total, 30,27 km e também menor área, 87,26 km² e ligou a terra

indígena Tubarão Latundê a terra indígena Rio Omerê.

Como pode ser observado na Tabela 10 a modelagem apresentou para as TI’s

Nambikwara e Pirineus de Souza apenas uma proposta, logo são interpretadas como sendo a

melhor proposta de conexão entre as TI’s citadas. Por outro lado, a modelagem sugeriu mais de

uma proposta para as demais TI’s, sendo assim foi feito a análise das propostas e selecionada a

que apresenta melhor condição ambiental.

Para a escolha da melhor proposta de implantação foi considerado relevante uso do

solo nas áreas delimitadas como corredores ecológicos. Para efeito de comparação a Tabela 11

e 12 permitem visualizar de maneira mais dinâmica os dados referentes ao uso e cobertura das

propostas de corredores ecológicos e que auxiliou na escolha da melhor proposta de conexão

entre as TI’s Parque Aripuanã, Rio Omerê e Vale do Guaporé com a TI Tubarão Latundê.

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Tabela 11 - Representatividade das classes de uso e ocupação na área delimitada como corredor

ecológico no ano de 2013.

Descrição Classes – Resultados em %

Água Antropizado Cerrado Floresta Mancha

Urbana Nascente Queimada

Corredor A 0,18 11,31 5,01 83,40 0,03 0,01 0,06

Corredor B 0,49 15,43 5,91 78,16 0,01 - -

Corredor C 0,58 15,49 6,50 77,43 0,00 - -

Corredor D 0,54 8,35 7,62 83,49 - - -

Corredor E 0,56 10,86 34,78 53,69 0,10 - -

Corredor F 0,36 14,67 42,14 42,78 0,05 - -

Corredor G 0,14 15,37 23,71 60,67 0,11 - -

Corredor H - 22,63 18,28 58,92 0,02 - 0,14

Corredor I 0,16 32,47 6,55 60,24 0,58 - -

Corredor J 0,49 51,09 2,34 46,03 - - 0,04

Corredor L 0,14 33,15 1,42 65,29 - - -

Corredor M 0,28 49,48 3,50 46,64 0,02 0,03 0,06

Corredor N 0,48 54,56 2,69 42,21 - - 0,06

Corredor O 0,24 45,81 2,86 51,04 - 0,01 0,05

Tabela 12 - Uso e ocupação na área delimitada como corredor ecológico no ano de 2013.

Descrição Classes (km²)

Água Antropizado Cerrado Floresta Mancha Urbana Nascente Queimada

Corredor A 0,57 62,44 21,73 261,55 0,09 0,03 0,19

Corredor B 1,63 51,54 19,74 261,10 0,04 - -

Corredor C 1,69 45,13 18,93 225,58 0,01 - -

Corredor D 0,82 12,83 11,71 128,26 - - -

Corredor E 0,68 13,10 41,93 64,73 0,12 - -

Corredor F 0,63 25,80 74,12 75,25 0,09 - -

Corredor G 0,24 26,17 40,38 103,30 0,18 - -

Corredor H 0,00 40,25 32,52 104,78 0,04 - 0,26

Corredor I 0,54 107,24 21,63 198,95 1,92 - -

Corredor J 0,43 44,59 2,04 40,17 - - 0,03

Corredor L 0,23 55,17 2,37 108,65 - - -

Corredor M 0,74 131,99 9,34 124,41 0,05 0,08 0,17

Corredor N 1,05 118,51 5,83 91,68 - - 0,13

Corredor O 0,67 127,77 7,98 142,36 - 0,03 0,13

Analisando a Tabela 11 e 12 constatou-se duas propostas de corredor ecológico entre

a TI Tubarão Latundê e a Parque Aripuanã que são promissoras, sendo elas o Corredor B e o

D. O Corredor B apresenta a área de floresta e cerrado maior que o Corredor D, no entanto

possui área de mancha urbana enquanto o Corredor D não possui mancha urbana. Por outro

lado, o Corredor D apresenta melhor condição ambiental. Assim, apesar da dificuldade de

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seleção optou-se pelo Corredor B, que possui área florestal 2 vezes maior que a área florestal

do Corredor D apesar da área de cerrado ser 0,77 vezes menor.

Não foi constatado a mesma dificuldade da seleção anterior para a seleção de proposta

de corredor ecológico que conecta a TI Tubarão Latundê e Rio Omerê. Para estas TI’s optou-

se pelo Corredor L que possui área de floresta e cerrado maior do que a do Corredor J. O

Corredor L apresentou melhor condição ambiental com área preservada total de 66,71% de sua

área preservada, constituído de 2,37 km² de cerrado e 108,65 km² de floresta.

Dentre as opções de seleção de corredores ecológicos que conectaram a TI Tubarão

Latundê e Vale do Guaporé a que mais se destacou foi o Corredor O que apresentou área de

floresta 14,42% maior em relação ao corredor M, no entanto a área de cerrado é 1,36 km² menor

que a proposta M, ou seja, área de cerrado do corredor M é 17,04% maior.

Assim os corredores selecionados para conectar a TI Tubarão Latundê as demais TI’s

foram os Corredores A, B, I, L e O, sendo estas as propostas que apresentaram-se em melhores

condições ambientais. Como pode ser observado na Tabela 11 e 12, algumas propostas de

corredores ecológicos selecionadas comtemplaram mancha urbana. Sendo assim, os corredores

que contemplaram classes como urbano e antropizado devem receber um tratamento de

implantação diferente, uma vez que esses usos são obstáculos para a passagem dos corredores

ecológicos. Assim, são apresentados nas Figuras 25, 26, 27, 28 e 29 os corredores ecológicos

delimitados.

Com isso, o corredor da A, Figura 25, apresentou campos agrícolas, caracterizados

como áreas antropizadas, na sua porção leste, a aproximadamente 8 km da TI Nambikwara. As

demais áreas antropizadas se caracterizaram como de pastagem para criação de gado bovino.

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Os corredores B, C, D, E, F, G e H, Figura 26, cortaram áreas agrícolas, no caso do

corredor H, porção leste, e os demais predominou áreas de pastagens.

Figura 25 - Mapa da delimitação dos corredores ecológicos que conectam as terras

indígenas Tubarão Latundê e Nambikwara.

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Figura 26 - Mapa da delimitação dos corredores ecológicos que conectam as terras

indígenas Tubarão Latundê e Parque Aripuanã.

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O corredor I, Figura 27, também revelou áreas agrícolas na porção leste. Os corredores

J e L, Figura 28, apresentaram sobreposição na porção central, e predomínio de pastagens.

Figura 27 - Mapa da delimitação dos corredores ecológicos que conectam as terras

indígenas Tubarão Latundê e Pirineus de Souza.

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A sobreposição também foi identificada nos corredores M, N e O, Figura 29, onde

predominou pastagens.

Figura 28 - Mapa da delimitação dos corredores ecológicos que conectam as terras

indígenas Tubarão Latundê e Rio Omerê.

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A síntese das análises sobre os corredores revelou que todos apresentaram parte das

suas áreas ocupadas pela agropecuária, portanto, para a recuperação deve-se contactar com os

proprietários dessas áreas, especialmente àqueles agrícolas. Dessa forma, é possível que essas

áreas possam ser incorporadas como de Reserva Legal (RL). Fato positivo dessa pesquisa é que

Figura 29 - Mapa da delimitação dos corredores ecológicos que conectam as terras

indígenas Tubarão Latundê e Vale do Guaporé.

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as tais propostas podem ser apresentadas aos proprietários rurais que detêm a posse. Nesse

sentido, o que se segue são propostas de recuperação de áreas degradadas.

Os resultados desse trabalho suscitaram a necessidade de uma outra pesquisa

aprofundada e que tratará da recuperação de áreas degradas. Contudo, a princípio é sabido que

a recuperação de área degrada é de suma importância.

Assim, no contexto dessa pesquisa acredita-se que deve haver o interesse do estado de

Rondônia, através dos governos, estadual e municipal, dos proprietários rurais, e do órgão

indigenista oficial, com o apoio do Ministério Público, as áreas degradas no interior dos

corredores podem ser recuperadas. Assim, o que se tem hoje para os modelos de recuperação

de áreas degradas é de atingir um dos quatro ambientes citados a seguir, sendo eles o “sensu

stricto”, “sensu lato”, a reabilitação e a redefinição (RODRIGUES e GANDOLFI, 2000).

Devido ao atual uso e ocupação dos corredores ecológicos delimitados, hoje esses

ambientes estão no estado de redefinição, pois após a supressão da cobertura vegetal nativa foi

implantada espécies exóticas, principalmente gramíneas para a criação de gados, especialmente

os bovinos. No entanto, para a criação dos corredores ecológicos é necessário promover a

redefinição dessas áreas, que mesmo se tratando de uma medida ecologicamente viável, esta

também pode ser uma medida economicamente viável, através da implantação dos sistemas

agroflorestais.

Contudo, ao se implantar um modelo de recuperação deve-se levar em conta os fatores

limitantes da vegetação, neste caso a mata ciliar em especial. Segundo Rodrigues e Shepherd

(2000) esses fatores são as condições físicas do solo, fatores químicos dos sedimentos, geologia,

geomorfologia, topografia, transbordo do rio, transporte de material orgânico da própria

vegetação, transporte de sedimentos, acúmulo de matéria orgânica, além da condição de

preservação dos fragmentos florestais próximos a mata ciliar.

Para Lima e Zakia (2000) as matas ciliares atuam como corredores para o trânsito da

fauna e promovem a dispersão de sementes. Além disso as matas ciliares em condições de

preservação contribuem na mitigação dos impactos causados por defensivos agrícolas nos

corpos d’água (BARTON e DAVIES, 1993 apud LIMA e ZAKIA, 2000). A presença das matas

ciliares também atua como barreira para os sedimentos provenientes do escoamento superficial

o que evita o assoreamento dos leitos d’água (LIMA e ZAKIA, 2000).

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

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Com efeito, para a recuperação de áreas degradas existem os modelos baseados nas

formações secundárias, no plantio de mudas, regeneração natural e semeadura direta

(KAGEYAMA e GANDARA, 2000). Contudo, é muito importante fazer o consórcio de

espécies pioneiras e não pioneiras, a fim de promover a sucessão ecológico (KAGEYAMA e

GANDARA, 2000). Rodrigues e Gandolfi (2000) observaram que a recuperação de áreas

degradas é resultado do mal-uso do solo e da paisagem que poderiam ter sido evitados ao invés

de remediar. Como já citado por Gomide e Kawakubo (2006) é necessário que esta recuperação

ocorra fazendo-se o uso de espécies nativas.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se concluir que a Terra Indígena Tubarão Latundê está circundada de áreas

antropizadas e consequentemente deve estar sofrendo impactos ambientais como

impermeabilização do solo, aceleração dos processos erosivos, perda dos nutrientes do solo,

assoreamento dos corpos d’água e alteração da qualidade da água superficial e subterrânea.

Assim a criação dos corredores ecológicos é uma das principais respostas como

medida de preservação ambiental, uma vez que irá contribuir para o fluxo genético das espécies

da fauna e flora, preservação de fragmentos florestais e redução de emissões de gases de efeito

estufa da área de implantação. Além disso, existe a possibilidade de promover o

desenvolvimento sustentável da região através destes corredores ecológicos institucionais.

Constatou-se que os recursos hídricos da área de estudo também precisam de uma

atenção especial, em muitos casos as áreas de APP encontram-se degradadas. Para promover

esta recuperação e a efetiva criação de corredores ecológicos é necessário realizar um estudo

para desenvolver um modelo de recuperação adequado para a área em questão, uma vez que

nesta região foi encontrado vegetação de dois biomas e apresentam extensões de ecótonos e

enclaves. Assim é valido garantir que estes modelos de recuperação façam o uso de ambas

espécies a fim de promover a biodiversidade característica desta área, iniciando-se por um

inventário florestal.

Além da delimitação das áreas dos corredores ecológicos foi possível confeccionar os

mapas dos recursos hídricos e do uso e ocupação da terra indígena Tubarão Latundê e seu

entorno, recurso valioso para a análise quantitativa e espacial.

Para além disso, dados e informações produzidos ao longo desta pesquisa podem ser

utilizadas para a gestão da terra indígena, bem como para a educação nas escolas instaladas

dentro desta T.I. Muitos dos dados sustentam até produção de material didático, fato importante

para a disseminação do conhecimento da área em estudo.

Portanto, este trabalho cumpriu com o seu objetivo de mapear o uso e ocupação da

área de estudo estruturando um banco de dados geográficos que permitiu a delimitação de

corredores ecológicos sugerindo quais os modelos de recuperação poder ser utilizados na

recuperação de áreas degradadas.

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