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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRAUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MESTRADO EM EDUCAÇÃO OLGA CRISTINA TEIXEIRA LIRA USO DE FERRAMENTAS DO SOFTWARE TINKERPLOTS PARA INTERPRETAÇÃO DE DADOS Recife 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRAUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

MESTRADO EM EDUCAÇÃO

OLGA CRISTINA TEIXEIRA LIRA

USO DE FERRAMENTAS DO SOFTWARE TINKERPLOTS PARA INTERPRETAÇÃO DE DADOS

Recife 2010

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OLGA CRISTINA TEIXEIRA LIRA

USO DE FERRAMENTAS DO SOFTWARE TINKERPLOTS PARA INTERPRETAÇÃO DE DADOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo F. Monteiro

Recife 2010

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Lira, Olga Cristina Teixeira

Uso de ferramentas do software tinkerplots para interpretação de dados / Olga Cristina Teixeira Lira. – Recife: O Autor, 2010.

195 f. : il. ; quad.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco. CE. Educação, 2010.

Inclui bibliografia, apêndices e anexos.

1. Informática na educação 2. Software educacional 3. Educação matemática I. Título

37 CDU (2.ed.) UFPE 371.344 CDD (22.ed.) CE2010-025

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Dedico esse trabalho a minha família, Sérgio, Maria Cristina, Maria Elvira

e aos meus pais.

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AGRADECIMENTOS

E vamos lá. Dizem que esta é a parte mais difícil. Eu, porém, estava a

aguardando com certa ansiedade, diante da oportunidade de registrar de forma

impressa o quanto sou grata a muitas pessoas. Sei que correrei o risco de deixar

alguns nomes esquecidos, mas isso é compreensível pelo fato de que, como ser

humano, imperfeito e inacabado, o esquecimento é algo inerente que não elimina o

sentimento verdadeiro de gratidão. Portanto, já inicio com pedidos de desculpas a

todos aqueles que, em se sentindo colaboradores de alguma forma, não encontrem

seus nomes citados.

Pela fé na existência de um ser perfeito e superior a tudo, meu primeiro

agradecimento é a Deus.

A minha família por toda assistência dispensada, em especial, às minhas

filhas, Maria Elvira e Maria Cristina, duas lamparinas que se acenderam em meu

juízo, grandes exemplos em minha vida, criaturas muito especiais para mim com

quem aprendo cada dia mais. Ao meu marido Sergio por toda paciência (e se tem

um sujeito paciente, esse é Sergio Lira) e compreensão diante da minha temporária

omissão em sua companhia, decorrente do fato de estar cultivando esta semente.

Aos meus pais por me educarem com amor e dedicação, dando-me as

condições básicas necessárias para que hoje eu realizasse mais esse sonho.

Ao meu amigo invisível, meu verdadeiro anjo querido, amigo, que mesmo sem

estar fisicamente presente, pude sentir suas emanações de incentivos, vibrando a

cada vitória, a cada ―A‖ conquistado e chorando comigo quando, por algum motivo,

minhas fraquezas se faziam presentes despontando algum desânimo, mas me

dando forças para continuar. Obrigada, meu anjo, porque o meu amor por você vai

até depois do céu.

Ao meu orientador sempre tão amigo, paciente, competente e disponível,

Carlos Eduardo Monteiro.

A minha amiga, pra lá de especial, que tanto me incentivou e, talvez nem

compreenda o quanto importante foi a presença dela em minha vida, Sônia Fortes.

A amiga Rosa Cavalcanti com quem compartilhei desabafos, estudos e ideias,

risadas, shows e cafezinhos.

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A minha amiga Priscila Santos, uma terceira filha, por sua alegria e brilho que

fizeram dessa etapa da minha vida, algo bom de viver.

A amiga Silvânia sempre solícita e companheira.

A amiga Shirley Monteiro por sua simpatia, competência e amizade, acima de

tudo.

A toda turma 26 do Mestrado em Educação que juntos estiveram comigo

nesse barco, que por vezes enfrentava tempestades sem, no entanto, naufragar.

Pelos momentos de ricas aprendizagens durante nossos estudos e conversas pelos

ambientes da Universidade.

Aos amigos Carlos e Roseli, amigos muito queridos, que me apoiaram e me

ajudaram tantas vezes quando contava sobre minhas angústias e ansiedades com o

―tal‖ projeto para qualificar e, depois, com o desenvolvimento da dissertação sem

nunca demonstrarem, sequer, desinteresse pelo assunto, contribuindo com suas

opiniões.

A minha irmã Cássia, pessoa iluminada e especial, que mesmo à distância

(apenas geográfica), lá de Curitiba, ajudou-me com suas opiniões e orientações.

Sua presença virtual a transformou em minha co-orientadora nos momentos das

dúvidas, das inseguranças.

A minha prima Dalva, que num momento bem estressante, bem próximo ao

momento da qualificação, trouxe alegria e bom humor para perto de mim, me

proporcionando momentos alegres que me reabasteceram as energias para

continuar essa caminhada.

As professoras Shirley, Marinalva, Celinalva, Eunice e Aurinete, que

facilitaram meu trabalho possibilitando a realização das minhas pesquisas.

Ao amigo Wagner Costa que mais uma vez caminhou perto de mim, mesmo

que no EDUMATEC.

A amiga Lúcia de Fátima que me deu muito incentivo numa hora bastante

difícil, me dando forças para seguir em frente.

A amiga Rosana Paiva, pelo carinho e apoio além da assistência na revisão

final desse trabalho.

A outros tantos amigos que me incentivaram desde o momento da seleção,

acompanharam e vibraram com minha aprovação e até mesmo colaboraram, de

alguma forma, com meu trabalho: Etiene, Fernanda, Patrícia, Rosilda, Wilda,

Taciana... (está em ordem alfabética).

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A amiga Diana Pessoa por sua amizade, dicas e sugestões que tanto me

auxiliaram.

A Andreika Asseker e Iane Alves por terem me ajudado num momento muito

importante com sugestões valiosíssimas.

A Liliane Carvalho pelas contribuições valorosas que enriqueceram este

trabalho.

A Universidade Federal de Pernambuco pela oportunidade dessa conquista.

Ao Colégio Visão por ter sido uma grande escola para mim, durante os anos

de trabalho realizado nessa instituição.

A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Educação –

Mestrado – que contribuíram de forma significativa para mais esse passo na minha

formação acadêmica.

A todos e a todas, o meu muito obrigada.

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Em um mundo em que o acesso ilimitado aos

mais diversos conteúdos se democratiza,

selecionar, editar e reconhecer o que é ou não

confiável torna-se fundamental. Não é mais

apenas o professor que exerce a função de

ensinar, pois, nas escolas, cada estudante tem

espaço para dividir seus conhecimentos, suas

produções e suas preferências com os outros.

Os artefatos informatizados somam-se a

objetos como canetas, pincéis, fantasias e

instrumentos musicais para compor um

conjunto de recursos que são empregados nas

mais diversas situações, que envolvem a

expressão artística, a pesquisa, o debate e a

(re)interpretação dos eventos do mundo.

(Luca Rischbieter)

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RESUMO

A ideia do uso do computador como ferramenta de apoio às práticas pedagógicas tem sido bastante defendida conforme recomendam os PCN (BRASIL, 1997). Estudos como os de Gitirana, Roazzi e Guimarães (2001), Ainley, Pratt e Nardi (2001), Magina e Santos (2008) abordam o tema sobre o trabalho com gráficos. Monteiro (1998) destaca esse tipo de representação de dados como meio de informação bastante veiculado pela mídia e a importância da interpretação desse tipo de veiculação de informações. Além desses estudos, Konold e Ben-Zvi (2006), Konold (2006), Beckker, Dery e Konold (2006) e Watson (2008) pesquisaram sobre a utilização do software TinkerPlots para o trabalho de análise de dados. Diante de propostas sobre o uso de software para o ensino de elementos da Estatística no currículo de Matemática, a presente pesquisa teve como objetivo investigar como estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental realizam o processo de interpretação de dados utilizando o software TinkerPlots, usando, especificamente, as ferramentas Cards, Table e Plot. Foram participantes desta pesquisa, 12 estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental de uma escola da rede privada, na zona Oeste da cidade do Recife. Os estudantes foram agrupados em duplas. A coleta dos dados foi realizada em quatro sessões. Na primeira sessão o software foi apresentado ao grupo todo para conhecer suas ferramentas, uma vez que o software utilizado neste estudo não é na primeira língua dos participantes, mas em inglês. Na segunda sessão os estudantes trabalharam, em duplas, utilizando as ferramentas do software para organização e interpretação de dados fictícios. Nas sessões seguintes, foi desenvolvida uma pesquisa cujo tema foi escolhido pelos próprios estudantes. Eles participaram de todo o processo desde a escolha do tema, à coleta dos dados até a interpretação dos mesmos. Os instrumentos utilizados nesta dissertação para registro dos dados foram a videografia através do software Camtasia Studio e o registro escrito, em protocolos, das observações da pesquisadora durante as sessões. Os estudantes manipularam as ferramentas do software TinkerPlots de forma a obter representações gráficas que possibilitaram a interpretação dos dados. Os resultados sugerem que o software TinkerPlots possui recursos importantes para o trabalho de interpretação de dados. Ao utilizar as ferramentas Cards, Table e Plot do software desse software, os estudantes organizaram os dados de maneira a obterem diferentes formas de representações que possibilitaram a interpretação dos dados. Nossas análises fundamentaram nossa perspectiva de que software sozinho não realiza o trabalho para os estudantes. Mas a utilização dos recursos do software em situações que favoreçam a exploração e interpretação de dados.

Palavras-chave: Uso do computador. Software TinkerPlots. Interpretação de dados.

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ABSTRACT

The idea of using computer as a tool to support teaching practices has been widely recommended by curriculum makers, for example in Brazil (BRASIL, 1997). Studies such as Gitirana, Guimaraes and Roazzi (2001), Ainley, Nardi and Pratt (2001), Magina and Santos (2008) approach the theme about construction and interpretation of graphs. Monteiro (1998) states that graph as a type of data representation is very popular in print media and it is very important that to learn how to interpret information presented in this way. Other studies, Konold, Ben-Zvi (2006), Konold (2006), Beckker, Dery and Konold (2006) and Watson (2008) investigated the application of Tinkerplots software on the work of data analysis. Toward proposals for the use of software for the study of elements of statistics in the teaching of mathematics, this study aimed investigate how students in 7th grade of elementary school develop the process of interpretation of data using the software Tinkerplots. We focused on three specific tools of TinkerPlots: Cards, Table and Plot. On this study, participated 12 elementary school 7th grade students from a private school in the west of Recife city. Students were grouped in pairs. It was collected data in four sessions. In the first session, the software was presented to the whole group to know about its the tools, since the software used in this study is in another language, English. In the second session, the students worked in pairs, using the software tools for organization and interpretation of data sampled. In the following sections, was developed a research theme chosen by the students themselves. They participated in the whole process, since the choosing of the theme, the data collection until its interpretation. The instruments used in this dissertation to collect the data was the video recording, by Camtasia Studio software, and the written recording, in protocols, of the researcher's observations during the sessions. The students manipulated the software tools Tinkerplots to obtain graphs which allowed the interpretation of the data. The results suggest that the software Tinkerplots has important resources to the work of data interpretation because most of the students participants in this research has achieved the task of interpreting through this tool. Therefore The results support our perspective that computer use can be a tool that helps elementary school students in their process of interpretation of data. Keywords: Use of the computer. Software Tinkerplots. Data interpretation.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 01– Identificação das duplas de estudantes participantes ................... QUADRO 02– Resultado das observações da 1ª sessão .................................... QUADRO 03– Definição dos Temas e Atributos de Cada Dupla para a 2ª

Sessão ........................................................................................... QUADRO 04– Questionário elaborado pelos estudantes participantes da

pesquisa ........................................................................................ QUADRO 05– Domínio dos estudantes quanto ao uso das ferramentas Cards,

Table, Plot e as opções do menu do Plot ...................................... QUADRO 06– Resultados das observações da 3ª sessão ..................................

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 – Tela inicial do software TinkerPlots ................................................ FIGURA 02 – Menu e Botões de ferramentas do software TinkerPlots ............... FIGURA 03 – Tela contendo as ferramentas Cards, Table e Plot do software

TinkerPlots ..................................................................................... FIGURA 04 – Tela do software TinkerPlots com a ferramenta Cards

selecionada .................................................................................... FIGURA 05 – Ferramenta Cards com os atributos nome, cidade e profissão ..... FIGURA 06 – Cards com três atributos e dez casos ............................................ FIGURA 07 – Table obtida a partir dos dados do Cards da Figura 06 ................. FIGURA 08 – Ferramenta Plot com distribuição dos dados do atributo profissão FIGURA 09 – Ferramenta Table com destaque para os sujeitos Roberto e

Milena ............................................................................................ FIGURA 10 – Plot com dados de significados iguais registrados com grafias

diferentes ........................................................................................ FIGURA 11 – Barra de ferramentas do recurso Plot ............................................ FIGURA 12 – Função Separate da ferramenta Plot ............................................. FIGURA 13 – Função Order da ferramenta Plot ................................................... FIGURA 14 – Função Stack da ferramenta Plot ................................................... FIGURA 15 – Esquema da organização das Sessões ........................................ FIGURA 16 – Layout do Laboratório de Informática da Escola Participante ........ FIGURA 17 – Tela inicial do software Camtasia ................................................... FIGURA 18 – Tela do software Camtasia para iniciar o processo de videografia FIGURA 19 – Disposição da localização das duplas de estudantes durante a

realização da pesquisa no Laboratório de Informática .................. FIGURA 20 – Tela inicial do software MicroMundos ............................................ FIGURA 21 – Tela inicial do software MicroMundos com exibição das

ferramentas do Centro de Desenho ...............................................

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FIGURA 22 – Tela de abertura das tarefas no software MicroMundos ................ FIGURA 23 – Tela da primeira tarefa do estudo Piloto ........................................ FIGURA 24 – Tela da segunda tarefa do estudo Piloto ........................................ FIGURA 25 – Tela da segunda tarefa do estudo Piloto ........................................ FIGURA 26 – Tela da segunda tarefa do estudo Piloto ........................................ FIGURA 27 – Tela da terceira tarefa do estudo Piloto ......................................... FIGURA 28 – Tela da quarta tarefa do estudo Piloto ........................................... FIGURA 29 – Ferramenta Hide Plot do menu Edit do software TinkerPlots ........

FIGURA 30 – Ferramenta Label do software TinkerPlots ....................................

FIGURA 31 – Organização dos dados de forma ascendente com a ferramenta Table ...............................................................................................

FIGURA 32 – Plot obtido pela Dupla 01 durante a 2ª sessão .............................. FIGURA 33 – Separação dos objetos para classificação ..................................... FIGURA 34 – Tabela obtida pelos estudantes da Dupla 01 durante a 2ª sessão FIGURA 35 – Organização dos dados da pesquisa da Dupla 01 durante a 2ª

sessão, utilizando a ferramenta Plot ............................................. FIGURA 36 – Organização ascendente de dados na ferramenta Table .............. FIGURA 37 – Cards da Dupla 02 do trabalho da 2ª sessão ................................ FIGURA 38 – Table da Dupla 02 do trabalho da 2ª sessão ................................. FIGURA 39 – Gráfico obtido pelos estudantes da Dupla 02 durante a 2ª sessão FIGURA 40 – Tabela obtida pelos estudantes da Dupla 03 durante a 2ª sessão FIGURA 41 – Plot da Dupla 03 na 2ª sessão ...................................................... FIGURA 42 – Plot da Dupla 03 na 2ª sessão ...................................................... FIGURA 43 – Plot da Dupla 03 obtido na 2ª sessão, utilizando o atributo ―time‖ FIGURA 44 – Plot da Dupla 03 obtido na 2ª sessão, utilizando o atributo ―time‖ FIGURA 45 – Plot da Dupla 03 obtido na 2ª sessão utilizando os atributos

―time‖ e ―religião‖ ...........................................................................

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FIGURA 46 – Plot da Dupla 03 obtido na 2ª sessão utilizando os atributos ―time‖ e ―idade‖ ..............................................................................

FIGURA 47 – Cards da Dupla 04 durante a 2ª sessão ........................................ FIGURA 48 – Tabela obtida com os dados do Cards ........................................... FIGURA 49 – Plot da Dupla 04 utilizando a opção Fuse Circular ........................ FIGURA 50 – Cards da Dupla 05 construído na 2ª sessão .................................. FIGURA 51 – Tabela obtida pela Dupla 05 durante a 2ª sessão ......................... FIGURA 52 – Plot obtido pela Dupla 05 durante a 2ª sessão .............................. FIGURA 53 – Cards construído pela Dupla 06 durante a 2ª sessão .................... FIGURA 54 – Tabela obtida pela Dupla 06 durante a 2ª sessão ......................... FIGURA 55 – Plot obtido pela Dupla 06 durante a 2ª sessão .............................. FIGURA 56 – Plot obtido pelos estudantes da Dupla 05 na 3ª sessão ................ FIGURA 57 – Plot obtido pelos estudantes da Dupla 05 na 3ª sessão ................ FIGURA 58 – Cards construído pelos estudantes da Dupla 06 ........................... FIGURA 59 – Table obtida pelos estudantes da Dupla 06 ................................. FIGURA 60 – Plot obtido pelos estudantes da Dupla 06 na 3ª sessão ................ FIGURA 61 – Plot obtido pelos estudantes da Dupla 06 na 3ª sessão ................ FIGURA 62 – Plot obtido pelos estudantes da Dupla 06 na 3ª sessão ................ FIGURA 63 – Opções do menu da ferramenta Plot exploradas na 3ª sessão ..... FIGURA 64 – Sequência de imagens ilustrando a manipulação dos dados

através da ferramenta Plot ............................................................ FIGURA 65 – Opção Value Bar Vertical da ferramenta Plot ................................ FIGURA 66 – Primeira representação dos dados com auxílio da ferramenta Plot

usando a opção Value Bar Vertical pelos estudantes da Dupla 01.........................................................................................

FIGURA 67 – Segunda representação dos dados com auxílio da ferramenta

Plot usando a opção Value Bar Vertical pelos estudantes da Dupla 01.........................................................................................

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FIGURA 68 – Registro dos estudantes da Dupla 01 sobre a interpretação do gráfico obtido durante a 4ª sessão ................................................

FIGURA 69 – Registro dos dados da pesquisa realizado pela Dupla 02 ............. FIGURA 70 – Manipulação dos dados pelos estudantes da Dupla 02 utilizando

a ferramenta Plot ........................................................................... FIGURA 71 – Inserção de variáveis na ferramenta Plot pela Dupla 02 ................ FIGURA 72 – Organização dos atributos ―Idade‖ e ―LanchePreferido‖ usando a

ferramenta Plot pelos estudantes da Dupla 02 ............................. FIGURA 73 – Organização dos atributos ―Idade‖ e ―LanchePreferido‖ usando a

ferramenta Plot, Counts e registro dos resultados com a ferramenta Text pelos estudantes da Dupla 02 .............................

FIGURA 74 – Alteração dos dados de Hotdog para Cachorro Quente pelos

estudantes da Dupla 02 .................................................................. FIGURA 75 – Novo registro dos resultados obtidos após alteração dos dados

pelos estudantes da Dupla 02 ....................................................... FIGURA 76 – Registro dos dados da pesquisa pelos estudantes da Dupla 03

na 4ª sessão .................................................................................. FIGURA 77 – Verificação de falha no registro dos dados pelos estudantes da

Dupla 03 ........................................................................................ FIGURA 78 – Distribuição do atributo ―praticaesporte‖ usando a ferramenta

Plot após alteração do registro dos dados pelos estudantes da Dupla 03 .........................................................................................

FIGURA 79 – Interpretação do gráfico sobre a relação entre os atributos ―peso‖

e ―quantasrefeicoesfazpordia‖ pelos estudantes da Dupla 03 ...... FIGURA 80 – Interpretação do gráfico sobre a relação entre os atributos ―peso‖

e ―praticaesporte‖ pelos estudantes da Dupla 03 ........................... FIGURA 81 – Representação do gráfico de barra horizontal sobre a relação

entre os atributos ―PESO‖ e ―COMIDA‖ pelos estudantes da Dupla 04 ........................................................................................

FIGURA 82 – Representação do gráfico de barra vertical sobre a relação entre

os atributos ―PESO‖ e ―COMIDA2‖ pelos estudantes da Dupla 04 ..........................................................................................

FIGURA 83 – Registro da interpretação do gráfico pelos estudantes da

Dupla 04 ..........................................................................................

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FIGURA 84 – Organização do atributo ―comidapreferida‖ usando a ferramenta Plot pelos estudantes da Dupla 05 no início da 4ª sessão .............

FIGURA 85 – Imagem do instante em que um dos estudantes da Dupla 05

identifica a ferramenta para construção do gráfico desejado ....... FIGURA 86 – Organização dos atributos ―comidapreferida‖ e ―refeições‖

usando a ferramenta Plot e registro da interpretação com a ferramenta Text pelos estudantes da Dupla 05 .............................

FIGURA 87 – Sequência de eventos que ilustra a representação do gráfico

com a ferramenta Plot usando os atributos ―peso‖ e ―sexo‖ pelos estudantes da Dupla 05 .................................................................

FIGURA 88 – Representação do gráfico sobre a relação entre os atributos

―peso‖ e ―esporte‖ pelos estudantes da Dupla 05 ......................... FIGURA 89 – Organização do atributo ―LANCHE‖ usando a ferramenta Plot e

registro da interpretação dos dados usando a ferramenta Text pelos estudantes da Dupla 06 .......................................................

FIGURA 90 – Organização dos atributos ―PESO2‖ e ―COMIDAPREFERIDA‖

usando a ferramenta Plot e registro da interpretação dos dados usando a ferramenta Text estudantes da Dupla 06 ......................

FIGURA 91 – Gráfico de barra vertical obtido pelos estudantes da Dupla 06

usando a ferramenta Plot e os atributos ―LANCHE‖ e ―PESO1‖ ... FIGURA 92 – Gráfico obtido pelos estudantes da Dupla 06 utilizando a

ferramenta Ref identificada, na Figura, pela linha horizontal vermelha ........................................................................................

FIGURA 93 – Organização dos atributos ―ESPORTE‖ e ―PESO2‖ com a

ferramenta Plot e registro da interpretação dos dados com a ferramenta Text pelos estudantes Dupla 06 ao final da 4ª sessão

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LISTA DE SIGLAS

CAI – Computer Aided Instruction CLATES – Centro Latino-Americano de Tecnologia Educacional

CONTECE – Conferência Nacional de Tecnologia em Educação Aplicada ao Ensino

Superior EDUCOM – Educação com Computadores IDIE – Instituto para o Desenvolvimento e a Inovação Educativa ISO – International Organization for Standardization MEC– Ministério da Educação e Cultura

NUTES – Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde

OEI – Organização dos Estados Íbero-americanos Para a Educação a Ciência e a

Tecnologia PCN – Parâmetros Curriculares Nacional PEC – Programas Educacionais por Computador PREMEN – Programa de Reformulação do Ensino PROINFO – Programa Nacional de Informática na Educação SEI – Secretaria Especial de Informática UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 2 ELEMENTOS TEÓRICOS ............................................................................ 2.1 Breve Histórico da Informática na Educação no Brasil ...................... 2.2 Uso do Computador na Escola ................................................................ 2.3 Uso de Software na Educação Matemática............................................. 2.4 Educação Estatística ................................................................................ 3 O TRABALHO COM GRÁFICOS USANDO O COMPUTADOR................... 3.1 Trabalhos com Gráficos Usando o Computador ................................... 3.2 Trabalhos com o Software TinkerPlots ................................................... 4 O SOFTWARE TINKERPLOTS ..................................................................... 4.1 TinkerPlots: Software para Exploração Dinâmica de Dados ................ 4.2 Os Recursos Cards, Table e Plot do Software TinkerPlots .................. 4.3 Recursos da Ferramenta Plot ................................................................. 4.4 A Usabilidade no Software TinkerPlots .................................................. 5 PERCURSO METODOLÓGICO .................................................................... 5.1 Aspectos Gerais da Pesquisa ................................................................ 5.2 Participantes ............................................................................................. 5.3 Método e Instrumentos ............................................................................ 5.4 Materiais Utilizados pelos Estudantes .................................................... 5.5 Escolha do Software TinkerPlots ............................................................ 5.6 Software Camtasia Studio ........................................................................ 5.7 O trabalho no Laboratório de Informática .............................................. 5.8 O Estudo Piloto ......................................................................................... 5.8.1 Participantes ........................................................................................... 5.8.2 O MicroMundos ....................................................................................... 5.8.3 Tarefas cridas no MicroMundos .............................................................. 5.8.4 Considerações sobre o Trabalho Usando o Software MicroMundos....... 6 ANÁLISES E RESULTADOS........................................................................ 6.1 1ª Sessão: Exploração Livre do Software TinkerPlots ..........................

6.1.1 Resultados da 1ª Sessão ......................................................................... 6.2 2ª Sessão: Organização e Interpretação de Dados Fictícios no

TinkerPlots ........................................................................................... 6.2.1 2ª Sessão – Dupla 01 ............................................................................... 6.2.2 2ª Sessão – Dupla 02 ............................................................................... 6.2.3 2ª Sessão – Dupla 03 ............................................................................... 6.2.4 2ª Sessão – Dupla 04 ............................................................................... 6.2.5 2ª Sessão – Dupla 05 ............................................................................... 6.2.6 2ª Sessão – Dupla 06 ............................................................................... 6.2.7 Definição do Tema para Pesquisa com Dados Coletados ....................... 6.2.8 Resultados da 2ª Sessão .........................................................................

19 23 23 25 28 32 36 36 38 40 41 42 48 52 56 56 58 60 61 61 62 64 65 65 66 68 75 77 78 82 83 84 91 94 104 108 110 113 115

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6.3 3ª Sessão: O TinkerPlots para a Organização de Dados Coletados... 6.3.1 3ª Sessão – Dupla 05 .............................................................................. 6.3.2 3ª Sessão – Dupla 06 .............................................................................. 6.3.3 Exploração dos Recursos da Ferramenta Plot ........................................ 6.3.4 Resultados da 3ª Sessão ........................................................................ 6.4 4ª Sessão: O TinkerPlots para a Interpretação de Dados

Coletados...............................................................................................

6.4.1 4ª Sessão – Dupla 01 .............................................................................. 6.4.2 4ª Sessão – Dupla 02 .............................................................................. 6.4.3 4ª Sessão – Dupla 03 .............................................................................. 6.4.4 4ª Sessão – Dupla 04 .............................................................................. 6.4.5 4ª Sessão – Dupla 05 .............................................................................. 6.4.6 4ª Sessão – Dupla 06 .............................................................................. 6.4.7 Resultados da 4ª Sessão ........................................................................

7 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES .................................................................... REFERÊNCIAS ............................................................................................... APÊNDICES .................................................................................................... ANEXOS ..........................................................................................................

116 117 120 128 131 133 133 138 148 151 154 159 164 165 171 177 184

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1 INTRODUÇÃO

No meu trabalho com a Informática na educação escolar, desde 1995, pude

vivenciar algumas das etapas pelas quais a tecnologia computacional passou a fazer

parte das ferramentas disponibilizadas pela escola para o trabalho com os

estudantes. Mas, não me contentava com a utilização dessa "ferramenta", o

computador, sem fins didáticos.

Meu primeiro contato com a Informática na educação foi numa escola da rede

privada onde trabalhei com a linguagem LOGO, no software LogoWriter. Pouco a

pouco essa visão da Informática, como fim, foi se modificando e, mais uma vez,

pude vivenciar esse momento dentro da escola, quando se pensava no computador

como ferramenta de apoio ao trabalho do professor com os estudantes.

A minha experiência enquanto docente responsável por laboratórios de

Informática em escolas constituiu-se num elemento motivador fundamental para

elaboração de meu projeto de dissertação. Observando os estudantes em

atividades, utilizando alguns softwares cujas tarefas se apresentavam em formato de

jogos e que, muitas vezes esses jogos dispunham de marcadores de desempenho,

através de gráficos, foi possível perceber que os estudantes conseguem

compreender o significado de informações que não estejam em formatos de textos

convencionais.

Além disso, a maneira com que os estudantes têm facilidade em lidar com

ambientes virtuais e até mesmo compreender determinados tipos de leituras em

forma de gráficos, também contribuiu na decisão pelo tema desta dissertação.

A ideia do uso do computador como ferramenta de apoio às práticas

pedagógicas tem sido bastante defendida e conforme consideram os PCN (BRASIL,

1997, p. 19)

recursos didáticos como jogos, livros, vídeos, calculadoras, computadores e outros materiais têm um papel importante no processo de ensino e aprendizagem. Contudo, eles precisam estar integrados a situações que levem ao exercício da análise e da reflexão, em última instância, a base da atividade matemática‖.

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Para que seu uso tenha essa finalidade, é importante observar se ao utilizar

um software estamos, realmente, contribuindo para uma prática diferente daquela

em que o estudante é mero receptor dos conteúdos curriculares ou apenas

ilustrando, com recursos modernos, velhas práticas de ensino.

A proposta desta pesquisa é investigar se o uso do software TinkerPlots

favorece o processo de interpretação de dados pelos estudantes ao utilizarem as

ferramentas Cards, Table e Plot do software. O conteúdo matemático sobre

interpretação de dados foi escolhido com base no destaque dos PCN ao Tratamento

da Informação devido à importância de seu uso na atual sociedade. Este bloco

integra estudos relativos à noção de Estatística cuja finalidade é possibilitar ao

estudante a construção de procedimentos para coletar, organizar, comunicar e

interpretar dados, utilizando tabelas, gráficos e representações que vivenciem no

seu cotidiano (BRASIL, 1997).

Esta dissertação aborda o tema sobre o uso do software TinkerPlots para a

interpretação de dados, buscando especificamente discutir o uso das ferramentas

Cards, Table e Plot na organização e interpretação de dados. A importância desta

pesquisa se verifica no fato de poder contribuir com discussões acerca do uso do

computador na educação, associando dois temas considerados, pelos PCN, como

relevantes, na Educação Matemática: o uso do computador e o Tratamento da

Informação.

Embora a visão da Informática como meio seja assunto discutido entre os

profissionais da Educação, ainda hoje, em meu trabalho com Informática dentro da

escola, encontro professores que apresentam as mesmas resistências de anos atrás

em fazer uso do computador em suas práticas pedagógicas. Em contrapartida,

outros professores reconhecem no computador uma ferramenta de apoio

pedagógico, mas que, nem sempre os softwares disponibilizados pelo mercado ou

pela internet, são adequados ou contemplam os objetivos que o professor deseja

atingir. Assim, a escolha pelo software deve acontecer de forma a atender os

objetivos que se deseja alcançar, mas que permitam ao aluno certa autonomia ao

utilizá-los.

Tem-se, hoje, uma geração de crianças e jovens que desde a infância vivem

em contato direto com os mais diversos tipos de tecnologias, inclusive o

computador, e demonstram facilidade em lidar com os recursos relacionados a esta

máquina. Admite-se que, cada vez mais, os estudantes do século XXI terão acesso

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a diversas tecnologias no seu dia a dia e, desde o surgimento do computador, temos

acompanhado crianças de diversas idades, fazendo uso de inúmeros equipamentos,

seja no seu ambiente doméstico ou fora dele. Assim, esses jovens estudantes

esperam uma aproximação maior dessa tecnologia no ambiente escolar.

Foi assim que o computador, presente em diversos setores da vida humana,

no final do século XX adentrou também o espaço escolar, passando a fazer parte

dos recursos didáticos disponibilizados pela escola como ferramenta que auxilia o

estudante na construção do conhecimento (ALMEIDA, 2005; COX, 2003). Devido à

multiplicidade de seus recursos, entre tantas outras funções, o computador permite

comunicar, pesquisar, desenhar, realizar cálculos, simular fenômenos. Porém, o fato

de equipar a escola com os mais modernos suportes computacionais não garante o

êxito na aprendizagem dos estudantes. É importante, utilizar os recursos

tecnológicos de forma que proporcionem novas formas de pensar que levem os

estudantes a uma aprendizagem prazerosa.

Este estudo, cujo objetivo geral é investigar como os estudantes do 7º ano do

Ensino Fundamental realizam o processo de interpretação de dados utilizando o

software TinkerPlots, pretende contribuir com as discussões acerca do uso do

computador para o trabalho de interpretação de dados por estudantes, buscando,

especificamente, analisar e discutir como esses estudantes utilizam as ferramentas

Cards, Table e Plot do software na organização e interpretação de dados em

diferentes tipos de representações gráficas obtidas com o auxílio do TinkerPlots.

Participaram deste estudo 6 duplas de estudantes do 7º ano do Ensino

Fundamental de uma escola da rede privada da cidade do Recife/PE. Analisou-se

suas ações usando o software TinkerPlots e os diálogos estabelecidos entre os

integrantes das duplas por meio da videografia obtida com o software Camtasia

Studio que durante a exposição desta pesquisa nos referiremos apenas como

Camtasia.

Na organização desta dissertação, o primeiro capítulo apresenta uma

introdução com os aspectos gerais da pesquisa incluindo seus objetivos.

No capítulo 2, apresentamos aspectos da fundamentação teórica em que

abordamos de forma sucinta a história da Informática na Educação no Brasil, o uso

do computador na escola, o uso de softwares no ensino de Matemática e estudos

sobre a Educação Estatística.

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O capítulo 3 apresenta uma revisão de estudos acerca do trabalho com

interpretação de gráficos usando o computador e de pesquisas realizadas com o

software TinkerPlots.

No capítulo 4, descrevemos as características do software TinkerPlots e suas

ferramentas de forma a proporcionar ao leitor uma compreensão sobre as

possibilidades do trabalho com o mesmo e uma breve explanação sobre a questão

da usabilidade no TinkerPlots, uma vez que a facilidade de uso do software deve se

verificar para que não seja um obstáculo ao processo e interpretação de dados

quando da utilização desse recurso.

O capítulo 5 traz as características principais do método desenvolvido nesta

pesquisa e as discussões sobre o estudo exploratório, o Estudo Piloto e as

justificativas sobre a escolha por outro software, no caso o TinkerPlots, após a

realização desse estudo.

No capítulo 6, expomos as análises e resultados com base nos registros de

videografias e nos registros dos protocolos das observações da pesquisadora

durante o trabalho com os estudantes utilizando o software TinkerPlots no

laboratório de Informática.

O capítulo 7 apresenta algumas considerações a partir dos estudos

realizados, buscando apresentar os objetivos alcançados ao explorar o trabalho com

o uso do software TinkerPlots com estudantes do 7º ano.

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2 ELEMENTOS TEÓRICOS

Além de um breve histórico sobre a Informática na Educação no Brasil, os

elementos teóricos aqui expostos fundamentam as abordagens evidenciadas nesta

pesquisa sobre o uso do computador na Educação Escolar, o uso de softwares na

Educação Matemática e a Educação Estatística. Consideramos, também, que a

aprendizagem ocorre de maneira mais significativa quando o estudante é sujeito

ativo nos processos de construção do conhecimento e quando os conteúdos a

serem aprendidos fazem parte do seu contexto sociocultural. Ideias essas

fundamentadas, respectivamente, pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCN,

e por estudos de AINLEY (1995) e PRATT (1995).

2.1 Breve Histórico da Informática na Educação no Brasil

Situando a Informática na história da Educação no Brasil, os primeiros passos

aconteceram em 1971 quando se discutiu, pela primeira vez, o seu uso para o

ensino de Física. Conforme Moraes (1997), no Brasil, o uso do computador na

educação teve início nas primeiras décadas de 70, na UFRJ, Universidade Federal

do Rio de Janeiro, para o ensino de Química e Física, através de simulações.

Em 1974, o Instituto de Matemática, Estatística e Ciência da Computação da

UNICAMP desenvolveu um software do tipo CAI (no Brasil, estes programas são

conhecidos como PEC - Programas Educacionais por Computador) para o ensino

dos fundamentos de programação da linguagem BASIC, usado com os alunos de

pós-graduação em Educação. Este trabalho foi coordenado pelo Professor Ubiratan

D’Ambrósio e realizado no Instituto de Matemática, Estatística e Ciência da

Computação.

Em 1975, Seymour Papert e Marvin Minsky visitaram o Brasil pela primeira

vez, trazendo as primeiras sementes da linguagem LOGO. Ainda nesse mesmo ano,

o Programa de Reformulação do Ensino (PREMEN/MEC) financiou a produção do

documento sobre a introdução de computadores no então Ensino do 2° Grau.

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Tajra (2005) afirma que a Secretaria Especial de Informática - SEI, em 1979,

elaborou uma proposta para os setores da educação, da agricultura da saúde e da

indústria com intuito de viabilizar recursos computacionais em suas atividades. Em

1980, esta mesma Secretaria criou a Comissão Especial de Educação para obter

subsídios, que iriam gerar normas e diretrizes para a área de informática na

educação.

A partir de então, muitos programas surgiram com o objetivo de expandir o

uso do computador nas escolas e, entre eles o Projeto EDUCOM (Educação com

Computadores), em 1983 concretizou a ação de levar os computadores até a escola

pública (TAJRA, 2005) e, segundo Funtevê (1985 apud OLIVEIRA, 1997) o MEC

definiu essa ação como sendo de natureza intersetorial de caráter essencialmente

educacional, na qual as instituições federais não apenas eram responsáveis por

custear parte dos recursos previstos, como também deveriam fazer o

acompanhamento de todo o projeto, desde o planejamento a sua execução e

avaliação.

O computador, até então, era meramente usado como máquina de ensinar,

na qual o estudante se colocava como receptor de informações, sem um papel mais

ativo na construção do seu conhecimento. O projeto EDUCOM propunha uma nova

forma de uso dessa ferramenta que proporcionasse uma aprendizagem decorrente

da exploração e descoberta, onde o estudante teria o papel ativo de construtor de

sua própria aprendizagem, que se caracteriza não como mera absorção de

informações, mas, como um fazer ativo (UNICAMP, 1983).

O objetivo principal do projeto EDUCOM era o de estimular o

desenvolvimento da pesquisa multidisciplinar em que a utilização das tecnologias de

informática deveriam ser aplicadas ao processo de ensino e de aprendizagem

(OLIVEIRA, 1997). Após a aprovação do projeto, em julho de 1983, pela Comissão

Especial de Informática na Educação - CE/IE – foram criados cinco centros pilotos

que seriam responsáveis pelo desenvolvimento da pesquisa e pela disseminação do

uso de computadores no processo de ensino e de aprendizagem.

O Projeto EDUCOM foi, sem dúvida, o agente que plantou as primeiras

sementes no processo de informatização da educação. A partir das iniciativas deste

projeto vários outros movimentos de incentivo à informatização da educação

surgiram em diferentes cidades brasileiras. Porém, segundo Tajra (2005), o

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Programa Nacional de Informática na Educação – PROINFO, foi o mais ambicioso

projeto de informática educativa que buscava melhorar a qualidade do processo de

ensino e de aprendizagem, por meio do uso do computador, tendo base em cada

unidade de Federação, Núcleos de Tecnologia Educacional – NTE. Estes Núcleos

têm como característica estruturas descentralizadas que apoiam o processo de

informatização das escolas.

A sólida base teórica sobre informática educativa no Brasil existente em 1989

possibilitou ao MEC instituir através da Portaria Ministerial n. 549/89, o Programa

Nacional de Informática na Educação – PRONINFE, cujo objetivo principal era

possibilitar o desenvolvimento da informática na educação brasileira através de

atividades e projetos com bases pedagógicas.

Sob essa perspectiva, a educação tem um papel a desempenhar. Uma

política de Informática real não deve se deter apenas em produzir computadores,

mais que isso, deve, segundo Chaves e Setzer (1988) tomar as medidas

necessárias para preparar a sociedade para o uso dessa tecnologia visando as

transformações sociais e culturais que advirão de seu uso pela população.

A história da inserção do computador na Educação se mostra como um

percurso longo onde ainda há muito a ser trilhado, porém as mudanças ocorridas,

isto é, a função do computador não é mais a de ensinar e sim de ser utilizado como

um meio de se obter condições de aprendizagem, mostram a preocupação dos

agentes da educação sobre a sua utilização focando no caráter didático.

2.2 Uso do Computador na Escola

Com o avanço tecnológico aliado ao processo de globalização, o computador

passou a ser um instrumento constante entre as tecnologias presentes no cotidiano

das pessoas, principalmente, nas grandes cidades, pois documentos como os PCN

indicam que ―é fato que as calculadoras, computadores e outros elementos

tecnológicos estão cada vez mais presentes nas diferentes atividades da população‖

(BRASIL, 1998, p. 43). Este instrumento ocupa, assim, um cenário bem amplo,

figurando tanto em estabelecimentos comerciais e industriais, como em escolas e

residências, possibilitando a comunicação.

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A utilização do computador na escola é uma excelente estratégia para os

professores e para os estudantes. Tajra (2005) em várias afirmações sobre como os

ambientes informatizados colaboram positivamente, diz que, em função da gama de

ferramentas disponíveis nos softwares, os alunos ficam mais motivados. Sob essa

perspectiva, as escolas enquanto instituições sociais têm incorporado uma série de

processos e instrumentos culturais da contemporaneidade.

Embora o computador ainda não seja um recurso disponível para a maioria

das escolas brasileiras, no final do século XX, o mesmo começou a ser considerado

como um suporte pedagógico que pode ser integrado às atividades educacionais

como ferramenta de apoio didático na aprendizagem dos conteúdos curriculares das

diversas disciplinas. Como ressalta, também, os PCN, ―embora os computadores

ainda não estejam amplamente disponíveis para a maioria das escolas, eles já

começam a integrar muitas experiências educacionais, prevendo-se sua utilização

em maior escala em curto prazo‖ (BRASIL, 1998, p.44).

Inicialmente, a maioria dos programas que surgiram no mercado, não se

voltava para objetivos educacionais, porém, para Oliveira (2001, p. 73):

O que caracteriza um software como educacional é sua inserção em contextos de ensino-aprendizagem. Assim, nessa perspectiva, um determinado programa de computador pode ser considerado um produto educacional se adequadamente utilizado pela escola, mesmo que não tenha sido produzido com a finalidade de uso no sistema escolar.

Portanto, ao serem inseridos na escola, esses programas foram os que o

professor primeiramente tinha como apoio. Dessa forma, muitos programas que não

haviam sido elaborados com fins educacionais passaram a ser utilizados pelos

professores com essa finalidade como foi o caso das planilhas eletrônicas.

Independentemente desses programas terem sido, ou não, elaborados com

finalidades educacionais, desde a introdução do suporte computacional no ambiente

escolar, o professor vem buscando se apropriar desse instrumento de forma a

proporcionar aos estudantes uma maneira mais interessante e motivadora de

trabalhar com os conceitos científicos de maneira que a aprendizagem possa ocorrer

com eficácia (LIRA, 2006).

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Tajra (2005, p. 54) afirma que ―o que se espera com a utilização do

computador na Educação é a realização de aulas mais criativas, motivadoras,

dinâmicas e que envolvam os alunos para novas descobertas e aprendizagens‖. O

uso do computador no ensino das diversas disciplinas sugere que essa ferramenta

possa oferecer recursos para que o trabalho com os estudantes, com os conteúdos

curriculares promovam o desenvolvimento de habilidades importantes.

Sendo assim, ao se falar sobre o uso do computador na escola, nos referimos

ao uso desse instrumento de forma pedagógica e, assim, é necessário analisar se

tal ferramenta estará realmente contribuindo nesses processos de ensino e de

aprendizagem, ou apenas ilustrando de forma mais moderna, uma postura bastante

convencional.

Ao refletir sobre esse aspecto, Tajra (2005, p.53) destaca que não é apenas a

utilização do computador com softwares educacionais que implica, necessariamente,

numa utilização dessa ferramenta de forma pedagógica. É importante avaliar bem as

possibilidades do trabalho com uso do computador para não parecer apenas ser um

professor moderno, que usa essa ferramenta com seus alunos, mas como apoio às

práticas pedagógicas, nas quais se possa perceber as reais vantagens do uso desse

recurso contribuindo para o processo de ensino e de aprendizagem. Em outras

palavras, a prática docente em ambientes informatizados, exige muito mais que o

simples fato de estar utilizando o computador.

A utilização do computador na escola, como suporte didático, tem se

apresentado de formas diferentes. Uma delas é como Instrução Programada,

também conhecida como Exercício e Prática. É uma forma utilizada na escola onde

o computador é quem ―ensina‖, é usado para a aplicação de conceitos trabalhados

de maneira repetitiva e com demonstrações. Atualmente, muito material de

demonstração de fatos e conceitos é encontrado facilmente na Internet, como

software grátis. Os professores que dominam um pouco mais dos conhecimentos

informáticos fazem o download destes softwares e utilizam em suas aulas.

Outro modo de uso do computador é conhecido como Simulação que é feita

através de softwares que permitem ao estudante manipular situações que simulem a

realidade, de forma que ele possa construir ou aprofundar os conceitos científicos a

partir das observações feitas durante o processo de experimentação. Estes

softwares têm uma boa aceitação por parte dos professores, pois a possibilidade de

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realizar experimentos que não seriam possíveis no campo do real, facilitam a

compreensão dos conceitos a serem apreendidos.

A aprendizagem por descobertas é, também, uma forma de uso do

computador na Educação. Quando se fala em aprendizagem por descoberta, esta

talvez seja a forma que, de imediato, nos remeta à teoria de Papert, a qual afirma

que aquilo que é aprendido pelo esforço próprio da criança tem muito mais

significado para ela e se adapta melhor às suas estruturas mentais, uma vez que o

processo de aprendizagem requer, para as informações novas, uma estrutura

anterior que permita que estas possam ser melhor assimiladas. Sob esta forma de

uso destaca-se a linguagem LOGO.

Por último, citamos os Pacotes Aplicativos como processadores de texto,

gerenciadores de bancos de dados, planilhas eletrônicas, por exemplo, que, embora

tenham sido desenvolvidos para outras finalidades, segundo Chaves (2004), as

escolas passaram a utilizá-los alegando ser esta uma forma não apenas

interessante de introduzir o computador nas atividades com os estudantes mas,

também, por ser um excelente recurso para prepará-los para o uso regular do

computador em suas vidas.

O uso do computador, embora de modos diversos, tem sido uma estratégia

adotada pelas escolas para o desenvolvimento das disciplinas curriculares mesmo

que de forma instrucional, que usa o computador como máquina de ensinar, isto é,

apenas informatizando os métodos tradicionais de ensino ou, como ferramenta onde

o computador é utilizado como recurso que auxilie o estudante na aprendizagem de

conceitos científicos.

2.3 Uso de Software na Educação Matemática

O ensino da Matemática, no Brasil, passou, entre os anos de 1960 e 1970 por

um movimento conhecido como Movimento da Matemática Moderna, provocando

mudanças nas práticas escolares (PINTO, 2005). A autora destaca, ainda, que

algumas marcas desse movimento pode ser sentido, em salas de aulas brasileiras,

pelo uso exagerado de simbolismos que, enfatizando a precisão de uma nova

linguagem, submeteram professores e alunos a conviver com a teoria dos conjuntos,

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com as noções de estrutura e de grupo. Mas o movimento trouxe também a busca e

a pesquisa por novos métodos de ensino e de recursos didáticos que levam em

conta a participação ativa do estudante na construção de seu conhecimento.

O interesse pelo ensino e aprendizagem da Matemática abriu novos caminhos

para as discussões curriculares, pois, surgia entre os educadores matemáticos a

preocupação de estabelecer uma proposta de educação que possibilitasse aos

estudantes do ensino fundamental a oportunidade de desenvolver as competências

básicas necessárias para o exercício da cidadania.

Sob esse ponto de vista, mas enfatizando o uso do computador entre essas

tecnologias, Borges Neto et al. (1998, p. 149), acrescentam que

o computador é um instrumento excepcional que torna possível simular, praticar ou vivenciar verdades Matemáticas (podendo até sugerir conjecturas abstratas), de visualização difícil por parte daqueles que desconhecem determinadas condições técnicas, mas fundamentais à compreensão plena do que está sendo proposto.

Segundo os PCN — Parâmetros Curriculares Nacionais — de Matemática

(BRASIL, 1997), o National Council of Teachers of Mathematics — NCTM —, dos

Estados Unidos, em 1980, apresentou recomendações para o ensino de Matemática

no documento ―Agenda para Ação‖, destacando a resolução de problemas como

foco do ensino da Matemática nos anos 1980 (BRASIL, 1997, p.20).

No Brasil, o estabelecimento dos PCN, pelo Ministério da Educação e do

Desporto foi um marco decisivo para essa nova educação. Esta preocupação

provocou o aparecimento de diversas propostas cujas características mais

relevantes apontam para:

a) ensino de Matemática com base em problemas do cotidiano e das demais áreas de conhecimento;

b) ensino de um diversificado elenco de conteúdos sobre números e operações, espaço e forma, grandezas e medidas, além do tratamento da informação que abrange elementos de Estatística, probabilidade e combinatória, organizados de forma equilibrada e articulada;

c) utilização de forma coerente e responsável de recursos tecnológicos como vídeo, calculadora, computador etc, como instrumentos de aprendizagem.

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Sob essa perspectiva, ainda segundo os PCN,

o computador pode ser usado como elemento de apoio para o ensino (banco de dados, elementos visuais), mas também como fonte de aprendizagem e como ferramenta para o desenvolvimento de habilidades. O trabalho com o computador pode ensinar o aluno a aprender com seus erros e a aprender junto com seus colegas, trocando suas produções e comparando-as (BRASIL, 1997, p.31).

Assim, as planilhas eletrônicas, como o Excel, tiveram, inicialmente, sua

utilização no ensino da Matemática para o estudo de gráficos, a partir do

levantamento de dados, pois conforme Tajra (2005, p.71) ―possibilitam uma

representação numérica em formato gráfico‖.

Em 1986, surgiu a linguagem LOGO cuja aplicação se deu, basicamente, na

área da Matemática e da Geometria (ALMEIDA, 2005, p.84). O LOGO é uma

linguagem de programação desenvolvida em 1986 por Seymour Papert como

resultado das influências que recebeu das ideias de Piaget durante os anos em que

trabalhou a seu lado. Papert (1994) defende o uso do computador como auxiliar no

processo de construção de conhecimentos, adaptando os princípios do

construtivismo cognitivo de Piaget a fim de melhor aproveitar-se o uso de

tecnologias.

Com base na linguagem LOGO, outros softwares foram desenvolvidos, como

é possível citar o MicroMundos pois, conforme Almeida (2005), o trabalho utilizando

a linguagem LOGO favorece o desenvolvimento na análise sobre as possíveis

soluções ao desafio encontrado.

O uso de softwares no contexto da Educação Matemática apresenta uma

trajetória paralela à história da Informática, pois, como foi dito na sessão 2.1, o

LOGO foi um dos marcos iniciais desse processo. Desde então, a Matemática vem

se utilizando do potencial do computador em benefício da aprendizagem, pois o

mesmo oferece uma gama de possibilidades de uso para o ensino da Matemática e

de outras disciplinas.

Entre os inúmeros softwares disponibilizados no mercado muitos são voltados

para o ensino da Matemática como os MicroMundos, cuja aplicação se verifica na

área da Geometria. Sobre esses softwares, Lins (2004, p.28) comenta que

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Os MicroMundos são ambientes computacionais que contextualizam conceitos científicos básicos e ferramentas que possibilitam a construção de novos conceitos, os quais passam a atuar no ambiente da mesma forma que os conceitos básicos. São concebidos para favorecer a atividade do aluno como ―criador do conhecimento‖ (LINS, 2004, p. 28).

O MicroMundos permite ao aluno construir, desenhar, produzir, apresentar,

animar, analisar, integrar e, talvez o mais importante, explorar suas ideias. É um

recurso diferente que busca promover o entusiasmo em aprender. Portanto, a

utilização de softwares educacionais no ensino da Matemática tem se apresentado

como um recurso que pode contribuir para o ensino e a aprendizagem de conteúdos

curriculares. Brandão (1995) comenta que o uso do computador pode facilitar a

realização de tarefas humanamente difíceis de serem executadas ou, simplesmente,

torná-las interessantes, permitindo o seu desenvolvimento em um intervalo de tempo

menor do que se fossem realizadas por meios tradicionais.

Ainda sobre a linguagem LOGO, softwares com base nessa linguagem

buscam inserir o estudante em situações sem respostas obrigatórias, definidas. A

solução para o problema exige procedimentos criativos e lógicos, que levam o

estudante à reflexão sobre o erro. É uma linguagem interativa em que, através de

comandos sobre um objeto em forma de tartaruga, o estudante constrói a solução

para o problema, ao mesmo tempo em que trabalha com a Matemática.

Um dos softwares utilizados no ensino da Matemática, como já foi citado

anteriormente, foi o Excel para o trabalho com gráficos, pois conforme observamos

nos PCN (BRASIL, 1997 p. 52): ―recolher dados e informações, elaborar formas para

organizá-los e expressá-los, interpretar dados apresentados sob forma de tabelas e

gráficos e valorizar essa linguagem como forma de comunicação‖ expressa um dos

objetivos que o ensino da Matemática deve proporcionar aos estudantes.

Em sua pesquisa sobre as práticas pedagógicas com o uso de softwares no

Ensino Fundamental, Lira (2006) observou o trabalho de uma professora de

Matemática com estudantes do 6º ano sobre os conteúdos de área e perímetro

usando o software Clic e conclui que o uso do software contribuiu de forma positiva

no processo de ensino e de aprendizagem, pois os alunos demonstraram maior

participação, interesse e motivação para executar o trabalho proposto.

Ferreira (2004) realizou uma pesquisa sobre o uso do computador como

ferramenta auxiliar da aprendizagem Matemática no Ensino Médio. Em seu trabalho

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utilizou a planilha do Excel e o Software Winmat para trabalhar com um grupo de

alunos do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A

questão que permeou sua pesquisa foi ―como alguns recursos computacionais

podem servir como mediadores da aprendizagem em Matemática no Ensino Médio?‖

A pesquisa aponta que é possível utilizar a planilha eletrônica, o Excel, na

abordagem do conteúdo de Estatística e que o computador é um recurso tecnológico

e se bem explorado pode auxiliar os alunos, mas, adverte que a maneira como os

conteúdos de Matemática são desenvolvidos depende da Pedagogia escolhida.

Ainda como resultados, a autora aponta o Excel como uma ferramenta que

possibilitou, aos estudantes da pesquisa, um crescimento satisfatório na

aprendizagem dos conceitos matemáticos.

É possível perceber, portanto que o uso de softwares na Educação

Matemática é mais comum do que se imagina e o reflexo disso é a quantidade de

software que trata especificamente dessa área. Apenas a título de ilustração é

possível citar alguns softwares para o trabalho com álgebra como o Algebrator, o

Derive, o DPGraph, o Maple, o Mathcad, o Mathematica e o Winplot. Para a

Estatística, tem-se o Advanded Grapher, o Excel, o Maple e o O-Matrix. Na área de

Geometria, o Cabri-Geometre é um exemplo. Os vários recursos de software para o

ensino de Matemática tem surgido com a proposta de proporcionar aos estudantes

uma nova forma de aprender.

2.4 Educação Estatística

O uso de informações através de dados na sociedade atual fez com que os

PCN incorporassem, desde 1997, esse tema como um bloco de conteúdo e, entre os

assuntos tratados nesse bloco está a abordagem de elementos da Estatística no

currículo de Matemática (BRASIL, 1997).

As informações obtidas pelos meios de comunicação influenciam as decisões

na vida das pessoas e, sendo essas informações expressas em forma de dados, é

importante, para compreender o mundo, saber ler e interpretar essas informações.

Portanto, segundo os PCN:

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Estar alfabetizado, neste final de século, supõe saber ler e interpretar dados apresentados de maneira organizada e construir representações, para formular e resolver problemas que impliquem o recolhimento de dados e a análise de informações. (BRASIL, 1997, p. 84)

Sob essa perspectiva, Monteiro (1998, 1999) sugere que os gráficos, podem

ser concebidos como instrumento cultural de sistematização de informações além de

sua interpretação representar uma complexa atividade cognitiva. Em sua pesquisa, o

autor retoma também as ideias de Curcio (1987 apud MONTEIRO, 1999), quando se

refere aos gráficos como um tipo de texto. A leitura de gráficos, segundo Curcio,

pode ser de três tipos: leitura dos dados, leitura entre os dados ou leitura além dos

dados. Quando se refere à leitura além dos dados o autor considera que o leitor

realiza interpretações a partir de informações que não estejam explícitas no gráfico.

O ensino de gráficos na Matemática tem sido recomendado no trabalho com

as crianças desde os anos iniciais, pois conforme apontam os PCN (BRASIL, 1997),

a Matemática é componente importante na construção da cidadania, na medida em

que a sociedade se utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e recursos

tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar. Ponte, Brocardo e Oliveira

(2006, p.91) defendem que

[...] este tema matemático desempenha um papel essencial na educação para a cidadania. Na verdade, a Estatística constitui uma importante ferramenta para a realização de projetos e investigações em numerosos domínios, sendo usada no planejamento, na recolha e análise de dados e na realização de inferências para tomar decisões. A sua linguagem e conceitos são utilizados em cada passo do dia-a-dia para apoiar afirmações em domínios como a saúde, o desporto, a educação, a ciência, a economia e a política.

Este pensamento é reforçado por Carvalho (2001, p.18), quando ela afirma

que ―ter conhecimentos de Estatística tornou-se uma inevitabilidade para exercer

uma cidadania crítica, reflexiva e participativa.

Santos e Gitirana (1999), em estudos com estudantes do 7º ano do Ensino

Fundamental de uma escola pública, informam que esses estudantes apresentavam

dificuldades quanto ao trabalho de interpretação de gráficos de barras. Os

resultados mostraram que dos estudantes participantes da pesquisa apenas um

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realizou a interpretação considerando todo o gráfico. Os demais associaram suas

interpretações aos pontos mais altos do gráfico. As autoras justificam o fato devido

ao enunciado da questão apresentar a frase ―aumentou mais‖ o que os levou a

considerar os pontos mais altos.

Guimarães, Gitirana e Roazzi (2001), investigando nessa mesma área,

realizaram um estudo com 107 crianças de 3ª série numa escola da rede privada,

em Pernambuco, sobre a construção e interpretação de gráficos. Eles consideram

que as mesmas não apresentam dificuldades na localização dos pontos extremos,

porém a compreensão de variação se observa com maior dificuldade, bem como o

trabalho com escala.

Em se tratando do ensino de Estatística, algumas dificuldades se mostram

presentes, pois ―construir, compreender e analisar dados organizados em tabelas e

gráficos não é uma tarefa simples, e tanto crianças como adultos têm demonstrado

dificuldades nesse sentido‖ (SANTOS; MAGINA, 2008). Estes autores, porém,

observam que tanto o adulto quanto a criança não apresentam dificuldades em

realizar leitura de pontos em um gráfico.

Ainley, Pratt e Nardi (2001) discutem uma alternativa de explicação para os

baixos desempenhos de estudantes vinculados à aprendizagem de gráficos. Esses

autores afirmam que numa perspectiva tradicional do ensino, a produção de gráficos

é frequentemente vista como o ponto final, como sendo de fato o objetivo central e

atribuindo pouca atenção para os processos de interpretação, muito menos

abordando as situações de ensino como um processo de resolução de problemas.

Os mesmos autores sugerem que a construção e a interpretação de gráficos

demandam três habilidades:

a) habilidades práticas requeridas para a produção manual dos gráficos;

b) conhecimento de convenções e aspectos técnicos dos gráficos (tais como o uso de escala); e

c) a compreensão de como interpretar e usar gráficos.

Para esses autores, numa situação de sala de aula convencional, fica difícil

separar as demandas físicas e intelectuais de construção de gráficos daquelas

exigências intelectuais de interpretação dos mesmos. Nessa perspectiva tradicional,

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as demandas das convenções e tecnicismos das aprendizagens são muito fortes, o

que fundamenta a afirmação de que a experiência de desenhar gráficos e o saber

sobre as convenções são necessariamente pré-requisitos para saber interpretá-los.

Para desenvolver o trabalho relacionado às noções de Estatísticas com

estudantes do Ensino Fundamental, como propõem os PCN, os professores

precisam estar preparados para propor atividades que promovam a construção do

conhecimento nessa área específica.

Sob essa perspectiva, Asseker e Monteiro (2008) contribuem com os estudos,

considerando, a partir de suas pesquisas junto a professoras do Ensino

Fundamental em escola da zona rural do Agreste de Pernambuco, que apesar das

noções de Estatísticas serem reconhecidas como conteúdos a serem inseridos no

currículo de Matemática desde as séries iniciais (BRASIL, 1997; 1998) os

professores não demonstram estar preparados para o trabalho nessa área.

Com o estudo da Estatística pretende-se que os estudantes desenvolvam

capacidade para coletar, organizar e interpretar informações através de dados,

fazendo uso de tabelas e gráficos que favoreçam à compreensão de questões que

dependem de leitura e interpretação de informações complexas muitas vezes

veiculadas em forma de gráficos pelos meios de comunicação. Para exercer a

cidadania, o indivíduo precisa estar preparado para realizar cálculos e medidas,

raciocinar, argumentar, tratar informações estatisticamente etc (BRASIL, 1998).

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3 O TRABALHO COM GRÁFICOS USANDO O COMPUTADOR

O trabalho com gráficos usando o computador tem sido motivo de pesquisas

por parte de estudiosos dessa área. Essas pesquisas envolvem tanto professores

como estudantes. Aqui serão expostas algumas considerações sobre essas

pesquisas.

3.1 Trabalhos com Gráficos Usando o Computador

O ensino de Estatística vem sendo, cada vez mais, enfatizado pelos

pesquisadores conforme apontam documentos oficiais como os PCN (BRASIL,

1997, 1998), o qual também recomenda o uso de tecnologias, como o computador,

por exemplo. Para o professor que não domine o ensino de Estatística, o

computador enquanto recurso tecnológico, por si só não dará conta desse trabalho

com os estudantes mesmo que esse professor faça uso constante dessa tecnologia

em sua ação docente. Santos e Magina (2008, p. 159) consideram que:

Por isso torna-se um grande desafio desenvolver, com os estudantes, atividades que envolvam aspectos didáticos do bloco de conteúdos Tratamento da Informação, uma vez que, para muitos, o conteúdo matemático é novo, a abordagem pedagógica é nova e a tecnologia que se propõe usar também é nova.

Portanto, além dos conhecimentos teóricos que possibilitem ao professor

desenvolver seu trabalho docente referente ao ensino de Estatística, ele necessita,

também, desenvolver ações pedagógicas com base nesses conhecimentos e,

possivelmente, se utilizar de ferramentas de apoio didático, tendo no computador,

por exemplo, um aliado.

Sobre esse aspecto, Litwin (2008), em entrevista a EducaRede, portal

educativo, totalmente gratuito e aberto, dirigido a educadores e alunos do Ensino

Fundamental e Ensino Médio da rede pública e a outras instituições educativas, no

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evento de lançamento do IDIE1, ressalta a importância do professor reconhecer no

uso da tecnologia, uma ferramenta que o auxilia em seus próprios processos de

aprendizagem para que, a partir daí, ele possa visualizar o seu uso também com os

estudantes.

Santos e Magina (2008) realizaram um estudo com uma professora das séries

iniciais do Ensino Fundamental que, com auxílio do computador desenvolveu

atividades de coleta e organização de dados, apresentação tabular e gráfica e,

análise dos mesmos. Nos resultados verificados, consideram que, apesar das

dificuldades apresentadas pela professora em relação à pouca familiaridade com o

computador, o trabalho com gráficos utilizando este tipo de recurso, pode auxiliar na

análise de dados.

Ainley (1995) e Pratt (1995) desenvolvem pesquisas investigando crianças

participando de atividades relacionadas a gráficos usando o computador. Esses

autores enfatizam que em situações de produção de gráficos usando computador

não há necessidade das crianças terem habilidades práticas para desenhar gráficos,

nem aspectos das convenções (tal como escala). Desta maneira, pode-se direcionar

mais a atenção para a interpretação dos gráficos. Estes conjecturam que permitindo

o desenvolvimento das habilidades de interpretação com o uso do computador antes

do ensino explícito de convenções e tecnicismos para desenhar gráficos, pode-se

provocar uma mudança na ―lógica‖ curricular que hierarquiza os tipos de gráficos, do

mais fácil (barras) para o mais difíceis (linhas, dispersão).

Guimarães (2002), em sua pesquisa de doutorado sobre interpretação e

construção de gráficos de barra, realizou um estudo com estudantes do 4º ano do

Ensino Fundamental usando o software Tabletop e considerou que o computador foi

um excelente recurso para a construção de gráficos e, observando o trabalho dos

estudantes usando o software, contribuindo com o pensamento de Ainley e Pratt,

comenta que se a tarefa de construção do gráfico tivesse sido solicitada com uso de

papel e lápis, poderia obter resultados apresentando mais imprecisões além de se

tornar uma atividade cansativa e enfadonha devido ao tempo despendido.

1 A OEI – Organização dos Estados Íbero-americanos Para a Educação a Ciência e a Tecnologia –

lançou, no dia 5 de março de 2008, o Instituto para o Desenvolvimento e a Inovação Educativa – IDIE – especializado em Tecnologias da Informação e Comunicação no âmbito educativo, em convênio com a Fundação Telefônica da Espanha.

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Considerou, também, que os estudantes demonstraram facilidade em

interpretar dados extremos como o máximo e o mínimo nos dados registrados porém

apresentaram dificuldades para compreender variação como já haviam observado,

também, Santos e Gitirana (1999) em sua pesquisa sobre a interpretação de

gráficos de barra, com variáveis numéricas, em um ambiente computacional de

manipulação de dados.

Lima e Magina (2007) desenvolveram uma pesquisa sobre leitura e

interpretação de gráficos com estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental, usando

o software TableTop para o estudo do conceito de média aritmética por meio de

representações gráficas, e observam que em relação à leitura e interpretação de

gráficos os estudantes tiveram mais facilidade em realizar a tarefa quando

participavam da coleta para construção do banco de dados do que quando

utilizavam um banco de dados já existente que lhes era estranho. As autoras

também defendem que o uso do software TableTop contribuiu para favorecer a

compreensão dos estudantes sobre a leitura de gráficos de barra.

Os estudos aqui apresentados reforçam a idéia do uso do computador como

ferramenta de apoio aos processos de construção do conhecimento e como

recomendam os PCN devem ser inseridos nas práticas pedagógicas como recurso

didático.

3.2 Trabalhos com o Software TinkerPlots

Ben-Zvi (2006), estudou o trabalho usando o software TinkerPlots para o

desenvolvimento do raciocínio estatístico com crianças da 5ª série buscando

analisar a inferência e a argumentação informal de estudantes. Em sua pesquisa

usando o software TinkerPlots, o autor diz que

Os estudantes podem iniciar usando o TinkerPlots sem o conhecimento de gráficos convencionais ou diferentes tipos de dados, sem pensar em termos de variáveis ou eixos. Ao organizar Progressivamente seus dados (ordenando, empilhando e separando ícones de dados), os estudantes gradualmente organizam os dados para responder suas questões e verdadeiramente projetar seus próprios gráficos.

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A pesquisa foi realizada com estudantes de três classes que coletaram e

investigaram dados reais sobre si mesmos e os resultados analisados foram

comparados com os dados de uma amostra do banco de dados da escola do Reino

Unido.

Como resultados obtidos o autor descreve que os estudantes realizaram o

trabalho usando o software TinkerPlots com entusiasmo e conclui que muitos desses

estudantes produziram ―argumentos e inferências razoáveis significativa para eles e

para a comunidade de sala de aula‖.

Konold (2006), diz que observou, em aulas com recursos tradicionais, a

frustração dos estudantes ao trabalhar durante meses na aprendizagem de

construção de gráficos simples utilizando apenas uma variável. Ao apresentar o

software TinkerPlots, usando um banco de dados sobre peso das bolsas de

estudantes de escolas americanas, em determinado momento, sugere aos

estudantes que investiguem os dados sobre as bolsas, lança uma questão

relacionada ao assunto estudado e, sugere que construam um gráfico para

responder à pergunta. Ele percebe que em, aproximadamente, 30 minutos os

estudantes haviam respondido à questão.

Ao circular pela sala, ele observou que as representações nas telas dos

computadores eram diferentes umas das outras. Cada estudante utilizou as

ferramentas do software e construiu o gráfico. Ao ver a variedade de construções

obtidas, concluiu que o software TinkerPlots não estava fazendo o trabalho de

representação para eles. Os estudantes é que manipulando os recursos do software

obtinham a construção para análise e interpretação dos dados.

Estudos como os de Konold (2006), Beckker, Dery e Konold (2006) e Watson

(2008) sobre o uso do software TinkerPlots com estudantes no ensino de Estatística

tem demonstrado que a utilização dessa ferramenta, devido à facilidade de

manipulação dos seus recursos de separar, ordenar e empilhar, favorecem a

aprendizagem de conteúdos matemáticos como o de interpretação de gráficos,

possibilitando, inclusive processos de inferência. Watson destaca para esse trabalho

a importância do recurso Hat da ferramenta Plot.

Na próxima seção descrevemos sobre os recursos desse software trazendo

ao leitor uma compreensão maior sobre o funcionamento de algumas das

ferramentas do TinkerPlots que auxiliam na visualização desse suporte para a

Educação Estatística.

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4 O SOFTWARE TINKERPLOTS

O software escolhido para esta pesquisa é o TinkerPlots desenvolvido por

Clifford Konold e Craig D. Miller (2001) na Universidade de Massachusetts,

Amherst, com o consenso da National Science Foundation (NSF), e em colaboração

com projetos de Matemática fundados pela NSF em escolas. É indicado para o

trabalho de exploração e investigação de dados para favorecer a aprendizagem dos

conceitos estatísticos. Nessa seção estão descritas algumas funções das

ferramentas do software, porém, antes de iniciarmos esse trabalho, descrevemos um

pouco sobre as características do software, fruto das observações dos seus autores

sobre o software Datascope, desenvolvido anos antes.

O Datascope é um software para trabalhar com análise de dados com

estudantes de idades mais avançadas, entre 14 e 17 anos. Em seu processo de

desenvolvimento, seus autores buscaram simplificar sua estrutura reduzindo o

número de displays, isto é, de ícones para a apresentação das ferramentas de modo

visual, para que o usuário tivesse facilidade em manipulá-lo. Konold (2006),

comenta que essa simplificação dos recursos do software, realmente proporcionou

aos usuários muita facilidade em compreender seu funcionamento, fazendo com que

os estudantes utilizassem pouco tempo para aprender a usá-lo.

Porém, essa simplicidade no software, trouxe algumas dificuldades. Por

exemplo, quando se tratava de explorar uma questão específica, os estudantes

precisavam experimentar vários recursos até encontrar aquele que pudesse servir

aos seus propósitos. E foi na observação do uso desse software com os estudantes

que Konold e Miller, ao desenvolverem o TinkerPlots optaram, propositadamente,

por uma complexidade, mas que também oferecesse facilidade. Konold (2006)

defende que, ao contrário do software Datascope, o TinkerPlots é um software

complexo mas, que é a complexidade da ferramenta que motiva os estudantes.

A complexidade presente no software TinkerPlots não o transforma num

software de difícil manuseio mas, o torna rico em recursos para o trabalho de análise

de dados.

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4.1 TinkerPlots: Software para Exploração Dinâmica de Dados

O TinkerPlots foi elaborado com a finalidade de proporcionar aos estudantes

do ensino fundamental, desde as séries iniciais, a análise de dados numa interface

simples e de fácil compreensão sobre o funcionamento de suas ferramentas.

Trata-se de um ambiente dinâmico no qual os estudantes podem criar

representações gráficas para que, a partir das mesmas, possam realizar o trabalho

de interpretação de dados com mais facilidade. A partir dos seus recursos, esse

software também possibilita a organização de dados reais para a exploração e

análise de suas próprias hipóteses.

A tela inicial é branca sem muito atrativo de recursos visuais. O menu é no

idioma inglês. O aspecto visual do software TinkerPlots é simples, como já foi dito,

conforme pode ser visualizado nas Figura 01, a seguir:

FIGURA 01 – Tela inicial do software TinkerPlots

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4.2 Os Recursos Cards, Table e Plot do SoftwareTinkerPlots

Para ativar as ferramentas disponíveis é necessário clicar nos ícones

indicados conforme mostra a Figura 02:

FIGURA 02 – Menu e Botões de ferramentas do software TinkerPlots

Ao clicar sobre os botões Cards, Table ou Plot, por exemplo, essas

ferramentas ficarão ativas e visíveis na tela, podendo ser trabalhadas de forma

simultânea. Ver Figura 03:

FIGURA 03 – Tela contendo as ferramentas Cards, Table e Plot do software TinkerPlots

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Ao selecionar a ferramenta Cards, conforme ilustra a Figura 04, o usuário

poderá inserir os atributos e seus respectivos valores. Ao utilizarmos a palavra

atributo, estaremos, daqui por diante, nos referindo às variáveis.

FIGURA 04 – Tela do software TinkerPlots com a ferramenta Cards selecionada

A função da ferramenta Cards é de possibilitar o registro para criação do

banco de dados da pesquisa a ser realizada. Ao clicar na opção <new atribute>

indicada pela seta de número 1, na Figura 04, o campo fica ativo e o usuário pode

inserir os elementos que desejar para realizar o trabalho. Ao digitar o atributo, a

opção Value, indicada pela seta de número 2, fica habilitada para que o valor

correspondente ao atributo seja digitado. É possível inserir vários atributos podendo

ter vários casos para cada atributo. Antes que os casos sejam digitados a

ferramenta Cards inicia com a opção new case 1, indicada pela seta de número 3,

na Figura 04, e possui duas setas para avançar ou voltar possibilitando a

movimentação pelos casos. A Figura 05 mostra um exemplo do uso da ferramenta

Cards onde estão inseridos os atributos nome, cidade, profissão.

1 2

3

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FIGURA 05 – Ferramenta Cards com os atributos nome, cidade e profissão

No exemplo da Figura 05 têm-se três atributos (nome, cidade e profissão),

onde, no atributo nome, há um caso, Maria. Ao inserir o caso, a opção case 1 of 1,

indica que o nome Maria é o primeiro de um caso. Se outros casos forem inseridos,

como por exemplo, vinte casos, Maria seria o primeiro de vinte casos. O mesmo se

dá em relação a qualquer outro atributo. Ver a Figura 06, no qual estão identificados

os mesmos atributos da Figura 05, porém, com dez casos, onde é possível verificar

que o sujeito Gustavo é o caso sete, de dez.

FIGURA 06 – Cards com três atributos e dez casos

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Ao ativar a ferramenta Table, para os dados do Cards da Figura 06,

automaticamente, obtêm-se, a distribuição dos dados em forma de tabela, conforme

está exemplificado na Figura 07.

FIGURA 07 – Table obtida a partir dos dados do Cards da Figura 06

Para os dados exemplificados, ao ativar a ferramenta Plot, é possível obter

vários tipos de distribuição dos dados. A Figura 08, demonstra o exemplo, no qual se

ativou a ferramenta Plot obtendo a distribuição do atributo profissão, a partir dos

dados das Figuras 06 e 07.

FIGURA 08 – Ferramenta Plot com distribuição dos dados do atributo profissão

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No exemplo da Figura 08 é possível perceber a ocorrência de dois casos para

a profissão professor, indicado pelas setas, enquanto que as demais profissões

apontam apenas uma ocorrência. Para a profissão de Professor existem dois

sujeitos que são os casos 4 e 6, Roberto e Milena, respectivamente, conforme pode

ser visto nas áreas destacadas em preenchimento azul da Figura 09.

FIGURA 09 – Ferramenta Table com destaque para os sujeitos Roberto e Milena

Caso houvesse sido registrado, para Roberto a profissão Professor e para

Milena, Professora, em concordância com o gênero, a distribuição obtida com a

ferramenta Plot indicaria uma ocorrência para a profissão Professor e uma

ocorrência para a profissão Professora como se fossem profissões distintas.

Observe na Figura 10 conforme está indicado nas setas e nas palavras destacadas

dentro de elipses.

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FIGURA 10 – Plot com dados de significados iguais registrados com grafias diferentes

Um cuidado que o usuário deve ter ao digitar os dados é quanto à sua grafia,

pois, caso existam palavras grafadas de forma diferente, mas que representem a

mesma coisa, o software considera como dados diferenciados.

O software oferece facilidade no registro dos dados, inclusive para a

necessidade de correções, pois caso um dado seja alterado dentro de alguma

dessas ferramentas, Cards ou Table, automaticamente, será atualizado nas outras.

Outra ferramenta disponível na barra de menu do software TinkerPlots,

ilustrada na Figura 02, é a ferramenta Text que, ao ser ativada, disponibiliza na tela

uma caixa de texto onde pode ser digitado informações complementares ao trabalho

que está sendo realizado. É uma ferramenta flutuante que pode ser deslizada para

qualquer ponto da tela.

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4.3 Recursos da Ferramenta Plot

Ao ativar a ferramenta Plot, a barra de ferramentas é ampliada e mais

recursos ficam disponíveis ao usuário. A Figura 11 ilustra a barra de ferramentas

para a opção Plot.

FIGURA 11 – Barra de ferramentas do recurso Plot

Através da ferramenta Plot é possível realizar a manipulação de dados que

poderão ser analisados de acordo com suas ocorrências. Essa ferramenta dispõe de

alguns recursos próprios que, embora nem todos tenham sido utilizados pelos

estudantes durante o trabalho com o software, a seguir apresentaremos um breve

comentário sobre a função de cada um deles que, na Figura 11 estão indicados

pelas letras maiúsculas A, B, C, D, E, F, G, H, I e J.

O recurso Separate que pode ser executado através do uso dos ícones

representados pela em A, serve para organizar os dados separando-os

verticalmente ou horizontalmente como sugere a imagem do ícone com seta vertical

ou seta horizontal, respectivamente. A sequência de imagens A, B, e C da Figura 12,

esboça um exemplo do uso dessa função.

Recursos da ferramenta Plot

A B C D E F I J G H

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(A)

(B)

(C)

FIGURA 12 – Função Separate da ferramenta Plot

Na Imagem (A) da Figura 12, o ícone que indica a separação dos dados de

forma vertical, isto é, ascendente de baixo para cima, está habilitado, conforme

indicado na seta e assim, os dados são automaticamente organizados. De forma

semelhante, oberva-se na imagem (B) da mesma Figura, porém, o recurso habilitado

e, indicado pela seta, é o de separação horizontal. Os dois recursos podem ser

executados simultaneamente como é possível ser visto na imagem (C) da Figura 12.

Ao ativar esses recursos de separação dos dados é possível obter o cruzamento

entre informações. No exemplo dado, apenas um atributo foi observado, no caso a

Idade, o que não favoreceu o cruzamento dos mesmos,

O recurso Order representado pelos ícones da letra B,na Figura 11, indica

que os dados podem ser ordenados verticalmente ou horizontalmente cujos

símbolos são ilustrados pelo desenho de uma pirâmide vertical ou horizontal,

respectivamente. A sequência de imagens A, B, C, da Figura 13 mostra as opções

desse recurso que, do mesmo modo que as opções do recurso separate podem ser

executados ao mesmo tempo.

49

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(A)

(B)

(C)

FIGURA 13 – Função Order da ferramenta Plot

No exemplo da Figura 13, vale salientar que são apenas ilustrações com teor

informativo, no qual as ferramentas do software não tiveram aplicações específicas.

De forma análoga é possível organizar os dados utilizando o recurso Stack

indicado pelos ícones da letra C na Figura 11. Esse recurso possibilita o

empilhamento dos dados como pode ser visto na sequência A, B, da Figura 14.

(A)

(B)

FIGURA 14 – Função Stack da ferramenta Plot

50

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Na imagem (A) da Figura 14 o recurso utilizado foi para empilhamento dos

dados de forma vertical conforme está indicado na seta. A imagem (B) ilustra o

empilhamento de forma horizontal, como indicado pela seta. O recurso Stack não

possibilita executar o empilhamento vertical e o horizontal ao mesmo tempo como é

possível com os recursos Separate e Order.

Os recursos indicados pela letra D na Figura 11, Ref, ao serem ativados,

dependendo da escolha do usuário, criam uma linha vermelha para referência

vertical ou horizontal que pode ser movida conforme a necessidade do usuário.

Os recursos indicados pela letra E (Div.) e F (Hat) na Figura 11 não serão

descritos neste trabalho.

O recurso Counts indicado pela letra G, na Figura 11, ao ser ativado informa a

quantidade de sujeito para cada atributo. Esse recurso pode informar quantidade em

forma de número natural clicando sobre a opção cujo ícone é representado pela letra

―n‖ ou em forma de percentual, clicando sobre a opção representada pelo símbolo

―%‖. Os dois recursos podem ser executados simultaneamente informando o

percentual correspondente à quantidade indicada de sujeitos.

O recurso Average indicado pela letra H na Figura 11, indica a média e a

mediana que podem ser obtidas a partir dos dados distribuídos com a ferramenta

Plot, porém aqui nesta pesquisa não será exemplificado.

O recurso Label, indicado pela letra I na Figura 11, ao ser ativado insere

sobre cada sujeito o valor para aquele atributo. Por exemplo, se os dados forem

distribuídos na ferramenta Plot e um atributo como ―Idade‖, por exemplo, estiver

selecionado, ao ativar o recurso Label, cada sujeito será nomeado com o valor

correspondente ao atributo em questão.

O recurso Key indicado pela letra J na Figura 11, tem a função de proteger,

bloquear, um determinado Plot. O software TinkerPlots possibilita o trabalho com

vários Plot ao mesmo tempo, porém, ao manipular um determinado atributo em um

Plot, os outros também apresentarão o mesmo atributo. Caso o usuário deseje

observar atributos diferentes, basta executar o recurso Key em um ou mais Plot que

eles ficarão protegidos e não sofrerão modificações ao serem manipulados outros

Plot.

O software TinkerPlots dispõe de muitos outros recursos que não serão

descritos neste trabalho por não se tratar de um estudo de suas funções e por não

terem sido utilizados pelos estudantes participantes.

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4.4 A Usabilidade no Software TinkerPlots

Aqui nesta pesquisa iremos tratar de um ponto importante a considerar na

hora da escolha pelo trabalho com softwares que é a usabilidade, porém, por não

estarmos realizando um trabalho específico de avaliação de software, esse tema

será abordado de forma sucinta e objetiva levando em consideração, apenas, os

aspectos mais relevantes para o nosso trabalho.

Há algumas décadas, o computador deixou de ser uma máquina de uso

exclusivo dos profissionais da área de Informática e passou a ocupar novos espaços

na vida das pessoas, tornando-se uma ferramenta de apoio em diversas áreas da

atividade humana. Dessa forma, muitos são os usuários com pouca ou, até mesmo,

nenhuma formação em área específica da Informática que utilizam o computador em

suas atividades diárias. Referimos-nos como usuários as pessoas que interagem

com os produtos. No caso desta pesquisa, os usuários são os estudantes e os

produtos são o computador e os softwares.

Destacamos, aqui, alguns significados para usabilidade. Para Filho (2005), ―a

usabilidade de um sistema é determinada pela facilidade de aprendizado e uso

deste.

Segundo a norma ISO 9241 a usabilidade é definida como

a capacidade do produto de software de permitir a usuários específicos atingir metas especificadas com eficácia, produtividade, segurança e satisfação em um contexto de uso especificado. (ABRAN et al., 2003 apud SOUZA; SPINOLA, 2006, p.3)

Souza (1999 apud SOUZA; SPINOLA, 2006, p.2) diz que

a usabilidade de um sistema é um conceito que se refere à qualidade da interação de sistemas com os usuários e depende de vários aspectos como: Facilidade de aprendizado do sistema; Facilidade de uso; Satisfação do usuário; Flexibilidade; e Produtividade.

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Do ponto de vista da usabilidade, Nielsen (1993 apud SOUZA; SPINOLA,

2006), considera cinco aspectos importantes:

a) a intuitividade a qual o autor se reporta à característica do software permitir tamanha facilidade quanto ao uso que qualquer pessoa, mesmo sem experiência nessa área, consiga produzir algo de forma satisfatória;

b) a eficiência que caracteriza o software como eficiente em seu desempenho de forma a oferecer um nível elevado de produtividade;

c) a memorização que permite que os ambientes visíveis nas suas telas sejam de fácil memorização de modo que o usuário, mesmo sem utilizá-lo durante longo um período, possa fazê-lo, novamente, sem dificuldades, que não precise de ajuda para lembrar do funcionamento de seus recursos e ferramentas;

d) o erro é uma característica que o software não deve apresentar ou, pelo menos, em níveis bem reduzidos e com soluções rápidas, mesmo para usuários iniciantes;

e) e, finalmente, a satisfação que é uma das características que define o quanto um software pode permitir uma interação agradável para o usuário.

Considerando os aspectos acima relacionados, é possível, portanto, afirmar

que para se observar a usabilidade é necessário que se disponha de uma interface e

do usuário o que faz com que estes dois elementos estejam sempre presentes um

com o outro. A termo interface, aqui, se refere a um meio de contato entre o usuário

e o computador.

Portanto, o conjunto e disposição das ferramentas de um software que

possibilitam ao usuário a realização de tarefas usando o computador, é chamado de

interface. Conseqüentemente, como afirma Lins (2004, p. 16),

as interfaces dos sistemas computacionais passaram a ser construídas visando uma interação amigável com o usuário. Os designers de interfaces buscavam incorporar funcionalidades que permitissem aos usuários realizar os seus objetivos com satisfação e facilidade de uso.

Por mais que se busque, na hora da construção de um software, que o

mesmo ofereça facilidade e conforto quanto ao seu uso, é no contato direto com o

usuário que essa usabilidade será colocada à prova. Existem testes de usabilidade

de software, que servem ao propósito de levar informações aos projetistas que irão

buscar melhorar o software de forma a atender as necessidades do usuário. Por

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isso, os testes mais confiáveis são aqueles realizados com usuários real. Segundo

Gomes (2005), ―os testes de usabilidade empregados devem permitir avaliar a

aprendizagem dos conceitos que são visados pelo produto‖.

Portanto, uma forma comum de se avaliar a usabilidade de um software é

observando a sua interação com o usuário, sendo que esta avaliação pode ser feita

experimentalmente com grupos de pesquisa ou no próprio ambiente de trabalho

onde o sistema já esteja implantado.

Algumas técnicas formais podem ser utilizadas nos testes de usabilidade.

Aqui, nesta pesquisa, apenas a título de ilustração, citamos algumas dessas

técnicas sem, no entanto, nos determos em detalhá-las:

a) Avaliação Heurística;

b) Critérios Ergonômicos;

c) Inspeção Baseada em Padrões, Guias de Estilos ou Guias de Recomendações;

d) Inspeção por Checklists;

e) Percurso (ou Inspeção) Cognitivo;

f) Teste Empírico com Usuários.

g) Entrevistas e Questionários

Para que os usuários possam ter um mínimo de facilidade ao usar o

computador, sistemas e os programas ou softwares, como assim nos referiremos

aqui, devem apresentar o máximo possível de usabilidade. Diante de usuários com

perfis tão variados, as empresas desenvolvedoras de softwares têm como principal

meta ―melhorar a usabilidade de sistemas interativos‖ (FILHO, 2005).

A usabilidade não é algo ocasional, ela deve ser intencionalmente projetada

para o produto com foco no usuário final e, sobre as questões de usabilidade de

sistemas interativos, como os softwares educacionais, por exemplo, o padrão

internacional mais comum é a norma ISO 9241 à qual, muito mais importante que as

características ergonômicas do produto é o ponto de vista do usuário e seu contexto

de uso. Entenda-se, aqui, por contexto de uso a compreensão das características do

usuário, das tarefas a serem realizadas, o ambiente onde será usado.

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Assim, sob esse aspecto, no caso dessa pesquisa podemos definir o contexto

de uso como sendo as tarefas para interpretação de dados e gráficos, as

ferramentas do software TinkerPlots, os estudantes do 7º ano do Ensino

Fundamental de uma escola da rede privada da cidade do Recife, o ambiente do

laboratório de Informática da escola.

Portanto, nesta pesquisa trataremos a usabilidade apenas sob seu aspecto da

facilidade do uso. Se um instrumento ou objeto oferece dificuldade ao homem para

utilizá-lo, dizemos que este tem um baixo nível de usabilidade. Sempre que houver

uma interface, isto é, um objeto concreto como uma caneta, por exemplo, ou

abstrato, como os softwares, será possível observar a usabilidade que esse objeto

oferece.

Trazendo a questão da usabilidade para o software TinkerPlots, essa é uma

questão importante porque estaremos lidando com crianças e sua interação com a

máquina deve ocorrer da melhor forma possível contribuindo para sua

aprendizagem. Como o objetivo deste trabalho é investigar a forma como esses

estudantes realizam o processo de interpretação de dados utilizando a ferramenta

computacional através dos recursos do software TinkerPlots, a usabilidade que o

mesmo oferece deve ser tal que não seja a ferramenta, em si, um obstáculo aos

estudantes que dificulte ou desmotive a realização do trabalho proposto.

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5 PERCURSO METODOLÓGICO

Esta sessão descreverá a trajetória metodológica seguida nessa pesquisa

desde os aspectos gerais, à escolha dos participantes e aos métodos e instrumentos

utilizados para a coleta dos dados bem como o estudo Piloto que possibilitou a

definição do software para esta pesquisa.

5.1 Aspectos Gerais da Pesquisa

Esta pesquisa consiste em um trabalho exploratório que procurou investigar,

através da observação e análise do trabalho dos estudantes durante a utilização do

software TinkerPlots, os processos de interpretação de dados quando mediados por

ferramentas do referido software. Para a realização desta pesquisa seis duplas de

estudantes desenvolveram tarefas sob a orientação da própria pesquisadora.

Durante as sessões a pesquisadora se utilizou dos recursos de videografia e

registros das observações em protocolos elaborados pela mesma. Durante o

trabalho de observação dos estudantes utilizando o software TinkerPlots, a

pesquisadora não se colocou como mera espectadora mas, também realizou

interferências.

A cada sessão os estudantes eram orientados quanto ao trabalho a ser

realizado, porém, durante o desenvolvimento do trabalho, a pesquisadora buscou

interferir apenas quando solicitado ou quando alguma informação se fazia relevante

para o andamento do trabalho por parte dos estudantes. Para uma melhor

compreensão sobre a organização das sessões, a Figura 15, a seguir, apresenta um

esquema dessa organização para a coleta dos dados, bem como suas

características e objetivos. Cada sessão está descrita detalhadamente no Capítulo 6

deste trabalho.

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FIGURA 15 – Esquema da organização das Sessões

1ª Sessão 2ª Sessão 3ª Sessão 4ª Sessão

CARACTERÍSTICA

Exploração livre das ferramentas

do software TinkerPlots

CARACTERÍSTICA

Manipulação das ferramentas do

software TinkerPlots com dados fictícios

CARACTERÍSTICA

Organização de dados coletados

usando as ferramentas do

software TinkerPlots

CARACTERÍSTICA

Interpretação de dados coletados

usando as ferramentas do

software TinkerPlots

OBJETIVO

Familiarizar os estudantes com o

software e, observar a

facilidade com que os mesmos utilizaram suas

ferramentas

OBJETIVO

Verificar como estudantes organizam e

interpretam dados fictícios ao utilizarem o

software

OBJETIVO

Verificar como estudantes

organizam dados coletados ao utilizarem o

software. Verificar o domínio das ferramentas

OBJETIVO

Verificar como os estudantes

interpretam dados coletados ao utilizarem as ferramentas

Cards, Table e Plot do software

ESQUEMA DAS SESSÕES

LEGENDA:

= Registro escrito = Registro em videografia

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5.2 Participantes

Foram selecionados 12 estudantes de uma classe do 7º ano do Ensino

Fundamental de uma escola da rede privada, na zona Oeste da cidade do Recife, na

qual a pesquisadora atua há uma década no Laboratório de Informática. Os

estudantes participantes desta pesquisa foram autorizados, por escrito, por seus

pais ou responsáveis.

Por questões éticas denominaremos a escola de ―Escola Participante‖. Para

a escolha desses participantes foram estabelecidos alguns critérios que pudessem

contribuir para a formação de um grupo composto por 6 duplas no qual, tais

participantes se assemelhassem quanto a alguns aspectos:

a) todos os estudantes pertenciam à mesma turma;

b) todos os estudantes apresentavam média escolar na disciplina de Matemática, variando entre 5,0 e 6,0;

c) todos eram estudantes da Escola Participante desde, pelo menos, o 5º ano do Ensino Fundamental.

O primeiro critério estabelecido para escolha dos participantes teve como

objetivo garantir que cada dupla fosse formada por estudantes que, sendo da

mesma turma, já estivessem integrados uns com os outros, o que facilitaria a

interação entre as duplas.

No segundo critério, ao serem escolhidos estudantes com média escolar entre

5,0 e 6,0 pretendeu-se compor um grupo que apresentasse equivalência quanto ao

desempenho escolar, na disciplina de Matemática, e que, ao mesmo tempo não se

tratasse de estudantes considerados com baixo ou elevado rendimento escolar,

conceito, este, indicado através da média anual.

E, finalmente, para que a dificuldade no uso do recurso computacional por si

só não representasse uma variável a ser considerada no processo de análise, foi

tomado como terceiro critério de escolha desses estudantes que os mesmos já

fossem estudantes da escola desde o 5º ano do Ensino Fundamental, garantindo,

assim, que o uso do computador já fosse comum no seu cotidiano escolar de forma

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que no 7º ano do Ensino Fundamental esses estudantes tivessem os conhecimentos

básicos de Informática para a utilização do software.

Nas tarefas de pesquisa os estudantes foram agrupados em 6 duplas, pois os

mesmos trabalharam compartilhando uma máquina. O motivo da escolha pelo

trabalho com duplas se deu em virtude da intenção de capturar diálogos que

pudessem contribuir para a análise dos dados da pesquisa. As duplas foram

compostas, espontaneamente, pelos próprios estudantes respeitando a relação

existente entre os mesmos para favorecer a interação durante o trabalho a ser

realizado.

Por questões éticas, para garantia do anonimato dos participantes, neste

trabalho, as duplas de estudantes participantes foram nomeadas como 1A, o

estudante A da Dupla 1 e, 1B, o estudante B da Dupla 1. De forma análoga foram

identificados os demais estudantes das demais duplas conforme está descrito no

Quadro 01.

IDENTIFICAÇÃO DAS DUPLAS

IDENTIFICAÇÃO DOS ESTUDANTES

Dupla 01 1A 1B

Dupla 02 2A 2B

Dupla 03 3A 3B

Dupla 04 4A 4B

Dupla 05 5A 5B

Dupla 06 6A 6B

QUADRO 01 – Identificação das duplas de estudantes participantes

A Escola Participante disponibiliza aos alunos, desde a Educação Infantil,

uma aula semanal no Laboratório de Informática, a qual é planejada pela professora

da disciplina em parceria com o profissional de Informática. Assim, os estudantes

com mais tempo na escola apresentam conhecimentos básicos quanto aos recursos

computacionais que foram necessários para a realização desta pesquisa.

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A coleta de dados se deu no contexto do laboratório de Informática da escola,

cujo layout é mostrado na Figura 16. Os trabalhos realizados pelos estudantes, no

software TinkerPlots e as falas dos mesmos, foram videografados com o recurso do

software Camtasia.

FIGURA 16 – Layout do Laboratório de Informática da Escola Participante

5.3 Método e Instrumentos

Neste estudo utilizou-se do registro das observações das sessões

desenvolvidas no Laboratório de Informática com os estudantes participantes

utilizando o software TinkerPlots como procedimento metodológico para coleta dos

dados. Os registros dessas observações foram feitos nos protocolos elaborados com

a finalidade de complementar este trabalho podendo ser visualizados nos Apêndices

A, B, C, D e E.

As ações dos estudantes durante o trabalho com o software foram registradas

em videografia através de programa aplicativo para captura de vídeo das atividades

visualizadas no ambiente da tela do computador. Assim sendo, para a coleta de

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material de pesquisa, aliado aos procedimentos de observação convencionais,

utilizou-se o software Camtasia para videografia dos episódios nos encontros com

os estudantes no laboratório de Informática.

5.4 Materiais Utilizados pelos Estudantes

Para a realização desta pesquisa, os estudantes participantes utilizaram 1

computador por dupla, com os softwares TinkerPlots e Camtasia e, 1 fone de ouvido

com microfone.

5.5 Escolha do Software TinkerPlots

O trabalho foi realizado com o software TinkerPlots, no qual os estudantes,

através das ferramentas descritas nos itens 2.2 e 2.3, manipularam dados e

realizaram o trabalho de interpretação de dados. A escolha por este software se deu

após a análise do projeto Piloto, descrito na seção 5, apontar o software

MicroMundos como inadequado aos propósitos desta pesquisa.

Conforme foi dito na seção 5, anterior, o MicroMundos foi, inicialmente, o

software escolhido, porém, após a aplicação do projeto piloto, a análise das tarefas

realizadas apontou limitações nesse software que inviabilizaram a utilização do

mesmo para esta pesquisa, fazendo surgir a necessidade de mudança para outro

software, no caso, o TinkerPlots,

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5.6 Software Camtasia Studio

Esse software videografa, também, em formato AVI2, as tarefas que estejam

sendo realizadas na tela do computador permitindo, inclusive, a captura de áudios.

Com os recursos do software Camtasia e de microfones conectados ao computador,

foi possível vídeografar as conversações dos estudantes. Entre os formatos de saída

disponíveis, esse software permite que os vídeos produzidos sejam do tipo avi.

Apenas a título de ilustração, é apresentada na Figura 17, a seguir, a aparência da

interface inicial do software Camtasia.

FIGURA 17 – Tela inicial do software Camtasia

Para ativar o processo de videografia, clica-se na opção Record the screen

conforme está indicado pela seta na Figura 17. Em seguida caixas de diálogos são

exibidas para definição das configurações. Após esse o processo de configuração

2 AVI é a sigla de "Audio Video Interleave". Trata-se de um formato arquivo de vídeo criado pela

Microsoft cuja extensão oficial é .avi. É um dos formatos mais populares no mundo, sendo reconhecido pela maioria das versões do Windows.

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clica-se no botão Record, indicado pela seta na Figura 18 para iniciar a videografia

dos trabalhos realizados no computador.

FIGURA 18 – Tela do software Camtasia para iniciar o processo de videografia Ao clicar sobre o botão Record como mostrado na Figura 18, o programa

passa a ser executado de forma minimizada na barra de tarefas. A partir desse

momento, todas as ações visualizadas na tela do computador estarão sendo

registradas pelo software Camtasia, inclusive, as falas dos usuários também serão

gravadas. Ao término do trabalho, basta dar dois cliques sobre o ícone do software

que o mesmo exibirá uma tela onde será possível descartar o vídeo produzido ou

salvá-lo como arquivo.

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5.7 O Trabalho no Laboratório de Informática

Para a realização dessa pesquisa, os estudantes selecionados, conforme

descrito no item 2.2, desenvolveram o trabalho em duplas, compartilhando uma

máquina, no laboratório de Informática da Escola Participante. Os estudantes foram

acomodados conforme indica a Figura 19, abaixo, mantendo uma distância razoável

entre uma dupla e outra, para que a conversação de uma não interferisse na

conversação de outra e os áudios pudessem ser capturados com a melhor nitidez

possível que favorecesse a análise desse material.

FIGURA 19 – Disposição da localização das duplas de estudantes durante a realização da pesquisa no Laboratório de Informática

Dupla 01 Dupla 02

Dupla 03

Dupla 04

Dupla 05 Dupla 06

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5.8 O Estudo Piloto

Como parte deste trabalho, um estudo exploratório foi realizado com o

objetivo de analisar a eficácia dos instrumentos escolhidos para a realização da

nossa pesquisa. O software, inicialmente escolhido foi o MicroMundos por ser

disponibilizado pela Escola Participante e de uso sistemático no laboratório de

Informática, não exigindo a instalação de outros programas, como também, por

permitir a elaboração de tarefas construídas pelo profissional de Informática que,

nesse caso, é a própria pesquisadora.

Tentamos manter as mesmas características definidas para nosso estudo

para que tivéssemos um panorama da situação a ser investigada e para que

pudéssemos adequar os instrumentos da melhor forma possível.

5.8.1 Participantes

Participaram desse estudo quatro estudantes do 3º ano do Ensino

Fundamental. A escolha se deu de forma aleatória dentro da Escola Participante.

Inicialmente, a pesquisadora pretendeu realizar a pesquisa com estudantes do 4º

ano do Ensino Fundamental. Como o estudo exploratório aconteceu no mês de

Novembro de 2008, final do ano letivo, os estudantes selecionados foram os do 3º

ano, por já apresentarem conhecimentos que se equivaliam aos de estudantes do 4º

ano. Após a análise dos resultados do estudo piloto, verificamos que esses

estudantes não eram os mais indicados para a nossa pesquisa conforme

explicaremos mais adiante, na seção 5.5, no final do capítulo 5.

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5.8.2 O MicroMundos

O Micromundos é um software dinâmico com base na linguagem LOGO que

permite ao usuário construir, desenhar, produzir, apresentar, animar, analisar,

integrar e, talvez o mais importante, explorar suas idéias. Como já foi dito

anteriormente na seção 2.3, é um recurso diferente que busca promover o

entusiasmo em aprender. Embora possua inúmeras possibilidades de trabalho, para

o estudo exploratório, esta pesquisa se limitou à utilização, apenas, dos recursos

gráficos e do editor de texto disponíveis no software.

Ao executar o aplicativo do software, a tela inicial apresentada é simples

como mostra a Figura 20.

FIGURA 20 – Tela inicial do software MicroMundos

A Figura 20 mostra o aspecto original do software. No lado esquerdo, dispõe

de uma coluna com 14 ícones de recursos que não nos deteremos em explicá-los

aqui, com exceção, do ícone indicado pela seta 1 que, ao ser clicado, ativa a caixa

de texto, No campo inferior, conforme apontado pela seta 2, existem três ícones,

1

2

3

66

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69

cujas funções, ao serem ativadas, ficam expostas nesse campo. O ícone

representado por um pincel e apontado pela seta 3, quando clicado, ativa as

ferramentas do Centro de Desenho. Ver figura 21.

FIGURA 21 – Tela inicial do software MicroMundos com exibição das ferramentas do Centro de Desenho

Ativando as ferramentas do Centro de Desenho, como ilustrado na Figura 21, o

usuário pode desenhar, definir a cor e a espessura do lápis da tartaruga, e

programar cores. Utilizando essa ferramenta, bem como os recursos multimídia

disponíveis no software associados aos recursos de programação, a pesquisadora

construiu as tarefas para o estudo exploratório. É importante ressaltar que os

estudantes não trabalharam com os recursos de programação.

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5.8.3 Tarefas Criadas no MicroMundos

Por ser a pesquisadora, profissional da área de Informática com

conhecimento e domínio dos recursos do software MicroMundos, a mesma elaborou

um pacote de tarefas composto por 5 telas. A primeira, a tela de abertura, ilustrada

na Figura 22, apresentava algumas falhas, pois, conforme pode ser visualizado, o

título que aparece indica que o trabalho seria com gráficos de barras, no entanto, as

imagens que aparecem ilustram outros tipos de gráficos.

FIGURA 22 – Tela de abertura das tarefas no software MicroMundos

Ao abrir o arquivo que continha as tarefas no MicroMundos, a tela de abertura

iniciava de forma automática ao som de uma música. O arquivo foi programado para

abrir no ―Modo de Apresentação‖, isto é, ocultar as ferramentas do software

deixando visível, apenas, a área de trabalho. Ao clicar no botão ―INICIAR‖ que pode

ser visto na Figura 22, os estudantes tinham acesso à segunda tela contendo a

primeira tarefa como mostra a Figura 23.

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FIGURA 23 – Tela da primeira tarefa do estudo Piloto

A primeira tarefa constava de uma grade onde a primeira linha superior era

composta por 4 imagens dos alimentos preferidos por determinados animais (milho,

osso, queijo e peixe). Ao clicar sobre essas imagens era possível ouvir a pronúncia

das palavras. A coluna do lado esquerdo era composta por 4 imagens dos animais

cachorro, galinha, rato e gato que, da mesma forma das imagens dos alimentos, era

possível ouvir a pronúncia do nome de cada figura.

No campo superior da tela existia o seguinte texto instrutivo:

―Cada animal tem m tipo de comida preferida. Marque cada quadrinho indicando o tipo de alimento de cada animal. Utilize a ferramenta balde de tinta e pinte o quadrinho correspondente com sua cor preferida‖

Ao lado do texto havia um ícone com a imagem de um alto falante que, ao ser

clicado, executava o áudio que narrava o texto. Do lado direito haviam dois botões: o

botão ―limpar‖ que apagava a resposta do usuário, reiniciando a tarefa. O botão

―conferir‖ que, exibia a resposta certa.

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Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE … · agradecimento é a Deus. ... pude sentir suas emanações de incentivos, vibrando a ... FIGURA 06 – Cards com três atributos

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Analisando o trabalho dos estudantes na primeira tarefa, no software

MicroMundos, embora as ferramentas sejam de fácil utilização, foi possível constatar

que a atividade inicia num modo de apresentação que não deixa visível as

ferramentas que seriam necessárias ao trabalho. O texto instrutivo sugere usar a

ferramenta balde de tinta, mas, a mesma foi ocultada como pode ser visto na Figura

23. A tarefa, nesse caso, não tratava da interpretação de gráficos, ela se destinava à

organização de dados em tabela.

A segunda tarefa elaborada com o software Micromundos manteve o mesmo

objetivo da primeira: a organização de dados. A Figura 24 ilustra a tela da segunda

tarefa.

FIGURA 24 – Tela da segunda tarefa do estudo Piloto

Nessa tarefa, da Figura 24, os estudantes recebiam as seguintes instruções

expostas no texto localizado no campo superior esquerdo da tela:

70

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE … · agradecimento é a Deus. ... pude sentir suas emanações de incentivos, vibrando a ... FIGURA 06 – Cards com três atributos

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A turma de Mariana e Júlio adora sorvete. Eles compraram suas fichas, mas precisam ir para a fila certa. As fichas têm as seguintes cores: VERMELHA para sorvete de morango. MARROM para sorvete de chocolate. AMARELA para sorvete de baunilha. BRANCA é para sorvete de côco. Clique em cada criança para ver a cor da sua ficha e arraste-a para fila certa.

Ao clicar sobre a figura das crianças, uma ficha circular aparecia do lado,

como mostra Figura 25, indicando, através da cor, para qual coluna a criança

deveria ser levada.

FIGURA 25 – Tela da segunda tarefa do estudo Piloto

Na Figura 25 visualiza-se que todas as crianças foram clicadas e aparecem

com as respectivas fichas que indicam, pela cor, o sabor do sorvete,

consequentemente, deveriam ser colocadas nas filas corretas, localizadas nas

colunas do lado direito da tela, como pode ser constatado na Figura 24 e como

indicou o texto de instruções.

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Ao levar todas as crianças do local original para a fila do sorvete, conforme a

cor da ficha de cada uma, o estudante deveria proceder às orientações encontradas

no campo superior direito da tela que informava:

Quando todos estiverem em suas filas, clique sobre os botões para responder às perguntas. A cada resposta certa você ganha uma estrela.

Os botões ao qual o texto se refere, encontram-se logo abaixo do mesmo,

como pode ser visto na Figura 24. Os botões indicam ―PERGUNTA1‖,

―PERGUNTA2‖ e ―PERGUNTA3‖. As perguntas tinham relação com a distribuição

das crianças nas filas. Eram as seguintes perguntas:

a) PERGUNTA1: Quantas crianças tomaram sorvete de Baunilha?

b) PERGUNTA2: Qual o sabor do sorvete menos escolhido pelas crianças?

c) PERGUNTA3: Quantas crianças tomaram sorvete?

Ao acerto surgia, na tela, a mensagem ―Parabéns! Você ganhou uma estrela‖

e uma estrela azul aparecia simbolizando o prêmio. Ao erro, para cada pergunta

aparecia uma mensagem específica. Para o erro à pergunta 1, a mensagem era ―A

RESPOSTA NÃO ESTÁ CORRETA. OBSERVE QUANTAS FICHAS AMARELAS TEM‖. Para o

erro à pergunta 2, a mensagem era ―A RESPOSTA NÃO ESTÁ CORRETA. OBSERVE A FILA

MENOR E VEJA QUAL É O SABOR.‖ Para o erro à pergunta 3, a mensagem era ―A

RESPOSTA NÃO ESTÁ CORRETA. CONTE O TOTAL DE PESSOAS QUE ESTÃO NAS 4 FILAS.‖

A Figura 26 ilustra um exemplo do que acontecia quando os estudantes

clicavam nos botões das perguntas.

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FIGURA 26 – Tela da segunda tarefa do estudo Piloto

A imagem da tela da segunda tarefa, mostrada na Figura 26 foi obtida no

momento em que o estudante clicou no botão da Pergunta 1. A caixa de diálogo que

é aberta com a mensagem onde a pergunta é exibida, não é flutuante, isto é, é fixa,

não sendo possível arrastá-la para outra posição, o que impedia a visibilidade por

parte dos estudantes para observarem suas construções e responder à pergunta.

Era necessário cancelar a ação, observar a construção, contar os objetos,

memorizar a resposta para depois clicar novamente no botão da pergunta e digitar a

resposta. Essa dificuldade na execução da tarefa causou alguma desmotivação nos

estudantes.

Mais duas telas com tarefas faziam parte do estudo exploratório. As Figuras

27 e 28 representam, respectivamente, as telas da terceira e da quarta tarefas.

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FIGURA 27 – Tela da terceira tarefa do estudo Piloto

Na Figura 27 o texto de instrução informava que Mariana e Júlio resolveram

fazer uma pesquisa com seus colegas de classe e que queriam saber qual era a

brincadeira preferida de cada um. O texto dizia, ainda que os estudantes deveriam

organizar os resultados numa tabela como pode ser vista na Figura 27. Também

sugeria usar blocos que poderiam ser obtidos ao clicar no botão ―CRIAR BLOCO‖.

Ao clicar sobre esse botão ilustrado na Figura 27, apareciam cubos que podiam ser

arrastados com o mouse. Na figura 28 abaixo está exposta a tela da quarta tarefa.

FIGURA 28 – Tela da quarta tarefa do estudo Piloto

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Na tarefa ilustrada na Figura 28 os estudantes deveriam utilizar a ferramenta

Caixa de Texto, como foi mostrada na Figura 20, pela seta 1, para responder as

perguntas e, com as ferramentas do Centro de Desenho deveriam desenhar e

construir a tabela solicitada. Essa tarefa apenas um estudante conseguiu realizar.

Os outros estudantes não conseguiram compreender a tarefa.

5.8.4 Considerações Sobre o Trabalho Usando o Software MicroMundos

As duas primeiras tarefas sobre organização de dados foram bem

compreendidas pelos estudantes. As quatro crianças que participaram desse estudo

piloto demonstraram motivação para realizar o trabalho sobre gráficos usando o

computador e facilidade no manuseio das ferramentas do software permitindo um

melhor aproveitamento do tempo para realização das tarefas.

As limitações observadas no software, descritas nas subseções anteriores,

contribuíram para que os estudantes solicitassem auxílio, constante, à pesquisadora

quanto ao uso de algumas ferramentas que não estavam visíveis e quanto às

questões das tarefas.

Na terceira e na quarta tarefas, três, dos quatro estudantes apresentaram

dificuldades na compreensão da questão e não conseguiram realizá-las.

Nossas observações iniciais nesse estudo piloto nos levou a considerar que o

software escolhido apresenta limitações para o trabalho de interpretação de dados,

pois o mesmo depende de conhecimentos específicos por parte de um profissional

de Informática para a elaboração das tarefas. A pesquisadora não dispôs de material

pronto, isto é, as tarefas a serem desenvolvidas com os estudantes precisaram ser

construídas a partir dos recursos do software MicroMundos e dos conhecimentos de

Informática de profissional da área, no caso, a própria pesquisadora.

Por se tratar de um estudo piloto, o material elaborado não passou por fase

de testes e, foi no momento de sua aplicação com os estudantes que suas

limitações foram observadas levando-nos a concluir que essas limitações poderiam

interferir nos resultados da pesquisa.

Como o objetivo da pesquisa foi investigar o processo de interpretação de

dados utilizando o computador, concluímos que o software MicroMundos não

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dispunha de recursos adequados a esse trabalho, por todas as questões expostas

nessa seção sobre o estudo exploratório. Sendo assim, se fez necessário a

substituição do software MicroMundos por outro que oferecesse recursos adequados

aos objetivos desta pesquisa. Dentre dois softwares avaliados, o TableTop e o

TinkerPlots, este último, com base, na observações do estudo piloto, foi considerado

como o instrumento adequado aos propósitos desta pesquisa. A escolha por outro

software, no caso o TinkerPlots, também, associada a outros fatores, acarretou a

decisão na escolha por participantes do 7º ano.

Decidimos nesta pesquisa, realizar a coleta dos dados com estudantes fora

do seu horário normal de aulas, porém no mesmo espaço do laboratório de

Informática. Para isso, os participantes precisavam ir à escola no turno oposto ao

das suas aulas. Por se tratar de crianças que dependiam de portador para os

transportar à escola em outro horário, muitas delas não foram autorizadas a

participar. Também não foi autorizado que as crianças saíssem da sala de aula para

a realização da pesquisa no horário de suas aulas. A realização do estudo piloto

aconteceu mediante negociação direta da pesquisadora com os responsáveis pelos

estudantes na qual a mesma foi responsável pelo deslocamento dos estudantes até

o local da pesquisa.

Diante dessa dificuldade e, observando que para o estudo definitivo, seria

necessário um grupo maior de estudantes, optamos por selecionar participantes de

mais idade e com autonomia para ir à escola fora do seu horário de aula.

Acrescentamos a essa decisão o fato da escolha pelo software TinkerPlots, por ser o

mesmo indicado para séries mais avançadas. Daí nossa escolha por estudantes do

7º ano ao invés do 4º ano.

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6 ANÁLISES E RESULTADOS

O trabalho com os estudantes participantes da pesquisa aconteceu em quatro

sessões com duração de uma hora realizadas nas datas 05/06, 12/06, 19/06 e 26/06

no ano de 2009. Com exceção da primeira sessão, todas as outras foram

videografadas com o software Camtasia, cujos vídeos serviram de recursos para as

análises e serão utilizados ao longo da discussão das sessões.

A primeira sessão realizada teve como objetivo principal familiarizar os

estudantes com o software TikerPlots e, ao mesmo tempo, observar e registrar como

os mesmos utilizaram suas ferramentas, A pesquisadora contou com o recurso de

um DataShow, com o qual apresentou as ferramentas Cards, Table e Plot do

software.

A segunda sessão foi realizada com os estudantes simulando uma pesquisa e

registrando os dados fictícios, utilizando as ferramentas do TinkerPlots para

posteriormente interpretá-los. Nessa sessão, os alunos usaram microfones e, ao

final, todos apresentaram seus resultados para as demais duplas utilizando o

recurso do DataShow. Ainda nessa sessão, os participantes deste trabalho definiram

o tema da pesquisa que seria realizada, a qual procederiam com a coleta de dados

através de um questionário aplicado a outros estudantes da mesma escola e

utilizariam o software TinkerPlots para a interpretação dos dados através de

representações gráficas dos mesmos.

Na terceira sessão, os estudantes iniciaram o processo de organização dos

dados coletados através do questionário e utilizaram os recursos do software para a

construção do banco de dados. Realizaram, também, a exploração dos recursos da

ferramenta Plot.

A quarta sessão deu continuidade ao trabalho iniciado na terceira sessão.

Com o banco de dados já construído, os estudantes utilizaram as ferramentas do

software TinkerPlots para desenvolverem o trabalho de interpretação dos dados.

Ao final da descrição de cada sessão, serão apresentados os resultados com

base nos objetivos definidos para as mesmas.

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6.1 1ª Sessão: Exploração Livre do Software TinkerPlots

A primeira sessão reuniu os estudantes para apresentar a proposta da

pesquisa e o software TinkerPlots com suas ferramentas. A pesquisadora, com

auxílio do recurso de uma DataShow, fez uma breve demonstração sobre as

ferramentas Cards, Table e Plot e de alguns recursos do menu. Em seguida, os

estudantes exploraram livremente as ferramentas do software. Durante a realização

da primeira sessão, os estudantes não demonstraram dificuldades quanto ao

manuseio das ferramentas do software. Entretanto, apresentaram um pouco de

dificuldade em relação aos recursos do menu, pelo fato do mesmo se apresentar em

inglês, porém esta dificuldade foi facilmente vencida.

Os estudantes demonstraram interesse no trabalho que iriam desenvolver e

facilidade na compreensão das funções das ferramentas. Comandos como New,

Open, Close, Save eram compreendidos facilmente devido ao fato dos estudantes

apresentarem conhecimentos básicos quanto aos recursos computacionais. Mas,

em alguns momentos, precisavam perguntar o significado das opções do menu. O

extrato de fala, a seguir, demonstra tal observação:

Durante a exploração livre, do software, um dos estudantes da Dupla 03, ao

expandir o menu Edit, pergunta:

3B: Olga, o que é Hide Plot?3

Olga: Significa esconda, oculte a opção Plot. Se você estiver com a caixa Plot exibida na tela e selecioná-la, poderá escondê-la clicando em Edit e em Hide Plot.

Para melhor compreensão, a Figura 29, a seguir, ilustra o significado do

diálogo acima. Com a ferramenta Plot selecionada, ao clicar na opção Hide Plot

(Figura 29 A), a mesma será ocultada (Figura 29 B).

3 Nesta pesquisa, serão utilizados nos diálogos, códigos de identificação dos participantes de cada

dupla (1A, 1B, 2A, 2B, 3A, 3B, 4A, 4B, 5A, 5B, 6 e 6B) e o nome da pesquisadora (Olga).

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FIGURA 29 – Ferramenta Hide Plot do menu Edit do software TinkerPlots

A

B

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Ainda durante a exploração livre do software TinkerPlots, um dos estudantes

da Dupla 05 pergunta:

5A: Olga, o que significa Label?

Ao ouvir a pergunta do colega, o estudante 4A, da Dupla 04, que já havia

explorado o mesmo recurso, antes que a pesquisadora respondesse à pergunta do

estudante 5A, saiu da sua posição, aproximou-se do computador da Dupla 05 e

apontando com o dedo para a tela do mesmo mostrou o botão Label e respondendo

à pergunta que o estudante 5A, da Dupla 05, fez à pesquisadora, disse:

4A: Eu sei. A gente estava mexendo aqui e quando apertava aí nesse botão ―label‖ aparecia o nome nessas bolinhas.

A Figura 30 ilustra, de forma gráfica, a ferramenta label, indicada pela seta, ao

qual se referiu o estudante 4A. Ao clicar sobre o ícone da função ―label‖, indicado na

figura pela seta, os objetos são nomeados conforme o atributo selecionado. No caso

do exemplo da Figura 30, o atributo selecionado é o atributo NOME.

FIGURA 30 – Ferramenta Label do software TinkerPlots

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A primeira sessão não foi vídeografada, uma vez que o objetivo nesse

momento era possibilitar, aos estudantes participantes da pesquisa, uma exploração

livre para familiarização dos recursos do software que possibilitasse à pesquisadora,

através das observações durante a utilização do software, verificar se o mesmo

oferece autonomia aos estudantes.

Durante o desenvolvimento desta sessão, a pesquisadora registrou suas

observações sobre a facilidade que os estudantes demonstraram diante do software

TinkerPlots, no protocolo de observações, conforme é exibido no Quadro 02:

Data: 05/06/2009

Local: Laboratório de Informática da Escola Participante

Duração 01 hora

Objetivo:

Verificar, através do nível de facilidade de uso dos recursos do software, se o

mesmo oferece autonomia aos estudantes.

Resultados observados:

1- Nível de dificuldade apresentado pelos estudantes quanto ao idioma do software:

( ) Muito grande ( ) Grande (X) Baixo ( ) Baixíssimo (nenhuma dificuldade)

2- Nível de compreensão da função dos recursos que foram utilizados:

( ) Baixíssimo (nenhuma compreensão) ( ) Baixo ( ) Razoável (X) Elevado

3- Nível de facilidade no manuseio das ferramentas do software:

( ) Baixíssimo (nenhuma facilidade) ( ) Baixo ( ) Razoável ( X) Elevado

QUADRO 02 – Resultado das observações da 1ª sessão

Esse quadro esboça o resultado geral das 6 duplas. Durante a realização da

primeira sessão, a pesquisadora registrou os resultados para cada dupla, em

protocolo elaborado pela mesma, nos moldes do Quadro 02 apresentado. Porém,

aqui, está exposto apenas um quadro devido ao fato de que todas as duplas

apresentaram os mesmos resultados.

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6.1.1 Resultados da 1ª Sessão

Ao final da primeira sessão foi possível para a pesquisadora constatar a

compreensão dos estudantes quanto à função de algumas ferramentas do

TinkerPlots, mesmo em outro idioma, o que demonstrou que este fato não

impossibilita a autonomia dos estudantes. Entenda-se aqui autonomia no sentido de

independência.

Mesmo sendo em inglês, os estudantes demonstraram pouca dificuldade na

compreensão dos recursos disponíveis que foram utilizados (Cards, Table, Plots).

Os estudantes fizeram poucas perguntas sobre o significado de algumas

ferramentas. Na maioria das vezes compreendiam ao experimentá-las e

manusearam com grande facilidade sem solicitar auxílio da pesquisadora.

Vale ressaltar, aqui, que esta sessão teve como objetivo, apenas, a

exploração livre do software TinkerPlots por parte dos participantes da pesquisa de

forma a possibilitar a observação, por parte da pesquisadora, do uso das

ferramentas durante o trabalho. O protocolo elaborado pela pesquisadora para

registro das observações dessa sessão está apresentado no Apêndice A. Essa

sessão não foi vídeografada e contou com o registro escrito das observações da

pesquisadora durante a execução do trabalho que procurou observar aspectos tais

como:

a) as dificuldades quanto ao idioma do software para compreensão dos recursos do mesmo;

b) a compreensão das funções das ferramentas do software;

c) a facilidade no manuseio dos recursos do software.

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6.2 2ª Sessão: Organização e Interpretação de Dados Fictícios no TinkerPlots

Nessa sessão, todas as duplas trabalharam com dados fictícios criados pelos

próprios estudantes. Cada dupla escolheu um tema que gostaria de pesquisar e

simulou os dados. Registraram na ferramenta Cards do TinkerPlots e, manuseando

as ferramentas Table e Plot, após a conclusão da tarefa, cada dupla apresentou sua

pesquisa e seus resultados para os demais colegas utilizando o recurso do

DataShow. Considerando que se tratou de uma pesquisa fictícia, os atributos

também foram criados a partir do que cada dupla considerou como informação

necessária para o tema escolhido. O Quadro 03 apresenta o tema escolhido por

cada dupla para criação dos dados.

DUPLA TEMA ATRIBUTOS

01

Salário das Profissões

Nome Idade Profissão Salário

02

Time de futebol preferido

Nome Sexo Idade Time Profissão Fumante

03

A Religião e time preferido

Nome Sexo Sport Estudante Religião Fumante

04

Motoristas

Nome Idade Sexo Fumante Dirige Bebe

05

Time de futebol preferido

Nome Idade Sexo Time

06

O que homens e mulheres mais usam na Internet

Computador Nome Idade Sexo

QUADRO 03 – Definição dos temas e atributos de cada dupla para a 2ª sessão

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6.2.1 2ª Sessão – Dupla 01

Essa dupla simulou uma pesquisa sobre a relação entre a profissão e o

salário. Esses estudantes, ao manipular as ferramentas do software TinkerPlots,

perceberam que é possível organizar os dados em ordem ascendente ou

descendente. A partir dessa verificação, os estudantes demonstraram maior

facilidade na interpretação dos dados. A sequência de eventos exibida na Figura 31

ilustra o instante dessa constatação.

A

B

C

D

FIGURA 31 – Organização dos dados de forma ascendente com a ferramenta Table

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Após a constatação, a Dupla 01 manipulou a ferramenta Plot buscando

investigar o comportamento dos dados e a relação existente entre eles. Durante a

apresentação da simulação de uma pesquisa, os estudantes demonstram

compreensão das funções dos recursos do software e concluem a pesquisa,

utilizando a ferramenta Plot. Os estudantes interpretam os dados durante a

manipulação do software e argumentam que os maiores salários são de médicos e

que deve ser por isso que o curso de Medicina é um dos mais procurados pelos

vestibulandos. Defendem, ainda, que as pessoas devem estudar para ingressar

numa faculdade para poderem ter bons empregos.

A apresentação dessa dupla sinaliza no software TinkerPlots uma ferramenta

que auxilia a interpretação de dados através da manipulação dos mesmos. Outra

constatação que esses estudantes realizaram foi ao utilizar a ferramenta Plot, cujo

manuseio dos objetos permite separá-los em grupos específicos o que possibilitou

uma melhor interpretação dos resultados. Observando esse fato, a Dupla 01

manipulou e arrastou várias vezes os objetos até separá-los, cada um, em sua

classificação. A Figura 32 ilustra o primeiro momento quando os dados são lançados

na ferramenta Plot.

FIGURA 32 – Plot obtido pela Dupla 01 durante a 2ª sessão

Após o registro dos dados na ferramenta Cards ou na ferramenta Table, ao

ativar a ferramenta Plot, os dados, inicialmente, surgem de forma aleatória, sem

oferecer muitas informações que possam levar à interpretação dos dados. No caso

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da Dupla 01, os dados apareceram, apenas, em forma de bolinhas distribuídas

aleatoriamente, num campo da área da ferramenta Plot.

A partir daí, os estudantes arrastaram os objetos representados pelas

bolinhas coloridas, na Figura 32. Esse movimento de arrastar faz com que os

objetos sejam separados e classificados.

A sequência A, B, C de imagens na Figura 33 ilustra esse movimento, no qual

os estudantes da Dupla 01 separaram os objetos considerando o atributo ―salário‖.

FIGURA 33 – Separação dos objetos para classificação

Na imagem A da Figura 33, observa-se que um objeto ficou localizado no

grupo onde o ―salário‖4 apresenta o valor de 3500, pois apenas um sujeito, Jose,

indicado pela seta, conforme é possível ser verificado na Figura 34, possui o valor

3500 para o atributo ―salário‖.

4 A palavra salário aparece no texto sem a devida acentuação pois foi assim que esse atributo foi

registrado uma vez que a configuração do software não possibilitou o uso de acentos para o registro dos atributos. O mesmo se verifica, mais adiante, na grafia da palavra José que aparece sem acento.

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.

FIGURA 34 – Tabela obtida pelos estudantes da Dupla 01 durante a 2ª sessão

A tabela exibida na Figura 34 foi obtida pela Dupla 01 após o registro dos

dados na ferramenta Cards, ao ativar a ferramenta Table. Os recursos do software

possibilitam a manipulação dos dados com ferramentas distintas, o que favorece a

observação dos mesmos, isto é, no exemplo da Dupla 01, os dados foram inseridos

na ferramenta Cards, em seguida, ao clicar na ferramenta Table, esses dados,

automaticamente, foram organizados em uma tabela. Com a ferramenta Plot foi

possível classificar os dados conforme um atributo e constatar o que foi verificado na

tabela.

Observando, ainda, a imagem (A) da Figura 33, com exceção do objeto que

se localizou no grupo de valor 3500 para o atributo ―salário‖, os demais objetos

agruparam-se numa outra coluna onde o atributo ―salário‖ está representado pela

palavra ―other‖, que significa ―outros‖. Os estudantes arrastaram um dos outros

objetos que estavam no grupo ―other‖ e um novo grupo se formou com três objetos,

cujo valor do atributo ―salario‖ é identificado pelo valor 2000 conforme é possível ver

na imagem B da Figura 33. Ao arrastar um objeto de um determinado atributo, todos

os outros que possuírem o mesmo valor para o atributo, deslocam-se para o

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respectivo grupo. Os objetos foram separados em outros grupos como pode ser

visto na imagem C da Figura 33.

A Dupla 01 continuou o trabalho de separação dos objetos até conseguir o

resultado desejado. Os estudantes perceberam, inclusive, que podiam manusear os

elementos e, assim, os organizaram em ordem crescente da esquerda para direita,

conforme pode ser verificado na Figura 35.

FIGURA 35 – Organização dos dados da pesquisa da Dupla 01 durante a 2ª sessão, utilizando a ferramenta Plot

O movimento de arrastar os objetos aconteceu até o momento em que os

estudantes já tinham todos os dados separados e classificados conforme os valores

registrados para o atributo ―salário‖, isto é, quando não havia mais o grupo ―other‖.

As observações da pesquisadora durante o trabalho desenvolvido com os

estudantes da Dupla 01 resultaram em algumas considerações que foram

registradas e listadas a seguir.

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a) a Dupla 01 utilizou as ferramentas com bastante segurança e

compreensão das suas funções;

b) essa dupla explorou outros recursos do software e percebeu como organizar os dados da tabela em ordem crescente ou decrescente, o que fez com que esses estudantes tivessem mais facilidade para interpretar os dados;

c) a dupla apresentou a simulação de uma pesquisa sobre as profissões. Durante a apresentação dos resultados obtidos na pesquisa fictícia, mostraram como manipularam a ferramenta Table, com facilidade, reorganizando os dados para que facilitasse a leitura;

d) Os estudantes concluíram, com os resultados, que quem ganha os maiores salários são médicos e deve ser por isso que o curso de Medicina é o mais procurado no Vestibular (palavras de um dos estudantes da Dupla 01). Dizem também que as pessoas devem estudar para entrar na faculdade e poder ter um bom emprego.

Durante as observações do trabalho da Dupla 01 ao perceber a possibilidade

de organizar os dados de forma ascendente ou descendente, como pode ser

visualizado na Figura 34, através da tabela obtida, apontamos uma limitação do

software nesse sentido. O TinkerPlots organiza, inicialmente, os dados nominais, em

ordem alfabética, crescente ou decrescente para, em seguida, organizar os dados

números.

Coincidentemente, os valores numéricos fictícios, considerados pelos

estudantes da Dupla 01, eram mais elevados que o valor nominal representado pela

palavra ―mínimo‖, fazendo com que este, fosse localizado como primeiro elemento

numa escala ascendente. Porém, apenas para ilustrar melhor nossas observações,

a Figura 36, a seguir, mostra o exemplo supondo que o valor numérico considerado

para o salário mínimo, porém, registrado na ferramenta Cards, nominalmente pela

palavra ―minimo‖ fosse igual a 500 e que, o caso 5 para o sujeito Carlos apontado

pela seta na Figura 36, tivesse, para esse atributo, o valor igual a 400, menor que

500. Dessa forma o salário considerado como mínimo não seria, numa escala

ascendente, realmente, o de menor valor como sugere a expressão ―mínimo‖.

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FIGURA 36 – Organização ascendente de dados na ferramenta Table

500

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6.2.2 2ª Sessão – Dupla 02

Ao iniciar o trabalho da 2ª Sessão, os estudantes da Dupla 02 decidiram por

realizar a simulação de uma pesquisa sobre a preferência pelo time de futebol. Para

isso, estabeleceram atributos que lançaram na ferramenta Cards, conforme mostra a

Figura 37.

FIGURA 37 – Cards da Dupla 02 do trabalho da 2ª sessão

Pela imagem do Cards construído, é possível visualizar que a dupla registrou

10 casos para cada atributo, conforme está apontado através da seta na Figura 37.

Após a construção do Cards, os estudantes ativaram a ferramenta Table e obtiveram

a distribuição dos dados em forma de tabela conforme mostra a Figura 38.

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FIGURA 38 – Table da Dupla 02 do trabalho da 2ª sessão

A tabela da Figura 38 possibilitou a visualização dos dados,

discriminadamente, diferentemente da visualização no Cards da Figura 37. Percebe-

se que, para o sujeito Gabriel, a profissão foi grafada iniciando por letra maiúscula

(Estudante) como está indicado pela seta, enquanto que para outros sujeitos com a

mesma profissão a palavra foi grafada com letra minúscula (estudante). O fato

revela que os estudantes não perceberam que esta diferença pode provocar

distorções nos resultados, uma vez que não foi feita a correção da escrita desse

dado.

Os estudantes dessa dupla não demonstraram muita compreensão quanto ao

uso de alguns recursos do software TinkerPlots. Essa consideração é feita com base

nos registros escritos das observações da pesquisadora durante o momento do

desenvolvimento do trabalho proposto. Os diálogos registrados entre os

participantes, nesses momentos, na maioria das vezes acontecem por monossílabos

como ―É‖, ―Tá‖, ―Aqui‖, ―Clica‖, ―Não‖, ―Puxa‖ etc que, analisados posteriormente, não

oferecem subsídios suficientes para fundamentar tais considerações.

Após a construção da tabela, esses estudantes ativaram a ferramenta Plot e

realizaram, apenas, a experimentação dos recursos do menu Plot, indicado pela

seta e explicados no item 2.3 – Recursos do Menu Plot – concluindo o trabalho com

um gráfico obtido com a função Fuse Circular, como ilustra a Figura 39 a seguir.

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FIGURA 39 – Gráfico obtido pelos estudantes da Dupla 02 durante a 2ª sessão

Apesar de não terem dificuldades quanto ao manuseio, pois a interface do

TinkerPlots é simples de utilizar, os estudantes da Dupla 02 não conseguiram, até

essa sessão, utilizar os recursos de forma a poder interpretar os dados com maior

facilidade.

Durante a sessão, os estudantes manipularam as ferramentas aleatoriamente

sem refletir sobre os possíveis resultados dessa manipulação sobre os dados,

conforme a pesquisadora pode observar e registrar. Dessa forma, na apresentação

dos resultados ficou visível que o software não facilitou o processo de interpretação

dos dados por esses estudantes, uma vez que a manipulação de tal recurso não os

levou às possíveis interpretações acerca dos dados.

Na apresentação do trabalho dessa dupla, ao final da 2ª sessão, a

pesquisadora questionou sobre a escolha dos atributos, porém esses estudantes

não souberam explicar, de forma clara, tais escolhas, demonstrando que os atributos

foram lançados aleatoriamente, com exceção do atributo ―time‖ uma vez que esses

estudantes disseram que queriam saber mais sobre a preferência do time de futebol

pelos quais as pessoas torcem.

Durante a apresentação dos resultados dessa sessão, os estudantes foram

questionados pela pesquisadora sobre a escolha do recurso Fuse Circular na

intenção da mesma verificar se tal escolha favoreceu à interpretação dos dados. Os

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estudantes responderam que exploraram todas as opções e terminaram por

escolher esse tipo de representação, mas não souberam justificar o porquê da

escolha pela opção Fuse Circular. A pesquisadora ainda questionou sobre o que

eles poderiam interpretar a partir da representação obtida com o recurso Fuse

Circular e os mesmos não souberam responder.

Com base nas análises das observações do trabalho da Dupla, o resultado

apresentado por esses estudantes, ao final da 2ª sessão, foi apenas a leitura dos

dados registrados na ferramenta Cards e observados na ferramenta Table. Os

estudantes não souberam interpretar os dados organizados de forma gráfica como

mostrado na Figura 39, obtido com a ferramenta Plot, o qual apresenta o atributo

idade.

6.2.3 2ª Sessão – Dupla 03

Essa dupla simulou uma pesquisa para saber se a escolha do time preferido

teria alguma relação com a religião. O extrato de fala, a seguir, demonstra um

diálogo dos estudantes durante o desenvolvimento desse trabalho.

3A: Vamos colocar 10 pessoas na tabela.

3B: E a gente vai fazer o quê?

3A: A gente não quer saber qual é a religião das pessoas que torcem por cada time? E também se as pessoas mais velhas escolhem o mesmo time?

3B: Como assim?

3A: Se a escolha do time tem a ver com a idade. Por exemplo, se as pessoas que torcem pelo Náutico são as mais velhas ou as mais novas, entendeu?

3B: Ah, tá!

A conversa se desenvolveu durante algum tempo sobre as opiniões pessoais

da dupla. Em determinado momento, a dupla discutiu sobre outro aspecto: um

achava que torcedores do Sport eram os jovens, o outro não concordava. Essa

divergência de opiniões se deu quando os estudantes ativaram a ferramenta Table

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que mostrou que não são apenas os jovens que preferem torcer pelo time do Sport.

Por se tratar de uma simulação, sem a devida coleta de dados, estes foram

lançados na ferramenta Cards de forma aleatória e, ao construir a tabela com a

ferramenta Table, os resultados verificados indicavam outra coisa e, um dos

estudantes com base em seus conhecimentos sobre pessoas jovens que conhece e

que torcem pelo time do Sport, supôs que os torcedores do Sport, na maioria, são

jovens, contrariamente ao que informava os registros na tabela conforme mostra a

Figura 40.

FIGURA 40 – Tabela obtida pelos estudantes da Dupla 03 durante a 2ª sessão

Observando a tabela da Figura 40, constata-se através dos valores dos

atributos ―idade‖ e ―time‖ que o estudante da Dupla 03 que discordou do fato de

torcedores do Sport serem jovens, chegou a essa conclusão observando os dados

da tabela. Percebendo a discussão, a pesquisadora interferiu, aproveitando para

esclarecer o que é uma pesquisa e falando para todas as duplas, disse:

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Olga: Pessoal, numa pesquisa a gente não sabe qual é o resultado e é por isso que estamos pesquisando. Por exemplo, eu posso achar que toda mulher de 30 anos prefere usar cabelos curtos, mas isso é o que eu imagino que seja, porque todas as mulheres que eu conheço dessa idade usam cabelos curtos. Aí eu pergunto: Mas, eu conheço todas as mulheres de 30 anos? Será que se eu for perguntar a muitas mulheres, por exemplo, 1000 (mil) mulheres de 30 anos (eu não conheço mil mulheres de trinta anos), que moram em lugares bem diferentes umas das outras, será que eu vou encontrá-las todas usando cabelos curtos? Bem, pode ser que sim, mas pode ser que não. Então vamos supor que eu faça uma entrevista com essas mulheres e descubra que 789 das mulheres que eu entrevistei disseram que preferem os cabelos longos. Portanto, a pesquisa serve, de certa forma, para me ajudar a constatar algo que eu tenha observado. E aí os resultados podem me mostrar que eu estava enganada. Entenderam?

Durante a observação da videografia da Dupla 03 realizada durante a 2ª

sessão, os estudantes mantiveram alguns diálogos que, em muitos momentos,

acontecem quase por monossílabos e que, se analisados isoladamente, não fazem

sentido. O diálogo5 a seguir explica o fato citado:

(1) 3A: Clica aqui.

(2) 3B: Nesse?

(3) 3A: Sim.

(4) 3B: Legal.

(5) 3A: Mexe.

(6) 3B: Assim?

(7) 3A: Puxa pra lá.

(8) 3B: Já sei.

(9) 3A: Agora.

(10) 3B: Tá bom assim.

Um aspecto registrado no protocolo de observação pela pesquisadora refere-

se ao fato dos dois componentes das duplas estarem diante da tela do computador

e, na maioria das vezes, apontarem para as ferramentas as quais o parceiro logo

compreende o que o outro quer dizer.

Quando o diálogo é associado ao que estão executando na tela do

computador, com o software TinkerPlots, o episódio passa a ter sentido.

5 No diálogo utilizamos uma numeração ao lado de cada fala para que seja possível compreender a

análise referente e essas falas.

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Através da videografia foi possível analisar o trecho do diálogo acima,

correspondente ao intervalo entre a organização dos dados na ferramenta Card,

passando, em seguida, ao uso da ferramenta Table até o momento quando um dos

estudantes sugere que utilizem a ferramenta Plot. É nesse instante que se registra a

fala (1) do diálogo, quando o estudante 3A diz, ―clica aqui‖. Ver a Figura 41.

FIGURA 41 – Plot da Dupla 03 na 2ª sessão

No momento em que a videografia registra a imagem da Figura 41, um dos

estudantes sugere que o outro clique num determinado local da tela ao qual ele

indicou apontando com o dedo. O estudante 3B indicando com a seta do mouse

sobre um dos objetos, pergunta se é esse o local, como informa a fala (2) do

diálogo, ―nesse?‖, conforme mostra a Figura 42.

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FIGURA 42 – Plot da Dupla 03 na 2ª sessão

Na Figura 42, observa-se que um dos objetos representados por uma das

bolinhas verdes, aparece, então, com contorno mais destacado e com a seta do

mouse sobre a mesma, indicando que o estudante ao perguntar ―nesse?‖, se referiu

a este objeto.

Com a resposta afirmativa, ―sim‖, expressa na fala (3) do diálogo, os dois

iniciaram o manuseio dessa ferramenta e o estudante 3B diz ―legal‖ como informa a

fala (4) do diálogo. O estudante 3A sugere ao parceiro que movimente mais o objeto

dizendo ―mexe‖ como informa a fala (5), ao que o parceiro pergunta ―assim?‖, como

informa a fala (6) do diálogo e, arrastando um dos objetos, os separou criando os

grupos ―other‖ e ―santa cruz‖, como mostra a Figura 43.

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FIGURA 43 – Plot da Dupla 03 obtido na 2ª sessão, utilizando o atributo ―time‖

Ao separar os objetos em dois grupos, o estudante 3B diz ―Puxa pra lá‖, como

informa a fala (7) do diálogo, sugerindo ao estudante 3A que arraste o objeto

representado pela bolinha laranja na Figura 43, para outro lado ao que, esse

estudante compreende e responde ―Já sei‖, como informa a fala (8) do diálogo e

imediatamente, separando esse objeto em outro grupo, criando, dessa forma, os

grupos ―sport‖, ―náutico‖ e ―santa cruz‖, momento este capturado na videografia e

ilustrado na Figura 44.

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FIGURA 44 – Plot da Dupla 03 obtido na 2ª sessão, utilizando o atributo ―time‖

No momento da construção do Plot da Figura 44, o estudante 3A,

conseguindo separar todos os objetos nos grupos correspondentes aos times, disse

―Agora‖, como informa a fala (9) do diálogo, ao que, o estudante 3B, satisfeito com o

resultado obtido, completou dizendo ―Tá bom assim.‖, como informa a fala (10) do

diálogo.

Através do relato desse episódio é possível inferir que os estudantes da Dupla

03, não apenas manuseiam as ferramentas do software com facilidade como,

também, demonstram ter compreensão das suas funções e dos resultados que

podem obter da sua utilização.

Dando continuidade à observação dos registros da videografia, em outro

episódio, os estudantes continuaram o trabalho, utilizando a ferramenta Plot, no qual

se identificava o atributo ―time‖ no eixo horizontal. Nesse mesmo Plot, eles inseriram

o atributo ―religião‖ que ficou localizado no eixo vertical do Plot. A Figura 45, a

seguir, ilustra esse episódio.

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FIGURA 45 – Plot da Dupla 03 obtido na 2ª sessão utilizando os atributos ―time‖ e ―religião‖

Se compararmos as Figuras 44 e 45, é possível perceber que os atributos

―sport‖, ―náutico‖ e ―santa cruz‖ encontram-se em posições diferentes. Isso se explica

porque, no espaço de tempo compreendido entre a construção do Plot da Figura 44

e a construção do Plot da Figura 45, os estudantes movimentaram esses atributos

mudando de posição, possibilitando à pesquisadora deduzir que a dupla tentou

verificar se essa mudança de posição poderia causar modificações nos resultados.

Percebendo que os resultados eram os mesmos, os estudantes da Dupla 03

mantiveram o Plot construído e ilustrado na Figura 45 e ativaram um novo Plot para

trabalhar com os atributos ―time‖ e ―idade‖. A Figura 46 exibe o resultado obtido.

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FIGURA 46 – Plot da Dupla 03 obtido na 2ª sessão utilizando os atributos ―time‖ e ―idade‖

Inicialmente, a dupla pretendeu analisar a relação entre os atributos time

preferido e religião, conforme foi descrito no primeiro diálogo da Dupla 03. Porém,

como os estudantes focaram, também, a questão da idade, começaram o trabalho

com os atributos ―time‖ e ―idade‖. A Figura 46 registra outro momento da dupla,

quando realizaram a interpretação com outros atributos, no caso, ―time‖ e ―idade‖.

Ao final da 2ª sessão, como já foi dito, os estudantes apresentaram seus

resultados. Nesse momento, a Dupla 03, expondo as imagens ilustradas nas Figuras

40 (a tabela), 45 (o Plot ―time‖ x ―religião‖) e 46 (o Plot ―time ― x ―idade‖) concluíram

que os resultados, através das representações gráficas obtidas, apontaram que os

torcedores do time do Sport são os mais jovens e que a religião não define qual é o

time preferido das pessoas, pois metade dos torcedores são católicos e metade são

evangélicos (ver Figura 45). O estudante 3B, durante a apresentação do trabalho da

dupla, apontando para o Plot obtido (ver Figura 46), deduz:

3B: A nossa pesquisa mostrou que os mais jovens torcem pelo Sport.

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Sobre essa conclusão (a que a dupla chegou) de que os torcedores do Sport

são os mais jovens, a pesquisadora questionou tal dedução, uma vez que,

anteriormente, um dos estudantes, com base nas informações contidas na tabela,

defendeu a ideia de que não eram os mais jovens. A dupla explicou que eles se

referiam aos mais jovens entre aqueles da pesquisa e que, antes, quando um dos

estudantes defendeu a ideia de que os torcedores do Sport eram os mais jovens, se

referia aos jovens da faixa etária entre 12 e 16 anos, portanto como na tabela a

maioria dos torcedores do Sport estava na faixa etária registrada entre 27 e 30 anos,

não poderiam ser considerados como mais jovens. Ao continuar a apresentação dos

resultados, ainda o estudante 3B, mostrando a Figura 45, acrescenta:

3B: A gente também viu que tem mais Evangélicos torcendo pelo Sport do que pelo Santa Cruz e que nenhum Evangélico torce pelo Náutico.

A pesquisadora estimula uma discussão e questiona:

Olga: Então, porque vocês acham que isso acontece? De nenhum Evangélico torcer pelo Náutico? 3A: Éééé...... Será porque eles não têm fé de que esse time possa ganhar?

A discussão continuou de forma agradável, com algumas brincadeiras, mas

foi possível perceber que os estudantes demonstravam compreensão quanto à

organização e à interpretação dos dados. Eles se mostraram mais familiarizados

com os recursos da ferramenta Plot e a utilizaram com bastante facilidade. Mais

adiante, um estudante da Dupla 03, comentou:

3A: Eita, nem precisava saber se é fumante ou não. Isso aí não interferiu em nada.

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Essa afirmação do estudante 3A demonstra que a dupla compreendeu o

significado e objetivo da pesquisa que simularam realizando a interpretação dos

dados organizados e manipulados através da ferramenta Plot, com segurança.

6.2.4 2ª Sessão – Dupla 04

Ao iniciar o trabalho da 2ª sessão, a Dupla 04 optou por registrar os dados

utilizando a ferramenta Cards para simular uma pesquisa conforme foi sugerido para

essa sessão. Os atributos inseridos foram ―nome‖, ―idade‖, ―sexo‖, ―fumante‖, ―dirige‖

e ―bebe‖ como mostra a Figura 47.

FIGURA 47 – Cards da Dupla 04 durante a 2ª sessão

Após o registro no Cards, a Dupla ativou a ferramenta Table e obteve a

distribuição dos dados em forma de tabela conforme ilustra a Figura 48.

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FIGURA 48 – Tabela obtida com os dados do Cards

Durante o desenvolvimento da 2ª sessão, a pesquisadora observou que a

Dupla não teve dificuldades em manusear as ferramentas Cards e Table, porém, a

partir do momento que obtiveram os dados distribuídos na tabela, demonstraram

dificuldade em trabalhar com outros recursos do software, como a ferramenta Plot,

por exemplo. Solicitaram, por várias vezes, ajuda à pesquisadora, o que a fez

perceber que a dupla não sabia exatamente o que queriam fazer e,

consequentemente, que ferramenta poderiam utilizar.

A pesquisadora questionou a dupla sobre o tema da pesquisa, isto é, sobre o

que pretendiam investigar e a mesma não informou com segurança quais eram as

intenções da simulação de pesquisa. A pesquisadora perguntou, então, porque

escolheram aqueles atributos e a dupla, ainda sem muita clareza do que pretendiam,

apenas informaram que iriam procurar saber alguma coisa sobre os motoristas.

A observação da pesquisadora durante a realização do trabalho da Dupla 04,

nessa sessão, fez com que a mesma verificasse que os estudantes após o registro

dos dados fictícios no Cards e a obtenção da tabela usando a ferramenta Table, ao

ativar a ferramenta Plot, não sabiam o que fazer. A videografia mostra episódios

sem diálogos significativos, com movimentos aleatórios e sem uma representação

gráfica que pudesse fornecer informações acerca dos dados. Os estudantes

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experimentaram as opções do menu Plot e finalizaram o trabalho dessa sessão com

a construção ilustrada na Figura 49.

FIGURA 49 – Plot da Dupla 04 utilizando a opção Fuse Circular

Ao analisar a videografia associada aos registros das observações da

pesquisadora durante o trabalho da Dupla 04, a mesma percebeu que os estudantes

dessa dupla demonstraram alguma dificuldade na utilização dos recursos do

software TinkerPlots para o trabalho de interpretação dos dados. Isso se verifica

durante grande parte dos registros da videografia, quando percebemos a

manipulação das ferramentas do software sem muita propriedade por parte dos

estudantes.

Na simulação da pesquisa, os dados foram registrados na ferramenta Cards

com facilidade, mas, a manipulação das ferramentas Table e Plot não representou

recursos que pudessem favorecer a dupla em seu processo de interpretação dos

dados uma vez que, durante a apresentação dos resultados da simulação da

pesquisa, a dupla não conseguiu estabelecer relações entre os dados, realizando,

apenas, a leitura dos dados da tabela.

Ao ativar a ferramenta Plot esses estudantes realizaram movimentos

aleatórios dos dados dispostos e, num processo de experimentação, utilizaram a

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opção Fuse Circular do menu, chegando à construção do gráfico apresentado na

Figura 49.

No momento da apresentação dos resultados, ao exibirem o gráfico da Figura

49, esses estudantes não souberam expressar o que entenderam sobre as

informações contidas na representação gráfica obtida. Ao serem questionados sobre

o motivo, então, da escolha pela ferramenta utilizada (Fuse Circular) e o que teriam

compreendido sobre os dados ali distribuídos, eles não souberam responder. Os

extratos de falas, a seguir, durante a apresentação dos resultados da Dupla 04,

ilustram esse episódio:

Olga: Como foi que vocês construíram esse gráfico?

4A: A gente clicou aqui [o estudante apontou para as opções do menu Plot].

4A: E aí fez esse gráfico de pizza.

Olga: E o que vocês podem concluir olhando para esse gráfico?

Os estudantes ficam pensativos e o estudante 4A, sugere que o parceiro responda.

4A: Fala tu.

4B: É....é...sei não.

Olga: E porque vocês escolheram essa ferramenta?

4A: A gente ficou testando e essa fez o gráfico. Num era pra fazer um gráfico?

Olga: Sim, mas por que, essa?

4A: Porque essa fez o gráfico.

A pesquisadora realizou interferências sugerindo que os estudantes

observassem os dados na tabela e comparassem com os dados organizados na

representação gráfica obtida, mas a dupla continuou demonstrando que não

compreendiam a representação obtida ao usarem a opção Fuse Circular, pois

apenas justificaram a escolha por esse recurso porque o mesmo ―fez o gráfico‖. Nas

análises dos registros escritos das observações da pesquisadora durante a

apresentação da dupla, a mesma percebeu que apesar dessa interferência

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sugerindo aos estudantes que observassem os dados com o intuito de levá-los a

uma possível interpretação esses estudantes não realizaram esse processo.

6.2.5 2ª Sessão – Dupla 05

Por se tratar, como já foi explicado anteriormente, de uma simulação, os

estudantes da Dupla 05, nessa sessão, escolheram fazer uma pesquisa sobre a

preferência do time de futebol das pessoas. Definiram os atributos que acharam

necessários e lançaram na ferramenta Cards como é possível ser visto na Figura 50.

FIGURA 50 – Cards da Dupla 05 construído na 2ª sessão

O Cards da Figura 50 mostra que a dupla considerou 10 casos e atribuiu

valores fictícios aos atributos ―Nome‖, ―Idade‖, ―Sexo‖ e ―Time‖. Ao serem

questionados pela pesquisadora sobre o que pretendiam investigar, a dupla

respondeu que queriam saber se a escolha do time teria alguma relação com a

idade ou o sexo, se feminino ou masculino. Após o registro no Cards, os estudantes

ativaram a ferramenta Table e obtiveram a seguinte distribuição dos dados ilustrados

na Figura 51.

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FIGURA 51 – Tabela obtida pela Dupla 05 durante a 2ª sessão

Imediatamente à obtenção da tabela da Figura 51, a Dupla 05 ativou a

ferramenta Plot e iniciou o processo de manipulação dos dados. Porém, o que foi

possível observar através da videografia dessa sessão, associado às observações

da pesquisadora durante a realização da mesma, foi que embora esses estudantes

tivessem expressado que iriam verificar a relação da escolha do time preferido com

a idade ou o sexo das pessoas, não conseguiram trabalhar com esses atributos num

mesmo Plot. A Figura 52 mostra o único Plot obtido por esses estudantes utilizando

apenas o atributo ―time‖.

FIGURA 52 – Plot obtido pela Dupla 05 durante a 2ª sessão

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O Plot obtido, conforme ilustrado na Figura 52, representa a distribuição dos

sujeitos considerando, apenas, o atributo ―Time‖. A única consideração que a Dupla

pode realizar através da representação gráfica obtida foi sobre qual time possui

maior ou menor número de torcedores, isto é, qual o time preferido da maioria das

pessoas mas, por não utilizar um dos outros atributos, ―idade‖ ou ―Sexo‖, não foi

possível, à Dupla 05, fazer as conclusões com base nas intenções inicialmente

expressadas, de saber se haveria alguma relação entre a escolha do time e a idade

ou sexo das pessoas.

Durante a manipulação dos recursos do software TinkerPlots, a dupla

demonstrou facilidade no manuseio das ferramentas para registrar os dados criados

com auxílio da ferramenta Cards. Ao observar, porém, o trabalho dessa dupla, a

pesquisadora percebeu e registrou em seu protocolo de observação dessa sessão,

que os estudantes não compreenderam muito bem as possibilidades da ferramenta

Plot e a manipularam aleatoriamente até obter, apenas, a separação dos sujeitos por

time, não visualizando a possibilidade de trabalhar com dois atributos no mesmo

Plot.

No momento da apresentação dos resultados, a dupla demonstrou pouca

compreensão em estabelecer relações entre os dados e resultados obtidos,

realizando, apenas, a leitura dos dados registrados na tabela e no Plot e, através

dessas ferramentas, apenas concluíram que tem mais pessoas torcendo pelo time

do Náutico.

6.2.6 2ª Sessão – Dupla 06

Ainda sobre a 2ª sessão, analisamos os resultados do trabalho da Dupla 06

através da videografia e dos registros da observação da pesquisadora durante a

sessão. Conforme já foi explicado, lembramos mais uma vez que, nessa sessão,

todas as duplas usaram dados fictícios e, dessa forma, a Dupla 06 resolveu

investigar sobre o que os homens e as mulheres mais usam na internet: jogos, bate-

papo no MSN ou o serviço de e-mail. Os dados foram registrados usando o software

TinkerPlots com as ferramentas Cards, como ilustrado na Figura 53.

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FIGURA 53 – Cards construído pela Dupla 06 durante a 2ª sessão

Os estudantes inseriram 10 casos para cada atributo, como informado na

Figura 53. Logo após os registros fictícios no Cards, os estudantes ativaram a

ferramenta Table e organizaram os dados em forma de tabela, ilustrados na Figura

54 abaixo.

FIGURA 54 – Tabela obtida pela Dupla 06 durante a 2ª sessão

A Figura 54 apenas apresenta os dados distribuídos em forma de tabela

possibilitando a visualização completa dos dados registrados no Cards, uma vez que

esta ferramenta exibe um caso por vez. Após esse resultado, a Dupla 06 ativou o

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ícone da ferramenta Plot e, através da manipulação dos recursos dessa ferramenta,

inseriu dois atributos, ―Computador‖ e ―Sexo‖ de forma a obter a organização dos

dados conforme mostra a Figura 55.

FIGURA 55 – Plot obtido pela Dupla 06 durante a 2ª sessão

Na análise da videografia, a imagem vista na Figura 55, corresponde ao

momento final da distribuição dos dados através da manipulação dos objetos na

ferramenta Plot. A fala (1), do diálogo a seguir, acontece no momento em que o

estudante 6A sugere ao estudante 6B, que estava com o mouse, que arraste os

objetos para separar mais, isto é, para agrupar os casos do atributo ―Computador‖

em ―Email‖, ―Jogos‖ e ―MSN‖. O estudante 6B atende e pergunta, através da fala (2)

se a distribuição ficou satisfatória se reportando ao resultado obtido conforme

ilustrado na Figura 55.

Ainda, no diálogo, a fala (3) do estudante 3A acontece nesse mesmo

momento, respondendo à pergunta do estudante 6B, na fala (2) e já realizando a

interpretação dos dados. As falas (3) e (4) do diálogo foram registradas no instante

da obtenção final do Plot mostrado na Figura 55, no qual os estudantes relacionaram

os dados do atributo ―Computador‖ com os dados do atributo ―Sexo‖.

(1) 6A: Mexe aí para separar mais.

(2) 6B: Tá bom assim?

(3) 6A: Tá. Dá para ver que os homens usam mais para jogos.

(4) 6B: E as mulheres gostam mais do MSN.

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Ao chegarem à conclusão, verificada nas falas (3) e (4) do diálogo, os

estudantes demonstraram compreensão na interpretação dos dados, expressando,

inclusive, que souberam utilizar dois atributos no mesmo Plot para a realização

dessa interpretação buscando atender ao objetivo inicial da dupla que era investigar

sobre o que os homens e as mulheres mais usam ao acessar a Internet.

6.2.7 Definição do Tema para Pesquisa com Dados Coletados

Aos estudantes participantes da nossa pesquisa, propomos que escolhessem

um tema para que pudessem estudar, coletar dados e interpretá-los, usando o

software TinkerPlots. Ainda nessa sessão, todos os estudantes participantes da

pesquisa foram reunidos para que eles escolhessem um tema para a realização de

uma pesquisa com dados reais que seriam coletados e trabalhados a partir da 3ª

sessão. Durante a discussão sobre o que seria pesquisado, o estudante 6A se

destacou pela forma de se comunicar, pelas sugestões dadas que, algumas vezes,

influenciava a opinião dos demais estudantes. Ao final das discussões, todos os 12

estudantes concordaram por dar continuidade ao trabalho proposto pela professora

de Ciências Naturais sobre saúde alimentar.

Procuramos, junto à referida professora de Ciências Naturais, conhecer o

trabalho que a mesma havia proposto aos estudantes. Ela nos relatou que um dos

conteúdos que iria trabalhar com os alunos era a classificação dos alimentos

(proteínas, lipídeos, carboidratos etc) e para isso usaria os grupos que compõem a

pirâmide alimentar. Para motivar os alunos, a professora chamou a atenção dos

mesmos para dois problemas atuais: a busca, principalmente, das meninas, por um

corpo ―perfeito‖, magro que as leva a dietas, às vezes, pobre em valor nutritivo e, a

obesidade infantil cada vez mais comum nos dias de hoje, causadas, muitas vezes,

por alimentação inadequada.

Para motivar os estudantes, a professora fez uso da Internet, em sites que

ajudam a calcular o peso6 ideal. Segundo a fala da professora, os estudantes

6 A massa corporal é, popularmente, chamada de peso. Como foi assim que tanto a professora de

Ciências Naturais quanto os estudantes se referiram a essa grandeza, aqui nesta pesquisa foi adotada a mesma denominação.

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ficaram ―bastante admirados ao se acharem com o peso ideal quando os resultados

apontavam outra coisa‖. Depois, disso, na tentativa, também, de estimular, os jovens

a buscarem uma re-educação dos hábitos alimentares, ela sugeriu que cada um

construísse a sua própria pirâmide alimentar para depois comparar com a pirâmide

proposta pela Organização Mundial da Saúde.

No contexto da atividade proposta, os estudantes perceberam que poderiam

realizar uma pesquisa para entender melhor as causas de problemas como a

obesidade que estariam relacionadas à alimentação. Os estudantes organizaram um

questionário e entrevistaram 30 estudantes da escola onde estudam para a coleta

dos dados.

Para a aplicação do questionário, a pesquisadora orientou os participantes

quanto à forma de abordagem aos estudantes que responderiam o questionário

sugerindo que, antes de iniciarem as perguntas, apresentassem, resumidamente, o

trabalho que estavam desenvolvendo.

O questionário utilizado na entrevista era composto de nove perguntas

apresentadas no Quadro 04 a seguir.

1- Nome:

2- Sexo:

3- Idade:

4- Peso:

5- Quantas refeições faz por dia:

6- O que prefere comer:

7- O que costuma beber:

8- Pratica esporte:

9- O que costuma comer na hora do lanche:

QUADRO 04 – Questionário elaborado pelos estudantes participantes da pesquisa

114

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No questionário do Quadro 04, todas as questões eram abertas e foram

elaboradas pelos próprios estudantes participantes desta pesquisa não havendo

interferência da pesquisadora quanto a esse aspecto.

Na pergunta de número 2, sobre o sexo masculino ou feminino, alguns

estudantes registraram apenas as inicias ―F‖ ou ―M‖ como aparece nos registros dos

Grupos7 03, 05 e 06 no Anexo A. Nas perguntas de número 6 e 7, o que prefere

comer e o que costuma beber, respectivamente, os estudantes se referiram à

refeição principal. Na pergunta de número 8, os estudantes solicitaram apenas a

resposta ―sim‖ ou ―não‖ conforme pode ser constatado no Anexo A. No caso de

respostas afirmativas para a pergunta 6 não foi solicitado que se especificasse o tipo

de esportes. Na pergunta de número 9, o que costuma comer na hora do lanche, os

estudantes se referiram ao que costumavam lanchar na hora do recreio, na escola.

6.2.8 Resultados da 2ª Sessão

O objetivo nessa 2ª sessão, definido no protocolo de observação da

pesquisadora, conforme apresentado no Apêndice B, buscou, através da análise dos

registros de suas observações e das videografias do trabalho com os estudantes

participantes da pesquisa, verificar como esses estudantes utilizaram as ferramentas

do software TinkerPlots durante a organização e interpretação dos dados simulados

pelos mesmos.

Durante o desenvolvimento da 2ª sessão, percebeu-se que o software

TinkerPlots favoreceu o processo de organização e interpretação de dados para a

metade dos estudantes participantes da pesquisa. As Duplas 01, 03 e 06 serviram

de parâmetro para essa consideração devido aos resultados apresentados nessa

sessão. As demais duplas não desenvolveram o processo de interpretação de dados

ao utilizarem as ferramentas Cads, Table e Plot do software TinkerPlots o que

sugere que, nesses casos, o software por si só, não representou recurso suficiente

para promover o trabalho de interpretação de dados utilizando apenas o software.

7 Para identificação do questionário aplicado por cada dupla, na hora da entrega à pesquisadora, a

mesma solicitou que identificassem como ―Grupo 1‖ o questionário aplicado pela Dupla 01 e assim, analogamente, com as demais duplas.

115

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118

6.3 3ª Sessão: O TinkerPlots para a Organização de Dados Coletados

Nessa sessão, os estudantes deram início ao trabalho de organização e

interpretação de dados reais coletados através de questionário. O processo de

coleta dos dados se deu da seguinte forma: após a definição das perguntas que

iriam compor o questionário, a pesquisadora digitou e imprimiu o material em 6

cópias. Cada cópia continha 5 questionários iguais, para serem aplicados a 5

estudantes não participantes desta pesquisa, conforme pode ser visto no Apêndice

F. Cada dupla recebeu uma cópia desse material para fazer as perguntas a 5

estudantes da escola, do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. No total, o

questionário foi aplicado a 30 estudantes.

Com todas as perguntas respondidas, cada dupla entregou o material à

pesquisadora que produziu 5 cópias de cada um para que as 6 duplas tivessem

todas as respostas coletadas e trabalhassem com o universo de 30 sujeitos. Um

conjunto de 30 questionários respondidos está apresentado no Anexo A.

Mantendo as mesmas duplas das sessões anteriores, os estudantes iniciaram

a terceira sessão recebendo da pesquisadora uma cópia de cada questionário para

registrar os dados coletados, utilizando a ferramenta Cards do software TinkerPlots.

Como eram dados referentes a 30 sujeitos, as duplas necessitaram de um

espaço de tempo maior do que o da sessão anterior, na qual os estudantes

trabalharam com um número de atributos entre 4 e 7 e 10 casos para cada atributo

com exceção da Dupla 01, que utilizou 13 casos.

Dessa forma, grande parte do tempo previsto para o desenvolvimento da 3ª

sessão foi utilizado para a digitação dos dados no Cards e organização dos mesmos

na tabela fazendo com que o trabalho dessa sessão se assemelhasse ao da sessão

anterior diferenciado, no entanto, quanto à natureza dos dados que não eram mais

fictícios. Assim sendo, embora a exploração das opções do menu da ferramenta Plot

tenha sido realizada nessa sessão, a pesquisadora decidiu por descrever, aqui,

apenas os trabalhos das duplas que, durante a 3ª sessão, apresentaram ―novidades‖

quanto ao uso das ferramentas do software TinkerPlots para a interpretação de

dados em relação aos já observados e descritos anteriormente nas outras sessões.

Por esse motivo, aqui não serão descritos os trabalhos de cada dupla, isoladamente,

116

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como foi feito na descrição da 2ª sessão. Ao final dessa sessão as duplas não

procederam à apresentação de seus resultados como na sessão anterior.

Apenas as Duplas 05 e 06 apresentaram novos resultados que serão

descritos nessa subseção, porém esses resultados não foram verificados

diretamente na ação de interpretação, mas, sim, durante a organização dos dados

coletados.

6.3.1 3ª Sessão – Dupla 05

Como já foi dito, aqui não serão descritos de forma detalhada, minuciosa, o

trabalho de cada dupla, mas entre os episódios que mereceram destaque está o

ocorrido com a Dupla 05. Durante a organização dos dados na ferramenta Cards,

esses estudantes não se preocuparam com o fato de duas palavras ou expressões

significarem a mesma coisa, porém para o software, escritas diferentes, representam

coisas diferentes.

A Dupla 05 registrou os dados conforme estavam escritos no questionário. No

entanto, ao utilizarem a ferramenta Plot, verificaram que as pessoas que preferem

feijão com arroz ou as que preferem arroz com feijão deveriam estar agrupadas na

mesma categoria, pois significa que as duas preferem o mesmo tipo de alimento.

Entretanto, o software TinkerPlots localizou os dois sujeitos em grupos diferentes.

Isso fez com que os estudantes percebessem que a forma de registro dos

dados no software deve ser a mesma quando se tratar da mesma categoria,

conforme concluiu a pesquisadora através da análise dos registros das observações

sobre essa dupla, durante o trabalho na 3ª sessão registrados no seu protocolo de

observações.

O fato se repetiu com outras respostas dos entrevistados como lasanha,

lasanha com carne etc. Na Figura 56 está ilustrado esse fato.

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FIGURA 56 – Plot obtido pelos estudantes da Dupla 05 na 3ª sessão

Na Figura 56, podemos ver as setas indicando ―lazanha de carne‖ e

―lazanha‖, em linhas diferentes. Cada bolinha representa um sujeito. Na linha

indicada pela seta e referente à ―lazanha de carne‖ é possível ver apenas 1 bolinha,

o que significa que apenas 1 sujeito prefere esse tipo de alimento. Na linha indicada

pela seta e referente à ―lazanha‖, há apenas 5 bolinhas, o que significa que 5

sujeitos preferem lasanha. Se a intenção não era descrever a preferência por tipos

diferentes de lasanha, e sim, apenas considerar todas as variedades de lasanha

como apenas lasanha, então seriam 6 sujeitos distribuídos numa única linha, como o

nome lasanha, por exemplo.

Os estudantes da Dupla 05 demonstraram um pouco de dificuldade em

reorganizar os dados para, posteriormente, interpretá-los e solicitaram a ajuda da

pesquisadora quanto à forma como deveriam nomeá-los. Após as explicações, a

Dupla 05 reorganizou os dados conforme mostra a Figura 57.

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FIGURA 57 – Plot obtido pelos estudantes da Dupla 05 na 3ª sessão

Na Figura 57, os estudantes da Dupla 05 organizaram o Plot com a

distribuição, apenas, do atributo ―comidapreferida‖. Nessa construção percebe-se

que os estudantes consideraram como ―lazanha‖ todas as respostas do questionário

para lasanha e todas as suas variações. Dessa forma observamos, na linha indicada

pela seta, que existem 6 sujeitos distribuídos na linha referente a esse caso.

Ao analisar as videografias dessa sessão, bem como as próprias observações

no momento das atividades desenvolvidas pelos participantes, percebemos que

esses estudantes já demonstravam uma compreensão maior sobre o uso das

ferramentas do software para o processo de interpretação de dados em comparação

com as sessões anteriores e que a facilidade no manuseio das ferramentas,

provavelmente, se deu, pelo fato do software apresentar uma plataforma simples e

dos estudantes apresentarem familiaridade com os recursos da Informática. Durante

a 3ª sessão, a pesquisadora observou como esses estudantes, rapidamente,

associaram vários ícones ao seu significado, sem solicitar nenhum auxílio.

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6.3.2 3ª Sessão – Dupla 06

O registro dos dados, coletados através de questionário aplicado com outros

estudantes da escola, levantou algumas dúvidas, pois, os estudantes começaram a

perceber que ficava difícil organizar algumas informações, devido à variedade de

respostas. Para ilustrar esse fato, utilizaremos o exemplo da questão 6, ―o que

prefere comer‖. Por ser uma pergunta aberta como as demais e, não havendo

opções para serem escolhidas, sendo assim, a variedade de respostas obtidas foi

enorme, pois cada aluno especificava o que mais gostava, como lazanha, macarrão,

feijão, rosbife, bife mal passado etc. Foi, então, que o estudante 6A sugeriu uma

solução para o problema.

O diálogo, a seguir, ilustra um trecho da conversa entre a Dupla 06 formada

pelos estudantes 6A e 6B. Durante o diálogo, esses participantes se referem a

algumas orientações que a professora de Matemática que, por questões éticas,

doravante será aqui identificada como Professora M, tenha trabalhado em algum

outro momento, nas aulas de Matemática.

Cada fala está identificada por números para que o leitor compreenda melhor

as explicações relacionadas ao diálogo que virão a seguir.

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( 1) 6B: Eita! Isso tá difícil de arrumar aí nessa tabela.

( 2) 6A: Mas, tem que colocar todas as respostas.

( 3) 6B: Tá bom. Deixa que eu digito agora.

( 4) 6A: Peraí, 6B! Isso não vai dar certo. A gente não vai poder fazer nada depois. Lembra daquele gráfico que Professora M mostrou pra gente?

( 5) 6B: Qual?

( 6) 6A: Aquele, no primeiro dia que a gente veio aqui pra fazer esse trabalho. Tinha um, naquele cartaz, que até 2A disse que não tava entendendo porque tinha: motorizado e não motorizado.

( 7) 6B: Ah! Lembro! Mas, o que é que tem a ver com esse aqui?

( 8) 6A: Lembra não? Que 2A não tava entendendo, porque o gráfico era sobre como os alunos iam para escola e aí ele perguntou o que era motorizado e não motorizado. Aí, Professora M disse que, juntou tudo que era carro, moto, ônibus, metrô, e chamou de motorizado porque tinham motor e quem ia a pé pra escola ela colocou não motorizado pra ficar melhor.

( 9) 6B: Eita! Foi mesmo! Mas, como é que a gente vai fazer isso aqui? Aqui não tem motor?

(10) 6A: Você é muito engraçadinho, 6B, mas eu sei que você entendeu. A gente vai fazer grupos. A gente vai olhar todas as respostas e vamos marcar do lado se é fritura, massa ou... deixa eu ver.... o que é mesmo que tem mais na pirâmide? Pensa aí, também.

(11) 6B: Deixa eu ver... hum... fruta? Pão? Carne? Lembro de tudo, não.

(12) 6A: Perai. Olga, posso usar a internet pra ver uma coisa da pirâmide que a gente tá precisando?

(13) Olga: O que é que vocês estão precisando?

(14) 6A: É que a gente quer formar grupo porque tá difícil colocar todas as respostas. Aí a gente quer ver os grupos da pirâmide. Pode?

(15) Olga: Pode.

O diálogo mostra como esses estudantes demonstram compreensão do

objetivo do trabalho, percebendo que alguns dados podem dificultar o processo de

interpretação. As falas (8) e (10) do estudante 6A, no episódio apresentado aqui,

refletem a ação da dupla quanto à categorização dos dados conforme informa o

estudante 6A, quando diz ―a gente vai fazer grupos‖.

Como esses estudantes haviam desenvolvido um trabalho com a professora

de Ciências Naturais que envolvia a pirâmide alimentar, visualizaram esta como uma

possível forma de agrupar os dados referentes às respostas da pergunta de número

6 do questionário. A fala 14 do diálogo mostra essa decisão em busca da solução

para o problema em questão: a organização dos dados referentes ao atributo

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―COMIDAPREFERIDA‖. Esta foi a grafia utilizada para denominar o atributo ―o que

prefere comer‖ como pode ser visto na Figura 58.

FIGURA 58 – Cards construído pelos estudantes da Dupla 06

A Figura 58 mostra o Cards construído pela Dupla 06, no qual podem ser

vistos os atributos definidos para representar cada pergunta do questionário. Assim,

onde se vê o atributo ―REFEICOES‖, por exemplo, encontram-se os registros dos 30

casos, isto é, das 30 respostas para a pergunta 6, ―quantas refeições faz por dia‖.

De forma semelhante, os estudantes atribuíram, às outras perguntas, um termo

alusivo à pergunta, expresso numa única palavra, pois a configuração do software

não aceita, no registro dos atributos, espaço entre as palavras. Lembramos, aqui,

novamente, que a configuração do software não possibilitou a grafia de palavras

com a devida acentuação gráfica da língua portuguesa.

Após algum tempo tentando classificar as respostas de acordo com os grupos

da pirâmide alimentar, os estudantes 6A e 6B, solicitaram ajuda à pesquisadora para

agrupar as respostas e chegaram a outra conclusão: as respostas poderiam ser

agrupadas de outra forma, como pode ser visto na Figura 59.

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FIGURA 59 – Table obtida pelos estudantes da Dupla 06

Na Figura 59, observamos que os estudantes consideraram todas as

respostas para lazanha, macarrão, pizza etc como massa (os registros antes de

serem categorizados encontram-se no Anexo A). Batata frita, coxinha, pastel, bife

etc eles atribuíram a categoria de fritura. E assim, de forma semelhante com outros

tipo de alimentos, a Dupla 06 categorizou as respostas em massa, fritura, cereal e

fruta.

Como também pode ser visto na tabela da Figura 59, o mesmo aconteceu,

com o registro do peso, porém, com a primeira ideia já em prática e, com base nos

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conhecimentos sobre o peso ideal8 para cada faixa etária, que já haviam adquirido

no trabalho com a professora de Ciências, foi rápida a decisão por criar categorias

também para esse atributo estabelecendo os valores que estariam abaixo da média,

na média e acima da média.

As demais duplas apresentaram as mesmas dificuldades quanto ao registro

dos dados coletados por terem respostas bastante variadas e a pesquisadora

orientou sobre a possibilidade de agrupar os dados em categorias. Após a

explicação, cada dupla organizou os dados conforme achou conveniente.

Ainda na 3ª sessão, verificamos outro episódio registrado na videografia que

destacamos em nossas análises. Continuando o trabalho, os estudantes da Dupla

06 estabeleceram um diálogo que será intercalado, aqui, pelas imagens capturadas

no momento de algumas falas.

Na videografia, o momento em que os estudantes dispõem dos dados apenas

no Cards e no Table, verificamos as imagens ilustradas nas Figuras 58 e 59. Nesse

momento, tem-se a fala do estudante 6A sugerindo ao colega que clique sobre o

botão Plot que se localiza na barra de ferramentas do software. O estudante 6A, diz:

6A, clica aí no botão Plot para a gente ver uma coisa.

6B: Ver o quê?

O estudante 6B questiona o que deve ser visto com tal ação ao que o

estudante 6A responde:

6A: O que é que tem a ver o tipo de alimento com quem tá com o peso acima da média.

Essa fala do estudante 6A demonstra, pela explicação dada ao colega, que o

mesmo compreende o objetivo da pesquisa. A videografia mostra movimentos nos

objetos (bolinhas) distribuídos no Plot ao que o estudante 6B, comenta:

8 Os estudantes participantes desta pesquisa já haviam desenvolvido um trabalho com a professora

de Ciência Naturais que envolvia a questão da massa corporal adequada para cada faixa etária (aqui chamada de ―peso ideal‖). Com base nesses conhecimentos os estudantes classificaram o peso como abaixo, na média ou acima da média.

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6B: Mas, só aparece as bolinhas.

Essa fala do estudante 6B é registrada no momento em que a videografia

registrou a imagem ilustrada na Figura 60 a seguir:

FIGURA 60 – Plot obtido pelos estudantes da Dupla 06 na 3ª sessão

A Figura 60 representa o instante em que, após o registro dos dados

coletados nas ferramentas Cards e Table, o estudante 6B, da Dupla 06, ativa a

ferramenta Plot. Essa imagem, na videografia, corresponde ao momento da fala do

estudante 6A, indicada no extrato de fala seguinte:

6A: Mexe aí, puxando, como Olga mostrou pra gente. Puxa uma bolinha.

Como já foi explicado anteriormente, ao clicar sobre um dos objetos, nas,

‖bolinhas‖, conforme se refere o estudante 6A em sua fala, ao arrastá-lo com o

mouse, define-se os grupos separadamente, porém, aqui nesse exemplo nada foi

verificado pois, num momento pouco depois do registro da imagem da Figura 60,

verificamos o registro da imagem da Figura 61.

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FIGURA 61 – Plot obtido pelos estudantes da Dupla 06 na 3ª sessão

Ao obter a Figura 61, o estudante comparando com a distribuição anterior

ilustrada na Figura 58, comenta:

6B: Continua do mesmo jeito.

Percebe-se, na videografia, que por mais que o estudante 6B movimentasse

as ―bolinhas‖ nada se modificava de forma significativa como pode ser visto na

Figura 61 e, ao que, o estudante 6B se refere dizendo que ―continua do mesmo

jeito‖.

A Figura 61, embora se pareça com a Figura 60, ela representa o mesmo

Plot, porém, obtido instantes depois após a movimentação de alguns de seus

objetos. Como não há nenhum atributo inserido, os objetos permanecem distribuídos

de forma aleatória. Como não se observa quase nenhuma diferença entre as duas

imagens que remeta a considerações sobre os dados, o estudante 6B, em sua fala,

diz que os objetos continuam do mesmo jeito.

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Nesse momento o estudante 6A percebendo o motivo por não estarem vendo

qualquer modificação no Plot, pede o controle do mouse ao colega afirmando que

sabe o que deve ser feito, conforme mostra o extrato de falas a seguir:

6A: Ah! Tem que fazer uma coisa. Me dá aqui.

6B: Fazer o quê?

6A: Me dê o mouse que eu lhe mostro.

6B: Tá bom. Mas, depois sou eu.

O estudante 6B concorda e, após algumas tentativas arrastando o atributo do

Cards o estudante 6A insere os atributos ―COMIDAPREFERIDA‖ e ―PESO‖

verticalmente e horizontalmente, respectivamente, como mostra a Figura 62.

FIGURA 62 – Plot obtido pelos estudantes da Dupla 06 na 3ª sessão

No momento em que o estudante 6A está realizando a construção ilustrada

na Figura 62, na videografia registramos o seguinte extrato de falas:

6A: É só puxar lá do Cards, a comida preferida e o peso. Veja.

6B: É mesmo. Agora dá para ver alguma coisa. Vê só: quem come mais massa tá acima do peso.

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Na figura 62 observamos a organização dos dados obtida com a ferramenta

Plot no qual o estudante 6A inseriu o atributo ―COMIDAPREFERIDA‖ e ―PESO‖ de

forma a estabelecer uma relação entre esses dados. Para inserir os atributos no

Plot, o estudante apenas arrastou o atributo do Cards para dentro do Plot.

Esses episódios observados durante a 3ª sessão, com a Dupla 06, mostram

que esses estudantes não só manipularam as ferramentas do software com

facilidade como também realizaram o processo de interpretação dos dados através

do uso dessas ferramentas.

6.3.3 Exploração dos Recursos da Ferramenta Plot

Outra tarefa desenvolvida na 3ª sessão foi a exploração dos recursos do

menu da ferramenta Plot. Ao concluir a digitação dos dados, os estudantes

manipularam as ferramentas Table e Plot, como já haviam trabalhado antes e a

pesquisadora solicitou que explorassem as opções da ferramenta Plot conforme

mostra a figura 63.

FIGURA 63 – Opções do menu da ferramenta Plot exploradas na 3ª sessão

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A figura 63 mostra um Plot ativo no qual as opções do menu estão exibidas.

São 10 opções que não serão descritas aqui. Na descrição da 4ª sessão, algumas

delas serão mais bem explicadas.

Durante a exploração livre das opções do menu da ferramenta Plot, que não

contou com explicações prévias por parte da pesquisadora, a mesma classificou as

ações dos estudantes, conforme pode ser visto no Apêndice D, e registrou as

observações sobre cada dupla durante esse trabalho no protocolo 2 de observação

da 3ª sessão. Os resultados da análise desses registros estão descritos no Quadro

05.

FERRAMENTA DUPLAS

01 02 03 04 05 06

Card B B B B B B Table B B B B B B

Plot R R B B B B

Cicle icon B B B B B B

Square icon B B B B B B

Image icon B B B B B B

Value bar horizontal R R B B B B

Value bar vertical R R B B B B

Fuse rectangular P P P P P P

Fuse circular P P P P P P

Borderless icon B B B B B B

Hide icons B B B B B B

Past image icon B B B B B B N = Nenhum; P = Pouco; R = Razoável; B = Bastante

QUADRO 05 – Domínio dos estudantes quanto ao uso das ferramentas Cards, Table, Plot e as opções do menu do Plot

No Quadro 05, os estudantes das Duplas 03, 04, 05 e 06 aparecem com a

maior parte dos recursos do software com o conceito ―B‖, atribuído pela

pesquisadora para indicar que esses estudantes demonstraram segurança na

compreensão do significado da função das ferramentas do software, não

necessitando de muita interferência por parte da mesma para a realização da tarefa.

Conforme os resultados verificados ao término da 2ª sessão, ao iniciar o

trabalho da 3ª sessão, os estudantes da Duplas 02, 04 e 05, ao utilizar a ferramenta

Plot não compreendiam bem como manipular essa ferramenta de forma a obter

relações entre atributos que possibilitassem a interpretação de dados. Considerando

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os resultados verificados no Quadro 05, obtidos da análise das observações durante

a realização das atividades, ao final da 3ª sessão, esse recurso já era utilizado por 4

das 6 duplas com bastante segurança. As duplas 03, 04, 05 e 06 foram as que

conseguiram desenvolver a tarefa com maior autonomia, proporcionada, em parte,

pelos recursos do software.

O conceito ―P‖, de pouco foi aplicado quando os estudantes demonstraram

muita dificuldade, não apenas no manuseio mas, principalmente, na compreensão

do significado da função das ferramentas do software fazendo com que, a tarefa

usando essa ferramenta não pudesse ser concluída sem a presença da

pesquisadora orientando cada passo. Observando o Quadro 05 verificamos que

esse fato ocorreu com todas as duplas durante a utilização dos recursos ―Fuse

Rectangular‖ e ―Fuse Circular‖ do menu Plot. Porém, esse fato isolado não

impossibilitou que esses estudantes desenvolvessem o trabalho de interpretação de

gráfico usando outros recursos.

O conceito de ―R‖ de razoável foi aplicado quando os estudantes

demonstraram um pouco de dificuldade na compreensão do significado da função

das ferramentas do software, mas, que, com auxílio da pesquisadora, conseguiram

vencer tais dificuldades e dar prosseguimento a realização da tarefa como pode ser

observado com as Duplas 01 e 02 ao utilizarem os recursos ―Value bar horizontal‖ e

―Value bar vertical‖.

As observações durante a realização do trabalho com os estudantes no

Laboratório de Informática, utilizando o software TinkerPlots, demonstrou que o

software dispõe de ferramentas adequadas para o trabalho com gráficos. Como o

objetivo principal dessa pesquisa é investigar como os estudantes do 7º ano do

Ensino Fundamental realizam o processo de interpretação de gráficos utilizando o

software TinkerPlots, verificamos que esse processo foi facilitado, principalmente,

pela ferramenta Plot.

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6.3.4 Resultados da 3ª Sessão

O Quadro 06 traz um panorama das análises das observações da

pesquisadora com base nos registros do protocolo 1 de observação dos estudantes

durante essa sessão (ver Apêndice C) em relação à 2ª sessão.

DUPLA RESULTADOS OBSERVADOS AO FINAL DA 3ª SESSÃO

01

Registro dos dados na ferramenta Cards. Construção da tabela com os dados registrados no Cards. Utilização da ferramenta Plot para exploração dos recursos do menu.

Não realizou interpretação de gráfico.

02

Registro dos dados na ferramenta Cards. Construção da tabela com os dados registrados no Cards. Utilização da ferramenta Plot para exploração dos recursos do menu.

Não realizou interpretação de gráfico.

03

Registro dos dados na ferramenta Cards. Construção da tabela com os dados registrados no Cards. Utilização da ferramenta Plot, Exploração das opções do menu da ferramenta Plot.

04

Registro dos dados na ferramenta Cards. Construção da tabela com os dados registrados no Cards. Utilizou a ferramenta Plot, sem dificuldades, diferentemente da 2ª sessão Exploração das opções do menu da ferramenta Plot.

05

Registro dos dados na ferramenta Cards. Construção da tabela com os dados registrados no Cards. Utilização da ferramenta Plot. Percepção quanto à grafia diferente de dados iguais. Exploração das opções do menu da ferramenta Plot.

06

Registro dos dados na ferramenta Cards. Construção da tabela com os dados registrados no Cards. Utilização da ferramenta Plot.

Percepção quanto à grafia diferente de dados iguais. Organização de dados em categorias. Exploração das opções do menu da ferramenta Plot.

Organização dos dados em categorias.

QUADRO 06 – Resultados das observações da 3ª sessão

Os resultados organizados no Quadro 06 se referem, apenas, à utilização das

ferramentas Cards, Table e Plot do software TinkerPlots e, as opções do menu Plot,

uma vez que, nessa sessão, o tempo disponibilizado não foi suficiente para viabilizar

a conclusão com a interpretação dos gráficos, sendo esta, realizada na 4ª sessão.

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Os registros da pesquisadora em seu protocolo de observação apontam que

as Duplas 01 e 02 realizaram o registro dos dados nas ferramentas Cards e Table e,

ativaram um Plot apenas para exploração dos recursos do seu menu. Não foi

possível, diagnosticar resultados diferentes dos resultados da sessão anterior, uma

vez que o tempo disponível para esta sessão foi insuficiente para que os estudantes

dessas duplas concluíssem a tarefa de interpretação de gráficos.

A Dupla 03, embora também não tenha concluído a tarefa de interpretação de

dados, durante a exploração dos recursos do menu Plot demonstrou compreensão

na manipulação das ferramentas, mantendo a autonomia verificada na sessão

anterior.

A Dupla 04 não demonstrou, nessa sessão, as mesmas dificuldades

apresentadas na 2ª sessão em relação à utilização da ferramenta Plot, realizando o

trabalho sem solicitar auxílio à pesquisadora, porém, os mesmos fatores que

impediram um diagnóstico sobre a interpretação dos dados pelas duplas 01, 02 e 03

também se verificaram com a Dupla 04.

As Duplas 05 e 06 foram as que apresentaram resultados diferenciados

daqueles verificados na sessão anterior sugerindo que o uso da ferramenta Plot

tenha contribuído para o desenvolvimento do trabalho dessa sessão e promovendo

a construção do conceito de categorias como elemento facilitador para a

organização dos dados.

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6.4 4ª Sessão: O TinkerPlots para a Interpretação de Dados Coletados

Esta sessão deu continuidade ao trabalho iniciado na 3ª sessão. Os

estudantes, manipulando os dados coletados e registrados, realizaram a

interpretação de dados coletados e organizados através de representações e

gráficas utilizando as ferramentas do software TinkerPlots. A seguir, serão descritos

os resultados de cada dupla.

6.4.1 4ª Sessão – Dupla 01

Ao dar continuidade ao trabalho iniciado na sessão anterior, os estudantes, já

com os dados registrados no Cards e na ferramenta Table, manipularam a

ferramenta Plot, na tentativa de entender que o que acontecia como os dados. A

sequência de imagens a seguir, na Figura 64, ilustra a tentativa inicial de classificar

os dados, arrastando-os de um lado para outro.

FIGURA 64 – Sequência de imagens ilustrando a manipulação dos dados através da ferramenta Plot

A Figura 64 mostra três momentos durante a manipulação da ferramenta Plot,

pelos estudantes da Dupla 01, no qual, após algumas tentativas, apenas separando

os sujeitos, esses estudantes, sem auxílio da pesquisadora, decidiram por utilizar a

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opção Value Bar Vertical, nas opões do menu da ferramenta Plot e chegaram a um

nova representação gráfica, conforme mostra a Figura 65.

FIGURA 65– Opção Value Bar Vertical da ferramenta Plot

Através da análise da videografia, no momento em que os estudantes da

Dupla 01 ativaram a opção ―Value Bar Vertical‖, a imagem da Figura 65 foi

registrada e capturada pela pesquisadora. Ao utilizar essa opção, os estudantes,

verificaram algumas possibilidades de representação dos dados, conforme ilustra a

sequência, A, B, C e D, de imagens na Figura 66.

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(A) (B)

(C) (D)

FIGURA 66 – Primeira representação dos dados com auxílio da ferramenta Plot usando a opção

Value Bar Vertical pelos estudantes da Dupla 01

As imagens capturadas (A) e (B) da Figura 66, correspondem ao instante em

que a dupla utilizando a opção ―Value Bar Vertical‖ da ferramenta Plot, definem, no

eixo horizontal, o atributo ―nome‖ e, no eixo vertical o atributo ―idade‖. Eles tentaram

separar todos os sujeitos do atributo ―nome‖ e, num determinado momento, um dos

estudantes percebeu que para esse atributo, eles obteriam 30 ―colunas‖ e sugeriu

que experimentassem outro atributo. Os estudantes alteraram o atributo ―idade‖ para

o atributo ―refeicoes‖, referente ao número de refeições do questionário aplicado,

como é possível ver nas imagens (C) e (D) da Figura 66.

Após algumas experimentações, a Dupla 01 decidiu pela seguinte

representação, ilustrada na figura 67.

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FIGURA 67 – Segunda representação dos dados com auxílio da ferramenta Plot usando a opção Value Bar Vertical pelos estudantes da Dupla 01

A Figura 67 ilustra o resultado final da Dupla 01, no qual representaram o

gráfico da relação entre os atributos ―nome‖ e ―refeicoes‖, e decidiram por utilizar

essa representação gráfica para interpretar os dados e concluir algum resultado

sobre a investigação realizada.

A pesquisadora solicitou aos estudantes que utilizassem a ferramenta Text

que se localiza na barra de ferramentas do software TinkerPlots e registrassem as

conclusões às quais eles chegaram a partir da análise do gráfico. A Figura 68 ilustra

os registros da dupla usando a ferramenta Text, com base nos dados do gráfico da

Figura 67.

FIGURA 68 – Registro dos estudantes da Dupla 01 sobre a interpretação do gráfico obtido durante a 4ª sessão

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A Figura 68 mostra o registro na ferramenta Text, que os estudantes

realizaram, seguindo a sugestão da pesquisadora para usar essa ferramenta. Ao

serem questionados como chegaram à conclusão de que os sujeitos que comem

mais, comem massa e fritura, se na representação gráfica obtida não há essa

informação, os estudantes da Dupla 01 responderam que, ao clicar sobre a coluna

de cada um dos sujeitos, na tabela, esse sujeito fica destacado e assim é possível

observar, com facilidade, outras informações a respeito dos mesmos. O Diálogo a

seguir entre a pesquisadora e o estudante 1B, ilustra esse momento registrado

através da videografia.

Olga: Tá muito bonito o gráfico de vocês. Quer dizer que vocês usaram os atributos nome e refeições. Então concluíram que quem come mais são os meninos e, Carlos, Fábio e Luiz são os que comem mais e eles comem massa e fritura. Agora, é... como é que vocês chegaram a essa conclusão, que eles comem massa e fritura, se aqui no gráfico não tem?

1B: Assim, ó Olga: É... a gente viu que quem come mais são os meninos porque aqui na... no gráfico, na coluna maior, essa, essa e essa são dos meninos Carlos, é... Fábio e Luiz. Aí, quando a gente clica aqui, aí na tabela, Carlos aparece marcado e a gente vê que ele come lasanha. Quando clica aqui em Fábio, lá na tabela mostra que ele come bife com fritas. E quando a gente clica em Luiz, ele come macarronada. Aí a gente viu que os três são os que comem mais e comem massa e fritura. Foi assim.

Analisando o trabalho realizado pela Dupla 01, foi possível perceber que

esses estudantes progrediram em seu processo de interpretação de dados

mediados por ferramentas do software TinkerPlots pois, ao final da 4ª sessão esses

estudantes realizaram o processo de interpretação dos mesmos. Além disso, esses

estudantes observaram, paralelamente, as informações contidas na representação

gráfica obtida utilizando apenas dois atributos, ―nome‖ e ―refeicoes‖ com os dados na

tabela, e conseguiram deduzir através dessas duas ferramentas, uma relação com

outro atributo, ―comidapreferida‖, não presente no gráfico.

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6.4.2 4ª Sessão – Dupla 02

A Dupla 02 iniciou o trabalho da 4ª sessão utilizando os dados registrados na

sessão anterior. Selecionaram a ferramenta Plot e manipularam os dados buscando

organizá-los de forma a compreender o que os mesmos expressavam. A Figura 69

ilustra o registro dos dados dos estudantes da Dupla 02.

FIGURA 69 – Registro dos dados da pesquisa realizado pela Dupla 02

Os estudantes dessa dupla conversam pouco entre si e, embora já

demonstrem grande facilidade quanto ao manuseio dos recursos disponibilizados

pelo software, ainda não apresentam compreensão do que fazer com os dados. A

sequência de imagens a seguir, representadas na Figura 70, ilustra o momento em

que os estudantes da Dupla 02, tentaram organizar os dados.

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FIGURA 70 – Manipulação dos dados pelos estudantes da Dupla 02 utilizando a ferramenta Plot

A) Os estudantes manipulam os dados classificando-os em dois grupos correspondentes a ―nao‖ (não) e ―sim‖.

B) Em seguida retornam ao Plot inicial e movimentam os dados sem classificá-los.

C) Realizam novo movimento para classificação voltando aos mesmos resultados da imagem (A)

D) Os estudantes ativam novo Plot o que sugeriu que não compreendem o que estão fazendo porque desistem do Plot anterior sem fazer qualquer observação sobre os

resultados.

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As observações da videografia, no momento em que a Dupla 02 ativou um

novo Plot, conforme está mostrado na imagem (D) da Figura 70 sugerem que os

estudantes não conseguem organizar os dados buscando analisar as relações entre

os atributos de forma a realizar a interpretação dos mesmos. Percebe-se, nesse

momento que, mesmo ao ativarem um novo Plot, o processo de classificação dos

dados se repete por várias vezes, da mesma forma que no Plot anterior. Depois de

várias tentativas executando a mesma coisa, é que a dupla decide por inserir as

variáveis ―idade‖ e ―lanche preferido‖ e assim conseguem observar melhor o que

acontece com os dados coletados na pesquisa. Ver a sequência de imagens da

figura 71.

FIGURA 71 – Inserção de variáveis na ferramenta Plot pela Dupla 02

(A) Inserção da variável idade no Plot construío

(B) Inserção da variável lanche preferido no Plot construído

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Ao trabalhar com as variáveis, os estudantes manipularam os dados de

diversas formas até obter a distribuição dos dados com auxílio da ferramenta Plot

conforme mostram as sequências de imagens A, B, C, D, E na Figura 72, o que

possibilitou uma compreensão melhor sobre o que é possível deduzir a partir dos

dados.

A

(A) Manipulação da variável idade:

(B) Reorganização da variável idade:

(C) Reorganização da variável idade

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FIGURA 72 – Organização dos atributos ―Idade‖ e ―LanchePreferido‖ usando a ferramenta Plot pelos estudantes da Dupla 02

(D) Reorganização da variável idade

(E) Construção final:

142

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A partir do processo para obtenção da construção ilustrada na imagem (E) da

Figura 72, a pesquisadora percebeu que os estudantes não compreendiam bem o

que deveriam buscar através dos dados e solicitou aos estudantes da Dupla 02 que

utilizassem outros recursos, já experimentados na 3ª sessão, e realizassem a

interpretação dos dados e que, utilizando a ferramenta Text do softwareTinkerPlots,

registrassem os resultados.

Outras tentativas da dupla mostrou que o processo de interpretação dos

dados por esses estudantes é realizado através do processo de manipulação da

ferramenta Plot, com muitas experimentações. Nesse processo os estudantes, ao

contrário de outras duplas que já conseguem realizar o trabalho contando apenas

com auxílio do outro componente da própria dupla, a pesquisadora, por várias vezes

foi solicitada a esclarecer alguma dúvida existente. Só após a pesquisadora sugerir

o uso de determinado recurso, esses estudantes conseguem dar continuidade ao

trabalho de interpretação dos dados.

O extrato de fala a seguir, mostra um momento que ilustra esse fato, em que

esses estudantes após sugestões da pesquisadora realizaram suas interpretações.

(1) 2B: E agora? Olga, a gente faz o quê?

(2) Olga: Tentem utilizar outras ferramentas que vocês já conhecem para ver o que acontece com os dados e escrevam o que vocês entenderam na caixa de texto.

(3) 2B: Coloca o número pra gente ver quantos são.

A fala (2) da pesquisadora no diálogo aconteceu no momento que a mesma,

através da observação do trabalho dessa dupla percebeu que esses estudantes

utilizavam a ferramenta Plot, apenas com a disposição dos sujeitos e os

movimentavam na busca de que essa movimentação pudesse apresentar os

resultados, como no momento ilustrado na Figura 70. Percebendo que esses

estudantes, talvez, não estivessem visualizando a possibilidade de associar ao Plot,

outros recursos, a pesquisadora sugere o uso de outros ferramentas como informa a

fala (2) do diálogo.

O estudante 2B pareceu captar a sugestão e, como que já tivesse raciocinado

por usar outra ferramenta, imediatamente, sugeriu ao colega para utilizar a

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ferramenta ―Conts‖ que se localiza na barra de ferramentas apresentada na

subseção 3.3. Essa ferramenta ao ser ativada exibe o número correspondente à

quantidade de sujeitos.

Na fala (3) do diálogo o número ao qual o estudante 2B se refere é o recurso

do software TinkerPlots que indica a quantidade de elementos. A Figura 73 mostra

esse fato, acompanhado do registro dos estudantes utilizando a caixa de texto.

FIGURA 73 – Organização dos atributos ―Idade‖ e ―LanchePreferido‖ usando a ferramenta Plot, Counts e registro dos resultados com a ferramenta Text pelos estudantes da Dupla 02

Na construção obtida na Figura 73, os estudantes dispuseram os dados

utilizando os atributos ―LanchePreferido‖ e ―Idade‖. Com a ferramenta ―Counts‖, em

cada grupo de sujeitos, aparece indicado o número referente à quantidade de

sujeitos daquele grupo. Atendendo à sugestão da pesquisadora, os estudantes

registraram, usando a ferramenta Text, os resultados observados através do Plot

obtido.

Nesse momento, um dos estudantes solicitando ajuda à pesquisadora,

pergunta se cachorro quente e ―Hot Dog” representam a mesma coisa. A

pesquisadora lembra a explicação dada sobre o fato de o software TinkerPlots

considerar como sujeitos diferentes, os elementos escritos de forma diferentes. Eles

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são orientados para realizar a correção na tabela. Ver o resultado na sequência de

imagens da Figura 74.

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(A) Tabela inicial

(B) Tabela após alteração

FIGURA 74 – Alteração dos dados de Hot Dog para Cachorro Quente pelos estudantes da Dupla 02

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A imagem (A) da Figura 74 mostra o registro inicial dos dados onde os

estudantes utilizaram as duas formas, ―Hot Dog‖ e ―Cachorro Quente‖ para

representar o mesmo tipo de alimento. Após as alterações (ver imagem B da Figura

74), os estudantes realizam nova leitura dos dados e constatam os resultados

conforme mostra a Figura 75.

FIGURA 75 – Novo registro dos resultados obtidos após alteração dos dados pelos estudantes da Dupla 02

Os estudantes da Dupla 02, continuaram o trabalho, utilizando as opções do

menu da ferramenta Plot, porém não conseguem realizar interpretações através das

representações obtidas. A dupla encerrou o trabalho da 4ª sessão apresentando os

mesmos resultados, observados pela pesquisadora, em seus processos de

interpretação de dados verificados até a 3ª sessão.

Através das análises dos registros de observação da pesquisadora durante a

realização do trabalho com os estudantes da Dupla 02 e dos registros gerados a

partir das videografias, foi possível considerar que o software TinkerPlots, apesar

dos múltiplos recursos para o trabalho de organização e interpretação de dados, não

favoreceu a esses estudantes a realização do processo de interpretação dos

mesmos, mediados apenas por suas ferramentas uma vez que, a interferência da

pesquisadora se verificou em vários momentos do trabalho, pois esses estudantes

necessitaram, constantemente, do auxílio da mesma.

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6.4.3 4ª Sessão – Dupla 03

Os estudantes da Dupla 03 iniciaram o trabalho da 4ª sessão, utilizando os

dados registrados na 3ª sessão, conforme indica a Figura 76.

FIGURA 76 – Registro dos dados da pesquisa pelos estudantes da Dupla 03 na 4ª sessão

Ao ativar a ferramenta Plot, a Dupla 03 identificou, rapidamente, que alguns

dados foram digitados equivocadamente, pois, no atributo sobre a prática de

esporte, cujas respostas são apenas sim ou não, aparecem dois sujeitos diferentes.

Para verificar a falha, a dupla selecionou os dois sujeitos, clicando sobre os mesmos

e, na tabela, os dados apareceram destacados de forma a possibilitar a identificação

dos registros de cada sujeito.

Dessa forma foi possível observar que para o sujeito Flavio, onde deveria

estar registrada a palavra ―sim‖, foi registrada a palavra ―suco‖, gerando assim, outra

categoria ao construir o Plot. De forma semelhante aconteceu com o sujeito Vera

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cujo registro, no atributo sobre prática de esporte, aparece ―na‖, quando deveria ser

―nao‖. A Figura 77 ilustra melhor este fato.

FIGURA 77 – Verificação de falha no registro dos dados pelos estudantes da Dupla 03

Após a correção dos dados o Plot foi reorganizado e a Dupla realizou sua

primeira observação. Ver Figura 78, a seguir.

FIGURA 78 – Distribuição do atributo ―praticaesporte‖ usando a ferramenta Plot após alteração do registro dos dados pelos estudantes da Dupla 03

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Os estudantes da Dupla 03 apresentaram um domínio grande em relação ao

uso do software TinkerPlots, pela forma segura como utilizaram suas ferramentas,

sem solicitar nenhum auxílio à pesquisadora. Durante a manipulação dos dados

utilizando as opções do menu da ferramenta Plot, os estudantes foram realizando

interpretações e registrando com a ferramenta Text. Ver Figuras 79 e 80.

FIGURA 79 – Interpretação do gráfico sobre a relação entre os atributos ―peso‖ e ―quantasrefeicoesfazpordia‖ pelos estudantes da Dupla 03

FIGURA 80 – Interpretação do gráfico sobre a relação entre os atributos ―peso‖ e ―praticaesporte‖ pelos estudantes da Dupla 03

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Ao final da 4ª sessão, os estudantes da Dupla 03 apresentaram mais domínio

e compreensão no processo de interpretação de dados mediados pelo software

TinkerPlots em relação à sessão anterior, pois segundo as análises das

observações da pesquisadora durante a organização e a interpretação dos dados

através das representações gráficas obtidas, esses estudantes desenvolveram a

tarefa sem auxílio da pesquisadora, com bastante facilidade, manipulando as

ferramentas com segurança na busca por resultados que possibilitassem a

interpretação sobre os dados.

6.4.4 4ª Sessão – Dupla 04

Durante o desenvolvimento da 4ª sessão, os estudantes da Dupla 04

demonstraram autonomia na realização da tarefa. Essa dupla observou, da mesma

forma que a Dupla 02 que, entre os dados, existiam grafias diferentes que

representavam as mesmas coisas e procederam quanto à correção da escrita dos

dados.

Em determinado momento, sentiram dificuldade em observar os gráficos em

forma de barras horizontais. Manipularam muitas vezes até alcançar o resultado

ilustrado na Figura 81.

FIGURA 81 – Representação do gráfico de barra horizontal sobre a relação entre os atributos ―PESO‖ e ―COMIDA‖ pelos estudantes da Dupla 04

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A dupla realizou vários experimentos para analisar os dados, utilizando a

ferramenta Plot e suas opções do menu. Organizaram uma outra categoria, à qual

nomearam de ―comida2‖, onde agruparam os registros dos alimentos como ―massa‖,

―fritura‖ ou ―cereal‖ e, após utilizarem as ferramentas dos software obtiveram o

seguinte resultado ilustrado na Figura 82.

FIGURA 82 – Representação do gráfico de barra vertical sobre a relação entre os atributos PESO‖ e ―COMIDA2‖ pelos estudantes da Dupla 04

Após obter a representação dos dados através de gráfico, os estudantes

registram suas conclusões utilizando a ferramenta Text, conforme mostra a Figura

83.

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FIGURA 83 – Registro da interpretação do gráfico pelos estudantes da Dupla 04

O texto com o resultado da interpretação dos dados pelos estudantes da

Dupla 04 sugere que os mesmos mantiveram clareza sobre o motivo da pesquisa,

pois conforme foi explicado anteriormente, a pesquisa surgiu do tema trabalhado

pela professora de Ciências sobre o problema dos jovens, hoje, apresentarem

excesso de peso.

Durante o trabalho dessa sessão, a pesquisadora percebeu no trabalho

realizado por essa dupla, diferenças em relação ao trabalho desenvolvido na 2ª

sessão, pois, aqui, os estudantes apresentaram maior autonomia e compreensão ao

decidirem pelas ferramentas que poderiam ser utilizadas para realizarem suas

análises. A dupla pouco solicitou ajuda nesse momento e demonstrou compreensão

e facilidade na interpretação dos dados através de representações gráficas obtidas a

partir do uso de ferramentas do software TinkerPlots, o que pressupõe que o mesmo

favoreceu esse processo.

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6.4.5 4ª Sessão – Dupla 05

Os estudantes da Dupla 05 iniciaram a 4ª sessão dando continuidade do

trabalho desenvolvido na 3ª sessão. A Figura 84 ilustra os dados que a dupla

começou a organizar com uso da ferramenta Plot, considerando apenas a variável

―comidapreferida‖.

FIGURA 84 – Organização do atributo ―comidapreferida‖ usando a ferramenta Plot pelos estudantes da Dupla 05 no início da 4ª sessão

Ao observar os dados distribuídos no Plot da Figura 84, os estudantes

decidiram pela organização dos dados através de uma representação gráfica que

pudesse fornecer mais informações sobre a pesquisa realizada. Assim, o diálogo a

seguir ilustra esse momento.

5B: 5A, vamos, ééé.... tentar fazer um gráfico. Lembra que na aula passada a gente usou esse botão Plot e tinhaaa....... deixa eu te mostrar. E tinha lá essa opção aqui, ó, que faz gráfico?

Capturando da videografia, a imagem do instante dessa fala, é registrada a

Figura 85 em que o estudante 5B, nesse momento, identifica a ferramenta para

representação gráfica dos dados e mostra ao estudante 5A.

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FIGURA 85 – Imagem do instante em que um dos estudantes da Dupla 05 identifica a ferramenta para construção do gráfico desejado

Continuando o diálogo, o estudante 5A, responde:

5A: Então vamos ver se a gente consegue fazer o gráfico mas, a gente vai fazer com o quê?

Nessa fala, observando a videografia, percebe-se que a pergunta não se

refere à ferramenta que será utilizada mas, sim às variáveis que serão utilizadas

para a representação dos dados. Continuando o diálogo, o estudante 5A sugere:

5A: vamos colocar comida preferida e peso.

Durante a manipulação das ferramentas para obtenção da representação

gráfica dos dados, o estudante 5A, comenta sobre uma dificuldade que o programa

oferece no manuseio das ferramentas. O extrato de fala a seguir ilustra o comentário

realizado pelo estudante 5A ao tentar manipular o Plot com os dados da tabela que

se encontrava num campo acima da área visível da tela do computador.

5A: Esse negócio só é chato porque isso fica lá em cima e a gente tem que ficar puxando pra cima e pra baixo pra poder ver.

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Os estudantes continuaram o trabalho realizando a interpretação dos dados

através de algumas representações gráficas diferentes e, utilizando a ferramenta

Text, do software TinkerPlots, decidiram ir registrando suas observações. Um dos

primeiros registros realizados por essa dupla nessa sessão foi em relação à

interpretação dos dados representados na ferramenta Plot, na qual, eles inseriram

as variáveis ―comidapreferida‖ e ―refeições‖. Os estudantes observaram que poucas

pessoas fazem 6 refeições por dia e que a maioria faz 4 refeições. Ver a Figura 86,

onde, encontra-se, também, o registro dos estudantes na ferramenta Text.

FIGURA 86 – Organização dos atributos ―comidapreferida‖ e ―refeições‖ usando a ferramenta Plot e registro da interpretação com a ferramenta Text pelos estudantes da Dupla 05

Os estudantes prosseguiram de forma autônoma, sem solicitar auxílio à

pesquisadora e um dos estudantes sugeriu observar se as pessoas mais pesadas

são homens ou mulheres. Utilizaram o Plot e em seguida representaram o gráfico

em forma de barra vertical, registrando suas observações na ferramenta Text. A

Figura 87 ilustra a sequência dos eventos.

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(A) Plot com os atributos ―peso‖ e ―sexo‖

(B) Organização dos atributos ―peso‖ em

intervalos menores

(C) Reorganização do atributo ―peso‖ em intervalos menores

(D) Gráfico da relação entre os atributos

―peso‖ e ―sexo‖.

FIGURA 87 – Sequência de eventos que ilustra a representação do gráfico com a ferramenta

Plot usando os atributos ―peso‖ e ―sexo‖ pelos estudantes da Dupla 05

Após a obtenção das representações gráficas ilustradas na figura anterior, os

estudantes não registraram através de texto as suas observações, mas a o trecho

da videografia que ilustra esse momento, tem como registro, expresso em áudio o

seguinte comentário:

5A: Parece que os homens são mais pesados.

Ainda nessa sessão, esses estudantes decidiram por observar outra

representação gráfica que apresentasse os resultados da relação entre os atributos

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―peso‖ e ―esporte‖. A Figura 88 ilustra o gráfico obtido e o registro das observações

na ferramenta Text.

FIGURA 88 – Representação do gráfico sobre a relação entre os atributos ―peso‖ e ―esporte‖ pelos estudantes da Dupla 05

Os resultados das observações sobre a Dupla 05 apontam que os estudantes

apresentaram progressos em seu processo de interpretação de dados, em relação

às sessões anteriores. Pela autonomia demonstrada durante o desenvolvimento do

trabalho através da compreensão sobre a utilização dos recursos do software e os

resultados da suas interpretações, percebe-se que as ferramentas utilizadas do

software TinkerPlots foram facilitadoras desse processo.

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6.4.6 4ª Sessão – Dupla 06

Os estudantes da Dupla 06 foram os únicos que, ao registrar os dados do

atributo ―comidapreferida‖, na ferramenta Cards, utilizaram as classificações dos

alimentos como Massa, Fritura, Frutas e Cereais, conforme foi descrito na 3ª sessão.

Os estudantes da Dupla 04, registraram os alimentos pelo nome mas, depois

criaram uma outra categoria onde classificaram os alimentos da mesma forma que a

Dupla 06, conforme foi descrito nessa sessão.

Durante o trabalho desenvolvido pelos estudantes da Dupla 06, esses

estudantes obtiveram várias representações gráficas com os dados coletados e

registrados. A Figura 89 apresenta um dos estudos realizados por esses estudantes

onde observaram a variável ―lanche‖ e registraram suas primeiras observações na

ferramenta Text.

FIGURA 89 – Organização do atributo ―LANCHE‖ usando a ferramenta Plot e registro da interpretação dos dados usando a ferramenta Text pelos estudantes da Dupla 06

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Em outro momento, a Dupla 06 analisou o atributo ―PESO2‖ (corresponde ao

peso agrupado nas categorias Abaixo, Acima e na Média) em relação à variável

―comidapreferida‖. Os resultados estão apresentados na Figura 90.

FIGURA 90 – Organização dos atributos ―PESO2‖ e ―COMIDAPREFERIDA‖ usando a ferramenta Plot e registro da interpretação dos dados usando a ferramenta Text estudantes da Dupla 06

Os estudantes passaram a trabalhar com as opções do menu da ferramenta

Plot e decidiram pela representação dos dados em forma de gráfico de barra

vertical. Um dos estudantes ao ser questionado pelo seu parceiro qual o tipo de

gráfico que deveriam usar, responde que prefere o de barra vertical porque é mais

fácil de ler. A Figura 91 ilustra o gráfico de barra vertical obtido pelos estudantes da

Dupla 06 para analisar a variável ―LANCHE‖ em relação à variável ―PESO1‖.

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FIGURA 91 – Gráfico de barra vertical obtido pelos estudantes da Dupla 06 usando a ferramenta Plot e os atributos ―LANCHE‖ e ―PESO1‖

Ainda durante a 4ª sessão a pesquisadora observou como os estudantes da

Dupla 06, desenvolveram grande habilidade na manipulação das ferramentas do

software TinkerPlots sem necessitar de auxílio da mesma. Numa outra construção

esses estudantes experimentaram outra ferramenta, Ref, de referencial.

Inicialmente, não entenderam bem seu significado, mas, ao questionarem a

pesquisadora sobre a função de tal ferramenta, os estudantes passaram a utilizá-la

com segurança.

Eles estabeleceram o peso 40 como sendo o valor para quem está com o

peso dentro da média e localizaram este valor, utilizando a ferramenta Ref. O que os

estudantes não perceberam é que essa média não é única para todos os sujeitos da

pesquisa, pois, a média de peso varia de acordo com a idade, porém, o uso dessa

ferramenta demonstra a compreensão que a Dupla 06 apresentou sobre a função da

mesma. A Figura 92 demonstra um gráfico onde os estudantes utilizaram, também, a

ferramenta Ref.

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FIGURA 92 – Gráfico obtido pelos estudantes da Dupla 06 utilizando a ferramenta Ref identificada, na Figura, pela linha horizontal vermelha

Os estudantes procuraram observar alguns atributos como ―LANCHE‖,

―COMIDAPREFERIDA‖, ―PESO1‖, ―PESO2‖, ―ESPORTE‖ demonstrando muita

segurança no seu processo de organização e interpretação de dados. Esses

estudantes apresentaram um desenvolvimento maior em relação às demais duplas

no que diz respeito à compreensão do uso e funções das ferramentas, do objetivo

da pesquisa, sendo os únicos que, ao final da 4ª sessão registraram suas

conclusões após as análises dos dados através das diversas representações

gráficas geradas a partir da utilização das ferramentas dos software TinkerPlots. A

Figura 93 ilustra esse resultado.

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FIGURA 93 – Organização dos atributos ―ESPORTE‖ e ―PESO2‖ com a ferramenta Plot e registro da interpretação dos dados com a ferramenta Text pelos estudantes Dupla 06 ao final da 4ª sessão

Durante o trabalho desenvolvido os estudantes da Dupla 06 não

apresentaram muitas dificuldades e pouco solicitaram ajuda da pesquisadora. Diante

do que foi exposto e analisado sobre essa dupla é possível apontar que o processo

de organização e interpretação de dados mediados por ferramentas do software

TinkerPlots apresentou resultados favoráveis levando-nos a considerar que o

software representou uma ferramenta facilitadora para o processo de interpretação

de dados para esses estudantes.

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6.4.7 Resultados da 4ª Sessão

Ao final da 4ª sessão, os resultados sugerem que o software TinkerPlots é

uma ferramenta de auxílio ao processo de organização e interpretação de dados.

Apenas uma dupla necessitou de constantes interferências por parte da

pesquisadora para poder realizar o trabalho proposto. A maioria dos estudantes

conseguiu utilizar as ferramentas do software com domínio e compreensão, de

forma a concluírem o trabalho de maneira satisfatória realizando o trabalho de

interpretação de dados através da manipulação das ferramentas Cards, Table e Plot

do software.

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7 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

A partir de minha experiência enquanto docente atuando em laboratório de

Informática de escolas, observando a forma como os softwares podem ser utilizados

nessas instituições, foi possível perceber a maneira com que os estudantes têm

facilidade em lidar com ambientes virtuais e até mesmo compreender determinados

tipos de leituras de dados em forma de gráficos. Alguns softwares cujas atividades

se apresentam em formato de jogos, muitas vezes dispõem de marcadores de

desempenho, através de gráficos, que os estudantes lêem sem dificuldades e

compreendem seu significado.

Esta pesquisa teve como objetivo investigar se o uso do computador com

software para análise de dados pode auxiliar os estudantes na interpretação de

dados representados de formas diferentes, como em gráficos, por exemplo, de

maneira mais dinâmica.

O objetivo da dissertação consistiu em investigar o uso das ferramentas

Cards, Table e Plot do software TinkerPlots como mediadoras do processo de

interpretação de dados por estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental. Para isso,

inicialmente, buscamos abordar questões relacionadas ao uso do computador na

escola, o uso de softwares no ensino da Matemática e a Estatística dentro do

contexto escolar do laboratório de Informática.

Sob o aspecto da Informática focamos projetos como o EDUCOM, o

PROINFO e o PRONINFE como exemplos de programas que tinham como objetivo

principal a inserção da tecnologia da Informática na Educação. Em seguida,

comentamos sobre o uso do computador na escola e suas formas de uso que pode

ser como máquina de ensinar ou como ferramenta que auxilia os processos de

aprendizagem. Devido as suas características podemos associar o software

TinkerPlots ao grupo dos softwares de simulação. Através de seus recursos esse

software permitiu aos estudantes desta pesquisa manipular situações de forma que

eles puderam experimentar e observar os resultados dessa manipulação e assim

desenvolver o processo de interpretação de dados conforme sugerem os PCN.

Conceitos como o de categoria, cruzamento de variáveis, valor máximo e

mínimo foram facilmente compreendidos pelos estudantes durante o trabalho com o

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software TinkerPlots. Na 3ª sessão, os resultados mostraram que esses estudantes

desenvolveram a ideia de categorias para o processo de interpretação de dados ao

perceberem que a grande quantidade de dados semelhantes poderia ser organizada

e registrada em forma de grupos, compreendendo assim o conceito de categoria.

Essa consideração se justifica durante a observação dos estudantes ao utilizarem o

software quando, por exemplo, um dos estudantes da Dupla 06 ao realizar o registro

dos dados sugeriu ao parceiro ―fazer grupos‖, ao perceber uma grande variedade

nas respostas do questionário.

Em outro momento, percebemos que a ferramenta Plot, ao possibilitar a

distribuição dos dados, contribuiu para a percepção de valores máximo e mínimo

para um determinado atributo, pois, como foi observado durante a 2ª sessão, mesmo

que a Dupla 05, não tenha conseguido trabalhar com o cruzamento de atributos para

saber se havia alguma relação entre a escolha do time e a idade ou sexo das

pessoas, na pesquisa simulada por eles, esses estudantes conseguiram

compreender e identificar o valor máximo e o mínimo, sem obterem,

necessariamente uma representação em forma de gráfico.

Conforme defendem Ainley, Pratt e Nardi (2001) o processo de ensino que

foca a construção de gráficos utilizando os recursos convencionais, exige dos

estudantes habilidades como conhecimento de convenções e aspectos técnicos dos

gráficos (tais como o uso de escala) e, a compreensão de como interpretar e usar

gráficos. Nossa pesquisa apontou, também que, ao fazer uso do software

TinkerPlots, os estudantes direcionaram seus estudos na organização e

interpretação dos dados sem que, houvesse necessidade de tais habilidades. Os

estudantes realizaram a interpretação dos dados representados em forma de

gráficos sem, necessariamente ter que construí-los contrariando os aspectos

convencionais de aprendizagem que reforçam a idéia de que saber construir gráficos

é requisito para saber interpretá-lo.

Partindo desses princípios, observamos que ao utilizar o software TinkerPlots

com estudantes para o trabalho de interpretação de dados através de

representações, como os gráficos, o computador foi usado como ferramenta de

suporte didático. Esses estudantes, através das ferramentas Cards, Table e Plot do

software, organizaram os dados de maneira a obterem formas diferentes de

representações que possibilitaram a interpretação dos mesmos. Ficou evidente que

o software não realizou o trabalho para que o estudante memorizasse fórmulas ou

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conceitos e sim, que usando seus recursos, buscassem as representações que

favoreceram o processo de interpretação dos dados.

Ao tratarmos sobre o uso de softwares no ensino da Matemática, evidencia-se

que, inicialmente, os softwares não haviam sido desenvolvidos com essa finalidade.

Porém, diante de seus recursos, alguns professores passaram a usar as planilhas

eletrônicas e, o Excel, foi um dos primeiros softwares utilizados na Educação

Matemática. No entanto, muitos softwares foram desenvolvidos com objetivos

voltados especificamente para o ensino da Matemática. Assim, o software

TinkerPlots foi desenvolvido com a proposta de aplicação para o trabalho de análise

de dados com estudantes do Ensino Fundamental com objetivo de motivar a

aprendizagem a partir de dados.

Sua aplicação na Educação Matemática traz à tona as discussões sobre o

uso do computador como ferramenta de apoio às práticas pedagógicas e evidencia

as recomendações dos PCN quanto ao uso dessa tecnologia nos processos

educativos e quanto à importância de se inserir elementos de Estatística no ensino

de Matemática.

A partir dos estudos sobre o uso de software no ensino de Matemática,

escolhemos o TinkerPlots por considerarmos adequado para o trabalho com os

estudantes do Ensino Fundamental. Ao utilizar o software com os estudantes desta

pesquisa, verificamos que o mesmo dispõe de recursos indicados para o trabalho de

interpretação de dados.

A análise dos dados foi feita a partir das observações do trabalho dos

estudantes durante as sessões e das videografias obtidas através do software

Camtasia apresentando resultados favoráveis sobre o uso do software TinkerPlots

para a interpretação de dados. A partir dessas análises verificamos que o objetivo foi

alcançado.

Embora a investigação de diferentes formas de leitura dos dados não tenha

sido objetivo específico desta pesquisa, verificamos a presença dessas formas de

leitura durante o trabalho com os estudantes. Como foi abordado, a leitura de dados,

se apresenta de três formas diferentes. A primeira delas, a leitura dos dados,

representa apenas a leitura literal sem a interpretação da informação. Esse tipo de

leitura, com exceção da 1ª sessão, se verificou em todas as outras nas quais todas

as duplas realizaram a leitura dos dados tanto com a ferramenta Table, quanto com

a ferramenta Plot.

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O segundo tipo de leitura considera a leitura entre os dados, isto é, inclui a

interpretação das informações contidas nos dados e a comparação entre os dados.

Esse tipo de leitura observamos na 4ª sessão com a maioria das duplas de

estudantes.

O terceiro tipo de leitura, além dos dados, diz respeito àquela em que o leitor

consegue interpretar os dados e extrair informações sem que estas estejam contidas

nas representações gráficas dos dados. Assim, esse tipo de leitura ocorreu na 2ª

sessão com a Dupla 01 e na 4ª sessão com as Duplas 04 e 06.

Talvez esse estudo possa vir a contribuir para desfazer a imagem de que os

softwares disponíveis no mercado não sejam adequados aos objetivos do professor

em relação aos estudantes. Na verdade, essa afirmação em parte se verifica nos

softwares de formatos de Instrução Programada, onde os conteúdos já vêm

expostos com alguns exercícios práticos que servem mais ao propósito de reforço e

memorização de conteúdos.

A observação dos estudantes usando o TikerPlots confirmou suas

características como sendo uma ferramenta para uso de maneira mais pedagógica,

onde seus recursos podem ser manipulados e, através deles, o estudante pode

realizar a exploração e interpretação de dados.

Outro aspecto que foi observado é que a ferramenta permite um

aproveitamento melhor do tempo disponível, uma vez que ao lançar os dados na

ferramenta Cards, automaticamente, os mesmos são organizados na ferramenta

Table, ao clicar sobre essa opção. Realizar a leitura dos dados na tabela, portanto,

não representou dificuldades para os participantes desta pesquisa.

Os resultados verificados na 3ª e na 4ª sessões sugerem que o fato dos

estudantes participarem de todo o processo desde a coleta, à organização e

interpretação dos dados possa ter favorecido o processo de interpretação dos

dados, reforçando a idéia defendida por Ainley (1995) e Pratt (1995). Porém, isso é

apenas, neste estudo, uma suposição e não uma constatação, pois, como esses

estudantes já haviam utilizado as ferramentas do software nas sessões anteriores,

isso pode ter contribuído para que na 3ª e 4ª sessões, esses estudantes

apresentassem mais experiência e domínio quanto ao uso e funções das

ferramentas do software e, consequentemente, melhores resultados.

Sobre a importância do uso da ferramenta computacional associada ao

ensino de Matemática, esse foi um dos pontos que impulsionou o desenvolvimento

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desta pesquisa com os estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental. O trabalho

realizado junto a esses estudantes possibilitou, portanto, relacionar o uso de

software ao estudo de elementos da Estatística no ensino de Matemática.

Os estudantes manipularam as ferramentas do software TinkerPlots de forma

a obter representações gráficas que possibilitassem a interpretação dos dados ali

contidos. Os participantes desta pesquisa tiveram liberdade para explorar as

ferramentas da maneira que achasse mais adequada ao propósito do trabalho. A

presença da pesquisadora não causou inibição e, ao mesmo tempo realizou

interferências que demonstram que a presença do professor como mediador é

fundamental, contribuindo com a idéia de que o computador deve ser usado como

ferramenta de auxílio às práticas pedagógicas.

Diante do que foi discutido e problematizado nesta pesquisa algumas

recomendações são pertinentes para aprofundar os estudos sobre o uso do software

TinkerPlots para o processo de interpretação de dados. Outro ponto a se destacar

em nossa pesquisa é que a mesma pode subsidiar o desenvolvimento de outros

softwares, inclusive, os livres e os gratuitos, para o ensino de conceitos de

elementos da Estatística, com destaque para o trabalho de análise de dados.

O software possui muitos outros recursos que contemplam o estudo de

conteúdos mais avançados para o estudo de Estatística como, por exemplo, a

média, a mediana. Como esta pesquisa trabalhou com estudantes do 7º ano,

procuramos abordar apenas os conteúdos referentes a esta série. Assim, a proposta

de investigação do uso das ferramentas do software TinkerPlots deveria ser

estendida a estudantes de série mais avançadas.

Uma proposta de estudo sobre a utilização do TinkerPlots poderia abordar a

eficácia do software com estudantes de escolas que não tenham maiores

experiências com o uso de ferramentas computacionais no âmbito de atividades

escolares. Esse estudo poderia aprofundar-se investigando o mesmo processo de

interpretação de dados com dois grupos onde um grupo utilizasse o software

TinkerPlots e o outro utilizasse os recursos convencionais do papel, lápis, régua etc.

Outra recomendação, também, é observar o uso do software na rotina da aula

de matemática tendo o professor da disciplina como participante da pesquisa e

mediador do processo de ensino e aprendizagem junto com os estudantes em

defesa da idéia de que o computador é uma ferramenta de suporte didático.

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Com certeza, este estudo não contemplou todos os recursos que o software

TinkerPlots oferece para o trabalho de análise de dados, por isso, nesse sentido, se

faz necessário a continuidade da pesquisa que busque explorar e investigar outras

possibilidades e limitações do software.

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Boletim de Educação Matemática Disponível em: <http://cecemca.rc.unesp.br/ojs/index.php/bolema/article/view/1720/1499> Acesso em: 16 Abr 2009. SOUZA, L. S. ; SPINOLA, M. de M. Requisitos de usabilidade em projetos de interface centrado no usuário de software de dispositivos móveis.

XXVI ENEGEP - Fortaleza, CE, Brasil, 9 a 11 de Outubro de 2006 Disponível em <http://www.abepro.org.br/bib> Acesso em: Out. 2009

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TAJRA, S. F. Informática na Educação: Novas Ferramentas Pedagógicas para o

Professor. 6 ed. São Paulo: Érica, 2005. 184 p. TEIXEIRA, E. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. 2 ed.

Petrópolis: Vozes, 2005. UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Projeto EDUCOM.

Campinas, 1983. Disponível em http://chaves.com.br/TEXTSELF/EDTECH/educom.htm Acesso em: 28 Dez. 2009. VALENTE, J. A. O computador na sociedade do conhecimento. Org 1. Ed.

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APÊNDICES

APÊNDICE A – PROTOCOLO DE REGISTRO DAS OBSERVAÇÕES DA 1ª SESSÃO

1ª Sessão: Protocolo de observação dos estudantes

DATA:

LOCAL: Laboratório de Informática

DURAÇÃO:

PARTICIPANTES: 12 estudantes do 7º Ano do Ensino Fundamental

DESCRIÇÕES GERAIS:

Essa primeira sessão destina-se a exploração livre do software TinkerPlots por

parte dos participantes da pesquisa de forma a possibilitar a observação do grau

de facilidade de uso das ferramentas durante o trabalho. Essa sessão não será

vídeografada e contará apenas com o registro escrito das observações da

pesquisadora.

Aspectos a serem observados:

- Dificuldade quanto ao idioma do software para compreensão dos recursos do

mesmo.

- Grau de compreensão da função das ferramentas dos software.

- Grau de facilidade do manuseio dos recursos do software.

OBSERVAÇÕES:

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APÊNDICE B – PROTOCOLO DE REGISTRO DAS OBSERVAÇÕES DA 2ª SESSÃO

2ª Sessão: Protocolo de observação dos estudantes

DATA:

LOCAL: Laboratório de Informática

DURAÇÃO:

PARTICIPANTES: 12 estudantes do 7º Ano do Ensino Fundamental

DESCRIÇÕES GERAIS:

A segunda sessão tem como objetivo observar e vídeografar o trabalho com os

estudantes participantes da pesquisa durante a construção de gráficos de dados

simulados pelos mesmos para verificar como esses estudantes trabalham a organização

e a interpretação de dados ao utilizarem o software TinkerPlots.

OBSERVAÇÕES POR DUPLAS:

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APÊNDICE C – PROTOCOLO DE REGISTRO DAS OBSERVAÇÕES DA 3ª SESSÃO

3ª Sessão: Protocolo 1 de observação dos estudantes

DATA:

LOCAL: Laboratório de Informática

DURAÇÃO:

PARTICIPANTES: 12 estudantes do 7º Ano do Ensino Fundamental

DESCRIÇÕES GERAIS:

A terceira sessão tem como objetivo observar e vídeografar o trabalho com os

estudantes participantes da pesquisa durante a construção de gráficos de dados

coletados pelos mesmos para verificar como esses estudantes trabalham a organização e

a interpretação de dados ao utilizarem o software TinkerPlots. O tema da pesquisa foi

definido pelos próprios estudantes a partir de um problema existente no contexto sócio-

cultural dos mesmos.

OBSERVAÇÕES POR DUPLAS:

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APÊNDICE D – PROTOCOLO DE REGISTRO DAS OBSERVAÇÕES DA 3ª SESSÃO 3ª Sessão: Protocolo 2 de observação dos estudantes

DATA: 19/06/2009

LOCAL: Laboratório de Informática

DURAÇÃO: 01 hora

PARTICIPANTES: 12 estudantes do 7º Ano do Ensino Fundamental

DESCRIÇÕES GERAIS:

Neste protocolo serão registradas as observações da pesquisadora quanto a alguns

aspectos listados sobre o domínio que cada grupo de estudantes apresenta durante a

realização da tarefa. Para essa observação, a pesquisadora considerou os seguintes

parâmetros:

N = Nenhum; P = Pouco; R = Razoável; B = Bastante

NENHUM: O conceito Nenhum é aplicado quando os estudantes não demonstrarem

nenhum domínio sobre as ferramentas do software.

POUCO: O conceito de Pouco é aplicado quando os estudantes demonstram muita

dificuldade, não apenas no manuseio mas, principalmente, na compreensão do

significado da função das ferramentas do software fazendo com que, a tarefa não possa

ser concluída sem a presença da pesquisadora orientando cada passo.

RAZOÁVEL: O conceito de Razoável é aplicado quando os estudantes demonstram um

pouco de dificuldade na compreensão do significado da função das ferramentas do

software mas, que com auxílio da pesquisadora, conseguem vencer tais dificuldades e

dar prosseguimento a realização da tarefa.

BASTANTE: O conceito de Bastante é aplicado quando o grupo de estudantes,

demonstrarem segurança na compreensão do significado da função das ferramentas do

software, não necessitando de muita interferência por parte da pesquisadora para a

realização da tarefa.

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APÊNDICE E – PROTOCOLO DE REGISTRO DAS OBSERVAÇÕES DA 4ª SESSÃO

4ª Sessão: Protocolo de observação dos estudantes

DATA:

LOCAL: Laboratório de Informática

DURAÇÃO:

PARTICIPANTES: 12 estudantes do 7º Ano do Ensino Fundamental

DESCRIÇÕES GERAIS:

A quarta sessão tem como objetivo observar e vídeografar o trabalho com os estudantes

participantes da pesquisa durante a construção de gráficos de dados coletados pelos

mesmos para verificar como esses estudantes trabalham a organização e a

interpretação de dados ao utilizarem o software TinkerPlots. O tema da pesquisa foi

definido pelos próprios estudantes a partir de um problema existente no contexto sócio-

cultural dos mesmos.

OBSERVAÇÕES POR DUPLAS:

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APÊNDICE F – FORMULÁRIO COM 5 QUESTIONÁRIOS

ENTREVISTA COM ALUNOS DO 6º AO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

REALIZADA EM JUNHO DE 2009

10- Nome:

11- Sexo:

12- Idade:

13- Peso:

14- Quantas refeições faz por dia:

15- O que prefere comer:

16- O que costuma beber:

17- Pratica esporte:

18- O que costuma comer na hora do lanche:

1-Nome:

2- Sexo:

3- Idade:

4- Peso:

5- Quantas refeições faz por dia:

6- O que prefere comer:

7- O que costuma beber:

8- Pratica esporte:

9- O que costuma comer na hora do lanche:

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1- Nome:

2- Sexo:

3- Idade:

4- Peso:

5- Quantas refeições faz por dia:

6- O que prefere comer:

7- O que costuma beber:

8- Pratica esporte:

9- O que costuma comer na hora do lanche:

1- Nome:

2- Sexo:

3- Idade:

4- Peso:

5- Quantas refeições faz por dia:

6- O que prefere comer:

7- O que costuma beber:

8- Pratica esporte:

9- O que costuma comer na hora do lanche:

1- Nome:

2- Sexo:

3- Idade:

4- Peso:

5- Quantas refeições faz por dia:

6- O que prefere comer:

7- O que costuma beber:

8- Pratica esporte:

9- O que costuma comer na hora do lanche:

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ANEXOS

ANEXO A – CONJUNTO COM 30 QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS

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