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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
BÁRBARA FERNANDA DE ARRUDA FERREIRA
AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM CRIANÇAS DE ESCOLAS PÚBLICAS:
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
BACHARELADO EM SAÚDE COLETIVA
NÚCLEO DE SAÚDE COLETIVA
BÁRBARA FERNANDA DE ARRUDA FERREIRA
AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM CRIANÇAS DE ESCOLAS PÚBLICAS:
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
2018
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
curso de saúde coletiva da Universidade Federal
de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória,
como requisito para obtenção do título de
bacharel em saúde coletiva.
Orientadora: Profª Drª Simone do Nascimento
Fraga
Fonte
Sistema de Bibliotecas da UFPE. Biblioteca Setorial do CAV. Bibliotecária Jaciane Freire Santana, CRB-4/2018
F383a Ferreira, Bárbara Fernanda de Arruda
Ações de educação em saúde com crianças de escolas públicas: um relato de experiência / Bárbara Fernanda de Arruda Ferreira. - Vitória de Santo Antão, 2018.
46 folhas. Orientadora: Simone do Nascimento Fraga. TCC (Graduação em Saúde Coletiva) – Universidade Federal de
Pernambuco, CAV, Bacharelado em Saúde Coletiva, 2018. Inclui referências e anexos.
1. Educação em saúde. 2. Promoção da saúde. 3. Serviços de Saúde
Escolar. I. Fraga, Simone do Nascimento (Orientadora). II. Título.
613.083 CDD (23.ed ) BIBCAV/UFPE-096/2018
BÁRBARA FERNANDA DE ARRUDA FERREIRA
AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM CRIANÇAS DE ESCOLAS PÚBLICAS:
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso
de saúde coletiva da Universidade Federal de
Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, como
requisito para obtenção do título de Bacharel em Saúde
Coletiva.
Aprovado em: 18/06/2018
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Profª. Drª. Simone do Nascimento Fraga (Orientadora)
Universidade Federal de Pernambuco
_________________________________________
Profª. Drª. Alice Valença Araújo (Examinador Interno)
Universidade Federal de Pernambuco
_________________________________________
Profº. Me. Antonio Flaudiano bem Leite (Examinador Interno)
Universidade Federal de Pernambuco
Dedico este trabalho à minha família, em
especial, aos meus pais, Edileusa
Cristina e Paulo José.
AGRADECIMENTOS
Começo agradecendo a Deus por cuidar de todos os detalhes da minha vida e por
colocar em mim a coragem, mesmo que ela se escondesse às vezes, necessária para poder
superar todos os obstáculos que surgiram nesse período. Um agradecimento especial aos meus
pais por sempre me apoiarem, as minhas amigas e amigos que sempre estiveram por perto até
mesmo quando fisicamente isso não era possível, a Rodolfo Vieira e Thais Nayara por toda a
paciência e cuidado para comigo.
Total gratidão e respeito aos mestres do curso de Saúde Coletiva da Universidade
Federal de Pernambuco, pois cada um teve uma importância gigantesca no amor que descobri
pela profissão que escolhi desempenhar.
E por fim, mas não menos importante, agradeço a minha orientadora, Simone do
Nascimento Fraga, com o peito carregado de carinho e amor por toda a paciência, respeito,
dedicação e confiança no meu trabalho.
“Imagine uma nova história para sua vida e acredite nela.”
Paulo Coelho
RESUMO
A educação em saúde possui um olhar direcionado à melhoria da qualidade de vida. O
objetivo deste estudo foi relatar a experiência adquirida, em educação em saúde, a partir de
um projeto de extensão. Tratou-se de uma experiência embasada em um estudo descritivo e
observacional, realizado em duas escolas de Vitória de Santo Antão (PE), entre 2014 a 2016,
utilizando as temáticas, higiene, meio ambiente, nutrição e exercício físico. As ações
aplicadas tiveram resultados satisfatórios, sendo possível levar o conhecimento às crianças.
Conclui-se que as atividades extensionistas de educação em saúde com crianças trazem
benefícios, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, além de aproximar a
universidade da comunidade.
Palavras chave: Educação em saúde; Promoção da saúde; Relações comunidade instituição;
Saúde na escola
ABSTRACT
Health education has a focus on improving the quality of life. The objective of this study was
to report the experience in health education, based on an extension project. It was an
experience based on a descriptive and observational study, carried out in two schools in
Vitória de Santo Antão (PE), between 2014 and 2016, with the themes of hygiene,
environment, nutrition and physical exercise. The applied actions had satisfactory results,
being able to bring the knowledge to the children. It is concluded that the extension activities
in health education with children bring benefits, contributing to the improvement of the
quality of life, and bringing the university closer to the community.
Keywords: Health education; Health promotion; Community-institutional relation; School
health services.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 11
2.1 Contexto Histórico ............................................................................................ 11
2.1.1 Educação em saúde ....................................................................................... 13
2.1.2 Educação em Saúde Tradicional .................................................................. 14
2.1.3 Educação em Saúde Radical ......................................................................... 14
2.2 Educação Popular em Saúde ........................................................................... 16
2.3 Extensão universitária ...................................................................................... 17
3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 19
3.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 19
3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 19
4 ARTIGO ................................................................................................................. 20
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33
ANEXOS ................................................................................................................... 37
ANEXO A – ANUÊNCIA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE ESCOLA DE
CAIÇARA .................................................................................................................. 37
ANEXO B – ANUÊNCIA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE ESCOLA DE
MAUÉS ..................................................................................................................... 38
ANEXO C- HISTÓRIA JACARÉ COM DOR DE DENTE .......................................... 39
ANEXO D – NORMAS DA REVISTA ....................................................................... 43
9
1 INTRODUÇÃO
A educação em saúde é muito mais que melhorar hábitos de higiene. Além da
formação permanente de profissionais, ela tem como eixo principal a dimensão do
desenvolvimento de capacidades individuais e coletivas que visam a melhoria da qualidade de
vida e da saúde da população (BUSS, 1999).
A educação em saúde é um dos principais subsídios para que a promoção em saúde
seja viável, e resulta no desenvolvimento de ações que venham a inserir-se de maneira mais
eficaz junto à população (FERREIRA et al., 2014).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo com a Carta de Otawa
de 1986, promoção da saúde é (OMS, 1986):
Processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de
vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo [...].
Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde, e vai
para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global (OMS,
1986, sem paginação).
De acordo com a OMS, o empoderamento e a participação social são tidos como
princípios-chave para a efetivação da promoção da saúde. A participação social pode ser
entendida como a união de atores com interesses mútuos, profissionais de saúde e membros
de comunidade, no processo de elencar prioridades, tomar decisões, implementação e
avaliação das iniciativas (WHO, 1984; SÍCOLI; NASCIMENTO, 2003).
Por outro lado, o empoderamento compreende-se como processo que capacita
indivíduos e comunidades para assumirem um maior controle sobre os fatores que afetam a
saúde, tais como fatores pessoais, socioeconômicos e ambientais (SÍCOLI; NASCIMENTO,
2003).
Ações no sentido de capacitar e empoderar são essenciais para que a população tenha
autonomia. Esta é uma condição necessária para a efetividade da cidadania, para que assim,
melhores condições de vida sejam alcançadas, sendo este o caminho para a boa saúde da
população (BYDLOWSKI; PEREIRA, 2012).
Segundo Silva e Corrêa (2016), a infância é o melhor período para moldar os hábitos,
graças à maleabilidade psicológica do indivíduo, sendo, portanto, essencial à educação
higiênica como forma de adquirir bons hábitos de higiene que favoreçam a saúde. É na idade
escolar que as crianças desenvolvem hábitos que vão durar por toda vida. Sendo assim, as
escolas tornam-se um lugar em potencial para o desenvolvimento de ações de promoção em
saúde (MIALHE; PELICIONE, 2012 p. 45).
10
A rede de Escolas Promotoras da Saúde surgiu com o intuito de desenvolver e
fortalecer a promoção e a educação em saúde, e visando a integralidade nas escolas. Essa rede
tem uma proposta que inclui, estimula e garante uma participação de cada ator envolvido, tais
como, estudantes, família, comunidade escolar e profissionais de saúde (OPAS, 2003).
As escolas que adotam ações para promoção da saúde devem ser percebidas como um
espaço que gera autonomia, participação e crítica para que os estudantes possam ter um pleno
desenvolvimento físico, cognitivo e psíquico (MIALHE; PELICIONE, 2012 apud OMS,
1995).
A extensão universitária, que faz parte das dimensões da universidade, traz em seu
objetivo o processo cultural, educativo e científico que vincula o ensino e a pesquisa,
incluindo, de forma indissociável, a educação em saúde em seu foco, fornecendo à
comunidade em que está inserida, conhecimento sobre diversas temáticas, aprofundando seu
compromisso social na transmissão do conhecimento científico (PAULA, 2013; SILVA;
AMORIM, 2013).
Neste contexto, é importante ressaltar o papel da extensão universitária como
ferramenta de importância relevante para levar ao público alvo educação popular em saúde,
visto que ela visa contribuir no desenvolvimento humano e acadêmico-profissional.
Diante disso, esse estudo tem como objetivo relatar a experiência adquirida, em
educação em saúde, a partir da participação em um projeto de extensão da Universidade
Federal de Pernambuco no Centro Acadêmico de Vitória (UFPE-CAV).
11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Contexto Histórico
Entre meados do século XIX e século XX algumas personalidades juntaram-se para
conseguir, através de luta, uma maior qualidade de vida. Dessas personalidades, Monteiro
Lobato foi o que se destacou assumindo a bandeira do movimento “sanear é a grande questão
nacional”. Assim surgiu um dos maiores ícones da literatura brasileira - Jeca Tatu -
personagem criado com a intenção de mostrar à sociedade a importância das ações de
educação junto à saúde. Jeca era tido como preguiçoso, mas não passava de um caipira doente
que só melhorou da doença quando passou a acreditar e a seguir as orientações médicas, o que
mostrava que é possível restabelecer a saúde quando se tem acesso ao conhecimento (SILVA
et al., 2012).
No ano de 1923, foi organizada por Carlos Chagas, a primeira Reforma Sanitária, que
viera a criar o Departamento Nacional de Saúde, ligado ao Ministério da Justiça, o qual
objetivava integrar como obrigações do Estado o saneamento rural, a propaganda sanitária e a
educação higiênica (SILVA et al., 2012).
Foram criados, em 1930, Centros de Higiene Individual e Prevenção de Doenças
Infectoparasitárias. Nesse período, só quem tinha acesso às ações educativas de saúde eram as
populações de baixa renda, quando iniciou a valorização da assistência individual. Na década
de 1940, época em que ocorria a Segunda Guerra Mundial, foi criado, por meio de um acordo
entre o Brasil e o governo norte-americano, o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP).
Originalmente, este serviço estava vinculado a interesses militares dos Estados Unidos, isso
porque sua ação estava voltada para sanear áreas que produziam matérias-primas como o
minério de ferro e mica do vale do Rio Doce, mas objetivos secundários foram estabelecidos
como a formação e a especialização dos profissionais de saúde (MACIEL, 2009).
Em 1964, época em que os militares tomaram posse do governo do país, foi percebido
o aumento no número de doenças como tuberculose, malária e doença de Chagas (MACIEL,
2009). Até a década de 1970 as ações de educação em saúde eram baseadas apenas na
prescrição de normas comportamentais para a população (SILVA, 2012). Insatisfeitos com
essa situação, os profissionais de saúde realizavam ações de educação voltadas para as classes
populares que, muitas vezes, aconteciam em conjunto com outros segmentos (MACIEL,
2009).
12
Nos anos 80, a saúde passou a ser vista com outros olhos e tornou-se direito humano,
com um amplo conceito que abrange todas as áreas da vida. Nesse mesmo ano, o Brasil
mergulhava em uma grave crise política, econômica e social, trazendo riscos para as
condições de saúde da população, crescimento do desemprego e aumento da desnutrição nos
grupos sociais menos favorecidos. Surgiu, também nos anos 80, o movimento da Reforma
Sanitária, desta vez representado pelos profissionais de saúde, por professores de
Universidades, entre outras classes (SILVA et al., 2012 p.14)
Na 1ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, que ocorreu em Otawa, em
1986, ficou bem estabelecido que a saúde é definida por aspectos sociais, econômicos,
culturais, ambientais, comportamentais e biológicos (OMS, 1986). Assim, para promover a
saúde, é necessário ajudar as pessoas que não possuem esses aspectos de forma equânime a
melhorarem sua qualidade de vida, dando a elas as informações necessárias para que isso
aconteça, mas sempre levando em consideração a sua cultura (MAEYAMA et al., 2015).
Em 1988, ocorreu a 2ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, na qual
foram reiteradas as cinco linhas de ação para a promoção da saúde definidas na Carta de
Otawa, que são: (1) as políticas públicas saudáveis; (2) a criação de ambientes favoráveis à
saúde; (3) o fortalecimento da ação comunitária; (4) o desenvolvimento de habilidades
pessoais e (5) a reorientação dos serviços de saúde. A partir deste momento, foi destacado que
as “políticas públicas saudáveis” estabelecem o ambiente para que as outras ações possam
acontecer. Sendo assim, o objetivo das políticas públicas saudáveis é fazer com que ambientes
favoráveis à saúde sejam criados para que as pessoas possam viver de maneira mais saudável
(BRASIL, 2002). Também em 1988, surgiu a Constituição Federal Brasileira e, com ela, um
capítulo da Saúde que instaurou o SUS, admitindo a saúde como direito de todos e dever do
Estado (SILVA et al., 2012 p.15).
A partir de 1990, a Promoção da Saúde foi percebida como uma maneira de melhorar
a qualidade de vida, e a comunidade participava ativamente, o que fortaleceu a saúde pública.
Em 1998, o Ministério da Saúde teve sua estrutura reformulada e foram incluídas algumas
atividades de promoção da saúde na recém criada Secretaria de Políticas de Saúde. No ano de
1999 aconteceu um Fórum de Redes de Escolas Promotoras a Saúde, mas apenas no ano
seguinte, foram criadas disciplinas, como exemplo Participação Popular e Promoção da Saúde
para Cursos de Graduação e Pós Graduação as quais começaram a ser ministradas em 2001.
(SILVA et al., 2012 p.17).
13
Em 2003, foi criado a Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação e
Saúde (ANEPS), que teve como foco estimular na saúde os movimentos sociais assim como
efetivar os princípios do Sistema Único de Saúde (SEVERO et al., 2007; REIS et al., 2013).
Já em 2007 foi instituído, pelo decreto nº 6.286, o Programa de Saúde na Escola (PSE)
que se estabelece como uma política que faz ligação com o setor da educação, sendo ela
intersetorial. Esse programa tem como objetivo contribuir para a formação integral dos
estudantes por intermédio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, com vistas ao
enfrentamento da vulnerabilidade da juventude oriunda da rede pública de ensino. Assim, o
PSE embasa-se na integração entre a educação e a atenção básica em saúde (BRASIL, 2018).
Diante disso, foi possível perceber que para que a educação em saúde se estabelecesse
no país, foi necessário que ela evoluísse em bases conceituais de um modo que as
necessidades da população fossem respeitadas, num processo contínuo que visa a formação
crítica da população, motivando o cidadão a buscar resoluções coletivas para os problemas
vivenciados (BRASIL, 2007).
É possível dividir a educação em saúde em dois tipos: (1) Educação em Saúde
Tradicional e (2) Educação em Saúde Radical.
2.1.1 Educação em saúde
O conceito de saúde sofreu muitas modificações durante o tempo, mas o adotado
atualmente é o da OMS, o qual se refere à saúde como um estado de completo bem-estar
físico, mental e social e não apenas a ausência de doença (OMS, 1946).
Nos anos 80, com a criação da Constituição Federal, a saúde é reconhecida como
direito humano, tornando-se direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas
sociais e econômicas que visam a redução do risco de doença, de outros agravos e ao acesso
universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (art. 196)
(BRASIL, 1988).
O Sistema Único de Saúde (SUS) criado em 1988, visava garantir a saúde para a
população como decreta a Constituição Federal. Porém, antes do SUS, o sistema de saúde
vigente no Brasil dividia a população em três classes: os que podiam pagar pela assistência à
saúde privada; os que tinham direito à saúde pública por possuírem carteira assinada e serem
segurados pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência (INAMPS); e os que
não possuíam direito algum (PAIM, 2009).
14
Assim como a saúde, a educação em saúde também sofreu modificações quanto ao seu
conceito. Para Ferreira (2014) a educação em saúde é um processo de conscientização do
indivíduo e do coletivo, além de ser também um recurso inseparável de outras práticas
desenvolvidas no âmbito do SUS.
2.1.2 Educação em Saúde Tradicional
Conhecida, inicialmente, por Educação Sanitária, surgiu com o intuito de controlar a
epidemia de doenças infectocontagiosas que prejudicavam a economia do país durante a
República Velha (KAWAMOTO, 1995; ANDRADE, 2001).
Esse tipo de educação em saúde ficou conhecido como campanhista, tendo sido criado
na perspectiva da ditadura militar, momento em que os principais métodos de ação eram o uso
da força e da autoridade. Deste modo, a população era forçada a aderir às campanhas
sanitárias realizadas, como por exemplo, a vacinação obrigatória e internações forçadas
(KAWAMOTO, 1995; ANDRADE, 2001).
No modelo tradicional, o profissional da saúde é dito como o dono do conhecimento
técnico científico, e desta maneira, ele é quem dá as ordens e a população obedece sem
questionar (FERREIRA et al., 2016).
Vale enfatizar que, historicamente, há uma predisposição em estruturar as atividades
educativas em saúde com o objetivo de ampliar as informações ligadas aos principais agravos
de saúde à população em geral, mas neste modelo a relação entre os profissionais e a
população ocorre de maneira verticalizada, sendo mostradas nas ações maneiras
comportamentais a serem seguidas, não levando em consideração o saber existente na
comunidade, visto que a população é tida como pobre em informações de saúde
(FIGUEIREDO, 2010).
Uma dificuldade em utilizar este modelo de educação em saúde é pelo fato dele
considerar apenas as questões biológicas e visar à mudança de comportamento da população
que são tidos como inadequados (GUIMARÃES et al., 2016).
2.1.3 Educação em Saúde Radical
É considerado radical porque quebra a ideia das práticas educativas tradicionais como
as palestras e os grupos de patologia, aqueles que objetivam tratar apenas a doença (medicina
curativista), por exemplo, (MACIEL, 2009).
15
A educação em saúde radical tem o educador em saúde como facilitador de
descobertas do sujeito a respeito da realidade, ajudando assim no processo de reconstrução da
realidade em conjunto com a comunidade (STOTZ, 1993).
O empoderamento dos indivíduos para a transformação da realidade passa, portanto,
pela possibilidade de participação consciente e ativa. Nessa perspectiva, o profissional pode
estimular os participantes a encontrarem estratégias coletivas para enfrentar os problemas
vividos pela comunidade (SILVA; PELICIONI, 2012).
A população chega a desenvolver um saber popular que consegue ser considerável.
Embora a este saber falte uma sistematização coletiva, nem por isso é destituído de validez e
importância. Não pode, pois, ser confundido com ignorância e desprezado como mera
superstição. Este saber é o ponto de partida, e sua transformação, por meio do apoio ao saber
técnico-científico, pode estabelecer-se num processo educativo sobre o qual se assentará uma
organização eficaz da população, para a defesa dos seus interesses (PINTO, 1987).
No trabalho desenvolvido em grupos, a população pode se beneficiar com trocas de
experiências que acontecem entre os indivíduos, e também com as contribuições dos
profissionais de saúde. Uma vez identificados os problemas que acometem a comunidade, é
possível intervir, de modo que haja promoção de saúde e melhoria da qualidade de vida da
população. (SILVA; PELICIONI, 2012).
É importante que os profissionais possuam um olhar mais sensível, para que assim eles
consigam enxergar os problemas de saúde existentes, como também é importante que tenham
algumas habilidades, como por exemplo, para criação e preparação de dinâmicas para o grupo
e mantê-lo ativo (BRAGA, 2013).
Partindo-se do pressuposto de que as crianças são seres sensibilizadores dos adultos e,
portanto, promotores de atitudes, é possível que a intervenção através de atividades
educacionais voltadas para a educação em saúde da comunidade infantil contribua para a
promoção da saúde da população envolvida (SILVA; PELICIONI, 2012).
Esse é o tipo mais adequado para o desenvolvimento de ações para a educação em
saúde, visto que age trabalhando com a valorização do saber popular, estimula e também
respeita a autonomia do indivíduo na produção do cuidado de sua saúde, além de incentivar a
sua participação no controle social do sistema de saúde do qual ele é usuário (SOUZA et al.,
2005; MACIEL, 2009).
16
2.2 Educação Popular em Saúde
A educação popular em saúde começa a se formar como corpo teórico e prática social
ao fim da década de 1950. Paulo Freire foi o precursor na estruturação teórica da educação
popular em saúde. Ela é a junção da participação de agentes como professores e profissionais
da saúde e busca trabalhar, de maneira pedagógica, o homem e os grupos envolvidos na
participação popular, para ampliar sua análise crítica a respeito da realidade. É um método de
construção de participação popular na mudança da vida social (VASCONCELOS, 2012).
A educação popular em saúde questiona o que define a situação do adoecimento e
cuidado a partir das concepções, saberes e representações sociais da população (BONETTI;
PEDROSA; SIQUEIRA, 2011).
Para Paulo Freire, o objetivo da educação popular em saúde não é formar sujeitos
polidos, que bebam água fervida, mas ajudar as classes mais humildes na conquista de sua
autonomia e de seus direitos (SOUZA et al., 2005).
Para tanto, a educação popular em saúde é pontuada no diálogo e na troca de saberes
entre o educando e o educador, em que o saber popular é valorizado e o ponto principal do
movimento popular em saúde está nas discussões a respeito de temáticas vivenciadas pela
população que levem à mobilização social para uma vida melhor (VASCONCELOS, 2009).
Deste modo, segundo Vasconcelos (2012), a educação popular em saúde é uma
maneira comprometida e participativa de fazer a condução do trabalho educativo orientado
pela perspectiva de efetivação de todos os direitos da população.
A institucionalização da educação em saúde tem início no ano de 2003 e, a princípio,
esteve vinculada à Secretaria da Gestão da Educação e do Trabalho. Alguns anos após,
vinculou-se à Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP). Em 2009 foi criado na
SGEP o Comitê Nacional de Educação Popular em Saúde, que estava dedicado à formulação
da política (BRASIL, 2013).
A Política Nacional de Educação Popular em Saúde foi regulamentada pela Portaria nº
2.761, de 19 de novembro de 2013. Ela vem reafirmar o compromisso com os princípios do
SUS e sugere uma prática pedagógica para ações de promoção, proteção e recuperação da
saúde. Ela traz ainda como princípios o diálogo, a amorosidade, a problematização, a
construção compartilhada do conhecimento, a emancipação, e o compromisso com a
construção do projeto democrático e popular (BRASIL, 2013).
De acordo com o Decreto nº 7.508, a Política Nacional de Educação Popular em Saúde
potencializa os processos criados para enfrentar os desafios atuais do SUS. Ela é essencial,
17
pois suas ações contribuem com a garantia da integralidade, para a incorporação dos modos
populares e tradicionais do cuidado e fortalece a atenção básica (BRASIL, 2013).
2.3 Extensão universitária
A extensão universitária é o processo educativo, cultural e científico que articula o
Ensino e a Pesquisa de forma que viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e a
Sociedade (BRASIL, 2001, p. 5).
O Surgimento da extensão universitária se deu na Inglaterra em meados do século
XIX, tendo como foco orientar a sociedade em geral e ofertar a ela educação continuada. Nos
dias correntes, a extensão universitária tornou-se uma ferramenta social na qual as
universidades se apoiam para efetivarem tal compromisso. Além disso, ela veio servir como
base para impulsionar a ligação entre comunidade e universidade, trazendo benefícios e
conhecimentos para ambas (CARBONARI; PEREIRA, 2007).
Porém, vale ressaltar que as ações extensionistas no Brasil surgiram antes de 1911,
com a instituição da primeira Lei Orgânica do Ensino Superior, através do Decreto 8.659, que
deu às universidades autonomia pedagógica e curricular, sendo essas atividades extensionistas
praticadas em sua maioria pelos movimentos sociais (ALMEIDA, 2015).
Em 1931, mais especificamente no dia 11 de abril, foi criado o Decreto Federal nº
19.851, que estabeleceu o Estatuto da Universidade Brasileira. Com isso, definiu-se que as
atividades extensionistas seriam para difundir conhecimentos úteis à vida. Os anos 60 foram
marcados pela mobilização do povo e, desta vez, as atividades de extensão passaram a ter
foco para a realidade social, cultural, política e econômica do Brasil (CARBONARI;
PEREIRA, 2007).
Em 1968, depois de passados quatro anos do período da ditadura militar, foi
estabelecida e aprovada através da Lei nº 5.540 de 28 de novembro, a reforma universitária.
Essa por sua vez, definiu que o ensino superior deve ser marcado por duas principais
características, a indissociabilidade do ensino e da pesquisa, além do reconhecimento da
extensão como instrumento para realizar melhorias nas condições de vida da população em
geral ou de um grupo comunitário em específico (SILVA; AMORIM, 2013).
Já em 1975, com o plano de trabalho desenvolvido pelo MEC, as atividades
extensionistas tornaram-se uma saída para que as universidades atendessem a população e
também se retroalimentassem, ou seja, recebesse e concedesse conhecimento à sociedade.
Durante os anos 80, os movimentos sociais reapareceram e a universidade passou a utilizar a
extensão como subsídio para a execução de atividades que garantissem os direitos humanos.
18
Em 1987, foi criado o Fórum Nacional de Pró-reitores de Extensão (PROEXT) das
Universidades Públicas Brasileiras, o qual buscava organizar a extensão e discutir um
conceito preciso para ela (CARBONARI; PEREIRA, 2007).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) e o Plano Nacional
de Extensão (1999-2001) voltam com a discussão a respeito da indissociabilidade do ensino,
da pesquisa e da extensão, de tal modo que as universidades refletissem sobre sua função
social (CARBONARI; PEREIRA, 2007; SILVA; MELO, 2010).
No início dos anos 2000, o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior
orientou que as atividades de extensão deveriam trazer consigo os valores educativos,
reforçando a ligação entre o ensino e a pesquisa. Desta maneira, a extensão está em uma
busca permanente de sua função. Ela relaciona-se com a união entre a universidade e a
relação da pesquisa e ensino com as questões de cunho social (CARBONARI; PEREIRA,
2007; SILVA; AMORIM, 2013).
Além disso, vale ressaltar que a extensão universitária surgiu por último no que se
refere às três dimensões constitutivas da rede de ensino superior. Talvez em vista disso, ou
por conta de sua natureza de caráter essencialmente interdisciplinar, ou por realizar suas
atividades em grande escala, que vão muito além de aulas teóricas e práticas e está envolvida
na prestação de serviço a um público amplo que possui características difusas e dissimilares, a
extensão universitária não tenha sido compreendida e implantada nas universidades de
maneira satisfatória, nem para a assistência à população, nem para o conhecimento dos
discentes (PAULA, 2013).
Baseado nisto, coloca-se em evidência a curricularização da extensão universitária,
fruto do Plano Nacional de Educação através da estratégia 12,7, que enfoca que 10% do total
de crédito curricular devem ser preenchidos por atividades extensionistas durante a
graduação, sendo essas principalmente voltadas às atividades sociais de relevância
(IMPERATORE et al., 2015).
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3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Relatar a experiência adquirida, em educação em saúde, a partir da participação em um
projeto de extensão da Universidade Federal de Pernambuco no Centro Acadêmico de Vitória
(UFPE-CAV).
3.2 Objetivos Específicos
Descrever as ações realizadas no projeto de extensão;
Refletir sobre o impacto do projeto no público alvo;
Relacionar o impacto do projeto com a saúde coletiva.
20
4 ARTIGO
O presente trabalho está apresentado no formato de artigo, e será submetido à revista
Saúde em Debate (ISSN 2358-2898), cujas normas para submissão de artigos encontram-se
anexo.
Ações de educação em saúde com crianças de escolas públicas: um relato de experiência
Health education actions with children in public schools: na experience report
Bárbara Fernanda de Arruda Ferreira ¹
Simone do Nascimento Fraga ¹
¹Universidade Federal de Pernambuco – Centro Acadêmico de Vitória; e-mail:
[email protected]; Endereço: Alto São Sebastião, 920, Limoeiro-PE; Contato: (81)
99713-4584
¹ Universidade Federal de Pernambuco – Centro Acadêmico de Vitória; e-
mail:[email protected]
RESUMO
A educação em saúde possui um olhar direcionado à melhoria da qualidade de vida. O
objetivo deste estudo foi relatar a experiência adquirida, em educação em saúde, a partir de
um projeto de extensão. Tratou-se de uma experiência embasada em um estudo descritivo e
observacional, realizado em duas escolas de Vitória de Santo Antão (PE), entre 2014 a 2016,
utilizando as temáticas, higiene, meio ambiente, nutrição e exercício físico. As ações
aplicadas tiveram resultados satisfatórios, sendo possível levar o conhecimento às crianças.
Conclui-se que as atividades extensionistas de educação em saúde com crianças trazem
benefícios, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, além de aproximar a
universidade da comunidade.
Palavras chave: Educação em saúde; Promoção da saúde; Relações comunidade instituição;
Saúde na escola
21
ABSTRACT
Health education has a focus on improving the quality of life. The objective of this
study was to report the experience in health education, based on an extension project. It
was an experience based on a descriptive and observational study, carried out in two
schools in Vitória de Santo Antão (PE), between 2014 and 2016, with the themes of
hygiene, environment, nutrition and physical exercise. The applied actions had
satisfactory results, being able to bring the knowledge to the children. It is concluded
that the extension activities in health education with children bring benefits,
contributing to the improvement of the quality of life, and bringing the university closer
to the community.
Keywords: Health education; Health promotion; Community-institutional relation;
School health services.
INTRODUÇÃO
O que estamos habituados a fazer em relação à saúde é apenas nos preocuparmos
em tratar a doença quando ela já nos acometeu, mas porque não nos preocupamos em
fazer algo pela nossa saúde que evitasse o nosso adoecimento? Para isso existe a
educação em saúde.
Segundo o Ministério da Saúde, educação em saúde é o processo educativo de
edificação de conhecimentos em saúde que visa à apropriação temática pela população,
e não a profissionalização ou a carreira na saúde. Além disto, ela se constitui em um
conjunto de práticas da esfera que coopera para elevar a autonomia dos indivíduos no
seu cuidado e no debate com os gestores e os profissionais, a fim de alcançar uma
atenção à saúde de acordo com suas necessidades (BRASIL, 2009).
As primeiras ações em educação junto à saúde, no Brasil, ocorreram em meados
do século XIX e surgiram com o intuito de mudar o perfil sanitário das famílias da elite
brasileira. Por volta do século XX, o Estado foi, de certa maneira, forçado a elaborar as
primeiras ações no campo da saúde para poder lutar contra as doenças pestilentas que
maltratavam as classes populares e atingiam diretamente a economia do país, pois os
navios mercantes deixaram de fazer escalas no Brasil (SILVA, 2012 p.3-20).
Assim como no século XX, nos dias atuais a educação em saúde continua com o
mesmo propósito, o de melhorar a qualidade de vida da população através da
informação. Mesmo que no princípio essa informação acontecesse de forma em que a
liberdade e os saberes dos indivíduos não fossem considerados, porém a educação em
22
saúde atualmente busca promover a saúde da população levando em consideração toda a
sua carga de conhecimento, transformando as pessoas em protagonistas da sua mudança
de hábitos, visando melhora da sua qualidade de vida (FERNANDES; BACKES, 2010).
A educação deve ser uma prática da liberdade do ser humano, na qual os
conhecimentos são compartilhados entre os sujeitos que desvelam a realidade, a
conhecem criticamente e a recriam. Deste modo, a escola é o lugar ideal para se
desenvolver programas da Promoção e Educação em Saúde de amplo alcance e
repercussão, já que exerce uma grande influência sobre seus estudantes nas etapas
formativas mais importantes de suas vidas (GONÇALVES et al., 2008).
A educação em saúde deve levar em consideração as condições socioeconômicas
e a cultura da população, proporcionando, assim, uma troca de conhecimentos, e não
apenas um repasse de informações.
No ano de 2006, foi publicada a Política Nacional de Promoção da Saúde
(PNPS) e foi redefina em 2014 pela Portaria Ministerial nº 2446, que trouxe um
conceito mais amplo para a Política "promover a equidade e a melhoria das condições e
modos de viver, ampliando a potencialidade da saúde individual e coletiva, reduzindo
vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes sociais, econômicos,
políticos, culturais e ambientais”. Com essa redefinição, a PNPS assegura os princípios
e as diretrizes estabelecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) (CONASS, 2014).
Também em 2006, a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) foi aprovada
por meio da Portaria nº 648, configurando a atenção básica como um conjunto de ações
à saúde, tanto no cenário individual como no coletivo, abrangendo a promoção e
proteção de agravos. Em 2012, a PNAB é reafirmada pelo Ministério da Saúde, tendo
alguns conceitos atualizados e novos elementos referentes à Atenção Básica na
ordenação de Redes de Atenção são também introduzidos. A promoção da saúde acaba
por consolidar-se na estratégia da saúde da família e reforça os princípios do SUS,
principalmente o da integralidade e o da participação social (HEIDEMANN et al.,
2014).
A promoção da saúde representa uma estratégia esperançosa para enfrentar os
vários problemas de saúde que afetam as populações e seus entornos ao fim deste
século, propondo uma junção de conhecimentos técnicos e populares e a mobilização de
recursos institucionais e comunitários, públicos e não públicos, para sua resolução e
enfrentamento (BUSS, 2000).
23
A promoção em saúde, também faz parte do compromisso social das
universidades. Porém, uma das dificuldades dessas instituições é que os resultados e
produtos provenientes das pesquisas raramente chegam com rapidez à população em
massa. Esse é um processo longo que depende dos procedimentos que envolvem editais
de financiamento para a execução da pesquisa, desenvolvimento da pesquisa
(experimental ou não), publicação de resultados e/ou patentes (produtos) gerados.
Assim, a população mais carente tende a enxergar a universidade como uma
instituição cuja função é apenas aquela formadora de novos profissionais para o
mercado de trabalho. Enquanto isso, a população espera muito mais das instituições de
ensino superior. Isso quer dizer que é urgente a atuação da universidade na sociedade,
seja por meio de pesquisa ou de projetos de extensão. Assim, é óbvia a importância de
ações extensionistas, visto que essa é a maneira da universidade dar um retorno rápido,
simples e prático à sociedade.
Levar conhecimento, informações didáticas, lúdicas e com linguagem adequada
à população é capaz de contemplar a sociedade com promoção da educação, da saúde e,
consequentemente, com qualidade de vida. Assim, as ações educativas em saúde passam
a ser definidas como um processo que tem como meta realizar capacitações individuais
ou grupais, que visem para cooperar na melhoria das condições de vida e saúde da
sociedade (KAWAMOTO, 1995), tendo que estimular essa população a realizar uma
reflexão crítica das motivações dos seus problemas,assim como, das ações necessárias
para sua resolução (MACIEL, 2009).
O presente estudo teve como objetivo relatar a experiência adquirida, em
educação em saúde, a partir da participação em um projeto de extensão da Universidade
Federal de Pernambuco no Centro Acadêmico de Vitória (UFPE-CAV).
MATERIAIS E MÉTODOS
Estudo descritivo e observacional baseado em um relato de experiência de um
projeto de extensão, realizado em duas escolas municipais de Vitória de Santo Antão
(PE), ambas de pequeno porte, entre os anos de 2014 a 2016.
O local de estudo foi uma escola na comunidade Maués e a outra na comunidade
Caiçara. O público alvo desse estudo foi crianças de 4 a 7 anos, vinculadas às escolas
das comunidades escolhidas.
O projeto de extensão ao qual se refere este estudo visava ajudar na melhoria dos
hábitos comportamentais das crianças por meio da educação em saúde. Contou com a
24
participação de estudantes de diversos cursos de graduação do Centro Acadêmico de
Vitória da Universidade Federal de Pernambuco (CAV-UFPE), tais como Nutrição,
Educação Física, Ciências Biológicas e Saúde Coletiva.
Serão relatadas as principais ações realizadas nas escolas municipais
participantes do estudo, bem como o impacto que elas tiveram sobre o público alvo.
As ações de extensão foram divididas em quatro frentes para que elas fossem
realizadas de acordo com a realidade vivida pelas crianças. As quatro frentes foram: (1)
higiene, (2) meio ambiente, (3) nutrição e (4) exercício físico. Antes que essas ações
acontecessem, foi realizada uma ação de diagnóstico para identificar o conhecimento
das crianças a respeito dos temas que seriam trabalhados mais adiante e, a partir de
então, foi possível também perceber qual a realidade em que elas viviam, para que
assim, as ações referentes às frentes fossem planejadas. Os conteúdos de cada frente
foram trabalhados de forma lúdica, dinâmica e de forma que as crianças
compreendessem os temas trabalhados. Todas as ações foram desenvolvidas com o
auxílio das professoras das escolas participantes.
Avaliações periódicas eram feitas a respeito das ações desenvolvidas. Estas se
davam por meio de diálogos com as professoras, sendo possível fazer ajustes nas ações
para que assim os estudantes interagissem e construíssem seu conhecimento de uma
maneira mais efetiva.
Este projeto contou com a anuência da Secretaria de Saúde de Vitória de Santo
Antão - PE. O projeto está de acordo com a Resolução nº 510 de 7 de abril de 2016 do
Conselho Nacional de Saúde, que trata a respeito da Ética na pesquisa de ciências
humanas e sociais (BRASIL, 2016).
Ação de Diagnóstico
Essa ação foi realizada com todas as turmas do ensino fundamental 1,
totalizando 4 turmas em cada escola. Em um primeiro contato com as crianças,
apresentou-se a proposta do projeto e cada componente do projeto de extensão, tudo
isso para que fosse criado um vínculo com os estudantes e professores das escolas.
O diagnóstico foi feito através de atividades lúdicas, com perguntas e respostas.
Todas as perguntas eram referentes a questões do cotidiano delas, tais como “você lava
as mãos antes de fazer as refeições? Quantas vezes você escova os dentes por dia? É
importante ter uma alimentação saudável?” A partir das respostas, perceberam-se quais
25
eram seus hábitos e, a partir deste momento, elaboraram-se as ações de acordo com cada
tema.
Ação sobre Higiene – A Lavagem das mãos
Após o diagnóstico, esta foi a primeira atividade desenvolvida. Para sua
realização, desenvolveu-se uma atividade de adivinhar com os estudantes, na qual um
detergente foi colocado dentro de uma caixa, a qual circulou toda a sala afim de que os
estudantes descobrissem o que havia dentro. Logo que foi descoberto o que havia dentro
da caixa, as crianças foram indagadas para qual a serventia do detergente e, à medida
que elas respondiam mais perguntas eram feitas, até que todas elas pudessem
compreender bem o tema proposto na ação.
Logo em seguida, demonstrou-se aos estudantes como se lava as mãos da
maneira adequada. Na escola da comunidade Caiçara, os estudantes extensionistas
foram divididos em dois grupos, e cada um responsabilizou-se por realizar a ação em
duas salas de aula. Na comunidade de Maués, a ação aconteceu no pátio da escola, com
todas as turmas envolvidas no projeto, e todos os estudantes extensionistas juntos para a
sua realização. Logo após a brincadeira de adivinhação, das perguntas e respostas e da
demonstração de como se devem lavar as mãos, os extensionistas separaram os
estudantes em grupos e cada extensionista levou um grupo para lavar as mãos da
maneira que foi demonstrada.
Ação sobre Higiene Bucal – Jacaré com dor de dente
Também da frente de higiene, essa foi uma das ações que os estudantes mais
interagiram com os extensionistas. Para a realização desta ação, foi produzido um teatro
de fantoches, no qual todos os personagens foram feitos de Espuma Vinílica Acetinada
(EVA). A história: Jacaré com dor de dente é de autoria de Adriana Mendes da Fonseca
e a sala de aula foi organizada em semicírculo para que, deste modo, todos os estudantes
pudessem se envolver e participar mais durante toda a ação (ANEXO A). A perspectiva
dessa ação era mostrar para as crianças qual a importância de ter uma boa higiene bucal
e de escovar os dentes, ao menos três vezes ao dia. Desse modo, tanto na escola de
Caiçara como na de Maués, a ação aconteceu dentro das salas de aula e sempre com o
auxílio das professoras. A ação foi finalizada com uma parte prática, que teve como
intuito o aprendizado, por parte das crianças, da maneira mais adequada para realizar a
escovação.
26
Ação sobre Nutrição – Teatro das frutas
Assim como na ação sobre higiene bucal, nesta também foi realizado um teatro,
utilizando frutas como personagens. Utilizou-se também a sala de aula organizada em
semicírculo para a interação dos estudantes. Para isso, foram utilizadas frutas in natura
e a ação tinha como proposta fazer as crianças terem a consciência da importância de ter
uma alimentação saudável. Depois do teatro, as crianças foram questionadas sobre
assuntos que foram abordados na peça. Perguntas do tipo “por que é importante comer
alimentos saudáveis?” e “por que frutas e verduras fazem bem à saúde?” foram
realizadas.
Após os estudantes mostrarem todo seu interesse pela ação e pelo tema
trabalhado, foi sugerido que fizessem uma troca de seus lanches. É importante salientar
que a merenda escolar não foi substituída pelas frutas levadas pelo grupo de extensão,
mas apenas serviu de complemento no dia em questão. Os extensionistas tinham frutas
comuns como laranjas, bananas e abacaxi, e a ideia era que as crianças trocassem seus
lanches pelas frutas.
Ação sobre Meio Ambiente - Prevenção dos agravos gerados pelo mosquito Aedes
aegypti
Esta ação aconteceu no mês de abril de 2015, período em que houve o surto de
dengue, zika e chikungunya (arboviroses) no estado de Pernambuco e, por esse motivo,
ela foi uma das ações de maior importância dentro do projeto de extensão, pois os
estudantes puderam colocar em prática, imediatamente, tudo que aprenderam na ação.
Para que as crianças pudessem ter a noção de qual é a situação de um indivíduo
acometido pelas arboviroses, foi utilizado um boneco de EVA produzido pelo grupo de
extensão. Durante uma conversa com as crianças, e com o auxílio das professoras, fora,
mostrados os principais sintomas desses três agravos à saúde. Além disso, também
mostrou-se às crianças a importância de manter o ambiente limpo e livre de qualquer
objeto que possa acumular água parada que cause a proliferação do mosquito
transmissor da dengue, zika e chikungunya, como por exemplo, reservatórios de água
destampados; garrafas com o gargalo para cima e sem tampa; pneus acondicionados de
maneira imprópria.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
27
Durante todas as atividades educativas realizadas nas escolas, notou-se tanto o
envolvimento dos os estudantes do fundamental I, como também dos professores.
Percebeu-seque as crianças já possuíam uma carga de conhecimento a respeito dos
temas trabalhados, porém, sobre o que elas relataram possuir maior conhecimento, foi o
que tratou sobre a dengue, zika e chikungunya.
O conhecimento prévio das crianças a respeito das questões trabalhadas fez com
que a participação delas tenha acontecido de maneira mais eficiente, havendo, deste
modo, uma melhor compreensão do conteúdo abordado. Como consequência, a
multiplicação das informações entre o público alvo é capaz de aumentar, de certo modo,
o conhecimento dele sobre a temática.
Dentro desse contexto, identificou-se que, além dos estudantes, os professores
exerciam um importante e essencial papel na educação em saúde, pois eles atuaram
como mediadores, na transmissão de conhecimento ao público alvo. Sendo assim,
entende-se que, não apenas as ações eram responsáveis pela transmissão do
conhecimento, mas que essas precisavam ser trabalhadas de maneira conjunta e
contínua.
A ação que tratou sobre lavagem das mãos ocorreu de maneira distinta, mesmo
utilizando-se apenas uma metodologia. Isto ocorreu devido à estrutura das escolas, visto
que uma delas não possuía abastecimento de água da rede pública, o que levou a equipe
a desenvolver a ação dentro da sala de aula, tendo como material de apoio bacias e
copos.
Diante do exposto, o fornecimento apropriado de água, no que se refere à
qualidade e quantidade, é primordial para que haja um desenvolvimento
socioeconômico local, fazendo com que isso reflita diretamente nas condições de bem
estar e saúde da comunidade, o que vem preocupando os gestores públicos, visto que, a
água e suas condições estão associadas a diversas enfermidades, tais como doenças
infecto-parasitárias, arboviroses, entre outras (RAZZOLINI; GUNTHER, 2008).
Na primeira escola, através de relatos verbais, os estudantes referiram conhecer a
importância da higienização das mãos, porém, grande parte deles relatou que não fazia a
lavagem das mãos como rotina diária. Na segunda escola, as crianças também
demonstraram saber da importância das lavagens das mãos, contudo, diferente das
crianças da primeira escola, muitas delas sabiam higienizar corretamente as mãos, o que
facilitou a execução da ação desenvolvida.
28
A correta lavagem das mãos tem sido um importante fator na prevenção e
controle de infecções. A literatura relata que nos ambientes escolares, ela vem
reduzindo o número do absenteísmo das crianças na escola, justificado pela redução na
taxa de doenças contagiosas (BRASIL, 2009; LUBY et al., 2011; VINDIGNI; RILEY;
JHUNG, 2011; LAU et al., 2012).
Vale ressaltar que o Brasil foi considerado pela Global Hygiene Council o país
que mais se importa com a higiene pessoal e, consequentemente, é um dos países com
menor índice de infecções por contaminação. Neste contexto, a lavagem correta das
mãos é fundamental para a manutenção e redução destas taxas (LOPES, 2012).
Com base na importância da higiene para a saúde da criança, o Ministério da
Educação e Desporto relata algumas atitudes que colaboram na prevenção de doenças,
entre elas se encontra a lavagem das mãos, que deve ser aplicada pelas crianças
principalmente antes e depois da alimentação e de utilizar o banheiro (SOUZA, 2016).
A ação de higiene bucal realizou-se de forma lúdica, assim como as demais.
Porém, esta foi a que mais atraiu a atenção do público alvo, talvez pelo recurso
utilizado, o fantoche, algo infantil que chamou a atenção das crianças, fazendo com que,
de maneira descontraída, a transmissão de conhecimento fosse realizada.
Durante a ação, as crianças tiveram dificuldade ao realizar a escovação, porém
algumas delas entendiam a maneira correta da higienização bucal, enquanto outras
relatavam não compreenderem o que lhes foi ensinado. Desta maneira, a ação de saúde
bucal precisou ser mais explorada, visando que todas as crianças assimilassem a função
e a importância do ato de escovação, para que, desta forma, os resultados obtidos
fossem satisfatórios, incentivando essas crianças a estabelecerem e manterem a rotina
no seu dia a dia.
A literatura anuncia que a ação lúdica sobre escovação em ambiente escolar é
eficaz. Nesse mesmo foco lúdico, um estudo realizado no ambiente escolar
pernambucano mostrou também que houve mudança na qualidade da escovação entre as
crianças, no qual a taxa de escovação inadequada reduziu de 20,7% para 4,1% e a taxa
de escovação regular de 62,1% para 49,7%. Além disso, ocorreu um aumento
significativo no índice de escovação eficaz, que era de 8,9%, e aumentou para 32%
(SIGAUD et al., 2016).
A ação que tratou sobre nutrição ocorreu de maneira diferenciada. Os
extensionistas sugeriram às crianças uma troca de lanches não saudáveis por frutas, o
que aconteceu ao fim da ação do teatro das frutas, que foi o momento em que foi
29
mostrado às crianças a importância de se manter uma alimentação saudável, e quais os
benefícios que ela traz.
Assim que a proposta da troca dos lanches foi anunciada, as crianças das duas
escolas, sem hesitar, trocaram os seus lanches pelas frutas, o que configura que essas
crianças, se estimuladas, estariam dispostas a adotarem uma alimentação mais saudável
em seu cotidiano.
Acredita-se que essa troca tenha ocorrido por alguns fatores, tais como: (1) que
elas compreenderam de fato qual a importância de uma alimentação saudável; (2) pelo
incentivo que foi dado às crianças pelas professoras, e (3) por ser, de certa forma, um
desafio para elas saírem do seu habitual, pois muitas delas relataram que não tinham o
costume de consumir frutas e verduras no seu dia a dia.
Nos primeiros anos de vida, uma nutrição adequada é crucial para o crescimento
e desenvolvimento saudável, e uma alimentação inadequada pode acarretar em
deficiências nutritivas ou excesso de nutrientes indesejados, pois, nessa idade, há uma
imaturidade fisiológica e imunológica (CARVALHO et al., 2015).
Carências nutricionais acarretam doenças que elevam as chances das crianças
apresentarem diarreia e infecções, podendo comprometer o desenvolvimento de
sistemas importantes do corpo, como o sistema nervoso, podendo levar a complicações
intelectual, visual ou mental (CARVALHO et al., 2015).
Sendo assim, a alimentação das crianças em fase escolar precisa ser na
quantidade e qualidade adequadas para seu desenvolvimento, além do fato da
alimentação saudável refletir não apenas durante a infância, mas ao longo vida adulta
(CARVALHO et al., 2015).
A ação a respeito da prevenção dos agravos gerados pelo mosquito Aedes
aegypti foi dividida em dois momentos, teórico e prático. No teórico foi abordado
conceitos, riscos, profilaxia e tratamento, já o momento prático, foi um momento lúdico,
trabalhado a partir dos principais sinais e sintomas dos três agravos trabalhados (dengue
zika e chikungunya).
Após a realização da ação, as crianças relataram que alguns de seus familiares
tinham sido acometidos por algum desses agravos. Os extensionistas escutaram
atentamente cada um dos relatos das crianças e, ao final, foi reforçada a importância da
prevenção desses agravos, dando exemplos práticos sobre como prevenir a proliferação
do mosquito, e de como proceder quando algum sinal ou sintoma for identificado,
fazendo com que, de maneira bem descontraída, as crianças sejam incentivadas a
30
colocarem em prática, em suas casas, as maneiras de se prevenir da dengue, zika ou
chikungunya.
A prevenção atual das arboviroses está associada ao combate dos vetores
(mosquitos) intra e extradomiciliares, bem como à eliminação dos possíveis criadouros
(água parada). Por tudo isso, as crianças precisam ser orientadas e incentivadas, para
que, dessa maneira, elas possam identificar e descartar as fontes de criação e reprodução
dos vetores e, assim, contribuírem para a prevenção das arboviroses (MANIEIRO et al.,
2016; SOARES et al., 2017).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As atividades extensionistas são de grande relevância para a saúde coletiva, pois
através delas podem ser levado a grupos populacionais conhecimento de informações
importantes para a sua vida, como por exemplo, para a sua saúde, como foi o caso desse
estudo.
Na idade escolar, as crianças estão em fase de construção de conhecimentos,
sendo esses primordiais para sua vida. Neste momento a escola é facilitadora para tal.
Nesta fase, a incorporação de hábitos adequados no dia a dia permitirá que, na idade
adulta, esses indivíduos sejam mais conscientes e escolheram promover a saúde, e não
apenas a tratar.
Desta forma, conclui-se que as atividades extensionistas de educação em saúde
com crianças trazem benefícios, visto que o acesso à informação poderá melhorar a
qualidade de vida e promover a saúde.
Ademais, a participação e a realização de atividades de extensão é capaz de
oferecer uma formação crítica diante dos problemas sociais, aproximar a relação entre a
universidade e a sociedade e, de certo modo, proporcionar a divulgação dos
conhecimentos adquiridos dentro dos muros da universidade.
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ANEXOS
ANEXO A – ANUÊNCIA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE ESCOLA
DE CAIÇARA
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ANEXO B – ANUÊNCIA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE ESCOLA
DE MAUÉS
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ANEXO C- HISTÓRIA JACARÉ COM DOR DE DENTE
Jacaré com dor de Dente???
Joca era um jacaré que se achava muito esperto.
Mas, desconfio que Joca não era tão esperto assim.
Certo dia, Joca acordou com uma terrível dor de dente.
Jacaré com dor de dente?
É pra você ver, até jacaré tem dor de dente.
A dor era terrível. Joca rolava pra lá e pra cá.
Se tentava comer:
_ aiaiaiaiaiaiaiai!
_ Dói demais
Se tenta beber:
_ uiuiuiuiuiuiuiui!
_ Como dói.
Joca estava desesperado, não sabia mais o que fazer, e até começou a chorar.
Jacaré também chora?
É pra você ver, até jacaré chora quando sente muita dor.
Foi aí que eu apareci.
Eu, o Dente!
Mas dente fala?
É pra você ver, o que a gente não faz para ajudar um amigo.
Mas voltando para a história, pulei da boca do Joca e lhe dei um sermão:
_Tá com dor de dente?
_Bem feito!
Joca me olhou com uma cara de: “Não estou entendendo nada!”
_ Você é o meu dente? Pergunta Joca.
Então, respondi
_ Sim! Sou seu dente e vim aqui fazer uma reclamação!
_ Você não cuida da gente!
Joca fez uma cara de sem graça, aquela que a gente faz quando fez algo de errado.
_ Mas, o que eu fiz pra merecer... aiaiaiaiauiuiuiui.... essa doooooooor. Disse Joca
gemendo de dor.
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Eu disse:
_ Joca, você não está cuidando dos seus dentes!
_ Não entendi! Disse Joca perplexo.
_ Eu como um montão de coisas.
Então, respondi:
_ Sim, e nós ajudamos. Cortando, rasgando e amassando toda essa comida, mas o que
eu quero dizer é que você só come, come, come...!
_ E NÃO CUIDA DE NÓS!
Eu disse, gritando.
Dente também fica bravo?
É pra você ver. Até dente fica bravo às vezes,
mas voltando para a história...
Eu disse:
_ Sabe quem anda passeando nos seus dentes?
_Bactérias, tártaro, cáries!
A galera do mal que lentamente vão abrindo buraquinhos e estragando seus dentes.
Joca estava uma fera e gritou:
_ CADÊ ELES, CADÊ ELES? Me diz que eu pego todos eles. Sou muito esperto e vou
acabar com essa galera do mal!
_ Bom! _Eu falei
_Você não tem nada de esperto Joca. Está deixando esses vilões acabarem com a gente!
_ Sabe Joca, esses inimigos dos dentes não são grandalhões.
_ NÃÃÃÃÃO??? Disse Joca surpreso.
Eu continuei...
_ São pequeniniiiiiiiiinhos, microscópios!
_ Não dá pra gente ver, mas estão lá, roendo os dentes sem parar!
_ Mas o que eu posso fazer para acabar com esses monstros? Ops! Monstrinhos?
Perguntou Joca suplicando.
Respondi:
_ É fácil, Joca! É só chamar a galera do bem. Os super amigos dos dentes!
E dente tem super amigo?
É pra você ver.
Até dentes tem super amigos, mas voltando para a história...
_ Essa turma é imbatível!
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_ Ah, é? E quem são eles? Me conta, me conta! Disse Joca muito curioso.
Esclareci:
_ O primeiro é o Dentista!
_ Vou te contar, esse é ô cara!
Ele cuida, trata, limpa e mantém os dentes sempre saudáveis e te dá dicas legais para
cuidar dos dentes e adora receber sua visita. Mas às vezes a gente esquece-se de ir com
frequência. O ideal e visitá-lo de seis em seis meses!
_ Mas onde encontro um desses? Indagou Joca.
_ Ah! É fácil! Eu te indico um ótimo, tem também garotas dentistas, são tão lindas!...
Quer dizer...
cuidadosas!
Continuei:
_ Mas, tem mais amigos do bem!
_ Tem o trio imbatível!
Eu acho que até que são os três mosqueteiros, tipo...
Um por todos!
E todos por Um!
Que dá um chega pra lá na galera do mal!
_ É? E quem são eles? Perguntou o curioso Joca.
_ Dona Escova, Seu Pasta de Dente e o Seu Fio Dental!
Nunca se separam, gostam de trabalhar em equipe.
Todos os dias, após as refeições eles entram em ação!
Continuei:
_ Dona Escova e Seu Pasta se juntam e limpam toda a sujeira que encontram no
caminho, deixando os dentes limpos, brilhantes e com um cheirinho... booomm!
_ Mas e o Seu Fio? Indagou Joca.
_ Ah! Ele completa o serviço, limpando nos lugares mais difíceis, entre os dentes, onde
Dona Escova e Seu Pasta não conseguem entrar.
_ É Jacaré, com os Três Mosqueteiros e seu amigo Dentista (ou amiga), não há galera
do mal que resista. Seus dentes vão ficar incríveis, ou seja, eu vou ficar liiiiiiiindo!
Finalizei.
_ Puxa! Gostei das dicas! Disse Joca
Então, me despedi:
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_ É isso aí, já vou indo! Se cuida jacaré!
E Joca me interrompeu:
_ Opa! Espere aí! Você disse que ia me indicar um Dentista!
_ Claro!
(mostra o cartão do dentista)
_ Alô! Por favor, aqui é o Joca, o jacaré, quero marcar uma consulta!
Mas, jacaré vai ao dentista?
É pra você ver, até jacaré vai ao dentista.
E você??
Autora: Adriana Mendes da Fonseca
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ANEXO D – NORMAS DA REVISTA
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