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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA MARIA HELENA DO NASCIMENTO CÂNCER INFANTOJUVENIL: ANÁLISE DA QUALIDADE DOS DADOS DO REGISTRO DE CÂNCER DE BASE POPULACIONAL DE UMA CAPITAL DO NORDESTE RECIFE 2016

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ......dimensões da qualidade da base de dados do RCBP do Recife foi baseada na Publicação Técnica nº 43 da IARC e revelou que, com exceção

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

MARIA HELENA DO NASCIMENTO

CÂNCER INFANTOJUVENIL: ANÁLISE DA QUALIDADE DOS DADOS DO

REGISTRO DE CÂNCER DE BASE POPULACIONAL DE UMA CAPITAL DO

NORDESTE

RECIFE

2016

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MARIA HELENA DO NASCIMENTO

CÂNCER INFANTOJUVENIL: ANÁLISE DA QUALIDADE DOS DADOS DO

REGISTRO DE CÂNCER DE BASE POPULACIONAL DE UMA CAPITAL DO

NORDESTE

RECIFE

2016

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado

Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em

Saúde Coletiva do Centro de Ciências da Saúde

da Universidade Federal de Pernambuco, como

requisito para obtenção do título de mestre.

Linha de pesquisa: Morbimortalidade,

Atenção à Saúde e Qualidade de Vida

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Solange Laurentino

dos Santos

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Catalogação na Fonte

Bibliotecária : Mônica Uchôa, CRB4-1010

N244c Nascimento, Maria Helena.

Câncer infantojuvenil: análise da qualidade dos dados do registro de câncer de base populacional de uma capital do Nordeste / Maria Helena do Nascimento. – 2016.

103 f.: il.; tab.; quad.; 30 cm.

Orientadora: Solange Laurentino dos Santos . Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, CCS, Programa de Pós-Graduação Integrado em Saúde Coletiva. Recife, 2016.

Inclui referências, apêndices e anexos.

1. Neoplasias. 2. Criança. 3. Adolescente. 4. Vigilância epidemiológica. 5. Registros de doenças. I. Santos, Solange Laurentino dos (Orientadora). II. Título. 614 CDD (23.ed.) UFPE (CCS2017-037)

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MARIA HELENA DO NASCIMENTO

CÂNCER INFANTOJUVENIL: ANÁLISE DA QUALIDADE DOS DADOS DO

REGISTRO DE CÂNCER DE BASE POPULACIONAL DE UMA CAPITAL DO

NORDESTE

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado

Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em

Saúde Coletiva da Universidade Federal de

Pernambuco, como requisito para obtenção do

título de mestre.

Dissertação aprovada em 25 de agosto de 2016.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________

Prof.ª Drª. Solange Laurentino dos Santos (Orientadora)

Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

_______________________________________________________

Prof.ª Drª. Albanita Gomes da Costa de Ceballos (Avaliadora Interna)

Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

_______________________________________________________

Prof.ª Drª. Magaly Bushatsky (Avaliadora Externa)

Universidade de Pernambuco - UPE

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Aos meus pais, Josefa e Alexandre, pelo amor e apoio incondicionais.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo Seu infinito amor para conosco.

À minha família: pais, tias, tios, primas e primos, próximos ou distantes

geograficamente.

À coordenadora Sandra Valongueiro Alves, à vice-coordenadora Thália Velho

Barreto de Araújo e aos funcionários do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva

(PPGSC) do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal de Pernambuco

(UFPE), em especial a José Moreira de Oliveira, pela sua constante disposição em ajudar os

estudantes.

À minha orientadora, Solange Laurentino dos Santos, pela sua paciência, dedicação e

sensibilidade e por ter compartilhado o seu conhecimento comigo durante a elaboração desta

dissertação e o estágio de docência. Serei sempre grata por ter sido instruída por uma professora

de tamanha competência.

Aos professores do PPGSC, que me estimularam a expandir meus conhecimentos a

partir da observação de suas expertises e experiências demonstradas em sala de aula.

Aos colegas da turma de mestrado, especialmente à Isabela Lucena, que se manteve

presente nos momentos alegres e nos difíceis, na doença e na saúde, ofertando a mim a sua

amizade, o seu bom humor, a sua escuta e seus conhecimentos em fisioterapia. A José Lancart,

cujas caronas facilitaram o meu deslocamento entre a Secretaria Estadual de Saúde de

Pernambuco (SES-PE) e a UFPE durante o curso.

Às professoras Albanita Ceballos, Marília Teixeira e Magaly Bushatsky, por

colaborarem com este trabalho. As orientações recebidas no exame de qualificação foram

imprescindíveis para o delineamento e desenvolvimento desta pesquisa, assim como as

contribuições advindas do momento de defesa da dissertação.

À Cláudia Castro, à Terezinha Aquino e à equipe da Divisão de Vigilância das

Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT) e Promoção da Saúde do setor de

Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde do Recife, por me acolherem para um estágio no

serviço e por sempre se mostrarem disponíveis a me auxiliar no desenvolvimento desta

pesquisa.

À SES-PE, na pessoa de Roselane Hans, diretora-geral de controle de doenças e

agravos, por permitir que eu continuasse trabalhando enquanto cursava o mestrado acadêmico.

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A todas as colegas da Gerência de Prevenção de Controle de Agravos Agudos,

especialmente à Ana Antunes, Camila Vasconcelos, Jucilda Rodrigues, Erlandia Oliveira,

Alice Rodovalho e Sandra Albuquerque, pelos conhecimentos adquiridos durante o período

no qual trabalhamos juntas, pela torcida no ingresso do mestrado e pelo apoio no decorrer do

primeiro ano do curso. À Shirllany Gomes, pela sua disposição e paciência em me ensinar as

atividades do serviço no meu primeiro contato substancial com a vigilância epidemiológica e

por sempre me incentivar à vida acadêmica.

Aos mestres da minha querida Universidade de Pernambuco, instituição que

proporcionou a minha formação nos cursos de Bacharelado em Enfermagem, Especialização

em Saúde Pública e Residência em Saúde Coletiva e cujos professores serviram como guias no

meu percurso pela área da Saúde Coletiva: Itamar Lages, Alexandre Beltrão e Maria Dilma

Alencar Barros. À profa. Dilma agradeço também a disponibilidade em me auxiliar nos

momentos de incertezas quanto ao objeto desta dissertação.

Aos meus queridos amigos “de escola”: Arthur Oliveira, Camila Cunha, Evelin

Menor e Patricia de Almeida, cuja amizade e companheirismo dedicados a mim já perduram

por quase duas décadas.

À Azenath Helena, Juliana Barata, Leidiane Francis, Mariana Boulitreau, Natália

Benedito, Poliana Brito e Pollyana Maciel, que, dentre 60 estudantes que cursavam a

graduação em Enfermagem, se tornaram para mim mais do que apenas colegas de faculdade,

transformaram-se em amigas para a vida.

Sou grata também por todas as oportunidades surgidas e dificuldades enfrentadas

durante o período do mestrado, pois tudo que aparece em nosso caminho nos conduz para o

crescimento e aprimoramento pessoal, que, juntamente com o auxílio ao próximo, deve ser o

objetivo final de qualquer conhecimento adquirido.

“Não há caminho errado. O aprendizado e a experiência estão em todos os caminhos.”

(Zíbia Gasparetto)

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"Não se Cuida efetivamente de indivíduos sem

Cuidar de populações, e não há verdadeira Saúde

Pública que não passe por um atento Cuidado de

cada um de seus sujeitos."

(José Ricardo Ayres)

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NASCIMENTO, M. H. Câncer infantojuvenil: análise da qualidade dos dados do registro de

câncer de base populacional de uma capital do Nordeste. Dissertação (Mestrado Acadêmico em

Saúde Coletiva) - Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Universidade Federal de

Pernambuco, Recife, 2016.

RESUMO

O câncer infantojuvenil acomete crianças e adolescentes de zero a 19 anos de idade e

corresponde a aproximadamente 3,0% de todas as neoplasias malignas. A incidência da doença

na população é monitorada pelos registros de câncer de base populacional (RCBP), que

possuem um papel fundamental na vigilância do câncer. Existem poucos RCBP infantojuvenis

em atividade no mundo. Além disso, os dados produzidos pelos RCBP dos países em vias de

desenvolvimento frequentemente apresentam problemas quanto à sua qualidade. Dessa forma,

o objetivo desta dissertação é analisar a qualidade da base de dados do RCBP do Recife a partir

dos casos de câncer infantojuvenil de acordo com as recomendações da Agência Internacional

para Pesquisa do Câncer (IARC). Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal. A

população foi composta pelos casos de câncer em crianças e adolescentes de zero a 19 anos de

idade residentes no Recife no período de 2002 a 2010. Os dados foram provenientes do RCBP

da Secretaria de Saúde do Recife. Os resultados do estudo demonstraram que existem 20 RCBP

infantojuvenis em atividade no mundo, concentrados, principalmente, na Europa. Esses

registros foram implantados tardiamente na América Latina, Oceania e África. A análise das

dimensões da qualidade da base de dados do RCBP do Recife foi baseada na Publicação

Técnica nº 43 da IARC e revelou que, com exceção da oportunidade dos dados, o registro

conseguiu manter-se dentro dos parâmetros sugeridos pela agência no período em estudo. Além

de contribuir para o planejamento da assistência à saúde, os RCBP infantojuvenis possuem o

potencial de fortalecer a rede de apoio comunitário, auxiliando os pacientes e seus familiares

ou cuidadores a passarem pelo momento do adoecimento. Recomenda-se visibilizar a

população entre zero e 19 anos de idade na Política Nacional de Atenção Oncológica,

incentivar/promover a criação de RCBP infantojuvenis no Brasil e fortalecer a vigilância do

câncer através de incremento nos recursos repassados aos RCBP do País.

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Palavras-chave: Neoplasias. Criança. Adolescente. Vigilância epidemiológica. Registros de

doenças.

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NASCIMENTO, M. H. Child and adolescent cancer: analysis on the database quality of the

population-based cancer registry of a Northeastern Brazilian capital. Dissertation (Master’s

degree in Public Health) – Postgraduate Public Health Program, Federal University of

Pernambuco, Recife, 2016.

ABSTRACT

Child and adolescent cancer (affecting the 0 to 19-year age group) accounts for approximately

3.0% of all malignant neoplasms. The incidence of this disease in the population is monitored

through population-based cancer registers (PBCRs), which play a fundamental role in cancer

surveillance. Few active child and adolescent PBCRs exist worldwide. Furthermore, data from

PBCRs in developing countries often present quality problems. Thus, the objective of this

dissertation was to analyze the quality of the PBCR database of Recife, Brazil, using cases of

child and adolescent cancer, in accordance with the recommendations of the International

Agency for Research on Cancer (IARC). This was a descriptive cross-sectional study. The

population was composed of cancer cases among children and adolescents aged 0 to 19 years

who were living in Recife between the years 2002 and 2010. The data came from the PBCR of

Recife’s Health Department. The results from the study demonstrated that there are 20 child

and adolescent PBCRs active around the world, concentrated mostly in Europe. These registers

were implemented late in Latin America, Oceania and Africa. The analysis on the database

quality dimensions of the Recife PBCR was based on Technical Publication no. 43 of the IARC.

It revealed that, with the exception of data opportuneness, the register succeeded in remaining

within the parameters suggested by the agency over the period studied. In addition to

contributing towards healthcare planning, child and adolescent PBCRs have the potential for

strengthening community support networks through helping patients and their family members

or caregivers to get through times of illness. It can be recommended that greater visibility should

be given to the population between 0 and 19 years of age within the national oncological care

policy; creation of child and adolescent PBCRs should be encouraged and promoted in Brazil;

and cancer surveillance should be strengthened through increasing the resources granted to

PBCRs in this country.

Keywords: Neoplasms. Child. Adolescent. Epidemiological surveillance. Diseases Registries.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Áreas de atividade do Registro Espanhol de Tumores Infantis, 2015 ..................... 30

Figura 2 - Bases de dados utilizadas na revisão integrativa e quantitativo de publicações

selecionadas ............................................................................................................................. 37

ARTIGO 1

Quadro 1 - Registros de câncer de base populacional especializados no grupo infantojuvenil em

atividade no mundo, 2016 ........................................................................................................ 60

ARTIGO 2

Figura 1 - Quantitativo de casos de câncer infantojuvenil por ano. Recife, 2002 – 2010 ........ 75

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - População residente por sexo segundo faixa etária. Recife, 2015 ........................... 34

ARTIGO 2

Tabela 1 - Localização do câncer, quantitativo de casos, proporção de casos com verificação

morfológica (%VM) e proporção de casos identificados somente pela Declaração de Óbito

(%SDO) no sexo masculino segundo a CID-10. Recife, 2002-2010 ........................................ 76

Tabela 2 - Localização do câncer, quantitativo de casos, proporção de casos com verificação

morfológica (%VM) e proporção de casos identificados somente pela Declaração de Óbito

(%SDO) no sexo feminino segundo a CID-10. Recife, 2002-2010 .......................................... 76

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LISTA DE SIGLAS

%SDO Proporção de Casos Identificados Somente pela Declaração de Óbito

%VM Proporção de Casos com Verificação Morfológica

ACCIS Automated Childhood Cancer Information System

CCRN Childhood Cancer Research Network

CCS Centro de Ciências da Saúde

CICI-3 Classificação Internacional do Câncer na Infância 3ª Edição

CID-O Classificação Internacional de Doenças para Oncologia

CIE-O-3 Classificação Internacional de Doenças para Oncologia 3ª Edição

CONCORD Programa para a vigilância mundial da sobrevida para o câncer

DANT Doenças e Agravos Não Transmissíveis

DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis

DO Declaração de Óbito

DS Distrito Sanitário

ENCCA Rede Europeia para Pesquisa do Câncer em Crianças e Adolescentes

EUROCARE European Cancer Registry Based Study on Survival and Care of Cancer Patients

EUROCOURSE Europe Against Cancer: Optimisation of the Use of Registries for Scientific

Excellence in research

IACR International Association of Cancer Registries

IARC International Agency for Research on Cancer

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICCC-3 Classificação Internacional do Câncer na Infância 3ª Edição

IICC-3 International Incidence of Childhood Cancer - Volume 3

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INCA Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva

ISC-III Instituto de Saúde Carlos III

MS Ministério da Saúde

OMS Organização Mundial de Saúde

PPGISC Programa de Pós-Graduação Integrado em Saúde Coletiva

RCBP Registro de Câncer de Base Populacional

REDECAN Rede Espanhola de Registos de Câncer

RETI Registro Espanhol de Tumores Infantis

RHC Registro Hospitalar de Câncer

RPA Região Político-Administrativa

RTICC Rede Temática de Pesquisa Cooperativa do Câncer

SBP Sociedade Brasileira de Pediatria

SEER Surveillance, Epidemiology, and End Results Program

SEHOP Sociedade Espanhola de Hematologia e Oncologia Pediátricas

SES-PE Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco

SGTES Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde

SIM Sistema de Informações sobre Mortalidade

SNC Sistema Nervoso Central

SUS Sistema Único de Saúde

SVS Secretaria de Vigilância em Saúde

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

VM Verificação morfológica

WHO World Health Organization

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 18

2 REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 23

2.1 O CÂNCER INFANTOJUVENIL .................................................................................... 23

2.2 A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO CÂNCER .................................................... 24

2.2.1 A qualidade da base de dados de um RCBP .................................................................. 27

3 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 32

3.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................................... 32

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................ 32

4 MÉTODOS ......................................................................................................................... 34

4.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO ..................................................................... 34

4.2 DESENHO DO ESTUDO ................................................................................................ 35

4.3 POPULAÇÃO DO ESTUDO ........................................................................................... 35

4.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO .............................................................................................. 35

4.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ................................................................. 35

4.6 FONTE DOS DADOS ...................................................................................................... 36

4.7 METODOLOGIA DE ANÁLISE DOS DADOS ............................................................. 37

4.7.1 Artigo 1 .......................................................................................................................... 37

4.7.2 Artigo 2 .......................................................................................................................... 38

4.8 LIMITAÇÕES METODOLÓGICAS ............................................................................... 41

4.9 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ........................................................................................... 41

5 RESULTADOS ................................................................................................................... 43

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 45

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REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 47

APÊNDICES .......................................................................................................................... 54

APÊNDICE A - Artigo 1 ........................................................................................................ 54

APÊNDICE B - Artigo 2 ........................................................................................................ 64

ANEXOS ................................................................................................................................. 81

ANEXO A - Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do CCS - UFPE ............................ 81

ANEXO B - Carta de Anuência da Prefeitura do Recife ....................................................... 85

ANEXO C - Autorização de Uso de Dados Secundários ....................................................... 86

ANEXO D - Termo de Compromisso e Confidencialidade ................................................... 87

ANEXO E - Normas da Revista Brasileira de Cancerologia .................................................. 88

ANEXO F - Normas da Revista Salud Pública de México .................................................. 100

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INTRODUÇÃO

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18

1 INTRODUÇÃO

A Revolução Industrial ocorrida nos séculos XVIII e XIX resultou em mudanças nos

padrões econômico, cultural e demográfico da população. Na área da saúde, observou-se queda

na incidência das doenças infectocontagiosas e aumento das doenças crônico-degenerativas,

fenômeno denominado de transição epidemiológica (ALMEIDA FILHO, 2013).

O crescimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), caracterizadas por

possuir longa duração e progredir lentamente, é um reflexo das profundas alterações geradas

pela industrialização no estilo de vida das pessoas, tais como: sedentarismo, dieta inadequada,

consumo abusivo de álcool e drogas, entre outros (SILVA, 2014). Algumas modificações

ambientais existentes nesse novo cenário também causaram impactos negativos na saúde da

população através do comprometimento da qualidade do ar, da água e do solo (MARIANO,

2001).

O grupo das DCNT é composto pelas doenças cardiovasculares, pelo câncer, pelas

doenças respiratórias crônicas e pelo diabetes (BRASIL, 2011). Essas enfermidades são

responsáveis por 63,0% das mortes no mundo e 74,0% no Brasil, o que gera grandes custos

para os serviços de saúde. A elevação da carga das DCNT é considerada um grave problema de

saúde pública atual, dessa forma o fortalecimento da vigilância dessas patologias tornou-se uma

prioridade nacional e mundial, sendo possível observar esforços para agregar as DCNT ao

escopo das ações de vigilância epidemiológica tradicionais (BRASIL, 2014a; WORLD

HEALTH ORGANIZATION, 2015a).

O câncer, um dos integrantes das DCNT, compreende mais de cem tipos diferentes de

doenças. A palavra câncer, de origem grega — karkínos —, remete ao caranguejo. Essa alusão

etimológica se deve à principal característica da doença: o crescimento celular descontrolado

no qual as células, com a sua capacidade de divisão e funcionalidade comprometidas, podem

se disseminar para outros tecidos e órgãos, gerando um infiltrado que se assemelha ao crustáceo

(INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA, 2012;

WHO, 2015b). Essa alteração é causada por estímulos patológicos de diversas origens,

inclusive pelos hábitos comportamentais da sociedade contemporânea. Dessa forma, o câncer

é considerado “uma resposta biológica adaptativa natural da célula animal” (PERES, 2015).

No mundo, no ano de 2012, ocorreram aproximadamente 14 milhões de casos novos e

8,2 milhões de óbitos por câncer. Mais de 60,0% da incidência anual da doença em nível global

ocorre na África, Ásia e nas Américas Central e do Sul. Nessas regiões também foram

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registrados 70,0% dos óbitos. Estima-se que no ano de 2030 ocorrerão 21,4 milhões de casos

novos e 13,2 milhões de óbitos pela doença (INCA 2014a; WHO 2015c).

No Brasil, nos anos de 2014 e 2015, a incidência do câncer foi de aproximadamente 576

mil casos. Para o ano de 2016, estimam-se 420.310 casos novos de câncer, excluindo-se os

tumores de pele não melanoma (INCA, 2015a). Na Região Nordeste, no ano de 2014, ocorreram

em torno de 99.060 casos novos de câncer. Destes, 20.070 casos aconteceram no Estado de

Pernambuco e 4.760 casos, no Recife (INCA, 2014a).

Quanto à mortalidade pelo câncer no Brasil, no ano de 2013 foram registrados 213 mil

óbitos (INCA, 2014a). No ano de 2011, 13,2% do total de mortes em Pernambuco ocorreu

devido às neoplasias malignas. No Recife, no mesmo ano, a taxa de mortalidade por câncer foi

de 72,3 óbitos por 100 mil habitantes (PERNAMBUCO, 2013).

O câncer infantojuvenil acomete crianças e adolescentes entre zero e 19 anos de idade.

Nessa faixa etária, a doença apresenta características distintas das neoplasias em adultos, tais

como origem histológica, local primário e comportamento clínico diferente do observado em

fases mais avançadas da vida. Também é possível observar um menor período de latência,

crescimento acelerado e grande capacidade invasiva (INCA, 2014b).

O câncer infantojuvenil, cujas taxas de incidência global variam entre 50 e 200 casos

por milhão de crianças, é considerado raro quando comparado aos tumores do adulto,

correspondendo a aproximadamente 3,0% de todas as neoplasias malignas. Nos países

desenvolvidos, essa proporção é em torno de 1,0%, enquanto que nos países em

desenvolvimento esse percentual fica entre 3,0 e 10,0% do total de neoplasias, visto que nesses

locais quase metade da população é composta por crianças (INCA 2008; INCA, 2014a; WHO,

2015d).

No Brasil, estima-se que no ano de 2016 ocorreram aproximadamente 12.600 casos

novos de câncer em crianças e adolescentes, excluindo-se os tumores de pele não melanoma.

As regiões Sudeste e Nordeste apresentaram a maior incidência da doença, com 6.050 e 2.750

casos respectivamente, seguidas pelas regiões Sul, com 1.320 casos, Centro-Oeste, com 1.270

casos, e Norte, com 1.210 casos (INCA, 2015a).

Em relação à mortalidade, o câncer na infância é a segunda causa de morte nos países

desenvolvidos, o que corresponde a cerca de 4,0 a 5,0% dos óbitos, enquanto que nos países

em desenvolvimento esse percentual está em torno de 1,0%, pois as doenças infecciosas ainda

são as principais responsáveis pela mortalidade infantil nesses locais (INCA 2014a).

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20

Em 2013, ocorreram cerca de 2.800 óbitos por câncer infantojuvenil no Brasil, o que faz

com que as neoplasias sejam a doença de maior letalidade em crianças e adolescentes, atrás

apenas dos óbitos por causas externas (INCA, 2015a).

Em Pernambuco, no ano de 2012, 7,4% dos óbitos foram decorrentes de câncer

infantojuvenil, sendo a segunda principal causa de morte em menores de 19 anos de idade, atrás

apenas das causas externas (PERNAMBUCO, 2013). No Recife, entre os anos de 2002 e 2007,

ocorreram 454 casos e 121 mortes por câncer em crianças e adolescentes. Nesse período, a

doença foi mais incidente no distrito sanitário (DS) VI, que apresentou 96 casos (21,1%),

seguido pelo DS II, com 86 casos (18,9%); DS III, com 75 casos (16,5%); DS IV, com 74 casos

(16,3%); DS V, com 67 casos (14,8%); e pelo DS I, com 45 casos (9,9%). A maioria dos casos

(39,0%) e dos óbitos (33,0%) ocorreu na faixa etária de 15 a 19 anos de idade (RECIFE, 2014).

A vigilância do câncer tem como referencial a Agência Internacional para Pesquisa do

Câncer (IARC, sigla em inglês), um ramo da Organização Mundial de Saúde (OMS) que tem

dentre as suas atribuições consolidar os dados sobre a incidência do câncer nos diversos países

e divulgar informações sobre a magnitude da doença no mundo (INTERNATIONAL AGENCY

FOR RESEARCH ON CANCER, 2007).

No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), do

Ministério da Saúde, é o órgão responsável pela prevenção, controle e vigilância do câncer e de

seus fatores de risco. A vigilância das neoplasias é concretizada através dos registros

hospitalares de câncer (RHC), que subsidiam as informações sobre a morbidade hospitalar, e

dos registros de câncer de base populacional (RCBP), que possibilitam estimar a incidência da

doença na população (INCA, 2012a). A proporção de casos de câncer infantojuvenil na base de

dados dos RCBP brasileiros é em torno de 2,5% (INCA, 2014b).

O sucesso dos programas de controle do câncer depende da sua vigilância, que

possibilita conhecer a magnitude das neoplasias em nível populacional, o que torna os RCBP

um instrumento essencial para o controle da doença. Os dados que os RCBP enviam para a

IARC apresentam problemas quanto à sua qualidade, prejudicando a estimativa da carga global

de câncer feita pela agência. As bases de dados dos RCBP brasileiros à IARC apresentam cerca

de 40,0% de aprovação pela IARC, enquanto que para os registros da América do Norte e da

Europa esse percentual fica em torno de 98,0% (INCA, 2009; INCA, 2010).

Existem poucos RCBP especializados no câncer infantojuvenil no mundo. A

identificação desses serviços é importante para se conhecer o perfil epidemiológico apresentado

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pela doença em outros locais e para observar as estratégias utilizadas pelos RCBP na vigilância

do câncer em crianças e adolescentes e na manutenção da qualidade de sua base de dados.

No Brasil, a vigilância do câncer infantojuvenil ainda não possui a visibilidade

observada em outros países. Dessa forma, a análise dos dados produzidos pelo RCBP do Recife

é necessária para se detectar possíveis defasagens quanto à produção de informações referentes

à incidência da doença nesse grupo populacional. Ressalta-se que o estudo contribuirá para

subsidiar as ações dos profissionais e gestores da saúde no tocante à atenção oncológica

pediátrica na cidade e às medidas de prevenção e controle da doença.

Dessa forma, o presente estudo foi produzido guiando-se pela seguinte questão

norteadora: quais dimensões da qualidade da base de dados do RCBP do Recife, referentes

apenas aos casos de câncer infantojuvenil, estão dentro dos parâmetros recomendados pela

IARC?

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REVISÃO DA LITERATURA

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 O CÂNCER INFANTOJUVENIL

Considera-se câncer infantojuvenil aquele que acomete pessoas entre zero e 19 anos de

idade. Nessa faixa etária, a doença apresenta sinais e sintomas inespecíficos que podem ser

erroneamente atribuídos a patologias benignas próprias desse grupo, tais como febre,

emagrecimento e palidez cutâneo-mucosa, o que pode resultar em atraso no diagnóstico correto

da doença. Outros indícios de risco são: sangramentos anormais sem causa definida, dor

generalizada e adenomegalias (INCA, 2014b).

Os mecanismos que contribuem para o aparecimento desse tipo de câncer ainda não

estão completamente esclarecidos, mas a influência de elementos externos na gênese da doença

nos primeiros anos de vida parece ser pequena. Entretanto, as exposições a fatores de risco

durante a vida intrauterina são relevantes para o desenvolvimento do câncer infantojuvenil

(INCA, 2008; INCA, 2014a). Os tumores que surgem na infância e na adolescência costumam

responder bem à quimioterapia (INCA, 2014b).

Nos países desenvolvidos, as neoplasias mais frequentes em crianças e adolescentes são

as leucemias, os tumores do sistema nervoso central (SNC) e os linfomas. Nos países em

desenvolvimento, as leucemias também são o tipo de câncer mais incidente, porém a segunda

posição é ocupada pelos linfomas e a terceira, pelos tumores do SNC. Essa inversão sugere a

existência de subdiagnóstico dos tumores do SNC nesses locais (INCA, 2008; INCA 2014a,

INCA, 2014b).

As leucemias caracterizam-se pelo acúmulo de células linfoides imaturas na medula

óssea, em substituição às células sanguíneas normais. São classificadas em: leucemia linfoide;

leucemia não linfocítica aguda; leucemia mieloide crônica; outras leucemias especificadas; e

leucemias não especificadas. Por sua vez, os linfomas, cujo principal sinal é a presença de

adenomegalias, correspondem às categorias: doença de Hodgkin; linfoma não Hodgkin;

linfoma de Burkitt; miscelânias de neoplasias linforreticulares; e linfomas não especificados

(INCA, 2008).

Quanto à mortalidade, considera-se que o câncer é a principal causa de morte por doença

na faixa de zero a 19 anos de idade, atrás apenas das causas externas. Dessa forma, as taxas de

mortalidade servem como um indicativo do progresso no combate ao câncer, assim como

refletem a qualidade da assistência prestada pela rede de atenção oncológica (INCA, 2008).

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O diagnóstico precoce é uma das principais estratégias utilizadas no controle do câncer

infantojuvenil no Brasil (INCA, 2014b). O surgimento da doença nessa fase da vida gera uma

grande carga emocional que pode comprometer o desenvolvimento biopsicossocial de crianças

e adolescentes. Esse fato reforça a importância de se ter uma vigilância epidemiológica atenta

às especificidades das neoplasias que acometem esse grupo (SANTOS, 2013).

2.2 A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO CÂNCER

Estimar a carga das neoplasias na população é um dos principais objetivos da vigilância

do câncer. A partir disso, é possível direcionar a realização de pesquisas sobre os fatores de

risco e o tratamento da doença, assim como embasar o planejamento de serviços de saúde e a

construção de políticas públicas voltadas para a área de Oncologia (SILVA, 1999).

Mundialmente, a Agência Internacional para Pesquisa do Câncer (IARC) é considerada

uma referência para a área de Oncologia. A IARC é um órgão da OMS criado em 20 de maio

de 1965 por uma resolução da Assembleia Mundial de Saúde, cuja sede se localiza em Lyon,

na França. A agência tem como missão pesquisar o câncer para preveni-lo e promove a

colaboração internacional na pesquisa da doença, o que lhe possibilita exercer um papel

importante na descrição da carga das neoplasias em nível global e no monitoramento de suas

variações regionais e tendências ao longo do tempo. A IARC trabalha em conjunto com os

diversos registros de câncer ao redor do mundo, oferecendo-lhes assistência técnica

especializada (IARC, 2007; IARC, 2015).

Em termos práticos, a vigilância do câncer é realizada pelos registros hospitalares de

câncer (RHC) e pelos registros de câncer de base populacional (RCBP). Os RHC funcionam

nos serviços de saúde e coletam dados sobre os pacientes diagnosticados com a doença com o

propósito de melhorar a assistência prestada à sua clientela, entre outros. Por sua vez, os RCBP

coletam dados sobre todos os casos novos de câncer em uma área geográfica delimitada e em

um determinado período de tempo. Os RCBP são alimentados pelos dados produzidos pelos

RHC e por outros serviços com interesse na saúde e são considerados o padrão ouro para o

fornecimento de informações sobre a incidência do câncer em uma determinada população

(BRAY et al., 2014; SILVA, 1999).

O primeiro registro de câncer do mundo foi criado em Hamburgo, na Alemanha, no ano

de 1926. O surgimento de novos registros na década de 1930 ocorreu simultaneamente ao início

da investigação das causas das DCNT (BRAY et al., 2014). Atualmente, existem mais de 300

RCBP em todo o planeta, com cobertura nacional, regional ou local (IARC, 2007).

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No Brasil, a vigilância do câncer é coordenada pelo Instituto Nacional de Câncer José

Alencar Gomes da Silva (INCA), um órgão auxiliar do Ministério da Saúde responsável por

delinear o perfil epidemiológico da doença no País e que tem como atribuições: monitoramento,

análise e disseminação das informações contidas nas bases de dados dos registros de câncer do

Brasil; desenvolvimento e atualização dos sistemas de informação; capacitação dos

profissionais que atuam nos registros; entre outros (BRASIL, 2013; INCA, 2010).

As primeiras ações para o enfrentamento do câncer no País datam da década de 1930,

em decorrência do aumento das doenças crônico-degenerativas. Em 1938, foi criado no Rio de

Janeiro o Centro de Cancerologia, transformado em Instituto de Câncer no ano de 1944. No

início da década de 1960, o Instituto de Câncer tornou-se nacional, mas só ganhou projeção

como um centro de referência para as neoplasias no País na década de 1980. Através de decretos

presidenciais publicados nos anos de 1991, 1998 e 2000, o INCA firmou-se como “o órgão

governamental responsável por auxiliar o Ministro da Saúde na formulação da política nacional de

prevenção e controle do câncer e como seu respectivo órgão normativo, coordenador e avaliador”

(INCA, 2015b).

A vigilância do câncer no Brasil está estruturada conforme a Portaria nº 874, de 16 de

maio de 2013, que institui a Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede

de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no Âmbito do Sistema Único de Saúde

(SUS). Essa política preconiza que a organização da vigilância do câncer seja feita “por meio

da informação, identificação, monitoramento e avaliação das ações de controle do câncer e de

seus fatores de risco e proteção” (BRASIL, 2013).

Dentro desse contexto, a vigilância do câncer é realizada através da implantação, do

acompanhamento e aprimoramento dos RHC e dos RCBP, que funcionam como centros de

coleta, processamento, análise e divulgação de informações acerca das neoplasias, de forma

padronizada, sistemática e contínua. Os registros coletam dados sobre a morbimortalidade por

câncer e a sobrevida dos pacientes, ou seja, o tempo de vida do indivíduo após o diagnóstico da

doença (BRASIL, 2013; INCA, 2010).

O primeiro RCBP do Brasil surgiu no ano de 1967, no Recife, seguido pelo registro de

São Paulo, em 1969. Existem mais de 20 RCBP em atividade no País localizados nas seguintes

cidades: Belém, Manaus e Palmas (Região Norte); Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Maceió,

Natal, Salvador, Recife e Teresina (Região Nordeste); Brasília, Campo Grande, Cuiabá e

Goiânia (Região Centro-Oeste); Belo Horizonte, Campinas, Petrópolis, Rio de Janeiro, Santos,

São Paulo e Vitória (Região Sudeste); e Curitiba e Porto Alegre (Região Sul) (INSTITUTO

BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2015b).

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Os RCBP se utilizam de fontes de informação diversificadas, tais como: unidades

hospitalares, laboratórios, centros de diagnóstico e documentos oficiais, como a Declaração de

Óbito (DO). Dessa forma, os RCBP possibilitam conhecer o cenário do câncer em uma

determinada região (incidência, prevalência, população sob risco de adoecer, fatores de risco

ambientais, entre outros) e detectar alterações no padrão de ocorrência da doença, o que

contribui para o planejamento e a tomada de decisão referente às ações de controle das

neoplasias (INCA, 2012b).

Os registros de câncer fazem o acompanhamento dos casos e a consolidação dos dados

coletados através dos seguintes sistemas de informação: o SisBasepop Web, que permite

cadastrar, armazenar, processar e padronizar os casos com diagnóstico de câncer e óbito pela

doença; o SisRHC, que processa os dados dos casos de câncer nas unidades hospitalares que

prestam assistência de alta complexidade em Oncologia; e o IntegradorRHC, que serve para

consolidação e disseminação dos dados enviados pelos RHC. Além desses sistemas, a

vigilância também utiliza o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) para conhecer a

ocorrência de óbitos por câncer no Brasil (INCA, 2012b; INCA, 2012c).

A identificação dos casos de câncer nos países em desenvolvimento é dificultada pela

falta de recursos humanos e pela precária infraestrutura dos RCBP, fazendo com que sempre

haja o risco de distorções nas informações produzidas (INCA, 2012b). Dessa forma, um registro

de câncer regional ou que cubra apenas um subgrupo da população possui uma possibilidade

maior de ser exitoso (BRAY et al, 2014).

A vigilância do câncer infantojuvenil pode ser realizada juntamente com a do câncer do

adulto por um mesmo RCBP, mas alguns países optam por possuir um registro específico.

Existem poucos RCBP desse tipo em atividade no mundo, e as suas atribuições se assemelham

às dos registros de câncer gerais acrescidas das ações necessárias à vigilância dessas neoplasias

(CANCER COUNCIL QUEENSLAND, 2015).

Os RCBP infantojuvenis surgiram a partir de iniciativas de departamentos de saúde

instalados em universidades, de grupos de pesquisa do câncer pediátrico ou do governo. Na

Dinamarca, por exemplo, as informações sobre o câncer infantojuvenil existentes no registro

de câncer nacional não eram adequadas para se realizar uma análise da doença nesse grupo, o

que gerou a necessidade de se estabelecer um registro de câncer pediátrico no país no ano de

2003. O Danish Registry of Childhood Cancer funciona em parceria com a Universidade de

Aarhus. Acredita-se que a colaboração interinstitucional entre um RCBP e uma universidade

pode ser um dos fatores que contribuem para o êxito de um registro de câncer (AARHUS

UNIVERSITY HOSPITAL, 2015).

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Não existe um RCBP específico para o monitoramento das neoplasias em crianças e

adolescentes no Brasil, de modo que essa ação é realizada pelos RCBP gerais. Alguns RCBP

do País ainda não possuem informações relevantes sobre a epidemiologia do câncer

infantojuvenil devido ao recente início de suas atividades (SILVA, 2012).

Entre os anos de 1967 e 1969, foi criado um projeto para implantar um Registro

Brasileiro dos Tumores da Infância, mas não foi bem-sucedido. Dentre as condições que

contribuíram para o fracasso das propostas de implantação de registros de câncer na América

Latina no período de 1950 a 1995, estavam: o câncer não ser considerado uma doença prioritária

para os gestores de saúde pública, ausência de projetos reais e factíveis para a implantação dos

registros de câncer, quantitativo insuficiente e/ou despreparo técnico dos profissionais que

atuam nos RCBP e falta de recursos financeiros (MIRRA, 1997).

Em alguns países do mundo é possível observar esforços para se estabelecer uma

vigilância do câncer infantojuvenil com lógica semelhante à dos RCBP. Nos Estados Unidos,

foi realizado um estudo para analisar a possibilidade de se utilizar o Childhood Cancer Research

Network (CCRN), um registro de pesquisa em câncer pediátrico, como um RCBP infantil.

Apesar de o CCRN possuir uma boa cobertura dos casos de câncer em crianças, o mesmo não

é observado para os grupos etários mais velhos (15 a 19 anos de idade) e para os tipos mais

raros da doença, o que prejudica a sua utilização como um RCBP (MUSSELMAN et al, 2014).

2.2.1 A qualidade da base de dados de um RCBP

Possuir uma base de dados confiável é fundamental para que um registro de câncer

cumpra os objetivos que nortearam a sua implantação. Do contrário, a estimativa da carga das

neoplasias na população coberta pelo registro e a tomada de decisão para as políticas de controle

da doença são prejudicadas. Dessa forma, é importante que o registro faça o controle da

qualidade dos seus dados (SUWANRUNGRUANG, 2014).

A qualidade da base de dados de um RCBP está relacionada ao Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH) do local no qual o registro foi implantado. Observou-se que

os RCBP dos países com maior IDH possuem uma base de dados de melhor qualidade do que

os países com menor IDH (BRAY et al., 2014).

Os RCBP dos países desenvolvidos são mais antigos, consequentemente contam com

bases de dados que abrangem longos períodos, possuem maior cobertura populacional, melhor

infraestrutura e recursos humanos qualificados, o que possibilita realizar o seguimento dos

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pacientes após o desfecho, contribuindo para a realização de estudos de sobrevida (BRAY et

al., 2014).

Por outro lado, os RCBP dos países em desenvolvimento enfrentam diversas

dificuldades na manutenção da qualidade da sua base de dados e, até mesmo, do próprio

registro, tais como a falta de recursos, de vontade dos atores envolvidos e de prioridade das

políticas voltadas para o câncer (BRAY et al., 2014). Recomenda-se que esses registros deem

prioridade à qualidade das informações coletadas, e não à quantidade, utilizando inicialmente

somente as variáveis básicas (SILVA, 1999).

A padronização das bases de dados dos RCBP através da adoção de normas técnicas que

visem garantir a qualidade das informações permite se comparar a incidência do câncer em

várias partes do mundo. Diante das variações observadas, a IARC oferece apoio técnico aos

registros através de sedes regionais e publicação de manuais, incluindo recomendações

específicas para a realidade dos países subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento,

reconhecendo as dificuldades próprias de registros implantados nesses locais (BRAY et al.,

2014; IARC, 2007).

As dimensões da qualidade a serem observadas para o controle do padrão dos

indicadores produzidos por um RCBP são: a comparabilidade, a validade, a oportunidade e a

completitude (PAKIN, 2009; BRAY et al., 2014).

As bases de dados enviadas pelos RCBP à IARC ocasionalmente apresentam problemas

quanto à sua qualidade, prejudicando a estimativa da carga global de câncer feita pela agência.

Para a elaboração do volume IX do livro Cancer Incidence in Five Continents, uma das

principais publicações da IARC, 313 RCBP enviaram seus dados, mas apenas 225 registros

tiveram suas informações aceitas, ou seja, 88 (28,1%) RCBP apresentaram dados inconsistentes

(IARC, 2007).

As bases de dados que os RCBP brasileiros enviam à IARC apresentam cerca de 40,0%

de aprovação, enquanto que esse percentual fica em torno de 98,0% para os registros da

América do Norte e da Europa. De forma geral, o monitoramento da qualidade dos dados dos

sistemas de informação em saúde no Brasil carece de sistematização e padronização pelo

Ministério da Saúde (INCA, 2009; LIMA, 2009).

Na América Latina, observou-se que os RCBP da Colômbia, do Chile e do Brasil

possuem baixa cobertura populacional quando comparados aos registros da Europa e da

América do Norte. Faz-se necessário ampliar a abrangência desses serviços juntamente com a

adoção de ações que promovam a melhoria contínua da qualidade das suas bases de dados. A

análise dos RCBP da Colômbia, entre os anos de 2002 e 2006, apontou a necessidade de se

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incluírem novas fontes de dados para que haja uma melhora na qualidade das informações

produzidas por esses registros (ARIAS, 2013).

As informações acerca do câncer infantojuvenil podem servir como um indicador da

qualidade de toda a base de dados de um registro de câncer. Um estudo realizado no Registro

de Câncer de Khon Kaen, na Tailândia, investigou a base de dados através da análise somente

dos casos de câncer em crianças e adolescentes ocorridos entre os anos de 1990 e 2007 e

concluiu que esses dados possuíam uma qualidade aceitável e que isso poderia ser extrapolado

para a base de dados do registro como um todo (SUWANRUNGRUANG, 2014).

A qualidade dos dados coletados também deve ser uma preocupação dos RCBP

infantojuvenis. No organograma de atividades do Registro Espanhol de Tumores Infantis

(Figura 1), é possível observar que existe uma cautela com a manutenção da qualidade da base

de dados e com a adoção de padrões internacionais (REGISTRO ESPAÑOL DE TUMORES

INFANTILES, 2015).

Na Europa, o projeto Automated Childhood Cancer Information System (ACCIS)

possui uma base de dados com todos os tumores infantis registrados nos RCBP europeus.

Dispor de uma ferramenta informatizada como o ACCIS é importante para a vigilância obter

informações padronizadas sobre o câncer infantojuvenil, facilitando a manutenção da qualidade

dos dados e favorecendo, dessa forma, o planejamento e a avaliação em saúde (SILVA, 2012).

No Brasil, ainda é necessário que haja um esforço para sistematizar e aprimorar os dados

sobre o câncer infantojuvenil (SILVA, 2012).

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Figura 1 - Áreas de atividade do Registro Espanhol de Tumores Infantis

Fonte: Registro Espanhol de Tumores Infantis, 2016

Legenda: ACCIS Automated Childhood Cancer Information System

CIE-O-3 Classificação Internacional de Doenças para Oncologia 3ª Edição

CONCORD Programa para a vigilância mundial da sobrevida para o câncer

ENCCA Rede Europeia para Pesquisa do Câncer em Crianças e Adolescentes

EUROCARE European Cancer Registry Based Study on Survival and Care of Cancer Patients

EUROCOURSE Europe Against Cancer: Optimisation of the Use of Registries for Scientific

Excellence in research

ICCC-3 Classificação Internacional do Câncer na Infância 3ª Edição

IICC-3 International Incidence of Childhood Cancer - Volume 3

ISC-III Instituto de Saúde Carlos III

REDECAN Rede Espanhola de Registos de Câncer

RETI Registro Espanhol de Tumores Infantis

RTICC Rede Temática de Pesquisa Cooperativa do Câncer

SEHOP Sociedade Espanhola de Hematologia e Oncologia Pediátricas

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OBJETIVOS

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Analisar as dimensões da qualidade da base de dados do Registro de Câncer de Base

Populacional do Recife a partir dos casos de câncer infantojuvenil e de acordo com os

parâmetros recomendados pela Agência Internacional para Pesquisa do Câncer (IARC).

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Caracterizar os registros de câncer de base populacional especializados no câncer

infantojuvenil existentes no mundo.

Verificar a dimensão comparabilidade dos dados através da análise da padronização

(classificação e codificação) dos casos de câncer em crianças e adolescentes de acordo

com a Classificação Internacional do Câncer na Infância (CICI-3).

Analisar a dimensão validade através do cálculo dos indicadores proporção de casos

com verificação microscópica e proporção de casos identificados somente pela

Declaração de Óbito.

Analisar a dimensão oportunidade dos dados.

Propor recomendações para a implantação de RCBP infantojuvenis no Brasil.

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MÉTODOS

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4 MÉTODOS

4.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTUDO

O estudo foi realizado na cidade do Recife, capital do Estado de Pernambuco, localizado

na Região Nordeste do Brasil. O Recife, núcleo da Região Metropolitana, possui uma área de

218,50 km2 e faz fronteira com os municípios de Paulista e Olinda ao norte, Jaboatão dos

Guararapes ao sul, São Lourenço da Mata e Camaragibe a oeste e com o Oceano Atlântico a

leste. A cidade apresenta composição territorial diversificada, sendo constituída por morros

(67,4%), planícies (23,3%), áreas aquáticas (9,3%) e Zonas Especiais de Preservação

Ambiental (5,6%) (RECIFE, 2015a).

A população do Recife é de 1.537.704 habitantes e, destes, 447.179 habitantes possuem

entre zero e 19 anos de idade (Tabela 1) (IBGE, 2015a). A cidade apresenta densidade

demográfica de 7.037,61 hab./km2 e é o centro das atividades governamentais e econômicas do

Estado, alcançando recentemente a posição de maior polo de serviços modernos do Nordeste.

O IDH do Recife em 2010 foi de 0,772 (RECIFE, 2015a).

Tabela 1 - População residente por sexo segundo faixa etária. Recife, 2015

Idade Homens Mulheres Total

0 a 4 anos 48.897 47.632 96.529

5 a 9 anos 53.570 51.407 104.977

10 a 14 anos 60.882 59.217 120.099

15 a 19 anos 62.620 62.954 125.574

Total 225.969 221.210 447.179

Fonte: IBGE

Com um total de 94 bairros, o Recife está dividido em seis Regiões Político-

Administrativas (RPA)1, que, por sua vez, subdividem-se em três microrregiões. Cada RPA

corresponde a um Distrito Sanitário (DS) para o setor saúde (RECIFE, 2015b).

_____________________ 1 Segundo relato verbal de técnico da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde

(SGTES), a cidade do Recife adotou extraoficialmente uma divisão político-administrativa contendo

oito DSs para fins de organização interna dos serviços de saúde.

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4.2 DESENHO DO ESTUDO

Realizou-se um estudo descritivo, de corte transversal. Os estudos transversais são

elaborados a partir da descrição de um grupo de indivíduos com uma doença determinada e

possibilitam a adequação das ações de assistência, prevenção e controle de doenças e a

promoção da saúde em função de características relacionadas à pessoa, ao lugar e ao tempo.

Permitem também a geração de hipóteses causais, contudo não é possível testá-las nesse

desenho de estudo (ROUQUAYROL, 2013; LIMA-COSTA; BARRETO, 2003).

4.3 POPULAÇÃO DO ESTUDO

Foi composta pelos casos de câncer em crianças e adolescentes de zero a 19 anos de

idade residentes no Recife no período de 2002 a 2010. Para o estudo, a população infantojuvenil

foi definida de acordo com as definições adotadas pela OMS e pela Sociedade Brasileira de

Pediatria (SBP), que consideram criança a pessoa na faixa etária de zero a 10 anos de idade e

adolescente entre 11 e 19 anos de idade (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2011;

WHO, 1986).

4.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO

As variáveis estudadas seguiram a recomendação da IARC, que determina os itens

básicos a serem coletados pelos RCBP (IARC, 1991). São eles:

Variáveis referentes à pessoa:

Dados de identificação: nome, sexo, data de nascimento ou idade.

Dados demográficos: logradouro e raça.

Variáveis referentes ao tumor: data do diagnóstico, meio de diagnóstico, topografia,

morfologia, CID-O (códigos da topografia e da morfologia) e fonte da informação.

4.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Foram incluídos no estudo somente os casos de câncer ocorridos em pessoas com zero

a 19 anos de idade presentes na base de dados do RCBP do Recife. Excluíram-se as

duplicidades.

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4.6 FONTE DOS DADOS

Os casos de câncer em crianças e adolescentes ocorridos no Recife entre os anos de 2002

e 2010 foram obtidos do RCBP da Secretaria Municipal de Saúde do Recife. Criado no ano de

1967, este é o RCBP mais antigo do País (IBGE, 2015b; KLIGERMAN, 2001), localizado, à

época, na UFPE. Entre os anos de 1995 e 2002, o registro foi incorporado à Secretaria de Saúde

do Estado de Pernambuco (SES-PE), sendo repassado à atual administração no ano de 2003

(CASTRO et al., 2014). O RCBP do Recife recebe um incentivo financeiro fixo para custeio de

suas atividades desde o ano de 2006, através da portaria nº 2.607, de 28 de dezembro de 2005

(BRASIL, 2005).

A equipe do registro de câncer é formada por uma gerente, uma coordenadora, dois

registradores/digitadores e três coletadoras. Os técnicos do RCBP do Recife são capacitados

para desenvolver mais de uma função (INCA, 2010).

Em Pernambuco, as unidades de saúde de referência para o tratamento do câncer

infantojuvenil concentram-se no Recife. A rede de atenção oncológica da cidade é composta

pelos seguintes hospitais: Hospital da Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco

(Hemope), Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), Instituto Materno Infantil de

Pernambuco (Imip), Hospital de Câncer de Pernambuco – Sociedade Pernambucana do

Combate ao Câncer, Hospital Barão de Lucena, Hospital das Clínicas – Universidade Federal

de Pernambuco, Hospital São Marcos e Real Hospital Português, sendo estes dois últimos

serviços pertencentes à rede de saúde privada (BARROS, 2014).

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4.7 METODOLOGIA DE ANÁLISE DOS DADOS

4.7.1 Artigo 1

Realizou-se uma revisão integrativa da literatura buscando responder a seguinte

questão: quantos RCBP infantojuvenis existem no mundo? Na primeira etapa, foi feita uma

busca de artigos científicos nas bases de dados — Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed,

Google Acadêmico — e no site da Revista Brasileira de Cancerologia, utilizando-se os

descritores Neoplasms, Epidemiological Surveillance, Child e Adolescent, em concordância

com os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Foram selecionados os artigos cuja pesquisa

citava ou se desenvolvia em um RCBP específico para o câncer em crianças e adolescentes,

produzidos nos últimos 10 anos (2006–2016), escritos nos idiomas português, inglês ou

espanhol e com os resumos disponíveis e acessados na íntegra pelo meio on-line.

Após a análise dos resultados, verificou-se que essas fontes eram insuficientes para a

identificação e o detalhamento dos RCBP infantojuvenis em atividade no mundo. Dessa forma,

observada a necessidade de se complementar e atualizar as informações provenientes dos

artigos científicos, partiu-se para uma segunda etapa, na qual foram utilizados como fonte de

dados o site da Associação Internacional dos Registros de Câncer (IACR) e os sites oficiais dos

RCBP infantojuvenis. Para compor o estudo, foram selecionados seis artigos científicos e oito

relatórios produzidos pelos registros, totalizando 14 publicações e 14 sites dos RCBP

infantojuvenis (Figura 2).

As buscas foram realizadas entre setembro e dezembro de 2015. Foram excluídas as

publicações que tratassem de RCBP gerais, de registros de câncer hospitalares pediátricos ou

de registros de câncer infantojuvenis, cujos dados não são representativos da população total.

Figura 2 - Bases de dados utilizadas na revisão integrativa e quantitativo de publicações selecionadas

Fonte: A autora

BVS, PubMed, Google Acadêmico e site da Revista Brasileira de Cancerologia

• 6 artigos científicos

Site da Associação Internacional dos Registros de Câncer (IACR) e Google

• 14 sites de RCBP infantojuvenis

• 8 relatórios técnicos de RCBP infantojuvenis

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4.7.2 Artigo 2

A análise das dimensões da qualidade da base de dados do RCBP do Recife foi orientada

pela Publicação Técnica nº 43 da IARC, que contém recomendações para o planejamento e

desenvolvimento de RCBP em países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento,

considerando as dificuldades enfrentadas para se estabelecer a vigilância do câncer nesses

cenários (BRAY et al., 2014).

As dimensões da qualidade a serem observadas para o controle do padrão dos

indicadores produzidos por um RCBP são: a comparabilidade, a validade, a oportunidade e a

completitude (PAKIN, 2009; BRAY et al., 2014). Este estudo analisou as três primeiras

dimensões citadas, visto que a completitude de uma base de dados de um RCBP refere-se à

comparação da incidência da doença na área coberta pelo registro com o observado em outros

locais do mundo, dados esses amplamente divulgados por órgãos, instituições e sociedades que

pesquisam a doença. As outras dimensões da qualidade são definidas da seguinte forma:

Comparabilidade: refere-se à padronização dos dados coletados, ou seja, à classificação

e codificação dos casos de acordo com a Classificação Internacional de Doenças para

Oncologia (CID-O), que trata principalmente da codificação da topografia (localização

anatômica do tumor), da morfologia (tipo de célula que forma o tumor), do

comportamento (benigno, maligno ou in situ) e do estadiamento (extensão do tumor)

(INCA, 2012b; BRAY et al., 2014). Para o estudo, também foi observado se a

Classificação Internacional do Câncer na Infância (CICI) foi utilizada pelo registro.

Validade: é definida como a proporção de casos incluídos em um banco de dados que

apresentam uma determinada característica e que realmente tenham essa particularidade

(LARSEN et al., 2009; INCA, 2012b). A validade da base de dados foi analisada

utilizando-se os seguintes indicadores:

o Proporção de casos com Verificação Morfológica (%VM): representa o

percentual de casos para os quais o diagnóstico foi realizado com o

auxílio de um espécime de tecido, através de exames histológicos,

citológicos ou hematológicos. A verificação morfológica (VM) funciona

como um indicativo da validade da informação diagnóstica. A %VM

deve ser analisada segundo a localização do tumor porque alguns tipos

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de câncer estão em locais de difícil acesso para a coleta de espécime. O

alto percentual de casos com VM em países em vias de desenvolvimento

ou subdesenvolvidos pode sugerir uma defasagem na cobertura do

registro de câncer, pois há o privilégio das informações de laboratórios

de anatomia patológica em detrimento de outras fontes notificadoras

(BRAY et al., 2014). O parâmetro recomendado pela IARC para esse

indicador é acima de 70,0% (LATORRE et al., 2015). Para o cálculo da

%VM foi utilizada a seguinte fórmula:

%VM =Nº de casos de câncer infantojuvenil com VM

Nº total de casos de câncer infantojuvenil X 100

o Proporção de casos identificados somente pela Declaração de Óbito

(%SDO): expressa os casos de câncer captados pelo registro dos quais

não foi possível resgatar outras informações além daquelas presentes na

Declaração de Óbito (DO). O alto percentual desse indicador é sugestivo

de subnotificação, e a baixa proporção pode representar uma busca de

casos ou de dados complementares eficiente. A análise crítica dessa

medida deve ser atrelada à situação do registro de óbito local, visto que

a DO não possui uma boa qualidade de preenchimento em muitos países

em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, podendo conter informações

incorretas ou levantar dúvidas sobre a veracidade do diagnóstico de

câncer (BRAY et al., 2014; INCA, 2008; INCA, 2010). A recomendação

da IARC é que até 20,0% dos casos sejam encerrados somente pela DO

(LATORRE et al., 2015). Para o cálculo da %SDO foi utilizada a

seguinte fórmula:

%SDO =

Nº de casos de casos de câncer infantojuvenil identificados somente pela DO

Nº total de casos de câncer infantojuvenil X 100

Oportunidade: refere-se ao grau em que os dados ou as informações estão disponíveis

no local e a tempo para utilização de quem deles necessita (LIMA, 2009). A

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oportunidade está relacionada ao período decorrido entre a data de notificação do caso

e o seu encerramento. O MS determina que:

“Os RCBP devem realizar encaminhamento anual ao INCA e à Secretaria de Vigilância em

Saúde (SVS/MS) da base de dados atualizada, consolidada e em meio digital, com defasagem

máxima de 2 (dois) anos calendário, para avaliação de consistência e divulgação das

informações” (BRASIL, 2014b).

A análise descritiva foi realizada utilizando-se o programa Excel 2013.

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4.8 LIMITAÇÕES METODOLÓGICAS

Os estudos que utilizam dados de fonte secundária estão sujeitos à existência de erros

na transcrição das informações e na digitação. Como depende de fontes externas, também é

possível que o RCBP não tenha captado todos os casos de câncer infantojuvenil ocorridos no

Recife no período em estudo.

4.9 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

A pesquisa obedeceu às recomendações e às normatizações preconizadas na Resolução

nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, referentes aos aspectos

éticos a serem observados na realização de pesquisas envolvendo seres humanos (BRASIL,

2012).

A pesquisadora se comprometeu a proteger os dados oriundos da base de dados do

RCBP de utilização e divulgação inapropriadas. O projeto foi executado mediante anuência da

Secretaria Municipal de Saúde do Recife. Os dados foram analisados somente após a aprovação

do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com o CAAE nº 50855915.7.0000.5208.

Como devolutiva do estudo, haverá divulgação dos resultados encontrados para a

comunidade acadêmica, gestores, profissionais de saúde e usuários.

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RESULTADOS

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5 RESULTADOS

Os resultados deste estudo são compostos por dois artigos científicos, os quais estão

dispostos nos Apêndices A e B, elaborados com o propósito de responder aos objetivos da

pesquisa. O primeiro artigo buscou caracterizar os registros de câncer de base populacional

especializados no câncer infantojuvenil existentes no mundo, em conformidade com o primeiro

objetivo específico; e o segundo artigo analisou as dimensões da qualidade da base de dados do

RCBP do Recife a partir dos casos de câncer infantojuvenil, contemplando os demais objetivos

específicos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ainda não existe um serviço específico para a vigilância epidemiológica do câncer em

crianças e adolescentes em muitos locais do mundo, mas observou-se que onde foram

implantados RCBP infantojuvenis há a produção de dados com um alto padrão de qualidade

Além de contribuir para o planejamento da assistência à saúde para crianças e

adolescentes com câncer, o RCBP infantojuvenil possui também o potencial de fortalecer a rede

de apoio comunitário, auxiliando os pacientes e seus familiares ou cuidadores a passarem pelo

período do adoecimento.

A melhoria da qualidade da informação sobre o câncer infantojuvenil no Brasil - com

consequente impacto positivo na atenção oncológica e nas ações de prevenção e controle da

doença - deve estar entre as prioridades dos gestores da saúde no país. Para isso, recomenda-

se:

Incluir a população de zero a 19 anos de idade na Política Nacional de Atenção

Oncológica, o que daria visibilidade às especificidades e necessidades desse grupo;

Promover a criação de RCBP específicos para o câncer infantojuvenil como o observado

em outros locais do mundo;

Ofertar capacitações aos profissionais que atuam nos RCBP em conjunto com órgãos

de referência na pesquisa do câncer nacionais e internacionais;

Incentivar o estabelecimento de parcerias com Instituições de Ensino Superior e com

sociedades/grupos de oncologia pediátrica para a implantação dos RCBP

infantojuvenis; e

Repassar recursos financeiros em quantidade suficiente para que as atividades dos

RCBP infantojuvenis sejam desenvolvidas de forma adequada.

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REFERÊNCIAS

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Prevention, Coréia do Sul, v. 15, n. 18, 2014, p. 7985 – 7987. Disponível em:

<http://koreascience.or.kr/search/articlepdf_ocean.jsp?url=http://ocean.kisti.re.kr/downfile/vol

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14_v15n18_7985>. Acesso em: 22 out. 2015.

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Report of a WHO study group on young people and "Health for all by the year 2000".

Technical report series 731. Geneva: WHO, 1986. Disponível em:

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Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs355/en/>. Acesso em: 06 jul.

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http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs297/en/>. Acesso em: 10 out. 2015.

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<http://www.who.int/cancer/media/news/Childhood_cancer_day/en/>. Acesso em: 01 mar.

2015.

APÊNDICES

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APÊNDICES

APÊNDICE A - Artigo 1

Vigilância Epidemiológica do Câncer Infantojuvenil: Um Panorama no Mundoa

Epidemiological Surveillance of Children and Adolescent Cancer: A Global Overview

Vigilancia Epidemiológica del Cáncer Infantojuvenil. Un Panorama Mundial.

Vigilância do Câncer Infantojuvenil

Maria Helena do Nascimento;1 Solange Laurentino dos Santos2

1 Enfermeira, especialista em Saúde Coletiva pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da

Universidade de Pernambuco (UPE). Mestranda* do Programa de Pós-Graduação Integrado em

Saúde Coletiva da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). E-mail:

[email protected]. Recife - PE, Brasil. Correspondência: Maria Helena do

Nascimento, Rua Cristóvão Jacques, 32, Encruzilhada, Recife - PE, Brasil, CEP: 52030-175.

Trabalhou na concepção, coleta de dados, análise e redação final do artigo.

*bolsista da Capes/CNPq

2 Cirurgiã-dentista, doutora em Saúde Pública pelo Centro de Pesquisas Aggeu

Magalhães/Fiocruz. Professora adjunta do Departamento de Medicina Social da Universidade

Federal de Pernambuco (UFPE), E-mail: [email protected], Recife-PE, Brasil.

Trabalhou na concepção, análise dos dados e redação final do artigo.

Declaração de conflito de interesses: nada a declarar.

Patrocinador: o estudo não teve patrocínio.

_____________________ a Artigo de opinião elaborado conforme as normas de formatação do periódico online Revista Brasileira

de Cancerologia.

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INTRODUÇÃO

Integrante do grupo das doenças crônicas não transmissíveis, o câncer compreende mais

de cem tipos diferentes de doenças. Considera-se câncer infantojuvenil aquele que acomete

pessoas entre zero e 19 anos de idade.1 Nesse grupo etário, a doença apresenta particularidades

distintas daquelas observadas nos adultos, diferindo em origem histológica, local primário e

comportamento clínico. Possuem também um menor período de latência, crescimento acelerado

e grande capacidade invasiva.2

O surgimento do câncer gera uma grande carga emocional que pode comprometer o

desenvolvimento biopsicossocial de crianças e adolescentes3, sendo o diagnóstico precoce uma

das principais estratégias para o controle do câncer infantojuvenil,2 o que contribui para reduzir

o sofrimento dos pacientes e seus familiares.

O câncer em crianças e adolescentes é considerado raro quando comparado aos tumores

do adulto, correspondendo a aproximadamente 3,0% de todas as neoplasias malignas.1 Nos

países desenvolvidos, essa proporção é em torno de 1,0%, enquanto que nos países em

desenvolvimento, esse percentual fica entre 3,0 e 10,0% do total de neoplasias, visto que nesses

locais quase metade da população é composta por crianças.4 As taxas de incidência global do

câncer infantil variam entre 50 e 200 casos por milhão de crianças.5

Quanto à mortalidade, o câncer na infância é a segunda causa de morte nos países

desenvolvidos, correspondendo a cerca de 4,0 a 5,0% dos óbitos, enquanto que nos países em

desenvolvimento, onde as doenças infecciosas ainda são as principais responsáveis pela

mortalidade infantil, esse percentual é de aproximadamente 1,0%.4

No Brasil, estima-se que, no ano de 2014, ocorreram aproximadamente 11.840 casos

novos de câncer em crianças e adolescentes, excluindo-se os tumores de pele não melanoma.

Dentro do contexto do controle do câncer, os Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP)

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são fundamentais para a estimativa da carga das neoplasias na população. Com atuação contínua

e permanente, esses registros coletam dados sobre todos os pacientes diagnosticados com

câncer em uma área geográfica delimitada. Dessa forma, os RCBP possibilitam conhecer o

cenário do câncer em uma determinada região e detectar alterações no padrão de ocorrência da

doença, contribuindo para o planejamento e a tomada de decisão nas ações de controle das

neoplasias.4,6

A vigilância do câncer infantojuvenil pode ser realizada juntamente com a do câncer do

adulto por um mesmo RCBP, mas alguns países optam por possuir um registro específico para

as neoplasias que acometem crianças e adolescentes. Existem poucos RCBP infantojuvenis em

atividade no mundo7 e as suas atribuições se assemelham às dos registros de câncer gerais, com

as devidas particularidades. Dessa forma, realizamos uma pesquisa para conhecer as

singularidades desses registros.

Este estudo teve como objetivo caracterizar os RCBP especializados no câncer

infantojuvenil existentes no mundo, porque consideramos importante pensar sobre a

implantação desses registros no Brasil. Aqui trazemos informações que permitirão aos gestores

da vigilância do câncer e aos profissionais da atenção oncológica refletir sobre esta relevante

iniciativa.

Os registros de câncer em crianças e adolescentes no mundo

Foram localizados 20 RCBP especializados no câncer em crianças e adolescentes em

atividade no mundo (Figura 1). Entretanto, a maioria dos registros situa-se na Europa, que

concentra 14 (70,0%) RCBP infantojuvenis, seguida pela América Latina com três (15,0%),

Oceania com dois (10,0%) e África com um (5,0%).

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Os RCBP específicos para as neoplasias que acometem crianças e adolescentes surgiram

a partir de iniciativas de diferentes setores, como departamentos de saúde instalados em

universidades, grupos de pesquisa do câncer pediátrico ou do governo. Concordamos que a

colaboração interinstitucional entre um RCBP e uma universidade pode ser um fator que

contribui para o êxito desse tipo de registro de câncer.

Os RCBP infantojuvenis mais antigos localizam-se na Europa. O Registro Nacional de

Tumores da Infância da Grã-Bretanha, criado em 1962, é considerado o maior RCBP infantil

do mundo. Dentre as suas atribuições está o monitoramento da ocorrência dos tumores cerebrais

benignos.8 Na Dinamarca, o Registro de Câncer Infantil realiza o follow-up dos pacientes e a

vigilância dos resultados e efeitos adversos das terapias, no decorrer do tempo, com o propósito

de melhorar a qualidade do tratamento recebido por essa clientela.9 De forma similar, o Registro

de Câncer Especializado em Crianças e Jovens de Yorkshire também investiga a prestação de

cuidados aos pacientes com câncer.10

Na França, o Registro Nacional de Câncer da Criança é formado pelo Registro Nacional

de Doenças Oncohematológicas da Infância e pelo Registro Nacional de Tumores Sólidos da

Infância que, juntos, abrangem uma população de cerca de 11 milhões de crianças e

adolescentes.11 Na República da Bielorrússia foi criado o Registro de Câncer de Base

Populacional da Infância, com o objetivo de contribuir com a melhoria das condições de

assistência às crianças com câncer no país, que eram precárias anteriormente ao ano de 1999.12

Na Oceania, o Registro de Câncer Pediátrico da Austrália possui um forte papel

comunitário com a oferta de ações de suporte às crianças com câncer e aos seus familiares, tais

como: aconselhamento, programas de saúde e bem-estar, grupos de apoio comunitário e auxílio

financeiro.7

Existe apenas um registro de câncer dedicado às neoplasias da infância e adolescência

na África, embora o continente possua 60 membros na Associação Internacional de Registros

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de Câncer (IACR). Em muitos países africanos, não há RCBP e alguns dos registros

implantados não coletam informações sobre a ocorrência do câncer pediátrico, o que prejudica

as estimativas da doença nesse grupo.13

Os registros de câncer infantojuvenis na América Latina

A implantação dos RCBP infantojuvenis na América Latina ocorreu tardiamente,

quando comparada ao início da maioria dos registros da Europa,14 embora exista um relevante

RCBP geral, localizado na cidade de Cali, Colômbia, em vigência ininterrupta desde o ano de

1962. O Registro Populacional de Câncer de Cali é considerado uma referência na região.15

Mas, a implantação de um registro de câncer da infância na Colômbia só ocorreu no ano de

2010 por determinação da Lei nº 1.388/2010.14

O Brasil não possui um RCBP específico para o monitoramento das neoplasias em

crianças e adolescentes, sendo essa ação realizada pelos RCBP gerais. O primeiro registro do

país foi o do Recife, implantado no ano de 1967 e localizado, à época, na Faculdade de Medicina

do Recife.16

Nos anos de 1967 a 1969, criou-se um projeto para a implantação de um Registro

Brasileiro dos Tumores da Infância, mas não foi bem sucedido. Dentre as condições para o

fracasso das propostas de implantação de registros de câncer na América Latina, no período de

1950 a 1995 estão: o câncer não ser considerado uma prioridade em saúde pública pelos

gestores, a ausência de projetos reais e factíveis para a implantação dos registros de câncer, o

quantitativo insuficiente e/ou a ausência de qualificação dos profissionais para atuarem nos

RCBP e a falta de recursos financeiros.17

No Brasil, observaram-se importantes mudanças na gestão da saúde com a implantação

do SUS e a descentralização das ações de vigilância para o âmbito municipal, mas esse processo

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não se deu igualmente para todas as regiões do país. Isso também pode ser verificado na política

de atenção oncológica.

De forma geral, os RCBP identificados pelo estudo cobrem a população abaixo de 19

anos de idade, com exceção do Registro de Câncer Especializado em Crianças e Jovens de

Yorkshire e do Registro de Câncer Infantil da Suíça, cujo público-alvo são os menores de 30 e

de 21 anos de idade, respectivamente.10,18

CONCLUSÃO

Em muitos locais do mundo ainda não há um RCBP especifico para o câncer

infantojuvenil. Apesar de ser uma doença de baixa incidência, a importância do seu

monitoramento supera o caráter puramente epidemiológico e perpassa pela gestão pública,

através do fornecimento de informações que embasam a formulação de políticas e a

configuração da rede de assistência oncológica e, finalmente, atinge as crianças e suas famílias,

contribuindo para o bem-estar desses sujeitos por meio do seu potencial para criar redes de

apoio e solidariedade. Recomenda-se que a implantação de RCBP infantojuvenis esteja entre

as prioridades dos gestores em saúde no Brasil.

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Quadro 1 - Registros de câncer de base populacional especializados no grupo infantojuvenil em atividade no mundo, 2016

REGISTRO DE CÂNCER ANO DE

CRIAÇÃO ABRANGÊNCIA LOCAL(IS) COBERTO(S)

National Registry of Childhood Tumours 1962 Nacional Inglaterra, Escócia, País de Gales e

Irlanda do Norte (Grã-Bretanha)

Registro Tumori Infantili del Piemonte 1967 Regional Piemonte (Itália)

National Paediatric Cancer Registry of Hungary 1971 Nacional Hungria

Yorkshire Specialist Register of Cancer in Children and Young

People 1974 Regional Yorkshire (Reino Unido)

Swiss Childhood Cancer Registry 1976 Nacional Suíça

Deutsches Kinderkrebsregister 1980 Nacional Alemanha

Registro Español de Tumores Infantiles 1980 Nacional Espanha

Australian Paediatric Cancer Registry 1983 Nacional Austrália

Registro de Tumores Infantiles de la Comunitat Valenciana 1985 Regional Comunidade Valenciana (Espanha)

South African Pediatric Registry 1987 Nacional África do Sul

Registre National des Hémopathies Malignes de l'Enfant 1995 Nacional França

Childhood Population-Based Cancer Registry of the Republic of

Belarus - Childhood Cancer SubRegistry of Belarus 1999 Nacional República da Bielorrússia

Registre National des Tumeurs Solides de l'Enfant 2000 Nacional França

The New Zealand Children’s Cancer Registry 2000 Nacional Nova Zelândia

Childhood Cancer Registry of Moscow Region 2000 Regional Região de Moscou (Federação Russa)

The Danish Registry of Childhood Cancer 2003 Nacional Dinamarca

Registro Nacional de Cáncer de Niños y Adolescentes 2005 Nacional México

Registro Nacional de Cáncer Infantil 2006 Nacional Chile

Romanian National Registry of Childhood Cancer 2009 Nacional Romênia

Registro Nacional de Cáncer Infantil 2010 Nacional Colômbia

Fonte: Associação Internacional dos Registros de Câncer (IACR) e registros de câncer de base populacional infantis

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REFERÊNCIAS

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registros de base populacional e de mortalidade. Rio de Janeiro: Inca; 2008.

2. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Diagnóstico precoce do câncer

na criança e no adolescente. 2ª edição. Rio de Janeiro: Inca; 2014.

3. Santos SS, Melo LR, Koifman RJ, Koifman S. Cancer incidence, hospital morbidity, and

mortality in young adults in Brazil. Cad Saúde Pública 2013; 29(5): 1029-1040. Doi:

10.1590/S0102-311X2013000500020.

4. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2014: incidência de

câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Inca; 2014.

5. World Health Organization. International childhood cancer day: questions & answers

[Internet]. France: WHO; 2015 [acesso em 2015 Mai 01]. Disponível em:

<http://www.who.int/cancer/media/news/Childhood_cancer_day/en/>

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<http://ces.ibge.gov.br/base-de-dados/metadados/ministerio-da-saude/registro-de-cancer-de-

base-populacional-rcbp>

7. Cancer Council Queensland. 10 years of cancer research – changing the lives of

Queenslanders [Internet]. Queensland: Cancer Council Queensland; 2016 [acesso em 2016

Jan 11]. Disponível em: <https://cancerqld.org.au/wp-content/uploads/2016/04/crcannual-

report_2014.pdf>

8. Childhood Cancer Research Group. The National Registry of Childhood Tumours

[Internet]. Oxford: Childhood Cancer Research Group; 2010 [acesso em 2015 Out 01].

Disponível em: <http://www.ccrg.ox.ac.uk/datasets/nrct.shtml>

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9. Aarhus University Hospital. The Danish Registry of Childhood Cancer (DBCR) [Internet].

Aarhus: Aarhus University Hospital; 2015 [acesso em 2015 Nov 17]. Disponível em:

<http://www.kea.au.dk/en/Clinical%20Quality/RegistryofChildhood%20Cancer%20.html>

10. University of Leeds. Yorkshire Specialist Register of Cancer in Children and Young

People [Internet]. Leeds: University of Leeds; 2015 [acesso em 2015 Dez 02]. Disponível em:

<http://medhealth.leeds.ac.uk/info/545/yorkshire_specialist_cancer_register/>

11. Lacour B, Guyot-Goubin A, Guissou S, Bellec S, Désandes E, Clavel J. Incidence of

childhood cancer in France: National Children Cancer Registries, 2000–2004. Eur J Cancer

Prev 2010 May;19(3):173-81.

12. Childhood Population-Based Cancer Registry of the Republic of Belarus. Physical

location of the registry [Internet]. Minsk: Childhood Population-Based Cancer Registry of the

Republic of Belarus; 2015 [acesso em 2015 Nov 16]. Disponível em:

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13. Childhood Cancer Foundation South Africa. Childhood Cancer Registry [Internet].

Africa: CHOC; 2015 [acesso em 2015 Nov 23]. Disponível em:

<http://www.choc.org.za/childhood-cancer/cancer-registry.html/>

14. Arias O, Nelson E. Registros poblacionales de cáncer: avances en Colombia, Chile y

Brasil. Rev. Fac. Nac. Salud Pública 2013 Mar;31(1):117-126.

15. Muñoz N, Knaul F, Lazcano E. 50 años del Registro Poblacional de Cáncer de Cali,

Colombia. [Editorial] Salud pública Méx 2014;Out;56(5): 421-422.

16. Carvalho, MRC. Cancer Registry of Pernambuco (Recife), 1967-1979. In: International

incidence of childhood cancer. IARC. 1988. Oxford: Oxford University Press. p.110.

17. Mirra AP. Registros de cáncer en América Latina. [Informe] Rev Bras Cancerol

1997;Jan/Fev/Mar;43(1). Disponível em:

<http://www.inca.gov.br/rbc/n_43/v01/informe_completo.html>

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18. Swiss Childhood Cancer Registry. History [Internet]. Berna: Swiss Childhood Cancer

Registry; 2015 [acesso em 2015 Out 15]. Disponível em:

<http://www.childhoodcancerregistry.ch/index.php?id=4008>

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APÊNDICE B - Artigo 2

Câncer Infantojuvenil: Qualidade da Base de Dados do Registro de Câncer de Base

Populacional do Recifea

Maria Helena do Nascimento1; Solange Laurentino dos Santos2

1 Enfermeira, especialista em Saúde Coletiva pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da

Universidade de Pernambuco (UPE). Mestranda* do Programa de Pós-Graduação Integrado em

Saúde Coletiva da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). E-mail:

[email protected]. Recife - PE, Brasil.

Correspondência: Maria Helena do Nascimento, Rua Cristóvão Jacques, 32, Encruzilhada,

Recife - PE, Brasil, CEP: 52030-175.

*bolsista da Capes/CNPq

2 Cirurgiã-dentista, doutora em Saúde Pública pelo Centro de Pesquisas Aggeu

Magalhães/Fiocruz. Professora adjunta do Departamento de Medicina Social da Universidade

Federal de Pernambuco (UFPE), E-mail: [email protected], Recife-PE, Brasil.

Declaração de conflito de interesses: nada a declarar.

Agradecimentos: Setor de vigilância epidemiológica/DANT da Secretaria de Saúde do Recife.

_____________________

a Artigo elaborado conforme as normas de formatação do periódico Salud Pública de México.

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RESUMO

Objetivo: analisar as dimensões da qualidade da base de dados do registro de câncer de base

populacional (RCBP) do Recife a partir dos casos de câncer infantojuvenil. Material e métodos:

estudo descritivo de corte transversal, realizado no Recife - PE, Brasil, cuja população foi

composta pelos casos de câncer em pessoas de zero a 19 anos de idade, presentes na base de

dados do RCBP do Recife. Foram analisadas as dimensões da qualidade comparabilidade,

validade e oportunidade. Resultados: a proporção de casos com verificação morfológica foi de

80,6%, enquanto que, a de casos identificados somente pela Declaração de Óbito foi de 11,9%.

O registro utiliza o prazo de quatro anos para o encerramento dos casos. Conclusões: as

dimensões comparabilidade e validade conseguem manter-se dentro dos parâmetros sugeridos

pela International Agency for Research on Cancer (IARC), o que não é observado para a

dimensão oportunidade.

Palavras-chave: Neoplasias. Criança. Adolescente. Vigilância epidemiológica. Confiabilidade

dos dados.

INTRODUÇÃO

A Revolução Industrial, ocorrida nos séculos XVIII e XIX, gerou mudanças no estilo

de vida das pessoas que resultaram no aumento das doenças crônicas não transmissíveis, dentre

elas, o câncer.1

O câncer infantojuvenil acomete crianças e adolescentes entre zero e 19 anos de idade e

possui características distintas das neoplasias em adultos. Nessa faixa etária, a doença apresenta

origem histológica, local primário e comportamento clínico diferentes do observado em fases

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mais avançadas da vida, assim como menor período de latência, crescimento acelerado e grande

capacidade invasiva.2

O câncer em crianças e adolescentes, cujas taxas de incidência global variam entre 50 e

200 casos por milhão de crianças3, é considerado raro quando comparado aos tumores do adulto,

correspondendo a aproximadamente 3,0% de todas as neoplasias malignas.4 Nos países

desenvolvidos, esse tipo de câncer incide em cerca de 1,0% dos casos, enquanto que nos países

em desenvolvimento, nos quais quase metade da população é composta por crianças, essa

proporção é em torno de 3,0 a 10,0% do total de neoplasias.5

O câncer na infância é a segunda causa de morte nos países desenvolvidos, o que

corresponde a cerca de 4,0 a 5,0% dos óbitos. Nos países em desenvolvimento, onde as doenças

infecciosas ainda são as principais responsáveis pela mortalidade infantil, esse percentual é de

aproximadamente 1,0%.5

No Brasil, estima-se que no ano de 2014 ocorreram 11.840 casos novos de câncer em

crianças e adolescentes, excluindo-se os tumores de pele não melanoma. A região Sudeste

apresentou a maior incidência da doença, com 5.600 casos, seguida pelas regiões Nordeste, com

2.790 casos, Sul, com 1.350 casos, Centro-Oeste, com 1.280 casos, e Norte, com 820 casos.5

Em Pernambuco, no ano de 2012, o câncer infantojuvenil foi responsável por 7,4% dos

óbitos, sendo a segunda principal causa de morte em menores de 19 anos de idade, atrás apenas

das causas externas.6 No Recife, entre os anos de 2002 e 2007, ocorreram 454 casos e 121

mortes por câncer em crianças e adolescentes. A maioria dos casos (39,0%) e dos óbitos

(33,0%) da cidade ocorreu na faixa etária de 15 a 19 anos de idade.7

Os registros de câncer de base populacional (RCBP) possibilitam estimar a incidência

das neoplasias na população.8 Existem poucos RCBP especializados no câncer infantojuvenil

em atividade no mundo,9 dessa forma, a vigilância da doença nesse grupo é realizada, em sua

maioria, pelos RCBP gerais. O Brasil ainda não possui um RCBP pediátrico, e a proporção de

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casos de câncer infantojuvenil na base de dados dos RCBP do país é de aproximadamente

2,5%.4,10

A Agência Internacional para Pesquisa do Câncer (IARC), um ramo da Organização

Mundial de Saúde (OMS) funciona como um referencial para a vigilância epidemiológica das

neoplasias. Dentre as atribuições da agência estão a consolidação dos dados sobre a incidência

do câncer nos diversos países e a divulgação de informações sobre a magnitude da doença no

mundo. Os dados enviados pelos RCBP à IARC apresentam problemas quanto à sua qualidade,

o que prejudica a estimativa da carga global de câncer.11

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, do Ministério da Saúde

(MS), é o órgão responsável pela vigilância do câncer no Brasil. As bases de dados dos registros

brasileiros apresentam cerca de 40,0% de aprovação pela IARC, enquanto que esse percentual

fica em torno de 98,0% para os registros da América do Norte e da Europa. 12

O sucesso dos programas de controle do câncer depende da sua vigilância, o que faz

com que os RCBP sejam um instrumento essencial para o controle da doença. Por tratar-se de

um registro geral, a análise das dimensões da qualidade da base de dados do RCBP do Recife

é necessária para observar possíveis lacunas na produção das informações referentes à

incidência da doença em crianças e adolescentes. Ressalta-se que o estudo contribuirá para

subsidiar as ações dos profissionais e gestores da saúde no tocante a atenção oncológica

pediátrica na cidade e às medidas de prevenção e controle da doença.

Dessa forma, o objetivo do presente estudo é analisar as dimensões da qualidade da base

de dados do RCBP do Recife a partir dos casos de câncer infantojuvenil.

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MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal, realizado no Recife - PE, Brasil,

cuja população é de 1.537.704 habitantes, dos quais 447.179 possuem entre zero e 19 anos de

idade.13

População

Foi composta pelos casos de câncer em crianças e adolescentes de zero a 19 anos de

idade ocorridos no Recife, no período de 2002 a 2010.

Fonte de dados

Utilizou-se a base de dados do RCBP da Secretaria de Saúde do Recife. Fundado no ano

de 1967, esse registro é considerado o mais antigo do Brasil.14 Foi implantado inicialmente na

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sendo posteriormente incorporado à Secretaria

de Saúde do Estado de Pernambuco e repassado a atual administração no ano de 2003.15

Análise

A análise da qualidade da base de dados do RCBP do Recife foi orientada pela

Publicação Técnica nº 43 da IARC (2014), que contém recomendações para o planejamento e

desenvolvimento de RCBP em países em vias de desenvolvimento ou subdesenvolvidos,

considerando as dificuldades enfrentadas para se estabelecer a vigilância do câncer nesses

cenários.8 O estudo analisou as seguintes dimensões da qualidade da base de dados de um

RCBP: a comparabilidade, a validade e a oportunidade.16

A comparabilidade está relacionada a padronização dos casos coletados, ou seja, a

classificação e codificação de acordo com a Classificação Internacional de Doenças para

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Oncologia (CID-O). A validade pode ser definida como a proporção de casos incluídos em um

banco de dados que apresentam uma característica determinada e que realmente tenham esta

particularidade.17 Para esse estudo, a validade foi analisada a partir do cálculo dos seguintes

indicadores:

Proporção de casos com Verificação Morfológica (%VM): representa o percentual

de casos nos quais o diagnóstico foi realizado com o auxílio de um espécime de

tecido, através de exames histológicos, citológicos ou hematológicos.

Proporção de casos identificados somente pela Declaração de Óbito (%SDO):

expressa os casos de câncer nos quais não foi possível resgatar outras informações

além daquelas presentes na Declaração de Óbito (DO).8

A oportunidade refere-se ao grau em que os dados ou informações estão disponíveis no

local e a tempo para utilização de quem deles necessita.18 A oportunidade está relacionada ao

período decorrido entre a data de notificação do caso e o seu encerramento.19

Aspectos éticos

O presente estudo está relacionado ao grupo de pesquisa Câncer, ambiente e territórios

vulneráveis, liderado pela Prof.ª Dr.ª Solange Laurentino dos Santos, do Departamento de

Medicina Social da UFPE, e foi aprovado pelo Comitê de ética em Pesquisa em Seres Humanos

do Centro de Ciências da Saúde da UFPE com o CAAE nº 50855915.7.0000.5208.

RESULTADOS

Entre os anos de 2002 e 2010, ocorreram 666 casos novos de câncer infantojuvenil no

Recife (Figura 1). A doença acometeu mais o sexo feminino, com 404 casos (60,7%), enquanto

que, o sexo masculino apresentou 262 casos (39,3%). Registraram-se 324 casos (48,6%) em

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70

crianças e 342 casos (51,4%) em adolescentes. Em mulheres, ocorreram 100 casos de câncer

de colo de útero, o que é relevante visto que se utilizaram apenas os casos de pessoas entre zero

e 19 anos de idade.

No período em estudo, o registro coletou dados de 31 fontes. O maior quantitativo de

casos foi proveniente de hospitais e clínicas especializadas (76,3%), enquanto que o restante

veio de centros de diagnóstico e laboratórios (12,2%) e do Sistema de Informação Sobre

Mortalidade - SIM (11,6%).

A maioria das variáveis básicas tiveram 100,0% de preenchimento, com exceção do

meio de diagnóstico (98,2%), logradouro (90,5%) e raça/cor (76,4%). A edição da CID-O

utilizada para a classificação das neoplasias não foi informada em 1,8% dos casos. Dentre as

variáveis opcionais, a extensão da doença teve 36,6% de preenchimento, enquanto que o código

e a descrição da doença no adulto jovem tiveram 12,3% cada.

Quanto a comparabilidade, os casos de câncer são padronizados de acordo com a CID-

O e a Classificação Internacional do Câncer na Infância (CICI) através do software SisBasepop

Web do MS. O programa detecta se o CID-O informado está de acordo com as informações

fornecidas para o caso, realizando a adaptação para a CICI, se necessário.

O indicador de validade %VM total foi de 80,6%, enquanto que, a %SDO total foi de

11,9%. As Tabelas I e II descrevem esses indicadores por sexo e topografia. Com relação à

oportunidade, o RCBP do Recife utiliza o prazo de até quatro anos, a partir da data de

notificação, para o encerramento dos casos e divulgação dos dados.

DISCUSSÃO

Para que um registro de câncer alcance os objetivos que nortearam a sua implantação é

fundamental que ele possua uma base de dados confiável, do contrário, a estimativa da carga

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das neoplasias e a tomada de decisão referente às políticas de controle da doença são

prejudicadas. Deste modo, os RCBP devem fazer rotineiramente o controle da qualidade das

suas bases de dados.20

As informações provenientes dos casos de câncer infantojuvenil podem servir como um

indicativo da qualidade de toda a base de dados de um RCBP, como demonstrou o estudo

realizado no Registro de Câncer de Khon Kaen, Tailândia, que, através da análise somente dos

casos de câncer em crianças e adolescentes ocorridos entre 1990 e 2007, concluiu que os dados

possuíam uma qualidade aceitável, e que esse achado poderia ser representativo da base de

dados como um todo.20

Quanto às ações de rotina da vigilância, o RCBP do Recife realiza a coleta de dados

utilizando um formulário padrão para todos os tipos de câncer, no qual estão presentes todas as

variáveis básicas a serem coletadas pelos registros8 e as variáveis opcionais número do exame,

observação, extensão, tipo de óbito (se é relacionado ao câncer), data do óbito, metástase à

distância, código da doença adulto jovem e descrição da doença adulto jovem.

A presença de campos referentes aos adultos jovens na base de dados do RCBP do

Recife denota que há uma preocupação com determinados grupos populacionais. O RCBP da

Noruega utiliza formulários específicos para alguns tipos de câncer.21

Algumas variáveis consideradas como itens básicos pela IARC são obrigatórias para os

RCBP brasileiros, porém, de preenchimento opcional. Fazem parte dessa categoria a data de

nascimento, a idade, a raça/cor, o endereço e a data de diagnóstico.22 Compreende-se que a não

obrigatoriedade existe em decorrência das dificuldades enfrentadas pelos registros do país na

coleta de dados, mas essa lacuna pode prejudicar a qualidade da base de dados.

Na França, o Registro Nacional de Câncer da Criança, formado pelo Registro Nacional

de Doenças Oncohematológicas da Infância e pelo Registro Nacional de Tumores Sólidos da

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Infância, teve 100,0% de preenchimento das variáveis data de nascimento, sexo e logradouro

no período de 2000 a 2004.23

Quanto à análise da qualidade, a %VM funciona como um indicativo da validade da

informação de um RCBP, sendo analisada segundo a localização do tumor porque alguns tipos

de câncer estão em órgãos que dificultam a coleta de espécime para biópsia. Um alto percentual

de casos com verificação morfológica (VM) em registros de países em vias de desenvolvimento

é sugestivo de defasagem na cobertura, visto que há o privilégio de informações provenientes

de laboratórios de anatomia patológica em detrimento de outras fontes. Por outro lado, o acesso

ao diagnóstico correto do câncer depende desses laboratórios.8,22

Para o indicador %VM, o RCBP do Recife ficou dentro do parâmetro sugerido pela

IARC, ou seja, acima de 70,0% dos casos foram confirmados através de VM. Entre os anos de

2008 e 2012, o RCBP de São Paulo apresentou 86,4% dos casos verificados

morfologicamente.24

No Registro de Câncer de Khon Kaen, Tailândia, a %VM variou no decorrer do tempo.

Anteriormente ao ano 2000, realizou-se VM em cerca de 80,0% dos casos. Após essa data, o

percentual ultrapassou 80,0%, chegando a 97,0% no ano de 2005.20

No Registro Nacional de Câncer da Bulgária, entre os anos de 2003 e 2007, a %VM

para todas as localizações de câncer no sexo masculino foi de 73,3%. Esse indicador ficou

acima de 80,0% para os cânceres de lábio, cavidade oral e faringe; colo, reto e ânus; laringe;

melanoma; próstata; testículos; bexiga; e tireoide, e foi de 100,0% para os casos de linfoma e

leucemia. No sexo feminino, a %VM total foi de 82,8%. Em relação à topografia, a %VM foi

superior a 80,0% para os mesmos tipos de câncer dos homens, acrescido dos cânceres de mama,

colo de útero, útero, ovários e bexiga. Todos os casos de melanoma, linfoma e leucemia tiveram

VM.25

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Os estudos sobre a qualidade da base de dados dos RCBP infantojuvenis revelam que a

%VM consegue manter-se acima de 90,0% nesses serviços. No Registro de Câncer da Infância

da Suíça, 94,0% dos casos ocorridos nos anos de 2001 a 2005 tiveram o seu diagnóstico

confirmado por VM.26

Na França, no período de 2000 a 2004, o Registro Nacional de Câncer da Criança

apresentou VM em 94,0% dos casos. Quando analisado por tipo de câncer, a %VM variou de

62,0%, para o retinoblastoma, a 100,0%, para os tumores ósseos.23 O Registro de Câncer

Pediátrico da Austrália, entre os anos de 1983 e 2007, registrou em torno de 14.000 casos de

neoplasias em menores de 15 anos de idade, com %VM de 95,0%.9 Os registros da França e da

Austrália possuem uma base de dados considerada de alta qualidade.9,23

Em relação ao segundo indicador da validade analisado, a alta %SDO é sugestiva de

subnotificação e o baixo percentual pode representar uma busca de casos ou de dados

complementares eficiente. A análise crítica dessa medida deve ser atrelada a situação do registro

de óbito local, visto que a Declaração de Óbito (DO) apresenta falhas no preenchimento em

muitos países em desenvolvimento, podendo conter informações incorretas que levantam

dúvidas sobre a causa do óbito.8,22

A %SDO no registro do Recife ficou dentro do limite sugerido pela IARC, de até 20,0%,

mas distante do observado no RCBP de São Paulo, que teve apenas 1,0% dos seus casos

notificados apenas pela DO.24 Em outros países, a %SDO permaneceu abaixo de 10,0% com

tendência declinante.20

No início do funcionamento do Registro de Câncer de Khon Kaen, a %SDO era em

torno de 10,0%, mas esse percentual foi diminuindo progressivamente até permanecer abaixo

de 5,0%, ainda demonstrando tendência declinante.20 No registro nacional de câncer da

Bulgária, entre 2003 e 2007, a %SDO em homens e mulheres foi de 9,8% e de 6,9%,

respectivamente.25

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Quanto à oportunidade, a Portaria nº 183, de 30 de janeiro de 2014, do MS, estabelece

que os RCBP brasileiros possuem o prazo de até dois anos a partir da data de notificação para

fazer o encerramento dos casos,19 mas o INCA estipula um período de até 4 anos, que é a

recomendação seguida pelo RCBP do Recife.

Na América do Norte, o Surveillance, Epidemiology, and End Results Program (SEER)

e a North American Association of Central Cancer Registries estipulam o prazo de 22 a 24

meses seguintes ao do ano de diagnóstico para a apresentação dos dados.8 O RCBP da Bulgária

possui o prazo de 18 meses, a partir do ano de diagnóstico, para investigação dos casos e seis

meses adicionais para a publicação dos dados.25

CONCLUSÕES

A partir dos resultados desse estudo, demonstra-se que mesmo com a existência de

limitações estruturais, o RCBP do Recife possui indicadores das dimensões da qualidade da

base de dados dentro dos parâmetros sugeridos pela IARC, com exceção da dimensão

oportunidade.

Para a melhoria da qualidade da base de dados do RCBP brasileiros, recomenda-se

disponibilizar a infraestrutura necessária para a instalação e desenvolvimento das atividades

dos registros, aumentar o quantitativo e a qualificação dos profissionais, e ainda, incrementar o

repasse de recursos financeiros.

Também é importante que sejam coletadas variáveis extras que cubram as

especificidades requeridas por determinados tipos de neoplasias, como aquelas que acometem

a população infantojuvenil, podendo-se, inclusive, construir um instrumento de coleta de dados

específico para essa finalidade.

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Figura 1 - Quantitativo de casos de câncer infantojuvenil por ano. Recife, 2002 - 2010

Fonte: RCBP do Recife

6067 65 66

101

64

99

88

56

0

20

40

60

80

100

120

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

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Tabela I - Localização do câncer, quantitativo de casos, proporção de casos com verificação

morfológica (%VM) e proporção de casos identificados somente pela Declaração de Óbito

(%SDO) no sexo masculino segundo a CID-10. Recife, 2002-2010

HOMENS

CID-10 Localização Casos %VM %SDO

C00-96 Todas as localizações 262 75,2 15,3

C16 Estômago 8 62,5 12,5

C22 Fígado 6 66,7 33,3

C32 Laringe 9 77,8 22,2

C34 Pulmão 18 44,4 33,3

C40-41 Medula óssea 37 86,5 13,5

C44 Pele de outras partes da face 10 100,0 0,0

C44 Pele do membro superior e do ombro 6 83,3 0,0

C44 Pele 6 100,0 0,0

C61 Próstata 45 64,4 17,8

C71 Cérebro 7 71,4 28,6

Outros - 110 - -

Fonte: a autora

Tabela II - Localização do câncer, quantitativo de casos, proporção de casos com verificação

morfológica (%VM) e proporção de casos identificados somente pela Declaração de Óbito

(%SDO) no sexo feminino segundo a CID-10. Recife, 2002-2010

MULHERES

CID-10 Localização Casos %VM %SDO

C00-96 Todas as localizações 404 84,2 9,7

C25 Pâncreas 6 16,7 66,7

C34 Pulmão 12 41,7 25,0

C40-41 Medula óssea 29 75,9 24,1

C44 Pele de outras partes da face 14 100,0 0,0

C50 Mama 77 89,6 5,2

C53 Colo do útero 100 97,0 1,0

C54.1 Endométrio 7 85,7 14,3

C56 Ovário 15 86,7 6,7

C71 Cérebro 7 85,7 0,0

C71 Encéfalo 6 33,3 50,0

Outros - 131 - -

Fonte: a autora

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REFERÊNCIAS

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nambuco|recife|infogr%E1ficos:-evolu%E7%E3o-populacional-e-pir%E2mide-et%E1ria>

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ores_discutem_avancos_na_vigilancia_do_cancer>

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19. Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 183, de 30 de janeiro de 2014. Regulamenta o

incentivo financeiro de custeio para implantação e manutenção de ações e serviços públicos

estratégicos de vigilância em saúde, previsto no art. 18, inciso I, da Portaria nº 1.378/GM/MS,

de 9 de julho de 2013, com a definição dos critérios de financiamento, monitoramento e

avaliação [Internet]. Brasília - DF; 2014 [acesso em 2016 Fev 20]. Disponível em:

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procedimentos para registros de câncer de case populacional. 2.ed. Rio de Janeiro: INCA;

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ANEXOS

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ANEXOS

ANEXO A – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do CCS - UFPE

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ANEXO B – Carta de Anuência da Prefeitura do Recife

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ANEXO C – Autorização de Uso de Dados Secundários

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ANEXO D – Termo de Compromisso e Confidencialidade

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ANEXO E – Normas da Revista Brasileira de Cancerologia

INSTRUÇÕES PARA AUTORES

INFORMAÇÕES GERAIS

A Revista Brasileira de Cancerologia (RBC) é uma publicação trimestral que tem por finalidade

divulgar trabalhos relacionados a todas as áreas da Cancerologia. São aceitos para publicação textos em

português, inglês e espanhol.

A RBC adota os "Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals:

Writing and Editing for Biomedical Publication" do International Committee of Medical Journal Editors

(ICMJE) (http://www.icmje.org). O original, incluindo tabelas, ilustrações e referências, deve seguir

esses requisitos.

Os manuscritos devem ser inéditos e destinar-se exclusivamente à RBC, não sendo permitida

sua apresentação simultânea a outro periódico. Os conceitos e opiniões expressos nos artigos, bem como

a exatidão e a procedência das citações, são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es). Manuscritos

que se referem a partes de uma mesma pesquisa têm a submissão desencorajada por essa Revista.

Os manuscritos publicados passarão a ser propriedade da RBC, sendo vedada tanto sua

reprodução, mesmo que parcial, em outros periódicos, como sua tradução para publicação em outros

idiomas, sem prévia autorização desta. Os manuscritos aceitos para publicação poderão ser modificados

para se adequar ao estilo editorial-gráfico da Revista, sem que, entretanto, nada de seu conteúdo técnico-

científico seja alterado.

No caso de o manuscrito incluir tabelas e ilustrações previamente publicadas por outros autores

e em outros veículos, é dever do autor fornecer comprovante de autorização de reprodução, assinado

pelos detentores dos direitos autorais dos mesmos.

Os leitores de periódicos biomédicos merecem ter a confiança de que o que estão lendo é

original, a menos que exista uma declaração clara de que o artigo está sendo republicado por escolha do

autor e do editor. As bases para essa posição são as leis internacionais de direito autoral, a conduta ética

e o uso de recursos, obedecendo a uma lógica de custo efetividade.

Quando parte do material do manuscrito já tiver sido apresentada em uma comunicação

preliminar, em simpósio, congresso etc., esse fato deve ser citado como nota de rodapé na página de

título, e uma cópia do texto da apresentação deve acompanhar a submissão do manuscrito.

Na submissão de manuscritos ou resumos de pesquisa clínica, ensaios clínicos, pesquisa básica,

pesquisa aplicada, pesquisa de tradução; estudos laboratoriais, estudos epidemiológicos (prospectivos

ou retrospectivos); utilização de dados de prontuários, pesquisa em banco de dados; relatos de casos;

entrevistas, questionários, inquéritos populacionais; é obrigatória a inclusão de documento, com o

número de protocolo, de que todos os procedimentos propostos tenham sido avaliados e aprovados pelo

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Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Instituição a que se vinculam os autores ou, na falta deste, por

um outro CEP indicado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde.

Os pacientes têm direito à privacidade, fato que não deve ser infringido sem um consentimento

informado. As informações de identificação pessoal não devem ser publicadas em descrições escritas,

fotografias, genealogias e relatos de caso, a menos que a informação seja essencial para propósitos

científicos e que o paciente (ou seus pais ou tutores) outorgue um consentimento informado por escrito,

autorizando a publicação.

Devem omitir-se detalhes de identificação se não forem essenciais, mas os dados do paciente

nunca deverão ser alterados ou falsificados numa tentativa de conseguir o anonimato. O anonimato

completo é difícil de conseguir, devendo-se obter o consentimento informado se houver alguma dúvida.

Por exemplo, mascarar a região ocular em fotografias de pacientes é uma proteção inadequada para o

anonimato.

A RBC, ao reconhecer a importância do registro e divulgação internacional, em acesso aberto,

de informações sobre estudos clínicos, apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização

Mundial da Saúde (OMS) e do ICMJE. Desta forma, serão aceitos para publicação apenas os artigos de

pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios

Clínicos validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis

no sítio do ICMJE (http://www.icmje.org).

Conflitos de interesses devem ser reconhecidos e mencionados pelos autores. Entre essas

situações, menciona-se a participação societária nas empresas produtoras das drogas ou equipamentos

citados ou utilizados no trabalho, assim como em concorrentes da mesma. São também consideradas

fontes de conflito os auxílios recebidos, as relações de subordinação no trabalho, consultorias etc.

A submissão do manuscrito à RBC deve ser por e-mail para [email protected], com o texto

integral, tabelas, gráficos, figuras, imagens, CEP e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

(se aplicável) e de acordo com as normas da Revista. A “Carta de Submissão” individual e assinada por

cada um dos autores (modelo disponível em http://www.inca.gov.br/rbc) deve também ser enviada nesta

oportunidade.

PROCESSO DE AVALIAÇÃO DOS MANUSCRITOS

A publicação dos trabalhos dependerá da observância das normas da RBC e da decisão do seu

Conselho Editorial. O processo de avaliação inicia-se com o editor científico que avalia se o artigo

recebido traz contribuições para a área da Cancerologia e se é de interesse para os leitores. Avalia

também se o original está elaborado de acordo com as instruções recomendadas pela Revista. Os

manuscritos considerados pertinentes, mas, em desacordo com essas instruções, serão devolvidos aos

autores para as adaptações necessárias, antes da avaliação pelo Conselho Editorial.

O manuscrito aceito é encaminhado para análise e emissão de parecer dos membros do Conselho

Editorial e/ou Conselho Ad Hoc, ambos formados por profissionais de notório saber nas diversas áreas

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da Oncologia. Nesse processo, o sigilo e o anonimato serão adotados para autor(es) e pareceristas. A

análise dos pareceristas é realizada com base no formulário “Parecer do Conselho Editorial” disponível

nas instruções para publicação na RBC em http://www.inca. gov.br/rbc.

Após emissão do parecer, o manuscrito é enviado ao editor científico que toma ciência dos

pareceres emitidos e os analisa em relação ao cumprimento das normas de publicação da Revista e

decide sobre a aceitação ou não do artigo, assim como das alterações solicitadas, processo sobre o qual

tem plena autoridade de decisão. O parecer é então enviado para os autores por e-mail.

Após avaliação os manuscritos, poderão ser classificados em: manuscrito aprovado sem

restrições, que será encaminhado ao revisor técnico para revisão e posterior publicação; manuscrito

aprovado com restrição, que será encaminhado ao(s) autor(es) com as solicitações de ajuste por e-mail.

O manuscrito revisado deve ser reapresentado pelo(s) autor(es) à RBC, por e-mail, acompanhado de

carta informando as alterações realizadas ou, quando não realizadas, apresentando as devidas

justificativas. Não havendo retorno do trabalho em quarenta e cinco (45) dias, será considerado que os

autores não têm mais interesse na publicação; manuscrito não aprovado, nesse caso o autor receberá

notificação de recusa por e-mail.

O manuscrito aprovado será publicado de acordo com o fluxo e o cronograma editorial da

Revista.

CATEGORIA DOS MANUSCRITOS

São considerados para publicação os seguintes tipos de manuscritos:

• Artigos Originais – são artigos nos quais são informados os resultados obtidos em pesquisas de

natureza empírica ou experimental original cujos resultados possam ser replicados e/ou generalizados.

Também são considerados originais as pesquisas de metodologia qualitativa, de conteúdo histórico e as

formulações discursivas de efeito teorizante. Como estrutura devem apresentar: introdução, método,

resultados, discussão e conclusão. O máximo de laudas é 20, incluindo figuras, tabelas, gráfico, etc. que

não devem ultrapassar 5.

• Revisão da Literatura – trata-se de revisão sistematizada e atualizada da literatura sobre um tema

específico e que deve dar ao leitor uma cobertura geral de um assunto. Não serão aceitas revisões

narrativas. Devem ser descritos os tipos de revisão (integrativa, sistemática, metanálise), os métodos e

procedimentos adotados para a realização do trabalho. A interpretação e conclusão dos autores devem

estar presentes. Como estrutura devem apresentar: introdução, método, resultados, discussão e

conclusão. O máximo de laudas é 20, incluindo figuras, tabelas, gráfico, etc. que não devem ultrapassar

5.

• Relato de Casos/ Série de Casos - é a descrição detalhada e análise crítica de um ou mais casos, típicos

ou atípicos, baseado em revisão bibliográfica ampla e atual sobre o tema. O autor deve apresentar um

problema em seus múltiplos aspectos, sua relevância. O máximo de laudas é 15, incluindo figuras,

tabelas, gráfico etc. que não devem ultrapassar 4.

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• Artigo de Opinião – trata-se de opinião qualificada sobre tema específico em oncologia. Não necessita

de resumo. O máximo de laudas é 10, incluindo tabelas, gráfico, etc. que não devem ultrapassar 2.

• Resenha – resenha crítica de livro relacionado ao campo temático da Cancerologia, publicado no último

ano. O máximo é de 4 laudas.

• Resumos de dissertações, teses, de trabalhos que mereçam destaque ou apresentados em eventos de

oncologia nos últimos 12 meses, contados da data de envio do resumo - trata-se da informação sob a

forma sucinta de trabalho realizado. Portanto, deve conter a natureza e os propósitos da pesquisa e um

comentário sobre a metodologia, resultados e conclusões mais importantes. Seu objetivo é a transmissão

aos pesquisadores de maneira rápida e fácil da natureza do trabalho, suas características básicas de

realização e alcance científico afirmado. Devem conter no mínimo 150 até 250 palavras e seguir as

normas da Revista quanto à estruturação, à forma e ao conteúdo, inclusive no que se refere aos

descritores.

• Cartas ao Editor – podem estar relacionadas à matéria editorial ou não, mas devem conter informações

relevantes ao leitor. No caso de críticas a trabalhos publicados em fascículo anterior da Revista, a carta

é enviada aos autores para que sua resposta possa ser publicada simultaneamente. As cartas podem ser

resumidas pela editoria, mas serão mantidos os pontos principais. O máximo é de 4 laudas.

PREPARO DO MANUSCRITO

O original deve ser escrito na terceira pessoa do singular com o verbo na voz ativa (ABNT.NBR-

6028, 2003, p.2).

O processador de textos utilizado deve ser o Microsoft Word 6.0 ou 7.0, fonte Times New

Roman tamanho 12, margens de 30mm em ambos os lados, espaço duplo em todas as seções, tamanho

do papel A4 (210 x 297mm) e páginas numeradas.

Para permitir maior clareza na exposição do assunto e localização direta de cada item, divide-se

o texto em partes lógicas, ordenadas por assuntos considerados afins.

Exemplo:

INTRODUÇÃO (SEÇÃO PRIMÁRIA)

MATERIAL E MÉTODO (SEÇÃO PRIMÁRIA)

Coleta de dados (Seção secundária)

Variáveis (Seção terciária)

Na apresentação dos títulos das seções, deve-se dar destaque gradativo ao tipo e corpo das letras,

observando que todas as seções primárias devem estar escritas da mesma maneira, assim como

todas as secundárias e assim por diante. O texto de cada seção de um documento pode incluir

uma série de alíneas, que devem ser caracterizadas pelas letras minúsculas do alfabeto (a, b,

c,...) seguidas de parênteses e que precedam imediatamente à primeira palavra de seu texto.

Exemplo:

a) escrever um artigo científico.

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b) ilustrar o texto.

PRINCIPAIS ORIENTAÇÕES SOBRE CADA SEÇÃO

1. Página de título ou folha de rosto

Deve conter: a) título do artigo com até 100 caracteres, exceto títulos de resumos de tese,

dissertação e de trabalhos apresentados, alternando letras maiúsculas e minúsculas, em português, inglês

e espanhol; b) título abreviado com até 40 caracteres; c) nome(s) por extenso do(s) autor(es). A

designação de autoria deve ser baseada nas deliberações do ICMJE, que considera autor aquele que

contribui substancialmente na concepção ou no planejamento do estudo; na obtenção, na análise e/ou

interpretação dos dados; assim como na redação e/ou revisão crítica e aprovação final da versão

publicada. Em estudos institucionais (de autoria coletiva) e estudos multicêntricos, os responsáveis

devem ter seus nomes especificados e todos considerados autores devem cumprir os critérios acima

mencionados; d) indicar para cada autor, em nota de rodapé, a categoria profissional, o mais alto grau

acadêmico, o(s) nome(s) do(s) departamento(s) e instituição(ões) a que o trabalho deverá ser atribuído,

endereço eletrônico, cidade, estado e país; e) nome, endereço e telefone do autor responsável pela

correspondência sobre o manuscrito; f) descrição da contribuição individual de cada autor no manuscrito

(ex: .... trabalhou na concepção e na redação final e ...... na pesquisa e na metodologia); g)

agradecimentos: os demais colaboradores, que não se enquadram nos critérios de autoria acima

descritos, devem ter seus nomes referidos nesse item especificando o tipo de colaboração. Os autores

são responsáveis pela obtenção de autorização escrita das pessoas nomeadas nos agradecimentos, já que

se pode inferir que as mesmas concordam com o teor do trabalho; h) declaração de conflito de interesses

(escrever “nada a declarar” ou revelar quaisquer conflitos); i) para trabalhos subvencionados, identificar

o patrocinador e número de processo (se houver).

2. Resumo e descritores (palavras-chave)

Todos os artigos deverão conter resumos estruturados em português, inglês e espanhol,

acompanhados dos descritores nos respectivos idiomas. A terminologia para os descritores deve ser

denominada no artigo como a seguir: palavras-chave, key words e palabras clave. Cada resumo deverá

conter no mínimo 150 palavras e no máximo 250, introdução, objetivo(s), metodologia, resultados,

conclusão e vir acompanhado de no mínimo três e no máximo seis descritores. Os descritores são

palavras fundamentais que auxiliam na indexação dos artigos em bases de dados nacionais e

internacionais. Para determinar os descritores, deve-se consultar a lista de “Descritores em Ciências da

Saúde” (DECS-LILACS- http://decs.bvs.br) elaborada pela Bireme.

No resumo, não devem ser feitas citações de referências, nem se deve incluir abreviaturas, bem

como quadros, tabelas ou figuras.

No caso de resumos de trabalhos apresentados em eventos de oncologia ou que mereçam

destaque e que foram aceitos para publicação na RBC, caberá aos autores proceder à adequação às

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normas da Revista antes de encaminhá-los, sendo de sua inteira responsabilidade a precisão e correção

da linguagem.

3. Introdução

Deve ser objetiva com definição clara do problema estudado destacando sua importância e as

lacunas do conhecimento; a revisão de literatura deve ser estritamente pertinente ao assunto tratado no

estudo, de modo a proporcionar os antecedentes para a compreensão do conhecimento atual sobre o

tema e evidenciar a importância do novo estudo. Deve conter o(s) objetivo(s) do estudo.

4. Métodos

Deve indicar de forma objetiva o tipo de estudo (prospectivo, retrospectivo; ensaio clínico ou

experimental; se a distribuição dos casos foi aleatória ou não; qualitativo etc), os métodos empregados,

a população estudada (descrever claramente a seleção dos indivíduos dos estudos observacionais ou

experimentais - pacientes ou animais de laboratório, incluindo controles, bem como dos estudos

qualitativos), a fonte de dados e os critérios de seleção ou grupo experimental, inclusive dos controles.

Identificar os equipamentos e reagentes empregados. Descrever também os métodos estatísticos

empregados e as comparações para as quais cada teste foi empregado.

Os relatos de ensaios clínicos devem apresentar informação de todos os elementos principais do

estudo, incluindo o protocolo (população estudada, intervenções ou exposições, resultados - e a lógica

da análise estatística), atributos das intervenções (métodos de aleatorização, indicação dos grupos de

tratamento) e os métodos de mascaramento.

Os autores que enviarem artigos de revisão deverão apresentar os procedimentos adotados para

localizar, selecionar, obter, classificar e sintetizar as informações além de definir os critérios de inclusão

e exclusão dos estudos selecionados para a revisão.

Quando forem relatados experimentos com seres humanos, indicar se os procedimentos

seguidos estiveram de acordo com os padrões éticos do Comitê de Pesquisa em Seres Humanos

Institucional, com a Declaração de Helsinky (última versão de 2000) e com a resolução 196/96 (Res.

CNS 196/96). Não usar os nomes dos pacientes, iniciais ou números de registro, especialmente no

material ilustrativo. No caso de experimentos envolvendo animais, indicar se foram seguidas as normas

das Instituições, dos Conselhos Nacionais de Pesquisa ou de alguma lei nacional sobre uso e cuidado

com animais de laboratório.

Dessa seção, também faz parte a menção do documento, indicando o número de protocolo, do

CEP da Instituição a que se vinculam os autores e que aprovou o estudo realizado.

5. Resultados

Apresentar os resultados relevantes para o objetivo do trabalho e que serão discutidos. Devem

ser descritos somente os resultados encontrados, sem incluir interpretações ou comparações. Apresentar

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os resultados, tabelas e ilustrações em sequência lógica, atentando para que o texto complemente e não

repita o que está descrito em tabelas e ilustrações. Restringir tabelas e ilustrações àquelas necessárias

para explicar o argumento do artigo e para sustentá-lo. Usar gráficos como uma alternativa às tabelas

com muitas entradas; não duplicar os dados em gráficos e tabelas. Evitar uso de termos técnicos de

estatística, tais como: “random” (que implica uma fonte de aleatorização), “normal”, “significante”,

“correlação” e “amostra” de forma não técnica. Definir os termos estatísticos, abreviações e símbolos.

Nos relatos de casos, as seções “métodos” e “resultados” são substituídas pela descrição do caso.

6. Discussão

Deve conter a interpretação dos autores, comparar os resultados com a literatura, relacionar as

observações a outros estudos relevantes, apontar as limitações do estudo, enfatizar os aspectos novos e

importantes do estudo e as conclusões derivadas, incluindo sugestões para pesquisas futuras.

A discussão pode ser redigida junto com os resultados se for de preferência do autor.

Não repetir em detalhe dados ou outros materiais colocados nas seções de “introdução” ou

“resultados”.

7. Conclusão

Deve ser fundamentada nos resultados encontrados e vinculada aos objetivos do estudo.

Afirmações não qualificadas e conclusões não apoiadas por completo pelos dados não devem constar

dessa seção. Evitar fazer alusão a estudos que não tenham sido concluídos. Estabelecer novas hipóteses,

quando estiverem justificadas claramente como tais. Recomendações, quando apropriadas, poderão ser

incluídas.

8. Referências

Devem ser numeradas no texto por números arábicos, em sobrescrito (ex: A extensão da

sobrevivência, entre outros1), de forma consecutiva, de acordo com a ordem que são mencionadas pela

primeira vez no texto e sem menção aos autores. A mesma regra aplica-se às tabelas e legendas. No caso

de citação sequencial, separar os números por traço (ex: 1-2); quando intercalados, use vírgula (ex.:

1,3,7).

As referências não podem ultrapassar o número de 25, salvo as revisões de literatura, nas quais

serão aceitas até 35.

Não devem ser incluídas referências no resumo. Deve-se constar apenas referências relevantes

e que realmente foram utilizadas no estudo.

As referências devem ser verificadas nos documentos originais. Quando se tratar de citação de

uma referência citada por outro autor deverá ser utilizado o termo “apud”.

A exatidão das referências é de responsabilidade dos autores.

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As orientações abaixo objetivam trazer para os autores exemplos de referências apresentadas

em seus trabalhos informando sobre a padronização das mesmas. Estão baseadas nas Normas para

Manuscritos Submetidos a Revistas Biomédicas: escrever e editar para Publicações Biomédicas, estilo

Vancouver, formuladas pelo ICMJE. Serão apresentadas as ocorrências mais comuns de referências por

tipos de material referenciado. Algumas observações listadas abaixo são fruto de ocorrências em artigos

de periódicos submetidos à publicação.

Para a padronização dos títulos dos periódicos nas referências é utilizado como guia o

LocatorPlus1, fonte de consulta da National Library of Medicine, que disponibiliza, na opção Journal

Title, o título e/ou a abreviatura utilizada. Em algumas fontes, o título já vem padronizado (PubMed,

Lilacs e Medline). Caso não seja utilizada a forma padrão dê preferência, informá-lo por extenso

evitando utilizar uma abreviatura não padronizada que dificulte sua identificação.

Para a indicação de autoria, incluem-se os nomes na ordem em que aparecem na publicação até

seis autores, iniciando-se pelo sobrenome seguido de todas as iniciais dos pré-nomes separando cada

autor por vírgula (1). No caso da publicação apresentar mais de seis autores, são citados os seis

primeiros; utiliza-se vírgula seguida da expressão et al. (2).

_____________________________________

1Disponível em: (http://locatorplus.gov/cgi-bin/Pwebrecon.cgi?DB=local&PAGE=First).

Quando o sobrenome do autor incluir grau de parentesco – Filho, Sobrinho, Júnior, Neto - este deve ser

subsequente ao último sobrenome: João dos Santos de Almeida Filho - Almeida Filho JS, José Rodrigues

Junior - Rodrigues Junior J.

Para padronização de títulos de trabalhos, utilizam-se letras minúsculas em todo o período, com

exceção da primeira palavra que começa, sempre, com letra maiúscula. Fogem à regra nomes próprios:

nomes de pessoas, nomes de ciências ou disciplinas, instituições de ensino, países, cidades ou afins, e

nomes de estabelecimentos públicos ou particulares.

EXEMPLOS DE REFERÊNCIAS EM PERIÓDICOS

1. Artigo com até seis autores

Kakuda JT, Stuntz M, Trivedi V, Klein SR, Vargas HI. Objective assessment of axillary morbidity

in breast cancer treatment. Am Surg 1999; 65: 995-8. obs.: usar 995-8, não usar 995-998.

2. Artigo com mais de seis autores

Zheng H, Takahashi H, Murai Y, Cui Z, Nomoto K, Miwa S, et al. Pathobiological characteristics

of intestinal and diffuse-type gastric carcinoma in Japan: an immunostaining study on the tissue

microarray. J Clin Pathol 2007 Mar;60(3):273-7.

3. Artigo cujo autor é uma Instituição

Utilizar o nome da Instituição indicando entre parênteses o país quando for uma Instituição

pública (a) no caso de uma Instituição particular utiliza-se somente o nome da Instituição. Observar a

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hierarquia (b) à qual a Instituição está subordinada para sua perfeita identificação (não utilizar direto:

Secretaria de Atenção à Saúde. De onde?).

4. Artigo com autoria de múltiplas organizações

Incluem-se todas. (a) Instituto Nacional de Câncer (Brasil). Encontro Internacional sobre

Rastreamento de Câncer de Mama. Revista brasileira de cancerologia 2009 abr.-jun.; 2 (55): 99-113. (b)

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.

Coordenação Nacional de Saúde Bucal. Projeto SB Brasil 2003: condições de saúde bucal da população

brasileira 2002-2003: resultados principais. Brasília, 2004b. [acesso em abr 2004]. Disponível em:

<http://www.cfo.org.br/download/pdf/relatorio_sb_brasil_2003.pdf>

5. Autor com indicação de parentesco em seu nome

Mattes RD, Curram Jr WJ, Alavi J, Powlis W, Whittington R. Clinical implications of learned food

aversions in patients with cancer treated with chemotherapy or radiation therapy. Cancer 1992; 70

(1): 192-200.

6. Artigo sem indicação de autoria

Pelvic floor exercise can reduce stress incontinence. Health News 2005 Apr;11(4):11.

7. Artigo com indicação de seu tipo (revisão, abstract, editorial)

Facchini Luiz Augusto. ABRASCO 30 anos: ciência, educação e prática com compromisso social.

[Editorial] Cad Saúde Pública [periódico na Internet]. 2010 Jan [citado 2010 Ago 23]; 26(1): 4-4.

Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-

311X2010000100001&lng=pt. doi: 10.1590/S0102-311X2010000100001>.

8. Artigo publicado num suplemento de periódico

Nascimento AF, Galvanese ATC. Avaliação da estrutura dos centros de atenção psicossocial do

município de São Paulo, SP. Rev Saude Publica 2009; 43 suppl.1: 8-15.

9. Artigo publicado na parte de um número

Fukuzawa M, Oguchi S, Saida T. Kaposi's varicelliform eruption of an elderly patient with multiple

myeloma. J Am Acad Dermatol. 2000 May;42(5 Pt 2):921-2.

10. Artigo publicado sem indicação de volume ou número do fascículo

Schwartz-Cassell T. Feeding assistants: based on logic or way off base? Contemp Longterm Care.

2005 Jan:26-8.

11. Artigo publicado com paginação indicada em algarismos romanos

Nagpal S. An orphan meets family members in skin. J Invest Dermatol. 2003;120(2):viii-x.

12. Artigo contendo retratação ou errata publicadas, a referência deve conter a indicação da

publicação das mesmas

Mokdad AH, Marks JS, Stroup DF, Gerberding JL. Correction: actual causes of death in the United

States, 2000. JAMA. 2005 Jan 19;293(3):293-4. Erratum for: JAMA. 2004 Mar 10;291(10):1238-

45.

13. Artigo com publicação eletrônica anterior à versão impressa

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97

Bicalho PG, Hallal PC, Gazzinelli A, Knuth AG, Velásquez-Meléndez G. Atividade física e fatores

associados em adultos de área rural em Minas Gerais, Brasil. Rev Saude Publica [acesso 2010 Ago

23]. Disponível em: Publicado 2010. Epub 30-Jul-2010. doi: 10.1590/S0034-89102010005000023.

14. Artigo provido de DOI

Caldeira AP, Fagundes GC, Aguiar GN de. Intervenção educacional em equipes do Programa de

Saúde da Família para promoção da amamentação. Rev Saúde Pública 2008;42(6):1027-1233. doi:

10.1590/S0034-89102008005000057.

15. Artigo no prelo

Barroso T, Mendes A, Barbosa A. Analysis of the alcohol consumption phenomenon among

adolescents: study carried out with adolescents in intermediate public education. Rev Latino-am

Enfermagem. In press 2009.

EXEMPLOS DE REFERÊNCIAS EM LIVROS E OUTRAS MONOGRAFIAS

16. Livro

Hoppenfeld S. Propedêutica ortopédica: coluna e extremidades. Rio de Janeiro: Atheneu; 1993. 294

p.

17. Livro com indicação de editor, organizador, coordenador

Bader MK, Littlejohns LR, editors. AANN core curriculum for neuroscience nursing. 4th. ed. St.

Louis (MO): Saunders; c2004. 1038 p.

18. Livro editado por uma Instituição

World Cancer Research Fund (USA). Food, nutrition, physical activity and prevention of cancer:

A global perspective. Washington (DC): American Institute for Cancer Research; 2007.

19. Quando o autor do capítulo é o autor do livro, referência de capítulo de livro Ferreira

SA. Nervos proximais do membro superior. In: ____. Lesões nervosas periféricas diagnóstico e

tratamento. São Paulo: Santos; 2001. p. 35-48.

20. Livro sem indicação de autoria

HIV/AIDs resources: a nationwide directory. 10th ed. Longmont (CO): Guides for Living; c2004.

792 p.

21. Anais de conferências

Harnden P, Joffe JK, Jones WG, editors. Germ cell tumours V. Proceedings of the 5th Germ Cell

Tumour Conference; 2001 Sep 13-15; Leeds, UK. New York: Springer; 2002.

22. Trabalho apresentado em conferências

Christensen S, Oppacher F. An analysis of Koza's computational effort statistic for genetic

programming. In: Foster JA, Lutton E, Miller J, Ryan C, Tettamanzi AG, editors. Genetic

programming. EuroGP 2002: Proceedings of the 5th European Conference on Genetic

Programming; 2002 Apr 3-5; Kinsdale, Ireland. Berlin: Springer; 2002. p. 182-91.

23. Legislação

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98

Dispõe sobre a Regulamentação do Exercício da Enfermagem. Lei No. 7.498, 25 de junho de 1986.

Diário Oficial da União. Seção I, fls. 9.273-9.275 (Jun 26, 1986). 1986.

24. Teses e dissertações

Verde SMML. Impacto do tratamento quimioterápico no estado nutricional e no comportamento

alimentar de pacientes com neoplasia mamária e suas consequências na qualidade de vida

[dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo; 2007.

9. Tabelas

As tabelas deverão constar em folhas separadas. Não enviar as tabelas em forma de imagem, de

forma a permitir sua edição. Numerar as tabelas em ordem consecutiva de acordo com a primeira citação

no texto e dar um título curto a cada uma. Definir para cada coluna um cabeçalho abreviado ou curto.

Colocar as explicações em rodapés, não no cabeçalho. Explicar, em notas de rodapé, todas as

abreviações não padronizadas usadas em cada tabela. Para notas de rodapé, utilizar numeração romana.

Identificar medidas estatísticas de variações, tais como: desvio-padrão e erro-padrão.

Não usar linhas internas, horizontais ou verticais.

Constatar que cada tabela esteja citada no texto por sua numeração e não por citação como:

tabela a seguir, tabela abaixo.

Se forem usados dados de outra fonte, publicada ou não, obter autorização e agradecer por

extenso.

O uso de tabelas grandes ou em excesso, em relação ao texto, pode produzir dificuldade na

forma de apresentação das páginas.

10. Ilustrações

Enviar o número requerido de ilustrações ou “figuras”. Não são aceitáveis desenhos à mão livre

ou legendas datilografadas. As fotos devem ser digitalizadas, em branco e preto, usualmente de 12 x

17cm, não maiores do que 20 x 25 cm, filmes de raios X ou outros materiais. As letras, os números e

símbolos devem ser claros e de tamanho suficiente, de tal forma que, quando reduzidas para a

publicação, ainda sejam legíveis. Colocar os títulos e explicações abaixo das legendas e não nas próprias

ilustrações.

Se forem usadas fotografias de pessoas, os sujeitos não devem ser identificáveis ou suas

fotografias devem estar acompanhadas por consentimento escrito para publicação.

As figuras devem ser numeradas de acordo com a ordem em que foram citadas no texto. Se uma

figura já foi publicada, agradecer à fonte original e enviar a autorização escrita do detentor dos direitos

autorais para reproduzir o material. A autorização é requerida, seja do autor ou da companhia editora,

com exceção de documentos de domínio público.

A RBC é uma publicação em preto e branco e por isso todas as ilustrações serão reproduzidas

em preto e branco.

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99

As ilustrações devem ser fornecidas da seguinte forma:

• Arquivo digital em formato .TIFF, .JPG, .EPS, com resolução mínima de:

300 dpi para fotografias comuns

600 dpi para fotografias que contenham linhas finas, setas, legendas etc.

1.200 dpi para desenhos e gráficos

11. Nomenclatura

Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura biomédica, assim como

abreviaturas e convenções adotadas em disciplinas especializadas.

Os originais em língua portuguesa deverão estar em conformidade com o Acordo Ortográfico

datado de 1º de Janeiro de 2009.

RESUMO DOS REQUISITOS TÉCNICOS PARA A APRESENTAÇÃO DE MANUSCRITOS

Antes de enviar o manuscrito por e-mail, para [email protected], confira se as “Instruções para

Autores” disponível em www.inca.gov.br/rbc foram seguidas e verifique o atendimento dos itens

listados a seguir:

• Submeter o arquivo integral do manuscrito em Microsoft Word 6.0 ou 7.0.

• Usar espaço duplo em todas as partes do documento.

• Começar cada seção ou componente em uma nova página.

• Revisar a sequência: página-título/folha de rosto – título em português, inglês e espanhol; título

abreviado; autoria; resumo e palavras-chave, abstract e key words, resumen e palabras clave;

agradecimentos; declaração de conflito de interesse; declaração de subvenção; texto; referências;

tabelas, quadros, figuras com legendas (cada uma em páginas separadas).

• De três a seis palavras-chave e respectivas key words e palabras clave.

• Referências: numeradas, em sobrescrito, na ordem de aparecimento no texto, corretamente digitadas,

e não ultrapassando o número de 25. Verificar se todos os trabalhos citados estão na lista de Referências

e se todos os listados estão citados no texto.

• Apresentar ilustrações, fotos ou desenhos separados, sem montar (20 x 25 cm máximo).

• Incluir carta de submissão disponível nas “Instruções para Autores”. Caso o manuscrito tenha mais

que um autor, cada um deles deverá preencher e assinar a carta e o autor responsável pela submissão

deve enviar a mesma digitalizada em formato .JPG junto com o arquivo do manuscrito para

[email protected].

• Incluir permissão para reproduzir material previamente publicado ou para usar ilustrações que possam

identificar indivíduos.

• Incluir autorização escrita das pessoas nomeadas nos agradecimentos, quando aplicável.

• Incluir documento comprovando a aprovação do trabalho por CEP ou TCLE, quando aplicável.

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ANEXO F - Normas da Revista Salud Pública de México

ISSN 0036-3634 versão impressa

INSTRUÇÕES AOS AUTORES

Objetivo e política editorial

O objetivo geral de Salud Pública de México é disseminar

informações sobre saúde pública, compreendida como a

aplicação das ciências biológicas, ciências sociais, clínicas e

de comportamento para a compreensão dos problemas de

saúde da população, assim como para a identificação das

necessidades de saúde e para a organização de serviços

integrados.

Os objetivos específicos da revista incluem estudar

experiências históricas e estimular novas correntes de

pensamento no campo da saúde; participar dos debates

sobre as mudanças nas condições de saúde e na resposta

social organizada a essas condições; como também servir

como um fórum para a divulgação de inovações no campo da

saúde pública e áreas afins.

A revista publica textos, em espanhol e em inglês, sobre

temas relacionados com a saúde pública, na forma de

editoriais, artigos originais, comunicações breves, artigos de

revisão, ensaios, atualizações, clássicos, indicadores,

notícias, resenhas bibliográficas e cartas ao editor.

Somente são aceitos para publicação trabalhos originais e

inéditos, que não estejam sendo considerados para

publicação por outra revista e cujo conteúdo tenha sido aprovado por todos os autores.

A extensão dos trabalhos deve ser limitada, para os artigos

originais, entre 12 a 18 folhas (da página de rosto até as

referências bibliográficas), além de cinco tabelas e figuras

(entre ambos); para as comunicações breves, a cinco folhas

mais duas tabelas ou figuras. (Ver Normas para la publicación de manuscritos).

Todos os manuscritos são submetidos a uma avaliação

preliminar, na qual se verifica o respeito à linha editorial da

revista e às normas de Salud Pública de México; em caso

positivo, uma segunda avaliação é feita por dois

especialistas. Para assegurar o sigilo, os trabalhos são

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enviados sem a identificação dos autores, e nem estes tampouco tomam conhecimento da identidade dos revisores.

Como critérios de seleção utilizam a solidez científica do

trabalho e a originalidade, atualidade e oportunidade da

informação. Não se aceitam trabalhos meramente descritivos

e com pouco valor estatístico. Além disso, têm prioridade os

artigos originais com resultados de pesquisa sobre as

revisões e os ensaios. Estes dois últimos tipos de trabalhos se recebem preferentemente por convite direto da revista.

Salud Pública de México se reserva o direito de aceitar ou

rejeitar os trabalhos recebidos, de acordo com as

recomendações do Comitê Editorial, assim como de realizar

qualquer correção editorial que julgar necessária. Os

originais não serão devolvidos em nenhum caso. Separatas

do artigo publicado serão encaminhadas ao autor

responsável pela correspondência.

Estilo e formato

Todos os manuscritos devem seguir as normas del Comité

Internacional de Editores de Revistas Médicas. Devem ser

enviados em arquivo eletrônico em formato de Word.

Prefere-se a via postal, além disso, deverá enviar seu

manuscrito impresso por duplicado, incluídos quadro e figura,

em papel branco tamanho carta (21 x 28 cm), em uma só

cara, a duplo espaço (o conteúdo aproximado de uma quarta

parte de uma folha é de 25 linhas e 65 caráteres por linha).

Deverá dirigir sua correspondência a Editor Executivo de

Saúde Pública do México, Av. Universidad 655 -cub 22 PB,

Santa María Ahuacatitlán, 62100, Cuernavaca, Morelos,

México. Se você deseja fazer seu envio por e-mail, hagalo à

conta: [email protected]. Em qualquer caso, lhe pedimos

que envie a nosso domicílio a carta original de submissão

com assinaturas autógrafas, ou, como cópia por fax, ao +52

(777) 329 3000, ext. 6426; ou por e-mail como documento

adjunto.

A página de rosto deve conter unicamente o título do

trabalho (em espanhol e em inglês, sem exceder 90

caracteres), os nomes completos dos autores, seus títulos

acadêmicos e sua vinculação institucional; além disso, deve

ser indicado o responsável pela correspondência, assim como seu endereço, telefone, fax e correio eletrônico.

O resumo e o abstract devem ter uma extensão máxima de

150 palavras, e devem ser estruturados de acordo com os

subtítulos: Objetivo, Material e métodos, Resultados e

Conclusões; nas comunicações breves, não devem

ultrapassar 100 palavras. De três a seis palavras-chave também devem ser incluídas.

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Quando se tratar de artigos originais, o texto deverá conter

as seções correspondentes a: Introdução, Material e

métodos, Resultados e Discussão. Quando se tratar de

ensaios, deverão conter Introdução, Desenvolvimento do

tema e Conclusões.

É responsabilidade dos autores o envio das referências

bibliográficas completas, bem como sua correta citação no texto. Estas devem ser numeradas em ordem consecutiva.

Referências de revistas incluem:

a) sobrenome(s) e iniciais de todos os autores (mencionar

todos quando se tratar de seis ou menos; quando se tratar

de sete ou mais, apenas os seis primeiros devem ser citados,

seguidos de "et al");

b) título completo do artigo, utilizando maiúscula somente

para a primeira letra da palavra inicial (e para nomes

próprios);

c) abreviatura do título da revista de acordo com o Index

Medicus;

d) ano de publicação;

e) volume, em algarismos arábicos;

f) números completos das páginas (inicial e final), separados por hífen.

Para livros:

a) sobrenome(s) e iniciais de todos os autores;

b) título do livro;

c) número da edição, somente se não for a primeira;

d) local de publicação;

e) nome da editora;

f) ano de publicação (da última edição citada, se houver mais

de uma);

g) número do volume se houver mais de um, antecedido da

abreviatura "vol.";

h) número da página citada; no caso de a citação se referir

ao capítulo de um livro, indicar a primeira e a última página do capítulo, separadas por hífen.

As unidades de medida devem seguir o Sistema Internacional de Unidades.

Cada tabela deve ser enviada em uma folha separada; as

tabelas devem conter título e ser numeradas com algarismos

romanos: Tabela I, Tabela II, etc., na mesma ordem em que

são mencionadas no texto. As ilustrações poderão ser

gráficos, fotografias ou esquemas, e deverão ser numeradas

em algarismos arábicos: Figura 1, Figura 2, etc.; igualmente

deverão ser enviadas em folhas separadas, cada uma com

seu título.

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Envio de artigos

Os manuscritos, original e duas cópias, devem ser entregues

pessoalmente ou enviados por correio a Salud Pública de

México, endereço abaixo, aos cuidados do editor, ou

enviarse por e-mail em formato de Word

a [email protected]. Todo trabalho enviado deverá ser

acompanhado de uma carta assinada por todos os autores, e

cujo conteúdo inclua o seguinte:

a) a aprovação do conteúdo do trabalho (incluindo tabelas e

figuras) e a ordem de aparição dos autores (que será

considerada definitiva sem exceção alguma);

b) a transferência dos direitos de autor à Salud Pública de

México, no caso de o trabalho ser aceito para publicação; e

c) declaração de que se trata de um trabalho original não

publicado anteriormente, na sua totalidade ou em partes,

nem submetido para publicação, seja pelos próprios autores

ou outros, a outra revista nacional ou estrangeira.

Referências

Oropeza-Abúndez C, Atrián-Salazar ML, Fuentes-Ramírez

MR. Normas para la publicación de manuscritos en Salud Pública de

México.Salud Publica Mex 1997; 39:75-82.

Comité Internacional de Editores de Revistas Médicas. Requisitos

uniformes para preparar los manuscritos enviados a revistas biomédicas. Salud Publica Mex 1992; 34(1):94-102.

Llópiz-Avilés M, Gómez-Dantés O. El Sistema Internacional de Unidades.

Salud Publica Mex 1988; 30:905-908.