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CONFORMAÇÃO PLÁSTICA Centro de Tecnologia e Geociências Departamento de Engenharia Mecânica Professor: Tiago de Sousa Antonino

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Page 1: Universidade Federal de Pernambuco Centro de Tecnologia e Geociências Departamento de Engenharia Mecânica Professor: Tiago de Sousa Antonino

CONFORMAÇÃO PLÁSTICA

Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Tecnologia e GeociênciasDepartamento de Engenharia

Mecânica

Professor: Tiago de Sousa Antonino

Page 2: Universidade Federal de Pernambuco Centro de Tecnologia e Geociências Departamento de Engenharia Mecânica Professor: Tiago de Sousa Antonino

SUMÁRIO

Metalurgia da Deformação Aspectos Metalúrgicos da Mecânica do

Contínuo Cálculo de Esforços nos Processos de

Conformação Forjamento Extrusão Trefilação Laminação Conformação de Chapas

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A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO

Modelo atômico: Utiliza-se o modelo proposto por Bohr que

considera o átomo como sendo constituído por um núcleo em torno do qual circulam os elétrons em órbitas bem definidas.

Ligação Metálica: Produzida pela interação entre um núcleo de

carga positiva que atrai os elétrons (livres) compartilhados por diversos núcleos.

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Modelo Cristalográfico: Os átomos são considerados como esferas

rígidas que ocupam posições no espaço gerando figuras geométricas (sólido 3D) bem definidas (cristais).

A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO

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Deformação: Cisalhamento entre planos (densos) de maior distância entre si e sempre numa direção compacta.

A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO

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Rede CFC:

A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – SISTEMAS DE DESLIZAMENTO (CISALHAMENTO)

4 Planos {1 1 1} e 3 direções <1 1 0>

12 sistemas de deslizamento (fácil).

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Rede CCC:

A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – SISTEMAS DE DESLIZAMENTO (CISALHAMENTO)

6 Planos {1 1 0} e 2 direções <1 1 1>

12 sistemas de deslizamento fácil.

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Rede HC:

A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – SISTEMAS DE DESLIZAMENTO (CISALHAMENTO)

1 Plano {0 0 0 1} e 3 direções <1 1 -2 0>

3 sistemas de deslizamento fácil.

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Rede CCC:

A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – SISTEMAS VARIANTES

6 Planos {1 1 2} e 2 direções <1 1 1>

6 Planos {1 2 3} e 2 direções <1 1 1>

12 sistemas de deslizamento fácil

12 sistemas de deslizamento fácil

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A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – DISCORDÂNCIAS

Discordâncias: Defeitos em linha que, inicialmente, auxiliam a deformação (reduzindo a tensão de cisalhamento) porém, à medida que interagem entre si ou com partículas, formam barreiras que gradativamente elevam a tensão necessária à continuidade da deformação. Vetor de Burguers: Característica principal de uma

discordância, fornecendo sua magnitude (módulo) e direção de deslizamento.

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A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – VETOR DE BURGUERS

Ex:Considere um deslizamento do vértice (0, 0, 0) até a região central de uma das faces (1/2, 1/2, 0).

wvuab 222 2

1

0

Módulo

a0

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O vetor de Burguers que caracteriza este deslizamento é dado por:

A discordância nesta direção cujo módulo é é dado por:

A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – VETOR DE BURGUERS

20

2

1

0

41

41 aab

20ab

1102

0ab

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Se o deslocamento for do vértice (0, 0, 0) até o centro do cubo (1/2, 1/2, 1/2), o módulo do vetor de Burguers e a discordância associada a este deslizamento será:

A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – VETOR DE BURGUERS

1112

0ab

2

30ab

Módulo

Discordância

associada

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A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – INTERAÇÕES ENTRE DISCORDÂNCIAS

As discordâncias interagem espontaneamente desde que a energia da resultante for menor ou igual à energia da discordância de origem.

Considerando-se que U (energia da deformação) α |b|2, podemos escrever:

|b1|2 + |b2|2 ≥ |b3|2 (Associação)

|b1|2 ≥ |b2|2 + |b3|2 (Dissociação)

Reações Espontânea

s

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A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – DISCORDÂNCIAS NA REDE CCC

Τ // [1 0 0]

Considerando as discordâncias e :d1

d 2

1121 10ad 111

220ad

1012022

1112

11221 0

000 1 aaaadd

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A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – DISCORDÂNCIAS NA REDE CCC

Representação esquemática da interação entre discordâncias da rede CCC.

Está contida no plano (0 1 0) que, por não ser um plano de deslizamento fácil, ficará bloqueada (ou embarreirada).Ex: Considerem as discordâncias e e respondam:a) Qual a discordância resultante?b) Em que plano está contido?

d3

d 4

111240ad 111

230ad

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A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – DISCORDÂNCIAS NA REDE CCC

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A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – DISCORDÂNCIAS NA REDE CFC

011210ad

011220ad

1001102

01221 0

00 1 aaadd

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A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – DISCORDÂNCIAS NA REDE HC

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A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – ANEL DE DISCORDÂNCIAS

Y e w – Discordâncias em cunha

Z e x – Discordâncias em hélice

Deslizamento Cruzado

Um anel de discordância xyzw sob a ação de um carregamento externo, se expande na direção [1 -1 0]. Ao encontrar um obstáculo o anel cruza (linha [1 0 -1]) e passa a deslizar no plano (1 -1 1) na direção [-1 -1 0]. Contornado o obstáculo, o anel volta a deslizar no plano de origem.

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A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – ENCRUAMENTO EM MONOCRISTAIS

Estágio I – Basicamente um único sistema de deslizamento é posto em atividade. Os planos deslizam livremente sem interação de discordâncias (escoamento planar);

Estágio II – Terminada todas as possibilidades de deslizamento de um único sistema, outros sistemas passam a deslizar simultaneamente, gerando barreiras (discordâncias bloqueadas);

Experimento realizado por Seegar com monocristais de alumínio

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Obs.: A elevação da tensão necessária à continuidade da deformação é chamada de encruamento.

Estágio III – Em torno das discordâncias bloqueadas é formado um campo de tensão que, de tão intenso, produz a escalagem de algumas discordâncias que voltam a deslizar em planos paralelos (mecanismo de deslizamento cruzado). A tensão de escalagem depende da temperatura

(atividade atômica). Quanto maior a temperatura menor a tensão de escalagem.

A METALURGIA DA DEFORMAÇÃO – ENCRUAMENTO EM MONOCRISTAIS

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ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – DEFORMAÇÃO EM MATERIAIS POLICRISTALINOS

Policristal: Aglomerado de monocristais que se

justapõem uns aos outros através de uma interface com grande quantidade de defeitos (discordâncias e lacunas).

A interface é denominada de contorno (de grão) e os monocristais de grãos.

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Sendo uma região de grande quantidade de defeitos, os contornos de grão têm um papel restritivo em relação a deformação. Portanto, quanto menor o tamanho de grão

(maior número de contornos) mais duro é o material.

A restrição à deformação depende do grau (ou ângulo) de desorientação entre os monocristais justapostos.

ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – INFLUÊNCIA DOS CONTORNOS DE GRÃO

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Justaposição de dois monocristais

ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – INFLUÊNCIA DOS CONTORNOS DE GRÃO

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Baixo grau de desorientação: Ângulos menores que 1º, onde a região de

contorno pode ser acomodada por um arranjo regular de discordâncias.

Este contorno é considerado de baixa energia (elástica) e portanto demanda pouca energia para deformar-se.

ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – INFLUÊNCIA DOS CONTORNOS DE GRÃO

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Alto grau de desorientação: Os ângulos entre os monocristais (grãos) que se

justapõem são elevados e o contorno tem elevada densidade de defeitos. Sendo considerado um contorno de alta energia e de difícil deformação.

ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – INFLUÊNCIA DOS CONTORNOS DE GRÃO

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Hall e Petch mostraram que:

Quanto maior o tamanho do grão menor a resistência.

Considere o seguinte experimento com alumínio (99,9% puro) deformado severamente:

ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – INFLUÊNCIA DO TAMANHO DE GRÃO

Dkie2

1

Resultado obtido: HV(1) > HV(2) > HV(3)

H – hardnessV - Vickers

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Justificativa: Em grãos de grande tamanho a

deformação plástica não é homogênia ao longo de uma diagonal.

Em materiais de grãos pequenos, a deformação é mais homogênia, o gradiente de dureza não é significativo.

ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – INFLUÊNCIA DO TAMANHO DE GRÃO

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ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – INFLUÊNCIA DO TAMANHO DE GRÃO Comparativo entre G e g:

Região “δ“

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Curva σ x ε:

ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – INFLUÊNCIA DO TAMANHO DE GRÃO

G

g

εG

εg

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Do ponto de vista termodinâmico, os processos de conformação plástica podem ser classificados como: Trabalho a quente: Aquele realizado sob

condições de temperatura e taxa de deformação nas quais os efeitos da deformação (encruamento) são eliminados instantaneamente após o processo.

Trabalho a frio: Aquele realizado sob condições de temperatura e taxa de deformação nos quais os efeitos da deformação não são restaurados.

ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – TRABALHABILIDADE DOS MATERIAIS

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ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – MANUTENÇÃO DA TRABALHABILIDADE

Estágio I (Recuperação) – Restauração de propriedades ligadas a defeitos pontuais (propriedades físicas em geral).

Estágio II (Recristalização) – Restauração das propriedades mecânicas e da microestrutura.

Estágio III – A alta temperatura favorece a difusão intergranular promovendo o crescimento (efeito indesejável).

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ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – LIMITES DE TEMPERATURA

P3 > P2 > P1 (Potência da Máquina)

Região de trabalho a quente (entre as curvas de Wisotérmico e de fusão ou fragilização)

Região de trabalho a frio

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A tensão necessária à manutenção do escoamento e depende da temperatura e da taxa de deformação.

Para qualquer condição de T e (dε/dt) a tensão de escoamento será sempre dado pelo valor instantâneo (função da deformação).

ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – TENSÃO DE ESCOAMENTO

Para um nível de deformação de ε1 a tensão de escoamento será σ1, para um nível ε2 a tensão será σ2 e assim por diante (ponto sobre a curva).

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Compressão sem atrito:

Para um instante qualquer:

Em processos de conformação ΔV = 0 → V = V0 = cte.

ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – DETERMINAÇÃO DA TENSÃO DE ESCOAMENTO

A

Pe 4

2

DA

hPfPh

h ee hDhDDhDhD ,

4

440

2

0

0

2

022

0

2

0

DP

e 2

4

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Casos reais (Práticos):

ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – DETERMINAÇÃO DA TENSÃO DE ESCOAMENTO

Barreiras de atrito ou áreas de fluxo restringido.

Pequenas alturas em relação a D – Risco de choque das barreiras de atrito.

Grandes alturas em relação a D – Risco de flambagem.

Em processos de conformação usa-se um valor intermediário de D/h entre as condições de choque de barreiras e flambagem. Na prática D/h ≈ 1/2.

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Aula no quadro

ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – LEI POTENCIAL DO ENCRUAMENTO

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Aula no quadro

ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – CONDIÇÃO DE ESCOAMENTO

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Aula no quadro

ASPECTOS METALÚRGICOS DA MECÂNICA DO CONTÍNUO – CRITÉRIO DE VON MISES

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Aula no quadro

CÁLCULO DE ESFORÇOS EM PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO PLÁSTICA – MÉTODO DA DEFORMAÇÃO HOMOGÊNEA

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Aula no quadro

CÁLCULO DE ESFORÇOS EM PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO PLÁSTICA – MÉTODO DO DIAGRAMA DE BLOCOS

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FORJAMENTO

É o processo de fabricação por conformação plástica no qual a forma do componente fabricado é produzida por esforços compressivos (intermitentes).

Modos de forjamento: Forjamento Livre Forjamento em Matrizes

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FORJAMENTO LIVRE (RECALQUE)

Realizado entre placas planas não necessariamente paralelas e sem restrição lateral.

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FORJAMENTO LIVRE - UTILIZAÇÃO Produção de pré-formas para etapas

posteriores (forjamento em matriz); Melhoria (adequação) da estrutura

metalúrgica de materiais (tarugos) fundidos. Ver figura abaixo.

Estrutura bruta de fusão Estrutura após o forjamento

Page 46: Universidade Federal de Pernambuco Centro de Tecnologia e Geociências Departamento de Engenharia Mecânica Professor: Tiago de Sousa Antonino

FORJAMENTO EM MATRIZES (FECHADA) A partir de uma pré-forma, uma peça

pode ser acabada num forjamento em matriz;

A matriz é normalmente um bloco bi-partido, onde a parte superior (punção) e a inferior (bloco) têm cavidades que se complementam. Punção

Bloco fixo

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EQUIPAMENTOS DE FORJAMENTO

Prensa mecânica Prensa hidráulica

Prensa mecânica ou martelo de forjar

Prensa hidráulica ou prensa de forjar

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TAXA DE FORJAMENTO

)(.

Definiçãodt

d

Para o forjamento

.

)(1

1

0

00

shV

VhhV

VVerticalVelocidade

dt

dh

dt

dhdhd

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ESTIMATIVA DOS ESFORÇOS

AK TP

_

Constante de restrição

Tensão de escoamento

média (σ = f(T))

Área transversal

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TENSÕES INDUZIDAS (DURANTE FORJAMENTO)

Devido ao atrito (formação de áreas de fluxo restringido) o escoamento fica confinado na região central da peça.

Com estas considerações acima é importante considerar a relação entre o diâmetro e a altura (D/h).

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HÁ DOIS CASOS A CONSIDERAR 1º caso: D/h grande

2º caso: D/h pequeno

Tensões residuais que poderão ser aliviadas durante a recristalização.

A grande altura impede que a deformação seja sentida na região central da peça.

Tensões residuais que só poderão ser aliviadas por recristalização.

Após

Após

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DIAGRAMA CARGA VS. REDUÇÃO DE H – EFEITO DA RELAÇÃO D/H.

Valores muito pequeno de h → risco de barreiras se tocarem.

Valores muito grande de h → risco de flambagem.

(D/h) ≈ 1/2 → Relação próxima da ideal.

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EFEITO DO ACABAMENTO SUPERFICIAL

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DEFEITOS PRODUZIDOS POR TENSÃO INDUZIDA

Superfícies com T abaixo de TR (temperatura de recristalização):

Trincas longitudinais produzidas quando a tensão local excede a tensão de ruptura.

Trincas circunferenciais produzidas por tensões residuais que excedem o valor da ruptura. (Após o processo)

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TENSÕES RESIDUAIS DE ORIGEM TÉRMICA

Durante o resfriamento de peças com geometrias complexas poderão surgir gradientes de tensão provocando empenos.

Trincas poderão surgir quando fortes contrações acontecem.

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EXTRUSÃO

Processo usado para fabricação de perfis de seções diversas (vazadas ou compactas).

Neste processo, o perfil é formado por forças compressivas indiretas que a matriz exerce sobre o material.

Processo de extrusão Alguns dos possíveis perfis de extrusão

Container

Êmbolo ou pistão

Material

Matriz

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TIPOS DE EXTRUSÃO – EXTRUSÃO DIRETA

Processo de extrusão direta

Carga vs. Deslocamento do êmbolo no processo de extrusão

direta

Page 58: Universidade Federal de Pernambuco Centro de Tecnologia e Geociências Departamento de Engenharia Mecânica Professor: Tiago de Sousa Antonino

TIPOS DE EXTRUSÃO – EXTRUSÃO DIRETA 0 – i: Acomodação do material no container e

deformação elástica (material e equipamento);

Ponto i: Início da extrusão (rompimento); i – f: Redução gradativa da área resistente

(atrito) diminuindo o valor da carga; A partir de f: As áreas de estagnação (fluxo

restringido) são tocadas e o valor da carga cresce assintoticamente com o deslocamento do êmbolo.

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EXTRUSÃO INDIRETA

Processo de extrusão indireta

Carga vs. Deslocamento do êmbolo no processo de extrusão

indireta

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EXTRUSÃO INDIRETA

Vantagem: Não existe movimento relativo entre o material e o container (atrito confinado na matriz);

Desvantagem: Limitação de comprimentos.

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FERRAMENTAS DA EXTRUSÃO (MATRIZES) Matriz de face plana: Usada para

extrusão de materiais dúcteis.

Paralelo (redução)

Ângulo de alívio

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Matriz de face cônica: Usada para extrusão de materiais de alta resistência.

Obs.: A conicidade diminui a região de fluxo restringido.

FERRAMENTAS DA EXTRUSÃO (MATRIZES)

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OUTROS TIPOS DE EXTRUSÃO – EXTRUSÃO POR IMPACTO

Fabricação de rebites, pinos e hastes para parafuso.

Processo de extrusão por impacto em dois estágios

Etapas do processo de extrusão por impacto

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EXTRUSÃO DE REVESTIMENTO

Revestimento Plástico, cerâmico, etc.

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EXTRUSÃO DE PRÉ-FORMA

Escovas para motores CC, eletrodos, grafites, perfis, etc.

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EXTRUSÃO DE PERFIS VAZADOS

Matriz de extrusão para tubos sem costura

Parte anteriorParte posterior (perfil)

Sentido de extrusão

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EXTRUSÃO HIDROSTÁTICA

Desvantagem do processo: Necessidade de uma pré-forma na extremidade.

Dificuldade operacional: selo

mecânico.

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EXTRUSÃO EM CANAL ANGULAR

Método usado para refino de grãos; O grão é cisalhado diversas vezes e

chega a atingir a escala nanométrica.

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LUBRIFICAÇÃO NA EXTRUSÃO

Sem lubrificação: Gerando casca cilíndrica; Uso de antiaderente (liga quase cristalina).

Com lubrificação:

Lubrificantes para Extrusão

BT (ambiente < T < 1000ºC)

AT (T > 1000ºC)

Graxas, MoS2, Asfalto, mica betonita, etc.

Vidro (micro-esferas) e pós de rochas a base de

feldspato.

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DESEMPENHO DO LUBRIFICANTE

A lubrificação é eficaz quando o perfil de velocidade e as linhas de fluxo são paralelas. Linhas

de fluxo

Perfil de

velocidade

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A lubrificação é inadequada quando os perfis de velocidade e as linhas de fluxo sofrem curvatura ao longo do container.

DESEMPENHO DO LUBRIFICANTE

Page 72: Universidade Federal de Pernambuco Centro de Tecnologia e Geociências Departamento de Engenharia Mecânica Professor: Tiago de Sousa Antonino

A lubrificação ineficaz ou a ausência desta gera linhas de fluxo e perfis de velocidade extremamente perturbados. (lubrificação pegajosa).

Obs.: Efeito semelhante (lubrificação pegajosa) é quando o material pré-aquecido é colocado num container frio. Durante a deformação (“casca dura - miolo mole”) será gerado gradientes de tensão e, por consequência, de deformação que perturbarão as linhas de fluxo e perfis de velocidade.

DESEMPENHO DO LUBRIFICANTE

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ESTIMATIVAS DE ESFORÇOS DE EXTRUSÃO

AAKA

F

F 00 ln

Área do tarugo (inicial)

Constante de extrusão

Área do perfil extrudado

A0/AF – Razão de extrusão

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DEFEITOS DE EXTRUDADOS

Riscos produzidos por desgaste no paralelo da

matriz

Rugas produzidas por desalinhamento da matriz

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TREFILAÇÃO

Processo usado para produção de fios e arames e, eventualmente, pode ser usado para corrigir dimensões de tubos e perfis vazados;

O processo consiste em tracionar-se um fio através de uma ferramenta cônica (fieira) objetivando-se a redução da seção;

Neste processo, a redução é feita pela reação da matriz sobre o material auxiliado pela estricção.

Esforços desenvolvidos durante o processo de

trefilação.

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A FIEIRA

Ferramenta utilizada no processo de trefilação.

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A FIEIRA

Caixa porta-ferramenta da trefila.

Lubrificante seco: sabão seco em pó a base de Na, Li

ou Ca

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MATÉRIA PRIMA PARA A TREFILA

Fio máquina (ϕ = 5,50 e 6,34mm) → produto siderúrgico produzido por laminação a quente;

O fio máquina apresenta um fina “carepa” constituída de diversos óxidos; Esta carepa muito dura, quando não removida, atua

como abrasivo, reduzindo drasticamente a vida útil da fieira;

Tradicionalmente, a eliminação desta carepa de óxidos é realizada por um processo de decapagem química ou mecânica.

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DECAPAGEM QUÍMICA

T=40ºC

Solução a 20% de H2SO4 ou HCL

As bobinas são neutralizadas (CaO) ou

banho passivador a base de cianeto de sódio

(10%).

Secagem numa estufa → Para

trefilaria

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DECAPAGEM MECÂNICA

A flexão alternada quebra toda a carepa de óxido. Como garantia, o fio máquina sofre uma escovação final.

Decapagem mecânica do fio máquina.

Escovação mecânica

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PROCESSAMENTO DO FIO MÁQUINA (APÓS DECAPAGEM)

Apontamento: feito por laminador ou desgaste em rebolo;

Soldagem (emenda) de topo: Tornar possível a trefilação contínua de várias bobinas.

Processo de soldagem do fio máquina.

A ser removido por

esmerilhamento.

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SEQUENCIAMENTO DE REDUÇÃO

Critério: deformação homogênia.

Na prática são empregados reduções entre 17 e 22%, excluindo-se a primeira e a última.

Todos os grão alongam-se homogeneamente na direção da deformação.

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Ex: 6,35→6,035(5%) →5,009(17%) →4,16(17%)

→3,45(17%) →3,20(≈7%). 6,35 →6,035(5%) →4,707(22%) →3,671(22%)

→3,20(13%). A última sequência deve ser a

escolhida (menor número de passes), desde que a deformação em cada passe seja homogênia.

SEQUENCIAMENTO DE REDUÇÃO

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EQUIPAMENTO PARA TREFILAÇÃO

Equipamento usado para trefilação.

Trefiladora de cabeçotes múltiplos.

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TRABALHO REDUNDANTE

Trabalho redundante: É o gasto suplementar de energia, além daquela produzida pelo atrito;

Considerando-se uma redução numa fieira de atrito desprezível, o trabalho redundante pode ser determinado da seguinte forma:

Esforços em tração uniaxial (σU) e em

trefilação (σT).

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TRABALHO REDUNDANTE

Deformação plástica (ε) por tração uniaxial (σU);

Deformação plástica (ε) por trefilação (σT);

Com (σT) é possível deformar-se (ε*) por tração uniaxial;

A área sob a curva produzido pela diferença entre ε* e ε é proporcional à energia por unidade de volume do trabalho redundante (UR).

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INFLUÊNCIA DO ÂNGULO DE REDUÇÃO

Influência do ângulo da fieira na energia dissipada.

UT = UP + UA + UR α*- ângulo ótimo.

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TENSÕES RESIDUAIS (TEXTURA DE DEFORMAÇÃO)

Deformação excessiva:Alongamento

majoritário de grãos da região central.

Após sucessivos passes com esta

condição.

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TENSÕES RESIDUAIS (TEXTURA DE DEFORMAÇÃO)

Pequenas deformações:Alongamento

majoritário dos grãos da superfície.

Após sucessivos passes com esta

condição.

Obs.: A baixa profundidade da deformação deve-se ao baixo valor da reação (P)

na fieira.

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Condição ideal para trefilação:

TENSÕES RESIDUAIS (TEXTURA DE DEFORMAÇÃO)

Deformação homogênea dos

grãos em todos os passes.

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TRATAMENTOS TÉRMICOS INTERMEDIÁRIOS

Recozimento (para recristalização):

Aços de baixo

carbono e ligas não ferrosas

Aços de alto

carbono

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LAMINAÇÃO É um processo usado para fabricação de chapas, lâminas ou

folhas (laminados planos) ou tarugo, vergalhões e perfis (laminados não planos).

Neste processo, a conformação é feita por esforços compressivos combinados a esforço de cisalhamento devido à rotação dos cilindros.

Do ponto de vista termodinâmico a laminação pode ser considerada a quente (T>TR) ou a frio (T<TR). TR – Temperatura de Recristalização.

h0 hf

PR

FA

Compressão e cisalhamento no processo de laminação.

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LAMINAÇÃO A QUENTE

Sequência no processo de laminação a quente.

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COMPONENTES BÁSICOS DE UM LAMINADOR

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TIPOS DE LAMINADORES

São classificados em função do número de rolos (ou cilindro): Laminador Duo; Laminador Trio; Laminador Quádruo.

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LAMINADOR DUO

Constituído por dois cilindros que giram no sentido da laminação.

Uso: Operação de desbaste onde pequenas reduções são empregadas.

Representação esquemática de um laminador duo.

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LAMINADOR DUO

Variante – Duo reversível – Os rolos giram nos dois sentidos (vai e volta) possibilitando uma dupla redução no mesmo laminador.

Uso: desbaste – fábricas de pequeno comprimento.

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LAMINADOR TRIO

Empregado para reduções intermediárias.

Como sofrem flexões menores que no caso anterior, reduções maiores podem ser empreendidas.

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FLEXÃO DO CILINDRO DE LAMINAÇÃO

Rolo fletido pelo empuxo (reação do material sobre

o cilindro)

Flexão produzida pelo empuxo do material sobre os rolos.

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FLEXÃO DO CILINDRO DE LAMINAÇÃO

Área de contato

Quanto maior o diâmetro do cilindro (maior área de contato) maior o empuxo.

Por outro lado, quanto menor o diâmetro maior é a flexão do cilindro. Como resolver este problema?

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LAMINADOR QUÁDRUO

Aplica-se a qualquer etapa do processo, do desbaste ao acabamento.Rolo de apoio

(minimizar a flexão)

Rolos de redução (pequenos diâmetros grandes

reduções)

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LAMINADORES

Laminadores para perfis especiais.

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CONTROLE DE LAMINADORES

Relativo ao laminador

(deformações elásticas)

Relativo ao material

(deformação plástica)

Molejo de um laminador:

Variação da tensão de escoamento

para σ0’.

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ASPECTOS GEOMÉTRICOS DA LAMINAÇÃO

.)(

.

22

)(

22

2

22

)()(

).()()cos(

2

RhhR

tgRR

Ltg

tgsenPP

Lh

RLR

Max

P

R

PP

LimiteNoR

h

R

hh

hRh

rolosdosPuxamentodeCondiçãoR

hR

Geometria da laminação: contato metal/rolo.

Tensões que atuam no rolos cilíndricos: Condição de puxamento dos rolos.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE O PONTO NEUTRO (PN)

Em “E” a velocidade do rolo é maior que a do material;

Em “S” a velocidade do rolo é menor que a do material;

Entre “E” e “S” deve existir um ponto cuja velocidade relativa, entre o rolo e o material, é nula. Este ponto é denominado de ponto neutro.

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DESLOCAMENTO DO PN

Tração avante – Desloca o PN para entrada dos rolos; Tração a ré – Desloca o PN para a saída dos rolos;

Efeito da tração avante e tração a ré.

De acordo com a condição de escoamento de Von Mises (σ1 - σ3 = σ0

’), com aplicação das tensões avante e a ré:

..

'

0

31

AR

AR

p

pe

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DEFEITOS DE LAMINADOS

Considerando-se LP/h0 < 0,60

Tensões induzidas após a laminação.

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DEFEITOS DE LAMINADOS

Considerando-se LP/h0 >0,65

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DEFEITOS DE LAMINADOS

Defeitos de laminação produzidos pela flexão dos rolos:

Defeitos produzidos por flexão positiva dos rolos. Defeitos produzidos por flexão

negativa dos rolos.