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Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental - ProAmb CONSTRUÇÃO E DETERMINAÇÃO DO INDICADOR DE SALUBRIDADE AMBIENTAL (ISA/OP) PARA AS ÁREAS URBANAS DO MUNICÍPIO DE OURO PRETO, MG Diogo Araújo Teixeira Ouro Preto, MG Outubro de 2017

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Page 1: Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós ...‡ÃO... · dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas. Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi

Universidade Federal de Ouro Preto

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental - ProAmb

CONSTRUÇÃO E DETERMINAÇÃO DO INDICADOR DE SALUBRIDADE

AMBIENTAL (ISA/OP) PARA AS ÁREAS URBANAS DO MUNICÍPIO DE

OURO PRETO, MG

Diogo Araújo Teixeira

Ouro Preto, MG

Outubro de 2017

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Universidade Federal de Ouro Preto

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental - ProAmb

Diogo Araújo Teixeira

CONSTRUÇÃO E DETERMINAÇÃO DO INDICADOR DE SALUBRIDADE

AMBIENTAL (ISA/OP) PARA AS ÁREAS URBANAS DO MUNICÍPIO DE

OURO PRETO, MG.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Engenharia Ambiental da

Universidade Federal de Ouro Preto como

parte dos requisitos necessários para obtenção

do título: Mestre em Engenharia Ambiental –

Área de Concentração Meio Ambiente.

Orientador: José Francisco do Prado Filho

Coorientador: Aníbal da Fonseca Santiago

Ouro Preto, MG

Outubro de 2017

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T266c Teixeira, Diogo Araújo.

Construção e determinação do indicador de salubridade ambiental (ISA/OP) para as áreas urbanas do município de Ouro Preto, MG [manuscrito] / Diogo Araújo Teixeira. - 2017.

154f.: il.: color; grafs; tabs; mapas.

Orientador: Prof. Dr. José Francisco do Prado Filho. Coorientador: Prof. Dr. Aníbal da Fonseca Santiago.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. PROAMB. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental.

CDU: 556.51(815.1)

Catalogação: www.sisbin.ufop.br

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Dedicatória

Aos ouropretanos, almejando que este estudo se torne um

importante instrumento de planejamento ambiental capaz

de despertar na mente dos administradores públicos o

desejo de busca por melhorias socioambientais no

município. Recebam esta pesquisa como forma de

agradecimento e retribuição pelo indescritível período

vivenciado na cidade de vocês, que agora também é

minha. Viva Ouro Preto, viva!

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Agradecimentos

A Deus, Ele sim me deu forças para iniciar, progredir e finalizar este estudo. O

seu amor vela por mim. À minha família, especialmente à minha mãe Luciane, ao meu

pai Valter, à irmã Maria Alice, às avós Rosa e Maria e ao irmão Pedro, todo o carinho,

incentivo e compreensão foram válidos durante a busca pelo título. À irmã Mariana por

ter dividido comigo a carga de se tornar mestre, sendo minha fiel companhia durante o

percurso. Toda gratidão é pouca perante o que representam para mim.

Ao Prof. Dr. José Francisco. Chico, muito obrigado por me aceitar como

orientando, confesso que se recusasse meu pedido quando estava órfão de orientador eu

abandonaria o ProAmb. O agradecimento excede ao período de mestrado abrangendo a

orientação/tutoria realizada nos anos de PET Engenharia Ambiental, de professor nas

disciplinas de graduação e de conselheiro acadêmico/profissional nos momentos

oportunos. Ao meu coorientador Prof. Dr. Aníbal Santiago. Aníbal, muito obrigado por

estar comigo durante toda a caminhada, assumo que suas ideias me motivaram a dar

prosseguimento ao projeto no momento em que me ‘desencantei’ por ele. Agradeço

também pelas conversas informais que tivemos e por sempre me incentivar a continuar

no caminho da engenharia ambiental.

Ao Luciano Pereira do Semae por sempre (sempre) me atender com muita

receptividade e vontade de ajudar. Suas dicas e informações foram as mais custosas e

difíceis de obter e sem as quais meu título de mestre não seria concedido. À Mercês da

Secretaria Municipal de Saúde que, embora não dispusesse de todos os dados

necessários, nunca mediu esforços para disponibilizar os que possuía. Mercês, muito

obrigado por tanto carinho e atenção. Ao Prof. Dr. César Barella pela disponibilidade,

dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas.

Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi que se prontificaram

a responder aos questionários, conferindo credibilidade a este estudo. Aos membros da

minha banca de qualificação Jorge Adílio e Raphael Tobias por tanto agregarem no

estágio inicial desta pesquisa. À Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais

(Fapemig) pela concessão da bolsa de mestrado, permitindo dedicação integral.

Por fim, aos meus amigos do ProAmb, em especial Ludmila Brito, também à

Júlia Condé (grande amiga) por me motivarem, cobrarem e vivenciarem comigo os

murmúrios cotidianos de um pós-graduando e ao Jairo por sempre me disponibilizar

hospedagem.

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Epígrafe

“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não

conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em

entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”

Clarice Lispector Escritora ‘brasileira’

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Resumo

O Indicador de Salubridade Ambiental (ISA) foi criado em 1999 pelo Conselho

Estadual de Saneamento (Conesan) do Estado de São Paulo. O indicador avalia

componentes socioambientais e seu valor final varia de 0,0 a 1,0 (ou de 0,00 a 100,00),

sendo que quanto mais próximo da extremidade superior maior é a salubridade

ambiental da região analisada. Embora criado com o objetivo de medir o nível de

salubridade ambiental dos municípios paulistas, o ISA passou a ser utilizado em

diversas regiões do Brasil. Além disso, ao longo desses 17 anos, o ISA sofreu alterações

em sua formulação original, variando em função das características do local a ser

avaliado, situação permitida pelo próprio manual que o originou. A revisão bibliográfica

realizada para balizar esta pesquisa analisou o estado da arte da utilização do ISA no

Brasil. Para tal, avaliou-se 60 estudos de ISAs disponíveis em meios eletrônicos

realizando uma análise quali-quantitativa dos mesmos, identificando avanços, lacunas e

desafios de seu uso. O objetivo geral do estudo foi construir uma formulação e

determinar o valor do Indicador de Salubridade Ambiental (ISA/OP) para as áreas

urbanas (sede e 12 distritos) do município de Ouro Preto em Minas Gerais. Para

alcançá-lo lançou-se mão do método Delphi como ferramenta de estruturação da

fórmula de cálculo do ISA/OP, o qual contou com a participação de especialistas

entendedores do tema salubridade ambiental bem como da realidade do saneamento

ambiental do município ouropretano. O valor geral do ISA/OP foi de 49,71, o que

enquadra a região no nível de baixa salubridade ambiental. Determinou-se também o

valor do ISA/OP para cada distrito estudado, realizando ainda uma análise aprofundada

de todas as componentes do saneamento ambiental municipal. O estudo apontou os

serviços englobados pelas componentes esgoto sanitário e resíduos sólidos aqueles que

mais carecem de melhorias para elevar a salubridade ambiental local. Finalizando a

pesquisa discorreu-se sobre os principais problemas e avanços obtidos com a

implementação do ISA/OP, visando trazer à tona as particularidades encontradas

durante os cálculos contidos no indicador.

Palavras-chave: saneamento ambiental, indicador de salubridade ambiental, variação

do ISA, instrumento de planejamento ambiental, Ouro Preto.

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Abstract

The Environmental Health Indicator (ISA) was created in 1999 by the State Sanitation

Council (Conesan) of the State of São Paulo. The indicator evaluates

socioenvironmental components and its final value varies from 0.0 to 1.0 (or from 0.00

to 100.00), and the closer to the upper end, the greater the environmental health of the

analyzed region. Although created with the objective of measuring the level of

environmental health of the counties of São Paulo, ISA has been used in several regions

of Brazil. In addition, over the last 17 years, the ISA has undergone changes in its

original formulation, varying according to the characteristics of the site to be evaluated,

a situation allowed by the manual that originated it. The bibliographic review carried

out to mark this research analyzed the state of the art of ISA use in Brazil. In order to do

so, 60 studies of ISAs were available in electronic means, performing a qualitative and

quantitative analysis of the same, identifying advances, gaps and challenges of their use.

The general objective of the study was to construct a formulation and determine the

value of the Environmental Health Indicator (ISA/OP) for the urban areas (urban center

and 12 districts) of the municipality of Ouro Preto in Minas Gerais. In order to reach

this goal, the Delphi method was used as a structuring tool for the calculation formula

of ISA/OP, which counted with the participation of specialists who understood the

theme of environmental health and the reality of the environmental sanitation of the

municipality of Ouro Preto. The overall value of ISA/OP was 49.71, which places the

region at the level of low environmental health. The value of ISA/OP was also

determined for each district studied, and a detailed analysis of all components of

municipal environmental sanitation was carried out. The study pointed to the services

encompassed by the components sanitary sewage and solid waste those that most need

improvement to raise local environmental health. At the end of the research the main

problems and advances obtained with the implementation of ISA/OP were discussed,

aiming to bring to light the particularities found during the calculations contained in the

indicator.

Keywords: environmental sanitation, environmental health indicator, ISA variation,

instrument of environmental planning, Ouro Preto.

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Lista de Figuras

Figura 1 - Modelo Pressão-Estado-Resposta da OECD .............................................................. 13

Figura 2 - Criação de um indicador de saúde ambiental urbana ................................................. 14

Figura 3 - Subdivisões de uma região ......................................................................................... 25

Figura 4 - Metodologia para cálculo do ISA/OP ......................................................................... 50

Figura 5 - Página eletrônica Censo IBGE 2010 .......................................................................... 59

Figura 6 - Interface do aplicativo mapas interativos ................................................................... 59

Figura 7 - Interface da ferramenta Mapa Temático ..................................................................... 61

Figura 8 - Localização do município ouropretano no Estado de Minas Gerais .......................... 65

Figura 9 - Tanques de desinfecção da antiga ETE localizada na cidade de Ouro Preto ............. 67

Figura 10 - Distritos do município de Ouro Preto e sua sede urbana .......................................... 68

Figura 11 - Setores censitários de cada região estudada ............................................................. 71

Figura 12 - Setores censitários da cidade de Ouro Preto ............................................................. 72

Figura 13 - Esgoto lançado diretamente em curso d'água na cidade de Ouro Preto ................... 76

Figura 14 - ETE Osso de Boi localizada na cidade de Ouro Preto.............................................. 76

Figura 15 - Compartimento de coleta de RSU disposto na cidade de Ouro Preto ...................... 77

Figura 16 - Situação de abandono da ETE Osso de Boi ........................................................... 129

Figura 17 - Tubulação do Século XIX e lançamento de esgoto em curso d'água ..................... 130

Figura 18 - Áreas com potencial risco de alagamento/inundação na sede municipal ............... 136

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Lista de Gráficos

Gráfico 1 - Diagrama de caixas com dados da utilização de cada um dos indicadores de 1ª

ordem pelos ISAs ........................................................................................................................ 40

Gráfico 2 - Evolução da quantidade de estudos de ISA ao longo dos anos ................................ 41

Gráfico 3 - Dados obtidos após a primeira rodada do método Delphi ........................................ 80

Gráfico 4 - Dados obtidos após a segunda rodada do método Delphi ......................................... 85

Gráfico 5 - Valores de média e mediana dos indicadores de primeira ordem em cada rodada do

método Delphi ............................................................................................................................. 87

Gráfico 6 - Informações dos indicadores de primeira ordem nas rodadas do método Delphi..... 88

Gráfico 7 - Pontuação do Isa ........................................................................................................ 95

Gráfico 8 - Pontuação do Ice ........................................................................................................ 96

Gráfico 9 - Pontuação do Ite ........................................................................................................ 98

Gráfico 10 - Pontuação do Ise ...................................................................................................... 99

Gráfico 11 - Pontuação do Icr .................................................................................................... 101

Gráfico 12 - Pontuação do Iqr ................................................................................................... 103

Gráfico 13 - Pontuação do Isr .................................................................................................... 105

Gráfico 14 - Pontuação do Idm ................................................................................................... 113

Gráfico 15 - Pontuação do Imr ................................................................................................... 115

Gráfico 16 - Pontuação do I2s .................................................................................................... 116

Gráfico 17 - Pontuação do Irm ................................................................................................... 116

Gráfico 18 - Pontuação do Ine .................................................................................................... 118

Gráfico 19 - Pontuação do Irp .................................................................................................... 121

Gráfico 20 - Pontuação do Iav .................................................................................................... 122

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Lista de quadros

Quadro 1 - Conjuntos de atividades contidas nos serviços de saneamento ambiental, segundo

Lei Federal n°. 11.445/2007 .......................................................................................................... 2

Quadro 2 - Critérios e características avaliados em indicadores ambientais ............................... 12

Quadro 3 - Exemplos de indicadores da qualidade ambiental urbana ......................................... 13

Quadro 4 - Critérios para a criação de indicador ambiental local ............................................... 14

Quadro 5 - Indicadores ambientais do sétimo Objetivo de Desenvolvimento do Milênio.......... 15

Quadro 6 - Parâmetros integrantes do IQA ................................................................................. 16

Quadro 7 - Princípios e hipóteses adotados por Conesan (1999) para estruturar e compor o

ISA/SP ......................................................................................................................................... 17

Quadro 8 - ISA/SP - ISA modelo Conesan ................................................................................. 18

Quadro 9 - Faixas de pontuação do ISA e situação de salubridade ambiental ............................ 18

Quadro 10 - Indicadores e finalidade dos subindicadores constituintes do ISA/SP .................... 19

Quadro 11 - Fórmulas e pontuações para os indicadores de primeira e segunda ordens

constituintes do ISA/SP ............................................................................................................... 22

Quadro 12 - Revistas científicas consultadas durante o levantamento bibliográfico .................. 30

Quadro 13 - Estado da arte de ISAs (quantidade de estudos) ..................................................... 37

Quadro 14 - Setores censitários avaliados ................................................................................... 48

Quadro 15 - Especialidades de cada integrante do grupo de especialistas .................................. 52

Quadro 16 - Resumo do conteúdo abordado em cada etapa da primeira rodada do método

Delphi .......................................................................................................................................... 55

Quadro 17 - Resumo do conteúdo abordado em cada etapa da segunda rodada do método Delphi

..................................................................................................................................................... 56

Quadro 18 - Fontes de dados para realização dos cálculos ......................................................... 57

Quadro 19 - Variáveis cujos valores foram fornecidos pela ferramenta Mapa Temático ........... 60

Quadro 20 - Bairros abastecidos pelas ETAs da sede municipal ................................................ 75

Quadro 21 - Especialistas respondentes em cada rodada do método Delphi .............................. 78

Quadro 22 - Indicadores de 1ª ordem sugeridos pelos especialistas para compor o ISA/OP ...... 81

Quadro 23 - Indicadores de 2ª ordem sugeridos pelos especialistas para compor o ISA/OP ...... 81

Quadro 24 - Fórmulas utilizadas para cálculo dos indicadores e subindicadores do ISA/OP ..... 91

Quadro 25 - Metodologia para cálculo do Iqr ............................................................................ 102

Quadro 26 - Pontuação do Ivd, Ive e Ivl ........................................................................................ 106

Quadro 27 - Maneiras para cálculo da variável Disp ................................................................ 112

Quadro 28 - Pontuação do Iai ..................................................................................................... 120

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Lista de tabelas

Tabela 1 - Pesos e indicadores integrantes de ISA no Brasil ...................................................... 27

Tabela 2 - Particularidades de estudos de ISAs pelo Brasil ........................................................ 34

Tabela 3 - Especificidades da aplicação do método Delphi ........................................................ 54

Tabela 4 - Dados de cada região estudada .................................................................................. 70

Tabela 5 – Principais sistemas de abastecimento de água do município de Ouro Preto ............. 73

Tabela 6 - Vazão de abastecimento dos distritos abastecidos pela ETA Funil ........................... 75

Tabela 7 - Dados obtidos com a aplicação da primeira rodada do método Delphi ..................... 79

Tabela 8 - Dados obtidos com a aplicação da segunda rodada do método Delphi ...................... 82

Tabela 9 - Comparação de valores entre a primeira e segunda rodada do método Delphi ......... 86

Tabela 10 - Valores de Naa e Nar para cada ETA nos anos de 2011 e 2012 ................................. 93

Tabela 11 - Pontuação do Iqa em função de seu valor (%) ........................................................... 94

Tabela 12 - Números de casos das enfermidades ao longo dos anos no município de Ouro Preto

................................................................................................................................................... 106

Tabela 13 - Número de casos das enfermidades por distrito ao longo dos anos ....................... 107

Tabela 14 - Quantidade de casos das doenças analisadas em cada distrito (2010 a 2015) ....... 108

Tabela 15 – Critério de pontuação do Iqb para captações superficiais ....................................... 109

Tabela 16 - Critério de pontuação do Iqb para captações subterrâneas ...................................... 110

Tabela 17 - Características de cada ETA .................................................................................. 111

Tabela 18 - Mortalidade de crianças de 0 a 4 anos e de idosos com mais de 60 anos ligadas a

doenças respiratórias (2010-2015) ............................................................................................ 114

Tabela 19 - Valor do ISA/OP por setor censitário e distrito ..................................................... 122

Tabela 20 - Valor do ISA/OP e nível de salubridade ambiental de cada distrito ...................... 126

Tabela 21 - Pontuações médias relativas ao abastecimento de água ......................................... 127

Tabela 22 - Pontuações médias relativas ao esgoto sanitário .................................................... 129

Tabela 23 - Pontuações médias relativas aos resíduos sólidos .................................................. 131

Tabela 24 - Pontuações médias relativas aos vetores de doenças ............................................. 132

Tabela 25 - Pontuações médias relativas aos recursos hídricos ................................................ 133

Tabela 26 - Pontuações médias relativas à socioeconomia ....................................................... 134

Tabela 27 - Pontuações médias relativas à drenagem urbana ................................................... 135

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Lista de abreviaturas e siglas

AHP Método de Análise Hierárquica

Capes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

cm Centímetro

Conesan Conselho Estadual de Saneamento

DEAMB Departamento de Engenharia Ambiental

Funasa Fundação Nacional da Saúde

hab Habitante

Iab Indicador de abastecimento de água

Ica Subindicador de cobertura de abastecimento de água

Ice Subindicador de cobertura em coleta de esgotos

Icr Subindicador de coleta de resíduos

Icv Indicador de controle de vetores

Idm Subindicador de disponibilidade dos mananciais

Ied subindicador de educação

Ies Indicador de esgotos sanitários

Ifi Subindicador de fontes isoladas

IGAM Instituto Mineiro de Gestão das Águas

Iphan Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

Iqa Subindicador da qualidade da água distribuída

Iqb Subindicador de qualidade da água bruta

Iqr Subindicador de tratamento e disposição final de resíduos sólidos

IQR Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos

Irf Subindicador de renda

Irh Indicador de recursos hídricos

Irs Indicador de resíduos sólidos

ISA Indicador de Salubridade Ambiental

Isa Subindicador de saturação do sistema produtor

Ise Indicador socioeconômico

Ise Subindicador de saturação do tratamento de esgotos

Isp Subindicador de saúde pública

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Isr Subindicador de saturação do tratamento e disposição final de resíduos

sólidos

Ite Subindicador de esgotos tratados

Ivd Subindicador de dengue

Ive Subindicador de esquistossomose

Ivl Subindicador de leptospirose

L Litro

n° Número

OMS Organização Mundial da Saúde

OP Ouro Preto

PMSB Plano Municipal de Saneamento Básico

PMSB-OP Plano Municipal de Saneamento Básico de Ouro Preto

PNE Plano Nacional de Educação

Pont Pontuação

Pop População

RSU Resíduos Sólidos Urbanos

s Segundo

Semae Serviço Municipal de Água e Esgoto

Sphan Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

Unesco Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura

Urb Urbana

uT Unidade de Turbidez

UTP Unidade Territorial de Planejamento

WHO World Health Organization

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1

2 OBJETIVO .............................................................................................................. 5

2.1 Objetivo geral ............................................................................................................................. 5

2.2 Objetivos específicos ................................................................................................................... 5

3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 6

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 9

4.1 Indicadores ................................................................................................................................. 9

4.2 Indicadores ambientais ............................................................................................................. 10

4.3 Indicadores ambientais à luz de referências internacionais ..................................................... 11

4.4 Exemplos de indicadores ambientais ........................................................................................ 15

4.5 Indicador de Salubridade Ambiental (ISA) ............................................................................... 17

4.5.1 Cálculo dos indicadores e subindicadores componentes do ISA/SP .................................... 21

4.5.2 As diferentes estruturações de ISAs no Brasil ...................................................................... 24

4.5.3 Os diferentes métodos de escolha dos indicadores e pesos de ISAs no Brasil ..................... 32

4.5.4 O estado da arte de ISAs no Brasil ....................................................................................... 37

4.6 Uma visão crítica a respeito do ISA ......................................................................................... 44

5 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 47

5.1 Formulação do ISA/OP baseado no método Delphi ................................................................. 51

5.1.1 A primeira rodada do método Delphi ................................................................................... 54

5.1.2 A segunda rodada do método Delphi ................................................................................... 55

5.2 Fontes de dados para cálculo dos indicadores de 1ª e 2ª ordens ............................................. 57

5.3 O Censo IBGE 2010 .................................................................................................................. 58

5.3.1 O aplicativo Mapas Interativos ............................................................................................ 59

5.3.2 As tabelas que abastecem os aplicativos de resultados do Censo IBGE 2010 ..................... 61

5.3.3 As bases cartográficas e a elaboração dos mapas ............................................................... 63

5.4 Procedimentos para cálculo dos indicadores ........................................................................... 64

6 O MUNICÍPIO DE OURO PRETO: aspectos históricos e de saneamento

ambiental ....................................................................................................................... 64

7 RESULTADOS ...................................................................................................... 78

7.1 Estruturação do ISA/OP ........................................................................................................... 78

7.1.1 Informações obtidas com a primeira rodada do método Delphi .......................................... 78

7.1.2 Informações obtidas com a segunda rodada do método Delphi ........................................... 82

7.1.3 Fórmula para cálculo do ISA/OP ......................................................................................... 85

7.2 Cálculo do ISA/OP .................................................................................................................... 90

7.2.1 Indicador de Abastecimento de Água (Iab) ............................................................................ 92

7.2.1.1 Subindicador de Cobertura de Abastecimento de Água (Ica) ....................................... 92

7.2.1.2 Subindicador de Qualidade da Água Distribuída (Iqa) ................................................. 92

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7.2.1.3 Subindicador de Saturação do Sistema Produtor (Isa) .................................................. 94

7.2.2 Indicador de Esgotos Sanitários (Ies) .................................................................................... 95

7.2.2.1 Subindicador de Cobertura em Coleta de Esgotos (Ice) ................................................ 95

7.2.2.2 Subindicador de Esgotos Tratados (Ite) ........................................................................ 96

7.2.2.3 Subindicador de Saturação do Tratamento de Esgotos (Ise) ......................................... 98

7.2.3 Indicador de Resíduos Sólidos (Irs) ..................................................................................... 100

7.2.3.1 Subindicador de Coleta de Resíduos (Icr) ................................................................... 100

7.2.3.2 Subindicador de Tratamento e Disposição Final de Resíduos (Iqr) ............................ 101

7.2.3.3 Subindicador de Saturação do Tratamento e Disposição Final dos Resíduos (Isr) ..... 103

7.2.4 Indicador de Controle de Vetores (Icv) ............................................................................... 105

7.2.5 Indicador de Recursos Hídricos (Irh) .................................................................................. 108

7.2.5.1 Subindicador de Qualidade da Água Bruta (Iqb) ........................................................ 109

7.2.5.2 Subindicador de Disponibilidade dos Mananciais (Idm) ............................................. 110

7.2.6 Indicador Socioeconômico (Ise) .......................................................................................... 113

7.2.6.1 Subindicador de Saúde Pública vinculada ao Saneamento (Isp) ................................. 113

7.2.6.2 Subindicador de Renda (Irf) ....................................................................................... 115

7.2.6.3 Subindicador de Educação (Ied) ................................................................................. 117

7.2.7 Indicador de Drenagem Urbana (Idu) ................................................................................. 119

7.2.7.1 Subindicador de Alagamento ou Inundação (Iai) ........................................................ 119

7.2.7.2 Subindicador de Rua Pavimentada (Irp) ..................................................................... 120

7.2.7.3 Subindicador de Áreas Verdes (Iav) ........................................................................... 121

7.3 Valor do ISA/OP para cada região analisada ........................................................................ 122

8 DIAGNÓSTICO DA SALUBRIDADE AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE

OURO PRETO ........................................................................................................... 125

8.1 Abastecimento de Água ........................................................................................................... 127

8.2 Esgoto Sanitário ..................................................................................................................... 128

8.3 Resíduos Sólidos ..................................................................................................................... 130

8.4 Vetores de Doenças................................................................................................................. 131

8.5 Recursos Hídricos ................................................................................................................... 132

8.6 Socioeconomia ........................................................................................................................ 134

8.7 Drenagem Urbana .................................................................................................................. 135

9 DIFICULDADES ENCONTRADAS E AVANÇOS OBTIDOS COM A

IMPLEMENTAÇÃO DO ISA/OP ............................................................................ 137

10 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 141

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 143

12 APÊNDICE – TABELA GERAL DE PONTUAÇÃO DO ISA/OP ................ 153

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1

1 INTRODUÇÃO

O modelo de desenvolvimento econômico do Brasil acelerou o processo de

urbanização e crescimento das cidades, fato que ocasionou rápida concentração de renda

e de população nos centros urbanos, sobrecarregando a infraestrutura desses locais,

elevando os índices de pobreza e agravando os problemas ambientais. A aglomeração

da população nas áreas urbanas associada à falta de um planejamento urbano eficaz

potencializa os problemas sociais e ambientais. Neste contexto surgem, dentre outros,

aqueles relacionados ao saneamento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saneamento como o controle de

todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos

nocivos sobre seu estado de bem estar físico, mental ou social. Este conceito evidencia a

articulação do saneamento com o enfoque ambiental ao situá-lo no campo de controle

dos fatores do meio físico e com abordagem preventiva de saúde, assumindo que a

própria OMS considera o bem-estar físico, mental e social como definição de saúde

(HELLER, 1998). Tal articulação culmina na formação do termo saneamento ambiental,

que, segundo Oliveira (2006), emergiu da inter-relação dos problemas das aglomerações

humanas com as questões ambientais.

A importância do saneamento ambiental e sua associação à saúde humana

remonta às mais antigas culturas. O saneamento desenvolveu-se de acordo com a

evolução das diversas civilizações, ora retrocedendo com a queda das mesmas, ora

renascendo com o aparecimento de outras (FUNASA, 2007). Segundo a Fundação

Nacional da Saúde (Funasa), saneamento ambiental possui a seguinte definição:

É o conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo alcançar

Salubridade Ambiental, por meio de abastecimento de água potável,

coleta e disposição sanitária de resíduos sólidos, líquidos e gasosos,

promoção da disciplina sanitária de uso do solo, drenagem urbana,

controle de doenças transmissíveis e demais serviços e obras

especializadas, com a finalidade de proteger e melhorar as condições

de vida urbana e rural (FUNASA, 2007, p. 14).

Como visto, essa definição abarca um novo termo, a salubridade ambiental,

conceituada por Funasa (2015) como: estado de higidez em que vive a população

urbana e rural, tanto no que se refere à sua capacidade de inibir, prevenir ou impedir a

ocorrência de endemias ou epidemias veiculadas pelos agentes do meio ambiente, como

no que se refere ao seu potencial de promover o aperfeiçoamento de condições

favoráveis ao pleno gozo de saúde e bem-estar. Para Batista e Silva (2006), a

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salubridade ambiental tem o propósito da integração sob uma visão holística,

participativa e de racionalização dos recursos públicos, abrangendo o saneamento

ambiental em seus diversos componentes. Sendo assim, um eficiente saneamento

ambiental é, portanto, um meio de promoção de um ambiente salubre.

Na esfera legal federal, a definição de saneamento ambiental é dada pelo Artigo

3º da Lei Federal nº. 11.445/2007 como conjunto de serviços, infraestruturas e

instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário,

limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais

urbanas (BRASIL, 2007). Esta lei, publicada em 2007, é denominada Política Nacional

de Saneamento Básico e estabelece as diretrizes nacionais para este assunto, na qual

saneamento básico é tratado como sinônimo de saneamento ambiental. O Quadro 1

apresenta o conjunto de atividades que estão incorporadas em cada um dos serviços de

saneamento abordados na Legislação Federal.

Quadro 1 - Conjuntos de atividades contidas nos serviços de saneamento ambiental, segundo Lei Federal

n°. 11.445/2007

Serviços Conjunto de atividades

Abastecimento de

água potável

Infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água

potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de

medição

Esgotamento

sanitário

Infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e

disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o

seu lançamento final no meio ambiente

Limpeza urbana e

manejo de resíduos

sólidos

Infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo,

tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e

limpeza de logradouros e vias públicas

Drenagem e

manejo das águas

pluviais urbanas

Infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais,

de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias,

tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas Fonte: BRASIL, 2007.

Um fato importante ao analisar o conteúdo das definições de saneamento

ambiental abordadas pela Funasa e pela Legislação Federal é que esta última não

considera o controle de vetores de doenças como um de seus constituintes. Identifica-se

aí uma lacuna presente na Política Nacional de Saneamento Básico. A ausência deste

serviço no âmbito legal sugere erroneamente que doenças transmitidas via vetores à

população em consequência de um ambiente insalubre não sejam problemas de

saneamento ambiental. Entende-se também que, de certo modo, a eficiente execução

dos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário e resíduos sólidos é um

meio de combater doenças transmitidas por vetores. No entanto, a ocorrência de

enfermidades como esquistossomose, leptospirose e dengue é comum em locais de

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baixa salubridade ambiental, causa prejuízos à saúde da população ali residente e são

transmitidas por vetores.

Dentre os componentes de saneamento ambiental expostos anteriormente, os

serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário e manejo de resíduos sólidos

são os que apresentam maior potencial para conferir doenças à população quando

ofertados de maneira precária. Analisando somente os dois primeiros, Briscoe (1985)

informa que, em longo prazo, os efeitos benéficos para a população do investimento em

abastecimento de água e esgotamento sanitário é superior do que aqueles obtidos com

intervenções médicas. Além disso, o mesmo autor afirma que investir em saneamento

ambiental previne mais mortes e eleva mais a expectativa de vida do que as

intervenções de natureza medicinais. Pautado neste raciocínio, o estudo de Esrey et al.

(1990) elucida que investimento em saneamento ambiental implica diretamente na

diminuição da morbidade (portadores de determinada doença em relação à população

estudada em um período de tempo) devido às doenças diarreicas e parasitárias e na

melhoria do estado nutricional das crianças. Seguindo a mesma linha conclusiva, os

estudos de Heller, Colosimo e Antunes (2003), Saiani, Toneto Júnior e Dourado (2013)

e Prado e Miagostovich (2014) também pactuam que melhorias nos serviços

componentes do saneamento ambiental acarretam em benefícios diretos à qualidade de

vida da população.

Como exposto, os conceitos de saneamento, saneamento básico e saneamento

ambiental se confundem por tanta semelhança. O fato é que essas expressões derivam

do verbo sanear, que significa tornar são (saudável), isto é, sugerem que o ambiente no

qual a população está inserida seja apto para que a vida possa se desenvolver imune às

doenças e impactos negativos proporcionados pelo meio externo.

Inicia-se aí, então, a necessidade de se avaliar o nível de salubridade ambiental

de uma determinada região, visando apontar dentre os serviços do saneamento básico

qual(is) está(ão) sendo executado(s) de maneira satisfatória, bem como aquele(s)

potencialmente apto(s) a causar(em) prejuízos na qualidade de vida da população. Neste

ponto, entra em cena o Indicador de Salubridade Ambiental (ISA) como uma ferramenta

capaz de mensurar a salubridade ambiental de uma região ou local específico.

Para uma melhor compreensão dos conteúdos abordados no decorrer da presente

pesquisa, faz-se necessário, neste ponto, tomar nota da definição termos a seguir que

constantemente serão empregados daqui para frente. Sendo assim, define-se município

como espaço territorial político de um estado, compreendendo zonas rurais e urbanas, e

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cidade como perímetros urbanos de um município. Desta forma, um município pode

contemplar diversas cidades (denominadas distritos) e seu nome é o mesmo de sua

cidade principal (sede municipal).

Ciente da distinção entre os termos município e cidade, volta-se agora a

discussão para o ISA. Criado em 1999 pela Câmara Técnica de Planejamento do

Conselho Estadual de Saneamento (Conesan) do estado de São Paulo, o ISA possuía

como principal objetivo medir de modo uniforme as condições de saneamento

ambiental de cada município do estado de São Paulo (CONESAN, 1999). O verbo da

frase anterior encontra-se no passado pois, no decorrer dos anos, o Indicador passou a

ser aplicado em diversas áreas, deixando de lado seu caráter exclusivamente municipal

paulista, passando a ser utilizado em todo o Brasil para medir o nível de salubridade

ambiental de cidades, bairros, comunidades, dentre outros. A medição em questão é

realizada por meio de uma análise qualitativa e quantitativa de indicadores

socioambientais, sobretudo aqueles relacionados ao saneamento ambiental, da forma

com que o valor de um ISA varie de 0,0 a 1,0 (ou mesmo na escala de 0,00 a 100,00)

sendo que quanto mais próximo da extremidade superior maior é a salubridade

ambiental da área em análise. Um dos benefícios da aplicação do ISA é sua capacidade

de indicar qual o serviço de saneamento ambiental encontra-se mais carente de

melhorias, bem como aquele que se apresenta mais bem consolidado na região

analisada.

Desde então, sua aplicação se estendeu por todo Brasil, sendo desenvolvidos

ISAs em diferentes escalas de análises, variando desde as menores, como estudos em

conjuntos habitacionais, até as maiores, como em centros urbanos de uma mesma bacia

hidrográfica.

Especificamente em Minas Gerais, o município de Belo Horizonte e a cidade de

Juiz de Fora já tiveram a salubridade ambiental avaliada sob o ponto de vista do ISA.

Outras cidades como Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Itabirito, Mariana e Ouro

Branco também já foram parcialmente (alguns bairros e comunidades) analisadas à luz

do Indicador. Por sua vez, no município de Ouro Preto existem dois estudos

contemplando a metodologia ISA: o de Menezes (2007) que avalia dois bairros da

cidade e o de Vicq et al .(2012) aplicado à área rural de dois distritos do município.

A cidade de Ouro Preto, declarada como Monumento Nacional em 1933,

Patrimônio Nacional em 1938 e Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização

das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em 1980 e, apesar de

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toda sua riqueza histórica, cultural e patrimonial, apresenta sérios problemas de

saneamento ambiental. Baseado no que é apresentado no Plano de Saneamento do

Município elaborado durante os anos de 2012 e 2013, todos os serviços integrantes do

saneamento ambiental apresentam falhas. Além disso, o ISA não foi considerado em

nenhum dos oito volumes que constituem o plano. Desta forma, torna-se impreciso

apontar para os tomadores de decisão qual é o atual retrato da salubridade ambiental do

município, isto é, em que nível de desenvolvimento ou carência encontram-se os

serviços de saneamento ambiental ouropretanos.

Da maneira em que foi criado pelo Conesan, o ISA permite que cada área a ser

estudada possa criar sua própria estruturação do indicador, visando atender e se encaixar

melhor nas peculiaridades de cada região. Ouro Preto ainda não possui essa ferramenta

de diagnóstico de salubridade ambiental tampouco uma que se assemelhe. Sendo assim,

este estudo objetiva construir e aplicar o ISA para as áreas urbanas (distritos e sede

municipal) do município de Ouro Preto, que apresenta problemas vinculados ao

saneamento ambiental, tendo em vista torná-lo uma ferramenta para auxílio dos

tomadores de decisão no que diz respeito à melhoria da salubridade ambiental

municipal.

2 OBJETIVO

Os objetivos desta pesquisa são:

2.1 Objetivo geral

Construir uma formulação e determinar o valor do Indicador de Salubridade

Ambiental (ISA/OP) para as áreas urbanas (sede e 12 distritos) do município de Ouro

Preto em Minas Gerais.

2.2 Objetivos específicos

Avaliar e comparar a aplicação do ISA em todo Brasil, desde sua criação

em 1999 até o ano de 2016;

Construir um ISA que corresponda à realidade ouropretana utilizando o

Método Delphi, denominado ISA/OP;

Determinar o valor do ISA/OP para as áreas urbanas dos distritos do

município bem como para sua sede;

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Diagnosticar o estado do saneamento ambiental das áreas urbanas do

município de Ouro Preto;

Oferecer o ISA/OP aos tomadores de decisão da administração municipal

local como uma ferramenta de gestão ambiental.

3 JUSTIFICATIVA

Historicamente as questões de saneamento ambiental no Brasil são tratadas sem

uma efetiva integração das ações relativas a todo sistema. Em Ouro Preto não é

diferente e o saneamento ambiental municipal, de uma forma geral, tem ocorrido sem

integração efetiva da administração municipal, principalmente quanto ao planejamento,

à gestão e ao controle de serviços prestados (PMOP, 2013b).

A cidade de Ouro Preto entre 1720 e 1897 foi a capital de Minas Gerais,

perdendo seu posto naquele ano para a atual, Belo Horizonte. Por seu valor histórico,

turístico e econômico, foi decretada, em 1933, Cidade Monumento Nacional e, em

1938, foi tombada e declarada como Patrimônio Nacional pelo Serviço de Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional (Sphan) – atual Instituto do Patrimônio Histórico e

Artístico Nacional (Iphan). Exatamente em 1980, teve sua história oficialmente

reconhecida internacionalmente sendo a primeira cidade brasileira a ser declarada

Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

Mesmo com toda essa relevância histórico-cultural Ouro Preto sofre com

problemas de saneamento ambiental, serviço que se encontra em lento desenvolvimento

na cidade. Somente em 2005 o município criou sua autarquia municipal, denominada

Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae), sendo responsável pelos serviços de

abastecimento de água e esgotamento sanitário. O serviço de coleta e disposição final

dos resíduos sólidos está diretamente ligado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e

o serviço de drenagem das águas pluviais está ligado à Secretaria Municipal de Obras

(PMOP, 2013b). Nos anos de 2012 e 2013 foi elaborado o Plano Municipal de

Saneamento Básico de Ouro Preto (PMSB-OP) visando estabelecer um planejamento

das ações de saneamento ambiental no município, atendendo aos princípios

estabelecidos pela Lei Federal n°. 11.445/2007 (Política Nacional de Saneamento

Básico), objetivando melhoria da salubridade ambiental municipal. De acordo com o

Relatório dos Objetivos do Milênio elaborado pela ONU, entre 1990 e 2015, subiu de

54 para 68% a proporção da população mundial que possuiu melhora em suas

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instalações sanitárias (ONU, 2015a). Tal avanço, porém, não pôde ser diagnosticado na

cidade de Ouro Preto, uma vez que a sede municipal conta apenas com o serviço de

coleta de esgoto inexistindo a etapa de tratamento do mesmo.

Os serviços de saneamento ambiental quando são ineficientes no cumprimento

de seus objetivos aumentam as possibilidades da população contrair doenças,

comprometem a qualidade dos recursos ambientais, bem como provoca poluição visual.

De acordo com FEAM (2002), é de competência municipal a avaliação de como as

questões de saneamento influenciam na salubridade ambiental de seu território e, por

consequência imediata, quais os seus efeitos na saúde de sua população. Neste ponto

entra em cena o papel dos indicadores ambientais como instrumentos capazes de

avaliarem todas essas questões, uma vez que são constituídos por uma ou mais

variáveis, que associadas através de diversas formas, revelam significados amplos sobre

os fenômenos a que se referem e constituem uma via de síntese e apresentação de

informações valiosas aos tomadores de decisão e população (von SCHIRNDING, 2002;

OECD, 2003; SCOPE 67, 2007; BELL e MORSE, 2008; LOBATO e JARDIM, 2014;

WHO, 2014)

Os indicadores ambientais devem explicar como fatores do meio ambiente

exercem influência sobre a saúde pública. Para Oliveira e Faria (2008), a construção de

indicadores que se referem à saúde ambiental é uma oportunidade de se subsidiar

processos de definição de estratégias de prevenção e controle de riscos, bem como

promoção da saúde, com resultados de estudos epidemiológicos que demonstrem os

efeitos do ambiente sobre a saúde humana. Além disso, um indicador de higidez

ambiental é um importante instrumento de gestão ambiental capaz de embasar as

decisões nos setores das políticas públicas, visando sempre garantir a sustentabilidade

do desenvolvimento humano.

Neste contexto de primordialidade de melhorias no sistema de saneamento

ambiental ouropretano e de importância da existência de um indicador de saúde

ambiental para auxílio governamental, surge a necessidade da criação do Indicador de

Salubridade Ambiental para o município de Ouro Preto (ISA/OP). A construção e

determinação do ISA/OP permitirá com que os governantes municipais tenham em

mãos uma boa ferramenta de gestão ambiental capaz de apontar carências e

potencialidades das questões ambientais do município. Briggs, Corvalán e Nurminen

(1996) asseguram que os indicadores de saúde ambiental convertem informações

dispersas em dados concretos capazes de apontar aos tomadores de decisão quais são os

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potenciais fatores que agridem o meio ambiente. A World Health Organization (WHO),

Organização Mundial da Saúde (OMS), afirma que essa modalidade de indicadores

deve ser utilizada pelos tomadores de decisão para examinar o estado atual de saúde

ambiental de áreas urbanas objetivando o planejamento de melhorias (WHO, 2014).

Sendo assim, o produto desta pesquisa originará um documento suporte eficiente

para a verificação do estado em que se encontram os componentes do saneamento

ambiental do município de Ouro Preto, bem como qual(is) região(ões) do município

necessita(m) de prioridade em investimentos públicos para a melhoria do bem estar e

comodidade da população. Relembrando o que foi mencionado por Briscoe (1985) e

ratificado pelos estudos de Heller, Colosimo e Antunes (2003), Saiani, Toneto Júnior e

Dourado (2013) e Prado e Miagostovich (2014), investir em saneamento básico

promove mais qualidade e expectativa de vida à população do que as intervenções

médicas.

Em continuidade, a justificativa para a elaboração deste estudo está pautada na

lacuna de conhecimento existente sobre qual conjuntura se encontram os serviços de

saneamento ambiental do município de Ouro Preto. Enfatizando que um indicador

ambiental fornece um papel importante na transformação de dados de saúde e ambiente

em informações relevantes aos decisores políticos e à população (SCOPE 67, 2007), o

ISA/OP, após ser implementado, servirá como instrumento de diagnóstico e indicativo

visando nortear as ações do governo municipal voltadas para a melhoria da salubridade

ambiental ouropretana. As informações retiradas do ISA/OP beneficiarão tanto a

prefeitura e autarquia municipal nas tomadas de decisões de tarefas relacionadas à

gestão ambiental quanto à população, que estará ciente do atual cenário do saneamento

ambiental em seu município, tendo embasamento para pleitear melhorias nos serviços.

Ademais, os dados contidos no ISA/OP poderão ser atualizados periodicamente

apontando avanços e retrocessos em seus subindicadores.

Por fim, o já referido Plano Municipal de Saneamento de Ouro Preto, por estar

fundamentado na legislação federal, não aborda informações sobre o controle de vetores

de doenças tampouco enaltece a importância da elaboração de um ISA para o

município. Desta forma, a implementação do ISA/OP fornecerá informações sobre os

vetores de doenças e poderá ser utilizada em futuras atualizações do plano de

saneamento – que deverá ocorrer em prazo não superior a quatro anos (BRASIL, 2007).

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4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Indicadores

Como preâmbulo, existe na literatura a discussão sobre o que é um indicador e o

que é um índice. As publicações de Mitchell (1996), von Schirnding (2002), OECD

(2003), Siche et al. (2007), WHO (2014) e EPA (2015) apontam as peculiaridades entre

cada um dos termos. Para o contexto desta pesquisa, ciente do papel e conceito do

Indicador de Salubridade Ambiental (ISA) e das irrelevantes diferenças existentes entre

as definições de indicador e índice vistas nas bibliografias consultadas, assumiu-se a

imparcialidade entre os dois termos, sendo ambos aqui tratados como sinônimos. Para

exemplificar tal situação, a maioria dos estudos de ISAs citados nesta dissertação utiliza

a tradução da sigla como Indicador de Salubridade Ambiental, outros poucos, no

entanto, já adotam a nomenclatura Índice de Salubridade Ambiental. Neste trabalho será

empregado o termo Indicador, sendo assim, a revisão bibliográfica inicia-se abordando

sua definição.

A palavra indicador deriva do termo em latim indicare, que significa indicar,

apontar ou anunciar (BRIGGS; CORVALÁN; NURMINEN, 1996). Tal prefácio já

apresenta que esse termo é utilizado para apontar a situação em que se encontra um

fenômeno em estudo.

Takashina (1999) apud Soligo (2012) define indicadores como representações

quantificáveis das características de produtos e processos utilizados para a melhoria da

qualidade e desempenho de um serviço, produto ou processo ao longo do tempo. Para

Soligo (2012), os indicadores surgem como auxiliadores nas tomadas de decisões,

fundamentando as argumentações mediante o fornecimento das informações de um

processo. Mas para tal, é necessário que eles sejam seletivos, claros, abrangentes,

acessíveis, comparáveis e consigam quantificar e simplificar a informação analisada.

Ratificando essa visão, Hammond et al. (1995) elucidam que os indicadores devem

fornecer informações quantitativas de forma simples e rapidamente compreensível,

sendo resultado da aplicação de um modelo ou conjunto de considerações que

relacionam o indicador a fatores mais complexos.

Para a Organization for Economic Co-operation and Development (OECD) um

indicador é um parâmetro, ou um valor derivado de parâmetros, que indica, fornece

informações ou descreve o estado de um fenômeno, ambiente ou área, apresentando um

significado que vai além do valor medido (OECD, 2003). Segundo Wills e Briggs

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(1995), os indicadores são um meio de fornecer informações traduzidas aos decisores

políticos a respeito de uma longa cadeia de dados.

De acordo com o estudo de Domingues e Ribeiro (1996), o objetivo de um

indicador é o de fornecer uma resposta a uma determinada questão e suas finalidades

são as de constatar e entender um determinado fato ou fenômeno, facilitando a

compreensão de suas causas para modificar a situação. Baseado em von Schirnding

(2002), o principal papel dos indicadores é a transformação de dados em informações

importantes para os tomadores de decisão e o público. Em suma, eles ajudam a

simplificar uma composição de informações sobre saúde, meio ambiente e

desenvolvimento, possibilitando uma visão sumarizada das condições e tendências

existentes.

Das definições apresentadas, argumenta-se que um indicador deve ser capaz de

apontar o estado de um elemento ou situação em estudo. Para tal, é necessário que ele

seja de fácil aplicação e entendimento. Incorporado ao valor do indicador, informações

valiosas sobre a situação do que se avalia podem ser extraídas, fato que contribui para

mudança de comportamento, formulação e reformulação de políticas públicas.

4.2 Indicadores ambientais

O desenvolvimento da temática sobre indicadores de cunho ambiental é

relativamente novo mundialmente. Enquanto os indicadores sociais já eram adotados

sistematicamente nos anos 70, apenas no final da década de 80 os indicadores

ambientais ganharam maior conhecimento. As primícias das discussões ocorreram em

1972 na Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e Meio Ambiente organizada

pela ONU em Estocolmo – conhecida como Conferência de Estocolmo – quando o

termo desenvolvimento sustentável ainda era embrionário. Em 1987, no entanto, com a

publicação do Relatório Brundtland (Relatório Nosso Futuro Comum) o assunto

encorpou ganhando reconhecimento internacional e motivando a necessidade de criação

de indicadores ambientais (MEBRATU, 1998).

Nos anos 90, a evolução das discussões e ações relativas à busca do

desenvolvimento sustentável fomentou o avanço de iniciativas voltadas para a criação

de indicadores ambientais. A Agenda 21, produto da Conferência da ONU sobre o Meio

Ambiente e Desenvolvimento ocorrida no Rio de Janeiro em 1992, elucidou a

importância dos indicadores como instrumentos de busca da sustentabilidade ambiental

(MAGALHÃES JUNIOR; NETTO; NASCIMENTO, 2003).

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Um indicador ambiental é definido como a representação de um conjunto de

dados, informações e conhecimento acerca de determinado fenômeno de cunho

ambiental capaz de expressar e comunicar, de maneira simples e objetiva, as

características essenciais e o significado desse fenômeno aos tomadores de decisão e

sociedade em geral (SEI, 2006). Adicionando a palavra saúde ao termo, Briggs,

Corvalán e Nurminen (1996) definiram um indicador de saúde ambiental como a

expressão da relação entre ambiente e saúde da população de uma forma que facilita a

interpretação para uma tomada de decisão eficaz por parte dos decisores políticos. Para

Domingos e Ribeiro (1996) uma das principais aplicações do indicador ambiental é o de

poder atuar como instrumento para a tomada de decisão. Nesse sentido, assume

importante função para os administradores e para aqueles que tratam das questões

relativas ao planejamento e à gestão.

A avaliação da qualidade do ambiente urbano é uma tarefa desafiadora para os

envolvidos no campo da saúde ambiental. A formulação de indicadores ambientais é

fundamental para a avaliação da qualidade ambiental, assim, os indicadores ambientais

são cruciais para a formulação e implementação de políticas públicas (REGO et al.,

2013). Finalizando, o IBGE, em sua publicação intitulada Indicadores de

Desenvolvimento Sustentável de 2015, afirma o seguinte:

Os indicadores cumprem muitas funções e reportam-se a fenômenos

de curto, médio e longo prazos. Viabilizam o acesso integrado à

informação já disponível sobre temas relevantes para o

desenvolvimento sustentável, assim como apontam a necessidade de

geração de novas informações. Servem para identificar variações,

comportamentos, processos e tendências; estabelecer comparações

entre países e entre regiões dentro do Brasil; indicar necessidade e

prioridades para a formulação, monitoramento e avaliação de

políticas públicas; e, por fim, por sua capacidade de síntese, são

capazes de facilitar o entendimento ao crescente público envolvido

com o tema (IBGE, 2015, p.12)

4.3 Indicadores ambientais à luz de referências internacionais

Alfsen et al. (1992) complementam o assunto afirmando que indicador

ambiental é um número que se destina a apontar (indicar) o estado ou o

desenvolvimento de aspectos importantes do meio ambiente. Estudos publicados por

Briggs, Corvalán e Nurminen (1996) e Streimikiene (2015) asseguram que a

necessidade da criação de indicadores ambientais surge devido à pressão das atividades

humanas sobre o meio ambiente, se tornando importantes ferramentas indicativas para

sociedade e tomadores de decisões.

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A já referida Agenda 21, proveniente da Conferência da ONU sobre o Meio

Ambiente e Desenvolvimento realizada em 1992 no Rio de Janeiro, aborda em seu

Capítulo 40 (Information for Decision-Making) a necessidade do desenvolvimento de

indicadores de desenvolvimento sustentável que sirvam de base sólida para a tomada de

decisão em assuntos concernentes ao meio ambiente e desenvolvimento (ONU, 1992).

Reafirmando essa ideia, OECD (2003) diz que os indicadores ambientais devem ser

utilizados para planejamento de políticas e definição de prioridades. Baseado no que é

apresentado por OECD (2003), o Quadro 2 resume os principais critérios e

características a serem avaliados na seleção de indicadores ambientais.

Quadro 2 - Critérios e características avaliados em indicadores ambientais

Critérios Características

Relevância política e

utilidade para os

usuários

Fornecer uma imagem representativa das condições ambientais, as

pressões sobre o ambiente ou as respostas da sociedade;

Ser simples, fáceis de interpretar e capaz de mostrar as tendências ao longo

do tempo;

Ser sensível às mudanças no ambiente e atividades humanas relacionadas;

Fornecer uma base para comparações internacionais;

Ser de âmbito nacional ou aplicável às questões ambientais regionais de

importância nacional;

Ter um limite ou valor de referência para compará-lo, de modo que os

usuários possam avaliar o significado dos valores a ele associados.

Capacidade de

análise

Ser teoricamente bem fundamentado em termos técnicos e científicos;

Ser baseado em normas internacionais e consenso internacional sobre a

sua validade;

Prestar-se a estar ligado a modelos econômicos, previsão e sistemas de

informação.

Mensurabilidade

Os dados necessários para suportar o indicador devem ser:

Prontamente disponível ou disponível em uma relação custo / benefício

razoável;

Adequadamente documentado e de qualidade conhecida;

Atualizados em intervalos regulares, de acordo com procedimentos

seguros. Fonte: Adaptado de OECD, 2003, p.5.

Os indicadores ambientais são classificados pela OECD segundo um modelo

denominado Pressure-State-Response (PSR), ou Pressão, Estado (Condição) e Resposta,

Figura 1. Os indicadores de pressão ambiental apresentam o impacto (pressão) das

atividades humanas sobre o ambiente, considerando a quantidade e qualidade dos

recursos naturais. Os de estado ou condição ambiental indicam a situação do ambiente

com o passar do tempo, também avaliando quantidade e qualidade dos recursos

naturais. Por sua vez, os indicadores de resposta apresentam o retorno da sociedade às

atividades antrópicas sobre o ambiente, com o objetivo da preservação e conservação

dos recursos naturais (OECD, 2003).

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13

Figura 1 - Modelo Pressão-Estado-Resposta da OECD

Fonte: Adaptado de OECD, 2003, p.21.

Um exemplo da aplicação do modelo de classificação de indicadores PSR

proposta pela OECD está apresentado no Quadro 3. No qual estão expostos exemplos

de indicadores ambientais de pressão, estado e resposta relativos ao tema qualidade

ambiental urbana, convergindo com o assunto desta pesquisa.

Quadro 3 - Exemplos de indicadores da qualidade ambiental urbana

Indicadores da qualidade ambiental urbana

Classificação Descrição Indicadores ambientais

Pressão Emissões atmosféricas urbanas (SOx, NOx,

Compostos Orgânicos Voláteis)

Densidade de tráfego urbano

Grau de urbanização

Industrialização

Estado

(Condição) População exposta ao ar poluído

Concentração dos poluentes na

atmosfera

Resposta

Criação de áreas verdes

Instrumentos econômicos, fiscais e reguladores

Áreas protegidas do

desenvolvimento urbano

Redução na emissão dos gases

Fonte: Adaptado de OECD, 2003, p.22.

Ao especificar mais a utilização de indicadores ambientais e analisar aqueles

focados apenas em salubridade urbana, foco de estudo desta pesquisa, encontra-se um

manual de uso e cálculo de indicadores de saúde ambiental urbana elaborado pela World

Health Organization (WHO), o qual conta com um esquema bastante didático sobre a

construção de indicadores com este foco, Figura 2. Segundo o manual, os interessados –

governos, empreendimentos, acadêmicos, sociedade organizada, dentre outros – em

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14

desenvolvê-los devem estar cientes de quais são os fatores que afetam a saúde urbana do

local a ser avaliado pelo indicador, bem como averiguar quais são as informações e

dados disponíveis a respeito desses fatores. O indicador de saúde ambiental urbana é

criado ao se compilar todos esses elementos de uma forma integrada, de forma que seu

resultado seja facilmente interpretado por aqueles interessados em avaliar a salubridade

ambiental e propor melhorias (WHO, 2014).

Figura 2 - Criação de um indicador de saúde ambiental urbana

Fonte: Adaptado de WHO, 2014, p.7.

Em continuidade, ao se analisar os indicadores ambientais sob uma escala

reduzida/regional, de acordo com o objetivo desta pesquisa, o Quadro 4 apresenta

critérios a serem considerados para a criação de um indicador ambiental local baseado

no que é estabelecido pela WHO (von SCHIRNDING, 2002). Salienta-se, neste ponto,

que o ISA é um indicador ambiental local e que avalia a saúde ambiental urbana de uma

determinada localidade.

Quadro 4 - Critérios para a criação de indicador ambiental local

Critérios para a criação de indicador ambiental local

Os

ind

icad

ore

s

dev

em

Ser relevantes tanto para os cidadãos quanto para o governo local;

Refletir circunstâncias locais;

Ser baseados em informações que podem ser facilmente recolhidas;

Mostrar as tendências ao longo de um período de tempo;

Ser significativo, tanto em seu próprio direito e em conjunto com outros indicadores;

Ser claro e de fácil compreensão, a fim de educar e informar;

Provocar mudanças (por exemplo: políticas, serviços ou estilos de vida);

Levar ao estabelecimento de metas. Fonte: Adaptado de von SCHIRNDING, 2002, p.50.

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15

4.4 Exemplos de indicadores ambientais

Entre os dias 6 e 8 de setembro do ano 2000, na Sede da Organização das

Nações Unidas em Nova York, ocorreu uma reunião que contou com a participação de

147 Chefes de Estado e de Governo e de 191 países e culminou com a publicação de um

documento intitulado Declaração do Milênio, no qual a cúpula presente expressou o

desejo central de reduzir a pobreza mundial. Para alcançá-lo, porém, estipulou-se uma

série de oito objetivos que se tornaram mundialmente conhecidos como os Objetivos de

Desenvolvimento do Milênio (ODM).

Dentre os oito ODMs destaca-se no contexto desta pesquisa o sétimo, a saber:

Garantir a Sustentabilidade Ambiental. Para atingi-lo, os países signatários têm que

alcançar quatro metas, duas relativas à proteção dos recursos ambientais e da

biodiversidade, e duas relacionadas ao acesso à água potável e ao saneamento básico e à

melhoria das condições de vida da população em assentamentos precários (BRASIL,

2014). Para tanto, a maneira de mensurar o alcance de cada meta se dá por meio da

utilização de indicadores ambientais. O Quadro 5 apresenta exemplos dos indicadores

ambientais considerados para avaliar o alcance de cada uma das quatro metas.

Quadro 5 - Indicadores ambientais do sétimo Objetivo de Desenvolvimento do Milênio

Objetivo 7: Garantir a Sustentabilidade Ambiental

Metas Indicadores ambientais

Integrar os princípios do desenvolvimento

sustentável nas políticas e programas nacionais e

reverter a perda de recursos ambientais

Proporção de áreas terrestres cobertas por

florestas;

Emissão de gás carbônico per capita;

Consumo de substâncias que degradam a

camada de ozônio.

Reduzir a perda de biodiversidade e alcançar, até

2010, uma redução significativa na taxa de perda

Proporção de áreas terrestres e marinhas

protegidas;

Proporção de espécies ameaçadas de extinção.

Reduzir pela metade, até 2015, a proporção da

população sem acesso permanente e sustentável a

água potável segura e esgotamento sanitário

Proporção da população com acesso à fonte de

água tratada;

Proporção da população com acesso a

melhores condições de esgotamento sanitário.

Até 2020, ter alcançado uma melhora

significativa nas vidas de pelo menos 100 milhões

de habitantes assentamentos precários

Proporção da população urbana vivendo em

assentamentos precários.

Fonte: Autor.

O prazo dado pela ONU para alcançar os objetivos era até 31 de dezembro de

2015. Até essa data alguns indicadores apresentaram melhoras significativas, por

exemplo: no caso brasileiro, a parcela da população com abastecimento de água de rede

geral cresceu de 70,1%, em 1990, para 85,5%, em 2012, enquanto que a parcela da

população com acesso ao esgotamento sanitário passou de 53% para 77% nos

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16

respectivos anos. Apesar de avanços e bons resultados de alguns indicadores

ambientais, em 2015 a ONU optou por elaborar mais um documento contendo vários

objetivos voltados ao meio ambiente e melhoria da qualidade de vida humana, a Agenda

2030. A qual é composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e

169 metas relacionadas ao tema.

Ressalta-se no contexto deste estudo o sexto objetivo da Agenda 2030:

Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos

(ONU, 2015b). De uma mesma maneira, um meio para mensurar o alcance desse

objetivo se baseia na utilização de uma série de indicadores ambientais, destacando:

Percentual da população com acesso a água potável (objetiva-se que seja 100%);

Percentual da população com acesso ao saneamento básico adequado (objetiva-

se que seja 100%);

Proporção de águas residuais não tratadas;

Proporção de ecossistemas protegidos.

Como visto, existem vários indicadores ambientais que se relacionam com a

qualidade da água. Relacionado ao assunto, o principal indicador ambiental para a

qualidade de água é o Índice de Qualidade da Água (IQA). Este índice foi criado a partir

de um estudo desenvolvido nos Estados Unidos pela National Sanitation Foundation

(NSF), em 1970, sendo composto por nove parâmetros com seus respectivos pesos.

Tanto os parâmetros integrantes do IQA quanto seus pesos foram determinados com a

utilização do Método Delphi (método que também foi utilizado nesta pesquisa,

conforme será visto no decorrer do estudo) tendo como base a opinião de 142

especialistas (OLIVEIRA et al., 2014). Os indicadores e pesos constituintes do Índice

estão apresentados no Quadro 6.

Quadro 6 - Parâmetros integrantes do IQA

Parâmetros do IQA (Peso)

Oxigênio dissolvido (0,17) Demanda Bioquímica de Oxigênio (0,10) Fósforo total (0,10)

Coliforme termotolerantes (0,15) Temperatura da água (0,10) Turbidez (0,08)

Potencial Hidrogeniônico (0,12) Nitrogênio total (0,10) Resíduo total (0,08) Fonte: Autor.

O IQA foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a qualidade da água bruta

almejando sua utilização, após tratamento, para o abastecimento público. Seu valor

varia entre 0 (péssima qualidade) e 100 (ótima qualidade). Os valores intermediários

também possuem classificação gradativa de qualidade, no entanto, suas faixas variam

em alguns estados brasileiros. Em Minas Gerais, a classificação é feita de acordo com as

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17

seguintes faixas: 0-25 (péssima), 26-50 (ruim), 51-70 (razoável), 71-90 (boa), 91-100

(ótima) (IGAM, 2013).

4.5 Indicador de Salubridade Ambiental (ISA)

O Indicador de Salubridade Ambiental (ISA) foi criado em 1999 pela Câmara

Técnica de Planejamento do Conselho Estadual de Saneamento (Conesan) do Estado de

São Paulo com o objetivo de apresentar, por meio de um valor numérico, o nível de

salubridade ambiental dos municípios paulistas. A criação do ISA foi um recurso usado

pelo Conesan para cumprir as exigências contidas na Política Estadual de Saneamento

do Estado de São Paulo (Lei Estadual nº. 7.750/1992), a qual estabelecia como um de

seus instrumentos a elaboração do Plano Estadual de Saneamento que teria eficácia

avaliada por meio de relatórios de salubridade ambiental das regiões do Estado. Desta

forma, criou-se o ISA para compor esses documentos.

A seguir, encontra-se uma transcrição retirada do Manual Básico do ISA, de

1999, elaborado pelo Conesan referente à apresentação do indicador.

Este indicador abrange a caracterização qualitativa e quantitativa dos serviços

de abastecimento de água, esgotos sanitários e limpeza pública, drenagem,

controle de vetores, situação dos mananciais e um indicador socioeconômico

dos Municípios e visa a balizar ações compatíveis com as realidades

regionais e locais. [...] o ISA poderá ser utilizado como instrumento de

planejamento de políticas públicas. Para tanto, sem ser uma camisa-de-força

tecnicista, mas com rigor técnico, o ISA abre condições de debates de âmbito

regional, mostrando comparativamente o estágio de áreas que exigem

intervenções corretivas imediatas. Com isto, os poderes públicos podem

tomar decisões mais realistas e menos imediatistas sobre os assuntos

pertinentes, o que permite a aplicação melhor dos recursos do Estado e

Municípios (CONESAN, 1999, p.5).

O Quadro 7 apresenta os principais princípios e hipóteses adotados por Conesan

(1999) na estruturação e composição do ISA.

Quadro 7 - Princípios e hipóteses adotados por Conesan (1999) para estruturar e compor o ISA/SP

Critérios e hipóteses adotados na estruturação e composição do ISA

1. Uniformidade da base de dados e informações, bem como das formas e critérios de cálculo;

2. Comparabilidade das situações de salubridade entre os municípios do estado de São Paulo;

3. Possibilidade de representar o estágio de salubridade com base:

i. na oferta de infraestrutura de saneamento limitada ao abastecimento de água, aos esgotos

sanitários e à limpeza pública;

ii. na situação de controle de vetores e de agrotóxicos conforme expressada pela vigilância

sanitária do estado de São Paulo;

iii. nas condições socioeconômicas expressadas pelos parâmetros sistematicamente levantados

no Estado, relativos respectivamente à saúde pública, à renda e à educação;

iv. na identificação de outros aspectos relacionados à salubridade ambiental, de caráter

extensivo ou localizado, mas importantes e peculiares a uma região;

4. Possibilidade de se arbitrar pesos para a ponderação de todos os aspectos anteriormente referidos;

5. Necessidade de limitar os dados e informações a serem utilizados àqueles sistematicamente

disponíveis com a frequência desejada e aos facilmente tabuláveis. Fonte: Adaptado de CONESAN, 1999, p.9.

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18

O ISA a ser obtido para os municípios do estado de São Paulo, a partir de agora

denominado ISA/SP, é calculado pela média ponderada de indicadores específicos,

conhecidos como indicadores de primeira ordem. Para Walz (2000), essa associação de

indicadores é essencial, pois serve como base para a avaliação do real estado de

desenvolvimento do sistema analisado. Sendo assim, apresenta-se a fórmula de cálculo

do ISA/SP, Quadro 8.

Quadro 8 - ISA/SP - ISA modelo Conesan

ISA/SP = 0,25 Iab + 0,25 Ies + 0,25 Irs + 0,10 Icv + 0,10 Irh + 0,05 Ise

Iab = indicador de abastecimento de água Icv = indicador de controle de vetores

Ies = indicador de esgotos sanitários Irh = indicador de recursos hídricos

Irs = indicador de resíduos sólidos Ise = indicador socioeconômico Fonte: Autor.

O valor final do ISA/SP varia entre 0,0 (zero) e 1,0 (um), sendo que o valor 1,0

representa nível máximo de salubridade ambiental, ou seja, quanto mais próximo desta

extremidade, mais salubre é o munícipio. Dias (2003), em seu estudo, estabeleceu faixas

de pontuação do ISA para determinação da situação de salubridade ambiental da área

analisada, conforme Quadro 9. Salienta-se que o Manual Básico do ISA criado pelo

Conesan não relaciona a faixa de pontuação do Indicador com o nível de salubridade

ambiental do local estudado, sendo a classificação proposta por Dias (2003) a mais

adotada pelos diversos estudos de ISA no Brasil.

Quadro 9 - Faixas de pontuação do ISA e situação de salubridade ambiental

Faixa de pontuação Situação de salubridade ambiental

0,000 – 0,249 Insalubre

0,250 – 0,499 Baixa salubridade

0,500 – 0,749 Média salubridade

0,750 – 1,000 Salubre Fonte: Adaptado de DIAS, 2003, p. 67.

Não se deve perder de vista, porém, que para uma mais completa compreensão

da salubridade ambiental da região em estudo, torna-se necessário avaliar

separadamente cada um dos indicadores específicos (indicadores de primeira ordem) e

não meramente o valor global do ISA (CONESAN, 1999). O Quadro 10 apresenta os

indicadores e subindicadores – estes conhecidos como indicadores de segunda ordem –

constituintes do ISA/SP bem como suas respectivas finalidades.

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19

Quadro 10 - Indicadores e finalidade dos subindicadores constituintes do ISA/SP

Indicador

(1ª ordem)

Subindicadores

(indicadores de 2ª ordem) Finalidade

Ab

aste

cim

ento

de

Ág

ua

(Iab)

Cobertura de abastecimento

(Ica)

Quantificar os domicílios atendidos por sistemas de

abastecimento de água com controle sanitário

Qualidade da água distribuída

(Iqa)

Monitorar a qualidade da água fornecida

Saturação dos Sistemas

Produtores (Isa)

Comparar a oferta e demanda de água e programar

ampliações ou novos sistemas produtores e programas de

controle e redução de perdas

Esg

oto

s

san

itár

ios

(Ies

) Cobertura em coleta e

Tanques Sépticos (Ice)

Quantificar os domicílios atendidos por rede de esgotos

e/ou tanque séptico

Esgoto tratado e Tanque

Séptico (Ite) Indicar a redução da carga poluidora

Saturação do Tratamento (Ise) Comparar a oferta e demanda das instalações existentes e

programar novas instalações ou ampliações

Res

ídu

os

lid

os

(Irs

) Coleta de Resíduos (Icr) Quantificar os domicílios atendidos por coleta de

resíduos

Tratamento e Disposição

Final (Iqr) Quantificar a situação da disposição final dos resíduos

Saturação da Disposição

Final (Isr) Indicar a necessidade de novas instalações

Co

ntr

ole

de

Vet

ore

s

(Icv

)

Dengue (Ivd) e

Esquistossomose (Ive)

Identificar a necessidade de programas corretivos e

preventivos de redução e eliminação de vetores

transmissores e/ou hospedeiros da doença

Leptospirose (Ivl) Identificar a necessidade de programas preventivos de

redução e eliminação de ratos

Rec

urs

os

Híd

rico

s (I

rh) Água Bruta (Iqb) Quantificar a situação da água bruta ou risco geográfico

Disponibilidade dos

Mananciais (Idm)

Quantificar a disponibilidade dos mananciais em relação

à demanda

Fontes isoladas (Ifi)

Abrange o controle das águas utilizadas pelas populações

em áreas urbanas não atendidas pelos serviços oficiais de

abastecimento de água

So

cio

-eco

nôm

ico

(I s

e)

Indicador de Saúde Pública

(Isp)

Indicar a possibilidade dos serviços de saneamento

inadequados, que podem ser avaliados através de:

Mortalidade infantil ligada a doenças de veiculação

hídrica (Imh); mortalidade infantil e de idosos ligada a

doenças respiratórias (Imr)

Indicador de Renda (Irf)

Indicar a capacidade de pagamento da população pelos

serviços e a capacidade de investimento pelo município

através de:

Distribuição de renda abaixo de três salários mínimos

(I2s); renda média (Irm)

Indicador de Educação (Ied)

Indicar a linguagem de comunicação nas campanhas de

educação sanitária e ambiental através de:

Índice de nenhuma escolaridade (Ine); Índice de

escolaridade até 1º grau (Ie1) Fonte: CONESAN, 1999, p.14-15.

Argumenta-se que o Manual Básico do ISA informa em seu item ‘Apresentação’

que o Indicador engloba a caracterização qualitativa e quantitativa dos “serviços de

abastecimento de água, esgotos sanitários e limpeza urbana, drenagem, controle de

vetores, situação dos mananciais e um indicador socioeconômico” (CONESAN, 1999,

p.5). Nota-se, porém, que apesar de o serviço drenagem urbana estar incluído na

apresentação do ISA, não existe indicador de primeira ou segunda ordem que o

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considere (vide Quadro 10). Nos tópicos a seguir será demonstrado que Almeida (1999)

criou um indicador para avaliação de drenagem urbana e que diversos outros estudos

começaram a considerá-lo nos anos seguintes, embora com diferentes maneiras de

cálculo.

Uma vez expostos histórico e conceitos adotados para a criação do ISA, torna-se

possível analisá-lo sob as lentes do que é preconizado pela literatura a respeito da

construção e aplicação de indicadores ambientais, sobretudo para aqueles que analisam

a salubridade ambiental urbana de uma região específica. Sob os preceitos estabelecidos

pela OECD (2003), conforme visto no Quadro 2, no que diz respeito ao critério

‘Relevância política e utilidade para os usuários’, apenas as características ‘ser simples’

e ‘fornecer uma base para comparações internacionais’ podem ter legitimidade

questionada, sendo a primeira subjetiva e com dados que podem não estar facilmente

disponíveis e a segunda inaplicável, pois se desconhece aplicação de ISA fora do Brasil.

Além disso, mesmo ao se tratar de comparações nacionais perceber-se-á adiante que

essa característica é questionável. Para o critério ‘Capacidade de análise’, somente a

característica ‘ser teoricamente bem fundamentado em termos técnicos e científicos’

pode ser notada no ISA. Para as outras duas, ‘Ser baseado em normas internacionais e

consenso internacional sobre sua validade’ e ‘Prestar-se a estar ligado a modelos

econômicos, previsão e sistemas de informação’, não foram encontradas evidências

ratificando a existência. Já para o critério ‘Mensurabilidade’, todas as características,

apesar de também apresentarem certo grau de subjetividade, possuem genuinidade que

podem ser contestadas.

Baseado ainda no que é proposto pela OECD (2003), conforme visto na Figura

1, classificar o ISA como um indicador de pressão ou de estado ou de resposta pode

representar uma restrição em seu campo de abrangência. De uma maneira mais propícia,

o ideal seria enquadrá-lo como um indicador de pressão-estado, ciente de que em seus

indicadores de segunda ordem existem aqueles relativos à pressão (Isa, Ise, Isr, Idm), ao

estado (Ica, Iqa, Ice, Ite, Icr, Iqr, Ivd, Ive, Ivl, Ifi, Isp, Irf, Ied) e inexiste algum ligado à resposta.

Sob a ótica do que é apresentado pela WHO (2014), Figura 2, assume-se que o

ISA adota exatamente o que a Organização estabelece para a criação de indicadores de

saúde ambiental, isto é, compila de uma forma integrada todos os fatores que têm

potencial de afetar a salubridade urbana de uma região. O resultado dessa associação

culmina no valor final do ISA que, após ser interpretado minuciosamente, se torna em

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21

uma importante ferramenta apontadora de fragilidades e potencialidades nos serviços de

saneamento ambiental do local estudado.

Por fim, ainda analisando o ISA sob o enfoque designado pela WHO, em 2002,

baseado no estudo de von Schirnding (2002), Quadro 4, nota-se que o Indicador atende

ao que é estabelecido para criação de indicadores ambientais de abrangência local.

Ressalva-se apenas que o tópico ‘ser baseado em informações que podem ser facilmente

recolhidas’ abarca subjetividade e pode variar em função do grau de desenvolvimento

da região que se deseja obter informações.

4.5.1 Cálculo dos indicadores e subindicadores componentes do ISA/SP

O Quadro 11 apresenta as fórmulas utilizadas para o cálculo dos indicadores de

primeira e segunda ordens constituintes do ISA/SP, além disso estão expostas todas as

variáveis necessárias para os devidos cálculos, bem como o critério de pontuação dos

indicadores.

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Quadro 11 - Fórmulas e pontuações para os indicadores de primeira e segunda ordens constituintes do ISA/SP

1ª Ordem Fórmula 2ª ordem Cálculo Variáveis Pontuação I a

b =

ab

aste

cim

ento

de

águ

a

𝐼𝑎𝑏 =𝐼𝑐𝑎 + 𝐼𝑞𝑎 + 𝐼𝑠𝑎

3

Ica = cobertura de

abastecimento 𝐼𝑐𝑎 =

𝐷𝑢𝑎

𝐷𝑢𝑡

. 100% Dua = domicílios atendidos

Dut = domicílios urbanos totais % obtida diretamente pela fórmula

Iqa = qualidade da água

distribuída 𝐼𝑞𝑎 = 𝐾.

𝑁𝑎𝑎

𝑁𝑎𝑟

. 100%

K = nº. amostras realizadas/nº. amostras

exigidas pelo serviço de abastecimento de água

Naa = n°. amostras consideradas como sendo

potável

Nar = nº. amostras realizadas (mensais)

Iqa = 100% Pont. 100

95 ≤ Iqa ≤ 99% Pont. 80

85 ≤ Iqa ≤ 94% Pont. 60

70 ≤ Iqa ≤ 84% Pont. 40

50 ≤ Iqa ≤ 69% Pont. 20

Iqa ≤ 49% Pont. 0

Isa = saturação do sistema

produtor (quantidade) 𝐼𝑠𝑎 = 𝑛 =

(𝑙𝑜𝑔𝐶𝑝

𝑉𝑝 .𝐾2𝐾1

)

log(1 + 𝑡)

n= nº. de anos em que o sistema ficará saturado

VP= volume de produção para atender 100% da

população atual

CP = capacidade de produção

t = taxa de crescimento anual média população

para os próximos 5 anos

K1= coeficiente de perda atual

K2 = coeficientes de perda prevista para 5 anos

n ≥ 5 Pont. 100

0 <n<5 anos Pont. Interpolar

n ≤ 0 Pont. 0

I es

= e

sgo

tam

ento

san

itár

io

𝐼𝑒𝑠 =𝐼𝑐𝑒 + 𝐼𝑡𝑒 + 𝐼𝑠𝑒

3

Ice = cobertura em coleta de

esgotos e tanque sépticos 𝐼𝑐𝑒 =

𝐷𝑢𝑒

𝐷𝑢𝑡

. 100%

Due = domicílios atendidos por coleta mais

tanque séptico

Dut = domicílios urbanos totais

Ice ≥ 85% Pont. 100

65 ≤ Ice < 85% Interpolar

Ice < 65% Pont.0

Ite = tratamento de esgotos e

tanques sépticos 𝐼𝑡𝑒 = 𝐼𝑐𝑒 .

𝑉𝑡𝑉𝑐. 100%

VC = volume coletado (Vc=0,80.volume

consumido de água)

VT = volume tratado

Ite ≥ 72,25% Pont. 100

26 ≤ Ite ≤ 72,24% Interpolar

Ite < 26% Pont.0

Ise = saturação do

tratamento 𝐼𝑠𝑒 = 𝑛 =(𝑙𝑜𝑔

𝐶𝑡𝑉𝑐)

log(1 + 𝑡)

n= nº. de anos em que o sistema ficará saturado

Vc= volume coletado de esgotos

Ct = capacidade de tratamento

t = taxa de crescimento anual média população

para os próximos 5 anos

n ≥ 3 Pont. 100

0<n<3 Pont. Interpolar

n ≤ 0 Pont. 0

I rs

= r

esíd

uo

s só

lid

os

𝐼𝑟𝑠 =𝐼𝑐𝑟 +𝐼𝑞𝑟 + 𝐼𝑠𝑟

3

Icr = coleta de resíduos 𝐼𝑐𝑟 =𝐷𝑢𝑐

𝐷𝑢𝑡

. 100% Duc = domicílios com coleta de resíduos

Dut = domicílios urbanos totais

Icr ≥ 95% Pont. 100

90≤ Icr<95% Interpolar

Icr < 90% Pont. 0

Iqr = tratamento e

disposição final

De acordo com Índice de

Qualidade de Aterros da

Cetesb

-

0≤Iqr≤6 Pont. 0

6<Iqr≤8 Pont. Interpolar

8<Iqr≤10 Pont. 100

Isr = saturação da

disposição final 𝐼𝑠𝑟 = 𝑛 =𝑙𝑜𝑔 (

𝐶𝑎. 𝑡𝑉𝑙

+ 1)

log(1 + 𝑡)

n= nº. de anos em que o sistema ficará saturado

Ca = capacidade restante do aterro (toneladas);

Vl = volume coletado de resíduos;

t = taxa de crescimento médio anual

n ≥ 3 Pont. 100

0<n<3 Pont. Interpolar

n ≤ 0 Pont. 0

Icv =

controle de

vetores 𝐼𝑐𝑣 =

𝐼𝑣𝑑 + 𝐼𝑣𝑒2

+ 𝐼𝑣𝑙

2

Ivd = Dengue - -

5 últimos anos, por setor censitário

Sem infestação de Aedes Aegypti (últimos 12

meses) Pont. 100

Infestado por Aedes Aegypti e sem transmissão

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23

1ª Ordem Fórmula 2ª ordem Cálculo Variáveis Pontuação

de dengue Pont. 50

Com transmissão de dengue Pont. 25

Ocorrência de dengue hemorrágico Pont. 0

Ive = Esquistossomose - -

Sem casos Pont. 100

Incidência anual < 1 Pont. 50

1≤ Incidência anual < 5 Pont. 25

Incidência anual ≥ 5 Pont. 0

Ivl = Lepstospirose - -

Sem enchentes e sem casos Pont. 100

Com enchentes e sem casos Pont. 50

Sem enchentes e com casos Pont. 25

Com enchentes e com casos Pont. 0

I rh =

rec

urs

os

híd

rico

s

𝐼𝑟ℎ =𝐼𝑞𝑏 + 𝐼𝑑𝑚 + 𝐼𝑓𝑖

3

Iqb = qualidade da água

bruta * * *

Idm = disponibilidade dos

mananciais 𝐼𝑑𝑚 =

𝐷𝑖𝑠𝑝

𝐷𝑒𝑚

Disp = disponibilidade, água em condições de

tratabilidade para abastecimento

Dem = demanda (considerar demanda futura de

10 anos)

Idm > 2 Pont. 100

1,5 < Idm ≤ 2 Pont. 50

Idm ≤ 1,5 Pont. 0

Ifi = fontes isoladas 𝐼𝑓𝑖 =𝑁𝑎𝑎

𝑁𝑎𝑟

𝑥100(%) Naa = n°. amostras consideradas potáveis

relativamente à colimetria e turbidez

Nar = nº. amostras realizadas

Ifi > 99% Pont. 100

95 < Ifi ≤ 99% Pont. 80

85 < Ifi ≤ 95% Pont. 60

70 < Ifi ≤ 85% Pont. 40

50 ≤ Ifi ≤ 70% Pont. 20

Ifi < 50 Pont. 0

I se

= s

oci

oec

ono

mia

𝐼𝑠𝑒 =𝐼𝑠𝑝 + 𝐼𝑟𝑓 + 𝐼𝑒𝑑

3

Isp = saúde pública 𝐼𝑠𝑝 = 0,7𝑥𝐼𝑚ℎ + 0,3𝐼𝑚𝑟

Imh = mortalidade infantil (0 a 4 anos) ligada à

doença de veiculação hídrica

Imr = mortalidade infantil (0 a 4 anos) e de

idosos (acima de 65 anos) ligadas as doença

respiratórias

Ordenar os resultados dos índices (n°. de

casos) de maneira crescente, dividi-los em

quartis, onde:

1º quartil Pont. 100

2º e 3º quartis Pont. Interpolar

4º quartil Pont. 0

Irf = renda 𝐼𝑟𝑓 = 0,7𝑥𝐼2𝑠 + 0,3𝐼𝑟𝑚 I2s = porcentagem da população com renda

menor do que 3 salários mínimos

Irm = renda média

Ordenar os resultados dos índices I2s, de

maneira crescente, Irm, de maneira decrescente,

dividi-los em quartis, onde:

1º quartil Pont. 100

2º e 3º quartis Pont. Interpolar

4º quartil Pont. 0

Ied = educação 𝐼𝑒𝑑 = 0,6𝑥𝐼𝑛𝑒 + 0,4𝐼𝑒1

Ine = porcentagem da população sem nenhuma

escolaridade

Ie1 = porcentagem da população com

escolaridade até o 1º grau

Ordenar os resultados dos índices Ine e Ie1 de

maneira crescente, dividi-los em quartis, onde:

1º quartil Pont. 100

2º e 3º quartis Pont. Interpolar

4º quartil Pont. 0 Fonte: Autor, baseado em CONESAN (1999). *Critério de cálculo não apresentado no Manual Básico do ISA.

(Conclusão)

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24

4.5.2 As diferentes estruturações de ISAs no Brasil

O modelo ISA/SP foi criado para ser aplicado nos municípios do estado de São

Paulo, sua estruturação buscou englobar todos os componentes do saneamento

ambiental que possuem dados de fácil análise e acesso. No entanto, essa formulação

proposta pelo Conesan não é inflexível, isto é, permite a incorporação de novos

indicadores e pesos para que seja construído um ISA específico para cada área a ser

estudada, tendo em vista que cada uma possui suas peculiaridades amplamente

relevantes para a determinação da salubridade ambiental local. Essa possibilidade é

assegurada pelo Manual Básico do ISA, de 1999.

O Indicador de Salubridade Ambiental – ISA, da forma que foi

desenvolvido, permitirá a incorporação de novos indicadores,

variáveis e forma de pontuação à medida que se tenha novas

informações ou que se obtenha novos patamares nos serviços de

abastecimento de água, esgotos sanitários e manejo de resíduos

sólidos, no controle de vetores e das condições físicas dos mananciais

(CONESAN, 1999, p. 11).

Em decorrência desta versatilidade, o ISA ganhou diversos sobrenomes à

medida que foi se remodelando para atender as mais diversas necessidades das regiões

estudadas por todo o Brasil. Sua aplicação ganhou significativa proporção em diferentes

escalas, sendo encontrados desde ISAs aplicados a conjunto habitacionais, passando por

aplicações em zonas rurais, favelas, até aqueles destinados a centros urbanos diferentes

de uma mesma bacia hidrográfica.

A flexibilidade em questão é algo benéfico tanto no que se refere à criação de

ISAs quanto no momento de suas atualizações. O ISA da maneira em que foi concebido

nunca será um índice engessado. À medida que se obtenha novas informações a respeito

das questões ambientais de uma determinada região pode-se sempre modificar a

estruturação do indicador, alterando seus indicadores de primeira e segunda ordem, bem

como realizando novas ponderações. No entanto, não se deve perder de vista que a

comparabilidade é critério fundamental de um indicador. A alteração da estrutura de um

ISA elimina parcialmente essa característica, fazendo com que a comparabilidade seja

aplicável somente ao longo do tempo e não entre ISAs.

Outro fator totalmente relevante para a aplicação eficiente de um ISA refere-se à

maneira com que a região analisada à luz do Indicador é dividida. Isto é, deve-se dividir

a região estudada em microrregiões, da forma com que o valor final do ISA seja a média

aritmética dos ISAs de cada uma dessas microrregiões. Para realizar essa divisão pode-

se adotar a delimitação dos setores censitários, dos bairros, de sedes urbanas, dentre

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25

outros, podendo até mesmo ser calculado um ISA por domicílio. A Figura 3 apresenta

de forma didática o que foi explicado neste parágrafo.

Figura 3 - Subdivisões de uma região

Fonte: Autor.

Conforme já mencionado, o ISA/SP foi o modelo criado pelo Conesan em 1999

e foi a partir dele que novas estruturações de ISAs surgiram no território nacional. No

entanto, à medida que novas composições do Indicador foram criadas sua originalidade

ao se comparar com o gerador do Conesan foi se desfazendo. As novas formulações

sofreram alterações nos indicadores de primeira e segunda ordens, bem como nos

critérios de pontuações, de forma com que o ISA criado ficasse com estrutura diferente

do que é apresentado pelo Quadro 11. Entende-se que a capacidade de modificar a

composição do ISA modelo é assegurado pelo próprio Manual Básico do ISA, porém,

não se deve deixar de discorrer que, uma vez realizada qualquer alteração, extingue-se a

possibilidade de comparação entre ISAs, partindo do pressuposto que uma propriedade

essencial para tal é que seu cálculo seja realizado sob os mesmos critérios. Tal fato é

uma peculiaridade negativa deste Indicador, uma vez que a característica

comparabilidade é algo relevante para uma boa validação de qualquer indicador.

O levantamento bibliográfico realizado para fundamentar esta pesquisa avaliou

todas as questões discutidas neste tópico, isto é, local de aplicação do ISA, indicadores

de primeira utilizados e seus respectivos pesos, subdivisão adotada para a região

estudada e originalidade do ISA em questão em relação ao ISA/SP, tido como modelo.

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26

Os resultados obtidos estão elucidados na Tabela 1, a qual está organizada

cronologicamente, expondo as diversas composições de ISAs encontradas por todo o

Brasil. Nela estão apresentados os pesos dos indicadores de primeira ordem mais

comumente utilizados em todos os estudos de ISAs localizados (60 estudos) sendo

incluídos mais dois: o Indicador de Drenagem Urbana (Idu) e de Condição de Moradia

(Icm). A opção por incluí-los se baseou na alta frequência (51,7% e 23,3%,

respectivamente) de utilização nos estudos avaliados. Apresenta-se também o autor e o

ano de realização de cada estudo. A coluna “Subdivisão” refere-se à maneira em que foi

subdividida a região analisada para que o ISA fosse aplicado, conforme explicação

didática feita na Figura 3. Em sua última linha é evidenciado o valor médio de cada

indicador, cujo cálculo foi realizado utilizando a média aritmética.

A coluna intitulada “Indicadores comuns ao Conesan (1999)” faz referência à

originalidade do ISA estudado em relação ao do modelo do Conesan, o ISA/SP. Nesta

coluna, o resultado “Todos” significa que, daqueles indicadores de primeira ordem

utilizados no ISA avaliado que também estão presentes no modelo ISA/SP, todos

possuem os mesmos indicadores de segunda ordem, são calculados da mesma maneira e

possuem o mesmo critério de pontuação. O resultado “Nenhum” informa que, daqueles

indicadores de primeira ordem utilizados no ISA avaliado que também estão presentes

no modelo ISA/SP, nenhum possui igualdade com o ISA/SP. Ou seja, existe alguma

diferença nos indicadores de segunda ordem ou nos critérios de cálculos ou nos critérios

de pontuação. Por fim, quando nessa coluna aparece o resultado apresentado por alguns

indicadores de primeira ordem (Iab, Ies, Irs, Icv, Irh ou Ise), significa dizer que, somente

aquele ou aqueles indicadores de primeira ordem possui(em) indicadores de segunda

ordem, método de cálculo e critério de pontuação idênticos ao modelo ISA/SP.

Salienta-se que o somatório das médias de cada indicador de primeira ordem não

é igual a um (1,0) porque, como apresentado no fim da Tabela 1, (números de 1 a 11),

existem aqueles indicadores cujos pesos não foram levados em consideração para a

realização do cálculo da média aritmética. No entanto, é crucial que a soma de todos os

pesos dos indicadores de primeira ordem de qualquer ISA seja igual a um (1,0).

Requisito cumprido por todos os ISAs estudados.

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27

Tabela 1 - Pesos e indicadores integrantes de ISA no Brasil

Autor (ano) Local de aplicação Indicadores de primeira ordem integrantes do ISA Indicadores comuns

ao Conesan (1999) Subdivisão

Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu* Icm

**

1 Conesan (1999) São Paulo/SP 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - - -

2 Almeida (1999) Favelas/SP(1) 0,0714 0,0714 0,0714 - - - 0,0714 - Nenhum Domicílio

3 Dias (2003) Áreas de Ocupação Espontânea - Salvador/BA(2) 0,20 0,20 0,15 - - 0,10 0,10 0,15 Nenhum Área de ocupação

espontânea

4 Santos e Silva (2003) Centros urbanos da Bacia Hidrográfica do Rio Taperoá/PB 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Todos Sede urbana 5 Oliveira (2003)(A) Toledo/PR(3) 0,30 0,20 0,20 0,10 - 0,10 - - (A) (A)

6 Ribeiro et al. (2004) João Pessoa/PB 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Todos Bairro

7 Neri (2005) Ilha do Ouro/SE(4) 0,25 0,25 0,10 - - 0,10 - 0,15 Nenhum Domicílio 8 Batista (2005) João Pessoa (bairros litorâneos)/PB 0,25 0,20 0,20 0,10 0,10 0,05 0,10 - Todos Setor censitário

9 Azevedo (2006) Bacia Ambiental do Rio Imboassú/RJ 0,0714 0,0714 0,0714 - - - 0,0714 - Nenhum Setor censitário

10 Bahia (2006) Centros urbanos da Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira/BA(3) 0,30 0,20 0,20 0,10 - 0,10 - - Iab, Ies, Irs e Icv Sede urbana 11 Silva (2006) Comunidades Periurbanas/PB 0,20 0,20 0,15 0,10 0,10 0,05 0,10 0,10 Todos Comunidade

12 Menezes (2007) Comunidades Carentes/MG(5) 0,20 0,20 0,15 - - 0,10 0,10 0,15 Nenhum Domicílio

13 Santos (2008) Aquidauana/MS 0,25 0,25 - - 0,15 0,10 0,25 - Todos Setor censitário

14 Rocha (2008) Centros urbanos da Bacia Hidrográfica do Rio Jiquiriçá/BA(3) 0,30 0,20 0,20 0,10 - 0,10 - - Irs e Icv Sede urbana 15 Levati (2009) Criciúma/SC 0,25 0,25 0,20 0,10 - - 0,20 - Iab e Icv Setor censitário

16 Sartori (2009) Rio Claro/SP 0,2941 0,2941 0,2941 0,1177 - - - - Icv Bairro

17 Silva (2009) Segmentos populacionais atendidos por unidades públicas de

saúde – Ouro Branco/MG(4) 0,20 0,20 0,15 - - 0,10 0,10 0,15 Nenhum Bairro

18 PMA (2010) Apiaí/SP 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Iab, Ies, Irs e Icv Município

19 Costa (2010) Comunidades Rurais – Ouro Branco/MG(6) 0,15 0,20 0,10 0,15 - 0,10 - 0,15 Nenhum Domicílio

20 Aravéchia Junior (2010) Municípios goianos/GO 0,30 0,20 0,20 0,10 0,10 0,10 - - Icv Município

21 PMO (2010) Olímpia/SP 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Todos UTP

22 PMP (2010) Parnamirim/RN 0,20 0,25 0,25 - - - 0,30 - Nenhum Sub-bacia de

esgotamento sanitário

23 Buckley (2010) Programa de Arrendamento Residencial (PAR) Aracaju/SE(7) 0,15 0,15 0,10 0,10 - - - 0,15 Nenhum Domicílio

24 Souza (2010) Santa Rita/PB 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Todos Setor censitário

25 PMV (2010) Videira/SC 0,35 0,25 0,15 - - 0,15 0,10 - Nenhum Setor censitário

26 Stadikowski et al. (2011) Bairro Jardim Naipi e Vila Maracanã(8) 0,15 0,15 0,15 0,10 0,15 0,10 0,10 - Nenhum Não identificado

27 Rosa Junior et al. (2011) Bairro Jardim São Bento – Foz do Iguaçu/PR 0,25 0,20 0,20 0,10 - 0,10 0,15 - Nenhum Domicílio

28 Rubio Junior (2011) Conjunto habitacional Buba – Foz do Iguaçu/PR 0,20 0,20 0,20 - - 0,10 0,15 0,15 Nenhum Domicílio

29 PMDP (2011) Doutor Pedrinho/SC 0,25 0,25 0,25 - - 0,25 - Nenhum Município

30 PMF (2011a) Florianópolis/SC 0,10 0,50 0,20 - - - 0,20 - Nenhum UTP

31 PMF (2011b) Forquilhinha/SC 0,20 0,20 0,20 0,10 0,10 - 0,20 - Iab, Icv e Irh Microárea

32 Scarpetta et al. (2011) Nascentes do Rio Boicy – Foz do Iguaçu/PR(9) - 0,15 0,12 0,07 0,12 0,06 0,07 - Nenhum Não identificado

33 Freitas (2012) Bairro Jardim Cláudia – Foz do Iguaçu/PR 0,20 0,25 0,20 - - - 0,25 0,10 Nenhum Domicílio

34 Vicq et al. (2012a) Comunidades Rurais – Itabirito, Congonhas e Mariana/MG(6) 0,15 0,20 0,10 0,15 - 0,10 - 0,15 Nenhum Domicílio

35 Vicq et al. (2012b) Comunidades Rurais – Ouro Preto, Ouro Branco e Conselheiro

Lafaiete/MG(6) 0,15 0,20 0,10 0,15 - 0,10 - 0,15 Nenhum Domicílio

36 Cunha (2012) Itaguaçu/BA 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Todos Sede urbana

37 Santos (2012) Macapá/AP 0,40 0,30 0,10 - - - 0,20 - Todos Setor censitário

38 Gama (2013) Bacia Hidrográfica do Riacho do Reginaldo – Maceió/AL 0,30 0,30 0,20 - - - 0,20 - Nenhum Setor censitário

39 Cabral et al. (2013) Céu Azul/PR 0,26 0,26 0,26 0,11 0,11 - - - Todos Município

40 PMC (2013) Chapada/RS 0,25 0,25 0,25 - - - 0,25 - Nenhum Município

41 Baggio (2013) Cocal do Sul/SC 0,25 0,25 0,20 0,10 - - 0,20 - Iab e Icv Setor censitário

42 Albuquerque (2013) Comunidade Saramém-Brejo Grande/SE(10) 0,10 0,25 0,15 - - 0,05 - 0,15 Nenhum Domicílio

43 Viana (2013) Itapemirim/ES 0,25 0,35 0,25 0,15 - - - - Todos Bairro

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Autor (ano) Local de aplicação Indicadores de primeira ordem integrantes do ISA Indicadores comuns

ao Conesan (1999) Subdivisão

Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu* Icm

**

44 Neumann et al. (2013) Loteamento Carapebus/ES 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Ies, Irs, Icv e Ise Domicílio

45 Cabral et al. (2013) Missal/PR 0,26 0,26 0,26 0,11 0,11 - - - Todos Município

46 Ambroso (2014) Araranguá/SC 0,25 0,25 0,20 0,10 - - 0,20 - Iab Setor censitário

47 PMB (2014) Barbacena/MG 0,25 0,25 0,25 - - - 0,25 - Nenhum UTP

48 PMBH (2014) Belo Horizonte/MG 0,05 0,35 0,20 - - - 0,40 - Nenhum Sub-bacia hidrográfica

49 Pedrosa (2014) Comunidade Novo Horizonte – Campina Grande/PB 0,20 0,20 0,15 0,10 - 0,10 0,10 0,15 Nenhum Domicílio

50 Oliveira (2014) Juiz de Fora/MG 0,26 0,21 0,16 0,10 - 0,16 0,11 - Nenhum Bairro

51 Bastos et al. (2014) Marechal Deodoro/AL 0,40 0,40 0,20 - - - - - Nenhum Município 52 Lima (2014) Municípios goianos/GO 0,275 0,275 0,275 0,125 - 0,05 - - Icv Município

53 Rodrigues (2014) Rio Paranaíba/MG 0,25 0,25 0,25 - - - 0,25 - Nenhum Bairro

54 Pinto et al. (2014) São Pedro do Iguaçu/PR 0,26 0,26 0,26 0,11 0,11 - - - Todos Município 55 Cunha e Silva (2014) Sub-bacia Hidrográfica do Rio Verde/BA 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Todos Domicílio

56 Cabral (2015) Itaipu 0,25 0,25 0,25 0,10 0,10 0,05 - - Todos Município

57 Santos et al. (2015) Palotina/PR 0,26 0,26 0,26 0,11 0,11 - - - Todos Município 58 Santos (2016a) Brejo Grande/SE(11) 0,25 0,25 0,25 - - - 0,10 - Nenhum Domicílio

59 Pinto (2016) Diamante do Oeste/PR 0,26 0,26 0,26 0,11 0,11 - - - Todos Não identificado

60 Santos (2016b) Loteamento Garcia – Cruz das Almas/BA(2) 0,20 0,20 0,15 - - 0,10 0,10 0,15 Nenhum Domicílio

Total: 60 ISA Média(#) 0,23 0,24 0,20 0,11 0,11 0,08 0,17 0,14

Mediana 0,25 0,25 0,20 0,10 0,10 0,10 0,15 0,15

Fonte: Autor UTP = Unidade Territorial de Planejamento * Indicador Drenagem Urbana ** Indicador Condição de Moradia (A) Não foi possível o acesso ao documento oficial (1) Inclusão do Indicador Segurança Geológica-Geotécnica, Indicador de Energia Elétrica, Indicador de Densidade Demográfica Bruta, Indicador de Iluminação Pública, Indicador de Regularização Fundiária,

Indicador de Vias de Circulação, Indicador de Espaço Público, Indicador de Varrição, Indicador de

Renda, Indicador de Educação. Todos os indicadores possuem o mesmo peso (0,0714); (2) Inclusão do Indicador Saúde Ambiental (0,10); (3) Inclusão do Indicador Regional (0,10); (4) Inclusão do Indicador Drenagem Rural (0,05) e Indicador de Saúde Ambiental (0,10); (5) Inclusão do Indicador Higidez Ambiental e Pessoal (0,10); (6) Inclusão do Indicador Saúde Ambiental (0,15);

(7) Inclusão do Indicador Espaço Público (0,10), Indicador Satisfação com a Moradia (0,10) e Indicador

Impacto Sobre o Entorno (0,15); (8) Inclusão do Indicador Saúde Pública (0,10); (9) Inclusão do Indicador de Coleta de Lixo (0,07); Indicador de Distribuição Elétrica (0,06); Indicador de

Comunicação Social (0,06); Indicador de Serviços Públicos (0,07) e Indicador de Mata Ciliar (0,15); (10) Inclusão do Indicador Saúde Pública (0,10), Indicador Satisfação com a Moradia e Entorno (0,05) e

Indicador Espaço Público Comunitário (0,15); (11) Inclusão do Indicador de Saúde Pública (0,15); (#) O somatório das médias de cada indicador de primeira ordem não é igual a um (1,0) porque, como

apresentam os números de 1 a 11 deste rodapé, existem aqueles indicadores cujos pesos não foram levados em consideração para a realização do cálculo da média aritmética. No entanto, é crucial que a soma de todos

os pesos dos indicadores de primeira ordem de qualquer ISA seja igual a um (1,0). Requisito cumprido por

todos os ISA estudados.

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O levantamento bibliográfico que originou a Tabela 1, buscou ser exaustivo, isto é,

teve o objetivo de encontrar todos os estudos relativos ao ISA disponíveis na internet. Para

que isso fosse alcançado, visitou-se páginas eletrônicas de revistas científicas de cunho

ambiental, além de levantamento simples em sites de busca on-line. Uma vez acessada a

página eletrônica do periódico científico, realizava-se uma vistoria para verificar se em seu

conteúdo havia alguma publicação relativa ao ISA, para isso digitava-se no campo de ‘busca’

os seguintes termos: “indicator”, “salubrity”, “urban health”, “indicador”, “salubridade”,

“indicador de salubridade” e “ISA”.

O Quadro 12 apresenta as revistas científicas consultadas para capturar os 60 ISAs que

compõem o levantamento bibliográfico desta pesquisa. Nele está contida a qualificação

Qualis de cada uma, bem como seus respectivos Número Internacional Normalizado para

Publicações Seriadas (ISSN) e endereços eletrônicos. Ressalta-se que este quadro apresenta

todos os periódicos científicos consultados durante a pesquisa bibliográfica e, não

necessariamente, aqueles que apresentaram estudos de ISA em seu conteúdo. O período de

busca foi de abril de 2015 a setembro de 2016.

A qualificação Qualis das revistas científicas apresentadas é realizada pela

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) utilizando critérios de

qualidade e produção intelectual. Para tal, existem estratos indicativos de qualidade dos

periódicos, variando desde A1 (mais elevado nível), passando por A2, B1, B2, B3, B4, B5 e

chegando até ao pior nível, o C. Essa classificação varia de acordo com a área de avaliação

em que o periódico é avaliado. A qualificação Qualis exposta no Quadro 12 refere-se à área

de avaliação da Capes classificada como ENGENHARIAS I, composta por Engenharia Civil,

Engenharia Sanitária e Engenharia de Transportes. Desta forma, uma revista pode ser avaliada

como A2 na área ENGENHARIAS I e B3 na área ENGENHARIAS II, por exemplo. No

Quadro 12, alguns periódicos consultados não apresentam o enquadramento nos estratos

indicativos, tal fato justifica-se porque esses não foram avaliados pela Capes na área

ENGENHARIAS I. Por fim, salienta-se que a classificação apresentada se refere à última

avaliação realizada pela Coordenação, que ocorreu em 2014.

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Quadro 12 - Revistas científicas consultadas durante o levantamento bibliográfico

ISSN Revista/Periódico Qualis (2014)

ENGENHARIAS I Site

1 1470-160X Revista Ecological Indicators A1 www.journals.elsevier.com/ecological-indicators

2 0301-4797 Journal of Environmental Management A1 www.journals.elsevier.com/journal-of-environmental-management

3 1866-6299 Environmental Earth Sciences A2 http://link.springer.com/journal/12665

4 1843-3707 Environmental Engineering and Management

Journal A2 http://omicron.ch.tuiasi.ro/EEMJ/

5 1092-8758 Environmental Engineering Science A2 www.liebertpub.com/forauthors/environmental-engineering-science/15/

6 0001-3765 Revista Anais da Academia Brasileira de Ciência B1 www.abc.org.br

7 0100-0683 Revista Brasileira de Ciência do Solo B1 www.sbcs.org.br

8 1413-8123 Revista Ciência & Saúde Coletiva B1 www.cienciaesaudecoletiva.com.br

9 1809-4457 Revista Engenharia Sanitária e Ambiental B1 http://abes-dn.org.br/d2_Publicacoes_eng.html

10 1982-3932 Journal of Urban and Environmental Engineering

(UFPB) B2 http://periodicos.ufpb.br/index.php/juee

11 2179-975X Revista Acta Limnológica Brasiliensia B2 www.ablimno.org.br/publiActa.php

12 1809-4422 Revista Ambiente & Sociedade B2 http://anppas.org.br

13 1807-1929 Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e

Ambiental B2 www.agriambi.com.br

14 0104-7760 Revista Cerne (Centro de Estudos em Recursos

Naturais Renováveis) B2 www.cerne.ufla.br

15 1983-4071 Revista Ciência & Engenharia B2 www.cieng.ufu.br

16 0370-4467 Revista da Escola de Minas B2 www.rem.com.br/

17 1982-4513 Revista Sociedade & Natureza B2 www.seer.ufu.br/index.php/sociedadenatureza

18 1809-4302 Revista Acta Amazônica B3 https://acta.inpa.gov.br/

19 2179-9784 Revista Águas Subterrâneas B3 https://aguassubterraneas.abas.org

20 1808-4524 Revista Brasileira de Ciências Ambientais B3 http://abes-dn.org.br/d2_Publicacoes_rciamb.html

21 1414-381X Revista Brasileira de Recursos Hídricos B3 www.abrh.org.br

22 1414-462X Cadernos Saúde Coletiva B3 www.cadernos.iesc.ufrj.br/cadernos/

23 0101-6040 Revista DAE (Departamento de Águas e Esgotos) B3 www.revistadae.com.br

24 1806-4051 Revista de Gestão de Águas da América Latina B3 www.abrh.org.br

25 0870-1741 Revista Recursos Hídricos B3 www.aprh.pt/rh/revistas.html

26 1981-1764 Revista Brasileira de Educação Ambiental B4 www.sbecotur.org.br/revbea

27 2179-460X Revista Ciência e Natura B4 http://periodicos.ufsm.br/index.php/cienciaenatura/

28 2176-7270 Revista Engenharia e Tecnologia B4 www.revistaret.com.br

29 1678-698X Estudos Geográficos: Revista Eletrônica de

Geografia B4 www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br

30 1519-8634 Revista Holos Environment B4 www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/holos

31 0103-7056 Saneamento Ambiental B4 www.sambiental.com.br

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31

ISSN Revista/Periódico Qualis (2014)

ENGENHARIAS I Site

32 1808-2793 Revista Scientia Plena B4 www.scientiaplena.org.br

33 1679-0375 Revista Semina: Ciências Exatas e Tecnológicas B4 www.uel.br/revistas/uel/index.php/semexatas

34 1980-0827 Periódico Eletrônico Fórum Ambiental da Alta

Paulista B5 www.amigosdanatureza.org.br/publicacoes/index.php/forum_ambiental

35 2175-9405 Revista Ambiência B5 http://revistas.unicentro.br/index.php/ambiencia

36 1980-993X Revista Ambiente & Água B5 www.ambi-agua.net

37 1516-6481 Revista Novos Cadernos NAEA B5 http://periodicos.ufpa.br/

38 1982-7784 Revista OLAM – Ciência e Tecnologia B5 www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/olam

39 2316-3313 Revista Interfaces Científicas – Saúde e Ambiente C https://periodicos.set.edu.br/index.php/saude

40 2359-6724 Brazilian Journal of Biosystems Engineering - http://seer.tupa.unesp.br/index.php/BIOENG/index

41 0103-9830 Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP - www.pcc.usp.br/publicacoes

42 2176-5774 Caderno Prudentino de Geografia - http://revista.fct.unesp.br/index.php/cpg;

43 2178-4833 Latin American Journal of Business Management - www.lajbm.net

44 2237-9711 Revista Brasileira de Energias Renováveis - http://revistas.ufpr.br/rber

45 1981-8858 Revista Ciências Ambientais - www.revistas.unilasalle.edu.br/index.php/Rbca

46 1676-4188 Revista Ciência & Ambiente - http://w3.ufsm.br/cienciaeambiente/principal.php

47 1983-1501 Revistas de Estudos Ambientais - www.furb.br/rea

48 2316-9834 Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade - www.revistageas.org.br/ojs

49 1518-8787 Revista de Saúde Pública - www.rsp.fsp.usp.br

50 1809-0664 Revista Engenharia Ambiental: Pesquisa e

Tecnologia - http://ferramentas.unipinhal.edu.br/engenhariaambiental/policies.php

51 1983-7011 Revista Ensino, Saúde e Ambiente - www.ensinosaudeambiente.uff.br

52 1516-9375 Revista Espaço & Geografia - www.lsie.unb.br/espacoegeografia

53 1983-0173 Revista Meio Ambiente e Saúde - www.faculdadedofuturo.edu.br/revista

54 1676-8477 Revista Publicatio UEPG (Universidade Estadual de

Ponta Grossa) - www.revistas2.uepg.br/index.php/exatas

55 2179-958X Revista Saneas - www.aesabesp.org.br/saneas

56 2316-347X Revista Saúde e Meio Ambiente - www.periodicos.unc.br/index.php/sma

57 2318-4299 Revista Scientia Prima - http://scientiaprima.incentivoaciencia.com.br/

58 0103-9830 Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP - www.pcc.usp.br/publicacoes

59 2177-5362 Revista Vértice CREA-Minas - www.crea-mg.org.br/publicacoes/revista-vertice

60 2316-9044 Revista de Direito Sanitário - www.revistas.usp.br/rdisan Fonte: Autor

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32

4.5.3 Os diferentes métodos de escolha dos indicadores e pesos de ISAs no Brasil

Um entrave durante a criação de um ISA associa-se aos métodos de escolha dos

indicadores de primeira ordem que o comporão, bem como seus respectivos pesos. Para

Dias (2003), a discussão sobre a distribuição de pesos num sistema de indicadores é

muito polêmica, fazendo-se necessário estudá-la mais profundamente. No que diz

respeito ao ISA/SP, Almeida (1999) afirma que a questão da pontuação referente a cada

indicador foi alvo de várias discussões realizadas nas reuniões da Câmara Técnica de

Planejamento do Conesan.

Ainda segundo Almeida (1999), em uma primeira decisão, os membros da

Câmara decidiram que a água era prioridade em qualquer situação, atribuindo peso de

40% ao Iab. Posteriormente, após a realização de uma simulação do ISA/SP, perceberam

que, além dos problemas relacionados ao abastecimento de água, existiam aqueles

ligados à coleta de esgoto e resíduos sólidos. Sendo assim, foi atribuído o mesmo peso,

25%, a cada um desses indicadores. Em continuidade, os pesos de 10% para Icv e Irh e

5% para Ise também foram estipulados em consenso pelos membros da Câmara sem uma

clara evidência de motivos.

No caso da construção do ISA para a cidade de Belo Horizonte (ISA/BH),

arbitrou-se os indicadores de primeira ordem constituintes e utilizou-se o Método de

Análise Hierárquica (AHP) para determinar cada um de seus pesos (PMBH, 2014). O

AHP consiste em uma técnica de decisão para, neste caso específico, definir quais os

pesos de cada indicador do ISA/BH realizado por meio de consulta a especialistas no

assunto saneamento ambiental. O grau de importância de cada indicador foi comparado

com outro por meio de par de comparações, expressando a intensidade com que um

indicador predomina sobre o outro. A partir desta comparação pareada foi definido o

critério de importância relativa entre os indicadores, conforme uma escala pré-definida.

Este método possui o poder de agregar e medir fatores importantes e, ainda, de

considerar as divergências e conflitos de opiniões (PMBH, 2014; SILVA; NUNES,

2009).

No estudo de Costa (2010), a técnica utilizada para escolher os indicadores e

ponderá-los foi o Método Delphi. Silva (2006) e Oliveira (2014) utilizaram o mesmo

método em seus trabalhos, no entanto, a aplicação destinou-se apenas a ponderar os

indicadores, uma vez que esses foram escolhidos de maneira arbitrária. O Método

Delphi consiste na consulta de um grupo de especialistas com intuito de obter

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33

informações a respeito de um determinado assunto. Essa consulta é realizada por meio

de um questionário que é repassado ao grupo repetidas vezes até que se alcance um

nível de consenso, representando uma opinião consolidada dos especialistas sobre o

tema em questão. Ao aplicar esta técnica, presume-se que o julgamento coletivo seja

mais eficiente que a opinião de apenas um indivíduo. Esta metodologia possui como

principais atributos o anonimato dos integrantes do grupo de especialistas, um

tratamento estatístico dos resultados obtidos e o retorno desses aos participantes como

forma de reavaliar suas opiniões para as rodadas seguintes (WRIGHT; GIOVINAZZO,

2000).

Nota-se, porém, que a maneira predominante de se estabelecer os indicadores de

primeira ordem de um ISA, bem como de atribuir seus respectivos pesos, é arbitrária e,

em alguns casos, por meio de revisão bibliográfica. Neste último caso, destacam-se os

estudos realizados por Dias (2003), Batista (2005) e Levati (2009), além do precursor de

Conesan (1999), como referências bases para estruturação de novos ISAs, sendo esses

os mais citados durante o levantamento bibliográfico, conforme Tabela 2.

A Tabela 2 apresenta o documento de origem do ISA, os métodos de escolha dos

indicadores e pesos, a quantidade de indicadores de primeira ordem que cada ISA

utilizou, seu valor final, nível de salubridade ambiental e se o estudo foi publicado. A

qualificação qualis Capes usada refere-se à área de concentração Engenharias I de 2014.

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34

Tabela 2 - Particularidades de estudos de ISAs pelo Brasil

Município/Local UF Ano Origem

N°.

indicadores

1ª ordem

Valor

ISA

Situação

de

salubrida

de

Método de escolha

dos indicadores

Método de

escolha dos

pesos

Referência Publicado (Ano) – Qualis Engenharias I

2014

1 São Paulo SP 1999 Manual Básico do

ISA 6 - - - - CONESAN (1999) Manual Básico do ISA (1999)

2

2 Favelas SP 1999 Tese 14 0,734(A) Média Revisão bibliográfica Arbitrário Almeida (1999)

Boletim Técnico da Escola Politécnica da

USP (2000)

3 Áreas de ocupação espontânea

– Salvador BA 2003 Dissertação 7 (1) (1) Arbitrário Arbitrário Dias (2003)

Artigo Revista Engenharia Sanitária e Ambiental (2004) – B1

4 Centro urbanos da Bacia

Hidrográfica do Rio Taperoá PB 2003

Iniciação

Científica 6 (2) (2) Conesan (1999) Conesan (1999) Santos e Silva (2003) -

5 Toledo PR 2003 Dissertação 5 0,728 Média (B) (B)

Oliveira (2003) apud

Bahia (2006)

-

6 João Pessoa PB 2004 NI 6 0,538* Média* Conesan (1999) Conesan (1999) Ribeiro et al. (2004)

Artigo IV SEREA – Seminário Hispano

Brasileiro sobre Sistemas de Abastecimento

Urbano de Água (2004) 7 Ilha do Ouro SE 2005 Dissertação 7 0,430 Baixa Conesan (1999) Arbitrário Neri (2005) -

8 João Pessoa (bairros

litorâneos) PB 2005 Dissertação 7 0,834* Salubre* Arbitrário Arbitrário Batista (2005)

Artigo Revista Engenharia Sanitária e

Ambiental (2006) – B1

9 Bacia Ambiental do Rio

Imboassú – São Gonçalo RJ 2006 Tese 14 (3) (3) Almeida (1999) Almeida (1999) Azevedo (2006) -

10

Centros urbanos da Bacia

Hidrográfica do Rio

Cachoeira

BA 2006 Dissertação 6 (4) (4) Toledo (2003) Arbitrário Bahia (2006) -

11 Comunidades Periurbanas PB 2006 Dissertação 8 (5) (5) Batista (2005), com a

inclusão do Icm

(Delphi)(C)

Delphi e Batista

(2005) Silva (2006)

Artigo Revista Engenharia Sanitária e

Ambiental (2008) – B1

12 Comunidades Carentes MG 2007 Dissertação 7 (6) (6) Dias (2003) Dias (2003) Menezes (2007) -

13 Aquidauana MS 2008 Dissertação 5 0,559 Média Conesan (1999) e

Batista (2005) Arbitrário Santos (2008)

Artigo Periódico Eletrônico Fórum

Ambiental da Alta Paulista (2012) – B5

14 Centros urbanos da Bacia

Hidrográfica do Rio Jiquiriçá BA 2008 Dissertação 6 (7) (7) Arbitrário Arbitrário Rocha (2008)

Artigo Revista Ambiente & Água (2010) – B5

15 Criciúma SC 2009 Monografia 5 0,623* Média* Arbitrário Arbitrário Levati (2009) Artigo Revista Brasileira de Ciências

Ambientais (2012) – B3

16 Rio Claro SP 2009 Monografia 4 (3) (3) Arbitrário Arbitrário Sartori (2009) -

17

Segmentos populacionais atendidos por unidades

públicas de saúde – Ouro

Branco

MG 2009 Dissertação 7 0,730* Média* Menezes (2007) Menezes (2007) Silva (2009) Artigo Revista Vértice Crea-Minas (2010)

18 Apiaí SP 2010 PMSB Apiaí 6 0,556 Média Conesan (1999) Conesan (1999) PMA (2010) PMSB Apiaí (2010)

19 Comunidades Rurais – Ouro

Branco MG 2010 Dissertação 7 (8) (8) Delphi Delphi Costa (2010) -

20 Municípios goianos GO 2010 Dissertação 6 (9) (9) Conesan (1999) Arbitrário Aravéchia Junior (2010) -

21 Olímpia SP 2010 PMSB Olímpia 6 0,810 Salubre Conesan (1999) Conesan (1999) PMO (2010) PMSB Olímpia

22 Parnamirim RN 2010 PMSB Parnamirim 4 (3) (3) Arbitrário

Reunião com

técnicos do

município

PMP (2010) Artigo 26º Congresso Brasileiro de

Engenharia Sanitária e Ambiental (2011)

23 Programa de Arrendamento

Residencial (PAR) – Aracaju SE 2010 Dissertação 8 (10) (10) Arbitrário Arbitrário Buckley (2010) Artigo Revista DAE (2012) – B3

24 Santa Rita PB 2010 Dissertação 6 0,479* Baixa* Conesan (1999) Conesan (1999) Souza (2010) -

25 Videira SC 2010 PMSB Videira 5 0,711* Média* Arbitrário Arbitrário PMV (2010) PMSB Videira (2010)

Page 52: Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós ...‡ÃO... · dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas. Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi

35

Município/Local UF Ano Origem

N°.

indicadores

1ª ordem

Valor

ISA

Situação

de

salubrida

de

Método de escolha

dos indicadores

Método de

escolha dos

pesos

Referência Publicado (Ano) – Qualis Engenharias I

2014

26 Bairro Jardim Naipi e Vila

Maracanã – Foz do Iguaçu PR 2011 NI 8 0,617 Média Revisão bibliográfica

Revisão

bibliográfica

Stadikowski et al.

(2011)

Artigo IV Congresso Internacional de

Sustentabilidade (2011)

27 Bairro Jardim São Bento –

Foz do Iguaçu PR 2011 Artigo# 6 0,649 Média Arbitrário Arbitrário

Rosa Junior et al. (2011)

Artigo IV Congresso de Engenharia Ambiental e Agronomia da UDC (2012)

28 Conjunto habitacional Buba –

Foz do Iguaçu PR 2011 Monografia 6 0,691 Média Revisão bibliográfica Dias (2003) Rubio Junior (2011)

Artigo IV Congresso Internacional de

Sustentabilidade (2011)

29 Doutor Pedrinho SC 2011 PMSB Doutor

Pedrinho 4 0,470 Baixa Arbitrário Arbitrário PMDP (2011) PMSB Doutor Pedrinho (2011)

30 Florianópolis SC 2011 PMSB

Florianópolis 4 0,365* Baixa* Arbitrário Arbitrário PMF (2011a) PMSB Florianópolis (2011)

31 Forquilhinha SC 2011 PMSB

Forquilhinha 6 0,474* Baixa* Arbitrário Arbitrário PMF (2011b) PMSB Forquilhinha (2011)

32 Nascentes Rio Boicy – Foz do

Iguaçu PR 2011 NI 11 0,609 Média Revisão bibliográfica

Revisão

bibliográfica Scarpetta et al. (2011)

Artigo IV Congresso Internacional de

Sustentabilidade (2011)

33 Bairro Jardim Cláudia – Foz

do Iguaçu PR 2012 Monografia 5 0,489 Baixa Conesan (1999) Arbitrário Freitas (2012) -

34 Comunidades Rurais – Itabirito, Congonhas e

Mariana

MG 2012 Dissertação 7 (11) (11) Costa (2010) (Delphi) Costa (2010)

(Delphi) Vicq et al. (2012a)

Artigo 33º Congresso Interamericano de

Engenharia Sanitária e Ambiental

35 Comunidades Rurais – Ouro

Preto, Ouro Branco e

Conselheiro Lafaiete

MG 2012 Dissertação 7 (12) (12) Costa (2010) (Delphi) Costa (2010)

(Delphi) Vicq et al. (2012b)

Artigo XV Simpósio Brasileiro de

Engenharia Sanitária e Ambiental (Silubesa)

36 Itaguaçu BA 2012 Dissertação 6 (13) (13) Conesan (1999) Conesan (1999) Cunha (2012) Artigo Caderno Prudentino de Geografia

(2014)

37 Macapá AP 2012 Dissertação 4 0,491* Baixa* Revisão bibliográfica Revisão

bibliográfica Santos (2012) -

38 Bacia Hidrográfica do Riacho

do Reginaldo – Maceió AL 2013 Dissertação 4 0,770 Salubre Arbitrário Arbitrário Gama (2013) -

39 Céu Azul PR 2013 NI 5 0,818 Salubre Piza (2000)(D) Piza (2000)(D) Cabral et al. (2013) Artigo Revista Brasileira de Energias

Renováveis (2013)

40 Chapada RS 2013 PMSB Chapada 4 0,554 Média Arbitrário Arbitrário PMC (2013) PMSB Chapada (2013)

41 Cocal do Sul SC 2013 Monografia 5 0,562 Média Levati (2009) Levati (2009) Baggio (2013) -

42 Comunidade Saramém-Brejo

Grande SE 2013 Dissertação 8 (14)

(14)(no

estudo

original, baixa)

Arbitrário Arbitrário Albuquerque (2013) Artigo Revista Scientia Plena (2015) – B4

43 Itapemirim ES 2013 Dissertação 4 0,457 Baixa Arbitrário Arbitrário Viana (2013) Artigo 2° Simpósio Brasileiro de Saúde &

Ambiente (2014)

44 Loteamento Carapebus ES 2013 NI 6 0,677 Média Conesan (1999) Conesan (1999) Neumann et al. (2013) Artigo Latin American Journal of Business

Management (2013)

45 Missal PR 2013 NI 5 0,854 Salubre Piza (2000)(D) Piza (2000)(D) Cabral et al. (2013) Artigo Revista Brasileira de Energias

Renováveis (2013)

46 Araranguá SC 2014 Monografia 5 0,437* Baixa* Levati (2009) Levati (2009) Ambroso (2014) PMSB Araranguá (2015) A monografia foi

utilizada para compor o PMSB (PMA, 2015) 47 Barbacena MG 2014 PMSB Barbacena 4 0,540 Média Arbitrário Arbitrário PMB (2014) PMSB Barbacena

48 Belo Horizonte MG 2014 PMSB BH 4 0,886 Salubre Arbitrário AHP PMSB BH 2012/2015 –

Atualização 2014 PMSB BH (2014)

49 Comunidade Novo Horizonte

– Campina Grande PB 2014 Dissertação 7 (3) (3) Revisão bibliográfica

Revisão

bibliográfica Pedrosa (2014)

Artigo Revista Engenharia Sanitária e

Ambiental (2016) – B1

50 Juiz de Fora MG 2014 Monografia 6 0,853 Salubre Arbitrário Delphi Oliveira (2014) -

Page 53: Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós ...‡ÃO... · dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas. Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi

36

Município/Local UF Ano Origem

N°.

indicadores

1ª ordem

Valor

ISA

Situação

de

salubrida

de

Método de escolha

dos indicadores

Método de

escolha dos

pesos

Referência Publicado (Ano) – Qualis Engenharias I

2014

51 Marechal Deodoro AL 2014 Artigo# 3 0,662 Média Arbitrário Arbitrário Bastos et al. (2014) Artigo IX Congresso Norte Nordeste de

Pesquisa e Inovação (2014)

52 Municípios goianos GO 2014 Dissertação 5 (15) (15) Revisão bibliográfica Arbitrário Lima (2014) -

53 Rio Paranaíba MG 2014 Programa Jovens

Talentos/Capes 4 0,476 Baixa Revisão bibliográfica Arbitrário Rodrigues (2014)

Artigo XXI Simpósio Brasileiro de Recursos

Hídricos (2015)

54 São Pedro do Iguaçu PR 2014 NI 5 0,796 Salubre Piza (2000)(D) Piza (2000)(D) Pinto et al. (2014) Artigo Revista Brasileira de Energias

Renováveis (2014)

55 Sub-bacia Hidrográfica do

Rio Verde BA 2014 NI 6 (16) (16) Conesan (1999) Consean (1999) Cunha e Silva (2014)

Artigo Caderno Prudentino de Geografia

(2014) 56 Itaipu PR 2015 Dissertação 6 (17) (17) Conesan (1999) Conesan (1999) Cabral (2015) -

57 Palotina PR 2015 NI 5 0,785 Salubre Piza (2000)(D) Piza (2000)(D) Santos et al. (2015) Artigo Revista Brasileira de Engenharia de

Biossistemas (2015)

58 Brejo Grande SE 2016 Dissertação 5 0,471 Baixa Arbitrário Arbitrário Santos (2016a) Artigo VI Congresso Brasileiro de Gestão

Ambiental (2015)

59 Diamante do Oeste PR 2016 NI 5 0,817 Salubre Piza (2000)(D) Piza (2000)(D) Pinto et al. (2016) Artigo Revista Brasileira de Engenharia de

Biossistemas (2016)

60 Loteamento Garcia – Cruz das

Almas BA 2016 Monografia 7 0,480 Baixa Dias (2003) Dias (2003) Santos (2016b)

Artigo IV Congresso Baiano de Engenharia Sanitária e Ambiental (2016)

Fonte: Autor AHP = Método de Análise Hierárquica

UDC = Faculdade Dinâmica das Cataratas

N.I = Não identificada PMSB = Plano Municipal de Saneamento

Básico

* Cálculo e determinação do nível de salubridade determinado pelo autor desta

pesquisa # Informação fornecida pelo autor do estudo

A cálculo realizado apenas para a favela Jardim Floresta

B não foi possível o acesso ao

documento oficial. Acessou-se apenas Bahia (2006) C a ponderação dos subindicadores do

Icm foi realizada pelo método Delphi D a referência Piza (2000) não foi

encontrada, no entanto, vários estudos a

citam

(1) avaliação de 9 áreas de ocupação espontânea de Salvador

(2) avaliação de 19 municípios

(3) informação indisponível

(4) avaliação de 11 municípios (5) avaliação de 5 comunidades (6) avaliação de dois bairros de Ouro Preto, Congonhas, Conselheiro

Lafaiete, Ouro Branco

(7) avaliação de 17 municípios (8) avaliação de 3 comunidades

rurais (9) avaliação de 9 municípios do Estado de Goiás (10) avalição de 6 residenciais

em Aracaju

(11) avaliação de 6 comunidades rurais (12) avaliação de 6 comunidades rurais (13) avaliação de 4 comunidades de

Itaguaçu (14) adoção de outra metodologia de cálculo

(15) Avaliação de 21 municípios

(16) avaliação de 4 comunidades

(17) avaliação de 8 municípios

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37

4.5.4 O estado da arte de ISAs no Brasil

A possibilidade de criação de novos ISAs assegurada pelo Manual Básico do ISA de

1999 repercutiu por todo o Brasil fazendo com que diversas novas estruturações deste índice

fossem surgindo ao longo dos anos. Com o levantamento bibliográfico realizado, foram

identificados 60 estudos de ISAs pelo Brasil – sendo 59 estudos reais e 1 referente ao manual

do ISA elaborado pelo Conesan – descobrindo-se a quantidade de indicadores de primeira

ordem constituintes de cada um deles e quantos desses estudos utilizaram cada indicador,

além disso, investigou-se os métodos de ponderação e escolha desses indicadores, valor final

do ISA (situação de salubridade ambiental), ano e local de criação, subdivisão da área em

estudo, documento de origem e, ainda, se o novo ISA criado possuiu relevância acadêmica

sendo publicado em revistas científicas ou em outros meios de comunicação, como em planos

municipais de saneamento. O Quadro 13 compila todas as informações das Tabelas 1 e 2

apresentando quantitativamente dados da utilização do ISA no Brasil.

Quadro 13 - Estado da arte de ISAs (quantidade de estudos)

Região

Centro-oeste (3) Nordeste (19) Norte (1) Sudeste (17) Sul (20)

Estado

AL (2)

AP (1)

BA (6)

ES (2)

GO (2)

MG (9)

MS (1)

PB (6)

PR (12)

RJ (1)

RN (1)

RS (1)

SC (7)

SE (4) SP (5)

Origem

Dissertação (25)

Monografia (8)

PMSB (10)

Tese (2) Manual ISA Conesan (1)

Artigo (2)

Iniciação científica (1)

Programa Capes (1)

Não identificada (10)

N°. indicadores 1ª ordem

3 (1) 4 (11) 5 (14) 6 (17) 7 (10) 8 (4) 11 (1) 14 (2)

Média = 6,0 indicadores por ISA

Indicadores de 1ª ordem mais utilizados

Iab (59) Ies (60) Irs (59) Icv (37) Irh (22) Ise (34) Idu (31) Icm (14)

Subdivisão adotada (área de interesse)

Área de ocupação

espontânea (1)

Sede urbana (4)

Sub-bacia

esgotamento

sanitário (1)

Microárea (1)

UTP

(3)

Comunidade (1)

Domicílio (16)

Bairro (6)

Município (11)

Sub-bacia

hidrográfica (1)

Setor censitário (10)

Não identificado (3)

Método de escolha dos indicadores Método de escolha dos pesos (A)

Revisão

Bibliográfica (36)

Arbitrário

(21)

Delphi

(1)

Revisão

Bibliográfica (28)

Arbitrário

(26)

Delphi

(3)

AHP

(1)

Reunião

com

técnicos (1)

Publicado

Periódico

eletrônico (1)

PMSB

(10)

Revista

(15)

Seminário

(1)

Caderno

(2)

Simpósio

(3) Boletim (1)

Congresso

(9)

Quantidade de estudos que determinaram valor final do ISA e o nível de salubridade ambiental (B)

= 39

Valor médio dos ISA Situação de salubridade ambiental

Mínimo: 0,365 Máximo: 0,886 Média: 0,625 Baixa salubridade (12) Média salubridade

(17)

Salubre

(10) Fonte: Autor.

(A) o estudo de Silva (2006) utilizou Revisão Bibliográfica e Método Delphi. (B) incluídos aqueles estudos que apresentaram um valor final para o ISA e aqueles valores finais determinados pelo autor deste trabalho. UTP = Unidade Territorial de Planejamento

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38

Os números de aplicação do ISA nas regiões e estados brasileiros apresentados pelo

Quadro 13 podem ocultar a real quantidade da utilização do Indicador nesses locais. Exemplo

disso é o estudo de Lima (2014), no qual foi desenvolvida apenas uma fórmula para cálculo

da salubridade ambiental de 21 municípios do Estado de Goiás. Os casos de número 3, 4, 10,

11, 12, 14, 19, 20, 23, 34, 35, 36, 55 e 56 da Tabela 2 também avaliaram mais de um local,

como pode ser observado em seu rodapé e explicado a seguir.

O estudo de Dias (2003) avaliou 9 áreas de ocupação espontânea de Salvador. Santos e

Silva (2003) desenvolveram uma fórmula de ISA e a aplicaram a 19 centros urbanos da Bacia

Hidrográfica do Rio Taperoá/PB. Bahia (2006) já aplicou seu ISA a 11 centros urbanos da

Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira/BA. Silva (2006) avaliou 5 comunidades periurbanas da

Bacia Hidrográfica do Baixo Gramame/PB. No estudo de Menezes (2007) foram avaliados

dois bairros de cada cidade de Minas Gerais (Ouro Preto, Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete

e Congonhas). Rocha (2008) desenvolveu um ISA para estudar 17 municípios ao longo da

Bacia Hidrográfica do Rio Jiquiriça/BA. Costa (2010) avaliou 3 comunidades rurais da cidade

de Ouro Branco/MG. Com a mesma fórmula de ISA, Aravéchia Júnior (2010) avaliou 9

municípios do estado de Goiás. Buckley (2010) avaliou 6 residenciais de Aracaju/SE. Por sua

vez, Vicq et al. (2010) avaliaram comunidades rurais dos municípios mineiros Itabirito,

Congonhas, Mariana, Ouro Preto, Ouro Branco e Conselheiro Lafaiete. Cunha (2012) aplicou

seu indicador a 4 comunidades em Itaguaçu/BA. Cunha e Silva (2014) desenvolveram um

ISA e o aplicaram à 4 comunidades da Sub-bacia Hidrográfica do Rio Verde/BA. Por fim,

Cabral (2015) avaliou 8 municípios paranaenses lindeiros e não lindeiros ao lago de Itaipu na

bacia hidrográfica do Rio Paraná/PR.

Ou seja, a quantidade de aplicação de ISA em um estado não condiz exatamente com a

real quantidade de áreas – município, cidade, bairro – avaliadas à luz do Indicador.

Prosseguindo, chama-se atenção para a pouca aplicação do ISA em zonas rurais, sendo

encontrados apenas 3 (5,0%) estudos nessas áreas – casos de número 19, 34 e 35 da Tabela 2

– que, por sinal, possuem origem no mesmo trabalho, o de Costa (2010). O restante, 57

(95,0%) casos, foi desenvolvido para ser aplicado estritamente a áreas urbanas.

Tratando-se da quantidade de indicadores de primeira ordem encontrada nos ISAs

estudados, notou-se que existem estudos que são mais modestos na utilização desses

indicadores, contando apenas com 3, bem como aqueles que possuem um alto número, 14

indicadores. O primeiro caso é o trabalho de Bastos et al. (2014) no qual os autores

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39

consideram apenas os indicadores de primeira ordem Abastecimento de Água (Iab), Esgotos

Sanitários (Ies) e Resíduos Sólidos (Irs) na criação do ISA a ser aplicado na cidade de

Marechal Deodoro/AL. O último refere-se ao estudo de Almeida (1999), o qual desenvolveu o

ISA/F, destinado a determinar a situação de salubridade ambiental em favelas urbanizadas na

cidade de São Paulo. A publicação em questão foi a primeira a considerar o indicador de

Drenagem Urbana (Idu), o qual passou a ser englobado por diversos estudos mas com

diferentes formas de cálculo. Seguindo a análise, o cálculo da média aritmética da quantidade

de indicadores de primeira ordem utilizada por todos os 60 ISAs encontrados na pesquisa

bibliográfica apresentou como valor final 6,02 (aproximadamente 6,0), ou seja, cada ISA

utiliza, em média, 6 indicadores de primeira ordem em sua composição.

Avaliando-se a quantidade de utilização de um indicador de primeira ordem nos ISAs

estudados, constatou-se que apenas o indicador de Esgotos Sanitários (Ies) foi considerado em

todos os 60 ISAs (100,00%). Os indicadores Abastecimento de Água (Iab) e Resíduos Sólidos

(Irs) também apresentaram frequência significativa de utilização (98,33%), ambos

considerados 59 vezes. Controle de Vetores (Icv) esteve presente em 37 estudos (61,67%),

Recursos Hídricos (Irh) em 22 (36,67%), Socioeconômico (Ise) em 34 (56,67%), Drenagem

Urbana (Idu) em 31 (51,67%) e Condição de Moradia (Icm) em 14 (23,33%). Apesar de não

estar inserido no ISA modelo do Conesan (ISA/SP), o Idu foi considerado em mais estudos do

que o Irh, sendo que esse último está presente no modelo original do ISA. Relembra-se que

outros indicadores diferentes desses citados também foram avaliados nos ISAs estudados, no

entanto suas utilizações foram pontuais, conforme é apresentado no final da Tabela 1 (itens 1

a 11).

Compilando-se os dados integrantes da Tabela 1 originou-se o diagrama de caixas

apresentado pelo Gráfico 1, o qual expõe o peso máximo e mínimo encontrado para cada

indicador de primeira ordem, quantidade de estudos que o utilizou, o valor da média

aritmética e mediana de seus pesos, bem como os valores outliers. Observou-se a seguinte

ordem de importância, em termos de valores de mediana: Iab=Ies>Irs>Idu=Icm>Icv=Irh=Ise. Já

para a quantidade de utilização dos indicadores a ordem foi: Ies>Iab=Irs>Icv>Ise>Idu>Irh>Icm.

Destaca-se a dispersão dos pesos atribuídos ao Idu, possivelmente pela forma qualitativa como

esse indicador foi concebido. Além disso, os outliers demonstram, principalmente, que certos

ISAs diminuíram ou aumentaram substancialmente os pesos atribuídos ao Iab e ao Ies,

evidenciando a variação da proposição de pesos em função das especificidades locais.

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40

Gráfico 1 - Diagrama de caixas com dados da utilização de cada um dos indicadores de 1ª ordem pelos ISAs

Fonte: Autor

No que diz respeito aos estudos geradores dos ISAs encontrados no levantamento

bibliográfico, Gráfico 2, tem-se que a maioria foi o produto de uma dissertação mestrado, 25

casos (41,67%), estando em consonância com o objetivo desta pesquisa. Associados a isso, os

números 8 (13,33%) casos provenientes de monografias de graduação e 2 (3,33%) casos de

tese de doutorado, apontam que a criação de ISAs está em estreita relação com as atividades

acadêmicas, não existindo clara evidência que desenvolver este indicador seja uma

preocupação do poder público, sobretudo na esfera municipal. Neste âmbito, por sinal,

diagnosticou-se 10 (16,67%) casos de ISAs que tiveram origens em planos municipais de

saneamento. Por fim, foram encontrados 2 (3,33%) casos de ISAs originados por artigos

científicos, 1 (1,67%) por iniciação científica, 1 (1,67%) por programa Capes e 10 (16,67%)

com origem não identificada. O Gráfico 2 evidencia a variação da quantidade de elaboração

de trabalhos de ISA a partir do ano de sua criação, apresentando a origem dos estudos e

demonstrando uma tendência crescente da aplicação do Indicador no Brasil. Os poucos casos

encontrados para os anos de 2015 e 2016 justificam-se pela contemporaneidade desta

pesquisa, sendo que para esses anos é provável que existam estudos elaborados, mas que

ainda não foram publicados.

59 60 59

37

22

34 31

14

0

10

20

30

40

50

60

70

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

0.30

0.35

0.40

0.45

0.50

Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu Icm

Qu

anti

dad

e d

e e

stu

do

s q

ue

uti

lizar

am o

in

dic

ado

r

Pe

so

Indicador

Dados da utilização de cada indicador

Valor outlier Valor médio dos pesos Quantidade de utilização do indicador___ Mediana

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41

Gráfico 2 - Evolução da quantidade de estudos de ISA ao longo dos anos

Fonte: Autor

As equações para cálculo do ISA com origem em planos municipais de saneamento

(casos de número 18, 21, 22, 25, 29, 30, 31, 40, 47 e 48 da Tabela 2) foram todas elaboradas a

partir do ano de 2010, conforme Gráfico 2, o que pode ser justificado pela publicação em

2007 da Política Nacional de Saneamento Básico (Lei Federal nº. 11.445/2007), onde está

estipulada em seu Art. 9º, inciso I, a necessidade de se “elaborar de planos de saneamento

básico” que deverão conter, segundo Art. 52, §1º e inciso I, ações para a “melhoria da

salubridade ambiental” (BRASIL, 2007). Ou seja, os municípios utilizaram o ISA nos planos

municipais de saneamento como um instrumento de diagnóstico do saneamento ambiental

visando fundamentar as referidas ações e como resposta a uma exigência governamental.

Uma pesquisa, seja ela de qualquer natureza, possui como um de seus objetivos

divulgar o conhecimento gerado para a sociedade. Essa comunicação pode ser feita em

periódicos científicos, revistas técnicas, monografias, dissertações, teses, livros, notícia de

jornal, manual, cartilha, relatório, etc. Devido ao fato de que todos os 60 estudos de ISAs

T (1

)

T (1

)

PC

(1

)

PM

SB (

4)

PM

SB (

3)

PM

SB (

1)

PM

SB (

2)

Mo

n (

2)

Mo

n (

1)

Mo

n (

1)

Mo

n (

1)

Mo

n (

2)

Mo

n (

1)

IC (

1)

Dis

(2

)

Dis

(2

)

Dis

(2

)

Dis

(1

) Dis

(2

)

Dis

(1

)

Dis

(4

)

Dis

(4

) Dis

(3

)

Dis

(2

)

Dis

(1

)

Dis

(1

)

Co

n (

1)

Art

(1

)

Art

(1

)

NI (

1)

NI (

2) N

I (3

)

NI (

2)

NI (

1)

NI (

1)

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Qu

anti

dad

e d

e e

stu

do

s d

e IS

A

Ano

Quantidade de cada tipo de estudo, origem e total de ISA aplicado em cada ano desde 1999

T = Tese; Dis = Dissertação; IC = Iniciação científica; Con = Conesan; PC = Programa Capes; NI = Não identificada; Mon = Monografia; PMSB = Plano Municipal de Saneamento Básico; Art = Artigo

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42

apresentados foram encontrados em navegação pela internet, conclui-se que todos foram

publicados e encontram-se disponíveis para a sociedade. No entanto, torna-se necessário

averiguar se esses foram publicados em revistas científicas, fato que valida a qualidade

científica da pesquisa realizada e, geralmente, culmina na publicação de um artigo. Nesse

sentido, encontrou-se 15 (25,00%) estudos de ISAs publicados em revistas científicas. Em

outros canais de divulgação foram identificados 3 (5,00%) casos publicados em simpósios

ambientais, 2 (3,33%) em cadernos de cunho ambiental, 1 (1,67%) em um boletim técnico, 1

(1,67%) em seminário sobre abastecimento urbano de água, 1 (1,67%) em periódico

eletrônico, 9 (15,00%) em congressos e 10 (16,67%) casos em planos municipais de

saneamento básico.

O levantamento bibliográfico realizado para balizar esta pesquisa diagnosticou uma

falha em alguns estudos de ISA, a ausência da apresentação do valor final do ISA para cada

área estudada, impossibilitando o enquadramento dessa área nos diferentes níveis de

salubridade ambiental, conforme Quadro 9. Por exemplo, no estudo de Levati (2009) a cidade

de Criciúma-SC foi divida em cinco microbacias e para cada uma delas foi calculado o valor

do ISA, porém não foi determinado um valor médio dos cinco ISAs previamente calculados,

que representaria um valor de ISA geral para toda a cidade de Criciúma-SC e possibilitaria

seu enquadramento nos níveis de salubridade ambiental. Em outras pesquisas (números 6, 8,

17, 24, 25, 30, 31, 37 e 46 da Tabela 2) tal revés também foi diagnosticado. Em todos estes

casos citados, coube ao autor desta pesquisa realizar a média aritmética das fatias de ISAs e,

então, determinar o valor final, ou geral, do ISA para as regiões em análise, bem como

classificá-las nos estados de salubridade ambiental (conforme Quadro 9)

Outro problema ligado a este assunto é o fato de que em estudos como os de números

3, 4, 10, 11, 12, 14, 19, 20, 23, 34, 35, 36, 52, 55 e 56 da Tabela 2 foram avaliados locais

desconexos, como diversos municípios de um mesmo estado, centros urbanos de uma mesma

bacia hidrográfica, comunidades isoladas, bairros específicos de cidades diferentes, etc.

tornando infiel e não significativo apontar um valor geral do ISA e um nível de salubridade

ambiental para a área em estudo. Albuquerque (2013) por sua vez adotou uma escala

numérica para o cálculo de seu ISA diferente das demais estudadas. Desta forma, as regiões

classificadas em função de seu nível de salubridade ambiental foram somente aquelas com

possibilidade de se estabelecer um ISA geral, sendo identificadas 10 regiões em situação de

Page 60: Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós ...‡ÃO... · dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas. Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi

43

salubridade ambiental, 17 em média salubridade, 12 em baixa salubridade e nenhuma em

estado de insalubridade.

Considerando o critério adotado para subdividir a região analisada à luz do Indicador,

notou-se que o mais utilizado é aplicação em domicílios (16 casos, 26,67%), seguido da

aplicação por municípios (11 casos, 18,33%), conforme Quadro 13. A subdivisão por setor

censitário foi adotada em 10 casos, por bairros em 6 casos e sede urbana por 4 casos (6,67%).

Microárea, área de ocupação espontânea, sub-bacia hidrográfica, sub-bacia de esgotamento

sanitário e comunidade foram as divisões adotadas em estudos únicos (1,67%). Por fim, em 3

(5,00%) casos não foi possível identificar qual a subdivisão adotada pelo autor para cálculo do

ISA.

Quando o assunto abordado relaciona-se com o método de escolha dos indicadores de

primeira ordem que comporão um novo ISA, o levantamento bibliográfico realizado

demonstrou que 1 (1,67%) estudo adotou o Método Delphi, 21 (35,00%) estipularam tais

indicadores de maneira arbitrária e 36 (60,00%) por meio de revisão bibliográfica, de acordo

com Quadro 13. Já ao se analisar o método designado para ponderá-los, notou-se que 1

(1,67%) trabalho utilizou o Método de Análise Hierárquica (AHP), 3 (5,00%) o Método

Delphi, 28 (46,67%) por meio de revisão bibliográfica e 26 (43,33%) estudos realizaram a

ponderação de maneira arbitrária. Nota-se, então, que a maneira predominante de se eleger os

indicadores de primeira ordem e seus respectivos pesos é por meio de revisão bibliográfica,

sendo a arbitrariedade também bastante frequente nessas escolhas. Neste contexto, salienta-se

que arbitrar indicadores e pesos encontra-se previsto nos princípios e hipótese do Manual

Básico do ISA, de 1999 (CONESAN, 1999), item 4 do Quadro 7. No entanto, acredita-se que

a utilização de métodos científicos para realizar tal tarefa torna a fórmula do novo Indicador

mais significativa e fidedigna à realidade do local que se deseja estudar.

Por fim, o levantamento de bibliografia contendo estudos de ISAs em todo Brasil

apontou como menor valor do índice encontrado o referente ao município de Florianópolis,

sendo 0,365, e como valor superior o de Belo Horizonte, igual a 0,886. Acredita-se que haja

alguma distorção nos dados para cálculo do ISA/Florianópolis, uma vez que o município não

apresenta sinais visíveis de baixa salubridade. Salienta-se que esta análise foi realizada apenas

com aqueles estudos que apontaram um valor final geral para o ISA juntamente com aqueles

que foram determinados pelo autor desta dissertação. Ciente disso, o valor médio encontrado

para estes ISAs considerados foi de 0,625.

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44

4.6 Uma visão crítica a respeito do ISA

O grande gargalo da utilização do ISA possui raízes no seu manual de criação. Como

já mencionado, esse documento possibilita a inclusão de novos indicadores de primeira e

segunda ordens e de novas variáveis durante a criação de um ISA, além de também permitir a

arbitrariedade de seus pesos, desconfigurando sua composição original. Tais possibilidades,

por mais que colaborem para que o ISA abarque as peculiaridades de cada região a ser

analisada, suprimem uma premissa fundamental de indicadores que é a comparabilidade,

ratificado pelos estudos de Hammond et al. (1995), von Schirnding (2002), OECD (2003),

WHO (2014), EPA (2015). Uma vez realizada qualquer alteração, extingue-se a possibilidade

de comparação entre ISA, partindo do pressuposto que uma propriedade essencial para tal é

que seu cálculo seja realizado sob os mesmos critérios. Tal fato é uma peculiaridade negativa

deste Indicador, considerando que a característica comparabilidade é algo relevante para uma

boa validação de qualquer indicador. A análise das Tabelas 1 e 2 atesta que a comparação do

valor final de ISA aplicados a regiões diferentes é algo impossível, visto que cada Indicador

possui suas próprias características.

Assim, a comparabilidade entre os resultados dos ISAs fica restrita somente a duas

situações: (i) àqueles que possuem a mesma composição, isto é, mesmos pesos e indicadores

de primeira e segunda ordens bem como critérios de cálculo e pontuação; (ii) ao se comparar

um mesmo ISA ao longo do tempo, possibilitando identificar avanços e retrocessos nas

componentes socioambientais avaliadas pelo Indicador. Um exemplo da ineficiente

comparação de resultados obtidos com o ISA acontece ao notar que a cidade de Florianópolis-

SC registrou o menor valor do Indicador (0,365; ano 2011) e ocupa 59ª colocação no Ranking

do Saneamento no Brasil em 2016, enquanto que a cidade de Macapá-AP apresentou um ISA

igual a 0,491 (ano 2012) e ocupa a 98ª posição no mesmo ranking (ITB, 2016). Enfatiza-se

que essa situação não afirma que o Ranking do Saneamento seja mais eficaz do que o ISA

para avaliar os componentes do saneamento ambiental, uma vez que os critérios contidos em

ambas avaliações são distintos, possuindo cada um suas peculiaridades. A conclusão a ser

obtida nessa explanação é a impossibilidade de se afirmar que, embora com um ISA inferior,

a cidade de Florianópolis-SC seja menos salubre do que a de Macapá-AP.

Em decorrência disso, emerge a sugestão de se padronizar o ISA. Formular um ISA

padrão será um desafio, visto a peculiaridade de cada local a ser estudado, no entanto

possibilitará a comparação entre as regiões avaliadas à luz do Indicador e a elaboração de um

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45

ranking de salubridade ambiental pautado nos valores do ISA, uma vez que todas serão

mensuradas sob idênticos pesos e critérios de cálculo. Em contrapartida, a possibilidade de

padronização do ISA aflora mais um obstáculo associado ao Indicador, a fonte de dados para

a realização dos cálculos. Em Conesan (1999) nota-se que as variáveis que o compõem não

são de fácil acesso, cabendo às instituições públicas o seu fornecimento, sendo essas, em

muitos casos, munidas por informações provenientes de autodeclarações e de órgãos

(secretarias, autarquias, etc.) municipais que sofrem de carência estrutural, o que coloca em

juízo a confiabilidade dos dados disponibilizados. Logo, padronizar o ISA requer, também, a

padronização da fonte de dados. Princípio já previsto na criação do ISA, conforme item 1 do

Quadro 7.

Outra adversidade do Indicador refere-se à sua desatualização. Devido à época em que

foi criado, o ISA não incorpora em seus indicadores de segunda ordem temas atuais do

saneamento ambiental, como coleta seletiva de resíduos, índice de desempenho de estação de

tratamento de esgoto, consumo de água per capita, dentre outros. Sendo assim, há iminente

necessidade de sua atualização. Como visto no Gráfico 2, o Indicador vem sendo cada vez

mais utilizado nos últimos anos, tornando-se um importante instrumento capaz de mensurar

salubridade ambiental, que passará a ser ainda mais efetiva quando conteúdos atuais relativos

ao saneamento ambiental forem avaliados.

Continuando com os indicadores de segunda ordem em pauta, surge o questionamento

de até que ponto o tratamento de esgoto e resíduos sólidos implica diretamente em elevação

da salubridade ambiental local, sobretudo em pequenas escalas de análise. Assume-se aqui a

plena consciência da importância e dos inúmeros benefícios proporcionados pelo tratamento à

qualidade de vida e ao meio ambiente, o que se almeja discutir é se realmente realizá-lo é um

fator determinante para determinação da salubridade ambiental de uma pequena área, por

exemplo, setor censitário. Considerando a questão dos resíduos sólidos, a inexistência de

aterro sanitário para disposição final dos RSU pode pouco reduzir o nível salubridade

ambiental local, uma vez que para a higidez da população é mais primordial que seus resíduos

sejam coletados – afastados – de suas residências do que tratados. Ressalva-se que, caso o

local avaliado disponha os RSU inadequadamente em lixão, existirá a possibilidade do

deslocamento de vetores de doenças, por exemplo, ratos e moscas. Além disso, se por ventura

a região se encontrar à jusante do lixão haverá a possibilidade de contaminação dos recursos

hídricos por meio da percolação do chorume. Ao voltar a discussão para a questão do esgoto

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46

sanitário, assume-se que a inexistência de tratamento dos efluentes não influenciará na

salubridade ambiental local, uma vez que o tratamento sempre será feito a jusante da região

analisada e, quando não existir, os esgotos também serão lançados à jusante do local

analisado. Ciente disso, neste contexto é essencial que o esgoto doméstico seja somente

coletado das residências, ficando o tratamento em segundo plano para a efetiva aferição da

salubridade ambiental.

A discussão anterior demonstra mais uma falha na estruturação do ISA original, ou

seja, a não ponderação dos subindicadores. Conforme visto, deveria se atribuir maior peso à

coleta de esgoto e resíduos quando comparada ao tratamento desses. Tal afirmação está

respaldada nos documentos de autoria do Instituto Trata Brasil – ITB (2016), ITB (2017a) e

ITB (2017b) – os quais demonstram que a existência apenas da coleta de esgotos das

residências já provoca inúmeros benefícios à qualidade de vida da população. No atual

cenário do saneamento básico brasileiro, no qual somente 50,30% da população conta com o

serviço de coleta, torna-se necessário inicialmente priorizar esse serviço e, após sua

significativa abrangência, iniciar as instalações destinadas ao tratamento. Espera-se que em

um futuro próximo ambos os subindicadores possam, sim, assumir o mesmo peso.

Ao se avaliar as maneiras de atribuição da pontuação dos subindicadores e variáveis

também vêm à tona motivos para questionamentos. Analisando exclusivamente aqueles (Imh,

Imr, I2s, Irm e Ine) que são pontuados por meio da divisão de quartis, nota-se que esse critério

não é o ideal para tal, uma vez que pode atribuir nota 0,00 (zero) ou 100,00 (cem) para ótimas

ou péssimas situações, respectivamente. Para facilitar o entendimento, cita-se o exemplo da

variável Imh (Indicador relativo à mortalidade infantil de 0 a 4 anos ligada à doença de

veiculação hídrica). De acordo com o Manual Básico do ISA, deve-se ordenar o número de

casos diagnosticados em ordem crescente e conferir nota 100,00 (cem) para aqueles

enquadrados no 1º quartil e 0,00 (zero) para os enquadrados no 4º quartil. Supondo um

cenário em que existam inúmeras mortes de crianças pelo motivo citado e que o limite

superior calculado para o 1º quartil seja o valor 1.000 (mil) casos, atribuir-se-á nota 100,00

(cem) para regiões que possuem, por exemplo, 980 mortes confirmadas. A mortalidade em

pauta é absurda em qualquer contexto e conceder pontuação máxima para tal é inadmissível.

Como visto, o ISA é um indicador ambiental predominantemente urbano. A rara

aplicação do ISA em zonas rurais apresenta-se como importante lacuna observada, porque se

sabe da relevância das melhorias de saneamento no meio rural, tanto no Brasil, como no

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47

mundo. A Organização Nações Unidas (ONU) em seu Relatório dos Objetivos do Milênio

2015 destacou o desafio das melhorias de saneamento nas áreas rurais. Ainda hoje, no mundo,

apenas 51% da população rural dispõe de condições satisfatórias de saneamento e 25%

defecam a céu aberto (ONU, 2015a). Configura-se, portanto, necessária a proposição de ISA

que contemple as peculiaridades e auxilie os gestores na tomada de decisão e definição de

políticas públicas dessa áreas.

Por fim, a cada ano mais regiões vêm sendo avaliadas à luz do ISA, o que demonstra

que a utilização deste indicador vem se fortalecendo e difundindo, sobretudo na esfera

acadêmica, e timidamente pelas prefeituras municipais em seus planos de saneamento. Como

está intrínseco aos princípios de um indicador, o ISA é apto a fundamentar decisões dos

gestores públicos em suas deliberações e fornece diagnóstico eficaz do saneamento ambiental

da região em análise, sendo capaz de apontar potencialidades e fragilidades dos serviços que o

compõe. Além disso, consegue expressar a informação contida em seu valor final de maneira

simples e objetiva. No entanto, mais importante do que se avaliar apenas o valor final do ISA

é o entendimento e interpretação dos resultados particulares de cada um de seus indicadores

de primeira e segunda ordens, dos quais informações essenciais podem ser extraídas, fazendo

com que gestores foquem investimentos públicos visando melhorias na salubridade ambiental

de uma região. Neste contexto, destaca-se a necessidade de se divulgar o ISA no meio da

administração pública visando torná-lo um conhecido instrumento de planejamento ambiental.

5 MATERIAL E MÉTODOS

A primeira etapa para a criação do ISA/OP consistiu em delimitar qual a dimensão da

área do estudo e qual o período de abrangência dos dados para desempenhá-lo. Para isso,

tornou-se necessário responder as seguintes perguntas: O ISA/OP será calculado apenas para

a sede do município ou também para os distritos? Serão consideradas apenas as áreas urbanas

do município ou também as rurais? Serão coletados dados de quais anos? Baseado nas

referências bibliográficas consultadas e na disponibilidade de informações para cálculo dos

indicadores de primeira e segunda ordens, optou-se por coletar dados do período de 2010 a

2015 e trabalhar somente nas áreas urbanas dos doze distritos pertencentes ao município de

Ouro Preto juntamente com sua sede, totalizando 13 regiões estudadas.

A segunda etapa foi determinar como seria subdividida cada uma dessas regiões a

serem estudadas. A subdivisão por setores censitários, conforme realizada pelo IBGE, foi o

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48

critério escolhido (o conceito de setor censitário encontra-se no item 5.3). Tal definição

baseou-se nos estudos de Batista (2005), Azevedo (2006), Santos (2008), Levati (2009), PMV

(2010), Souza (2010), Santos (2012), Baggio (2013), Gama (2013) e Ambroso (2014) e

devido ao fato do IBGE disponibilizar em sua página eletrônica informações detalhadas por

setores censitários a respeito de alguns dos indicadores de primeira ordem (Iab, Ies, Irs, Ise e Idu)

bem como as bases cartográficas necessárias para confeccionar os mapas apresentados neste

estudo. O Quadro 14 apresenta os 131 setores censitários integrantes do município

ouropretano, a numeração utilizada para identificar os 99 setores censitários urbanos

estudados nesta pesquisa, a situação de cada setor (urbano ou rural) e seu respectivo código

identificação definido pelo IBGE.

Quadro 14 - Setores censitários avaliados

N°. Código setor (IBGE) Situação setor N°. Código setor (IBGE) Situação setor

Ouro Preto

1 314610705000001 Urbano 35 314610705000035 Urbano 2 314610705000002 Urbano 36 314610705000036 Urbano 3 314610705000003 Urbano 37 314610705000037 Urbano 4 314610705000004 Urbano 38 314610705000038 Urbano 5 314610705000005 Urbano 39 314610705000039 Urbano 6 314610705000006 Urbano 40 314610705000040 Urbano 7 314610705000007 Urbano 41 314610705000041 Urbano 8 314610705000008 Urbano 42 314610705000042 Urbano 9 314610705000009 Urbano 43 314610705000043 Urbano 10 314610705000010 Urbano 44 314610705000044 Urbano 11 314610705000011 Urbano 45 314610705000045 Urbano 12 314610705000012 Urbano - 314610705000046 Rural

13 314610705000013 Urbano - 314610705000047 Rural 14 314610705000014 Urbano - 314610705000048 Rural 15 314610705000015 Urbano - 314610705000049 Rural 16 314610705000016 Urbano - 314610705000050 Rural 17 314610705000017 Urbano 46 314610705000051 Urbano 18 314610705000018 Urbano 47 314610705000052 Urbano 19 314610705000019 Urbano 48 314610705000053 Urbano 20 314610705000020 Urbano 49 314610705000054 Urbano 21 314610705000021 Urbano 50 314610705000055 Urbano 22 314610705000022 Urbano 51 314610705000056 Urbano 23 314610705000023 Urbano 52 314610705000057 Urbano 24 314610705000024 Urbano 53 314610705000058 Urbano 25 314610705000025 Urbano 54 314610705000059 Urbano 26 314610705000026 Urbano 55 314610705000060 Urbano 27 314610705000027 Urbano 56 314610705000061 Urbano 28 314610705000028 Urbano 57 314610705000062 Urbano 29 314610705000029 Urbano 58 314610705000063 Urbano 30 314610705000030 Urbano 59 314610705000064 Urbano 31 314610705000031 Urbano 60 314610705000065 Urbano 32 314610705000032 Urbano 61 314610705000066 Urbano 33 314610705000033 Urbano 62 314610705000067 Urbano 34 314610705000034 Urbano 63 314610705000068 Urbano

Amarantina

64 314610710000001 Urbano - 314610710000005 Rural

65 314610710000002 Urbano 66 314610710000006 Urbano

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N°. Código setor (IBGE) Situação setor N°. Código setor (IBGE) Situação setor

- 314610710000003 Rural 67 314610710000007 Urbano - 314610710000004 Rural

Antônio Pereira

68 314610715000001 Urbano - 314610715000005 Rural

69 314610715000002 Urbano 72 314610715000006 Urbano 70 314610715000003 Urbano 73 314610715000007 Urbano 71 314610715000004 Urbano 74 314610715000008 Urbano

Cachoeira do Campo

75 314610720000001 Urbano - 314610720000009 Rural 76 314610720000002 Urbano - 314610720000010 Rural 77 314610720000003 Urbano - 314610720000011 Rural 78 314610720000004 Urbano 83 314610720000012 Urbano 79 314610720000005 Urbano 84 314610720000013 Urbano 80 314610720000006 Urbano 85 314610720000014 Urbano 81 314610720000007 Urbano 86 314610720000015 Urbano 82 314610720000008 Urbano

Engenheiro Correia

87 314610725000001 Urbano - 314610725000002 Rural

Glaura

88 314610730000001 Urbano - 314610730000004 Rural - 314610730000002 Rural - 314610730000005 Rural - 314610730000003 Rural

Lavras Novas

89 314610734000001 Urbano - 314610734000003 Rural

- 314610734000002 Rural 90 314610734000004 Urbano

Miguel Burnier

91 314610735000001 Urbano - 314610735000003 Rural

- 314610735000002 Rural

Rodrigo Silva

92 314610740000001 Urbano 314610740000002 Rural

Santa Rita de Ouro Preto

93 314610745000001 Urbano - 314610745000005 Rural

94 314610745000002 Urbano - 314610745000006 Rural

- 314610745000003 Rural - 314610745000007 Rural

- 314610745000004 Rural

Santo Antônio do Leite

95 314610750000001 Urbano - 314610750000003 Rural

96 314610750000002 Urbano 97 314610750000004 Urbano

Santo Antônio do Salto

98 314610752000001 Urbano - Sem código Rural

- 314610752000002 Rural

São Bartolomeu

99 314610755000001 Urbano - 314610755000003 Rural

- 314610755000002 Rural Fonte: Autor

Desta forma, o valor geral do ISA/OP para todas as áreas urbanas do município foi

calculado baseado nas médias de cada indicador de primeira ordem, isto é, determinou-se a

média aritmética de cada um deles considerando os 99 setores censitários avaliados. De posse

do valor da média, bastou aplicar a fórmula criada para calcular o ISA/OP e, então, chegou-se

em seu valor final. Ou, de outra maneira, bastou realizar a média aritmética dos ISAs dos 99

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50

setores censitários estudados, cujo valor encontrado também se refere ao valor geral do

ISA/OP.

Para os distritos o valor final foi o resultado da média aritmética dos valores do

ISA/OP de cada um dos setores censitários que o integram. Ou, de maneira análoga, os

valores das médias de cada indicador de primeira ordem naquele distrito aplicados à fórmula

de cálculo do ISA/OP.

Figura 4 - Metodologia para cálculo do ISA/OP

Fonte: Autor.

Em continuidade, a terceira etapa consistiu na estruturação da fórmula do ISA/OP,

nesta fase a pergunta a ser respondida foi: Quais serão os indicadores de primeira e segunda

ordem integrantes do ISA/OP e quais serão seus respectivos pesos? A resposta para essa

pergunta veio da aplicação do Método Delphi, relevante maneira de obter uma resposta

significativa consultando um grupo de especialistas, que será discutida posteriormente no item

5.1.

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51

Seguindo adiante, a quarta etapa foi marcada pela busca das instituições responsáveis

por fornecer os dados e valores necessários aos cálculos de cada indicador integrantes do

ISA/OP. Essas informações encontram-se detalhadas nos itens 5.2 e 7.2 desta pesquisa.

Uma vez determinado que a aplicação seria nas áreas urbanas das 13 regiões (12

distritos mais a sede municipal) do município subdivididas em setores censitários, escolhidos

e ponderados os indicadores e subindicadores constituintes do ISA/OP e inteirado das

instituições fornecedoras de dados para os cálculos necessários, a quinta e última etapa

consistiu em realizar, de fato, os cálculos para se determinar finalmente o valor do ISA/OP e

entender o nível de salubridade ambiental do município e de cada região estudada. Para isso,

utilizou-se o software Microsoft Excel para as montagens das planilhas e fórmulas necessárias

aos cálculos.

Os materiais e métodos utilizados na criação do ISA/OP encontram-se

minuciosamente detalhados nos tópicos seguintes deste estudo.

5.1 Formulação do ISA/OP baseado no método Delphi

A estruturação do ISA/OP foi realizada por meio do método Delphi. Esta técnica

baseia-se na consulta de um grupo de especialistas com intuito de obter informações a

respeito de um determinado assunto. A consulta é realizada por meio de um questionário que

é repassado ao grupo de especialistas repetidas vezes até que se alcance um nível de consenso,

representando uma opinião consolidada dos participantes sobre o tema em questão. Ao aplicar

o Delphi presumiu-se que o julgamento coletivo fosse mais eficiente que a opinião de apenas

um indivíduo para chegar à fórmula final do ISA/OP. Esta metodologia possui como

principais atributos o anonimato dos integrantes, um tratamento estatístico dos resultados

obtidos e o retorno desses aos participantes como forma de reavaliar suas opiniões para as

rodadas seguintes (WRIGHT; GIOVINAZZO, 2000). Não existe na literatura uma referência

apresentando o número exato, ou mínimo, de rodadas a ser realizada, tampouco o número

exato, ou mínimo, de especialistas a participar de um método Delphi. Tais números variam

em cada estudo, cabendo ao autor de cada um determiná-los.

O grupo de especialistas foi formado com 40 membros, sendo os nomes sugeridos pelo

autor do presente trabalho em parceria com orientador e coorientador. Os critérios que

nortearam a inclusão dos integrantes ao grupo foram: (i) o conhecimento/formação/atuação na

área de salubridade ambiental urbana e (ii) conhecimento da realidade ouropretana. As

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52

especialidades de cada integrante estão apresentadas no Quadro 15. Todos os 40 especialistas

receberam um e-mail solicitando a participação/colaboração com esta pesquisa. O método

Delphi consistiu na realização de duas rodadas visando obter consenso entre os integrantes do

grupo e apresentar as divergências – com sigilo pessoal – de opiniões existentes, sendo que na

primeira 28 especialistas responderam às perguntas e na segunda foram obtidas 22 respostas.

A Tabela 3 apresenta as especificidades da aplicação do Delphi, explicitando datas e

percentual de respostas em cada rodada.

Quadro 15 - Especialidades de cada integrante do grupo de especialistas

Especialidades de cada integrante do grupo de especialistas

Nº Especialidade Nº Especialidade

1

Graduação em Engenharia Ambiental; mestrado

em Saneamento; analista de meio ambiente da

Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig)

2

Graduação em Direito e em Engenharia Civil;

Especialização em Direito Ambiental e em

Gestão e Manejo Ambiental em Sistemas

Agrícolas; mestrado e doutorado em Saneamento,

Meio Ambiente e Recursos Hídricos; Pós-

Doutorado em Direito Público pela Università

degli Studi di Messina - Itália. Perito Ambiental

no Ministério Público do Estado de Minas Gerais

e docente universitário.

3

Graduação em Direito; especialização em Direito

Ambiental; mestrado a concluir em

Sustentabilidade Econômica e Ambiental;

servidor da Fundação Estadual do Meio

Ambiente (FEAM); docente universitário

4

Graduação em Engenharia Civil; mestrado em

Engenharia Hidráulica e Saneamento; doutorado

em Engenharia Hidráulica e Saneamento; possui

pós-doutorado; docente universitário

5

Graduação em Engenharia Civil; mestrado em

Saneamento, Meio Ambiente e Recursos

Hídricos; doutorado em Engenharia Agrícola;

docente universitário

6

Graduação em Engenheira Sanitária e Ambiental;

mestredo em Saneamento, Meio Ambiente e

Recursos Hídricos; doutorado a concluir em

Engenharia Mecânica; docente universitário

7

Graduação em Engenharia Ambiental; mestrado

em Engenharia Hidráulica e Saneamento;

doutorado em Engenharia Civil; docente

universitário

8

Graduação em Medicina; especialização em

residência médica; ex secretário de saúde do

município de Ouro Preto

9

Graduação em farmácia; mestrado em

Bioquímica e Imunologia; doutorado em

Química; docente universitário

10

Graduação em Engenharia Civil, mestrado em

Hidráulica e Saneamento, doutorado em

Engenharia Civil - Recursos Hídricos; pós-

doutorado em Saneamento; docente universitário

11

Graduação em Administração; funcionário do

Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Mariana

(SAAE)

12 Secretário de Meio Ambiente de Ouro Preto

13

Graduação em Engenharia Civil; mestrado em

Saneamento, Meio Ambiente e Recursos

Hídricos; doutorado em Saneamento, Meio

Ambiente e Recursos Hídricos; docente

universitário

14

Graduação em Ciências Biológicas;

especialização em Gestão Ambiental e Manejo

Florestal; mestrado em Botânica; mestrado em

andamento em Sustentabilidade e Tecnologia

Ambiental; docente universitário

15

Graduação em Engenharia Ambiental; mestrado

em Engenharia Ambiental; especialista em

Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas

(ANA)

16

Graduação em Licenciatura plena em Ciências;

graduação em Administração de Empresas;

mestrado em Engenharia Ambiental; docente em

aposentadoria

17 Graduado em Direito; funcionário do Serviço

Autônomo de Água e Esgoto de Mariana (SAAE) 18

Graduação em Engenharia Civil; mestrado em

Engenharia Hidráulica e Saneamento; docente

universitário em aposentadoria

19 Graduação em Engenharia Civil; especialização 20 Graduação em Engenharia Civil; mestrado em

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53

Especialidades de cada integrante do grupo de especialistas

Nº Especialidade Nº Especialidade

em Engenharia Sanitária; mestrado em

Saneamento, Meio Ambiente e Recursos

Hídricos; doutorado em Ciência Animal; pós-

doutorado; docente universitário

Engenharia Ambiental; funcionário do SEMAE

de Ouro Preto

21

Graduação em Engenharia Metalúrgica;

especialização em Engenharia Sanitária e

Ambiental; mestrado em Engenharia Metalúrgica

e de Minas; doutorado em Engenharia

Metalúrgica e de Minas; docente em instituto

federal

22

Graduação em Engenharia Civil; graduação em

Administração de Empresas; graduação em

Direito; especialização em Engenharia

Ambiental; mestrado em Saúde Pública;

doutorado em Saúde Pública; possui pós-

doutorado; docente universitário

23

Graduação em Engenharia Civil; mestrado em

Engenharia Sanitária; doutorado em Engenharia

Hidráulica e Saneamento; possui pós-doutorado;

docente universitário

24

Graduação em Engenharia Ambiental; mestrado

em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos

Hídricos; doutorado a concluir em Engenharia

Mecânica; docente universitário

25

Graduação em Engenharia Civil; mestrado em

Saneamento, Meio Ambiente e Recursos

Hídricos; doutorado em Engenharia Hidráulica e

Saneamento; docente universitário

26

Graduação em Medicina; especialização em

Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde;

mestrado em Medicina Veterinária; doutorado em

Saúde Coletiva; atua na Superintendência de

Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de

Saúde de Ouro Preto; docente universitário

27

Graduação em Zootecnia; mestrado em

Engenharia Ambiental; doutorado em

Geoquímica Ambiental; doutorado em Evolução

Crustal e Recursos Naturais; docente

universitário

28

Graduação em Engenharia Civil; especialização

em Administração Pública; especialização em

Engenharia Sanitária; mestrado em Hidráulica e

Saneamento; possui doutorado; docente

universitário

29

Graduação em Engenharia Agronômica;

especialização em Engenharia Sanitária e

Ambiental; mestrado em Saneamento, Meio

Ambiente e Recursos Hídricos; Doutorado em

Evolução Crustal e Recursos Naturais; docente

em instituto federal

30

Graduação em Engenharia Agronômica;

mestrado em Ecologia e Manejo de Recursos

Naturais; doutorado a concluir em Engenharia

Mecânica; docente universitário

31

Graduação em Engenharia Ambiental;

especialização em Perícia e Auditoria Ambiental;

membro do Conselho Municipal de Saneamento

de Ouro Preto (Comusa)

32

Graduação em Bacharelado e Licenciatura em

Química; mestrado em Engenharia Hidráulica e

Saneamento; doutorado em Engenharia Química;

possui pós-doutorado; docente universitário

33

Graduação em Engenharia Civil; mestrado em

Saneamento, Meio Ambiente e Recursos

Hídricos; Doutorado em Demografia; possui pós-

doutorado; docente universitária

34

Graduação em Engenharia Ambiental;

especialização em Engenharia de Segurança no

Trabalho; mestrado em Geotecnia; atuou no

SEMAE de Ouro Preto

35

Graduação em Engenharia Ambiental; mestrado

em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos

Hídricos; Doutorado em Saneamento, Meio

Ambiente e Recursos Hídricos; possui pós-

doutorado; docente universitário

36

Graduação em Farmácia Industrial; mestrado em

Ciências Farmacêuticas; Doutorado em Ciências

Farmacêuticas; possui pós-doutorado; docente

universitário

37

Graduação em Engenharia Civil; especialização

em Engenharia Sanitária; mestrado em

Engenharia Sanitária; Doutorado em Engenharia

Ambiental; pós-doutorado; docente universitário

38

Graduação em Engenharia Ambiental;

especialização em Engenharia de Segurança do

Trabalho; mestrado em Solos e Nutrição de

Plantas; docente universitário

39

Graduação em Engenharia Química;

especialização em Tratamento Águas Residuárias

Industriais; mestrado em Engenharia Hidráulica e

Saneamento; doutorado em Engenharia

Hidráulica e Saneamento; possui pós-doutorado;

docente universitário

40

Graduação em Ciências Biológicas; mestrado em

Patologia; Doutorado em Patologia; docente

universitário

Fonte: Autor

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54

Tabela 3 - Especificidades da aplicação do método Delphi

Rodada Período Quantidade de especialistas

que receberam o e-mail

Quantidade de

respostas recebidas

Percentual de

retorno

1ª 16/08/2016 a 15/09/2016 40 28 70,0%

2ª 13/02/2017 a 21/03/2017 28 22 78,6%

Fonte: Autor

Em continuidade, o objetivo da aplicação do método Delphi foi estruturar uma

fórmula de ISA que correspondesse à realidade ouropretana, o ISA/OP, sendo que os

especialistas selecionados pudessem sugerir durante os questionamentos novos indicadores e

subindicadores que fossem relevantes para a determinação da salubridade ambiental do local

de estudo, princípio estabelecido no manual de criação do ISA pelo Conesan.

d - na identificação de outros aspectos relacionados à salubridade ambiental,

de caráter extensivo ou localizado, mas importantes e peculiares a uma

região; [...] por sua relevância, porém, sempre deverão estar associados ao(s)

respectivo(s) ISA(s) para melhor caracterizar(em) o estágio de salubridade

ambiental local e/ou regional e orientar(em) as prioridades de investimentos

(CONESAN, 1999, p. 9).

Por fim, arbitrou-se que somente seriam considerados na fórmula final do ISA/OP

aqueles novos indicadores e subindicadores que fossem selecionados por mais de 50,0% dos

especialistas respondentes do método Delphi. Considerou-se que um percentual de escolha

abaixo desse valor não seria significativo para a determinação da salubridade ambiental local.

5.1.1 A primeira rodada do método Delphi

A primeira rodada do método Delphi ocorreu entre os dias 16 de agosto e 15 de

setembro do ano 2016. Nela, os 40 integrantes do grupo de especialistas receberam um e-mail

contendo uma breve apresentação da pesquisa e anexo um arquivo excel formato .xlxs, no

qual o participante poderia expressar suas respostas. Dos 40 especialistas participantes, 28

responderam aos questionamentos, representando um percentual de retorno de 70,0%.

Salienta-se que o e-mail foi enviado duas vezes ao grupo, buscando obter o máximo de

respostas possível.

O arquivo anexo era composto por quatro etapas e continha campos em branco

destinados às escolhas dos indicadores que comporiam o ISA/OP bem como à atribuição de

seus respectivos pesos, havendo ainda campos no quais o especialista poderia sugerir a

inclusão de novos indicadores e subindicadores e anotar considerações. O Quadro 16

apresenta detalhadamente o que englobava cada uma das quatro etapas.

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55

Quadro 16 - Resumo do conteúdo abordado em cada etapa da primeira rodada do método Delphi

Características das etapas constituintes da primeira rodada do método Delphi

Eta

pa

Contextualização

Breve apresentação do ISA, explicitando seu objetivo e como varia seu valor.

Eta

pa

Escolha e ponderação dos indicadores de primeira ordem para compor o ISA/OP

Apresentou-se os indicadores de primeira ordem mais comumente utilizados em ISAs aplicados em áreas

urbanas no Brasil, sendo eles: Iab, Ies, Irs, Icv, Irh, Ise e Idu. Sendo assim, o especialista tinha a opção de

escolhê-lo, ou não, para compor o ISA/OP. Caso optasse por sim, bastava atribuir um peso (%) ao

indicador. Do contrário, bastava deixar o campo em branco ou atribuir peso zero (0%) ao mesmo. Havia

ainda um campo destinado à sugestão de novos indicadores de primeira ordem. Enfatizou-se, por fim, que

a soma dos pesos de todos os indicadores de primeira ordem obrigatoriamente deveria ser igual a 100%.

Eta

pa

Escolha e ponderação dos indicadores de segunda ordem (subindicadores)

Uma vez escolhidos os indicadores primeira ordem, restava agora eleger e ponderar seus respectivos

subindicadores. Assim, o participante tinha a opção de escolher ou não cada subindicador do indicador de

primeira ordem selecionado na etapa anterior. De mesma forma, para elegê-lo bastava atribuir um peso

(%) e para ignorá-lo somente deixar o campo em branco ou atribuir peso zero (0%). Também havia um

campo destinado à sugestão de novos subindicadores. Por fim, salientou-se que era obrigatório que a

soma dos pesos de todos os subindicadores fosse igual a 100%.

Eta

pa

Finalização

Agradecimento ao especialista e orientação de como enviar suas respostas ao autor desta pesquisa.

Fonte: Autor

Portanto, as metas da aplicação da primeira rodada do método Delphi foram:

i. Escolher, dentre os indicadores de primeira ordem (Iab, Ies, Irs, Icv, Irh, Ise e Idu)

mais utilizados em estudos de ISAs para áreas urbanas, quais os que

comporiam o ISA/OP, bem como ponderá-los;

ii. Ponderar os indicadores de segunda ordem contidos em cada indicador de

primeira ordem escolhido no item i;

iii. Verificar a necessidade de inclusão de novos indicadores de primeira e segunda

ordem para compor o ISA/OP, dando ao especialista a opção de sugeri-los.

5.1.2 A segunda rodada do método Delphi

A segunda rodada do método Delphi ocorreu entre os dias 13 de fevereiro e 21 de

março do ano 2017. Nela, os 28 integrantes do grupo de especialistas que responderam aos

questionamentos da primeira rodada receberam um e-mail contendo uma breve informação a

respeito do objetivo esperado com a realização da segunda rodada, um lembrete do objetivo

geral deste estudo e um arquivo excel anexo formato .xlxs, no qual o participante poderia

expressar suas respostas. Dos 28 especialistas participantes, 22 retornaram as respostas,

Page 73: Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós ...‡ÃO... · dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas. Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi

56

representando um percentual de retorno de 78,6%. Salienta-se que nesta etapa o e-mail foi

enviado três vezes aos especialistas, buscando obter o máximo de respostas possível.

O objetivo principal desta etapa era fazer com que cada especialista repensasse sua

resposta perante análise da compilação das respostas obtidas com a rodada anterior. Para isso,

o arquivo anexo foi dividido em seis etapas, contendo estatísticas da escolha de cada

indicador de primeira ordem, pesos médios, medianas e as sugestões de indicadores e

subindicadores obtidos com a primeira rodada. O Quadro 17 apresenta detalhadamente o que

englobava cada uma das seis etapas.

Quadro 17 - Resumo do conteúdo abordado em cada etapa da segunda rodada do método Delphi

Características das etapas constituintes da segunda rodada do método Delphi

Eta

pa

Dados de cada indicador de primeira ordem

Apresentação estatística com dados compilados a respeito da utilização de cada indicador de primeira

ordem (Iab, Ies, Irs, Icv, Irh, Ise e Idu), contendo: frequência de utilização, pesos máximo e mínimo atribuídos,

peso médio, mediana e diagrama boxplot englobando valores outliers.

Eta

pa

Análise da resposta individual perante a média do grupo de especialistas

O participante deveria analisar como se comportou sua resposta da primeira rodada diante do que foi

respondido pelo grupo.

Eta

pa

Apresentação dos indicadores de primeira ordem sugeridos

Informou-se ao participante quais foram os indicadores de primeira ordem sugeridos pelos especialistas

durante a primeira rodada.

Eta

pa

Reestruturação do ISA/OP sugerido

O especialista poderia alterar os pesos atribuídos durante a primeira rodada aos indicadores de primeira

ordem bem como incluir aqueles que foram sugeridos.

Eta

pa

Modificação dos pesos e inclusão de novos indicadores de segunda ordem (subindicadores)

Informou-se ao especialista quais foram os subindicadores sugeridos na primeira rodada para integrar

cada indicador de primeira ordem. Ciente dos novos subindicadores disponíveis, o especialista possuía a

opção de reponderar aqueles escolhidos na primeira rodada bem como de incluir aqueles subindicadores

que foram sugeridos.

Eta

pa

Finalização

Agradecimento ao especialista e orientação de como enviar suas respostas ao autor desta pesquisa.

Fonte: Autor

Sendo assim, as metas da aplicação da segunda rodada do método Delphi foram:

i. Apresentar estatisticamente os resultados obtidos com a aplicação da primeira

rodada do Método;

ii. Fazer com que o participante repensasse sua resposta perante análise do que foi

respondido pelo grupo de especialistas;

iii. Alterar, ou não, a resposta dada na primeira rodada, estando o integrante ciente

do que foi respondido pelo grupo de especialistas. A possível alteração se daria

Page 74: Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós ...‡ÃO... · dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas. Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi

57

por meio da inclusão/exclusão de indicadores e subindicadores e

modificação/manutenção dos pesos dos mesmos.

5.2 Fontes de dados para cálculo dos indicadores de 1ª e 2ª ordens

A seguir, no Quadro 18, estão apresentadas as fontes de dados consultadas e

responsáveis pelo fornecimento dos dados necessários ao cálculo dos indicadores de 1ª e 2ª

ordens componentes do ISA/OP. Antecipadamente, salienta-se que as fórmulas para o

desenvolvimento do cálculo bem como as variáveis integrantes de cada indicador encontram-

se expostas Quadro 24 do item 7.2 deste estudo. Ressalta-se que nos tópicos a seguir existem

referências ao aplicativo Mapas Interativos disponibilizado na página eletrônica do Censo

IBGE 2010 e às tabelas que abastecem esse aplicativo, também disponibilizadas pelo

Instituto. As explicações referentes ao aplicativo e às tabelas encontram-se, respectivamente,

nos itens 5.3.1 e 5.3.2 deste estudo.

Quadro 18 - Fontes de dados para realização dos cálculos

Indicadores, subindicadores e variáveis (fontes de dados)

I ab

Ica Dua (Mapas Interativos Censo IBGE 2010)

Dut (Mapas Interativos Censo IBGE 2010)

I es

Ice Due (Mapas Interativos Censo IBGE 2010)

Dut (Mapas Interativos Censo IBGE 2010)

Iqa

K (Semae)

Naa (Semae)

Nar (Semae)

Ite

Vt (PMSB-OP)

Vc (Tabelas Censo IBGE 2010 e Conesan,

1999)

Ise

Ct (PMSB-OP)

Vc (Tabelas Censo IBGE 2010 e Conesan,

1999)

t (PMSB-OP) Isa

Cp (PMSB-OP e Semae)

Vp (PMSB-OP)

K1 (PMSB-OP)

K2 (PMSB-OP)

t (PMSB-OP) I cv Ivd (Secretaria de Saúde)

Ive (Secretaria de Saúde)

Ivl (Secretaria de Saúde)

I rs

Icr Duc (Mapas Interativos Censo IBGE 2010)

Dut (Mapas Interativos Censo IBGE 2010)

I rh

Iqb (Semae)

Idm

Disp (Atlas Digital das Águas de Minas e

Shapefile DEAMB/UFOP)

Dem (PMSB-OP) Iqr IQR Cetesb (Vide item 7.2.3.2)

Isr

Ca (PMSB-OP)

t (PMSB-OP)

Vl (Tabelas Censo IBGE 2010, PMSB-OP e

FEAM, 2010)

Ifi Naa (Vide item 7.2.5)

Nar (Vide item 7.2.5)

I du

Iai (PMSB-OP, Gonçalves et al. (2014),

Shapefile DEAMB/UFOP e Defesa Civil)

I se

Isp Imh (Secretaria de Saúde)

Imr (Secretaria de Saúde) Irp

Dup (Tabelas Censo IBGE 2010) Dut (Tabelas Censo IBGE 2010)

Irf I2s (Tabelas Censo IBGE 2010)

Irm (Tabelas Censo IBGE 2010) Iav

Duarb (Tabelas Censo IBGE 2010)

Dut (Tabelas Censo IBGE 2010)

Ied Ine (Tabelas Censo IBGE 2010)

Ie1 (Observatório do PNE)

Fonte: Autor.

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58

5.3 O Censo IBGE 2010

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou no ano de 2010 o XII

Censo Demográfico do Brasil, obtendo e disponibilizando informações quantitativas e

qualitativas referentes à população brasileira. O Censo Demográfico é a mais complexa

operação estatística realizada em um país, no qual são investigadas as características de toda a

população e dos domicílios do território nacional (IBGE, 2011). Trata-se de um amplo

diagnóstico a respeito das características socioeconômicas da população brasileira no ano de

2010. De forma compreensível, seu objetivo foi responder as seguintes questões: Quantos

somos? Como somos? Onde vivemos? Como vivemos?

Para tal, avaliou-se como a população brasileira está distribuída em nosso território,

caracterizando-a conforme idade, sexo, local de moradia, migração, fecundidade, mortalidade,

nível de escolaridade, rendimento financeiro, dentre outros, possibilitando realizar inferências

a respeito das transformações demográficas no Brasil. Além disso, analisou-se também a

composição familiar dos domicílios e suas características, como acesso à água tratada, à

coleta de esgotos e à coleta de resíduos sólidos.

Os resultados do Censo IBGE 2010 fornecem um retrato que potencializa uma eficaz

avaliação da situação demográfica brasileira. O conhecimento dos aspectos e atributos da

população nacional é a base de informações para a implementação de políticas públicas,

fornece informações socioeconômicas de uma maneira espacial e contribui para um

planejamento territorial focado no uso sustentável dos recursos naturais.

A base territorial utilizada no Censo IBGE 2010 foi única, na qual o Brasil foi

mapeado e dividido em setores censitários. De acordo com IBGE (2011):

O setor censitário é a menor unidade territorial, formada por área contínua,

integralmente contida em área urbana ou rural, com dimensão adequada à

operação de pesquisas e cujo conjunto esgota a totalidade do Território

Nacional, o que permite assegurar a plena cobertura do País (IBGE, 2011,

p.4).

Uma página eletrônica (www.censo2010.ibge.gov.br) foi criada pelo IBGE com o

intuito de divulgar os resultados do Censo Demográfico 2010, Figura 5. Em sua aba de

“Resultados” é possível encontrar alguns aplicativos que apresentam de forma didática os

resultados oriundos de todo o levantamento estatístico realizado. Para a elaboração deste

estudo extraiu-se dados disponibilizados no aplicativo denominado Mapas Interativos.

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59

Figura 5 - Página eletrônica Censo IBGE 2010

Fonte: www.censo2010.ibge.gov.br (Acesso 19/04/2016, às 20h20)

5.3.1 O aplicativo Mapas Interativos

Durante todo o mês de abril de 2016 utilizou-se como importante fonte de dados para

a elaboração desta pesquisa o aplicativo do IBGE Mapas Interativos, Figura 6. Este aparato é

disponibilizado pelo IBGE e constitui uma ferramenta de apresentação de resultados do Censo

Demográfico 2010 permitindo ao usuário executar tarefas de Sistemas de Informações

Geográficas (SIG), como buffer, medição de distâncias, criação de mapas temáticos, seleção

de feições, dentre outras. Para acessá-lo é necessário clicar na aba resultados da página

eletrônica do Censo (www.censo2010.ibge.gov.br) e logo após clicar no item Mapas

Interativos disponível no menu localizado na extremidade inferior esquerda da página, ou

então acessar diretamente o seguinte endereço: http://mapasinterativos.ibge.gov.br/censo2010.

Figura 6 - Interface do aplicativo mapas interativos

Fonte: www.mapasinterativos.ibge.gov.br/censo2010 (Acesso 19/04/2016, às 17h20)

Page 77: Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós ...‡ÃO... · dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas. Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi

60

O aplicativo Mapas Interativos possui quatro ferramentas: Mapa Temático,

Funcionalidades, Análise e Utilidades. Dentre elas, a principal utilizada para gerar dados para

este estudo foi a Mapa Temático. Para tal, escolheu-se esta ferramenta, preencheu-se o campo

Área Geográfica com a opção Setor e após isso se selecionou o estado de Minas Gerais e o

município de Ouro Preto. Em continuidade a ferramenta apresenta uma série de variáveis,

bastando optar pela a que se deseja obter informações.

O Quadro 19 apresenta as variáveis cujos valores foram obtidos por meio da utilização

da função Mapa Temático pertencente ao aplicativo Mapas Interativos.

Quadro 19 - Variáveis cujos valores foram fornecidos pela ferramenta Mapa Temático

1ª Ordem 2ª Ordem Variáveis

Abastecimento de água (Iab) Cobertura de abastecimento (Ica) Domicílios atendidos (Dua)

Domicílios urbanos totais (Dut)

Esgotamento sanitário (Ies) Cobertura em coleta de esgotos (Ice) Domicílios atendidos (Due)

Domicílios urbanos totais (Dut)

Resíduos sólidos (Irs) Cobertura em coleta de resíduos

sólidos (Icr)

Domicílios atendidos (Duc)

Domicílios urbanos totais (Dut) Fonte: Autor.

Os valores de cada variável (terceira coluna do Quadro 19) estão disponibilizados na

ferramenta por setor censitário, ou seja, para cada setor censitário pertencente à região que se

analisava era possível obter dados a respeito da quantidade total de residências que o

compunha e quantas delas eram abastecidas por rede de água, possuíam redes de coleta de

esgotos e contavam com o serviço de coleta de resíduos sólidos. Relembra-se, aqui, que os

valores fornecidos pelo aplicativo fazem referência ao ano de 2010.

A Figura 7 apresenta a ferramenta Mapa Temático em utilização. Nela, o município de

Ouro Preto encontra-se em destaque contendo três gráficos relativos a um setor censitário

ouropretano qualquer. O primeiro refere-se ao abastecimento de água, informando através das

barras quantas residências deste setor são abastecidas por rede de água, por poço ou nascente,

água de chuva e outra forma de abastecimento, respectivamente. O segundo gráfico informa a

destinação do esgotamento sanitário do setor analisado, sendo a primeira barra relativa à rede

de esgotos, a segunda à fossa séptica, a terceira à fossa rudimentar, a quarta ao lançamento em

rio ou lago e a quinta a outra forma. Por sua vez, o terceiro gráfico refere-se aos resíduos

sólidos, no qual as barras comunicam a quantidade de residências que possuem coleta de lixo

por serviço público, por caçamba de limpeza e quantas delas queimam os resíduos,

respectivamente.

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61

Figura 7 - Interface da ferramenta Mapa Temático

Fonte: www.mapasinterativos.ibge.gov.br/censo2010 (Acesso 20/04/2016, às 09h20)

Na impossibilidade de acesso ao aplicativo Mapas Interativos, uma vez que esse

apresentou inatividade durante um período de tempo, a alternativa encontrada para a obtenção

dos dados necessários para determinar as variáveis dos indicadores do ISA/OP foi a aquisição

das tabelas que o alimentam. Frisa-se, aqui, que os dados das tabelas são os mesmos contidos

no aplicativo. A explicação de como foi realizada a aquisição das tabelas encontra-se no item

5.3.2.

5.3.2 As tabelas que abastecem os aplicativos de resultados do Censo IBGE 2010

O site do Censo Demográfico IBGE 2010 (www.censo2010.ibge.gov.br) contém uma

série de aplicativos que apresentam os resultados obtidos com o Estudo de uma forma clara,

didática e interativa. No entanto, como se trata de uma página eletrônica, não é possível

acessá-la e, então, desfrutar de seus dados e benefícios, quando não há uma conexão

disponível com a internet. Ciente disso, o IBGE disponibilizou para download um conjunto

de tabelas em formato .xls – que podem ser abertas pelo software Microsoft Excel – contendo

todos os dados obtidos com a aplicação do Censo, permitindo ao usuário o acesso às

informações quando não se está conectado à internet ou quando os serviços da página

supracitada estão inoperantes.

As planilhas citadas podem ser adquiridas acessando o seguinte endereço:

ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Sinopse/Agregados_por_Setores_Cen

sitarios/ ou, então, seguindo os seguintes passos:

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62

i. Acessar a seguinte página eletrônica: www.censo2010.ibge.gov.br e selecionar a aba

‘Resultados’;

ii. Na aba ‘Resultados’ selecionar ‘Sinopse por Setores’ e será aberta uma página de um

aplicativo. Nele, no campo ‘Nível Geográfico’ selecionar ‘Setor’, logo depois

preencher os campos relativos a estado e município com ‘MG’ e ‘Ouro Preto’,

respectivamente. No campo ‘Selecione o Índice’ opte por eleger ‘Sinopse do Censo

2010’ como banco de dados e logo depois selecione qualquer uma das variáveis que

serão apresentadas. O mapa do município de Ouro Preto com todos os seus setores

censitários será aberto;

iii. No mapa citado basta selecionar qualquer um dos setores censitários pertencentes ao

município. Feito isso, uma janela será aberta e deve-se selecionar a aba ‘Dados

adicionais’. Nesta aba, acessar o link ‘Download de dados da Sinopse por setor’ e uma

nova página será aberta;

iv. Nesta página acessar a aba ‘Agregado por Setores Censitários’ e uma nova página será

exibida contendo uma lista de arquivos .zip referentes a cada estado brasileiro. Por

fim, basta realizar o download do arquivo:

Base_informacoes_setores2010_sinopse_MG.zip.

Dentro do arquivo que se fez o download encontram-se duas pastas, uma intitulada

‘Documentação’ e outra nomeada como ‘MG’. Na pasta Documentação existem planilhas

referentes a cada estado brasileiro com informações a respeito de seus setores censitários e,

ainda, uma apostila em formato .pdf e .doc com o título ‘BASE DE INFORMAÇÕES POR

SETOR CENSITÁRIO Censo 2010 – Universo’ que possui um caráter de tutorial

esclarecendo as definições utilizadas no Censo Demográfico 2010, bem como a explicação do

significado de cada uma das colunas existentes nas planilhas. A pasta denominada ‘MG’

contém um conjunto de planilhas referentes a todos os dados obtidos com a aplicação do

Censo especificamente para o estado de Minas Gerais. Para a realização desta pesquisa

extraiu-se dados das seguintes planilhas: (i) Domicilio01_MG; (ii) DomicílioRenda_MG; (iii)

Entorno01_MG; (iv) Pessoa01_MG. Delas foram extraídas informações de todos os setores

censitários do município de Ouro Preto, especificamente para cálculo de alguns indicadores

de segunda ordem pertencentes ao Iab, Ies, Irs, Ise e Idu, conforme explicado detalhadamente no

item 7.2 deste estudo.

Page 80: Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós ...‡ÃO... · dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas. Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi

63

Portanto, tanto o aplicativo Mapas Interativos quanto as tabelas disponibilizadas pelo

IBGE contêm as mesmas informações. O primeiro as apresenta de uma maneira didática e

com atributos visuais (gráficos, cores, shapefiles, dentre outros) enquanto as últimas de uma

forma convencional, em tabelas com centenas de linhas e colunas. São essas tabelas que

alimentam com informações quantitativas todos os aplicativos utilizados para apresentar os

resultados do Censo Demográfico 2010.

Para a execução deste estudo o download das planilhas foi realizado no dia 14 de abril

de 2016.

5.3.3 As bases cartográficas e a elaboração dos mapas

A confecção dos mapas necessários para desenvolver esta pesquisa foi baseada em

bases cartográficas disponibilizadas pela Prefeitura Municipal de Ouro Preto, IBGE e pelo

Instituto Geotécnico (IGEO) (órgão público-privado apoiado pela UFOP). Os mapas foram

elaborados por meio das ferramentas componentes do software ArcMap integrante do

conjunto de softwares contidos no programa ArcGIS 10.

A página eletrônica do IBGE fornece para download quatro bases cartográficas,

denominadas pelo Instituto como ‘Malha Digital’, são elas: ‘base dos municípios’, ‘base dos

distritos’, ‘base dos subdistritos’ e ‘base dos setores censitários’, todas do estado de Minas

Gerais. Para adquiri-las acessou-se o seguinte endereço:

ftp://geoftp.ibge.gov.br/malhas_digitais/censo_2010/setores_censitarios/mg/ ou, então, basta

seguir os seguintes passos:

i. Acessar seguinte página eletrônica: www.censo2010.ibge.gov.br e selecionar a aba

‘Resultados’;

ii. Na aba ‘Resultados’ selecionar ‘Sinopse por Setores’ e será aberta uma página de um

aplicativo. Nele, no campo ‘Nível Geográfico’ selecionar ‘Setor’, logo depois

preencher os campos relativos a estado e município com ‘MG’ e ‘Ouro Preto’,

respectivamente. No campo ‘Selecione o Índice’ opte por eleger ‘Sinopse do Censo

2010’ como banco de dados e logo depois selecione qualquer uma das variáveis que

serão apresentadas. O mapa do município de Ouro Preto com todos os seus setores

censitários será aberto.

iii. No mapa citado basta selecionar qualquer um dos setores censitários pertencentes ao

município. Feito isso, uma janela será aberta e deve-se selecionar a aba ‘Dados

Page 81: Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós ...‡ÃO... · dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas. Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi

64

adicionais’. Nesta aba, acessar o link ‘Download de dados da Sinopse por setor’ e uma

nova página será aberta;

iv. Nesta página acessar a aba ‘Malha Digital de Setores Censitários’ e uma nova página

será exibida contendo uma lista de pastas referentes a cada estado brasileiro. Por fim,

basta selecionar a pasta ‘mg’ e realizar o download das bases cartográficas que se

encontram em formato .zip.

Para a execução deste estudo realizou-se o download, no dia 28 de abril de 2016, das

bases cartográficas contidas nos seguintes arquivos: (i) mg_municipios.zip; (ii)

mg_distritos.zip; (iii) mg_setores_censitários.zip.

5.4 Procedimentos para cálculo dos indicadores

Todos os indicadores e subindicadores que compõe o ISA/OP foram calculados com a

utilização do software Microsoft Excel. Alimentou-se o software com os dados adquiridos e

realizou-se os cálculos por setor censitário, da maneira que cada setor censitário possuiu de

forma destrinchada todos os valores de indicadores de primeira e segunda ordens, por

consequência, calculou-se um valor de ISA para cada setor censitário estudado, conforme

pode ser analisado no item 12 (Apêndice) deste estudo.

6 O MUNICÍPIO DE OURO PRETO: aspectos históricos e de saneamento ambiental

Ouro Preto tem sua origem arraigada na junção de diversos arraiais formados na região

durante os séculos XVII e XVIII que culminou na composição chamada de Vila Rica, sendo,

em 1720, nomeada capital da capitania de Minas Gerais. Já no século XIX, em 1823, foi

declarada por Dom Pedro I como Imperial Cidade de Ouro Preto. Até o final desse século foi

a capital da província (estado) de Minas Gerais, perdendo a categoria em 1897 para a atual

Belo Horizonte. A Figura 8 apresenta a localização do município de Ouro Preto no estado

mineiro e sua localização em relação à atual capital.

Page 82: Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós ...‡ÃO... · dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas. Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi

65

Figura 8 - Localização do município ouropretano no Estado de Minas Gerais

Fonte: Autor

Nenhum outro município brasileiro acumulou tantos fatos históricos relevantes à

construção da história e memória nacional (OURO PRETO, 2016). A seguir estão

relacionados os principais marcos para tal:

Última década do século XVII e primeiros anos do século XVIII: descoberta do Ouro

Preto;

1708: Guerra dos Emboabas atinge o distrito ouropretano de Cachoeira do Campo;

1720: Revolta comandada por Filipe dos Santos contra o pagamento do Quinto do

Ouro à Coroa Portuguesa;

1789: Movimento Inconfidência Mineira objetivando libertar Minas Gerais dos

domínios de Portugal.

Conforme mencionado no item 3 desta pesquisa, em 1933 a cidade de Ouro Preto foi

agraciada com o título de Monumento Nacional por meio da publicação do Decreto nº.

22928/1933 (conforme transcrição a seguir) e em 1938 foi tombada e declarada como

Patrimônio Nacional pelo Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) –

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66

atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). No ano de 1980 a Cidade

foi a primeira brasileira a ser declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

DECRETO Nº. 22928, DE 12 DE JULHO DE 1933

[...]

Considerando que é dever do Poder Público defender o patrimônio

artístico da Nação e que fazem parte das tradições de um povo os lugares em

que se realizaram os grandes feitos da sua história;

Considerando que a cidade de Ouro Preto, antiga capital do Estado

de Minas Gerais, foi teatro de acontecimentos de alto relevo histórico na

formação da nossa nacionalidade e que possúe velhos monumentos, edifícios

e templos de arquitetura colonial, verdadeiras obras d’arte, que merecem

defesa e conservação;

Resolve:

Art. 1º Fica erigida em Monumento Nacional a Cidade de Ouro

Preto, sem ônus para a União Federal e dentro do que determina a legislação

vigente (BRASIL, 1933, p.1).

A Cidade se desenvolveu de maneira heterogênea. Devido ao fato de estar inserida em

uma região de relevo totalmente acidentado, Ouro Preto se expandiu desordenadamente tanto

para os altos dos morros quanto nos vales de seus cursos d’água. A explicação para este fato

está fundamentada na abundância aurífera existente nesses locais durante o período colonial.

A mineração do ouro ocorreu de maneira intensa em minas nas encostas dos morros e na

margem dos riachos, o que potencializava o povoamento dessas regiões.

A aglomeração humana ao redor dos sítios de garimpo do ouro originou os bairros

ouropretanos e neles suas famosas ladeiras permeadas por casarões e igrejas renomadas.

Construções essas que contaram com o primor dos detalhes arquitetônicos do famoso escultor

Aleijadinho, assinando em suas obras a arquitetura barroca.

O desenvolvimento da Cidade acarretou em problemas de saneamento ambiental.

Conforme apresenta o estudo de Fonseca e Prado Filho (2010), uma maneira de amenizar os

inconvenientes da insalubridade ambiental vivenciada por Ouro Preto nos séculos XVIII e

XIX e de modernizar a, até então, capital consistiu na construção de uma Estação de

Tratamento de Esgoto (ETE) entre os anos de 1889 e 1890, considerada um dos primeiros e

mais modernos sistemas de tratamento de esgotos do Brasil e da América Latina, Figura 9.

Todo o esgotamento sanitário era realizado por gravidade e conduzido para

os Tanques de Desinfecção da Barra, os quais, sem dúvida, pode ser

considerados a primeira estação de tratamento de esgotos de Minas Gerais e

uma das primeiras do Brasil [...] apenas os sistemas de tratamentos de

esgotos do Rio de Janeiro puderam ser identificados como antecedentes aos

ouro-pretanos. Esses tanques foram construídos no local do antigo

matadouro da cidade e podem ser vistos ainda hoje, em estado de abandono,

próximo à ponte da Barra, no final do beco da Mãe Chica, em área da

prefeitura [...] Os relatórios do Serviço de Águas e Esgotos, sob a guarda do

Arquivo da Câmara Municipal de Ouro Preto, registram que esses tanques

eram ‘lavados’ ou ‘desinfeccionados’ diariamente. No século seguinte, por

volta de 1920-1930, por razão ainda desconhecida, essas lavagens foram

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67

interrompidas, de maneira que esses tanques têm funcionado, desde então,

como enormes caixas de passagem. O sistema de tratamento – pelo que se

depreende das estruturas que ainda restam no local – incluía gradeamento,

caixa de mistura e três câmaras de sedimentação (FONSECA e PRADO

FILHO, 2010, p. 62).

Figura 9 - Tanques de desinfecção da antiga ETE localizada na cidade de Ouro Preto

Fonte: Autor.

Paralelamente ao desenvolvimento e reconhecimento histórico da cidade de Ouro

Preto, ocorreu a formação da sua universidade, a Universidade Federal de Ouro Preto

(UFOP). A instituição foi oficialmente fundada em 21 de agosto de 1969 após a junção de

duas centenárias escolas de ensino – Escola de Farmácia (criada em 1839) com a Escola de

Minas (criada em 1876). A primeira carrega consigo a honra de ter sido a primeira faculdade

de Minas Gerais e é a mais antiga na área farmacêutica da América Latina, enquanto a

segunda possui o título de primeira instituição brasileira dedicada aos estudos de mineração,

metalurgia e geologia. Dados de 2017 informam que a UFOP oferece 51 cursos de graduação

(46 presenciais e 5 à distância), 12 cursos de doutorado e 28 cursos de mestrado, contando

com um total de 14.015 alunos regularmente matriculados, 808 técnicos administrativos, 847

professores efetivos e 97 substitutos. O principal campus da Universidade, Campus Morro do

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68

Cruzeiro, se localiza na cidade de Ouro Preto, bairro Bauxita, no entanto, também existem

cursos alocados nas cidades de Mariana e João Monlevade (UFOP, 2016).

O território do município encontra-se inserido na região do Estado de Minas Gerais

denominada Quadrilátero Ferrífero, caracterizada pela abundância na produção de minério de

ferro e por abrigar indústrias mineradoras que potencializam a economia local. As atrações

turísticas ouropretanas também contribuem grandemente para engrandecer a economia

municipal.

No ano de 2017, o município ouropretano divide-se em sua sede (cidade de Ouro

Preto) e doze distritos, conforme Figura 10: Amarantina, Antônio Pereira, Cachoeira do

Campo, Engenheiro Correia, Glaura, Lavras Novas, Miguel Burnier, Rodrigo Silva, Santa

Rita de Ouro Preto, Santo Antônio do Leite, Santo Antônio do Salto e São Bartolomeu.

Figura 10 - Distritos do município de Ouro Preto e sua sede urbana

Fonte: Autor.

Conforme já mencionado, a metodologia desta pesquisa aplicou-se a 13 regiões do

município de Ouro Preto, sendo 12 áreas urbanas pertencentes a cada distrito mais a sede

municipal. A caracterização quantitativa do município de Ouro Preto encontra-se detalhada na

Tabela 4, todas as informações nela contidas estão pautadas nas divulgações elaboradas pelo

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69

Censo IBGE 2010. A população residente no município, em 2010, era de 70281 habitantes e

sua área total equivale a 1245,53 km², logo, sua densidade demográfica era de 56,427

hab./km². A população urbana do munícipio nesta época era de 61120 habitantes, equivalendo

a 86,96% da população total.

Em continuidade, de acordo com o Censo, existem no município 131 setores

censitários, sendo que 99 deles são caracterizados como urbanos, sendo esses últimos os

estudados nesta pesquisa, de acordo com Figura 11 (a título de melhor visualização, elaborou-

se um mapa apenas com os setores da sede municipal, vide Figura 12). Para cada um desses

99 setores censitários foi calculado um valor de ISA, sendo que o ISA geral para a região

estudada foi determinado pela média aritmética de todos os setores censitários urbanos dessa

região, seguindo o estabelecido no item 5 deste estudo.

A cidade de Ouro Preto – sede municipal – abriga a maior parcela da população

urbana ouropretana, 40214 habitantes, equivalendo a 57,22% da população urbana total. A

sede é também a região estudada com maior número de setores censitários urbanos, contando

com 63, conforme Figura 12.

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70

Tabela 4 - Dados de cada região estudada

Distrito Sigla Área

(km2)

Pop.

(hab.)

Densidade

demográfica

(hab./km²)

Pop. em

relação ao

município

(%)

nº. setores

censitários

nº. setores

censitários

urbanos

Pop.

urb.

(hab.)

Pop. urb. em

relação à pop.

total do distrito

(%)

Pop. urb. em

relação à pop.

total do

município (%)

Pop. urb. em

relação à pop.

urb. Municipal

(%)

1 Amarantina AM 66,36 3577 53,90 5,09 7 4 2384 66,65 3,39 3,90

2 Antônio

Pereira AP 119,72 4480 37,42 6,37 8 7 4479 99,98 6,37 7,33

3 Cachoeira do

Campo CC 57,46 8923 155,28 12,70 15 12 7637 85,59 10,87 12,50

4 Engenheiro

Correia EC 45,57 403 8,84 0,57 2 1 283 70,22 0,40 0,46

5 Glaura GL 71,72 1418 19,77 2,02 5 1 695 49,01 0,99 1,14

6 Lavras Novas LN 42,74 929 21,74 1,32 4 2 828 89,13 1,18 1,35

7 Miguel

Burnier MB 196,21 809 4,12 1,15 3 1 233 28,80 0,33 0,38

8 Ouro Preto OP 112,78 40916 362,79 58,22 68 63 40214 98,28 57,22 65,80

9 Rodrigo Silva RS 90,34 1080 11,96 1,54 2 1 724 67,04 1,03 1,18

10 Santa Rita de

Ouro Preto SRT 185,66 4243 22,85 6,04 7 2 1432 33,75 2,04 2,34

11 Santo Antônio

do Leite SAL 37,81 1705 45,10 2,43 4 3 1564 91,73 2,23 2,56

12 Santo Antônio

do Salto SAS 57,76 1068 18,49 1,52 3 1 480 44,94 0,68 0,79

13 São

Bartolomeu SB 161,40 730 4,52 1,04 3 1 167 22,88 0,24 0,27

Total 1245,530 70281 56,427 100,00 131 99 61120 - 86,965 100,00 Fonte: Autor.

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71

Figura 11 - Setores censitários de cada região estudada

Fonte: Autor.

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72

Figura 12 - Setores censitários da cidade de Ouro Preto

Fonte: Autor.

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73

O sistema de abastecimento de água do município é administrado por uma autarquia

municipal de direito público denominada Serviço Municipal de Água e Esgoto de Ouro Preto

(Semae), criada em 2005. Dados do PMSB-OP indicam que o referido sistema conta com

pontos de captação superficial e subterrânea e seis estações de tratamento de água (ETA), nas

quais o tratamento é feito da forma convencional (coagulação, floculação, decantação,

filtração e desinfecção) com uma capacidade de tratar, aproximadamente, 283 L/s, Tabela 5.

Nos outros pontos de captação o tratamento é feito apenas com adição de pastilha tricloro. A

Tabela 5 apresenta de forma detalhada informações a respeito dos principais sistemas de

abastecimento de água pertencentes a cada região estudada, especificando a vazão de

abastecimento e a classificação do corpo d’água superficial utilizado para o abastecimento,

segundo o que determina a Resolução Conama n°. 357 de 17 de março de 2005. Em

continuidade, no município ainda não existe a hidrometação, fato que impede a determinação

do consumo de água per capita, sendo este número estimado de 450 L/hab.dia, muito superior

ao que é preconizado pela OMS, a qual afirma que um bom valor é de 150 L/hab.dia (PMOP,

2012). A inexistência de hidrometação associada às antigas tubulações passíveis de

vazamentos são os fatores que contribuem para o alto valor apresentado.

Tabela 5 – Principais sistemas de abastecimento de água do município de Ouro Preto

Distrito Abastecimento Tipo de captação (Classe

Conama n°. 357/2005)

Vazão

(L/s) Vazão total (L/s)

Amarantina ETA Amarantina Superficial (2) 18,00 18,00

Antônio

Pereira ETA Antônio Pereira Superficial (1) 20,00 20,00

Cachoeira

do Campo

ETA Vila Alegre

ETA Funil (Parcialmente)¹

Superficial (2)

Superficial (2)

36,00

46,30 82,30

Engenheiro

Correia

Poço I

Poço II

Subterrânea

Subterrânea

1,09

1,16 2,25

Glaura

ETA Funil (Parcialmente)¹

Poço I

Poço II

Poço III

Poço IV

Captação superficial

Superficial (2)

Subterrânea

Subterrânea

Subterrânea

Subterrânea

Superficial (2)

4,21

1,39

1,39

2,71

1,66

1,94

13,30

Lavras

Novas

Fonte

Poço

Captação superficial I

Captação superficial II

Subterrânea

Subterrânea

Superficial (2)

Superficial (2)

0,33

0,55

3,80

1,00

5,68

Miguel

Burnier Poço Subterrânea 8,00 8,00

Ouro Preto Sistema

Itacolomi

ETA Itacolomi Superficial (Especial) 85,00

91,60 202,30 Captações

Saramenha e Nossa

Senhora do

Carmo/Pocinho

Superficial (2) 6,60

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74

Distrito Abastecimento Tipo de captação (Classe

Conama n°. 357/2005)

Vazão

(L/s) Vazão total (L/s)

Sistema Jardim

Botânico

ETA Jardim

Botânico Superficial (Especial) 64,00

110,70

Captações

subterrâneas Subterrânea 46,70

Rodrigo

Silva

Poço

Superficial

Subterrânea

Superficial (2) 5,00 5,00

Santa Rita

de Ouro

Preto

Poço I

Poço II

Poço II

Superficial I

Superficial II

Superficial III

Superficial IV

Subterrânea

Subterrânea

Subterrânea

Superficial (2)

Superficial (2)

Superficial (2)

Superficial (2)

8,00

8,00

8,00

2,00

1,40

1,50

1,50

30,40

Santo

Antônio do

Leite

ETA Funil (Parcialmente)¹

Captação superficial

Superficial (2)

Superficial (2)

9,49

* 9,49

Santo

Antônio do

Salto

Superficial I

Superficial II

Superficial III

Superficial (2)

Superficial (2)

Superficial (2)

4,00

3,00

0,11 7,11

São

Bartolomeu

Poço I

Poço II

Captação superficial

Subterrânea

Subterrânea

Superficial (2)

1,00

2,60

2,16 5,76

Fonte: Autor. ¹ Verificar distribuição da vazão de abastecimento da ETA Funil na Tabela 6.

* Informação indisponível.

O Semae foi o órgão responsável por comunicar qual a classe dos corpos d’água

superficiais utilizados para o abastecimento. Nas situações em que a autarquia não possuía

essa informação, enquadrou-se o corpo d’água na Classe 2, conforme recomendado no Art. 42

da Resolução Conama n°. 357/2005.

Como visto na Tabela 5, a sede municipal é abastecida por dois sistemas

abastecimento, Jardim Botânico e Itacolomi. Esses são os responsáveis por abastecer grande

parcela da população urbana do município (40.214 habitantes, 65,80% da população urbana,

conforme Tabela 4) dividindo a distribuição da água tratada pelos bairros da cidade.

Basicamente, os bairros localizados à margem esquerda do Ribeirão do Funil (Córrego da

Barra) recebem águas provenientes do Sistema Jardim Botânico, aqueles localizados à direita

recebem águas do Itacolomi. A exceção é o bairro Santa Cruz, que também recebe águas

desse último, embora esteja localizado na margem esquerda do Ribeirão. Por fim, o bairro

Saramenha possui um sistema próprio de abastecimento, no entanto, por indisponibilidade de

dados, esse bairro foi considerado abastecido pelo Sistema Itacolomi. O Quadro 20 apresenta

o atendimento dos bairros pelos sistemas citados, bem como a população abastecida por cada

um deles.

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75

Quadro 20 - Bairros abastecidos pelas ETAs da sede municipal

Sistema (L/s) Bairros População (hab.)

Jardim

Botânico

(110,70)

Água Limpa, Alto da Cruz, Alto das Dores, Antônio Dias, Cabeças,

Centro, Morro da Queimada, Morro Santana, Morro São João, Morro

São Sebastião, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora das Dores,

Nossa Senhora de Lourdes, Padre Faria, Pilar, Rosário, São Cristóvão,

Taquaral, Vila São José e Barra (margem esquerda Ribeirão do Funil)

28.022

Itacolomi

(91,60)

Bauxita, Nossa Senhora do Carmo, Novo Horizonte, Santa Cruz,

Saramenha, Vila Aparecida, Vila dos Engenheiros, Vila Itacolomy, Vila

Operária e Barra (margem direita Ribeirão do Funil)

12.192

Fonte: Autor.

Ainda analisando a Tabela 5, nota-se que a ETA Funil é responsável por abastecer

parcialmente os distritos de Cachoeira do Campo, Glaura e Santo Antônio do Leite. A ETA

em questão tem vazão de 60,00 L/s (PMOP, 2012) e de acordo com o Semae não existe um

estudo especificando qual a parcela dessa vazão é destinada a cada um desses distritos.

Visando reparti-la de forma fidedigna entre essas regiões, adotou-se a população urbana de

cada uma delas como critério de distribuição da vazão. Desta forma, cada um dos distritos

citados conta com vazão de abastecimento proveniente da ETA Funil apresentada pela Tabela

6.

Tabela 6 - Vazão de abastecimento dos distritos abastecidos pela ETA Funil

ETA Funil Vazão de 60,00 L/s

Distrito Pop. urbana

(hab.)

Pop. urb. em relação a

Pop. urb. total (%)

Vazão de abastecimento

(L/s)

Cachoeira do Campo 7.637 77,17 46,30

Glaura 695 7,02 4,21

Santo Antônio do Leite 1.564 15,81 9,49

Total 9.896 100,00 60,00 Fonte: Autor.

Continuando neste assunto, o distrito de Cachoeira do Campo é abastecido por duas

ETAs (Funil e Vila Alegre), vide Tabela 5, o Semae, no entanto, não possui registro de quais

os bairros do distrito é abastecido por cada ETA. Sendo assim, os bairros dessa região não

foram divididos de acordo com a ETA que os abastece, conforme foi realizado para a sede

municipal. Para efeito dos cálculos que serão apresentados no item 7.2.1, considerou-se a

soma das vazões da ETAs Funil e Vila Alegre para abastecimento de todo o distrito.

No que diz respeito ao esgoto sanitário do município ouropretano, sabe-se que também

é o Semae o órgão responsável para lidar com as questões pertencentes a esse serviço.

Conforme visto no item 6 deste estudo, a cidade de Ouro Preto conta com um dos mais

antigos sistemas de tratamento de esgotos do Brasil, datado de 1890. Esse pioneirismo, no

entanto, não avançou e a Cidade ficou estagnada apenas com aquelas antigas construções e

lançando o esgoto doméstico diretamente em seus cursos d’água, conforme visto na Figura

13.

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76

Figura 13 - Esgoto lançado diretamente em curso d'água na cidade de Ouro Preto

Fonte: Autor.

No ano de 2017, o município conta apenas com uma ETE – localizada no distrito de

São Bartolomeu e que trata todo o esgoto gerado pela população local – sendo o restante do

esgoto coletado lançado diretamente nos cursos d’água da região. Isto é, as outras 12

localidades do município possuem coleta de esgotos e não contam com o serviço de

tratamento do mesmo. Segundo o PMOP (2012), está sendo construída na sede municipal uma

ETE denominada Osso de Boi que contará com Reatores Anaeróbios de Fluxo Ascendente

(RAFA), tanques de filtragem, decantadores e leito de secagem. Em 2013 a ETE possuía 35%

de suas obras concluídas, no entanto, já em agosto de 2017 encontrava-se em estado de

abandono e sem sinais de avanços em suas instalações, conforme Figura 14.

Figura 14 - ETE Osso de Boi localizada na cidade de Ouro Preto

Fonte: Autor.

Por fim, analisando outro componente do saneamento ambiental ouropretano, tem-se

que é a Secretaria Municipal de Meio Ambiente a responsável pelo manejo dos resíduos

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77

sólidos urbanos por meio de contratação via licitação de empresas terceirizadas. A geração

per capita de resíduos no munícipio é de 0,70 kg/hab.dia. “Vale ressaltar que nem a empresa

nem a prefeitura municipal faz com periodicidade o levantamento gravimétrico dos resíduos

sólidos do município, dificultando uma melhor abordagem sobre o tema” (PMOP, 2012, p

270). O município conta com o serviço de coleta de resíduos (exceto as áreas rurais) e deixa a

desejar no que se refere ao tratamento. A disposição final dos resíduos é realizada em setor

censitário rural da sede municipal, chamado de Aterro de Marzagão na Fazenda de Rancharia.

Quando foi projetada, em 1996, a área se destinava a receber 100% dos resíduos sólidos

urbanos do município e operava de acordo com as peculiaridades de um aterro controlado,

contudo, com o passar dos anos, as características operacionais que lhe eram pertinentes

foram abandonadas, sendo que atualmente a área é operada como um lixão. O projeto inicial

previa que as operações se encerrassem em 2016, no entanto ainda prosseguem. Desta forma,

o município não conta com um aterro sanitário para dispor de maneira correta seus resíduos

sólidos urbanos, dispondo-os em lixão. Tal fato é comprovado pelo estudo de FEAM (2016)

em um documento que apresenta o panorama da destinação final dos resíduos sólidos urbanos

no Estado de Minas Gerais. No entanto, a administração pública6 local aparenta estar

preocupada com os benefícios oriundos de um bom gerenciamento dos RSU estampando em

pontos de coletas a frase “O desenvolvimento começa com uma cidade limpa”, conforme

Figura 15.

Figura 15 - Compartimento de coleta de RSU disposto na cidade de Ouro Preto

Fonte: Autor.

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78

7 RESULTADOS

Os resultados dessa pesquisa encontram-se detalhados nos tópicos a seguir. No

entanto, considera-se que os dados obtidos com a revisão bibliográfica realizada para baseá-la

também podem ser considerados como resultados da mesma. Especificamente os itens 4.5.2,

4.5.3, 4.5.4 e 4.6 demonstraram resultados qualitativos e quantitativos a respeito da utilização

do ISA no Brasil durante os 17 anos subsequentes à sua elaboração pelo Conesan. Os

resultados apresentados nos tópicos a seguir tratam-se exclusivamente da formulação do ISA

para as áreas urbanas do município de Ouro Preto, o ISA/OP.

7.1 Estruturação do ISA/OP

Como já informado, a fórmula obtida para cálculo do ISA/OP foi o produto de duas

rodadas do método Delphi. Baseado no que é pautado neste método, os especialistas

expressaram suas opiniões a respeito de pesos e escolhas dos indicadores de primeira e

segunda ordem originando o ISA/OP. O Quadro 21 apresenta quais foram os especialistas que

de fato participaram da formulação do ISA/OP, isto é, aqueles que realmente responderam aos

questionamentos até o fim da segunda rodada.

Quadro 21 - Especialistas respondentes em cada rodada do método Delphi

Especialistas respondentes em cada rodada do método Delphi

Período 1ª Rodada

16/08/2016 a 15/09/2016

2ª Rodada

13/02/2017 a 21/03/2017

Especialistas*

4, 5, 6, 7, 8, 9, 13, 15, 16, 18, 20,

21, 22, 23, 26, 27, 28, 29, 30, 32,

33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40

4, 6, 7, 9, 15, 16, 18, 20, 21, 22, 23,

27, 28, 29, 30, 32, 33, 34, 37, 38,

39, 40

Total de respostas 28 22

Percentual de retorno 70,0% 78,6% Fonte: Autor.

* Os números referentes aos especialistas estão de acordo com o Quadro 15.

Em seguida, encontram-se detalhados os passos dados em cada rodada do método

Delphi que culminaram na estruturação do ISA/OP.

7.1.1 Informações obtidas com a primeira rodada do método Delphi

Os 40 membros do grupo de especialistas (vide Quadro 15) receberam o e-mail

contendo as orientações para colaboração com a primeira rodada do método Delphi, deles, 28

retornaram as respostas, equivalendo a 70% de participação. Ressalta-se que nesta etapa o e-

mail foi enviado ao grupo duas vezes com o intuito de receber o maior número de respostas

possível. O Quadro 21 informa quais foram os especialistas que responderam a primeira

rodada do método Delphi.

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79

A Tabela 7 e o Gráfico 3 apresentam os dados específicos de cada indicador e

subindicador obtidos após o encerramento da primeira rodada do método Delphi.

Tabela 7 - Dados obtidos com a aplicação da primeira rodada do método Delphi

Dados de cada indicador de 1ª ordem obtidos com a aplicação da primeira rodada do método Delphi

Indicador e subindicador Utilização

Média Mediana Peso (%)

Casos Frequência (%) Mínimo Máximo

Abastecimento de água (Iab) 28 100,00 19,46 20 10 40

Ica 28 100,00 32,86 30 15 60

Iqa 28 100,00 36,79 40 20 50

Isa 26 92,86 22,69 20 5 35

Esgoto sanitário (Ies) 28 100,00 19,82 20 10 35

Ice 28 100,00 38,04 40 20 75

Ite 28 100,00 37,68 40 20 60

Ise 26 92,86 20,38 20 5 30

Resíduos sólidos (Irs) 28 100,00 16,96 15 5 30

Icr 28 100,00 38,69 40 15 75

Iqr 28 100,00 35,48 35 20 50

Isr 26 92,86 18,78 20 5 33,30

Controle de vetores (Icv) 27 96,43 10,56 10 5 15

Ivd 27 100,00 39,44 40 5 80

Ive 27 100,00 25,56 30 5 50

Ivl 27 100,00 22,41 25 5 40

Recursos hídricos (Irh) 26 92,86 11,15 10 5 35

Iqb 26 100,00 36,92 37,50 10 60

Idm 26 100,00 34,81 35 20 50

Ifi 25 96,15 22,60 20 10 35

Socioeconômico (Ise) 25 89,29 11,80 10 5 20

Isp 25 100,00 35,40 35 10 60

Irf 25 100,00 24,80 25 10 50

Ied 25 100,00 36,60 35 20 70

Drenagem urbana (Idu) 27 96,43 10,56 10 5 15

Iai 27 100,00 33,15 30 10 60

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Dados de cada indicador de 1ª ordem obtidos com a aplicação da primeira rodada do método Delphi

Indicador e subindicador Utilização

Média Mediana Peso (%)

Casos Frequência (%) Mínimo Máximo

Irp 27 100,00 26,67 30 10 40

Iav 27 100,00 33,52 30 10 70

Fonte: Autor.

Gráfico 3 - Dados obtidos após a primeira rodada do método Delphi

Fonte: Autor.

A análise do Gráfico 3 e da Tabela 7 demonstra que Iab, Ies e Irs foram selecionados

para compor o ISA/OP por todos os 28 especialistas (100,00%), sendo esses os indicadores

que mais possuíram variação nos pesos atribuídos. Um fato interessante é que o Idu, mesmo

não sendo um indicador do ISA Conesan, foi apontado por 27 especialistas (96,43%), sendo

mais selecionado do que Irh (92,86%) e Ise (89,29%) que integram o ISA original paulista.

Como já informado no tópico 5.1.1, os participantes do método Delphi possuíam a

opção de sugerir novos indicadores de primeira ordem para compor o ISA/OP. O Quadro 22

informa quais foram aqueles sugeridos pelo grupo de especialistas. Salienta-se que outros

indicadores também foram sugeridos, no entanto, optou-se por descartá-los, uma vez que

apresentavam incoerências e que, ciente da precariedade de dados disponíveis na Prefeitura

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu

Qu

anti

dad

e d

e u

tliz

ação

do

ind

icad

or

Pe

so (

%)

Indicador de primeira ordem

Dados da utilização de cada indicador de primeira ordem após 1ª rodada do método Delphi

Valor outlier Média Mediana Utilização

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81

Municipal de Ouro Preto, certamente não haveria dados disponíveis para efetuar seus

cálculos.

Quadro 22 - Indicadores de 1ª ordem sugeridos pelos especialistas para compor o ISA/OP

Indicadores de 1ª ordem sugeridos para compor o ISA/OP Sigla

Indicador de poluição sonora Ips

Indicador de áreas verdes urbanas Iavu

Índice de notificação de doenças relacionadas ao ambiente (respiratórias, de pele, etc.) Ind

Índice de qualidade do ar Iqar Fonte: Autor.

Em continuidade os especialistas também possuíam a opção de sugerir indicadores de

segunda ordem (subindicadores) para compor cada um dos indicadores de primeira de ordem.

Seguindo o mesmo raciocínio, alguns subindicadores sugeridos foram descartados devido à

inviabilidade de serem calculados. Assim, o Quadro 23 apresenta aqueles que foram sugeridos

e considerados para integrar cada um dos indicadores de primeira ordem.

Quadro 23 - Indicadores de 2ª ordem sugeridos pelos especialistas para compor o ISA/OP

Indicadores de 2ª ordem sugeridos para compor o ISA/OP

Indicador de 1ª

ordem Indicadores de 2ª ordem sugeridos (subindicadores) Sigla

Abastecimento

de água

Índice de perdas na rede de distribuição

Micromedição

Consumo de água per capita

Sistema de cobrança de água

Quantidade de água consumida por habitante e por dia

Ip

Im

Icpc

Islc

Icad

Esgoto sanitário

Eficiência na remoção de indicadores de contaminação fecal

Índice de investimento em tratamento de esgotos e destinação de resíduos

Capacidade de depuração do corpo receptor dos efluentes tratados

Sistema de cobrança

Ircf

Iitd

Icde

Isic

Resíduos

sólidos

Regularidade na frequência de coleta

Índice de investimento em seleção, tratamento e destinação de resíduos sólidos

Reciclagem de resíduos

Realização de coleta seletiva e reciclagem e compostagem

Sistema de cobrança

Irfc

Istd

Irr

Icrc

Icim

Controle de

vetores

Prevalência de diarreias

Índice de investimento em erradicação e prevenção de doenças transmissíveis

Hepatite C

Ipd

Iepd

Ihc

Recursos

hídricos

Índice de investimento em preservação dos mananciais

Condições de preservação da bacia hidrográfica

Qualidade das águas dos rios que compõem a bacia hidrográfica onde está inserido o

município de Ouro Preto

Iipm

Icpb

Iqam

Socioeconômico Índice de investimento em educação ambiental Iea

Drenagem

urbana

Índice de investimento em preservação de áreas verdes e de prevenção de

alagamentos

Existência de tubulações de drenagem

Existência de plano de ação em caso de evento anormal

Limpeza de sistemas de macro e microdrenagem

Ipav

Itd

Ircd

Imm Fonte: Autor.

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82

7.1.2 Informações obtidas com a segunda rodada do método Delphi

Os 28 respondentes da primeira rodada de perguntas do método Delphi (vide Quadro

21) receberam o e-mail contendo as orientações para colaboração com a segunda rodada do

Método, deles, 22 retornaram as respostas, equivalendo a 78,6% de participação. Destaca-se

que o e-mail foi enviado ao grupo três vezes na tentativa de obter maior número de respostas

possível. O Quadro 21 informa quais foram os especialistas que responderam a segunda

rodada do método Delphi.

Na segunda rodada do método Delphi os integrantes tiveram a opção de incluir em

suas respostas os indicadores e subindicadores sugeridos pelo grupo de especialistas durante a

primeira rodada do Método (Quadro 22 e Quadro 23, respectivamente). O Gráfico 4 e a

Tabela 8 apresentam os dados específicos de cada indicador e subindicador obtidos após o

encerramento da segunda rodada do método Delphi.

Tabela 8 - Dados obtidos com a aplicação da segunda rodada do método Delphi

Dados de cada indicador de 1ª ordem obtidos com a aplicação da segunda rodada do método Delphi

Indicador e subindicador Utilização

Média Mediana Peso (%)

Casos Frequência (%) Mínimo Máximo

Abastecimento de água (Iab) 22 100,00 19,77 20 10 25

Ica 22 100,00 31,14 30 20 50

Iqa 22 100,00 35,45 36 20 50

Isa 21 95,45 19,76 20 5 30

Ip 5 22,73 11,00 10 10 15

Im 1 4,55 10,00 10 10 10

Icpc 4 18,18 12,50 12,5 5 20

Islc 5 22,73 13,00 10 10 20

Icad 1 4,55 20,00 20 20 20

Esgoto sanitário (Ies) 22 100,00 20,23 20 15 35

Ice 22 100,00 38,18 37,5 25 75

Ite 22 100,00 37,05 40 25 45

Ise 20 90,91 18,00 20 10 30

Ircf 4 18,18 11,25 10 5 20

Iitd 2 9,09 18,33 20 5 30

Icde 2 9,09 12,50 12,5 10 15

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83

Dados de cada indicador de 1ª ordem obtidos com a aplicação da segunda rodada do método Delphi

Indicador e subindicador Utilização

Média Mediana Peso (%)

Casos Frequência (%) Mínimo Máximo

Isic 1 4,55 5,00 5 5 5

Resíduos sólidos (Irs) 22 100,00 16,36 15 5 30

Icr 22 100,00 38,41 35 15 75

Iqr 22 100,00 32,95 32,5 20 50

Isr 20 90,91 17,50 20 5 35

Irfc 2 9,09 10,00 10 10 10

Istd 1 4,55 20,00 20 20 20

Irr 4 18,18 15,00 15 10 20

Icrc 4 18,18 15,00 17,5 5 20

Icim 1 4,55 5,00 5 5 5

Controle de vetores (Icv) 21 95,45 10,24 10 5 15

Ivd 21 100,00 35,48 35 10 55

Ive 21 100,00 24,29 25 10 40

Ivl 21 100,00 22,62 20 10 40

Ipd 3 14,29 20,00 20 10 30

Iepd 5 23,81 17,00 10 5 30

Ihc 4 19,05 17,50 20 10 20

Recursos hídricos (Irh) 21 95,45 10,48 10 5 35

Iqb 21 100,00 33,33 35 15 50

Idm 21 100,00 32,38 30 20 45

Ifi 20 95,24 20,75 20 10 35

Iipm 5 23,81 16,00 20 10 20

Icpb 6 28,57 15,00 12,5 10 25

Iqam 5 23,81 14,00 10 10 20

Socioeconômico (Ise) 19 86,36 11,05 10 5 20

Isp 19 100,00 34,47 35 10 40

Irf 19 100,00 25,00 30 10 30

Ied 19 100,00 35,26 35 25 50

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84

Dados de cada indicador de 1ª ordem obtidos com a aplicação da segunda rodada do método Delphi

Indicador e subindicador Utilização

Média Mediana Peso (%)

Casos Frequência (%) Mínimo Máximo

Iea 4 21,05 10,00 10 10 10

Drenagem urbana (Idu) 21 95,45 9,29 10 5 15

Iai 21 100,00 33,57 30 10 60

Irp 21 100,00 26,67 25 10 40

Iav 21 100,00 31,19 30 10 50

Ipav 3 14,29 10,00 10 10 10

Itd 3 14,29 25,00 20 5 50

Ircd 1 4,76 10,00 10 10 10

Imm 1 4,76 5,00 5 5 5

Poluição sonora (Ips) 4 18,18 5,00 5 5 5

Áreas verdes urbanas (Iavu) 3 13,64 8,33 5 5 15

Índice de notificação de

doenças relacionadas ao

ambiente (respiratórias, de

pele, etc.) (Ind)

1 4,55 5,00 5 5 5

Índice de qualidade do ar (Iqar) 6 27,27 10,00 10 5 20

Fonte: Autor.

Analisando a escolha dos indicadores e subindicadores sugeridos na primeira rodada,

observou-se que o indicador de primeira ordem mais utilizado foi o Iqar, representando uma

frequência de utilização de 27,27%. Analisando aqueles de segunda ordem (subindicadores)

notou-se que o mais escolhido pelos especialistas foi o Icpb, pertencente ao Irh, com frequência

de utilização de 28,57%. Constatou-se que ambos apresentaram valor abaixo de 50,00%,

conforme pré-requisito apresentado no último parágrafo do item 5.1 desta pesquisa.

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85

Gráfico 4 - Dados obtidos após a segunda rodada do método Delphi

Fonte: Autor.

Notou-se novamente que Iab, Ies e Irs foram selecionados por todos os 22 (100,00%)

especialistas e que seus pesos se apresentaram de maneira mais convergentes do que na

primeira rodada do método Delphi. Chama-se atenção para a confluência dos pesos dos

indicadores Icv e Irh, demonstrando consenso entre os especialistas. Quanto aos indicadores Ise

e Idu observou-se que o primeiro apresentou pesos mais convergentes do que na primeira

rodada, enquanto que o segundo se comportou da mesma maneira em ambas. Por fim, ficou

claro que nenhum indicador de primeira ordem sugerido pelos especialistas alcançou

frequência mínima de utilização de 50,00%, sendo assim nenhum deles foi considerado na

fórmula final do ISA/OP.

7.1.3 Fórmula para cálculo do ISA/OP

A análise da coluna ‘Utilização-Frequência (%)’ da Tabela 8 apresenta que nenhum

dos indicadores e subindicadores sugeridos pelos especialistas alcançou o valor mínimo de

50,00%, fato que fez com essas sugestões fossem desconsiderados na composição do ISA/OP,

conforme pré-requisito já apresentado anteriormente no último parágrafo do item 5.1 deste

estudo. Deste ponto em diante, somente serão apresentados dados dos indicadores e

subindicadores pertencentes ao ISA original criado pelo Conesan. Conforme já informado, o

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu Ips Iqar Iavu Ind

Qu

anti

dad

e d

e u

tiliz

ação

do

ind

icad

or

Pe

so (

%)

Indicador de primeira ordem

Dados da utilização de cada indicador de primeira ordem após 2ª rodada do método Delphi

Valor outlier Mediana Média Utilização

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86

indicador de Drenagem Urbana (ausente no ISA/SP Conesan) será calculado considerando os

subindicadores estabelecidos por Levati (2009). A Tabela 9 apresenta uma análise

comparativa a respeito dos dados dos indicadores e subindicadores que serão considerados no

ISA/OP em função das rodadas do método Delphi.

Tabela 9 - Comparação de valores entre a primeira e segunda rodada do método Delphi

Indicador

Subindicador

Frequência de

utilização (%) Média Mediana Peso mínimo Peso máximo

Rodada Rodada Rodada Rodada Rodada

1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª 1ª 2ª

Iab 100,00 100,00 19,46 19,77 20 20 10 10 40 25

Ica 100,00 100,00 32,86 31,14 30 30 15 20 60 50

Iqa 100,00 100,00 36,79 35,45 40 36 20 20 50 50

Isa 92,86 95,45 22,69 19,76 20 20 5 5 35 30

Ies 100,00 100,00 19,82 20,23 20 20 10 15 35 35

Ice 100,00 100,00 38,04 38,18 40 37,5 20 25 75 75

Ite 100,00 100,00 37,68 37,05 40 40 20 25 60 45

Ise 92,86 90,91 20,38 18,00 20 20 5 10 30 30

Irs 100,00 100,00 16,96 16,36 15 15 5 5 30 30

Icr 100,00 100,00 38,69 38,41 40 35 15 15 75 75

Iqr 100,00 100,00 35,48 32,95 35 32,5 20 20 50 50

Isr 82,86 90,91 18,78 17,50 20 20 5 5 33,3 35

Icv 96,43 95,45 10,56 10,24 10 10 5 5 15 15

Ivd 100,00 100,00 39,44 35,48 40 35 5 10 80 55

Ive 100,00 100,00 25,56 24,29 30 25 5 10 50 40

Ivl 100,00 100,00 22,41 22,62 25 20 5 10 40 40

Irh 92,86 95,45 11,15 10,48 10 10 5 5 35 35

Iqb 100,00 100,00 36,92 33,33 37,5 35 10 15 60 50

Idm 100,00 100,00 34,81 32,38 35 30 20 20 50 45

Ifi 96,15 95,24 22,60 20,75 20 20 10 10 35 35

Ise 89,29 86,36 11,80 11,05 10 10 5 5 20 20

Isp 100,00 100,00 35,40 34,47 35 35 10 10 60 40

Irf 100,00 100,00 24,80 25,00 25 30 10 10 50 30

Ied 100,00 100,00 36,60 35,26 35 35 20 25 70 50

Idu 96,43 95,45 10,56 9,29 10 10 5 5 15 15

Iai 100,00 100,00 33,15 33,57 30 30 10 10 60 60

Irp 100,00 100,00 26,67 26,67 30 25 10 10 40 40

Iav 100,00 100,00 33,52 31,19 30 30 10 10 70 50 Fonte: Autor.

A comparação entre os valores de frequência de utilização, média, mediana e pesos

máximos e mínimos dos indicadores e subindicadores em função das rodadas do método

Delphi apresentada na Tabela 9 demonstra ausência de significativa variação desses valores,

fato que baseou a inferência da existência de consenso entre as opiniões dos especialistas. O

Gráfico 5 comprova a observação anterior apresentando os valores de média e mediana para

os indicadores de primeira ordem em função das rodadas do método, destaca-se os valores

idênticos de mediana para as duas rodadas.

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87

Gráfico 5 - Valores de média e mediana dos indicadores de primeira ordem em cada rodada do método Delphi

Fonte: Autor.

Em continuidade, o diagrama de caixas representado pelo Gráfico 6 demonstra

convergência dos valores dos pesos atribuídos pelos especialistas entre a primeira e a segunda

rodada do método Delphi. Notou-se que os diagramas referentes à segunda rodada estão com

maior ajuste – mais estreitos – do que aqueles com valores da primeira rodada, fato que

também demonstra alcance de consenso.

0

2.5

5

7.5

10

12.5

15

17.5

20

22.5

Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu

Pe

so (

%)

Indicador de primeira ordem

Dados dos indicadores de primeira ordem após a realização das rodadas do método Delphi

Média 1ª rodada Média 2ª rodada Mediana 1ª rodada Mediana 2ª rodada

Page 105: Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós ...‡ÃO... · dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas. Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi

88

Gráfico 6 - Informações dos indicadores de primeira ordem nas rodadas do método Delphi

Fonte: Autor.

O ajuste, que representa convergência de valores e menor dispersão de valores, é

comprovado pelo menor intervalo de valor entre os segundos e terceiros quartis dos diagramas

da segunda rodada quando comparados aos da primeira. Além disso, o intervalo de valores

das extremidades – primeiros e quartos quartis – também apresentaram diminuição, indicando

convergência. Por fim, também se constata o ajuste ao analisar que todos os indicadores

apresentaram frequência de utilização semelhante nas duas rodadas do Delphi. Tais análises

ratificam ainda mais o alcance do consenso entre as opiniões dos especialistas. Ressalta-se,

apenas, que para o indicador de Drenagem Urbana (Idu) os valores dos pesos atribuídos pelos

especialistas durante a segunda rodada se concentraram em um intervalo mais baixo do que na

primeira.

Provado o consenso, o autor desta pesquisa, em concordância com o orientador e

coorientador, optou por utilizar os pesos médios de cada indicador obtidos com a aplicação da

segunda rodada do Delphi para ponderar o ISA/OP, sendo a ideia de sua primeira equação a

seguinte:

𝐼𝑆𝐴 𝑂𝑃⁄ =19,77𝐼𝑎𝑏 + 20,23𝐼𝑒𝑠 + 16,36𝐼𝑟𝑠 + 10,24𝐼𝑐𝑣 + 10,48𝐼𝑟ℎ + 11,05𝐼𝑠𝑒 + 9,29𝐼𝑑𝑢

100

No entanto, notou-se que o somatório dos pesos apresentados foi igual a 97,42 (19,77

+ 20,23 + 16,36 + 10,24 + 10,48 + 11,05 + 9,29 = 97,42), fato não permitido para fórmula de

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Iab(1ª)

Iab(2ª)

Ies(1ª)

Ies(2ª)

Irs(1ª)

Irs(2ª)

Icv(1ª)

Icv(2ª)

Irh(1ª)

Irh(2ª)

Ise(1ª)

Ise(2ª)

Idu(1ª)

Idu(2ª)

Fre

qu

ên

cia

de

uti

lizaç

ão (

%)

Pe

so (

%)

Indicador

Dados de cada indicador de primeira ordem nas rodadas do método Delphi

Valor outlier Média Mediana Frequência

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89

um ISA. Informa-se que essa soma não foi igual a 100,00 devido ao fato de existir aqueles

pesos atribuídos aos indicadores sugeridos pelos especialistas que foram desconsiderados para

equacionar o ISA/OP (vide último parágrafo do tópico 5.1). Pensou-se, então, em utilizar os

valores de mediana como alternativa, porém o mesmo imbróglio foi detectado. Ou seja, o

somatório dos valores de mediana, devido ao mesmo motivo citado, também não foi igual a

100,00 (20 + 20 + 15 + 10 + 10 + 10 + 10 = 95).

Adotou-se como solução para o contratempo distribuir de maneira ponderada entre os

indicadores o percentual restante do somatório das médias. Isto é, calculou-se a diferença

(100,00 – 97,42) e obteve-se o valor de 2,58, valor esse que foi distribuído de maneira

proporcional à média de cada indicador. Para facilitar o entendimento, a seguir encontra-se

detalhada a explicação dos referidos cálculos para o indicador Iab (os cálculos para os demais

indicadores foram realizados de maneira análoga).

19,77

97,42= 0,2030𝑑𝑎í:20,30%𝑥2,58 = 0,5237; 𝑙𝑜𝑔𝑜:𝑃𝑒𝑠𝑜𝐼𝑎𝑏 = 0,5237 + 19,77 = 20,30%

Ou, simplesmente:

𝑃𝑒𝑠𝑜𝐼𝑎𝑏 =19,77𝑥100

97,42= 20,30% = 0,2030

Desta forma, a fórmula final para cálculo do ISA/OP obtida após a aplicação de duas

rodadas do método Delphi e utilizada para os cálculos desta pesquisa foi (nota-se nesta

ocasião que o somatório dos pesos de cada indicador é igual a 100,00):

𝐼𝑆𝐴 𝑂𝑃⁄ =20,30𝐼𝑎𝑏 + 20,76𝐼𝑒𝑠 + 16,80𝐼𝑟𝑠 + 10,51𝐼𝑐𝑣 + 10,75𝐼𝑟ℎ + 11,35𝐼𝑠𝑒 + 9,53𝐼𝑑𝑢

100

Ou, então:

𝑰𝑺𝑨 𝑶𝑷⁄ = 𝟎, 𝟐𝟎𝟑𝟎𝑰𝒂𝒃 + 𝟎, 𝟐𝟎𝟕𝟔𝑰𝒆𝒔 + 𝟎, 𝟏𝟔𝟖𝟎𝑰𝒓𝒔 + 𝟎, 𝟏𝟎𝟓𝟏𝑰𝒄𝒗 + 𝟎, 𝟏𝟎𝟕𝟓𝑰𝒓𝒉 + 𝟎, 𝟏𝟏𝟑𝟓𝑰𝒔𝒆 + 𝟎, 𝟎𝟗𝟓𝟑𝑰𝒅𝒖

A ponderação dos indicadores de segunda ordem (subindicadores) foi realizada de

maneira idêntica ao que foi apresentado. A título de facilitar a compreensão, a seguir

apresenta-se a maneira utilizada para ponderação do subindicador do Ica, integrante do Iab.

𝑀é𝑑𝑖𝑎(𝐼𝑐𝑎 = 31,14;𝐼𝑞𝑎 = 35,45;𝐼𝑠𝑎 = 19,76); 𝑆𝑜𝑚𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜𝑑𝑎𝑠𝑚é𝑑𝑖𝑎𝑠 = 86,35

𝐷𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛ç𝑎(100,00 − 86,35) = 13,65

𝐼𝑐𝑎 :31,14

86,35= 0,3606𝑑𝑎í36,06%𝑥13,65 = 4,92; 𝑙𝑜𝑔𝑜: 𝑃𝑒𝑠𝑜𝐼𝑐𝑎 = 4,92 + 31,14 = 36,06%

Ou, simplesmente:

𝑃𝑒𝑠𝑜𝐼𝑐𝑎 =31,14𝑥100

86,35= 36,06% = 0,3606

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90

7.2 Cálculo do ISA/OP

Os indicadores e subindicadores pertencentes ao ISA/OP foram calculados de acordo

com as fórmulas e variáveis apresentadas pelo Quadro 24, o qual exibe apenas uma síntese

das equações utilizadas, estando todos os detalhes dos cálculos efetuados indicados do tópico

7.2.1 ao 7.2.7 deste estudo. As denominações dos indicadores, subindicadores e variáveis

expostas encontram-se no Quadro 11.

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91

Quadro 24 - Fórmulas utilizadas para cálculo dos indicadores e subindicadores do ISA/OP

Fórmula para cálculo do ISA/OP

𝐼𝑆𝐴/𝑂𝑃 = 0,2030𝐼𝑎𝑏 + 0,2076𝐼𝑒𝑠 + 0,1680𝐼𝑟𝑠 + 0,1051𝐼𝑐𝑣 + 0,1075𝐼𝑟ℎ + 0,1135𝐼𝑠𝑒 + 0,0953𝐼𝑑𝑢

1ª Ordem 2ª Ordem Pontuação 1ª Ordem 2ª Ordem Pontuação

𝐼𝑎𝑏 = 0,3606𝐼𝑐𝑎 + 0,4105𝐼𝑞𝑎 + 0,2289𝐼𝑠𝑎

𝐼𝑐𝑎 =𝐷𝑢𝑎

𝐷𝑢𝑡

. 100% Diretamente

pela fórmula

𝐼𝑒𝑠 = 0,4095𝐼𝑐𝑒 + 0,3974𝐼𝑡𝑒 + 0,1931𝐼𝑠𝑒

𝐼𝑐𝑒 =𝐷𝑢𝑒

𝐷𝑢𝑡

. 100% Gráfico 8

𝐼𝑞𝑎 = 𝐾.𝑁𝑎𝑎

𝑁𝑎𝑟

. 100% Tabela 11 𝐼𝑡𝑒 = 𝐼𝑐𝑒 .𝑉𝑡𝑉𝑐. 100% Gráfico 9

𝐼𝑠𝑎 = 𝑛 =

(𝑙𝑜𝑔𝐶𝑝

𝑉𝑝.𝐾2𝐾1

)

𝑙𝑜𝑔(1 + 𝑡)

Gráfico 7 𝐼𝑠𝑒 = 𝑛 =

(𝑙𝑜𝑔𝐶𝑡𝑉𝑐)

𝑙𝑜𝑔(1 + 𝑡)

Gráfico 10

𝐼𝑟𝑠 = 0,4323𝐼𝑐𝑟 + 0,3708𝐼𝑞𝑟 + 0,1969𝐼𝑠𝑟

𝐼𝑐𝑟 =𝐷𝑢𝑐

𝐷𝑢𝑡

. 100% Gráfico 11

𝐼𝑐𝑣 = 0,4306𝐼𝑣𝑑 + 0,2948𝐼𝑣𝑒 + 0,2746𝐼𝑣𝑙

Ivd = n°. casos de

dengue Quadro 26

IQR Cetesb Gráfico 12 Ive = n°. casos de

esquistossomose Quadro 26

𝐼𝑠𝑟 = 𝑛 =𝑙𝑜𝑔 (

𝐶𝑎. 𝑡𝑉𝑙

+ 1)

𝑙𝑜𝑔(1 + 𝑡)

Gráfico 13 Ivl = n°. casos de

leptospirose Quadro 26

𝐼𝑟ℎ = 0,5072𝐼𝑞𝑏 + 0,4928𝐼𝑑𝑚

IQB (Resolução Conama

n°. 357/2005)

Tabelas 15 e

16

𝐼𝑠𝑒 = 0,3639𝐼𝑠𝑝 + 0,2639𝐼𝑟𝑓 + 0,3722𝐼𝑒𝑑

𝐼𝑠𝑝 = 0,7𝐼𝑚ℎ + 0,3𝐼𝑚𝑟

𝐼𝑑𝑚 =𝐷𝑖𝑠𝑝

𝐷𝑒𝑚 Gráfico 14

𝐼𝑟𝑓 = 0,7𝐼2𝑠 + 0,3𝐼𝑟𝑚 I2s (Gráfico 16)

Irm (Gráfico 17)

𝐼𝑒𝑑 = 0,6𝐼𝑛𝑒 + 0,4𝐼𝑒1 Ine (Gráfico 18)

𝐼𝑑𝑢 = 0,3672𝐼𝑎𝑖 + 0,2917𝐼𝑟𝑝 + 0,3411𝐼𝑎𝑣

Vide item 7.2.7.1 Quadro 28

𝐼𝑟𝑝 =

𝐷𝑢𝑝

𝐷𝑢𝑡

. 100% Gráfico 19

𝐼𝑎𝑣 =𝐷𝑢𝑎𝑟𝑏

𝐷𝑢𝑡

. 100% Gráfico 20

Fonte: Autor.

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92

7.2.1 Indicador de Abastecimento de Água (Iab)

A aplicação do método Delphi permitindo a ponderação dos subindicadores

proporcionou a seguinte fórmula para cálculo do Iab.

𝐼𝑎𝑏 = 0,3606𝐼𝑐𝑎 + 0,4105𝐼𝑞𝑎 + 0,2289𝐼𝑠𝑎

7.2.1.1 Subindicador de Cobertura de Abastecimento de Água (Ica)

O Ica foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):

𝐼𝑐𝑎 =𝐷𝑢𝑎𝐷𝑢𝑡

. 100(%)

As variáveis Dua e Dut tiveram os valores extraídos do Censo IBGE 2010, onde está

estipulada a quantidade total de residências no setor censitário e quantas delas possuem

abastecimento de água por rede. A pontuação atribuída ao Ica foi exatamente igual à

porcentagem obtida com a aplicação da fórmula citada.

7.2.1.2 Subindicador de Qualidade da Água Distribuída (Iqa)

O Iqa foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):

𝐼𝑞𝑎 = 𝐾.𝑁𝑎𝑎

𝑁𝑎𝑟 . 100(%)

As variáveis K, Naa e Nar tiveram os valores determinados por meio de documentos

disponibilizados pelo Semae. Salienta-se que o Manual Básico do ISA, criado pelo Conesan

em 1999, determina que os valores dessas variáveis sejam baseados em análises de colimetria,

cloro e turbidez, no entanto, considerou-se apenas o parâmetro turbidez, uma vez que

autarquia municipal não dispunha de dados daqueles outros. Além disso, os dados são

referentes apenas aos anos 2011 e 2012, pois foram esses os que apresentaram consistência de

informações. Esses documentos continham as amostras realizadas relativas à turbidez durante

todos os dias do ano, as quais eram medidas em intervalo de duas horas, totalizando 12

amostras diárias (em alguns dias não se efetuou as 12 medidas e o motivo para isso não foi

informado pela autarquia municipal). A referência utilizada para avaliar a potabilidade da

água foi a Portaria nº. 2.914/2011 do Ministério da Saúde, a qual estabelece em seu Anexo II

o valor de 0,5 uT como limite máximo de turbidez para água potável (BRASIL, 2011) e no

Anexo XII que a amostragem seja feita a cada duas horas (12 amostras por dia). Isto é, os

valores de Naa demonstram a quantidade de amostras que apresentaram turbidez menor que

0,5 uT, já os de Nar a quantidade total de amostras realizadas. Sendo assim, para o ano de

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93

2011 (365 dias) eram necessárias 4.380 amostras e para 2012 (366 dias) 4392 amostras. A

Tabela 10 apresenta os valores de Naa e Nar em cada ano para as ETAs estudadas, denominou-

se a variável número mínimo de amostras a serem realizadas pelo Semae como Nm (essa

variável pertence à variável K).

Tabela 10 - Valores de Naa e Nar para cada ETA nos anos de 2011 e 2012

ETA Região atendida 2011 (365 dias) 2012 (366 dias) Total

Naa Nar Nm Naa Nar Nm Naa Nar Nm

Antônio

Pereira Antônio Pereira 1129 4122 4380 632 4029 4392 1761 8151 8772

Funil

Amarantina, Cachoeira do

Campo, Glaura, Santo

Antônio do Leite

880 3951 4380 1391 3870 4392 2271 7821 8772

Itacolomi Ouro Preto 609 4272 4380 837 4223 4392 1446 8495 8772 Jardim

Botânico Ouro Preto 2001 4127 4380 2887 4106 4392 4888 8233 8772

Vila

Alegre Cachoeira do Campo 37 3897 4380 409 3925 4392 446 7822 8772

Fonte: Autor. Nm = número mínimo de amostras a serem realizadas conforme Portaria nº. 2.914/2011 do Ministério da Saúde.

Como visto na Tabela 5 algumas das regiões estudadas contam com águas de

abastecimento de outras origens, além das ETAs. O Semae, no entanto, não disponibilizou

dados relativos à turbidez dessas outras fontes. Sendo assim, considerou-se para efeito de

cálculo do subindicador Iqa apenas os dados das ETAs apresentados na Tabela 10. Além disso,

também devido à falta de dados, considerou-se que o distrito de Amarantina foi abastecido

pela ETA Funil (tal consideração foi feita com aval do Semae), uma vez que não foram

disponibilizadas informações de turbidez a respeito da ETA Amarantina. Em continuidade, o

cálculo do Iqa para o distrito de Cachoeira do Campo foi realizado pautado na soma das

variáveis das ETAs Funil e Vila Alegre (conforme Tabela 10), uma vez que esse conta com

águas de abastecimento oriundas das duas estações de tratamento e o Semae não possui a

informação de quais são os setores censitários abastecidos por cada ETA. Para a cidade de

Ouro Preto, que também recebe águas provenientes de duas ETAs, foi possível determinar

qual estação de tratamento abastece cada setor censitário, conforme explicação feita no item 6

desta pesquisa.

Por fim, os distritos de Engenheiro Correia, Lavras Novas, Miguel Burnier, Rodrigo

Silva, Santa Rita de Ouro Preto, Santo Antônio do Salto e São Bartolomeu, que não são

abastecidos por ETAs, receberam pontuação igual a 100,00 para o Iqa. Tal consideração foi

necessária uma vez que não existem dados disponíveis nesses distritos para pontuar conforme

solicitado por Conesan (1999), no entanto, Oliveira (2010) e Pereira (2012) avaliaram a

qualidade da água distribuída nos distritos citados por meio de análises de características

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94

físico-químicas e biológicas e não diagnosticaram alterações significativas para o consumo

humano, fato que endossa a atribuição da pontuação máxima.

A pontuação do Iqa foi determinada de acordo com a Tabela 11, pautado no que é

estabelecido por Conesan (1999).

Tabela 11 - Pontuação do Iqa em função de seu valor (%)

Intervalo Iqa (%) Pontuação Iqa Situação do setor censitário

Iqa = 100 100 Excelente

95,00 ≤ Iqa < 100 80 Ótima

85,00 ≤ Iqa < 95,00 60 Boa

70,00 ≤ Iqa < 85,00 40 Aceitável

50,00 ≤ Iqa < 70,00 20 Insatisfatória

Iqa < 50,00 0 Imprópria Fonte: Autor.

7.2.1.3 Subindicador de Saturação do Sistema Produtor (Isa)

O Isa foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):

𝐼𝑠𝑎 = 𝑛 =

𝑙𝑜𝑔𝐶𝑝

𝑉𝑝(𝐾2 𝐾1)⁄

𝑙𝑜𝑔(1 + 𝑡)

De acordo com o PMOP (2012) a taxa de crescimento anual médio da população

urbana do Município para os próximos 5 anos é de 0,54%, logo, t = 0,54. A variável Cp foi

determinada baseada em informações contidas no PMSB-OP e em documentações

disponibilizadas pelo Semae, seu valor para cada região estudada está apresentado na Tabela

5 na coluna intitulada ‘Vazão total (L/s)’. Por sua vez, a variável Vp foi calculada baseada na

fórmula a seguir, referenciada em Heller e Pádua (2010), na qual P refere-se à população

urbana abastecida e q ao consumo de água per capita ouropretano (450 L/hab.dia). Salienta-se

que os valores de P estão contidos na Tabela 4 na coluna intitulada ‘Pop. urb. (hab.)’, exceto

para a sede municipal. Para a sede, os valores de população urbana detalhados por sistema de

abastecimento estão apresentados no Quadro 20.

𝑉𝑝 =𝐾1𝑥𝐾2𝑥𝑃𝑥𝑞

86400

A pontuação do Isa foi determinada de acordo com o Gráfico 7, pautado no que é

estabelecido em Conesan (1999) e variando em função do tipo de captação de água para

abastecimento (vide Tabela 5). Para aqueles distritos com captação superficial atribuiu-se

pontuação 0,00 (zero) para Isa menor ou igual a 0,00 (zero) e 100,00 para Isa maior ou igual a

3,00. Àqueles que possuem captação subterrânea atribuiu-se pontuação 0,00 (zero) para Isa

menor ou igual a 0,00 (zero) e 100,00 para Isa maior ou igual a 2,00. Nas duas situações

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95

apresentadas os valores intermediários tiveram a pontuação determinada por meio de

interpolação.

Gráfico 7 - Pontuação do Isa

Fonte: Autor.

Salienta-se, por fim, que alguns distritos recebem águas de provenientes de captação

superficial e subterrânea, conforme elucidado na Tabela 5, dificultando a aplicação do Gráfico

7 para estabelecer a pontuação do Isa. Como solução para essa situação, adotou-se como

critério de pontuação do Isa a principal forma de captação de água da região em análise, ou

seja, baseou-se naquela que apresentou maior vazão.

7.2.2 Indicador de Esgotos Sanitários (Ies)

A aplicação do método Delphi permitindo a ponderação dos subindicadores

proporcionou a seguinte fórmula para cálculo do Ies.

𝐼𝑒𝑠 = 0,4095𝐼𝑐𝑒 + 0,3974𝐼𝑡𝑒 + 0,1931𝐼𝑠𝑒

7.2.2.1 Subindicador de Cobertura em Coleta de Esgotos (Ice)

O Ice foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):

𝐼𝑐𝑒 =𝐷𝑢𝑒𝐷𝑢𝑡

𝑥100(%)

As variáveis Due e Dut tiveram os valores extraídos do Censo IBGE 2010. A pontuação

do Ice foi determinada de acordo com o Gráfico 8, pautado no que é estabelecido em Conesan

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00

Po

ntu

ação

do

I sa

Valor do Isa (n=anos)

Pontuação do Isa em função de seu valor e do tipo de captação de água para abastecimento

Captação superficial

Captação subterrânea

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96

(1999) e variando em função da população urbana de cada distrito estudado (vide Tabela 4).

Para aqueles distritos com população urbana de até 5.000 habitantes, atribuiu-se pontuação 0

(zero) para Ice menor do que 50,00% e 100 para Ice maior que 85,00%. Àqueles que possuem

população urbana entre 5.000 e 20.000 habitantes, atribuiu-se pontuação 0,00 (zero) para Ice

menor do que 55,00% e 100,00 para Ice maior do que 85,00%. Por fim, àqueles com

população urbana de 20.000 a 50.000 habitantes, atribuiu-se nota 0,00 (zero) para Ice menor

do que 60,00% e 100,00 para Ice maior do que 85,00%. Nas três situações apresentadas

aqueles valores intermediários tiveram a pontuação determinada por meio de interpolação.

Gráfico 8 - Pontuação do Ice

Fonte: Autor.

7.2.2.2 Subindicador de Esgotos Tratados (Ite)

O Ite foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):

𝐼𝑡𝑒 = 𝐼𝑐𝑒𝑥𝑉𝑡𝑉𝑐𝑥100(%)

A variável Ice foi calculada no item 7.2.2.1 desta pesquisa. Como o município de Ouro

Preto não possui tratamento de esgotos, o valor de Vt foi igual a 0,00 (zero) m³/dia em todos

os casos (exceto para o distrito de São Bartolomeu, cujo valor adotado será demonstrado

adiante). Em seguida, a variável Vc foi determinada seguindo os seguintes conceitos.

i. O Censo IBGE 2010 fornece a quantidade total de residências existente em um

setor censitário, bem como quantas delas possuem coleta de esgoto;

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

0.00 10.00 20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00 80.00 90.00 100.00

Po

ntu

ação

do

I ce

Valor do Ice (%)

Pontuação do Ice em função do seu valor e faixa de população urbana

Pop. Urb. até 5.000 hab.

Pop. Urb. de 5.000 a 20.000 hab.

Pop. Urb. de 20.00 a 50.000 hab.

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97

ii. O Censo IBGE 2010 também fornece a população residente em cada setor

censitário;

iii. Dividindo-se a população residente no setor censitário pelo número de

residências nele existente, chega-se ao número médio de moradores em cada

residência;

iv. Multiplicando-se o número médio de moradores em cada residência pela

quantidade de residências que possuem coleta de esgotos, chega-se ao número

estimado de moradores que possuem coleta de esgoto em um determinado

setor censitário, ou seja, estima-se o número de habitantes que possuem coleta

de esgoto naquele setor (variável aqui chamada de Qhce);

v. De acordo com PMOP (2012), o consumo de água per capita no município de

Ouro Preto é 0,450 m³/hab.dia;

vi. De acordo com Conesan (1999) Vc = 0,80 x consumo per capita de água;

Sendo assim, o cálculo de Vc (m³/dia) foi realizado por meio da seguinte fórmula:

𝑉𝑐 = 0,80𝑥0,450 (𝑚3

ℎ𝑎𝑏. 𝑑𝑖𝑎) 𝑥𝑄ℎ𝑐𝑒(ℎ𝑎𝑏)

Para o caso do distrito de São Bartolomeu, no qual existe tratamento de esgotos por

meio de reator anaeróbio de fluxo ascendente e leito de secagem, o valor da variável Vt foi

considerado exatamente igual ao da variável Vc, uma vez que PMOP (2012) afirma no estudo

que 100% do esgoto coletado no distrito é tratado.

Por fim, a pontuação do Ite foi determinada de acordo com o Gráfico 9, pautado no que

é estabelecido em Conesan (1999) e variando em função da população urbana de cada distrito

estudado (vide Tabela 4). Para aqueles distritos com população urbana de até 5.000

habitantes, atribuiu-se pontuação 0 (zero) para Ite menor do que 15,00% e 100 para Ite maior

que 56,00%. Àqueles que possuem população urbana entre 5.000 e 20.000 habitantes,

atribuiu-se pontuação 0,00 (zero) para Ite menor do que 16,50% e 100,00 para Ite maior do que

63,75%. Por fim, àqueles com população urbana de 20.000 a 50.000 habitantes, atribuiu-se

nota 0,00 (zero) para Ite menor do que 18,00% e 100,00 para Ite maior do que 68,00%. Nas

três situações apresentadas aqueles valores intermediários tiveram a pontuação determinada

por meio de interpolação.

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98

Gráfico 9 - Pontuação do Ite

Fonte: Autor.

Como citado no início deste tópico, o valor da variável Vt foi igual 0,00 (zero) m³/dia

em todos os casos (exceto para o distrito de São Bartolomeu). Ciente disso e analisando a

fórmula de cálculo do Ite, é fácil perceber que o valor do subindicador em questão foi 0,00

(zero) para todos os setores censitários estudados. Surge em mente, então, a pergunta sobre o

motivo de se ter demandado tempo e conteúdo explicando todo o critério de cálculo

apresentado. A resposta para a questão é que o município de Ouro Preto atualmente (ano de

2017) não tem tratamento de esgotos, mas já planeja suas obras da ETE para abandonar este

cenário. Pretende-se que o presente estudo faça parte dos instrumentos de planejamento

ambiental do município, sendo assim, uma vez concluídas as instalações da estação, basta

acessá-lo e desenvolver, conforme aqui registrado, o cálculo do subindicador Ite.

7.2.2.3 Subindicador de Saturação do Tratamento de Esgotos (Ise)

O Ise foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):

𝐼𝑠𝑒 = 𝑛 = 𝑙𝑜𝑔 (

𝐶𝑡𝑉𝑐)

𝑙𝑜𝑔(1 + 𝑡)

A variável Vc foi calculada no item 7.2.2.2. De acordo com o PMOP (2012) a taxa de

crescimento anual médio da população urbana ouropretana para os próximos 5 anos é de

0,54%, logo, t = 0,54. Conforme já citado, o município de Ouro Preto não possui tratamento

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

0.00 10.00 20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00 80.00 90.00 100.00

Po

ntu

ação

do

I te

Valor do Ite (%)

Pontuação do Ite em função do seu valor e faixa de população urbana

Pop. Urb. até 5.000 hab.

Pop. Urb. de 5.000 a 20.000 hab.

Pop. Urb. de 20.000 a 50.000 hab.

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99

de esgotos, sendo assim, o valor da variável Ct foi 0,00 (zero) m³/dia (zero) em todos os casos

(exceto para o distrito de São Bartolomeu, no qual existe tratamento e o valor calculado de Ct

será explicitado a seguir).

Pautado em informações contidas em PMOP (2012), a população total (urbana e rural)

do distrito de São Bartolomeu é de 500 habitantes. Segundo a mesma fonte, a Estação de

Tratamento de Esgotos local é capaz de tratar todo o esgoto gerado pela população. Ciente

disso, utilizou-se a fórmula de Vc apresentada no item 7.2.2.2 desta pesquisa para determinar o

valor da variável Ct para o distrito em questão, da seguinte forma:

𝐶𝑡 = 0,80𝑥0,450 (𝑚3

ℎ𝑎𝑏. 𝑑𝑖𝑎) 𝑥500(ℎ𝑎𝑏)

A pontuação do Ise foi determinada de acordo com o Gráfico 10, pautado no que é

estabelecido em Conesan (1999) e variando em função da população urbana de cada distrito

estudado (vide Tabela 4). Como nenhuma região estudada contém população urbana maior do

que 50.000 habitantes, todas foram analisadas segundo o mesmo critério. Desta forma,

atribuiu-se pontuação 0,00 (zero) para casos em Ise (n) foi menor ou igual a 0,00 (zero) e

100,00 (cem) para os casos em Ise (n) foi maior ou igual a 2,00 (dois). Valores intermediários

tiveram a pontuação estabelecida por meio de interpolação.

Gráfico 10 - Pontuação do Ise

Fonte: Autor.

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00

Po

ntu

ação

do

I se

Valor do Ise (n = anos)

Pontuação do Ise em função de seu valor

Pop. Urb. até 50.000 hab.

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100

Apesar de já se ter a ciência de que o valor do Ise foi igual a 0,00 (zero), visto que a

variável Ct é igual a 0,00 (zero) (exceto para o distrito de São Bartolomeu), optou-se por

mesmo assim apresentar todo o critério de cálculo do subindicador em análise, baseado na

ideia de que o município de Ouro Preto já tem sua ETE planejada e que em um futuro

próximo a variável Ct assumirá valores diferentes de 0,00 (zero) m³/dia. Estando concluídas as

obras da estação, basta acessar este estudo e calcular o valor do Ise, uma vez que se pretende

que o ISA/OP se torne um instrumento de planejamento ambiental municipal.

7.2.3 Indicador de Resíduos Sólidos (Irs)

A aplicação do método Delphi permitindo a ponderação dos subindicadores

proporcionou a seguinte fórmula para cálculo do Irs.

𝐼𝑟𝑠 = 0,4323𝐼𝑐𝑟 + 0,3708𝐼𝑞𝑟 + 0,1969𝐼𝑠𝑟

7.2.3.1 Subindicador de Coleta de Resíduos (Icr)

O Icr foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):

𝐼𝑐𝑟 =𝐷𝑢𝑐𝐷𝑢𝑡

𝑥100(%)

As variáveis Duc e Dut tiveram os valores extraídos do Censo IBGE 2010. A pontuação

do Icr foi determinada de acordo com o Gráfico 11, pautado no que é estabelecido em Conesan

(1999) e variando em função da população urbana de cada distrito estudado (vide Tabela 4).

Para aqueles distritos com população urbana de até 20.000 habitantes, atribuiu-se pontuação

0,00 (zero) para Icr menor do que 80,00% e 100,00 para Icr maior que 90,00%. Àqueles que

possuem população urbana entre 20.000 e 100.000 habitantes, atribuiu-se pontuação 0,00

(zero) para Icr menor do que 90,00% e 100,00 para Icr maior do que 95,00%. Nas duas

situações apresentadas aqueles valores intermediários tiveram a pontuação determinada por

meio de interpolação.

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101

Gráfico 11 - Pontuação do Icr

Fonte: Autor.

7.2.3.2 Subindicador de Tratamento e Disposição Final de Resíduos (Iqr)

Conesan (1999) estabelece que o critério de cálculo do subindicador Iqr seja baseado

na Resolução nº. 13, de 27 de fevereiro de 1998, da Secretaria de Meio Ambiente do Governo

do Estado de São Paulo, sendo essa revogada pela Resolução n°. 54, de 04 de julho de 2013,

da mesma secretaria. Desta forma, não foi possível ter acesso à regulamentação para então

compreender a maneira de cálculo do subindicador em análise, não sendo encontrada outra

legislação que a substituísse. Inferiu-se, no entanto, que o método de determinação do Iqr

fosse baseado no Índice de Qualidade de Aterros (IQR) da Companhia Ambiental do Estado

de São Paulo (CETESB), uma vez que o próprio Manual de criação do ISA faz referência ao

IQR em seu tópico destinado à explicação do Iqr. Consultando as referências bibliográficas

que utilizaram o Iqr em seus ISAs, de acordo com a Tabela 1, notou-se que o critério de

cálculo desse subindicador também não foi apresentado. Diante dessa conjuntura, adotou-se

realmente o IQR da CETESB para pautar o cálculo do Iqr, sendo a metodologia explanada no

Quadro 25 e fundamentada em CETESB (2017).

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

60.00 65.00 70.00 75.00 80.00 85.00 90.00 95.00 100.00

Po

ntu

ação

do

I cr

Valor do Icr (%)

Pontuação do Icr em função do seu valor e faixa de população urbana

Pop. Urb. até 20.000 hab.

Pop. Urb. de 20.000 a 100.000hab.

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102

Quadro 25 - Metodologia para cálculo do Iqr Índice da Qualidade de Aterro de Resíduos – IQR

Item

Sub-item Avaliação

Peso

Po

nto

s

Item

Sub-item Avaliação

Peso

Po

nto

s

Est

rutu

ra d

e ap

oio

1. Portaria, balança e vigilância Sim/Suficiente 2

Ou

tras

in

form

açõ

es

23. Presença de catadores Não 2

Não/Insuficiente 0 Sim 0

2. Isolamento físico Sim/Suficiente 2

24. Queima de resíduos Não 2

Não/Insuficiente 0 Sim 0

3. Isolamento visual Sim/Suficiente 2

25. Presença moscas e odores Não 2

Não/Insuficiente 0 Sim 0

4. Acesso à frente de descargas Adequado 3

26. Presença de aves e animais Não 2

Inadequado 0 Sim 0

Fre

nte

de

trab

alho

5. Dimensões frente trabalho Adequadas 5

27. Recebe resíduos não autorizados

Não 2

Inadequadas 0 Sim 0

6. Compactação dos resíduos

Adequada 5

28. Recebe resíduos industriais

Sim

(Preencher

item 29)

-

Inadequada 0 Não (Ir para

item 30)

7. Recobrimento dos resíduos Adequada 5

29. Estruturas e procedimentos Suficiente 10

Inadequada 0 Insuficiente 0

Tal

udes

e b

erm

as 8. Dimensões e inclinações

Adequadas 4

SUBTOTAL 2.1 10

Inadequadas 0 SUBTOTAL 2.2 20

9. Cobertura de terra Adequada 4

C

arac

terí

stic

a d

a ár

ea

30. Proximidades de núcleos habitacionais

≥500m 2

Inadequada 0 <500m 0

10. Proteção vegetal Adequada 3

31. Proximidades de corpos de

água

≥200m 2

Inadequada 0 <200m 0

11. Afloramento de chorume Não/Raros 4

32. Vida útil da área

≤2anos

- Sim/Numerosos 0 2<x≤5anos

Su

per

fíci

e

super

ior 12. Nivelamento da superfície

Adequado 5

>5anos

Inadequado 0 33. Restrições legais ao uso do

solo

Sim -

13. Homogeneidade da

cobertura

Sim 5

Não

Não 0 SUBTOTAL 3 4

Est

rutu

ra d

e p

rote

ção

am

bie

nta

l

14. Impermeabilização do solo

Sim/Adequada

(Não preencher item 15) 10

Não/Inadequada

(Preencher item 15) 0

TOTAL MÁXIMO (100)

TOTAL MÁXIMO 2.1

Sem recebimento de resíduos industriais

TOTAL MÁXIMO (110)

TOTAL MÁXIMO 2.2

Com recebimento de resíduos industriais 15. Profundidade lençol

freático (P) x Permeabilidade

do Solo (k)

P>3m

k<10-6cm/s 4

1≤P≤3 m

k<10-6cm/s 2

Condição inadequada 0

16. Drenagem de chorume

Sim/Suficiente 4

IQR-SOMA DOS

PONTOS/10 Sem recebimento de

resíduos industriais

IQR-SOMA DOS PONTOS/11

Com recebimento de resíduos

industriais Não/Insuficiente 0

17. Tratamento de chorume Sim/Adequado 4

Não/Inadequado 0

18. Drenagem provisória de águas pluviais

Suficiente/Desnecessário 3

Não/Insuficiente 0

CÁLCULO DO IQR 19. Drenagem definitiva de

águas pluviais

Suficiente/Desnecessário 4

Não/Insuficiente 0

20. Drenagem de gases Suficiente/Desnecessário 4

Sem recebimento de resíduos industriais:

IQR = (Subtotais 1+2.1+3)/10

Não/Insuficiente 0

21. Monitoramento de águas

subterrâneas

Adequado 4

Inadequado/Insuficiente 1

Inexistente 0

Com recebimento de resíduos industriais:

IQR = (Subtotais 1+2.2+3)/11 22. Monitoramento geotécnico

Adequado/Desnecessário 4

Inadequado/Insuficiente 1

Inexistente 0

SUBTOTAL 1 86

Fonte: Adaptado de CETESB (2017).

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103

Como o município de Ouro Preto não possui aterro sanitário a pontuação do Iqr foi

0,00 (zero) em todos os casos. Caso existisse, deveria ser atribuída pontuação 0,00 (zero) para

casos em que Iqr fosse menor ou igual a 6,00 (aterro em condições inadequadas) e 100,00

(cem) para casos em que Iqr fosse maior do que 8,00 (aterro em condições adequadas).

Valores intermediários (aterro em condições controladas) deveriam ter a pontuação

estabelecida por meio de interpolação, conforme Gráfico 12. Esse critério de pontuação é

estabelecido em Conesan (1999).

Gráfico 12 - Pontuação do Iqr

Fonte: Autor.

A opção por apresentar o critério de cálculo e pontuação do Iqr, mesmo ciente de que

seu valor é 0,00 (zero) devido à inexistência de aterro sanitário no Município, baseia-se no

objetivo de tornar o ISA/OP um instrumento de planejamento ambiental municipal. Imagina-

se que a construção do aterro sanitário já seja planejada pela administração pública local, uma

vez instalado, basta acessar este estudo e desenvolver o cálculo do Iqr conforme aqui

apresentado.

7.2.3.3 Subindicador de Saturação do Tratamento e Disposição Final dos Resíduos (Isr)

O Isr foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):

𝐼𝑠𝑟 = 𝑛 =𝑙𝑜𝑔 (

𝐶𝑎𝑥𝑡𝑉𝑙

+ 1)

𝑙𝑜𝑔(1 + 𝑡)

De acordo com o PMOP (2012) a taxa de crescimento anual médio da população

urbana ouropretana para os próximos 5 anos é de 0,54%, logo, t = 0,54. Como já citado, o

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00 8.00 9.00 10.00

Po

ntu

ação

do

I qr

Valor do Iqr

Pontuação do Iqr em função de seu valor

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104

município de Ouro Preto não possui aterro sanitário, dessa forma o valor da variável Ca foi

0,00 (zero) m³ para todos os casos. A variável Vl foi calculada pautada nos seguintes

conceitos:

i. O Censo IBGE 2010 fornece a quantidade total de residências existente em um

setor censitário, bem como quantas delas possuem coleta de resíduos sólidos;

ii. O Censo IBGE 2010 também fornece a população residente em cada setor

censitário;

iii. Dividindo-se a população residente no setor censitário pelo número de

residências nele existente, chega-se ao número médio de moradores em cada

residência;

iv. Multiplicando-se o número médio de moradores em cada residência pela

quantidade de residências que possuem coleta de resíduos sólidos, chega-se ao

número estimado de moradores que possuem coleta de resíduos em um

determinado setor censitário, ou seja, estima-se o número de habitantes que

possuem coleta de resíduos naquele setor (variável aqui chamada de Qhcr);

v. De acordo com PMOP (2012), a geração per capita de resíduos sólidos no

município de Ouro Preto é 0,70 kg/hab.dia;

vi. De acordo com FEAM (2010) o peso específico dos resíduos sólidos é 230

kg/m³. Informa-se que valor apresentado é um valor médio estabelecido pelo

estudo citado e não especificamente para o município de Ouro Preto.

Sendo assim, o cálculo de Vl (m³/dia) foi realizado por meio da seguinte fórmula:

𝑉𝑙 =0,70 (

𝑘𝑔ℎ𝑎𝑏. 𝑑𝑖𝑎

) 𝑥𝑄ℎ𝑐𝑟(ℎ𝑎𝑏)

230 (𝑘𝑔𝑚3)

A pontuação do Isr foi determinada de acordo com o Gráfico 13, pautado no que é

estabelecido em Conesan (1999) e variando em função da população urbana de cada distrito

estudado (vide Tabela 4). Como nenhuma região estudada contém população urbana maior do

que 50.000 habitantes, todas foram analisadas segundo o mesmo critério. Desta forma,

atribuiu-se pontuação 0,00 (zero) para casos em que Isr (n) foi menor ou igual a 0,00 (zero) e

100,00 (cem) para os casos em que Isr (n) foi maior ou igual a 2,00 (dois). Valores

intermediários tiveram a pontuação estabelecida por meio de interpolação.

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105

Gráfico 13 - Pontuação do Isr

Fonte: Autor.

Como citado no início deste tópico, o valor da variável Ca foi igual 0,00 (zero) m³ em

todos os casos. Ciente disso e analisando a fórmula de cálculo do Isr, é fácil perceber que o

valor do subindicador em questão foi 0,00 (zero) para todos os setores censitários estudados.

Surge em mente, então, a pergunta sobre o motivo de se ter demandado tempo e conteúdo

explicando todo o critério de cálculo apresentado. A resposta para a questão é que o

município de Ouro Preto atualmente (ano de 2017) não conta com aterro sanitário para

disposição final dos RSU, mas espera-se que administração pública municipal já possua em

seus planos a construção de um. Pretende-se que o presente estudo faça parte dos

instrumentos de planejamento ambiental do município, sendo assim, uma vez concluídas as

instalações do aterro sanitário, basta acessá-lo e desenvolver, conforme aqui registrado, o

cálculo do subindicador Isr.

7.2.4 Indicador de Controle de Vetores (Icv)

A aplicação do método Delphi permitindo a ponderação dos subindicadores

proporcionou a seguinte fórmula para cálculo do Icv.

𝐼𝑐𝑣 = 0,4306𝐼𝑣𝑑 + 0,2948𝐼𝑣𝑒 + 0,2746𝐼𝑣𝑙

A quantidade de casos de dengue, esquistossomose e leptospirose diagnosticados no

município de Ouro Preto, do ano de 2010 a 2015, foi informada pela Secretaria Municipal de

Saúde em visitas à sua sede. Anotou-se o endereço (com sigilo de informações documentado e

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00

Po

ntu

ação

do

I sr

Valor do Isr (n = anos)

Pontuação do Isr em função de seu valor

Pop. Urb. até 50.000 hab.

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106

assinado pelo autor desta pesquisa) do paciente portador de cada uma dessas enfermidades

para que fosse possível enquadrar os casos nos setores censitários do município.

O critério de pontuação para os três subindicadores do Icv – subindicador de Dengue

(Ivd); subindicador de Esquistossomose (Ive) e subindicador de Leptospirose (Ivl) – foi o

mesmo, de acordo com o Quadro 26. Salienta-se que este critério foi determinado pelo autor

desta pesquisa em parceria com o orientador e coorientador, baseado no estabelecido em

Conesan (1999), estando todos cientes da impossibilidade de se calcular os subindicadores

exatamente como estabelecido em Conesan (1999).

Quadro 26 - Pontuação do Ivd, Ive e Ivl

Situação do Setor censitário de 2010 a 2015 Pontuação

Sem caso da enfermidade 100

Com 1 caso da enfermidade 50

Com 2 casos da enfermidade 25

Com 3 ou mais casos da enfermidade 0 Fonte: Autor.

A Tabela 12 explicita o número de casos de cada enfermidade diagnosticados no

município de Ouro Preto de 2010 a 2015. Salienta-se que para a eficiência deste estudo era de

fundamental importância conhecer a localização de cada caso para que essa informação fosse

atrelada a um setor censitário. Isto é, mais do que saber sobre a existência de um caso de

doença, era necessário identificar o endereço da casa da vítima para assim enquadrá-lo em um

setor. Na Tabela 12, os números indicados em itálico entre parênteses indicam a quantidade

total de casos diagnosticados da enfermidade em cada ano. Por sua vez, aqueles fora dos

parênteses apresentam a quantidade de casos que foram passíveis de enquadramento em um

setor censitário. Por exemplo: no ano de 2013 houve no município de Ouro Preto 50 casos

diagnosticados de dengue, entretanto, apenas 39 casos tiveram o setor censitário de origem

localizados.

Tabela 12 - Números de casos das enfermidades ao longo dos anos no município de Ouro Preto

Doença Número de casos localizados (número de casos diagnosticados)

Total 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Dengue 15 (21) 4 (4) 0 (0) 39 (50) 8 (12) 10 (15) 76 (102)

Esquistossomose 10 (24) 10 (25) 4 (6) 1 (1) 10 (15) 7 (8) 42 (79)

Leptospirose 0 (1) 2 (2) 1 (2) 0 (1) 1 (1) 0 (0) 4 (7) Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Ouro Preto.

A Tabela 13 explicita como foi a variação dos casos de dengue, esquistossomose e

leptospirose no decorrer dos anos em cada distrito do município ouropretano. De maneira

análoga, os números em itálico entre parênteses também demonstram a quantidade de casos

da enfermidade diagnosticados e os fora dos parênteses indicam o número de casos passível

de localização do setor censitário. Por exemplo: no ano de 2010 o distrito de Antônio Pereira

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107

possuiu 15 casos diagnosticados de esquistossomose, no entanto, somente um caso teve o

setor censitário localizado. O cálculo dos valores de Ivd, Ive, Ivl e, por consequência, de Icv,

foram realizados considerando somente aqueles casos em que foi possível se localizar o setor

censitário, isto é, aqueles apresentados fora dos valores de fora dos parênteses.

Tabela 13 - Número de casos das enfermidades por distrito ao longo dos anos

Doença Número de casos localizados (número de casos diagnosticados)

2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Amarantina

Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 2 (2) 0 (1) 0 (1) 2 (4)

Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 1 (1) 0 (0) 1 (3) 0 (0) 2 (4)

Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Antônio Pereira

Dengue 5 (7) 0 (0) 0 (0) 16 (24) 0 (0) 4 (4) 25 (35)

Esquistossomose 1 (15) 8 (23) 2 (4) 0 (0) 6 (8) 2 (2) 19 (52)

Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Cachoeira do Campo

Dengue 2 (4) 0 (0) 0 (0) 3 (3) 0 (1) 0 (0) 5 (8)

Esquistossomose 8 (8) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (1) 9 (9)

Leptospirose 0 (0) 0 (0) 1 (1) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (1)

Engenheiro Correia

Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Glaura

Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Lavras Novas

Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Miguel Burnier

Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Ouro Preto

Dengue 7 (10) 4 (4) 0 (0) 18 (20) 7 (9) 6 (8) 42 (51)

Esquistossomose 1 (1) 0 (0) 1 (1) 1 (1) 4 (4) 4 (4) 10 (11)

Leptospirose 0 (1) 2 (2) 0 (1) 0 (1) 0 (0) 0 (0) 2 (5)

Rodrigo Silva

Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Santa Rita de Ouro Preto

Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (1) 0 (0) 1 (1)

Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Santo Antônio do Leite

Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (1) 0 (0) 1 (1) 1 (2)

Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

Santo Antônio do Salto

Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Esquistossomose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0)

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108

Doença Número de casos localizados (número de casos diagnosticados)

2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) São Bartolomeu

Dengue 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) Esquistossomose 0 (0) 2/2 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 2/(2)

Leptospirose 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1/(1) 0 (0) 1/(1) Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Ouro Preto.

A impossibilidade de se atrelar um caso de doença a um setor censitário foi devido a

erros no endereço de residência da casa do paciente. Alguns casos apresentavam somente o

nome do distrito, alguns apenas nome da rua (não explicitando número, bairro ou distrito) e

outros possuíam endereços que não foram localizados. Desta forma, inúmeros casos das

doenças analisadas foram desconsiderados nos cálculos do Icv, uma vez que não possível

vinculá-los ao setor censitário de origem. A Tabela 14 apresenta, então, a quantidade exata de

casos das doenças analisadas no período de 2010 a 2015 utilizada para a efetivação dos

cálculos de Ivd, Ive, Ivl e, por consequência, de Icv em cada distrito estudado.

Tabela 14 - Quantidade de casos das doenças analisadas em cada distrito (2010 a 2015)

Distrito

Dengue Esquistossomose Leptospirose

N°.

casos

% relação ao

município

N°.

casos

% relação ao

município

N°.

Casos

% relação

ao município

Amarantina 2 2,63 2 4,76 0 0,00

Antônio Pereira 25 32,89 19 45,24 0 0,00

Cachoeira do Campo 5 6,58 9 21,43 1 25,00

Engenheiro Correia 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Glaura 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Lavras Novas 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Miguel Burnier 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Ouro Preto 42 55,26 10 23,81 2 50,00

Rodrigo Silva 0 0,00 0 0,00 0 0,00

Santa Rita de Ouro Preto 1 1,32 0 0,00 0 0,00

Santo Antônio do Leite 1 1,32 0 0,00 0 0,00

Santo Antônio do Salto 0 0,00 0 0,00 0 0,00

São Bartolomeu 0 0,00 2 4,76 1 25,00

Município (total) 76 100,00 42 100,00 4 100,00 Fonte: Autor.

7.2.5 Indicador de Recursos Hídricos (Irh)

A aplicação do método Delphi permitindo a ponderação dos subindicadores

proporcionou a seguinte fórmula para cálculo do Irh.

𝐼𝑟ℎ = 0,3855𝐼𝑞𝑏 + 0,3745𝐼𝑑𝑚 + 0,2400𝐼𝑓𝑖

No entanto, durante a busca de dados para cálculo do indicador, notou-se que os

órgãos públicos consultados não possuíam dados a respeito de água bruta das fontes isoladas

de captações, fato que impossibilitaria o cálculo do subindicador Ifi. Ciente desse contratempo

e buscando avaliar a situação dos recursos hídricos ouropretanos, optou-se por descartar o

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109

subindicador Ifi e distribuir de maneira ponderada seu peso entre os subindicadores Iqb e Idm.

Calcular o Irh considerando apenas o Iqb e Idm é permitido por Conesan (1999) nos casos em

que a região analisada não conta com fontes isoladas de abastecimento. Salienta-se que o

município de Ouro Preto conta, sim, com fontes isoladas de abastecimento de água e a

eliminação do subindicador Ifi se deu exclusivamente devido à falta de dados para seu cálculo.

Portanto, a fórmula utilizada de fato para calcular o indicador Irh foi a seguinte:

𝐼𝑟ℎ = 0,5072𝐼𝑞𝑏 + 0,4928𝐼𝑑𝑚

7.2.5.1 Subindicador de Qualidade da Água Bruta (Iqb)

O Manual Básico do ISA quando criado em 1999 pelo Conesan não estabeleceu a

maneira de se calcular o Iqb, no qual está informado apenas que o critério de cálculo está “em

desenvolvimento” (CONESAN, 1999, p. 29). Em consequência disso, optou-se por balizar

pontuação do subindicador de acordo com a classificação dos corpos d’água estipulada pela

Resolução Conama n°. 357/2005, conforme apresentada na Tabela 5. O enquadramento em

pauta foi empregado somente às captações superficiais que abastecem as ETAs, utilizando

como referência para nortear os valores de pontuação os estudos de PMF (2011b) e Santos

(2008), sendo a mesma exposta pela Tabela 15.

Tabela 15 – Critério de pontuação do Iqb para captações superficiais

Classe Pontuação

Especial 100

1 90

2 80

3 50

4 0 Fonte: Autor.

Como visto na Tabela 5, alguns distritos não são abastecidos por água proveniente de

ETA e sim por captações superficiais e subterrâneas. A título de se atribuir a pontuação,

adotou-se o tipo de captação que conta com maior vazão no distrito. Para esses distritos em

que inexiste ETA, o critério de pontuação do Iqb foi diferente e seguiu os seguintes princípios:

i. Casos em que as captações superficiais representavam maior vazão:

classificou-se como Classe 2 aqueles corpos d’água utilizados para captação

superficial com enquadramento não definido segundo Resolução Conama n°.

357/2005, sendo a pontuação atribuída conforme Tabela 15;

ii. Casos em que as captações subterrâneas representavam maior vazão: captações

subterrâneas em poços foram pontuadas segundo o estabelecido em Conesan

(1999), de acordo com Tabela 16.

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110

Tabela 16 - Critério de pontuação do Iqb para captações subterrâneas

Critério Pontuação

Poço sem contaminação e sem necessidade de tratamento 100

Poço sem contaminação e com necessidade de tratamento de qualquer natureza 50

Poço com risco de contaminação 0 Fonte: Autor.

O Semae foi o órgão responsável por informar a classificação dos corpos d’água bem

como sobre os riscos e tratamentos existentes nos poços de captação. Sendo assim, as ETAs

Jardim Botânico e Itacolomi captam águas Classe Especial, a ETA Antônio Pereira Classe 1 e

as ETAs Funil, Vila Alegre e Amarantina Classe 2. Quanto aos poços, todos contam com

desinfecção, exceto em São Bartolomeu, que possui também filtração. Conesan (1999)

informa que não se deve considerar na pontuação a desinfecção como forma de tratamento.

Avançando nas explicações, assume-se que a maneira ideal de se calcular o Iqb seria

baseado no Índice de Qualidade das Águas Brutas para fins Fins de Abastecimento Público

(IAP) desenvolvido pela CETESB ou, então, o Índice de Qualidade de Água Bruta afluente a

estações convencionais de tratamento (IQAB) desenvolvido por Souza e Libânio (2009). No

entanto, devido à falta de dados sobre as propriedades da água bruta no município de Ouro

Preto não foi possível desenvolver os cálculos de acordo com os modelos citados.

7.2.5.2 Subindicador de Disponibilidade dos Mananciais (Idm)

O Idm foi calculado por meio da seguinte fórmula, de acordo com Conesan (1999):

𝐼𝑑𝑚 =𝐷𝑖𝑠𝑝

𝐷𝑒𝑚

Para aqueles distritos que contam água de abastecimento advinda de ETA, a variável

Disp foi calculada com o auxílio do Atlas Digital das Águas de Minas

(www.atlasdasaguas.ufv.br/), o qual fornece em sua ferramenta ‘Modelos ajustados por curso

d’água’ a fórmula destinada a obtenção da vazão mínima de 7 dias consecutivos com período

de recorrência de 10 anos (Q7,10) variando em função da área da bacia de contribuição de um

ponto qualquer. Sendo assim, recorreu-se ao Semae e obteve-se as coordenadas das seis ETAs

existentes no município de Ouro Preto e por meio do software ArcGIS 10 calculou-se área da

bacia de contribuição a montante de cada ETA.

O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) estabelece em sua Portaria nº. 49, de

01 de julho de 2010, o seguinte:

Art. 5º. A vazão de referência a ser utilizada para o cálculo das

disponibilidades hídricas em cada local de interesse, até que se estabeleçam

as diversas vazões de referência nas bacias hidrográficas do Estado, será a

Q7,10 (vazão mínima de sete dias de duração e dez anos de recorrência).

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111

§1º O limite máximo de derivações consuntivas a serem outorgadas na

porção da bacia hidrográfica limitada por cada seção considerada, em

condições naturais será de 30% (trinta por cento) da Q7,10, ficando

garantido a jusante de cada derivação, fluxos residuais mínimos equivalentes

a 70% (setenta por cento) da Q7,10 (IGAM, 2010).

Ciente disso, estabeleceu-se que a variável Disp fosse representada pelo valor máximo

outorgável na micro bacia hidrográfica em que cada ETA está inserida, isto é, 30% do valor

da Q7,10. A Tabela 17 apresenta o nome dessa micro bacia e qual o modelo ajustado utilizado

para determinar a Q7,10, bem como a área de contribuição a montante de cada ETA e qual o

valor encontrado para 30% da Q7,10.

Tabela 17 - Características de cada ETA

ETA Ama-

rantina Funil

Vila

Alegre Antônio Pereira Itacolomi

Jardim

Botânico

Coordenadas¹ S 20º18'52" 20º22'11" 20º23'17" 20º19'09" 20º24'26" 20º22'31"

W 43º42'41" 43º37'39" 43º39'40" 43º28'42" 43º29'20" 43º31'28"

Área contribuição

(km²) 10,40 41,19 5,91 4,55 3,83 0,73

Micro bacia

hidrográfica Rio Maracujá Rio Gualaxo do Norte Rio do Carmo

Modelo ajustado

Micro bacia2

Q7,10 = 0,0052.A0,9601

Q7,10 = 0,0038.A1,0129

Q7,10 = 0,0038.A1,0129

Q7,10 (L/s) 49,26 184,66 28,64 17,64 14,82 2,77

30% Q7,10 (L/s) 14,78 55,40 8,59 5,29 4,44 0,83

Sub-bacia

hidrográfica Rio das Velhas Rio Piranga

Bacia hidrográfica Rio São Francisco Rio Doce Fonte: Autor. 1 S = sul; W = oeste. Sistemas de Coordenadas Geográficas - Datum WGS 84

²A = valor da área da bacia de contribuição

Conforme já visto no decorrer deste estudo, não são todos os distritos do município de

Ouro Preto que contam com água de abastecimento proveniente de ETA, sendo assim, a

maneira de cálculo da variável Disp apresentada anteriormente só se aplicou àqueles distritos

que recebem água oriunda exclusivamente de alguma estação de tratamento (vide Tabela 5).

Para os distritos que, além de ETA, também contam com água de abastecimento advindas de

outras captações superficiais e subterrâneas, somou-se ao valor encontrado de 30% da Q7,10

o somatório da vazão procedente dessas formas, considerando-as sem restrições de uso e com

abundância para o fornecimento de água.

Para os distritos que não contam com o abastecimento de água proveniente de ETA, a

variável Disp assumiu o valor da soma das vazões das captações superficiais e subterrâneas

existentes no local, sendo essas mais uma vez consideradas sem restrições de uso e com

abundância para o fornecimento de água. Assim sendo, a variável Disp foi calculada de três

maneiras distintas variando em função da fonte de abastecimento de cada região estudada,

conforme resumido no Quadro 27.

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112

Quadro 27 - Maneiras para cálculo da variável Disp

Fonte de abastecimento de água no distrito Maneira de cálculo da variável Disp

ETA 30% Q7,10

ETA e captações superficiais/subterrâneas 30% Q7,10 + Somatório das vazões de captações

superficiais/subterrâneas

Captações superficiais/subterrâneas Somatório das vazões de captações superficiais/subterrâneas Fonte: Autor.

As maneiras de cálculo da variável Disp expostas culminam no valor total da

disponibilidade hídrica em cada distrito estudado, no entanto, a metodologia desta pesquisa é

empregada em nível dos setores censitários. Para determinar o valor da variável em cada setor

censitário adotou-se como critério de cálculo a distribuição proporcional do valor total

encontrado em função da população residente em cada setor.

Mudando de pauta e abordando a variável Dem, tem-se que Manual Básico do ISA

não apresenta sua maneira de cálculo, em consequência disso a fórmula utilizada para tal foi:

𝐷𝑒𝑚 = 𝑞𝑥𝑃

86400

A variável q representa o valor do consumo per capita de água da população

ouropretana, considerado no PMSB-OP e já utilizado nesta pesquisa como 450 L/hab.dia. O

cálculo de Dem, no entanto, considera uma demanda futura nos próximos 10 anos e baseando

no Produto 3 do PMSB-OP intitulado ‘Prognósticos e Alternativas para a Universalização dos

Serviços’ existe a possibilidade de que ocorra nesse período, em um cenário ideal, a integral

hidrometação no município. Nessa projeção estima-se que o consumo per capita reduza 50%,

passando para 225 L/hab.dia (PMOP, 2013a), sendo esse o valor da variável q adotado para

cálculo de Dem.

Por sua vez, a variável P refere-se à população residente no setor censitário

considerando um horizonte de 10 anos. Os diversos cálculos apresentados neste estudo

tomaram como base valores informados pelo Censo IBGE 2010, por consequência a

população residente em cada setor naquele ano. Sendo assim, optou-se por considerar o ano

de 2020 como o período limite para análise da demanda hídrica. Ciente disso, a projeção da

população residente em cada setor censitário foi realizada balizada na seguinte fórmula

apresenta a seguir, referenciada em Heller e Pádua (2010), na qual P(t) indica a população no

ano em que se deseja (no caso 2020), P0 a população em um ano conhecido (no caso 2010), e

é o número de Euler (considerado 2,718282), t a taxa de crescimento da população

ouropretana (no caso 0,54%) e Δt o intervalo de tempo considerado (no caso 10 anos):

𝑃(𝑡) =𝑃0. 𝑒𝑡.∆𝑡

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113

Em continuidade, atribuiu-se a pontuação do subindicador Idm conforme estabelecido

em Conesan (1999), Gráfico 14. Casos em que Idm foi maior do que 2,0 receberam pontuação

igual a 100,00, casos em que Idm foi maior do que 1,5 e menor ou igual a 2,0 receberam 50,00

pontos e aqueles com Idm menor ou igual a 1,5 receberam pontuação igual a 0,00 (zero).

Gráfico 14 - Pontuação do Idm

Fonte: Autor.

7.2.6 Indicador Socioeconômico (Ise)

A aplicação do método Delphi permitindo a ponderação dos subindicadores

proporcionou a seguinte fórmula para cálculo do Ise.

𝐼𝑠𝑒 = 0,3639𝐼𝑠𝑝 + 0,2639𝐼𝑟𝑓 + 0,3722𝐼𝑒𝑑

7.2.6.1 Subindicador de Saúde Pública vinculada ao Saneamento (Isp)

Calculou-se o Isp baseado na seguinte fórmula, de acordo com Consean (1999):

𝐼𝑠𝑝 = 0,7𝐼𝑚ℎ + 0,3𝐼𝑚𝑟

A Secretaria de Saúde do município de Ouro Preto informou que não há registros de

mortalidade infantil (0 a 4 anos) ligada à doença de veiculação hídrica no período estudado

(2010 a 2015), sendo assim a pontuação do Imh foi 100,00 para todos os setores censitários.

Caso fossem diagnosticados alguns casos, Conesan (1999) determina que a pontuação seja

realizada da seguinte forma:

i. Ordenar o número de casos identificados de maneira crescente e dividi-los em

quartis;

ii. O 1º quartil receberá pontuação igual a 100,00;

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00

Po

ntu

ação

do

I dm

Valor do Idm

Pontuação do Idm em função de seu valor

Page 131: Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós ...‡ÃO... · dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas. Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi

114

iii. O 4° quartil receberá pontuação igual a 0,00 (zero);

iv. 2º e 3º quartis receberão pontuação de acordo com interpolação de valores

entre 100,00 e 0,00 (zero) pontos.

Em continuidade, calculou-se o Imr pautado em informações também disponibilizadas

pela Secretaria de Saúde municipal. Com dados obtidos junto ao setor, elaborou-se a Tabela

18 contendo o número de mortes de crianças de 0 a 4 anos de idade e de idosos com mais de

60 anos ligadas a doenças respiratórias no período de 2010 a 2015, totalizando 281 óbitos.

Tabela 18 - Mortalidade de crianças de 0 a 4 anos e de idosos com mais de 60 anos ligadas a doenças

respiratórias (2010-2015)

Doença 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total

0-4 60+ 0-4 60+ 0-4 60+ 0-4 60+ 0-4 60+ 0-4 60+ 0-4 60+

Tuberculose

pulmonar 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2

Neoplasia

(traqueia,

brônquios e

pulmões)

0 7 0 3 0 9 0 7 0 2 0 7 0 35

Pneumonia 0 17 0 27 1 18 0 20 0 14 0 15 1 111

Doenças

crônicas das

vias aéreas

inferiores

0 11 0 20 0 14 0 19 0 17 0 12 0 93

Asma 0 1 0 2 0 2 0 1 0 0 0 0 0 6

Demais

doenças 0 7 2 4 1 3 0 4 0 7 0 5 3 30

Total 0 43 2 58 2 46 0 51 0 40 0 39 4 277 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Ouro Preto.

O critério de pontuação do Imr não se desempenhou conforme solicitado por Conesan

(1999) uma vez que não foi possível enquadrar os 281 óbitos diagnosticados nos respectivos

setores censitários. A impossibilidade se deu devido ao fato de a Secretaria de Saúde não

informar o endereço de cada caso de morte, tornando impossível vincular o óbito ao seu setor

censitário de origem. Caso a localização de cada fatalidade pudesse ter sido detectada, a

maneira de pontuação do Imr seria idêntica à do Imh.

A solução para o problema citado foi alvo de discussão entre autor e orientadores e

culminou com o consenso de distribuir as 281 mortes identificadas no período pesquisado em

função da população residente em cada um dos 99 setores censitários urbanos do município

ouropretano. Feito isso, ordenou-se todos os valores em ordem crescente e calculou-se os 1º,

2º e 3º quartis, de maneira que todos aqueles valores menores do que o do 1º quartil (2,06)

receberam pontuação 100,00 e os maiores do que o do 3º quartil (3,50) receberam pontuação

0,00 (zero). Valores intermediários entre esses quartis tiveram a pontuação estipulada por

meio de interpolação, conforme apresentado pelo Gráfico 15.

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115

Gráfico 15 - Pontuação do Imr

Fonte: Autor

7.2.6.2 Subindicador de Renda (Irf)

Calculou-se o Irf por meio da seguinte fórmula, pautado em Conesan (1999):

𝐼𝑟𝑓 = 0,70𝐼2𝑠 + 0,30𝐼𝑟𝑚

O Indicador de Distribuição de Renda menor do que 3 salários mínimos (I2s) foi

calculado de acordo com o Censo IBGE 2010, o qual fornece informações a respeito da

população total residente em um setor censitário e de quantos habitantes desse setor possuem

renda inferior a 3 salários mínimos. Em seguida, determinou-se sua pontuação de acordo com

o Gráfico 16, pautado no que é estabelecido em Conesan (1999). Para tal, ordenou-se todos os

valores do I2s em ordem crescente e calculou-se os 1º, 2º e 3º quartis, de maneira que todos

aqueles valores menores do que o do 1º quartil (75,49%) receberam pontuação 100,00 e os

maiores do que o do 3º quartil (82,54%) receberam pontuação 0,00 (zero). Valores

intermediários entre esses quartis tiveram a pontuação estipulada por meio de interpolação.

2.06

2.92

3.50 0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50 5.00

Po

ntu

ação

do

I mr

Valor do Imr

Pontuação do Imr em função de seu valor

1º Quartil = 2,06 2º Quartil = 2,92

3º Quartil = 3,50

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116

Gráfico 16 - Pontuação do I2s

Fonte: Autor.

Por sua vez, o Indicador de Renda Média (Irm) foi calculado também por meio de

informações obtidas no Censo IBGE 2010, o qual indica qual é a renda média dos habitantes

de um setor censitário. Determinou-se sua pontuação de acordo com o Gráfico 17, pautado no

que estabelece Conesan (1999). Para tal, ordenou-se todos os valores do Irm em ordem

decrescente e calculou-se os 1º, 2º e 3º quartis, de maneira que todos aqueles valores menores

do que o do 1º quartil (R$ 468,99) receberam pontuação 0,00 (zero) e os maiores do que o do

3º quartil (R$ 947,69) receberam pontuação 100,00. Valores intermediários entre esses quartis

tiveram a pontuação estipulada por meio de interpolação.

Gráfico 17 - Pontuação do Irm

Fonte: Autor.

75,49%

79,88%

82,54% 0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

60.00 65.00 70.00 75.00 80.00 85.00 90.00 95.00 100.00

Po

ntu

ação

do

I 2s

Valor do I2s(%)

Pontuação do I2s em função de seu valor

1º Quartil = 75,49%

R$ 468,99

R$ 585,58

R$ 947,69

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

300.00 400.00 500.00 600.00 700.00 800.00 900.00 1000.001100.00

Po

ntu

ação

do

I rm

Valor do Irm (R$)

Pontuação do Irm em função de seu valor

1º Quartil = R$ 468,99 2º Quartil = R$ 585,58 3º Quartil = R$ 947,69

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117

7.2.6.3 Subindicador de Educação (Ied)

Calculou-se o Ied por meio da seguinte fórmula, pautado em Conesan (1999):

𝐼𝑒𝑑 = 0,60𝐼𝑛𝑒 + 0,40𝐼𝑒1

De acordo com IBGE (2011) uma pessoa alfabetizada é aquela capaz de ler e escrever

um bilhete simples no idioma que conhece. A Secretaria Municipal de Educação de Ouro

Preto não possuía o número de analfabetos residentes no município e muito menos essa

informação passível de ser enquadrada nos setores censitários, sendo assim o valor da variável

(Ine) foi determinado seguindo os seguintes passos e conceitos (de antemão, assumiu-se que

uma pessoa é passível de alfabetização após os 5 anos de idade):

i. O Censo IBGE 2010 fornece a quantidade de habitantes em um setor

censitário (variável aqui chamada de Qh);

ii. O Censo IBGE 2010 fornece a quantidade de habitantes com até 5 anos de

idade em cada setor censitário (variável aqui chamada de Q5);

iii. O Censo IBGE 2010 fornece a quantidade de habitantes alfabetizados com 5

anos, ou mais, em cada setor censitário (variável aqui chamada de Qa);

iv. A soma de Q5 com Qa indica a quantidade de habitantes em um setor

censitário que possui até 5 anos de idade ou possui mais de 5 anos e é

alfabetizada;

v. Por raciocínio lógico, se uma pessoa não possuí até 5 anos de idade e não é

alfabetizada, trata-se de um analfabeto (variável aqui chamada de Qanf).

Assim:

𝑄𝑎𝑛𝑓 = 𝑄ℎ − (𝑄5 + 𝑄𝑎)

Uma vez ciente da quantidade de habitantes (Qh) em um setor censitário e determinada

a quantidade de analfabetos (Qanf) nele residente, calculou-se, então, a variável Ine por meio da

seguinte fórmula:

𝐼𝑛𝑒 =𝑄𝑎𝑛𝑓

𝑄ℎ𝑥100(%)

Baseando-se nas considerações anteriores, concluiu-se que o número de analfabetos

residentes em áreas urbanas no município de Ouro Preto em 2010 é de 2.649, o que representa

3,77% de sua população total. O valor apresentado é pertinente à realidade local e pode ser

ratificado pelo PMSB-OP, no qual está indicado que a taxa da população analfabeta no

município é de 4,17% (PMOP, 2012). A pequena diferença entre os valores percentuais pode

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118

ser justificada pelo fato de o primeiro não considerar os analfabetos residentes em áreas

rurais, enquanto o segundo os considera.

A variável de Nenhuma Escolaridade (Ine) teve sua pontuação determinada de acordo

com o Gráfico 18, pautado no estabelecido em Conesan (1999). Todos os valores do Ine foram

ordenados em ordem crescente e calculados os 1º, 2º e 3º quartis, de maneira que todos

aqueles valores menores do que o do 1º quartil (1,13%) receberam pontuação 100,00 e os

maiores do que o do 3º quartil (4,81%) receberam pontuação 0,00 (zero). Valores

intermediários entre esses quartis tiveram a pontuação estipulada por meio de interpolação.

Gráfico 18 - Pontuação do Ine

Fonte: Autor.

Em continuidade, Conesan (1999) determina que a variável Ie1 seja representada pela

porcentagem da população com escolaridade até o 1º grau (ensino fundamental completo).

Visitou-se a Secretaria de Educação do município de Ouro Preto para obter o valor requerido,

no entanto, deparou-se com a ausência dessa informação. O Censo IBGE 2010 também foi

consultado e novamente não foi possível determinar o valor de Ie1 conforme estabelecido pelo

Manual Básico do ISA.

O autor desta pesquisa, endossado pelos orientadores, optou por solucionar o problema

apresentado determinando o valor da variável Ie1 de acordo com informação obtida na página

eletrônica denominada ‘Observatório do PNE’ (www.observatoriodopne.org.br/), a qual é

destinada a apresentar dados a respeito da educação no território brasileiro pautados nas metas

estabelecidas no conteúdo do Plano Nacional de Educação (PNE). Salienta-se que o ideal

1,13

2,36

4,81 0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00

Po

ntu

ação

do

I ne

Valor do Ine (%)

Pontuação do Ine em função do seu valor

1º Quartil = 1,13% 2º Quartil = 2,36% 3º Quartil = 4,81%

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119

seria balizar o cálculo conforme Conesan (1999), porém a inexistência da informação obrigou

que se arbitrasse a outra maneira de cálculo.

O ‘Observatório do PNE’ contém na meta 2 – Ensino Fundamental a ‘Porcentagem de

crianças de 6 a 14 anos que frequentam a escola’ na localidade que se deseja avaliar. Para o

município de Ouro Preto o valor em questão é de 98,80% para o ano 2010. Considerou-se a

porcentagem satisfatória, fato que fez com que todos os setores censitários estudados

recebessem pontuação 100,00. A pontuação atribuída pode ser endossada ao analisar o Índice

de Desenvolvimento Humano municipal (IDHM) que, em 2010, foi igual a 0,741,

enquadrando o município em Alto Desenvolvimento Humano. Especialmente a componente

educação possuiu valor de 0,677 naquele ano, no qual o município contava com 98,91% das

crianças de 5 a 6 anos na escola e 93,67% de crianças de 11 a 13 anos cursando os anos finais

do ensino fundamental (ATLAS BRASIL, 2013).

7.2.7 Indicador de Drenagem Urbana (Idu)

A aplicação do método Delphi permitindo a ponderação dos subindicadores

proporcionou a seguinte fórmula para cálculo do Idu.

𝐼𝑑𝑢 = 0,3672𝐼𝑎𝑖 + 0,2917𝐼𝑟𝑝 + 0,3411𝐼𝑎𝑣

7.2.7.1 Subindicador de Alagamento ou Inundação (Iai)

O subindicador de Alagamento ou Inundação (Iai) para a cidade de Ouro Preto foi

calculado baseado no mapa de áreas inundáveis da sede urbana do município disponibilizado

no Plano Municipal de Saneamento Básico em PMOP (2012) e para o distrito de Antônio

Pereira foi determinado de acordo com mapa de uso do solo da área urbana da região

elaborado por Gonçalves et al. (2014). De posse dos mapas, verificou-se quais os setores

censitários com potencial para alagamento/inundação atribuindo pontuação 0,00 para aqueles

que possuíam grandes áreas passíveis dessa ocorrência e 100,00 para aqueles com nenhuma

possibilidade. Àqueles setores que possuíam apenas algumas áreas com potencial para tal

atribuiu-se nota 50,00, conforme Quadro 28. Salienta-se que o critério apresentado foi

arbitrado pelo autor desta pesquisa avalizado pelos orientadores, os quais são conhecedores

das peculiaridades topográficas e hidrográficas da sede municipal conhecendo empiricamente

os poucos locais sujeitos a alagamento/inundação dessa região.

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120

Quadro 28 - Pontuação do Iai

Potencial para alagamento/inundação Pontuação Iai

Inexistente 100,00

Médio 50,00

Alto 0,00 Fonte: Autor.

Em continuidade, para os distritos Amarantina, Cachoeira do Campo, Glaura, Rodrigo

Silva e Santo Antônio do Leite calculou-se o subindicador baseado em shapefiles contendo

áreas passíveis de alagamento ou inundação disponibilizadas pelo departamento de

Engenharia Ambiental da UFOP, sendo o critério de pontuação também pautado no Quadro

28. Por fim, atribuiu-se nota 100,00 para os distritos de Engenheiro Correia, Lavras Novas,

Miguel Burnier, Santa Rita de Ouro Preto, Santo Antônio do Salto e São Bartolomeu,

baseando-se na premissa que não existem relatos históricos de alagamentos ou inundações nas

áreas urbanas dessas localidades. Constatação ratificada pela defesa civil do município e por

docentes especialistas no assunto membros da UFOP.

7.2.7.2 Subindicador de Rua Pavimentada (Irp)

O subindicador de Rua Pavimentada (Irp) foi calculado por meio de informações

disponíveis nas tabelas que abastecem o Censo IBGE 2010. Nelas é possível estabelecer o

número de residências que contam com rua pavimentada em um determinado setor censitário.

Considerou-se como pavimentada a via pública coberta com asfalto, cimento, paralelepípedos

e/ou pedra (IBGE, 2011). A fórmula utilizada para o cálculo considerou o número total de

domicílios (Dut) no setor censitário e quantos desses domicílios dispunham de via

pavimentada (Dup), da seguinte forma:

𝐼𝑟𝑝 =𝐷𝑢𝑝

𝐷𝑢𝑡𝑥100(%)

O critério para pontuação do Irp foi definido pelo autor desta pesquisa, endossado

pelos orientadores, de maneira arbitrária e está apresentado no Gráfico 19. Atribuiu-se

pontuação 0,00 (zero) para casos em que Irp foi menor ou igual a 75,00% e 100,00 (cem) para

os casos em que Irp foi maior ou igual a 90,00%. Valores intermediários tiveram a pontuação

estabelecida por meio de interpolação.

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121

Gráfico 19 - Pontuação do Irp

Fonte: Autor.

7.2.7.3 Subindicador de Áreas Verdes (Iav)

O subindicador de Áreas Verdes (Iav) foi calculado por meio de informações

disponíveis nas tabelas que abastecem o Censo IBGE 2010. Nelas é possível estabelecer o

número de residências que contam com arborização em um determinado setor censitário.

Considerou-se como arborização a existência de árvore ao longo da calçada/passeio e/ou em

canteiro que dividia pistas de um mesmo logradouro, mesmo que apenas em parte (IBGE,

2011). A fórmula utilizada para o cálculo considerou o número total de domicílios (Dut) no

setor censitário e quantos desses domicílios dispunham de arborização (Duarb), da seguinte

forma:

𝐼𝑎𝑣 =𝐷𝑢𝑎𝑟𝑏𝐷𝑢𝑡

𝑥100(%)

O critério para pontuação do Iav foi definido pelo autor desta pesquisa, avalizado pelos

orientadores, de maneira arbitrária e está apresentado no Gráfico 20. Atribuiu-se pontuação

0,00 (zero) para casos em que Iav foi menor ou igual a 50,00% e 100,00 (cem) para os casos

em que Iav foi maior ou igual a 85,00%. Valores intermediários tiveram a pontuação

estabelecida por meio de interpolação.

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

40.00 50.00 60.00 70.00 80.00 90.00 100.00

Po

ntu

ação

do

I rp

Valor do Irp (%)

Pontuação do Irp em função de seu valor

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122

Gráfico 20 - Pontuação do Iav

Fonte: Autor.

7.3 Valor do ISA/OP para cada região analisada

A pontuação dos indicadores de primeira ordem integrantes do ISA/OP está

apresentada na Tabela 19 variando em função dos setores censitários e das regiões estudadas,

na qual também se encontra estipulado o valor geral do ISA/OP para cada distrito bem como

o final que representa o nível de salubridade ambiental de todas as áreas urbanas do município

de Ouro Preto. No item 12 (Apêndice) desta pesquisa está contida a tabela detalhada destinada

a apresentar a pontuação de todos os indicadores e subindicadores dos 99 setores censitários

avaliados, sendo também expostas as médias e valores do ISA/OP por região.

Tabela 19 - Valor do ISA/OP por setor censitário e distrito

Setor

censi-

tário

Bairro Dis-

trito Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu ISA/OP

1 Centro OP 44,27 40,95 43,23 67,71 50,72 99,89 65,89 54,94

2 Rosário OP 44,27 40,95 43,23 67,71 50,72 95,44 65,89 54,43

3 Centro OP 42,45 40,95 0,00 67,71 50,72 75,69 65,89 44,56

4 Centro OP 44,27 40,95 43,23 78,47 50,72 100,00 65,89 56,08

5 Antônio Dias OP 44,27 9,06 43,23 67,71 50,72 89,35 47,53 45,37

6 Barra OP 43,32 0,00 43,23 100,00 50,72 95,64 29,17 45,65

7 Vila São José OP 44,27 40,95 43,23 67,71 50,72 91,12 65,89 53,94

8 Água Limpa OP 44,27 40,95 0,00 52,97 50,72 89,08 65,89 44,90

9 Morro São

Sebastião OP 43,82 0,00 0,00 100,00 50,72 62,48 58,49 37,52

10 Morro São João OP 44,27 40,95 43,23 100,00 50,72 63,80 65,89 54,23

11 Morro São João OP 42,49 40,95 43,23 100,00 50,72 74,60 65,89 55,10

12 Morro da OP 23,06 40,95 13,80 100,00 50,72 49,87 43,67 41,29

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

20.00 30.00 40.00 50.00 60.00 70.00 80.00 90.00 100.00

Po

ntu

ação

do

I av

Valor do Iav (%)

Pontuação do Iav em função de seu valor

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123

Setor

censi-

tário

Bairro Dis-

trito Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu ISA/OP

Queimada

13 Morro da

Queimada OP 43,61 40,95 43,23 100,00 50,72 70,68 65,89 54,88

14 Alto da Cruz OP 42,03 40,95 43,23 78,47 50,72 58,32 65,89 50,89

15 Alto da Cruz OP 42,15 40,95 0,00 100,00 50,72 66,90 65,89 46,89

16 Antônio Dias OP 44,14 40,95 0,00 63,73 50,72 69,78 65,89 43,81

17 Alto das Dores OP 44,27 5,96 18,34 100,00 50,72 81,79 47,53 43,08

18 Barra OP 35,50 40,95 14,41 85,26 50,72 92,94 65,89 49,37

19 Vila Aparecida OP 36,06 40,95 9,91 78,47 50,72 70,73 65,89 45,49

20 Nossa Senhora

de Lourdes OP 44,27 40,95 34,29 100,00 50,72 87,03 65,89 55,37

21 Nossa Senhora

de Lourdes OP * * * * * * * *

22 Cabeças OP 44,27 40,95 43,23 67,71 50,72 93,17 65,89 54,17

23 São Cristóvão OP 44,10 40,95 43,23 63,73 50,72 89,33 65,89 53,29

24 Água Limpa OP 44,27 34,55 43,23 78,47 50,72 86,25 65,89 53,19

25 São Francisco OP 43,69 40,95 0,00 100,00 50,72 71,89 65,89 47,77

26 Alto da Cruz OP 43,72 40,58 43,23 100,00 50,72 55,75 65,89 53,13

27 Alto da Cruz OP 44,11 40,95 43,23 100,00 50,72 47,65 65,89 52,37

28 Padre Faria OP 44,27 40,95 43,23 78,47 50,72 40,36 65,89 49,31

29 Bauxita OP 36,06 40,95 43,23 78,47 50,72 99,13 100,00 57,57

30 São Cristóvão OP 43,94 40,95 43,23 100,00 50,72 78,65 65,89 55,85

31 São Cristóvão OP 42,07 40,95 0,00 63,73 50,72 67,65 65,89 43,15

32 Morro da

Queimada OP 43,91 40,95 0,00 100,00 50,72 58,88 65,89 46,34

33 Alto da Cruz OP 42,20 40,95 27,92 100,00 50,72 68,23 65,89 51,74

34 Nossa Senhora

da Piedade OP 41,01 40,95 43,23 67,71 50,72 50,03 65,89 48,61

35 Taquaral OP 40,36 5,33 43,23 100,00 50,72 57,96 100,00 48,63

36 Santa Cruz OP 36,06 40,95 43,23 100,00 50,72 57,26 65,89 51,82

37 Vila Itacolomy OP 34,31 40,95 0,00 100,00 50,72 94,72 65,89 48,46

38 Vila Itacolomy OP 36,06 40,95 43,23 100,00 50,72 84,53 65,89 54,92

39 Bauxita OP 36,06 40,95 43,23 100,00 50,72 84,81 65,89 54,95

40 Bauxita OP 36,06 40,95 43,23 100,00 50,72 75,28 65,89 53,87

41 Vila Operária OP 36,06 40,95 19,56 67,71 50,72 94,51 47,53 46,93

42 Saramenha OP 22,91 19,40 27,16 78,47 50,72 62,50 47,53 38,56

43 Taquaral OP 38,52 40,95 39,36 100,00 50,72 52,30 55,07 50,08

44 Novo Horizonte OP 34,82 23,16 43,23 100,00 50,72 86,39 36,72 48,41

45 Vila dos

Engenheiros OP 35,43 40,95 43,23 86,27 50,72 88,65 48,13 52,13

46 Pilar OP 44,27 38,01 43,23 100,00 50,72 100,00 65,89 57,73

47 Antônio Dias OP 38,54 36,12 0,00 50,00 50,72 86,10 65,89 42,08

48 Pilar OP 40,88 10,55 43,23 78,47 50,72 99,03 65,89 48,97

49 Padre Faria OP 44,27 38,78 42,35 78,47 50,72 72,27 65,89 52,33

50 Nossa Senhora

das Dores OP 44,27 40,95 43,23 78,47 50,72 72,53 65,89 52,96

51 Vila Aparecida OP 35,61 40,95 43,23 100,00 50,72 59,32 65,89 51,97

52 Nossa Senhora

de Lourdes OP 44,27 40,95 43,23 63,73 50,72 100,00 65,89 54,53

53 São Cristovão OP 43,92 40,95 0,00 100,00 50,72 42,25 29,17 40,96

54 Santa Cruz OP 36,06 40,95 0,00 78,47 50,72 69,75 95,58 46,55

55 Bauxita OP 36,06 40,95 43,23 56,94 50,72 93,62 100,00 54,68

56 São Cristovão OP 44,27 40,95 0,00 100,00 50,72 75,00 65,89 48,24

57 Morro Santana OP 42,65 40,43 43,23 78,47 50,72 62,66 67,39 51,55

58 Nossa Senhora OP 39,49 40,95 0,00 100,00 50,72 47,79 36,72 41,41

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124

Setor

censi-

tário

Bairro Dis-

trito Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu ISA/OP

da Piedade

59 Nossa Senhora

do Carmo OP 32,65 0,00 0,00 100,00 50,72 60,29 36,72 32,93

60 Bauxita OP 36,06 40,95 43,23 52,97 50,72 81,23 65,89 49,60

61 Bauxita OP 36,06 40,95 43,23 100,00 50,72 97,91 65,89 56,44

62 Nossa Senhora

do Carmo OP 32,63 9,01 0,00 56,36 50,72 80,14 36,72 32,47

63 Saramenha OP 25,95 0,00 43,23 100,00 50,72 73,82 65,89 43,15

Média 39,99 34,74 29,09 85,14 50,72 75,88 62,85 49,22

Valor do ISA para a cidade de Ouro Preto = 49,22 (Baixa salubridade)

64 AM 28,66 10,50 43,23 100,00 89,86 78,63 47,53 48,88

65 AM 28,42 0,00 0,00 63,73 89,86 58,70 29,12 31,56

66 AM 35,24 33,50 43,23 78,47 89,86 40,96 18,36 45,68

67 AM 34,86 33,54 43,23 85,26 89,86 50,54 43,64 49,82

Média 31,79 19,39 32,42 81,87 89,86 57,21 34,66 43,99

Valor do ISA para o distrito de Amarantina = 43,99 (Baixa salubridade)

68 AP 32,05 40,95 43,23 27,46 45,65 55,53 57,56 41,85

69 AP 35,60 27,50 43,23 34,83 45,65 58,83 18,36 37,19

70 AP 25,73 40,95 43,23 56,94 45,65 95,44 100,00 52,24

71 AP 35,71 40,95 43,23 27,46 45,65 45,69 78,19 43,44

72 AP 34,50 40,95 0,00 78,47 45,65 54,90 65,89 41,17

73 AP 35,52 33,81 43,23 27,46 45,65 54,07 38,64 39,10

74 AP * * * * * * * *

Média 33,18 37,52 36,03 42,10 45,65 60,74 59,77 42,50

Valor do ISA para o distrito de Antônio Pereira = 42,50 (Baixa salubridade)

75 CC 36,06 0,19 43,23 78,47 89,86 87,11 29,17 45,20

76 CC 36,06 40,95 43,23 78,47 89,86 88,37 65,89 57,30

77 CC 34,90 0,00 43,23 85,26 89,86 90,90 18,36 45,03

78 CC 35,81 40,95 43,23 70,52 89,86 54,95 65,89 52,62

79 CC 36,06 40,95 43,23 100,00 89,86 64,76 65,89 56,88

80 CC 32,14 8,01 43,23 100,00 89,86 100,00 81,64 54,75

81 CC 35,87 14,20 43,23 64,74 89,86 47,55 65,89 45,63

82 CC 36,06 40,95 43,23 63,73 89,86 40,36 33,94 47,26

83 CC 35,15 40,95 43,23 78,47 89,86 55,26 47,53 51,61

84 CC 27,98 10,66 43,23 85,26 89,86 87,47 18,36 45,45

85 CC 35,37 40,95 43,23 100,00 89,86 67,43 55,61 56,07

86 CC 35,43 40,95 43,23 77,89 89,86 42,75 40,33 49,50

Média 34,74 26,64 43,23 81,90 89,86 68,91 49,04 50,61

Valor do ISA para o distrito de Cachoeira do Campo = 50,61 (Média salubridade)

87 EC 76,32 40,95 0,95 100,00 100,00 51,28 65,89 57,51

Média 76,32 40,95 0,95 100,00 100,00 51,28 65,89 57,51

Valor do ISA para o distrito de Engenheiro Correia = 57,51 (Média salubridade)

88 GL 47,59 0,00 43,23 100,00 89,86 42,91 36,72 45,46

Média 47,59 0,00 43,23 100,00 89,86 42,91 36,72 45,46

Valor do ISA para o distrito de Glaura = 45,46 (Baixa salubridade)

89 LN 75,82 40,95 43,23 100,00 89,86 51,29 100,00 66,68

90 LN 76,78 28,72 0,00 100,00 89,86 51,83 82,76 55,49

Média 76,30 34,83 21,62 100,00 89,86 51,56 91,38 61,08

Valor do ISA para o distrito de Lavras Novas = 61,08 (Média salubridade)

91 MB 98,95 0,00 43,23 100,00 100,00 78,56 36,72 61,03

Média 98,95 0,00 43,23 100,00 100,00 78,56 36,72 61,03

Valor do ISA para o distrito de Miguel Burnier = 61,03 (Média salubridade)

92 RS 76,94 40,95 43,23 100,00 100,00 41,66 47,53 61,90

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125

Setor

censi-

tário

Bairro Dis-

trito Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu ISA/OP

Média 76,94 40,95 43,23 100,00 100,00 41,66 47,53 61,90

Valor do ISA para o distrito de Rodrigo Silva = 61,90 (Média salubridade)

93 SRT 92,34 32,77 43,23 78,47 100,00 46,82 63,96 63,22

94 SRT 92,28 5,04 43,23 100,00 100,00 40,30 65,89 59,16

Média 92,31 18,91 43,23 89,24 100,00 43,59 64,92 61,19

Valor do ISA para o distrito de Santa Rita de Ouro Preto (Média salubridade)

95 STL 35,06 10,56 43,23 100,00 89,86 51,18 18,36 44,30

96 STL 33,99 0,00 43,23 100,00 89,86 68,40 36,72 45,60

97 STL 35,20 18,75 43,23 78,47 89,86 67,40 20,46 45,81

Média 34,75 9,77 43,23 92,82 89,86 62,32 25,18 45,23

Valor do ISA para o distrito de Santo Antônio do Leite = 45,23 (Baixa salubridade)

98 STS 74,65 0,00 33,83 100,00 100,00 50,17 36,72 51,29

Média 74,65 0,00 33,83 100,00 100,00 50,17 36,72 51,29

Valor do ISA para o distrito de Santo Antônio do Salto = 51,29 (Média salubridade)

99 SB 97,23 100,00 43,23 64,16 74,64 54,83 65,89 75,03

Média 97,23 100,00 43,23 64,16 74,64 54,83 65,89 75,03

Valor do ISA para o distrito de São Bartolomeu = 75,03 (Salubre)

Média municipal 42,63 31,90 32,32 83,12 62,58 70,33 58,35 49,71

Valor do ISA para as áreas urbanas do município de Ouro Preto = 49,71 (Baixa salubridade) Fonte: Autor. OP = Ouro Preto; AM = Amarantina; AP = Antônio Pereira; CC = Cachoeira do Campo; EC = Engenheiro Correia; GL = Glaura; LN = Lavras Novas; MB = Miguel Burnier; RS = Rodrigo Silva; SRT = Santa Rita de Ouro Preto; STL = Santo Antônio do Leite; STS = Santo

Antônio do Salto; SB = São Bartolomeu

* = informação indisponível

A análise da Tabela 19 demonstra que o máximo valor do ISA/OP foi igual a 75,03

referente ao setor censitário de número 99 pertencente ao distrito de São Bartolomeu e o

mínimo igual a 31,56 referente ao setor 65 pertencente à Amarantina. Como visto, o valor

geral do ISA/OP foi igual a 49,71 (0,4971) o que permite enquadrar o município no nível de

baixa salubridade ambiental, conforme estipulado no Quadro 9. O diagnóstico esmiuçado dos

indicadores e subindicadores avaliados em função de cada uma das 13 regiões estudadas

encontra-se a seguir no item 8 desta pesquisa.

8 DIAGNÓSTICO DA SALUBRIDADE AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE OURO

PRETO

A metodologia de cálculo do ISA/OP demonstrou que 5 regiões avaliadas (38,46%)

encontra-se em baixo nível de salubridade ambiental, 7 (53,85%) em médio nível de

salubridade e apenas um (7,69%) distrito em estágio salubre. Analisando a Tabela 20, o

distrito de São Bartolomeu foi o que apresentou o maior valor do ISA/OP (75,03) e o de

Antônio Pereira o menor valor (42,50).

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126

Tabela 20 - Valor do ISA/OP e nível de salubridade ambiental de cada distrito

Classi-

ficação Distrito Iab Ies Irs Icv Irh Ise Idu ISA/OP Nível

1º São

Bartolomeu 97,23 100,00 43,23* 64,16 74,64 54,83 65,89 75,03 Salubre

2º Rodrigo

Silva 76,94 40,95* 43,23 100,00 100,00 41,66 47,53 61,90

Média

Salu-

bridade

3º Santa Rita de

Ouro Preto 92,31 18,91* 43,23 89,24 100,00 43,59 64,92 61,19

4º Lavras

Novas 76,30 34,83 21,62* 100,00 89,86 51,56 91,38 61,08

5º Miguel

Burnier 98,95 0,00* 43,23 100,00 100,00 78,56 36,72 61,03

6º Engenheiro

Correia 76,32 40,95 0,95* 100,00 100,00 51,28 65,89 57,51

Santo

Antônio do

Salto

74,65 0,00* 33,83 100,00 100,00 50,17 36,72 51,29

8º Cachoeira do

Campo 34,74 26,64* 43,23 81,90 89,86 68,91 49,04 50,61

9º Ouro Preto 39,99 34,74 29,09* 85,14 50,72 75,88 62,85 49,22

Baixa

Salu-

bridade

10º Glaura 47,59 0,00* 43,23 100,00 89,86 42,91 36,72 45,46

11º

Santo

Antônio do

Leite

34,75 9,77* 43,23 92,82 89,86 62,32 25,18 45,23

12º Amarantina 31,79 19,39* 32,42 81,87 89,86 57,21 34,66 43,99

13° Antônio

Pereira 33,18* 37,52 36,03 42,10 45,65 60,74 59,77 42,50

Fonte: Autor

* = Indicador de menor valor no distrito

Os asteriscos (*) adicionados na Tabela 20 demonstram o indicador que recebeu a

menor nota em cada região estudada, o que deixa evidente para administração pública

municipal qual a componente socioambiental demanda prioridade em investimento em cada

distrito. Como visto, um (7,69%) distrito necessita melhorar os serviços relativos ao indicador

abastecimento de água, 8 (61,54%) distritos carecem de investimento nos questões englobadas

pelo indicador esgoto sanitário e 4 (30,77%) possuem necessidade de benfeitorias nas

questões avaliadas pelo indicador resíduos sólidos. Os números concentrados nas

componentes esgoto sanitário e resíduos sólidos apontam para urgência de desenvolvimento

desses serviços, situação que não é novidade de ser apresentada uma vez que o município não

conta com sistema para tratar seus efluentes domésticos tampouco aterro sanitário para dispor

seus resíduos sólidos urbanos.

Especificamente para a cidade de Ouro Preto, região que abriga 65,80% da população

urbana do município, é evidente a necessidade de investimento na continuidade das obras da

ETE Osso de Boi – ou até mesmo em uma nova ETE – e na construção de um aterro sanitário.

Assim como nos outros distritos que apresentam carências nessas áreas, o poder público local

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127

deve priorizar ações para elevar a pontuação dos indicadores esgoto sanitário e resíduos

sólidos visando aumentar o valor geral do ISA/OP da sede municipal, que atualmente é de

49,22, e, em consequência, o elevar o nível de salubridade ambiental. A título de curiosidade

e guardadas as devidas proporções, o distrito de São Bartolomeu é o único do município que

conta com sistema de tratamento de esgotos e foi o que possuiu o maior valor (75,03) do

ISA/OP.

Os tópicos a seguir contêm a análise detalhada de todos os indicadores e

subindicadores avaliados no ISA/OP discriminados por região estudada. Os quais também

contam com uma classificação em função das pontuações decrescente dos indicadores de

primeira de ordem, sendo o primeiro colocado o distrito que apresenta a melhor condição e o

último aquele que carece de urgência em investimento na componente avaliada.

8.1 Abastecimento de Água

A análise dos subindicadores do sistema de abastecimento de água do município de

Ouro Preto apresenta situações extremas, contando com alguns cenários de excelência e com

outros de total carência, conforme exposto na Tabela 21. Avaliando o Ica, nota-se que

nenhuma região estudada apresenta precariedade na cobertura de abastecimento de água em

sua área urbana. Apesar dos bons resultados obtidos, salienta-se que a situação ideal seria

aquela em que todas as regiões recebessem pontuação igual a 100,00, uma vez que residências

inseridas em áreas urbanas devem contar com rede de abastecimento de água tratada.

Tabela 21 - Pontuações médias relativas ao abastecimento de água

Classificação Distrito Ica Iqa Isa Iab

1º Miguel Burnier 97,10 100,00 100,00 98,95

2º São Bartolomeu 92,31 100,00 100,00 97,23

3º Santa Rita de Ouro Preto 98,35 100,00 69,00 92,31

4º Rodrigo Silva 99,54 100,00 0,00 76,94

5º Engenheiro Correia 97,80 100,00 0,00 76,32

6º Lavras Novas 97,76 100,00 0,00 76,30

7º Santo Antônio do Salto 81,74 100,00 18,00 74,65

8º Glaura 96,10 0,00 56,50 47,59

9º Ouro Preto 95,47 13,55 0,00 39,99

10º Santo Antônio do Leite 96,37 0,00 0,00 34,75

11º Cachoeira do Campo 96,34 0,00 0,00 34,74

12º Antônio Pereira 92,02 0,00 0,00 33,18

13° Amarantina 88,17 0,00 0,00 31,79 Fonte: Autor.

No que se refere ao Iqa, diagnosticou-se que os distritos de Glaura, Santo Antônio do

Leite, Cachoeira do Campo, Antônio Pereira, Amarantina e a sede municipal são as regiões

que apresentam problemas ligados à qualidade da água distribuída, sendo esses os destinados

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128

a serem priorizados com investimentos públicos visando alteração do atual cenário. Às

regiões que foram atribuídas nota 100,00 pontos infere-se que o valor máximo pode contar

com superestimação devido às considerações feitas para a efetivação dos cálculos, conforme

discutido no item 7.2.1.2 deste estudo.

Os distritos de Miguel Burnier e São Bartolomeu são os únicos que a metodologia de

cálculo apresentada não detectou problemas com a saturação do sistema produtor de águas.

Todas as outras regiões carecem de melhorias em suas infraestruturas de abastecimento de

água para melhorar a pontuação do Isa, cenário que poderá sofrer brusca alteração com a

concretização do desejo de implantação da rede de hidrometação em todo o território

municipal, com o qual se imagina uma significativa queda no valor do consumo de água per

capita da população ouropretana (PMOP, 2013a).

Por fim, com exceção dos distritos de Miguel Burnier e São Bartolomeu, todas as

regiões analisadas necessitam de ações da prefeitura municipal focadas na alteração do atual

estado da qualidade da água distribuída e/ou saturação do sistema produtor. Elevando a

pontuação desses dois subindicadores, o valor do indicador Iab será aumentado (Tabela 21) e

por consequência direta implicará benefícios para a população ouropretana e à salubridade

ambiental local.

8.2 Esgoto Sanitário

A atual situação do esgotamento sanitário no município de Ouro Preto é crítica, fato

que não é novidade de se afirmar, visto que a região não conta com sistema de tratamento de

esgotos (exceto o distrito de São Bartolomeu), Tabela 22. A pontuação média para os

subindicadores Ite e Ise foi 0,00 (zero) para as demais regiões estudadas, apontando iminente

necessidade de investimento em infraestruturas de tratamento por parte da gestão pública

municipal em parceria com o Semae. Conforme PMOP (2012), está em processo de

construção a ETE Osso de Boi, localizada na sede municipal, destinada ao tratamento do

esgoto proveniente apenas da cidade de Ouro Preto. Segundo a mesma fonte, as obras

deveriam estar finalizadas em 2014/2015, no entanto, em agosto de 2017, encontravam-se

paralisadas, sem sinais de avanços e o local em situação de total abandono, tomado pela

vegetação e contendo focos de proliferação do mosquito da dengue em águas paradas nas

estruturas já construídas, conforme visto na Figura 16.

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129

Tabela 22 - Pontuações médias relativas ao esgoto sanitário

Classificação Distrito Ice Ite Ise Ies

1º São Bartolomeu 100,00 100,00 100,00 100,00

2º Engenheiro Correia 100,00 0,00 0,00 40,95

3º Rodrigo Silva 100,00 0,00 0,00 40,95

4º Antônio Pereira 91,62 0,00 0,00 37,52

5º Lavras Novas 85,06 0,00 0,00 34,83

6º Ouro Preto 84,83 0,00 0,00 34,74

7º Cachoeira do Campo 65,06 0,00 0,00 26,64

8º Amarantina 47,34 0,00 0,00 19,39

9º Santa Rita de Ouro Preto 46,17 0,00 0,00 18,91

10º Santo Antônio do Leite 23,86 0,00 0,00 9,77

11º Glaura 0,00 0,00 0,00 0,00

12º Miguel Burnier 0,00 0,00 0,00 0,00

13º Santo Antônio do Salto 0,00 0,00 0,00 0,00 Fonte: Autor.

Figura 16 - Situação de abandono da ETE Osso de Boi

Fonte: Autor.

No que se refere ao subindicador Ice, nota-se que o serviço de coleta possui efetiva

abrangência nos distritos de São Bartolomeu, Engenheiro Correia e Rodrigo Silva. Antônio

Pereira, Lavras Novas e a sede municipal encontram-se com o serviço bem desenvolvido,

porém necessitam de investimentos públicos visando aumentar a pontuação do subindicador

e, por consequência, a quantidade de residências que contam com a coleta de esgotos. Em

continuidade, Cachoeira do Campo, Amarantina, Santa Rita de Ouro Preto, Santo Antônio do

Leite, Glaura, Miguel Burnier e Santo Antônio do Salto possuem o serviço em pauta de

maneira precária, sendo indispensáveis benfeitorias para a alteração do atual cenário.

Prosseguindo a análise, é inadmissível um município que contém uma sede urbana do

porte econômico, histórico e turístico da cidade de Ouro Preto não tratar o esgoto gerado. A

continuidade das obras da ETE Osso de Boi assume papel prioritário para alteração do atual

cenário dos subindicadores Ite e Ise, fato que proporcionará melhoria na qualidade de vida da

população da sede urbana e beneficiará os recursos hídricos locais e à jusante do município.

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130

Por fim, a Figura 17 apresenta a situação paradoxal da cidade, na qual pode ser

observada em primeiro plano a tubulação do Século XIX destinada a encaminhar os efluentes

domésticos a um dos primeiros sistemas de tratamento de esgotos do Brasil e em segundo os

canos atuais lançando as águas residuárias diretamente no curso d’água, comprovando a falta

de investimento e comprometimento de administração pública com a salubridade ambiental

local, bem como a involução municipal perante o assunto em questão.

Figura 17 - Tubulação do Século XIX e lançamento de esgoto em curso d'água

Fonte: Autor.

8.3 Resíduos Sólidos

Semelhante ao diagnóstico do esgotamento sanitário é o dos resíduos sólidos, uma vez

que o município de Ouro Preto conta apenas com o serviço de coleta, inexistindo destinação e

disposição final ambientalmente adequadas. Sendo assim, o subindicador Icr demonstrou que

as áreas urbanas dos distritos de Cachoeira do Campo, Glaura, Miguel Burnier, Rodrigo Silva,

Santa Rita de Ouro Preto, Santo Antônio do Leite e São Bartolomeu possuem o serviço de

coleta de resíduos sólidos com abrangência satisfatória, de acordo com Tabela 23. Antônio

Pereira, Santo Antônio do Salto e Amarantina carecem de investimentos nessa área, já a sede

municipal, Lavras Novas e Engenheiro Correia possuem urgência na melhora da abrangência

do serviço, devendo a prefeitura municipal priorizar aplicações públicas nesses locais.

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131

Tabela 23 - Pontuações médias relativas aos resíduos sólidos

Classificação Distrito Icr Iqr Isr Irs

1º Cachoeira do Campo 100,00 0,00 0,00 43,23

2º Glaura 100,00 0,00 0,00 43,23

3º Miguel Burnier 100,00 0,00 0,00 43,23

4º Rodrigo Silva 100,00 0,00 0,00 43,23

5º Santa Rita de Ouro Preto 100,00 0,00 0,00 43,23

6º Santo Antônio do Leite 100,00 0,00 0,00 43,23

7º São Bartolomeu 100,00 0,00 0,00 43,23

8º Antônio Pereira 83,33 0,00 0,00 36,03

9º Santo Antônio do Salto 78,26 0,00 0,00 33,83

10º Amarantina 75,00 0,00 0,00 32,42

11º Ouro Preto 67,28 0,00 0,00 29,09

12º Lavras Novas 50,00 0,00 0,00 21,62

13º Engenheiro Correia 2,20 0,00 0,00 0,95 Fonte: Autor

A pontuação média igual a 0,00 (zero) dos subindicadores Iqr e Isr aponta para a

iminente necessidade da administração pública em investir na instalação de aterro sanitário,

considerando ser essa a disposição final indicada para o município, uma vez que o mesmo

possui população urbana de 61.120 habitantes (IBGE, 2010).

8.4 Vetores de Doenças

Inicia-se a discussão deste tópico evidenciando que os valores nele apresentados

carregam fragilidades e podem camuflar a real condição de diagnóstico das enfermidades

analisadas. Inicialmente, relembra-se o laborioso processo de enquadramento das doenças em

seus respectivos setores censitários, no qual alguns casos foram desconsiderados nos cálculos

devido à impossibilidade de serem vinculados a um setor, situação detalhadamente explicada

no item 7.2.4 deste estudo. Além disso, existem casos em que os pacientes optam por

atendimento na rede particular de atendimento inexistindo a notificação da enfermidade no

Sistema Único de Saúde (SUS) municipal e também aqueles que buscam por atendimento em

municípios vizinhos devido à facilidade e proximidade do acesso a essas regiões. Exemplo

disso é o distrito de Antônio Pereira, localizado mais próximo e com acesso mais fácil à

cidade de Mariana, vizinha de Ouro Preto, favorecendo que a população local busque

assistência médica nessa outra cidade.

Ciente da perplexidade dos dados tratados e explorando meramente o resultado

apresentando pelo Indicador de Controle de Vetores (Icv), nota-se que a maioria (11 regiões)

das áreas urbanas do município de Ouro Preto encontra-se em situação adequada na contenção

das enfermidades analisadas, a exceção fica por conta dos distritos de Antônio Pereira e São

Bartolomeu, conforme Tabela 24.

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132

Tabela 24 - Pontuações médias relativas aos vetores de doenças

Classificação Distrito Ivd Ive Ivl Icv

1º Engenheiro Correia 100,00 100,00 100,00 100,00

2º Glaura 100,00 100,00 100,00 100,00

3º Lavras Novas 100,00 100,00 100,00 100,00

4º Miguel Burnier 100,00 100,00 100,00 100,00

5º Rodrigo Silva 100,00 100,00 100,00 100,00

6º Santo Antônio do Salto 100,00 100,00 100,00 100,00

7º Santo Antônio do Leite 83,33 100,00 100,00 92,82

8º Santa Rita de Ouro Preto 75,00 100,00 100,00 89,24

9º Ouro Preto 71,77 92,34 98,39 85,14

10º Cachoeira do Campo 79,17 72,92 95,83 81,90

11º Amarantina 75,00 75,00 100,00 81,87

12º São Bartolomeu 100,00 25,00 50,00 64,16

13º Antônio Pereira 8,33 37,50 100,00 42,10 Fonte: Autor

As localidades de Antônio Pereira e São Bartolomeu demandam de intensa prioridade

no que diz respeito ao combate/prevenção da esquistossomose, representada pelo

subindicador Ive. Em especial, o primeiro distrito carece de urgente intervenção no

combate/prevenção à dengue (Ivd), uma vez que conteve 32,89% (vide Tabela 14) dos casos

da doença no município e possui uma população urbana que representa apenas 3,37% da total

municipal (vide Tabela 4). Já o segundo, necessita de atenção no que diz respeito à eliminação

dos transmissores da leptospirose (Ivl), especialmente dos ratos.

8.5 Recursos Hídricos

A análise do cenário em que se encontram os recursos hídricos ouropretanos

demonstrou que a qualidade da água bruta utilizada para abastecimento público no Município

apresenta boas condições, conforme demonstra os resultados de Iqb na Tabela 25. Como já

demonstrado, os cursos d’águas destinados às captações superficiais quando muito se

enquadram como Classe 2 na Resolução Conama nº. 357/2005 e nas situações em que se

realiza a captação subterrânea também não existem contratempos diagnosticados, conforme

informado pelo Semae e ratificado pelos estudos de Oliveira (2010) e Pereira (2012). Há que

se relembrar, no entanto, que nem o Semae e nem a Secretaria Municipal de Meio Ambiente

possuem dados oficiais disponíveis a respeito das propriedades que conferem qualidade à

água bruta municipal, fato que deixa os valores apresentados de Iqb passíveis de contra

argumentação.

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133

Tabela 25 - Pontuações médias relativas aos recursos hídricos

Classificação Distrito Iqb Idm Irh

1º Engenheiro Correia 100,00 100,00 100,00

2º Miguel Burnier 100,00 100,00 100,00

3º Rodrigo Silva 100,00 100,00 100,00

4º Santa Rita de Ouro Preto 100,00 100,00 100,00

5º Santo Antônio do Salto 100,00 100,00 100,00

6º Amarantina 80,00 100,00 89,86

7º Cachoeira do Campo 80,00 100,00 89,86

8º Glaura 80,00 100,00 89,86

9º Lavras Novas 80,00 100,00 89,86

10º Santo Antônio do Leite 80,00 100,00 89,86

11º São Bartolomeu 50,00 100,00 74,64

12º Ouro Preto 100,00 0,00 50,72

13º Antônio Pereira 90,00 0,00 45,65 Fonte: Autor

Em continuidade, o subindicador Idm diagnosticou que a demanda por água nas áreas

será sustentada pela disponibilidade dos mananciais, exceto para a sede municipal e para o

distrito de Antônio Pereira. A boa pontuação do subindicador carrega em seu valor a redução

de 50,00% do consumo de água per capita ouropretano, passando de 450 para 225 L/hab.dia,

cenário pautado na hipótese da integral hidrometação da rede de abastecimento do Município.

A consideração em questão coloca em juízo os valores demonstrados, uma vez que, na

ausência da medição pretendida, o alto valor per capita pode permanecer e será associado

com o aumento da população nos anos futuros, fato que elevará a demanda por água

reduzindo a pontuação de Idm. De acordo com PMOP (2013a):

A ausência de micromedidores nas ligações de água em Ouro Preto e o alto

consumo per capita indicam que no futuro o consumo de água irá aumentar,

em função do aumento da população. Devido a este fato, medidas devem ser

tomadas por parte da autarquia visando suprir esta demanda futura,

principalmente com relação ao aumento da vazão média de água tratada e

ampliação dos sistemas de captação, tratamento e reservação de água no

município (PMOP, 2013a, p. 30).

Por sua vez, a cidade de Ouro Preto e o distrito de Antônio Pereira demonstraram que

mesmo em cenário de redução do consumo de água pós-hidrometação sofrerão com a

disponibilidade de seus mananciais de abastecimento. Ciente disso, sugere-se que a prefeitura

municipal priorize ações visando a não ocorrência do panorama previsto, investindo na busca

de novos corpos d´água para municiar a população e considerando a ampliação das ETAs

locais.

No geral, o indicador Irh apresentou bons resultados, conforme visto Tabela 25. Os

senões referem-se à possibilidade de não implantação da hidrometação com o intuito de

reduzir o alto consumo per capita e à iminente necessidade de se aumentar a oferta de água na

sede municipal e no distrito de Antônio Pereira. No que tange à hidrometação, infere-se que

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134

os gastos oriundos com a parte operacional do processo de instalação serão recompensados

com a drástica diminuição do consumo de água, fato que provocaria reeducação da população

quanto ao desperdício e controle das perdas na rede de distribuição, reduzindo também gastos

com tratamento e energia elétrica. Inferência atestada pelo PMSB-OP em seu documento de

prognósticos (PMOP, 2013).

8.6 Socioeconomia

A pontuação do Ise demonstra que o município de Ouro Preto carece de melhorias em

sua socioeconomia, sendo o subindicador Irf o que apresentou os menores valores nas 13

regiões estudadas e o Isp os maiores. Analisando a Tabela 26 torna-se nítido que a

administração pública necessita investir em programas visando o aumento da renda familiar

dos ouropretanos, sendo as notas do subindicador Irf as que mais contribuem para as baixas

pontuações do indicador Ise, inclusive no distrito de Miguel Burnier e na sede municipal, os

dois primeiros colocados na classificação.

Tabela 26 - Pontuações médias relativas à socioeconomia

Classificação Distrito Isp Irf Ied Ise

1º Miguel Burnier 100,00 26,92 94,21 78,56

2º Ouro Preto 83,51 55,97 82,54 75,88

3º Cachoeira do Campo 83,59 45,42 71,21 68,91

4º Santo Antônio do Leite 92,98 5,29 72,79 62,32

5º Antônio Pereira 80,07 46,79 51,74 60,74

6º Amarantina 84,66 6,38 66,42 57,21

7º São Bartolomeu 100,00 13,47 40,00 54,83

8º Lavras Novas 100,00 1,08 40,00 51,56

9º Engenheiro Correia 100,00 0,00 40,00 51,28

10º Santo Antônio do Salto 96,94 0,00 40,00 50,17

11º Santa Rita de Ouro Preto 77,01 2,57 40,00 43,59

12º Glaura 76,35 0,90 40,00 42,91

13º Rodrigo Silva 73,57 0,00 40,00 41,66

Fonte: Autor

O subindicador Ied apontou que, sob as lentes do ISA/OP, alguns distritos (Antônio

Pereira, São Bartolomeu, Lavras Novas, Engenheiro Correia, Santo Antônio do Salto, Santa

Rita de Ouro Preto, Glaura e Rodrigo Silva) possuem significativo percentual da população

com baixíssimo grau de escolaridade, cabendo à administração local voltar os olhos para

concretização de ações para a melhoria desse contexto.

Por fim, as pontuações do subindicador Isp apontaram que o município de Ouro Preto

não apresenta índices elevados de mortalidade infantil e de idosos ligadas às doenças

respiratórias e de veiculação hídrica. Como já citado no item 7.2.6.1 desta pesquisa, a

pontuação desse subindicador em um ou outro setor censitário pode conter erro devido à

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135

maneira em que foi atribuída, no entanto, em contato pessoal com funcionário da Secretaria

de Saúde municipal foi passada a informação de que o valor total de 281 mortes (vide Tabela

18) em um período de 6 anos (2010 a 2015) é considerado dentro dos padrões brasileiros de

saúde e não requer atenção específica para alteração de cenário.

8.7 Drenagem Urbana

O município de Ouro Preto possui a vantagem do baixo potencial de ocorrência de

alagamento/inundação, característica proporcionada devido ao relevo acidentado e da

geomorfologia local, peculiaridade apontada pelas altas pontuações médias do subindicador

Iai, de acordo com Tabela 27. Rodrigo Silva e Amarantina, no entanto, apresentaram

pontuações médias iguais a 50,00, fato que não requer preocupação demasiada, uma vez que

não existem relatos históricos de alagamentos/inundação nesses distritos.

Tabela 27 - Pontuações médias relativas à drenagem urbana

Classificação Distrito Iai Irp Iav Idu

1º Lavras Novas 100,00 75,76 95,45 91,38

2º Engenheiro Correia 100,00 100,00 0,00 65,89

3º São Bartolomeu 100,00 100,00 0,00 65,89

4º Santa Rita de Ouro Preto 100,00 96,68 0,00 64,92

5º Ouro Preto 93,55 90,05 6,55 62,85

6º Antônio Pereira 83,33 73,49 22,68 59,77

7º Cachoeira do Campo 70,83 69,21 8,33 49,04

8º Rodrigo Silva 50,00 100,00 0,00 47,53

9º Glaura 100,00 0,00 0,00 36,72

10º Miguel Burnier 100,00 0,00 0,00 36,72

11º Santo Antônio do Salto 100,00 0,00 0,00 36,72

12º Amarantina 50,00 53,00 2,47 34,66

13º Santo Antônio do Leite 66,67 0,00 2,05 25,18 Fonte: Autor

Especificamente para a cidade de Ouro Preto, o mapa de áreas inundáveis

disponibilizado no Plano Municipal de Saneamento Básico em PMOP (2012) aponta com

potencial risco de alagamento/inundação apenas aqueles locais à margem do Ribeirão do

Funil (Córrego da Barra) e de um pequeno afluente desse, totalmente canalizado e com nome

não estabelecido, ambos localizados no bairro da Barra. A Figura 18 demonstra a área em

questão evidenciando residências na planície de inundação do curso d’água e casos em que as

garagens domiciliares foram construídas literalmente acima da superfície d’água do córrego

canalizado.

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136

Figura 18 - Áreas com potencial risco de alagamento/inundação na sede municipal

Fonte: Autor.

No que se refere à pavimentação das ruas, notou-se que os distritos de Engenheiro

Correia, Ouro Preto, Rodrigo Silva, Santa Rita de Ouro Preto e São Bartolomeu possuem

significativa abrangência no usufruto desse serviço. Antônio Pereira, Cachoeira do Campo e

Lavras Novas encontram-se em estágio intermediário na pavimentação, já Amarantina,

Glaura, Miguel Burnier, Santo Antônio do Leite e Santo Antônio do Salto em estágio de

carência, necessitando de investimentos públicos destinados à mudança do atual cenário.

Além de benefícios à qualidade de vida da população, investir em pavimentação contribuirá

com a redução da carga de material particulado que atinge os cursos d’águas em consequência

de seu carreamento pelas águas pluviais.

A metodologia da presente pesquisa apontou que o grande obstáculo do município

ouropretano na busca de melhora do serviço de drenagem urbana é a mínima existência de

áreas verdes em seus perímetros urbanos, conforme indica as pontuações médias do Iav. Com

exceção do distrito de Lavras Novas, todos os outros necessitam de investimentos públicos

destinados à criação/manutenção das áreas verdes pertencentes ao meio urbano municipal,

fato que proporcionará melhoria na drenagem urbana local bem como redução nos níveis

erosão, acarretando em elevação da qualidade de vida da população local.

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137

9 DIFICULDADES ENCONTRADAS E AVANÇOS OBTIDOS COM A

IMPLEMENTAÇÃO DO ISA/OP

A literatura afirma que os indicadores ambientais devem ser simples, possuírem dados

prontamente disponíveis e adequadamente documentados (von SCHIRDING, 2002; OECD,

2003; WHO, 2014). No desenvolvimento deste estudo, no entanto, os atributos citados não

apresentaram como da forma esperada, fazendo com que o processo de criação do ISA/OP

demandasse tempo e esforço demasiados. A leitura do Manual Básico do ISA permite a

interpretação que a aplicação do Indicador seja trivial, não deixando claras as possíveis e

prováveis adversidades que surgirão durante a jornada de determinação do nível de

salubridade ambiental da região que se deseja estudar.

Inicialmente, o principal imbróglio encontrado para desenvolver os cálculos do

ISA/OP foi a carência de dados para municiar o Indicador. Neste quesito, transfere-se a

responsabilidade para a administração pública municipal ouropretana, a qual não conta com

um serviço efetivo de compilação de dados a respeito de saneamento ambiental passível de

disponibilização aos interessados. Em visitas aos órgãos públicos destinados a fornecê-los,

notou-se que alguns dos dados requeridos nunca foram analisados ou, então, já foram obtidos,

porém se encontram defasados e dispersos em meio a outros documentos. Exalta-se, neste

ponto, a abundância, qualidade e acessibilidade das informações oferecidas pelo Censo IBGE

2010, sem o qual este estudo não seria possível de se concluir.

A carência de organização na aquisição e controle dos dados foi suprida pela

receptividade e boa vontade dos servidores públicos municipais durante o auxílio na

determinação dos valores das variáveis que compõem o ISA/OP. Contudo, notou-se em

situações esporádicas que a solicitude dos funcionários era cessada por limitações

operacionais, onde sistemas e programas designados a conceder informações apresentavam-se

com imperfeições de funcionamento. Sendo assim, afirma-se que se lançou mão de

arbitrariedades durante o desenvolvimento desta pesquisa somente naqueles casos em que

realmente não existiam dados coletados e disponíveis para balizar os cálculos exigidos de

acordo com o estabelecido por Conesan (1999), de modo que todas aquelas realizadas foram

profundamente discutidas entre autor e orientadores com o objetivo de tornar o ISA/OP o

mais fiel possível ao Manual e à realidade do município de Ouro Preto.

Como visto durante o desenvolvimento deste estudo, os dados que abasteceram o

ISA/OP são todos oriundos de fontes secundárias (Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria

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138

Municipal de Educação, Semae, IBGE, PMSB-OP, dentre outros), o que também pode ser

visto sob uma ótica problemática, uma vez que depender de informações de outrem demanda

paciência, tempo e reuniões periódicas. Em consequência disso, o prazo previsto para

conclusão da presente pesquisa foi estendido, ficando o autor, em alguns casos, impedido de

progredi-la em função da espera por dados.

Deixando de lado a disponibilidade dos dados e direcionando a análise para a

estruturação do ISA/OP, constatou-se mais um caminho percorrido permeado por obstáculos.

A utilização do método Delphi para eleger e ponderar os indicadores e subindicadores se

demonstrou eficaz, mas com eficiência passível de questionamentos. A metodologia foi capaz

de conceber o Indicador, cumprindo a função das rodadas de apresentar aos especialistas o

que foi respondido por todo o grupo e da possibilidade de repensar suas opiniões, bem como

de apontar quais os indicadores e subindicadores deveriam compor o ISA/OP e definir seus

respectivos pesos. Em contrapartida, nas referências bibliográficas consultadas que abordam o

método Delphi não é definido ou sugerido o número mínimo de rodadas a serem realizadas, o

número mínimo de especialistas participantes, tampouco os meios necessários para se provar

a existência de consenso entre as respostas adquiridas. Essa lacuna permitiu que se arbitrasse

os seguintes critérios: (i) grupo de especialistas composto por 40 membros; (ii) duas rodadas

de perguntas; (iii) estabelecimento de consenso pautado em média e mediana dos pesos dos

indicadores/subindicadores, assim como na frequência de utilização de cada um deles; (iv)

considerar no ISA/OP somente aqueles novos indicadores/subindicadores sugeridos pelo

grupo com frequência de utilização acima de 50,00%.

Analisando algumas das sugestões de inclusão de novos indicadores e subindicadores

ao ISA/OP realizadas pelos especialistas, notou-se que esses não se atentaram para avaliar a

viabilidade dos cálculos necessários e sequer para a disponibilidade dos dados para municiá-

los. A discussão realizada no item 7.1.1 desta pesquisa explicou que algumas sugestões foram

descartadas, fato que evidencia o maior interesse de alguns especialistas, em algumas

situações, de apresentarem indicadores e subindicadores de alta complexidade, que têm sim

relação com salubridade ambiental, mas que não possuem praticidade de cálculo, sobretudo

em municípios do porte de Ouro Preto. No atual contexto, é mais válido um indicador de

simples análise, por exemplo, regularidade na frequência de coleta de resíduos sólidos, do que

um de cálculo complexo da eficiência da compostagem de matéria orgânica oriunda de coleta

seletiva no munícipio.

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139

Outra dificuldade encontrada durante a aplicação do método Delphi foi a montagem

dos questionários enviados aos especialistas a fim de captar suas respostas. A ferramenta

utilizada na elaboração foi o software Microsoft Excel, uma vez que não foi concedida verba

para aquisição de programas computacionais específicos para estruturá-los, fato que os

tornariam mais bem delineados e didáticos. Buscou-se explicar a maneira de preenchimento

da forma mais detalhada e objetiva possível, no entanto, alguns especialistas revelaram

dificuldades no desempenho de suas respostas, sendo que, em raros casos, coube ao autor

deste estudo entrar em contato via e-mail com esses com intuito de auxiliá-los a respondê-lo

de maneira correta. No período de elaboração, o questionário foi enviado a terceiros com

intuito de aprimorá-lo e diagnosticar possíveis erros de interpretação e preenchimento, sendo

a versão enviada ao grupo de especialistas revisada diversas vezes pelo autor e orientadores

desta pesquisa.

O longo tempo destinado à aplicação do Método também configurou transtorno,

caracterizando mais um motivo para que o prazo de conclusão do presente estudo não fosse

cumprido conforme o previsto. Inicialmente, pretendia-se levar, no máximo, 4 meses para

aplicação das rodadas, sendo o primeiro mês destinado à primeira, o segundo à compilação

das respostas e os terceiro e quarto meses às rodadas subsequentes. Como visto na Tabela 3,

no entanto, necessitou-se de sete meses para finalização do Delphi. A demanda pelo

prolongado período se deu devido à demora de envio das respostas por parte de alguns

especialistas e pela intenção de se alcançar o máximo de retorno possível, havendo casos em

que o questionário foi enviado três vezes ao mesmo especialista.

Avançando a explanação, igualmente árduo foi o cálculo de fato do ISA/OP por setor

censitário. Para sua execução elaborou-se também uma planilha no software Microsoft Excel

contendo todas as variáveis necessárias para a determinação das pontuações dos

subindicadores, dos valores dos indicadores e do valor final do ISA/OP para cada um dos 99

setores censitários estudados. Conforme demonstrado no desenvolvimento deste estudo,

algumas variáveis inexistentes no modelo ISA/SP tiveram que ser criadas para dar suporte aos

cálculos dos subindicadores, sendo que na totalidade foram calculadas 8.613 variáveis (99

setores censitários x 87 variáveis necessárias para os cálculos dos indicadores). Desta forma, a

planilha elaborada contou com 100 linhas e 96 colunas, totalizando 9.600 células, sendo que

6.823 delas tiveram que ser calculadas para a determinação do valor final do ISA/OP.

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140

Se por um lado o desenvolvimento desta dissertação foi caracterizado por diversos

contratempos, por outro sua elaboração permitiu avanços significativos no que se refere à

aplicação do ISA. A construção do ISA/OP foi o primeiro trabalho nesta área que contou com

a possibilidade de ponderação dos subindicadores, isto é, no modelo ISA Conesan a maioria

deles é calculada através de uma simples média aritmética, de modo que cada subindicador

possui um peso de, aproximadamente, 33,33% do valor total do indicador ao qual pertencem

(vide maneira de cálculo de Iab, Ies, Irs, Irh e Ise do ISA/SP e compare com a do ISA/OP). Essa

possibilidade foi conferida devido à aplicação do método Delphi permitindo a ponderação dos

indicadores de segunda ordem (subindicadores). Ciente da importância de se eleger e

ponderar adequadamente cada indicador e subindicador e da dificuldade de elaboração de um

método Delphi destinado à estruturação de um ISA, pretende-se disponibilizar os

questionários utilizados neste estudo aos interessados em construir novos Indicadores dessa

categoria, visando reduzir trabalho e tempo e aprimorá-los ainda mais.

Ainda relacionado ao método Delphi, esta pesquisa é a única do presente tema que

demonstra como foram tratados e analisados os dados obtidos com a aplicação das rodadas de

perguntas, além de também deixar explícitos os critérios utilizados para provar o consenso

dos participantes, apresentando o roteiro percorrido desde a captação de respostas até a

culminação da fórmula de cálculo do ISA/OP. Em continuidade, este estudo é igualmente

pioneiro no que diz respeito à elaboração dos gráficos destinados à pontuação dos

subindicadores. Tanto no modelo ISA Conesan quanto nos demais trabalhos consultados na

Tabela 1, o critério de pontuação é apenas informado, quando muito, em tabelas, dificultando

a atribuição dos pontos. A elaboração dos gráficos presentes neste estudo permite que a

pontuação seja atribuída de maneira mais rápida e didática.

Outra evolução obtida com a criação do ISA/OP foi a apresentação do critério de

cálculo do Iqr (subindicador do Irs). Até então, os trabalhos que consideraram este

subindicador apenas informaram que seu critério de cálculo é baseado em Conesan (1999),

sendo que na referência citada existe menção somente a uma resolução revogada da Secretaria

de Meio Ambiente do Governo do Estado de São Paulo. Na presente pesquisa, no entanto, o

critério de cálculo está rigorosamente apresentado pautado no IQR da CETESB (vide Quadro

25), servindo de modelo para futuros trabalhos que almejam calcular o ISA.

Continuando a análise, assume-se que a revisão bibliográfica desta pesquisa, sobretudo

os tópicos 4.5.2, 4.5.3, 4.5.4 e 4.6, contribuem de maneira primordial para o diagnóstico

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141

qualitativo e quantitativo a respeito da utilização do ISA desde sua criação em 1999. A

investigação minuciosa realizada culminou em um artigo de revisão bibliográfica intitulado

‘Indicador de Salubridade Ambiental: variações da formulação e usos do indicador no Brasil’

aprovado para publicação na principal revista desta área do país, a Revista de Engenharia

Ambiental e Sanitária. Os tópicos citados analisam o ISA de maneira totalmente única, não

existindo, até o ano de 2017, nada publicado que se aproxime da riqueza de informações

apresentadas nesta pesquisa.

Por fim, o presente estudo contribuiu com realização de um diagnóstico preciso das

componentes do saneamento ambiental do município de Ouro Preto, análise que até então não

tinha sido realizada. Mais uma vez, almeja-se que o ISA/OP se torne de fato um instrumento

de planejamento ambiental capaz de balizar investimentos públicos e apoiar decisões dos

governantes na área do saneamento ambiental municipal.

10 CONCLUSÃO

O Indicador de Salubridade Ambiental foi criado com o intuito de avaliar a higidez

ambiental dos municípios do Estado de São Paulo por meio de análises qualitativas e

quantitativas de componentes socioambientais. A aplicação do ISA, no entanto, não se

restringiu apenas ao território paulista e se estendeu aos demais estados brasileiros,

proporcionando que formulações diferentes daquela proposta por Conesan (1999) surgissem

para cálculo do Indicador.

Se por um lado o ISA cumpre seu papel enquanto enquadrado na categoria de

indicador ambiental, por outro deixa a desejar no quesito comparabilidade. Essa adversidade é

resultado das inúmeras adaptações realizadas na fórmula original para que cada região

avaliasse seu nível de salubridade ambiental considerando as peculiaridades locais. Relembra-

se que arbitrar pesos e incluir indicadores regionais é permitido pelo Manual Básico do ISA

(CONESAN, 1999).

A análise dos estudos de ISA existentes no Brasil demonstrou que a utilização do

Indicador se predomina na esfera acadêmica, sobretudo em dissertações de mestrados, fato

que demonstra a pouca utilização, ou desconhecimento, dos órgãos públicos municipais a

respeito desse instrumento de planejamento ambiental. Situação que começou a ser revertida

com a publicação da Política Nacional do Saneamento Básico em 2010, na qual está

estipulada a necessidade de se elaborar planos de saneamento que contenham ações para a

Page 159: Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós ...‡ÃO... · dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas. Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi

142

melhoria da salubridade ambiental. Além disso, os resultados apontaram que as fórmulas

referentes ao ISA utilizam, em média, 6,0 indicadores de primeira de ordem, sendo

abastecimento de água, esgoto sanitário e resíduos sólidos os componentes mais avaliados e,

ainda, que a revisão bibliográfica e arbitrariedade predominam como métodos de escolha e

ponderação dos indicadores.

O método Delphi cumpriu com eficácia a função de estruturar a fórmula do ISA/OP,

mas sua aplicação contou com contratempos comprometendo sua eficiência. Em

continuidade, o percurso para o cálculo de fato do ISA/OP foi permeado por obstáculos,

durante o qual a falta de dados disponíveis se caracterizou como a principal objeção. O

esforço empregado, no entanto, contribuiu com inúmeros avanços no que diz respeitos aos

futuros estudos sobre ISA.

Apesar do árduo caminho percorrido para chegar ao valor final do ISA/OP, seu cálculo

se configurou como importante instrumento de planejamento ambiental, apontando para a

administração pública local quais são as componentes socioambientais que mais carecem de

investimento e melhoria em cada área urbana estudada. No geral, esgoto sanitário e resíduos

sólidos foram aquelas que apresentaram os menores valores nas treze regiões avaliadas,

demonstrando iminente necessidade em investimentos públicos para alteração do atual

cenário. O distrito de São Bartolomeu foi o que apresentou maior valor do ISA/OP, igual a

75,03, se enquadrando em estágio salubre, o que pode ser justificado por ser a única região

estudada que conta com sistema de tratamento de esgotos. Por sua vez, o de Antônio Pereira

contou com menor valor, igual a 42,50 e estágio de baixa salubridade, especialmente devido

aos casos identificados de dengue e esquistossomose no distrito.

Especificamente a cidade de Ouro Preto, região que conta com a maior parcela da

população urbana municipal, possuiu o valor de 49,22, enquadrando-se também no nível de

baixa salubridade, sendo as baixas pontuações das componentes esgoto sanitário e resíduos

aquelas que mais contribuíram para o valor medido. O valor geral aferido do ISA/OP foi igual

a 49,71, apontando que o município enquadra-se no nível de baixa salubridade ambiental.

Por fim, o diagnóstico realizado das componentes socioambientais avaliadas é inédito

para o poder público local e se caracteriza como importante ferramenta de gestão a ser

utilizada para aumentar a salubridade ambiental das áreas urbanas do município de Ouro

Preto. O presente estudo pode direcionar os tomadores de decisões ouropretanos e endossar

suas futuras ações objetivadas a melhoria de saneamento ambiental municipal.

Page 160: Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós ...‡ÃO... · dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas. Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi

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12 APÊNDICE – TABELA GERAL DE PONTUAÇÃO DO ISA/OP

Setor Ica Iqa Isa Iab Ice Ite Ise Ies Icr Iqr Isr Irs Ivd Ive Ivl Icv Iqb Idm Irh Isp Irf Ied Ise Iai Irp Iav Idu ISA/OP

1 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 25,00 100,00 100,00 67,71 100,00 0,00 50,72 99,72 100,00 99,98 99,89 100,00 100,00 0,00 65,89 54,94

2 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 25,00 100,00 100,00 67,71 100,00 0,00 50,72 100,00 100,00 87,76 95,44 100,00 100,00 0,00 65,89 54,43

3 94,95 20,00 0,00 42,45 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 25,00 100,00 100,00 67,71 100,00 0,00 50,72 70,00 59,44 92,78 75,69 100,00 100,00 0,00 65,89 44,56

4 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 65,89 56,08

5 100,00 20,00 0,00 44,27 22,14 0,00 0,00 9,06 100,00 0,00 0,00 43,23 25,00 100,00 100,00 67,71 100,00 0,00 50,72 77,98 90,00 100,00 89,35 50,00 100,00 0,00 47,53 45,37

6 97,37 20,00 0,00 43,32 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 88,13 100,00 99,90 95,64 0,00 100,00 0,00 29,17 45,65

7 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 25,00 100,00 100,00 67,71 100,00 0,00 50,72 77,11 100,00 98,51 91,12 100,00 100,00 0,00 65,89 53,94

8 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 25,00 50,00 100,00 52,97 100,00 0,00 50,72 70,00 100,00 100,00 89,08 100,00 100,00 0,00 65,89 44,90

9 98,74 20,00 0,00 43,82 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 71,18 35,36 73,20 62,48 100,00 74,62 0,00 58,49 37,52

10 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 80,47 53,88 54,54 63,80 100,00 100,00 0,00 65,89 54,23

11 95,07 20,00 0,00 42,49 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 98,95 6,14 99,33 74,60 100,00 100,00 0,00 65,89 55,10

12 41,18 20,00 0,00 23,06 100,00 0,00 0,00 40,95 31,93 0,00 0,00 13,80 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 70,00 21,00 50,67 49,87 100,00 23,81 0,00 43,67 41,29

13 98,18 20,00 0,00 43,61 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 100,00 0,00 92,13 70,68 100,00 100,00 0,00 65,89 54,88

14 93,79 20,00 0,00 42,03 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 70,00 4,79 84,86 58,32 100,00 100,00 0,00 65,89 50,89

15 94,12 20,00 0,00 42,15 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 73,09 11,66 100,00 66,90 100,00 100,00 0,00 65,89 46,89

16 99,65 20,00 0,00 44,14 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 50,00 50,00 100,00 63,73 100,00 0,00 50,72 70,00 39,08 91,34 69,78 100,00 100,00 0,00 65,89 43,81

17 100,00 20,00 0,00 44,27 14,55 0,00 0,00 5,96 42,42 0,00 0,00 18,34 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 90,05 80,19 74,86 81,79 50,00 100,00 0,00 47,53 43,08

18 98,44 0,00 0,00 35,50 100,00 0,00 0,00 40,95 33,33 0,00 0,00 14,41 100,00 50,00 100,00 85,26 100,00 0,00 50,72 81,33 100,00 99,27 92,94 100,00 100,00 0,00 65,89 49,37

19 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 22,92 0,00 0,00 9,91 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 79,61 17,20 100,00 70,73 100,00 100,00 0,00 65,89 45,49

20 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 79,31 0,00 0,00 34,29 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 71,18 100,00 93,34 87,03 100,00 100,00 0,00 65,89 55,37

21 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

22 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 25,00 100,00 100,00 67,71 100,00 0,00 50,72 81,23 100,00 100,00 93,17 100,00 100,00 0,00 65,89 54,17

23 99,53 20,00 0,00 44,10 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 50,00 100,00 63,73 100,00 0,00 50,72 74,53 94,71 100,00 89,33 100,00 100,00 0,00 65,89 53,29

24 100,00 20,00 0,00 44,27 84,38 0,00 0,00 34,55 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 79,41 76,29 100,00 86,25 100,00 100,00 0,00 65,89 53,19

25 98,39 20,00 0,00 43,69 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 100,00 40,59 66,59 71,89 100,00 100,00 0,00 65,89 47,77

26 98,48 20,00 0,00 43,72 99,09 0,00 0,00 40,58 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 71,94 34,67 54,87 55,75 100,00 100,00 0,00 65,89 53,13

27 99,56 20,00 0,00 44,11 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 70,00 0,00 59,57 47,65 100,00 100,00 0,00 65,89 52,37

28 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 70,00 0,00 40,00 40,36 100,00 100,00 0,00 65,89 49,31

29 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 97,61 100,00 100,00 99,13 100,00 100,00 100,00 100,00 57,57

30 99,09 20,00 0,00 43,94 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 100,00 19,12 100,00 78,65 100,00 100,00 0,00 65,89 55,85

31 93,91 20,00 0,00 42,07 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 50,00 50,00 100,00 63,73 100,00 0,00 50,72 70,00 37,06 87,04 67,65 100,00 100,00 0,00 65,89 43,15

32 99,01 20,00 0,00 43,91 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 70,00 17,78 77,15 58,88 100,00 100,00 0,00 65,89 46,34

33 94,27 20,00 0,00 42,20 100,00 0,00 0,00 40,95 64,58 0,00 0,00 27,92 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 75,77 34,85 84,51 68,23 100,00 100,00 0,00 65,89 51,74

34 90,95 20,00 0,00 41,01 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 25,00 100,00 100,00 67,71 100,00 0,00 50,72 70,00 0,00 65,97 50,03 100,00 100,00 0,00 65,89 48,61

35 89,16 20,00 0,00 40,36 13,01 0,00 0,00 5,33 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 85,83 3,80 69,10 57,96 100,00 100,00 100 100,00 48,63

36 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 70,00 7,50 80,08 57,26 100,00 100,00 0,00 65,89 51,82

37 95,14 0,00 0,00 34,31 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 100,00 100,00 85,82 94,72 100,00 100,00 0,00 65,89 48,46

38 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 100,00 58,23 88,04 84,53 100,00 100,00 0,00 65,89 54,92

39 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 78,74 100,00 79,97 84,81 100,00 100,00 0,00 65,89 54,95

40 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 92,15 17,15 100,00 75,28 100,00 100,00 0,00 65,89 53,87

41 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 45,24 0,00 0,00 19,56 25,00 100,00 100,00 67,71 100,00 0,00 50,72 88,32 95,28 100,00 94,51 50,00 100,00 0,00 47,53 46,93

42 63,54 0,00 0,00 22,91 47,36 0,00 0,00 19,40 62,82 0,00 0,00 27,16 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 70,00 35,82 74,10 62,50 50,00 100,00 0,00 47,53 38,56

43 84,05 20,00 0,00 38,52 100,00 0,00 0,00 40,95 91,05 0,00 0,00 39,36 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 70,00 45,24 40,00 52,30 100,00 62,91 0,00 55,07 50,08

44 96,55 0,00 0,00 34,82 56,55 0,00 0,00 23,16 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 84,87 69,29 100,00 86,39 100,00 0,00 0,00 36,72 48,41

45 98,26 0,00 0,00 35,43 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 50,00 86,27 100,00 0,00 50,72 100,00 100,00 69,51 88,65 100,00 39,13 0,00 48,13 52,13

46 100,00 20,00 0,00 44,27 92,82 0,00 0,00 38,01 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 65,89 57,73

47 84,10 20,00 0,00 38,54 88,21 0,00 0,00 36,12 0,00 0,00 0,00 0,00 50,00 50,00 50,00 50,00 100,00 0,00 50,72 82,00 72,16 100,00 86,10 100,00 100,00 0,00 65,89 42,08

48 90,60 20,00 0,00 40,88 25,77 0,00 0,00 10,55 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 97,32 100,00 100,00 99,03 100,00 100,00 0,00 65,89 48,97

49 100,00 20,00 0,00 44,27 94,69 0,00 0,00 38,78 97,96 0,00 0,00 42,35 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 77,21 36,74 92,63 72,27 100,00 100,00 0,00 65,89 52,33

50 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 70,00 37,28 100,00 72,53 100,00 100,00 0,00 65,89 52,96

51 98,77 0,00 0,00 35,61 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 86,41 21,95 59,35 59,32 100,00 100,00 0,00 65,89 51,97

52 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 50,00 100,00 63,73 100,00 0,00 50,72 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 65,89 54,53

53 99,04 20,00 0,00 43,92 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 75,01 0,26 40,00 42,25 0,00 100,00 0,00 29,17 40,96

54 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 100,00 70,00 40,00 69,75 100,00 100,00 87,03 95,58 46,55

55 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 0,00 100,00 100,00 56,94 100,00 0,00 50,72 100,00 75,82 100,00 93,62 100,00 100,00 100,00 100,00 54,68

56 100,00 20,00 0,00 44,27 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 100,00 34,68 79,14 75,00 100,00 100,00 0,00 65,89 48,24

57 95,50 20,00 0,00 42,65 98,74 0,00 0,00 40,43 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 0,00 50,72 100,00 24,27 53,38 62,66 100,00 82,58 19,31 67,39 51,55

58 86,75 20,00 0,00 39,49 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 90,43 0,00 40,00 47,79 100,00 0,00 0,00 36,72 41,41

59 90,55 0,00 0,00 32,65 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 70,00 75,53 40,00 60,29 100,00 0,00 0,00 36,72 32,93

60 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 25,00 50,00 100,00 52,97 100,00 0,00 50,72 70,00 73,44 97,73 81,23 100,00 100,00 0,00 65,89 49,60

61 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 94,26 100,00 100,00 97,91 100,00 100,00 0,00 65,89 56,44

62 90,50 0,00 0,00 32,63 22,00 0,00 0,00 9,01 0,00 0,00 0,00 0,00 50,00 25,00 100,00 56,36 100,00 0,00 50,72 76,44 79,16 84,46 80,14 100,00 0,00 0,00 36,72 32,47

63 71,96 0,00 0,00 25,95 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 50,72 79,13 63,03 76,28 73,82 100,00 100,00 0,00 65,89 43,15

OP* 95,47 13,55 0,00 39,99 84,83 0,00 0,00 34,74 67,28 0,00 0,00 29,09 71,77 92,34 98,39 85,14 100,00 0,00 50,72 83,51 55,97 82,54 75,88 93,55 90,05 6,55 62,85 49,22

64 79,49 0,00 0,00 28,66 25,64 0,00 0,00 10,50 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 100,00 19,01 100,00 78,63 50,00 100,00 0,00 47,53 48,88

65 78,80 0,00 0,00 28,42 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 50,00 50,00 100,00 63,73 80,00 100,00 89,86 70,79 3,99 85,67 58,70 50,00 25,35 9,87 29,12 31,56

66 97,73 0,00 0,00 35,24 81,82 0,00 0,00 33,50 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 80,00 100,00 89,86 71,66 0,00 40,00 40,96 50,00 0,00 0,00 18,36 45,68

67 96,67 0,00 0,00 34,86 81,90 0,00 0,00 33,54 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 50,00 100,00 85,26 80,00 100,00 89,86 96,18 2,50 40,00 50,54 50,00 86,67 0,00 43,64 49,82

AM* 88,17 0,00 0,00 31,79 47,34 0,00 0,00 19,39 75,00 0,00 0,00 32,42 75,00 75,00 100,00 81,87 80,00 100,00 89,86 84,66 6,38 66,42 57,21 50,00 53,00 2,47 34,66 43,99

68 88,89 0,00 0,00 32,05 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 0,00 0,00 100,00 27,46 90,00 0,00 45,65 94,83 23,25 40,00 55,53 100,00 71,43 0,00 57,56 41,85

69 98,72 0,00 0,00 35,60 67,16 0,00 0,00 27,50 100,00 0,00 0,00 43,23 0,00 25,00 100,00 34,83 90,00 0,00 45,65 70,00 70,00 40,00 58,83 50,00 0,00 0,00 18,36 37,19

70 71,34 0,00 0,00 25,73 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 0,00 100,00 100,00 56,94 90,00 0,00 45,65 87,46 100,00 100,00 95,44 100,00 100,00 100,00 100,00 52,24

71 99,03 0,00 0,00 35,71 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 0,00 0,00 100,00 27,46 90,00 0,00 45,65 70,00 19,70 40,35 45,69 100,00 100,00 36,06 78,19 43,44

72 95,68 0,00 0,00 34,50 100,00 0,00 0,00 40,95 0,00 0,00 0,00 0,00 50,00 100,00 100,00 78,47 90,00 0,00 45,65 88,13 15,85 50,10 54,90 100,00 100,00 0,00 65,89 41,17

73 98,49 0,00 0,00 35,52 82,56 0,00 0,00 33,81 100,00 0,00 0,00 43,23 0,00 0,00 100,00 27,46 90,00 0,00 45,65 70,00 51,96 40,00 54,07 50,00 69,51 0,00 38,64 39,10

74 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

AP* 92,02 0,00 0,00 33,18 91,62 0,00 0,00 37,52 83,33 0,00 0,00 36,03 8,33 37,50 100,00 42,10 90,00 0,00 45,65 80,07 46,79 51,74 60,74 83,33 73,49 22,68 59,77 42,50

Page 171: Universidade Federal de Ouro Preto Programa de Pós ...‡ÃO... · dicas e auxílio durante a elaboração dos mapas. Aos integrantes do grupo de especialistas do método Delphi

154

Setor Ica Iqa Isa Iab Ice Ite Ise Ies Icr Iqr Isr Irs Ivd Ive Ivl Icv Iqb Idm Irh Isp Irf Ied Ise Iai Irp Iav Idu ISA/OP

75 100,00 0,00 0,00 36,06 0,47 0,00 0,00 0,19 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 80,00 100,00 89,86 100,00 98,16 66,66 87,11 0,00 100,00 0,00 29,17 45,20

76 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 80,00 100,00 89,86 90,72 100,00 77,82 88,37 100,00 100,00 0,00 65,89 57,30

77 96,77 0,00 0,00 34,90 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 50,00 100,00 85,26 80,00 100,00 89,86 100,00 65,53 100,00 90,90 50,00 0,00 0,00 18,36 45,03

78 99,31 0,00 0,00 35,81 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 0,00 100,00 70,52 80,00 100,00 89,86 70,00 15,70 68,07 54,95 100,00 100,00 0,00 65,89 52,62

79 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 89,66 21,57 71,03 64,76 100,00 100,00 0,00 65,89 56,88

80 89,13 0,00 0,00 32,14 19,57 0,00 0,00 8,01 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 100,00 100,00 100,00 100,00 50,00 100,00 100,00 81,64 54,75

81 99,46 0,00 0,00 35,87 34,68 0,00 0,00 14,20 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 50,00 64,74 80,00 100,00 89,86 80,85 1,14 47,89 47,55 100,00 100,00 0,00 65,89 45,63

82 100,00 0,00 0,00 36,06 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 50,00 100,00 63,73 80,00 100,00 89,86 70,00 0,00 40,00 40,36 50,00 53,40 0,00 33,94 47,26

83 97,49 0,00 0,00 35,15 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100 100,00 78,47 80,00 100,00 89,86 70,00 32,09 57,28 55,26 50,00 100,00 0,00 47,53 51,61

84 77,59 0,00 0,00 27,98 26,03 0,00 0,00 10,66 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 50,00 100,00 85,26 80,00 100,00 89,86 70,00 93,90 100,00 87,47 50,00 0,00 0,00 18,36 45,45

85 98,09 0,00 0,00 35,37 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 91,87 7,91 85,75 67,43 100,00 64,76 0,00 55,61 56,07

86 98,25 0,00 0,00 35,43 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 25,00 100,00 77,89 80,00 100,00 89,86 70,00 9,03 40,00 42,75 100,00 12,37 0,00 40,33 49,50

CC* 96,34 0,00 0,00 34,74 65,06 0,00 0,00 26,64 100,00 0,00 0,00 43,23 79,17 72,92 95,83 81,90 80,00 100,00 89,86 83,59 45,42 71,21 68,91 70,83 69,21 8,33 49,04 50,61

87 97,80 100,00 0,00 76,32 100,00 0,00 0,00 40,95 2,20 0,00 0,00 0,95 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 40,00 51,28 100,00 100,00 0,00 65,89 57,51

EC* 97,80 100,00 0,00 76,32 100,00 0,00 0,00 40,95 2,20 0,00 0,00 0,95 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 40,00 51,28 100,00 100,00 0,00 65,89 57,51

88 96,10 0,00 56,50 47,59 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 76,35 0,90 40,00 42,91 100,00 0,00 0,00 36,72 45,46

GL* 96,10 0,00 56,50 47,59 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 76,35 0,90 40,00 42,91 100,00 0,00 0,00 36,72 45,46

89 96,43 100,00 0,00 75,82 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 100,00 0,06 40,00 51,29 100,00 100,00 100,00 100,00 66,68

90 99,09 100,00 0,00 76,78 70,13 0,00 0,00 28,72 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 100,00 2,09 40,00 51,83 100,00 51,52 90,91 82,76 55,49

LN* 97,76 100,00 0,00 76,30 85,06 0,00 0,00 34,83 50,00 0,00 0,00 21,62 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 100,00 1,08 40,00 51,56 100,00 75,76 95,45 91,38 61,08

91 97,10 100,00 100,00 98,95 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 26,92 94,21 78,56 100,00 0,00 0,00 36,72 61,03

MB* 97,10 100,00 100,00 98,95 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 26,92 94,21 78,56 100,00 0,00 0,00 36,72 61,03

92 99,54 100,00 0,00 76,94 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 73,57 0,00 40,00 41,66 50,00 100,00 0,00 47,53 61,90

RS* 99,54 100,00 0,00 76,94 100,00 0,00 0,00 40,95 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 73,57 0,00 40,00 41,66 50,00 100,00 0,00 47,53 61,90

93 98,43 100,00 69,00 92,34 80,03 0,00 0,00 32,77 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 100,00 100,00 100,00 84,01 5,14 40,00 46,82 100,00 93,37 0,00 63,96 63,22

94 98,28 100,00 69,00 92,28 12,32 0,00 0,00 5,04 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 70,00 0,00 40,00 40,36 100,00 100,00 0,00 65,89 59,16

SRT* 98,35 100,00 69,00 92,31 46,17 0,00 0,00 18,91 100,00 0,00 0,00 43,23 75,00 100,00 100,00 89,24 100,00 100,00 100,00 77,01 2,57 40,00 43,59 100,00 96,68 0,00 64,92 61,19

95 97,22 0,00 0,00 35,06 25,79 0,00 0,00 10,56 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 99,72 0,00 40,00 51,18 50,00 0,00 0,00 18,36 44,30

96 94,27 0,00 0,00 33,99 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 100,00 100,00 100,00 80,00 100,00 89,86 98,86 8,48 81,11 68,40 100,00 0,00 0,00 36,72 45,60

97 97,61 0,00 0,00 35,20 45,80 0,00 0,00 18,75 100,00 0,00 0,00 43,23 50,00 100,00 100,00 78,47 80,00 100,00 89,86 80,37 7,40 97,25 67,40 50,00 0,00 6,15 20,46 45,81

STL* 96,37 0,00 0,00 34,75 23,86 0,00 0,00 9,77 100,00 0,00 0,00 43,23 83,33 100,00 100,00 92,82 80,00 100,00 89,86 92,98 5,29 72,79 62,32 66,67 0,00 2,05 25,18 45,23

98 81,74 100,00 18,00 74,65 0,00 0,00 0,00 0,00 78,26 0,00 0,00 33,83 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 96,94 0,00 40,00 50,17 100,00 0,00 0,00 36,72 51,29

STS* 81,74 100,00 18,00 74,65 0,00 0,00 0,00 0,00 78,26 0,00 0,00 33,83 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 96,94 0,00 40,00 50,17 100,00 0,00 0,00 36,72 51,29

99 92,31 100,00 100,00 97,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 25,00 50,00 64,16 50,00 100,00 74,64 100,00 13,47 40,00 54,83 100,00 100,00 0,00 65,89 75,03

SB* 92,31 100,00 100,00 97,23 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 0,00 0,00 43,23 100,00 25,00 50,00 64,16 50,00 100,00 74,64 100,00 13,47 40,00 54,83 100,00 100,00 0,00 65,89 75,03

M,M 95,11 17,94 4,25 42,63 76,42 1,03 1,03 31,90 74,76 0,00 0,00 32,32 71,65 86,08 97,94 83,12 94,33 29,90 62,58 84,32 45,22 74,44 70,33 87,63 79,50 8,76 58,35 49,71

OP = Ouro Preto; AM = Amarantina; AP = Antônio Pereira; CC = Cachoeira do Campo; EC = Engenheiro Correia; GL = Glaura; LN = Lavras Novas; MB = Miguel Burnier; RS = Rodrigo Silva; SRT = Santa Rita de Ouro Preto;

STL = Santo Antônio do Leite; STS = Santo Antônio do Salto; SB = São Bartolomeu

* = Pontuação média do distrito - = informação indisponível